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25 e 26 de setembro de 2014

AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA E ELEMENTAR DE MATERIAIS


CARBONOSOS DA INDÚSTRIA DE CARVÃO ATIVADO

A.B. BRUGNERA1*, G. de MACHADO2 e E.P. BANCZEK3.


1
Universidade Estadual do Centro - Oeste, Departamento de Química.
2
Uversidade Estadul do Centro – Oeste, Departamento de Engenharia Florestal.
3
Universidade Estadual do Centro-oeste, Departamento de Química.
* E-mail para contato: alibarbieri@hotmail.com

RESUMO: A preocupação mundial com a diminuição da emissão de gases de efeito estufa na


atmosfera terrestre em conjunto com leis ambientais mais severas tem provocado o estudos de
geração de energias renováveis, de fácil acesso, e com menor emissão de poluentes. Este trabalho
teve como objetivo principal caracterizar cavacos e carvão ativado por meio de Microscopia
Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS). Os cavacos
provem de um plantio energético de Pinus elliottii da cidade de Guarapuava e são queimados na
fornalha da caldeira para geração de vapor. O vapor gerado pela caldeira, em fornos apropriados, é
usado na ativação de carvão vegetal proveniente de pequenos produtores da região. A MEV
mostrou um aumento da porosidade do carvão com o processo de ativação e as análises de EDS
indicaram que tanto os cavacos como o carvão, sem e com ativação, não apresentam
contaminantes, tais como metais pesados, o que mostra a baixa toxidade desses materiais. Desta
forma, a queima de cavacos na caldeira bem como o processo de ativação do carvão vegetal não
apresentam riscos ambientais aparentes.

PALAVRAS-CHAVE: Carvão ativado, biomassa e bioenergia.

ABSTRACT: The worldwide concern with reducing the emission of greenhouse gases in the atmosphere
together with more stringent environmental laws has led the studies of renewable energy generation, easy
access, and with lower emissions. This work aimed to characterize chips and charcoal activated by Scanning
Electron Microscopy (SEM) and Energy Dispersive Spectroscop y (EDS). The chips come from an energy
plantation of Pinus elliottii and the Guarapuava are burned in the furnace of the boiler for steam generation.
The steam generated by the boiler, in appropriate furnaces, is used in the activation of charcoal from small
regional producers. A MEV showed an increase in the porosity of the coal with the activation process and
EDS analyzes indicated that both chips as coal, with and without activation have no contaminants, such as
heavy metals, which shows low toxicity of these materials . Thus, the burning of wood chips in the boiler as
well as the activation process of charcoal without apparent environmental risks.

KEYWORDS: Activated carbon, biomass and bioenergy papers.

1 - INTRODUÇÃO
Nações têm buscado aumentar a participação de fontes renováveis em sua matriz energética,
procurando desenvolver novas tecnologias que possibilitem aumentar a produção em massa de
alimentos, produtos industriais e reduzir a emissão de gases do efeito estufa. A biomassa de origem
florestal vem sendo foco de vários estudos no Brasil e no mundo, sendo de fácil acesso no Brasil e
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disponível localmente a custos competitivos, pois apresenta potencial para a geração de energia e
vantagens para a redução de gases que provocam o efeito estufa.
Dentre as fontes de biomassa florestal utilizadas, a madeira se destaca pelo seu potencial de
uso na sua forma in natura (lenha), até em produtos processados na forma sólida (carvão vegetal)
ou liquida (óleos condensados da pirolise), bem como no aproveitamento de resíduos da atividade
florestal (restos de podas, galhos) ou industrial (briquetes e pellets). A possibilidade de sua
exploração ou plantio, sem que haja dependência exclusiva de combustíveis fosseis, é outra
vantagem da madeira como fonte energética.
Caldeiras são equipamentos que utilizam a queima de combustíveis tais como biomassa na
forma de lenha, cavacos e serragem para produzir vapor. No processo de ativação do carvão
vegetal, material rico em carbono, o vapor liberado pela caldeira, em condições específicas, atua
como um agente de ativação em fornos apropriados. CUNHA et al. ( 1989).
O carvão vegetal provém da carbonização, processo térmico que eleva o teor de carbono da
madeira de aproximadamente 50% para mais de 80% no carvão vegetal. A carbonização é um
processo de pirólise lenta, que ocorre na faixa de temperatura de 300 a 400°C; gerando gases como
CO, CO2, H2,CH4 bem como uma fração líquida rica em ácidos orgânicos (ácido pirolenhoso) e
uma fração sólida, que recebe o nome de carvão vegetal. A Produção de carvão vegetal no Brasil é
de significativa importância econômica e se desenvolve basicamente de duas maneiras: tradicional,
empregando madeira de florestas nativa, usualmente cortada para a transformação da área florestal
em agrícola; e moderna, carbonizando madeira de florestas plantadas KRONKA (2005).
O carvão ativado é produzido através da carbonização da madeira seguida de ativação. Suas
características são influenciadas, sobretudo, pelo material precursor e pelo método utilizado na sua
preparação BEZZON&LOENG (1994). O carvão ativado é um produto de grande valor comercial,
sendo usado como adsorvente, como catalisador ou como suporte de catalisador. Em áreas de
tratamento de efluentes é usado na adsorção em fase líquida, por exemplo, na adsorção de
moléculas orgânicas que causam sabor, odor e toxicidade à água LETTERMAN (1999).
Materiais ricos em carbono podem ser ativados para aumento de sua porosidade. Os carvões
ativados são materiais carbonosos porosos que apresentam uma forma microcristalina, não
grafítica, obtido de carvões vegetais que sofreram um processamento para aumentar a porosidade
interna. Uma vez ativado, o carvão apresenta uma porosidade interna comparável a uma rede de
túneis que se bifurcam em canais menores e assim sucessivamente. Esta porosidade diferenciada é
classificada segundo o tamanho em macro, meso e microporosidades. O carvão ativado é
caracterizado conforme sua forma física em pulverizado (pó) e granulado, sendo estes muito
aplicados industrialmente. A aplicação industrial dos materiais carbonosos porosos se baseia
principalmente em suas propriedades como textura e em sua natureza química, portanto, a
caracterização destes materiais é de grande importância. BEZZON (1998)

2- OBJETIVOS
Esta pesquisa tem como objetivo principal avaliar a morfologia superficial e a ocorrência de
metais pesados, por meio de Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de
Energia Dispersiva (EDS), dos cavacos de Pinus elliottii utilizado na geração de energia térmica
pela caldeira e do carvão ativado pelo vapor gerado por esta caldeira.

3 - MATERIAIS E MÉTODOS
25 e 26 de setembro de 2014

3.1 – Coleta das amostras

Foram coletadas amostras de cavacos de Pinus elliottii, carvão vegetal ativado e de resíduos
do processo de ativação. O carvão vegetal passa, inicialmente, por um processo de peneiramento
para separação do material mais fino (resíduo). Após o peneiramento, o material mais grosso é
usado no processo de ativação. As amostras foram coletadas na empresa Brascarbo agroindustrial
Ltda.

3.2 – Microscopia eletrônica de varredura

A caracterização morfológica foi realizada por microscopia eletrônica de varredura (MEV),


no microscópio Tescan modelo vegas 3. Foram analisadas três amostras sendo elas de cavacos
usados como combustível de caldeira com ampliação de imagem de 500 vezes, amostra do material
mais fino (resíduo) que não sofreu ativação e representa o carvão vegetal de origem com ampliação
de imagem de 1500 vezes e por fim, amostra de carvão ativado (produto final) com ampliação de
1500 vezes.

3.3 - Espectroscopia de energia dispersiva (EDS)

A análise por EDS é uma ferramenta muito importante do MEV para a caracterização de
materiais metálicos e semicondutores, pois permite ao pesquisador identificar a composição
elementar da amostra, mesmo que qualitativamente, em pontos específicos da imagem CRUZ et al.,
(2006). Em materiais orgânicos, o EDS pode identificar a presença de metais pesados o que
contribui na avaliação da toxicidade e de provável impacto ambiental no uso de cavacos em
processos de combustão e do carvão ativado.

3.4 - Procedimento

As amostras foram fixadas por meio de fita condutora de dupla face no mostrador Quórum
Q150R do aparelho. Depois que esta fita foi fixada no aparelho, as amostras foram espalhadas na
forma de pó sobre a fita condutora, em seguida foi removido o excesso e repetido este processo
duas vezes. As amostras foram metalizadas com ouro e analisadas.

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

O cavaco é um material utilizado como combustível da caldeira, para a geração de vapor,


vapor este que é utilizado na ativação de carvão em fornos de ativação. A micrografia da amostra
de cavaco é apresentada na Figura 1, à esquerda seguido do Espectro de EDS, à direita.
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Figura 1 – Micrografias obtidas por MEV e espectros de EDS para a amostra de cavaco.

Observa-se pela micrografia que o cavaco é um material de relativa porosidade e de


superfície heterogênea. Os cavacos são armazenados no pátio coberto da empresa, onde se localiza
também a caldeira, e posicionados próximos à fornalha da caldeira, o que garante sua secagem
prévia antes de serem queimados. Sendo a combustão uma reação química heterogênea, entre o
combustível e o oxigênio do ar, a porosidade do cavaco favorece as trocas gasosas e aumenta a
superfície de contato entre os reagentes, favorecendo a queima limpa. Com o espectro de EDS é
possível detectar as quantidades de metais presentes na amostra de cavaco, sendo o teor de
oxigênio 66.04%, de alumínio 3.68%, de silício 4.35%, de potássio 0.70%, de cálcio 0.94, titânio
0.45%, ferro 3.05%, molibdênio 7.77%, estanho 0.00, e o ouro 18.03, proveniente do tratamento
da amostra. Desta forma, observa-se pela análise de EDS que não há presença significativa de
metais pesados, o que torna o material de baixíssima toxidade.
As micrografias das amostras de resíduo de carvão vegetal, A, que representa o carvão
vegetal original, e de carvão ativado, B, são apresentadas na Figura 2.

(A) (B)
Figura 2 - Micrografias obtidas por MEV de amostras (A) resíduo de carvão vegetal e (B) carvão após processo
de ativação. Aumento 1500 vezes.

A ativação é feita com vapor d´água gerado pela caldeira, em fornos de ativação, a uma
temperatura que varia de 800 a 1100 ºC. Por meio da comparação entre as Figuras 2A e 2B pode
ser observado que a ativação promove um aumento na porosidade do material, principalmente a
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porosidade interna. Diferenças no tamanho dos poros também podem ser observadas, sendo esta
porosidade diferenciada classificada segundo o tamanho em macro, meso e microporosidades. O
aumento da porosidade promove um aumento da área superficial interna, onde ocorre a adsorção e,
quanto maior for esta superfície, maior será a eficiência da adsorção. O tamanho e forma dos poros
também influenciam na seletividade da adsorção através do efeito de peneira molecular.
As amostras foram avaliadas também quanto à composição química elementar e os
espectros de EDS são apresentados na figura 3.

Figura 3 - Espectros de EDS do resíduo de carvão vegetal, à esquerda e após o processo de ativação,
à direita.

Os espectros de EDS apresentam a composição elementar dos materiais e pode ser


observado que diversos elementos estão presentes, os quais foram quantificados e os resultados
estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1 – Composição elementar dos carvões não ativado e ativado.


Amostra O% Mg% Al% Si% Cl% K% Ca% Mn% Cu% Mo% Sn%
Não
39.05 0.59 1.23 1.46 -  2.11 4.86 0.71 1.25 7.38 0.00
ativado
Ativado 54.33 1.54 0.79 0.34 0.96 2.37 5.50 0.79 0.47 4.69 0.17

De acordo com os dados obtidos pelos EDS pode se verificar que houve um aumento na
quantidade de oxigênio, magnésio, potássio, cálcio, manganês, estanho e cloro. E uma diminuição
de alumínio, silício, cobre e molibdênio da amostra não ativada para amostra ativada. Porém, assim
como na composição elementar dos cavacos, observa-se a não ocorrência de metais pesados
tóxicos, os quais, se presentes, poderiam inviabilizar a aplicação do carvão vegetal tanto para
ativação quanto para aplicação do carvão ativado.

5 - CONCLUSÕES

A caracterização por microscopia eletrônica de varredura permitiu determinar que houve


um aumento nos poros no carvão vegetal após o processo de ativação. A ativação aumenta a área
interna desse carvão, fazendo com que esse material seja mais eficiente, quando utilizado para
adsorção. Por meio da análise por EDS, foi constatado que o cavaco, carvão vegetal e carvão
ativado não possuem metais pesados em sua composição.

6- AGRADECIMENTOS
25 e 26 de setembro de 2014

Agradecimento à UNICENTRO, à empresa Brascarbo e ao Mestrado em Bioenergia pela


realização desta pesquisa.

7 - REFERÊNCIAS

Bezzon, G. – Avaliação de possíveis impactos energéticos e ambientais derivados da introdução de


novas tecnologias para obtenção eficiente de carvão, vegetal e carvão ativado./guilherme Bezzon –
Campinas; SP; {s,n],1998.

BEZZON, G.,LOENG, C.A – Carvão vegetal derivado de resíduos agroflorestais; uma alternativa
energética. In: II congresso de planejamento energético, UNICAMP, dezembro 1994.

CRUZ, H.; GONZALEZ, C.; JUÁREZ A.; HERRERA, M.; JUAREZ J. Quantification of the
microconstituents formed during solidification by the Newton thermal analysis 60 method. Journal
of Materials Processing Technology, v 178, n 1-3, p. 128-134, 2006.

CUNHA, M.P.S.C.; PONTES, C.L.F.; CRUZ, I. A.; CABRAL, M. T. F. D.; CUNHA NETO,
Z.B.; BARBOSA, A.P.R. Estudo químico de 55 espécies lenhosas para geração de energia em
caldeiras. In: 3º encontro Brasileiro em madeiras e em estruturas de madeira: Anais, v.2, p. 93-
121, São Carlos, 1989.

ELIAS, C.A. - 1961 - Fabricação de Carvão Vegetal. Serviço de Informação Agrícola - Ministério
da Agricultura. 43 p.

KRONKA, F. J. N.; BERTOLANI, F.; PONCE, R.H. A cultura do Pinus no Brasil. Páginas e
Letras, 2005. 156 p.

NOGUEIRA, L.A.H.; LORA, E.E.S. Dendroenergia: fundamentos e aplicações. Rio de Janeiro:


interciência, 2.ed 199p. 2003.

VASQUE, G. A; NOGUEIRA, N.A; KIRCHNER, F. F;M BERGER, R. Uma síntese para a


contribuição do gênero Pinnus para o desenvolvimento sustentável no sul do Brasil. Floresta,
Curitiba, Pr, v. 37, n. 3, set./dez.2007.

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