Вы находитесь на странице: 1из 180

Física

Física
Introdução à Física

Física
Desde a pré-história, o Homem sempre procurou entender os fenômenos naturais que o cercam e a partir do
momento em que conseguiu dominar alguns deles como o FOGO, começou a fazer Ciência. Os Gregos, como Aristóteles,
Demócrito e Arquimedes, contribuíram muito para aumentar o conhecimento da Humanidade, utilizando principalmente
as observações dos fenômenos da Natureza.

Ciência: Totalidade dos conhecimentos adquiridos sobre a natureza e a sociedade, logicamente articulados. É
um processo dinâmico e em constante evolução.

Na Grécia Antiga, o termo “Física” (physiké) compreendia os fenômenos que ocorrem na Natureza de uma
maneira geral. Daí ter sido esta ciência, durante muito tempo, denominada “Filosofia Natural”.
Os fenômenos que estudaremos não precisam ser necessariamente complexos: o movimento de qualquer objeto,
as ondas formadas na superfície da água por uma pedra, um bloco de gelo derretendo, a água fervendo para fazer um
ótimo café ou a luz produzida por uma lâmpada que foi acesa são excelentes exemplos que observamos diariamente.

Neste primeiro momento, nosso objetivo será GRANDEZA FÍSICA: TUDO QUE PODE
estudar um dos vários ramos da Física: a MECÂNICA, que SER MEDIDO OU COMP ARADO
COMPARADO E
em termos muito simples, estudará os movimentos e as ASSOCIADO A UMA UNIDADE DE MEDIDA.
condições em que eles se realizam, sempre relacionando
três grandezas físicas fundamentais: o comprimento, a Durante nosso estudo da Mecânica, iremos falar de
massa e o tempo. muitas grandezas físicas, como por exemplo comprimento,
Por falar em grandezas físicas, é importante massa, tempo, velocidade, aceleração, força, energia, torque
lembrar o grande italiano Galileu Galilei, que afirmava que e muitas outras.
“éé preciso medir o que é mensurável e tornar Quando medimos o comprimento
comprimento, que é uma
mensurável aquilo que não o é.” grandeza física, podemos utilizar várias unidades de medida,
Para tornar mais clara, a frase de Galileu, precisamos como o quilômetro, o metro ou o centímetro. A mesma
saber que mensurável é tudo aquilo que pode ser medido; coisa acontece com a massa
massa, que pode ser expressa em
logo, uma grandeza física é algo que pode ser medido, grama, quilograma e tonelada, bem como com o tempo
associado a um valor numérico e a uma unidade de medida. que aparecerá em segundos, minutos, horas, dias, e muitas
outras.
Dentre as várias unidades possíveis, para cada
grandeza física, apenas uma foi escolhida como padrão no

EBR FISICA MOD I AULA 01.pmd 1 23/3/2004, 12:13


Introdução à Física
Sistema Internacional de Unidades (SI) e será muito CINEMÁTICA
Física

utilizado na Física, apesar de muitas vezes não coincidir com


a unidade mais conhecida para cada grandeza. No início do estudo da cinemática, existe a
necessidade de conhecermos alguns conceitos
fundamentais:

Movimento – Repouso e Referencial:

Na Física, costumamos dizer que movimento e


repouso são conceitos relativos, observe a figura abaixo:
É sempre interessante relembrar algumas relações
entre as várias unidades de medida:

DIVISÕES DA MECÂNICA

Didaticamente dividimos a Mecânica em três partes:


Quando analisamos a criança em relação a sua irmã,
Cinemática
Cinemática: estuda o movimentoz sem considerar podemos dizer que está em repouso, mas quando fazemos
suas causas, isto é, sem se preocupar com o que o produziu. isso em relação ao poste ao lado da estrada, dizemos que
ambas estão em movimento. Portanto, antes de afirmarmos
se um corpo está em repouso ou em movimento, devemos
escolher um referencial e somente depois verificar qual a
situação do corpo.

Definição de repouso:

Um corpo está em repouso em relação a um


referencial quando sua posição não muda no
decorrer do tempo
tempo.

Definição de movimento:

Um corpo está em movimento em relação a


Estática
Estática: estuda os corpos em equilíbrio. um referencial quando sua posição muda no
decorrer do tempo.

Obs.: Um mesmo corpo pode estar em repouso em


relação a um referencial e em repouso em relação a outro.

Trajetória:

Todos os dias, quando você sai de casa e vai até seu


trabalho ou sua escola, percorre um trajeto fixo. Se
pudermos demarcar todos os pontos percorridos por você,
Dinâmica
Dinâmica: Estuda os movimentos dos corpos e as estaremos definindo sua trajetória.
causas que os originam, isto é as forças.
A trajetória de um corpo em movimento
pode ser definida como a linha formada por todos
os pontos por onde esse corpo passa.

EBR FISICA MOD I AULA 01.pmd 2 23/3/2004, 12:13


Introdução à Física
De acordo com a trajetória, os movimentos recebem Imagine que os policiais receberam a informação que

Física
os seguintes nomes: um carro sofreu um acidente no km 50 e que necessita de
socorro imediato. Uma viatura sai do posto, e encontra o
Movimento Retilíneo – A trajetória é uma linha carro com problemas no km 50, isto é, a 50 km do início
reta. da rodovia ou km 0, que é chamado de origem da trajetória.
Portanto, a posição do carro acidentado é a distância em
que ele se encontra do início da rodovia, ou seja, da sua
origem.

Movimento Curvilíneo – A trajetória é um tipo de


curva.

0 (origem da trajetória) sentido

km 0 km 50

Definição de espaço:

O espaço (s) é a medida algébrica da distância


entre a posição ocupada pelo móvel e a origem
dos espaços.

Obs.: A trajetória de um corpo depende do referencial Unidades do espaço:


que é adotado:
Nas rodovias a mais utilizada é km
km, mas na Física,
usamos muito a unidade do Sistema Internacional de
Unidades, que como vimos é o metro (m m ).

Deslocamento Escalar:

Para entender com facilidade o conceito de


Deslocamento Escalar, vamos observar a figura abaixo, que
ilustra o percurso feito pelo carro da polícia, saindo do posto,
até chegar ao carro acidentado.

Para o homem que está observando a bomba cair, a


trajetória descrita é uma curva, mas, para o piloto do avião,
a trajetória é retilínea, pois a bomba está se distanciando
dele em um movimento vertical, como se ele estivesse
parado e a bomba se afastando na vertical.

Posição em uma trajetória


Certamente você já reparou que os policiais
rodoviários que estão nas viaturas utilizam o rádio para se
comunicarem com o posto central. Também já deve ter
observado que existe nas rodovias os “marcos
quilométricos”, no formato de pequenas placas que são
fixas nas laterais destas rodovias.
3

EBR FISICA MOD I AULA 01.pmd 3 23/3/2004, 12:13


Introdução à Física
Neste caso, podemos afirmar que o espaço inicial é Relação entre as unidades:
Física

igual a so = 0 e o espaço final é s = 50 km.


1 km/h = 1000m/3600s = 1m/3,6s logo 1 m/s =
Definição de deslocamento escalar: 3,6 km/h

O deslocamento escalar (∆s) é a diferença algébrica Regra prática:


entre os espaços relativos às posições final e inicial.
De km/h para m/s → divida por 3,6
Esquematicamente:
De m/s para km/h → multiplique por 3,6
∆s = s − s0
Logo, para o exemplo do carro de polícia: ∆ss = s - Exemplos:
s o = 50 – 0 = 50 km. a) 72 km/h = 72/3,6 = 20 m/s
b) 30 m/s = 30.3,6 = 108 km/h
Velocidade Média:
Velocidade Instantânea:
Suponha que durante uma viagem de carro entre duas
cidades, você, por pura curiosidade, marcou o horário de Certamente, durante o percurso da viagem de ônibus,
saída (8h) e o de chegada (11h). Sabendo que a distância a velocidade foi variável. Em cada instante, o velocímetro
entre as cidades é 180 km, facilmente é capaz de calcular a registra essas diferentes velocidades, que são conhecidas
velocidade média do carro durante todo o percurso. como velocidade instantânea. Pode-se dizer que o
Geralmente dizemos que é só dividir a distância pelo tempo velocímetro é um medidor de velocidade instantânea.
e teremos a resposta, mas o estudo da Física exige mais
rigor e substituímos a distância pelo deslocamento escalar e
o tempo por um intervalo de tempo.

Definição de velocidade média:

V elocidade escalar média (v m ) é definida


como sendo a razão entre o deslocamento escalar
( ∆ s) e o intervalo de tempo ((∆ t), gasto nesse
deslocamento. Definição:

Matematicamente: É a velocidade do móvel em um determinado


instante de tempo.
∆s s − s0
Vm = =
∆t t − t 0 Aceleração Escalar Média

No exemplo da viagem, o deslocamento escalar é Nos anúncios de carros novos, uma das características
igual a 180 km e o intervalo de tempo igual a 3h; portanto mais utilizadas pelo fabricante para vender seu produto é
a velocidade média foi igual a 60 km/h, o que não significa dizer o valor de sua aceleração. A maioria das pessoas já
que durante toda a viagem o carro estava sempre a possui um conhecimento prévio desta grandeza, mas muitas
60 km/h. Certamente em alguns momentos essa vezes não conhece o conceito correto. Para a Física,
velocidade foi muito superior e em outros chegou a ser aceleração escalar média é uma grandeza física que indica o
nula, quando o motorista parou para um lanche. quanto varia a velocidade escalar em um certo intervalo de
tempo.
Unidades da Velocidade Média:

No Sistema Internacional, a unidade da velocidade é


m/s
m/s, apesar de no cotidiano a unidade mais utilizada ser o
km/h
km/h, que é encontrada em praticamente todos os
velocímetros de carros e motos.
4

EBR FISICA MOD I AULA 01.pmd 4 23/3/2004, 12:13


Introdução à Física
Matematicamente:

Física
∆v v − v 0
am = =
∆t t −t0
Pelo que foi exposto, podemos concluir que um carro
parado no semáforo com o motorista pisando no Utilizando a expressão, retiramos a unidade no
acelerador, ou um ônibus que viaja em uma estrada plana Sistema Internacional:
com velocidade constante de 80 km/h, NÃO possuem
aceleração; mas o mesmo carro ao arrancar com o sinal No S.I., a unidade de aceleração é m/s/s = m/s²
verde até atingir 100 km/h ou o ônibus que na descida é
freado, e diminui sua velocidade de 80 km/h para
70 km/h agora possuem aceleração.

Definição:

A aceleração escalar média mede a rapidez


com que acontecem variações na velocidade de
um corpo em um certo intervalo de tempo.

EBR FISICA MOD I AULA 01.pmd 5 23/3/2004, 12:13


Introdução à Física
Física

0 1 Exercício Resolvido: 0 2 Um corpo em movimento possui uma velocidade de


2m/s e, após 10 s, observa-se que passou para 22 m/s.
Um ônibus passa pelo km 30 de uma rodovia às 6h, e às Calcule a aceleração escalar média desse corpo.
9h e 30 min passa pelo km 240. Qual a velocidade
escalar média desenvolvida pelo ônibus nesse intervalo Solução:
de tempo? A variação da velocidade é:
∆v = v - vo = 22 – 20 = 20 m/s
Solução:
O intervalo de tempo é:
O deslocamento escalar é: ∆s = s - so = 240 – 30 ∆t = 10 s
= 210 km
A aceleração escalar média será:
O intervalo de tempo será: ∆t = t - to = 9 h 30 min -
6 h = 3 h 30 min = 3,5 h a m = ∆v/ ∆t = 20 / 10 = 2 m/s²

Logo: Observação:
vm = ∆s = 210 km = 60 km/h
∆t 3,5 h am = 2 m/s² significa que a velocidade do objeto aumenta
2 m /s a cada 1 s .

0 1 Se um ônibus durante uma viagem entre duas cidades, 0 5 Um ciclista profissional, em treinamento, pedalou
distantes 400 km, gasta exatamente 5 horas, qual o valor 5000 m, mantendo uma velocidade constante de 36
de sua velocidade média? km/h. Calcule o intervalo de tempo, em segundos, gasto
para percorrer essa distância.
0 2 Durante uma viagem de carro, você observa que passou
pelo km 20, às 7 h e pelo km 170, às 10h. No km 100, 0 6 Um fabricante de veículos anuncia que seu carro faz do
uma pequena parada de 10 minutos foi feita para repouso até atingir 108 km/h em apenas 10 segundos.
descanso. Determine a velocidade escalar média no Determine em unidades do S.I. a aceleração escalar média
intervalo de tempo das 7 h às 10 h. deste carro.

0 7 Um carro com velocidade constante de 90 km/h, trafega


0 3 Um motociclista percorre 54 km em 30 minutos. por uma avenida, quando, em um certo instante, o
Determine sua velocidade escalar média, expressando-a motorista percebe o sinal vermelho à sua frente.
em km/h e m/s Imediatamente aciona os freios, parando em 5 segundos.
Determine a aceleração adquirida pelo carro em m/s² e
diga o significado do sinal negativo encontrado.
0 4 Em uma corrida, um atleta percorre 3600 m em 12
minutos. Determine sua velocidade escalar média em
m/s e km/h.

0 1 (UNB-DF) Um estudante de Física foi aferido por seu II. Um cachorro que acabou de fazer xixi num poste se
professor da seguinte forma: “A Terra está em movimento afasta dele. O poste está em repouso em relação ao
ou em repouso?”. cachorro, pois não pode segui-lo.
Obteve como resposta: “Depende do referencial III. Um ponto material qualquer está em movimento em
adotado”. relação a um determinado referencial quando sua posição
A esse respeito, julgue os itens a seguir. nesse referencial varia no decurso do tempo.

I. Um passageiro que viaja sentado numa poltrona em um


trem em movimento está em repouso quando o sistema
de referência é o próprio trem.
6

EBR FISICA MOD I AULA 01.pmd 6 23/3/2004, 12:13


Introdução à Física
0 2 (UFMS) Um corredor percorre 0,2 km em linha reta, 0 6 (FEI-SP) Um carro faz uma viagem de 200 km a uma

Física
em um intervalo de tempo de 6,0 minutos. Qual é a sua velocidade média de 40 km/h. Um segundo carro,
velocidade média em km/h? partindo uma hora mais tarde, chega ao ponto de destino
no mesmo instante que o primeiro. Qual é a velocidade
a) 1 b) 2 c) 3 média do segundo carro?
d) 4 e) 5
a) 45 km/h b) 50 km/h c) 55 km/h
0 3 (ESPM-SP) A distância da faculdade até a zona leste da d) 60 km/h e) 80 km/h
cidade é de 24 km. Considerando a velocidade máxima
permitida de 80 km/h, quantos minutos, no mínimo,
uma pessoa deve gastar no percurso em trânsito 0 7 (UNICENP-PR) Um objeto percorre 250 m de um
completamente livre? trajeto com uma velocidade média de 25 m/s e os 50 m
restantes com uma velocidade média de 10 m/s.
a) 10 b) 12 c) 14 Determine a velocidade média no percurso total.
d) 16 e) 18
a) 12,5 m/s b) 15 m/s c) 17,5 m/s
0 4 (Cesgranrio-RJ) Uma pessoa, correndo, percorre 4,0 d) 20 m/s e) 22,5 m/s
km com velocidade escalar média de 12 km/h. O tempo
do percurso é de:
0 8 (Unisinos -RS) Quando um motorista aumenta a
a) 3,0 min b) 8,0 min c) 20 min velocidade escalar de seu automóvel de 60 km/h para
d) 30 min e) 33 min 78 km/h em 10 s, ele está comunicando ao carro uma
aceleração escalar média, em m/s², de:
0 5 (PUC-MG) Num passeio promovido pelo Jeep Clube
de Minas Gerais, o navegador recebe uma planilha em a) 18 b) 0,2 c) 5
que se diz que um trecho de 10 km deve ser percorrido d) 1,8 e) 0,5
a velocidade média de 30 km/h. Se o veículo iniciar o
trajeto às 11 h 00 min, ele deverá chegar ao final do 0 9 (FGV-SP) Um avião parte do repouso e depois de 20 s
referido trecho às: decola com velocidade de 360 km/h. Admitindo-se
constante a aceleração, qual o seu valor, em m/s²?
a) 11 h 30 min
b) 11 h 10 min a) 2 b) 5 c) 10
c) 12 h 40 min d) 18 e) 72
d) 11 h 20 min
e) 14 h 00 min

(UFPE) Durante o teste de desempenho de um novo a) 50 b) 65 c) 72


modelo de automóvel, o piloto percorreu a primeira d) 80 e) 92
metade da pista na velocidade média de 60 km/h e a
segunda metade a 90 km/h. Qual a velocidade média
desenvolvida durante o teste completo, em km/h?

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

EBR FISICA MOD I AULA 01.pmd 7 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniforme
Física

No nosso cotidiano, é muito comum exemplos de vários tipos de movimento. Basta olharmos para qualquer lugar
e sempre observaremos alguém ou algo se deslocando. Neste momento, interessa-nos um destes movimentos em
especial, o Movimento Uniforme. Para entendermos um pouco melhor, imagine alguns exemplos:
1- Um ônibus que em um trecho curto da viagem consegue manter a velocidade constante de 80 km/h.
2- Um avião, no meio do caminho entre Porto Alegre e Recife, onde o piloto automático é ligado e a velocidade se mantêm
constante em 350 km/h.
3- Um metrô em movimento entre duas estações, após adquirir sua velocidade máxima, a mantém constante durante certo
tempo em 36 km/h, até se aproximar da próxima estação onde precisará diminuir essa velocidade até parar por completo.

Poderíamos citar vários outros exemplos, mas já podemos observar que em todos eles, sempre citamos que
durante um certo tempo (para nós é mais correto dizer: intervalo de tempo), a velocidade do objeto se manteve constante,
isto é, não mudou. Todos esses movimentos são, portanto, exemplos de Movimento Uniforme.

Na linguagem popular, todas as vezes que usamos o Definição do Movimento Uniforme


termo uniforme
uniforme, lembramos de crianças na escola com
seus uniformes ou operários nas fábricas uniformizados e Concluímos rapidamente que o móvel em Movimento
prontos para o trabalho. Procurando o termo no dicionário, Uniforme realiza deslocamentos iguais (∆s), em intervalos
encontraremos: “Vestimenta padronizada para determinada de tempo iguais(∆t).
categoria de indivíduos ou algo que só tem uma forma, é
semelhante, análogo, idêntico, ou ainda, algo que não varia”. Observe o exemplo abaixo:
Para a Física, esse “algo que não varia” é a parte
importante. Dizemos então que se não varia permaneceu
constante
constante, não se modificou. Certamente você já deve
ter associado que estamos nos referindo à velocidade
escalar do objeto em movimento, pois em todos os
exemplos esta foi a grandeza que se manteve constante. Fig. 01 – Esfera em movimento uniforme.

EBR FISICA MOD I AULA 02.pmd 1 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniforme
Podemos facilmente construir uma tabela do espaço Lembrando que ∆t = t – t0, isto é, tempo final

Física
(s) em função do tempo (t). menos tempo inicial e que costumamos sempre considerar
t0 = 0 s, podemos escrever:

s − s0 = v .t ou s = s0 + v .t
Ta b e l a 1 – E s p a ç o e m f u n ç ã o d o t e m p o p a r a u m m ó v e l Na equação so (espaço inicial) e v (velocidade), são
em movimento uniforme.
constantes enquanto que s (espaço final) e t (tempo final)
são variáveis.
Percebemos que o espaço inicial (so), isto é, aquele
onde o móvel se encontra quando começamos a estudá-
Classificação dos movimentos:
lo, quando t = 0 s, é igual a 2 m e que a cada segundo que
passa, a esfera percorreu 4 m. Significa dizer que sua
Na Cinemática, uma das classificações dos
velocidade foi constante e igual a 4 m/s.
movimentos é quanto à orientação desse movimento sobre
a trajetória.
O movimento é chamado de Progressivo quando
CONCLUSÕES SOBRE O MOVIMENTO o móvel se desloca a favor da orientação positiva da
UNIFORME trajetória
trajetória. Neste caso, o espaço referente às suas posições
crescem no decorrer do tempo, seu deslocamento escalar
1. Em intervalo de tempos iguais, o móvel realiza é positivo e sua velocidade escalar também.
deslocamentos iguais.
2. Para qualquer instante de tempo, a velocidade instantânea
é sempre igual à velocidade média do móvel.
3. A aceleração de um móvel em Movimento Uniforme é
nula, pois não houve variação na velocidade.
4. Se a trajetória for uma linha reta, o movimento é chamado
de Movimento Retilíneo e Uniforme (MRU).

Função Horária do Espaço

Todos os movimentos na Física são associados a Fig. 03 – Movimento Progressivo.


expressões matemáticas. Quando essa expressão relaciona
o tempo, dizemos que se trata de uma função horária
horária.
Portanto, a função horária do espaço deve relacionar o
O movimento é chamado de Retrógrado
Retrógrado, quando
tempo com o espaço percorrido ou deslocamento
o móvel se desloca contra a orientação positiva da
escalar de um móvel em movimento.
trajetória
trajetória. Neste caso, o espaço referente às suas posições
decresce no decorrer do tempo, seu deslocamento escalar
é negativo e sua velocidade escalar também.

Fig. 02 – Móvel deslocando-se em movimento uniforme,


do espaço inicial s0 para o espaço final s.

Dedução da equação

Como no movimento a velocidade instantânea é Fig. 04 – Movimento Retrógrado.


sempre igual à velocidade média, podemos escrever:
Gráficos do Movimento Uniforme:
∆s
v = → ∆s = v . ∆t
∆t Uma das maneiras que a Física utiliza para representar
um movimento é utilizando diagramas ou gráficos, parecidos
com aqueles que você aprendeu na matemática.
2

EBR FISICA MOD I AULA 02.pmd 2 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniforme
Como a função horária dos espaços é uma função Generalizando, podemos dizer que, para o
Física

do 1º grau, o gráfico correspondente é sempre uma reta Movimento Uniforme, as propriedades gráficas são:
inclinada e o gráfico da velocidade é sempre uma reta paralela
ao eixo do tempo.

Gráfico 1 – Espaço em função do tempo e velocidade em função do Observação para o aluno:


tempo no movimento uniforme.
Caso tenha dificuldade em calcular a Área ou entender
a definição de tangente de um ângulo, é momento de parar
Conclusões importantes sobre os gráficos do um pouco com a Física e pedir algumas explicações para o
Movimento Uniforme professor de Matemática, que poderá auxiliá-lo neste ponto.

A área abaixo do diagrama v x t representa


numericamente o deslocamento escalar
escalar..
A tangente do ângulo a, no diagramas x t é
numericamente igual a velocidade escalar
escalar..

O conhecimento das grandezas Velocidade elocidade,


Deslocamento e Intervalo de T empo é de muita
Tempo
utilidade para interpretar notícias como esta: “O Eurostar,
trem que liga Paris a Londres, estabeleceu ontem um novo
recorde de velocidade ferroviária no Reino Unido ao atingir
os 334,7 km/h. Esta nova marca foi alcançada em um
novo trecho de grande velocidade (75 quilômetros), entre
o túnel sob o Canal da Mancha e a localidade Britânica de
Graves End. Os trens circularão por esse trecho a partir
de 28 de setembro, com uma redução de 20 minutos no
trajeto, que passará a durar 2 horas e 35 minutos.”
Jornal Gazeta do Povo PR 31/07/2003

EBR FISICA MOD I AULA 02.pmd 3 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniforme

Física
0 1 Um móvel em MU obedece à função horária dos espaços e) Como a velocidade é constante e igual a 4 m/s para o
s = 2 + 4.t, em unidades do Sistema Internacional (SI). exemplo, o gráfico v x t é uma reta paralela ao eixo do
tempo.
a) Qual sua posição inicial?
v (m/s)
b) Qual sua velocidade?
c) Construa uma tabela do espaço ocupado pelo móvel de
0 a 3 segundos.
d) O movimento é progressivo ou retrógrado? Justifique.
e) Desenhe o gráfico v x t (Velocidade x Tempo) para o
4
movimento.
f) Desenhe o gráfico s x t (Posição x Tempo) para o
movimento. A
SOLUÇÃO: 0 1 2 3 t (s)

a) A posição inicial é aquela em que t = 0s. Logo, f) O gráfico s x t pode ser construído com base nos valores
substituindo t por zero na função horária temos: da tabela do item c:

s = 2 + 4.0 = 2 m
s (m)
b) Por simples comparação com a função horária do
movimento uniforme, concluímos que sua velocidade é 14
igual a 4 m/s, pois:
s = so + v.t
s = 2 + 4.t
10

c) Substituindo o tempo na função horária, obtemos 6


facilmente a tabela abaixo:
2
0 1 2 3 t (s)

d) Progressivo, pois os espaços crescem no decorrer do


tempo.

0 1 A tabela abaixo ilustra as funções horárias de partículas 0 2 Um móvel realiza um movimento uniforme, que
1-
em Movimento Uniforme, com unidades expressas no obedece à seguinte função horária: s = 5 + 2.t, com
Sistema Internacional de Unidades. Complete-a com o unidades expressas no Sistema Internacional de Unidades.
espaço inicial, velocidade das partículas e classificação Determine para o movimento do móvel:
(progressivo ou retrógrado). a) o espaço inicial.
b) a velocidade escalar instantânea.
c) o espaço após 20 s.
d) o deslocamento escalar após 20 s.
e) o instante em que o móvel passa pela posição s = 95 m.

0 3 Um móvel realiza um movimento uniforme, que


obedece à seguinte função horária: s = 20 – 2.t, com
unidades expressas no Sistema Internacional de

EBR FISICA MOD I AULA 02.pmd 4 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniforme
Unidades. Determine para o movimento do móvel: 0 6 Um ônibus em Movimento Uniforme e Retilíneo faz
Física

a) o espaço inicial. uma viagem em 3 horas. O gráfico abaixo ilustra a


b) a velocidade escalar. velocidade escalar em função do tempo.
c) o espaço após 5 s. Determine o deslocamento escalar efetuado pelo ônibus
d) o deslocamento escalar após 5 s. durante a viagem.
e) o instante em que passa pela origem dos espaços. v (m/h)

0 4 A tabela abaixo, ilustra os espaços ocupados por um


60
móvel em Movimento Retilíneo, em função do tempo.

Para este móvel, determine:


a) sua função horária do espaço;
b) o valor de Z. 0 30 t (h)

0 7 Dois motociclistas A e B percorrem uma mesma pista


0 5 O gráfico representa o movimento de um móvel em
retilínea representada pelo eixo orientado, ilustrado
Movimento Retilíneo e Uniforme.
abaixo.
s (m)

20

No início da contagem dos tempos, suas posições são


s0A = 10 m e s0B = 80 m. Ambos percorrem a pista no
sentido positivo do eixo com velocidades constantes e
0 10 t (s) iguais a vA = 30 m/s e vB = 20 m/s. Determine:
Determine:
a) o instante em que A alcança B.
a) o espaço inicial;
b) a posição do encontro em relação ao marco zero da
b) a velocidade escalar;
pista.
c) a função horária do espaço.

0 1 (U. São Francisco-SP) Um movimento uniforme é 0 2 (MACK-SP) Um móvel desloca-se segundo o diagrama
descrito por: s = 20 + 5.t, onde s está em metros e t da figura. A função horária do movimento é:
em segundos. O espaço inicial, a velocidade e o tipo de s
movimento serão, respectivamente:

a) 20 m, 5 m/s, movimento progressivo; 20


b) 5 m, 20 m/s, movimento progressivo;
c) 20 m, 5 m/s, movimento retrógrado;
d) 5 m, 20 m/s, movimento retrógrado;
e) 20 m, 5.t m/s, movimento progressivo.

0 10 t
a) s = 20 - 2.t
b) s = 20 – t²
c) s = - t²
d) s = 20 + 2.t
e) s = - 2.t
5

EBR FISICA MOD I AULA 02.pmd 5 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniforme
0 3 (FATEC-SP) A tabela fornece, em vários instantes, a 0 5 (FUVEST-SP) Um automóvel faz uma viagem em 6 horas

Física
posição s de um automóvel em relação ao km zero da e sua velocidade escalar varia em função do tempo,
estrada em que se movimenta. aproximadamente como mostra o gráfico.

t (h) 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0

s (km) 200 170 140 110 80 50

A velocidade escalar média do automóvel na viagem é:

a) 35 km/h b) 40 km/h c) 45 km/h


A função horária que nos fornece a posição do automóvel, d) 48 km/h e) 50 km/h
com as unidades fornecidas, é:
a) s = 200 + 30t 0 6 (UnB-DF) Qual é o tempo gasto para que uma
b) s = 200 - 30t composição de metrô de 200 m, a uma velocidade de
c) s = 200 + 15t 180 km/h, atravesse um túnel de 150 m, expressando
d) s = 200 - 15t sua resposta em segundos?
e) s = 200 - 15t²
a) 5 b) 6 c) 7
0 4 (UFPA) O gráfico representa os deslocamentos de duas d) 8 e) 9
partículas, A e B. Pela interpretação do gráfico, podemos
garantir que: 0 7 (U. E. Sudoeste da Bahia – BA) Dois móveis A e B
percorrem uma mesma trajetória e suas posições são
dadas, a partir da mesma origem dos espaços, por sA =
- 30 + 10.t e sB = - 10 – 10.t (com s em
metros e t em segundos). O instante e a posição de
encontro são iguais, respectivamente, a:

a) 1 s e – 20 m
b) 2 s e – 10 m
c) 3 s e – 40 m
d) 4 s e 20 m
e) 5 s e – 60 m
a) as partículas partem de pontos diferentes com velocidades
diferentes; 0 8 (UFRN) Um trem parte de Natal com destino a Recife às
b) as partículas partem de pontos diferentes com a mesma 6 h, com velocidade constante de 60 km/h. Uma hora
velocidade; depois, parte de Natal, numa linha paralela, um segundo
c) as partículas partem de pontos diferentes com velocidades trem, mantendo uma velocidade constante de 75
distintas e conservam suas velocidades; km/h. Sabendo que a distância Natal-Recife é de 300
d) as partículas partem do mesmo ponto com a mesma km, podemos afirmar que:
velocidade;
e) as partículas partem do mesmo ponto com velocidades a) o segundo trem ultrapassará o primeiro a 70 km de
diferentes. Recife;
b) o segundo trem ultrapassará o primeiro a 80 km de
Recife;
c) o segundo trem ultrapassará o primeiro a 100 km de
Recife;
d) o segundo trem ultrapassará o primeiro a 120 km de
Recife;
e) os dois trens chegarão a Recife ao mesmo tempo.

EBR FISICA MOD I AULA 02.pmd 6 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniforme
Física

(PUC-RS) Dois trens, A e B, de 200 m e 250 m de


comprimento, respectivamente, correm em linhas a) 10 s b) 25 s c) 36 s
paralelas com velocidades de 18 km/h e 27 km/h, em d) 40 s e) 50 s
sentidos opostos. O tempo que decorre desde o
instante em que começam a se cruzar até o instante
em que termina o cruzamento é de:

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................
7

EBR FISICA MOD I AULA 02.pmd 7 23/3/2004, 12:13


Variado
Movimento Uniformemente Variado

Física
A maioria dos movimentos observados em nosso cotidiano são classificados como variados,
isto é, movimentos onde o módulo da velocidade escalar varia no decorrer do tempo. Neste caso,
a aceleração escalar
escalar,, estudada anteriormente, é de fundamental importância. Nas corridas de
automóveis ou motos, na decolagem de um avião ou durante seu pouso ou simplesmente na queda
livre de um objeto de determinada altura, os movimentos variados podem ser observados.

Neste momento, estamos interessados em um tipo Neste caso, a velocidade aumentou seguindo uma
especial de movimento variado, o chamado movimento regra fixa, sempre 4 m/s a cada segundo, o que significa
uniformemente variado
variado. afirmar que a aceleração foi constante e igual a 4 m/s².
Para tentar diferenciar os dois, observe o desenho
abaixo, que representa o movimento de um corpo a cada 1 Definição de Movimento Uniformemente
segundo: Variado:

1 m/s 5 m/s 11 m/s 7 m/s Movimento Uniformemente V ariado é aquele


Variado
em que a velocidade escalar varia uniformemente
Figura 01: Movimento Variado e a aceleração escalar é constante e não nula.
Observe que a velocidade aumentou e diminuiu sem
aparentemente nenhuma regra especial, sendo, portanto, MOVIMENTO ACELERADO E RETARDADO:
classificado apenas como movimento variado
variado.
Um movimento uniformemente variado pode ser
Se essas variações na velocidade se processam de classificado como acelerado ou retardado
retardado.
um modo perfeitamente regular, ou seja, para intervalos de O movimento é chamado de acelerado quando o
tempos iguais, as alterações na velocidade escalar sejam módulo de sua velocidade escalar aumenta no decorrer do
iguais, o movimento será denominado Uniformemente tempo. Observe a figura abaixo.
Variado (MUV). Observe o desenho abaixo.

1 m/s 5 m/s 9 m/s 13 m/s

Figura 01: Movimento Uniformemente Variado

EBR FISICA MOD I AULA 03.pmd 1 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniformemente Variado
O movimento é chamado de retardado
retardado, quando o
Física

módulo de sua velocidade escalar diminui no decorrer do No 2º gráfico, a velocidade é decrescente no decorrer
tempo. Observe a figura abaixo. do tempo; portanto, a aceleração é negativa. O movimento
é retardado pois a<0 e v>0 v>0. A ordenada em que a reta
corta o eixo vertical representa a velocidade inicial.
Figura 04: movimento retardado.
FUNÇÃO HORÁRIA DOS ESPAÇOS
Observação:
O deslocamento escalar ∆S pode ser obtido por meio
Quando a trajetória é uma linha reta, o movimento é da área do gráfico v x tt, conforme mostrado a seguir.
denominado Movimento Retilíneo Uniformemente
Variado (MRUV).

Função Horária da Velocidade

Em todos os movimentos, a Física sempre utiliza


relações matemáticas. Neste caso, iremos estabelecer uma
lei que fornecerá o valor da velocidade do móvel (v), em
função do tempo (t), isto é, uma função v = f(t).
Figura 06: Gráfico v x t no MUV, destacando a área sob o gráfico,
que representa numericamente o deslocamento escalar.
Como a aceleração no movimento é constante,
precisamos lembrar o conceito de aceleração média:

∆v v − v 0 De acordo com o cálculo da área do trapézio,


am = a = =
∆t t − t0 obtemos a segunda função horária do movimento:
∆s = Área

→ adotando to = 0 e isolando v na relação acima, s – s0 = ( v + v0 ) . t


facilmente obtemos: 2

v = v0 + at Substituindo a função horária da velocidade, temos:

onde: v = velocidade final (m/s) s = s0 + (v0 +a t + v0 ) . t


vo = velocidade inicial (m/s) 2
a = aceleração (m/s²)
t = tempo (s) s = s0 + (2v0.t +a t² )
2
Essa expressão é denominada função horária da
velocidade escalar no Movimento Uniformemente Simplificando, temos a função horária dos espaços:
Variado, v0 e a são constantes e a cada valor de t corresponde
um valor de v. at 2
s = s0 + v 0t +
Como a função é do 1º grau, o gráfico correspondente 2
é uma reta ascendente ou descendente. Observe os gráficos:

onde: s = espaço final (m)


so = espaço inicial (m)
vo = velocidade inicial (m/s)
a = aceleração (m/s²)
t = tempo.(s)

Figura 05: Gráficos da velocidade em função do tempo no MUV


MUV..

No 1º gráfico, a velocidade é crescente no decorrer


do tempo; portanto, a aceleração é positiva. O movimento
é acelerado pois a>0 e v>0 v>0. A ordenada em que a reta
corta o eixo vertical representa a velocidade inicial.
2

EBR FISICA MOD I AULA 03.pmd 2 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniformemente Variado
Como esta função é do 2º grau, o seu gráfico é uma Torricelli isolou o tempo na 1ª equação e a substituiu

Física
parábola. Sua concavidade pode estar voltada para cima ou na 2ª, obtendo a seguinte relação matemática:
para baixo, dependendo do sinal da aceleração escalar:
v2 = v02 + 2a.∆s

onde: v = velocidade final (m/s)


vo = velocidade inicial (m/s)
a = aceleração (m/s²)
∆s = deslocamento escalar (m)

GRÁFICO DA ACELERAÇÃO EM
Figura 07: Gráficos do espaço em função do tempo para o MUV
MUV..
FUNÇÃO DO TEMPO

Se a aceleração é positiva, a concavidade da parábola Como nesse movimento a aceleração é sempre


é para cima; se a aceleração é negativa, a concavidade é constante e não nula, o gráfico da aceleração em função do
voltada para baixo. tempo é sempre uma reta paralela ao eixo do tempo e
O vértice da parábola sempre representa o instante possui as seguintes formas:
de tempo em que o móvel inverte o sentido de seu
movimento, isto é, sua velocidade torna-se nula
instantaneamente e logo depois inverte de sinal.
Quando a parábola apresentar interseções com o eixo
dos tempos significa que o móvel nestes instantes passa
pela origem da trajetória.
A intersecção da parábola com o eixo dos espaços
representa o espaço inicial (s0).

EQUAÇÃO DE TORRICELLI Figura 08: Gráficos da aceleração em função do tempo para o MUV
MUV..

No 1º caso, a aceleração é positiva e a reta é paralela


e acima do eixo do tempo. No 2º caso, a aceleração é
negativa e a reta paralela está abaixo do eixo do tempo.

Movimento Vertical no Vácuo

Quando soltamos um objeto de determinada altura,


e desprezamos o efeito da resistência do ar, sua velocidade
aumenta de maneira uniforme, devido à ação de uma
aceleração constante, que é denominada aceleração
gravitacional ou aceleração da gravidade
gravidade, representada
pela letra g e que vale, nas proximidades da superfície
terrestre, aproximadamente g = 9,80665 m/s².

Em muitos casos, o deslocamento escalar é g


relacionado às variações ocorridas com a velocidade escalar.
Uma situação típica é o fato de necessitarmos conhecer a h
velocidade de um móvel em um certo ponto de sua
trajetória, sem a necessidade do conhecimento do tempo.
Neste caso, é conveniente evitarmos as funções horárias e
analisarmos diretamente a relação entre o espaço e a
velocidade, desenvolvida por Evangelista Torricelli (1608 – Figura 09: Representação do movimento de um objeto solto da
altura h, em relação ao solo.
1647), matemático e físico italiano, discípulo de Galileu
Galilei e que se notabilizou pela descoberta da Pressão Observação:
Atmosférica e do Barômetro - instrumento medidor de
pressão. Muitas vezes, para simplificar os cálculos, adotamos
g=10 m/s².

EBR FISICA MOD I AULA 03.pmd 3 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniformemente Variado
Este movimento na vertical, realizado nas proximidades
Física

da superfície terrestre, desprezando a resistência do ar, onde MUV


MUV:: QUED
QUEDAA LIVRE:
a velocidade inicial é nula (v0 = 0), é denominado Queda
Livre, e seu estudo é idêntico ao Movimento v = v0 + a.t → v = g.t
Uniformemente Variado, sendo válidas todas as funções
horárias, equações e gráficos descritos anteriormente.
s = s0 + v0.t + a.t² → s = s0 + g.t²
Como a aceleração da gravidade é sempre constante 2 2
e a velocidade inicial é nula, podemos escrever as equações
deste movimento da seguinte forma: v² = v0² + 2.a.∆s → v² = 2.g.∆s

É muito comum encontrarmos anúncios de jornais Jornal Gazeta do Povo – Ctba – PR 17 de agosto de
ou revistas especializadas sobre carros, com reportagens 2003.
sobre carros novos, citando uma série de números, sendo
alguns já significativos para nós. Observe o texto abaixo:
“A nova motorização 1.4 gera ao novo Celta 85
cavalos a 5.800 rpm. Com este motor, atinge a velocidade
máxima de 161 km/h e acelera de zero a 100 km/h em
12,3 segundos”.

0 1 Um móvel em movimento tem a velocidade em função 0 2 Partindo do repouso, um avião de grande porte precisa
do tempo representada pela tabela abaixo. atingir uma velocidade de 360 km/h para decolar.
Supondo que a aceleração da aeronave seja constante e
t (s) 0 1 2 3 4 que o tempo total para decolagem seja igual a 25 s,
determine:
v (m/s) 1 3 5 7 9
a) o valor da aceleração em m/s².
Para este móvel, determine: b) o comprimento mínimo da pista.
a) se o movimento é variado ou uniformemente variado, c) construa o gráfico v x tt.
justificando sua resposta.
b) a função horária da velocidade. Solução:
c) a velocidade após 20 s. Dados:
d) se o movimento é acelerado ou retardado no instante vo = 0
4s. so = 0
v = 360 km/h = 100 m/s
Solução: t = 25 s

a) O movimento é uniformemente variado, pois a a) v = vo + a.t


velocidade aumenta sempre o mesmo valor (2 m/s ) 100 = 0 + a.25
a cada segundo que passa, logo a = 2 m/s². a = 100/25 = 4 m/s²
b) Como a velocidade inicial é v0 = 1 m/s e a aceleração a
= 2 m/s², podemos escrever a função horária da b) s = so + vo . t + a.t² / 2
velocidade v = v0 + a . t como: v = 1 + 2.t; s = 0 + 0 . 25 + 4.25² / 2
c) Substituindo o tempo de 20 segundos na função horária s = 2 . 625 = 1250 m
temos: v = 1 + 2.20 = 1 + 40 = 41 m/s ou
d) No instante 4 s, a aceleração é positiva e a velocidade v² = vo² + 2a.∆s
também; logo, o movimento é classificado como 100² = 0² + 2.4. ∆s
acelerado. 10.000 = 8.∆s
∆s = 10.000 / 8 = 1250 m

EBR FISICA MOD I AULA 03.pmd 4 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniformemente Variado
c) v (m/s)

Física
100

0 25 t (s):

0 1 A velocidade de um móvel em Movimento Retilíneo e 0 5 Uma locomotiva inicia a travessia de uma ponte com
Uniformemente Variado, obedece à função horária v = velocidade de 18 km/h. A partir deste instante, é acelerada
2 + 3.t, com as unidades no Sistema Internacional. Para uniformemente à razão de 1 m/s², atingindo a velocidade
este móvel, determine: de 54 km/h no momento em que acaba sua passagem
pela ponte. Determine, para este movimento:
a) a velocidade escalar inicial e a aceleração escalar.
b) a velocidade 10 segundos após o inicio do movimento. a) o comprimento da ponte.
c) se o movimento é acelerado ou retardado no instante b) o tempo de travessia.
10 s.
0 6 Um avião, no início da pista para levantar vôo, acelera ao
0 2 O espaço de um móvel em Movimento Retilíneo e receber autorização da torre, conforme indica o gráfico
Uniformemente Variado obedece à função horária abaixo.
S= 4 + 3.t + 2.t², com unidades no Sistema v (m/s)
Internacional. Para este móvel, determine:

a) o espaço inicial. 100


b) a velocidade escalar.
c) a aceleração escalar.
d) o espaço ocupado após 2 segundos de movimento.

0 3 Um móvel, realizando um Movimento Retilíneo


Uniformemente Variado, parte da origem da trajetória,
com velocidade inicial de 2 m/s e, após 10 segundos, 0 20 t (s)
sua velocidade atinge o valor de 32 m/s. Determine:
Para o movimento do avião sobre a pista, determine:
a) a aceleração escalar do móvel neste movimento.
b) a função horária da velocidade neste movimento. a) a aceleração escalar.
c) a função horária dos espaços para o movimento deste b) a função horária da velocidade.
móvel. c) a velocidade 10 s após o início do movimento.

0 4 Um carro encontra-se com velocidade constante de 72 0 7 O gráfico a seguir representa o espaço percorrido por
km/h em uma estrada retilínea, quando o motorista vê um objeto em Movimento Retilíneo Uniformemente
um obstáculo 100 m à sua frente, acionando Variado, em função do tempo.
imediatamente os freios. Determine:
a) a desaceleração mínima, constante, que deverá ter o carro
para evitar o acidente.
b) o tempo de duração da freada.

EBR FISICA MOD I AULA 03.pmd 5 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniformemente Variado
0 8 Uma pedra é abandonada em Queda Livre do alto de um
Física

prédio de 80 m de altura. Considerando a aceleração da


gravidade no local igual a g = 10 m/s² e desprezando os
efeitos da resistência do ar, calcule:

a) o tempo de queda da pedra.


b) a velocidade escalar com que atingirá o solo.

Para este movimento determine:

a) o espaço inicial.
b) o instante em que o objeto inverte o sentido de seu
movimento.
c) o instante em que o objeto passa pela origem da trajetória.
d) o sinal da aceleração do objeto.

0 1 (F. C. M. Volta Redonda - RJ) A equação horária do 0 4 (PUC - PR) Um móvel parte do repouso e desloca-se
movimento de um móvel é dada por s = 12 - 2.t + 4.t². em movimento retilíneo sobre um plano horizontal. O
A equação da velocidade escalar desse móvel será: gráfico representa a aceleração (a) em função do tempo
(t). Sabendo-se que no instante t = 0 a velocidade do
a) v = 12 - 2t móvel é nula, calcular a velocidade no instante t = 5 s.
b) v = 8t - 2
c) v = 2 + 4t
d) v = -2 + 2t
e) v = 12 - 4t

0 2 (U. E. Londrina - PR) - Um móvel efetua um movimento


retilíneo uniformemente variado obedecendo à função
horária s = 10 + 10.t - 5,0.t², onde o espaço s é
medido em metros e o instante t em segundos. A a) 36 m/s
velocidade do móvel no instante t = 4,0 s, em m/s, vale: b) 6 m/s
c) 24 m/s
a) 50 b) 20 c) 0 d) 15 m/s
d) - 20 e) - 30 e) 30 m/s

0 3 (FUVEST - SP) - Um veículo parte do repouso em 0 5 (FEI-SP) Um móvel tem movimento com velocidade
movimento retilíneo e acelera a 2 m/s². Pode-se dizer descrita pelo gráfico abaixo.
que sua velocidade e a distância percorrida, após 3 s, v (m/s)
valem, respectivamente:
10
a) 6 m/s e 9 m
b) 6 m/s e 18 m
c) 3 m/s e 12 m
d) 12 m/s e 36 m
e) 2 m/s e 12 m
0 10
5 t (s)

EBR FISICA MOD I AULA 03.pmd 6 23/3/2004, 12:13


Movimento Uniformemente Variado
Após 10 s, qual será sua distância do ponto de partida? 0 8 (UEPB) Dois automóveis, A e B, deslocam-se um em

Física
direção ao outro numa competição. O automóvel A
a) 500 m b) 20 m c) 75 m desloca-se a uma velocidade de 162 km/h; o automóvel
d) 25 m e) 100 m B, a 108 km/h. Considere que os freios dos dois
automóveis são acionados ao mesmo tempo e que a
06 (UFRGS) Um automóvel que anda com velocidade escalar velocidade diminui a uma razão de 7,5 m/s, em cada
de 72 km/h é freado de tal forma que, 6,0 s após o início segundo. Qual é a menor distância entre os carros A e B
da freada, sua velocidade escalar é de 8,0 m/s. O tempo para que eles não se choquem?
gasto pelo móvel até parar e a distância percorrida até
então valem, respectivamente: a) 135 m b) 60 m c) 210 m
d) 195 m e) 75 m
a) 10 s e 100 m
b) 10 s e 200 m 0 9 (UEL-PR) Um corpo é abandonado a partir do repouso
c) 20 s e 100 m e atinge o chão com velocidade de 20 m/s. Considerando
d) 20 s e 200 m g = 10 m/s², o corpo caiu da altura de:
e) 5 s e 150 m
a) 200 m b) 100 m c) 50 m
07 (UFSC) Um carro está a 20 m de um sinal de tráfego d) 20 m e) 10 m
quando este passa de verde a amarelo. Supondo que o
motorista acione o freio imediatamente, aplicando ao 1 0 (UECE) Uma pedra, partindo do repouso, cai de uma
carro uma desaceleração de 10 m/s², calcule, em km/h, altura de 20 m. Despreza-se a resistência do ar e adota-
a velocidade máxima que o carro pode ter, antes de frear, se g = 10 m/s². A velocidade da pedra ao atingir o solo
para que ele pare antes de cruzar o sinal. e o tempo gasto na queda, respectivamente, valem:

a) 36 b) 54 c) 72 a) v = 20 m/s e t = 2 s
d) 90 e) 108 b) v = 20 m/s e t = 4 s
c) v = 10 m/s e t = 2 s
d) v = 10 m/s e t = 4 s

(UFPR) Dois automóveis, A e B, partem simulta- a) 100 m


neamente de um mesmo ponto, com direções b) 5000 m
perpendiculares entre si. O móvel A tem velocidade c) 710 m
constante e igual a 10 m/s; o móvel B, movimento d) 50 m
uniformemente acelerado, partindo do repouso com e) 71 m
aceleração de 4 m/s². A distância entre os dois móveis,
após 5 s, será, aproximadamente, de:

..........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................
7

EBR FISICA MOD I AULA 03.pmd 7 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA:: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
DINÂMICA
Física

Quando empurramos um carro, arrastamos uma caixa, saltamos ou pulamos algum obstáculo, estamos exercendo
forças nesses corpos. Em todos esses casos, há relação entre as forças que estão agindo e as alterações que sofre o
estado de movimento do corpo em questão. Nosso objetivo neste momento é tentar explicar as causas dos movimentos,
estudando o conceito de força e as Leis de Newton
Newton.

A preocupação do homem em tentar explicar as XI: "Queremos agradecer à pessoa que tornou possível
causas dos movimentos dos corpos terrestres e celestes essa viagem: Isaac Newton".
remonta há pelo menos A Mecânica Clássica ou Newtoniana
Newtoniana, continua
2000 anos. Mas foi Isaac válida até hoje para explicar as causas dos movimentos.
Newton
Newton, que nasceu na Estudaremos as três Leis de Newton, mas antes é
Inglaterra no dia do Natal necessário conhecer o conceito de força.
do ano de 1642, quem
primeiro apresentou uma FORÇA
teoria que realmente
explicava as causas do Chutar, amassar, puxar, empurrar, deformar,
movimento. Publicou no arremessar, segurar, bater, são ações muito comuns em
ano de 1686 seu principal nossas vidas e que estão associados à grandeza física força.
trabalho: Princípios Até hoje, não temos uma definição exata desta grandeza,
Matemáticos da mas, com facilidade, podemos observar suas causas e seus
Filosofia Natural
Natural. Sua efeitos. O físico francês Henry Poincaré (1854-1912),
contribuição foi de fez sua tentativa: "A idéia de força é uma noção primitiva,
enorme importância para o desenvolvimento da Física, a tal irredutível e indefinível. Ela deriva de uma noção de esforço,
ponto de receber uma homenagem da tripulação da Apolo que nos é familiar desde a infância".
1

EBR FISICA MOD I AULA 04.pmd 1 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
Já Isaac Newton escreveu: "Uma força imprimida é O grande problema das grandezas vetoriais é quando

Física
uma ação exercida sobre um corpo a fim de alterar seu precisamos somá-las, pois não podemos proceder da
estado, seja de repouso, ou de movimento". mesma forma que fazemos com as grandezas escalares
como a massa. Se comprarmos na feira 3 kg de banana e 4
Atualmente, vários cientistas, afirmam que: kg de maçã, certamente a massa total será de 7 kg. O mesmo
raciocínio não é válido se estivermos lidando com forças.
Força é um agente físico que surge da interação Imagine uma força de 3 N aplicada sobre um corpo por
entre no mínimo dois corpos, capaz de produzir uma pessoa e outra força de 4 N aplicada por outra pessoa
alterações em seu estado de movimento (variações de sobre o mesmo corpo. Agora não podemos mais afirmar
velocidade) ou deformação. que certamente a força resultante total será 7 N. Como
iremos observar nos exemplos abaixo, somente em um
No Sistema Internacional, a unidade de força é caso especial isso será verdade.
Newton (NN): uma força de 1 N é a força que aplicada a um
corpo de 1 kg, provoca uma aceleração de 1 m/s².
a = 1 m/s²

F=1N m = 1 kg
Figura 01: Força de 1 N sendo aplicada em um corpo de 1 kg.

Outra unidade que também é utilizada é o quilograma-


força, cujo símbolo é kgf : 1 kgf é aproximadamente igual a
10 N.

Como a força é uma grandeza vetorial, será 3 + 4 = 7 !!!


representada por vetores e necessita , além da intensidade
(valor numérico + unidade de medida), de uma direção e
de um sentido para ficar completamente caracterizada.

VETOR
O vetor é representado por um segmento de reta
orientado, com uma origem em um ponto O e uma
extremidade em um ponto E. Podemos obter facilmente F1 + F2 = ???
sua intensidade, direção e sentido.
a) Intensidade é determinada pelo comprimento do
segmento.
b) Direção é determinada como sendo a mesma da reta
suporte do segmento
c) Sentido é determinado pela seta colocada na extremidade
do segmento.
3 + 4 = 5 ???

ou

3 + 4 = 7 ???

Vamos tratar apenas de duas forças sendo aplicadas


FFigura
igura 02: Vetor força sobre uma reta suporte rr..
Vetor
sobre um mesmo corpo. Mesmo assim, temos vários
casos, entre os quais podemos destacar:
A grandeza vetorial que o vetor representa é indicada
por uma letra com uma pequena seta em cima, para 1º caso
representar o vetor. Por exemplo:
→ → → Quando o ângulo α entre as forças for igual a 0º,
Força ( F ) , Velocidade (v), Aceleração (a) isto é, forças com mesma direção e sentido:

EBR FISICA MOD I AULA 04.pmd 2 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
Agora que já sabemos o que é uma força e como
Física

devemos proceder para somar várias forças, podemos


iniciar o estudo das Leis de Newton.

Primeira Lei de Newton ou Princípio da


Inércia
Figura 03: Soma de duas forças que formam 0º.
Você certamente já observou casos que ajudam a
explicar a Primeira Lei de Newton ou Princípio da Inércia
Ex: Se F1 = 3 N e F2 = 4 N , a resultante será:
quando um cavalo pára bruscamente na frente de um
R = 4 + 3 = 7 N.
obstáculo e o cavaleiro continua seu movimento por inércia,
2º caso ou quando um ônibus arranca bruscamente e você, sem
estar seguro, cai, sendo jogado para trás. Outro exemplo
Quando o ângulo α entre as forças for igual a 180º, ocorre em uma colisão automobilística, onde o carro pára
isto é, forças com a mesma direção mas sentidos opostos: bruscamente e o motorista continua seu movimento por
inércia, sendo seguro pelo cinto de segurança e pelo air-
bag, dispositivos que impedem que ele colida com o painel
ou seja arremessado através do pára-brisas.

Figura 04: Soma de duas forças que formam 180º.

Ex: Se F1 = 4 N e F2 = 3 N , a resultante será:


R=4-3=1N

3º caso

Quando o ângulo α entre as forças for igual a 90º,


isto é, as forças forem perpendiculares:

Quando Newton escreveu sobre a 1ª Lei, afirmou:


"A força inata da matéria, é um poder de resistir, através do
qual todo o corpo, estando em um determinado estado,
Figura 05: Soma de duas forças que formam 90º.
mantém esse estado, seja ele de repouso ou de movimento
uniforme em linha reta".
Ex: Se F1 = 3 N e F2 = 4 N , a resultante, aplicando
o Teorema de Pitágoras será: Podemos tentar simplificar, afirmando que um corpo,
R² = 3² + 4² = 9 + 16 logo, livre da ação de forças ou com resultante nula, ou está em
R = √ 25 = 5 N repouso ou em movimento retilíneo e uniforme, que são
os estados de equilíbrio.
Depois de analisarmos os casos acima, podemos
concluir que, ao somar duas forças aplicadas a um mesmo ®
Fr = 0 Û v = Constante
®

corpo, podemos obter como Força Resultante vários


valores, que irão mudar à medida que o ângulo entre as logo:
forças for diferente. Existe um caso geral, para um ângulo ®
v = Constante = 0 Û Repouso (equilíbrio estático)
qualquer, mas não iremos neste momento descrevê-lo. ®
v = Constante ¹ 0 Û MRU (equilíbrio dinâmico)

EBR FISICA MOD I AULA 04.pmd 3 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
Observação
Observação: Se a resultante das forças que atua Esta equação é conhecida como Equação Fundamental

Física
sobre um corpo for igual a zero e ele estiver em repouso, da Dinâmica e é válida para um referencial inercial, não sendo
dizemos que se encontra em Equilíbrio Estático; se estiver mais válida se a massa do corpo variar. Pela análise da
em MRU, estará em Equilíbrio Dinâmico. equação, observamos que a mesma força aplicada em
corpos de massas diferentes, terá efeitos diferentes. O
Segunda Lei de Newton ou Princípio corpo de maior massa, apresentará menor aceleração e o
Fundamental da Dinâmica de menor massa maior aceleração. Concluímos que a
massa maior resiste mais a variações na velocidade e, por
A Segunda Lei de Newton relaciona a força resultante esse motivo, afirmamos que a massa é a medida da inércia
não nula e a variação de velocidade produzida por essa de um corpo.
resultante, isto é , a aceleração, que deverá ter a mesma
direção e sentido da força resultante.

“A aceleração adquirida por um corpo de massa


constante é diretamente proporcional à força resultante
sobre o corpo, sendo a massa a constante de
proporcionalidade.”

Matematicamente, temos:

Fr = m. a

O SISTEMA AIR BAG

Em uma colisão frontal, o motorista e os passageiros


de um carro são arremessados para frente e podem se
ferir gravemente ao se chocarem com o volante, o painel
ou o pára-brisa. Os air bags, ou almofadas infláveis,
protegem as pessoas nos casos de acidente: ejetados do
volante ou do painel, se enchem de nitrogênio
instantaneamente. O sistema de air bag é formado por
sensores eletrônicos, um inflator para produzir nitrogênio
e a almofada em si. Os sensores são programados para
ignorar as colisões a menos de 22 km/h.
Ao receber os sinais do sensor de colisão, um
gerador de calor inflama substâncias químicas para produzir
o nitrogênio, que infla o air bag por completo em 1/20 de
segundo. Completamente cheio, o air bag absorve o
impacto inicial do corpo do motorista, quando este é
lançado para frente. Dois pequenos orifícios na parte
traseira da almofada deixam escapar o gás para que o
motorista ou passageiro possa sair com segurança.

EBR FISICA MOD I AULA 04.pmd 4 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
Física

01 Uma partícula P, de massa igual a 2 kg, encontra-se A resultante será: FR² = 6² + 8² = 36 + 64 = 100
inicialmente em repouso. Determine, em cada caso, a
aceleração adquirida pela partícula. Portanto FR = v100 = 10 N, e a aceleração será:

a) a = FR/m = 10/2 = 5 m/s²

P 5N 02 Na largada de uma corrida de automóveis, o carro nº 1


atinge 108 km/h em apenas 6 s. Supondo que a massa é
7N igual a 1000 kg e desprezando as forças de atrito, calcule
a força resultante que atua sobre ele.
Como o ângulo entre as forças é 0º, a resultante será: FR
= 5 + 7 = 12 N, logo, a aceleração pode ser calculada Solução:
pela 2ª Lei de Newton:
a = FR/m = 12 / 2 = 6 m/s² - Velocidade inicial = 0 m/s ; velocidade final = 108 km/h
= 30 m/s
b) - Calculando a aceleração: a = 30 m/s - 0 / 6 = 30 / 6
= 5 m/s²
- Calculando a força resultante pela 2ª Lei de Newton : FR
= m.a = 1000 . 5 = 5.000 N

Como o ângulo entre as forças é 180º, a resultante será:


FR = 16 - 12 = 4 N, logo, a aceleração pode ser
calculada pela 2ª Lei de Newton:

a = FR/m = 4/ 2 = 2 m/s²

c)

01 Uma partícula P, de massa igual a 2 kg, encontra-se c)


inicialmente em repouso. Determine, em cada caso, a 6N
aceleração adquirida pela partícula.
a)

P 3N
P 8N
5N

b)
02 O gato Garfield é um personagem famoso por ser um
5N P grande apreciador de lasanha. Mas o gato também é muito
curioso, como ilustra o quadrinho abaixo.
7N

EBR FISICA MOD I AULA 04.pmd 5 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
06 Um corpo de massa igual a 500 g, inicialmente em

Física
repouso, é submetido à ação das forças indicadas na
figura.
F2 = 15 N

Diga qual Lei da Física está explicando o ocorrido.


F3 = 5 N F1 = 20 N
03 Para que um carro permaneça com velocidade constante Determine a aceleração que o mesmo irá adquirir.
de 60 km/h durante um percurso em uma estrada retilínea,
o motorista deve manter o pedal do acelerador 07 Um corpo de massa m é submetido a uma força resultante
pressionado. Explique por que isto deve acontecer. FR, que produz uma aceleração de 4 m/s². Se a massa do
corpo for aumentada quatro vezes, e a força resultante
04 Quando um avião em velocidade de cruzeiro mantém a mantida constante, calcule a nova aceleração do corpo.
velocidade constante de 850 km/h, podemos afirmar
que nenhuma força atua sobre ele neste momento? O
avião encontra-se em equilíbrio? Qual o tipo?

05 Uma força resultante de intensidade 20 N é aplicada


sobre corpos de massas diferentes. Calcule a aceleração
obtida se as massas dos corpos forem iguais a:
a) 1 kg b) 4 kg c) 10 kg

01 (Unifor-CE) Uma força vertical de 30 N e outra horizontal 03 (Vunesp-SP) As estatísticas indicam que o uso do cinto
de 40 N estão aplicadas a um corpo. A resultante dessas de segurança deve ser obrigatório para prevenir lesões
duas forças tem módulo em newtons igual a: mais graves em motoristas e passageiros no caso de
acidentes. Fisicamente, a função do cinto está relacionada
a) 10 b) 20 c) 50 com a:
d) 70 e) 120
a) 1ª Lei de Newton;
02 (Cesgranrio-RJ) Em cada uma das figuras abaixo é b) lei de Snell;
representada uma partícula com todas as forças que agem c) lei de Ampère;
sobre ela. Essas forças, constantes, são representadas d) lei de Ohm;
por vetores; todas elas têm o mesmo módulo. e) 1ª Lei de Kepler.

04 (UFRFS) A inércia de uma partícula de massa m se


caracteriza:
I II III IV I- pela incapacidade dessa partícula, por si mesma, modificar
Em qual dos casos a partícula pode ter uma velocidade seu estado de repouso ou de movimento retilíneo
constante? uniforme.
II- pela incapacidade dessa partícula permanecer em repouso
a) Somente I quando uma força resultante é exercida sobre ela.
b) Somente IV III - pela capacidade dessa partícula exercer forças sobre outras
c) I e III partículas.
d) I e IV Das afirmações acima, quais estão corretas?
e) II e IV
a) Apenas II
b) Apenas III
c) Apenas I e II

EBR FISICA MOD I AULA 04.pmd 6 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA: Força - 1ª e 2ª Leis de Newton
d) apenas I e III a) 10 m/s² e mesmo sentido de F;
Física

e) I, II e III b) 10 m/s² e sentido oposto de F;


c) 0,40 m/s² e mesmo sentido de F;
05 (AEU-DF) Um bloco de 5 kg que desliza sobre um plano d) 0,40 m/s² e sentido oposto de F;
horizontal está sujeito às forças F = 15 N, horizontal e e) 0,20 m/s² e mesmo sentido de F;
para a direita, e f = 5 N, horizontal e para a esquerda. A
aceleração do corpo é: 07 (Mack-SP) Uma força constante age sobre um corpo de
100 kg e em 5 s varia sua velocidade de 10 m/s para 15
a) 2 m/s² b) 3 m/s² c) 5 m/s² m/s. A intensidade mínima dessa força deve ser de:
d) 7 m/s² e) 10 m/s²
a) 1500 N b) 1000 N c) 500 N
06 (UEL-PR) Sobre um bloco de 5,0 kg de massa, age uma d) 100 N e) 10 N
força resultante F constante, de módulo 2,0 N. A
aceleração que o bloco adquire tem módulo de :

(UFSC) Sejam dois corpos com massas a) 1 b) 2 c) 3


desconhecidas m1 e m2. Uma força de 10 N imprime d) 4 e) 5
à massa m1 uma aceleração de 5 m/s² e à massa m2 uma
aceleração de 20 m/s². Se a mesma força atuar agora,
sobre os dois corpos reunidos, qual será a aceleração,
em m/s², do conjunto?

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

EBR FISICA MOD I AULA 04.pmd 7 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA 2 – 3ª Lei de Newton – Força Peso e Força de Atrito

Física
Sempre que andamos, chutamos uma bola, remamos um barco, observamos um avião ou um foguete em pleno
vôo ou empurramos uma parede quando estamos sobre patins, estamos estudando a 3ª Lei de Newton
Newton, também
conhecida como Princípio da Ação e Reação
Reação.

Um outro exemplo é quando chutamos uma pedra e sentimos os efeitos da reação da pedra sobre nosso pé. É
realmente algo muito dolorido.

3ª LEI DE NEWTON OU Mas se o A aplica uma força no B, este reage e aplica


outra força no A, de mesmo módulo, mesma direção, mas
PRINCÍPIO DA AÇÃO E com sentido oposto, conforme a figura abaixo, onde
REAÇÃO colocamos somente o corpo A:

Para entendermos bem o que ocorre, imagine a →


A →
situação abaixo esquematizada, mostrando dois blocos de F FBA
massas diferentes e uma força F aplicada sobre o bloco A:
A

F B Figura 08: Bloco A, do exemplo anterior
anterior,, visto isoladamente.

As duas forças que aparecem podem ganhar nomes


Figura 06: Dois blocos A e B e uma força F aplicada sobre o bloco A.
especiais FAB e FBA , pois são aplicadas por corpos diferentes,
onde:
Se não considerarmos atrito na superfície, certamente
ambos os blocos irão se mover juntos, com a mesma FAB = Força que o bloco A exerce sobre o bloco B.
aceleração. É fácil entender que o bloco A se move pois a FBA = Força que o bloco B exerce sobre o bloco A.
força F é aplicada sobre ele, mas por que o bloco B se
moverá? Alguém pode responder que é o bloco A que Características das forças:
empurra o B. Em outras palavras, o bloco A exerce uma
força sobre o bloco B. Observe a figura abaixo, onde – possuem mesma intensidade, mesma direção mas
colocamos somente o corpo B: sentidos contrários;
– são aplicadas em corpos diferentes, logo não se anulam;
B – ocorrem simultaneamente, formando um par ação e

FAB reação.

F i g u r a 0 7 : B l o c o B , d o e x e m p l o a n t e r i o rr,, visto isoladamente.

EBR FISICA MOD I AULA 05.pmd 1 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA 2 – 3ª Lei de Newton – Força Peso e Força de Atrito
Onde : m = massa do corpo (kg)
Física

Enunciado da 3ª Lei : g = aceleração da gravidade ( m/s²)


P = força peso (N)
"Sempre que um corpo A exerce uma força sobre
um corpo B, este reage exercendo em A uma outra Observações:
força, de mesma intensidade e direção, mas de sentido
contrário." O Peso do corpo depende do local onde é
medido, pois depende da aceleração da gravidade.
Que tal um desafio????? O Peso, como a força, é uma grandeza vetorial,
Desafie um amigo, afirmando que você é capaz de, com direção vertical e orientada para o centro da Terra.
com um balão de gás (bexiga), e distante 8 m dele, fazer
com que o balão chegue até sua mão sem que ele saia do
lugar. Duvida????? Como fazer????

Analise as figuras:

Figura 09: Experimento ilustrativo da 3ª Lei de Newton.


P

Figura 10: PPelo


elo PPrincípio
rincípio da Ação e R eação, a T
Reação, erra atrai o corpo com a força P e o
Terra
corpo atrai a Terra com a força - PP..
Terra

FORÇA DE REAÇÃO NORMAL OU FORÇA


NORMAL

Imagine um bloco em repouso sobre uma mesa. A


Aproveite para explicar o que está ocorrendo: o ar, Terra atrai o bloco com uma força P. O bloco reage e atrai
ao sair do balão, é arremessado para trás com certa força. a Terra. O bloco aplica na mesa uma força de compressão
Este reage, empurrando o balão para frente, com a mesma N e a mesa reage, aplicando no bloco uma força com a
intensidade e direção, mas sentido oposto. mesma intensidade e em sentido contrário - N.

FORÇA PESO Observe a figura:

Em torno da Terra há uma região chamada Campo


Gravitacional, na qual todos os corpos sofrem sua influência
e que se apresenta sob a forma de uma força. Os corpos
são atraídos por essa força, sofrendo variações na
velocidade, em virtude de terem adquirido aceleração, que
é chamada de aceleração da gravidade e representada pela
letra g , que como já vimos vale nas proximidades da
superfície terrestre aproximadamente g = 9,80665 m/s².
Pelo princípio fundamental da dinâmica sobre um
corpo de massa m atua uma força FR = m.a. Essa força de
atração recebe o nome de Força-Peso ou simplesmente
Peso, sendo matematicamente calculada por:

P = m.g
Figura 11: Força de Reação Normal do apoio sobre o bloco apoiado
sobre uma mesa.

EBR FISICA MOD I AULA 05.pmd 2 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA 2 - 3ª Lei de Newton - Força Peso e Força de Atrito
Observação →

Física
As forças N e P, apesar de terem o mesmo valor, não Fat F
constituem um par ação e reação.
Figura 13: Corpo em repouso com as forças horizontais aplicadas sobre ele.

FORÇA DE ATRITO
O atrito só surge quando há deslizamento ou tendência
a ele e ocorre devido às microssaliências existentes entre o
corpo e a superfície horizontal. O atrito de deslizamento é
uma força que opõe-se à tendência do movimento.

Há dois tipos de força de atrito: estática e dinâmica.

a) Força de atrito estática


estática:
É aquela que atua enquanto não houver
movimento
movimento. Enquanto o atrito for estático, à medida que
aumentamos a força motriz F, a força de atrito Fat também
aumenta, de modo a equilibrar a força motriz e impedir o
movimento
movimento.
Mas o atrito não cresce indefinidamente, existindo
um valor máximo, que é chamado de força de atrito de
destaque(Fat destaque).

b) Força de atrito dinâmica


dinâmica:
É aquela que atua durante o movimento
movimento. Para
começar o movimento, partindo do estado de repouso, é
preciso que a intensidade da força motriz seja superior à
intensidade da força de atrito destaque.
Uma vez iniciado o movimento, a força de atrito
estática deixa de existir, passando a atuar a força de atrito
Até o momento, analisamos o movimento dos corpos
dinâmica, também contrária ao movimento, e de valor
sobre superfícies perfeitamente lisas, que não ofereciam
inferior ao da força de atrito destaque.
nenhuma resistência, isto é, sem atrito. Na prática, o atrito
Acompanhe na ilustração gráfica.
existe e é muito importante para os movimentos. Se você
já teve a experiência de patinar no gelo, passar com o carro
sobre uma mancha de óleo ou simplesmente andar sobre
uma calçada com água e sabão, com certeza sabe muito
sobre o atrito.

Para explicarmos fisicamente a importância do atrito,


considere um corpo sobre uma superfície horizontal, no
qual atua uma força F também horizontal, como ilustra a
figura, porém insuficiente para deslocá-lo:

N Figura 14: Gráfico mostrando a relação entre a força motriz F e a força de atrito F at.


F A força de atrito é proporcional à intensidade da reação
normal do apoio e pode matematicamente ser obtida por:

P Fat = µ.N
Figura 12: Corpo sobre superfície horizontal e as forças aplicadas sobre ele.

onde: µ é o coeficiente de atrito entre as superfícies


Como o corpo está em repouso, a resultante das
de contato, sendo uma grandeza adimensional, isto é, que
forças que atuam sobre ele deve ser nula. Somos, portanto,
não tem unidade de medida.
obrigados a admitir a existência de uma força oposta à
tendência do movimento, denominada força de atrito (Fat).

EBR FISICA MOD I AULA 05.pmd 3 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA 2 – 3ª Lei de Newton – Força Peso e Força de Atrito
Observações sobre a força de atrito:
Física

– A força de atrito independe da área de contato entre as


duas superfícies.
– A força de atrito depende da natureza das superfícies em
contato.
– O coeficiente de atrito estático é maior que o dinâmico.
– A força de atrito varia com a velocidade.

A curiosa constatação de que o atrito não depende óleo ou chuva, mudará o coeficiente de atrito e,
da área de contato entre os pneus e o asfalto era explorada conseqüentemente a força de atrito.
nos antigos carros de corrida. Seus pneus, bastante finos, Os modernos pneus usados na Fórmula 1 são feitos
proporcionavam menor peso ao veículo e menor de um composto muito mole, que fica ainda mais macio
resistência aerodinâmica, mas o mesmo atrito. com o aquecimento. Para que durem mais tempo e
suportem a compressão contra o solo, com uma borracha
tão macia, foi preciso fazê-los mais largos.

O atrito não muda se são mantidos os mesmos


materiais das superfícies em contato, entretanto, qualquer
alteração na borracha dos pneus ou no tipo de piso, como

01 Quando chutamos uma bola, exercendo uma força de 02 Considere dois pequenos blocos sobre uma superfície
intensidade 3 N, horizontal e para a direita, de acordo horizontal perfeitamente lisa. O primeiro é de ferro e o
com a 3ª Lei de Newton, quem aplica e quais as segundo é um ímã. Represente as forças horizontais que
características da força de reação? atuam sobre eles. Diga o que ocorrerá quando forem
colocados próximos um do outro.

Solução: Os corpos se atrairão mutuamente com forças


idênticas, denominadas ação e reação.

Ferro → → ímã
F F

Solução: De acordo com a 3ª Lei de Newton, é a bola


quem reage e aplica no pé do jogador uma força de 3 N,
horizontal e para a esquerda.
4

EBR FISICA MOD I AULA 05.pmd 4 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA 2 - 3ª Lei de Newton - Força Peso e Força de Atrito
03 Um bloco de madeira de massa igual a 2 kg repousa Solução: Inicialmente devemos calcular as forças de atrito

Física
sobre uma superfície horizontal também de madeira. estática e dinâmica.
Considere os coeficientes de atrito estático e dinâmico
entre o bloco e a superfície iguais a 0,50 e 0,30, Fat ESTÁTICA = µ E . N = 0,50 . 20 = 10 N
respectivamente. Uma força motriz horizontal F é aplicada
sobre o bloco. Fat DINÂMICA = µ D . N = 0,30 . 20 = 6 N

→ a) Se a força motriz for igual a F = 10 N e o atrito; estático


F Fat ESTÁTICA = 10 N, não há movimento logo, a aceleração
é nula (a = 0).
b) Se a força motriz for igual a F = 20 N e o atrito dinâmico
Fat DINÂMICA = 6 N, há movimento e a aceleração pode
Considerando g = 10 m/s², determine a aceleração ser calculada pela 2ª Lei de Newton:
adquirida pelo bloco quando a força motriz vale: a = FR / m = 20 – 6 / 2 = 12 / 2 = 6 m/s²

a) F = 10 N b) F = 20 N

01 Sobre a 3ª Lei de Newton, analise as afirmativas abaixo, 05 Uma caixa de madeira de 100 kg encontra-se em
marcando V se forem verdadeiras e F se forem falsas. repouso sobre um piso horizontal. Uma criança,
querendo movê-la, aplica uma força de 10 N e observa
a) ( ) Um avião com hélices não pode voar no vácuo. que a mesma não se move. Vai pedir ajuda aos colegas
b) ( ) As forças de ação e reação ocorrem que um a um vão aumentando a intensidade da força
simultaneamente. sobre a caixa. Supondo que todas as forças possuem
c) ( ) Possuem mesma intensidade, mesma direção e mesma intensidade, direção e sentido e sabendo que
sentido. são necessárias 6 crianças para que a caixa inicie seu
d) ( ) São aplicadas em corpos diferentes, logo não se movimento, e apenas 4 para mantê-la em movimento
anulam com velocidade constante, complete a tabela abaixo
colocando o valor da força de atrito e ao lado se ela é
02 Um bloco de metal, de massa igual a 5 kg, repousa sobre estática ou dinâmica:
uma superfície horizontal.

Adotando g = 10 m/s², determine:

a) a força de atração gravitacional - Força Peso.


b) a reação normal do apoio - Força Normal.

03 Em lagos ou praias de águas calmas, muitas pessoas


podem com segurança andar de caiaque. Porém, para 06 Um bloco de aço, de massa igual a 2 kg, repousa sobre
irmos para a frente, remamos para trás e quando uma superfície horizontal também de aço. Considere os
queremos dar "marcha à ré", remamos para a frente. coeficientes de atrito estático e dinâmico entre o bloco e
Explique por que isso é necessário. a superfície iguais a 0,74 e 0,57, respectivamente. Uma
força motriz horizontal F é aplicada sobre o bloco.
04 Quando analisamos um avião com hélices dentro da
atmosfera, sabemos que as hélices jogam o ar para trás
com um força e o ar, por sua vez, empurra o avião para →
F
frente com a mesma intensidade, mesma direção mas
sentidos opostos. Explique como um foguete pode viajar
no vácuo. Considerando g = 10 m/s² , determine:

EBR FISICA MOD I AULA 05.pmd 5 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA 2 – 3ª Lei de Newton – Força Peso e Força de Atrito
07 Dois blocos A e B de massas 2 kg e 3 kg, respectivamente,
Física

a) a força de atrito estática máxima. estão apoiados sobre um plano horizontal. Sendo F uma
b) a força de atrito dinâmica. força horizontal constante de 20 N, aplicada em A e o
c) a aceleração adquirida pelo bloco quando a força motriz coeficiente de atrito entre os corpos e a superfície 0,2,
for igual a F = 20,4 N. calcule a aceleração adquirida pelo conjunto.

→ A
F

01 (Faap-SP) A 3ª Lei de Newton é o princípio da ação e e) O sistema de propulsão a jato funciona baseado no
reação. Esse princípio descreve as forças que participam princípio da ação e reação.
na interação entre dois corpos. Podemos afirmar que:
05 (UEL-PR) Os blocos A e B têm massas mA = 5,0 kg e
a) duas forças iguais em módulo e de sentidos opostos são mB = 2,0 kg e estão apoiados num plano horizontal
forças de ação e reação; perfeitamente liso.
b) enquanto a ação está aplicada num dos corpos, a reação Aplica-se ao corpo A a força horizontal F, de módulo
está aplicada no outro; 21N.
c) a ação é maior que a reação; A força de contato entre os blocos A e B tem módulo,
d) ação e reação estão aplicadas no mesmo corpo; em newtons,
e) a reação, em alguns casos, pode ser maior que a ação.

02 (Unip-SP) Uma pessoa de massa 80 kg está no pólo


Norte da Terra onde a aceleração da gravidade é suposta
com módulo igual a 10 m/s². A força gravitacional que a
pessoa aplica sobre o planeta Terra:

a) é praticamente nula; a) 21 b) 11,5 c) 9,0


b) tem intensidade igual a 80 kg; d) 7,0 e) 6,0
c) tem intensidade igual a 80 N;
d) tem intensidade igual a 800 N e está aplicada no solo 06 (F. Carlos Chagas - BA) Quatro blocos M,N, P e Q
onde a pessoa pisa; deslizam sobre uma superfície horizontal, empurrados
e) tem intensidade igual a 800 N e está aplicada no centro por uma força F conforme o esquema abaixo. A força de
de gravidade da Terra. atrito entre os blocos e a superfície é desprezível e a
massa de cada bloco vale 3,0 kg.
03 (Acafe-SC) Um livro está em repouso sobre uma mesa. Sabendo-se que a aceleração escalar dos blocos vale
A força de reação ao peso do livro é: 2,0 m/s², a força do bloco M sobre o bloco N é, em
newtons, igual a:
a) a força normal;
b) a força que a Terra exerce sobre o livro;
c) a força que o livro exerce sobre a Terra;
d) a força que a mesa exerce sobre o livro;
e) a força que o livro exerce sobre a mesa.

04 (U. Tocantins-TO) Assinale a proposição correta:

a) A massa de um corpo na Terra é menor do que na Lua. a) zero b) 6,0 c) 12


b) O peso mede a inércia de um corpo. d) 18 e) 24
c) Peso e massa são sinônimos.
d) A massa de um corpo na Terra é maior do que na Lua.

EBR FISICA MOD I AULA 05.pmd 6 23/3/2004, 12:13


DINÂMICA 2 - 3ª Lei de Newton - Força Peso e Força de Atrito
07 (UFRS) Dois blocos A e B, com massas mA = 5 kg e mB c) 20 N e 0,5 m/s²;

Física
= 10 kg, são colocados sobre uma superfície plana d) 20 N e 1 m/s²;
horizontal (o atrito entre os blocos e a superfície é nulo) e) 30 N e 2 m/s².
e ligados por um fio inextensível e com massa desprezível
(conforme a figura a seguir). O bloco B é puxado para a 09 (PUC-PR) Dois corpos A e B (mA = 3 kg e mB = 6 kg)
direita por uma força horizontal F com módulo igual a estão ligados por um fio ideal que passa por uma polia
30 N. sem atrito, conforme a figura. Entre o corpo A e o apoio,
Nessa situação, o módulo da aceleração horizontal do há atrito cujo coeficiente é 0,5. Considerando-se g =
sistema e o módulo da força tensora no fio valem, 10 m/s², a aceleração dos corpos e a força de tração no
respectivamente: fio valem:

a) 5 m/s² e 30 N;
b) 3 m/s² e 30 N;
c) 8 m/s² e 80 N;
d) 2 m/s² e 100 N;
e) 6 m/s² e 60 N.
a) 2 m/s² e 30 N;
b) 2 m/s² e 20 N; 10 (PUCCAMP) O esquema representa um sistema que
c) 3 m/s² e 5 N; permite deslocar o corpo Y sobre o tampo horizontal de
d) 3 m/s² e 10 N; uma mesa, como conseqüência da diferença das massas
e) 2 m/s² e 10 N. dos corpos X e Z. Nesse esquema, considere
desprezíveis as massas dos fios e das polias, bem como
08 (ITA-SP) Na figura, temos um bloco de massa igual a as forças passivas nas polias e nos corpos X e Z.
10 kg sobre uma mesa que apresenta coeficientes de Sendo g = 10,0 m/s² e sabendo-se que, durante o
atrito estático de 0,30 e cinético de 0,25. Aplica-se ao movimento, o corpo Y tem uma aceleração igual a
bloco uma força F de intensidade 20 N. A aceleração da 1,6 m/s², o coeficiente de atrito entre Y e o tampo da
gravidade local tem módulo g = 10 m/s². mesa é igual a:

A intensidade da força de atrito entre o bloco e a mesa e


a aceleração do bloco, se F tivesse a intensidade de
35 N, valem, respectivamente:

a) 10 N e 0,5 m/s²; a) 0,50 b) 0,40 c) 0,30


b) 10 N e 1 m/s²; d) 0,20 e) 0,10

(UFCE) Os blocos 1, 2 e 3 estão ligados entre si por


uma corda de massa desprezível quando comparada à
massa dos blocos, e há atrito entre a mesa e o s blocos. 2
1
Sejam m1 = 10 kg, m2 = 20 kg e m3 = 0,2.
A massa e a inércia da polia são desprezadas e, nessa
situação, o bloco 3 desce com aceleração igual à metade
da gravidade. Considerando g = 10 m/s², a massa do
bloco 3, em kg, vale:
a) 12 b) 24 c) 36 d) 42 e) 50 3

EBR FISICA MOD I AULA 05.pmd 7 23/3/2004, 12:13


Potência
Trabalho - Energia Mecânica e P otência
Física

As palavras Trabalho
rabalho, Potência e Energia são termos que, além de possuir um significado específico para a
ciência, possuem também outros sentidos na linguagem "não científica". Certamente você já ouviu estas frases:
- O trabalho dignifica o Homem.
- Os Estados Unidos são uma potência econômica.
- Essa menina tem muita energia, ela não cansa nunca!
- Os alimentos são fontes de energia e saúde!
- O pai usou de energia ao repreender o filho!

Nestes casos, o Trabalho pode ser considerado como uma forma de enobrecer o Homem, Potência como
destaque no cenário econômico e a Energia foi utilizada como sinônimo de disposição, vigor e firmeza.

Em outros momentos, essas palavras aparecerão em frases como:

- O trabalho realizado sobre o corpo causou um deslocamento.


- A potência deste motor é grande.
- Com a falta de chuvas, é preciso economizar energia.
- A Energia Cinética está relacionada com o movimento do corpo.
- O Sol é a principal fonte de energia para o planeta Terra.

O significado das palavras assume agora uma linguagem mais científica.


Nosso objetivo agora é explorar os conhecimentos já adquiridos sobre estas grandezas físicas e defini-las corretamente.

Definir Energia sempre foi um grande desafio para os Mas toda a Energia necessária para realizar tarefas ou
físicos. Desde Galileu, passando por Newton, até chegar a produzir movimento é proveniente de algum combustível,
Einstein, muitas foram as definições apresentadas. Ainda como o carvão, a gasolina, o vapor, a fusão ou fissão nuclear
hoje, no campo da Física Teórica, brilhantes cientistas ou a queima de alimentos.
continuam a estudar a Energia, que é sem dúvida um conceito Um dos princípios básicos da Física afirma que "aa
unificador da Física. energia não pode ser criada nem destruída, apenas
Apesar da dificuldade em sua compreensão, a energia transformada de uma forma em outra ou
é bastante perceptível. transferida de um corpo para outro
outro." Este princípio é
Geralmente podemos dizer que a energia está chamado de Princípio da Conservação da Energia Energia.
relacionada à capacidade de produzir movimento É muito comum em nosso cotidiano observarmos as
ou realizar alguma tarefa, isto é, capacidade de transformações de energia, por exemplo:
realizar um trabalho
trabalho. – Em um carro, a energia química do combustível (gasolina,
Quando atiramos um objeto, levantamos um corpo, álcool ou diesel) é transformada em energia do
subimos uma escada, movimentamos um automóvel ou movimento, também chamada de energia cinética.
chutamos uma bola em um jogo de futebol, observamos a Energia química ⇒ Energia cinética
cinética.
manifestação da Energia, que pode se manifestar sob
diversas modalidades:

Energia Elétrica;
Energia Química;
Energia Térmica;
Energia Solar;
Energia Nuclear;
Energia Eólica; – Em uma usina hidrelétrica, a energia mecânica da água é
Energia Mecânica transformada em energia elétrica. Energia mecânica
⇒ Energia elétrica
elétrica.

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 1 23/3/2004, 12:13


Trabalho - Energia Mecânica e Potência

Física
– Em uma usina termelétrica ou nuclear, a energia térmica
da queima de um combustível como o gás, carvão, a
lenha ou proveniente de reações nucleares são
transformadas em energia elétrica, Energia térmica
ou nuclear ⇒ Energia elétrica
elétrica.
Energia luminosa
Energia térmica
Energia elétrica Energia sonora
Energia mecânica
Energia eólica

Neste módulo, falaremos especificamente sobre a


Energia Mecânica e suas manifestações, que estão
diretamente relacionadas com o movimento e com a
deformação.
Antes, porém, veremos o conceito de Trabalho de
uma força, que está relacionado com a Energia.

TRABALHO DE UMA FORÇA

Um corpo só realizará um movimento, em relação a


um referencial, se possuir energia para isso. Quando você,
mediante a aplicação de uma força, empurra um objeto que
se encontra inicialmente em repouso, utiliza parte de sua
energia, obtida a partir da queima dos alimentos que ingeriu.

– A energia elétrica produzida nas usinas, em nossa casa


pode ser transformada em luminosa nas lâmpadas, térmica
no chuveiro ou no ferro de passar, sonora no aparelho O ato de puxar, erguer ou empurrar um objeto implica
de som, mecânica e eólica no ventilador. em uma transferência de energia sua para o objeto.
Agora com energia, o objeto pode entrar em movimento e
pode até, ao colidir com uma mola presa a uma parede
rígida, aplicar uma força sobre ela, comprimindo a mola e
transferindo a energia que recebeu de você para ela.
2

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 2 23/3/2004, 12:13


Trabalho - Energia Mecânica e Potência
Quando o objeto parar, é porque transferiu toda sua energia Matematicamente:
Física

para a mola, que agora ao se expandir pode novamente


dotar o corpo de energia, para que se movimente Trabalho = força x deslocamento
novamente. Acompanhe a ilustração da situação proposta.
τ = F . ∆S

Obs. A unidade do Trabalho no Sistema Internacional


(newton . metro) recebe o nome de joule (J), em
homenagem ao físico inglês James Prescott Joule.

No S.I.

1 joule = 1 newton x 1 metro


ou 1 J = 1 N.m

Significa dizer que 1 J é o trabalho desenvolvido por


uma força de 1 N, em um deslocamento de 1 m.
Agora que sabemos que o Trabalho de uma força (τ)
é a medida da energia transferida ou transformada através
de uma força, podemos voltar a falar sobre a Energia
Mecânica, que é dividida em:
⇒ Energia PPotencial
otencial Gravitacional
Gravitacional;
⇒ Energia Cinética
Cinética;
⇒ Energia PPotencial
otencial Elástica
Elástica.

ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL

É aquela que o sistema possui em virtude da posição


No exemplo citado, você percebe a energia sendo ocupada em relação a um certo nível de referência. É uma
transferida de um corpo para outro, mediante a aplicação forma de energia armazenada pelo sistema corpo-Terra e
de forças. Surge o conceito de trabalho de uma força. pronta para ser transformada em outra modalidade, em
geral, ligada ao movimento.
Definição
A energia potencial gravitacional (Epg) adquirida por
Trabalho de uma força (τ) é a medida da energia um corpo corresponde ao trabalho da força peso no
transferida ou transformada através de uma força. deslocamento desde uma posição inicial, até um nível de
referência.
O trabalho realizado por uma força (τ), pode ser
obtido mediante o conhecimento da força aplicada e do
Epg = P.h = m.g.h
deslocamento do corpo, produzido por essa força.
Observe a ilustração:
onde:
m = massa (kg)
g = aceleração da
gravidade (m/s²)
h = desnível vertical entre
dois níveis - altura em
∆s
Figura 01: Corpo sofrendo um deslocamento de A até B, devido a relação ao solo (m)
ação de uma força F Epg = Energia Potencial
Gravitacional ( J )

Figura 02: Corpo sendo


levado por uma força constante até
uma altura h, em relação ao solo.

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 3 23/3/2004, 12:13


Trabalho - Energia Mecânica e Potência
Exemplo: O sistema constituído pelo bate-estacas e significa dizer que, dobrando-se a massa, a Energia Cinética

Física
pela Terra armazena energia potencial gravitacional. também duplica mas dobrando-se apenas a velocidade, a
Energia Cinética ficará quatro vezes maior.

ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA

A Energia Potencial Elástica (Epe) é uma forma de


Energia Mecânica, armazenada nos sistemas que sofreram
deformações elásticas.
É uma forma latente de energia, que pode se
transformar em Energia Cinética. Antes do cálculo da Energia
Potencial Elástica, é necessário analisarmos a atuação de
uma força F sobre uma mola.
Imagine uma mola em equilíbrio, tendo uma de suas
extremidades presa a uma parede vertical. Se você aplicar
na mola uma força F , observará uma deformação x ;
dobrando a intensidade da força, a deformação passará a
ser 2.x
2.x; e assim sucessivamente. Esta proporcionalidade
ocorre dentro dos limites elásticos da mola.

ENERGIA CINÉTICA

Considere um corpo de massa m , inicialmente em


repouso em um ponto A, sobre uma superfície horizontal
e sem atrito. A partir de determinado instante, uma força
resultante F, horizontal e constante, passa a atuar sobre o
corpo.

Figura 03: Corpo de massa m, em repouso, recebendo a aplicação


d e u m a f o r ç a h o r i z o n t a l FF..

Após um intervalo de tempo, ao passar por um ponto


B , o corpo tem uma velocidade v e terá sofrido um
deslocamento ∆S.
Figura 05: Mola recebendo a ação de uma força e sofrendo uma
deformação proporcional.

Concluímos que, dentro do regime elástico


suportável, a força aplicada e a deformação obtida
A Energia Cinética adquirida pelo corpo, ao atingir o são grandezas diretamente proporcionais
proporcionais. Sendo
ponto B, é a medida do trabalho realizado pela força F e assim, podemos escrever em símbolos:
pode ser obtida por:
F = K.x
Ec = m. v²
2 Esta expressão é conhecida como Lei de Hooke
Hooke,
pois foi o físico inglês Robert Hooke (1635 - 1703) quem
Observação a propôs em 1678 quando escreveu um artigo sobre a
elasticidade dos corpos.
Concluímos observando a expressão, que a Energia
Cinética é diretamente proporcional à massa do corpo mas
é proporcional ao quadrado da velocidade, o que na prática
4

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 4 23/3/2004, 12:14


Trabalho - Energia Mecânica e Potência
A constante de proporcionalidade K é denominada Caso o sistema seja considerado indeformável, ele
Física

constante elástica da mola. Seu valor depende do material e não poderá acumular energia potencial elástica e sua Energia
das características da mola. Mecânica Total se restringe à soma da Energia Potencial
Exemplo: Se uma mola possui K = 100 N/m N/m, Gravitacional com a Cinética:
significa afirmar que é necessário uma força de intensidade
100 N para que a deformação da mola seja igual a 1 m. Em = Ec + Epg
A representação gráfica entre a força aplicada e a
deformação é dada a seguir: Estudaremos apenas os chamados Sistemas
Mecânicos Conservativos em que uma das
modalidades da energia mecânica de um sistema
pode apenas mudar para outra modalidade de
energia mecânica
mecânica. Desprezaremos as possíveis
dissipações que geralmente possam ocorrer , devido à ação
de forças resistentes, como as forças de atrito ou a resistência
do ar.

POTÊNCIA

Em alguns problemas técnicos, é fundamental


considerar a rapidez da realização de determinado trabalho.
Figura 06: Gráfico da força aplicada em uma mola pela deformação
sofrida. Uma máquina será tanto mais eficiente quanto menor o
tempo de realização do trabalho de sua força. A máquina
Observe que um aumento gradativo na intensidade que realiza o mesmo trabalho mais rapidamente que outra
da força aplicada possibilita um aumento da deformação. O é chamada de mais potente.
trabalho da força aplicada é justamente a medida da energia Em um certo intervalo de tempo ∆t, se o trabalho
transferida à mola. Esta energia fica armazenada na mola realizado é τ, podemos definir potência média como sendo
sob a forma de energia potencial elástica. a razão:

A área representa o trabalho, logo: Pot = τ


∆t
τ = F. x
2 No Sistema Internacional de unidades, o trabalho é
expresso em J e o intervalo de tempo em s, logo:
mas como F = K .x
No S.I.:
τ = K.x.x = Epe
2 J = watt = W
s
Epe = K.x²
2 Homenagem feita a James Watt, inventor e
engenheiro escocês, que teve papel muito importante no
Esta expressão permite o cálculo da Energia Mecânica desenvolvimento da máquina a vapor.
Potencial Elástica de uma mola. É muito comum o uso de outras duas unidades de
potência:
CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA Cavalo-vapor - CV 1 CV = 735 W

As energias Cinética e as Potenciais gravitacional e O cavalo vapor é francês e é definido como sendo a
elástica formam a totalidade da energia mecânica de um potência necessária para erguer uma massa de 75 kg, em
sistema físico e podemos esquematicamente escrever: um local onde a aceleração da gravidade é igual a 9,8 m/s²,
por uma altura de 1 m em um tempo de 1 s.
O CV é uma unidade muito utilizada nos carros para
Em = Ec + Epg + Epe expressar a potência do motor. Quando dizemos que um
carro é mais potente que outro, ele é capaz de realizar, com
um mesmo trabalho, por exemplo, um deslocamento de
1km em um tempo menor.
5

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 5 23/3/2004, 12:14


Trabalho - Energia Mecânica e Potência
1

Física
Horse-power - HP 1 HP = 746 W

É a medida de potência no sistema britânico de


unidades. James Watt estabeleceu o seu valor ao comparar
potências desenvolvidas por um cavalo e por uma máquina
a vapor.

Esta unidade é muito utilizada nos motores elétricos,


máquinas de cortar grama e motores náuticos - de popa -,
utilizados em barcos e nos carros importados.

São muitos os esportes em que o conhecimento


das Energias envolvidas torna-se de extrema importância
para melhorar o rendimento. No arco e flecha, os atletas,
quando preparam um lançamento, devem lembrar da
Energia Elástica e da Cinética. No atletismo, o atleta do
salto em distância, salto triplo ou do salto com vara,
novamente precisa conhecer um pouco sobre a Física.
Porém, é na Ginástica Olímpica que as Leis da Física
parecem ser desafiadas a todo instante. No salto sobre o
cavalo, nas barras assimétricas, na trave ou no solo, o que
se observa nas apresentações é algo incrível e de uma
beleza extraordinária. O maior exemplo disso foi a inédita
medalha de ouro, ganha pela brasileira Daiane dos Santos
em agosto de 2003, no Campeonato Mundial de Ginástica,
realizado na Califórnia, um movimento nunca antes
executado fez a grande diferença nas avaliações dos juizes.

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 6 23/3/2004, 12:14


Trabalho - Energia Mecânica e Potência
Física

0 1 Uma máquina exerce uma força de 30 N sobre uma Solução:


partícula P, efetuando um deslocamento de 10 m em 10 m = 2 kg
s. Neste caso, determine: h = 4 . 2,5 = 10 m
g = 10 m/s²
a) o trabalho da força F. Epg = m.g.h = 2.10.10 = 200 J
b) a potência útil da máquina.
0 3 Uma bola de 200 g é chutada por um jogador e sai com
Solução uma velocidade de 10 m/s. Calcule a Energia Cinética da
F = 30 N bola assim que é chutada.
∆S = 10 m
∆t = 10 s Solução:
a) τ = F . ∆S = 30.10 = 300 J m = 200 g = 0,2 kg
v = 10 m/s²
b) PotÚTIL = τ = 300 = 30W Ec = m.v²/2 = 0,2.10²/2 = 20/2 = 10 J
∆t 10

0 2 Um tijolo, de massa igual a 2 kg, é levado por um operário


até o 4º andar de um edifício em construção. Sabendo
que cada andar possui 2,5 m e considerando g = 10 m/
s², determine a energia Potencial Gravitacional do sistema
tijolo-Terra.

1-
0 1 Analise as afirmativas abaixo sobre o Trabalho de uma 0 4 Um pequeno revólver de brinquedo que usa uma mola
Força e assinale V se for verdadeira e F se for falsa. para atirar pequenas esferas de plástico, ao ser armado,
tem sua mola comprimida 10 cm.
a) ( ) No cálculo do trabalho, as grandezas força e
deslocamento são fundamentais.
b) ( ) No Sistema Internacional de Unidades, o trabalho
é expresso em joules.
c) ( ) Trabalho de uma força (τ) é a medida da energia
transferida ou transformada através de uma força.
d) ( ) Se uma força realiza um trabalho de 20 J, atuando
sobre um corpo na mesma direção e sentido do seu
deslocamento que foi de 5 m, o valor desta força é de
4 N. Sabendo que a constante elástica da mola utilizada é igual
e) ( ) 1 J é o trabalho desenvolvido por uma força de 1 N, a 200 N/m, determine:
em um deslocamento de 2m.
a) a força elástica necessária para armar o revólver.
0 2 Uma bola de ferro de massa igual a 5 kg é abandonada de b) a Energia Potencial Elástica da mola após ser armada.
uma altura igual a 20 m em relação ao solo. Considerando
g = 10 m/s², determine a Energia Potencial Gravitacional
0 5 Uma pedra, de massa 2 kg, foi arremessada do solo
da bola: verticalmente para cima, com velocidade inicial de
30 m/s. Desprezando os efeitos da resistência do ar,
a) antes de ser solta. considerando o sistema conservativo e adotando
b) quando estiver a 5 m do solo. g = 10 m/s², determine :
c) quando estiver atingindo o solo.
a) a energia cinética e a potencial no instante do lançamento.
0 3 Um carro de massa igual a 800 kg está mantendo a b) a energia cinética e potencial no ponto de altura máxima.
velocidade constante e igual a 36 km/h. Determine a c) a altura máxima atingida pela pedra.
Energia Cinética do carro para esta velocidade. O que
acontecerá quando dobrarmos o valor da velocidade?
7

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 7 23/3/2004, 12:14


Trabalho - Energia Mecânica e Potência
0 6 Nos parques aquáticos, brincar nos escorregadores mais 0 7 A figura mostra um trecho de uma montanha-russa. Um

Física
radicais é para quem tem muita coragem e um pouco de carrinho, de massa total 300 kg, inicia a descida, partindo
disposição para subir tantas escadas. do repouso do ponto A . Considerando o sistema
Se uma criança brinca em um escorregador de 20 m de conservativo e adotando g = 10 m/s², determine:
altura e sai, a partir do repouso, do ponto mais alto.
Determine a velocidade com que chegará no ponto mais a) a Energia Mecânica nos pontos A, B e C.
baixo, que é tomado como ponto de referência, b) a velocidade ao passar pelo ponto C.
considerando o sistema conservativo e desprezando as
forças de atrito. Adote g = 10 m/s².

0 1 (PUC-SP) Num bate-estaca, um bloco de ferro, de massa II. a turbina, que adquire uma energia cinética de rotação, é
superior a 500 kg, cai de uma certa altura sobre a estaca, acoplada mecanicamente ao gerador para produção de
atingindo o repouso logo após a queda. São desprezadas energia elétrica.
as dissipações de energia nas engrenagens do motor. A III. a água, depois de passar pela turbina, é pré-aquecida no
respeito da situação descrita, são feitas as seguintes condensador e bombeada de volta ao reator.
afirmações:
Dentre as afirmações acima, somente está(ão) correta(s):
I) houve transformação de energia potencial gravitacional a) I;
do bloco de ferro em energia cinética, que será máxima b) II;
no instante imediatamente anterior ao choque com a c) III;
estaca. d) I e II;
II) como o bloco parou após o choque com a estaca, toda e) II e III.
a energia do sistema desapareceu.
III) a potência do motor do bate-estaca será tanto maior
quanto menor for o tempo gasto para erguer o bloco de
ferro até a altura ocupada por ele antes de cair.

É(São) verdadeira(s): 0 3 (FCC-BA) Na tabela a seguir estão indicadas as


velocidades escalares e as massas de dois corpos (A e
a) somente I; B).
b) somente II;
c) somente I e II;
d) somente I e III;
e) todas as afirmações.

Qual é a relação entre as energias cinéticas (EA e EB ) dos


0 2 (ENEM) A energia térmica liberada em processos de
2- dois corpos?
fissão nuclear pode ser utilizada na geração de vapor para
produzir energia mecânica que, por sua vez, será a) EA = EB
convertida em energia elétrica. Abaixo está representado b) EA = 2.EB
um esquema básico de uma usina de energia nuclear. c) EA = EB /2
A partir do esquema são feitas as seguintes afirmações: d) EA = 4.EB
e) EA = EB /4
I. a energia liberada na reação é usada para ferver a água
que, com o vapor a alta pressão, aciona a turbina.

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 8 23/3/2004, 12:14


Trabalho - Energia Mecânica e Potência
0 4 (UFRS) Uma pedra de 4 kg de massa é colocada em um 0 8 (Mackenzie-SP) A esfera M deslocava-se sobre um plano
Física

ponto A, 10 m acima do solo. A pedra é deixada cair horizontal com velocidade constante, quando a partir de
livremente até um ponto B, a 4 m de altura. A é obrigada a deslizar sem atrito pela trajetória ABCDEF,
Quais são, respectivamente, a energia potencial no ponto sem perder o contato com a pista.
A, a energia potencial no ponto B e o trabalho realizado
sobre a pedra pela força peso? (Use g=10 m/s² e
considere o solo como nível zero para energia potencial).

a) 40 J, 16 J e 24 J.
b) 40 J, 16 J e 56 J.
c) 400 J, 160 J e 240 J.
d) 400 J, 160 J e 560 J.
e) 400 J, 240 J e 560 J.

0 5 (UEL-PR) Um corpo de massa 3 kg, inicialmente em


repouso, é puxado sobre uma superfície horizontal sem
atrito por uma força constante, também horizontal, de
intensidade 12 N. Após percorrer 8 m, a velocidade do No ponto C, sua velocidade tem módulo 6,0 m/s. Adote
corpo, em m/s, vale: g = 10 m/s². Sua velocidade v0 era, portanto:

a) 10 b) 8 c) 5 a) 12,0 m/s b) 9,0 m/s c) 6,0 m/s


d) 4 e) 3 d) 4,0 m/s e) zero

0 6 (UNEB-BA) Um corpo de 4 kg de massa é solto de uma 0 9 (UEBA) A figura mostra uma montanha russa numa região
altura de 20 m. Em três posições, A, B e C, deseja-se onde g = 10 m/s². Um carrinho abandonado em
relacionar as energias cinética, potencial, com nível 0 no repouso em A, chega em B com velocidade 2 m/s.
solo, e mecânica do corpo, desprezando a resistência do
ar.

Os valores de X, Y, Z e W são respectivamente:

a) 0, 500, 600 e 1200;


b) 0, 600, 800 e 1400;
c) 800, 200, 300 e 900;
d) 800, 300, 200 e 800; Desprezando as resistências passivas, a altura hB do ponto
e) 800, 400, 200 e 1000. B:

0 7 (PUC-MG) Um corpo de massa M é lançado a) vale 4,8 m;


verticalmente para cima, a partir do solo, em um local de b) não pode ser calculada, pois não é dada a massa do
aceleração gravitacional constante. Desprezando a carrinho;
resistência do ar e supondo o referencial de posições no c) vale 5,0 m;
solo, a energia cinética no ponto médio da trajetória d) é igual a 4,6 m;
ascendente é: e) é igual a 4,0 m.

a) igual à energia mecânica inicial;


b) metade da energia mecânica total;
c) menor do que a energia potencial nesse ponto;
d) igual à energia potencial no ponto de altura máxima;
e) menor do que a energia cinética no ponto médio da
trajetória descendente.
9

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 9 23/3/2004, 12:14


Trabalho - Energia Mecânica e Potência

Física
(Unifor-CE) Numa pista cujo perfil está representado a) 2,0.10³
abaixo, um móvel de 2 kg de massa se desloca sem b) 2,0.10²
atrito. A velocidade com que o corpo passa pelo ponto c) 40
A é de 10 m/s. Despreze o trabalho de forças não d) 20
conservativas e adote g = 10 m/s². e) 4,0

Sabendo que a mola colocada no plano superior


apresenta deformação máxima de 0,20 m, quando
atingida pelo corpo, sua constante elástica vale, em
N/m:

A
4,0 m

1,0 m

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

10

EBR FISICA MOD I AULA 06.pmd 10 23/3/2004, 12:14


Estática
Física

É muito comum pendurarmos quadros nas paredes e colocarmos lustres no teto, que ficam pendurados por fios ou
correntes. Quando o quadro não fica no lugar correto, tiramos o prego colocado com o auxílio de um martelo, instrumento
que é sempre muito útil, e o colocamos em outro local. Também é muito importante saber manusear a chave de rodas
para retirar os parafusos da roda de um carro quando ocorre algum problema com o pneu. A chave inglesa, que os
encanadores utilizam durante seu trabalho, é uma ferramenta importante quando temos algum problema com os canos
em nossa residência.
Você deve estar perguntando: o que tudo isso tem a ver com a Física? A resposta é simples: TUDO! Todos os
exemplos abordados serão agora estudados, na parte da Mecânica chamada Estática..

O objetivo da Estática (palavra de origem grega que Momento de uma Força


significa imóvel) é estudar as condições de equilíbrio da
partícula e do corpo extenso. Por ser mais comum em
nosso cotidiano, iremos analisar apenas o equilíbrio do
corpo extenso, que possui dimensões e que influenciam
no estudo, não podendo ser desprezadas.

Convém lembrar que equilíbrio não é sinônimo de


imobilidade. Veremos que as condições de equilíbrio para
um corpo estendem-se também para algumas situações de
movimento, como o movimento retilíneo uniforme.

Antes, porém, de estudarmos o equilíbrio do corpo


extenso, é necessário conhecermos dois conceitos
fundamentais: momento de uma força e binário ou par
conjugado.

A presença de uma força é revelada através dos efeitos


causados por ela. Sempre que uma pessoa abre uma porta
ou um portão, um mecânico utiliza uma chave de bola para
apertar ou retirar um parafuso, um motorista tira os
parafusos do pneu furado utilizando uma chave de rodas e
um marceneiro retira um prego preso a uma tábua com um
martelo; as forças aplicadas vão gradativamente fazendo o
1

EBR FISICA MOD I AULA 07.pmd 1 23/3/2004, 12:14


Estática
corpo girar em torno de um ponto fixo. Esta idéia é depende do sentido de movimento do corpo. Por

Física
fundamental para o entendimento do momento de uma convenção, quando gira no sentido horário é negativo e
força. quando gira no amti-horário é positivo.
4- Aumentando o braço da força, mantendo a mesma força,
Definição o momento aumenta.
Momento de uma força, em
relação a um ponto, é a tendência É por esse motivo que, ao fecharmos uma porta,
causada pela força em fazer o geralmente empurramos próximo à maçaneta e não
corpo girar em torno do ponto. próximo às dobradiças, onde uma força maior deveria ser
aplicada.
Podemos ilustrar como ocorre esta tendência de
rotação ao aplicarmos uma força sobre um quadro fixo em
apenas um ponto na parede.

F i g u r a 0 1 : FFo
o r ç a s e n d o a p l i c a d a s o b r e u m q u a d r o , f a z e n d o - o g i r a rr..

Matematicamente, podemos determinar a intensidade Figura 03: O momento de uma força depende da posição onde a força é aplicada.
do momento da força F em relação ao ponto P, como
→ É também por esse motivo que, quando não
sendo o produto da intensidade F da força pela distância d
do ponto à linha de ação da força. conseguimos retirar o parafuso da roda usando uma chave
de rodas comum, aumentamos o braço da chave de roda,
→ adaptando um cano e conseguimos retirar o parafuso.
MF(P) = ± F . d

Onde: d = distância do ponto P à linha de ação da


força (m)
F = Intensidade da força aplicada no
corpo (N)
MF(P) = intensidade do momento da força F
em relação ao ponto P (N.m).

d
Figura 04: Com um cano como extensão, o momento da força aumenta.

BINÁRIO OU PAR CONJUGADO


P É o sistema constituído de duas forças de mesma
intensidade, mesma direção, sentidos opostos e
F
aplicados em pontos distintos de um corpo.

Observações

1- O ponto P é chamado de pólo.


2- A distância d é chamada de braço da força.
3- A intensidade do momento pode ser positiva ou negativa,

EBR FISICA MOD I AULA 07.pmd 2 23/3/2004, 12:14


Estática
EQUILÍBRIO DO CORPO EXTENSO
Física

Para garantir o equilíbrio do corpo extenso, devemos


impor duas condições de equilíbrio: uma para evitar a
translação do corpo e outra para evitar sua rotação.

Condições para que um corpo extenso esteja


em equilíbrio:

1- A resultante do sistema de forças deve ser nula:


→ → → → →
FR = F1 + F2 + F3 ... + Fn = 0
EQUILÍBRIO DE TRANSLAÇÃO

2- A soma algébrica dos momentos das forças do sistema


deve ser nula em relação a qualquer ponto:

Figura 05: Exemplos de binário ou par conjugado.


MR = M 1 + M 2 + M 3 ... + M n = 0
EQUILÍBRIO DE ROTAÇÃO
ROTAÇÃO
Esquematicamente, temos:
Observação

F 1- Se apenas a 1ª condição for satisfeita, dizemos que está
apenas em equilíbrio de translação.
D 2- Se apenas a 2ª condição for satisfeita, dizemos que está
apenas em equilíbrio de rotação.
3- O corpo extenso somente estará em equilíbrio quando
as duas condições forem satisfeitas.

F
Muitas vezes, o corpo extenso é apoiado em um ou
Figura 06: Binário ou par conjugado.
mais de seus pontos. É fundamental para qualquer análise
Matematicamente, podemos escrever: representar a força exercida pelo apoio sobre o corpo no
ponto de contato entre o corpo e o apoio. Acompanhe as
figuras.
Mbinário = ± F . D

Onde: D = braço do binário (m)


F = Intensidade de uma das forças
aplicadas (N)
Mbinário = Momento do binário (N.m)
Figura 07: Corpo extenso apoiado em um ou dois pontos.
Observação
1- A resultante de um binário é nula. Significa dizer que cada ponto de contato exerce uma
2- Um binário não provoca translação do corpo, mas apenas força sobre o corpo rígido.
sua rotação. Colocado isto, podemos resolver um grande
3- O binário obedece a mesma convenção de sinais do problema da infância. Como podem duas crianças de massas
momento de uma força. diferentes brincarem de gangorra? Ou um pai brincar com
seu filho na gangorra? Vamos nos exercícios resolvidos
explicar como isso é possível.

EBR FISICA MOD I AULA 07.pmd 3 23/3/2004, 12:14


Estática

Física
ALAVANCAS: Alavanca Inter-resistente
Inter-resistente: A Força Resistente
está situada entre o ponto de apoio e a Força Potente.
As alavancas podem girar em torno de um ponto de Como exemplo desse tipo de alavanca, podemos citar o
apoio, ficando sujeitas a uma força potente
potente, aplicada em quebra-nozes e o carrinho de mão.
um de seus pontos, que tem como objetivo deslocar uma
força resistente
resistente. Conforme a posição do ponto de
apoio, as alavancas podem ser divididas em três tipos:
interfixa, inter-resistente e interpotente.

O benefício que as alavancas nos trazem não são


descobertas recentes. O grego Arquimedes, que viveu na
cidade de Siracusa, uma colônia grega situada na Sicília,
entusiasmou-se tanto com a alavanca, que formulou a
famosa frase:
"Se me derem uma alavanca e um ponto de
apoio, deslocarei o mundo".

Alavanca Interpotente
Interpotente: A Força Potente está
situada entre o ponto de apoio e a Força Resistente. São
exemplos a pinça, o pegador de gelo e a pá usada na
construção civil.

Exageros à parte, Arquimedes verificou que, com o


auxílio de uma barra rígida e um ponto de apoio, é possível
ao homem erguer ou equilibrar uma carga muito grande.
Concluiu que, quanto maior for a distância do operador
ao ponto de apoio da barra, menor será a intensidade da
força que ele deverá aplicar.

Alavanca Interfixa
Interfixa: O ponto de apoio está situado
entre a Força Potente e a Força Resistente. São alavancas
interfixas a tesoura, o alicate, a balança de pesos e a alavanca
de Arquimedes.

EBR FISICA MOD I AULA 07.pmd 4 23/3/2004, 12:14


Estática
Física

01 Se na figura abaixo, a força F for igual a 2 N e a distância Solução:


d for de 0,5 m, calcule o momento gerado pela força 1ª Condição: FR = F1 + F2 + F3 =10 + 4 - 14 = 0
quando: EQUILÍBRIO DE TRANSLAÇÃO

Em relação ao ponto O:
2ª Condição: MR(O) = M1 + M2 + M3 = + 10 . 4 -
4 . 3 - 14 . 2 = 40 - 28 - 12 = 0 EQUILÍBRIO DE
ROTAÇÃO

Como as duas condições foram satisfeitas, o corpo


a) a força faz o objeto girar no sentido horário. extenso está em equilíbrio.
b) a força faz o objeto girar no sentido anti-horário.

Solução: 03 Um pai de massa 100 kg, quer brincar com seu filho de
massa 40 kg em uma prancha de 7 m que serve como
a) MF(P) = - F . d gangorra, sendo apoiada em apenas um único ponto.
MF(P) = -2 . 0,5 = - 1 N.m Determine a distância x para que isso seja possível.

b) MF(P) = + F . d
MF(P) = + 2 . 0,5 = + 1 N.m

02 Um corpo extenso e rígido sofre a ação de três forças


conforme a ilustração. Verificar se encontra-se em
equilíbrio:

Solução:
É fácil imaginar que se colocarmos o ponto de apoio
mais próximo do pai iremos obter o equilíbrio. O
problema é: qual a distância exata?
Se conseguir obter equilíbrio, a distância x pode ser
calculada pela 2ª condição do equilíbrio do corpo extenso,
pegando exatamente o apoio como ponto de referência:
MR=M1+M2 = 1000.x - 400 (7-x)=0
1000 . x - 2800 + 400 . x = 0
1400 . x = 2800
x = 2m

01 Sobre a grandeza física Momento de uma Força, em e) ( ) Ao dobrarmos o braço da força, o momento
relação a um ponto P, analise as afirmativas assinalando V quadruplica.
se forem verdadeiras ou F se forem falsas.
02 As chaves de roda são utilizadas quando se deseja trocar
a) ( ) O ponto P é chamado de pólo. um pneu furado de um carro. Em muitos casos, o
b) ( ) A distância d é chamada de braço da força. motorista tem dificuldades para retirar os parafusos por
c) ( ) A intensidade do momento pode ser positiva ou estarem muito apertados. Alguns chegam a subir na chave
negativa. fazendo tentativas desesperadoras e esquecem que um
d) ( ) Aumentando o braço da força, mantendo a mesma conhecimento básico da Física pode ajudar a resolver o
força, o momento aumenta. problema.

EBR FISICA MOD I AULA 07.pmd 5 23/3/2004, 12:14


Estática

Física
fig.a fig.b

Imagine que na "figura.a", a força necessária para girar o


parafuso seja 100 N e a distância 30 cm. Se na "figura.b",
aumentarmos esta distância para 120 cm, qual será o
valor da força necessária para fazer o mesmo parafuso
girar?

03 Uma chave de boca correta é utilizada com a intenção de Determine o momento do binário, em unidades do SI,
retirar um parafuso. Uma força F de 100 N é aplicada no sabendo que a força F = 5 N e que o braço do binário é
ponto A, como mostra a figura. igual a 7 cm.

→ 06 Uma barra homogênea e horizontal, de peso desprezível,


é submetida a várias de forças que estão no mesmo
plano, conforme a figura abaixo.

Determine o momento mínimo necessário para retirar


o parafuso.

04 Quando abrimos uma porta, aplicamos uma força que a


fará girar em relação a um ponto. Observe a ilustração
abaixo, onde as forças F1 e F2 são iguais a 10 N, a distância Determine a intensidade da força F para que a barra esteja
d1 = 80 cm e d2 = d1/2. em equilíbrio de translação.

07 Duas pessoas transportam uma caixa pesando 500 N


sobre uma tábua de madeira de 5 m de comprimento.

Caso 1 Caso2

Calcule o momento das forças em cada caso, em relação


ao ponto P. Que conclusão podemos obter analisando
as respostas?

05 Ao abrirmos uma torneira comum, aplicamos duas forças


de mesma intensidade em suas extremidades, conforme
ilustra a figura abaixo. Se a tábua é homogênea e pesa 50 N, e a caixa é colocada
a 2 m da extremidade B, determine a força que cada
pessoa exerce.

EBR FISICA MOD I AULA 07.pmd 6 23/3/2004, 12:14


Estática
08 A barra AB, da figura a seguir, é homogênea, tem 10 m
Física

de comprimento e pesa 20 N. Ela ainda sofre a ação de


uma força F de intensidade igual a 40 N. Havendo
equilíbrio, que valores assumem as intensidades das
reações dos apoios?

01 (UERJ) Para abrir uma porta, você aplica sobre a maçaneta, 03 (PUC-MG) A figura representa uma régua homogênea
colocada a uma distância d da dobradiça, conforme a com vários furos eqüidistantes entre si, suspensa por um
figura abaixo, uma força de módulo F perpendicular à eixo que passa pelo ponto central O. Colocam-se cinco
porta. Para obter o mesmo efeito, o módulo da força ganchos idênticos, de peso P cada um, nos furos G,H e
que você deve aplicar em uma maçaneta colocada a uma J, na seguinte ordem: 1 em G; 1 em H e 3 em J. Para
distância d/2 da dobradiça dessa mesma porta, é: equilibrar a régua colocando outros cinco ganchos,
idênticos aos já usados, num único furo, qual dos furos
usaremos?

a) A
b) B
c) C
d) D
e) E

04 (Mack-SP) "Quando duas crianças de pesos diferentes


a) F/2 b) F brincam numa gangorra como a da figura a seguir, para se
c) 2F d) 4F obter o equilíbrio com a prancha na horizontal, a criança
→ → → leve deve ficar mais __________ do ponto de apoio
02 (Unifor-CE)
→ →
A figura representa cinco forças F1 , F2 , F3 , do que a criança pesada. Isto é necessário para que se
F4 e F5 , de mesmo módulo, aplicadas no ponto A da tenha o mesmo __________ dos respectivos pesos".
barra AO. Pode-se afirmar que a força que exerce maior Considerando que a prancha seja homogênea e de
momento em relação ao ponto O é: secção transversal constante, as expressões que
preenchem correta e ordenadamente as lacunas
anteriores são:

→ → →
a) F1 b) F2 c) F3
→ →
d) F4 e) F5
a) perto e momento de força.
b) longe e momento de força.
c) perto e valor.
d) longe e valor.
e) longe e impulso.

EBR FISICA MOD I AULA 07.pmd 7 23/3/2004, 12:14


Estática
05 (Ufmg) A figura mostra um brinquedo, comum em 01) se os meninos sentarem nas extremidades da prancha,

Física
parques de diversão, que consiste de uma barra que só poderá existir equilíbrio se Carmelita sentar-se em
pode balançar em torno de seu centro. Uma criança, de um determinado ponto da prancha do lado de Juquinha.
peso P1, senta-se na extremidade da barra a uma distância 02) se Carmelita sentar-se junto com Zezinho, bem
X do centro de apoio. Uma segunda criança, de peso próximos da extremidade da prancha, não existirá uma
P2‚ senta-se do lado oposto a uma distância X/2 do posição em que Juquinha consiga equilibrar a gangorra;
centro. 04) se Juquinha sentar-se no lado esquerdo, a 1 m do centro
Para que a barra fique em equilíbrio na horizontal, a relação da gangorra, Zezinho terá que sentar-se no lado direito e
entre os pesos das crianças deve ser a 1,6 m do centro, para a gangorra ficar em equilíbrio;
08) se Juquinha sentar-se na extremidade esquerda ( a 2 m
a) P2 = P1/2. do centro) e Zezinho na extremidade direita, haverá
b) P2 = P1. equilíbrio se Carmelita sentar-se a 1 m à direita do suporte;
c) P2 = 2P1. 16) numa situação de equilíbrio da gangorra, com as três
d) P2 = 4P1. crianças sentadas sobre a prancha, a força normal que o
suporte faz sobre a prancha é de 950 N;
32) com Juquinha e Zezinho sentados nas extremidades da
prancha, a gangorra tocará o chão no lado de Juquinha.
Nesse caso, Zezinho ficará em equilíbrio porque a
normal, que a prancha faz sobre ele, anula seu peso.
06 (Unifor-CE) Na figura abaixo, a força F = 200 N é
aplicada no ponto A da alavanca AB, de peso desprezível, 08 (Fuvest-SP) Duas pessoas carregam um bloco de
mantendo o sistema em equilíbrio. concreto que pesa 900 N, suspenso a uma barra AB de
peso desprezível, de 1,5 m de comprimento, cujas
extremidades apoiam-se nos respectivos ombros.

O valor do peso, colocado na extremidade B, em N, é


de: O bloco está a 0,5 m da extremidade A . A força aplicada
pela extremidade B, ao ombro do carregador, será de:
a) 200 b) 300 c) 500
d) 600 e) 1200 a) 1800 N b) 900 N c) 600 N
d) 450 N e) 300 N
07 (UFGO) Três crianças, Juquinha, Carmelita e Zezinho,
de massas 40, 30 e 25 kg, respectivamente, estão
brincando numa gangorra. A gangorra possui uma prancha 09 (PUC-PR) A barra homogênea e uniforme figurada abaixo
homogênea de 4 m e massa de 20 kg. Considerando tem peso igual a 2000 N e está em equilíbrio sobre dois
que o suporte da gangorra seja centralizado na prancha e apoios. A força de reação no apoio B vale:
que g = 10 m/s², pode-se afirmar que:
a) 2000 N
b) 1000 N
c) 1500 N
d) 1250 N
e) 2250 N

EBR FISICA MOD I AULA 07.pmd 8 23/3/2004, 12:14


Estática
Física

(E.F.E. Itajubá-MG) Três crianças brincam em uma Maria Paula


gangorra. Maria e Paula estão sentadas nas extremidades,
5,0m 5,0m
conforme a figura, e suas massas são 40 kg e 30 kg
respectivamente. Onde Júlia, de 20 kg, deve se posicionar
de modo que a gangorra tenha a horizontal com a posição
de equilíbrio?

..........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

..........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

...........................................................................................................................................................................................................

EBR FISICA MOD I AULA 07.pmd 9 23/3/2004, 12:14


Gabarito
INTRODUÇÃO À FÍSICA MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO

Física
Exercícios de Aplicação
Exercícios de Aplicação
01- Vm = 80 km/h
01- a) v0 = 2 m/s e a = 3 m/s²
02- Vm = 50 km/h
b) v = 32 m/s
03- Vm = 30 m/s
c) acelerado.
04- Vm = 18 km/h
02- a) s0 = 4 m
05- ∆t = 500 s
b) v0 = 3 m/s
06- am = 3 m/s²
c) a = 4 m/s²
07- am = - 5m/s² - significa que o módulo da velocidade está
d) s = 18 m
diminuindo no decorrer do tempo.
03- a) a = 3,0 m/s²
b) v = 2 + 3,0.t
Exercícios de Vestibular
c) s = 0 + 2.t + 1,5.t²
01- V F V 02- b 04- a) a = - 2,0 m/s²
03- e 04- c b) t = 10 s
05- d 06- b 05- a) ∆s = 100 m b) t = 10 s
07- d 08- e 06- a) a = 5 m/s² b) v = 0 + 5.t
09- b c) v = 50 m/s
07- a) s0 = 12 m b) t = 2 s
Desafio c) t = 6 s
d) Aceleração negativa, pois a concavidade é para baixo.
Letra c 08- a) t = 4 s b) v = 40 m/s

Questões de Vestibular
MOVIMENTO UNIFORME
01- b 02- e
Exercícios de Fixação
03- a 04- e
01- 05- e 06- a
07- c 08- d
09- d 10- a

Desafio

Letra e
02- a) s0 = 5 m b) v = + 2 m/s
c) s = 45 m d) ∆s = 40 m e) t = 45 s DINÂMICA: FORÇA - 1ª E 2ª LEIS DE
03- a) s0 = 20 m b) v = - 2 m/s c) s = 10 m NEWTON
d) ∆s = - 10 m e) t = 10 s
04- s = 10 + 2.t Exercícios de Aplicação
05- a) s0 = 10 m b) v = 1 m/s c) s = 10 + 1.t
06- ∆s = 180 km 01- a) a = 4 m/s² b) a = 1 m/s²
07- a ) t = 7 s b) sA = sB = 220 m c) a = 5 m/s²
02- O quadrinho refere-se à 1ª Lei de Newton ou Princípio
Questões de Vestibulares da Inércia, segundo a qual os corpos em movimento
tendem a se manter em estado de movimento.
01- a 02- a 03- A força produzida pelo motor do carro deve apenas anular
03- d 04- a as forças de atrito e resistência do ar para manter a
05- b 06- c velocidade constante.
07- a 08- e 04- Sobre o avião atuam várias forças mas a força resultante
deve ser nula pois a velocidade é constante. O avião
Desafio encontra-se em Equilíbrio Dinâmico.
05- a) a = 20 m/s² b) a = 5 m/s²
Letra c c) a = 2 m/s²
06- a = 60 m/s²
07- a = 1m/s²
1

EBR FISICA MOD I GAB.pmd 1 23/3/2004, 12:14


Gabarito
Questões de Vestibulares 02- a) 1000 J b) 250 J c) 0
Física

03- 40.000 J. Ao duplicarmos a velocidade, a Energia Cinética


01- c 02- d será quatro vezes maior.
03- a 04- c 04- a) F = 20 N b) Epe = 1 J
05- a 06- c 05- a) Ec = 900 J e Epg = 0 J
07- d b) Ec = 0 J e Epg = 900 J
c) h = 45 m
Desafio 06- v = 20 m/s
Letra d 07- a) EmA = EmB = EmC = 30.000 J
b) v = 10 m/s = 36 km/h
DINÂMICA 2 - 3ª LEI DE NEWTON - Questões de Vestibulares
FORÇA PESO E FORÇA DE ATRITO
01- d 02- d
Exercícios de Aplicação 03- c 04- c
05- b 06- d
01- a) V b) V c) F d) V 07- b 08- d
02- a) P = 50 N b) N = 50 N 09- a
03- Remamos para trás para que a reação da água sobre os
remos nos empurre para a frente e vice-versa. Desafio
04- Os gases queimados são impelidos para trás com uma
força (ação); eles reagem (reação), exercendo outra força letra a
de mesma intensidade e direção mas sentido oposto,
que irá impulsionar o foguete para frente. ESTÁTICA
05-
Exercícios de Aplicação

01- VVVVF
02- F = 25 N
03- 30 N.m
04- MF1 = 8 N.m e MF2 = 4 N.m. Quando a distância é
menor, o momento também será, dificultando a abertura
da porta.
06- a) fatEST. = 14,8 N b) fatDIN. = 11,4 N 05- Mb = 0,35 N.m
c) a = 4,5 m/s² 06- F = 14 N
07- a = 2m/s² 07- 225N e 325 N
08- NA = 42 N NB = 18 N.
Questões de Vestibulares
Questões de Vestibular
01- c 02- e
03- c 04- e 01- c
05- e 06- d 02- b
07- e 08- d 03- B
09- a 10- d 04- b
05- c
Desafio 06- d
07- 02 + 04 + 08 = 14
letra d 08- e
09- d
TRABALHO - ENERGIA MECÂNICA E
Desafio
POTÊNCIA
Exercícios de Aplicação Júlia deve ficar a 2,5 m do ponto de apoio, do mesmo
lado de Paula.
01- a) V b) V c) V d) V e) F

EBR FISICA MOD I GAB.pmd 2 23/3/2004, 12:14


T ermologia
Termologia e Calorimetria
e Calorimetria

Física
Quando falamos que algo está “frio” ou “quente”, pelo simples contato físico de nossas mãos com a substância ou
corpo, temos que pensar em algumas situações: o que é frio para um esquimó? – 10ºC? Para nós, que estamos num país
tropical este valor parece bastante baixo, mas para um esquimó é um dia em que ele não sofrerá com o frio, pois mora em
um lugar onde as temperaturas chegam a – 50ºC, facilmente. Da mesma forma, quando falamos para um morador do
deserto que a temperatura hoje atingirá 35ºC, ele achará que será um dia bastante agradável. A temperatura, o calor e os
processos de transmissão de calor são alguns dos conceitos físicos que iremos estudar e que começaram a ser estudados
mais intensamente quando se iniciou a pesquisa das máquinas térmicas, na Revolução Industrial.

TEMPERATURA Temperatura: é a medida da agitação


térmica média dos átomos ou moléculas de um
Para podermos entender o conceito de temperatura, corpo.
precisamos “mergulhar” no interior da matéria, e imaginar
os átomos e as moléculas se agitando, dentro de um corpo. Existem diversas formas de medirmos a temperatura
Se os átomos ou moléculas estão “organizadinhos” dentro de um corpo, mas para isto usamos um termômetro
do material, eles também estão em constante agitação. graduado em uma certa escala termométrica. Assim,
Segundo Lord Kelvin, estudioso da temperatura, que dedicou criaram-se várias escalas de medida de temperatura. As mais
boa parte de sua vida às pesquisas sobre o calor e a usuais são:
temperatura, só podemos ter átomos ou moléculas - escala Celsius (usada na maioria dos países, inclusive o
completamente parados se tivermos o valor de temperatura Brasil)
chamado de “zero absoluto”. - escala Kelvin (usada no meio científico, em laboratórios
de pesquisa)
ZERO ABSOLUTO: valor de temperatura - escala Fahrenheit (usada nos países de língua inglesa,
mínima em que, átomos ou moléculas estão Estados Unidos e Inglaterra, principalmente)
completamente parados. Este valor é de –273,15ºC. Estas três escalas são conhecidas como escalas
termométricas oficiais.
Percebendo a diferença entre a agitação dos átomos Quando estamos vendo uma corrida de carros na
ou moléculas de corpos com diferentes temperaturas, TV, que está ocorrendo nos Estados Unidos, por exemplo,
chegou-se à conclusão de que ela está relacionada com a e aparece na tela do televisor o valor da temperatura da
agitação térmica destes. pista, este valor está em graus Fahrenheit. Como podemos
fazer para obter este valor na escala Celsius?

1
Termologia e Calorimetria
Existem formas de convertermos os valores de uma CALOR
Física

escala em outra. Basta conhecermos os chamados pontos


fixos de cada escala, que são: a temperatura de fusão do Um conceito que muitas vezes cometemos erro ao
gelo (ponto do gelo) e de ebulição da água (ponto do nos referirmos a ele é o conceito de calor. Quando falamos
vapor), ambos sob pressão normal. que está calor, porque a temperatura está alta, temos que
Observe a relação entre as escalas citadas: lembrar que para o pessoal que vive nas regiões desérticas
este valor pode ser um refresco!

Com base nestas observações, percebemos que só


tem sentido falarmos em calor se tivermos um outro corpo
como referência, para sentir essa energia do corpo. Não
podemos olhar para um corpo e dizer que ele está quente
ou frio. Precisamos tocá-lo. Desta forma, só tem sentido
falarmos em calor quando há transferência de energia
de um corpo para outro.

Figura 01: Escalas termométricas oficiais e pontos fixos na escala


Celsius.
Calor: é uma forma de energia, em trânsito, que
se transfere de um corpo para outro, em virtude da
diferença de temperatura entre eles.
Assim, temos a relação entre as escalas:
Assim sendo, se dois corpos de mesma temperatura
forem postos em contato não há transferência de calor
entre eles, pois os dois estão em equilíbrio térmico.
Para falarmos em calor, então, devemos levar em
conta os seguintes aspectos que podem causar essa variação:
ou , simplificando: a variação de temperatura, a massa do corpo e o tipo de
material do qual o corpo é feito, pois um corpo pode doar
ou receber calor mais facilmente que outro. A água precisa
de mais calor para se aquecer do que um pedaço de ferro,
por exemplo. Esta característica é chamada de calor
Desta forma podemos facilmente converter uma específico do corpo.
temperatura de uma escala para outra escala.
O calor pode ser medido em calorias (cal), ou em
Joules (J).
A relação entre elas é: 1 cal = 4,186J
Temos também: 1 kcal = 1000 cal
2
Termologia e Calorimetria
Resumindo:

Física
O calor é diferente de temperatura.
Temperatura mede a agitação das moléculas ou átomos
e o calor a energia que se transfere de um corpo para
outro, devido à diferença de temperatura entre eles.

PROPAGAÇÃO DE CALOR

Quando chegamos perto de uma fogueira sentimos


calor, mesmo sem encostar no fogo. Se colocarmos cera
numa extremidade de uma barra metálica e aquecermos a
outra ponta dessa barra, a cera derrete. Se colocarmos o
congelador de uma geladeira na parte de baixo dela, esta
geladeira não irá manter os produtos dentro dela resfriados.
Qual é a explicação destes fenômenos físicos? Figura 03 : Propagação do calor por convecção térmica.
A explicação está nos processos de transmissão de
Exemplos:
calor, que podem ocorrer de 3 formas diferentes:
Quando a água está em ebulição, a água do fundo do
recipiente, mais quente e menos densa, sobe e a água da
- condução: os átomos ou moléculas ficam nos lugares,
parte superior, mais fria e densa, desce.
mas transferem a energia de umas para as outras, através
O ar condicionado fica em cima para o ar frio descer
do material que constitui o corpo. É o processo
e o quente subir.
característico dos sólidos.
O refrigerador da geladeira fica em cima para o ar frio
descer, e o quente subir.

Resumindo:

Maior temperatura, menor densidade, sobe.


Menor temperatura, maior densidade, desce.

– Irradiação: O processo ocorre pela emissão de um


tipo especial de ondas, chamadas ondas de infravermelho,
de um corpo. As ondas de infravermelho, representam
uma forma das ondas eletromagnéticas, emitidas por
Figura 02 : Propagação do calor por condução térmica.
corpos radiantes, como o sol, por exemplo. Este
processo de transmissão do calor, não necessita de um
Exemplo:
meio material, sendo portanto o único processo que
Se aquecermos um pedaço de metal com cera na
pode ocorrer no vácuo.
outra extremidade, a cera irá derreter após algum tempo,
pois o calor passa de uma extremidade a outra sem que as
Exemplos:
moléculas da barra se movimentem. Ocorre apenas a
O calor que vem do Sol para a Terra se propaga no
agitação dessas moléculas e a passagem de energia de uma
vácuo.
para a outra. Este é o processo por condução.
O calor de uma fogueira chega até nós pela irradiação,
Obs.:
pois mesmo que estivéssemos no vácuo, sentiríamos calor.
– Metais são bons condutores térmicos (se agitam mais
rápido)
– Vidro, madeira, borracha, são maus condutores
térmicos.

- convecção: é o processo em que o calor se transmite


pela movimentação de matéria de um local para outro,
devido à diferenças de densidade. É o processo
característico dos fluidos.

Figura 04: Propagação do calor por irradiação.

3
Termologia e Calorimetria
TROCAS DE CALOR Exemplo:
Física

1 g de prata, precisa de 0, 056 cal para variar em 1°C


O calor sensível, é o calor cedido ou recebido por sua temperatura.
um corpo onde a sua temperatura está variando, dentro de 1 g de alumínio, precisa de 0, 219 cal para variar em
um mesmo estado físico. Normalmente é relacionado com 1°C sua temperatura.
a quantidade de massa da substância, o calor específico do Logo, a prata varia mais facilmente sua temperatura
material e a variação da temperatura, através da relação: do que o alumínio, ou seja: quem tem maior calor específico
possui menor variação de temperatura.

∆Q = m . c . ∆t CAPACIDADE TÉRMICA

É uma grandeza física que expressa a forma como o


Onde: corpo troca calor com o meio externo. De uma forma
∆Q = quantidade de calor cedido ou recebido pelo resumida, podemos dizer que é o quociente entre a
corpo, preferencialmente em calorias quantidade de calor cedida ou recebida por um corpo, e a
m = massa do corpo, geralmente em gramas respectiva variação de temperatura, ou seja:
c = calor específico do material, expresso
normalmente em cal/gºC. C = ∆Q
∆t = variação da temperatura, em ºC. ∆t

Esta relação é conhecida como Equação Fundamental Podemos também expressar a capacidade térmica em
da Calorimetria. termos do calor específico e da massa, substituindo a
quantidade de calor e simplificando a temperatura:
CALOR ESPECÍFICO
C = ∆Q ∆Q = m . c . ∆t C = m . c . ∆t
Cada tipo de material tem uma característica própria, ∆t ∆t
em termos de transferir mais ou menos calor para o meio
onde está. Esta propriedade é chamada de calor específico, C=m.c
e é um valor encontrado em laboratório, não nos cabendo
memorizá-los. Temos esse valor nos sólidos, nos líquidos
e nos gases. Exemplo:
a) Um bloco de 10 g de alumínio (Al) tem o mesmo calor
Exemplo: específico de um bloco de 5 kg de alumínio, só que o
Um pedaço de vidro troca bem menos energia com bloco maior demora mais a esquentar e depois demora
outro corpo do que um pedaço de metal (é só pegarmos mais a esfriar que o pequeno, pois possui maior
um vidro e um pedaço de metal, com a mesma massa e capacidade térmica que o outro.
aquecê-los, para sentirmos a diferença).
Veja alguns calores específicos:

Al
Al

Figura 05: Blocos diferentes de mesmo material, possuem mesmo


calor específico mas capacidades térmicas diferentes.

4
Termologia e Calorimetria
FASES DA MATÉRIA que é chamada de fusão. Durante todo o processo de

Física
mudança de estado, a temperatura não se altera e o calor
Ao variarmos a temperatura de um corpo, o mesmo recebido é chamado Calor Latente.
pode apresentar diferentes estados físicos. Cada mudança O Calor Latente é característico da substância que
de estado físico tem um nome particular. Observe: constitui o corpo e recebe nomes diferentes para cada
mudança de estado físico ocorrido, por exemplo:
SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO
- Calor Latente de Fusão do Gelo:
LFUSÃO = 80 cal/g

- Calor Latente de Solidificação da Água:


LSOLIDIFICAÇÃO = - 80 cal/g
Figura 06: Diagrama de mudança de fase.
- Calor Latente de Vaporização da Água:
LVAPORIZAÇÃO = 540 cal/g
Características de cada fase da matéria:
O estado sólido apresenta forma e volume constantes. - Calor Latente de Condensação da Água:
O estado líquido apresenta volume definido, mas LCONDENSAÇÃO = - 540 cal/g
forma do recipiente que o contém.
O estado gasoso não apresenta nem forma e nem Exemplos:
volume constantes. a) Calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g, ou seja, para 1 g
de gelo a 0ºC, precisamos fornecer 80 cal de calor para
que ele se funda e vire água líquida, mas ainda a 0ºC.
b) Calor latente de vaporização da água: 540 cal/g, ou seja,
para cada 1 g de água a 100ºC, precisamos fornecer
540 cal de calor para que a água vire vapor, na fase gasosa,
mas ainda a 100ºC.
Figura 07: Estados físicos da matéria
CURVAS DE AQUECIMENTO
CALOR LATENTE
São gráficos que mostram o comportamento da
Calor latente (L) é o calor presente na mudança de variação da temperatura com o calor, mostrando as
estado físico, onde não há mudança de temperatura. Este mudanças de estado físico (linhas horizontais, onde a
calor, que o corpo pode receber (calor positivo) ou ceder temperatura permanece constante), e a variação da
(calor negativo) ocasiona não o aumento da temperatura, temperatura com calor (linhas inclinadas)
mas sim a mudança do estado físico (fase).

O calor latente pode ser obtido pela relação entre a


quantidade de calor cedida ou recebida e a massa do corpo:

L = ∆Q
m

onde:
L = calor latente da mudança de estado físico do
corpo, expressa geralmente em cal/g.
∆Q = quantidade de calor cedido ou recebido,
geralmente em cal. No diagrama, temos em cada trecho:
m = massa do corpo, geralmente em g. AB – somente sólido
BC – sólido + líquido
Quando o corpo está no estado sólido, recebendo CD – líquido
calor sensível, sua temperatura irá aumentar, até atingir sua DE – líquido + vapor
temperatura de fusão. Se continuarmos fornecendo calor, EF – vapor
não irá ocorrer mudança na sua temperatura, mas sim TF – temperatura de fusão
mudança do estado físico desse corpo, (sólido para o líquido), TE – temperatura de ebulição

5
Termologia e Calorimetria
Nesses gráficos, quando temos uma linha horizontal, estiver recebendo calor. Se estiver cedendo calor, o trecho
Física

significa que nesse valor de temperatura está ocorrendo ED corresponde à condensação e o trecho CB à
mudança de estado físico. Na figura mostrada está ocorrendo solidificação. Nos trechos AB, CD e EF temos variação de
mudança de estado físico no trecho BC (fusão) e no trecho temperatura, respectivamente nos estados, sólido, líquido
DE (vaporização), mas isto é verdadeiro apenas se o corpo e gasoso.

FORMAÇÃO DOS VENTOS

Depois que o Sol se põe, no nível do mar, por Congelador


exemplo, a água e a areia deixam de receber calor e
começam a esfriar. Mas a areia esfria rapidamente (à noite
ela fica gelada!), e a água do mar demora a esfriar. Por
isso, à noite, o mar fica “quentinho”.
O ar que está sobre o mar fica mais quente do que
o ar que está sobre a areia. Mais aquecido, fica menos
denso e sobe. Assim, o ar que está sobre a areia se desloca
em direção ao mar: é a brisa terrestre.
Esta é a segunda forma de propagação de calor
conhecida como convecção. Para ocorrer convecção é
preciso que exista matéria, e que “suas partes” estejam a
diferentes temperaturas, de modo que haja deslocamento
de matéria, que, ao se deslocar, conduz o calor. Esses
deslocamentos são chamados correntes de convecção.
A convecção ocorre até que seja atingido o equilíbrio
térmico, isto é, quando todas as partes estiverem à GARRAFA TÉRMICA
mesma temperatura.
Existe um aparelho capaz de manter a temperatura
de líquidos por um bom tempo: a garrafa térmica. Ela é
capaz de manter um líquido quente ou frio, graças à
combinação de três fatores: ela evita a condução, a
irradiação e a convecção de calor. Veja como funciona
uma garrafa térmica.

sobe

ar frio ar quente
praia
mar
Brisa terrestre

líquido vácuo
vidro quente
CONGELADOR espelhado ou frio
(paredes duplas) invólucro
plástico
(isolante)
Por causa da convecção, o congelador é colocado
na parte superior da geladeira e os aparelhos de ar
condicionado devem ficar na parte superior dos cômodos.
Abaixo do invólucro plástico existe uma garrafa
Na parte superior, o ar é resfriado, torna-se mais denso e
formada por duas camadas de vidro. Entre as duas camadas
desce, empurrando para cima o ar que está mais quente.
quase não existe ar (vácuo simples). Sem ar não existem
Este encontra o congelador, é resfriado e desce. O
átomos, ou moléculas, de modo que se evita a propagação
processo continua até que seja atingido o equilíbrio térmico,
de calor por condução. Além disso, a superfície do vidro é
isto é, até que todo o ar do ambiente esteja à mesma
espelhada, interna e externamente. Desse modo, quando
temperatura.
há líquido quente no interior da garrafa, o calor que seria

6
Termologia e Calorimetria
irradiado para fora é refletido para dentro; caso o líquido Por isso, é possível conservar líquidos no interior

Física
seja frio, o calor de fora não penetra na garrafa, pois é de uma garrafa térmica, por um bom tempo, praticamente
refletido pela superfície do vidro para fora. Isso evita a à temperatura em que foi colocado, pois ela diminui ao
propagação de calor por irradiação. E todas as partes do máximo as trocas de calor entre o líquido e o meio externo
líquido dentro da garrafa estarão à mesma temperatura, (Esse tipo se dispositivo é chamado de adiabático, que não
de modo que também não ocorre convecção. troca calor com o meio externo).

0 1 Transforme as temperaturas nos exemplos abaixo: 0 2 Um corpo de massa 300 g recebeu 6000 calorias, e sua
temperatura variou em 100°C, sem mudança de estado
a) A quantos graus Fahrenheit equivale uma temperatura de físico. Determine:
30ºC?
Resolução: a) Qual sua capacidade térmica.
100 180
= Multiplicando em x, fica: Resolução:
30 F − 32 C = ∆Q = 6000 C = 60 cal/°C
∆t 100
100F – 3200 = 5400
100F = 5400 + 3200 b) Qual o calor específico da substância que constitui o corpo.
100F = 8600
F = 86ºF Resolução:
∆Q = m . c . ∆t
b) Se aparecer na TV que a pista onde os carros irão correr 6000 = (300).(c).(100)
está numa temperatura de 104ºF, significa que este valor 6000 = (30000).(c)
é o equivalente a 40ºC, um valor conhecido por nós.
Resolução: c = 6000 c = 0,2 cal/g°C
Para resolvermos basta colocarmos o valor de 104ºF 30000
no lugar de F e encontrar o C correspondente.
0 3 Um bloco de gelo de massa 600 gramas encontra-se a
9C = 72 . 5 ∴ 0°C. Determine a quantidade de calor para que toda a
massa de gelo se transforme em água a 0°C.
C = 40ºC Dado calor latente de fusão do gelo igual a 80 cal/g.

c) Numa das regiões mais frias do mundo o termômetro


indica –76ºF. Qual é o valor desta temperatura na escala Resolução:
Celsius? L = ∆Q 80 = ∆Q
m 600

∆Q = 80 . 600 = 48000cal

⇒ ⇒ ou ∆Q = 48 kcal

⇒ 180C = -10800 C = -60ºC

7
Termologia e Calorimetria
Física

0 1 A temperatura crítica do corpo humano é 42°C. Em 0 7 Um corpo de massa 100 g ao receber 2400 cal varia sua
graus Fahrenheit, quanto vale essa temperatura? temperatura de 20°C para 60°C, sem variar seu estado
físico. Calcule o calor específico da substância que constitui
0 2 Qual é a leitura de um termômetro graduado em Celsius esse corpo, nesse intervalo de temperatura.
para a leitura de 104°F?
0 8 Uma pedra, retirada de um forno a 100°C, é
0 3 Quais são os pontos de mudança de estado físico da imediatamente colocada sobre um grande bloco de gelo
água na escala Celsius? a 0°C. Até o equilíbrio térmico, verifica-se a formação de
40 g de água. Sendo o calor latente de fusão do gelo 80
0 4 Estando num lugar a 40° F, você vai ficar com frio ou cal/g, a capacidade térmica da pedra, em cal/°C, vale
calor? Por quê? quanto?

0 5 O calor pode passar de um corpo para outro estando os 0 9 Sempre que fornecermos calor a um corpo sua
dois à mesma temperatura? Explique. temperatura irá aumentar? Como se chama este calor,
caso a resposta seja negativa?
0 6 Deitados sobre o tapete da sala, Mingau e Faísca (dois
gatinhos malhados) parecem gostar do clic-clic do fogo 1 0 Como se chama a mudança do estado físico do líquido
crepitando na lareira. De que modo estão recebendo o para o gasoso?
calor?

0 1 (Mackenzie-SP) Um turista, ao descer no aeroporto de temperatura entre o dia e a noite. A propriedade que
Nova York, viu um termômetro marcando 68 °F. Fazendo torna a água um regulador de temperatura é:
algumas contas, esse turista verificou que essa temperatura
era igual à de São Paulo, quando embarcara. A a) sua grande condutividade térmica
temperatura de São Paulo, no momento de seu b) sua grande densidade
embarque, era de: c) seu elevado calor específico
d) seu pequeno calor específico
a) 10 °C
b) 15°C 0 4 (PUC-MG) Assinale a opção INCORRETA:
c) 20 °C
d) 25 °C a) A transferência de calor por condução só ocorre nos
e) 28 °C sólidos.
b) A energia gerada no Sol alcança a Terra por radiação.
0 2 (UEL-PR) Quando Fahrenheit definiu a escala c) Na transferência de calor por convecção, ocorre
termométrica que hoje leva o seu nome, o primeiro transporte de matéria.
ponto fixo definido por ele, o 0°F, correspondia à d) A transferência de calor por convecção ocorre nos gases
temperatura obtida ao se misturar uma porção de cloreto e líquidos.
de amônia com três porções de neve, à pressão de e) Uma barra de alumínio conduz melhor o calor do que
1atm. Qual é esta temperatura na escala Celsius? uma barra de madeira.

a) 32 °C 0 5 (UFRS) Para que dois corpos possam trocar calor é


b) -273 °C necessário que:
c) 37,7 °C
d) 212 °C I- estejam a diferentes temperaturas.
e) -17,7 °C II - tenham massas diferentes.
III - exista um meio condutor de calor entre eles.
0 3 (UECE) O clima de regiões próximas de grandes massas
de água, como mares e lagos, caracteriza-se por uma Quais são as afirmações corretas?
grande estabilidade térmica, ao contrário de regiões no
interior do continente, onde há acentuadas variações de a) Apenas I. b) Apenas II.
c) Apenas I e II. d) Apenas I e III.
8
Termologia e Calorimetria
0 6 (Unirio-RJ) Para que a vida continue existindo em nosso que NÃO ocorre se os corpos estiverem à mesma

Física
planeta, necessitamos sempre do calor que emana do temperatura.
Sol. Sabemos que esse calor está relacionado às reações
de fusão nuclear no interior dessa estrela. A transferência Quais estão corretas?
de calor do Sol para nós ocorre através de: a) Apenas I.
a) convecção. b) Apenas II.
b) condução. c) Apenas III.
c) irradiação. d) Apenas I e II.
d) dilatação térmica. e) Apenas II e III.
e) ondas mecânicas.
0 9 (Fuvest-SP) Analise fisicamente as afirmativas seguintes:
0 7 (ENEM) Uma garrafa de vidro e uma lata de alumínio,
cada uma contendo 330ml de refrigerante, são mantidas I. Para derreter um bloco de gelo rapidamente, uma pessoa
em um refrigerador pelo mesmo longo período de embrulhou-o num grosso cobertor.
tempo. Ao retirá-las do refrigerador com as mãos II. Para se conservar o chope geladinho por mais tempo,
desprotegidas, tem-se a sensação de que a lata está mais deve-se colocá-lo numa caneca de louça.
fria que a garrafa. É correto afirmar que: III. Um aparelho de refrigeração de ar deve ser instalado em
um local alto num escritório.
a) a lata está realmente mais fria, pois a capacidade calorífica
da garrafa é maior que a da lata. Assinale:
b) a lata está de fato menos fria que a garrafa, pois o vidro
possui condutividade menor que o alumínio. a) se apenas I e II estiverem corretas.
c) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, possuem a b) se apenas II e III estiverem corretas.
mesma condutividade térmica, e a sensação deve-se à c) se apenas I estiver correta.
diferença nos calores específicos. d) se apenas II estiver correta.
d) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação e) se apenas III estiver correta.
é devida ao fato de a condutividade térmica do alumínio
ser maior que a do vidro. 1 0 (UFG) A temperatura é uma das grandezas
e) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação termodinâmicas cuja a variação pode alterar as
é devida ao fato de a condutividade térmica do vidro ser propriedades térmicas de substâncias. Assim,
maior que a do alumínio.
( ) devido a uma diferença de densidade entre as partes de
0 8 (UFRS) A seguir são feitas três afirmações sobre um fluido (líquidos, gases e vapores), o processo de
processos termodinâmicos envolvendo transferência de propagação de calor ocorre por convecção térmica.
energia de um corpo para outro. ( ) a capacidade térmica depende do estado de agregação da
substância.
I- A radiação é um processo de transferência de energia ( ) a temperatura é a medida da quantidade de calor de uma
que NÃO ocorre se os corpos estiverem no vácuo. substância.
II- A convecção é um processo de transferência de energia ( ) o ponto de fusão e o ponto de solidificação de uma
que ocorre em meios fluidos. substância ocorrem em temperaturas diferentes, à mesma
III- A condução é um processo de transferência de energia pressão.

(UEL-PR) O gráfico a seguir representa o calor absorvido


por dois corpos sólidos M e N em função da
temperatura.

A capacidade térmica do corpo M, em relação ao corpo


N, vale

a) 1,4 b) 5,0
c) 5,5 d) 6,0
e) 7,0

9
Termologia e Calorimetria
Física

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................
10
Dilatação
Dilatação Térmica Térmica

Física
São inúmeras as aplicações desse interessante conceito da Física. Quando andamos de carro sobre um viaduto,
vemos várias trilhas com borracha no meio: são as chamadas juntas de dilatação, para que o viaduto não “quebre” com a
variação da temperatura. Numa linha de trem, entre um trilho e outro, existe um espaço, para que num dia de calor o trilho
possa aumentar de tamanho e não estrague a linha de trem. Quando fazemos uma calçada, deixamos espaços entre
pedaços dela, para que a mesma não trinque e venha a se danificar num dia de calor. Estes e outros exemplos fazem parte
da chamada dilatação térmica dos corpos.

Fig. 01: Junta de dilatação do trilho de trem

A dilatação ocorre quando aumentamos a temperatura DILATAÇÃO DOS SÓLIDOS


de um corpo, pois normalmente ele tem suas dimensões
aumentadas. Quando diminuímos a temperatura de um Quando um corpo é aquecido, ele aumenta suas
corpo, ele tem suas dimensões diminuídas, e dizemos que dimensões para todos os lados. Mas existem casos em
ocorreu uma contração térmica. que uma das dimensões é predominante sobre as demais.
Dilatação térmica: aumento das dimensões de Dessa forma, a dilatação dos sólidos pode,
um corpo, causado pelo aumento da temperatura do didaticamente, ser estudada sob três aspectos:
mesmo.
Contração térmica: diminuição das dimensões – LINEAR: a dimensão predominante é o comprimento
de um corpo, causado pela diminuição da temperatura – SUPERFICIAL: as dimensões predominantes são a
do mesmo. largura e a altura, ou seja, a área do corpo.
– VOLUMÉTRICA: todas as dimensões são
Este comportamento é explicado tendo como base predominantes na dilatação.
o conceito de temperatura, que diz que quando esta aumenta,
aumenta o grau de agitação das moléculas, e Como dilatação é uma variação no tamanho do corpo,
consequentemente o volume do corpo. vamos chamar de:
Observe:
∆L = dilatação linear
∆S = dilatação superficial
∆V = dilatação volumétrica

A dilatação depende:
– da variação da temperatura (quanto maior a variação da
Fig u r a 0 1 : Bai x a ag ita çã o tér mi ca , ou mo lecul ar - c on t r aç ão t é rm i ca . temperatura, maior a dilatação sofrida pelo corpo).
Alta agitação térmica, ou molecular – dilatação térmica.
– do tamanho inicial do corpo, quer seja no comprimento,
na superfície ou no volume (um trilho de ferro de 20 m
de comprimento, dilata mais do que uma barra de ferro
A dilatação pode ocorrer: de 1m, pois tem mais moléculas se agitando).
- nos SÓLIDOS; – do tipo de material (cada material possui um valor,
- nos LÍQUIDOS. chamado de coeficiente de dilatação, que representa se
ele dilata mais ou menos do que outro material).

1
Dilatação Térmica
a) DILATAÇÃO LINEAR Si
Física

Neste tipo de dilatação a dimensão predominante é o


comprimento. Veja o que acontece com uma barra quando
se aumenta a temperatura da mesma:

Sf
∆S = SF – Si
Li
∆S

∆L = LF – Li
Figura 04: Dilatação Superficial.

Podemos ainda, obter a dilatação superficial, utilizando


Li ∆L as características físicas do material estudado, tais como sua
área inicial e o tipo do material do qual ela é feita.

LF Logo:
Figura 02: Dilatação linear.

Podemos ainda, obter a dilatação linear, utilizando as ∆S= β . Si . ∆T


características físicas do material estudado, tais como seu
tamanho inicial e sua constituição química (tipo de material). onde:
∆S = dilatação superficial
Logo: Si = área inicial
SF = área final
∆L = α . Li . ∆T ∆T = variação da temperatura
β = coeficiente de dilatação superficial
onde: OBS. → O coeficiente de dilatação superficial β, é
∆L = dilatação linear sempre duas vezes o coeficiente de dilatação linear α
Li = comprimento inicial β=2.α
LF = comprimento final
∆T = variação da temperatura Ex.: chapa metálica, estrada, calçada.
α = coeficiente de dilatação linear, que depende do
tipo de material

Ex. uma régua, um trilho de trem, uma ponte.

Fig. 04: exemplos de dilatação superficial

c) DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA
Fig. 03: exemplos de dilatação linear
Neste tipo de dilatação, todas as dimensões do corpo
b) DILATAÇÃO SUPERFICIAL são predominantes: comprimento, largura e altura, portanto
ocorrerá variação no volume do corpo.
Neste tipo de dilatação o corpo possui duas
dimensões predominantes: o comprimento e a largura.

2
Dilatação Térmica
Vi

Física
Coeficiente de dilatação
substância -1
linear (α) em ºC
concreto 1,2 x 10-5
alumínio 2,4 x 10-5
∆V = VF – Vi chumbo 2,7 x 10-5
-5
cobre 1,7x 10
VF
Vi ferro 1,2 x 10-5
latão 2,0 x 10-5
ouro 1,5 x 10-5
∆V
Figura 05: Dilatação volumétrica.
prata 1,9 x 10-5
vidro comum 0,9 x 10-5
Podemos ainda, obter a dilatação volumétrica, porcelana 0,3 x 10-5
utilizando as características físicas do material estudado,
zinco 2,6 x 10-5
como o volume inicial e o material do qual o corpo é feito.
Observação: Não precisamos ter tabelas com
Logo: coeficientes de dilatação superficial e volumétrica, pois basta
conhecermos o coeficiente de dilatação linear e as relações
∆V = γ . Vi . ∆T entre eles.
onde: β=2.α
∆V = dilatação superficial
Vi = volume inicial γ=3.α
VF = volume final
∆T = variação da temperatura
γ = coeficiente de dilatação volumétrica DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS
OBS. → O coeficiente de dilatação volumétrico γ, é
sempre três vezes o coeficiente de dilatação linear α O líquido não possui forma definida, tomando a forma
do recipiente no qual ele se encontra. Por esse motivo, é
γ=3.α necessário estudar a dilatação do líquido e do recipiente
que o contém simultaneamente.
Ex.: um bloco, um tijolo, um parafuso. Considere um recipiente sólido, totalmente cheio de
um líquido. Quando ele é aquecido, muitas vezes
percebemos que o líquido dilatou quando ocorre um
extravasamento ou transbordamento do mesmo. Porém,
não podemos afirmar que o volume de líquido que
transbordou corresponde à dilatação volumétrica pois o
recipiente também sofreu dilatação. Desta forma, podemos
perceber que a dilatação do líquido é volumétrica, e composta
de duas formas:

A dilatação do recipiente (∆VRECIPIENTE)


O líquido que vazou ( ∆VAPARENTE)

Fig. 06: exemplos de dilatação volumétrica

UNIDADE DOS COEFICIENTES DE DILATAÇÃO

Para unidade de α, β e γ, usamos a unidade °C-1, ou


seja, nas equações de dilatação sempre iremos trabalhar
com a temperatura em °C.
Alguns coeficientes de dilatação linear: Figura 07: Dilatação volumétrica de um líquido.

3
Dilatação Térmica
Logo, a dilatação real sofrida pelo líquido é: Explicação:
Física

Como a temperatura externa do lago vai diminuindo,


∆V REAL = ∆V RECIPIENTE + ∆V APARENTE o volume também diminui, aumentando a densidade,
fazendo as moléculas frias descerem até o fundo e as mais
DILATAÇÃO IRREGULAR OU ANÔMALA DA quentes a subirem para a superfície (lembra das correntes
ÁGUA de convecção?). De 4°C para baixo o volume aumenta,
logo a densidade diminui e as moléculas ficam na superfície
A água é uma substância que se dilata irregularmente, até congelarem à 0°C, mantendo a água do fundo do lago
ou seja, em um certo intervalo de temperatura (entre 0°C líquida. Além disso, o gelo da superfície funciona como um
e 4°C) seu volume diminui, enquanto a temperatura isolante térmico, mantendo a água sob o gelo a 4°C.
aumenta. Veja o gráfico do volume em função da
temperatura: Alguns coeficientes de dilatação dos líquidos:

V Coeficiente de
dilatação
substância
volumétrica( γ )
em ºC-1
Va
álcool 100 x 10 - 5
-
gases 3,66 x10 3
-4
gasolina 11 x 10
4 t(oC)
Figura 08: Gráfico da dilatação irregular da água mercúrio 18,2 x 10-5

De acordo com a equação da densidade d = m / V,


percebemos que a água possui sua máxima densidade na
temperatura de 4°C.
A dilatação irregular da água explica o fato de, nos
lagos de regiões frias, formar uma camada de gelo apenas
na superfície, mantendo a vida aquática no lago.

Figura 09 : o lago congela somente na superfície, devido à dilatação irregular da


água

POR QUE A ÁGUA SE DILATA AO SER deles, o gelo tem um volume relativamente grande
CONGELADA ? explicado pelos espaços vazios. Quando o gelo se funde,
anéis hexagonais são quebrados porque se quebram as
A explicação desse fato é dada pela estrutura cristalina pontes de hidrogênio.Os espaços vazios passam a ser
da água no estado sólido. Cada molécula de água se liga a menores, ocupando menor volume. O aquecimento de
outras quatro moléculas através de ligações quimicas uma certa massa de água de 0oC a 4oC leva a uma
chamadas pontes de hidrogênio. diminuição de volume que pode ser explicada pelas
A estrutura espacial pode ser representada por sucessivas quebras dos anéis hexagonais da estrutura do
canais hexagonais (como num favo de mel) e, por causa gelo. Na temperatura de 4oC observa-se o menor volume
da água. A partir dos 4oC, o volume da água vai aumentando
4
Dilatação Térmica
em conseqüência da maior energia cinética das moléculas. Por esta razão que frascos de vidro fechados, cheios de

Física
O gráfico a seguir mostra como varia o volume de uma água, estouram dentro do congelador. Se considerarmos
determinada massa de gelo e água, em função da uma mesma massa de água nos estados sólido e líquido,
temperatura. podemos afirmar que a densidade no estado sólido é menor
do que no estado líquido - o gelo ocupa maior volume. Isto
explica por que o gelo flutua. Imaginemos como seria se o
gelo fosse mais denso do que a água líquida. A água, nas
represas e nos lagos, ao se congelar, afundaria, fazendo
com que mais água líquida entrasse em contato com ar frio,
o que provocaria também o seu congelamento. Em regiões
onde, no inverno, a temperatura cai muito abaixo de zero
graus Celsius, toda a massa de água do lago se solidificaria,
matando todos os peixes e outros organismos que vivem
na água.

Conseqüências desse comportamento da


água

Uma determinada massa de água ocupa, no estado


sólido, um volume muito maior do que no estado líquido.

01 O comprimento de um fio de alumínio é de 40 m, à 02 Um recipiente de vidro está completamente cheio com


temperatura de 20ºC. Aquecemos o fio à 60ºC sabendo 400 cm3 de Hg, à 20ºC.
que o coeficiente de dilatação linear do alumínio é Aquece-se o conjunto até 35ºC. Dados: γ Hg = 0,00018
24 X 10 –6 ºC-1 , calcule: ºC-1 , γ vidro = 0,00003ºC-1. Determine:

a) a sua dilatação linear a) a dilatação volumétrica do recipiente

∆T = 60 – 20 = 40°C ∆T = 35 – 20 = 15°C

∆L = α . Li .∆T ∆V = γ . Vi . ∆T
∆L = 24 X 10 –6 . 40 . 40 ∆V = 0,00003 . 400 . 15
∆L = 38400X 10 –6 ∆V = 0,18 cm3

∆L = 0,0384 m b) a dilatação real do mercúrio?


∆V = γ . Vi . ∆T
b) o seu comprimento final ∆V = 0,00018 . 400 . 15
∆V = 1,08 cm3
∆L = LF – Li
LF =∆L + Li c) a quantidade de líquido que vazou?
LF = 0,0384 + 40 ∆V = 1,08 – 0,18
∆V = 0,9 cm3
LF = 40,0384 m

5
Dilatação Térmica
03 Um bloco de ferro tem um volume de 50cm3 a 0°C. ∆V = γ . Vi . ∆T
Física

Determine até que temperatura devemos aquecê-lo a 0,425 = 50 . (3 . 12x10-6) . TF


fim de que seu volume seja igual à 50,425cm 3. 0,425 = 1800x10-6 . TF
(αFE=12X10-6 °C-1) 0,425 = 0,0018 . TF

TF = 236,11°C

01 Uma barra de ferro tem comprimento de 10 m, à 0ºC. 06 Quando aquecemos uma barra de metal ela fica mais
O coeficiente de dilatação linear do ferro é de comprida por dilatação. Isto significa que a massa da barra
12 X 10 –6 ºC–1. Calcule: aumentou?

a) a sua dilatação linear


b) o seu comprimento final 07 Um relógio de pêndulo extremamente preciso em uma
dada cidade suíça foi trazido para o Brasil, para a cidade de
02 Um fio metálico (α = 1,2 X 10 –5 ºC-1), homogêneo, Salvador/BA. Verifica que, apesar de todos os cuidados
tem, a 20ºC, o comprimento de 50 m. Determine a tomados no transporte do relógio, que o mesmo, aqui
dilatação linear e o comprimento final do fio quando no Brasil, não apresenta a mesma pontualidade. Por que
aquecido até 100ºC. isto acontece? E o relógio em terras brasileiras atrasa-se
ou adianta-se?
03 Uma placa retangular de alumínio tem 10 cm de largura e
40 cm de comprimento à temperatura de 20ºC. Esta
placa é colocada num ambiente cuja temperatura é de
50ºC. Calcule sua dilatação superficial, sabendo que o 08 Nas ilustrações das figuras, temos uma lâmina bimetálica
coeficiente de dilatação da placa vale β = 46 x 10 –6 ºC-1 composta de chumbo e bronze, coladas à temperatura
(Dica: Área da placa é largura X comprimento). T0, cujos coeficientes médios de dilatação linear são
respectivamente αPb=2,9×10-5°C-1eαbronze=1,9×10-5°C-1.
04 Um paralelepípedo a 10ºC tem dimensões iguais a
10x20x30cm, feito de material com coeficiente de
dilatação α = 8x10-6 ºC-1. Determine o acréscimo de
volume quando sua temperatura vai a 110ºC.

05 Um dono de posto de gasolina consulta a tabela e verifica


que o álcool tem coeficiente de dilatação γ = 10-3 ºC-1.
Assim, se ele comprar 14000 litros de álcool num dia
em que a temperatura é de 20ºC e vendê-lo num dia em
que a temperatura é de 30ºC, estará ganhando quantos
litros a mais?

Explique por que a lâmina se encurva.

09 Qual o princípio em que se baseia a construção de um


termômetro?

10 Uma barra metálica se dilata numa única direção? Explique?

6
Dilatação Térmica

Física
01 (Unirio-RJ) A figura a seguir representa uma lâmina
bimetálica. O coeficiente de dilatação linear do metal A é
a metade do coeficiente de dilatação linear do metal B. À
temperatura ambiente, a lâmina está na vertical. Se a
temperatura for aumentada em 200°C, a lâmina:

a) continuará na vertical.
04 (UECE) Três barras retas de chumbo são interligadas de
b) curvará para a frente.
modo a formarem um triângulo isósceles de base 8cm e
c) curvará para trás.
altura 10cm.
d) curvará para a direita.
e) curvará para a esquerda.

02 (UFMG) O coeficiente de dilatação térmica do alumínio


(Al) é, aproximadamente, duas vezes o coeficiente de
dilatação térmica do ferro (Fe). A figura mostra duas peças
onde um anel feito de um desses metais envolve um
disco feito do outro. Á temperatura ambiente, os discos
Elevando-se a temperatura do sistema:
estão presos aos anéis.
Se as duas peças forem aquecidas uniformemente, é
a) a base e os lados se dilatam igualmente
correto afirmar que:
b) os ângulos se mantêm
c) a área se conserva
d) o ângulo do vértice varia mais que os ângulos da base

05 (UEL-PR) Um recipiente de vidro de capacidade


2,0.102cm3 está completamente cheio de mercúrio, a
0°C. Os coeficientes de dilatação volumétrica do vidro e
do mercúrio são, respectivamente, 4,0.10-5C°-1 e
1,8.10-4C°-1. Aquecendo o conjunto a 100°C, o volume
a) apenas o disco de Al se soltará do anel de Fe.
de mercúrio que extravasa, em cm3, vale
b) apenas o disco de Fe se soltará do anel de Al.
c) os dois discos se soltarão dos respectivos anéis.
a) 2,8.10-4
d) os discos não se soltarão dos anéis.
b) 2,8.10-3
c) 2,8.10-2
03 (UFRS) Uma barra retilínea e uniforme, feita de um material
d) 2,8.10-1
cujo coeficiente de dilatação linear é positivo e
e) 2,8
independente da temperatura, recebe calor de uma fonte
térmica. Entre os gráficos a seguir, qual aquele que melhor
06 (PUCCAMP-SP) As figuras mostram as variações do
representa a variação ∆L do comprimento da barra como
volume V dos corpos A e B, C e D e E e F em função da
função da variação ∆T de sua temperatura?
temperatura T.

7
Dilatação Térmica
Nessas situações, analise as afirmativas a seguir: 08 (UFPE) O gráfico abaixo apresenta a variação do
Física

comprimento L de uma barra metálica, em função da


I- A situação I pode ocorrer para dois sólidos de mesmo temperatura T. Qual o coeficiente de dilatação linear da
material. barra, em °C-1?
II - A situação II somente pode ocorrer se o coeficiente de
dilatação de D for maior que o dobro do coeficiente de a) 1,00 × 10-5
dilatação de C. b) 2,00 × 10-5
III - A situação III somente ocorre se o coeficiente de dilatação c) 3,00 × 10-5
de E for maior que o de F. d) 4,00 × 10-5
e) 5,00 × 10-5
Pode-se afirmar que SOMENTE
09 (UFRS) Um recipiente de vidro, cujas paredes são finas,
a) I é correta. contém glicerina. O conjunto se encontra a 20°C. O
b) II é correta. coeficiente de dilatação linear do vidro é 27×10-6 °C-1 e
c) III é correta. o coeficiente de dilatação volumétrica da glicerina é
d) I e II são corretas. 5,0×10-4 °C-1. Se a temperatura do conjunto se elevar
e) II e III são corretas. para 60°C, pode-se afirmar que o nível da glicerina no
recipiente
07 (Mackenzie-SP) No estudo dos materiais utilizados para
a restauração de dentes, os cientistas pesquisam, entre a) baixa, porque a glicerina sofre um aumento de volume
outras características, o coeficiente de dilatação térmica. menor do que o aumento na capacidade do recipiente.
Se utilizarmos um material de coeficiente de dilatação b) se eleva, porque a glicerina aumenta de volume e a
térmica inadequado, poderemos provocar sérias lesões capacidade do recipiente diminui de volume.
ao dente, como uma trinca ou até mesmo sua quebra. c) se eleva, porque apenas a glicerina aumenta de volume.
Neste caso, para que a restauração seja considerada ideal, d) se eleva, apesar da capacidade do recipiente aumentar.
o coeficiente de dilatação volumétrica do material de a) permanece inalterado, pois a capacidade do recipiente
restauração deverá ser: aumenta tanto quanto o volume de glicerina.

a) igual ao coeficiente de dilatação volumétrica do dente. 10 (FGV-SP) O dono de um posto de gasolina recebeu
b) maior que o coeficiente de dilatação volumétrica do dente, 4000 litros de combustível por volta das 12 horas, quando
se o paciente se alimenta predominantemente com a temperatura era de 35°C. Ao cair da tarde, uma massa
alimentos muito frios. polar vinda do Sul baixou a temperatura para 15°C e
c) menor que o coeficiente de dilatação volumétrica do permaneceu até que toda a gasolina fosse totalmente
dente, se o paciente se alimenta predominantemente vendida. Qual foi o prejuízo, em litros de combustível,
com alimentos muito frios. que o dono do posto sofreu?
d) maior que o coeficiente de dilatação volumétrica do dente, (Dados: coeficiente de dilatação do combustível é de
se o paciente se alimenta predominantemente com 1,0. 10-3 °C-1)
alimentos muito quentes.
e) menor que o coeficiente de dilatação volumétrica do a) 4l
dente, se o paciente se alimenta predominantemente b) 80l
com alimentos muito quentes. c) 40l
d) 140l
e) 60l

(Fuvest-SP) Dois termômetros de vidro idênticos, um I- O coeficiente de dilatação do mercúrio é


contendo mercúrio (M) e outro água (A), foram aproximadamente constante entre 0°C e 37°C.
calibrados em 0°C e 37°C, obtendo-se as curvas M e II - Se as alturas das duas colunas forem iguais a 10mm, o
A, da altura da coluna do líquido em função da valor da temperatura indicada pelo termômetro de água
temperatura. A dilatação do vidro pode ser desprezada. vale o dobro da indicada pelo de mercúrio.
Considere as seguintes afirmações:
8
Dilatação Térmica

Física
III - No entorno de 18°C o coeficiente de dilatação do
mercúrio e o da água são praticamente iguais.

Podemos afirmar que só são corretas as afirmações

a) I, II e III
b) I e II
c) I e III
d) II e III
e) I

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

9
Gases Gases
Física

Os gases se constituem num capítulo à parte da Física por possuírem características particulares. Para percebermos
a importância dos gases, basta vermos que toda a camada que envolve o planeta, a atmosfera, é constituída de gases, tais
como: oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, gases nobres, entre outros. Muitos processos que envolvem transformações
gasosas também são interessantes, tais como uma panela de pressão no fogo, o aquecimento dos gases que causam os
ventos, a diferença de pressão que faz com que haja deslocamentos de massas gasosas, e que faz, entre muitas coisas, que
haja poluição, devido à grande quantidade de gases expelidos pelas fábricas, causando estragos para a natureza.

fig. 01:gases em movimento no dia-a-dia

Gás: é uma substância que não possui forma e - Ideal: neste tipo de gás, podemos desprezar as
nem volume constante, adaptando-se à forma e ao interações entre as suas moléculas, e nos preocuparmos
volume do recipiente no qual está incluso. É constituído somente com as variáveis de estado. Iremos considerar
de pequenas moléculas que se movimentam um gás real como ideal, sob duas condições:
desordenadamente. → baixas pressões;
→ altas temperaturas.
Estado do gás: um gás se define de acordo com certas Para encontrarmos a equação dos gases, precisamos
variáveis, chamadas de variáveis de estado do gás. São ainda de um conceito da química, chamado “mol” (n), que
elas: expressa uma certa quantidade de moléculas.
- pressão (p), que é o resultado do choque das Mol é a quantidade padrão de moléculas de um gás.
moléculas contra as paredes do recipiente. Sua unidade Quando temos um mol de um certo gás, dizemos que
pode ser N/m2 (chamada de Pascal) ou atm (atmosfera), temos 6,02 x 10 23 moléculas deste gás.
ou ainda mmHg.
A relação entre as unidades é: 1 mol = 6,02 x 10 23 moléculas

1 atm = 10 5 N/m2 (Pa) ou 760 mmHg = 1 atm Podemos calcular o número de mols n (plural de
mol) de uma substância pela relação:
- volume (V), é o volume do recipiente que contém o
gás. Sua unidade pode estar em m3 (metro cúbico) ou L n=m
(litros) M
- temperatura (T), mede o grau de agitação térmica das Onde:
moléculas (sempre na escala Kelvin). Se estiver em outra n = n° de mols da substância
escala temos que transformar para Kelvin. m = massa em gramas
M = massa molecular do gás em grama/mol.
Existem duas categorias de gases: os gases reais e
os gases ideais ou perfeitos.

- Real: é o gás normal, onde existem interações entre


suas moléculas, o que torna muito difícil seu estudo,
porque, além das variáveis de estado, ainda temos que
nos preocupar com estas interações.
Figura 02 : moléculas do gás se movimentando

af.fisica parte 3.pmd 2 7/13/2004, 2:57 PM


Gases
Obs.: A massa molecular (M) é a massa em gramas TRANSFORMAÇÕES GASOSAS

Física
de uma molécula, obtida multiplicando-se as massas em
gramas dos átomos pelo respectivo número de átomos Se um gás possui um certo conjunto de valores das
presentes na molécula: variáveis de estado e, no mínimo, duas delas sofrerem
alterações, dizemos que o gás passou de um estado para
Exemplo: outro, isto é , sofreu uma transformação gasosa:
H2O → 2 x 1g + 1 x 16g = M = 18 g/mol
ESTADO 1 ESTADO 2
EQUAÇÃO GERAL DOS GASES IDEAIS
(EQUAÇÃO DE CLAPEYRON)

Verificando a dependência entre as variáveis de estado,


Paul-Emile Clapeyron, físico francês, estabeleceu a relação
entre as variáveis de estado de um gás ideal.

A relação é: p 1, V 1, T 1 p 2 , V 2, T 2

Figura 03 : Transformação do gás de um estado a outro com mudança das variáveis


p.V=n.R.T de estado

onde: Na maioria das vezes, quando um gás passa de um


p = pressão do gás estado para outro, uma das variáveis permanece constante,
V = Volume do gás simplificando os cálculos. Temos três tipos particulares de
n = número de mols do gás transformações gasosas:
R = Constante universal dos gases perfeitos.
T = temperatura absoluta do gás. →Transformação ISOTÉRMICA;
→ Transformação ISOBÁRICA;
A constante universal dos gases ideais pode admitir → Transformação ISOVOLUMÉTRICA.
dois valores:
Vejamos cada caso:
1°) Se o volume for dado em m3, e a pressão em N/m2,
utilizamos R como sendo igual à: TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA
(T = constante):
R = 8,31 J/K.mol
Um gás pode passar de um estado para outro de
2°) Se o volume for dado em L, e a pressão em atm, maneira que sua temperatura permaneça constante. Para
utilizamos R como sendo igual à: isto ocorrer, na experiência abaixo foi adicionada lentamente
pressão sobre o embolo, para que se mantivesse o
R = 0,082 atm.L/K.mol equilíbrio térmico:

Estas constantes foram obtidas nas chamadas CNTP


(Condições Normais de Temperatura e Pressão). São elas:

p = 1 atm
T = 0°C (273K)

Ainda em CNTP, podemos dizer que um mol de


moléculas de gás ocupa 22,4 litros de volume.

Observação:
- os gases se dilatam igualmente, não importando que sejam
gases diferentes. Figura 04 : transformação isotérmica

- Para R = 0,082, ficamos com a equação resumida:

p . V = n . 0,082
T

af.fisica parte 3.pmd 3 7/13/2004, 2:57 PM


Gases
Percebemos que, à medida que aumenta a pressão, Esta relação é conhecida como
Física

o volume diminui, ou seja, p e V são inversamente Lei de Gay-Lussac


proporcionais, isto quer dizer: Ou seja:

p. V = constante V 1 = V2
T1 T2

Esta relação é conhecida como Lei de Boyle


Ou seja: TRANSFORMAÇÃO
ISOVOLUMÉTRICA (OU ISOCÓRICA)
p 1 .V1 = p2 . V2 (V = CONSTANTE)

Existe uma transformação em que o gás é aquecido


TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA ou resfriado e o mesmo se encontra num recipiente
(P = CONSTANTE) fechado. Se o gás passar de um estado para outro e o
volume não se alterar, dizemos que ocorreu uma
Quando o gás é aquecido e está num recipiente com transformação isovolumétrica, conforme segue:
um êmbolo móvel, sofre uma mudança de estado, passando
a ocupar um volume maior, mas, no entanto, a pressão P 1, T 1, V P 2, T 2, V
externa sobre ele não se altera. Se o gás passar de um
estado para outro sem alterar a pressão, dizemos que ele
sofreu uma transformação isobárica, conforme o desenho
abaixo:

calor
Figura 06 : Transformação do gás de um estado a outro com volume constante

Conforme vemos, se aquecermos ou resfriarmos


um gás confinado numa caixa de volume fixo, sua pressão
se altera, bem como sua temperatura, nos levando à seguinte
conclusão:

p = constante
Figura 05: Gás sofrendo aumento de volume à pressão constante T

Percebemos que, à medida que se aumenta a Esta relação é conhecida como Lei de Charles
temperatura, aumenta o volume do gás, ou seja, o volume Ou seja:
é diretamente proporcional à temperatura. Sendo assim,
podemos afirmar que: p1 = p2
T1 T2
V = constante
T

O EFEITO ESTUFA FAZ MAL? pois a temperatura média do planeta estaria em torno de
17 ºC negativos e sua superfície coberta de gelo.
O efeito estufa é um fenômeno natural, ou seja,
existe na natureza, independente da ação do homem e O efeito estufa garante que a temperatura média do
das atividades econômicas. Ele é causado pela presença de planeta esteja atualmente próxima aos 15 ºC, portanto
determinados gases na atmosfera terrestre e, por este mais ou menos 32 ºC acima do que seria sem ele. Além
motivo, estes gases são chamados de gases de efeito disso, sem o efeito estufa, o planeta estaria sujeito a
estufa. variações bruscas de temperatura entre a noite e o dia,
como acontece na lua e também nos desertos.
Sem a ajuda do efeito estufa, o Sol não conseguiria As figuras acima nos ajudam a compreender o
aquecer a Terra o suficiente para que ela fosse habitável, funcionamento do efeito estufa. Os raios de luz penetram
3

af.fisica parte 3.pmd 4 7/13/2004, 2:57 PM


Gases

horas sob o sol. Ao abrirmos a porta, sentimos

Física
imediatamente a temperatura muito quente do ar,
contrastando com a temperatura fora do carro.

1 2 3 Isto acontece, devido ao aprisionamento do calor


no interior do carro. Os vidros do carro agem de forma
a atmosfera, atingem a superfície da Terra (figura 1) e parecida a atmosfera terrestre, isto é, permitem que a luz
voltam ao espaço (figura 2). do sol ingresse, mas impedem que o calor saia. Este é
também o princípio exato de uma estufa.
Ao atingir a superfície do planeta, esses raios mudam
de características físicas e transformam-se em calor. Uma Veja quais são os gases que provocam o efeito estufa:
parte deste calor emitida, agora, pela Terra e que está - Vapor d'água (H20)
prestes a retornar para o espaço é aprisionada na - Ozônio (O3)
atmosfera (figuras 2 e 3) justamente devido à presença - Dióxido de carbono (CO2)
dos gases de efeito estufa. - Metano (CH4 )
- Óxido Nitroso (N20)
O efeito estufa pode ser definido de várias formas. - Clorofluorcarbonos (CFCs)
A grosso modo, consiste no aprisionamento na atmosfera - Hidrofluorcarbonos (HFCs)
de parte do calor gerado pela interação da luz solar com - Perfluorcarbonos (PFCs)
a atmosfera com a superfície da Terra e refletido de volta
ao espaço.

Podemos visualizar e entender o efeito estufa,


quando entramos em um carro estacionado por algumas

01 Um recipiente cúbico de aresta 20cm contém um gás à 2 =4


pressão de 0,8 atm. Para outro cubo de aresta 40cm, 293 T2
qual será a pressão do gás mantendo-se constante a sua
temperatura? T2 = 586K ou 313°C

V1 = 20 x 20 x 20 = 8.000 cm3 03 Uma massa de ar ocupava um volume de 1 L, quando a


V2 = 40 x 40 x 40 = 64.000 cm3 sua temperatura e sua pressão eram, respectivamente,
p1 = 0,8 atm iguais a 20°C e 1 atm. Esta massa de gás foi comprimida
isotermicamente até ocupar um volume de 0,5 L.
p1 .V1 = p2 . V2
0,8 . 8.000 = p2 . 64.000 a) Qual a temperatura da massa de gás no final do processo?

p2 = 0,1 atm Como é uma transformação isotérmica, a temperatura


no estado inicial e no estado final do gás é a mesma, ou
02 Com base no gráfico a seguir, que representa uma seja:
transformação isovolumétrica de um gás ideal, podemos 20°C, que equivalem a 293K (Kelvin)
afirmar que, no estado B, a temperatura é de:
b) Qual a pressão da massa de ar no final do processo?

p1 .V1 = p2 . V2
1 . 1 = p2 . 0,5

p2 = 2 atm

T1 = 273 + 20 = 293K
p1 = p2
T 1 T2
4

af.fisica parte 3.pmd 5 7/13/2004, 2:57 PM


Gases
Física

01 Sob pressão de 5 atm e à temperatura de 0o C, um gás 06 Colocamos no interior de um recipiente de 41 litros,


ocupa o volume de 45 litros. Determine sob que pressão 320 gramas de oxigênio (Massa Molecular M = 32 g/
o gás ocupará o volume de 30 litros, se for mantida mol) à 127°C.
constante a temperatura.
a) Qual o número de mols n do gás?
02 Na temperatura de 300 K e sob pressão de 1 atm, uma b) Qual a pressão do gás?
massa de gás perfeito ocupa o volume de 10 litros.
Calcule a temperatura do gás quando, sob pressão de 07 Um gás perfeito à pressão de 1 atm ocupa um volume
2 atm, ocupar o volume de 20 litros. de 4 litros. Ele sofre uma transformação isotérmica e o
seu volume atinge 10 litros. Determine a nova pressão
03 Num recipiente de volume constante é colocado um gás do gás.
à temperatura de 400 K e pressão de 75 cmHg. Qual é
a pressão à temperatura de 1200 K? 08 Zequinha é apaixonado por jogar futebol. Certo dia, ele
combinou com seus amigos jogar uma partida na quadra
04 Um gás perfeito está sob pressão de 20 atm, na de seu prédio, à noite. Durante a tarde ele procurou sua
temperatura de 200 K e apresenta um volume de 40 bola e encontrou-a ao Sol, verificando que estava bem
litros. Se o referido gás tiver sua pressão alterada para cheia. No entanto, à noite, seus amigos reclamaram que
40 atm, na mesma temperatura, qual será o novo ele poderia ter enchido melhor a bola. Sabendo que na
volume? noite do jogo estava bem frio, como você explicaria o
fato da bola ter ficado um pouco murcha?
05 O gás de um dos pneus de um jato comercial em vôo
encontra-se à temperatura de -33°C. Na pista, 09 Qual variável de estado permanece constante na
imediatamente após o pouso, a temperatura do gás transformação gasosa:
encontra-se a +87°C.
a) isobárica
a) Transforme esses dois valores de temperatura para a b) isovolumétrica
escala absoluta. c) isotérmica

b) Supondo que se trate de um gás ideal e que o volume do 10 Quais são as condições para que possamos considerar
pneu não varia, calcule a razão entre as pressões inicial e um gás real como sendo um gás ideal ou perfeito?
final desse processo.

01 (PUC-RJ) Uma câmara fechada, de paredes rígidas d) duplicar.


contém ar e está sob pressão atmosférica e à temperatura e) quadruplicar.
de 20°C. Para dobrar a pressão na câmara, o ar deve ser
esquentado para: 03 (Cesgranrio-RJ) Um gás ideal evolui de um estado A para
um estado B, de acordo com o gráfico representado a
a) 546°C seguir. A temperatura no estado A vale 80K.
b) 586°C
c) 40°C
d) 293°C
e) 313°C

02 (Unirio-RJ) Certa massa de gás ideal sofre uma


transformação isobárica na qual sua temperatura absoluta
é reduzida à metade. Quanto ao volume desse gás,
podemos afirmar que irá:

a) reduzir-se à quarta parte.


b) reduzir-se à metade.
c) permanecer constante.

af.fisica parte 3.pmd 6 7/13/2004, 2:57 PM


Gases
Logo, sua temperatura no estado B vale: A(s) afirmativa(s) correta(s) é(são):

Física
a) 120K. a) II e III.
b) 180K. b) III e V.
c) 240K. c) III.
d) 300K. d) II e V.
e) 360K e) I e IV.

04 (UECE) Uma dada massa de gás ideal sofreu evolução 07 (PUC-SP) Uma câmara de volume constante contém
termodinâmica que a levou de um estado inicial de um mol de um gás ideal a uma pressão de 0,50 atm. Se
equilíbrio P situado no plano pressão x volume, para um a temperatura da câmara for mantida constante e mais
estado final de equilíbrio Q, conforme a figura. Se no dois mols do mesmo gás forem nela injetados, sua
estado inicial P a temperatura era 100K, no estado final pressão final será
Q a temperatura é:
a) 1,50 atm.
b) 1,00 atm.
c) 0,50 atm.
d) 1,75 atm.
e) 0,75 atm.

08 (UEL-PR) Um recipiente rígido de 50 litros contém gás


perfeito à pressão de 0,80 atm e temperatura de 27°C.
Quando a temperatura aumentar para 57°C, a pressão,
em atmosferas, aumentará para

a) 0, 88
a) 200 K b) 0,92
b) 350 K c) 0, 96
c) 400 K d) 1,0
d) 700 K e) 1,3

05 (Mackenzie-SP) Um gás perfeito a 27°C apresenta volume 09 (UFRN) Preocupado com a inclusão dos aspectos
de 600cm3 sob pressão de 2,0 atm. Ao aumentarmos a experimentais da Física no programa do Processo
temperatura para 47°C e reduzirmos o volume para Seletivo da UFRN o- professor Samuel Rugoso quis
400cm3, a pressão do gás passará para: testar a capacidade de seus alunos de prever os resultados
de uma experiência por ele imaginada.
a) 4,0 atm. Apresentou-lhes a seguinte situação:
b) 3,2 atm. Num local, ao nível do mar, coloca-se um frasco de vidro
c) 2,4 atm. (resistente ao fogo) com água até a metade, sobre o
d) 1,6 atm. fogo, até a água ferver. Em seguida, o frasco é retirado da
e) 0,8 atm. chama e tampado com uma rolha que lhe permite ficar
com a boca para baixo sem que a água vaze. Espera-se
06 (PUC-RJ) Nas panelas de pressão utilizadas para cozinhar um certo tempo até que a água pare de ferver.
alimentos: O professor Rugoso formulou, então, a seguinte
hipótese:
I) a temperatura dos alimentos aumenta enquanto a pressão “Se prosseguirmos com a experiência, derramando água
interna se mantém constante; fervendo sobre o frasco, a água contida no mesmo não
II) a temperatura dos alimentos se mantém constante ferverá; mas, se, ao invés disso, derramarmos água gelada,
enquanto a pressão interna aumenta; a água de dentro do frasco ferverá” (ver ilustração a seguir)
III) a temperatura e a pressão do vapor interno aumentam
até o vapor ser expelido pela válvula de segurança;
IV) a válvula de segurança se abre devido à pressão exercida
contra as paredes pelos alimentos sólidos;
V) a temperatura de ebulição da água é maior pois a pressão
interna é maior.

af.fisica parte 3.pmd 7 7/13/2004, 2:57 PM


Gases
c) correta, pois a entropia do sistema ficará oscilando, como
Física

é previsto pela segunda lei da termodinâmica.


d) errada, pois o processo acima descrito é isobárico, o
que torna impossível a redução da temperatura de
ebulição da água.

10 (UFSM-RS) As variáveis que podem definir os estados


possíveis para 1 mol de gás ideal são:

A hipótese do professor Rugoso é: a) calor, massa e volume.


b) temperatura, densidade e pressão.
a) correta, pois o resfriamento do frasco reduzirá a pressão c) temperatura, pressão e volume.
em seu interior, permitindo, em princípio, que a água d) densidade, pressão e calor.
ferva a uma temperatura inferior a cem graus centígrados. e) densidade, massa e calor.
b) errada, pois, com o resfriamento do frasco, a água não
ferverá, porque, em princípio, haverá uma violação da lei
de conservação da energia.

(UEL-PR) Dois recipientes I e II estão interligados por Num determinado instante o recipiente I contém
um tubo de volume desprezível dotado de torneira T, 10 litros de um gás, à temperatura ambiente e pressão de
conforme esquema a seguir 2,0 atm, enquanto o recipiente II está vazio. Abrindo-se a
torneira, o gás se expande exercendo pressão de 0,50
atm, quando retornar à temperatura ambiente. O volume
do recipiente II, em litros, vale:

a) 80
b) 70
c) 40
d) 30
e) 10

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

af.fisica parte 3.pmd 8 7/13/2004, 2:57 PM


T ermodinâmica
Termodinâmica

Física
Sempre que apreciamos uma “Maria-fumaça” nos perguntamos como algo tão grande e pesado consegue se mover
com tanta facilidade sobre os trilhos. Ela é uma chamada máquina térmica, que utiliza a transformação do calor em trabalho.
Este ramo da Física passou por grande evolução na época da Revolução Industrial, ocorrida na Europa no século XVIII.
Menos homens trabalhando, mais trabalho e com mais qualidade, assim pensavam os inventores das máquinas térmicas,
objetos de estudo da Termodinâmica.

Termodinâmica: É o ramo da Física que estuda a movimento, causando uma variação na energia cinética
relação entre a mecânica e a termologia, pois estuda as média de cada uma delas. A energia cinética média é
relações entre trabalho (ττ ) e as trocas de calor com o diretamente proporcional à temperatura absoluta do gás.
sistema, verificando também a variação de energia
interna. 3
Ec = nRT
2
1ª LEI DA TERMODINÂMICA
n = nº de mols do gás;
Para entendermos como funciona uma máquina R = constante universal dos gases
térmica, precisamos conhecer alguns conceitos: T = temperatura absoluta do gás

- Sistema: tudo aquilo que observamos e estudamos ( as GÁS IDEAL


máquinas térmicas, por exemplo).
- Vizinhança: todo o restante do universo, sem o sistema São gases fictícios que agem conforme as regras
(uma fonte que fornece calor para o sistema, por abaixo, em algumas situações os gases reais comportam-
exemplo). se praticamente como ideais:
- As moléculas constituintes do gás encontram-se em
ENERGIA INTERNA DO GÁS movimento contínuo e desordenado;
- Não existem forças de coesão entre as moléculas;
Energia Interna de um gás (U): A origem da palavra - O volume da molécula é desprezível comparado ao do
gás é alemã, Geist que significa espírito. gás;
As moléculas de um gás não são muito coesas. Isto - Há choques constantes entre as moléculas e as paredes
faz com que elas tenham movimentação contínua e do recipiente que são perfeitamente elásticos, não
desordenada. Conseqüentemente, o gás tende a se havendo perda de energia pelo sistema.
expandir, ocupando todo o espaço do recipiente que o
contém.
O gás também possui a propriedade de Variação da ENERGIA INTERNA (∆U): É a
compressibilidade e expansibilidade. As moléculas do gás, variação da energia cinética das moléculas de um gás,
devido às colisões entre si e com as paredes do recipiente, dentro de um sistema.
modificam constantemente a direção e a velocidade do seu

1
Termodinâmica
→ Se o êmbolo é móvel o gás realiza um trabalho com
Física

Observe o esquema: pressão constante, temos:

Sistema recebe calor (Q) τ = p.(Vf − Vi )

Q → Essa expressão é utilizada para se calcular o trabalho de


uma expansão isobárica, onde:
t = trabalho realizado pelo sistema
p = pressão (constante)
Vf = volume final (após a expansão)
Vi = volume inicial (antes da expansão)
Aumenta Energia Interna (∆U>0)
Aumenta a Temperatura (∆T>0) IMPORTANTE:

Sistema cede calor (Q) → A temperatura, quando utilizada deve estar,


obrigatoriamente na escala Kelvin:
Q
T K = tC + 273

→ Antes de substituir-se valores na equação da 1ª Lei,


devemos fazer uma análise energética das grandezas, pois
Diminui Energia Interna (∆U<0) elas podem assumir valores positivos ou negativos.
Diminui a Temperatura (∆T<0)
Observe as variáveis do sistema termodinâmico:

Se um sistema receber (ou ceder) calor ele pode ter Vizinhança


sua energia interna aumentada (ou diminuída).

Resumindo: Recebe Q Realiza τ


Sistema ∆U
∆U → aumenta (+) ∆T→ aumenta
∆U → diminui (-) ∆T→ diminui
∆U = 0 (não varia) ∆T= 0 (não varia) Analisando as ilustrações acima, podemos perceber
que:
TRABALHO TERMODINÂMICO Q = τ + DU

O trabalho, τ, é uma grandeza física vista na mecânica Que é conhecida como a 1ª lei da termodinâmica,
que está associada a uma força (F) que realiza um onde:
deslocamento (∆x). Como relacionamos o trabalho na Q = calor recebido ou cedido pelo sistema
termodinâmica? Quando o gás recebe calor, pode se τ = trabalho realizado pelo ou sobre o sistema
expandir, o que causa uma força nas paredes do recipiente ∆U = variação da energia interna (alguns autores usam
em que ele está contido, ocasionando a movimentação de ∆E)
um êmbolo, ou parede móvel, que o recipiente tenha. Assim, Obs.: Para as 3 grandezas acima, utilizamos a unidade
o gás realiza trabalho. do sistema Internacional para Energia e Trabalho que é o
Joule (J).
Exemplo: Algumas vezes, podemos encontrar também a caloria
Um gás confinado em um sistema, quando recebe (cal), lembrando que 1 cal = 4,2 J, aproximadamente.
uma quantidade de calor, aumenta de volume, realizando Sendo assim, podemos estabelecer a seguinte
uma expansão. Imagine um gás dentro de um recipiente convenção de sinais:
provido de um êmbolo móvel, recebendo calor:
Sistema recebe calor → Q +
Sistema cede calor → Q -

Sistema recebe trabalho → τ -


F ig u r a 01 - Gá s r eal iza ndo tr abal ho à pr essã o c onst an t e Sistema realiza trabalho → τ +
2
Termodinâmica
GRÁFICOS DA PRESSÃO PELO VOLUME, DE A 2ª lei da termodinâmica diz respeito ao

Física
CICLOS TERMODINÂMICOS rendimento de uma máquina térmica. Será que todo o calor
recebido por uma máquina se transforma integralmente em
Ciclo: ocorre quando um sistema sai e retorna ao trabalho? Basta colocarmos nossa mão num motor em
mesmo estado, de forma que seu estado inicial e final são funcionamento que percebemos a energia degradada em
iguais. virtude do atrito que as peças da máquina tem. Portanto,
uma máquina térmica recebe uma certa quantidade de
Obs.: no ciclo fechado ∆U = 0 energia, realiza trabalho e perde, ou degrada, uma certa
quantidade de energia.
Quando uma máquina realiza tranformações
termodinâmicas, ou seja, o gás passa de um estado para Máquina térmica: é toda aquela que transforma a
outro, podemos representar estes estados do sistema energia recebida de uma fonte quente em trabalho, e cede,
através de gráficos. Observe o exemplo: ou degrada, parte dessa energia para uma fonte fria.

 Do estado A até o estado B, o gás não realiza trabalho,


Figura 03: Esquema de uma máquina térmica.
pois o volume não se altera.
 Do estado B até o estado C, o gás realiza trabalho positivo Observamos que o trabalho é equivalente à diferença
(expansão), pois o volume aumenta. entre os calores:
 Do estado C até o estado A, o gás recebe trabalho
(τ = negativo), pois o volume diminui, sob pressão
constante.
τ = Q1 – Q2

Podemos calcular o trabalho realizado por um sistema Para calcularmos o rendimento de uma máquina, que
ou recebido pelo sistema, através da área sob os gráficos: é o objetivo da 2ª Lei da termodinâmica, basta dividirmos a
energia útil pela energia total, ou seja:
Ciclo horário: τ positivo
η = EÚTIL
E TOTAL

A energia útil é o trabalho realizado, e a energia total é


o calor recebido pela fonte quente:

η=τ
V Q1
Ciclo anti-horário: τ negativo
Substituindo o trabalho na equação do rendimento,
temos:

η = Q1 – Q 2
Q1

Figura 02: Gráficos de transformações cíclicas de um gás.

3
Termodinâmica
- C → D: o trabalho é realizado sobre o sistema,
Física

E assim chegamos à:
diminuindo o volume → ocorre uma compressão
isotérmica.
η = 1 – Q2
- D → A: a temperatura aumenta de T2 para T1, utilizando
Q1
a energia interna do sistema gasoso → ocorre uma
compressão adiabática.
Onde:
η = rendimento da máquina (alguns autores usam a
letra r) Conclusões de Carnot:
Q1 = calor da fonte quente
Q2 = calor da fonte fria - É impossível uma máquina, que opere em ciclos,
aproveitar todo o calor recebido para realizar um trabalho
CICLO DE CARNOT termodinâmico
- Podemos calcular o rendimento da máquina através das
Se uma máquina funcionasse segundo a máquina diferenças de temperatura entre as fontes quente e fria.
idealizada por Nicolas Leonardi Sadi Carnot, físico e Desta forma o rendimento (η) de uma máquina térmica
engenheiro francês, esta máquina teria o maior rendimento pode ser dado por:
possível, porém jamais atingindo 100%. Ela funcionaria
segundo o gráfico abaixo: η = 1 – T2
T1

Onde:
η = rendimento da máquina
T1 = temperatura da fonte quente.
T2 = temperatura da fonte fria.

Da expressão acima, se obtém um número


decimal, que deve ser multiplicado por 100% para que
se obtenha rendimento da máquina em %, comumente
utilizado nos problemas.

Igualando as expressões:
Fig 04: O Ciclo de Carnot é constituído por quatro transformações: Duas
transformações adiabáticas altenadas com duas transformações isotérmicas.
η = 1 – Q2 com η = 1 – T2
Q1 T1
Obs.: transformação adiabática é aquela em que o
gás dentro de um sistema passa de um estado para o outro Chegamos à seguinte expressão:
sem trocar calor com o meio externo (a vizinhança), isto é
Q = 0.
Q 1 = T1
Observe o ciclo: Q2 T2

- A → B: o sistema transforma o calor recebido de uma Logo:


fonte quente em trabalho → ocorre uma expansão
isotérmica. “É impossível construir uma máquina que,
- B → C: realizando trabalho, o sistema tem sua operando em ciclos, transforme todo o calor recebido
temperatura diminuída de T1 para T2 → ocorre uma de uma fonte quente em trabalho.”
expansão adiabática.

4
Termodinâmica

Física
MÁQUINA TÉRMICA EM NOSSAS CASAS

Uma das máquinas mais utilizadas hoje em dia é o refrigerador. Sua invenção foi realmente de grande ajuda para
as pessoas, que passaram a preservar seus alimentos por mais tempo.
O refrigerador parte de um princípio muito simples: se o calor não sai espontaneamente de um corpo frio para
um corpo quente, nós vamos forçá-lo a sair! Em vez de o gás realizar trabalho, nós realizaremos trabalho sobre ele!
Como isso é feito? Trata-se de outro processo em que ocorrem transformações gasosas.
Sabemos que, quando expandimos um gás, sua pressão diminui, assim como sua temperatura.
Por um cano fino que passa pelo interior da geladeira, um gás é solto e se expande a baixa pressão. Nessa
expansão, a temperatura do gás diminui. Com isso, o gás retira calor do ambiente que está à sua volta, ou seja, do
interior da geladeira.
Um compressor que está na geladeira comprime o gás (freôn, em geral) que se encontra numa câmara.
Você pode observar que atrás de sua geladeira existe outro cano, fino e comprido, por onde o gás sai do interior
da geladeira. Ele libera o calor para a atmosfera, para novamente repetir o processo.

01 Calcule o trabalho realizado por um gás que está com 02 Um sistema recebe 200 cal de calor de uma fonte externa.
um volume de 8 x 10-6 m3, sob pressão constante de Use 1 cal = 4,2 J. Determine:
2 x 105 N/m2, para que ele passe a ocupar um volume
de 13 x 10-6 m3. a) Qual o trabalho realizado numa expansão isotérmica?

∆V = 13 x 10-6 - 8 x 10-6 = 5 x 10-6 m3 ∆U = 0 (isotérmica)


τ = p . ∆V Q = 840J
τ = 2 x 105 . (5 x 10-6) Q = τ + ∆U
840 = τ + 0
τ=1J τ = 840 J

5
Termodinâmica
b) Qual a variação da energia interna se fosse uma Q2= 1000 x 400 = 500J
Física

transformação isovolumétrica? 800

∆V = 0 → t = 0 Q2 = 500J
Q = t + ∆U
840 = 0 + ∆U b) o trabalho realizado em cada ciclo.
∆U = 840 J Num ciclo fechado temos que ∆U = 0.

03)
03 Uma máquina que opera segundo o ciclo de Carnot Q = τ + ∆U
(rendimento máximo) recebe 1000 J de calor em cada 1000 = τ + 0
ciclo, de uma fonte quente que está a 800 K de τ = 1000 J
temperatura e cede calor para uma fonte fria que está a
400 K de temperatura. Calcule: c) o rendimento da máquina.

a) o calor cedido à fonte fria. η = 1 – 400


800
Q1 = T1
Q2 T2 η=1–1
2
1000 = 800
Q2 400 η = 0,5 = 50%

01 Qual é a variação de energia interna de um gás ideal sobre


o qual é realizado um trabalho de 80 J durante uma
compressão isotérmica?

02 Um mol de gás ideal sofre transformação A→B→C


indicada no diagrama pressão x volume da figura a seguir.

04 Quais os rendimentos máximos das “máquinas térmicas”


que operam entre as temperaturas de 50°C e 0°C e
daquelas que operam entre as temperaturas de 100°C e
50°C?

05 Os automóveis atuais começam a ser feitos de outros


a) Qual é a temperatura do gás no estado A? materiais que não metais. Nos motores destes veículos
b) Qual é o trabalho realizado pelo gás na expansão A→B ? a presença de materiais cerâmicos e plásticos industriais
c) Qual é a temperatura do gás no estado C? é cada vez mais comum. Que vantagem estes novos
Dado: R (constante dos gases)=0,082 atm.l/ materiais apresentam em relação aos materiais
mol K=8,3J/mol K tradicionais?

06 Uma máquina recebe da fonte quente 1000 J por ciclo.


03 O trabalho realizado pelo sistema no ciclo vale, em joules: Se em cada ciclo o trabalho realizado é de 200 J, qual a
quantidade de calor que deve ser rejeitada para a fonte
fria?

6
Termodinâmica
07 O rendimento de uma máquina térmica é de 20%. Se 10 A figura representa, num diagrama p-V, uma expansão de

Física
em cada ciclo a máquina recebe da fonte quente 200 J de um gás ideal entre dois estados de equilíbrio
calor, qual o trabalho realizado por ela, em cada ciclo? termodinâmico, A e B.

08 Qual é a variação da energia interna, numa transformação


cíclica de um sistema?

09 Se uma máquina térmica recebe da fonte quente 200 J


de calor e realiza um trabalho de 200 J, qual lei da
termodinâmica está sendo desrespeitada?

A quantidade de calor cedida ao gás durante esta expansão


foi 5,0×103J.
Calcule a variação de energia interna do gás nessa
expansão.

01 (UEL-PR) Uma máquina térmica de Carnot é operada 03 (UFSM-RS) Assinale verdadeira (V) ou falsa (F) em cada
entre duas fontes de calor a temperaturas de 400 K e uma das afirmativas.
300 K. Se, em cada ciclo, o motor recebe 1200 calorias
da fonte quente, o calor rejeitado por ciclo à fonte fria, ( ) É impossível transferir energia na forma de calor de um
em calorias, vale: reservatório térmico à baixa temperatura para outro com
temperatura mais alta.
a) 300 ( ) É impossível construir uma máquina térmica que,
b) 450 operando em ciclos, transforme em trabalho toda a
c) 600 energia a ela fornecida na forma de calor.
d) 750 ( ) Em uma expansão adiabática de um gás ideal, o trabalho
e) 900 é realizado às custas da diminuição da energia interna do
gás.
02 (ENEM) A refrigeração e o congelamento de alimentos ( ) Em uma expansão isotérmica de um gás ideal, o trabalho
são responsáveis por uma parte significativa do consumo é realizado às custas da diminuição da energia interna do
de energia elétrica numa residência típica. gás.
Para diminuir as perdas térmicas de uma geladeira, podem
ser tomados alguns cuidados operacionais: A seqüência correta é:

I. Distribuir os alimentos nas prateleiras deixando espaços a) F - V - F - V.


vazios entre eles, para que ocorra a circulação do ar frio b) F - V - V - F.
para baixo e do quente para cima. c) F - F - V - V.
II. Manter as paredes do congelador com camada bem d) V - F - F - V.
espessa de gelo, para que o aumento da massa de gelo e) V - F - V - F.
aumente a troca de calor no congelador.
III. Limpar o radiador (“grade” na parte de trás) 04 (UFMG) A Primeira Lei da Termodinâmica estabelece
periodicamente, para que a gordura e o poeira que nele que o aumento ∆U da energia interna de um sistema é
se depositam não reduzam a transferência de calor para dado por ∆U = ∆Q - ∆T, onde ∆Q é o calor recebido
o ambiente. pelo sistema, e ∆T é o trabalho que esse sistema realiza.
Se um gás real sofre uma compressão adiabática, então:
Para uma geladeira tradicional é correto indicar, apenas,
a) ∆Q = ∆U. b) ∆Q = ∆T.
a) a operação I c) ∆T = 0. d) ∆Q = 0.
b) a operação II. e) ∆U = 0.
c) as operações I e II.
d) as operações I e III.
e) as operações II e III.

7
Termodinâmica
05 (FGV-SP) É dado um sistema S ideal constituído por: 08 (UEM-PR) Uma determinada máquina térmica deve
Física

operar em ciclo entre as temperaturas de 27°C e 227°C.


I. um cilindro; Em cada ciclo ela recebe 1000 cal da fonte quente. O
II. um pistão; e máximo de trabalho que a máquina pode fornecer por
III. uma massa invariável de gás, aprisionado pelo pistão no ciclo ao exterior, em calorias, vale
cilindro.
a) 1000
Admita positiva toda energia fornecida a S e negativa a que b) 600
é fornecida por S. Considere Q e T, respectivamente, c) 500
calor e trabalho trocados por S. Nessas condições é d) 400
correto que, para S, qualquer que seja a transformação e) 200

a) isométrica, Q e T são nulos. 09 (UECE) Uma garrafa hermeticamente fechada contém 1


b) a soma T+ Q é igual a zero. litro de ar. Ao ser colocada na geladeira, onde a
c) adiabática Q=0 e T pode ser nulo. temperatura é de 3°C, o ar interno cedeu 10 calorias até
d) isobárica, T+ Q=0. entrar em equilíbrio com o interior da geladeira.
e) isotérmica, Q=0 e T pode ser nulo. Desprezando-se a variação de volume da garrafa, a
variação da energia interna desse gás foi:
06 (Ufflumi-RJ ) O gráfico representa a transformação de
um gás ideal que passa do estado I para o estado II e, a) - 13 cal
depois, do estado II para o estado III. b) 13 cal
Para que o gás passe do estado I para o II, é necessário c) - 10 cal
que se lhe forneçam 100kJ de calor; para que passe do d) 10 cal
estado II para o III, que se lhe retirem 50kJ de calor.
Sabe-se que a pressão do gás no estado I é de 100kPa. 10 (PUCCAMP-SP) O esquema a seguir representa trocas
de calor e realização de trabalho em uma máquina térmica.
Os valores de T1 e Q2 não foram indicados, mas deverão
ser calculados durante a solução desta questão.

Pode-se afirmar que a variação da energia interna do gás


ao passar do estado I para o III é igual a: Considerando os dados indicados no esquema, se essa
máquina operasse segundo um ciclo de Carnot, a
a) zero temperatura T1, da fonte quente, seria, em Kelvins, igual
b) -200 kJ a:
c) -50 kJ
d) -140 kJ a) 375
e) -150 kJ b) 400
c) 525
07 (UFRS) Enquanto se expande, um gás recebe o calor d) 1200
Q = 100 J e realiza o trabalho t = 70 J. Ao final do e) 1500
processo, podemos afirmar que a energia interna do gás:

a) aumentou 170 J.
b) aumentou 100 J.
c) aumentou 30 J.
d) diminuiu 70 J.
e) diminuiu 30 J.
8
Termodinâmica

Física
(Fatec-SP) Um gás ideal sofre transformações segundo O trabalho total no ciclo ABCA é
o ciclo dado no esquema p x V a seguir.
a) igual a -0,4J, sendo realizado sobre o gás.
b) igual a -0,8J, significando que o gás está perdendo energia.
c) realizado pelo gás, valendo +0,4J.
d) realizado sobre o gás, sendo nulo.
e) nulo, sendo realizado pelo gás.

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

9
Óptica Geométrica Óptica Geométrica
Física

O estudo da luz sempre fascinou as pessoas, que, desde a antigüidade, procuraram entendê-la e explicar os seus
fenômenos.
Os filósofos gregos já tentavam entender como e por que vemos os objetos. Platão acreditava que partículas eram
emitidas pelos olhos que atingiam os objetos e tornava-os visíveis. Já Aristóteles dizia que a luz era como um “fluído
imaterial”, que se propagava entre o olho humano e o objeto que se queria observar. Um grande número de físicos
posteriormente se dedicou à explicação dos fenômenos luminosos como Newton, Huyghens, Young e Maxwell e será
sobre suas conclusões que iremos falar neste capítulo.
O estudo da luz ao longo dos anos, estabeleceu leis, princípios e fenômenos, que norteiam seu comportamento
nos espelhos planos ou esféricos, nas lentes e nos instrumentos ópticos.

F ig . 01: luz r e f l e t i nd o a p a l av ra e vi n d o d e ga l á xi a s d i s t a nt e s

ÓPTICA → É a parte da física que estuda a luz e Luz → forma de Energia Radiante, que se propaga
os fenômenos luminosos. por meio de ondas eletromagnéticas e que é capaz de
provocar sensação visual num observador normal.
- Óptica física: estuda a luz levando em conta sua natureza
ondulatória, para explicação de fenômenos como VELOCIDADE DA LUZ:
difração, interferência. A luz viaja, no vácuo, numa velocidade limite de
- Óptica geométrica: estuda a luz sem se preocupar 300.000 km/s, conhecida como velocidade da luz, que é
com a sua natureza, considerando a luz como se fossem uma constante física que designamos por c.
raios que viajam em linha reta.
c = 300.000 km/s = 3 x 10 8 m/s
Se a Óptica estuda a luz, é importante sabermos sua
definição:
Obs.: os valores exatos da velocidade da luz no ar e
no vácuo são praticamente iguais, e por isso arredondamos
os valores para o valor acima, para facilidade de cálculos.

VVÁCUO = 299.793 km/s


VAR = 299.700 km/s

Existe uma classificação das fontes de luz, com relação


à emissão de luz:
- corpo luminoso ou fonte primária: corpo que emite
luz própria. Exemplos: Sol, lâmpada acesa.
- corpo iluminado ou fonte secundária: corpo que
reflete a luz recebida de um corpo luminoso. Exemplos:
a Lua, um planeta, um caderno sobre uma mesa.
Fig. 02 – A luz do Sol leva cerca de 8 minutos para chegar à Terra

1
Óptica Geométrica
PRINCÍPIOS DA ÓTICA GEOMÉTRICA

Física
1° Propagação Retilínea da luz

A luz se propaga em linha reta, em meios homogêneos


e transparentes.
Fenômeno explicado: formação de sombras.

Fig. 03: corpos luminoso e iluminado

Os diferentes meios se comportam de formas distintas


ao serem atravessados pela luz, e podem ser classificados
em:
- opacos: corpos que não deixam a luz ultrapassá-los.
Exemplos: madeira, placa metálica.
- translúcidos: corpos que deixam a luz passar Fig. 05 – A luz do se propaga em linha reta para formar as sombras

parcialmente. Exemplos: plásticos, vidro fosco.


- transparentes: são corpos que deixam a luz passar 2° REVERSIBILIDADE DA LUZ
totalmente. Exemplo: vidro fino, ar.
Se a luz vai de A para B, numa determinada trajetória,
ao retornar de B para A, seguirá o mesmo caminho. Ela
independe do sentido de propagação.
Fenômeno explicado: enxergar uma pessoa pelo
espelho e esta pessoa nos enxergar.

Fig. 03 – o vidro liso é um corpo transparente; o fosco é translúcido.

Um conjunto de infinitos raios luminosos é chamado


de feixe de luz e pode ser de três tipos, conforme sua
origem e propagação:
- Divergente: quando se propagam saindo radialmente
de um corpo ou fonte luminosa
- Convergente: quando se propagam chegando a uma
Fig. 06 - A luz não possui um sentido único de propagação
fonte ou corpo.
- Paralelo: quando se propagam paralelamente, sendo
os raios equidistantes entre si.
3° INDEPENDÊNCIA DOS RAIOS LUMINOSOS

Os raios luminosos se propagam em linha reta e ao


se cruzarem continuam a se propagar como se nada tivesse
acontecido.
Fenômeno explicado: as luzes continuarem da
mesma cor nos shows, após se cruzarem.

Fig. 04 - Feixes de luz.

2
Óptica Geométrica
Reflexão Luminosa → É o fenômeno pelo qual
Física

um feixe luminoso incide sobre uma superfície e retorna


para o mesmo meio do qual é proveniente.

A reflexão pode ser ordenada (regular) ou difusa.

– REFLEXÃO ORDENADA:
A luz incide em raios paralelos e se reflete em raios
paralelos, sobre uma superfície plana, lisa e polida. Só
podemos observar o objeto iluminado se estivermos
com o olho na trajetória do raio refletido.

Fig. 07 - A luz do se propaga de maneira independente

Câmara Escura de Orifício

É um dispositivo que mostra a propagação retilínea


da luz.

Fig. 10 - Reflexão ordenada ou regular

– REFLEXÃO DIFUSA:
A luz incide em raios paralelos sobre uma superfície
irregular e se reflete com raios difusos, isto é, em todas
as direções. Este fenômeno nos permite enxergar as
coisas de qualquer lugar de uma sala, por exemplo.
Este princípio é utilizado nas máquinas fotográficas
e equipamentos ópticos em geral (inclusive o olho
humano).

F ig . 08 - Câ ma r a esc ur a d e or i f íc io

Observação
Para calcularmos o tamanho das imagens formadas,
basta usarmos a equivalência de triângulos.
Fig. 11 - Reflexão difusa ou irregular

REFLEXÃO DA LUZ
LEIS DA REFLEXÃO
Este fenômeno luminoso explica uma série de
observações interessantes, como as cores, o fato de Para entendermos a formação de imagens nos
podermos ver objetos, a formação de imagens nos espelhos, precisamos antes estudar com mais detalhes a
espelhos planos e esféricos, entre outras coisas. reflexão da luz, que obedece certas leis:

1ª LEI DA REFLEXÃO:

"O raio incidente, o raio refletido e a linha Normal


são coplanares".

Fig. 12 – 1ª lei da reflexão

3
Óptica Geométrica
Observação i=r

Física
Linha Normal é a linha imaginária que sempre é NORMAL
perpendicular à superfície, no ponto onde incide o raio de RAIO INCIDENTE

luz. RAIO REFLETIDO

2ª LEI DA REFLEXÃO: i r

“O ângulo de incidência é igual ao ângulo de SUPERFÍCIE


reflexão”.
Fig. 13 – 2ª lei da reflexão

Estas duas leis servem de base para formarmos


imagens de objetos.

CORES:

O vermelho dessas rosas é uma propriedade


intrínseca das rosas ou será devido apenas à luz que incide
sobre elas?
Resposta: a cor de um objeto depende tanto da luz
que ilumina esse objeto quanto de propriedades
específicas de sua superfície e textura. Para entender
melhor esse fato vamos ver como as cores podem ser
somadas e subtraídas.
A experiência de Newton com dois prismas é um
exemplo de SOMA de cores. As cores componentes,
somadas no segundo prisma, reproduzem a luz branca.
Mas, não é necessário usar todas as cores visíveis para
obter o branco. Basta usar três cores, ditas primárias: o
vermelho, o azul e o verde. Projetando, sobre uma tela
branca, feixes de luz com essas três cores primárias,
observamos que a soma delas, no centro, é branca. A
soma do vermelho com o verde é o amarelo e assim por
diante. Qualquer cor visível pode ser obtida somando essa
três cores, variando adequadamente a intensidade de cada
uma delas. Na verdade, com essas três cores conseguimos
cores que nem estão no espectro solar, como o marrom.
Isso é usado na tela da televisão. Se você olhar bem Somando as cores primárias
de perto verá que a tela é coberta de pontos com apenas
essas três cores. Vistos de longe, os pontos se mesclam
e vemos toda a gama multi-colorida.
SUBTRAIR cores consiste em eliminar uma ou mais
das componentes da luz. Por exemplo, misturar tintas
equivale a subtrair cores. Desde crianças, sabemos que
tinta azul misturada com tinta amarela dá tinta verde. O
que acontece é que os pigmentos da tinta azul absorvem
as componentes do lado vermelho e os pigmentos da
tinta amarela absorvem as componentes do lado azul.
Sobram as componentes intermediárias, isto é, o verde.
Voltamos, então, às rosas do início. Na figura ao
lado, vemos as mesmas rosas iluminadas por luz verde. A

4
Óptica Geométrica
luz verde incidente é fortemente absorvida pelas pétalas
Física

das rosas e elas tornam-se quase pretas. A cor das rosas


depende, portanto, das substâncias de suas pétalas, da luz
ambiente e da interação entre elas.
Resumindo
- Um corpo branco reflete toda luz que incide sobre ele.
- U corpo preto absorve toda luz que incide sobre ele.
- Um corpo azul, por exemplo, absorve todas as cores e
reflete somente o azul.
Iluminando rosas com luz verde.

01 Foi anunciada a descoberta de um sistema planetário b) a diferença de tamanho quando aproximamos o objeto
semelhante ao nosso, em torno da estrela Vega, que 4 cm da câmara escura
está situada a 26 anos-luz da Terra. Determine, em km,
a distância de Vega até a Terra. Se aproximarmos 4cm, a distância de 20 cm passa a ser
de 16 cm, e a altura da imagem será de:
Em 1 ano temos 31.536.000 segundos. 5 i
Em 26 anos, temos 26 X 31.536.000 = 819.936.000 =
segundos 16 10
A distância é dada pela velocidade multiplicada pelo tempo: i = 3,1 2 5 c m
Distância = 300.000 x 819.936.000 = 2,46 x 1014 Logo, a diferença entre as imagens será de 3,125 - 2,5
km. = 0,625 cm.

Distância = 2,46 x 1014 km 03 Relacione as colunas com os princípios da óptica


geométrica:
Um objeto luminoso AB, de 5 cm de altura, está a 20 cm
02 de distância de uma câmara escura de profundidade A) propagação retilínea da luz
10cm. Determine: B) reversibilidade dos raios luminosos
C) independência dos raios luminosos
A
5cm 10cm ( ) luzes no show continuam com as mesmas cores
B 20cm i ( ) reflexão no espelho retrovisor de um carro
( ) eclipse
a) a altura da imagem ( ) sombra
( ) duas lanternas ligadas com seus raios luminosos se
Por comparação de triângulos, podemos fazer: cruzando
5 i
= Seqüência correta: C - B - A - A - C
20 10
i = 2, 5cm

01 Um ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo em 02 Determine o ângulo de reflexão nos raios abaixo:
1 ano. Calcular, em km, a distância percorrida pela luz em
três anos (Suponha 1 ano = 365 dias) a)
45º

5
Óptica Geométrica
b) 05 Considerando as três cores primárias, vermelho, verde

Física
e azul, responda: Um objeto que é amarelo sob luz branca,
é iluminado por luz azul. Qual a cor apresentada pelo
objeto nesta situação?

06 Do ponto de vista óptico, quais são as três cores básicas


(ou primárias), que são inclusive aquelas captadas pelo
olho humano?
60º

07 Quando observamos uma estrela que está a 4 anos-luz


da Terra, estamos vendo como a estrela era ou como
ela é?

08 Um objeto de 4,0 m de altura é colocado a 2,0 m de


c) uma câmara escura de orifício, que possui 20 cm de
X
profundidade. Qual o tamanho da imagem formada no
fundo da câmara escura?
2X
09 Em um dado instante, uma vara de 2,0 m de altura, vertical,
projeta no solo, horizontal, uma sombra de 50 cm de
comprimento. Se a sombra de um prédio próximo, no
03 Quando observamos um show, no palco, vemos as luzes mesmo instante, tem comprimento de 15 m, qual a
coloridas se cruzarem, e mesmo assim continuam com altura do prédio?
a mesma cor ao atingirem o palco. Que princípio da
óptica geométrica é descrito nesta cena? Explique. 10 Um corpo opaco, quadrado, possui uma sombra
quadrada. Isto é uma prova de qual princípio da óptica
04 Por que um objeto opaco faz sombra quando iluminado? geométrica?

01 (UFMG) Nessa figura, dois espelhos planos estão 02 (UEL-PR) Considere as seguintes afirmativas:
dispostos de modo a formar um ângulo de 30° entre
eles. Um raio luminoso incide sobre um dos espelhos, I- A água pura é um meio translúcido.
formando um ângulo de 70° com a sua superfície. II- O vidro fosco é um meio opaco.
III- O ar é um meio transparente.

Sobre as afirmativas acima, assinale a alternativa correta.

a) Apenas a afirmativa I é verdadeira.


b) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
c) Apenas a afirmativa III é verdadeira.
d) Apenas as afirmativas I e a III são verdadeiras.
e) Apenas as afirmativas II e a III são verdadeiras.

03 (UFV) Em uma situação, ilustrada na figura 1, uma lâmpada


Esse raio, depois de se refletir nos dois espelhos, cruza o e um observador têm, entre si, uma lâmina de vidro
raio incidente formando um ângulo α de colorida. Em outra situação, ilustrada na figura 2, ambos,
a lâmpada e o observador, encontram-se à frente de
a) 90° uma lâmina de plástico colorida, lisa e opaca. Mesmo
b) 100° sendo a lâmpada emissora de luz branca, em ambas as
c) 110° situações o observador enxerga as lâminas como sendo
d) 120° de cor verde.
e) 140°

6
Óptica Geométrica
06 (Fuvest-SP) Em agosto de 1999, ocorreu o último eclipse
Física

solar total do século. Um estudante imaginou, então,


uma forma de simular eclipses. Pensou em usar um balão
esférico e opaco, de 40 m de diâmetro, que ocultaria o
Sol quando seguro por uma corda a uma altura de200 m.
Pode-se, então, afirmar que, predominantemente: Faria as observações, protegendo devidamente sua vista,
quando o centro do Sol e o centro do balão estivessem
a) o vidro reflete a luz de cor verde, absorvendo as outras verticalmente colocados sobre ele, num dia de céu claro.
cores, e o plástico transmite a luz de cor verde, Considere as afirmações abaixo, em relação aos
absorvendo as outras cores. possíveis resultados dessa proposta, caso as observações
b) o vidro absorve a luz de cor verde, transmitindo as outras fossem realmente feitas, sabendo-se que a distância da
cores, e o plástico absorve a luz de cor verde, refletindo Terra ao Sol é de 150×106 km e que o Sol tem um
as outras cores. diâmetro de 0,75×106 km, aproximadamente.
c) o vidro transmite a luz de cor verde, absorvendo as outras
cores, e o plástico absorve a luz de cor verde, refletindo I. O balão ocultaria todo o Sol: o estudante não veria
as outras cores. diretamente nenhuma parte do Sol.
d) o vidro transmite a luz de cor verde, absorvendo as outras II. O balão é pequeno demais: o estudante continuaria a ver
cores, e o plástico reflete a luz de cor verde, absorvendo diretamente partes do Sol.
as outras cores. III. O céu ficaria escuro para o estudante, como se fosse
e) o vidro absorve a luz de cor verde, transmitindo as outras noite.
cores, e o plástico reflete a luz de cor verde, absorvendo
as outras cores. Está correto apenas o que se afirma em

04 (Unirio-RJ) Durante a final da Copa do Mundo, um a) I


cinegrafista, desejando alguns efeitos especiais, gravou b) II
cena em um estúdio completamente escuro, onde existia c) III
uma bandeira da "Azurra" (azul e branca) que foi iluminada d) I e III
por um feixe de luz amarela monocromática. Quando a e) II e III
cena foi exibida ao público, a bandeira apareceu:
07 (UECE) A moderna tecnologia empregada na
a) verde e branca. telecomunicação utiliza as fibras ópticas, em substituição
b) verde e amarela. aos cabos metálicos. As mensagens são transmitidas
c) preta e branca. através de impulsos luminosos, em vez de impulsos
d) preta e amarela. elétricos. A transmissão da luz, ao longo das fibras ópticas,
e) azul e branca. é baseada no fenômeno da:

05 (PUCCamp-SP) O texto a seguir tem quatro expressões a) difração


maiúsculas que se referem ao fenômeno de reflexão da b) polarização
luz ou ao fenômeno de refração da luz. c) refração
d) reflexão total
"Estamos numa manhã ensolarada. A LUZ DO SOL
ATRAVESSA A ÁGUA DA PISCINA (1), ILUMINANDO 08 (UFRN) Ana Maria, modelo profissional, costuma fazer
O FUNDO (2) que parece estar mais acima. Na sala, a ensaios fotográficos e participar de desfiles de moda. Em
luz do sol, que PASSA PELA VIDRAÇA (3), é trabalho recente, ela usou um vestido que apresentava
ESPALHADA PELAS PAREDES BRANCAS (4), cor vermelha quando iluminado pela luz do sol.
tornando a sala ainda mais clara. Ana Maria irá desfilar novamente usando o mesmo
vestido. Sabendo-se que a passarela onde Ana Maria vai
A reflexão da luz é o fenômeno principal correspondente desfilar será iluminada agora com luz monocromática
às expressões: verde, podemos afirmar que o público perceberá seu
vestido como sendo:
a) 1e2
b) 1e3 a) verde, pois é a cor que incidiu sobre o vestido.
c) 2e3 b) preto, porque o vestido só reflete a cor vermelha.
d) 2e4 c) de cor entre vermelha e verde devido à mistura das cores.
e) 3e4 d) vermelho, pois a cor do vestido independe da radiação
incidente.
7
Óptica Geométrica
09 (PUCCamp-SP) Andrômeda é uma galáxia distante 10 (UFES) Um objeto amarelo, quando observado em uma

Física
2,3x106 anos-luz da Via Láctea, a nossa galáxia. A luz sala iluminada com luz monocromática azul, será visto na
proveniente de Andrômeda, viajando à velocidade de cor:
3,0x105 km/s, percorre a distância aproximada até a
Terra, em km, igual a a) amarelo.
b) azul.
a) 4.1015 c) preto.
b) 6.1017 d) violeta.
c) 2.1019 e) vermelho.
d) 7.1021
e) 9.1023

(Vunesp-SP) Quando o Sol está a pino, uma menina


que a sombra desaparece quando a altura do lápis em
coloca um lápis de 7,0x10 -3 m de diâmetro,
relação ao solo é de:
paralelamente ao solo, e observa a sombra por ele
formada pela luz do Sol. Ela nota que a sombra do lápis
a) 1,5 m.
é bem nítida quando ele está próximo ao solo mas, à
b) 1,4 m.
medida que vai levantando o lápis, a sombra perde a
c) 0,75 m.
nitidez até desaparecer, restando apenas a penumbra.
d) 0,30 m.
Sabendo-se que o diâmetro do Sol é de 14x108 m e a
e) 0,15 m.
distância do Sol à Terra é de 15x1010m, pode-se afirmar

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

8
Espelhos Espelhos
Física

O fascínio despertado pelos espelhos remonta de muito tempo. Eram os objetos que os portugueses e espanhóis
trocavam com os índios por outras riquezas. O fato de podermos observar outras imagens nos espelhos possui um
enorme número de aplicações: retrovisores de automóveis, aparelhos de uso dos dentistas, observação em mercados
(espelho convexo), composição de várias imagens (associação de espelhos), entre outras. As leis da reflexão, além de
raios particulares e convenção de sinais, nos fornece o conhecimento para compreendermos estes interessantes fenômenos
físicos do nosso dia a dia.

Fig. 01: Espelhos

ESPELHOS PLANOS ASSOCIAÇÃO DE DOIS ESPELHOS PLANOS:

São superfícies lisas, polidas, que refletem especularmente Podemos associar dois espelhos planos de maneira a
a luz. formarmos um certo número de imagens, que depende
do ângulo entre eles.
Características:
→ Se o ângulo for diferente de 0o, dizemos que a
- A imagem possui reversão lateral (o lado direito vira associação é angular.
esquerdo e vice-versa); A relação que permite o cálculo deste número é:
- A imagem é sempre virtual, pois se forma "atrás" do
espelho; N = 360 - 1
- A distância do objeto ao espelho é igual à distância da α
imagem ao espelho. Onde:
N = número de imagens formadas
ESPELHO
α = ângulo entre os dois espelhos
OBJETO IMAGEM

d d‘
Fig. 02 – Formação de imagem no espelho plano F i g. 0 3 – As s oc i a çã o a ng ul a r d e e s p e l h o s p l a no s

1
Espelhos
Observação Podemos observar que o raio é duas vezes a distância

Física
α par → objeto pode estar em qualquer lugar focal, ou seja:
α ímpar→ objeto deve estar no plano bissetor entre os
espelhos. R=2.f

→ Se o ângulo entre eles for igual a 0 o, dizemos


que a associação é paralela. Raios Particulares
O número de imagens formadas é infinito.
Para construirmos imagens de objetos em espelhos
esféricos, temos 4 raios particulares, sendo necessário
somente dois para construirmos qualquer imagem. São eles:

1° caso:

Fig. 04 – Associação paralela de espelhos planos

ESPELHOS ESFÉRICOS

São superfícies refletoras em forma de uma calota


esférica.
Fig. 07 – Raio particular que passa pelo foco

→ Se a face refletora é interna o espelho é dito côncavo.


“O raio que incide paralelamente ao eixo principal
→ Se a face refletora for a externa o espelho é dito
reflete passando pelo foco”.
convexo.
2° caso:

Fig. 05 – Representação de um espelho côncavo e de um convexo

Elementos de um Espelho Esférico


Fig. 08 – Raio particular que passa pelo foco

“O raio que incide passando pelo foco, reflete


paralelamente ao eixo principal”.

3° caso:

Fig. 06 – Elementos do espelho esférico

C = centro de curvatura do espelho


F = foco do espelho (está situado na metade do raio
do espelho)
V = vértice (ponto em que o eixo principal toca o
espelho) Fig. 09 – Raio particular que passa pelo centro de curvatura

R = raio do espelho (distância do centro de curvatura


ao vértice) “O raio que passa pelo centro de curvatura reflete-
f = distância focal se sobre si mesmo”.

2
Espelhos
4° caso Características da imagem (i):
Física

- real,
- invertida,
- do mesmo tamanho que o objeto,
- formada sobre o centro de curvatura.

c) Objeto (o) entre o foco e o centro de curvatura


(f<p<2f)
Fig. 08 – Raio particular que passa pelo foco

“O raio que incide no vértice do espelho reflete


simetricamente em relação ao eixo principal”.
o
CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA
E CARACTERÍSTICAS DAS
IMAGENS FORMADAS
i
ESPELHO CÔNCAVO

a) Objeto (o) depois do centro de curvatura (p >2f).

Características da imagem (i):


- real,
o
- invertida,
- maior que o objeto,
- formada após o centro de curvatura.

d) Objeto (o) sobre o foco (p=f)

Características da imagem (i):


- real,
- invertida,
- menor do que o objeto,
- formada entre o foco e centro de curvatura.

b) Objeto (o) no centro de curvatura ( p = 2f)

o
Características da imagem (i):
- imprópria,
- se forma no infinito.
i

3
Espelhos
e) objeto (o) entre o foco e o vértice do espelho ( p < f ) EQUAÇÃO DE GAUSS

Física
Observe a figura:

Características da imagem (i):


- virtual,
- direita, Fig. 11 – elementos do espelho esférico
- maior que o objeto,
- formada atrás do espelho. Cada elemento da figura possui um nome, onde
temos:
ESPELHO CONVEXO p = distância do objeto ao vértice do espelho
p’= distância da imagem ao espelho
Só temos 1 caso de formação de imagem: o = altura do objeto
i = altura da imagem
f = distância focal
R = raio de curvatura
Por semelhança de triângulos, chegamos à equação
de Gauss:
o 1=1+1
i f p p’

E a equação do aumento linear transversal:

A=i = - p’
o p

Convenção de sinais:
Características da imagem (i):
- virtual, f + → espelho côncavo
- direita, f - → espelho convexo
- menor que o objeto, p’ + → imagem real
- formada “atrás” do espelho. p’ - → imagem virtual
i + → imagem direita
i - → imagem invertida

Fibra Óptica PEQUENAS DIMENSÕES E BAIXO PESO: O


Elemento simples de transmissão óptica, volume e o peso dos cabos ópticos são muito inferiores
caracterizado por um núcleo, por onde a luz é transmitida, ao dos cabos convencionais em cobre, para transportar a
e uma casca, que confina a luz no interior do núcleo. O mesma quantidade de informações, facilitando o manuseio
confinamento é obtido com uma diferença de índices de e a instalação dos cabos.
refração entre a casca e o núcleo. É composta de material
dielétrico, normalmente o vidro, tem a forma de um
filamento cilíndrico e diâmetro comparável a um fio de
cabelo.
4
Espelhos
Física

GRANDE CAPACIDADE DE TRANSMISSÃO E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO: Existem vários


BAIXA ATENUAÇÃO: Os sistemas de comunicações processos para a fabricação das fibras ópticas. Vamos
por fibras ópticas têm uma capacidade de transmissão detalhar um dos principais, que é o adotado pela Pirelli
muito superior a dos sistemas em cabos metálicos. Cabos e, a partir dele, explicar algumas variações
Devido à baixa atenuação, podem transmitir sinais a existentes.
distâncias muito grandes. Com a tecnologia de
amplificadores ópticos, é possível uma transmissão PROCESSO DE EMENDA POR FUSÃO
interurbana com até centenas de quilômetros de distância AUTOMÁTICA
sem estações intermediárias, aumentando a confiabilidade Clivagem: Após o processo de abertura do cabo e
do sistema, diminuindo o investimento inicial e as despesas limpeza das fibras, é necessário o processo de corte de
de manutenção. precisão da fibra. É este processo que permite que a fibra
tenha um corte absolutamente perpendicular e a união
IMUNIDADE À INTERFERÊNCIA: Por serem com a outra extremidade seja a mais perfeita possível.
feitas de material dielétrico, as fibras ópticas são totalmente -Clivador manual: utilizado em cortes de pequena escala
imunes a ruídos em geral e interferências eletromagnéticas, e testes gerais.
como as causadas por descargas elétricas e instalações -Clivador automático: para cortes de alta precisão em larga
de alta tensão. escala.Emenda por Fusão: as duas extremidades da fibra
já devidadamente limpas e clivadas, o equipamento de
AUSÊNCIA DE DIAFONIA: (linha cruzada) As fibras fusão fará o alinhamento horizontal e vertical, de forma
ópticas não causam interferência entre si, eliminando assim que os condutores fiquem alinhados para menos perda
um problema comum enfrentado nos sistemas com cabos do feixe luminoso do laser.
convencionais, principalmente nas transmissões em alta
frequência, eliminando necessidade de blindagens que PROTEÇÕES E FORMAÇÃO DO CABO
representam parte importante do custo de cabos Para a proteção mecânica da fibra óptica, ainda na
metálicos. torre de estiramento, ela recebe uma camada de resina,
normalmente acrilato, estando pronta para receber uma
pintura de identificação e demais proteções mecânicas
dielétricas ou armações metálicas em aplicações sujeitas a
maiores esforços, formando os cabos ópticos.

01 Que tipo de espelho se utiliza em motocicletas? 02 imaginamos que seja.


Como a motocicleta possui uma visão limitada, Um espelho côncavo fornece, de um objeto real situado
precisamos de um espelho que aumente o campo visual a 40 cm do seu vértice, uma imagem real situada a 20 cm
da pessoa que a guia. Este espelho que diminui o tamanho do vértice.
da imagem, a fim de aumentar esse campo visual, é o
espelho esférico convexo, e não o plano, como

5
Espelhos
1 1 1
= −

Física
a) determine a distância focal do espelho
1 1 1 p′ f p
= +
f p p' 1 1 1
=− −
1 1 1 p′ 20 30
=− +
f 40 20 1 −3 − 2
=
1 1+ 2 p′ 60
=
f 40 1 −5
=
1 3 p′ 60
=
f 40 p′ = −12
f = 13, 3
b) a altura da imagem
i −p'
b) determine seu raio de curvatura =
o p
R=2.f i 12
R = 2 . 13,3 =
6 30
R = 26,6 cm i = 2, 4 cm
03 Um objeto de 6 cm de altura está localizado à distância de
30 cm do vértice de um espelho convexo de 40 cm de c) o aumento linear transversal da imagem
raio. Determine:
i
A=
a) a posição da imagem (p’) o
2, 4
Como o espelho é convexo, a distância focal f é – 20 A=
cm. A distância do objeto ao espelho, p, é 30cm. 6
Substituindo na equação: A = 0, 4
1 1 1
= +
f p p′

01 Quais são as características da imagem formada por um 05 Um corpo encontra-se a 20 cm da superfície refletora
espelho plano? de um espelho plano. Qual a distância entre o corpo e a
imagem conjugada por este espelho?
02 Para se barbear, um jovem fica com o seu rosto situado
a 50 cm de um espelho, e este fornece sua imagem 06 Observa-se a imagem de um relógio conjugada por um
ampliada 2 vezes. Que tipo de espelho é este? Qual o espelho plano vertical. O relógio, dada a posição de seus
seu raio de curvatura? ponteiros, parece indicar 2 h. Na verdade que horas
indica o relógio?
03 Um objeto O é colocado sobre o centro de curvatura C
de um espelho esférico côncavo. Quais as características 07 O raio de curvatura de um espelho esférico é de 40 cm.
da imagem formada? Qual o valor da distância focal?

04 Um objeto é colocado entre dois espelhos planos, que 08 A imagem de um objeto conjugada por um espelho
têm suas faces refletoras se confrontando. O objeto está esférico é real, menor e invertida. O espelho é côncavo
a igual distância dos dois espelhos. O ângulo formado ou convexo?
entre os dois espelhos é de 45°. Qual o número de
imagens deste objeto que podemos ver nos dois 09 Uma menina está a 20 cm de um espelho esférico
espelhos? côncavo e observa a imagem do seu rosto duas vezes
6
Espelhos
ampliada. Determine a distância focal do espelho.
Física

10 Quais são as características da imagem fornecida por um


espelho esférico convexo? Cite dois exemplos de
aplicação deste tipo de espelho.

01 (UFPE) Um objeto é colocado diante de dois espelhos 03 (Mackenzie-SP) Quando colocamos um ponto objeto
planos que formam um ângulo de 90° entre si. real diante de um espelho plano, a distância entre ele e
Considerando o raio luminoso mostrado nas figuras a sua imagem conjugada é 3,20 m. Se esse ponto objeto
seguir, determine qual a figura que melhor representa for deslocado em 40 cm de encontro ao espelho, sua
imagens do objeto formadas em cada espelho. nova distância em relação à respectiva imagem conjugada,
nessa posição final, será:

a) 2,40 m
b) 2,80 m
c) 3,20 m
d) 3,60 m
e) 4,00 m

04 (UECE) A figura a seguir ilustra um espelho esférico


côncavo E. Sobre o eixo principal estão indicados pontos
eqüidistantes, entre os quais se encontram o foco F e o
centro da curvatura O.
Se um objeto real é colocado no ponto N, a imagem
02 (UERJ) Uma garota, para observar seu penteado, coloca- conjugada pelo espelho se formará no ponto:
se em frente a um espelho plano de parede, situado a
40 cm de uma flor presa na parte de trás dos seus cabelos. a) M
b) Q
c) O
d) P

05 (Cesgranrio-RJ) A vigilância de uma loja utiliza um espelho


convexo de modo a poder ter uma ampla visão do seu
interior. A imagem do interior dessa loja, vista através
desse espelho, será:

Buscando uma visão melhor do arranjo da flor no cabelo, a) real e situada entre o foco e o centro da curvatura do
ela segura, com uma das mãos, um pequeno espelho espelho.
plano atrás da cabeça, a 15 cm da flor. b) real e situada entre o foco e o espelho.
A menor distância entre a flor e sua imagem, vista pela c) real e situada entre o centro e o espelho.
garota no espelho de parede, está próxima de: d) virtual e situada entre o foco e o espelho.
e) virtual e situada entre o foco e o centro de curvatura do
a) 55 cm espelho.
b) 70 cm
c) 95 cm 06 (PUC-MG) Uma pessoa, a 1,0m de distância de um
d) 110 cm espelho, vê a sua imagem direita menor e distante 1,2 m
dela. Assinale a opção que apresenta corretamente o
tipo de espelho e a sua distância focal:

7
Espelhos
a) côncavo; f = 15 cm A respeito da imagem final conjugada pelos dois espelhos,

Física
b) côncavo; f = 17 cm pode-se afirmar:
c) convexo; f = 25 cm
d) convexo; f = 54 cm a) É virtual e se forma no ponto C.
e) convexo; f = 20 cm b) Não será projetável, pois E2 conjuga imagem virtual.
c) É real e se localiza entre E2 e o eixo principal de E1.
07 (Unirio-RJ) Um objeto é colocado diante de um espelho. d) É real e vai se formar no ponto D.
Considere os seguintes fatos referentes ao objeto e à e) É virtual e está localizada no ponto B.
sua imagem:
09 (PUCCamp-SP) Um objeto, de 2,0 cm de altura, é
I- o objeto está a 6 cm do espelho; colocado a 20 cm de um espelho esférico. A imagem
II - o aumento transversal da imagem é 5; que se obtém é virtual e possui 4,0mm de altura. O
III - a imagem é invertida. espelho utilizando é:

A partir destas informações, está correto afirmar que a) côncavo, de raio de curvatura igual a 10 cm.
o(a): b) côncavo e a imagem se forma a 4,0 cm do espelho.
c) convexo e a imagem obtida é invertida.
a) espelho é convexo. d) convexo, de distância focal igual a 5,0 cm.
b) raio de curvatura do espelho vale 5 cm. e) convexo e a imagem se forma a 30 cm do objeto.
c) distância focal do espelho vale 2,5 cm.
d) imagem do objeto é virtual. 10 (UFSM-RS) A figura representa um objeto O colocado
e) imagem está situada a 30 cm do espelho. sobre o centro de curvatura C de um espelho esférico
côncavo. A imagem formada será
08 (PUC-PR) A figura apresenta uma montagem utilizada
por um professor de Física numa aula experimental,
sendo E1 um espelho côncavo de distância focal 15 cm.
E2 é um espelho plano, disposto paralelamente ao eixo
principal do espelho E1. F é uma fonte luminosa, situada
a 5 cm do ponto A, de paredes opacas, dotada de uma
abertura, de forma que a luz incide inicialmente em E1.
Na figura, AO = AB = BC = CD =15 cm.

a) virtual, direita e menor.


b) virtual, invertida e menor.
c) real, direta e maior.
d) real, invertida e maior.
e) real, invertida e de mesmo tamanho.

Na figura a seguir estão representados um objeto O e De acordo com a figura, o vértice do espelho está
sua imagem i conjugada por um espelho esférico localizado no ponto
côncavo, cujo eixo principal é xx’.
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

8
Refração da Luz Refração da Luz
Física

Uma série de fenômenos interessantes que ocorrem no nosso dia-a-dia, como, por exemplo: um lápis parecer
estar “quebrado” quando colocado parcialmente dentro de um copo contendo água, o Sol parecer maior quando está se
pondo no horizonte, a profundidade de uma piscina parecendo ser menor do que realmente é, a luz branca se decompondo
em várias cores ao passar por um prisma, a formação do arco-íris, entre outros, podem ser explicados pela Refração da
luz.
A Refração é um fenômeno que observa a variação da velocidade e, quase sempre, o desvio da direção da luz, ao
passar de um meio para outro, e suas relações matemáticas.

Fig. 01: Algumas observações da refração da luz

REFRAÇÃO DA LUZ ÍNDICE DE REFRAÇÃO

A refração é um fenômeno pelo qual a luz passa de a)Absoluto


um meio para outro, e sofre uma variação em sua velocidade É a relação entre a velocidade da luz no vácuo e a
de propagação, podendo ser acompanhada de um desvio velocidade da luz num meio. Este número expressa o quanto
da direção de propagação da luz. a luz será mais lenta no meio do que no vácuo, pois no
vácuo a luz tem sua velocidade maior: c = 3x108 m/s.

n=c
RI N v

θi Onde:
n = índice de refração absoluto
A c = velocidade da luz no vácuo
v = velocidade da luz no meio
B
Obs. O índice de refração do vácuo é igual a 1 e o do
ar é aproximadamente igual a 1.

n vácuo = 1 n ar ≅ 1
θr RR
Fig. 02: Refração da luz ao passar de um meio A para um meio B. Podemos obter algumas conclusões importantes:

Onde: 1- O índice de refração absoluto é uma grandeza


RI – raio incidente adimensional, isto é, não possui unidade de medida.
RR – raio refratado 2- Qualquer meio material deve apresentar um índice de
θi - ângulo de incidência refração maior que 1 (n > 1).
θr - ângulo de refração

1
Refração da Luz
b) Relativo

Física
É a relação entre os índices de refração de dois meios RI N
diferentes. Esta comparação se torna interessante quando θi
relacionamos as velocidades da luz nos dois meios:

nA = vA A
nB vB n A > nB
B
Onde:
nA = índice de refração do meio A θr
nB = índice de refração do meio B RR
vA = velocidade da luz no meio A
Fig. 04: A luz passando de um meio mais refringente para um meio
vB = velocidade da luz no meio B menos refringente

LEI DA REFRAÇÃO Quando a luz vai de um meio MENOS refringente


para um meio MAIS refringente, o raio de luz se aproxima
1ª Lei: da normal, pois sua velocidade diminui:
O raio incidente, o raio refratado e a linha normal são
coplanares, ou seja, estão contidos num mesmo plano.
RI N

θi

A n A < nB

θr RR
Fig. 03: 1ª lei da refração

2ª Lei: Fig. 05: A luz passando de um meio menos refringente para um meio
A luz, ao passar de um meio para o outro e sofrer um mais refringente
desvio, terá sua direção determinada pela Lei de Snell-
Descartes (estudiosos da luz e dos fenômenos luminosos): Ângulo limite

nA sen θi = nB sen θr Existe uma situação física em que a luz não passa de
um meio para outro. Quando isso ocorre, dizemos que ali
onde: ocorreu o fenômeno do ângulo limite (L) ou reflexão total.
nA = índice de refração do meio A Para que este fato ocorra, o raio luminoso tem que
nB = índice de refração do meio B incidir de um meio mais refringente para um meio menos
θi = ângulo de incidência refringente, sempre.
θr = ângulo de refração Observe:
N
Comparando-se dois meios, aquele que apresentar
maior índice de refração é dito mais REFRINGENTE, que rde
ve
o outro, e o que tiver menor índice de refração, menos + refrigente azu
l

REFRINGENTE. vermelho

- refrigente

REFRINGÊNCIA
Quando a luz vai de um meio MAIS refringente para ho
el
um meio MENOS refringente, o raio de luz se afasta da 3 ve
rm
de
ul
az

ver

normal, pois sua velocidade aumenta: 2 1


Fig. 06: Diferentes ângulos de incidência do raio luminoso (raio 3
possui ângulo limite)

2
Refração da Luz
Na figura anterior os raios 1 e 2 ainda refratam, mas Curiosidades:
Física

o raio 3 já não refrata, pois aumentamos um pouco mais


seu ângulo e ocorreu a reflexão total. Para calcularmos este A formação do arco-íris.
ângulo, basta conhecermos os índices de refração dos
meios: O arco-íris, presente em nosso cotidiano, se forma
devido ao fenômeno da dispersão da luz.
sen L = n MENOR Ao passar por um prisma, a luz branca (que é a união
n MAIOR de todas as cores) se dispersa, separando-se nas cores:
vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
L = ângulo limite
n MENOR = índice de refração de menor valor dos dois
meios (normalmente o ar)
n MAIOR = índice de refração de maior valor dos dois
meios

Dioptro plano

Chamamos de dioptro todo sistema formado por Fig. 08: dispersão das cores pelo prisma

dois meios homogêneos e transparentes à luz, separados


por uma superfície plana. Exemplo: ar e água. A miragem

Fig. 09: Asfalto parece estar molhado (miragem)

As observações precedentes mostram que a reflexão


Fig. 07: dioptro ar-água
total faz com que a superfície da água funcione como um
Profundidade aparente
verdadeiro espelho nas condições particulares em que
ocorre. Esta propriedade é comum também às substâncias
Quando observamos um objeto dentro da piscina e muito pouco densas (pouco refringentes), como os gases.
temos a sensação de que ele está mais próximo da superfície Mas ocorreria a mesma coisa com o ar? Olhando ao longo
do que realmente está, dizemos que ele está em uma de uma estrada asfaltada, retilínea, em dia de muito calor,
profundidade aparente. Esta profundidade aparente (p’) vê-se que ela, no fim da reta, parece prateada, como se
pode ser calculada através da relação: estivesse coberta por uma vasta poça de água. A estrada,
porém, está perfeitamente seca: o asfalto absorve o calor e
nOBSERVADOR p’ aquece, por sua vez, uma pequena camada de ar em contato
=
nOBJETO p com a sua superfície. Este ar torna-se, desta maneira, menos
denso do que o ar da camada situada imediatamente acima.
Onde: A luz que vem do horizonte, na nossa direção, pode então
nOBSERVADOR = índice de refração do meio onde está refletir-se totalmente sobre a superfície que separa a camada
o observador quente da fria. Isso faz com que um objeto lá colocado
nOBJETO = índice de refração do meio onde está o objeto (como uma árvore) produza uma imagem invertida
p’ = distância da imagem i à superfície de separação dos semelhante à que se produziria se houvesse poças de água
meios sobre a estrada. Deste fato decorre a impressão de que
p = distância do objeto o à superfície de separação dos esta se encontra molhada. É a miragem.
meios

3
Refração da Luz

Física
PORQUE O CÉU É AZUL ?
O PÔR DO SOL É VERMELHO ?
E AS NUVENS SÃO BRANCAS ?
A resposta está em como os raios solares interagem com a atmosfera. Quando a luz passa através de um
prisma, o espectro é quebrado num arco-íris de cores. Nossa atmosfera faz o mesmo papel, atuando como uma
espécie de prisma onde os raios solares colidem com as moléculas e são responsáveis pela dispersão do azul.
Quando olhamos a cor de algo, é porque este “algo” refletiu ou dispersou a luz de uma determinada cor associada a
um comprimento de onda. Uma folha verde utiliza todas as cores para fazer a fotossíntese, menos o verde, porque
esta foi refletida. Devido ao seu pequeno tamanho e estrutura, as minúsculas moléculas da atmosfera difundem
melhor as ondas com pequenos comprimentos de onda, tais como o azul e violeta. As moléculas estão espalhadas
através de toda a atmosfera, de modo que a luz azul dispersada chega aos nossos olhos com facilidade a
luz azul é dispersada dez vezes mais que a luz vermelha. A luz azul tem uma frequência (ciclos de onda por segundo)
que é muito próximo da frequência de ressonância dos átomos, ao contrário da luz vermelha. Logo a luz azul
movimenta os elétrons nas camadas atômicas da molécula com muito mais facilidade que a vermelha. Isso provoca um
ligeiro atraso na luz azul que é reemitida em todas as direções num processo chamado dispersão de Rayleigh ( Físico
inglês do século 19). A luz vermelha, que não é dispersa e sim transmitida, continua em sua direção original, mas
quando olhamos para o céu é a luz azul que vemos porque é a que foi mais dispersada pelas moléculas em todas as
direções.Luz violeta tem comprimento de onda menor que luz azul, portanto dispersa-se mais na atmosfera que o
azul. Porque então não vemos o céu violeta? Porque não há suficiente luz ultravioleta. O sol produz muito mais luz azul
que violeta. Quando o céu está com cerração, névoa ou poluição, há partículas de tamanho grande que dispersam
igualmente todos os comprimentos de ondas, logo o céu tende ao branco pela mistura de cores. Isso é mais comum
na linha do horizonte. No vácuo do espaço extraterrestre, onde não há atmosfera, os raios do Sol não são dispersos,
logo eles percorrem uma linha reta do sol até o observador. Devido a isso os astronautas vêem um céu negro. Em
Júpiter o céu também é azul, porque ocorre o mesmo tipo de dispersão do azul na atmosfera do planeta, como na
Terra. Porém, em Marte, o céu é cor de rosa, ja que há uma quantidade excessiva de partículas de poeira na atmosfera
Marciana, devido à presença de óxidos de ferro originários do solo. Se a atmosfera de Marte fosse limpa da poeira, ela
seria azul, porém um azul mais escuro já que a atmosfera de Marte é muito mais rarefeita.
Quando o Sol está no horizonte, a luz leva um caminho muito maior através da atmosfera para chegar aos
nossos olhos do que quando está sobre nossas cabeças. A luz azul, nesse caminho, foi toda dispersada, a atmosfera
atua como um filtro , e muito pouca luz azul chega até você, enquanto que a luz vermelha que não é dispersada e sim
transmitida, alcança nossos olhos com facilidade. Nessa hora a luz branca está sem o azul.
Durante a dispersão da luz nas moléculas, ocorre o fenômeno de interferência destrutiva, em que a onda
principal se subdivide em várias outras de menor intensidade e em todas direções, porém mantendo a energia total
conservada. O efeito disto é que a luz azul do Sol que vinha em linha reta, passa a ir em todas as direções. Ao meio dia,
todas as direções estão próximas de nós, mas, no entardecer, a dispersão leva para longe do nosso campo de visão
o azul já que a luz solar percorre uma longa tangente na circunferência da terra até chegar aos nossos olhos.
Além disso, o vermelho e o laranja tornam-se muito mais vívidos no crepúsculo quando há poeira ou fumaça no
ar, provocado por incêndios, tempestade de poeira e vulcões. Isso ocorre porque essas partículas maiores também
provocam dispersão com a luz de comprimento de onda próximos, no caso, o vermelho e laranja.
Nas nuvens existem partículas (gotas de água) de tamanhos muito maiores que o comprimento de ondas da luz,
ocorrendo dispersão generalizada em todo o espectro visível e iguais quantidades de azul, verde e vermelho se juntam
formando o branco.

4
Refração da Luz
Física

01 A velocidade da luz amarela do benzeno é de 03 Um pescador vê um peixe num lago. O peixe encontra-
200.000 km/s. Ache o índice de refração absoluto do se a 2,8m de profundidade da superfície livre da água.
benzeno. Sabe-se que nAR = 1 e nÁGUA = 4/3. Determine:

n=c a) a profundidade aparente (p’)


v
nOBSERVADOR = p’
n = 300.000 nOBJETO p
200.000
1 = p’
4/3 2,8
n = 1,5
p’= 2,1m
02 Analisando a tabela, para um mesmo ângulo de incidência
diferente de zero, o maior desvio na direção de um raio b) a elevação aparente (x)
de luz que se propaga no ar ocorrerá quando penetrar
em qual dos meios? x = p – p’
x = 2,8 – 2,1

x = 0,7m

No álcool etílico, pois possui maior índice de refração, o


que causa um maior desvio, comparativamente ao ar,
que possui índice de refração 1.

01 O índice de refração de um meio é 1,5. Qual a velocidade 03 Três peixes, M, N e O, estão em aquário com tampa não
da luz nesse meio? transparente com um pequeno furo como mostra a figura.

02 As miragens são efeitos ópticos, produzidos por desvios


de raios luminosos. Em dias ensolarados e quentes,
olhando ao longo do asfalto, tem-se a impressão de que
está molhado. Com base na refração da luz, explique
por que esse fenômeno ocorre.

Uma pessoa com o olho na posição mostrada na figura


provavelmente verá qual peixe?

5
Refração da Luz
04 Em um experimento, um aluno colocou uma moeda de 07 Suponha um raio de luz incidir do ar para o vidro. Calcule

Física
ferro no fundo de um copo de alumínio. A princípio, a a velocidade da luz no vidro, sabendo que o índice de
moeda não pode ser vista pelo aluno, cujos olhos situam- refração do vidro é 1,5 e que a velocidade da luz no ar é
se no ponto O da figura. 300.000 km/s.

08 Um peixe encontra-se a 100cm da superfície da água, na


mesma vertical que passa pelo olho do observador.

a) calcule a posição do peixe na sua altura virtual (Índice de


refração da água: 4/3)
b) determine a elevação aparente do peixe

A seguir, o copo foi preenchido com água e o aluno 09 Luzes de diferentes freqüências (vermelha, alaranjada,
passou a ver a moeda, mantendo os olhos na mesma amarela, verde, azul, anil e violeta) incidem paralelamente
posição O. Por que ele passou a ver a moeda? sobre a superfície de uma lâmina de vidro, no vácuo,
como mostrado na figura a seguir:
05 A figura mostra a trajetória de um raio de luz que se dirige
do ar para uma substância X. Podemos concluir que o
índice de refração da substância X em relação ao ar é
igual a:

Utilizando-se a Lei de Snell, que conclusões se podem


obter para as diferentes cores, em relação aos índices de
refração e velocidades de propagação, no vidro?
06 Qual é a velocidade da luz em um diamante cujo índice de
refração absoluto é 2,42? 10 Como se chama o fenômeno ocorrido para formação
Dado: velocidade da luz no vácuo: 300.000 km/s. do arco-íris? Qual a seqüência das cores separadas?

01 (PUCMG) O fundo de uma piscina, para quem olha do 03


lado de fora dela, parece mais próximo da superfície da (UECE) Uma folha de papel, com um texto impresso,
água, devido à: está protegida por uma espessa placa de vidro. O índice
de refração do ar é 1,0 e o do vidro 1,5. Se a placa tiver
a) dispersão 3cm de espessura, a distância do topo da placa à imagem
b) difração de uma letra do texto, quando observada na vertical, é:
c) refração
d) interferência a) 1 cm
b) 2 cm
02 (Fuvest-SP) Suponha que exista um outro universo no c) 3 cm
qual há um planeta parecido com o nosso, com a diferença
de que a luz visível que o ilumina é monocromática. Um
fenômeno ótico causado por esta luz, que não seria
observado neste planeta, seria:

a) a refração. b) a reflexão. c) a difração.


d) o arco-íris. e) a sombra.
6
Refração da Luz
04 (Mackenzie-SP) Um feixe luminoso monocromático
Física

atravessa um determinado meio homogêneo,


transparente e isótropo, com velocidade de
2 , 4 . 1 0 8 m / s. Considerando c=3,0.108m/s, o índice
de refração absoluto deste meio é:

a) 1,25 m/s
b) 1,25
c) 0,8 m/s
d) 0,8
e) 7,2.1016 m2/s2

05 (UFV-ES) O Sol é visível, mesmo quando se encontra 08 (UFMG) O empregado de um clube está varrendo o
abaixo da linha do horizonte, em decorrência da interação fundo da piscina com uma vassoura que tem um longo
entre a luz e a atmosfera. O fenômeno envolvido no cabo de alumínio. Ele percebe que o cabo de alumínio
processo é a: parece entortar-se ao entrar na água, como mostra a
figura a seguir.
a) difração.
b) reflexão.
c) absorção.
d) interferência.
e) refração.

06 (UFRS) Considere as afirmações abaixo.

I- Para que uma pessoa consiga observar sua imagem por


inteiro em um espelho retangular plano, o comprimento
do espelho deve ser, no mínimo, igual à altura da pessoa.
II- Reflexão total pode ocorrer quando raios luminosos que
se propagam em um dado meio atingem a superfície que Isso ocorre porque:
separa esse meio de outro com menor índice de
refração. a) a luz do sol, refletida na superfície da água, interfere com
III- A imagem de um objeto real fornecida por um espelho a luz do sol refletida pela parte da vassoura imersa na
convexo é sempre virtual, direita e menor do que o água.
objeto, independentemente da distância deste ao espelho. b) a luz do sol, refletida pela parte da vassoura imersa na
água, sofre reflexão parcial na superfície de separação
Quais estão corretas? água-ar.
c) a luz do sol, refletida pela parte da vassoura imersa na
a) Apenas I. água, sofre reflexão total na superfície de separação água-
b) Apenas II. ar.
c) Apenas I e II. d) a luz do sol, refletida pela parte da vassoura imersa na
d) Apenas II e III. água, sofre refração ao passar pela superfície de separação
e) I, II e III. água-ar.
e) o cabo de alumínio sofre uma dilatação na água, devido à
07 (UFPE) Qual das figuras abaixo melhor representa a diferença de temperatura entre a água e o ar.
trajetória de um raio de luz monocromática, ao atravessar
uma janela de vidro (imersa no ar) de espessura d? 09 (UFMG) A figura 1 a seguir mostra um feixe de luz
incidindo sobre uma parede de vidro a qual está separando
o ar da água. Os índices de refração são 1,00 para o ar,
1,50 para vidro e 1,33 para a água. A alternativa que
melhor representa a trajetória do feixe de luz passando
do ar para a água é:

7
Refração da Luz
10 (Fuvest-SP) Um pássaro sobrevoa em linha reta e a baixa

Física
altitude uma piscina em cujo fundo se encontra uma pedra.
Podemos afirmar que:

a) com a piscina cheia, o pássaro poderá ver a pedra durante


um intervalo de tempo maior do que se a piscina estivesse
vazia.
b) com a piscina cheia ou vazia o pássaro poderá ver a pedra
durante o mesmo intervalo de tempo.
c) o pássaro somente poderá ver a pedra enquanto estiver
voando sobre a superfície da água.
d) o pássaro, ao passar sobre a piscina, verá a pedra numa
posição mais profunda do que aquela em que ela
realmente se encontra.
e) o pássaro nunca poderá ver a pedra.

(UEL-PR) Um raio de luz se propaga do meio (1), cujo


índice de refração vale 2, para outro meio (2) seguindo
a trajetória indicada na figura a seguir.

Dados:
sen 30° = 1/2
sen 45° = 2/2
sen 60° = 2/2

O ângulo limite para esse par de meios vale:

a) 90°
b) 60°
c) 45°
d) 30°
e) zero.

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................
8
Lentes Esféricas Lentes Esféricas
Física

As lentes estão presentes em nosso cotidiano, e é de fundamental importância conhecermos suas características,
tipos e como formam as imagens. Quando tiramos uma fotografia, usamos óculos de grau, vemos um filme no cinema,
olhamos células num microscópio, sempre nos deparamos com lentes. Alguns defeitos da visão podem ser corrigidos
com o uso de lentes. Podemos ampliar a imagem de um objeto ou diminui-la, dependendo da necessidade. Portanto se
você está enxergando mau e precisa ir ao oftalmologista (médico que trata dos olhos), dê uma estudada nesta aula e você
irá bem mais informado para o exame de vista. Bons estudos!

Fig. 01: Lente sendo usada em um óculos de grau

LENTES ESFÉRICAS
As lentes são dispositivos formados por uma substância de refringência diferente do meio onde estão imersas. São
instrumentos importantes, pois possuem muitas aplicações ópticas, dentre as quais: correção de problemas de visão,
retroprojeção de imagens, ampliação e diminuição de objetos através de suas imagens.

Fig. 02: Aplicações das lentes esféricas

COMPORTAMENTO ÓPTICO DAS LENTES


lente convergente → espelho côncavo
Dependendo do meio onde estão imersas, as lentes
lente divergente → espelho convexo
podem ser classificadas em convergentes ou
divergentes.
Se o meio onde a lente está imersa for menos
refringente que a lente (a maioria dos casos, pois a lente
quase sempre está imersa no ar, sendo feita de vidro), a
lente de bordas finas é chamada de convergente, e a de Fig. 03: Lentes convergentes (as duas primeiras) e divergentes (as
bordas grossas de divergente. duas últimas)

Normalmente podemos chamar a lente convergente


Obs.: se o meio em que elas estiverem imersas for
de lente côncava, e a divergente de convexa, pois seus
mais refringente, a lente de bordas finas é divergente e a de
comportamentos ópticos se parecem com estes tipos de
bordas grossas convergente.
espelhos.

1
Lentes Esféricas
Elementos de uma lente Raios Principais para Formação de Imagens

Física
Vejamos como se chamam os principais elementos Precisamos utilizar pelo menos dois raios principais
de uma lente: para construir uma imagem. São eles:

Lentes convergentes

Fig. 04: Elementos das lentes

Fi - foco imagem
Ai - ponto antiprincipal imagem
Fo - foco objeto
Ao - ponto antiprincipal objeto
O - centro óptico da lente

- considere que os raios de luz sempre virão do lado


esquerdo das lentes, neste exemplo. Com isso a
nomenclatura acima sempre terá este formato.
Fig. 06: Raios particulares para formação de imagens, para lentes
Índices de Refração da Lente e do Meio convergentes

Os livros costumam dizer que uma lente que tem as - Um raio de luz, que se propaga paralelamente ao eixo
bordas delgadas e a parte central mais espessa é principal da lente, sofre refração passando pelo foco
convergente, enquanto que outra lente, com bordas imagem.
espessas é divergente. Isso só é verdade se o material da - Um raio de luz, que se propaga passando pelo foco
lente tiver índice de refração maior que o meio de onde objeto da lente, sofre refração saindo paralelamente ao
vem a luz. Se o material do qual a lente é feita possuir eixo principal da lente
menor índice de refração do que o meio, nós temos a - Um raio de luz, que incide na lente sobre o seu centro
situação contrária, ou seja: lentes de bordos delgados são óptico, irá refratar sem sofrer desvio algum.
divergentes e as de bordos espessos convergentes.

Lentes divergentes
Simbologia

Representamos as lentes através dos símbolos:

Fig. 05: Símbolo para lente convergente e para lente divergente

Fig. 07: Raios particulares para formação de imagens, para lentes


divergentes

2
Lentes Esféricas
- Um raio de luz que se propaga paralelamente ao eixo Características da imagem (i)
Física

principal da lente sofre refração, e o prolongamento do natureza : real


raio refratado vai passar sempre pelo foco imagem. orientação : invertida
- Um raio de luz que se propaga de tal forma que o seu tamanho : maior
prolongamento passe pelo foco objeto, irá refratar
paralelamente ao eixo principal da lente, sempre.
- Um raio de luz que incide na lente sobre o seu centro
óptico, não irá sofrer desvio algum.

Formação Geométrica das Imagens

Dependendo de onde se localiza o objeto sobre o


eixo óptico da lente, a imagem terá características próprias.
Podemos construir esta imagem utilizando os raios principais
vistos acima. Observe os casos: Características da imagem (i)
natureza : imprópria
Primeiro vejamos os casos de formação de imagens orientação : indeterminada
para as lentes convergentes: tamanho : indeterminado

Características da imagem (i)


natureza : real Características da imagem (i)
orientação : invertida natureza : virtual
tamanho : menor orientação : direita
tamanho : maior

Lente Divergente (um único tipo de imagem


formada)

Características da imagem (i)


natureza : real
orientação : invertida
tamanho : igual

Características da imagem (i)


natureza : virtual
orientação : direita
tamanho : menor

3
Lentes Esféricas
Estudo Matemático das Lentes Esféricas Quando a pessoa tem visão normal, a imagem se

Física
forma exatamente sobre a retina, conforme mostra a figura
Usamos as mesmas equações dos espelhos abaixo:
esféricos, tomando cuidado apenas com as convenções de
sinais:

1=1+1
f p p’

E a equação do aumento linear transversal:

A=i = - p’
o p

Convenção de sinais: Fig. 09: Formação da imagem para um olho normal

f > 0 → lente convergente Mas muitas pessoas não possuem um olho normal,
f < 0 → lente divergente e apresentam alguns defeitos de visão, como a miopia,
hipermetropia, astigmatismo, presbiopia e estrabismo.
p > 0 → objeto real Vejamos os dois casos mais importantes:
p < 0 → objeto virtual
⇒ miopia
p’ > 0 → imagem real Ocorre quando a imagem se forma antes da retina:
p’ < 0 → imagem virtual

A > 0 → o e i têm mesmo sinal - Imagem Direita


A < 0 → o e i têm sinais opostos - Imagem Invertida

Olho Humano

O olho é um sistema óptico composto por uma lente


convergente (cristalino), retina (anteparo onde se forma a
Fig. 10: Formação da imagem antes da retina (miopia)
imagem invertida) e nervo óptico.
Correção: devemos usar lentes divergentes, para
que a imagem se forme na retina.

Fig. 11: Correção para miopia

Fig. 08: Olho humano

4
Lentes Esféricas
⇒ hipermetropia: Curiosidade:
Física

Ocorre quando a imagem se forma depois da retina.


Visão do olho hipermétrope

Fig. 12: Formação da imagem depois da retina (hipermetropia)

Correção: devemos usar lentes convergentes,


para que a imagem se forme na retina.

Fig. 13: Correção para hipermetropia

1) Lupa
detalhes possam ser observados com perfeição. A lupa,
também chamada de microscópio simples, consiste em
uma lente convergente, logo, cria imagens virtuais. Em
linhas gerais, qualquer lente de aumento pode ser
considerada como uma lupa. Há tipos que constam de
um suporte contendo a lente, uma armação articulada,
onde é colocada a lâmina que contém o objeto a ser
observado e um espelho convergente (o condensador),
para concentrar os raios luminosos sobre o objeto. Este
deve ser colocado a uma distância da lente, menor que a
distância focal da mesma. Há uma condição para que a
imagem formada seja nítida. De acordo com o foco objeto
da lente usada como lupa, temos uma distância mínima de
A lupa é o instrumento óptico de ampliação mais visão nítida. Se a lente for colocado próxima a um objeto,
simples que existe. Sua principal finalidade é a obtenção numa distância menor que a sua distância mínima de visão
de imagens ampliadas, de tal maneira que seus menores nítida, a imagem não será visível.

5
Lentes Esféricas

Física
2) Câmera fotográfica 4) Luneta astronômica

A câmera fotográfica, como um instrumento óptico


de projeção, se baseia no princípio de que um objeto
visto através de uma lente convergente, a uma distância As lunetas astronômicas são instrumentos ópticos de
maior que a distância da mesma, produz uma imagem aproximação, são usadas na observação de objetos muito
real e invertida, e mais ainda: seu tamanho é inversamente distantes. As lunetas astronômicas são instrumentos
proporcional à distância foco objeto. A lente ou sistema formados por dois sistemas ópticos distintos: uma lente
de lente empregada recebe o nome de objetiva. É objetiva, de grande distância focal, que proporciona uma
importante que a imagem seja projetada sobre o filme, se imagem real e invertida do objeto observado, e uma lente
a mesma se formar antes ou depois do filme teremos ocular, com distância focal menor, que proporciona uma
uma foto fora de foco. Por isso, ajusta-se as lentes imagem virtual e invertida do objeto. Os dois sistemas são
objetivas a fim de que obter uma imagem nítida. Quando colocados nas extremidades opostas de um conjunto de
em foco, a imagem formada no filme fotográfico é real e tubos concêntricos, que se encaixam um nos outros,
invertida. fazendo variar à vontade o comprimento do conjunto, a fim
de focar melhor o objeto a ser observado. As lunetas de
grande porte e alta capacidade de ampliação são dotadas de
3) Microscópio composto uma luneta menor, pesquisadora, já que as primeiras
possuem um campo de visão pequeno.

5) Projetor de Slides

O microscópio composto, ou simplesmente,


microscópio, é um instrumento óptico utilizado para O projetor de slides, ou projetor de diapositivos, utiliza
observar regiões minúsculas cujos detalhes não podem também uma lente convergente como princípio central de
ser distinguidos a olho nu. É baseado no conjunto de duas seu funcionamento. O projetor de diapositivos possui uma
lentes. A primeira é a objetiva, que é fortemente lâmpada F que é a fonte encarregada de iluminar o slide.
convergente (fornece uma imagem real e invertida) e Para isso, ela é colocada no foco de uma lente convergente
possui pequena distância focal, fica voltada para o objeto e L1. Os raios luminosos que partem de F, após passar pela
forma no interior do aparelho a imagem do mesmo. A lente L1 saem paralelos, pois a lâmpada está no foco da
segunda, é ocular, também com pequena distância focal, lente. Esses raios iluminam o diapositivo. A luz que sai do
menos convergente que a objetiva, permite ao observador slide vai atingir, agora, a lente L2. Para a lente L2 o slide é um
ver essa mesma imagem, ao formar uma imagem final objeto real que vai ter sua imagem, também real, formada
virtual e direita. Essas lentes são colocadas diametralmente sobre uma tela. Para que a imagem do diapositivo se forme
em extremidades opostas de um tubo, formando o exatamente sobre a tela, utiliza-se uma cremalheira P.
conjunto chamado de canhão. O sistema que permite o Girando-se a engrenagem, podemos fazer com que a lente
afastamento ou aproximação do conjunto ocular – objetiva se aproxime ou se afaste do slide. Assim, podemos fazer
permite uma melhor visualização do campo observado com que a imagem seja formada exatamente sobre a tela.
ao focalizá-lo.

6
Lentes Esféricas
Física

01 Que tipo de lente tem o óculos da pessoa que sofre de: 1 1 1 i −p'
= + =
a) hipermetropia f p p' o p
b) miopia 1 1 1 i −18
= + =
p' f p 4 9
a) convergente
1 1 1 i = −8 cm
b) divergente = − imagem
p' 6 9
02 Uma lente convergente tem f = 6 cm. Um objeto invertida
1 3− 2
luminoso de 4 cm de altura é colocado a 9 cm da lente. =
Calcule a posição e a altura da imagem. p ' 18
1 1
Posição (p’): =
p ' 18
p ' = 18cm(imagemreal )

03 A lente convergente pode ser comparada com que tipo


de espelho? E a divergente?

Convergente: Côncavo
Divergente: Convexo.

01 Um objeto de 3,0cm de altura é colocado 06 Quando olhamos para um colega que usa óculos
perpendicularmente ao eixo de uma lente convergente, reparamos que, com os óculos, seus olhos parecem ser
de distância focal 18,0cm. A distância do objeto à lente é menores do que quando ele tira os óculos. Este colega é
de 12cm. Calcule o tamanho da imagem, em míope ou hipermétrope?
centímetros, fornecida pela lente.
07 Um aquário esférico de paredes finas é mantido dentro
02 Uma vela é colocada a 50cm de uma lente, perpendicular de outro aquário que contém água. Dois raios de luz
a seu eixo principal. A imagem obtida é invertida e do atravessam esse sistema da maneira mostrada na figura a
mesmo tamanho da vela. seguir, que representa uma secção transversal do
conjunto. Pode-se concluir que, nessa montagem, o
a) Determine se a lente é convergente ou divergente. aquário esférico desempenha a função de:
Justifique sua resposta.
b) Calcule a distância focal da lente.

03 Que tipo de problema de visão se resolve com o uso de


lentes convergentes e divergentes?

04 Uma pessoa míope tenta usar seus óculos para


concentrar a luz solar, em um dia muito claro, e com isso
ascender um palito de fósforo. No entanto, e não parece
ter êxito. Justifique.

05 Uma lente convergente, funcionando como lupa, possui


10cm de distância focal. Um observador observa a
imagem de um objeto colocado a 8cm da lente.
Determine o aumento linear transversal da imagem.

7
Lentes Esféricas
08 Uma câmara fotográfica artesanal possui uma única lente 09 Uma vela é colocada a 50cm de uma lente, perpendicular

Física
delgada convergente de distância focal 20cm. Você vai a seu eixo principal. A imagem obtida é invertida e do
usá-la para fotografar uma estudante que está em pé a mesmo tamanho da vela.
100cm da câmara, conforme indicado na figura. Qual
deve ser a distância, em centímetros, da lente ao filme, a) Determine se a lente é convergente ou divergente.
para que a imagem completa da estudante seja focalizada b) Calcule a distância focal da lente.
sobre o filme?
10 Imersas no ar, como se chamam as lentes de bordos
finos? E as de bordos grossos?

01 (Cesgranrio-RJ) Um raio luminoso, propagando-se no


ar, atravessa uma lente de vidro plano-côncava, como
está representado nas figuras a seguir.

a) Invertida e do tamanho do objeto.


b) Invertida e menor que o objeto.
c) Invertida e maior que o objeto.
d) Direta e maior que o objeto.
Dentre as configurações apresentadas, está(ão) e) Direta e menor que o objeto.
correta(s):
04 (UFRS) Um objeto real está situado a 12cm de uma
a) apenas a I. lente. Sua imagem, formada pela lente, é real e tem uma
b) apenas a II. altura igual à metade da altura do objeto. Tendo em vista
c) apenas I e a III. essas condições, considere as afirmações a seguir.
d) apenas I e a IV.
e) apenas a II e a III. I- A lente é convergente.
II - A distância focal da lente é 6cm.
02 (Unesp-SP) Assinale a alternativa correta. III - A distância da imagem à lente é 12cm.

a) Quando alguém se vê diante de um espelho plano, a Quais delas estão corretas?


imagem que observa é real e direita.
b) A imagem formada sobre o filme, nas máquinas a) Apenas I
fotográficas, é virtual e invertida. b) Apenas I e II
c) A imagem que se vê quando se usa uma lente convergente c) Apenas I e III
como “lente de aumento” (lupa) é virtual e direita. d) Apenas II e III
d) A imagem projetada sobre uma tela por um projetor de e) I, II e III
slides é virtual e direita.
e) A imagem de uma vela formada na retina de um olho
humano é virtual e invertida.

03 (UFPE) A lente da figura a seguir tem distância focal de


10cm. Se ela for usada para observar um objeto que
esteja a 5cm, como aparecerá a imagem deste objeto
para um observador posicionado do outro lado da lente?
8
Lentes Esféricas
05 (PUC-MG) O tipo de lente da história do Bidu é usado 08 (UEL-PR) Um objeto (O) encontra-se em frente a uma
Física

para corrigir: lente. Que alternativa representa corretamente a formação


da imagem (I)?

a) miopia e astigmatismo.
b) hipermetropia e miopia.
c) presbiopia e hipermetropia.
d) presbiopia e miopia.
e) astigmatismo e estrabismo.
09 (PUCcamp-SP) Um objeto real é disposto
06 (UERJ) As figuras abaixo representam raios solares perpendicularmente ao eixo principal de uma lente
incidentes sobre quatro lentes distintas. convergente, de distância focal 30cm. A imagem obtida é
Deseja-se incendiar um pedaço de papel, concentrando direita e duas vezes maior que o objeto. Nessas
a luz do sol sobre ele. condições, a distância entre o objeto e a imagem, em
A lente que seria mais efetiva para essa finalidade é a de cm, vale:
número:
a) 75
a) I b) 45
b) II c) 30
c) III d) 15
d) IV e) 5

07 (PUC-MG) A figura a seguir mostra esquematicamente 10 (UFF-RJ) Considere as seguintes proposições:


dois defeitos de visão, que podem ser corrigidos pelo
uso das seguintes lentes: 1- no foco de uma lente de óculos de pessoa míope, não
se consegue concentrar a luz do Sol que a atravessa
2- lentes divergentes nunca formam imagens reais
3- lentes convergentes nunca formam imagens virtuais
4- lentes divergentes nunca formam imagens ampliadas, ao
contrário das convergentes, que podem formá-las
5- dependendo dos índices de refração da lente e do meio
externo, uma lente que é divergente em um meio pode
ser convergente em outro

Com relação a estas proposições, pode-se afirmar que:


a) convergentes para os casos A e B.
b) divergentes para os casos A e B. a) somente a 5 é falsa
c) convergente para o caso A e divergente para o B. b) a 1 e a 2 são falsas
d) divergente para o caso A e convergente para o B. c) a 1 e a 4 são falsas
e) um dos defeitos mostrados não pode ser corrigido com d) somente a 3 é falsa
o uso de lentes. e) a 3 e a 5 são falsas

9
Lentes Esféricas

Física
(Fuvest-SP) Uma pessoa segura uma lente delgada junto Em seguida, sem mover a cabeça ou o livro, vai
a um livro, mantendo seus olhos aproximadamente a aproximando a lente de seus olhos. A imagem, formada
40cm da página, obtendo a imagem indicada na figura. pela lente, passará a ser

a) sempre direita, cada vez menor.


b) sempre direita, cada vez maior.
c) direita cada vez menor, passando a invertida e cada vez
menor.
d) direita cada vez maior, passando a invertida e cada vez
menor.
e) direita cada vez menor, passando a invertida e cada vez
maior.

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

10
Gabarito
TERMOLOGIA E CALORIMETRIA 08- Quando a lâmina bimetálica é submetida a uma variação
Física

de temperatura, será forçada a curvar-se, pois os metais


Exercícios de Aplicação não se dilatarão igualmente, pois o coeficiente de dilatação
do chumbo é diferente do coeficiente de dilatação do
01- 107,6°F bronze.
02- 40°C 09- Se baseia na dilatação da substância termométrica
03- 0°C e 100°C presente no interior do termômetro.
04- Com frio, pois esta temperatura é bem menor que a do 10- Se dilata em todas as direções, mas a direção
nosso corpo. predominante é o comprimento.
05- Não, pois o calor é uma energia em trânsito, e se transfere
de um corpo para outro devido à diferença de Questões de Vestibulares
temperatura entre eles.
06- Por irradiação. 01- e
07- 0,6 cal/g°C 02- b
08- 32 03- e
09- Não, pois o corpo pode estar na temperatura de mudança 04- b
de estado físico, e aí este calor é chamado de latente. 05- e
10- vaporização 06- b
07- a
Questões de Vestibulares 08- e
09- d
01- c 10- b
02- e
03- c Desafio
04- a
05- a Letra c.
06- c
07- d GASES
08- e
09- b
Exercícios de Aplicação
10- C C E E
01- 7,5 atm
Desafio 02- 1200 K
Letra e 03- 3 atm
04- 20 litros.
DILATAÇÃO TÉRMICA 05- a) 240 K e 360 K
b) 2/3
Exercícios de Aplicação 06- a) 10 mols
b) 8 atm
01- a) ∆L = 0,0024 m 07- 4 atm
b) LF = 10,0024 m 08- A queda de temperatura diminui a pressão interna em
02- ∆L = 0,08 cm LF = 50,08 cm relação à externa.
03- ∆S = 0,552 cm2 09- a) pressão
04- ∆V = 14,4 cm3 b) volume
05- 140 litros c) temperatura
06- Não. O que ocorre é o aumento nos espaços entre as 10- baixas pressões e altas temperaturas
moléculas que constituem o material, devido ao aumento
da agitação térmica. Questões de Vestibulares
07- Como a temperatura média em Salvador é maior que na
Suíça, a haste do relógio de pêndulo dilatou-se e desse 01- e
modo não é mais pontual. Com o aumento da haste do 02- b
relógio, o pêndulo demora mais para completar um ciclo 03- d
(ida e volta), e desta forma demora mais para marcar os 04- d
segundos, atrasando-se. 05- b
06- b
07- a
1
Gabarito
08- a ao contorno do objeto.

Física
09- a 05- Preta
10- c 06- Vermelho, Verde e Azul.
07- A luz que chega hoje a Terra dessa estrela, partiu dela há
Desafio 4 anos. Desta forma estamos vendo como a estrela era
há 4 anos.
Letra d 08- 40 cm.
09- 60 m
TERMODINÂMICA 10- Propagação retilínea da luz.

Questões de Vestibulares
Exercícios de Aplicação
01- d
01- zero
02- c
02- a) TA = 293 K
03- d
b) 6,1 . 102 J
04- d
c) TC = 293 K
05- d
03- 5,0 x 105 J
06- a
04- 15% e 13%
07- d
05- Os novos materiais trazem as vantagens de serem mais
08- b
leves e menores condutores de calor.
09- c
06- 800 J por ciclo
10- c
07- 40 J
08- zero
Desafio
09- 2ª lei
10- 3,0×103J Letra c
Questões de Vestibulares
ESPELHOS
01- e
02- d Exercícios de Aplicação
03- b
04- d 01- virtual, direita e igual.
05- c 02- côncavo, de raio de curvatura 2,0 m
06- e 03- real, invertida e de mesmo tamanho.
07- c 04- 7 imagens
08- d 05- 40 cm
09- c 06- 10 h
10- a 07- 20 cm
08- côncavo
Desafio 09- 40cm
10- menor, virtual, direita. Exemplos: espelhos de
Letra a motocicletas, espelhos em corredores de mercado.

ÓPTICA GEOMÉTRICA Questões de Vestibulares

01- d
Exercícios de Aplicação 02- d
03- a
01- 2,83 x 1013 km
04- b
02- a) 45° b) 30° c) 30°
05- d
03- Princípio da independência dos raios luminosos, que diz:
06- c
se dois raios luminosos se cruzarem, eles continuam se
07- e
propagando independentemente, como se nada tivesse
08- d
acontecido.
09- d
04- A luz não contorna os limites do objeto. Assim, no
10- e
anteparo fica uma zona não iluminada correspondente

2
Gabarito
portanto não concentram a luz solar.
Física

Desafio 05- 5 vezes maior.


06- Míope.
Letra d 07- Lente divergente.
08- 25 cm.
REFRAÇÃO DA LUZ 09- a) lente convergente.
b) 25 cm.
10- convergente e divergente.
Exercícios de Aplicação

01- 200.000 km/s Questões de Vestibulares


02- Próximo ao asfalto o ar está mais quente, e assim fica
01- c
menos denso. A luz, sofre desvio, pois o ar aquecido
02- c
tem diferente índice de refração do ar à temperatura
03- d
ambiente, causando o desvio da luz, parecendo uma
04- a
miragem.
05- c
03- Apenas o peixe M, que está mais próximo à normal.
06- b
04- a luz proveniente da moeda sofre refração ao passar da
07- c
água para o ar, permitindo a sua visualização.
08- a
05- 1,48
09- d
06- v = 123.966 km/s
10- d
07- 200.000 km/s
08- a) 75cm b) 25cm
Desafio
09- Considerando a ordem das cores no esquema, da
esquerda para a direita; pode-se dizer que nessa ordem Letra a
a velocidade é decrescente e o índice de refração é
crescente.
10- Dispersão. Vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul,
anil, violeta.

Questões de Vestibulares

01- c
02- d
03- b
04- b
05- e
06- d
07- b
08- d
09- c
10- a

Desafio

Letra c

LENTES ESFÉRICAS

Exercícios de Aplicação

01- 9 cm.
02- a) lente convergente.
b) 25 cm.
03- Hipermetropia e Miopia, respectivamente.
04- As lentes corretoras de um míope são divergentes e

3
Eletricidade
Eletricidade

Física
O fascínio que a eletricidade despertou no homem remonta desde os tempos da Grécia Antiga (séc. VI a.C.), quando
Thales de Mileto, sem saber cientificamente o que fazia, dizia que pedaços de âmbar (eléktron) atritados com peles de
animais tinham o poder de atrair pequenos objetos, devido à força elétrica entre as cargas que surgiam nos corpos. Se
soubesse até onde sua pesquisa inicial chegaria, ele a teria detalhado bem mais, e estaria orgulhoso do seu grande feito, ao
ver, hoje, o homem desenvolvendo materiais supercondutores, sem resistência elétrica praticamente. A eletricidade se
desenvolveu muito e, ao acendermos uma lâmpada, trazemos o espírito de centenas de pesquisadores que deram um
pouco de si para atingirmos o atual estágio de desenvolvimento da eletricidade.
O estudo da eletricidade estática, manifestada nas cargas elétricas, além de interessante é importante, pois muitos
equipamentos precisam de dispositivos de proteção para não sofrerem danos devido a ela.

Fig. 01: geração e distribuição de energia elétrica

Vamos ver como se desenvolveram, ao longo do – Alexandre Volta (1745-1826) descobriu a corrente
tempo, algumas pesquisas sobre eletricidade. elétrica, ao inventar a pilha;
– Hans Christian Oersted (1777-1851) relacionou a
Histórico da eletricidade eletricidade e o magnetismo, ao ver que uma bússola
se deflexionava com uma corrente elétrica próxima a
– Thales de Mileto (século VI a.C.) na antiga Grécia ela;
atritou âmbar (do grego eléktron) com pele de animais – James Clerk Maxwell (1831-1879) relacionou
e este passou a atrair pequenos objetos; matematicamente a eletricidade e o magnetismo
– Willian Gilbert (1544-1603) inventou o pêndulo através de suas quatro equações.
elétrico;
– Otto Von Guericke (1602-1686) observou a A eletricidade pode, didaticamente, ser divida em duas partes:
repulsão entre cargas elétricas;
– Charles François Du Fay (1698-1739) observou que – Eletrostática → parte da eletricidade que estuda
a força podia ser atrativa ou repulsiva; cargas em repouso;
– Benjamin Franklin, por volta da metade do século – Eletrodinâmica → parte da eletricidade que estuda
XVIII, afirmou que a eletricidade era um fluído: corpo os fenômenos relativos à corrente elétrica.
com bastante fluído (+) e com pouco fluído (-);
– Charles Augustin de Coulomb (1736-1806)
formulou matematicamente a lei da força de atração
e repulsão entre cargas elétricas;

01 Fisica.pmd 1 31/7/2004, 14:04


Eletricidade
ELETROSTÁTICA Onde:
Física

Q = carga elétrica total do corpo;


n = número de partículas presentes na carga (diferença
entre o número de cargas positivas e negativas do corpo);
e- = carga elétrica elementar.

A unidade de carga elétrica, no Sistema Internacional, é


o coulomb (C), sendo muito comum, na prática, utilizarmos
submúltiplos da unidade fundamental.
1 mC = 10 –3 C (lê-se: miliCoulomb)
1 µC = 10 –6 C (lê-se: microCoulomb)
1 nC = 10 –9 C (lê-se: nanoCoulomb)
1 pC = 10 –12 C (lê-se: picoCoulomb)

Elétron livre
Fig. 02: no núcleo do átomo estão as cargas positivas (prótons) e ao
redor as negativas (elétrons)
São os elétrons que se encontram soltos no material,
Conceitos iniciais e são eles, na verdade, que conduzem a eletricidade nos
corpos, através dos átomos que constituem o material. Os
O átomo possui cargas negativas (elétrons) e cargas elétrons da eletrosfera se tornam livres através de um ganho
positivas (prótons). Ele é, por natureza, eletricidade pura. de energia que eles podem obter de várias formas:
Veja alguns valores de suas partículas fundamentais: eletrização por atrito, recebimento de energia através de
diferença de potencial, reações químicas. Ao se
despreenderem do átomo, ficam soltos no meio da rede
cristalina do condutor e se movimentam dentro dele,
livremente.

Átomo neutro

É o átomo que possui igual número de cargas positivas


e negativas. Também chamado de átomo em equilíbrio
elétrico.

Carga elétrica elementar

É a carga de um elétron ou de um próton, apresentada


apenas em módulo, cujo valor é igual a 1,6.10-19 C. É o
menor valor de carga da eletricidade, descoberta feita pelo Fig. 03: Átomos e elétrons livres

físico americano Robert Andrews Millikan, em sua famosa


experiência da gota de óleo, que lhe permitiu medir o valor Carga puntual
da carga do elétron e concluir que a carga elétrica de um
corpo é “quantizada”, pois toda e qualquer carga é expressa A idéia de carga puntual é a de uma carga que possui
em múltiplos da carga elementar. dimensões desprezíveis em relação às demais
dimensões do problema. Uma carga de tamanho pequeno,
mas de valor de carga considerável.
Carga elétrica de um corpo (Q)
Condutores e isolantes
A carga de um corpo nada mais é do que o saldo
(diferença) entre o número de prótons e o Nos metais, os elétrons das órbitas mais externas estão
número de elétrons responsáveis pela condução de fracamente ligados aos respectivos átomos, podendo se
eletricidade, multiplicado pela carga elétrica elementar. libertar, tornando-se elétrons livres, que possuem a
capacidade de se mover no interior do sólido e transportar
Q = n . e- carga elétrica através dele. Estes sólidos são denominados
condutores de eletricidade. Como exemplo, podemos
citar o cobre, ferro, prata, ouro, alumínio e muitos outros.
2

01 Fisica.pmd 2 31/7/2004, 14:04


Eletricidade
Diferentemente dos condutores, existem alguns corpos

Física
onde os elétrons estão firmemente ligados aos seus
respectivos átomos, fazendo com que praticamente não
existam elétrons livres, o que torna muito difícil o
deslocamento das cargas elétricas por esses corpos. Estes
sólidos podem ser chamados de isolantes elétricos ou
Fig. 05: as cargas passam de um corpo para outro
dielétricos. Como exemplo, temos a madeira, borracha,
vidro, porcelana, plástico e vários outros. → resultado final : cargas iguais e sinais contrários

2° eletrização por contato


– Princípios da Eletrostática Este processo, como o próprio nome diz, exige o
contato físico entre os corpos. Ocorre quando um corpo
1) Princípio da atração e repulsão elétrica.
eletrizado encosta em outro, que pode estar neutro ou já
Charles Du Fay, estudando cargas elétricas, enunciou a
possuir uma carga elétrica.
seguinte lei:
“cargas de mesmo sinal se repelem e cargas
de sinais contrários se atraem”.

Fig. 04: princípio da atração e repulsão elétrica

2) Princípio da conservação da carga elétrica.


A carga elétrica é sempre conservada, ou seja, é a
mesma antes e depois de realizarmos a eletrização num
Fig. 06: eletrização por contato
corpo.

Carga antes = Carga depois Neste exemplo, antes do contato, o corpo A encontra-
se eletrizado positivamente, isto é, com excesso de prótons
ou falta de elétrons e o B está neutro, ou seja, possui o
– Processos de eletrização mesmo nº de prótons e elétrons. Durante o contato, há
uma transferência de cargas negativas do corpo B para o
Eletrização é o processo no qual um corpo, inicialmente corpo A, o que faz diminuir a quantidade de carga do B.
neutro, passa a adquirir carga elétrica. Existem três processos Depois que os corpos são separados, observa-se que
de eletrização: ambos ficaram com carga elétrica idêntica e de mesmo sinal.

1° eletrização por atrito → resultado final: cargas iguais, sinais iguais


Dois corpos neutros de materiais diferentes são
atritados um no outro até que elétrons livres passem de 3° eletrização por indução
um corpo para o outro. O corpo que cedeu elétrons ficará Na eletrização por indução, o corpo neutro se eletriza
eletrizado positivamente pois terá excesso de prótons: e o após passar pelo processo da indução eletrostática e ser
que recebeu ficará eletrizado negativamente, pois agora terá ligado ao fio terra.
mais elétrons do que prótons.
– Primeiro passo: ocorre a indução eletrostática (que é a
separação das cargas de um corpo neutro pela
proximidade de um corpo eletrizado, que pode
estar positivo ou negativamente carregado);

01 Fisica.pmd 3 31/7/2004, 14:04


Eletricidade
– Segundo passo: ligamos um lado do corpo que teve a
Física

separação das cargas (induzido) ao fio terra, utilizando


um fio condutor. Isto fará com que ocorra a passagem
de elétrons do corpo para a Terra ou da Terra para o
corpo, dependendo da carga ;
– Terceiro passo: desligamos o fio terra e afastamos o
corpo que ocasionou a separação das cargas (indutor).
Pronto: o corpo está eletrizado porém com carga contrária
ao do indutor.

→ resultado final: cargas quase iguais, sinal


contrário ao do indutor.
Lembre-se:
– o corpo que possui carga no começo do processo é o
INDUTOR; Fig.08: polarização do isolante
– o corpo inicialmente neutro é o INDUZIDO.
ELETROSCÓPIOS

São aparelhos que se destinam a verificar se um corpo


está ou não eletrizado. Existem dois tipos:
a) pêndulo eletrostático: dispositivo que se destina a
verificar se um corpo possui ou não carga elétrica.
Podemos construir um pêndulo com um suporte isolante,
um fio isolante e uma bolinha de papel alumínio, por
exemplo. Quando aproximamos um corpo carregado,
a bolinha se induz eletrostaticamente, as cargas se separam
nela, o corpo que foi aproximado da bolinha a atrai e
quando esta se move é sinal de que o corpo possui
carga. Não podemos dizer o sinal da carga do corpo,
pois para isso a bolinha teria que estar carregada
eletricamente com carga de sinal conhecido, o que não é
importante saber, e nem é essa a função do eletroscópio.

Fig. 07: etapas da eletrização por indução

Os isolantes se eletrizam? Fi g. 0 9 : p ê n d ul o e l e t ro s t á t i c o: s e a b ol i nh a s e
mover, o corpo aproximado tem carga
Um corpo dielétrico não sofre eletrização, mas, se
aproximarmos dele um corpo eletrizado, ocorrerá um
b) eletroscópio de folhas: é constituído de uma haste
fenômeno interessante chamado de POLARIZAÇÃO,
metálica que possui numa ponta uma bola e na outra
que nada mais é do que o alinhamento das moléculas do
duas folhinhas soltas. Quando aproximamos da bola um
dielétrico, uma vez que não ocorre movimentação de
corpo que possui carga, as cargas da parte metálica do
elétrons livres, raros neste tipo de material que não os
eletroscópio se induzem e se separam, fazendo com
possui em grande quantidade. Como resultado final, após
que nas folhinhas fiquem cargas de um mesmo sinal
o alinhamento, temos sinal positivo de um lado e negativo
(positiva ou negativa), o que causa a repulsão das folhas,
do outro do corpo.
indicando a presença de carga no corpo que se
aproximou da bola do eletroscópio. Se as folhinhas não
se moverem, é porque o corpo aproximado não possui
carga.

01 Fisica.pmd 4 31/7/2004, 14:04


Eletricidade

Física
Observando a figura, percebemos que o valor da força
é diretamente proporcional ao valor das cargas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que as
separa. Coulomb chegou a estas conclusões quando
aumentou o valor de uma das cargas e depois percebeu
que a força aumentou na mesma proporção. Ao aumentar
o valor da segunda carga, percebeu que a força elétrica
entre elas também aumentou na mesma proporção. Após
exaustivas repetições destas medidas percebeu a
Fig. 10: eletroscópio de folhas: se as proporcionalidade entre a força e as cargas. Ao afastar as
f ol has se a br ir em , o co r po tem c ar g a cargas, mediu o valor da força entre elas e viu que esta
diminuía quadraticamente com o aumento da distância.
Importante Assim, juntando estes dois resultados, elaborou a lei que
leva o seu nome, sobre a força de atração e repulsão entre
Lembre-se que prótons jamais saem de um corpo para cargas elétricas. Essa lei, a exemplo da lei da Gravitação
ir para outro. Quem se movimenta são os elétrons livres, Universal de Newton, é conhecida como lei do inverso do
pois é muito menor a força que liga um elétron ao átomo quadrado da distância.
do que a força que liga os prótons no núcleo do átomo.

Observações

– Em todo condutor eletrizado, as cargas elétricas em


excesso depositam-se na superfície externa (repulsão
elétrica).
– Se o condutor possuir a forma esférica, a distribuição das
cargas é uniforme.
– Se o condutor não possuir a forma esférica, haverá maior
concentração de cargas elétricas em excesso nas regiões
pontiagudas (poder das pontas, explica o funcionamento Fig.12: relação entre a força elétrica e a carga elétrica
do pára-raios).
Consideremos duas cargas puntuais Q1 e Q2 separadas
LEI DE COULOMB por uma distância d (também usado r por alguns autores).
Existe uma força elétrica F de interação entre elas, dada pela
Charles Augustin de Coulomb, engenheiro militar relação:
francês, inventou um dispositivo que chamou de balança de
torção, que lhe permitiu medir as forças elétricas entre
F = K0 Q1 . Q2
corpos eletricamente carregados.
d2

Esta relação matemática também é conhecida como


Lei de Coulomb, onde:
– F = força elétrica de interação entre as cargas, cuja unidade
no SI é o newton (N);
– d = distância que separa as cargas Q1 e Q2, cuja unidade
no SI é o metro (m );
– Q1 e Q2 são as cargas elétricas, cuja unidade no SI é o
coulomb (C);
– K0 = constante eletrostática no vácuo, cuja unidade no SI
é N.m²/C².

Atenção
→ Força positiva: significa repulsão entre os corpos
eletricamente carregados.
→ Força negativa: significa atração entre os corpos
Fig. 11: balança de torção de Coulomb. eletricamente carregados.

01 Fisica.pmd 5 31/7/2004, 14:04


Eletricidade
Observação – Alguns valores de constante dielétrica relativa:
Física

– O valor da constante eletrostática usado é sempre o Constante die lé trica


M e i o m a te r i a l
(K )
valor do vácuo, sendo que em outros meios basta
dividirmos o valor da força no vácuo pela constante K Vácuo 1,0000
relativa do meio. Ar 1,0005
– O valor de K0 no vácuo vale: Be nze no 2,3
Âmbar 2,7
K0 = 9,0 x 10 9 N.m 2/C 2 Vidro 4,5
Óle o 4,6
Mica 5,4
Glice rina 43
Água 81

ELETRICIDADE ESTÁTICA NO COMPUTADOR Para aqueles que não acreditam que ela existe, lembre-
se daquela experiência que aprendemos na escola, onde
Apesar de ser de grande conhecimento de técnicos e pedaços pequenos de papéis são atraídos por um pente
montadores que a eletricidade estática causa danos aos de plástico que fica carregado de eletricidade estática após
componentes eletrônicos, muitos ainda ignoram o grau ser friccionado rapidamente numa flanela ou no próprio
de sensibilidade de peças tão delicadas e continuam cabelo do experimentador (cuidado para não arrancar os
armazenando e transportando sem tomar as mínimas cabelos).
precauções.
Danos causados por eletricidade estática são
geralmente invisíveis sem a ajuda de um bom microscópio,
de preferência um eletrônico, e, talvez por causa disso,
muitos ignorem os riscos e outros até duvidam que ele
realmente exista e/ou que possa danificar os
componentes, e muitos até se perguntam: se não
conseguimos ver ou sentir, como é que pode causar
algum estrago?
O corpo humano acumula eletricidade estática de
diversas maneiras. O simples ato de andar, correr, passear Ao tocar em um componente eletrônico, as cargas
de carro, ou tocar um objeto qualquer que já esteja estáticas são transferidas rapidamente para esse
carregado, fará com que seu corpo fique carregado componente, ocorrendo uma espécie de "choque" de
eletricamente, tornando-o uma “arma” em potencial, pronta baixíssima corrente, mas com intensidade suficiente para
para destruir. Alguns ambientes podem deixá-lo mais danificar parcialmente ou totalmente os circuitos internos
vulnerável, e facilitando o acúmulo de cargas, como, por existentes dentro desse componente. Esses chips podem
exemplo, piso acarpetado (natural ou sintético), pois a danificar-se imediatamente, ou ficarem parcialmente
fricção com as fibras do carpete no ato de andar aumenta danificados, passando a exibir erros intermitentes, ficando
sensivelmente a velocidade de acúmulo das cargas no corpo. sensíveis ao aumento de temperatura, podendo até mes-
mo queimarem sozinhos depois de algum tempo, dimi-
nuindo o tempo de vida útil.
Muito cuidado, portanto, ao tocar, armazenar e
transportar componentes eletrônicos, pois eles são
sensíveis a descargas provenientes de acumulo de
eletricidade estática. Siga estas dicas para que possa
minimizar os riscos e os conseqüentes danos nos
componentes:
– Ao transportar, tente sempre fazê-lo em sacolas
apropriadas, que protejam os componentes da
eletricidade estática. Elas geralmente são de cor alumínio
fosco e, às vezes, vêm com um aviso parecido com
este fixado em uma etiqueta de cor vermelha ou amarela:
6

01 Fisica.pmd 6 31/7/2004, 14:04


Eletricidade

“CAUTION contents subject to damage by static etc.) pegue-as sempre pelas pontas, inserindo no slot

Física
electricity DO NOT OPEN except at approved static- com cuidado para não forçar, sem tocar em nenhum
free workstation (CUIDADO componentes sujeitos componente.
a danos causados por eletricidade estática NÂO ABRA – Ao fazer limpeza de placas mãe, utilize um pincel
exceto em estação de trabalho anti-estática aprovada). apropriado para limpeza de componentes sensíveis à
– Evite tocar os chips com os dedos. eletricidade estática, vendido por empresas especia-
– Evite tocar nos conectores de módulos de memórias lizadas, evite o uso de pincéis comuns para pintura.
(os pentes), pois além da eletricidade estática, a gordura
acumulada nos dedos pode oxidá-lo mais rapidamente.
– Ao colocar ou retirar placas (fax modem, rede, vídeo,

0 1 É dado um corpo eletrizado com carga elétrica de 6,4µC.


Qual é o número de elétrons em falta neste corpo? (carga As cargas que surgirem devido à eletrização se
elementar do elétron: 1,6 x 10-19 C) descarregarão imediatamente, pois nosso corpo é
condutor, e funcionará como um fio terra.
Solução:
Q = n . e- 0 3 Calcule a força-19
elétrica de atração entre duas cargas, uma
de - 1,6 x 10 C e outra de + 1,6 x 10-19 C,
6,4 x 10-6 = n . 1,6 x 10-19 separadas por uma distância de 5,3 x 10–11 m, no vácuo.

n = 6,4 x 10-6 F = K0 . Q1 . Q2
1,6 x 10-19
d2
n = 4,0 x 1013 elétrons
F = 9 x 109 . 1,6 x 10-19 . 1,6 x 10-19
0 2 Utilizando seus conhecimentos adquiridos sobre a (5,3 x 10–11)2
Eletrostática, responda as questões abaixo.
F = 8,2 x 10–8 N
a) O que acontece se ligarmos um condutor carregado ao
solo?

As cargas que estão em excesso neste condutor irão


para a Terra, até que se atinja o equilíbrio eletrostático e o
corpo fique descarregado.

b) O que acontece se tentarmos eletrizar um condutor por


atrito, segurando-o com a mão?

01 Fisica.pmd 7 31/7/2004, 14:04


Eletricidade
Física

0 1 Determine o número de elétrons em falta numa carga 0 6 Caminhões que transportam combustível e gás
positiva de 1 C. costumam ter uma corrente ou fita metálica presa na
carroceria do veículo, e vai se arrastando pelo chão. Qual
0 2 Quantos elétrons devemos retirar de uma moeda é a utilidade deste dispositivo?
inicialmente neutra, para que ela adquira uma carga de +
1,584 x 10-17C? Lembre-se que o valor da carga elétrica 0 7 Qual é o resultado final dos processos de eletrização?
elementar é de 1,6 x 10-19 C. Complete a tabela abaixo.

A força elétrica entre uma carga Q1 = 5x10-6 C e uma Atrito Contato Indução
Cargas: Cargas: Cargas:
0 3 carga Q2 = 4x10-8 C é de 2x10-3 N. Calcule a distância Sinais: Sinais: Sinais:
que as separa.

Quantas vezes maior ou menor será o valor da força 0 8 O que significa dizer que a carga elétrica é quantizada?
0 4 elétrica se dobrarmos a distância que separa duas cargas
elétricas? 0 9 Quais são os princípios da eletrostática?
Duas cargas positivas e iguais são separadas por uma 1 0 Se dobrarmos os valores de duas cargas elétricas que se
0 5 distância de 3 m, tendo uma força de repulsão de 0,4 N. atraem com uma força F, mantendo-se constante a
Qual é o valor de cada carga? distância entre elas, qual será o novo valor da força elétrica?

0 1 (CEFET–PR) Dois corpúsculos eletrizados repelem-se 0 3 (UFMG) Um professor mostra uma situação em que
com uma força cuja intensidade é F. Se a distância entre duas esferas metálicas idênticas estão suspensas por fios
eles for duplicada, a força de interação será: isolantes. As esferas se aproximam uma da outra, como
indicado na figura.
a) F/4
b) F/2
c) F
d) 2F
e) 4F

0 2 (Mackenzie-SP) Nos vértices A, B e C de um triângulo


equilátero são colocadas as cargas +q, –q e +q,
respectivamente. O vetor que melhor representa a força Três estudantes fizeram os seguintes comentários sobre
resultante que age na carga colocada em C é: essa situação.

Cecília - uma esfera tem carga positiva, e a outra está


neutra;
Heloísa - uma esfera tem carga negativa, e a outra tem
carga positiva;
Rodrigo - uma esfera tem carga negativa, e a outra está
neutra.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas Heloísa fez um comentário pertinente.


b) Apenas Cecília e Rodrigo fizeram comentários pertinentes.
→ c) Todos os estudantes fizeram comentários pertinentes.
→ →
a) a b) b c) c d) Apenas Heloísa e Rodrigo fizeram comentários
→ → pertinentes
d) d e) e

01 Fisica.pmd 8 31/7/2004, 14:04


Eletricidade
0 4 (UEL-PR) Uma partícula está eletrizada positivamente com 0 8 (Mackenzie-SP) Nos pontos A e B do vácuo

Física
uma carga elétrica de 4,0x10-15C. Como o módulo da (k0=9.109N.m2/C2) são colocadas as cargas elétricas
carga do elétrons é 1,6x10-19C, essa partícula: puntiformes qA=8.10-6C e qB=6.10-6C,
respectivamente. A força de repulsão entre essas cargas
a) ganhou 2,5 x 104 elétrons. tem intensidade de 1,2 N. A distância entre os pontos A
b) perdeu 2,5 x 104 elétrons. e B é:
c) ganhou 4,0 x 104 elétrons.
d) perdeu 6,4 x 104 elétrons. a) 20 cm;
e) ganhou 6,4 x 104 elétrons. b) 36 cm;
c) 48 cm;
0 5 (UECE) A matéria, em seu estado normal, não manifesta d) 60 cm;
propriedades elétricas. No atual estágio de e) 72 cm.
conhecimentos da estrutura atômica, isso nos permite
concluir que a matéria: 0 9 (UFRS) Considere um sistema de duas cargas esféricas
positivas (q1 e q2), onde q1 = 4 q2. Uma pequena esfera
a) é constituída somente de nêutrons; carregada é colocada no ponto médio do segmento de
b) possui maior número de nêutrons do que de prótons; reta que une os centros das duas esferas. O valor da
c) possui quantidades iguais de prótons e elétrons; força eletrostática que a pequena esfera sofre por parte
d) é constituída somente de prótons. da carga q1 é:

0 6 (UFPE) Duas partículas de mesma massa têm cargas Q a) igual ao valor da força que ela sofre por parte da carga q2;
e 3Q. Sabendo-se que a força gravitacional é desprezível b) quatro vezes maior do que o valor da força que ela sofre
em comparação com a força elétrica, indique qual das por parte da carga q2;
figuras melhor representa as acelerações vetoriais das c) quatro vezes menor do que o valor da força que ela
partículas. sofre por parte da carga q2;
d) dezesseis vezes maior do que o valor da força que ela
sofre por parte da carga q2;
e) dezesseis vezes menor do que o valor da força que ela
sofre por parte da carga q2.

1 0 (UFSM-RS) Uma esfera de isopor de um pêndulo elétrico


é atraída por um corpo carregado eletricamente. Afirma-
se, então, que:

I. o corpo está carregado necessariamente com cargas


positivas;
II. a esfera pode estar neutra;
III. a esfera está carregada necessariamente com cargas
negativas.
0 7 (PucMG) Duas cargas positivas, separadas por uma certa
distância, sofrem uma força de repulsão. Se o valor de
uma das cargas for dobrada e a distância duplicada, então, Está(ão) correta(s):
em relação ao valor antigo de repulsão, a nova força será:
a) apenas I;
a) o dobro; b) apenas II;
b) o quádruplo; c) apenas III;
c) a quarta parte; d) apenas I e II;
d) a metade. e) apenas I e III.

(Fuvest-SP) Tem-se 3 esferas condutoras idênticas A, B 2°) toca-se C em A, com B mantida à distância, e em seguida
e C. As esferas A (positiva) e B (negativa) estão eletrizadas separa-se C de A;
com cargas de mesmo módulo Q, e a esfera C está 3°) toca-se A em B, com C mantida à distância, e em seguida
inicialmente neutra. São realizadas as seguintes separa-se A de B.
operações:
1°) toca-se C em B, com A mantida à distância, e em seguida
separa-se C de B;

01 Fisica.pmd 9 31/7/2004, 14:04


Eletricidade
Física

Podemos afirmar que a carga final da esfera A vale:

a) zero; b) +Q/2;
c) - Q/4; d) +Q/6;
e) - Q/8.

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

10

01 Fisica.pmd 10 31/7/2004, 14:04


Campo
Campo ElétricoElétrico e Potencial Elétrico

Física
Campos elétricos estão presentes em nosso cotidiano. É importante sabermos o que eles podem provocar, sejam
danos ou benefícios. Se existir uma carga elétrica em algum lugar de sua casa, ali existirá também um Campo Elétrico. Mas
calma, não precisa sair desligando tudo nos interruptores. Estes campos só são prejudiciais ao nosso organismo se
possuírem valores muito elevados, que os façam proporcionar descargas elétricas e estas descargas, sim, podem causar
prejuízos (por exemplo um raio numa tempestade). Além do Campo Elétrico, a Diferença de Potencial Elétrico (d.d.p.),
também está associada a descargas elétricas. Precisamos conhecer estas grandezas físicas, pois observar suas conseqüências,
muitas vezes desastrosas, nos leva a tomar precauções e cuidados especiais em nossa convivência com as cargas elétricas.

Fig. 01: raio – Campo elétrico elevado

CAMPO ELÉTRICO carga é definida, em termos do campo elétrico:

Sempre que tivermos uma carga Q, fixa em uma


determinada posição, teremos ao seu redor uma região de F=q.E
influência, na qual ao colocarmos qualquer carga de prova
(ou carga teste) q, em um ponto P, esta sofrerá a ação de De onde podemos definir o campo Elétrico em termos
uma força F de origem elétrica e poderá se mover, sob a da força e da carga de prova:
ação desta força. A esta região de influência denominamos
Campo Elétrico (E). E=F
q

Sua unidade no SI:


N/C (Newton por Coulomb)

Campo Elétrico: região ao redor de uma carga elétrica


Fig. 02: força de repulsão criada por uma carga positiva
onde outras cargas menores são influenciadas por ela,
repelindo ou atraindo as cargas menores com uma certa
Q = carga geradora do campo medida em coulomb força elétrica.
(C) O campo elétrico é uma grandeza vetorial e, como tal,
q = carga de prova medida em coulomb (C) possui módulo, direção e sentido que o caracterizam:
F = força elétrica medida em newton (N) Módulo: E = F
q
A força elétrica (F) responsável pela movimentação da Direção: a reta que une a carga geradora com a carga
de prova.

02 Fisica.pmd 1 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico
Sentido: Simplificando q temos:
Física

Se q > 0, o campo tem o mesmo sentido da força


elétrica que atua sobre a carga de prova. E = K0 Q
Se q < 0, o campo tem sentido contrário ao da força d2
elétrica que atua sobre a carga de prova.
Que é a expressão para o cálculo do campo elétrico
devido a uma carga puntual Q, no ponto P.

Onde:
Q = carga elétrica criadora do campo elétrico,
expressa no SI em coulomb (C).
d = distância da carga Q ao ponto considerado,
expressa no SI em metros (m).
K0 = constante eletrostática, cujo valor no vácuo é
igual a 9x109 N.m2/C2.

Fig.03: sentido da força elétrica CAMPO ELÉTRICO DE VÁRIAS CARGAS


PUNTUAIS
IMPORTANTE
→ A única função da carga de prova é verificar a
Quando temos várias cargas criando campos elétricos,
existência ou não do campo elétrico, pois seu valor não e desejamos calcular o campo elétrico num determinado
influi em nada no valor do campo. ponto devido a todas elas, devemos calcular o campo que
cada carga gera no ponto e efetuar a soma vetorial destes
CAMPO DEVIDO A UMA CARGA PUNTUAL campos.
Imaginemos uma carga puntual Q e uma carga de prova
q, situada em um ponto P, separadas por uma distância d,
no vácuo, interagindo.

Fig. 04: força de repulsão criada por uma carga puntual positiva Fig. 05: campo criado por várias cargas no ponto P

De acordo com a Lei de Coulomb, a força de interação LINHAS DE CAMPO ELÉTRICO OU LINHAS DE
entre elas é: FORÇA DO CAMPO ELÉTRICO

F = K0 Q . q As linhas de campo são representações imaginárias que


d2 nos ajudam a visualizar o comportamento do campo elétrico
ao redor da carga geradora Q. Foi um conceito introduzido
Substituindo na definição de campo, temos pelo físico inglês Michael Faraday, um dos maiores destaques
da Física experimental.
E=F
Observe:
q

Substituindo a força:

K0 Q . q
E= d2
q

Fig. 06: linhas de campo elétrico de cargas puntuais.

02 Fisica.pmd 2 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico
Importante:

Física
→ As linhas de força sempre “SAEM” de uma carga
positiva, por convenção. A
→ As linhas de força sempre “CHEGAM” numa carga
negativa, por convenção. +
→ As linhas de força nunca se cruzam. B
→ Linhas de “força” são sinônimos de linhas de “campo”.
→ Quanto maior a densidade (mais próximas entre si)
das linhas de campo, mais intenso é o campo elétrico.

CAMPO ELÉTRICO DE UM CONDUTOR


ESFÉRICO
A

Um condutor esférico, metálico de raio R (podemos -


imaginar uma esfera), possui cargas distribuídas em sua B
superfície externa. Quando formos calcular o campo em
uma região próximo à esfera, devemos levar em conta o
seu raio, e não somente a distância da superfície ao ponto,
pois ela se comporta como se toda a carga estivesse Fig. 07: campos gerados por cargas puntuais

localizada no seu centro.


Nos dois casos, o campo no ponto A é maior que no
+ ponto B.
+ R +
+ + P Temos uma situação particular em que o campo elétrico
+ é constante. Basta colocarmos duas placas paralelas
+ + carregadas com cargas de mesmo módulo mas de sinais
+ contrários, distanciadas por uma distância d.

R r +Q -Q
+ -
+ -
d=R+r
+ -
Logo, a expressão para o cálculo do campo na superfície + -
da esfera é: + -
+ -
E = K0 Q + -
R2 + -
+ -
E, num ponto P:
d
E = K0 Q
d2
Fig. 08: campo entre as placas paralelas

onde: d = R + r
Como as linhas de força são equidistantes, o valor do
Importante: campo elétrico é constante entre as placas. A relação
matemática para encontrarmos o campo elétrico entre as
→ O campo dentro de uma esfera condutora é zero,
pois não existem cargas em seu interior. placas é dada por:
→ O campo existe no ponto, mesmo sem a presença
da carga de prova. U=E.d

CAMPO ELÉTRICO UNIFORME Onde:


U = diferença de potencial (d.d.p.) entre as placas,
Para uma carga elétrica puntual o campo é variável, expresso em volts (V) (veremos a seguir o que significa)
possuindo um valor grande próximo à carga (quer seja ela E = campo elétrico uniforme, expresso em N/C ou
positiva ou negativa) e vai diminuindo à medida que nos V/m.
afastamos dela, ou seja: d = distância entre as placas, em metros (m)

02 Fisica.pmd 3 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico
POTENCIAL ELÉTRICO A expressão para este cálculo se torna:
Física

O termo diferença de potencial (d.d.p) é V P = K0 Q


sinônimo de tensão ou voltagem. d
É definido como o trabalho (ττ) para transportar uma
carga q entre dois pontos A e B, com diferentes valores de onde:
potencial elétrico. VP = valor do potencial no ponto P considerado
Q = carga puntual que gera um potencial no ponto P
A F B d = distância da carga ao ponto P considerado
.............................. .......................
K0 = constante eletrostática no vácuo
q
d Observação
A diferença de potencial é uma grandeza escalar, sendo,
Fig. 09: trabalho para transportar uma
dessa forma, importante o sinal da carga Q:
carga q do ponto B para o ponto A
Se Q é positivo potencial em P também será
positivo →
VA – VB = τ
Se Q é negativo potencial em P também será
q
negativo. →
Desta forma, de acordo com a Lei de Du Fay, as cargas
onde:
positivas procuram os pontos de menor potencial (se
VA = valor do potencial no ponto A expresso no SI
afastam da carga positiva e se aproximam da carga negativa),
em volt (V)
enquanto as cargas negativas fazem exatamente o contrário,
VB = valor do potencial no ponto B expresso no SI
procurando pontos de maior potencial (se afastam da carga
em volt (V)
negativa e se aproximam da carga positiva).
τ = trabalho para transpor a carga de B para A
expresso no SI em joule (J)
q = carga de prova a ser transportada expressa no SI A F B
em coulomb (C)

Unidade no SI:
J/C = V (volt) VA > VB

Potencial devido a uma carga puntual

Às vezes, precisamos conhecer o valor do potencial A + F B


num ponto, ao redor de uma carga puntual Q.
+Q

A B V A > VB

d A F B
Fig. 10: o potencial no ponto A tem como referência um ponto B no
infinito (oo), onde o potencial elétrico é zero

Neste caso, imaginamos o ponto B num local bem V A < VB


distante, onde seu valor seja zero. Este ponto, na física, é
chamado de infinito.
Calculamos, então, a diferença de potencial entre o A + F B
ponto P que queremos obter e o infinito (ponto B), onde o
potencial é zero. Se assim fizermos, o valor da diferença de
potencial entre o ponto P e o infinito, onde ele é zero, vai
resultar no próprio valor do potencial no ponto, que é o V A < VB
que estamos procurando.
Fig. 11: movimentação das cargas de prova

devido a diferentes potenciais

02 Fisica.pmd 4 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico
Superfícies equipotenciais placa com

Física
carga (-)
→ São superfícies que possuem o mesmo valor de
potencial, sendo que a carga não realiza trabalho se
deslocando entre pontos de uma mesma superfície superfícies
equipotencial. equipotenciais
→ As linhas de força são sempre perpendiculares às
superfícies equipotenciais.
placa com
carga (+)
Fig. 13: superfícies equipotenciais paralelas às placas

Diferença de Potencial elétrico (d.d.p.)


É a diferença no valor da tensão elétrica entre dois
pontos. Podemos defini-la por U:

U = VA - VB

Fig. 12: superfícies eqüipotenciais para uma carga puntual VA = potencial num ponto A
VB = potencial num ponto B

Num campo elétrico uniforme, as superfícies


eqüipotenciais são perpendiculares às linhas de força e
paralelas às placas.

um átomo, este é literalmente “quebrado”. Continuamente


são liberados em torno de 35 íons por segundo em cada
centímetro cúbico de atmosfera.
O segundo fenômeno verifica-se nas nuvens. Quando
uma gotícula ou um cristal de gelo cai dentro de uma nuvem
e fora dela, tem atrito com o ar e termina “roubando” um
ou dois elétrons (fenômeno semelhante a aquele de
carregar eletricamente a sola dos sapatos por atrito contra
um tapete, em ambiente seco, ou uma régua de plástico
atritando-a com um pano de flanela). Esta ação tão simples
permite prever que uma nuvem bastante desenvolvida
termina perdendo cargas negativas (que estariam mais
Cargas Elétricas na Atmosfera concentradas perto de sua base, por causa das gotas ou
Poder das Pontas cristais que caem), e seu topo fica carregado positivamente.
Rigidez Dielétrica do Ar Formaria-se um dipolo de grandes dimensões na própria
nuvem. Esta polaridade pode gerar campos elétricos muito
Podemos não percebê-lo, mas cargas e forças intensos.
elétricas estão continuamente presentes na atmosfera. Em
algumas situações, as forças elétricas são tão grandes que Campos elétricos naturais
“quebram” o ar e permitem que circule uma corrente Estamos submetidos a campos elétricos naturais,
elétrica na atmosfera: o raio. presentes na atmosfera. A altitudes de mais de 80 km,
existe a ionosfera (constituída por uma nuvem de elétrons
Cargas elétricas na atmosfera livres que formam uma camada em torno do planeta).
Dois fenômenos naturais liberam cargas elétricas na Esses elétrons criam um campo elétrico. O solo é bom
atmosfera. O primeiro se deve à ação dos raios cósmicos. condutor da eletricidade (ou seja, alguns de seus elétrons
Estes são partículas com enorme energia que viajam pelo podem circular mais ou menos livremente); portanto, a
espaço sideral, talvez originados em explosões de estrelas. presença do campo criado pela
Eles atravessam continuamente a atmosfera e, ao encontrar

02 Fisica.pmd 5 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico
Física

ionosfera tende a repelir elétrons do solo, deixando criação de íons, tendem a neutralizar a carga positiva que
a superfície carregada positivamente. Estão criadas as tinha esse topo... Este fenômeno se soma àquele que já
condições para fazer da atmosfera um dipolo, com descrevemos. Quando uma nuvem já está desenvolvida,
campo elétrico indo das cargas positivas do solo para o o resultado da convecção de íons positivos é uma estrutura
alto... A voltagem gerada é elevada: da ordem de complicada; em geral, pode-se dizer que a base e o topo
300.000 volts/metro. Este é o valor da chamada Rigidez ficaram carregados positivamente, com uma camada
Dielétrica do Ar, ou poder isolante do ar. Para que ocorra delgada negativa no centro, num nível que está a -15°C. A
a descarga elétrica do raio, a nuvem e a Terra têm que polaridade elétrica é intensa: da ordem de até 108 volts.
criar um campo elétrico superior a este valor Com essas voltagens elevadas, estão geradas as
Campos, cargas e descargas condições para a criação de correntes elétricas dentro das
As condições descritas não são suficientes para criar nuvens, entre nuvens, e entre as nuvens e o solo. Elétrons
descargas elétricas. Apenas objetos mais “agudos” podem ser acelerados pelas forças elétricas criadas, batem
(árvores, torres, morros) possuem uma maior contra íons e moléculas presentes, a energia do choque
concentração de cargas positivas e, portanto, maior arranca novos elétrons que continuam acelerando-se...
campo elétrico. Um efeito que eles podem ter é o de Foi produzida uma corrente elétrica na atmosfera.
“descarga coroa”, atraindo continuamente as cargas Cada dia existem, aproximadamente, 44000
negativas que a atmosfera tem e deixando-a carregada tormentas elétricas na terra, produzindo estas descargas.
positivamente... A descarga de um raio ou de um relâmpago produz ondas
As nuvens convectivas, com grande eletromagnéticas que podem ser registradas por
desenvolvimento vertical, introduzem condições novas. detectores distribuídos numa região. A partir desta
As mesmas correntes que alimentam o crescimento da informação, pode ser monitorada a posição de tormentas
nuvem, levando vapor d’água para dentro dela, podem elétricas numa bacia e ser dado alerta sobre riscos de
transportar os íons presentes sob sua base, e que foram inundações ou danos à rede de transmissão elétrica...
criados pela radiação cósmica ou pelo atrito de gotas Recentemente, alguns satélites vêm registrando o fulgor
em queda livre, ou pelo efeito coroa de objetos dos relâmpagos no lado em sombras da Terra, e de
pontudos no solo... Ainda, os elétrons liberados na acordo com sua intensidade e freqüência são feitas
atmosfera por cima do topo da nuvem, quando da estimativas da chuva produzida por estas tormentas.

0 1 O campo elétrico num ponto P vale 6 x 105 N/C, 0 2 Duas placas metálicas paralelas A e B, com cargas de
horizontal, da esquerda para a direita. Calcular a sinais contrários estão no vácuo, a 10 cm de distância
intensidade, direção e sentido da força elétrica que atua uma da outra. O campo elétrico tem intensidade de 6 x
se a carga de prova colocada neste ponto vale: 107 N/C. Uma carga elétrica de 2µC e massa 5 x 10-6
kg, é abandonada na placa positiva (A). Determine:
a) q = 2µC
a) a força elétrica atuante sobre a carga elétrica.
F= q . E
F = 2 x 10-6 . 6 x 105 = 1,2N F= q . E
F = 2 x 10-6 . 6 x 107 = 120N
F = 1,2N Direção: horizontal
Sentido: da esquerda para a direita F = 120N

b) a aceleração da carga.
b) q = -3µC
F=m.a
F= q . E a= F = 120 = 24 x 106 m/s2
F = 3 x 10-6 . 6 x 105 = 1,8N m 5 x 10-6

F = 1,8N Direção: horizontal a = 24 x 106 m/s2


Sentido: da direita para a esquerda

02 Fisica.pmd 6 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico
0 3 Determinar o trabalho para transportar uma carga de

Física
c) a velocidade com que a carga atinge a placa B. 6µC de um ponto A até um ponto B. Os potenciais dos
dois pontos valem 60V e 40V, respectivamente.
v0 = 0 (a carga foi abandonada)
A d.d.p vale:
v2 = v02 + 2 . a . d UAB = VA – VB
v2 = 0 + 2 . 24 x 106 . 0,1 UAB = 60 – 40
v2 = 4,8 x 106 UAB = 20V

v = 2,2 x 103 m/s tAB = q . UAB


tAB = 6 x 10-6 . 20
t AB = 120 x 10 -6

tAB = 1,2 x 10 -4 J

0 1 Uma carga de prova q = - 3 µC é colocada na presença 0 7 A diferença de potencial entre as placas A e B, carregadas
de um campo elétrico E. Ela fica sujeita a uma força elétrica com cargas de sinais contrários e distanciadas 20 cm, é
de intensidade 9 N, horizontal, da direita para a esquerda. de 200 V.
Determine as características do campo elétrico formado
neste ponto.

0 2 Consideremos uma esfera condutora de raio 20cm. Ela


se encontra carregada eletrostaticamente com uma carga
de 4 x 10-6C. Determine o campo elétrico nos pontos
A localizado a 10cm do seu centro (ou seja, dentro da
esfera), B, localizado a 20cm do centro (ou seja, na
superfície esférica ) e no ponto C, localizado a 40cm do
seu centro (ou seja, a 20cm da sua superfície).
Abandonando junto à placa A uma carga positiva de 2 pC
(2.10-12C), verifica-se que sobre ela atua uma força de
módulo:
0 3 Determine a diferença de potencial entre dois pontos
situados a 20cm um do outro, num campo elétrico A figura abaixo representa um campo elétrico uniforme
08
uniforme que vale E = 105 N/C. de 600 V/m.

0 4 Entre duas placas paralelas, separadas por uma distância


de 2cm uma da outra, a diferença de potencial vale 80V.
Qual é o valor do campo elétrico uniforme?

Sendo a distância entre os pontos A e B de


0 5 Num ponto situado a 3m do centro de uma esfera de 40 cm, a diferença de potencial VAB vale:
raio 1m, o vetor campo elétrico tem intensidade 8 x 105
N/C. Determine a carga elétrica na superfície da esfera,
sabendo que ela está eletrizada com carga positiva e
localizada no vácuo.

0 6 Qual a direção e sentido do campo elétrico ao redor de


uma carga puntual:

a) positiva
b) negativa

02 Fisica.pmd 7 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico
0 9 O campo elétrico criado por uma carga puntiforme Q 10 É nulo o trabalho necessário para deslocar uma carga q
Física

tem suas linhas de força e superfícies eqüipotenciais de que ponto para que ponto?
representadas de acordo com a figura abaixo.
1 0 O que é uma superfície eqüipotencial? Qual o valor do
trabalho elétrico para transportarmos uma carga de prova
dentro dela?

0 1 (Vunesp-SP) Na figura adiante, o ponto P está


eqüidistante das cargas fixas +Q e -Q. Qual dos vetores
indica a direção e o sentido do campo elétrico em P,
devido a essas cargas?

0 4 Considere duas cargas elétricas puntiformes, de valores


+2Q e -2Q dispostas da maneira mostrada na figura e
seja P, o ponto médio do segmento que une as cargas.
O vetor que melhor representa a orientação do campo
0 2 (Unirio-RJ) A figura a seguir mostra como estão
distanciadas, entre si, duas cargas elétricas puntiformes, elétrico pproduzindo pelas cargas do ponto P é:
Q e 4Q, no vácuo. Pode-se afirmar que o módulo do
(A) (B)
campo elétrico (E) é NULO no ponto:
(C) (D)
a) A;
b) B;
(E) vetor nulo
c) C;
d) D;
e) E; 0 5 (UFPE) Qual dos diagramas a seguir, melhor representa
a variação espacial do módulo do campo elétrico com
relação ao centro de uma esfera condutora de raio R,
carregada e em equilíbrio eletrostático?

0 3 (UFMG) Um ponto P está situado à mesma distância


de duas cargas, uma positiva e outra negativa, de mesmo
módulo.
A opção que representa corretamente a direção e o
sentido do campo elétrico criado por essas cargas, no
ponto P, é:

02 Fisica.pmd 8 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico
0 6 (UFViçosa-MG) Na figura a seguir, estão representadas 0 9 (UFA-AM) Uma esfera de massa m com carga elétrica

Física
algumas linhas de força do campo criado pela carga Q. desconhecida Q, suspensa por um fio fino e inextensível
Os pontos A, B, C e D estão sobre circunferências numa região onde existe um campo eétrico horizontal
centradas na carga. Assinale a alternativa FALSA: uniforme, E atinge o equilíbrio quando o fio forma um
ângulo 0 com a vertical, conforme descrito na situação I
da figura. A partir desta situação, aproxima-se uma segunda
carga elétrica, igual à primeira, e observa-se que a nova
posição de equilibrio é alcançada para θ = 0º, quando os
centros das duas esferas estão num plano horizontal,
separados por uma distância d (situação II).
Sabendo-se ainda que a força de repulsão entre essas
esferas carregadas, quando colocadas a uma distância d0
uma da outra, na ausência do campo, tem módulo igual a
F0 , e que a aceleração da gravidade no local vale g ,
podemos afirmar que o ângulo θ observado na situação
I é dado por:

a) Os potenciais elétricos em A e C são iguais.


b) O potencial elétrico em A é maior do que em D.
c) Uma carga elétrica positiva colocada em A tende a se
afastar da carga Q.
d) O trabalho realizado pelo campo elétrico para deslocar
uma carga de A para C é nulo.
e) O campo elétrico em B é mais intenso do que em A.

0 7 (Mackenzie-SP) Uma carga elétrica puntiforme com


4,0µC, que é colocada em um ponto P do vácuo, fica
sujeita a uma força elétrica de intensidade 1,2N. O campo
elétrico nesse ponto P tem intensidade de: Sitação I

a)
b)
3,0.105 N/C;
2,4.105 N/C;
a) 0 = arctg
( ) mgd2
f0d20
b) 0 = arctg
( )
F0md2
gd20
c) 1,2.105 N/C;
4,0.10-6 N/C;
d)
e) 4,8.10-6 N/C;
c) 0 = arctg
( ) f0d02
mgd2
d) 0 = arctg
( )
mgd2θ
F0d2
0 8 (UEA) A figura a seguir representa um campo elétrico
uniforme, colocado de modo que suas superfícies
eletrizadas são paralelas a uma superfície horizontal.
Deste modo, o vetor campo elétrico entre as placas é
vertical.
No interior do campo está assinalado um elétron, de
e) 0 = arctg
( ) F0md20
gd 2

massa m e carga q, em repouso graças ao equilibrio de


forças devido aos campos elétrico e gravitacional (g).
1 0 (UEL-PR) Um condutor esférico, de 20cm de diâmetro,
Va ++++++++ está uniformemente eletrizado com carga de 4,0µC e
.q.m
Vb _ _ _ _ _ _ _
} d
em equilíbrio eletrostático. Em relação a um referencial
no infinito, o potencial elétrico de um ponto P que está a
8,0cm do centro do condutor vale, em volts: Dado:
Como as placas estão submetidas aos potenciais Va e constante eletrostática do meio = 9,0.109N.m2/C2
Vb, e a distância entre elas é d, concluímos que o valor da
carga q do elétron pode ser expressa por: a) 3,6.105;
(A) mgd (B) mgd b) 9,0.104;
va- vb va- vbd c) 4,5.104;
d) 3,6.104;
(C) mg(Va - Vb) (D) mgd(Va - Vb) e) 4,5.103.
d
(E) md
g(Va - Vb)

02 Fisica.pmd 9 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico
1 1 (Mackenzie-SP) Na figura a seguir, Q=20µC e q 1 4 (UFA-MG) A figura mostra três cargas elétricas
Física

=1,5 µC são cargas puntiformes no vácuo puntiformes, Q1 = 8,0 mC, Q2 = 2,0 mC e


(k=9.109N.m2/C2). O trabalho realizado pela força Q3 = - 4,0 mC, sobre os vértices de um triângulo
elétrica em levar a carga q do ponto A para o B é: retângulo, cujos catetos medem a= 3,0 m e b = 4,0 m.
Qual é o valor mínimo do trabalho que devemos realizar
a) 1,8 J; para separarmos a carga Q1 das demais? (Considere
b) 2,7 J; nulo o potencial no infinito e adote, para a constante
c) 3,6 J; eletrostática, o valor k = 9,0 x 109 N.m2/C2).
d) 4,5 J;
e) 5,4 J.

1 2 (UFRN) O professor Físis explicou em sala de aula


como funcionam os monitores de computador que
respondem por toque de dedo do usuário na própria
tela. Quando o assunto foi abordado, alguns alunos se
lembraram de ter encontrado tais sistemas em shopping-
centers e locais turísticos. Físis decidiu discutir apenas um
dos tipos de tecnologia, a "tecnologia capacitiva".
O professor esclareceu que, nesse caso, a tela é formada
Q1
por um "sanduíche" de vidro especial. Entre as placas de
vidro, há um sensor com determinada configuração de
cargas elétricas a qual fica inalterada enquanto a tela não é
tocada. Quando alguém encosta o dedo num ponto da
tela, essa configuração se altera em torno daquele ponto. a
Existem placas de circuitos dentro do computador que
identificam o ponto do toque e ativam a função
selecionada. b
Q2 Q3
Diante da explicação acima, é possível concluir-se que o
computador reconhece o ponto do toque devido à(ao):

a) diminuição do potencial elétrico naquele ponto,


a) 0,0096 J Lembre-se de que o trabalho
permanecendo ali o campo elétrico constante;
b) 0,0048 J realizado pelo campo elétrico sobre
b) alteração do campo elétrico naquele ponto, ocorrendo
c) 0,0024 J uma carga Q para deslocá-la entre
ali cruzamento das linhas de força;
d) 0,0038 J os pontos A e B é dado por TAB =
c) aumento da densidade de linhas de força naquele ponto,
e) 0,0056 J Q(VA-VB).
diminuindo, no entorno, o campo elétrico;
d) mudança do potencial elétrico naquele ponto, alterando,
no entorno, a distribuição das curvas equipotenciais.
1 5 (UFA-MG) Duas cargas elétricas puntiformes, de
1 3 (UFRS) Duas grandes placas planas carregadas mesmo módulo e de sinais contrários, estão fixas nos
eletricamente, colocadas uma acima da outra vértices A e B de um quadrado com o centro no ponto
paralelamente ao solo, produzem entre si um campo O, como mostra a figura. Em quais pontos mostrados
elétrico que pode ser considerado uniforme. O campo nesta figura o potencial gerado pelas duas cargas é nulo?
está orientado verticalmente e aponta para baixo.
Selecione a alternativa que preenche corretamente as a) F e G.
lacunas do texto a seguir. b) C e D. A F P
+
Uma partícula com carga negativa é lançada c) O e D.
horizontalmente na região entre as placas. À medida que d) O e P.
a partícula avança, sua trajetória ...................., enquanto o e) O e C.
módulo de sua velocidade ...................... . (Considere
que os efeitos da força gravitacional e da influência do ar C D
podem ser desprezados.) O
a) Se encurva para cima - aumenta.
b) Se encurva para cima - diminui.
c) Se mantém retilínea - aumenta. -
d) Se encurva para baixo - aumenta.
e) Se encurva para baixo - diminui. G B
10

02 Fisica.pmd 10 31/7/2004, 14:06


Campo Elétrico

Física
(Cesgranrio-RJ) A figura a seguir representa A ddp entre os pontos A e B vale 24 Volts.
as linhas de um campo elétrico uniforme. Assim, a intensidade desse campo elétrico,
em Volt/metro, vale:

a) 60
b) 80
c) 120
d) 150
e) 200

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

11

02 Fisica.pmd 11 31/7/2004, 14:06


Corrente Elétrica Corrente Elétrica
Física

Como imaginar nossas vidas sem corrente elétrica? Uma situação complicada no mundo moderno, que cada dia
precisa mais e mais de máquinas, lâmpadas e equipamentos elétricos para nosso conforto pessoal. Quando ficamos sem
luz por alguns momentos, no escuro, temos uma sensação muita estranha, pois nos habituamos a ligar o interruptor e ver
a lâmpada acender, ligar o botão e ver a televisão funcionar e ligar o registro e tomar um banho quente. Então, nada melhor
que conhecermos os conceitos físicos que explicam os fenômenos elétricos que regem o funcionamento de nossos
aparelhos elétricos.

Fig. 01: corrente elétrica em nossas casas

Inúmeros instrumentos em nossos lares funcionam


com o uso da eletricidade: lâmpadas, televisor, chuveiro,
aquecedor, ventilador, computador, entre outros. Estes
aparelhos, para desempenhar suas devidas funções,
necessitam de corrente elétrica.
Fig. 02: elétrons livres no meio do
CORRENTE ELÉTRICA sólido metálico: grande mobilidade

Sempre que estabelecermos uma diferença de potencial A corrente elétrica também está presente nos líquidos
(U) num fio condutor, este terá seus elétrons livres se e gases. Nos líquidos, temos o movimento de íons (cátions
movendo de forma ordenada, do ponto de menor potencial e ânions), que se movimentam livremente. Os cátions (íons
para o de maior, sendo chamada de corrente real. Se o positivos) se movimentam do pólo positivo para o negativo,
movimento for de cargas positivas do ponto de maior e os ânions (íons negativos), se movimentam do pólo
potencial para o ponto de menor potencial, o sentido da negativo para o positivo. Estes íons resultam normalmente
corrente elétrica é dito convencional. de sais colocados no interior dos líquidos.
Nos gases, a corrente elétrica é formada por íons e
por elétrons, que se desprendem dos átomos no processo
de ionização do gás.

Fig. 03: corrente elétrica nos líquidos e nos gases

03 Fisica.pmd 2 31/7/2004, 14:08


Corrente Elétrica
Apesar de mostrarmos a corrente nos líquidos e gases,

Física
a Física irá se preocupar muito mais com a corrente nos
sólidos metálicos, que é o objetivo principal da Eletricidade.
Para definirmos corrente elétrica, devemos entender
que uma certa quantidade de carga elétrica passa pelo
condutor metálico em um determinado intervalo de tempo.
Traduzindo isso para a linguagem matemática, temos:

i = ∆q
∆t

Fig. 05: sentido real da corrente elétrica.

No início do estudo da corrente elétrica, os cientistas


convencionaram que a corrente elétrica era um movimento
ordenado de cargas positivas que se deslocavam do pólo
de maior potencial (positivo) para o de menor potencial
(negativo). Esta é a chamada corrente elétrica
Fig. 04: cargas passando por unidade
convencional.
de tempo = corrente elétrica

onde:
i = corrente elétrica expressa no SI em ampère (A)
Dq = carga elétrica que passa por uma secção reta
do condutor, expressa no SI em coulomb (C)
Dt = intervalo de tempo, expresso no SI em
segundos (s)

A unidade de corrente elétrica no SI é o ampère (A),


que significa C/s (coulomb por segundo). Esta unidade é
uma homenagem ao físico francês André Marie Ampère
(1775-1836), um dos principais nomes da Eletricidade e
do magnetismo. Fig. 06: sentido convencional da corrente elétrica.

Obs.: É comum expressarmos a corrente elétrica em OBSERVAÇÃO


submúltiplos:
Na totalidade dos problemas, iremos considerar a
1 mA = miliampère = 1x10-3A corrente convencional; porém, muitos autores preferem a
1 µA = microampère = 1x10-6A análise da corrente elétrica com seu sentido real. Nossa
escolha não afetará em absoluto a análise quantitativa dos
CORRENTE REAL E CORRENTE problemas propostos. É uma mera questão de sentido,
somente.
CONVENCIONAL

Como sabemos, o elétron livre que conduz a carga, e CORRENTE CONTÍNUA E CORRENTE
conseqüentemente a corrente elétrica, flui de um lugar de ALTERNADA
menor potencial para um de maior potencial. Esta é a
chamada corrente elétrica real. A corrente elétrica pode ser contínua, ou seja, as cargas
se movem todas num mesmo sentido, resultando um gráfico
como este:

Fig. 07: Gráfico de corrente contínua

03 Fisica.pmd 3 31/7/2004, 14:08


Corrente Elétrica
Exemplos: RESISTÊNCIA ELÉTRICA
Física

Baterias, geradores DC e pilhas convencionais.


Sempre que tivermos um condutor, em nosso dia a
dia, percebemos que ocorre um certo aquecimento quando
o mesmo é percorrido por uma corrente elétrica. Este
aquecimento, às vezes imperceptível, se dá em função da
oposição do material à passagem da corrente elétrica. Esta
característica do material chamamos de resistência
elétrica (R).

Fig. 08: geradores de corrente contínua: pilhas

O símbolo utilizado para pilhas ou geradores de corrente


contínua nos circuitos elétricos é:

Fig. 12: elétron se chocando com os átomos do material.


Fig. 09: símbolo dos geradores de
corrente contínua (baterias, por exemplo) A resistência elétrica de um condutor metálico é definida
pela relação:
Mas a corrente elétrica que utilizamos no dia a dia, em
nossas casas, é a corrente alternada, onde o elétron troca o R=U
sentido de movimentação várias vezes por segundo: i

OBS: Esta relação também é conhecida como 1ª Lei


de Ohm, obtida pelo físico alemão George Simon Ohm
(1787-1854), que estudou e publicou suas conclusões
sobre o comportamento da resistência elétrica nos
condutores metálicos.

Unidade de R no SI:
[R] = [ V / A ] = [ Ω ] (ohm)
Fig. 10: Gráfico de corrente alternada
onde:
R = resistência elétrica do condutor metálico, cuja
Exemplo: unidade no SI é ohm, cujo símbolo é Ω.
Corrente elétrica gerada por usinas, através de geradores U = d.d.p. ou tensão, expressa no SI em volts (V)
de energia . i = corrente elétrica, expressa no SI em ampères (A)

O símbolo utilizado para representarmos uma


resistência elétrica pode ser:

ou

Fig. 13: símbolos utilizados para resistência elétrica

Fig. 11: usina hidrelétrica produtora de corrente alternada

03 Fisica.pmd 4 31/7/2004, 14:08


Corrente Elétrica
OBSERVAÇÃO Em (a) temos um gráfico de um resistor ôhmico, ou

Física
Reostato é uma resistência elétrica que pode variar o seja, que obedece à 1a lei de ohm (o gráfico é uma reta,
seu valor. dando-nos a informação de que a resistência é constante).

Em (b) temos um gráfico de dois resistores que não


obedecem à lei de ohm (não ôhmicos).

Fig. 14: símbolo utilizado para o reostato

Aplicações para o reostato:


Fig. 17: resistência aumenta (I)
- chuveiro ou resistência diminui (II)

- dimmer (dispositivo controlador da luminosidade


de um ambiente) 2ª LEI DE OHM
- botão liga-desliga de um rádio
Além destes fatores, a resistência de um material varia
GRÁFICO DA PRIMEIRA LEI DE OHM conforme a espessura do mesmo (área de sua secção reta),
Um gráfico que expressa a relação entre U e i nos bem como de seu comprimento. Ainda não devemos deixar
mostra que a resistência permanece constante à medida de levar em conta o tipo de material do qual o condutor é
que se aumenta o potencial, pois a corrente aumenta na feito. Todas estas relações podem ser expressas em:
mesma proporção. Observe o exemplo de um gráfico de
um resistor ôhmico, isto é, que obedece à 1º Lei de Ohm: R=ρL
A

Conhecida como 2ª Lei de Ohm

Onde:
R = resistência elétrica, medida em ohm (Ω)
L= comprimento do fio, medido em metros
(m)
A= área da secção transversal, medida em metro
quadrado (m²)
ρ= resistividade elétrica do material a uma
determinada temperatura (este valor depende do tipo de
Fig. 15: exemplo de gráfico de medidas
para um resistor ôhmico
material do qual o condutor é feito), aparece normalmente
em ohm.metro (Ω.m)
Observe a comparação:
Alguns valores de resistividade:
V
RESISTIVIDADE DE ALGUNS MATERIAIS
À TEMPERATURA AMBIENTE (20ºC)

MATERIAL RESISTIVIDADE
prata 1,62 . 10 -8
cobre 1,69 . 10 -8
alumínio 2,75 . 10 -8
i tungstênio 5,25 . 10 -8
V ferro 9,68 . 10 -8
platina 10,6 . 10 -8
1
manganês 48,2 . 10 -8
silício 2,5 . 10-8
2 vidro 10

i
OBSERVE
Fig. 16: gráfico de resistor ôhmico (superior) Usa-se o valor da área do círculo para encontrar a área
e não ôhmico (inferior) da secção reta do fio.
4

03 Fisica.pmd 5 31/7/2004, 14:08


Corrente Elétrica
- Voltímetro: aparelho que serve para medir diferença
Física

r
de potencial elétrico (voltagem), num resistor ou em
qualquer parte do circuito. Ele deve ser ligado em
A = π r2
paralelo com o pedaço do circuito que desejamos
Onde r = raio do condutor esférico (fio) medir a d.d.p., e possuir resistência interna grande,
π = 3,1415... para não alterar a medida.

IMPORTANTE

- A resistência varia com a temperatura, pois quanto


maior a agitação dos átomos ou moléculas (aumento
de temperatura), maior será a dificuldade para os
elétrons livres se movimentarem dentro do fio
condutor.

INSTRUMENTOS DE MEDIDA ELÉTRICA Fig. 19 : Voltímetro ligado em paralelo

Existem alguns aparelhos que os eletricistas e técnicos - Ohmímetro: aparelho utilizado para fazermos a
em eletrônica utilizam para medir algumas grandezas medida direta do valor e uma resistência elétrica.
elétricas. Os mais comuns são: Utiliza, para seu funcionamento, o princípio da Ponte
de Wheatstone, que é uma associação de resistências
- Amperímetro: aparelho que serve para medir arrumadas de maneira a se encontrar o valor da
corrente elétrica num circuito. Deve ser ligado em resistência desconhecida (a que queremos medir).
série no circuito e deve possuir resistência interna
baixa, para não alterar o valor da medida.

Fig. 18: Amperímetro ligado em série

Fig. 20: multímetro: voltímetro, amperímetro


e ohmímetro no mesmo aparelho

SUPERCONDUTORES de um condutor é uma função da sua temperatura. Desta


maneira, seria de esperar que a resistividade se tornasse
cada vez menor, à medida que a temperatura do condutor
caísse, até que não houvesse resistência alguma à
passagem dos elétrons. Ao fazer experiências com vários
condutores, Onnes descobriu que a resistividade, de fato,
continuava a cair com a queda da temperatura. Entretanto,
em vez de se aproximar gradativamente da resistividade
zero, cada material tinha uma temperatura específica, na
qual a resistividade caía subitamente para zero. Essa
As pesquisas no campo das temperaturas ultra-baixas temperatura é chamada temperatura de transição. A
começaram com a liquefação do hélio, realizada em 1908 condição de resistividade zero abaixo da temperatura de
pelo físico holandês Heike Kamerlingh Onnes (1853 - transição de uma substância é chamada
1926). O ponto de ebulição do hélio líquido é de cerca de supercondutividade. Onnes descobriu a
4 K (-269º C). supercondutividade em 1911.
O estudo da eletricidade mostra que a resistividade
5

03 Fisica.pmd 6 31/7/2004, 14:08


Corrente Elétrica

Física
dutividade em 1956. Num condutor metálico à
temperatura normal, a corrente é conduzida por
elétrons que se movem através da estrutura cristalina
do metal. A repulsão eletrostática verificada entre os
elétrons inibe seu movimento, o que explica a
resistência elétrica do metal. Num supercondutor, no
entanto, os elétrons deslocam-se aos pares, cujo
momento - e consequentemente o movimento - não
encontra impedimento na estrutura cristalina. Contudo,
na temperatura de transição, a energia cinética das
partículas na substância supera a ligação entre os
elétrons e ela se transforma num condutor comum.

Temperatura de transição do chumbo

Um supercondutor se assemelha bastante a uma


máquina de movimento perpétuo. No Instituto de
Tecnologia de Massachusetts, uma corrente foi induzida
num anel metálico enquanto estava abaixo da sua
temperatura de transição. O anel foi, então, armazenado
na mesma temperatura baixa. Um ano depois, a corrente
induzida ainda estava presente no anel, sem nenhuma perda Os físicos acreditam que a temperatura de transição
de energia. Outra propriedade das substâncias esfriadas mais elevada possível para um metal é de cerca de 20 K.
abaixo das suas temperaturas de transição é a sua Isso cria uma séria limitação à utilização dos
impermeabilidade magnética. Em vez de concentrar as supercondutores. Evidentemente, os supercondutores
linhas magnéticas de força, como no caso dos metais são muito promissores para aplicações como transmissão
ferromagnéticos em temperaturas ordinárias, uma sem perda de energia e supereletroímãs. É concebível
substância supercondutora repele um campo magnético que o efeito Meisser possa ser usado para suspender
externo. Em outras palavras, o super-resfriamento produz trens que desenvolverão velocidades superiores a 500
uma propriedade que é o oposto do ferromagnetismo. km/h, levitando sobre trilhos magnetizados. Entretanto,
Essa propriedade é chamada efeito Meissner, em o problema da manutenção de uma linha de força ou
homenagem ao físico que a descobriu em 1933. (A figura trilhos abaixo da temperatura de transição é enorme.
inicial mostra um ímã suspenso pelo efeito Meissner acima Observação: O valor de 20 K para a temperatura de
de um material supercondutor). transição se refere a uma informação de 1986.
O físico norte-americano Leon Cooper (1930 - ) Atualmente já se conseguiu temperaturas mais elevadas,
forneceu uma explicação para o fenômeno da supercon- próximas de 0°C.

01 Um fio, ao ser submetido a uma voltagem de 50 volts, é


percorrido por 40 coulombs de carga, num intervalo de R = 50
tempo de 10 segundos. Calcule sua resistência elétrica. 4

i = ∆q R = 12,5 Ω
∆t

i = 40 0 2 Um resistor sob tensão de 80 V é percorrido por uma


10 corrente de 5 A. Calcular a resistência deste resistor.
Resposta:
i = 4A R=U
i
U=R.i
50 = R . 4
6

03 Fisica.pmd 7 31/7/2004, 14:08


Corrente Elétrica
R = 80 i= 6,0×10-4
Física

5 60

R = 16 Ω i = 1,0×10-5A

03 Suponha que o feixe de elétrons em um tubo de imagens


de televisão tenha um fluxo de carga de q = 6,0×10-4
C por minuto. Qual a corrente do feixe em A?

Resposta:
Obs.: o tempo deve estar em segundos.

01 A corrente que passa num condutor é dada pelo gráfico a) a corrente elétrica i que percorre o fio.
a seguir. b) a resistência elétrica do fio.

08 No circuito a seguir, qual é a leitura do amperímetro?


i(A)

0
5 t(s)
a) Qual é a quantidade de carga que passa pelo fio em 5 s?
b) Qual é o número de elétrons que passam por uma área
da secção reta deste condutor, sabendo que a carga elétrica 09 O valor da resistência de um fio depende das seguintes
elementar vale 1,6 x 10-19 C? grandezas: comprimento e espessura (área da seção
transversal). Determine qual (ou quais) é diretamente
02 Um fio condutor é percorrido por uma corrente de 10 proporcional e qual (ou quais) das grandezas é
A. Calcule a carga que passa através de uma secção inversamente proporcional à resistência elétrica.
transversal deste condutor em 1 minuto.

03 Um condutor de comprimento L e diâmetro D possui 10 Um determinado fio de cobre de comprimento L com


resistência R1. Qual é a resistência R2 de um outro área A (seção transversal) possui resistência elétrica R. O
condutor de mesmo material, mesmo comprimento e que acontecerá com a resistência elétrica do fio se este
com dobro de diâmetro do condutor 1? for diminuído a metade?

04 Calcular a resistência de um fio de cobre de 0,5 m de


comprimento e 0,85 cm2 de área de secção transversal.
Dado: ρCU = 1,7 x 10-8 Ω.m.

05 Encontre o valor da resistência elétrica de um fio de cobre


que possui 4 m de comprimento e área de secção reta
de 0,04 cm2. Dado: ρCU = 1,7 x 10-8 Ω.m.

06 Um fio, ao ser submetido a uma voltagem de 50 volts, é


percorrido por 40 coulombs de carga, num intervalo de
tempo de 10 segundos. Calcule sua resistência elétrica.

07 Num determinado fio, submetido a uma diferença de


potencial (ddp) de 220 volts, é percorrido por 120
coulombs num intervalo de tempo de 30 s. Determine:

03 Fisica.pmd 8 31/7/2004, 14:08


Corrente Elétrica

Física
0 1 (PUC-MG) O gráfico representa a curva característica 05 (UFSM-RS) Um pedaço de fio cuja área de seção
tensão-corrente para um determinado resistor. Em transversal é A1 apresenta o dobro da resistência elétrica
relação ao resistor, é CORRETO afirmar que: de outro cuja área de seção transversal é A2. Sabendo
que a resistividade do primeiro é dez vezes a resistividade
do segundo, assinale a alternativa que apresenta a correta
relação A1/A2 para um mesmo comprimento de fio.

a) 1/10.
b) 1/5.
c) 1.
d) 5.
e) 10.

06 (Unitau-SP) Um condutor de secção transversal


constante e comprimento L tem resistência elétrica R.
a) é ôhmico e sua resistência vale 4,5 x 102 Ω; Cortando-se o fio pela metade, sua resistência elétrica
b) é ôhmico e sua resistência vale 1,8 x 102 Ω; será igual a:
c) é ôhmico e sua resistência vale 2,5 x 102 Ω;
d) não é ôhmico e sua resistência vale 0,40 Ω; a) 2R;
e) não é ôhmico e sua resistência vale 0,25 Ω. b) R/2;
c) R/4;
02 (UFRS) Quando uma diferença de potencial é aplicada d) 4R;
aos extremos de um fio metálico, de forma cilíndrica, e) R/3.
uma corrente elétrica "i" percorre esse fio. A mesma
diferença de potencial é aplicada aos extremos de outro 07 (PUCCamp-SP) Considere os gráficos a seguir, que
fio, do mesmo material, com o mesmo comprimento, representam a tensão (U) nos terminais de componentes
mas com o dobro do diâmetro. Supondo os dois fios à elétricos em função da intensidade da corrente (i) que os
mesma temperatura, qual será a corrente elétrica no percorre.
segundo fio? Dentre esses gráficos, pode-se utilizar para representar
componentes ôhmicos SOMENTE
a) i.
b) 2 i. a) I;
c) i / 2. b) I e IV;
d) 4 i. c) I, II e III;
e) i / 4. d) I, II e IV;
e) I, IV e V.
03 (Cesgranrio-RJ) Um fio cilíndrico de comprimento
L e raio de seção reta r apresenta resistência R. Um
outro fio, cuja resistividade é o dobro da primeira, o
comprimento é o triplo, e o raio r/3, terá resistência
igual a:
08 (UFMG) Estes circuitos representam uma pilha ligada a
a) R/54; duas lâmpadas e uma chave interruptora.
b) 2R; A alternativa que apresenta o(s) circuito(s) em que a ação
c) 6R; da chave apaga ou acende as duas lâmpadas,
d) 18R; simultaneamente, é:
e) 54R.
a) I;
04 (UEL-PR) Deseja-se construir uma resistência elétrica b) II;
de 1,0 Ω com um fio de constante de 1,0 mm de c) III;
diâmetro. A resistividade do material é 4,8.10-7 Ω.m e π d) I e II;
pode ser adotado 3,1. O comprimento do fio utilizado e) I e III.
deve ser, em metros:
a) 0,40;
b) 0,80;
c) 1,6;
d) 2,4;
e) 3,2.
8

03 Fisica.pmd 9 31/7/2004, 14:08


Corrente Elétrica
Física

10 (Unirio-RJ) Um condutor, ao ser submetido a uma a) é ôhmico, e sua resistência elétrica é 3,0 Ω;
diferença de potencial variável, apresenta o diagrama V × b) é ôhmico, e sua resistência elétrica é 6,0 Ω;
I representado abaixo. Sobre esse condutor, c) não é ôhmico, e sua resistência elétrica é 3,0 Ω quando
considerando a temperatura constante, é correto afirmar a intensidade da corrente elétrica é 1,0 A;
que: d) não é ôhmico, e sua resistência elétrica é 3,0 W quando
a intensidade da corrente elétrica é 2,0 A;
e) não é ôhmico, e sua resistência elétrica é 6,0 W quando
a intensidade da corrente elétrica é 1,0 A.

(UFPE) Um fio de diâmetro igual a 2 mm é usado para


a construção de um equipamento médico. O
comprimento da diferença de potencial nas
extremidades do fio em função da corrente é indicado
na figura ao lado. Qual o valor em Ohms da resistência
de um outro fio, do mesmo material que o primeiro,
de igual comprimento e com o diâmetro duas vezes
maior?

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

...................................................................................................................................................................................................

03 Fisica.pmd 10 31/7/2004, 14:08


Energia
Energia Elétrica Elétrica e P
e Potência Elétrica otência Elétrica
Potência

Física
Um erro muito comum ocorre quando perguntamos qual a potência de um determinado aparelho elétrico e ouvirmos
a resposta: “a potência é 100V...”. Volts é unidade de diferença de potencial, e não de potência. Potência é medida em
Watts (W). Isto se deve à falta de informação e de conceituação destas importantes grandezas elétricas que fazem parte do
nosso dia a dia. Além de importante em termos de economia de energia, conhecer e entender como escolher aparelhos
elétricos de diferentes potências é uma necessidade, pois o problema de escassez de energia no mundo é cada vez mais
grave, levando-nos a racionalizar seu uso. Os aparelhos elétricos que transformam energia elétrica em térmica, utilizando
resistências elétricas, podem ser melhor conhecidos por nós se soubermos como associá-las, em série e em paralelo. As
lampadazinhas de Natal são um exemplo destas associações.

Fig. 01: associação de resistências e selo do PROCEL de equipamento que economiza Energia Elétrica.

Podemos associar resistências de maneira a obter • como cada resistor tem uma queda de tensão U, a
valores precisos, pois muitas vezes os valores prontos que queda de tensão total é dada pela soma das quedas de
se encontram no mercado não servem para o circuito. Saber tensões de todos os resistores. Exemplo: Se uma corrente
como associá-las pode significar maior ou menor gasto de de 1A percorre cada um dos resistores, teremos U1=10V,
energia elétrica. U2=7 V e U3=5 V. A d.d.p. total da bateria ou gerador
vale U = 22 V.
Podemos associar resistores de 3 maneiras: • como o caminho é único a ser percorrido pela
- série; corrente elétrica, esta é a mesma em todos os resistores,
- paralelo; tendo assim valor único para todos os resistores.
- mista.
Vejamos as características de cada associação.

Série
Na associação em série, temos as seguintes
características:
• a resistência equivalente (a que, sozinha, representa
todas as outras) é resultado da soma de todas elas.
Exemplo: R1 = 10 Ω, R 2 = 7 Ω e R3 = 5 Ω. A
resistência equivalente vale REQ = 10+ 7 + 5 = 22 Ω. Fig. 02: associação em série de resistências

04 Fisica.pmd 1 7/8/2004, 13:35


Energia Elétrica e Potência Elétrica
Física

RS = R 1 + R 2 + R 3 1 = 1 + 1 + 1
RP R1 R2 R3
UT = U 1 + U 2 + U 3
UT = U1 = U2 = U3
iT = i1 = i2 = i3
iT = i1 + i2 + i3

Obs.: se uma das resistências deixar de funcionar, as


Obs.: se uma das resistências deixar de funcionar, as
demais também deixam.
demais continuam funcionando normalmente.
Exemplo:
- lâmpadas de Natal Exemplo:
- as lâmpadas de nossas casas são ligadas em paralelo.

Fig. 03: associação em série de lâmpadas

Paralelo
Na associação em paralelo, temos:
Fig. 05: associação em paralelo de lâmpadas
- A resistência equivalente (a que, sozinha, representa
todas as outras) é resultado da soma do inverso de Mista
todas as outras. Exemplo: R1 = 30 Ω, R2 = 30 Ω e Na associação mista, temos alguns resistores em série
R3 = 15 Ω. A resistência equivalente vale REQ = 7,5 e outros em paralelo. Não possui características próprias,
W. sendo sua resolução executada passo a passo, ora como
- Como cada resistor está ligado de forma série e ora como paralelo.
independente numa mesma tensão U, a queda de
tensão em cada resistor é igual à queda de tensão POTÊNCIA ELÉTRICA
total.
- A corrente elétrica total é dividida entre cada um dos
Um dispositivo elétrico como uma resistência, por
resistores, e depende do seu valor. O valor total é a
exemplo, dissipa energia que se transforma em calor. Este
soma de todas as correntes. Exemplo: Se uma d.d.p.
efeito da corrente elétrica é chamado de EFEITO JOULE.
de 60 V é ligada a cada um dos resistores, teremos
i1 = 2 A, i2 = 2 A e i3 = 4 A. A corrente total vale
iT = 2 + 2 + 4 = 8 A.

Fig. 06: energia elétrica sendo dissipada em calor

Fig. 04: associação em paralelo de resistências


Dependendo do tamanho da resistência ou do aparelho,
e da quantidade de carga que passa por ele, podemos
classificá-lo dentro de uma maior ou menor potência, ou
seja, quanto mais energia ele transformar, maior a sua
potência. Exemplo: quem tem maior potência, uma lâmpada
de 50 W ou outra de 100 W? A de 100 W, pois ela

04 Fisica.pmd 2 7/8/2004, 13:35


Energia Elétrica e Potência Elétrica
transforma a energia elétrica em térmica com muito mais Calculamos a energia elétrica pela relação:

Física
intensidade.
E=P.t
Podemos substituir a 1ª lei de ohm na equação da
potência e encontrá-la em função das grandezas acima Onde:
descritas. E = energia elétrica (em kWh)
P = potência do equipamento (em kW)
A potência elétrica é dada pela relação: t = tempo de uso (em h)

P=U.i A relação anterior provém do fato que as cargas elétricas


realizam um trabalho elétrico para se movimentarem dentro
Onde: do condutor, gastando para isso a energia.
P = potência elétrica, medida em watts (W) Como trabalho (ττ ) e energia (E) possuem a mesma
U= d.d.p ou tensão elétrica, medida em volts (V) unidade no SI, joule (J), podemos afirmar que o trabalho é
i = corrente elétrica, medida em ampères (A) igual à energia::

Se tivermos a resistência elétrica envolvida, podemos τ = P . t → E = P . τ


substituir as grandezas da equação e chegar a:

P=U.i e U=R.i OBSERVAÇÕES


fica: P = R . i . i - temos que transformar a potência em W para kW,
que acaba resultando em: dividindo por 1000 a potência nominal do
equipamento;
P = R . i2 - temos que transformar o tempo de uso do
equipamento em horas.
Utilizamos esta equação quando formos analisar a
resistência e a potência numa associação em série. Fazendo as transformações acima, temos a energia
expressa em kWh, que, apesar de não ser a unidade do
P=U.i e U= i Sistema Internacional de Unidades (SI), é a unidade usual
R das companhias de energia elétrica. Podemos relacionar
estas duas unidades através da seguinte relação:
fica: P = U . U
R 1 kWh = 3,6 x 106 J

que acaba resultando em:

P = U2
R

Utilizaremos esta equação quando formos analisar a


resistência e a potência numa associação em paralelo.

ENERGIA ELÉTRICA
Fig. 07: medidor de energia elétrica em kWh
A energia elétrica, na conta de energia que pagamos
todo mês, é medida em kWh, e não em joules (J), que é a
unidade de Energia no Sistema Internacional de Unidades
(SI).

04 Fisica.pmd 3 7/8/2004, 13:35


Energia Elétrica e Potência Elétrica
Física

USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU

A Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior do mundo em


operação, é um empreendimento binacional desenvolvido
pelo Brasil e pelo Paraguai no Rio Paraná. A potência instalada Um novo contrato
da usina é de 12.600 MW (megawatts), com 18 unidades
geradoras de 700 MW cada. Com as novas unidades, Itaipu poderá alterar seu
As 18 unidades geradoras de Itaipu entraram em contrato com os sistemas elétricos brasileiro e paraguaio,
operação, de acordo com o cronograma, ao ritmo de dois feito com base na demanda. Atualmente, pelo contrato, a
a três por ano, a contar de maio de 1984. A 18ª entrou usina deve gerar 10.787 megawatts médios. Esse valor
em operação em 9 de abril de 1991. será ampliado em cerca de 1.400 MW, energia suficiente
A usina superou seus próprios recordes mundiais de para abastecer uma cidade de mais de 2 milhões de
produção de energia, por vários anos consecutivos. Em habitantes.
1999, a usina produziu 90 bilhões de quilowatts-hora Com as 18 unidades que possui, Itaipu consegue
(kWh) e em 2000 a produção superou os 93,4 bilhões garantir a operação simultânea de 16 unidades. Em muitas
de kWh, suficiente para garantir o suprimento de 95% da ocasiões, 17 operam ao mesmo tempo. E só em
energia elétrica consumida no Paraguai e de 24% de toda condições especiais é que as 18 produzem
a demanda do mercado brasileiro. simultaneamente. Quanto tiver as 20 unidades, 18 serão
Em 2002, Itaipu produziu 82.914 GWh, superando mantidas em operação simultânea todo o tempo.
em 4,5% a produção de 2001, ano de geração Outra questão importante deve ser resolvida a curto
notadamente baixa em função das reduzidas afluências à e médio prazos: as limitações de transmissão entre o Sul e
usina e do racionamento de energia no sistema interligado o Sudeste. A troca de energia entre as duas regiões passará
brasileiro. a ser feita pelas novas linhas em implantação e em estudos,
A capacidade instalada da usina será ampliada para como a que ligará Bateias a Ibiúna (entre Curitiba e São
14.000 MW até meados de 2004, quando estarão Paulo) e entre Londrina e Campinas, tornando disponíveis
operando as duas novas unidades geradoras, cujas obras as linhas de Furnas para transportar exclusivamente a
de instalação e fabricação começaram ainda no primeiro energia de Itaipu.
semestre de 2001.

Duas novas unidades geradoras

04 Fisica.pmd 4 7/8/2004, 13:36


Energia Elétrica e Potência Elétrica

Física
Integração do Sistema Elétrico Brasileiro

Fonte: www.itaipu.gov.br

0 1 Um aparelho elétrico possui a indicação 110 V – 2200 i = 110


W. Determine a resistência elétrica desse aparelho, e a 5,5
sua corrente elétrica.
i = 20 A
P = U2
R 0 2 Um chuveiro elétrico funciona a uma potência de 3600
R = U2 W. Qual o consumo mensal de energia, em kWh, se ele
P é usado durante 15 minutos diariamente? Considere o
R = 1102 mês com 30 dias.
2200
Temos que transformar a potência em kW e o tempo
R = 12100 em h.
2200 P = 3600W = 3,6 kW
t = 0,25h
R = 5,5 W E=P.t
E = 3,6 . 0,25 . 30
i=U E = 27 kWh
R
5

04 Fisica.pmd 5 7/8/2004, 13:36


Energia Elétrica e Potência Elétrica
0 3 Se mantivermos constante a d.d.p. em um chuveiro, qual
Física

o procedimento que devemos adotar para tomar um P = U2


banho mais quente? R

Ou seja: para um equipamento em paralelo, quanto


Como o chuveiro está ligado em paralelo, quanto menor
maior a resistência, menor será sua potência, pois as duas
for sua resistência, maior será a sua potência, através da
relação: grandezas são inversamente proporcionais.

01 Um aparelho elétrico possui a indicação 110 V - 2200 0 8 No circuito esquematizado, três resistores iguais, de 6,0
W. Determine a potência dissipada por esse aparelho, se Ω cada, são ligados a uma fonte de tensão de 18 V.
ele for ligado a uma tensão de alimentação de 55 V

02 Uma lâmpada possui a indicação 120 V - 60 W. Qual a


resistência elétrica dessa lâmpada?

0 3 Um aparelho elétrico possui a indicação 110 V - 2200


W. Determine a resistência elétrica desse aparelho.

A corrente elétrica i no circuito, em ampères, vale:


0 4 Considere que uma pessoa tome diariamente um banho
de 20 minutos de duração e que utilize para isso um
chuveiro elétrico de 5400 W de potência. Determine, 0 9 No trecho de circuito elétrico a seguir, a ddp entre A e B
desprezando na resposta os centavos que excederem é 60 V e a corrente i1 tem intensidade de 1A. O valor da
ao número inteiro em reais, o quanto essa pessoa irá resistência do resistor R é:
pagar pela energia elétrica consumida em 30 dias, caso 1
kWh custe R$ 0,30.

0 5 Quais grandezas físicas permanecem constantes quando


associamos resistências em:

a) série
b) paralelo

0 6 Um resistor de 10 Ω no qual flui uma corrente elétrica


de 3,0 ampéres, está associado em paralelo com outro
resistor. Sendo a corrente elétrica total, na associação,
igual a 4,5 ampères, o valor do segundo resistor, em 1 0 Na associação de resistores da figura a seguir, os valores
ohms, é de i e R são, respectivamente:

0 7 Considere três resistores cujas resistências valem R, R/2


e R/4. Associando-se esses três resistores de modo a
obter um equivalente cuja resistência seja a menor possível,
tem-se para esse equivalente uma resistência igual a:

04 Fisica.pmd 6 7/8/2004, 13:36


Energia Elétrica e Potência Elétrica

Física
0 1 (UFSM-RS) Dois fios condutores do mesmo material 0 5 Com o auxílio de um amperímetro ideal, verificamos
e do mesmo comprimento, com seções retas de áreas que a corrente através do resistor de 20Ω tem
A e 2A, submetidos à mesma diferença de potencial e à intensidade igual a 7,5 A.
mesma temperatura, dissipam, por efeito Joule,
respectivamente, as potências P1 e P2 com P1/P2
valendo:

a) 1/4;
b) 1/2;
c) 2;
d) 4; Os valores corretos para as intensidades das correntes
e) 8. i1 e i2 são respectivamente:

0 2 (PUCCamp-SP) Um resistor ôhmico de resistência a) 3,5A e 4,0A


elétrica R, submetido a ddp U, é percorrido por corrente b) 1,5A e 1,5A
de intensidade i e dissipa uma potência elétrica P. A potência c) 6,0A e 6,0A
dissipada e a intensidade da corrente elétrica em um outro d) 6,0A e 1,5A
resistor de resistência 2R, submetido a ddp 2U, valem,
respectivamente:
0 6 (UEA) No circuito elétrico a seguir, constituido de 4
a) 4P e 2i; (quatro) resistores, as extremidades X e Y são ligadas a
b) 4P e i; um aparelho que cria uma diferença de potenical de 50V
c) 4P e i/2;
d) 2P e 2i;
e) 2P e i.

0 3 (UEL-PR) O valor de cada resistor, no circuito


representado no esquema a seguir, é 10 ohms. A
resistência equivalente entre os terminais X e Y, em ohms,
é igual a

Determine a intensidade de corrente (i) que está passando


pelo resistor de 100Ω

a) 4,0 A
b) 3,0 A
a) 10; c) 2,5 A
b) 15; d) 2,0 A
c) 30; e) 1,5 A
d) 40;
e) 90.

0 7 (UFRO) Um chiuveiro de 4000W de potência é ligaodo


0 4 (UFES) No circuito a seguir, as correntes i0, i1 e i2 são, a uma tensão de 110V. Sabe-se que sua resistência é
respectivamente: equivalente a 3Ω aproximadamente. mudando a
configuração do circuito para uma tensão de 220V,
mantende inaltenada a potência, deve-se trocar a
resistência para aproximadamente:
a) 3A; 2A; 1A.
b) 6A; 4A; 2A. a) 2Ω
c) 6A; 3A; 3A. b) 24Ω
d) 9A; 6A; 3A. c) 6Ω
e) 9A; 3A; 6A. d) 12Ω

04 Fisica.pmd 7 7/8/2004, 13:36


Energia Elétrica e Potência Elétrica
0 8 (Unirio-RJ) Um chuveiro elétrico de resistência elétrica
Física

R está ligado a uma tomada de 110V. Desejando-se


diminuir a corrente elétrica que passa no resistor, sem
alterar a potência elétrica do chuveiro, deve-se ligá-lo em
tomada de:

a) 220V e trocar o resistor R por outro de resistência R/2;


b) 220V e trocar o resistor R por outro de resistência 4R;
c) 220V e manter o resistor R;
d) 110V e trocar o resistor R por outro de resistência R/2;
e) 110V e trocar o resistor por outro de resistência 4R.

0 9 (UECE) Em chuveiro elétrico, a resistência elétrica que


aquece a água pode assumir três valores diferentes: ALTA,
MÉDIA e BAIXA. A chave de ligação, para selecionar um
destes valores, pode ser colocada em três posições: 1 2 (UECE) Um barbeador elétrico, cujos dados nominais
FRIA, MORNA e QUENTE, não respectivamente. A são 120 V e 8 W, deve ser usado em uma tomada
correspondência correta é: disponível de 240 V. Para não danificar o aparelho, deve
ser instalada em série com este barbeador uma resistência
a) água QUENTE, resistência BAIXA; cujo valor, em ohms, é:
b) água FRIA, resistência BAIXA;
c) água QUENTE, resistência MÉDIA; a) 1800;
d) água MORNA, resistência ALTA; b) 1200;
c) 900;
d) 600.
1 0 (Fuvest-SP) Considere um circuito formado por 4
resistores iguais, interligados por fios perfeitamente 1 3 (PUCCamp-SP) Cinco resistores estão associados
condutores. Cada resistor tem resistência R e ocupa uma conforme o esquema.
das arestas de um cubo, como mostra a figura a seguir.
Aplicando entre os pontos A e B uma diferença de
potencial V, a corrente que circulará entre A e B valerá:

a) 4V/R;
b) 2V/R;
c) V/R;
d) V/2R;
e) V/4R
Aplicando-se uma ddp entre os terminais A e B, o resistor
que dissipa maior potência é o de

1 1 (Fei-SP) Dois resistores ôhmicos (R1 e R2) foram a) 2R;


ensaiados, obtendo-se as tabelas a seguir. Em seguida, b) 3R;
eles foram associados em série. Qual das alternativas c) 4R;
fornece a tabela de associação? d) 6R;
e) R/4.

(UEL-PR) No circuito representado no


esquema a seguir, a resistência de R2 é igual
ao triplo da resistência R1 . O valor do resistor
R2 em ohms, é igual a

a) 20;
b) 10;
c) 5,0;
d) 3,6;
e) 1,8.

04 Fisica.pmd 8 7/8/2004, 13:36


Magnetismo
Magnetismo

Física
O estudo dos ímãs e do magnetismo é uma parte muito interessante da Física. Quando observamos uma bússola
buscando sempre o norte, precisamos entender que existem princípios por trás deste comportamento, e que as coisas
não ocorrem por acaso. Vemos muitas manifestações magnéticas no nosso cotidiano: ímãs naturais ou artificiais, campainhas,
bússolas, trens que levitam, motores elétricos, caixas acústicas ou aparelhos de ressonância magnética, entre outros
exemplos. Muitos lugares da Terra que possuem bastante concentração do mineral que forma os ímãs naturais, a magnetita,
apresentam comportamentos curiosos, como o famoso “Triângulo das Bermudas”, as Chapadas do centro-oeste brasileiro,
entre outros lugares. Conhecer os ímãs e os princípios do magnetismo com suas principais aplicações é nosso objetivo
neste capítulo.

Fig. 01: exemplos de aplicação do magnetismo (equipamento de ressonância magnética, e bússola)

HISTÓRICO Conceitos básicos:

- Começou na Ásia antiga, no século VI a.C., numa Í MÃS


região chamada Magnésia, onde foi descoberto um
mineral chamado “magnetita”(mineral composto de
óxido de ferro – Fe3O4) , que deu origem ao nome
magnetismo (ímãs).
- No século XVII, William Gilbert, médico inglês,
escreveu sua obra “The Magnete”, onde falava sobre
o campo magnético terrestre.
- Em 1820, o físico dinamarquês Hans Christian
Oersted descobriu, através de uma experiência
simples, que a eletricidade e o magnetismo estão Fig. 03: ímãs
interligados.
Objetos que possuem propriedades magnéticas (dois
A eletricidade e o magnetismo sempre foram pólos), que podem atrair metais (alguns deles). Podem ser
estudados separadamente, até a experiência de Oersted, naturais ou artificiais
que unificou as duas ciências, surgindo assim o - Naturais: são os ímãs minerais (magnetita)
Eletromagnetismo. - Artificiais: pedaços de ferro, colocados próximos de
um ímã natural, que adquire as mesmas propriedades
deste, podendo ser uma imantação do tipo
permanente ou temporária.

Fig. 02: experiência de Oersted


correlação entre a eletricidade e o magnetismo

05 Fisica.pmd 1 7/8/2004, 13:39


Magnetismo
OBSERVAÇÃO
Física

A bússola sempre se orienta na direção norte-sul,


devido à atração magnética que existe entre o pólo do ímã
e o norte geográfico do planeta.

Fig. 04: minério magnetita

PÓLOS DE UM ÍMÃ

Um ímã possui dois pólos, obrigatoriamente: norte


(N) e sul (S)

N S

Fig. 05: pólos de um ímã.

INSEPARABILIDADE DOS ÍMÃS Fig. 08: campo magnético terrestre atrai as bússolas

Uma das propriedades interessantes e intrigantes dos CAMPO MAGNÉTICO


ímãs é a Inseparabilidade dos Pólos, que afirma não existir
monopólo magnético, ou seja, se quebrarmos um ímã ele O campo magnético (B) é definido por um vetor que é
formará dois novos ímãs, com pólos norte e sul. sempre tangente à linha de indução, e seu sentido é dado
pelo sentido da linha.
O campo magnético também é criado por cargas
elétricas em movimento (corrente elétrica). A unidade no
SI para o campo magnético é:
Tesla (T), homenagem ao iugoslavo Nikola Tesla
(1856-1943), inventor do primeiro motor elétrico, do
dínamo de corrente alternada e do transformador.
1 T = 1 Wb/m2 (weber por metro quadrado)
Fig.06: ao quebrarmos um ímã, ele forma novos ímãs

OBSERVAÇÃO
ATRAÇÃO E REPULSÃO DE UM ÍMÃ Ao redor de um ímã temos campo magnético e ele
possui valor mais intenso na região próxima dos seus pólos.
Muitas vezes, ao aproximarmos ímãs, estes se atraem
e ora se repelem. Isto ocorre dependendo dos pólos que
se aproximam. Esta outra propriedade dos ímãs afirma que:
“Pólos de nomes iguais se repelem e pólos de nomes
contrários se atraem”.

Fig. 09: campo magnético ao redor dos ímãs

Fig.07: atração e repulsão magnética

05 Fisica.pmd 2 7/8/2004, 13:39


Magnetismo
LINHAS DE INDUÇÃO MAGNÉTICA Como vimos anteriormente, Oersted percebeu que

Física
corrente elétrica gera campo magnético. Em sua experiência,
Semelhante às linhas de campo elétrico, temos as linhas uma bússola sofreu deflexão ao ser aproximada de um fio
de indução magnética que mostram o comportamento, a por onde passava corrente elétrica. Este campo ao redor
intensidade direção e sentido do campo magnético. do fio pode ser originado de várias formas.
Observe as linhas de campo da figura abaixo. O seu sentido é dado pela chamada “Regra da Mão
Direita”, que consiste em adotarmos sentidos de corrente
elétrica (polegar) e de campo magnético (demais dedos) ao
dedos da mão direita. Observe a figura.

Fig. 12: regra da mão direita


Fig. 10: linhas de campo magnético

Vejamos algumas destas situações.


Sentido das linhas de indução:
- dentro do ímã: do pólo sul para o pólo norte. a) Campo magnético em um condutor
- fora do ímã: do pólo norte para o pólo sul. retilíneo e extenso.

As linhas são “contínuas”, não tendo começo e nem Ao redor de um condutor retilíneo percorrido por uma
fim (fechadas). corrente elétrica i, temos um campo magnético criado, cuja
intensidade é:
CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE

A Terra é um grande ímã, e seu campo magnético é


formado pelas correntes de convecção da rocha líquida do
interior da Terra, e pela grande concentração de minério de
ferro no Norte dos EUA.

Fig.13: campo magnético ao redor de um fio

B = µ0 i
2πd

onde:
B = campo magnético expresso no SI em tesla (T).
i = corrente elétrica que atravessa o fio, expressa em
ampères (A).
d = distância do condutor ao ponto onde queremos
o valor do campo, que é expressa em metros (m).
Fig.11: linhas do campo magnético terrestre
m0 = permissividade magnética do vácuo, cujo
valor é uma constante e vale 4.π x10-7 T.m/A.
OBSERVAÇÃO
- O campo magnético terrestre possui um pequeno Obs.: quanto maior a distância ao condutor, menor é o
ângulo de inclinação em relação ao eixo da Terra. valor do campo.
- Pólo sul magnético = pólo norte geográfico (SM = A direção e o sentido do campo são dados pela regra
NG), e pólo sul geográfico = pólo norte magnético da mão direita:
(SG = NM)

05 Fisica.pmd 3 7/8/2004, 13:39


Magnetismo
→ dedos: campo;
Física

→ polegar: corrente.

b) Campo magnético de uma espira circular.

Dentro de uma espira circular, temos um campo


magnético que é dado por:

Fig. 15: solenóides


Fig.14: campo magnético dentro da espira
Se enrolarmos um fio num núcleo e fizermos passar
B = µ0 i uma corrente elétrica através deste fio, teremos um campo
2R magnético criado no núcleo do solenóide.

onde:
B = campo magnético na espira, expresso em tesla
(T).
i = corrente elétrica que percorre a espira, expresso
em ampères (A).
R = raio da espira circular, que deve estar em metros
(m).

Observação
O campo pode estar entrando no plano da espira ou Fig.16: campo magnético no interior de um solenóide
saindo do plano da espira.

· → campo saindo do plano Sua intensidade é dada por:


⊗ → campo entrando na folha B = µ0 i N
L
A direção e o sentido do campo são dados pela regra onde:
da mão direita: B = campo magnético no interior do solenóide,
expresso em tesla (T);
→ dedos: campo; i = corrente elétrica que percorre o solenóide,
→ polegar: corrente. expressa em ampères (A);
L = comprimento do solenóide, sempre em metros
c) Campo magnético no interior de um (m);
solenóide. N =número de espiras do solenóide;
Solenóide é um enrolamento de fio que cria um campo A direção e o sentido do campo são dados pela regra
magnético dentro dele. Exemplos comuns de nosso dia a da mão direita:
dia são a campainha e os interruptores magnéticos de
motores elétricos. → dedos: corrente;
→ polegar: campo.

Cuidado: aqui mudam os nomes dos dedos!!!

Curiosidades magnéticas

→ Auroras boreais: nuvens coloridas que aparecem


no pólo norte do planeta, devido às partículas do sol
que recebem o efeito do campo magnético terrestre.
4

05 Fisica.pmd 4 7/8/2004, 13:39


Magnetismo

Física
N1 = U 1
N2 U 2

onde:
U1 = potencial de entrada, expresso em volts (V);
U2 = potencial de saída, expresso em volts (V);
N1 = número de esperas do primário;
N2 = número de esperas do secundário.
Fig. 17: auroras boreais

A energia passa de uma bobina para outra pela variação


→ Campo magnético constante: só temos campo das linhas de campo magnético, sem que haja o contato
magnético constante dentro de um ímã em forma de físico.
“U”, pois as linha de indução magnética são paralelas
entre si, e sua intensidade é constante.

Fig.19: transformador

Fig. 18: campo magnético constante

Transformador

Dispositivo que serve para aumentar ou diminuir um


Fig. 20: fios e cabos de alta tensão, transformador
determinado potencial elétrico ou voltagem.
Sua relação matemática envolve o número de espiras
da bobina primária (onde entra o potencial a ser
transformado), o número de espiras da bobina secundária
(por onde sai o potencial transformado).

Trem-bala magnético é inaugurado na China na cidade chinesa de Xangai. O trem, de tecnologia alemã,
liga o centro de Xangai ao aeroporto da cidade, e foi
inaugurado pelo primeiro-ministro chinês, Zhu Ronji, e
pelo chanceler alemão, Gerhard Schröder, que está
visitando a China. Com o uso de poderosos imãs, que
fazem o trem flutuar no ar sobre os trilhos, o trem atinge
até 400 km/h, e completa o trajeto de 30 km entre a
cidade e o aeroporto em oito minutos. A China já comprou
três trens do tipo, construídos pelo consórcio alemão
Transrapid - que une as empresas alemãs ThyssenKrupp
AG e Siemens AG e o governo da Alemanha. No total, a
China pagou US$ 1 bilhão para ter acesso à tecnologia de
transporte alemã.
A China pagou US$ 1 bilhão pela tecnologia. Na inauguração, o premiê chinês Zhu Ronji fez um
O primeiro trem comercial de alta velocidade do brinde ao sucesso do novo trem e brincou, dizendo que
mundo com o uso da tecnologia de levitação magnética iria experimentá-lo, mas que nem ele nem sua família têm
fez neste início de janeiro de 2003 sua viagem inaugural seguro de vida.

05 Fisica.pmd 5 7/8/2004, 13:39


Magnetismo
Física

"Eu confio plenamente que a tecnologia de levitação Mas para faturar os bilhões de dólares previstos, os
magnética terá um grande futuro na China", disse ele. alemães vão ter que mostrar que sua tecnologia é mais
O premiê alemão, Gerhard Schröder, mostrou-se eficiente do que a dos seus rivais franceses e japoneses.
igualmente empolgado. "Três anos atrás, esta ferrovia em Para Zhu, o sucesso do projeto vai lhe garantir um lugar
Xangai era apenas um sonho. Hoje, é uma realidade." na história chinesa, como defensor do uso de uma
Segundo o correspondente da BBC na cidade, tanto Zhu tecnologia que, até agora, nunca havia sido empregada
quanto Schröder tem muito a ganhar com o sucesso do comercialmente em seu país. Os críticos dos trens por
projeto - e muito a perder caso o trem não tenha o levitação magnética (Maglev) dizem que eles são caros
desempenho esperado. Schröder espera que os chineses demais e consomem muita energia. Eles argumentam que
escolham o mesmo consórcio alemão para implantar um outros trens de alta velocidade em uso no Japão e na
trem de alta velocidade em outra linha que está sendo Europa podem viajar quase tão rápido quanto os Maglev,
planejada, ligando Xangai à capital, Pequim. sem precisar de trilhos especiais.

0 1 Calcule o valor do campo magnético num ponto localizado 0 3 Calcule a d.d.p. que sai de um transformador por uma
a 10cm de um fio, sabendo que o mesmo é percorrido bobina de 5.000 voltas de fio, sabendo que a d.d.p e a
por uma corrente de 2pA. voltagem de entrada valem, respectivamente, 120V e
Dado µ0 = 4 π . 10-7).T.m/A 500 voltas.
Resolução: Resolução:
B = µ0 i N1 = U1
2πd N2 U2
B = 4 . π . 10-7 x 2π
2π x 0,1 500 = 120
B = 40 x 10-7 T 12.000 U2
500 U2 = 12.000 x 120
B = 4,0 x 10-6 T
U2 = 2.880V

0 2 O pólo norte de um ímã aponta para o norte ou para o


sul? Explique.
Por convenção, sempre o pólo norte de um ímã aponta
para o norte do planeta. Desta forma, podemos concluir
que o pólo sul magnético é igual ao norte geográfico, e
vice-versa.

0 1 Analise a afirmação: "A agulha de uma Bússola nada mais 0 3 O ímã sempre atrai todos os metais? Explique.
é que um ímã em que seu polo norte sempre aponta
para o norte magnético da Terra". Você concorda ou não 0 4 Qual a relação entre os pólos magnéticos e geográficos
com essa afirmação? Justifique. da Terra ?

0 2 Tem-se três barras, AB, CD, EF, aparentemente idênticas. 0 5 Para que serve o transformador?
Experimentalmente constata-se que:
0 6 Como é o campo magnético ao redor de um fio retilíneo
I- a extremidade A atrai a extremidade D; e extenso?
II - A atrai a extremidade C;
III - D repele a extremidade E. 0 7 Calcule a d.d.p. que sai de um transformador por uma
bobina de 12.000 voltas de fio, sabendo que a d.d.p e a
Qual (ou quais) corpo(s) é(são) ferro e qual (ou quais) voltagem de entrada valem, respectivamente, 120V e
é(são) imã ? 300 voltas.

05 Fisica.pmd 6 7/8/2004, 13:39


Magnetismo
0 8 As linhas de campo magnético sempre vão do norte (N) 1 0 Pares de imãs em forma de barra são dispostos conforme

Física
para o sul (S)? Explique. indicam as figuras a seguir. A letra N indica o pólo Norte
e o S o pólo Sul de cada uma das barras. Entre os imãs de
0 9 Marque V para alternativa verdadeira e F para alternativa cada um dos pares anteriores (a) , (b) e (c) ocorrerão,
falsa. respectivamente, que tipo de força? (atrativa ou repulsiva).
Sobre os conceitos e aplicações da Eletricidade e do
Magnetismo, é correto afirmar que:

( ) quebrando um ímã ao meio, obtemos dois novos ímãs,


com somente um pólo cada um.
( ) imãs permanentes e correntes elétricas geram campos
magnéticos.
( ) é possível provocar a deflexão de uma agulha magnetizada
aproximando-a de um fio conduzindo uma corrente
elétrica.
( ) as linhas de força do campo magnético nas vizinhanças
de um fio retilíneo longo conduzindo corrente elétrica
são circunferência com centros no fio.

0 1 (Fuvest-SP) A figura I adiante representa um imã


permanente em forma de barra, onde N e S indicam,
respectivamente, pólos norte e sul. Suponha que a barra
seja dividida em três pedaços, como mostra a figura II.

a) eles se atrairão, pois x é pólo norte e y é pólo sul;


b) eles se atrairão, pois x é pólo sul e y é pólo norte;
Colocando lado a lado os dois pedaços extremos, como c) eles se repelirão, pois x é pólo norte e y pólo sul;
indicado na figura III, é correto afirmar que eles; d) eles se repelirão, pois x é pólo sul e y é pólo norte.

a) se atrairão, pois A é pólo norte e B é pólo sul;


b) se atrairão, pois A é pólo sul e B é pólo norte; 0 3 (UFRS) A figura (a) representa uma metade magnetizada
c) não serão atraídos nem repelidos; de uma lâmina de barbear, com os pólos norte e sul
d) se repelirão, pois A é pólo norte e B é pólo sul; indicados respectivamente pelas letras N e S.
e) se repelirão, pois A é pólo sul e B é pólo norte. Primeiramente, esta metade de lâmina é dividida em três
pedaços, como indica a figura (b). A seguir, os pedaços 1
e 3 são colocados lado a lado, como indica a figura (c)
0 2 (UECE) Um ímã permanente retilíneo, cujos extremos
N e S são os pólos norte e sul, respectivamente, acha-se
representado na figura (1). Suponha que a barra ímã seja
dividida em três partes, segundo mostra a figura (2). Por
fim, os segmentos das extremidades são colocados lado
a lado, como na figura (3). Nesta situação, é correto
afirmar que:

05 Fisica.pmd 7 7/8/2004, 13:39


Magnetismo
unificação continua até os dias de hoje. Cláudia viu, em
Física

Nestas condições, podemos afirmar que os pedaços 1 um de seus livros, um diagrama ilustrando a evolução das
e 3 se __________, pois P assinala um pólo principais idéias de unificação ocorrida na Física.
__________ e Q um pólo __________ . Face à interligação existente entre a eletricidade e o
magnetismo, um observador, ao analisar um corpo
A alternativa que preenche corretamente as lacunas na eletricamente carregado que está em movimento, com
afirmativa anterior é: velocidade constante em relação a ele, constatará a
presença de:
a) atrairão - norte - sul;
b) atrairão - sul - norte;
c) repelirão - norte - sul;
d) repelirão - sul - norte;
e) atrairão - sul - sul.

0 4 (UEL-PR) Considere as seguintes afirmativas.

I. Um prego será atraído por um ímã somente se já estiver


imantado.
II. As linhas de força de um campo magnético são fechadas.
III. Correntes elétricas fluindo por dois condutores paralelos
provocam força magnética entre eles. a) campos elétrico e magnético cuja resultante é nula;
b) campo elétrico nulo e campo magnético não nulo;
Pode-se afirmar que SOMENTE: c) campo elétrico não nulo e campo magnético nulo;
d) campos elétrico e magnético não nulos.
a) I é correta;
b) II é correta; 0 7 (UFAM-AM) Em sua sala e aula, existe um campo
c) III é correta; magnético horizontal dirigido, geograficamente, do Sul
d) I e II são corretas; para o Norte, conhecido como campo magnético da
e) II e III são corretas. Terra. Suponha que você esteja de frente para o Norte e
que um pequeno objeto carregado positivamente seja
0 5 (UFSM-RS) Considere as afirmações a seguir, a respeito lançado com velocidade horizontal da esqueda para a
de ímãs. direita, visto seu referencial. Considere que o módulo da
força magnética seja menor que o da força peso.
I. Convencionou-se que o pólo norte de um ímã é aquela Podemos afirmar que, imediantamente após o
extremidade que, quando o ímã pode girar livremente, lançamento, a aceleração do objeto na direção vertical é:
aponta para o norte geográfico da Terra.
II. Pólos magnéticos de mesmo nome se repelem e pólos a) maior que a aceleração da gravidade, uma vez que a força
magnéticos de nomes contrários se atraem. magnética atua verticalmente para baixo.
III. Quando se quebra, ao meio, um ímã em forma de barra, b) menor que a aceleração da gravidade, uma vez que a
obtêm-se dois novos ímãs, cada um com apenas um força magnética atua verticalmente para cima.
pólo magnético. c) igual à aceleração da graviade, uma vez que a força
magnética atua horizontalmente para a direita.
Está(ão) correta(s): d) igual à aceleração da graviade, uma vez que a força
magnética atua horizontalmente para a esquerda.
a) apenas I; e) igual à aceleração da graviade, uma vez que a força
b) apenas II; magnética atua horizontalmente para a direita.
c) apenas III;
d) apenas I e II; 0 8 (PUC-MG) Em relação aos campos elétrico e
e) apenas II e III. magnético, são feitas três afirmativas.

0 6 (UFRN) Cláudia, ginasta e estudante de Física, está I. Podem ser representados, geometricamente, através de
encantada com certos apelos estéticos presentes na Física linhas de força.
Teórica. Ela ficou fascinada ao tomar conhecimento da II. São grandezas vetoriais.
possibilidade de uma explicação unificadora para todos III. Podem ser detectados, utilizando-se partículas
os tipos de forças existentes no universo, isto é, que eletricamente carregadas.
todas as interações fundamentais conhecidas na natureza
(gravitacional, eletromagnética, nuclear fraca e nuclear Assinale:
forte) poderiam ser derivadas de uma espécie de
superforça. Em suas leituras, ela pôde verificar que, apesar a) se todas as afirmativas estiverem corretas;
dos avanços obtidos pelos físicos, o desafio da grande b) se todas as afirmativas estiverem incorretas;
c) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas;
8

05 Fisica.pmd 8 7/8/2004, 13:39


Magnetismo
d) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas; Sobre o vetor campo magnético produzido por essas

Física
e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. correntes no ponto P, podemos afirmar que tem:

0 9 (Unirio-RJ) Assinale a opção que apresenta a afirmativa a) sentido indicado pela seta 4.
correta, a respeito de fenômenos eletromagnéticos. b) a intensidade nula.
c) sentido indicado pela seta 2.
a) É possível isolar os pólos de um imã. d) sentido indicado pela seta 1.
b) Imantar um corpo é fornecer elétrons a um de seus e) sentido indicado pela seta 3.
pólos e prótons ao outro.
c) Ao redor de qualquer carga elétrica, existe um campo 1 2 (Vunesp-SP) Nas demonstrações populares de
elétrico e um campo magnético. supercondutividade elétrica, é comum a exibição de um
d) Cargas elétricas em movimento geram um campo ímã "flutuando" sobre o material supercondutor.
magnético. Neste caso, a configuração das linhas de campo magnético
e) As propriedades magnéticas de um imã de aço aumentam em torno do ímã fica semelhante à da figura.
com a temperatura. Para explicar a existência de uma força igual e oposta ao
peso do ímã, e que o mantém suspenso, pode-se imaginar
10 (UEL-PR) Considere a afirmativa a seguir. que a função do supercondutor equivale a se colocar um
"ímã imagem" em seu lugar, igual ao ímã real e
"As linhas de força de um campo magnético são .....I..... convenientemente orientado dentro da região tracejada.
Então esse campo pode ter sido gerado por .....II....., O "ímã imagem", em conjunto com o ímã real, criaria na
onde flui uma corrente elétrica". região externa ao supercondutor a configuração de linhas
de campo indicada na figura. A representação adequada
Para completá-la corretamente, os espaços I e II devem do "ímã imagem" dentro da região tracejada é:
ser preenchidos, respectivamente, por:

a) retilíneas, condutor retilíneo;


b) retilíneas e espira circular;
c) circulares e espira circular;
d) circulares e bobina;
e) circulares e condutor retilíneo.

1 1 (UFAM-AM) A figura mostra quatro fios condutores


longos (A, B, C, D), atravessando perpendicularmente o
plano da página nos quatro vértices de um quadrado,
cujo centro está no ponto P. Os fios são percorridos por
correntes elétricas contínuas de intensidades iguais e de
sentidos indicados na figura, isto é, “saindo da página”
para os fios A e B, e “entrando na página” para os fios C e
D.

O valor do campo B do corpo B dividido pelo valor do


campo A do corpo B é igual a:

a) um;
b) dois;
c) três meios;
d) dois terços.

05 Fisica.pmd 9 7/8/2004, 13:39


Gabarito
ELETRICIDADE Questões de Vestibulares
Física

Exercícios de Aplicação 01- c


02- b
01- 6,25 x 1018 elétrons 03- d
02- 99 elétrons 04- b
03- d = 0,9486 m 05- b
04- 4 vezes menor 06- e
05- Q1 = 2x10-5C e Q2 = 2x10-5C 07- a
06- A corrente funciona como um fio terra, que vai 08- a
descarregando a carga da carroceria, evitando assim uma 09- c
faísca elétrica e uma eventual explosão do combustível. 10- a
07- Atrito: cargas iguais, sinais diferentes 11- a
Contato: cargas iguais, sinais iguais 12- d
Indução: cargas iguais, sinais diferentes 13- a
08- Significa que a carga de qualquer corpo é sempre um 14- a
múltiplo inteiro da carga elementar. 15- d
09- Conservação da carga elétrica e atração e repulsão.
10- 4 vezes maior Desafio

Questões de Vestibulares Letra d

01- a CORRENTE ELÉTRICA


02- d
03- c Exercícios de Aplicação
04- b
05- c 01- a) 20C
06- c b) 1,25 x 1020 elétrons
07- d 02- 600C
08- d 03- Como a resistência é inversamente proporcional à área,
09- b se ela aumentou 4 vezes, a resistência diminuiu 4 vezes,
10- b ou seja, a nova resistência será 4 vezes menor que a do
outro fio.
Desafio 04- 10 -4 W
05- 1,7 x 10-2W
Letra e 06- 12,5 W
07 a) i = 4 A
b) R = 55 W
08- i = 0,2A
CAMPO ELÉTRICO 09- Comprimento - diretamente
Espessura - inversamente
Exercícios de Aplicação 10- Se o comprimento, e apenas ele, for reduzido à metade,
a resistência irá a metade.
01- E = 3 x 106 N/C, horizontal, da esquerda para a direita.
02- EA = 0 Questões de Vestibulares
EB = 4,5 x 105 N/C
EC = 2,25 x 105 N/C 01- c
03- 200V 02- d
04- 4 x 103 N/C 03- e
05- Q = 8 x 10-4 C 04- c
06- Direção: radial Sentido: para fora 05- d
Direção: radial Sentido: para dentro 06- b
07- 2 x 10–9 N 07- a
08- + 240 V 08- d
09- De A para B, e de C para D para E 09- a
10- É uma região do espaço em que temos os mesmos 10- c
valores de potencial elétrico para todos os pontos dela.
O trabalho para transportar uma carga dentro de uma Desafio
superfície equipotencial é nulo, pois o potencial inicial e
final possuem o mesmo valor. 56 W

1 2

Gaba Fisica.pmd 2 7/8/2004, 21:14


Gabarito
ENERGIA ELÉTRICA E POTÊNCIA ELÉTRICA Questões de Vestibulares

Física
Exercícios de Aplicação 01- e
02- d
01- 550 W 03- d
02- 240 W 04- e
03- 5,5 W 05- d
04- R$ 16,00 06- d
05- a) corrente (i) 07 - b
b) d.d.p. (U) 08- e
06- 20 W 09- d
07- Associamos em paralelo, para ter a menor possível, e o 10- e
resultado será R/7 11- a
08- 2,0 A 12 - e
09- 8W
10- 16 A e 5 W Desafio

Quetões de Vestibulares Letra b

01- b
02- e
03- b
04- d
05- e
06- c
07- d
08- b
09- a
10- a
11- b
12- a
13- c

Desafio

Letra c

MAGNETISMO

Exercícios de Aplicação

01- Não. O norte da bússola aponta para o sul magnético da


Terra.
02- AB é de ferro, CD e EF são ímãs.
03- O ímã só atrai alguns metais: ferro, cobre, por exemplo.
04- Pólo sul magnético equivale ao pólo norte Geográfico.
Pólo norte magnético equivale ao pólo sul geográfico.
05- Para alterar o valor da d.d.p., para mais ou para menos,
depende do número de espiras.
06- Uma corrente gera um campo magnético circular ao seu
redor, que possui forma circular e seu sentido é dado
pela chamada regra da mão direita.
07- 4.800V
08- Fora do ímã sim, mas dentro do ímã as linhas vão do
pólo Sul para o Norte, pois elas são contínuas.
09- F V V V
10- Atração, repulsão, repulsão.

3 2

Gaba Fisica.pmd 3 7/8/2004, 21:14

Вам также может понравиться