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Escola Municipal do Trabalho

Curso Auxiliar
Administrativo
- 2016 -

Nome: __________________________________________________________

Escola: __________________________ Horário: ________________________

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Escola Municipal do Trabalho

ÍNDICE
UNIDADE 1 – ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS ................................................................................. 3

UNIDADE 2 - FUNDAMENTOS DE RECURSOS HUMANOS E DEPARTAMENTO PESSOAL ............... 16

UNIDADE 3 - NOÇÕES DE CONTABILIDADE.................................................................................... 69

UNIDADE 4 - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ................................................................................. 86

UNIDADE 5 – ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ............................................................................... 107

UNIDADE 6 – NOÇÕES DE ARQUIVO ............................................................................................ 114

UNIDADE 7 – ESTOQUE E ARMAZENAGEM ................................................................................. 125

BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................... 131

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UNIDADE 1 - ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS

1.1. Constituição e Legalização de empresas

Estamos acostumados a admirar as modernas invenções e descobertas que sur-


gem a cada instante graças ao avanço da tecnologia e da capacidade inventiva do ser
humano. Todavia, nos esquecemos de saber onde essas maravilhas são criadas, inventa-
das, projetadas, construídas e comercializadas. Na verdade estamos falando de organi-
zações: as mais sofisticadas e complexas invenções do homem moderno. De fato, a in-
venção mais poderosa e que proporciona a invenção de todas as demais maravilhas de
que desfrutamos hoje é a organização administrada.

As Organizações
Vivemos em uma sociedade de organizações, e tudo o que precisamos para viver
provêm delas. São as organizações que criam maravilhas. Na sociedade atual, quase to-
do o processo produtivo é realizado dentro das organizações, das quais dependem para
nascer, viver, aprender, trabalhar, ganhar seu salário, curar suas doenças e obter todos
os produtos e serviços que necessitam. Assim, dentre todas as criações do homem, a
invenção mais completa é, sem dúvida, a organização administrada. Cada organização
constitui uma criação particular, uma invenção singular, uma entidade única, pois tem
características próprias, seus recursos, suas competências, seus objetivos etc. Enfim,
cada organização possui o seu próprio DNA, a sua própria natureza, as sua característi-
cas individuais e específicas. Da mesma forma, como não existem duas pessoas iguais
também não existe duas organizações iguais. Elas são profundamente diferentes umas
das outras.
Existe uma infinidade de organizações, desde gigantescas empresas e corpora-
ções multinacionais até pequenas e microempresas. Elas atuam em todos os tipos de
negócios: organizações públicas, privadas e não governamentais. Existem organizações
lucrativas e não lucrativas, industriais, comerciais, extrativas etc. As organizações são
comumente chamadas de organizações sociais por serem associações de pessoas que

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trabalham em conjunto para o alcance de objetivos comuns. Essa é a razão pela qual
elas alcançam objetivos que nenhuma pessoa poderia alcançar sozinha ou individual-
mente. O esforço em conjunto permite resultados incríveis. Uma das razões que expli-
cam a enorme variedade e diversidade das organizações no mundo atual é o fato de ser
mais eficiente e eficaz meio de satisfazer um grande número de necessidades humanas.
Por outro lado, não existem organizações sem pessoas. São as pessoas que dão vida e
inteligência às organizações. Mas para serem bem-sucedidas, as organizações precisam
ser administradas.
Mas afinal, o que são organizações? São unidades ou agrupamentos humanos in-
tencionalmente construídos ou reconstruídos a fim de atingir objetivos específicos. Elas
não constituem uma unidade pronta e acabada, mas um organismo social vivo e sujeito
a constantes mudanças e transformações em seu caminho de desenvolvimento, apren-
dizado e busca de excelência.

As Empresas
As empresas são exemplos típicos de organizações sociais geralmente chamadas
de organizações lucrativas, embora existam empresas sem qualquer finalidade de lucro.
As empresas são organizações sociais por serem associações de pessoas que trabalham
em conjunto para a exploração de algum tipo de negócio ou atividade lucrativa. Na ver-
dade, as empresas são organizações sociais que utilizam uma cadeia de recursos a fim
de atingir determinados objetivos.

Como vimos, a empresa é uma organização econômica em que são reunidos e


combinados fatores de produção, desenvolvendo uma determinada atividade com obje-
tivo de lucro.

Elementos ou recursos de uma empresa


Para que uma empresa consiga atingir seu objetivo, é necessária a união de qua-
tro elementos ou recursos, a saber:
Humanos: são os funcionários organizados em uma hierarquia. É o elemento mais im-
portante para que a empresa alcance seus objetivos.
Materiais: as máquinas que se destinam a produzir bens: ferramentas, veículos, compu-
tadores, maquinário, etc.

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Técnicos: as habilidades para desenvolver o objeto social da empresa, ou seja, saber li-
dar com o que se propõe a fazer.
Financeiros: de fundamental importância, é o capital empregado na produção de bens,
na atividade comercial e/ou serviços.

Pessoa física
É o indivíduo ou pessoa natural dotada de vontade própria e capaz de direitos e
obrigações.

Pessoa jurídica
Há duas formas de entender a pessoa jurídica, a saber:
Empresário: um novo tipo de opção àquelas pessoas que pretendem se inscrever como
pessoa jurídica, independente de ser comerciante ou prestador de serviços, em que o
titular responde ilimitadamente por todos os atos praticados pela empresa.
Sociedade: a união de dois ou mais sócios que têm responsabilidade solidária e limitada
perante os compromissos assumidos.

Missão da empresa
A partir do conceito de negócio formulado e definida a forma jurídica, deve-se
desenvolver a declaração de missão da empresa em termos das metas que deverão ser
atingidas, relacionadas a: natureza e qualidade dos produtos, e/ou serviços oferecidos,
preços, relacionamento com clientes, com os funcionários e com outras empresas do
setor, características do ambiente de trabalho e estilo de administração, incorporação
de novas técnicas e tecnologias, perspectivas de crescimento e lucros, relacionamento
com a comunidade e com o meio ambiente.

Natureza das empresas


As empresas são classificadas quanto à sua forma, como segue:
Empresa de prestação de serviços: Empresas que vendem um serviço prestado dire-
tamente ao cliente. Geralmente têm estrutura simples porque não necessitam de
estoque. A grande força desse tipo de negócio são as pessoas. Exemplos: clínica de
estética, salão de beleza, assessoria contábil, consertos de equipamentos, dentre
outras.

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Empresa comercial: A atividade essencial é comercializar bens e produtos. Essa co-


mercialização pode se dar em termos de varejo ou distribuição. No varejo o forne-
cedor vende diretamente ao consumidor final em quantidades geralmente peque-
nas, para seu próprio consumo. Essa empresa normalmente tem estoque e paga
comissões por vendas, lidando diretamente com o público. Neste caso, as pessoas
também são a grande força do negócio. Exemplos: supermercados, farmácias, ma-
gazines. Na distribuição trata-se de empresas comerciais que atuam em determina-
das áreas geográficas e são responsáveis por colocar determinados produtos no
mercado. Muitas vezes essas empresas também vendem no varejo. Exemplo: ataca-
distas.
Empresa industrial: A empresa fabrica produtos mediante encomendas ou para
formar estoques, utilizando para isso insumos ou produtos elaborados por outros
fabricantes. Exemplos: indústria de alimentos, indústria de vestuário.
Empresa mista: Combina característica de mais de um tipo de negócio. Exemplo:
padaria que fabrica e comercializa seus produtos.

Razão Social
É o atributo legal que consta na escritura ou no documento de constituição para
identificar uma pessoa jurídica e demonstrar a sua constituição legal

Nome Fantasia
Também conhecido como nome comercial ou nome de fachada, é a designação
utilizada por uma instituição, seja ela de ordem pública ou privada, sob a qual ela se tor-
na conhecida do público. Essa denominação opõe-se à razão social que é o nome utiliza-
do perante os órgãos públicos de registro das pessoas jurídicas.
O nome fantasia pode ser formado a partir de palavras ou expressões contidas na
própria razão social, bem como a partir da criatividade do empresário.
De conformidade com o direito comercial, o registro de um nome fantasia dá-se
perante os órgãos de registro de marcas e patentes, resguardando o direito a sua utiliza-
ção ao primeiro que o registra.

Marcas
O assunto é regulado pela Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996 e interpreta como
marca todo o sinal distintivo (palavra, figura, símbolo etc.) visualmente perceptível, que

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identifica e distingue produtos e serviços de outros iguais ou semelhantes, de origens


diversas, bem como certifica a sua conformidade com determinadas normas ou especifi-
cações técnicas.
Qualquer pessoa, tanto física quanto jurídica, que esteja exercendo atividade
legalizada e efetiva pode requerer o registro de uma marca, que se obtém pelo Instituto
Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
A marca registrada perante o INPI garante ao seu proprietário o direito de uso
exclusivo em todo o território nacional em seu ramo de atividade econômica.

Legalização da Empresa
Para legalização definitiva de uma empresa, algumas providências devem ser
tomadas antes do efetivo início de suas atividades.
Inicialmente, o Contrato Social e os documentos dos sócios devem ser levados à
Junta Comercial ou ao Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Algumas taxas (que va-
riam de acordo com o estado) devem ser pagas. Após isso, o representante da empresa
receberá o NIRE (Número de Identificação de Registro da Empresa). Com o NIRE é possí-
vel seguir para os próximos passos:

Receita Federal
Expede o número do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).
Exemplo: 01.001.785/0001-01
Os números após a barra correspondem à unidade da empresa;
Os dois últimos números correspondem ao dígito verificador que testa se o CNPJ
é verdadeiro ou falso;
Esse sistema foi desenvolvido para melhorar as informações e controle da Recei-
ta Federal. Junto com esse sistema foram implantadas pela Secretaria políticas
para desenvolvimento de tecnologia e informação.

Inscrição Estadual
As empresas que realizam operações de compra e venda, tanto de produtos co-
mo de mercadorias, são consideradas CONTRIBUINTES perante o ESTADO, devendo ob-
ter a Inscrição Estadual. Os governos estaduais têm à disposição dos contribuintes e em-
presas os Postos Fiscais Eletrônicos, que oferecem muitos serviços, especialmente a DE-

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CA ESTADUAL.

Inscrição Municipal
Para finalizarmos o processo de abertura e para que possamos colocar a empresa
em funcionamento é necessária uma inscrição municipal e posteriormente requerer o
alvará ou licença de funcionamento.

Previdência Social
Ainda que inicialmente só os sócios trabalhem na empresa, é necessário fazer o
cadastro no INSS em até 30 dias após o início das atividades.

1.2. Contrato Social


Para constituirmos uma sociedade, é necessária a elaboração do Contrato Social,
pois é o instrumento jurídico que irá reger e definir por meio de suas normas a nova
empresa.
As cláusulas contratuais refletem as disposições de vontade dos sócios modelan-
do o funcionamento da sociedade e definindo seus contornos mais peculiares.
É importante destacar que o contrato das limitadas é composto por cláusulas
contratuais essenciais ou obrigatórias, sem as quais não podem ser arquivados no regis-
tro competente, e de cláusulas facultativas, que são livres, representando a expressão
máxima da autonomia da vontade dos sócios.
Veja na página seguinte um modelo de Contrato Social comumente utilizado pe-
las Sociedades Limitadas:

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Contrato Social de Constituição da Empresa Silveira & Silveira Ltda.


1. Joaquim Barbosa Silveira, brasileiro, casado sob a comunhão parcial de bens, comercian-
te, CPF nº 230.688.688-94, RG nº 12.323.636-7, residente e domiciliado na Rua Barão de
Jacareí, 236, Jardim do Vale, CEP: 12030-690, Taubaté/SP e,
2. Silvio Silva Silveira, brasileiro, solteiro, estudante, CPF nº 333.333.688-54, RG nº
45.565.899-3, residente e domiciliado na Rua Visconde de Tremembé, 128, Jardim do
Vale, CEP: 12030-691, Taubaté/SP, constituem uma sociedade limitada mediante as se-
guintes cláusulas:
1ª A sociedade girará sob o nome empresarial de Silveira & Silveira Ltda. e terá sede e domi-
cílio na Rua Viscondessa de Cruzeiro, 456, Jardim do Vale, CEP: 12030-692, Taubaté/SP.
2ª Seu objeto social será Comércio – Mini Mercado.
3ª O capital social será de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), dividido em quatro quotas de valor
nominal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), cada uma, subscritas, e integralizadas, neste ato,
em moeda corrente do país, pelos sócios:
Joaquim Barbosa Silveira, 3 quotas – R$ 60.000,00
Silvio Silva Silveira, 1 quota – R$ 20.000,00
Total....................4 quotas – R$ 80.000,00
4ª A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem
solidariamente pela integralização do capital social.
5ª As quotas são indivisíveis e não poderão ser cedidas ou transferidas a terceiros sem o con-
sentimento do outro sócio, a quem fica assegurado, em igualdade de condições e preço, o
direito de preferência para sua aquisição se postas à venda, formalizando, se realizada a ces-
são delas, a alteração contratual pertinente.
6ª A sociedade iniciará suas atividades em 60 dias e seu prazo de duração é por tempo deter-
minado.
7ª A administração da sociedade caberá ao sócio Joaquim Barbosa Silveira, com poderes e
atribuições de representar a sociedade em todos os seus aspectos, podendo os sócios assinar
na forma isoladamente ou em conjunto, autorizado o uso do nome empresarial, vedado, no
entanto, em atividades estranhas ao interesse social ou assumir obrigações, seja em favor de
qualquer dos quotistas ou de terceiros, bem como onerar ou alienar bens imóveis da socieda-
de, seu autorização do outro sócio.
8ª Ao término de cada exercício social, em 31 de dezembro, o administrador prestará contas
justificadas de sua administração, procedendo à elaboração do inventário, do balanço patri-
monial e do balanço de resultado econômico, cabendo aos sócios, na proporção de suas quo-
tas, os lucros ou perdas apurados.
9ª Fica eleito o foro de Taubaté para exercício e o cumprimento dos direitos e obrigações re-
sultantes deste contrato.

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10ª O administrador declara, sob as penas da Lei, que não está impedido de exercer a admi-
nistração da sociedade, por lei especial, ou em virtude de condenação criminal, ou por se en-
contrar sob os efeitos dela, a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, ou
contra a economia ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra
normas de defesa de concorrência, contra as relações de consumo, fé pública, ou a proprie-
dade.
E por estarem assim justos e contratados assinam o presente instrumento em 4 vias, na pre-
sença de duas testemunhas.
Taubaté, 2 de agosto de 2013.

JoaquimBSilveira.SiSilSilveira.
Joaquim Barbosa Silveira Silvio Silva Silveira

Testemunhas:
LisBarboSilveira .
Lisbela Barbosa Silveira
RG: 55.630.455-8

Ruth Ronsen .

Ruth Ronsen
RG: 23.222.555-7

Visto do Advogado: CarlosRochaSoares .


Carlos Rocha Soares – OAB nº 888.888.789

1.4. Classificação das Empresas


As empresas podem ser classificadas:

1. Quanto à propriedade:

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Empresas públicas: são as empresas de propriedade do Estado ou com participação


majoritária do Estado. A maior parte delas não tem finalidade lucrativa, embora o lucro
as ajude a garantir sua autonomia e autossubsistência. O objetivo delas é prestar servi-
ços públicos à sociedade, como segurança, saúde, educação etc.;
Empresas privadas: são as empresas de propriedade particular. O objetivo delas é pro-
duzir bens (produtos) ou prestar serviços a fim de obter lucro suficiente para remune-
rar o capital investido por particulares, como proprietários, acionistas, investidores.

2. Quanto ao tipo de produção:


Primárias ou extrativas: têm como objetivo a extração de matérias-primas da natureza,
como as empresas agrícolas, de mineração, de perfuração e extração de petróleo etc.;
Secundárias ou de transformação: têm como objetivo o processamento e transforma-
ção de matérias-primas em produtos acabados.
Terciárias ou prestadoras de serviços: têm como objetivo a prestação de serviços espe-
cializados para a sociedade ou para um determinado mercado.
3. Quanto ao tamanho:
Grandes: quando tem muitos empregados e grandes recursos e instalações físicas;
Médias: quando o número de empregados é médio, os recursos disponíveis e o tama-
nho das instalações são também médios;
Pequenas: são as empresas que têm poucos empregados, poucos recursos e pequenas
instalações.

Classificação das empresas


Esta classificação obedece a vários critérios, tais como ramo de atividade, núme-
ro de empregados, faturamento, capital etc. O critério mais utilizado é classificar as em-
presas de acordo com o número de empregados:
Microempresas: de 0 a 9 empregados;
Pequena: de 10 a 99 empregados;
Média: de 100 a 500 empregados;
Grande: acima de 500 empregados.

Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP)


A Lei nº 9.841/99 de 05 de outubro de 1999, denominada Estatuto das Microem-
presas e Empresas de Pequeno Porte, caracteriza como microempresa (ME) as pessoas

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jurídicas e firmas individuais que tiverem receita bruta anual igual ou inferior a R$
360.000,00. Pela mesma lei, são consideras empresas de pequeno porte (EPP) as pesso-
as jurídicas ou firmas individuais que, não enquadradas como microempresas, tiverem
receita bruta anual superior a R$ 360.000,00e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 – valo-
res monetários em vigor a partir de 01/01/2012.

Quando são bem-sucedidas, todas as empresas de qualquer tamanho tendem a


sobreviver e a crescer. O crescimento organizacional provoca aumento de tamanho e,
consequentemente, de complexidade. Na medida em que as empresas alcançam um
determinado tamanho, todas elas precisam ser administradas para serem bem sucedi-
das.

Questões para Revisão


1) Quais são os elementos ou recursos necessários para que uma empresa inicie suas
atividades?
2) O que é Pessoa Física?
3) O que é Pessoa Jurídica?
4) O que é Contrato Social?
5) Como devemos proceder para legalizar uma empresa?

1.5. Organograma
A estrutura formal de uma empresa é representada graficamente pelo organograma.
Ao analisar um organograma podemos observar:
• Hierarquia;
• Definição de cargos;
• Divisão de trabalho;
• Responsabilidades.
Na confecção de um organograma deve ser observada a estrutura organizacional
da empresa.
Existem vários tipos de organogramas. Entre eles, encontramos:
• Clássico (ou linear): Constituído de retângulos (cargos ou órgãos da empresa),
colocados de forma a possibilitar a análise da estrutura da esquerda para a di-

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reita e de cima para baixo, ligados entre si (relações de comunicação) através


de um traço vertical ou horizontal. Podem ser representados da seguinte for-
ma:

• Circular ou radial: Constituído de círculos concêntricos, cada um representan-


do um nível hierárquico da organização. No centro do organograma encontra-
se o nível de hierarquia mais elevado. Ao se aproximar da periferia o nível hie-
rárquico diminui.

1.6. Fluxograma
Representa graficamente a rotina de trabalho, evidenciando os movimentos e o tempo
de execução das tarefas.
Pelo fluxograma podem-se visualizar as atividades desnecessárias e a coerência da dis-
tribuição do trabalho entre as pessoas.

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1.7. Cronograma
É um gráfico de planejamento de tempo, isto é, um gráfico em que o padrão de
planejamento e controle é o tempo. Ele é constituído de um gráfico de dupla entrada:
nas linhas horizontais são alinhadas as atividades planejadas, enquanto nas colunas ver-
ticais são marcados os períodos de tempo considerados como padrão. Sua função é re-
lacionar as duas variáveis: atividades em função do tempo, mostrando o início e o tér-
mino de cada atividade por meio de linhas. Geralmente, as linhas cheias representam o
que foi planejado, enquanto as linhas pontilhadas representam o que foi realizado, per-
mitindo comparações rápidas e fáceis.
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
1. Férias escolares
2. Elaboração do Plano Pedagógico
3. Reuniões com professores
4. Elaboração de Calendário Escolar
5. Preparação do material de ensino
6. Período de aulas
7. Primeira prova bimestral
8. Avaliação do 1º bimestre
9. Segunda prova bimestral
10. Avaliação do 2º bimestre
11. Férias escolares

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Questões para Revisão


1) O que é um organograma?
2) O que é um fluxograma?
3) O que é cronograma?

Vídeos Sugeridos
Você é o Dono (2011)
Fantástico (Rede Globo)

Responda às questões:
1) Quais foram as empresas apresentadas?
2) No início, qual foi o maior problema identificado no salão da família Bertocci?
3) Quais orientações passadas pelo Sebrae à empresa de almoço?
4) Quais as orientações passadas para a empresa de limpeza?
5) Você concorda com a alternativa de buscar ideias em outras empresas do mesmo
segmento que a sua? Justifique sua resposta.
6) Qual é a importância do Contrato Social para qualquer empresa?
7) Quais são os principais motivos da falência de pequenas empresas?
8) Quais as orientações passadas aos irmãos Bertocci?
9) Quais os problemas enfrentados pelas 3 empresas?
10) Qual é o papel do dono do negócio no início da empresa?
11) Qual é a palavra chave para o sucesso de qualquer empreendimento?

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UNIDADE 2 - FUNDAMENTOS DE RECURSOS HU-


MANOS E DEPARTAMENTO PESSOAL

Conceito de Recrutamento de Pessoal


O termo Recrutamento tem sua origem na área militar: o recrutamento militar é
a convocação obrigatória de todo cidadão que atinge determinada idade. Na vida em-
presarial, o recrutamento é também uma convocação e um convite, mas sem o compa-
recimento obrigatório do candidato. Mais do que isso, o recrutamento é um sistema de
informação das empresas que constituem o mercado de trabalho e é destinado aos can-
didatos que povoam o mercado de recursos humanos para divulgar ofertas de empre-
gos.
Assim, o recrutamento é um processo de localização, identificação e atração de
candidatos para a organização.
Para que o recrutamento transmita uma imagem pública da empresa favorável
ao mercado de recursos humanos é necessário que seja feito com continuidade e cons-
tância, mesmo que a empresa não tenha vagas em determinados momentos. Isso signi-
fica que, para ser contínuo, o recrutamento exige que a empresa tenha sempre suas
portas abertas aos candidatos que se apresentam. Além disso, a marca e o prestígio da
empresa constituem forças importantes que contribuem fortemente para a atração de
candidatos.

Finalidade e importância do Recrutamento


A finalidade do recrutamento é atrair candidatos para a empresa. Para tanto, o
recrutamento deve: ter em foco quais as oportunidades em aberto na empresa; identifi-
car onde estão situados os candidatos, verificar como informá-los das oportunidades de
trabalho que a empresa oferece; interessá-los e atraí-los a comparecer à empresa para
uma entrevista inicial de triagem.
Quando o candidato comparece à empresa, cessa a atividade de recrutamento e
tem início a atividades de seleção. Recrutamento é a atividade de atração de candidatos,
enquanto seleção é a escolha daqueles candidatos mais adequados às oportunidades de
trabalho existentes na empresa. O recrutamento fornece candidatos e a seleção escolhe
os mais aptos.

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Sem o recrutamento não haveria candidatos para ocupar as oportunidades exis-


tentes na empresa. Esta ficaria às moscas. Quanto melhor o recrutamento, mais e me-
lhores candidatos se apresentam para o processo seletivo. A importância do recruta-
mento reside na sua capacidade de atrair talentos para a empresa. Quando mais atraen-
te for o recrutamento, melhor será o seu desempenho. A atratividade é a força do recru-
tamento em trazer candidatos à empresa.

Fases do Recrutamento
Para atrair candidatos, o recrutamento deve levar em conta as oportunidades
disponíveis na empresa e os possíveis candidatos. Deve localizá-los, informá-los sobre as
oportunidades de trabalho que a empresa oferece e atraí-los para uma entrevista inicial
de triagem. Trocando em miúdos, o recrutamento é um processo constituído de cinco
fases.
1. Análise das requisições de funcionários

Requisição de Funcionários (RF)


Do departamento: Tecnologia Para: Depto. de Recrutamento e Seleção
Cargo a preencher: Secretária Código: T2016
Breve descrição do cargo: Elaboração de Relatórios Financeiros, Atendimento a
clientes, atendimento telefônico, recepção de clientes e colaboradores.

Salário Inicial: R$ 1.500,00


Horário de Trabalho: 8:00h às 17:00h Local de Trabalho: Secretaria/Tecnologia
Escolaridade Necessária: Técnico em Secretariado
Experiência Prévia: Sim. 6 meses de experiência
Conhecimentos Necessários: Atendimento, digitação, informática básica, Excel
Avançado, Internet.

Rubrica do Gerente requisitante: KJones


Data de emissão: 02/01/2016
Data de admissão do candidato: _________________________________________

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Quando algum órgão da empresa precisa preencher uma determinada vaga, o


executivo desse órgão precisa emitir um documento denominado Requisição de Funcio-
nário (RF) e encaminhá-lo ao órgão de Recrutamento e Seleção. A RF constitui uma es-
pécie de ordem de serviço para o órgão de recrutamento e seleção começar a funcionar,
pois nela devem estar contidas todas as informações a respeito da vaga a ser preenchida
e quais as características o futuro ocupante deverá possuir. Assim, a RF funciona com
um starter do processo. A partir do recebimento da RF, o órgão de recrutamento e sele-
ção inicia o processo de recrutamento.

2. Análise das fontes de Recrutamento


De posse da RF, o órgão de recrutamento e seleção analisa onde pode localizar
os candidatos adequados ao preenchimento daquela oportunidade. Trata-se de analisar
as prováveis fontes de recrutamento, isto é, onde recrutar os candidatos. Como o recru-
tamento não tem condições de envolver todo o mercado de RH, por ser impossível em
função de sua enorme amplitude e diversidade, as fontes de recrutamento constituem
os segmentos do mercado de RH onde poderão estar situados os candidatos prováveis
ao processo de recrutamento. As fontes poderão ser tanto geográficas (cidades, bairros,
locais etc.), como poderão ser os meios para chegar até elas (jornais, revistas etc.)

3. Escolha das técnicas de Recrutamento


Localizadas as fontes de recrutamento, a fase seguinte é a escolha das técnicas
mais adequadas para informar os prováveis candidatos sobre a vaga existente na em-
presa e atraí-los. As técnicas de recrutamento serão analisadas mais adiante.

4. Escolha do conteúdo do Recrutamento


O conteúdo do recrutamento é a mensagem que será transmitida aos prováveis
candidatos através das técnicas de recrutamento, a fim de atraí-los e deixá-los interes-
sados pela oportunidade oferecida. Trata-se do conteúdo que será transmitido aos can-
didatos a respeito da vaga existente e dos aspectos relacionados a ela. Na medida em
que o conteúdo do recrutamento for claro e explícito, tanto mais os candidatos que se
apresentam estarão em conformidade com aquilo que a empresa pretende recrutar. O
conteúdo deve ser estimulador e motivador para chamar a atenção e despertar o inte-
resse dos candidatos.

5. Recepção e triagem dos candidatos

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É a parte mais importante do recrutamento. É o momento de receber o candida-


to pessoalmente ou através de meios virtuais. Nesta etapa, trata-se de obter informa-
ções básicas a respeito do candidato: nome, idade, sexo, nacionalidade, estado civil,
endereço, telefone, e-mail etc. Além disso, saber exatamente onde enquadrar cada
candidato no rol de oportunidades que a empresa tem a oferecer ao mercado de RH,
como área preferida, nível de atividade etc. A partir daí, registrar seus dados no banco
de candidatos para futura comparação com outros candidatos por meio do processo
seletivo que virá a seguir.
Muitas empresas aproveitam essa etapa para fazer a triagem dos candidatos, ou
seja, avaliar previamente se o candidato tem condições de ser aproveitado no processo
seletivo ou ser aproveitado em outras oportunidades que venham a surgir, ou ser des-
cartado definitivamente.

Fontes de Recrutamento
As fontes de recrutamento representam onde se pressupõe que estejam locali-
zados os candidatos à oportunidade que a empresa pretende oferecer. Em outros ter-
mos, as fontes de recrutamento são os segmentos do mercado de RH que podem abas-
tecer a empresa com os candidatos necessários à oportunidade em questão. Um recru-
tamento eficaz vai diretamente à fonte em que estão os candidatos e não fica atirando
a esmo sem saber onde eles estão.
Nesse sentido, existem duas espécies de fontes de recrutamento: as internas (is-
to é, os próprios funcionários da empresa) e as externas (os candidatos que estão no
mercado de mão de obra). Estamos falando de recrutamento interno e externo.

Recrutamento interno
Quando se trabalha com as fontes internas, ocorre o recrutamento interno. O
recrutamento interno é o preenchimento das vagas da empresa através da promoção ou
transferência de seus funcionários. As empresas que dão prioridade ao recrutamento
interno são aquelas que proporcionam oportunidade de crescimento aos seu funcioná-
rios. É obvio que o recrutamento interno traz vantagens como maior motivação entre o
pessoal, quando todos sabem que podem crescer dentro da empresa por meio das opor-
tunidades que surgem. O recrutamento interno traz outra vantagem, a de provocar uma
competição sadia entre os colegas de trabalho que procuram preparar-se profissional-
mente cada vez mais para conquistar as oportunidades. Mas o recrutamento interno

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impõe condições: ele exige da pessoa programas de treinamento e desenvolvimento do


pessoal para preparar os funcionários para oportunidades mais complexas.

Recrutamento externo
Quando se trabalha com as fontes externas ocorre o recrutamento externo. O
recrutamento externo é o preenchimento das vagas da empresa por candidatos que são
recrutados no mercado de recursos humanos. A grande vantagem do recrutamento ex-
terno é trazer sangue novo e experiências e ideias novas para a empresa. Mas quase
sempre frustra as expectativas internas daqueles que foram relegados e exige do candi-
dato admitido um tempo de adaptação à nova empresa e ao novo cargo. O recrutamen-
to externo exige uma variedade de técnicas de recrutamento, das quais nos ocuparemos
a seguir.

Técnicas de Recrutamento
As técnicas de recrutamento são as maneiras pelas quais o recrutamento é feito.
Em outros termos, são os meios pelos quais a empresa informa ao mercado de mão de
obra que dispõe de vagas a serem preenchidas.
As principais técnicas do recrutamento são:

1. Apresentação de candidatos pelos funcionários da empresa


É uma técnica de recrutamento bastante difundida e extremamento simples e
barata, pois não envolve gastos ou despesas pela empresa. Trata-se de estimular os
funiconários da empresa a apresentar possoas de suas relações pessoais como
candidatos às oportunidades oferecidas pela empresa. O único investimento da empresa
são as comunicações através de editais internos das vagas que surgem para que os
funcionários possam trazer a seus amigos e conhecidos para a apresentação inicial.
Quando um funcionário apresenta um amigo ou conhecido, ele se torna
psicologicamente responsável pelo seu sucesso frente à empresa e aos colegas. E se
torna intimamente satisfeito em proporcionar oportunidades a amigos e conhecidos e
ao mesmo tempo feliz por ter sido atendido pela empresa. Isso cria na empresa um
incível sentimento de solidariedade. Afinal referências pessoais de funcionários
costumam ser encaradas como um atestado importante para qualquer candidato.

2. Cartazes na portaria da empresa

20
Escola Municipal do Trabalho

Muitas empresas colocam cartazes em suas portarias ou em locais de trabalho


visíveis que possam ser facilmente lidos pelas pessoas de fora ou pelos funcionários que
transmitam pelas imediações.

Venha trabalhar conosco!


Temos vagas para:

Eletricistas
Auxiliares de RH
Auxiliares Administrativos
Soldadores

Favor apresentar-se na
Seção de Recrutamento e Seleção

3. Banco de Candidatos
É a técnica de recrutamento mais eficaz e uma das mais utilizadas. Na medida em
que surgem candidatos e não são aproveitados por alguma razão, o órgão de
recrutamento e seleção arquiva e cataloga seus dados pessoais para futuras
oportunidades. Assim, surge o banco ou arquivo de candidatos. A classificação dos
candidatos nesse banco geralmente é feita por dois caminhos: de um lado, o cargo
desejado e, do outro, o sobrenome e o nome do candidato. Quando surge uma
oportunidade, a primeira tarefa do órgão de recrutamento e seleção é consultar o banco
de candidatos para verificar se existem algum candidato disponível por aquela
oportunidade. Assim, as demais técnicas de recrutamento somente serão atividas
quando não houver algum candidato em estoque no banco ou arquivo de candidatos.
Todavia, o banco de candidatos precisa ser continuamente atualizado, pois
muitos deles mudam de endereço, assumem outros empregos ou crescem
profissionalmente ocupando atividades diferentes ou mais sofisticadas. Assim, a
atualização do banco de dados requer contatos contínuos – por telefonemas, e-mails
etc. – com os candidatos para possíveis alterações em seus conteúdos. Esses contatos
devem sempre ser estimuladores para manter o desejo dos candidatos em ingressar
futuramente na empresa.

4. Visita a escolas e universidades

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Escola Municipal do Trabalho

Um técnica de recrutamento utilizada por empresas de grande porte é a visita


periódica a determinadas escolas e universidades da região e a distribuição de editais de
recrutamento em seus recintos, convocando os alunos a comparecer ao órgão de
recrutamento e seleção da empresa. Essas visitas são geralmente acompanhadas de
palestras e audiovisiais, bem com de catálogos ou revistas aos alunos para demonstrar
as oportunidades de desenvolvimento na empresa.

5. Anúncios em jornais ou revistas


Talvez seja a mais conhecida das técnicas de recrutamento. Nesse caso, o veículo
do recrutamento é o jornal ou a revista que costuma ser lido pelo candidado real ou
potencial à oportunidade existente. Os anúncios em jornais ou revistas são caros e seu
impacto é de curta duração, no máximo uma semana. Geralmente, as oportunidades
mais importantes ou prioritárias da empresa é que são direcionadas para anúncios em
jornais ou revistas. Alguns anúncios são explícitos e contêm o nome da empresa, quando
a sua marca e imagem são fortes e servem como um forte atrativo. Outros anúncios –
quando o recrutamento é confidencial por algum motivo – omitem o nome da empresa
e solicitam resposta para um e-mail ou site criado exclusivamente para isso. A partir daí,
as respostas são analisadas e catalogadas para convocação do candidato – por telefone
ou e-mail – para comparecer à empresa.

6. Agências ou empresas de recrutamento


As agências de recrutamento são empresas prestadoras de serviços
especializados em recrutamento de pessoal. Elas praticamente substituem os órgãos de
recrutamento e seleção de pessoas das empresas no processo de recrutamento.
Existem agências de recrutamento especializadas nas mais diversas modalidades de
candidatos: executivos de alto nível, engenheiros, secretárias, ferramenteiros,
operários, pessoal de escritório etc.
O primeior contato da empresa para solicitar os serviços de uma agência de
recrutamento busca comunicar a oportunidade que está sendo oferecida, dados sobre a
empresa e suas políticas e cultura e as características desejáveis dos candidatos a ser
encaminhados pela agência. O restante cabe à agência: a consulta os seus bancos ou
arquivos de candidatos , aplicação de técnicas de recrutamento se não houver estoque
de candidatos adequados, entrevista inicial de triagem, outras entrevistas técnicas e
encaminhamento de candidatos finalistas à empresa solicitante. Em alguns casos, a
adoção de agências ou empresas de recrutamento costuma ser a técnica de

22
Escola Municipal do Trabalho

recrutamento mais rápidae que menos envolve a empresa que possui a oportunidade a
ser oferecida e preenchida. Contudo, é uma das alternativas mais caras, pois os serviços
de uma agência de recrutamento podem envolver anúncios em jornais e revistas, tempo
de entrevistas de triagem e de selção, aplicação de testes, redação dos pareceres a
respeito dos candidatos e contatos com a empresa solicitante no sentido de
proporcionar informações sobre os candidatos e até viagens de recrutamento a outras
cidades. Todas essas atividades são remuneradas e a agência recebe uma porcentagem
sobre o salário anual do candidato escolhido, além de outras depesas efetuadas.

7. Recrutamento virtual
Sem dúvida alguma, o recrutamento virtual está em alta. Aos invés de solicitar
cartas dos candidatos à empresa ou o seu compareciemento ao órgão de recrutamento
e seleção, a internet está facilitando a vida das empresas e dos candidatos. Atualmente,
a maioria das empresas disponibilizam sites nos quais os candidatos podem se inscrever,
preenchendo o seu currículo, e aguardar a resposta da empresa por e-mail. Em muitos
casos, o recrutamento virtual inclui, após o recebimento do currículo do candidato, uma
triagem para avaliar se o candidato preenche as condições mínimas para dar
continuidade ao processo seletivo. Isso significa uma pré-seleção que elimina candidatos
cujo perfil se afasta do desejado pela empresa e abre as portas apenas para aqueles com
mais aderência às qualificações e competências desejadas. Algumas empresas ainda
incluem um segundo contato pela internet com os candidatos pré-selecionados ou que
passaram pela triagem e realizam uma entrevista virtual.
Quando o candidato selecionado é convidado a compararecer à empresa, parte
do processo seletivo já está em andamento.

8. Técnicas conjuntas de recrutamento


Geralmente, quando surge uma oportunidade na empresa, o órgão de
recrutamento e seleção utiliza mais de uma das técnicas de recrutamento
anteriormente mencionadas.

A importância do Currículo
“Esta é uma máxima para você nunca mais esquecer: currículo não é autobiografia. Não adianta
escrever e encher páginas e mais páginas para tentar impressionar quem vai ler. Em um currícu-
lo, tamanho não é documento. Conteúdo é.” (Max Gehringer)

23
Escola Municipal do Trabalho

O currículo constitui uma folha de vida ou história profissional do candidato. Em


geral, funciona como um cartão de visitas. No início do processo seletivo, quando o can-
didato ainda não compareceu à empresa, o currículo funciona como a embalagem do
seu produto: o próprio candidato. O currículo deve envolver os seguintes aspectos bási-
cos:
1. Nome completo e dados básicos: endereço, telefone e celular, idade, nacionalidade,
estado civil, filhos;
2. Objetivo profissional: o currículo deve identificar precisamente qual é a posição ou
cargo desejado pelo candidato ou a área de atividade em que pretende trabalhar.
3. Formação: cursos feitos ou em andamento, instituições de ensino em que estudou
ou estuda e a data provável do término.
4. Experiência profissional: constando sempre da mais recente para a mais antiga, co-
locando nome da empresa, cargo e atividades desenvolvidas e também o período
em que atuou em determinada empresa;
5. Cursos Extracurriculares: o currículo deve conter os cursos relevantes para a área
em que o candidato está buscando emprego. Cursos de informática ou outras línguas
devem sempre ser incluídos; a participação em seminários e congressos também é
bem-vinda.
6. Cidade e data do currículo.

O currículo não pode conter:


1. Número de documentos (RG, CPF etc) ou nome de familiares;
2. Descrição da personalidade;
3. Foto (somente quando for exigência da vaga);
4. Lista de todas as escolas onde estudou desde o primário;
5. Objetivos grandes demais e fora de foco;
6. Atividades de lazer;
7. Informações ligadas à política, religião ou raça;
8. Descrição de todos os cursos que o candidato já fez;
9. Assinatura.
O currículo não pode ser extenso ou chato, pois é meramente introdutório, para
ser lido em segundos e dar uma impressão geral a respeito do perfil do candidato. O
ideal é que ocupe uma ou, no máximo, duas páginas. Precisa ser uma peça vendedora,
isto é, que ganhe a atenção e o interesse do recrutador, mas sem exagero.

24
Lembre-se de que o recrutador recebe vários currículos por dia e seu trabalho inicial é o de analisar rapida-
mente e catalogar aqueles que lhe parecem ser os mais adequados às oportunidades queEscola
a empresa
Municipal doestá
Trabalho

oferecendo. É claro que uma empresa com excelente imagem no mercado recebe uma enorme quantidade
de currículos. A Google americana, por exemplo, recebe mais de 300 mil por mês, via internet. Assim, é im-
portante que o currículo seja uma peça agradável, sobressaia sobre os demais e atraia a atenção do recruta-
dor.

Modelo de Currículo

MARINA MONTEIRO
Brasileira, solteira, 27 anos, 1 filho.
Rua dos Amigos, 45, Jd. Alegria, Taubaté/SP.
FONE: (12) 3633-3333. CEL: (12) 9 9199-9199
E-mail: mmonteiro@gmail.com

OBJETIVO:
- Atuar como auxiliar de Recursos Humanos.
FORMAÇÃO:
- Técnico em Administração. Concluído em 2010. ETEC “Geraldo Alckimim” – Tauba-
té /SP.
- Ensino Médio. Concluído em 2005. EMEFM “Prof. José Ezequiel de Souza” – Tauba-
té /SP.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL:
1. Empresa: Escritório Contábil Conta Brasil – Taubaté /SP.
Função: Auxiliar Administrativa
Período: de 05/02/2011 até a presente data).
Atividades desenvolvidas: Controle de relatórios de despesa; Elaboração de Folha de
Pagamento; Conciliação Contábil.

2. Empresa: Padaria Pão Nosso – Taubaté /SP.


Função: Balconista
Período: de 19/11/2009 a 01/02/2011).
Atividades desenvolvidas: Atendimento a clientes; Fechamento de caixa; Controle de
Estoque.

CURSOS EXTRACURRICULARES:
- Recursos Humanos (80 horas), Escola Municipal do Trabalho – Taubaté/SP,
Concluído em dezembro de 2014.
- Informática Básica (Pacote Office completo), Concluído em dezembro de 2011.

Taubaté, fevereiro de 2016.

25
Escola Municipal do Trabalho

Questões para revisão


1) O que é mercado de trabalho?
2) O que é mercado de RH?
3) Qual é a relação entre o mercado de RH e o mercado de trabalho?
4) Explique o mercado de RH em situação de oferta.
5) Explique o mercado de RH em situação de procura.
6) Qual é a importância do recrutamento?
7) Quais são as vantagens do recrutamento interno e em que condições podem ser
utilizadas?
8) Quais as vantagens do recrutamento externo e quais são as frustrações que podem
provocar?
9) Quais são as fases do recrutamento? Explique-as.
10) Quais são as técnicas de recrutamento? Explique-as.
11) Qual é a importância do currículo?
12) Elabore seu currículo.

Atividade em Grupo

Na empresa onde você trabalha, a Secretaria é constituída por um Secretário, cinco Au-
xiliares de Escritório, dois Atendentes de Guichê, dois Arquivistas e quatro Digitadores.
Ocorre que dois Auxiliares de Escritório e um Arquivista pediram demissão e precisam
rapidamente ser substituídos. Faça um plano de recrutamento (incluindo recrutamento
interno e recrutamento externo) para solucionar o caso.

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Escola Municipal do Trabalho

Cargo 1
a. Requisição de Funcionários
Requisição de Funcionários (RF)
Do departamento: Secretaria Para: Depto. de Recrutamento e Seleção
Cargo a preencher: _____________________________ Código: _______________
Breve descrição do cargo: ______________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Salário Inicial: R$ _________________ Salário do cargo: R$ ___________________


Horário de Trabalho: _______________ Local de Trabalho: ____________________
Escolaridade Necessária: _______________________________________________
Experiência Prévia: ____________________________________________________
Conhecimentos Necessários: ____________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Rubrica do Gerente requisitante: _________________________________________


Data de emissão: ______________________________________________________
Data de admissão do candidato: _________________________________________

b. Para este cargo, quais Fontes de Recrutamento serão utilizadas?


___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
c. Para este cargo, qual será o Conteúdo do Recrutamento?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
d. Para este cargo, quais serão as Técnicas utilizadas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

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Escola Municipal do Trabalho

Cargo 2
a. Requisição de Funcionários

Requisição de Funcionários (RF)


Do departamento: Secretaria Para: Depto. de Recrutamento e Seleção
Cargo a preencher: _____________________________ Código: _______________
Breve descrição do cargo: ______________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Salário Inicial: R$ _________________ Salário do cargo: R$ ___________________


Horário de Trabalho: _______________ Local de Trabalho: ____________________
Escolaridade Necessária: _______________________________________________
Experiência Prévia: ____________________________________________________
Conhecimentos Necessários: ____________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Rubrica do Gerente requisitante: _________________________________________


Data de emissão: ______________________________________________________
Data de admissão do candidato: _________________________________________

b. Para este cargo, quais Fontes de Recrutamento serão utilizadas?


___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
c. Para este cargo, qual será o Conteúdo do Recrutamento?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
d. Para este cargo, quais serão as Técnicas utilizadas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

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Escola Municipal do Trabalho

Cargo 3
a. Requisição de Funcionários

Requisição de Funcionários (RF)


Do departamento: Secretaria Para: Depto. de Recrutamento e Seleção
Cargo a preencher: _____________________________ Código: _______________
Breve descrição do cargo: ______________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Salário Inicial: R$ _________________ Salário do cargo: R$ ___________________


Horário de Trabalho: _______________ Local de Trabalho: ____________________
Escolaridade Necessária: _______________________________________________
Experiência Prévia: ____________________________________________________
Conhecimentos Necessários: ____________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________

Rubrica do Gerente requisitante: _________________________________________


Data de emissão: ______________________________________________________
Data de admissão do candidato: _________________________________________

b. Para este cargo, quais Fontes de Recrutamento serão utilizadas?


___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
c. Para este cargo, qual será o Conteúdo do Recrutamento?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
d. Para este cargo, quais serão as Técnicas utilizadas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

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Escola Municipal do Trabalho

SELEÇÃO DE PESSOAL
O recrutamento de pessoal incentiva os candidatos a se apresentarem (quando o
recrutamento é externo) ou localiza-os e identifica-os dentro da empresa (quando o re-
crutamento é interno). A partir daí surge a pergunta: como saber se os candidatos atraí-
dos pelo recrutamento – tanto interno quanto externo – estão aptos para a oportunida-
de oferecida? E quando o recrutamento atrai muitos candidatos, como saber quais deles
deverão ser considerados aptos ou adequados? Em outras palavras, como escolher ou
selecionar os candidatos? A resposta está na seleção de pessoal.
Enquanto o recrutamento é uma atividade convidativa e atraente, a seleção é
uma atividade de escolha, ou seja, de aceitação ou rejeição de um candidato. O recru-
tamento atrai os candidatos, a seleção escolhe os mais adequados às oportunidades
existentes na empresa. Na verdade, o recrutamento abastece a seleção dos candidatos
necessários para que a empresa possa escolher e identificar aqueles que irão preencher
as oportunidades oferecidas. Contudo, não se trata da quantidade, mas, sobretudo, da
qualidade dos candidatos atraídos pelo recrutamento.

Conceito de Seleção de Pessoal


Seleção é o processo de avaliação de candidatos para assegurar a escolha do
mais apto ao trabalho. Assim, a seleção de pessoas é, ao mesmo tempo, uma compara-
ção e uma escolha. E termina com uma decisão. Para que possa ser científica e alcançar
certa precisão, ela precisa estar baseada nas características pessoais que a oportunidade
oferecida exige do seu futuro ocupante. É o que chamaremos de exigências do cargo.
Assim, o primeiro cuidado ao fazer a seleção de pessoas é conhecer quais são as exigên-
cias do cargo a ser preenchido ou quais são as competências requeridas pela organiza-
ção. A seguir, faz-se a comparação de cada candidato com as exigências do cargo ou com
as competências requeridas e a decisão de escolha do candidato mais adequado que
atenda a todas aquelas exigências organizacionais.
Assim, a seleção de pessoas é uma comparação entre as qualificações ou as
competências de cada candidato e as exigências do cargo ou as competências requeri-
das pela empresa, e é também uma escolha dentre os vários candidatos comparados,
daquele que apresentar as qualificações mais adequadas ao cargo vago ou às competên-
cias requeridas pela empresa. Para tanto, torna-se necessária a aplicação de técnicas de
seleção de pessoas. A maioria dessas técnicas de seleção é aplicada por especialistas do
órgão de Recrutamento e Seleção da empresa ou por prestadores de serviços externos.

30
Escola Municipal do Trabalho

Nesse sentido, a seleção de pessoas – da mesma forma que a natureza da ARH –


é uma responsabilidade de linha e uma função de staff. A seleção de pessoas é uma fun-
ção de staff, pois as técnicas de seleção são aplicadas pelo órgão de recrutamento e se-
leção, como uma prestação de serviços aos vários órgãos da empresa. Mas o órgão de
Recrutamento e Seleção apenas presta os serviços de aplicação das técnicas de seleção
e recomenda os candidatos ao executivo do órgão requisitante. Assim, a seleção de pes-
soas é também uma responsabilidade de linha, porque quem faz a escolha final do can-
didato é o próprio gerente do órgão requisitante, a quem cabe a decisão sobre o assun-
to, ou seja, a decisão de linha.
Com todos esses ingredientes, pode-se dizer que o moderno conceito de seleção
de pessoas é o seguinte: a seleção é uma comparação e uma escolha de candidatos. Isso
envolve a função de staff e a responsabilidade de linha. O órgão de staff presta os servi-
ços de aplicação das técnicas de seleção comparando os candidatos enquanto o gerente
do órgão requisitante – como gestor de pessoas – procede à escolha final dos candidatos
recomendados pelo staff.

Finalidade e importância da seleção de pessoal


A finalidade da seleção de pessoas é escolher os candidatos mais adequados às
oportunidades oferecidas pela empresa. Nem sempre o candidato mais adequado é
aquele que possui as maiores qualificações. A adequação de um candidato a um deter-
minado cargo requer as qualificações exatas, nem a mais, nem a menos. Um candidato
com qualificações elevadas seria indicado para um cargo mais elevado, pois dificilmente
se adaptaria a um cargo que pouco exige do seu repertório de competências ou que lhe
pagasse menos do que realmente merece. A seleção de pessoas cumpre a sua finalidade
quando coloca, nos cargos existentes na empresa, os ocupantes adequados às suas ne-
cessidades e que podem, na medida em que adquirem maiores competências, ser pro-
movidos para cargos mais elevados e que exigem maiores conhecimentos, habilidades e
competências.

Importância e vantagens do processo seletivo


A importância da seleção de pessoas pode ser visualizada sob dois aspectos dife-
rentes. A seleção é importante para a empresa na medida em que a supre das pessoas
com as qualificações e competências adequadas ao seu funcionamento. Ela traz as se-
guintes vantagens para a empresa:

31
Escola Municipal do Trabalho

1) Pessoas adequadas aos cargos ou que possuem as competências necessárias exigem


menor treinamento.
2) Menor tempo de adaptação ao cargo.
3) Proporcionam maior produtividade e eficiência.
4) As pessoas competentes se mostram mais integradas ao negócio da empresa.
5) Elas alinham seus objetivos pessoais aos objetivos organizacionais.
Por outro lado, a seleção é importante para as pessoas, uma vez que lhes fornece
o cargo mais adequado de acordo com suas características pessoais. Isso significa as se-
guintes vantagens para as pessoas:
1) Pessoas mais satisfeitas com seu trabalho;
2) Melhor integradas com a empresa;
3) Mais produtivas e com melhor qualidade no trabalho;
4) Permanecem por mais tempo na empresa;
5) Desenvolvem carreira na empresa através de constantes promoções.

Técnicas de seleção de pessoal


Para ter base científica e racional, a seleção de pessoas deve apoiar-se em técni-
cas. As técnicas de seleção são os meios através dos quais se busca informação relevan-
te a respeito do candidato e de suas características pessoais. Em outras palavras, as téc-
nicas de seleção visam a fornecer informações objetivas sobre qualificações e caracterís-
ticas dos candidatos que demandariam muito tempo para serem obtidas por meio da
simples observação diária de seu trabalho. As técnicas de seleção procuram proporcio-
nar em uma rápida amostra do comportamento dos candidatos um conjunto de infor-
mações que pode ser profundo e preciso, dependendo da qualidade das técnicas e dos
profissionais que as utilizam. Para tanto, muitas técnicas de seleção somente podem ser
aplicadas por psicólogos, que fornecem laudos a respeito dos seus resultados.
Vejamos algumas técnicas de seleção:

Entrevista de Seleção
É a técnica de seleção mais utilizada e conhecida. Trata-se de efetuar perguntas
previamente programadas ao candidato e anotar suas respostas ou parte delas. As per-
guntas provocam respostas que ajudam a conhecer melhor o candidato, seja quanto às
suas características pessoais, seja quanto aos seus conhecimentos, experiências e com-
petências. Assim a entrevista de seleção permite dois tipos de conhecimento: as carac-
terísticas pessoais – tipo de comportamento, atitude, maneira de pensar e de agir, flexi-

32
Escola Municipal do Trabalho

bilidade, relacionamento interpessoal, maturidade emocional etc. – e seus conhecimen-


tos, suas experiências e suas competências – o que já fez na vida profissional, como rea-
lizou suas atividades, qual o progresso, quais os resultados alcançados e etc.
Para ser objetiva, a entrevista precisa ser convenientemente planejada:
1) O local em que será realizada deve ser tranquilo e discreto;
2) Perguntas devem ser preparadas previamente e com antecedência;
3) Anotações devem ser resumidas, pois não se pode confiar na memória;
4) A conduta do entrevistador deve ser neutra, mas inspirando confiança e incentivan-
do o candidato.

Apesar de as perguntas serem iguais em todos os processos de seleção não há uma res-
posta formatada para elas. Especialistas recomendam: seja o mais honesto que puder, dessa
forma terá mais chances de encontrar no mercado a vaga que seja a sua cara. Caso contrário,
não conquistará o emprego que disputa ou será um profissional frustrado. Porém, algumas re-
comendações podem ajudá-lo na hora do contato com o selecionador, quando a ansiedade e o
nervosismo resolvem aparecer. Veja as 20 perguntas mais comuns em uma entrevista de em-
prego e dicas de como você pode respondê-las para se dar bem em um processo de seleção.
1. Fale sobre você.
Não existe regra. Cada entrevistador tem uma expectativa. No geral, o selecionador quer sa-
ber mais sobre a formação acadêmica do candidato, o que ele gosta de fazer (hobby), seus so-
nhos e expectativas. A orientação é direcionar o discurso para o âmbito profissional.
2. Quais são seus objetivos a curto prazo?
O candidato tem de pensar qual é o seu objetivo antes da entrevista. Só assim vai saber se
determinada oportunidade de emprego é interessante para ele. É necessário que o profissional
“entreviste” também a empresa e averigúe se a proposta é significante para sua carreira.
3. Quais são seus objetivos a longo prazo?
Como em uma relação a dois, é primordial que a pessoa deixe claro quais são seus anseios na
vida profissional. Para isso, é preciso ter clareza. O erro da maioria dos candidatos é a passivida-
de, isto é, aceitar uma proposta sem saber o que é relevante para sua trajetória profissional.
4. Como você lida com as pressões do trabalho?
O candidato deve dar exemplos vivenciados por ele. Isso vai dar consistência à resposta e segu-
rança para o entrevistador enxergar que o profissional tem potencial para ocupar determinada
posição.
5. Por que devemos contratá-lo?
Dizer que você tem sede de aprender, de crescer profissionalmente e de contribuir com a em-
presa não são respostas satisfatórias. O candidato deve expor como pode colaborar com o de-
senvolvimento da organização.
6. Como você poderá contribuir para o desenvolvimento e crescimento da empresa?

33
Escola Municipal do Trabalho

O entrevistado deve fazer a si mesmo essa pergunta antes de ser questionado. Quais as expecta-
tivas da empresa com relação ao profissional que vai ocupar a vaga disponível? Se isso não esti-
ver claro, o candidato deve questionar o selecionador.
7. Quais foram suas maiores realizações profissionais?
Cite até três exemplos. Procure falar sobre as realizações mais relevantes em sua vida profissio-
nal que estejam atreladas às expectativas ou ao negócio da empresa. “Nessa hora o profissional
deve ser marketeiro, ou seja, elencar o que tem de melhor e dizer sem receios”, destaca o con-
sultor Carlos Cruz.
8. Quais são seus pontos fortes?
O candidato deve listar suas principais características e eleger o que considera ser atributos de
um talento. Pergunte-se: o que os seus colegas de trabalho diriam positivamente de você? Pense
em sua rotina profissional e escolha as qualidades que mais o definam no trabalho.
9. Quais são os seus pontos a desenvolver?
Cite um exemplo e foque no que você está fazendo para superar a dificuldade. Não dê ênfase ao
seu ponto fraco.
10. Qual é o seu maior sonho?
Para responder a essa pergunta o candidato deve saber exatamente o que quer. Quanto mais
autêntico ele for, maior será a probabilidade de encontrar uma empresa alinhada ao seu perfil.
11. Por qual motivo você saiu da empresa anterior?
Diga que está em busca de crescimento profissional e melhores oportunidades de carreira.
12. Por que ficou pouco tempo nos empregos anteriores?
Justifique afirmando que busca acima de tudo uma empresa que investe nos funcionários, valo-
riza o seu trabalho e dá oportunidades de crescimento.
13. Por que está a tanto tempo no emprego atual?
Você pode dizer que a empresa atual possui valores compatíveis com os seus e o valoriza en-
quanto funcionário. Explique que no momento quer alcançar outros objetivos e ganhar experi-
ência em empresas diferentes.
14. Você já recebeu críticas sobre o seu trabalho? Como reagiu?
Segundo o consultor Eduardo Shinyashiki, críticas são sempre bem-vindas, pois ajuda o profissi-
onal a perceber os erros para não cometê-los novamente. Ele orienta o candidato a responder
que o feedback é essencial para o crescimento profissional.
15. O que você considera importante em uma empresa?
Responda com palavras que estejam ligadas aos seus valores pessoais. Exemplos: organização,
seriedade, valores profissionais e sociais, conforto para trabalhar e um quadro de funcionários
estável.
16. Como você se comporta no trabalho?
Diga o que as empresas gostam de ouvir, desde que seja verdade, é claro. Exemplo: sou pontual,
dedicado, comprometido, responsável, criativo, dinâmico, eficaz, flexível e sei trabalhar em
equipe.
17. Com que tipo de pessoa você prefere trabalhar?

34
Escola Municipal do Trabalho

Pense em características pessoais valorizadas pelas empresas. Você pode dizer que gosta de
trabalhar com pessoas comprometidas, responsáveis e que tenham espírito de equipe.
18. Com que tipo de pessoa você encontra dificuldade em trabalhar?
Pense em características que firam o clima da organização e acabam influenciando negativamen-
te o rendimento no trabalho. Exemplo: pessoas arrogantes, impacientes e sem espírito de equi-
pe.
19. Por que você escolheu essa carreira?
Diga que você se identifica com a área, dedica-se a ela e sente prazer no que faz.
20. Como você se comporta quando algo não sai como planejou?
Nessas horas, o importante é manter a calma e tentar reverter a situação de outra maneira para
atingir o objetivo. Se você age dessa forma esta é uma resposta convincente.

Rômulo Martins, http://carreiras.empregos.com.br/carreira

Provas de conhecimentos ou de capacidades


As provas de conhecimentos ou de capacidade são técnicas de seleção que pro-
curam avaliar conhecimentos ou habilidades dos candidatos por meio de questões dis-
sertativas.
As provas podem ser de dois tipos:
Provas dissertativas ou tradicionais são feitas em forma de questões ou perguntas
abrangentes que requerem respostas escritas e igualmente abrangentes.
Provas objetivas ou em forma de testes: são feitas por meio de perguntas ou questões
objetivas e requerem respostas padronizadas.

Testes psicológicos
Permitem a avaliação psicológica dos candidatos. São testes ou provas objetivas
que visam a avaliar as aptidões e características psicológicas das pessoas.
Os testes psicológicos em geral medem as seguintes aptidões:
Inteligência geral;
Habilidade numérica;
Habilidade verbal;
Habilidade espacial;
Aptidão para detalhes;
Habilidade manual;

35
Escola Municipal do Trabalho

Estes testes geralmente são aplicados por psicólogos que fornecem laudos a res-
peito dos resultados.

Técnicas de simulação
Simular significa representar alguma coisa ou fazer de conta. As técnicas de simu-
lação constituem os meios através dos quais o candidato representa o papel de ocupan-
te de um determinado cargo vago na empresa frente a um grupo de candidatos. A prin-
cipal das técnicas de simulação é a dramatização, na qual vários candidatos desempe-
nham papéis simulando situações reais que o ocupante do cargo deverá vivenciar. Um
facilitador acompanha o jogo avaliando o desempenho de cada candidato e comparando
sua adequação ao papel com os demais.

Fases do Processo Seletivo


Geralmente, o processo seletivo das pessoas para cargos mais simples exige uma
ou duas técnicas de seleção. Porém, os cargos mais complexos envolvem quase todas as
técnicas anteriormente mencionadas, aplicadas em diferentes fases do processo. Algu-
mas empresas utilizam o princípio da complexidade progressiva: aplicam, na primeira
fase, as técnicas de seleção mais simples e baratas, como a entrevista, e vão progressi-
vamente aplicando técnicas mais complexas e caras, na medida em que o candidato vai
ultrapassando os gradativos obstáculos do processo seletivo. Quando o número de can-
didatos é muito grande este princípio traz consideráveis economias no processo seleti-
vo, em termos de tempo e de esforços, tanto para os candidatos como para a empresa.

Entrevistas Provas de Testes Entrevistas APROVAÇÃO


Iniciais Conhecimentos Psicológicos Finais

REJEIÇÃO Banco de
Candidatos

A seleção de pessoal funciona como uma sequência de fases que deverão ser
vencidas pelos candidatos: primeiramente a entrevista inicial, depois as provas de co-
nhecimentos, os testes e assim sucessivamente. À medida que os candidatos são rejei-
tados, são eliminados do processo seletivo. Os candidatos que forem aprovados em to-

36
Escola Municipal do Trabalho

das as etapas serão encaminhados ao gerente requisitante, o qual deverá decidir por um
deles.

Avaliação dos resultados do processo seletivo


Fazer seleção de pessoas custa caro, pois envolve custos operacionais sensíveis,
além de tempo dos especialistas e dos gerentes. Porém, não fazer seleção de pessoas
custa mais caro para a empresa.
Geralmente, um processo seletivo de boa qualidade proporciona os seguintes
resultados, que podem ser avaliados no decorrer do tempo:
1) A seleção permite a adequação da pessoa ao cargo e à empresa, com decorrente
satisfação da pessoa com o emprego e satisfação da empresa com seu pessoal;
2) A seleção permite rapidez na integração e no ajustamento do novo funcionário ao
seu cargo e à cultura organizacional;
3) A seleção proporciona maior estabilidade do pessoal e redução da rotação de pes-
soal. Rotação de pessoal significa os desligamentos que provocam a necessidade de
novas admissões de pessoas.
4) A seleção permite maiores rendimento e produtividade da pessoa pela sua capaci-
dade no cargo e competências requeridas pela empresa.
5) A seleção permite redução nos índices de absenteísmo do pessoal. Absenteísmo é a
quantidade de faltas e atrasos no trabalho e está intimamente relacionada com a
insatisfação no trabalho e na empresa. Quando as pessoas estão satisfeitas com o
que fazem, elas tendem a permanecer no emprego.
6) A seleção permite melhoria nas relações humanas no trabalho. A satisfação das pes-
soas promove bem-estar e facilita os relacionamentos entre colegas.

Questões para revisão


1) Conceitue seleção de pessoal.
2) Por que a seleção de pessoal é uma comparação e uma escolha?
3) Qual é o papel do recrutamento de pessoal para a seleção?
4) Por que a seleção de pessoal é considerada uma função de staff e uma responsabili-
dade de linha?
5) Quais são as técnicas mais comuns de seleção? Explique cada uma.
6) O que um bom processo seletivo proporciona?

37
Escola Municipal do Trabalho

Atividade em Grupo

Sua empresa tem um cargo de secretária vago que deverá ser preenchido imediatamen-
te. Elabore um esquema de seleção, mencionando todas as fases do processo e técnicas
de seleção que serão utilizadas. Siga o roteiro a seguir:

1. Quais perguntas serão feitas aos candidatos nas entrevistas iniciais?


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2. Como serão as provas de conhecimentos específicos?


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3. O que será avaliado nos testes psicológicos?


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Escola Municipal do Trabalho

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4. Como será a dinâmica de grupo? O que será avaliado nesse processo?

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5. Quais perguntas serão feitas nas entrevistas finais?

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Escola Municipal do Trabalho

CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

A palavra treinamento tem muitos significados. Alguns especialistas consideram


o treinamento com um meio para desenvolver a força de trabalho das organizações.
Outros consideram o treinamento de modo mais amplo como uma preparação para um
adequado desempenho no cargo e estendendo o conceito para aumentar o nível inte-
lectual através da educação geral. Outros autores referem-se a uma área mais genérica
chamada desenvolvimento de pessoas, que pode ser dividida em educação e treinamen-
to: o treinamento significa o preparo da pessoa para o cargo, enquanto o propósito da
educação é preparar a pessoa para o ambiente dentro ou fora do seu trabalho. É dentro
desta última abordagem que se situará este capítulo.
O treinamento é um processo educacional através do qual as pessoas aprendem
conhecimentos, habilidades e atitudes para o desempenho de seus cargos e adquirem
novas competências. É um processo educacional e de curto prazo, porque visa à forma-
ção e à preparação das pessoas. E está voltado eminentemente para o desempenho do
cargo, seja o atual, seja um cargo futuro na empresa, ou então para aquisição de compe-
tências desejadas pela organização.

Tipos de Treinamento
Transmissão de Informações e Conhecimento: o treinamento tem por conteúdo a trans-
missão de informação e de conhecimentos necessários ao cargo a ser ocupado, sejam
informações sobre o trabalho, sobre a empresa, seus produtos ou serviços, suas regras,
regulamentos e estrutura organizacional. Esse tipo de conteúdo pode ser ministrado em
sala de aula ou através de meios eletrônicos como CDs ou a internet.
Desenvolvimento de habilidades: o treinamento também se destina a desenvolver certas
habilidades e destrezas relacionadas com o cargo atual ou futuro, na operação de termi-
nais, máquinas de calcular, no preenchimento de formulários, cálculos, montagem de
peças, operação de máquinas industriais, condução de veículos etc. Algumas habilidades
são motoras ou manuais e seu desenvolvimento exige treino e prática constantes. Ge-
ralmente, os funcionários recebem treinamento no cargo para o desenvolvimento de
habilidades e destreza nas suas tarefas.
Desenvolvimento de atitudes: geralmente, mudança de atitudes negativas ou inadequa-
das para atitudes positivas e favoráveis. É o caso do desenvolvimento de atitudes e rala-
ções humanas (para melhorar o relacionamento entre pessoas), do desenvolvimento de

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Escola Municipal do Trabalho

hábitos e atitudes para com clientes ou usuários (como treinamento de vendedores,


balconistas, telefonistas de call centers etc.). O desenvolvimento de atitudes visa a me-
lhorar a maneira de tratar o cliente ou o colega e o comportamento em equipe, a indicar
como conduzir o processo de venda e contornar dificuldades ou negativas do cliente etc.
Desenvolvimento de conceitos: indicado para supervisores, gerente e diretores, esse tipo
de treinamento desenvolve ideias, conceitos, teorias e modelos mentais para aumentar
o grau de abstração e de síntese necessários para atividades mais complexas e criativas.
Ajuda as pessoas a pensar, refletir, criticar, analisar, sintetizar e mudar paradigmas. São
aspectos importantes para o funcionário melhorar o trabalho, a qualidade e a produtivi-
dade daquilo que faz.

O processo de treinamento
O treinamento é um processo educacional e que funciona ao longo de um ciclo
composto de quatro fases sequenciais:
Levantamento das necessidades de treinamento: corresponde ao diagnóstico de carên-
cias de treinamento e à verificação dos problemas. Uma necessidade de treinamento é
geralmente uma deficiência no desempenho do cargo ou uma ausência de competências
requeridas pela organização. Uma necessidade de treinamento é diagnosticada por meio
dos seguintes problemas atuais, isto é, que estão acontecendo no momento:
Baixa produtividade do pessoal;
Baixa qualidade no trabalho;
Comunicações deficientes;
Excesso de erros;
Desperdício de tempo e material;
Elevado número de acidentes;
Avarias frequentes nas máquinas e equipamentos;
Mau atendimento ao cliente.

Programação de treinamento: verificadas as necessidades de treinamento, passa-se à


programação do treinamento que deve removê-las ou eliminá-las. Programar treina-
mento significa estabelecer os seguintes itens:
Quem deve ser treinado;
Qual será o conteúdo do treinamento;
Quais serão as técnicas de treinamento;
Qual será a época do treinamento;

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Escola Municipal do Trabalho

Qual será o local do treinamento;


Quem será o instrutor do treinamento;

Execução do treinamento: consiste em fazer funcionar a programação do treinamento. A


execução do treinamento pode ser feita de três maneiras diferentes:
No próprio local de trabalho de funcionário;
Na empresa, mas fora do local de trabalho;
Fora da empresa.

Técnicas de treinamento: a execução do treinamento exige a utilização de diversos mei-


os de treinamento. Os principais são:
Aulas expositivas;
Demonstrações;
Leitura programada;
Instrução programada;
Dramatização;
Treinamentos baseados no computador;
Ensino à distância.
É comum a utilização simultânea de várias dessas técnicas de treinamento, pois
uma auxilia a outra permitindo um efeito de sinergia.

Avaliação dos resultados do treinamento


A avaliação dos resultados do treinamento pode situar-se em seis níveis de pro-
fundidade:
Reação e ou satisfação da ação planejada;
Aprendizado de novas habilidades;
Comportamento e aplicação no trabalho das habilidades aprendidas;
Impacto nos resultados do negócio;
Retorno sobre o investimento (ROI);
Transferência de aprendizagem.
Infelizmente, muitas empresas ainda resistem à ideia de treinar seus funcionários
e parecem temer investir para treinar pessoal com receio de perdê-los para a concor-
rência, preferindo recrutar no mercado funcionários já dotados de alguma experiência e
treinamento. São poucas as empresas que encaram o treinamento como uma forma de
reduzir custos e aumentar a produtividade. A maioria ainda prefere considerar o trei-

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Escola Municipal do Trabalho

namento como uma mera função social e não econômica, como uma despesa ao invés
de um investimento que pode trazer retornos.
Por outro lado, as empresas estão preocupadas com o retorno do investimento
feito em treinamento. As medidas de retorno do investimento estão fazendo parte do
processo de avaliação do treinamento. Trata-se de estimar os custos e benefícios decor-
rentes, uma vez que os valores aplicados em treinamento estão aumentando gradati-
vamente. Algumas empresas chegam a dedicar uma parcela equivalente a 4% ou mais
do seu faturamento para programas de treinamento, mudança e melhoria organizacio-
nal. É um investimento para ficar sem um retorno definido e garantido.

Questões para revisão


1) O que é treinamento?
2) Quais são os tipos de treinamento?
3) Quais são as etapas do processo de treinamento?

Atividade em Grupo
1) Imagine que todo o pessoal da secretaria e da tesouraria da empresa onde você
trabalha e que mantém contato direto com o público, apresenta sintomas de neces-
sidade de treinamento, como erros frequentes, morosidade no atendimento, difi-
culdades de prestar informações rápidas, falta de cortesia etc. Com esses sintomas,
elabore um plano de treinamento, visando ao desenvolvimento de habilidades, des-
treza e novas atitudes.

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Escola Municipal do Trabalho

CONTRATO DE TRABALHO

O contrato individual do trabalho é um acordo celebrado entre o empregador e o


empregado. A CLT define nos seus artigo 442 e 443 claramente as regras do contrato,
que pode ser:

Por Prazo Indeterminado


Não há prazo preestabelecido. O contrato pode inicialmente ser de prazo deter-
minado, e esgotado o prazo preestabelecido passa automaticamente para indetermina-
do. É o contrato que tem uma data para início e não tem pra o término.
No contrato individual de trabalho devem constar as regras de contratação de
acordo com a legislação e normas internas da empresa; caso contrário, aplica-se o dis-
posto no artigo 9º da CLT, que serão nulos de pleno direito os atos praticados com o
objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presen-
te consolidação.

Por Prazo Determinado


É um contrato com prazo estabelecido, não podendo ser superior a dois anos. Foi
instituído pela Lei 9.601/1998 e regulamentada pelo Decreto 2.490/1998.
Como exceção, temos o contrato a prazo determinado, cuja celebração é válida
em determinadas situações, expressamente enumeradas na própria lei. Assim, tais con-
tratos somente serão válidos quando se tratar de serviços cuja natureza ou transitorie-
dade justifique a predeterminação do prazo.

Contrato de Experiência
É uma espécie de contrato por prazo determinado e tem por objetivo dar condi-
ções de mútuo conhecimento às partes contratantes. Durante esse período, o emprega-
dor observará o desempenho do empregado na execução de suas atribuições, não se
restringindo somente à parte técnica, como também a integração à equipe de trabalho,
conduta moral, social etc.
O Contrato de Experiência pode ser prorrogado uma única vez, não excedendo o
limite máximo de 90 dias.
Passado esse período, consolida-se ou não o contrato de trabalho.

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Escola Municipal do Trabalho

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA - MODELO

Pelo presente instrumento particular de Contrato de Experiência, a empresa Jolly Roger Equipamentos Náuticos Ltda., com sede à rua Princesa
Tigrinha, nº 256, bairro Pedra da Caveira, cidade Terra do Nunca , inscrita no CNPJ n.º 01.206.207/0001-02 , denominada Empregadora, e o(a)
Sr.(a) Peter Pan, domiciliado à rua Lost Boys, bairro Pedra da Caveira, cidade Terra do Nunca, portador da CTPS n.º e série 1046 -230, doravante
designado Empregado, celebram o presente Contrato Individual de Trabalho para fins de experiência, conforme legislação trabalhista em vigor,
regido pelas cláusulas abaixo e demais disposições vigentes :
1 – O empregado trabalhará para a empregadora na função de Conferente de Materiais e mais as funções que vierem a ser objeto de ordens
verbais, cartas ou avisos, segundo as necessidades da empregadora desde que compatíveis com as suas atribuições.
2 – O local de trabalho situa-se na empresa acima descrita, podendo a empregadora, a qualquer tempo, transferir o empregado a título temporá-
rio ou definitivo, tanto no âmbito da unidade para a qual foi admitido, como para outras, em qualquer localidade deste estado ou de outro dentro
do País, em conformidade com o parágrafo 1.º do artigo 469 da Consolidação da Leis do Trabalho.
3 – O horário de trabalho será o seguinte : de 8:00h às 12:00h e de 13:00h às 17:00h.
4 – O empregado receberá a remuneração de R$ 1.380,00 por mês.
5 – O prazo deste contrato é de 45 dias, com início em 01/03/2016 e término em 14/04/2016.
6 – Além dos descontos previstos em lei, reserva-se a Empregadora o direito de descontar do Empregado as importâncias correspondentes aos
danos causados por ele, com fundamento no parágrafo 1.º do artigo 462 da Consolidação das Leis do Trabalho.
7 – O empregado fica ciente do regulamento Interno da empresa e das Normas de Segurança que regulam suas atividades na empregadora e se
compromete a usar os equipamentos de segurança fornecidos, sob a pena de ser punido por falta grave, nos termos da Legislação vigente e de-
mais disposições inerentes à segurança e medicina do trabalho.
8 – Permanecendo o empregado a serviço da empregadora após o término da experiência, continuarão em vigor as cláusulas constantes deste
contrato.
9 – A rescisão do presente contrato, sem justa causa, por parte da empregadora ou do empregado, antes do término do contrato, implicará em
indenização, e por metade, a indenização que teria direito até o término do contrato, conforme artigos 479 e 480 da CLT.
Tendo assim contratado, assinam o presente instrumento, em duas vias, na presença da testemunha abaixo.
Terra do Nunca, 01 de março de 2016.

_______ _KJones__________________ ______ Pan______________


Jolly Roger Equipamentos Náuticos Peter Pan

______ Wendy Darling________________ _______________________________


Testemunha (Responsável se menor)

Prorrogação do Contrato de Experiência


Por mútuo acordo, o presente contrato de experiência fica prorrogado até 31/05/2016.
Terra do Nunca, 15 de abril de 2016.

_______ _KJones__________________ ______ Pan______________


Jolly Roger Equipamentos Náuticos Peter Pan

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Escola Municipal do Trabalho

Se qualquer uma das partes, empregado ou empregador, rescindir o contrato


sem justa causa, antes do seu término, não caberá Aviso Prévio, mas sim indenização
prevista nos artigos 479 e 480 da CLT.

Rescisão Antecipada dos Contratos por Prazo Determinado


De acordo com o art. 479 da CLT, o empregador que rescindir o contrato a prazo,
obrigar-se-á ao pagamento de uma indenização em favor do empregado equivalente à
metade do que este deveria receber até o final do contrato.
De acordo com o princípio da equidade, deve-se entender que, o empregado que
rescindir o contrato antecipadamente também deverá sofrer a mesma pena, indenizan-
do assim, o empregador.

Contrato Temporário
O serviço temporário é aquele prestado por pessoa física a uma determinada
empresa, com caráter transitório, a fim de atender a substituição de pessoal regular e
permanente ou de acréscimo extraordinário de serviços.
Quando a lei 6.019/1974, regulamentada pelo Decreto 73.841/1974 foi criada,
buscava-se atender situações específicas em que o empregador, por circunstâncias di-
versas, tinha falta de pessoal para atender suas atividades empresariais regulares ou,
por acréscimo de trabalho em determinado período do ano, pudesse atender sua de-
manda de mercado.
A lei estabelece que a prestação de serviços só será possível nas seguintes condi-
ções:
• Contrato escrito entre a empresa e empregado;
• Declarar expressamente no contrato o motivo justificador da demanda do traba-
lho temporário;
• Declarar expressamente a modalidade da remuneração da prestação de serviço,
onde estejam claramente discriminadas as parcelas relativas a salários e encar-
gos sociais;
• Declarar o início e término do contrato, não podendo ser superior a 3 (três) me-
ses, salvo necessidade de prorrogação, a qual deverá ser comunicada antecipa-
damente ao Ministério do Trabalho, desde que o período total não ultrapasse 6
(seis) meses;

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Escola Municipal do Trabalho

Apesar de o legislador estabelecer as condições específicas da possibilidade da


celebração do contrato temporário, pode-se observar que muitas empresas se utilizam
deste artifício para reduzir, equivocadamente, os custos com mão-de-obra e com encar-
gos sociais. É comum observarmos a prática de empresas que acabam substituindo parte
da mão de obra efetiva por temporária, sem que tenham uma justificativa legal, con-
forme estabelecida pela lei, gerando a possibilidade de todos estes contratos temporá-
rios serem descaracterizados, seja por manifestação do próprio empregado ou pela fis-
calização do Ministério do Trabalho.
O resultado disso é que, uma vez descaracterizado o contrato temporário, este
passa a ser considerado como indeterminado desde o seu início, e as garantias ao em-
pregado como aviso prévio, 13º salário, férias com o terço constitucional, FGTS mais a
multa de 40% entre outras parcelas.

Rotinas de Admissão
Um processo de admissão de empregados, ao contrário do que se possa imagi-
nar, começa no momento em que é feito o anúncio da disponibilidade da vaga, seja por
meio de jornais, placas, quadros, internet ou qualquer outro meio.
Quando o novo funcionário é escolhido pelo RH, segue o processo de contrata-
ção.
Alguns documentos são solicitados para que seja feito o registro em Carteira:
• Carteira de Trabalho; • Exame Médico Admissional;
• RG; • Certidão de Nascimento dos fi-
• CPF; lhos menores de 14 anos ou in-
• Título de Eleitor; válidos de qualquer idade;
• Certidão de nascimento ou ca- • Caderneta de Vacinação dos fi-
samento; lhos atualizada;
• Declaração de escolaridade; • Declaração de Antecedentes
• Certificado de Reservista; Criminais.
• Fotografias;

Assim que os documentos são entregues, inicia-se o processo de registro do em-


pregado no cadastro interno da empresa, seja ele em forma de livro, ficha ou em siste-
mas no computador.

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Escola Municipal do Trabalho

Quando entregar a Carteira de Trabalho, o empregado deve receber um compro-


vante de que o fez, e o empregador compromete-se a devolvê-la em 48 horas, junto de
um segundo comprovante a ser assinado pelo empregado.

Jornada de Trabalho
Entende-se por Jornada de Trabalho certo número de horas estipuladas para que
o empregado preste serviço ao empregador.
A CLT afirma que esse número não pode exceder 8 horas diárias, embora seja
possível acrescentar horas suplementares quando houver necessidade.
O total semanal a ser trabalhado é de 44 horas, conforme rege a CLT, sendo 8
horas diárias de segunda a sexta-feira e mais 4 horas aos sábados, podendo estas últi-
mas ser compensadas durante a semana.
A jornada de trabalho mensal não pode ultrapassar 220 horas.

Período de Descanso
Em qualquer trabalho contínuo que exceda seis horas, é obrigatória a concessão
de um intervalo para repouso ou alimentação de no mínimo uma hora e no máximo du-
as horas (Art. 71 da CLT). Caso a jornada seja superior a quatro horas e inferior a seis
horas, haverá um intervalo de 15 minutos.
Entre duas jornadas de trabalho, há sempre a obrigatoriedade de, no mínimo,
onze horas consecutivas, destinadas ao descanso do trabalhador. Além disso, todo tra-
balhador tem direito a um descanso semanal de 24 horas consecutivas, que geralmente
são aproveitadas aos domingos. Vale lembrar que esse período é remunerado e é co-
nhecido como DSR (Descanso Semanal Remunerado) ou RSR (Repouso Semanal Remu-
nerado).

Questões para revisão


1) O que é contrato por prazo indeterminado? Explique.
2) O que é contrato por prazo determinado? Explique.
3) O que é contrato de experiência? Explique.
4) O que é contrato temporário? Explique.
5) De acordo com a CLT, de quantas horas deve ser a Jornada de Trabalho diária, men-
sal e semanal?

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Escola Municipal do Trabalho

PAGAMENTO DE SALÁRIOS: PROVENTOS


Além do salário do funcionário, outros adicionais compõem a remuneração dos
empregados, como Horas Extras, Adicional de Insalubridade, Adicional de Periculosida-
de, Adicional Noturno, Salário Família, Diárias de Viagens e Ajuda de Custo.

Salário
Denomina-se Salário a contraprestação devida e paga diretamente pelo empre-
gador ao empregado. O salário pode ser mensal, quinzenal, semanal ou diário, depen-
dendo do combinado entre empregado e empregador.
O Salário pode ser:
Salário Mínimo: Segundo o Art. 7º da Constituição Federal, o trabalhador não
pode receber salário inferior ao Salário Mínimo e este deve ser capaz de atender às ne-
cessidades vitais básicas do empregado e de sua família, como alimentação, educação,
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Atualmente, esse valor é
de R$ 880,00.
Piso Salário ou Salário Normativo: instituído através de Convenção Coletiva de
Trabalho, após acordo entre sindicados.
Salário Variável: é geralmente a contraprestação devida aos empregados comis-
sionados, cujo contrato de trabalho prevê um percentual sobre as vendas concretizadas.
Desta forma, seu salário variará de acordo com suas vendas.
O Salário do empregado pode ser pago em cheque, dinheiro ou depósito bancá-
rio. Se o pagamento for feito em cheque, o empregador deve proporcionar ao emprega-
do:
• Horário para o desconto do cheque, sem ser descontado do salário;
• Gastos com transporte até a Agência Bancária devem ser por conta do empregador;
• Segurança de que não haverá atrasos no recebimento.

Adicional de Insalubridade
São consideradas atividades insalubres aquelas que pos-
sam expor seus empregados a agentes nocivos à saúde acima dos
limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensida-
de do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Os graus de insalubridade classificam-se em três níveis:
Mínimo, o empregado recebe adicional de 10% do Salário Mínimo;

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Escola Municipal do Trabalho

Médio, o empregado recebe adicional de 20% do Salário Mínimo;


Máximo, o empregado recebe adicional de 40% do Salário Mínimo, independente do
salário que recebem.
O Adicional de Insalubridade é eliminado quando o empregador fornece ao em-
pregado equipamentos aprovados e que o protejam de qualquer risco.

Exercício: Calcule o Valor do Adicional de Insalubridade devido aos funcionários abaixo:

Nível de Insa-
Funcionário Salário Bruto Valor do Adicional
lubridade

Ana Maria Ribeiro R$ 1.200,00 Médio


André Luiz R$ 3.600,00 Mínimo
Angelo Gomes R$ 900,00 Mínimo
Beatriz Cruz R$ 1650,00 Mínimo
Bianca Cunha R$ 2.000,00 Máximo
Carlos Soares R$ 900,00 Médio
Donizete Moreira R$ 1.452,11 Máximo
Edilson Santos R$ 880,00 Mínimo
Fabio Reis R$ 2.600,00 Médio
Fernanda Prado R$ 896,20 Máximo

Adicional de Periculosidade
Considera-se atividade ou operação perigosa, aquela que implica o contato per-
manente do empregado com inflamáveis ou explosivos, em condições de risco acentua-
do.
Todo empregado que trabalha sob essas condições deve receber um adicional de
30% do salário bruto, sem considerar gratificações, prêmios ou participação nos lucros.
Quando um trabalhador exerce atividade insalubre e perigosa, deve optar pelo
adicional que melhor o remunere, seja ele o de insalubridade ou o de periculosidade.
Fica, por determinação da Lei, proibido o trabalho do menor em atividades peri-
gosas.

Exercício: Calcule o Valor do Adicional de Periculosidade devido aos funcionários abaixo:

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Escola Municipal do Trabalho

Salário Bru- Valor do


Funcionário
to Adicional
Aurélio Romão R$ 1.245,78
Cecília Santos R$ 1.512,90
Danúbio Duarte R$ 2.100,51
Eliana Rocha R$ 880,00
Gabriela Mara R$ 2.100,32
Geraldo Gomes R$ 980,30
Ivan Cunha R$ 890,31
Julio Silva R$ 880,00
Kelly Maria R$ 2.312,00
Leila Lima R$ 1.600,23
Otacílio de Paula R$ 1.118,12
Renato Augusto R$ 1.012,36
Sidney Sampaio R$ 5.000,00

Adicional Noturno
Têm direito ao recebimento do Adicional Noturno os empregados que trabalham
no período entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
O Adicional Noturno é de, pelo menos, 20% sobre a hora diurna.
Ao contrário do trabalho diurno, no trabalho noturno a hora não é mais conside-
rada como sendo de 60 minutos, e sim como de 52 minutos e 30 segundos, o que consti-
tui um benefício ao trabalhador noturno.
Se um empregado trabalha das 22h às 5h, concluímos que ele trabalha 7 horas,
não é?
Exercício: Calcule o Valor do Adicional Noturno devido aos funcionários abaixo:
Horas no-
Salário Bru- Valor do
Funcionário turnas tra-
to Adicional
balhadas
Rogério Lopes R$ 2.300,00 100
Cristina Amélia R$ 1.600,00 200
Rosa Madalena R$ 890,00 220
Celina Alcântara R$ 1.450,00 150
Robson Palma R$ 1.200,31 160
Cleiton Mota R$ 930,11 98
Helena Maria R$ 880,00 56
Ana Silvia R$ 1.015,00 140
Bento Gomes R$ 1.320,00 123
Célio Prado R$ 1.110,00 201
Maria Paula R$ 810,00 207

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Escola Municipal do Trabalho

Salário Família
O Salário Família é um benefício pago aos empregados que possu-
em salário mensal de até R$ 1.212,64, para auxiliar no sustento dos
filhos de até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade. São e-
quiparados aos filhos os enteados e os tuteladosdesde que não possu-
am bens suficientes para o próprio sustento, devendo a dependência
econômica de ambos ser comprovada.
Para o ano de 2016, o valor do salário-família é de R$ 41,37, por filho de até 14 anos
incompletos ou inválido, para quem ganhar até R$ 806,80. Para o trabalhador que rece-
ber de R$ 806,81 a R$ 1.212,64, o valor do salário-família por filho de até 14 anos de
idade ou inválido de qualquer idade será de R$ R$ 29,16.
Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos
têm direito ao salário-família.

Exercício: Calcule o Valor do Salário Família devido aos funcionários abaixo:


Número de
Salário Bru- Valor do
Funcionário Filhos Me-
to Adicional
nores
Rogério Lopes R$ 2.300,00 1
Cristina Amélia R$ 1.600,00 2
Rosa Madalena R$ 890,00 3
Celina Alcântara R$ 1.450,00 1
Robson Palma R$ 1.200,31 2
Cleiton Mota R$ 930,11 3
Helena Maria R$ 880,00 4
Ana Silvia R$ 1.000,00 2
Bento Gomes R$ 1.320,00 2
Célio Prado R$ 1.110,00 1

Horas-Extras
São consideradas horas extras aquelas em que o empregado trabalha mais do
que as horas estipuladas pela Jornada de Trabalho. Conforme o Art. 59 da CLT, o empre-
gado não pode fazer mais do que 2 horas extras diárias.
A remuneração de uma Hora Extra corresponde ao valor normal da hora normal
mais um adicional de 50% deste valor. Veja:
Valor da Hora = R$ 6,00
50% da Hora = R$ 6,00 x 50% = R$ 3,00

52
Escola Municipal do Trabalho

Valor da Hora Extra = R$ 6,00 + R$ 3,00 = R$ 9,00


As Horas Extras trabalhadas aos domingos e feriados serão remuneradas com
100% de adicional:
Valor da Hora = R$ 6,00
100% da Hora = R$ 6,00 x 100% = R$ 6,00
Valor da Hora Extra = R$ 6,00 + R$ 6,00 = R$ 12,00

DSR (Descanso Semanal Remunerado)


A hora-extra estende a jornada de trabalho e, consequentemente, reflete no pa-
gamento do dia de descanso e por isso seu valor deve ser calculado e integrado ao salá-
rio.

Exercício: Calcule o Valor das Horas Extras devidas aos funcionários abaixo. Considero o
mês de Maio/2014 para a base dos cálculos.
nº de Horas Ex- Valor das Total a
Funcionário Salário Bruto DSR
tras (50%) Horas Extras Receber
Arnaldo Antunes R$ 1.000,00 30
Daniela Duarte R$ 901,12 21
Elsa Frozen R$ 2.500,00 12
Erick Machado R$ 927,41 20
Felipe Limeira R$ 1.300,23 17
Francine Reis R$ 890,40 23
Helio Penha R$ 3.614,00 15
Larissa Cristina R$ 1.100,00 17
Silvia Silva R$ 772,00 12
Túlio Amaral R$ 1.001,11 8

nº de Horas Ex- Valor das Total a


Funcionário Salário Bruto DSR
tras (100%) Horas Extras Receber
Cleber Cunha R$ 1.100,00 8
Diego Lopes R$ 812,30 10
Flávia Rossi R$ 970,20 4
Francisco Lima R$ 1.222,10 12

53
Escola Municipal do Trabalho

Gustavo Cardoso R$ 780,00 5


José Carlos R$ 960,00 3
Lucas Santos
R$ 2.400,26 7
Marcio Silva
R$ 3.100,00 10
Natália Carolina
R$ 1.500,00 12
Otávio Augusto
R$ 2.900,00 9

Questões para revisão


1) Quem tem direito ao Adicional de Insalubridade? Quais são os níveis e os valores
recebidos?
2) Quem tem direito ao Adicional de Periculosidade? Qual é o valor deste adicional?
3) Quem tem direito ao Adicional Noturno? Qual é o valor deste adicional?
4) Quem tem direito ao Salário Família? Qual é o valor deste adicional?
5) Quem tem direito às Horas Extras? Quais são os valores deste adicional?

54
Escola Municipal do Trabalho

Período: 01 a 31 de Janeiro de 2016


FOLHA DE PAGAMENTO DE SALÁRIOS Seção: 01

Proventos
nº de Total (Salário +
Nome Salário Base Insalub. Ou
ordem Horas Extras DSR Adic. Noturno Salário Família Proventos)
Pericul.

1 Adriana Calcanhoto R$ 813,00 R$ - R$ 243,90 R$ - R$ 1.056,90 17,72727


2 Andréa Beltrão R$ 1.450,67 R$ - R$ 144,80 R$ - R$ 1.595,47 8,863636
3 Caio Castro R$ 3.900,00 R$ 398,86 R$ 79,77 R$ - R$ 4.378,64 26,59091
4 Carlos Abranches R$ 890,09 R$ - R$ 121,38 R$ - R$ 1.011,47
5 Carla Perez R$ 1.444,55 R$ 210,12 R$ 42,02 R$ - R$ 1.696,69
6 Elza Soares R$ 2.800,00 R$ 254,55 R$ 50,91 R$ 289,60 R$ - R$ 3.395,05
7 Evandro Mesquita R$ 1.891,78 R$ - R$ 567,53 R$ - R$ 2.459,31
8 Fernanda Souza R$ 910,12 R$ - R$ 73,98 R$ 984,10
9 Geise Arruda R$ 724,00 R$ 98,73 R$ 19,75 R$ 24,66 R$ 867,13
10 Hebe Camargo R$ 780,34 R$ - R$ 234,10 R$ 49,32 R$ 1.063,76

Siga as instruções abaixo para completar a Folha de Pagamento:


1) Tem 2 Filhos menores de 14 anos e Adicional de Periculosidade 9) Tem 1 filho menor de 14 anos e fez 20 Horas Extras de 50%
2) Tem Adicional de Insalubridade de Nível Médio 10) Tem 2 filhos menores de 14 anos e Adicional de Periculosidade
3) Fez 15 Horas Extras de 50%
4) Fez 150 Horas Noturnas
5) Fez 16 Horas Extras de 100%
6) Tem Adicional de Insalubridade de Nível Máximo e Fez 10 H. E. de 100%
7) Tem Adicional de Periculosidade
8) Tem 3 filhos menores de 14 anos

45
Escola Municipal do Trabalho

DESCONTOS
Vale Transporte
O Vale Transporte é um Benefício que o empregador
paga aos empregados para utilização efetiva em despesas de
deslocamento residência/trabalho e vice-versa.
Para receber o Vale-Transporte, o empregado deve
informar ao empregador, por escrito, o seu endereço resi-
dencial e os meios de transporte utilizados no deslocamento. Quando fornece essas
informações, o empregado firma um compromisso com o empregador de utilizar o
Vale-Transporte exclusivamente para o deslocamento residência/trabalho.
O custo do Vale Transporte será pago da seguinte forma:
• Pelo empregado, uma parcela equivalente a 6% de seu salário (desde que essa
taxa não exceda o valor gasto com o deslocamento);
• Pelo empregador, o restante para completar o valor do Vale Transporte.
É importante ressaltar que, quando o valor do Vale Transporte for inferior a 6%
do salário do empregado, o empregador ficará restrito a descontar-lhe o menor valor.

Exercício: Calcule o valor do desconto de Vale Transporte dos funcionários abaixo:


Salário Bru- Gasto com Valor de
Funcionário
to Transporte Desconto
August Both R$ 1.819,00 180,00
Barney Stintson R$ 680,00 200,00
David Nolan R$ 857,11 120,00
Emma Swan R$ 3.700,00 100,00
Killian Jones R$ 2.301,63 200,00
Lily Aldrin R$ 5.000,00 180,00
Marshall Eriksen R$ 963,15 150,00
Mary Margaret R$ 2.500,00 190,00
Regina Mills R$ 1.845,86 140,00
Robin Scherbarsky R$ 1.011,11 180,00

56
Escola Municipal do Trabalho

Vale Refeição e Vale Alimentação


Diferentemente do que ocorre com o vale-transporte, a concessão do benefício
do vale-refeição ou do vale-alimentação não é uma obrigação legal do empregador, a
menos que o benefício esteja previsto no contrato de trabalho ou na convenção coleti-
va. No entanto, uma vez concedido pelo empregador e quando não descontada ne-
nhuma porcentagem do trabalhador, o benefício passa a ter natureza salari-
al, sendo incorporado ao salário para todos os efeitos legais, ou seja, refle-
tindo no pagamento das obrigações tributárias (INSS, FGTS etc) e das verbas
trabalhistas.
Isso porque, segundo o Artigo 458 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
"além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos
legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a em-
presa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado".

Refeição ou alimentação?
Outro aspecto importante para o entendimento do benefício é a diferença
entre vale-refeição e vale-alimentação. O vale-refeição, seja ele fornecido tíquete ou
por meio de cartão magnético, é aquele utilizado para o pagamento de refeições na
rede conveniada da prestadora de serviços, ou seja, restaurantes, lanchonetes, pa-
darias e similares.
Já o vale-alimentação é aceito apenas para a compra de gêneros alimentícios
em redes como supermercados e mercearias, não sendo aceito em restaurantes e
similares. Algumas empresas oferecem a opção para o trabalhador da modalidade a
qual melhor lhe convier.
Vale dizer também que, no caso de a concessão do benefício de alimentação
estar prevista em contrato de trabalho ou em acordo coletivo, o empregador pode
fornecer um valor superior ao estipulado nestes documentos, mas nunca, em hipó-
tese nenhuma, um valor inferior, estando neste caso sujeito a multas e sanções.

Além disso, o mesmo artigo da CLT determina que a o benefício de alimentação


fornecido pelo empregador não pode exceder a 20% (vinte por cento) do salário-
contratual.
Quando o vale-alimentação ou vale-refeição não é fornecido gratuitamente
pelo empregador, isto é, quando o empregador desconta alguma porcentagem do sa-

57
Escola Municipal do Trabalho

lário do trabalhador, o benefício é considerado como parcela de natureza indenizató-


ria, e não salarial, não podendo, assim, ser incorporado ao salário.
Vale lembrar que a lei não estipula um valor mínimo de desconto do salário do
trabalhador, apenas um valor máximo (teto), que não pode ultrapassar os 20% do salá-
rio. Por isso, mesmo quando o desconto é "simbólico", o benefício deixa de ser incor-
porado ao salário do trabalhador para efeitos legais.

INSS (Imposto Nacional de Seguridade Social):


É um imposto devido por todo segurado empregado ao Instituto Nacional do
Seguro Social. O valor do INSS é descontado diretamente na Folha de Pagamento, de
acordo com o salário base do empregado. Veja a tabela abaixo:

Cálculo INSS (a partir de 1º janeiro de 2016)


Até R$ 1.556,94 Desconto de 8%
De R$ 1.556,95 até 2.594,92 Desconto de 9%
De R$ 2.594,93 até 5.189,82 Desconto de 11%
Desconto Máximo: R$ 570,88

Não se esqueça! O valor máximo do desconto é de R$ R$ 570,88. Por exemplo,


se um empregado recebe um salário que, calculando a porcentagem do INSS, exceda o
limite máximo que pode ser descontado, este sofrerá o desconto do menor valor.

Exemplo de Cálculo:

58
Escola Municipal do Trabalho

IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte):


O IRRF consiste num imposto que obedece à legislação do Ministério da Fazen-
da, que obriga o empregador a efetuar o desconto sobre seus empregados. Esse im-
posto incide somente sobre os empregados cuja renda ultrapassa um limite mínimo,
estipulado pela própria Receita Federal. Veja a tabela de 2016:

Base de Cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a Deduzir do IR (R$)


Até Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36
Dedução por dependente: R$ 189,59

Exemplo de Cálculo:

59
Escola Municipal do Trabalho

Exercício: Calcule o INSS e o IRRF dos funcionários abaixo:

nº de Nº de Depen- Descontos
Nome Salário Base
ordem dentes
INSS IRRF
1 Abilio Diniz R$ 1.913,00 -
2 Alexandre Patto R$ 5.612,23 3
3 Caetano Veloso R$ 4.563,21 2
4 Claudia Abreu R$ 2.896,02 1
5 Edson Celulari R$ 2.413,89 2
6 Fernanda Lima R$ 3.162,85 2
7 Gaby Amarantos R$ 3.250,69 3
8 Glória Pires R$ 1.312,25 -
9 Isabelly Fontana R$ 3.781,25 2
10 Jayme Monjardim R$ 2.800,19 2

Sindicato
O Sindicato é uma associação de defesa e coordenação dos interesses de todos
os que, como empregados, empregadores, autônomos ou profissionais liberais, exer-
çam a mesma atividade profissional, ou seja, cabe ao sindicato a defesa dos direitos e
interesses coletivos ou individuais da Categoria, agindo como um fiscalizador.
É dever do Sindicato:
• Representar interesses gerais da categoria ou
profissão;
• Celebrar Convenções Coletivas de Trabalho;
• Colaborar com os Poderes Públicos no desen-
volvimento da solidariedade social;
• Manter serviços de assistência judiciária para os
associados.
O reconhecimento de um Sindicato é dado pelo Ministério do Trabalho, que
fornecerá Carta de Reconhecimento, onde é especificada a representação econômica
ou profissional.

Contribuição Sindical
Todos os empregadores são obrigados a efetuar um desconto na Folha de Pa-
gamento de seus empregados, no mês de março de cada ano, o valor correspondente
a um dia de trabalho. É a Contribuição Sindical.

60
Escola Municipal do Trabalho

O recolhimento da Contribuição Sindical será efetuado no mês de abril aos seus


respectivos sindicatos, tendo por base o salário recebido no mês de março.
Para os empregados admitidos após o mês de março, a empresa atual deverá
observar se o desconto foi feito na empresa anterior. Caso contrário, caberá a ela efe-
tuá-lo.
As empresas têm um prazo de 15 dias, contados a partir da data do recolhi-
mento, para enviar ao referido Sindicato uma relação contendo os nomes de todos os
empregados contribuintes, indicando a função de cada um, o salário recebido no mês
referente e o valor recolhido.

FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço):


O FGTS é um Encargo Social. A partir do dia em que um empregado começa a
trabalhar numa empresa, é aberta uma conta vinculada em seu nome, na Caixa Eco-
nômica Federal, onde o empregador tem a obrigação de depositar, mensalmente, um
valor correspondente a 8% do salário base do empregado. Mas não se esqueça! Este
valor NÃO é descontado do salário do funcionário.
O valor contido nesta conta não fica à disposição do empregado, embora ele
tenha acesso ao seu saldo. Essa liberação só ocorre quando, por exemplo, há demissão
sem justa causa, aquisição de casa própria ou aposentadoria.

61
Seção: 01
FOLHA DE PAGAMENTO DE SALÁRIOS Período: 01 a 31 de Janeiro de 2016
Escola Municipal do Trabalho

nº de Descontos Total (Salário - Descon-


ordem
Nome Salário Base Contrib. Sindi- Vale Ref./ tos) FGTS
INSS IRRF Vale Transporte
cal Aliment.
R$
1 Augusto Liberato R$ 2.317,21 254,89 20,59 R$ 139,03 R$ 77,24 R$ 5,00 R$ 1.820,45 R$ 185,38
R$
2 Bruna Marquezini R$ 2.567,11 282,38 23,80 R$ 85,57 R$ 5,00 R$ 2.170,36 R$ 205,37
R$
3 Celso Portioli R$ 3.200,00 352,00 52,56 R$ 106,67 R$ 5,00 R$ 2.683,77 R$ 256,00
4 Cesar Menoti R$ 6.000,21 482,93 542,84 R$ 200,01 R$ 5,00 R$ 4.769,43 R$ 480,02
R$
5 Edu Guedes R$ 1.876,21 168,86 - R$ 90,00 R$ 62,54 R$ 5,00 R$ 1.549,81 R$ 150,10
R$
6 Emerson Sheik R$ 3.544,99 389,95 111,27 R$ 118,17 R$ 5,00 R$ 2.920,61 R$ 283,60
R$
7 Fausto Silva R$ 2.444,88 268,94 15,64 R$ 81,50 R$ 5,00 R$ 2.073,81 R$ 195,59
R$
8 Giovana Antonelli R$ 2.188,78 196,99 - R$ 72,96 R$ 5,00 R$ 1.913,83 R$ 175,10
R$
9 Heloísa Perisse R$ 3.219,38 354,13 53,86 R$ 107,31 R$ 5,00 R$ 2.699,08 R$ 257,55
R$
10 Irene Ravache R$ 3.100,50 341,06 59,40 R$ 103,35 R$ 5,00 R$ 2.591,69 R$ 248,04

Todos os funcionários desta empresa têm desconto de R$ 5,00 com Vale Refeição. Além disso, neste mês, todos tiveram Contribuição Sindical.
Para calcular os demais descontos, siga as instruções abaixo e complete a Folha de Pagamento de Salários:
1) Possui gasto com transporte de R$ 200,00 9) Tem 2 dependentes
2) Tem 1 dependente 10) Possui 1 dependente
3) Tem 2 dependentes
4) Tem 3 dependetes
5) Possui gasto de R$ 90,00 com transporte
6) Tem 1 dependente
7) Tem 1 dependente
8) Tem 2 dependentes

62
Escola Municipal do Trabalho

OUTROS CÁLCULOS TRABALHISTAS

13º Salário
O 13º Salário é uma gratificação paga pelo empregador a seus empregados, ge-
ralmente no final do ano. Consiste num valor referente a mais um salário por ano e pode
ser efetuado em 2 parcelas: a 1ª até dia 30 de novembro e a 2ª até dia 20 de dezembro.
O cálculo do 13º Salário é feito da seguinte maneira: a cada mês trabalhado, o
empregado adquire o direito ao recebimento de 1/12 da remuneração devida em dezem-
bro, sendo que a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho será reconhecida como
um mês inteiro para efeito de cálculo.
Sobre o 13º Salário também incidem os descontos de INSS e IRRF e o recolhimento
do FGTS, como em um mês comum.

Calcule o valor do 13º Proporcional que cada funcionário receberá:


Valor do 13º
Funcionário Salário Admissão
Proporcional
Amélia Nogueira R$ 1800,00 01/03/2014
Beto Barbosa R$ 2300,00 23/05/2014
Diego Mendonça R$ 890,00 01/02/2014
Julieta Rossi R$ 1230,00 16/04/2104
Katia Camargo R$ 980,00 19/05/2014
Miranda Mirinda R$ 3100,00 26/02/2014
Mirinda Miranda R$ 1000,00 26/01/2014
Rodrigo Moura R$ 841,00 23/06/2014
Tatiana Rodrigues R$ 2810,00 10/12/2014

Férias
Chamamos de Férias o período de descanso concedido aos trabalhadores após 12
meses de vigência do contrato de trabalho, sem que haja prejuízo da remuneração. A
duração desse período obedece ao critério a seguir:
• 30 dias corridos (incluindo sábados, domingos e feriados) quando o empregado,
durante o Período Aquisitivo, tiver até 5 faltas.
• 24 dias corridos, quando o empregado tiver entre 6 e 14 faltas.
• 18 dias corridos, quando o empregado tiver entre 15 e 23 faltas.
• 12 dias corridos, quando o empregado tiver entre 24 e 32 faltas.

63 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
Escola Municipal do Trabalho

Aos 12 meses que o empregado trabalha para adquirir o direito às Férias, chama-
mos de Período Aquisitivo.
Os dias que o empregado goza como Férias, chamamos de Período de Gozo.

Remuneração de Férias
Se um empregado quiser aproveitar apenas uma parte de suas férias, ele pode
vender 10 dias delas, que também serão remunerados.
Este abono dos 10 dias, assim como o pagamento relativo aos 20 dias de Férias,
juntos devem corresponder à totalidade do salário que o empregado recebe quando está
em atividade.
No caso dos empregados horistas, a remuneração de Férias será calculada com
base na média do que foi pago a ele em horas nos últimos 12 meses.
Com a Constituição Federal, ficou assegurado ao trabalhador um acréscimo de 1/3
de seu Salário junto ao pagamento das Férias. Por exemplo, se o funcionário recebe men-
salmente R$ 1.000,00, no mês de suas férias, ele terá direito a receber mais R$ 333,33.
Sobre o valor das férias também incidem os descontos de INSS e IRRF.

Faltas
O pagamento relativo às Férias deve ser feito ao empregado dois dias úteis antes
do início real das Férias.
A duração das Férias varia de acordo com as faltas do empregado, como vimos
anteriormente, porém, não podemos considerar como falta a ausência no trabalho nas
seguintes ocasiões:
• até 2 dias consecutivos, quando há falecimento de parente próximo.
• até 3 dias consecutivos, quando o empregado se casa.
• por 5 dias, quando há nascimento do filho do empregado.
• por 1 dia (a cada 12 meses), quando utilizado para doação voluntária de san-
gue.
• por 2 dias, consecutivos ou não, para adquirir o Título de Eleitor.
• no período em que está cumprindo o Serviço Militar.
• nos dias em que estiver prestando Exames Vestibulares.
• durante a Licença Maternidade.
• por motivos de acidente de trabalho ou enfermidade atestada pelo INSS.
• justificada pela empresa.

64 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
Escola Municipal do Trabalho

Não é o empregado que marca a data de suas férias. Isso cabe ao empregador e,
para isso, ele tem o prazo de 11 meses a contar do dia em que o empregado adquirir o
direito de gozá-las. Se o empregador deixar passar o prazo máximo de 11 meses, terá de
pagar em dobro a Remuneração das Férias daquele empregado.
Em alguns casos, as férias podem ser concedidas em dois períodos, porém ne-
nhum deles pode ser inferior a 10 dias.
Se membros de uma mesma família trabalharem na mesma empresa, terão direito
a gozar suas Férias no mesmo período, caso haja interesse destes e isso não prejudique as
atividades da empresa.

Férias Coletivas
São aquelas concedidas a todos os empregados de uma empresa ou de setores da
empresa. As Férias Coletivas devem ser avisadas ao Ministério do Trabalho e ao Sindicato
da categoria com, no mínimo, 15 dias de antecedência pelo empregador.

Perda dos Direito às Férias


Não terá direito a aproveitar as Férias o empregado que, durante o período aquisi-
tivo:
Deixar o emprego e não for readmitido nos 60 dias seguintes à sua saída;
Permanecer em licença por mais de 30 dias;
Deixar de trabalhar durante 30 dias em razão de paralisação total ou parcial dos
serviços da empresa;
Tiver recebido da Previdência Social auxílio-doença por mais de 6 meses.

Cálculo de férias:
O funcionário pode aproveitar integralmente suas férias, ou seja, aproveitar os 30
dias de descanso que tem direito, mas também pode “vender” 10 dias de férias e aprovei-
tar somente 20. Veja o exemplo dos dois cálculos e veja o que é mais vantajoso para cada
caso:

65 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
Escola Municipal do Trabalho

30 dias de férias:
Salário Bruto: R$ 3.000,00
Funcionário que não fez Horas Extras e não possui dependentes.
Proventos Descontos

66 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
Escola Municipal do Trabalho

SEGURANÇA DO TRABALHO

A Segurança do Trabalho é o conjunto de atividades relacionadas à prevenção de


acidentes e à eliminação de condições inseguras de trabalho. Para alcançar esses objeti-
vos, a Segurança do Trabalo desenvolve as seguintes atividades:
1. Monitoramento de atividades da empresa: que envolvam algum risco para mapear
onde estão as condições inseguras de trabalho no sentido de planejar como elminá-
las ou reduzí-las;
2. Estabelecimento de normas de segurança: para todas as atividades da empresa que
possam envolver alguma condição insegura que provoque risco de acidente;
3. Conscientizar e convencer os funcionários: a respeitar e adotar as normas de segu-
rança no sentido de executar suas tarefas sem correr o risco de provocar acidentes.
A Segurança do Trabalho deve ser uma preocupação de todas as pessas na empresa. A
rigor, ela é uma responsabilidade de linha, isto é, uma competência de cada chefia. Mas
também é uma função de staff, pois compete ao órgão de segurança monitorar, criar
normas e procedimentos de segurança, treinar e conscientizar os funcionários quanto à
sua adoção. Mas em cada departamento da empresa, cabe ao chefe fazer valer essas
normas de segurança.

Acidente de trabalho
Um acidente de trabalho é um fato não premeditado do qual resulta dano consi-
derável ao patrimônio, à pessoa ou a ambos. Assim, existem os seguintes tipos de aciden-
tes:
1. Acidentes sem afastamento: quando o empregado continua a trabalhar normalmen-
te após o acidente.
2. Acidentes com afastamento: quando o empregado deixa de trabalhar durante algum
tempo, devido às consequências do acidente. Os acidentes com afastamento podem
resultar em:
a. Incapacidade temporária: é a perda total da capacidade para o trabalho, que pode
perdurar por um ou mais dias. No retorno, o empregado assume o cargo sem re-
dução de sua capaciade.
b. Incapacidade permanete parcial: é a redução da capacidade para o trabalho moti-
vada pelo acidente. A incapacidade permanente parcial pode ser a perda de
qualquer membro ou parte dele; perda parcial da visão ou audição, ou ainda,
qualquer lesão ou perturbação que diminua a capaciade de trabalho.
67 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
Escola Municipal do Trabalho

c. Incapacidade total permanente: é a perda total e em caráter permanente da capa-


cidade de trabalho. A incapacidade total permanete pode ser a perda da visão ou
audição, ou qualquer outra lesão ou perturbação que torne o empregado inváli-
do.
d. Morte: quando o acidente de trabalho provoca a morte do funcionário.

Todo e qualquer acidente é um sinistro que afeta a integridade física do funcioná-


rio, sua segurança e da sua família. Afeta também o ritmo de trabalho da empresa pelas
consequências emocionais que provoca ente os demais funcionários.

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UNIDADE 3 - NOÇÕES DE CONTABILIDADE


Conceitos de Contabilidade
Contabilidade é uma ciência que permite, por intermédio de suas técnicas, manter
um controle permanente do patrimônio da empresa.
Mas, o que é Patrimônio?
Patrimônio é o conjunto de Bens pertencentes a uma empresa ou pessoa física,
Direitos que são os valores a receber e as Obrigações que são os compromissos assumi-
dos e dívidas a serem pagas, tudo avaliado em moeda.

Princípios de contabilidade
Princípio é a causa da qual algo procede, é a origem, o começo de um fenômeno
ou de uma série de fenômenos.
Os princípios, quando entendidos como preceitos básicos e fundamentais de uma
doutrina, são imutáveis, quaisquer que sejam as circunstâncias de tempo ou lugar em que
a doutrina é estudada.
Abaixo, seguem os princípios de contabilidade conforme determina a Resolução nº
750/93 do Conselho Federal de Contabilidade.

I) Princípio da entidade
O patrimônio da entidade não se confunde com o dos seus sócios, acionistas ou
proprietário individual.

II) Princípio da continuidade


A vida da entidade é continuada. Por consequência, como as demonstrações con-
tábeis são estáticas, não podem ser desvinculadas dos períodos anteriores e subsequen-
tes.

III) Princípio da oportunidade


As mudanças nos ativos, passivos e na expressão contábil do patrimônio líquido
devem ser reconhecidas formalmente nos registros contábeis, logo que ocorrerem.

IV) Princípio do registro pelo valor original

69 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais das


transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País, que se-
rão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive quando figu-
rarem agregações ou decomposições no interior da entidade.

V) Princípio da atualização monetária


Os efeitos da aceleração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconheci-
dos nos registros contábeis, por meio do ajustamento da expressão formal dos valores
dos componentes patrimoniais.

VI) Princípio da competência


As receitas e despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período
em que ocorrerem, sempre simultaneamente, quando se correlacionarem, independente
do recebimento ou pagamento.

VII) Princípio da prudência


Determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior pa-
ra os do passivo.

Funções da Contabilidade
As principais funções da Contabilidade são: registrar, organizar, demonstrar, anali-
sar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou
social que a empresa exerce no contexto econômico.
Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário.
Organizar: um sistema de controle adequado à empresa.
Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de de-
monstrativos a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa.
Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com a finalidade de apuração dos re-
sultados obtidos pela empresa.
Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a
serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertando para eventuais
problemas.

70 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Finalidades da Contabilidade
As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da adminis-
tração das empresas no exercício de suas funções. Portanto, a Contabilidade é o controle
e o planejamento de toda e qualquer entidade socioeconômica.
Controle: a administração por meio das informações contábeis via relatórios pode
certificar-se, na medida do possível, de que a organização está agindo em conformi-
dade com os planos e políticas determinados.
Planejamento:a informação contábil, principalmente no que se refere ao estabeleci-
mento de padrões e ao interrelacionamento da Contabilidade e os planos orçamen-
tários, é de grande utilidade no planejamento empresarial, ou seja, no processo de
decisão sobre que curso de ação deve ser tomado para o futuro.

Patrimônio e seus elementos


Elementos do patrimônio estudados pela Contabilidade
(+) (–)
Bens Obrigações
• Dinheiro • Contas a pagar
• Veículos • Títulos a pagar
• Mercadorias para revenda • Salários a pagar
• Computadores • Impostos a pagar
• Máquinas e equipamentos • Duplicatas a pagar
• Móveis e utensílios • Financiamentos bancários
• Prédios • Fornecedores
• Etc. • Etc.

Direitos
• Contas a receber
• Títulos a receber
• Clientes

Em que: Bens + Direitos formam a parte positiva do patrimônio.


Obrigações formam a parte negativa do patrimônio.

71 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Bens
Sob o ponto de vista contábil, bem significa tudo aquilo que uma empresa possui,
seja para uso, troca ou consumo. Os bens podem ser materiais e imateriais. Os bens ma-
teriais constituem todas as coisas ou objetos concretos da empresa, representados por
seu valor monetário. Exemplo: móveis, dinheiro, imóveis, máquinas, veículos, mercadori-
as em estoque etc. Os bens imateriais são aqueles que não existem fisicamente. Exem-
plos: marcas, patentes, gastos com pesquisa etc.

Direitos
São valores que a empresa tem a receber de terceiros, decorrentes de bens, servi-
ços ou dinheiro que ela forneceu. Exemplos: duplicatas a receber referentes às vendas a
prazo, dívidas a receber etc.
É comum as empresas efetuarem vendas a prazo. Quando isso ocorre, a empresa
não recebe no ato o dinheiro correspondente à venda; receberá futuramente, porque a
venda foi a prazo. Sendo assim, a empresa fica com o direito de receber o valor da venda
no prazo determinado.
Esses direitos geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da ex-
pressão a receber.

Obrigações
São valores correspondentes a dívidas ou compromissos que a empresa assume
com terceiros, decorrentes de bens, serviços ou empréstimos que ela recebeu. Exemplos:
duplicatas a pagar referentes a compras a prazo, empréstimos a pagar, promissórias a
pagar etc.
É comum também as empresas efetuarem compras a prazo. Quando isso ocorre, a
empresa não paga a compra no ato; deverá pagar futuramente, porque a compra foi a
prazo. Neste caso, a empresa fica com a obrigação de pagar o valor da compra no prazo
determinado.
Essas obrigações geralmente aparecem com os nomes dos elementos seguidos da
expressão a pagar.

72 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Patrimônio Líquido
É o quarto grupo de elementos patrimoniais que, juntamente com os bens, os di-
reitos e as obrigações, completará a demonstração contábil denominada balanço patri-
monial.
O total do grupo Patrimônio Líquido é igual ao valor da Situação Líquida da empre-
sa.
Representa os valores que pertencem à empresa. Se considerarmos tudo o que a
empresa tem (bens + direitos) e subtrairmos o que ela deve (obrigações), encontraremos
o Patrimônio Líquido.
O Patrimônio Líquido é composto basicamente pelo capital da empresa, acrescido
ou diminuído dos lucros ou prejuízos que ela obtém em seus negócios.
Esse grupo, no balanço patrimonial de uma empresa, aparece sempre do lado di-
reito, juntamente com as obrigações.
Demonstração:
Ativo Passivo
Bens Obrigações
Direitos Patrimônio Líquido

Situações líquidas patrimoniais


Obtidas com a aplicação da equação patrimonial apresentada em seguida:
BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES = SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL
Existem três possíveis situações líquidas patrimoniais. São elas:

1ª) Ativo maior que o passivo


Ocorre quando a soma dos bens com os direitos é maior que a soma das obriga-
ções.
Neste caso, a situação líquida chama-se:
1. Situação Líquida Positiva, porque o total dos elementos positivos (bens + direitos)
supera o total dos elementos negativos (obrigações).
2. Situação Líquida Ativa, porque o total do ativo (bens + direitos) supera o total do pas-
sivo (obrigações).
3. Situação Líquida Superavitária, por ser uma situação positiva.

73 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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2ª) Ativo menor que o passivo


Ocorre quando a soma dos bens com os direitos é menor que a soma das obriga-
ções.
Neste caso, a situação líquida chama-se:
1. Situação Líquida Negativa, porque o total dos elementos negativos (obrigações) supe-
ra o total dos elementos positivos (bens + direitos).
2. Situação Líquida Passiva, porque o total do passivo (obrigações) supera o total do ati-
vo (bens + direitos).
3. Situação Líquida Deficitária, por ser uma situação negativa.
4. Passivo a Descoberto, porque o total do ativo não é suficiente para cobrir o total do
passivo.

3ª )Ativo igual ao passivo


Ocorre quando o total dos bens mais direitos é igual ao total das obrigações. Neste
caso a situação líquida é nula, inexistente.

Origem e Aplicação de Recursos


O Patrimônio de uma empresa é representado pelo Balanço Patrimonial em um
gráfico em forma de T, onde os dois lados devem ter totais iguais.

Patrimônio
Ativo Passivo
Elementos Positivos Elementos Negativos
Bens Obrigações
Direitos Patrimônio Líquido

Origem: de onde vêm os recursos.


Aplicação: onde são aplicados os recursos.
Vejamos detalhadamente a aplicação dos conceitos da Contabilidade.
No lado do Passivo temos dois grupos de elementos:
Obrigações: é uma parte do Patrimônio que pertence a terceiros, como pagamentos a
prazo, por exemplo.
Relembrando: O Patrimônio Líquido é uma parte do Patrimônio que pertence aos sócios
ou titular da empresa. O que denominamos de Capitais Próprios.
Os Capitais Próprios originam-se de duas formas:
Com o investimento inicial da empresa;

74 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Com a evolução normal da empresa. Referindo-se assim aos Lucros e consequente-


mente às Reservas que originam-se a partir deles.
O Passivo refere-se a origem de Capitais, isto é, de onde a empresa conseguiu re-
cursos para aplicar em Bens, ou melhor, no próprio Ativo.
Temos então no Ativo a aplicação desses recursos.
Dessa forma, o Ativo demonstra através dos elementos Bens e Direitos toda a
aplicação de capitais obtida através do Passivo.
Veja, os Bens só serão adquiridos de acordo com o Capital disponível, podendo ge-
rar obrigações em casos de compras a prazo. Mas sempre de acordo com o que a empre-
sa possa cumprir.
Isto é, nenhuma empresa efetua compras, mesmo que sejam a prazo, se elas su-
perarem a disponibilidade da empresa.
Ex: uma empresa deseja comprar um veículo no valor de R$ 5.000,00 e tem em
Caixa R$ 5.7000,00.
O veículo pode ser comprado à vista. No entanto, se isto for feito talvez a empresa
não tenha disponibilidade de efetuar outras compras.
É importante lembrar que a empresa visa também o retorno através de suas ven-
das. No caso de vendas a prazo, serão gerados os Direitos da empresa.

Contas Devedoras e Contas Credoras


Sempre ligamos a palavra débito a uma situação negativa e a palavra crédito a
uma situação positiva.
Na linguagem contábil a palavra Débito representa elementos positivos e a palavra
Crédito, os elementos negativos.

Vejamos o gráfico:
Balanço Patrimonial
Ativo = Débito Passivo = Crédito
Contas Devedoras Contas Credoras

O lado Ativo representa as contas de natureza Devedora. Como acabamos de


aprender são devedoras do Passivo por serem aplicações de recursos.
O lado Passivo representa as contas de natureza Credora. Como acabamos de
aprender são credoras do Ativo por serem origem de recursos e também por representa-
rem os Capitais de Terceiros.

75 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Então, não se esqueça!


Na linguagem comum, débito significa dívida, situação negativa.
Na linguagem contábil, débito é utilizado nas contas patrimoniais ativas para re-
gistrar um aumento nos bens e direitos, e também nas contas de resultado para registro
das despesas.
Na linguagem comum, crédito significa uma situação positiva, de poder de com-
pra.
Na linguagem contábil, a palavra crédito é utilizada nas contas patrimoniais passi-
vas para registrar um aumento nas obrigações para com terceiros e também nas contas
de resultado para registro de receitas.
O saldo de uma conta representa a diferença entre o valor do débito e do crédito.
Logo, o saldo pode ser:
Devedor, quando o valor do débito for superior ao do crédito (D>C);
Credor, quando o valor do crédito for superior ao débito (D<C);
Nulo, quando o valor do débito for igual ao valor do crédito (D=C).

Plano de Contas
No cotidiano, entendemos por conta tudo aquilo que temos para pagar.
Na linguagem contábil, definimos da seguinte forma:
Conta é o nome dado a um componente patrimonial, que são os Bens, Direitos,
Obrigações e Patrimônio Líquido ou aos elementos de resultado que são as Despesas e
Receitas.
São divididas em dois grupos:
Contas Patrimoniais: representam os Bens e Direitos no lado Ativo e as Obrigações e Pa-
trimônio Líquido no lado Passivo.
Contas de Resultado: representam as Despesas e Receitas.
Assim, tudo o que denominávamos elementos como Caixa, Veículo, Duplicatas a
Pagar, Promissórias a Receber, será tratado daqui por diante como Contas.
A partir das Contas serão feitos os registros contábeis.
Registro Contábil é a demonstração em papel dos atos e fatos ocorridos em uma
empresa.
Para que os Registros Contábeis sejam feitos, é necessária uma relação de contas,
que denominamos Plano de Contas.

76 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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O Plano de Contas é um conjunto de todas as Contas que a empresa possa utilizar


no momento do Registro Contábil.
Cada empresa elabora de acordo com seus interesses e dentro da lei um Plano de
Contas.Utilizaremos então, um Plano de Contas simplificado:

A – Contas Patrimoniais
1 – Ativo 2 – Passivo
10. Ativo Circulante 20. Passivo Circulante
10.1 Caixa 20.1 Fornecedores
10.2 Bancos Conta Movimento 20.2 Duplicatas a Pagar
10.3 Clientes 20.3 Promissórias a Pagar
10.4 Duplicatas a Receber 20.4 Salários a Pagar
10.5 Promissórias a Receber 20.5 Impostos e Taxas a Recolher
10.6 Estoque de Mercadorias
10.7 Estoque de Material de Expediente 21. Passivo Exigível a Longo Prazo
21.1 Duplicatas a Pagar
11. Ativo Realizável a Longo Prazo 21.2 Promissórias a Pagar
11.1 Duplicatas a Receber
11.2 Promissórias a Receber 22. Resultados de Exercícios Futuros

22.1 Aluguéis Ativos a Vencer


12. Ativo Permanente 22.2 Outras Receitas a Vencer
12.1 Imóveis de Renda
12.2 Computadores 23. Patrimônio Líquido
12.3 Imóveis 23.1 Capital
12.4 Instalações 23.2 Reserva Legal
12.5 Móveis e Utensílios 23.3 Lucros ou Prejuízos Acumulados
12.6 Veículos
12.7 Linha Telefônica
12.8 Aparelho Telefônico

Como já aprendemos, as Contas Patrimoniais representam os Bens e os Direitos


(Ativo) juntamente com as Obrigações e Patrimônio Líquido (Passivo).

77 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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B – Contas de Resultado
3 – Despesas 4 – Receitas
30. Despesas Operacionais 40. Receitas Operacionais
30.1 Água e Esgoto 40.1 Vendas de Mercadorias
30.2 Aluguéis Passivos 40.2 Aluguéis Ativos
30.3 Café e Lanches 40.3 Descontos Obtidos
30.4 Combustíveis 40.4 Juros Ativos
30.5 Descontos Concedidos 40.5 Receitas Eventuais
30.6 Fretes e Carretos
30.7 Impostos e Taxas
30.8 Luz e Telefone
30.9 Despesas Bancárias
30.10 Juros Passivos
30.11 Material de Expediente
30.12 Salários
30.13 Despesas Eventuais

No grupo de Contas de Resultado, temos as contas Despesas e Receitas.


Despesas: representam todo o esforço por parte da empresa para realização das Recei-
tas.
Receitas: representam tudo o que a empresa vende.
Em outras palavras, uma empresa arca com as despesas almejando as próprias
vendas.

Escrituração
É uma técnica que consiste em registrar nos livros próprios (diário, razão, caixa
etc.) todos os fatos administrativos que ocorrem na empresa por intermédio de lança-
mentos.
Lançamento é o registro dos fatos administrativos, enquanto escrituração é o con-
junto de lançamentos.
A gestão do patrimônio das empresas se dá pelos fatos administrativos registrados
por meio da escrituração.

Elementos essenciais do lançamento


Todo lançamento deve ter os seguintes elementos essenciais:
Local e data da ocorrência do fato;
Conta a ser debitada;
78 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Conta a ser creditada;


Histórico;
Valor.

Livro Diário
À medida que uma empresa desenvolve-se, o seu Patrimônio está em constante
movimento.
Podemos classificar os acontecimentos que ocorrem dentro de uma empresa em
dois tipos:
Atos administrativos: que são os acontecimentos que ocorrem na empresa e não alteram
o Patrimônio. Ex: Admissão de empregados, assinaturas de contratos de compra e vendas
etc.
Fatos administrativos: que são os acontecimentos que ocorrem na empresa e podem ou
não alterar o Patrimônio. Ex: Compras ou vendas de bens, pagamentos de impostos etc.
Todos os Fatos Administrativos ocorridos devem ser registrados em livros da em-
presa através da escrituração.
O controle contábil começa com a escrituração no Livro Diário, que só pode ser
feita a partir de documentos que comprovem tais fatos, como as Notas Fiscais por exem-
plo.
O Livro Diário também é muito importante para a fiscalização, sendo este um livro
obrigatório pela legislação comercial.
O Livro Diário deve:
Conter termos de abertura e encerramento autenticados;
Ser encadernado com folhas numeradas em sequência;
Conter escrituração completa, em idioma e moeda nacionais;
Ser claro, legível, sem rasuras ou emendas;
Ter ordem cronológica de dia, mês e ano.
Atualmente, os departamentos de Contabilidade estão totalmente informatizados
e, o Livro Diário é gerado pelo próprio software das empresas.
Os lançamentos são feitos em ordem cronológica e o método utilizado na escritu-
ração dos fatos administrativos é o Método das Partidas Dobradas, que diz o seguinte:

Não há devedor sem que haja credor e vice-versa.


Todo Débito corresponde a um Crédito de igual valor.

79 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Antes de fazer um lançamento em um Livro Diário, você deve estar atento a al-
guns elementos:
Local e data de ocorrência do fato;
O documento que foi emitido na operação;
Quais elementos foram envolvidos na operação;
As contas que serão utilizadas para registrar os elementos;
O histórico do problema;
Qual conta será debitada ou creditada.
Veja o exemplo:

Con- Conta
Data Histórico Débito Crédito
ta Nº Nome
03/01/2013 12.6 Veículo Referente a compra de
um veículo na loja Cars,
conforme N.F. 48993 15.000,00
03/01/2013 10.1 Caixa Pagamento de um veículo
conforme N.F. 48993 15.000,00

Utilizando o Livro Diário


Imagine uma empresa que está sendo constituída agora.
Começaremos pelo primeiro lançamento que deve ser feito, o Capital.
Na sequência, resolveremos outros lançamentos que darão início às movimenta-
ções do Patrimônio.
Antes de resolvermos qualquer lançamento não devemos nos esquecer dos passos
explicados anteriormente.

1) Integralização de Capital no valor de R$ 25.000,00, em dinheiro.


1º Passo – Data: considere a Data de Hoje
2º Passo –Contas a serem debitadas ou creditadas:
Debitada: Conta Caixa
Creditada: Conta Capital

80 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Con- Conta
Data Histórico Débito Crédito
ta Nº Nome
Referente à integralização
18/06/2013 10.1 Caixa 25.000,00
de Capital em dinheiro
18/06/2013 Referente à integralização
23.1 Capital 25.000,00
de Capital em dinheiro

A seguir, temos vários exemplos de lançamentos que podem gerar um ou mais


débitos ou créditos. Lembrando-se que as contas debitadas ocorrem no Ativo e as contas
creditadas ocorrem no Passivo.
Para que você perceba com ocorrem os débitos e créditos, dividimos em tópicos
os tipos de lançamentos que podem ocorrer:

1. Lançamentos de uma conta debitada e uma conta creditada


1) Compra à vista de um computador na loja PC Mania, no valor de R$ 1.500,00, conforme
Nota Fiscal 897.
Débito: Conta Computadores
Crédito: Conta Caixa

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Nº Nome
18/06/2 12.2 Computa- compra de um com-
013 dores putador na loja PC
Mania, conforme
NF 897. 1.500,00
18/06/2 10.1 Caixa Pagamento de um
013 computador, con-
forme NF 897. 1.500,00

2) Compra à vista de mercadorias, na loja Congelados e Cia, no valor de R$ 2.000,00 con-


forme Nota Fiscal 5497.
Débito: Conta Estoque de Mercadorias
Crédito: Conta Caixa

81 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Nº Nome
18/06/2 10.6 Estoque compra de mercado-
013 de Merca- rias na loja Conge-
dorias lados e Cia, confor- 2.000,0
me NF 5497 0
18/06/2 10.1 Caixa Pagamento de com-
013 pra de Mercadorias,
conforme NF 5497. 2.000,0
0

2. Lançamentos de uma conta debitada e mais de uma conta creditada


1) Compra de um freezer marca Consul, na loja Decolar Ltda, no valor de R$ 659,00, confor-
me Nota Fiscal 5189. Sendo entrada de R$ 259,00 em dinheiro e restante de R$ 400,00 a
prazo.
Débito: Conta Móveis
Crédito: Conta Caixa e Conta Duplicatas a Pagar

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Nº Nome
18/06/2 12.6 Móveis e compra de um free-
013 Utensílios zer marca Consul,
conforme N.F. 5189 659,00
18/06/2 10.1 Caixa Pagamento de um
013 freezer, conforme
N.F. 5189 259,00
18/06/2 20.2 Duplica- Duplicata nº 5189,
013 tas a Pa- referente freezer
gar 400,00

2) Compra de embalagens para produtos na loja Congelados e Cia, no valor de R$ 282,00,


conforme Nota Fiscal nº 6112, sendo 50% à vista e o restante a prazo.
Débito: Conta Estoque de Materiais de Expediente
Crédito: Conta Caixa e Conta Duplicatas a Pagar

82 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Nº Nome
18/06/2 10.7 Estoque compra de embala- 282,00
013 de Mate- gens para produ-
riais tos,cf N.F. 6112.

18/06/2 10.1 Caixa embalagens para 141,00


013 produtos, conforme
N.F. 6112.
18/06/2 20.2 Duplica- Duplicata nº 6112, 141,00
013 tas a Pa-
gar

3. Lançamentos de mais de uma conta debitada e uma conta creditada


1) Pagamento em banco e à vista de conta de Água no valor de R$ 48,50 e conta de Luz, no
valor de R$ 69,30, conforme comprovante autenticado.
Débito: Contas Água e Esgoto, Luz e Telefone.
Crédito: Conta Caixa.

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Nº Nome
18/06/2 30.1 Água e Referente a paga- 48,50
013 Esgoto mento de conta de
água em banco
18/06/2 30.8 Luz e Te- Referente a paga- 69,30
013 lefone mento de conta de
luz em banco
18/06/2 10.1 Caixa Referente ao paga- 117,80
013 mento de contas de
água e
luz em banco

2) Venda de mercadorias, no valor de R$ 250,00, conforme Nota Fiscal 001, sendo entrada
de R$ 125,00 em dinheiro e restante de R$ 125,00 a prazo:
Débito: Conta Caixa e Conta Duplicatas a Receber
Crédito: Conta Receitas de Vendas de Mercadorias
83 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Nº Nome
18/06/2 10.1 Caixa Vendas de mercado- 125,00
013 rias, conforme N.F.
001.

18/06/2 10.4 Duplica- Vendas de mercado- 125,00


013 tas a Re- rias, conforme N.F.
ceber 001.
18/06/2 40.1 Receitas Vendas de mercado- 250,00
013 rias

4. Lançamento de mais de uma conta debitada e mais de uma conta creditada


1) Compra de uma linha telefônica, no valor de R$ 200,00 e um aparelho telefônico, no valor
de R$ 170,00, conforme Nota Fiscal 520. Ambos comprados na loja Cobertel, sendo:
Entrada de R$ 100,00 em dinheiro;
Restante de R$ 270,00 a prazo.

Débito: Conta Linha Telefônica e Conta Aparelho Telefônico


Crédito: Conta Caixa e Conta Duplicatas a Pagar

Conta Conta
Data Histórico Débito Crédito
Nº Nome
18/06/2 12.7 Linha Te- Referente à compra 200,00
013 lefônica de Linha Telefônica,
conforme N.F. 520.

18/06/2 12.8 Aparelho Referente à compra 170,00


013 Telefônico de Aparelho Telefô-
nico, conforme N.F.
520.

18/06/2 10.1 Caixa Referente a paga- 100,00


013 mento de Linha e
84 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Aparelho Telefôni-
cos, conforme N.F.
520

18/06/2 20.2 Duplica- Duplicata nº 520 270,00


013 tas a Pa- para a loja Cobertel,
gar referente à compra
de Linha e Aparelho
Telefônicos

85 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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UNIDADE 7
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
A administração financeira é a parte da organização que cuida das finanças da
empresa ou, mais especificamente, da sua saúde financeira. Isso quer dizer que toda e
qualquer movimentação, ou planejamento, que envolva valores é contemplada ou está
inserida no conceito de administração financeira e estuda a circulação do dinheiro.
Várias são as ferramentas utilizadas na condução da vida financeira das empresas,
cujos conceitos básicos observamos a seguir:

Capital
É o valor principal de uma operação financeira, sobre o qual incidem outros aplica-
tivos com juros e descontos.

Juros
É o produto obtido por meio da aplicação de uma determinada taxa percentual
sobre um capital conhecido. Temos duas formas ou dois pontos de vista a considerar so-
bre os juros. O primeiro é sob o prisma do investidor para o qual significa a remuneração
do capital investido ou aplicado. A segunda forma de considerarmos os juros é sob o pon-
to de vista do tomador, que representa o custo do dinheiro tomado a empréstimo.

Prazo
É o tempo que o capital fica disponibilizado ou imobilizado em determinada ope-
ração financeira.

Taxa de Juros
É o percentual aplicado em determinado capital ou valor por um prazo conhecido
contado em 100 unidades.

Montante
É o produto final de um capital somado ou adicionado aos juros produzidos ao
final de um período ou prazo determinado, ou seja, é o capital mais os juros.

86 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Valor atual
É o valor em determinada data de um montante a ser produzido em um tempo ou
prazo futuro.

Capitalização
É o mecanismo financeiro capaz de produzir um novo montante a cada período
com aplicação de uma determinada taxa de juros.

Amortização
É a injeção de um valor com a finalidade de abater de um montante, um determi-
nado valor visando diminuir uma dívida contraída.

Juros simples e compostos


Juros simples
Também chamados de lineares, são o rendimento do capital em um tempo dado a
uma taxa fixa aplicada.
Por exemplo, um empréstimo de R$ 5.000,00 pelo qual incorrem 3% de juros sim-
ples por mês a serem pagos ao final de um mês. Devemos calcular:
3% de R$ 5.000,00 = R$ 5.000,00 x 0,03 = R$ 150,00
Os juros podem ser calculados a partir da seguinte fórmula:
J = C .i . n

Onde:
J = juros
i = taxa de juros (produzida em fração, decimal ou porcentagem)
C = capital
M = montante
n = prazo (ou tempo)

Evidentemente, i (taxa) e n (prazo) devem ser calculados ou considerados nas


mesmas unidades. Isso quer dizer que se a taxa for diária, o tempo deve ser também
considerado em dia; se a taxa for mensal, o tempo também deve ser mensal e assim por
diante.

87 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Outras fórmulas relacionadas aos Juros Simples:


J = C .i . nouJ = M – C

C= ouC = M – Jou C =

M = C. (1 + i . n) ou M=C+J

n=

i=

Exercícios (Juros Simples)


1) Comprei um novo computador, mas como não tinha o dinheiro todo, fiz um emprés-
timo para pagá-lo. Ao final do empréstimo, terei de pagar R$ 4.300,00. Só de juros
pagarei R$ 1.800,00. A taxa foi de 3% a.m. Por quantos anos pagarei pelo emprésti-
mo? Qual o preço do computador sem juros?
2) Comprei o material para a reforma da minha casa, pelo qual pagarei um total de R$
38.664,00. O seu valor à vista era de R$ 27.000,00 e a taxa de juros é de 2,4% a.m.
Por quanto tempo pagarei este material?
3) O valor principal de uma aplicação é de R$ 2.000,00 Resgatou-se um total de R$
2.450,00 após 1 mês. Qual o valor da taxa de juros a.m.? E a.d.?
4) Aninha retirou de uma aplicação o total de R$ 74.932,00, após 3,5 semestres. O valor
dos juros obtidos foi de R$ 22.932,00. Qual a taxa de juros a.s.?
5) César Menotti pagou, pelo período de um ano, um curso que, à vista custava R$
1.800,00. Por não ter dinheiro, financiou-o a uma taxa de juros simples de 1,3% a.m.
Qual o valor total pago pelo curso?
6) Um aplicador investiu R$ 35.000,00 por 1 semestre, à taxa de juros de 12,36% a.s. Em
quanto o capital foi aumentado por este investimento?
7) Rodolfo realizou uma aplicação por 1 bimestre. Em tal período, o capital de R$
18.000,00 rendeu R$ 1.116,00 em juros. Qual foi a taxa utilizada?

88 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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8) Em uma aplicação, recebi juros de R$ 141,75. O dinheiro ficou aplicado por 45 dias.
Eu tinha aplicado R$ 3.500,00. Qual foi a taxa de juros a.a. da aplicação?
9) Maria Cecília recebeu R$ 5.000,00 de juros por um empréstimo de 1 mês. A taxa de
juros aplicada dói de 37,5% a.a. Quanto Maria Cecília havia emprestado.
10) Roberto Carlos recebeu R$ 1.049,60 de juros ao aplicar R$ 8.200,00 à taxa de 19,2%
a.s. Qual foi o prazo da aplicação em meses?

Juros compostos
Também chamados de capitalizados, consistem na formação de novo capital a ca-
da período a que a taxa se referir até o final do tempo desejado.
Nesse caso o produto final será o montante. Para conhecer os juros, basta subtrair
deste o capital empregado.
Exemplo: suponhamos um capital de R$ 5.000,00 tomado emprestado a juros de
5% a.m. por um prazo de 5 meses capitalizados.
A fórmula utilizada será a seguinte: M = C . (1 + i)n
M = R$ 5.000,00 . (1 + 0,05)5
M = R$ 5.000,00 . (1,05)5
M = R$ 5.000,00 . 1,27628
M = R$ 6.381,40

Demonstrando período a período, teremos:


Períodos Capital R$ Juros R$ Montante R$
1 5.000,00 250,00 5.250,00
2 5.250,00 262,50 5.512,50
3 5.512,50 275,62 5.788,12
4 5.788,12 289,40 6.077,52
5 6.077,52 303,88 6.381,40
Assim sendo, teremos o montante de R$ 6.381,40 para um capital inicial de R$
5.000,00 o que significa R$ 1.381,40 de juros produzidos no período pelo sistema capitali-
zado. A isso chamamos capitalização.
Se compararmos o exemplo anterior, calculado sob a forma de juros simples, te-
remos:
Períodos Capital R$ Juros R$ Montante R$
1 5.000,00 250,00 5.520,00
2 5.000,00 250,00 5.500,00
3 5.000,00 250,00 5.750,00
4 5.000,00 250,00 6.000,00
5 5.000,00 250,00 6.250,00
89 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Outras fórmulas relacionadas aos Juros Compostos:

C= ouC = ouC = M – J

M = C .(1 + i)nouM = C + J

J = M–C

i= -1

n=

Exercícios (Juros Compostos)


1) Aplicando-se R$ 15.000,00 a uma taxa de juros compostos de 1,7% a.m., quanto re-
ceberei de volta após 1 ano de aplicação? Qual o juro obtido neste período?
2) Paguei de juros um total de R$ 2.447,22 por um empréstimo de 8 meses a uma taxa
de juros compostos de 1,4% a.m. Qual foi o capital tomado emprestado?
3) Qual o montante gerado por um capital de R$ 100.000,00, aplicado a uma taxa de
juros compostos de 1,7% a.m. durante 10 meses?
4) Qual o montante gerado por um capital de R$ 10.000,00, aplicado a uma taxa de ju-
ros compostos de 3% a.m. durante 5 meses?
5) Paguei de juros um total de R$ 242,00 por um empréstimo de 1 ano a uma taxa de
juros compostos de 0,6% a.m. Qual foi o valor emprestado?
6) Comprei uma TV em 5 prestações de R$ 383,90. O valor da taxa de juros compostos
era de 2% a.m. Qual o valor da TV à vista? Quanto paguei de juros?
7) Quanto terei aplicar hoje num fundo de renda fixa para que, ao final de 10 anos, a
uma taxa de 1,3% a.m. eu tenha um montante de R$ 100.000,00?

90 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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8) Aplicando a quantia de R$ 20.000,00 qual será o montante gerado ao final de 4 anos,


sabendo que a rentabilidade mensal é de 0,5% a.m.?
9) Determinado capital gerou após 10 meses um montante de R$ 15.000,00. Sabendo
que a taxa de juros é de 2% a.m., determine o valor desse capital.
10) Aplicando hoje num fundo de investimento a quantia de R$ 20.000,00, qual será o
montante gerado ao final de 4 anos sabendo que a taxa de juros compostos é de
0,5% a.m.?

Desconto Simples
É o valor ser deduzido do título, calculado a juros, simples por antecipação do res-
gate. Ele pode ser “por fora” ou “por dentro”, acompanhe:
A) Desconto Simples Bancário, Por Fora ou Comercial:é a parcela a ser deduzida do tí-
tulo, calculada a juros simples sobre o valor nominal do título.

Onde:
Db = Desconto Bancário
N = Valor Nominal
i = Taxa de Desconto
n = número de períodos
Db = ?

O valor atual bancário é dado por: A = N – Db.


Exemplo: Um título de R$ 60.000,00 será descontado à taxa de juros simples de
2,1% a.m. Faltando 1,5 meses para seu vencimento. Com base nas informações, determi-
ne o valor do Desconto bancário e o Valor atual.
N = 60.000,00
i = 2,1% a.m.
n = 1,5 meses

Db = N . i . n A = N – Db
Db = 60.000,00 . 0,021 . 1,5 A = 60.000,00 – 1.890,00
Db = R$ 1.890,00 A = 58.110,00

91 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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B) Desconto Simples Racional, Por Dentro ou Real: é a parcela a ser deduzida do título,
calculada a juros simples sobre o valor atual.

Onde:
Dr = Desconto Racional
Db = Desconto Bancário
N = Valor Nominal
i = Taxa de Desconto
n = número de períodos

O valor atual bancário é dado por:

Aplicando o conceito no mesmo Exemplo: Um título de R$ 60.000,00 será descon-


tado à taxa de juros simples de 2,1% a.m. Faltando 1,5 meses para seu vencimento. Com
base nas informações, determine o valor do Desconto bancário e o Valor atual.
N = 60.000,00
i = 2,1% a.m.
n = 1,5 meses
Dr= ?

Dr = 1.832,28

92 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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ou

Compare os dois resultados:


Desconto Simples Bancário: R$ 1.890,00
Desconto Simples Racional: R$ 1.832,28
Atualmente no mercado é praticado o Desconto Bancário.

Exercícios (Desconto Simples - Bancário)


1) Um título de R$ 70.000,00 será descontado à taxa de juros simples de 2% a.m. Fal-
tando 2,5 meses para seu vencimento. Com base nas informações, determine o valor
do Desconto bancário e o Valor Atual Comercial.
2) Um título de R$ 5.000,00 será descontado à taxa de juros simples de 1,5% a.m. Fal-
tando 90 dias para seu vencimento. Com base nas informações, determine o valor do
Desconto bancário e o Valor Atual Comercial.
3) Um título de R$ 16.000,00 será descontado à taxa de juros simples de 1,9% a.m. Fal-
tando 45 dias para seu vencimento. Com base nas informações, determine o valor do
Desconto bancário e o Valor Atual Comercial.
4) Um título de R$ 100.000,00 será descontado à taxa de juros simples de 24% a.a. Fal-
tando 3meses para seu vencimento. Com base nas informações, determine o valor do
Desconto bancário e o Valor Atual Comercial.
5) Um título de R$ 20.000,00 será descontado à taxa de juros simples de 2,3% a.m. Fal-
tando 4 meses para seu vencimento. Com base nas informações, determine o valor
do Desconto bancário e o Valor Atual Comercial.

93 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Exercícios (Desconto Composto)


1) Qual o valor nominal de um título que, descontado 6 meses antes de seu vencimen-
to, à uma taxa composta de 7% a.m., determinou o valor de resgate de R$ 5.000,00?
2) Determine o valor atual de um título de valor nominal de R$ 17.400,00, com descon-
to racional composto de 8 meses antes do seu vencimento a uma taxa de 4% a.m.
3) Encontre o valor do desconto composto racional de um título de R$ 80.000,00 sa-
bendo-se que o prazo é de 8 meses e que a taxa de desconto cobrada é de 2,7% ao
mês.
4) Qual o valor nominal de um título que, descontado 4 meses antes de seu vencimen-
to, à uma taxa composta de 4% a.m., determinou o valor de resgate de R$ 4.000,00?
5) Determine o valor atual de um título de valor nominal de R$ 160.000,00, com des-
conto racional composto de 3 meses antes do seu vencimento a uma taxa de 2,1%
a.m.
6) Encontre o valor do desconto composto racional de um título de R$ 6.520,00 saben-
do-se que o prazo é de 6 meses e que a taxa de desconto cobrada é de 1,3% ao mês.
7) Determine o valor atual de um título de valor nominal de R$ 23.890, com desconto
racional composto de 7 meses antes do seu vencimento a uma taxa de 3,1% a.m.
8) Encontre o valor do desconto composto racional de um título de R$ 14.000,00 sa-
bendo-se que o prazo é de 8 meses e que a taxa de desconto cobrada é de 1,7% ao
mês.
9) Qual o valor nominal de um título que, descontado 3 meses antes de seu vencimen-
to, à uma taxa composta de 4,5% a.m., determinou o valor de resgate de R$
12.300,00?
10) Determine o valor atual de um título de valor nominal de R$ 36.800,00, com descon-
to racional composto de 1 ano antes do seu vencimento a uma taxa de 2,5% a.m.

94 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Títulos de crédito
Denominam-se títulos de crédito os papéis representativos de uma obrigação e
emitidos de conformidade com a legislação específica de cada tipo ou espécie.

Duplicata
A duplicata mercantil é título de crédito que constitui o instrumento de prova do
contrato de compra e venda. É obrigatória nas vendas mercantis a prazo e pode ser pro-
testada por falta de pagamento, quando vencida.
A duplicata de prestação de serviços é título emitido por profissionais ou por em-
presas, para cobrança de serviços prestados.

Triplicata
Segunda via ou reprodução da duplicata por motivo de extravio ou por não ser
aceita.

Nota promissória
A nota promissória é um título de crédito emitido pelo devedor, sob a forma de
promessa de pagamento, a determinada pessoa, de certa quantia em data especificada. A
nota promissória, portanto, é uma promessa indireta e unilateral de pagamento, à vista
ou a prazo, efetuada, em caráter solene, pelo promitente-devedor ao promissário-credor.

Letra de Câmbio
Ordem de Pagamento – à vista e a prazo. Título de crédito formal, consistente
numa ordem escrita de pagamento, de um emitente ou sacador, ou outrem, chamado
aceitante ou sacado, para que pague a um terceiro, denominado tomador, determinada
importância em local e data determinados.

Financiamento de curto e longo prazos


Valores liberados pelo credor para serem aplicados pelo devedor na aquisição de
bens móveis (veículos, máquinas, equipamentos) e imóveis (unidades habitacionais, plan-
tas industriais etc.). Ou seja, sabe-se exatamente o destino do recurso. Existem os finan-
ciamentos de curto prazo (até 360 dias) e os de longo prazo (acima de 365 dias).

95 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Fluxo de Caixa
É a compatibilização entre a saída de caixa e ingressos de recursos, em que saídas
de caixa ocorrem para honrar obrigações e ingressos de recursos são provenientes de
vendas de produtos e serviços.
O Fluxo de caixa é um instrumento gerencial que controla e informa todas as mo-
vimentações financeiras (entradas e saídas de valores) de um dado período, pode ser diá-
rio, semanal, mensal etc., e é composto dos dados obtidos dos controles de contas a pa-
gar, contas a receber, de vendas, de despesas, de saldos de aplicações, e de todos os de-
mais elementos que representem as movimentações de recursos financeiros da empresa.
A sua grande utilidade, é possibilitar a identificação das sobras e faltas no caixa,
permitindo à empresa planejar melhor suas ações futuras ou acompanhar o seu desem-
penho.
Em uma empresa, o recomendável é que o período de acompanhamento seja diá-
rio, entretanto, dependendo da movimentação financeira, é possível utilizar períodos
mais longos – semanal, quinzenal e até mensal. Em períodos menores o acompanhamen-
to é mais eficiente, possibilitando o ajuste das finanças em caso de contingências, por
outro lado requer maior esforço no acompanhamento.
De uma forma ou de outra, um controle de fluxo de caixa bem feito é uma grande
ferramenta para lidar com situações de alto custo de crédito, taxas de juros elevadas,
redução do faturamento e outros fantasmas que rondam os empreendimentos.A manu-
tenção do controle do fluxo de caixa na empresa apresenta as seguintes vantagens:
• Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determi-
nado.
• Avaliar se as vendas presentes serão suficientes para cobrir os desembolsos futu-
ros já identificados.
• Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de di-
nheiro na empresa.
• Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período
avaliado.
• Verificar a necessidade de realizar promoções e liquidações, reduzir ou aumentar
preços.

96 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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• Verificar se os recursos financeiros próprios são suficientes para tocar o negócio


em determinado período ou se há necessidade de recursos com terceiros.
• Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos assumidos e
previstos no período.
• Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos
• Antecipar as decisões sobre como lidar com sobras ou faltas de caixa.
A manutenção de um fluxo de caixa requer que os dados sejam confiáveis e cons-
tantemente atualizados, pois, somente assim terá utilidade. Desta forma, é importante
manter um bom controle de contas a receber, contas a pagar, caixa, saldo de aplicações
financeiras, faturamento, vendas a vista e a prazo, enfim um controle efetivo das finanças
da empresa.

Principais contas da gestão do caixa


Contas a Receber: representa fundamentalmente os créditos da empresa junto a
seus clientes. A liquidação do Contas a Receber é a principal fonte de recursos de caixa da
maioria das empresas.
O principal risco que o Contas a Receber corre é, evidentemente, o não recebi-
mento. Algumas providências devem ser tomadas para evitar esse risco, como, por
exemplo, o controle rigoroso do contrato e o privilégio de recebimento pela rede bancá-
ria. Em contrapartida, a punição para a fonte pagadora faltosa é a cobrança de encargos
pelo atraso.
A empresa vendedora (ou credora) deve envidar esforços para que o cliente em
atraso liquide sua obrigação. Podem ser utilizadas várias formas de negociação, como
parcelamento, renegociação, cobrança amigável, auxílio de um escritório especializado
ou, em caso extremo, quando se esgotarem todas as tentativas de receber os valores de-
vidos à cobrança judicial.
Contas a Pagar: representa um crédito rotativo permanente. Por esse motivo, os
fornecedores, através dos créditos que concedem ao Contas a Pagar, tornam-se aliados
importantes da empresa. Como aliados devem ser tratados com respeito. A imagem da
empresa junto a seus fornecedores, muitas vezes construída ao longo de vários anos, é
um ativo importante não contabilizado.
O pagamento deve ser efetuado ao credor ou a quem de direito o representa, cuja
quitação designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor ou quem

97 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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pagou por este, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor ou seu re-
presentante.
O grande risco do Contas a Pagar é efetuar o pagamento sem o devido recibo.
Vejamos um exemplo de Fluxo de Caixa:

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Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5
Entradas Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado
Vendas a Vista 700,00 650,00 750,00 650,00 800,00 850,00 900,00 850,00 900,00 880,00
Duplicatas 250,00 210,00 320,00 120,00 380,00 380,00 180,00 150,00 750,00 420,00
Cheques Pré-Data 300,00 250,00 0,00 0,00 250,00 150,00 120,00 120,00 150,00 150,00
Total das Entradas (A)
Saídas Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado Previsto Realizado
Fornecedores 200,00 200,00 2.300,00 2.300,00
Aluguel 750,00 750,00
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Energia 230,00 230,00


Telefone 250,00 250,00
Salário 2.350,00 2.350,00
Previdência Social 210,00 0,00
FGTS 190,00 0,00
Impostos 960,00 0,00
Pró Labore 1.800,00 1.800,00
Fretes 150,00 150,00
Combustível 80,00 50,00 120,00
Manunt. de Veículos 70,00 95,00 250,00
Material de Limpeza
Despesas de Viagens 250,00 300,00
Empréstimos 750,00 750,00
Contador 400,00 400,00
Lanches/Refeições 30,00 40,00 55,00
Outros

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Totaldas Saídas (B)
Saldo do Dia (A – B)
Saldo do dia anterior 2250,00 2250,00
Saldo Atual
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Como pode ser observado não existe nada de complexo na planilha apresentada,
embora a obtenção dos dados possa ser uma tarefa trabalhosa, pois exige outros contro-
les adicionais.
Vejamos a análise dos dados apresentados:
a) As vendas previstas foram realizadas?
b) Quando a empresa recebeu o valor total das duplicatas previsto?
c) O que houve no dia 4?
d) O pró-labore, de R$ 1.800,00, previsto, foi pago no próprio dia 3. A empresa po-
deria utilizar outra estratégia? Por quê?
A falta de recursos implica na revisão das estratégias da empresa, devendo, entre
outros, observar os seguintes aspectos: renegociar com fornecedores o pagamento das
obrigações; revisar o sistema de cobrança; fazer uma promoção de mercadorias; traba-
lhar com estoques mínimos; reduzir os prazos nas vendas a prazo; programar melhor as
compras; vender bens e equipamentos ociosos.
No caso de haver sobra de recursos, a empresa poderá aplicá-lo de forma planeja-
da em estoques; mercado financeiro; antecipação de pagamento de obrigações mediante
desconto financeiro; ativo imobilizado, entre outros.
As informações apresentadas no fluxo de caixa revelam a diferença entre previsto
e realizado, e com essas informações o empresário possui melhores condições para ad-
ministrar a empresa, sem um controle financeiro eficiente é mais difícil atingir os resulta-
dos planejados.
Lembre-se que implantar e, sobretudo, manter um fluxo de caixa eficiente exige
disciplina, inclusive com a manutenção de outros controles financeiros, como contas a
receber, contas a pagar, estoques etc. É melhor saber com antecedência e precisão sobre
a situação financeira da empresa, do que ser apanhado de surpresa com uma situação
desfavorável.

Faturamento: nota fiscal e fatura


Toda empresa que está no mercado gira seus negócios vendendo seus produtos
e/ou serviços. A essa venda damos o nome de faturamento. Tudo o que é vendido em
uma empresa econômica e administrativamente correta é faturado, quer à vista ou à pra-
zo.

100 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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À vista significa que a troca do produto ou bem vendido se dá no mesmo instante


por moeda corrente, dinheiro ou cheque, mediante a extração e apresentação imediata
da correspondente nota fiscal.
A prazo significa que a empresa entrega seu produto, mercadoria ou presta seus
serviços com valor acertado mediante emissão da respectiva nota fiscal e fatura, e para
receber no futuro, emite a duplicata.
Na empresa o departamento que cuida dessa documentação é chamado de fatu-
ramento.

Nota Fiscal e Fatura


É o documento exigido pelo fisco, emitido pela empresa que vende os produtos,
mercadorias ou presta serviços. Esse documento acompanha os produtos, mercadorias
ou serviços, independente de serem negociados à vista ou a prazo e, na maioria das ve-
zes, é acompanhado da fatura.
De suma importância aos negócios da empresa, esse documento é a base para a
movimentação e geração de tributos dentro da empresa, sendo a origem da fatura e,
quando for negociação a prazo, origina uma duplicata.

Tesouraria: recibo e cheques


Toda empresa movimenta seus recursos financeiros no setor de tesouraria. Tanto
recursos em dinheiro como movimento bancário são desenvolvidos pela tesouraria,
mesmo que esse departamento ou setor não exista formalmente e seja desenvolvido,
dependendo do tamanho da empresa, agregado a outro departamento.
A tesouraria cuida então, do tesouro da empresa; seus valores representados por
moeda.
Todos esses valores devem ser movimentados por meio de documentos e cuida-
dosamente verificados, pois qualquer diferença ou divergência pode causar prejuízos in-
calculáveis à saúde financeira da empresa.

Recibos
Todos os valores recebidos diariamente passam pela tesouraria para receberem
seu destino final de acordo com a política da empresa, como depósito em banco, paga-
mento de despesas correntes ou mesmo pagamento a fornecedores.

101 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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O movimento financeiro da empresa deve ser cuidadosamente definido por uma


política séria de movimento, como efetuar todo e qualquer pagamento por meio de reci-
bos. Isso quer dizer que quem receber qualquer valor externa ou internamente da em-
presa deve assinar um documento, que chamamos de recibo, pelo valor recebido.
Esse recibo pode ser desde um impresso formal adquirido em papelarias, ou
mesmo redigido na própria tesouraria ou departamento financeiro, ou colocado no verso
da duplicata quando ela for paga “em carteira”. O importante é que não saia nenhum
valor da tesouraria sem o devido comprovante de quem o recebeu.

Cheques
O cheque é uma “ordem de pagamento à vista” e como tal somente deve ser emi-
tido pela empresa quando ela estiver com suficiente saldo em bancos. O talão de che-
ques, depois de recebido pela empresa do banco correspondente em que ela mantenha
conta corrente, é de sua inteira responsabilidade, inclusive para efeito de controle e
guarda física.
Existem duas formas de emissão de cheques: ao portador e nominativo.
Cheques ao portador:não é recomendável que uma empresa emita cheques dessa forma
porque não identifica o favorecido. Isso quer dizer que, nos dias atuais, os cheques ao
portador podem ser utilizados como moeda corrente, passando de mão em mão até en-
contrar alguém disposto a depositar. Essa atitude dificulta a conciliação bancária porque
demora a entrar na conta corrente da empresa no banco.
Cheques nominativos:emitidos pela empresa em que declara o favorecido pelo pagamen-
to da importância neles contida. Essa modalidade melhora os efeitos da movimentação,

102 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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inclusive facilita a conciliação bancária. O cruzamento no cheque é representado por dois


traços transversais e, após isso, o cheque somente pode ser compensado por meio de
depósito e não pode ser sacado pelo favorecido. Há um fator importante com relação a
essa modalidade de emissão de cheque, pois se o favorecido endossar, ou seja, assinar
atrás do cheque, ele se transforma ao portador, porém não pode ser descontado ou re-
cebido no caixa do banco, devendo continuar com a exigência de ser somente deposita-
do, mas nesse caso, na conta de outra pessoa que não o favorecido.
A modalidade mais segura hoje para emissão de cheque é o cruzamento em preto,
nome que se dá quando o emitente cruza o cheque com dois traços transversais com os
dizeres: “este cheque somente poderá ser depositado na conta do favorecido”, o que sig-
nifica que somente o favorecido poderá depositar o cheque, ficando impedido de ser re-
passado adiante. Essa modalidade vem definitivamente dar maior clareza à conciliação
bancária porque a empresa emitente pode rastrear o cheque quando não tiver sido com-
pensado.
Há uma medida também utilizada em algumas empresas e que está se firmando
na circulação de cheques, que é uma declaração colocada no verso do cheque e assinada
pelo emitente que diz “este cheque não poderá receber contraordem”. Isso significa que o
emitente do cheque não poderá, por exemplo, sustar o cheque por qualquer motivo. Essa
medida é utilizada mais no recebimento de cheques para pagamento de vendas ou fatu-
ramento na empresa.

103 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Conciliação bancária
Processo de caráter periódico destinado a constatar as diferenças entre os contro-
les da empresa e os extratos bancários.
É preciso acompanhar a movimentação da conta corrente de determinado banco
por meio de controles de movimento bancário, em que devem ser lançados avisos de
débito, crédito, cheques emitidos etc.
À primeira via desse controle devem ser anexados todos os documentos de débito
e crédito para efeito de contabilização.
Esse procedimento detecta as diferenças que podem ser, por exemplo:
Cheques lançados no controle da empresa e ainda não compensados pelo banco;
Avisos de débito e crédito lançados pelo banco e ainda não considerados nos con-
troles da empresa.
Observamos que os controles bancários mantidos pela empresa são de caráter ins-
tantâneo, ou seja, quando se emite um cheque, por exemplo, nem sempre é compensado
no mesmo dia, mas é lançado nos controles.
Da mesma forma, o banco pode considerar um aviso de débito, como, por exem-
plo, a CPMF, ou mesmo o estorno de um cheque de cliente que não é compensado por
qualquer motivo.
Tudo isso é detectado na conciliação, que tem por objetivo, após o encontro das
contas, fazer com que os saldos estejam de acordo com os controles da empresa com o
apresentado pelo banco. Essa conciliação vai inclusive instruir a contabilidade da empresa
que, após devidamente conferidos pelo responsável, efetuará os lançamentos ainda não
constantes dos registros contábeis. Então vemos a importância desse procedimento.
Apresentaremos a seguir um exemplo de uma empresa fictícia, que chamaremos
de MAPS Ltda, confrontando seus registros com o Banco Sugar S.A., utilizando os formu-
lários mais usados para esse fim:

Extrato do Banco Sugar S.A. Ltda. - Mês de julho de 2016


Saldo anterior R$ 1.874,00
3/7 Depósito em cheque R$ 4.275,00
5/7 Depósito em dinheiro R$ 350,00
10/7 Crédito ref. a desconto em duplicatas R$ 7.248,00
10/7 IOF sobre op. Desconto -R$ 72,00
10/7 Débito Folha de Pagamento -R$ 5.418,00

104 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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12/7 Devolução de cheque depositado -R$ 320,00


18/7 Pagamento cheque nº 960 -R$ 527,00
23/7 Depósito em cheque R$ 713,00
Saldo em 31/07/2013 R$ 8.123,00

Ficha de razão da empresa MAPS Ltda. - Banco Sugar S.A.


Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C
Saldo Anterior 1.874,00 C
3/7 Depósito em cheque 4.275,00 6.149,00 C
5/7 Depósito em dinheiro 350,00 6.499,00 C
7/7 Cheque nº 958 438,00 6.061,00 C
10/7 Valor ref. duplicatas descontadas 7.248,00 13.309,00 C
10/7 Cheque nº 959 184,00 13.125,00 C
10/7 Cheque nº 960 527,00 12.598,00 C
10/7 Débito Folha de Pagamento 5.418,00 7.180,00 C
23/7 Depósito em cheque 713,00 7.893,00 C
23/7 Cheque nº 961 97,00 7.796,00 C

Vamos então proceder ao preenchimento dos formulários:


Nome da empresa:MAPS Ltda.
Relações de Pendências: valores debitados pelo banco conforme extrato e não
considerados no razão.
Data Histórico Valor (R$)

Relações de Pendências: valores creditados pelo banco conforme extrato e não


considerados pelo razão.
Data Histórico Valor (R$)

Relações de Pendências: valores debitados pelo razão e não considerados pelo


banco.

105 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Data Histórico Valor (R$)

Relações de Pendências: valores creditados pelo razão e não considerados pelo


banco.
Data Histórico Valor (R$)

Resumo da conciliação bancária:


Nome da empresa: MAPS Ltda.
Banco Sugar S.A.
Mês/Ano = julho de 2013
Saldo do Razão R$ 7.796,00
(-) Valores levados a Débito pelo Banco R$ 392,00
(+) Valores levados a Crédito pelo Banco R$ –0–
(+) Valores levados a Débito pelo Razão R$ 719,00
(-) Valores levados a Crédito pelo Razão R$ –0–
Saldo R$ 8.123,00
Saldo extrato no mês julho/2013 R$ 8.123,00
Diferença apurada entre Razão e Banco R$ 327,00

Conciliado por:
James Valentine

106 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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UNIDADE 5 - ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA


Tributo
O Código Tributário Nacional, em seu artigo 3º, define o tributo como segue:
“Tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”.
Os tributos devem ter caráter pessoal e serem graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte.
O tributo é dividido em três espécies:
1. Imposto: decorre da situação geradora independente de qualquer contrapres-
tação do Estado em favor do contribuinte;
2. Taxa: ao contrário do imposto, está vinculada a uma atividade estatal específi-
ca do ente arrecadador com o contribuinte.
3. Contribuição: tributo vinculado a uma atuação indireta do ente arrecadador
com o contribuinte. É cobrada quando há um benefício trazido aos contribuin-
tes.

Competência Tributária
A Constituição em vigor distribui as competências tributárias da seguinte forma:
1. Compete à União instituir impostos sobre:
Produtos Industrializados (IPI)
Rendas e Proventos de Qualquer Natureza (IR)
Importação de Produtos Estrangeiros (II)
Exportação de Produtos Nacionais (IE)
Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos e valores
imobiliários (IOF)
Propriedade Territorial Rural (ITR)
Grandes Fortunas (IGF)

2. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:


Transmissão causamortis e doação de quaisquer bens e direitos
107 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação de ser-


viços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ain-
da que as operações e as prestações se iniciem no exterior (ICMS)
Propriedade de veículos automotores (IPVA)

3. Compete aos Municípios e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:


Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
Transmissão inter vivos, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos re-
ais sobre imóveis, ressalvadas as exceções legais (ITIV/ITBI)
Serviços de qualquer natureza, definidos em Lei Complementar (ISSQN)

Obrigação tributária
É a relação de Direito Público na qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do con-
tribuinte (sujeito passivo) uma prestação (objeto) nos termos e nas condições descritas na
lei (fato gerador).
Vemos na Obrigação Tributária o aparecimento dos quatro elementos, ou seja, Su-
jeito Ativo, Sujeito Passivo, Objeto e Fato Gerador.

Elementos fundamentais da obrigação tributária


1. A Lei: é o principal elemento da obrigação, pois cria os tributos e determina as
condições de sua cobrança.
2. O Objeto: representa as obrigações que o sujeito passivo (contribuinte) deve
cumprir segundo a lei, e consiste basicamente em:
Obrigação principal: é o próprio pagamento do tributo devido;
Obrigação acessória: são os procedimentos que nos levam a conhecer o mon-
tante da obrigação principal, como, por exemplo, a escrituração de livros fis-
cais, apresentação de declarações etc.
3. Fato Gerador:é a ação que gera a incidência tributária.
4. Sujeito Ativo: o sujeito ativo da obrigação tributária é o ESTADO.
5. Sujeito Passivo: o sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa obrigada ao
pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária, ou seja, é o CONTRIBUINTE
OU RESPONSÁVEL, sendo CONTRIBUINTE aquele que tem relação pessoal e direta
com o fato gerador, e RESPONSÁVEL aquele que, mesmo não tendo relação direta
com o fato gerador, assume a obrigação decorrente de disposição expressa em lei.
108 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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6. Base de Cálculo: é o valor sobre o qual se aplica o percentual (ou alíquota) com a
finalidade de apurar o montante a ser recolhido.
7. Alíquota: é o percentual definido em lei, que aplicado sobre a base de cálculo, de-
termina o montante do tributo a ser recolhido.

Imposto de Renda – Pessoa Jurídica


São contribuintes do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) as pessoas jurídicas
e as empresas individuais.
De acordo com a Constituição Federal, art. 173 § 1º, as empresas públicas e as so-
ciedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, são contribuintes nas mesmas
condições das demais pessoas jurídicas.

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)


O IPI é um imposto de competência federal, não cumulativo, isto é, a legislação
permite que seja compensado o que for devido em cada operação com o montante co-
brado nas operações anteriores.
O seu fato gerador se dá no desembaraço aduaneiro de produtos de procedência
estrangeira e na saída de produto do estabelecimento industrial ou equiparado a indus-
trial.
Por estabelecimento industrial, entende-se aquele que realiza quaisquer das ope-
rações de industrialização.

O que é industrialização?
Considera-se industrialização a operação que modifique a natureza, o funciona-
mento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo.
Divide-se em cinco modalidades, a saber:
Transformação: operação que, exercida sobre a matéria-prima ou produto interme-
diário, resulta na obtenção de um novo produto.
Beneficiamento: operação que modifica, aperfeiçoa ou altera o funcionamento, a
utilização, o acabamento, ou a aparência do produto.
Montagem:consiste na reunião de produtos, peças etc. que resulta um novo produ-
to.
Acondicionamento: operação que altera a apresentação do produto pela colocação
da embalagem.
109 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Renovação ou recondicionamento: operação que, exercida sobre o produto usado,


ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renova ou restaura o
produto para utilização.

Quem são os contribuintes?


Considera-se contribuinte do IPI a pessoa física ou jurídica que tenha relação dire-
ta com o fato gerador, sendo os principais deles o industrial e o estabelecimento equipa-
rado a industrial, como, por exemplo, o importador. O recolhimento do IPI é feito por
meio do Documento de Arrecadação de Tributos Federais (DARF).

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de


transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações
É um imposto de competência estadual, não cumulativo, compensando-se o que
for devido em cada operação, com o montante cobrado nas operações anteriores, cujo
cálculo é efetuado “por dentro”, ou seja, ao calcular o valor da operação ou prestação de
serviço, já deve estar embutido o valor do ICMS.
O fato gerador do ICMS ocorre nas seguintes situações:
Na saída de mercadorias, a qualquer título, de estabelecimento contribuinte;
No desembaraço aduaneiro de importação;
No início da prestação de serviços de transporte estadual e intermunicipal;
Na entrada, em estabelecimento de contribuinte, de mercadorias oriundas de outro
estado, destinadas a uso ou consumo, ou mesmo ativo permanente;
Na prestação onerosa de serviços de comunicação efetuada por qualquer meio.

Quem são os contribuintes?


Perante a legislação do ICMS, considera-se contribuinte qualquer pessoa, natural
ou jurídica, que de modo habitual ou em volume que caracteriza intuito comercial, realize
operações relativas à circulação de mercadorias ou preste serviços de transporte estadu-
al, interestadual ou intermunicipal ou de comunicação.

110 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Apuração e recolhimento do ICMS


A apuração deve ser efetuada mensalmente pelos estabelecimentos contribuintes,
devendo cada um deles realizar a própria apuração.
O contribuinte está obrigado, para efeito de apuração do imposto e das informa-
ções sobre o movimento econômico, à emissão de documentos fiscais e escrituração dos
livros, conforme listados em seguida:
Notas fiscais conforme exige a lei;
Livro de Registro de Entradas de Mercadorias;
Livro de Registro de Saídas de Mercadorias;
Livro de Apuração do ICMS;
Livro de Registro do Inventário;
Livro de Registro de utilização de documentos fiscais e termos de ocorrências.
O valor do imposto a recolher é a diferença entre os créditos e os débitos ocorri-
dos no mês dentro dos procedimentos legais de Escrituração Fiscal. O saldo, quando cre-
dor, é utilizado para compensação no próximo período.
Opcionalmente, a empresa contribuinte pode eleger um de seus estabelecimentos
localizados no território estadual para centralizar os débitos e créditos do ICMS.
O recolhimento é por intermédio da Guia de Arrecadação da Receita Estadual
(GARE) e obedece ao prazo com o enquadramento da empresa contribuinte segundo o
Código de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).
O contribuinte do ICMS está obrigado não só ao recolhimento do imposto, mas
também à prestação de informações ao Fisco Estadual sobre o movimento econômico de
seu estabelecimento, que devem ser declaradas por meio da Guia de Informação e Apu-
ração do ICMS (GIA).
O Fisco Estadual também contempla com tratamento diferenciado alguns grupos
de contribuintes com enquadramentos de conformidade com a lei, como vemos a seguir:
Restaurantes, bares e similares, que emitem cupom ou nota fiscal pelo sistema ele-
trônico;
Simples Paulista: criado pela Lei nº 10.086/98 para incentivar as pequenas e mi-
croempresas, não sendo vinculado ao Simples Federal.

111 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN)


De competência dos municípios e do Distrito Federal, o ISS tem como fato gerador
a prestação de serviços independente de sua denominação, e o contribuinte é o presta-
dor do serviço.
O valor do imposto incide sobre o preço de venda total, não gerando direito a cré-
dito. Deve ser recolhido ao município onde se situe o estabelecimento prestador ou, na
falta do estabelecimento, no local do domicílio prestador, exceto nas hipóteses descritas
em lei.

Apuração, vencimento e alíquota


Via de regra, o ISS é apurado mensalmente e seu vencimento ocorre geralmente
nos primeiros dez dias do mês subsequente ao da apuração. As alíquotas firam por conta
da competência de cada município estabelecer em sua legislação.
A emenda Constitucional nº 37/2002 determina alíquota mínima de 2% e a Lei
Complementar nº 116/03 estabelece 5% como limite máximo para tributação do ISS.

Contribuição para Financiamento da Seguridade Social


(COFINS)
Criada pela Lei complementar nº 70 de 30/12/91 e atualmente regida pela Lei nº
9718/98, tem como finalidade financiar a seguridade social e é devida pelas pessoas jurí-
dicas de direito privado e aquelas que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de
Renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
A alíquota que até 31/01/99 era de 2%, a partir de 01/02/99 é de 3% incidentes
sobre o faturamento mensal das empresas, e tem seu prazo de recolhimento estipulado
no último dia útil da primeira quinzena do mês subsequente ao da ocorrência do fato ge-
rador.

Nota Fiscal e Fatura


Para as responsabilidades da empresa perante o fisco, é necessário emitir a nota
fiscal.
Esse documento é a base para registro das operações de entrada e saída de mer-
cadorias, as quais devem ser registradas em livro próprio de acordo com o regime adota-
do.

112 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Para toda mercadoria destinada à revenda no caso de empresas comerciais, maté-


ria-prima para as empresas industriais ou mesmo prestação de serviços para as empresas
do ramo, é necessária a emissão da nota fiscal para que seja efetuada a apuração dentro
dos moldes ditados pela legislação federal, estadual ou municipal.
A nota fiscal tem como documento complementar a fatura, que é a confirmação
de sua emissão, podendo, após isso, gerar uma duplicata.

Crimes Fiscais
Constituem crimes de sonegação fiscal, entre outros, os seguintes:
Omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos ou omitindo operação
em documentos ou livros exigidos pelas leis fiscais;
Falsificar ou alterar nota fiscal ou qualquer outro documento relativo à operação tri-
butável;
Elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
ser falso ou inexato;
Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equiva-
lente, relativo à venda de mercadorias ou prestação de serviços, ou fornecê-los em
desacordo com a legislação;
Falta de atendimento da exigência da autoridade fiscal;
Deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social descon-
tado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher
aos cofres públicos etc.

Atividades
1. Os Tributos são divididos em quantas espécies e quais são elas?
2. Cite os elementos fundamentais da obrigação tributária.
3. Para efeito de industrialização, quais as modalidades consideradas para recolhimento
de IPI?
4. O que significa COFINS?
5. Quais as alíquotas mínimas e máximas determinadas por lei para recolhimento do
ISSQN?
6. Qual o documento de maior importância a empresa deve emitir para efeito de apura-
ção de imposto?
113 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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UNIDADE 6 – NOÇÕES DE ARQUIVO


Arquivos são conjuntos organizados de documentos, produzidos ou recebidos e
preservados por instituições públicas ou privadas, ou mesmo pessoas físicas, na constân-
cia e em decorrência de seus negócios, de suas atividades específicas e no cumprimento
de seus objetivos, qualquer que seja a informação ou a natureza do documento.
Os arquivos podem ser:

1. Públicos
São conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por órgãos governamen-
tais, em nível federal, estadual ou municipal, em decorrência de suas atividades adminis-
trativas, judiciárias ou legislativas. Existem três espécies de arquivos públicos:
Correntes: conjuntos de documentos atuais, em curso, que são objeto de consultas e
pesquisas frequentes;
Temporários: conjunto de documentos oriundos de arquivos correntes que aguar-
dam remoção para depósitos temporários;
Permanentes: são conjuntos de documentos de valor histórico, científico ou cultural
que devem se preservados indefinidamente.

2. Privados
São conjuntos de documentos produzidos ou recebidos por instituições não públi-
cas, ou por pessoas físicas, devido a suas atividades específicas.
Assim, o arquivo de uma empresa, por exemplo, reflete sua atividade, seu porte e
seus objetivos. Documentos de natureza diversa, relacionados a outros objetivos, não
devem misturar-se com o arquivo principal, já que o tratamento dado a eles deve ser di-
ferente.
A importância dos arquivos está crescendo a cada dia, principalmente devido ao
desenvolvimento da sociedade, pois os arquivos nada mais são do que conjuntos de do-
cumentos recebidos ou produzidos, preservados e organizados.
No passado, a preservação de documentos era encarada principalmente por seu
valor histórico. Mas, com o passar do tempo surgiram novos aspectos relevantes, como a
difusão da informação, principalmente a de conteúdo teórico, o auxílio para eficiência
administrativa, entre outros.
A organização é um ponto importantíssimo, pois deve assegurar que o arquivo te-
nha:

114 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Segurança: A segurança é a garantia de que os documentos e informações não sejam


perdidos;
Precisão: Assegurar a localização de qualquer documento arquivado;
Simplicidade: Ser de fácil compreensão;
Flexibilidade: Capacidade de crescimento e adaptabilidade à diversificação dos do-
cumentos armazenados;
Acesso: Rapidez e facilidade na localização de documentos arquivados.

Tipos de Arquivo
No que se refere à frequencia do uso ou consulta, existem três tipos de arquivos:
Arquivo Ativo: mantém arquivados os documentos e papéis de uso, consulta e refe-
rência constantes e atuais, ou que se encontram em fase de conclusão.
Arquivo Inativo: guarda documentos e papéis que oferecem menor frequencia de
uso, consulta ou referência.
Arquivo Morto: armazena documentos de frequencia de uso, consulta ou referência
quase nulas. No entanto, não se deve considerar este arquivo como um “depósito de
lixo”, mesmo porque os documentos definidos como inúteis ou imprestáveis devem
ser destruídos. O arquivo morto precisa, inclusive, ser organizado dentro das mesmas
técnicas e regras que prevalecem para o arquivo ativo, pois muitas vezes são neces-
sárias a imediata localização e consulta a papéis em desuso.

Conservação e proteção de documentos


Determina-se o valor do documento levando em consideração todas as finalidades
que possui e seu tempo de vigência, que muitas vezes são determinados pela própria le-
gislação. Os documentos são classificados por seu valor em:
Permanentes-vitais: são documentos que devem ser conservados indefinidamente,
pois possuem importância vital para a empresa, isto é, sem eles a empresa não tem
condições de funcionar. São os contratos, escrituras, estatutos, livros de atas, livros
de registros de ações, fórmulas, procurações etc.
Permanentes: são os documentos que devem ser guardados indefinidamente, porém
não tem importância vital. Como exemplo, podemos relacionar os relatórios anuais,
registros de empregados, livros de registros contábeis, recibos de taxas e impostos
etc.
Temporários: são documentos que têm valor temporário de um, dois, cinco ou mais
anos. O tempo de vigência dos documentos seguirá os critérios adotados pela própria
empresa. Assim, são temporários: recibos, faturas, notas fiscais, contas a receber e a
pagar, extratos bancários, apólices de seguro, folhetos, correspondências etc.

115 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Métodos de arquivamento
Modernamente, o arquivamento de informações tornou-se uma tarefa realizada
com a utilização de computadores, facilitando a obtenção dos itens de organização ante-
riormente mencionados.
O fato dos computadores serem cada vez mais utilizados para guardar informa-
ções não torna desnecessário o conhecimento dos métodos de arquivamento, pois estes
oferecem técnicas para a classificação de informações e a simplificação de tarefas como
armazenamento e busca.
Dentre os diversos métodos de arquivamento, iremos abordar três dos mais utili-
zados:

1. Método numérico:
É aquele em que, todo o documento a ser arquivado, recebe um número de iden-
tificação. Este método é considerado um método confidencial, pois para consultar as
pastas necessitamos de um índice auxiliar.
Organiza-se o arquivo utilizando-se pastas numeradas em ordem crescente ou de-
crescente.
O índice auxiliar contém os números das pastas e os assuntos pertinentes. É ne-
cessário que este índice esteja sempre atualizado.
Além da vantagem de ter um método sigiloso, permite também uma maior rapi-
dez na organização do arquivo, uma vez que os números são infinitos.

Matrícula nº 12365
Aluno: José Ribeiro Castro
Endereço: Rua Albertina Cruz, 28
Telefone: 12 3633-3333 Celular: 12 98999-9966
Data de Nascimento: 17/04/1976

Um detalhe interessante é que um arquivo organizado pelo método numérico só


será eficaz se houve posse do número referente ao assunto procurado, caso contrário ele
será ineficaz.

2. Método alfabético:
Este método é bastante simples e proporciona consultas diretas e rápidas. Entre-
tanto, alguns critérios devem ser obedecidos para que haja uniformidade no processo de
arquivamento.

116 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Por nomes de pessoas


As principais regras dizem respeito à colocação do sobrenome e dos títulos. Ob-
serve o quadro:
Nome Ordem de Arquivamento
Pedro Paulo Guimarães Guimarães, Pedro Paulo
João Bosco de Lavor Medeiros Medeiros, João Bosco de Lavor
Dr. Roberto Medeiros Medeiros, Roberto (Dr.)
Ministro Raul Soares Soares, Raul (Ministro)
Humberto de A. Castelo Branco Castelo Branco, Humberto de A.

Ou seja, no caso de nomes de pessoas, devemos observar as seguintes regras:

Coloque em primeiro lugar o sobrenome; no caso de mais de um, o último sobreno-


me e depois o primeiro nome.
Ex: José Almeida da Silva Silva, José Almeida da

Graus de parentesco e títulos não são considerados, devendo ser colocados entre
parênteses no final.
Ex: José Carneiro Jr. Carneiro, José (Jr.)
Dr. Osvaldo Costa Costa, Osvaldo (Dr.)

Não separe sobrenomes compostos.


Ex: Dulce Monte Negro Monte Negro, Dulce

Sobrenomes com as palavras “Santo”, “Santa”, “São” não devem ser separados.
Ex: Osvaldo Santa Rosa Santa Rosa, Osvaldo

Sobrenomes precedidos de partículas com inicial maiúscula, estas devem ser conside-
radas como parte do sobrenome.
Ex: Bruno Di Carmo Di Carmo, Bruno

Atenção! O uso da vírgula indica que houve inversão no nome.


Por nomes de empresas
No caso de o método estar sendo aplicado a nomes de empresas, as regras regu-
lam a escrita de números, siglas e colocação de artigos.
Observe o quadro:

117 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Nome Ordem de Arquivamento


Editora Livro de Ouro S/A Editora Livro de Ouro S/A
2 Irmãos Confecções Ltda. Dois Irmãos Confecções Ltda.
SENAI SENAI
O Estado de São Paulo Estado de São Paulo (O)
Humberto de A. Castelo Branco Castelo Branco, Humberto de A.

No caso de nomes de pessoas, devemos observar as seguintes regras:

Arquive diretamente pelo nome da empresa, sem fazer inversões.


Ex: Banco Geral do Comércio Banco Geral do Comércio

Os números para arquivamento são escritos por extenso.


Ex: 3 Patinhos Papelaria Ltda. Três Patinhos Papelaria Ltda.

As empresas conhecidas pela sigla devem ser arquivadas como se fossem palavras
Ex: SENAC SENAC

Nomes de empresas que comecem com artigos, estes devem ser colocados entre pa-
rênteses no final
Ex: A Voz do Povo Voz do Povo (A)

3. Método específico ou por assunto:


Este método é o mais complexo, pois requer uma prévia análise da empresa, suas
atividades, interesses e objetivos.
Após esta análise, deve ser feita uma relação com os assuntos básicos em ordem
alfabética.
Em seguida, os assuntos devem ser divididos e subdivididos conforme a necessi-
dade do serviço, a frequencia das consultas e a facilidade e rapidez de localização dos
documentos.
Como exemplo, podemos citar uma empresa de turismo, cujos assuntos principais
seriam viagens nacionais e internacionais. Estes dois assuntos podem ser subdivididos.
Veja o exemplo:

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Documentação
Excursões
Aéreas
Viagens Hotéis
Marítimas
Internacionais Promoção
Rodoviárias
Vendas a Crédito
Vendas à Vista

Excursões
Aéreas
Hotéis
Viagens Marítimas
Promoção
Nacionais Rodo aéreas
Vendas a Crédito
Rodoviárias
Vendas à Vista

Feita a relação de assuntos, pode-se iniciar a aplicação do método de arquivamen-


to. Os assuntos relacionados no exemplo constarão em guias colocadas alfabeticamente
em pastas ocupando três níveis no arquivo, embora sejam permitidos até quatro ou cin-
co níveis.

4. Arquivo de Referência Cruzada


A principal finalidade do arquivo de referência cruzada é informar quem estiver
consultando o arquivo que o determinado assunto ou nome está arquivado em outra
pasta.
Muitas empresas possuem, além de seu nome real (razão social), um nome fanta-
sia (apelido).
Veja o exemplo:
Razão Social: Cia. de Aguardente de São Bento do Sapucaí ME
Nome Fantasia: Caninha Tomou Tombou

Imagine que um dos fornecedores da Caninha Tomou Tombou tivesse que levan-
tar sua ficha. Você acha que esta ficha seria encontrada?
Possivelmente não, pois o arquivo de procura é alfabético de acordo com a razão
social e, provavelmente, o funcionário iria procurar a ficha da Caninha Tomou Tombou,
mesmo porque é assim que a empresa é conhecida. Desta forma não encontrando. A fi-
cha só seria encontrada se o funcionário soubesse que deveria levantar a ficha da Cani-
nha Tomou Tombou procurando-a por sua razão social.
Por isso, usualmente, é criado um arquivo de referência cruzada, onde a Caninha é
cadastrada em duas fichas. Veja:

119 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Caninha Tomou Tombou


Veja Cia. de Aguardentes de
São Bento do Sapucaí ME

Cia de Aguardentes de São


Bento do Sapucaí ME
Endereço: Rua da Cana Verde, 1234
Bairro: Canaviais Produtivos
Cidade: São Bento do Sapucaí Estado: SP
Telefone: (12) 3668-6886
CNPJ: 120.123.123/0001-01 Contato: Mário Luiz

No exemplo, se a pessoa que está consultando o arquivo procurar a empresa pelo


nome Caninha Tomou Tombou, a pasta irá informar que esse não é o nome correto (a
Razão Social) da mesma, por isso, indicará que a consulta seja executada através da pas-
ta Cia. de Aguardentes de São Bento do Sapucaí ME.

5. Ordem cronológica
Os documentos são arquivados por ordem e data, crescente ou decrescente. A or-
dem alfabética pode ser utilizada no caso de documentos com a mesma hora e data.

6. Geográfico
É utilizado quando arquivamos os documentos considerando-se uma divisão geo-
gráfica previamente estabelecida.
A divisão geográfica pode ser feita por países, estados, cidades, bairros, entre ou-
tras.
Este método é muito utilizado nos departamentos de vendas.

Atividades para Revisão


1) O que é arquivo? Como os arquivos podem ser?
2) Quais são as 5 qualidades mais importantes para um bom arquivo?
3) Quais são os tipos de arquivo?
4) Como são classificados os arquivos por seu valor?
5) Quais são os métodos de arquivamento?

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6) Organize o arquivo abaixo pelo método ALFABÉTICO:


Aluno Ordem de Arquivamento
Maria Lúcia Cordeiro Nascimento
Lucy Alves Matos
Isabel dos Santos
Aline Soares Cardoso
Andreia Reis de Oliveira Godoy
Francisca Saraiva Chaves
Tânia Estevam Miranda
Cristiane de Miranda
Catarina Francisca Miranda
Lucimeire Campos Fonseca
Raquel Domingos da Silva
Sarah Jovencio da Silva
Adriana Lucia Cuba
Luciana Vilma de Oliveira Silva
Abelardo Nogueira Barbosa
Helder Willian de Vasconcelos
Carolina Gomes
Ana Letícia Belitardo
Filipe Lima Silva
Lucas Santos Silva
Bruno Rodrigues Penteado
Kelly Cristina Rossi
Otávio Augusto Sanches
Claudia Aparecida de Mattos
Ana Claudia Rodrigues de Carvalho
Fernando Salles Valério
Bruna Silva Santos
Tamires França
Kaique Lopes dos Santos
Vanessa Trindade Bonafé
Edna Cristina Toledo

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7) A lista a seguir apresenta os alunos matriculados na escola "Bom Trabalho". Utilizando


o método de Arquivamento por Assuntos, organize as fichas de matrículas desses alu-
nos, a fim de melhorar a organização da secretaria da escola.
Aluno Curso Período
Loren Karen de Almeida Secretariado manhã
Isabela Moura Marcondes Administração tarde
Andréa Lúcia Soares Nascimento Secretariado manhã
Frederico Augusto Romeu Recursos Humanos manhã
Tatiana Camargo Cury Administração tarde
Vera Cristina Rodrigues Mota Recursos Humanos manhã
Cristina Miranda Recursos Humanos manhã
Catherine Gomes Sanches Recursos Humanos tarde
Luciete Machado Rocha Administração manhã
Rachel Bolaños Rozendo Recursos Humanos tarde
Sara Justino Cobra Administração tarde
Adriane Medeiros Bosco Secretariado manhã
Luciana Carmem Costa Montes Recursos Humanos manhã
Alberto Torres de Alencar Administração tarde
Catarina Sousa Botelho Secretariado tarde
Ana Márcia Souza Bravo Secretariado tarde
Felipe Gomes Pereira Recursos Humanos manhã
Luciano Jorge Toledo Administração manhã
Benedito Rossi Recursos Humanos manhã
Karen Lima de Miranda Secretariado tarde
Oséias Carvalhal Recursos Humanos tarde
Claudete Braga Costa Administração manhã
Anete Valente Pimenta Secretariado tarde
Julio Cardoso Salgado Recursos Humanos tarde
Breno Amarildo José Secretariado tarde
Talita Oliveira Gonçalves Recursos Humanos manhã
José Fernandes Neto Administração manhã
Valter Coelho Secretariado tarde
Elena Dias Rangel Secretariado tarde
Ariovaldo Amarantes Carneiro Recursos Humanos tarde

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Raul Ribeiro Rocha Administração manhã


Alderi Camargo Siciliotti Administração manhã
Sonilda Santos Cintra Recursos Humanos tarde
Jussara Reis de Souza Secretariado tarde
Juscelina Reis de Souza Recursos Humanos tarde
Tácio Romero Britto Administração tarde
Ferdinand Sant'Anna Briet Secretariado manhã
Romeu Justos Antunes Administração manhã
Irene Costa Maranhão Secretariado tarde
Gustavo Jorge de Faria Leitão Administração tarde

• Utilize este espaço para resolver o exercício 7:

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UNIDADE 7 – ESTOQUE E ARMAZENAGEM


Administração
São considerados estoques todos os bens e materiais mantidos por uma organiza-
ção para suprir demandas futuras, ou seja, é a diferença entre a aquisição e a demanda
momentânea.
Os estoques podem ser encontrados em várias formas, como: matéria-prima, pro-
duto em processo, produto acabado, materiais, embalagens e produtos necessários para
a manutenção, reparo e suprimentos de operações, não necessariamente utilizados no
processo de fabricação, acomodados em armazéns apropriados ou em almoxarifados.
O controle ou gestão de estoques engloba todas as atividades, procedimentos e
técnicas que permitem garantir a qualidade correta, no tempo certo, de cada item ao
longo da cadeia produtiva, tanto dentro como fora das organizações.
Para gerenciar os estoques é preciso levar em conta duas funções que norteiam
sua finalidade, sendo a alimentação da produção e o suprimento das vendas.
A primeira função tem como objetivo a produção continuada, almejando a elimi-
nação dos riscos de paradas na produção resultantes de problemas com o abastecimento,
melhorando a eficiência do processo produtivo.
Já a segunda função é suprir as vendas com estoques que visam atender à sazona-
lidade da demanda e, por consequência, melhorar o serviço de atendimento ao cliente.

Controle de Estoque
O controle de estoques é importante para qualquer tipo de empresa e significa in-
vestir “dinheiro”, portanto deve ser racionalmente dimensionado.
Existe uma inter-relação do setor de suprimentos com os setores de produção, fi-
nanceiro e de vendas principalmente, visto que a falta de itens em estoque pode acarre-
tar sérios problemas de desempenho operacional, causando grandes prejuízos à empresa,
como aumento de custos e despesas financeiras, ociosidade de recursos e redução da
lucratividade.

Nivelamento de Estoque
O nivelamento determina a condição ideal do fluxo financeiro dos estoques. Em
uma primeira abordagem, a gestão econômica dos estoques busca mantê-los em cons-
tante equilíbrio em relação ao nível econômico ótimo dos investimentos.

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Tal fator somente é obtido ao manter os estoques mínimos, sem correr o risco de
não tê-los em quantidades suficientes e necessárias para manter um fluxo de produção
de uma encomenda em equilíbrio com o fluxo de consumo.
A quantidade ideal de estoque mínimo deve ser bem mensurada, considerando,
entre outros, os seguintes parâmetros:
• Possíveis atrasos na entrega por parte do fornecedor;
• Possíveis variações nas médias de vendas;
• Identificação da sazonalidade.
Devemos considerar dois fatores fundamentais para a determinação dos estoques:
1) Quanto maior a quantidade estocada, maiores serão os custos com a manutenção
dos estoques. Por outro lado, vemos um aspecto a ser levado em conta que é a ga-
rantia da não paralisação da empresa por falta de material.
2) Qualquer redução nas quantidades em estoque reduz também os custos de estoca-
gem, mas aumenta os custos de obtenção dos materiais, o que pode provocar a para-
lisação das atividades da empresa por falta de material.

É preciso levar em conta que a gestão dos estoques apresenta os seguintes sinto-
mas:

Quando mal planejada gera:


• Incapacidade de cumprir promessas de entrega do produto final;
• Crescimento do estoque quando a demanda foi inferior à prevista;
• Falta constante de espaços de armazenagem;
• Aumento dos itens de materiais obsoletos, entre outros.

Quando bem planejada verifica:


• Melhoria nas relações com usuários;
• Redução dos custos dos materiais comprados;
• Redução dos custos com perdas de estoque, entre outros.

Exercícios
1. O que é Estoque?
2. Para gerenciar estoques é necessário levar em consideração duas funções que
norteiam sua finalidade. Quais são elas? Comente.

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3. Por que o Controle de Estoques é importante? Quais consequências a falta de con-


trole pode trazer à empresa?
4. Quais são os fatores fundamentais para a determinação dos estoques?
5. O que a Gestão de Estoques gera quando é mal planejada?
6. O que a Gestão de Estoques verifica quando é bem planejada?

ARMAZENAGEM
Na moderna administração, a armazenagem pode ser conceituada como um con-
junto de atividades relacionadas à função de abastecimento, a qual requer meios, méto-
dos é técnicas adequadas, bem como instalações apropriadas, e que tem como propósito
o recebimento, a estocagem e a distribuição de materiais.

Estruturas de Armazenagem
O propósito da armazenagem está fixado em uma estrutura básica, formada pelo
tripé recebimento, estocagem e distribuição.
Estas atividades básicas dessa estrutura podem sem assim descritas:
Recebimento: trata-se de um conjunto de operações que envolvem a identificação do
material recebido, o confronto do documento fiscal com o pedido, a inspeção qualitativa
e quantitativa do material e a sua aceitação formal.
Estocagem: é um conjunto de operações relacionadas à guarda do material. A estocagem
constitui um dos pontos mais vitais na formação do conjunto de atividades da armazena-
gem, exigindo técnicas específicas para alcançar a eficiência da racionalização e da eco-
nomia desejada.
Distribuição: refere-se a um conjunto de operações próprias relacionadas à expedição do
material, envolvendo a acumulação do que foi recebido da estocagem, a embalagem
adequada e a respectiva entrega ao requisitante.

127 | A u x i l i a r A d m i n i s t r a t i v o
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Em relação à estrutura de armazenagem, é preciso considerar um fator de fundamen-


tal importância que é justamente o layout do armazém, o qual determina o grau de aces-
sibilidade ao material, os modelos de fluxo de material, os locais de áreas obstruídas, a
eficiência de mão-de-obra e a segurança do pessoal e do próprio armazém, entre outras
atribuições.
O professor Mauricio Kuehne Jr., da Universidade Federal de Santa Catarina, afirma
que para um layout eficiente, o armazém precisa:
1. Assegurar a utilização máxima do espaço.
2. Propiciar a melhor movimentação de materiais.
3. Garantir a estocagem mais econômica em relação às despesas de equipamento, espa-
ço, danos de material e mão de obra do armazém.
4. Propiciar flexibilidade máxima para satisfazer as necessidades de mudança e estoca-
gem e movimentação.
5. Fazer do armazém um modelo de boa organização.
Ele ainda continua, definindo cinco passos para projetar um eficiente layout de arma-
zém:
1. Definir a localização dos obstáculos.
2. Localizar as áreas de recebimento e expedição.
3. Localizar as áreas primárias, secundárias, de separação de pedidos e estocagem.
4. Definir o sistema de localização do estoque.
5. Avaliar as alternativas do layout do armazém.
Cada alternativa de layout do armazém deve ser muito bem avaliada a fim de deter-
minar se ela atinge os objetivos desejados. Cada layout do armazém deve ser criteriosa-
mente analisado, favorecendo e facilitando sua utilização, obedecendo aos critérios a
seguir:
Intensidade de uso
• Estocar as mercadorias de maior rotatividade o mais perto possível do ponto de
uso;
• Estocar as mercadorias de menor rotatividade no espaço mais profundo possível.
Semelhança
• Os itens recebidos e expedidos juntos devem ser estocados próximos;

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• Os itens que possuem uma forte correlação com respeito ao tipo devem ser estoca-
dos próximos.
Tamanho
• Estocar mercadorias pesadas, volumosas e de difícil movimentação próximas ao seu
ponto de uso.
• Propiciar vários locais e tamanhos de estocagem
• Os itens pesados devem ser estocados em áreas com teto baixo e os leves e de fácil
movimentação em áreas com pé-direito alto.
• Não levar em conta o tamanho dos itens individuais e sim o tamanho do estoque
total de um item.
• Características dos materiais
• Projetar o layout para acomodar apropriadamente os itens perecíveis;
• Propiciar um layout eficiente, com técnicas de estocagem, para maximizar a utiliza-
ção do espaço para itens com formatos diferentes e que possam ser comprimidos
• Planejar a proteção dos materiais perigosos a fim de evitar incêndios e proteger ou-
tros materiais no caso de um acidente
• Elaborar o layout da compatibilidade dos itens estocados dentro da proximidade de
cada um
• Programar o layout para maximizar a proteção dos itens de segurança pela localiza-
ção.

Utilização do espaço
• Conservar o uso do espaço ao maximizar a concentração das mercadorias na esto-
cagem, maximizar a utilização do espaço cúbico e minimizar as perdas nos vãos de
estocagem;
• Projetar o layout em torno de obstáculos e outras limitações à utilização do espaço;
• Os corredores devem ser retos e os principais devem levar até às portas;
• Os corredores devem ter largura suficiente para permitir uma operação eficaz, sem
desperdício de espaço;
• Todos os lados da estocagem devem ter acesso por um corredor;
• Evitar o bloqueio do estoque;
• As pilhas de material devem ser uniformes, retas, estáveis e de fácil acesso;

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• Fazer a marcação dos corredores para melhor conservação;


• Evitar espaços vazios dentro das áreas de estocagem;
• Manter registros dos locais de estoque.

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Escola Municipal do Trabalho

BIBLIOGRAFIA
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POZO, H. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma abordagem Logísti-
ca. São Paulo: Editora Atlas, 2007

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