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WERNECK, Nelson Sodré. “As modificações na vida nacional”.

O Observador Econômico
e Financeiro, Rio de Janeiro, ano 9, n. 105, outubro 1944. Disponível em:
http://bndigital.bn.br/acervodigital/observador-economico/123021. Acesso em: 18 de fev.
2020.
O autor abre seu artigo com a ideia de que o observador atencioso se deu conta
da emergência das novas forças ou mudanças das mesmas, e das
transformações em andamento no Brasil da década de 1940, mudanças estas
ocasionadas pela chegada de novos fatores os quais tem grande atuação nos
elementos já existentes e na sociedade brasileira em si. Ele também destaca a
incrível transformação em tão pouco tempo a uma sociedade de difícil
penetração de ideias, algumas dessas recebidas com repulsão pelos brasileiros.
A primeira mudança é a expansão da denominada “vizinhança” em território
brasileiro, consequência do boom demográfico, da alta intensidade do êxodo
urbano (esta oriunda pelas necessidades impostas pela 2ª Guerra Mundial e
facilidade nos transportes), do industrialismo em vigor mediante as demandas
do já citado conflito e do aumento do poder de compra do mercado interno
brasileiro. A vizinhança enquanto problema tem uma relevância particular no
Brasil, segundo o autor, uma vez que nosso país não tinha uma relação
próxima com tal elemento, devido ao tamanho imenso da nação e a dispersão
da população, cujo desdobramento foi criar a imagem de “ilhas” separadas
umas das outras, que não sofreram os efeitos da separação por causa da sua
cultura em comum. Além disso, a solidariedade, que pode ser despertada pela
“vizinhança”, não foi uma marca no Brasil e quando esta surge, é um típico
caso no qual a exceção confirma a regra.
Antes de falar da segunda mudança, o autor defende que passamos a não ter
mais uma espécie de “solidariedade paroquial” para sentirmos um tipo de
solidariedade mais típica de vizinhos, assim como os elementos da vida
nacional exercem sua influencia com mais intensidade e rapidez naquilo que o
autor denomina “periferia” , a qual há muito se esquivava das suas ações.
Passemos a segunda transformação, definida pelo autor como a
industrialização em grande escala, cujos índices não podem aparentar a ideia
de que o Brasil já mudou sua fisionomia econômica. Contudo, devemos frisar
que o industrialismo adotado no Brasil já está a mudar certos padrões da
realidade brasileira.
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Aqui o autor aponta que a tradição rural-colonial, causa de nossos males
desenvolvimentistas, da qual não conseguimos nos desvincular por causa da
sua permanência em formas diferentes durante as eras, começa a perder seus
traços mais imperativos, ao passo que a crise da monocultura cafeeira é um
grande marco da mudança que se instalou no Brasil nos últimos anos. Em
seguida, defende que a criação de um parque industrial em desenvolvimento, a
intervenção estatal nesse aspecto através da criação de empresas estratégicas, e
o aumento das áreas industriais, do Distrito Federal ao Rio de Janeiro,
mapeado de estradas e investimentos relevantes denotam a volta da
centralização politica enquanto cartilha politica no Brasil, cuja primeira onda
se deu no Segundo Reinado (1840-1889), através da produção cafeeira baseada
no RJ, com uso dos portos do Rio e de Santos.
A respeito desta segunda onda centralizadora, o autor ressalta que está baseada
na industrialização marcada pela intervenção do governo, ao redor de zonas
próximas ao centro politico e dependentes de seus portos e bancos
financiadores. Além disto, o autor diz que o industrialismo, este que faz nascer
um sentimento ufanista, não está baseado em argumentos solidificados que não
precisam de restrições e adivinhações acerca do futuro próximo, ou seja, tal
fenômeno não é algo 100% confiável.
Logo após, constata que as transferências humanas e o aumento das
vizinhanças no Brasil têm despertado virtudes antes potenciais, e também
confusão originária do contato entres grupos diferentes, confusão esta que
solapa alguns elementos culturais e cria outros novos, que o costume ainda não
“analisou”, o que resulta em sua assimilação. Porém, este fenômeno descrito é
algo a longo prazo e poderia ser analisado com pormenores exatos. Cita a obra
de Mannheim, Diagnosis of our time¸ cuja ideia é defender o aparecimento de
novas formas de autoridade (esta não mais legitimada pela tradição) e sanções,
e a como estas são justificadas, como marcas de mudança na sociedade
daquela época, e depois fala que a derrota de tais autoridades e das sanções
trarão problemas importantes a politica, problemas estes que podem afetar ou
serem afetados pela conjectura econômica.
Por fim, constata que as demandas do mercado interno brasileiro e o fim do
“colonialismo econômico” abriram caminho para a nossa industrialização, e
que ao seguir o caminho do industrialismo, acontecerá a reafirmação das bases
por trás das mudanças citada no texto, que definem a “nova cara” do povo
brasileiro, que está ante da grande chance de se emancipar dos problemas
oriundos do colonialismo, presentes em nossas heranças culturais.

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