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Aula 03
Prezados alunos!
Esta é a terceira aula do curso da Administração Pública para ESAF. Combinamos que
veríamos nela os seguintes itens:
Porém, estou deixando os sistemas de governo para a próxima aula, pois tem uma
relação grande com os itens de governabilidade e governança, tanto que muitos editais os
colocam juntos. Caso vocês tenham alguma dúvida ou crítica, utilizem o fórum, pois ele é
um instrumento importante no estudo de vocês. Lembro que não há limite de tempo para
postar as dúvidas. Assim, se vocês tiverem alguma dúvida em relação às primeiras aulas,
fiquem a vontade para perguntar.
Gostaria de chamar a atenção de quem estuda para AFRFB e AFT que eu estou
abordando os consórcios públicos dentro de coordenação executiva, mas eles são
cobrados também dentro de Organização Administrativa, tanto que caiu na última prova
de AFT.
Boa Aula!
SUMÁRIO
2 FEDERALISMO ............................................................................................................................................... 27
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4 QUESTÕES..................................................................................................................................................... 60
1 Organização administrativa
O item “organização administrativa” faz parte mais de Direito Administrativo do que de
Administração Pública. Eu sempre falo que esta é uma disciplina “Bombril”, pois eles
colocam dentro dela todo tipo de conteúdo que não sabem onde incluir. Assim, muitos
editais de Administração Pública trazem itens de Ciência Política, Políticas Públicas,
Orçamento, Direito Constitucional e Direito Administrativo.
Com efeito, o que veremos aqui é um conteúdo que muitos de vocês podem já ter
estudado em editais de direito administrativo. Veremos a distinção entre administração
direta e indireta, entre descentralização e desconcentração, estudaremos os tipos de
entidades da administração indireta e as novas figuras jurídicas trazidas pela reforma
administrativa da Emenda Constitucional 19/1998, que, como vimos, teve origem no Plano
Diretor.
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Por exemplo, cabe ao Estado recolher tributos da sociedade. Esta competência foi
transferida para o Ministério da Fazenda. Este, por sua vez, transferiu-a para a Secretaria
da Receita Federal do Brasil, que criou superintendências regionais responsáveis pelo
recolhimento dos tributos em determinados estados. Cada superintendência possui suas
delegacias nos municípios. Reparem que foram criados vários órgãos, que não possuem
personalidade jurídica própria. Estamos diante da desconcentração.
Assim, a desconcentração pode ocorrer no interior de uma pessoa política, como União,
estados e municípios, ocorrendo uma primeira distribuição de competências entre seus
Ministérios ou secretarias. Estes, por sua vez, distribuem parte de suas competências
entre órgãos inferiores, integrantes de sua estrutura. Ela também ocorre dentro das
entidades administrativas, como o INSS, uma autarquia, que cria superintendências
regionais nos estados.
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O autor traz uma classificação dos órgãos públicos. Primeiro, quanto à posição estatal:
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Órgãos Simples: também conhecidos por unitários, são aqueles que possuem
apenas um único centro de competência, sua característica fundamental é a
ausência de outro órgão em sua estrutura, para auxiliá-lo no desempenho de suas
funções;
Órgãos Compostos: são aqueles que em sua estrutura possuem outros órgãos
menores, seja com desempenho de função principal ou de auxilio nas atividades,
as funções são distribuídas em vários centros de competência, sob a supervisão do
órgão de chefia.
Órgãos Singulares: são aqueles que decidem e atuam por meio de um único
agente, o chefe. Os órgãos singulares possuem vários agentes auxiliares, mas sua
característica de singularidade é expressa pelo desenvolvimento de sua função por
um único agente, em geral o titular.
Órgãos Coletivos: são aqueles que decidem pela manifestação de vários membros,
de forma conjunta e por maioria, sem a prevalência da vontade do chefe, a vontade
da maioria é imposta de forma legal, regimental ou estatutária.
Na descentralização são necessárias pelo menos duas pessoas jurídicas, uma que possui
determinada atribuição e que a transfere para uma segunda, fora da sua estrutura
hierárquica. A transferência de atribuições para entidades da administração indireta é
apenas uma das formas de descentralização. Maria Sylvia Zanella Di Pietro classifica os
tipos de descentralização da seguinte forma:
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Por Serviços, Funcional ou Técnica: ocorre quando o poder público cria uma
pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui a titularidade e a
execução de determinado serviço público. No Brasil, esta criação somente pode
dar-se por meio de lei e corresponde, basicamente, à figura de autarquia, mas
abrange também as fundações governamentais, sociedades de economia mista e
empresas públicas, que exerçam serviços públicos.
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A ideia da reforma era fazer com que as áreas “meio” da administração pública, ou
atividades de staff, fossem integradas. Veremos na Aula 09 a distinção entre atividades
linha e atividades de staff. As primeiras são as atividades-fim da organização, ligadas à
sua missão. As últimas são as atividades-meio, que dão suporte as anteriores. Por
exemplo, nos Tribunais as atividades linha são aquelas relacionadas com a função
judicante, como a análise dos processos, a citação, os recursos, etc. As atividades meio
são as de recursos humanos, informática, manutenção da infraestrutura, etc.
Assim, por exemplo, cada órgão do executivo federal possui uma unidade voltada para a
administração de pessoal, a área de recursos humanos. Estas várias unidades
permanecem na hierarquia do órgão, mas se submetem “à orientação normativa, à
supervisão técnica e à fiscalização específica do órgão central do sistema”. Podemos
dizer que se trata de uma autoridade funcional, em que um órgão central estabelece os
procedimentos e as normas da área de pessoal e possui autoridade apenas sobre este
aspecto específico. Dessa forma, em 1970, por meio do Decreto nº 67.326, foi criado o
Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC), cujo órgão central é a
Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento.
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Ainda temos outros sistemas, como o Sistema de Serviços Gerais (SISG), Sistema de
Administração dos Recursos de Informação e Informática (SISP), Sistema de
Organização e Modernização Administrativa (SOMAD), Sistema de Planejamento e de
Orçamento Federal (SPO), Sistema Nacional de Arquivos (SINAR), Sistema de Controle
Interno (SCI), entre outros.
XIX - somente por lei específica poderão ser criadas empresa pública,
sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pública;
Este inciso foi alterado pela Emenda Constitucional 19 de 1998. Surgiu então uma
discussão em torno da criação das fundações públicas, que, segundo a nova redação,
não seriam criadas por lei, mas sim teriam sua criação autorizada por lei. O STF analisou
essa mudança e foi estabelecido que, atualmente, há duas modalidades de fundação
pública: as de direito público e as de direito privado. Aquelas são criadas por lei
específica; estas, pelo registro do ato constitutivo, após autorização em lei específica.
Assim, autarquias e fundações públicas de direito público são criadas por lei. Fundações
públicas de direito privado, empresas públicas e sociedades de economia mista têm sua
criação autorizada por lei e são criadas pelo de seu ato constitutivo. A lei específica
autoriza a instituição da entidade; a partir desta autorização, o chefe do Poder Executivo
edita o ato constitutivo da entidade, sob a forma de decreto; este decreto é levado a
registro na Junta Comercial ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso;
com a efetivação do registro a entidade adquire personalidade jurídica.
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Portanto podemos definir a tutela ou controle finalístico como o controle exercido pelos
órgãos centrais da Administração Direta sobre as entidades da Administração Indireta a
eles vinculadas, nas hipóteses expressamente previstas em lei e na forma por esta
estabelecida. Não há relação de subordinação, de hierarquia, entre a Administração
Direta e as entidades da Administração Indireta, mas sim um controle finalístico.
1.3.1 Autarquias
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, instituídas diretamente por lei
específica, para o desempenho de atividades típicas de Estado, gozando de todas as
prerrogativas e sujeitando-se a todas as restrições estabelecidas para a Administração
Pública Direta. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a autarquia é:
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As autarquias não são subordinadas à Administração Direta, mas apenas vinculadas aos
seus órgãos centrais, para fins de tutela. As autarquias possuem natureza jurídica de
direito público, a exemplo das pessoas políticas. Em virtude disto são criadas diretamente
pela lei instituidora, sem necessidade de registro. É importante ressaltar que essas
entidades detêm poder de auto-administração, mas não de auto-organização; em outras
palavras, possuem capacidade de gerir a si próprias, mas dentro dos parâmetros
estabelecidos pela lei instituidora, os quais não detêm competência para alterar. Sua
personalidade jurídica de direito público e o fato de exercerem atividades tipicamente
estatais são seus diferenciais quanto às demais entidades da Administração Indireta.
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No que se refere às fundações públicas de direito privado, são elas regidas por um regime
jurídico híbrido, em parte público e em parte privado. Segundo Di Pietro, “quando a
Administração Pública cria fundação de direito privado, ela se submete ao direito comum
em tudo aquilo que não for expressamente derrogado por normas de direito público”.
Portanto, o regime jurídico preponderantemente aplicável às fundações públicas de direito
privado é o regime jurídico de direito privado.
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Até aqui é igual às SEM. A diferença é que seu capital é exclusivamente público. Elas
também não possuem uma forma jurídica específica, podendo ser constituídas sob
qualquer forma jurídica admitida em Direito, para o desempenho de atividade econômica
de produção ou comercialização de bens, ou para a prestação de serviços públicos.
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O objetivo da regra é claro: impedir uma concorrência desleal por parte das empresas
públicas e as sociedades de economia mista frente às empresas privadas. Tal situação
facilmente se configuraria se estas entidades administrativas pudessem usufruir de
benefícios tributários exclusivos, o que permitiria que atuassem a um custo menor que
seus concorrentes da iniciativa privada, em evidente prejuízo para estes.
Esta regra alcança todas as empresas públicas e sociedades de economia mista em cuja
área de atuação exista competição com a iniciativa privada, seja a mesma atividade
econômica em sentido estrito, seja prestação de serviços públicos propriamente ditos. Por
outro lado, se não houver competição com o setor privado, a empresa estatal, seja qual
for sua atividade, poderá usufruir de benefícios e privilégios fiscais exclusivos.
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9.1. enquanto não for editado o estatuto a que se refere o art. 173, § 1°,
da Constituição Federal, as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica
de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços
devem observar os ditames da Lei n° 8.666/1993 e de seus
regulamentos próprios, podendo prescindir da licitação para a
contratação de bens e serviços que constituam sua atividade-fim, nas
hipóteses em que o referido Diploma Legal constitua óbice
intransponível à sua atividade negocial, sem olvidarem, contudo, da
observância dos princípios aplicáveis à Administração Pública, bem
como daqueles insertos no referido Estatuto Licitatório;
O Estado transferiu ao setor privado determinadas atividades até então por ele
diretamente exercidas, mas, apesar da sua retirada da prestação direta desses serviços,
ele não poderia abandoná-los completamente, deveria manter sua regulação e
fiscalização. Para tanto, instituiu as agências reguladoras.
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro há dois tipos de agências reguladoras em nosso
ordenamento jurídico:
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As atuais agências reguladoras têm sido instituídas sob a forma de autarquias especiais.
Isto tem dois objetivos. O primeiro é permitir que possam exercer atividades típicas do
Poder Público. Segundo entendimento do STF, apenas pessoas jurídicas de direito
público podem exercer atribuições típicas de Estado. O segundo é conferir maior
independência a essas agências, retirando elas da subordinação hierárquica da
administração direta.
A Lei n.º 9.986/2000, que dispõe sobre a gestão de recursos humanos das agências
reguladoras, determina que:
Portanto, para conferir maior autonomia das agências reguladoras, seus diretores terão
mandato fixo, fixado na lei de criação da agência, e só poderão perder o cargo em virtude
de decisão judicial ou processo administrativo disciplinar. Contudo, a lei de criação da
agência pode estabelecer outras formas de perda de mandato.
Apesar de possuírem maior independência, não significa que não há nenhum tipo de
controle por parte do Executivo. Elas se submetem aos princípios da administração
pública e ao poder de supervisão do ministério ou secretaria a que estejam vinculadas.
Assim, apesar de seus diretores possuírem mandato fixo, podem ser retirados do cargo
por processo administrativo caso infrinjam algum dos princípios administrativos.
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Isso significa que a lei, ao criar a agência reguladora, está tirando do Poder Executivo
todas essas atribuições para colocá-las nas mãos da agência. Isto é um dos motivos
pelos quais a criação de Agências Reguladoras é de competência do Presidente da
República.
O art. 37 da CF/88 determina que as autarquias só poderão ser criadas por meio de lei
específica.
Isto se deve ao fato, inclusive, de que a competência para prestar e regular os serviços
públicos é do Executivo. Portanto, somente ele pode abrir mão de suas competências.
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Contudo, o que tem ocorrido na prática é que as agências reguladoras possuem uma
abrangente competência normativa, efetivamente inovando a ordem jurídica. O CESPE
tem adotado a posição de que pode ser conferido às agências reguladoras o exercício de
um abrangente poder normativo no que respeita às áreas de sua atuação, mas não pode
ser exercido quanto às matérias reservadas à lei, pela Constituição. Elas poderiam
somente editar atos secundários. Tais atos serão atos normativos delegados ou
autorizados pela lei, restritos às áreas técnicas de competência da agência.
A questão é CERTA. O termo “fugir” parece um pouco forte demais, mas é justamente
este o objetivo da Lei 9.986/2000, que permitiu que as agências reguladoras usassem o
pregão e a consulta, sendo que as regras poderiam ser estabelecidas em regulamento
próprio, conferindo maior flexibilidade nos processos de compras.
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temos hoje: um assinado com entidades públicas concedendo maior autonomia e outro
assinado com entidades particulares que iriam prestar serviço público e administrar bens
do Estado.
O primeiro tipo de contrato de gestão foi previsto no Decreto 137/91, segundo o qual as
empresas estatais que viessem a celebrar contratos de gestão com a União ficariam
isentas do sistema de autorização prévia, por parte da Comissão de Controle das Estatais
(CCE), de propostas referentes a preços e tarifas públicas; admissão de pessoal; despesa
de pessoal; elaboração, execução e revisão orçamentárias; contratação de operações de
crédito ou de arrendamento mercantil, inclusive refinanciamento. A Petrobrás e a Vale do
Rio Doce assinaram contratos de gestão.
O segundo tipo de contrato de gestão foi assinado com Associação das Pioneiras Sociais,
um serviço Social Autônomo, entidade privada, que iria administrar o Hospital Sarah
Kubitscheck, de Brasília. Este hospital era mantido antes por uma fundação pública que
foi extinta. Temos aqui a antecipação da publicização. Segundo a Lei n.º 8.246/91:
O Plano Diretor previu os mesmos dois tipos de contratos de gestão: um dentro do poder
público e outro com entidades privadas. A Emenda Constitucional nº 19 de 1998 inseriu
então, no art. 37 da Constituição Federal, o §8º que trata do contrato de gestão dentro do
poder público.
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Este contrato de gestão pode ser assinado por qualquer órgão da administração direta ou
entidade da indireta. Até mesmo empresas públicas e sociedades de economia mista
podem ganhar maior autonomia por meio de tal instrumento, como está disposto na Lei de
Responsabilidade Fiscal:
Vimos que qualquer órgão ou entidade pode assinar contrato de gestão. Porém, nem
todos receberão a qualificação de agência executiva, esta é conferida apenas para
autarquias e fundações públicas que executem atividades exclusivas. Veremos as
agências executivas a seguir.
Os contratos de gestão são instrumentos da gestão por resultados. A ideia é que o gestor
responsável por determinado serviço público deve ter maior autonomia na gestão de sua
organização, mas em troca deve se responsabilizar pelo alcance de resultados. A isso
damos o nome de contratualização. Segundo o Ministério do Planejamento:
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Como podemos ver no art. 51, a concessão do status de Agência Executiva depende do
preenchimento de dois requisitos pela entidade:
1. Orçamento e finanças;
2. Gestão de recursos humanos;
3. Serviços gerais e contratação de bens e serviços.
Quanto à gestão dos serviços gerais e contratação de bens e serviços, o objetivo era
dotar as Agências Executivas de um mínimo essencial de autonomia de gestão. A
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O contrato de gestão é um contrato de parceria, que busca conceder fomento para que as
OS prestem serviços públicos. O Plano Diretor definiu Organizações Sociais como
entidades de direito privado que, por iniciativa do Poder Executivo, obtêm autorização
legislativa para celebrar contrato de gestão com esse poder, e assim ter direito à dotação
orçamentária. Segundo a Lei 9.637 de 2000:
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Segundo a Maria Sylvia Zanella Di Pietro, as organizações sociais não são uma nova
figura jurídica, mas apenas uma qualificação especial conferida a determinadas pessoas
jurídicas da iniciativa privada, sem fins lucrativos, mediante o preenchimento de certos
requisitos legais.
Não integram a Administração Direta nem a Indireta, nem são delegatárias de serviço
público, pois prestam serviços não exclusivos do Estado. Devemos considerar as
organizações sociais como pessoas jurídicas de direito privado que realizam, em seu
próprio nome, atividades de interesse coletivo não-privativas de certa pessoa política, e
que, portanto, podem ser desempenhadas independentemente de delegação.
Um ponto que gera confusão e que devemos tomar cuidado é que o Plano Diretor fala
que as fundações públicas seriam transformadas em OS.
A qualificação da entidade privada como OS não ocorre com o contrato de gestão, mas
sim mediante decreto do Presidente da República, e só poderá ocorrer se:
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Poderíamos entender que, no caso das OS, a responsabilização por resultados ocorre em
troca da ajuda que o Poder Público concede a entidade de direito privado, ajuda esta que
recebe o nome de fomento. A Lei 9.637/98 define as seguintes modalidades de fomento
para as OS:
A qualificação das OSCIP se dará por meio de termo de parceria, que é equivalente ao
contrato de gestão assinado com as OS. Assim como as OS, as OSCIP não representam
uma nova espécie de pessoa jurídica. São apenas entidades privadas que recebem do
Estado uma especial qualificação, mediante a assinatura de um instrumento legalmente
denominado termo de parceria. Nesse instrumento constam os direitos e obrigações de
cada um dos signatários do ajuste, em especial as metas que devem ser cumpridas pela
entidade. Segundo a Lei 9.790/99.
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Podemos ver nos incisos II e III que o termo de parceria é mais um instrumento de
contratualização, prevendo metas e indicadores para avaliação do desempenho.
Vimos que a Lei 9.637/98 estabelece os tipos de fomentos possíveis para as OS. Já a Lei
9.790/99, que rege as OSCIP, não especificou as modalidades de fomento aplicáveis às
entidades qualificadas como OSCIP, restringindo-se a menções genéricas quanto a bens
e recursos públicos. Deste modo, devem-se aplicar a essas entidades as modalidades
comuns de fomento. Como principais modalidades de fomento, aplicáveis a todas as
entidades paraestatais, podemos citar:
A Lei 9.790/99 traz a definição do que seria uma pessoa jurídica sem fins lucrativos:
Portanto, a entidade até pode ter lucro, mas deve revertê-lo para seu patrimônio, sem
haver qualquer tipo de distribuição para sócios. O art. 4º da Lei 9.790 determina que os
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estatutos das pessoas jurídicas interessadas em se qualificar como OSCIP devem dispor,
entre outras coisas, sobre:
Assim, apenas aqueles que estejam efetivamente envolvidos com na atividade da OSCIP
podem receber remuneração.
A fim de evitar divergências quanto às atividades que poderiam ser consideradas como de
interesse coletivo, o art. 3º, em elenco taxativo, estabelece que no conceito, para as
finalidades da Lei, se enquadram as seguintes atividades:
1. assistência social;
2. promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
3. promoção gratuita da educação ou da saúde;
4. promoção da segurança alimentar e nutricional;
5. defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do
desenvolvimento sustentável;
6. promoção do voluntariado;
7. promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
8. experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de
sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
9. promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria
jurídica gratuita de interesse suplementar;
10. promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia
e de outros valores universais;
11. estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e
divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos.
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Vimos que a qualificação das OS se insere no poder discricionário dos Ministros, que
podem não aprová-la, mesmo que a entidade preencha todos os requisitos. Já no caso
das OSCIP, a qualificação é ato vinculado, conforme determina a Lei 9.790/99:
2 Federalismo
O Estado Moderno e Contemporâneo tem assumido, basicamente, duas formas: a forma
federada, quando se conjugam vários centros de poder autônomo, e a forma unitária,
caracterizada por um poder central que conjuga o poder político.
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Já o Estado unitário descentralizado é definido por alguns autores como uma terceira
forma de Estado, o Estado Regional. Contudo, a maioria dos autores ainda considera o
Estado Regional como um Estado unitário, só que mais descentralizado.
Etimologicamente, federação quer dizer pacto, aliança. O Estado Federal é, portanto, uma
aliança ou união de Estados. Trata-se de um fenômeno moderno, que só aparece no
século XVIII, não tendo sido conhecido na Antiguidade e na Idade Média. O Estado
Federal nasceu com a constituição dos Estados Unidos da América, em 1787.
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Segundo Georges Scelle o sistema federativo repousa sobre dois princípios essenciais:
Podemos dizer que são três os tipos de autonomia de que são dotadas as unidades
federadas:
Toda federação deriva de uma situação federalista. Duas condições conformam esse
cenário. A primeira é a existência de heterogeneidades que dividem uma determinada
nação, de cunho territorial (grande extensão e/ou enorme diversidade física), étnico,
linguístico, sócio-econômico (desigualdades regionais), cultural e político (diferenças no
processo de constituição das elites dentro de um país e/ou uma forte rivalidade entre
elas). Qualquer país federativo foi assim instituído para dar conta de uma ou mais
heterogeneidades. Se um país desse tipo não constituir uma estrutura federativa,
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dificilmente a unidade nacional manterá a estabilidade social ou, no limite, a própria nação
corre risco de fragmentação.
Uma vez efetivada a adesão de um Estado este não pode mais se retirar por meios
legais. Em algumas Constituições é expressa tal proibição, mas ainda que não
seja, ela é implícita.
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Dalmo Dallari afirma que o Estado Federal, com seu governo peculiar, demonstrou ser
capaz de dificultar, ainda que não impedir, a acumulação de poder num só órgão,
dificultando por isso a formação de governos totalitários. A par disso, assegurou
oportunidades mais amplas de participação no poder político, pois aqueles que não
obtiverem ou não desejarem a liderança federal poderão ter acesso aos poderes locais.
Os entes federativos têm instrumentos políticos para defender seus interesses e direitos
originários. Um deles é a existência de cortes constitucionais, que garantem a integridade
contratual do pacto originário, ou seja, da Constituição. No nosso caso é o STF. Outro
instrumento é uma segunda casa legislativa representante dos interesses regionais
(geralmente o Senado). Há ainda a representação desproporcional dos entes menos
populosos (e muitas vezes mais pobres) na câmara baixa. Por fim, há o grande poder de
limitar mudanças na Constituição, criando um processo decisório mais intrincado, que
exige maiorias qualificadas e, em muitos casos, é necessária a aprovação dos legislativos
estaduais ou provinciais. E mais: alguns princípios básicos da federação não podem ser
emendados em hipótese alguma, como é caso das cláusulas pétreas.
Outra vantagem é que ele se mostra mais democrático, pois assegura maior aproximação
entre governantes e governados, uma vez que o povo tem sempre acesso mais fácil aos
órgãos do poder local e por meio deste influi sobre o poder central.
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O fato é que a soberania compartilhada só pode ser mantida ao longo do tempo caso
estabeleça-se uma relação de equilíbrio entre a autonomia dos pactuantes e sua
interdependência.
A interdependência federativa não pode ser alcançada pela mera ação impositiva e
piramidal de um governo central, tal qual em um Estado unitário, pois uma federação
supõe uma estrutura sustentada por uma soberania compartilhada. É claro que as esferas
superiores de poder estabelecem relações hierárquicas frente às demais, seja em termos
legais, seja em virtude do auxílio e do financiamento às outras unidades governamentais.
O governo federal tem prerrogativas específicas para manter o equilíbrio federativo e os
governos intermediários igualmente detêm forte grau de autoridade sobre as instâncias
locais. Mas a singularidade do modelo federal está na maior horizontalidade entre os
entes, devido aos direitos originários dos pactuantes subnacionais e à sua capacidade
política de proteger-se.
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Facilidade do controle social: quando as decisões são tomadas pela gestão local,
elas estão mais próximas das comunidades e as pessoas podem fiscalizar mais de
perto a utilização dos recursos públicos;
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Melhores checks and balances: os governos descentralizados são mais fortes para
controlarem uns aos outros, evitando a sobreposição de uma esfera de governo em
relação às demais.
Corrida ao fundo do poço (race to the bottom): essa guerra fiscal resulta numa
competição entre os entes para oferecer uma menor proteção social. Aqueles
municípios que oferecem mais serviços acabam atraindo populações mais pobres,
o que aumenta ainda mais a demanda e a necessidade por recursos. Assim, o
governo local precisa aumentar os impostos, afastando as empresas;
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Uma das grandes inovações da Carta Magna foi a inclusão dos municípios como entes
federativos. Abrúcio afirma que:
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Outro aspecto da CF/88 foi a descentralização financeira. Para que haja uma verdadeira
autonomia dos entes federados, é preciso que eles tenham também autonomia financeira.
Podemos dizer que o Brasil se caracteriza por uma ampla descentralização fiscal.
Segundo Abrúcio:
Todavia, depois da CF88, a participação dos estados e municípios tem diminuído, já que
o governo federal tem adotado a estratégia de criar contribuições sociais ao invés de
impostos, isto porque parte da arrecadação com impostos deve ser transferida para
estados e municípios, e essa obrigação não existe para as contribuições.
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brasileiros. Para Abrúcio, cinco são as questões que colocam obstáculos ao bom
desempenho dos municípios do país:
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Vamos dar uma olhada em outras características de nossa federação. Vimos que nos
Estados Federais é comum a presença do bicameralismo, sendo que o Senado é
composto pelos representantes dos Estados e a Câmara pelos representantes do povo.
Assim, no Senado cada Estado possui o mesmo número de representantes – no nosso
caso são três. Já na Câmara dos Deputados, a representação se daria de forma
proporcional ao tamanho da população de cada Estado. Assim, se o país tem em torno de
180 milhões de habitantes e o número de deputados é de 513, então teríamos um
deputado para cada 350 mil habitantes. Assim, como São Paulo tem quase 40 milhões de
habitantes, teria direito a 114 deputados; por outro lado se Roraima tem 395 mil
habitantes, teria direito a representação de apenas um deputado. No entanto, a CF/88
afirma que:
Dessa forma, São Paulo não pode ter mais que 70 deputados e Roraima não pode ter
menos que oito. Temos pelo menos oito Estados que estão representados com mais
deputados do que a população comportaria. Do outro lado, além de São Paulo, Minas
Gerais também perde representação.
Outro aspecto de nosso federalismo é que a forma federativa é cláusula pétrea. Segundo
o art. 60 da CF:
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A expressão “tendente a abolir” significa dizer que não é qualquer emenda que disponha
sobre as matérias protegidas como cláusula pétrea que será considerada inconstitucional.
Estas matérias poderão ser objeto de emenda à Constituição, desde que essas emendas
não sejam “tendentes a abolir” tais matérias. Assim, o voto, os direitos e garantias
individuais, a forma federativa poderão ser objeto de emenda à Constituição, desde que a
emenda não tenda à abolição, ao enfraquecimento, à supressão desses direitos gravados
como cláusula pétrea.
Quando ela fala em “união indissolúvel”, veda de forma expressa e terminativa o direito à
secessão, ou seja, a possibilidade de um de nossos entes autônomos tentar se dissociar
da República Federativa do Brasil e constituir, por si só, um Estado soberano, sendo
qualquer tentativa nesse sentido flagrantemente inconstitucional.
3 Coordenação Executiva
Vamos estudar aqui os problemas relacionados à articulação e à fragmentação das ações
governamentais. Estudaremos estes problemas tanto num nível intragovernamental, ou
seja, dentro de determinada esfera de governo, quanto intergovernamental, entre esferas
de governo. Os editais falam ainda na dimensão governo-sociedade. Já vimos acima um
aspecto dessa dimensão, que são as Organizações Sociais e as OSCIP. Veremos ainda
as Parcerias Público-Privadas na Aula 08, nas novas formas de gestão de serviços
públicos.
3.1 INTRAGOVERNAMENTAL
Maria das Graças Rua afirma que um dos aspectos que primeiro chamam a atenção nas
políticas públicas brasileiras é a fragmentação. Embora as demandas da sociedade
geralmente necessitem ser resolvidas de forma articulada, em que diferentes agências
setoriais atuem de forma coordenada, na prática o que ocorre é a existência de linhas
rígidas – mas nem sempre consensuais e respeitadas – de demarcação das áreas de
atuação de cada uma delas.
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O mesmo problema também foi observado por Sônia Maria Fleury Teixeira. Segundo a
autora:
Humberto Falcão Martins traz alguns conceitos referentes à coordenação nas políticas
públicas:
A integração nas políticas públicas implica que elas devem apoiar umas às outras,
ou pelo menos não devem ser contraditórias.
Para o autor, a integração nas políticas tem uma dimensão horizontal, uma vertical e uma
temporal. A integração horizontal busca assegurar que os objetivos individuais e as
políticas desenvolvidas por várias entidades se reforcem mutuamente. A integração
vertical busca assegurar que as práticas das agências, autoridades e órgãos autônomos,
bem como o comportamento dos níveis subnacionais do governo, se reforcem
mutuamente com os compromissos políticos mais amplos. A integração temporal busca
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3.2 INTERGOVERNAMENTAL
Os instrumentos coordenação entre esferas de governo, seja vertical (entre União,
estados e municípios), seja horizontal (entre estados ou entre municípios), são
extremamente importantes para que não haja sobreposição das ações e perda de
eficiência.
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O governo federal não dispõe dos mecanismos de alinhamento dos governos locais de
que dispunha sob o regime militar. Assim, no Estado federativo, tornam-se essenciais
estratégias de indução capazes de obter a adesão dos governos locais. Ou, dito de outro
modo, as dificuldades para que a União — ou um governo estadual — delegue funções a
um nível de governo menos abrangente são maiores hoje do que sob o regime militar.
É o caso, por exemplo, das políticas de saúde, habitação e saneamento, ainda que com
graus variados de distribuição daquela autoridade. Segundo Arretche:
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Não há nenhuma garantia intrínseca à autonomia dos governos locais que os torne
responsáveis, comprometidos com as necessidades dos cidadãos e determinados a
administrar com eficiência. Em primeiro lugar, descentralização e autonomia da gestão
local são termos muito genéricos, dizem muito pouco quanto à natureza dos arranjos
institucionais sob os quais a gestão local das políticas pode ocorrer.
Em segundo lugar, a autonomia dos governos pode produzir resultados opostos aos
esperados pelos defensores mais otimistas da descentralização. Governos locais dotados
de autonomia para contrair empréstimos e dependentes de um sistema nacional de
transferências fiscais tendem a produzir déficits fiscais sistemáticos, contrariamente à
expectativa de que a descentralização fiscal produziria responsabilidade fiscal.
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A autonomia local para a gestão de políticas cria oportunidades institucionais para que os
governantes implementem decisões de acordo com suas próprias preferências, as quais
não são necessariamente compatíveis com o interesse público e o bem-estar da
população. São as regras institucionais de uma política pública – isto é, regras do
processo decisório, mecanismos de controle e punição, arenas institucionalizadas de
representação de interesses, etc. – que propiciam os incentivos ao comportamento dos
governos locais.
Transferências Constitucionais;
Transferências Legais;
Transferências Voluntárias.
a) Transferências Constitucionais
As transferências constitucionais envolvem recursos arrecadados por tributos de
competência da União, mas que devem ser transferidos a estados e municípios por
disposição da Constituição Federal de 1988.
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Do FPE: 85% dos recursos são transferidos aos estados das regiões região Norte
(25,37%), Nordeste (52,46%) e Centro-Oeste (7,17%) e 15% aos Estados das
Regiões Sul (6,52%) e Sudeste (8,48%).
b) Transferências Legais
Já as transferências legais são regulamentadas em leis específicas, que determinam a
forma de habilitação, transferência, aplicação de recursos e prestação de contas. Há duas
formas de transferência legal:
c) Transferências Voluntárias
As transferências voluntárias realizadas pela União possuem um papel importante na
coordenação das ações dentro do federalismo brasileiro. Enquanto as transferências
legais e constitucionais devem ser feitas obrigatoriamente, as voluntárias são de
discricionariedade do gestor federal. Essas transferências são efetivadas, principalmente,
por meio de convênios e contratos de repasse.
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imóveis, etc. Os convênios são utilizados pela Administração Pública para se associar
com outras entidades públicas ou com entidades privadas.
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Os convênios não são utilizados apenas pela União, mas também entre os demais entes
federados. A CF88 dispõe sobre os convênios de cooperação no art. 241.
Este artigo fala em convênios de cooperação e consórcios públicos. Assim, caso dois ou
mais municípios desejem se associar na gestão de determinado serviço público ou
ampliar a cooperação em alguma área de atuação podem se utilizar algum desses dois
instrumentos.
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Como foi visto acima, a CF88 prevê a possibilidade de instituição de consórcios públicos
em seu art. 241, e a Lei nº 11.107/2005 veio regular a instituição de consórcios. Na
mensagem presidencial que acompanhou o projeto de lei, o governo enumerou os
seguintes objetivos a serem alcançados com os consórcios públicos:
A associação pode ser tanto horizontal, entre entes de mesmo nível, como um consórcio
entre municípios, quanto vertical, entre entes de níveis diferentes, como um consórcio
entre município, estado e União. Um ponto importante na Lei nº 11.107/2005 é que a
“União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os
Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados”. Portanto, a
União não pode se consorciar com um município sem que o respectivo estado participe.
Como exemplos de áreas em que pode haver tal cooperação, o mesmo Decreto traz
possíveis objetivos na formação de um consórcio público. Trata-se de uma relação
meramente explicativa, sendo possível a fixação de outros objetivos:
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A Lei afirma que, quando de direito público, o consórcio integrará a administração indireta
de todos os entes da Federação consorciados, constituindo uma forma de autarquia
plurifederativa. Não há essa previsão para o consórcio de direito privado, mas entende-se
que com eles ocorre o mesmo, pois todas os entes criados pelo poder público para
desempenhar funções administrativas do Estado devem integrar a administração direta ou
indireta. Caso esse novo ente possua personalidade jurídica própria, como é o caso dos
consórcios, deve integrar a administração indireta.
Caso um ente não tenha subscrito o protocolo de intenções, mas deseje ingressar
posteriormente, isso também é possível, desde que haja alteração do contrato de
consórcio público.
o contrato de rateio
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Além do inciso III, que prevê a contratação do consórcio com dispensa de licitação, pode-
se observar no inciso I a possibilidade de celebração de convênios com outros entes,
inclusive diretamente com a União, como afirma a Lei nº 11.107/2005:
Por fim, a outra forma de arrecadação de recursos é por meio de receitas fruto da gestão
dos serviços públicos, como a cobrança de taxas e preços públicos. Por exemplo, um
consórcio responsável pelo saneamento dos municípios pode cobrar pelo fornecimento da
água aos cidadãos. Segundo a Lei nº 11.107/2005:
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Segundo a Lei:
Assim, todas as obrigações que um ente tiver com outro na gestão associada de serviços
públicos deverão ser descritas no contrato de programa.
O contrato de programa não seguirá as regras da Lei nº 8.666/1993, mas sim a legislação
de concessões e permissões de serviços públicos e, especialmente no que se refere ao
cálculo de tarifas e de outros preços públicos, à de regulação dos serviços a serem
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No que se refere ao controle, a Lei nº 11.107/2005 prevê que o consórcio está sujeito à
fiscalização do Tribunal de Contas competente para apreciar as contas do Chefe do
Poder Executivo representante legal do consórcio. No entanto, isso não afasta o controle
exercido pelos tribunais dos demais entes sobre os recursos de cada um deles
transferidos mediante contrato de rateio, tanto que a Lei prevê que o consórcio público
deve fornecer as informações necessárias para que sejam consolidadas, nas contas dos
entes consorciados, todas as despesas realizadas com os recursos entregues em virtude
de contrato de rateio, de forma que possam ser contabilizadas nas contas de cada ente
da Federação.
4 Questões
4.1 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
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Portanto, tanto nos municípios, quanto nos estados e na União, os consórcios integram a
administração indireta.
Gabarito: B.
A Maria Sylvia Zanella Di Pietro afirma que há uma diferença entre estes dois tipos de
contrato de gestão: entre entes públicos e com organizações sociais. Segundo a autora:
De certa forma a autora está certa, já que as entidades sem fins lucrativos poderiam
prestar os serviços sem se restringir às regras do contrato de gestão, por isso ele limita
sua autonomia. Contudo, jamais podemos dizer que o objetivo é restringir a autonomia, é
justamente o contrário, como podemos ver no Plano Diretor:
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O objetivo era sim aumentar a autonomia na gestão dos serviços públicos, já que as
fundações seriam “transformadas” em OS.
A letra “A” é certa. A ESAF usou nesta questão o entendimento da Zanella. Até mesmo
porque essa questão é de direito administrativo.
A autora ainda cita uma classificação das autarquias que considera sua estrutura. As
fundacionais correspondem às fundações de direito público. As corporativas exercem
atividades de regulação e fiscalização profissional, a partir da lei. Um exemplo é a OAB. A
letra “B” é certa.
São exemplos: SESC, SESI, SENAI, SEST, etc. Embora oficializadas pelo Estado, não
integram a administração direta nem a indireta, mas trabalham ao lado do Estado, sob
seu amparo. A letra “C” é certa.
A letra “D” é errada porque são pessoas jurídicas de direito privado, e não público.
A letra “E” é certa. As fundações instituídas pelo Estado podem assumir tanto a
configuração pública quanto privada. Para este último tipo, elas submetem-se às normas
de direito privado, mas não integralmente.
Gabarito: D.
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Essa questão pode ser enquadrada mais como de Direito Constitucional do que como de
Administração Pública.
A letra “A” é errada, já que todos os entes possuem autonomia administrativa e não se
submetem aos demais. Na federação não há hierarquia entre os entes.
A letra “B” é errada porque as regiões metropolitanas não constituem entes federativos,
como os municípios, e não possuem prerrogativas políticas, administrativas e financeiras.
Segundo a CF88:
A letra “C” é errada porque os territórios federais não são entes federativos como os
estados, eles estão submetidos à União. Segundo a CF88:
A letra “D” é errada. Segundo a CF88: “Art. 18, § 1º - Brasília é a Capital Federal”. Assim,
Brasília, e não o Distrito Federal, é a capital federal.
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A letra “E” é a certa, existe autonomia dos municípios, pois são entes federativos, mas
existe a possibilidade de intervenção neles por parte dos estados, e da União nos
estados.
Gabarito: E.
A primeira afirmação é verdadeira. Parece que ficou faltando alguma coisa. Os órgãos
públicos são sim compartimentos internos da pessoa pública e é necessária lei para sua
criação e extinção. Segundo a CF88:
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Gabarito: A.
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A letra “B” é errada porque elas foram instituídas como autarquias especiais.
A letra “D” é errada, pois não existe coisa julgada que não seja no âmbito do poder
judiciário.
A letra “E” é errada porque são pessoas jurídicas de direito público, ou seja, regidas pela
8.112/1990.
Gabarito: C.
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Gabarito: E.
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Gabarito: B ou E.
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Gabarito: E.
As atividades das agências executivas não são definidas pelo Congresso, por meio de lei.
As agências executivas são autarquias ou fundações públicas que exerçam atividades
exclusivas de Estado. Estas entidades são criadas por lei, mas a iniciativa é do Presidente
da República. A letra “B” é errada.
As agências reguladoras não estão sujeitas às mudanças de governo, uma vez que elas
são dotadas de um regime especial, que lhes confere maior independência do que as
demais entidades da administração indireta. Um exemplo deste regime especial é o
mandato fixo dos seus diretores. A letra “C” é errada.
Os dirigentes das agências reguladoras têm mandato fixo. A letra “E” é errada.
Gabarito: D.
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O termo “parafiscal” foi empregado inicialmente na França para designar o poder fiscal
concedido a entidades de caráter autônomo, investidas de competência para o
desempenho de algum fim público. Portanto, entidades paraestatais como o serviço social
autônomo (SESI, SESC, SENAI) podem cobrar tributos. A letra “A” foi dada como certa,
mas acho um pouco equivocada, já que nem todas as entidades públicas não-estatais
possuem este poder de tributar delegado pelo Estado.
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A letra “B” é errada. Veremos as PPP na aula 08. Ela é errada porque a descrição é da
concessão patrocinada, e não da administrativa.
Podemos ver nos incisos II e III que o termo de parceria é mais um instrumento de
contratualização, prevendo metas e indicadores para avaliação do desempenho. Trata-se
de mais um instrumento de gestão de resultados do poder público com entidades
privadas. A letra “D” é certa.
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Isso bate com a gestão por resultados, quando é dada autonomia, mas os objetivos
devem estar claramente definidos. A letra “E” é certa.
Gabarito: B.
A letra “A” é certa, as empresas públicas podem ser instituídas sob qualquer forma
admitida em Direito e sempre podem ter a totalidade de seu capital social nas mãos da
pessoa política instituidora.
Os decretos existem para regulamentar as leis, ou seja, como regra, para a expedição de
um decreto é necessária a existência de uma lei prévia. Além disso, o conteúdo do
decreto não pode contrariar tal lei.
Porém, existe a figura do decreto autônomo, que não depende da existência de uma lei,
ele decorre diretamente da Constituição. Portanto, ele não regulamenta alguma lei. Ele
próprio inova o Direito. Até a EC 32/2001 estava pacificada a inexistência de decretos
autônomos no Brasil. Porém, esta Emenda Constitucional criou duas hipóteses de decreto
autônomo, previstas no inciso VI do art. 84:
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A letra “D” é certa, é um regime jurídico especial, mas ainda assim é administrativo.
A letra “E” é certa, não é uma alternativa comum nas provas de direito administrativo ou
administração pública. Segundo o Código Civil:
Gabarito: C.
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a) Os bens de uma autarquia não podem ser objeto de penhora, não obstante tais
entidades não integrarem a Administração direta.
b) Há subordinação hierárquica entre a autarquia e a Administração direta.
c) Nosso sistema legislativo expressamente exclui a possibilidade de criação de
autarquias municipais.
d) Não se pode dizer que as autarquias tenham capacidade de auto-administração, tendo
em vista a tutela que sobre ela exerce a Administração direta.
e) Os servidores das autarquias estão subordinados ao regime jurídico único estatutário,
não havendo mais amparo, em nosso sistema legislativo, para a contratação pelo regime
da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
A letra “A” é certa. Os bens das autarquias, assim como todos os bens de qualquer
pessoa jurídica de direito público, são sujeitos ao regime jurídico dos bens públicos:
inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade, não-oneração.
A letra “D” é errada. Há tutela administrativa (controle finalístico) sobre todas as entidades
da Administração Indireta, mas esta não exclui a capacidade de autoadministração.
A letra “E” é errada porque a EC 19/1998 retirou do texto constitucional (art. 39) a
obrigatoriedade de adoção de “regime jurídico único” em cada ente federado. Na esfera
federal, a contratação de empregados públicos celetistas pela Administração Direta,
autarquias e fundações públicas está disciplinada na Lei nº 9.962/2000. Vimos que essa
alteração na CF teve sua eficácia suspensa pelo STF, mas com efeitos ex-nunc, ou seja,
a partir da decisão.
Gabarito: A.
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c) entidade autárquica.
d) fundação pública.
e) sociedade de economia mista.
Gabarito: C.
Vimos que são dois os tipos de contratos de gestão: a) com qualquer órgão ou entidade;
b) com organizações sociais. Autarquias e fundações recebem a qualificação de agência
executiva. As OSCIP celebram termo de parceria.
Gabarito: D.
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A letra “A” é errada. Autarquias são pessoas jurídicas de direito público e empresas
públicas são pessoas jurídicas de direito privado.
A letra “B” é errada. Empresas públicas não têm imunidade. Há um julgado do STF que
reconheceu imunidade à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (uma empresa
pública federal), mas a decisão foi específica para a ECT
A letra “D” é errada. Os empregados das EP sempre são celetistas e os empregados das
autarquias, em tese, podem ser estatutários ou celetistas. Assim, as duas figuras até
poderiam ter em comum o regime de seu pessoal. Apesar disso, a ESAF desconsiderou
essa hipótese.
Gabarito: C.
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e) O Federalismo caracteriza-se pela existência de uma dupla soberania, a qual, por ser
uma característica central de Estados federativos, acaba por produzir, por sua vez,
diversas consequências para o sistema político e para a produção de políticas públicas
como um todo no país.
A letra “A” é errada. A alternativa está certa ao afirmar que no federalismo há autonomia e
interdependência. Contudo, a tendência não é centrípeta, ou seja, de que há uma força
que se dirige para o centro, de descentralização. Até podemos falar em Federalismo
Centrípeto, quando há maior força da União, mas, de forma geral, a tendência é
justamente o contrário, de descentralização, desestimulando a coordenação, aumentando
a fragmentação e a competição e aumentando as divergências entre os interesses
regionais.
A letra “C” é certa, pois o federalismo permite uma maior participação dos entes locais
nas decisões, lhes confere maior autonomia.
A letra “D” é certa. Realmente, o federalismo gera mais desafios no que se refere à
coordenação dos diferentes entes, principalmente quando falamos em competências
comuns.
A alternativa “E” foi dada como certa. No entanto, ela é bastante polêmica. Para a maioria
dos autores, o federalismo não se caracteriza pela dupla soberania. Segundo Dalmo
Dallari, o primeiro teórico a desenvolver o conceito de soberania foi Jean Bodin, em 1576.
Segundo o autor:
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Gabarito: A.
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http://www.enap.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=
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Gabarito: C.
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Questão também tirada de três textos. O Texto 2 da questão anterior está aqui de novo.
Os outros dois são:
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Gabarito: B.
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A letra “B” é certa. Quando diferentes unidades da federação possuem competência sobre
determinado tributo, as mudanças na sua legislação são mais complicadas.
A letra “C” é certa. Harmonizar significar padronizar, usar uma legislação comum. Os
estados perdem autonomia porque não poderiam mais legislar sobre a questão.
A letra “D” é errada. É a descentralização que afeta, pois o governo central perde
capacidade financeira.
A letra “E” é certa. O aumento de gastos nas unidades subnacionais pode aumentar a
demanda agregada da economia. Os gastos do governo aumentam a demanda, gerando
inflação.
Gabarito: D.
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Gabarito: B.
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A2 - Estabelecimento por governos locais de suas próprias bases para atuação a partir de
funções delegadas normativamente.
A3 - Manutenção do controle pela esfera federal e emprego de normas e instrumentos
padronizados de regulação e avaliação de resultados.
A4 - Estabelecimento de bases colaborativas e estratégicas, intensificando as relações de
interdependência entre as partes.
Coluna B
B1 - Modelo de cima para baixo (top-down)
B2 - Modelo de gestão de redes
B3 - Modelo de trocas mútuas
B4 - Modelo de jurisdição
a) A1-B3, A2-B4, A3-B1, A4-B2
b) A1-B3, A2-B2, A3-B4, A4-B1
c) A1-B1, A2-B3, A3-B2, A4-B4
d) A1-B4, A2-B1, A3-B3, A4-B2
e) A1-B2, A2-B1, A3-B4, A4-B3
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Gabarito: A.
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e) para induzir a adesão dos governos locais à sua agenda de políticas públicas em geral,
o governo federal efetuou reformas constitucionais que condicionavam as transferências
de recursos à adoção do comportamento considerado desejável pelo governo federal.
Esta questão foi tirada do texto de Marta Arretche, que está na leitura sugerida. Segundo
a autora, no nosso sistema tributário, há desigualdades tanto no aspecto vertical quanto
horizontal.
No plano vertical, o atual sistema de transferências fiscais permite que quase todos os
ganhos relativos sejam apropriados pelos municípios, uma vez que seus resultados são
neutros para os Estados. Em 2002, a receita disponível (arrecadação própria +
transferências) da União foi de 60% do total das receitas, ao passo que os municípios se
apropriaram de 15%, permanecendo os Estados no mesmo patamar que estavam
anteriormente à redistribuição. Além disso, este sistema favorece os municípios de
pequeno porte. Estima-se ser de 91% a participação das receitas de transferência nos
municípios de menos de 5.000 habitantes. Em 22 Estados brasileiros, quanto menor a
população do município, maior o seu ganho de receita derivado das transferências
constitucionais, vale dizer, maior a disponibilidade de recursos per capita com liberdade
alocativa, uma vez realizadas as transferências.
No plano horizontal, este sistema redistribui receita dos Estados mais desenvolvidos para
os menos desenvolvidos. Entretanto, as regras que acabaram por reger as transferências
constitucionais têm por consequência recriar novas desigualdades entre as Unidades da
Federação. É enorme a variação na receita disponível entre os municípios e Estados
brasileiros. A razão entre a receita média per capita dos municípios com mais de um
milhão de habitantes, na Região Sudeste, e dos municípios com menos de 20 mil
habitantes, nas Regiões Norte e Nordeste, pode ser de até 46 vezes. Uma vez realizadas
as transferências constitucionais, a receita disponível per capita do Estado de Roraima foi
de duas vezes a de São Paulo, em 1997.
Segundo a autora:
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A letra ‘B” é a resposta correta, também pode ser observada no texto da autora. Como
vimos na aula, a autora afirma que:
A letra “D” é incorreta e também foi tirada do texto da autora, segundo a qual:
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destinados às áreas sociais, os municípios devem criar seus conselhos gestores. Isto
explica porque a maioria dos conselhos municipais surgiu após esta data.
Gabarito: B.
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A primeira afirmação é verdadeira. Como vimos nas características apontadas por Dallari,
o poder político é compartilhado pela União e pelas unidades federadas, não havendo
hierarquia entre eles. Apesar de não haver soberania dos Estados-membros, temos dois
poderes na federação: o da União e o dos Estados.
Gabarito: C.
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A letra “A” está certa, pois a União tem maior facilidade para realizar uma melhor
distribuição da renda.
A letra “B” é certa. Segundo Fernando Rezende, no texto “Federalismo Fiscal: Novo Papel
para Estados e Municípios”, disponível em:
http://info.worldbank.org/etools/docs/library/229985/Rezende%20Federalismo%20Fiscal%
20Novo.pdf
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A letra “D” é certa. Segundo Ruth Helena Dweck, no texto “Federalismo Fiscal –
Experiências Distintas: Estados Unidos e Brasil”, disponível em:
http://www.uff.br/econ/download/tds/UFF_TD182.pdf
Esse texto também fala bastante das funções alocativa, distributiva e estabilizadora.
A letra “E” foi dada como errada. Ela é meio confusa. Pelo que entendi, afirma que as
decisões que aumentam as despesas ou alocam os recursos são tomadas por quem
também escolhe as medidas a serem usadas. Que medidas são essas? Ficou meio vago.
Eu entendo que a alternativa estaria certa, pois, na descentralização, o município escolhe
se aumenta ou não despesas, em que setores investir e quais medidas usar. Porém, em
determinados casos ele está limitado por regras federais, como as emendas
constitucionais que estabeleceram percentuais mínimos a serem aplicados em saúde e
educação. Mas isso não invalida a questão.
Aqui vocês podem ver como eles copiam as questões de textos, retirando de seu
contexto , o que acaba com todo o seu sentido. Segundo Fernando Rezende, no Livro
Finanças Públicas:
Gabarito: E.
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A letra “B” é correta. Na realidade, geralmente coloca-se que aos municípios são
atribuídas as ações de caráter local e aos Estados as de caráter regional. Nesse ponto eu
acho essa questão falha. Mas, como muitos falam, na ESAF o que vale é a mais errada,
temos que seguir em frente. Os serviços e as políticas de caráter local são de
competência dos Estados e Municípios. Por exemplo, a competência para legislar acerca
do transporte coletivo dentro da cidade é do Município. Quando esse transporte ocorre
entre cidades, a competência é do Estado. Por fim, a União legisla sobre o transporte
interestadual.
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Portanto, a letra “C” é correta, já que o núcleo estratégico corresponde à cúpula dos três
poderes.
A letra “D” é correta, já que, por um lado a divisão de poderes é territorial, como no caso
do transporte coletivo, em que, apesar do assunto ser o mesmo, cada esfera fica
responsável por um aspecto territorial: nacional, estadual e local. O mesmo ocorre com o
meio-ambiente e outros assuntos. Por outro lado, é também funcional, porque alguns
assuntos são tratados apenas pela União e outros pelos Estados-membros.
A letra “E” é correta, apesar de que precisou explicar melhor. Já sabemos que a
Constituição Estadual deve obedecer à Constituição Federal. Mas a alternativa fala que
ela deve obedecer também à legislação federal. Aqui nós temos que colocar um grande
DEPENDE. Quando comparamos legislação federal com estadual ou municipal, não dá
para saber de antemão qual deve prevalecer. Tudo vai depender da matéria que está
sendo tratada e de que esfera é competente para tratar da matéria.
Não podemos falar em hierarquia entre normas oriundas de entes estatais distintos, isto é,
não há relação hierárquica entre normas federais, estaduais e municipais. Um possível
conflito entre tais normas tem que ser resolvido com base na Constituição Federal, de
acordo com a competência outorgada a cada ente federativo. Prevalecerá, em cada caso,
a norma do ente competente para o trato da matéria, de acordo com a repartição de
competência traçada na CF. Assim, num eventual conflito entre uma lei federal e uma lei
municipal cuidando de assunto de interesse local (horário de funcionamento de farmácia,
por exemplo), prevalecerá a lei municipal, pois a competência para o trato de assunto de
interesse local pertence à municipalidade.
Portanto, lei federal pode limitar o escopo do tratamento que a constituição estadual irá
dar a determinada matéria, desde que a matéria seja de competência da União.
Gabarito: E.
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http://info.worldbank.org/etools/docs/library/229994/Rezende%20Federalismo%20Fiscal%
20no%20Brasil.pdf
Com a CF88, nossa federação caracterização pela descentralização tributária. A letra “C”
é a errada.
Gabarito: C.
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Esta questão foi tirada de Maria Hermínia Tavares de Almeida, no texto “Federalismo e
Políticas Sociais”, disponível em:
http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_28/rbcs28_08.htm
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Portanto, as relações não são apenas competitivas, mas também cooperativas. Mas isso
não quer dizer que a alternativa esteja incorreta, já que não é errado dizer que elas são
competitivas.
A autora apresenta uma classificação com três tipos de arranjos federativos: o dual, o
centralizado e o cooperativo. A letra “C” é incorreta porque traz as características de um
federalismo cooperativo, mas fala que ele é centralizado.
As letra “D” e “E” também foram tiradas da autora, que afirma que:
Assim, a letra “D” é correta, pois os arranjos federativos que vimos acima vão depender
muito da descentralização ou não dos recursos fiscais. Contudo, outros fatores também
influenciam, como as características das instituições públicas, especialmente os sistemas
partidários e eleitorais e as organizações de interesses, por isso que a letra “E” é correta.
Gabarito: C.
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A letra “A” é certa. A federação reforça a descentralização porque ela sempre será mais
descentralizada que um Estado Unitário. E a descentralização fortalece a democracia pois
permite uma participação maior das comunidades nas decisões.
A letra “C” é certa. Quando maior a descentralização, mais os estados e municípios atuam
por si só, ampliando as desigualdades sociais entre as regiões.
A letra “D” é certa, com a partilha cria-se uma esfera de cooperação entre os entes.
A letra “E” é certa. Com estados e municípios legislando sobre tributos, menor a
coordenação entre eles, surgindo a guerra fiscal. O ICMS é um exemplo clássico.
Gabarito: B.
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A defesa de partidos nacionais no Brasil teve bastante força na década de 1930, com o
Governo de Getúlio Vargas. Centralizador e autoritário, durante os quinze anos seguintes
a revolução de 1930, Vargas praticou medidas para o irreversível esvaziamento do poder
dos coroneis. O voto secreto e o voto feminino (inicialmente somente de funcionárias
públicas) foram dois dos instrumentos utilizados para isso.
Toda esta tese vale também para os dias de hoje. O pacto federativo brasileiro poderia
ser fortalecido pela formação de partidos nacionais, e não regionais. A letra “A” é incorreta
porque são os partidos nacionais que enfraquecem as oligarquias regionais e são eles
que podem proporcionar maior transparência e competitividade no processo político.
A letra “B” fala que, devido Às proporções do país, ganham importância as funções do
Estado ligadas a integração das unidades federadas. É preciso uma coordenação dos
diversos entes e esferas envolvidos. Segundo Abrucio:
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Portanto, na maioria das vezes a União atuará como um elemento integrador. A letra “B” é
correta.
A letra “C” é correta, pois, apesar de haver o entendimento de que os municípios são
entes federativos dotados dos três tipos de autonomia, gera-se muitas implicações
práticas não resolvidas devido às discussões acerca de seu regramento jurídico.
Assim, a letra “D” é correta, já que o princípio da subsidiariedade defende que, sempre
que possível, as funções devem ser desempenhadas pelas instâncias inferiores.
Gabarito: A.
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Vimos que a Constituição Federal estabelece as competências tanto da União quanto das
unidades federadas. Assim, uma das características do Estado Federal é o respeito da
União à autonomia dos Estados-membros. Tanto que a possibilidade de intervenção da
União nos Estados é limitada a casos específicos. A letra “A” é correta.
Quando a letra “B” fala em derivação, podemos fugir um pouco da nossa matéria e invadir
a de Português. No estudo da formação das palavras, a derivação é a formação de uma
palavra a partir de outra. Um exemplo é a palavra triângulo, que significa três ângulos.
Aqui na nossa matéria, o significado de derivação é o mesmo, ou seja, a descentralização
administrativa ocorre com a transferência de poderes. O ente descentralizado recebe
seus poderes de outro, coisa que não acontece na descentralização política, em que os
poderes são do próprio ente descentralizado. A letra “B” é correta.
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A letra “D” é correta. Vimos que Georges Scelle afirma que o sistema federativo repousa
sobre dois princípios essenciais:
A letra “E” é correta. O Estado Unitário pode alterar seu ordenamento jurídico. O Estado
Federal também pode, inclusive com seu próprio órgão legislativo, ou seja, o Congresso
Nacional. Só não pode alterar as Constituições Estaduais.
Gabarito: C.
4.3 GABARITO
1. B 7. B ou E 13. C 19. D 25. E
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b) Sem uma legislação que discipline as características gerais das agências reguladoras
brasileiras, as leis especiais que instituíram cada uma delas acabaram por conferi-las as
mais diversas naturezas: empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e
fundações.
c) Entre as garantias asseguradas a fim de conceder às agências reguladoras maior
autonomia e independência, estão, em regra, a formação de quadro próprio de servidores,
receitas próprias e dirigentes escolhidos pelo chefe do Poder Executivo, aprovados pelo
Senado Federal e com mandato fixo.
d) A independência decisória conferida às agências reguladoras no Brasil trouxe o
conceito de jurisdição administrativa ao ordenamento jurídico brasileiro, de maneira que,
em seu âmbito de atuação, essas instituições possuem competência para dirimir conflitos
de interesses que envolvam a administração pública, com força de coisa julgada.
e) Enquanto entidades da administração pública federal indireta, as relações de trabalho
das agências reguladoras são regidas pela Consolidação das Leis de Trabalho – CLT, em
regime de emprego público.
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os itens a seguir e marque com V se a assertiva for verdadeira e com F se for falsa. Ao
final, assinale a opção correspondente.
( ) A constituição de sociedades de economia mista e de empresas públicas decorre de
um processo de descentralização do Estado que passa a exercer certas atividades por
intermédio de outras entidades.
( ) Apesar de serem constituídas como pessoas jurídicas de direito privado, as sociedades
de economia mista e as empresas públicas estão submetidas hierarquicamente à pessoa
política da federação que as tenha criado.
( ) Somente por lei específica podem ser criadas sociedades de economia mista e
empresas públicas, bem como necessária autorização legislativa, em cada caso, para a
criação de suas subsidiárias.
( ) As empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade
econômica sujeitam-se ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.
( ) Quanto ao regime de compras, as empresas públicas e as sociedades de economia
mista sujeitam-se aos princípios da administração pública e devem observar
procedimento licitatório.
a) V, V, F, V, F
b) V, F, F, V, V
c) F, F, V, F, V
d) F, V, V, F, F
e) V, F, F, V, V
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e) para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá ser contratado pela
administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a
licitação.
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a) órgão público
b) organização social
c) agência executiva
d) organização da sociedade civil de interesse público
e) sociedade de economia mista
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e) apenas o 4 é falso.
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distributivas, bem como atividades alocativas de caráter nacional seriam executadas pelo
governo federal.
b) a estabilidade e equilíbrio financeiros são condições necessárias mas não suficientes
para que o propósito de eficiência na gestão dos recursos por meio da descentralização
seja de fato alcançado.
c) a descentralização e a integração são os ingredientes necessários à instituição de
formas eficientes de controle da sociedade sobre as ações do Estado.
d) a descentralização favorece uma maior integração social, através do envolvimento dos
cidadãos na determinação dos rumos da sociedade.
e) as decisões sobre um aumento de despesas ou sobre a distribuição setorial dos gastos
governamentais são tomadas no mesmo nível das decisões relativas às medidas a serem
utilizadas em um país onde a organização é federativa.
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vem sendo alterada gradativamente desde 1988, porém há diversos aspectos ainda não
consolidados no pacto federativo brasileiro. Sobre a questão do federalismo no Brasil,
marque a opção incorreta.
a) O pacto federativo brasileiro poderia ser beneficiado pela formação e fortalecimento de
partidos regionais, capazes de introduzir maior transparência e competitividade no
processo político, e de opor-se às tradicionais coalizões entre oligarquias decadentes e
grupos corporativos que se beneficiam da centralização política e administrativa.
b) A dimensão continental do país é um elemento estrutural e cultural importante na
definição das funções do Estado, exigindo o fortalecimento das funções de integração que
dão visibilidade, poder e influência ao poder central, também chamado de União.
c) O Brasil é o único país do mundo no qual o município foi constitucionalmente
consagrado como “entidade federativa”, o que traz diversas implicações práticas, ainda
não resolvidas, quanto ao exercício do princípio da autonomia financeira e de
autogoverno.
d) As relações entre as diversas instâncias devem pautar-se pelo princípio da
subsidiariedade, que determina que sempre que uma determinada função puder ser
exercida pela instância hierarquicamente inferior, não deverá ser assumida pela que lhe
está acima.
e) Um dos aspectos mais delicados do debate sobre o pacto federativo no Brasil é o
sistema de representação regional na Câmara dos Deputados, já que a sub-
representação penaliza os estados economicamente mais poderosos, enquanto a super-
representação tende a privilegiar de maneira muito desigual os estados de grandes
espaços, população rarefeita e baixo desenvolvimento econômico.
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5 Leitura Sugerida
“Federalismo e Políticas Públicas: o impacto das relações intergovernamentais no Brasil”,
de Fernando Luiz Abrucio e Cibele Franzese, disponível em:
http://www.rn.gov.br/contentproducao/aplicacao/searh_escola/arquivos/pdf/paper-
federalismo-fernando-abrucio.pdf
ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de. Federalismo e Políticas Socais. Disponível em:
http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_28/rbcs28_08.htm
6 Bibliografia
AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Globo, 1995.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva,
2007.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 20ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
RIBEIRO JÚNIOR, João. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. 2ª Ed. Bauru, SP:
Edipro, 2001.
RUA, Maria das Graças e CARVALHO, Maria Izabel Valladão de. O estudo da política:
tópicos selecionados. Brasília: Paralelo 15, 1998.
SOARES, Mário Lúcio Quintão. Teoria do Estado. Belo Horizonte: Del Rey, 2001.
STRECK, Lenio Luiz. Ciência Política e Teoria Geral do Estado. 4ª Ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2004.
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