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EMEF Prof Fernando Pantaleão

Atividade Extraclasse I - 6ºs Anos A e B – 1º e 2º Bimestre /2020


Língua Portuguesa – Leitura e Análise Textual

CONTO: O Compadre da Morte

       Diz que era uma vez um homem que tinha tantos filhos que não achava mais quem fosse
seu compadre. Nascendo mais um filhinho, saiu para procurar quem o apadrinhasse e depois
de muito andar encontrou a Morte a quem convidou. A Morte aceitou e foi a madrinha da
criança. Quando acabou o batizado voltaram para casa e a madrinha disse ao compadre:
       - Compadre! Quero fazer um presente ao meu afilhado e penso que é melhor enriquecer o
pai. Você vai ser médico de hoje em diante e nunca errará no que disser. Quando for visitar um
doente me verá sempre. Se eu estiver na cabeceira do enfermo, receite até água pura que ele
ficará bom. Se eu estiver nos pés, não faça nada porque é um caso perdido.
        O homem assim fez. Botou aviso que era médico e ficou rico do dia para a noite porque
não errava. Olhava o doente e ia logo dizendo:
      - Este escapa!
     Ou então:
     - Tratem do caixão dele!
     Quem ele tratava, ficava bom. O homem nadava em dinheiro.
      Vai um dia adoeceu o filho do rei e este mandou buscar o médico, oferecendo uma riqueza
pela vida do príncipe. O homem foi e viu a Morte sentada nos pés da cama. Como não queria
perder a fama, resolveu enganar a comadre, e mandou que os criados virassem a cama, os
pés passaram para a cabeceira e a cabeceira para os pés. A Morte, muito contrariada, foi-se
embora, resmungando.
       O médico estava em casa um dia quando apareceu sua comadre e o convidou para visitá-
la.
      - Eu vou, disse o médico - se você jurar que voltarei!
      - Prometo! - disse a Morte.
      Levou o homem num relâmpago até sua casa.
      Tratou muito bem e mostrou a casa toda. O médico viu um salão cheio-cheio de velas
acessas, de todos os tamanhos, uma já se apagando, outras viva, outras esmorecendo.
Perguntou o que era:
      É a vida do homem. Cada homem tem uma vela acessa. Quando a vela acaba, o homem
morre.
      O médico foi perguntando pela vida dos amigos e conhecidos e vendo o estado das vidas.
Até que lhe palpitou perguntar pela sua. A Morte mostrou um cotoquinho no fim.
      - Virgem Maria! Essa é que é a minha? Então eu estou, morre-não-morre!
     A Morte disse:
    - Está com horas de vida e por isso eu trouxe você para aqui como amigo mas você me fez
jurar que voltaria e eu vou levá-lo para você morrer em casa.
     O médico quando deu acordo de si estava na sua cama rodeado pela família. Chamou a
comadre e pediu:
    - Comadre, me faça o último favor. Deixe eu rezar um Padre-Nosso. Não me leves antes.
Jura?
   - Juro -, prometeu a Morte.
   O homem começou a rezar o Padre-Nosso que estás no céu... E calou-se. Vai a Morte e diz:
   - Vamos, compadre, reze o resto da oração!
   - Nem pense nisso, comadre! Você jurou que me dava tempo de rezar o Padre-Nosso mas eu
não expliquei quanto tempo vai durar minha reza. Vai durar anos e anos...
     A Morte foi-se embora, zangada pela sabedoria do compadre.
     Anos e anos depois, o médico, velhinho e engelhado, ia passeando nas suas grandes
propriedades quando reparou que os animais tinham furado a cerca e estragado o jardim, cheio
de flores. O homem, bem contrariado disse:
       - Só queria morrer para não ver uma miséria destas!...
        Não fechou a boca e a Morte bateu em cima, carregando-o. A gente pode enganar a Morte
duas vezes mas na terceira é enganado por ela.

(CASCUDO, Luís da Câmara.Contos tradicionais do Brasil. Belo Horizonte; São Paulo, Itatiaia,
Editora da Universidade de São Paulo, 1986. Texto Adaptado) Fonte: Livro: JORNADAS.port –
Língua Portuguesa - Dileta Delmanto/Laiz B. de Carvalho – 6º ano – Editora Saraiva. p.120 a
123.

Nas linhas do texto

1)   No início da história, a personagem principal é chamada apenas de um homem ou o homem.


a)   Como o narrador passa a se referir à personagem principal depois que a Morte batiza seu
filho?
b)   A partir de qual fato a personagem passa a ser chamada de médico?
2)   Qual foi a forma escolhida pela Morte para enriquecer seu compadre?
3)   Quando o príncipe adoeceu gravemente, qual foi o plano do homem para enganar a Morte?

4)   O homem enganou a Morte uma segunda vez. Quando foi isso e o que ele fez?
5)   O homem conseguiu enganar a Morte pela terceira vez? Explique sua resposta.

6)   Ao salvar o filho do rei, o homem desafiou a Morte. Marque a alternativa mais adequada para
explicar o motivo dessa decisão dele.
a)   Medo do rei.
b)   Vaidade pessoal.
c)   Ganância de mais riqueza.
d)   Provocação feita à Morte.

7)   O homem foi finalmente levado pela Morte porque:


a)   não se pode enganar a Morte mais de duas vezes.
b)   ela foi mais esperta, aproveitando-se de uma distração dele.
c)   ele não conseguiu rezar o padre-nosso até o fim.
d)   ele estava muito velhinho e vivia contrariado, desejando morrer.

8)   No final da história, o médico diz: “Só queria morrer para não ver uma miséria destas!...”. No
mesmo instante, a Morte se aproveitou dessa frase para levá-lo.
a)   Ele queria mesmo morrer ao dizer isso? Explique sua resposta.

b)   De que outro modo ele poderia se expressar para não dar à Morte a chance de levá-lo?
EMEF Prof Fernando Pantaleão
Língua Portuguesa – Atividades Extraclasse II
Atividades Complementares – Substantivos - 6º Ano - 1º Bimestre/2020

ATIVIDADES

1. Assinale com (P) as frases em que os substantivos destacados são próprios, com (C)
os comuns e com (A) os abstratos.

a. (   ) A revista Veja é uma das revistas mais lidas no Brasil. 


b. (    ) Precisamos comer peixes.
c. (   ) Amor de mãe é infinito.
d. (   ) Inteligência é algo fundamental.
e. (   ) O livro está sobre a mesa.
f. (   ) A pobreza da alma causa pena.
g. (   ) Sua coragem me impressiona.
h. (   ) O pobre menino não tinha mãe.
i. (   ) Manoel sempre foi um menino estudioso.
j. (   ) O Rio de Janeiro continua lindo.

2. Forme substantivos compostos a partir das palavras a seguir.

a) mão b) pão c) abelha d) manga e) couve f) salário


g) bomba h) banana i) peixe j) homem

3. Complete as frases.

a) Amazonas, São Francisco e Tietê são nomes de....................................brasileiros.


b) Brasília, Belo Horizonte, Cacoal e Pimenta Bueno são nomes de.......................................
c) Mônica, Eduardo, José Ricardo, Maurício e Ana são nomes de.........................................
d) Calculadora, celular, relógio, máquina fotográfica, caneta e lápis são nomes
de.........................

 4. Reescreva as frases a seguir utilizando coletivos, como no modelo. Fique atento à
concordância.

MODELO:
Os espectadores vaiaram o diretor da peça.
A plateia vaiou o diretor da peça

.a) Os livros estavam destruídos por cupins.


b) As fotografias ficaram excelentes.
c) Os viajantes repousaram na pequena cidade.
d) Os carros da prefeitura estão em péssimas condições.
e) Os artistas fizeram uma excelente apresentação.

5. Crie substantivos abstratos a partir das palavras a seguir. Observe o modelo.

MODELO:

Fraco: fraqueza

a) sutil b) leve c) certo d) puro e) mole f) sincero


g) bravo h) rebelde
6. Numere as palavras substantivas, de acordo com a sua classificação.

(1) abstratos (2) próprios (3) coletivos (4) simples ou comum (5) compostos

(   ) Cata-vento, pé de moleque, girassol.


(   ) Ji-Paraná, Cecília, Marcos.
(   ) Verdade, mentira, amizade.
(   ) Elenco, discoteca, flora, fauna.
(   ) Mesa, couve, rádio, avião.

7.Leia o trecho baixo :


        
    “Vovó Anita era baixinha, bem baixinha. Cabelos grisalhos, oculinhos no nariz. Sempre o
mesmo vestido de bolinhas  ( encomendava na costureira, sempre o mesmo modelo) no qual
havia dois grandes bolsos. Neles ficavam seus guardados. Quase todos secretos segredos.
Tornava visíveis apenas o que precisava : o dinheiro enrolado dentro de uma bolsinha tipo
porta – moedas, um lencinho perfumado, a caderneta na qual anotava despesas e outra preta,
com números de telefones. Seus tesouros eram guardados em incontáveis gavetinhas de seu
guarda – roupa, todas  impecavelmente arrumadas.”

Retire desse trecho : 

a. dois substantivos comuns que sejam derivados.


b. dois substantivos  abstratos.
c. dois substantivos comuns que sejam concretos e  primitivos .
d. dois substantivos comuns que sejam compostos.

8.Separe os substantivos grifados em concretos ou abstratos:

a. Minha irmã é minha  alegria.       
b . Você é a minha felicidade.
c.Eu creio que a vida  é bela .        
d.Veja a dor que devora o meu coração.
e. Tenho por você um grande afeto.                            
f. No pé da serra  vivia  um velho. 
  
9. Copie a alternativa em que uma das palavras grifadas não é substantivo:

(      ) Na juventude aprendemos ;na maturidade ,compreendemos.


(      ) Não existe travesseiro mais macio que a nossa consciência.
(      ) Muitos turistas passaram as férias no Rio de Janeiro.
(      ) Esta floresta  é muito perigosa.
(      ) O pobre vivia num casebre.

10. Leia :

Floração

Meti – me em chapéu de flores, / prendi brincos – de- rainha,  / prometi-me amor- perfeito,  /
perfumei – me de    jasmim.
     E chamo copo – de – leite / o beija – flor maravilha  / que inspirou tanto jardim.
Separe os substantivos em simples ou composto:

11. Leia o trecho baixo e circule todos os substantivos:


O Xingu é um dos mais fascinantes rios da Amazônia. Em suas margens e ilhas,
cobertas de florestas ,vivem  índios, caboclos e muitos animais selvagens.
       Dois rapazes, Vito D’Alessio e Renato Dutra, viajaram mais de 1400 quilômetros pelo
Xingu, de caiaque.
         Na primeira noite de viagem. estavam dormindo numa pequena ilha no meio do rio,
quando Vito, ao sair da rede para reacender a fogueira, teve uma “surpresa”...

Retire desse trecho , sem repetir : 

a. um substantivo comum que seja derivado.


b.um substantivo  abstrato que seja derivado.
c.um substantivo comum que seja concreto e  primitivo.
d.um substantivo simples, concreto e derivado.

12. Passe as frases abaixo para o plural :

a. O faquir infeliz não conseguiu evitar o tiro fatal de seu algoz.


b. A costureira colocou o zíper no bleizer.
c. O leão feroz atacou um cidadão.
d. O degrau da escada dava acesso a um pequeno sótão
e. Mamãe sempre teve gravidez tranquila.

13. Passe os substantivos para o diminutivo para o plural e faça as adaptações


necessárias nas orações.

a. A vegetaçãozinha do jardinzinho secou.


b. A mulherzinha ofereceu seu coraçãozinho ao homenzinho.
c. O caminhãozinho tombou na estradinha.
d. Um papelzinho comprometedor piorou a situação do anãozinho.
EMEF Prof Fernando Pantaleão

Atividade Extraclasse III


Língua Portuguesa - Produção Escrita - 6º Ano - 1 º Bimestre / 2020

Um menino seguia por uma estrada, quando viu, à beira do caminho, uma
garrafa de formato estranho. Lembrou-se das histórias que ouvira sobre garrafas
mágicas, com gênio dentro, que atendia a três pedidos de quem o libertasse.
Imediatamente o garoto começou a listar os seus desejos e necessidades,
mesmo sem ter aberto a garrafa...

Escreva uma história com começo, meio e fim, na qual você ou um personagem
criado por você apresentará três pedidos ao gênio da garrafa. Explique o motivo dos
pedidos.

Atenção:

1. Faça um rascunho, a lápis.

2. Após terminar, revise o seu texto, observando aspectos de concordância verbal e nominal, escrita das
palavras, pontuação, parágrafos.

3. Passe o rascunho a limpo numa folha avulsa (almaço) , à caneta (azul ou preta) com letra legível e
caprichada.

4. Estabelecer um mínimo de quinze (15) linhas.

5. Não se esqueça de dar um título ao seu texto.


EMEF Prof Fernando Pantaleão
Língua Portuguesa - Atividades Extraclasse III - Leitura e Estrutura Narrativa
Gênero Conto Maravilhoso - 6º Ano - Bimestre /2020

A moura torta

Era uma vez um rei chamado Massad, que governava um país extenso e cheio de fartura. Esse rei
tinha apenas um filho, chamado Anuar, um príncipe virtuoso e de bom coração.
Quando Massad morreu, Anuar o sucedeu no trono, governando, desde o início, com sabedoria e
justiça. E o povo, que já o estimava sinceramente, passou a amá-lo e respeitá-lo.
Um único problema, entretanto, afligia Anuar: passado o período de um ano, que se guardava
como luto pela morte do rei anterior, as leis do país exigiam que o novo rei se casasse tantas vezes
quantas fossem necessárias, até que tivesse um filho para ser o futuro soberano. Mas Anuar não gostava
de nenhuma mulher, nem acreditava que pudesse amar uma pessoa.
Os conselheiros da coroa, com medo de que Anuar perdesse o trono, começaram a procurar-lhe
pretendentes entre as princesas de outros países. Viviam a enaltecer a beleza e as virtudes dessas
moças, mas o rei nem sequer ouvia as descrições que eles faziam.
Anuar tinha o hábito de todos os dias passear incógnito pelas terras do reino, para poder
conversar com os súditos e saber quais eram suas reais necessidades. Um dia, quando dava um de seus
passeios habituais, chegou às margens de um rio, onde avistou, sentada à sombra de uma árvore
frondosa, uma jovem de radiante formosura.
Ao vê-la, o coração de Anuar começou a bater mais forte, e ele imediatamente descobriu que,
pela primeira vez na vida, estava apaixonado. Tentando disfarçar a emoção, dirigiu-se à jovem e, depois
de revelar sua verdadeira identidade, pediu-a em casamento. O rosto da moça, que estava melancólico,
abriu um sorriso. Afinal, ela tinha se sentado ali justamente para pensar no amor que sentia pelo rei e
que julgava nunca poder ser correspondido. Assim, aceitou o pedido sem pensar duas vezes.
A futura rainha, entretanto, deveria ser apresentada à corte condignamente vestida e acompanhada por
um cortejo cheio de pompa. Assim, Anuar pediu à noiva que subisse na árvore e se escondesse entre os
galhos, enquanto ele iria até a cidade para providencias tudo.
Recomendou-lhe que não falasse com ninguém nem desse sinal de vida durante sua ausência,
pois tinha receio de que a roubassem.
A moça atendeu prontamente ao pedido e subiu na árvore para esperar o noivo. Algum tempo
depois, viu se aproximar uma escrava muito feia, conhecida como Moura Torta, que vinha buscar água
para os patrões. Tinha as pernas tortas e caminhava com dificuldade, carregando um pote de barro
sobre a cabeça.
Cansada, a Moura Torta sentou-se bem no lugar onde a jovem tinha sido encontrada pelo rei, e
começou a pensar na vida.
Obedecendo aos conselhos do rei, a jovem não fez nenhum ruído para que a escrava não desse
pela sua presença. Entretanto, quando a Moura Torta se curvou sobre o rio para encher o pote, viu
refletida nas águas tranquilas a imagem formosa da noiva do rei. E, como não sabia que a moça estava
ali, achou que aquela imagem fosse sua própria.
— Que desaforo! – disse ela, então. – Uma moça tão linda como eu fazendo um trabalho pesado
desse jeito!
E, num acesso de raiva, jogou o pote de barro no chão, fazendo-o em mil pedaços. Depois foi-se
embora.
A jovem, do alto da árvore, precisou segurar o riso para não ser descoberta.
Ao chegar em casa, a Moura Torta disse aos patrões que havia levado um tombo e quebrado o
pote de barro pelo caminho. Deram-lhe então um barril de madeira, que não se quebrasse tão
facilmente, e a mandaram outra vez buscar água.
Mas, quando se abaixou para encher o barril, a escrava viu novamente a imagem da linda moça
refletida na água. Acreditando de novo que aquela era a sua própria imagem, exclamou com raiva:
— Isso não pode ser! Uma jovem deslumbrante como eu servindo de escrava para os outros!
E, louca de ódio, jogou o barril contra as pedras, espatifando-o.
Desta vez, a noiva do rei teve muita dificuldade em segurar o riso, e precisou colocar um lenço
junto à boca para não explodir numa gargalhada.
Mais uma vez a Moura Torta voltou para casa e mentiu aos patrões, dizendo que havia
escorregado de novo e que o barril havia se espatifado no chão. Deram-lhe então um caldeirão de ferro
e a mandaram buscar água.
Dali a pouco ela chegava ao rio e se debruçava sobre as águas para encher o caldeirão. Mas lá
estava novamente a bela imagem refletida, e a escrava sem conter, gritou:
— Não, não e não! Decididamente sou bela demais para fazer este trabalho! E, tomada de um
acesso de fúria, começou a atirar o caldeirão contra as pedras que havia na margem do rio, tentando
quebrá-lo. Como não conseguia, foi ficando cada vez mais irritada, aumentando sua feiura com caretas e
gestos desesperados. Até que a jovem, que a tudo assistia, não resistiu mais e soltou uma gostosa
gargalhada.
A Moura Torta, assustada, olhou então para o alto da árvore e avistou a noiva do rei.
— Ah, então é você, sua malandra! – ela gritou. – É você quem está fazendo com que eu quebre
minhas vasilhas?!
E, para susto da moça, começou a subir na árvore. Mas, chegando ao galho onde estava sentada,
não lhe fez nada. Falou de sua vida, da tristeza de ser escrava, até conseguir conquistar-lhe a simpatia.
Depois, começou a afagar-lhe os cabelos, elogiando-lhe a beleza.
Quando a moça estava distraída, a Moura Torta, que entendia de bruxarias, tirou do bolso um
alfinete encantado e, sem que a jovem percebesse, espetou-lhe com força na cabeça.
Imediatamente a linda noiva do rei se transformou em uma pombinha, que saiu voando dali.
Horas depois o rei chegava, acompanhado por numeroso cortejo, com soldados, criados e todos
os nobres da corte. Na frente, vinha uma banda de música para abrir passagem. O reino estava em festa
com a notícia de que o rei iria se casar. Qual não foi a decepção de Anuar, porém, ao encontrar, em vez
da belíssima jovem que havia escolhido para esposa, a escrava feia e de pernas tortas a esperá-lo na
copa da árvore!
― Mas o que aconteceu? – ele perguntou, surpreso.
— Oh, Majestade! – disse a Moura Torta. – Foram tantas horas de espera, debaixo de sol e de
vento, que minha pele sensível não resistiu!
Anuar ficou completamente desorientado com aquilo, mas não suspeitou de nada. E, como já
havia prometido casamento a moça e comunicado ao reino todo sua decisão, não podia voltar atrás.
Assim, prosseguiu com a festa e casou-se com aquela mulher horrorosa.
Um dia depois do casamento, quando o jardineiro do palácio começou a trabalhar, viu pousar
numa planta uma linda pombinha, que começou a cantar:
—Ó bondoso jardineiro, se não se importa, me diga como passa o rei com sua?”
—Moura Torta!
E o jardineiro respondeu:
—Come bem e passa bem, passa vida regalada, tão serena e sossegada, como no mundo
ninguém!
A pombinha, tristemente cantou:
—Ai, pobres de nós, pombinhas, que comemos pedrinhas!
E depois saiu voando, desaparecendo do jardim.
O jardineiro, espantado, foi correndo comunicar ao rei o que acabava de ver e ouvir. Curioso,
Anuar lhe ordenou que tentasse agarrar aquela ave fantástica de qualquer forma.
No dia seguinte, à mesma hora, lá estava de novo a pombinha, pousada na mesma planta,
cantando:
—Ó bondoso jardineiro, se não se importa, me diga como passa o rei com sua Moura Torta!
E o jardineiro novamente respondeu:
—Come bem e passa bem, passa vida regalada, tão serena e sossegada, como no mundo
ninguém!
E a pombinha tornou a cantar:
—Ai, pobres de nós, pombinhas, que só comemos pedrinhas!
Mas desta vez, antes que ela fosse, o jardineiro ofereceu-lhe um laço de barbante, dizendo:
— Ponha o pé aqui, linda pombinha!
— Não – ela respondeu. – Meus pés não foram feitos para laços de barbante!
E depois voou, desaparecendo ao longe.
Novamente o jardineiro correu para contar ao rei tudo o que havia visto e ouvido. Anuar, cada
vez mais intrigado, ordenou-lhe que oferecesse à pombinha um laço de prata.
No dia seguinte, ela voltou a aparecer no jardim e, depois de fazer a pergunta de sempre e de
receber a mesma resposta do jardineiro, este ofereceu-lhe o laço de prata. Mas a pombinha novamente
recusou, dizendo que aquilo era muito pouco para ela.
No quarto dia, o rei mandou oferecer-lhe um laço de ouro, que também foi recusado. Só no
quinto dia, quando lhe foi oferecido um laço magnífico, todo cravejado de pérolas e diamantes, foi que a
pombinha aceitou que lhe prendessem o pé.
O jardineiro a levou então à presença de Anuar, que ficou encantado com a delicadeza da ave e
ainda mais porque ela podia realmente falar.
Prepararam-lhe então uma gaiola deslumbrante e a colocaram na sala do trono, onde todos os
dias o rei passava horas e horas a admirá-la e a alisar-lhe as penas.
Um dia, quando Anuar estava mais uma vez agradando sua avezinha, começou a afagar-lhe
delicadamente a cabeça até que, de repente, passou os dedos pelo alfinete que ali estava espetado.
— Pobrezinha! – disse ele, ao ver do que se tratava. – Quem pôde lhe fazer tamanha maldade?
E, penalizado, segurou-a com carinho, tirando, com muita paciência, tirou o alfinete da delicada
cabecinha. No mesmo instante, viu surgir à sua frente a linda jovem que havia encontrado às margens
do rio.
A moça contou-lhe então tudo o que havia acontecido naquele dia, enquanto esperava por ele
sentada nos galhos da árvore. E Anuar descobriu, horrorizado, que estava casado com uma feiticeira má
e invejosa. Anulou o casamento e, em seguida, casou-se com a linda jovem.
Para Moura Torta, reservou um castigo impiedoso: mandou que a prendessem em um barril
cheio de canivetes espetados, de fora para dentro, com as lâminas abertas. Depois, que a jogassem
montanha abaixo, para que rolasse pela ladeira. A Moura Torta já não vivia quando chegou ao pé da
montanha. Estava toda estraçalhada.
O rei Anuar e a esposa viveram anos e anos, sempre rodeados de felicidade.
........................................................................................................................................................................
.
Atividades :

1. Leitura do conto “A Moura torta”

2. EXPLORANDO A ESTRUTURA DO CONTO:

Os contos de fada possuem uma estrutura básica que não se altera. Observe as explicações no quadro a
seguir:

- Situação inicial: Apresentam as noções de tempo e espaço da narrativa; descreve-se a situação como
habitualmente vivem os personagens principais.
- Conflito: Um problema é introduzido à história, um fato ou uma situação nova muda a trama. Também
podem ser introduzidos novos personagens que vão gerar conflitos às personagens principais.
- Desenvolvimento: O desenvolvimento da narrativa envolve a intensificação o problema apresentado
anteriormente. As personagens são envolvidas em situações diversas e são obrigadas a agir para resolver
o conflito.
- Clímax: Esse é o momento de maior tensão da narrativa. Nessa etapa da história, o personagem
principal entra em confronto com o mal e luta para resolver o conflito. É o momento em que ocorre a
transformação, como resultado da luta do bem contra o mal, obviamente que o bem sempre vencerá.
- Desfecho (FINAL) : É a situação final da narrativa. Geralmente o príncipe casa com a princesa e a calma
volta a se instalar.

De acordo com a estrutura do texto narrativo , indique as partes do enredo do conto lido: Situação
Inicial ; Conflito ; Desenvolvimento; Clímax ; Desfecho.

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