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Riscos Químicos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Me. Fernanda Anraki Vieira

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Riscos Químicos

Fonte: Getty Images


Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• O Que são Riscos Químicos;
• Classificação dos Agentes Químicos;
• Ficha de Informações de Segurança
de Produtos Químicos – FISPQ;
• Vias de Exposição e Efeitos ao Organismo;
• Norma Regulamentadora 15 - NR-15;
• Limites de Exposição Ocupacional da ACGIH.

Objetivos
• Fornecer ao aluno o conteúdo teórico básico para entendimento das propriedades dos
agentes químicos;
• Relacionar as exigências normativas trabalhistas, incluindo limites de tolerância.

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões


de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Riscos Químicos

Contextualização
A exposição a agentes químicos é um dos maiores problemas de saúde ocupacional
presentes nos ambientes de trabalho. Os agentes químicos podem ser encontrados em
diversos segmentos, em empresas do todos os portes, em ambientes comerciais, enfim...
os agentes químicos estão em todos os lugares!

A exposição a agentes químicos pode produzir vários efeitos adversos ao ser huma-
no, que incluem desde acidentes de trabalho, a irritações, intoxicações, queimaduras,
câncer, entre outros efeitos à saúde.

O Engenheiro de Segurança do Trabalho é um dos profissionais que deve estar apto a


reconhecer, avaliar e controlar os riscos químicos nos ambientes laborais. Para tal, é pre-
ciso entender sobre as características dos agentes químicos, sua interação com o corpo
humano, entre diversas outras informações que serão abordadas ao longo da disciplina.

Para dar início ao conteúdo, vamos pensar a respeito dos agentes químicos junto com
Napo. Você conhece o Napo? Napo é uma ideia concebida na união europeia por um
pequeno grupo de profissionais de comunicação de saúde e segurança do trabalho, na in-
tenção de produzir informação de alta qualidade, abordando as diversas culturas, idiomas
e necessidades práticas das pessoas no trabalho. O papel de Napo e seus amigos é ques-
tionar, de forma humorística, as diversas situações que vivemos no mundo do trabalho.

Assista ao vídeo e reflita com Napo em: https://youtu.be/NLh4bB988UE

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O Que são Riscos Químicos
Riscos químicos são os riscos originados pela exposição ocupacional a agentes quí-
micos. Agentes químicos são substâncias químicas que estão presentes no ambiente,
puros, em misturas ou como impurezas, que podem causar danos à saúde. O número
de substâncias químicas existentes é desconhecido, sendo que muitas outras são des-
cobertas a cada dia (BRASIL, 2004).

Segundo a Norma Regulamentadora 09 (NR-09), que trata do Programa de Preven-


ção de Riscos Ambientais (PPRA):
Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produ-
tos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas
de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela na-
tureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos
pelo organismo através da pele ou por ingestão. (BRASIL, 2014)

Classificação dos Agentes Químicos


Os agentes químicos podem ser classificados conforme suas propriedades físicas:
• Aerodispersoide (ou aerossol): Reunião de partículas sólidas e/ou líquidas sus-
pensas em um meio gasoso por tempo suficiente para permitir sua observação
ou medição. Estão incluídas nessa categoria as partículas menores que 100μm
(BRASIL, 2001(1)).

Partículas Sólidas
• Poeira: Toda partícula sólida, de qualquer tamanho, natureza ou origem, formada
por ruptura de um material sólido, suspensa ou capaz de se manter suspensa no
ar. Geralmente possui formas irregulares e é maior que 0,5μm (BRASIL, 2001(1));
• Fibra: É um longo e fino filamento de determinado material. Entende-se por fibra
respirável aquela com diâmetro inferior a 3μm, comprimento maior que 5μm e
relação entre comprimento e diâmetro igual ou superior a 3:1 (BRASIL, 2001(2));
• Fumo: Aerodispersoide gerado termicamente, constituído por partículas sólidas
formadas por condensação de vapores, geralmente após volatilização de substân-
cia fundida, frequentemente acompanhada de reação química, tal como oxidação
(BRASIL, 2016).

Partículas Líquidas
• Névoa: Partículas líquidas geradas por desagregação de líquido (BRASIL, 2016);
• Neblina: partículas líquidas geradas por condensação de vapor que retorna ao es-
tado líquido (BRASIL, 2016).

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UNIDADE
Riscos Químicos

Partículas Gasosas
• Gás: Substância que nas condições normais de pressão e temperatura está no es-
tado gasoso (BRASIL, 2016);
• Vapor: Estado gasoso de uma substância que é liquida ou sólida nas condições
normais de pressão e temperatura (BRASIL, 2016).
Obs.: Quando se tratar de partículas para as quais ainda não há dados suficientes para demons-
trar efeitos à saúde, ou seja, que não possuem limite de tolerância, as mesmas são definidas
como “Partículas não especificadas de outra maneira” (PNOS). Dentre suas propriedades, cabe
citar: são insolúveis ou fracamente solúveis em água ou nos fluidos aquosos dos pulmões; não
são citotóxicas, genotóxicas ou quimicamente reativas com o tecido pulmonar; não emitem ra-
diação ionizante; causam imunossensibilização ou outros efeitos tóxicos que não a inflamação ou
deposição excessiva (BRASIL, 2009).

A Tabela 1 apresenta um resumo da classificação por propriedades físicas dos


agentes químicos.

Tabela 1 – Resumo da classificação por propriedades físicas dos agentes químicos


Agente Químico Estado Físico Origem Exemplo
Poeira Ruptura mecânica de sólidos. Poeira de sílica.
Desprendimento de filamento longo e fino de de-
Fibra Sólido Fibra de asbesto (amianto).
terminado material.
Condensação ou oxidação de vapor de uma subs-
Fumo Fumo de solda.
tância que é sólida à temperatura ambiente.
Névoa de pintura com pistola
Névoa Ruptura mecânica de líquidos.
de ar comprimido.
Líquido
Condensação de vapores de substâncias líquidas a
Neblina Neblina de substância orgânica.
temperatura ambiente.
Estado físico de uma substância que é gasosa à
Gás Gás carbônico.
temperatura ambiente.
Gasoso
Evaporação de substância que é líquida à tempe-
Vapor Vapor de substância orgânica.
ratura ambiente.

Ainda, os agentes químicos podem ser classificados conforme suas propriedades quí-
micas. Por exemplo: orgânicos ou inorgânicos; explosivos; inflamáveis; tóxicos; de maior
ou menor risco, entre outras propriedades. Tais propriedades e mais informações podem
ser encontradas nas Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ.

Ficha de Informações de Segurança


de Produtos Químicos – FISPQ
As informações referentes aos produtos químicos podem ser encontradas nas Fi-
chas de Informações de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ. A Norma Brasilei-
ra - NBR 14725 (ABNT, 2009), sob o título geral “Produtos químicos – Informações
sobre segurança, saúde e meio ambiente”, contém as seguintes partes:

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• Parte 1: Terminologia;
• Parte 2: Sistema de classificação de perigo;
• Parte 3: Rotulagem;
• Parte 4: Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ).

Segundo a NBR 14725 (ABNT, 2009), uma FISPQ deve fornecer as informações
sobre o produto químico, em seções, cujos títulos, numeração e sequência não podem
ser alterados:
1. Identificação do produto e da empresa: Informa o nome comercial do pro-
duto e dados da empresa fabricante.
2. Identificação de perigos: Apresenta os perigos mais importantes e efeitos
do produto.
3. Composição e informação sobre os ingredientes: Informa se o produto quími-
co é uma substância ou uma mistura, sua composição e número CAS (Chemical
Abstract Service) quando existente. O número CAS é o registro do produto quí-
mico no banco de dados da divisão da Sociedade Americana de Química.
4. Medidas de primeiros socorros: Informa as medidas de primeiros socorros
a serem tomadas e indica quais ações devem ser evitadas.
5. Medidas de combate a incêndio: Informa quais são os meios de extinção
apropriados e os não recomendados.
6. Medidas de controle para derramamento ou vazamento: Contém ins-
truções específicas de precauções pessoais em caso de derramamento ou
vazamento, procedimentos a serem adotados quanto a precauções ao meio
ambiente, procedimentos de emergência e sistemas de alarme, métodos para
limpeza e destinação final.
7. Manuseio e armazenamento: Fornece orientação de manuseio e armazena-
mento da substância ou mistura.
8. Controles de exposição e proteção individual: Indica parâmetros de con-
trole específicos, tais como limites de tolerância e/ou indicadores biológicos
de exposição ou outros limites e valores com suas referências indicadas e pre-
ferencialmente datadas. Indica ainda, se pertinentes, as medidas de controle
de engenharia necessárias para eliminação ou minimização do risco.
9. Propriedades físicas e químicas: Contém as informações, quando aplicáveis,
sobre aspecto (estado físico, forma, cor);odor e limite de odor; pH; ponto de fu-
são/ponto de congelamento; ponto de ebulição inicial e faixa de temperatura de
ebulição; ponto de fulgor; taxa de evaporação; inflamabillidade; limite inferior/
superior de inflamabilidade ou explosividade; pressão de vapor; densidade de
vapor; densidade; solubilidade; coeficiente de partição – n-octanol/água; tempe-
ratura de autoignição; temperatura de decomposição; viscosidade.
10. Estabilidade e reatividade: Indica estabilidade química, reatividade, possibi-
lidade de reações perigosas, condições a serem evitadas, materiais incompatí-
veis e produtos perigosos da decomposição.

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11. Informações toxicológicas: Fornece uma descrição concisa, completa e com-


preensível dos vários efeitos toxicológicos, bem como os dados disponíveis para
identificar esses efeitos. Se pertinente, informa: toxicidade aguda; corrosão/
irritação da pele; lesões oculares graves/irritação ocular; sensibilização respira-
tória ou da pele; mutagenicidade em células germinativas; carcinogenicidade;
toxicidade à reprodução e lactação; toxicidade sistêmica para certos órgãos-alvo
– exposição única; toxicidade sistêmica para órgão-alvo específico – exposi-
ções repetidas; perigo por aspiração. Ainda, se pertinente, informa: vias de
exposição; sintomas relativos às características físicas, químicas e toxicológicas;
efeitos tardios e imediatos e também efeitos crônicos de curto e longo períodos
de exposição; dados toxicológicos (tais como estimativas de toxicidade aguda);
substâncias que podem causar interação, adição, potenciação e sinergia.
12. Informações ecológicas: Fornece informações para avaliar o impacto am-
biental da substância ou mistura quando liberada ao meio ambiente.
13. Considerações sobre tratamento e disposição: Informa os métodos reco-
mendados para tratamento e disposição segura e ambientalmente aprovados.
14. Informações sobre transporte: Contém informações sobre códigos e clas-
sificações de acordo com regulamentações nacionais e internacionais para
transporte, diferenciadas pelos modelos de transporte.
15. Regulamentações: contém informações sobre as regulamentações especifi-
camente aplicáveis ao produto químico.
16. Outras informações: informa quaisquer outras informações que sejam rele-
vantes à substância em questão.

Explore a FISPQ da Gasolina Comum C, marca Petrobras, em: https://tinyurl.com/y2pj5fqd

Vias de Exposição e Efeitos ao Organismo


Os fatores mais importantes com relação à toxicidade da exposição a um agente químico
são: a via de exposição, a duração e a frequência da exposição. Ainda, deve ser considerada
a intensidade da exposição, que depende, entre outros fatores, da concentração do agente
tóxico no ambiente de trabalho, do tipo e intensidade da atividade exercida, da duração diá-
ria da exposição ao longo da vida profissional, da frequência da exposição pelo trabalhador
e das condições ambientais (temperatura, umidade e ventilação) (BRASIL, 2012).

As principais vias de introdução de agentes químicos no organismo serão apresen-


tadas a seguir.

Via respiratória
O sistema respiratório permite a troca de gases entre o ambiente externo e o sistema
circulatório, ou seja, retira o oxigênio do ar e leva para o sangue, liberando o dióxido de
carbono (e outros resíduos gasosos) do sangue de volta para o ar (HIRST, 2010).

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A Figura 1 apresenta as estruturas da via respiratória, que vão desde a cavidade
nasal até os pulmões, brônquios e bronquíolos.

Cavidade nasal Faringe


Epiglote
Laringe Esôfago
Traqueia Brônquio Principal

Bronquíolo

Pulmão direito Pulmão esquerdo

Figura 1 – Via respiratória


Fonte: Adaptado de Getty Images

A Figura 2 apresenta as estruturas do pulmão e dos alvéolos pulmonares.

Ramo da veia
Ramo pulmonar
da artéria
Traqueia
pulmonar
Brônquios

Alvéolo
Bronquíolo
do terminal

Bronquíolos
Alvéolos
pulmonares
Figura 2 – Estrutura do pulmão e alvéolos pulmonares
Fonte: Adaptado de Getty Images

Tratando-se de partículas, a retenção nas vias aéreas superiores está relacionada ao


tamanho (diâmetro), solubilidade em água, condensação e temperatura. Quanto maior
a partícula, menor a penetração nas regiões profundas do trato respiratório. Já nos
casos de agentes gasosos, a absorção varia conforme a solubilidade e o gradiente de
pressão entre o ar alveolar e o sangue. O agente tóxico pode se dissolver ou se com-
binar com elementos do sangue (RUPPENTHAL, 2013).

A exposição a agentes químicos pode causar a irritação e inflamação do trato


respiratório. Os efeitos podem ser agudos ou crônicos, sendo que os efeitos crôni-
cos da exposição prolongada contemplam a bronquite crônica e danos permanentes
aos pulmões. Ainda, reações alérgicas a substâncias químicas podem causar asma
ocupacional. Os sintomas incluem insuficiência respiratória grave, assim como chiado,
tosse e aperto no peito (HIRST, 2010).

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Riscos Químicos

Já partículas que não foram removidas ou absorvidas nos alvéolos pulmonares


podem ficar retidas e darem origem a pneumoconioses (RUPPENTHAL, 2013).
As pneumoconioses podem não produzir quaisquer sintomas por anos. No entanto,
com o passar do tempo, os pulmões se tornam menos flexíveis e porosos, compro-
metendo a capacidade respiratória. Além da insuficiência respiratória, os sintomas
incluem tosse e mal-estar geral (HIRST, 2010).

Diversas substâncias químicas e atividades ocupacionais estão relacionadas ao de-


senvolvimento de câncer do pulmão e de outras partes do corpo. A Tabela 2 apresenta
fatores de risco para o câncer do pulmão e a Tabela 3 apresenta fatores de risco para
câncer das cavidades nasais e dos seios paranasais.

Tabela 2 – Fatores de risco para o câncer do pulmão


Asbesto, arsênico, asfalto, alcatrão, ácido inorgânico forte, acrilonitrila, berílio e compostos, biscloro-
metil-éter, clorometilmeti-éter, cádmio, chumbo, cloreto de vinil, cromo, DDT, drogas antineoplásicas,
emissão de forno de coque, emissão de gases combustíveis, fuligem, fumos químicos, gases (amônia,
AGENTE óxido de nitrogênio, dióxido de cloro e enxofre), HPA, inseticidas não arsenicais, manganês, níquel, sílica
livre cristalina.
Poeiras: de carvão, madeira, rocha/quartzo e de cimento, radônio, sílica, urânio, radiação ionizante.
Bombeiro hidráulico, encanador, eletricista, mecânico de automóvel, mineiro, pintor, soldador, trabalho
OCUPAÇÃO com isolamento, trabalho em navios e docas, trabalho na conservação do couro, soprador de vidro, lim-
peza e manutenção, mecânico.
Construção, curtume, fundição de metais: cobre, ferro e aço; indústrias: alumínio, borracha, cimento e
ATIVIDADE gesso, gráfica e de papel, têxtil, metalúrgica, de metal pesado, indústria nuclear, de eletroeletrônicos, de
ECONÔMICA aeronaves e de aparelhos médicos, de vidro; produção de fertilizantes, coque e negro de fumo, minera-
ção, trabalho rural; fábrica de baterias, produção de pigmentos.
Fonte: BRASIL, 2012

Tabela 3 – Fatores de risco para câncer das cavidades nasais e dos seios paranasais
Cromo, níquel, óleo de corte, poeira de madeira, poeira de couro, poeiras de cimento, de cereais, têxtil e
AGENTE couro, amianto, formaldeído, radiação ionizante, organoclorados, níquel e seus compostos.
Carpinteiros e marceneiros, forneiros (em geral, da indústria química, de coque e de gás), mineiros, pe-
OCUPAÇÃO dreiros, sapateiros, encanadores, mecânicos de automóvel.
ATIVIDADE Fundição de níquel, indústria: da madeira, produção de álcool isopropílico, couro e calçado, têxtil, papel
ECONÔMICA e petróleo, serraria e marcenaria, oficina mecânica, fundição, agricultura.
Fonte: BRASIL, 2012

Via dérmica
A pele é formada pela epiderme, que é a camada mais externada pele, e pela derme,
que é formada pelo tecido conjuntivo em que se encontramos vasos sanguíneos, nervos,
folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas, mostrados na Figura 3. Os folículos
pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas permitem o contato direto com o meio externo
(RUPPENTHAL, 2013).

A absorção pela pele depende das propriedades físico-químicas do agente químico


e das propriedades fisiológicas da pele. Algumas substâncias atuam diretamente sobre
a pele, causando efeitos na epiderme, tais como sensibilização, corrosão e mutações

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gênicas. Quando os efeitos destes agentes se estendem aos tecidos mais profundos,
podem ocorrer efeitos sistêmicos (BRASIL, 2012). A Tabela 4 apresenta fatores de
risco para o câncer da pele não melanoma.

Camada córnea
Pêlo (queratinizada) Poro sudoríparo

Epiderme
Corpúsculo de Meissner
Terminação nervosa simples
Derme
Músculo eretor do pêlo

Hipoderme
Folículo piloso

Tecido subcutâneo (adiposo) Artéria


Veia Glândula sudorípara
Glândula cebácea
Figura 3 – Camadas da pele
Fonte: Adaptado de Getty Images

Tabela 4 – Fatores de risco para câncer das cavidades nasais e dos seios paranasais
Arsênio, alcatrão, creosoto, fuligem, luz solar, hidrocarbonetos policíclicos,
AGENTE óleo mineral, ortoarsenicais, radiação ultravioleta, drogas antineoplásica,
radiação ionizante.
Guia de montanhismo, mineiro, canteiro, ocupação ao ar livre, pedreiro, solda-
OCUPAÇÃO dor, vendedor, trabalhador rural, salva-vidas, agentes de saúde, pescador, guar-
da de trânsito.
ATIVIDADE Construção civil, gaseificação de carvão, pesca, produção de coque, trabalho
ECONÔMICA rural, refinaria de petróleo.
Fonte: BRASIL, 2012

Via oral, digestiva ou trato gastrintestinal


Um agente tóxico poderá sofrer absorção desde a boca até o reto no trato gastrintes-
tinal (TGI). Poucas substâncias sofrem a absorção na mucosa oral, visto que o tempo de
contato é pequeno. Não sendo absorvido na mucosa oral, o agente tóxico poderá sofrer
absorção na porção do TGI onde existir a maior quantidade de sua forma não ionizada
(lipossolúvel) (RUPPENTHAL, 2013).

Em geral, essa via representa um papel secundário, pois nos ambientes de traba-
lho pode ocorrer através de mãos ou alimentos contaminados. A absorção por essa
via depende de fatores físico-químicos do agente absorvido e do próprio organismo
(BRASIL, 2012). A Figura 4 apresenta as estruturas do sistema digestivo.

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Boca

Glândula Parótida

Faringe

Glândula sublingual

Glândula submaxilar Esôfago

Esôfago

Fígado
Estômago
Visícula biliar

Pâncreas

Cólon ascendente
Intestino Delgado
(jejuno e ilio)

Cólon sigmóide
Apêndice

Reto

Figura 4 – Sistema digestivo


Fonte: Adaptado de Getty Images

Norma Regulamentadora 15 - NR-15


A Norma Regulamentadora 15 – NR-15 trata das atividades e operações insalubres.
No caso dos agentes químicos, as condições de insalubridade estão relacionadas nos
Anexos 11, 12 e 13, sendo os anexos 11 e 12 quantitativos e o anexo 13 qualitativo
(BRASIL, 2014).

O anexo 11 da NR-15 trata dos agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada


quando os limites de tolerância listados no Quadro nº 1 são ultrapassados. A Tabela 5
apresenta parte do Quadro nº 1:

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Tabela 5 – Parte do Quadro nº 1 do anexo 11 da NR-15
Até 48 horas/semana Grau de
Absorção insalubridade a
Agentes Químicos Valor Teto também ser considerado
p/ pele ppm* mg/m3* no caso de sua
caracterização
Acetaldeído 78 140 Máximo
Acetato de cellossolve + 78 420 Médio
Acetato de éter monoetílico de etile-
– – –
no glicol (vide acetado de cellsolve)
Acetato de etila 310 1090 Mínimo
Acetato de 2-etóxi etila (vide acetato
– – –
de cellsolve)
Acetileno Axfixiante Simples –
Acetona 780 1870 Mínimo
Acetonitrila 30 55 Máximo
Ácido acético 8 20 Médio
Ácido cianídrico + 8 9 Máximo
Ácido clorídrico + 4 5,5 Máximo
Ácido crômico (névoa) – 0,04 Máximo
Ácido etanóico (vide ácido acético) – – –
Fonte: BRASIL, 2014

Na primeira coluna, “agentes químicos”, são listados os agentes químicos que po-
dem causar danos à saúde. Nas quarta e quinta colunas, estão listados os limites de
tolerância válidos para absorção apenas por via respiratória. As unidades utilizadas
são ppm (parte por milhão) e mg/m³ (miligrama por metro cúbico) (BRASIL, 2014).

Na segunda coluna, “valor teto”, estão assinalados os agentes químicos cujos


limites de tolerância não podem ser ultrapassados em momento algum da jorna-
da de trabalho (BRASIL, 2014). Na Tabela 5, por exemplo, o agente químico ácido
clorídrico tem a coluna “valor teto” assinalada. Ou seja, a quantidade de ácido clorídri-
co não poderá ultrapassar 4ppm ou 5,5mg/m³ em momento algum da jornada.

Na terceira coluna, “absorção também p/ pele”, estão assinalados os agentes


químicos que podem ser absorvidos, por via cutânea e, portanto, exigindo na
sua manipulação o uso de luvas adequadas, além do EPI necessário à proteção
de outras partes do corpo (BRASIL, 2014). Na Tabela 5, por exemplo, os agentes
químicos acetato de cellosolve e ácido cianídrico têm a coluna “absorção também p/
pele” assinalada. Ou seja, além de se observar os limites para proteção respiratória,
deverá ser observado se há contato dos agentes químicos com a pele do trabalhador.

Quando um agente químico for identificado como “asfixiante simples”, a concen-


tração mínima de oxigênio deverá ser 18 (dezoito) por cento em volumenos ambientes
de trabalho. As situações nas quais a concentração de oxigênio estiver abaixo deste

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Riscos Químicos

valor serão consideradas de risco grave e iminente (BRASIL, 2014). Na Tabela 5, por
exemplo, o acetileno é identificado como asfixiante simples.

Na sexta coluna, “grau de insalubridade a ser considerado no caso de sua caracteri-


zação”, estão assinalados os graus mínimo, médio ou máximo, conforme cada agente
químico (BRASIL, 2014).

Explore o anexo 11 da NR-15 em: https://tinyurl.com/yylnuhkp

Já o anexo 12 da NR-15 apresenta os limites de tolerância para a exposição a


poeiras minerais, quais sejam: asbesto, manganês e seus compostos e sílica livre cris-
talizada (BRASIL, 2014).

Explore o anexo 12 da NR-15 em: https://tinyurl.com/yygaspoy

Por fim, o anexo 13 da NR-15 possui uma relação das atividades e operações envol-
vendo agentes químicos consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada
no local de trabalho, ou seja, análise qualitativa (BRASIL, 2014).

Devem ser excluídas desta relação as atividades ou operações com os agentes quí-
micos já citados nos anexos 11 e 12 da NR-15. O anexo 13 cita atividades envolvendo
benzeno, arsênico, carvão, chumbo, cromo, fósforo, hidrocarbonetos e outros com-
postos de carbono, mercúrio, silicatos, substâncias cancerígenas e operações diversas
(BRASIL, 2014).

Explore o anexo 13 da NR-15 em: https://tinyurl.com/y2hlcf6x


E em: https://tinyurl.com/y2wklyuv

E quando um agente químico não estiver relacionado nos anexos 11, 12 ou 13 da NR-15?

A NR-9, que trata do PPRA, em seu item 9.3.5.1, alínea c, diz:


9.3.5.1 Deverão ser adotadas as medidas necessárias suficientes para
a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sem-
pre que forem verificadas uma ou mais das seguintes situações: c)
quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos
trabalhadores excederem os valores dos limites previstos na NR-15
ou, na ausência destes os valores limites de exposição ocupacional
adotados pela ACGIH - American Conference of Governmental In-
dustrial Higyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em
negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os
critérios técnico-legais estabelecidos. (BRASIL, 2014)

Entende-se, portanto, que na ausência dos limites de tolerância da NR-15, deve-se uti-
lizar os limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH – American Conference
of Governmental Industrial Higyenists, desde que mais restritivos.

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Limites de Exposição Ocupacional da ACGIH
A American Conference of Governmental Industrial Higyenists – ACGIH é uma
associação científica composta por higienistas ocupacionais e outros profissionais de
segurança e saúde ocupacional. A cada ano, a ACGIH publica seus Threshold Limit
Values – TLVs (limites de exposição) e Biological Exposure Indices – BEIs (índices de
exposição biológica), sendo estes valores utilizados como diretrizes para a tomada de
decisões relativas às exposições ocupacionais (ACGIH, 2014). Segundo a ACGIH:
Os limites de exposição (TLVs) referem-se às concentrações das subs-
tâncias químicas dispersas no ar e representam condições às quais,
acredita-se, que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta, re-
petidamente, dia após dia, durante toda uma vida de trabalho, sem
sofrer efeitos adversos à saúde. (ACGIH, 2014)

São especificadas três categorias de limites de exposição (TLVs):


• TLV-TWA ou LE-MP: Limite de exposição média ponderada pelo tempo; é a con-
centração média ponderada no tempo, para uma jornada normal de 8 horas diárias
e 40 horas semanais.
• TLV-STEL: Limite de exposição de curta duração; é um limite de exposição média
ponderada em 15 minutos, que não deve ser ultrapassado em momento algum da
jornada, mesmo que a concentração média ponderada em 8 horas esteja dentro
dos limites de exposição média-ponderada.
• TLV-C: Limite de exposição valor teto; é a concentração que não deve ser excedida
em momento algum da jornada de trabalho (ACGIH, 2014).

A Tabela 6 apresenta parte dos limites de exposição (TLV) da ACGIH.

Tabela 6 – Parte dos limites de exposição (TLV) da ACGIH


Substância [Nº CAS] TWA STEL Notações Peso Mol. Base do TLV®
* Acetaldeído [75-07-0] (2013) – C 25 ppm A2 44,05 Irr TRS e olhos
Acetato de benzila [140-11-4] (1990) 10 ppm – A4 150,18 Irr TRS
Acetato de n-butila [123-86-4] (1995) 150 ppm 200 ppm – 116,16 Irr olhos e TRS
Acetato de sec-butila [105-46-4] (1965) 200 ppm – – 116,16 Irr olhos e TRS
Acetato de terc-butila [540-88-5] (1965) 200 ppm – – 116,16 Irr olhos e TRS
Acetato de 2-butoxietila [112-07-02] (2000) 20 ppm – A3 160,2 Hemólise
Acetato de etila [141-78-6] (1979) 400ppm – – 88,10 Irr olhos e TRS
Acetato de 2-etoxietila [111-15-9] (1981) 5 ppm – Pele; BEI 132,16 Dano reprodutivo masculino
Acetato de sec-hexila [108-84-9] (1963) 50 ppm – – 144,21 Irr olhos e TRS
Acetato de isobutila [110-19-0] (1966) 150 ppm – – 116,16 Irr olhos e TRS
Acetato de isopropila [108-21-4] (2001) 100 ppm 200 ppm – 102,13 Irr olhos e TRS; compr SNC
Dor de cabeça; tontura; náusea;
Acetato de metila [79-20-9] (2012) 200 ppm 250 ppm – 74,08 danos olhos (degeneração das
células ganglionares da retina)
Acetato de 2-metoxietila (EGMEA)
0,1 ppm – Pele, BEI 118,13 Efe hematológico, efe reprodutivo
[110-49-6] (2005)
Fonte: Adaptado de ACGIH, 2014

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UNIDADE
Riscos Químicos

Na primeira coluna, “substância [Nº CAS]”, são listados os agentes químicos que
podem causar danos à saúde, com seus respectivos CAS (Chemical Abstract Service)
(ACGIH, 2014).

Na segunda coluna, “TWA”, se encontram os limites de exposição média ponde-


rada pelo tempo. Na terceira coluna, “STEL”, estão os limites de exposição de curta
duração. As unidades utilizadas são ppm (parte por milhão) ou mg/m³ (miligrama por
metro cúbico) (ACGIH, 2014).

Na quarta coluna, “notações”, são apresentadas informações específicas sobre o


agente químico em questão. Por exemplo, na Tabela 6:
• A2: Carcinogênico humano suspeito;
• A3: Carcinogênico animal confirmado com relevância desconhecida;
• A4: Não classificável como carcinogênico humano;
• Pele: Exposição por via cutânea, incluindo membranas mucosas e os olhos, significativa;
• BEI: O agente químico possui índice de exposição biológica;

Entre outros (ACGIH, 2014).

Na quinta coluna, “peso mol.”, é indicado o peso molecular do agente químico em


questão. E a sexta coluna, “base do TLV”, representa o(s) efeito(s) adverso(s) à saúde.
São utilizadas siglas, dentre elas:
• Irr: Irritação;
• TRS: Trato respiratório superior;
• compr: Comprometimento;
• SNC: Sistema nervoso central;
• efe: Efeitos;

Entre outras (ACGIH, 2014).

Saiba mais sobre a ACGIH em: https://www.acgih.org/

Fatores socioeconômicos podem ser condicionantes para a exposição ocupacional a agen-


tes químicos? Vamos pensar sobre isso com o artigo Exposição ocupacional a substân-
cias químicas, fatores socioeconômicos e saúde do trabalhador: uma visão integrada.
Disponível em: https://tinyurl.com/y4g5pkdm

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Anexo 11 da NR-15
https://bit.ly/2HKuItW
Anexo 12 da NR-15
https://bit.ly/2Wkhtte
Anexo 13 da NR-15
https://bit.ly/30VWkUI
Anexo 13-A da NR-15
https://bit.ly/2Z3YJer
Exposição ocupacional a substâncias químicas, fatores socioeconômicos e saúde do trabalha-
dor: uma visão integrada
https://bit.ly/2n5l369
Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ
https://bit.ly/2WuQ9aD

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UNIDADE
Riscos Químicos

Referências
ACGIH. TLVs e BEIs. São Paulo: ABHO, 2014.

BRASIL. Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho. Rio de


Janeiro: Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Introdução à higiene ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004.

BRASIL. Leis e Decretos. Segurança e medicina do trabalho. 73ª ed. São Paulo:
Atlas, 2014.

BRASIL. Norma de higiene ocupacional 03. São Paulo: Fundacentro, 2001 (1).

BRASIL. Norma de higiene ocupacional 04. São Paulo: Fundacentro, 2001 (2).

BRASIL. Norma de higiene ocupacional 08. São Paulo: Fundacentro, 2009.

BRASIL. Programa de proteção respiratória. São Paulo: Fundacentro, 2016.

BREVIGLIERO,E.; POSSEBON, J.; SPINELLI, R. Higiene ocupacional: agentes


biológicos, químicos e físicos. 6ª ed. São Paulo: Senac, 2011. 452 p.

EDITORA SABERES. Saúdee segurança do trabalho. São Paulo, 2014 (e-book).

HIRST, A. Princípios básicos em higiene ocupacional. UK: GSK, 2010.

MELO JUNIOR, A. S. Higiene e segurança do trabalho. Rio de Janeiro: Elsevier,


Campus, 2011.

ROSSETE, C. A. (org.). Segurança e higiene do trabalho. São Paulo: PersonEduca-


tiondo Brasil, 2014 (e-book).

RUPPENTHAL, J. E. Toxicologia. Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Téc-


nico Industrialde Santa Maria; Rede e-Tec Brasil: Santa Maria, 2013.

SALIBA, T. M. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA: avaliação e controle


dos riscos ambientais. 4ª ed. São Paulo:LTr, 2018.

STELLMAN, J. M.; DAUM, S. M. Trabalho e saúde na indústria: riscos físicos e quí-


micos e prevenção de acidentes. São Paulo: EPU, 1975.

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