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BRUNET, Luciano Campos.

De Aldeados a Súditos: viver, trabalhar e resistir em Nova


Abrantes do Espírito Santo Bahia 1758-1760. 2008. Dissertação (Mestrado em História) –
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2008.

A presente resenha vai analisar o trabalho dissertativo de Luciano Eduardo Brunet,


intitulado “De Aldeados a Súditos: Viver, trabalhar e resistir em Nova Abrantes do Espírito
Santo Bahia (1758-1760)”, que trata sobre o aldeamento do Espírito Santo na Bahia e as lutas
travadas pelos índios deste aldeamento desde pela posse das terras que lhes haviam sido
destinadas e as conquistas por eles obtidas.

O 1º capitulo vai dar um panorama histórico sobre a colonização na América


portuguesa e as políticas voltadas para as populações indígenas e como elas iriam ser
inseridas no projeto colonial português, primeiramente com a escravização desregulada dessas
populações (p. 16), em seguida, por medo uma escravização em massa, tivemos uma
regulação dessa escravidão indígena (p.17). Com o avanço do projeto colonial e com a adoção
das capitanias como parte deste projeto, a necessidade da mão-de-obra indígena aumenta,
indo de encontro com as determinações da igreja (p. 17) que a partir de duas bulas papais
afirma a humanidade do indígena, assim proibindo e punindo qualquer tipo de escravização
destes indivíduos (p.18).

A partir da implementação do Governo Geral na Bahia, as leis que regulamentavam a


escravidão indígena que tinha estar de acordo e “agradar” as recém publicadas bulas papais
(p.19). Segundo o autor, as brechas nestas leis davam margem para várias interpretações (p.19
e 20) acabando assim havendo conflitos entre as partes mais interessadas nos índios: Colonos
e Missionários. Para ele, essas políticas de regulação da escravização indígena não estava
interessada em somente proteger os indígenas por mera benevolência, mas sim para a
manutenção do domínio lusitano em suas terras na América (p.20). E mais adiante, neste
mesmo capitulo, ele vai trabalhando a “evolução” desta política voltada para as populações e
povoações indígenas.

Já no segundo capitulo, o historiador vai trabalhar diretamente com o aldeamento do


Espírito Santo, contando um pouco da história do aldeamento e de sua importância tanto na
Capitania da Bahia como no Estado do Brasil (p. 47). E é neste capitulo que ele aponta a
importância do estudo deste aldeamento, pois a partir dele pode-se ter uma compreensão da
sociedade colonial da época como um todo através dos efeitos da administração daquele
aldeamento, e permite comprovar como os índios lutaram por seus direitos e tiveram grandes
vitórias (p.48).

Ele mostra a importância militar do aldeamento, pela sua posição próxima da capital
Salvador (p.51 e 52). Ele analisa a importância econômica do aldeamento, pois a sua
localização também facilitava o trânsito de mercadorias e pessoas, despertando assim a cobiça
dos colonos causando conflitos com os indígenas (p. 54 e 55). Por ser um aldeamento jesuíta,
a catequização é bem explorada pelo autor que mostra as diferentes opiniões dos padres
inacianos sobre o sucesso da missão e o ensino das crianças da missão (p. 55, 56 e 57).

No capitulo 3, é mostrado como o Diretório Pombalino, pensado para o Estado do


Grão-Pará, foi inserido no Estado do Brasil (p. 81). O primeiro aldeamento a ser
implementado as novas diretrizes é o do Espírito Santo, agora renomeado como Vila de
Abrantes. Segundo o autor, a escolha do aldeamento não foi aleatória, pois o aldeamento era
estratégico em termos militares e econômicos (p. 82 e 83).

O autor analisa o estranhamento das autoridades colônias quanto ao modo de vida dos
índios na Vila de Abrantes como etnocêntrica, pois a não percepção de que a manutenção de
construções feitas de barro batido e palha era uma forma de resistência aos valores ocidentais
que estavam sendo impostos pela presença dos missionários no aldeamento (p. 86 e 87).

O conflito pela demarcação das terras da vila é o que o autor finaliza para demonstrar
os conflitos entre os índios e colonos, pois essa demarcação teve vários episódios (p.96 e 97).
A luta dos índios pelas suas terras tinham um caráter de sobrevivência tanto física como social
e também a possibilidade de manutenção de seus padrões de vida (p. 101), por isso diversas
reclamações eram feitas, mostrando assim que esses populações conheciam os seus direitos e
lutavam por eles (p. 102 a 104).

O que podemos perceber no trabalho de Brunet é que podemos ter uma noção de como
o Diretório Pombalino foi implementado na Capitania da Bahia através do caso da Vila de
Abrantes, pois, segundo o autor, esta vila foi um laboratório do Conselho Ultramarino fixado
nesta capitania. Apesar de fazer alguns juízos um tanto quanto equivocados sobre alguns
agentes envolvidos no contexto, o trabalho nos dá uma idéia de como os índios de Abrantes
lutaram e conquistaram muitos de seus direitos através da legislação a eles destinada.

Gil Fernando Gonçalves da Silva


Graduando em História - Bach./Lic. (UFPA)

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