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Ele mostra a importância militar do aldeamento, pela sua posição próxima da capital
Salvador (p.51 e 52). Ele analisa a importância econômica do aldeamento, pois a sua
localização também facilitava o trânsito de mercadorias e pessoas, despertando assim a cobiça
dos colonos causando conflitos com os indígenas (p. 54 e 55). Por ser um aldeamento jesuíta,
a catequização é bem explorada pelo autor que mostra as diferentes opiniões dos padres
inacianos sobre o sucesso da missão e o ensino das crianças da missão (p. 55, 56 e 57).
O autor analisa o estranhamento das autoridades colônias quanto ao modo de vida dos
índios na Vila de Abrantes como etnocêntrica, pois a não percepção de que a manutenção de
construções feitas de barro batido e palha era uma forma de resistência aos valores ocidentais
que estavam sendo impostos pela presença dos missionários no aldeamento (p. 86 e 87).
O conflito pela demarcação das terras da vila é o que o autor finaliza para demonstrar
os conflitos entre os índios e colonos, pois essa demarcação teve vários episódios (p.96 e 97).
A luta dos índios pelas suas terras tinham um caráter de sobrevivência tanto física como social
e também a possibilidade de manutenção de seus padrões de vida (p. 101), por isso diversas
reclamações eram feitas, mostrando assim que esses populações conheciam os seus direitos e
lutavam por eles (p. 102 a 104).
O que podemos perceber no trabalho de Brunet é que podemos ter uma noção de como
o Diretório Pombalino foi implementado na Capitania da Bahia através do caso da Vila de
Abrantes, pois, segundo o autor, esta vila foi um laboratório do Conselho Ultramarino fixado
nesta capitania. Apesar de fazer alguns juízos um tanto quanto equivocados sobre alguns
agentes envolvidos no contexto, o trabalho nos dá uma idéia de como os índios de Abrantes
lutaram e conquistaram muitos de seus direitos através da legislação a eles destinada.