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ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DA CINZA DE CASCA DE ARROZ SEM

QUEIMA CONTROLADA COMO ADIÇÃO MINERAL AO CONCRETO


Sâmara Ferreira dos Santos1 (IC), Luana de Almeida Moreira2 (IC),
Ladir Antonio da Silva Junior (PQ)1
1Universidade do Estado de Minas Gerais – Unidade de João Monlevade.

Palavras-chave: Concreto. Resíduo. Sustentabilidade. Viabilidade.


Introdução
Dentre os resíduos gerados pela agroindústria está a cinza de casca de arroz (CCA), oriunda do processo
de beneficiamento de arroz. Este resíduo pode apresentar altas porcentagens de sílica, caracterizada pela estrutura
de dióxido de silício (SiO2), na qual evidencia sua propriedade pozolânica. Tal característica se dá após a queima
controlada da casca de arroz, que em geral é utilizada na construção civil em argamassas, podendo então reduzir
o consumo de cimento Portland (CP) nas misturas de concreto visando a sustentabilidade no ramo da construção
civil (BEZERRA et al., 2011), uma vez que, em um contexto ambiental, a produção de CP faz da indústria
cimenteira uma das maiores emissoras de dióxido de carbono (CO2) no mundo (BENHELAL et al., 2013).
Portanto, essa pesquisa propôs avaliar o potencial de uma CCA sem controle de queima, como material
pozolânico na substituição parcial do cimento para confecção do concreto. Os objetivos dessa pesquisa foram
contemplados em substituir 10%, 15% e 20% do CP, em massa, pela CCA na mistura do concreto, avaliar a
trabalhabilidade em cada uma das misturas, bem como, no estado endurecido, a resistência à compressão e
indicadores de durabilidade, através de ensaios de absorção em determinadas idades.
Metodologia
O processo metodológico consistiu através de um programa experimental, em ensaios de caracterização
da CCA e dos agregados constituintes do concreto, além da análise de propriedades mecânicas do concreto com
CCA, através de ensaios de compressão axial de corpos de provas cilíndricos com dimensões de 10 cm de
diâmetro e 20 cm de altura, nas idades de 7 dias, 28 dias e 56 dias, conforme a norma NBR 5739 (2018). Para
isso, foi definido um traço referência com resistência característica à compressão (resistência de dosagem Fc30)
de 30 MPa (TCRef.). A partir desse traço, foram realizados novos traços, com a substituição parcial do CP por
CCA, em massa, em 10% (TCCA10), 15% (TCCA15) e 20% (TCCA20). Além disso, foram realizados testes de
absorção de água por imersão, segundo a norma NBR 9778 (2009), aos 28 dias e 56 dias, para todos os traços
analisados.
Resultados e discussão
Analisando os resultados de caracterização da CCA e do CP utilizado, conforme a Tabela 1, através do
ensaio B.E.T (Brunauer, Emmett, Teller) e granulometria a laser, pode-se observar que a CCA possui
granulometria e superfície específica superior à do CP. Conforme a Figura 1, obtida através da análise de
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), a CCA estudada possui superfície porosa e irregular, que caracteriza
maior área superficial. As características físicas observadas para a CCA proporcionam ao concreto uma maior
demanda de água de amassamento.
Figura 1 - Morfologia da amostra de CCA analisada Tabela 1- Resultados de caracterização
Adsorção de Nitrogênio (m²/g)
CCA Cimento LIZ
60,062 0,475
Perda ao fogo (%)
CCA Cimento LIZ
16 3,94
Granulometria
Ø analisado (%) (μm)
10 18,42
50 54,55
90 74,99
Fonte: LEAI CTec UEMG (2018). Fonte: os autores (2019).

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O concreto com CCA teve sua trabalhabilidade afetada no estado fresco, sendo que o abatimento no
ensaio de slump test foi nulo para os traços TCCA10 e TCCA15, enquanto no TCRef foi igual a 80 mm. Os
resultados apresentados na Figura 2 (a) indicam que a CCA utilizada, apresenta baixa propriedade pozolânica.
Entretanto, os corpos de prova com a CCA apresentaram um percentual de ganho de resistência à compressão
na idade de 28 dias maior que o TCRef, e, aos 56 dias, o TCCA10 atingiu a resistência característica de
dosagem, porém ainda abaixo da resistência característica do TCRef. Este fato se justifica através dos estudos
de Mehta e Monteiro (2014) e outros autores salientando que as reações pozolânicas ocorrem em taxas mais
lentas em relação as reações normais de hidratação do CP o que implica num ganho de resistência lento.
Em relação aos ensaios de indicadores de durabilidade, na Figura 2 (b), os concretos com CCA
apresentaram maior teor de absorção de água que o concreto de referência. Com a evolução da idade de cura,
observam-se para os concretos, reduções na sua absorção de água. O TCCA10 obteve aos 56 dias de cura uma
redução na absorção de água de 2,4% em relação à idade de 28 dias, e o TCCA15 uma redução de 1,79%. Esta
redução de absorção de água, se dá pelo efeito pozolânico e de enchimento da CCA, que de acordo com Givi
et al. (2010) embora seja baixo, é notório sua atribuição nos resultados. Assim, nessa pesquisa não se constatou
os benefícios técnicos da CCA, sem queima controlada, nas propriedades mecânicas e de durabilidade do
concreto.
Figura 2 – (a) Resultados de resistência a compressão e (b) absorção de água por imersão
(a) (b) 10,00 8,94
56 dias
21,224,6
34,9 39 7,49 7,31 7,96 7,82 8,01
Índice de absorção (%)

8,00
5,67 6,17
Idades em dias

18,522,5
28 dias 27,5 6,00
41
9,4 13,9 4,00
7 dias 17,3 28,8
2,00
0,0 15,0 30,0 45,0
Resistência em MPa 0,00
TCref TCCA10 TCCA15 TCCA20

TCCA20 TCCA15 TCCA10 TCRef 28 dias 56 dias

Fonte: os autores (2019).


Conclusões
A CCA estudada é composta por grande parte cristalina e pouca amorfa, o que prejudica a atividade
pozolânica. A trabalhabilidade das misturas dos concretos com CCA pode ter sido o principal fator que acarretou
nas perdas de desempenho observadas para os concretos TCCA10, TCCA15 e TCCA20. A baixa trabalhabilidade
tende a proporcionar ao concreto uma estrutura mais porosa, ocasionando em queda de desempenho mecânico.
A resistência à compressão diminuiu e a absorção de água aumentou com o teor de utilização da CCA nas misturas
de concreto.
Agradecimentos
Agradecemos a Universidade do Estado de Minas Gerais Unidade de João Monlevade pela infraestrutura.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 5739: Concreto – Ensaios de compressão de corpos-
de-prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 9778: Argamassa e concreto endurecidos -
Determinação da absorção de água por imersão - Índice de vazios e massa específica. Rio de Janeiro, 2009.
BENHELAL, E.; ZAHEDI, G.; SHAMSAEI, E.; BAHADORI, A. Global strategies and potentials to curb CO2 emissions in
cement industry. Journal of Cleaner Production. 51. 142–161. 10.1016/j.jclepro.2012.10.049, 2013.
BEZERRA, I. M. T.; SOUZA, J.; CARVALHO, J. B. Q.; NEVES, G. A. Aplicação da cinza da casca do arroz em argamassas de
assentamento. Rev. bras. eng. agríc. ambient., Campina Grande, v. 15, n. 6, p. 639-645, June 2011.
GIVI, A. N.; RASHID, S. A.; AZIZ, F. N.A. A.; SALLEH, M. A. M. Assessment of the effects of rice husk ash particle size
on strength, water permeability and workability of binary blended concrete. Construction and Building Materials, v. 24,
n. 11, p. 2145-2150, 2010.
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto Microestrutura, Propriedade e Materiais. 2ª Ed, IBRACON. ISBN.:978-85-
98576213. Português, p. 751. 2014.

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