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BABA EGUNGUN

BABA EGUNGUN
África

O criador de culto dos ancestrais


Segundo a tradição do culto de Egungun, que é
originário da África, região de Oyò. O culto de
Egungun, é exclusivo de homens, sendo Alápini o
cargo mais elevado dentro do culto tendo como
auxiliares os Ojés.
Todo integrante do culto de Egungun é chamado de
Mariwó.
Xangô (Sòngó), é o fundador do culto a Egungun,
somente ele tem o poder de controla-los, como diz
um trecho de um Itan:
"Em um dia muito importante, em que os homens
estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô
a frente, as Yàmi fizeram roupas iguais as de
Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os
homens que participavam do culto, todos correram
mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou
desafiando os supostos espíritos. As Yàmi ficaram
furiosas com Xangô e juraram vingança, em um
certo momento em que Xangô estava distraido
atendendo seus súditos, sua filha brincava
alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi aí que as
Yàmi atacaram, derrubaram a Adubaiyni filha de
Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou
desesperado, não conseguia mais governar seu
reino que até então era muito próspero, foi até
Orunmilà, que lhe disse que Yàmi é que havia
matado sua filha, Xangô quiz saber o que poderia
fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilà
lhe disse para fazer oferendas ao Orixá
Ikù(Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos
mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os
preceitos de Orunmilà.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para sí o
controle absoluto dos Egungun (ancestrais),
estando agora sob domínio dos homens este culto e
as vestimentas dos Egungun, e se tornando
estremamente proibida a participação de mulheres
neste culto, provocando a ira de Olorun, Xangô, Ikú
e os próprios Egungun, este foi o preço que as
mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas
ancestrais as Yàmi".

Brasil
Culto aos Egungun é uma das mais importantes
instituições, tem por finalidade preservar e
assegurar a continuidade do processo civilizatório
africano no Brasil, é o culto aos ancestrais
masculinos, originário de Oyo, capital do império
Nagô, que foi implantado no Brasil no início do
século XIX.
O culto principal aos Egungun é praticado na Ilha de
Itaparica no Estado da Bahia mas existem casas em
outros Estados.
Quanto ao aspecto físico, um terreiro de Egungun
ou Egun apresenta basicamente as seguintes
unidade:
um espaço público, que pode ser freqüentado por
qualquer pessoa, e que se localiza numa parte do
barracão de festas;
uma outra parte desse salão, onde só podem ficar e
transitar os iniciadores, e para onde os Egun vêm
quando são chamados, para se mostrar
publicamente;
uma área aberta, situada entre o barracão e o Ilê
Igbalé (ou Ilê Awô - a casa do segredo), onde
também se encontra um montículo de terra
preparado e consagrado, que é o assentamento de
Onilé;
um espaço privado ao qual só têm acesso os
iniciados da mais alta hierarquia, onde fica o Ilê
Awô, com os assentamentos coletivo, e onde se
guardam todos os instrumentos e paramentos
rituais, como os Isan pronuncia-se (ixan), longas
varas com as quais os Ojé invocam (batendo no
chão) e controlam os Egungun.
História

O Culto à Egun ou Egungun veio da África junto com


os Orixás trazidos pelos escravos. Era um culto
muito fechado, secreto mesmo, mais que o dos
Orixás por cultuarem os mortos.
A primeira referência do Culto de Egun no Brasil
segundo Juana Elbein dos Santos foram duas linhas
escritas por Nina Rodrigues, refere-se a 1896, mas
existem evidências de terreiros de Egun fundados
por africanos no começo do século XIX.
Os Terreiros de Egun mais famosos foram:

Terreiro de Vera Cruz, fundado +/- 1820 por um


africano chamado Tio Serafim, em Vera Cruz, Ilha de
Itaparica. Ele trouxe da África o Egun de seu pai,
invocado até hoje como Egun Okulelê, faleceu com
mais de cem anos.

Terreiro de Mocambo, fundado +/- 1830 por um


africano chamado Marcos-o-Velho para distingui-lo
do seu filho, na plantação de Mocambo, Ilha de
Itaparica. Teria comprado sua carta de alforria, anos
mais tarde teria voltado à África junto com seu filho
Marcos Teodoro Pimentel conhecido como Tio
Marcos, lá permanecendo por muitos anos
aperfeiçoando seus conhecimentos litúrgicos, onde
também seu filho foi iniciado. Quando voltaram
trouxeram com eles o assento do Baba Olukotun,
considerado o Olori Egun, o ancestre primordial da
nação nagô.

Terreiro de Encarnação, fundado +/- 1840 por um


filho do Tio Serafim, chamado João-Dois-Metros por
causa de sua altura, no povoado de Encarnação. Foi
nesse terreiro que se invocou pela primeira vez no
Brasil o Egun Baba Agboula, um dos patriarcas do
povo Nagô.
Terreiro de Tuntun, fundado +/- 1850 pelo filho de
Marcos-o-Velho, chamado Tio Marcos, num velho
povoado de africanos denominado Tuntun, Ilha de
Itaparica. Marcos possuiu o título de Alapini, Ipekun
Ojé, Sacerdote Supremo do Culto aos Egungun, na
tradição histórica Nagô, o Alapini representa os
terreiros de Egun ao afin, palácio real.

Tio Marcos, Alapini, faleceu por volta de 1935, e


com sua morte desapareceu o terreiro do Tuntun,
porém a tradição do culto a Baba Olokotun
continuou através de seu sobrinho Arsênio Ferreira
dos Santos, que possuia o título de Alagba, este
migrou para o Rio de Janeiro levando o assento de
Baba Olokotun para o município de São Gonçalo.
Depois do falecimento de Arsênio, os assentos dos
Baba retornaram para Bahia, através do atual
Alapini, Deoscoredes M. dos Santos, conhecido
como Mestre Didi Axipá, presidente da Sociedade
Cultural e Religiosa Ilê Axipá. Mestre Didi foi
iniciado na tradição do culto aos Egungun por
Marcos e Arsênio.

Terreiro do Corta-Braço, na Estrada das Boiadas,


ponto de reunião de praticantes da capoeira,
atualmente bairro da Liberdade, cujo chefe era um
africano conhecido como Tio Opê. Um dos Ojé,
sacerdotes do culto aos Egungun, conhecido como
João Boa Fama, iniciou alguns jovens na Ilha de
Itaparica, que se juntariam com os descendentes de
Tio Serafim e Tio Marcos para fundarem o Ilê
Agboulá, no bairro Vermelho, próximo à Ponta de
Areia.
Outros terreiros de Egungun foram registrados no
final do século XIX, um localizado em Quitandinha
do Capim, que cultuava os Egun Olu-Apelê e Olojá
Orum, o de Tio Agostinho, em Matatu que se
tornou ponto de concentração de vários Ojés de
outras casas inclusive o Alapini Tio Marcos, o
Terreiro da Preguiça, ao lado da Igreja da Conceição
da Praia.

Ilê Agboulá, Localizado em Ponta de Areia, na Ilha


de Itaparica, o Ilê Agboulá é, hoje, no Brasil, um dos
poucos lugares dedicados exclusivamente ao culto
dos Egun. Sua fundação remonta ao primeiro
quarto do século XX por Eduardo Daniel de Paula,
Tio Opê, Tio Serafim e Tio Marcos, mas a
comunidade que lhe deu origem e que lhe mantém
os fundamentos está estabelecida na Ilha, como já
vimos há cerca de duzentos anos.
Ilê Olokotun, na Ilha de Itaparica
Ilê Axipá - Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Axipá.

Hierarquia
Nas casas de Egungun a hierarquia é patriarcal, só
homens podem ser iniciados no cargo de Ojé ou
Babá Ojé como são chamados, essa hierarquia é
muito rígida, apesar de existirem cargos femininos
para outras funções, uma mulher jamais será
iniciada para esse cargo.
Masculinos: Alapini (Sacerdote Supremo, Chefe dos
alagbás), Alagbá (Chefe de um terreiro), Atokun
(guia de Egum), Ojê agbá (ojê ancião), Ojê (iniciado
com ritos completos), Amuixan (iniciado com ritos
incompletos), Alagbê (tocador de atabaque). Alguns
oiê dos ojê agbá: Baxorun, Ojê ladê, Exorun,
Faboun, Ojé labi, Alaran, Ojenira, Akere, Ogogo,
Olopondá.
Femininos: Iyalode (responde pelo grupo feminino
perante os homens), Iyá egbé (cabeça de todas as
mulheres), Iyá monde (comanda as ató e fala com
os Babá), Iyá erelu (cabeça das cantadoras), erelu
(cantadora), Iyá agan (recruta e ensina as ató), ató
(adoradora de Egun). Outros oiê: Iyale alabá, Iyá
kekere, Iyá monyoyó, Iyá elemaxó, Iyá moro.

Ritual

Tanto a tradição Nagô como a Jeje e a Congo-


Angola cultuam os ancestrais. Para os Nagôs
existem no Brasil três formas de cultuar os
ancestrais, os Esa, os Egungun e as Iya-mi Agba.
Os terreiros de Candomblé possuem um local
apropriado de adoração do espírito de seus mortos
ilustres, esse local é denominado de Ilê ibo aku,
casa de adoração aos mortos, enfim todos iniciados
no culto aos Orixás.
Os Esa são considerados os ancestrais coletivos dos
afro-brasileiros. Seu culto se refere à comunidade
em geral. O que destaca o Esa é o fato dele ter-se
destacado em vida por servir a comunidade e de
continuar atuando em outro plano, contribuindo
para o bom desenvolvimento do destino dos fiéis e
da casa. O Ilê ibo aku onde são assentados e
cultuados os Esa é afastado do templo onde são
cultuados os Orixás.
Os sacerdotes que são iniciados especialmente para
cuidar do Ilê ibo aku não são adoxu, isso é, não
manifestam Orixá. Os ancestrais cultuados no Ilê ibo
aku são diferentes dos cultuados no Culto aos
Egungun, no primeiro são os espíritos dos falecidos
da casa de Candomblé e o segundo são os ara-orun
em geral e aos espíritos dos Ojé africanos ou
brasileiros.
Os Esa são invocados e cultuados em diversas
situações, especialmente no padê, e no axexê
quando é constituído o assentamento de um adoxu
ou dignitário ilustre falecido. O assento de Esa se
caracteriza pela representação da existência
genérica, e o Egungun pela representação do
espírito individualizado, o Egungun se caracteriza
pela aparição no aiyê. Os Esa e os Egun são
invocados no padê.

Calendário Litúrgico
Calendário Litúrgico do Ilê Agboulá (obtido do
Projeto Egungun)
As festas e obrigações obedecem, no Ilê Agboulá, a
um bem elaborado calendário litúrgico. E durante
essas festas podem ocorrer rituais não periódicos e
não obrigatoriamente integrados no calendário,
como iniciação de novos Amuixan ou de novos Ojé,
ou mesmo obrigações e oferendas de outros
titulados da comunidade. Mas o calendário, mesmo,
obedece ao seguinte:
Janeiro - Em janeiro, por ocasião do Ano Novo, as
obrigações transcorrem até o dia nove. Esses rituais
começam com uma obrigação para Onilê seguida de
outra para Babá Olukotun. Junto com esta são
celebradas as cerimônias anuais em homenagem a
Babá Alapalá e Babá Ologbojô.
Fevereiro - em fevereiro, começando no dia 2 e se
estendendo por duas semanas, ocorre uma festa
muito especial, principalmente porque a
comunidade de Itaparica vive do mar e para o mar.
É a festa de Yemanjá e Oxum, deusas das águas, e
de Oxalá, o deus da criação.
Junho - em junho, na época do São João, realiza-se
as festas de Babá Erin, que é o Egun do Sr. Eduardo
Daniel de Paula, fundador da Casa. As festas se
realizam por ocasião do ciclo de Xangô, que era o
orixá do Sr. Eduardo. E atingem grande brilhantismo
porque entre a comunidade do Ilê Agboulá, que é
descendente do povo de Oyó, a veneração a Xangô
é muito forte.
Setembro - De 7 a 17 de setembro ocorrem as
festas de Babá Agboulá. Por essa época é que é
feita a colheita dos primeiros frutos na Ilha de
Itaparica, sob a proteção de Babá. E isto é muito
importante pelo fato de até bem pouco tempo a
Ilha de Itaparica ter sido o grande fornecedor de
frutas para a cidade de Salvador.

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