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Apostila 1

Química

2007

Professora Izilda Maria Monte Mascaro


2

Estrutura atômica

Usualmente a estrutura atômica é ensinada dentro de um contexto histórico segundo a cronologia


dos descobrimentos, que ao longo da história geraram o modelo atômico, tal como conhecemos
hoje, a partir de evidências indiretas. Os conhecimentos sobre estrutura atômica não serão
abordados dessa maneira, devido à limitação de tempo imposta pelo nosso programa de química.

Abordaremos o átomo sob a luz das evidências obtidas a partir de equipamentos mais modernos, e
que hoje fazem parte dos laboratórios de pesquisa acadêmica e também dos laboratórios de
desenvolvimento tecnológico das grandes corporações multinacionais. A partir da maneira
surpreendente que esses equipamentos nos mostram as peculiaridades do mundo atômico,
faremos um apanhado do modelo que o descreve: A ESTRUTURA ATÔMICA.

Os cientistas acreditam que a matéria seja constituída de átomos. No entanto, a evidência da


existência dos átomos é, na sua maior parte, de natureza indireta. Nos dias de hoje existem três
métodos para visualizar realmente os átomos e proporcionar a observação direta do seu
comportamento. Esses métodos são a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), a Microscopia
de Varredura de Campo Iônico (MVCI) e a Microscopia de Varredura por Tunelamento (MVT),
sendo que a última foi desenvolvida por Gert Binin e Heinrich Rohrer, que devido à técnica,
receberam o prêmio Nobel de física em 1986, juntamente com Ernest Ruska 1, que foi
homenageado pelo seu trabalho no desenvolvimento da Microscopia Eletrônica de Varredura.

Atualmente, com os microscópios eletrônicos é possível se obter uma imagem direta dos átomos
na superfície de um material. O Microscópio de Varredura Eletrônica, MEV (ou SEM, Scanning
Electon Microscopy), o Microscópio de Varredura de Força, MVF (ou SFM, Scanning Force
Microscopy) e o Microscópio de Varredura de Tunelamento. MVT (ou STM, Scanning Tunenelling
Microscopy) baseiam-se em princípios diferentes, mas possuem um significado comum.

Com o MTV a superfície do material é percorrida com uma ponta tão fina que termina em um
átomo, como mostra a Figura 1. Trabalhar de modo eficiente no mundo dos átomos, ou seja, na
escala “nano”, é necessário a mais fina e limpa ponta de prova. O ideal é que a ponta de prova ou
“tip” termine num simples átomo. A ponta de prova no MVT percorre sistematicamente a superfície
e a profundidade ou altura de cada ponto é medida.

1
http://nobelprize.org/physics/laureates/1986/index.html
3

Figura 1 – A ponta de prova em um MTV termina teoricamente em um átomo.

Detalhes de uma imagem obtida pelo MEV são mostrados na Figura 2. Numa primeira vista
parecem folhas numa superfície rugosa. Na verdade são aglomerados de zinco formados pela
eletrodeposição, cada folha não sendo mais larga do que um fio de cabelo.

Figura 2 - MEV de aglomerados de zinco formados durante o processo de zincagem eletroquímica

A lista de partículas que compõem o átomo tem crescido muito e continua a crescer. Para os
químicos, uma visão muito simples do átomo pode ser adotada porque apenas três partículas
subatômicas – próton, nêutron e elétron – influenciam o comportamento químico. As
propriedades dessas partículas estão resumidas na Tabela 1.

Tabela 1- Propriedades das partículas subatômicas


Carga relativa Carga absoluta (C) Massa (g) Massa (u)
Próton +1 +1,6021773.10-19 1,6726.10-24 1,0073
Elétron -1 -1,6021773.10-19 9,10939.10-28 5,486.10-4
Nêutron 0 0 1,6749.10-24 1,0087

Prótons e nêutrons são encontrados no núcleo do átomo, que é extremamente pequeno. A maior
parte do volume atômico é o espaço no qual o elétron é encontrado. Os átomos têm massas
extremamente pequenas. A massa do átomo mais pesado conhecido é da ordem de 4.10 -22g. Uma
vez que seria incômodo expressar massas tão pequenas em gramas, usamos a unidade de massa
atômica ou u. Uma u é igual a 1,66054.10-24 g.

A unidade de massa atômica (u) é definida como 1/12 da massa do átomo de carbono-12. O átomo
de carbono-12 é usado como uma referência para as massas atômicas, e à sua massa é atribuído
o valor exato de 12,0000000 unidades de massa atômica.
4

As massas dos prótons e nêutrons são aproximadamente iguais, e ambas são muito maiores do
que a do elétron. Seriam necessários 1836 elétrons para igualar a massa de um próton, logo o
núcleo contém a maior parte da massa de um átomo.

Elétrons estão na eletrosfera do átomo e têm cargas idênticas à dos prótons. Como nêutrons não
têm carga, podemos concluir que átomos que apresentam mesmo número de prótons e elétrons
são eletricamente neutros.

Os átomos são extremamente pequenos. A maioria deles tem diâmetro entre 1.10 -10 m e 5.10-10 m,
ou 100-500 pm. Os diâmetros dos núcleos atômicos são da ordem de 10 -14 m. Se o átomo fosse
tão grande como um estádio de futebol, o núcleo seria do tamanho de uma bolinha de gude. O
núcleo tem a incrível densidade da ordem de 1013 – 1014 g/cm3. Uma caixa de fósforos com tal
densidade pesaria em torno de 2,5 bilhões de toneladas!!!!!!!

Números Atômicos, Elementos Químicos, Números de Massa, Isótopos

Elemento químico é todo conjunto de átomos de mesmo número de prótons no núcleo, ou seja,
de mesmo número atômico (Z). Os átomos que compõem um elemento químico são
denominados isótopos.

Cada elemento químico é representado pelo seu símbolo, e cada um dos seus isótopos apresenta
o mesmo símbolo acrescido de um índice superior (à esquerda do símbolo), representando seu
número de massa (A), que é o total de prótons e nêutrons do átomo.

Tabela 2 – Alguns isótopos do carbono


Símbolo Número de prótons (Z) Número de nêutrons
11
C 6 5
12
C 6 6
13
C 6 7
14
C 6 8

Massas Atômicas

Massa atômica é a massa de um átomo expressa em u. Indica quantas vezes a massa do átomo
é maior que 1/12 da massa do átomo de 12C.

Massa atômica do átomo 24Mg = 23,9847 u

Massa atômica do átomo 27Al = 26,9815 u

Note que os valores das massas atômicas são muito próximos dos respectivos números de massa.
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A composição isotópica de um elemento é dada pelos isótopos que formam os elementos, suas
porcentagens de ocorrência ou abundâncias naturais, e suas respectivas massas atômicas. A
Tabela 3, mostra a composição isotópica do magnésio.

Tabela 3 – Composição isotópica do magnésio


Isótopos % de ocorrência Massas atômicas (u)
24
Mg 78,99% 23,98504
25
Mg 10,00% 24,98584
26
Mg 11,01% 25,98259

Massas Atômicas Médias

A maioria dos elementos químicos é encontrada na natureza como misturas de isótopos. Podemos
determinar a massa atômica média de um elemento usando as massas atômicas de seus isótopos
e sua abundâncias naturais.

O carbono encontrado na natureza, por exemplo, é composto de 98,93% de 12C e 1,07% de 13C. As
massas desses isótopos são 12 u (exatamente) e 13,00335 u, respectivamente. A massa atômica
média do carbono será dada por:

(12 u) (0,9893) = (13,00335 u)(0,0107) = 12,01 u

A massa atômica média (expressa em u), assim calculada, também é conhecida como
simplesmente massa atômica, quando este termo refere-se a um elemento químico. Estes valores
estão listados na Tabela Periódica.

Exercícios

1) Considere que um próton tenha a massa de 1 kg. Partindo dessa suposição, qual seria a
massa de um: a) nêutron? b) elétron?

2) Átomos de 5124Cr são utilizados em medicina, no diagnóstico de alterações ligadas aos glóbulos
vermelhos. Explique o significado dos números que aparecem ao lado do símbolo do cromo
nesta representação.

3) Considere um átomo do elemento químico bromo, possuidor de 35 prótons, 46 nêutrons e 35


elétrons. Escreva a representação correta para esse átomo.

4) Preencha as lacunas da seguinte tabela, supondo que cada coluna represente um átomo
neutro:
121
Símbolo Sb
6

Prótons 38 94
Nêutrons 50 108
Elétrons 74 57
Nº de massa 139 239

5) A tabela mostra os três átomos do elemento urânio existentes na natureza.

Isótopos Representação Abundância


Natural (%)
234
Urânio-234 U
92 0,0057
235
Urânio-235 92U 0,73
238
Urânio-238 92U 99,27

a) Qual deles existe em maior quantidade na natureza?


b) Sabe-se que, em reatores nucleares como os da usina de Angra I, no Rio de Janeiro, são
úteis átomos de urânio com 143 nêutrons. Com base nessa informação, responda: qual dos
átomos mostrados é útil em tais reatores?
c) Calcule, com os dados acima, a massa atômica aproximada do elemento urânio.

6) O processo de enriquecimento do urânio natural consiste em aumentar a razão 235


U/238U. Em
relação à amostra de urânio natural, a amostra de urânio enriquecido tem:
a) Átomos com menor número de prótons.
b) Menor massa atômica média.
c) Átomos com maior número de elétrons.
d) Átomos com maior número de prótons.
e) Maior massa atômica média.

7) A massa atômica do gálio é 69,72. As massas dos seus isótopos naturais são 68,93 para o 69Ga
e 70,93 para o 71Ga. Calcule a abundância natural de cada isótopo em porcentagem.

A Tabela Periódica 2

A tabela periódica é a mais importante ferramenta usada para organizar e lembrar fatos químicos.

Os elementos são organizados em ordem crescente de número atômico, com elementos tendo
propriedades químicas similares colocados nas colunas verticais. Por exemplo, os “metais de
cunhagem” – cobre (Cu), prata (Ag) e ouro (Au) – pertencem ao grupo 1B.

Os elementos em uma coluna vertical da tabela periódica são conhecidos como grupos ou
famílias.

As colunas horizontais são conhecidas como períodos e representam o número de níveis ou


camadas energéticas que abrigam os elétrons na eletrosfera.

2
http://www.iupac.org/reports/periodic_table/IUPAC_Periodic_Table-3Oct05-CI.pdf
7

1A 8A
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS
1 18
1 2A 3A 4A 5A 6A 7A 2
1
H 2 13 14 15 16 17 He
3 4 5 6 7 8 9 10
2
Li Be B C N O F Ne
11 12 3B 2B 13 14 15 16 17 18
3 4B 5B 6B 7B ┌──8B──┐ 1B
Na Mg 3 12 Al Si P S Cℓ Ar
4 5 6 7 8 9 10 11
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
4
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
5
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
55 56 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
6 57-71
Cs Ba Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
87 88 104 105 106 107 108 109 110 111
7 89-103
Fr Ra Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg

 
57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
6
La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103
7
Ac Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lw

Vários grupos na tabela periódica também têm nomes, como mostrado na Tabela 4.

Tabela 4 – Nomes de alguns grupos da tabela periódica


Grupo Nome Elementos
1A Metais alcalinos Li, Na, K, Rb, Cs, Fr
2A Metais alcalinos terrosos Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra
6A Calcogênios O, S, Se, Te, Pó
7A Halogênios F, Cl, Br, I, At
8A Gases nobres He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn
8

Tamanho dos Átomos

Pensamos em átomos como objetos esféricos, entretanto, de acordo com o modelo da mecânica
quântica, os átomos não têm limites pontuais definidos, suas bordas são bastante “vagas”,
entretanto, podemos definir seus respectivos tamanhos com base nas distâncias entre seus
núcleos quando eles estão quimicamente ligados.

Tendências periódicas nos raios atômicos

1. Em cada coluna horizontal (grupo) o número atômico tende a crescer à medida que
descemos. Essa tendência resulta do aumento do número de camadas eletrônicas,
fazendo com que o átomo aumente de tamanho.

2. Em cada período o raio atômico tende a diminuir quando vamos da esquerda para a
direita. O principal fator que influencia essa tendência é o aumento da carga nuclear efetiva
à medida que nos movemos nesse sentido ao longo do período.

Energia de Ionização

Energia de ionização é a mínima energia necessária para remover um elétron de um átomo ou


íon gasoso no estado fundamental. A primeira energia de ionização, I 1, é a energia necessária para
remover o primeiro elétron de um átomo neutro.

Exemplo: Na(g) + 496 kJ  Na+(g) + e-

I1 = 496 kJ/mol

A segunda energia de ionização, I2, é a energia necessária para remover o segundo elétron, e
assim por diante. I1<I2<I3 e assim sucessivamente.

Exemplo: Na+(g) + 4560 kJ  Na2+(g) + e-

I2 = 4560 kJ/mol
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Quanto maior a energia de ionização, mais difícil a remoção de um elétron.

Tendências periódicas nas primeiras energias de ionização

1. Em cada período, I1, aumenta com o aumento do número atômico.

2. Em cada grupo a energia de ionização diminui com o aumento do número atômico.

Afinidade eletrônica

Afinidade eletrônica é a variação de energia que ocorre quando um elétron é adicionado a um


átomo gasoso, porque ela mede a atração, ou afinidade, de um átomo pelo elétron adicionado.
Quanto mais negativa for a afinidade eletrônica, maior a atração entre o átomo e o elétron
adicionado.

Exemplo: Cl(g) + e-  Cl-(g) + 349 kJ

Afinidade eletrônica = - 349 kJ/mol

Eletronegatividade

Eletronegatividade é a capacidade ou a tendência natural que um átomo tem de atrair elétrons.


Gases nobres não possuem eletronegatividade.
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Metais, não-metais (ou ametais) e metalóides (ou semimetais)

Os elementos podem ser agrupados de modo mais amplo nas categorias de metais, ametais e
metalóides. Essa classificação é mostrada na tabela periódica colocada nesta apostila. Os
elementos em amarelo, constituem o grupo dos metais, os rosas, os metalóides e os laranjas, os
ametais. Os semimetais localizam-se entre os metais e os ametais. Aproximadamente três quartos
dos elementos são metais. O hidrogênio e os gases nobres não fazem parte dessa classificação.

Na Tabela-5, são listadas algumas propriedades distintas dos metais e não-metais.

Tabela 5 – Propriedades características dos metais e dos não metais

Metais Não-metais
Têm brilho, várias cores, embora a maioria seja Não têm brilho, várias cores.
prateada. Os sólidos são maleáveis (podem ser Sólidos são geralmente quebradiços, alguns são
transformados em folhas finas) e dúcteis (podem ser duros e outros macios.
transformados em fios).
Todos são sólidos à temperatura ambiente com Podem ser gasosos, líquidos ou sólidos à temperatura
exceção do mercúrio (ponto de fusão = -39 ºC), que ambiente.
é líquido.
Bons condutores de calor e eletricidade. Pobres condutores de calor e eletricidade.
Tendem a formar cátions em soluções aquosas. Tendem a formar ânions em soluções aquosas.

Quanto mais um elemento exibe propriedades físicas e químicas de metais, maior seu caráter
metálico. Similarmente, podemos falar de caráter não-metálico de um elemento. O caráter
metálico aumenta á medida que descemos em uma coluna na tabela periódica e diminui á medida
que vamos da esquerda para a direita em um período.

Os metais tendem a ter baixas energias de ionização e, portanto, tendem a formar íons positivos
com relativa facilidade. Como resultado, os metais perdem elétrons quando sofrem reações
químicas.

Por causa de suas afinidades eletrônicas, os não-metais tendem a ganhar elétrons quando
reagem com metais.

Os compostos de metais e não-metais tendem a ser substâncias iônicas; já as substâncias


constituídas unicamente de não-metais são substâncias moleculares.

Os semimetais têm propriedades intermediárias entre as dos metais e as dos ametais. Eles
podem ter algumas propriedades metálicas características, mas faltam outras. Por exemplo, o
silício parece um metal, mas é quebradiço em vez de maleável e um mau condutor de calor e
eletricidade. Vários dos metalóides, mais claramente o silício, são semicondutores elétricos e são
os principais elementos usados na fabricação de circuitos integrados e chips de computador.
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Exercícios

8) Um átomo apresenta 2 elétrons na primeira camada, 8 elétrons na segunda, 18 elétrons na


terceira e 7 na quarta camada. Em que grupo e período da tabela periódica localiza-se este
elemento?

9) Considerando a classificação periódica dos elementos, a afirmação correta é:


a) O manganês é um metal e seu número atômico é 34,9.
b) O bromo é um semimetal e pertence à família dos halogênios.
c) O criptônio é um gás nobre e seu número atômico é 19.
d) O zinco é um metal que, no estado fundamental, apresenta elétrons distribuídos em 3 camadas
eletrônicas.
e) O enxofre é um não-metal, com 6 elétrons na última camada.

10) Um elemento que apresenta átomos que têm raio atômico grande e pequena energia de
ionização, provavelmente, é um:
a) Metal
b) Não-metal
c) Semimetal
d) Gás nobre
e) Halogênio

11) Na tabela periódica os elementos estão ordenados em ordem crescente de:


a) Número de massa
b) Massa atômica
c) Número atômico
d) Raio atômico
e) Eletroafinidade

12) Qual é a afirmação correta?


Quanto menor a energia de ionização de um elemento químico maior a sua tendência de:
a) Perder elétrons e formar ânions.
b) Perder elétrons e formar cátions.
c) Ganhar elétrons e formar ânions.
d) Ganhar elétrons e formar cátions.

13) Quanto menor o raio de um átomo:


I – Maior a sua dificuldade para perder elétrons, isto é, maior a sua energia de ionização.
II – Maior a sua facilidade para receber elétrons, isto é, maior a sua afinidade eletrônica.
III – Maior a sua tendência de atrair elétrons, isto é, maior a sua eletronegatividade.
Estão corretas as afirmações:
a) I
b) II
c) III
d) I e II
e) I, II e III.

Ligações Químicas

As atrações interatômicas, forças que mantém os átomos unidos, estão relacionadas à estrutura
eletrônica dos átomos. Em um fio de cobre estas forças são fortes (caso contrário o metal se
deformaria facilmente), já nos gases nobres, tais como He, Ne, Ar, etc., existe apenas uma
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pequena atração pelos outros átomos porque eles possuem um arranjo muito estável de oito
elétrons (dois para o He) na sua camada mais externa, chamada de valência. A maior parte dos
outros elementos, ao contrário dos gases nobres, deve adquirir a configuração altamente estável
de oito elétrons na camada mais externa, através de um dos seguintes mecanismos:

 Recebendo elétrons,

 Perdendo elétrons,

 Compartilhando elétrons.

As ligações químicas, que mantêm unidos os átomos de uma substância, determinam, em parte,
as suas propriedades. A ligação química é a intensa força atrativa que existe entre os átomos de
uma substância. Por exemplo, o cloreto de sódio, NaCl, é constituído pelos íons Na + e Cl- dispostos
numa configuração regular, ou cristalina, por ligações iônicas. A ligação iônica provém da força
atrativa entre íons de cargas opostas.

Outro tipo de ligação química é a ligação covalente. Nesta ligação, dois átomos compartilham
elétrons de valência (elétrons da camada mais externa), que são atraídos pelos núcleos positivos
dos dois átomos, ligando um ao outro. Por exemplo, o hidrogênio gasoso é constituído por
moléculas H2. Não é razoável esperar que os dois átomos de H, em cada molécula H 2, adquiram
cargas opostas para se ligarem ionicamente. O que mantém os átomos unidos é uma ligação
covalente, compatível com o compartilhamento uniforme dos elétrons por átomos idênticos. Nas
moléculas, os átomos unem-se por ligações covalentes.

Outro tipo importante de ligação observada no sódio e em outros metais é a ligação metálica. Um
cristal de sódio metálico é constituído por átomos de sódio dispostos numa rede regular. Os
elétrons de valência dos átomos movem-se através da rede do cristal, atraídos pelos núcleos
positivos de todos os íons Na+. Esta atração mantém a integridade do cristal.

O que determina o tipo de ligação em cada substância? Como se descreve a ligação nas diversas
substâncias? Nesta apostila vamos analisar alguns conceitos simples, úteis, sobre as ligações, que
nos auxiliam a encontrar respostas destas indagações. Em particular, vamos estudar a ligação
iônica e a ligação covalente.

Ligações Iônicas

As propriedades dos sais, substâncias que sabemos hoje, serem iônicas, sugeriram as primeiras
explicações para a ligação iônica. Os sais, em geral, são sólidos cristalinos que fundem em
temperatura elevada. O cloreto de sódio, por exemplo, funde a 801°C. Um sal fundido (isto é, o
líquido formado na fusão) conduz corrente elétrica. Um sal dissolvido em água forma uma solução
eletrolítica (solução que conduz corrente elétrica). A condutividade elétrica do sal fundido e a da
solução salina é resultado do movimento dos íons nos líquidos, o que sugere a possibilidade de os
íons existirem nos sólidos, unidos pela atração de cargas elétricas opostas.
13

Descrição das ligações iônicas

A ligação iônica é a ligação química formada pela atração eletrostática entre íons de cargas
opostas (íon positivo e íon negativo), originando um composto iônico mais estável. A ligação se dá
entre dois átomos quando um elétron, ou mais de um, se transfere da camada de valência de um
átomo para a camada de valência do outro. O átomo que perde elétrons torna-se um cátion (íon
positivo) e o que recebe elétrons torna-se um ânion (íon negativo). Qualquer íon tende a atrair
tantos íons vizinhos, com cargas opostas, quanto for possível. Quando um grande número de íons
se reúne, formam um sólido iônico. O sólido tem, normalmente, estrutura cristalina que assegura a
máxima atração entre os íons, tendo em vista os respectivos tamanhos.

Para entender a formação da ligação iônica, consideremos a transferência de um elétron de


valência do átomo de sódio, Na para a camada de valência do átomo de cloro. Pode-se
representar a transferência do elétron pela seguinte equação:

Na + Cl  Na+ + Cl-

Esta equação poderá ser mais bem entendida através da Figura 1:

Figura 1 – Formação dos íons

O processo completo da formação do composto iônico poderá ser explicado através das seguintes
etapas:

1) Perda de um elétron pelo Na:


Na
11 + 496 kJ → 11Na+ + 1 e- (formação de cátion)
(11p e 11e-) (energia absorvida) (11p e 10e -) (elétron liberado)

2) Ganho do elétron pelo Cl:


Cl
17 + 1 e- → 17Cl
-
+ 349 kJ (formação de ânion)
-
(17p e 17e ) (elétron adicionado) (17p e 18e-) (energia liberada)
3) Uma vez formado, o cátion, ou o ânion, atrai íons de carga oposta. No cristal de cloreto de sódio,
NaCl, cada íon Na+ está circundado por seis íons Cl-, e cada íon Cl- por seis íons Na+, conforme
mostra a Figura 2.
14

Figura 2 - O cristal de cloreto de sódio. Cada cátion sódio está circundado por seis ânions
cloreto e cada ânion cloreto por seis cátions sódio.

Dois elementos se ligam através de ligação iônica, se a energia de ionização de um for bastante
pequena e a afinidade eletrônica do outro for suficientemente grande e negativa. Esta
situação é a que existe entre metal reativo (que tem energia de ionização baixa) e um não-metal
reativo (que tem afinidade eletrônica muito grande e negativa). Em geral, a ligação entre um metal
e um não-metal é iônica.

Compostos iônicos apresentam elevados pontos de fusão, devido a grande intensidade das forças
de atração entres os íons. Isso faz com que os compostos iônicos sejam todos sólidos a
temperatura ambiente.
NaCl: ponto de fusão = 807 ºC
MgO: ponto de fusão = 2800 ºC

Ligação Iônica - Resumo

Ocorre geralmente entre metais e não-metais; o metal transfere elétrons para o não-metal.

O metal que perde todos os elétrons da camada de valência se transforma num cátion cuja carga
elétrica será +1, +2 ou +3, conforme o número de elétrons perdidos.

O não-metal ganha elétrons em quantidade suficiente para adquirir configuração eletrônica de gás
nobre, transformando-se em ânion de carga elétrica -3, -2 ou -1, conforme o número de elétrons
adquiridos.

Como os íons formados possuem cargas elétricas opostas, eles se atraem fortemente, formando
as substâncias iônicas. A proporção entre íons é tal que a carga total positiva é igual à carga total
negativa.

Tabela 6 – Resumo de ligações iônicas


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Grupos 1A, 2A, 3A 5A, 6A, 7A e H

Nº de elétrons na camada de 1e-, 2e-, 3e- 5e-, 6e-, 7e-, 1e-


valência

Metais (perdem elétrons) Ametais e hidrogênio (ganham


elétrons)
Cátions (+1, +2, +3)
Ânions (-3, -2, -1, -1)

Exercícios

14) Dê a fórmula do composto resultante da união entre os átomos dos elementos:


a) Mg e O b) Ca e I c) Na e S d) Mg e N e) Al e O f) K e H g) Ca e H h) Al e Cl i) O e K

15) Determine a fórmula dos compostos formados pelos seguintes cátions e ânions:
a) Ni2+ e Cl- b) Al3+ e F- c) Na+ e PO43- d) Al3+ e SO42- e) Ca2+ e P2O74- f ) K+ e [Fe(CN)6]3-
3+ 3-
g) Fe e PO4 h) Ca2+ e PO43- i) Pb4+ e SO42- j) Fe3+ e CO32- l) Ni2+ e NO3- m) Cu+ e HPO32-

16) Considerando os elementos sódio, magnésio, enxofre e cloro, escreva as fórmulas dos
compostos iônicos que podem ser formados entre eles.

17) Um elemento químico A de número atômico 38 forma o íon:


a) A2- b) A+ c) A3+ d) A- e) A2+

18) O pirofosfato de cálcio tem a fórmula Ca2P2O7. Qual a fórmula do pirofosfato de sódio?
19) A única fórmula correta, que se obtém ao se fazer a combinação entre os íons: K +; Fe2+; Al3+,
SO42- e OH- é:
a) Fe3(SO4)2 b) KSO4 c) Al(OH)3 d) Fe(OH)3 e) K(OH)2

20) Considere os seguintes pares de elementos químicos: Li e O, Ca e S, Mg e Br, Ba e H. Os


números de átomos de cada elemento, nos respectivos compostos iônicos resultantes, são
respectivamente:
a) 1:2; 1:1; 1:1; 2:1 b) 2:1; 1:1; 2:1; 2:1 c) 1:6; 2:6; 2:7; 2:1
d) 2:1; 1:1; 1:2; 1:2 e) 1:6; 1:3; 2:7; 1:2

21) Hidroxiapatita, mineral presente em ossos e dentes, é constituída por íons cálcio, íons fosfato
(PO43-) e íons hidróxido (OH-). A sua fórmula química pode ser representada por
Cax(PO4)3(OH). Qual o valor de x nesta fórmula?

22) Dê a fórmula estrutural das substâncias com as seguintes fórmulas moleculares:


a) HClO2 b) HNO 2 c) H2SO3 d) H4SiO4 e) HIO3 f) CH3Cl g) HCN h) N 2F2 i) H3PO4
j) COCl2 l) HBrO4 m) SO3 n) C2F4 o) H3AsO4 p) PF3 q) CO r) H2Se
16

Ligações Covalentes

Até agora, analisamos as substâncias formadas através de ligações iônicas, as quais são
denominadas substâncias iônicas que são, nos casos típicos, sólidos com ponto de fusão elevado.
Muitas substâncias, porém, são moleculares – gases, líquidos ou sólidos de ponto de fusão baixo –
constituídas por moléculas bem definidas. A molécula é um grupo de átomos, na maioria das
vezes, de átomos de não-metais, fortemente unidos por ligações químicas. As forças que mantêm
os átomos unidos nas substâncias moleculares, não podem ser explicadas com base na atração de
íons. Exemplo óbvio é o da molécula de H2, na qual dois átomos de hidrogênio estão estreitamente
unidos e não existem íons. Gilbert Newton Lewis, em 1916, propôs que as intensas forças atrativas
entre os dois átomos de uma molécula eram o resultado de uma ligação covalente, ou seja, de
uma ligação química formada pelo compartilhamento de um par de elétrons entre os átomos.
Walter Heitler e Fritz London, em 1926, mostraram que a ligação covalente no H 2 podia ser
explicada quantitativamente pela mecânica quântica que fora há pouco criada. A seguir,
discutiremos os aspectos qualitativos da ligação covalente.

Descrição das ligações covalentes

Consideremos a formação da ligação covalente entre dois átomos de hidrogênio para dar as
moléculas de H2. Quando os átomos se aproximam um do outro, os seus orbitais começam a se
superpor. Cada elétron pode então ocupar o espaço em torno de ambos os átomos. Em outras
palavras, os dois elétrons podem ser compartilhados pelos dois átomos. Os elétrons são atraídos,
simultaneamente, pelas cargas positivas dos dois núcleos de hidrogênio. Esta atração que une os
elétrons aos dois núcleos é a força que mantém unidos os dois átomos. Embora não existam íons
na molécula de H2, a força que mantém unidos os dois átomos pode ser considerada proveniente
da atração de partículas opostas: os núcleos e os elétrons.

repulsão

- -
+
atração +

repulsão

Fórmulas de Lewis ou Fórmulas Eletrônicas

A formação da ligação covalente na molécula de H2 pode ser representada como se segue:

H. + .
H H:H

Utiliza-se a notação de Lewis para os átomos de hidrogênio e representa-se a ligação covalente


por um par de pontos. Não nos esqueçamos de que os elétrons da ligação covalente passam parte
17

do tempo na região de influência de cada átomo. A formação de uma ligação entre o H e o Cl para
dar a molécula de HCl pode ser representada de maneira semelhante.

.. ..
. .
H + Cl :  H : Cl :
..¨¨¨¨¨ ..

Quando os dois átomos se aproximam um do outro, os elétrons desemparelhados de cada um


deles emparelham-se mutuamente e formam a ligação covalente. O par de elétrons é
compartilhado pelos dois átomos. Cada átomo assume a configuração eletrônica de um gás nobre,
tendo o átomo de hidrogênio dois elétrons na sua eletrosfera (como o He), e o átomo de Cl oito
elétrons na sua camada de valência (como o Ar).

A fórmula que usa a notação de Lewis para representar os elétrons de valência é uma fórmula de
Lewis ou fórmula eletrônica. O par de elétrons, representado pelo par de pontos nas fórmulas, é
um par ligante se o par de elétrons for compartilhado por dois átomos ou um par isolado ou não-
ligante se o par de elétrons que fica ligado a um só átomo e que não é compartilhado.

Na fórmula estrutural, ou fórmula de Cooper, cada par ligante é representado por um traço.
Vários exemplos serão feitos em sala de aula.

A ligação covalente é o compartilhamento de um par de elétrons entre dois átomos, sendo que os
eletros desse par podem ser dos dois ou de um dos átomos da ligação, neste último caso o átomo
já deve ter completado seu octeto (camada de valência completa).

É muito comum nos oxiácidos (ácidos que contêm oxigênio), que o par de elétrons compartilhado
seja de apenas um dos átomos da ligação.

Os óxiácidos tem a fórmula geral é H xEOy, como por exemplo, H 2SO4 (ácido sulfúrico), HNO3 (ácido
nítrico), etc.

Há uma regra geral, para se fazer as fórmulas estruturais dos oxiácidos, cujas etapas estão
listadas abaixo:

Ligar ao elemento E (por ligação covalente), tantos – O – H, quantos forem os hidrogênios da


fórmula do oxiácido (há exceções, porém não serão tratadas aqui);

Ligar ao elemento E, os oxigênios remanescentes:

a) Por dupla ligação, se o elemento E não tiver completado seu octeto, ou;

b) Usando pares de elétrons do elemento E se ele tiver completado seu octeto.

Exemplo: ácido nítrico (HNO3)


18

1º passo 2º passo

N N O H

três ligações, pois acrescentar


está na família 5A grupos -OH

3º passo 4º passo

O N O H

o átomo central já o último oxigênio é


está com o octeto ligado utilizando-se
completo um par de elétrons do
nitrogênio

Vários exemplos da aplicação desta regra serão vistas em sala de aula.

Exercícios

22) Dê a fórmula estrutural das substâncias com as seguintes fórmulas moleculares:


a) HClO2 b) HNO 2 c) H2SO3 d) H4SiO4 e) HIO3 f) CH3Cl g) HCN h) N 2F2 i) H3PO4
j) COCl2 l) HBrO4 m) SO3 n) C2F4 o) H3AsO4 p) PF3 q) CO r) H2Se

23) Considere o elemento cloro formando compostos com, respectivamente, hidrogênio, carbono,
sódio e cálcio.
a) Com qual(is) desse(s) elemento(s) o cloro forma compostos moleculares (aqueles, cujos
átomos encontram-se unidos apenas por ligações covalentes) ?
b) Qual a fórmula eletrônica de um dos compostos moleculares formados?

24) Esta questão se refere aos seguintes elementos químicos: sódio, magnésio, alumínio, silício,
fósforo, enxofre e cloro.
a) Sabe-se que três deles se combinam com o hidrogênio formando compostos onde a
ligação é iônica. Quais são eles?
b) Escreva as fórmulas dos compostos mencionados no item anterior.
c) Sabe-se que os outros quatro elementos se combinam com o hidrogênio formando
compostos onde a ligação é covalente.
d) Escreva a fórmula estrutural desses compostos

25) A uréia (CH4N2O) é o produto mais importante de excreção do nitrogênio pelo organismo
humano. Na molécula da uréia, formada por oito átomos, o carbono apresenta duas ligações
simples e uma dupla, o oxigênio uma ligação dupla, cada átomo de nitrogênio três ligações
19

simples e cada átomo de hidrogênio uma ligação simples. Átomos iguais não se ligam entre si.
Baseando-se nessas informações, escreva a fórmula estrutural da uréia.

Ligações Metálicas

A ligação metálica é outro tipo de atração interatômica forte. Se um átomo apresenta apenas uns
poucos elétrons de valência, estes podem ser removidos com relativa facilidade, enquanto que os
demais elétrons são firmemente ligados ao núcleo. Isto origina uma estrutura formada por íons
positivos e elétrons “livres”, como pode ser visto na figura abaixo.

A estrutura eletrônica dos metais difere das outras substâncias; neles, os elétrons de valência dos
átomos metálicos não estão localizados em cada átomo, mas “pertencem” ao cristal como um todo.
Num quadro simplificado, podemos pensar no cristal metálico como um conjunto de íons positivos
imersos num mar de elétrons em movimento. Os aspectos qualitativos deste modelo de elétrons
livres são coerentes com as propriedades gerais dos metais, entre elas:

 Alta condutividade elétrica e térmica.


 Altos pontos de fusão e ebulição.
 Brilho característico.
 Maleabilidade
 Ductibilidade

Ligações Covalentes Polares

A ligação covalente envolve o compartilhamento de pelo menos um par de elétrons entre dois
átomos. Quando os átomos são iguais, isto é, quando têm a mesma capacidade de atrair elétrons,
ou a mesma eletronegatividade, como no caso da ligação H – H do H 2, os elétrons da ligação são
compartilhados igualmente pelos dois átomos, ou seja, os elétrons passam iguais intervalos de
tempo nas vizinhanças de cada átomo, neste caso a ligação pode ser denominada ligação
covalente apolar.
20

Quando os dois átomos são de elementos químicos diferentes, os elétrons não são compartilhados
por igual, pois os átomos têm necessariamente, diferentes atrações por elétrons, ou seja,
diferentes eletronegatividades.

Ligação covalente polar é a ligação covalente na qual os elétrons de ligação passam mais tempo
nas proximidades de um átomo do que nas do outro. Os elétrons estarão mais próximos do átomo
que possuir maior eletronegatividade (maior atração por elétron).

Pode-se considerar a ligação covalente polar como a ligação intermediária entre a ligação
covalente apolar, e a ligação iônica.

Exemplos:

.. ..
H:H H : Cl : Na + : Cl- :
.. ..

covalente apolar covalente polar iônica

Os pares de elétrons ligantes são igualmente compartilhados no H 2, desigualmente compartilhados


no HCl e essencialmente não compartilhados na NaCl. Assim, é possível ordenar as diferentes
ligações numa transição gradual da ligação covalente apolar até a ligação iônica. Resumindo,
quando não há diferença de eletronegatividade entre os dois átomos que se ligam, ou seja, quando
são átomos do mesmo elemento químico, a ligação será covalente apolar. A ligação química será
tanto mais polar (fortemente polar), quanto maior for a diferença de eletronegatividade entre os
dois átomos que se ligam.

Geometria Molecular

Geometria de uma molécula é a forma geral da molécula, determinada pelas posições relativas
dos núcleos atômicos.

Explicaremos a geometria molecular utilizando a teoria da repulsão de pares eletrônicos da


camada de valência (TRPECV). Este modelo está baseado na idéia de que os pares eletrônicos
ao redor do átomo central quer estejam ou não participando das ligações, se comportam como
nuvens eletrônicas que se repelem entre si.

A TRPECV prevê as formas das moléculas e íons dispondo os pares de elétrons na camada de
valência, em torno do átomo central, de maneira que sejam os maiores possíveis os afastamentos
mútuos, de modo a ser mínima a repulsão entre estes pares. Por exemplo, se forem somente dois
os pares de elétrons na camada de valência de um átomo, os pares tendem a estar em lados
opostos do núcleo, de modo a ser mínima a repulsão entre eles. Os pares, então, ficam com uma
disposição linear, ou seja, ocupam regiões do espaço que fazem entre si um ângulo de 180°.
21

Se forem três os pares eletrônicos na camada de valência, eles tendem a se dispor num plano, na
geometria de um triângulo eqüilátero. Esta configuração é trigonal plana ou plana triangular, e as
regiões ocupadas pelos pares de elétrons fazem entre si ângulos de 120°. Quatro pares de
elétrons na camada de valência tendem a assumir geometria tetraédrica. As regiões do espaço
ocupadas pelos pares de elétrons estão dirigidas ao longo dos eixos de um tetraedro, que fazem
entre si ângulos de 109,5°.

A geometria de uma molécula, porém, é determinada pelas posições dos seus átomos e não a dos
pares de elétrons. Para se prever a geometria de uma molécula, determina-se inicialmente a
disposição dos pares de elétrons da camada de valência em torno do átomo central. Alguns destes
pares são ligantes, outros são não-ligantes. A direção no espaço dos pares ligantes (igual ao
número de átomos ligados ao átomo central), dá a geometria da molécula, conforme a Tabela 7.

Tabela 7- Geometria molecular utilizando TRPECV

Número total de pares Número de átomos ligados ao Geometria Molecular


eletrônicos ao redor do átomo central (ver quadro abaixo)
átomo central
2 2 B - Linear
3 3 D - Trigonal plana
3 2 C - Angular
4 4 F - Tetraédrica
4 3 E - Piramidal
4 2 C - Angular
22

No quadro acima a geometria A corresponde a moléculas lineares formada por apenas 2 átomos.

Polaridade das moléculas

As moléculas podem ser classificadas quanto à sua polaridade em polares ou apolares.

Uma molécula é considerada polar quando se orienta na presença de um campo elétrico externo,
e apolar quando não se orienta.

A polaridade de uma molécula pode ser determinada teoricamente, através de seu vetor momento
dipolar resultante, isto é, pela soma dos vetores de cada ligação polar da molécula. 3

Uma maneira prática de se determinar a polaridade de moléculas é através da observação da


simetria molecular, conforme esquema abaixo:

Molécula simétrica  Molécula apolar

N. º de pares eletrônicos ao redor do átomo central é igual ao n.º de grupos iguais ligados ao
átomo central.

Molécula assimétrica  Molécula polar

N. º de pares eletrônicos ao redor do átomo central é diferente do n.º de grupos iguais ligados ao
átomo central.

Polaridade x Solubilidade

"O semelhante dissolve o semelhante” - há exceções

 Substância polar dissolve substância polar e não dissolve ou dissolve pouca quantidade de
substância apolar.

3
O caráter iônico, ou seja, a polarização da ligação, é caracterizada por uma grandeza denominada momento
dipolar, ou dipolo elétrico, que normalmente é representada por um vetor orientado no sentido do elemento
menos eletronegativo para o elemento mais eletronegativo.
23

 Substância apolar dissolve substância apolar e não dissolve ou dissolve pouca quantidade
de substância polar

Sabões e Detergentes

Sabões e detergentes são compostos contendo uma cadeia longa apolar, e uma parte polar. A
extremidade polar se dissolve na camada aquosa e a extremidade não polar se dissolve na gota de
óleo.

Exemplo:

          CH3  (CH2)8  ---------  SO3- Na+


          (não polar)                   (polar)

Figura 3 – Representação da molécula de sabão.

Os sabões e os detergentes são compostos de moléculas que contêm grandes grupos


hidrocarbônicos, os grupos hidrofóbicos (que não tem afinidade pela água), e um ou mais grupos
polares, os grupos hidrofólicos (que têm afinidade pela água). As partes apolares de tais moléculas
dissolvem-se em gorduras e óleos e as porções polares são solúveis em água. A capacidade de
limpeza dos sabões e detergentes depende da sua capacidade de formar emulsões com materiais
solúveis nas gorduras. Na emulsão, as moléculas de sabão ou detergente envolvem a "sujeira" de
modo a colocá-la em um envelope solúvel em água, a micela (Figura 4). Partículas sólidas de
sujeira dispersam na emulsão.

Figura 4 - Emulsificação de óleo em água por sabões.


24

Dissolução de compostos iônicos em água

Para separar os íons energia é absorvida (energia reticular).


Os íons se hidratam libertando energia (energia de hidratação). Para um solvente genérico, o
fenômeno é chamado solvatação.
Se a energia reticular é bem maior que a energia de hidratação, o sal é insolúvel.
Se as duas energias apresentam valores próximos, o sal é solúvel.
O sal se dissolve absorvendo calor se a energia reticular for maior que a energia de hidratação.
O sal se dissolve libertando calor, se a energia de hidratação for maior que a energia reticular.

Exercícios

26) Escreva a fórmula de Lewis e determine a geometria das seguintes moléculas:


a) SiCl4 b) HCl c) CHCl3 d) CS2 e) H2S f) PCl3 g) SO2 h) ICN i) SO3 j) H2Te l) CSBr2

27) Classifique as moléculas a seguir em polares ou apolares:


a) Cl2 b) HBr c) HCN d) H 2S e) CS2 f) CBr4 g) P4 h) SO2 i) CO j) SO 3 l) PCl3 m) COCl2
n) CH3Cl o) O2 p) HF q) SCl2
28) Qual das moléculas tem maior momento dipolar?
a) H2O ou H2S ?
b) CH4 ou NH3 ?
Justifique.

29) O gás carbônico (CO2) apresenta:


a) Quatro ligações covalentes comuns polares e molécula apolar.
b) Quatro ligações covalentes comuns polares e molécula polar.
c) Quatro ligações covalentes comuns apolares e molécula apolar.
d) Quatro ligações covalentes comuns apolares e molécula polar.
e) Quatro ligações covalentes dativas e molécula apolar.

30) Uma molécula pode ser apolar, tendo ligações polares? Justifique sua resposta e
exemplifique.

31) Qual dos compostos abaixo forma um sistema homogêneo quando misturado com igual
massa de água?
a) Benzeno (C6H6) b) hexano (C6H14) c) metanol (CH3OH)
d) octano (C8H18) e) tetracloreto de carbono (CCl 4)

32) Cloreto de sódio fundido e cobre sólido comum conduzem eletricidade. O que há numa e
noutra substância capaz de explicar a condução elétrica?

33) Os compostos iônicos como o cloreto de sódio, apresentam as propriedades:


a) Líquidos nas condições ambientes, bons condutores de eletricidade e baixo ponto de fusão.
b) Líquidos ou gasosos, maus condutores de eletricidade em solução aquosa e baixo ponto de
fusão.
25

c) Sólidos, maus condutores de eletricidade em solução aquosa e baixo ponto de fusão.


d) Sólidos, bons condutores de eletricidade no estado sólido e alto ponto de fusão.
e) Sólidos, bons condutores de eletricidade em solução aquosa e alto ponto de fusão.

34) Nos compostos iônicos, fundidos ou dissolvidos em água, a condução de eletricidade deve-
se ao movimento de:
a) elétrons b) íons c) prótons d) nêutrons e) elétrons e nêutrons

35) Você recebeu três amostras sólidas (X, Y e Z) e após alguns testes, obteve os seguintes
resultados:
I. X conduziu eletricidade no estado sólido.
II. Y Não conduziu eletricidade no estado sólido, mas conduziu no estado líquido.
III. Z não conduziu eletricidade nem no estado sólido nem no estado líquido.

Analisando os resultados obtidos, é correto afirmar que X, Y e Z são, respectivamente:


a) composto iônico, composto molecular, metal.
b) metal, composto iônico, composto molecular.
c) composto iônico, metal, composto molecular.
d) composto molecular, metal, composto iônico.
e) metal, composto molecular, composto iônico.

36) Um íon K+ tem 19 prótons e numero de massa igual a 39. Quantos elétrons e quantos
nêutrons têm esse íon?

37) Um íon F- tem 10 elétrons e número de massa igual a 19. Qual é o número de prótons e de
nêutrons desse íon?

38) Um gás nobre tem número atômico 18. O número de elétrons de um ânion X 2- é igual ao
átomo do gás nobre. Qual o número atômico do elemento X?

39) Um íon A2- é isoeletrônico de um íon B 2+, ou seja, ambos têm o mesmo número de elétrons.
Sabendo que o número atômico de A é igual a 34, qual será o de B?

Gabarito dos Exercícios

1) a) 1 kg b) 0,5 g

2) 24 – número de atômico , corresponde ao número de prótons do cromo

51 – número de massa que corresponde à soma do número de prótons e nêutrons desse isótopo
do cromo.

3) 81
Br
26

4)
121 88 182 139 239
Símbolo Sb Sr W La Pu
Prótons 51 38 74 57 94
Nêutrons 70 50 108 82 145
Elétrons 51 38 74 57 94
Nº de massa 121 88 182 139 239

5) a) urânio – 238 b)urânio – 235 c) 238 u

6) b
7) abundância do gálio-69 é de 60,5% e do gálio-71 é de 39,5%
8) grupo 17 ou 7A, pois apresenta 7 elétrons na camada de valência; 4º período, pois apresenta 4
camadas ou níveis energéticos

9) O enxofre é um não-metal, com 6 elétrons na última camada.

10) Metal

11) Número atômico

12) Perder elétrons e formar cátions.

13) e)I, II e III.


14) a) MgO b) CaI2 c) Na2S d) Mg3N2 e) Al2O3 f) KH g) CaH2 AlCl3 i) K2O

15) a) NiCl2 b) AlF3 c) Na3PO4 d) Al2(SO4)3 e) Ca2P2O7 f) K3[Fe(CN)6] g) FePO4 h)


Ca3(PO4)2 i) Pb(SO4)2 j) Fe2(PO4)3 l) Ni(NO3)2 m) Cu2HPO3

16) Na2S , NaCl , MgS , MgCl2

17) e) A2+
18) Na4P2O7
19) c) Al(OH)3
20) Li2O , CaS , MgBr2 , BaH2 d) 2:1; 1:1; 1:2; 1:2

21) (Ca2+)x(PO43-)3(OH-) : a soma das cargas positivas e negativas deve resultar zero:
2x + (-9) + (-1) = 0 => 2x = 10 => x = 5

22) Serão feitos em classe


27

23) Com H e C

24) a) sódio, magnésio e alumínio.


b) NaH, MgH2, AlH3
c) silício, fósforo, enxofre e cloro.

25) Será feito em classe


26) a) tetraédrica b) linear c) tetraédrica d) linear e) angular f) piramidal g) angular h) linear
i) trigonal plana j) angular l) trigonal plana

27) a) apolar b) polar c) polar d) polar e) apolar f) apolar g) apolar h) polar i) polar j)
apolar l) polar m) polar n) polar o) apolar p) polar q) polar

28) H2O ou H2S ? H2O, pois tem maior momento dipolar resultante.
CH4 ou NH3 ? NH3, pois é polar e CH4 não.

29) Quatro ligações covalentes comuns polares e molécula apolar.


30) Sim, se o seu momento dipolar resultante for igual a zero, como por exemplo, CH 4.
31) c) metanol (CH3OH)

32) Cloreto de sódio fundido trata-se de substância iônica, quando fundido apresenta íons livres,
já o cobre sólido é substância metálica, apresenta elétrons livres.

33) Sólidos, bons condutores de eletricidade em solução aquosa e alto ponto de fusão.
34) Íons

35) metal, composto iônico, composto molecular

36) 19 prótons, 20 nêutrons e 18 elétrons

37) 9 prótons e 10 elétrons

38) 16

39) 38

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