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Versão digital
Distribuição gratuita
Proibida a venda

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Plantas Medicinais
Utilizadas na região de

Visconde de Mauá

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Contato com o Autor
rodrigogio@gmail.com

Facebook: CEL – Centro de Estudos da Luz

Revisão
Alice Pereira Leal (médica)

Andiara Dias dos Santos (português)

Gilson Roberto de Souza (botânica)

Ilustrações Botânicas
Victor Silvestre (capa, contracapa e pág. 493)

Fotografias
Rodrigo Giovanetti

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Rodrigo Giovanetti

Plantas Medicinais
utilizadas na região de

Visconde de Mauá

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ATENÇÃO:

Este livro não pretende substituir o receituário médico, eximindo o


editor e seu autor de responsabilidade jurídica por eventual uso incorreto
das informações contidas nele.

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Agradecimentos

Agradeço a Patrícia Carvalho, Sr. Zé Virgílio, D. Iracema, Zé da Viola,


D. Nabir, Sebastião, Regina, D. Donga e Sr. Jorge Brito por terem me aberto
as portas de suas casas e de seu conhecimento ancestral; sem vocês este livro
não aconteceria.

Agradeço ao amigo e Mestre Gilson Roberto de Souza pela


identificação e revisão botânica de grande parte desta obra.

Agradeço ao amigo Victor Silvestre, renomado artista plástico e


ilustrador botânico, por ter realizado a capa deste livro.

Agradeço a Alice Leal pelas críticas, sugestões e pela revisão médica.

Agradeço a Andiara Dias dos Santos pela revisão ortográfica desta


obra.

Agradeço ao amigo e Mestre Rogério Ribeiro de Oliveira por sempre


me mostrar o caminho da humildade e pelas generosas palavras no prefácio
desta obra.

Agradeço às meninas do Grupo de Estudos de Plantas Medicinais e


Aromáticas de Visconde de Mauá, pelo apoio: Márcia Rodrigues da Silva,
Gabriele Six, Claudia Cabral, Darshana, Rose e Rosa.

Agradeço aos amigos Claudister Conselheiro, Luciano M. Jardim,


Emilson M. Diniz Filho, Henrique Siqueira e Guilherme Diniz, pela ajuda na
busca de espécies em campo.

Reconheço a importância dos que aqui chegaram primeiro, os Puris,


e os que vieram depois e se fixaram na terra, formando o núcleo colonial de
Visconde de Mauá. Agradeço a todos por sua sabedoria ancestral.

Honro também, com este livro, a sabedoria de meus ancestrais e guias


e entrego esta obra a vocês, à Mãe Divina e a Gaia.

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Confrei - Symphytum officinale L.

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“A ciência não pode resolver o mistério final da natureza.
E isto porque, em última análise, somos parte do mistério
que tentamos resolver.”

Max Plank

“Nenhuma descrição, nenhuma imagem de nenhum livro,


podem substituir a vista real das árvores em um bosque
com toda a vida que acontece em volta delas.”

Maria Montessori

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Prefácio

De plantas, pessoas e montanhas

Conviver com Rodrigo Giovanetti é algo que sempre surpreende, não


importa o ponto de vista que se procure. Duas características lhe são inatas:
a primeira é um sorriso que escancara o que vai por dentro da alma: feliz,
solícito e confiante; a segunda é um constante reinventar-se. Rodrigo tem um
espírito curioso, capaz de escarafunchar os assuntos mais diversos. Está
sempre em movimento. Mas em cada tema que se dedica, entra por inteiro.
Não lhe satisfaz o superficial, a forma, o aparente. Está sempre procurando o
que está por traz, o que faz mover cada coisa.

Tive a grata oportunidade de trabalhar com ele na sua dissertação de


mestrado na PUC-Rio. Seu projeto na Serra da Mantiqueira abarcou um sem
número de montanhas do Maciço do Itatiaia. A pesquisa consistia em um
levantamento minucioso da vegetação dos campos de altitude e foi
brilhantemente defendida. Mas a pesquisa não ficou dentro dos muros
acadêmicos.

O projeto deste livro, Plantas Medicinais utilizadas na região de


Visconde de Mauá foi uma verdadeira surpresa. O trabalho mostra um grau
elevado de seu amadurecimento, pois abarca conhecimentos locais aliados
aos conhecimentos científicos, tanto médicos quanto botânicos. Como
competentes revisores temos a médica Alice Pereira Leal e o professor Gilson
Roberto de Souza, expert na arte de identificar espécies de plantas.

Esta obra chega em um momento da sociedade em que a aceleração


da vida, os engajamentos passageiros e as polarizações vêm se apresentando
como se fossem uma realidade única e intransponível. A longa pesquisa de
campo de Giovanetti procurou garimpar conhecimentos que estão na
contramão da torrente da vida moderna. São saberes, tradições, crenças e
ligações com o transcendente, de tantos homens e mulheres do local. Tudo
isso conectado a uma profunda vivência da paisagem dessa linda região da
Mantiqueira. A junção desses saberes esconde uma riqueza que esse livro
procura apresentar ao leitor.

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Feito com grande rigor técnico, tem ainda nas fotografias, feitas pelo
próprio autor, um verdadeiro presente aos olhos do leitor. Ao mesmo tempo
que instrui, traz um pouco da beleza das plantas, que escondem tantos
benefícios para aqueles que dela sabem se utilizar. O livro nos ensina que por
traz de cada planta existe um universo ao nosso alcance. São tesouros que
juntam plantas, pessoas e montanhas. Um verdadeiro presente do autor...

Rogério Ribeiro de Oliveira


Professor Associado
Departamento de Geografia e Meio Ambiente – PUC-Rio

Região de Visconde de Mauá

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Sumário

Agradecimentos, 7

Prefácio, 10

Introdução, 18

Os nossos colaboradores, 20

Cuidados com as plantas, 24

Cuidados com o plantio, 24


Cuidados com a colheita, 25
Cuidados com a secagem, 25
Cuidados com o armazenamento, 26
Cuidados com a obtenção e uso, 26
Dicas e tratos silviculturais para algumas espécies, 27

Formas de preparo, 39

Princípios ativos e metabolismo das plantas, 42

Noções dos princípios ativos, 44

Descrição das plantas medicinais utilizadas em Visconde de Mauá, 57

Abacateiro, 57
Abóbora, 61
Açafrão, cúrcuma, 64
Alecrim, 68
Alevante, 74
Alfavaca1, alfavacão, Atroveran, 76
Alfavaca2, 79
Algodão, 81
Amora, 84
Anil, 87
Arnica-de-jardim, arnica-de-casa, 90
Arnica-do-planalto, arnica-do-campo, 94
Arruda, 96
Artemísia1, 100
Artemísia2, artemijo, tanaceto, 103
Assa-peixe, cambará-assa-peixe, 105
Avenca, 109
Babosa, 112
Bálsamo, 117
13
Bananeira, 119
Batata-Yacon, 122
Boldo, 125
Boldo-miúdo, boldo-do-chile, 129
Borragem, 131
Calêndula, 133
Camarão-amarelo, 138
Camomila, 140
Canela-sassafrás, 146
Caninha-do-brejo, 148
Capeba, pariparoba, 151
Capim-limão, cidreira-de-capim, 154
Capuchinha, chaga, 158
Caroba, caroba-roxa, 161
Carobinha-do-campo, 163
Carqueja, Carqueja-amarga, 165
Carqueja-doce, 168
Casca d’anta, 170
Cavalinha, 173
Cedro, 177
Centela, 179
Chapéu-de-couro, 182
Cipó-cabeludo1, 186
Cipó-cabeludo2, 188
Cipó -caçaú, cipó-mil-homem, 190
Cipó-laje, cipó-índio, cipó-mil-homem, 192
Cipó-sumo, 195
Cipó-unha-de-gato, 197
Citronela, 199
Colônia, 201
Confrei, 204
Cordão-de-São-Francisco, 208
Coroa-de-cristo, 210
Cravo-rosa, 212
Dente-de-leão, 214
Erva-baleeira, 217
Erva-cidreira, melissa, 221
Erva-de-bicho, 225
Erva-de-passarinho, 227
Erva-de-santa-maria, 230
Erva-moura, 233
Espinheira-santa1, 235
Espinheira-santa2, espinheira-santa-do-mato, 239
Eucalipto, 241
Fumo-bravo, 245

14
Funcho, erva-doce, 247
Gengibre, 252
Gervão, 258
Goiabeira, 260
Grimonia, 264
Guaco, 266
Guiné, 271
Guiné-do-mato, gelol, 276
Hera-terrestre, 278
Hortelã-bravo, 280
Hortelã-de-panela, 282
Hortelã-pimenta, menta-piperita, 285
Insulina, 290
Ipê-roxo, 293
Isope, 296
Jaborandi, 299
Jabuticabeira, 301
Japecanga, salsaparrilha, 303
Laranja-da-terra, laranja-amarga, 305
Lavanda1, 309
Lavanda2, 313
Lírio-branco, lírio-do-brejo, bastão, 316
Losna, 318
Louro, 321
Macela, 324
Macela-galega, 327
Macelinha canforada, 330
Malva1, malva-branca, 332
Malva2, pelargônio, 334
Manjericão, 337
Maracujá, passiflora, 340
Maravilha-curativa, dama-da-noite, 343
Melão-de-São-Caetano, 347
Melissa, cidreira-de-folha, 350
Mentrasto, erva-de-são-joão, 351
Mentrusto, mentruz, 359
Mil-em-rama, camomila-romana, pronto-alívio, 361
Milho, 366
Mirra, 369
Mulungu, 372
Negamina, negramina, 374
Ora-pro-nóbis1, 376
Ora-pro-nóbis2, seriguela, 379
Orégano, 381
Pata-de-vaca, 383

15
Patchouli, 385
Peixinho, sálvia-de-casa, lambari, 388
Pessegueiro, 390
Picão-roxo, picão-preto, 392
Pincel-de-estudante, 395
Pitangueira, 397
Poaia, poaia-do-campo, 401
Poejo, 403
Poejo-do-campo, 408
Pronto-alívio, 410
Quebra-pedra, 412
Quina-rosa, 416
Romã, 418
Rosa-branca, 422
Sabugueiro, 425
Saião, 427
Sálvia, 430
Sálvia-do-campo, 435
Sete-sangrias, 437
Taioba, 439
Tanchagem1, transagem, 441
Tanchagem2, transagem, 445
Tarumã, azeitona-do-mato-preta, 448
Terramicina, 450
Tomilho, 454
Trapoeraba, trapoeraba-rosa, 457
Trombeta, 460
Vassourinha, 461
Verbasco, barbasco, bálsamo-do-campo, 463
Verbena, 466
Vique, menta-vique, 468
Receita do unguento de 43 ervas, 472

Guia de referência rápida de doenças – plantas medicinais, 493

Sobre o autor, 516

16
Pedra Selada

17
Introdução

Este projeto surgiu de uma necessidade de se sistematizar o


conhecimento que estava sendo utilizado em nosso grupo, o “Grupo de
Estudos de Plantas Medicinais e Aromáticas de Visconde de Mauá”.

Patricia Carvalho, a matriarca do grupo, me chamou para um “dedo


de prosa” um tempo atrás para montar uma apostila com seu conhecimento
para elaborar um curso. Desde esse momento topei a proposta, mas logo
depois, pensando com minhas caraminholas, questionei: por que não ampliar
e resgatar a sabedoria ancestral do povo da região e colocar num livro?

Sabia que o desafio seria bem maior pois estava saindo de um


universo de sessenta e poucas plantas, que estávamos acostumados a
manusear, para um universo infinito. No final, chegamos às 140 aqui
apresentadas, tendo a plena consciência que muita coisa ficou de fora e, quem
sabe, sejam incluídas em um segundo volume se for a vontade divina.

Deste total de 140 plantas, é importante destacar que, atualmente,


das 86 espécies citadas na Relação Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS), na região são utilizadas 33 (≈38%). São elas:
abacateiro (Persea americana C. Bauh), açafrão / cúrcuma (Curcuma longa
L.), amora (Morus alba L.), arnica-de-jardim (Solidago chilensis Meyen),
arruda (Ruta graveolens L.), babosa (Aloe vera (L.) Burm. f.), boldo
(Plectranthus barbatus Andr.), calêndula (Calendula officinalis L.), camomila
(Chamomilla recutita (L.) Rauschert), caninha-do-brejo (Costus spicatus
(Jacq.) Sw.), carqueja (Baccharis crispa Spreng.), colônia (Alpinia zerumbet
(Pers.) B.L. Burtt. & R.M. Sm.), erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.),
erva-de-bicho (Polygonum hydropiperoides Michx.), erva-de-santa-maria
(Chenopodium ambrosiodes L.), espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex
Reissek), funcho (Foeniculum vulgare Mill.), gengibre (Zingiber officinale
Roscoe), goiabeira (Psidium guajava L.), guaco (Mikania glomerata Spreng.),
hortelã-de-panela (Mentha x villosa Huds.), hortelã-pimenta (Mentha x
piperita L.), losna (Artemisia absinthium L.), maracujá (Passiflora edulis Sims),
melão-de-são-caetano (Momordica charantia L.), mil-em-rama (Achillea
millefolium L.), picão-roxo (Bidens pilosa L.), pitangueira (Eugenia uniflora
L.), poejo (Mentha pulegium L.), quebra-pedra (Phyllanthus niruri L. e P.
tenellus Roxb.), romã (Punica granatum L.) e tanchagem (Plantago major L.).

Hoje, das 12 plantas indicadas como medicamentos fitoterápicos na


Relação Nacional de Medicamentos (RENAME) do Ministério da Saúde, quatro
(≈33%) são utilizadas em Visconde de Mauá. São elas: babosa, espinheira-
santa, guaco e hortelã-pimenta.

18
Das 28 espécies recomendadas na 1ª edição do Memento fototerápico
da Farmacopéia Brasileira (2016), 6 (≈21%) são utilizadas em Visconde de
Mauá. São elas: babosa, calêndula, camomila, espinheira-santa, gengibre
e goiabeira.

Das 92 espécies descritas na 6ª edição da Farmacopeia Brasileira


(2019), 26 (≈28%) são utilizadas na região. São elas: abacateiro, alecrim
(Rosmarinus officinalis L.), algodão (Gossypium hirsutum L.), babosa,
calêndula, camomila, capim-limão (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf),
carqueja, centela (Centella asiatica (L.) Urban), chapéu-de-couro
(Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli), cúrcuma, espinheira-
santa, eucalipto (Eucalyptus citriodora Hook.), funcho, gengibre, goiabeira,
hortelã-pimenta, laranja-amarga (Citrus aurantium L.), macela (Achyrocline
satureioides (Lam.) DC.), maracujá, melissa (Melissa officinalis L.), menta-
vique (Mentha arvensis L.) pitangueira, quebra-pedra (também as duas
citadas acima), sabugueiro (Sambucus australis Cham. & Schltdl.) e tomilho
(Thymus vulgaris L.).

Esta obra deve ser utilizada somente como referência. Todo o


conhecimento científico aqui apresentado foi retirado de livros, artigos,
dissertações e teses ligadas a fitoterápicos. O que está sendo apresentado de
“novo” é o conhecimento do povo, a sabedoria dos (as) erveiros (as), cipozeiros
(as) e raizeiros (as) de nossa região e, em parte, um trabalho energético com
as plantas.

Confesso desde já que fiquei muito empolgado, para não dizer


emocionado, com a precisão das indicações e a beleza das receitas aqui
mencionadas. O que realmente desejo é que essas informações sirvam para
que você passe a olhar com outros olhos para as plantas de seu jardim,
aquelas esquecidas, chamadas injustamente de “daninhas ou invasoras”, mas
que, na realidade, são nossas aliadas.

Espero que o conhecimento ancestral seja despertado em você, que


as receitas caseiras de sua família sejam resgatadas, que a interação homem-
natureza ressurja.

Não custa lembrar que a diferença básica entre a estrutura da


hemoglobina (existente em nós) e a da clorofila (existente nas plantas) é
somente um elemento químico. Em nós temos o ferro (Fe), já nas plantas o
magnésio (Mg). Ou seja, somente a troca destes dois elementos é que nos
diferencia. Portanto, se as plantas surgiram primeiro na Terra, são nossas
ancestrais, é inegável. Todos somos feitos da mesma matriz universal. Como
Carl Segan dizia “somos poeira cósmica” e, no nosso caso, Gaia nos tem
disponibilizado tudo do que precisamos para nossa experiência terrena, mas
por um tempo determinado. Do humus viemos e a ele retornaremos.

Rodrigo Giovanetti

19
Os nossos colaboradores

Patrícia Carvalho (Patrícia Maria


Ulhôa Cintra de Carvalho) tem 70 anos e é
natural da cidade do Rio de Janeiro,
entretanto mora na região há 36 anos, no
sítio São José, na Ponte dos Cachorros.
Como toda matriarca que se preza, acolhe
todos com o enorme carinho quando
buscamos a cura através de nossa Mãe Gaia.

Seu Zé Virgílio (José da Costa) tem


81 anos e é natural de Bocaina de Minas, do
Paiol, no distrito de Santo Antônio do Rio
Grande.

Patrícia Carvalho

Mora em Maringá (Minas) há 78


anos e vem disseminando o
conhecimento passado por seu pai a
todos que pedem a sua ajuda.

Sensitivo e grande conhecedor


das plantas de jardim, como as de uma
flora pouco estudada: as plantas
medicinais dos campos de altitude da
região (Alto dos Brejos).

Seu Zé Virgílio com D. Salete,


sua esposa.

20
Dona Iracema (Iracema dos Santos
Silva Mendes Andrades) tem 73 anos e é
natural Bocaina de Minas, de Mirantão.
Mora há 51 anos no lote 10.

Suas portas estão sempre abertas a


quem chega em busca de suas plantinhas
curadoras. Rezadeira e erveira de mão
cheia, gosta de disseminar o conhecimento
de uma época em que ela lembra que não
tinha “remédio de farmácia”, em que eram
as plantas do mato que curavam o povo.
Talvez tenha sido este amor que tenha
incentivado sua filha Cidinha a ser uma
“curadora de posto de saúde”.

Seu Zé da Viola (José Domingues


dos Santos) tem 71 anos e D. Nabir (Nabir
D. Iracema

Salvador Machado) 53 anos. A matriarca,


D. Maria (Maria Martins de Oliveira),
faleceu recentemente com 91 anos, era
natural de Visconde de Mauá, do Vale do
Pavão e morou 50 anos no lote 10 onde
praticamente criou seus filhos, que
moram lá até hoje.

Seu Zé, além de todo o


conhecimento das plantas do jardim e
das matas, é tocador, de mão cheia, de
uma viola. Faz apresentações pela região
e é frequente nos festejos locais como a
Folia de Reis e festas juninas. D. Nabir,
detentora de um sorriso fácil, vem
transmitindo também o conhecimento
deixado por sua mãe aos necessitados
que a procuram. Seu Zé da Viola, D. Maria e D.
Nabir (Foto: Zé Palma).

21
Seu Jorge Brito (Jorge de Oliveira Brito)
tem 83 anos, é natural de Visconde de
Mauá, do lote 10 e reside lá até hoje.

Seu Jorge, é cipozeiro e conhecedor das


plantas do jardim e das matas, entretanto
é mais conhecido por seu trabalho como
artesão na região. Faz esculturas com
madeira reciclada que, normalmente, têm
a forma natural de animais. Seu trabalho
já foi exposto em vários locais. É também
violeiro dos bons e faz dupla com seu Zé
da Viola.

Sebastião (Sebastião Liberato da


Silva) tem 49 anos, é natural de Bananal –
SP, do Sertão da Onça. Mora há 20 anos
na região, no bairro da Lajinha, em
Visconde de Mauá.
Seu Jorge Brito

É produtor rural em um sítio de


extrema beleza encravado na mata e no
topo da serra. Me contou, com todo
orgulho, que todas as benfeitorias (casa,
fogão a lenha, etc.) feitas em sua
propriedade foram feitas por ele.

Caboclo mateiro, está acostumado


a se enveredar sozinho nas florestas em
busca do remédio que precisa. Além de
conhecedor de árvores e ervas cultivadas
tem um grande conhecimento sobre os
cipós e plantas nativas.

Sebastião

22
Dona Donga (Laurita Salvador de
Oliveira) tem 71 anos, é natural da cidade
de Bocaina de Minas, entretanto mora há
31 anos em Mirantão, no distrito de Santo
Antônio do Rio Grande.

Tem 9 filhos, é viúva e prima de Seu


Jorge Brito. É rezadeira e detentora de um
conhecimento impar sobre as plantas
medicinais de seu jardim. Já trabalhou na
pastoral da criança onde aprendeu a fazer a
famosa pomada utilizada para queimadura
e outros males.

E por último, mas não menos


importante, a caçula da turma, Regina
(Regina de Fátima dos Santos Rocha).

D. Donga

Tem 46 anos, é natural da


Serrinha do Alambari, em Resende-RJ,
entretanto mora há 42 anos em
Mirantão.

Regina, além de seus afazeres


domésticos, é colaboradora de Patrícia
Carvalho, no Sítio São José. Suas
plantas medicinais caseiras são
utilizadas frequentemente pelo esposo e
filhas ou por quem vai em busca de seu
auxílio.

Sinceramente, sou muito grato


a vocês pela confiança depositada em
mim para que este conhecimento seja
disseminado e não perdido ao longo do
tempo.
Regina

23
Cuidados com as plantas

Conhecer as plantas medicinais é importante, mas saber manuseá-


las é fundamental para obtermos o resultado desejado, a ação terapêutica.
Portanto, neste capítulo, abordaremos os principais cuidados que devemos ter
com a planta para que esteja sadia para o uso.

1) Cuidados com o plantio


Para que a planta medicinal tenha a quantidade de princípio ativo
adequado para ter efeito terapêutico, devemos observar várias etapas, a
começar com o plantio.

Primeiro, devemos adquirir sementes, ou matrizes (mudas) de locais


ou fornecedores confiáveis, aqueles que nos garantirão que a planta vá atingir
seu objetivo, a produção adequada de princípio ativo. Portanto, plantas
fungadas, com folhas descolorindo ou manchadas não devem ser compradas,
pois estão com problemas e, dependendo do caso, podem contaminar as
outras que estão ao redor.

Entretanto, só isto não basta. O solo onde esta será plantada tem que
ter nutrientes adequados para seu crescimento. Todo vegetal necessita de
cálcio (Ca), nitrogênio (N), oxigênio (O), hidrogênio (H), fósforo (P), enxofre (S),
potássio (K) e manganês (Mg), mas, dependendo da espécie ainda há a
necessidade de cloro (Cl), sódio (Na), silício (Si), ferro (Fe), manganês (Mn), ou
outro mineral. Sem uma “alimentação balanceada” esta planta pode não se
desenvolver como deveria, e assim, uma análise de solo é importante. Não
devemos esquecer que cada planta exige minerais diferentes em sua “dieta”, e
também tem uma época adequada a ser plantada.

Nutrientes, época e clima adequados ao plantio são os “pulos do gato”


para o sucesso de qualquer planta, seja ela medicinal ou não. Portanto, antes
de plantar qualquer espécie, pesquise sobre ela, de onde é, como se comporta
em seu ambiente natural e quais os cuidados para se obter o sucesso em seu
cultivo. Normalmente, plantas aclimatadas (que não estão em seu ambiente
natural) sofrem com a perda de princípios ativos.

Dependendo da espécie, esta pode ser plantada consorciada com


outras, mas devemos observar se são “amigas” ou “inimigas”, ou seja, se
comportam a presença da outra ou não, se a outra vai ajudá-la ou prejudica-
la em seu crescimento. É outra coisa que deve ser pesquisada caso a caso, e
quando há falta de informação, faça testes plantando uma mesma espécie
com outras diferentes e veja qual se desenvolveu melhor. O consórcio é
24
importante para estimular a competição entre elas e para fazê-las desenvolver
os princípios ativos.

2) Cuidados com a colheita


Não se deve colher plantas próximo a estradas, pois podem estar
contaminadas por poeira e pelos gases que saem do escapamento de
automóveis. Também deve-se evitar a colheita próximo a lavouras onde se
utilizam agrotóxicos e à beira de cursos d’água contaminados com produtos
químicos. (18)

Além do citado acima, o principal fator para fazer a colheita correta


da planta é saber, em primeiro lugar: qual parte da planta vou utilizar como
medicinal? É a flor, folha, casca, raiz ou rizoma? Dependendo de sua resposta,
haverá uma época de colheita ideal.

As plantas devem ser colhidas sempre quando já atingiram seu estado


adulto e cada parte da planta tem um período adequado para ser colhido,
portanto observe a tabela abaixo:

Partes utilizadas Ponto de colheita


Casca e entrecasca Antes da floração
Flor Início de abrirem e serem
fecundadas
Raízes, rizomas, tubérculos e Final do outono ou início da
bulbos primavera
Sementes Antes da disseminação
Frutos Alguns verdes (por exemplo para
obter taninos), outros maduros
(para obter vitaminas e sais
minerais)
Talos e folhas Antes da floração
Toda a planta (ervas) Antes da floração

Tabela 1: relação de partes utilizadas da planta e ponto de colheita. Fonte: adaptado de


BOTSARIS (2007) e SMS (2014).

3) Cuidados com a secagem


O emprego da planta medicinal fresca, recém-colhida ou elaborada
extemporaneamente, mesmo empiricamente, é o recurso mais frequente
utilizado pela maior parte da população brasileira(17), ou seja, apesar da
maioria das plantas serem consumidas logo imediatamente à colheita, como
as utilizadas para chás e decoctos, aquelas que serão utilizadas
posteriormente devem passar por um tratamento para que permaneça a
quantidade e qualidade de seu princípio ativo.

25
Normalmente, o processo utilizado é a secagem; entretanto, cada
planta tem uma temperatura ideal, pois dependendo da aplicada, o princípio
ativo pode se perder ou não. É fundamental, também, a pesquisa para
descobrir qual é a temperatura ideal de cada planta.

O processo natural, artesanal de secagem, sem a utilização de


equipamentos (estufas) deve ser em local seco, bem ventilado, sem receber
insolação direta, protegido de poluição atmosférica (poeira, etc.) e de contato
com o chão.

Antes da secagem, a planta deve passar por processo de triagem


(seleção) para ser retirado todo material fungado, mofado, descolorido (folhas
velhas) e com manchas (pode estar com falta de algum mineral ou infestado
por algum inseto), ou seja, só o material vistoso deve ser utilizado. Plantas
que tenham vindo junto com a colheita da medicinal (outras espécies) que não
serão utilizadas, também devem ser descartadas.

Após esta triagem, a planta deve ser lavada com água fresca e pura
para retirada de qualquer resíduo que não “pertença” a ela, como terra,
insetos, etc.

Coloque a planta em uma peneira grande ou tela de náilon com


moldura de madeira e deixe descansar por cerca de 1 semana. Este tempo é
uma sugestão, pois a secagem vai depender da parte da planta a ser secada,
da época do ano, se a umidade do ar está alta ou não no período, etc. Portanto,
a secagem deve ser observada e revirada diariamente para que seque
homogeneamente.

4) Cuidados com o armazenamento


Após a secagem, o material deve ser guardado de maneira adequada
para que, no momento de sua utilização, ainda esteja adequado para uso (sem
mofo, úmido, etc).

5) Cuidados com a obtenção e uso

Ao se obter uma planta medicinal, devemos ter sempre o cuidado de


saber de onde esta planta vem, se o fornecedor é confiável. Se é planta é para
chá (caixinha / saquinho) é isenta de registro no Ministério da Saúde
conforme RDC ANVISA № 23/00, de acordo com RDC ANVISA № 267/2005 e
RDC № 219/2006. Entretanto, outros produtos necessitam de registro. Um
fator muito importante é que conste os nomes popular e científico da planta.
Com o nome científico temos a certeza de que a planta que está na embalagem
realmente é aquela que procuramos.
Quando a planta é adquirida fora de supermercados e farmácias e,
sim, em mercados populares, se o nosso conhecimento não é tão profundo
26
sobre a planta medicinal que estamos buscando comprar, devemos buscar
um vendedor confiável.
Para quem mora no campo, estas pessoas confiáveis são os nossos(as)
erveiros(as), raizeiros(as) e cipozeiros(as), o povo da terra que manipula, há
muitas gerações, as plantas medicinais. Confie em sua experiência, pois a
maioria do desenvolvimento de produtos fitoterápicos (industriais) veio do
conhecimento passado de uma forma ou de outra por estas pessoas. Este
conhecimento popular gera pesquisas que, geralmente, confirmam o uso
proposto por estas pessoas. A sabedoria popular nunca deve ser desprezada
e, sim, valorizada!!!
As intoxicações ocorrem quase sempre em razão do uso de
quantidades excessivas de determinadas plantas, do preparo e uso
inadequados e, principalmente, em virtude do uso de plantas com efeitos
tóxicos.(18)

6) Dicas e tratos silviculturais para algumas espécies

 Alecrim: planta companheira da sálvia. Em solo muito argiloso e rico


em matéria orgânica, não produz a mesma quantidade de óleo
essencial como quando cultivada em solos arenosos, seu habitat
natural europeu. Propaga-se por sementes ou estacas, sendo que as
mudas de sementes levam em média 1 ano para serem
transplantadas; já as obtidas por estacas levam até 6 meses e devem
ter de 20 a 25 cm de altura (13);
 Alfavaca (Ocimum selloi): quando acrescentado esterco de bovino
ou avícola (o melhor), aumenta o rendimento do óleo essencial (31);
 Arnicas: inibe a germinação da semente de algumas plantas
daninhas (13);
 Arruda: não deve ser plantada perto da alfavaca e manjericão.
Propaga-se por sementes ou estacas, e esta última demora de 2 a 2
meses e meio para serem transplantadas. Pode ser atacada por
pulgões (13);
 Babosa: propaga-se por rebentos. É atacada por podridão das folhas
(13);

 Bananeira: reproduz-se assexuadamente, por meio de brotos


provenientes do rizoma subterrâneo, reiniciando um novo ciclo
vegetativo. No decorrer do ciclo, vários brotos surgem
continuadamente, mantendo a produção de bananas durante cinco
anos. Os brotos, com crescimento vigoroso, continuam a emergir a
partir de, apenas, um rizoma, ano após ano, fazendo das bananas
uma baga perene com ciclo vegetativo anual. A bananeira cultivada
exige solo bastante drenado, profundo, rico em nutrientes minerais
e ligeiramente ácido; além de condições pluviométricas anuais de
1200 mm e temperatura superior a 15ºC (21);

27
 Batata-Yacon: a produção de sementes é bastante baixa,
provavelmente devido à esterilidade do pólen ou ao desequilíbrio no
metabolismo em que a planta deve fornecer recursos energéticos
para o desenvolvimento de um elevado número de flores e, ao mesmo
tempo, para as raízes de armazenamento. Prova disso é o maior
número de sementes formadas nas flores que se desenvolvem
primeiro. Uma das possíveis razões é a latência física das sementes
devido à dureza do revestimento da semente. Além disso, o
crescimento de plantas produzidas por sementes é mais lento do que
o mostrado por plantas reproduzidas vegetativamente. As flores de
Yacon podem ser produzidas artificialmente, através de enxertos em
girassol. Seu desenvolvimento ideal ocorre entre 18 e 25 ° C. A
folhagem é capaz de tolerar altas temperaturas sem sintomas de
danos, se a água for adequadamente fornecida, sendo sensível à
geada. Temperaturas noturnas baixas parecem ser necessárias para
a formação adequada das raízes. Tem uma boa demanda de água
(superior a 800 mm), mas pode sobreviver a longos períodos de seca,
afetando, significativamente, sua produtividade sob essas condições.
Adapta-se a uma ampla gama de tipos de solo, mas responde melhor
a solos ricos, moderadamente profundos, soltos, bem estruturados e
bem drenados. Eles podem tolerar uma ampla faixa de pH, de ácidos
a ligeiramente alcalinos (12);
 Boldo (Plectrantus barbatus): a utilização de esterco avícola
aumenta 11,36 vezes o rendimento do óleo essencial na planta (30).
Por conter muita água, a melhor maneira de utilização desta planta
é em natura. Entretanto, há um estudo que é recomendado a estufa
de ventilação forçada (EVF) para secagem das folhas por causar
menores danos às folhas e ter menor influência sobre a degradação
dos princípios ativos tanto para o P. barbatus como para o P. ornatus
(29);

 Calêndula: propaga-se por sementes, cerca de 3 a 4 kg/ha. Pode ser


atacada por alternária e oídio (fazer raleio 15 dias após a germinação)
e por lagarta rosca, pulgão, broca do caule e vaquinha. Como é uma
espécie de ciclo curto e de porte pequeno a médio (até 1 metro de
altura), recomenda-se o plantio em canteiros (13);
 Camomila (Chamomilla recutita): propaga-se por sementes e
necessita de luz para germinar e não deve ser coberta com terra.
Utilizar cerca de 4 a 8 kg /ha. Pode ser semeada a laço. Misturar as
sementes com areia fina ou fubá para melhorar a distribuição no
campo. Como é uma espécie de ciclo curto e de porte pequeno a
médio (até 1 metro de altura), recomenda-se o plantio em canteiros
(13). O acréscimo de nitrogênio e potássio aumenta significativamente

a produção de óleo essencial e da qualidade da composição química


da planta, respectivamente (31);
 Capim-limão: é recomendada para vegetar cordões de contorno e
curvas de nível. Desenvolve-se melhor em clima quente e produz
mais óleo essencial (aumenta sua concentração) quando não é

28
irrigada. Propaga-se por divisão de touceira. Deve-se renovar a
cultura a cada 4 ou 5 anos. Pode ser atacada por cochonilha de raiz
(13). Para que não ocorra uma diminuição da produção do óleo

essencial, o solo não deverá ter falta de água, ser bem drenado e o
clima deverá ser quente e úmido. A colheita deverá ser realizada
quando o ápice das folhas apresentarem uma cor castanho-
amarelada, entre os 9 e 11 meses após o plantio, pois é nesta fase
que as folhas apresentam o máximo teor de óleo essencial (9).
 Caroba-roxa: os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore
quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida, leve-os ao sol
para completarem a abertura e liberação das sementes, que devem
ser germinadas em canteiros semi-sombreados em substrato organo-
argiloso, cobrindo-as levemente com o substrato peneirado. Irrigar 2
x ao dia. A emergência ocorre entre 8 e 15 dias e a taxa de germinação
é superior a 80%. Transplantar as mudas para recipientes
individuais quando atingirem de 5 a 6 cm de altura (15).
 Carqueja-amarga: propaga-se por estacas ou sementes. Deve-se
renovar a cultura a cada 3 ou 4 anos. Pode ser atacada por cochonilla
de raiz (13). Como é uma planta espontânea, em Visconde de Mauá é
encontrada facilmente em locais à beira de estradas e jardins.
 Carqueja-doce: desenvolve-se melhor em pleno sol, sendo que o local
de plantio deve ser ensolarado para que haja maior produção de
biomassa e teor de princípios ativos. O terreno deve ser plano ou
levemente inclinado, bem drenado, protegido de ventos fortes e
próximo de fonte de água para facilitar a irrigação das plantas; ser
de fácil acesso na propriedade e estar localizado longe do trânsito de
veículos, isolado da entrada de animais e pessoas estranhas e de
áreas agrícolas convencionais. O pH do solo recomendado para esta
espécie e de 5,0 – 5,5. O plantio deve ser feito, aproximadamente,
dois meses após a estaquia, quando a estaca apresenta sistema
radicular desenvolvido e brotações novas, estando apta para ser
plantada no local definitivo de cultivo. A época preferencial de plantio
é a primavera. O espaçamento de plantio em linhas pode ser de 30 a
40 cm entre plantas e 50 a 60 cm entre linhas (5).
 Cavalinha: recomenda-se cultivar em áreas com boa incidência solar
e com grande disponibilidade de água.
 Chapéu-de-couro: deve ser cultivado em áreas de várzea ou
baixadas (13). Áreas com grande disponibilidade de água.
 Citronela: é recomendada para vegetar cordões de contorno e curvas
de nível (13);
 Confrei: é recomendada para vegetar cordões de contorno e curvas
de nível. Propaga-se por divisão de touceira. Renovar a cultura após
4 anos. Pode ser acometida por doenças como: Cercospora, Altenaria,
Sclerotium, Septória, Helmintosporium e nematoides (Meloidogyne).
Pode ser atacada por broca de colo, conchonilhas e vaquinhas (13);

29
 Dente-de-leão: como é uma espécie de ciclo curto e de porte pequeno
a médio (até 1 metro de altura), recomenda-se o plantio em canteiros.
Propaga-se por sementes. Quando o plantio for definitivo, fazer o
raleio três semanas após a germinação (13);
 Erva-cidreira (Lippia alba): propaga-se por estacas que levam dois
meses para serem transplantadas. Pode ser atacada por Cercospora
e Altenaria (13). Tolera secas de aproximadamente 4 a 6 meses devido
às suas alterações morfológicas. Cresce em temperaturas médias de
24ºC, com umidade relativa de 75% e precipitação média anual de
1.056 mm, em áreas onde as estações secas e chuvosas são bem
definidas (19).
 Erva-de-bicho: é tolerante a solos ácidos, preferindo água fria e solos
argilosos (16);
 Erva-de-santa-maria: as sementes necessitam de luz para germinar
e não devem ser cobertas com terra (13);
 Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia): propaga-se por sementes.
As mudas podem ser transplantadas com 4 a 6 pares de folhas (cerca
de 1 ano), entretanto podem perder as folhas que, depois, rebrotam.
Pode ser plantada em áreas pouco sombreadas (bosques, mata ciliar,
etc) ou a pleno sol (13). As plantas submetidas a poda parcial e
desenvolvidas a pleno sol apresentam maior concentração de
polifenóis totais (princípios ativos) que as cultivadas a sombra,
entretanto a longevidade da cultura a pleno sol é menor (28). Na
utilização medicinal, a desfolha (retirada somente das folhas) não é
recomendada, uma vez que a poda estimula o maior crescimento. A
colheita deve ser realizada no outono, quando as plantas já passaram
pelo estádio reprodutivo, garantindo a produção de sementes. A
primeira colheita deve ser realizada a partir do segundo ou terceiro
ano, devido ao crescimento lento das plantas (27). De acordo um relato
informal que me foi passado, quando as sementes abrirem e
estiverem maduras (vermelhas) é o momento do plantio; entretanto,
não devem ser enterradas, ou seja, devem ficar sobre o solo;
 Funcho: em geral, não se dá bem com nenhuma planta. Propaga-se
por semente. Usar de 3 a 5 kg de sementes / ha. Pode ser atacada
por doenças como: podridão bacteriana, Fusarium, Phytium,
Cercospora e Altenaria e por pragas como pulgões e cochonilhas (13).
O acréscimo de fósforo aumenta significativamente o teor de óleo
essencial na planta (31);
 Goiabeira: como a principal parte da planta utilizada são os brotos
e folhas jovens, esta planta necessita frequentemente de poda para
ajudar a estimulação de formação de novas folhas;
 Grimonia: é frequentemente encontrada em todos os terrenos, em
especial nos argilosos, desde que bem expostos ao sol. Cresce em
solos úmidos e/ou moderadamente secos (27);

30
 Guaco (Mikania glomerata): propaga-se por estacas e demora de 2
a 3 meses para formar mudas. Deve-se conduzir com espaldeiras no
sentido norte/sul. Deve-se fazer poda de formação. Pode ser atacada
por pragas como larvas formadoras de galhas (nas folhas) e lagartas
nas inflorescências (13);
 Hera terrestre: propaga-se por divisão de caule. Cresce em locais
úmidos e parcialmente sombreados, podendo ser submetida à plena
luz sem maiores problemas (18);
 Hortelãs /mentas: seu cheiro repele lepidópteros, tipo de borboleta-
de-couve, podendo ser plantada como bordadura de lavouras. Exige
atenção pois se alastra com facilidade (13). As hortelãs devem ser
plantas em canteiro separados pois, se juntas, têm fácil poder de
hibridismo, ou seja, de se mesclarem e formarem uma nova espécie.
 Hortelã-pimenta: raramente desenvolve sementes, entretanto é de
fácil cultivo e sua multiplicação pode ser feita em qualquer momento
por divisão de rizomas subterrâneos ou superficiais. No entanto, o
melhor momento de fazê-lo é na primavera ou no outono. O maior
risco para um cultivo de menta é a instalação de fungo em suas
folhas, mais frequente quando ocorrem mudanças bruscas de
temperatura. Quando cultivada em períodos de dias longos e noites
curtas, apresenta um maior rendimento de óleo, com teor aumentado
de mentofurano. Já as noites frias favorecem a formação de mentol
(princípios ativos). O grau de hidratação do terreno e a presença de
nutrientes também podem influenciar a composição dos óleos
essenciais. Para a produção de massa seca, rendimento e qualidade
de óleo essencial, a Mentha piperita L. pode ser cultivada com
redução de 50 a 75% de potássio, e a melhor época para colheita de
plantas, visando o maior rendimento de óleo essencial, é após os 105
dias do transplante. O maior rendimento para extração do óleo
acontece quando a planta está com 50% do seu florescimento. No
entanto, o conteúdo de mentol aumenta nas colheitas mais tardias
(após o florescimento), apesar de diminuir o rendimento de óleo
aumenta sua qualidade. O nitrogênio aumenta a quantidade de óleo
e de biomassa (38);
 Insolação: áreas com exposição sul / sudeste têm menor tempo de
insolação, o que reduz o desenvolvimento das plantas; portanto,
deve-se dar preferência à face norte para cultivos anuais.
 Isope: é considerada uma erva invasora e tem grande poder
alelopático (inibe o crescimento de outras plantas), o que explica seu
potencial invasivo e de fácil reprodutibilidade. A germinação de
sementes de Leonurus sibiricus L. é ideal com grande luminosidade e
a uma temperatura de 20oC (93% de germinação). Em temperaturas
extremas (tanto alta como baixa) induz as sementes à dormência (30);
 Lavandas: originalmente, as lavandas são nativas de solos pobres e
rochosos. Têm elevada rusticidade, resistência à seca, não são
exigentes aos tratos culturais, apenas requerem solos bem drenados,
arenosos ou franco-arenosos, sendo ainda produtivas em solos de

31
baixa fertilidade. Necessitam de pH entre 5,8 e 8,3, podendo variar
em solos alcalinos a ácidos. A propagação é feita por mudas ou por
semeadura direta. O uso da propagação vegetativa é mais comum,
pois a cultura apresenta problemas com germinação e dormência,
baixo vigor e crescimento lento das plantas, apesar do melhor
enraizamento por semeadura direta. A colheita deve ser realizada nas
primeiras horas da manhã para obter maior concentração de óleo
essencial. A época do ano também influencia na composição do óleo.
Pode-se atacada pela cigarrinha-da-raiz (Hyalestes obsoletus) e por
fungos como Rhyzoctonia, Phoma, Botritys, Fusarium e Armillaria e o
nematóide Meloydogine hapla (31). A Lavandula officinalis, não
floresce no Paraná (13) e nem em Visconde de Mauá, portanto não é
possível colher as sumidades floridas, que têm maior teor de
princípios ativos. Esta espécie exige 2 podas anuais (após o
florescimento na primavera e no outono)(31). Entretanto, a Lavandula
dentata floresce aqui em nossa região.
 Losna: como bordadura, mantém lagartas e lesmas fora da lavoura,
mas sua vizinhança não faz bem a outras plantas; deve-se mantê-la
afastada. Propaga-se por sementes ou estacas. As estacas levam de
2 a 4 meses para serem transplantadas (25 a 30 cm). Pode ser
atacada por doenças fúngicas como a Cercospora (13);
 Macela: propaga-se por sementes e sua coleta é feita no outono. Na
semeadura, as sementes não devem ser cobertas por terra (13);
 Malva (Pelargonio graveolens): quando aplicados, 200 kg de
fertilizantes nitrogenados por hectare aumentam significativamente
a produção de óleo essencial (31). Esta espécie, apesar de ser pouco
exigente com a nutrição dos solos, responde bem ao aporte de
matéria orgânica. Neste estudo, a maior produção de massa da
planta e de óleo essencial foi em estufa e com adubação orgânica.
Em altitude elevada, com temperatura baixa e clima frio, a safra
produzida rende mais geraniol (constituinte majoritário do óleo
essencial) quando comparada com aquela produzida em baixa
altitude e com clima tropical semiárido. O estresse sofrido em função
da umidade, de temperatura, associado ao fotoperíodo longo, provoca
a conversão de parte do geraniol em citronelol e seus ésteres (25);
 Manjericão: não deve ser plantado junto da arruda. Propaga-se por
sementes ou estacas. Necessita de 1,2 kg de sementes /ha, ou 3 a 5
kg para semeadura direta, raleando 2 a 3 semanas após a
germinação. Pode ser atacada por doenças como Brtrytis, Fusarium,
Phytium, Sclerotium e nematoides e por pragas como coleópteros e
pulgões (13). Quando aplicados, 300 kg de fertilizantes nitrogenados
por hectare aumentam significativamente o rendimento do óleo
essencial. Entretanto, deve-se ter o equilíbrio entre o nitrogênio e o
potássio para não haver decréscimo no óleo essencial. O mesmo

32
autor também menciona que somente a adição de fósforo aumenta
significativamente a produção do óleo (31);
 Maravilha-curativa: desenvolve-se melhor em solo neutro a
ligeiramente ácido, rico em nutrientes e bem drenado. Pode
permanecer dormente em condições secas. A propagação é feita
através de sementes. Apresenta excelente rebrota após o corte ou
pastoreio com um curto período de tempo e também produz alto
rendimento (33);
 Melissa (Melissa officinalis): propaga-se por sementes ou estacas.
Necessita de 80 a 100 g de sementes para produzir mudas para 1 ha
(2g/m2 sementeira). Deve ser transplantada quando tiver de 5 a 6
folhas. Renovar a cultura a cada 3 a 4 anos. Pode ser atacada
principalmente por vírus ou formigas (13). Aumenta a quantidade de
massa seca quando aplicados 180 kg de nitrogênio por hectare (31).
Ocorre nas Lamiaceaes o aumento na produção de óleos e
fenilpropanóides especialmente após o período de floração, sendo
que o cultivo de M. officinalis em solos salinos acarreta uma
significativa redução no crescimento e na síntese de óleos essenciais
(14);

 Menta-vique: o maior rendimento para extração do óleo acontece


quando a planta está com 50% do seu florescimento. A colheita após
o florescimento não afeta o teor de mentol no óleo, mas, o rendimento
e a qualidade são reduzidos com a colheita muito precoce (38);
 Mentrasto: propaga-se por sementes. A melhor produtividade é
obtida no plantio feito no período de janeiro a fevereiro. Deve ser
transplantada com 6 a 8 folhas definitivas. Como é uma espécie de
ciclo curto e de porte pequeno a médio (até 1 metro de altura),
recomenda-se o plantio em canteiros. Pode ser atacada por fungos e
ácaro vermelho(13). Como é uma planta espontânea, em Visconde de
Mauá é encontrada facilmente em pastagens, beira de estradas e
jardins. Tanto o óleo essencial quanto o extrato aquoso de A.
conyzoides demonstraram ter efeitos alelopáticos (inibição química
de crescimento) em um grande número de culturas cultivadas (34),
portanto se for plantada com outras plantas pode inibir seu
crescimento;
 Mil-em-rama: planta-se como bordadura perto de ervas aromáticas.
Aumenta a produção de óleos essenciais. Propaga-se por rizoma que
deve ter de 15 a 30 cm e ser plantado a uma profundidade de 3 cm
(13);

 Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata): as plantas com crescimento em


pleno sol apresentam maior altura, número de folhas, diâmetro do
colo, massa seca de caules e folhas e atividade antioxidante, já as
plantas totalmente sombreadas apresentam maiores teores de
cinzas, lipídeos e proteínas. Isto vem confirmar que a ora-pro-nobis
apresenta modificações metabólicas em função da quantidade de luz
que recebe. Pode crescer em cercas ou espaldeiras ou ainda formar
moitas. É de fácil reprodução e cultivo por sua rusticidade e

33
resistência ao déficit hídrico(24). Não é exigente em fertilidade e
adapta-se bem em variados tipos de solos (11). É de fácil cultivo,
elevado vigor e de fácil propagação por estaquia e apresenta fácil
enraizamento. É recomendado que se faça uma poda a cada três
meses com a finalidade de manter as folhas novas e tenras. A
germinação através das sementes ocorre independente da presença
de luz. Aquelas que são alimentadas por animais passando pelo seu
trato digestivo obtêm melhor índice de germinação (23). Devido à alta
taxa de percentagem de germinação não há necessidade de
quaisquer procedimentos para quebra de dormência(1). Tem
influência positiva com adubação orgânica comercial e com cama de
frango nas proporções de 12 kg m-2 e de 3 a 5 kg m-2, respectivamente
(11);

 Orégano: quando aplicados 200 kg de fertilizantes nitrogenados por


hectare aumenta significativamente a produção de óleo essencial (31);
 Patchouli: cresce com sucesso até uma altitude de 800 - 1.000 m.
Prefere um clima quente e úmido. A cultura pode ser cultivada com
sucesso sob chuvas distribuídas uniformemente, variando de 1.500
a 3.000 mm por ano. O Patchouli requer solo profundo, bem
drenado, fértil, levemente ácido e argiloso, rico em húmus e
nutrientes. Ele floresce melhor em solos argilosos profundos soltos,
rico em matéria orgânica que faz uma textura solta friável. O valor
do pH do solo deve variar de 5,5 a 7,5 para bom crescimento. Ele
prospera bem na região costeira tendo 80% a 90% de umidade
relativa e areia bem drenada, solo franco com um valor de pH de 6,0
a 6,8 e uma temperatura de 20 a 35ºC(26). Como o patchouli
raramente produz sementes, sua cultivação em larga escala requer o
uso de propagação assexuada que é comumente obtida usando
cortes de 10 a 12 cm de comprimento, cada um contendo de 3 a 4
nós. No patchouli, as estacas com folhas são preferidas para a
propagação vegetativa, devido à maior capacidade de enraizamento e
tiro. Recomenda-se o uso de estacas de caule de regiões apicais e
médias contendo duas folhas para melhor enraizamento e formação
de colmos. Em um estudo, estacas com 1 par de folhas (inteiras ou
cortadas ao meio) foram relatadas com maior porcentagem de
enraizamento e maior número de raízes (37). A aplicação de 98 Kg ha-
1 de nitrogênio na manutenção proporciona maior ganho de massa

seca foliar e o maior rendimento do óleo essencial é obtido no


segundo corte, após a adubação de manutenção (7). A secagem da
planta durante dois dias em estufa a 65ºC, promove maior teor do
óleo essencial, e mantém níveis satisfatórios do constituinte
patchoulol (majoritário) em sua composição. A secagem em estufa a
65ºC por períodos superiores a dois dias promove redução drástica
do teor de óleo essencial em folhas de patchouli. Caso a secagem em
temperatura ambiente seja a única alternativa para o produtor, a
extração do óleo essencial deverá ser realizada após quatro dias da

34
colheita (36). A extração do óleo essencial por hidrodestilação
(cleverger) tem um tempo ideal de 1 hora. Com o aumento do tempo
de extração aumenta as porcentagens relativas de alguns princípios
ativos (beta-guaieno, beta-patchouleno, alfa-selineno, cariofileno,
alfa-patchouleno e gama-patchouleno); já o teor de pogostol diminiu
(6);

 Poaia: a reprodução ocorre através de sementes que germinam na


primavera e encerram seu ciclo no verão. Estabelece-se em solos
pobres, secos ou pouco úmidos, argilosos e arenosos, na beira de
estrada ou em terrenos baldios, onde há boa iluminação e vegetação
menos densa (8);
 Pronto-alívio (Chrysantemum anethifolium): a divisão feita por
estacas ou ponteira deve ser feito à sombra e deve-se usar toda a
planta matriz, pois, de modo geral, retirar fragmentos da planta
ocasiona a morte da planta mãe (10);
 Quebra-pedra: propaga-se por sementes. Pode ser plantada em
canteiros, lavouras solteiras ou consorciadas. Pode-se fazer dois
cultivos anuais. É frequentemente atacada por formigas (13). Como é
uma planta espontânea, em Visconde de Mauá é encontrada
facilmente em pastagens, beiras de estradas e jardins;
 Rotação de culturas: recomenda-se alternar espécies cujos
produtos são raízes e/ou partes subterrâneas (ex: açafrão, batata-
yacon ou gengibre) com espécies cujos produtos são flores ou folhas
(ex: calêndula e orégano) (13);
 Sálvia: propaga-se por sementes ou estacas. Necessita de 200 g de
sementes / ha ou 1,5 a 2,5 kg para plantio direto. Não se deve usar
estacas floridas e estas levam cerca de 2 meses para enraizar. Como
é uma espécie de ciclo curto e de porte pequeno a médio (até 1 metro
de altura), recomenda-se o plantio em canteiros. Pode ser atacada
por Cercospora salvicola ou míldio (13). É cultivada de preferência em
terrenos calcários, de clima temperado e com muita luz. Ela prefere
solos secos em locais quentes, ensolarados e protegidos do vento.
Solos úmidos não são tolerados. Sugere-se que a colheita seja feita a
partir do segundo ano de vegetação, no início da florescência e pela
tarde. A secagem da planta pode ser feita na luz solar, porém mais
de 25% de óleo essencial pode ser perdido. Secagem à sombra reduz
a perda de óleo para 2 a 10%. Condição ótima de secagem para
prevenir a perda de óleo essencial é dentro de uma câmara de
secagem com correntes de ar verticais, à 50°C com 0,9% de umidade
absoluta (22);
 Tanchagem (Plantago major): propaga-se por sementes e estas
necessitam de luz para germinar e não devem ser cobertas com terra.
Fazer o raleio 2 a 3 semanas após a germinação. Como é uma espécie
de ciclo curto e de porte pequeno a médio (até 1 metro de altura),
recomenda-se o plantio em canteiros. Pode ser atacada por doenças
fúngicas como Uromices e Alternaria (13). As sementes de tanchagem

35
tem baixa germinação e a viabilidade destas decresce também em
função do tempo de armazenamento. Desenvolvem-se melhor em
solo arenoso, ricos em matéria orgânica e com boa umidade (35);
 Tomilho: seu aroma mantém afastada a borboleta-da-couve.
Propaga-se principalmente por divisão de touceira, pela dificuldade
de fixação de estacas e de obtenção de sementes. Renovar a cultura
após o terceiro ano. Pode ser atacado por fusário e nematoides
(Meloydogine hapla) (13);
 Verbena: a densidade ideal de plantio para a Lippia citriodora é de 4
plantas /m2 (2,20).

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determinação das condições ótimas de preparação de infusões. Dissertação
(Mestrado em Engenharia alimentar). Escola Superior de Biotecnologia, Univ. Católica
Portuguesa, Porto, Portugal, 2015.

36
10 - GRANDI, T.S.M. O tratado das plantas medicinais: mineiras, nativas e cultivadas.
1.ed. digital, Adaequatio Estúdio, Belo Horizonte, MG, 2014.

11 - GUIMARÃES, J.R. de A. Produtividade e características físico-químicas de ora-


pro-nobis sob adubação orgânica. 59 f. Dissertação (mestrado em Agronomia –
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12 - JÁUREGUI, A.M. Yacon: Smallanthus sonchifolius (Poepp.) H.Rob. 74 f.,


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13 - JUNIOR, C.C. et al. Cultivo agroecológico de plantas medicinais, aromáticas e


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14 - LEMOS, S.D. da C. Avaliação de eliciadores do metabolismo dos


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15 - LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas


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16 - LORENZI, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas.


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17 - LORENZI, H. & MATOS, F.J. de A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas.


2.ed. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2008.

18 - MARTINS, E.R. et al. Plantas medicinais. Univ. Fed. de Viçosa, Viçosa, MG, 1994.

19 - MAYNARD, L.G. Efeitos cardiovasculares do óleo essencial de Lippia alba (Mill)


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20 - NEMATIAN, A. et al. Effect of planting density and sowing date on the essential oil
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21 - OLIVEIRA, A.B. Microencapsulamento de estigmasterol proveniente de Musa


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22 - OLIVEIRA, K.B. de. Determinação do ácido rosmarínico em Salvia officinalis


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25 - RABELO, P.G. Produção de gerânio (Pelargonio graveolens) e óleo essencial


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f., dissertação (mestrado em Agronomia), Univ. Fed. de Uberlândia, Uberlândia, MG,
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26 - RAMYA, H.G. et al. An introduction to patchouli (Pogostemon cablin Benth.) – A


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27 - RIBEIRO, M. Agrimonia eupatoria L.: Atividade farmacológica e interações


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28 - ROCHA, J.N. et al. Desenvolvimento de Maytenus ilicifolia e de seus polifenóis totais


sob condição de sombreamento e poda. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.16, n. 3, supl.
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29 - RODRIGUES, T.S. Métodos de secagem e rendimento dos extratos de folhas de


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31 - SILVA, S.M. Sistemas agrícolas e abubação na biomassa e óleo essencial de


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34 - SINGH, S.B. et al. Ethnobotany, phytochemistry and pharmacology of Ageratum


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36 - STORCK, R.C. & DESCHAMP, C. Teor e composição do óleo essencial de patchouli


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38 - VALMORBIDA, J. Níveis de potássio em solução nutritiva, desenvolvimento de


plantas e a produção de óleo essencial de Mentha piperita L. 143 f. Dissertação
(mestrado em Agronomia), Univ. Estadual Paulista, Botucatu, SP, 2003.

38
Formas de preparo

Para se extrair o melhor de cada princípio ativo de uma planta


medicinal, existe um tipo de preparo específico. Neste tópico apresentaremos
as principais formas abordadas neste livro. Não havendo a sua indicação na
planta pesquisada, esta informação genérica deve ser seguida.

 Banho: faça um infuso ou decocto (mais concentrado) da planta, coe


e misture na água onde vai banhar-se. O banho pode ser parcial ou
de corpo inteiro, dependendo do tratamento. Indicado para 1 x ao dia;
 Banho de assento: faça o mesmo preparado para o banho, coloque o
líquido em uma bacia ou banheira, sente no líquido;
 Cataplasma / emplastro: lave as ervas, amasse e aplique
diretamente no local afetado, protegendo com pano limpo ou gases.
Pode, também, ser preparado misturando a planta fresca ou seca a
uma massa de farinha de mandioca ou fubá e aplicar no local;
 Compressa: pode ser aplicada quente ou fria. É uma aplicação
através da pele (uso tópico) para que o princípio ativo possa ser
absorvido. É utilizado um pano limpo, gases ou algodão embebido em
decocto, infuso, sumo ou tintura;
 Decocto: é um tipo de chá por cozimento preparado com as partes
duras da planta, como folhas duras (coreáceas), cascas, caules,
raízes, rizomas e sementes que contenham substâncias com baixa
solubilidade em água. Coloque a parte da planta a ser utilizada na
quantidade de água fervente indicada e deixe ferver de 10 a 20
minutos. Após este período, coe e tome. Deve ser consumido no
mesmo dia do preparo;
 Gargarejo: prepare um infuso ou decocto, coe, tampe por 10 minutos,
deixe ficar morno e faça o gargarejo;
 Garrafada: é uma maceração com duas ou mais plantas afins,
preparada com vinho ou cachaça. O conhecimento dos princípios
ativos das plantas é fundamental para não haver conflito no
resultado. Lembrando que pode haver sinergia (ação conjunta) ou
não dos princípios ativos, a garrafada deve ser preparada
preferencialmente acompanhada por pessoas experientes na área.
 Inalação: é preparado com plantas aromáticas, ou seja, aquelas que
seu princípio ativo é volátil. Adicione 1 colher de sopa de folhas
frescas ou secas para ½ litro de água fervente. Acrescente um funil
de jornal na boca da panela ou coloque uma toalha sobre a cabeça
para facilitar a inalação do vapor. A inalação deve ser devagar para
não queimar e o processo deve acontecer por 15 minutos. A água deve
ser mantida quente para não parar a evaporação, portanto deve-se ter
o cuidado para não se queimar;

39
 Infuso: é um tipo de chá preparado com as partes tenras da planta,
como as folhas moles, flores, inflorescência e frutos que tenha boa
solubilidade em água. Acrescente a parte da planta a ser utilizada
picada e limpa a um recipiente e, logo em seguida, coloque a
quantidade de água fervente indicada na receita da planta e abafe. Na
maioria das vezes, o tempo ideal recomendado é entre 5 e 10 minutos.
O abafamento é importante, pois, caso a planta tenha princípios
ativos voláteis, não vão se perder. Logo após o tempo de espera, coe e
beba ainda quente. Tomar no mesmo dia do preparo;
 Maceração: é um tipo de infuso, entretanto é preparado na
temperatura ambiente. Neste processo o líquido vai retirando os
princípios ativos lentamente da planta. A parte da planta a ser
utilizada deve ser limpa, picada e colocada em um recipiente contendo
um líquido extrator (água, álcool, óleo ou outro). As partes tenras
(flores, botões e folhas moles) devem permanecer macerando de 10 a
12 horas no líquido, já as partes duras (folhas, raízes, cascas e
semente) devem permanecer de 18 a 24 neste líquido. Durante este
processo, o material deve ficar em lugar fresco protegido a luz solar
direta e agitado as vezes. Quando estiver pronto deve ser aplicado
externamente no local;
 Óleo: normalmente são preparados com plantas aromáticas.
Acrescente a folha fresca ou seca, triturada ou picada, a um frasco
contendo óleo vegetal. Deixe a mistura curtir durante 2 ou 3 semanas
ao sol, mexendo diariamente. Após este período, retire a camada de
água que poderá se formar na parte superior e, posteriormente, filtre
o resto do material;
 Pó: as partes tenras devem ser secas e trituradas com a mão, já as
partes duras devem ser trituradas até virarem pó. Pode ser consumido
internamente na forma de infuso ou decoto ou aplicado externamente
no local a ser tratado misturado à água ou óleos;
 Pomada: pode ser preparada com um infuso concentrado, sumo ou
tintura da planta que é adicionada a uma base vegetal ou animal,
como gordura de coco, lanolina, vaselina, gordura hidrogenada ou
banha de porco. Quando feitas com gordura animal, devem ser
guardadas na geladeira e têm uma validade menor. O material deve
ser misturado na forma líquida em banho maria até ficar homogêneo.
Após resfriar aplicar externamente no local afetado 2 a 3 x ao dia;
 Suco: é utilizado para retirar o líquido de um fruto. Pode ser utilizado
um espremedor manual ou elétrico. Deve ser consumido logo após o
preparo;
 Sumo: é utilizado para retirar o líquido da planta fresca através de
trituração. Pode ser utilizado um liquidificador, centrífuga ou pilão. O
último processo é o mais recomendado pois o material não é aquecido.
Se a planta tiver pouca água em sua composição, acrescente um

40
pouco para facilitar o processo de transferência do princípio ativo
para o líquido. Após 1 hora, coe e beba imediatamente o preparado;
 Tintura: é um tipo de maceração, mas que é preparada por um
período mais prolongado e que também pode ser guardada por mais
tempo. A planta fresca ou seca deve ser colocada um frasco escuro
com cachaça ou álcool de cereal (para uso interno) ou álcool comum
(92ºC) caso vá fazer o uso somente externo. Para folhas frescas colocar
de 150 a 200 g em um frasco de 1 litro; já para folhas secas, a metade
deste volume em 700 ml de álcool e 300 ml de água destilada ou
fervida. Coloque em local protegido de luz e após 30 dias coe em filtro
de papel. Aplique a quantidade de gotas indicada na receita em um
pouco de água fria e beba. Mantenha o frasco protegido da luz. A
tintura pode ser guardada por um período de até 1 ano. Não esqueça
de colocar a validade no rótulo;
 Unguento: deve seguir a mesma preparação da pomada, podendo-se
acrescentar um pouco de mel de abelha à mistura;
 Vinho: pode ser preparo com branco, tinto ou licoroso. Normalmente
são adicionadas 5 g da planta(s) seca(s) para cada 100 ml do líquido,
entretanto deve-se observar a receita original. O material deve
permanecer tampado macerando em local protegido do sol de 10 a 15
dias e ser agitado 1 ou 2 x ao dia. Após este período, coe e tome 1
colher de sopa antes ou depois das refeições;
 Xarope / lambedor: misture 1 ½ a 2 xícaras de açúcar ou rapadura
picada para cada xícara de água. Misture até o açúcar ou a rapadura
dissolver. Adicione as plantas frescas (siga as quantidades de acordo
com a receita) que farão parte do xarope e mexa em fogo baixo de 3 a
5 minutos. Logo após este período desligue, coe e guarde em frasco
limpo e espere esfriar. Se for utilizar tintura em vez da planta fresca,
a proporção é de 1 parte para 3 da calda já preparada. O material
pode ser guardado na geladeira por até 15 dias, mas, ao primeiro sinal
de fermentação deve ser descartado.

Referências bibliográficas

MARTINS, E.R. et al. Plantas medicinais. Univ. Fed. de Viçosa, Viçosa, MG, 1994.

41
Princípios ativos e metabolismos das plantas

As plantas desenvolvem dois tipos de metabolismos celular: primário


e secundário (figura 1). Estes são responsáveis por biosintetizar substâncias
e desenvolver compostos químicos (fitocomplexo), que chamamos de
princípios ativos.

A pesquisa científica em química de produtos naturais, que começou


há mais de 200 anos, já identificou mais de 200 mil substâncias produzidas
pelas plantas. (10)

Figura 1: produção de metabolismo primário e secundário nas plantas.(9)

O metabolismo primário é inerente às atividades fundamentais, à


sobrevivência, tais como: a fotossíntese e a produção de açúcares, ácidos
graxos, vitaminas, carboidratos, clorofila, aminoácidos, nucleotídeos e
proteínas.

Os metabólitos secundários trazem vantagens na perpetuação da


espécie e na sua sobrevivência como, por exemplo, na defesa contra
herbívoros e microorganismos, proteção contra raios ultravioleta e atração de
polinizadores.(7)

42
O metabolismo secundário não é vital para a planta, e não ocorre em
todos os vegetais, mas, sim, em um grupo específico. Portanto, o grupo de
plantas que denominamos medicinais, são aquelas que produzem um ou mais
princípios ativos, conferindo-lhe atividade terapêutica. (6)

Estima-se que o planeta Terra possua entre 370.000 e 500.000


vegetais superiores que elaboram metabólitos secundários com potencial
interesse medicinal.(3)

A concentração de determinados metabólitos secundários pode estar


relacionada aos estágios de desenvolvimento do vegetal, ocorrendo o acúmulo
de diferentes compostos devido a processos de síntese e transporte nas
diferentes etapas do desenvolvimento da planta.(4)

Este segundo metabolismo depende de estímulos internos e externos,


vulgo estresse, como por exemplo alta insolação, ataques de insetos e/ou
microrganismos patogênicos, entre outros, para serem desenvolvidos. O(s)
princípio(s) ativo(s) (ação química) são específicos de cada planta e
apresentam-se em quantidades variadas. Podem estar presentes na
quantidade certa ou não (para uso medicinal) em cada vegetal dependendo se
houve o estímulo adequado.

Vegetais cultivados numa situação ótima, com adubo e temperatura


artificial e sem exposição à competição de espaço com outros vegetais,
produzem uma quantidade mínima de princípios ativos. Já vegetais sujeitos
a adversidades do meio e à competição com outras plantas, produzem muito
princípio ativo.(1)

O ataque de patógenos (bactérias, fungos, protozoários e vírus) podem


inibir a produção adequada do princípio ativo, portanto, no trato com a planta
deve ser sempre observado para que a planta que vai ser manipulada esteja
sadia.

Outro fator importante a destacar é que a variação sazonal destas


substâncias (princípios ativos) determina uma época ideal para a colheita para
que apresentem boa atividade terapêutica. As variações regionais sugerem
que estas substâncias possam ter importância em ciclos dos vegetais como
floração ou frutificação ou que sejam adaptadas a uma situação climática. (1)

Ao fazermos o uso de uma planta medicinal estamos fazendo o uso de


um ou mais princípios ativos ao mesmo tempo, que não têm como serem
isolados como acontece com os remédios alopáticos. Portanto, pode haver um
sinergismo (ação conjunta) e os benefícios ou malefícios podem ser além do
que esperamos. Significa que, quando isolamos um princípio ativo de uma
planta e aplicamos no ser humano pode haver perda ou diminuição da eficácia
ou aumento e aparição de efeitos colaterais que não apareceriam com a ação
conjunta de outros princípios ativos existentes na planta original.

43
Outro fato importante a mencionar é a rapidez do efeito da planta
medicinal sobre o corpo humano. Este pode ser rápido, imediato, como
acontece com a erva-baleeira (Varronia curassavica Jacq.) ou requer um certo
tempo (período de latência), como acontece com o hipérico (Hypericum
perforatum L.), que só vai fazer efeito depois de consumido alguns dias. Dona
Iracema, erveira do lote 10 em Visconde de Mauá, com toda sua sabedoria já
mencionava isto, que o “remédio das plantas é diferente do remédio de
farmácia, demora mais tempo para fazer efeito”. Viva a sabedoria popular!!!!!

Médicos contemporâneos ocidentais, talvez baseados na medicina


tradicional (chinesa e indiana), têm feito suas receitas de fitoterápicos com
um composto de plantas, pois entenderam a importância do sinergismo das
plantas para tratarem os males da humanidade. Portanto, a sabedoria
popular, mais uma vez nos mostra sua importância, nos fazendo lembrar de
suas misturas vegetais como as garrafadas, os lambedores (xaropes)
compostos, entre outros.

Noções dos principais princípios ativos

Às vezes ouvimos falar que uma certa planta tem a capacidade de curar
inúmeros males, é uma verdadeira panaceia, mas como isto é possível?
Algumas plantas podem possuir 30 ou até 100 sustâncias
farmacologicamente ativas no seu interior(1). Este é o motivo para ter a
capacidade de tratar várias doenças, ou seja, por conter vários princípios
ativos tem a capacidade de atuar em várias frentes.

Os princípios ativos são agrupados de acordo as suas características,


podendo ser pela sua estrutura molecular ou por sua classificação fisiológica
(como reage no organismo).

A seguir serão apresentadas breves noções sobre os principais grupos de


princípios ativos. Estes foram descritos em ordem alfabética e não de
importância, se há que existe, para facilitar a organização.

1) Ácidos graxos

 Definição / características: são amplamente distribuídos no


reino vegetal e também fazem parte da bioquímica dos seres vivos
(reino animal). São ácidos monocarboxílicos com cadeia de 4 a
36 carbonos. São classificados em 3 grupos: saturados
(principalmente em gorduras animais), monoinsaturados ou
poli-insaturados e apresentam-se de estado líquido a gasoso;

44
 Propriedades: os saturados tendem a elevar a fração LDL (low
density lipoproteins) quanto ao HDL (high density lipoproteins) e
nível de colesterol sanguíneo. Já os monoinsaturados são
formados através dos ácidos saturados. Os poli-insaturados são
antioxidantes ou purgativos, anti-inflamtórios,
imunomoduladores e bons para doenças autoimunes;
 Exemplos: saturados (esteáricos e palmítico), monoinsaturados
(ácidos cislinoleico e oleico) e poli-insaturados (ácido α-
linolênico, ácido araquidônico (AA) e ácido docosa-hexaenoico
(DHA) e ácido eicosapentanoico (EPA), ácido ricinoleico), ácido γ-
linolênico (usado para tensão pré-mentrual (TPM).

2) Alcalóides

 Definição / características: são bases orgânicas nitrogenadas


que surgem na formação ou transformação de matérias proteicas.
Têm propriedades alcalinas devido à presença de nitrogênio
anímico. Estão presentes nas plantas superiores
(monocotiledôneas e dicotiledôneas) e pouco frequentes nos
fungos. Nas plantas, são frequentes em parte em via de
crescimento ou formação (pontos vegetativos e que mais tarde
localizam-se em regiões externas, como tegumentos das sementes
e, mais raramente, no interior (medula)(1). Somente 10 a 15% das
plantas conhecidas apresentam alcalóides. São distribuídos em 7
grupos de acordo com sua origem bioquímica ou semelhança
estrutural (indólicos, quinolínicos, quinolizidínicos,
isoquinolínicos, imidazólicos, tropânicos e pirrolizidínicos);
 Propriedades: dependendo da planta podem acentuar a ação
farmacológica, atuar no sistema nervoso central (calmante,
sedativo, estimulante, anestésico e analgésico), ter a capacidade
de atravessar a barreira hematencefálica e atuar como
depressores ou estimulantes no sistema nervoso central (SNC)
dependendo da interação com o tipo de receptor neural. Também
podem estimular o sistema nervoso simpático (efedrina), em
baixas doses ser expectorantes, combater a dependência de
tabaco (lobelina). Podem ser também cicatrizantes, tônicos
cardíacos, digestivos, antitussígenos (codeína), eméticos
(emetina), e ter ação curarizante (para o movimento da
musculatura lisa);
 Exemplos: atropina, brucina (tóxico), cafeína, cocaína, codeína,
colchicina, edefrina, emetina, escapolamina, estricnina (tóxico),
hiosciamina, lobelina, morfina, nicotina, pilocarpina, quinina,
solanina (tóxico), teofilina, vincistrina e vimbastina (usada contra
leucemia);
45
 Toxicidade:

o Alcalóides pirrolizidínicos: são considerados


cancerígenos e hepatotóxicos, podendo causar a doença
veno-oclusiva, que pode evoluir para uma cirrose tardia.
A RDC 26 de 13 de maio de 2014 da ANVISA menciona
que a exposição diária de alcaloides pirrolizidínicos não
pode ser superior a 1 ppm, ou seja 1 g/g;
o Alcalóide tropânicos: podem provocar confusão mental,
alta irritabilidade, delírios, alucinações, dilatação da
pupila, febre (as vezes muito altas), náusea, retenção
urinária, secura da pele e boca, sede, taquicardia e
vômitos;
o Glico-alcalóides esterólicos: quando entram em contato
com os ácidos gigestivos podem provocar desensibilização
progressiva, estupor e ocasionalmente morte por parada
respiratória;
o Alcalóides piperínicos e piperidínicos: incluem um
grande número de alcaloides, mas o mais conhecido é a
nicotina. A peletierina, encontrada na romã (Punica
granatum L.) tem efeito tenífugo. Estes alcaloides podem
provocar náuseas, salivação excessiva, vômito, dor
abdominal, diarreia, confusão mental, e nas formas mais
graves, hipotensão seguida de colapso e morte.

3) Antraquinonas

 Definição / características: são glicosídeos (veja item


específico), portanto também recebem o nome de glicosídeos
antraquinônicos;
 Propriedades: dependendo da planta podem ser purgativas,
estimular os movimentos peristálticos do estômago (depois de 6 a
8 horas da ingestão), emolientes e estimular a defecação
(combatem a prisão de ventre);
 Exemplo: aloínas (presente nas babosas – Aloe sp.), antronas,
cascarosídeos e rheína (presentes na cáscara-sagrada - Rhamnus
purshiana DC), prostaglandinas, senosídeos (presente na Sene –
Senna alexandrina Mill.);
 Contraindicações: laxantes com antraquinonas podem provocar
cólicas e dores abdominais, portanto devem ser ingeridos com
moderação. Não devem ser utilizados via oral por gestantes e
pessoas com problemas de hemorroidas;

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 Toxicidade: altas doses podem provocar diarreia e o uso
prolongado pode resultar na perda de potássio.

4) Constituintes picantes

 Definição / características: como as substâncias amargas, esta


classificação é feita não em função de seus elementos fitoquímicos
mas, sim, por sua ação fisiológica no ser humano;
 Propriedades: dependendo da planta pode estimular os receptores
nervosos, fazer termorregulação, induzir à dor por estímulo
químico e fazer inflamação neurogênica;
 Exemplos: capsaicina, gingeróis e piperina.

5) Cumarina

 Definição / características: são benzoalfapironas (lactonas do


ácido O-hidroxinâmico);
 Propriedades: o dicumarol é anticoagulante e em pequenas doses
é utilizado para trombose. Dependendo da planta pode ser
também antibactericida, produzir sensibilidade à luz ultravioleta,
ser utilizado no tratamento de vitiligo. Pode também inibir a
agregação plaquetária, promover o relaxamento da musculatura
lisa e cardíaca. Também pode ter ação Broncodilatadora;
 Exemplos: aescueletina, dicumarol, escopoletina,
furanocumarina, metoxicumarina, piranocumarina e
umbeliferona;
 Toxicidade: pode provocar hemorragia e hipersensibilidade à luz
(por exemplo no aipo – Apium graveolens L., arruda – Ruta
graveolens L., limões - Citrus sp. e salsa – Petroselium crispum
Mill.).

6) Fenóis simples e glicosídeos fenólicos

 Definição / características: podem ter estruturas simples ou


complexas, como acontece com as antraquinonas, cumarinas,
fenilpropanoides, flavonoides e taninos. Os glicosídeos fenólicos
apresentam em sua composição moléculas de açúcar e uma
aglicona (outro componente), que pode ser um flavonóide, uma
antraquinona ou um triterpenóide;

47
 Propriedades:

o Fenóis simples: são principalmente antissépticos, mas,


dependendo da planta, podem conter outras
propriedades como analgésico e antitérmico no ácido
salicílico;
o Glicosídeos fenólicos: têm atividade bacteriostática na
urina, cardiotônica, anti-inflamatória, laxativa ou
broncodilatadora.

 Exemplos:

o Fenóis simples: ácido salicílico (extraído da casca do


sabugueiro);
o Glicosídeos fenólicos: arbutina, digitoxina, glicirizina,
ginsenosídeos, cascarosídeos, barbaloína, aliina,
hidroquinona, salicina, aesculina, ciumarina.

7) Fitoestrógenos

 Definição / características: são constituintes vegetais de


diversas espécies e classes fitoquímicas que interagem com os
receptores estrogênicos;
 Propriedades: dependendo da planta podem ser antioxidantes,
cardioprotetoras e anti-inflamatórias;
 Exemplos: coumestanos (coumestrol), estilbenos (resveratrol),
flavonoides (caempferol e quercetina), isoflavonas (genisteína,
daidzeína, formonetina e equol) e ligninas (enterolactonas e
enterodiol);
 Toxicidade: a isoflavona, quando em altas doses, tem efeito
antiestrogênico. O estrogênio, deve ser evitado por mulheres com
câncer de mama pois pode estimular o crescimento do tumor.

8) Flavonóides

 Definição / características: são heterosídios com 15 carbonos.


O termo flavonóide vem do latim flavus, que significa amarelo, em
virtude da cor que dá às flores; entretanto, podem ser coloridos
ou incolores. Alguns flavonoides, como as antocianinas, são
corantes vegetais (pigmentos) e têm ampla distribuição nas
plantas. Têm baixíssima toxicidade e são essenciais para a
absorção de vitamina C. Já foram descritos mais de 4 mil
flavonoides(10). Existem mais de 6.000 flavonóides, e devido a esse

48
grande número, eles são agrupados em classes de acordo com
suas características químicas e biossintéticas. Dentre os
principais temos as flavonas e flavonóis (1660), isoflavonóides
(630) e flavanonas (319)(2).
 Propriedades: nos vegetais, os flavonoides possuem as funções
de: proteção contra raios UV, insetos, fungos, vírus e bactérias;
atração de animais polinizadores; ação antioxidante; controle da
ação de hormônios vegetais; agentes alelopáticos e inibidores de
enzimas(2). Dependendo da planta, podem ser antioxidantes, anti-
inflamatórios (artemetina), antineoplástica, fortalecem os vasos
capilares (rutina e hesperidina), antiescleróticos e
antiedematosos (rutina e oxietilrutina), dilatadores das
coronárias (proantocianidina), espasmolítico e anti-hepatotóxico
(silimarina), colerético, diurético, antimicrobiano, adstringente
(narigina), antianginoso (ranolazina), anti-hipertensivo
(valsartana), antiagregante plaquetário (clopidogrel), glicosídeo
cardíaco (digoxina), antiosteporótica, antiulcerosa, estrogênica,
antialérgica, ansiolítica (crisina e apigenina), entre outras;
 Exemplos: artemetina, rutina, oxietilrutina, hesperidina,
proantocianidina, quercetina, antocianidina, catequina,
flavonóis, flavononas, flavonas, isoflavonas, silimarina, chalcona,
etc.

9) Glicosídeos

 Definição / características: são compostos por uma parte de


açúcar ligado a uma de aglicona (outro componente). Podem ser
alcoólicos, cianogênicos, cardioativos, antraquinônicos,
flavonoides ou saponínicos (estes últimos três serão abordados
separadamente). São substâncias que apresentam um gosto
geralmente muito amargo;
 Propriedades: dependendo da planta podem ser cardiotônicos,
laxativos, analgésicos, combater o reumatismo;
 Exemplos: amigdalina, asclepiadina, bufadienólido, cardenólido,
digitalina, digitoxina, linimarina, salicina;
 Toxicidade:

o Glicosídeos cardioativos: têm uma ação cumulativa,


podendo provocar intoxicação crônica, mal-estar,
vômito, suores frios, convulsões, perda de sentido e até
morte por parada cardíaca. A digitoxina, por exemplo,
em uma pequena dose de 10 mg em um adulto de 70 kg
pode ser letal;

49
o Glicosídeos cianogênicos: são os glicosídeos que
contém ácido cianídrico. Causam intoxicação crônica,
distúrbios no sistema nervoso central, alterações
degenerativas do nervo óptico, estado de hipoxemia
crônica não letal; entretanto na infância podem ter
consequência graves. Alguns tipos de mandioca podem
provocar tonturas, dor de cabeça, aumento da
frequência respiratória e cianose, algumas vezes seguida
de perda da consciência e morte;
o Glisosídeos antraquinônicos e suas aglicomas: podem
causar severa intoxicação renal, podendo chegar à morte
se não forem tratados rapidamente. Pode causar
diarreia, anúria por nefrite aguda, edema generalizado e
prostração seguida de morte. É comum nas babosas
(Aloe sp.).

10) Glicosinolatos ou heterosídeos sulfurados

 Definição / características: são glicosídeos (açúcares) que


contêm enxofre e nitrogênio em sua composição;
 Propriedades: quando geram aglicona (glicosídeo fenólico) dão
um sabor picante as plantas. Dependendo da planta, podem
também ser utilizados para dores musculares, como
antibacteriana ou antifúngica, para infecções brônquicas e
urinárias;
 Exemplos: capuchinha (Tropaeolum majus L.), mostarda-branca
(Sinapis alba L.) e raiz-forte (Armoracia rustica Schur);
 Toxicidade: capuchinha (Tropaeolum majus L.) contém
isotiocianato de benzila que inibe a tireóide de maneira
irreversível.

11) Mucilagens (polissacarídeos)

 Definição / características: são complexos polímeros de


polissacarídeos ácidos ou neutros (carboidratos), com elevado
peso molecular. Todas as plantas produzem, ou para
crescimento, ou para a reprodução ou para armazenamento
(reserva). Também apresentam diversas outras características
como retenção de água (molécula hidrofílica), captura de insetos
(insetívoras), como repelente também de insetos, germinação de
semente, etc., dependendo da planta. Estão presentes em algas,
alguns fungos e certas famílias botânicas como a das liláceas,
malváceas, rosáceas e tiliáceas(1);

50
 Propriedades: dependendo da planta podem ser laxantes (em
solução aquosa), lubrificantes, aumentar ou diminuir o
movimento peristáltico do intestino (grandes ou pequenas doses,
respectivamente), proteger o canal alimentar (diminui a irritação
causada por ácidos e sais em áreas doentes), diminuir a
inflamação na mucosa do aparelho respiratório (tosse) e
aumentar a secreção de muco; são vulnerárias, hemostáticas,
combatem a diarreia e são cicatrizantes. Podem ser emoliente,
controlar processo inflamatórios do trato digestivo (forma
barreira contra ácidos gástricos), protetores da mucosa,
combater úlceras. Devem ser administradas na forma de pó ou
seca, pois não são solúveis em álcool(10);
 Exemplos: folhas das babosas (Aloe sp.) e borragem (Borago
officinalis), frutos do quiabeiro (Hibiscus esculentus), sementes
de linho (Linum usitassimum L.), na planta toda no confrei
(Symphytum officinale L.) e nas tanchagens (Plantago sp.).

12) Óleos essenciais, essências e fenilpropanóides

 Definição / Características: o termo óleo essencial é empregado


para designar líquidos oleosos, voláteis, dotados de aroma forte,
quase sempre agradável, insolúvel em água e solúveis em
solventes orgânicos(8). Normalmente, são a base de terpenos (veja
o grupo dos terpenóides) e seus derivados como aldeídos,
cetonas, etc. As essências são substâncias líquidas e misturas
complexas, podendo chegar a mais de 100 componentes. Os
óleos são encontrados nas flores, folhas, caules e raízes, em suas
células, glândulas internas (canais ou bolsas) e pêlos
glandulares. Apresentam-se em maior concentração antes da
floração(1). Já os fenilpropanóides são óleos essenciais pouco
comuns, constituídos por um anel aromático e uma cadeia de
três carbonos;
 Propriedades: dependendo da planta o princípio ativo pode ser
analgésico, anestésico, antimicrobinano, antiespasmódico,
antisséptico, antivirótico, anti-helmíntico, anti-histamínico,
anti-inflamatório, bactericida, bacteriostático, carminativo,
cicatrizante, digestivo, expectorante, fungicida, inseticida,
relaxante, sedativo, vermífugo e em alguns casos podem
aumentar a produção de glóbulos brancos. Os fenilpropanoides
apresentam aromas acentuados e ação antimicrobiana;
 Exemplos: ascaridol, carvacrol, eucaliptol, eugenol, mentol,
terpineol e timol. O óleo de hortelã-pimenta (Mentha x piperita)
tem atividades espasmolítica e carminativa. Os óleos de sálvia
(Salvia officinalis L.) e de alecrim (Rosmarinus officinalis L.)

51
também auxiliam a eliminar gases, sendo importantes no
tratamento de problemas no sistema respiratório. Como exemplo
para os fenilpropanoides podemos citar o eugenol, presente no
óleo essencial do cravo-da-índia (Syzygium aromaticum (L.) Merr.
& L.M. Perry) que é utilizado como antisséptico na formulação de
pasta de dente. Já a miristina tem atividade no sistema nervoso
central (SNC). Outro exemplo é o safrol, como o trans-anetol,
encontrado na erva-doce (Pimpinella anisium L.) e no funcho
(Foeniculum vulgare Mill.);
 Toxicidade: em altas doses podem provocar nefrites e
hematúrias. Óleos essenciais “concentrados” têm que ser usados
com cuidado por se tornarem tóxicos como os de catinga-de-
mulata (Tanacetum vulgare L.), poejo (Mentha pulegium L.) e salsa
(Petroselium crispum (Mill.) Fuss).

13) Saponinas

 Definição / Características: o nome desta classe vem do latim


sapo que significa “sabão”. São um tipo de glicosídeos (veja item
específico) que contém uma parte hidrofílica (açúcares) e outra
lipofílica (que quando colocados em contato com água produzem
espuma, como característica de sabão). Tem maior concentração
nas sementes no período de germinação; já nos órgãos vegetativos
(folhas, caule e raízes) provavelmente diminuem a concentração
após a floração(1). Se dividem em dois grupos, as esteroidais e as
triterpenoídicas;
 Propriedades: dependendo da planta, podem ser adaptogênicas
antialérgicas, anti-inflamatórias, antimicrobianas, cicatrizantes,
diuréticas, expectorantes, fungicidas , estrogênicas, imuno-
moduladoras, laxativas suaves, síntese de cortisona e de
hormônios sexuais, aumentam a permeabilidade das membranas
do intestino facilitando a absorção de outros medicamentos,
diminuem a permeabilidade capilar, melhoram as insuficiências
venosas crônicas, no tratamento das hemorroidas, sinusite e
eliminação de coriza;
 Exemplos: dioscina, diosgenina, escina, glicirrizina;
 Toxicidade: em altas doses, podem provocar hemólise,
entretanto, devido à baixa absorção (via oral) da saponina pelo
trato gastrointestinal é pequeno o risco de intoxicação. Algumas
saponinas podem envenenar peixes como as popularmente
chamadas de timbó ou tingui.

52
14) Substâncias amargas

 Definição / características: constituem um grupo de compostos


sem semelhança química entre si, mas que têm, como
características, o sabor amargo (classificação fisiológica) e
atividade terapêutica. São substâncias quimicamente mal
definidas, inodoras, amargas, geralmente amorfas (sem forma), às
vezes cristalinas e de ação tóxica. Ocorrem em muitas famílias
botânicas, mas são abundantes nas Compositae e
Gentianaceae(1);
 Propriedades: dependendo da planta, podem aumentar ou
diminuir a secreção de suco gástrico (dependendo da dose),
combatem a febre, inflamações, são antibióticas, antifúngicas,
antitumorais, coleréticas, colagogas, contraceptivas masculina –
diminuem a quantidade de esperma (algodoeiro – Gossypium
hirsitum), tratam alergias alimentares, estimulam o sistema
imunológico, são diuréticas, são indicadas também para
problemas gastrointestinais (quassina);
 Exemplos: absintina, amarogentina, cinarina, enicina,
laptupicrina e quassina.

15) Taninos

 Definição / características: são substâncias complexas,


polifenólicas, ligadas a outros compostos aromáticos, que se
distribuem por todas as partes das plantas para inibir ataques de
insetos, germinação de sementes e ação de bactérias fixadoras de
nitrogênio. Ocorrem em plantas superiores (mais em
dicotiledônias) e são raras em algas e fungos. É provável que
ocorram mais em células jovens, uma vez que os frutos verdes
ricos em taninos, quando atingem a maturidade, perdem seu
teor(1). São divididos em dois grandes grupos: os das
procianidinas (hidrolisáveis) e das proantocianidinas
(condensados);
 Propriedades: dependendo da planta, podem ser adstringentes,
hemostáticos (vasoconstricção), em pequenas doses podem tornar
a pele e a mucosa impermeáveis (protege) facilitando a
cicatrização de queimaduras, infecções nos olhos, cérvix, vagina,
reto e boca. Têm efeito também antissecretório e antisséptico na
mucosa. Têm pouca absorção no trato intestinal, entretanto são
antidiarreicos. São hemorrágicos (dilatam os vasos capilares),
neutralizam proteínas inflamatórias;
 Exemplos: β-hamamelitanino, geranina, procianidina B2,
catequina e epicatequina;
53
 Toxicidade: em altas doses, podem irritar a mucosa. A ingestão
crônica inibe as enzimas digestivas.

16) Terpenóides

 Definição / características: O nome terpenóide decorre do fato


dos primeiros membros da classe serem isolados da “terpentina”
(11). São moléculas de cinco carbonos (C5), semelhantes a blocos,

que são chamadas de isopreno ou isopentenilpirofosfato (IPP). Os


terpenóides são montados pela justaposição de unidades de IPP,
que dá origem a outros terpenoides como: monoterpenóides (C10),
sequiterpenóides (C15), diterpenóides (C20), triterpenóides (C30)
ou tetraterpenóides (C40);

 Propriedades:

o Monoterpenóides (C10): produzem aromas e


fragrâncias, sendo chamados popularmente de óleos
essenciais (também podem ter misturas de
fenilpropanoides e sesquiterpenóides), portanto são
voláteis. São estruturas complexas, podem ter centenas
de substâncias ou um único componente;
o Sequiterpenóides (C15): é a classe que tem a maior parte
de terpenóides; por exemplo, já foram identificadas mais
de 3 mil moléculas somente de lactonas
sesquiterpênicas. Também são voláteis, antimicrobianos
e, dependendo da planta, podem ter ação anti-
inflamatória, por exemplo;
o Diterpenóides (C20): o paclitaxel é utilizado para
combater câncer de ovári e de mama, por exemplo;
o Triperpenóides (C30): são formados por álcoois. Podem
combinar-se com açúcar formando glicosídeos, como,
por exemplo, as saponinas. Estes têm atividades
adaptogênicas, anti-inflamatória, hepatoprotetora e
moduladora do sistema imunológico;
o Tetraterpenoides (C40): são os carotenoides,
responsáveis pela coloração de algumas plantas e
dependendo da planta podem prevenir câncer de
próstrata, ser antioxidante, por exemplo;

 Exemplos:

o Monoterpenóides (C10): hidrocar-bonetos, álcoois,


adeídos, cetonas, fenóis, óxidos, iridoides, éteres e
ésteres;

54
o Sequiterpenóides (C15): as lactonas sesquiterpênicas
são encontradas normalmente nas espécies da família
Asteraceae, como, por exemplo, na arnica (Arnica
montana L.), calêndula (Calendula officinalis L.) e na
camomila (Chamomilla recutita (L.) Rauschert), já o α-
humeleno estão presentes na erva-baleeira (Varronia
currissaca Jacq.) e ambos são anti-inflamatórios. Já a
artemisinina, encontrada na artemísia (Artemisia annua
L.) já foi confirmada sua eficácia no combate à malária;
o Diterpenóides (C20): paclitaxel, presente no Taxus
brevifolia Nutt.;
o Triperpenóides (C30): ginseng (Panax ginseng C.S. Mey)
cobate o estresse, já a centela (Centella asiatica (L.) Urb.),
a castanha da Índia (Aesculus hippocastanum L.) e o
alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.) são anti-inflamatórios;
o Tetraterpenoides (C40): a coloração vermelha do tomate
(Lycopersicon esculentum Mill.) e da pimenta (Caspsicum
annum L.) vem deste tipo de terpenóide.

 Toxicidade:

o As lactonas sesquiterpênicas podem provocar dermatite


e conjuntivite em função do contato;
o A cetona tipo “tujona” tem efeito abortivo e é encontrada
no absinto (Artemisia absinthium L.), na mil-em-rama
(Achillea millefolium L.) e na sálvia (Salvia officinalis L.).
Já o safrol, encontrado no sassafrás é cancerígeno.

Como mencionado anteriormente, as plantas doentes, ou seja,


aquelas que estejam sendo atacadas por fungos, bactérias, vírus ou outros,
podem produzir efeitos negativos nos seres humanos.

Os fungos podem ser tóxicos e produzirem por exemplo: aflatoxina


(produzida por Aspergillus flavus) que induza câncer de fígado e fusariotoxina
(produzida por Aspergillum, Penicillum, Rhizopus, usarium e Cladosporium)
que podem produzir náuseas, vômitos, diarreias, prostração, dano hepático,
dor de cabeça, convulsões, eritema, anemia, gangrena e até a morte. Portanto,
é fundamental fazer somente a utilização de plantas sadias.

55
Referências bibliográficas

1 - BOTSARIS, A.S. Fitoterapia chinesa e plantas brasileiras. 3ª ed. São Paulo: Ícone
editora Ltda, 2007.

2 - BRAGA, T.V. Avaliação da atividade farmacológica de Cissus verticillata


Nicolson & C.E. Jarvis subsp. verticillata como antioxidante, antifúngico,
hipoglicemiante e cicatrizante. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas),
175f. Escola de Farmácia, Univ. Fed. de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, 2008.

3 - JUNIOR, J.C.M. Estudo in vitro do potencial imunomodulatório de plantas


medicinais por citrometria de fluxo. Dissertação (Mestrado em Ciência
Farmacêutica). Dept. de Farmácia, Univ. Fed. do Paraná, Curitiba, PR, 2005.

4 - LEMOS, S.D. da C. Avaliação de eliciadores do metabolismo dos


fenilpropanóides em Melissa officinalis L. (Lamiaceae), 84 f. Dissertação (mestrado
em Biologia Celular e Molecular), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grand de Sul,
Porto Alegre, RS, 2006.

5 - LORENZI, H. & MATOS, F.J. de A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas.


2.ed. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, 2008.

6- MARTINS, E.R. et al. Plantas medicinais. UFV, Viçosa, MG, 1994.

7 - NASCIMENTO, S.R. do. Avaliação da atividade antinociceptiva de compostos


derivados da Parapiptadenia rigida e Cedrela fissilis em ensaios farmacológicos
“in vivo”. Dissetação (Mestrado em Ciência e Biotecnologia). Univ. do Oeste de Santa
Catarina - UNOESC, Videira, SC, 2016.

8 - ROCHA, R.P. da. Avaliação do teor e da composição do óleo essencial de


Cymbopogon citratus e Thymus vulgaris submetidos a processos de secagem e
armazenamento. Tese (doutorado em Engenharia Agrícola), 149 f., Univ. Fed. de
Viçosa, Viçosa, MG, 2011.

9 - SÁ, I. F. Farmacologia e Interações medicamentosas. Curso de Introdução a


fitoterapia na prática clínica. ABFIT, Rio de Janeiro, RJ, 2017.

10 - SAAD et al. Fitoterapia contemporânea: tradição e ciência na prática clínica. 2ª ed.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

11 - VALMORBIDA, J. Níveis de potássio em solução nutritiva, desenvolvimento de


plantas e a produção de óleo essencial de Mentha piperita L. 143 f. Dissertação
(mestrado em Agronomia), Univ. Estadual Paulista, Botucatu, SP, 2003.

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Descrição das plantas medicinais utilizadas em
Visconde de Mauá

1 - Abacateiro

Família: Lauraceae.

Nome científico: Persea americana C.


Bauh

Descrição: árvore de copa arredonda-


da e densa, com casca parda e áspera,
com as extremidades dos ramos e brotos
amarelo-avermelhados. medindo de 12 a
20 metros de altura. Folha simples,
alterna, semi-coreácea, peciolada, elípti-
ca, oblongas ou oval-acuminadas, de
margem interia, peninérvea, medindo de
8 a 20 cm de comprimento e 4 a 9 cm de
largura. A folha quando jovem pode
apresentar coloração verde-avermelhada
e, quando adulta, a face superior é verde
escura e a inferior mais clara (foto). Flor
pequena, de coloração verde-amarelada,
aromática, reunidas em racemos axila-
res e terminais. Fruto em forma de drupa piriforme, ovado ou globoso
dependendo da variedade.

Esta espécie consta na Relação Nacional de Plantas Medicinais de


Interesse do SUS (RENISUS) e na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folha, flor, casca, poupa (fruto), e semente.

Indicações:

Uso interno: folhas: utilizada como carminativa e combate ao ácido úrico


(folha e poupa), diurética, antirreumática, antianêmica, antidiarreica,
anti-inflamatória, analgésica, combate as infecções dos rins e bexiga,
estimulante da vesícula biliar (colagogo e colerético), hipoglicemiante,
estomáquica, emenagoga, insuficiência hepática, problemas respiratórios,

57
expectorante, sinusite, gripe, antitumoral, balsâmica, estimula o útero,
fortalece os dentes e combate a carie, diminui dores de cabeça, é
antibacteriana (combate Pseudomonas e Staphylococcus (óleo essencial) e
Escherichia coli, Sarcina lutea, e Staphylococcus aureus (extrato orgânico)),
atividade depressora do sistema nervoso central, tem atividade hipotensora,
hipolipêmica (auxilia na diminuição do colesterol) e antioxidante. Óleo da
polpa: tem atividade linfocitária e fagocitária, é antirraquítico, emoliente,
calmante, vermífugo, relaxa a musculatura lisa brônquica, combate urticária,
cefalalgia, hipertensão arterial, cálculo renal, queda de cabelo, suavizante
da pele, antimicrobiana, infecção da gengiva e diarreia. Semente (caroço): é
diurética, auxilia em dores abdominais, varizes, é anti-inflamatória e
antirreumática. Em um estudo, foi comprovada a eficiência do extrato
hidroalcoóllico a 80% do caroço do abacate como anti-inflamatório in vivo
(ratos) na concentração de 1,0 ml/kg(196).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


pedra nos rins.

Uso externo: utilizada como anti-inflamatória, para dores reumáticas,


artrose, contusões, dores de cabeça e proteção da pele (poupa), mancha na
pele e catarata. É utilizada também como larvicida e inseticida (folhas), para
prevenir queda de cabelo e como anti-caspa, feridas, picadas de insetos.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é indicada


para dores (contusões).

Contraindicação: não deve ser ingerido quando se está utilizando


medicamentos que contenham anticoagulante (varfarina) pois diminui o efeito
da droga. Também não deve ser utilizado por pessoas que estejam utilizando
antidepressivos pois podem sofrer crises hipertensiva devido à presença de
tiramina na planta. O chá é contraindicado para gestantes. Deve ser utilizada
com cautela por cardiopatas e nefropatas.

Toxicidade: devido à utilização das folhas como larvicida e inseticida, o uso


interno deve ter moderação.

Constituição química: folha: ácidos (acético e málico), aminas biogênicas


(dopamina e seretonina), aminoácidos, asparagina, carboidratos, esteróis
(β-sistosterol, campesterol) flavonoides (catequina, cianidina, epicatequina,
perceitol, quercetina e quercetol), gorduras, lecitina, metil-chavicol, metil-
eugenol, mucilagem, óleo essencial (anetol, β-cariofileno, eugenol, estragol,
α-humuleno, limoneno, α-pineno, β-pineno), perseita, persiteol, pigmentos,
princípio amargo, proteínas, (abacatina), sais minerais (K, Ca, P e Fe),
taninos, tiramina e vitaminas (A, B, D e E). Poupa: ácido ascórbico, ácidos
graxos (cáprico, esteárico, linoleico, linolênico, mirístico, oleico e palmítico),
álcoois alifáticos e terpênicos, aminoácidos (ácido aspártico e glutâmico),

58
GABA, ferro (Fe), fitosterol, fósforo (P), hidrocarbonetos alifáticos saturados,
lecitina, niacina, β-sitoesterol, poliol insaturado, riboflavina, vitaminas A, B,
D, E e G e tiamina. Semente: ácidos graxos, pró-antocianidina (biflavonil),
hidrocarbonetos derivados esteróidicos, glicosídeos, saponina, vitamina (α-
tocoferol).

Preparo da planta:

Alimentação: a polpa do fruto é utilizada para obstipação intestinal.

Cataplasma: é utilizada como anti-inflamatória.

Decocto: utilizado para ácido úrico. Adicione de 2 a 3 colheres de sobremesa


da folha picada a ½ litro de água e ferva por 2 minutos. Após este período,
coe. Dividir esta quantidade em 4 partes iguais e tomar ao longo do dia.
Repetir este processo por 15 dias. Manter refrigerado em geladeira.

Garrafada: utilizada no uso externo para dores reumáticas. Rale um caroço


de abacate e adicione em 1 litro de álcool. Deixe curtir por 8 dias. Mexa todas
as noites até ficar de coloração marrom. Aplique no local dolorido antes de
dormir.

Infuso: utilizado para insuficiência hepática e retenção de secreção biliar.


Adicione 1 colher de sopa de folhas jovens junto com 10 g de folhas “velhas”
secas, ou 2 colheres de folhas jovens para 20 g de folhas frescas para 1 litro
de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara de chá 2 x ao dia. Também é indicada
como diurética, carminativa, estomáquica, colagoga, colerética e
emenagoga. Adicione1 colher de sopa de folhas ou flores picadas para 1 litro
de água fervente e abafe. Espere amornar e beba. Tomar 1 xícara de chá 3 x
ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é indicada
para pedra nos rins. Adicione 3 folhas de abacate picadas, 2 plantas inteira
de quebra-pedra (Phyllanthus niruri) a 1 litro de água fervente e abafe. Após
alguns minutos, beba. Tomar 1 xícara de chá 2 x ao dia.

Tintura: utilizada para dores reumáticas, contusões e dores de cabeça.


Adicione 1 colher de sopa de folhas secas picadas junto com outra de semente
ralada a 1 xicara de chá de álcool (60%), acrescente uma pedra de cânfora e
deixe curtir por 5 dias. Aplicar externamente como massagem na área afetada.
Repetir esta ação 3 x ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá,
esta planta também é indicada para dores (contusões). Rale 2 caroços de
abacate e adicione em 1 litro de álcool. Deixe curtir por 30 dias e aplique no
local afetado.

Fitoconexão: atua no chacra da garganta (5º), no nível espiritual, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento éter.

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Curiosidades: seu nome tem origem Asteca, da palavra ahuacatl que significa
testículo, talvez referência ao formato do fruto. É uma planta originária da
América Central que apresenta, em nosso país grande variedade, sendo
classificada em A ou B de acordo com a hora do dia em que se formam os
órgãos reprodutivos. Somente no Brasil o abacate é consumido com açúcar
sendo preferidas as variedades com menor teor de óleo; já nas Américas em
geral e na Europa é consumido como alimento salgado. A polpa é utilizada na
cosmética para elaboração de xampus e cremes.

60
2 – Abóbora

Família: Cucurbitaceae.

Nome científico: Cucurbita moschata


Duchesne.

Descrição: planta rasteira ou trepa-


deira com gavinhas, anual, vigorosa com
caule espinhoso. Folhas simples, alter-
nas, peltadas, longo-pecioladas, aspe-
ras. Flores masculinas e femininas
amareladas, solitárias e axilares. Fruto
carnoso-fibroso, com casca verde escura
com pontos verdes, indeiscente com
sementes brancas achatadas.

As espécies C. pepo, (abóbora-


moranga), C. moschata (abóbora-cheiro-
sa) e C. maxima (abóbora-menina) tem a
mesma aplicação medicinal(124).

Partes utilizadas: semente, fruto,


folha, flor e raiz.

Indicações:

Uso interno: utilizada para infecção urinária e intestinal, hipertrofia


prostática benigna, vômito na gravidez, para fortalecer os rins, intestino,
fígado, o cérebro, trata nefrite, anti-helmíntica (tênias e oxiúros e áscaris),
estomáquica, antitérmica, para cólica menstrual, anti-inflamatória dos
rins, fígado e baço, antidiarreico (fruto), diurética (óleo da semente), prisão
de ventre (fruto), para bronquite, elimina gases. In vitro, foi comprovada ação
antitumoral em adenomas da próstata.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada


como vermífuga.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, combate erisipela (flores),


queimadura, feridas, corrimento vaginal, dor de cabeça e úlcera sifilítica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada


para queimaduras e para dor de ouvido (flores).

61
Contraindicação: não é indicada quando a pessoa não conhece a causa da
hipertrofia prostática. Se a pessoa já estiver utilizando um medicamento
diurético, a abóbora pode aumentar a ação do remédio, tomar cuidado. Não
utilizar o óleo quando estiver tomando em conjunto um remédio
anticoagulante.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos graxos insaturados (oleico e linoleico),


aminoácido não proteinogênico (cucurbitina), esteroides, óleo fixo, pectina,
proteína (aleurona), resina, sais minerais (Se, Mg, Zn e Cu). Sementes –
ácido cucurbito, ácidos graxos insaturados (esteárico, linoleico, oleico e
palmítico), açucares (oligossacarídeos e polissacarídeos) albumina,
aminoácidos (leucina e tirosina), carboidratos, carotenoides, cucurbitina,
fitosterina, lecitina, lipídios, manganês (traços), peponosídeo, peporesina,
proteínas (aleurona), resina, selênio (traços), vitaminas, zinco (traços).

Preparo da planta:

Alimentação: para infecção urinária e próstata, comer duas sementes, 2 x


ao dia. Já para vômito na gravidez também são comidas as sementes de
abóbora. Para fortalecer os rins, intestino, fígado, o cérebro e tratar
nefrite, tomar 1 copo de purê da polpa de manhã, outro na hora do almoço e
outro à tarde. Para lombriga, utilizar 25 sementes secas e levemente torradas;
já para solitária utilizar 50. Amassar as sementes em um pilão com 1 colher
de sopa de óleo de rícino (o uso do purgante é importante pois a semente
apenas paralisa o verme e não o mata). No dia anterior, a pessoa não deve ter
se alimentado em excesso. Quando a tênia começar a sair, sentar em um
penico com água quente para estimular que o parasita saia. Existe uma
segunda receita para vermes. Amassar de 30 a 60 sementes sem casca,
acrescentar 4 colheres de sopa de açúcar mascavo e 10 colheres de sopa de
leite. Ingerir toda a mistura de uma só vez, em jejum. Após 2 horas, tomar
uma colher de sopa de óleo de rícino para expelir os vermes mortos. Também
é consumida crua para acabar com a prisão de ventre e cozida para acabar
com a diarreia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta
também é utilizada para vermes. A semente é torrada e, depois, ingerida sem
restrições. Já para diarreia comer o fruto cozido.

Banho de assento: utilizado para corrimento vaginal. Cozinhar a polpa e,


depois, transformá-la em um líquido espesso. Adicionar na água da bacia para
fazer o banho de assento.

Cataplasma: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta


também é utilizada para queimaduras. Cozinhar a polpa com a fibra junto,
deixar esfriar e aplicar no local afetado.

62
Compressas: utilizada para queimaduras e feridas. Cozinhar a polpa e
depois transformá-la em um líquido espesso. Aplicar no local com a utilização
de um pano limpo.

Decocto: as folhas são utilizadas para queimaduras. Após serem fervidas


aplicar diretamente sobre a parte afetada. Já as raízes são utilizadas como
febrífuga e tenífuga. O decocto da raiz também é utilizado externamente para
úlcera sifilítica.

Infuso: utilizado como estomáquica, antitérmica e anti-inflamatória dos


rins, fígado e baço. Fazer o chá com suas flores.

Maceração: utilizada para erisipela. Amassar 2 folhas frescas e 2 flores e


esfregar levemente no local afetado. Para dor de cabeça, amassar uma folha e
colocar na testa.

Óleo da semente: utilizado para hipertrofia prostática. Utilize de 200 a 300


ml por capsula. Tomar 2 x ao dia.

Suco: utilizado para prisão de ventre. Bater no liquidificador o fruto cru,


açúcar e um pouco de água. Tomar um dia sim e outro não, durante 1 mês.

Sumo: utilizado para dor de ouvido. Macere 1 talo de abóbora até sair o sumo
e pingue 1 gota no ouvido dolorido. Também é utilizada para queimaduras e
eripisela. Macerar as folhas da abóbora até sair o sumo e aplique diretamente
na pele. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é
utilizada para dor de ouvido. Macere 3 flores e pingue 2 gotas no ouvido
afetado.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do coração (4º), no nível emocional, tem


polaridade feminina e está ligado ao elemento ar.

Curiosodades: é uma planta com indícios muito antigos de cultivo da C.


pepo, como por exemplo nos Estados Unidos e no México há mais 16.000
anos. É nativa da América Central, amplamente cultivada em nosso país para
fins alimentícios. No Brasil, existe um grande número do gênero Curcubita
que apresenta frutos de diversas formas e tamanhos.

63
3 – Açafrão, cúrcuma

Família: Zingiberaceae.

Nome científico: Curcuma longa L.

Descrição: planta herbácea, perene,


caducifólia (perde as folhas), aromática.
Folha simples, alterna, glabra, grande,
oblongo-lanceolada, pecíolo longo e
invaginante. Rizomas com odor fraca-
mente aromático, lembrando o do gengi-
bre com sabor picante e levemente
amargo. Os principais são ovalados,
oblongos ou arredondados, medindo até
12 cm de comprimento e até 5 cm de
diâmetro, já os laterais são cilíndricos e
alongados, arredondados nas extremi-
dades, medindo de 6 a 15 cm de com-
primento e de 1 a 4 cm de diâmetro,
geralmente portando pequenas ramifica-
ções. Os rizomas possuem coloração
amarelo-parda a amarelo-acastanhada,
superfície lisa, com cicatrizes anelares
provenientes das bases das bainhas foliares, cicatrizes irregulares
provenientes das ramificações laterais e pequenas cicatrizes arredondadas, de
raízes. Raízes laterais amarronzadas, paleáceas, estriadas, partem dos
rizomas. Flores amareladas, pequenas, dispostas em espigas. Fruto em forma
de cápsula, trilocular, valvulares. Semente arilada e albuminosa.

Esta espécie consta na Relação Nacional de Plantas Medicinais de


Interesse do SUS (RENISUS) e na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: rizoma, raiz, folha ou caule.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anti-hepatotóxica, anti-hiperlipidêmica, anti-


inflamatória, antitrombótica, colerética, colagoga, auxilia a digestão, é
tônica, depurativa, melhora o apetite, boa para cálculo biliar, icterícia e
outras disfunções hepáticas, úlcera estomacal, problemas gastrointestinais
(dispepsia, síndrome do intestino irritável, flatulência, colecistite, úlcera
gástrica e duodenal, doença de Crohn e colite ulcerativa), ação hipo-
glicemiante, imunoestimulante, excitante, anti-histamínica, é purificadora
do sangue, baixa o colesterol e triglicerídeos e aumenta o HDL,
64
atereosclerose (gordura nas artérias), combate alergias agudas e crônicas,
intoxicação alimentar e por substâncias tóxicas, gripe, febre, tosse,
doenças respiratórias, inflamação na garganta, prisão de ventre e como
expectorante. Tem ação comprovada que diminui o efeito hemorrágico da
picada da jararaca (Bothropos jararaca) e do efeito letal da cascavel
(Crotalus durissus terrificus)(125). Também reduz o crescimento de tumores,
tem atividade neuroprotetora (contra isquemia cerebral (óleo)), é diurética,
estomáquica, combate a diarreia, é antiescorbútica, carminativa (vômito),
hepatoprotetora, para hepatite, anemia, antidepressiva, moduladora
hormonal, imunomoduladora, antioxidante, antimutagênica, doenças
relacionadas à locomoção (ossos, articulações, músculos, inclusive a
osteoartrite) e combate à leucemia. Vários estudos pré-clínicos sugerem que
esta espécie tem apresentado potencial antiproliferativo, anti-invasivo e
antiangiogênico, sendo indicada na redução de danos provocados pela
químio e radioterapia, cicatrização de feridas, diabetes, doença de Alzheimer
e Parkinson, cardiovasculares, pulmonares e artrite (205).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


como anti-inflamatória, para sarampo e para melhorar a circulação
sanguínea.

Uso externo: utilizada como antisséptica, antimicrobiana (Gram-positiva


e Gram-negativa, alguns fungos patogênicos e germes envolvidos em
colecistites), catapora, sarampo, icterícia (amarelão) e manchas de pele. As
folhas são utilizadas para lavar feridas. Também é empregada para aliviar
contusões, infecções dos olhos e inflamação nas narinas e pós-operatórias,
artrite reumatóide, psoríase e eczemas e é repelente de insetos (os extratos
hexânico e etanólico agem sobre as larvas de Aedes aegypti).(109)

Contraindicações: pode inibir a agregação plaquetária, podendo aumentar


o risco de hemorragias se utilizada com anticolagulante. Não é recomendada
para gestantes e lactantes, pois o rizoma tem atividade abortífera. Não deve
ser utilizada para desobstruir dutos biliares pois tem atividade colagoga /
aumenta a taxa de secreção. Não é indicada como estimulante para concepção
(engravidar), pois foi comprovado em laboratório (ratos) que pode produzir
infertilidade. Também deve-se ter cautela quando estiver fazendo o uso de
medicamentos anticoagulantes, anti-inflamatórios não-esteroidais,
corticóides, hipoglicemiantes e verapramil.

Toxicidade: o rizoma pode produzir efeitos tóxicos no fígado e pâncreas. Em


altas doses pode ter efeito purgativo, causar ansiedade, diarreia, dores de
cabeça, erupções cutâneas e fezes amareladas.(205).

Constituição química: álcool metílico (carbinol), amidos, cetonas


sesquiterpênicas monoclínicas (turmeronas), monoterpenóides (p-cimeno,
β-felandreno, terpinoleno, p-cimem-8-ol, 1-8 cineol e borneol),
65
curcuminóides (bisdemetoxicurcumina, caferuilmetano, curcumina I e III,
desmetoxicurcumina, dicafenilmetano e dihidro-curcumina), diterpenóides,
esteródes, óleos essenciais (ácido caprílico, α-alantona, β-alantona, gama-
alantona, bisabolana, borneol, p-cimeno, p-cimen-8-ol, 1,8-cineol,
curcumeno, curcumenol, curcumenona, β-fenadreno, delta-sabineno,
deshidroturmerona, eugenol, felandeno, germacrana, guaiano, limoneno,
linalol, 1-fenil-OH-N-pentano, terpinoleno, turmerona e α e β-zingibereno),
peptídeos, pigmentos (carotenoides), polissacarídeos, resinas, sais
minerais (Ca, Mg, Fe, P, Na e K), sesquiterpenóides (Ar-turmerona, e α-
turmerona) e vitaminas (ácido ascórbico, niacina, riboflavina e tiamina).

Preparo da planta:

Alimentação: utilizada para baixar o colesterol. Utilizar até 3g/ dia do


rizoma fresco ralado ou em pó em saladas ou sopas.

Cataplasma: utilizada para psoríase e eczema. Adicione ½ xícara de


cúrcuma e 1 colher de chá de bicarbonato de sódio a uma vasilha com um
pouco de água quente e misture. Aplique no local afetado.

Decocto / Infuso: 1 a 3 g do rizoma para uma xícara de chá de água fervente.


Tomar 1 xícara de chá, 2 a 3 x ao dia. O decocto frio das folhas é utilizado
para lavar feridas. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
é utilizada para melhorar a circulação sanguínea. Adicione 36 raízes raladas
(não é o rizoma) a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns
minutos beba. Tomar 1 x ao dia. Para dispepsia faça o decocto do rizoma.
Adicione 3 colheres de café bem picado a 1 xícara de chá e deixe ferver por 20
minutos.

Fricção: utilizada para prevenir conjuntivite ou dor de garganta em


crianças com sarampo. Esfregue um pedaço de cúrcuma ao redor dos olhos
ou da garganta.

Pó: utilizado para estimular a secreção biliar, proteção contra o


desenvolvimento de pedra nos rins, baixar o colesterol. Adicione ½ colher
de chá em água fria. Tomar 2 a 3 x ao dia por até 4 semanas. Na índia é
utilizada como carminativa e anti-inflamtória, e topicamente é usada como
antisséptica.

Tintura: utilizada para colesterol e triglicerídeos alto e inflamações em


geral, picadas de jararaca e cascavel. Acrescentar o rizoma da planta em
álcool de cereal (70% álcool com 30% de água destilada) durante 3 dias ou
mais. Após este período, filtrar e tomar de 2 a 5 ml da tintura em um pouco
de água até 3 x ao dia. No caso de picada das cobras citadas acima, tomar a
tintura e se dirigir imediatamente ao hospital municipal de emergência. Para
artrite reumatoide, adicione de 50 a 70 gotas a uma xícara de água fria e

66
beba. Tomar 1 dose desta 3 x ao dia. Como auxílio no tratamento de
hiperlipidemia, como antiespasmódica (gases) e anti-inflamatória,
adicione de 50 a 100 gotas em um pouco de água fria e beba. Tomar esta dose
de 1 a 3 x ao dia.

Tintura composta: utilizada para dores crônicas junto com com sintomas
de calor e vermelhidão. Misture 50 ml da tintura do rizoma do açafrão, 50 ml
de tintura das folhas de erva-baleeira (Varronia curassavica) e 50 ml de tintura
das folhas de chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus). Tomar 5 ml
diluídos em água 3 x ao dia.(205)

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: esta planta desenvolve em nós a ética e bons costumes e


auxilia no senso de direção. Atua sobre o chacra da base (1º), sacral (2º) e
plexo solar (3º), no nível emocional e tem polaridade masculina (95). Está ligada
aos elementos terra, água e fogo.

Curiosidades: seu nome botânico “curcuma” deriva do árabe kurkum que


significa açafrão e “longa” é o feminino de long que significa comprido, extenso.
É originária da Índia e vem sendo comercializada na Europa e Oriente Médio
a pelo menos 1.000 anos. Tem longo histórico na utilização na medicina
ayurvédica (mais de 6.000 anos) e chinesa. No Brasil e na região de Visconde
de Mauá é utilizada como tempero na culinária e como conservante de
alimentos, também recebendo o nome de curry. Devido a sua coloração, é
utilizada como corante de tecidos, como cosmético e certos povos asiáticos a
usam para decoração da pele durante rituais religiosos.

67
4 – Alecrim

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Rosmarinus offici-


nalis L.

Descrição: planta subarbustiva (até


2m de altura), lenhosa, ereta, muito
ramificada. Folhas simples, opostas,
lineares, coreáceas, aromáticas, glabra
na face superior e com pelos na inferior.
Mede de 1,5 a 4 cm de comprimento e 1
a 3 mm de espessura. Flores azul-claras
a branco-lilás, pequenas e aromáticas.

Esta espécie consta na 6ª edição


da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas, caule,


flores ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada para aumentar a circulação sanguínea periférica,


melhora a digestão, ajuda a eliminar gases (carminativa), é diurética,
adstringente, calmante, analgésica, anti-inflamatória em casos agudos e
crônicos, inclusive intestinal e inibidora de úlcera gástrica, ajuda nas
cólicas menstruais, renais e abdominais e na menopausa, é espamolítica
(vesícula e duodeno), é aperiente, é tônica e antioxidante. Trata também
afecções da bexiga e dos rins, tosse, resfriado, gripe, febre (inclusive do tifo),
hemorroidas, clorose (excesso de cloro), epilepsia (México), dismenorréia,
dispepsia, escrofulose, histeria, fraqueza, memória fraca, fadiga,
hipertensão, é emenagoga (regula a menstruação), protege o fígado, combate
tumores, é colagoga (aumenta o volume da secreção biliar), combate cistite,
enterocolite, colecistites crônicas, hepatopatias, edema associado a
hepatopatias, dor de cabeça, enxaqueca, tontura, desmaio, depressão,
angústia, é colerética, diurética, é hipoglicemica, previne arteriosclerose,
gota, bronquite, falta de ar, sinusite, aftas, para problemas no coração, boa
para erupção dentária. é depurativa do sangue, combate o diabetes Em um
estudo esta planta foi eficaz como antimicrobiana no controle de

68
Straphylococcus aureus, Escherichia coli e Pseudonomas aeruginosa(167). Em
um outro estudo o alecrim também foi eficaz no combate a Salmonela,
Escherichia coli, Straphylococcus spp, Pseudonomas fluorecens, Rhodotorula
glutinis e Kluyveromices bulgaricus (196). Em um estudo sobre bactérias bucais
o óleo essencial desta planta foi eficaz contra fixação da bactéria da cárie
(Streptococcus mutans) e na inibição das bactérias (Aggregatibacter
actinomycetemcomitans, Porphyromonas gingivalis e Fusobacterium
nucleatum)(240). Em um outro estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como
antinociceptivo (contra dor) e anti-inflamatório agudo e crônico in vivo (212).
Na aromoterapia, o óleo essencial é utilizado para melhora do desempenho
cognitivo e do humor.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


quem tem pressão baixa, ou seja, para elevar a pressão, como estimulante,
anti-depressivo, para estafa mental, tônica, antioxidante, dor de cabeça e no
corpo.

Uso externo: utilizada como antisséptica, antifúngica (combate Candida


albicans, Cryptococcus neiformans e mycobacterium intracelularae (156,138)) e
cicatrizante. É excelente para limpar a pele, inclusive o couro cabeludo
(cabeça), caspa, coceira e estimula o crescimento capilar. É também
antirreumática (artrite e osteoartrite), bursite, diminui dores musculares,
trata contusões, feridas, é cicatrizante, aumenta a circulação periférica, e
acaba com piolhos. Em um estudo esta planta também foi eficaz como
antifúngica no controle de Candida albicans(167). Em um outro estudo o
decocto de alecrim foi eficaz como antifúngico na inibição do crescimento
micelial do Colletotrichum gloeosporioides e Glomerella cingulata em goiabas
(responsáveis pela antracnose na planta)(202).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é também utilizada


para lavar o cabelo, dor no corpo e de cabeça. É recomendada também para
quem está com mal-estar.

Contraindicação: não deve ser bebida em grandes doses pois pode dar
sonolência, gastroenterite, espasmos (contrações musculares involuntárias),
irritação nervosa, urina sanguinolenta. Deve ser evitado o uso em mulheres
grávidas e durante a amamentação, por pessoas com prostratite e com
sensibilidade na pele, podendo provocar dermatite ou eritema, pessoas com
diarreia e quem já tem histórico de convulsões. Massagens a noite com óleo
de alecrim deve ser evitado pois causa insônia. Não utilizar o alecrim em
crianças com menos de 3 anos de idade. Seu óleo deve ser usado com
restrições por epiléticos, não aplicar nos olhos, próximo a mucosas e
ferimentos abertos. Os agentes fenólicos podem diminuir a absorção de ferro
(Fe) pelo organismo.

69
Toxicidade: em doses altas, via oral, é contraindicada, sendo abortiva, pode
causar irritação intestinal, nefrite e, até levar à morte. Quando utilizada
cronicamente ou em doses exageradas pode também causar irritação renal.
O uso excessivo pode causar náusea e vômito.

Constituição química: ácidos (cafeico, cítrico, clorogênico, glicólico,


labiático, neoclorogênico e rosmarínico), alcaloides, diterpenos amargos
(ácido carnosólico, ácido carnósico, carnosol, epirosmanol, isorosmanol,
rosmanol, rosmaridifenol, rosmariquinona), esteroides (campesterol e
estigmasterol) flavonoides (apigenina, cirsimarina, cupafolina, diosmina,
diosmetina, 7-metoxi-fegopolina, genkuanina, 6-mentoxi-genkuanina,
hispidulina, 6-metoxi-homoplantagina, luteolina, nepetina, nepritina,
pepitrina, sinensetina, e derivados espidulina e apigenina), óleos essenciais
(acetato de isobornila, ácidos (3-o-acetilolenólico, carnosílico, oleânico), α e β-
amirenona, 1,8-cineol, borneol, canfeno, cânfora, β-cariofileno, carnosol, p-
cimeno, eucaliptol, α-humuleno, α-pineno, β-pineno, limoneno, linalol,
linalool, mirceno, 3-octanona, romaridienol, 7-metoxi-rosmarol, tarxasterol,
α-terpineol, timol e verbenona, verbinol), saponinas, taninos,
triterpernoides (ácidos oleanólicos e ursólicos e α e β-amirina) e vitaminas
(B3 (nicotinamida), C e colina (faz parte do complexo B)).

Preparo da planta:

Banho: fazer uma infusão com 50g da folha em 1l de água, ou 100 a 500g de
folhas e/ou sumidades floridas num balde com água (10 litros). Cozinhar de
20 a 40 minutos. Coar e despejar na água do banho. Popularmente, na região
de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para dor no corpo, dor de
cabeça. Adicione 3 galhos em uma xícara de água fervente. Deixe esfriar, coe
a junte na água para o banho. Já para lavar o cabelo adicione de 4 a 5 galhos
em uma xícara de chá fervente e faça o mesmo processo citado acima.

Bálsamo composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este


bálsamo é chamado de 7 óleos e é utilizado para dores articulares e na
coluna, para depressão, cansaço, estafa, dor de cabeça e enxaqueca.
Adicione em um vasilhame 10 ml de cada óleo essencial a seguir: lavanda
(Lavandula ssp.), eucalipto (Eucalyptus globulus Labill. ou similar), hortelã-
pimenta (Mentha x piperita), alecrim (Rosmarinus officinalis), capim-limão
(Cymbopogon citratus), limão (Citrus ssp.), cravo (Syzygium aromaticum (L.)
Merr. & L.M. Perry) e 7 ml de um óleo-base (como de semente de uva). Misture
até ficar homogêneo e aplique no local a ser tratado. Também pode ser feito
um creme utilizando 30 g de um creme-base (como o de palma) e 5 ml do
bálsamo.

70
Cataplasma: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
também utilizada quem está com mal-estar. Amasse as folhas e passe nos
pulsos.

Compressa: utilizada para abcessos e contra inflamação e inchaço dos


olhos. Deve-se ferver um ramo em meio litro de água. Quando estiver secado
metade da água, retire do fogo. Aplicar compressas com pano limpo ou gazes
embebidas no cozimento com o líquido frio. Para distúrbios circulatórios,
como antisséptica e cicatrizante. Faça um infuso. Adicione de 1 a 2 colheres
de sopa em uma xícara de chá de água fervente e abafe. Aplicar no local 1 a 2
x ao dia.

Decocto: a folha é utilizada como anti-inflamatória para os rins e fígado, já


a sumidade florida (extrato fluido) serve para afecções da pele, resfriado,
contusões, cefalalgia, depressão, dismenorreia, queda de cabelo, febre do
tifo, cicatrizante e carminativa. Popularmente, na região de Visconde de
Mauá, esta planta utilizada como estimulante, antidepressiva, para estafa
mental, tônica e antioxidante. Acrescente 1 ½ colher de sopa das folhas
picadas a 3 xícaras de água e deixe ferver por 3 a 5 minutos. Tomar 1 xícara
3 x ao dia por 7 dias, parar 15 dias e retornar o tratamento. Para dor de
cabeça e no corpo adicione 2 galhos em ½ litro de água, deixe ferver por 8
minutos e abafe. Tomar uma xícara de 1 a 3 x ao dia.

Infuso: utilizado para cistite, enterocolite e hemorroida, na quantidade de


8 a 10g da erva fresca ou 4 a 5 g da erva seca de folhas e sumidades floridas
em água fervente para uma xícara de chá (150ml), com frequência de até 3
vezes ao dia. Para cansaço físico e mental, falta de apetite e cólica
recomenda-se acrescentar 1 xícara de cafezinho de folhas secas em 500 ml de
água. Tomar uma xícara de chá a cada 6 horas. Para acabar com piolhos,
ferva por 5 minutos um punhado da planta em 600 ml (4 xícaras de chá). Logo
após, ponha 2 punhados de fubá e mexa para não encaroçar até virar um
mingau grosso. Deixe esfriar, passe no cabelo e amarre na cabeça um pano
limpo por 1 h. Em seguida passe um pente frio. Repita a operação se
necessário. Para dispepsia, adicione de 1 a 2 colheres de sopa em uma xícara
de chá de água fervente e abafe. Tomar de 1 a 2 xícaras de chá ao dia.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
quem tem pressão baixa. Adicione de 2 a 3 ramos em 1 xícara de água
fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Infuso composto: utilizado para gastrite quando a pessoa apresenta


sintomas de frio. Deve ser elaborada em farmácia de manipulação. Para cada
dose do envelope deve conter 300 mg do pó da erva de alecrim, 200 mg do
extrato seco da folha da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia), 500 mg do pó
das folhas do boldo-do-chile (Peumus boldus Molina) e. Tomar 1 envelope 1 h
depois do almoço e jantar.(205)

71
Maceração: utilizada para o couro cabeludo, fazendo com o cabelo escureça
e cresça. Colocar 10g de folhas de alecrim, raízes de bardana (Arcitium lappa
L.) e urtiga (Urtica dioica L.) para cada 200ml (um copo) de água. Deixar
descansar de uma a 15 noites no sereno. Aplicar na cabeça e massagear.

Óleo: na mistura com azeite de oliva é utilizado em massagens contra


reumatismo e câimbras. Pode induzir a hiperglicemia, portanto deve-se
monitorar quando utilizado em diabéticos. Popularmente, na região de
Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como estimulante, antidepressiva,
para estafa mental, tônica e antioxidante. Adiocione 10 ml do óleo essencial
a 90 ml de um óleo base (por exemplo de sementes de uva). Aplique no pulso,
nas têmporas, na testa ou no difusor pessoal.

Sumo: utilizado para cicatrização de feridas. Aplicar o sumo seco e o pó das


folhas no ferimento.

Tintura: utilizada para hemorroida. Colocar 50g de folhas frescas em 1 litro


de álcool de cereais. Deixar em maceração por 5 dias. Filtrar e guardar em
frasco escuro protegido da luz. Tomar 40 gotas por dia durante 15 dias.
Utilizada também para micose e pé-de-atleta. Aplicar sobre a área afetada
(limpa e seca) de 10 a 20 gotas. Popularmente, na região de Visconde de Mauá,
esta planta é utilizada como estimulante, antidepressiva, para estafa
mental, tônica e antioxidante. Tomar 30 gotas 1 x ao dia.

Unguento: utilizado para casos de sarna. Deve-se colocar dez partes de


gordura vegetal para uma parte de suco de alecrim.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Vinho composto: utilizado para cansaço intelectual e físico. Misturar 1 litro


de vinho tinto com 25g de folhas de alecrim, 20 g de sálvia (Salvia officinalis)
e 15g de mel. Aquecer em banho-maria por vinte minutos e depois deixar
esfriar. Tomar um cálice antes das refeições. Já para melhorar a digestão e
amigdalite utilizar 1 litro de vinho branco com 50g de folhas de alecrim. O
líquido deve ficar macerando por 10 dias, depois filtrar e guardar em
recipiente e local escuros. Tomar um cálice após as refeições.

Xarope: utilizado para problemas respiratórios. Para 500 ml de xarope


acrescentar 4 xícaras de cafezinho do suco das folhas. Tomar 1 colher de sopa
para cada 3 horas.

Fitoconexão: o floral desta planta estimula o chacra cardíaco, trabalha os


sentimentos, dissolve as angústias guardadas no peito, que apertam o

72
coração. Desenvolve boas lembranças, o perdão e a alegria. Combate a
depressão, nos liga a terra. Por ser regida pelo sol, também aquece e estimula
o cérebro e o corpo(235). Esta planta atua sobre quarto chacra, no nível
emocional e tem polaridade masculina e está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: seu nome Rosmarinus vem da raiz grega, da junção da


palavra rhops, que significa “arbusto” com myrinus que significa “aromático
ou odorífero” devido ao seu cheiro característico. Existe uma outra versão que
diz que a origem da palavra vem da junção de ros ou rocio, que significa
“orvalho” e marinus, que significa “origem marinha ou mediterrânea”, o que
faz alusão a sua origem que é mediterrânea. Suas folhas, frutos e folhas
trituras são tradicionalmente utilizadas para temperar carnes e massas, pois
ajudam na digestão. Na região de Visconde de Mauá, também é utilizada na
alimentação. É utilizada em rituais religiosos, sendo queimada como incenso,
na defumação, no ungimento (igreja ortodoxa grega) ou em banhos (cultos
afros). É também chamada de “folha-dos-elfos”, sendo seus ramos
pendurados em volta da casa para evitar ladrões, bruxarias e para impedir
que as fadas levassem os bebês. O alecrim era jogado no caixão dos mortos
antigamente para representar a imortalidade da alma, e esta planta ainda hoje
é encontrada junto a túmulos por Minas Gerais(225). Popularmente, na região
de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada também na alimentação, junto
com a feitura do feijão.

73
5 – Alevante

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Mentha sylvestris L.

Descrição: erva com caule ereto roxo ou


verde. Folhas simples, opostas cruzadas,
sésseis ou quase sésseis, lanceoladas ou
oblongas, pubescentes ou tomentosas na
face de cima e alvo-tomentosa na de baixo.
Inflorescência em espiga terminal com
cálice viloso-tomentoso e corola violácea.

Partes utilizadas: folhas e sumidade


florida.

Indicações:

Uso interno: utilizada como


expectorante, para gripes e resfriados,
afonia, hepatite, vermífuga e para angina. Também antiespasmódica e
calmante. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para tosse, gripe, pneumonia e como expectorante.

Uso externo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para banho antidepressivo.

Contraindicações: pessoas com cálculo renal.

Toxicidade: não deve ser utilizado o óleo essencial mentol (quando isolado)
em grávidas em fase de amamentação pois pode provocar falta de ar / asfixia
e dispneia.

Constituição química: óleo essencial (mentol, fenol e pulejol).

Preparo da planta:

Banho: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


como antidepressiva. Amasse 7 folhas em 3 litros de água, deixe dormir no
sereno tampada 1 noite (preferencialmente com lua) com um cristal dentro,
de sua preferência. No dia seguinte, coar e banhar-se do pescoço para baixo.
Tomar 1 banho por dia durante 3 dias.

74
Infuso: utilizado para tosse, gripe e resfriado. adicione 10 g da folha seca a
1 litro de água. Tomar 2 a 3 xícaras de chá ao dia. Popularmente, na região
de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para gripe, pneumonia e como
expectorante. Adicione de 2 a 3 galhos para 1 litro de água fervente e abafe.
Tomar este volume durante o dia, morno, pois quente pode causar rouquidão.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido, acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte, coar.
Amorne e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do
calor em potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa
3 x ao dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo
tempo no xarope, é utilizado o que se tem à mão no momento da
elaboração.

Fitoconexão: esta planta limpa a mente e o campo energético, desacelera a


atividade mental, transmuta as energias densas, alivia as tensões, expande a
consciência, estimula a clarividência e aumenta a sensibilidade extrafísica.
Atua sobre o chacra do terceiro olho (6º), no nível mental e tem polaridade
feminina(95).

Curiosidades: planta europeia, sendo encontrada desde as ilhas britânicas


até o Cáucaso. É também utilizada na indústria cervejeira como aromatizante.

75
1
6 – Alfavaca , alfavacão, atroveran

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Ocimum carnosum


(Spreng.) Link & Otto ex Benth.

Descrição: subarbusto aromático,


ereto, ramificado, perene, de 40 a 80 cm
de altura. Folhas simples, opostas,
membranáceas, medindo de 4 a 7 cm de
comprimento. Flores pequenas, brancas,
dispostas em racemos terminais curtos.
Frutos em aquênio de cor escura.

Partes utilizadas: folhas e flores.

Indicações:

Uso interno: utilizada como digestiva,


estomacal, diurética, para tratamentos
hepático e biliar, carminativa (libera gases), antidiarreica, anti-inflamatória,
cicatrizante, para vômito, tosse, bronquite, gripe, resfriado, febre, é
antiulcerogênica e antihemorrágica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


cólica menstrual, como relaxante, para tosse, gripe, dor de garganta, afecções
na boca e problemas digestivos.

Uso externo: utilizada como repelente de insetos (Anopheles


braziliensis)(230).

Contraindicação: não foi indicada na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não foi indicada na bibliografia pesquisada.

Constituição química: óleo essencial (trans-anetol, β-bisaboleno,


époxido de bisaboleno, trans-cariofileno, estragol, metil-eugenol, felandreno,
germacreno, humuleno, linalol e ocimeno).

76
Preparo da planta:

Gargarejo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para dor de garganta, tosse e afecções na boca. Adicione 1 ½
colher de sopa das folhas picadas, 1 pequeno pedaço de gengibre (Zingiber
officinale) ralado para 3 xícaras de chá de água fervente e abafe. Faça o
gargarejo morno.

Infuso: utilizado para dispepsia. Faça o infuso de uma colher de sobremesa


das folhas frescas e inflorescência picadas em uma xícara de chá, coar e beber.
A frequência deve ser de no máximo 2 a 3 vezes ao dia, na parte da manhã ou
antes das refeições. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
é utilizada para cólica menstrual. Adicione 12 folhinhas para uma xícara de
chá fervente. Tomar de 3 a 4 x ao dia. Também é utilizada como relaxante.
Macere 6 folhas em uma xicara de chá, e logo em seguida, adicione água
fervente e abafe. Após alguns minutos, beba. Tomar 2 x ao dia. Existe uma
outra receita para cólica menstrual e problemas digestivos. Adicione 1 ½
colher de sopa das folhas picadas a 3 xícaras de chá de água fervente e abafe.
Tomar 1 xícara à noite antes de dormir e colocar uma compressa de água
quente na barriga.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
a mão no momento da elaboração.

Decocto: utilizado para gripe, resfriado, bronquite e tosse.

Xarope: utilizado para afecções respiratórias prepara-se um infuso mais


concentrado do que o citado para o chá e acrescente 2 xícaras (de chá) de
açúcar cristal e leve ao fogo baixo até dissolvê-lo. Tomar 2 a 3 colheres de
sopa por dia; já para as crianças deve ser ministrada a metade da dose.

77
Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá é utilizado
para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem à mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: o floral desta planta dá coragem para enfrentar os novos


rumos da vida. Aumenta a resistência e fortalece os chacras físicos (1º, 2º e
3º). Também expande a percepção e nos faz ver os fatos como um todo. Atua
no nível físico-emocional e tem polaridade feminina(235). Está ligada aos
elementos terra, água e fogo.

Curiosidades: cultivada em jardins e hortas domésticas no centro-sul do


Brasil, sendo muito utilizada também como condimento, inclusive na região
de Visconde de Mauá.

78
2
7 – Alfavaca

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Ocimum campechi-


anum Mill.

Descrição: subarbusto, ereto, de base


lenhosa, perene, ramificado, aromático,
de caule e ramos quadrangulares e
áspero -pubescentes, medindo de 40 a
80 cm de altura. Folha simples, oposta,
peciolada ovada, cartácea, glabra, com a
face superior verde-escura com a
nervação bem acentuada e a face
inferior mais clara, medindo de 6 a 9 cm
de comprimento. Flores de coloração
rosa a lilás, dipostas em inflorescências
recemosas terminais, densas e eretas,
medindo cerca de 15 cm de altura ou
mais.

Esta planta é empregada com os


mesmos fins medicinais que o Ocimum teniuflorum L., o que será seguido nesta
descrição (125).

Partes utilizadas: folhas e sementes.

Indicações:

Uso interno: utilizada para afecções respiratórias (gripe, resfriado, tosse,


bronquite), dor de cabeça, problemas gástricos e do coração, diurética,
antiespasmódica, antiasmática, antioxidante, anti-histamínica, anti-
inflamatória, antimicrobiana (sistêmica), hipoglicemiante, anti-hipertensiva,
hipolipemiante, imuno-moduladora, febrífuga, antiulcerogênica, antir-
reumática e radio-protetora. Em um estudo foi comprovado a eficácia do óleo
essencial desta planta como antibacteriana bucal na concentração a 1%
(combate Agregatibacter actinomycetemcomitans (periodontite) e Streptococcus
mutans (carie))(151).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


gripe, tosse e catarro no peito.

79
Uso externo: utilizada como antimicrobiana, amenizar mordidas de insetos
e até escorpiões.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: óleo essencial (ácido oleico, β-cariofileno, 1,8-


cineol (eucaliptol), cinamato de metila, citrol, metil-chavicol, β-elemeno,
espirolepequineno, eugenol, isoeugenol, metil-eugenol (majoritário), Z-
isoeugenol, geraniol, germacreno, biciclogermacreno, α-humeleno, limoneno,
linalol, linoleato de metila, β-ocimeno, octeno-3-ol, α-pineno e timol).

Preparo da planta:

Infuso: utilizado para resfriado, dor de cabeça, problemas gástricos e do


coração, antioxidante, anti-histamínica, anti-inflamatória, antimicro-
biana (sistêmica), hipoglicemiante, anti-hiertensiva, hipolipemiante,
imunimoduladora, febrífuga, antiulcerogênica, antirreumática e radio-
protetora. Adicione de 6 a 10 folhas frecas picadas a ½ xícara de chá de água
fervente e abafe. Tomar 1 dose 2 x ao dia.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


gripe, tosse e catarro no peito. Adicione 4 folhas e sementes picadas para 1
xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 dose 3 x ao dia.

Tintura: utilizada para as mesmas indicações do infuso. Tomar de 30 a 40


gotas 3 x ao dia da tintura a 20%.

Fitoconexão: atua sobre os chacras do coração (4º) e sacral (2º), nos níveis
físico e emocional, tem polaridade masculina e está ligada aos elementos ar e
água.

Curiosidades: esta planta é também utilizada na alimentação como PANC


(Planta Alimentícia Não Convencional) sendo empregada como tempero em
peixes, carnes, sopas e caldeiradas na região amazônica. Pode ser desidratada
e utilizada da mesma forma que o orégano (Origanum vulgare) e manjericão
(Ocimum basilicum)(113).

80
8 – Algodão

Família: Malvaceae.

Nome científico: Gossypium hirsitum


L.

Descrição: subarbusto de aspecto


variado, pouco ramificado medindo até 2
metros de altura. Folha simples, alterna,
coriácea, pubescente e trilobada. Flores
amarelas com grandes brácteas
denteadas. Fruto em forma de cápsula,
oblonga, deiscente, com as sementes
cobertas com longas fibras brancas.

Esta espécie consta na 6ª edição


da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas, casca da


raiz, sementes, flores ou frutos verdes.

Indicações:

Uso interno: utilizada para catarro, diarreia, enterite, hemorragia uterina,


indutora do parto – aumenta as contrações uterinas (segundo nativas norte-
americanas Alabama e Koasati), normaliza a menstruação, para “descer” o
leite, como vermífuga, purgativa, para afecções das vias urinárias, reduz o
tamanho da próstrata em hiperplasia prostrática benigna, como diurética,
combate fungos patogênicos (do gênero Penicillium e Cladosporium), para falta
de memória e impotência sexual. O gossipol (principal componente químico
desta planta) é usado na China como anticoncepcional masculino (inibe a
formação dos espermatozoides), tem atividade estrogênica moderada, reduz
os níveis séricos do colesterol, tem atividade anticoagulante leve.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, está planta é utilizada como


antibiótico natural.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, infecções odontológicas (uso


tópico), emoliente, alívio de queimaduras, combate piolhos, inseticida e
fungicida.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá está planta é utilizada para


secar inflamações.
81
Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: as sementes são consideradas tóxicas e podem levar ao óbito.


Só devem ser utilizadas depois de purificadas através da extração do óleo.

Constituição química: ácido cítrico, ácidos graxos, açúcares, álcoois,


aminoácidos (casca da raiz), compostos carbonílicos, composto
polifenólico (gossipol - principal componente desta planta – maior
quantidade nas sementes), composto orgânico aromático heterocíclico
(indol – no botão floral), esteróis, hidrocarbonetos, óleo essencial, resinas
e triterpenóides (β-sitosterol).

Preparo da planta:

Banho: popularmente, na região de Visconde de Mauá, está planta é utilizada


para secar inflamações. Faça um infuso com 4 folhas para uma xícara de
água fervente e abafe. Após alguns minutos, quando estiver morna, aplique
no local inflamado.

Cataplasma: as folhas são utilizadas como cicatrizante.

Decocto: suas raízes são utilizadas para falta de memória, amenorreia,


distúrbios da menopausa, normaliza a menstruação, impotência sexual,
indução do parto, afecções das vias urinárias e como diurética.
Acrescentar 10 g da casca em 1 litro de água. Tomar 4 a 5 xícaras de chá por
dia.

Fricção: utilizada suas flores e fruto verde para micoses (frieiras, pano
branco e preto e impingens).

Infuso: utilizado suas folhas para catarro, disenteria, diarreia, enterite e


hemorragia uterina. Acrescentar 10 g da em 1 litro de água. Tomar 4 a 5
xícaras de chá por dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada como antibiótico natural. Adicone 3 folhas picadas a uma
xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 2 x
ao dia.

Maceração: utilizada suas folhas para cicatrização e alívio de


queimaduras.

Óleo: as sementes são utilizadas como purgativa e vermífuga para lombrigas


(ascaricida).

Sumo: utilizado para curar feridas da pele (folhas).

82
Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para cólica menstrual. Tomar 30 gotas 1 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra base (1º), no nível físco, tem polaridade
masculina e está ligado ao elemento terra.

Curiosidades: utilizada principalmente na fabricação de tecidos e também


como gordura vegetal e alimentação animal (sementes). Também é usada na
indústria de polímeros vinílicos, inseticidas e de produtos de borracha.

83
9 – Amora

Família: Moraceae.

Nome científico: Morus alba L.

Descrição: árvore, caducifólia,


mednido de 6 a 12 m de altura. Folhas
simples, cartáceas, glabras em ambas
as faces, margens variáveis, lobadas nas
jovens e serreadas nas adultas.
Inflorescências em espigas, femininas
menores. Flores esbranquiçadas. Fruto
em forma de drupa composta (infru-
tescências).

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antirreumática, antiespasmódica, diurética,


tónica do sangue, antitussígena, expectorante, anti-inflamatória,
combate a febre, adstringente, é hipoglicemiante, antioxidante, anti-
leucêmica, antitumoral, neuroprotetora, antimicrobiana, antiviral, para
problemas nos rins, diarreia, hipotensora, inapetência, prisão de ventre,
sintomas da menopausa, climatério e para reposição hormonal, melhora a
visão e fortace as articulações, alivia a dor dos problemas da osteoartrite,
para dor de garganta, dor de dente e inflamação na boca. Em um estudo o
extrato etanólico das folhas apresentou atividade anti-inflamatória e
antimicrobiana (contra Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa,
Candida albicans, Candida krusei, Candida tropicalis e Aspergillus flavus)(163).
Em outros dois estudos também foi comprovado a atividade anti-inflamatória
do extrato etanólico das folhas sendo sua eficácia considerada semelhante a
nimesulida (anti-inflamatório sintético) (in vivo)(170,172). Foi também
comprovado in vitro a eficiência da amora como antimicrobiana no combate
a Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa,
Aspergillus fumigatus, Prothoteca zophii e Candida albicans (170). Na medicina

84
tradicional chinesa, suas folhas, frutos e caules são usados no tratamento do
diabetes mellitus, hipercolesterolemia, como sedativo, expectorante,
analgésico, diurético e antiepilético(163).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


pressão alta, como calmante, para o coração, para menopausa e reposição
hormonal.

Uso externo: utilizada para dermatoses, eczemas, erupções cutâneas e


reumatismo.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: em um estudo in vivo, o extrato hidroetanólico apresentou


atividade citotóxica para IC50 em células de ovário do hamster (0,34 mg/mL)
e em células do tecido conectido de camundongo (3,24 mg/mL)(170). Já em
outro estudo o extrato etanólico das folhas não apresentou em camundongos
(in vivo) letatilade e efeito genotóxico na dose de 300 mg/kg. Entretanto, na
dose de 2.000 mg/kg deve ser evitando, pois causou toxicidade aguda com
alterações bioquímicas, hematológicas e histopatológicas (163).

Constituição química: ácidos fenólicos (ácido 1-cafeoilquinico, ácido


caféico, ácido 5-cafeoilquinico, ácido 4-cafeoilquinico, ácido clorogênico e
ácido neoclorogênico), alcaloide (1-deoxinojirimicina), cromonas, cuma-
rinas, chalcomoracina, flavonoides (astragalina, canferol-7-O-glicosídeo,
canferol-3-O-glicopiranosil-(1,6)-β-Dglicopirano-sídeo, canferol-3-O-(6-malo-
nil)-glicosídeo, quercetina, quercetina-3-O-ramnosideo-7-O-glicosídeo, 3,7-D-
O-β-D-glicopiranosídeo, quercetina-3-O-glicosídeo, quercetina-3-O-(6-malo-
nil)-β-D-glicopiranosídeo, quercetina-3-O-glicosídeo-7-O-ramnosídeo e ruti-
na), polifenóis (ácido gálico), taninos, triterpenos e xantonas.

Preparo da planta:

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para pressão alta, como calmante e para o coração. Adicione 10 folhas
rasuradas em ½ litro de água fervente e abafe. Tomar este volume antes de
dormir. Também é indicada para menopausa e reposição hormonal.
Adicione 1 ½ colher das folhas picadas a 3 xícaras de chá de água fervente e
abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para menopausa e reposição hormonal. Tomar 15 gotas 3 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta equilibra o humor e desenvolve em nós vitalidade


energética para repor substâncias do organismo que vão se perdendo com o

85
passar dos anos. Atua sobre o chacra do coração (4º), no nível emocional e
tem polaridade masculina(95). Está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: Morus alba, é uma planta nativa da Ásia, conhecida também


como “amoreira-branca”, com grande importância na medicina popular
chinesa. As amoreiras são amplamente cultivadas e consumidas na China,
Coréia e Japão como alimento nutracêutico e hipoglicemiante. Esta espécie
foi introduzida no Brasil e tem sido bastante explorada do ponto de vista
medicinal e comercial. É explorada economicamente para nutrição das
lagartas do bicho-da-seda (Bombyx mori L.), que se alimentam exclusivamente
de suas folhas(163).

86
10 – Anil

Família: Fabaceae.

Nome científico: Indigofera suffruti-


cosa Mill.

Descrição: arbusto ou subarbusto,


anual ou perene, ereto, ramificado,
pubescente, medindo de 1 a 2,5 metros
de altura. Folha composta, alterna,
imparipenada, com 7 a 15 folíolos que
são opostos, podendo ser elípticos ou
ovais, glabros na face superior e
pubescente na inferior. Inflorescência
em cacho espiciforme, axilar, ereto, com
flores pequenas de coloração branca-
rosada, roxa ou amarela. Frutos em
forma de vagem recurvada com 6 a 10
sementes que lembram um feijão.

Partes utilizadas: folha ou raiz.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antiespamódica, antiepilética, sedativa,


diurética, purgativa, estomáquica, anticonvulsivante, tem atividade
citotóxica, embriotóxica e genotóxica, é antitumoral, anti-inflamatória,
anti-hipoglicemiante, antigonocócica (gonorreia), antissifilítica, para dores
articulares e neuvrálgicas, distúrbios circulatórios, afecções das vias
respiratórias, antimicrobiana (Staphylococcus aureus), febrífuga, combate
parasitoses, uretrite, problemas cardíacos, é odontálgica (raiz), acelera
trabalho de parto. Em um estudo foi comprovada a eficiência do extrato
metanólico do anil como antiulcerogênico, anti-inflamatório, antioxidante
e no combate a bactéria Mycobacterium tuberculosis causadora da
tuberculose(44). Neste mesmo estudo, a autora também menciona outros
autores que citam os alcaloides bis-indólicos contidos nesta planta como
antiproliferático, anti-cancerígeno, antimicrobiano, no tratamento de
Alzheimer, como antifúngico e na atividade leishmanicida. Em outro
estudo o extrato aquoso por infusão (64,53% e por maceração (62,62%) foi
eficaz como antitumoral in vivo no combate ao Sarcoma 180 na concentração
de 50 mg/kg intrapeitoral(251). Em um outro estudo o extrato aquoso do anil
também foi eficaz in vivo como antitumoral no combate ao Carcinoma de
87
Ehrlich reduzindo o tumor em 75,5% na concentração de 50 mg/kg
intrapeitoral(224). Em um outro estudo foi comprovada a eficácia da fração
alcaloide do extrato aquoso da planta na atividade hepatoprotetora(118). É
utilizada como antídoto no envenenamento por sais arsenicais e
mercuriais(100).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


hepatite.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, antifúngica (Microsporium canis


e Trichophyton rubrum), icterícia (raiz), sarna, inflamação aguda da pele,
ulcerações, hemorragias nasais, para lavagem vaginal, repelente de insetos
(sementes), picada de cobras, e para dores nas pernas. Em um estudo, foi
comprovada a eficácia do extrato aquoso e hidroalcoólico (mais eficiente) do
anil como moluscicida (no controle do caramujo Biomphalaria glabrata
(fecundidade e fertilidade)) e como cercaricida (no combate a
esquistossomose mansônica (Schistosoma mansoni)) e citado que outro
autor fez também o controle das larvas de Anophyles e Callosobruchus
chinensis adultos(87).

Contraindicação: esta planta não deve utilizada por gestantes pois pode
ter efeito tóxico nos embriões.(55,87)

Toxicidade: esta planta tem efeito no SNC – Sistema Nervoso Central e


alterações periféricas. Pode provocar reações de fuga, excitação, piloereção,
aumento da frequência respiratória, espasmos musculares, ação depressiva
como deambulação diminuída e efeitos no trato gastrointestinal como
contorções abdominais(251). Esta planta também é considerada tóxica para o
consumo direto de bovinos(207) e causa anemia hemolítica nos animais (142,7).
A ingestão diária de 10 a 40 g/kg durante 1 a 5 dias é o suficiente para a
intoxicação(28). É desaconselhado o uso desta planta por leigos pela sua
periculosidade(142).

Constituição química: açúcares, alcaloides (índigo (maior teor nos frutos


e sementes), indicana e indirorubina, 6’-metoxi 2, 5, 6-triidroxiisoindirubina),
aminoácidos (β-amilina), carboidratos esteróides, ciclitol (pinitol)
compostos fenólicos (ácido clorogênico), cumarinas, flavonoides (ácido
gálico, leucocianidina, quatro derivados glicosilados da quercetina, quercetina
3-O-β-D-glicopiranosil-[(4→1)-α-L-raminopiranosil]-(6→1)-α-L-apiofuranosí-
deo, β-D-glicopiranosil-(6→1)-α-L-raminopiranosil (rutina), β-D-galactopira-
nosil-(2→1)-β-D-xilopiranosil e indigotina-3-O-β-D-glicopiranosídeo), glico-
proteínas, , iridóides, matérias resinosas, óleo essencial (derivados do
ácido cinâmico, derivados de azulenos), resina vermelha, taninos,
terpenoides (β-sitosterol e sitosterol 3-O-β-D-glicopiranosídeo), ureídeo
(alantoína) e dioxindol-3-O-β-D-glicopiranosídeo. Nas raízes e no caule contém
compostos tóxicos: batoxina, 2,3,4,6-tetra-O-(3-nitropropanoil)-α-D-glico-

88
piranose, 6-O-(3nitropopanoil)-αβ-D-glicopiranose, 2,6,di-O-(3-nitropanoil)-
α-D-glicopiranose (coronariana) e o ácido 3-nitropropanoico. (142)

Preparo da planta:

Decocto: a raiz é utilizada como antiespasmódica, diurética, estomáquica,


febrífuga, sedativa e purgativa. Toda a planta também é utilizada como
antiblenorrágica, diurética, estomáquica, febrífuga, sedativa e para
uretrite.

Infuso: a folha é utilizada como antiespasmódica, diurética, estomáquica,


febrífuga, sedativa, purgativa e antitumoral. Popularmente, na região de
Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para hepatite. Adicione 6 galhos de
anil (com folhas) mais 3 galhos de picão-roxo (Bidens pilosa) a 2 litros de água
fervente e abafe. Deixe esfriar e vá tomando durante todo o dia.

Maceração: utilizada como antitumoral e para sarna.

Pó: as sementes e raízes secas reduzidas a pó são utilizadas como repelente


de insetos. Também é utilizado o pó das raízes junto com gengibre (Zingiber
officinale) e cânfora (Cinnamomum camphora (L.) J. Presl) para epilepsia.
Tomar 2 colheres de 3 a 4 x ao dia(100).

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: a raiz do gênero Indigosfera vem da palavra alemã Indigo, que


significa produção de pigmento azul(251). É uma planta originária das Antilhas
e América Central. No Brasil, no passado, foi introduzida e cultivada em
grande escala para a extração do corante anil natural, utilizado na indústria
têxtil. Na década de 80 este corante foi substituído pelo anil produzido
artificialmente(207). Artesanalmente, este pigmento é extraído através do
cozimento das folhas. Quando o macerado fica verde, coa-se e acrescentra-se
soda ou carvão para alcalinizar.

89
11 – Arnica-de-jardim, arnica-da-horta, arnica-de-
casa

Família: Asteraceae.

Nome científico: Solidago chilensis


Meyen

Descrição: subarbusto, ereto, perene,


não ramificado, em forma de touceira,
rizomatoso, levemente aromático, me-
dindo de 80 a 120 cm de altura. Folhas
simples, alternas, espiraladas, elípticas,
inteiras, membranaceas, quase sés-
seis, áspera, medindo de 4 a 8 cm de
comprimento. Capítulos florais peque-
nos com flores amarelas reunidas em
inflorescências compostas de cachos de
cimeira escorpioides. Fruto em forma de
cipsela.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folha, flor, raiz ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anti-inflamatória, adstringente, amarga,


sedativa, antipirética (febrífuga), para angina pectoris, litagoga,
gastroprotetora (raiz), para doenças no estômago, derrames sanguíneos,
cólicas, dores de barriga, diarreia e gripe. Em estudo em camundongos teve
atividade antinociceptiva, anti-inflamatória e hipolocomotor. O rizoma é
utilizado como diurético, aperiente e anti-helmíntico. A raiz também é
utilizada para dor de cabeça, sedativa, digestiva e diurética. Em um estudo
foi comprovada a eficácia do extrato da arnica como antitumoral reduzindo
até 50% a sobrevivência das células tumorais(76).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


pneumonia e cólica menstrual.

90
Uso externo: utilizada como antimicrobiana – extrato da raiz (combate
Bacillus subtilis, Candida albicans, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae,
Pseudomonas aeruginosa, Saccharomyces cerevisiae, Salmonella setubal,
Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis), cicatrizante, afecções
da pele (ferimentos, escoriações, queimaduras) fraturas, traumatismo e
contusões, para bico-de-papagaio, esporão, é vulnerária (varizes),
antisséptica e banhos para reumatismo, dores na região lombar e tendinite.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


picada de insetos, aranhas e taturanas, para dor, torcicolo, torção, pancadas,
desinfecção e fratura de ossos (quebraduras).

Contraindicações: o uso tópico pode causar dermatite de contato.

Toxicidade: é considerada tóxica, portanto deve-se ter cuidado no uso oral.


A dose terapêutica é muito próxima da letal. Necessita de acompanhamento
médico.

Constituição química: partes aéreas: ácido quínico, diterpenos (inulina,


rutina, solidagenona, solidagolactona e derivados do solidagolactol),
flavonóides (quercitrina, rutina), óleo essencial, ramnosídeos, resinas,
saponinas, sesquiterpenos, taninos. Raízes: ácidos orgânicos (cafeico,
clorogênico e hidrocinâmico e seus derivados) e diterpenos
(desoxissoledagenona, solidagenona, solidagolactona o outroa derivados do
solidagolactol). Flores: acetofenona e carotenoide.

Preparo da planta:

Compressa: utilizada para traumatismos, dores articulares e contusões.


Embebecer um pedaço de pano em tintura feita com a inflorescência (200g
das flores secas para 800 ml de álcool a 70%. Deixe curtir por 7 dias) ou
macerada em álcool de suas folhas e rizomas. A compressa também pode ser
feita do chá de sua inflorescência. Adicione 1 colher de sopa de flores picadas
para 1 xícara de água fervente. Abafe por 10 minutos e logo após aplique no
local afetado.

Compressa composta: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta


planta é utilizada para artrite (junta), pancadas, deslocamento da coluna
e torcicolor, pancadas, contusões e quebraduras. Primeiro faça um decocto.
Adicione 5 g das folhas das ponterias picadas da arnica-de-casa (Solidago
chilensis), 5 g dos galhos e folhas picados da arnica-do-campo (Chionolaena
capitata), 5 g da raiz picada de guiné-cruzeiro (Amaioua intermedia Mart. ex
Schult & Schult.f.) e 5 flores picadas da trombeta / saia-branca (Brugmansia
arborea (L.) Lagerh.) a 1,5 L de água e deixe ferver por 9 minutos. Após
amornar, aplique a compressa no local afetado 2 x ao dia.

91
Decocto: as raízes são utilizadas como anti-inflamatórias.

Garrafada: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para picada de insetos, aranhas e taturanas. Adicionar folhas ou
flores de arnica, 1 galho de arruda (Ruta graveolens), 1 pedra de cânfora e 1
lasca de fumo de corda. Deixar curtir 7 dias em 1 litro de álcool 70%. Após
este período aplicar na pele. Existe uma outra receita de álcool com ervas para
pancadas, torções, desinfecção e mordidas de bichos. Adicione tudo picado
em 2 litros de álcool (98,2º) 1 folha de fumo (Nicotina tabacum L.), 2 galhos de
folhas de arnica-de-jardim (Solidago chilensis), 2 folhas de erva-baleeira
(Varronia curassavica), 1 colher de sopa de flores de camomila (Chamomilla
recutita), 1 colher de sopa de flores de calêndula (Calendula officinalis), 2
folhas de bálsamo (Sedum dendroideum), 7 ramos de lavanda (Lavandula
dentata), 50 cm da folha de babosa (Aloe vera) sem espinhos, 1 parte aérea
(folhas e galhos) de mentrasto (Ageratum conizoides), 1 folha de confrei
(Symphytum officinale), 2 folhas de maravilha-curativa (Mirabilis jalapa), 2 a
3 folhas de mirra (Tetradenia riparia), 1 colher de sopa das folhas de guiné
(Petiveria alliacea), 1 haste grande de cavalinha (Equisetum hyemale), 8 folhas
de terramicina (Alternanthera brasiliana) e 1 caroço de abacate (Persea
americana) ralado. Deixe macerar por 30 dias e depois coloque um pouco
deste álcool na água (para diluir), molhe um pano limpo e aplique no local
afetado.

Gel: utilizado para lesões superficiais da pele. Adicione 1,5 ml da tintura das
partes aéreas de arnica-de-jardim e 1,5 ml da tintura da flor de calândula
(Calendula officinalis) a 30 g de uma base gel. Misture até ficar homogênea e
aplicar na área lesionada 3 x ao dia.(205)

Infuso: as folhas e flores são utilizadas como anti-inflamatórias.


Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para
pneumonia. Adicione 1 ponta do galho (de folhas) a 400 ml (2 xícaras de chá)
de água fervente, 1 pitada de sal e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1
xícara 2 x ao dia. Também é utilizada para pancadas e fratura de ossos.
Adicione de 5 a 6 folhas rasuradas a ½ litro de água fervente mais 1 pitada de
sal e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1 xícara de chá de manhã e
outra antes de dormir. Para cólica menstrual adicione de 5 a 10 folhas a ½
litro de água fervente e abafe. Vá bebendo este conteúdo durante o dia.

Tintura: utilizada para contusões e traumatismos. Adicionar 30 g da planta


em 1 litro de álcool, macerar e deixar descansar por 7 dias. Após este período
friccionar no local a ser tratado. Também é utilizada para bico-de-papagaio e
esporão. Adicione 10 ml em 90 g de valelina sólida. Aplicar no local até 6 x ao
dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para
dor, torcicolo e pancadas. Adicione 3 inflorescências maduras (com as flores
abertas) e 1 pedra de cânfora a 600 ml de álcool. Deixe curtir por 1 semana,
e aplique externamente no local a ser tratado. Outra maneira de ser feita é
92
adicionar 1 inflorescência (pendão floral) a 1 litro de álcool. Deixe curtir por 1
mês e aplique no local afetado.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: o floral desta planta busca na alma as informações e assuntos


pendentes que precisam ser concluídos. Atua no nível emocional e
instintivo(235). Esta planta atua sobre o chacra sacral (2º) e base (1º) e, tem
polaridade masculina e está ligada aos elementos (terra e água).

Curiosidades: esta espécie é nativa da América do Sul e é encontrada no


Chile, Paraguai, Uruguai, Peru, Argentina e em nosso país(76). Considerada
erva invasora, esta arnica, popularmente é confundida com outras espécies
de mesmo nome popular, e principalmente com a arnica-verdadeira (Arnica
montana), que é uma espécie europeia que é de difícil cultivo em nosso país.
O gênero de seu nome “Solidago” foi criado pelo botânico Linneu, que significa
solidando vulnera, ou seja, “cicatriza feridas”, já “chilensis” se refere ao Chile,
onde este vegetal é encontrado em abundância. Os nativos brasileiros a
chamavam de Mbuyboty ybám, que significa “espigas de flores pequenas cor
de ouro”.

93
12 – Arnica-do-planalto, arnica-do-campo

Família: Asteraceae.

Nome científico: Chionolaena


capitata (Baker) Freire

Descrição: subarbusto, lenhoso,


rupícola, com tronco de casca lisa e
castanha, mendindo de 30 a 50 cm de
altura. Folhas lanceoladas, membraná-
ceas, espiraladas, concolores verdes,
opaca nas duas faces e com a face
inferior (abaxial) cinérea. Flores brancas
agrupadas em capítulos terminais.

Partes utilizadas: parte aérea


(galhos, folhas e flores).

Indicações:

Uso interno: popularmente, na região


de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para pneumonia.

Uso externo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para pancadas, torções, contusões e quebraduras.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

Preparo da planta:

Compressa composta: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta


planta é utilizada para artrite (junta), pancadas, deslocamento da coluna
e torcicolor, pancadas, contusões e quebraduras. Primeiro faça um decocto.
Adicione 5 g das folhas das ponterias picadas da arnica-de-casa (Solidago
chilensis), 5 g dos galhos e folhas picados da arnica-do-campo (Chionolaena
capitata), 5 g da raiz picada de guiné-cruzeiro (Amaioua intermedia Mart. ex
Schult & Schult.f.) e 5 flores picadas da trombeta / saia-branca (Brugmansia

94
arborea (L.) Lagerh.) a 1,5 L de água e deixe ferver por 9 minutos. Após
amornar, aplique a compressa no local afetado 2 x ao dia.

Creme ou gel: utilizado para dores agudas e pós-trauma (contusões e


lesões fechadas). Adicione 3 ml de tintura das partes áereas da arnica-do-
campo e 3 ml da tintura das folhas de erva-baleeira (Varronia curassavica) a
30 g de uma base creme ou gel. Aplique 3 x ao dia no local afetado.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para pneumonia. Adicione 50 g de galhos, folhas e flores para 1 litro de água
fervente. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para pancadas e torções. Adicione 100 g de galhos, folhas e flores
para 1 litro de álcool. Deixar descansar em vidro escuro por 5 dias, e logo após
este período coar. Tomar 30 gotas 3 x ao dia.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta


planta é utilizada em um xarope composto para bronquite, tosse e gripe.
Adicione 100 g do poejo-do-campo (Hesperozygis myrtoides), 3 folhas de
sálvia-do-campo (Lepechinia speciosa), 50 g de arnica-do-campo (Chinolaena
capitata) e 100 g de carobinha-do-campo (Jacaranda sp.), 100 g da raiz de
japecanga (Smilax japicanga), 5 litros de água e 3 kg de açúcar e mexa até
engrossar e ficar no ponto de xarope. Após este período deixe esfriar e coe.
Tomar 1 colher de sopa 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra base (1º), no nível físico, tem polaridade
masculina e está ligada ao elemento terra.

Curiosidades: na região, esta planta é encontrada nos campos de altitude,


ou seja, áreas acima de 1.600 m de altitude. Entretanto este gênero também
é descrito para o bioma Cerrado(34).

95
13 - Arruda

Família: Rutaceae;

Nome científico: Ruta graveolens L.

Descrição: subarbusto perene, rizo-


mático, ereto, lenhoso na parte inferior e
pouco ramificado. Folhas compostas,
pinadas, com folíolo muito aromático,
glabra, verde-azulada com menos de 1
cm de comprimento. Flores pequenas e
amarelas em forma de corimbos termi-
nais.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas, flores,


caule ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anti-helmíntica (vermífuga), regula a


mentruação, é emenagoga, febrífuga, abortiva, combate afeções hepáticas,
febre, tosse, gripe, resfriado, pneumonia, bronquite, dor de cabeça, dor
abdominal, cólica menstrual, menopausa, diarreia, hemostática, afecções
cardíacas, hipertensão, ansiedade, taquicardia, aumenta a resistência dos
vasos sanguíneos, é estimulante, é antiespasmódica, dor estomacal,
congestão, dispepsia, intoxicação e para epilepsia, dor de dente e de ouvido
(otite) e sinusite.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada no


período pós-parto (resguardo), para amenorreia (ausência de menstruação),
dor de cabeça, como depurativa do sangue e para prevenir infarto e derrame.

Uso externo: utilizada para câimbra, sífilis, inflamação na pele, micose,


coceira, abcessos, sarna e piolho (pediculose), hemorroidas, afeções
oculares (conjuntivite), cicatrizante (fraturas, contusões, torsões e
distensões) varizes, flebite (inflamação de uma veia), reumatismo, picada de
cobra e como repelente de insetos. Em um estudo o extrato etanólico foi
96
eficaz sobre o Culex pipiens(108), já o extrato aquoso a 5% foi eficaz no controle
da praga Diabrotica speciosa Germar (Coleoptera: Chrysomelidae) (32,5% de
mortandade)(22).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


ferimentos e limpeza dos olhos.

Contraindicação: não deve ser usada na gravidez devido ao seu efeito


emenagogo e abortivo (evitar associar com medicamentos anticoncepcionais).
Pode causar fotodermatite se usada no sol, irritação da mucosa bucal, baixar
a pressão arterial (hipotensor), provoca distúrbio do sono, melancolia, glossite
e espasmos musculares (involuntários).

Toxicidade: cuidado com as dosagens, pois fora do recomendado na


literatura especializada pode ter ação tóxica no últero, provocando
hemorragia, chegando ao óbito. Também pode trazer problemas para a pele
quando utilizadas as furanocumarias quando exposta ao sol, trazendo
queimaduras. Em altas doses também pode provocar hiperemia dos órgãos
respiratórios, vômito, gastroenterite, salivação e edema na língua e
insuficiência renal.

Constituição química: alcalóides (arborinina, α-fagarina graveolina,


graveolinina e rutamina), álcoois, éster, fenóis, flavonoides (quercetina e
rutina), furanocumarínas (bergapteno, escopoletina, pangelina, psoraleno,
umbeliferona e xantonina) e skimmianina), óleo essencial (acetato de 2-
nonilo, dimetilnonilcarbinol, limoneno, metilnonil, metilepitipilcetonas, α e β-
pineno), terpenoides e taninos.

Preparo da planta:

Cachaça: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para quando a mulher estiver de resguardo (após o parto) até o
sétimo dia. Adicione 3 galhos em uma xicara de chá de cachaça e deixe ferver
2 minutos. Após esfriar acrescente 1 colher de sopa (rasa) de açúcar. Tomar
3 colheres de sopa, 2 x ao dia (de manhã e a noite).

Cataplasma: utilizado parra varizes e flebite.

Compressa: utilizada para sarna. Acrescentar 20 g de arruda para 1 litro de


água, embeber em algodão e aplicar na área a ser tratada.

Decocto: utilizado para lavar os olhos com conjuntivite. Utilizar 100g da


planta fresca em 500 ml de água.

Garrafada: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para ferimentos externos. Adiciona-se 4 folhas de arruda, 3 galhos

97
pequenos de alecrim (Rosmarinus officinalis), um punhado de macelinha
canforada (Chamaemelum nobile), 2 folhas grandes de tanchagem (Plantago
major), 3 dentes de alho roxo, 1 lasca de fumo de rolo a uma garrafa com
álcool 70%. Deixar curtir por 7 dias e aplicar no local ferido.

Infuso: é utilizado para limpeza de feridas e sarnas. Também pode-se


esmagar as folhas e colocar no ferimento. Também é mencionada para
regulação da menstruação, dor de dente, febre, câimbra, afecções do
fígado, anti-helmíntica e como abortiva. Para menstruação, por infusão,
colocar uma colher de café de folhas picadas em uma xícara de chá (150ml).
Tomar no máximo 2 doses por dia. Para tratar piolho, fazer um chá forte.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
amonorreia (mentruação desregulada). Adicione 2 galinhos para 1 litro de
água fervente e abafe. Tomar 1 xícara somente e observar. Tomar cuidado pois
a arruda é abortífera. Para dor de cabeça, como depurativa do sangue e
prevenir infarto e derrame, adicione 6 galhos pequenos para ½ litro de água
de água fervente e abafe. Tomar este volume durante o dia. Existe uma outra
receita para dor de cabeça onde são utilizados 3 brotos (pontas de folhas
jovens) para 1 xícara de chá e tomada esta dose 3 x ao dia.

Lavagem dos olhos: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta


planta é utilizada para limpeza dos olhos. Adicione em um vasilhame o
volume de 2 xícaras de chá (300 ml) de água e 2 galhos de arruda. Deixe no
sereno uma noite até o dia seguinte. Pela manhã lave os olhos com os
galinhos. Se tiver muito inflamado, antes de voltar com o galho na água do
vasilhame lave o galho. Faça este procedimento 3 x ao dia por 3 dias
consecutivos.

Loção capilar: utilizada para piolho. Adicione 2 ml da tintura das folhas de


arruda, 2 ml da tintura das folhas de boldo (Plectranthus barbatus) e 2 ml da
tintura das folhas de melão-de-são-caetano (Momordica charantia) a 100 ml
de uma base loção capilar. Misture até ficar homogênea e aplique a noite no
couro cabeludo. Abade com um pano fino (tipo frauda) e pela manhã lave a
cabeça e passe um pente fino. Evite exposição ao sol pois pode causar
fotodermatite. Faça este procedimento duranter 5 dias. (205)

Maceração: é indicada para amenorreia (distúrbio na menstruação). Colocar


de 4 a 6 folhas frescas ou de 2 a 3 folhas secas numa xícara de chá (150ml)
de água fria por no mínimo 1 hora e no máximo 12 horas. Tomar duas vezes
ao dia quando estiver acometida com o problema citado acima.

Óleo: utilizado como vermífugo. A primeira receita leva 10g de folhas secas
maceradas em 200g de azeite. O óleo deve ficar descansando por 1 semana ao
sol. Após este período coar e aplicar no abdômen. Já a segunda, deve ferver
20g da planta em 1 litro de azeite. Toma-se de 2 a 3 colheres de chá por dia.
Também é utilizado para dor de ouvido. Aqueça em banho-maria 1 colher de

98
sobremesa da planta picada em ½ xícara (100 ml) de óleo vegetal por 10
minutos após a água do banho-maria começar a ferver. Tampe e deixe esfriar
no próprio recipiente em banho-maria. Coe e aplique 1 gota no ouvido por até
3 x ao dia. Lave o ouvido com soro fisiológico na temperatura corporal (37ºC)
entre as aplicações.

Pó: utilizado para tratar piolho. Aplicar no couro cabeludo.

Sabão: utilizado para tratar piolhos e lêndias. Pode-se misturar com


carqueja (Baccharis trimera), losna (Artemisia absinthium) e fumo (Nicotiana
tabacum) para potencializar.

Sumo: utilizado para aliviar dor de ouvido. Misturam-se 3 gotas do sumo


com 1 gota de álcool. Colocam-se 2 gotas no ouvido com problema.

Tintura: utilizada para hipertensão e elasticidade da artéria aórtica do


coração. Tomar de 5 a 10 gotas 3 vezes ao dia, antes das principais refeições.
Também é utilizada contra sarna na proporção de 1 copo da planta para um
litro de álcool.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xampu: utilizado para piolho. Raspe ½ barra de sabão de coco e coloque em


água fervente até derreter. Adicione 1 maço picado de arruda, 15 folhas
picadas de boldo (Plectranthus barbatus), 20 folhas picadas de melão-de-são-
caetano (Momordica charantia), 1 copo de água fria a um liquidificador e bata.
Logo após coe e misture o líquido com o sabão até ficar homogêneo e guarde
em um vidro com tampa. Aplique o xampu no cabelo e espere 1 h para lavar.
Faça este procedimento por 8 dias seguidos e repita 1 x por semana para
manutenção.(205)

Fitoconexão: o floral desta planta ativa o fogo interior, queima e limpa a


aura humana de seres do astral inferior e dejetos. Promove a ligação da aura
com o elemento fogo, dinamiza a Kundalini e desenvolve o lado espiritual (235).
Atua sobre o chacra do plexo solar (3º), no nível emocional e tem polaridade
masculina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: seu nome tem origem no latim onde Ruta vem de rus, que
significa “fluxo de sangue” e graveolens vem de “cheiro forte”. É historicamente
utilizada na Europa, África e no Brasil como planta mágica, de proteção para
adultos e principalmente crianças, contra mau-olhado (quebranto), doenças,
realização de sonhos e desejos e amuleto para atrair boa sorte. É uma erva de
benzedura e para trazer felicidade(225).

99
1
14 – Artemísia

Família: Asteraceae.

Nome científico: Artemisia vulgaris L.

Descrição: erva perene, ereta, rizomá-


tica, pouco ramificada, com forte aroma
semelhante a losna, medindo de 30 a 60
cm de altura. Folhas compostas, pina-
partidas, membranáceas, com a face
superior verde e a inferior prateada, me-
dindo de 6 a 16 cm de comprimento.
Flores pouco vistosas, esbranquiçadas,
em forma de capítulos pequenos distri-
buídos em panículas terminais.

Partes utilizadas: folha, raiz ou toda


a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como analgésica,


antiespamódica, anticonvulsivante, como aperiente (para anorexia), para
gastrite, adstringente, tônica, excitante, eupéptica, colerética, colagoga,
emenagoga, distúrbios ginecológicos (medicina chinesa e ayurvédica),
problemas uterinos, astenia (fadiga física), reumatismo, febre, metrorragias
de sangue escuro, crônicas e fluidas, anemia, depressão leve, vulnerária,
expectorante, dispepsias atônicas, amenorréia e infertilidade (medicina
chinesa) e anti-helmíntica (vermífuga). Também é utilizada para cólicas
intestinais e menstruais, melhora da digestão, estimulante da circulação
sanguínea, para malária, gripe, problemas nos rins, dor de cabeça, dor de
barriga, diarreia, nervosismo, abortífera e para dentição nova.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


cólica menstrual, candidíase, leucorreia e problemas no ovário e útero.

Uso externo: utilizada como antisséptica, para escaras, feridas, piolhos e


lêndeas, icterícia, dores nas pernas, reumatismo e para coagular o sangue.

Contraindicações: não deve ser utilizada por gestantes e lactantes devido


a seu efeito emenagogo. Pode provocar úlceras gastrointestinais, cólon
irritável e epilepsia. Não deve ser utilizada por crianças. Deve-se ter cautela
100
ao associar com medicamentos anti-inflamatórios não-esteroidais, anti-
coagulantes e corticoides.

Toxicidade: acima de pequenas doses tem efeito tóxico. A tujona (princípio


ativo) pode ser toxica para o Sistema Nervoso Central (SNC) causando
convulsões, psicoexcitação e tremores. Pode também provocar alergias.

Constituição química: alcaloides, artemisina, artemisinina, cumarínas


(esculetina, umbeliferona), fitosterois, lactonas sesquiterpênicas
(santonina), óleos essenciais (α-cadinol, cânfora, cineol, espatulenol, α-
humuleno, isoborneol, limoneno, linalol e α e β-tuiona), fitoesteróides
(estigmasterol e sitosterol), flavonoides (apigenina, caempferol, diosmetina,
eupafolinea, isorramnetosídeo, quercetosídeo, rutosídeo, luteolina),
pigmentos (carotenoides), poliacetilenos, resinas, saponina, substâncias
amargas (absintina e artabsina), substâncias fenólicas, terpenoides
(borneol, cânfora, cariofileno, p-cimeno, cineol, fenchona, geraniol, β-pineno,
4-terpinenol, α-terpineol) e taninos.

Preparo da planta:

Banho: utilizado para inchaço e dores no útero. Embeber um algodão com


caldo da planta crua. Aplicar no local 2 vezes ao dia. Popularmente, na região
de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para candidíase, leucorreia e
problemas no ovário e útero. Primeiro faça um chá. Adicione 2 colheres de
sopa das folhas picadas (verde ou seca) a 1 litro de água fervente e abafe.
Quando estiver pronto, acrescente este volume em uma bacia pequena e sente
em cima para que somente o vapor suba e entre pela vagina. A água não é
para tocar no corpo. Na região tem-se o costume de primeiro higienizar a
privada e encaixar uma pequena bacia dentro e sentar no assento sanitário
para facilitar o processo.

Compressa: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para cólica menstrual. Primeiro faça um chá. Adicione 2 colheres
de sopa das folhas picadas (verde ou seca) a 1 litro de água fervente e abafe.
Quando estiver morna molhe um pano limpo e aplique na barriga. Em cima
do pano coloque uma bolsa de água quente.

Decocto: utilizado para reumatismo. Após fazer o decocto das folhas,


embebecer compressas com o líquido quente e aplicar no local. As folhas e
flores também são utilizadas como expectorante, carminativa e emanagoga.

Infuso: utilizado para cólicas intestinais, digestão e como tônica da


circulação sanguínea. Acrescenta-se uma colher de chá de folhas e
inflorescência picadas em uma xícara (chá), cerca 150ml. Ministra-se uma
porcão ½ hora antes da refeição. Também é recomendado para amenorreia e
cólicas menstruais, entretanto na dose de 1 xícara por dia durante uma
101
semana antes de começar o período menstrual. Recomendada também para
problemas no ovário, icterícia, vermes e anemia. Tomar 2 xícaras por dia.
Para distúrbios na menstruação, adicione 8 g da folha fresca para 1 xícara e
meia de chá de água fervente. Popularmente, na região de Visconde de Mauá,
esta planta é utilizada para cólica menstrual. Adicione 2 colheres de sopa
das folhas picadas (verde ou seca) a 1 litro de água fervente e abafe. Tomar 1
xícara 3 x ao dia.

Maceração: utilizado para elaboração de um extrato ácido. Adicione 2


colheres de sopa de folhas e rizomas de Artemísia picados em uma xícara de
chá de vinagre branco. Deixe macerar por 8 dias, e logo após coe e beba.
Também indicada para anemorréia (menstruação desregulada). Use 4 a 6 g
folhas frescas ou 2 a 3 g de folhas secas. Colocar em uma xícara com água
fria por algumas horas. Tomar 2 vezes ao dia.

Pó: utilizado para vermes intestinais. Tomar, de prefrência com estomago


vazio, 2 a 3 cápsulas de 500 mg com uma xícara de chá de água em
temperatura ambiente 3 x ao dia. Repetir o processo por mais 3 dias. (205)

Sumo: utilizado para reumatismo. Utilizar o sumo das folhas através de


fricção na área a ser tratada. Também é utilizada como vulnerária.

Tintura: adicione 200g da planta fresca para 800 ml de álcool e deixe curtir
por 30 dias. Tomar 5 a 30 ml por dia. Popularmente, na região de Visconde de
Mauá, esta planta é utilizada para cólica menstrual. Tomar 30 gotas antes
de ir dormir.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: o floral desta planta fortalece a consciência do corpo físico e


emocional, desperta a vontade de agir, harmoniza o pensar com o agir,
promove a manifestação das próprias ideias(235). Atua sobre o chacra sacral
(2º), no campo emocional e tem polaridade feminina e está ligada ao elemento
água.

Curiosidades: a origem da palavra é grega, e refere-se à deusa mitológica


pagã “Artemis”, protetora dos partos. Existe uma outra versão que diz que
pode ter sido homenagem a irmã e esposa do rei Mausolo, de Caria (Turquia)
que era botânica, investigadora e reinou um bom tempo depois da morte do
marido. Além do uso medicinal, esta é utilizada como repelente de traças,
protegendo roupas e livros, e na culinária. Em Visconde de Mauá, esta planta
é colhida na véspera do dia de São João, faz-se uma trouxinha e pendura-se
na porta de casa para proteção, mau-olhado, inveja, etc.

102
2
15 – Artemísia , artemijo, tanaceto

Família: Asteraceae.

Nome científico: Tanacetum


parthenium (L.) Sch. Bip.

Descrição: erva, ereta, comulmente


perene, medindo até 50 cm de altura.
Folha, composta, pinatipartida, com
folíolos membranáceos. Flores com
pétalas brancas e interior amarelo, em
pequenos capítulos reunidos em corim-
bos.

Partes utilizadas: folhas e flores.

Indicações:

Uso interno: utilizada para enxa-


queca, dor de cabeça, mal-estar
gástrico (náuseas, vômitos, dor no
estômago), para úlcera gástrica,
diarreia, emenagoga, antiespasmódica, reumatismo, câimbra, analgésica,
anti-inflamatória, anti-histamínica, antitrombótica, antitérmica,
inapetência, vermífuga, antinociceptiva (extrato), dismenorreia, para febre,
insônia, otalgias (dores de ouvido), antileucorréica e tônica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


calmante, para dor de cabeça, ralear o sangue (depurativa), como emenagoga,
descer a placenta e como abortiva.

Uso externo: utilizada para aliviar o desconforto da picada de insetos


(flores), inseticida, incômodo do pós-parto, artrite reumatóide, antisséptica
e psoríase.

Contraindicação: não é indicado para gestantes, lactantes, crianças e


adolescentes por falta de estudo. Pessoas que são alérgicas a outras espécies
da família das Asteraceae devem ter cuidado com esta planta. Potencializa a
ação dos anticoagulantes orais inibindo a agregação plaquetária. Pode
desenvolver distúrbios gástricos e ulcera bocal ao mastigar as folhas.

Toxicidade: é abortiva e pode provocar dermatite de contato.


103
Constituição química: partes aéreas: ácidos (antêmicos, cianólicos,
fenólicos e tânicos), derivados de acetilenos, flavonoides (quercetina,
apigenina, apigenin 7-glicuronídeo, luteolina, luteolina 7-glicuronídeo,
chrisoeriol, santina, jaceidina), fitosterina, lactonas sesquiterpênicas do
tipo eudesmanolídeo, germacrenolídeo e guaianolídeo (artecanina,
artemorina, balchanina, canina, costunolídeo, 10-epicanina, epóxiartemo-
rina, 1-β-hidroxiarbusculina, secotanapartenolídeo A e B), óleo essencial
(ácido ascórbico, alcanfor, angelato, farmesina, ésteres espiro-quetalenólicos,
α-pineno e derivados (acetato de bornila, acetato de crisantenila, canfeno,
cânfora, p-cimeno, germacreno)), polissacarídeos e princípios amargos.
Raiz: derivados de acerilênicos.

Preparo da planta:

Banho: faça um chá mais concentrado. Adicone 5 a 6 folhas frescas para 1


xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos, quando estiver
morna ou fria faça o banho.

Decocto: utilizado para inapetência. Adicione 15 g das folhas, folhas e raízes


picadas a 1 litro de água e ferva. Tomar de 2 a 4 xícaras de chá ao dia.

Gargarejo: faça um chá mais concentrado. Adicone 5 a 6 folhas frescas para


1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos, quando estiver
morna ou fria faça o gargarejo.

Infuso: utilizado para as indicações do uso interno. Adicone 2 a 3 folhas


frescas para 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos
beba. Tomar 1 xícara de cha 1 a 2 x ao dia. Popularmente, na região de
Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como calmante, para dor de
cabeça e ralear o sangue (depurativa). Adicione 3 folhas grandes (para adulto)
em 1 xícara de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1
xícara de chá 3 a 4 x ao dia. Existe uma outra receita que também é utilizada
para dor de cabeça, como emenagoga e para descer a placenta. Adicione 2
colheres de sobremesa das folhas e flores picadas a ½ litro de água e abafe.
Para dor de cabeça tomar de 2 a 3 xícaras ao dia, já para placenta presa tomar
até liberar.

Tintura: 30 a 50 gotas por dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do plexo solar (3º), no nível emocional,


tem polaridade feminina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: seu nome vem do grego, onde Tanacethum vem de athanasia,


que significa imortalidade, em alusão às flores duradouras da espécie. Já
parthenium foi dado pelo historiador grego Plutarco(205).

104
16 – Assa-peixe, cambará-assa-peixe

Família: Asteraceae.

Nome científico: Vernonia polyanthes


(Sreng.) Less.

Descrição: arbusto grande ou arvore-


ta, perene, ereta, pouco ramificada,
rizomática, caules pebescentes de cor
acinzentada, medindo de 1 a 3 metros de
altura. Folha simples, alterna, coriácea,
lanceolada, discolor, medindo de 10 a 24
cm de comprimento. Flores esbranqui-
çadas, atrativas para abelhas, reunidas
em capítulos pequenos distribuídos em
panículas terminais. Fruto em aquênio
em cor escura.

Partes utilizadas: folhas e raízes.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética, balsâmica, antirreumática, anti-


inflamatória, expectorante, distúrbios do aparelho respiratório
(bronquite, asma, pneumonia, tosse (béquica), gripe e resfriados), febre,
vômitos, hemoptises, abcessos internos, cálculos renais, é tônica,
carminativa (gases), para dentição nova, hipotensora (diminuição da pressão
arterial), gastroprotetora, dor de estômago, antiulcerogênica, combate a
leishmaniose (Leishmania amazonensis), antimicrobiana (Mycobacterium
tuberculosis), é antinociceptiva, elimina cálculos renais, é Emenagoga, boa
para diarreia, desinteria, derrame, obesidade, abortiva.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


para gripe, tosse, pneumonia, bronquite, asma e como expectorante.

Uso externo: utilizada para afecções da pele, hemorroidas, dores


musculares, reumatismo, para piolho e picada de cobra.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


tirar dor da picada de aranhas.

105
Contraindicações: evitar tomar a infusão depois de 17 h para não dar
insônia.

Toxicidade: não indicada na bibliografia pesquisada.

Constituição química: alcaloides, cumarinas, fitosteróis (estigmasterol),


flavonoides, glicosídeos, óleos essenciais, lactonas sesquirtepênicas
(biciclegermacreno, germacreno D, hirsutinolida e tridecapentaineno), sais
minerais, terpenoides (ácidos oleanólico e ursólicos, α-amirina,
carbenoxolona, α-humuleno e lupeol).

Preparo da planta:

Banho: é utilizado como vulnerária e para traumatismos e contusões.


Preparados com água quente de decocção das raízes.

Cataplasma: popularmente, na região de Visconde de Mauá, está planta é


utilizada para tirar dor da picada de aranha. Amasse as folhas da planta e
acrescente uma gema de ovo batida e aplique no local afetado.

Compressas: utilizada para afecções da pele, dores musculares e


reumáticas. Prepara-se a planta em pilão (amassada) na quantidade de 3
colheres de sopa frescas picadas, aplicando-a na área a ser tratada 2 vezes ao
dia com duração de 2 horas cada aplicação. Uma segunda receita indica
adicionar 1 colher de sopa a 1 xícara de chá (150 ml). Aplique sobre a área
afetada por 2 horas cada vez, 2 x ao dia.

Decocto: o cozimento de suas folhas apresenta propriedades balsâmicas,


melhorando a respiração, sendo expectorante e desobstruindo as vias
respiratórias. As raízes são indicadas como diuréticas, para tratamento de
hemoptises e abcessos internos.

Emplastro: utilizado para torsões, contusões e luxações.

Infuso: as folhas são utilizadas para cálculo renal (como diurética) e seu chá
deve ser preparado com 3 colheres de sopa de folhas frescas picadas em 1
litro de água fervente. Pode ser ingerido à vontade até as 17 h. Quando
acrescentado a mesma dosagem de folhas mencionado acima para uma xícara
de chá (150ml) é indicada para tosse noturna e bronquite, na frequência de
1 a 3 vezes ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
também é utilizada para gripe, tosse e pneumonia. Adicione 3 brotos (de
folhas) para uma xícara de chá de água fervente e abafe. A pós alguns minutos
beba. Tomar 3 x ao dia.

Infuso composto 1: utilizada para pneumonia e bronquite. Adicione 3 pontas


de assa-peixe, 4 folhas de erva-de-passarinho (Struthanthus marginatus) e 3

106
pontas floridas de bálsamo do campo (Buddleja stachyoides) em uma xícara
de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3 vezes ao dia.

Infuso composto 2: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá


é utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
à mão no momento da elaboração.

Infuso composto 3: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é feito um


cordiá com um conjunto de plantas que é utilizado para tosse, resfriado e
dor na garganta. Adicione a 250 ml de água fervente 3 g das folhas de avenca
(Adiantum raddianum), 3 g de flores de isope (Leonurus sibiricus), 3 g das
folhas de cambará assa-peixe (Vernonia polyanthes), 3 g das folhas de guaco
(Mikania glomerata), 1 pedaço do fruto de romã (Punica granatum) sem
sementes, 1 colher de sopa de mel. Abafe e deixe amornar. Tomar 1 colher de
sopa 3 x ao dia.

Maceração: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para gripe, tosse, pneumonia, bronquite e como expectorante.
Adicione 1 mão de brotos (cerca de 7) em um pilão, uma pitada de sal e soque.
Após estar bem macerado acrescente ½ xícara de chá de água morna. Tomar
este volume no máximo 3 x ao dia.

Sumo: utilizado externamente para torsões, contusões e luxações.


Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
pneumonia, gripe e como expectorante. Em 1 copo de sumo da folha
acrescente 1 gema de ovo batida. Tomar uma dose desta 3 x ao dia. Também
pode ser macetado 3 brotos (conjunto de folhas jovens) em ½ litro de água
fria. Tomar 1 colher de sopa com 1 pitada de sal de 2 a 3 x ao dia. Não beba
com o estômago vazio.

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para asma e bronquite. Tomar 10 gotas 3 x ao dia.

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Xarope: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para pneumonia, gripe e como expectorante. Adicione 3 brotos (conjunto
de folhas jovens) ou 1 raiz macetada em ½ litro de água e ferva por 20 minutos.
Deixe esfriar e acrescente mel ou açúcar mascavo e volte a colocar no fogo até
ficar no ponto de xarope.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem à mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: o floral desta planta combate as tensões sexuais daqueles que


se sentem oprimidos, assim liberando seus desejos, transformando-os em
emoções e desejos mais tranquilos(235). Atua sobre o chacra sacral (2º), no nível
físico e emocional, tem polaridade feminina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: alguns estudiosos afirmam que o nome popular desta planta


é proveniente de alguns nativos brasileiros assarem peixe em cima desta
planta, já o nome científico, o gênero Vernonia é homenagem ao botânico
inglês William Vernon, e polyanthes vem do latim e se refere “a muitas flores”.
É muito melífera, dando um sabor único ao mel que também é considerado
medicinal. O diapilol isolado do assa-peixe é comprovadamente repelente de
insetos.

108
17 – Avenca

Família: Pteridaceae.

Nome científico: Adiantum raddia-


num C. Presl.

Descrição: erva, da família das


samambaias, medindo de 30 a 40 cm de
altura. Rizoma rasteiro, muito curto,
aglomerado, revestido de escamas del-
tóides acuminadas, castanho-escuras.
Pecíolos fasciculados delgados, lustro-
sos, na base com escamas esparsas.
Lâminas deltóides, membranáceas, tri-
quatripinadas, pinas de 10 pares, contí-
guas, pínulas últimas pequenas abun-
dantes cunheiformes, nervuras flabe-
lado-furcadas, soros abundantes, pe-
quenos, indúsios reniformes, subcircu-
lares, esporos tetraédrico-globosos, es-
curinhos, sublisos.

Partes utilizadas: ramo (folhas com pecíolo) ou planta inteira.

Indicações:

Uso interno: utilizada como béquica, ligeiramente diurética (ideal para


crianças), expectorante (peitoral), boa para tosse, rouquidão, garganta
inflamada, gripe, aftas, bronquite, asma, é emenagoga, emoliente,
diaforética, balsâmica, favorece a digestão, estimula o apetite e também é
utilizada para artrite e reumatismo.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


coqueluche, bronquite, tosse, resfriado e dor de garganta.

Uso externo: utilizada para caspa e queda de cabelo.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

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Constituição química: carboidratos, compostos fenólicos (ácido gálico),
flavonoides, mucilagem, óleo essencial, princípios amargos (capilarina) e
taninos hidrolisáveis.

Preparo da planta:

Decocto: utilizado como béquico, expectorante e emenagogo. Adicione 30


g de folhas secas (com pecíolo) em 1 litro de água e coloque para ferver por 10
minutos.

Fricção: as folhas cozidas esfregadas no couro cabeludo diariamente são


indicadas para caspa e queda de cabelo.

Infuso: utilizado como expectorante, para problemas das vias


respiratórias, béquico e emenagogo. Adicione 1 xícara de cafezinho de
folhas frescas a 1 litro de água e abafe. Tomar 1 xícara 3 a 4 x ao dia.
Expecificamente para tosses e para inflamação na garganta adicione 1 a 2
colheres de sobremesa da planta picada em uma xícara de chá de água
fervente. Após esfriar, coar e fazer o gargarejo até 6 x ao dia. Popularmente na
região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para coqueluche. Adicione
1 ramo em 1 xícara de água fervente e abafe. Deixe esfria e beba. Tomar 1
xícara 3 x ao dia. Existe uma outra receita para tosse, bronquite e
coqueluche. Adicione 3 ramos de folhas picadas para ½ litro de água fervente
e abafe. Tomar este conteúdo morno durante o dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é feito um


cordiá com um conjunto de plantas que é utilizado para tosse, resfriado e
dor na garganta. Adicione a 250 ml de água fervente 3 g das folhas de avenca
(Adiantum raddianum), 3 g de flores de isope (Leonurus sibiricus), 3 g das
folhas de cambará assa-peixe (Vernonia polyanthes), 3 g das folhas de guaco
(Mikania glomerata), 1 pedaço do fruto de romã (Punica granatum) sem
sementes, 1 colher de sopa de mel. Abafe e deixe amornar. Tomar 1 colher de
sopa 3 x ao dia.

Tintura: utilizada como expectorante, problemas das vias respiratórias,


béquica e emenagoga. Tomar uma colher de sopa a cada 8 horas.

Fitoconexão: esta planta aumenta a eficiência de qualquer composto


fitoenergético. Acelera os tratamentos físicos, a corrente sanguínea, o
metabolismo e melhora a imunidade em geral. Libera também sentimentos
reprimidos que estão impedindo o desenvolvimento do ser. Purifica os
pulmões e a garganta. Atua do chacra base a garganta (1º ao 5º), no campo
mental e tem polaridade masculina(95). Esta planta está ligada aos 5 elementos
(terra, água, fogo, ar e éter).

110
Curiosidades: o seu nome científico Adiantum vem do grego, adiantos, que
significa “que não se molha”, pois suas folhas quando mergulhadas em água
permanecem secas e as gotas de chuva deslizam sobre elas sem a molhar. Foi
muito admirada no passado, que no século XVII, Pierre Formius a considerava
como o “segundo ouro” pois achavam que servia para todas as mazelas do
pulmão, entretanto não é verdade. Popularizou-se na França no século XVIII
quando foi inventada uma bebida chamada de bavareoise a base de avenca,
leite, açúcar e chá.

111
18 – Babosa

Família: Asphodelaceae.

Nome científico: Aloe vera (L.) Burm.


f.

Descrição: erva, suculenta, medindo


até 1 metro de altura. Folha alterna,
lanceolada, suculenta, agudas, verde-
glaucas, com manchas esbranquiçadas
quando jovens, medindo de 15 cm a 60
cm de comprimento e cerca de 7 cm na
base na face superior e 10 cm na face
inferior, quando adultas. Os bordos
foliares são dentado-espinhosos, apre-
sentando acúleos esbranquiçados pe-
quenos, perpendiculares à lâmina. As
folhas apresentam-se em forma de ro-
seta presas a um caule curto. No interior
de suas folhas está presente o gel
mucilaginoso que é utilizado na
medicina popular. As flores são amarela-
esverdeada, tubulares, dispostas em racemo terminais, simples ou
ramificadas, chegando a atingir 1 metro de altura. Fruto ovoide oblongo com
sementes aladas.

A Aloe vera é uma das 12 plantas indicadas como fitoterápico


atualmente na Relação Nacional de Medicamentos (RENAME) do Ministério da
Saúde, na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS
(RENISUS), na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019) e na 1ª edição do
Memento Fitoterápico da Farmacopéia Brasileira (2016).

Na região existe uma outra espécie utilizada para os mesmos fins


medicinais, a Aloe arborecens Mill., de porte subarbustivo e cuja as flores de
sua inlflorescência são vermelhas. Esta espécie é muito semelhante a Aloe
vera e é a mais empregada nas preparações da medicina popular depois da
espécie aqui descrita(124).

Partes utilizadas: folhas.

112
Indicações:

Uso interno: utilizada como estomáquica, digestiva, tônico intestinal,


laxante, imunoestimulante, anti-inflamatória, antiviral, antioxidante,
antiulcerogênica, antitumoral, combate a diabetes (tipo 1 e 2 – extrato
aquoso sem o gel), hiperglicemiante (gel), é imunomoduladora, vulnerária,
vermífuga, combate a leishmaniose (mucilagem), herpes genital, estomatite
(aftas na boca - viral), dor de barriga, gastrite, coqueluche, bronquite, gripe,
depurativa do sangue e problemas renais. A resina em baixíssimas doses tem
ação colerética, colagoga, laxante suave(205).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


câncer e gripe.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, emoliente (em psoríase,


eczemas, dermatites, seborreias, furúnculos, hemorroidas e fissuras
anais), antimicrobiana, antifúngica, é eficiente para queimaduras térmicas
de 1º e 2º graus, auxilia na recuperação de lesões provocadas pela radiação,
dores reumáticas, afecções superficiais da pele, acne, caspa, calvicie,
piolhos, carrapatos, infestações por oxiúros, contusões e entorses, e como
antisséptica, anti-inflamatória, para úlcera oral, antipruriginosa e
problemas na coluna. No Memento Fitoterápico da Farmacopéia Brasileira
(2016) o gel mucilaginoso é indicado para queimaduras de 1º e 2º graus e
como cicatrizante. Também é citado que em estudo in vivo foi comprovada a
eficiência para prevenção da isquemia dérmica progressiva causada por
queimaduras, ulcerações causadas pelo frio; queimadura elétrica e abuso
de drogas por via intra-arterial. Atua como inibidor da síntese de
tromboxano A2, um mediador do dano tecidual progressivo. O gel fresco
de aloe reduziu significativamente a inflamação aguda em ratos. Cita também
que em ensaios clínicos o gel de aloe combinado com tretinoína foi
significativamente eficiente no tratamento de acne, que o gel fresco tem sido
eficiente no tatamento de queimaduras por radiação, cicatrização de
úlceras, reepitelizante da pele, diminuição da dor do pós-operatório para
hemorroidectomia aberta.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


cicatrizante para queimaduras e ferimentos, para proteção da pele e do cabelo
(hidratante), para herpes, inflamações, coceira e picada de insetos (abelhas,
marimbondos e mosquitos).

Contraindicações: o uso interno da resina / látex deve ser evitado por


crianças, gestantes (provoca contração uterina) e lactantes (pode causar efeito
laxativo na criança). Também é desaconselhável para pessoas com varizes,
afecções renais, diverticulite, enterocolite, prostratite, apendicite, colite,
cistite, disenterias, síndrome do cólon irritável e menstruação profusas. Pode
provocar cólicas e dermatite de contato. Seu uso é incompatível com
113
heterosídeos cardiotônicos e corticosteroides, com tanino, ferro, fenol, timol e
mentol. O uso interno prolongado pode provocar hipocalcemia e o
aparecimento de hemorroidas. No Memento Fitoterápico da Farmacopéia
Brasileira (2016) o gel mucilaginoso não é indicado para pacientes com
hipersensibilidade aos componentes do fitoterápico e, em casos de alergia
conhecida às plantas da família Asphodelaceae.

Toxicidade: os compostos antraquinônicos são tóxicos quando ingeridos em


doses elevadas podendo causar nefrite aguda (especialmente em crianças),
retenção de água, desmaio, hipotensão, hipotermia e é abortiva, por isto é
desaconselhável o uso da casca (resina) por via oral sem que seja manipulado
em farmácia e receitado pelo médico. Somente 8g de pó pode causar
intoxicação aguda, desmaios, hipotensão, hipotermia, e levar ao óbito. O uso
prolongado pode deixar as unhas dos pés roxas, já o sumo das folhas pode
aumentar o risco de hepatite. O Memento fitoterápico cita que o gel, quando
utilizado externamente, pode causar dermatite de contato e queimação, caso
haja na sua composição antraquinonas.

Constituição química: gel: ácidos orgânicos (hexurônico,


peteroilglutânico, glucorônico), ácido salicílico, aminoácidos (alanina,
arginina, ácido aspártico, ácido glutâmico, glicina, histidina, hidroxiprolina,
isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, prolina, treonina, tirosina
e valina), enzimas (aliinase, amilase, catalase, celulase, carboxipeptidase, e
oxidase), esteróis (campesterol e β-sitosterol), flavonoides (hidroxiflavonas,
hidroxicromonas), galactose (A), glicosídeos antraquinônicos (aloínas A e B
- purgativas), lipídios, metilantraquinona (ácido crisofânico), mucilagem
(água e polissacarídeos (acemanana, glucomanana, hemiceluloses, derivados
de manose e pectinas)), óleo essencial, oxalato de cálcio, polissacarídeos
(aloeferon, manose e derivados), proteínas, resinas, sais minerais (Ca, P, K,
Fe, Na, Mg, Mn, Cu, Cr, Zn e Al), saponinas, taninos, triterpenos (lupeol),
vitaminas hidrossolúveis (ácido fólico, tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina
(B3) e ácido ascórbico (C)), vitaminas lipossolúveis (A e E). Látex / resina:
derivados hidroxiantracênicos (aloínas (barbaloína e isobarbaloína), 5-
hidroxialoína A, aloe-emodina, crisofanol), compostos fenólicos, cromonas
(aloeresinas A, B, C e isoaloeresina). A resina da parte externa da folha contém
antraquinonas (aloé-emodina), antronas e seus glicosídeos. (205)

Obs: o uso da mucilagem deve ser sempre fresco, pois quando armazenada
parte dos princípios ativos se deterioram. (205)

Preparo da planta:

Banho: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para proteção da pele e do cabelo (hidratação). Corte uma folha no meio
(sentido longitudional) e aplique diretamente o gel no rosto, braços ou no
cabelo. Deixe um tempo a babosa agir e depois lave a área aplicada.

114
Batida: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para câncer. Pegue 50 cm da folha, retire os espinhos, coloque no
liquidificador e adicione 1 copo de cachaça e 1 copo de mel. Bata e beba.
Tomar 1 colher de sopa 3 x ao dia. Também é utilizada para gripe. Amorne 2
colheres de sopa de mel e acrescente 2 colheres de sopa do gel, bata na mão
e beba. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao dia.

Cataplasma: utilizada em feridas da pele, furúnculos, panarisso, urticária


e para retirar bernes. Utiliza-se pedaços da folha fresca. Aplicar o gel no local
desejado por 20 minutos, em seguida lavar com água limpa. Frequência: 4 a
5 vezes ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para cicatrização de queimaduras e ferimentos. Coloque o gel
diretamente em contato com a área afetada. Quando o gel esquentar trocar.
Fazer este procedimento 4 x ao dia.

Creme: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para queimaduras, inflamações, herpes e coceira. Para 250 g de uma base
(em Mauá é usada o creme de palma) adicione 20 g de cera de abelha, 50 cm
da folha de babosa (do gel) e bata tudo no liquidificador até fazer uma espuma.
Colocar este material em banho maria e acrescentar 30 gotas de própolis
(como conservante). Após ficar homogêneo deixe esfriar e acondicione em um
frasco limpo com tampa. Aplicar diretamente na área afetada.

Exrato alcoólico: as folhas (sem o gel) são utilizadas para diabetes.(120)

Gel liofilizado: utilizado para psoríase. Adicione 10% de gel em uma base
neutra. Aplicar 2 x ao dia até a cicatrização total. Após a aplicação, lavar e
secar bem.(205)

Pomada: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para queimaduras e picada de insetos (abelhas, marimbondos e
mosquitos). Adicione em uma panela tudo lavado, seco e picado: 2 folhas de
babosa, 10 folhas de tanchagem (Plantago australis ou Plantago major), 2
folhas de confrei (Symphytum officinale), 2 flores de calêndula (Calendula
officinalis), 10 folhas de terramicina (Alternanthera brasiliana) e 3 ramos de
picão-roxo (Bidens pilosa). Acrescente 300 g de gordura de porco (macho),
ligue o fogo e mexa e vá amassando até secar as folhas. Ainda quente coe e
acrecente 50 g de cera de abelha e 30 ml de própolis e volte amexer até ficar
homogênea. Para que não fique com cheiro da gordura deixe esfriar sem
tampa em um recipiente com um pano por cima. Quando sair o cheiro, tampe.

Resina: a mucilagem, quando colocada para secar ao sol por 1 a 2 dias para
retirada de toda a água, forma uma resina (aloé). Deve ser pendurada com a
parte cortada (base da folha) para baixo. Também pode ser secada ao fogo.
Quando estiver bem seco pulverizar. A resina é misturada na proporção de
somente 0,1 a 0,2 g de pó com água e açúcar, tem efeito laxante.

115
Sumo: utilizado diretamente sobre queimaduras e feridas superficiais.
Corta-se a folha, retira-se a casca e aplica-se o gel mucilaginoso diretamente
no que quer tratar. Pode ser aplicado também no couro cabeludo contra
caspa, seborreia e queda de cabelo.

Supositório: utilizado para hemorroidas inflamadas. Deve ser aplicado em


pedaços da parte interna da folha diretamente no anus (sem a casca). Para
facilitar a aplicação, pode-se utilizar aplicadores de supositórios femininos ou
uma seringa descartável (com a ponta cortada) para servir de mesmo fim.
Antes de serem aplicados devem ficar na geladeira para ficarem mais firmes.

Tintura: para uso externo em contusões, entorses e dores reumáticas


prepara-se 50 g de folhas descascadas e trituradas para 250 ml de água e 250
ml de álcool. Para uso em problemas estomacais e laxativo deve ser utilizado
2,5 g de resina em 100 ml de álcool 70%. Deixar o recipiente fechado por 7
dias em local seco e quente; após este período filtrar e acrescentar álcool ao
recipiente até completar 1 litro. Para o estômago aplicar de 5 a 10 gotas em
xícara de chá com água e açúcar, já como laxante são de 20 a 40 gotas no
mesmo processo estomacal.

Obs: Para elaborar o álcool 70%, deve-se misturar 700 ml de álcool líquido
96,8º com 300 ml de água destilada para fazer um litro. Para esta tintura
utilize a metade deste preparado.

Fitoconexão: esta planta ativa o campo energético para estimular a


regeneração celular, regenera a mente e promove a mudança de pensamento.
Atua sobre todos os chacras, no nível mental e tem polaridade feminina (95).
Está ligada aos 5 elementos (terra, água, fogo, ar e éter).

Curiosidades: o nome desta planta vem do grego, onde Aloe significa


“substância amarga e brilhante”, já vera vem de “verdadeira”. É uma das
plantas de uso tradicional mais antigas do mundo. Os judeus na Idade Média
costumavam envolver os corpos dos mortos em sumo de babosa para retardar
a decomposição do corpo, junto com extrato de mirra, para disfarçar o cheiro
do morto. Este processo foi aplicado a Jesus quando foi embalsamado para
ser colocado em sua cripta depois que foi retirado da cruz. Também aparece
no Cântico dos Cânticos de Salomão. É considerada uma planta de proteção
para a casa pelos judeus e mulçumanos, sendo penduradas suas folhas nas
portas. Cleópatra fazia utilização para conservar a beleza da pele e dos
cabelos. Os assírios utilizavam para problemas estomacais e respiratórios
fazendo um preparado com babosa, mirra, antimônio e mel. São inúmeros os
exemplos de usos na antiguidade, o que não de ser esperar para uma planta
que foi descrita a mais de 4.000 a.C. Além da utilidade medicinal, as fibras
são utilizadas como cordoalhas, esteira e tecidos grossos.

116
19 – Bálsamo

Família: Crassulaceae.

Nome científico: Sedum dendroideum


Moc & Sésse ex DC.

Descrição: erva, perene, sublenhosa, su-


culenta, medindo até 1 metro de compri-
mento. Folha simples, alterna, séssel, obo-
val com a nervura central aparente, leve-
mente assimétrica, com margem lisa, gla-
bra, com a face inferior mais clara, brilhan-
te, medindo de 1 a 5 cm de comprimento e
1 a 2 cm de largura. Tem flores amarelas.

Partes utilizadas: folhas frescas.

Indicações:

Uso interno: utilizada para afecções


gástricas (inclusive úlcera), cólica, gases, como anti-inflamatória,
hepatoprotetora, analgésica, antioxidante, hipoglicemiante e antinociceptiva
(contra dor).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


antibiótico natural, para problemas no estômago, gastrite e azia.

Uso externo: utilizada para inflamações da pele, contusões, emoliente,


cicatrizante (regeneração de tecido). Em um estudo foi comprovado a eficácia
do extrato de bálsamo como cicatrizante da pele (regenerador epitelial) na
utilização em nanofibras in vivo(215).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


machucados, queimaduras e para limpeza dos olhos.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: alcaloides (piperidínicos e pirrolidínicos), com-


postos cianogênicos, fenóis, flavonoides (agliconas, corniculatusina,
gossipetina, herbacetina, kaempferol, limocitrina, miricetina, isoramnetina,
quercetina e sexangularetina), polissacarídeos, taninos e tripeternóides.

117
Preparo da planta:

Alimentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada como antibiótico natural. Deixar algumas folhas no sereno com 3
pedras de sal grosso de um dia para o outro. Cortar tipo salada e comer.
Também é utilizada para problemas no estomago, azia e gastrite. Coma 2
folhas cru 1 x ao dia. Comer 1 dia sim e outro não até melhorar.

Cataplasma: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para machucados externos. Esmague algumas folhas e aplique no
local afetado. Também é utilizada para queimaduras. Corte a folha no meio e
passe a aprte interna na parte a ser tratada.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada


como antibiótico natural. Adicione 2 folhas a uma xícara de chá de água
fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Também é utilizada para
problemas no estomago e gastrite. Adicione 6 folhas grandes para 1 xícara
de chá de água fervente. Tomar 3 x ao dia.

Suco verde: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada como alimento preventivo. Adicione em um liquidificador 1 folha
de couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.), 2 maçãs (Malus x
domestica Borkn.) com casca (sem semente), 1 pedaço de gengibre (Zingiber
officinale), 1 pepino (Cucumis sativus L.) inteiro. Bata e coe. Volte com este
líquido para o liquidificador e acrescente 1 folha de chicória (Cichorium intybus
L.), 1 folha de bálsamo (Sedum dendroideum), 1 folha de mil-em-rama (Achillea
millefolium), 1 folha de hortelã-de-panela (Mentha x villosa) ou outra
disponível, 1 folha de salsinha (Petroselium crispum (Mill.) Nym), 1 folha de
funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare), 2 folhas de capim-limão
(Cymbopogon citratus), 2 folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), 15 folhas
de poejo (Mentha pulegium) e 2 folhas de trapoeraba (Tripogandra diuretica ou
Commelina ssp.). Bata tudo de novo, coe e beba.

Sumo: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada


para limpeza dos olhos. Pingar o sumo diretamente nos olhos.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: atua sobre o chacra coronário (7º), no nível espiritual e tem


polaridade feminina.

Curiosidades: planta é originária da África do Sul e é xerórita, ou seja, de


regiões áridas, onde há escassez de água, validando seu aspecto de suculenta.
118
20 – Bananeira

Família: Musaceae

Nome científico: Musa paradisiaca L.

Descrição: planta herbácea,


suculenta, rizomatosa e cespitosa (vá-
rias hastes), de porte arbóreo, medindo
de 3 a 7 m de altura. Folhas eretas,
oblongas, podendo ter de 5 a 15 por has-
tes, medindo de 1 a 3 metros de compri-
mento. Inflorescência do tipo espiga (ca-
cho) contendo flores masculinas, femi-
ninas e andrógenas (ambos os sexos).

Partes utilizadas: folha, caule (sei-


va), fruto (também casca), o coração
(ponta do pendão frutífero - foto) e raízes

Indicações:

Uso interno: utilizada para prisão de


ventre, problemas respitarórios (asma, bronquite e coqueluche), gripe,
resfriados, desinteria, infecção vaginal, vermífuga (raízes), litíase, baixa a
glicemia e combate o diabetes (extrato do fruto verde), gastroprotetora
(protege contra úlcera), menorragia (brácteas rosas do coração), febre,
gangrena, gota, dor de cabeça, insônia, hipocolesterolêmica,
antiinflamatória, antinociceptiva e preventiva de cânceres mamário e
prostático, é vasodilatadora direta, para tuberculose, convalescência,
desnutrição, é antimicrobiana (extrato da raiz), tem efeito vaso-relaxante
da musculatura lisa (folhas), para hemorroidas (seiva), diarreia crônica,
nefrite com retenção de urina, reumatismo e para baixar a pressão. O fruto
verde também é utilizado como adstringente e para diarreia.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


bronquite.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, hemorragia, hemorroidas, feridas,


escoriações, verrugas, queimaduras, problemas na gengiva, sífilis, icterícia,
candidíase, e picada de cobra (seiva).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


cabelo seco.

119
Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia indicada.

Constituição química: ácido ascórbico, açúcares (dextrose, glicose, levu-


lose e sacarose)(fruto), alcaloides, antocianidinas, compostos fenólicos,
dopamina (fruto maduro e casca), esteróides (estigmasterol e β-sitosterol),
fibras, fenilpropeno (eugenol), flavonoides, gordura saturada, gordura
poliinsaturada, hidrocarbonetos, lipídios, monoamina (serotonina e
tiramina), noradrenalina (levarterenol), proteínas, riboflavina, sais
minerais (cálcio, ferro, fósforo, magnésio, potássio e sódio), taninos (cloreto
férrico, emetina, formol clorídrico)(raíz) e vitaminas (A e B1 (tiamina), B2, B3
(niacina), B5, B9 (ácido fólico) e C).

Preparo da planta:

Alimentação: utilizada para prisão de ventre. Amassar algumas bananas e


comer antes do café da manhã. Também é utilizado para diarreia crônica e
nefrite com retenção de urina.

Cataplasma: utilizado para queimaduras e escoriações. Colocar em cima da


parte a ser tratada o miolo (parte de dentro da casa da banana) e amarrar sem
apertar. Após 2 horas trocar a casca. Refazer o procedimento até melhorar.

Maceração: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para cabelo seco. Macete um pedaço do caule, torça bem até tirar o
caldo. Logo após aplique no cabelo. Tomar cuidado na hora da aplicação pois
o caldo da bananeira quando cai na roupa mancha e não sai mais. Proteja a
camisa ou use uma roupa velha.

Uso tópico: utilizada para hemorroidas.

Xarope: utilizado para asma. Primeiro - Lavar bem uma bananeira jovem
(muda) de 30 a 60 cm, cortar em rodelas o caule e acrescentar 1 kg de açúcar
em uma panela. A cada rodela cobrir com açúcar. Deixe descansar uma noite.
No dia seguinte de manhã, colocar no fogo e cozinhar até o ponto de mel.
Retirar do fogo e coar. Segundo - O bagaço que sobra acrescentar ½ litro de
água e ferver 20 minutos, coar e guardar na geladeira separado do primeiro
(se fermentar é só ferver outra vez mais alguns minutos). Tomar 4 colheres de
sopa por dia do xarope mais fraco (segundo) – 1 colher de 2 em 2 horas.
Terminado este mais fraco, tomar 3 colheres de sopa por dia do xarope mais
forte (primeiro) – 1 colher de 3 em 3 horas. Popularmente, na região de
Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para bronquite. Adicione em uma
panela 1 pedaço da ponta do umbigo / coração da bananeira (já lavado e
cortado) com água e põe para ferver por 20 minutos. Logo após coe e volte o
caldo para a panela. Acrescente mel e deixe apurar até ficar grosso. Tomar 1

120
colher de sopa 3 x ao dia. Uma outra receita é cortar um umbigo / coração da
bananeira em pedaços pequenos e ponha para ferver até ficar no ponto de
comer (bem mole). Separe o caldo, acrescente mel ou açúcar mascava e volte
ao fogo até ficar no ponto do xarope. Tomar 2 colheres de sopa por dia por 15
dias. Após este período pare por 15 dias e depois volte a beber o xarope pelo
mesmo tempo indicado, alternando assim até melhorar.

Fitoconexão: atua no chacra do plexo solar (3º), no nível emocional, tem


polaridade feminina e está ligado aos elementos fogo.

Curiosidades: esta espécie é conhecida pelo nome popular “bananeira”, e


seu fruto é denominado banana (português), plátano (espanhol), banane, fon
(alemão), kôdou (dioula – África) e baranda poyo (Costa do Marfim). É
originária do sudeste asiático, sendo a maioria hoje consideradas híbridas
(cruzamento de duas espécies), a Musa acuminata Colla e a Musa balbisiana
Colla. Dentre os alimentos de colheita, a banana é o quarto mais importante
do mundo, depois de arroz, trigo e milho(159). Musa paradisiaca foi
primeiramente descrita em sua morfologia e taxonomia por Linnaeus em 1753
em sua obra “Species Plantarum”.

121
21 – Batata-Yacon

Família: Asteraceae.

Nome científico: Smallanthus sonchi-


folius (Poeppig & Endlicher) H.

Descrição: subarbusto, perene, decí-


duo, pouco ramificado, medindo até 3
metros de altura, com raiz tuberosa com
pequenos rizomas que podem ter de 100
a 500 g, podendo atingir até 1 kg. O cau-
le normalmente é arroxeado e cheio de
pelos, medindo até 1 metro de altura.
Folha simples, oposta, cruzada, cartá-
cea, medindo até 25 cm de comprimen-
to, verde na face superior e esbranquiça-
da na inferior, com pecíolo alado. Inflo-
rescência em forma de capíulo terminal,
com flores masculinas (tubulares) e fe-
mininas (liguladas), de coloração ama-
rela a alaranjada. Fruto em forma de
aquênio, de colocaração preta, medindo
com cerca de 3,7 x 2 mm. As raízes tuberosas têm um sabor doce e sua textura
crocante, comparável à pêra.

Partes utilizadas: raizes e folhas.

Indicações:

Uso interno: raiz: utilizada para diabetes, problemas vasculares, hiper-


tensão, fortalece o sistema imunológico, rejuvenescimento, bifidogênica
(diminui o risco de desenvolver lesões cancerosas no cólon), é antioxidante,
agente prebiótico (bom para a flora intestinal, estimula o crescimento das
bifidobactérias e lactobacilos), diminui o peso corporal e o índice de massa
corporal ajudando no controle da obesidade, controle da insulina e do
colesterol LDL, purgante, para constipação intestinal, diarreia infecciosa,
e anti-inflamatória durante a menopausa, reduz triglicerídeos, para saciar a
sede, proporciona alívio a problemas gastrointestinais, para problemas nos
rins, auxilia no tratamento de transtorno da espermatogênese, é inibidora da
testosterona 5α-reductase, promove a assimilação de cálcio e retenção
mineral óssea, é antineoplásica, é boa para aterosclerose e osteoporose.
Folha: utilizada como hipoglicemiante, antioxidante, boa para diabetes,
122
citoprotetora, hipocoles-terolêmica, hipolipêmica, para pressão alta, anti-
microbiana (combate o Bacillus subtilis e Piricularia orizae)(105), é antitumoral
e combate intoxicações.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, a raiz desta planta é utilizada


para diabetes.

Uso externo: utilizada como rejuvenescedora da pele e antimicótica (com-


bate Aspergillus flavus e Pseudomonas cichorii)(105).

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: raízes: aminoácidos (arginina, glutamina e triptó-


fano), carboidratos (amido, inulina, frutooligossacáridos (FOS), monissa-
carídeos (frutose e glicose), oligossacarídeos (sacarose)), compostos fenólicos
(ácidos altrático, ascórbico, cafeico, clorogênico, ferúlico e propenóico), Cuma-
rina (esculina, 6,7-dihidroxicumarina-6-β-D-glucopira-nósido, 4-hidroxi-
Cumarina, 4-hidroxi-1-benzopirano-2-ona, 6,7-dihidroxi-2H-1-benzopirano-
2-ona), diterpenos (cis-abienol , trans-abienol, α-pineno, 8,12-epoxi-14-13-
labden-ol), fibras, flavonoides (morina, quercetina, rutina e trans-3,3´,4´,5,7
pentahidroxiflavona), gorduras, lipídios, pigmento (β-caroteno), polifenóis
(catequina), proteínas, sais minerais (Ca, P, K, Mg, Fe, Zn, Na, Cu, Mn, Mo,
Ni), e vitaminas (B1 (tiamina), B2 (riboflavina), B3 (niacina), C e retinol
(derivado da vitamina A)) e 2-acetil-1,4,5,6-tetrahidropiridina. Folhas: com-
postos fenólicos (ácido cafeico, ácido 3,4-dihidroxicinamico, ácidos cloro-
gênico, ácido ferúlico, 3-(4-hidroxi-3-metoxifenil)-ácido propenoico, esculeti-
na, 6,7-dihidroxi-2H-1-benzopirano-2-ona , álcool eicosanol, álcool, 1-hexa-
cosanol, álcool 1-octacosanol, esculina, 6,7-dihidroxicumarina-6-β-D-gluco-
piranósido, 6,10,14-trimetil-2-pentadeca-nona, γ-tocoferol) diterpenos (ácido
ent-kaurenico, ácido ent-kaur-16-en-19-oico, ácido angeloiloxikaurénico,
neofitadieno, β-pineno), esteróis (estigmasterol e sitosterol), fitoalexinas (4'-
hidroxi-3'-(3-metilbutanoll) acetofenona, 4'-hidroxi-3'-(3-metil-2-butenil)
acetofenona e 5-acetil-2-(1-hidroxi-1-metiletil) benzofurano), flavonoides
(5,7-dihidroxi-4'-metoxi-flavonol, 3´5,7-trihidroxi-4'-metoxiflavonol, 5-hidroxi
-4'metoxi-7-0-glicosilfla-vona, 7,4'-dihidroxi-3,5'-dimetoxiflavona, 3', 5, 7 tri-
hidroxi-3, 4'-dimetoxi-flavona e 3', 4 ', 5 - trihidroxi-7-metoxi flavanona), hi-
drocarbono (γ-cadineno), sesquiterpenos bicíclicos (β-cariofileno), sesqui-
terpenos melampólidos (ácido 8β-methacriloiloximelampólido-14-oico, allo-
schkuhriolide, enidrina, 8β-angeloiloxi-9α-acetoxi-14-oxo-acantospermolido,
8β-angeloiloxi-14-oxo-acantospermolido, 8β-angeloiloxi-9α-etoxi-14-oxo-
acantospermolido 8β -epoxiangeloiloxi-9α-etoxi-14-oxo-acantospermolido,
éster metílico do ácido 8β-methacriloiloximelampólido-14-oico, éster metílico
do ácido 8β-tigloiloximelampólido-14-oico, éster metílico do ácido 9-acetoxi-

123
10(2,3-dime-tiloxirano-carboniloxi-)-4-metil-12-metileno-13-oxo-3,14-dioxa-
triciclo [9.3.0. 02,4]tetradec-7-ene-8-ácido carboxílico, fluctuanina polimatina
B, sonchi-folina e uvedalina), triterpenos (β-amirina e α-amirina) e sais
minerais (Fe).

Preparo da planta:

Alimentação: utilizada para saciar a sede. Consumir de 500 a 1.000 g do


tubérculo fresco. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é
utilizada para diabetes. Cozinhar 4 batatinhas (raízes) para uma pessoa.
Comer 2 x ao dia.

Infuso: as folhas são utilizadas para baixar a glicemia, para diabetes.

Sumo: as raizes são utilizadas para melhorar o trato gastrointestinal (efeito


prebiótico).

Xarope: utilizado o suco das raízes para baixar a glicose do sangue. Para
cada 5 litros de água acrescente 1 litro do suco da Yacon. Adicione 4 ml do
suco de limão (Citrus sp.) para cada litro do suco da batata para evitar o
escurecimento do líquido. O suco deve chegar até a 72 Brix para ser envasado
numa temperatura entre 85 a 95ºC(105). A ingestão diária do xarope diminui
o peso corporal e o índice de massa corporal ajudando no controle da
obesidade(2).

Fitoconexão: atua sobre o chacra coronário (7º), no nível espiritual e tem


polaridade feminina.

Curiosidades: a palavra Yacon, “llacón” na língia Quechua significa “aguado


– insípido”. É uma planta nativa da cultura andina, sendo cultivada em sua
região de origem em uma altitude que varia de 880 a 3.500 m. Existem evidên-
cias arqueológicas (cerâmicas, tecidos e restos de raízes) nas culturas Nazca
desde 500 a.C. Seu cultivo se extende desde a Venezuela até o noroeste da
Argentina, sendo na maioria dos casos para consumo familiar(105). É também
utilizada como PANC (Planta Alimentícia Não Convencional), sendo seus
tubérculos podem ser consumidos como frutas (retirando a casca), em saladas
(ralada ou fatiada), cozidas, frita (como chips) e como suco (ralada e espre-
mida). Nos Andes é tradicionalmente consumida como fruta fresca ou desi-
dratada em diferentes graus. Também é consumida na forma de geleia, chi-
cha, em pasteis doces e vegetais fermentados. A fermentação acética do suco
de Yacon com Acetobacter pasteurianus produz um vinagre com frutooligos-
sacáridos (FOS). Segundo dois autores, esta planta também constitui matéria-
prima para a produção da bifidobactéria, que é utilizada no preparo de iogurte
e adoçantes naturais, na produção de álcool. A inulina e os frutanos possuem
alto teor adoçante, baixo teor de calorias e não causam cáries e suas folhas e
ramos apresentam grande potencial forrageiro para animais herbívoros. (230)
124
22 – Boldo

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Plectranthus barba-


tus Andrews

Descrição: erva ou sub-arbustiva, pe-


rene, ereta quando jovem e decumbente
após 1 ou 2 anos, aromática, mede até
1,5 metros de altura. Em folhas simples,
opostas, ovalada de bordo denteada,
pilosa, medindo de 5 a 8 cm de com-
primento e sabor amargo. As flores são
azul-arroxeadas e dispostas em inflores-
cência racemosa apical.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada para afecções do fígado, dispepsia, atividade


hipossecretora gástrica (diminui o volume do suco gástrico e sua acidez),
colerética e colagoga, cálculo na vesícula, combate úlceras gástricas e
duodenais, gastrite, azia, enjôo, carminativa (gases), cólica menstrual,
prisão de ventre, diurética, tônica, amarga, diarreia, desinteria, purgativa,
hipotensora, auxilia no tratamento de infarto e derrame, dor de barriga e
abdominal, febre, gripe, problemas respiratórios (asma, bronquite e
pneumonia), dor de cabeça, ressaca, ajuda na menopausa, é emenagoga e
abortiva, para afecções dentárias, ajuda com intoxicação, problemas nos rins,
é hepatoprotetora, é adjuvante no tratamento da obesidade (raiz), reduz
a taxa de glicose no sangue, tem atividade relaxante do músculo liso (óleo
essencial), atividades no SNC (Sistema Nervoso Central) e no aparelho
cardiovascular (diterpenoides) anti-espasmódica, é analgésica, cólicas,
estimulante da digestão e do apetite, tônica (raiz), problemas no aparelho
respiratório e trato genital (Índia), relaxante da musculatura lisa, auxilia no
tratamento de hipotireoidismo, é revigorante e como anti-inflamatória. A
forscolina é um dos princípios ativos mais importantes do boldo e é
broncodilatadora, reduz a pressão arterial, inibe a agregação plaquetária,

125
aumenta o fluxo sanguíneo cerebral, estimula a lipólise, aumenta a
densidade óssea em homens(205). Em um estudo foi comprovado e efeito
embriotóxico direto do extrato aquoso do boldo em ratas (in vivo) onde foi
evidenciado alterações morfológicas na pré-implantação embrionária na dose
de 1.600 mg/kg/dia. Também foi verificado que a utilização deste extrato não
comprometeu a implantação embrionária, entretanto resultou no efeito
embrioletal, ou seja, matou fetos. Os que conseguiram nascer tiveram retardo
no desenvolvimento intra-ulterino(8).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas no fígado e estômago, náuseas, gases e vômitos.

Uso externo: utilizada para clarear, desodorificar e afecções da pele (último


na Índia), hemorroidas e ferimentos.

Contraindicações: deve ser evitado por gestantes pois tem ação abortiva e
teratogênica(121), lactantes, crianças até 12 anos, pessoas com hipertensão e
com tendência a hipotensão, úlcera péptica, hepatite ou com obstrução das
vias biliares. Não usar se estiver fazendo o uso medicamentoso para o sistema
nervoso central e anti-hipertensivos. Cautela ao associar com digoxina,
medicamentos antiarrítmicos e moduladores da tireóide.

Toxicidade: a utilização de altas doses e por longos períodos pode provocar


irritação gástrica e aceleração do coração (efeito cardioativo).

Constituição química: folhas: ácido betúlico, alcaloides (forscolina I e J),


α-amirina, barbatusol, barbatol, cariocal, α-cedrol, colenol, coleol, coliona,
diterpenoides (12,9(10→20)-abeo-abieta-8,11,13-trien-10β,11,12-triol, bar-
batusina, barbatusol, cariocal, ciclobarbatusina, coleonon E e F, coleon F,
16(S)-coleon E, deacetilforscolina, 9-deoxiforscolina, 1,9-deoxiforscolina, 7-
deacetilforscolina, 7β-acetil-12-desacetoxiciclobutatusina, 7-β-desacetoxi-
ciclobarbatusina), derivados fenólicos (ácido rosmarínico, escutelareina, 6β-
Hidroxicarnosol, nepetoidinas A e B, 4-metil-éter 7-O-glucuronídeo,
plectrinona A e B21, plectrantona, plectrina, plectrinona A e B, 16(R)-
plectrinona A), diterpenos labdânicos (forscoditerpenosídeo A, B, C, D e E,
forscoditerpeno A), ferruginol, óleo essencial (cariofileno, eremofileno,
fenchona, guaieno, humuleona, mirceno, β-ocimeno, óxido de cariofileno, α-
pineno e β-sitosterol). Caule: óleo essencial (β-cariofileno, α-copaeno, β-
felandreno, α-humuleno, óxido de cariofileno, limoneno, α-pineno e sabineno).
Raiz: diterpeno (coleonol), óleo essencial (abietatrieno, acetato de bornila, 3-
decadona, γ-eudesmol, β-felandreno, fenchona, guaieno, manol, (Z)-β-
ocimeno, α-pineno e β-sesquifelandreno).

Preparo da planta:

Infuso: utilizado para problemas no fígado e estomacais. adicione de 3 a 4


folhas picadas em uma xícara de chá (150 ml) de água morna e abafe. Após
126
10 minutos beba., 3 vezes ao dia. Tomar 1 xícara de chá de 2 a 3 x ao dia.
Para dispepsia e hipotensão, adicione de 1 a 3 colheres de chá a um axícara
de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Também é utilizada
para ressaca. Adicione 1 a 2 colheres de sopa das folhas picadas a 1 xícara
de chá de água fervente e abafe. Após 20 minutos coe e beba pela manhã.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
enjoo, gases, vomito e peso no fígado. Adicione 2 colheres de sopa das
folhas picadas a 1 litro de água fervente e abafe. Tomar 3 x ao dia.

Loção capilar: utilizada para piolho. Adicione 2 ml da tintura das folhas de


boldo, 2 ml da tintura das folhas de arruda (Ruta graveolens) e 2 ml da tintura
das folhas de melão-de-são-caetano (Momordica charantia) a 100 ml de uma
base loção capilar. Misture até ficar homogênea e aplique a noite no couro
cabeludo. Abafe com um pano fino (tipo frauda) e pela manhã lave a cabeça e
passe um pente fino. Evite exposição ao sol pois pode causar fotodermatite.
Faça este procedimento duranter 5 dias.

Maceração: utilizada para dor de cabeça e mal-estar. Macerar 1 a 2 folhas


em 1 copo de água fria e deixar descansar por 30 minutos em temperatura
ambiente. Tomar 1 copo 2 a 3 x ao dia. Popularmente, na região de Visconde
de Mauá, esta planta é utilizada para problemas no fígado e no estômago.
Amasse de 2 a 3 folhas em um copo de água fria. Espere descansar por um
tempo e beba. Tomar 1 copo 3 x ao dia. Também é utilizada para peso no
fígado. Macere 1 folha de boldo em um copo com um pouco de água e tampe.
Deixe descansar uma noite e pela manhá beba em jejum. Faça este
procedimento por 3 dias seguidos.

Tintura: utilizada para dispepsia e hipotensão. Adicione de 25 a 50 gotas a


75 ml de água. Tomar ½ hora antes das refeições.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xampu: utilizado para piolho. Raspe ½ barra de sabão de coco e coloque em


água fervente até derreter. Adicione 15 folhas picadas de boldo, 1 maço picado
de arruda (Ruta graveolens), 20 folhas picadas de melão-de-são-caetano
(Momordica charantia), 1 copo de água fria a um liquidificador e bata. Logo
após, coe e misture o líquido com o sabão até ficar homogêneo e guarde em
um vidro com tampa. Aplique o xampu no cabelo e espere 1 h para lavar. Faça
este procedimento por 8 dias seguidos e repita 1 x por semana para
manutenção.

Fitoconexão: o floral desta planta é para quem confia demais em si mesmo


e esquece que os outros também merecem a sua confiança. É para os que

127
acham que podem resolver tudo com a força, são agressivos com os que se
interpõem em seu caminho. Serve também para perturbações mentais, para
quem se preocupa demais, para vencer obstáculos intransponíveis (25). Atua
sobre o chacra da garganta (5º) e terceiro olho (6º), no nível mental e tem
polaridade feminina. Está ligada ao elemento éter.

Curiosidades: o seu nome vem do grego onde plactron significa “estimular”


e anthos, “flor”, ou seja, é uma “flor que estimula”. Planta originária África
tropical, da Índia e do Ceilão, provavelmente trazida para nosso país no
período colonial. É muito utilizada em rituais afro-brasileiros, dando origem a
um de seus nomes populares, tapete-de-oxalá. Na índia, as raízes são
consumidas como picles e as flores usadas como especiarias em conserva.

128
23 – Boldo-miúdo, boldo-do-chile

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Plectranthus orna-


tus Codd

Descrição: erva, perene, sucu-lenta,


aromática (odor nauseoso), medindo até
50 cm de altura. Folha simples, oposta,
cruzada, serreada, com tricomas
tectores unicerriados pluricelulares em
abundância e tricomas glandulares
(pedicelados e sésseis), em menor
quantidade, com nervuras na parte
inferior bem evidentes. Flor labiada,
lilás, com Inflorescência terminal.

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada para afecções do


fígado, problemas digestivos (gastrite, dispepsia, azia, mal-estar gástrico),
ressaca, estimulante da digestão e do apetite, analgésica, levemente sedativa,
diurética, combate a febre, antibiótica, anti-inflamatória, hipossecretora
gástrica (diminui o volume do suco gástrico e sua acidez). Em um estudo o
extrato hidroalcoólico foi comprovada a ação antibacteriana na concentração
inibitória mímina (CIM) de 20,21 para Bacillus cereus, 325 mg/mL para
Streptococcus pyogenes e 650 mg/mL para Enterococcus faecalis. Também foi
eficaz como antifúngica na CIM de 1.300 mg/mL para Saccharomyces
cerevisiae(213). Em outro estudo foi comprovada a eficácia como
antioxidante(10).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para má


digestão.

Uso externo: em um estudo foi comprovada a eficácia do extrato


hidroalcoólico como antifúngica na CIM de 1.300 mg/mL para
Saccharomyces cerevisiae (213). Em outro estudo também foi comprovada a
eficácia como antifúngica para dermatofitoses (combate Microsporum canis
e Trichophyton rubrum) e como agente leveduriforme para Malassezia
pachydermatis (10).

129
Contraindicações: planta com restrições semelhantes às do boldo
(Plectranthus barbatus).(100,125)

Toxicidade: planta com restrições semelhantes às do boldo (Plectranthus


barbatus).(100,125)

Constituição química: aquifenóis, compostos fenólicos, diterpenos


(barbatusina, forksolina, lábdano, neoclerodane e ornantina A), flavonoides
e óleo essencial (β-cariofileno, óxido de cariofileno, trans-β-cariofileno,
carvacrol, α-copaeno, β-cubebeno, eugenol, germacreno D, α-humuleno,
timol).

Preparo da planta:

Maceração: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para má digestão. Esfregue um punhado de folhas na mão até sair
o sumo. Logo em seguida coloque este material em um copo de água fria.
Espere de 20 a 30 minutos, coe e beba.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do plexo solar (3º), no nível emocional,


tem polaridade feminina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: planta confundida na região de Visconde de Maúa com o


boldo-do-chile (Peumus boldus Molina). Esta segunda espécie é de região
andina e não é encontrada naturalmente no Brasil.

130
24 – Borragem

Família: Boraginaceae.

Nome científico: Borago officinalis L.

Descrição: erva, anual, ereta, rami-


ficada, denso-pubescente, aromática, de
hastes ocas, medindo de 30 a 70 cm de
altura. Folhas simples, alternas, elíp-
ticas, com o limbo enrrugado (reticula-
da), de coloração verde-acizentada, sen-
do as basais pecioladas e as apicais
amplexicaules, revestidas por pelos rígi-
dos, medindo de 3 a 7 cm de compri-
mento. Flores azuis, rosas ou raramente
brancas, dispostas em cimeiras termi-
nais e axilares. Fruto em forma tetra-
aquênio (nuculâneo).

Partes utilizadas: folhas e flores ou


toda a panta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como adstringente, sequestrante, emoliente,


depurativa, sudorífica, diurética, laxativa, para sarampo, anti-inflamatória
(em tecidos articulares), galactagoga (estimula a lactação), para anemia,
como expectorante, para certas afecções hepáticas e do coração, atenua as
respostas cardiovasculares ao estresse (comprovado em estudos e ratos e
humanos(100)), diminui a pressão arterial sistólica e a frequência cardíaca (óleo
essencial), para reumatismo, para tosse seca persistente. Em um estudo o
ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo e anti-inflamatório
agudo e crônico in vivo(212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


nervosismo e dor no corpo.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicação: não utilizar com esteroides anabólicos e fenotiazinas. O


óleo da semente por conter ácido gama-linoleico e não deve ser utilizado com
antidepressivos tricíclicos e fenotiazinas. Não se deve fazer o uso tópico em

131
peles lesionadas devido aos alcaloides isopirrolizidínicos, por gestantes e
lactantes e em pessoas que estejam com doenças hemorrágicas e hepáticas.

Toxicidade: o uso desta planta pode ser feito via oral, entretanto, não deve
ser prolongado devido à presença de alcaloides isopirrolizidínicos pois pode
causar o aparecimento tardio de cirrose hepática ou câncer no fígado. A
grande quantidade de ácido gama-linoleico pode inibir a agregação
plaquetária, e por consequente provocar hemorragia. (100)

Constituição química: ácido málico, ácido rosmarínico, alcaloides


isopirrolizidínicos (acetil-intermedina, acetil-licopsamina, amabilina, inter-
medina, licopsamina, supinina e thesuinina) mucilagem, nitrato de
potássio, óleo fixo (ácidos gama-linoleico e linoleico), substâncias minerais
(Ca, K e Si), tanino e vitamina (C).

Preparo da planta:

Alimentação: as folhas fritas à milanesa (passada no ovo e na farinha) são


utilizadas para anemia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada para nervosismo e dor no corpo. Coma as folhas e flores
cruas.

Decocto: utitilzado para reumatismo. Adicione 10 g das folhas secas e


picadas para 1 litro de água e deixe ferver por ½ hora. Tomar 1 xícara de 3 a
4 vezes ao dia. Pode ser adoçado se quiser.

Infuso: as flores são utilizadas como expectorante e para certas afecções


hepática e do coração.

Maceração: é utilizada para tosse seca persistente. Adicione 15 g das folhas


e flores picadas em 1 litro de água e macere por 45 minutos. Tome 1 xícara
de chá a cada 2 horas. Pode ser adoçado.

Pó: utilizado como galactagogo. As sementes moídas, colocadas na alimen-


tação da lactante, estimulam a liberação de leite. Segundo um autor, as
sementes não contem os alcaloides isopirrolizidínicos(100).

Suco composto: utilizado como depurativo para a pele. Adicione as folhas de


borragem junto com as de dente-de-leão (Taraxacum officinale) e agrião
(Nasturtium officinale R. Br.) e um pouco de água no liquidificador e bata.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da garganta (5º), no nível espiritual, tem


polaridade neutra e está ligado ao elemento éter.

Curiosidades: Em Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada na


alimentação como petisco. Passe as folhas no ovo e na farinha e frite.

132
25 – Calêndula

Família: Asteraceae.

Nome científico: Calendula offici-


nalis L.

Descrição: erva anual, ereta, ramifi-


cada, medindo de 30 a 60 cm de altura.
Folha simples, alterna, sésseis, avelu-
dadas, ovais, dente-adas, de coloração
verde-pálida, medindo de 6 a 12 cm de
comprimento. As flores são grandes,
amarelas ou alaran-jadas, dispostas em
capítulos terminais.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS), na 6ª
edição da Farmacopéia Brasileira (2019)
e na 1ª edição do Memento Fitoterápico
da Farmacopéia Brasileira (2016).

Partes utilizadas: flores, folhas ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antiespasmódica, anti-inflamatória (inclusive


na boca), adstringente, diurética, antialérgica, para candidíase bucal, eficaz
contra bactérias periodental (placa dentária), faringite, antisséptica, anti-
hemorrágica, antiviral, cicatrizante, levemente diaforética, vulnerária,
depurativa, emenagoga, emoliente, sudorífica, colagoga, estimulante do
fígado, vasodilatadora, evita cálculos renais, auxilia a digestão, é
gastroprotetora, evita gastrite e úlceras, auxilia em afecções do fígado,
dimuiu a dermatite aguda de grau 2 ou superior no tratamento com
radioterapia, regula a mentruação (amenorreia), leucorréia, distúrbios
respiratórios, hepatite, é hipoglicemiante. No Memento Fitoterápico, em
estudos clínicos foi comprovada a eficiência do infuso como cicatrizante no
pós-operatório periodental, o uso oral do gel contendo extrato de flores de
calêndula (2%, p/v) na redução da intensidade da mucosite orofaríngea
induzida por radiação em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Foi
observada atividade antisséptica em pacientes tratados com formulação à
base da tintura de calêndula após extração dos terceiros molares.

133
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
amenorreia (ausência de mentruação), tensão pré-mentrual (TPM) e como
anti-inflamatória.

Uso externo: utilizada como antisséptica, cicatrizante, reepitelizante,


antimicrobiana (Candida albicans), aplica-se a conjuntivite, afecções da
pele (eczemas, herpes e gengivite, feridas, acnes, inflamações purulentas,
furúnculos, feridas do diabetes, prunidos, impetigo, assaduras em crianças,
micose cutânea e veias e úlceras varicosas, intertrigo, verrugas),
dermatite de fraudas, reumatismo, dores musculares e contusões, icterícia,
hemorroidas e queimaduras. Em um estudo, o decocto de calêdndula foi
eficaz como antifúngico na inibição do crescimento micelial do Colletotrichum
gloeosporioides e Glomerella cingulata em goiabas (responsáveis pela
antracnose na planta)(202). No Memento Fitoterápico é indicada como anti-
inflamatória, cicatrizante e antisséptica. Este documento cita que em
estudos não-clínicos foi comprovada a eficiência como antimicrobiana, anti-
inflamatória, cicatrizante e no aumento da revascularização. O creme a
base de extrato de calêndula (2-10%) é útil na cicatrização de feridas e a
pomada (a 1,5%) diminui a severidade e a frequência de dermatite induzida
por uso de fralda.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


alergias, problemas de pele, como anti-inflamatória, para cicatrização, no pós-
parto e para lavar os olhos.

Contraindicações: não deve ser utilizada por grávidas e gestantes ou por


crianças sem supervisão médica. Pode causar dermatite de contato,
anafilaxia, efeito espermicida, antifertilizante e uterotônico. Pessoas com
histórico de hipersensibilidade ou alergia aos componentes do fitoterápico ou
a outras plantas da família Asteraceae não devem fazer uso desta planta.

Toxicidade: foi observado aumento nos níveis séricos da uréia, alanina e


aminotransferase, após administração de altas doses do extrato,
possivelmente devido a sobrecarga renal e hepática(39). Em altas doses pode
provocar também náusea e depressão.

Constituição química: ácidos orgânicos (ácido málico), ácido fenólico


(salicílico), antocianinas, arvosídeos, carotenoides (calendulina, caroteno,
licopeno, rubixantina, violaxantina e zeína), estéres (álcoois triterpênicos
(palmitato, miristato de faradiol)), esteróides (campesterol, estigmasterol,
isofucosterol e sitosterol), flavonoides (derivados de quercetol e do
isorramnetol, flavonol, glicosídeos, isoquercetina, narcissina, neo-
hesperidiosídeos, quercetina, e rutina), goma (calendulina) glicosídeos
triterpênicos, óleo essencial (carifileno, carvona, dihidro-asctinidiólido,
geranilacetona, α-ionona, β-ionona, isomentona, mentona e pedunculatina),
mucilagens (arabinogalactanos e ramno-arabino-galactano), princípios
amargos, resinas, saponinas (calendulosídeo 1A, 1B, 1C, 1D e 1F – das
134
flores), sesquiterpeno oligoglicosídeo (oficinosídeo A2 – das flores), taninos,
terpenóides (ácido deanólico, ácido faradiol-3-mirístico, α e β-amerina,
arnideol, breína, calenduladiol, campesterol, eritrodiol, faradiol,
longispinogenina e lupeol).

Preparo da planta:

Aplicação anal: utilizada para hemorridas. Faça primeiro um infuso.


Adicione 1 colher de sobremesa das flores picadas em ½ xícara de chá (100
ml) de água fervente e abafe. Após 20 minutos coe e coloque o conteúdo em
uma seringa de 1 ml e aplique no local. Faça este procedimento até 3 x ao dia.

Banho: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para feridas, como anti-inflamatória e cicatrizante. Adicione 30 gotas de
tintura a um pouco de água morna e lave o local afetado.

Cataplasma: utilizado para ferimentos externos. Socar e emplastar folhas e


flores tenras em um pano limpo, depois aplicar sobre o local a ser tratado.
Também é utilizada para reumatismo, contusões e dores musculares.
Amasse 2 colheres de sopa de folhas frescas e aplica-se diretamente sobre o
local 2 vezes ao dia, com duração de 15 minutos cada.

Compressas: utilizada para afecões da pele (inflamações, lesões, contusões


e queimaduras). Adicione 1 colher de sobremesa das pétalas das flores
picadas a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após amornar, coe e molhe
um pano limpo e aplique no local afetado. Aplicar no local 3 x ao dia. Para
queimaduras adicione 15 g do pó da flor da calêndula e 15 g do pó da flor de
camomila (Chamomilla recutita) a 1 litro de água fervente e abafe. Após esfriar,
embeber em um pano limpo ou algodão e aplicar 1 x ao dia na área afetada.

Creme: utilizado para eczemas e feridas. Aplicar na área afetada 3 x ao dia


nos casos de eczemas ou 1 x ao dia nos casos de feridas a formulação
contendo 10% do extrato glicólico(39). Também é utilizada para ulcerações.
Adicione 2,5 ml de tintura da flor de calêndula, 2,5 ml da tintura da folha do
confrei (Symphytum officinale) a 50 g de uma base creme. Aplique no local
afetado 1 x ao dia. popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
é utilizada para alergias, problemas de pele, como anti-inflamatória e
cicatrizante. Em uma panela em banho-maria adicione 250 g de uma base
(como creme de palma), 30 ml da tintura de calêndula e 20 g de cera de abelha.
Mexa até ficar homogênea e acondicione em um vidro limpo com tampa.
Aplique no local afetado.

Extrato flúido: 1:1 em álcool 40%(39).

Gargarejo / bocejo: 1 a 2 g para 150 ml de água fervente (infuso) ou 25 ml


de tintura diluída em 100 ml de água(39). Utilizado para faringite e

135
inflamação da boca. Adicione 1 colher de sobremesa das pétalas das flores
picadas a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após amornar, coe e faça
o gargarejo ou bocejo.

Gel: utilizado para queimaduras, reduzindo os sinais de eritema, edema,


bolhas, dor e sensibilidade ao calor. Aplicar na área afetada 3 x ao dia a
formulação contendo 10% da tintura. O hidrogel contendo 10% de extrato
hidroetanólico de C. officinalis, 3 x ao dia, por 14 dias(39).

Gel composto: utilizado para lesões superficiais da pele. Adicione 1,5 ml da


tintura da flor de calândula e 1,5 ml da tintura das partes aéreas da arnica-
de-jardim (Solidago chilensis) a 30 g de uma base gel. Misture até ficar
homogênea e aplicar na área lesionada 3 x ao dia.(205)

Infuso: utilizado para afecções hepáticas (fígado) e menstruação


desregulada. Acrescenta-se 1 colher de sobremesa de inflorescências para 1
xícara de chá. Beber 2 vezes ao dia antes das refeições. Para acne acrescenta-
se 2 colhes de sopa de flores em uma xícara de chá, tomando meia xícara de
manhã e a outra metade à tarde. Também é utilizada como diurética,
antiespasmódica, diaforética e em úlceras gástricas. Adicione 1 colher de
sobremesa das pétalas das flores picadas a 1 xícara de chá de água fervente
e abafe. Após 10 minutos coe e beba. Tomar 1 xícara de chá antres das
principais refeições. No memento fitoterápico é indicado o uso tópico como
anti-inflamatório, cicatrizante e antissético. Adicione 1 a 2 g das flores
para 150 ml de água fervente e abafe. Aplicar na área afetada 3 x ao dia com
algodão. Também é indicado como cicatrizante no pós-operatório
periodental. Utilize o mesmo preparado 4 x ao dia por 7 dias no enxague
bucal. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para amenorreia, tensão pré-mentrual e pós-parto. Adicione 1 ½ de sopa
das flores picadas a 3 xícaras de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara
3 x ao dia.

Lavagem dos olhos: utilizada para conjuntivite. Adicione 1 colher de


sobremesa das pétalas das flores picadas a 1 xícara de chá de água fervente
e abafe. Após amornar, coe e lave os olhos. Popularmente, na região de
Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para limpeza dos olhos. Adicione
em um vasilhame o volume de 2 xícaras de chá (300 ml) de água e 2 galhos
de calêndula. Deixe no sereno uma noite até o dia seguinte. Pela manhã lave
os olhos com os galinhos. Se tiver muito inflamado, antes de voltar com o
galho na água do vasilhame lave o galho. Faça este procedimento 3 x ao dia
por 3 dias consecutivos.

Loção facial: utilizada para acne. Adicione 6 ml da tintura da flor de


calêndula, 3 ml da tintura de própolis, 1 ml do óleo essencial de melaleuca
(Melaleuca alternifolia Cheel) a 100 ml de uma base de loção facial. Passe nas
lesões antes de dormir.(205)

136
Óleo de massagem: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada como anti-inflamatória. Em uma panela em banho-maria
adicione 2 xícaras de chá de um óleo base (como de sementes de uva), 2
colheres de sopa das flores secas. Deixe 1 hora em fogo baixo (sem tampa).
Após esfriar coe em pano limpo e aplique no local. Também pode ser
acrescentado ao óleo menta (Mentha spp.) ou eucalipto (Eucalyptus spp.) para
melhorar o poder anti-inflamatório.

Pomada: utilizada para eczemas e feridas. Com uma base de lanovaselina


acrescente 10% com extrato hidroalcoolico (tintura 1:5). Aplicar na área
afetada 3 x ao dia nos casos de eczemas ou 1 x ao dia nos casos de feridas.
A pomada de calêndula (a 1,5%) diminui a severidade e a frequência de
dermatite induzida por uso de fralda(39).

Tintura: 1:10 em álcool 70% ou 1:5 em ácool 90% (39). Utilizada para feridas,
úlceras, acnes, inflamações purulentas, prunidos e micose de pele.
Preparam-se 2 colheres de sopa de inflorescências em uma xícara de chá de
álcool de cereais a 70%. Aplicar com chumaço de algodão ou gases 2 a 3 vezes
ao dia. Também pode-se fazer o uso oral para as indicações internas, neste
caso a tintura deve ser a 10% (100 g de calêndula para 900 ml de álcool de
cereais). Tomar de 2 a 10 ml ao dia. Este preparo também pode ser utilizado
para uso tópico, sendo aplidado em uma compressa e colocado no local
afetado. Também é utilizada para inflamações na cavidade oral (boca).
Adicione 25 gotas a 100 ml de água fria. Faça o gargarejo ou bocejo 3 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta desenvolve em nós o carinho e respeito pela vida


e nos ajuda a encontrar a nossa missaão na vida e a concretiza-la. Atua no
chacra coronário (7º), no nível espiritual e tem polaridade masculina (95).

Curiosidades: seu nome “Calêndula” vem do latim Kalendae e significa “dia


da lua nova” devido ao seu florescimento neste período do calendário lunar
em alguns países de clima ameno(205). É nativa das ilhas Canárias e região
mediterrânea, é também utilizada como flor ornamental e como repelente de
insetos. Na culinária também chamada de “açafrão dos pobres” por
acrescentar cor e sabor aos alimentos. Suas pétalas também são consumidas
em saladas (PANC – Planta Alimentícia Não Convencional).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


como um banho de flores para limpeza áurica quando é utilizada a colônia
(Alpinia zerumbet), camomila (Chamomilla recutita), calêndula (Calendula
officinalis) e a rosa branca (Rosa alba).

137
26 – Camarão-amarelo

Família: Acanthaceae.

Nome científico: Pachystachys lutea


Ness

Descrição: arbusto, sublenhoso, ereto,


ramificado, medindo de 0,5 a 1,2 m de
altura. Folhas simples, opostas, curto-
pecioladas, membranáceas, elipsoides,
verde-escuras, com nervuras aparentes
na face superior, medindo de 8 a 18 cm
de comprimento. Inflorescência soli-
tária e terminal, em forma de espiga com
brácteas amarelas e flores brancas.

Partes utilizadas: inflorescência


(brácteas com flores).

Indicações:

Uso interno: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para diabetes.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

Preparo da planta:

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para diabetes. Adicione 5 inflorescências (brácteas com flores) em ½ litro de
água fervente e abafe. Após alguns minutos bebas. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

138
Fitoconexão: esta planta desenvolve em nós o conformismo. Nos faz aceitar
o que somos, o que temos e onde estamos, as perdas e mudanças necessárias
à vida para nosso desenvolvimento(235). Atua no nível emocional, no chacra do
plexo-solar (3º), tem polaridade masculina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: planta utilizada como ornamental, normalmente adensadas.


Suas flores aparecem na primavera e no verão e atraem beija-flores.

139
27 – Camomila

Família: Asteraceae

Nome científico: Chamomilla recutita


(L.) Rauschert

Descrição: erva, anual, aromática, me-


dindo até 1 metro de altura. Folha
alterna, composta, pinatissecta (recortes
que alcançam a nervura mediana).
Flores em capítulos, agrupados em co-
rimbos, sendo as flores centrais
amareladas e as marginais de corola
ligulada branca. Fruto do tipo aquênio
com formato cilíndrico.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS), na 6ª
edição da Farmacopéia Brasileira (2019)
e na 1ª edição do Memento Fitoterápico
da Farmacopéia Brasileira (2016).

Partes utilizadas: flores.

Indicações:

Uso interno: utilizada como emenagoga, tônica, digestiva, azia, úlcera


gástrica, é gastroprotetora, é sedativa leve, ansiolítica, calmante, hipnótica,
é carminativa (gases), combate cólicas, náuseas, é estimulante do apetite,
imunoestimulante, espasmolítica, anti-inflamatória, analgésica,
antipirética, antiviral, febrífuga, auxilia no tratamento da síndrome do cólon
irritável, combate a desinteria, diarreia, dispepsia, anti-alérgica,
antidiabética, distúrbios gastrointestinais e infecções respiratórias.
Diminui o ácido úrico (gota), dor de cabeça, dor de barriga, dores no corpo,
gripe, resfriado, tosse, vômito, enxaqueca, para expelir vermes, como
antitumoral, antioxidante e é imunomoduladora, ação bacteriostática e
tricomonicida, é antibacteriana, para afecções da boca (mucosite,
gengivite, feridas, aftas e herpes) e eclosão dentária. Em um estudo foi
comprovado a eficácia do óleo essencial puro da camomila como
antibaceriana para inibir Staphylococcus aureus concentração inibitória
mínima (CIM) em 6,25% e para Escherichia coli em 1,56%(103). No Memento

140
Fitoterápico é citada como antiespasmódica, ansiolítica, sedativa leve e
antiinflamatória em afecções da cavidade oral. Em estudos não-clínicos foi
verificada a sua eficiência como anti-inflamatória, neuroprotetora,
antialérgica, antibacteriana, antitumoral, no tratamento de mucosite
oral, como antidiarreica e antioxidante. Em estudos clínicos foi verificada
a eficiência como ansiolítica leve (extrato com 1,2% de apegenina) e para
inflamação gengival (extrato hidroetanólico).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


ansiedade, como calmante, dor no estômago, antiespasmódica e para cólica
menstrual.

Uso externo: utilizada para cólicas infantis, antimicrobiana, antimicótica,


antifúngica, para dermatite, cicatrização da pele, inflamações cutâneas
(eczemas, úlceras e erupções), inflamações genitais, como antisséptica, para
conjuntivite, queimaduras, picadas de insetos, dermatite de fraldas, flebite
(inflamação na veia), hemorroidas e clareamento do cabelo. Em crianças
também é utilizada para inflamações cutâneas em bebês e crianças
pequenas, em assaduras e crostas na cabeça. Em um estudo foi comprovada
a eficiência do extrato etanólico da camomila como cicatrizante.(4)

O Memento fitoterápico cita que em estudos clínicos a camomila foi eficaz em


diminuir lesões superficiais e teve ação anti-inflamatória (creme) na pele.
Em um estudo o decocto de camomila foi eficaz como antifúngico na inibição
do crescimento micelial do Colletotrichum gloeosporioides em goiabas
(responsável pela antracnose na planta)(202). Popularmente, na região de
Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para leucorreia, pancadas, torções,
desinfecção e mordidas de bichos.

Contraindicações: o infuso tomado em altas doses e com frequência


enfraquece os nervos e provoca icterícia, pode também ter efeito emético e
hipotensor. Reações alérgicas são difíceis de acontecer, mas podem ocorrer
quando está sendo utilizada com outra espécie da mesma família desta planta
(Asteraceae) ou se fizer inalação da planta seca. Deve ser evitada por gestantes
(devido à atividade emenagoga e relaxante da musculatura lisa) e lactantes.
Segundo um grupo de autores a camomila pode ter interações com alguns
medicamentos que poderão trazer efeitos adversos ao esperado com o uso do
chá das folhas: quando utilizada com anticoagulantes, antiplaquetários (como
a Varfarina) e aspirina pode causar hemorragias; pode interferir na absorção
de ferro (se estiver com anemia não deve ser consumido); pode reduzir os
níveis de lítio; quando utilizada com sedativos (benzodiazepínico, álcool entre
outros) pode potencializar o efeito sedativo do medicamento; quando utilizada
com têucrio (Teucrium chamaedrys) pode provocar hepatite (efeito
hepatotóxico) e quando estiver fazendo tratamentos hormonais, a camomila
pode causar efeito antiestrogênico (confirmado em animais).(48)

141
Toxicidade: pode provocar dermatite de contato, fotodermatite e
conjuntivite alérgica (chá tópico). Em altas doses pode provocar enjoo, insônia
e excitação nervosa.

Constituição química: cerca de 120 constituintes químicos foram


identificados na camomila como metabólitos secundários, incluindo 28
terpenoides, 36 flavonoides e 52 compostos adicionais com potencial atividade
farmacológica(136, 60, 124, 146, 103) que dentre eles destacamos os ácidos fenólicos
(antêmico, caféico e tânico), ácidos graxos, aminoácidos, cumarinas
(dioxicumarina, hierniarina e umbeliforona), espiroéteres (cis/trans-en-yn-
dicicloeteres), éteres bicíclicos, flavonoides (apigenina, apigenina-7-
glucosídeo, apigetrina, apiína, lisoramnetol, luteolina, patuletina, quercetina
e seus glicosídeos, quercimetrina e rutina), óleo essencial (α-bisabolol,
bisabolonoido A, α-camazuleno e camaviolino (dão coloração azul), espiro
éteres, β-farneseno, matricina e óxidos de α-bisabolol (A, B e C)) lactonas
sesquiterpênicas (desacetilmatricarina, matricina e matricarina),
polissacarídeos (mucilagens), resinas (triacontanos e fotosterina), sais
minerais, taninos e terpenóides (cardineno, cisespiroéter farneseno e
transespiroéter).

Preparo da planta:

Banho: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para leucorreia. Primeiro faça um chá. Adicione 2 colheres de sopa das flores
secas picadas a 1 litro de água fervente e abafe. Quando estiver pronto,
acrescente este volume em uma bacia pequena e sente em cima para que
somente o vapor suba e entre pela vagina. A água não é para tocar no corpo.
Na região tem-se o costume de primeiro higienizar a privada e encaixar uma
pequena bacia dentro e sentar no assento sanitário para facilitar o processo.

Compressa: utilizada para conjuntivite, descanso e irritação. Adicione 1,5


g da flor picada a 1 xícara de chá (150 ml) de água fervente e abafe. Após
esfriar, embeba um pano limpo ou algodão no líquido e coloque sobre os olhos.
para cólicas infantis molhe a compressa com o infuso da camomila ainda
quente e aplicar sobre o abdômen. Também é utilizada como anti-
inflamatória da pele do rosto, sendo as compressas aplicadas no local. Para
contusões, adicione de 2 a 3 colheres de sopa em 1 xícara de chá. Aplique de
3 a 4 x ao dia no local afetado. No Memento Fitoterápico é indicado a dosagem
de 6 a 9 g em 150 ml ou 30 a 100 g em 1000 ml.

Compressa composta: utilizada para queimaduras adicione 15 g do pó da


flor de camomila e 15 g do pó da flor da calêndula (Calendula officinalis) a 1
litro de água fervente e abafe. Após esfriar embeber em um pano limpo ou
algodão e aplicar 1 x ao dia na área afetada.(205)

142
Creme: utilizado para eczemas. Adicione 5 ml da tintura da camomila, 2,5
ml de ureia a 50 g de uma base creme. Misture até ficar homogênea. Aplicar
na lesão 2 x ao dia(205). Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada para dor no estômago, como antiespasmódica e para
cólica menstrual. Em uma panela em banho-maria adicione 250 g de uma
base (como creme de palma), 30 ml da tintura de camomila e 20 g de cera de
abelha. Mexa até ficar homogênea e acondicione em um vidro limpo com
tampa. Aplique no local afetado.

Decocto: utilizado para clareamento de cabelo. Faça um infuso forte


(concentrado).

Extrato fluido: 1:1 em solução hidroetanólica a 45%. Administrar 1 a 4 mL


do extrato fluido para adultos (3 x ao dia) ou 0,6 a 2 mL em dose única
(crianças maiores que 3 anos). Não utilizar em crianças menores de 3 anos. (39)

Extrato seco: na forma de cápsula ou comprimido padronizado com 1,2% de


apegenina.(39)

Gargarejo e Bochecho: utilizado em processo inflamatórios da boca e


gengiva. Adicione de 2 a 3 colheres de sopa em 1 xícara de chá de água
fervente e abafe. Após 5 a 10 minutos faça o gargarejo / bochechos de 3 a 4 x
ao dia. O bochecho com o extrato hidroetanólico (tintura) diluído em água
também dimini a inflamação gengival.

Garrafada: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para pancadas, torções, como anti-inflamatória (também artrite
e artrose), para desinfecção, mordidas de bichos. Adicione tudo picado em
2 litros de álcool (98,2º) 1 folha de fumo (Nicotina tabacum L.), 2 galhos de
folhas de arnica-de-jardim (Solidago chilensis), 2 folhas de erva-baleeira
(Varronia curassavica), 1 colher de sopa de flores de camomila (Chamomilla
recutita), 1 colher de sopa de flores de calêndula (Calendula officinalis), 2
folhas de bálsamo (Sedum dendroideum), 7 ramos de lavanda (Lavandula
dentata), 50 cm da folha de babosa (Aloe vera) sem espinhos, 1 parte aérea
(folhas e galhos) de mentrasto (Ageratum conizoides), 1 folha de confrei
(Symphytum officinale), 2 folhas de maravilha-curativa (Mirabilis jalapa), 2 a
3 folhas de mirra (Tetradenia riparia), 1 colher de sopa das folhas de guiné
(Petiveria alliacea), 1 haste grande de cavalinha (Equisetum hyemale), 8 folhas
de terramicina (Alternanthera brasiliana) e 1 caroço de abacate (Persea
americana) ralado. Deixe macerar por 30 dias e depois coloque um pouco
deste álcool na água (para diluir), molhe um pano limpo e aplique no local
afetado.

Gel: utilizado como uso tópico para os dentes.

143
Inalação: utilizada para afeções das vias respiratórias. Inalar 6 g das flores
secas picadas ou adicione 1 ml de tintura em 1 litro de água quente, coloque
um pano na cabeça e a vasilha entre as pernas e aspire o vapor.

Infuso: utilizado como calmante, relaxante, para distúrbio estomacais,


delirium tremens (devido à abstinência de álcool), ácido úrico (gota), dor
de cabeça, resfriado, para expelir vermes e como carminativa. 1 colher de
sopa de flores frescas ou secas, tomar de 2 a 3 xícaras de chá ao dia. Também
é utilizada para cólicas intestinais, para ansiedade leve. Adicione 1 colher
de sopa em 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar de 3 a 4 xícaras
ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para ansiedade, como calmante, dor de estômago, como antiespasmódica
e para cólica menstrual. Adicione 1 colhe de sobremesa das flores picadas
para 2 xícaras de água fervente e abafe. Tomar uma xícara antes de dormir.

Óleo: utilizado para massagens e limpeza de recém-nascidos. Mistura-se


100g de óleo de amêndoas com 50g de flores secas da camomila. Deixe em
banho-maria por 2 horas e logo após coar e espremer o resíduo.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada em
massagens como anti-inflamatória. Em uma panela em banho-maria
adicione 2 xícaras de chá de um óleo base (como de sementes de uva), 2
colheres de sopa das flores secas. Deixe 1 hora em fogo baixo (sem tampa).
Após esfriar coe em pano limpo e aplique no local. Também pode ser
acrescentado ao óleo mennta (Mentha spp.) ou eucalipto (Eucalyptus spp.)
para melhorar o poder anti-inflamatório.

Óleo essencial: 5 gotas em 50 ml de água.

Pó: 2 a 8 g, 3 x ao dia.(100)

Tintura: utilizada para cólicas intestinais e menstruais. Adicione de 40 a


60 gotas em ½ xícara de água (100 ml). Tomar até 4 x ao dia antes ou depois
das refeições. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para ansiedade, como calmante, dor de estômago, como
antiespasmódica e para cólica menstrual. Tomar 25 gotas 2 x ao dia.

Tintura composta: utilizada para insônia, palpitação, ansiedade e calor


no corpo. Adicione 50 ml de tintura de de camomila, 50 ml de erva-cidreira
(Lippia alba) e 50 ml de maracujá (Passiflora edulis). Tomar 5 ml diluídos em
um pouco água até 3 x ao dia.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

144
Fitoconexão: o floral desta planta atua em nossas emoções, purifica e
transforma nossas expectativas em relação ao futuro, nos dando calma,
confiança e despertando a nossa paciência. Também transforma inseguranças
e medos em harmonia. Atua sobre o chacra do plexo solar (3º) e sacral (2º), no
nível físico-emocional(235). Tem polaridade feminina e está ligada aos
elementos fogo e água.

Curiosidades: o nome camomila vem do grego chamaemelon que significa


“maçã da terra”, fazendo referência ao seu aroma que lembra esta fruta (205). É
uma planta com utilização muito antiga pela população do continente
europeu, sendo hoje de uso comum em quase todos os países. É muito
utilizada pela indústria farmacêutica para fabricação de sabonetes, xampus,
óleos de massagem, perfumes e também como erva alimentícia.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, também é feito um banho de


flores para limpeza áurica onde é utilizada a colônia (Alpinia zerumbet),
camomila (Chamomilla recutita), calêndula (Calendula officinalis) e a rosa
branca (Rosa alba).

145
28 – Canela-sassafrás

Família: Lauraceae.

Nome científico: Ocotea odorifera


(Vell.) Rohwer

Descrição: árvore, perenifólia,


medindo de 8 a 20 m de altura,
aromática, de copa globosa e densa em
forma de guarda-chuva, tronco tortuoso
medindo em estágio adulto de 40 a 70
cm de diâmetro. Folha simples, alterna,
brilhante, coreácea, verde escura na face
superior e verde clara na inferior,
caduca, medindo de 7 a 14 cm de
comprimento. Inflorescência em forma
de panícula terminal, com flores
pequenas de coloração branco-
amareladas. Fruto em forma de drupa,
elíptica, lisa, envolvida até a sua metade
por invólucro carnoso que é
característico deste gênero.

Partes utilizadas: folhas, flores, casca do caule e raízes.

Indicações:

Uso interno: utilizada como carminativa (gases), diaforética, excitante,


sudorífica, depurativa do sangue (combate ácido úrico), antirreumática,
antissifílitica, diurética e para problemas gástricos.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


como depurativo do sangue e tosse.

Uso externo: utilizada como repelente de mosquitos, antisséptica e contra


erupções cutâneas.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


artrose e reumatismo.

Contraindicação: o safrol e o eugenol podem potencializar o efeito de


outros medicamentos quando associados. Não deve ser utilizada na gravidez

146
devido ao seu efeito emenagogo e ao desenvolvimento de câncer placentário.
Também não é indicado o uso prolongado (por meses) pois o safrol pode
desenvolver tumor no fígado.

Toxicidade: pode causar câncer devido a presença do safrol (tumor no


fígado), aborto, sedação, vômito e diaforese(100).

Constituição química: ácidos graxos (mirístico), alcaloides aporfínicos,


amido, ceras, fenilpropanóides, fitoesteróides, óleo essencial (acroleína,
alilbenzenos, alcanfor, anetol, apiol, azarona, cariofileno, coniferaldeído,
copaeno, elemicina, eugenol, α e β-felandreno, 5-metox-eugenol, mentona,
miristicina, α-pineno, piperonil, propenil, safrol e tuiona), polissacarídeos
(goma e mucilagem), resinas e taninos.

Preparo da planta:

Banho: utilizado como antisséptico tópico. Faça primeiro uma infusão de 1


colher de sobremesa da casca bem picada em 1 xícara de chá de água fervente.
Após 20 minutos, coe e lave a ferida. Faça este procedimento 3 x ao dia já com
a ferida limpa.

Decocto: utilizado como carminativo, diaforético, sudorífico, depurativo,


excitante e para problemas gástricos. Adicione 8 g da casca do caule ou raiz
a 1 xícara de chá água (150 ml) e deixe ferver por alguns minutos. Após
amornar tome 1 dose de 3 a 4 x ao dia.

Extrato fluido: de 1 a 4 ml ao dia.(100)

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


como depurativo do sangue, para artrose, reumatismo e tosse. Adicione 3
folhas a ½ litro de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tome 1
xícara 3 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta ajuda a fortalecer a união entre duas pessoas,


gerando paz, harmonia e pureza no vínculo. Atua sobre o chacra sacral (2º),
no nível físico e tem polaridade feminina(95). Está ligada ao elemento água.

Curiosidades: planta com ampla distribuição pelo Brasil, desde a Bahia até
o Rio Grande do Sul no bioma Mata Atlântica, nos campos de altitude do
Sudeste e no planalto meridional(125) . Tem excelente madeira, portanto tem
vasta utilização no ramo moveleiro, na construção civil e na construção de
tonéis para cachaça. Também é muito utilizado na indústria de cosmético
devido ao seu óleo essencial e até como combustível de naves espaciais. Hoje,
esta espécie em Visconde de Mauá é rara de se encontrar. Durante toda a
pesquisa para este livro só foram encontados dois exemplares.

147
29 – Caninha-do-brejo

Família: Costaceae.

Nome científico: Costus spicatus


(Jacq.) Sw.

Descrição: planta perene, rizomatosa,


ereta, cespitosa (em forma de touceira),
não ramificada, medindo de 1 a 2 metros
de altura. Folhas alternas, espiraladas,
membranáceas, com bainha e glabra em
ambas as faces. Inflorescência em espiga
estrombiliforme, com grandes brácteas
vistosas vermelhas, com flores de cor
rosada.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas, hastes,


raízes e rizomas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como analgésica, depurativa, adstringente,


diurética, litagoga (contra cálculo renal), afeções das vias urinárias
(antisséptica), urina turva com muco, uretrite, blenorragia, tônica,
emenagoga, antiespasmódica, antiedematogênica, antinociceptiva
(resultado em roedores), anti-inflamatória, imuno-moduladora, para dor de
barriga, diaforética, combate a anemia, gonorreia, síflis, nefrite, aliviar
irritações vaginais, leucorreia, picada de insetos, problemas na bexiga e
diabetes. Também tem efeito para desinteria, cólicas, como carminativa
(gases), dor de cabeça e é laxante.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


para pedra nos rins / crise renal, como diurética, inflamação na bexiga
(cistite).

Uso externo: utilizada para amadurecer tumores (furúnculos), úlceras, é


emoliente (contusões e inchaços).

148
Contraindicações: apesar de conter oxalato de cálcio no caule, os seus
cristais não são solúveis no infuso ou decocto, portanto não há
contraindicações para utilização como litagoga. Deve-se ter cautela ao
associar com diuréticos, glicosídeos cardiotônicos. Não deve ser utilizada em
grávidas e gestantes.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos orgânicos (oxálico), alcaloides, digli-


cosídeos, fitoesteróides (sitosterol), flavonoides (canferídeo, quercetina,
tamaxaixetina), heterosídeos cianogênicos, óleo essencial, polissacarídeos
(inulina, mucilagens e pectinas), resinas, saponinas (sapogeninas), e
taninos.

Preparo da planta:

Banho de assento: utilizado para irritação vaginal e leucorreia. Adicione 1


colher de sobremesa das folhas picadas a 1 xícara de chá de água e deixe
ferver por 5 minutos e abafe. Deixe esfriar, acrescente este líquido em água
morna em uma bacia limpa e faça o banho.

Cataplasma: utilizado para amadurecer tumores (furúnculos). Também é


utilizada como emoliente (contusões e inchaços). Unte a folha com sebo e
aplique no local afetado.

Decocto: utilizado para úlceras. Coloque de 5 a 10g da planta picada em uma


xícara de chá com água quente. Quando utilizada para desinteria, cólicas,
como carminativa e laxante deve ser feito o decocto com a planta inteira.
Tomar 2 a 3 vezes ao dia. Também é utilizada para cálculo renal. Adicione 4
colheres de sopa das partes aéreas picadas a 1 litro de água e deixe ferver por
30 minutos. Após este período deixe esfriar, coe e beba. Mantenha na
geladeira durante o dia. Tomar 250 ml 4 x ao dia durante 30 dias. Para
gonorreia, síflis, nefrite, picada de insetos utiliza-se o caule. Popularmente,
na região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada para pedra nos
rins. Adicione de 1 a 2 folhas em 200 ml de água. Deixe ferver por 5 minutos.
Tomar de 2 a 3 vezes ao dia, no máximo por 1 semana.

Infuso: utilizado para diarréria e gastroenterite quando colocadas as folhas


ou raízes no infuso no vinho a 5%. Tomar 2 a 3 vezes ao dia. Popularmente,
na região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada para pedra nos
rins, crise renal e como diurética. Adicione 5 folhas para ½ litro de água
fervente e abafe. Após alguns minutos e beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


também é utilizada como diurética, para inflamação na bexiga e nos rins.
Em uma panela adicione 3 xícaras de chá de água (300 ml), 1 folha de
149
cavalinha (Equisetum hyemale) e ferva por 5 minutos. Logo após acrescente 1
folha picada de caninha-do-brejo (Costus spicatus), 1 colher de chá da planta
inteira de quebra-pedra (Phyllanthus niruri), 1 colher de sopa do cabelo
(estigma) do milho (Zea mays), 1 colher de sopa de chapéu-de-couro
(Echinodorus grandiflorus) e deixe ferver por mais 3 minutos. Tomar 1 xícara
3 x ao dia.

Suco: é utilizado para gonorreia, sífilis, nefrite, picadas de insetos,


afecções da bexiga e diabetes, quando feito o suco das hastes frescas é
diluído em água.

Tintura: de 10 a 50 ml ao dia preparada em 200 g da planta para 800 ml de


álcool de cereais.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Vinho: de 20 a 100 ml ao dia.(100)

Xarope: de 20 a 100 ml ao dia.(100)

Fitoconexão: esta planta aumenta a inteligência, a criatividade e a


capacidade de criar projetos, teorias, planos, etc. Ajuda na busca de respostas
através da intuição. Amplia os canais sensoriais de vivência, clarividência,
intuição, olfato, paladar e a sensibilidade extrafísica. Equilibra a razão com a
emoção. Atua sobre o chacra do terceiro olho (6º), no nível mental e tem
polaridade feminina(95).

Curiosidades: planta também utilizada como ornamental, chegando a ser


cultivada para produção de flores de corte. No interior do país é utilizada como
bebida refrescante nos períodos quentes, feita com sumo da planta, água e
açúcar.

150
30 – Capeba, Pariparoba

Família: Piperaceae.

Nome científico: Piper umbellatum L.

Descrição: subarbusto, perene, ereto,


ramificado, com hastes articuladas e nós
bem visíveis, medindo até 2,5 m de
altura. Folhas arredondadas, de base
cordiforme, cartáceas, com nervura mul-
tinérvea, de grandes dimensões, medin-
do até 23 cm de comprimento e largura,
com pecíolo medindo até 24 cm. Flores
pequenas de coloração verde-esverde-
adas, com inflorescência axilar em forma
de espiga. Fruto em forma de tricoco.

Partes utilizadas: folha, haste,


semente, raiz ou casca.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antioxidante, diurética (raiz),


antiespasmódica, digestiva, hepatoprotetora, estimulante estomacal,
hepática, pancreática e do baço, carminativa (gases), tônica,
antiepilética, combate doenças do fígado, baço, rins e da vesícula (raiz), é
colerética, colagoga, cefaleias (dor de cabeça), filariose, diabetes, febre (raiz),
tosse, bronquite e antimalárica (combate o Plasmodium berghei), emoliente,
depurativa, emenagoga, icterícia, sífilis, leucorréia, afecções urinárias,
antiblenorrágica, combate escorbuto, escrofulose, pleurisia (sementes),
antiofídica, fotoprotetora, como analgésica, anti-inflamatória,
antileishmania, antibacteriana (combate o Helicobacter pilori) e
antineoplásica (câncer de mama, melanoma, próstata, colón, rins, leucemia
e ovários(76)). Em um estudo foi comprovada a eficácia da capeba como
gastroproterora(104). Em um outro foi comprovada e eficiência do extrato
hidroalcoólico das raízes desta planta como anti-inflamatória tanto in vitro
como in vivo(76).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para má


digestão, úlcera e dor no estômago, reumatismo e artrose.

151
Uso externo: utilizada para auxiliar em edemas e inflamações das pernas,
dores musculares, erisipela, filariose (elefantíase), maturação de
furúnculos, queimaduras leves, é antifúngica, para dor de cabeça e
reumatismo.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos fenólicos, alcaloides (N-benzoylmescaline


e piperumbelactamas), composto fenólico (4-nerolidilcatecol (4-NC) (com-
posto majoritário)), dihydrocalcone (uvangoletin), esteroides (β-sitosterol),
flavonoides (apigenina e derivados), flavona (wogonin), ligninas,
mucilagens, neoligninas, óleo essencial (gama-careno, β-cariofileno,
felandeno, α-humuleno, limineno, α-pineno, β-pineno, sabineno, α-selineno),
pigmentos (β-caroneteno), quinonas (hidroquinona), sais minerais (Ca, Cu,
Fe, P, Mg, Mn, K, Na e Zn), triterpenos pentacíclicos (β-amirina e derivados,
fridelina) e vitaminas (B1, B2, C e PP).

Preparo da planta:

Cataplasma: utilizado para maturação de furúnculos, queimaduras leves,


dor de cabeça e reumatismo. Amasse as folhas e coloque diretamente no
local a ser tratado. Também é utilizada para problemas de pulmão. Aplique
na região das costas.

Decocto: sua raiz é utilizada para moléstias do fígado, do baço, vesícula,


na icterícia e opilação. Adicione 20 g a 1 litro de água e deixe ferver por 10
a 20 minutos. Após deixar esfriar por alguns minutos beba.

Infuso: utilizado como diurética, estimulante estomacal, hepático,


pancreático e do baço. Adicione 1 colher de chá de suas raízes picadas para
1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos, beba. Tomar
1 xícara em jejum pela manhã e outra antes do almoço. Também é utilizada
para resfriados. Adicione 20 g das folhas para 1 litro de água fervente e abafe.
Para ressaca e indisposição hepática adicione 1 ou 2 colheres de sobremesa
de toda a planta picada a 1 xícara de chá de água ferve°nte e abafe. Após 20
minutos coe e beba. Tomar uma dose até 4 x ao dia. Popularmente, na região
de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para má digestão, úlcera e dor
no estômago. Adicione 1 folha grande picada em 1 xícara de chá de água
fervente. Tomar de 3 a 4 vezes ao dia. Também é indicada para reumatismo
e artrose. Adicione 1 folha para ½ litro de água fervente e abafe. Após alguns
minutos beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

152
Pó: suas sementes são utilizadas para pleurisia. Seque a semente e a reduza
a pó. Misture com óleo de linhaça e faça a ingestão.

Sumo: utilizado para combater escorbuto. Adicione 20 gotas do sumo das


folhas frescas em um copo de água. Tomar esta dose 2 x ao dia. Também é
utilizado para queimaduras.

Tintura: tomar 1 colher de sopa a cada 8 horas.

Vinho: utilizado como aperitivo. Adicione 2 colhes de sopa de raízes em 1


garrafa de vinho branco. Tomar 1 colher de sopa 30 minutos antes das
refeições.

Xarope: utilizado para febre, tosse e bronquite. Adicione 1 colher de sopa


de folhas e hastes picadas a 1 xícara de água. Deixe ferver por 5 minutos.
Retire do fogo e adicione 2 xícaras de café de açúcar cristal e volte com a
panela para fogo até o açúcar dissolver. Adultos devem tomar 1 a 3 colheres
de sopa por dia, já criança a metade.

Fitoconexão: esta planta acalma os instintos primitivos que existem dentro


de nós, elimina o machismo, a hiperatividade, o estresse físico e o excesso de
materialismo. Faz com que sejamos íntegros em nosso caminhar conosco e
com o próximo. Atua sobre o chacra base (1º), no nível físico e tem polaridade
feminina(95). Está ligada ao elemento terra.

Curiosidades: esta espécie é encontrada na América do ul, América Central,


Caribe e México. No Brasil está distribuída por todo o país, entretanto tem
destaque do sul da Bahia até Minas Gerais e São Paulo(124, 76). É considerada
também uma PANC (Planta Alimentícia Não Convencional). Suas folhas são
consumidas refogadas (tipo couve), utilizadas como revestimento para assar
peixes, em forma de charuto (para enrolar alguma coisa), entretanto deve ser
utilizada sem exagero pois é da família das pimentas. Segundo um estudo o
extrato das raízes desta planta está sendo utilizado para fabricação de géis,
cremes e filtros solares devido a sua atividade antioxidante e protetora da
pele(58).

153
31 – Capim-limão, cidreira-de-capim

Família: Poaceae.

Nome científico: Cymbopogon citratus


(DC.) Stapf

Descrição: erva em forma de touceira


(cespitosa), quase sem caule, medindo até
2 metros de altura. Folhas constituídas
por bainha convoluta e lâmina. Bainha
alargada em direção à base, de 4 a 26 cm
de comprimento, com 0,6 a 6,5 cm de
largura na região basal, 1,0 a 3,5 cm na
região mediana e 0,9 a 2,1 cm na região
apical. Lâmina de 60 a 85 cm de
comprimento, 0,8 a 1,1 cm de largura na
região basal e 1,4 a 1,8 cm na região
mediana, de coloração verde-clara quando
fresca e verde-grisácea quando seca,
linear-lanceolada, plana na porção
expandida e canaliculada e estreitada na porção basal, acuminada no ápice,
áspera devido aos tricomas curtos e silicosos. Tem margem inteira, com
tricomas rígidos e cortantes em maior quantidade do que no restante da
lâmina; nervuras paralelas, a mediana mais desenvolvida e pronunciada na
face abaxial. Tem cheiro de limão (citral) somente quando frescas, secas
perdem o cheiro característico, permanecendo somente no seu rizoma semi-
subterrâneo, apresenta sabor cítrico. As flores são raras, estéreis e quando
ocorrem são pouco vistosas.

Esta planta consta na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folha, rizoma, caule ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como calmante, sedativa leve, hipnótica, para


insônia, aromática, digestiva, espasmolítica suave, hipotensora,
analgésica, ansiolítica (óleo essencial – in vivo), diaforético, estimulante,
emenagoga, combate a dispepsia, congestão, cólica, dor de cabeça, stress,
depressão, anemia, expectorante, descongestionante das vias
respiratórias, para gripe, resfriado, bronquite, pneumonia, reduz a febre,
tosse, rouquidão, ajuda na diarreia, desinteria, dismenorreia, é diurética

154
leve, é anticonvulsivante, ajuda em cãibras musculares, osteoporose,
sudorífica, antirreumática, antitumoral (extrato), baixa o colesterol, é
lipofílica, é hepatoprotetora, para hepatite, problemas renais, é anti-
inflamatória, antioxidante, para infecção urinária, malária, empregada em
bochechos, na limpeza de dentes e gengivas e dor de dente. Na China também
é utilizada para dor de cabeça e para dores estomacais, abdominais e
reumáticas.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada como


relaxante, calmante e para dor de cabeça.

Uso externo: utilizada como antisséptica, como antimicrobiana,


antifúngica, para reumatismo, lombalgias, eczemas, neuvralgias, feridas,
rachaduras na pele, para pé-de-atleta, para o cabelo e é repelente de insetos
(o óleo essencial a 20% age sobre o Aedes aegypti (180h) e o Culex
quinquefasciatus (480h)(109)). Em um estudo o óleo essencial de capim-limão
foi 100% eficaz como antifúngico na inibição do crescimento micelial do
Colletotrichum gloeosporioides em goiabas (responsável pela antracnose na
planta).(202)

Contraindicações: quando tiver glaucoma (citral aumenta a pressão


ocular), com hiperplasia prostrática (estimula os receptores do estrogênio).
Não há contraindicações quanto a quantidade do consumo, portanto, tanto o
chá como o suco podem ser consumidos à vontade, entretanto deve-se tomar
cuidado com os microfragmentos da folha para não causar lesões na mucosa
do aparelho digestivo, da boca ao intestino. Deve ser utilizada com cautela por
pessoas com pressão baixa (hipotensos) e ao associar com depressores do
Sistema Nervoso Central (SNC).(125)

Toxicidade: reação alérgica, alveolite (na inalação), pequeno aumento da


bilirrubina direta e amilase. Em altas doses podem provocar hipocinesia,
ataxia, bradipneia, perda de postura, sedação e diarreia(100). Deve ser evitada
por gestantes, pois pode ser abortiva em altas doses.

Constituição química: ácido acético, ácidos fenólicos, alcaloides (no


rizoma), álcoois (n-hexacosanol e n-triacontanol), aldeídos (iso-valeraldeído,
decíl-aldeído), cetonas, cumarinas, fenilpropanóides (ácidos cafeico,
clorogênicos e paracumarínicos), flavonoides (apigenina, kaempferol e
quercetina), óleo essencial (acetato de geranila, acetato de linalol, borneol, β-
cariofileno, α e β-citral, citronelal, farnesol, geraniol, α-humuleno, metil-
heptenol, metil-heptenona, limoreno, linalool, β-mirceno, nerol, α e β-pineno,
terpinol e terpinoleno), sais minerais, saponinas, sitosteróides (β-sitosterol),
terpenos (depenteno e β-mirceno), taninos, triterpenóides (cimbopogonol e
cimbopagona) e vitaminas.

155
Preparo da planta:

Bálsamo composto: popularmente na região de Visconde de Mauá, este


bálsamo é chamado de 7 óleos e é utilizado para dores articulares e na
coluna, para depressão, cansaço, estafa, dor de cabeça e enxaqueca.
Adicione em um vasilhame 10 ml de cada óleo essencial a seguir: lavanda
(Lavandula ssp.), eucalipto (Eucalyptus globulus Labill. ou similar), hortelã-
pimenta (Mentha x piperita), alecrim (Rosmarinus officinalis), capim-limão
(Cymbopogon citratus), limão (Citrus ssp.), cravo (Syzygium aromaticum (L.)
Merr. & L.M. Perry) e 7 ml de um óleo-base (como de semente de uva). Misture
até ficar homogêneo e aplique no local a ser tratado. Também pode ser feito
um creme utilizando 30 g de um creme-base (como o de palma) e 5 ml do
bálsamo.

Decocto: utilizado como calmante, para ansiedade e insônia leve,


analgésico, antiespasmódico suave, cólicas uterinas e intestinais,
nervosismo, intranquilidade. Coloque de 1 a 3 colheres de chá de folhas
frescas ou secas para 1 xícara de chá de água ferventee abafe. Tomar uma
xícara de 2 3 x ao dia. Também são utilizadas as folhas para reumatismo,
lombalgias, eczemas, neuralgias, como diurética, anti-inflamatória,
antipirética e sedativa.

Infuso: utilizado para as mesmas funções do decocto. Coloque também de 4


a 6 g de folhas frescas ou secas para 1 xícara de chá de água fervente. As
folhas também são utilizadas para dor de cabeça e para dores estomacais,
abdominais e reumáticas. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta
planta é utilizada como relaxante, calmante e para dor de cabeça. Adicione
5 folhas em pedaços em 400 ml (2 xícaras de chá) de água fervente e abafe.
Após 3 minutos beba. Tomar 3 x ao dia. O tempo ideal de infusão do capim-
limão é de 8,5 minutos a uma temperatura de 99ºC.(83)

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta


é utilizada como calmante para dormir. Este chá recebe o nome de “chá bons
sonhos”, dado pela Patrícia Carvalho. É necessário primeiro fazer a mistura
com material seco para depois tomar o infuso. Em uma triturador acrescente
100 g das folhas de capim-limão (Cymbopogon citratus), 100 g das folhas de
erva-cidreira (Lippia alba), 50 g das folhas de melissa (Melissa officinalis), 100
g das folhas de menta-francesa (Mentha ssp.), 50 g das flores de camomila
(Chamomilla recutita), 50 g das flores de laranjeira (Citrus ssp.) e 100 g das
sementes de funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare). Bata tudo até ficar
homogêneo. Adicione 1 g deste material a 1 xícara de chá de água fervente e
abafe. Tomar antes de dormir.

Suco: utilizado para as mesmas finalidades do decocto e infuso. Para o


preparo, pique 40 folhas e as triture no liquidificador com suco de 4 a 6 limões
em um litro d’água. Após este processo, coe em peneira fina (para retirar
156
microfragmentos) e coloque para gelar. Adoçe a gosto e beba. Popularmente,
na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como calmante.
Adicione em um liquidificador 8 folhas picadas, ½ litro de água fria e bata.
Após alguns minutos coe e beba.

Suco verde: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada como alimento preventivo. Adicione em um liquidificador 1 folha
de couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.), 2 maçãs (Malus x
domestica Borkn.) com casca (sem semente), 1 pedaço de gengibre (Zingiber
officinale), 1 pepino (Cucumis sativus L.) inteiro. Bata e coe. Volte com este
líquido para o liquidificador e acrescente 1 folha de chicória (Cichorium intybus
L.), 1 folha de bálsamo (Sedum dendroideum), 1 folha de mil-em-rama (Achillea
millefolium), 1 folha de hortelã-de-panela (Mentha x villosa) ou outra
disponível, 1 folha de salsinha (Petroselium crispum (Mill.) Nym), 1 folha de
funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare), 2 folhas de capim-limão
(Cymbopogon citratus), 2 folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), 15 folhas
de poejo (Mentha pulegium) e 2 folhas de trapoeraba (Tripogandra diuretica ou
Commelina ssp.). Bata tudo de novo, coe e beba.

Tintura: utilizada com repelente de insetos. Adicione 30 ml para 70 ml de


água. Borrife no ambiente. Também é utilizada para uso interno, e neste caso
deve ser preparada com 100 g das folhas picadas para 800 ml de álcool de
cereal a 35% (35% de álcoo e 65% de água destilada). Tomar de 30 a 40 gotas
de 2 a 3 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta elimina pesadelos e insônia. Energiza e revitaliza


o sono, limpa estados obsessivos, gera harmonia. Elimina ansiedade,
nervosismo e irritação mental. Atua sobre 4º chacra, no nível emocional e tem
polaridade feminina e está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: o nome do seu gênero Cymbopogon deriva de kymbe (barco)


e pogon (barba) em referência ao arranjo de sua inflorescência (tipo
espigueta)(193). É uma espécie proveniente da Ásia e África tropical e
subtropical. Em Portugal recebe o nome de erva-príncipe e seu óleo essencial
é conhecido na indústria farmaucêntica como lemongrass oil, e é extraído para
ser utilizado como aromatizador de ambiente e contra insetos, pulgas,
carrapatos e piolhos. É também utilizada em cercas vivas, e em encostas para
conter erosão. Na culinária do sudeste asiática utiliza-se frequentemente o
capim-limão junto com pimenta e leite-de-coco, o bulbo na Tailândia é
utilizado para dar sabor cítrico na comida e como refrescante. Já no ocidente
acompanha pratos de frutos do mar e peixes.

Em Mauá, esta planta é um dos ingredientes utilizados no inverno e em festas


juninas para elaborar o quentão. Adicione 3 raízes de capim-limão, 1 pedaço
de gengibre (Zingiber officinale) e 1 pedaço de canela (Cinnamomum zeylanicum
Blume) em pau para 1 litro e ½ de água e deixe ferver.
157
32 – Capuchinha, chaga

Família: Tropaeolaceae.

Nome científico: Tropaeolum majus L.

Descrição: erva de ramos rasteiros ou in-


candescentes, carnosos e retorcidos, po-
dendo medir de 1 a 2 metros de compri-
mento. Folhas simples, peltadas, membra-
náceas, medindo de 5 a 9 cm de diâmetro.
Flores solitárias, podendo ser vermelhas,
laranjas, amarelas ou brancas. Frutos
verdes-claros, divididos em três partes
arredondadas facilmente separáveis.

Partes utilizadas: folhas, botões florais,


flores e frutos;

Indicações:

Uso interno: utilizada como antioxidante, anti-inflamatória, hipotensiva,


antiescorbútica, antisséptica das vias urinárias, antiagregante plaquetária,
purgativa (frutos secos), aperitiva, tônica, fortificante capilar, como
expectorante, para afecções das vias respiratórias (bronquite, tosse, etc),
como diurética.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


pressão alta, como calmante e para o coração.

Uso externo: utilizada para escrofuloses, eczemas, psoríases, furúnculos


(frutos) e para fortalecer o couro cabeludo.

Contraindicações: deve-se ter cautela no uso excessivo com


anticoagulantes, anti-inflamatórios não-esteroidais, corticoides e por
gestantes e lactantes.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos graxos (erúcico, linoleico e oleicos),


açúcares (glicose, pectina e frutose), antocianinas (pelargoninas),
carotenoides (betacoteno e luteína), enzima (mirozina), flavonoides
(isoquercitrosídeo, derivados da quercetina e do campferol), glicosídeos

158
cianogênicos (benzil-isotiocianatos), glucosinolatos (glucocotropaeolina,
sinalbina), óleo essencial, resinas, triterpenos tracíclicos (cucurbitacinas)
e vitamina (C).

Preparo da planta:

Alimentação: utilizada para fumantes. Coma 1 porção de 50 g 2 x ao dia.


Pode ser misturada na salada e com outros codimentos para aliviar o sabor
amargo da folha.

Infuso: utilizado para afecções do pulmão e como expectorante. Amassam-


se duas colheres de sopa de folhas frescas no pilão e acrescenta-se 1 xícara
de chá de leite quente. Coe e tome 1 xícara de chá 2 vezes ao dia. Também
pode ser utilizada como diurética ou para afecções das vias urinárias, sendo
seu chá feito com 1 colher de sopa de folhas frescas ou secas picadas, em uma
xícara de chá de água fervente. Popularmente, na região de Visconde de Mauá
esta planta é utilizada para pressão alta. Adicione 3 flores de capuchinha, 2
a 3 folhas de cravo-rosa (Dianthus caryophyllus) mais 3 folhas de sálvia (Salvia
officinalis) a uma xícara de chá de água fervente. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.
Também é utilizada como calmente e para o coração. Adicione 5 g das folhas
e flores picadas a 250 ml de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba.
Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Pó: o pó do fruto seco é utilizado como purgativo. Tomar ½ grama em um


copo com água.

Suco / refresco: é utilizado como expectorante e para tosse.

Tintura: é utilizada para fortalecer e prevenir a queda de cabelos. Suas


folhas frescas são misturadas com as de bardana (Arctium minus (Hill)
Bernh.). Coloca-se 2 colheres de sopa de folhas frescas amassadas de cada
planta em uma xícara de chá de álcool de cereais a 80%, deixando em
maceração por 5 dias.

Unguento: utilizado para psoríase. Colocam-se 10 partes de gordura vegetal


misturada a 1 parte de suco da planta. Duração de somente 1 semana na
geladeira.

Fitoconexão: esta planta é indicada para pessoas vaidosas, orgulhosas,


arrogantes, soberbas, egoístas, com excessiva autoestima, com frieza
emocional e que não admitem ser repreendidas. São seres que sofrem de
carência afetiva, de inferioridade(225). Atua sobre o chacra do plexo solar (3º),
no nível emocional, tem polaridade masculina. Está ligada ao elemento fogo.

159
Curiosidades: planta proveniente das regiões montanhosas do México e do
Peru, que também é utilizada como PANC (planta alimentícia não
convencional) sendo consumida tanto as folhas como as flores, com aroma
agradável e sabor picante como o do agrião ou da rúcula. É consumida
frequentemente como salada sendo rica em enxofre e vitamina C. Os botões
florais são utilizados para substituir as alcaparras na forma de picles.

160
33 – Caroba, caroba-roxa

Família: Bignoniaceae.

Nome científico: Jacaranda pube-


rula Cham.

Descrição: árvore, medindo de 4 a 7


metros de altura, com caule
subcilíndrico / tetragonal ou quase
tetragonal com a presença de lenticelas.
Folhas compostas, bipinadas, pecio-
ladas a sub-sésseis, com margem
inteira / denteada, com a presença de
tricomas, pubérulas, medindo de 20 a
25 cm de comprimento. Folíolos
glabros, medindo de 3 a 5 cm de com-
primento. Flores tubulares campanula-
das de coloração lilás a roxa. Inflores-
cência terminais. Frutos em forma de
cápsulas de margem inteira com
sementes achatadas, aladas, finas e
membranáceas.

Partes utilizadas: folhas, casca ou renovos.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética, cicatrizante, antissifilítica, para


fraqueza, como antiblenorrágica (gonorreia), antirreumática e em infarto
ganglionar.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, para afecções da pele (escrófula,


sarna).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


alergias, arranhões, feridas na pele e inflamações.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

161
Constituição química: para o gênero Jacaranda é citado os seguintes
princípios ativos: ácido óleo-caróbico, ácido caróbico, ácido resinoso,
caroban (resina balsâmica), carobina, carobo-bálsamo (ácido resinoso),
resina inidora, sais minerais, substâncias amargas, substâncias amilacea,
albumosa e gomosa e taninos.(168)

Preparo da planta:

Banho / escaldamento composto: popularmente, na região de Visconde de


Mauá, esta planta é utilizada para alergias, arranhões, feridas na pele e
inflamações. Adicione 5 g das folhas picadas da coroba (Jacaranda
puberulata) e 5 g das folhas e ramos do margozinho (não identificada) a ½ litro
de água fervente e abafe. Após amornar faça o banho.

Decocto / Infuso: utilizado como antissifilítico, antiblenorrágico,


antirreumática e em infarto ganglionar. Adicione de 8 g da planta a uma
xícara de chá (150 ml) de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba.
Tomar 1 xícara 2 a 3 x ao dia.

Pó: utilizado como cicatrizante. Tomar de 5 a 15 g ao dia.(100)

Vinho: de 50 a 150 ml ao dia. (100)

Fitoconexão: atua sobre o chacra da garganta (5º) e do coração (4º), no nível


espiritual, tem polaridade bissexual (masculina e feminina) e está ligado ao
elemento ar e éter.

Curiosidades: o gênero Jacaranda deriva do tupi “Ya-kaa-r-antan” que


significa “árvore de madeira dura e firme”, já o nome popular caroba vem de
“caa-roba” que significa “erva amargosa”(168). A madeira é moderadamente
pesada (densidade 0,58 g/cm3) com pouca resistência ao apodrecimento
quando exposta a umidade externa. É empregada na construção civil em
obras internas como ripas e forros, para carpintaria, miolo de painéis e portas,
rodapés, guarnições, caixotaria, celulose, cepas de calçados, etc. (122)

162
34 – Carobinha-do-campo

Família: Bignoniaceae.

Nome científico: Jacaranda sp.

Descrição: subarbusto, ramificado,


medindo até 1m de altura (observação
do colaborador em campo), caule com
lenticelas, semi-tetragonal a tetragonal.
Folha composta, com folíolos opostos,
ovais, elípticos ou lanceolados, com
ápice acuminado, base aguda, coriá-
ceos, curtíssimo-peciolado, apresentan-
do tricomas na face inferior, com nervu-
ra peninérvea e margem inteira.

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada como depurativa do sangue.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

Preparo da planta:

Xarope: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


como depurativa do sangue. Prepare um infuso de 100 g da folha para ½
litro de água fervente. Após esfriar coe e acrescente 2 xícaras (de chá) de
açúcar e leve ao fogo leve até dissolvê-lo. Tomar 1 colher de sopa 3 x por dia.
Esta planta pode ser feita junto com a poaia-do-campo (Richardia brasiliensis),
utilizando-se a mesma quantidade de folhas para cada uma e dobrando a
quantidade de água e açúcar.

163
Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
é utilizada em um xarope composto para bronquite, tosse e gripe. Adicione
100 g de carobinha-do-campo, 100 g do poejo-do-campo (Hesperozygis
myrtoides), 3 folhas de sálvia-do-campo (Lepechinia speciosa), 50 g de arnica-
do-campo (Chinolaena capitata) e 100 g da raiz de japecanga (Smilax
japicanga), 5 litros de água e 3 kg de açúcar e mexa até engrossar e ficar no
ponto de xarope. Após este período deixe esfriar e coe. Tomar 1 colher de sopa
3 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da base (1º), no nível físico e tem


polaridade masculina. Está ligada ao elemento terra.

Curiosidades: na região existem pelo menos 5 carobas, dentre elas a


Jacaranda puberula, descrita no ítem anterior. Neste mesmo gênero existe a
espécie Jacaranda decurrens Cham., também chamada de carobinha-do-
campo. Esta última faz parte da lista das 71 espécies vegetais da Relação
Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do Sistema Único de Saúde
(RENISUS), entretanto não é encontrada na região.

164
35 – Carqueja, carqueja-amarga

Família: Asteraceae.

Nome científico: Baccharis crispa


Spreng.

Descrição: subarbusto, perene, ereto,


muito ramificado na base, medindo de
50 a 80 cm de altitude. Ramos
cilíndricos, trialados, de até 1 m de
comprimento, áfilos ou com raras folhas
sésseis e reduzidas nos nós. Alas verdes,
glabras a olho nu, membranosas, com
0,5 a 1,5 cm de largura; alas dos ramos
floríferos, mais estreitas do que as
demais. Plantas dióicas, portanto,
quando presentes ramos floridos, estes
devem ser somente pistilados ou
somente estami-nados. Inflorescências,
quando presentes, do tipo capítulo,
branco-amareladas, numerosas, sés-
seis, dispostas ao longo dos ramos
superiores, formando espigas inter-
rompidas, com receptáculo plano, não paleáceo. Flores com papus presente,
piloso e branco. Fruto do tipo aquênio, de até 0,2 cm de comprimento, com
10 estrias longitudinais.

Esta espécie consta na Relação Nacional de Plantas Medicinais de


Interesse do SUS (RENISUS) e na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: planta florida, hastes com folhas, raiz ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como tônica, antitérmica, aperiente, febrífuga,


diurética, estomáquica, antiácida (eupéptica), analgésica, combate a
anorexia, antiespasmódica, relaxante da musculatura lisa intestinal, anti-
inflamatória, antirreumática, colagoga, hepatoprotetora, anti-
ulcerogênica, hipoglicêmica, combate a obesidade, antioxidante,
hipercolesterolemia, afecções hepáticas (remove obstruções da vesícula e
fígado), diminui o ácido úrico, combate a dispepsia (azia, gastrite), cólicas,
constipação intestinal, é vermífuga e tem efeito sinérgico (trabalha em
conjunto com outras drogas). Também é recomendada para diabetes,

165
malária, anginas, anemia, diarreia, afecções da garganta, estomacais e
intestinais, é hipotensora, melhora a circulação sanguínea, combate
cálculos biliares, como vermífuga, contra fraqueza, inibe a hemorragia, a
atividade proteolítica (degradação de proteínas) e o efeito tóxico do veneno
da jararaca (Bothropus neuwiedi e Bothropus jararacuçu), combate o
Tripanosoma e o herpes-vírus, é antibacteriana, ajuda no tratamento da
doença de Alzheimer, dengue, hanseníase, gripe, febre, depurativa, dor no
estômago e problemas no coração. Em um estudo foi comprovada a eficácia
do extrato etanólico como antibactericida no combate ao Helicobacter pylori
na concentração inibitória mínima (CIM) de 312,5 μg/Ml. Portanto esta planta
é eficaz como antiulcerogênica e no combate ao desenvolvimento de
adenocarcinoma gástrico.(241)

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


indigestão, para emagrecer, diabetes, para desinchar o coração, hidratar e
baixar a glicose.

Uso externo: utilizada para doenças do couro cabeludo, feridas e úlceras.

Contraindicações: as gestantes não devem fazer o uso desta planta por ser
abortiva. Deve-se ter cautela ao associar a carqueja com medicamentos anti-
hipertensivos, hipoglicemiantes e isulina. Não deve ser utilizada por mais de
30 dias seguidos.

Toxicidade: em função da falta de consenso nos estudos, é recomenrdado


que não se faça o uso prolongado(205).

Constituição química: diterpenos (ácido hautriwaico e sua lactona,


bacrispina e 1-desoxibacrispina), estigmasterol, esteróides, flavonoides
(apigenina, cirsiliol, cirsimaritina, 7,4’-di-o-metilapigenina, eriodictiol,
eupatorina, gencuanina, genkwanima, 5-hidroxi-3’,4’,6,7-tetrametoxiflavona,
hispidulina, kaempferol, metil-luteolina, 3-o-metilquercetina, quercetina,
nepetina, rutina), lactonas diterpênicas (malonil clerodano), óleo essencial
(acetato de carquejilo, alo-aromadendreno, calameno, canfeno, α e β-
cardineno, γ e δ-cadineno, α e π-cadinol, cariofileno, β-cariofileno, cis-
cariofileno, carquejol, 1,8-cineol, α-copaeno, cubebeno, γ-curjuneno, eledol,
β-elemeno, epiglobulol, espatulenol, β-eudesmol, germacreno A, globulol, α-
himechaleno, α-humuleno, lacetato de carquejilla, ledol, mirceno, α-
muuroleno, limoneno, α-ocimeno, óxido de cariofileno, óxido de humuleno I,
n-orto-pineno, α e β-pineno, α e β -selineno, terpinen-4-ol, α-terpineol,),
polifenóis, resinas, saponinas, taninos e vitaminas. Em um estudo foi feita
a análise de perfil cromatográfico de tinturas e extratos secos, e esta planta
obteve maior rendimento (quantidade de princípios ativos) na estação
chuvosa.(9)

Preparo da planta:
166
Infuso: utilizado como hepatoprotetor, para afecções hepáticas,
intestinais e estomacais. Acrescenta-se 1 colher de sopa de suas hastes e
folhas picadas a uma xícara de chá com água fervente e abafe. Após 10
minutos coe e beba 1 dose 3 vezes ao dia 30 minutos antes das refeições e
antes de dormir. Para feridas e úlceras (uso externo) fazer uma infusão de 60
g em 1 litro de água, quando esfriar aplicar no local afetado. Popularmente,
na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para indigestão e para
emagrecer. Para problemas estomacais adicione 2 pontas de folhas picadas
(cerca de 7 cm cada) a uma xícara de chá de água fervente e abafe. Tome em
jejum de manhã. Já para emagrecer, adicione 4 folhas pequenas picadas em
um 1 litro de água fervente e abafe. Tome este volume frio durante o dia, por
no máximo 3 x na semana. Também é utilizada para diabetes, desinchar o
coração, hidratar e baixar a glicose. Adicione 3 hastes novas (brotos)
picados a 1 litro de água fervente e abafe. Deixe esfriar, ponha na geladeira e
vá bebendo este conteúdo durante o dia. Repita este procedimento por 3 dias
seguidos, entretanto não é preciso mudar de planta, ou seja, usa-se o mesmo
material do dia anterior.

Pó encapsulado: utilizado para atenuar a agressão hepática e para ressaca


quando ingerido antes da bebida alcoólica. Dose de 1 g.(205)

Tintura: utilizada como diurética, eupéptica, tônica, febrífuga, na


diabetes, emagrecimento, problemas hepáticos, cálculo biliares e
doenças do couro cabeludo. Tomar de 5 a 25ml ao dia. (205)

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Vinho: utilizado para melhorar a digestão. Macerar 1 colher de sopa de


hastes com folhas durante 5 dias em ½ copo de cachaça. Após este período
misturar com o conteúdo de uma garrafa de vinho branco. Tomar um cálice
antes das refeições.

Fitoconexão: o floral desta planta trabalha o chacra emocional (sacral – 2º)


expurgando todas as velhas emoções, e assim promove a limpeza deste centro
energético e abre espaço para a expressão de novos valores e sentimentos.
Atual no nível físico-emocional e tem polaridade feminina (235). Está ligada ao
elemento água.

Curiosidades: o nome do gênero desta espécie, Baccharis vem do latim


baccar ou bacchar que significa “planta com raiz perfurmada ou a espécies
arbustivas”(205). A espécie Baccharis uncinella DC. encontrada no planalto do
Itatiaia e cercanias de áreas de altitude é citada por 2 autores como tendo
propriedades similares as da carqueja comum (Baccharis trimera).(125)
167
36 – Carqueja-doce

Família: Asteraceae.

Nome científico: Baccharis articu-


lata (Lam.)

Descrição: arbusto, ramos arti-


culados, medindo até 1 m de altura.
Sem folhas na fase adulta, bialados,
com alas estreitas, planas, de coloração
verde-acinzentadas. Inflores-cências em
capítulos dispostos nas termi-nações
dos ramos, flores branco-amareladas,
perfumadas.

Partes utilizadas: planta florida ou


hastes com folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como tônica,


antifebril, estomáquica, digestiva,
para prisão de ventre, enjoo, diurética, depurativa, em dispepsias, no
combate a anemia e a sífilis, é antioxidante, emagrecedora, baixa o
colesterol, triglicerídeos, no tratamento de diabetes, baixa a pressão, é
antiviral, antidiarreica, afecções do baço, bexiga e fígado e reumatismo.
Na Argentina é utilizada para impotência sexual masculina e esterilidade
feminina. Em um estudo foi comprovada a eficácia do extrato etanólico como
antibactericida no combate ao Helicobacter pylori na concentração inibitória
mínima (CIM) de 625 μg/Ml. Portanto esta planta é eficaz como
antiulcerogênica e no combate ao desenvolvimento de adenocarcinoma
gástrico(241).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


indigestão e para emagrecer, diabetes, desinchar o coração, hidratar e baixar
a glicose.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, doenças do couro cabeludo,


lavagem de feridas e úlceras. Em um estudo o óleo essencial desta planta foi
um eficiente inseticida no combate ao caruncho do feijão (Acanthoscelides
obtectus) na dose aproximada de 52 μL onde obteve-se a morte de 90% dos
insetos.(46)

168
Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: alcaloides, cumarinas, flavonoides, óleo


essencial (β-cariofileno, acetato de carquejila, carquejol, espatulenol,
biciclogermacreno, limoneno e α e β-pineno,), saponinas, sesquiterpenóides
e substâncias amargas (brucina, quinina) e taninos condensados.

Preparo da planta:

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para indigestão e para emagrecer. Para problemas estomacais adicione 2
pontas de folhas picadas (cerca de 7 cm cada) a uma xícara de chá de água
fervente e abafe. Tome em jejum de manhã. Já para emagrecer, adicione 4
folhas pequenas picadas em um 1 litro de água fervente e abafe. Tome este
volume frio durante o dia, por no máximo 3 x na semana. Também é utilizada
para diabetes, desinchar o coração, hidratar e baixar a glicose. Adicione 3
hastes novas (brotos) picados a 1 litro de água fervente e abafe. Deixe esfriar,
ponha na geladeira e vá bebendo este conteúdo durante o dia. Repita este
procedimento por 3 dias seguidos, entretanto não é preciso mudar de planta,
ou seja, usa-se o mesmo material do dia anterior.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do plexo solar (3º), no nível emocional,


tem polaridade feminina e está ligado ao elemento fogo.

Curiosidades: planta nativa da América do Sul, encontrada de São Paulo ao


Rio Grande do Sul, no Uruguai, Paraguai e Argentina. o nome do gênero desta
espécie, Baccharis vem do latim baccar ou bacchar que significa “planta com
raiz perfurmada ou a espécies arbustivas”(205). A espécie Baccharis uncinella
DC. que é encontrada em abundância no planalto do Itatiaia e cercanias de
áreas de altitude é citada por dois autores como tendo propriedades similares
às da carqueja-amarga (Baccharis trimera).(125)

169
37 – Casca d’anta

Família: Winteraceae.

Nome científico: Drimys brasiliensis


Miers

Descrição: arbusto, perene, heliófito,


medindo de 8 a 17 metros de altura.
Folha simples, alterna, espiraladas,
obovada ou elíptica, glabra, subcoreácea,
margem inteira, com nervura principal
bem destacada, com a face superior
verde escura e a inferior esbranquiçada.
As flores são de coloração branca e
vistosas, dispostas em inflores-cências
cimosas terminais nor-malmente com 3
a 5 flores, raramente axilares. Frutos
múltiplos, livres, constituídos de 5
frutículos, em forma de bagas, indeis-
centes, de cor verde-amarelada contendo
de 2 a 9 sementes pretas e brilhantes.

Partes utilizadas: casca.

Indicações:

Uso interno: utilizada como carminativa, estomáquica, aperiente,


aromática, tônica, depurativa, diurética, antidiarreica, problemas
gástricos e estomacais (dispepsia, disenteria, náuseas, vômito, dores
intestinais e cólicas), nevralgia, fraqueza, antifebril, anemia, sudorífica,
antiescorbútica, antiespasmódica, anti-inflamatória, antialérgica, é
expectorante (bronquite crônica), asma, sinusite, para impotência sexual,
combate a hemorragia uterina, aliviar os sintomas da menopausa, é
vermífuga, estimulante, adstringente, analgésica / antinociceptiva
(confirmado em um estudo com camundongos como sendo mais efetiva que a
aspirina(134)). Em um estudo o extrato de diclorometano da casca desta planta
teve atividade promissora como antibacteriana no combate as bactérias
Gram-positivas na concentração inibitória mínima (CIM) de 62,5 μg/mL para
Baccilus cerus e Staphylococcus aureus, já o composto 1-β—(p-
metoxicimamoil)-poligodial com CIM de 31,25 μg/mL para o Baccilus cerus.
Também foi eficaz no combate ao Helicobacter pylori (provoca doenças
gástricas) com o extrato diclorometano da casca com CIM de 500 μg/mL e

170
com o composto poligodial de 250 μg/mL. Para Ureaplasma urealyticum
(provoca doenças genito-urinárias), Microplasma homini e Microplasma
arginini (provocam doenças urogenitais e respiratórias) o extrato da casca teve
um CIM de 125, 500 e 500 μg/mL, respectivamente(231). Em um outro estudo
o extrato clorofórmico da casca teve eficiente atividade antitumoral
(leucemia mielóide, linfóide aguda B, adenocarcinoma mamário humano e
melanona murino) na Cl50 entre 4 a 22 μg/Ml. O mesmo estudo também
apresentou resultados positivos in vitro para leishmaniose (Leishmania
amazonensis e L. brasiliensis) e como antimalárica (Plasmodium falciparum)
com Cl50 entre 1 a 41 Μm(57). Em um outro estudo o óleo essencial foi eficiente
como inibidor da replicação viral do Herpes vírus humano (VHS-1, vulgo
herpes labial), foi eficaz como antitumoral in vitro em glioma humano e
carcinoma humano de bexiga e no combate ao fungo do gênero
Acremonium responsável por infecções em pacientes internados em
Unidades de tratamento intensivo (UTI) e ainda, em pacientes
imunocomprometidos, sendo responsáveis por infecções cardíacas, nasais,
cutâneas, micetomas dentre outras(97).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


dor de barriga.

Uso externo: utilizada como antifúngica (o extrato da casca combate


Mycrosporum canis e M. gypseum, Epidermophyton floccosum, Trychophyton
rubrum e T. mentagrophytes, Candida tropicalis e Criptococcus
neoformans(134)), é cicatrizante, moluscicida, piscicida (mata peixes),
inseticida (carrapatos de gado e cães). Em um estudo o óleo essencial foi
eficiente como repelente do cupim-da-madeira-seca (Cryptotermes brevis), a
nanoemulsão foi eficiente em matar 89% das larvas de Aedes aegypti na
concentração de 0,83 μg/mL(97).

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: em um estudo foi verificado a toxicidade aguda em ratos Wistar


(in vivo) onde constatou-se ptose, tremor, redução da atividade motora,
exolftamia, aumento da freqüência respiratória, aumento na micção e
diarreia(97). Em um outro estudo também foi verificado risco de toxicidade em
Artemia salina (microcrustáceo) na concentração líquida (CL50) de 27,51
μg/mL. O autor aconselha novos estudos para avaliar a toxicidade. (231)

Constituição química: ácido graxo (sesamina) e álcoois graxos (caule e


folhas), cumarinas, drimina, drimenona, flavonoides (astilbina, quercitri-
na, taxifolina), ligninas (α e β-cubebina – nas folhas), matérias resinosas,
óleo essencial (ascaridiol, cariofileno, 1,8-cineol, eugenol, limoneno, α e β-
pineno e safrol), sesquiterpenos (confertifolina, criptomeridiol, 1-β-p-
cumaroiloxivaldiviolideo, 1-β-cumaroiloxipoligodial, 11,12-dimetoxi-11,12-
epoxi-7-drimano, drima-nial, drimendiol, drimenol, drimenina, epifuegina,
171
fuegina, futranolídeo, isodrimenina, isopoligodial, metoxicumaril-oxipoli-
godial, norsesquiterpeno, 1-β-(p-metoxicinamil)-poligodial, poligodial, unite-
rina, valdiviolideo, warburganal), pectinas, taninos e vitaminas (C).

Preparo da planta:

Decocto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para dor de barriga. Adicione 50 g da casca a ½ litro de água e ferva
por 20 minutos. Espere esfriar e beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Extrato flúido: 2 a 12 ml ao dia.(100)

Infuso: utilizado para diarreia, adicione 1 a 2 colheres de chá das suas folhas
em pó em 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após 20 minutos coe e
beba. Tomar 4 xícaras ao dia. Também é utilizada como anti-inflamatória,
antialérgica e anti-hiperalgésica.

Maceração: a casca do caule é utilizada para anemia, diarreia, digestiva,


para febre, impotência sexual e problemas estomacais.

Óleo essencial: utilizado como inseticida. O óleo das folhas e casca combate
carrapatos do gado e cães.

Pó: 2 a 12 g por dia. (100)

Vinho: de 40 a 50 ml ao dia. (100)

Xarope: de 40 a 50 ml ao dia. (100)

Fitoconexão: atua sobre o chacra do terceiro olho (6º), no nível espiritual e


tem polaridade feminina.

Curiosidades: as espécies desta família são consideradas “fósseis vivos”,


ocorrendo em formações vegetais com outras espécies primitivas, como
Araucaria angustifolia, Ginkgo biloba e espécies do gênero Cyathea. Na reião
Sul também recebe o nome de cataia que em tupi-guarani, caá-tuya, significa
árvore-para-velho(180). A casca d’anta é empregada na culinária regional
catarinense como condimento para carnes, transformando suas cascas em pó
e utilizando-as como substituto da pimenta-do-reino(134). Sua madeira é a
única dentre as angiospermas dicotiledôneas da flora brasileira com ausência
de elementos vasculares(180) e é utilizada para obras internas, na carpintaria,
caixaria, para lenha e carvão. Na região de Visconde de Mauá, nos campos de
altitude, é encontrada a D. brasiliensis subsp. subalpina Ehrend, & Gottsb.,
que tem características estruturais e florais que a classifica como uma das
angiospermas mais primitivas(19) e que faz parte do elemento astral-
antártico(206), ou seja, de regiões muito frias.

172
38 – Cavalinha

Família: Equisetaceae.

Nome científico: Equisetum hyemale


L.

Descrição: subarbusto, ereto, perene,


rizomatoso, hastes ocas de cor verde e
textura áspera, medindo de 80 a 160 cm
de altura. As hastes férteis têm no seu
ápice um estróbilo, onde são produzidos
os esporos (propágulos de reprodução).
Esta planta não produz nem flores nem
sementes.

Partes utilizadas: hastes (ramos


aéreos) estéreis.

Indicações:

Uso interno: utilizada como adstringente, remineralizante (consolida


fraturas ósseas), diurética, combate a gonorreia, diarreia e afecções dos
rins, da bexiga e da próstata (hiperplasia), disfunções do aparelho
urinário, estanca hemorragias nasais (hemostática), hemorroidas e
menstruação desregulada e hemoptise, é tonica (para enurese noturna (xixi
na cama)), incontinência urinária, antilítica (evita a formação de cálculos
renais ou dissolve), combate a tensão pré-mentrual (TPM) e a anemia, é
analgésica, anti-inflamatória, elimina ácido úrico, para tratar edemas
(inchaço caudado pela retenção de líquidos), diminui a obesidade, é
hepatoprotetora, antioxidante, sedativa e anticonvulsivante (comprovado
em animais os últimos dois). É também indicada para dores abdominais e
cistite, dores crônicas, tuberculose, bronquite, inflamação da garganta,
refriados, febre alta e arteriosclerose, afecções pulmonares (inclusive
tuberculose) do fígado e do baço, disúria (micção dolorosa e difícil), fortalece
o tecido conjuntivo, unhas e combate a queda de cabelo.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


artrose, reumatismo e osteoporose.

173
Uso externo: utilizada como antimicrobiana (bactérias: combate
Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas
aeruginosa e Salmonella enteritidis; fungos: combate Aspergillus niger e
Candida albicans), cicatrizante (feridas, úlceras), para edemas, consolidação
de fraturas, retirar dores em gestantes, para olhos inchados e retirar
espinhos.

Contraindicações: altas dosagens ou o uso prolongado pode provocar


perda de apetite, irritação gástrica e urinária. Não é indicada para gastrite e
úlceras gastrointestinais pela presença de taninos e sílica. Deve ser evitada
por pessoas com problemas no coração. Também não recomendado o uso com
digoxina, glicosídeos cardíacos, diuréticos ou lítio, pois podem causar
hipocalemia (insuficiência de potássio no sangue). As crianças até 12 anos
não devem ingerir a cavalinha pela possível ação neuro e nefrotóxica, nem
gestantes e lactantes pois induz ação colinérgica e oxitóxica. Pode provocar
alergia em pessoas sensíveis à nicotina. Não deve ser utilizada por períodos
superiores a 60 dias. Deve-se ter cautela no uso por pessoas hipertensas e
que estejam fazendo o uso de medicamentos cardiovasculares e diuréticos
pela forte ação diurética desta planta.

Toxicidade: em altas doses pode provocar carência de vitamina B1 (tiamina)


em função do efeito da tiaminase e intoxicação devido a presença de
alcalóides. Não tomar doses acima de 5 g ao dia. Pode provocar também
hipocalemia e dermatite. Por conter metais pesados, em excesso, pode
provocar exaustão muscular, fraqueza, inapetência e ataxia. Em um estudo
esta espécie é citada como tendo substâncias tóxicas, como o glicosídio
flavonônico articulatina ou gossipitrina e sua aglicona articulatidina ou
gossipetina, que tem efeito antagônico a tiamina (antitiamínica). Cita também
que em uso prolongado pode provocar beribéri em seres humanos (doença
carencial, falta de vitamina B1).(142)

Constituição química: ácido ascórbico, derivados do ácido clorogênico


(cafeico e derivados (ácido aconítico) e tartárico), ácidos graxos (linoleico,
linolênico e oleioco), ácidos orgânicos (oxálico, málico e gálico), ácidos
fenólicos (silícico), açúcares (inositol e manitol), alcaloides (equisetina,
espermidina, meta-saperidina, nicotina, palustrina e palustrinina),
esteróides (ácidos betulínico, oleanólico e ursólico, campestrol, fucosterol, β-
sitosterol, taraxerol), flavonoides (apigenina, caempferol, canferol,
equisetrina, fitosterol, galoteronina, galutenonina, hexetrina, isoquercitrina,
luteolina e quercetina), glicosídeos fenólicos (equisetumosídeo A, B e C), óleo
essencial (hexa-hidrofarnesil acetona, cisgeranil acetona, timol e transfitol),
sais minerais (K, Ca, Na, Mg, Mn, Fe, Zn, F, Cl, Si, S e P), saponinas
(equisetonina e hexotonina), substâncias amargas, taninos, tiaminase
(vitamina B1 / aneurina), triglicerídeos (ácido oleico, esteárico, linoleico,

174
linolênico), e vitaminas (ácidos fólico, nicotínico e patotênico, B1, B2, B6, C,
E, K).

Preparo da planta:

Banho: utilizado para retirar dores em gestantes. Também é utilizada para


feridas com sangramento. Adicione de 1 a 2 colheres de sobremesa de partes
aéreas picadas a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após 20 minutos
coe e lave as feridas já limpas. Fazer este procedimento 3 x ao dia.

Cápsula: utilizada para auxílio no tratamento de ostereoporose. Mande fazer


em farmácia de manipulação cápsulas de 500 ml do extrato seco da planta.
Tomar 1 dose de manhã e uma a noite durante 30 dias.

Compressa: utilizada para olhos inchados, feridas, úlceras, edemas e


puxar espinhos. Acrescentar 10 g da planta para 1 litro d’água. Aplicar no
local e renovar a cada 15 minutos. Para dores abdominais e cistites, a
compressa deve ser quente.

Decocto: utilizado como diurético, contra afeções da bexiga e rins,


hemorragias nasais, anemia, consolidação de fraturas ósseas, eliminação
de ácido úrico, incontinência urinária, tuberculose, bronquite,
inflamações da garganta, anemia, febre alta e arteriosclerose. Pica-se uma
quantidade de 1 colher de sopa das hastes estéreis para uma xícara de chá
de água fervente. Tomar 2 xícaras ao dia. Para provocar a menstruação
toma-se uma xícara grade de manhã e outra a noite.

Emplastro: utilizado para estancar sangramentos e feridas de difícil


cicatrização.

Infuso: utilizado para problemas renais. Adicione 1 xícara de cafezinho da


planta picada para 1 litro de água fervente e abafe. Após 10 a 15 minutos coe
e beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Para obesidade tomar 1 copo em jejum e 2
copos meia hora antes do almoço e jantar. Para edemas (inchaços por
retenção de líuidos), adicione colher de sopa das partes aéraas picadas a 1
xícara de chá de água fervente e abafe. Toma 1 xícara 2 a 4 x ao dia.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para
artrose, reumatismo e osteoporose. Adicione 30 g em ½ litro de água
fervente. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Não tomar depois de 18 h por ser diurética.

Infuso composto: utilizado para dores crônicas junto com edemas (excesso
de umidade). Adicione 1 g das partes aéreas picadas da cavalinha e 1 g das
folhas picadas de erva-baleeira (Varronia curassavica) a 1 xícara de água
fervente e abafe. Após 10 minutos beba. Tomar 1 dose 3 x ao dia durante 30
dias. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta também é
utilizada como diurética, para inflamação na bexiga e nos rins e para dor

175
na urina. Em uma panela adicione 3 xícaras de chá de água (300 ml), 1 folha
de cavalinha (Equisetum hyemale) e ferva por 5 minutos. Logo após acrescente
1 folha picada de caninha-do-brejo (Costus spicatus), 1 colher de chá da
planta inteira de quebra-pedra (Phyllanthus niruri), 1 colher de sopa do cabelo
(estigma) do milho (Zea mays), 1 colher de sopa de chapéu-de-couro
(Echinodorus grandiflorus) e deixe ferver por mais 3 minutos. Tomar 1 xícara
3 x ao dia.

Pó: utilizado como remineralizante. Ingerir de 1 a 3 g ao dia.

Supositório: utilizado para hemorroidas. 0,20 g da planta e excipiente q.s.p


5 g.(205)

Tintura: utilizada para consolidação de fraturas, tanto no uso interno ou


externo. Tomar de 10 a 30 ml ao dia.

Tintura composta: utilizada para tensão pré-mentrual (TPM). Misture 30


ml da tintura da cavalinha com 30 ml da tintura do estigma do milho (Zea
mays). Tomar 40 gotas diluídas em um pouco de água 3 x ao dia.(205)

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: o floral desta planta trabalha as emoções estagnadas e


desobstrui os canais congestionados. Desenvolve as aptidões naturais em
pessoas que estão perdidas, clareia o caminho. Ajuda os deslocados
profissionalmente a se encontrarem numa profissão afim. Atua sobre o chacra
do plexo solar (3º), no nível físico-emocional, tem polaridade masculina (235).
Está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: também recebe o nome de rabo de cavalo, pois seu nome


“Equisetum” vem do latim (equus = cavalo, setum = rabo ou cerda) devido a
sua semelhança na forma. A espécie mencionada aqui é nativa dos EUA, e
somente a espécie Equisetum giganteum L., que também é chamada de
cavalinha, é nativa do Brasil e encontrada nos estados de Minas Gerais,
Bahia, Goiás e Mato Grosso. Ambas são utilizadas como ornamentais em
áreas úmidas. Na Roma antiga, até o século XVIII, era muito utilizada pelas
cozinheiras, por ser rica em sílica, para limpeza de vasilhas e panelas e formar
uma camada antiaderente. Também é eficiente para polir objetos de peltre
(estanho), dando origem ao nome em inglês da planta pewterwort (erva-de-
peltre).

176
39 – Cedro

Família: Meliaceae.

Nome científico: Cedrela fissilis Vell.

Descrição: árvore, decídua, com casca


com ritidoma suberoso quando adulta e
lisa quando jovem, podendo medir de 8 a
35 metros de altura e seu tronco pode ter
de 60 a 150 cm de diâmetro. Folha
composta, alterna, pinadas, longas,
curvadas, decíduas e espiraladas, me-
dindo de 60 a 120 cm de comprimento e
20 a 30 cm de largura. Folíolos opostos a
subopostos, oblongo-lanceolados a oval-
lanceolados, com a face inferior pilosa,
hirsuta ou tomentosa, medindo de 8 a 18
cm de comprimento. Fruto em forma de
cápsula deiscente, com sementes aladas.

Partes utilizadas: casca e folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antinociceptiva (combate a dor), analgésica,


antimalárica, anti-inflamatória, antibacteriana (Bacillus cereus, Escherichia
coli e Staphylococus aureus), é tripanocida, antiviral, combate aftas, combate
à leucorreia, é anti-helmíntica (vermífuga), antirreumática, anti-
cancerígena, diurética, tônica, adstringente, controla o vômito, diarreia e
febre, dor de cabeça e gripe.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, antisséptica, combate à


leucorréia, é antiulcerogênica, antimicobacteriana e é inseticida (também
repelente de cupim – óleo essencial).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


tratamento de feridas.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

177
Constituição química: fenóis, limonóides, óleo essecial, saponinas,
taninos (catéquicos e pirogálicos) e triterpenos.

Preparo da planta:

Decocoto: a casca é utilizada para aftas.

Pomada: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para tratamento de feridas. Rale 20 cm da casca a acrescente em
½ litro de álcool, deixe curtir por 30 dias. Após este período coe e acrescente
40 gotas da tintura a 30 g da base vegetal e misture até ficar homogênea.
Aplique no local afetado.

Fitoconexão: atua sobre os chacras da garganta (5º), terceiro olho (6º) e


coronário (7º), no nível espiritual, tem polaridade masculina e feminina, e está
ligada ao elemento éter.

Curiosidades: amplamente utilizada na confecção de compensados,


contraplacados, obras de talha, esculturas, madeiras da construção civil,
naval e aeronáutica, capas de lápis, caixas para charutos, fundos de fórmica,
instrumentos musicais e no paisagismo.(12, 58)

178
40 – Centela

Família: Apiaceae.

Nome científico: Centella asiatica (L.)


Urb.

Descrição: erva, perene, rasteira,


acaule, estolonífera (estolões de até 30
cm confun-didos com ramos),
rizomatosa, formando sobre o solo um
tapete quando tem condições favoráveis.
Folha simples, saindo diretamente dos
nós do rizoma. As lâminas foliares são
membranáceas, rara-mente papirácias,
verde-acinzentadas na face superior e
verde-pálidas na face inferior, glabras a
tomentosas em ambas as faces, cobertas
de tricomas hialinos de até 2 mm, pluri-
celulares, unisseriados, formados por
duas a cinco células. Lâmina ovada a
orbicular-reniforme, palminérvea, com
cinco a nove nervuras, base cordada a
truncada, ápice arredondado, obtuso a truncado, margem levemente sinuada
a crenado-dentada, medindo 1,5 a 7 cm de comprimento e 1 a 6 cm de largura.
A venação é pouco densa, actinódroma. Pecíolo de até 15 cm de comprimento,
alargado na porção basal e canaliculado na face superior, viloso-tomentoso,
castanho-esverdeado a castanho-avermelhado. Flores pequenas, esbranqui-
çadas, em forma de umbrela saindo da base da folha.

Esta planta consta na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada para melhorar a circulação sanguínea (para


insuficiência venosa leve, moderada e crônica das pernas e pés),
antiestagnante (medicina chinesa), trata doenças vasculares periféricas
(microangiopatia diabética, hipertensiva venosa e dos viajantes de
avião), é depurativa, tônica, venotônica (tônico das veias), antioxidante,
purgante, metaboliza a gordura, é anti-inflamatória, diurética, adstringente,
digestiva (estomacal e intestinal), hiperglicemiante (ácido asiaticosídeo),
retarda a senilidade e promove a longevidade (medicina chinesa), diminui
a ansiedade (ansiolítica), aumenta a clareza mental, melhora a memória e a
179
aprendizagem, ameniza problemas reumáticos, tem atividade
cardioprotetora e neuroprotetora. Melhora edemas, irritação vaginal,
alterações tróficas cutâneas, cãimbras, parestesias, dores dos membros
inferiores, úlcera trófica venosa, e síndrome pós-flebítica. Na China e na
Malásia também é considerada antidiarreica, antialérgica, antitumoral e
diurética.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


circulação sanguínea, como antioxidante, para celulite e para melhorar a
memória e aprendizado.

Uso externo: utilizada como anti-inflamatória, antisséptica, cicatrizante de


feridas (eczemas, flebites, gangrenas, pruridos, psoríase, úlceras),
antipruriginosa (combate coceira), aterosclerose (combate a degeneração das
artérias), eliminação da celulite (lipodistrofia nos graus I, II e III),
reepitelizante, estimulante cutâneo, irrigação sanguínea, vulnerária
(varizes). Também é utilizada para hanseníase (junto com cloreto de potássio).
Na África é utilizada para hanseníase e tuberculose cutânea.

Contraindicações: não é indicado para gestantes e para pessoas com


gastrite e úlcera estomacal. Não deve ser tomado por mais de 4 semanas.
Também pode provocar reações alérgicas e dermatite de contato. Pode
provocar aumento do colesterol total, portanto é desaconselhável em caso de
hipercolesterolemia familiar. Deve ser usado com cautela por lactantes e
pessoas hipertensas. O ácido brahmico é relacionado à infertilidade
masculina por alterar o esperma, portanto os homens devem fazer o uso da
planta sem exageros(205). A interação da cetela com dexametasona pode
provocar efeito antagônico inibindo o efeito cicatrizador da planta. (48)

Toxicidade: doses acima de 50 ml / kg possui efeito depressor no sistema


nervoso central (SNC), podendo ocasionar vertigem, sedação leve (sonolência),
fraqueza, dor de cabeça, hipotensão arterial, estados narcóticos quando tem
sensibilidade a planta e sensibilidade ao sol.

Constituição química: ácidos fenólicos (1,5-di-O-cafeoiquínico, 3,4-di-O-


cafeoiquínico, 3,5-di-O-cafeoiquínico, 4,5-di-O-cafeoiquínico, clorogênico,
etacrínico, isoclorogênico e rosmarínico), ácidos graxos (esteárico,
lignocérico, linolêico, linolênico, oleico e palmítico), alcaloides (hidrocotilina),
aminoácidos, compostos poliacetilênicos (acetoxicentelinol, asiaticina,
cadinol, centelicina e centelina), aminoácidos (alanina, aspártico, glutâmico,
histidina, lisina, serina e treonina), carotenoides, esteróides (campestrol,
estigmasterol, β-sitosterol), flavonoides (apigenina, castiliferol, kaempferol,
patuletina, quercetina, rutina), óleo essencial (bicicloelemeno, bornil acetato,
cânfora, β-cariofileno, cineol, α-copaene, β-elemeno, germacreno-D, β-
pineno, α-terpineno e trans-β-farneseno), poliacetilenos, polissacarídeos
(mucilagens e pectinas), resinas, sais minerais, saponinas triterpênicas
180
pentaclínicas (agliconas (ácidos asiático, indocentóico e madecássico) e
glicosídeos (asiaticosídeo, madecassicosídeo)), substância amarga (valerina),
taninos gálicos e vitaminas (ácido ascórbico, niacina, retinol, riboflavina e
tiamina).

Preparo da planta:

Banho de assento: utilizado para eliminar celulite, como estimulante


cutâneo, irrigação sanguínea e irritação vaginal. Fazer um infuso com 3
colheres de sopa de folhas picadas em ½ litro de água fervente. Deixar a água
esfriar até que fique agradável para sentar.

Creme ou gel: utilizado para as indicações de uso externo (tópico). Adicione


a tintura até 10 % do volume total da base.

Compressa: tem as mesmas aplicações e preparo que o banho de assento.


Aplicar no local.

Infuso: utilizado como depurativo, cicatrizante interno e metabolismo da


gordura. Acrescente 1 colher de sobremesa de folhas secas moídas a 1 xícara
de chá de água fervente. Tomar 1 xícara 2 vezes ao dia.

Óleo de massagem: utilizado para celulites. Prepare uma loção com óleo
mineral e 10% de titura da planta. Faça a massagem por pelo menos 10
minutos ao dia.

Tintura: utilizada como diurética e digestiva (intestinal e estomacal). O


preparo deve ser de 1 colher de sopa de folhas secas moídas em 1 xícara de
chá de álcool de cereais a 70%. Deixar repousar por 5 dias e coar logo após.
Tomar 1 colher de café diluído em água antes das refeições. Popularmente, na
região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para circulação
sanguínea, como antioxidante, para celulite e para melhorar a memória
e aprendizado. Tomar 25 gotas diluídas em um pouco de água 3 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta acalma, trabalha a ansiedade, ajuda a falar


devagar, melhora a dicção. Ensina o momento de calar e esperar a hora certa
para se expressar. Atua sobre o chacra da garganta (5º) e tem polaridade
feminina(95). Atua no nível mental e está ligada ao elemento éter.

Curiosidades: é muito conhecida na Austrália desde o século XIX, e em 1888


o botânico deste país, F.M. Bailey, mencionou que “no meio médico, tem-se
falado muito das virtudes medicinais dessa planta”. Segundo alguns autores
a centelha é utilizada na medicina tradicional chinesa há mais de 2.000 anos
e na Ayuvédica há mais de 3.000 anos. Seu nome em sânscrito, bhahmi,
significa consciência ou sabedoria, pois exerce influência sobre a memória e
clareia o pensamento(205).

181
41 – Chapéu-de-couro

Família: Alismataceae

Nome científico: Echinodorus grandi-


florus (Cham. & Schltdl.) Micheli

Descrição: erva ou subarbusto aquáti-


co, perene, acaule, rizomatoso, medindo
de 1 a 2 metros de altura, natural de
terrenos brejosos e ácidos. Folhas
simples, coriáceas, cordiformes, com
base cordada e ápice agudo a arredon-
dado. Lâmina foliar de dimensões
variadas, dependendo da condição ambi-
ental, de 10 a 35 cm de comprimento e
20 a 25 cm de largura na porção
mediana; pecíolo longo de secção trans-
versal circular a ovalada, com expansões
aladas curtas e estriações longitudinais
podendo chegar a 1,3 m de comprimento.
Apresenta de 12 a 14 nervuras de
calibres semelhantes, que partem de um único ponto na base do limbo,
proeminentes na face inferior. Tanto a lâmina quanto o pecíolo são
pubescentes, relativamente ásperos pela presença de tricomas estrelados.
Ductos secretores translúcidos são abundantes por toda a lâmina foliar, por
vezes visualizados sem auxílio de lentes. Flores brancas em inflorescência
paniculada desenvolvidas diretamente do rizoma, entretanto apresentam-se
acima das folhas. Fruto tipo aquênio com uma semente.

Esta planta consta na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada para diminuir o ácido úrico, como diurética,


depurativa, anti-inflamatória, doenças reumáticas, artralgias, doenças
renais e das vias urinárias (cistites, edemas, cálculos e infecções), analgésica,
tônica, vermífuga (tripanosoma) colagoga, hipotensora, vasodilatadora,
cardiotônica, nefroprotetora (lesões renais agudas), antisséptica das vias
urinárias e bucal, antiofídica (serpentes), hipercolesterolemia,
antinociceptiva, antiulcerogênica, trata sífilis, hepatoproterora, afecções do

182
fígado, interrompe o progresso de aterosclerose, combate prostatite
(inflamação da próstata), afecções da garganta (amigdalite e faringite),
estomatite, gengivite, dores nevrálgicas, reduz edemas, combate o
Tripanossoma cruzi, e é um laxante leve.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas nos rins.

Uso externo: é antimicrobiana, é cicatrizante, é indicada para hérnias


(rizoma), afecções da pele (úlceras, erupções cutâneas (dartros e
furúnculos)).

Contraindicações: doses superiores a 3 xícaras de chá por dia podem


provocar diarreia. Não deve ser ingerida por pessoas com hipotensão (pressão
arterial baixa) sem que haja reposição de fluidos, que tenham corrimentos
crônicos, diarreia, espermatorreia, impotência e com insuficiência renal.
Deve-se ter cautela na utilização desta na associação com anti-hipertensivos,
diuréticos e glicosídeos cardiotônicos.

Toxicidade: não foi indicada na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos fenólicos (cafeico, ferúlico e isoferúlico),


alcaloides (echinofilinas A, B, C, D, E e F), diterpenóides (ácido chapeco-
derinas (A, B e C), echinólico, echinodol, equinodolídeos (A e B), fitol e
solidagolactona-I), esteróides, estilbenos, flavonoides (isoorientina,
isovitexina e vitexina), glicosídeos, heterosídeos, iodo orgânico, óleo
essencial (dilapiol, óxido de cariofileno e 2-tridecanona), sais minerais,
saponinas, taninos e terpenóides (di-hidroedulano, α-humuleno e
transcariofileno). Segundo o estudo de ALVES et al. (2011) de análises de perfil
cromatográfico, para o extrato seco esta planta apresenta maior quantidade
de princípios ativos no período chuvoso.

Preparo da planta:

Banho de assento: utilizado para inflamação na próstata. Adicionar 5


colheres de sobremesa do pó das folhas secas e moídas em 1 litro de água
fervente, se for necessário maior volume acrescente 1 colher de sobremesa do
pó para cada 200 ml. Banhar-se com a água duas 2 vezes ao dia.

Cataplasma: o rizoma é utilizado para o tratamento de hérnias.

Compressa: utilizada para gota reumática e dores nevrálgicas. Adicionar 5


colheres de sobremesa do pó das folhas secas e moídas em 1 litro de água
fervente. Aplicar bem quente no local. Para afecções da pele, acrescenta-se
uma xícara de chá de folhas frescas picadas a 1 litro de água fervente, molhar
a compressa e aplicar no local.

183
Decocto: utilizado para indicações do uso interno, inclusive lesões da pele.
Adicione 1 colher de sobremesa das folhas picadas a 1 xícara de chá de água
e deixe ferver por 5 minutos e abafe. Após 10 minutos coe e beba. Tomar 1
dose 2 x ao dia.

Infuso: utilizado para ateriosclerose. Adicionar 1 colher de sobremesa do pó


das folhas secas e moídas em uma xícara de chá. Tomar uma xícara 2 vezes
ao dia. Também é utilizado contra o agente causador da doença de Chagas
(Tripanosoma). Para diminuir o ácido úrico, adicione de 2 a 3 colheres de sopa
das folhas picadas em ½ litro de água fervente e abafe. Após 20 minutos coe
e beba. Tomar este volume dividido em 4 doses ao dia. Fazer este
procedimento durante 15 dias. Para edemas (inchaço por retenção de líquidos
e inflamações) adicione 1 colher de chá em 1 xícara de chá de água fervente e
abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. As folhas também são utilizadas como
diurética e depurativa.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta


também é utilizada como diurética, para inflamação na bexiga e nos rins e
para dor na urina. Em uma panela adicione 3 xícaras de chá de água (300
ml), 1 folha de cavalinha (Equisetum hyemale) e ferva por 5 minutos. Logo
após acrescente 1 folha picada de caninha-do-brejo (Costus spicatus), 1 colher
de chá da planta inteira de quebra-pedra (Phyllanthus niruri), 1 colher de sopa
do cabelo (estigma) do milho (Zea mays), 1 colher de sopa de chapéu-de-couro
(Echinodorus grandiflorus) e deixe ferver por mais 3 minutos. Tomar 1 xícara
3 x ao dia.

Tintura: 10 a 50 ml ao dia.(205)

Tintura composta: utilizada para prostratite. Misture 100 ml da tintura da


folha picada do chapéu-de-couro, 100 ml da planta picada do dente-de-leão
(Taraxacum dofficinale) e 100 ml da planta picada da equinácea (Equinacea
purpurea (L.) Moench). Tomar 10 ml diluído em um pouco de água 3 x ao dia.
Para utilizada para dores crônicas junto com sintomas de calor e vermelhidão
misture 50 ml de tintura das folhas de chapéu-de-couro, 50 ml de tintura das
folhas de erva-baleeira (Varronia curassavica) e 50 ml da tintura do rizoma do
açafrão (Curcuma longa). Tomar 5 ml diluídos em água 3 x ao dia.(205)

Xarope: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para problemas nos rins. Adicione 3 folhas picadas a 2 litros de água e ferva
por 30 minutos. Após este período coe e volte com a panela para o fogo e
acrescente mel ou açúcar mascavo até dar o ponto de xarope. Tomar 1 colher
de sopa 3 x ao dia.

184
Fitoconexão: o floral desta planta trabalha a integração dos chacras da
base (1º), sacral (2º) e do plexo solar (3º) para retomar a dinamização do corpo
astral. Também trabalha o desânimo e abatimento, a retomada do gosto pelo
trabalho, revigora o prazer no fazer das coisas. Atua no nível físico-emocional,
tem polaridade feminina(235). Está ligada aos elementos terra, água e fogo.

Curiosidades: a palavra grandiflorus proveniente de seu nome científico


significa “flores grandes”. É utilizada para decoração em lagos e aquários.
Também é consumida como bebida refrescante, e é o componente principal
de um refrigerante nacional, o “Mineirinho”.

185
1
42 – Cipó-cabeludo

Família: Polypodiaceae.

Nome científico: Microgramma


percussa (Cav.) de la Sota

Descrição: erva, epífita, caule cilíndri-


co com escamas denteadas, de coloração
marrom. Folha peciolada, elíptica com
margem inteira. Em formato dos soros
circulares, superficiais. Esporângio do
tipo leptosperângio pedisselado e glabro.

Partes utilizadas: planta inteira.

Indicações:

Uso interno: utilizada como


adstringente, sudorífera, expectorante,
indicado para tratamento de cólicas
intestinais, e contra secreções das vias
respiratórias.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


reumatismo, artrose e dores nos rins.

Uso externo: no Equador, esta planta é utilizada para picada de cobras, para
deter sangramento de feridas e cicatrizar abecessos com pus (242).

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

Preparo da planta:

Banho: no Equador as folhas são utilizadas para tratar picadas de cobras.(242)

Cinzas: no Equador a cinza da planta é utilizada para cicatrizar abcessos


com pus. (242)

186
Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para reumatismo, artrose, dores nos rins. Adicione 20 g da planta inteira a
½ litro de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1 xícara 3
x ao dia.

Maceração: no Equador as folhas são utilizadas para deter o sangramento


de feridas. (242)

Fitoconexão: atua sobre o chacra coronário (7º), no nível espiritual e tem


polaridade masculina.

Curiosidades: é encontrada nas Antilhas, Equador, Venezuela, Colômbia,


Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina, Uruguai, e Brasil.

187
2
43 – Cipó-cabeludo

Família: Asteraceae.

Nome científico: Mikania hirsutissima


DC.

Descrição: erva, escandente, com


folhas e ramos revestidos de pelos rígidos
e esbranquiçados. Folha oposta, pecio-
lada, membranácea, cordiforme, de mar-
gem inteira denticulada, com a face supe-
rior verde e inferior esbranquiçada, am-
bas pilosas. Flor branca com perfume
suave reunidas em capítulos, dispostas
em inflorescência em forma de panícula
axilares e terminais. Frutos e, forma de
aquênio provido de pelos.

Partes utilizadas: partes aéreas


(folhas, ramos e flores).

Indicações:

Uso interno: utilizada como antialbuminúrica, antirreumática, diurética,


combate a esquistossomose, estimulante, combate inflamação da bexiga
(cistite), uretrite, nefrite, diarreia crônica, hipertensão, dores lombares,
blenorragia, para paralisias e nevralgias.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas nos rins.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicação: a cumarina contida nesta planta pode potencializar


medicamentos anticoagulantes. Não é recomendada para grávidas, lactantes
e crianças, problemas hepáticos crônicos e cirrose.

Toxicidade: em altas doses (crônicas) pode provovar alteração na


coagulação sanguínea.

Constituição química: amido, cumarinas, óleo essencial (acurcumeno e


espatulenol), matérias pécticas, pigmentos, procianidinas, resinas, sais
188
minerais (Al, Ca, Fe, Mn, Mg, K, Na), saponinas (traços) e taninos. Segundo
um estudo de análise de perfil cromatográfico de tinturas e extratos secos,
esta planta obteve maior rendimento (quantidade de princípios ativos) na
estação seca.(9)

Preparo da planta:

Extrato flúido: 5 a 20 ml ao dia.(100)

Infuso / decocto: utilizado para as indicações do uso interno. Adicione 8 g


da planta picada a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar 2 a 4
xícaras ao dia. Quando florida o decocto também é utilizado para problemas
renais, hipertensão, dores lombares e como calmante. Popularmente, na
região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para problemas nos rins.
Adicione uma rama (cerca de 15 folhas com ramos) a ½ litro de água fervente
e abafe. Tomar durante o dia este volume. Continue o processo até melhorar.

Massagem: utilizada para relaxamento. Prepare o líquido com óleo mineral


e 10% do volume com sua tintura. Faça a massagem por pelo menos 10
minutos até 5 x ao dia.

Fitoconexão: atua no chacra do plexo solar (3º), nos níveis físico e


emocional, tem polaridade masculina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: planta encontrada em todo o território brasileiro.

189
44 – Cipó-caçaú, cipó-mil-homem

Família: Aristolochiaceae;

Nome científico: Aristolochia labiata


Willd.

Descrição: erva, volúvel / trepadeira,


perene, de porte grande, com caule
suberoso, ramos cilíndricos. Folhas
simples, alterna, orbiculares, com a base
cordada e ápice obtuso, margem inteira,
membranaceae, glabra em ambas as
faces, com a presença de pseudo-
estípulas e peciolada. Flores grandes,
vistosas, fétidas, isoladas, axilares,
bilabiadas, brancas pontilhadas de mar-
rom em forma de urna. Fruto rostro com
semente em formato oval, verrucosa e
plana.

Esta planta é descrita para o sul


do Rio de Janeiro e Minas Gerais(108) e, segundo dois autores, tem as mesmas
características medicinais que a A. cymbifera Mart. & Zucc. (125)

Partes utilizadas: caule, raiz e semente.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética, sedativa, estomáquica, estimulante,


tônica, afecções gástricas, hepáticas, renais e do baço, como antisséptica,
diaforética, emenagoga, abortífera, combate asma, febre, dispepsia, diarreia
pesada, combate o ácido úrico (gota), enxaqueca, hidropsia, histeria,
convulsões / epilepsia, palpitações, flatulência, falta de apetite
(anorexia), cistite, prisão de ventre, para indigestão, dor no estômago,
amenorreia, anemia por deficiência de ferro causada por excesso de
sangramento na menstruação, dores reumáticas, atonia uterina, para tensão-
pré-menstrual (TPM), depurativa, vulnerária, nevralgia, gastralgia,
depalperamento determinado por carcinoma, adormecimento dos membros,
osteócopa (dores nos ossos), hipocrondria, lupo e orquite (inflamação dos
testículos).

190
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
problemas estomacais, dor de barriga, diarreia e dor de cabeça.

Uso externo: utilizada no combate a pulga, piolho, chato, para feridas, sarna,
afecções cutâneas (prurido, eczemas, úlceras), como antisséptica, para caspa
e reumatismo.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: para A. cymbifera foram identificados no caule e


raiz: alcaloides, diterpenóides, flavonoides, óleo essencial e taninos, já
nas folhas sesquiterpenóides.

Preparo da planta:

Banho: utilizado para inflamação dos testículos (orquite). O caule é utilizado


para pulga, piolho, chato e sarnas. Faça um infuso com 3 colheres de chá
paara 200 ml de água fervente. Após 20 minutos coe e banhe o local afetado.

Infuso: utilizado para afecções gástricas, hepáticas, renais e do baço e


TPM. Adicione 1 colher de sobremesa de ramos secos em 1 xícara de água
fervente e abafe. Após alguns minutos beber. Tomar 1 xícara de chá 2 x ao
dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para problemas estomacais (dor de barriga e diarreia) e dor-de-cabeça.
Ferva ½ xícara de chá de água e adicione 4 lascas (pedacinhos) do caule ou
raiz e abafe. Espere até a água ficar amarela e beba. Tome este volume de 3 a
4 x ao dia. Não é preciso renovar o cipó nas outras doses, por ser forte, apenas
acrescente o mesmo volume de água e beba.

Tintura: a raiz é utilizada como escalda-pés para auxiliar no tratamento de


reumatismo. Adicione 20 gotas a 2 litros de água morna. Coloque os pés por
30 minutos em uma vasilha com o líquido preparado. Fazer este procedimento
2 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: os antigos árabes e gregos chamavam as espécies deste


gênero de “facilita-parto” ou “bom-parto”. O nome Aristolochia para a maioria
dos autores deriva de uma palavra composta dos termos aristos que significa
“excelente” e lochios, vem de “parto”. Já Cícero, o mais célebre dos escritores
romanos, seu nome é em homenagem a Aristolochio, o primeiro a utilizar a
planta.(108)

191
45 – Cipó-laje, cipó-índio, cipó mil-homem

Família: Aristolochiaceae.

Nome científico: Aristolochia triangu-


lares Cham.

Descrição: erva, volúvel / trepadeira,


perene, de grande porte, caule suberoso,
ramos cilíndricos. Folhas simples,
alterna, triangulares, com a base
cordada a truncada e ápice agudo,
membranaceae, glabra em ambas as
faces, com a presença de pseudo-
estípulas decíduas, peciolada de colo-
ração verde brilhante. Flores pequenas,
isoladas ou em racemos, raramente em
panílula, peltilabiadas, pequenas, vis-
tosas, brancas pontilhadas de marrom
(podendo variar dependendo do local
encontrado), em forma de urna.
Semente oboval a obcordiforme, ver-
rucosa e plana.

Esta planta é descrita para o sul do Rio de Janeiro e Minas Gerais(108)


e segundo dois autores esta tem as mesmas características medicinais que a
A. cymbifera Mart. & Zucc. (125)

Partes utilizadas: caule, raizes e folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética, sedativa, estomáquica, tônica,


afecções hepáticas, renais e do baço, como antisséptica, diaforética,
emenagoga, abortífera, anti-helmíntica (vermífuga), anti-inflamatória,
combate a asma, febre, dispepsia, diarreia pesada, combate o ácido úrico
(gota), enxaqueca, hidropsia, cólicas, histeria, colvulsões / epilepsia,
palpitações, flatulência, falta de apetite (anorexia), cistite, apendicite,
prisão de ventre, para indigestão, dor no estômago, amenorreia, anemia
por deficiência de ferro por excesso de sangramento na menstruação), dores
reumáticas, atonia uterina, para tensão-pré-menstrual (TPM), depurativa,
vulnerária, nevralgia, depalperamento determinado por carcinoma,

192
adormecimento dos membros, osteócopa (dr nos ossos) e orquite (inflamação
dos testículos).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas estomacais, eliminação de vermes em crianças, reumatismo,
artrose e diabetes.

Uso externo: utilizada no combate a pulga, piolho, chato, para feridas,


sarna, afecções cutâneas (prurido, eczemas, úlceras), antisséptica, para
caspa, no reumatismo e para picada de cobra. Em uma citação de um autor
o extrato do cipó-laje eliminou 50% das larvas de Aedes aegypti na
concentração de 300 μg.mL-1.(128)

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: para A. cymbifera foram identificados no caule e


raiz: alcaloides, diterpenóides, flavonoides, óleo essencial e taninos, já
nas folhas sesquiterpenóides.

Preparo da planta:

Banho: utilizado para inflamação dos testículos (orquite). O caule é utilizado


para pulga, piolho, chato e sarnas. Faça um infuso com 3 colheres de chá
paara 200 ml de água fervente. Após 20 minutos coe e banhe o local afetado.

Infuso: utilizado para afecções gástricas, hepáticas, renais e do baço e


TPM. Adicione 1 colher de sobremesa de ramos secos em 1 xícara de água
fervente e abafe. Após alguns minutos beber. Tomar 1 xícara de chá 2 x ao
dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para problemas estomacais, eliminação de vermes em crianças,
reumatismo, artrose. Adicione 50 g do caule a ½ litro de água fervente e
abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Já as folhas são utilizadas para diabetes.
Adicione 1 folha para 1 xícara de água fervente. Tomar também 1 xícara 3 x
ao dia.

Tintura: a raiz é utilizada como escalda-pés para auxiliar no tratamento de


reumatismo. Adicione 20 gotas a 2 litros de água morna. Coloque os pés por
30 minutos em uma vasilha com o líquido preparado. Fazer este procedimento
2 x ao dia.

193
Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem
polaridade masculina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: os antigos árabes e gregos chamavam as espécies deste


gênero de “facilita-parto” ou “bom-parto”. O nome Aristolochia para a maioria
dos autores deriva de uma palavra composta dos termos aristos que significa
“excelente” e lochios, vem de “parto”. Já Cícero, o mais célebre dos escritores
romanos, seu nome é em homenagem a Aristolochio, o primeiro a utilizar a
planta.(108)

194
46 – Cipó-sumo

Família: Violaceae.

Nome científico: Anchietea pyrifolia


(Mart.) G. Don.

Descrição: arbustos escan-dentes,


pubérulos. Apresenta caule lenhoso,
cilíndrico e ramificado. Folha, simples,
alterna, membranácea, peciolada (pecío-
lo de 5-14 mm de comprimento) pubes-
centes; limbo (4 a 9 de comprimento x 2
a 5 cm de largura) lanceolado, sub-
lanceolado, elíptico, ovado ou subovado,
pubescente; margem serreada ou
crenada; ápice agudo a acuminado; base
obtusa ou arredondada; estípulas
escami-formes caducas. Inflorescência
apresenta de 3 a 10 flores. Sementes (9
a 11 mm de comprimento) numerosas,
róseas ou vináceas, plano-comprimida,
testa expandida em ala membranácea e
circular com margens inteiras, subinteiras ou levemente denteado-crenadas
(foto).

Partes utilizadas: folha, caule ou raiz.

Indicações:

Uso interno: utilizada como depurativa, quadros alérgicos, hipogli-


cemiante, analgésica e sialagoga (aumenta o fluxo salivar),
descongestionante dos vasos urogenitais e hemorroidários e antissifílitica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


depurativa do sangue e coceira no corpo (comichão).

Uso externo: utilizada no tratamento de dermatoses e afecções da pele,


como furúnculos.

Contraindicação: deve ser evitado por gestantes e lactantes.

195
Toxicidade: em altas doses pode causar cólicas e ter efeito purgante. Em
um estudo in vitro, o extrato das folhas apresenta toxicidade a partir da
concetração de 100 μg/ml e inibe a proliferação espontânea de linfócitos
humanos a 1 μg/ml, ou seja, interfere na imunomodulação devido ao seu
efeito tóxico.(107)

Constituição química: alcaloides (anchietina), polissacarídeos (amido e


pectina), resinas e saponinas.

Preparo da planta:

Infuso / decocto: 2 g para 200 ml de água. Tomar de 2 a 3 xícaras de chá ao


dia.

Extrato flúido: 1 a 2 ml ao dia.(100)

Tintura: utilizada para afecções da pele, inclusive furúnculos. Adicione


10% de tintura ao volume de uma base como vasilina sólida e misture até
ficar homogêneo. Primeiro limpe o local onde será aplicado e depois aplique
até 3 x ao dia. No caso do furúnculo, faça um anel de 1 cm ao redor.

Xarope: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


como depurativa do sangue e coceira no corpo (comichão). Rale 10 g da
raiz, adicione 1 litro de água e deixe ferver por 20 minutos. Após este tempo
coe e acrescente mel até formar o xarope. Tomar 2 a 3 colheres de sopa por
dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: esta espécie é encontrada nos estados de Goiás, Minas


Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul. No Paraná, ocorre na floresta ombrófila densa, floresta ombrófila mista,
floresta estacional semidecidual, estepe gramíneo-lenhosa e savana
arborizada(129). Esta espécie foi pesquisada por Auguste de Saint-Hilaire em
sua visita ao Brasil no século XIX como sendo laxativa e purgativa (para
promover a depuração do sangue)(37).

196
47 – Cipó-unha-de-gato

Família: Bignoniaceae.

Nome científico: Dolichandra unguis-


cati (L.) L.G. Lohmann

Descrição: trepadeira, perene, caduci-


fólia, de base lenhosa, com ramos
terminais pendentes. Dotada de vários
conjuntos de 3 ganchos, “unhas” (deta-
lhe da foto), que fazem a fixação da
planta. Folha simples, ou composta,
lanceolada ou ovada, bi ou trifoliolada,
subcoreácea, quase glabra, com cada
folíolo medindo de 8 a 14 cm de
comprimento. Flor tubular, amarela.
Fruto em forma de cápsula achatada de
cerca de 30 cm de comprimento. As
raízes são providas de tubérculos onde
há o armazenamento de alimento da
planta. A foto acima é de um indivíduo
jovem.

Partes utilizadas: parte aérea (folhas e ramos).

Indicações:

Uso interno: utilizada para diarreia, hepatite (tubérculos) febre,


reumatismo, inflamação intestinal, diurética, doenças sexualmente
transmissíveis (DST), malária e tosse.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas nos rins.

Uso externo: utilizada para picada de cobra e como febrífuga.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: frutose, glicosídeos (do ácido quinóvico) e


glucose.

197
Preparo da planta:

Banho: utilizado como febrífugo. Faz-se um decocoto da planta inteira.


Quando amornar está pronta para o banho.

Decocto: utilizado para tosse. Adiciona-se a planta inteira (com raízes junto
com a casca do ipê (Tabebuia spp.) a água fervente e deixe ferver. Acrescente
mel e beba. Os tubérculos ou nódulos radiculares são utilizadados no
tratamento de hepatite.

Infuso: utilizado para doenças venéreas e para malária. Popularmente, na


região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para problemas nos rins.
Adicione uma rama (cerca de 15 folhas com ramos) a ½ litro de água fervente
e abafe. Tomar durante o dia este volume. Continue o processo até melhorar.

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: esta planta é encontrada de norte a sul do Brasil. A tribo


Wayãpi das Guianas utiliza a planta inteira na elaboração de um decocto (chá)
como febrífuga e utilizada no banho, já os nativos da tribo Palikur deste
mesmo país a utilizam também como decocto junto com a casca do ipê
(Tabebuia spp.) e adoçada com mel para tosse(125).

198
48 – Citronela

Família: Poaceae.

Nome científico: Cymbopogon winteria-


nus Jowitt ex Bor

Descrição: erva, perene, cespitosa, aro-


mática, que quando amassada lembra o
eucalipto-limão (Eucaliptus citriodora),
medindo cerca de 1 metro de altura. Folhas
simples, longo-lanceoladas. Flores raras e
estéreis.

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anticonvul-


sivante, ansiolítica e candidíase bucal.(23)

Uso externo: utilizada como antigenotóxica, antioxidante, antimicrobiana


(Aspergillus flavus e A. fumigatus, Candida albicans, Candida parapsilosis e
C. krusei, Cladosporium, Fusarium, Penicillium e Trichoderma viride (101)),
acaricida (combate os ácaros responsáveis por problemas respiratórios),
antimicótica e é repelente de insetos (o óleo essencial age sobre as larvas
do Aedes aegypti (109)). Em uma citação do mesmo autor este menciona que
além do Aedes aegypti o óleo da citronela também repele o Culex quin-
quefasciatus e o Anopheles, pulgas, carrapatos e mosquitos de cachorros.
Neste mesmo estudo o óleo essencial da citronela foi eficiente em bactérias
Gram-positivas (Staphylococcus aureus, S. epidermidis, S. simulans e
Enterococcus faecalis) e menciona que em outros estudos também teve ação
positiva no combate a Escherichia coli, Listeria monocytogenes, Salmonella
enterica e S. typhimurium e Erwinia carotovora(109).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


antisséptica, para limpeza da casa e afastar insetos.

Contraindicações: embora esta planta tenha indicações para uso interno,


esta normalmente é mais utilizada para uso externo.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

199
Constituição química: óleo essencial (acetato de citronelil, ∆-cadineno,
gama-cadinene, α-caninol, aromadrendreno, citronelal (majoritário), cis-2,6-
dimetil-2,6-octadieno, citronelol (majoritário), β-elemeno, elemol, endo-1-
bourbonanol, β-eudesmol, γ-eudesmol, gama-eudesmol, eugenol, farnesol,
geranial, geranyl acetato, geraniol (majoritário), 1,6-germacradien-5-ol, D-
germacreno, germa-creno-D-4-ol, 14-hidroxi-9-epi(E)cariofileno, α-humuleno,
(neo-iso) isopulejol, dl-limoneno, linalol, I-linalool, 2 metil-2-hepten-6-ona, β-
mirceno, α-muroleno,tau-muurolol, neral, α-terpinoleno, trans-farnesol e
trreyol).

Preparo da planta:

Fumigação: utilizado no combate ao ácaro. É feita a queima da folha seca à


sombra ou do óleo diluído em querosene de candeeiros.

Óleo essencial: popularmente, na região de Visconde de Mauá é utilizado


como repelente de insetos. Adicione para 100 ml de álcool 25 gotas do óleo
de citronela (Cymbopogon winterianus) e 10 gotas de lavanda (Lavandula
angustifolia).

Pulverização: utilizada no combate ao ácaro. Fazer uma solução de 20% do


óleo de citronela em álcool de cereal, diluído ao meio e vaporizado com
pulverizadores manuais. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada como antisséptica, para limpeza da casa e para afastar
os insetos. Adicione para 1 litro de água 50 gotas de óleo essencial ou
preencha uma garrafa pet (2 litros) com folhas picadas de citronela e
acrescente álcool e deixe cutir por 15 dias. Depois de pronto pulverize no
ambiente.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do plexo solar (3º), no nível físico, tem
polaridade masculina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: é mais utilizado no Brasil como repelente de mosquito, tendo


efeito tanto para o Aedes aegypti (transmissor da dengue, febre amarela e
chicungunha) e para o pernilongo Culex pipiens (muriçoca). Também tem
efeito contra besouros que prejudicam plantas.

200
49 – Colônia

Família: Zingiberaceae.

Nome científico: Alpinia zerumbet


(Pers.) B.L. Burtt. & R.M. Sm.

Descrição: erva de grandes proporções,


aromática, cespitosa, rizomatosa. Folhas
simples, membranáceas, oblongo-lanceo-
ladas com a nervura principal verde-claro.
Flores com coloração rosa, marrom e bran-
co, dispostas em inflorescências semi-
pendentes.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse ao SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas, flores,


sementes, rizomas e raízes.

Indicações:

Uso interno: utilizada para hipertensão arterial, ansiedade, como


calmante, sedativa, tem atividade depressiva sobre o Sistema Nervoso
Central (SNC) (inibe a excitação neural), para dor de cabeça, é anti-histérica
e analgésica. Também é utilizada como diurética, afeções das vias
urinárias, anti-inflamatória, hepatoprotetora, é antiaterosclerótica,
digestiva e estomáquica, tônica, excitante, combate cólicas e vômitos
(antiemética - rizoma), carminativa (gases), depurativa do sangue, afecções
do aparelho digestivo e respiratório (crise de asma, catarro, gripes e
resfriados), é antiespasmódica intestinal e do músculo liso vascular. É
antioxidante (previne adoecimento, envelhecimento da pele e é
antimelanogênica), antiofídica (serpentes), vermífuga, afrodisíaca (Índia),
atua na amenorreia, dismenorreia (menstruação desregulada – rizoma) e para
dentição.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


tônico para o coração, para baixar a pressão e colesterol.

Uso externo: utilizada para afeções da pele, como antimicrobiana (o óleo


das folhas foi eficaz in vitro em: Escherichia coli, Staphylococcus aureus MRSA,

201
Staphylococcus epidermidis e Cryptococcus neoformans), como antifúngica, no
combate ao reumatismo e para hemorroidas.

Contraindicações: pode ocorrer discreto aumento das trans-aminases e da


desidrogenase láctea com o uso crônico.(205)

Toxicidade: pode produzir hepatotoxidade e depressão no Sistema Nervoso


Central (SNC).(205)

Constituição química: alcaloides (galantina e éter metílico de galantina),


amido, canjerina, compostos fenólicos (alpinetina, catequina e epi-
catequina), fenóis, flavonoides (caempferina, campferol, quercetina e rutina),
lactonas (galangina, galangol e kavapironas), matéria resinosa, mucilagem
(bassorina) e óleo essencial (das folhas: 1,8 cineol, γ-terpineno e 4-terpinenol;
das flores: borneol, cânfora, 1,8-cineol, eugenol, pineno e metilcinamato; do
rizoma: α-humuleno; da semente: α-cadineno, α-cadinol, α-humuleno, T-
muurolol, 4-terpinenol e α-terpineol; e da casca do fruto: kavalactonas: 5,6-
desidrocavaína (DK) e 7,8-di-hidro-5,6-desidrocavaína (DDK)).

Preparo da planta:

Banho: utilizada para acalmar crianças e tirar dor. Primeiro faz-se o infuso
(chá) das flores e depois aplica no corpo. Para afecções da pele faz-se um
decocto das folhas e flores e depois banha-se.

Decocto: utilizada para combater catarros. O cozimento é feito de suas flores


e do rizoma. Para traumas e úlcera pépticas são utilizados o rizoma e o caule.

Inalação: utilizada para crise asmática. Triture o rizoma e cheire.

Infuso: utilizado para hipertensão, ansiedade, como calmante, diurético.


Adicione 1 folha fresca picada a 1 litro de água quase fervente. O chá deve
ficar com coloração amarela, caso fique vermelho deve ser descartado. Deve
ser mantido na geladeira a consumido todo ao longo do mesmo dia. Também
é utilizado como chá de sabor aromático. Para dor no coração (sedativa) é
feito o chá de suas flores. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada como tônico para o coração. Adicione 1 cacho de flores
para ½ litro de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1
xícara 3 x ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
é utilizada para baixar a pressão e o colesterol. Adicione 1 ½ colher de sopa
para 3 xícaras de água e deixe fervr por 3 minutos. Tomar 1 xícara 3 x ao dia
durante 1 semana.

Mastigação: o rizoma é utilizado nas odontalgias.

Pó: de 200 mg a 1 g ao dia.(205)

202
Tintura: utilizada para dor de cabeça (uso externo). Acrescente as flores no
álcool e deixe macerar por alguns dias. Passe na testa e na nuca para acabar
com a dor. Para uso interno utiliza-se de 10 a 25 ml ao dia na proporção de
200 g da planta para 800 ml de álcool de cereal.

Tintura composta: utilizada para hipertensão arterial quando apresenta


sintomas de excesso de calor. Faça uma mistura de 150 ml da tintura das
folhas de colônia e 150 ml da tintura do estigma do milho (Zea mays). Tomar
5 ml dissolvido em um pouco de água 3 x ao dia.(205)

Vinho branco: as sementes e o rizoma são utilizados como excitante,


carminativo, estomacal, vermífugo e no reumatismo.

Fitoconexão: esta planta é vitalizadora e desbloqueadora. Libera desejos e


sentimentos reprimidos, abrindo espaço para novas energias. Trabalha o
autoconhecimento, clareia o pensamento, ajudando a encontrar a solução
para as dificuldades e realizar os objetivos. Dá vigor, saúde, abundância e
alegria. Atua sobre o chacra do plexo solar (3º) e tem polaridade feminina (87A).
Está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: o nome do gênero da colônia, Alpinia, foi em homenagem ao


botânico italiano Prosper Alpino (1553 – 1617) que introduziu a banana e o
café na Europa. É uma planta asiática da mesma família do gengibre e da
cúrcuma que se adaptou muito bem ao nosso país. Foi introduzida no Brasil
no século XIX para compor o acervo do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
pela sua beleza. Na China meridional o rizoma é utilizado para proteção de
crianças e na cultura afro-brasileira para banhos e chás dos orixás Oxóssi e
Iemanjá. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para dor no corpo (banho de descarrego). Macete as folhas e flores
em um pouco de água, acrescente um cristal de sua afinidade, deixe no sereno
uma noite. Pela manhã faça o banho jogando da cabeça para baixo. Em Mauá
também é feito um banho de flores para limpeza áurica onde é utilizada a
colônia (Alpinia zerumbet), camomila (Chamomilla recutita), calêndula
(Calendula officinalis) e a rosa branca (Rosa alba).

203
50 – Confrei

Família: Boraginaceae.

Nome científico: Symphytum offici-


nale L.

Descrição: erva, perene, rizomatosa,


com caule curto e oco, com raízes
fusiformes fascicluadas, Folha simples,
basais, oblongo-lanceolada, áspera,
pilosa, com as nervuras da face inferior
bem pronunciadas. Flores herma-
froditas, com cinco pétalas e sépalas,
penduladas, de corola tubular amarela,
violeta ou rosa.

Partes utilizadas: rizomas, raízes e


folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anti-


hipertensiva, para tratar problemas gastrointestinais, azia e disenteria, é
antirreumática, para gripe, tosse, bronquite e menstruação irregular, inibir
tumor mamário, combater a hepatite, inflamação nos rins, cólicas, câncer,
diabetes, é depurativa do sangue, para corrimento vaginal e inflamação no
útero. Na medicina chinesa também é utilizada para úlceras gástricas. Em
um estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo e anti-
inflamatório agudo e crônico in vivo(212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


emagrecer.

Uso externo: utilizada como anti-hemorrágica (hemostática), para cicatrizar


feridas (incluindo úlcera varicosa e no pós-operatório), regenerar tecidos
(ósseo e da pele), é analgésica, hidratante, anti-inflamatória, para
melhorar dores articulares e musculares (alivia o calor e edemas), é
eficiente na osteoartrite (do joelho), para melhorar dores agudas nas costas
(lombares), tendinites, equimoses e contusões), é antibacteriana, anti-
microbiana (Salmonella typhi, Staphylococcus epidermitis e Streptococcus
faecalis), para combater micoses e erisipela, hemorroidas, aliviar a dor de
picadas de insetos e de queimaduras, proteger as mucosas (mucilagem da

204
raiz) e é anti-irritante, para combater câncer de boca e úlceras. Além do citado
acima, na medicina chinesa também tem o uso como vulnerária e para
hemorroidas. Segundo alguns autores(205) a alantoína é o mais importante
princípio ativo do confrei e é responsável por “reduzir a neoangiogênese em
cicatrizes hipertróficas e em queloides e promovem a melhora clínica de
feridas cutâneas, que modulam o processo de cicatrização e regulam a
resposta inflamatória local”.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


pancadas, machucados, como cicatrizante, para caspa e queda de cabelo.

Contraindicações: o uso externo para cicatrização não deve prolongar por


mais de 6 semanas. Não deve ser utilizado o uso interno por gestantes,
lactantes, pessoas com hepatopatias e em feridas abertas. Apesar de um
autor(166) mencionar que o uso interno não deve ser por período prolongado
pela presença dos alcaloides pirrolizidínicos (tóxicos) e de que o tratamento
não deve passar de 4 a 6 semanas por ano, outros autores (205) e o Ministério
da Saúde desaconselham o uso oral. A RDC 26 de 13 de maio de 2014 da
ANVISA meciona que esta planta só deve ser utilizada para uso externo e
que a exposição diária de alcaloides pirrolizidínicos não pode ser superior a 1
ppm, ou seja 1 g/g. Portanto, para fazer o uso interno é extremamente
aconselhável o acompanhamento de um médico.

Toxicidade: em altas doses por tempo prolongado pode provocar tumores


malignos no fígado, nos brônquios e na bexiga (cirrose hepática) devido a
presença de alcaloides pirrolizidínicos. Também pode provocar dores
abdominais, aumento dos níveis plasmáticos de transaminases e ascite. Em
função disto o seu uso interno foi proibido pelos órgãos governamentais em
quase todos os países ocidentais (inclusive o Brasil), deve-se ter muito
cuidado.

Constituição química: ácidos fenólicos (clorogênico, cafeico e


rosmarínico), alcaloides pirrolizidínicos (7-acetilintermedina, 7-acetil-
licopsamina, consolidina, echiumina, elicopsamina, heliosupina,
intermedina, lasiocarpina, licopsamina, mioscorpina, platifilina, sarracina,
sinfitina, sinfitocinoglosina, viridiflorina), aminoácidos, compostos
nitrogenados (alantoína), carotenóides, fitoesteróides (estimasterol e β-
sitosterol), óleo essencial, polissacarídeos (mucilagem), sais minerais (Si,
K, I, Mn, Ca, Fe, P e Zn), saponinas esterólicas e triterpênicas (sinfitosídio-A),
taninos, triterpenos tetra e pentacíclicos, vitaminas (A, B1, B2, B6, B9, B12
e C). A raiz contém: ácido oleanólico, ácido litospérmico, ácidos fenólicos
(cafeico, clorogênico, α-hidroxicafeico e rosmarínico), alantoína,
aminoácidos, carotenoídes, fitoesteoídes (estigmasterol e sitosterol),
glicopeptídeos, polissacarídeos (mucilagem), saponinas esteroidais
(sinfitoxida A), taninos (pirocatecol).

205
Preparo da planta:

Banho: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para combater a caspa e queda de cabelo. Adicione 4 folhas grandes picadas
para 1 litro de água e deixe ferver por 5 minutos. Quando amornar jogar na
cabeça e deixar o líquido por 1 hora para depois enxaguar.

Compressa: utilizada para queimaduras. Ferver por 20 minutos 3 colheres


de chá de raízes moídas em ½ litros de água. Logo após coar e aplicar no local
a ser tratado. Repetir o processo várias vezes ao dia.

Creme: é utilizado para osteoartrite do joelho e dor aguda nas costas.


Aplicar no local afetado de 1 a 3 x ao dia.

Creme composto: utilizado para ulcerações. Adicione 2,5 ml da tintura da


folha do confrei, 2,5 ml de tintura da flor de calêndula (Calendula officinalis)
a 50 g de uma base creme. Aplique no local afetado 1 x ao dia. (205)

Emplastro: utilizado para cicatrizar ferimentos superficiais. Aplicar uma


folha inteira amassada sobre a pele.

Extrato: utilizado para alívio da dor e edemas associado ao entorse do


tornozelo.

Garrafada: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para pancadas, torções, como anti-inflamatória (também artrite
e artrose), para desinfecção, mordidas de bichos. Adicione tudo picado em
2 litros de álcool (98,2º) 1 folha de fumo (Nicotina tabacum L.), 2 galhos de
folhas de arnica-de-jardim (Solidago chilensis), 2 folhas de erva-baleeira
(Varronia curassavica), 1 colher de sopa de flores de camomila (Chamomilla
recutita), 1 colher de sopa de flores de calêndula (Calendula officinalis), 2
folhas de bálsamo (Sedum dendroideum), 7 ramos de lavanda (Lavandula
dentata), 50 cm da folha de babosa (Aloe vera) sem espinhos, 1 parte aérea
(folhas e galhos) de mentrasto (Ageratum conizoides), 1 folha de confrei
(Symphytum officinale), 2 folhas de maravilha-curativa (Mirabilis jalapa), 2 a
3 folhas de mirra (Tetradenia riparia), 1 colher de sopa das folhas de guiné
(Petiveria alliacea), 1 haste grande de cavalinha (Equisetum hyemale), 8 folhas
de terramicina (Alternanthera brasiliana) e 1 caroço de abacate (Persea
americana) ralado. Deixe macerar por 30 dias e depois coloque um pouco
deste álcool na água (para diluir), molhe um pano limpo e aplique no local
afetado.

Infuso: é utilizado para tirar manchas, irritações e espinhas da pele. Deve


ser feito bem concentrado (forte). Popularmente, na região de Visconde de
Mauá, esta planta é utilizada para emagrecer, entretanto foi mencionado que

206
deve-se tomar pouco. Adicione 2 folhas pequenas para ½ litro de água fervente
e abafe.

Unguento: é utilizado para contusões, inchaços, deslocamento de ossos


quebrados e bolhas. Utiliza-se 5 partes de vaselina, 5 partes de lanolina, 5
partes de suco fresco da planta. Mistura-se bastante o suco com a lanolina
até dar liga para depois acrescentar a vaselina. Logo após levar em banho-
maria por 30 minutos.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Suco para uso externo: utilizado para queimaduras e feridas. Tem rápida
cicatrização. Embeba algodão no suco de folhas frescas e aplique no local.

Tintura para uso externo: utilizada para elaboração de pomadas e


unguentos em casos de pancadas, quedas, hematoma e torções. Prepara-se
1 parte do sumo da planta (rizoma ou folha) para 5 partes de álcool de cereais.
Misturar com um creme também na proporção de 1 para 5. Também pode
ser aplicada diretamente na área afetada até 3 x ao dia. O tratamento não
deve ultrapassar 21 dias.

Fitoconexão: seu floral é utilizado para revitalizar o Ser, despertando a


força interna vitalizadora e assim traz segurança e consciência de seus
potenciais de reconstrução. Atua sobre o chacra coronário (7º), e tem
polaridade feminina (235). Atual no nível espiritual.

Curiosidades: seu nome Symphytum tem raiz grega, da palavra “symphuô”


que significa “eu reúno”, fazendo referência a sua propriedade de consolidar
ossos fraturados e cicatrização de feridas. Existe uma outra versão
mencionada por alguns autores(205) que diz que Symphyo significa “crescer
junto” e phyton, “planta”, ou seja, é uma planta que cresce junto. Já seu nome
popular, confrei vem do francês arcaico comfrie ou consyre que também tem
o mesmo significado. O seu segundo nome, officinale, segundo os mesmos
autores refere-se ao termo utilizado a plantas com propriedades medicinais.
O confrei também é utilizado para tingir tecidos (pigmento amarelo-ouro),
acelera a dinâmica do adubo (o caldo apodrecido das folhas em água), é rica
em proteínas e é utilizada na preparação de rações de aves.

207
51 – Cordão-de-São-Francisco

Família: Rubiaceae.

Nome científico: Borreria latifolia


(Aubl.) K.Schum.

Descrição: erva, anual, prostra-da ou


ascendente, pouco rami-ficada, de caule
tetragonal e pubescente, medindo de 20
a 50 cm de altura. Folha simples, oposta,
cruzada, pubescente, margem inteira, de
lanceolada a elíptica, com nervuras bem
destacadas. Flores brancas, pequenas,
dispostas em glomé-rulos globosos
terminais e axila-res.

Partes utilizadas: planta inteira ou


raiz.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antioxidante, anti-inflamatoria,


antimicrobiana, antitumoral, antiulcerogênica, antidisentérica,
expectorante e vomitiva.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


artrite, artrose, dores nas pernas.

Uso externo: utilizada como larvicida (inseticida). Em um estudo foi


comprovada a eficácia do extrato metanólico na concentração letal (CL50) de
0,625 mg mL-1 no combate as larvas de Aedes aegypti.(59)

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: alcaloides, compostos esteroidais, cumarinas,


flavonoides, taninos e triterpenos livres.

208
Preparo da planta:

Infuso: a raiz é utilizada como antidesintérica, expectorante e vomitiva.


Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
artrite, artrose, dores nas pernas. Adicione 50 g de folhas a 1 litro de água
fervente e abafe. Após alguns minutos, beba. Tomar 1 xicara 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua no chacra base, no nível físico, tem polaridade masculina


e está ligada ao elemento terra.

Curiosidades: esta planta, a Borreia latifolia, é uma das que é considerada


super-planta-daninha super-planta-daninha pela Embrapa, onde o glifosato
(herbicida de largo espectro considerado de baixo impacto ambiental que
praticamente não causa danos as espécies cultivadas) não faz efeito no
combate no seu crescimento e erradicação. (13, 69)

209
52 – Coroa-de-cristo

Família: Euphorbiaceae.

Nome científico: Euphorbia milii Des


Moul.

Descrição: subarbusto, suculento,


lactescente, de caule grosso espinhento,
medindo de 50 a 80 cm de altura. Folhas
simples, elípticas-lanceoladas, glabras,
espiraladas, coreáceas, medindo de 8 a
14 cm de comprimento, concentradas
nas extremidades dos ramos. Flores
vermelhas, concetradas em inflores-
cências em forma de cimeira axilares,
longo-pedunculadas.

Partes utilizadas: látex (leite) da


planta.

Indicações:

Uso interno: não indicado na bibliografia pesquisada.

Uso externo: utilizada como moluscicida. o látex combate o molusco do


gênero Biompharia (caramujo hospedeiro da esquistossomose). Em um
estudo a coroa-de-cristo combateu o caramujo de água doce Pomaceae
caniculata e eliminou 90% dos moluscos na concetração de 10% do extrato
aquoso e 60% na concetração de 5% em 4 dias, entretanto também observou-
se a mortandade dos alevinos de tilápias que foi de 100% e 18%
respectivamente(80). Em um outro estudo esta planta também foi eficiente no
combate ao molusco terrestre Leptinaria unilamellata (hospedeiro
intermediário de helmintos). Teve eficácia de 100% numa concentração de
1:800 já nos primeiros minutos de aplicação(1A). Em um outro estudo foi
comprovada a eficiência do extrato hidroalcoólico da coroa-de-cristo na
inibição dos ovos da larva do parasita canino (Ancylostoma spp.) na
concentração de 12,5 μL/ml (eliminaram 60% das larvas) e não causaram
contaminação ambiental.

210
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
queimar verrugas.(226)

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: em um estudo foi demonstrado que 12% dos casos de


intoxicação em crianças entre 3 e 14 anos foi com a coroa-de-cristo, portanto
deve-se ter muito cuidado no manuseio desta planta (98). Pode provocar edema,
vermelhidão, dor, náusea, vômito, necrose dos tecidos, úlcera corneal,
perfuração da córnea e cegueira(52).

Constituição química: diterpenos (miliamina).

Preparo da planta:

Queima: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para queimar verrugas. Aplique o látex (leite) das folhas ou ramos
somente sobre a verruga. Proteja a pele ao redor.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do plexo solar (3º), no nível físico-


emocional, tem polaridade bissexual (masculina e feminina) e está ligado ao
elemento fogo.

Curiosidades: planta originária de Madagascar, na África. No Brasil é


utilizada para ornamentação de jardins e cercas vivas.

211
53 – Cravo-rosa

Família: Caryophyllaceae.

Nome científico: Dianthus caryophy-


llus L.

Descrição: herbácea, perene, de


coloração esbranquiçada, medin-do até
90 cm de altura. Folha simples,
lanceolada, verde-azulada (glauca), ensi-
forme, cana-liculada, de margem inteira,
com a nervura central saliente. Flor
grande, vistosa, perfurmada, de colo-
ração branca, vermelha, rosa ou
amarela. As pétalas são franjadas. Fruto
em forma de cápsula, ovoide-alongada,
deis-cente e com muitas sementes.

Partes utilizadas: toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como expectorante, tônica e béquica (tosse). As pétalas


são excitantes e diaforéticas.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


calmante, para pressão alta e problemas do coração.

Uso externo: utilizada para doenças dos olhos.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: óleo essencial (eugenol) e saponinas.

Preparo da planta:

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, está planta


é utilizada como calmante, para pressão alta e problemas do coração.

212
Adione 3 flores do cravo-rosa, 3 folhas de sálvia (Salvia officinalis) em 500 ml
de água fervente e abafe. Tomar 3 x ao dia até controlar a pressão.

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem


polaridade feminina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: planta originária da Europa.

213
54 – Dente-de-leão

Família: Asteraceae.

Nome científico: Taraxacum offici-


nale F.H. Wigg.

Descrição: erva, anual ou perene,


acaule, lactescente, com raiz pivotante,
medindo de 15 a 25 cm de altura. Folha
simples, rosulada, basal, membranacea,
pubescente, com margem pinati-partida
de forma irregular, nervura central mais
clara que o resto da floha, medindo de
12 a 28 cm de comprimento. Flor
amarela, dispostas em capítulos alcan-
çando até 30 cm de altura. Fruto tipo
aquênio, escuro e fino com pelos na
extremidade para facilitar a sua
propagação pelo vento.

Partes utilizadas: folha, raiz e flor.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética potente, aperiente, dores


reumáticas, colerética, colagoga, diabetes, inapetência, afecções hepáticas
e biliares, prostatite, prisão de ventre (laxante), astenia, distúrbios
intestinais e estomacais, depurativa e ação prebiótica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


gastrite.

Uso externo: utilizada para afecções da pele (pruridos, eczemas,


escamações, vermelhidão, furúnculos, psoríase) e irritação dos olhos.

Contraindicação: deve-se ter cautela em casos de oclusão das vias biliares,


ao associar com medicamentos hipoglicemiantes, anti-hipertensivos,
diuréticos e com insulina. Pode provocar dermatite de contato e hiperacidez
gástrica. Grávidas e gestantes devem tomar cuidado com o uso desta planta.
Segundo alguns autores, quando utilizado o dente-de-leão junto com
diuréticos sintéticos este pode ter o efeito potencializado. (48)

214
Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácido cítrico, ácidos fenólicos (cafeico,


feniloacético, para-hidroxibenzóico), ácido pantotênico, alcaloides
(taraxina), carotenoides (β-caroteno, luteína e violoxantina), colina,
fitoesteróides (estigmasterol e β-sitosterol), flavonoides (apigenina e
luteolina), insulina (raiz), niacina, princípio amargo (taraxicina), sais
minerais (K, S e Mg), taninos, triterpenos pentacíclicos (isolactucerol,
taraxasterol, taraxerol) e vitaminas (A, B1 (tiamina), B2 (riboflavina), B6, C,
D e PP).

Preparo da planta:

Decocto: utilizada para afecções da pele (pruridos, eczemas, escamações,


vermelhidão) e irritação dos olhos. Adicione 1 colher de sopa de raízes
picadas a 150 ml de água (1 xícara de chá) e deixe ferver por 5 minutos. Logo
após coe e deixe esfriar. Após este período adicione 1 colher de sobremesa de
mel. Também é utilizada para dispepsia, como aperiente e diurética.
Adicione de 3 a 4 colheres de chá da planta picada a 1 xícara de chá de água.
Ferva por 20 minutos e abafe. Coe e beba. Tomar 1 dose 3 x ao dia.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para gastrite. Adicione 4 folhas em ½ litro de água fervente e abafe. Após
alguns minutos beba. Tomar 1 xícara de chá 2 x ao dia.

Suco composto: utilizado como depurativo para a pele. Adicione as folhas de


borragem (Borago officinalis) junto com as de dente-de-leão e agrião
(Nasturtium officinale W.T.Aiton) e um pouco de água no liquidificador e bata.
Também é utilizada como desintoxicante.

Tintura: utilizada como diurética e para afecções hepáticas e biliares,


prisão de ventre, distúrbios intestinais e estomacais. Amasse no pilão 2
colheres de sopa de raízes e folhas picadas e deixe curtir por 3 dias em uma
xícara de chá de álcool de cereal a 75%. Após este período coe e tome uma
colher de chá diluído em água antes das refeições.

Tintura composta: utilizada para prostratite. Misture 100 ml da tintura da


folha picada do chapéu-de-couro, 100 ml da planta picada do dente-de-leão
(Taraxacum dofficinale) e 100 ml da planta picada da equinácea (Equinacea
purpurea (L.) Moench). Tomar 10 ml diluído em umm pouco de água 3 x ao
dia.

Fitoconexão: esta planta atua na alma, potencializa a força física e


espiritual e nos dá vontade de continuar lutando. Atua no nível físico e
emocional(235). Atua nos chacras da base ao plexo solar (1º ao 3º), tem
polaridade feminina(95). Está ligada aos elementos terra, água e fogo.
215
Curiosidades: o dente-de-leão é uma planta nativa da Europa e Ásia e é
considerada uma PANC (Planta Alimentícia Não Convencional), ou seja, pode
ser ingerida na alimentação. Segundo dois autores, as folhas jovens podem
ser consumidas em saladas, cozidas, salteadas ou empanadas (fritas), já os
botões florais podem ser utilizados em omeletes, empanados, picles,
panquecas ou cozidos no vapor. Esta planta contém proteínas, lipídios,
carboidratos, fibras, cálcio (Ca), ferro (Fe), magnésio (Mg), fósforo (P), potássio
(K), zinco (Zn), cobre (Cu), manganês (Mn), tiamina, riboflavina, niacina, ácido
pantotênico, vitaminas (A e B6) e insulina (raiz).(113)

216
55 – Erva-baleeira

Família: Boraginaceae.

Nome científico: Varronia curassa-


vica Jacq.

Descrição: arbusto, ereto, ramificado,


aromático, medindo entre 1,5 a 2,5
metros de altura. Folha simples, alterna,
peciolada, coriácea, com borda serreada,
peninérvea, aromática, medindo de 5 a 9
cm de comprimento. Flores pequenas,
brancas, dispôs-tas em inflorescência
racemosa terminal. Frutos em forma de
cariopses esféricas.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anti-inflamatória, analgésica, dores


reumáticas (artrite, artrose e artralgia), dores musculares, tônica, diminui
o ácido úrico (gota), prostatite, nevralgia, cicatrizante, inibe o edema do
veneno da jararacuçu (ácido rosmarínico), imunomoduladora,
gastroprotetora, é antiulcerogênica, antitumoral, hemostática, combate
cefaleia (dor de cabeça), coqueluche, é antifúngica (Candida albicans) e
antibacteriana (Staphylococcus aureus e E. coli).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


inflamações e dores crônicas, bursite, artrose, artrite, próstata e problemas
pulmonares.

Uso externo: utilizada como anti-inflamatória, para contusões, acaba com


as dores musculares e da coluna, para lesões de pele (feridas, úlceras, etc)
e como suavizante e refrescante da pele, e combate as larvas da dengue
(Aedes aegypti)(128).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


inflamações e pancadas.
217
Contraindicações: não deve ser utilizada por gestantes e lactantes por falta
de estudos para uso oral.

Toxicidade: é tóxica em altas doses, 4.000 mg/kg(205).

Constituição química: ácidos fenólicos (rosmarínico), alcaloides,


cordiaquinonas (A, B, K e J – na raiz), cumarinas, fitoesteróides (sitosterol),
flavonoides (artemetina), óleo essencial (acetato de citronelol,
aloaromadendreno, biciclogermacreno, gama-candineno, β-cariofileno, β-
felandreno, β-elemeno, epoxicariofileno, espatulenol, β-gurjuneno, α-
humuleno, α-pineno, transcariofileno), polissacarídeos (mucilagens),
quinonas, sais minerais, saponinas, taninos, terpenóides (cordialina A e B)
e xantonas.

Preparo da planta:

Cataplasma: de 20 a 30 g da folha.

Compressa: utilizada para cicatrização de feridas externas e úlceras.


Adicionar 5 colheres de sopa de folhas picadas em 1 litro de água fervente.
Molhar o pano limpo e aplicar no local. Também é utilizada para artrite,
artrose, traumas e torções. Primeiro faça um infuso (mesma receita abaixo)
e depois aplique na região a ser tratada 3 x ao dia.

Creme ou gel: utilizado para dores agudas e pós-trauma (contusões e


lesões fechadas). Adicione 3 ml da tintura das folhas de erva-baleeira e 3 ml
de tintura das partes áereas da arnica-do-campo (Chionolaena capitata) a 30
g de uma base creme ou gel. Aplique 3 x ao dia no local afetado.

Decocoto: utilizado como antiulcerogênica. Adicione 10 g da folha seca a 1


xícara de chá (150 ml) de água e deixe ferver por alguns minutos. Tomar 1
dose 2 x ao dia.

Extrato seco: de 200 a 1.000 mg ao dia.(205)

Garrafada: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para pancadas, torções, como anti-inflamatória (também artrite
e artrose), para desinfecção, mordidas de bichos. Adicione tudo picado em
2 litros de álcool (98,2º) 1 folha de fumo (Nicotina tabacum L.), 2 galhos de
folhas de arnica-de-jardim (Solidago chilensis), 2 folhas de erva-baleeira
(Varronia curassavica), 1 colher de sopa de flores de camomila (Chamomilla
recutita), 1 colher de sopa de flores de calêndula (Calendula officinalis), 2
folhas de bálsamo (Sedum dendroideum), 7 ramos de lavanda (Lavandula
dentata), 50 cm da folha de babosa (Aloe vera) sem espinhos, 1 parte aérea
(folhas e galhos) de mentrasto (Ageratum conizoides), 1 folha de confrei
(Symphytum officinale), 2 folhas de maravilha-curativa (Mirabilis jalapa), 2 a
218
3 folhas de mirra (Tetradenia riparia), 1 colher de sopa das folhas de guiné
(Petiveria alliacea), 1 haste grande de cavalinha (Equisetum hyemale), 8 folhas
de terramicina (Alternanthera brasiliana) e 1 caroço de abacate (Persea
americana) ralado. Deixe macerar por 30 dias e depois coloque um pouco
deste álcool na água (para diluir), molhe um pano limpo e aplique no local
afetado.

Infuso: utilizado para reumatismo, artrite reumatoide, ácido úrico (gota),


dores musculares e da coluna, prostatite, nevralgia e contusões. Adicionar
1 colher de sopa de folhas picadas em 1 xícara de chá de água fervente. Tomar
uma xícara 3 vezes ao dia.

Infuso composto: utilizado para dores crônicas junto com edemas (excesso
de umidade). Adicione 1 g das folhas picadas de erva-baleeira e 1 g das partes
aéreas picadas da cavalinha (Equisetum hyemale) a 1 xícara de água fervente
e abafe. Após 10 minutos beba. Tomar 1 dose 3 x ao dia durante 30 dias.

Óleo essencial: utilizado como antifúngico (Candida albicans) e


antibacteriana (Staphylococcus aureus e E. coli).

Tintura: utilizada para inibição de edemas, para proteção da mucosa


gástrica e como anti-inflamatória. Extrato com 70% de folhas em álcool de
cereais. Dose: 1,24 g/kg de peso corporal. Também é utilizada para artrite,
artrose, traumas e torções. Adicione de 80 a 100 gotas em 1 xícara de chá
de 4 em 4 horas. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para inflamações crônicas, artrite, artrose, bursite, próstata e
problemas pulmonares. Adicione 30 gotas da tintura a um pouco de água e
beba. Tomar 1 dose 3 x ao dia.

Tintura composta: utilizada para dores crônicas junto com com sintomas
de calor e vermelhidão. Misture 50 ml de tintura das folhas de erva-baleeira,
50 ml de tintura das folhas de chapéu-de-couro (Echinodorus macrophyllus) e
50 ml da tintura do rizoma do açafrão (Curcuma longa). Tomar 5 ml diluídos
em água 3 x ao dia.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este


unguento é utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para
alergia, como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é
composta por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: esta planta proporciona uma sensibilização do Ser,


favorecendo que venha à tona sentimentos e emoções que estão
desequilibrados. Não é recomendada para pessoas que estejam em crise, pois
pode gerar catarse. Faz com que nosso lado racional seja deixado um pouco
de lado e o emocional se manifeste. Atua sobre o chacra cardíaco (4º), no nível
emocional, tem polaridade feminina(95). Está ligada ao elemento ar.

219
Curiosidades: esta planta tem como sinônimo Cordia verbenacea, e palavra
cordia foi em homenagem ao botânico e farmacêutico alemão Valerius Cordus
(1514/1515-1544), já verbenacea vem do latim e significa “galhos usados em
coroas de rituais druidas”. Já o nome popular de erva-baleeira vem dos
pescadores de Santa Catarina que utilizavam a planta quando se
machucavam na caça ao animal(205). Esta planta é considerada invasora em
toda a região litorânea do Brasil de áreas abertas, inclusive em Minas Gerais.
É utilizada por pescadores para combater a inflamação da “espetada” de
peixes. Segundo um outro autor, a erva-baleeira é utilizada como PANC
(Planta Alimentícia Não Convencional), como tempero para diminuir o uso do
sal.(150)

220
56 – Erva-cidreira, melissa

Família: Verbenaceae.

Nome científico: Lippia alba (Mill.) N.E.


Br. ex Britton & P. Wilson

Descrição: subarbusto, de morfologia


variável, cespitoso (forma touceira),
medindo até 2 m de altura. Os ramos são
finos e esbranquiçados, longos e quebradi-
ços. Folhas simples, opostas, com margem
serrilhada, curto-peciolada e ápice agudo,
ásperas e largas, medindo de 3 a 6 cm de
comprimento. Flores liguladas, violáceas,
desenvolvidas em inflorescências capituli-
formes axilares. Fruto em formato de drupa
globosa de cor rósea-arroxeada.

Esta espécie faz parte da 1ª edição do Formulário de Fitoterápicos da


Farmacopéia Brasileira (2011).

Partes utilizadas: folha, caule, raiz, flor ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como calmante, espasmolítica suave, analgésica,


anti-inflamatória e ansiolítica (óleo essencial e extrato hidroalcoólico),
sedativa, boa para tratar cólicas uterinas e intestinais, depressão, insônia
leve, é anticonvulsivante, relaxante muscular e expectorante (óleo
essencial), para dor de cabeça, sudorífica (contra febre), gripe e resfriados,
tosse, bronquite, pneumonia, distúrbios estomacais, doenças hepáticas, dor
de barriga, diarreia, vermífuga (oxiúros), digestiva, emenagoga, diurética,
hipotensora, é antiarrítmica, combate sífilis, gonorreia e é antibacteriana
(Straphylococcus aureus e S. pneumoniae e algumas bactérias Gram-
positivas), combate gases e anemia, doenças hepáticas, atividade citotóxica,
antisséptica da cavidade oral (boca), para eclosão dentária, anemia,
hipotireoidismo, dismenorreia e colite. Em um estudo foi comprovado a
eficiência do óleo essencial (quimiotipo geranial) em ratos (in vivo) como
hipotensor, bradicardizante (diminui o batimento cardíaco) e no
vasorelaxamento, ou seja, tem efeitos cardiovasculares(145). A mesma
autora também menciona alguns estudos comprovando o efeito calmante da
planta como depressora do Sistema Nervoso Central (SNC). Em um outro

221
estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo e anti-
inflamatório agudo e crônico in vivo(212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


gripe, dor no estômago, como calmante, relaxante e aromática.

Uso externo: utilizada para conjuntivite, antifúngica, doenças cutâneas,


afecções da pele e couro cabeludo, inseticida e repelente de insetos.

Contraindicações: deve ser utilizado com restrições por pessoas


hipotensas (com pressão baixa). Cautela ao utilizar em gestantes e lactantes.

Toxicidade: em altas doses pode causar irritação gástrica, bradicardia


(diminuição da frequência cardíaca e hipotensão). Em um estudo foi
comprovada a atividade citotóxica do chá desta planta em altas concentrações
e por períodos prolongados (40g/L e 60g/L). (217)

Constituição química: ácido rosmarínico, alcaloides, fenilpropanóides


(calceolariosídeo E, cistanosídeo, forsitosídeo, verbacosídeo e 2-acetil-
verbacosídeo), flavonoides (apigenina-7-glicosídeo e derivados, clerodendrina
e luteolina-7-glicosídeo e derivados) glicosídeos de triperpenos
pentacíclicos (lipiasaponinas I e II), iridóides (ácido geniposídico,
cariopitosídeo, geniposídeo, metil-éster-chanzisídeo e tevesídeo), mucilagens,
óleo essencial (acetato de geranila, cis-α-bisaboleno, borneol, β-cariofileno,
carvona, diidro-carvona, r-cimeno, 1,8-cineol, citral, citronelal, citronelol,
cubebol, β-elemeno, epóxido de rosefurano, estragol, farseno, geranial,
geraniol, germacreno A, germacreno D, α-humuleno, limoneno, linalol, 6-
metil-5-hepten-2-ona, β-mirceno, mirteno, mirtenal, neral, 2,6-octadien-1-ol,
3,7-dimetilacetato, β-ocimeno, 1-octeno-3-ol, óxido de cariofileno, 3-pineno-
2-ol, piperitenona, piperitona e gama-terpineno, trans-chrisanthemal),
resinas, saponinas e taninos.

Obs.: esta espécie apresenta 3 quimiotipos do óleo essencial, sendo o primeiro


com elevados teores de citral, mirceno e limoneno, o segundo com citral e
limoneno e o terceiro tem como componentes majoritários a carvona e o
limoneno (125, 205). O que deve-se destacar também é que apesar destas
diferenças, os 3 quimiotipos apresentam o limoneno como majoritário.

Preparo da planta:

Infuso: utilizado para quadros leves de ansiedade, insônia e como


calmante, para cólicas abdiominais, distúrbios estomacais, para gases e
como digestiva. Adicione de 1 a 3 colheres de chá das folhas picadas a 1
xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara de 3 a 4 ao dia. Para
gripes e resfriados, adicione de 1 a 2 colheres de sobremesa das folhas
picadas a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após 20 minutos coe e

222
beba. Tomar até 4 xícaras ao dia. Popularmente, na região de Visconde de
Mauá, esta planta é utilizada para gripe e dor no estômago. Adicione 50 g
da folha para ½ litro de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba.
Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Também é utilizada como calmante e aromática.
Adicione 4 ramos a 2 litros de água fervente e abafe. Após alguns minutos
beba. Tomar 1 xícara de chá 2 a 3 x ao dia. Se a pessoa estiver passando por
um período grande de extresse emocional faça este procedimento por 1
semana. Também existe uma outra receita como calmante e relaxante que
utiliza 4 folhas picadas para 1 xícara de chá. Toma-se também 3 x ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta


é utilizada como calmante para dormir. Este chá recebe o nome de “chá bons
sonhos”, dado pela Patrícia Carvalho. É necessário primeiro fazer a mistura
com material seco para depois tomar o infuso. Em uma triturador acrescente
100 g das folhas de capim-limão (Cymbopogon citratus), 100 g das folhas de
erva-cidreira (Lippia alba), 50 g das folhas de melissa (Melissa officinalis), 100
g das folhas de menta-francesa (Mentha ssp.), 50 g das flores de camomila
(Chamomilla recutita), 50 g das flores de laranjeira (Citrus ssp.) e 100 g das
sementes de funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare). Bata tudo até ficar
homogêneo. Adicione 1 g deste material a 1 xícara de chá de água fervente e
abafe. Tomar antes de dormir.

Planta seca ou pó: 3 a 6 g ao dia.(205)

Tintura: utilizada para inflamação da cavidade oral (boca). Adicione 10 ml


da tintura a 75 ml de água e misture. Faça a higienização da boca, e logo após
aplique este líquido no local com o auxílio de um algodão limpo. Este
procedimento deve ser executado 3 x ao dia. Também pode ser feito o gargarejo
ou bochecho com a mesma receita e frequência citadas acima. Populamente,
na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como calmante. Tomar
15 gotas 2 x ao dia.

Tintura composta: utilizada para insônia, palpitação, ansiedade e calor


no corpo. Adicione 50 ml de tintura de erva-cidreira, 50 ml de maracujá
(Passiflora edulis) e 50 ml de camomila (Chamomilla recutita). Tomar 5 ml
diluídos em um pouco água até 3 x ao dia.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara

223
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem a mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: é amplificadora de nossos sentidos, desenvolve a intuição


(visão interna) para resolver problemas do presente, auxiliando na tomada de
decisões conscientes, quebrando resistências e bloqueios da energia
emocional. Estas resistências quando manifestadas através de
hipersensibilidade, angústia, ansiedade, depressão, frustração e sensação de
vazio interior. Atua sobre o chacra sacral (2º), no nível físico-emocional e tem
polaridade feminina(235). Está ligada ao elemento água.

Curiosidades: o nome do gênero desta planta, Lippia, é em homenagem ao


naturalista e botânico italiano Augustin Lippi (1678-1701), já o epíteto alba
significa “branco, alvo”(205). seu chá gelado é aromático e saboroso, sendo
muito apreciado em períodos quentes pelo seu frescor.

224
57 – Erva-de-bicho

Família: Polygalaceae.

Nome científico: Polygonum hydro-


piperoides Michx.

Descrição: erva, anual ou perene, de


ramos decumbentes de nós salientes,
pouco ramificada, medindo de 40 a 60
cm de altura. Folhas simples, alterna,
de margem inteira, membranácea,
lanceolada, medindo de 4 a 8 cm de
comprimento. Flores brancas ou rosa-
das, pequenas, dispostas em panícuilas
terminais.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas e ramos.

Indicações:

Uso interno: utilizada como adstringente, estimulante, diurética,


vermífuga e antigonorreica. Combate afecções das vias urinárias,
corrimentos, diarreia, abortiva, astenia, indisposição, inflamação na garganta,
tosse, febre, gripe, resfriado, dengue e convulsão.

Uso externo: utilizada para úlcera de pele, erisipela, eczemas, varizes,


fragilidade capilar, rachaduras na pele, anti-inflamatória, analgésica,
antifúngica, anti-hemorroidal, dores reumáticas e artrite.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


hemorroidas.

Contraindicações: não deve ser utilizada por gestantes por ser abortiva.
Deve-se ter cuidado ao se associar com medicamentos antihipertensivos,
antiarrítimicos, glicosídeos cardiotônicos, diuréticos, anticoagulantes e
hemostáticos.

225
Toxicidade: é considerada altamente tóxica (166). Deve-se ter cuidado com o
uso oral.

Constituição química: ácidos orgânicos (malônico), fitosterina,


flavonoides (quercetina, luteonina, rutina), óleos essenciais (poligodial), sais
inorgânicos (nitrato de potássio), saponinas e taninos (derivados do ácido
gálico).

Preparo da planta:

Aplicação anal: utilizada para hemorroidas. Faça primeiro um infuso.


Adicione 1 a 2 colheres de sobremesa da planta picada a ½ xícara de água
fervente e abafe. Após 20 minutos coe e coloque o conteúdo em uma seringa
de 1 ml e aplique no local. Fazer este procedimento até 3 x ao dia.

Banho: utilizado para afecções da pele, feridas, varizes e úlceras


varicosas. Primeiro faça um infuso. Adicione 1 colher de sopa da planta
picada a 1 xícara de água fervente e abafe. Quando amornar aplique na região
a ser tratada.

Banho de assento: utilizado para hemorroidas. Faça primeiro um


concentrado, deixe amornar, coloque em uma bacia e faça o banho.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada
para hemorroidas. Cozinhe 20 g de folhas em 1 litro e ½ de água. Adicione 1
cacho de mamona (Ricinus communis) verde a este conteúdo e macere tudo.
Fazer o banho com a água morna 2 x ao dia. Também é feita acrescentando-
se 10 brotos (conjunto de folhas jovens da ponta dos galhos) a 2 litros de água
fervente. Deixe ferver por 30 minutos, após amornar faça o banho.

Cataplasma: utilizado para reumatismo, artrite e dores musculares. Faça


um infuso concentrado e aplique no local a ser tratado embebido em um pano
limpo.

Infuso: utilizado para a afecções das vias urinárias, para erisipela,


eczemas, varizes, fragilidade capilar e estimulante da circulação. Adicione
1 colher de sopa de folhas e ramos picados a 1 xícara de chá de água fervente
e abafe. Após 10 minutos beba. Tomar 1 dose 3 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta promove a limpeza do campo áurico, ativa a


energia das células e o fluxo ernergético dos chacras secundários e elimina
bloqueios e energias negativas. Atua nos chacras da base ao da garganta (1º
ao 5º) e tem polaridade feminina(95). Atua nos níveis físico, emocional e mental
e está ligada aos elementos terra, água, fogo, ar e éter.

Curiosidades: planta asiática com crecimento vigoroso. É indesejada em


áreas agrícolas alagadas e pastagens no sul do país. (123, 125)

226
58 – Erva-de-passarinho

Família: Loranthaceae

Nome científico: Struthanthus margi-


natus (Ders.) G. Don

Descrição: trepadeira hemiparasita,


muito ramificada, com raízes aéreas que
se fixam ao caule de outras plantas
(haustórios). Tem ramos longos, varia-
dos, cilíndricos a tetrágonos. Folha
simples, oposta, coreácea, carnosa, de
forma e tamanhos variados, de margem
inteira, podendo ser ovais, oval-
cordiformes, lanceoladas. Apre-senta
estômatos nas duas faces. Flores de
coloração branca ou amarela desen-
volvidas nos dois sexos. Inflorescência
em forma de cachos axilares. Fruto em
forma de baga, oval ou oboval de
coloração vermelha, laranja ou amarela
no seu estágio maduro.

Partes utilizadas: folha e caule.

Indicações:

Uso interno: utilizada para afecções respiratórias (bronquite, pneumonia,


tosse), é expectorante e descongestionante. Um estudo cita alguns autores
que mencionam algumas propriedades para o mesmo gênero(176). Na
Nicarágua, a S. cassythoide é indicada para dor em geral, febre, desordens
respiratórias e pulmonares, erupção e feridas na pele. A S. flexicaulis, espécie
originária do Brasil e América Tropical, possui atividade medicinal como
energética, para o tratamento de leucorréia, bronquite e diversos tumores, já
a S. vulgaris é usada na medicina popular em nosso país para infecções das
vias respiratórias, como antimicrobiana contra bactérias Gram-positivas e
Gram-negativas. Na Colômbia, a S. orbicularis demonstrou, in vitro, que 25μg
do extrato é capaz de neutralizar ou reduzir em 65% a formação de edemas
causados pelo veneno de cobra da espécie Bothrops asper, com um tempo de
coagulação inferior a 100 segundos. Em um estudo foi verificado que extrato
hidroalcoólico da erva-de-passarinho foi promissor para o desenvolvimento de
moléculas bioativas frente a células tumorais (carcinoma de Ehrlich)(176).

227
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, a S. marginatus, planta desta
pesquisa, é utilizada para bronquite e pneumonia.

Uso externo: utilizada para contusões.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada

Constituição química: caule, haustório e folhas – ácidos orgânicos


(positivo somente para haustório), açúcares redutores, alcalóides,
aminoácidos, catequinas, esteroides (negativo para haustório), flavonoides
(quercetina e quercetrina), polissacarídeos, proteínas, saponinas, taninos
e triterpernóides (negativo para haustório).

Preparo da planta:

Decocto: utilizado para afecções respiratórias (bronquite, pneumonia,


tosse), como expectorante e descongestionante. Adicione 8 g (5%) das
folhas e caule picados a 1 xícara de chá (150 ml) de água e deixe ferver por
alguns miutos e abafe. Após amornar beba de 2 a 3 xícara de chá ao dia.

Extrato flúido: 2 a 10 ml ao dia.(100)

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


é utilizada para pneumonia e bronquite. Adicione 4 folhas de erva-de-
passarinho, 3 pontas floridas de bálsamo do campo (Buddleja stachyoides) e
3 pontas de assa-peixe (Vernonia polyanthes) em uma xícara de água fervente
e abafe. Tomar 1 xícara 3 vezes ao dia.

Tintura: utilizada para contusões. Faça fricção no local afetado com o


líquido.

Xarope: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para bronquite. Adicione um punhado das folhas com galhos a ½ litro de
água e deixar ferver por 20 a 30 minutos. Acrecente açúcar mascavo ou mel
e mecha até dar o ponto do xarope.

Fitoconexão: esta planta é para aqueles que sugam a energia do outro


(vampiros) ou para os que se deixam enganar por oportunistas. Este segundo
grupo é aquele quem não tem identidade própria e vive buscando no outro a
inspiração e assim esquecem de produzir seus próprios frutos. A erva-de-
passarinho ativa a capacidade de perceber os limites de si mesmo e dos outros
que estão em sua volta, bem como a ideia de posse e prosperidade. Atua sobre
os chacras da base (1º) e do coração (4º), no nível físico-emocional, está ligada
aos elementos terra e ar (25) e tem polaridade masculina.

228
Curiosidades: a erva-de-passarinho é uma planta hemiparasita que habita
as partes aéreas de outros vegetais. Tem raízes modificadas fisiológica e
morfologicamente chamadas de haustórios que retiram água e sais minerais
diretamente do hospedeiro, embora esta planta seja capaz de realizar
fotossíntese (176).

229
59 – Erva-de-santa-maria

Família: Amaranthaceae.

Nome científico: Chenopodium


ambrosiodes L.

Descrição: erva, perene ou anual,


muito ramificada, com caule piloso,
medindo até 1 metro de altura. Folha
simples, alterna, peciolada, de
tamanhos variados, sendo as
superiores de tamanhos menores,
membranáceas, lanceoladas e
oblongas, crenadas, denteadas,
sinuadas ou cortadas, raramente de
margem interias. Normalmente são gla-
bras na face superior um pouco hirsuta
na inferior. Flores pouco vistosas,
verdes, pequenas, dispostas em espigas
axilares. Frutos muito pequenos, do
tipo aquênio, pretos e esféricos.

Esta espécie consta na Relação Nacional de Plantas Medicinais de


Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: partes aéreas (folhas, caules e flores).

Indicações:

Uso interno: utilizada como estomáquica, antirreumática, anti-


helmíntica (Ascaris lumbricoides, oxiurus, etc), antibacteriana (o extrato
aquoso combate Mycobacterium tuberculosis). É expectorante nas afecções
das vias respiratórias (bronquite, gripe, tosse, tuberculose). Combate
diarréria, corrimento vaginal (leucorreia), infecções do útero e ovário,
anemia. cólica menstrual, hepatite, gastrite, angina, dor abdominal,
constipação, reumatismo e inflamação de dente. É depurativa do sangue,
aromática, emenagoga, abortiva, estimulante, diurética, sudorífica,
antitumoral, inibe o crescimento de Giardia lamblia (folhas)(121). Quando
associada com o saião (Kalanchoe brasiliensis) é indicado para diarreia e
pneumonia(223).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


vermes (ameba), inclusive para crianças.
230
Uso externo: utilizada como inseticida (contra o fungo Sclerotium rolfsii que
ataca plantas e também pulgas e carrapatos), antifúngica, antisséptica,
como cicatrizante para feridas, contusões, choques traumáticos, fraturas,
abcessos, tumores, como vulnerária, para hemorroidas e como moluscicida
(combate o Biomphalaria truncatus, hospedeiro da esquistossomose).(47)

Contraindicações: evitar o uso quando há cardiopatias, nefropatias e


hepatopatias. Grávidas e lactantes não devem fazer o uso desta planta por ser
emenagoga e abortiva. Pode provocar doenças estomacais, intestinais e renais
devido a irritabilidade causada pelo óleo da semente no trato digestivo e efeito
tóxico para os rins. O óleo puro deve ser evitado por crianças menores de 2
anos e pessoas desnutridas e debilitadas. Pode também provocar coma,
convulsões, depressão do Sistema Nervoso Central (SNC), insuficiência
cardio-respiratória, náuseas e vômito. A planta seca pode provocar dermatite
de contato.

Toxicidade: é considerada altamente tóxica, e é indicado somente o uso


externo(166). Um estudo cita um autor que menciona que esta planta pode
lesionar o Sistema Nervoso Central (SNC) (49). Deve ser utilizada com auxílio
médico.

Constituição química: ácidos (linoleico, oleico e palmítico), ácidos


fenólicos (butílico e salicílico), ácidos orgânicos (cítrico, succínico e tartárico)
alcaloides, caratenóides, esteroides, flavonoides (campferol e derivados,
quercetina e derivados), óleo essencial (aritasona, ascaridol, cânfora, p-
cimeno, cineol, dimetilsulfóxido, felandreno, histamina, limoneno, metadieno,
metilsalicilato, mirceno, β-pineno, quenopodina, safrol, salicato de metila, α-
terpineno), proteínas, saponinas, taninos, vitamina (C).

Preparo da planta:

Alimentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para vermes (crianças). Adicione 3 brotos (folhas jovens) misturados
no cozimento da sopa ou do feijão (por ser forte para a criança querer comer).

Banho: utilizado no combate a pulgas e carrapatos. Faça primeiro um infuso.


Adicione 2 a 3 colherss de sopa das folhas e caules picados a 2 litros de água
fervente e abafe. Após 20 minutos coe. Limpe a área afetada com sabão neutro
e depois aplique o líquido. Não deve ser lavada posteriormente, retire semente
o excesso com uma toalha limpa.

Cataplasma: utilizado para contusões. Adicione num recipiente 1 xícara de


cafezinho de vinagre, 1 colher de sopa de sal, 1 planta inteira. Macete até virar
uma papa (massa uniforme), aplique no local e enfaixe.

231
Compressas / ataduras: a planta triturada é utilizada para contusões e
fraturas.

Decocto: utilizado para eliminar vermes (anti-helmíntica). Adicione 10 g das


folhas e caules para 1 xícara de chá (200 ml) de água. Deixe ferver por 20
minutos e abafe. Tomar de 50 a 200 ml ao dia seguido de algumas colheres
de óleo de rícino para expulsar o verme.

Extrato hexânico: as partes aéreas são utilizadas como moluscicida


(combate o Biomphalaria truncatus). Na concentração de 2,23 mg/L matou
90% dos moluscos em 24h(47).

Infuso: utilizado com vermífuga e estomáquica. Adicione 1 xícara de


cafezinho da planta fresca com sementes em ½ lirtro de água fervente e abafe.
Tomar 1 xícara de chá de 6 em 6 horas.

Óleo: a semente é utilizada para extração do óleo por hiderodestilação para


eliminação de vermes intestinais (principalmente Ascaris lumbricoides).

Suco: utilizado como vermífuga. Adicione 1 copo da planta picada com


semente para 2 copos de leite e bata no liquidificador. Tomar 1 copo 1 x ao
dia durante 3 dias seguidos.

Sumo: utilizado para bronquite e tuberculose. Adicione o sumo das folhas a


um pouco de leite e beba. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta
planta é utilizada para vermes (ameba). Adicione o sumo das folhas de 1 galho
da planta a um copo de leite quente. Beber em jejum. Deve-se beber na lua
minguante. Este preparado pode ser aplicado também para animais
domésticos. Como peitoral, adicione 2 a 4 colheres de sopa do sumo em 1
xícara de chá de leite e beba. Tomar 1 dose por dia. Crianças acima de 2 anos
tomar a metade da dose.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do plexo solar (3º), no nível físico-


emocional, tem polaridade feminina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: é uma das plantas medicinais mais utilizadas no planeta


segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

232
60 – Erva-moura

Família: Solanaceae.

Nome científico: Solanum


americanum Mill.

Descrição: erva ou sub-arbustiva,


anual, ereta, ramificada, muito variável,
de caule anguloso liso ou piloso,
medindo de 40 a 90 cm de altura. Folha
simples, alternas ou geminadas,
membranacea, glabras ou pilosas, ovais
ou lanceoladas. Flores pequenas,
brancas, mednido 5 mm de
comprimento. Inflorescência em forma
de cimeira umbeliforme. Frutos em
forma de baga globosas, de coloração
verde quando imaturas e preta quando
maduras e com polpa adocicada.

Partes utilizadas: folhas, frutos, raiz


ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como analgésica, sedativa, narcótica leve, boa para
insônia, expectorante, anafrodisíaca (inibe a libido), diurética, emoliente,
depurativa, para gastralgia, espasmos da bexiga, dores nas articulações, dor
de dente, vermífuga, excitação nervosa, cólicas, nevralgias e afecções das vias
urinárias, problemas nos rins, antiespasmódica e emética.

Uso externo: utilizada como cicatrizante (para psoríase, eczemas, tumores,


furúnculos, feridas, úlceras, queimaduras e alívio do prurido), combate
hemorroidas. É antirreumática e utilizada para picada de cobra.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


queimaduras.

Contraindicação: a RDC 26 de 13 de maio de 2014 da ANVISA meciona


que para todos os Solanum sp. se a droga vegetal é para qualquer uso que não
o externo, não pode conter mais que 10 mg (dez miligramas) de alcaloides
esteroidais.

233
Toxicidade: as folhas cruas e frutos verdes não devem ser utilizados pois
são tóxicos (glicoalcalóides) e podem causar depressão no Sistema Nersoso
Central (SNC)(125). A solanina pode causar náuseas, vômitos e cólicas
abdominais, e os vômitos quando intensos podem levar a distúrbios eletro-
líticos com certa gravidade.(100)

Constituição química: ácidos graxos (esteárico, linoleico e palmítico),


fitosterol, glicoalcalóides esteroidais (asparagina, atropina, demisina,
rutina, solamargina, solanina e solasonina), hormônio neurotransmissor
(acetilcolina – nas flores) e saponinas.

Preparo da planta:

Banho: as folhas frescas são utilizadas externamente para lavar feridas,


úlceras, queimaduras, abcessos e furúnculos.

Cataplasma: as folhas frescas são utilizadas para feridas, úlceras,


queimaduras, abcessos e furúnculos. popularmente, na região de Visconde
de Mauá, esta planta é utilizada para queimaduras. Macete as folhas e os
frutos maduros e ponha em cima da área a ser tratada.

Decocto: utilizado para excitação nervosa, cólicas, nevralgias e afecções


das vias urinárias.

Extrato flúido: de 0,1 a 0,5 ml ao dia.(100)

Maceração: as folhas maceradas no rum são utilizadas para picadas de


cobras.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do plexo solar (3º), no nível físico, tem
polaridade bissexual (masculina e feminina) e está ligado ao elemento fogo.

Curiosidades: planta nativa do continente americano, considerada invasora


pelo seu crescimento espontâneo em lavouras, pastagens e jardins.

234
1
61 – Espinheira-santa

Família: Celastraceae.

Nome científico: Maytenus ilicifolia


Mart. ex Reissek

Descrição: arbusto ou árvore de


pequeno porte, medindo até 5 m de
altura com copa arredondada e densa.
Folha simples, alterna, brilhantes,
inteiras, de formato oval-lanceolado
quando jovens, passando a elíptico-
lanceolado com o amadurecimento.
Lâmina com 2,1 a 9,0 cm (raramente até
15,0 cm) de comprimento, e 1,0 a 3,1 cm
(raramente até 7,0 cm) de largura,
coriáceas a subcoriáceas, glabras, com
ápice mucronado, base aguda a obtusa,
peninérvias, com nervura principal
proemi-nente na face inferior. Na
margem foliar, tanto as nervuras secun-
dárias quanto as que delas partem,
unem-se com a nervura marginal,
formando projeções pontiagudas
(espinhos), de 9 a 14 unidades por folha,
dispostas mais frequentemente, na
metade apical da lâmina. Pecíolo curto, com 0,2 cm a 0,5 cm de comprimento.
As folhas secas são inodoras, levemente amargas e adstringentes. Flores
pequenas de coloração amarela com 5 pétalas em muitos estames. Fruto são
do tipo cápsulas oblongas, deiscentes, de cor vermelha, contendo de 1 a 2
sementes pretas com arilo branco.
A M. ilicifolia é uma das 12 plantas indicadas atualmente como
fitoterápico na Relação Nacional de Medicamentos (RENAME) do Ministério da
Saúde, consta na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS
(RENISUS), está na 1ª edição do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia
Brasileira (2011) e na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019), faz parte
da lista de produtos fitoterápicos de registro simplificado e sem prescrição
médica da RDC 26/2014 e está na 1ª edição do Memento Fitoterápico da
Farmacopéia Brasileira (2016).

Partes utilizadas: folhas ou toda a palnta.

235
Indicações:

Uso interno: utilizada como gastroprotetora, para afecções estomacais


(gastrites crônicas, úlceras gástricas e duodenais, dispepsia, azia, aftas,
atonia, hiperacidez, tumores). É tônica, antiespasmódica, levemente
analgésica, anti-inflamatória, cicatrizante da mucosa, hipotensora,
antimutagênica, anticancerígena (citotóxica) e antileucêmica,
antioxidante, diurética, imunomoduladora, vulnerária, para recomposição
da flora intestinal, antimicrobiana (a catequina combate a Helicobacter pylori,
a friedelina e o friedelan-3β-ol combate Staphylococcus aureus e Escherichia
coli, já o caule combate o Microsporum gypseum e Trichophyton
mentagrophytes), antifúngica (a friedelina e o friedelan-3β-ol combatem
Aspergillus niger), para doenças do sangue, infecção urinária, ressaca, é
contraceptiva (impede a fecundação) e tem ação direta sobre o Sistema
Nervoso Central (SNC). No Memento fitoterápico é indicada como
antidispéptica, antiácida e protetora da mucosa gástrica. Neste
documento, foi relatada que em vários estudos não-clínicos a espinheira-santa
foi eficiente nas três indicações citadas acima, já em estudos clínicos foi
comprovada sua eficiência como antidispéptica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas estomacais, úlceras, azia e flatulência.

Uso externo: utilizada para tratamento de câncer de pele, antisséptica para


feridas, acnes, eczemas e ulcerações, é cicatrizante da pele e boa para
hemorroidas.

Contraindicações: não deve ser consumido por gestantes (precaução) e


lactantes (reduz a produção de leite) e por crianças abaixo de 6 anos. Deve-se
suspender o uso quando for realizar exames de medicina nuclear. É raro, mas
pode provocar hipersensibilidade. Testes ex vivo mostraram que a quercetina,
kaempferol e outros compostos fenólicos podem modular a atividade da PgP
(Fosfoglicolato fosfatase), alterando o metabolismo de outros medicamentos.
Assim, plantas medicinais que os contenham devem ser evitadas por usuários
de polifarmácia(39). A espinheira-santa quando associada com esteroides
anabólicos, metotrexato, amiodarona e com cetoconazol pode causar
hepatotoxicidade, já com imunossupressores pode causar efeito antagô-
nico.(48)

Toxicidade: em doses 10 x maior que a usual humana (30 g) pode deixar a


boca seca, com gosto estranho na boca, provoca náusea, tremor nas mãos e
poliúria. Pode também provocar irritação da mucosa gástrica e intestinal,
gerando vômitos, cólicas intestinais e diarreia, entretanto não é considerada
tóxica mesmo em doses elevadas (360 x maior que a usual humana) (39).
Embora seja citada como abortiva, não demonstrou efeitos tóxicos ou
teratogênico nos estudos realizados. Em um estudo recente em ratas não

236
revelou toxicidade materna e tampouco interferiu com o desenvolvimento fetal
(205).

Constituição química: ácidos fenólicos (clorogênico), ácido silícico,


açúcares, alcaloides (maitambutina maitanprina e maitansina),
proantocianidinas (epi-catequina), cafeína, derivados agarofurânicos,
diterpeno (maitenoquinona), esteroides (brassicasterol, campesterol,
estigmasterol e simiarenol), flavonoides (caempferol, canferol-3-hexose,
caferol-3-ramno-hexose, caferol-3-di(ramno)-hexose, caferol-3-pentose-
ramnose, catequina, epicatequina, galactitol, hiperina, hiperosídeo
(quercetina-3-Gal), isoquercitrina (quercitina-3-Glu), quercetina, quercetina-
3-ramno-hexose, quercetina-3-di-(ramno)-hexose, quercitrina (quercetina-3-
ramnose), mauritianina, rutina (quercetina-3-Glu-ram) e trifolina),
glicosídeos (ilicifolinosídeo A, B e C), matérias aromáticas, mucilagem, óleo
essencial (fridenelol), polissacarídeos (poligalacturôico), resinas, sais
minerais (Fe, S, Na e Ca), saponinas, substâncias químicas voláteis e
semivoláteis (acetato de geranila, ácido dodecanoico, estigmasterol,
esqualeno, fitol e vitamina E) taninos (epicatequina-(4β→8)-catequina
(Procianidina B1) e a epicatequina-(4β→8)-epicatequina (Procianidina B2)),
triperpenos (ácidos maitenóico e salasperônico, cangoronina, congorosinas
(A e B), friedelina e friedelinol, ilicifolina, isotenginona III, maitefolinas (A, B e
C), maitenina, milicifolinas (A, B, C e D), pristimerina, tingenona e Uvaol-3-
cafeato).

Preparo da planta:

Cápsulas / comprimidos: adultos ou crianças acima de 12 anos tomar 860


mg do extrato seco de 2 a 3 x ao dia. (39)

Cápsulas compostas: utilizada para gastrite quando a pessoa apresenta


sintomas de calor. Deve ser elaborada em farmácia de manipulação. Para cada
dose diária deve ser acrescentado 400 mg do extrato seco da folha da
espinheira-santa e 500 mg do extrato seco da folha da hortelã-pimenta
(Mentha x piperita). Tomar metade da dose diária após o almoço e metade após
o jantar, durante 60 dias. (205)

Decocto: utilizado para a lavagem no tratamento de câncer de pele. Adicione


1 colher de sobremesa de folhas picadas para 1 xícara de chá de água. Deixe
ferver por 20 minutos e abafe.

Emplastro: utilizado no tratamento de câncer de pele.

Extrato: utilizado como antiulcerogênica, recomposição da flora intestinal,


para inibição de bactérias patogênicas, como laxante (eliminação de toxinas
pela pele e rins) e para regular a produção de ácido clorídrico estomacal. O

237
simples extrato é mais poderoso que as duas principais drogas atuais do
mercado (ranitidina e cimetidina). (125)

Extrato seco: (10:1), tomar de 300 a 600 mg ao dia.(205)

Infuso: utilizado para afeções intestinais. Adicione 1 colher de sobremesa de


folhas picadas para 1 xícara de chá de água fervente. Tomar uma dose antes
de cada refeição. Existe uma outra receita que é utilizada também para
afecções intestinais, mas é específica para dispepsia, azia, gastrite e no
tratamento episódico de prevenção a úlcera. Adicione de 1 a 2 colheres de
chá a 1 xícara de água fervente e abafe. Tomar 1 dose de 3 a 4 vezes ao dia.

Infuso composto: utilizado para gastrite quando a pessoa apresenta


sintomas de frio. Deve ser elaborada em farmácia de manipulação. Para cada
dose do envelope deve conter 200 mg do extrato seco da folha da espinheira-
santa, 500 mg do pó das folhas do boldo-do-chile (Peumus boldus Molina) e
300 mg do pó da erva de alecrim (Rosmarinus officinalis). Tomar 1 envelope 1
h depois do almoço e jantar. (205)

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para problemas estomacais, úlceras, azia e flatulência. Tomar 15
gotas 3 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta traz harmonia e calma para vencer obstáculos,


nos revela o que deve ser feito para realizarmos o que precisamos. Nos faz
aceitar a paz e a integridade como condições naturais da vida. Atua sobre o
chacra do plexo solar (3º), no nível emocional, tem polaridade feminina (87A).
Está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: o nome do gênero desta planta, Maytenus, deriva do nome


popular chileno maiten e foi descrito pela primeira vez em 1725, pelo padre
francês Louis Éconches Feuillée. Tem sido utilizada por muitos séculos por
nativos do sul do Brasil, Peru, Argentina e do Paraguai como os Kaigang,
Guaranis, Xokleng, Mbyá-guaranis, entre outros. É conhecida pelo nome de
Yvura napo iy, nhamderatiu poá e cancrosa (205). No Brasil, o seu nome
popular mais empregado é o espinheira-santa em função de sua estrutura
foliar apresentar espinhos e seu uso medicinal. Também é reconhecida como
“cancrosa” pela sua função de curar o câncer.

238
2
62 – Espinheira-santa , espinheira-santa-do-mato

Família: Moraceae.

Nome científico: Sorocea bonplandii


(Baill.) W.C.Burger, Lanj. & Boer.

Descrição: árvore, de pequeno porte,


podendo medir de 6 a 12 metros,
lactescente, perinófila. Folha simples,
alterna, lanceolada, com bordo
espinhoso, com nervação primária e
secun-dárias aparentes, discolor. Frutos
pequenos de coloração vermelha a preto.

Esta planta é característica do


sub-bosque florestal e de grande
interesse farmacêutico, pois apresenta
um valor medicinal similar ao da
espinheira-santa verdadeira (Maytenus
ilicifolia). (99)

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como analgésica e antiulcerogênica (63).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas estomacais (azia, gastrite e úlcera). Para infecções dos rins, bexiga
e intestino, para flatulência e como antibiótica.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: flavonoides.

239
Preparo da planta:

Decocto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para infecção dos rins, bexiga, intestino e como antibiótica.
Adicione de 30 a 40 folhas (fresca ou secas) picadas com talos a 4 litros de
água e deixe ferver por 40 minutos. Após esfriar coloque na geladeira e vá
bebendo ao longo do dia. Caso no dia seguinte ainda não tenha melhorado,
refaça o processo.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para azia e gastrite. Adicione 5 folhas para ½ litro de água fervente e abafe.
Deixe esfriar um pouco e beba. Tomar uma xícara 3 x ao dia. Também é
utilizada para úlceras e flatulência.

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para azia e gastrite. Tomar 15 gotas diluídas em um pouco de água
3 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do coração (4º), no nível emocional, tem


polaridade feminina e está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: esta planta é muito confundida visualmente com a


espinheira-santa verdadeira (Maytenus ilicifolia) e com outra falsa-espinheira-
santa (Zollernia ilicifolia).

240
63 – Eucalipto

Família: Myrtaceae.

Nome científico: Eucalyptus citrio-


dora Hook.

Descrição: árvore de grande porte


medindo até 60 m de altura. As camadas
externas do caule descascam anual-
mente. Folha simples, alterna, coreácea,
margem lisa, com morfologia diferente
nos estágios do vegetal. As jovens são
ovais e largas, já as adultas são estreitas
e lanceo-ladas. Flores brancas vistosas
em inflorescência cimosa axilar.

Esta planta consta na 6ª edição


da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas adultas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como


anticatarral, na inalação de vapores para desobstrução das vias aéreas.
Como expectorante (gripe, resfriado, congestão nasal, tosse, bronquite,
sinusite, asma, laringite). É antioxidante, antimicrobiana (Staphylococcus
aureus, Streptococcus mutans e S. sobrinus), tem atividade anti-HIV Rtase, é
anti-inflamatória, para inflamação na bexiga e diarreia.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


gripe, bronquite e como anti-inflamatória.

Uso externo: utilizada como anestésico suave, antisséptico (para cortes e


feridas), antifúngico, acaricida, pesticida fumegante, remove manchas na
pele e é repelente de insetos (o óleo essencial a 20% age sobre o Aedes
aegypti (150h) e o Culex quinquefasciatus (480h) e também foi verificada ação
larvicida sobre o Aedes aegypti(109)). O óleo essencial tem atividade
moluscicida sobre a desova de Biomphalaria glabrata (hospedeiro da
esquistossomose) e o hidrolato sobre caramujos adultos (1:20) e o extrato
(1:100).(201)

241
Contraindicações: cautela na aplicação de inalação em crianças pois pode
causar espasmo da glote ou dos brônquios. Folha e óleo não são indicados em
caso de obstrução ou inflamação do ducto biliar, em inflamações
gastrointestinais e afecções do fígado. Segundo um estudo, o uso
concomitante do eucalipto com agentes hipoglicêmicos pode diminuir o nível
de glicose, com ampicilina e cloranfenicol pode ter efeito sinérgico com o óleo
essencial da planta para Straphylococcus epidermidis, já com ampicilina,
cloranfenicol e gentamicina o óleo essencial pode diminuir a atividade
inibitória quando utilizada para combater o Straphylococcus aureus. Quando
utilizada com tetraciclina pode ter sinergismo com o óleo essencial da planta
com bactérias Gram-positivas (S. epidermidis e S. aureus) e Gram-negativas
(P. arerugenosa).(48)

Toxicidade: pode provocar cianose, delírio, náusea, miose, fraqueza


muscular, podendo ocorrer reações gastrointestinais, respiratórias e do
sistema nervoso central. O óleo puro nunca deve ser ingerido, doses pequenas
(3,5 ml) podem ser fatais, já para uso tópico não há problema, entretanto não
deve ser usado no rosto de crianças.

Constituição química: ácidos (gálicos, gliólicos e glicéricos), álcoois,


aldeídos, campferol, cera, cetonas, compostos euglobais e macrocarpais
estéres, flavonoides (quercetina, triterpenoides pentacíclicos),
monoterpenos, óleos essenciais (citronelal, eucaliptol e α-humuleno),
sesquiterpenos e tanino.

Preparo da planta:

Bálsamo composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este


bálsamo é chamado de 7 óleos e é utilizado para dores articulares e na
coluna, para depressão, cansaço, estafa, dor de cabeça e enxaqueca.
Adicione em um vasilhame 10 ml de cada óleo essencial a seguir: lavanda
(Lavandula ssp.), eucalipto (Eucalyptus globulus Labill. ou similar), hortelã-
pimenta (Mentha x piperita), alecrim (Rosmarinus officinalis), capim-limão
(Cymbopogon citratus), limão (Citrus ssp.), cravo (Syzygium aromaticum (L.)
Merr. & L.M. Perry) e 7 ml de um óleo-base (como de semente de uva). Misture
até ficar homogêneo e aplique no local a ser tratado. Também pode ser feito
um creme utilizando 30 g de um creme-base (como o de palma) e 5 ml do
bálsamo.

Banho para os pés (escalda-pés): popularmente, na região de Visconde de


Mauá, esta planta é utilizada para gripe. Adicione 2 colheres de sopa das
folhas picadas e 1 colher de sopa de sal grosso a 1 litro de água fervente em
uma bacia e abafe. Quando amormar coloque os pés. Faça este procedimento
antes de dormir (não pode tormar friagem depois).

242
Inalação: 0,1 g por dose do óleo essencial. Popularmente, na região de
Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para gripe e bronquite. Adicione 2
colheres de sopa das folhas picadas a 1 litro de água fervente e abafe. Após
alguns minutos coloque um pano sobre a cabeça e faça a inalação antes de
dormir (não pode pegar friagem depois).

Infuso: utilizado para inalação dos vapores para desobstrução das vias aéreas
como expectorante (gripe, congestão nasal, sinusite). Adicionar 4 a 6 folhas
picadas em uma xícara de chá com água fervente.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
a mão no momento da elaboração.

Óleo para uso externo: utilizado para fricção do peito (anticatarral), para
tosse e herpes.

Tintura: 1 a 5 ml ao dia.

Unguento: utilizado como antigripal, para aliviar dores musculares e


articulares.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
243
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem a mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: esta planta traz equilíbrio nos desejos e sensações sexuais.


Promove a abertura da consciência sexual com paz e responsabilidade. Faz
com que o amor se expresse com liberdade, sem tabus e preconceitos.
Estimula a retidão de caráter. Atua sobre o chacra sacral (2º), no nível
emocional, tem polaridade masculina(95). Está ligada ao elemento água.

Curiosidades: existem mais de 600 espécies desta planta. Foi introduzida


no Brasil e é também comumente utilizada como aromatizador de ambiente.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, também é utilizada um


conjunto de ervas para defumação / limpeza de ambiente. Este é preparado
em bastão ou através da queima das ervas secas e picadas em uma vasilha
com um pedaço de carvão em brasa. Na composição vai arruda (Ruta
graveolens), malva (Pelargonium graveolens), hortelã-pimenta (Mentha x
piperita), eucalipto (Eucalyptus citriodora), citronela ((Cymbopogon
winterianus), capim-cheiroso / vetiver (Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty),
lavanda (Lavandula dentata), mirra (Tetradenia riparia), patchouli
(Pogostemon clabin) e alecrim (Rosmarinus officnialis).

244
64 – Fumo-bravo

Família: Asteraceae

Nome científico: Elephantopus mollis


H. B. & K.

Descrição: erva, perene, de base


sublenhosa e ramos muito curtos,
medindo de 40 a 90 cm de altura. Folha
simples, basal, ásperas, com nervura
peninérvea e de margem serreada, com
quase todas concentradas na base,
medindo de 10 a 18 cm de comprimento.
As folhas dos ramos florais são
pequenas. Flor arroxeada, disposta em
capítulos terminais e axilares. Sementes
escuras.

Partes utilizadas: toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como tônica, diurética, febrífuga, emenagoga,


antisséptica, emoliente, resolutiva e sudorífica. Combate herpes, cálculo
renal, sífilis, reumatismo, gastralgia e doenças respiratórias (bronquite,
tosse, gripe, resfriado).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


pneumonia e gripe.

Uso externo: utilizada como cicatrizante e vulnerária. Combate coceiras,


úlceras, feridas, micose cutânea e picada de carrapato.

Contraindicações: não indicada na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicada na bibliografia pesquisada.

Constituição química: flavonoides, lactonas sesquiterpênicas


(propriedades citotóxicas e antitumorais) e triterpenos.

245
Preparo da planta:

Banho: utilizado para dores no corpo. Fazer um infuso, misturar a água do


banho e aplicar no corpo.

Cataplasma: utilizado para úlceras e feridas. Macerar as folhas e aplicar


diretamente no ferimento.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para pneumonia. Adicione 4 raízes de fumo-bravo mais 3 brotos de cambará
assa-peixe (Vernonia polyanthes) mais 3 ramos de arnica-de-jardim (Solidago
chilensis) em 450 ml (3 xícaras de chá) de água fervente. Tomar 1 xícara de
chá 3 x ao dia. Também é utilizada para febre. Adicione 3 plantas inteiras em
½ litro de água fervente. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Decocto: as raízes são utilizadas como tônica, diurética, febrífuga,


emenagoga, antisséptica, para herpes e cálculo renal. As folhas também
são utilizadas para bronquite, tosse, gripe e catarro pulmonar.

Infuso: as folhas são utilizadas para bronquite, tosse, gripe e catarro


pulmonar.

Maceração: utilizada para picada de carrapato. Macerar as folhas, ferver


com água. Deixar esfriar e aplicar no local afetado.

Suco: utilizado para cálculos urinários (ureter, bexiga, rins). Tomar o suco
da folha fresca;

Fitoconexão: atua sobre o chacra coronário (7º), no nível espiritual e tem


polaridade masculina.

Curiosidades: planta nativa do continente americano, considerada invasora


em nosso país por estar presente em pastos, barrancos, terrenos baldios em
todo o território nacional.

246
65 – Funcho, erva-doce

Família: Apiaceae

Nome científico: Foeniculum vulgare


Mill.

Descrição: erva perene ou bianual, em


forma de touceira, aromática, medindo
até 2 m de altura. Haste glabra, lisa,
estriada e racemosa. Folhas alternas,
compostas, pinadas, com pecíolo
alargado (tipo bainha) nas folhas
superiores. Flores amarelas, pequenas,
hermafroditas, dispos-tas em umbelas
(com 10 a 20 umbelas menores). Fruto
em forma de aquênio, oblongos.

Esta planta consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS), na 1ª
edição do Formulário de Fitoterápicos
da Farmacopéia Brasileira (2011) e na 6ª
edição da Farmacopéia Brasileira (2019). É recomendada no terceiro volume
da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2007 e pela Agência Européia de
Medicamentos (EMA).

Partes utilizadas: sementes, frutos e folhas e raizes.

Indicações:

Uso interno: utilizada para distúrbios digestivos (digestão lenta, gases


(inclusive para crianças – óleo essencial), cólicas, prisão de ventre, azia e
vômito). É diurética, estimulante das funções digestivas (motilidade
intestinal), hepatoprotetora, estimulante da lactação (galactagoga),
expectorante (inclusive para crianças), tônica, anti-inflamatória,
antimicrobiana (moderada atividade no combate as larvas de Schistosoma
mansoni), calmante e fortificante da gengiva. Combate febre, gripe, tosse,
distúrbios menstruais, cólicas, contrações musculares involuntárias
(espasmos – em altas concentrações), inapetência, infecções renais, diarreias,
verminose e anorexia. Atua na erupção dentária e insônia.

247
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
eliminar gases (cólicas de crianças), prisão de ventre, gastrite e mau-hálito. É
utilizada também para desintoxicação, como calmante e digestiva.

Uso externo: utilizada como antisséptica, antifúngica, para dores


musculares e reumáticas, inflamações oculares (conjuntivite – colírio),
clareamento e melhora da rugosidade da pele (combate o
envelhecimento) e diminui a quantidade de sebo na pele controlando a acne
(emulsão óleo-água com extrato etanólico em base do creme do funcho) e atua
como inseticida.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


cólica intestinal.

Contraindicações: para pacientes alérgicos aos membros da família


Apiaceae (Umbelliferae), esta planta deve ser utilizada com cautela. As
gestantes não devem fazer o uso desta planta devido ao seu efeito emenagogo.
Não deve ser utilizada por pessoas que tem refluxo / gastrite. Segundo um
estudo o infuso das folhas ou o decocto das sementes pode provocar interação
com barbitúricos e potencializar o sono induzido provocado por estes
medicamentos. Pode também provocar agitação, aumentar a desregulação
menstrual e dermatite de contato. (48)

Toxicidade: pode provocar dermatite de contato, fotodermatite e náuseas.


O óleo essencial não deve ser utilizado por período prolongado por conter
estragol, componente que é considerado pró-carcinogênico. Em altas doses
pode causar agitação, delírios, confusão mental, convulsões e mania (205). Não
há problemas em utilizar o funcho na forma de chá, extrato, óleo, óleo-resina
e tempero.

Constituição química: semente/fruto: ácidos graxos (ácidos linoleico,


oleico e palmítico), açúcares, componentes fenólicos (ácidos 3-
cafeoilquínico, 4-cafeolquínico, 1,5-O-dicafeoilquínico e rosmarínico,
quercetina-3-O-galactosídeo, eriodictiol-7-O-rutinosídeo, kaempferol-3-O-
glucosídeo e kaempferol-3-O-rutinosídeo), cumarinas (umbeli-ferona)
esteroides (estigmasterol), flavonoides (heterosóides do kaempferol,
quercetina, isoquercetina, e rutina), óleo essencial (trans-anetol, p-
anisaldeído, estragol, α-felandreno, (+)-fenchona, limoneno, α-pineno), óleo
fixo (ácidos petroselínico, oleioco e linoleico), poliacetilenos (3-acetato
falcarindiol, falcarindiol e falcarinol), proteínas, sais minerais e vitaminas
(E - tocoferóis). Planta: mucilagem, óleo essencial (álcool fenchílico anetol,
anisaldeído apiol, canfeno, estragol, α-felandreno, foeniculina, funchona,
limoneno, miristicina e α-pineno), sais minerais (cálcio e potássio) e
monoterpenos (mirceno, sabineno, terpinenos, terpinoleno).

248
Preparo da planta:

Alimentação: as sementes mastigadas são utilizadas como digestiva.

Cataplasma: utilizado para furúnculos. Macerar a folha e aplicar no local.

Colírio: utilizada para conjuntivite.

Compressa: utilizada para inflamações oculares. Faça o chá (infuso), molhe


um pano limpo e aplique no local.

Decocto: utilizado para cólica infantil. Adicione 1 colher de chá de frutos


para 100 ml de água. Deixe ferver por 5 minutos. Dar para a criança no
intervalo da mamada. Como diurético, adicione 15 g de raiz para 1 litro de
água. Tomar várias vezes ao dia, por no máximo 15 dias. O fruto também é
utizado para erupção dentária.

Extrato flúido: 20 a 30 gotas 3 x ao dia.(205)

Fomentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para eliminar cólica intestinal. Aqueça as folhas e esfregue
diretamente na barriga.

Infuso: utilizado para problemas estomacais, estimulante, expectorante e


galactogênica. Adiciona-se uma xícara de cafezinho de frutos secos para ½
litro de água fervente. Para gases tomar 1 xícara de chá a cada 6 horas. Para
estimular a descer o leite tomar 1 xícara de chá a cada 4 horas. Como
digestiva, começar a tomar 2 horas antes das refeições, 1 xícara de chá a cada
½ hora. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada
para gases intestinais e prisão de ventre. Adicione 1 folha para uma xicara
de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Também é utilizada
para desintoxicação. Adicione 1 colher de chá de sementes para 1 xícara de
água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1 xícara 2 x ao dia.
O chá das folhas quando utilizadas após as refeições é considerado digestivo
e sedativo.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta


é utilizada como calmante para dormir. Este chá recebe o nome de “chá bons
sonhos”, dado pela Patrícia Carvalho. É necessário primeiro fazer a mistura
com material seco para depois tomar o infuso. Em uma triturador acrescente
100 g das folhas de capim-limão (Cymbopogon citratus), 100 g das folhas de
erva-cidreira (Lippia alba), 50 g das folhas de melissa (Melissa officinalis), 100
g das folhas de menta francesa (Mentha ssp.), 50 g das flores de camomila
(Chamomilla recutita), 50 g das flores de laranjeira (Citrus ssp.) e 100 g das
sementes de funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare). Bata tudo até ficar

249
homogêneo. Adicione 1 g deste material a 1 xícara de chá de água fervente e
abafe. Tomar antes de dormir.

Óleo essencial: utilizado como fortificante da gengiva. Há também uma


indicação de posologia generalista de 0,1 a 0,6 ml.(205)

Óleo de massagem: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta


planta é utilizada para problemas estomacais. Em uma panela em banho-
maria adicione 2 xícaras de chá de um óleo base (como de sementes de uva),
2 colheres de sopa das flores secas da camomila (Chamomilla recutita), 2
colheres de sopa das sementes de funcho (Foeniculum vulgare) e 2 colheres de
sopa das folhas de manjerona (Origanum manjerona L.). Deixe 1 hora em fogo
baixo (sem tampa). Após esfriar coe em pano limpo e aplique na barriga.

Planta seca: 5 a 7 g ao dia. (205)

Pó: 1 a 5 g ao dia. (205)

Suco verde: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada como alimento preventivo. Adicione em um liquidificador 1 folha
de couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.), 2 maçãs (Malus x
domestica Borkn.) com casca (sem semente), 1 pedaço de gengibre (Zingiber
officinale), 1 pepino (Cucumis sativus L.) inteiro. Bata e coe. Volte com este
líquido para o liquidificador e acrescente 1 folha de chicória (Cichorium intybus
L.), 1 folha de bálsamo (Sedum dendroideum), 1 folha de mil-em-rama (Achillea
millefolium), 1 folha de hortelã-de-panela (Mentha x villosa) ou outra
disponível, 1 folha de salsinha (Petroselium crispum (Mill.) Nym), 1 folha de
funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare), 2 folhas de capim-limão
(Cymbopogon citratus), 2 folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), 15 folhas
de poejo (Mentha pulegium) e 2 folhas de trapoeraba (Tripogandra diuretica ou
Commelina ssp.). Bata tudo de novo, coe e beba.

Tintura: 5 a 25 ml ao dia. (205)

Vinho: utilizado como tônico. Macere por 10 dias 30 g de sementes em 1 litro


de vinho. Após este período, coe. Tomar um cálice antes de dormir.

Fitoconexão: esta planta desenvolve nossos talentos e virtudes. É boa para


materializar sonhos, projetos e sentimentos através da fala. Desenvolve uma
busca interna e corta laços com o passado. Atua sobre o chacra da garganta
(5º) e tem polaridade masculina (95). Atua no nível espiritual ao elemento éter.

Curiosidades: o nome do gênero Foeniculum vem do latim, do diminutivo de


fenum, faenum, referindo-se ao nome popular do funcho que é feniculum,
faeniculum, já o epíteto vulgare significa “comum, vulgar” (205). É empregada
na fabricação de licores, bolos, pães, etc. A base da haste do funcho é utilizada

250
como legume na culinária (contém cálcio, ferro, fósforo e vitamina C).
Popularmente, na região de Visconde de Mauá a semente desta planta também
é utilizada na fabricação de pães, bolos, biscoitos e como tempero no sangue
do chorriço.

251
66 – Gengibre

Família: Zingiberaceae.

Nome científico: Zingiber officinale


Roscoe

Descrição: erva, ereta, rizomatosa,


medindo até 1,5 de altura. Folha
simples, alterna, lanceolada, ápice
agudo, margem inteira, invaginante,
membraná-cea, medindo de 15 a 30 cm
de comprimento. Flores branco-
amareladas estéreis em forma de
espiga. O rizoma é aromático e com um
sabor picante.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS), no
Formulário de Fitoterápicos da Farma-
copéia Brasileira (2011), na lista de medicamentos fitoterápicos de registro
simplificado da RDC 26/2014, na 1ª edição do Memento Fitoterápico da
Farmacopéia Brasileira (2016) e na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira
(2019). É recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1999
(volume 1) e pela Agência de Medicina Européia (EMA).

Partes utilizadas: rizoma (caule subterrâneo), folha, caule, toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada para problemas respiratórios (asma, bronquite,


congestão nasal, rinite, sinusite, tosse, como expectorante, para gripe e
resfriado,). Para afecções da garganta e da boca (rouquidão, afonia,
faringite, laringite, úlcera bucal), problemas odontológicos, erupção
dentária, náusea e enjoo de movimento (cinetose) e para inicío de gravidez),
e ressaca. É menorrágica (faz descer a menstruação), emenagoga e abortiva,
anti-inflamatória, antialérgica, antiviral, boa para digestão lenta,
plenitude pós-prandial (sensação desagradável de persistência prolongada
dos alimentos no estômago), gastrite, epigastralgia (dor no estômago),
refluxo gastresofágico, dispepsia e carminativa (gases), intoxicação
alimentar, cólicas flatulentas e menstruais, é colagoga, reduz o colesterol
e triglicerídeos, diminui a pressão sanguínea, é inotrópico positivo
(aumento da força de contração do coração) e cardiotônica, colagoga, promove
252
a secreção gástrica e salivar, combate a trombose, combate o mau hálito,
inibe a agregação plaquetária, é hipoglicemiante, anticâncer, antioxidante,
auxilia no tratamento de impotência sexual, reumatismo, estimulante
(ergogênico), tônico, afrodisíaco, combate a febre, dor de cabeça, enxaqueca,
insônia e hemorroidas. É boa para pacientes com mãos e pés frios (medicina
chinesa). Em um estudo o extrato hidroalcoólico foi eficaz como
antibacteriano no controle da Pseudomonas aeruginosa.(198)

No Memento fitoterápico o gengibre é indicado como antiemético,


antidispéptico e para cinetose (enjôo de movimento). Este documento
menciona que em estudos não clínicos o extrato acetônico usado via oral foi
eficiente na estimulação da motilidade gastrointestinal em ratos comparável
a metoclopramida e a domperidona. Também foi demonstrado ação
antiemética, ação anti-inflamatória com a diminuição de edemas.
Também foi relatada a ação antimutagênica do suco do gengibre. Em estudos
clínicos o pó do gengibre foi eficaz na cinetose e como antiemético
comparável aos fármacos testados. O pó também foi eficiente nos casos de
vômito pernicioso na gravidez. Alguns estudos relataram que o gengibre foi
também eficaz contra náuseas e vômitos em pós-operatório sendo
considerado tão eficiente ou mais que a metoclopramida. Este documento
também relata que a administração oral de pó de rizoma de gengibre em
pacientes com distúrbios reumáticos e musculoesqueléticos produziu
diferentes graus de alívio da dor e do edema.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


tosse alérgica, gripe, flatulência e como anti-inflamatória para garganta.

Uso externo: utilizada como antirreumática (artrite, nevralgias, problemas


de coluna e articulações) e como antimicrobiana (rizoma fresco). É também
utilizada para catarata, é rubefaciente e em traumas. O uso externo deve ser
acompanhado para evitar possíveis queimaduras. Em um estudo o decocto de
gengibre foi eficaz como antifúngico na inibição do crescimento micelial do
Colletotrichum gloeosporioides e Glomerella cingulata em goiabas (responsáveis
pela antracnose na planta)(202).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


coriza.

Contraindicações: na gravidez a dose máxima não deve passar de 1 g por


dia (205). A cumarina encontrada no gengibre pode causar interações com
medicamentos antiplaquetários e anticoagulantes (aspirina, heparina, anti-
inflamtórios não esteroidais, clopidogrel, eptifibatide, tirofiban, ticlopidine,
dipyridamole e inibidores da COX-2) e aumentar o risco de hemorragia. Com
sedativos (benzodiazepínicos, álcool, barbitúricos e não benzodiazepínicos)
pode aumentar o efeito sedativo; com insulina administrada via oral, pode
provocar a diminuição dos níveis de açúcar. Como é colagoga (aumenta a
produção de ácido clorídrico no estomago), deve ser evitado o uso quando

253
estiver utilizando remédios alopáticos contendo ranitidina, sucralfato ou
lansoprasol; com sulfaguanidina aumenta o potencial de absorção e com
varfarina e outros inibidores de agregação plaquetária há um aumento da pró-
trombina e dos valores interacionais normalizados (INR)(48). É contraindicado
para pessoas com cálculos biliares (consulte seu médico primeiro), irritação
gástrica e hipertensão arterial. Não é indicado para crianças. Pacientes que
tomam medicamentos anticoagulantes ou que apresentam distúrbios da
coagulação sanguínea devem consultar seu médico antes de se auto-medicar
com gengibre. Pode provocar dermatite de contato.(39)

Toxicidade: altas doses (de 12 a 14 g) podem aumentar os efeitos


hipotrombinêmicos da terapia anticoagulante(39). Pode também produzir
dermatite de contato e hemorragia em doses superiores a 5 g ao dia e causar
ansiedade, vômito e interferir em medicamentos cardíacos.

Constituição química: açúcares, amido, aminoácidos, carboidratos,


diterpenóides (labdano), lipídeos (ácido fosfático, ácidos graxos, lecitina e
triglicerídeos), óleo essencial (β-bisabolol, β-bisaboleno, borneol, d-canfeno,
citral, cimol, cineol, farnesol, β-felandreno, sesquifelandreno geranial,
gingerol, gingerona, limoneno, linalol, mirceno, α-pineno, shogaol,
zingibereno e resinas), óleo resina, proteínas, sais minerais, saponinas,
sesquiterpenos, vitaminas (A, C, do complexo B e niacina) e taninos,
zingeronas.

Preparo da planta:

Alimentação: utilizada para cinetose (enjôo de movimento). Para adultos e


crianças acima de 6 anos comer 0,5 g de 2 a 4 x ao dia.(39)

Banho para os pés (escalda-pés): utilizado como revigorante para todo


corpo.

Cataplasma: utilizado para reumatismo, dores na coluna e articulações,


furúnculo e traumatismo. Deve-se ralar, moer ou amassar o rizoma em um
pano limpo e aplicar no local afetado.

Compressa: utilizada para aliviar congestão nasal, afecções dos rins,


cólicas menstruais. Um pedaço de algodão embebido em óleo de gengibre é
indicado para problemas no ouvido.

Decocto: utilizado para enjoo, azia, náusea e vômito. Adicione de 1 a 2


colheres de café do rizoma fresco ou seco picado a 1 xíicara de chá e ferva por
20 minutos. Tomar 1 xícara de 2 a 4 x ao dia.

Extrato flúido: utilizado com estimulante (ergogênico). De 15 a 30 mg/kg


VO. (205)

254
Inalação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é utilizado
para coriza. Adicione 1 colher de sobremesa do rizoma picado em 1 xícara de
água e ferva por 5 minutos. Coloque um pano na babeça e faça a inalação do
vapor.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é utilizado


para gases. Rale uma quantidade de gengibre para 1 colher de sopa e
acrescente em 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos
beba. Tomar 1 dose ao dia. Para gripe adicione 1 colher de sobremesa do
rizoma picado para ½ litro de água fervente e abafe. Tomar 1 dose 3 x ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
a mão no momento da elaboração.

Maceração: as folhas e/ou rizomas são utilizados para erupção dentária.

Mastigação: o rizoma é utilizado para rouquidão, problemas odontológicos


e retirar o muco do leite que fica na garganta.

Óleo para massagem: utilizado para problemas de coluna e articulações.

Pó: utilizado para diminuir náuseas e enjoos. Tomar 1 g antes de viagens. É


também indicado como anestésico para antes de operações, na mesma
dosagem.

Suco verde: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada como alimento preventivo. Adicione em um liquidificador 1 folha
de couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.), 2 maçãs (Malus x
domestica Borkn.) com casca (sem semente), 1 pedaço de gengibre (Zingiber
officinale), 1 pepino (Cucumis sativus L.) inteiro. Bata e coe. Volte com este
líquido para o liquidificador e acrescente 1 folha de chicória (Cichorium intybus

255
L.), 1 folha de bálsamo (Sedum dendroideum), 1 folha de mil-em-rama (Achillea
millefolium), 1 folha de hortelã-de-panela (Mentha x villosa) ou outra
disponível, 1 folha de salsinha (Petroselium crispum (Mill.) Nym), 1 folha de
funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare), 2 folhas de capim-limão
(Cymbopogon citratus), 2 folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), 15 folhas
de poejo (Mentha pulegium) e 2 folhas de trapoeraba (Tripogandra diuretica ou
Commelina ssp.). Bata tudo de novo, coe e beba.

Tintura: utilizada para enjoo, azia, náusea e vômito. Tomar 50 gotas


diluídas em 75 ml de água de 2 a 3 x ao dia.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem a mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: esta planta é boa para os relacionamentos, pois desenvolve a


empatia entre as pessoas, alegria, amorosidade, doçura, intimidade e
companheirismo. Elimina o mau humor e torna as coisas simples entre os
parceiros. Atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem polaridade
masculina (95). Está ligada ao elemento água.

256
Curiosidades: o nome do gênero Zingiber vem da palavra sânscrito
stringavera ou shigavera e significa “em forma de chifre”, referindo-se as
protuberâncias do rizoma, já o epíteto officinale refere-se a espécies com
propriedades medicinais (205). Esta planta é de originária da China, Índia e
Malásia, e tem utilização conhecida desde a civilização greco-romana. Seu
rizoma é muito apreciado como especiaria para a temperar carnes. No Japão
é usado como condimento no sushi, já na culinária asiática, africana e
caribenha é utilizado em guisados, saladas, sopas, picles, temperos picantes,
marinadas, refogados, em carnes, peixes e legumes. Também é ingrediente de
pães, bolos e biscoito, ou seja, sua utilização é muito diversificada.

257
67 – Gervão

Família: Verbenaceae.

Nome científico: Stachytarpheta cayen-


nensis (Rich.) Vahl

Descrição: subarbusto anual ou perene,


ereto, ramificado, medindo de 0,70 a 1 m de
altura. Folha simples, oposta cruzada,
membra-nácea, ovais ou lanceoladas,
margem serreada. Flores azuis ou liláses,
com inflorescência terminal em forma de
espiga.

Partes utilizadas: folhas, partes aéreas,


raízes ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como tônico


estomacal, estimulante digestivo (estomacal, intestinal e biliar) e combate
a dispepsia, gastrite (anti-ácida). Utilizada contra febre, resfriado, gripe,
béquica (contra tosse) e bronquite catarral, é diurética, emoliente (auxilia
na prisão de ventre), é indicada para afecções hepáticas crônicas (inclusive
contra hepatite), promove a transpiração (sudorífica), gripe, pneumonia,
sinusite, anti-edematogênica, antiespasmódica, antidiarreica, anti-
ulcerocênica, vasodilatora, hipotensora e calmante. Também é anti-
helmíntica (vermífuga), vulnerária, combate a disenteria e inflamações
reumáticas. É analgésica, antibactericida, laxativa e leishmanicida. Boa para
problemas odontológicos (dor de dente e gengivite) e para malária.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas respiratórios e para descansar a memória.

Uso externo: utilizada como antisséptica, contra úlceras purulentas, lesões


cutâneas (nos casos de leishmaniose) machucados em geral, contusões,
afecções da pele (erisipela, eczemas), antimicrobiana, como fungicida, para
dores nas pernas e na coluna.

Contraindicações: deve ser utilizado com cautela pois tem ação depressora
do Sistema Nervoso Central (SNC).

258
Toxicidade: possui um heterosídio tóxico (estaquitarpetina). Deve ser
utilizada com cauleta.

Constituição química: ácidos (caféico e clorogênico), alcaloides,


compostos fenólicos, derivados fenilpropanóides (acterosídeo e derivados),
esteróides, flavonoides, iridóides (ipolamina), matérias pécticas, óleo
essencial, polissacarídeos, princípios amargos, quinonas, saponinas
(derivados do lanostano) e taninos.

Preparo da planta:

Banho: utilizado para úlceras purulentas.

Cataplasma: utilizado para feridas, contusões e afecções da pele (eczemas


e eripsela).

Decocto: a planta inteira é utilizada com febrífuga, béquica e como


vermífuga. As folhas também são utilizadas para problemas odontológicos
(dor de dente e gengivite).

Extrato fluido: de 1 a 5 ml ao dia.(100)

Infuso: utilizado para prisão de ventre, como tônico estomacal e


estimulante gastrointestinal. Acrescente uma colher de sobremesa de folhas
picadas a uma xícara de chá de água fervente. Tomar uma dose 2 vezes ao dia
antes das refeições. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
é utilizada para problemas respiratórios, de pulmão e para descansar a
memória. Adicione 5 g da planta picada a 250 ml de água fervente e abafe.
Tomar 1 xícara antes de dormir.

Xarope: utilizado para febre, resfriado, gripe, béquica (contra tosse) e


bronquite catarral. Faça o mesmo chá recomendado para o infuso e
acrescente açúcar.

Fitoconexão: o floral desta planta ajuda a liberar fortes emoções, evitando


assim o acúmulo de raiva ou sentimentos depressivos na aura. Atua sobre o
chacra sacral (2º), no nível físico-emocional, tem polaridade feminina(235). Está
ligada ao elemento água.

Curiosidades: é uma planta considerada mágica, sendo utilizada por


umbandistas, consagrada aos orixás Xangô (Deus da justiça, do fogo, trovão
e relâmpago - associado à ira e à prepotência); e também a Naña (quem
acompanha o morto após seus primeiros passos depois do desencarne). Outra
curiosidade é que utilizada pelas lavadeiras para clarear as roupas.

259
68 – Goiabeira

Família: Myrtaceae

Nome científico: Psidium guajava L.

Descrição: árvore medindo áte 7


metros de altura, frutífera, com caule
liso, duro e geralmente com manchas.
Folha simples, oposta, subcoreácea,
oblongas, aromá-tica, com margem lisa,
nervura marginal e pontos translúcidos.
Flores brancas, solitárias ou em grupo
de 2 ou 3 nas axilias das flores, com 5
pétalas e mutos estames, o que é
caracte-rístico desta família botânica.
Fruto dm forma de baga, com polpa
doce, rosada ou branca, medinodo cerca
de 10 com de diâmetro.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS), na 1ª
edição do Memento Fitoterápico da Farmacopéia Brasileira (2016) e na 6ª
edição da Farmacopéia Brasileira (2019). É recomendada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) no volume 4 de 2009.

Partes utilizadas: brotos (olhos), folhas e casca do tronco.

Indicações:

Uso interno: utilizada para diarreia (inclusive infantil), disenteria, dor de


barriga e vômitos. É adstringente, vermífuga, antipirética (febre), anti-
infecciosa, rehidratante e espasmolítica. É boa para problemas de fígado e
estômago, inflamação dos rins, cólera, ansiedade, para o coração,
antioxidante, reduz a hiperlipidemia, prevenção da hiperglicemia do
diabetes tipo 2 (in vivo), inibe a glicolisação do LDL, antimutagênica,
atividade antiproliferativa para células cancerígenas, anti-inflamatória e
analgésica (extrato das folhas), sedativa, depressora do Sistema Nervoso
Central (SNC), antitussígena e para bronquite. Também é utilizada para
inflamação na boca (aftas, erupção dentária), limpeza bucal, cáries
dentárias e doença periodental (recomendado pela OMS), inflamação na
garganta (folha, casca ou entrecasca), inflamação vaginal, do útero,

260
leucorreia. É antimicrobiana (combate Bacillus subtilis (extrato da casca do
caule), Entamoeba hystolitica (decocto das folhas), Plasmodium falciparum
(extrato da casca), Proteus vulgaris, Shigella flexneri, S. virchow e S.
dysenteriae (extrato das folhas), Staphylococcus aureus (extrato da casca do
caule) e Streptococcus pyogenes (extrato das folhas)). Em um estudo é citado
um autor que comprova a eficiência do extrato hidroalcoólico do caule e das
folhas como antimicrobiana (combate Eschericia coli, Klebsiella sp.,
Pseudomonas aureginosa, Proteus sp., Salmonella spp. e Shigella sp.)(252).

No Memento Fitoterápico é indicada para tratamento da diarreia aguda não


infecciosa e enterite por rotavirus. Neste documento é citado que a
goiabeira foi eficiente em estudos clínicos sobre os dois problemas citados
acima e também no combate a dismenorreia.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


diarreia e dor de barriga.

Uso externo: a casca é utilizada como antisséptica da pele e mucosas


lesadas, cicatrizante de feridas, auxilia no tratamento de hemorroidas e
varizes, na lavagem local de úlceras, no reumatismo.

Contraindicação: pode causar hipersensibilidade e alergia a droga


vegetal(39). Devido à grande concentração de tanino não utilize altas
concentrações por longos períodos pois pode provocar prisão de ventre por ser
adstringente e provocar irritação gastrointestinal. Gestantes e lactantes
devem fazer o uso desta planta com cauleta.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisa.

Constituição química: sementes: óleo fixo (ácido linoleio). Fruto: óleo


essencial (acetais dietoximetano, dietoxietano, bisaboleno e outros
sesquiterpenos). Folhas e brotos: ácidos fenólicos (elágico e gálico),
açúcares, álcoois sesquiterpenóides, esteróides (β-sitosterol), flavonoides
(guajaverina (derivado glicosídico), kaempferol, quercetina, quercitrina,
arabino-quercetina e miricetina), óleo essêncial (acetato de α-terpenilo,
aromadendreno, β-bisaboleno, β-bisabolol, β-cariofileno, p-cimeno, 1,8-
cineol, (E)-nerolidol , α-humuleno, nerolidiol, α-pineno, para-selineno, selin-
11-en-4α-ol e monoterpenos), pectinas, taninos hidrolisáveis (guavinas A, C
e D, pedunculagina) e triterpenos pentacíclicos (ácido oleanólico e
derivados, ácido ursólico e derivados). Casca: ácidos fenólicos, óleo
essencial, taninos hidrolisáveis e triterpenpenos pentacíclicos.

Preparo da planta:

Banho: utilizado para úlceras, pele e mucosas lesada. Adicione 1 colher de


sobremesa a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Quando estiver morno
ou frio aplique no local.
261
Banho de assento: utilizado para leucorreia. Faça o infuso concentrado,
coloque em uma bacia e assente.

Cápsula: utilizada para diarreia. Formular em farmácia de manipulação


cápsula do pó das folhas na dose de 500 mg 3 a 4 x ao dia.(39)

Decocto: utilizado para diarreia. Adicione 1 colher de sopa dos brotos picados
a 1 xícara de chá de água fervente. Deixe ferver por 30 segundos e abafe. Deixe
esfriar, coe e beba. Tomar até 4 doses ao dia. Também pode ser feita com as
folhas, e neste caso adicone 1 a 1,5 colheres de sopa de folhas picadas a 1
xícara de chá de água e deixe ferver por 30 segundos. Dosagem igual a do
broto. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para diarreia. Adicione 5 folhas picadas e 1 colher de sobremesa da casca do
caule bem picado a ½ litro de água e deixe ferver por 2 a 3 minutos. Tomar
este volume durante o dia como soro.

Extrato flúido: 2 a 10 ml ao dia. (205)

Extrato seco: utilizado para diarreia. Mandar manipular em farmácia


especializada doses de 250 a 350 mg. Tomar 3 a 4 x ao dia. (39)

Gargarejo / bochecho: utilizado para inflamação na boca e na garganta.

Infuso: utilizado como para diarreia, como vermífuga e antimicrobiana.


Adicione 3 a 4 brotos (olhos) e o primerio par de folhas jovens a 1 xícara de
chá de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara ou mais ao longo do dia logo
após a diarreia. Para diarreia infantil, adicione de 15 a 20 olhos em 1 litro
de água fervente mais o soro caseiro (1 colher de sopa de açúcar e uma pitada
de sal). Dê para a criança a cada 5 ou 10 minutos. Popularmente, na região
de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para dor de barriga. Adicione 3,
6 ou 9 folhas picadas para 2 xícaras de chá de água fervente e abafe. A
quantidade de folhas depende da intensidade da dor (leve, média ou forte).
Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Maceração: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizada tanto


a goiaba-vermelha como a branca para diarreia. Adicione 10 brotos a um
pilão e macere. Logo após acrescente ½ xícara de chá de água morna e beba.
Tomar 2 a 3 vezes ao dia até melhorar.

Mastigação: na Índia as folhas jovens (brotos) são mastigadas para


problemas odontológicos.

Tintura: 10 a 50 ml ao dia. (205)

262
Fitoconexão: atua sobre o chacra da base (1º), no nível físico, tem
polaridade masculina e está ligada aos elementos terra.

Curiosidades: o nome do gênero Psidium vem da palavra grega sidion, que


era o antigo nome da romã (Punica granatum) devido a similaridade de seus
frutos, já o epíteto guajava vem do espanho guayaba, que significa goiaba. O
nome popular goiaba vem do tupi-guarani, koyha, e significa “sementes
aglomeradas”(205). É nativa da América do Sul, esta planta é encontrada
naturalmente desde a Venezuela até em nosso país, no estado do Rio de
Janeiro. Devido ao seu fruto aromático e saboroso é foi distribuída (plantada)
por grande parte do Brasil.

263
69 – Grimonia

Família: Rosaceae.

Nome científico: Agrimonia eupa-


toria L.

Descrição: erva, ereta, perene, delga-


da, é coberta com pelos e é aromática
(quando cortada). Folha, composta,
pinada, crena-da a denteada, elíptica a
obovada, com 3 a 6 pares de folíolos,
sendo que a nervura primária e
secundárias são bem destacadas.
Medem entre 6 a 25 cm de comprimento
sendo a parte superior verde-escura e a
inferior acizentada-tomentosa. Flores
amarelas e pequenas (cerca de 6 mm)
que apresentam-se em grande número.
Sua inflores-cência é terminal e pode
medir de 60 a 90 cm de altura e é pouco
ramificada.

Partes utilizadas: partes aéreas, folhas e flores.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antidiabética, antitumoral, antibacteriana,


antiviral, diurética, metabólica (combate a obesidade), antidiarreica,
colagoga, hepatoprotetora, analgésica, hipotensora, imuno-moduladora,
urolítica, cardioprotetora, antirreumática, antioxidante, anti-
inflamatória, anticoagulante, adstringente. É boa para afecções da boca e
da garganta e faringite crônica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


febre, dor de barriga, verme (em crianças), vômito e para problemas
estomacais.

Uso externo: utilizada como antifúngica e dermatológica.

Contraindicação: quando ingerida em doses elevadas, os constituintes


desta planta podem interagir com as terapias que utilizam o uso de
anticoagulantes e anti-hipertensivos e, normalmente, com a ação de fármacos

264
metabolizados no fígado (taninos). Os efeitos colaterais desta planta incluem
hipotensão, arritmia, náuseas, vômitos e até parada cardíaca. Por ter como
um de seus constituintes o tanino, este pode causar distúrbios digestivos. (190)

Toxicidade: tendo em conta a falta de informação sobre a sua toxicidade, o


seu uso deve ser evitado durante a gravidez e a lactação. Quando ingerida em
doses elevadas pode causar constipação e insuficiência hepática/renal,
problemas gastrointestinais e aumentar o risco de cancro da língua e lábios.
Apesar destes efeitos nocivos, não foram reportadas quaisquer reações
adversas graves.(190)

Constituição química: ácidos fenólicos (silícico e salicílico), ácidos


polinsaturados (linoleico, linolênico, oleico e ursólico), ácidos saturados
(cetílico, esteárico e palmítico), aminoácidos (ácido aspártico, glicina, alanina,
valina e lisina) cumarinas, esteroides, flavonoides (quercetina),
hidrocarbonetos aromáticos, lactonas, polissacáridos, taninos e
vitaminas (B, C e K).

Preparo da planta:

Compressas: utilizada para úlcera varicosa. Faça um infuso forte da planta


e embeba um pano limpo e aplique no local a ser tratado.(87B)

Gargarejo: utilizada para afecções da boca e garganta e faringite crônica.


Adicione 100 g da planta a 1 litro de água. Deixe ferver até reduzir a 1/3 e
acrecentar 50 g de mel (87B)

Infuso: utilizada como adstringente, ligeiramente aromática e para


distúrbios digestivos com diarreia(87B). Popularmente, na região de Visconde
de Mauá, esta planta é utilizada para febre, dor de barriga, verme (em
crianças), vômito e para problemas estomacais. Adicione 3 folhas picadas
para 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos coe e
beba. Tomar uma xícara 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre os chacras da base (1º) e do coração (4º), nos níveis
físico-emocional, tem polaridade masculina e está ligada aos elementos terra
e ar.

Curiosidades: é originária da Europa do Norte e Central, Ásia temperada e


América do Norte. Geralmente é encontrada em áreas montanhosas do
Paquistão, colinas da Pérsia, Sibéria, Java, América do Norte, Roma e Índia.
Em Portugal, existe em quase todo o país (190). Esta planta recebe o nome de
“agrimony” em inglês e é uma das plantas que compõem os florais de Bach.
Esta erva é uma conhecida há muito tempo pelo homem e foi citada na
“Matéria Médica” de Dioscórides como “eupatorio” no livro IV, capítulo 42. (87B)
265
70 – Guaco

Família: Asteraceae.

Nome científico: Mikania glomerata


Spreng.

Descrição: trepadeira, sublenhosa,


perene, de grande porte. Folha simples,
oposta, de forma cordiforme ou quase
deltoide, obtusa na base, semitorcida, cur-
vilínea (3 nervuras destacadas), carnosa-
coriácea. Flores esbranquiçadas tipo capí-
tulo congesto, com inflorescência em forma
de panícula-tirsóide. A sua floração ocorre
principalmente em sua região de origem, o
sul do Brasil. Fruto tipo aquênio.

A M. glomerata é uma das 12


plantas indicadas como fitoterápico
atualmente na Relação Nacional de
Medicamentos (RENAME) do Ministério da Saúde. Esta espécie também
consta na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS
(RENISUS), no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira (2011)
e na RDC 26/2014.

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como broncodilatadora, antimicrobiana,


antialérgica, antitussígena, para rouquidão, para inflamações da garganta
e da boca, faringite, laringite, como expectorante (anticatarral), para gripe
e resfriado, para tratar asma e bronquite e coqueluche. É febrífuga, tônica,
anti-inflamatória, depurativa, estimulante do apetite e boa para fraqueza
sexual. Inibe a contração da musculatura lisa da traquéia, é emoliente,
combate o ácido úrico (gota), é boa para arritmia cardíaca e é ansiolítica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada


para gripe, tosse, rouquidão e como expectorante.

Uso externo: utilizada para traumatismo / cicatrizante, feridas,


nevralgias, eczema pruriginoso, dores reumáticas, varizes, como
antimicrobiana, para picada de cobras (neutraliza o veneno de Bothropus
266
jararaca (jararaca) e Crotalus sp. (coral) com redução do edema e atividade
hemorrágica), escorpiões e insetos.

Contraindicações: não deve ser utilizado por diabéticos (pela presença do


açúcar), gestantes, lactantes e crianças menores de 2 anos. Também não é
indicado para hipertensos, e pessoas que estejam fazendo tratamento com
anticoagulantes e ácido acetilsalicílico, com hepatite e trombocitopenia. Não
deve ser utilizado por mulheres no período menstrual.

Toxicidade: o uso prolongado predispõe a pessoa a acidentes hemorrágicos


(antagonismo com a vitamina K). Em altas doses pode provocar vômito e
diarreia. Interrompendo o uso o efeito é regredido.

Constituição química: ácidos fixos, ácidos graxos (ácido benzoico),


ácidos voláteis, alcaloides, antraquinonas, cumarinas (ácido cumarínico,
cumarina, diidro-cumarina, 1,2 benzopirona), diterpenos (ácidos caurenóico
e grandflórico e fitol), esteroides (estigmasterol, β-sitosterol), flavonoides
(friedelina), glicosídeo (guacosídeo), lactonas sesquiterpênicas (guacina),
leucoantocianidinas, óleo essencial, resinas, saponinas, substância
amarga (guacina), taninos hidrolisáveis, triperpenóides, e substâncias
aromáticas.

Preparo da planta:

Compressa: utilizada para traumatismo, nevralgias, prunido e dores


reumáticas.

Decocto: é utilizado para inflamações na garganta e da boca. Faz-se


gargarejo ou bochecho com o líquido.

Infuso: utilizado para tosse, asma, bronquite alérgica e infecciosa, como


broncodilatora, expectorante, para gripes e resfriados, estimulante do
apetite e depurativa. Adicione 1 colher de sopa de folhas picadas a 1 xícara
de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 dose 3 x ao dia. Popularmente, na
região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada para gripe, tosse,
rouquidão e com expectorante. Adicone 3 a 4 folhas picadas para uma
xícara de chá de água fervente. Tomar 3 a 4 vezes ao dia. O chá das folhas
frescas ou secas neutraliza o veneno das cobras Bothropus jararaca e
Crotalus sp. com redução do edema e atividade hemorrágica.

Infuso composto 1: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
267
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
a mão no momento da elaboração.

Infuso composto 2: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é feito um


cordiá com um conjunto de plantas que é utilizado para tosse, resfriado e
dor na garganta. Adicione a 250 ml de água fervente 3 g das folhas de avenca
(Adiantum raddianum), 3 g de flores de isope (Leonurus sibiricus), 3 g das
folhas de cambará assa-peixe (Vernonia polyanthes), 3 g das folhas de guaco
(Mikania glomerata), 1 pedaço do fruto de romã (Punica granatum) sem
sementes, 1 colher de sopa de mel. Abafe e deixe amornar. Tomar 1 colher de
sopa 3 x ao dia.

Tintura: utilizada para gripes, resfriados, bronquites alérgocas e


infecciosas e como expectorante. Adicione 100g da folha tritura em 300 ml
de álcool 70%. Deixe curtir por 1 semana e logo após coe. Tomar de 2 a 7 ml
diluído em 75 ml de água, 3 x ao dia.

Xarope: popularmente, na região de Visconde de Mauá é utilizado para tosse


forte. Em uma panela pequena adicione 1 colher de sopa de açúcar e deixe
queimar. Em seguida acrescente 2 colheres de sopa de água e deixe derreter
o açúcar. Acrescente 3 folhas grandes de guaco picadas e deixe ferver por 1 a
2 minutos e abafe. Tomar este conteúdo em goles até a tosse melhorar.

Xarope composto (quente): utilizado para os mesmos fins do infuso. Leve em


banho-maria um recipiente com 1 copo de água e 2 de açúcar. Misture até o
açúcar dissolver. Acrescente 7 folhas verde picadas ou duas colheres de sopa
de folhas secas. Desligue o fogo e aguarde 10 minutos. Pós o resfriamento
deve ser coado. Tomar 1 colher de sopa 3 vezes ao dia. Outro método de
preparo é fazer um decocto com 15 a 20 folhas em 100 de água fervente,
acrescentar algumas folhas de poejo (Mentha pulegium) ou assa-peixe
(Vernonia polyanthes) e uma colher de chá de gengibre (Zingiber oficinale)
ralado, cobrir e deixar esfriar. Acrescentar este material em uma panela com
150 a 200 g de açúcar e mexer até dissolver. Tomar 1 a 2 colheres de sopas 2
a 3 vezes ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá é utilizado
para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
268
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem a mão no momento da elaboração.

Xarope composto (frio): utilizado para gripe, tosse e bronquite. É elaborado


com folhas de guaco, eucalipto (Eucalyptus citriodora), agrião de cozinha
(Nasturtium officinale R. Br.), assa-peixe (Vernonia polyanthes) ou poejo
(Mentha pulegium). Acrescente 1 parte de folhas para 1 parte de álcool de
cereal a 70% (com 30% de água destilada). Colocar em maceração por 10 dias,
logo após coar e colocar em banho-maria até parar de sair o cheiro de álcool
(cerca de 10 minutos). Esfriar e colocar 20% deste extrato em 1 litro de mel
com 5% de própolis e 5% de óleo de gérmen de trigo. Tomar 3 colheres de sopa
ao dia. Existe uma segunda receita para gripe. Adicione 5 ml de tintura de
guaco (Mikania glomerata), 5 ml de tintura de poejo (Mentha pulegium), 5 ml
de tintura de laranja-da-terra (Citrus aurantium) e 2 ml de tintura de própolis
a 100 ml de mel. Mexa até todo o volume ficar homogêneo. Tomar 10 ml de 3
a 6 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta elimina traumas por fome e necessidade vividas


na infância, a inveja interior, o auto martírio. Ajuda a colocar em prática a
sabedoria interior, ter dinamismo, saber calar e ser humilde na medida certa.
Atua sobre o chacra cardíaco (4º) e tem polaridade masculina (95). Atua no
nível emocional e está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: o nome do gênero Mikania é em homenagem ao botânico


Joseph Gottfried Mikan (1743-1814) autor do “Catálogus Plantarum Omnium,
Pragae” de 1776. Existe uma outra versão que diz que foi para homenagear o
filho dele, Johann Christian Mikan (1769-1844), também botânico e
etmologista que escreveu a obra “Delectus Florae et Faunae Brasiliensis,

269
Vindobonae” de 1820. O nome popular guaco refere-se a corruptela do nome
Quechua, huaco, referente ao nome de uma ave que fazia o uso da planta para
se proteger de picadas de cobra, relatado pelo naturalista espanhol José
Celestino Mutis(205). Em alguns locais do Brasil esta planta é chamada de erva-
de-cobra ou erva-de-serpentes, devido a sua indicação como antiofídica.
Existe uma outra espécie de guaco (Mikania laevigata Schultz Bip. ex Baker)
que também é utilizada para os mesmos fins medicinais e são comercializadas
indiscriminadamente em mercados populares como se fossem as mesmas. Em
um estudo constatou-se que apesar da M. glomerata possuir menor
percentual de cumarina que a M. laevigata, (0,30% contra 0,43%
respectivamente) eles sugerem que ambas apresentam composição química
semelhantes e que podem ser utilizadas de forma indistintas.(31)

270
71 – Guiné

Família: Phytolacaceae.

Nome científico: Petiveria alliacea L.

Descrição: erva, ereta, perene,


rizomatosa, com leve aroma de alho,
medindo até 4 metros de altura. Folha
simples, alterna, membranacea,
peninérvea, margem inteira, medindo de
1 a 8 cm de comprimento. Flores
brancas, discretas, sésseis, dispostas
em inflorescências racemosas.

Partes utilizadas: folhas, ramos,


raízes ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como


antiespasmódica, diurética,
sudorífica (promove a transpiração,
combate a febre), emenagoga, abortífera (raízes), aumenta a frequência e
amplitude das contrações uterinas (extrato metanólico das sementes),
antirreumática, anti-helmíntica, anticonvulsivante, , teratogênica (provoca
má formação do feto), depressora do sistema nervoso central – neurotóxica
(extrato das raízes), citostática, imunomodularora, sedativa,
antinociceptiva, depurativa. Combate a malária, hidropisia, memória fraca,
diarreia, impotência, asma, afecções bucais (cárie, dor de dente, gengivite,
afta), afecções da garganta (rouquidão), sinusite e cistite. É também
afrodisíaca, analgésica, anti-inflamatória, anestésica (in vivo – as raízes),
antiviral, antivenérea, hipoglicemiante (indicada para diabetes). Combate
resfriados, tosse, enxaqueca, lesões hepáticas, problemas estomacais e
enfermidades nervosas. É antitumoral (in vivo), antileucêmica (in vitro),
antimalárica (in vitro – Plasmodium falciparum), antibacteriana (Candida
Albicans, Eschericia coli, Micobacterium (tuberculose), Pseudomonas, Shigella
e Staplylococcus aureus), combate a doença de chagas, o Trypanossoma cruzi
(extrato hexâmico das raízes). Em um estudo é citado um autor que menciona
que o composto sintético de trissulfeto de dibenzila (anidrido sulfônico) das
raízes de guiné foi eficaz como antimicrobiana contra Bacillus subtilis e
Pseudomonas fluorecens (29). Em um outro estudo foi comprovada a eficácia
desta planta como antinociceptiva, sedativa, depressora e
271
anticonvulsivante em camundongos (in vivo). Neste mesmo estudo, ela
menciona outros trabalhos que relatam a eficácia contra câncer do extrato
aquoso para leucemia e linfoma, para o fígado e o cérebro (in vitro).(96)

Uso externo: utilizada como anti-inflamatória, antisséptica, cicatrizante


(boa para traumatismo, contusões, machucados), antirreumática (dores
lombares e artrite). É boa para dor de cabeça, picada de cobra. É inseticida
(inclusive piolho), fungicida e nematicida (mata parasitas – nematóides). Em
um estudo é citado um autor que menciona que o composto isolado das raízes
da guiné (trissulfeto de dibenzila) foi eficaz como inseticida contra o inseto
que ataca a batata-doce (Cylas formicarius), contra a broca do café
(Hipotenemus hampei) e o ácaro que ataca o gado (Boophilus micropulus)). O
mesmo estudo ainda cita um outro autor onde o chá das raízes foi um eficiente
nematicida (contra Meloidigyne incognita)(29). Neste estudo(29) foi comprovada
a eficácia do óleo essencial desta planta como inseticida no combate à mosca
branca (Bemisia tabaci), responsável hoje por mais de 70 viroses e por atacar
as lavouras de tomate, melão, abóbora, berinjela, brócolis e mandioca. A
melhor concetração de 0,25 g/L com mortandade de 100% de moscas e larvas
após 72 h da aplicação. Nos testes contra o gorgulho-do-feijão-de-corda
(Callosobruchus maculatus) a guiné na concentração de 50 μL teve eficácia em
mortandade de 100% dos insetos no período de 24 h, já no combate ao
nematoide Meloidigyne incognita que é responsável por prejudicar lavouras de
café, tomate, abóbora, algodão, feijão e trigo esta planta foi eficaz em matar
98% dos indivíduos juvenis na concetração de 0,1 g/L em 72 h. Entretanto a
durabilidade não é grande em função dos seus constituintes voláteis,
portanto, há a necessidade de reaplicação periódica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizada em um unguento


composto para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia, como
anti-inflamatória.

Contraindicações: não deve ser ingerida por gestantes.

Toxicidade: em altas doses é toxica, e deve-se ter muito cuidado quando


fizer o uso interno. Quando é feito o uso prolongado e em altas doses pode
provocar caquexia muscular distrófica provocando debilidade dos membros
posteriores, perda de peso, dilatação cardíaca, lesões renais pode levar a
imbecilidade e até a morte. Pode existir correlação entre o consumo excessivo
da planta a inibição da colinesterase sanguínea. Em um estudo in vivo foi
utilizado o extrato aquoso via oral, os ratos não apresentaram toxicidade
aguda ou morte durante o tratamento na concentração letal (CL50) de 4 g/kg.
Também não apresentaram toxicidade crônica nos parâmetros histológicos,
bioquímicos e hematológicos durante os 90 dias de tratamento, entretanto
apresentaram uma possível sobrecarga renal e hepática.(255)

272
Constituição: folhas: ácidos (barbinevic, esteárico, nanodecanóico, oleico e
palmítico), ácido graxo (álcool lignocérico), alcaloides (alantoína),
aminoácidos, chalcona-lieridal, Cis-3,5-difenil-1,2,4-tritiolan, 7-
dimetileridal, 3-epiilexgenina A, esteróides, 4-etilpetiveral, 6-formil-8-metil-
7-O-metilpinocembrin, 6-hidrometil-8-metil-O-7- metilpinocembrin, 6-
hidrometil-8-metil-O-5,7- metilpinocembrin, lignocerato de lignocerila,
nitrato de potássio, polifenóis, saponinas, taninos, terpenóides (acetato
de isoarborinol, isoarborinol e cinamato de isoarborinol). Raizes: ácidos
(lignocérilico, resinoso e urônico), alcaloides (alantoína), álcool dicosílico,
anidrido sulfônico, benziltritiohidroxietano, di(benziltritio) metano,
cumarinas, dissulfeto de dipropila, flavonoides (β-sitosterol), glicerina,
glicose, N-metil-metoxi-prolina, óleo essencial (acetato de geranila, álcool
benzílico, benzaldeído (majoritário), benzoate de dibenzoíla, borneol,
cinamaldeído, p-cresol, 2,5-dimetoxi-p-cimeno, dissulfeto de dibenzila,
feniltiol, fitol, geraniol, petiveral, petiverina, sulfeto de dibenzila, cis-estilbeno,
trans-estilbeno, tetrassulfeto de dibenzila, e trissulfeto de dibenzila), nitrato
de potássio, pinitol, polifenóis, proteínas (alantoína), (RcRs)-S-sulfoxido-S-
benzil-L-cisteina, (RcSs)-S-sulfoxido-S-benzil-L-cisteina, (RsRc)-S-(2-hidroxi-
etil)cisteina sulfoxido, (R)-S-(2-hidroxietil)cisteina, sacarose, saponina,
(Sc2Rc7)-γ-glutamil-S-benzilcisteina, (Sc2Rc7Rs)-γ-glutamil-S-benzilcisteina
sulfoxido, (Sc2Rc7Ss)-γ-glutamil-S-benzilcisteina sulfoxido, sulfeto de
benzilhidroximetila, (SsRc)-S-(2-hidroxietil)cisteina sulfóxido, tioamino-
ácidos, terpenóides (acetato de isoarborinol, isoarborinol, cinamato de
isoarborinol, α-friedelinol e lupenona) e tritiolaniacina. Sementes:
isotiocinatos voláteis.

Preparo da planta:

Banho: utilizado para baixar a febre. Também é utilizado para paralisia.


Adicione 500 g das raízes picadas em uma banheira e tome o banho.

Compressa: utilizada para dor de cabeça. Macere as folhas e aplique no local.

Cataplasma: utilizado para traumatismo, contusões, dores lombares,


reumáticas e de cabeça.

Decocto: as folhas são utilizadas para acabar com dor de cabeça. Deve-se
aplicar no local quando estiver frio. Também é utilizado para câncer. Adicione
40 g das folhas em 1 litro de água e deixe ferver. Tomar este conteúdo dividido
em 3 partes iguais durante o dia. Para cistite, acrescente 30 g das folhas ou
raízes para 1 litro de água e deixe ferver. Após esfriar beba este conteúdo
durante o dia. Como estimulante, diaforético e diurético adicione 30 g das
folhas ou raízes em 1 litro de água. Tomar este conteúdo em colheres de sopa
ao longo do dia.(96)

Extrato: utilizada como hipoglicemiante. Utiliza-se o extrato de suas folhas


e pó dos ramos.

273
Gargarejos e bochechos: utilizado para afecções da boca e garganta.
Adicione 1 pedaço da raiz e 2 flohas para 1 ½ xícara de água e deixe ferver
por alguns minutos. Faça o gargarejo ou bochecho a vontade. Também é
utilizado para prevenção de cárie e queda de dentes e fortalecer a gengiva.

Infuso: é utilizado para hidropsia, artrite, reumatismo, malária, memória


fraca e abortífera quando feito um chá fraco de suas folhas ou raízes.
Acrescente somente 2 (duas) gramas do material seco para 1 litro d’água.
Tomar só meio copo duas ou 3 vezes ao dia. Também é recomendada para
afecções da boca e da garganta e dores de dente. Acrescente 1 colher de
sopa de folhas secas picadas junto com uma colher de sobremesa da raiz
picada em uma xícara de chá de água fervente. Quando estiver morna, faça
gargarejos ou bochechos 2 vezes ao dia.

Sumo: as folhas frescas são utilizadas para combater o câncer. Macere de 25


a 30 folhas em um pilão. Após sair o sumo filtre este conteúdo com 1 litro de
água pura. Tomar este conteúdo fracionado em partes iguais de manhã, a
tarde e a noite.(96)

Tintura: a folha é utilizada para aftas e lesões hepáticas. Aplicar sobre a


área a ser tratada até 5 x ao dia. A raiz é utilizada para gripes e resfriados.
Adicione de 30 a 50 gotas em 75 ml de água (1/2 xícara de chá). Tomar 1 dose
de 4 em 4 horas. Também é utilizada em comunidades do Pará em massagem
para interromper colvulções infantis. Para dores reumáticas, nevralgia,
polinerurite (beri-beri) e paralisias adcione 350 g das raízes picadas em um
vasilhame de 1 litro e complete com álcool (40%). Faça fricção no local afetado.
Como estimulante e rubefaciente faça uma tintura com 200 g das raízes
para 800 ml de álcool. A tintura das partes aéreas também é utilizada como
antimalárica.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: o floral desta planta é semelhante ao da arruda. Portanto


limpa a aura na região mais próxima do corpo físico, afasta elementos
estranhos do astral ou dissolve energias densas (negativas) que querem se
materializar. Também previne doenças(235). Atua sobre o chacra coronário (7º),
no nível espiritual e tem polaridade masculina.

Curiosidades: esta planta também recebe o nome popular de “tipi’ (no


Nordeste), “macura-caá” (no Pará) e “amansa-senhor”. Este último foi dado
pelos negros do período escravagista no Brasil devido as perturbações mentais
de que eram acometidos os senhores de escravos, quando lhes eram
ministradas, secretamente, em doses parceladas, por tempo prolongado,
274
poções à base desta planta, visando, entre outros motivos, proteger as
mulheres negras do assédio de seus patrões. Também era utilizada no século
XVII como quebranto (feitiço lançado em uma pessoa), entretanto era o efeito
do envenenamento desta planta que fazia a pessoa definhar(45). A planta
inteira é utilizada como um dos componentes na elaboração do “curare”,
veneno colocado na ponta das flechas dos índios(255). A guiné é muito utilizada
com fins ornamentais e religiosos, principalmente pela Umbanda. É dedicada
a Oxossi e Ogum em trabalhos para afastar energias negativas, quebra de
feitiços e mau olhado.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


para banho de descarrego e em incensos e defumadores.

275
72 – Guiné-do-mato, gelol

Família: Polygalaceae;

Nome científico: Polygala panicu-


lata L.

Descrição: erva, ereta, ramificada


com ramos finos, medindo de 25 a 40
cm de altura. Folha simples, alterna,
membranácea, medindo de 3 a 4 cm de
com-primento. Flor pequena, de colo-
ração branca, reunidas em panículas
terminais. A raiz possui forte aroma de
salicilato de metila, que lembra o
segundo nome popular desta planta, o
gelol.

Partes utilizadas: planta inteira.

Indicações:

Uso interno: as folhas têm atividade


antiblenorrágica, anti-nociceptiva, anti-inflamatória, vomitiva, purgativa,
diurética. Combate hidropsia, doenças renais, periodontite (inflamação da
cavidade oral), afeções da uretra, útero, bexiga e rins. O óleo essencial das
raizes e folhas é expectorante e trata as afecções das vias respiratórias
(asma, bronquite, sinusite). Trata também afecções do útero e vias urinárias.
Em um estudo in vivo (ratos) o extrato da planta diminuiu a perda óssea nos
dentes com doença periodontal induzida sugerindo um efeito anti-
inflamatório efetivo também na região bucal(173).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


sinusite e dor de dente.

Uso externo: utilizada para picada de cobra, torções, machucados e


reumatismo. É antifúngica (antimicótica), anti-inflamatória e moluscicida
(mata moluscos).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


varizes, pancadas e contusões.

Contraindicação: não utilizar por gestantes e lactantes.

276
Toxicidade: em doses elevadas pode provocar vômito e acentuar inflamação
existente no trato gastrointestinal.

Constituição química: cumarinas, óleo essencial, salicato de metila e


saponiona.

Preparo da planta:

Decocto ou infuso: as raízes são utilizadas para afecções respiratórias,


como expectorante, afecções do útero e das vias urinárias. Adicione o
volume de 1 xícara de café de raízes picadas para 1 litro de água e ferva. Tomar
1 xícara de chá de 3 a 5 x ao dia.

Inalação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para sinusite. Primeiro é necessário preparar uma tintura com a
planta. Adicione 10 plantas inteiras (bem lavadas) a 1 litro de álcool e deixe
curtindo por 30 dias. Após este período coe e guarde em um vidro escuro.
Prepare 1 xícara de chá de água fervente e acrescente 3 colheres de sopa da
tintura e faça a inalação cobrindo a cabeça com uma toalha.

Melito: utilizado como expectorante.

Sumo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para dor de dente. Macete a folha até sair o sumo e coloque no dente afetado.

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para varizes, pancadas e contusões. Adicione 100 g de flores do
lírio-do-brejo e 100 g de raiz de guiné-do-mato (Polygala paniculata L.) em um
vasilhame de 2 litros e complete com álcool. Deixe curtir por 5 dias e aplique
no local afetado.

Fitoconexão: atua sobre os cracras da base (1º) e plexo solar (3º), no nível
físico, tem polaridade masculina, e está ligada aos elementos terra e fogo.

Curiosidades: no Rio Grande do Sul é conhecida como barba-de-são-joão,


arrozinho ou bromil, entretanto é nativa de todo o Brasil, sendo encontrada
principalmente na zona costeira da Bahia ao Rio Grande do Sul.

277
73 – Hera-terrestre

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Glechoma hederacea


L.

Descrição: erva, perene, prostrada,


com caule ramificado, estolonífera,
alguns floridos e eretos e outros estéreis
e deitados (mais comum no Brasil), com
raízes pequenas e fibrosas, medindo de
10 a 30 cm de altura. Folhas simples,
opostas, pecioladas, crenadas, cordifor-
mes, arredondadas, obtusas, pouco
pilosas. Flores, violáceas, róseas ou
esbranquiçadas. Fruto do tipo aquênio,
ovoides e lisos de cor escura.

Partes utilizadas: planta inteira.

Indicações:

Uso interno: utilizada como tônica, béquica, peitoral, expectorante,


estomáquica, emoliente, desobstruinte do fígado, diurética, vermífuga,
antiespasmódica. Combate gripe, febre, tosse, asma, bronquite, enfizemas,
dor de barriga, controla hipertensão arterial e é anti-inflamatória para
garganta. Em um estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como
antinociceptivo e antí-inflamatório agudo e crônico in vivo(212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


gripe, tosse, como expectorante, para rinite e sinusite.

Uso externo: utilizada para furúnculos e é vulnerária (varizes).

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

278
Constituição química: ácido rosmarínico, cera, gorduras, glúcides,
óleo essencial, resina, sais minerais, substância amarga (gleocomina) e
taninos.

Preparo da planta:

Decocto: utilizado para as recomendações do uso interno. Adicione 7,5 g de


toda a planta picada a uma xícara de chá (150 ml) de água e deixe ferver por
alguns minutos. Tomar 1 dose de 2 a 3 x ao dia.

Gargarejo: utilizado para inflamação na garganta. Faça primeio o infuso


descrito abaixo e quando o líquido esfriar faça o gargarejo 3 x ao dia.

Inalação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para rinite e sinusite. Faça o infuso descrito baixo e coloque um
pano em cima da cabeça e faça a inalação do vapor.

Infuso: utilizado para inflamação na garganta. Adicione 10 g das partes


aéreas da planta picada a 1 litro de água fervente e abafe. Tome 1 xícara de
chá 3 x ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para gripe, tosse e como expectorante. Adicione 50 g das partes
aéreas (folhas e ramos) picadas em ½ litro de água fervente e abafe. Tomar 1
xícara de chá 3 x ao dia.

Tintura: utilizada para bronquite crônica. Tomar 1 colher de café 2 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da base (1º), no nível físico, tem


polaridade bissexual (masculina e feminina) e está ligado ao elemento terra.

Curiosidades: é originária da Europa e Ásia boreal, sendo também


empregada como planta ornamental como forração em locais frescos e
sombreados. Também pode ser cultivada em vasos e xaxins suspensos. (139)

279
74 – Hortelã-bravo

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Peltodon radicans Pohl

Descrição: erva, prostrata, perene, leve-


mente aromática, com enraízamento nos
nós, ramificada, medindo de 30 a 40 cm de
comprimento. Folha simples, oposta, crespa
(rugosa), coriácea, nervuras aparentes, mar-
gem serreada, a face inferior é mais clara que
a superior, medindo de 1,5 a 3 cm de com-
primento. Flor branca pequena, em Inflo-
rescência axilar em forma de glomérulos
globosos. Fruto do tipo aquênio globoso
escuro.

Partes utilizadas: folhas e ramos.

Indicações:

Uso interno: utilizada como peitoral (expectorante), antitussígena, contra


problemas respiratórios (asma, bronquite e coqueluche) e inflamações dos
rins e do fígado. É carminativa (gases), diurética, aperitiva, digestiva,
vermífuga, balsâmica, esternutatória (que provoca espirros) e abortiva.

Uso externo: utilizada para doenças de pele (eczemas e tinhas).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá é utilizada para dores nas


articulações e para picadas de marimbondos e abelhas.

Contraindicações: não deve ser utilizada por gestantes por ser considerada
abortiva.

Toxicidade: é considerada abortiva.

Constituição química: não indicada na bibliografia pesquisada.

Preparo da planta:

Banho: é utilizado para afeções da pele.


280
Cataplasma: as folhas frescas são utilizadas para picadas de escorpião e
cobras e afecções da pele. Popularmente, na região de Visconde de Mauá é
utilizada para picadas de marimbondos e abelhas. Amasse algumas folhas
acrescente saliva e ponha em cima da picada.

Compressa: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para dores articulares. Macete um punhado das partes aéreas
(folhas e ramos), esquente e aplique em cima da área a ser tratada.

Decocto: toda a planta é utilizada como expectorante, antitussígena,


combate a asma, bronquite, coqueluche, é caminativa (gases), aperitiva e
digestiva. Os ramos com folhas são utilizados como diurético e para
inflamações do fígado e dos rins. Adicione 50 g da planta para 1 litro de
água de ferva. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia.

Extrato fluido: as sumidades floridas são utilizadas para tratar doenças de


pele (dartros, eczemas e tinhas). Usar de 2 a 10 ml ao dia. (100)

Infuso: utilizado para os mesmos fins do decocto. Toda a planta também é


utilizada como vermífuga.

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem


polaridade feminina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: é considerada planta ruderal, invasora. Ocorre


espontaneamente na região sul nos campos de altitude do planalto meridional
e nas regiões de altitude do Sudeste.

281
75 – Hortelã-de-panela

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Mentha x villosa


Huds.

Descrição: erva, perene, ereta, com


ramo de colocaração esbranquiçado ou
roxo e piloso, medindo de 30 a 40 cm de
altura. É híbrida, do cruzamento da
Mentha spicata x M. suaveolens. Folha
simples, oposta, cruzada, oval, crespa
(rugosa), com pecíolo curto e margem
serreada. Flor rosada ou azulada, em
inflo-rescência do tipo espiga, curtas e
terminais. Fruto tipo aquênio.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como espasmolítica, antivômica, carminativa (gases),


digestiva, estomáquica, tônica, estimulante, expectorante, colerética,
colagoga e anti-helmíntica (ameba, giardia, esquis-tossomose e tricomonas),
antimicrobiana, antioxidante. Combate palpitações, cólicas uterinas,
laringite, azia, má digestão, mau hálito, tosse, afonia, bronquite, gripe,
insônia, dores musculares e aumenta o leite da lactante. Em um estudo foi
comprovada a eficiência do extrato etanólico da hortelã-de-panela como
antibacteriana (Escherichia coli e Staphylococcus aureus, redução de 70 e
80% respectivamente na concentração de 100 mg/mL) e antioxidante (99,8%
de resposta na concentração de 500 μg/mL)(88).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas estomacais e como digestiva.

Uso externo: utilizada como antisséptica, tem ação contra pruridos e


combate a icterícia.

282
Contraindicações: pode causar insônia se bebida antes de dormir, ou em
uso prolongado.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos orgânicos, flavonoides (heterosídeos da


luteolina e apegenina), óleo essencial (cânfora, β-cariofileno, 1,8cineol, β-
cubeno, α-humuleno, limoneno, mentol, mentona, mentofurona, gama-
muroleno β-pineno, pireno e óxido de piperitenona) e taninos.

Preparo da planta:

Infuso: acrescente de 5 g de folhas picadas secas ou 10 g de folhas picadas


frescas em 1 litro de água fervente. Como vermífugo deve-se amassar de 3 a
4 folhas fresca, 1 dente de alho e acrescentar água fervente em uma xícara de
chá. Abafar, deixar esfriar e coar. Para crianças tomar 1 dose 30 minutos
antes do café da manhã por um período de 5 dias. Popularmente, na região
de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para problemas estomacais e
como digestiva. Adicione 1 ½ colher de sopa das folhas picadas para 3
xícaras de água fervente. Tomar depois das 3 princiapais refeições.

Mastigação: utilizada como vermífuga. Ingerir de 10 a 16 folhas frescas ao


dia, divididas em 3 doses (durante as refeições) por 5 a 10 dias consecutivos.

Pó: utilizado para diarreia sanguinolenta, provocada por microparasitas


intestinais em crianças e adultos. Moer as folhas bem secas (não secar no sol).
Para crianças de 5 a 13 anos tomar ¼ de colherzinha de café (100 a 150 mg),
já para crianças acima da idade citada anteriormente e adultos tomar ½
colherzinha de café (200 a 300 mg). Tomar 3 doses diárias durante 5 dias
consecutivos. Repetir o tratamento dez dias depois de ter encerrado a primeira
etapa. É fundamental observar durante e depois do tratamento a higiene
pessoal e familiar para não reincidir os microparasitas. O pó pode ser
guardado por até 60 dias em recipiente seco e bem fechado.

Pomada: utilizada para tricomoníase urogenital. Utilizar a mesma


formulação da tintura acrescida em um creme-base.

Suco verde: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada como alimento preventivo. Adicione em um liquidificador 1 folha
de couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.), 2 maçãs (Malus x
domestica Borkn.) com casca (sem semente), 1 pedaço de gengibre (Zingiber
officinale), 1 pepino (Cucumis sativus L.) inteiro. Bata e coe. Volte com este
líquido para o liquidificador e acrescente 1 folha de chicória (Cichorium intybus
L.), 1 folha de bálsamo (Sedum dendroideum), 1 folha de mil-em-rama (Achillea
millefolium), 1 folha de hortelã-de-panela (Mentha x villosa) ou outra
disponível, 1 folha de salsinha (Petroselium crispum (Mill.) Nym), 1 folha de
283
funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare), 2 folhas de capim-limão
(Cymbopogon citratus), 2 folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), 15 folhas
de poejo (Mentha pulegium) e 2 folhas de trapoeraba (Tripogandra diuretica ou
Commelina ssp.). Bata tudo de novo, coe e beba.

Sumo: utilizado para dores de dente. Embeba o algodão no sumo e aplique


no local.

Tintura: adicionar 200 g de folhas em 1 litro de álcool de cereais. Tomar 50


gotas 3 vezes ao dia durante 5 dias consecutivos.

Fitoconexão: atua sobre os chacras do coração (4º), da garganta (5º) e do


terceiro olho (6º), no nível emocional-mental, tem polaridade masculina e está
ligada aos elementos ar e éter.

Curiosidades: é utilizada também como condimento de massas e carnes.


Esta é uma planta que dever ser utilizada com parcimônia, pois pode encobrir
o sabor dos ingredientes, entretanto, combina bem com salsa, tomilho,
manjerona, sálvia, orégano ou coentro.

284
76 - Hortelã-pimenta, menta-piperita

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Mentha x piperita L.

Descrição: erva, anual ou perene,


medindo até 30 cm de altura, com
ramos verde-escuro a roxo-púrpura,
tem odor forte, aromático, penetrante,
seme-lhante ao mentol e sabor
aromático picante, com sensação de
frescor agradável. Folhas simples,
opostas, crizadas, inteiras, membraná-
ceas, rugosas, quebradiças, pecioladas,
de colo-ração verdes a verde-amarron-
zadas quando secas, com numerosos
tricomas glandulares na face inferior da
lâmina, visíveis no aumento de seis
vezes ou contra a luz, como pontos
claros, amarelos, brilhantes e tricomas
tectores distribuídos sobre as nervuras;
Lâmina ovalada a ovaladolanceolada,
ápice agudo, base irregularmente arredondada e assimétrica, margem
irregularmente serreada, com dentes agudos, medindo de 3,0 a 9,0 cm de
compri-mento e 1,0 a 5,0 cm de largura. Pecíolo de 0,5 a 1,0 cm de compri-
mento, verde, quando seco vinoso-acastanhado côncavo na face superior,
convexo na face inferior e com costelas laterais, com tricomas iguais aos da
lâmina. Flores púrpuras, disposta no ápice do ramo em forma de espiga.

A M. x piperita é uma das 12 plantas indicadas como fitoterápico


atualmente na Relação Nacional de Medicamentos (RENAME) do Ministério da
Saúde, na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS
(RENISUS), no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira (2011),
na relação de fitoterápicos de registro simplificado da RDC 26/2014, na 6ª
edição da Farmacopéia Brasileira (2019), pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) e pela Agência Européia de Medicamentos (EMA).

Partes utilizadas: folhas, raiz ou caule.

Indicações:

285
Uso interno: utilizada como espasmolítica (contra gases), colerética e
colagoga (secreção biliar), antivomitiva, diaforética, digestiva, tônica,
estomáquica, estimulante, anti-helmíntica (vermes), antioxidante,
antitumoral, analgésica (mucosas), anti-inflamatória, levemente
anestésica, antialérgica, galactagoga (estimula a liberação do leite materno),
antiandroênica e aromatizante. Combate náuseas e vômitos, dispepsia,
cólicas (intestinal e menstrual), enterites e síndrome do intestino
irritável, hepatite, tétano (tribos amazônicas), diarreia, colites, halitose (mau
hálito), celulite, obesidade, gordura localizada, baixa o colesterol, estimulante
do Sistema Nervoso Central (SNC). É utilizada também para problemas
respiratórios (bronquite, chiado no peito, tosse, gripe, resfriado),
inflamações na boca e gengiva, dor de dente, rinite alérgica (extrato), febre,
dor de barriga, prisão de ventre, câimbra e regula a menstruação. Em um
estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo e anti-
inflamatório agudo e crônico in vivo(212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


náuseas, dor de barriga, vermes, gases, dispepsia e dor no estômago. É
utilizada também para gripes e problemas respiratórios.

Uso externo: utilizada como antisséptica, antibacteriana, antifúngica,


combate os pruridos, ferimentos e contusões, dor de cabeça (óleo essencial),
dores musculares (mialgia) e nevralgia (dor aguda nos nervos) e é repelente
de insetos (o óleo essencial age sobre o Aedes aegypti(109)).

Contraindicações: não é indicado para gestantes devido ao seu efeito


emenagogo. Devido à presença do mentol, esta planta não deve ser ingerida
por lactantes e crianças menores de 3 anos, podendo provocar asfixia e
dispnéia. O mesmo princípio ativo em forma de óleo essencial também pode
provocar espasmo de glote em bebês e crianças pequenas, quando inalado,
aplicado na face ou no nariz. O óleo pode provocar em qualquer idade
taquicardia, náuseas, vômitos e ardência perianal. O mentol também pode
provocar em pessoas sensíveis ou alérgicas dor de cabeça, prurido, coriza,
asma e arritmia. A essência também pode provocar insônia e irritação da
mucosa ocular e conjuntiva em pessoas sensíveis. Também não é
recomendada para pessoas que tenham refluxo ácido, hérnia de hiato e
cálculos biliares pois pode provocar o relaxamento do esfíncter do esôfago. (100)

Toxicidade: em altas doses pode provocar alergia, azia, dermatite, dor de


cabeça, problemas gastrointestinais, rubor e úlcera na boca. O óleo essencial
pode estimular o Sistema Nervoso Central (SNC), sendo que doses de 1g/kg
pode ser fatal. O mentol em recém-nascidos com deficiência em G6PD pode
provocar icterícia.

Constituição química: ácido fenólico (rosmarínico), aminoácidos


(betaina), carotenoides, cetonas, flavonoides (apegenina, eriocitrina,
286
gardenina B, hesperidina, isoroifolina, luteolina, mentosida, pebrelina, rutina
e tretrametoxiflavona) jasmone, metilacelato, nicotinamida, óleo essencial
(acetato de mentilo, ácidos (acético, cafeico, p-cumarínico, perúlico,
rosmarínico clorogênico e valeriânico), β-cariofileno, carvona, 1,8-cineol
(eucaliptol), ésteres de mentol, felandreno, α-humuleno, isomentona,
limoneno, menteno, mentenona, mentol (majoritário), mentona, mentofurano,
β-mirceno, neomentol, α-pineno, piperitona, pulegona, sabineno e
viridoflorol), polifenólicos, princípios amargos, sesquiterpenos (cariofileno
e bisabolol), taninos, triterpenos pentacíclicos (ácidos oleanólico e ursólico
e seus derivados), sais minerais, vitaminas (C, D e colina).

Preparo da planta:

Alimentação / mastigação: popularmente, na região de Visconde de Mauá,


esta planta é utilizada prevenir enjoo e náuseas antes da viagem. Coma 1
folha antes de começar o percurso.

Bálsamo composto: popularmente na região de Visconde de Mauá, este


bálsamo é chamado de 7 óleos e é utilizado para dores articulares e na
coluna, para depressão, cansaço, estafa, dor de cabeça e enxaqueca.
Adicione em um vasilhame 10 ml de cada óleo essencial a seguir: lavanda
(Lavandula ssp.), eucalipto (Eucalyptus globulus Labill. ou similar), hortelã-
pimenta (Mentha x piperita), alecrim (Rosmarinus officinalis), capim-limão
(Cymbopogon citratus), limão (Citrus ssp.), cravo (Syzygium aromaticum (L.)
Merr. & L.M. Perry) e 7 ml de um óleo-base (como de semente de uva). Misture
até ficar homogêneo e aplique no local a ser tratado. Também pode ser feito
um creme utilizando 30 g de um creme-base (como o de palma) e 5 ml do
bálsamo.

Bebida quente: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para acabar com vermes. Adicione em uma panela 1 xícara de leite
com 1 colher de sopa das folhas picadas e deixe ferver. Após amornar beba
em jejum, de preferência na lua nova durante 3 dias seguidos.

Cápsulas compostas: utilizada para dispepsia funcional (crônica) quando


apresenta sintomas de calor. Deve ser feita em farmácia de manipulação. Para
cada dose deve ter 200 mg do extrato seco da planta da hortelã-pimenta e 200
mg do extrasto seco do fruto da laranja-da-terra (Citrus aurantium). Tomar 1
dose após as 3 principais refeições do dia, durante 30 dias. Para gastrite,
também quando a pessoa apresenta sintomas de calor. Para cada dose diária
devem ser acrescentadas 500 mg do extrato seco da folha da hortelã-pimenta
e 400 mg do extrato seco da folha da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia).
Tomar metade da dose diária após o almoço e metade após o jantar, durante
60 dias.

Essência pura: 1 a 3 gotas ao dia.(100)

287
Extrato fluido: 1 a 4 ml ao dia.(100)

Infuso: utilizado como antivômitico. Faça o chá a 2% (2g de folhas para cada
100 ml de água), deixe esfriar e beba gelado. Tomar de 2 a 3 x ao dia. Também
é utilizada para gargarejo e bochecho de inflamações na boca e gengiva, em
ferimentos, contusões e pruridos. Faça a mesma receita acima, deixe
amornar e utilize no local afetado. Para cólicas, gases e problemas hepáticos
acidione 3 colheres de café de folhas picadas a 1 xícara de chá de água
fervente. Tomar 1 dose de 2 a 4 vezes ao dia. Popularmente, na região de
Visconde de Mauá esta planta é utilizada para dor de barriga. Adicione 1 folha
pequena para criança ou 2 a 3 folhas para adultos, em uma xícara de água
fervente e abafe. Espere alguns minutos e beba. Em um estudo, é mencionado
que o tempo ideal de infusão do hortelã-pimenta é de 4 minutos a uma
temperatura de 95ºC (83). Popularmente, na região de Visconde de Mauá, este
chá é utilizado para gripe, problemas respiratórios, dor de estômago, gases
e dispepsia. Adicione 1 ½ colher de sopa das folhas picadas para 3 xícaras
de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
a mão no momento da elaboração.

Óleo essencial: utilizado na concentração de 10% para dor de cabeça.


Aplicado diretamente na testa.

Suco: utilizado para diarreia. Faça o suco das folhas frescas e acrescente uma
pitada de sal.

Tintura: utilizada para dispepsia e como antiespasmódica. Adicione 200 g


de folhas frescas para 800 ml de álcool de cereal. Deixe curtir por 30 dias.
Tomar de 60 a 120 gotas diluída em 75 ml de água (1/2 xícara de chá), 3 x ao
dia.
288
Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá é utilizado
para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem a mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: o floral desta planta trabalha a liberação de energias


estagnadas por falta de expressão ou medo, retirando da memória e causando
bem-estar. Acaba com a apatia e letargia mentais, falta de concentração,
promovendo um estado metal ativo e desperto(235). Atua sobre o chacra do
terceiro olho (6º), no nível mental e tem polaridade masculina.

Curiosidades: Esta menta é o resultado de uma hibridação da Mentha


aquatica L. e a Mentha viridis L.(87B). Seu nome tem origem grega, onde
“Mentha” vem de Minthe, uma ninfa amada por Plutão, que a transformou em
planta aromática para protege-la de sua mulher, já “piperita” vem do sabor
picante e aromático. Nas cultura afro-brasileira esta planta é utilizada para
“amacis” e banhos rituais para trazer sorte, amor e prosperidade. Em um
estudo é citado que a menta-piperita junto com a menta-vique (Mentha
arvensis), são as espécies de maior interesse econômico na obtenção de óleos
essenciais(246). A menta-piperita é amplamente empregada como flavorizante,
aditivo em alimentos, em produtos de higiene bucal e em preparações
farmacêuticas.

289
77 – Insulina

Família: Vitaceae.

Nome científico: Cissus verticillata


(L.) Nicolson & C.E. Jarvis

Descrição: erva, escandente ou


trepadeira de até 10 m ou arbusto com
até 3 m de altura, perene, com gavinhas
opostas as folhas, raízes aéreas pên-
dulas. Folha simples, alterna, membra-
nácea, glabra, ovalada, ovalada-eliptica
ou oblonga, lobadas ou profunda-mente
partidas, pontiagudas, de base variável
(redonda, cordada ou sagitada), medindo
até 15 cm de comprimento. Flor pequena,
de coloração branco-esverdeada, branca,
amarela ou raramente rosas, dispostas
em inflorescência tipo corimbiforme
opostas as folhas. Fruto tipo drupa
ovoide-globrosa de coloração púrpura a
negro, com polpa carnosa, com somente 1 semente.

Partes utilizadas: folhas e ramos.

Indicações:

Uso interno: utilizada para problemas cardíacos (inclusive taquicardia e


pressão alta), hidropisia, anemia, derrame, tremores, ativação da circulação
sanguínea, para epilepsia (anticonvulsivante). É anti-inflamatória,
depressora do sistema nervoso central, citostática, diminui edema,
antitérmica (febre), antirreumática, antidiarreica, antitumoral,
antiulcerogênica, antimutagênica, vasodilatadora, protetora do
miocárdio, diurética, antigripal e antialérgica. Combate dislipidemia,
problemas urinários, indigestão, afecções respiratórias, diminui as lesões
gástricas e tem atividade inibitória contra bactérias Gram-positivas e Gram-
negativas. Em um estudo foi comprovada a eficácia da tiramina em diabetes
millitus tipo 2 (diminiu a hiperglicemia) e para hiperlipidemia)(3). Em outro
estudo foi também comprovada a atividade hipoglicemiante da insulina e
também como antioxidante e analgésica(120). Em um outro estudo o extrato
seco das folhas na proporção de 13,5 mg/kg diminui 60% da glicemia e 72%
dos triglicerídeos em coelhos(35).
290
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
controlar a diabetes.

Uso externo: utilizada como antisséptica, antifúngica (combate o


Cladosporium sphaerospermum e Candida spp.), antimicrobiana (combate o
bacillus subtilis – CIM de 50 e 100 μg/mL), tem atividade contra dermatófitos
e bactérias de pele em humanos (resveratrol) e é cicatrizante (comprovada
in vivo(35)).

Contraindicação: utilizar com cautela quando fizer o uso de medicamentos


hipoglicemiantes e com insulina. Não deve ser utilizado por gestantes e
lactantes.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: alcaloides quinolizidinicos, aminoácidos,


antocianinas (cianidin-3-raminosil-arabinose, delfinidin-3-ramno-
sídeo,delfinidin-3-rutinosídeo), carotenoides, compostos fenólicos, Cuma-
rinas (cumarina, sabadina, 5,6,7,8-tetrahidroxi-cumarina-5-β-xilopirano-
sídeo), esteróides (diosgenina, hecogenina, β-sitosterol e β-sitosterol-
glicolisado, 3-β-O-β-D-glicopiranosil-sitosterol), estilbenos (resveratrol),
flavonoides (canferol 3-α-raminosídeo, quercetina 3-α-raminosídeo,
luteonina, luteonina-3’-sulfato e rutina), lipídeos, quinonas, saponinas,
sesquiterpenoides (biciclogermacreno) taninos, tiramina, terpenoides e
triterpenos esteroidais e pentacíclicos, vitamina (E), e 3,5-dihidroxibenzil
álcool.

Preparo da planta:

Decocto: as partes aéras são utilizadas como anti-inflamatória,


antitérmica, antirreumática e para diabetes (também feito com somente as
folhas).

Infuso: as folhas são utilizadas para problemas cardáicos (inclusive


taquicardia e pressão alta), hidropisia, anemia, derrame, tremores,
ativação da circulação sanguínea. Popularmente, na região de Visconde de
Mauá, esta planta é utilizada para controlar a diabetes. Adicione 3 folhas a
½ litro de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1 xícara 3
x ao dia.

Suco: as folhas e ramos são utilizadas para epilepsia.

Tintura: as folhas junto com o caule são utilizadas como antimicrobiana.

291
Fitoconexão: esta planta ajuda a aflorar a verdade da alma e nosso
propósito terreno (Dharma), diminui a ambição material e a prepotência, e
estimula a clarividência. Atua sobre o chacra coronário (7º) e tem polaridade
masculina(95) e no nível espiritual.

Curiosidades: os frutos são comestíveis e muito apreciados pelos pássaros,


a planta fornece um corante azul, o caule e as folhas podem ser usados à
guisa de sabão e é também utilizada como forrageira, apícola e
ornamental.(230)

292
78 – Ipê-roxo

Família: Bignoniaceae.

Nome científico: Handroanthus


heptaphyllus (Vell.) Mattos

Descrição: árvore, revestida com casca


áspera e de cor acinzentada, medindo de
10 a 20 metros de altura. Folha com-
posta com 5 a 7 folíolos. Folíolo elíptico,
com margem serreada, membranacea,
glabra, com a face inferior mais clara,
medindo de 5 a 14 cm de comprimento.
Flores roxas em panículas terminais.
Fruto em forma de cápsula longa e
cilíndrica com sementes aladas.

O H. heptaphyllus possui
características, propriedades e usos
(medicinais) similares ao do H.
impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos(125).
Pontanto, as descrições de suas
indicações também foram baseadas nesta segunda espécie.

Partes utilizadas: casca.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antibacteriana (Brucella sp., Candida albicans


e Pseudomonas aeruginosas), antimicrobiana (Helicobacter pylori). Impede a
penetração do verme Shistossoma mansoni (combate a esquistossomose). É
antialérgica, antitumoral, indicada para infecções da mucosa (gengivas,
dentes, garganta, inflamação da vagina e do colo do útero, do ovário e do
ânus), é anticoagulante, imunomoduladora, excelente anti-inflamatória
(comparável a fenilbutasona), antidepressiva (tintura), anti-infecciosa,
antiulcerogênica, antiplaquetária e antiproliferativa (células do músculo
liso), diurética, depurativa, adstringente. Auxilia no tratamento de impetigo e
lúpus, diabetes, doença de Parkinson, câncer, inibição de lipase pancreática,
alergias, sífilis, febre, malária, doenças do estômago, artrose, febre, hérnia,
problemas pulmonares, tosse de fumante, distúrbios intestinais e
circulatórios, infecções dos rins, prisão de ventre, diarreria, combate a AIDS
e é abortiva.

293
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
câncer.

Uso externo: utilizada como antifúngica (para infecções cutâneas) e


antitumoral. Combate inflamações da pele (infecções bacterianas e virais,
eczemas, dermatite, sarna, psoríase, acne, úlcera varicosa, erupção cutânea
e seus sintomas), leucorréia, catarro de uretra, varizes e hemorroidas. É
cicatrizante, antisséptica, antirreumática e combate dores na coluna.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada em


ferida que não fecha.

Contraindicação: pessoas que estejam fazendo a utilização de


medicamentos com anticoagulantes não devem fazer uso desta planta
(consulte um médico), gestantes devido a seu efeito potencial abortivo e
teratogênico (lapachol) e aqueles que tenham hemofilia, hepatopatia e
trombocitopenia. Deve ser monitorado o uso quando consorciada com
medicamentos anti-inflamatórios não-esteroidais, com corticóides e vitaminas
E e K.

Toxicidade: em doses elevadas pode causar anemia, problemas


gastrointestinais e na coagulação. (pode interferir no ciclo biológico da
vitamina K e inibir suas propriedades por apresentar propriedade
anticoagulante).

Constituição química: ácido hidroxibenzoico, alcalóides, antra-


quinonas, carobinase, flavonoides (quercetina), glicosídeos (iridoides e
isocumarínicos), naftoquinonas (lapachol, lapacherol, α e β-lapachona,
menaquinona, tabebuína e tectoquina), saponinas triterpênicas
tetracíclicas e taninos.

Preparo da planta:

Banho: utilizado para inflamações da pele e mucosa (gengivas, garganta,


vagina, colo do útero e ânus), sífilis e blonorragia. Adicione 3 colheres de
sopa da entrecasca (casca sem a parte de fora) picadas a um volume de 1 copo
de água e deixe ferver. Depois de amornar faça a utilização. Popularmente, na
região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para ferida que não fecha.
Adicione 50 g da casca para ½ litro e deixe ferver por 10 minutos e abafe.
Após esfriar banhar o local afetado 3 x ao dia.

Compressa: utilizada para vaginite. Coloca-se primeiramente um absorvente


interno (tipo O.B.) e em seguida, com o auxílio de uma pêra ou seringa,
coloque 5 cc do extrato, de preferência a noite antes de dormir.

294
Decocto: utilizado para os usos internos citados acima. Adicione 3 colheres
de sopa da entrecasca (caca sem a parte de fora) picadas a um volume de 1
copo de água e deixe ferver. Tomar 1 xícara de chá (média) 2 x ao dia.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
câncer. Adicione 50 g da casca para ½ litro e deixe ferver por 10 minutos e
abafe. Após alguns minutos beba. Tomar uma xícara 3 x ao dia.

Gargarejo e bochecho: é utilizado para candidíase oral. Adicione 1 colher de


sopa da casca picada em 1 copo de água (300 ml) e deixe ferver por 30
segundos. Após deixar esfriar coe e faça os gargarejos e bochechos de 2 em 2
horas após a escovação. Deve-se separar a escova de dente para não haver
infestação.

Pó: 1,5 a 3,5 g ao dia ou 25 ml/kg ao dia.

Tintura: 5 a 10 ml ao dia.

Fitoconexão: seu floral é indicado para concentração, foco e para definir


prioridades entre as opções apresentadas. Ajuda a dar um rumo às ideias(235).
Atua sobre o chacra do terceiro olho (6º), no nível mental e tem polaridade
feminina.

Curiosidades: a palavra ipê tem origem Tupi I’pé e significa “árvore


cascuda”. Também são chamados de pau-d’arco pois eram muito utilizados
por tribos indígenas para a confecção de arcos para caça e bodoques. Os
nativos andinos utilizavam o H. impetiginosus para proteção de enfermidades,
mau-olhado e contra os inimigos. Tradicionalmente em nosso país a madeira
do ipê é muito apreciada pela dureza e beleza, sendo utilizada na construção
civil e moveleira.

295
79 – Isope

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Leonurus sibiricus


L.

Descrição: erva, anual ou bianual,


ereta, ramificada, de hastes quadran-
gulares, aromá-tica, medindo de 0,40 a
1,20 m de altura. Folhas simples,
opostas, pecioladas, as basais profunda-
mente divididas, já as superiores menos,
tendo as faces inferiores mais claras,
medindo de 4 a 14 cm de comprimento.
Flores labiadas, de coloração azulada a
rosada, com sépalas rígidas reunidas em
inflorescências axilares fascicu-ladas.

Partes utilizadas: folhas, flores ou a


planta inteira.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anti-


inflamatória, diurética, estimulante
da circulação sanguínea, vermífuga e hipotensora. Regula a menstruação,
elimina toxinas, combate problemas respiratórios (asma, bronquite,
coqueluche, tosse (flores), gripe e resfriado), gastralgia, dispepsia e combate
a malária (folhas). É utilizada em sangramento pós-parto, menstruação
excessiva e dolorida, edemas, abcessos, problemas renais (cálculos)(a planta
inteira), problemas estomacais, hepatite, úlcera, reumatismo crônico
(folhas), infecção intestinal, derrame, dor de barriga, verminose e taquicardia.
É amarga, aromática, antimicrobiana , diminui o colesterol. É também
calmante do coração e antitrombótica. Na China as sementes são
consideradas afrodisíacas e a planta seca é considerada tonificante e usada
para problemas menstruais, e as folhas para pós-parto e hemorragias e o
sumo para hemoptise. Em um estudo(219) é citado um autor que menciona que
o extrato etanólico foi comprovado como antimicrobiano (combate
Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosas e Candida albicans) na
concentração de 0,1 mg/mL a 0,5 mg/mL. O mesmo estudo também cita que
as folhas de Leonurus sibiricus colhidas juntamente com as flores são secas e
fumadas como substituto da maconha e que os efeitos são classificados pelos
296
usuários como narcótico e ligeiramente semelhante ao efeito da Cannabis
sativa. Um outro grupo de autores mencionado no estudo citado acima
observou os efeitos desta planta sobre o crescimento de pré-neoplasias e
neoplasias mamárias em camundongos. O tratamento inibiu fortemente o
crescimento de cânceres mamários que se originaram de nódulos alveolares
hiperplásicos, sendo que a adenomiose uterina também foi inibida.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


expectorante, para gripe, pneumonia e ferimentos.

Uso externo: utilizada para afecções da pele, dermatite, hemorroidas e


varizes. As folhas também são utilizadas como inseticida.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


ferimentos.

Contraindicação: o gênero Leonurus, não deve ser utilizada por gestantes,


pois pode provocar hemorragia e câncer de mama (100). Também não é
recomendada para lactantes e crianças.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos (clorogênico e gálico), alcaloide


(estaquidrina, leorunina e leonuridina), compostos fenólicos (ácido cafeico e
ácido ursólico), diterpenos (leosibirina, isoleosibirina, leoribicina) diterpeno
lactonas (leonotinina, leonotina, dubiina, nepetaefurano), diterpenóides bis-
espirolabdano (preleosibirona A, 13-epi-preleosibirona A, isopreleosibirona A,
leosibirona A, leosibirona B, e 15-epi-leosibirona B), flavonoides (apigenina,
p-coumaril, luteolina, quercetina-O-β-D-glicopiranosídeo, 3-O-β-D-galaco-
piranosídeo, rutina e flavonas metoxiladas), flavonas (genkiwainina, 3-
hidroxi- genkiwainina), furano lactonas, glicosídeos apolares, iridóides,
óleo essencial (β-bouboreno, gama-cadineno, trans-cariofileno, α-copaeno
germacreno-D e α-humuleno, tricicleno), polissacarídeos (estaquiose),
saponinas triterpenicas e terpenoides.

Preparo da planta:

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para gripe e como expectorante. Adicione 1 colher de sobremesa das flores
picadas a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 dose 3 x ao dia.

Infuso composto 1: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


é utilizada para gripe e para pneumonia. Adicione 3 brotos picados do isope
com 3 brotos picados do assa-peixe (Vernonia polyanthes) a 1 xícara de chá
de água fervente (200 ml) e abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

297
Infuso composto 2: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é feito um
cordiá com um conjunto de plantas que é utilizado para tosse, resfriado e
dor na garganta. Adicione a 250 ml de água fervente 3 g das folhas de avenca
(Adiantum raddianum), 3 g de flores de isope (Leonurus sibiricus), 3 g das
folhas de cambará assa-peixe (Vernonia polyanthes), 3 g das folhas de guaco
(Mikania glomerata), 1 pedaço do fruto de romã (Punica granatum) sem
sementes, 1 colher de sopa de mel. Abafe e deixe amornar. Tomar 1 colher de
sopa 3 x ao dia.

Decocto: a planta inteira é utilizada como antigripal, estomacal, digestiva,


para febrite, hemorroidas e traumatismo. Adicione 30 g da planta picada
para 1 litro de água e ferva. Tomar 2 a 3 xícaras de chá ao dia.

Extrato flúido: 1 a 6 ml ao dia.(100)

Fricção: utilizada para reumatismo.

Maceração: adicione 4 folhas em um copo e macere. Logo após acrescente


água em temperatura ambiente e deixe descansar por 30 minutos. Beba em
seguida.

Sumo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para machucados, tanto internos como externos. Macere as folhas picadas
com 3 pedras de sal grosso em um pouco de água, coe e beba.

Tintura: utilizada para asma.

Xarope: utilizado para asma.

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º) e do coração (4º), no nível


emocional, tem polaridade bissexual (masculina e feminina) e está ligado aos
elementos água e ar.

Curiosidades: o primeiro registro desta planta foi no ano de 106 d.C e vem
sendo utilizada há séculos em todo o mundo(125). É uma planta nativa da Ásia
(China, Sibéria, Coréia, Vietnã e Japão) e outros países asiáticos. Na Coreia
recebe o nome de “Motherwort” (erva de mãe). Em nosso país adaptou-se
muito bem sendo considerada daninha por invador plantações, terrenos
baldios e jardins.

298
80 – Jaborandi

Família: Piperaceae.

Nome científico: Piper arboreum Aubl.

Descrição: arbusto, ereto, ramificado,


perenifólio, com hastes cilíndricas,
articuladas e nodosas, de coloração
marrom clara, medindo de 2 a 4 m de
altura. Folha simples, alterna, assimé-
trica, lanceolado-elíptica, com margem
inteira, cartáceas, glabra, ápice acumi-
nado, base obliqua de lados irregulares,
verde ou cinza-esverdeada em ambas as
faces, nervuras proeminentes, medindo
de 12 a 26 cm de comprimento. Possui
odor e sabor aromático característico,
sendo levemente amarga e levemente
picante. Flo-res pequenas, discretas,
reunidas em inflorescência do tipo espiga
longas e curvas

Partes utilizadas: raiz, folha, flor e


fruto.

Indicações:

Uso interno: utilizada como tônica, carminativa, antiespasmódica e


estomáquica (folhas). Combate a blenorragia, problemas no fígado, vesícula e
baço e dores em geral. A raiz combate picada de cobra, é estimulante e
colagoga. Também combate cercárias – esquistossomose, antileishmaniose.
É tripanocida, antimicrobiana, antifúngica (óleo essencial), anestésica,
adstringente (pós-parto).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


anestesiar a dor de dente.

Uso externo: utilizada para erisipela e queda de cabelo. Atua como


resolutiva, antifúngica e cicatrizante.

299
Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para
calvície (queda de cabelo).

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácido cinâmico (derivados), alcaloide dimérico,


amido (piperlongumina), cânfora, cetona (propiofenonas), compostos
fenólicos, flavonóides (C-glicosilflavonas), mucilagem, óleo essencial
(anethole, benzodioxol, 5-meiose-6 (2’-perolem), miristicina e piperitona),
resina, sais minerais (Al, Cu, Mn, V, Cd, Co e Hg), tanino e terpenos.

Preparo da planta:

Banho: utilizado para erisipela. Prepare um decocto a 5% (5g para cada 100
ml de água) e aplique no local.

Infuso: as folhas, flores e frutos são utilizados como tônica, carminativa,


antiespasmódica, combate a benorragia, problemas no fígado, vesícula e
baço. Prepare o chá a 2% (2g para cada 100 ml de água). Tomar de 50 a 200
ml por dia.

Decocto: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para calvície. Adicione 10 folhas de jaborandi, 7 frutos e uma raiz
inteira (macerada) de joá-capote (Solanum viarum Dunal) em 2 litros de água.
Deixe cozinhar por 7 minutos e posteriormente coe e lave o cabelo. Após este
processo aplique o gel (mucilagem) de uma babosa (Aloe vera) grande.

Maceração: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para anestesiar a dor de dente. Lave uma raiz crua pequena,
macete e aplique diretamente na gengiva.

Tintura: de 5 a 20 ml por dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do coração (4º) e coronário (7º), nos níveis
emocional e espiritual, tem polaridade masculina e feminina (bipolar) e está
ligada ao elemento ar.

Curiosidades: na Amazônia está planta é tradicionalmente conhecida como


“pimenta-longa” como também uma outra espécie, a Piper tuberculatum Jacq.

300
81 - Jabuticabeira

Família: Myrtaceae.

Nome científico: Plinia trunciflora


(O.Berg) Kausel

Descrição: árvore, com tronco


geralmente reto, cilíndrico, com casca
lisa, castanho-acinzentado, e com deis-
cência em pequenas placas, medindo
até 15 metros de altura. Folha simples,
oposta, inteira, lanceolada, ápice acu-
minado, base obtusa, coloração verde-
escura, com a nervura principal apa-
rente, medindo de 6 a 7 cm de com-
primento por 2 a 3 cm de largura e
pecíolo curto. Flor branca disposta em
racemos multifloros com pedúnculo
muito curto. Os frutos crescem direta-
mente no caule, tem forma de baga
globosa, coloração roxa a preta com a
polpa esbranquiçada, mucilaginosa e
agridoce.

Partes utilizadas: casca (do fruto).

Indicações:

Uso interno: utilizada como adstringente, antioxidante, anti-inflamatória


e antibacteriana.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


diarreia (também a sanguinolenta) e dor de barriga.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

301
Constituição química: ácidos orgânicos, açúcares, antocianinas
(cianidina e delfinidina, peodidina-3-glicosídeo), composto polifenólico
(jaboticabin), proteínas, lipídios, carboidratos, taninos e terpenos.

Preparo da planta:

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada


para diarreia sanguinolenta e dor de barriga. Adicione 3 cascas secas para
1 xícara de chá de água fervente. Tomar de 3 a 4 x ao dia até sarar. Também
é feito um preparado com as folhas de 3 brotos de jabuticabeira, 3 brotos de
goiabeira (Psidium guajava) e 3 brotos de araçá (Psidium sp.) em 250 ml de
água. Tomar este conteúdo 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem


polaridade feminina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: a origem do nome popular da jabuticaba é indígena, vem de


iapoti´kaba e significa “frutos em botão”. São espécies tipicamente brasileiras,
ocorrem na Caatinga (NE), no Centro-Sul e no Sudeste. Também ocorre no
Brasil Central, no Cerrado, Mata Atlântica e em Mato Grosso do Sul (Pantanal)
(185). São conhecidas nove espécies, uma é considerada extinta, cinco são

encontradas apenas em alguns locais de pesquisa e apenas três têm dispersão


natural e estão em cultivos no Brasil(56).

302
82 – Japecanga, salsaparrilha

Família: Smilacaceae (antiga


Liliaceae).

Nome científico: Smilax japicanga


Griseb.

Descrição: subarbusto de ramos


lenhosos trepadores, com espinhos
tortos e fortes. Folha simples, alterna,
glabra, coreá-cea, triplinérvea, com
gavinhas em pares, medindo de 5 a 7 cm
de comprimento. Flor amarela-esverde-
ada pouco vistosa dis-posta em inflores-
cências em forma de umbelas. Frutos
globosos.

Partes utilizadas: raiz.

Indicações:

Uso interno: utilizada para impotência


sexual, doenças sexualmente transmissíveis (sífilis e gonorreia). É tônica,
fortificante, depurativa do sangue, diurética, diaforética (sudorífica),
febrífuga, anti-inflamatória, antioxidante, emoliente, escrófula e
antibiótica. Combate a tosse (expectorante), hipertensão, problemas
digestivos, úlcera, gastrite, ácido úrico (gota), anúria (falta de urina na bexiga
e a incapacidade de eliminação desse líquido), tumores e câncer. É boa para
diminuir o colesterol, tratamento de pedra nos rins e má circulação, elimina
toxinas e possui atividade hemolítica e bacteriostática.

Popularmente, em Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como depurativa


do sangue.

Uso externo: utilizada para reumatismo, artrite, como fungicida, para


problemas de pele, acne, psoríase, icterícia (amarelão) e para hanseníase
(lepra).

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

303
Constituição química: amido e esteroides. Um estudo cita alguns
autores que mencionam que os principais princípios ativos para o gênero
Smilax são: ácidos fenólicos, antocianinas, flavonoides e saponinas
(parilina e salsaparilósido).(234)

Preparo da planta:

Decocto ou infuso: a raíz é utilizada para todos os fins do uso interno e


externo.

Xarope: popularmente, em Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


depurativa do sangue.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para bronquite, tosse e gripe. Adicione 100 g da raiz de japecanga, 100 g do
poejo-do-campo (Hesperozygis myrtoides), 3 folhas de sálvia-do-campo
(Lepechinia speciosa), 50 g de arnica-do-campo (Chinolaena capitata) e 100 g
de carobinha-do-campo (Jacaranda sp.), 5 litros de água e 3 kg de açúcar e
mexa até engrossar e ficar no ponto de xarope. Após este período deixe esfriar
e coe. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta nos estimula a ser corretos, éticos, bondosos.


Gera em nós autoconfiança e nos ajudar a limparmos nossos erros para
vivermos com consciência “limpa”. Atua em todos os chacras e tem polaridade
masculina(95). Está ligada aos cinco elementos (terra, água, fogo, ar e éter).

Curiosidades: esta planta é utilizada há séculos pelos povos nativos das


Américas como fortificante e tônico. Devido à sua comprovada eficácia como
depurativa do sangue, esta planta foi registrada na Farmacopéia Americana
para o tratamento de sífilis de 1820 a 1910.

304
83 – Laranja-da-terra, laranja-amarga

Família: Rutaceae.

Nome científico: Citrus auratium L.

Descrição: árvore, perenifólia, de


casca rugosa e grossa, com muitos
espinhos, medindo de 4 a 6 metros de
altura. Folha simples, oposta, elíptica,
de margem lisa, com nervura central
aparente, pecíolo alado, glabra, aromá-
tica, de coloração verde-escura, medindo
de 5 a 10 com de comprimento. Flores
brancas, perfumadas, reunidas em
cimeira axilares. Fruto do tipo baga,
globoso, com casca grossa e rugosa, de
coloração amarela-alaranjada, de sabor
amargo e com muitas sementes.

Esta espécie consta no Formulário de


Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira
(2011) e na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas jovens, flores, fruto imaturo - verde (polpa e


casca).

Indicações:

Uso interno: folhas: utilizada como aromática, amarga, digestiva,


expectorante, febrífuga, é diurética, hipotensora, digestiva,
antiespasmódica, calmante suave, sedativa (para insônia). Combate a
gripe, resfriado e tosse intermitente, dispepsia (distúrbios gástricos),
diarreia, cólica de bebês, tensão, taquicardia, reumatismo. É
antibacteriana, antiviral, antialérgica, anti-inflamatória, lipolítica (auxilia
no tratamento da obesidade (sinefrina)), baixa o colesterol, é antitumoral
(hesperidina), termogênica, antioxidante e inibidora da acetilcolinesterase.
Flores: combate dispneia e palpitação, é sedativa (para ansiedade e
histeria), anticonvulcivante (óleo essencial – in vivo) e antiespasmódica.
Fruto e epicarpo: combate palpitação, mau hálito, gosto amargo na boca,
regurgitação de alimentos (vômito), dor, borborigmos, constipação
intestinal, gastralgias, dispepsias, diarreia, febre e perturbações
digestivas em geral. Protege os capilares sanguíneos, trata afecções

305
circulatórias (casca) e tem ação adrenergica (casca). É antiespasmódico,
carminativo, tônico, estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC) (casca),
anti-hemorrágico (úlcera digestiva) e alcalinizante (poupa). É bom para
digestão lenta, distensão e plenitude abdominal.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


calmante (para dormir) e no combate à febre e gripe.

Uso externo: utilizada como antifúngica, inseticida (óleo essencial) e


moluscicida (combate o Biomphalaria truncatus, hospedeiro da
esquistossomose(47)).

Contraindicações: pode haver reações alérgicas e ser fotossensibilizante.


Deve ser evitada por gestantes e lactantes e com medicamentos psicotrópicos,
estimulantes, glicosídeos cardiotônicos e por diabéticos (poupa). Não deve ser
utilizada por pessoas hipertensas, cardiopatas e nefropatas. Quando
associada à cafeína pode aumentar a frequência cardíaca e pressão arterial.
Com ciclosporina deve ser monitorada pois pode causar intoxicação. Pode
causar fitodermatose e fotossensibilidade.

Toxicidade: em um estudo, o extrato seco da sinefrina (princípio ativo


responsável pela diminuição da obesidade) não apresentou efeito mutagênico,
mas diminuiu a viabilidade celular e causou dano ao DNA na concentração
de 100 mg mL-1. (112)

Constituição química: flores: ácido ascórbico, açúcares (sacarose,


glicose e frutose), óleo essencial (acetato de linalila, citronelol, E-farnesol,
geraniol, limoneno, linalol, linalool, nerol, nerolidol e α-terpineol), flavonoides
(hesperitina, naringenina, rutina e os derivados dos três) e furanocumarinas
(aurapteno, begapteno e escoparona). Casca do fruto verde e folhas: ácido
ascórbico, ácidos orgânicos (cítrico e málico), açúcares (frutose, glicose,
pectina e sacarose), alcalóides (N-metiltiramina, octopamina e sinefrina,)
carotenoides (auroxantina, criptoxantina, luteoxantina e zeaxantina),
cumarinas, flavonóides (auranetina, 5-hidroxiauranetina, eriocitrina,
hesperitina, naringenina, nobiletina, rutina, sinensetina e tangaretina),
furanocumarinas (aurapteno, begapteno e escoparona), óleo essencial
(acetato de geranila, acetato de linalila, citral, citronelol, felandreno, geraniol,
limoneno, linalol, linalool, N-metil-antranilato de metila, β-mirceno, nerol, α e
β-pineno, substâncias aromáticas e α-terpineol), pectina, substâncias
amargas (chalcona da hesperidina e nagerina) e terpenos (2-feniletanol).

Preparo da planta:

Cápsula composta: utilizada para dispepsia funcional (crônica) quando


apresenta sintomas de calor. Deve ser feita em farmácia de manipulação. Para
cada dose deve ter 200 mg do extrasto seco do fruto da laranja-da-terra e 200

306
mg do extrato seco da planta da hortelã-pimenta (Mentha x piperita). Tomar 1
dose após as 3 principais refeições do dia, durante 30 dias. Para constipação
intestinal quando apresenta excesso de calor e secura. Cada dose deve conter
800 mg do pó do fruto da laranja-da-terra e 250 mg do pó da casca seca do
psilium (Plantago psyllium L.). Tomar 1 dose à noite antes de dormir durante
30 dias.

Decocto: utilizado para obesidade. Adicione 1 a 2 g da casca seca em 1 xícara


de chá de água e deixe ferver por 10 a 15 minutos. Tomar 1 dose 3 x ao dia.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada como
calmante (para dormir). Adicione 3 brotos (folhas jovens) a 1 xícara de água
e ferva por 5 minutos. Após alguns minutos beba. A casca do fruto seco
também é utilizada para gripe. Adicione meia casca de laranja picada a 500
ml de água e ferva por 2 minutos e abade. Quando esfriar adicione 1 aspirina
e deixe derreter. Tomar 1 xícara de cafezinho de 3 a 4 x ao dia. Logo após
tomar o chá deite com uma coberta para o suador fazer efeito.

Extrato seco (do fruto): (1:5) com 6% de sinefrina. Tomar de 200 a 600 mg
ao dia. (205)

Inalação: utilizado como ansiolítico (ansiedade e sedativa – comprovada em


camundongos – óleo essencial de linalol)(254).

Infuso: as folhas são utilizadas como sudorífica, para gripe, resfriado,


como carminativa, antiespasmolítica, para reumatismo e taquicardia.
Adicione 1 colher de sopa das folhas picadas a 1 xícara de chá de água fervente
e abafe. Tomar 1 dose desta antes de dormir. A casca dos frutos é utilizada
para má-digestão. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta
é utilizada para febre. Adicione de 3 a 4 folhas (velhas) a uma xícara de água
fervente e abafe. Após alguns minutos beba. O chá vai fazer suar e baixar a
febre.

Maceração: utilizada como calmante suave, para insônia e nervosismo.


Macere 1 a 2 colheres de chá de flores e 1 xícara de chá de água fria e deixe
descansar por 3 a 4 horas, coe e beba. Tomar 1 dose desta 1 a 2 x antes de
dormir.

Óleo essencial: é utilizado como moluscicida (combate o Biomphalaria


truncatus). Na concentração de 0,28 mg/L matou 50% dos moluscos em
24h.(47)

Pó: utilizado para emagrecimento. Ingerir de 1 a 2 cápsulas de 500 mg (feita


com a casca verde e/ou folhas) com uma xícara de cha´de água fria 30
minutos antes das principais refeições. Tomar esta dose até 4 x ao dia.

Suco: utilizado para albuminúria em grávidas.

307
Tintura: utilizada para obesidade. Tomar 2 a 3 ml (40 a 60 gotas) 3 x ao dia.

Tintura (do fruto): 2,5 a 6 ml ao dia. (205)

Tintura (da folha): 20 a 50 ml ao dia. (205)

Xarope: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para gripe. Adicione meia casca de laranja seca picada a 500 ml de água e
ferva por 10 a 15 minutos até apurar. Logo após acrescente 3 colheres de sopa
de açúcar mascavo ou a mesma quantidade de mel. Tomar 1 colher de
cafezinho de 3 a 4 x ao dia para criança e 1 colher de sopa na mesma repetição
para o adulto.

Xarope composto: utilizado para gripe. Adicione 5 ml de tintura de laranja-


da-terra, 5 ml de tintura de poejo (Mentha pulegium), 5 ml de tintura de guaco
(Mikania glomerata) e 2 ml de tintura de própolis a 100 ml de mel. Mexa até
todo o volume ficar homogêneo. Tomar 10 ml de 3 a 6 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta limpa memórias negativas do passado, cria


estabilidade emocional, equilibra o excesso de maturidade, elimina a sensação
de maturidade e solidão no mundo, desenvolve nosso Dharma (objetivo de
vida) e estimula o amor próprio. Atua no chacra sacral (2º) e tem polaridade
masculina(95). Atua no nível emocional e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: o nome do gênero Citrus vem do grego Kitron e significa


“limão, laranja”, já o epíteto auratium refere-se à “cor laranja do fruto” (205). É
muito utilizada na indústria de cosméticos por causa de seu óleo essencial e
também na culinária para preparo de doces e como porta-enxerto para
cítricos.

308
1
84 – Lavanda

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Lavandula angustifolia


Mill.

Descrição: subarbusto, perene, ereto,


ramificado, aromático, com caule
quadrangular, medindo até 70 cm de altura
em ambientes naturais. Folhas simples,
opostas, oblongas, lanceoladas, estreitas,
pubescentes, de coloração verde-acinzen-
tada. Flores azuis, perfumadas, dispostas
em racemos terminais. Frutos em forma de
aquênio com somente uma se-mente preta e
lisa. Entretanto estas características das
flores e frutos não são visíveis na região de
Visconde de Mauá, pois sempre apresen-
tam-se estéreis devido ao clima.

Partes utilizadas: flores, folhas e caule.

Indicações:

Uso interno: utilizada como estimulante, digestiva, carminativa, diurética,


antiespasmódica, tônica, sudorífica, calmante, sedativa, analgésica, anti-
inflamatória, antimicrobiana. Trata a insônia, amenorréia, nevralgia,
afecções das vias respiratórias (asma brônquica, coqueluche, bronquite,
tosse, catarro, gripe, resfriado, sinusite, rinite), expectorante, cólicas e gases
intestinais, tensão nervosa, depressão, ansiedade, hipertensão, vertigens,
enxaqueca, náuseas, enjoo, cistite, dor de cabeça, enxaqueca, reumatismo,
anúria (ausência de urina), câimbras, afecções do fígado, É emenagoga,
colagoga, combate o ácido úrico (gota), é antitumoral. Em um estudo o ácido
rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo e anti-inflamatório agudo e
crônico in vivo(212). Em outro estudo in vivo (camundongos), a inalação por 5
minutos do óleo essencial de lavanda teve efeito sedativo sobre o Sistema
Nervoso Central (SNC) e um perfil semelhante aos antipsicóticos sendo
indicada para o tratamento da esquizofrenia(67).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada como


calmante, relaxante, para dor de barriga e cólica infantil.

309
Uso externo: utilizada como antifúngica, acaricida, antisséptica,
cicatrizante (feirdas, abcessos), relaxante muscular e é repelente de insetos
(o óleo essencial age sobre o Aedes aegypti (109)). É boa para corrimento e
prurido vaginal, sarna, piolho e combate dores de cabeça e a acne.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


queimadura, como antibactericida e como repelente de insetos.

Contraindicações: não deve ser utilizado por gestantes no começo da


gravidez por ser emenagoga (provocar aborto). As lactantes que estiverem
fazendo o uso de sedativos também devem evitar o uso da planta, pois
potencializa. Assim como pessoas que estiverem fazendo o uso de bebidas
alcoólicas, narcóticos e benzodiazepínicos, pois aumenta a sedação do sistema
nervoso central (SNC).

Toxicidade: pode provocar reações colaterais tais como: dermatite de


contato, euforia, cefaléia, constipação, miose, embotamento e confusão
mental, náuseas, sonolência, vômito (em alta dosagem), depressão
respiratória e depressão do sistema nervoso central.

Constituição química: ácidos fenólicos (ácido rosmarínico), cumarinas


(herniarina), fitoesteróides, flavonoides (luteolina), óleo essencial (acetato de
lavandulila, acetato de linalila, ácido ursólico e derivados, borneol, cadineno,
cânfora, cariofileno, 1,8 cineol, genaniol, furfurol, lavandulol linalol, α-
ocimeno, β-ocimeno, óxido de cariofileno, terpineno-4-ol), princípios
amargos, saponinas ácidas e taninos.

Preparo da planta:

Bálsamo composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este


bálsamo é chamado de 7 óleos e é utilizado para dores articulares e na
coluna, para depressão, cansaço, estafa, dor de cabeça e enxaqueca.
Adicione em um vasilhame 10 ml de cada óleo essencial a seguir: lavanda
(Lavandula ssp.), eucalipto (Eucalyptus globulus Labill. ou similar), hortelã-
pimenta (Mentha x piperita), alecrim (Rosmarinus officinalis), capim-limão
(Cymbopogon citratus), limão (Citrus ssp.), cravo (Syzygium aromaticum (L.)
Merr. & L.M. Perry) e 7 ml de um óleo-base (como de semente de uva). Misture
até ficar homogêneo e aplique no local a ser tratado. Também pode ser feito
um creme utilizando 30 g de um creme-base (como o de palma) e 5 ml do
bálsamo.

Banho: utilizado para como calmante e para crianças fracas e anêmicas.

Banho de assento: utilizado para corrimento e prunido vaginal. Prepara-se


um extrato primeiro para ser utilizado no banho. Adicionam-se 2 colheres de

310
sopa de inflorescência seca em vinho branco e deixa-se macerar por 3 dias.
Após este período, coar e adicionar na água do banho.

Compressa: utilizada para sarna e piolho. Aplicar o mesmo extrato elaborado


para o banho de assento em chumaço de algodão e aplicar no couro cabeludo.

Decocto: utilizado para asma. Adicionar 50 g de folhas secas em 1 litro de


água fervente. Tomar de 4 a 6 xícaras de café ao dia.

Inalação: utilizada como sedativo leve. Adicione de 2 a 3 colheres de sopa


de folhas picadas em 1 litro de água fervente a abafe. Coloque este conteúdo
em uma bacia e coloque ao lado ou debaixo da cama ao dormir.

Infuso: utilizado para afecções das vias respiratórias, asma brônquica,


bronquite, tosse, catarro, gripe, sinusite, tensão nervosa, depressão,
vertigens, cistite e enxaqueca. Adiciona-se 1 colher de sobremesa da
inflorescência (flores) em uma xícara de chá de água fervente. Tomar 1 xícara
3 vezes ao dia. Para dor de garganta acrescentar mel ao infuso.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada como
calmante e para cólica infantil. Como calmante, adicione 1 galho para 1
xícara de chá de água fervente (para adulto). Tomar 3 x ao dia. Para cólica
infantil adicione 1 ponta de galho para 1 xícara de chá de água fervente. Tomar
também 3 x ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
é utilizada para dor de barriga. Adicione 1 ½ colher de sopa para 3 xícaras
de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Óleo de massagem: adicione 750 g de azeite ou óleo de amêndoas em um


recipiente, um punhado de folhas e flores e deixe macerar de 20 a 30 dias no
sol.

Óleo essencial: utilizado para alívio da coceira da picada de inseto e para


impedir que cortes e arranhões infeccionem. Aplique o óleo diretamente na
pele sem diluir. Também é indicada em massagens para relaxamento
muscular e dores de cabeça. Popularmente, na região de Visconde de Mauá
esta planta é utilizada como calmante e para queimaduras. Para 90 ml de
óleo base (como de semente de uva) acrescente 10 ml de lavanda. Como
calmante aplicar no pulso, no difusor pessoal, no travesseiro, já para
queimaduras passar diretamente no local afetado. Também é utilizada como
repelente de insetos. Adicione para 100 ml de álcool 25 gotas do óleo de
citronela (Cymbopogon winterianus) e 10 gotas de lavanda.

Tintura: utilizada para dor de cabeça, desmaios, putrefação intestinal


(consumo excessivo de carne) e reumatismo. Adicione 50 g de folhas e 100
g de flores a 1 litro de álcool de cereal e água destilada (7 partes de álcool para
3 partes de água destilada). Deixar em maceração de 20 a 30 dias em local
escuro ou enterrado. Após este tempo coar e guardar em garrafa escura.

311
Tomar de 7 a 10 gotas quando for necessário. Também é utilizada para gases
(estomacais e intestinais). Adicione de 40 a 60 gotas em ½ xícara de chá
(1oo ml) antes ou após as refeições. Tomar esta medida até 4 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta é para aquelas pessoas talentosas, capazes e com


força de vontade, que estão sempre perseguindo seus objetivos, porém nunca
conseguem finalizar seus projetos. É como a alcaparra, uma flor que quer
desabrochar, mas não consegue. Seu ponto fraco está na facilidade com que
as forças astrais os arrastam para forças dispersivas. Em função disto, têm
sempre um sentimento de fracasso e certo complexo de inferioridade. É útil
também em casos de imaturidade psicológica, falta de iniciativa, hesitação,
perda de autoconfiança, “neuroses da meia-idade” e sentimento de impotência
física ou psíquica. O que aqui se precisa trabalhar é libertar seu Dharma
(essência divina) para que o seu Eu Superior possa se manifestar. É também
útil para situações que exigem coragem, fé, segurança e concentração, como
em exames e provas. Também exerce influência para impotência sexual,
frigidez e durante o pré-natal(225). Atua sobre o chacra coronário (7º), no nível
espiritual e tem polaridade masculina.

Curiosidades: planta europeia, mediterrânea, de solos áridos, calcários e


com alta insolação. Os romanos a utilizavam nos banhos públicos, assim
dando origem ao nome de lavanda, que deriva do latim “lavare”. É muito
utilizada como ornamental, entretanto de difícil cultivo no Brasil em função
do clima, mas adaptou-se nas regiões de altitude. Além de seus efeitos
medicinais e devido ao seu aroma intenso, também é considerada inseticida
há séculos (esfarele as folhas secas em caixas de papeis ou esmague as folhas
e deixe no ambiente). Seu óleo essencial é tradicionalmente utilizado como
aromatizador de ambientes, na perfumaria e como produto de limpeza (faça
uma infusão das folhas e flores (frescas ou secas) em vinagre branco destilado,
coloque em um borrifador e utilize. Pode-se também acrescentar algumas
gotas de óleo essencial a produtos de limpeza de roupas e cozinha). Também
é utilizada na culinária, suas flores são comestíveis. Combina com pratos
doces, biscoitos, geleias e compotas. É uma erva que tem uso tradicional em
banhos aromáticos, de descarrego, sendo uma das “ervas-da-jurema” na
tradição afro-brasileira.

312
2
85 – Lavanda

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Lavandula dentata L.

Descrição: subarbusto, perene, ereto,


ramificado, aromático, medin-do de 0,7 a 1
m de altura. Folha simples, oposta cruzada,
lanceo-ladas, estreitas, sésseis, pilosas,
margem dentada (pinatipartida), medindo
cerca 5,5cm de compri-mento e 0,8 c de
largura, de coloração verde intensa. Inflo-
rescência em forma de espiga terminal e
simples podendo ser violeta, roxa ou
branca, com pendúnculo de formato
quadrangular.

Partes utilizadas: folhas e flores.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antiespasmódica, carminativa (gases),


diurética, sedativa, anestésica local. Combate afecções respiratórias,
gripes e resfriados. Em um estudo, foi comprovada a eficiência do óleo
essencial na atividade antimicrobiana moderada para Staphylococcus
aureus, Bacilus cereus e Salmonella typhimurium(135).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


cólica intestinal de recém-nascidos e gases.

Uso externo: utilizada como repelente de insetos e antifúngica.

Contraindicações: não deve ser utilizada por grávidas e lactantes.

Toxicidade: o óleo essencial atua como depressor do sistema nervoso


central. Em altas doses pode causar sonolência, dermatite, convulsões e até
o óbito. O uso interno deve ser controlado.

Constituição química: óleo essencial (acetato de linalina, bergamotenos,


bisabolenos, borneol, canfeno, cânfora, cardinenos, cariolfileno, cetonas,
313
cimenos, 1,8 cineol, criptona, endofenchol, eudesmol, farmasenos, fenchona,
L-fenchone, limoneno, linalol, mirceno, mirtenal, o-ocimeno, óxido de
cariofileno, α-pineno, β-pineno, pinocarvona, cis-sabineno, selinenos,
sesquiterpenos oxigenados e hidrocarbonatos, silvestreno, terpin-4-ol, α-
terpineol, α-thujeno, trans-pinocarveol).

Preparo da planta:

Bálsamo composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este


bálsamo é chamado de 7 óleos e é utilizado para dores articulares e na
coluna, para depressão, cansaço, estafa, dor de cabeça e enxaqueca.
Adicione em um vasilhame 10 ml de cada óleo essencial a seguir: lavanda
(Lavandula ssp.), eucalipto (Eucalyptus globulus Labill. ou similar), hortelã-
pimenta (Mentha x piperita), alecrim (Rosmarinus officinalis), capim-limão
(Cymbopogon citratus), limão (Citrus ssp.), cravo (Syzygium aromaticum (L.)
Merr. & L.M. Perry) e 7 ml de um óleo-base (como de semente de uva). Misture
até ficar homogêneo e aplique no local a ser tratado. Também pode ser feito
um creme utilizando 30 g de um creme-base (como o de palma) e 5 ml do
bálsamo.

Infuso: 20 a 30g de material seco por litro de água fervente. Popularmente,


na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para cólica intestinal
de recém-nascidos e gases. Adicione 1 colher de sobremesa das folhas
picadas a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba.
Tomar 1 dose 3 x ao dia.

Óleo essencial: utilizado para elaborar xampus, sabonetes, perfumes.


Utiliza-se 10% na preparação do produto.

Tintura: 200g de material seco por litro de álcool de cereal hidratado (70%).

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: esta planta é para aquelas pessoas talentosas, capazes e com


força de vontade, que estão sempre perseguindo seus objetivos, porém nunca
consegue finalizar seus projetos. É como a alcaparra, uma flor que quer
desabrochar, mas não consegue. Seu ponto fraco está na facilidade que as
forças astrais o arrastam para forças dispersivas. Em função disto, tem
sempre um sentimento de fracasso e certo complexo de inferioridade. É útil
também em casos de imaturidade psicológica, falta de iniciativa, hesitação,
perda de autoconfiança, “neuroses da meia-idade” e sentimento de impotência
física ou psíquica. O que aqui se precisa trabalhar é para libertar seu Dharma
(essência divina) para que o seu Eu Superior possa se manifestar. É também

314
útil para situações que exigem coragem, fé, segurança e concentração, como
em exames e provas. Também exerce influência para impotência sexual,
frigidez e durante o pré-natal(225). Atua sobre o chacra coronário (7º), no nível
espiritual e tem polaridade masculina.

Curiosidades: esta espécie é proveniente do leste do mediterrâneo, do sul


da Espanha, da península árabe e das ilhas do Atlântico. O óleo essencial da
lavanda é popularmente utilizado na indústria farmacêutica para a fabricação
de cosméticos, perfumes, fragrâncias e essências. Também é componente na
fabricação de alimentos pela presença em sua composição de metabólicos
fenólicos. Pela sua bonita inflorescência é utilizada como ornamental e sua
flor é melífera.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, também é utilizada um


conjunto de ervas para defumação / limpeza de ambiente, que é preparado
em bastão ou através da queima das ervas secas e picadas em uma vasilha
com um pedaço de carvão em brasa. Na composição vai arruda (Ruta
graveolens), malva (Pelargonium graveolens), hortelã-pimenta (Mentha x
piperita), eucalipto (Eucalyptus citriodora), citronela (Cymbopogon
winterianus), capim-cheiroso / vetiver (Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty),
lavanda (Lavandula dentata), mirra (Tetradenia riparia), patchouli
(Pogostemon clabin) e alecrim (Rosmarinus officnialis). Também é feito um
banho de flores para limpeza áurica onde é utilizada a colônia (Alpinia
zerumbet), camomila (Chamomilla recutita), calêndula (Calendula officinalis),
lavanda (Lavandula dentata), perpétua (Centratherum punctatum) e a rosa
branca (Rosa alba).

315
86 – Lírio-branco, lírio-do-brejo, bastão

Família: Zingiberaceae.

Nome científico: Hedychium corona-


rium J. König

Descrição: erva, rizomatosa, com


caule herbáceo cilíndrico ereto e aver-
melhado na base, perene, entouceirada,
aromática, medindo até 2,5 de altura.
Folha simples, alterna, lanceolada, dís-
tica, coreácea, glabra na face superior e
pubescente na inferior e séssil (sem
pecíolo), a base da folha é angustada.
Flores brancas, muito aromáticas, com
inflorescência em forma de racemos
terminais. Frutos aver-melhados com
sementes com arilo avermelhado. Pode
propa-gar-se também pela divisão do
rizoma na água.

Partes utilizadas: folhas, flores, cau-


le e rizoma.

Indicações:

Uso interno: utilizada para bronquite, asma, dores, infecções em geral,


inflamações na garganta, dores de cabeça e dores intensas (medicina chinesa),
diabetes (na Índia com a espécie H. spicatum). É e antialérgica (quando
sesquiterpenos isolados), anti-helmíntica (óleo essencial), antibacteriana
(extrato seco ou fresco para Bacillus subtilis e Pseudomonas aeruginosa),
diurética e anti-hipertensiva (folhas e flores) e cercaricida (sobre Schistos-
soma mansoni).

Uso externo: utilizada para ferimentos, reumatismo e dermatite. É


antimicrobiana (combate Bacillus subtilis, Pseudomonas aeruginosa,
Candida albicans e Trichoderma sp.).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


varizes, pancadas e contusões.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

316
Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: amido, cânfora, curzerenona, dimetil-fenil, diter-


penos labdônicos, óleo essencial (cariofileno, cineol, eucaliptol, α-mirceno),
pentadileno, proantocianidinas, saponinas, sesquiterpenos furânicos
(hedichirol A e diacetato de hedichirol) e triterpenos lábdano.

Preparo da planta:

Decocto: utilizado para bronquite, asma. O caule é utilizado como


antibacteriano (para Bacillus subtilis e Pseudomonas aeruginosa).

Infuso: o caule é utilizado como antibacteriano (para Bacillus subtilis e


Pseudomonas aeruginosa).

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para varizes, pancadas e contusões. Adicione 100 g de flores do
lírio-do-brejo e 100 g de raiz de guiné-do-mato (Polygala paniculata L.) em um
vasilhame de 2 litros e complete com álcool. Deixe curtir por 5 dias e aplique
no local afetado.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: esta planta purifica as emoções estagnadas em todos os


chacras e camadas sutis de maneira gradativa, acalma as inquietações, nos
dá a oportunidade do autoconhecimento. Revela os aspectos da natureza
feminina (intuição, gestação e nascimento), libera emoções e transforma em
amor universal. Atua principalmente no chacra cardíaco (4º), no nível
emocional, tem polaridade feminina e está ligado ao elemento água (25).

Curiosidades: planta originária da Ásia tropical, muito aromática que adora


água e locais brejosos. É utilizada para diversos fins, desde ornamentação,
produção de papel (a haste contém de 43 a 48% de celulose), na alimentação
humana (extrai-se a fécula do amido no rizoma para produção de doces e
biscoitos) e de animais de criação (rizoma) e limpeza de esgotos(141).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada em um


banho de purificação. Adicone em 1 litro de água de 3 a 4 folhas e flores
picadas, acrescente um cristal de sua preferêcia e deixe no sereno uma noite.
Pela manhã coe e faça o banho da cabeça para baixo.

317
87 – Losna

Família: Asteraceae.

Nome científico: Artemisia absin-


thium L.

Descrição: subarbusto, caule piloso,


medindo cerca de 1 m de altura. Folhas
alternas, tem muitas fendas com lóbulos
finos (pinatissectas), esverdeada na
parte superior e esbranquiçadas na
inferior, medindo de 7 a 12 cm de com-
primento. As flores são amarelas, dis-
postas em capítulos subglobosos, agru-
pados em panículas. Toda a planta
apresenta sabor amargo.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas, flores ou


toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como aperitiva, tônica, estimulante, carminativa


(gases), diurética, colagoga, emenagoga, abortiva, estomáquica, depurativa.
Aumenta o fluxo salivar e auxilia no tratamento de diabetes. Combate o
catarro, diarréia, enjoo, vômito, dispepsia, anemia, envenenamento /
intoxicação, gripe, febre, hidropisia, histerismo e mau hálito. É estimulante
intestinal, antiespasmódica, antiemética, vermífuga (solitárias, oxiúros e
esquistossomose), abortiva, antimalárica e antipirética. Combate afecções do
estomago, do fígado, rins e da vesícula biliar, amenorreia. dor de cabeça, dor
de barriga, insônia, diarreia, epilepsia e labirintite.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


para má digestão e para dor de cabeça, limpeza do fígado, vesícula e estômago.

Uso externo: utilizada como antisséptica, para ferimentos leves, inchaços


nas pernas, picadas de insetos, piolho e icterícia.

318
Contraindicações: a losna é incompatível com o uso de medicamentos que
contenham sais de ferro, zinco e chumbo devido ao tanino na sua composição.
Também não se deve adoçar o chá pois é incompatível com o princípio amargo.
Provoca hipersensibilidade a óleos essenciais. Não deve ser utilizada em
pessoas com epilepsia, Parkinson, doenças hepáticas e dispepsias
hipersecretoras. Não deve ser utilizada por grávidas, lactantes e crianças com
menos de 10 anos, por pessoas que estejam fazendo tratamento radioativo, e
por aqueles que tenham úlcera (pois pode causar irritação gástrica).

Toxicidade: em altas doses causa vômito, cólicas estomacais e intestinais,


aborto, convulsões, alucinações, vertigem, tremores, agitação, dor de cabeça,
zumbido no ouvido e distúrbio no sistema nervoso central, dermatite de
contato (planta fresca), dormência, falência renal, constipação. Não se deve
fazer uso prolongado do óleo essencial e do extrato alcoólico. A bebida
“absinto” é produzida com a losna e hoje é proibida em vários países por conter
“tujona” que afeta o sistema nervoso central (SNC).

Constituição química: ácidos (cafeico, clorogênico, isovaleriânico, málico,


nicotínico, nitratos, palmítico, tuiônico, succínio e tânico), aminoácidos,
compostos azulênicos, compostos monoterpenos, compostos sesqui-
terpenos, carotenoides, esteróis, felandreno, flavonoides, homoditerpenos
peroxidados, isoméricos, óleos essen-ciais (tujona, absintina, artabsina,
boneol), pró-azuleno, resinas, taninos, tuiol, vitaminas (B6 e C) e umbeli-
ferona.

Preparo da planta:

Cataplasma: utilizado para dores no ventre, diarreias, cólicas e vômito.


Aplicar as folhas quentes sobre a barriga.

Compressa: mesma utilidade do cataplasma. Aplicar o infuso em um pano


limpo e o colocar na barriga.

Decocto: utilizado para ferimentos leves e picadas de insetos. Acrescente


uma mão cheia da planta fresca em 1 litro de água e deixe ferver por 10
minutos. Após este tempo, deixe esfriar um pouco e aplicar como lavagem ou
compressa no local afetado.

Infuso: utilizado como aperitiva, para afecções do estomago, do fígado e


da vesícula biliar, febrífuga. Acrescente uma colher de chá da folha picada
em uma xícara de chá de água fervente. Tomar uma dose até 3 vezes ao dia,
30 minutos antes das principais refeições. O chá bem forte também pode ser
utilizado para combater pragas nas plantas.

Maceração: é utilizada para cólicas, dificuldade e dor na menstruação,


náusea e obesidade. Deve-se fazer um infuso das folhas (4 a 6 g da folha
319
fresca ou 2 a 3 g da seca) em uma xícara de chá e deixar no sereno durante
uma noite. Tomar 2 x ao dia. Outro modo de preparo é picar uma folha fresca
em ½ copo de água, deixar descansar por 15 minutos e beber em seguida.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada
para má digestão e para dor de cabeça. Em um copo de água fria, adicione
3 folhas de losna amassadas (na mão) ou macerada em pilão. Depois de 20 a
30 minutos beba.

Pó: utilizado como vermífuga. Tomar 2 a 3 g ao dia durante no máximo 10


dias.

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para limpeza do fígado, vesícula e estômago. Tomar 30 gotas 1 x
ao dia a noite.

Fitoconexão: esta planta traz felicidade, coragem, êxtase espiritual e


devoção. Atua sobre o chacra coronário (7º), tem polaridade masculina (95), e
no nível espiritual.

Curiosidades: é conhecida desde tempos remotos como componente


principal de uma bebida aperitiva (licor) o “absinto” por ser considerada
aperitiva, entretanto seu uso hoje é não é recomendado por afetar o sistema
nervoso central. Cresce espontaneamente em alguns países da Europa, Ásia
e norte da África.

320
88 – Louro

Família: Lauraceae.

Nome científico: Laurus nobilis L.

Descrição: arbusto grande ou arvo-


reta, medindo de 2 a 4 metros de altura
em nosso país, ramificado, perefólia,
aromática. Folha simples, alterna,
coreácea, lanceo-ladas, onduladas nas
bordas, medindo de 4 a 8 cm de
comprimento. Quando jovens, as folhas
têm coloração verde clara a verde-
avermelhada, já adultas passa para
verde-escura. A nervura principal do
limpo é mais clara e bem destacada.
Flores amareladas, dispostas em
fascículos axilares com cheiro
aromático. Os frutos são em forma de
baga, globosas, de coloração preta
quando maduros, sendo acre e picante.

Partes utilizadas: folhas e fruto.

Indicações:

Uso interno: utilizada como sedativa, aperiente, antibacteriana, diurética,


digestiva, estomáquica, caminativa (gases), hepatoestimulante, resolutiva,
sudorífica (combate a febre) e para menopausa. Combate dispepsia,
anorexia, halitose (mau hálito), cólicas, astenia (exaustão física), dores
reumáticas, mal-estar, cansaço, gripe e amenorréia.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


calmante, indutora do sono e para dores em geral.

Uso externo: utilizada como antirreumática, antisséptica (caspas, piolhos)


antifúngica, relaxante muscular e para mau cheiro dos pés. Combate
parasitas, afecções da pele e nevralgia (dor intensa nos nervos).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada nas


feridas na boca e inflamação na garganta.

321
Contraindicação: deve ser monitorado o uso quando se estiver usando
concomitante com medicamentos hipoglicemiantes e com insulina. O β-
mirceno também pode atuar em enzimas no sangue, podendo alterar o
metabolismo do remédio. Também pode provocar dermatite. Não deve ser
utilizado por gestantes, lactantes e pessoas com alergia ao louro.

Toxicidade: em altas doses pode provocar desconfortos gastro-intestinais,


podendo ocorrer até perfuração devido a sua consistência rígida (100).

Constituição química: ácidos graxos, ácidos orgânicos (acético, iso-


butírico e valeriânico), açúcares, alcaloides isoquinolínicos (reticulina),
lactonas sesquiterpênicas, óleo essencial (cineol, eugeniol, geraniol, linalol,
β-mirceno e pineno), pectinas, sesquiterpenos, substâncias amargas,
taninos e terpenos (terpineno).

Preparo da planta:

Banho de imersão: utilizado como antisséptica da pele, mau cheiro dos


pés, como antifúngica, combate a parasitas, para suor e como relaxante
muscular. Primeiro prepare um decocto. Adicione 5 colheres de sopa das
folhas picadas em 1 litro de água e deixe ferver por 10 minutos. Após amornar,
faça um banho de 15 minutos.

Gargarejo / bochecho: utilizado para halitose (mau hálito). Primeiro faça um


chá. Adicione de 1 a 2 colheres de sobremesa das folhas picadas a 1 xícara de
chá de água fervente e abafe. Após 20 minutos coe e faça o gargarejo antes
das principais refeições. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada ferida na boca e inflamação na garganta. Primeiro faça o
infuso. Adicione de 4 a 5 folhas picadas para 1 xícara de chá de água fervente
e abafe. Quando amornar faça o gargarejo ou bochecho. Fazer este processo
3 x ao dia.

Infuso: utilizado para dispepsia, gases, gripe acompanhada de mal-esta e


cansaço. Adicione 1 colher de sobremesa das folhas picadas a 1 xícara de chá
de água fervente e abafe. Tomar 1 dose antes das principais refeições.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como
calmante, indutora do sono e dores em geral. Adicione de 4 a 5 folhas
picadas para 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 dose 3 x ao
dia.

Maceração: o fruto é utilizado para reumatismo. Macere-o com azeite e deixe


curtir por alguns dias. Aplicar no local a ser tratado.

Óleo de massagem: utilizado para reumatismo e contusões. Adicione 1


colher de sopa das folhas e 1 dos frutos picados em 1 xícara de café de um

322
óleo base. Esquente em banho-maria por 1 hora, deixe esfriar e aplique no
local a ser tratado.

Vinho: utilizado para amenorreia. Macere 30 g das folhas para 1 litro de


vinho tinto. Deixe curar por 9 dias e beba. Tomar 3 xícaras de chá por dia.

Fitoconexão: esta planta elimina energias densas de origem espiritual,


purifica a aura e o ambiente ao nosso redor. Atua sobre o chacra coronário
(7º), no nível espiritual e tem polaridade masculina (95).

Curiosidades: na Grécia antiga, seus ramos eram utilizados para elaborar


uma coroa para os seus heróis. Os romanos, também entregavam suas coroas
aos vitoriosos e falavam que a pessoa foi laureada, referindo ao louro que era
considerada uma planta nobre. O óleo aplicado sobre o pêlo de animais
protege contra moscas. No Brasil, as folhas secas são utilizadas popularmente
como tempero na feijoada. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta também é utilizada na alimentação no preparo do feijão e de carne de
galinha.

323
89 – Macela

Família: Asteraceae.

Nome científico: Achyrocline sature-


oides (Lam.) DC.

Descrição: erva, perene, ereta ou pen-


dente, ramificada, com caule piloso medin-
do de 0,60 a 1,2 m de altura. Folha sim-
ples, alterna, inteiras, sésseis, lineares,
finas, lanceoladas, esbranquiçada na par-
te inferior. Flores amarelas, em forma de
capítulo, sendo sua inflo-rescência axilar e
terminal. Fruto tipo aquênio, glabro e
pardo.

Esta espécie consta no Formulário


de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira
(2011) e na 6ª Edição da Farmacopeia
Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas, flores, ramos secos ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada para afecções gástricas (é gastroprotetora), cólicas


abdominais (inclusive de bebês), flatulência, afecções digestivas (intestinal,
estomacal e hepática), para epilepsia, nervosismo, insônia, dor de dente
(inclusive de dentição nova) e sinusite. É anti-inflamatória,
antiespasmódica, analgésica, sedativa leve, antioxidante, antiemética
(enjoo, náuseas e vômito), hipoglicemiante, antibacteriana, antiviral,
antidiarreica, emenagoga, imunomoduladora, tônica, sudorífica, é
relaxante muscular gastrointestinal, vasorelaxante e depurativa. Combate
a disenteria, febre, gripe, resfriado, tosse, enxaqueca, pressão alta, o
diabetes (tipo 2 – extrato metanólico), asma, cólica menstrual, problemas na
bexiga, rins, fígado e útero e regula a menstruação. Estudos tem demonstrado
que o extrato desta planta tem tido sucesso em inibir células cancerosas e o
extrato aquoso de suas flores são eficientes contra o HIV(125).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas estomacais, aperiente, inflamações em geral, como calmante e
analgésica.

324
Uso externo: utilizada para reumatismo, nevralgia (dor intensa nos
nervos), cólicas intestinais e renais, menstruação dolorosa, dor articular
e muscular (relaxante muscular), manchas na pele e ferimentos. É repelente
de insetos. Em um estudo, foi comprovada a eficiência do extrato etanólico da
macela como cicatrizante(4), já em outro, o decocto de macela foi eficaz como
antifúngico na inibição do crescimento micelial do Colletotrichum
gloeosporioides em goiabas (responsável pela antracnose na planta).(202)

Contraindicações: a pilosidade da planta pode causar irritação das vias


respiratórias em pessoas alérgicas quando aspiradas. Não deve ser utilizada
por pessoas que fazem uso da insulina por ser hipoglicemiante. Em função
desta planta apresentar lactonas sesquiterpênicas poderá ocorrer
hipersensibilidade. O uso por gestantes e lactante deve ser monitorado.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos fenólicos (cafeico, protocatéquico),


carotenoides, chalconas, cumarinas, dibenzofurano prenilado
(arquirofurano 15), estéreis, flavonoides (querecetina, luteolina, galangina,
isognafalina), lactonas sesquiterpênicas, óleo essencial (alnustina, borneol,
delta-cadineno, cafeoilcaferianina, canfeno, caratina, cariofileno, 1,8-cineol,
galangina, germacreno, α-guaiano, α-gurjuneno, óxido de cariofileno,
isosonafalina, italidipirona, lauricepirona, metil-éter de galangina, α-
himachaleno, mirceno, α-pineno, protocatequilcalerianina, tamarixetina, α-
terpineno, α-terpineol), saponinas tripertênicas, mono e sesquiterpenos,
taninos. Em um estudo de análise de perfil cromatográfico de tinturas e
extratos secos, esta planta pode ser colhida em qualquer estação do ano, ou
seja, tanto na época seca como na chuvosa que não há diferenciação na
quantidade de princípio ativo.(9)

Preparo da planta:

Banho de imersão: utilizado para reumatismo, nevralgia, cólicas


intestinais e renais, menstruação dolorosa, dor articular e muscular.
Adicione 5 colheres de sopa da planta inteira picada em 1 litro de água
fervente. Encha a banheira com água quente, despeje o líquido preparado e
mergulhe o corpo.

Cataplasma: mesmas funções e preparação do banho de imersão, entretanto


a aplicação deve ser direto no local a ser tratado.

Infuso: utilizado para afecções gástricas, epilepsia, cólica de origem


nervosa. Adicione 5 g das folhas, flores ou ramos secos para 1 litro de água
fervente. Para diarreia, disenteria e digestão adiciona-se 1 colher de chá da
inflorescência para uma xícara de chá também de água fervente. Tomar uma
dose em jejum e outra dose 30 minutos antes das principais refeições. Para
325
regulação da menstruação, asma, como emenagoga, sedativa e
antiespasmódica adicione 20 g de flores para 1 litro de água fervente. Para
cólicas menstruais e intestinais adicione 1 a 2 colheres de sobremesa das
sumidades florais picadas a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após 20
minutos coar e beber. Tomar 1 dose até 4 x ao dia. Para má digestão, como
sedativa leve e como anti-inflamatória adicione ½ colher de sopa das
sumidades floridas a 1 xícara de água fervente a abafe. Tomar 1 dose 4 x ao
dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para
problemas estomacais, aperiente, inflamação em geral, como calmante e
analgésica. Adicione 1 colher de sopa das flores picadas para 3 xícaras de chá
de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Fitoconexão: o floral desta planta é ideal para momentos em que


precisamos parar as atividades corriqueiras, para nos desligarmos de todas
as informações internas e externas. Ela descansa o corpo, a mente e o
espírito(235). Atua nos chacras do coração (4º), da garganta (5º) e terceiro olho
(6º), no nível mental, tem polaridade feminina e está ligada aos elementos ar
e éter.

Curiosidades: é utilizada para preenchimento de travesseiros e almofadas


com a finalidade terapêutica no combate as dores de cabeça e ansiedade.

326
90 – Macela-galega

Família: Asteraceae.

Nome científico: Anthemis nobilis L.

Descrição: erva, perene, medin-do de


10 a 30 cm de altura, vilosa, com caule
prostrado ou ereto, cilíndrico, pubes-
cente, com aroma forte e agradável, mas
com sabor amargo. Folhas alternas,
pequenas, uma ou duas vezes divididas
em lóbulos curtos e estreitos, com colo-
ração verde-esbranqueçada. Flores
amarelas, com lígulas brancas. Inflores-
cência em forma de capítulo solitário.
Fruto em forma de aquênio, pequeno,
com três costas filifor-mes.

Partes utilizadas: flores, sementes


ou partes aéreas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antiespasmódica, digestiva, estomacal,


carminativa (gases), antidiarreica, antiácida, antiepiléptica,
hipoglicemiante, emenagoga, cicatrizante, febrífuga, emética (em doses
elevadas), emoliente, abortiva, calmante e para enxaqueca. Combate dor de
barriga, dor de estômago, constipação atônica, úlceras bucais, problemas
na garganta, gota, clorose, dismenorréia, febre, histerismo, vermes
intestinais.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas estomacais e do fígado, azia e má digestão.

Uso externo: utilizada como anti-inflamatória, câimbras, reumatismo, é


inseticida e repelente de insetos (Aedes aegypti, Culex pipiens e Culex
quinquefaciatus).(109)

Contraindicação: não é indicada caso se esteja utilizando um


medicamento anticoagulante. O óleo essencial potencializa drogas sedativas.

327
Deve ser evitada por asmáticos e pessoas com sensibilidade a esta família
botânica. Também não é indicada para gestantes por ser abortiva.

Toxicidade: em altas doses pode provocar dermatite de contato e rinite.

Constituição química: ácidos (antêmico (amargo), fenólico e graxos),


açúcares, cumarinas (escopoletina-7-glicosídeo), esteroides (colina e
inositol), flavonoides (apegenina, luteolina, quercetina e seus glicosídeos
(apiina, luteolina-7-glicosídeo e rutina)), lactonas sesquiterpênicas do tipo
germacranolídeos (nobilina e 3-epinobilina, 1,10-epoxinobilina, 3-desidro-
nobilina, álcoois (amílico, antemol e n-butílico)), óleo essencial (ésteres de
ácidos angélico, isobutílico, metacrílico, metiletilpropanóico e tíglico,
camazuleno, 1,8 cineol, 1-trans-pinocarveol, 1-trans-pinocarvona, farnesol e
nerolidol), princípio resinoso (taraxasterina e triacontano) e substâncias
amargas.

Preparo da planta:

Bebida: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para problemas estomacais e do fígado, azia e má digestão. Adicione 2
ramos das folhas (sem picar) viradas para baixo em um copo de água fria.
Tome este conteúdo durante o dia. Quando acabar reponha a água. Este
procedimento deve ser trocado, refeito a cada dia.

Cataplasma: as flores são utilizadas para inflamações e câimbras.

Compressa: utilizada no abdomem para facilitar a menstruação. Também é


utilizada quente para gota e reumatismo.

Gargarejo: utilizado para úlceras bucais e problemas na garganta.

Infuso: utilizada para as indicações de uso interno. Adicione de 10 a 15


gramas dos capítulos florais para 1 litro de água fervente e abafe. Tomar de 4
a 5 xícaras de chá por dia. Existe uma outra receita que é utilizada como
digestiva. Acrescente de 7 a 8 “cabeleiras” para 1 xícara de chá de água
fervente e abafe. Tomar após as refeições.(87B)

Óleo: as sementes são utilizadas para elaboração de um óleo para gota e


reumatismo.

Pó: 1 cápsula de 2 g 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do coração (4º), no nível emocional, tem


polaridade neutra, está ligada ao elemento ar.

328
Curiosidades: é cultivada na França, em Anjou, uma variedade de flores
duplas, todas liguladas, o que conferiu celebridade à região e aos habitantes
de Chemillé, os quais asseguram toda a produção francesa(258). Esta planta é
citada na farmacopeia argentina nas edições III, IV, V e VI e recebe o nome
popular de manzanilla romana (camomila romana).(21)

329
91 – Macelinha-canforada

Família: Asteraceae

Nome científico: Chamaemelum no-


bile (L.) All.

Descrição: herbácea, perene, aromá-


tica, medindo até 30 cm de altura. Folha
com folíolos dividi-dos em muitos seg-
mentos. Inflorescência com pedúnculo
comprido e ereto, amarela com umas
falsas pétalas brancas (confunde-se com
a camomila – Chamomilla recutita). Fru-
to em forma de aquênio.

Partes utilizadas: toda a planta,


inclusive as flores.

Indicações:

Uso interno: utilizada como calmante,


estomáquica, digestiva, antiácida, febrí-
fuga, carminativa, antitérmica, emenagoga, antiepilética, antiespasmódica.
Combate a diarreia, gastrenterite e enxaqueca, e em altas doses é emética.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para dor


de cabeça, gripe, dor de estômago, dor de barriga e escandescência (fezes com
sangue).

Uso externo: utilizada como cicatrizante, repelente de insetos (o óleo


essencial a 20% age sobre o Aedes aegypti (60 h) e o Culex quinquefasciatus
(480h)(109)).

Contraindicações: Não deve ser utilizada quando se está fazendo uso de


medicamentos anticoagulantes devido a planta ter cumarina. O óleo essencial
desta planta aumenta o efeito sedativo de outras drogas. Pessoas com
sensibilidade a família da macelinha (Asteraceae) não devem fazer uso desta
planta pois pode causar alergia e sensibilidade cruzada. Asmáticos não devem
fazer o uso deste vegetal, pois potencializa a reação alérgica. É contraindicada
também para gestantes devido ao seu efeito emenagogo.

330
Toxicidade: em altas doses pode provocar aborto, anafilaxia, dermatite de
contato e rinite.

Constituição química: ácidos antêmico, fenólicos e graxos, álcoois,


camazuleno, cineol, colina, cumarinas (escopoletina-7-glicosídeos), farnesol,
fitosteróis, flavonoides (apigenina, luteolina, quercetina), inositol, óleos
voláteis (ésteres de ácido angélico e tíglico), trans-pinocarveol, trans-
pinicarvona, nerolidol e lactonas sesquiterpênicas.

Preparo da planta:

Decocto: utilizado como calmante, estomáquica, combate a diarreia,


febrífuga, carminativa, antiepilética, anti-espasmódica. Adicionar 6 g (3%)
da planta a uma xícara de chá de água fervente (200 ml). Tomar de 50 a 200
ml por dia.

Infuso: utilizado para os mesmos fins e dosagem que o decocto. Já quanto


aos capítulos florais, deve-se adicionar de 1 a 4 g das flores secas a uma xícara
de chá e tomar 3 x ao dia. Para enxaqueca, adiciona-se 50 mg das partes
aéreas ao infuso. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
é utilizada para dor de cabeça e para gripe. Adicionar de 3 a 4 folhas (pouco
porque é forte) em uma xícara de chá de água fervente. Tomar 4 x ao dia. Para
dor de estômago, adicione de 6 a 8 folhas para 250 ml de água fervente.
Tomar este conteúdo 3 x ao dia. Para dor de barriga e escandescência (fezes
com sangue) faça a mesma receita anterior e acrescente 1 colher de sopa de
açúcar e 1 colher de sopa de vinagre. Tomar este conteúdo também 3 x ao dia.
Também existem uma outra receita para dor de cabeça. Adicione 1 folha em
uma xícara de chá e acrescente café quente e beba ou 2 ramos para ½ litro de
água fervente e abafe.

Pó: utilizado para os mesmos fins que o infuso e decocto. Mandar manipular
em farmácia. Tomar 1 cápisula de 2 g, 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da base (1º), no nível físico, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento terra.

Curiosidades: originária da Europa meridional, proveniente de campos


cultivados, margens arenosas ou siliciosas de rios, chegando até 1.000 m de
altitude.

331
1
92 – Malva , malva-branca

Família: Malvaceae.

Nome científico: Pelargonium x


fragrans Willd.

Descrição: erva, basal, com todos as


folhas saindo do mesmo ponto, pilosa,
medindo até 50 cm de altura. Folha
simples, cordada, com a margem
bicrenada, ondulada, com as nervuras
principal e secundárias aparentes, com
pecíolo longo, cerca de 10 cm de com-
primento, de coloração verde-clara na
face superior e esbranquiçada na
inferior. Flor branca com 5 pétalas,
agrupadas terminal-mente (cerca de 5).

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para o coração, pressão alta, como calmante e para dor de dente.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

Preparo da planta:

Bochecho: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para dor de dente. Primeiro faça um chá. Adicione tudo picado: 2
folhas da malva, 3 folhas de batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.) e 1 colher
de sobremesa das folhas do caruru (Amaranthus viridis L.) e uma pitada de

332
sal para 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Quando estiver morna faça
o bochecho. Fazer este procedimento 3 x ao dia.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para o coração, pressão alta e como calmante. Adicionam-se 4 folhas em
uma xícara de água fervente. Tomar quando estiver morno na dosagem de 3
x ao dia durante 7 dias.

Fitoconexão: atua nos chacras sacral (2º) e do coração (4º), no nível


emocional, tem polaridade feminina e está ligada aos elementos água e ar.

Curiosidades: planta híbrida, utilizada também como ornamental de praças


e jardins.

333
2
93 – Malva , pelargônio

Família: Geraniaceae.

Nome científico: Pelargonium grave-


olens L’Hér. ex Ailton

Descrição: subarbusto, muito ramifi-


cado com caule pubescente na fase jo-
vem e lenhoso na fase adulta, medindo
de 0,80 a 1 m de altura. As folhas são
simples, alternas, palma-tilobadas, com
3, 5 ou 7 lóbulos recortados, verde-cla-
ras e aromáticas. Na face inferior tem
um verde mais claro com nervuras
salientes. As flores são rosadas ou
purpúreas.

Partes utilizadas: partes aéreas


(folha e caule) e raízes.

Indicações:

Uso interno: utilizada como adstringente, antidepressiva, emoliente e para


hemorroidas. É anti-inflamatória, analgésica, antioxidante, expectorante,
calmante, ansiolítica, relaxante e imunomoduladora. Combate disenteria,
câncer, insônia, inquietação, preocupação, raiva, frustração,
perturbações emocionais, infecções na garganta e brônquios, amigdalite,
controla sangramentos (anti-hemorrágica), problemas mentruais e de
menopausa, náusea, má circulação, pressão alta, constipação intestinal,
colesterol alto, flebite, indigestão, retenção de líquidos (hidropisia),
arteriosclerose, doenças do coração, doença de Alzheimer e de Parkinson
. É amplamente utilizada na homeopatia chinesa para restringir toxinas que
impedem o equilíbrio do organismo(179). Na França o óleo essencial é utilizado
para diabetes, diarréia, problemas da vesícula biliar, úlceras gástricas,
icterícia, problemas no fígado, esterilidade e cálculos urinários. Já o chá é
utilizado para desestressar, combater a ansiedade, aliviar a tensão, melhorar
a circulação e curar amigdalite (78). No Iran (Ásia) é utilizado para distúrbios
gastrointestinais, dentais e cardiovasculares(93). No estudo do autor citado
acima foi comprovada a eficácia do pelargônio como antibacteriano e

334
antifúngico (Bacillus subtilis, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa,
Salmonella enteritidis e Staphylococcus aureus (este último o mais sensível ao
óleo)(30) e para Enterococcus fecalis, Fusarium oxysporum, H. oryzea,
Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium intracellulare, Proteus vulgaris e
Staphylococcus epidermidis, Trichoderma viride(17). Em um outro estudo foi
comprovada a eficácia do óleo essencial como antioxidante na concentração
de 66,45 μg / ml e na atividade antineoplásica / anticâncer (leucemia
promielocítica) na concentração de 62,50 μg / ml na linhagem celular NB4
e e 86,5 μg / ml na linhagem celular HL-60(78).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


gengivite e garganta inflamada.

Uso externo: utilizada como antisséptica, antifúngica (Atopobium vaginae,


Aspergillus alternata, A. flavus, A. fumagatus, A. niger, A. terreus, Candida
albicans, C. glabrata, C. krusei, C. neoformans, C. parapsilosis, C. tropicalis,
Gardenerella vaginalis, Penicilum notatum e Streptococcus agalactiae) e
acaricida (Dermatophagoides farinae e D. pteronyssinus, na dose de 40
μg/cm2 tiveram mortandade de 62,5% e 53,1% respectivmente)(17). É boa para
hemorroidas, afecções da pele (acne, eczema, hematomas, micose, icterícia),
piolho e é repelente de insetos (o óleo essencial age sobre as larvas do Aedes
aegypti(109). O óleo essencial é utilizado na aromaterapia para problemas na
menopausa, tensão nervosa e ansiedade(179).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


cicatrizante de ferimentos.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácido cinâmico, alcaloide (elaeocarpidina e


epielaeocarpidina), compostos fenólicos, cumarinas, flavonoides, óleo
essencial (acetato de geranilo, acetato de neril, ácido decanóico, agarospirol,
aristoleno, β-bourboneno, n-butirato de citronelilo, n-butirato de geranilo, β-
citronelol (majoritário), δ-cadineno, epi-α-cadinol, β-cariofileno, Car-2-ene, p-
cimeno, α-cofaeno, α-cubeneno, 2-Etil-fenil tiglato, estragolo, 10-epi-γ-
eudesmol, α e β-felandreno, formiato de citronelilo (majoritário), formiato de
geranilo, gemacreno B, gemacreno D, geranial, trans-geraniol (majoritário),
globulol, butanoato de genanil, germacreno B, 6,9-guaiadiene, hexanoato de
geranil, α-humuleno, limoneno, linalol, p-Menta-1-ene-8-ol, iso-mentol, iso-
mentona, isopulegol, p-mentona, mirceno, γ-muroleno, neral, (E)-β-ocimeno,
(Z)-β-ocimeno, óxido de cariofileno, óxido de linalol, óxido cis-rosa, óxido
trans-rosa, α-pineno, propanoato de citronelil, propanoato de geranila, α-
terpineol, tiglato de geranil), taninos e terpenoides.

335
Preparo da planta:

Cataplasma: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para cicatrização de ferimentos. Mecere 3 folhas e coloque
diretamente em cima do machucado.

Decocto: as raízes são utilizadas para distúrbios gastrointestinais e


respiratórios.

Gargarejo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para gengivite e garganta inflamada. Primeiro faça um infuso.
Adicione 1 colher de sopa das folhas picadas para 2 xícaras de chá de água
fervente e abafe. Quando estiver morna faça o gargarejo.

Infuso: no Iran (Ásia) as partes aéreas são utilizadas para distúrbios


gastrointestinais, dentais e cardiovasculares. Na França é utilizado para
desestressar, combater a ansiedade, aliviar a tensão, melhorar a circulação e
curar amigdalite.

Fitoconexão: atua nos chacras plexo solar (3º) e do coração (4º), no nível
emocional, tem polaridade masculina e está ligada aos elementos fogo e ar.

Curiosidades: a espécie possui sua origem do sul da África e uma fragância


doce, por isso o seu óleo essencial é amplamente utilizado nas indústrias de
cosmético e perfumaria(179).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


banho de descarrego. Macere as folhas em um pouco de água e deixe
descansar no sereno uma noite. Pela manhã faça o banho do pescoço para
baixo. A malva também é utilizada em um conjunto de ervas para defumação
/ limpeza de ambiente. Este é preparado em bastão ou através da queima das
ervas secas e picadas em uma vasilha com um pedaço de carvão em brasa.
Na composição vai arruda (Ruta graveolens), malva (Pelargonium graveolens),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), eucalipto (Eucalyptus citriodora),
citronela ((Cymbopogon winterianus), capim-cheiroso / vetiver (Chrysopogon
zizanioides (L.) Roberty), lavanda (Lavandula dentata), mirra (Tetradenia
riparia), patchouli (Pogostemon clabin) e alecrim (Rosmarinus officnialis).

336
94 – Manjericão

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Ocimum basilicum


L.

Descrição: subarbusto, aromático,


anual, ramificado, medindo até 1 m de
altura. Folha simples, oposta, ovais,
membranácea, pubescentes, margem
ondulada, nervuras salientes, pecio-
lada, medindo de 4 a 7 cm de compri-
mento. Apresentam sabor e aroma doce
e picante. Flores brancas, lilases ou
avermelhadas reunidas em racemos ter-
minais. Fruto tipo aquênio de coloração
preto-azulada.

Partes utilizadas: folhas, inflores-


cência, raiz ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antiespasmódica, anti-inflamatória,


antioxidante, febrífuga, melhora a digestão, antimicrobiana, combate
infecções bacterianas, vermífuga, para parasitas intestinais, disenteria,
galactógena (estimula a lactação), béquica, antirreumática. É boa para
afecções intestinais (estomacal, hepática, vesícula biliar, gases e náuseas),
afecções das vias respiratórias (tosse, gripe, resfriado, bronquite e
rouquidão), para afeções da boca e garganta, hipertermia, prisão de ventre,
insônia, ansiedade, estresse, depressão, fadiga, dores no corpo, para baixar
o colesterol, pressão alta e problemas na bexiga. Também é utilizada para
palpitações, má circulação sanguínea, dispnéia, angina, para fortalecer o
sistema nervoso central (SNC), inflamações da garganta e da boca e dor de
dente. Em um estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo
e anti-inflamatório agudo e crônico in vivo(212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


tosse, coqueluche e problemas digestivos.

Uso externo: utilizada para pancadas, dor de ouvido, conjuntivite, irritações


da pele. É antisséptica (contra frieiras), inseticida e repelente de insetos
(o óleo essencial a 20% age sobre o Aedes aegypti (120h) e o Culex
337
quinquefasciatus (480h), também foi verficado a eficiência com o extrato
metanólico para o Aedes aegypti (109). Em um estudo o extrato hidroalcoólico
a 20% das folhas frescas do manjericão foi eficaz como antifúngica na
inibição do crescimento micelial do Colletotrichum gloeosporioides em goiabas
(responsável pela antracnose na planta).(202)

Contraindicações: não é indicado para gestantes nos 3 primeiros meses de


gravidez.

Toxicidade: não indicado na literatura pesquisada.

Constituição química: ácido fenólico (rosmarínico), cânfora, flavo-


noides, óleo essencial (1,8-cineol, eugenol, geraniol, linalol, metil-chavicol,
pireno e timol), saponinas e taninos.

Preparo da planta:

Gargarejo e bochecho: utilizado para afeções da boca e garganta. Primeiro


faça um infuso. Adicione 50 g de folhas secas ou 100 g de folhas frescas a ½
litro de água fervente e abafe. Deixe esfriar e utilize.

Infuso: utilizado como estimulante digestivo, antiespasmódico gástrico,


galactógeno, béquico, antirreumático e afecções gástricas em geral.
Adicione 1 colher de sobremesa de folhas e inflorescência picadas a 1 xícara
de chá de água fervente. Tomar uma dose antes de cada refeição principal.
Acrescido de 1 colher de chá de mel é recomendado para afecções das vias
respiratórias (tosse, gripe, resfriado e bronquite). Popularmente, na região
de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para tosse, coqueluche e
problemas digestivos. Adicione 1 ½ colher de sopa das folhas picadas a 3
xícaras de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
338
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
a mão no momento da elaboração.

Sumo: utilizado para dor de ouvido e conjutivite.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem à mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: o floral desta planta nos traz energia para ação, libera a raiva
e ressentimentos contidos, reorientando para energias sutis, como a
sensualidade e o carinho, a entrega ao outro pelo prazer. Atua sobre o chacra
cardíaco (4º), no nível físico-emocional, tem polaridade feminina(235). Está
ligada ao elemento ar.

Curiosidades: planta nativa da Ásia tropical, introduzida no Brasil pela


colônia de italianos. Há mais de 60 variedades descritas, com variações na
cor, tamanho e forma das folhas, porte da planta e concentração de aroma (243).
É uma planta melífera e muito utilizada como condimento em nosso país.
Algumas espécies de manjericão fazem o controle das larvas de Culex e Aedes
aegypti.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada como


tempero de massas (pizza e macarrão), carne, feijão e para rituais religiosos
(banho de descarrego). Também é elaborado um sal com ervas como tempero.

339
95 – Maracujá, passiflora

Família: Passifloraceae.

Nome científico: Passiflora edulis


Sims

Descrição: trepadeira, perene, com


gavinhas. Folhas simples, glabras, sub-
coriáceas, de coloração verde clara.
Lâminas profundamente divididas em
três lobos (trilobada), muito rara-mente
bilobadas ou sem lobos, com 7 a 16 cm
de comprimento e 6 a 20 cm de largura;
base reentrante, ápice acuminado e
margem serrilhada. Nervação palmati-
nérvea, pecíolo com 1,0 cm a 4,0 cm,
canaliculado na parte superior, com um
par de nectários extraflorais. É comum
a ocorrência de gavinhas no pecíolo.
Flores muito vistosas, típicas deste gê-
nero, de coloração volácea.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS), na 1ª edição
do Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira (2011), na lista de
produtos fitoterápicos da RDC 26/2014 e na 6ª edição da Farmacopéia
Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas, sementes, casca do fruto e raiz.

Indicações:

Uso interno: utilizada como calmante, sedativa, suave indutora do sono e


para inquietação nervosa. É miorrelaxante, anticonvulcivante, anti-
depressiva, ansiolítica, hipnótica suave, antioxidante, antiespasmódica,
diurética (fruto e partes aéreas), moduladora hormonal, vermífuga (oxiúros) e
broncodilatadora. Combate taquicardia, palpitação, febre, dor de cabeça,
dor de dente, nevralgia (dor aguda dos nervos), hipertensão arterial, tosse
e asma (partes aéreas), diarreia, dor abdominal e pressão alta. Ajuda na
tensão pré-mentrual (TPM), nos transtornos do climatério, trata afecções
urinárias (fruto), regula o ciclo mestrual (raiz). Em um estudo o ácido
rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo e anti-inflamatório agudo e
crônico in vivo(212).
340
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
insônia e ansiedade.

Uso externo: utilizada como suavizante da pele, para anti-envelhecimento,


para infecções e inflamações cutâneas, erisipela, icterícia (fruto ou folha),
antiescorbútica (fruto) e hemorroidas.

Contraindicação: monitorar o uso quando usar, concomitante, um


medicamento depressor central (etanol, benzodiazepínicos, barbitúricos e
opióides). Deve ser evitado o uso por gestantes e lactantes e menores de 12
anos.

Toxicidade: contém um glicosídeo cianogênico (cardioespermina) que ao


entrar em contato com a água é transformado em ácido cianídrico tóxico,
portanto ao fazer o chá, deve ser na forma de decocto para ferver bem e
evaporar esta toxina. Também deve ser evitado tomar altas dosagens e por
períodos prolongados. Em altas doses pode provocar náusea, vômito, dor de
cabeça, taquicardia, convulsão e parada respiratória.

Constituição química: folhas: ácidos fenólicos (rosmarínico), ácidos


passiflóricos (ácido 22(R),24(S)-1α,3β,22,24,31-pentaidróxi-24-metilciclo-
artano-28-óico, ácido 24(S)-1α,3β,24,31-tetraidróxi-24-metilcicloartano-28-
óico, ácido 20(S),24(S)-1α,3β,21,24,31-pentaidróxi-24-metilcicloartano-28-
óico e ácido 22(R)-1α,3β,22-tri-hidróxi-24-oxocycloartano-28-óico, 28-O-β-D-
glicopirano-sídeos e 28,31-bis-O-β-dglicopiranosídeos), açúcares (d-frutose,
d-glicose, refinose, sucrose), alcaloides indólicos (harmano, harmol,
harmina, harmalol, harmalina e maracujina), aminoácidos, antocininas,
carotenoides, fenóis, flavonoides (apigenina, campferol, crisina, flavonas,
flavonóis, hispidulina, luteolina, orientina, quercetina, isorientina,
isovitexina, rutina e vitexina), glicosídeo cianogênico (amigdalina,
cardioespermina, glicocardina e prunasina), óleo essencial (cumeno,
limoneno, α-pineno, prezizaeno, zizaeno, zizaneno), passiflorina, saponinas
(ácidos ciclopassiflóricos A, B, C e D, ciclopassiflorídeos e passiflorina) e
triterpenos. Sementes e casca do fruto: aminoácidos, enzimas
(hidroxinitrilases), lipídeos, polis-sacarídeos (pectinas), proteínas (derivados
albuminoides (passiflina)), β-rutosideo cianogênico (fruto) e saponinas.

Preparo da planta:

Cataplasma: utilizado para infecções e inflamações cutâneas.

Decocto: utilizado para ansiedade, insônia e como calmante. Adicione 3 a


4 folhas bem picadas a 1 xícara de chá e deixe ferver (sem tampa). Tomar 1
dose à noite para induzir o sono e de 2 a 3 doses durante o dia como
tranquilizante por no máximo 1 semana. Também é utilizada como eupéptica.

341
Extrato seco: na proporção (1:2) com 1,5% de flavonoides totais, tomar 250
mg a 1g ao dia ou na proporção (5:1) tomar 300 a 400 mg 3 x ao dia. (205)

Infuso: utilizado para inquietação nervosa, irritação e insônia. Adicione de


4 a 6 g das folhas picadas a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após
alguns minutos beba. Tomar 1 a 2 xícaras à noite. Popularmente, na região
de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para insônia. Adicione 4 folhas
rasuradas a 300 ml (2 xícaras de chá) de água fevente e abafe. Após alguns
minutos, beba todo este volume antes de dormir.

Pó: utilizado para emagrecimento. Adicione 1 a 2 colheres de sobremesa de


sementes e/ou casca do fruto em pó a 1 xícara de água. Tomar 20 minutos
antes das 3 principais refeições. Há também uma outra indicação genérica,
de 500 ml, 2 x ao dia. (205)

Tintura: as folhas são utilizadas para ansiedade, insônia e como calmante


suave. Adicione 2,5 a 5 ml a 75 ml de água na temperatura ambiente (1/2
xícara de chá). Tomar 3 x ao dia. Como sedativa adicionar 5 ml a 75 ml de
água. Tomar 1 hora antes de dormir. Para tensão pré-menstrual (TPM)
adicione de 50 a 70 gotas em uma xícara de chá de água. Tomar antes do
almoço e do jantar.

Tintura composta: utilizada para insônia, palpitação, ansiedade e calor


no corpo. Adicione 50 ml de tintura de maracujá, 50 ml de erva-cidreira
(Lippia alba) e 50 ml de camomila (Chamomilla recutita). Tomar 5 ml diluídos
em um pouco água até 3 x ao dia.

Fitoconexão: esta planta desenvolve em nós motivação, criatividade e nos


faz agir. Nos ajuda a assumir responsabilidades, a enfrentar desafios, ter
esperança no amanhã, sonhar e acreditar que é possível superar os
obstáculos da vida. Atua sobre o chacra do plexo solar (3º), tem polaridade
masculina(95), no nível emocional e está ligada ao elementos fogo.

Curiosidades: o nome do gênero Passiflora vem do latim e foi dado pelos


sacerdotes espanhóis referindo-se a sua flor que é considerada a “flor da
paixão”, comparada com a coroa de espinhos e aos três pregos utilizados na
cruxificação de Cristo. O epíteto edulis significa “comestível, alimento”. O
nome popular maracujá vem de uma palavra da língua Tupi, Murucuiyá, que
significa “planta que faz vaso” referindo-se de quando é retirada a semente e
a casca é utilizada para esta função(205). Os frutos são tradicionalmente
utilizados no Brasil para elaboração de sucos refrescantes e batidas (polpa do
fruto, caçhaca ou vodka e açúcar).

342
96 – Maravilha-curativa, dama-da-noite

Família: Nyctaginaceae.

Nome científico: Mirabilis jalapa L.

Descrição: herbácea, ereta, ramifi-


cada, medindo de 50 a 100 cm de altura,
com raízes tuberosas. Folha simples,
oposta, membranácea, verde-escuro na
face supe-rior e verde-claro na inferior,
nervura central saliente, com borda lisa,
medindo de 8 a 14 cm de comprimento.
Flores tubu-lares nas cores maravilha,
amare-la, vermelha ou branca. Fruto
tipo aquênio, rugoso, preto, semelhan-te
a uma pimenta do reino, porém maior.

Partes utilizadas: folhas, flores,


tubérculos, raízes e sementes.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antivirótica (combate o vírus da batata e outras


leguminosas, inibe a síntese proteica eucariótica e procariótica),
antibacteriana (os peptídeos da semente combatem Bacillus megaterium,
Erwinia carotouora, Escherichia coli e Sarcina lutea), diurética, carminativa
(gases), catártica (sementes), tônica, afrodisíaca (raízes), purgativa,
estomáquica, tônica. É antioxidante, antinociceptiva, anti-inflamatória,
anestésica, antiespasmódica, emética (raízes), laxante, depurativa do
sangue, abortífera e citotóxica (sementes). Combate vermes intestinais
(ascaris e oxiúrus), hidropsia, diabetes, constipação (China), dor de ouvido,
afecções hepáticas, chagas, cólicas abdominais, diarreia, disenteria,
resfriados, dor de cabeça, cálculo renal, problemas na vesíicula biliar, herpes
simples, para sífilis e gonorreia. Em um estudo foi comprovada a eficiência
do extrato hexâmico em camundongos (in vivo) como antitumoral (Sarcoma
180 (inibição de até 80,36%) e Carcinoma de Ehrlich (inibição de até 84,78%)
e na atuação como estimulante e depressor do Sistema Nervoso Central
(SNC)(192). Um outro estudo cita um autor que comprovou a eficiencia do
extrato aquoso e metanólico no combate a bactérias (Escherichia coli,
Salmonella typhi, Shigella flexneri, Staphylococcus aureus, Streptococcus
343
pyogenes e Vibrio cholerae). O extrato metanólico também foi eficiente contra
Enterobacter sp(252). O extrato etanólico também foi eficaz no combate a E. coli,
S. aureus, S. typhi, V. cholerae e Bacillus subtilis (245) e contra S. typhi e Bacillus
cerus(74). O extrato do caule e da folha foram eficazes como antioxidante,
antimicrobiana e analgésica (252). A atividade antioxidante também foi
comprovada no extrato metanólico das partes aéreas de outro estudo. (256)

Uso externo: utilizada como antimicótica, antifúngica (candidíase -


Candida albicans), antimicrobiana, nas feridas, contusões e afecções da
pele (prurido, furúnculo, eczema, acne, erisipela, urticária (coceira), lepra e
sarda (fruto)), queimaduras, psoríase, manchas de pele, para leucorréia,
gonorréia, conjuntivite, antirreumática, dores musculares, para hemorroidas
e como inseticida (Aedes egyptis – sementes). Um estudo comprovou a
atividade cicatrizante da planta(4), já outro comprovou a eficiência do extrato
hidroalcoólico das flores utilizadas em um tônico e um creme para tirar
manchas na pele(1).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


anti-inflamatória.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: as sementes são venenosas (peptídeos tóxicos). Em um estudo


in vivo foi identificado que esta planta apresenta moderada toxicidade, sendo
testada em Artemia salina (camarão) e a concentração letal (CL50) foi de
788,987 μg/Ml, já nos camundongos a dose letal (DL50) foi de 2009,167
mg/Kg já que apresentaram alterações no fígado, rins e pulmões. No teste de
toxicidade aguda a mesma autora verificou que como resposta estimulante a
maravilha causou aumento da frequência respiratória e agitação, aumento
dos movimentos esterotipados, convulsão, tremores e irritabilidade. Já como
resposta depressiva gerou dispnéia, sonolência, aumentado da diurese e
excreção fecal, contrações abdominais e espasmos.(192)

Constituição química: folhas: ácidos graxos (ácido tetracosanóico),


ácidos fenólicos (cítrico, oleanólico, tartárico e ursólico), alanina, alcaloides
(12-tricosano e trigonelina), álcoois (n-hexacosanol), β-amirinas, arabinose,
carboidratos, dopamina, esteróides (brassicasterol, estigmasterol, β-
sitosterol e derivados), galactose, glicina, hidroxiantraquinonas, leucina,
peptídeos (cisteína), polissacarídeos (glicose, D-pinitol e ramnose), resina,
saponinas, taninos, triterpenos pentacíclicos (ácido ursólico e derivados),
trigonelina, triptofan e valina. Sementes: ácido (8-hidroxioctadeca-cis-11,14-
dienóico), ácidos graxos, MAP’s (proteínas antivirais), amido, peptídeos
tóxicos e polissacarídeos (α e β-D-glucosídeo). Raizes: alcaloides
(trigonelina), carboidratos, esteroides (estigmasterol, β-sitosterol),
flavonoides (boeravinonas C e F, mirabijalonas A, B, C e D), polissacarídeos
((2,5-dioxoimidazolidin-4-yl)-urea e monoeicosato de glicerina), proteínas,
344
rotenoides (2’-O-Metilabronisoflavona, 9-O-Metil-4-hidroxiboeravinona B e
isoquinolia-diol, 6-Metoxiboeravinona). Flores: antocianinas, flavonídes,
indicaxantina, miraxantina (I, II, III e IV), vulgaxantina-I, taninos e
glicosídeos flavonoicos. Fruto: amido.

Preparo da planta:

Cataplasma: utilizado para feridas, contusões e afecções da pele (prunido,


eczema, erisipela, urticária e coceira). Amassar em pilão 2 colheres de sopa
de folhas e flores até formar uma pasta. Aplicar na área afetada.

Garrafada: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para pancadas, torções, como anti-inflamatória (também artrite
e artrose), para desinfecção, mordidas de bichos. Adicione tudo picado em
2 litros de álcool (98,2º) 1 folha de fumo (Nicotina tabacum L.), 2 galhos de
folhas de arnica-de-jardim (Solidago chilensis), 2 folhas de erva-baleeira
(Varronia curassavica), 1 colher de sopa de flores de camomila (Chamomilla
recutita), 1 colher de sopa de flores de calêndula (Calendula officinalis), 2
folhas de bálsamo (Sedum dendroideum), 7 ramos de lavanda (Lavandula
dentata), 50 cm da folha de babosa (Aloe vera) sem espinhos, 1 parte aérea
(folhas e galhos) de mentrasto (Ageratum conizoides), 1 folha de confrei
(Symphytum officinale), 2 folhas de maravilha-curativa (Mirabilis jalapa), 2 a
3 folhas de mirra (Tetradenia riparia), 1 colher de sopa das folhas de guiné
(Petiveria alliacea), 1 haste grande de cavalinha (Equisetum hyemale), 8 folhas
de terramicina (Alternanthera brasiliana) e 1 caroço de abacate (Persea
americana) ralado. Deixe macerar por 30 dias e depois coloque um pouco
deste álcool na água (para diluir), molhe um pano limpo e aplique no local
afetado.

Pasta: utilizada para conjuntivite. Moer as raízes tuberosas e misturar com


pimenta-do-reino até formar uma pasta. Aplicar no local 1 vez por dia durante
3 dias.

Pó: utilizado como purgativo. Tomar 2 a 4 g da raiz dessecada e pulverizada.


Também é indicada para vermes intestinais. Ingira de 2 a 3 cápsulas de 500
mg com uma xícara de água fria de preferência com o estômago vazio. Tomar
uma dose desta 3 x ao dia durante 4 dias.

Rapé: as flores secas em pó são cheiradas para dor de cabeça.

Sumo: utilizado como antifúngica / antimicótica, mancha de pele e herpes


simples. Extrair o sumo das folhas e aplicar sobre a área afetada 2 vezes ao
dia até curar. O sumo das flores é utilizado popularmente para dor de ouvido
provocadas pelo vento ou mudanças climáticas, devendo ser aplicadas gotas
no ouvido devendo ser mantidas de 15 a 30 minutos, logo após é retirada e
reaplicada e o ouvido tampado com algodão. Repetir a aplicação até melhorar.

345
Tintura: utilizada para psoríase. Adicione 10 ml de tintura de maravilha
junto com 10 g do gel da babosa (Aloe vera e similares) a 80 g de uma base
semi-sólida hipoalergência. Aplicar na área afetada até 2 x ao dia.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este


unguento é utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para
alergia, como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é
composta por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xarope: utilizado para vermes intestinais (lombriga e oxiúro). Amassar 1


colher de sobremesa dos tubérculos fatiados em pilão, acrescentar 1 colher
de sopa de açúcar e 1 xícara de chá de água fervente. Tomar uma xícara de
chá em jejum, repetir a cada 3 dias até a cura.

Fitoconexão: esta planta é para pessoas que tem uma identificação muito
forte com o ambiente ao seu redor, são intolerantes e críticas com os outros.
É para aquelas que só enxergam seu ponto de vista, são severas em aceitar a
opinião alheia. São pessoas que tendem a ser impulsivas, sistemáticas,
irritáveis, irônicas, egoístas, antipáticas, arrogantes, autoritárias e
individualistas. Sua personalidade atrai sintomas alérgicos, viróticos,
herpéticos e bacterianos, que instalam-se normalmente nos órgãos sensoriais.
São pessoas que têm tendência à rigidez nas partes superiores do corpo,
principalmente no peito (pelo egoísmo), braços (falta de solidariedade) e
mandíbulas (mau uso da palavra). Esta planta nos traz sabedoria para
analisar os fatos, acaba com os preconceitos (pré-conceitos = julgar antes de
realmente conhecer) e nos enche de compaixão por nós e pelo próximo. O que
ela nos lembra é que “nossa luz interna é tão brilhante que não precisamos
apagar a luz alheia” (225). Esta planta atua sobre o chacra do terceiro olho (6º),
no nível mental e tem polaridade masculina.

Curiosidades: é nativa da América tropical, provavelmente do México. É


muito utilizada para ornamentação de jardim devido à beleza de suas flores.
A palavra mirabilis é de raiz latina, onde miror significa “olhar” e bellis vem de
“beleza”, ou seja, algo admirável, digno de apreciar. Existe uma segunda
versão que menciona que a palavra mirabilis é em função de a planta
antigamente ser conhecida como admirabilis, que significa “admirável, bela”,
entretanto o adjetivo teria sido encurtado para “mirabilis” pelo botânico
Linneu. Já a palavra jalapa é pela semelhança das raízes de Mirabilis com as
de Convolvulus jalapa, que são citadas em algumas farmacopeias como
medicinais(252). É utilizada em rituais afro-brasileiros como oferendas,
lavagem de contas e feituras de santos. É um vegetal de propriedade do orixá
Yansã, mulher de Xangô, que controla os ventos e as tempestades (225). Das
flores é retirado um corante que é utilizado para colorir bolos e geleias. (222)

346
97 – Melão-de-São-Caetano

Família: Cucurbitaceae.

Nome científico: Momordica charan-


tia L.

Descrição: trepadeira, subespontânea,


com caule muito fino e longo. Folha
recortada com 5 a 7 lóbulos dentados,
medindo de 4 a 7 cm de comprimento.
Flores de coloração amarelada. Fruto do
tipo cápsula deiscente de coloração la-
ranja, medindo cerca de 5 cm de
comprimento por 3 de largura. As se-
mentes são envolvidas por um arilo de
coloração vermelho mucilaginoso e ado-
cicado.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folha, fruto, semente ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada para verminose e cálculo renal. É hipotensora,


antilipídica, termogênica, febrífuga, antirreumática, antileucorreica,
hipoglicemiante (diabetes tipo 2), antitumoral, abortiva, imunossu-
pressora, antiulcerogênica (frutos), anti-inflamatória (frutos), anti-
mutagênica, androgênica, hipocolesterolêmica, antiviral, antioxidante,
emenagoga e anorexígena. Combate hemorroidas inflamadas, diarreia
(inclusive sanguinolenta), tosse, dengue, malária, diarreia, dor de cabeça,
cirrose, problemas estomacais e do fígado e auxilia no emagrecimento, Em um
estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo e anti-
inflamatório agudo e crônico in vivo(212). A similar asiática Momordica
charantia var. maxima tem sido empregada como antidiabética, antitumoral e
antiviral para AIDS(125).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


cisto no útero e úlcera no estômago.

347
Uso externo: utilizada como inseticida (em carrapatos e pulgas e o extrato
etanólico das folhas age sobre o Aedes aegypti e o Culex quinquefasciatus(109)),
cicatrizante, para irritação da pele (dermatite). Combate a escabiose (sarna),
pediculose (piolho), coceira, machucados, feridas, queimaduras, leucorréia,
hemorroidas e é antimicrobiana (Candida albicans, Shigella sp.,
Pseudomonas aeruginosa, Salmonella sp., Escherichia coli e Staphylococcus
aureus)(199). No mesmo estudo citado acima foi comprovada a eficiência do
extrato hidroalcoólico das folhas como moluscicida nos caramujos
hospedeiros intermediários da esquistossomose, a espécie Biomphalaria
glabrata (85% de mortalidade na concentração de 100 ppm).

Contraindicação: deve ser monitorada quando associada a medicamentos


hipoglicemiantes, com insulina, psicotrópicos, anti-inflamatórios não-
esteroidais e corticóides. Não utilizar por períodos superiores a 30 dias
consecutivos e em gestantes e lactantes.

Toxicidade: esta planta pode provocar dermatite de contato.(49)

Constituição química: folhas: ácidos graxos, ácido gentísico, ácidos


orgânicos (mormórdico), alcaloides (zeatina), β-alanina, β-amirina,
aminoácidos, arginina, auronas, α-caroteno epóxido, β-caroteno, cate-
quinas, chalconas, p-cimeno, criptoxantina, diosgenina, esteroides
(charantina), fator citostático de momordica, fenilalanina, fenóis, flavonoides
(catequinas), 5-hidroxitriptamina, inibidor de tripsina momordica, P-insulina,
V-insulina, lactonas sesquiterpênicas (momorsopicrina), leucoantociani-
dinas, lignano-calceolariósido, α- e β-momorcharina, momorcharísidos A e B,
momordipicrina nerodiol, neroldiol, proteínas, saponinas (momordicinas I, II
e III), momordica charantia lectina, momordica aglutinina, momordicosídios
A-K, β-sitosterol, stignasterol (derivados), taninos, taraxerol, tricosantina,
triterpenos (curcubitanos (14) e momordicina), verbascócido, vicina,
xantonas. Frutos: ácidos fenólicos (rosmarínico), álcool monocíclico
(momordol), triterpenos pentacíclicos (momordicina, momordicinina e
momordicilina) e zeatina.

Preparo da planta:

Banho: é utilizado para repelir carrapatos e pulgas. Bata as folhas frescas


com o caule em água e tome o banho.

Banho de assento: o fruto é utilizado para hemorroidas. Popularmente, na


região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para quisto no útero.
Adicione 100 g de toda a planta de melão-de-são-caetano mais 100 g de
mentrasto (Ageratum conizoides) a 1 litro de água fervente e abafe. Deixe
esfriar, coe e coloque o líquido em uma bacia e faça o banho.

348
Compressa: as folhas frescas são utilizadas para irritação da pele
(dermatite) e escabiose (sarna). Adicione 5 g da planta para 1 litro de água
e deixe ferver por 20 minutos. Após este período coe, molhe um pano limpo e
aplique no local afetado.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para úlcera no estômago. Adicione 100 g de toda a planta a 1 litro de água
fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Loção capilar: utilizada para piolho. Adicione 2 ml da tintura das folhas de


melão-de-são-caetano, 2 ml da tintura das folhas de boldo (Plectranthus
barbatus) e 2 ml da tintura das folhas de arruda (Ruta graveolens) a 100 ml
de uma base loção capilar. Misture até ficar homogênea e aplique a noite no
couro cabeludo. Abade com um pano fino (tipo frauda) e pela manhã lave a
cabeça e passe um pano fino. Evite exposição ao sol pois pode causar
fotodermatite. Faça este procedimento duranter 5 dias.

Xampu: utilizado para piolho. Raspe ½ barra de sabão de coco e coloque em


água fervente até derreter. Adicione 20 folhas picadas de melão-de-são-
caetano, 15 folhas picadas de boldo (Plectranthus barbatus), 1 maço picado de
arruda (Ruta graveolens), 1 copo de água fria a um liquidificador e bata. Logo
após coe e misture o líquido com o sabão até ficar homogêneo e guarde em
um vidro com tampa. Aplique o xampu no cabelo e espere 1 h para lavar. Faça
este procedimento por 8 dias seguidos e repita 1 x por semana para
manutenção.

Pó: utilizado para emagrecimento. Ingerir de 2 a 3 cápsulas contendo 500


mg da planta com 1 xícara de chá de água fria antes das principais refeições.

Tintura: utilizada para irritação da pele (dermatite) e escabiose (sarna).


Adicione 10 ml de tintura em 1 litro de água fria. Faça aplicação no local
afetado 1 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da base (1º), no nível físico, tem


polaridade masculina e está ligado ao elemento terra.

Curiosidades: o melão-de-são-caetano quando misturado com água e sabão


é muito utilizado no meio rurais para lavar roupa. Em um estudo foi
comprovada a eficiência no controle do fungo Sclerotium rofisii Sacc. em
culturas de feijão (carioquinha)(77) . Em um outro estudo foi comprovada a
eficiência do extrato metanólico e aquoso no controle da antracnose da
banana (em Colletotrichum musae)(53), já em outro estudo foi comprovada a
eficiência do extrato como ovicida no combate ao nematódeo Haemonchus
contortus (parasita de carneiros)(26). Um estudo cita um autor onde extrato
etanólico das folhas desta planta foi eficaz como larvicida contra Liriomyza
sativae, uma importante praga de plantas ornamentais. (199)
349
98 – Melissa, cidreira-de-folha

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Melissa officinalis L.

Descrição: erva, perene, aro-mática,


ramificada desde a base, medindo de 30
a 60 cm de altura. Folhas simples,
opostas, cruzadas, inteiras, membraná-
ceas, rugosas, quebradiças, pecio-ladas,
de coloração verde-escuras e brilhantes
na face superior e verde-claras na face
inferior. Nervuras depressas na face
superior e proeminentes na face inferior.
Lâmina ovalada a ovalado-cordiforme,
com base ovalada, arredondada ou cordi-
forme, ápice obtuso e margem irre-
gularmente crenado-serrada, finamente
ciliada, medindo de 4 a 8 cm de com-
primento e 3 a 5 cm de largura. Pecíolo
de 0,3 a 5 cm de comprimento, de
coloração verde ou vinoso quando seco,
côncavo na face adaxial, convexo na face
abaxial e com duas costelas laterais; face adaxial coberta por longos tricomas
tectores, os das costelas visíveis a olho nu. As folhas quando amassadas têm
odor forte, aromático, semelhante ao citral (igual do limão) e sabor aromático
agradável e ligeiramente amargo, um pouco adstringente. Flores de cor creme,
dispostas em racemos axilares.

Esta planta é descrita na 6ª edição da Farmacopeia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas e inflorescências.

Indicações:

Uso interno: utilizada como levemente sedativa e calmante. É anti-


depressiva, digestiva, diurética, sudorífica, antiespasmódica, eupéptica,
diaforética, carminativa (gases), colerética, antiácida, tônica, vermífuga,
anti-inflamatória, antioxidante e antirreumática. Combate a ansiedade,
insônia, nervosismo, dispepsia, gripe, resfriado, bronquite crônica, asma,
cefaléia (dor de cabeça), náuseas, vômito, enxaqueca, fadiga, dores nos rins,
problemas gastrointestinais, mau hálito, úlceras, cólicas intestinais,
hipertireoidismo, desinteria, arteriosclerose, pressão alta, e infecções virais
(gripe, caxumba e catapora). Também regula a menstruação e a produção de
350
biles. Em um estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo
e anti-inflamatório agudo e crônico in vivo(212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada como


calmante, para ansiedade (aflição), crises nervosas, para tristeza, dor no
estômago, para gripe, pressão alta e dor de cabeça.

Uso externo: utilizada como antimicrobiana, antivirótica (vírus Herpes


simplex I - labial), relaxante e repelente de insetos.

Contraindicações: gestantes e lactantes não devem fazer o uso desta erva.


A melissa pode interagir com alguns medicamentos colinérgicos ou
parassimpatomiméticos receitados para mal de Alzheimer e outras doenças.
Deve ser monitorado o uso com medicamentos psicotrópicos e
hipoglicemiantes e na gravidez. Converse com seu médico antes de fazer o uso
desta erva. Não deve ser utilizada por pessoas com hipotireoidismo, e deve ser
usada com cuidado por pessoas com pressão baixa. O óleo essencial pode
provocar reações alérgicas e não pode ser usado por gestantes e lactantes.

Toxicidade: a sua essência é considerada um entorpecente ligeiramente


tóxico, em pequenas doses provoca torpor e diminui a pulsação.

Constituição química: ácidos fenólicos (cafeico, cloro-gênico, elágico,


rosmarínico e salciânico), flavonoides (apigenina, luteolina, quercitrosídeo,
ramnocitrosídeo), glicosídeos, lactonas sesqui-terpênicas, mucilagens,
óleo essencial (acetato de nerila, β-burboneno, 10-epi-α-cadinol, β-
cariofileno, 1,8-cineol, citral, citronelal, citronelol, α-copaeno, α-cubebeno,
farnesol, geranial, geraniol, germacreno D, α-humuleno, limoneno, linalol,
neral, nerol, ocimeno, cariofilenol, óxido de cariofileno, α-terpineol, terpineno-
1-4-ol), taninos, ácidos triterpenoides, resinas e substâncias amargas,
triterpenóides pentacíclicos (ácidos oleanóico e ursólico e seus derivados,
quadranosídeos II).

Preparo da planta:

Banho de imersão: utilizado como relaxante. Adicionam-se 15 colheres de


sopa de folhas e ramos florais picadas a ½ litro de água fervente. Adicionar
este conteúdo à água da banheira. O banho deve ser de, no máximo, 15
minutos.

Creme / pomada: utilizada como repelente de insetos e herbívoros, para


herpes labial.

Infuso: utilizado para ansiedade, insônia, nervosismo, dispepsia, gripe,


bronquite crônica, cefaleias, enxaqueca, como antirreumática, para
problemas gastrointestinais, dor de cabeça, cólicas intestinais. Adicione

351
uma colher de sobremesa de folhas e ramos frescos ou secos bem picados
para 1 xícara de chá de água fervente. Tomar 2 a 3 x ao dia. Como é levemente
sedativa, para fadiga tomar somente à noite. Popularmente, na região de
Visconde de Mauá esta planta é utilizada como calmante, para aflição, para
gripe e pressão alta. Adicione de 4 a 5 folhas frescas em 1 xícara de água
fervente. Tomar 3 x ao dia (adulto). Também é utilizada para crise nervosa,
dor no estômago e tristeza. Adicione 1 ½ colheres de sopa para 3 xícaras de
chá de água fervente. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Também é utilizada para dor
de cabeça.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta


é utilizada como calmante para dormir. Este chá recebe o nome de “chá bons
sonhos”, dado pela Patrícia Carvalho. É necessário primeiro fazer a mistura
com material seco para depois tomar o infuso. Em uma triturador acrescente
100 g das folhas de capim-limão (Cymbopogon citratus), 100 g das folhas de
erva-cidreira (Lippia alba), 50 g das folhas de melissa (Melissa officinalis), 100
g das folhas de menta-francesa (Mentha ssp.), 50 g das flores de camomila
(Chamomilla recutita), 50 g das flores de laranjeira (Citrus ssp.) e 100 g das
sementes de funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare). Bata tudo até ficar
homogêneo. Adicione 1 g deste material a 1 xícara de chá de água fervente e
abafe. Tomar antes de dormir.

Tintura: utilizada para herpes genital e labial. Primeiro lave as feridas com
sabonete preparado com 20% de tintura de calêndula (calendula officinalis),
depois aplique a tintura de melissa com algodão sobre as feridas até 4 x ao
dia.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xarope: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


como expectorante e para gripe. Adicione de 4 a 5 folhas de melissa, 3 folhas
de guaco (Mikania glomerata), 3 brotos de arnica (Solidago chilensis) em 500
ml de água. Ferver por 5 minutos. Desligar, coar e voltar para o fogo.
Acrescentar 2 colheres de sopa de mel ou açúcar mascavo.

Fitoconexão: a melissa e a lippia tem uma vibração floral muito parecidas.


São fortes amplificadoras dos nossos sentidos, desenvolvem nossa intuição
(visão interna) para resolver problemas do presente, auxiliando na tomada de
decisões conscientes, quebrando resistências e bloqueios da energia
emocional. Estas resistências são manifestadas através de hipersensibilidade,
angústia, ansiedade, depressão, frustração e sensação de vazio interior. Atua
sobre o chacra sacral (2º), no nível físico-emocional, tem polaridade
feminina(235). Está ligada ao elemento água.
352
Curiosidades: não é à toa que seu nome evoca o mel (melissa), é uma das
melhores plantas melíferas. Exala enquanto jovem um aroma semelhante ao
do limão, que depois torna-se desagradável, desaparecendo com a secagem.
Esta planta é componente de licores como o “chartreuse” e o “beneditino” e
também da “água de melissa” dos Carmelitas. Antigamente eram utilizadas
suas folhas para polir móveis de madeira.

353
99 – Mentrasto, erva-de-são-joão

Família: Asteraceae.

Nome científico: Ageratum conizoides


L.

Descrição: erva, anual, ereta, pilosa,


aromática, medindo até 1 m de altura.
Folhas simples, opostas, ovais, com
pecíolo longo, ásperas, medindo até 5,5
cm de comprimento. Flores de coloração
lilás a branca em forma de capítulo com
inflorescência terminal em forma de
panícula. Fruto em forma de aquênio,
preto

Partes utilizadas: folhas, partes


aéreas, raízes ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como


hemostática, carminativa (gases), digestiva, tônica, purgativa, febrífuga e
emenagoga. É espasmolítica, anti-inflamatória, analgésica, miorrela-
xante, anticoagulante, antimicrobiana (óleo essencial inibe o crescimento
do Aspergillus Parasiticus (fungo que produz uma micotoxina cancerígena),
Bacillus subtilis, Penicillium Chrysogenum e P. javanicum e Staphylococcus
aureus; o extrato aquoso inibe Alcaligenes viscolactis, Bacillus cereus,
Klebsiella aerogenes e Streptococcus pyogenes, o extrato metanólico combate
Helicobacter pylori e o extrato etanólico combate Escherichia coli e
Staphylococcus aureus), expectorante, vermífuga (o óleo essencial elimina o
Schistossoma mansoni), antitétano, citotóxica, inibidora de tumor (Walker
256), antioxidante (sequestra radicais livres), atimalárica e hipoglicêmica
(200 a 300 mg/kg do extrato da folha). Combate cólicas menstruais
(dismenorréia), tensão pré-mestrual (TPM), amenorréia, depressão,
estresse, úlcera gástrica (gastroprotetora), azia, reumatismo, artrose (in
vivo), dor de dente, diarréia (inclusive infantil), disenteria, cólica intestinal,
dor de barriga, inflamação do útero e do ovário, dor de cabeça, sinunite,
labirintite, afecções respiratórias (asma, bronquite, tosses com catarro,
pneumonia), infecção na garganta, dor na gengiva, gripes, resfriados,
afecções das vias urinárias, hepatite, anemia, doenças ginecológicas e HIV
/ AIDS (Nigéria – África). Também ajuda com os efeitos da radiação gama
354
(75 mg/kg do extrato alcoólico in vivo), inibe contrações intestinais e tem efeito
depressor cardíaco.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


anti-inflamatória, para dor de barriga, diarréia, amenorréia (ausência
desregulada), artrite, artrose, cólica e gases (inclusive infantil), no combate ao
diabetes e para aumentar a lactação.

Uso externo: utilizada para acelerar a cicatrização de ferimentos,


queimaduras e doenças de pele. É antifúngica (o óleo essencial combate
Candida albicans, Cryptococcus neoformas, Didymella bryoniae,
Epidermophyton floccosum, Microsporum gypseum, Trichophyton
mentagrophytes e Sclerotium rolfsii), antirreumática (artrose crônica, artrite,
dores articulares). Combate problemas oftálmicos, lepra, edema nas pernas,
dores musculares, edema da gestação, dor de ouvido, leucorréia e contusões.
Atua também como enxaguatório bucal, para matar piolho, caspa (Índia). É
repelente de insetos (o óleo essencial age sobre o Aedes aegypti e o extrato
etanólico das folhas sobre o Aedes aegypti e o Culex quinquefasciatus (109)), já
o extrato metanólico tem efeito sobre o vetor da malária, o mosquito Anopheles
stephensi, e inibe o crescimento de suas larvas(232)). Tem atividade inseticida
(combate Callosobruchus maculatus (gorgulho do feijão), Disdercus flavidus,
Leptocarcia chinesis, Lipaphis erysimi (pulgão da mostarda), Musa domestica
(mosca doméstica), Schistocerca gregária, Sitophilus oryzae e Thlaspida
japonica). O extrato aquoso e etanólico das folhas tem atividade nematicida
(ovos e larvas) contra Heligmosomoides bakeri (18).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada na hora


do parto, para infecções vaginais e uterinas e na cicatrização do pós-parto.

Contraindicações: não exceder ao uso contínuo de 21 dias por causa dos


alcaloides pirrolizidínicos e não utilizar em gestantes e lactantes.

Toxicidade: devido a presença de alcaloides pirrolizidínicos (AP) que tem


atividade hepatotóxica não é recomendado o uso da planta no período de
floração. Os principais problemas associado aos AP é que a exposição a longo
prazo pode causar megalocitose hepática e doença veno-oclusiva (em menor
grau nos pulmões), degeneração do fígado gorduroso e cirrose, e proliferação
do epitélio do duto biliar. Além disso, muitos AP são genotóxicos e
carcinogênicos em roedores. (33)

Constituição química: ácidos graxos, alcaloides (acetato de


aurantiamida, ácido cafeico, ácido fumárico, fitol, licoporfina, 2- (2'-metiletil)
5,6-dimetiloxibenzofurano; 2-(2-metilprop-2-enil)-2-metil-6,7-dimetoxicro-
mano-4-ona, 2-(1'-oxo-2'metilpropil) -2-metilpropil) -2-metil-6,7-dimetoxi-
cromeno; 3- (2'-metilpropil)-2-metil-6,8-demo-thoxychrom-4-one e sesamina),
alcaloides pirrolizidínicos (licopsamina, di-hidrolicopsamina, acetil-licopsa-

355
mina e seus N-óxidos, di-hidrolisina, equinalina e equinatina), aminoácidos
(alanina, argenina, cisteína, fenilalanina, glicina, histidina, leucina, lisina,
metionina, prolina e treonina), benzofuranos, carboidratos (frutose, glicose,
ribose e galactose), cardenolídeos, cromonas (preconcenos I e II),
charomonas, cianeto (ácido ciano), cromenos (dimetilcromeno-7-o-β-
glucopiranósido; 6-(1-metoxietil)-7-metoxi-2,2-dimetilcromeno; 6-(1-hidroxi-
etil)-7-metoxi-2,2-dimetilcromeno; 6-(1-etoxietil)-7-metoxi-2,2-dimetilcrome-
no; 6-angeloyloxy-7-metoxi-2,2-dimetil-cromeno, 3- (2-metilpropil) -2-metil-
6,8-desmetoxicrom-4-ona, 2- (2-metiletil) -5,6-dimetilbenzofurano, uma
mistura de ageratocromo dímero e encecanescina), cumarinas, esteroides
(brassicasterol, estigmasterol, friedelina e β-sitosterol), fenóis, flavonoides
(ageconiflavona, aurona, chalcona, campferol, eupalestina, flavonas
(polimetoxiladas e polixigenadas), flavonol, leucoantocianina, linderoflavona
B, 14 polimetoxiflavonas quercetina, quercetina-3-ramnopiranosido, scutella-
rein-5,6,7,1-tetrahidroxiflavona; 5,7,2,19-tetra-hidroxi-6,3-di- (3,3-dimeti-
lalil)-isoflavona 5-O-α – L-ramnopiranosil - (1 → 19) –α-Lrhamnopyranoside e
sinessetina), gorduras, hidrocarbonetos, glicosídeos, mucilagens, óleo
essencial (acetato de bornila, β-cariofileno, dihidroencecalina, encecalina,
eugenol, germacreno D, α-humuleno (folhas), linalool e sesquifelandreno),
pectinas, pigmentos, princípios amargos, resinas, sais minerais (Fe),
saponinas, taninos, mono, di e triglicerídios, terpenoides (δ-cadineno, β-
cariofileno, 1,8-cineole, eugenol, β-felandreno, limoneno, metileugenol,
ocimeno, β-pineno, sabineno, sesquifelandreno, terpenen-4-ol e α-terpineol) e
vitaminas (A e B – flores).

Preparo da planta:

Banho de assento: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


é utilizada para hora do parto. Primeiro faça um infuso. Adicione 2 colheres
de sopa das folhas e galhos picados a 4 xícaras de chá de água fervente e
abafe. Faça o banho com a água morna. Também é utilizado para infecções
vaginais e uterinas e na cicatrização no pós-parto. Adicione 1 planta inteira
picada e 1 pitada de sal em uma bacia com 2 litros de água morna e sente.

Cataplasma: utilizado para artrose, artrite, reumatismo, afecções das vias


urinárias, diarreia, cólica, febre e resfriados.

Compressa: utilizada para dores articulares. Popularmente, na região de


Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para hora do parto. Primeiro faça
um infuso. Adicione 2 colheres de sopa das fohas e galhos picados a 4 xícaras
de chá de água fervente e abafe. Molhe um pano limpo e ponha em cima da
barriga.

Decocto: utilizado como anti-inflamatória, antirreumática, alívio de


cólicas menstruais. Adicione 30 a 40 g das folhas ou parte aérea picada

356
frescas ou 15 a 20 g da planta seca em ½ litro de água fervente. Tomar uma
xícara de chá 3 vezes ao dia.

Fricção: utilizada para dores articulares.

Garrafada: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para pancadas, torções, como anti-inflamatória (também artrite
e artrose), para desinfecção, mordidas de bichos. Adicione tudo picado em
2 litros de álcool (98,2º) 1 folha de fumo (Nicotina tabacum L.), 2 galhos de
folhas de arnica-de-jardim (Solidago chilensis), 2 folhas de erva-baleeira
(Varronia curassavica), 1 colher de sopa de flores de camomila (Chamomilla
recutita), 1 colher de sopa de flores de calêndula (Calendula officinalis), 2
folhas de bálsamo (Sedum dendroideum), 7 ramos de lavanda (Lavandula
dentata), 50 cm da folha de babosa (Aloe vera) sem espinhos, 1 parte aérea
(folhas e galhos) de mentrasto (Ageratum conizoides), 1 folha de confrei
(Symphytum officinale), 2 folhas de maravilha-curativa (Mirabilis jalapa), 2 a
3 folhas de mirra (Tetradenia riparia), 1 colher de sopa das folhas de guiné
(Petiveria alliacea), 1 haste grande de cavalinha (Equisetum hyemale), 8 folhas
de terramicina (Alternanthera brasiliana) e 1 caroço de abacate (Persea
americana) ralado. Deixe macerar por 30 dias e depois coloque um pouco
deste álcool na água (para diluir), molhe um pano limpo e aplique no local
afetado.

Infuso: mesma indicação do cataplasma. Adicione 10 g de folhas frescas ou 5


g de folhas secas em uma xícara de chá de água fervente. Deixe descansar por
10 minutos. Tome de 4 a 5 doses por dia. Quando misturado com mel é
utilizado como expectorante. Para cólicas menstruais adicionar 1 xícara de
cafezinho da folha seca em ½ litro de água. Tomar 1 xícara de chá de 4 e 4
horas. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para hora do parto. Adicione 1 ½ de colheres de sopa para 3 xícaras de água
fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Também é utilizada para cólica,
diabetes e aumentar a lactação (galactagoga). Adicione 3 folhas picadas
para 1 xícara de chá de água fervente. Tomar 1 dose 3 x ao dia.

Maceração: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para cólica e gases infantis. Macere 1 folha e acrescente 1 colher
de sopa de leite e dê para a criança tomar.

Pó: mesmas funções do decocto. Adicionar 1 colherzinha de café, 3 x ao dia,


misturado no mel, leite ou água. Também pode ser elaborada em farmácia de
manipulação cápsulas gelatinosas de 250 mg, também tomada 3 x ao dia.

Tintura: utilizada para cicatrizar ferimentos, dores articulares,


reumatismo. Fazer o extrato alcoólico a 20% (80% de álcool de cereal + 20%
de folhas) e aplicar no local 3 x ao dia na forma de unguento, compressas ou
fricções. Para cólicas menstruais e intestinais tomar de 40 a 60 gotas

357
diluídas em ½ xícara de água fria (100 ml) antes das refeições até 4 x ao dia.
popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
dor de barriga, diarreia, amenorreia (mentruação desregulada), artrite e
artrose. Tomar 15 gotas 2 x ao dia.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: esta planta demonstra que é o tempo de colher os frutos pela


boa semeadura. É a hora da força da fraternidade, da abundância e do novo
se manifestarem. Traz a força da libertação, conduz as correntes energéticas
para o rumo certo, trabalha a flexibilidade, ponderação e reconciliação. Auxilia
as pessoas a expressarem suas ideias e serem receptivas as alheias. Esta
planta é um elo entre a Terra (físico) e o Céu (espírito) (25). Atua sobre os
chacras base (1º), sacral, (2º), plexo solar (3º) e coronário (7º), nos níveis
emocional e espiritual e tem polaridade feminina. Está ligada aos elementos
terra, água e fogo.

Curiosidades: A. conyzoides L. é nativa da América tropical. É agora


encontrada em todas as áreas quentes e subtropicais do mundo sendo muito
comum na África Ocidental e em algumas partes da Ásia e da América do Sul.
É geralmente encontrada em locais de descarte, campos de arroz, jardins,
cultivos antigos, florestas de baixo crescimento secundário, margens de
florestas, estradas, cursos de água etc., onde há ampla exposição à luz solar
(18). Esta planta tem um odor peculiar que foi comparado ao cheiro de cabras,

dando origem ao nome popular de “goat weed” (erva de cabra). No Brasil tem
vários nomes, como mentrasto, maria-preta, picão-branco, picão-roxo, erva-
de-são-joão, erva-de-são-josé e erva-de-santa-lúcia (33). O nome científico desta
planta deriva do grego, tendo a palavra ageratum a raiz de “ageratos” que
significa “algo que não envelhece ou dura muito”, já a palavra conyzoides vem
de “kónyza” referente a semelhança com uma planta chamada coniza, muito
comum na Grécia. Na África é utilizada em rituais yorubá para proteção
contra agressões, já no Brasil é relacionada a Xangô e Oxum. Em Manipur,
na Índia, a planta inteira é usada tradicionalmente como loção capilar
conhecida como “Cheng-hi”, onde é fervida com água de arroz (232).

358
100 – Mentrusto, mentrus

Família:. Brassicaceae.

Nome científico: Coronopus didymus


(L.) Sm.

Descrição: erva, anual de inver-no,


prostrada, ramificada, medin-do de 20 a
35 cm de comprimento. Folhas compos-
tas (pinatissectas), com segmentos loba-
dos, quase glabros. Flores pequenas, de
coloração creme, dispostas em inflores-
cências racemoras auxilares.

Partes utilizadas: folhas, flores e


sementes ou partes aéreas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como depurativa


do sangue, diurética, expectorante
das vias respiratórias (catarro dos
brônquios e fluidificante do muco), antioxidante, antiescorbútica,
antitussígena, digestiva, antialérgica, antipirética, Hepatoprotetora e
hipoglicemiante (diabetes). Combate escrofulose, afecções gástricas e
urinárias, anemia, afeções pulmonares (bronquite), gripes e resfriados.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas no estômago e dores (pancadas).

Uso externo: utilizada para dores musculares, reumatismo, contusões,


traumatismos, feridas, úlceras externas e bronquite. Em um estudo foi
comprovada a eficácia do extrato hidroalcóolico na redução do
extravasamento vascular, inibição da migração de neutrófilos e
monócitos para o sítio inflamado, como antiedematogênica e
antieritematosa nas doses de 400 e 600 mg/kg, comprovando a eficácia
como anti-inflamatório(42).

Contraindicação: deve-se ter cautela na utilização em excesso por pessoas


com problemas na tireóide e por gestantes e lactantes. Quando se fizer o uso
do mentrusto com um medicamento anticoagulante deve haver
acompanhamento.

359
Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácido ascórbico, ácidos fenólicos (cafeico, cinâ-


mico, clorogênico, elágico, ferúlico e gálico), cumarinas (cumarina, dicuma-
rina, escopoletina e umbeliferona), esteroides, flavonoides (apigenina,
caempferol, catequina, crisoeriol, hesperidina, luteolina, orientina, quercetina
e rutina), polissacarídeos, óleo essencial (ácido hexadecanóico, 1,8-cineol,
isotiocianato de benzila, α-pineno e substâncias sulfuradas), sais minerais e
vitaminas.

Preparo da planta:

Alimentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para problemas no estômago e dores (pancadas). As folhas são
utilizadas na salada apesar do seu sabor ardido.

Cataplasma: utilizado para dores musculares, reumatismo, contusões,


traumatismo, feridas, úlceras externas e bronquite. Amasse em pilão 3
colheres de sopa de folhas, flores e sementes frescas em um pouco de água
até formar uma pasta. Aplique no local e cubra com uma gaze por 2 horas.

Infuso: utilizado como digestivo, estimulante das funções hepáticas,


combate a anemia, diabetes e afeções dos pulmões. Adicione 1 colher de
sopa de folhas, flores e sementes picadas a 1 xícara de chá de água fervente e
abafe. Tomar 1 dose 2 x ao dia antes das principais refeições. Para gripes e
resfriados adicione de 1 a 2 colheres de sobremesa das partes aéreas picadas
a 1 xícara de chá (200 ml) de água fervente e abafe. Após 20 minutos coe e
beba. Tomar 1 dose até 4 x ao dia.

Tintura: utilizada como anti-inflamatória, para edemas, dores musculares,


reumatismo, contusões, traumatismo, feridas, úlceras externas e
bronquite.

Xarope: utilizado como expectorante das vias respiratórias (peitoral,


catarro dos brônquios e fluidificante do muco). Adicione 1 colher de sopa das
folhas, flores e sementes picadas, 2 xícaras de café de açúcar a 1 xícara de
chá de água fervente. Leve ao fogo e mexa até dissolver o açúcar. Tomar 1
colher de sopa 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º) e da garganta (5º), no nível


emocional, tem polaridade feminina e está ligada aos elementos água e éter.

Curiosidades: planta considerada daninha, sendo facilmente encontrada


em jardins, pastagens, hortas e áreas abandonadas. É utilizada também para
temperar aguardentes.(125)

360
101 – Mil-em-rama, camomila-romana, pronto-alívio

Família: Asteraceae

Nome científico: Achillea millefolium


L.

Descrição: erva, perene, rizomatosa,


ereta, aromática, forma touceira, me-
dindo de 30 a 50 cm de altura. Folha
composta, recortadas, pinadas. Flores
brancas dispostas em capítulos em uma
panícula terminal.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: folhas, inflores-


cência ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como adstringente, diurética, anti-inflamatória,


analgésica, ansiolítica, antiespasmódica (câimbras), expectorante,
depurativa do sangue, vasodilatadora e para menopausa. É emenagoga,
hemostática, tônica, vulnerária (varises), hipotensora, hepatoprotetora e
colerética. Combate afecções das vias respiratórias superiores, falta de
apetite (inflorescência), astenia, gases (carminativa), dispepsia leve
(inflorescência), úlceras internas, cálculo renal, diarréia, febre, gripe,
resfriados (estágios iniciais), indisposição, cansaço / fadiga, dor de cabeça,
vômitos, dores reumáticas, ácido úrico (gota), cólicas intestinais,
menstruais e renais, amenorréia, afecções do fígado, bexiga e rins,
escarlatina (complicação da amigdalite / faringite estreptocócica), celulite,
gonorréria, prostatite, malária e dor de dente.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


calmante, para cólica menstrual, cólica infantil, gases, dor de cabeça, diarréia,
dengue, hemorragia (é hemostática), infecção das vias urinárias, enxaqueca,
pressão alta, cansaço, nervosismo, e para dormir (induzir o sono).
361
Uso externo: utilizada como anti-inflamatória, analgésica, antirreumática,
cicatrizante (machucados, feridas e contusões), antisséptica, vulnerária
(varizes), é adstringente para hemorroidas, fissuras anais, para espasmos
dolorosos na região perineal da pelve feminina, para doenças de pele
(sarna, psoríase, eczemas, manchas, úlceras, etc.), dores musculares,
queimaduras, problemas oftalmológicos e queda de cabelo.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


varizes, melhorar a circulação sanguínea e para cicatrizar feridas que não
fecham.

Contraindicações: o uso com medicamentos psicotrópicos e


anticoagulantes deve ser monitorado. Pode causar alergias, dor de cabeça e
vertigem. Não é indicada para gestantes e lactantes pelo efeito emenagogo e
abortivo da tuiona.

Toxicidade: o sumo da planta diretamente em contato com a pele pode


produzir fotossensibilidade.

Constituição química: ácidos fenólicos (cafeico e salicílico), ácidos


graxos (linoleico, oleico e plamítico), açúcares (dextrose, glicose, manitol e
sacarose), alcaloides (aquileína), aminoácidos (alanina, histidina, leucina e
lisina), cumarinas, esteroides (β-sitosterol), flavonoides (apigenina,
artemetina, epigenol, luteolina, luteolol, isorramnetina e rutina),
heterosídeos cianogêgicos (prunasosídeo), lactonas sesquiterpênicas
(germacranolídeos, guaianolídeos, dihidro-parttenolídeo, leucodina, milefina),
mucilagens, óleo essencial (azuleno, borneol, cânfora, β-cariofileno, 1,8-
cineol, linalool, α e β-pinenos, tuiona), princípios amargos, resinas, sais
minerais (fósforo e potássio), saponinas, taninos (condensáveis e
hidrolisáveis), derivados de terpênicos e sesquiterpênicos e vitaminas
(ácidos ascórbico e fólico).

Preparo da planta:

Banho de assento: utilizado para prostratite, hemorroidas e fissuras anais.


Adicionar um infuso bem concentrado a água do banho, que deve durar pelo
menos 15 minutos. Tomar o banho por no mínimo 7 dias seguidos. A
inflorescência é utilizada para espasmos dolorosos na região perineal da
pelve feminina.

Banho para os pés (escalda-pés): popularmente, na região de Visconde de


Mauá esta planta é utilizada para varizes e melhorar a circulação
sanguínea. Adicione 2 colheres de sopa das folhas picadas e 1 colher de sopa
de sal grosso a 1 litro de água fervente em uma bacia e abafe. Quando amornar
coloque os pés.

362
Cataplasma: utilizado para dores reumáticas, gota, cólicas menstruais e
renais. Amassar a planta e aplicar no local por pelo menos 15 minutos, 3
vezes ao dia.

Decocto: utilizado para uso externo para lavar feridas, ulcerações e


hemorroidas. O decocto de suas raízes é utilizado para diarréia, fraqueza e
casaço / fadiga. Adicionar 20 g de raiz a 1 litro de água fervente. Filtrar e
beber durante o dia.

Extrato flúido: 2 a 4 ml 3 x ao dia (1:1 em álcool a 25%).(205)

Extrato seco (5:1): 600 mg 3 x ao dia. (205)

Infuso: utilizado como carminativo (gases), estimulante digestivo e para


cálculo renal. Adiciona-se 1 colher de chá de sua inflorescência picada a 1
xícara de chá de água fervente. Tomar 1 dose duas vezes ao dia. Para febre,
gota, reumatismo, insônia, fígado, estômago, câimbras, varizes, fechar os
poros, pressão alta, menstruação abundante e circulação é recomendado
adicionar 20 g da planta para 1 litro de água fervente. Para falta de apetite,
dispepsia, febre, inflamações e cólicas adicione de 1 a 2 colheres de chá a
1 xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara de 3 a 4 x ao dia.
Tomar de 4 a 5 xícaras de chá por dia. Popularmente, na região de Visconde
de Mauá esta planta é utilizada como calmante e para cólica infantil.
Adicione 1 folha pequena (para criança) ou 2 folhas grandes (para adulto) a 1
xícara de chá de água fervente. Tomar de 3 a 4 x ao dia. Também é utilizada
para cólica menstrual, cólica infantil e gases. Para adulto utiliza 3 folhas
para 1 xícara de chá de água fervente, já para criança somente 2 folhas. Tomar
de 3 a 4 vezes ao dia. Também é utilizada dor de cabeça, gripe, febre, para
hemorragia (é hemostática), e enxaqueca. Adicione 1 ½ colheres de sopa
das folhas picadas para 3 xícaras de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara de
2 a 3 x ao dia. Para pressão alta, nervosismo, para relaxar, dormir e para
cansaço adicone 3 galinhos (folhas e caules) em ½ litro de água fervente e
abafe. Tomar este conteúdo durante o dia. Para infecção das vias urinárias
adicione 4 folhas picadas a 1 litro de água fervente. Tomar este conteúdo
durante e dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores), terra-
363
micina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe (Vernonia
polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1 colher de
chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel na xícara
que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1 dose e o resto
do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve ter todas estas
plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem a mão no
momento da elaboração.

Loção capilar: utilizada para queda de cabelo.

Loção facial: a planta junto com vinagre é utilizada para deixar a pele
aveludada.

Pó: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada como


cicatrizante de feridas que não fecham. Triture a flor seca e aplique no local.

Rapé: as flores são utilizadas como estimulante.

Suco verde: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada como alimento preventivo. Adicione em um liquidificador 1 folha
de couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.), 2 maçãs (Malus x
domestica Borkn.) com casca (sem semente), 1 pedaço de gengibre (Zingiber
officinale), 1 pepino (Cucumis sativus L.) inteiro. Bata e coe. Volte com este
líquido para o liquidificador e acrescente 1 folha de chicória (Cichorium intybus
L.), 1 folha de bálsamo (Sedum dendroideum), 1 folha de mil-em-rama (Achillea
millefolium), 1 folha de hortelã-de-panela (Mentha x villosa) ou outra
disponível, 1 folha de salsinha (Petroselium crispum (Mill.) Nym), 1 folha de
funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare), 2 folhas de capim-limão
(Cymbopogon citratus), 2 folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), 15 folhas
de poejo (Mentha pulegium) e 2 folhas de trapoeraba (Tripogandra diuretica ou
Commelina ssp.). Bata tudo de novo, coe e beba.

Suco: utiliza-se a planta fresca. Tomar 50cc de 1 a 3 x ao dia.(205)

Sumo: utilizado para ferimentos e ulcerações.

Tintura: utilizada para gases intestinais. Ingerir 5 ml de tintura diluída em


½ copo de água. Tomar 3 x ao dia entre as refeições. Também é indicada como
estimular a digestão, distúrbios gástricos, para inflamações e para
câimbras. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é
utilizada para dor de cabeça, gripe, febre, para hemorragia (é
hemostática), e enxaqueca. Tomar 30 gotas de 1 a 3 x ao dia.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.
364
Vinho: adicione 50 g da planta para 1 litro de vinho branco. Deixe curtir por
10 dias. Tomar 1 calice pequeno 3 x ao dia.

Xampu e tônico capilar: 2 a 5% do extrato glicólico.

Xarope: prepara-se com 5% do extrato flúido. Tomar de 20 a 50 g ao dia.

Fitoconexão: esta planta é indicada para pessoas que estão passando por
um grande período de mudança, exigindo maleabilidade psicológica e
espiritual. Útil para acabar com vícios em geral, para separações e perda de
emprego. Esta erva fortalece a aura. É boa para pessoas sensíveis ao ambiente
ao redor, e à influência de terceiros, que se sentem sugados depois de
entrarem em certos lugares ou uma simples conversa com alguém. Liberta de
energias negativas, vampirismo, encantamentos. Esta essência nos estimula
a liberamos o que temos de melhor, nossa criatividade, nosso lado único. É
indicado para pessoas que não se sentem encaixadas na estrutura social.
Proporciona a canalização de registros Akáshicos para beneficiar a
humanidade. Faz com que nossa vontade (Eu inferior) se alinhe com a do Eu
Superior, que nosso Dharma se cumpra. Desenvolve em nós a aceitação,
humildade, adaptabilidade, constância e a capacidade de recomeçar(225). Atua
sobre os chacras do terceiro olho (6º) e coronário (7º), nos níveis mental e
espiritual e tem polaridade masculina.

Curiosidades: o nome Achillea vem do latim, e foi em homenagem a Aquiles


(herói grego) que utilizou suas folhas, por indicação do Centauro Quiron, em
uma batalha para curar o rei Telefo, já millefolium significa “mil-folhas” e
refere-se ao grande número de folhas (folíolos) que a planta possui. Na China
há mais de 3.000 anos utilizavam 50 varetas da planta num método
divinatório chamado Che Pu. Também neste país, seus talos secos sem folhas
eram utilizados para consultar o I Ching. Os Celtas a utilizavam em rituais
religiosos.

365
102 – Milho

Família: Poaceae.

Nome científico: Zea mays L.

Descrição: erva, anual, ereta, não


ramificada e não entouceirada, caule
cilíndrico, nodoso, medindo de 1,5 a 2,5
m de altura. Folhas simples, alternas,
lanceoladas, invaginantes, cartáceas,
levemente pubescentes, medindo de 30
a 60 cm de comprimento. Inflorescência
masculina em panícula terminal e
femininas em espiga axilar com longos
estames avermelhados.

O milho é recomendado pela Organi-


zação Mundial de Saúde (OMS) como
sendo uma planta medicinal comul-
mente utilizada (2010).

Partes utilizadas: cabelos (estigmas


e estiletes) da espiga.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética, emoliente, hipoglicemiante (baixa os


níveis de açúcar no sangue), anti-inflamatória, cicatrizante. Ajuda com a
fístula de dente, previne e combate cálculos renais, estimula o fluxo biliar
(colagoga) e melhora as dores na micção na cistite (inflamação na bexiga).
Combate infecção urinária, cólicas renais, tensão pré-mentrual (TPM),
úlceras, nefrites, febre, problemas cardíacos, oligúria (aumenta a micção),
diabetes, albuminúria (perda da proteína albumina através da urina), elimina
ácido úrico (gota) e fosfato e abaixa a pressão arterial. É boa para edemas,
hiperplasia benigna da próstata, atua na diminuição da atividade da tireoide
e como moderadora do metabolismo. Tem ação analgésica devido à presença
de dextrose no açúcar da planta.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada


para infecção urinária, como diurética, para problemas nos rins e como anti-
inflamatória (cabelo do milho).

366
Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicações: o uso por longos períodos pode provocar hipocalemia


(falta de potássio) devido sua atividade diurética. Grávidas e lactantes não
devem fazer o uso do milho pois estimula contração uterina. O uso
concomitante com medicamentos diuréticos, hipoglicemiantes, hipotensores,
e cardiotônicos deve ser monitorado. Deve ser utilizado com cautela por
pacientes com insuficiência renal e cardiopatas. Pode provocar dermatite de
contato e urticária.

Toxicidade: o milho possui um princípio ativo tóxico não identificado até o


momento, portanto deve-se evitar o uso em excesso.

Constituição química: ácidos fenólicos (salicílico), ácidos graxos


(linoleico, oleico e pantotênico), açúcares redutores, alcaloides, amido,
antocianidinas, compostos nitrogenados (alantoína e betaína), fermento,
fitosteroides (estigmasterol e β-sitosterol), flavonóides (apiferol, apigenina,
crisoeriol, luteoforol, maisina (majoritária), maisin-3-metil éster e rutina),
óleo essencial (carvacrol, mentol, α-terpineol e timol), pigmentos (carote-
noides - criptoxantina), polifenóis, polissacarídeos (gomas, mucilagens e
pentosanas), resinas, sais minerais (Ca, Fe, Mg, K e Na), saponinas, taninos
e vitaminas (C e K).

Preparo da planta:

Cataplasma: utilizado para inflamação da bexiga e rins. Em Cuba é


utilizada para contusões e fraturas(205).

Decocto: utilizado para litíase renal (pedra nos rins). Adicione 1 colher de
sopa dos estigmas rasurados em ½ litro de água e deixe ferver por 2 minutos.
Após este período, coar e beber 125 ml. Tomar esta dose 4 x ao dia durante
60 dias. Mantenha o restante do líquido na geladeira por no máximo 24 h.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada
para como diurética, para problemas nos rins e como anti-inflamatória.
Adicione 1 ½ colher de sopa do cabelo do milho a 3 xícaras de água e deixe
ferver por 3 minutos e abafe. Tomar de 2 a 3 xícaras ao dia.

Infuso: utilizado como diurética, emoliente, hipoglicêmica (baixa os níveis


de açúcar no sangue), estimula o fluxo biliar (previne a formação de
cálculos renais), combate a infecção urinária, cólicas renais, cistites e
nefrites, febre, problemas cardíacos, gota e inflamação na bexiga.
Adicione 2 colheres de sopa do cabelo do milho (estigmas) picado a ½ litro de
água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Pode ser tomado a vontade
durante todo o dia até as 17:00h. Tomar por 15 dias. Popularmente, na região
de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para infecção urinária. Adicione

367
1 colher de sopa do cabelo do milho picado a ½ litro de água fervente e abafe.
Tomar este conteúdo durante o dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


também é utilizada como diurética, para inflamação na bexiga e nos rins e
para dor na urina. Em uma panela adicione 3 xícaras de chá de água (300
ml), 1 folha de cavalinha (Equisetum hyemale) e ferva por 5 minutos. Logo
após acrescente 1 folha picada de caninha-do-brejo (Costus spicatus), 1 colher
de chá da planta inteira de quebra-pedra (Phyllanthus niruri), 1 colher de sopa
do cabelo (estigma) do milho (Zea mays), 1 colher de sopa de chapéu-de-couro
(Echinodorus grandiflorus) e deixe ferver por mais 3 minutos. Tomar 1 xícara
3 x ao dia.

Tintura: (1:5) em etanol a 25%. Tomar de 5 a 25 ml, 3 x ao dia. (205)

Tintura composta: utilizada para hipertensão arterial quando apresenta


sintomas de excesso de calor. Faça uma mistura de 150 ml da tintura do
estigma do milho e 150 ml da tintura das folhas de colônia (Alpinia speciosa).
Tomar 5 ml dissolvido em um pouco de água 3 x ao dia. Para tensão pré-
mentrual (TPM) misture 30 ml da tintura do estigma do milho com 30 ml da
tintura da cavalinha (Equisetum hyemale). Tomar 40 gotas diluídas em um
pouco de água 3 x ao dia.

Xarope: utilizada para os mesmos fins do infuso. Tomar de 8 a 15 ml por dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra coronário (7º), nos níveis espiritual e


emocional e tem polaridade feminina.

Curiosidades: o nome do gênero Zea deriva do grego, já o epíteto mays vem


de uma palavra mexicana, mahiz para denominar “milho”(205). É uma planta
originária da América Central, principalmente do México. Os nativos da
América consideravam o milho um dom do deus Hiawatha. Em sítios pré-
históricos do Novo México (EUA) foram encontrados restos do vegetal com
7.500 anos, confirmando o seu uso milenar. É um dos alimentos base de todo
o planeta, junto com arroz e trigo.

368
103 – Mirra

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Tetradenia riparia


(Hochst.) Codd

Descrição: arbusto, ramificado, com


odor forte e agradável, medindo de 1 a 3
metros de altura. Folha simples, oposta,
com pecíolo longo, ovada ou arredon-
dada, rugosa, glandular-pubescente em
ambas as faces, margem crenada ou
denteada. Flores brancas ou rosadas em
panícula terminal.

Partes utilizadas: folhas e resina.

Indicações:

Uso interno: utilizada para problemas


respiratórios, tosse, dor de cabeça, dor
de estômago, como espasmolítica e antibacteriana (inibe Staphylococcus
aureus, Mycobacterium smegmatis e Bacillus subtilis). Combate diarréia,
hidropisia, angina (peito), febre, malária, dengue e dor de dente. A resina
auxilia no tratamento de aftas, gengivite, faringite e congestão pulmonar.

Uso externo: utilizada no combate dor de cabeça, como antisséptica, anti-


fúngica (Microsporum canis e Trichophyton mentagrophytes) e repelente de
insetos (Anopheles gambiae, moderadamente em Plasmodium falciparum e
Aedes aegypti). A resina auxilia em ferimentos, escoriações, acne, hemor-
roidas e no tratamento de dislipidemia. É também anti-inflamatória.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


como anti-inflamatória.

Contraindicações: quando associado a medicamentos hipoglicemiantes,


como insulina e anticoncepcionais deve-se fazer o monitoramento. Não deve
ser usado por gestantes e lactantes.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

369
Constituição química: folha: cumarinas (α-pironas), diterpeno (ibozol),
óleo essencial (alfaterpineol, fenchona, álcool beta-fenchílico, beta-cario-
fileno e álcool perílico) e tetradenolídios. Resina: esteróides (campesterol, β-
sitosterol), polissacarídeos, óleo essencial (álcool culmínico, cinamaldeído,
candineno, meta-cresol, cuminaldeído, eugenol, heraboleno, linoleno e
pineno), triterpenos pentacíclicos (α-amirina e derivados).

Preparo da planta:

Infuso: utilizado para problemas respiratórios, tosse, dor de cabeça, dor


de estômago, diarreia, hidropisia, angina (peito), febre, malária e dengue.

Compressa: o extrato é utilizado para dor de cabeça, dor de dente e como


antisséptica.

Gargarejo e bochecho: utilizado para aftas, gengivite e faringite. Adicione


de 20 a 30 gotas de tintura em ½ xícara de água fria (100 ml). Fazer o gargarejo
ou bochecho sem engolir o líquido 6 x ao dia.

Garrafada: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é


utilizada para pancadas, torções, como anti-inflamatória (também artrite
e artrose), para desinfecção, mordidas de bichos. Adicione tudo picado em
2 litros de álcool (98,2º) 1 folha de fumo (Nicotina tabacum L.), 2 galhos de
folhas de arnica-de-jardim (Solidago chilensis), 2 folhas de erva-baleeira
(Varronia curassavica), 1 colher de sopa de flores de camomila (Chamomilla
recutita), 1 colher de sopa de flores de calêndula (Calendula officinalis), 2
folhas de bálsamo (Sedum dendroideum), 7 ramos de lavanda (Lavandula
dentata), 50 cm da folha de babosa (Aloe vera) sem espinhos, 1 parte aérea
(folhas e galhos) de mentrasto (Ageratum conizoides), 1 folha de confrei
(Symphytum officinale), 2 folhas de maravilha-curativa (Mirabilis jalapa), 2 a
3 folhas de mirra (Tetradenia riparia), 1 colher de sopa das folhas de guiné
(Petiveria alliacea), 1 haste grande de cavalinha (Equisetum hyemale), 8 folhas
de terramicina (Alternanthera brasiliana) e 1 caroço de abacate (Persea ame-
ricana) ralado. Deixe macerar por 30 dias e depois coloque um pouco deste
álcool na água (para diluir), molhe um pano limpo e aplique no local afetado.

Óleo de massagem: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta


planta é utilizada como anti-inflamatória. Em uma panela em banho-maria
adicione 2 xícaras de chá de um óleo base (como de sementes de uva), 2
colheres de sopa das folhas de mirra. Deixe 1 hora em fogo baixo (sem tampa).
Após esfriar coe em pano limpo e aplique no local. Também pode ser
acrescentado ao óleo menta (Mentha spp.), calêndula (Calendula officinalis),
Camomila (Chamomilla recutita) ou eucalipto (Eucalyptus spp.) para melhorar
o poder anti-inflamatório.

370
Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é
utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da base (1º), no nível físico, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento terra.

Curiosidades: planta de origem africana, que em seu país pode ter porte
arbóreo. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
também para fazer incenso e em um conjunto de ervas para defumação /
limpeza de ambiente. Este é preparado em bastão ou através da queima das
ervas secas e picadas em uma vasilha com um pedaço de carvão em brasa.
Na composição vai arruda (Ruta graveolens), malva (Pelargonium graveolens),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), eucalipto (Eucalyptus citriodora),
citronela ((Cymbopogon winterianus), capim-cheiroso / vetiver (Chrysopogon
zizanioides (L.) Roberty), lavanda (Lavandula dentata), mirra (Tetradenia
riparia), patchouli (Pogostemon clabin) e alecrim (Rosmarinus officnialis).

371
104 – Mulungu

Família: Fabaceae - Faboideae

Nome científico: Erythrina speciosa


Andrews

Descrição: Arvore, medindo de 3 a 4


m de altura, tronco aculeado, ramo gla-
brescente, lenticelado e aculeado. Folha
composta, trifoliolada, que caduca no
período reprodutivo, apresenta estípula
caduca e estipela glanduliforme. Pecíolo
medindo de 6 a 7 cm. A nervura prin-
cipal dos folíolos apresenta acúleos. Os
folíolos laterais são assimétricos e o
folíolo terminal vai de ovado a romboidal
medindo de 6 a 12 cm de comprimento
por 8 a 11 cm de largura, com a base
obtusa a subtruncada, com ápice agu-
do, concolor com ambas as faces velu-
tinas. Inflorecência rcemosa termi-nal
medindo de 18-21 cm. Flores com corola
vermelha com o vexilo estreitamente elíptico, medindo de 5 a 7 cm de
comprimento. Fruto em forma de legume medindo de 17 a 19 cm de
comprimento por 1,1 a 1,2 cm de largura.

Partes utilizadas: folhas e casca do caule.

Indicações:

Uso interno: utilizada como analgésica, anti-inflamatória, antibacteriana,


ansiolítica, para tensão nervosa, como calmante suave, sedativa,
hipnótica, hipotensora. Combate insônia, estresse, palpitações, afecções
hepáticas (hepatite), afecções do baço, asma, bronquite e diabetes. Um estudo
menciona que alguns autores tiveram resultados positivos na utilização do
extrato hidroalcoólico do caule na concentração inibitória mínima (CIM) de
500 μg/mL no controle de Staphylococcus aureus e de 250 μg/mL para
Baccilus subtilis(94). Testes do extrato etanólico das folhas da E. speciosa foram
bem-sucedidos também no combate ao Tripanosoma cruzi.(94, 238)

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada no


combate à insônia, ansiedade, como sedativa, analgésica e anti-inflamatória.

372
Uso externo: utilizada para dores reumáticas e musculares.

Contraindicações: quando estiver usando o mulungu com medicamentos


antihistamínicos. bloqueadores, hipoglice-miantes, psicotrópicos e insulina
deve haver o monitoramento. Gestantes e lactantes não devem fazer o uso
desta planta. Não deve ser também utilizada a Erythira spp. por pesoas que
tenham insuficiência cardíaca ou arritmia.

Toxicidade: não se deve fazer o uso das sementes de qualquer espécie de


mulungu por serem tóxicas.(94)

Constituição química: alcaloides tetraclínicos (eritrina, erisotrina o seu


N-óxido, eritrartina e o seu N-óxido, eritralina, erisodina, erisovina e
erisopina, erisonina, erisolina, erisotina e eritratidina), fenólicos prenilados
(faseolifina), fitosteróides (estigmasterol e β-sitosterol), flavonoides (alpinu-
misoflavona, derrona, flaveolina e homohesperitina) e triterpenos penta-
cíclicos (eritrodiol e lupeol).

Preparo da planta:

Decocto: utilizado para nervosismo, agitação nervosa e insônia. Adicione


de 2 a 3 colheres de sobremesa da casca picada a 1 xícara de chá e deixe
ferver por 20 minutos. Tomar uma dose de 2 a 3 x ao dia.

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para ansiedade, como sedativa, como analgésica e anti-
inflamatória. Tomar 25 gotas diluídas em um pouco de água 3 x ao dia. Para
insônia tomar 35 gotas 1 hora antes de dormir.

Fitoconexão: esta planta estimula a movimento, o funcionamento e


aquecimento do corpo. É estimulante, traz atitude, entusiasmo, gera ação.
Atua sobre o chacra do coração (4º), tem polaridade masculina (95), no nível
emocional e está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: O nome genérico Erythrina vem do grego erythros, que


significa vermelho, em decorrência da cor das flores, já o nome popular
mulungu vem do tupi muru’gu. As folhas do mulungu quando maceradas, são
empregadas como corantes por possuírem uma tinta amarela-avermelhada,
utilizada no tingimento de panos(94). Este gênero também é considerado
inseticida e como veneno para peixes.(125)

373
105 – Negamina, negramina

Família: Siparunaceae.

Nome científico: Siparuna brasilien-


sis (Spreng.) A.DC.

Descrição: arbusto, ereto, medindo de


1,3 a 7 metros de altura, com forte odor
em toda a planta (cheiro cítrico) com
ramos ferrugíneos. Folha simples,
opostas, elípticas a obovadas,
pubescentes, com nervuras secundárias
aparentes, medindo de 8 a 19 cm de
comprimento, de margem denticulada a
serriada. Inflorescência cimosa com
flores dióicas, de coloração amarelo-
esverdeada, dispostas em inflores-
cências axilares. Frutos em forma de
cápsulas elipsoides deiscentes, de
coloração verde-amarronzada ou verde-
avermelhada.

Esta planta é descrita como tendo as mesmas propriedades


fitoterápicas que a espécie Siparuna guianensis Aubl., o que também será
seguido aqui(87C).

Partes utilizadas: folhas, casca, raízes ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como carminativa (gases), aromática, abortiva, anti-


inflamatória, estimulante, febrífuga, antidispéptica, diurética, hipotensiva
(diminui a pressão), refrescante, depurativa do sangue e antirreumática.
Combate dor de cabeça, gripe, resfriado, tosse, bronquite, laringite,
ansiedade, dor de dente, sinusite, problemas no útero e ácido úrico (gota).

Uso externo: utilizada para espasmos musculares, dor de cabeça, icterícia,


sarampo, coceira, hemorroidas, reumatismo, artrite, dores nos membros, dor
na coluna e edemas. É vulnerária, anti-inflamatória, ajuda no parto e no
combate a queda de cabelo.

374
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada no
combate à queda de cabelo e dor de cabeça.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: é abortiva.

Constituição química: ácidos graxos, alcaloides (N-metil-lauroteanina e


liriodenina), esteróides (estigmasterol, β-sitosterol, flavonol 3,7,4’-trimetox-
canferol), flavonoides (tilirosídeo), mucilagens, óleos essenciais e taninos.

Preparo da planta:

Banho: utilizado para espasmos musculares, dor de cabeça, gripe e banho


durante o parto. A planta inteira também é utilizada para reumatismo.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada no
combate a queda de cabelo e dor de cabeça. Primeiro faça um decocto.
Pegue um chumaço das folhas picadas (cerca de 50 a 100 g) e adicione em 1
litro de água e deixe ferver por 40 minutos até sair a tintura. Após amornar
ou esfriar aplicar na cabeça.

Cataplasma: as folhas moídas com sal são utilizadas como anti-


inflamatória. A planta inteira também é utilizada para reumatismo.

Compressa: a planta inteira também é utilizada para reumatismo.

Decocto: as folhas com sal são utilizadas como hipotensiva, já as folhas


junto com a casca (do caule) são usadas como refrescante, febrífuga e para
gripe. A planta inteira também é utilizada como anti-inflamatória,
carminativa, estimulante, para dor de cabeça, gripe, resfriado e
reumatismo.

Infuso: as folhas são utilizadas como estimulante, febrífuga e abortiva. O


chá quente das folhas ou raízes com açúcar ou sal também é utilizado como
anti-inflamatório, já o chá frio de toda a planta é usado para dor de cabeça,
reumatismo e gripe.

Tintura: utilizada para edemas e como vulnerária.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da garganta (5º), no nível espiritual, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento éter.

Curiosidades: é nativa do Cerrado e da Mata Atlântica, e neste último bioma


é encontrada nos quatro estados. No sul do estado do Rio de Janeiro, é
encontrada tanto na floreta ombrófila densa como na semidecídua, nas
montanhas e no vale do Paraíba.

375
1
106 – Ora-pro-nobis

Família: Cactaceae.

Nome científico: Pereskia aculeata


Mill.

Descrição: arbusto, semi-escandente,


com espinhos. Folha simples, alterna,
elíptica, quase séssil, glabra, carnosa,
peni-nérvea, sendo a nervura principal
aparente, de margem inteira, me-dindo
cerca de 7 cm de compri-mento por 3 cm
de largura. Flores amarelas-alaranjadas,
brancas ou rosadas (as fotos das flores
ao lado foram tiradas na mesma planta,
mas em momentos diferentes), medin-do
de 2,5 a 4,5 cm de diâmetro, dispostas
em panículas terminais. Fruto é
carnoso, globoso, pomáceo e tipo
cactídio e podem apresentar formato
arredondado, oval ou piriforme. A
coloração pode ser verde-amarelado,
amarelo-alaranjado ou avermelhado e
apresentar acúleos e pelos exteriores, que podem desaparecer quando
maduros.

Partes utilizadas: folhas cruas ou cozidas.

Indicações:

Uso interno: as folhas são utilizadas na desnutrição, anemia ferropriva,


como emoliente (pela grande quantidade de mucilagem), estimulante
imunológico, no combate a arteriosclerose, osteoporose, câncer, úlceras,
constipação intestinal e inflamações (os quatro últimos pela presença do β-
sitosterol), já o fruto atua como expectorante e antissifilítico. Em dois
estudos foi comprovada a eficiência das folhas como antioxidante (177, 249), já
em um outro foi comprovada a mesma atividade para os frutos e folhas (244).
Nesse último, o extrato bruto cetônico e sua fração hexano das folhas também
foram eficazes na atividade hemolítica na concentração de 1.000 μg/mL.
Em um outro estudo foi comprovada a ação antinociceptiva e analgésica in
vivo do extrato hidrometanólico através do sistema nervoso periférico e central
e a atividade antitumoral para células das linhagens MCF-7 e HL60

376
(leucemia promielocítica humana e adenocarcinoma mamário humano) as
quais inibiram entre 25% e 30% a proliferação celular sem ação contra células
sadias. (175)

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada no


combate à desnutrição, anemia e como alimento preventivo.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, anti-inflamatória, para


queimaduras e erupções cutâneas (acne). Em um estudo foi comprovada a
ação cicatrizante in vivo (em ratos) com a utilização de seu extrato na
elaboração de uma pomada.(24)

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: o teor de nitrato encontrado nas folhas não é suficiente para


causar danos tóxicos à saúde humana, entretanto indica que sejam realizados
mais estudos para verificar a toxocidade da planta.(244)

Constituição química: ácido galacturânico, aminoácidos (ácido


aspártico, ácido glutâmico, alanina, arginina, betaína, cistina, fenilalanina,
glicina, histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, prolina, serina,
tirosina, treonina, triptofano (precursor da serotonina) e valina), alcaloides,
antraquinonas, antronas, arabinose, biopolímero (arabinogalactano),
carboidratos, carotenoides (α e β-caroteno, licopeno e luteína), compostos
indólicos, cumarinas, esteroides (estigmasterol e β-sitosterol), fenóis
(acetato de etila), fibras, flavonoides, frutose (frutos), galactose, glicose
(frutos), lipídios, polissacarídeos (ácido galactopiranosil urônico,
arabinofuranose, arabinopiranose, galactopiranose, glicopiranose,
raminopiranose), pigmentos (betacianina flavonóis, isobetanina e
filocactina), sacarose (frutos), sais minerais (N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Mn, Cu,
Zn e B), taninos (condensados e hidrolisáveis) e vitaminas (A, B9 E C). Em
um estudo foi comprovado o alto valor proteico (14%), de fibras e
minerais(216). Já em outro no estudo(177) foi encontrado valores acima do que
o autor anterior. Em pleno sol obteve-se 15,2% de proteína nas folhas, a meia
sombra 15,8% e totalmente na sombra 26,5%, já as cinzas (minerais) variaram
de 18,8% a 32,5%. O teor de fibra variou de 44,7% (totalmente na sombra) a
70,0% (meia sombra). Os fenóis totais, responsaéveis pela ação antioxidante
foi 2,3 x maior nas plantas a plemo sol do que as sombreadas(177). Em um
terceiro estudo é citado um grupo de autores que encontraram um percentual
ainda maior que o trabalho que acabo de mencionar, foi de 28,99 g de
proteínas para cada 100g de folhas. (244)

Preparo da planta:

Alimentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada crua em saladas ou cozida para desnutrição e anemia.

377
Pomada: utilizada para cicatrização. Adicione de 2 a 5% do extrato
hidroalcoólico a uma base e homogenize.(24)

Suco verde: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada como alimento preventivo. Adicione em um liquidificador 1 folha
de couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.), 2 maçãs (Malus x
domestica Borkn.) com casca (sem semente), 1 pedaço de gengibre (Zingiber
officinale), 1 pepino (Cucumis sativus L.) inteiro. Bata e coe. Volte com este
líquido para o liquidificador e acrescente 1 folha de chicória (Cichorium intybus
L.), 1 folha de bálsamo (Sedum dendroideum), 1 folha de mil-em-rama (Achillea
millefolium), 1 folha de hortelã-de-panela (Mentha x villosa) ou outra
disponível, 1 folha de salsinha (Petroselium crispum (Mill.) Nym), 1 folha de
funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare), 2 folhas de capim-limão
(Cymbopogon citratus), 2 folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), 15 folhas
de poejo (Mentha pulegium) e 2 folhas de trapoeraba (Tripogandra diuretica ou
Commelina ssp.). Bata tudo de novo, coe e beba.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: atua sobre os chacras da base (1º) e da garganta (5º), no nível


físico e espiritual, tem polaridade feminina e está ligada aos elementos terra e
éter.

Curiosidades: o nome popular ora-pro-nobis é de origem latina, que


significa “rogai por nós” (150). Em Cuba é chamada de grosellero ou ramo de
novia, no México de huganvilla blanca, na Venezuela de guamacho e no
Suriname de bladappel (175). Em nosso país esta planta é tradicionalmente
utilizada na culinária mineira, principalmente nas regiões antigas
mineradoras. Devido ao seu alto potencial proteico esta planta é conhecida
também no Brasil como “carne de pobre”, além de possuir elevado teor de ferro
podendo ser utilizada como complementação na alimentação humana e
animal(102). É considerada uma PANC (Planta Alimentícia Não Convencional)
podendo ser usada em várias preparações, como farinhas, saladas, refogados,
tortas e massas alimentícias como o macarrão. (150)

378
2
107 - Ora-pro-nobis , seriguela

Família: Basellaceae.

Nome científico: Anredera cordifolia


(Ten.) Steenis

Descrição: trepadeira, perene, de cau-


le herbáceo e raízes tube-rosas. Folhas
simples, alternas, um pouco carnosa, de
coloração verde-clara, com a apresenta
tubérculos aéreos (caulinares) que po-
dem ter coloração verde a marrom-claro.
Flores, pequenas, brancas e aromáticas
que se apresentam em forma de espiga.

Partes utilizadas: folhas, caule e


raízes.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anti-


inflamatória, analgésica, antioxidan-
te, anti-histamínica, rubefaciente, estimulante do Sistema Nervoso
Central (SNC). Em um estudo foi comprovada a eficiência como
antioxidante(249).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


fortificante dos ossos, para diabetes e como depurativa do sangue.

Uso externo: no México é utilizada para picadas de mosquitos, aranhas,


animais peçonhentos, feridas, acne, como antimicrobiana, no tratamento
pós-parto, como antisséptica, antifúngica. Em um estudo foi comprovada a
eficiência da planta como anti-inflamatória para picada de aranha violinista
(Loxoscelis apachea) em ratos (in vivo).(91)

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: esta espécie não possui toxicidade ou efeitos mutagênicos,


podendo ser utilizada como hortaliça.(150)

Constituição química: ácido hexadecanoico 4-nitrofenil éster, ácido


oleanólico, aminoácidos (arginina, isoleucina, leucina, lisina, treonina e
379
triptofano), benzaldehído, benzofenona, chanconas, ciclohexiletilamina,
cumarinas (7-hidroxiy-3(1;1-dimetil propi-2-enyl)coumarina), 3-dimetil-1-
butanamina, dextroanfetamina, diter-peno (bacchotricuneatin c) esteóides,
fenóis, flavonoides (β-caroteno), lipídios, proteínas, saponinas esteroidais,
sais minerais (N, P, K, Ca, Mg, S, Fe, Mn, Cu, Zn e B), taninos e terpenoide
(Biciclo (2,2,1) heptan-2-ona, 1,7,7, trimetyl (1s)), 3.7.11-trimetil-2,6,10-
dodecatrien-1-ol, triterpenos, vitaminas (A e C).

Preparo da planta:

Alimentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada na culinária como fortificante dos ossos, para diabetes e como
depurativa do sangue. Prepare cerca de 15 folhas cruas ou refogadas e faça
a ingestão nas refeições.

Banho: utilizada no México no tratamento pós-parto.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da base (1º), no nível físico, tem


polaridade masculina e está ligada aos elementos terra.

Curiosidades: o gênero Anredera distribui-se desde a Flórida e Texas nos


E.U.A. até a América do Sul e nas Antilhas. No México esta planta é conhecida
como “Juan Mecate” e também é utilizada como PANC (Planta Alimentícia Não
convencional)(91). No Brasil também recebe o nome de bertalha, espinafre-
tropical, espinafre-indiano, folha-tartaruga e é utilizada na alimentação como
refogado ou na sopa, da mesma maneira que o espinafre.(150)

380
108 – Orégano

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Origanum vulgare L.

Descrição: erva, perene, aro-mática,


com as hastes as vezes arroxeadas,
medindo de 30 a 50 com de altura.
Folha simple, oposta, cruzada, ovada,
pilosa na face inferior, medindo de 1 a 2
cm de comprimento. Flores esbranqui-
çadas, rosadas ou violáceas, reunidas
em inflorescências em panículas ter-
minais.

Partes utilizadas: folhas, galhos e


flores.

Indicações:

Uso interno: utilizada como


estimulante do sistema nervoso,
estimulante da excreção estomacal, analgésica potente, espasmolítica,
sudorífica, tônica, aperitiva, estimulante da atividade uterina e
expectorante. É excitante sexual, vulnerária, antiespasmódica, parasiticida
e anti-bacteriana (Salmonella spp. – óleo essencial). Combate gripe,
resfriados, bronquite, asma, indigestão, gases, distúrbios estomacais, cólicas
menstruais, cólica de recém-nascidos e dores reumáticas. Em um estudo o
ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo e anti-inflamatório
agudo e crônico in vivo (212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


má digestão.

Uso externo: utilizada para torcicolo, problemas de pele, como antisséptica e


escurecedora do cabelo.

Contraindicações: não deve ser utilizada por gestantes devido ao seu efeito
emenagogo e abortivo. Pode provocar reações de hipersensibilidade cruzada
em pessoas com sensibilidade a plantas da mesma família botânica, podendo
provocar prurido, edema facial, disfagia, disfonia e apneia. Quando estiver

381
utilizando suplementos com ferro (Fe) deve-se utilizar a planta com intervalo
de pelo menos 2 horas, pois a erva reduz a absorção do mineral.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos fenólicos (rosmarínico), ácidos orgânicos,


compostos sesquiterpênicos (cariofileno, bisaboleno), flavonoides,
hidrocarbonetos monoterpênicos (limineno, α e β-pineno, p-cimeno). óleo
essencial (fenóis, carvacrol, borneol, cineol, terpineol, terpineno e timol),
princípios amargos, resinas, sais minerais e taninos.

Preparo da planta:

Infuso: utilizado para gripe, resfriados, indigestão, gases, distúrbios


estomacais, cólicas menstruais. Adicionar 2 colheres de sopa de folhas
picadas em 1 litro de água fervente. Tomar 2 a 3 xícaras ao dia. Popularmente,
na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para má digestão.
Adicione 3 galhos picados para ½ litro de água de água fervente e abafe. Após
alguns minutos beba. Tomar 1 xícara de chá de 3 a 4 x ao dia.

Decocto: utilizado para os mesmos fins do infuso.

Compressa: utilizada para torcicolo. Encher uma pequena almofada com as


flores frescas, brevemente aquecida, e aplicar no local.

Tintura: 1 a 4 ml ao dia.

Vinho: utilizado como aperitiva, béquica, digestiva, contra bronquite,


asma, artrite e dores musculares. Macerar 50 g de sua inflorescência para
cada litro de vinho. Deixar macerando por 10 dias.

Fitoconexão: esta planta ajuda a estruturar a casa, o convívio, a criar


raízes. É boa para criar projetos duradouros e concretos, nos estimula a
honrarmos nossos acordos e promessas. Atua sobre o chacra da base (1º), no
nível físico, tem polaridade feminina(95). Está ligada ao elemento terra.

Curiosidades: originária do Mediterrâneo, de encostas ensolaradas, o que


deu origem ao seu nome, que é proveniente da palavra oras que significa
“montanha” e ganos vem de “esplendor”. Foi introduzida no Brasil pela
colônia italiana, sendo utilizada como tempero para “pizza”. É também
utilizado como aromatizante, e pode ser colocado no armário e gavetas para
perfumar e repelir insetos. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada como tempero para pizza, molho de tomate e no sal com
ervas onde vai alecrim (Rosmarinus officnalis), manjericão (Ocimum bacilicum),
manjerona (Origanum manjerona L.), tomilho (Thymus vulgaris) e orégano
(Origanum vulgare) em 500 g de sal e um pouco de azeite de oliva.

382
109 – Pata-de-vaca

Família: Fabaceae.

Nome científico: Bauhinia cheilantha


(Bong.) Steud.

Descrição: árvore, peque-na, de caule


duro. Folha simples, al-terna, composta
por 2 folíolos unidos pela base (fendida),
com lóbulos arredondados com estrias
mais claras. Flor branca, vistosa com 5
pétalas.

Partes utilizadas: casca do caule,


folhas e raizes.

Indicações:

Uso interno: utilizada como hipo-


glicemiante, hipolipidêmica, hipoten-
sora, anti-inflamatória, hemostática,
expectorante, antioxidante, antidia-
bética, antinociceptiva, tônica, depurativa, sedativa e antiparasitária.
Combate distúrbios digestivos (dispepsia), asma, tosse, gripe, dores em
geral (inclusive de coluna, cabeça e rins), trata ardência na uretra (infecção
urinária), impotência, nervosismo, pressão alta, reumatismo e artrite.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


diabetes.

Uso externo: em um estudo o extrato do caule da B. cheilantha eliminou


100% das larvas de Aedes Aegpti (na concentração de 500 μg.mL-1) e as
raízes eliminaram 24% dos ovos do molusco Biompharia glabrata (caramujo
hospedeiro da esquistossomose).(128)

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: em um estudo o extrato do caule da B. cheilantha eliminou 50


% das larvas de Artemia salina (larva do camarão – bioindicador de toxicidade),
as folhas 61% e a raiz 100%, demonstrando atividade citotóxica na
concentração de 1.000 μg.mL-1. (128)

383
Constituição química: açúcares redutores, alcaloides, antraquinonas,
antronas, esteroides livres, fenóis (caule e flores), fenilpropanóides,
flavonoides (flavonas, flavonóis, flavanonas, quercetina e derivado e derivado
canferólico), glicose, leucoantocianidinas, monoterpenos, proantocia-
nidinas condensadas, proteínas (lectinas), sesquiterpenos, triterpenos (β-
amirina e β-sitosterol) e xantonas (folha, caule e raiz).

Preparo da planta:

Decocto: utilizado para o diabetes. Adicione 6 g (1 colher de sopa) do pó das


folhas secas em 1 xícara de chá de água fervente. Tomar de ½ a 2 xícaras até
2 vezes ao dia. A dose deve ser observada e alterada de acordo com a glicemia.
A casca do caule ou as folhas também são utilizadas para ardência na uretra,
impotência, pressão alta e gripe.

Infuso: utilizado para o diabetes. Adicione 400 mg da folha rasurada a 1


xícara de chá de água fervente e abafe. Coe e beba 1 dose 3 x ao dia.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
diabetes. Adicione 1 folha a 1 xícara de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara
3 x ao dia.

Tintura: utilizada para baixar a glicose. Em uma garrafa de 1 litro adicionar


40 colheres de sopa de folhas verdes picadas ou 20 de folhas secas,
apanhadas na lua minguante. Completar com álcool de cereal e deixar
descansar por 10 dias. Tomar 20 gotas em uma xícara de chá de água.
Verifique o nível de glicose com frequência. Também é utilizada para artrite.
Adicione em uma garrafa de 1 litro 100 folhas verdes, ou metade seca,
completar com cachaça, tampar e enterrar por 10 dias em local onde bata sol.
Tomar 1 colher de sopa de manhã e outra a noite.

Fitoconexão: a Bauhinia forficata, espécie semelhante a pata-de-vaca


descrita aqui é indicada para ansiedade de pessoas que tendem a resolver as
coisas sozinhas, mas que internamente ficam esperando a ajuda de alguém.
Trabalha o chacra do plexo solar, que é considerado o chacra da alma pois
está relacionado com nossos desejos e com a auto-estima (235). Trabalha no
nível emocional, tem polaridade feminina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: planta originária do Nordeste, assim como a B. ungulata. A


mais frequente na região no sudeste e sul do país é a B. forficata, todas
mencionadas com poder hipoglicemiante.

384
110 – Patchouli

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Pogostemon clabin


(Blanco) Benth.

Descrição: planta sub-arbus-tiva,


medindo de 0,50 a 1 m de altura, com
caule ereto, grosso, quadrangular e rami-
ficado na parte superior. Folha simples,
oposta, cruzada, ovais, alongadas, de
margem bricrenada, aveludadas, apre-
senta tricomas tectores e glandulares em
ambas as faces, são aromáticas, medindo
de 5 a 10 cm de comprimento por 3 a 7
com de largura. Sua inflorescência é
terminal ou axilar, densa e apresenta
flores pequenas e irregulares, bissexuais,
de cor branca a roxa, entretanto em
Visconde de Mauá não florece. O seu óleo
essencial tem aroma doce-amadeirado e
sabor amargo, pulgente e doce.

Partes utilizadas: folhas e partes aéras.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anti-helmíntica (vermífuga), anti-tripa-


nossômica, antidepressiva, antioxidante, afrodisíaca, citotóxica, anti-
mutagênica, adstringente e antibacteriana (combate Bacterium coli, B.
typhosum, Escherichia coli, Mycobacterium tuberculosis, Staphylococcus
aureus e Streptococus pyogenes). Combate gripe, resfriado, dor de cabeça,
febre, enjoo infantil, vômitos, indigestão, problemas cardíacos e do
sistema circulatório e diarreia. O óleo essencial é estimulante
gastrointestinal (pungente digestivo, carminativo e antiemético), relaxante,
digestivo, bom para o sistema respiratório e sistema nervoso (tensão, insônia
e ansiedade), baço e estômago. É analgésico, hipnótico, diurético,
descongestionante venoso, emoliente, antialérgico, adstringente, bom para
dispepsia crônica, desconforto abdominal ou dor, fadiga; intoxicação
alimentar, gastroenterite, náuseas, rinite e asma(14). O óleo também é
utilizado como anti-malárico, antivíral, anti-inflamatório, para bioatividade
imunorregulatória. Reduz o estresse sem causar reações alérgicas e estimula
385
o sistema nervoso(143). Na medicina chinesa, é usada com outras drogas para
tratar náuseas, vômitos, diarréia, frio e dores de cabeça(184). No Japão e na
Malásia é utilizada como antiofídica. Na Índia é usado no tratamento de
Ayurveda Rasa, Guna e Virya.(54)

Uso externo: utilizada como antifúngica, expectorante, anti-inflamatória,


antisséptica, para queimadura (folha fresca). Na aromaterapia é utilizado
como tranquilizante, diurética, afrodisíaca, antisséptica e antidepressiva (70).
Também é utilizada para reduzir náuseas e vômitos, como repelente de
insetos (também traças) e inseticida. Tem um potente efeito inibitório do
fator de ativação plaquetária (PAF), combate à trombose, arteriosclerose,
é regenerador de tecidos (citofilático e cicatrizante), combate dores
(espasmos musculares, dor de cabeça, cólica, angina de peito), agitação,
irritabilidade, insônia, estresse crônico, ansiedade, insuficiência venosa com
hemorróidas (interna e externa), varizes, afecções da pele (pele áspera, pé de
atleta, pele envelhecida, chagas, celulite, acne, caspa, eczema, dermatite
inflamatória (incluindo alérgica) e micoses) e é cicatrizante(14). Em um
estudo, o óleo essencial foi eficaz como inseticida no controle do gorgulho-
do-milho (Sitophylus zeamais) por fumigação e por contato matando 50% da
população numa média de 33,4 horas e com baixa toxicidade. Também foi
eficaz na repelência e inibição do crescimento populacional e do consumo dos
grãos(211). Em outro estudo o óleo essecial através da nanoformulação foi eficaz
como inseticida(195) no controle sobre as espécies de formigas cortadeiras
(saúvas) Atta opaciceps, A. sexdens e A. sexdens rubropilosa tendo 50% de
mortalidade das operárias por fumigação em menos de 42 horas, variando a
concentração de 1,06 a 2,10 μL L-1.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


repelente de insetos.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: amido, compostos fenólicos, lipídios, óleo


essencial (ácido carboxi-pentil-ciclopropânico, acifileno, allo-aromadendreno,
β-atlantol, α-bulneseno, epi-α-caninol, β-cariofileno, 9-epi-cariofileno,
cicloseicheleno 1,8-cineol, copaeno, β-cubebeno, β-curcumeno, β-elemeno, δ-
elemeno, gama-elemeno, epoxibulneseno, epoxicariofileno, epoxiguaienos,
espatchoulenol, espatulenol, ftalato, germacreno-A, germacreno-D,
epiglobulol, globulol, α-guaieno (majoritário), cis-β-guaieno, δ-guaieno
(majoritário), guipiridina, gama-gurjuneno, α-himachaleno, gama-
himachaleno, α-humuleno, (-)-isoledeno, cis-isolongifolanona, óxido de
aloaromadendreno–(2), óxido de cariofileno, ledeno, limoneno, linalol, linalool,
longicanfenolona, longiverbenona, muurola-4(14)-5-dieno, 1-octen-3-ol, α-
patchouleno (majoritário), β-patchouleno, gama-patchouleno nor-
patchoulenol, , patchoulenona, patchoulipiridina, patchoulol (majoritário),
386
piranonas, pogosteno, pogostol, α-selineno, 3,7 (11)-Selinadieno, 7-epi-alfa-
selineno, thujopiceno, viridiflorol), pectinas, proteínas e taninos.

Preparo da planta:

Decocto: na medicina chinesa, as folhas são usadas com outras drogas para
tratar náuseas, vômitos, diarréia, frio e dores de cabeça.

Infuso: as folhas são utilizadas para problemas cardíacos.

Pulverização: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada como repelente de insetos. Adicione 10 gotas do óleo essencial para
100 ml de álcool (92,8º). Agite para homogeneizar e aplique no ambiente.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: atua no chacra do coração (4º), no nível emocional e


espiritual, tem polaridade feminina e está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: o nome Patchouli é derivado de Tamil (Índia), onde patchai


significa “verde” e ellai significa “folha”, ou seja, folha verde(54). Esta planta foi
descrita pela primeira vez pelo botânico Pelletier-Sautelet nas Filipinas em
1845 e foi nomeada de Pogostemon patchouli e acredita-se ser nativa deste
país(184). Em 1896, Holmes identificou a planta como P. cablin pois nas
Filipinas o patchouli é chamado localmente de "cabalam"(239). Os seus
principais produtores são a Indonésia, Índia, China, Malásia e a América do
Sul. No Brasil, o patchouli é produzido em pequena escala, sendo o óleo
essencial quase na sua totalidade importado. O óleo essencial de patchouli é
um dos importantes óleos essenciais naturais utilizados para dar um caráter
básico e duradouro a uma fragrância na indústria de perfumes. Devido ao seu
poder fixador de aromas, o óleo de patchouli é muito usado na fabricação de
perfumes, cosméticos, sabonetes, insensos, produtos de higiene oral e pós-
barba (70, 208, 209). O óleo essencial de patchouli está entre os 18 óleos essenciais
com maior importância comercial no mundo (209). Em Visconde de Mauá, o óleo
essencial desta planta é utilizado na elaboração de perfume e um creme anti-
rugas. Também é utilizada um conjunto de ervas para defumação / limpeza
de ambiente. Este é preparado em bastão ou através da queima das ervas
secas e picadas em uma vasilha com um pedaço de carvão em brasa. Na
composição vai arruda (Ruta graveolens), malva (Pelargonium graveolens),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), eucalipto (Eucalyptus citriodora),
citronela ((Cymbopogon winterianus), capim-cheiroso / vetiver (Chrysopogon
zizanioides (L.) Roberty), lavanda (Lavandula dentata), mirra (Tetradenia
riparia), patchouli (Pogostemon clabin) e alecrim (Rosmarinus officnialis).
387
111 – Peixinho, sálvia-de-casa, lambari

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Stachys byzantina


K. Koch.

Descrição: erva, de caule sim-ples e


viloso, medindo de 0,15 a 0,30 cm de
altura. Folhas verde-acinzentadas, ovais.
Flores campanuladas, vermelhas, po-
dendo ser também azul-violáceas. Inflo-
rescência terminal. Em Visconde de
Mauá apresenta-se sempre em estado
vegetativo.

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antiemé-


tica, purgativa, fortificante do pul-
mão, para infecções e anemia.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para


problemas no estômago, azia, má digestão e dor de cabeça.

Uso externo: utilizada para curativos de feridas e picadas de abelhas.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

Preparo da planta:

Alimentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para problemas no estômago, azia e má digestão. Passe 7 folhas
no ovo e depois na farinha de mandioca (como a milanesa) e frite. Esta porção
é para uma pessoa. Comer 2 x ao dia.

Cataplasma: utilizado para ferimentos e picadas de abelhas.

388
Infuso: utilizado como fortificante do pulmão e para infecções.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
problemas no estômago e dor de cabeça. Adicione de 3 a 5 folhas em uma
xícara de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1
xícara 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua no chacra sacral (2º), no nível emocional, tem polaridade


feminina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: planta originária da Turquia. Popularmente, na região de


Visconde de Mauá esta planta também é utilizada na culinária. Suas folhas
são passadas no ovo batido, fritas e servidas como petisco.

389
112 – Pessegueiro

Família: Rosaceae.

Nome científico: Prunus persica (L.)


Batsch

Descrição: árvore, caducifólia (cai as


folhas no inverno), medindo de 4 a 6 me-
tros de altura. Folha simples, peciolada,
lanceolada, denteada, cartácea, glabra,
com o ápice pontiagudo, medindo de 9 a
16 cm de comprimento. Flores rosadas,
solitárias ou agrupadas e andró-genas
(com os 2 sexos). Fruto em forma de
drupa.

Partes utilizadas: folhas, flores,


frutos ou raiz.

Indicações:

Uso interno: utilizada para anemia,


coqueluche, gota, hipertensão arterial,
como laxante, para dor de estômago, tosse, gripe, bronquite e problemas
pulmonares.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


higiene bucal (escovação).

Uso externo: utilizada para dores reumáticas, nevralgias, câncer de pele e


como cicatrizante (feridas e úlceras).

Contraindicações: as sementes não devem ser consumidas por grávidas


pois são emenagogas, podendo produzir aborto.

Toxicidade: as folhas possuem glicosídeos cianogênicos (prusanina e


amigdalina) que quando em contato com a água (hidrólise) produzem o ácido
hidrociânico que é altamente tóxico, portanto é desaconselhável a utilização
das folhas para chá (infuso).

Constituição química: florentina e glicosídeos cianogênicos (prusanina


e amigdalina).

390
Preparo da planta:

Alimentação: utilizada para anemia, gota e hipertensão arterial.

Cataplasma: utilizado para dores reumáticas e nevralgias. Amasse as folhas


e aplique na área a ser tratada.

Higiene bucal: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para escovação. Passe a folha do pêssego nos dentes até ficar verde.
Logo após passe carvão para fortificar os dentes e em seguida faça o enxague.

Infuso: as flores são utilizadas para coqueluche.

Fitoconexão: esta planta nos ajuda a nos enxergarmos como somos, nossos
defeitos e a mudarmos nossos pensamentos e atitudes para evoluirmos. Atua
sobre o chacra do terceiro olho (6º), tem polaridade masculina (95) e no nível
mental.

Curiosidades: planta difundida por todo o mundo, sendo muito apreciado o


fruto na alimentação. Tem origem na China, mas foi amplamente cultivada na
Pérsia, dando o nome a planta, Prunus persica.

391
113 – Picão-roxo, picão-preto

Família: Asteraceae.

Nome científico: Bidens pilosa L.

Descrição: erva, ereta, anual, ramifi-


cada, medindo de 50 a 130 cm de altura
com caule qua-drangular, glabra ou
raramente pilosa. Folha, oposta ou
alterna, composta, pinadas, com folíolos
de formato, tamanho e número variado.
Flores amarelas reunidas em capítulo
terminal. Fruto em forma de aquênio,
preto coroado com 2 a 4 saliências que
dão capacidade de aderência.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de Inte-
resse do SUS (RENISUS).

Partes utilizadas: raiz, folha, semen-


te, caule e toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada para angina, diabetes, disenteria, dor de cabeça,


afta, laringite e hidropisia. É anti-inflamatória, vermífuga, diurética,
depurativa, hepatoprotetora, Emenagoga, emoliente, antiprotozoária,
digestiva, antibiótica, citotóxica e litagoga. Combate a febre, tosse, anemia
ferropriva, blenorragia, leucorréia, afecções do fígado (icterícia e
hepatite), infecções urinárias, vaginal e gastrointestinais, dor de
garganta, candidíase vaginal, dor de ouvido, cálculo renal, reumatismo
articular, gonorréia, malária e dengue.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


anemia, problemas no fígado (hepatite), anemia, disenteria e diabetes.

Uso externo: utilizada para combater micose, afecções cutâneas, icterícia,


abcessos, furúnculo e úlceras e para hemorroidas. É antibacteriana (bacté-
rias Gram-positivas), antisséptica e vulnerária.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


icterícia (amarelão - para crianças e idosos).
392
Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: alta doses podem ser tóxicas.

Constituição química: ácidos graxos (ácido linolênico), ácidos


fenólicos (nicotínico e salicílico), carotenoides, derivados de poliacetilenos
e tiofanos, esteróis, fotosteroides, flavonoides (apigenina, auronas,
chalconas, luteolina e quercetina), óleo essencial (acetilenos, candineno, e α-
felandreno), prostaglandina, sais minerais (K, Ca e P), taninos, terpenos
(limoneno, α-pineno, β-pineno e timol), triterpenos pentacíclicos (friedelina
e derivados).

Preparo da planta:

Banho: utilizado como vulnerário e antisséptico. Faça primeiro um infuso.


Adicione 1 xícaras de cafezinho da planta picada a ½ litro de água fervente e
abafe. Quando amornar faça o banho. Este procedimento deve ser feito 2 x ao
dia. Para icterícia adicione de 4 a 6 colheres de sopa das partes aéreas
picadas a 1 litro de água e deixe ferver por 2 minutos. Após esfriar coe num
filtro de papel ou algodão. Tome primeiro um banho para higienizar o corpo e
logo após derrame o líquido da cabeça aos pés. Enxugue sem se lavar. Faça
este procedimento 3 x ao dia.

Banho de assento: utilizado para hemorroidas. Adicione 2 xícaras de chá da


planta picada a 1 litro de água fervente e abafe. Faça um banho de 25
minutos. Também é utilizada para candidíase vaginal.

Banho de imersão: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta


planta é utilizada para icterícia (para crianças e idosos). Primeiro faça um
chá. Adicione 1 ½ colheres da planta inteira picada a 3 xícaras de chá de água
fervente e abafe. Misture este volume a uma água do banho da criança
(banheirinha ou bacia) ou na banheira para idosos e faça o banho.

Infuso: utilizado como diurético, depurativo, emenagogo, no combate a


desinteria, diabetes e problemas hepáticos. Adicione 1 xícara de chá da
planta picada a 1 litro de água fervente e abafe. Adultos tomar 1 xícara de chá
4 a 5 vezes ao dia, já crianças de 4 a 5 xícaras de café por dia. Para icterícia
adicione 1 colher de sobremesa a 1 xícara de chá de água fervente e abafe.
Tomar 1 dose 4 x ao dia. As folhas também são utilizadas externamente para
tratamento de micose. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada para anemia. Adicione 3 brotos (conjunto de folhas jovens
da ponta dos galhos) a ½ litro de água fervente e abafe. Após alguns minutos
beba. Tomar uma xícara de chá 2 x ao dia. Também é utilizada para
problemas no fígado, hepatite e icterícia. Adicione 1 ½ colheres da planta
inteira picada a 3 xícaras de chá de água fervente e abafe. Após alguns
minutos beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Para desinteria, diabetes, anemia
393
e amarelão (icterícia) adicione 1 planta inteira picada a 1 litro de água
fervente e abafe. Tomar este volume durante o dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


é utilizada para anemia. Adicione 5 folhas de picão-roxo e 3 folhas de
terramicina (Alternanthera brasiliana) a ½ litro de água fervente e abafe.
Tomar este volume dividido partes iguais por 3 x ao dia.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Fitoconexão: esta planta nos dá capacidade de discernimento, equilíbrio,


melhora a autoestima e desenvolve em nós a humildade e simplicidade. Atua
sobre o chacra base (1º), ,em polaridade masculina(95), no nível físico e está
ligada ao elemento terra.

Curiosidades: planta considerada “daninha” por ser espontânea e infestar


pastagens, jardins e outros ambientes. É encontrada em todo o Brasil.

394
114 – Pincel-de-estudante

Família: Asteraceae.

Nome científico: Emilia fosbergii


Nicolson

Descrição: erva anual, ereta, medindo


de 30 a 60 com de altura. Folhas simples,
alternas, membra-náceas, inicialmente
em formato rosetado no nível do solo,
lanceo-lada, com a base cordada e ápice
agudo, denteada. Flores vermelhas em
capítulo na forma de pincel dispostas no
ápice do ramo. Não tem látex em seus
tecidos.

Partes utilizadas: folhas, flores e


raízes.

Indicações:

Uso interno: utilizada como febrífuga, diurética, no combate ao resfriado,


bronquite asmática, faringite, amigdalite e afecções da via urinária.

Uso externo: utilizada como oftálmica, para dores no corpo, feridas,


eczemas, pruridos, escaras e chagas.

Contraindicações: não ingerir o infuso ou decoto depois das 17:00h pois


causa insônia.

Toxicidade: o látex desta planta é cáustico, portanto não deve ser utilizada
em doses elevadas.

Constituição química: flavonoides, mucilagem, pigmentos, óleo


essencial e saponinas.

395
Preparo da planta:

Compressa: utilizada para feridas, eczemas, prunidos, escaras e chagas.


Colocam-se 3 folhas bem limpas e amassadas em pilão misturada com uma
colher de sopa de glicerina. Aplicar com gases no local a ser tratado.

Decocto: utilizado para infecções das vias urinárias e como diurética, deve-
se ferver por 5 minutos pequenos pedaços das raízes, flores e folhas na
quantidade de 1 colher de sopa para 1 copo de 200ml. O volume deve ser
ingerido metade na parte da manhã e a outra a tarde até antes das 17:00h,
para não causar insônia.

Infuso: utilizado para asma, bronquite asmática, resfriados, faringite,


adigdalite e dores no corpo. Adiciona-se água fervendo em uma xícara de
chá com a quantidade de uma colher de sobremesa de pedaços picados da
folha, duas vezes ao dia.

Sinapismo: utilizado para problemas de pele. Lave as folhas frescas e


coloque diretamente sobre o local afetado.

Fitoconexão: esta planta acalma os temperamentos explosivos daqueles


que falam com a emoção, sem controle, sem pensar, e assim agredindo com
as palavras. Também ajuda com crianças tempestuosas (235). Atua sobre o
chacra sacral (2º), no nível mental-emocional, tem polaridade feminina. Está
ligada ao elemento água.

Curiosidades: popularmente, na região de Visconde de Mauá, as folhas e as


flores são utilização na alimentação como salada - PANC (Planta Alimentícia
Não Convencional).

396
115 – Pitangueira

Família: Myrtaceae.

Nome científico: Eugenia uniflora L.

Descrição: arbusto ou árvore semi-


decídua, medindo de 4 a 10 metros de
altura, rizomatosa e troco liso de cor
pardo-claro. Folhas simples, opostas,
ovais laceoladas, em geral com 4,5 a 6,2
cm de comprimento e 2,0 a 2,7 cm de
largura, glabras, membraná-ceas a
levemente coriáceas, com ápice agudo a
acuminado, por vezes levemente falcado,
base aguda a obtusa, margem inteira,
peninérveas, com nervura prin-cipal
mais proeminente na região mediano
basal da face abaxial. Pecíolo com 0,3 a
0,6 cm de comprimento. As glândulas
pre-sentes na lâmina, dificilmente são
visualizadas sem auxílio de lentes. No
material seco, a face superior da lâmina
é verde escura e a inferior mais clara e
apresentam odor cítrico e sabor picante. Flor de coloração branca, solitária ou
em umbelas nas axilas das folhas ou nas extremidades dos ramos, levemente
perfumadas e melíferas. Fruto do tipo drupa, globosos e sulcados de cor
vermelho-alaranjado, amarelo ou preto, com polpa carnosa e agridoce com 1
ou 2 sementes.

Esta espécie consta na Relação Nacional de Plantas Medicinais de


Interesse do SUS (RENISUS) e na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas, galhos e frutos.

Indicações:

Uso interno: utilizada para diminuir o ácido úrico (gota), como excitante,
adstringente, diurética, febrífuga, aromática, antirreumática, antibiótica,
anti-inflamatória (folha fresca), analgésica, antigripal, anti-hipertensiva,
como calmante, tripanocida, silagoga antibacteriana, antioxidante,
fortificante, para redução do colesterol e como digestiva (o fruto após as
refeições). Combate resfriados, disenteria, ansiedade, verminose, diarréia
(inclusive infantil), bronquite, tosse, gengivite (frutos), dor de estômago,

397
problemas no fígado (é hepatoproterora), azia, infecção renal, cólica
menstrual, diabetes e dor de cabeça.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


febre, gripe e como “melhoral infantil”.

Uso externo: utilizada como antifúngica, antimicrobiana, antirreumática,


cicatrizante, antiulcerogênica, para feridas e picada de insetos. Em um
estudo, o extrato das folhas de E. uniflora eliminou 65% das larvas de Aedes
Aegpti. (128)

Contraindicação: não utilizar em gestantes e lactantes.

Toxicidade: o extrato das folhas de E. uniflora eliminou 45 % das larvas de


Artemia salina (larva do camarão – bioindicador de toxicidade) demonstrando
atividade citotóxica (128). Em doses elevadas, acima de 250 mg/kg afeta o
Sistema Nervoso Central (SNC) e acima de 500 mg/kg afeta o fígado. (205)

Constituição química: ácidos fenólicos, ácidos graxos, antocianidinas,


antraquinonas, esteróides livres, éster (1,2,4,6-tetra-O-galoila-B-D-glucose
e flavan-3-olgalo-catequina), elagitaninos macrocíclicos hidrolisáveis
(eugeniflorina D1 e D2 e oenoteína B), flavonoides (flavonas, flavonóis,
quercetina, quercetina-3-O-α-L-ramnopiranosídeo-quercitrina, mircetina-3-
O-ramnoglucosídio, mircetina-3-O-(2”-O-galoil)-α-L-ramnopiranosídeo, miri-
cetrina e miricetina), glicosídeos (actinidioionosídeo e roseosídeo), óleo
essencial (anetol, atractilona, α-cadinol, α-caniol, β-cariofileno, cimeno,
cineol, curzereno, β e γ-elemeno, eugenol, α-felandreno, furnaoelemeno,
furanodieno, furanoelemeno, (E,E)-germacrona, globulol, α-humuleno,
limoneno, linalool, ocimeno, β-pineno, pulegona, epóxido de selina-1,3,7(11)-
trien-8-ona e selina-1,3,7(11)-trien-8-ona), pigmentos (carotenoides), sais
minerais, saponinas, sesquiterpenos (epi-α-cadinol, cubenol, germacreno A,
B e D e viridiflorol), taninos (campitotina A eugeniflorina D2, oenoteína B, ,
terpenódes (ácido betulínico, centelosídeo C e β-sitosterol), vitaminas (A, C
e E) e xantonas.

Preparo da planta:

Decocto: as folhas são utilizadas como antidiarreica e para gripe.

Extrato etanólico: utilizado como antioxidante.

Extrato flúido: 1 a 6 ml ao dia. (205)

Extrato hidroalcoólico: utilizado para os mesmos fins do decocto.

Infuso: utilizado para diarréia infantil. Adicione 1 colher de sopa de folhas


picadas a 1 xícara de água fervente e abafe. Tomar uma xícara após cada

398
evacuação até normalizar a situação. Para diarréia infecciosa adicione 1
colher de sopa da folha picada a 1 xícara de chá de água fervente e abafe.
Tomar 1 cálice (30 ml) após cada evacuação e no máximo 10 x ao dia. Para
febres agudas adicione de 1 a 2 colheres de sopa da folha picada em 1 xícara
de chá de água fervente e abafe. Após 20 minutos coe, acrescente 30 gotas de
tintura de gengibre (Zingiber officinale) e beba. Tomar 1 dose desta até 4 x ao
dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para febre e como “melhoral infantil”. Adicione 50 g de ramos (folhas com
galhos picados) em ½ litro de água fervente e abafe. Após alguns minutos
beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Existe uma outra receita que é utilizada 1 ½
colheres de sopa das folhas picadas para 3 xícaras de chá de água fervente e
abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
à mão no momento da elaboração.

Óleo essencial: utilizado como hepatoprotetor.

Tintura: é utilizada para bronquite, tosse, febre, para combater a


ansiedade, hipertensão arterial e para verminose. Adicione em um
recipiente 2 colheres de sopa de folhas picadas para 1 xicara de chá de álcool
de cereal a 70% (30% água destilada + 70% álcool). Deixe macerar em local
escuro por 7 dias. Após este período, coe e beba. Tomar 10 gotas diluída em
água 2 x ao dia.

Xarope: 10 a 60 ml/dia.

Fitoconexão: esta planta nos ajuda a ter energia para enfrentar a vida, nos
dá vitalidade, e imunidade (física, emocional e mental). Clareia a mente para
encontramos as soluções para assuntos inacabados, compreender o próximo

399
e resolver as coisas através do diálogo. Atua sobre todos os chacras e tem
polaridade masculina(95). Está ligada a todos os 5 elementos.

Curiosidades: a pitangueira foi introduzida na medicina empírica pelos


índios Guaranis no século XV (84). Seu nome vem do tupi pi’tãg, que significa
“vermelho”. É uma planta nativa, e neste caso foi exportada pelos portugueses
para a África e a Ásia no século XIX. A polpa de seu fruto é a parte mais
conhecida por conter vitamina C e ser utilizada em sucos, geléias, sorvetes,
licores etc.

400
116 – Poaia, poaia-do-campo

Família: Rubiaceae.

Nome científico: Richardia brasilien-


sis Gomes

Descrição: erva, anual ou perene,


prostrada ou rasteira, ramificada, com
caule cilíndrico a tetragônico, sub-
suculento, densamente hirsuto-pubes-
cente, me-dindo de 30 a 70 de compri-
mento. Folhas simples, opostas cruza-
das, ovadas, subsésseis a curto pecio-
ladas, membranácea e cartácea, pilosas
em ambas as faces, medindo de 1,2 a 6
cm de com-primento por 0,5 a 2,5 cm de
largura. Flores brancas, rosadas ou
ligeiramente avermelhadas, bem peque-
nas, dispostas em glo-mérulos terminais.
Fruto do tipo esquizocárpico com 3
mericarpos obovalados, muricados ou
vilosos.

Partes utilizadas: partes aéreas (fo-


lha e caule) e raiz.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antiemética, antidiabética, anti-helmíntica


(vermífuga), antitumoral (Carcinoma de Ehrlich), é expectorante e diafo-
rética. Combate bronquite e gripe. Em um estudo as partes aéreas e a raiz
desta planta foram eficazes como antimicrobianas no combate a Escherichia
coli e Pseudomonas aeruginosa e Candida albicans na Concentração Inibitória
Mínima (CIM) DE 0,74 mg/ml(86). Em outro estudo o extrato bruto e a fração
botanólica na concentração de 500 μg/mL foram eficazes como anti-
proliferativos e genotóxicos (71).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


bronquite, tosse, gripe, febre e erupção dentária.

Uso externo: utilizada como antifúngica (candidíase - Candida albicans) e


no combate as hemorroidas e afecções da pele (eczemas e queimaduras).

401
Em um estudo as partes aéreas e a raiz desta planta foram eficazes como
antimicrobianas no combate a Candida albicans na Concentração Inibitória
Miníma (CIM) DE 0,74 mg/ml. (86)

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácido clorogênico, ácidos orgânicos (ácido p-


hidroxi-benzoico e ácido m-metoxi-p-hidroxi-benzoico), alcaloides, amino-
grupos, antraquinonas, compostos fenólicos (ligninas), cumarianas
(braylina, cedrelopsina, cumarieletefina, escopoletina, norbraylina), este-
roides, flavonoides (antocianinas, canferol, isorametina-3-O-rutinosideo e
rutina), glicosídeos cardiotônicos, heterosídeos antociânicos, lipídios,
mucilagem, óleos essenciais, resinas, saponinas, taninos e triterpenos
(ácido oleanólico).

Preparo da planta:

Xarope: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para bronquite. Adicione 4 raízes de poáia, 9 frutos pequenos e maduros do
ananás (Bromelia antiacantha), 9 brotos de embaúba-branca (Cecropia
pachystachya), 1 litro de água. Deixe ferver por 5 minutos e depois coe.
Acrescente mel ou açúcar mascavo e deixe apurar. Para criança tomar 4
colheres de cafezinho durante o dia, já para adulto, 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Este mesmo xarope também é indicado para ajudar a despontar a
dentição nova de criança. Passar na gengiva. Também é utilizada para tosse,
febre e gripe. Prepare um infuso de 100 g da folha e raiz para ½ litro de água
fervente. Após esfriar coe e acrescente 2 xícaras (de chá) de açúcar e leve ao
fogo leve até dissolvê-lo. Tomar 1 colher de sopa 3 x por dia. Esta planta pode
ser feita junto com a carobinha-do-campo (Jacaranda sp.), utilizando-se a
mesma quantidade de folhas para cada uma e dobrando a quantidade de água
e açúcar.

Fitoconexão: atua sobre os chacras do terceiro olho (6º) e coronário (7º), no


nível espiritual e tem polaridade feminina.

Curiosidades: esta espécie ocorre desde a Cordilheira dos Andes até a Costa
Atlântica. É nativa da América do Sul e ocorre de forma descontínua em todos
os estados brasileiros, principalmente em regiões com intensa atividade
agrícola, como as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul (86, 71). Esta planta é
considerada pela Embrapa uma super-planta-daninha, onde o glifosato
(herbicida de largo espectro considerado de baixo impacto ambiental) não faz
efeito no combate no seu crescimento e erradicação(13,69). Esta espécie foi
pesquisada por Auguste de Saint-Hilaire em sua visita ao Brasil no século XIX
como sendo laxativa e purgativa (para promover a depuração do sangue). (37)
402
117 – Poejo

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Mentha pulegium L.

Descrição: erva, aromática, perene,


rastejante, medindo cerca de 10 cm de
altura. Folhas simples, oposta, margem
inteira, lanceolada, limbo com glândulas
translúcidos, medindo menos de 1 cm de
comprimento. Flores violáceas a brancas
reunidas em glomérulos axilares nas
folhas. Fruto em forma de aquênio com
sementes escuras.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS) e também
foi incluída na lista de espécies vegetais
com restrição para o registro / notifica-
ção de medicamentos fitoterápicos e
produtos tradicionais fitotetápicos da
RDC 26/2014 pela toxicidade de um de seus princípios ativos.

Partes utilizadas: folha, raiz ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada para indigestão, amenorréia, dismenorréia (cólica


menstrual), gota, gripe, resfriado, tosse, rouquidão, infecções oro-
faríngeas, coqueluche, leucorreia, erupção dentária. É expectorante,
anticatarral, mucolítica, febrífuga, diaforética, abortiva, hepatotóxica (óleo
essencial), tônica, estimulante, aperiente, hipertensiva, cardiotônica,
estimulante hepatobiliar, vermífuga, antiespasmódica, emenagoga,
colagoga, carminativa (gases), aumenta a micção (diurética),
antiandrogênica e antimicrobiana (o óleo essencial combate Bacillus cereus,
Escherichia coli, Staphylococcus aureus e S. epidermidis)(205). Auxilia no
tratamento de síndrome do cólon irritável, diarréia, enjoo, vômitos, insônia,
dor de barriga, dor de cabeça, disenteria, hidropisia, mau hálito (colutório),
enurese, anemia e cólica intestinal (incluise de bebês). Possui também
atividade relaxante da musculatura lisa da traqueia e da bexiga (óleo
essencial).

403
Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta também é utilizada
para bronquite, gripe, resfriado, tosse e como expectorante.

Uso externo: utilizada como analgésica em dermatoses e para afecções da


pele (escabiose e pediculose) e lavagem dos olhos. É antisséptica, anti-
microbiana, antifúngica, repelente de insetos (pulgas e mosquitos), cães e
gatos.

Contraindicações: evite utilizar o óleo essencial puro pois é cardiotônico e


neurotóxico. Não é indicado para gestante, lactantes e crianças menores de 2
anos. Pode provocar alergia de contato, irritação das vias urinárias. A RDC 26
de 13 de maio de 2014 da ANVISA meciona que só pode ser utilizada se a
posologia proposta para o produto (medicamentos fitoterápicos e produtos
tradicionais fitoterápicos) não exceder uma dosagem diária de tujona de 3 a 6
mg. Evitar o uso prolongado.

Toxicidade: doses acima de 5 g do óleo essencial tem efeito abortivo e


hepatotóxico (prejudica o fígado), não sendo recomendado o seu uso interno
na Europa e Estados Unidos. Em caso de intoxicação pode ocorrer dor
abdominal, náuseas vômitos, diarréia, letargia, agitação e rash urticariforme
e alteração da pressão arterial. (205)

Constituição química: ácido fenólico (rosmánico), flavonoides


(apigenina, diosmetina, diosmina, heperidina, hispidulina, jaceosidina,
ladaneina, luteolina, pectolinarigenina, pedalitina, sorbifolina, timonina),
óleo essencial (borneol, canfeno, 1,8 cineol, carvracol, eugenol, α-fenantreno,
α-humuleno, isopiperitona, linalol, d-limoneno, lipiona, mentona, iso-
mentona, mentofurano, mentol, isomentol, neomentol, neoisomentol, 3-
octanol, α-pineno, β-pineno, piperitona, pipertenona, pulegona, cis e trans-
isopulejona, y-terpineno, 4-terpineol e tujona), taninos e triterpenos penta-
cíclicos.

Obs.: esta espécie apresenta 3 quimiotipos diferentes, sendo o primeiro com


elevados teores de pulegona, o segundo com piperitenona e/ou piperitona e o
terceiro tem como componente majoritário a isomentona / neoisomentol. (205)

Preparo da planta:

Cataplasma: utilizado como antisséptico, para desinfectar e desinflamar


feridas.

Gargarejo: utilizado para mau hálito.

Infuso: utilizada para eliminar gases, para gripe, resfriado, tosse, bronquite
e acidez no estômago. Adicione 4 folhas frescas ou 2 secas a uma xícara de
água fervente. Tomar 1 a 2 xícaras por dia. Para estimular as funções

404
gástricas, adicione ½ limão junto ao chá e tome 10 minutos antes das
refeições. Para afecções respiratórias, com estimulante do apetite, para
perturbações digestivas, espasmos gastrointestinais, cálculos biliares e
colecistite adicione 1 colher de sobremesa de partes aéreas picadas a 1 xícara
de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 dose 2 ou 3 x ao dia ou após as
refeições. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para tosse e como expetorante. Adicone 1 ½ colher de sopa das
folhas picadas para 3 xícaras de chá de água fervente e abafe. Após alguns
minutos beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Existe uma outra receita para tosse,
bronquite, resfriado e como expectorante. Adicione 3 galinhos (folhas e
caules) para 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar uma dose de 3 a
4 x ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
a mão no momento da elaboração.

Licor: utilizado para constipação intestinal.

Planta seca: 0,2 a 2 g ao dia. (205)

Suco verde: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada como alimento preventivo. Adicione em um liquidificador 1 folha
de couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.), 2 maçãs (Malus x
domestica Borkn.) com casca (sem semente), 1 pedaço de gengibre (Zingiber
officinale), 1 pepino (Cucumis sativus L.) inteiro. Bata e coe. Volte com este
líquido para o liquidificador e acrescente 1 folha de chicória (Cichorium intybus
L.), 1 folha de bálsamo (Sedum dendroideum), 1 folha de mil-em-rama (Achillea
millefolium), 1 folha de hortelã-de-panela (Mentha x villosa) ou outra
disponível, 1 folha de salsinha (Petroselium crispum (Mill.) Nym), 1 folha de
funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare), 2 folhas de capim-limão
(Cymbopogon citratus), 2 folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), 15 folhas
405
de poejo (Mentha pulegium) e 2 folhas de trapoeraba (Tripogandra diuretica ou
Commelina ssp.). Bata tudo de novo, coe e beba.

Tintura: de 2,5 a 10 ml ao dia. (205)

Tintura-mãe: de 1 a 5 ml ao dia. (205)

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xarope: utilizado para gripe, tosse, rouquidão, catarro e para eliminar


gases. Macetar um punhado de folhas frescas até formar uma massa.
Espremer em pano limpo até sair o sumo. Acrescentar açúcar mascavo e levar
ao forno mexendo sempre. Quando ferver, retirar a espuma e tirar do fogo.
Guardar em frasco bem tampado. Tomar de 3 a 4 colheres ao dia.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
tosse. Adicione em uma vasilha 20 folhas de poejo com açúcar até dourar.
Quando ficar escuro (= açúcar queimado), acrescentar 1 caneca pequena de
água e mexer de depois coar. Tomar 1 colher de sopa 4 x ao dia.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem a mão no momento da elaboração.

406
Fitoconexão: esta planta trabalha em nós a persistência para
conseguirmos finalizarmos o que estamos trabalhando. Nos protege de
energias negativas externas. Estimula a empatia, a ver o lado do próximo, e
com isto nos faz reconhecer nossos erros. Reduz o autoritarismo, o orgulho e
a arrogância. Atua sobre o chacra cardíaco (4º), tem polaridade feminina (95),
no nível emocional e está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: o nome do gênero Mentha, vem de Minthe, e tem origem grega.


Refere-se a uma ninfa da mitologia grega amada por Plutão que a transformou
nesta planta aromática para protegê-la do ciúme de sua mulher, já o epíteto
pulegium vem de pulex, que significa pulga, que é citada por Plínio por suas
propriedades de afugentar este inseto(205). Sua origem é de distribuição vasta,
sendo considerada europeia e asiática da península arábica. É também
utilizada na culinária em saladas, sucos e saladas de frutas. Popularmente,
na região de Visconde de Mauá, é acrescentado 1 galho de poejo na elaboração
do doce de leite, de cidra e de figo para dar um sabor especial.

407
118 – Poejo-do-campo

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Hesperozygis myr-


toides (A.St.-Hil. ex Benth.) Epling

Descrição: erva ou subarbusto, lenho-


so, medido de 20 a 63 cm de altura. Fo-
lhas simples, alternas, transversais, co-
reáceas, eliptica, discolor, com ápice
agudo e base em cunha com formato
extreito e oblondo, medindo de 9 a 14 mm
de comprimento. Flores lilás, lábia-das,
desenvolvidas junto as folhas.

Partes utilizadas: folhas e galhos.

Indicações:

Uso interno: popularmente, na região de


Visconde de Mauá, esta planta é utilizada
para bronquite, tosse e gripe.

Uso externo: utilizada como antimicrobiana. Em um estudo o óleo essencial


do poejo-do-campo teve uma ação positiva com a concentração inibitória
mínima (CIM) na fase vapor de 0,392 mg.L-1 e na fase líquida de 19 mg.L-1
para Staphylococcus aureus e 0,833 mg.L-1 e 94,4 mg.L-1 para Candida
albicans, demonstrando sua eficácia para descontaminação de ambientes,
inclusive habitados. (174)

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: em um estudo o óleo essencial do H. myrtoides apresentou


baixa toxicidade quando utilizado como vapor, ou seja, é considerado seguro
segundo a classificação relativa dos agentes químicos pela DL 50 e sugundo o
sistema de classificação do GHS (Global Hamonised System). (174)

Constituição química: óleo essencial (acetato de neoisometila, acetato de


trans-isopulegona, β-cariofileno, 1,8 cineol, endo-arbozol, germacreno D, iso-
mentona, limoneno, linalol, mentona, neoisomentol, óxido de cariofileno, α-
pineno, β-pineno, pulegona, trans-isopulegona).

408
Preparo da planta:

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para bronquite, tosse e gripe. Adicione 30 g da folha com galhos em ½ litro
de água fervente, 5 gotas de azeite de oliva e abafe. Deixe esfriar e beba. Tomar
1 xícara 3 x ao dia.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para bronquite, tosse e gripe. Adicione 100 g do poejo-do-campo, 3 folhas
de sálvia-do-campo (Lepechinia speciosa), 50 g de arnica do campo
(Chinolaena capitata) e 100 g de carobinha-do-campo (Japecanga sp.), 100 g
da raiz de japecanga (Smilax japicanga), 5 litros de água e 3 kg de açúcar e
mexa até engrossar e ficar no ponto de xarope. Após este período deixe esfriar
e coe. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua no chacra coronário (7º), no nível espiritual e tem


polaridade masculina.

Curiosidades: no Brasil, o gênero Hesperozygis é encontrado nas áreas de


Mata Atlântica e Cerrado nos estados das regiões Sudeste e Sul tendo sido
descritas sete espécies endêmicas para este gênero até o presente (174). Um dos
primeiros relatos para H. myrtoides foi no Parque Nacional do Itatiaia onde a
planta foi coletada em 1913 e identificada em 1945 por Brade(34). É importante
ressaltar que a espécie descrita aqui é registrada apenas nos estados do
Sudeste. (19)

409
119 – Pronto-alívio

Família: Asteraceae.

Nome científico: Chrysantemum ane-


thifolium Brousse ex. Wild.

Descrição: erva, perene, muito rami-


ficada, medindo até 80 cm de altura.
Folhas branco-azuladas, muito divi-
didas, lembrando a folha da camomila
verdadeira (Chamomilla recutita (L.)
Raus-chert). Flores com pétalas exter-
nas brancas e internas amarelas. Inflo-
rescência em capítulo, tendo o seu pe-
dúnculo de 8 a 10 cm de com-primento.

Partes utilizadas: ramos ou folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada para dor de


dente, doenças bucais e da garganta.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


pneumonia e dor.

Uso externo: utilizada como anestésica local.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


dores.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

Preparo da planta:

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


é utilizada para pneumonia. Adicione 3 galhos de pronto-alívio com 3 brotos
do cambará assa-peixe (Vernonia polyanthes) mais 3 pedras de sal grosso para
450 ml de água fervente (3 xícaras de chá). Deixe amornar e beba 3 x ao dia.
410
Para dor, adicione as folhas de um galho grande a uma xícara de chá de água
fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 2 x ao dia.

Gargarejo e bochecho: utilizado para dor de dente, doenças bucais e da


garganta.

Tintura: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada externamente para dores. Adicione 4 ramos (de folhas), 1 pedra de
cânfora a 600 ml de álcool. Deixe curtir por 1 semana. Logo após aplique no
local afetado.

Fitoconexão: atua no chacra do coração (4º), no nível emocional, tem


polaridade feminina e está ligado ao elemento ar.

Curiosidades: o nome do gênero Chrysantemum, significa “flor de ouro”.

411
120 – Quebra-pedra

Família: Phyllanthaceae.

Nome científico: Phyllanthus niruri L.

Descrição: erva, ruderal, ereta, anual,


glabra, medindo de 40 a 80 cm de altura,
caules simples ou ramificados, os
principais delga-dos e sem folhas, com
ramos ou râmulos laterais filiformes,
estes portando folhas. Folha simples,
alterna, dística, membranáceas, glabras,
oblonga, de ápice obtuso e base assimé-
trica, margem lisa; lâminas discolores,
face superior de coloração verde-oliva e
face inferior verde-pálida a cinza-pálida.
As folhas, quando observadas em com-
junto, têm o aspecto de folhas compostas
de pequenas leguminosas. Lâminas com
0,5 a 1,4 cm de comprimento e 0,3 a 0,6
cm de largura. Nervuras visíveis, não
proeminentes, com exceção da nervura
principal na face inferior. Pecíolo de 0,05
a 0,1 cm de comprimento. Estípula interpeciolar, triangular-lanceolada, de
0,1 a 0,2 cm de comprimento, com ápice longo e estreitamente agudo a
acicular, de base inteira e margem lisa. Flores muito pequenas, sendo as
femininas com até 0,4 cm de diâmetro, isoladas e axilares nos nós apicais,
com cinco tépalas elípticas e disco inteiro, carnoso, já as masculinas tem até
0,3 cm de diâmetro, em fascículos de uma a duas flores, dispostas nos nós
basais, com cinco tépalas largo-ovaladas, disco pentalobado, lobos carnosos
e papilosos, e três estames com filetes conatos na base; pedicelos com cerca
de 0,2 cm de comprimento. Frutos esquizocárpicos, do tipo tricoca, com 0,1
cm a 0,25 cm de diâmetro, depressoglobosos, expostos para a região abaxial
dos ramos, separando-se em carpídios (cocas). Planta inodora, de sabor
amargo no início da mastigação, tornando-se suave posteriormente.

Esta espécie consta na Relação Nacional de Plantas Medicinais de


Interesse do SUS (RENISUS) e é descrita no Formulário de Fitoterápicos da
Farmacopéia Brasileira (2011) e na 6ª edição da Farmacopéia Brasileira (2019)
e. Na região também existe a espécie Phyllanthus tenellus Roxb. que é muito
semelhante anatomicamente a P. niruri e também consta na lista da
Farmacopéia Brasileira (2019) e é descrita como tendo os mesmos usos
medicinais(125). Uma forma de diferenciar visualmente a P. niruri da P. tenellus

412
é que esta última apresenta a folha oval com a base simétrica e ápice agudo.
(152)

Partes utilizadas: folha, raiz ou a planta inteira.

Indicações:

Uso interno: utilizada para eliminar pedras dos rins (litíase renal), cólicas
renais, hidropisia, afecções do fígado, baixar a pressão arterial, a taxa de
ácido úrico e nível de açúcar no sangue (hipoglicemiante). É hepato-
protetora, diurética, analgésica, antinoceptiva, litolítica, vasodilatadora,
antilipêmica, antioxidante, antibacteriana, fortificante do estômago,
aperiente, relaxante dos ureteres, anti-inflamatória, antialégica, anti-
tumoral, inibidora de HIV, citotóxica, antiespasmódica, antimalárica,
febrífuga e colagoga. Combate o vírus da hepatite B (injeção ou cápsula
entérica), inapetência, prisão de ventre, infecção das vias urinárias, icterícia,
hidropisia, bronquite, distúrbios da próstata e bexiga, impaludismo e dores
na coluna. Tem atividade antiplasmodial e antibabasial, é boa para
blenorragia. Na medicina Ayurvédica é utilizada para proteção do fígado, como
desintoxicante, no combate à febre, problemas de pele e inflamações (205).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


para cálculo renal, como diurética, anti-inflamatória e para o fígado.

Uso externo: não há indicações na bibliografia pesquisada.

Contraindicações: não deve ser utilizada por gestantes e lactantes. Quan-


do houver o uso concomitante com medicamentos diuréticos, hipotensores,
hipoglicemiantes e com insulina deve haver o monitoramento.

Toxicidade: por causa do alcaloide pirrolizidínico que é tóxico, não deve-


se passar a dose recomendada. É recomendado o uso por no máximo 3
semanas e interromper, dar um descanso de 1 semana e só assim recomeçar
quando o tratamento for prolongado. Também pode causar diarréia e aumento
excessivo da diurese, causar infertilidade, sendo abortiva e purgativa em
doses acima do normal.

Constituição química: ácidos alifáticos acíclicos (triacontanol), ácidos


graxos (ricinoleico), ácidos (linoleico e linolênico), ácido repandusínico A
monossódico, alcaloides (securinina, 4-metóxidiidrosecurina, 4-
metóxitetraidrosecurinina, diidrose-curinina, tetraidrosecurinina, securinol-
A, securinol-B, alosecurinina, norsecurinina, entnorsecurinina, 4-metóxi-nor-
sercurinina, nirunina, filantina (4-metoxisecurinina)), alcaloide pirroli-
zidínico, álcoois, aldeídos, antraquinonas glicosídicas, brevifolincarbo-
xilato de metila, cumarinas (carboxilato de etil-brevifolina e Metil
brevifolincarboxilato), diterpenóides (trans-fitol), esteroides (estradiol, 24-
isopropil-colesterol, isopropil-colesterol e β-sitosterol), etil brevifolincarbo-
413
xilato, fenilpropanóides (nirurisídeo), fenóis (ácido elágico ácido gálico,
corilagina, (-)-epicatecina, (+)-epicatecina, (+)-epigalocatecina, (-)-
epigalotecina, 3-O-galato, (+)-galocatecina), fitalato (filéster), flavona (8-(3-
Metil-but-2-enil)-2-fenil-croma-4-ona e 2-(4-hidroxifenil)-8-(3-Metil-but-2-
enil)-2-fenil-croma-4-ona) flavonoides (astragalina, astragolina, citrina,
eriodictiol-7-O-ramnosidio, fisetina, isoquercitrina, kaempferol, niruriflavona,
quercetina, quercitrina, 4’-ramnopiranosideo, rirurina, rutina, triacontanol),
β-glucogalina, hidrocarbonetos alifáticos (n-octadecano), lactama (1,12-
diazociclodocosano-2,1 1-diona), lignanas (ácido elágico, 5-demeto-
xinirantina, filantina, filnirunina, filtretalina, hipofilantina, isolinte-tralina,
lintetralina, nerfilina, nirantina, nirfilina hikonina, nirtretalina, hinoquinina,
e sec-0-4-hidroxilintetralina), nafto-quinonas, poliéster (nirurisídeo), poli-
fenóis (ácido gálico, 1-O-galoil-5-O-luteoil-α-D-glicose, β-glicogalina,
quercetina 3-O-β-D-glicopiranosil 1-(2→1)-O-β-D-xilopiranosídeo, β-sitos-
terol, 2,3,5,6-tetrahidroxilbenzil acetato, 2,2,4,5-trihidroxi-3-(5,6,7-tri-
hidroxi-3-oxo-1,3-dihidroisobenzo-furano-5-il) – ácido benzólico metil éster),
polissacarídeos (heteroxilana e xilana), taninos (geranina) terpenos (acetato
de lupeol, filanteno, filantenona, fianteol, 3,7,11,15,19,23-hexametil-2Z-6Z-
10Z,14E,18E-tricosahexen-1-ol, hexametil-tetracoe-xenol, lupeol, 2-metil-
hexadeca-2-eno) e vitaminas (C).

Preparo da planta:

Decocto: adicione 30 a 40 g da planta fresca ou 10 a 20 g da planta seca para


um litro de água fervente. Deixe ferver por 10 minutos. O cozimento deve ser
filtrado e pode ser guardado na geladeira até o dia posterior. Tomar uma
xícara de chá, até 3 x ao dia. Para cálculo renal, fazer o chá com 1 colher
de café do pó da planta em ½ litro de água. Tomar de 3 a 4 x ao dia.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
urina presa, fígado e pedra nos rins (pequenas). Adicione3 galhos para ½
litro de água e deixe ferver por 10 minutos. Tomar 1 xícara de chá 3 x ao dia.

Decocto composto: utilizado para cálculo urinário adicione 1g da planta


picada do quebra-pedra e 2 g das sementes picadas do lágrima-de-nossa-
senhora (Coix lachryma jobi L.) a 1 litro de água e deixe ferver por 5 minutos.
Tomar 1 xícara de chá 4 x ao dia.

Infuso: adicionar duas colheres de café da planta picada em ½ litro de água


fervente. Tomar frio, e no máximo 3 x ao dia. Para hepatite o tratamento deve
ser por trinta dias, enquanto as demais aplicações deve-se tomar por 3
semanas e interromper por uma. Para pedras nos rins adicione 1 colher de
sopa da planta inteira a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar 1
dose de 2 a 3 x ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta
planta também é utilizada para pedra nos rins e como diurética. Adicione
10 folhas em uma xícara de água fervente. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Uma
outra maneira que é feita é utilizando 50 g da planta toda bem lavada para ½
litro de água fervente. A dosagem é a mesma que a anterior. Tem uma terceira
414
receita que também é utilizada para cálculo renal e como anti-inflamatória
que adiciona 1 ½ colher de sopa da planta inteira picada para 3 xícaras de
água fervente e abafa. Toma-se 1 xícara 3 x ao dia durante 1 semana.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


também é utilizada como diurética, para inflamação na bexiga e nos rins e
para dor na urina. Em uma panela adicione 3 xícaras de chá de água (300
ml), 1 folha de cavalinha (Equisetum hyemale) e ferva por 5 minutos. Logo
após acrescente 1 folha picada de caninha-do-brejo (Costus spicatus), 1 colher
de chá da planta inteira de quebra-pedra (Phyllanthus niruri), 1 colher de sopa
do cabelo (estigma) do milho (Zea mays), 1 colher de sopa de chapéu-de-couro
(Echinodorus grandiflorus) e deixe ferver por mais 3 minutos. Tomar 1 xícara
3 x ao dia.

Pó: 500 a 2.000 mg ao dia. (205)

Tintura: 5 a 20 ml ao dia. (205)

Fitoconexão: esta planta torna os relacionamentos mais simples,


desenvolve em nós a empatia pelo próximo, e assim amamos o outro como ele
é, respeitando-o como ele é. Desenvolve em nós também o perdão e filtra as
emoções. Harmoniza os relacionamentos conjugais. Em equipe, nos faz ter
foco nas metas e objetivos. Atua no chacra sacral (2º), tem polaridade
feminina(95), no nível emocional, e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: é uma planta ruderal, ou seja, cresce em todos os lugares,


em calçadas, jardins, canteiros, onde tiver um espaço para que esta se
estabeleça. O nome do gênero Phyllanthus significa “flor na folha”, o que é
característico neste grupo de plantas, já o epíteto tellenus corresponde a
“delicado” É usada na Índia há milênios, foi descrita pelo botânico Carl
Friedrich Phillip von Martins no século XIX na Amazônia e os nativos
americanos das etnias Guarani, Kaingaing, Mbyá-guaranis e Xokleng fazem o
uso tradicional desta planta. É utilizada nos rituais de iniciação e nos banhos
de purificação no catimbó e no candomblé.(205)

415
121 – Quina-rosa

Família: Phyllanthaceae.

Nome científico: Hyeronima alchor-


neoides Allemão

Descrição: árvore, com casca parda-


centa com ritidoma esca-moso. Ramos e
folhas jovens com indumento ferrugíneo
muito visível (foto ao lado), medindo de
20 a 30 metros de altura. Folhas gran-
des, simples, alternas, espiraladas, com
estípula, elíptica a ovalada, com trico-
mas estrela-dos em ambas as faces,
medindo de 9 a 20 cm de comprimento.
Flores verdes agrupadas em inflorescên-
cia em forma de panicula terminal.
Fruto do tipo drupa, globosa, preta e
com polpa suculenta.

Partes utilizadas: casca e raiz.

Indicações:

Uso interno: utilizada como analgésica, antinociceptiva, para cólicas


intestinais, dores abdominais e enxaqueca. Em um estudo, foi comprovado
a alta eficácia da quina-rosa como analgésica e antinociceptiva com testes
em camundongos (o triterpeno simiarenol e o biflavonóide amentoflavona
apresentaram as maiores atividades, 67 e 74%, respectiva-mente, na inibição
das contorções abdominais induzidas pelo ácido acético)(115). Popularmente,
na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como depurativo do
sangue.

Uso externo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para erisipela (infecção na pele).

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: biflavonóide (amentoflavona), butenolídeio (ar-


quilegiolideo), triterpenos (acetato de hieronimona, antidesmona, hierni-
mona, lupeol, estigmasterol, simiarenol e β-sitosterol).
416
Preparo da planta:

Banho: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para erisipela. Adicione 50 g da casca ou raiz para ½ litro de água e deixe
ferver por 30 minutos e abafe. Após esfriar banhe a área do corpo afetada 3 x
ao dia.

Decocto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada como depurativo do sangue. Adicione 50 g da casca ou raiz para ½
litro de água e deixe ferver por 30 minutos e abafe. Tomar 1 xícara de chá 3 x
ao dia.

Pó: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


erisipela. Triture 50 g da casca até virar pó.

Fitoconexão: atua sobre o chacra sacral (2º), no nível emocional, tem


polaridade feminina e está ligada ao elemento água.

Curiosidades: a madeira desta árvore é muito empregada na construção


civil, principalmente para esteios, vigas e caibros, em carpintaria, na confec-
ção de dormentes, postes, canoas, pranchas de pontes, mourões, trapiches,
vagões, etc. (122)

417
122 – Romã

Família: Lythraceae.

Nome científico: Punica granatum L.

Descrição: arbusto ou pequena árvo-


re, medindo de 2 a 5 metros de altura,
ramificada, podendo seus galhos se
transformarem em espinhos devido ao
endurecimento dos galhos e queda das
folhas. Folhas simples, fasciculadas em
torno dos nós, às vezes alternas, ou
quase opostas, margem inteira, elíp-
ticas, peninérvea, coriácea, brilhante e
glabra. Flor vermelho-vivo, axilares, so-
litárias ou em cimeiras pouco peduncu-
ladas. Fruto tipo baga, arredondado
com casca coriácea encimado com cáli-
ce persistente.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse do SUS (RENISUS), da 1ª edição do Formulário de Fitoterápicos da
Farmacopéia Brasileira (2011) e é reconhecida como espécie medicinal pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 2009.

Partes utilizadas: cascas do caule, da raiz ou do fruto, sementes frescas


ou folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como vermífuga (elimina tênia, solitária), para disen-
teria amebiana, estomatite, hemorragia de ovário e útero. É antibacteriana
(combate o Staphylococcus aureus), adstringente, diurética (suco), hemos-
tática, febrífuga, antivomitiva, anti-ulcerogênica, hipoglicemiante (extrato
metanólico das sementes), antioxidante, anti-inflamatória e anti-
nociceptiva. Combate diarréia crônica, afecções urinárias, anemia, gripe,
inflamações da boca e garganta (aftas, gengivite, amigdalite, faringite e
laringite, rouquidão, sangramento na gengiva e erupção dentária),
infecções vaginais e leucorréia, dor de barriga, cólicas (inclusive intestinal)
e problemas no fígado. Acalma a tosse, regula a menstruação, auxilia no
derrame, possui atividade como agente quimioprotetor e adjuvante no
tratamento do câncer e atenua os efeitos da nefrotoxicidade (óleo
418
essencial da semente – in vivo). O líquido do arilo da semente também é
utilizado para catarata. O tanino desta planta combate o vírus HSV-2 do
herpes genital. É considerada tônico para o sangue pela medicina Ayurvédica
e para tratamento do diabetes no sistema Unani.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é utilizada


para problemas na garganta.

Uso externo: utilizada no fortalecimento do couro cabeludo, como antis-


séptica e antibiótica, para hemorroidas, machucados, reuma-tismo e
estancar sangramento (inclusive nasal). O suco do fruto liofilizado é bom no
tratamento de despigmentação da pele.

Contraindicações: não é recomendado como vermífuga para crianças


menores de 12 anos. Devido a alta concentração de tanino (28% da planta),
não utilizar preparações concentradas por períodos longos, pois é
adstringente e pode levar a prisão de ventre e provocar irritação intestinal.
Deve ser utilizada com cautela por gestantes e lactantes.

Toxicidade: a ingestão de altas doses do pó pode causar intoxicação grave.


Pode provocar náuseas, vômitos, diarréia, dor de cabeça, midríase, vertigem,
cegueira noturna e paralisia dos nervos motores e consequentemente a morte
por parada respiratória. O suco deve ser tomado com cautela. Por ser rica em
tanino, o gargarejo deve ser feito com moderação pois é considerado tóxico.
(33A)

Constituição química: Flor: ácidos (elágico, gálico, oleanólico e ursólico)


e polifenóis. Fruto: ácidos orgânicos (ascórbico, cafeico, catequínico, cítrico,
clorogênico, orto e para cumarínico, elágico e quínico), açúcares (frutose e
glicose), antocianinas (cianidina, delfinidina e pelargonidina) e flavonoides
(quercetian e rutina). Raiz: ácidos orgânicos, ácido málico, açúcares
(manitol), alcaloides (peletierina e isopeletierina, pseudopeletierina e
metilpeletierina), amido, flavonoides, inulina, resinas, taninos
hidrolisáveis (granadina A e B, punicalina, punicalagina) e terpenóides.
Sementes: esteroides e flavonoides (quercetina). Ainda são citados para a
romã: ácidos fenólicos (gálico, granadotônico e punícico), manita, sais
minerais (Mg e Fe) e vitaminas (B2, C e D).

Preparo da planta:

Alimentação: utilizada para inflamações na boca e garganta. Marcar no


máximo 10 pedaços da casca do fruto por dia.

Banho de assento: utilizado para infecções vaginais e leucorréia. Faça um


decocto. Acidione 2 colheres de sopa da casca do fruto picada em 1 litro de
água. Ferva por 2 minutos, coe a coloque em uma bacia limpa previamente

419
com hipoclorito de sódio a 5% e água potável. Faça este procedimento até 3 x
ao dia.

Compressa: utilizada para herpes genitais e lavagens. Adicione 1 colher de


sopa de pedacinhos da casca para 1 xícara de chá (200 ml) de água fervente.
Deixe ferver por 10 minutos, coe e quando amornar embeba o pano no líquido
e aplique no local. Também é utilizada para estancar sangramento nasal.
Primeiro faça um decocto. Adicione 5 folhas a 150 ml de água e deixe ferver
por 10 minutos. Após esfriar faça uma compressa no nariz que estiver
sangrando.

Decocto: utilizado como vermífugo. Adicione de 40 a 60 g do pó da casca do


tronco, da raiz ou do fruto a 1 copo de água (200 ml). Ferva por 10 minutos.
Tomar de 3 a 4 porções num espaço de 1 hora. Após 1 hora da última porção,
tomar óleo de rícino. A casca do fruto também é utilizada como adstringente
e para combater a diarreia.

Extrato seco a 40% do ácido elágico: de 200 a 450 mg ao dia. (205)

Gargarejo e bochecho: utilizado para feridas na boca, sangramento na


gengiva, infecções na faringe, como antisséptica, anti-inflamatória e
antibiótica. Adicione 2 colheres de sopa da casca do fruto a 1 xícara de água
(200 ml). Ferver por 5 minutos e coar em seguida. Aplicar na área afetada 3 x
ao dia. Também pode-se tratar os mesmos males com tintura. Adicione 1
colher de sopa de tintura a 1 xícara de chá de água fria e faça o gargarejo ou
bochecho também 3 x ao dia.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta também é


utilizada para problemas na garganta. Adicione 1 pedacinho da casca do
fruto em uma xícara de chá de água fervente. Fazer o gargarejo com este
líquido 3 a 4 vezes ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é feito um


cordiá com um conjunto de plantas que é utilizado para tosse, resfriado e
dor na garganta. Adicione a 250 ml de água fervente 3 g das folhas de avenca
(Adiantum raddianum), 3 g de flores de isope (Leonurus sibiricus), 3 g das
folhas de cambará assa-peixe (Vernonia polyanthes), 3 g das folhas de guaco
(Mikania glomerata), 1 pedaço do fruto de romã (Punica granatum) sem
sementes, 1 colher de sopa de mel. Abafe e deixe amornar. Tomar 1 colher de
sopa 3 x ao dia.

Maceração: o fruto é utilizado para afta e erupção dentária.

Pó: 1.200 a 2.500 mg ao dia. (205)

Sumo: de acordo com o estado de maturidade do fruto varia a sua utilização.


Quando o fruto está acre, é receitado como febrífugo e como antivomito, já
420
quando está doce é indicado como calmante para tosse. O líquido do arilo da
semente também é utilizado para catarata.

Tintura: o epicarpo do fruto é utilizado como hipoglicemiante e o extrato


das raízes e do caule tiveram efeitos positivos em animais no combate a
diabetes (120).

Xarope: o fruto é utilizado para afecções da garganta.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da garganta (5º), nos níveis físico e


espiritual, tem polaridade feminina e está ligada ao elemento éter.

Curiosidades: o nome do gênero Punica vem de “maçã” em cartaginês,


malum punicum, já o epíteto granatum refere-se a “maçã com muitas
sementes”(205). Esta planta vem sendo utilizada pela humanidade desde os
tempos remotos. Foram descobertos vestígios da planta em túmulos egípcios
que datam de 2.500 a.C. A casca desta planta pode ser utilizada como corante
devido a sua grande quantidade de tanino. As sementes são comestíveis e
podem ser utilizada na elaboração de bebidas.

421
123 – Rosa-branca

Família: Rosaceae.

Nome científico: Rosa alba L.

Descrição: arbusto, medindo até 1,80


m de altura, com caule ereto apresen-
tando pequenos acúleos. Folha sim-
ples, elíptica, com borda serreada, ner-
vura principal aparente, com tricomas
reservados e coloração verde azulada.
Flor em forma de roseta, de colaração
branca a rosa clara, com as pétalas
sobrepostas, apresentando-se em ca-
chos com 3 ou mais.

Partes utilizadas: folha, caule e flor.

Indicações:

Uso interno: utilizada para dor de


barriga, como digestiva, laxante, anti-
inflamatória, para dor de cabeça, dor de garganta, aftas, problemas no
coração, estômago, fígado e de pressão. É depurativa do sangue e calmante.
Em um estudo o extrato aquoso na concentração de 5 g para 100 ml foi eficaz
como antibacteriano no combate a Staphylococcus aureus e Escherichia coli
(51, 187).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


calmante.

Uso externo: utilizada para problemas oculares (conjuntivite), cegueira,


hanseníase (lepra), afecções da pele, queda de cabelo e para candidíase
vaginal. É anti-inflamatória, cicatrizante, antisséptica, antimicrobiana.
Em um estudo o extrato aquoso na concentração de 5 g para 100 ml foi eficaz
como antifúngico no combate a Candida albicans (51, 187). No último estudo
citado(187) o óleo essencial foi utilizado in vitro e também foi um eficiente
antifúngico contra Candida albicans e em Microsporum nanum, Trichophyton
mentagrophytes, T. rubrum e T. tonsurans, que são comulmente encontrados
em suínos.

422
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como
anti-inflamatória para os olhos e para problemas ginecológicos.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: antraquinonas (folhas), flavonoides (pétalas e


folhas), hidroxilas fenólicas (pétalas e folhas), mucilagem (folhas), óleo
essencial (carvacol, citrol, citronelol, eugenol, geraniol, linalol, nerol) e
taninos (pétalas).

Preparo da planta:

Banho de assento: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


é utilizada contra candidíase vaginal.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


é utilizada como calmante para dormir. Este chá recebe o nome de “chá bons
sonhos”, dado pela Patrícia Carvalho. É necessário primeiro fazer a mistura
com material seco para depois tomar o infuso. Em uma triturador acrescente
100 g das folhas de capim-limão (Cymbopogon citratus), 100 g das folhas de
erva-cidreira (Lippia alba), 50 g das folhas de melissa (Melissa officinalis), 100
g das folhas de menta francesa (Mentha ssp.), 50 g das flores de camomila
(Chamomilla recutita), 50 g das flores de laranjeira (Citrus ssp.) e 100 g das
sementes de funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare). Bata tudo até ficar
homogêneo. Adicione 1 g deste material a 1 xícara de chá de água fervente e
abafe. Tomar antes de dormir.

Lavagem dos olhos: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta


planta é utilizada para limpeza dos olhos (como anti-inflamatória). Adicione
em um vasilhame o volume de 2 xícaras de chá (300 ml) de água e 2 galhos
de rosa branca (sem espinhos). Deixe no sereno uma noite até o dia seguinte.
Pela manhã lave os olhos com os galhos. Se tiver muito inflamado, antes de
voltar com o galho na água do vasilhame lave o galho. Faça este procedimento
3 x ao dia por 3 dias consecutivos.

Fitoconexão: o floral da Rosa spp. desperta em nós sentimentos de


fraternidade, liberta o amor nos ajudando a fazer a cura cósmica em todos
que nos cercam, amplia as energias do coração. Libera as energias do Eu
Superior. Indicado para os curadores e educadores e os que precisam acordar
para o amor universal. Atua no nível mental-espiritual(235). Está ligada aos
chacras do terceiro olho (6º) e coronário (7º) e tem polaridade feminina.

423
Curiosidades: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para banho de descarrego (da cabeça para baixo). Também é feito
um banho de flores para limpeza áurica onde é utilizada a colônia (Alpinia
zerumbet), camomila (Chamomilla recutita), calêndula (Calendula officinalis),
lavanda (Lavandula dentata), perpétua (Centratherum punctatum) e a rosa
branca (Rosa alba).

424
124 – Sabugueiro

Família: Adoxaceae.

Nome científico: Sambucus australis


Cham. & Schltdl.

Descrição: arbusto grande, de copa


irregular e ramificada, com tronco tor-
tuoso e casca fis-surada, medindo de 3
a 4 metros de altura. Folhas opostas,
com-postas, imparipinadas, com 5 a 7
folíolos membranáceos e serreados, bri-
lhante, com nervuras aparentes. Flores
brancas, pequenas, aromáticas, reuni-
das em corimbos terminais, quando se-
cas têm odor leve e aromático caracte-
rístico e sabor levemente amargo. Fru-
tos em forma de drupa, globosos, roxo
escuro, com 3 a 5 sementes.

Esta espécie é descrita na 6ª


edição da Farmacopéia Brasileira
(2019).

Partes utilizadas: flores, entrecasca, folhas e frutos.

Indicações:

Uso interno: utilizada para afecções respiratórias, como diurética, depura-


tiva do sangue, anti-inflamatória, analgésica (dores em geral), sudorífica,
para resfriados, febre, tosse, sinusites, sarampo, catapora, para eliminar
catarro e ácido úrico (gota), nefrite, cálculos renais, como laxante e para
constipação.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


tratar sarampo e baixar a febre.

Uso externo: utilizada como antisséptica, cicatrizante, anti-inflamatória,


antirreumatica, para artrite (casca), afecções da pele (erisipela, erupções
cutâneas, pruridos, eczemas e reações alérgicas), irritação dos olhos, catapora
(varicela-zoster), queimaduras leves, úlceras bucais e pequenas injúrias.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


sarampo.

425
Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: a folha contém glicosídeo cianogênico tóxico, portanto não deve


se utilizada por via oral.

Constituição química: ácidos graxos, alcaloides, fitoesteróides, glico-


sídeos, flavonoides e. terpenos.

Preparo da planta:

Banho: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para sarampo. Adicione 1 flor ou folha a ½ litro de água fervente e abafe.
Deixe esfriar e banhe o corpo.

Cataplasma: as flores são utilizadas para pequenas injúrias.

Compressa: as flores são utilizadas para pequenas injúrias. Para


queimaduras de sol adicone 3 xícaras de café (10 g) da flores e folhas secas
a ½ litro de água e abafe. Deixe esfriar e aplique sobre a pele várias vezes ao
dia.

Decocto: utilizado para reumatismo (artrite e gota), nefrite, cálculos


renais e como diurética. Adicione 1 colher de chá da entrecasca picada a 1
xícara de chá de água e deixe ferver por 5 minutos. Tomar 1 dose de 3 a 4 x
ao dia até as 17 h.

Gargarejo: as flores são utilizadas para pequenas injúrias.

Infuso: utilizado para febre, com analgésica (dores em geral), sudorífica,


para sarampo e catapora. Adicione 1 colher de sobremesa das flores picadas
a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Tome 1 dose 3 a 4 x ao dia e
permaneça em repouso. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada para botar o sarampo para fora. Adicione 1 ½ colher de
sopa das folhas e flores a 3 xícaras de chá de água fervente e abafe. Após
alguns minutos beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia até o sarampo sair. Quando
sair, passar a fazer o banho com o mesmo chá para limpar as feridas.

Fitoconexão: esta planta nos ajuda a ter uma visão clara sobre nossos atos
(erros) nos relacionamentos, aumenta nossa espontaneidade de sentimentos,
de fazer amizades, cultivar os amigos, e sermos seres sociáveis. Atua no
chacra sacral (2º), tem polaridade masculina(95), no nível emocional e está
ligada ao elemento água.

Curiosidades: as folhas e frutos do sabugueiro também são utilizadas na


culinária e para aromatizar geléias(125). É um dos componentes da “água
inglesa” que tem propriedades tônicas e antifebris. (139)
426
125 – Saião

Família: Crassulaceae.

Nome científico: Kalanchoë brasilien-


sis Larrañaga

Descrição: erva, perene, medin-do até


2 m de altura. Folhas opostas, suculen-
tas, ovadas ou obovadas, côncavas, me-
dindo até 10 cm de comprimento, com
pecíolo curto, com borda crenada-den-
teada.

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada para dor de


cabeça, ingurgitamentos linfáticos, na
cicatrização de úlcera estomacal e
intestinal e previne doenças neuro-
lógicas e cardiovasculares (antocia-
nina), inibe a contração uterina. É imunomoduladora, diurética,
antibacteriana, analgésica, anti-inflamatória, antirreumática, antimalá-
rica, espasmolítica, anticonvulsivante, anticolinesterásica, emoliente,
antipirética (febre), antitumoral, hepatoprotetora, imunossupressora e
antioxidante. Combate cálculo renal, aftas, dor de ouvido e de dente,
afecções respiratórias (alcama a tosse, bronquite, coqueluche), gripe, dor
de barriga, gastrite, problemas uterinos, o diabetes. É inibidora da
proliferação de linfócitos humanos. Na África é utilizada para otite, asma,
dor de cabeça e convulsão. Quando associada com a erva-de-santa-maria
(Chenopodium ambrosiodes) é indicado para diarréia e pneumonia(223). Em
um estudo é citado um grupo de autores onde o extrato aquoso foi eficaz
contra o envenenamento de serpentes diminuindo edemas, hemorragias e
necrose. Neste mesmo estudo, o extrato etanólico das folhas foi eficaz como
antitumoral in vivo, sendo na dose de 250 mg/kg para Carcinoma de Ehrlich
(inibição de mais de 66% do tumor) e 62,5 mg/kg para Sarcoma 180 (inibição
de mais de 50% do tumor). O óleo essencial também foi testato in vitro e foi
eficaz como bacteriostático na concentração de 8% na inibição do
Staphylococcus aureus.(223) A pesquisa acima também cita que em um outro
estudo identicaram uma rizobactéria que vive em simbiose com a planta e
combate os fungos do gênero Cryptococcus. Em um outro estudo o extrato foi
427
eficaz como inibidor da acetilcolinesterase (enzima associada ao mau de
Alzheimer) na concentração inibitória (CI50) de 0,16 mg/mL (79).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


úlcera do estômago, gastrite, tosse, problemas pulmonares (pneumonia),
como expectorante e inflamação de um modo geral.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, boa para calos, verrugas, frieiras
e queimaduras simples, tumores e úlceras, abcessos, inchaços das pernas
com erisipela, picada de insetos, pesticida, ação contra leishmaniose
cutânea, pruridos, furúnculos, coceiras, irritações, dermatites, eczemas,
infecção ocular, nevralgias e como larvicida.

Contraindicações: não é indicada para gestante e lactantes.

Toxicidade: em um estudo é citado um grupo de autores que comprovou


que o uso crônico desta planta provoca hipotireoidismo. Neste mesmo estudo
o extrato hidroetanólico provocou toxicidade aguda in vivo causando
alterações no Sistema Nervoso Central como agressividade, taquicardia e
dispnéia, além de afetar o sistema nervoso simpático(223). Portanto a planta
deve ser utilizada com moderação.

Constituição química: ácidos (cafeico, cinamômico e ferúlico), amino-


ácidos (calanchosina), antocianinas (pigmentos), bufadienolídeos (glico-
sídeos cardiotônicos), compostos fenólicos, composto kalanchosine
dimalato (KMC), esteróis, flavonoides (flavonóis, flavonas, quercetina,
kaempferol, patuleninas, 3,7-di-O-α-L-raminopiranosíl 8-metoxiquercetina e
3,7-di-O-α-L-raminosíl 8-metoxikamferol), lectinas, mucilagem, (grande
quantidade), saponinas, taninos condensados (proantocianidinas) e
vitaminas (ácido ascórbico).

Preparo da planta:

Alimentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para úlcera do estômago e tosse. Deixar uma folha grande no
sereno com 3 pedras de sal grosso de um dia para o outro. Cortar tipo salada
e comer. Também é utilizada para inflamação de uma maneira geral. Apanhe
1 folha antes do amanhecer e mastigue. Coma somente 1 por dia.

Batida: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para pneumonia, gastrite, começo de úlcera e como expectorante.
Adicione 1 folha em um copo (americano) de leite ou água fria. Bata no
liquidificador, coe e beba. Tomar 2 x ao dia.

Infuso: utilizado para ingurgitamentos linfáticos, inchaços das pernas


com erisipela.

428
Óleo: utilizado para dor de ouvido. Aqueça em banho-maria 1 colher de
sobremesa das folhas picadas em ½ xícara de chá (100 ml) de óleo vegetal por
10 minutos após a água do banho-maria começar a ferver e abafe. Deixe
tampado até esfriar. Coe em uma gase estéril e aplique 1 gota no ouvido a ser
tratado. O procedimento deve ser feito até 3 x ao dia. Entre as aplicações o
ouvido deve ser lavado com soro fisiológico.

Sumo: utilizado para calos, frieiras e queimaduras. Na África as folhas


frescas são utilizadas para otite, asma, dor de cabeça e convulsão.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada para
úlcera do estômago, tosse e problemas no pulmão. Macetar 2 folhas e em
seguida bater no liquidificador até gerar um sumo. Tomar 5 ml 3 x ao dia,
durante 7 dias. Existe uma outra receita que é indicada também para
pneumonia e problemas pulmonares. Macere 4 folhas com um pouquinho de
água, deixe descansar de um dia para o outro e beba. Tomar 1 dose por dia
durante 3 a 4 dias. Pode ser misturado com um pouco de mel para mascarar
o sabor amargo.

Fitoconexão: atua sobre o chacra do coração (4º), no nível emocional, tem


polaridade feminina e está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: o gênero Kalanchoe tem 125 espécies e estas são conhecidas


como plantas “CAM” (Metabolismo Ácido Crassuláceo). Estas têm um
metabolismo específico para adaptação a clima seco fazendo com que suas
folhas sejam suculentas, ou seja, apresentem grande quantidade de
mucilagem(223). O saião é nativo dos trópicos e no Brasil e é encontrado desde
a Bahia até São Paulo, preferencialmente no litoral, entretanto na região de
Visconde de Mauá se adaptou bem e tem uma propagação muito fácil.

429
126 – Sálvia

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Salvia officinalis L.

Descrição: erva, perene, ereta ou


decumbente, aromática, rami-ficada na
base formando uma touceira, com caule
tomentoso e pubescente, medindo de 30
a 60 cm de altura. Folha simples, opos-
ta, rugosa, margem crenada, ápice obtu-
so, oblonga, peciolada, verde-esbran-
queçada na parte superior e mais clara
na inferior, medindo de 3 a 6 com de
comprimento. Flores pouco frequentes
em nossas condições climáticas, entre-
tanto tem coloração violácea, reunidas
em longas espigas termi-nais. Na região
de Visconde de Mauá não dá flor. Fruto
em forma de núcula.

Esta espécie consta na 1ª edição do


Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira de 2011.

Partes utilizadas: folhas, inflorescências, raízes ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como digestiva, diurética, carminativa (gases), para


diminuir a lactação, salivação e suor excessivos (inclusive mãos e axilas).
É boa para dispepsia, perda de apetite (anorexia), melhorar a memória e a
concentração, para glossite (inflamação ou infecção na língua) e
branqueamento dos dentes. É cardiotônica, adstringente, emenagoga,
vermífuga, colerética (secreção biliar), antirreumática, calmante, anti-
inflamatória, analgésica, antiespasmódica, estrogênica, hipoglicemiante,
antioxidante, antitumoral, antiviral, estimulante da cognição e
neuroprotetora. Combate ansiedade, depressão, problemas de
menopausa, cólica intestinal e menstrual, gota (ácido úrico), astenia
(fraqueza), diabetes (folhas), anemia, bronquite crônica, prisão de ventre,
exaustão nervosa, corrimento purulento da uretra, hipertensão arterial,
gripe, resfriado, tosse, dores de cabeça, vômitos, diarréia, disenteria,
enterites, inflamação na garganta e boca (amigdalite, gengivite, aftas, mau

430
hálito e úlcera), tuberculose, problemas hepáticos (fígado), transtorno
cognitivo leve, doença de Alzheimer, diabetes (extrato metanólico in vivo)
e afonia. Inibe a infecção das células pelo HIV-1, combate o vírus do herpes
simples tipo 1 (HSV-1) e tipo 2 (HSV-2)(extrato etanólico a 20% e aquoso) e
melhora a circulação sanguínea. Em um estudo foi comprovada a eficiência
do extrato hidroalcoólico da sálvia em microorganismos bucais (Enterococcus
faecalis, Streptococcus oralis e Staphylococcus aureus) in vitro(116), já em outro
o ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo e anti-inflamatório
agudo e crônico in vivo(212). Em um outro estudo foi verificado que o ácido
rosmarínico extraído da salvia apresentou dupla ação melanogênica, sendo
capaz de aumentar a síntese de melanina e de tirosinase em concentrações
mais baixas (10 μM) e de inibi-la em concentrações mais altas (1000 μM)(161).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


pressão alta, problemas no coração, afecções da boca (inflamação na
garganta, afta e gengivite), gripe, cólica menstrual, reposição hormonal,
menopausa, cansaço intelectual e físico, como antibiótica e expectorante.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, anti-hemorrágica, coagulante,


antisséptica, bacteriostática, antifúngica, para leucorréia (ducha vaginal),
afecções da pele (micose, escrófulas e feridas), picada de insetos, como
repelente de traças, ácaros e carrapatos, e tônico capilar.

Contraindicações: não se deve utilizar esta planta por períodos prolon-


gados ou em excesso, podendo provocar convulsões, devendo ser evitada por
pacientes epiléticos ou cardíacos. Gestantes e lactantes não devem fazer o uso
desta planta por ser emenagoga e abortiva (por conter tuiona), estimular a
contração uterina e diminui a secreção láctea. Também não é recomendada
para pessoas abaixo de 18 anos por falta de estudos. Se utilizada com sais de
ferro pode perder suas propriedades medicinais. Não deve ser utilizada com
substâncias com alto teor de tanino, pois seus alcalóides podem se precipitar.
Deve-se utilizar com cautela esta planta concomitante com medicamentos
psicotrópicos, anticonvulsivantes, anticoncepcionais e repositores hormonais.
Pode potencializar os efeitos de barbitúricos e benzodiazepínicos e diminuir a
capacidade de dirigir e operar máquinas.

Toxicidade: pode provocar náusea, vômito e estomatite. O uso do óleo


essencial isolado deve ser usado com cautela pois é hepatotóxico, neurotóxico
e nefrotóxico e em altas doses pode provocar câimbras e convulsões,
intoxicação, vertigem, bradicardia intensa, fotodermatite e irritação da pele.

Constituição química: compostos fenólicos (ácidos (cafeico, carboxílicos


clorogênico, ferúlico, gálico, p-hidroxibenzóico, hidroxi-cinâmico, (-)-hidroxi-
jasmônico, labiático e rosmarínico e derivados (ácido sagerínico e
salvianólico)), os cafeoil, p-hidroxibenzoil-glicosídeos e o 1-O-(2,3,4-tri-
hidroxi-3-metil)-butil-6-O-feruloil-β-D-glicosídeo, o 1-O-(2,3,4-tri-hidroxi-3-

431
metil)butil-6-O-feruloil-β-D-glicopiranosídeo, etil -β-D-glicopira-nosil
tuberonato, e o 4-hidroxiacetofenona-4-O-[5-O-(3,5-dimetóxi-4-hidroxiben-
zoil)-β-D-apiofuranosil]-(1→2)-β-D-glico-pi-ranosídeo), diterpenos (ácido car-
nósico, carnosoato de 7-metila, carnosol, manol, rosmanol, rosmanol-7-
metiléter e saficinolida e sageona), flavonoides (agliconas metoxiladas,
apigenina, genkvanina, genkvanina-6-metiléter, salvigenina-5-metiléter, e
outras), apigenina, cirsimaritina, crisina, hispidulina, luteolina, 6-
hidroxiluteolina, salviginina e vicenina-2), glicosídeos (α e β-amirina e
betulina e feniletanolida martinosídeo), lactonas sesquiterpênicas
(picrosalvina), mucilagens, óleo essêncial (borneol, canfeno, cânfora, α e β-
cariofileno (humuleno), 1,8 cineol, limoneno, linalol, manol, mirceno, α e β-
pineno, α-terpineol, α e β-tujona (majoritário), viridiflorol), resinas,
saponinas, substância amarga (picrosalvina), substância estro-gênica,
taninos condensados (catequina), triterpenos pentacíclicos (ácido
betulínico, oleanólico e ursólico).

Preparo da planta:

Alimentação: utilizada na prevenção do diabetes tipo II.

Banho: utilizado para curar escrófulas, feridas velhas, úlceras varicosas,


cansaço físico e mental. Adicione 50 g de folhas e flores a 1 litro de água
fervente. Deixar esfriar e banhar-se.

Cataplasma: utilizado para picada de insetos. Macetar as folhas frescas e


aplicar diretamente na área afetada.

Creme dental composto (5%): associado ao alecrim.(205)

Extrato flúido (1:1): 1 a 3 ml, 3 x ao dia. (205)

Extrato seco (5:1): 180 a 360 mg, 3 x ao dia. (205)

Gargarejo e bochecho: utilizado para aftas, inflamação na garganta,


amigdalite, gengivite e dificuldade de engolir. Adicione 30 g de flores para
1 litro de água. Após esfriar faça o bochecho. Existe uma outra receita para
os mesmos males. Adicione 7 colheres de café das folhas picadas a 1 xícara
de água fervente e abafe. Faça o gargarejo ou bochecho 1 ou 2 x ao dia. Para
gripes, resfriados e tosses agudas adicione de 1 a 2 colheres de sobremesa
das folhas picadas a 1 xícara de água fervente e abafe. Após 20 minutos faça
o gargarejo e engula o líquido. Faça este procedimento até 4 x ao dia.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
afecções da boca (inflamação na garganta, afta e gengivite). Adicione 1 ½
colher de sopa das folhas picadas a 3 xícaras de chá de água fervente e abafe.
Faça o gargarejo com o volume de 1 xícara 3 x ao dia.

432
Fricção: utilizada para branqueamento dos dentes, refrescar e fortificar a
gengiva, aromatizar a boca. Esfregar as folhas frescas no local.

Infuso: utilizado para indigestão e suor excessivo (inclusive mãos e axilas).


Adicione 1 colher de sobremesa das folhas e flores picadas em 1 xícara de chá
de água fervente. Tomar uma dose 2 x ao dia. Como vulnerária, adiciona-se
de 15 a 30 g de folhas a 1 litro de água fervente. Para vômito, adicione 2
xícaras de cafezinho para um litro de água. Tomar 1 xícara antes e após o
almoço. É também indicada para suor noturno de tuberculosos. Adicione 10
g da folha em 1 litro de água. Tomar de 4 a 5 xícaras de chá por dia. Para
resfriado, bronquite, angina e tosse adicione 10 g das folhas e flores a 1 litro
de água. Tomar de 2 a 3 xícaras de chá por dia. Pode ser utilizada também
para escurecer o cabelo e acabar com caspa. Faça um chá forte e aplique
no couro cabeludo. Popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta
é utilizada para pressão alta, para o coração, garganta inflamada e como
antibiótica. Adicione 5 folhas (para adultos) a 1 xícara de chá de água
fervente. Tomar 3 x ao dia. Existe uma outra receita que também utiliza a
planta para gripe e como expectorante. Adicione 1 ½ colher de sopa das
folhas picadas a 3 xícaras de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3
x ao dia. Também é utilizada para cólica menstrual, reposição hormonal e
para menopausa. Faça o mesmo chá para para gripe e tome de 1 a 2 x por
semana. Pode também ser utilizada para dor no estômago. Adicione de 3 a 4
folhas de salvia, ralar um pouco de nós-moscada em 400 ml de água fervente.
Omar de 3 a 4 x uma xícara de cafezinho.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, está planta


é utilizada como calmante, para pressão alta e problemas no coração.
Adione 3 flores do cravo-rosa, 3 folhas de sálvia (Salvia officinalis) em 500 ml
de água fervente e abafe. Tomar 3 x ao dia até controlar a pressão.

Melado: utilizado como expectorante para catarro crônico nos brônquios.


Adicionar de 6 a 7 g do pó das folhas a 100 g de mel de abelha. Tomar de 4 a
5 colheres de sobremesa por dia.

Óleo essencial: 0,1 a 0,3 ml(205). Também é utilizado para gargarejo. Adicione
3 a 5 gotas em uma xícara de água morna.

Tintura: utilizada para sangramento na gengiva, aftas e mau hálito.


Adicione a um vasilhame 1 xícara de café de água, 2 xícaras de café de álcool
de cereais e um punhado de folhas de sálvia. Deixar macerar por 5 dias em
local escuro. Tomar uma colher de chá 10 a 15 minutos antes das refeições.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

433
Vinagre: utilizada como repelente de insetos, traças, ácaros e carrapatos.
Num recipiente misture 2 litros de vinagre de maçã com 2 colheres de sopa
de alho picado, 2 colhes de sopa de alecrim, 2 de arruda, 2 de sálvia, 2 de
alfazema, 2 de losna e 2 de hortelã-pimenta. Deixar em um lugar ensolarado
por 2 semanas, sacudindo o frasco diariamente. Ao final deste período, coe o
conteúdo e guarde o líquido. Acrescente vários dentes de alho esmagado a este
líquido e feche o frasco outra vez. Após 3 dias coe novamente e guarde em
lugar fresco. Para borrifar na pele, dilua 50% em água e teste em uma pequena
área para ver de não vai dar alergia. Não deve ser utilizado em gestantes e
crianças pequenas.

Vinho: utilizado para problemas menstruais e de menopausa. Adicione o


estrato das folhas e flores maceradas em vinho branco durante 8 dias. Tomar
um cálice 3 x ao dia.

Vinho composto: utilizado para cansaço intelectual e físico. Misturar 1 litro


de vinho tinto com 20 g de sálvia, 25g de folhas de alecrim (Rosmarinus
officinalis) e 15g de mel. Aquecer em banho-maria por vinte minutos e depois
deixar esfriar. Tomar um cálice antes das refeições. Já para melhorar a
digestão e amigdalite utilizar 1 litro de vinho branco com 50g de folhas de
alecrim. O conteúdo deve ficar curtindo por 10 dias, depois filtrar e guardar
em recipiente e local escuros. Tomar um cálice após as refeições.

Fitoconexão: a salvia é para quem tem dificuldade de “digerir” as


experiências da vida e ficam num ciclo vicioso (repetindo os mesmos erros)
pois não refletem sobre seus atos. É também indicado para pessoas
superficiais e que o material está em primeiro plano. Indicada para Seres com
memória fraca, apressados, impacientes, desatentos, superficiais e
mecanicistas, ou seja, é para aqueles em que a intuição está em segundo
plano. É para aqueles que não estão muito atentos ao que está acontecendo
ao lado, e seu desenvolvimento espiritual está estagnado(225). Atua sobre o
chacra coronário (7º), no nível espiritual e tem polaridade feminina.

Curiosidades: esta planta é nativa da região Mediterrânea e do leste


Adriático. É encontrada principalmente no norte e centro da Espanha, no sul
da França e no sul da Europa(161). Na língua inglesa Salvia deriva de Sage,
que quer dizer “sábia”, já em latim vem da raiz salvius que significa “salvo,
são e curado” sendo portanto, uma planta sábia e curadora. Alguns autores
consideram que a origem de sua palavra vem de outra palavra latina, salvare,
que significa “estar em boa saúde, curar-se”, já o epíteto officinalis refere-se
que a “espécie tem propriedades medicinais”. É utilizada também como
protetora contra mau-olhado e ganância alheia. Na culinária é utilizada como
tempero de carnes, pães e bolos, inclusive em Visconde de Mauá. Também é
utilizada para higienização de armários, gavetas e roupas.

434
127 – Sálvia-do-campo

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Lepechinia speciosa


(A.St.-Hil. Ex Benth.) Epling

Descrição: subarbusto, ramificado,


com caule verde a arroxeado, aromático,
medindo até 2 metros de altura. Folha
simples, oposta, cruzada, cartácea, ru-
gosa, lanceolada, margem den-teada,
verde-clara na face superior e veludosa,
esbranquiçada na inferior. As nervuras
são bem destacadas na face inferior. Flor
tubular, roxa. Inflorescência ter-minal
em forma de panícula.

Partes utilizadas: folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como aromática.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


gripe, tosse, bronquite e como expectorante.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

Prepraro da planta:

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para bronquite, tosse, gripe e como expectorante. Adicione 3 folhas a ½
litro de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tome 1 xícara 3 x
por dia.

435
Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado
para bronquite, tosse e gripe. Adicione 3 folhas de sálvia-do-campo, 100 g
do poejo-do-campo (Hesperozygis myrtoides), 50 g de arnica-do-campo
(Chinolaena capitata) e 100 g de carobinha-do-campo (Jacaranda sp.), 100 g
da raiz de japecanga (Smilax japicanga), 5 litros de água e 3 kg de açúcar e
mexa até engrossar e ficar no ponto de xarope. Após este período deixe esfriar
e coe. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua sobre o chacra coronário (7º), no nível espiritural e tem


polaridade masculina.

Curiosidades: Esta planta é encontrada em nossa região nos campos de


altitude, ou seja, em área acima de 1.600 metros de altitude.

436
128 – Sete-sagrias

Família: Lythraceae.

Nome científico: Cuphea balsamona


Cham. & Schltdl.

Descrição: erva, anual, ereta, pouco ra-


mificada, com caule piloso, medindo de
20 a 50 cm de altura. Folha simples,
oposta, cruzada, pilosa, discolores, com
margem lisa, com nervuras apa-rentes,
medindo de 1,5 a 3,5 cm de compri-
mento. Flores pequenas, de coloração li-
lás, desenvolvidas em pequenos grupos
axilares.

Partes utilizadas: a planta toda.

Indicações:

Uso interno: utilizada para febre,


eclosão dentária, como laxativa, hipo-
tensora arterial, para aterosclerose, e na redução do colesterol (in vivo). É
diurética, calmante suave, anticolinesterásico, estimulante da contração da
musculatura lisa (in vivo), vasodilatadora, antioxidante, depurativa,
ativadora da circulação sanguínea, estimuladora intestinal e antiviral
(herpes simples tipo 1 (HSV-1) e poliovírus tipo 2 (PV-2)). Combate
ansiedade, tosse, palpitação no coração, irritação das vias respiratórias,
pneumonia, doenças venéreas (inclusive sífilis), nervosismo, problemas
renais e derrame.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


depurativa do sangue e para reumatismo e artrose.

Uso externo: utilizada como antisséptica e para afecções da pele (coceira,


acne e furúnculo).

Contraindicação: não é indicado o seu uso em crianças, gestantes e


lactantes.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

437
Constituição química: ácidos graxos (láurico, linolênico e mirísitico),
esteróides (ergosterol, estigmasterol e β-sitosterol), flavonoides (apigenina,
campferol, isoramnetina, luteolina, miricetina, quercetina, ramnetina e
isorramnetina), óleo essencial, pigmentos, polissacarídeos (mucilagens e
manitol) proantocianidinas, saponinas, taninos e tripterpenos penta-
cíclicos (ácido betulínico, ácido ursólico, β-amirina, cartagenol, epifriedelinol,
friedelan-3β-ol).

Preparo da planta:

Compressa: utilizada para afecções da pele. Primeiro faça um decocto.


Adicione 1 colher de sopa da planta inteira picada em 1 copo de leite e deixe
ferver por 3 minutos. Aplique sobre a área afetada com chumaços de algodão
de manhã e a noite.

Infuso: utilizado como diurético, para combater a arteriosclerose, hiper-


tensão arterial e palpitação do coração. Adicione 1 colher de chá da planta
inteira picada a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Tomar 1 dose de 1
a 3 vezes ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada como depurativa do sangue e para reumatismo e artrose. Adicione
25 g da planta inteira picada a 1 litro de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara
de chá 3 x ao dia até obter melhora.

Xarope: utilizado para aliviar a sensação de respiração difícil, tosse dos


cardíacos, irritação das vias respiratórias e insônia. Primeiro faça o infuso
descrito acima e depois acrescente 1 xícara de chá (média) de açúcar e leve ao
fogo de novo até dissolver completamente. Tomar 1 colher de sopa de 2 a 3 x
ao dia.

Tintura: utilizada para nervosismo, depurativa, ativadora da circulação


sanguínea e estimuladora intestinal. Adicione 2 colheres de sopa da planta
inteira picada a 1 xícara de chá (média) de álcool de cereais a 70%. Deixe
curtir por 8 dias. Tomar 1 dose de 30 gotas diluídas em um pouco de água, 2
a 3 x ao dia. Para acne e furúnculo, adicione de 30 a 40 gotas em 1 xícara de
chá de água fria antes das principais refeições.

Fitoconexão: o floral da C. carthagenensis desperta em nós as forças vitais


de renovação, a manter a força de vontade e a combater a apatia nos que
desistem fácil da luta. Atua no nível físico-emocional(235), no chacra do plexo
solar (3º), tem energia feminina e está ligada aos elementos fogo.

Curiosidades: o nome do gênero Cuphea, deriva do grego Kuphos, que


significa “giba ou curvo”, fazendo alusão a cápsula gibosa do cálice da
planta(205). É nativa da América do Sul, comum na região de Visconde de
Mauá, sendo facilmente encontrada em pastagens, gramados, terrenos
baldios e beiras de estradas.
438
129 – Taioba

Família: Araceae.

Nome científico: Xanthosoma taioba


E.G. Gonç.

Descrição: erva, rizomatosa, acaule,


medindo de 50 a 90 cm de altura. Folha
simples, membranácea, glabra, longa-
mente pecio-lada, sagitada, com nervu-
ras salientes, com a face superior verde
escura e a inferior verde clara, sendo que
o pecíolo pode medir de 30 a 50 cm de
comprimento, já a folha de 20 a 35 cm.

Partes utilizadas: folhas ou


tubérculos (rizoma).

Indicações:

Uso interno: utilizada para desnu-


trição, como colagoga e vulnerária.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


depurativa do sangue.

Uso externo: utilizada para doenças de pele e hemorroidas.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: amido, carboidratos, lipídios, pigmentos (α e β-


caroteno, luteína e violaxantina), proteínas, sais minerais (Ca, Cu, Fe, P, Mg,
Mn, K e Zn), vitaminas (C).

Preparo da planta:

Alimentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, as folhas desta


planta são utilizadas como depurativa do sangue.

439
Infuso: a folha é utilizada para doenças de pele e também como colagoga e
vulnerária.

Pó: o rizoma é utilizado para hemorroidas.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da base (1º), no nível físico, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento terra.

Curiosidades: planta apreciada por suas qualidades culinárias, sendo


ingerida suas plantas e talos cozidos e seu tubérculo. É considerada uma
PANC (Planta Alimentícia Não Convencional). Tem grande quantidade de
amido, sendo importante para a alimentação de crianças, idosos, gestantes,
lactantes e atletas. Além disso sua constituição química é rica em vitaminas
e minerais como demonstrado acima.

440
1
130 – Tanchagem , transagem

Família: Plantaginaceae.

Nome científico: Plantago major L.

Descrição: erva, perene ou bianual,


ereta, acaule, medindo de 20 a 30 cm de
altura. Folhas dispostas em roseta ba-
sal, simples, ovais a elípticas, com pecío-
lo longo, membranácea, nervuras apa-
rentes, medindo de 15 a 25 cm de com-
primento. Flores muito pequenas, dis-
postas em inflores-cência em forma de
espiga medindo de 25 a 30 cm de com-
primento. Fruto em forma de cápsula de
cor violácea com muitas se-mentes.

Esta espécie consta na Relação


Nacional de Plantas Medicinais de Inte-
resse do SUS (RENISUS) e é recomen-
dada pela Europen Medicines Agency
(EMA).

Partes utilizadas: folha, inflorescência, raiz ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética, antidiarreica, analgésica, expecto-


rante, adstringente, hemostática (anti-hemorrágica) e cicatrizante. Com-
bate problemas menstruais, cólica infantil, infecções urinárias, úlceras
pépticas e intestinais, gastrite, otite, colite, problemas nos rins, diabetes,
gripe, tosse, estomatite, problemas bucais (antisséptica da cavidade oral
(boca), inflamação do dente, aftas, sapinho), infecções das vias respiratórias
superiores (amigdalite, faringite, gengivite, traqueíte, parotidite, bronquite
crônica) e inflamações do útero, ovário e dos ouvidos. É laxante, depurativa,
hepatoprotetora, antitumoral, imuno-estimulante, emoliente (amolece
tecidos inflamados), hipolipemiante, tônica, febrífuga, desintoxicante das
vias respiratórias (para fumantes), vulnerária, anti-inflamatória, anti-
bacteriana. É também boa para o coração e baixa a pressão arterial.

441
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
garganta inflamada, infecção de modo geral, problemas no estômago, como
antibiótica e anti-inflamatória.

Uso externo: utilizada como cicatrizante, para conjuntivite, irritações


oculares devido a traumatismo, olhos cansados, afecções da pele (abcessos,
acne, espinhas, furúnculos), hemorroidas, caxumba, queimaduras, para
coluna e picadas de insetos.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


corrimento branco (vaginal) e machucados.

Contraindicações: tomar cuidado com o pólen desta planta, pois é um dos


principais propagadores da polinose. Não é indicado em infecções catarrais ou
em congestão das mucosas respiratórias devido ao efeito emoliente da
mucilagem. A semente deve ser ingerida com altas doses de água para não
haver obstrução intestinal. Não devem ser ingeridos outros medicamentos em
um período inferior a 3 horas do uso desta planta. Deve haver o
monitoramento quando fizer o uso de medicamentos hipoglicemiantes, anti-
hipertensivos e com insulina. Não utilizar em gestantes e lactantes.

Toxicidade: em altas doses pode provocar anafilaxia, congestão peitoral,


constipação, erupções, espirros, gases, edema dos lábios e lacrimejamento.

Constituição química: partes aéreas: ácidos fenólicos (benzoico, cloro-


gênico, fenilcarboxílico, fumárico, hidroxicinâmico, neo-cloregênico, gentísico,
protocatéquico e salicílico), alcaloides (indicaína e plantagonina), antra-
quinonas (sementes), colina, cumarinas (esculetina), derivados do ácido
cafeico, enzimas (emulsina, invertina), ésteres derivados de ácidos
fenólicos (acteosídeo e plantaniosídeo), esteroides (β-sitosterol), flavonoides
(apigenina, baicaleina, hispidulina, luteolina e plantamajosídeo), glicosídeos
(alcubina), glúcides, heterosídeos (alcubigenina), iridóides (asperrulosídeo,
aucubina e catalpol), ligninas, polissacarídeos (mucilagens (arabinogalac-
tano e derivados, glucomanano e derivados), pectina, manitol e sorbitol)
resinas (alantoína), sais minerais (Ca, P, Fe, Si, Zn e K), saponinas, taninos,
terpenóides (ácidos oleanólicos e ursólico) vitaminas (ácido ascórbico, C e
retinol). Sementes: açúcares (arabinose, galactose, glicose, planteose,
rhamnose e xilose), ácidos graxos, glucosinolatos, óleo essencial e óleos
fixos.

Preparo da planta:

Banho de assento: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


é utilizada para corrimento branco (vaginal). Adiciona-se de 3 a 4 folhas para
uma xícara de chá de água fervente. Deixar amornar e acrescentar a água em
uma bacia higienizada e fazer o banho de assento.
442
Cataplasma: utilizado para afecções da pele (abcessos, acne, espinhas,
furúnculos), queimaduras, cicatrização, úlceras, hemorroidas e picadas
de insetos. Macere suas folhas em pilão misturadas a glicerina. Coloque
sobre a gase e aplique no local afetado. Para retirar espinhos e pedaços de
vidro, aqueça a folha numa chama fraca e depois aplique no local.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como
anti-inflamatória para machucados. Adicione 2 folhas picadas a 1 pilão e
macere. Coloque em cima da área a ser tratada.

Compressa: utilizada para acne e espinhas. Adicione 2 colheres de sopa de


folhas picadas em um copo de água fervendo por 15 minutos. Acrescente 1
colher de sopa de mel. Após esfriar, aplique com chumaços de algodão na área
afetada.

Decocto composto: é utilizada para gastrite, úlcera péptica e diarréia.


Adicione 1 a 2 colheres de suas partes aéreas picadas a 1 xícara de água e
deixe ferver por 30 segundos. Coe e beba 30 minutos antes das refeições.
Tomar 1 dose até 4 x ao dia.

Decocto composto: suas flores junto com as folhas de erva-de-santa-maria


(Chenopodium ambrosioides) são utilizadas para problemas menstruais. As
sementes junto com as flores também são utilizadas para conjuntivite e
irritações oculares.

Gargarejo: utilizado para amigdalite, faringite, gengivite, estomatite,


traqueíte, parotidite e desintoxicante das vias respiratórias (fumantes).
Adicione 2 colheres de sopa de folhas picadas a 1 xícara de chá de água
fervente. Fazer o gargarejo 2 a 3 x ao dia. Para úlcera na boca, afta,
gengivite, lábios rachados e inflamações na garganta adicione 70 g de suas
folhas para 1 litro de água. Ferver até que o volume se reduza a metade e fazer
o gargarejo. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta
também é utilizada para garganta inflamada. Adicionam-se duas folhas em
uma xícara de água fervente e abafe. Gargarejar 3 x ao dia durante 7 dias.

Infuso: utilizado como laxante e depurativo. Adicione 1 colher de sopa de


sementes maceradas a 1 copo de água fervente. Deixar macerar por uma
noite, tomar em jejum. Para infecções das vias respiratórias superiores
(contra amigdalite, faringite, gengivite, traqueíte, parotidite, bronquite
crônica) acrescentar 1 xícara de cafezinho de folhas frescas picadas a ½ litro
de água fervente. Tomar 1 xícara de chá a cada 6 horas. Para estomatite,
uma xícara de chá a cada 8 horas do mesmo chá para problemas respiratórios.
Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para
garganta inflamada (também usada como gargarejo) e para problemas
estomacais. Adicionam-se duas folhas em uma xícara de água fervente.
Tomar 3 x ao dia durante 7 dias. Para infecção de um modo geral adicione
3 folhas grandes em ½ litro de água fervente e abafe. Após alguns minutos
443
beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia. Também é utilizada como anti-inflamatória
de um modo geral. Adicione de 3 a 4 folhas picadas a 1 xícara de chá de água
fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1 dose de 3 a 4 x ao dia.

Pó: 1,8 a 3 g ao dia.(205)

Suco: 40 a 100 g ao dia.(205)

Sumo: utilizado como depurativo, anti-inflamatório e para doenças


venéreas. Macere de 30 a 40 g de folhas frescas até formar uma pasta. Logo
após coloque este conteúdo em um pano limpo e esprema até sair o sumo.
Tomar ½ xícara de café, 2 a 3 x ao dia até melhorar.

Tintura: utilizada para inflamações na boca e faringite. Adicione de 50 a


100 gotas de tintura a ½ xícara de chá (75 ml) de água fria. Tomar 1 dose 1 a
3 x ao dia.

Unguento: utilizado para hemorroidas e ferimentos leves.

Fitoconexão: esta planta elimina a maldade interior, o excesso de


preocupação, o mal-estar, a timidez, o excesso de perfeccionismo e ajuda a
construir uma personalidade ética. Atua sobre o chacra do terceiro olho (6º),
no nível mental, tem polaridade feminina(95).

Curiosidades: o nome do gênero desta planta, Plantago, faz menção a


palavra latina planta, que significa “sola dos pés”, já o epíteto major significa
“maior, grande”(205). Planta considerada como PANC (Planta Alimentícia Não
Convencional), e suas sementes quando molhadas liberam uma mucilagem
semelhante a chia. Pode ser utilizada também como cobertura de bolos e pães,
semelhante ao gergelim. Suas folhas podem ser usadas em purês, saladas,
cozidas, empanadas e fritas.

444
2
131 – Tanchagem , transagem

Família: Plantaginaceae

Nome científico: Plantago australis


Lam.

Descrição: erva, perene, medin-do de


10 a 91 cm de altura, com raízes adven-
tícias. Folhas glabras, pubescentes, to-
mentosas ou vilosas, de margem inteira
ou levemente dentada, glabra ou ciliada,
membranáceas. Flores pequenas dis-
postas em inflorescências em forma de
espigas, densas, multifloras, Fruto do
tipo pixídio, bilocular com dois septos
incompletos.

Partes utilizadas: planta inteira.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética,


antidiarreica, expectorante, hemostática e cicatrizante. Atua no trata-
mento das vias aéreas superiores, bronquite crônica, úlceras pépticas,
doenças renais e da bexiga, na inflamação da garganta e do ovário e em
problemas odontológicos. É laxante, depurativa e antibiótica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


antibiótico natural, anti-inflamatória, no combate da inflamação na garganta,
gripe, para prisão de ventre (sementes) e mioma.

Uso externo: utilizada para feridas.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


anti-inflamatória e para limpeza dos olhos e machucados.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

445
Preparo da planta:

Alimentação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, as sementes


secas desta planta são utilizadas para prisão-de-ventre. Podem ser
misturadas na comida, ou na elaboração de pães e bolos.

Cataplasma: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada como anti-inflamatória para machucados. Adicione 2 folhas
picadas a 1 pilão e macere. Coloque em cima da área a ser tratada.

Decocto: a planta inteira é utilizada para problemas odontológicos.


Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como
anti-inflamatória e para limpeza dos olhos. Lave uma planta inteira (com
raízes, folhas e inflorescência). Macere e ponha para ferver em 250 ml de água
por 5 minutos. Adicione 1 colher de café de sal (fino) e 1 colher de sobremesa
de açúcar. Deixe esfriar, coe e aplique na lavagem dos olhos.

Gargarejo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada inflamação na garganta. Adicione 1 ½ colheres de sopa das folhas
picadas a 3 xícaras de chá de água fervente e abafe. Quando amornar, faça o
gargarejo com 1 xícara 3 x ao dia.

Infuso: popularmente, na região de Visconde de Mauá esta planta é utilizada


para inflamação na garganta e como antibiótico natural. Adicione 2 folhas
a uma xícara de chá fervente. Tomar 3 x ao dia, durante 1 semana. Também
foi recomendada para inflamação de uma maneira geral. Adicione 1 planta
inteira a ½ litro de água fervente e abafe. Tomar 1 xícara de chá 2 x ao dia.
Existe uma outra receita para gripe, mioma e como anti-inflamatória.
Adicione 1 ½ colheres de sopa das folhas picadas a 3 xícaras de chá de água
fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
446
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
à mão no momento da elaboração.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem à mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: atua no chacra sacral (2º), no nível emocional, tem polaridade


masculina e está ligada ao elemento água .

Curiosidades: o nome do gênero desta planta, Plantago, faz menção a


palavra latina planta, que significa “sola dos pés” (205). Tem ampla distribuição
na América Latina, exceto em planícies tropicais muito secas. É uma espécie
facilmente encontrada na região de Visconde de Mauá em pastos, terrenos
baldios, jardins e beira de estradas.

447
132 – Tarumã, azeitona-preta-do-mato

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Vitex polygama


Cham.

Descrição: árvore, medindo de 6 a 12


metros de altura, com tronco desca-
mante, com ritidomas estriados, apre-
sentando ramos pubescentes verde-
ferrugíneos. Folha composta, oposta,
cruzada, digitada, com 5 folíolos tomen-
tosos, com venação acentuada na face
inferior e pubescente na superior, me-
dindo de 10 a 18 cm de com-primento,
sendo as menores ba-sais e as maiores
apicais. Flores de coloração branca ou
roxa. Fruto em forma de drupa, glososo,
preto, pulverulento. A poupa é adocicada
e comestível.

Partes utilizadas: folhas e entre-


casca.

Indicações:

Uso interno: utilizada como depurativa e diurética (contra retenção


urinária). Combate o reumatismo, inflamação renal e o vírus da herpes
simples tipo I (in vitro)(100).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para o


coração e para controlar a pressão.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

448
Constituição química: flavonoides (folhas e frutos) e óleo essencial (δ-
cadineno, β-cariofileno e α e β-pineno).

Preparo da planta:

Decocto: a entrecasca ou as folhas são utilizadas para reumatismo, contra


retenção urinária e inflamação renal. Infuso: popularmente, na região de
Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para o coração e para controlar a
pressão. Adicione 1 folha para ½ litro de água fervente e abafe. Após alguns
minutos beba. Tomar 1 xícara 3 x ao dia.

Infuso: as folhas são utilizadas como depurativa e antirreumática. Adicione


3 folíolos grandes a 300 ml de água fervente e abafe. Após esfriar beba. Tomar
1 xícara de chá de 2 a 3 x ao dia.

Fitoconexão: atua no chacra do plexo solar (3º), nos níveis emocional, tem
polaridade masculina e feminina (bipolar) e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: a madeira é empregada na construção civil para acabamentos


internos, como lambris, rodapés, batentes e esquadrias. Os frutos são
bastante consumidos por periquitos e papagaios.(122)

449
133 – Terramicina

Família: Amaranthaceae.

Nome científico: Alternanthera brasi-


liana (L.) Kuntze

Descrição: erva, ereta ou semi-pros-


trada, perene, de base lenhosa, medindo
de 0,60 a 1,20 m de altura. Folhas sim-
ples, opostas, sendo as superiores sub-
sésseis e as inferiores pecioladas, po-
dendo ser arrouxeadas ou verdes. Flores
pequenas, verde-esbranqueçadas, reu-
nidas em glomérulos dispostos em inflo-
rescências em forma de capítulos termi-
nais.

Partes utilizadas: folhas, flores ou


planta inteira.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética, digestiva, depurativa, béquica


(flores), adstringente e antidiarreica. Combate afeções do fígado e da
bexiga, prisão de ventre, gripe, afecções da garganta, dor de barriga, dor de
cabeça, vermes, inflamação de dente e infecções genitais. Tem atividade
antitumoral (extrato das folhas - confirmada in vitro).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


anti-inflamatória, antibiótico natural, para dores, problemas na próstata,
gripe e para garganta ressecada.

Uso externo: utilizada como cicatrizante para machucados e feridas.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


machucados e cortes.

Contraindicações: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

450
Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

Preparo da planta:

Banho: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para machucados e cortes. Adicione 100 g de folhas a ½ litro de água fervente
e abafe. Após alguns minutos molhe o corpo (do pescoço para baixo).

Compressa: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para machucados e cortes. Amasse as folhas, esquente e aplique
no local.

Decocto: as flores são utilizadas como béquica.

Gargarejo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para garganta ressecada. Primeiro faça um chá. Adicione 3 pontas
de galhos picados para ½ litro de água fervente e abafe. Quando amornar,
faça o gargarejo de 3 a 4 x ao dia.

Garrafada: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para pancadas, torções, como anti-inflamatória (também artrite
e artrose), para desinfecção, mordidas de bichos. Adicione tudo picado em
2 litros de álcool (98,2º) 1 folha de fumo (Nicotina tabacum L.), 2 galhos de
folhas de arnica-de-jardim (Solidago chilensis), 2 folhas de erva-baleeira
(Varronia curassavica), 1 colher de sopa de flores de camomila (Chamomilla
recutita), 1 colher de sopa de flores de calêndula (Calendula officinalis), 2
folhas de bálsamo (Sedum dendroideum), 7 ramos de lavanda (Lavandula
dentata), 50 cm da folha de babosa (Aloe vera) sem espinhos, 1 parte aérea
(folhas e galhos) de mentrasto (Ageratum conizoides), 1 folha de confrei
(Symphytum officinale), 2 folhas de maravilha-curativa (Mirabilis jalapa), 2 a
3 folhas de mirra (Tetradenia riparia), 1 colher de sopa das folhas de guiné
(Petiveria alliacea), 1 haste grande de cavalinha (Equisetum hyemale), 8 folhas
de terramicina (Alternanthera brasiliana) e 1 caroço de abacate (Persea
americana) ralado. Deixe macerar por 30 dias e depois coloque um pouco
deste álcool na água (para diluir), molhe um pano limpo e aplique no local
afetado.

Infuso: as folhas são utilizadas como diurética, digestiva, depurativa e para


afecções do fígado e da bexiga. As flores são utilizadas como béquica.
Adicione 1 colher de sobremesa das flores picadas para 1 litro de água fervente
e abafe. Tomar 1 xícara de chá de 3 a 4 x ao dia. Popularmente, na região de
Visconde de Mauá esta planta é utilizada como anti-inflamatória, para dor e
para próstata. Adicione 4 folhas e 1 flor para 300 ml de água fervente e abafe.
Tomar esta quantidade 2 x ao dia. Também é utilizada como antibiótico
natural. Adicone 50 g da folha a ½ litro de água fervente. Tomar 1 xícara 3 x
ao dia.
451
Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é
utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
à mão no momento da elaboração. Também é utilizado para anemia.
Adicione 5 folhas de picão-roxo (Bidens pilosa) e 3 folhas de terramicina a ½
litro de água fervente e abafe. Tomar este volume dividido partes iguais por 3
x ao dia.

Maceração: a planta inteira é utilizada para prisão de ventre.

Sumo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para machucados e cortes. Macete 5 galhos com um pouco de óleo e logo
após aplique no machucado e tampe com um pano.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
452
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem à mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: atua sobre o chacra da base (1º), no nível físico, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento terra.

Curiosidades: nativa de áreas abertas de quase todo Brasil, especialmente


da região litorânea e Amazônia. É também utilizada em decoração de jardins
devido a coloração atraente de suas folhas roxas.

453
134 – Tomilho

Família: Lamiaceae

Nome científico: Thymus vulgaris L.

Descrição: subarbusto, perene, ereto,


ramificado, entouceirado, com abse dos
ramos lenhosa e rasteira, aromático,
medindo de 20 a 30 cm de altura. Folha
simples, oposta, cruzada, de formas va-
riadas e quase sem pecíolo, levemente
pubescentes, com a face superior verde
escura e a inferior verde clara. Flores
pequenas, de coloração branca a violá-
cea, reunidas em inflorescência axi-
lares.

Esta espécie consta na 6ª edição


da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: sementes, sumi-


dades floridas e folhas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como adstringente, expectorante, para gripe,


resfriado, no controle da tosse, no auxilio contra a bronquite catarral,
coqueluche, na desobstrução das vias respiratórias e no combate a afeções
estomacais. É aromática, antibacteriana, antiviral, anti-inflamatória,
antioxidante, anti-helmíntica, diaforética, digestiva, espasmolítica e
carminativa. Em um estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como
antinociceptivo e anti-inflamatório agudo e crônico in vivo(212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


tosse, para baixar a libido, excitação e euforia.

Uso externo: utilizada como antisséptica, antifúngica (Colletotrichum


musae, Corynespora cassiicola, Erwinia psidii, Myrothecium verrucaria e
Sclerotinia minor) e antimicrobiana. Combate o reumatismo articular,
escaras de decúbito, fortalece o cabelo e diminui a queda. É inseticida
(óleo essencial em Periplaneta americana (L.) – barata doméstica). Em um
estudo foi comprovada a eficiência do óleo essencial do tomilho no controle

454
de insetos-praga em grãos armazenados (Sitophilus zeamais (gorgulho-do-
miljo) e Tribolium castaneum).(133)

Contraindicações: não deve ser utilizada por gestantes. O óleo essencial


também não é indicado para lactantes, crianças menores de 6 anos e pessoas
com hipersensibilidade a óleo essencial, com distúrbios gastrointestinais e
neurológicos.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos fenólicos (cafeico, labiático e rosmarínico),


flavonoides (apigenina e derivados, leueolina e derivados), óleo essencial
(acetato de borneol, borneol, γ e ∆-cadineno, canfeno, cariofileno, carvracol,
p-cimeno, orto-cimeno, cimol, geraniol, limoneno, β-linalol, γ-muuroleno, α e
β-pineno, α-repineol, γ-terpineno, α-terpineol, 4-terpineol, timol, timol-metil-
ester e trans-tuianol-terpineol), polissacarídeo (pectina), princípios amar-
gos, resinas, saponinas ácidas, taninos e triterpenos pentacíclicos (ácido
ursólico).

Preparo da planta:

Banho: utilizado para fortacer os cabelos. Prepare um decocto adicionando


2 colheres de sopa das folhas e flores picadas em 1 copo de água e ferva por
alguns minutos. Após esfriar aplique sobre o couro cabeludo e massageie por
15 minutos.

Extrato ácido: utilizado para reumatismo articular e escaras de decúbito.


Adicione 3 colheres de sopa de folhas e flores picadas a uma xícaa de chá de
vinagre branco e deixe macerar por 7 dias. Após este período coe e aplique o
extraito embebido no algodão na área a ser tratada 2 x ao dia.

Infuso: utilizado como expectorante, para gripe, resfriado, controla a tosse


e desobstrução das vias respiratórias. Adicione 1 colher de sopa das folhas
e flores picadas a 1 xícara de água fervente e abafe. Tomar 1 dose de 3 a 4
vezes ao dia. Para gases intestinais e estomacais adicione de 1 a 2 colhes
de sobremesa das partes aéreas picadas a 1 xícara de chá de água fervente e
abafe. Após 20 minutos, coe e beba. Tomar após as refeições. Popularmente,
na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para para baixar a
libido, excitação e euforia. Adicione 1 ½ colheres de sopa das folhas picadas
a 3 xícaras de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar
1 xicara de 1 a 3 x ao dia.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
455
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem à mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: esta planta organiza de forma lógica nossos objetivos e metas,


melhora a comunicação em equipe e aumenta o entendimento entre as partes.
Atua sobre o chacra da garganta (5º), tem polaridade masculina(95), está ligada
no nível espiritual e ao elemento éter.

Curiosidades: o gênero Thymus vem do grego e significa “força ou coragem”


(193)ou “perfumar ou fumigar” (133). As folhas e ramos jovens são utilizados
como condimentos para carnes, peixes, pizzas e em saladas, na fabricação de
perfumes, como aromatizador de licores e na fabricação de pasta de dentes
(timol). Em Visconde de Mauá, é elaborado um sal com ervas para termpero
com alecrim (Rosmarinus officnalis), manjericão (Ocimum bacilicum),
manjerona (Origanum manjerona L.), tomilho (Thymus vulgaris) e orégano
(Origanum vulgare) em 500 g de sal e um pouco de azeite de oliva.

456
135 – Trapoeraba, trapoeraba-rosa

Família: Commelinaceae.

Nome científico: Tripogandra diure-


tica (Mart.) Handlos

Descrição: erva, medindo até 70 cm


de altura. Folha simples, oposta, cruza-
da, elíptica, sem pecíolo, de margem
inteira, com a nervura principal bem
destacada, apresentando pêlos na su-
perfície glandular. Os estôma-tos são do
tipo tetraperiginosos. Flores com 3 pé-
talas rosas e 3 estames amarelos, inflo-
rescência terminal.

Partes utilizadas: partes aéreas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como diurética


e para tratar afecções das vias
urinárias. É emoliente, antireumática, é digestiva, sudorífica e combate a
hidropsia e ascite.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


alimento preventivo.

Uso externo: utilizada como anti-hemorrágica.

Contraindicações: não utilizar em gestantes e lactantes.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: antocianidinas, carotenoides, flavonoides e


mucilagem. Uma autora cita que em outras espécies de trapoerabas também
foram encontrados ácido elágico, alcaloides, cianidinas, proanto-
cianidinas, sapogeninas e saponinas.(100)

457
Preparo da planta:

Decocto: as partes áreas são utilizadas externamente como anti-


hemorrágica.

Extrato fluido: 2 a 10 ml ao dia.(100)

Infuso: utilizado com antisséptica urinária e para cistite. Adicione 3


colheres de sobremesa das partes aéreas picadas em ½ litro de água fervente
e abafe. Após 20 minutos beba. Tomar 1 dose de 125 ml 4 x ao dia.

Suco verde: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada como alimento preventivo. Adicione em um liquidificador 1 folha
de couve (Brassica oleracea L. var. acephala D.C.), 2 maçãs (Malus x
domestica Borkn.) com casca (sem semente), 1 pedaço de gengibre (Zingiber
officinale), 1 pepino (Cucumis sativus L.) inteiro. Bata e coe. Volte com este
líquido para o liquidificador e acrescente 1 folha de chicória (Cichorium intybus
L.), 1 folha de bálsamo (Sedum dendroideum), 1 folha de mil-em-rama (Achillea
millefolium), 1 folha de hortelã-de-panela (Mentha x villosa) ou outra
disponível, 1 folha de salsinha (Petroselium crispum (Mill.) Nym), 1 folha de
funcho / erva-doce (Foeniculum vulgare), 2 folhas de capim-limão
(Cymbopogon citratus), 2 folhas de ora-pro-nobis (Pereskia aculeata), 15 folhas
de poejo (Mentha pulegium) e 2 folhas de trapoeraba (Tripogandra diuretica ou
Commelina ssp.). Bata tudo de novo, coe e beba.

Fitoconexão: esta planta promove a clareza mental e assim nos dá maior


segurança em nossas ações e caminhos a trilhar. Para o público da terceira
idade, renova as esperanças melhora os reflexos, combate o medo da fraqueza
física e mental(235). Atua sobre o chacra do coração (4º), no nível emocional,
tem polaridade feminina e está ligada ao elemento ar.

Curiosidades: esta planta é nativa das Américas e ocorre de Norte a Sul do


Brasil. É considerada uma planta “daninha” sendo encontrada nas planícies
litorâneas e serras adjacentes. É encontrada facilmente em áreas de
pastagens, capões de sombreamento, bananais, jardins, lavouras perenes e
margens de canais. Apresenta nítida preferência por locais úmidos e
sombreados(123). Em Visconde de Mauá segue este padrão de distribuição e
preferência de local para fixação descrito acima.

458
136 – Trombeta

Família: Solanaceae.

Nome científico: Brugmansia suave-


olens (Humb. & Bompl. ex Wild.) Bercht.
& J. Presl

Descrição: arbusto, perene, ereto, ra-


mificado, medido até 3 m de altura.
Folhas simples, alternas, caducas,
oblongo-lanceoladas ou ovais, verdes na
face superior e esbranquiçadas (pubes-
centes) na face inferior. Flores grandes,
me-dindo cerca de 15 cm de compri-
mento, solitárias, tubulosas, afuniladas,
aromáticas, com coloração rosada. Fruto
em forma de cápsula, lisa, oval ou
arredondada, com grande quantidade de
sementes.

Partes utilizadas: folhas ou flores.

Indicações:

Uso interno: utilizada para asma e como antiespasmódica.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


dor de dente.

Uso externo: utilizada para fraturas ósseas, como midriática (dilatação da


pupila).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


pancadas, contusões e fraturas.

Contraindicação: muito cuidado no uso interno pois é tóxica.

Toxicidade: os alcalódes tropânicos (escopolamina e hiosciamina) são


considerados tóxicos e seus sintomas são facilmente reconhecíveis como:
pupila dilatada, febre, pele seca, diminuição ou falta de salivação, dificuldade
de urinar, inibição do peristaltismo e acomodação ocular(142). Pode também
ocorrer náusea e vômito, diminuição das secreções (salivar, lacrimal,

459
sudorípara, nasais, estomacais, da faringe e dos brônquios), rubor facial,
avermelhamento da pele, taquicardia, confusão mental, agitação psicomotora
e alucinações. A mesma autora também cita que em casos mais graves pode
ocorrer depressão, distúrbios cardiovasculares e respiratórios e o óbito (100). Na
região também é encontrada a espécie Brugmansia arborea (L.) Lagerh
(chamada popularmente de saia branca) com as flores de coloração branca e
que tem as mesmas características tóxicas(142). Em caso de intoxição deve-se
ir diretamente para o hospital.

Constituição química: alcaloides tropânicos (atropina, escopolamina e


hiosciamina).

Preparo da planta:

Cataplasma / emplastro: utilizado para fraturas ósseas.

Cigarro: as folhas queimadas e utilizadas para asma.

Colírio: utilizado como midriático (dilatação da pupila).

Compressa composta: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta


planta é utilizada para artrite (junta), pancadas, deslocamento da coluna
e torcicolo, pancadas, contusões e fraturas. Primeiro faça um decocto.
Adicione 5 g das folhas das ponterias picadas da arnica-de-casa (Solidago
chilensis), 5 g dos galhos e folhas picados da arnica-do-campo (Chionolaena
capitata), 5 g da raiz picada de guiné-cruzeiro (Amaioua intermedia Mart. ex
Schult & Schult.f.) e 5 flores picadas da trombeta / saia-branca (Brugmansia
arborea (L.) Lagerh.) a 1,5 L de água e deixe ferver por 9 minutos. Após
amornar, aplique a compressa no local afetado 2 x ao dia.

Decocto: utilizado como antiespasmódico.

Vaporização: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para dor de dente. Adicione 1 folha ou flor a 1 xícara de água
fervente e abafe. Após alguns minutos deixe o vapor entrar pela boca atingir
a área afetada. O líquido não deve ser bebido.

Fitoconexão: atua sobre os chacras coronário (7º) e terceiro olho (6º), nos
níveis espiritual e mental e tem polaridade feminina.

Curiosidades: as plantas do gênero Brugmansia são originárias da América


do Sul e atualmente também são cultivadas na América Central, Ásia e
Europa. Pela sua linda e grande flor, ambas as espécies citadas aqui são
cultivadas em jardins e também utilizadas como alucinógera no famoso “chá
de trombeta”, entretanto, como já descrito acima, é altamente tóxica.

460
137 – Vassourinha

Família: Rubiaceae.

Nome científico: Borreia verticillata


(L.) G. Mey

Descrição: erva, perene, ereta, ramifi-


cada, haste subangulosa, ligeiramente
pubescente, chegando a ser lenhosa em
espécimes velhos, medindo de 30 a 60
cm de altura. Folha simples, disposta em
grupos nós, subcoreáceas, quase sem
pecíolo, medindo de 1 a 3 cm de compri-
mento. Flores brancas, pequenas, dis-
postas em glomérulos globosos termi-
nais e axilares. Fruto em forma de aquê-
nio, oblongos e de coloração marrom-es-
verdeada.

Partes utilizadas: folhas e raízes.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antidisentérica, expectorante, diurética,


vomitiva, para diarréia infantil e como vermífuga.

Uso externo: utilizada como antimicrobiana, inibe o crescimento de


bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, auxilia no tratamento de
erisipela, hemorroidas, varizes e queimaduras.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: não indicado na bibliografia pesquisada.

Constituição química: alcaloides (barrerina e borrerina), iridóides (ácido


asperulosídico, dafilosídio e esperuliosídio), óleo essencial (cadineno,
cariofileno e guianeno).

461
Preparo da planta:

Banho: as folhas e raízes cozidas (decocto) são utilizadas para erisipela,


hemorroidas e varizes.

Cataplasma: é utilizado para queimaduras. As partes aéreas são moídas com


sal e aquecidas. Logo após aplica-se sobre a área afetada.

Infuso: as raízes são utilizadas como diurética, vomitiva, para diarréia


infantil, como antidisentérica e expectorante.

Fitoconexão: atua no chacra do plexo solar (3º), nos níveis emocional e


mental, tem polaridade feminina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: é nativa do continente Americano, inclusive em todo o


território brasileiro. Desenvolve-se bem principalmente em solos arenosos,
sendo muito frequente na orla marítima. Cresce espontaneamente em áreas
de pastagem, beira de estradas e terrenos baldios, onde é considerada planta
daninha(125). Em Visconde de Mauá, também tem crescimento espontâneo e
necessita de controle pois propaga-se facilmente.

462
138 – Verbasco, barbasco, balsamo-do-campo

Família: Scrophulariaceae.

Nome científico: Buddleja stachy-


oides Cham. & Schltdl.

Descrição: arbusto, ereto, perene, ra-


mificado, de ramos angu-lados e as vezes
alados, medindo de 80 a 160 cm de altu-
ra. Folhas simples, opostas, sésseis,
bem pilosas, elíptica a lanceolada, com a
borda serreada com a face superior de
coloração verde escuro e a inferior es-
branquiçada, medindo de 10 a 17 cm de
comprimento. Flores amarelas reunidas
em glomérulos na axila das folhas e na
extremidade dos ramos, sendo a inflo-
rescência em forma de racemo, podendo
medir de 10 a 30 cm de comprimento.

Partes utilizadas: casca do caule,


raiz ou planta inteira.

Indicações:

Uso interno: utilizada como anti-hemorroidal, béquica (tosse), analgésica,


sudorífica (febre), calmante, emoliente, antirreumática, para afecções do
pulmão (catarro, asma e bronquite), gripe e picada de cobra (raiz).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


problemas de pulmão, gripe, pneumonia e bronquite.

Uso externo: não indicado na bibliografia pesquisada.

Contraindicação: não indicado na bibliografia pesquisada.

Toxicidade: considerada tóxica para peixes, e talvez para o ser humano, se


usada em doses excessivas.(125)

Constituição química: não indicado na bibliografia pesquisada.

463
Preparo da planta:

Banho: utilizado para contusões, reumatismo, artrite, hemoptise,


machucados, dor em geral, como emoliente e anti-hemorroidal. Primeiro
faz-se um decocto. Adicione pedaços da planta inteira a 1 litro de água e deixe
ferver por alguns minutos. Quando amornar ou esfriar faça o banho.

Cataplasma: as folhas frescas picadas e amassadas são utilizadas como


emoliente e anti-hemorroidal.

Infuso: a casca do caule é utilizada para afecções do pulmão (catarro, tosse,


asma, bronquite) e gripe forte. Adicione 1 xícara de chá (média) de pedaços
dos ramos, folhas e flores picados a 1 litro de água fervente e abafe. Após
alguns minutos beba. Tomar 1 xícara de 3 a 4 x ao dia. Popularmente, na
região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para problemas de
pulmão e para gripe. Adicione 1 ½ dolheres de sopa das folha e flores picadas
a 3 xícaras de água fervente e abafe. Após alguns minutos beba. Tomar 1
xícara 3 x ao dia.

Infuso composto 1: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta


é utilizada para pneumonia e bronquite. Adicione 3 pontas floridas de
bálsamo do campo / verbasco, 3 pontas de assa-peixe (Vernonia polyanthes)
e 4 folhas de erva-de-passarinho (Struthanthus marginatus) em uma xícara de
água fervente e abafe. Tomar 1 xícara 3 vezes ao dia.

Infuso composto 2: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá


é utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
a mão no momento da elaboração.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
464
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescente 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem à mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: atua no chacra do plexo solar (3º), no nível emocional, tem


polaridade masculina e está ligada ao elemento fogo.

Curiosidades: planta encontrada em quase todo o Brasil, inclusive no


estado de Minas Gerais, onde é considerada planta invasora, daninha, em
pastos, terrenos baldios, lavouras, etc.

465
139 – Verbena

Família: Verbenaceae.

Nome científico: Lippia citriodora


(Lam.) Kunth

Descrição: arbusto de médio porte. Fo-


lhas lanceoladas, subsésseis, ligeira-
mente ásperas, opostas, cruzadas. Flo-
res peque-nas, de coloração lilás ou
violácea pálida, dispostas em pendão
floral saindo da axila das folhas supe-
riores.

Partes utilizadas: partes aéreas.

Indicações:

Uso interno: utilizada como aromática,


hepatoprotetora, digestiva, carmina-
tiva (gases), antiespasmódica, anti-
convulsiva, analgésica, sedativa leve,
calmante. Auxilia no tratamento para o frio, com a insônia, em palpitações e
tonturas, dor de cabeça, neuralgia. É moduladora da tireóide, antioxidante,
anti-helmíntica, diurética, expectorante. Combate a dispepsia, debilidades,
inchaço, reumatismo, gripe, resfriado, problemas circulatórios, falta de
apetite, cólicas gastrointestinais e gastrite. Em um estudo, o extrato etanólico
da verbena demonstrou-se eficaz como antibacteriana (combate Bacillus
cereus, Enterococcus feacalis, Staphylococ-cus epidermidis, S. aureus e
Yersinia entrocolitica)(114). Em outro estudo o óleo essencial desta planta
demonstrou-se eficaz na inibição também do S. aureus na concentração
inibitória mínima (CIM) de 15 μl / ml (16).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada como


calmante.

Uso externo: utilizada como repelente de insetos (o óleo essencial a 20%


age sobre o Aedes aegypti (150h) e o Culex quinquefasciatus (480h). Também
foi verificada ação larvicida sobre o Aedes aegypti (109)).

466
Contraindicações: pode provocar dermatite de contato. Deve-se ter cautela
ao utilizar medicamentos hipoglicemiantes e psicotrópicos com esta planta.
Não utilizar em gestantes e lactantes.

Toxicidade: não indicada na bibliografia pesquisada.

Constituição química: ácidos fenólicos (ácido 4,5-dicafeoilquínico e seus


derivados), flavonoides (apigenina, escutelareina, luteolina, pedalitina e os
derivados de todos os citados), furanocumarinas, iridóides (aucubina,
hastatosídeos e verbenalina), óleo essencial (allo-aromadendreno, δ-
cadineno, τ-cadinol, (E)-caryophyllene, α-cedreno, 1,8-cineol, citral, α-
copaene, α-curcumemo, ð-Elemeno, espatulenol, eugenol, acetato de geranil,
geranial, geraniol, germacreno D, biciclogermacreno, α-humulene, iso-
Isopulegol, limoneno, linalol, trans-p-mentha 1(7),8-dien-2-ol, 5-hepta-2-one-
6-metil, neral, nerol, (E)-nerolidol, 3-octanol, 1-octen-3-ol, óxido de
cariofileno, óxido de β-pineno, α-pineno, propanoato de Geranil, epoxido de
rosefuran, hidrato de cis-sabineno, sabineno, spathulenol, α-terpineol, trans-
β-ocimene, α-zingiberene), sais minerais, taninos e triterpenos penta-
cíclicos (ácido ursólicos e derivados).

Preparo da planta:

Infuso: utilizado para má digestão. Adicione 1 colher de sobremesa das


partes aéras picadas a 1 xícara de chá de água fervente e abafe. Após algums
miniutos beba. Tomar após as refeições. No estudo de FERREIRA (2015) ela
menciona que o tempo ideal de infusão da verbena é de 6 minutos a uma
temperatura de 96ºC. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta
planta é utilizada como calmante. Adicione 1 ½ colheres de sopa das folhas
picadas a 3 xícaras de chá de água fervente e abafe. Após alguns minutos
beba. Tomar de 1 a 2 xícaras ao dia.

Fitoconexão: atua no chacra coronário (7º), nos níveis espiritual e tem


polaridade masculina e feminina (bipolar).

Curiosidades: planta nativa da América do Sul, sendo encontrada no Peru,


Argentina e Chile(16,114). Atualmente é também cultiva no norte da Africa
(Marrocos), Irã e Europa meridional; mais especificamente em Portugal; onde
recebe o nome popular de “limonete” devido ao seu aroma parecido com o do
limão. O óleo essencial e as folhas são utilizados na indústria de perfumes,
na produção de bebidas com diferentes sabores e para preparações
alimentícias. Nos Estados Unidos, Lippia citriodora está listada como
“geralmente considerada como Segura” (GRAS) para consumo humano
consumo em bebidas alcoólicas(16).

467
140 – Vique, menta-vique

Família: Lamiaceae.

Nome científico: Mentha arvensis L.

Descrição: erva, anual ou perene, ere-


ta, medindo de 30 a 60 cm de altura.
Folha simples, oposta, membranácea,
oval-oblonga ou oblonga-lanceolada,
margem pouco denteada, pilosa, aro-
mática, medindo de 2 a 7 comprimento.
Flores rosadas axilares, reunidas em
fascículos. Fruto tipo nuculâneo.

Esta espécie consta na 6ª edição


da Farmacopéia Brasileira (2019).

Partes utilizadas: folhas, ramos e


flores ou toda a planta.

Indicações:

Uso interno: utilizada como antidispéptica, antivomitiva, colagoga, para dor


de cabeça, afecções gástricas, gripe, resfriado, tosse, bronquite, febre,
dores, calafrios, inflamações na boca e laringe e como descongestionante
nasal. Em um estudo o ácido rosmarínico foi eficiente como antinociceptivo
e anti-inflamatório agudo e crônico in vivo(212).

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


combater dor de cabeça, sinusite, coriza, bronquite, gripe, afecções do pulmão
e estômago e dor no corpo. É também utilizada como vermífuga, calmante e
expectorante.

Uso externo: utilizada para coceira na pele, como bactericida e fungicida.

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada para


dor, queimaduras, como cicatrizante e refrescante (alívio).

Contraindicações: não deve ser aspirado o óleo essencial fortemente e por


um longo período, pois pode provocar paralisia respiratória. Cuidado para não
deixar cair nos olhos. Pode provocar refluxo na faringe, obstrução do ducto
biliar e doença no fígado e na vesícula quando utilizados internamente.

468
Toxicidade: pode provocar alergias, coceiras, dermatite de contato,
incômodos gástricos. Em doses muito elevadas pode levar morte em função
da ação no bulbo raquiano. Também pode provocar infertilidade masculina
por período temporário.

Constituição química: acetato de mentilo, ácido fenólico (rosmarínico),


açúcares, álcoois, aminoácidos, canfeno, carvona, cetonas, furfural,
hidrocarbonetos terpênicos, isomentol, lipídios, mentol e seus derivados
glicosilados, mentona, neomentol, pulajona e β-sitosterolproteínas.

Preparo da planta:

Alcoolatura: 60 g de folhas frescas em 100 ml de álcool de cereais.

Compressa: utilizada para alívio de aperto no peito e para coceiras.


Adicione de 10 a 29 gotas em um copo com água, embeber um pano limpo e
aplicar no local.

Infuso: utilizado para afecções gástricas e vômitos. Adicione 4 a 6 folhas


em uma xícara de chá de água fervente. Deixe esfriar e beba. Tomar de 2 a 3
xícaras ao dia. Popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para dor de cabeça e bronquite. Adicione 5 folhas frescas para 1
xícara de chá de água fervente. Tomar 3 x ao dia. Também é utilizada como
calmante para dormir. Adicione ½ colher de sopa das folhas picadas para 1
xícara de chá de água fervente e abafe. Para dor no corpo, tosse e como
expectorante, adicionar 2 galinhos para 1 xícara de chá de água fervente e
abafe. Tomar 1 dose 3 x ao dia.

Infuso composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, este chá é


utilizado para gripe. Adicione em uma panela 1 litro de água, ½ colher de
sopa de gengibre (Zingiber officinale) ralado e 1 bastão de canela (Cinnamomum
zeylacicum) e deixe ferver por 3 a 4 minutos. Logo após acrescente 1 colher de
sopa das folhas picadas de: alfavaca (Ocimum selloi), manjericão (Ocimum
basilicum), poejo (Mentha pulegium), vique (Mentha arvensis), mil-em-rama
(Achillea millefolium), capim-limão (Cymbopogon citratus), guaco (Mikania
glomerata), erva-cidreira (Lippia alba), mil-em-rama (Achillea millefolium),
hortelã-pimenta (Mentha x piperita), tanchagem (Plantago australis), pitanga
(Eugenia uniflora), verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e flores),
terramicina (Alternanthera brasiliana); ½ colher de sopa de assa-peixe
(Vernonia polyanthes), 1 colher de chá de eucalipto (Eucalyptus citriodora), 1
colher de chá de vique (Mentha arvensis) e abafe. Acrescente um pouco de mel
na xícara que irá beber e adicione o líquido coado. Tome antes de dormir 1
dose e o resto do líquido durante o dia seguinte. Não necessariamente deve
ter todas estas plantas ao mesmo tempo no chá, é utilizado o que se tem
à mão no momento da elaboração.

469
Maceração: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é
utilizada para combater sinusite. Esmague algumas folhas frescas na mão e
logo após cheire.

Massagem: utilizada para dores de cabeça e enxaqueca. Massageie as


têmporas com 1 a 2 gotas do óleo essencial. Este procedimento também pode
ser realizado com as folhas frescas ou com tintura. A tintura, além das duas
indicações acima também pode ser utilizada para irritação da pele. Aplicar
de 10 a 15 gotas, de 3 a 6 vezes ao dia, de acordo com o caso. Popularmente,
na região de Visconde de Mauá, o óleo essencial desta planta é utilizado como
expectorante. Adicione 10 gotas do óleo em 10 ml de óleo base (como o de
sementes de uva) e homogenize. Passe no peito.

Mastigação: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para gripe e coriza. Mastige 2 folhas e logo em seguida tome um
líquido quente.

Óleo essencial: utilizado como descongestionante nasal e no mal-estar


respiratório gerado no início da gripe. Passe o óleo abaixo do nariz e respire
lentamente. Para afecções estomacais adicione 2 gotas do óleo a um copo de
água, chá ou suco. Tomar esta dose de 2 a 3 vezes ao dia.

Pomada: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é


utilizada para dor, queimaduras, como cicatrizante e refrescante (alívio).
Macere 20 folhas até retirar o sumo. Adicione ao sumo 1 colher de sopa de
polvilho antisséptico. Aplique no local afetado.

Sumo: popularmente, na região de Visconde de Mauá, esta planta é utilizada


para acabar com vermes nas crianças. Adicione 1 colher de sopa do sumo
das folhas a ½ copo de leite e misture. Tomar 1 colher de sopa 2 x ao dia.

Tintura: 20 g de folhas secas em 100 ml de álcool de cereais.

Unguento composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, para alergia,
como anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo que é composta
por 43 ervas. Veja a receita no final do capítulo.

Xarope composto: popularmente, na região de Visconde de Mauá, é utilizado


para gripe e tosse. Derreta em uma panela ½ kg de açúcar em fogo baixo.
Quando estiver derretido acrescente ½ xícara de chá de água para dissolver.
Acrescente 30g de gengibre (Zingiber officinale) picado, 1 colher de chá de
cravo (Syzygium aromaticum), 2 bastões de canela (Cinnamomum zeylacicum),
e 1 colher de chá das sementes picadas de erva-doce (Foeniculum vulgare) e
mexa. Depois de ferver por 5 minutos acrescentar as folhas das ervas lavadas
picadas: ½ xícara de chá de guaco (Mikania glomerata), ½ xicara de chá de

470
poejo (Mentha pulegium), ½ xicara de chá de alfavaca (Ocimum selloi), ½ xicara
de chá de vique (Mentha arvensis), ½ xicara de chá de melissa (Melissa
officinalis), ½ xicara de chá de capim-limão (Cymbopogon citratus), ½ xicara
de chá de assa-peixe (Vernonia polyanthes), ½ xicara de chá de mil-em-rama
(Achillea millefolium), ½ xícara de chá de erva-cidreira (Lippia alba), ½ xícara
de chá de hortelã-pimenta (Mentha x piperita), ½ xícara de chá de manjericão
(Ocimum basilicum), ½ xícara de verbasco (Buddleja stachyoides)(folhas e
flores), ½ xícara de tanchagem (Plantago australis), ½ xícara de terramicina
(Alternanthera brasiliana); ¼ de xícara de eucalipto (Eucalyptus citriodora) e
¼ de xícara de tomilho (Thymus vulgaris). Deixe 1 minuto fervendo, desligue
e abafe. Deixe descansar de um dia para o outro. No dia seguinte coar. Amorne
e acrescentar 500 ml de mel e 10 ml de própolis. Armazene fora do calor em
potes de vidro escuros previamente fervidos. Tomar 1 colher de sopa 3 x ao
dia. Não necessariamente deve ter todas estas plantas ao mesmo tempo
no xarope, é utilizado o que se tem à mão no momento da elaboração.

Fitoconexão: atua sobre os chacras da base (1º) e sacral (2º), nos níveis
físico e emocional, tem polaridade feminina e está ligada aos elementos terra
e água.

Curiosidades: o mentol desta planta é também utilizado como aromatizante


para remédios e balas, e para gerar a sensação de frescor na boca e na pele,
sendo usado em pastas de dentes, loções e cremes de barbear.

471
Receita do Unguento de 43 ervas

Popularmente, na região de Visconde de Mauá, este unguento é


utilizado para artrite, artrose, pancadas, feridas, coceira, alergia e como
anti-inflamatória. É uma panaceia para uso externo pois é composta por 43
ervas. Adicione 1 kg de creme de palma e um punhado das plantas a seguir:
folhas de salvia (Salvia officinalis), folhas da rainha (Psychotria viridis Ruiz &
Pav.), folhas da aroeira (Schinus sp.), hastes da cavalinha (Equisetum
hyemale), folhas da mil-em-rama (Achillea millefolium), ramos de alecrim
(Rosmarinus officinalis), ramos de arruda (Ruta graveolens), folhas da
maravilha curativa (Mirabilis jalapa), folhas de malva (Pelargonium
graveolens), folhas de Patchouli (Pogostemon clabin), folhas de confrei
(Symphytum officinale), ramos de arnica-de-casa (Solidago chilensis), ramos
de arnica-do-campo (Chionolaena capitata), caule e folha picados do jagube
(Banisteriopsis caapi (Spruce ex Griseb.) C.V. Morton), folhas de limão (Citrus
ssp.), folhas de vique (Mentha arvensis), folhas de tabaco / fumo (Nicotiana
tabacum L.); folhas de palma-rosa (Cymbopogon martinii (Roxb.)W.Wats.),
ramos de mentrasto (sem flor) (Agerantum conizoides), folhas de alevante
(Mentha sylvestris), folhas e sementes de erva-moura (Solanum americanum);
folhas de boldo (Plectranthus barbatus), folhas de guiné (Petiveria alliacea),
folhas e flores do lírio-branco (Hedychium coronarium), flores de camomila
(Chamomilla recutita), folhas de citronela (Cymbopogon winterianus), ramos e
flores de Alfavaca (Ocimum carnosum), folhas e flores de fedegoso (Senna
macranthera (DC. ex Collad.) H.S.Inwin & Barneby), folhas e sementes de
tanchagem (Plantago australis), folhas de saião (Kalanchoë brasiliensis), folhas
de poejo (Mentha pulegium), folhas e flores de capuchinha (Tropaeolum majus),
folhas de melissa (Melissa officinalis), folhas de carqueja (Baccharis trimera),
ramos de lavanda (Lavandula dentata), folhas de mirra (Tetradenia riparia),
folhas de bálsamo (Sedum dendroideum), pedaços de rizoma do açafrão
(Curcuma longa), pedaços de rizoma do gengibre ((Zingiber officinale), folhas e
flores da colônia (Alpinia zerumbet), folhas de ora-pro-nobis (Pereskia
aculeata), folhas e flores do picão-roxo (Bidens pilosa), folhas de artemisia
(Artemisia vulgaris), folhas de terramicina (Alternanthera brasiliana), folhas de
caninha-do-brejo (Costus spicatus). Deixe ferver por 5 minutos e vá
amassando. Após este tempo, coe ainda um pouco quente em um pano de
“voal” e acrescente 20 g de cera de abelha, 10 ml de própolis e 10 ml de óleo
de copaíba e misture até ficar homogênea. Deixe esfriar e aplique no local.

472
Referências bibliográficas

1 - ABARCA, R.J.C & LOZANO, L.M.T. Propuesta de la formulación de un tónico y


una crema a base de extracto hidroalcohólico de las flores de Mirabilis jalapa
(maravilla) e hidroquinona para la eliminación de manchas cutâneas. 183 f.
Monografia (licenciatura em Química e Farmácia), Univ. de El Salvador, San Salvador,
El Salvador, 2004.

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258 - O livro completo das ervas. Reader’s Digest, Rio de Janeiro, RJ, 2009.

259 - Segredos e virtudes das plantas medicinais. 1.ed. Reader’s Digest Brasil, Rio de
Janeiro, RJ, 1999.

492
Pincel-de-estudante - Emilia fosbergii Nicolson

493
Guia de referência rápida de doenças - plantas
medicinais

As indicações aqui mencionadas são somente aquelas que tem


comprovação científica e uso popular consolidado. No capítulo onde há a
descrição de cada planta, há os itens “uso interno e uso externo”, onde estão
relacionadas as doenças aqui descritas (em negrito) e outras. É recomendado
antes de fazer o uso da planta ler o texto completo da mesma para saber qual
parte da planta utilizar, como fazer, ver se há contraindicações ou se pode ser
tóxica.

Indicação Plantas
Abortiva Arruda, cipó-laje, guiné (raízes), macela-galega,
melão-de-são-caetano, poejo
Abscessos internos Assa-peixe
Acaricida (combate o Citronela, eucalipto, lavanda1, malva2
ácaro)
Acetilcolinesterase Laranja-da-terra
(inibidora)
Ácido úrico, gota Abacate, chapéu-de-couro, cipó-caçaú, cipó-laje,
(elimina) erva-baleeira, milho, pitangueira, poejo, quebra-
pedra, sálvia
Acne e espinhas Espinheira-santa1, funcho, ora-pro-nobis2,
patchouli, tanchagem1
Adenocarcinoma Carqueja, carqueja-doce
gástrico (combate)
Adstringente (seca, Arnica-de-jardim, caninha-do-brejo, casca d’anta,
tira a umidade) cavalinha, cedro, erva-de-bicho, jabuticabeira,
malva2, mil-em-rama, patchouli, romã, tomilho
Afecções do aparelho Bálsamo
auditivo
Afecções do baço Capeba (raiz), carqueja-doce
Afecções da bexiga Carqueja-doce, cavalinha, terramicina
Afecções da boca Camomila, gengibre, grimonia, guiné, pronto-
alívio, tanchagem1
Afecções cardíacas Anil, insulina, malva2, milho, patchouli
Afecções cutâneas Picão-roxo
Afecções estomacais arnica-de-jardim, boldo-miúdo, carqueja, dente-
de-leão, espinheira-santa1, isope, losna, macela
Afecções da garganta Chapéu-de-couro, gengibre, grimonia, guiné,
pronto-alívio

494
Indicação Plantas
Afecções gástricas Bálsamo, cipó-caçaú, cipó-laje, insulina (lesões),
macela, mentrusto, saião
Afecções hepáticas Alecrim (também edemas associados), arruda,
(fígado) boldo, boldo-miúdo, capeba (raiz), carqueja,
carqueja-doce, chapéu-de-couro, cipó-caçaú,
cipó-laje, cipó-unha-de-gato (tubérculos), dente-
de-leão, gervão (crônicas), losna, macela, picão-
roxo, pitangueira, quebra-pedra, sálvia,
terramicina
Afecções intestinais Carqueja, dente-de-leão, grimonia, macela
Afecções Mil-em-rama, pincel-de-estudante, rosa-branca
oftalmológicas (dos
olhos)
Afecções odontoló- Anil, gengibre, gervão, tanchagem1
gicas (dos dentes)
Afecções da pele, Arnica-de-jardim, arruda, Artemísia1, assa-peixe,
dartros (coceira, babosa, bálsamo (inflamação), calêndula, caroba,
eczemas, edema, chapéu-de-couro, cipó-caçaú, cipó-laje, cipó-
erisipela, ferimentos, sumo, colônia, dente-de-leão, erva-baleeira,
manchas, pruridos, espinheira-santa1, gervão, grimonia, guaco
escoriações, etc.) (eczemas), hortelã-bravo, hortelã-pimenta
(pruridos), insulina, ipê-roxo, isope, japecanga,
lírio-branco (dermatite), malva2, manjericão,
maravilha-curativa, mentrasto, mil-em-rama,
ora-pro-nobis2, patchouli, poaia, poejo,
sabugueiro, saião, sálvia, sete-sangrias,
tanchagem1
Afecções da próstata Cavalinha (hiperplasia)
Afecções renais Batata-Yacon, capeba (raiz), cavalinha, chapéu-
de-couro, cipó-cabeludo2, tarumã
Afecções Açafrão, alfavaca2, assa-peixe, bananeira,
respiratórias capuchinha, erva-de-passarinho, erva-de-santa-
maria, fumo-bravo, gengibre, guiné-do-mato,
hortelã-bravo, hortelã-pimenta, insulina, isope,
lavanda1, lavanda2, manjericão, mentrasto,
mentrusto, mil-em-rama (superiores), mirra,
picão-branco (bronco-pulmonares), sabugueiro,
saião, tanchagem2 (vias aéreas superiores),
tomilho, verbasco
Afecções urinárias Algodão, caninha-do-brejo (antisséptica), capeba,
capuchinha (antisséptica), cavalinha, chapéu-de-
couro (antisséptica), colônia, mentrasto,
mentrusto, trapoeraba-rosa
Afecções uterinas Saião
Afecções da vesícula Capeba (raiz), carqueja, dente-de-leão
biliar
Afonia (perda da voz) Alevante
495
Indicação Plantas
Afrodisíaca Gengibre, patchouli
Aftas Cedro, goiabeira, guiné, mirra, romã, sálvia
Agente leveduriforme Boldo-miúdo
Agregação Boldo (inibe)
plaquetária
Alcalinizante Laranja-da-terra
Alergias Açafrão (agudas e crônicas)
Alzheimer Anil, malva2, sálvia
Amarga Arnica-de-jardim, laranja-da-terra
Amenorreia (ausência Arruda, Artemísia1, cipó-caçaú, cipó-laje, poejo
de menstruação)
Amigdalite Malva2, romã
Analgésica abacate, alecrim, amora, artemísia2, boldo-
miúdo, caninha-do-brejo, capeba, capim-limão,
casca d’anta, cavalinha, cedro, chapéu-de-couro,
cipó-sumo, colônia, confrei (externo), erva-
baleeira, erva-cidreira, erva-moura, espinheira-
santa1 (leve), espinheira-santa2, gervão, goiabeira,
grimonia, guiné, hortelã-pimenta (mucosas),
insulina, macela, malva2, maravilha-curativa,
mentrasto, mil-em-rama, milho, mulungu, ora-
pro-nobis1, ora-pro-nobis2, orégano (potente),
poejo (externo), quebra-pedra, quina-rosa, saião,
sálvia, verbasco, verbena
Androgênica Melão-de-são-caetano
Anemia (falta de Abacate, artemísia1, borragem, carqueja-doce,
apetite) casca d’anta, losna, ora-pro-nobis1 (ferropriva),
peixinho, picão-roxo (ferropriva)
Anestésica Guiné, hortelã-pimenta (leve), lavanda2 (local),
maravilha-curativa
Anorexia Artemísia1, carqueja, cipó-caçaú, cipó-laje,
funcho
Angina (peito) Erva-de-santa-maria, mirra
Ansiolítica (contra Camomila, capim-limão, centelha, colônia, erva-
ansiedade) cidreira, laranja-da-terra, lavanda1, malva2,
manjericão, maracujá, melissa, mil-em-rama,
mulungu, patchouli, sálvia, sete-sangrias
Antiácida, eupéptica Artemísia1, espinheira-santa1
Antialbuminúrica Cipó-cabeludo2
Antialérgica (alergia) Camomila, casca d’anta, cipó-sumo, gengibre,
Anti-histamínica guaco, insulina, ora-pro-nobis2, quebra-pedra
Antiasmática Alfavaca2, bananeira, casca d’anta, eucalipto,
gengibre, guaco, guiné-do-mato, hortelã-bravo,
isope, lavanda1 (brônquica), macela, maracujá,
melissa, patchouli, verbasco

496
Indicação Plantas
Antibacteriana Abacate, alecrim, alfavaca2 (bucal), boldo-miúdo,
camomila, capeba, carqueja, carqueja-doce, casca
d’anta, cedro, chapéu-de-couro, confrei (externo),
erva-baleeira, erva-cidreira, erva-de-santa-maria,
gengibre, grimonia, guiné, hortelã-de-panela,
hortelã-pimenta, insulina, ipê-roxo,
jabuticabeira, lírio-branco, macela, malva 2,
maravilha-curativa, mirra, mulungu, orégano,
patchouli, picão-roxo, pitangueira, quebra-pedra,
romã, rosa-branca, saião, sálvia, tanchagem1,
tomilho, verbena
Antibiótica Boldo-miúdo, picão-roxo, pitangueira, romã
Anticancerígena / Abacate, abóbora, açafrão, amora, anil (Sarcoma
antitumoral 180 e Carcinoma de Ehrlich), arnica-de-jardim,
babosa, bananeira (previne câncer mamário e
prostático), batata-Yacon (folhas), camomila,
casca d’anta, cordão-de-São-Francisco, erva-de-
passarinho (Carcinoma de Ehrlich), erva-de-
santa-maria, espinheira-santa1, gengibre,
grimonia, guiné, insulina, ipê-roxo, laranja-da-
terra, macela, malva2, maravilha-curativa
(Sarcoma 180 e Carcinoma de Ehrlich), melão-de-
são-caetano, mentrasto (Walker 256), ora-pro-
nobis1, poaia (Carcinoma de Ehrlich), romã, saião,
sálvia, tanchagem1
Anticatarral Algodão, erva-cidreira, fumo-bravo, guaco,
mentrusto, poejo, verbasco
Anticoagulante Grimonia, mentrasto
Anticolinesterásica Saião
Anticonvulsivante / Amora, anil, capeba, cavalinha, erva-cidreira (óleo
antiepiléptica essencial), guiné, laranja-da-terra, saião
Antidepressiva Malva2, manjericão, maracujá, patchouli, sálvia
Antiedematogênica Caninha-do-brejo, centelha, chapéu-de-couro,
(combate edemas) colônia, confrei (externo), gengibre, insulina
Antiescorbútica Capeba, capuchinha, casca d’anta, mentrusto
Antiespasmódica, Açafrão, alecrim, alfavaca1, alfavaca2, amora, anil,
espasmolítica (contra artemísia1, artemísia2, camomila, caninha-do-
gases e cólicas) brejo, capeba, capim-limão (suave), casca d’anta,
colônia (intestinal e do músculo liso vascular),
erva-cidreira (suave), erva-moura (bexiga),
espinheira-santa1, funcho, goiabeira, guiné,
hortelã-pimenta, laranja-da-terra, lavanda2,
macela, macela-galega, manjericão, maracujá,
maravilha-curativa, mentrasto, mil-em-rama
(inclusive dolorosos na pelve feminina), orégano,
poejo, quebra-pedra, saião (contração uterina),
tomilho, verbena
497
Indicação Plantas
Antifúngica Alecrim, anil, babosa, boldo-miúdo, calêndula,
camomila, capeba, capim-limão, casca d’anta,
erva-de-bicho, erva-de-santa-maria, espinheira-
santa1, eucalipto, grimonia, guiné, guiné-do-
mato, hortelã-pimenta, insulina, ipê-roxo,
jaborandi, lavanda1, lavanda2, macela, malva2,
maravilha-curativa, mentrasto, mirra, ora-pro-
nobis2, patchouli, pitangueira, poaia, tomilho
Antigenotóxica Citronela
Anti-hemorrágica, Alfavaca1, algodão (uterina), carqueja, casca
hemostática, coagu- d’anta (uterina), cavalinha (nasal), malva2,
lante mentrasto, mil-em-rama, pata-de-vaca, romã
(gengiva e nasal), sálvia, tanchagem1, tanchagem2
Anti-hepatotóxica Açafrão
Anti-hiperalgésica Casca d’anta
Anti-hipoglicêmica Anil
Anti-inflamatória Abacate, abóbora (rins, fígado e baço), açafrão,
alecrim (casos agudos e crônicos), amora, anil,
arnica-de-jardim, artemísia2, assa-peixe, babosa,
bálsamo, bananeira, boldo-miúdo, borragem
(aguda e crônica), calêndula, camomila, caninha-
do-brejo, capeba, capim-limão, carqueja, casca
d’anta, cavalinha, cedro, chapéu-de-couro,
colônia, confrei (ácido rosmarínico - ação aguda e
crônica), cordão-de-São-Francisco, erva-baleeira,
erva-cidreira (aguda e crônica), espinheira-santa1,
funcho, gengibre, goiabeira, grimonia, guaco,
guiné, guiné-do-mato (bucal e para uso externo),
hera-terrestre (garganta e ação geral aguda e
crônica), hortelã-pimenta, insulina, ipê-roxo,
isope, jabuticabeira, japecanga, laranja-da-terra,
lavanda1, macela, malva2, manjericão, maracujá,
maravilha-curativa, melão-de-são-caetano,
melissa, mentrasto, mentrusto, mil-em-rama,
mulungu, negamina, ora-pro-nobis1, ora-pro-
nobis2, orégano, pata-de-vaca, patchouli, picão-
roxo, pitangueira, quebra-pedra, romã, rosa-
branca, sabugueiro, saião, sálvia, tanchagem1,
tomilho, vique
Anti-invasiva Açafrão
Antileucêmica Amora, guiné, malva2
(contra leucemia)
Antileucorreica Artemísia2, calêndula, caninha-do-brejo, capeba,
(contra corrimento cedro, goiabeira, melão-de-são-caetano, picão-
vaginal) roxo, poejo, romã
Antimicótica Anil, batata-Yacon, casca d’anta, citronela,
maravilha-curativa, patchouli, picão-roxo
498
Indicação Plantas
Antimicrobiana Açafrão, alecrim, amora, anil, arnica-de-jardim,
assa-peixe, babosa, bananeira, batata-Yacon
(folhas), calêndula, camomila, capim-limão,
cavalinha, citronela, colônia, confrei (externo),
cordão-de-São-Francisco, espinheira-santa1,
eucalipto, funcho, gervão, goiabeira, guaco,
hortelã-de-panela, insulina, ipê-roxo, isope,
jaborandi, lavanda1, lavanda2, manjericão
maravilha-curativa, melão-de-são-caetano,
mentrasto, ora-pro-nobis2, pitangueira, poaia,
poejo, poejo-do-campo, sálvia, tomilho,
vassourinha
Antimutagênica Açafrão, espinheira-santa1, gengibre, goiabeira,
insulina
Antineoplásica Babosa, batata-Yacon, capeba, isope (mamária),
malva2
Antinociceptiva Alecrim, arnica-de-jardim, bananeira, borragem,
(contra dor) caninha-do-brejo, casca d’anta, cedro, chapéu-
de-couro, confrei, erva-cidreira, guiné, hera-
terrestre, hortelã-pimenta, lavanda1, manjericão,
maracujá, maravilha-curativa, melão-de-são-
caetano, melissa, ora-pro-nobis1, orégano, pata-
de-vaca, quebra-pedra, quina-rosa, romã, sálvia,
tomilho, vique
Antioxidante Abacate, açafrão, alecrim, amora, anil, babosa,
batata-Yacon (raiz e folha), camomila, capeba,
capim-limão, carqueja-doce, cavalinha, centelha,
citronela, cordão-de-São-Francisco, espinheira-
santa1, gengibre, goiabeira, grimonia, hortelã-de-
panela, insulina, jabuticabeira, japecanga,
laranja-da-terra, macela, malva2, manjericão,
maracujá, maravilha-curativa, melão-de-são-
caetano, melissa, mentrasto, mentrusto, ora-pro-
nobis1, ora-pro-nobis2, pata-de-vaca, patchouli,
pitangueira, quebra-pedra, romã, saião, sálvia,
sete-sangrias, tomilho, verbena
Antipéptica Camomila
Antiproliferátiva Açafrão, anil, goiabeira, poaia
Antirreumática Abacate, alecrim, amora, arnica-de-jardim,
(contra reumatismo) artemísia2, assa-peixe, avenca, babosa, capeba,
capim-limão, cedro, cipó-cabeludo2, cipó-caçaú,
(continua) cipó-unha-de-gato, confrei (externo), dente-de-
leão, erva-baleeira, erva-de-bicho, erva-de-santa-
maria, gengibre, gervão, grimonia, guaco, guiné,
guiné-do-mato, insulina, isope (crônica),
japecanga, laranja-da-terra, louro, macela,
manjericão, melão-de-são-caetano, melissa

499
Indicação Plantas
Antirreumática Mentrasto, mentrusto, mil-em-rama, negamina,
(continuação) pitangueira, sabugueiro, saião, tarumã, tomilho,
trapoeraba-rosa, verbasco
Antisséptica Açafrão, alecrim, arnica-de-jardim, babosa,
calêndula, camomila, capim-limão, cedro, erva-
de-santa-maria, espinheira-santa1, eucalipto,
fumo-bravo, funcho, gervão, goiabeira, guiné,
hortelã-pimenta, insulina, ipê-roxo, lavanda1,
losna, louro, malva2, manjericão, mirra, ora-pro-
nobis2, patchouli, picão-roxo, romã, rosa-branca,
sálvia, sete-sangrias, tanchagem1 (bucal), tomilho
Antiulcerogênica Alfavaca1, anil, babosa, carqueja, carqueja-doce,
cordão-de-São-Francisco, erva-baleeira,
(veja também úlceras) espinheira-santa1, espinheira-santa2, insulina,
ipê-roxo, melão-de-são-caetano, romã
Antiviral, Amora, babosa, calêndula, camomila, carqueja-
antivirótica doce, gengibre, grimonia, maravilha-curativa,
melão-de-são-caetano, melissa (vírus Herpes
simplex I - labial), sálvia, sete-sangrias (herpes
simples tipo 1 (HSV-1) e poliovírus tipo 2 (PV-2))
Antitrombótica Açafrão, patchouli
Aparelho Boldo (estimula)
cardiovascular
Aperiente, aperitiva Alecrim, artemísia1, boldo, camomila, carqueja,
(estimulante do guaco, losna, louro, mil-em-rama, poejo, sálvia
apetite)
Aromática Casca d’anta, laranja-da-terra, pitangueira,
verbena
Arteriosclerose malva2, melissa, patchouli
Artralgia Erva-baleeira
Artrite Açafrão, artemísia2, erva-baleeira, erva-de-bicho,
guiné, mentrasto
Artrose Abacate, erva-baleeira, mentrasto (crônica)
Astenia, atonia Alecrim, caroba, dente-de-leão, sálvia
(fraqueza, cansaço,
falta de força)
Aterosclerose Açafrão, batata-Yacon, centelha, chapéu-de-
(entupimento das couro, colônia, sete-sangrias
artérias)
Azia (queimação Boldo, boldo-miúdo, carqueja, espinheira-santa 1
estomacal)
Bactérias periodental Calêndula
(placa dentária)
Bacteriostática Camomila
Balsâmica Abacate

500
Indicação Plantas
Bifidogênica (diminui Batata-Yacon
o risco de desenvol-
ver lesões cancerosas
no cólon)
Borborigmos (baruho Laranja-da-terra
estomacal)
Bradicardia (batimen- Erva-cidreira
to cardíaco lento)
Broncodilatadora Boldo, guaco
Bronquite Alfavaca2, assa-peixe, avenca, bananeira, capeba,
capim-limão, casca d’anta (crônica), erva-de-
passarinho, eucalipto, fumo-bravo, gengibre,
gervão (catarral), guaco (alérgica e infecciosa),
guiné-do-mato (crônica), hortelã-pimenta, isope,
manjericão, melissa (crônica), mentrasto,
mentrusto, pincel-de-estudante (asmática),
pitangueira, poaia, poejo (catarral crônica e
asmática), saião, sálvia (crônica), tanchagem 1
(crônica), tanchagem2 (crônica), tomilho
(catarral), verbasco, vique
Cabelo Babosa, sálvia (tônica), tomilho (fortalece e
diminui a queda)
Calcio Batata-Yacon (assimilação)
Cálculo renal, urolí- Abacate, assa-peixe, caninha-do-brejo, cavalinha,
tica chapéu-de-couro, grimonia, melão-de-são-
caetano, mil-em-rama, milho, picão-roxo, saião
Cálculo urinário Caninha-do-brejo, quebra-pedra
Cálculo na vesícula carqueja
biliar
Calmante Capim-limão, colônia, erva-cidreira, laranja-da-
terra (suave), lavanda1, malva2, maracujá,
melissa, mulungu (suave), verbasco, verbena
Calvície Babosa
Candidíase Calêndula (bucal), citronela (bucal), maravilha-
curativa, orégano, poaia, rosa-branca (vaginal)
Cardioprotetora Centela, grimonia, saião
Cardiovascular Erva-cidreira
Cárie Goiabeira, guiné
Carminativa (gases, Abacate, açafrão, alecrim, alfavaca2, boldo,
flatulência) camomila, capeba, capim-limão, cipó-caçaú, cipó-
laje, colônia, funcho (inclusive para crianças),
gengibre, hortelã-bravo, hortelã-de-panela,
hortelã-pimenta, laranja-da-terra, lavanda1,
losna, macela, macela-galega, maravilha-
curativa, melissa, mentrasto, mil-em-rama,
negamina, poejo, sálvia, tomilho, verbena

501
Indicação Plantas
Caspa Babosa, patchouli
Catapora Melissa
Catártica (purgativa maravilha-curativa (sementes)
mais intensa que o
laxante)
Caxumba Melissa
Celulite (elimina) Centela, patchouli
Cercaricida Lírio-branco
Cicatrizante Abóbora, alecrim, algodão, anil, arruda, babosa,
bálsamo, bananeira, calêndula (também no pós-
operatório periodental), camomila, caroba,
carqueja-doce, cedro, centelha, confrei, erva-de-
santa-maria, erva-moura, espinheira-santa1
(mucosa), fumo-bravo, goiabeira, guaco, guiné,
insulina, ipê-roxo, lavanda1, macela, maravilha-
curativa, melão-de-são-caetano, mentrasto, mil-
em-rama, ora-pro-nobis1, patchouli (também
citofilático), rosa-branca, sabugueiro, saião,
sálvia, tanchagem1, terramicina

Circulação sanguínea Alecrim (periférica), carqueja, centela, isope,


(melhora) malva2, patchouli
Citostática, citotóxi- Anil, erva-cidreira, espinheira-santa1, guiné,
ca insulina, mentrasto, picão-roxo
Clareamento da pele Funcho
Climatério Amora, maracujá, sálvia
Clorose (anemia por Cipó-caçaú, cipó-laje
deficiência de ferro)
Colagoga (aumenta Abacate, açafrão, artemísia1, boldo, calêndula,
volume da secreção carqueja, gengibre, grimonia, hortelã-pimenta,
biliar) milho, poejo
Colecistite (inflama- Açafrão, alecrim (crônica)
ção da vesícula biliar)
Colerética (aumenta Abacate, açafrão, alecrim, artemísia 1, boldo,
concentração da se- hortelã-pimenta, mil-em-rama
creção biliar)
Colesterol Batata-Yacon (controla o LDL), capim-limão,
goiabeira (LDL)
Cólica (em geral) Picão-branco, romã
Cólicas abdominais Alecrim, camomila (inclusive em crianças),
funcho (inclusive em crianças), laranja-da-terra
(inclusive bebês), macela (inclusive bebês),
macela-galega, maravilha-curativa
Cólicas flatulentas Gengibre, macela-galega

502
Indicação Plantas
Cólicas intestinais Artemísia1, camomila, caninha-do-brejo, capim-
limão, casca d’anta, erva-cidreira, hortelã-
pimenta, lavanda1, macela, macela-galega,
melissa, mil-em-rama, quina-rosa, romã
Cólicas menstruais, Alecrim, algodão, arruda, Artemísia1, (inclusive
dismenorréia em crianças), cavalinha, funcho, gengibre,
goiabeira, mentrasto, mil-em-rama, poejo
Cólicas renais Alecrim, macela, mil-em-rama, milho, quebra-
pedra
Cólicas uterinas Erva-cidreira
Congestão nasal Eucalipto
Conjuntivite Calêndula, camomila, rosa-branca, tanchagem 1
Constipação intesti- Batata-Yacon, carqueja, laranja-da-terra, macela-
nal galega (atônica), malva2
Contrações uterinas Guiné
Contusões, pancadas, Abacate, arnica-de-jardim, arnica-do-planalto,
torções, traumatismo erva-baleeira, erva-de-santa-maria, guiné,
maravilha-curativa, mentrusto
Coqueluche Bananeira, isope, saião
Couro cabeludo alecrim (estimulante), camomila (crosta em
crianças), capuchinha (fortificante), romã
(fortificante)
Dengue Mirra
Densidade óssea Boldo (aumenta nos homens)
Depressora do Siste- Colônia, erva-cidreira, goiabeira, guiné, insulina,
ma Nervoso Central maravilha-curativa
(SNC)
Depurativa do sangue Caninha-do-brejo, centelha, chapéu-de-couro,
cipó-sumo, guaco, japecanga, mentrusto, pata-
de-vaca, picão-roxo, tanchagem1, tanchagem2,
tarumã, terramicina
Dermatite de fralda, Calêndula, camomila
assadura
Descontaminante de Poejo-do-campo (inclusive hospitalar)
ambiente
Desmaio Alecrim
Desnutrição Ora-pro-nóbis1, taioba
Diabetes Abacate, (tipo 2), amora, babosa (tipo 1 e 2),
bananeira, batata-Yacon (raiz e folha), camomila,
carqueja, dente-de-leão, gengibre (tipo 1), gervão,
goiabeira (prevenção tipo 2), grimonia, guiné,
insulina (tipo 2), losna, macela (tipo 2), melão-de-
são-caetano (tipo 2), mentrusto, pata-de-vaca,
picão-roxo, poaia, quebra-pedra, romã, saião,
sálvia

503
Indicação Plantas
Diarréia, antidiarrei- abacate, abóbora (fruto), algodão, artemísia2,
ca batata-Yacon (infecciosa), camomila, capim-
limão, carqueja-doce, casca d’anta, cavalinha,
cipó-cabeludo2 (crônica), cipó-unha-de-gato,
erva-cidreira, erva-de-santa-maria, funcho
(pastosa e crônica), goiabeira (inclusive infantil),
grimonia, hortelã-pimenta, insulina, laranja-da-
terra, macela, maravilha-curativa, melão-de-são-
caetano (inclusive sanguinolenta), mentrasto
(inclusive infantil), mirra, patchouli, pitangueira
(inclusive infantil), romã (crônica), saião,
tanchagem1, tanchagem2, terramicina
Digestão lenta Funcho, gengibre, laranja-da-terra
Digestiva (estimula a Alecrim, arnica-de-jardim, babosa, boldo,
digestão) camomila, capeba, carqueja-doce, centela, erva-
cidreira, hortelã-de-panela, hortelã-pimenta,
laranja-da-terra, lavanda1, mace-la-galega,
malva2, manjericão, melissa, mentrasto,
patchouli, picão-branco, poejo, sálvia,
terramicina, tomilho, verbena
Disenteria (intestino Algodão, casca d’anta, macela, malva2, maravilha-
solto) curativa, picão-roxo, pitangueira, romã
(amebiana)
Dispepsia (distúrbios Açafrão, Artemísia1 (atônica), boldo, boldo-miúdo,
gastrointestinais), camomila, capim-limão, carqueja, casca d’anta,
plenitude pós-pran- dente-de-leão, erva-cidreira, espinheira-santa 1,
dial funcho, gengibre, hortelã-pimenta, laranja-da-
terra, melissa, mil-em-rama (leve), pata-de-vaca,
sálvia, verbena
Dispnéia (falta de ar) Laranja-da-terra
Diurética (aumenta a abacate, abóbora (óleo da semente), alecrim,
micção) alfavaca2, algodão, amora, anil, arnica-de-jardim,
assa-peixe, avenca, boldo, boldo-miúdo, caninha-
do-brejo, capeba (raíz), capim-limão (leve),
capuchinha, caroba, carqueja, carqueja-doce,
casca d’anta, cavalinha, centelha, chapéu-de-
couro, cipó-cabeludo2, cipó-caçaú, cipó-laje, cipó-
unha-de-gato, colônia, dente-de-leão (potente),
erva-de-bicho, erva-de-santa-maria, espinheira-
santa1, funcho, grimonia, guiné, guiné-do-mato,
hortelã-bravo, insulina, isope, japecanga, laranja-
da-terra, losna, maravilha-curativa, mentrusto,
mil-em-rama, milho, picão-roxo, pitangueira,
poejo, quebra-pedra, romã (suco), sabugueiro,
sete-sangrias, tanchagem1, tanchagem2, tarumã,
terramicina, trapoeraba-rosa, verbena
Doenças periodentais Goiabeira, guiné-do-mato
504
Indicação Plantas
Doenças venéreas, cipó-unha-de-gato, mentrasto, sete-sangrias
ginecológicas
Dores (em geral) Pata-de-vaca
Dores abdominais, Quina-rosa, romã
dor de barriga
Dores articulares Erva-baleeira, mentrasto
Dor de cabeça / alecrim, artemísia2, boldo, capeba, guiné
cefaléia (externo), hortelã-pimenta (óleo essencial),
lavanda1, maracujá, maravilha-curativa, melissa,
mil-em-rama, mirra, negamina, pata-de-vaca,
patchouli, picão-roxo, saião, vique
Dor na coluna Pata-de-vaca
Dores crônicas Cavalinha
Dor de dente Arruda, gervão, guiné, macela, mil-em-rama,
mirra, pronto-alívio
Dor de garganta Amora, picão-roxo
Dor estomacal, intes- artemísia2, casca d’anta, erva-cidreira, gengibre,
tinal (epigastralgia) macela-galega, mirra, picão-branco
Dores lombares Cipó-cabeludo2, confrei (agudas - externo), guiné
Dores musculares Capeba, centela (membros inferiores), confrei
(externo), erva-baleeira, macela, mentrasto,
mentrusto, mil-em-rama
Dores nevrálgicas Chapéu-de-couro
Dor de ouvido Arruda, saião
Dores nos rins Pata-de-vaca
Dor relacionada ao Laranja-da-terra
Sistema Nervoso Cen-
tral (SNC)
Embrioletal Boldo
Embriotóxica Anil, boldo
Emenagoga (provoca Abacate, algodão, artemísia1, artemísia2, avenca,
menstruação) calêndula, camomila, capeba, cipó-caçaú, cipó-
laje, erva-cidreira, guiné, losna, macela, macela-
galega, melão-de-são-caetano, poejo
Emética (provoca em- Maravilha-curativa, peixinho
joo, náusea ou vômi-
to)
Emoliente Avenca, babosa, caninha-do-brejo, capeba, erva-
moura, gervão, guaco, ora-pro-nobis1, picão-roxo,
saião, verbasco
Enjoo (combate) Boldo, gengibre (de movimento), macela,
patchouli (de criança), poaia
Enterite (inflamação Algodão, hortelã-pimenta
na mucosa do intes-
tino delgado)

505
Indicação Plantas
Enterocolite (infla- alecrim
mação do cólon –
intestino)
Envelhecimento Funcho (melhora a rugosidade da pele)
Envenenamento Anil (por arsênio e mercúrio)
Enxaqueca Alecrim, artemísia2, melissa
Epilepsia, convulsão Cipó-caçaú, cipó-laje, insulina, laranja-da-terra
Equimose (manchas Confrei (externo)
roxas de trauma)
Erisipela Abóbora (flores), capeba, erva-de-bicho, gervão,
jaborandi, picão-branco
Erupção dentária Alecrim, camomila, funcho, gengibre, goiabeira,
(nascimento de den- macela, poejo, romã
te)
Escabiose (sarna) Poejo
Escaras (lesão da pele Artemísia1, tomilho (de decúbito)
em acamados)
Escrofulose (tuber- Capeba, caroba
culose glaglionar)
Esquistossomose / Anil, cipó-cabeludo2, hortelã-de-panela, ipê-roxo,
cercaricida jaborandi, losna
Esquizofrenia Lavanda1
Estimulante Capeba (baço, estomacal, hepático, pancreático),
erva-de-santa-maria, funcho (intestinal), gengibre
(ergogênico), gervão (estomacal, intestinal e da
vesícula biliar), hortelã-pimenta, losna
(intestinal), maravilha-curativa (Sistema Nervoso
Central), negamina, orégano (uterino e do Sistema
Nervoso Central), ora-pro-nobis2 (Sistema
Nervoso Central), poejo, sálvia (cognitivo)
Estomáquica (forta- Abacate, abóbora, anil, arnica-de-jardim,
lece a digestão) carqueja, carqueja-doce, casca d’anta, cipó-
caçaú, cipó-laje, colônia, erva-de-santa-maria,
hera-terrestre, hortelã-pimenta, losna, macela-
galega, maravilha-curativa
Estomatite Chapéu-de-couro, romã
Estresse Borragem (atenua as respostas cardiovasculares)
Expectorante, peito- Abacate, açafrão, alevante, algodão, amora, assa-
ral, descongestionan- peixe, avenca, boldo-miúdo, capim-limão,
te capuchinha, casca d’anta, erva-cidreira (óleo
essencial), erva-de-passarinho, erva-de-santa-
maria, eucalipto, funcho, gengibre, guaco, guiné-
do-mato, hortelã-bravo, laranja-da-terra, men-
trasto, mentrusto, mil-em-rama, ora-pro-nobis1,
orégano (brando), pata-de-vaca, patchouli (exter-
no), poejo, tanchagem1, tanchagem2, tomilho

506
Indicação Plantas
Extração dos Calêndula
terceiros molares
Fadiga Alecrim, manjericão
Faringite Calêndula, gengibre, grimonia (crônica), guaco,
mirra, romã
Fator de ativação Patchouli
plaquetária (PAF)
(inibe)
Febrífuga (combate à Abóbora, açafrão, alfavaca2, amora, anil, arnica-
febre), antitérmica, de-jardim, artemísia2, avenca, boldo-miúdo,
diaforética, camomila, capeba (raiz), capim-limão, casca
sudorífica, d’anta, cedro, cipó-caçaú, cipó-laje, cipó-unha-
antipirética de-gato, erva-cidreira, fumo-bravo, gervão,
goiabeira, guaco, hortelã-pimenta, insulina,
japecanga, laranja-da-terra, losna, louro, macela-
galega, manjericão, melão-de-são-caetano,
mentrasto, mil-em-rama, milho, mirra, orégano,
picão-roxo, pincel-de-estudante, pitangueira,
romã, sabugueiro, saião, sete-sangrias, verbasco,
vique
Feridas Carqueja, carqueja-doce, centelha, cipó-laje,
confrei, erva-de-santa-maria, espinheira-santa1,
goiabeira, guaco, mentrasto, mentrusto, ora-pro-
nobis2, peixinho, tanchagem2, terramicina
Filariose (elefantíase) Capeba
Fissuras anais Babosa, mil-em-rama
Flebite (inflamação - Malva2
parede de uma veia)
Fluxo sanguíneo ce- Boldo (aumenta)
rebral
Fosfato (elimina) milho
Fratura óssea Cavalinha, confrei, trombreta
Frieiras (micose) manjericão
Frio Patchouli
Frustração Malva2
Furúnculos Capeba, chapéu-de-couro, saião, tanchagem1
Galactagoga (estimu- Borragem, funcho
la a lactação)
Gastralgia (dor de Espinheira-santa1, laranja-da-terra
estômago)
Gastrite (inflamação Boldo, carqueja, espinheira-santa1 (crônica),
no estômago) gengibre, saião, tanchagem1
Gastroprotetora Açafrão, arnica-de-jardim, bananeira, calêndula,
capeba, erva-baleeira, espinheira-santa1, macela,
mentrasto
Gengiva (fortificante) Funcho
507
Indicação Plantas
Gengivite Camomila, chapéu-de-couro, gervão, guiné,
mirra, pitangueira, romã, sálvia
Genotóxica Anil, poaia
Giardíase Erva-de-santa-maria
Glossite (inflamação Sálvia
ou infecção da língua)
Gonorréia, Cavalinha, cipó-cabeludo2, erva-de-bicho, guiné-
blenorragia do-mato, japecanga, picão-roxo
Gripe, antigripal Açafrão, alevante, alfavaca2, assa-peixe, capim-
limão, erva-cidreira, erva-de-santa-maria,
eucalipto, fumo-bravo, gengibre, gervão, guaco,
hortelã-pimenta, insulina, isope, laranja-da-
terra, lavanda1, manjericão, melissa, mentrasto,
mentrusto, mil-em-rama, negamina, pata-de-
vaca, Patchouli, pitangueira, poaia, poejo,
tomilho, verbena, vique
HDL (colesterol) Açafrão (aumenta)
Hemorroidas Babosa, calêndula, erva-de-bicho, malva2, melão-
de-são-caetano, mil-em-rama, picão-roxo, poaia,
romã, tanchagem1, vassourinha, verbasco
Hepatite quebra-pedra (tipo B)
Hepatoprotetora Açafrão, anil, boldo, capeba, carqueja, colônia,
funcho, grimonia, mentrusto, mil-em-rama,
picão-roxo, pitangueira, quebra-pedra, saião,
tanchagem1
Hepatotóxica Poejo
Hérnia Chapéu-de-couro (raiz)
Herpes Babosa (genital), camomila, casca d’anta (labial),
romã (genital – HSV-2), sálvia (HSV-1 e HSV-2),
sete-sangrias (HSV-1), tarumã (HSV-1)
Hidratante Confrei (externo)
Hidropisia (acúmulo Cipó-caçaú, cipó-laje, insulina, malva2, mirra,
de água em tecido quebra-pedra
celular ou cavidades)
Hiperexcitabilidade Guiné
Hiperglicemiante Babosa (gel)
(aumenta o açúcar no
sangue)
hipertrofia prostática Abóbora
benigna
Hipnótica Camomila, mulungu
Hipocolesterolêmica, Abacate (como alimento funcional), açafrão,
hipolipmica, hipolipi- amora, bananeira, batata-Yacon (folha), carqueja-
dêmica (baixa o doce, gengibre, goiabeira, insulina, laranja-da-
colesterol) terra, malva2, melão-de-são-caetano, pata-de-
vaca, pitangueira, quebra-pedra, sete-sangrias,
tanchagem1
508
Indicação Plantas
Hipoglicemiante Abacate, alecrim, amora, babosa (folha sem gel),
(diminui o açúcar do bananeira, batata-Yacon (folha), boldo, calêndula,
sangue) cipó-sumo, gengibre, goiabeira, guiné, insulina,
macela, macela-galega, melão-de-são-caetano,
mentrasto, men-trusto, milho, pata-de-vaca,
quebra-pedra, romã, sálvia
Hipolocomotora Arnica-de-jardim
Hipossecretora Boldo, boldo-miúdo
gástrica
Hipotensora (baixa a Abacate (óleo da polpa), alecrim, amora, assa-
pressão arterial), anti peixe, boldo, capim-limão, carqueja, carqueja-
-hipertensiva doce, centela (também de viajantes de avião),
chapéu-de-couro, colônia, erva-cidreira, espi-
nheira-santa1, gengibre, grimonia, insulina,
isope, laranja-da-terra, malva2, maracujá, melão-
de-são-caetano, mil-em-rama, milho, pata-de-
vaca, pitangueira, sálvia, sete-sangrias, tan-
chagem1
Histeria Laranja-da-terra
HIV (aids) Macela, quebra-pedra (inibidora), sálvia (inibe
HIV-1)
Icterícia (amarelão) Anil, picão-roxo
Impotência sexual Japecanga
Imunoestimulante Açafrão, babosa, tanchagem1
Imunomoduladora Camomila, caninha-do-brejo, grimonia, guiné,
macela, malva2, saião
Imunosupressora melão-de-são-caetano, saião
Inapetência Dente-de-leão
Inchaço nas pernas mentrasto
Incontinência Cavalinha
urinária
Infecções (em geral) Peixinho
Infecção nos Malva2
brônquios
Infecção gastro- Picão-roxo
intestinal
Infecção na garganta Malva2
Infecção Algodão
odontológica
Infecção orofaríngea Poejo
Infecção respiratória Camomila, tanchagem1 (vias superiores)
Infecção nos rins Abacate
Infecção do útero e Erva-de-santa-maria, ipê-roxo
ovário
Infecção da vagina Ipê-roxo, picão-roxo, romã
Infecção urinária Milho, picão-roxo, quebra-pedra, tanchagem1

509
Indicação Plantas
Inflamação na boca Goiabeira, guaco, hortelã-pimenta, ipê-roxo,
manjericão, romã, sálvia
Inflamação na bexiga Abacate, chapéu-de-couro, cipó-cabeludo2, milho
(cistite)
Inflamações cutâneas Camomila (em bebês e crianças pequenas)
Inflamação na gar- Açafrão, goiabeira, guaco, hera-terrestre, ipê-
ganta roxo, manjericão, sálvia
Inflamação na gen- Hortelã-pimenta, ipê-roxo, romã
giva
Inflamação intestinal Cipó-unha-de-gato
Inflamações nas per- Capeba
nas / inchaços
Inflamação dos testí- Cipó-caçaú, cipó-laje
culos (orquite)
Inotrópico positivo Gengibre
(aumenta a contra-
ção do coração)
Inquietação Malva2
Inseticida Anil, carqueja-doce, casca d’anta (cupim,
carrapato de cães e gado), cedro (cupim), cipó-laje
(mosquito), cordão-de-São-Francisco (mosquito),
erva-baleeira (mosquito), erva-de-santa-maria
(pulgas e carrapatos), guiné (inclusive piolho),
laranja-da-terra, macela-galega, manjericão,
maravilha-curativa (mosquito), Melão-de-são-
caetano (carrapatos, pulgas e mosquitos),
mentrasto (gorgulho do feijão, pulgão da
mostrada, mosca doméstica e outros), patchouli
(gorgulho-do-milho, formigas e traças), tomilho
(barata doméstica, gorgulho do milho e outros)
Insônia Erva-cidreira (leve), malva2, maracujá (leve),
melissa, mulungu, patchouli, verbena
Insulina Batata-Yacon (controla)
Intoxicação Açafrão, gengibre
alimentar
Intoxicação por açafrão
substâncias tóxicas
Irritação vaginal Caninha-do-brejo
Lactação Sálvia (diminui)
Laringite Eucalipto, gengibre, guaco, romã
Larvicida Pata-de-vaca (mosquito), verbena (mosquito)
Laxante, purgante, Algodão, boldo, babosa, cipó-caçaú, cipó-laje,
contra prisão de ven- dente-de-leão, funcho, gervão, guiné-do-mato,
tre maravilha-curativa, mentrasto, peixinho, rosa-
branca, sálvia, sete-sangrias, tanchagem 1,
tanchagem2

510
Indicação Plantas
Leishmaniose Anil, assa-peixe, babosa, capeba, casca d’anta,
gervão (lesões cutâneas), jaborandi, saião
(cutânea)
Leucorréia (corrimen- erva-de-santa-maria
to vaginal)
Limpeza de pele Alecrim
Lipofílica capim-limão
Lipólise (queima de Boldo (estimula)
gordura)
Longevidade Centela
Malária (antimalá- Capeba, casca d’anta, cipó-unha-de-gato, guiné,
rica) ipê-roxo, mentrasto, mirra, quebra-pedra, saião
Manchas de pele Maravilha-curativa
Mau hálito (halitose) laranja-da-terra, poejo
Melanogênica (mela- Sálvia (aumenta ou diminui, dependendo da dose)
nina)
Memória Alecrim, sálvia
Menopausa Amora, malva2, sálvia
Menstruação (regula) Isope, melissa
Menstruação dolo- Macela
rosa
Metrorragia (hemor- Artemísia1 (de sangue escuro, crônicas e fluidas)
ragia uterina)
Microangiopatia dia- Centela
bética
Miorrelaxante Maracujá, mentrasto
Moluscicida (combate Anil, casca d’anta, coroa-de-cristo, erva-de-santa-
moluscos) maria, eucalipto, laranja-da-terra, melão-de-são-
caetano, pata-de-vaca
Mucolítica (diminui o Poejo
muco)
Mucosa (protege) Confrei (externo)
Mucosite (inflamação Calêndula (orofaríngea), camomila
nas mucosas orais)
Musculatura lisa Boldo (relaxante), carqueja (relaxante –
intestinal), guaco (contração da traqueia), sete-
sangrias (estimulante)
Narcótica Erva-moura (leve), isope
Náuseas Artemísia2, casca d’anta, gengibre, hortelã-
pimenta, macela, malva2, patchouli, poaia
Nefrite Cipó-cabeludo2,
Nefroprotetora Chapéu-de-couro,
Nefrotóxica Romã (atenua os efeitos)
Nematicida Guiné, mentrasto
Nervosismo, intran- Erva-cidreira
quilidade

511
Indicação Plantas
Neuroprotetora Açafrão, amora, camomila, centela, saião, sálvia
Neurotóxica Guiné
Nevralgia (dor inten- Erva-baleeira, guaco, macela, maracujá
sa nos nervos)
Obesidade, emagrece- Batata-Yacon, boldo (raiz), carqueja, carqueja-
dora doce, grimonia, laranja-da-terra
Osteoartrite Açafrão, amora, confrei (externo)
Osteoporose Batata-Yacon
Otite Arruda, tanchagem1
Parkinson malva2
Pedra nos rins (litíase Quebra-pedra
renal)
Periodontite (infla- Guiné-do-mato
mação da cavidade
oral)
Perturbações emocio- Malva2
nais
Picada de aranha Ora-pro-nobis2
Picada de carrapato Fumo-bravo
Picada de cobra, de Açafrão (jararaca e cascavel), anil, carqueja
serpente / antiofídica (jararaca), erva-baleeira (jararacuçu), guaco
(jararaca e coral), guiné-do-mato, saião
Picada de escorpiões Ora-pro-nobis2
Picada de inseto Alfavaca2, artemísia2, confrei (alivia a dor -
externo), ora-pro-nobis2, peixinho (abelha), sálvia,
tanchagem1
Piolho e lêndeas Arruda, artemísia1, babosa, malva2, melão-de-
(pediculose) são-caetano, poejo
Piscicida (mata peixe) Casca d’anta
Pleurisia (inflamação Capeba (sementes)
das pleuras, tecido
que reveste o pulmão)
Pneumonia Assa-peixe, capim-limão, erva-de-passarinho,
erva-de-santa-maria, saião
Pós-parto Ora-pro-nobis2
Prebiótica (boa para Batata-Yacon
flora intestinal)
Preocupação Malva2
Prostatite (inflama- Chapéu-de-couro, dente-de-leão, erva-baleeira,
ção da próstata) mil-em-rama
Proteolítica (degra- carqueja
dação das proteínas)
Protetora do mio- Insulina
cárdio
Psoríase Babosa

512
Indicação Plantas
Quebradura / Arnica-de-jardim, arnica-do-planalto
fraturas
Queda de cabelo Avenca, jaborandi
Queimaduras Abóbora, babosa (1º e 2º graus), bananeira,
calêndula, confrei (alivia a dor - externo), mil-em-
rama, ora-pro-nobis1, poaia, saião (simples),
tanchagem1
Quimioprotetora Romã
Radiação Babosa (lesões), mentrasto (gama)
Raiva Malva2
Refluxo Gengibre
gastresofágico
Rejuvenescimento da Batata-Yacon
pele
Relaxante muscular Erva-cidreira (óleo essencial), macela
(gastrointestinal), poejo (musculatura lisa da
traqueia e da bexiga)
Remineralizante Cavalinha
(repõe minerais)
Repelente de insetos Açafrão, alfavaca1, anil, arruda, capim-limão,
(mosquitos) citronela, eucalipto, hortelã-pimenta, lavanda1,
lavanda2, macela-galega, macelinha-canforada,
malva2, manjericão, mentrasto, mirra, patchouli,
poejo (também pulgas), verbena
Reposição hormonal Amora
Resfriado alevante, alfavaca2, bananeira, capim-limão, erva-
cidreira, eucalipto, fumo-bravo, gengibre, gervão,
guaco, hortelã-pimenta, laranja-da-terra,
lavanda1, manjericão, melissa, mentrasto,
mentrusto, negamina, patchouli, pitangueira,
poejo, sabugueiro, tomilho, verbena, vique
Resolutiva (acaba Louro
com inchaços e infla-
mações)
Ressaca Boldo
Revascularização Calêndula (aumento)
Rinite Gengibre, hortelã-pimenta (alérgica), patchouli
Rouquidão capim-limão, gengibre, guaco, guiné, manjericão,
poejo, romã
Rubefaciente (provo- Ora-pro-nobis2
ca vermelhidão)
Salivação Gengibre (aumenta), sálvia (diminui)
Sarampo Borragem, sabugueiro
Sarna Caroba, cipó-caçaú, cipó-laje, mil-em-rama
Seborreia Babosa

513
Indicação Plantas
Secreção gástrica Gengibre
(aumento)
Sedativa Amora, anil, arnica-de-jardim, camomila (leve),
capim-limão (leve), cipó-caçaú, cipó-laje, colônia,
erva-cidreira, erva-moura, goiabeira, guiné,
laranja-da-terra, lavanda1, louro, macela (leve),
maracujá, melissa (leve), mulungu, pata-de-vaca,
verbena (leve)
Sífilis Capeba, caroba, carqueja-doce, japecanga,
maravilha-curativa, ora-pro-nobis1, sete-sangrias
Síndrome do intesti- hortelã-pimenta
no irritável
Síndrome pós-flebíti- Centela
ca
Sinergia (trabalha Carqueja
junto com outras
drogas)
Senilidade (velhice) Centela (retarda)
Sinusite Eucalipto, gengibre, guiné-do-mato
Sistema auditivo (ou- Arruda (dor)
vido)
Stress Manjericão
Sudorífica (provoca Casca d’anta, erva-cidreira, erva-de-santa-maria,
suor) guiné
Suor excessivo Sálvia (diminui)
Taquicardia, Cipó-caçaú, cipó-laje, insulina, laranja-da-terra,
palpitação maracujá
Tendinite Confrei (externo)
Tensão nervosa Laranja-da-terra, lavanda1, malva2, patchouli
Tensão Pré- Cavalinha, cipó-caçaú, cipó-laje, maracujá,
menstrual (TPM) mentrasto, milho
Tônica, fortificante Alecrim, amora (do sangue), boldo, camomila,
caninha-do-brejo, capeba, carqueja, casca d’anta,
cavalinha, cedro, colônia, erva-baleeira, gengibre,
gervão (estomacal), guaco, hera-terrestre, hortelã-
pimenta, japecanga, laranja-da-terra, losna,
maravilha-curativa, mentrasto, pata-de-vaca,
peixinho (do pulmão), poejo
Tontura, vertigem Alecrim
Tosse, béquica, anti- Açafrão, alfavaca2, amora, assa-peixe, avenca,
tussígena capeba, capim-limão, erva-cidreira, erva-de-
passarinho, erva-de-santa-maria, eucalipto,
(continua) fumo-bravo, funcho, gengibre, gervão, goiabeira,
guaco, hortelã-bravo, hortelã-pimenta, laranja-
da-terra (intermi-tente), manjericão, maracujá,
mentrasto (com catarro), mentrusto,

514
Indicação Plantas
Tosse, béquica, anti- Pata-de-vaca, pitangueira, poejo, sabugueiro,
tussígena terramicina, tomilho, verbasco, vique
Toxinas (elimina) Isope, malva2
Transtorno cognitivo Sálvia (leve)
Tremores Insulina
Tricomonicida, trico- Camomila
moníase (infec-ção
por Trichomonas
vaginalis)
Triglicerideos (baixa) Açafrão, carqueja-doce, gengibre
Tripanocida (doença Cedro, chapéu-de-couro, guiné, jaborandi,
de chagas) patchouli
Tuberculose Anil, erva-de-santa-maria, sálvia
Tumores (amadu- Caninha-do-brejo
recer)
Úlceras Açafrão (gástrica), alecrim (gástrica), anil, babosa
(oral e causada pelo frio), bálsamo, boldo (gás-
(veja também anti- trica), caninha-do-brejo, carqueja-doce, centela
ulcerogênica) (trófica venosa), chapéu-de-couro, cipó-caçaú,
cipó-laje, Erva-de-bicho, espinheira-santa1 (gás-
trica e duodenal), fumo-bravo, gengibre (bucal),
gervão (purulentas), goiabeira (lavagem bucal),
melissa, mentrasto (gástricas), mentrusto
(externas), mil-em-rama, picão-roxo, saião
(estomacal e intestinal), saião, sálvia, tanchagem1
(pépticas e intestinais), tanchagem2 (pépticas)

Uretrite (distúrbio Abacate, anil, cipó-cabeludo2


urinário)
Vasodilatadora Bananeira, chapéu-de-couro, insulina, mil-em-
rama, quebra-pedra, sete-sangrias
Vaso-relaxante Bananeira (musculatura lisa), macela
Vermífuga, vermi- Abóbora (áscaris, oxiúros e tênias), algodão, anil,
nose, anti-helmínti- arruda, Artemísia1, babosa, bananeira, cedro,
ca, antiparasitária cipó-laje, colônia, erva-de-bicho, erva-de-santa-
maria, gervão, goiabeira, hortelã-de-panela,
hortelã-pimenta, isope, lírio-branco, losna, mara-
vilha-curativa, melão-de-são-caetano, mentrasto,
pata-de-vaca, patchouli, pitangueira, poejo, romã,
sálvia, tomilho, vassourinha
Vomitiva (provoca Guiné-do-mato, laranja-da-terra (regurgitar ali-
vômito) mentos), vassourinha
Vômito (inibe) Açafrão, artemísia2, casca d’anta, gengibre (de
gravidez e pós-operatório), hortelã-pimenta, ma-
cela, patchouli, poaia
Vulnerária, varizes Erva-de-bicho, mil-em-rama, picão-branco,
picão-roxo
515
Sobre o autor

Rodrigo Giovanetti é formado em Turismo pela Universidade Estácio


de Sá (UNESA) e em Gestão Ambiental pelo Centro Universítário Geraldo de
Biase (UGB). Fez pós-graduação em “Manejo e Gestão de Recuros Naturais”
(UGB) e mestrado em “Geografia” (biogeografia) na Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ).

O autor vem desenvolvendo estudos botânicos desde 2008 e, nesta


área, alguns de seus trabalhos mais importantes foram a participação no
Inventário Florestal Nacional (etapa Rio de Janeiro) e no levantamento
florístico para o Plano de Manejo do Parque Estadual da Pedra Selada (PEPS).

É co-autor de dois capítulos do “Guia de Plantas – Planalto do


Itatiaia”, e também do boletim № 18 “Campos de Altitude do Itatiaia: Aspectos
Ambientais, Biológicos e Ecológicos” do Parque Nacional do Itatiaia.

Atualmente trabalha com fitoterapia, é terapeuta Multidimensional e


facilitador de Constelação Familiar. É também autor do livro “Seres de Luz,
uma conexão com o divino” e administrador da página do Centro de Estudos
da Luz – CEL.

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