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POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE FARELO DE SOJA

PELO FARELO DE GIRASSOL PARA COELHOS DESMAMADOS


NAS CONDIÇÕES PRODUTIVAS DO DISTRITO DE TSANGANO.

Amarildo Petim Siragi Ussene

Ulónguè
Julho, 2016
UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO: ENGENHARIA AGRO-PECUÁRIA

POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE FARELO SOJA PELO


FARELO DE GIRASSOL PARA COELHOS DESMAMADOS NAS
CONDIÇÕES PRODUTIVAS DO DISTRITO DE TSANGANO.

Amarildo Petim Siragi Ussene

Ulónguè
Julho, 2016
Amarildo Petim Siragi Ussene

POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DE FARELO DE SOJA


PELO FARELO DE GIRASSOL PARA COELHOS DESMAMADOS
NAS CONDIÇÕES PRODUTIVAS DO DISTRITO DE TSANGANO.

Autor: Amarildo Petim Siragi Ussene


Orientador:. Eng Marques da Graça P.A. Massocha, MsC

Monografia submetida à Faculdade de


Ciências Agrárias – Unizambeze-Ulóngué,
como parte das exigências para obtenção do
título de Licenciatura em Engenharia Agro-
pécuaria.

Ulónguè, 2016
DECLARAÇÃO

Eu, Amarildo Petim Siragi Ussene, declaro que esta tese é resultado do meu próprio
trabalho e está a ser submetida para a obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia
Agro-pecuária na Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Zambeze, Ulónguè. Ela
não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau ou para avaliação em nenhuma
outra universidade.

______________________________________________________________
(Amarildo Petim Siragi Ussene)

________________________ dia de ___________________________201 _

I
DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Harune Siragi Usseni e Cidália da Glória Amaral Petim, pelo carinho, amor,
compreensão e incentivo para que eu pudesse prosseguir nessa longa caminhada da vida.

A toda minha família que sem dúvida é à base de tudo para a formação do ser humano por
completo.

Aos meus irmãos, Valter P. S. Ussene e Dércio P. S. Ussene, pelos momentos


descontraídos e também pelos incentivos nos momentos mais difíceis.

A minha namorada, Elsa Fernandes Sixpense, minha estrelinha por seus conselhos,
companheirismo e acima de tudo, carinho e muito amor.

A Deus, pois somente ele, possui a chave para todos caminhos, ele me guia e fortalece para
enfrentar todos os desafios que surgem em nossas vidas.

II
AGRADECIMENTO

A Deus por dar-me saúde, felicidade, inteligência, tranquilidade para que eu pudesse
realizar o sonho de um ensino superior.

À Missão Católica de Fonte Boa e ao Centro de formação de Satemwa por ter permitido a
realização deste trabalho e pela valorização da busca do conhecimento como ferramenta
fundamental para o crescimento humano.

À Padre Emílio pela disponibilidade imediata em conceder a disponibilização de todo o


material necessário para que fosse possível a realização do ensaio.

Ao Engenheiro Marques da Graça P.A. Massocha pela orientação, ensinamentos,


conselhos, paciência e sobretudo amizade. O meu muito obrigado!

Aos funcionários de Fonte Boa, em especial ao Jacob e Vicente do sector da cunicultura,


pela confiança e colaboração neste trabalho.

À Engenheiro Télis Adolfo Cumbe pela ajuda no processamento estatístico dos dados e
sugestões de extrema relevância.

As incríveis pessoas que mi receberam na Vila, Alice Gimo (Mãe Alice), Pedro
Vasconcelos e Florência João.

Aos meus queridos amigos Fernando Nhamue (o Bambaz), Sérgio Luís, Pedro Chombe,
Lucas Arnaldo, Ebene Mangue, João Mussa (o John Wick), Cláudio Dede (o Dude), Emília
Bié, Lídia Muchanga, Sérgio Macamo, Nádia Chicava pela convivência e companheirismo
destes anos juntos na Vila de Ulónguè.

Às demais pessoas que por ventura eu tenha deixado de lembrar, mas que contribuíram de
alguma forma, directa ou indirectamente para a concretização deste trabalho.

Meu Muito Obrigado!

III
Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X; Y é o
lazer; e Z é manter a boca fechada.
Albert Einstein

Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres


não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre.
Albert Einstein

"O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais


difícil da vida de alguém"

Dalai Lama.

IV
SUMARIO

RESUMO........................................................................................................................... VII

ABSTRAT ........................................................................................................................ VIII

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ IX

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................ X

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1

1.1 IDENTIFICAÇÃO/DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: ................................................. 2

1.2 HIPÓTESES ...................................................................................................................... 2

1.3 OBJECTIVOS ................................................................................................................... 3

1.3.1 Objectivo Geral: ............................................................................................... 3

1.3.2 Objectivos Específicos: .................................................................................... 3

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 4

2.1 PRODUÇÃO E CONSUMO MUNDIAL DA CARNE DE COELHO .................... 4

2.2 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA CARNE DO COELHO ................... 5

2.3 ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A NUTRIÇÃO DE COELHOS ................... 6

2.4 EXIGÊNCIA DE PROTEÍNA PARA COELHOS EM CRESCIMENTO .............. 6

2.4.1 Exigência de aminoácidos ................................................................................ 7

2.4.2 Digestibilidade da proteína ............................................................................... 8

2.5 METABOLISMO CECAL.............................................................................................. 8

2.5.1 Cecotrofia ......................................................................................................... 9

2.6 Valor Nutritivo e Alimentício dos Alimentos............................................................. 11

2.7 FONTES NUTRICIONAIS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO


ANIMAL………. ....................................................................................................................... 11

V
2.7.1 Farelo de soja .................................................................................................. 12

2.7.2 Farelo girassol ................................................................................................ 13

2.7.3 Fibra ................................................................................................................ 14

3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 15

3.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ..................................................................... 15

3.2 INSTALAÇÕES E MANEIO ....................................................................................... 15

3.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ...................................................................... 15

3.4 DIETAS EXPERIMENTAIS ........................................................................................ 16

3.5 PARÂMETROS AVALIADOS ................................................................................... 16

3.6 INDICADORES ECONÓMICOS ............................................................................... 17

3.7 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ....................................................................................... 18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 19

4.1 INDICADORES DE DESEMPENHO PRODUTIVO .............................................. 19

4.1.1 Consumo ......................................................................................................... 19

4.1.2 Conversão alimentar ....................................................................................... 20

4.1.3 Ganho Médio Diário (GMD) .......................................................................... 21

4.1.4 Rendimento de Carcaça .................................................................................. 22

4.1.5 Peso de carcaça ............................................................................................... 23

4.1.6 Peso final ........................................................................................................ 24

4.2 Peso das vísceras............................................................................................................. 25

4.3 Viabilidade económica................................................................................................... 26

5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 27

6 RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 29

APÊNDICE ......................................................................................................................... 38

VI
RESUMO

O objectivo do presente estudo foi avaliar o desempenho produtivo, o rendimento das


vísceras comestíveis e a viabilidade económica de coelhos em crescimento alimentados
com rações contendo diferentes níveis de substituição de farelo de soja pelo farelo de
girassol (0%, 50% e 100%). Foram alojados 36 coelhos místicos de ambos os sexos
desmamados aos 35 dias, alojados em gaiolas de arame, seguindo um delineamento
inteiramente casualizado, com três tratamentos e três repetições. Os tratamentos estudados
foram: T1- 0%; 50%; e 100% de substituição de farelo de soja pelo farelo de girassol
respectivamente. Avaliando o período de 35 – 85 dias de idade a substituição de farelo de
soja pelo farelo de girassol influenciou o consumo de ração, GMD, conversão alimentar e o
peso final dos animais. Quanto ao rendimento das vísceras, observou-se que o peso do
fígado, coração e rins foram influenciados pelos níveis de substituição. Em relação ao
indicador de viabilidade, os coelhos submetidos a substituição parcial (T2 50%)
apresentaram menor custo por quilograma de peso vivo, tornando assim este subproduto
uma óptima opção de ingrediente para rações para coelhos. 180 palavras

Palavras-chave: Farelo de girassol, desempenho produtivo, viabilidade económica

VII
ABSTRAT

VIII
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Maiores produtores mundiais de carne de coelho................................................... 4


Tabela 2. Composição centesimal da carne de coelho. .......................................................... 5
Tabela 3. Influência da fibra sobre a concentração de ácidos graxos voláteis no conteúdo
cecal ...................................................................................................................................... 10
Tabela 4. Composição química das fezes de coelho ............................................................ 10
Tabela 5. Composição bromatológica farelo de girassol ...................................................... 14
Tabela 6. Composição percentual das rações experimentais ................................................ 16
Tabela 7. Custos dos ingredientes (Outubro/2015) e das rações experimentais .................. 17
Tabela 8. Consumo de ração de acordo com a substituição do farelo de soja pelo farelo de
girassol na dieta de coelhos em crescimento. ....................................................................... 19
Tabela 9. Conversão alimentar de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo de
girassol na dieta de coelhos em crescimento. ....................................................................... 20
Tabela 10. Ganho médio diário de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo
de girassol na dieta de coelhos em crescimento. .................................................................. 21
Tabela 11. Rendimento de carcaça de acordo com a substituição de farelo de soja pelo
farelo de girassol na dieta de coelhos em crescimento. ........................................................ 22
Tabela 12. Peso de carcaça de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo de
girassol na dieta de coelhos em crescimento. ....................................................................... 23
Tabela 13. Peso final de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo de girassol
na dieta de coelhos em crescimento. .................................................................................... 24
Tabela 14. Peso das vísceras comestíveis de acordo com a substituição de farelo de soja
pelo farelo de girassol na dieta de coelhos em crescimento. ................................................ 25
Tabela 15. Custos finais das rações e relação custo/beneficio (Mt/kg x CA). ..................... 26

IX
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AGVs: Ácidos graxos voláteis

C: Consumo

CA: Conversão alimentar

ED: Energia digestível

EE: Extracto Etéreo

FB: Fibra bruta

FDA: Fibra detergente ácido

FG: Farelo de girassol

FS: Farelo de soja

GMD: Ganho médio diário

MO: Matéria orgânica

MM: Matéria mineral

MS: Matéria seca

PB: Proteína bruta

PD: Proteína digestível

RC: Rendimento de carcaça

EU: União europeia

X
1 INTRODUÇÃO

A criação de coelhos (Oryctolagus cuniculus) destaca-se pelo seu rápido


crescimento, alta fertilidade, precocidade reprodutiva e prolificidade, podendo
desempenhar um papel importante na alimentação humana, pois contribui
significativamente para o aumento na produção de carne, considerando-se principalmente a
sua qualidade, que possui um alto valor protéico e um baixo nível de gordura e colesterol.
O coelho pode utilizar uma dieta à base de produtos e subprodutos com alto teor de fibra
(SCAPINELLO et al. 2000; SANTOS et al. 2006).

Além disso, o coelho possui o aparelho digestivo desenvolvido, principalmente o


ceco, com activa acção microbiana, resultando em uma alta capacidade de aproveitamento
quando comparado a suínos e aves, apresentando boa conversão alimentar com dietas
contendo grandes quantidades de forragens (FERREIRA et al. 2007).
Na actividade cunícola, assim como em outras criações, a alimentação é um factor
decisivo na rentabilidade da actividade, por representar cerca de 70% dos custos de
produção. De modo geral, os alimentos proteicos são mais caros em relação aos
energéticos, por isso, deve-se formular dietas buscando optimizar os níveis proteicos, sem
prejuízos no desempenho (DE BLAS et al. 1998).
Nos últimos dez anos, realizaram-se consideráveis avanços sobre a nutrição de
coelhos. No panorama actual, devido a competição por alimentos disponíveis entre o
homem e os animais domésticos, o coelho emerge como uma espécie animal interessante
que se pode alimentar com produtos fibrosos não utilizados pelo homem.
O farelo de soja, em função do seu elevado valor biológico e de sua disponibilidade
de mercado, é o principal alimento protéico usado nas rações para monogástricos
(FURLAN et al. 1997). Contudo, com o aumento da utilização da soja na alimentação
humana, novos alimentos protéicos alternativos têm sido estudados com o objectivo de
substituir o farelo de soja nas rações. Esse procedimento visa, principalmente, a redução
dos gastos com alimentação.
Dentre os alimentos protéicos alternativos, o girassol tem se apresentado como
opção para formulações de rações para animais monogástricos em áreas onde a

1
disponibilidade de outras fontes de proteínas são escassas, contribuindo assim para suprir as
exigências proteicas dos animais. O grão de girassol apresenta um teor de 29 a 29,5% de
proteína bruta, nutriente com participação considerável no custo da alimentação
(ROSTAGNO et al. 1983).
O grão de girassol também pode ser utilizado nas rações para monogástricos como
uma fonte de energia pelo seu conteúdo de lipídeos (JÁCOME et al. 2002), apresentando
uma gordura composta por ácidos graxos polinsaturados principalmente os ácidos linóleio e
oleico.
Há que salientar que o girassol apresenta grande variação na composição química,
principalmente em proteína e fibra bruta (AGUILERA et al. 1989; MUSHARAF, 1991), o
que se dá em função do cultivar utilizado. Consequentemente, altera o valor nutritivo e
recomendações de uso, justificando, portanto, a avaliação de cultivares que vêm sendo
produzidos na região.

1.1 IDENTIFICAÇÃO/DEFINIÇÃO DO PROBLEMA:

Os preços de fontes de proteína têm sido continuamente crescente nos últimos


tempos, devido a disponibilidade muitas vezes imprevisível, isso faz com que haja um
aumento da concorrência entre os seres humanos e animais para estes ingredientes protéicos
como alimento. A sazonalidade de disponibilidade da soja e os preços elevados no
mercado, fazem com que seja necessário introduzir outros alimentos proteicos alternativos
com baixo custo em relação a soja com vista a reduzir os custos de produção sem no
entanto prejudicar o desempenho produtivo dos animais. Segue-se a seguinte pergunta de
partida:

Qual é a percentagem de substituição ideal da soja em relação ao girassol que não


afecta negativamente o desempenho produtivo?

1.2 HIPÓTESES

Conhecendo-se a percentagem ideal da substituição da soja em relação ao girassol,


sem influência negativa no desempenho produtivo, pode-se reduzir os custos de produção
visto que a ração participa com mais de 50% nos custos totais.

2
1.3 OBJECTIVOS

1.3.1 Objectivo Geral:

 Avaliar o desempenho produtivo, o rendimento das vísceras comestíveis e a


viabilidade económica dos coelhos desmamados e alimentados com dietas
contendo diferentes níveis de girassol integral em substituição de soja
integral.

1.3.2 Objectivos Específicos:

 Avaliar o peso vivo, consumo da ração, ganho médio diário, conversão


alimentar e o rendimento de carcaça.
 Avaliar o rendimento do coração, rins e do fígado em relação ao peso
vivo.
 Comparar os indicadores económicos nos diferentes tratamentos.

3
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PRODUÇÃO E CONSUMO MUNDIAL DA CARNE DE COELHO

A produção mundial de carne de coelho é superior 1,5 milhões de toneladas nos


últimos anos, sendo que, cerca de três quartos desta produção assegurado pelos países:
China, Itália, Espanha e França (FAO STAT, 2009).

A china é o principal produtor, com mais de 40% do total de carne produzida no


mundo, seguida pela Europa com 30%. A UE em 2010 alcançou cerca de 332.000
toneladas o que correspondeu a 28% do total de carne produzida no mundo. Os países
latinos são tradicionalmente consumidores de carne de coelho. A carne de coelho encontra-
se entre as carnes mais procuradas, sendo consumida em família (EUROPEAN FOOD
SAFETY AUTHORITY, 2005).

Tabela 1. Maiores produtores mundiais de carne de coelho.

Países 2006 2007 2008 2009 2010


China 544.8 604.0 660.0 663.0 -----
Bel-Luxemb. 15.0 12.0 10.0 10.0 10.0
R. Checa 25.3 23.3 30.8 18.0 18.0
Espanha 72.3 74.7 61.0 61.2 63.2
França 105 102 97.0 93.0 91.0
Itália 125.0 132.0 132.0 130.0 130.0
Portugal 14.2 16.1 16.8 14.9 14.7
Fonte: Instituto Nacional de Estatística de Portugal, 2011.

A produção mundial de carne de coelho têm diminuindo de ano para ano como
ilustra a tabela anterior. Durante o período apresentado, a queda foi de aproximadamente
13% no conjunto dos países. Tendência negativa esta, que se mantêm nos 3 países com
maior produção da UE. Nos países europeus produtores, a criação de coelhos esta a
atravessar um processo de recessão, com a diminuição da rentabilidade das empresas, na
fase de produção, devido ao aumento dos custos de produção (INSTITUTO NACIONAL
DE ESTATÍSTICA DE PORTUGAL, 2011).

4
2.2 CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA CARNE DO COELHO

A carne de óptima qualidade é aquela que atrai o consumidor por sua cor, pouca
gordura, maciez e suculenta quando preparada. Possui um alto valor proteico, baixa
densidade calórica e se apresenta livre de agentes patógenos e resíduos químicos, com
baixa contagem de microrganismos de deterioração (FELÍCIO, 1993).
A qualidade da cor é avaliada pelo consumidor pelos seguintes aspectos: sabor,
suculência textura e aparência, que contribuem para a aceitação do produto. Embora no
momento da compra o consumidor veja apenas aspectos da qualidade visual da carne crua,
como a cor do músculo e da gordura, proporção musculo/gordura, marmorização e firmeza
do tecido muscular, a textura também deveria ser determinada na hora da compra (SAINZ,
1996).
Com a busca de alimentos mais saudáveis a cunicultura vem se tornando um
atractivo ao consumidor por ser uma carne saborosa, de baixo teor calórico, elevada
proteína e alta digestibilidade.
Segundo FORRESTER-ANDERSON et al. (2006), comparada a outras carnes, de
suíno, frango e cordeiro, a carne de coelho possui menor quantidade de colesterol, de
gordura e de sódio, esses atributos estão ganhando mais importância entre os consumidores.

Tabela 2. Composição centesimal da carne de coelho.

Componente Valor/100g
Humidade 72,82g
Proteínas 20,05g
Lipídeos totais 5,55g
Cinzas 0,72g
Ácidos graxos saturados totais 1,660g
Ácidos graxos monoinsaturados totais 1,500g
Ácidos graxos polinsaturados totais 1,080g
Colesterol 57mg
Ca 13,00mg
Fe 1,57mg
Mg 19,00mg
P 213,00mg
Fonte: Adaptado de USDA (2005).

5
2.3 ASPECTOS RELEVANTES SOBRE A NUTRIÇÃO DE COELHOS

Os coelhos possuem o aparelho digestivo desenvolvido, principalmente o ceco e a


existência de uma microbiota activa, o que possibilita em uma capacidade relativamente
alta em aproveitar os alimentos grosseiros, se comparada aos suínos e as aves. Essa
capacidade, entretanto, não se equipara a dos ruminantes (CHEEKE, 1983).
A cecotrofia é uma particularidade de comportamento digestivo dos coelhos, que
consiste na ingestão dos cecotrófos (conteúdo digestivo do ceco, também denominada por
alguns autores como fezes moles) excretadas diariamente pelos animais (FERREIRA et al.
2012), fornecendo quantidade expressiva de alguns nutrientes sintetizados ou liberados na
fermentação no ceco e reciclagem de parte do alimento não digerido, resultando numa
melhor utilização do mesmo (GOMES & FERREIRA, 1999).
Outra particularidade dos coelhos é apresentar baixo peristaltismo intestinal, o que
implica na necessidade de ingerir uma dieta com adequado nível de fibra para evitar
transtornos intestinais (FERREIRA et al. 2012).
LEBAS et al. (1986) relata que o trânsito digestivo da matéria seca no coelho é mais
rápido e maior se a celulose bruta do alimento for maior e/ou quando forem mais grosseiras
as partículas. No entanto, alimentos que contém poucas partículas grossas ou estas são
altamente digestíveis, trazem transtorno ao ceco e o conteúdo cecal se empobrecerá em
elementos capazes de nutrir as bactérias que vivem no ceco.

2.4 EXIGÊNCIA DE PROTEÍNA PARA COELHOS EM CRESCIMENTO

As exigências em proteína para coelho em crescimento podem ser determinadas


avaliando-se o ganho de peso, consumo de alimento e conversão alimentar (JACOB e
PENZ JR., 1992).
Uma generalização acerca da digestão da proteína em coelhos é que a digestibilidade
de proteínas de origem vegetal (farelo de soja, farelo de algodão, farelo de girassol, etc.) é
semelhante a que ocorre em outros animais (CHEEKE, 1987), sendo que os principais
factores envolvidos são a estruturas químicas e a actividade enzimática (FRAGA, 1998).
Nos coelhos assim como em outras espécies animais não existem exigências
específicas em proteínas, mais assim em aminoácidos, a partir dos mesmos são sintetizadas

6
proteínas corporais. Neste sentido para facilitar os cálculos é muito comum expressar as
exigências em proteína bruta, (MAERTENS, 1998).
Porém, existem diferenças notáveis na digestibilidade das proteínas dos
concentrados protéicos (± 80%), cereais e forragens (45-60 %). Devido a particularidade do
sistema digestivo dos coelhos, por apresentar ceco funcional com microbiota activa, o que
lhe possibilita reaproveitar melhor o alimento através da cecotrofia, o que aumenta a
capacidade de melhorar o valor nutritivo da proteína de baixa qualidade (FRAGA, 1998).
Apesar da prática da cecotrofia pelos coelhos, a qualidade da proteína é importante
para se obter um alto rendimento, mesmo porque o consumo de proteínas dos cecotrófos
representa somente de 15 a 20 % do total da proteína necessária. Por esta razão que se deve
ter atenção nas dietas para os aminoácidos limitantes lisina, metionina+cistina, arginina,
treonina e triptófano. As necessidades de aminoácidos na dieta são expressas em g/kg, mas
seria desejável expressá-los como aminoácidos digestíveis ileais em relação à concentração
de energia da dieta (CHEEKE, 1978).

2.4.1 Exigência de aminoácidos

A proteína é de primordial importância para os organismos vivos. Na actual situação


económica, para aumentar o lucro, a melhor alternativa é diminuir o custo de produção,
sem prejudicar a produtividade. Dentre os custos variáveis numa criação, o mais importante
é a alimentação, portanto, é oportuno desenvolver pesquisas que buscam mecanismos de
redução no custo nutricional (BRITO, 2010).

A formulação baseada em custos mínimos, relaciona a energia e aminoácidos livres


como nutrientes mais caros, tendo uma participação expressiva no preço final do produto.
Aproximadamente 40-45% dos custos com alimentação na criação animal estão associados
com o atendimento do requerimento de aminoácidos (BRITO, 2010).
De acordo com FRAGA (1998) o teor de proteína da dieta necessária para atender a
exigência do coelho vária de acordo com seu perfil de aminoácidos, o grau no qual depende
da concentração de energia digestível da dieta. Consequentemente informação acerca do
nível de aminoácidos digestíveis em relação ao conteúdo de ED da dieta poderia ser de
grande valia na formulação das dietas.

7
Embora recomendações de níveis digestíveis da maioria dos aminoácidos limitantes
tenham sido recentemente publicados, dados de sua digestibilidade nos diversos alimentos
são ainda limitados, de forma que não é possível expressar as exigências para coelhos em
tais unidades (FRAGA, 1998).
Segundo SANTOMÁ et al. (1989), a maioria dos ingredientes utilizados na
formulação de dietas para coelhos, apresentam como aminoácido limitante principal a
metionina + cistina, seguida pela lisina. Um fornecimento deficiente de proteína e ou um
desequilíbrio entre aminoácidos provoca redução no consumo, já que o animal não encontra
material suficiente para síntese protéica.

2.4.2 Digestibilidade da proteína

A contribuição nutricional de proteínas para os animais depende não apenas da


composição de aminoácidos das dietas, mas também da eficiência com que são utilizados.
Nem todos os aminoácidos que são fornecidos pela proteína dietética se tornam disponíveis
para o animal durante o processo digestivo e metabólico. Sendo assim, é importante
conhecer a proporção de aminoácidos ingeridos que são utilizados para funções
metabólicas normais, suprindo sítios de síntese protéica (BRAGA, 2001).
A digestão de proteínas ocorrer principalmente no intestino delgado e ceco. Com
uma fonte protéica de alta qualidade e de fácil digestão, como o farelo de soja, isto pode ser
antecipado, sendo o intestino delgado o maior sítio de digestão (CHEEKE, 1988).
De acordo com SANTOMÁ et al. (1989) existem poucos dados mostrando o grau
de digestão da proteína antes do ceco. No caso de herbívoros monogástricos, a posição da
câmara fermentativa distal ao local de digestão química impede que os alimentos que já
sofreram acção dos microrganismos sejam aproveitados. Os coelhos contornam este
problema praticando a cecotrofia, pela qual as fezes são ingeridas, permitindo uma
continuidade da digestão e um melhor aproveitamento dos alimentos.

2.5 METABOLISMO CECAL

O maior compartimento digestivo no coelho, é o ceco, sendo proporcionalmente de 5


a 6 vezes maior que o do cavalo, participando directamente do processo digestivo, sendo o
principal sítio de fermentação e degradação da fibra. Além disso, apresenta uma estrutura

8
muito peculiar que inclui apêndice secretor e padrão de morbilidade diurna de enchimento e
esvaziamento, isto ligado à prática de cecotrofia.

A flora cecal dos coelhos apresenta duas características relevantes: estruturação lenta
(quase não existe flora cecal até aos três dias de idade) e uma composição relativamente
simples (composta de bacilos gram negativos não esporulados). A actividade da flora cecal
gera produção de ácidos graxos voláteis (AGV) e amónia, após a fermentação de açúcares
simples e aminoácidos (SANTOMÁ et al. 1989).

Os microrganismos do ceco têm baixa quantidade de material com nitrogénio


digestível em comparação com aqueles do rúmem, devido a isto, maior parte da PB
dietética ser digerida antes do ceco. Portanto, uma significativa proporção da proteína
microbiana será sintetizada a partir da ureia e outras fontes de nitrogénio endógenas
(enzimas digestivas e descamação celular). As proteínas fermentadas pela flora cecal são
convertidas a amónia que é a principal fonte de nitrogénio para a síntese de proteína
bacteriana (ALBINO e SILVA, 1996).

A actividade microbiana do ceco dos coelhos, confere a capacidade de melhorar o


valor nutritivo da proteína dietética de baixa qualidade. No entanto, a proteína, resultante de
processos fermentativos, representa uma pequena parte das exigências nutricionais do
animal, além disso, ela só será hidrolisada e absorvida pelo hospedeiro através da
cecotrofia. Este aspecto realça o conceito de essencialidade de aminoácidos de fontes
exógenas para coelhos, principalmente na fase de crescimento (JACOB e PENZ JR., 1992).

2.5.1 Cecotrofia

Os monogástricos herbívoros consomem alimentos que caracterizam-se por


apresentar uma elevada proporção de componentes fibrosos, apesar de não produzirem
enzimas que transformem aqueles componentes em nutrientes absorvíveis. Entretanto,
possuem no seu sistema digestivo órgãos habitados por uma população microbiana em
simbiose com o hospedeiro que exerce uma actividade celulolítica importante. Com efeito,
os microrganismos obtêm energia a partir dos componentes fibrosos das forragens,
produzindo principalmente ácidos graxos voláteis (acético, propiónico e butírico), estes
ácidos e os próprios microrganismos são utilizados como fonte de nutrientes (MACHADO
et al. 2011).

9
Tabela 3. Influência da fibra sobre a concentração de ácidos graxos voláteis no conteúdo cecal

Nível de fibra no alimento (% MS) 6,11 14,72

AGV (μ moles/g MS) 212 161

% Acético 61,2 69,7

% Propiónico 14,5 11,3

% Butírico 20,2 15,8

Fonte: Adaptado de MACHADO et al. (2011).

A cecotrofia é importante para os coelhos, porque possibilita utilizar nutrientes de


origem bacteriana que, de outra forma, seriam eliminados nas fezes. Os cecotrófos são
formados por uma quantidade de bactérias cecais e, em menor quantidade, por alimento não
digerido. Sua forma é oval ou esférica, com diâmetro aproximado de 3 a 8 mm. Estas
partículas encontram-se unidas mediante uma mucosa de origem bacteriana (MURILLO,
2005).

Tabela 4. Composição química das fezes de coelho

Tipo de fezes Nutrientes (%)

PB FDN FDA Celulose Lignina


Fezes duras 14,8 78,1 47 35,8 11
Cecotrófos 37,8 45,1 26 20,3 5,8
Fonte: Adaptado de DÁVILA, (2006)

Através da cecotrofia, o coelho completa suas exigências de vitaminas


hidrossolúveis, até 20% da PB e 30% da energia na forma de AGV e pode representar 18%
do consumo total de matéria seca diária. Constatou-se um aumento de 11,5 a 29,75% na
digestibilidade da MO e FDA da dieta, devido a uma maior concentração de bactérias
celulolítica no conteúdo cecal de coelho que realizam cecotrofia (DÁVILA, 2006).

Os números de bactérias presentes nos cecotrófos relacionam com um efeito


bacteriotástico ou imunológico, que evita a proliferação de bactérias patogénicas na mucosa
do ceco, causadores de doenças entéricas, como a E. coli (MURILLO, 2005).

10
De acordo com ROBINSON et al. (1985), a cecotrofia é necessária para melhorar a
utilização da proteína de baixa qualidade pelos coelhos, quando comparados com outros
monogástricos como suínos e outro. Quando digestão de grãos e suplementos proteicos de
alta qualidade é incompleta no intestino delgado, a cecotrofia é essencial para melhorar
utilização da fracção não digerida da dieta. Isto deve-se provavelmente ao reflexo do rápido
tempo de passagem do alimento pelo intestino delgado, insuficiente para a digestão.

2.6 VALOR NUTRITIVO E ALIMENTÍCIO DOS ALIMENTOS

O valor nutritivo refere-se à composição química e à digestibilidade do alimento ao


passo que, o valor alimentício compreende a avaliação biológica do valor do alimento em
termos de produção animal capacitando este, de realizar sua função produtiva. Com esta
definição conclui-se que o valor alimentício é mais abrangente em relação ao nutritivo, pois
engloba o conceito de consumo (DETMANN, 2008).

De acordo com VAN SOEST (1994), o valor nutritivo de um alimento é composto


por três partes: digestibilidade, consumo de alimento e eficiência energética, onde a
frequentemente avaliada é a digestibilidade. Segundo o mesmo autor, a qualidade de um
alimento pode ser modificada por suas características físicas, que podem ser relativamente
independentes da composição química.
Existem carboidratos fibrosos e não fibrosos, que apresentam propriedades
nutricionais diferentes. A fibra pode ser definida como a fracção dos alimentos lentamente
digestível ou indigestível em que esta ocupa espaço no trato gastrintestinal dos animais
(MERTENS, 1997).
O consumo de matéria seca pelos animais depende principalmente do tamanho da
partícula além da digestibilidade e taxa de passagem desse alimento pelo tubo digestivo
(ALLEN, 2000).

2.7 FONTES NUTRICIONAIS ALTERNATIVAS NA ALIMENTAÇÃO ANIMAL

A soja é o principal alimento protéico utilizado em muitos países nas rações de


monogástricos por apresentar elevado valor biológico e disponibilidade no mercado.
Portanto, com o aumento da utilização da soja na alimentação humana, novas alternativas

11
de alimentos proteicos têm sido estudados com o intuito de substituir esse ingrediente nas
rações (FURLAN et al. 2001).

Na produção animal, a alimentação representa o principal custo da produção


principalmente quando se utilizam fontes nutricionais como o milho e o farelo de trigo, que
apesar da alta qualidade nutricional apresentam, em geral, um custo elevado. Sendo assim,
a utilização de fontes nutricionais alternativas mais económicas pode proporcionar uma
diminuição nos custos de produção, incrementando um aumento na lucratividade e sem
perdas no desempenho animal (FURLAN et al. 2003; MICHELAN et al. 2006).

Os alimentos tradicionais utilizados em dietas de coelhos como alfafa, farelo de trigo


e farelo de soja, entre vários outros, já foram muito bem avaliados. No que se refere aos
alimentos alternativos, o girassol, o milheto e a casca de mandioca desidratada têm se
mostrado como opções para formular rações (SCAPINELLO et al. 1999).
SCAPINELLO et al. (2006), estudando a substituição do milho pela farinha de
varredura de mandioca, concluíram que a incorporação em nível de 26,4% substitui em
100% a energia digestível do milho.
FURLAN et al. (2005), ao substituir o milho comum pela raspa integral de
mandioca, extrusada ou não, na ração para coelhos, observaram que não houve diferenças
no desempenho e no rendimento de carcaça dos animais.

2.7.1 Farelo de soja

O FS é utilizado como um dos principais subprodutos em rações de animais, isto


devido, as qualidades nutricionais apresentadas. Este subproduto é resultante da extracção
de óleo do grão com ou sem casca. Os níveis proteicos variam de acordo com o
processamento do grão. O primeiro dos farelos obtidos apresenta 44% de PB sendo que, o
ajuste do valor proteico é realizado através da adição da casca de soja oriunda da produção
do farelo de soja de 48% de PB, o qual é descascado antes da extracção do óleo (PENZ e
BRUGALLI, 2001).

Sendo assim, é de grande importância a utilização de farelo de soja como principal


fonte de proteína na alimentação animal.

12
Nos últimos anos, tem se discutido muito a questão da inclusão de subprodutos de
origem animal nas rações devido à possibilidade de transmissão de patogenias, dentre elas,
destaca-se o mal de vaca louca, o qual, trouxe grandes prejuízos no sistema agropecuário
com o facto de elevar o consumo e preço do farelo de soja (HALL, 2003).

2.7.2 Farelo girassol

O processamento do grão de girassol pode ser realizados sob três formas de acordo
com PINHEIRO et al. (2002), através de uma extracção mecânica, uma pré-prensagem
seguida a aplicação de um solvente e a extracção com solvente propriamente dita. Pelo
procedimento mecânico, as sementes são quebradas e algumas cascas são separadas; em
seguida, as sementes são prensadas para obtenção do óleo e este material prensado sobra
cerca de 8% de óleo.

O valor nutricional do farelo de girassol em termos de energia, conteúdo de fibras


pode ser afectado de acordo com as operações realizadas durante o processamento.
Segundo FURLAN et al. (2001), afirmam que os níveis elevados de fibra
encontrados no farelo de girassol proporcionam uma baixa energia digestível. Apesar deste
facto, o farelo de girassol pode servir como um substituto adequado ao farelo de soja,
mesmo apresentando teores de lisina inferiores ao farelo de soja, porem, as concentrações
de cálcio, fósforo, vitaminas do complexo B e metionina superam (OLIVEIRA et al. 2003).
A presença de óleo residual e partes da casca no farelo, contribuem para que haja
variações na energia metabolizável ao passo que, o conteúdo de fibras, sobre modificações
de acordo com um adequado descasmento, melhorando a eficiência do farelo e tornando-o
mais competitivo no mercado de insumos (MUSHARAF, 2001).
Uma preocupação há ter atenção é com a presença do chamado acido clorogênico
no farelo de girassol, pois, inibe a actividade da tripsina alterando a digestibilidade das
proteínas. Existem algumas técnicas que visam à eliminação desse ácido, que compreende
na adição de antioxidantes e outras substâncias que inibem a reacção enzimática bem como
a difusão em água antes da solubilidade das proteínas (LIMA et al. 2013).

13
Tabela 5. Composição bromatológica farelo de girassol

Nutrientes Farelo de girassol

(1) (2) (3)


MS (%) 88,05 89,95 89,74
MM (%) 4,97 5,67 5,98
PB (%) 27,36 28,09 30,22
EE (%) 3,32 2,87 1,78
FB (%) ------ 22,37 ------
Ca (%) ------ 0,30 ------
P ------ 0,83 ------
1 2 3
Fonte: Stringhini et al. (2000); Tavernari et al. (2009); Rostagno et al. (2011);

2.7.3 Fibra

O processo de fermentação dos polissacarídeos estruturais encontra-se relacionada


com a natureza físico-química da fibra, à sua concentração na dieta, sua forma física, alem
do grau de moagem do alimento fibroso com o qual se está trabalhando. Essas
características relativas ao estágio fisiológico do animal (SANTOMÁ, et al. 1993).

A fibra esta constituída por um grupo heterogéneo de compostos pelos quais são
uma combinação de polissacarídeos como a celulose, hemicelulose e pectinas (MOTTA et
al. 2006).
Quando fala-se de fibra, principalmente em monogástricos, por estes não possuírem
a capacidade enzimática de digerir celulose, pectinas e outros, merecem uma atenção
especial, devido a baixa digestibilidade esses polissacarídeos representam um problema
para os animais, pois quando não digeridos aumentam a viscosidade do quimo intestinal o
que prejudica a acção das enzimas e diminui a absorção dos nutrientes da dieta.
O tipo de fibra nas dietas de coelhos influencia na concentração e proporção de
ácidos graxos voláteis no intestino onde, a partir da absorção desses na porção do intestino
grosso, ocorra a manutenção de pH do lúmen (DUKES, 1996).
Segundo BACH KNUDSEN (2001), quando fibra é insolúvel ocorre o aumento do
bolo fecal no intestino grosso ocasionando uma diminuição no tempo de trânsito e
ineficiência no aproveitamento dos nutrientes.

14
3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O experimento foi realizado no sector de produção de coelhos da Missão Católica


da Fonte Boa, situada a 15 km da Vila Ulónguè (vila sede do distrito de Angónia).

A precipitação média anual vária consideravelmente no distrito, com regiões


apresentando 645mm (norte do distrito) até 1140 mm (Tsangano). A temperatura média
anual por extrapolação dos valores de altitude é de 20oC, embora nos meses mais frios a
o
temperatura média anual possa variar entre 17,6 C e 19,8oC (MINISTERIO DA
ADMINISTRAÇÃO ESTATAL, 2005).

3.2 INSTALAÇÕES E MANEIO

Após o desmame, os animais foram identificados e alojados em gaiolas de arame


galvanizado com uma lotação de 4 animais cada, providas de bebedouros tipo chupeta e
comedouros de chapa galvanizada tipo cocho. As gaiolas estavam localizadas em um
galpão de alvenaria, com cobertura de chapas de zinco, pé-direito de 3 metros, piso de
cimento, provido de cortinas de lona plástica para o controle dos ventos e uma orientação
norte-sul. As rações foram formuladas no local do experimento e fornecida aos animais na
forma farelada. Durante o decorrer do experimento os animais receberam água e ração ad
libitum.

3.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Foram utilizados 36 coelhos (Oryctolagus cuniculus) mestiços distribuídos em um


delineamento inteiramente casualizado com 3 tratamentos e 3 repetições

T1: (0% de farelo de girassol e 100% de farelo de soja);

T2: (50% de farelo de girassol e 50% de farelo de soja);

T3: (100% de farelo de girassol e 0% de farelo de soja).

Na distribuição dos animais em seus respectivos tratamentos, foi levada em


consideração a uniformidade dos lotes, de acordo com o peso dos animais.

15
3.4 DIETAS EXPERIMENTAIS

Os animais foram fornecidos três dietas, de acordo com os requisitos estabelecidos


por Machado et al. (2001)

Tabela 6. Composição percentual das rações experimentais

Nível de inclusão de girassol


Composição
0% 50% 100%
Milho amarelo 20 20 20
Farelo de Soja 40 20 0
Farelo de Girassol 0 20 40
Cloreto de sódio 0,5 0,5 0,5
Folhas de repolho 39,5 39,5 39,5
Fonte: Autor (2016).

3.5 PARÂMETROS AVALIADOS

Existem diversos índices de eficiência alimentar já propostos. O mais usual é a


conversão alimentar, que é definido pelo kg de consumo de alimento/kg de ganho de peso
da semana, a qual é uma medida bruta de eficiência (ARRUDA et al., 2003).

Desta forma, o desempenho dos animais foi avaliado por meio dos parâmetros:

Ganho médio diário GMD

Conversão alimentar

Consumo de ração

As informações colectadas foram: peso inicial, peso a cada sete dias, peso final e
peso ao abate. No final do experimento, obteve-se o rendimento de carcaça (RC) com a
seguinte fórmula:

100%

O abate foi realizado aos 85 dias, pelo método de concussão cerebral, após o qual os
coelhos foram submetidos à sangria por corte da veia jugular. A esfola foi feita a partir dos

16
membros posteriores enquanto as patas dianteiras e a cabeça eram separadas. As carcaças
sem as cabeças e as patas foram evisceradas, pesadas. As vísceras comestíveis (coração,
rins e fígado) foram separadas do restante dos órgãos digestivo e com auxílio de um papel
absorvente foi retirado o excesso de sangue e posteriormente pesadas utilizando uma
balança de precisão (SANTOLIN, 2001).

3.6 INDICADORES ECONÓMICOS

A procura por alimentos alternativos dentro da nutrição animal tem como principal
objectivo a redução de custos dentro de cadeia produtiva.

Os preços dos ingredientes foram consultados no distrito de Tsangano, província de


Tete, e as dietas experimentais foram formuladas no sector de produção cunicola da Fonte
Boa. Na tabela 5, estão apresentados os custos médios dos ingredientes que compõem as
rações experimentais.

Cada ração foi calculada a partir da quantidade de cada ingrediente descrito na


tabela 4, e seus preços em meticais por quilograma, ou seja quantidade do ingrediente x
Mt/kg de cada ingrediente. Este método foi proposto por COLONI (2010).

Tabela 7. Custos dos ingredientes (Outubro/2015) e das rações experimentais

INGREDIENTES MT/KG
Milho amarelo 8,89
Soja 17,06

Farelo de girassol 11.9

Folhas de repolho 3.5

Sal comum 25

RAÇÕES MT/KG

T (0%) 10,1

T (50%) 9,1

T (100%) 8,0

Fonte: Autor (2016).

17
3.7 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

O delineamento inteiramente casualizado é utilizado quando as unidades


experimentais são uniformes, e é dado pelo seguinte modelo:

Yij = m + ti + eij
Sendo:
Yij, o valor observado referente à variável Y na unidade experimental que recebeu o
tratamento I na repetição J;
m, constante;
ti, efeito do tratamento I;
eij, contribuição da variação não controlada referente à observação Yij.

Com o auxílio do pacote estatístico SPSS, mediante uma análise descritiva, os


dados foram testados através do Teste de Tukey, utilizando um nível de 5% de
probabilidade, buscando a diferença mínima significante entre as médias, dos parâmetros
avaliados em cada tratamento (ver anexos).

18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 INDICADORES DE DESEMPENHO PRODUTIVO

4.1.1 Consumo

Tabela 8. Consumo de ração de acordo com a substituição do farelo de soja pelo farelo de girassol na
dieta de coelhos em crescimento.

Tratamento Media Erro típico Significância CV


a
1 126,33
2 117,67b 1,333 * 3,2
c
3 122,00
Letras diferentes na mesma coluna diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Tukey.
CV-Coeficiente de variação
Os valores de consumo de ração encontram-se apresentados na tabela acima. Onde
verifica-se uma diferença significativa entre os tratamentos, com destaque para o T2 (50%)
que apresentou menor consumo médio de 117,67g/dia, este resultado foi proporcionado
devido ao óptimo equilíbrio existente entre a energia e proteína digestível na ração. Os
tratamentos T1 (0%) e T3 (100%), apresentaram valores de consumo elevados em relação ao
T2 (50%), isto devido a reduzida energia digestível das rações e elevada proteína. Este facto
fez com que os animais destes tratamentos tivessem a tendência de consumir mais alimento
para suprir as exigências de energia.

Os trabalhos desenvolvidos por DE BLAS et al. (1985), demonstraram que a fibra é


necessária para facilitar o trabalho mecânico do tubo digestivo e que, geralmente o
conteúdo de fibra deve estar entre 12 e 17% de FB na dieta.
Os valores de consumo obtidos neste estudo apresentam similaridades os
encontrados por FURLAN et al. (2001), que pesquisando os níveis de inclusão de farelo de
girassol em coelhos em crescimento, registaram valores de consumo médio na ordem de
120,37g/dia. COLONI, (2010), estudando a substituição da soja por girassol em níveis
crescentes até 40% não encontrou diferenças significativas no consumo da ração entre os
níveis estudos, resultado contrário aos encontrados neste estudo. Estas diferenças de
resultados podem estar influenciadas pelo tipo de processamento e a variedade da cultura
utilizada que afecta significativamente o valor nutricional do farelo (ANDRIGUETO,
1988).

19
4.1.2 Conversão alimentar

Tabela 9. Conversão alimentar de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo de girassol na
dieta de coelhos em crescimento.

Tratamento Media Erro típico Significância CV


a
1 4,03
2 3,34b 0,130 * 10,18
a
3 4,12
Letras diferentes na mesma coluna diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Tukey.
CV-Coeficiente de variação

A tabela anterior ilustra valores relativos ao conversão alimentar, podendo-se


constatar diferenças significativas entre os tratamentos. Os tratamentos T1 (0%) e T3
(100%) não apresentaram diferenças significativas entre si, mais tiveram maiores valores de
conversão alimentar de 4,03 e 4,12 respectivamente para (p<0,05), isto mostra que os
animais destes tratamentos alimentaram-se com maior quantidade de alimento e foram
menos eficientes em transformar este alimento em peso. Este resultado deve-se ao facto das
dietas dos tratamentos T1 (0%) e T3 (100%) terem maior quantidade de proteínas em
relação a energia metabolizável, isto ocasionou maior consumo para a satisfação em
energia. O contrário se observou com tratamento T2 (50%), onde a dieta era constituída por
um equilíbrio energético/protéico permitindo uma maior conversão alimentar, com o valor
de 3,34, onde o consumo foi relativamente inferior mais satisfazendo as exigências dos
animais.

De acordo com SILVA et al. (2007), a digestibilidade é influenciada por factores


relacionados ao animal ou ligada ao alimento como sua composição, balanceamento dos
nutrientes, densidade energética e boas práticas de fabricação dessa ração.

Os resultados obtidos neste trabalho diferem dos obtidos por MASOERO et al.
(1990), avaliando níveis de inclusão do farelo de girassol de 20, 35 e 45% em rações de
coelhos em crescimento, constataram conversão alimentar superiores (4,67), e valores estes
que não diferiram entre si. CARABAÑO et al. (1989), também estudado os nível de
inclusão de girassol em desempenho de coelhos em crescimento não observou prejuízos no
desempenho dos animais.

20
É importante salientar que o farelo de girassol apresenta grandes variações na
composição química, principalmente em proteína e fibra, influenciado pelo cultivar
utilizado (MUSHARAF, 1991).

4.1.3 Ganho Médio Diário (GMD)

Tabela 10. Ganho médio diário de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo de girassol na
dieta de coelhos em crescimento.

Tratamento Média Erro típico Significância CV


a
1 31,3300
2 35,2800b 0,91061 * 8,50
3 29,6500a
Letras diferentes na mesma coluna diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Tukey.
CV-Coeficiente de variação
A presença de farelo de girassol em 50% na deita de coelhos em crescimento,
proporcionou melhores valores de ganho médio diário (GMD) em torno de (35,28g/dia),
isto devido a moderada quantidade de fibra na ração, melhorando desta forma a composição
do bolo alimentar, possibilitando um adequado transito do conteúdo gastrointestinal, isto,
faz com que ocorra um maior tempo de acção das enzimas digestivas, melhorando
significativamente os níveis de absorção de nutrientes. O tratamento T3 (100%) apresentou
o menor ganho médio diário (p<0,05), resultante do alto conteúdo de fibra na dieta,
causando uma redução nos valores de energia e proteína.

Citação A medida que se vai incrementando os níveis de farelo de girassol na dieta,


ocorre um aumento do teor de fibra na ração, esta fibra, tem a capacidade de aumentar a
velocidade do bolo alimentar, aumentando de forma significativa a motilidade gástrica,
reduzindo o tempo de permanência do alimento no estômago. Com o aumento da
velocidade de passagem do alimento nos órgãos responsáveis pelos processos iniciais da
digestão, isto faz com que o animal active mecanismos alternativos (fermentação cecal e
cecotrofia) para melhorar o aproveitamento do alimento. Usa isso como justificativa,
primeiro deves descrever os resultados

Pesquisas realizadas por ORTÍZ et al. (1989), para determinar o efeito da fibra na
dieta em coelhos em engorda, constataram uma redução na digestibilidade da energia

21
quando se incrementou o nível de fibra na dieta, resultando dessa forma em baixos valores
de ganho médio diário dos animais. Estes resultados coincidem com os encontrados por DE
BLAS (1989), que assegura que altos níveis de fibra na dieta pode diminuir a
digestibilidade dos restantes nutrientes.

Os resultados obtidos neste trabalho vão de acordo com os resultados encontrados


por MASOERO et al. (1990), que ao avaliar níveis superiores de inclusão de farelo de
girassol nas rações (20, 35 e 45%) observou resultados satisfatórios de desempenho sem
diferenças entre os tratamentos.

4.1.4 Rendimento de Carcaça

Tabela 11. Rendimento de carcaça de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo de girassol
na dieta de coelhos em crescimento.

Tratamento Media Erro típico Significância CV


a
1 53,733
2 56,500b 0,4613 * 2,51
a
3 54,567
Letras diferentes na mesma coluna diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Tukey.
CV-Coeficiente de variação
Para a variável rendimento de carcaça, houve diferença significativa entre as médias
dos tratamentos (P<0,05). Estes valores revelam menores rendimentos de carcaça para os
tratamentos T1 (0%) e T3 (100%), devido a diferentes proporções de fibra que as dietas
apresentavam.

Em geral, a fibra na alimentação do coelho desempenha uma função importante, não


só por melhorar a motilidade gástrica do alimento ao passar do tracto digestivo do animal,
como também mantém o pH e a população de microrganismos do ceco, melhorando assim
os índices de eficiência e absorção de nutrientes. Se a proporção da fibra na dieta for baixa
(menor de 12%), a passagem do bolo alimentar no tracto digestivo é lento e pode provocar
uma elevação na taxa de fermentação e quando a presença de fibra na dieta for elevada
(maior de 15%), o trânsito é rápido e os nutrientes não são bem digeridos, por estes motivos
a absorção se compromete afectando desta forma todos indicadores de rendimento.

22
O mesmo fenómeno observado neste trabalho é realçado por PEREZ DE AYALA et
al. (1991) que trabalhando com aspectos nutricionais em coelhos, observaram que
aumentando a fibra potencialmente digestível na dieta desses animais, proporcionou
redução no rendimento de carcaça pelo aumento relativo do tracto digestivo.

SCAPINELLO et al. (1996), estudando a possibilidade de substituição de proteína


de soja por farelo de canola, observaram resultados inferiores no que diz respeito ao
rendimento de carcaça com valores de 50 a 53% quando o abate se realizou aos 85 dias de
idade. Valores também inferiores foram encontrados por FURLAN et al. (2001) em que,
trabalhando com níveis crescentes de farelo de girassol (0, 15, 25, 40, 50%) em substituição
ao farelo de soja em rações para coelhos, constataram média de 49,15% de rendimento de
carcaça.

Para OLIVEIRA et al. (2003), verificaram que não houve alterações significativas
no rendimento de carcaça de frangos de corte a partir da substituição de 0, 15 e 30% do
farelo de soja pelo girassol.

4.1.5 Peso de carcaça

Tabela 12. Peso de carcaça de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo de girassol na
dieta de coelhos em crescimento.

Tratamento Media Erro típico Significância CV


a
1 959,533
2 1090,500b 27,2512 * 8,25
3 920,067a
Letras diferentes na mesma coluna diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Tukey.
CV-Coeficiente de variação

Com relação aos valores médios de peso de carcaça dos coelhos apresentados na
tabela 9, verificou-se influência do nível de substituição do farelo de soja pelo farelo do
girassol (p<0,05), constatando-se um peso de carcaça superior proporcionado pela ração
contendo 50% de farelo de girassol em relação as rações com 0% e 100% respectivamente.

Sendo está variável directamente proporcional ao rendimento de carcaça, faz com


que tal resposta esteja associada a maior proporção média do peso do sistema digestivo em

23
relação ao rendimento de carcaça e maior rendimento das vísceras comestíveis com rações
contendo boa proporção ED/PD. Estes resultados tendem a reflectir as variações nos
índices de conversão alimentar.

É notável que o peso do sistema digestivo pode alterar o rendimento de carcaça, este
consequentemente influenciou os valores do peso de carcaça, visto que este parâmetro
baseia-se em uma proporção relativa de peso vivo do animal, o que sugere menor peso de
carcaça em função de maior peso do sistema digestivo, cuja inferência reside na taxa de
renovação cecal e motilidade do ceco-cólon (CHEEKE, 1995; ARRUDA, 2000).

4.1.6 Peso final

Tabela 13. Peso final de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo de girassol na dieta de
coelhos em crescimento.

Media Erro típico Significância CV


Tratamento
1 1,78567a
2 1,92967b 0,037357 * 0,006
3 1,68633a
Letras diferentes na mesma coluna diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Tukey.
CV-Coeficiente de variação

O peso final, aos 85 dias de idade, foi influenciado pelos tratamentos em estudo, no
entanto pode-se notar na Tabela 10, que o peso dos coelhos que receberam rações contendo
50% de farelo de girassol (FG), foi significativamente superior em relação aos tratamentos
com 0% e 100% respectivamente. Os pesos dos coelhos dos tratamentos contendo 0% e
100% de farelo de girassol não se diferenciaram estatisticamente entre si, no entanto, pode-
se notar que os valores absolutos do peso ao abate dos coelhos que receberam as rações
com menor nível de inclusão de farelo de girassol (FG) foram levemente superior ao dos
coelhos que receberam as rações contendo maior nível de inclusão de farelo de girassol.

Esta diferença no peso final está relacionada ao consumo de proteína digestível


(PD), de acordo com DE BLAS et al. (1985) e SANTOMÁ et al. (1993), a ingestão média
de 10,6g PD/d, torna-se necessário para permitir um ganho de peso em torno 33g/d,

24
justificando as tendências observadas sobre o peso vivo final e o ganho em peso diário, pois
a ingestão foi superior para o tratamento com inclusão de 50% de farelo de girassol.

4.2 PESO DAS VÍSCERAS

Tabela 14. Peso das vísceras comestíveis de acordo com a substituição de farelo de soja pelo farelo de
girassol na dieta de coelhos em crescimento.

Tratamento Peso do fígado Peso do rim Peso do coração


a a
1 32,6233 12,470 6,7167a
2 41,4400b 17,447b 8,7267b
3 26,6833c 10,120c 5,9800c
Significância * * *
Erro típico 2,16870 1,0887 0,41624
CV 19,35 24,43 17,36
Letras diferentes na mesma coluna diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Tukey.
CV-Coeficiente de variação

As médias dos tratamentos para o peso do fígado, rins e coração foram


influenciados pela substituição do farelo de soja pelo farelo de girassol diferenciando-se
estatisticamente entre si (P<0,05). De acordo com GIDENNE (1996), essa diferença pode
estar relacionada à intensidade de fermentação ocorrida na fonte de fibra escolhida para a
composição da dieta ao passo que, quanto maior a produção de ácidos graxos voláteis,
maior a acidez do meio o que, contribui para a diminuição do pH do conteúdo cecal.

Já GARCIA et al. (1993), ao avaliarem a substituição de amido por fibra de alta


digestibilidade em rações contendo níveis nutricionais similares ao deste estudo,
constataram rendimentos de vísceras comestíveis superiores para a dieta mais fibrosa, em
função de um maior índice de fermentação ceco-cólon. FAGRA et al. (1991), também
verificaram diferenças nos pesos das vísceras ao fornecerem feno de alfafa como alimento
– referência, sendo a qualidade da fibra o factor determinante. Sendo assim, rações menos
lignificadas propiciam maior tempo de retenção, enquanto rações mais lignificadas uma
maior velocidade de transito, resultando em diferenças no peso visceral e eficiência

25
alimentar, ou seja, variações na degradabilidade e padrão fermentativo cecal (GIDENNE,
1987, 1995, 1996).

4.3 VIABILIDADE ECONÓMICA

O estudo de viabilidade das rações do experimento é importante para determinar


qual dentre elas, apresentou o menor custo de produção, e se essa foi eficiente para os
resultados de desempenho como peso final, ganho de peso, consumo de ração e
conversação alimentar. A partir dos custos de cada ração (Mt/kg) x conversão alimentar
(CA), foi determinado o valor final, em meticais, do custo para produção de 1kg de peso
vivo. A tabela a seguir apresenta os custos finais de cada ração e custos para a produção de
1kg de peso vivo, utilizados no presente trabalho. metodologia

Tabela 15. Custos finais das rações e relação custo/beneficio (Mt/kg x CA).

Tratamento Mt/kg CA Mt/kg x CA


a
1 10,1 4,03 40,70
2 9,1 3,34b 30,39
a
3 8,0 4,12 32,96
Letras diferentes na mesma coluna diferem (P<0,05) significativamente pelo teste de Tukey.

O custo de produção de 1kg de peso vivo foi menor para o tratamento em que a
substituição do farelo de soja pelo farelo de girassol foi de 50%, e maior para o tratamento
com 0% de substituição. Este resultado mostra que a utilização do farelo de girassol até
50% nas rações de coelhos em crescimento para além de proporcionar rações com menor
custo, também apresentou melhores resultados produtivos.

Resultados similares foram encontrados por COLONI (2010), que ao substituir


parcialmente o farelo de soja pelo farelo de girassol para coelhos em crescimento até 40%
notou que quanto mais a percentagem de girassol na dieta menor era o custo da ração.

26
5 CONCLUSÃO

Nas condições em que foi realizado o experimento, pode-se concluir que, o


desempenho produtivo de coelhos em crescimento, foi influenciado positivamente quando
se substituiu até 50% de farelo de girassol na dieta, porém a medida que se vai aumentando
os níveis de substituição de farelo de soja pelo farelo de girassol nas dietas, deve-se ter em
conta o aumento da porção fibrosa que reduz a energia digestível da ração. Desta forma, o
farelo de girassol demonstrou ser um substituto viável do farelo de soja na alimentação de
coelhos em crescimento.

As respostas aos níveis de substituição de farelo de soja pelo farelo de girassol


quanto ao rendimento de vísceras comestíveis não apresentaram um padrão definido.

Quanto a viabilidade económica, os coelhos do tratamento T2 (50%) apresentaram


melhor viabilidade económica, devido ao baixo consumo de ração e elevada taxa de
conversão alimentar que esta directamente relacionada ao custo de arraçoamento.

Portanto, em rações para coelhos em fase de crescimento, o farelo de girassol pode


substituir eficientemente o farelo de soja até a percentagem acima citada, ficando seu uso
dependente das condições de mercado e disponibilidade do produto.

27
6 RECOMENDAÇÕES

Será interessante no futuro, realizar outras pesquisas com a finalidade de substituir


alimentos utilizados em rações que competem com alimentação humana.

Torna-se necessário também estudar a influência de diferentes formas de


apresentação (peletizada, em pasta, etc.) do girassol na criação de coelhos.

28
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37
APÊNDICE

N Media Desviació Error Intervalo de confianza Mínim Máxi


n típica típico para la media al 95% o mo
Límite Límite Límite Límite Límite Límite Límite Límite
inferior superior inferior superior inferior superi inferior superi
or or
Consumo 1 3 126,33 2,082 1,202 121,16 131,5 124 128
diário 0
2 3 117,67 1,528 ,882 113,87 121,4 116 119
6
3 3 122,00 1,000 ,577 119,52 124,4 121 123
8
Tota 9 122,00 4,000 1,333 118,93 125,0 116 128
l 7
Conversão 1 3 4,03 ,035 ,020 3,95 4,12 4 4
2 3 3,34 ,249 ,144 2,72 3,96 3 4
3 3 4,12 ,070 ,041 3,94 4,29 4 4
Tota 9 3,83 ,390 ,130 3,53 4,13 3 4
l
GMD (g) 1 3 31,3300 ,38432 ,22189 30,3753 32,28 31,02 31,76
47
2 3 35,2800 2,14077 1,23597 29,9620 40,59 32,81 36,60
80
3 3 29,6500 ,24556 ,14177 29,0400 30,26 29,38 29,86
00
Tota 9 32,0867 2,73184 ,91061 29,9868 34,18 29,38 36,60
l 65
rendiment 1 3 53,733 ,6028 ,3480 52,236 55,23 53,1 54,3
o de 1
carcaca 2 3 56,500 ,6557 ,3786 54,871 58,12 55,9 57,2
9
3 3 54,567 ,9074 ,5239 52,313 56,82 53,6 55,4
1
Tota 9 54,933 1,3838 ,4613 53,870 55,99 53,1 57,2
l 7
peso de 1 3 959,533 17,9600 10,3692 914,918 1004, 938,8 970,3
carcaca 149
2 3 1090,50 48,5760 28,0454 969,830 1211, 1035,8 1128,6
0 170
3 3 920,067 13,1766 7,6075 887,334 952,7 907,4 933,7
99
Tota 9 990,033 81,7535 27,2512 927,192 1052, 907,4 1128,6
l 875
peso do 1 3 32,6233 ,60929 ,35177 31,1098 34,13 31,92 32,99
fígado 69

38
2 3 41,4400 1,84740 1,06660 36,8508 46,02 39,36 42,89
92
3 3 26,6833 ,38109 ,22003 25,7366 27,63 26,32 27,08
00
Tota 9 33,5822 6,50610 2,16870 28,5812 38,58 26,32 42,89
l 33
media do 1 3 3,400 ,0000 ,0000 3,400 3,400 3,4 3,4
R.FIG 2 3 3,800 ,0000 ,0000 3,800 3,800 3,8 3,8
3 3 2,900 ,0000 ,0000 2,900 2,900 2,9 2,9
Tota 9 3,367 ,3905 ,1302 3,066 3,667 2,9 3,8
l
peso do 1 3 12,470 ,2339 ,1350 11,889 13,05 12,2 12,6
rin 1
2 3 17,447 ,7791 ,4498 15,511 19,38 16,6 18,1
2
3 3 10,120 ,1453 ,0839 9,759 10,48 10,0 10,3
1
Tota 9 13,346 3,2660 1,0887 10,835 15,85 10,0 18,1
l 6
media do 1 3 1,300 ,0000 ,0000 1,300 1,300 1,3 1,3
R.rin 2 3 1,600 ,0000 ,0000 1,600 1,600 1,6 1,6
3 3 1,100 ,0000 ,0000 1,100 1,100 1,1 1,1
Tota 9 1,333 ,2179 ,0726 1,166 1,501 1,1 1,6
l
peso do 1 3 6,7167 ,12702 ,07333 6,4011 7,032 6,57 6,79
coracao 2
2 3 8,7267 ,38760 ,22378 7,7638 9,689 8,29 9,03
5
3 3 5,9800 ,08544 ,04933 5,7678 6,192 5,90 6,07
2
Tota 9 7,1411 1,24871 ,41624 6,1813 8,101 5,90 9,03
l 0
media do 1 3 ,700 ,0000 ,0000 ,700 ,700 ,7 ,7
R.cor 2 3 ,800 ,0000 ,0000 ,800 ,800 ,8 ,8
3 3 ,650 ,0000 ,0000 ,650 ,650 ,7 ,7
Tota 9 ,717 ,0661 ,0220 ,666 ,768 ,7 ,8
l
peso final 1 3 1,78567 ,017039 ,009838 1,74334 1,827 1,768 1,802
(kg) 99
2 3 1,92967 ,066583 ,038442 1,76426 2,095 1,853 1,973
07
3 3 1,68633 ,024685 ,014252 1,62501 1,747 1,659 1,707
65
Tota 9 1,80056 ,112072 ,037357 1,71441 1,886 1,659 1,973
l 7

39
ANOVA

Suma de gl Media F Sig.


cuadrados cuadrática
Consumodiario Inter-grupos 112,667 2 56,333 22,043 ,002
Intra-grupos 15,333 6 2,556
Total 128,000 8
Conversao Inter-grupos 1,081 2 ,541 23,778 ,001
Intra-grupos ,136 6 ,023
Total 1,217 8
GMD (g) Inter-grupos 50,122 2 25,061 15,693 ,004
Intra-grupos 9,582 6 1,597
Total 59,704 8
rendimento de carcaca Inter-grupos 12,087 2 6,043 11,214 ,009
Intra-grupos 3,233 6 ,539
Total 15,320 8
peso de carcaca Inter-grupos 47757,407 2 23878,703 25,084 ,001
Intra-grupos 5711,633 6 951,939
Total 53469,040 8
peso do fígado Inter-grupos 330,776 2 165,388 126,271 ,000
Intra-grupos 7,859 6 1,310
Total 338,635 8
media do R.FIG Inter-grupos 1,220 2 ,610 . .
Intra-grupos ,000 6 ,000
Total 1,220 8
peso do rin Inter-grupos 83,970 2 41,985 184,459 ,000
Intra-grupos 1,366 6 ,228
Total 85,335 8
media do R.rin Inter-grupos ,380 2 ,190 . .
Intra-grupos ,000 6 ,000
Total ,380 8
peso do coracao Inter-grupos 12,127 2 6,063 104,743 ,000
Intra-grupos ,347 6 ,058
Total 12,474 8
media do R.cor Inter-grupos ,035 2 ,018 . .
Intra-grupos ,000 6 ,000
Total ,035 8
peso final (kg) Inter-grupos ,090 2 ,045 25,262 ,001

40
Intra-grupos ,011 6 ,002
Total ,100 8
renda bruta media Inter-grupos 2909,981 2 1454,990 25,262 ,001
Intra-grupos 345,578 6 57,596
Total 3255,559 8
margem bruta media Inter-grupos 5384,513 2 2692,256 46,743 ,000
Intra-grupos 345,578 6 57,596
Total 5730,091 8
custo medio de Inter-grupos 5784,660 2 2892,330 . .
arrocoamento Intra-grupos ,000 6 ,000
Total 5784,660 8
rentalidade media Inter-grupos 1732,322 2 866,161 75,560 ,000
Intra-grupos 68,779 6 11,463
Total 1801,102 8

41

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