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Portuguesa
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
2011
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
469
M124m Tafner, Elisabeth Penzlien
Morfologia da língua portuguesa / Elisabeth Penzlien
Tafner. Indaial : UNIASSELVI, 2011.
193 p. : il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-392-1
Impresso por:
Apresentação
Olá! Antes de começarmos nossa caminhada, gostaríamos de dizer a
você algumas palavras iniciais sobre a disciplina de Morfologia.
Vamos começar!
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS.................................................... 1
TÓPICO 1 – SUBSTANTIVO................................................................................................................. 33
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 33
2 CONCEITUANDO................................................................................................................................ 37
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS.................................................................................... 37
2.2 FLEXÃO DO SUBSTANTIVO......................................................................................................... 47
2.2.1 Flexão de gênero...................................................................................................................... 47
2.2.1.1 Formação do feminino................................................................................................ 47
2.2.2 Flexão de número.................................................................................................................... 51
2.2.2.1 Formação do plural..................................................................................................... 51
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 56
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 58
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 59
TÓPICO 2 – ADJETIVO.......................................................................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 63
2 CONCEITO............................................................................................................................................. 63
2.1 FORMAÇÃO DOS ADJETIVOS..................................................................................................... 64
2.2 ADJETIVOS PÁTRIOS..................................................................................................................... 64
2.3 FLEXÃO DOS ADJETIVOS ............................................................................................................ 65
VII
2.3.1 Flexão de número.................................................................................................................... 65
2.3.2 Flexão de gênero...................................................................................................................... 66
2.3.3 Flexão de grau.......................................................................................................................... 67
2.4 LOCUÇÃO ADJETIVA..................................................................................................................... 69
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 70
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 75
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 76
TÓPICO 3 – VERBO................................................................................................................................. 79
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 79
2 CONCEITO............................................................................................................................................. 79
2.1 ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO VERBO.................................................................................. 80
2.2 CONJUGAÇÕES............................................................................................................................... 80
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS................................................................................................... 81
2.4 FLEXÃO DO VERBO........................................................................................................................ 84
2.6 TEMPOS PRIMITIVOS E DERIVADOS......................................................................................... 96
2.6.1 Formação dos tempos compostos......................................................................................... 99
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 101
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 103
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 105
VIII
TÓPICO 3 – PRONOME.......................................................................................................................... 143
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 143
2.1 CLASSIFICAÇÃO DO PRONOME................................................................................................ 143
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 153
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 155
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 156
IX
X
UNIDADE 1
ESTRUTURA E FORMAÇÃO
DAS PALAVRAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em dois tópicos e ao final de cada um deles
você encontrará atividades que o(a) ajudarão a refletir e a compreender os
conhecimentos abordados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da leitura deste Caderno, nossa atenção será dedicada ao estudo
da Morfologia. Mas dizer simplesmente que estudaremos morfologia não é algo
muito claro, o termo não nos parece muito familiar, não é mesmo? Portanto, caro(a)
acadêmico(a), antes de mais nada é necessário conhecermos um pouquinho da
origem desta palavra, a fim de nos tornarmos mais íntimos do assunto.
TURO S
ESTUDOS FU
Você verá mais tarde, nas Unidades 2 e 3, a classificação das palavras. Por hora,
nossa preocupação serão os elementos presentes na estrutura das palavras. Vamos a eles!
2 PALAVRA E MORFEMA
Vamos começar a estudar a estrutura das palavras da Língua Portuguesa.
Para conhecer uma língua não basta apenas saber o significado das palavras que
a compõem. Mesmo que isso seja importante, é essencial conhecer a estrutura
das palavras, isto é, de que elementos elas são formadas, uma vez que esse
conhecimento auxiliará no entendimento de seu significado.
Falando em significado, vamos observar o seguinte grupo:
3
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
PEDRARIA
PEDREIRO
APEDREJAR
EMPEDRAR
PEDR – ARIA
PEDR – EIRO
A – PEDR – EJAR
EM– PEDR – AR
ATENCAO
Ei, cuidado para não confundir as coisas: o radical contém o sentido básico da
palavra. O termo raiz mantém relação com a origem histórica das palavras, sendo objeto de
estudo da etimologia, parte da gramática que estuda a origem das palavras.
4
TÓPICO 1 | ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Exemplo:
folha leão planta
forma leite pedra
PEDR – ARIA
PEDR – EIRO
A – PEDR – EJAR
EM– PEDR – AR
FOLH – A
FOLH – AGEM
DES – FOLH – AR
FOLH – INHA
5
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
E
IMPORTANT
É bom lembrar que existem palavras formadas unicamente pelo radical, como
céu, cor, paz, mar, flor, rua.
b) Afixos: são elementos mórficos que se juntam ao radical, capazes de alterar seu
sentido ou mudar a classe gramatical da palavra a que são acrescentados.
PEDR – ARIA
PEDR – EIRO
A – PEDR – EJAR
EM – PEDR – AR
Novamente, resgatamos nosso grupo exemplo em que os afixos estão
destacados agora. Os afixos, conforme a posição em que são acrescentados ao
radical, podem ser chamados de:
Exemplo:
6
TÓPICO 1 | ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Cant Radical
A vogal temática: indica a que conjugação o verbo pertence.
pretérito imperfeito e
desinência que informa simultaneamente tempo: pretérico
Va modo: indicativo.
desinência que informa simultaneamente pessoa e número.
Mos
No caso: pessoa: 1ª e número: plural.
7
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
E
IMPORTANT
Neste momento, você não deve ficar preocupado em definir com exatidão
o tempo e modo informados por uma determinada desinência. Deixe essa atividade para
a Unidade 2, Tópico 3 – Verbos. Por enquanto, basta você conseguir fazer uma análise
morfológica básica, apontando elementos como o radical e, se houver, prefixos, sufixos ou
desinências.
E
IMPORTANT
8
TÓPICO 1 | ESTRUTURA DAS PALAVRAS
Vogais temáticas verbais (a, e, i): marcam as três conjugações: canta(r), come(r),
fugi(r).
E
IMPORTANT
CAS radical
tema
A vogal temática
CORR radical
tema
E vogal temática
9
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
UNI
Indicação de leitura
Para complementar seus estudos sobre este tema, visite os sites:
<http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm>.
<http://www.gramaticaonline.com.br/texto/826/Estrutura_das_palavras>.
LEITURA COMPLEMENTAR
O MORFEMA
10
TÓPICO 1 | ESTRUTURA DAS PALAVRAS
A PALAVRA
11
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
FONTE: CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. 9. ed. São Paulo: Ática, 2004. p. 21-33.
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você estudou que:
Os
afixos (prefixos e sufixos) são elementos que anexamos ao radical para
mudar o significado ou alterar a classe gramatical das palavras.
13
AUTOATIVIDADE
2 Palavras cognatas são aquelas que têm a mesma raiz. Assinale a alternativa
em que não há três cognatos.
3 Assinale a opção em que todos os vocábulos têm radical com o mesmo valor
semântico.
4 Os morfemas dent- (em desdentado), in- (em insatisfeito) e -oso (em perigoso)
são, respectivamente:
14
5 Assinale a única alternativa em que a primeira palavra apresenta prefixo e a
segunda, sufixo.
a) ( ) Desgraças - pimenta.
b) ( ) Incômoda – realmente.
c) ( ) Tristeza – realmente.
d) ( ) Refresco - ninguém.
15
16
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 1 nossa atenção foi dedicada à estrutura das palavras,
estudamos seus elementos mórficos (radical, desinências, prefixos, sufixos etc.).
Compreender esses elementos é fundamental, pois seu conhecimento será útil
na análise dos processos de formação de palavras de que a Língua Portuguesa
dispõe. É isso mesmo, a língua não está pronta e acabada, ela acompanha e reflete
as mudanças que a sociedade vivencia.
2 DERIVAÇÃO
Um dos processos que permite a criação de novas palavras é a derivação.
Bom, este processo usa palavras já existentes (primitivas) na língua para formar
uma palavra nova (derivada). Você deve ter reparado o aparecimento de duas
novas classificações, primitiva e derivada, certo?
17
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
E
IMPORTANT
Nos casos de derivação parassintética não é possível suprimir nem prefixo nem
o sufixo, pois a ausência de um ou de outro deixa a palavra sem sentido. Veja a seguinte
análise:
Em ensurdecer, temos en– prefixo, o radical surd e o sufixo –ecer. Temos aqui um prefixo
e um sufixo que se agregam ao mesmo tempo ao radical. Se suprimirmos o sufixo, ficamos
com “ensurde” e, se excluirmos o prefixo, sobra apenas “surdecer”, isto é, duas palavras que
não existem na Língua Portuguesa.
Já em palavras como desigualdade, desumano, desvalorização, imoralidade, infelizmente, se
tirarmos o prefixo (ou sufixo) elas ainda vão continuar tendo sentido, o que indica um caso
de derivação prefixal e sufixal. Observe a palavra infelizmente:
se tirarmos o prefixo in–, teremos a palavra felizmente.
se tirarmos o sufixo –mente, teremos a palavra infeliz.
Tanto felizmente quanto infeliz existem na Língua Portuguesa e são formadas pelo processo
de derivação prefixal e sufixal.
18
TÓPICO 2 | PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Vejamos:
crítica = criticar – r
combate = combater – r
pesca = pesca – r
planta = planta – r
É
palavra derivada o substantivo que denotar ação.
Exemplo:
É
palavra primitiva o substantivo que nomeia objeto ou substância.
Exemplo:
19
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
TURO S
ESTUDOS FU
Você verá mais tarde, nas Unidades 2 e 3, as classes de palavras. Para entender
a mudança de classe gramatical, basta, por enquanto, observar o contexto em que a palavra
foi empregada. É muito fácil!
NOTA
O livro “Teoria Lexical”, de Margarida Basílio, é uma boa opção para você se
aprofundar um pouco nos processos de formação de palavras. A referência completa da
obra é:
FONTE: BASILIO, Margarida. Teoria Lexical. 4. ed. São Paulo: Ática, 1995.
20
TÓPICO 2 | PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
3 COMPOSIÇÃO
Ei, você. Atenção! Estamos agora iniciando o estudo de um novo processo
de formação de palavras, a composição. Esse processo cria palavras a partir da
combinação de duas ou mais palavras ou radicais já existentes. “Os elementos
primitivos perdem a significação própria em benefício de uma significação
nova, global. A palavra composta exprime um conceito novo, mais ou menos
independente do sentido das partes componentes”. (LUFT, 2002, p. 131).
E
IMPORTANT
21
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
4 HIBRIDISMO
A formação de palavras ocorre a partir da reunião de elementos de línguas
diferentes. Ficou surpreso? Mas é isso mesmo, usamos várias palavras em nosso
cotidiano que são formadas por hibridismo. Você deve estar se perguntando,
“mas como vou saber a origem de uma palavra híbrida?” A consulta a um bom
dicionário certamente trará uma boa resposta.
5 ONOMATOPEIA
São palavras criadas com o objetivo de imitar certos sons ou ruídos. A
partir do conjunto de fonemas de que a Língua Portuguesa dispõe, a palavra
formada reproduz sons ou ruídos gerados por armas de fogo, campainhas,
fenômenos naturais, instrumentos musicais, sinos, vozes de animais.
22
TÓPICO 2 | PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Para os demais casos, você já deve ter visto: tique-taque , reco-reco, zum-
zum, nhec-nhec, pingue-pongue.
6 ABREVIAÇÃO VOCABULAR
O ritmo acelerado em que vivemos e a agilidade proporcionada pelas
novas tecnologias provocam alterações na língua. Uma delas é redução de algumas
palavras até limites que não prejudiquem o entendimento entre os interlocutores.
Assim, algumas palavras longas possuem uma variante simplificada, que
assumiu o sentido da forma plena. Para ilustrar tal fato, veja estes exemplos: auto
(automóvel), curta (curta-metragem), foto (fotografia), micro (microcomputador),
moto (motocicleta), pólio (poliomielite), pneu (pneumático), quilo (quilograma),
vídeo (videocassete), zoo (zoológico) etc.
7 FORMAÇÃO DE SIGLAS
Também é um processo de formação de palavras influenciado pela
necessidade de economizar tempo e espaço na comunicação falada e escrita. As
siglas são um tipo especial de redução, que trazem agilidade aos interlocutores.
São constituídas pelas letras iniciais que formam o nome de uma associação
(cultural, estudantil, operária, patronal, recreativa), empresa, firma, instituição,
organização internacional, partidos políticos, serviços públicos, sociedades
comerciais. Em geral, conhecemos mais as siglas do que as denominações
completas, quer ver?
23
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
8 ESTRANGEIRISMOS
São palavras estrangeiras introduzidas na língua devido ao contato com
outros povos.
Elas são mais comuns do que você imagina, basta pensar em ir ao shopping
ou comer um cheeseburguer... E, se você estiver diante do computador, ao lado
do seu teclado deve haver um...? Um mouse, viu? Olha aí mais uma palavra que
tomamos emprestada de outra língua.
Existe uma certa polêmica em torno do assunto, discutindo até que ponto
o emprego de elementos de outras línguas pode fazer mal à Língua Portuguesa.
E, você? O que acha da questão? Antes de tomar partido, não esqueça que o
português é uma língua que veio do latim, hein? E está recheada de contribuições
vindas do contato com outras línguas (sábado, Jesus – hebraico; algodão, azeite
– árabe; bife, clube, esporte – inglês; lasanha, soneto – italiano; tatu, araponga,
saci – tupi; macumba, maxixe, quilombo – línguas africanas) que enriqueceram
seu patrimônio léxico.
Para não nos alongarmos demais no assunto, sugerimos que você passe a
dar mais atenção aos anúncios publicitários, às inovações da informática (vamos
citar aqui apenas esses dois contextos, mas se você for mais longe...).
ATENCAO
24
TÓPICO 2 | PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Tais fatos mostram que os sufixos fazem mais do que alterar a classe
gramatical de um termo. Faz-nos ver fortes indícios de que os sufixos carregam
em si uma carga semântica, variável, que é acrescida à base. Sobre isso, Sandman
(1989:30) demonstra o equívoco existente na gramaticologia portuguesa “de que os
afixos, principalmente os sufixos, são elementos semanticamente mais vazios do que, por
exemplo, radicais (...)”.
25
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
“Ao contrário dos sufixos, que assumem um valor morfológico, os prefixos têm
mais força significativa...” (BECHARA apud SANDMAN).
“Ao contrário dos prefixos que, como vimos, guardam certo sentido, com o qual
modificam, de maneira mais ou menos clara, o sentido da palavra primitiva, os sufixos,
vazios de significação (sic), têm por finalidade formar séries de palavras da mesma classe
gramatical.” (ROCHA LIMA apud SANDMAN).
FONTE: LACOTIZ, Andréa. Análise dos sufixos –ança/–ença, –ância/–ência na obra do simbolista
João da Cruz e Sousa. Estudos Linguísticos XXXV, p. 320-329, 2006. Disponível em: <http://gel.
org.br/4publica–estudos–2006/sistema06/569.pdf>. Acesso em: 1 nov. 2006.
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Caro(a) acadêmico(a), no Tópico 2, exploramos os seguintes processos
de formação de palavras:
Outros processos:
a) hibridismo: quando usamos radicais de línguas diferentes para formar novas
palavras (micro-ondas – grego e português);
b) onomatopeia: quando imitamos certos sons ou ruídos, usando palavras para
isso (cacarejar, cri-cri, tique-taque);
c) abreviação vocabular: quando ocorre a redução fonética de uma palavra (ex.:
cine – cinema);
d) siglas: quando há redução de certos nomes, usando apenas a letra inicial de
cada um dos elementos (CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, FGTS –
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
27
AUTOATIVIDADE
28
c) ( ) Beleza - perigoso - livraria.
d) ( ) Avermelhar - entardecer - intoxicação.
a) ( ) Bem-te-vi.
b) ( ) Retrocesso.
c) ( ) Guloso.
d) ( ) Esfriar.
(1) Parassíntese.
(2) Hibridismo.
(3) Redução.
(4) Sigla.
(5) Onomatopeia.
( ) Moto.
( ) Envergonhar.
( ) Monocultura.
( ) Ciciar.
( ) Funai.
29
30
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A presente unidade de ensino está dividida em quatro tópicos, e no final de
cada um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a apropria-
ção dos conteúdos.
TÓPICO 1 – SUBSTANTIVO
TÓPICO 2 – ADJETIVO
TÓPICO 3 – VERBO
TÓPICO 4 – ADVÉRBIO
31
32
UNIDADE 2
TÓPICO 1
SUBSTANTIVO
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a)! Esperamos contar com sua dedicação
novamente para juntos conhecermos um pouco mais sobre a Língua Portuguesa.
Na Unidade 1 conhecemos os elementos morfológicos que constituem as palavras
e os processos de formação de palavras que a Língua Portuguesa possui.
CLASSES DE PALAVRAS
33
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
OS TRÊS CRITÉRIOS
O CRITÉRIO SEMÂNTICO
34
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
O CRITÉRIO MORFOLÓGICO
35
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
O critério sintático
36
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
2 CONCEITUANDO
Entendemos por substantivo uma palavra que designa diferentes
entidades (pessoas, entidade, coisas).
b) Concretos/abstratos
c) Simples/compostos
Vamos a elas!
Exemplos:
ano-luz
arco-íris
decreto-lei
médico-cirurgião
tenente-coronel
tio-avô
amor-perfeito
guarda-noturno
mato-grossense
norte-americano
porto-alegrense,
sul-africano
38
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
primeiro-ministro
conta-gotas
guarda-chuva
zás-trás
blá-blá-blá etc.
UNI
Exemplos:
Grã-Bretanha
Grão-Pará
grã-fino
grão-duque etc.
Exemplos:
abóbora-menina
couve-flor
erva-doce
feijão-verde
andorinha-grande
formiga-branca
cobra-d’água
bem-te-vi etc.
39
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
Prefixos citados pelo Acordo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-,
extra-, hiper, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, super-, sub-, supra-,
ultra- etc.
Exemplos:
anti-herói
anti-higiênico
extra-humano
super-homem
mini-hotel
semi-hospitalar
macro-história etc.
Exemplos:
anti-ibérico
contra-almirante
infra-auxiliar
anti-inflamatório
micro-ondas
contra-ataque
aqui-inimigo etc.
Exemplos:
ex-almirante
ex-diretor
soto-mestre
40
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
sota-piloto
vice-rei
vice-reitor
Exemplos:
pós-graduação
pós-tônico
pré-escolar
pré-natal
pró-europeu
pró-africano
Exemplos:
além-mar
recém-casado
recém-nascido
sem-vergonha
sem-número
d) Prefixos hiper, inter e super serão separados por hífen se o segundo elemento
iniciar com h ou r.
Exemplos:
hiper-humano
inter-relacionar
super-reativo
Exemplos:
sub-região
sub-raça
sub-radial
41
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
Exemplos:
circum-navegação
circum-escolar
pan-americano
pan-africano
Exemplos:
Amoré-guaçu
Anajá-mirim
Itajaí-mirim
capim-açu
Exemplos:
cão de guarda
fim de semana
sala de jantar
cor de vinho
dia a dia
à toa etc.
E
IMPORTANT
42
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
b) Não se usa hífen entre o prefixo que termina em vogal e o elemento que começa
com s ou r, ocorrendo duplicação dessas consoantes.
Exemplos:
antirreligioso
antissemita
autorregulamentação
contrarregra
cosseno
cossecante
extrarregular
infrassom
microssistema
intrarrenal
ultrarromântico
suprassensível etc.
Exemplos:
autopeça
antipedagógico
anteprojeto
geopolítica
autoproteção
semideus
microcomputador
semicírculo etc.
d) O hífen não será usado quando o prefixo terminar em vogal diferente da vogal
com que se inicia o segundo elemento.
Exemplos:
antiaéreo
socioeconômico
antiamericano
autoafirmação
autoescola
autoestrada
infraestrutura
semiaberto
supraocular
ultraelevado
43
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interestadual
superamigo
superexigente
superinteressante
hipermercado
intermunicipal etc.
UNI
Indicação de leitura!
A Academia Brasileira de Letras, órgão regulador da língua portuguesa no Brasil, disponibilizou
a versão eletrônica do VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa). Caso tenha
dúvida sobre a grafia de qualquer palavra, basta acessar o site:<http://www.academia.org.br/
abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23> e fazer a consulta.
d) Primitivos/derivados
e) Coletivos
Entre os substantivos comuns, encontramos os coletivos. São aqueles que,
no singular, designam um conjunto de seres ou coisas da mesma espécie.
44
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
A) CONJUNTO DE PESSOAS:
B) GRUPO DE ANIMAIS:
45
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
C) GRUPO DE COISAS:
46
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
47
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
NOTA
Ainda no grupo dos que trocam o – o por –a, temos alguns casos cuja
forma feminina é formada por desinências especiais, como: diácono/ diaconisa,
papa/papisa, imperador/imperatriz, duque/duquesa, príncipe/princesa.
48
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
E
IMPORTANT
Outros casos:
Substantivos uniformes
49
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
E
IMPORTANT
Exemplos:
o cabeça (chefe, líder) a cabeça (parte do corpo)
o capital (bens materiais) a capital (cidade)
o guia (pessoa) a guia (documento)
o rádio (aparelho) a rádio (emissora)
o moral (ânimo) a moral (bons costumes)
e)
Substantivos de gênero vacilante: há alguns substantivos na Língua
Portuguesa cujo emprego geralmente causa dúvida quanto ao gênero. Portanto,
apresentamos aqui as ocorrências mais comuns para você consultar sempre
que tiver alguma dificuldade. Caso o substantivo procurado não esteja aqui,
um bom dicionário também é fonte segura para sanar sua dúvida.
50
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
Exemplos: mesa – mesas, pé – pés, boi – bois, cipó – cipós, pau – paus,
lei – leis, chapéu – chapéus, herói – heróis, mãe – mães.
51
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
FONTE: A autora
E
IMPORTANT
Há alguns substantivos terminados em –ão que não possuem ainda uma forma
definitiva de plural, porém a flexão –ões tem apresentado maior preferência na linguagem
corrente. Vejamos alguns casos que ilustram a possibilidade de mais de uma forma de
plural para um mesmo substantivo: alazão (alazães, alazões), anão (anãos, anões), corrimão
(corrimões, corrimãos), verão (verões, verãos), vilão (vilões, vilãos), cirurgião (cirurgiões,
cirurgiães).
Exemplos: bem – bens, som – sons, fim – fins, refém – reféns, pajem –
pajens, álbum – álbuns, atum – atuns, item – itens.
Exemplos: país – países, deus – deuses, gás – gases, mês – meses, português
– portugueses.
52
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
se
oxítonos: trocam o –il por –is (barril – barris, funil – funis, fuzil – fuzis).
se
paroxítonos: trocam o –il por –eis (fóssil – fósseis, réptil – répteis, projétil –
projéteis).
1 Se o substantivo composto é formado por palavras unidas sem hífen, seu plural
ocorre como se fosse um substantivo simples.
a) substantivo + substantivo:
b) substantivo + adjetivo:
c) adjetivo + substantivo
53
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
d) numeral + substantivo
e) verbo + substantivo
Plural
com alteração de timbre
Plural
dos diminutivos
54
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
Substantivos
usados apenas no plural
UNI
Indicação de leitura!
No site do Brasil Escola (www.brasilescola.com) você encontra mais informações sobre os
substantivos e outros assuntos da língua portuguesa.
55
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
LEITURA COMPLEMENTAR
A FLEXÃO NOMINAL
56
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
A FLEXÃO DE GÊNERO
57
RESUMO DO TÓPICO 1
Oi, chegamos ao término do primeiro tópico da Unidade 2. Depois
de estudarmos vários conceitos relacionados ao substantivo, é hora de tentar
organizar, de forma esquemática, tudo o que foi estudado.
• Concretos: designam coisas, entidades, lugares e pessoas (rio, anjo, São Paulo,
João).
Olá, caro(a) acadêmico(a)! Vamos colocar agora em prática tudo o que você
aprendeu sobre os substantivos. Para isso, preciso que você se dedique um
pouquinho aos exercícios a seguir. Sugiro que você tenha ao seu lado um
dicionário, pois certos substantivos podem gerar dúvidas e, como ninguém
sabe tudo, a consulta a uma fonte segura sempre é bem-vinda. Vamos lá!
a) ( ) Redator-chefe, redatores-chefes.
b) ( ) Boa-vida, boas-vidas.
c) ( ) Beija-flores, beijas-flores.
d) ( ) Recém-nascido, recém-nascidos.
a) ( ) Arquipélago – de ilhas.
b) ( ) Molho – de chaves, capim.
c) ( ) Enxame – de abelhas, insetos.
d) ( ) Réstia – de sentinelas, de guardas.
7 Indique qual a única alternativa que forma o plural da mesma forma que
obras-primas e pães de ló:
a) ( ) Cachorro-quente, pé de moleque.
b) ( ) Caça-níquel, manga-rosa.
c) ( ) Pisca-pisca, bota-fora.
d) ( ) Padre-nosso, reco-reco.
a) ( ) Anão, botão.
b) ( ) Cidadão, mãe.
c) ( ) Verão, cão.
d) ( ) Charlatão, ancião.
60
( ) auto-serviço ______________________________
( ) micro-sistema ______________________________
( ) contra-razões ______________________________
( ) reeleição__________________________________
( ) auto-estrada _______________________________
( ) co-responsável _____________________________
( ) microondas ________________________________
( ) co-operação _______________________________
( ) erva-doce _________________________________
( ) fim-de-semana _____________________________
( ) sub-solo __________________________________
( ) pré-fabricado ______________________________
( ) sub-humano _______________________________
( ) inter-resistente _____________________________
( ) pseudo-estilista____________________________
( ) anti-cárie __________________________________
( ) micro-empresário ___________________________
( ) megainvestidor _____________________________
( ) autoajuda _________________________________
( ) contracheque ______________________________
( ) antirreflexo ________________________________
( ) vice-diretor ________________________________
( ) vaga-lume ________________________________
61
62
UNIDADE 2 TÓPICO 2
ADJETIVO
1 INTRODUÇÃO
Oi, preparado(a) para mais um tópico? Vamos continuar a conhecer mais
sobre a Língua Portuguesa? No Tópico 1 estudamos os substantivos e analisamos
suas flexões em gênero, número e grau. Neste tópico, nosso interesse será conhecer
uma outra classe de palavras, os adjetivos. Vamos começar!
2 CONCEITO
Podemos começar nossos estudos dizendo que o adjetivo é um modificador
do substantivo, com o qual concorda em gênero e número, se for variável.
O adjetivo apresenta as seguintes funções, conforme Cunha e Cintra
(2001):
63
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
64
TÓPICO 2 | ADJETIVO
O que você acha agora de conhecer alguns adjetivos pátrios que designam
a nacionalidade das pessoas? Veja estes exemplos: Angola – angolano; Áustria –
austríaco; Egito – egípcio; Estados Unidos – norte-americano, ianque; Japão
– japonês, nipônico.
Veja alguns exemplos: carro limpo – carros limpos, aluno francês – alunos
franceses, produto brasileiro – produtos brasileiros.
65
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
ATENCAO
Existem ainda vários outros adjetivos que possuem a mesma forma para
ambos os gêneros. Vamos listar mais alguns exemplos, conforme a terminação,
para ajudá-lo(a):
66
TÓPICO 2 | ADJETIVO
67
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
Superlativo: indica uma qualidade associada a um ser num grau muito elevado.
Temos dois tipos de superlativo: absoluto e o relativo. Que tal começarmos a
estudar o absoluto?
68
TÓPICO 2 | ADJETIVO
E
IMPORTANT
Você deve ter reparado que usamos muitos nomes para designar os graus dos
adjetivos, certo? Mas não fique preocupado em decorá-los, procure ficar atento ao efeito de
sentido que o emprego de certo grau pode gerar no enunciado.
Você deve estar atento(a), porém, ao fato de que nem todas as locuções têm
um adjetivo equivalente. Observe este caso: Jardim com flores – jardim florido.
Agora, para jardim sem flores, não há um adjetivo equivalente.
UNI
Indicação de leitura!
Para saber mais sobre os adjetivos e outras questões de nossa Língua Portuguesa, visite o site
Só Português (http://www.soportugues.com.br/index2.php).
Indicamos, ainda, a dissertação de Janaíne dos Santos (2009) que discute o uso de
adjetivos, advérbios e figuras de linguagem em textos informativos de revistas de circulação
nacional. O texto na íntegra está disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/
handle/10183/17168/000711632.pdf?sequence=1>.
69
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
70
TÓPICO 2 | ADJETIVO
71
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
1. 2 O Adjetivo
72
TÓPICO 2 | ADJETIVO
[...]
FONTE: SILVA, Evilásio dos Santos. O uso do adjetivo em comerciais de revistas: subsídio ao
ensino de língua materna. Disponível em: <http:// entrechoques.ccha.uepb.edu.br/GT0206.
doc>. Acesso em: 15 nov. 2010.
NOTA
74
RESUMO DO TÓPICO 2
Vejamos, caro(a) acadêmico(a), o que foi estudado neste tópico:
75
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Vestidos verde-garrafa.
b) ( ) Gravatas azul-turquesa.
c) ( ) Blusas verde-mares.
d) ( ) Camisas amarelo-laranja.
4 Há erro em:
Pequeno:______________
Espaço:_______________
Folhudo:_______________
Florido:________________
Misteriosa:_____________
Gosto:________________
Alegria:_______________
Caipira:________________
77
78
UNIDADE 2 TÓPICO 3
VERBO
1 INTRODUÇÃO
Oi, você já estudou duas importantes classes gramaticais, os substantivos
e os adjetivos. Entretanto, há uma classe de palavras que desempenha um papel
essencial na frase, considerada o núcleo da frase sintaticamente construída, o
verbo. Para os gramáticos latinos, o verbo era tido como “a palavra por excelência”.
Após os comentários acima, você já deve ter reparado que temos uma tarefa
especial neste tópico: estudar com atenção esta classe gramatical indispensável
para a organização do período. Não se assuste com a extensão deste tópico, é
que há muita coisa a ser dita e explicada quando falamos de verbo. Portanto,
contamos com seu entusiasmo e dedicação para trilhar juntos esse caminho.
2 CONCEITO
Verbos são palavras que exprimem ação (falar), estado (ser, estar) ou
mudança de estado (tornar-se), fenômenos meteorológicos (chover, trovejar),
sempre em relação a um determinado tempo. É uma palavra, de forma variável,
que indica um acontecimento e situa-o no tempo.
E
IMPORTANT
Você encontrará muitos conceitos novos neste tópico, porém não precisa ficar
preocupado(a). Todos eles serão explicados ao longo do texto, ok?
79
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
2.2 CONJUGAÇÕES
Antes de qualquer coisa, vamos entender o que é conjugar. Se você ainda
não havia entendido bem esse conceito, agora vamos esclarecê-lo. Conjugar
um verbo é dizê-lo em algum dos modos, tempos, pessoas, números e vozes. O
conjunto de todas essas flexões, de acordo com uma ordem determinada, recebe
o nome de conjugação.
80
TÓPICO 3 | VERBO
ATENCAO
O verbo pôr (e seus derivados repor, supor, compor etc.) é considerado verbo
de 2a conjugação, uma vez que historicamente perdeu a vogal temática –e. Acompanhe a
evolução da forma latina do verbo: ponere > poer > pôr.
81
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
FONTE: A autora
82
TÓPICO 3 | VERBO
esquisito, não soou mal? Pois é, nesse e em outros casos de deficiência verbal,
recorremos a um sinônimo para dar conta da ausência de alguma pessoa verbal.
Agora, só para você se familiarizar um pouco mais com esse tipo de verbo, veja
as conjugações a seguir e compare-as com os demais quadros para entender
melhor porque os verbos defectivos não são usados em alguns modos, tempos
ou pessoas.
reaver abolir
presente do indicativo
- -
- aboles
- abole
reavemos abolimos
reaveis abolis
- abolem
FONTE: A autora
b) Pessoas: o verbo tem três pessoas ligadas à pessoa gramatical que lhe serve de
sujeito. Essas três pessoas incluem todo ato de comunicação e serão detalhadas
a seguir:
primeira pessoa: é aquela que fala e refere-se aos pronomes eu (canto - singular)
e nós (cantamos - plural);
segunda pessoa: é aquela com quem se fala e refere-se aos pronomes tu (cantas
– singular) e vós (cantais – plural);
84
TÓPICO 3 | VERBO
c) Modo: entendemos por modo as diferentes formas que o verbo assume para
expressar a atitude (de certeza, de dúvida, de suposição, de ordem) do sujeito
que fala em relação a um fato que enuncia.
Presente: designa o fato que ocorre durante o momento de fala. Pode também
expressar uma ação que se repete ou perdura.
Futuro: designa um fato que ocorre depois do momento de fala. Temos o futuro
do presente e o futuro do pretérito.
85
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
Exemplos: Lerei este livro quando tiver mais tempo livre (futuro do
presente – expressa uma ação futura em relação ao momento de fala). Leria este
livro, se tivesse mais tempo livre (futuro do pretérito – expressa uma ação que
aconteceria se outra condição também fosse atendida).
NOTA
Para você que quer conhecer um pouco mais sobre o tempo verbal futuro, há
um artigo bem legal: “Como os manuais de português para estrangeiros tratam a expressão
da futuridade?”, disponível no endereço <http://www.letras.ufmg.br/rbla/2007_1/03-Elizabeth
%20Tafner.pdf>.
O texto é muito interessante para você fazer uma analogia com a apresentação dos conteúdos
de Língua Portuguesa que usamos para o ensino de nossos alunos. Vale a pena conferir o
artigo no material de apoio da disciplina.
f) Voz: expressa o tipo de relação mantida entre sujeito e verbo . Existem três vozes
verbais.
Ativa: o verbo indica que a pessoa a que se refere é aquela que pratica a ação, é
agente da ação verbal. Veja:
86
TÓPICO 3 | VERBO
Passiva: o verbo indica que a ação foi sofrida pelo sujeito. Aqui o sujeito é dito
paciente da ação verbal.
a. com um verbo auxiliar (ser, estar, etc.) combinado com o particípio do verbo
principal:
Note que em todos os exemplos aparece o verbo ser (é, eram, foram),
seguido do particípio do verbo principal (afligido, levada, realizados). Portanto,
voz passiva analítica.
b. com o acréscimo do pronome apassivador (se) e uma terceira pessoa verbal (no
plural ou singular, concordando com o sujeito):
87
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
Organizou-se o campeonato.
Verbo em 3ª pessoa + pronome apassivador se
Vendem-se casas.
Verbo em 3ª pessoa + pronome apassivador se
88
TÓPICO 3 | VERBO
NOTA
[...]
89
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
que pratica a ação verbal) e pode ocorrer de duas maneiras: uma delas é a de
forma desenvolvida, com um verbo auxiliar mais verbo na forma nominal
de particípio, como em “A lata foi aberta pela menina”. (a lata – sujeito – sofre
a ação de ser aberta pela menina). Essa forma é chamada, pela gramática
tradicional, de “voz passiva analítica”. A outra maneira de se construir a voz
passiva, conforme a Gramática Tradicional (doravante, GT), seria com o verbo
na terceira pessoa seguido do pronome se (que, quando da voz passiva, será
denominado pronome apassivador), como nos exemplos: “Vendem-se roupas”;
“Compra-se metal”, o que permite uma pequena observação: ora, se na voz
passiva o sujeito sofre a ação verbal, onde estaria o sujeito em tais orações?
90
TÓPICO 3 | VERBO
alguma pessoa (A) pretende alugar uma casa e pergunta para alguém (B) se
esta casa está para ser alugada, o ato de “alugar” vai depender da resposta
que (A) obtiver de (B). Se (B) disser, defronte a tal casa: “Aluga-se esta casa”,
(A) provavelmente entenderá que não há moradores na casa, ou que a casa
está vazia, pronta para ser alugada. No entanto, se (B) disser “Esta casa é
alugada”, (A) entenderá que já existem moradores na casa, o que o impedirá,
então, de alugar a casa que almeja.
91
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
92
TÓPICO 3 | VERBO
93
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
FONTE: SARAIVA, Líbia Mara S. O Ensino na Escrita Padrão na Língua Portuguesa: em busca de
fontes atuais. Disponível em: < http://www.filologia.org.br/ileel/artigos/artigo_319.pdf>. Acesso
em: 15 out. 2010.
DICAS
Reflexiva: temos casos de voz reflexiva quando o sujeito pratica e recebe a ação
verbal ao mesmo tempo. Para formação da voz reflexiva, acrescentamos ao
verbo os pronomes oblíquos me, te, nos, vos e se.
Exemplo: Os alunos se machucaram quando caíram.
UNI
E, então, os conceitos estão ficando mais claros? Acreditamos que agora você
já esteja se sentindo mais familiarizado com o assunto. Na verdade, parece que lidamos com
um quebra-cabeças, onde cada peça tem seu valor e merece, portanto, toda nossa atenção.
94
TÓPICO 3 | VERBO
–r:
para o infinitivo: cantar, bater, partir
–do: para o particípio: cantado, batido, partido
–ndo: para o gerúndio: cantando, batendo, partindo
E
IMPORTANT
95
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
96
TÓPICO 3 | VERBO
b) Presente do subjuntivo:
c) Imperativo:
97
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
1a conjugação 1ª Conjugação
2a conjugação 3a conjugação
Presente do
Presente do Imperativo Presente do Imperativo
indicativo
indicativo afirmativo subjuntivo negativo
canto **** cante ****
cantas canta cantes não cantes tu
canta cante cante não cante você
cantamos cantemos cantemos não cantemos nós
cantais a
cantei canteis não canteis vós
cantam cantem cantem não cantem vocês
INDICATIVO SUBJUNTIVO
Pretérito Pretérito mais- Pretérito Futuro
perfeito que-perfeito Imperfeito
cantei cantara cantasse cantar
cantaste cantaras cantasses cantares
cantou cantara cantasse cantar
cantamos cantáramos cantássemos cantarmos
cantastes cantáreis cantásseis cantardes
cantaram cantaram cantassem cantarem
98
TÓPICO 3 | VERBO
UNI
Indicação de leitura!
Às vezes, temos dúvida a respeito da forma como o verbo deve ser conjugado em um
determinado modo, tempo ou pessoa, não é mesmo? Saiba que na internet há uma
ferramenta muito bacana que nos ajuda neste sentido. Visite o site Conjuga-me (http://
www.conjuga-me.net), digite o verbo no infinito e pronto! A conjugação aparece rapidinho
para você!
100
TÓPICO 3 | VERBO
LEITURA COMPLEMENTAR
(i) Dever com semantismo pleno que exprime a obrigação (= valor deôntico) e
101
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
(ii) Dever que, como auxiliar, é desprovido de semantismo próprio e cujo papel
é apenas o de modalizar o enunciado em que ocorre com os valores de
“probabilidade”, “incerteza” relativamente ao futuro (=valor epistêmico).[...]
FONTE: VILELA, Mário; KOCH, Ingedore Villaça. Gramática da língua portuguesa. Almedina:
Coimbra, mar. 2001. p. 72-74.
102
RESUMO DO TÓPICO 3
Chegamos ao término de um dos tópicos mais longos da disciplina.
Aprendemos muito e agora chegou a hora de listar os conteúdos de forma
breve, para agilizar suas consultas, quando tiver dúvidas.
Verbo: palavra que indica um fato (ação, estado, fenômeno) e situa-o em relação
ao tempo.
103
Formas nominais:
– infinitivo(terminação –r);
– gerúndio (terminação –ndo);
– particípio (terminação –ado/–ido).
104
AUTOATIVIDADE
GIL, Gilberto. Todas as letras. Organização Carlos Rennó. São Paulo: Companhia das Letras,
1996.
105
d) 2 verbos de segunda conjugação:
e) 3 verbos de terceira conjugação:
f) 2 verbos no infinitivo:
g) 2 verbos no particípio:
h) 2 verbos no gerúndio:
No fim da semana.
João resolveu não brigar.
No domingo de tarde.
Saiu apressado.
(a) Ativa.
(b) Passiva analítica.
(c) Passiva pronominal.
(d) Reflexiva.
106
c) Eles _________ muito pouco, não suspeitam do que o futuro lhes reserva.
(ver)
d) Ainda que desmintam a notícia, ________ nas pessoas que me ajudaram.
(crer)
e) ______ meu cargo, mas não minha dignidade. (perder)
6 Nas frases a seguir, complete com uma das formas entre parênteses:
a) alugávamos – b) descansarão –
c) casaste – d) ouço –
e) ajudássemos – f) conversem –
8.1
a) ( ) Eu componho, se você compor.
b) ( ) Eu componho, se você compuser.
c) ( ) Eu componho, se vocês comporem.
d) ( ) Eu componho, se ele compor.
8.2
a) ( ) Se eu reouvesse o valor roubado, acabaria com a dívida.
b) ( ) Se eu reouvesse o valor roubado, acabarei com a dívida.
c) ( ) Se eu reavia o valor roubado, acabaria com a dívida.
d) ( ) Se eu reouvera o valor roubado, acabo com a dívida.
8.3
a) ( ) Quanto estivesse mais acessível, o acesso à internet certamente será um
eficiente meio de pesquisa.
b) ( ) Quando estiver mais acessível, o acesso à internet certamente seria um
eficiente meio de pesquisa.
c) ( ) Quando estiver mais acessível, o acesso à internet certamente será um
eficiente meio de pesquisa.
d) ( ) Quando estivesse mais acessível, o acesso à internet certamente será um
eficiente meio de pesquisa.
107
8.4
a) ( ) Quando você vir e ver nossas instalações, já estaremos prontos para
receber seus clientes.
b) ( ) Quando você vier e vir nossas instalações, já estaremos prontos para
receber seus clientes.
c) ( ) Quando você ver e vir nossas instalações, já estaremos prontos para
receber seus clientes.
d) ( ) Quando você vier e ver nossas instalações, já estaremos prontos para
receber seus clientes.
108
UNIDADE 2
TÓPICO 4
ADVÉRBIO
1 INTRODUÇÃO
E, então, que tal a caminhada até aqui? Já estudamos juntos os substantivos,
depois os adjetivos que atribuem certas características aos substantivos. Na
sequência, exploramos o verbo, seus elementos mórficos, suas categorias. Chegou
a hora de analisarmos as circunstâncias em que ocorre a ação expressa pelo verbo.
Apresentamos-lhe, portanto, caro(a) acadêmico(a), a última classe de palavras
desta segunda unidade, o advérbio.
2 CONCEITUANDO
O advérbio é a palavra que modifica o sentido do verbo, do adjetivo ou
de outro advérbio.
Como ele altera o sentido, bem, é isso que vamos ver nos exemplos a
seguir, acompanhe-me.
109
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
E
IMPORTANT
d) Advérbios de lugar: abaixo, acima, ali, aqui, atrás, dentro, fora, junto, lá, longe,
perto, aonde, onde etc.
e) Advérbios de modo: assim, depressa, devagar, bem, mal, melhor, pior, e quase
todos os terminados em –mente: calmamente, fielmente, livremente, levemente,
pausadamente etc.
110
TÓPICO 4 | ADVÉRBIO
a) advérbio de causa:
b) advérbio de lugar:
Exemplo: Onde está seu celular? / Perguntei onde estava seu celular.
c) advérbio de modo:
Exemplo: Como está seu pai? Indaguei como estava seu pai.
d) advérbio de tempo:
111
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
TURO S
ESTUDOS FU
Exemplo: Fez seu discurso mais depressa que (ou do que) o adversário.
b) comparativo de igualdade:
Exemplo: O candidato falava tão depressa como (ou quanto) o adversário.
c) comparativo de inferioridade:
Exemplo: O candidato falava menos depressa (ou que) o adversário.
2.3.2 O superlativo
a) superlativo sintético: (ocorre com acréscimo de sufixo)
Exemplo: O candidato falou lentamente.
112
TÓPICO 4 | ADVÉRBIO
ATENCAO
Fique atento(a) quanto ao uso das formas melhor, pior e bem, mal. Veja:
melhor e pior são comparativos dos advérbios bem e mal (e também dos adjetivos bom e
mau). Portanto, algumas construções merecem sua atenção. Exemplos:
Mais bem e mais mal ocorrem junto de adjetivos representados por particípios.
113
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
LEITURA COMPLEMENTAR
ADVÉRBIOS
Caracterização geral
Só Deus é justo
Uma boa parte dos advérbios - como também a maior parte dos
adverbiais e as chamadas partículas modais -, ao contrário do que acontece com
as demais categorias gramaticais, são palavras que se podem deslocar com certa
liberdade na frase. Além disso, podem ser interrogados com formas próprias dos
complementos adverbiais, e que, por isso mesmo, podem representar elementos
frásicos, situar estados de coisas e caracterizar circunstâncias.
O número dos advérbios simples, como hoje, ontem, amanhã, então, assim,
sim, não, bem, mal, etc., é reduzido. E mesmo a maior parte destes advérbios
resultou de formas compostas:
114
TÓPICO 4 | ADVÉRBIO
in tunc: então; admane: amanhã; hoc die: hoje; hac hora: agora etc.
Mãe e filha falavam tão alto que se ouvia do outro lado da rua.
Eles vestem jovem.
Ela pagou caro o que fez.
Eles vendem barato quando não o podem fazer caro.
Ela, quando se sente protegida, fala grosso.
115
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você viu que:
Locução adverbial: expressão formada por mais de uma palavra e que tem
função de advérbio. Exemplo: Falou às pressas, falou de repente.
116
AUTOATIVIDADE
“[...] nossos jovens deixam um país que não lhes dá estímulo, para
eventualmente morrer de forma miserável em terra estrangeira” (LUFT, Lya.
A república do rabo preso. Veja, São Paulo, n. 32, p. 24, 10 ago. 2005).
117
vielas, indagavam. Bússola da longa busca, levavam ________ (afirmação) a
lembrança de um rosto sempre mutante, em que o desejo redesenhava _______
(modo) os traços apagados pelo tempo.
118
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A presente unidade de ensino está dividida em seis tópicos e no final de cada
um deles você encontrará atividades que contribuirão para a apropriação dos
conteúdos.
TÓPICO 1 – NUMERAL
TÓPICO 2 – ARTIGO
TÓPICO 3 – PRONOME
TÓPICO 4 – PREPOSIÇÃO
TÓPICO 5 – CONJUNÇÕES
TÓPICO 6 – INTERJEIÇÕES
119
120
UNIDADE 3
TÓPICO 1
NUMERAL
1 INTRODUÇÃO
Nossa, já percorremos um longo caminho! Agora, a classe gramatical que
nos interessa é o numeral. Vamos estudar seus tipos e empregos.
2 CONCEITO
Numeral é a palavra que expressa quantidade, ordenação ou proporção
de pessoas ou coisas.
121
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
E
IMPORTANT
Agora que estamos falando de numerais, você deve estar se perguntando: nos
textos escritos, o que devo usar, algarismos ou numerais? De preferência, use os numerais,
porém se a informação for um número de telefone, uma data ou dados estatísticos, os
algarismos são indicados.
b) Ordinais:
c) Multiplicativos:
122
TÓPICO 1 | NUMERAL
d) Fracionários:
NOTA
Você percebeu que não usamos vírgulas, certo? É porque na escrita dos
números por extenso não se põe vírgula, ok?
Além disso, não devemos usar ponto na escrita dos anos: 1978, 2001, 2004
etc.
Numeral
depois do substantivo:
123
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
UNI
Indicação de leitura!
O site Redação Criativa (http://www.redacaocriativa.com.br/grafia-de-numerais-dicas-para-
uso-cotidiano-e-provas-de-vestibulares-e-enem.html) apresenta uma série de dicas úteis de
como grafar os numerais em textos de nosso dia a dia.
Além dele, Maria Tereza de Queiroz Piacentini, no site Kplus: <http://www.kplus.com.br/
materia.asp?co=131&rv=Gramatica>, esclarece dúvidas quanto ao uso e grafia de números e
numerais. Vale a pena conferir!
124
RESUMO DO TÓPICO 1
• Classificação:
• Flexão:
- Cardinais: são invariáveis, com exceção de um, dois (uma, duas) e as centenas
acima de cem (duzentos/duzentas, trezentos/trezentas).
125
AUTOATIVIDADE
a) 7.662.251 –
b) 15.713.068 –
c) 2.011.005 –
d) 542 –
a) Século III –
b) Século XIX –
c) Capítulo V –
d) Leão XIII –
126
UNIDADE 3
TÓPICO 2
ARTIGO
1 INTRODUÇÃO
Puxa, já estamos na sexta classe de palavras. Pretendemos agora desvendar
os segredos dos artigos. É, segredos sim, porque o entendimento sobre os artigos
ajuda a entender melhor outras classes gramaticais. O caminho, você já sabe.
Primeiro sempre é bom compreender o conceito, depois seguimos estudando
outros tópicos relacionados à classificação, à flexão etc. Os artigos desempenham
um papel importante no interior do texto.
2 CONCEITO
É a palavra colocada antes de um substantivo para defini-lo ou indefini-
lo. Você entendeu o conceito? O trecho a seguir deve ajudá-lo a compreender a
definição:
127
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
128
TÓPICO 2 | ARTIGO
O olhar perdido e o corpo frágil indicavam que ela não estava bem.
- Após o pronome relativo cujo (cujos, cuja, cujas) não devemos empregar
artigo:
- Antes das palavras casa (no sentido de lar) e terra (no sentido de chão
firme) não devemos usar artigo, veja:
Antes da maioria dos nomes de lugar não usamos artigos, portanto, fique
esperto:
129
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
Antes dos pronomes possessivos você pode usar ou não o artigo, isto é, é
facultativo o seu emprego nesta situação:
E
IMPORTANT
Note que é crescente, na fala e em texto, o uso de Na minha opinião, que para
os autores Cunha e Cintra (2008) se constituiria em um erro.
130
TÓPICO 2 | ARTIGO
Antes de nomes de pessoas geralmente não usamos artigos, a não ser que
haja a ideia de familiaridade ou afetividade, observe:
Nos dois exemplos o artigo, associado ou não à preposição que rege o nome
ou o verbo, assumiu a função de pronome demonstrativo. Em ambas as frases o
sentido é:
Ao fazermos uso do nome dos meses, também não usamos o artigo, exceto
se o mês estiver qualificado, adjetivado.
131
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
Há, porém, uma exceção. Veja o que dizem Cunha e Cintra (2008, p. 233):
Não podemos nos esquecer do emprego dos artigos indefinidos, afinal, eles
são bastante utilizados em nosso idioma. Como já vimos antes, o artigo indefinido
apresenta um ser ou objeto ainda não conhecido do interlocutor (ouvinte ou leitor),
no entanto, há alguns empregos dessa classe de palavras que ultrapassam esse
conceito geral.
132
TÓPICO 2 | ARTIGO
133
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
134
TÓPICO 2 | ARTIGO
LEITURA COMPLEMENTAR
COESÃO
(1) Era uma vez, num país muito distante, um rei que tinha uma filha muito
amada, que vivia triste e não sorria nunca. Um dia, preocupado com a menina,
o rei decidiu convocar todos os seus súditos e (...)
(2) Uma vez, num congresso em São Paulo, entrei em um auditório lotado e
pensei ter reconhecido, de costas, um velho amigo de Recife. Não tive dúvida:
cheguei por trás e lhe dei um beijo na face. Um rosto completamente estranho
me olhou assustado, sorriu e retribuiu o beijo. Eu saí de fininho, como se nada
de mais tivesse acontecido. Ainda bem que o aluno da PUC era educado e teve
presença de espírito...
No texto (2) acontece algo um pouco diferente, que torna mais fácil
compreender que a coesão não vem pronta, mas apenas sinalizada no texto. O
artigo definido em “o aluno da PUC” convida o leitor a tomar essa informação
135
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
como dada, conhecida, embora seja a primeira vez que ela aparece no texto. Para
entender o texto, o leitor deverá considerar essa marca linguística, relacioná-la
com os elementos anteriores “congresso”, “em São Paulo”, “auditório” e inferir que
o rapaz beijado por engano era aluno da PUC. A associação entre as expressões
“o aluno da PUC” e “um rosto completamente estranho” não está feita no texto, foi
produzida ‘na cabeça’ do autor e precisa ser estabelecida pelo leitor. Ao relacionar
essas duas expressões, o leitor está construindo a coesão, estabelecendo a cadeia
de referentes, a partir da qual ele produz a coerência e entende o texto.
136
TÓPICO 2 | ARTIGO
FONTE: Extraído de: COSTA VAL, Maria da Graça. Texto, textualidade e textualização. In:
CECCANTINI, J. L. Tápias; PEREIRA, Rony F.; ZANCHETTA JR., Juvenal. Pedagogia Cidadã:
cadernos de formação: Língua Portuguesa. v. 1. São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação,
2004, p. 113-128.
137
RESUMO DO TÓPICO 2
138
AUTOATIVIDADE
2 Indique o artigo que deve ser usado antes dos substantivos a seguir. A
consulta a um bom dicionário vai ajudá-lo(a):
139
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas I, II e III estão corretas.
b) ( ) As afirmativas I e II estão corretas.
c) ( ) A afirmativa I está correta.
d) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
7 A manhã era linda (A borboleta) veio por ali, modesta e negra, espairecendo
as suas borboletices, sob a vasta cúpula de um céu azul, que é azul para todas
as asas. Passa pela minha janela, entra e dá comigo. Suponho que nunca
teria visto um homem; não sabia, portanto, o que era o homem; descreveu
infinitas voltas [...]. (Machado de Assis).
A sequência correta é:
a) CCEE.
b) ECEC.
c) ECCE.
d) CEEC.
140
11 Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
141
142
UNIDADE 3
TÓPICO 3
PRONOME
1 INTRODUÇÃO
Oi, chegamos a mais um tópico. Agora vamos estudar juntos os
pronomes. Inicialmente, vamos discutir o que é o pronome para depois conhecer
sua classificação, flexão, emprego, etc. Esta é mais uma classe de palavras com
importante função para o estabelecimento da coesão e da coerência textuais.
2 CONCEITO
O exemplo a seguir pode nos ajudar a entender com clareza o que são os
pronomes.
Exercícios físicos fazem bem à saúde, mas não devemos praticá-los sem
orientação médica.
143
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
E
IMPORTANT
Falando ainda de pronomes pessoais, você deve lembrar que estes podem
ser retos ou oblíquos. Dizemos pronomes retos quando funcionam como sujeito
da oração e pronomes oblíquos quando funcionam como objeto (direto ou
indireto). Acompanhe-nos no quadro a seguir e você entenderá com bastante
facilidade essa divisão.
as formas o, a, os e as:
Elas assumem as formas lo, la, los e las quando associadas a verbos
terminados em –r, –s ou –z. Veja os exemplos a seguir.
144
TÓPICO 3 | PRONOME
Se você analisar os casos a seguir, verá que as formas nos, vos e se podem
exprimir também a reciprocidade da ação, ou seja, que a ação é mútua entre dois
ou mais indivíduos.
145
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
Vossa Alteza deseja mais alguma coisa? (a forma verbal deseja está
empregada na 3a pessoa).
146
TÓPICO 3 | PRONOME
NOTA
E
IMPORTANT
Este (e suas flexões): indicam o que está perto da pessoa que fala (1ª pessoa do
discurso). Também indicam tempo presente.
148
TÓPICO 3 | PRONOME
Esse (e suas flexões): indicam o que está perto da pessoa com quem se fala (2ª
pessoa do discurso). Também indicam tempo passado ou tempo futuro pouco
distante.
Aquele (e suas flexões): indicam o que está distante tanto da pessoa que fala
(1ª pessoa) como da pessoa com quem se fala (2ª pessoa). Expressam também
passado vago ou muito remoto.
Aquele carro no outro lado da rua é meu.
Naquele tempo, gostava muito de ir de casa para o colégio andando.
Quando usados no interior dos textos (falados ou escritos), percebemos
que:
Este (s), esta (s): fazem referência a alguma coisa que ainda vai ser falada:
O tema do evento é este: liderança e gestão de pessoas.
Esse (s), essa(s): fazem referência a alguma coisa que já foi dita:
Comprometimento, habilidades técnicas e pontualidade, são essas as exigências
para o cargo.
149
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
Como interrogativos, temos: que, quem, qual, quais, quanto (s), quanta (s).
Comprei o livro.
O professor pediu o livro.
150
TÓPICO 3 | PRONOME
NOTA
Olha, você não precisa ficar preocupado, vamos falar sobre preposições nesta
unidade ainda. Mas, para você entender o exemplo anterior, é bom saber que a preposição
acompanha o verbo referir, no segundo exemplo.
Que: é usado com referência a pessoas ou coisas. Pode ser substituído por o
qual, os quais etc.
151
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
Cujo: expressa relação de posse entre o antecedente e o termo que ele especifica.
152
TÓPICO 3 | PRONOME
LEITURA COMPLEMENTAR
[...]
• Meu sobrinho de cinco anos está cada dia mais esperto e engraçado. Outro dia
ele me pediu um presente de Dia das Crianças “rápido e sem burocracia”!!!
Já nos exemplos abaixo (a) e (b), temos exemplos usuais, embora não
‘canônicos’:
(a) No primeiro dia de aula, ela perguntou o nome de todo mundo, conversou, foi
muito simpática, mas já passou tarefa para casa.
(b) Tenho a maior gratidão a essa equipe médica, porque eles salvaram a vida do
meu pai.
153
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
FONTE: COSTA VAL, Maria da Graça. Texto, textualidade e textualização. In: CECCANTINI, J. L.
Tápias; PEREIRA, Rony F.; ZANCHETTA JR., Juvenal. Pedagogia Cidadã: cadernos de formação:
Língua Portuguesa. v. 1. São Paulo: UNESP, Pró-Reitoria de Graduação, 2004, p. 113-128.
154
RESUMO DO TÓPICO 3
• Classificação:
a) Pronomes pessoais: se referem às pessoas do discurso. Dividem-se em:
- Retos (funcionam como sujeito): eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas.
- Oblíquos (complemento): me, mim, comigo, te, ti, contigo, se si, consigo,
o, a, lhe, ele, ela, nós, nos, conosco, vós, vos, convosco, se, si, consigo,
os, as, lhes, eles, elas.
155
AUTOATIVIDADE
1 Verifique qual das alternativas traz a melhor união do par de frases usando
pronome relativo:
156
6 Assinale a alternativa INCORRETA:
157
158
UNIDADE 3
TÓPICO 4
PREPOSIÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Olá, depois de você ouvir falar tanto sobre as preposições em tópicos
anteriores, chegou a hora de conhecê-las mais a fundo. Existem várias preposições,
que estabelecem as mais diversas relações. Você vai analisar as preposições
essenciais, acidentais, as locuções prepositivas, as combinações e as contrações.
2 CONCEITO
São formas linguísticas que não possuem independência, isto é, não podem
aparecer sozinhas no discurso. As preposições ligam duas palavras, assim:
A preposição (de) faz a ligação entre gosto (termo principal) e viajar (termo
complementar). De une os termos, de modo que o sentido do primeiro (gosto) é
completado ou explicado pelo segundo (viajar). Veja outros casos:
159
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
E
IMPORTANT
Ao longo do seu curso você vai estudar a sintaxe, isto é, uma parte da gramática
dedicada à compreensão da relação existente entre os termos que formam uma frase.
Nesta fase, certamente vamos falar sobre as preposições novamente, uma vez que elas
se antepõem a objetos indiretos, complementos nominais, adjuntos, enfim, conceitos que
serão explorados no momento certo. Agora, basta que você tenha bastante clareza do que
são e quais são preposições disponíveis na língua portuguesa.
a com em sem
ante contra entre sob
após de perante sobre
até desde por trás
160
TÓPICO 4 | PREPOSIÇÃO
Nos dois casos o acento grave (`) indica que houve uma fusão entre o a
(preposição) e o a (artigo), portanto, ocorreu o fenômeno chamado de crase.
161
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
E
IMPORTANT
Você já deve ter percebido que somente haverá crase, no caso que acabamos
de mencionar, se o verbo for regido por uma preposição a e na sequência vier um substantivo
feminino que permita o uso dos artigos definidos a, as.
Veja os exemplos:
162
TÓPICO 4 | PREPOSIÇÃO
Perceba que para que não haja uma repetição de duas letras iguais, ocorre
a contração ou a crase.
Voltamos a casa.
E
IMPORTANT
163
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
j) Diante de verbos:
E
IMPORTANT
Optamos por colocar uma lista bem completa para que você possa
consultar sempre que tenha dúvidas.
à altura (de)
à americana
164
TÓPICO 4 | PREPOSIÇÃO
à argentina à paisana
à baiana à passarinho
à baila à paulista
à base de à porta
à beça à praia
à beira (de) à primeira vista
à beira-mar à procura (de)
à brasileira, à proporção que
à caça (de) à prova
à cata (de) à prova d’água
à custa (de) à prova de fogo
à deriva à queima-roupa
à disposição à razão (de)
à entrada (de) à raiz
à escolha (de) à rédea curta
à espera (de) à retaguarda
à espreita (de) à revelia
à exaustão à risca
à evidência à saúde de
à flor da pele às cegas
à francesa às claras
à feição às costas
à força à semelhança de
à frente às escondidas
à guisa de às escuras
à imitação de às favas
à janela às gargalhadas
à larga às lágrimas
à livre escolha às mil maravilhas
à Luís XV às moscas
à mão às ocultas
à mão armada à sombra (de)
à máquina às ordens (de)
à margem (de) à sorte
à medida que às portas de
à meia-noite às pressas
à mercê (de) às vésperas (de)
à mesa às vezes
à mesma hora à tarde
à milanesa à toa
à míngua (de) à tona (de)
à minha espera à traição
à moda (de) à venda
à maneira à vontade
à morte chegar à conclusão
à mostra dar à luz
à noite dar a mão à palmatória
165
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
166
TÓPICO 4 | PREPOSIÇÃO
Você leu com atenção os valores que uma mesma preposição pode indicar?
Não?, pois então volte à lista e perceba que a preposição com, por exemplo,
pode expressar causa, companhia, instrumento e modo. Este fato mostra que
precisamos ficar atentos ao contexto e não preocupados em decorar conceitos.
167
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
LEITURA COMPLEMENTAR
Queilla Moraes
É cada vez mais frequente, tanto na língua falada quanto na escrita, nos
depararmos com sentenças (condenadas pelos gramáticos como incorretas) em
que ocorre a substituição de “a” por “para”, “em” e “de”.
De acordo com Bagno (2001, p. 145), essa substituição pode ser explicada
pelo fato de não haver na fonética brasileira distinção entre a preposição simples
“a” e a combinada com o artigo, que resulta a crase “à”, podendo assim causar
riscos de ambiguidade, como em: Recomendei a professora à escola, que permite ao
leitor/ouvinte duas possibilidades de interpretação “A professora foi recomendada
à escola”, que seria o verdadeiro sentido, ou
168
TÓPICO 4 | PREPOSIÇÃO
Percebe-se, portanto, que a troca da preposição “a” por outra ocorre com
variados tipos de verbos: estáticos, indicadores de repouso, situação (Estava
falando no telefone / Estava falando ao telefone), com verbos indicadores de
movimento (Vou no mercado / Vou ao mercado), com verbos indicadores de
sentido/destino (Emprestei o livro para João / Emprestei o livro a João), com verbos
que indicam meio ( Andei de cavalo / Andei a cavalo). Porém, em alguns casos,
de tão estigmatizada, acaba sendo utilizada pelos falantes como frase feita, Como
em: Andar a cavalo/Andar a pé.
Este declínio do uso da preposição “a” não significa dizer que acontece pelo
simples fato de o falante não saber utilizá-la. O que ocorre é apenas um reflexo da
linguagem informal, ou seja, apesar de conhecerem a forma correta, muitos falantes
dão preferência à forma que consideram mais fácil de ser entendida, que já estão
acostumados e que acontece com mais frequência em seu cotidiano. Porém, esse
constante apego à linguagem falada e corriqueira pode acarretar deslizes quando
for necessário recorrermos à linguagem escrita formal.
BIBLIOGRAFIA
FONTE: MORAES, Queilla. (Des) Uso da preposição “A” no português do Brasil. Publicado em
12 mar. 2009. Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/15494/1/Des-Uso-da-
Preposicao-a-no-Portugues-do-Brasil/pagina1.html#ixzz123OFseEM>. Acesso em: 5 out. 2010.
169
RESUMO DO TÓPICO 4
• Preposição: palavra que liga dois termos da oração, estabelecendo entre eles
relações de dependência e de sentido.
Agiu com cautela.
Precisa de ajuda.
170
AUTOATIVIDADE
2 Saiu às pressas.
Na frase acima, a preposição destacada expressa uma determinada relação.
Verifique qual das alternativas a seguir estabelece essa mesma relação.
3 “Sentado num banco de pedra, José Alferes sente aumentar sua irritação
pelas lisonjas, as apresentações cerimoniosas, os gestos delicados. Rejeitava
firme, às vezes duro, novas solicitações para aderir aos grupos de criaturas
cativantes e vazias.” (RUBIÃO, Murilo. O convidado. In: TUFANO, Douglas
(Org.). Antologia do conto brasileiro: do romantismo ao modernismo. São
Paulo: Moderna, 1994, p. 82).
3.1 Sobre o fragmento acima, as formas num, pelas, aos, de podem ser
classificadas como:
a) ( ) Fim e causa.
b) ( ) Tempo e modo.
c) ( ) Instrumento e matéria.
d) ( ) Matéria e causa.
171
4 Assinale a opção em que o “a” sublinhado nas duas frases deve receber
acento grave indicativo de crase:
a) ( ) Quem recorre às escolas de jornalismo deve saber que terá acesso apenas
às informações básicas acerca da profissão.
b) ( ) Não dá para ensinar jornalismo à todo aquele que se dispõe à fazer o
curso.
c) ( ) Ocorrendo à falta de talento, um diplomado não terá acesso à nenhum
órgão da imprensa.
d) ( ) Instituindo-se à obrigatoriedade do diploma, muitos profissionais
competentes poderão ficar à ver navios.
8 Não nos víamos ..... tanto tempo, que ..... primeira vista não ..... reconheci.
a) ( ) a – à – a.
b) ( ) a – à – há.
c) ( ) há – à – a.
d) ( ) há – a – há.
172
9 A população de miseráveis não tem acesso ...... quantidade mínima de
alimentos necessária ...... manutenção de uma vida saudável, equivalente
...... uma dieta de 2000 calorias diárias.
173
174
UNIDADE 3
TÓPICO 5
CONJUNÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Existem classes de palavras na língua portuguesa capazes de estabelecer
relações entre as palavras, são as chamadas palavras relacionais. Acabamos
de estudar a classe que faz ligação entre duas palavras, isto é, as preposições;
agora, conheceremos a classificação e o funcionamento das conjunções, que ligam
palavras e orações. As conjunções desempenham um papel fundamental nos
textos que produzimos e lemos todos os dias, você vai perceber...
2 CONCEITUANDO
Conjunção é uma palavra invariável (não sofre flexão, lembra?), cuja
função é relacionar orações ou dois termos dentro da mesma oração. Vamos
exemplificar para entender melhor a função das conjunções:
175
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
Para você entender bem: alegria e tristeza são dois substantivos (portanto,
têm o mesmo valor funcional) e estão conectados pela conjunção e, assim como
os demais exemplos.
176
TÓPICO 5 | CONJUNÇÕES
Estude ou trabalhe!
Ora pulava ora gritava ao saber do resultado.
177
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
NOTA
Algumas delas são: porque, pois, como, visto que, uma vez que, já que etc.
Como estava doente, não veio à aula. (a causa para faltar à aula foi a
doença)
Já que você não veio, fui dormir cedo.
Fui dormir cedo, porque você não veio.
Algumas delas: como, que, do que (depois de mais, menos, maior, menor,
melhor, pior), qual (depois de tal), assim como, bem como etc.
178
TÓPICO 5 | CONJUNÇÕES
Algumas delas: embora, ainda que, mesmo que, se bem que, apesar de
que etc.
d) Condicional: iniciam orações que indicam uma condição para que o fato
expresso na oração principal ocorra.
Algumas delas: se, caso, contanto que, desde que, a não ser que, salvo se.
f) Consecutivas: iniciam uma oração que expressa uma consequência do que foi
declarado na oração principal.
Algumas delas: que (associado com tal, tanto, tão, tamanho), de forma
que, de maneira que, de modo que etc.
Estávamos sem dinheiro, de modo que pedir carona era a única alternativa.
Corremos tanto que mal conseguíamos respirar.
Chegue mais cedo para que possamos ficar mais tempo juntos.
Reuniu todos os documentos a fim de que não houvesse dúvida sobre o
conteúdo do relatório.
179
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
Algumas delas: quando, antes que, depois que, logo que, sempre, assim
que etc.
TURO S
ESTUDOS FU
180
RESUMO DO TÓPICO 5
Conjunção é uma palavra que tem como função conectar dois termos ou duas
orações.
181
AUTOATIVIDADE
FONTE: Fragmentos extraídos de: PEREIRA, Camila. O marketing e a corrupção. Veja, São
Paulo, n. 35, p. 40-48, 31 ago. 2005.
182
2 Leia o texto a seguir:
Cautela, senhores: não se pode enganar muita gente por longo tempo
com tamanha desfaçatez. Somos país pouco desenvolvido, com muita gente
ainda desinformada e por isso facilmente manobrada, mas somos povo
honrado. E os honrados podem se manifestar e na indignação da integridade
— privilégio de poucos.
183
“Blindar” um tumor não ajuda na cura do corpo contrário: é preciso
refletir bem nisso. Que a dolorosa crise propicie uma grande mudança
servindo para crescimento e esclarecimento, novas tomadas de posições,
e um recomeço positivo. Depende de cada um de nós. E, à medida que os
crimes forem comprovados, que sejam varridos os elementos maus de todos
os partidos, e eliminados de seus cargos os corruptos, os incompetentes e os
omissos — que são seus cúmplices.
FONTE: LUFT, Lya. A república do rabo preso. Veja, São Paulo, n. 32, p. 24, 10 ago., 2005.
184
2.4 Assinale a alternativa que contém a sequência correta sobre os valores
expressos pelas conjunções em destaque:
185
186
UNIDADE 3
TÓPICO 6
INTERJEIÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Viva! Vamos tratar da última classe de palavras, as interjeições. Elas estão
presentes na nossa comunicação diária e traduzem nossos estados emotivos. Se
você já quiser um exemplo, tome o viva que usamos no início desta conversa. Ele
transmite a nossa satisfação ao concluirmos as dez classes de palavras da Língua
Portuguesa.
2 CONCEITO
As interjeições são os elementos linguísticos (fonema, palavra, grupo de
palavras) que expressam nossas emoções, apelos, sentimentos, sensações.
Bravo!
Olá!
Silêncio!
187
UNIDADE 3 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II
Procuramos trazer para você os valores das interjeições mais citados nos
manuais.
É bom também que você saiba que alguns autores, como os gramáticos
Celso Cunha e Lindley Cintra, em sua Nova Gramática do Português
Contemporâneo, não consideram as interjeições como uma classe de palavras.
Segundo eles, as interjeições não são classificadas nem como morfemas lexicais
(substantivos, adjetivos, verbos e advérbios de modo), nem como morfemas
gramaticais (artigos, pronomes, numerais, preposições, conjunções, advérbios
e as formas indicativas de número, gênero, tempo, modo e aspecto verbal).
Também não podem ser divididas em formas variáveis e invariáveis. Por conta
disso, os autores as consideram como vocábulo-frase, excluídas, portanto, das
classificações que apresentam em sua obra.
188
RESUMO DO TÓPICO 6
189
AUTOATIVIDADE
a) Desejo: tomara!
b) Pena: coitado!
c) Espanto: credo!
d) Espanto: nossa!
e) Concordância: claro!
f) Apoio: muito bem!
g) Espanto: meu Deus!
h) Pena: meu Deus!
i) Aborrecimento: puxa vida!
j) Desejo: queira Deus!
190
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado (a) acadêmico (a), chegamos ao final do Caderno de Estudos de
Morfologia e desejamos que a leitura tenha sido importante para a construção de
seus conhecimentos sobre este assunto. Afinal, um licenciado em Letras precisa
conhecer a Língua Portuguesa, na qual se insere a Morfologia, seu instrumento
de trabalho.
191
dependência e de sentido. Já sobre as conjunções, estudamos que sua função é ligar
dois termos ou duas orações e que se dividem em coordenadas e subordinadas.
Por último, vimos as interjeições, palavras ou expressões que indicam nossos
sentimentos e emoções.
192
REFERÊNCIAS
BASÍLIO, Margarida. Teoria lexical. 4. ed. São Paulo: Ática, 1995.
LEME, Odilon Soares. A nova ortografia. 2. ed. São Paulo: Barros, Fischer &
Associados, 2009. (Resumão).
LUFT, Celso Pedro. Moderna gramática brasileira. 2. ed. São Paulo: Globo,
2002.
193