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DIÁRIO DA JUSTIÇA

ELETRÔNICO
DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL
Ano 2010, Número 221 Divulgação: quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Publicação: quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tribunal Superior Eleitoral

Ministro Enrique Ricardo Lewandowski


Presidente

Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha


Vice-Presidente

Ministro Aldir Passarinho Junior


Corregedor-Geral Eleitoral

Patrícia Maria Landi da Silva Bastos


Diretora-Geral

Secretaria Judiciária

Secretaria de Gestão da Informação

Coordenadoria de Editoração e Publicações

Fone/Fax: (61) 3316-3468


cedip@tse.gov.br

Sumário
DIRETORIA-GERAL ................................................................................................................................. 1
CORREGEDORIA ELEITORAL ................................................................................................................ 1
SECRETARIA JUDICIÁRIA ...................................................................................................................... 2
Coordenadoria de Registros Partidários, Autuação e Distribuição ....................................................... 2
Despacho ........................................................................................................................................... 2
Decisão monocrática.......................................................................................................................... 3
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento I ......................................................... 4
Despacho ........................................................................................................................................... 4
Decisão monocrática.......................................................................................................................... 4
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento III ..................................................... 12
Decisão monocrática........................................................................................................................ 12
Coordenadoria de Acórdãos e Resoluções ......................................................................................... 35
Acórdão............................................................................................................................................ 35
Pauta de Julgamentos ..................................................................................................................... 36
Despacho ......................................................................................................................................... 37
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO .................................................................................................... 38
SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO ............................................................................................. 38
SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ........................................................................... 38

DIRETORIA-GERAL

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

CORREGEDORIA ELEITORAL

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n.
2.200-2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser
acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 2

SECRETARIA JUDICIÁRIA

Coordenadoria de Registros Partidários, Autuação e Distribuição

Despacho

PUBLICAÇÃO DE DESPACHO Nº 208/2010 - CPADI


PROTOCOLO: 39.270/2010 BRASÍLIA-DF
INTERESSADO: PSDC-PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA CRISTÃO
JOSÉ MARIA EYMAEL, ADVOGADO
PROTOCOLO 39.270/2010-TSE

Junte-se à Petição 1.616.


Em seguida, encaminhe-se à COEPA. Após, voltem-me os autos conclusos.
Brasília, 10 de novembro de 2010.
Ministro RICARDO LEWANDOWSKI
- Presidente -

PUBLICAÇÃO DE DESPACHO Nº 211/2010 - CPADI


PRESTAÇÃO DE CONTAS Nº 3836-26.2010.6.00.0000 BRASÍLIA-DF
REQUERENTE: GUILHERME PEIRÃO LEAL (PV)
ADVOGADO: LEANDRO PETRIN
MINISTRA CÁRMEN LÚCIA
PROTOCOLO: 38.831/2010

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


PRESTAÇÃO DE CONTAS N. 383626 - BRASÍLIA/DF
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Requerente: Guilherme Peirão Leal, candidato a Vice-Presidente da República pelo Partido Verde - PV
Advogado: Leandro Petrin
DESPACHO
1. Intime-se o Sr. Guilherme Peirão Leal, candidato a Vice-Presidente da República pelo Partido Verde
- PV nas eleições gerais de 2010, para que cumpra as exigências relacionadas nos itens 2 a 4 da
Informação n. 629/2010 da Coordenadoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias - Coepa (fls.
38-41), no prazo de 72 horas (art. 35, § 2o, da Resolução n. 23.217/2010 do Tribunal Superior
Eleitoral).
2. Encaminhe-se cópia do inteiro teor da mencionada informação.
Brasília, 16 de novembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

PUBLICAÇÃO DE DESPACHO Nº 210/2010 - CPADI


Protocolo: 39.654/2010 BRASÍLIA-DF
PARTIDO TRABALHISTA DO BRASIL-PTDOB
BRUNO RANGEL AVELINO, ADVOGADO

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


Protocolo n. 39.654/2010
REF. PETIÇÃO N. 1873 - BRASÍLIA/DF
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Interessada: Partido Trabalhista do Brasil - PCdoB
DESPACHO
1. O Partido Trabalhista do Brasil - PCdoB, em petição assinada pelo advogado Bruno Rangel Avelino,
requer vista dos autos para obtenção de cópias da Petição n. 1873, que trata da prestação de contas
do partido, exercício financeiro de 2005.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 3

2. Entretanto, a petição não vem acompanhada do instrumento de mandato, que também não está
acostado aos autos da Petição em referência.
3. Ademais, o requerimento não está fundamentado e não indica as peças e os documentos a serem
reproduzidos, como determinado pela Portaria n. 254 do Tribunal Superior Eleitoral.
4. Pelo exposto, devolva-se a petição ao advogado.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 95/2010 - CPADI


PETIÇÃO Nº 3914-20.2010.6.00.0000 CAMPO GRANDE-MS
REQUERENTE: TIRMIANO DO NASCIMENTO ELIAS
ADVOGADO: TIRMIANO DO NASCIMENTO ELIAS
REQUERIDA: COLIGAÇÃO PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO (PT/PMDB/PC DO
B/PDT/PRB/PR/PSC/PSB/PTC/PTN)
REQUERIDA: DILMA VANA ROUSSEFF
REQUERIDO: MICHEL MIGUEL ELIAS TEMER LULIA
REQUERIDO: RICARDO LEWANDOWSKI, PRESIDENTE DO TSE
REQUERIDO: JOSÉ EDUARDO DE BARROS DUTRA
REQUERIDO: JOSÉ RENATO RABELO
REQUERIDO: CARLOS ROBERTO LUPI
REQUERIDO: VITOR PAULO ARAÚJO DOS SANTOS
REQUERIDO: ALFREDO NASCIMENTO
REQUERIDO: VÍTOR JORGE ABDALA NÓSSEIS
REQUERIDO: EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS
REQUERIDO: DANIEL S. TOURINHO
REQUERIDO: JOSÉ MASCI DE ABREU
LITISCONSORTE PASSIVO: JOSÉ MARIA ALMEIDA
LITISCONSORTE PASSIVO: HELOISA HELENA LIMA DE MORAES CARVALHO
LITISCONSORTE PASSIVO: LUCIANO CALDAS BIVAR
LITISCONSORTE PASSIVO: RUI COSTA PIMENTA
LITISCONSORTE PASSIVO: PAULO ROBERTO MATOS
LITISCONSORTE PASSIVO: JOSÉ MARIA EYMAEL
LITISCONSORTE PASSIVO: JOSÉ LEVY FIDELIX DA CRUZ
LITISCONSORTE PASSIVO: IVAN MARTINS PINHEIRO
LITISCONSORTE PASSIVO: OVASCO ROMA ALTIMARI RESENDE
LITISCONSORTE PASSIVO: JOSÉ LUIZ DE FRANÇA PENNA
LITISCONSORTE PASSIVO: FRANCISCO DORNELLES
LITISCONSORTE PASSIVO: SEVERINO SÉRGIO ESTELITA GUERRA
LITISCONSORTE PASSIVO: RODRIGO FELINTO IBARRA EPITÁCIO MAIA
LITISCONSORTE PASSIVO: ROBERTO JEFFERSON MONTEIRO FRANCISCO
LITISCONSORTE PASSIVO: OSCAR NORONHA FILHO
LITISCONSORTE PASSIVO: ROBERTO JOÃO PEREIRA FREIRE
LITISCONSORTE PASSIVO: LUIS HENRIQUE DE OLIVEIRA RESENDE
MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR
PROTOCOLO: 39.360/2010

DECISÃO
Vistos.
Trata-se de ação popular ajuizada por Tirmiano do Nascimento Elias em desfavor da Coligação Para o
Brasil Seguir Mudando (PT/PMDB/PC do B/PDT/PRB/
PR/PSC/PSB/PTC/PTN) e de Dilma Vana Rousseff, Michel Miguel Elias Temer Lulia, Ricardo
Lewandowski - Presidente do TSE, José Eduardo de Barros Dutra, José Renato Rabelo, Carlos
Roberto Lupi, Vitor Paulo Araújo dos Santos, Alfredo Nascimento, Vítor Jorge Abdala Nósseis, Eduardo
Henrique Accioly Campos, Daniel S. Tourinho e José Masci de Abreu.
O autor relaciona como litisconsortes passivos José Maria Almeida, Heloisa Helena Lima de Moraes
Carvalho, Luciano Caldas Bivar, Rui Costa Pimenta, Paulo Roberto Matos, José Maria Eymael, José
Levy Fidelix da Cruz, Ivan Martins Pinheiro, Ovasco Roma Altimari Resende, José Luiz de França
Penna, Francisco Dornelles, Severino Sérgio Estelita Guerra, Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia,
Roberto Jefferson Monteiro Francisco, Oscar Noronha Filho, Roberto João Pereira Freire, Luis
Henrique de Oliveira Resende.

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2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 4

O autor alega, essencialmente, que o objetivo desta ação é "impedir que os Requeridos pratiquem atos
de registro de Coligação Partidária entre Partidos Políticos dogmaticamente não iguais e/ou
incompatíveis" (fl. 5).
Sustenta que a formação de coligação partidária sem "alinhamento dogmático entre os Partidos
Políticos" (fl. 9) constitui ato ilegal que afronta aos princípios gerais do Estado Democrático de Direito e
que "ofende valores culturais e históricos da sociedade brasileira" (fl. 9).
Ao fim, pugna pela procedência da ação popular para declarar a nulidade da Coligação requerida, bem
como dos atos de registro dessa Coligação.
A ação foi proposta originalmente perante o Juízo da 53ª Zona Eleitoral de Campo Grande/MS, que,
julgando-se incompetente para apreciar a demanda, determinou a remessa dos autos a esta c. Corte.
Relatados, decido.
Cuida-se, na origem, de ação popular ajuizada por Tirmiano do Nascimento Elias em desfavor da
Coligação Para o Brasil Seguir Mudando e outros com o objetivo de declarar a nulidade da Coligação
requerida, bem como dos atos de registro dessa Coligação.
A ação é manifestamente incabível, porquanto seu objeto não se enquadra nas hipóteses de cabimento
da ação popular.
À toda evidência, o autor utiliza-se da ação popular como sucedâneo de impugnação de registro, da
qual o requerente sequer seria parte legítima para a propositura.
Ante o exposto, não conheço da ação popular e nego-lhe seguimento, nos termos do art. 36, § 6º, do
RI-TSE.
P. I.
Brasília (DF), 8 de novembro de 2010.
MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR
Relator

Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento I

Despacho

PUBLICAÇÃO ABERTURA DE VISTA Nº 48/2010/SEPROC1

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 2935-35.2010.6.26.0000 - TSE SÃO PAULO - SÃO PAULO


RECORRENTE: FRANCISCO DAS CHAGAS FRANCILINO
ADVOGADOS: DÉBORA DE CARVALHO BATISTA E OUTROS
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
MINISTRA CÁRMEN LÚCIA
PROTOCOLO Nº 33.533/2010

Fica aberta vista dos autos ao recorrente, por seus advogados, conforme determinação exarada pela
Exma. Sra. MINISTRA CÁRMEN LÚCIA, adiante transcrita:
“Protocolo n. 39.058/2010
DESPACHO
1. Junte-se aos autos do RESPE 293535/SP.
2. Proceda-se às anotações pertinentes.
3. Defiro a vista requerida, pelo prazo de 48 (quarenta e oito) horas, em secretaria.
Brasília, 8 de novembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora”
MARCO AURÉLIO NETO
Secretário Judiciário

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 376/2010/SEPROC1

PROTOCOLO Nº 39.024/2010 CUIABÁ-MT


INTERESSADA: COLIGAÇÃO MATO GROSSO MELHOR PRA VOCÊ

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 5

MAURO MENDES FERREIRA


ADVOGADA: IVANOWA RAPOSO QUINTELA

DESPACHO
PETIÇÃO - FAC-SÍMILE -APRESENTAÇÃO DO ORIGINAL.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
A Coligação Mato Grosso Melhor pra Você e Mauro Mendes Ferreira, em peça encaminhada via fac-
símile e subscrita por profissional da advocacia regularmente constituída, requerem a juntada de
substabelecimento.
O processo está no Gabinete.
2. Aguardem a apresentação do original da peça.
3. Publiquem.
Brasília, 8 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

PROTOCOLO Nº 32.138/2010 SALVADOR-BA


INTERESSADO: ITAMAR DA SILVA RIOS
ADVOGADO: JANJÓRIO VASCONCELOS

DECISÃO
PETIÇÃO - FAC-SÍMILE - AUSÊNCIA DA APRESENTAÇÃO DO ORIGINAL.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
Itamar da Silva Rios, em peças subscritas por profissional da advocacia regularmente constituído,
requer preferência na apreciação do recurso.
Anoto tratarem-se de petições encaminhadas via fac-símile, cujos originais não foram apresentados até
a presente data.
O processo está no Gabinete, com parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral.
2. A Lei nº 9.800/1999, disciplinadora da prática de atos processuais mediante fac-símile, dispõe sobre
a necessidade de o original ser protocolado em até cinco dias. Isso não ocorreu, contando-se apenas
com o que foi transmitido por fax.
3. Devolvam a peça ao recorrente.
4. Publiquem.
Brasília, 8 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

PROTOCOLO Nº 29.148/2010 SALVADOR-BA


INTERESSADO: ITAMAR DA SILVA RIOS
ADVOGADO: JANJÓRIO VASCONCELOS

DECISÃO
PETIÇÃO - FAC-SÍMILE - AUSÊNCIA DA APRESENTAÇÃO DO ORIGINAL.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
Itamar da Silva Rios, em peças subscritas por profissional da advocacia regularmente constituído,
requer preferência na apreciação do recurso.
Anoto tratarem-se de petições encaminhadas via fac-símile, cujos originais não foram apresentados até
a presente data.
O processo está no Gabinete, com parecer da Procuradoria-Geral Eleitoral.
2. A Lei nº 9.800/1999, disciplinadora da prática de atos processuais mediante fac-símile, dispõe sobre
a necessidade de o original ser protocolado em até cinco dias. Isso não ocorreu, contando-se apenas
com o que foi transmitido por fax.
3. Devolvam a peça ao recorrente.
4. Publiquem.
Brasília, 8 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

PROTOCOLO Nº 34.976/2010 SÃO LUÍS-MA


INTERESSADO: COLIGAÇÃO FRENTE DE LIBERTAÇÃO DO MARANHÃO
ADVOGADO: VANDERLEY RAMOS DOS SANTOS

DECISÃO
PETIÇÃO - FAC-SÍMILE - AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DO ORIGINAL.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
A Coligação Frente de Libertação do Maranhão, em peça subscrita por profissional da advocacia
regularmente constituído, formaliza a desistência de prova testemunhal outrora pretendida.
Anoto tratar-se de petição encaminhada via fac-símile, cujo original não foi apresentado até a presente
data.
O processo está no Gabinete.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 6

2. A Lei nº 9.800/1999, disciplinadora da prática de atos processuais mediante fac-símile, dispõe sobre
a necessidade de o original ser protocolado em até cinco dias. Isso não ocorreu, contando-se apenas
com o que foi transmitido por fax.
3. Devolvam a peça à requerente.
4. Publiquem.
Brasília, 8 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

PROTOCOLO: 39.144/2010 SÃO PAULO-SP


INTERESSADOS: FÉLIX SAHÃO JÚNIOR
ADVOGADOS: HÉLIO FREITAS DE CARVALHO DA SILVEIRA e Outro

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


Protocolo n. 39.144/2010
REF. RECURSO ORDINÁRIO N. 293887 - SÃO PAULO/SP
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Interessado: Félix Sahão Júnior
DESPACHO
1. A presente petição é cópia daquela protocolizada sob o n. 39.319/2010, devidamente apreciada.
2. Assim, nada há a prover.
3. Pelo exposto, indefiro a juntada requerida.
Restitua-se a presente petição aos subscritores.
Brasília, 8 de novembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

PROTOCOLO Nº 33.088/2010 RIO DE JANEIRO-RJ


INTERESSADA: VANUSIA DE SOUZA DE OLIVEIRA
ADVOGADO: LENIR DOS SANTOS FERREIRA

DECISÃO
PETIÇÃO - FAC-SÍMILE - AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DO ORIGINAL.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
A peça, protocolada neste Tribunal em 24 de setembro de 2010, refere-se ao original da Minuta de
Agravo Regimental - às folhas 78 a 80 - encaminhada via fac-símile no dia 17 de setembro de 2010,
portanto, depois do prazo de cinco dias previsto no parágrafo único do artigo 2º da Lei nº 9.800/1999.
O regimental volta-se contra decisão pela qual Vossa Excelência negou seguimento ao recurso, tendo
em vista a intempestividade.
O processo está na Secretaria da Presidência, com interposição de recurso extraordinário.
2. A Lei nº 9.800/1999, disciplinadora da prática de atos processuais mediante fac-símile, dispõe sobre
a necessidade de o original ser protocolado em até cinco dias. Isso não ocorreu, contando-se apenas
com o que foi transmitido por fax.
3. Devolvam a peça à agravante.
4. Publiquem.
Brasília, 8 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

PROTOCOLO Nº 18.811/2010 ANAPURUS-MA


INTERESSADO: RAIMUNDO NONATO LIMA BARROS
ADVOGADO: MÁRCIO E. LIMA VALE

DECISÃO
PETIÇÃO - FAC-SÍMILE - AUSÊNCIA DA APRESENTAÇÃO DO ORIGINAL.
1. O Gabinete prestou as seguintes informações:
Raimundo Nonato Lima Barros, em peça subscrita por profissional da advocacia regularmente
constituído, requer a juntada do Acórdão nº 12.157-2010 do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão.
Alega tratar-se de situação idêntica à do presente autos.
Anoto tratar-se de petição encaminhada via fac-símile, cujo original não foi apresentado até a presente
data.
O processo está com vista à Procuradoria-Geral Eleitoral.
2. A Lei nº 9.800/1999, disciplinadora da prática de atos processuais mediante fac-símile, dispõe sobre
a necessidade de o original ser protocolado em até cinco dias. Isso não ocorreu, contando-se apenas
com o que foi transmitido por fax.
3. Devolvam a peça ao requerente.
4. Publiquem.
Brasília, 9 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 7

PROTOCOLO Nº 39.554/2010 BAIXIO-CE


INTERESSADOS: HÉLIO PARENTE DE VASCONCELOS FILHO e Outros
ADVOGADOS: HÉLIO PARENTE DE VASCONCELOS FILHO e Outros

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


Protocolo n. 39.554/2010
REF. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL N. 223580797 - BAIXIO/CE
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Interessadas: Glória Isabel Pires Ferreira e outra
DESPACHO
1. A presente petição é o original daquela protocolizada sob o n. 38.996/2010, devidamente apreciada.
2. O art. 12 da Resolução n. 21.711/2004 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe que "o envio da petição
por fac-símile dispensará a sua transmissão por correio eletrônico e a apresentação dos originais".
3. Pelo exposto, indefiro a sua juntada aos autos do REspe n. 223580797/CE.
Restitua-se a presente petição aos subscritores.
Brasília, 10 de novembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

PROTOCOLO Nº 39.555/2010 BAIXIO-CE


INTERESSADOS: HÉLIO PARENTE DE VASCONCELOS FILHO e Outros
ADVOGADOS: HÉLIO PARENTE DE VASCONCELOS FILHO e Outros

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


Protocolo n. 39.555/2010
REF. AÇÃO CAUTELAR N. 732081 - BAIXIO/CE
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Interessadas: Glória Isabel Pires Ferreira e outra
DESPACHO
1. A presente petição é o original daquela protocolizada sob o n. 38.995/2010, devidamente apreciada
e juntada aos autos em 8.11.2010.
2. O art. 12 da Resolução n. 21.711/2004 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe que "o envio da petição
por fac-símile dispensará a sua transmissão por correio eletrônico e a apresentação dos originais".
3. Pelo exposto, indefiro a sua juntada aos autos da AC n. 732081/CE.
Restitua-se a presente petição aos subscritores.
Brasília, 10 de novembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 377/2010/SEPROC1

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Nº 2565-08.2010.6.17.0000 RECIFE-PE


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVANTE: PAULO RUBEM SANTIAGO FERREIRA
ADVOGADOS: FELIPE ACCIOLY FERNANDES GOMES e Outros
AGRAVADO: JOSÉ AUGUSTO MAIA
ADVOGADOS: ANDRÉ DUTRA DÓREA ÁVILA DA SILVA e Outros
Ministro Marco Aurélio
Protocolo: 24.142/2010

DESPACHO
AGRAVO - CONTRADITÓRIO.
1. Ante a garantia constitucional do contraditório, abro vista ao agravado para, querendo, manifestar-
se.
2. Publiquem.
3. Intimem.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 3560-92.2010.6.00.0000 SALVADOR-


BA
AGRAVANTE: DEMOCRATAS (DEM) - ESTADUAL
ADVOGADA: LÍLIAN MARIA SANTIAGO REIS
AGRAVANTE: PAULO GANEM SOUTO
ADVOGADOS: LÍLIAN MARIA SANTIAGO REIS e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Marco Aurélio

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 8

Protocolo: 36.505/2010

DESPACHO
AGRAVO - CONTRADITÓRIO.
1. Ante a garantia constitucional do contraditório, abro vista ao agravado para, querendo, manifestar-
se.
2. Publiquem.
3. Intimem.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Nº 2524-79.2010.6.12.0000 CAMPO GRANDE-


MS
AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADO: OSWALDO MOCHI JUNIOR
ADVOGADOS: THIAGO FERNANDES BOVERIO e Outros
Ministro Marco Aurélio
Protocolo: 23.917/2010

DESPACHO
AGRAVO - CONTRADITÓRIO.
1. Ante a garantia constitucional do contraditório, abro vista ao agravado para, querendo, manifestar-
se.
2. Publiquem.
3. Intimem.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 885-59.2010.6.00.0000 SORRISO-MT 43ª Zona Eleitoral


(SORRISO)
AGRAVANTES: COLIGAÇÃO SORRISO PARA TODOS (PMDB/PT/PP/DEM/PSDB/PHS/PRB) e
Outro
ADVOGADO: ESTEVAM HUNGARO CALVO FILHO
AGRAVADOS: COLIGAÇÃO SORRISO AINDA MELHOR e Outros
ADVOGADOS: IRINEU ROVEDA JUNIOR e Outro
Ministro Marco Aurélio
Protocolo: 9.592/2010

DECISÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO - INTERPOSIÇÃO POR FAC-SÍMILE - NÃO APRESENTAÇÃO DO
ORIGINAL - ARTIGO 2º DA LEI Nº 9.800/1999 - NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. O agravo de instrumento foi interposto via fac-símile, não havendo notícia do recebimento do
original. Nota-se não ter sido preenchido o requisito previsto no artigo 2º da Lei nº 9.800/1999. Eis o
teor do dispositivo:
Art. 2º A utilização de sistema de transmissão de dados e imagens não prejudica o cumprimento dos
prazos, devendo os originais ser entregues em juízo, necessariamente, até cinco dias da data de seu
término.
2. Nego-lhe seguimento.
3. Publiquem.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 10572 (38489-25.2008.6.00.0000)


SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP 296ª Zona Eleitoral (SÃO BERNARDO DO CAMPO)
AGRAVANTE: LUIZ MARINHO
ADVOGADOS: ANDRÉIA MARIA TEIXEIRA VARELLA e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Marco Aurélio
Protocolo: 40.813/2008

DECISÃO
AGRAVO REGIMENTAL - INTERPOSIÇÃO POR FAC-SÍMILE - NÃO APRESENTAÇÃO DO
ORIGINAL - ARTIGO 2º DA LEI Nº 9.800/1999 - NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. O agravo foi interposto via fac-símile, não havendo notícia do recebimento do original. Nota-se não
ter sido preenchido o requisito previsto no artigo 2º da Lei nº 9.800/1999. Eis o teor do dispositivo:
Art. 2º A utilização de sistema de transmissão de dados e imagens não prejudica o cumprimento dos
prazos, devendo os originais ser entregues em juízo, necessariamente, até cinco dias da data de seu
término.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 9

2. Nego-lhe seguimento.
3. Publiquem.
4. Intimem.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 9565 (36534-56.2008.6.00.0000) ROLIM DE MOURA-RO 29ª Zona


Eleitoral (ROLIM DE MOURA)
AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADA: MILENI CRISTINA BENETTI MOTA
ADVOGADOS: FLORISBELA LIMA e Outros
Ministro Marco Aurélio
Protocolo: 22.017/2008

DECISÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO - INTERPOSIÇÃO POR FAC-SÍMILE - NÃO APRESENTAÇÃO DO
ORIGINAL - ARTIGO 2º DA LEI Nº 9.800/1999 - NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. O agravo de instrumento foi interposto via fac-símile, não havendo notícia do recebimento do
original. Nota-se não ter sido preenchido o requisito previsto no artigo 2º da Lei nº 9.800/1999. Eis o
teor do dispositivo:
Art. 2º A utilização de sistema de transmissão de dados e imagens não prejudica o cumprimento dos
prazos, devendo os originais ser entregues em juízo, necessariamente, até cinco dias da data de seu
término.
2. Nego-lhe seguimento.
3. Publiquem.
4. Intimem.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

AGRAVO REGIMENTAL NO MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2388-18.2010.6.00.0000 MANAUS-AM


AGRAVANTE: NELSON RAIMUNDO DE OLIVEIRA AZEDO
ADVOGADOS: MARIA AUXILIADORA DOS SANTOS BENIGNO e Outro
ÓRGÃO COATOR: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO AMAZONAS
Ministro Marco Aurélio
Protocolo: 25.132/2010

DECISÃO
AGRAVO REGIMENTAL - INTERPOSIÇÃO POR FAC-SÍMILE - NÃO APRESENTAÇÃO DO
ORIGINAL - ARTIGO 2º DA LEI Nº 9.800/1999 - NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. O agravo regimental foi interposto via fac-símile, não havendo notícia do recebimento do original.
Nota-se não ter sido preenchido o requisito previsto no artigo 2º da Lei nº 9.800/1999. Eis o teor do
dispositivo:
Art. 2º A utilização de sistema de transmissão de dados e imagens não prejudica o cumprimento dos
prazos, devendo os originais ser entregues em juízo, necessariamente, até cinco dias da data de seu
término.
2. Nego-lhe seguimento.
3. Publiquem.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 3830-19.2010.6.00.0000 MACAPÁ-AP


AGRAVANTE: COLIGAÇÃO AMAPÁ MAIS FORTE (PMDB/PTN/PSC/PPS/PV/PSDB)
ADVOGADO: LUIZ ALEX M. DOS SANTOS
AGRAVADA: COLIGAÇÃO O TRABALHO PRECISA CONTINUAR
(PRB/PP/PDT/PSL/PR/DEM/PHS/PC do B/PT do B)
ADVOGADO: HORÁCIO MAURIEN FERREIRA DE MAGALHÃES
Ministro Marco Aurélio
Protocolo: 38.722/2010

DECISÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - IRREGULARIDADE -
NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. "Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo" - primeira parte
da cabeça do artigo 37 do Código de Processo Civil. A agravante não se faz representada por
causídico devidamente constituído. O subscritor do agravo de folhas 2 a 5 - Doutor Luiz Alex M. dos
Santos, OAB/AP nº 1341 - não possui, no processo, os indispensáveis poderes.
Nem se diga pertinente o disposto na segunda parte do aludido preceito legal. Há de se ter em conta
que a interposição de recurso não se mostra passível de enquadramento entre os atos reputados

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 10

urgentes. É que concorre, sempre, a possibilidade de o provimento judicial ser contrário aos interesses
sustentados no processo, cabendo à parte precatar-se.
A jurisprudência deste Tribunal é no sentido de ter-se como inexistente o recurso subscrito por
advogado sem procuração no processo. Confiram os seguintes precedentes: Agravos Regimentais nos
Recursos Especiais Eleitorais nos 26782 e 31223, relatados pelos Ministros Gerardo Grossi e Marcelo
Ribeiro, com acórdãos publicados nas Sessões de 25 de setembro de 2006 e de 25 de outubro de
2008, respectivamente.
2. Em face da irregularidade da representação processual, nego seguimento a este agravo de
instrumento.
3. Publiquem.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 3829-34.2010.6.00.0000 MACAPÁ-AP


AGRAVANTE: COLIGAÇÃO AMAPÁ MAIS FORTE (PMDB/PTN/PSC/PPS/PV/PSDB)
ADVOGADO: LUIZ ALEX M. DOS SANTOS
AGRAVADA: COLIGAÇÃO O TRABALHO PRECISA CONTINUAR
(PRB/PP/PDT/PSL/PR/DEM/PHS/PC do B/PT do B)
ADVOGADO: HORÁCIO MAURIEN FERREIRA DE MAGALHÃES
Ministro Marco Aurélio
Protocolo: 38.721/2010

DECISÃO
AGRAVO DE INSTRUMENTO - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - IRREGULARIDADE -
NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. "Sem instrumento de mandato, o advogado não será admitido a procurar em juízo" - primeira parte
da cabeça do artigo 37 do Código de Processo Civil. A agravante não se faz representada por
causídico devidamente constituído. O subscritor do agravo de folhas 2 a 5 - Doutor Luiz Alex M. dos
Santos, OAB/AP nº 1341 - não possui, no processo, os indispensáveis poderes.
Nem se diga pertinente o disposto na segunda parte do aludido preceito legal. Há de se ter em conta
que a interposição de recurso não se mostra passível de enquadramento entre os atos reputados
urgentes. É que concorre, sempre, a possibilidade de o provimento judicial ser contrário aos interesses
sustentados no processo, cabendo à parte precatar-se.
A jurisprudência deste Tribunal é no sentido de ter-se como inexistente o recurso subscrito por
advogado sem procuração no processo. Confiram os seguintes precedentes: Agravos Regimentais nos
Recursos Especiais Eleitorais nos 26782 e 31223, relatados pelos Ministros Gerardo Grossi e Marcelo
Ribeiro, com acórdãos publicados nas Sessões de 25 de setembro de 2006 e de 25 de outubro de
2008, respectivamente.
2. Em face da irregularidade da representação processual, nego seguimento a este agravo de
instrumento.
3. Publiquem.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 3931-56.2010.6.00.0000 VITÓRIA-ES


RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDO: WELLINGTON BORGHI
ADVOGADOS: JOSÉ EDUARDO COELHO DIAS e Outros
Ministro Marco Aurélio
Protocolo: 39.503/2010

DECISÃO
RECURSO ESPECIAL - CONTRARIEDADE A PRECEDENTE - NEGATIVA DE SEQUÊNCIA.
1. Em julgamento ocorrido em 6 de maio do corrente ano, o Tribunal assentou ser de 180 dias, a partir
da diplomação, o prazo para formalizar-se a representação contra doadores, presente o
extravasamento dos limites legais. Fê-lo no julgamento do Recurso Especial Eleitoral nº 36552/SP,
sendo designado para redigir o acórdão o Ministro Marcelo Ribeiro.
Pois bem, a representação revelada à folha 2 diz respeito às eleições de 2006, e somente veio a ser
formalizada em 6 de maio de 2009.
2. Ante o quadro, nego seguimento a este recurso especial.
3. Publiquem.
4. Intimem.
Brasília, 11 de novembro de 2010
Ministro MARCO AURÉLIO
Relator

PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 3620-65.2010.6.00.0000 TERESINA-PI


INTERESSADO: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PIAUÍ
SERVIDOR: JAMES DIAS DE SOUSA MACEDO
SERVIDOR: GILBERTO DA SILVA DIAS

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Ministra Cármen Lúcia


Protocolo: 37.117/2010

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL


PROCESSO ADMINISTRATIVO N. 362065 - TERESINA/PI
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Interessado: Tribunal Regional Eleitoral do Piauí
DECISÃO
Processo administrativo. Requisição extraordinária de servidor do judiciário estadual para cartório
eleitoral. Art. 7o da Resolução n. 23.255/2010 do Tribunal Superior Eleitoral. Prazo máximo e
improrrogável de seis meses. Acúmulo ocasional de serviço. Período eleitoral. Pedido deferido.
Relatório
1. O Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí solicita a este Tribunal Superior autorização
para a requisição do servidor Gilberto da Silva Dias, técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Piauí,
para prestar serviços no Cartório Eleitoral da 79a Zona Eleitoral, localizado em Caracol/PI, pelo prazo
máximo e improrrogável de seis meses, com base no art. 7o da Resolução n. 23.255/2010 do Tribunal
Superior Eleitoral (fls. 2, 38).
2. A Secretaria de Gestão de Pessoas do Tribunal Superior Eleitoral opina pelo deferimento do pedido,
nos termos da Informação n. 509 - SEINP/COPES/SGP (fls. 43-45), uma vez que o pedido de
requisição atende às exigências da Resolução n. 23.255/2010 do Tribunal Superior Eleitoral.
3. A Diretora-Geral confirma as informações prestadas pela Secretaria de Gestão de Pessoas e
submete o feito a minha consideração (fl. 46).
Analisados os elementos constantes dos autos, DECIDO.
4. Compete ao relator decidir monocraticamente pedidos dessa natureza, desde que tenha informação
da Secretaria de Gestão de Pessoas confirmada pelo Diretor-Geral (art. 25, § 5o, inc. IV, do Regimento
Interno do Tribunal Superior Eleitoral). É a situação dos autos.
5. Quanto ao pedido, o art. 7o da Resolução n. 23.255/2010 do Tribunal Superior Eleitoral dispõe o
seguinte:
"No caso de acúmulo ocasional de serviço na zona eleitoral podem ser excedidos os limites
estabelecidos no art. 6o e requisitados outros servidores, pelo prazo máximo e improrrogável de seis
meses, desde que autorizados pelo Tribunal Superior Eleitoral.
§ 1º Esgotado o prazo da requisição, o servidor é desligado automaticamente da Justiça Eleitoral,
retornando ao órgão de origem" .
6. A questão foi bem examinada pela Secretaria de Gestão de Pessoas deste Tribunal Superior, como
se observa da Informação n. 509 (fls. 43-45).
Sobre a proporção entre o número de eleitores e o de servidores requisitados, pontua:
"3. O cartório eleitoral requisitante possui 10.888 (dez mil, oitocentos e oitenta e oito) eleitores inscritos
e conta com 1 (um) servidor requisitado, fl. 27. Dessa forma, a 79ª Zona Eleitoral já atingiu o limite
estabelecido pelo § 3o do art. 6o da Resolução TSE n. 23.255/2010. Porém, o art. 7o possibilita a
requisição de outros servidores para prestarem serviços pelo prazo de 6 (seis) meses" .
Sobre a inexistência de sindicância, processo administrativo disciplinar ou cumprimento de estágio
probatório, anota:
"5. O art. 4o da aludida Resolução veda a requisição de servidor que esteja submetido à sindicância, a
processo administrativo disciplinar ou estágio probatório. À fl. 42, consta declaração do órgão de
origem do servidor que demonstra a conformidade do seu pedido de requisição, ora sob exame, com o
citado dispositivo" .
Sobre a correlação das atividades, ressalta:
"8. (...) verifica-se que restou demonstrada a existência de correlação entre as atribuições
desempenhadas pelo servidor em seu órgão de origem e a serem desempenhadas no cartório eleitoral,
pela própria natureza administrativa de seu cargo" .
E conclui:
"9. Assim, tendo em vista que a justificativa para a autorização da requisição extraordinária, na forma
do art. 7o, é o acúmulo ocasional de serviços na Zona Eleitoral, mormente quando se trata de período
eleitoral, não há óbices para a requisição.
10. Da análise dos autos, conclui-se, então, que o pedido de requisição do servidor Gilberto da Silva
Dias atende às exigências da Resolução Tribunal Superior Eleitoral n. 23.255/2010, razão pela qual
opina-se por seu deferimento pelo prazo compreendido entre 10.8.2010 a 10.2.2011, conforme
requerido (fl. 11)".
7. Pelo exposto, defiro o pedido de requisição, em caráter excepcional, do servidor Gilberto da Silva
Dias para prestar serviços no Cartório Eleitoral da 79ª Zona Eleitoral, localizado em Caracol/PI, pelo
prazo de seis meses, a contar de 10.8.2010, sem ônus para a Justiça Eleitoral, com base no art. 7o da
Resolução n. 23.255/2010 do Tribunal Superior Eleitoral.
Brasília, 16 de novembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento III

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 416/2010 - SEPROC3

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 9998 (38863-41.2008.6.00.0000) AROAZES-PI 92ª Zona Eleitoral


(AROAZES)
AGRAVANTE: FIRMO ABADE DO NASCIMENTO
ADVOGADO: ADRIANO MOURA DE CARVALHO
Ministro Marcelo Ribeiro
Protocolo: 38.096/2008

DECISÃO
Trata-se de agravo de instrumento interposto por Firmo Abade do Nascimento contra decisão
denegatória de recurso especial proferida pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí
(TRE/PI).
Parecer da d. Procuradoria-Geral Eleitoral, às fls. 64-66, pelo desprovimento do agravo.
É o relatório.
Decido.
Não há como o agravo prosperar.
Não constam dos autos as certidões de intimação do acórdão que julgou o recurso eleitoral e do
acórdão que julgou os embargos de declaração, peças essenciais à formação do agravo de
instrumento.
Assim, não é possível aferir a tempestividade do recurso especial eleitoral e, consequentemente, do
presente agravo de instrumento.
Assinalo, ainda, que cabe ao TSE a análise final sobre a tempestividade do apelo nobre. Nesse
sentido, cito o seguinte precedente:
Agravo regimental no agravo de instrumento. Ausência de cópia de certidão de intimação do acórdão
regional. Peça essencial. Formação deficiente. Recurso a que se nega provimento.
1. Não se conhece de agravo de instrumento desprovido de cópia da certidão de intimação do acórdão
recorrido.
2. É do TSE a aferição última sobre a tempestividade dos recursos aqui analisados.
(AgRgAg nº 9.013/PB, DJ de 12.9.2008, rel. Min. Joaquim Barbosa).
Conforme a jurisprudência firmada nesta Corte, cabe ao agravante zelar pela correta formação do
agravo, não sendo admitida a conversão do feito em diligência para a complementação do traslado:
Agravo de instrumento. Ausência. Cópia. Recurso especial. Impossibilidade. Compreensão.
Controvérsia. Art. 2º da Res.-TSE n° 21.477/2003. Aplicação. Súmula n° 288 do Supremo Tribunal
Federal. Ônus. Agravante. Fiscalização. Traslado. Descabimento. Diligência. Complementação.
1. Ante a deficiência na formação do agravo de instrumento e ausentes peças essenciais à
compreensão da controvérsia, não há como se conhecer de agravo de instrumento, incidindo, na
espécie, a Súmula n° 288 do Supremo Tribunal Federal.
2. O ônus de fiscalizar a formação desse apelo é do agravante, competindo-lhe verificar se constam
todas as peças obrigatórias ou de caráter essencial, não sendo admitida nem sequer a conversão do
feito em diligência para complementação do traslado.
Agravo regimental desprovido. (Grifei.)
(Ac. n° 6.435/CE, DJ de 2.6.2006, rel. Min. Caputo Bastos).
Diante do exposto, nego seguimento ao agravo, com base no art. 36, § 6º, do RITSE.
Publique-se.
Brasília-DF, 3 de novembro de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.

HABEAS CORPUS Nº 3559-10.2010.6.00.0000 CAMPO GRANDE-RN 31ª Zona Eleitoral (CAMPO


GRANDE)
IMPETRANTES: OLAVO HAMILTON AYRES FREIRE DE ANDRADE e Outro
PACIENTES: FRANCISCO DAS CHAGAS EUFRÁSIO VIEIRA DE MELO e Outro
ADVOGADOS: OLAVO HAMILTON AYRES FREIRE DE ANDRADE e Outro
ÓRGÃO COATOR: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Ministro Marcelo Ribeiro
Protocolo: 36.699/2010

DESPACHO
Encaminhem-se os autos à d. Procuradoria-Geral Eleitoral para emitir parecer.
Publique-se.
Brasília-DF, 4 de novembro de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 13

RECURSO EXTRAORDINÁRIO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 164-10.2010.6.00.0000


NATIVIDADE-RJ 43ª Zona Eleitoral (NATIVIDADE)
RECORRENTES: MARCO ANTONIO DA SILVA TOLEDO e Outro
ADVOGADOS: DILERMANDO CAVALCANTI DE OLIVEIRA e Outra
RECORRIDO: JOSÉ MÁRCIO PEREIRA CAMPBELL
ADVOGADOS: CARLOS ROBERTO DE SIQUEIRA CASTRO e Outra
RECORRIDO: RAMON GARCIA BRAZ DE ANDRADE
ADVOGADAS: VÂNIA SICILIANO AIETA e Outra
Ministro Marcelo Ribeiro
Protocolo: 1.087/2010

Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal Superior Eleitoral, assim ementado:
"AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INTERPOSIÇÃO DIRETAMENTE NO TSE.
IMPOSSIBILIDADE. DESOBEDIÊNCIA AO PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE. PRECLUSÃO.
SEGUNDO AGRAVO. FUNDAMENTOS NÃO IMPUGNADOS. SÚMULA Nº 182/STJ.
DESPROVIMENTO.
1. A interposição de dois recursos contra a mesma decisão enseja o conhecimento apenas do primeiro
protocolizado, ocorrendo preclusão consumativa quanto ao segundo.
2. Não cabe a interposição de agravo de instrumento diretamente nesta Corte (art. 279 do Código
Eleitoral).
3. Viola o princípio da unirrecorribilidade o manejo de mais de um recurso contra a mesma decisão.
4. Agravo regimental desprovido" (fl. 69).
Os recorrentes sustentaram, em suma, violação do art. 14, § 10, da Constituição Federal.
É o breve relatório. Decido.
O recurso não merece prosperar. Bem examinados os autos, verifico que os recorrentes não
apresentaram, expressamente, preliminar formal de repercussão geral da matéria constitucional
discutida no caso, nos termos do art. 543-B, § 2º, do Código de Processo Civil. Anote-se, acerca do
tema:
"1. Inobservância ao que disposto no artigo 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil, que exige a
apresentação de preliminar formal e fundamentada sobre a repercussão geral, significando a
demonstração da existência de questões constitucionais relevantes sob o ponto de vista econômico,
político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos das partes, em tópico destacado
na petição de recurso extraordinário.
2. É imprescindível a observância desse requisito formal mesmo nas hipóteses de presunção de
existência da repercussão geral prevista no art. 323, § 1º, do RISTF. Precedente.
3. A ausência dessa preliminar permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal negue,
liminarmente, o processamento do recurso extraordinário, bem como do agravo de instrumento
interposto contra a decisão que o inadmitiu na origem (13, V, c, e 327, caput e § 1º, do Regimento
Interno do Supremo Tribunal Federal).
4. Agravo regimental desprovido" (AgR-AI 707.121/DF, Rel. Min. Ellen Gracie).
É dizer, deveriam os recorrentes demonstrar a repercussão geral da matéria constitucional, cujo
exame, quanto ao aspecto formal, cabe também à Presidência deste Tribunal. Nesse sentido,
colaciono, entre outras, a seguinte decisão:
"AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL PENAL.
REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. INTIMAÇÃO DO RECORRENTE APÓS
3.5.2007. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO FORMAL. REQUISITO NÃO OBSERVADO.
INADMISSIBILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO PRIMEIRO DE
ADMISSIBILIDADE, REALIZADO NO TRIBUNAL A QUO, PARA APRECIAR, COMO OCORREU NO
CASO, A EXISTÊNCIA DA PRELIMINAR FORMAL E FUNDAMENTADA DA REPERCUSSÃO GERAL.
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO" (AgR-AI 718.993/SP, Rel. Min. Cármen
Lúcia).
Constato, também, que falta o necessário prequestionamento da norma constitucional apontada como
violada (art. 14, § 10). Como tem consignado o Supremo Tribunal Federal, por meio da Súmula 282, é
inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no
julgado recorrido.
Ainda que assim não fosse, ressalto que o Tribunal Superior Eleitoral, ao decidir a respeito da
viabilidade do agravo regimental, o fez exclusivamente com fundamento na legislação
infraconstitucional pertinente (incidência da Súmula 182 do Superior Tribunal de Justiça e do art. 279
do Código Eleitoral).
Portanto, a afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Logo, incabível o recurso extraordinário.
Nesse sentido, confira-se, entre muitos outros:
"CONSTITUCIONAL. PROCESSO ELEITORAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
INDIRETA. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ART. 5º, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO. OFENSA REFLEXA.
AGRAVO IMPROVIDO.
I - O TSE decidiu a causa à luz da legislação infraconstitucional cabível à espécie. A violação ao texto
constitucional, se ocorrente, seria indireta.
II - A jurisprudência da Corte é no sentido de que a alegada violação ao art. 5º, LIV e LV, da
Constituição, pode configurar, quando muito, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por
demandar a análise de legislação processual ordinária.
III - Agravo regimental improvido" (AgR-AI 707.204/MA, de minha relatoria).
Isso posto, nego seguimento ao recurso.
Publique-se.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Brasília, 10 de novembro de 2010.


Ministro RICARDO LEWANDOWSKI
- Presidente -

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1573-21.2010.6.00.0000 LAGOA DE SÃO FRANCISCO-PI 12ª


Zona Eleitoral (PEDRO II)
AGRAVANTE: JOSÉ PIO MENDES DE MESQUITA
ADVOGADOS: WILLIAN GUIMARÃES SANTOS DE CARVALHO e Outros
AGRAVADO: JOÃO RODRIGUES DO NASCIMENTO
ADVOGADOS: VICENTE BANDEIRA DE AQUINO NETO e Outros
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 16.610/2010

DECISÃO
O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí, à unanimidade, rejeitou matéria preliminar e, no mérito,
concedeu, parcialmente, a segurança pleiteada por José Pio Mendes de Mesquita e Elisane de Castro
Galvão, respectivamente, prefeito e vice-prefeita do Município de Lagoa de São Francisco/PI, conforme
acórdão assim ementado (fl. 761):
MANDADO DE SEGURANÇA - AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO - OITIVA DE
TESTEMUNHAS REFERIDAS - POSSIBILIDADE - §§ 2º E 3º DO ART. 5º DA LEI COMPLEMENTAR
Nº 64/90 - SOLICITAÇÃO E JUNTADA DE DOCUMENTOS NÃO RELACIONADOS COM FATOS
ARTICULADOS NA INICIAL - EMENTA INTEMPESTIVA - IMPOSSIBILIDADE - SEGURANÇA
PARCIALMENTE CONCEDIDA.
- O deferimento de testemunhas referidas não viola direito líquido e certo, uma vez que tal medida
encontra previsão nos §§ 2º e 3º do art. 5º da Lei Complementar nº 64/90.
- O deferimento de solicitação e de juntada de documentos não relacionados com os fatos veiculados
na inicial da ação de impugnação de mandato eletivo viola o devido processo legal, o contraditório e
ampla defesa, ao admitir indevida emenda à exordial, com a inclusão de fatos inéditos para serem
apurados mesmo após o decurso do prazo decadencial de quinze dias da diplomação, para propositura
da ação.
- Segurança parcialmente concedida.
Opostos embargos de declaração (fls. 769-775), foram eles rejeitados pela Corte de origem, à
unanimidade (fls. 779-782).
Seguiu-se a interposição de recurso especial (fls. 788-802), ao qual o Presidente do Tribunal a quo
negou seguimento (fls. 825-828).
Daí o presente agravo de instrumento (fls. 2-16), no qual José Pio Mendes de Mesquita alega violação
aos arts. 5º, LIV e LV, da Constituição Federal, e 3º, § 3º, da Lei Complementar nº 64/90.
Sustenta que, embora o autor da ação de impugnação de mandato eletivo, ora agravado, tenha citado
os nomes de Antônio José Brasil e Valter José de Barros como eleitores que tiveram seus votos
comprados, bem como descrito relatos que atestariam a compra de votos, tais pessoas não foram
arroladas como testemunhas na mencionada ação.
Defende que, por meio artificioso, o agravado pretendeu obter a oitiva dessas pessoas como se fossem
testemunhas referidas, evitando, assim, o devido contraditório em relação às informações prestadas.
Não foram oferecidas contrarrazões.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo não conhecimento do agravo (fls. 840-842).
Decido.
Em face da matéria versada nos autos, tenho que o recurso especial está a merecer melhor exame.
Pelo exposto, dou provimento ao agravo de instrumento, com base no art. 36, § 7º, do Regimento
Interno do Tribunal Superior Eleitoral, a fim de determinar a subida dos autos do recurso especial.
Ressalto que o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí deverá proceder à intimação da parte contrária para
que, assim desejando, apresente suas contrarrazões.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 10 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 35081 (46958-60.2008.6.00.0000) LARANJEIRAS DO SUL-


PR 45ª Zona Eleitoral (LARANJEIRAS DO SUL)
RECORRENTES: COLIGAÇÃO LARANJEIRAS SEGUE EM FRENTE
(PMDB/PSDB/PT/PP/PTB/PSB/PSC/PMN/PRB) e Outros
ADVOGADO: ALMIR MACHADO DE OLIVEIRA
RECORRIDA: COLIGAÇÃO LARANJEIRAS DO SUL NO CAMINHO DA VERDADE
(PV/PPS/PDT/PR/DEM)
ADVOGADAS: ANDREIA INDALENCIO ROCHI e Outra
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 34.555/2008

DECISÃO

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 15

O Juízo da 45ª Zona Eleitoral do Paraná julgou procedente representação, por propaganda eleitoral
irregular, ajuizada pela Coligação Laranjeiras do Sul no Caminho da Verdade contra a Coligação
Laranjeiras Segue em Frente, Jonatas Felisberto da Silva e Walter Pedro Becker, candidatos,
respectivamente, aos cargos de prefeito e vice-prefeito do Município de Laranjeiras do Sul/PR, para
condená-los ao pagamento de multa fixada no valor de R$ 5.320,50 (fls. 23-25).
Interposto recurso, a Corte Regional daquele estado, por unanimidade, negou-lhe provimento, por
acórdão assim ementado (fl. 100):
RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR.
CARACTERIZAÇÃO. BEM MÓVEL PARTICULAR. PLACA EM CAMINHÃO DE SOM QUE EXCEDE
METRAGEM DE 4M2. EFEITO VISUAL ANÁLOGO AO DE OUTDOOR. RECURSO DESPROVIDO.
1. É permitida a afixação de propaganda eleitoral em bens particulares, desde que a metragem total
não exceda o limite de 4m2, nos moldes do artigo 37, § 2º, da Lei nº 9.504/97 c/c artigo 14, da
Resolução nº 22.718/08, do Tribunal Superior Eleitoral - TSE.
2. A afixação de propaganda eleitoral em caminhão possui efeito visual similar ao de um outdoor, cuja
utilização é vedada pela legislação eleitoral.
3. Recurso conhecido e no mérito, desprovido.
Seguiu-se a interposição de recurso especial (fls. 118-127), no qual a Coligação Laranjeiras Segue em
Frente, Jonatas Felisberto da Silva e Walter Pedro Becker sustentam violação ao art. 41 da Lei nº
9.504/97, tendo em vista que não houve nenhuma irregularidade na veiculação da propaganda eleitoral
em comento.
Alegam que a propaganda foi veiculada em carro de som, ou seja, em bem móvel, que não se
enquadra na proibição prevista no art. 14 da Res.-TSE nº 22.718/2008. Citam jurisprudência do
Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina.
Defendem que estilização de carro de som não se insere na inovação em questão.
Ressaltam a necessidade de expressa vedação legal para a configuração da propaganda eleitoral
irregular, sob pena de cerceamento da liberdade de veiculação de propagandas eleitorais.
Afirmam que, ao contrário do que decidido pela Corte de origem, a propaganda visual em carro de som
não foi tratada na Res.-TSE nº 22.718/2008, tampouco o § 4º do art. 13 da mesma resolução limitou o
tamanho das bandeiras e dos cartazes móveis.
Não foram apresentadas contrarrazões, conforme certidão de fl. 131-verso.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo não conhecimento do recurso (fls. 135-137).
Decido.
Na espécie, a Corte Regional manteve sentença que julgou procedente representação eleitoral
proposta com fundamento nos arts. 37, § 2º, da Lei nº 9.504/97, e 14 da Res.-TSE nº 22.718/2008, em
virtude de veiculação, pelos recorrentes, de propaganda eleitoral em caminhão, com efeito visual
análogo ao de outdoor e que teria ultrapassado o limite de 4m2.
Colho os seguintes trechos do voto condutor do acórdão regional (fls. 107-109):
A Coligação recorrida, ao ajuizar a representação, acostou à petição inicial as fotografias de fls. 6/7,
evidenciando a nítida irregularidade da propaganda impugnada, em razão da veiculação de
propaganda eleitoral irregular por meio da afixação de banners em caminhão de som em dimensões
que extrapolam o limite de 4m2.
Assim, tenho que propaganda eleitoral impugnada, nos moldes que foi realizada, equipara-se à
propaganda feita por meio de outdoor, dada a sua dimensão, o requinte de sua elaboração, bem como,
por sua aparência, não é propaganda acessível, em termos de custo, a qualquer candidatura. Tudo
isso, sem falar que a propaganda circulava pelas ruas do município de Laranjeiras do Sul, em
caminhão especialmente preparado para esse fim.
Com efeito, é visível que o material de propaganda preenche as duas laterais do caminhão e também
sua parte de trás. Assim, não há dúvida de que a soma de todos os espaços da carroceria do
caminhão preenchidos com o material de propaganda supera em muito os 4m2, estabelecidos como
limite de propaganda eleitoral em bens particulares.
Não procedem as alegações de que a imposição da penalidade violaria o princípio da liberdade da
propaganda eleitoral. Isso, porque autoriza-se a interferência da Justiça Eleitoral para se coibir
eventuais excessos, que extrapolem o razoável e permitido.
No caso não há que se falar em aplicação dos artigos 12 e 69-A, da Resolução nº 22.718/08, do
Tribunal Superior Eleitoral - TSE, pois a propaganda em comento regula-se, como visto, pelas regras
dispostas nos artigos 14 e 17, do mesmo texto normativo.
Desse modo, entendo correta a r. sentença proferida em primeiro grau, que declarou irregular a
propaganda e imputou aos seus responsáveis a sanção prevista no artigo 17, da Resolução nº
22.718/08, do Tribunal Superior Eleitoral - TSE.
(...)
Assim, segundo o entendimento do Colendo Tribunal Superior Eleitoral, a propaganda similar à de
outdoor, como a veiculada, em grandes proporções, por meio de caminhões, como se fossem outdoors
itinerantes, estão sujeitas à multa prevista no artigo 39,§8, da Lei nº 9.504/97, correspondente a
prevista no artigo 17, da Resolução nº 22.718/08, do Tribunal Superior Eleitoral - TSE. (grifo nosso).
No caso em exame, os recorrentes defendem que a propaganda veiculada em um carro de som, de
natureza móvel, não se enquadraria na vedação do art. 14 da Res.-TSE nº 22.718, que assim dispõe:
Art. 14. Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça
Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, cartazes, pinturas
ou inscrições, que não Eleições 2008 - Instruções do TSE 218
excedam a 4m2 e que não contrariem a legislação, inclusive a que dispõe sobre posturas municipais
(Lei no 9.504/97, art. 37, § 2º).
Vê-se que a norma regulamentar diz respeito à veiculação de propaganda em bens particulares e não
estabelece distinção da mobilidade ou das características do respectivo bem.

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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 16

Por tal razão, não procede o argumento dos representados de que não poderia ser imposta a sanção,
até porque isso ensejaria evidente burla à vedação imposta.
Nesse ponto, correta a afirmação do relator na Corte de origem no sentido de que "a propaganda
similar à de outdoor, como a veiculada, em grandes proporções, por meio de caminhões, como se
fossem outdoors itinerantes, estão sujeitas à multa prevista no artigo 17, da Resolução nº 22.718/08,
do Tribunal Superior Eleitoral - TSE" (fl. 109).
Cito, ainda, os seguintes precedentes:
Para modificar o entendimento do Tribunal de origem de que a propaganda fixada em caminhão tem
dimensões superiores a 4m² seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório, o que é vedado
em sede de recurso especial, a teor do Enunciado nº 279 do Supremo Tribunal Federal.
Agravo regimental desprovido.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 11210, de 17.11.2009, grifo nosso).
ELEIÇÕES 2006. PROPAGANDA ELEITORAL. MULTA. RECURSO ESPECIAL. REEXAME DE
PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. CAMINHÃO. EFEITO VISUAL DE OUTDOOR. DESEQUILÍBRIO NO
PLEITO. PRECEDENTES.
- Caminhão-baú ostensivamente decorado com fotos, nomes e números de candidato tem o mesmo
efeito visual de outdoor, o que configura ofensa ao § 8º do artigo 39 da Lei n° 9.504/97.
(Recurso Especial nº 27.091, rel. Min. Ari Pargendler, de 19.8.2008, grifo nosso).
Pelo exposto, nego seguimento ao recurso especial, com base no art. 36, § 6º, do Regimento Interno
do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 10 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 34246 (47059-97.2008.6.00.0000) ALTO RIO NOVO-ES 36ª


Zona Eleitoral (PANCAS)
RECORRENTE: M4 - JORNALISMO, FOTOGRAFIA E FOTOJORNALISMO LTDA
ADVOGADOS: LUÍS FERNANDO NOGUEIRA MOREIRA e Outro
RECORRIDA: COLIGAÇÃO UNIDOS PARA MUDAR (PSB/PMDB/PFL), por seu Presidente
ADVOGADO: ILSON JOSÉ TEIXEIRA DA SILVA
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 32.931/2008

DECISÃO
O Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo, por unanimidade, negou provimento a recurso
interposto contra sentença do Juízo da 36ª Zona Eleitoral daquele estado, que julgou procedente
representação formulada pela Coligação Unidos para Mudar contra a empresa M4 - Jornalismo,
Fotografia e Fotojornalismo Ltda., por pesquisa eleitoral sem prévio registro, condenando-a ao
pagamento de multa no valor de R$ 53.205,00, em favor do Fundo partidário, com base no art. 38, I, da
Lei nº 9.096/95, combinado com a Res.- TSE nº 19.768/1996.
Eis a ementa do acórdão regional (fl. 168):
RECURSO. PESQUISA ELEITORAL. OPINIÃO PÚBLICA OU MANIFESTAÇÃO JORNALÍSTICA.
IMPROVIMENTO.
No caso dos autos, mesmo que se concluísse que os dados veiculados não tinham sido originados de
uma pesquisa eleitoral propriamente dita, tratando-se, conforme denominado pelo recorrente, de
opiniões jornalísticas, que nada mais são que meros levantamentos de opiniões, não houve a
observância da regra contida no art. 19, parágrafo único, da Resolução TSE nº 21.576/03, ou seja, não
houve esclarecimento expresso de que os dados fornecidos ao público não derivaram de uma pesquisa
de opinião, mas sim de manifestação dos seus próprios jornalistas.
Destarte, deve-se considerar a divulgação como pesquisa eleitoral, para fins de incidência na regra do
art. 33, da Lei nº 9.504/97.
Seguiu-se a interposição de recurso especial (fls. 176-190), em que a recorrente alega afronta aos arts.
33 da Lei nº 9.504/97 e 19 da
Res.- TSE nº 21.576/2004, bem como divergência jurisprudencial.
Aduz que a norma do art. 33 da supracitada lei não é direcionada a empresas jornalísticas, mas a
entidades e empresas que realizam pesquisa de opinião pública, assim como que a multa nele prevista
é aplicada em decorrência de divulgação de pesquisa de opinião pública e não em razão de
"comentário no bojo e dentro do contexto de opinião jornalística" (fl. 179), como é o caso dos autos.
Sustenta que, na espécie, não houve pesquisa eleitoral, divulgação de enquete ou sondagem, e sim
comentários em matéria jornalística, os quais foram, inclusive, desfavoráveis ao adversário da
recorrida. Assim, afirma que a decisão recorrida afrontou não apenas a lei como também o princípio da
proporcionalidade.
Aponta que se pode concluir, da própria leitura da matéria em questão, que esta possui cunho
meramente jornalístico, razão pela qual defende ser prescindível mencionar que se tratava de matéria
jornalística e não de pesquisa de opinião, como entendeu o Tribunal a quo.
Afirma que a multa é uma pena e esta deve, necessariamente, estar prevista em lei, razão pela qual
argumenta que a lei foi violada, porquanto se está aplicando uma pena a jornalistas pelo simples fato
de terem divulgado suas opiniões, o que afrontaria o princípio da reserva legal.
Cita julgados de diversos Tribunais Regionais Eleitorais para caracterizar a divergência jurisprudencial.
Não foram apresentadas contrarrazões, conforme certidão de fl. 196.

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A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo não provimento do recurso (fls. 202-204).


Decido.
Na espécie, a Corte de origem entendeu caracterizada a divulgação de pesquisa eleitoral, sem o
devido registro, uma vez que a recorrente veiculou dados, sem o esclarecimento expresso, de que
estes não eram procedentes de pesquisa de opinião, e sim de manifestações de seus jornalistas, como
se depreende do seguinte trecho do voto condutor do acórdão regional (fls. 170-171):
Compulsando os autos, verifica-se que no pleito eleitoral ocorrido em 2004 a empresa recorrente
divulgou, em seu sítio eletrônico na internet, dados aferindo as chances de eleição dos candidatos ao
cargo de prefeito de todos os Municípios do Estado do Espírito Santo, utilizando o seguinte método: 5
(cinco) estrelas para o candidato considerado eleito; 4 (quatro) estrelas para candidatos com chance de
vitória; 3 (três) estrelas para candidatos com boas chances; 2 (duas) estrelas para candidatos em
situação difícil e 1 (uma) estrela para candidatos sem chance.
Em que pese entender que o método utilizado pela empresa recorrente denote muito mais aparência
de pesquisa de opinião, que mero opinamento jornalístico, já que aferida mediante escalonamento
numérico, o certo é que mesmo que os dados não tenham sido oriundos de pesquisa de opinião
pública, tratando-se de mero levantamento de opiniões, deveria ter incidido expresso esclarecimento
nesse sentido, quando de sua divulgação, sob pena das sanções legais, idênticas aos da pesquisa
irregular.
(...)
No caso dos autos, mesmo que se concluísse que os dados veiculados não tinham sido originados de
uma pesquisa eleitoral propriamente dita, tratando-se, conforme denominado pelo recorrente, de
opiniões jornalísticas, que nada mais são que meros levantamentos de opiniões, não houve a
observância da regra contida no parágrafo único do dispositivo transcrito, ou seja, não houve
esclarecimento expresso de que os dados fornecidos ao público não derivaram de uma pesquisa de
opinião, mas sim de manifestação dos seus próprios jornalistas.
Destarte, considerar-se-á a divulgação como pesquisa eleitoral para fins de incidência na regra do art.
33 da Lei 9.504/97.
Assim, torna-se até certo ponto despicienda a distinção de pesquisa de opinião pública e de opinião
jornalística, como afirmou o juízo a quo, uma vez que, ainda que se provasse o caráter jornalístico da
pesquisa, não há provas nos autos dando conta desse esclarecimento, restando descumprido,
portanto, a regra do art. 19, parágrafo único, o que atrai a incidência do art. 33 da Lei 9.504/97, da
mesma forma.
O entendimento do Tribunal de origem acerca da necessidade do esclarecimento expresso de que as
opiniões fornecidas ao público não eram oriundas de pesquisa de opinião está de acordo com a
jurisprudência desta Corte, da qual extraio o seguinte precedente:
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ELEIÇÕES 2008. DIVULGAÇÃO. ENQUETE.
AUSÊNCIA. VEICULAÇÃO. ADVERTÊNCIA. APLICAÇÃO. MULTA. VALOR MÍNIMO.
CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 15 DA RESOLUÇÃO-TSE 22.623/07. EXERCÍCIO DO PODER
REGULAMENTAR DO TSE. AGRAVO DESPROVIDO.
I - A veiculação de enquete sem o devido esclarecimento de que não se trata de pesquisa eleitoral
enseja a aplicação de multa ao responsável pela propaganda.
II - O Tribunal Superior Eleitoral ao expedir a Resolução-TSE 22.623/07 o fez no exercício do poder
regulamentar nos limites do Código Eleitoral e da Lei das Eleições.
III - Não é desproporcional a multa aplicada no seu valor mínimo legal.
IV - Decisão agravada que se mantém pelos seus próprios fundamentos.
V- Agravo desprovido.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 11.019, rel. Min. Ricardo Lewandowski, de 12.2.2010,
grifo nosso).
Pelo exposto, nego seguimento ao recurso especial, com base no art. 36, § 6º, do Regimento Interno
do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 11506 (37795-22.2009.6.00.0000) GUAÍRA-SP 169ª Zona Eleitoral


(GUAÍRA)
AGRAVANTE: SÉRGIO DE MELLO
ADVOGADOS: HÉLIO FREITAS DE CARVALHO DA SILVEIRA e Outros
AGRAVADOS: JOSÉ CARLOS AUGUSTO e Outro
ADVOGADOS: ARTHUR LUIS MENDONÇA ROLLO e Outros
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 14.600/2009

DECISÃO
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, por unanimidade, negou provimento a recurso e manteve a
sentença do Juízo da 169ª Zona Eleitoral daquele estado que julgou improcedente ação de
investigação judicial eleitoral, fundada em captação ilícita de sufrágio e abuso do poder econômico,
proposta por Sérgio de Mello contra José Carlos Augusto e Edvaldo Donizete Morais, candidatos
eleitos, respectivamente, aos cargos de prefeito e vice-prefeito do Município de Guaíra/SP.
Eis a ementa do acórdão regional (fl. 338):

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2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 18

RECURSO ELEITORAL - INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL - SENTENÇA DE


IMPROCEDÊNCIA - CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO E ABUSO DE PODER ECONÔMICO NÃO
DEMONSTRADOS - INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA - RECURSO DESPROVIDO.
Opostos embargos de declaração (fls. 348-353), foram eles rejeitados, à unanimidade, pelo acórdão de
fls. 357-360.
Seguiu-se a interposição de recurso especial (fls. 363-397), o qual não foi admitido pelo Presidente do
Tribunal a quo (fl. 456).
Daí o presente agravo de instrumento (fls. 2-15), no qual Sérgio de Mello defende que o recurso
especial reúne todos os requisitos necessários ao seu conhecimento e provimento.
Argui que a decisão agravada carece de fundamentação, em afronta aos arts. 93, IX, da Constituição
Federal; 278, § 1º, do Código Eleitoral; e 165 do Código de Processo Civil.
Afirma que a decisão agravada não se pronunciou acerca da alegação de violação aos arts. 331, I, e
400, do Código de Processo Civil; 22, caput e XIV, e 23, da Lei Complementar nº 64/90; 5º, X e LVI, da
Constituição Federal, além de não tecer considerações sobre a ocorrência de dissídio jurisprudencial.
Sustenta que, tendo em vista a amplitude das razões esposadas no recurso especial, a decisão que lhe
negou seguimento, necessariamente, deveria trazer fundamentos sobre todos os temas nele tratados.
Aduz que o Presidente da Corte de origem teria extrapolado os poderes que lhe são conferidos para
realizar o juízo de admissibilidade recursal, visto que adentrou ao mérito da questão tratada no apelo,
usurpando a competência desta Corte Superior.
Alega que, das assertivas feitas na decisão agravada sobre o mérito recursal, não se pode concluir que
o recurso especial deveria ser denegado.
Assevera que o acórdão regional desconsiderou uma valiosa prova acostada aos autos - gravação
ambiental em local público - simplesmente invocando sua ilicitude por violação ao direito à privacidade,
sem considerar o modo como ela foi captada, o qual demonstra que inexistia, na espécie, privacidade a
ser resguardada.
Ressalta que esta Corte Superior já teria reconhecido a licitude de prova semelhante à que se encontra
nos autos.
Assinala que, ainda que a conversa não tenha sido gravada por um dos interlocutores, não houve
ofensa ao direito à privacidade e à intimidade.
Sustenta que o caso em comento não exige reexame probatório, e sim nova qualificação jurídica dos
fatos já assentados no acórdão regional.
Defende que o acórdão regional registra uma série de episódios realizados por candidatos a
vereadores, os quais indicam a compra de votos, sendo suficientes para alterar o resultado da
demanda.
Invoca ofensa ao art. 22, caput e inciso XIV, da Lei Complementar nº 64/90, uma vez que o acórdão
regional, mesmo reconhecendo a existência de condutas abusivas praticadas por terceiros, afastou a
incidência do art. 41-A da Lei nº 9.504/97.
Assegura que a prática reiterada de compra de votos, mesmo que por terceiros, deve levar à aplicação
das sanções previstas no art. 22, XIV, da Lei Complementar nº 64/90.
Reitera os fundamentos apresentados em seu recurso especial.
Foram apresentadas contrarrazões (fls. 465-469).
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 474-480).
Decido.
Conforme já reiteradamente decidido por esta Corte Superior, o exame pelo Presidente de Tribunal
Regional Eleitoral de questões afetas ao mérito do recurso especial, por ocasião do juízo de
admissibilidade, não implica invasão de competência do Tribunal Superior Eleitoral.
Sobre o tema, cito o seguinte julgado desta Corte:
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ELEIÇÕES 2006. DIVERGÊNCIA NÃO
DEMONSTRADA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. NÃO-PROVIMENTO.
1. A jurisprudência do TSE não considera haver usurpação de competência quando o TRE, no juízo de
admissibilidade, examina o mérito do recurso especial eleitoral. Precedentes: AgRg no Ag nº 6.341/CE,
Rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 10.3.2006, AgRg no Ag nº 4.533/PR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ de
24.9.2004; AgRg no Ag nº 4.494/MG, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 16.4.2004.
(...)
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 7.782, rel. Min. José Delgado, de 25.9.2007, grifo
nosso).
Afasto, também, a alegação de que o acórdão regional violou os arts. 93, IX, da Constituição Federal;
275, I e II, do Código Eleitoral; 165 e 458, II, do Código de Processo Civil, sob o argumento de
ausência de fundamentação e de negativa de prestação jurisdicional.
Entendo que a Corte de origem fundamentou seu convencimento ao concluir não estar demonstrada a
prova inequívoca do descumprimento do art. 41 da Lei das Eleições e que os embargos de declaração
opostos naquela instância denotam o inconformismo com o acórdão recorrido, fim para o qual não se
prestam os declaratórios.
Passo ao exame da matéria de fundo.
O agravante alega a licitude da gravação ambiental, visto que "a confissão se deu em lugar público,
aberto a todos, na presença de inúmeras pessoas" (fl. 11), motivo pelo qual não haveria ofensa ao
direito à intimidade e à privacidade.
A esse respeito, colho do voto condutor do acórdão regional (fls. 341-342):
Inicialmente, reputo irretocáveis os fundamentos aduzidos na r. sentença relativos à ilicitude da
gravação acostada aos autos. Com efeito, a validade da aludida prova só é admitida quando realizada
por um dos interlocutores, ainda que desconhecida pelo outro, o que não se demonstrou no caso em
julgamento. Nessa esteira:
A gravação de conversa, efetuada por um dos interlocutores, é prova lícita, desde que não seja, por
força de lei, sigilosa (RESPE 25258/SP).

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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(TSE - AC. nº 28062, Re. Min. Marcelo Ribeiro de 10/04/2008).


A outra não é a orientação do E. Supremo Tribunal Federal:
A gravação de conversa entre dois interlocutores, feita por um deles, sem conhecimento do outro, com
a finalidade de documentá-la, futuramente, em caso de negativa, nada tem de ilícita, principalmente
quando constitui exercício de defesa. Precedentes.
(STF - AI - AgR 666.459, Re. Min. Ricardo Lewandowski, j. 6.11.2007).
Nesse contexto, Jesus Osório de Oliveira, em seu depoimento (fls. 143/148), afirmou que não foi o
responsável pela gravação do diálogo com Valdomiro de Souza Andrade. Tampouco soube apontar
quem seria o responsável por tal gravação, donde resulta que a prova não foi produzida em
observância a estrita legalidade, assumindo a feição de clandestina.
A Corte de origem assentou que a gravação ambiental apresentada para fins de comprovação da
captação ilícita de sufrágio não foi realizada por um dos interlocutores, e que sequer se apontou o
responsável por sua gravação, motivo pelo qual se tratava de prova ilícita.
Vê-se, portanto, que esse entendimento está em consonância com a jurisprudência deste Tribunal,
conforme os seguintes precedentes:
Agravo regimental em recurso especial. Captação ilícita de sufrágio. Prova consubstanciada em
gravação ambiental.
(...)
4. A gravação ambiental realizada por um dos interlocutores é prova válida.
(...)
7. Agravo regimental ao qual se nega provimento.
(Agravo Regimental no Recurso Especial Eleitoral nº 36.992, rel. Min. Carmen Lúcia, de 19.8.2010).
RECURSO ESPECIAL. REPRESENTAÇÃO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. PROVA.
ILICITUDE. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. ART. 5º, XII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ORDEM
JUDICIAL. AUSÊNCIA. CONTAMINAÇÃO DAS DEMAIS PROVAS. INCIDÊNCIA DOS VERBETES
SUMULARES Nos 7/STJ e 279/STF.
1. A gravação clandestina feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, não constitui
interceptação vedada pela Constituição da República, sobretudo quando se destine a fazer prova, em
juízo ou inquérito, a favor de quem a gravou.
2. No caso dos autos, não é possível saber se quem forneceu a mídia seria a própria pessoa constante
da gravação, ou seja, não há como aferir se houve anuência de um dos interlocutores.
(...)
4. Recurso especial desprovido.
(Recurso Especial Eleitoral nº 35.622, rel. Min. Marcelo Ribeiro, de 17.9.2009).
Representação. Captação ilícita de sufrágio. Art. 41-A da Lei nº 9.504/97.
(...)
2. Segundo tem decidido o Tribunal, o desconhecimento da gravação de conversa por um dos
interlocutores não implica nulidade da referida prova.
(...)
Recurso especial a que se nega provimento.
(Recurso Especial Eleitoral nº 35.479, de minha relatoria, de 9.6.2009).
Logo, ao contrário do que afirma o agravante, ainda que se trate de gravação ambiental, é necessário
que se comprove o conhecimento por um dos interlocutores, pois senão estaríamos diante de
interceptação ambiental, realizada por terceiro sem anuência de um dos interlocutores, que depende,
em regra, de autorização judicial prévia.
Defende, ainda, o agravante que os fatos indicados em seu recurso seriam suficientes para comprovar
a prática de captação ilícita de sufrágio pelos agravados.
Consta do voto condutor do acórdão regional (fls. 343- 344):
Por outro lado, como bem salientado na r. sentença, a prova oral colhida apresenta contradições que
comprometem sua credibilidade. Nesse particular, a decisão impugnada esmiuçou, de forma detalhada,
as declarações contidas nos depoimentos das testemunhas, concluindo no sentido de que não restou
demonstrado nos autos de maneira inequívoca a captação ilícita de sufrágio.
O depoimento de Antonio Alves Mendonça e Roberta de Oliveira Souza (fls. 163/167) não confirmam a
participação de Valdomiro de Souza Andrade na campanha dos representados, de forma que não há
como vincular eventuais irregularidades praticadas por Valdomiro à vitória dos recorridos no pleito de
2008.
Ademais, no que se refere à suposta doação de combustível, o conjunto probatório não tem o condão
de demonstrar tal irregularidade. O proprietário do estabelecimento responsável pelo fornecimento do
combustível não confirmou o quanto alegado em sede recursal, limitando-se a declarar que apenas o
veículo utilizado na campanha dos recorridos era abastecido em seu posto, bem como que desde 1964
o recorrido Marco Publiese é seu cliente (fls. 168/170).
Ainda nesse aspecto, a suposta beneficiária não confirmou referida doação, tendo em vista que o
representante desistiu de ouvi-la como testemunha durante a fase de instrução, conforme se observa
às fls. 132.
Por sua vez, ainda que as testemunhas arroladas pelo representante confirmem o recebimento de
dinheiro antes e depois do pleito (fls. 150/162), não restou suficientemente comprovado o envolvimento
dos recorridos na captação ilícita de sufrágio. De fato, as testemunhas não informam que foram
assediadas pelos próprios representados ou que estes teriam anuído para a prática do ilícito ora
versado. A esse respeito, reputo irretocáveis a fundamentação da r. sentença:
Destaco ainda que em nenhum momento as testemunhas relataram que a compra de votos teria sido
intermediada diretamente, ou ao menos tenha sido autorizada pelos representados.
Saliente-se que é assente na jurisprudência pátria que a imposição de penalidades advindas do
descumprimento do artigo 41-A da Lei das Eleições necessita estar devidamente fundamentada em
provas inequívocas da ocorrência das condutas sobreditas, o que não se verificou no caso vertente.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 20

Verifico que a Corte Regional Eleitoral concluiu que o conjunto probatório não é apto para demonstrar a
prática de captação ilícita de sufrágio por parte dos agravados.
Assentou, também, que a prova testemunhal apresenta contradições que comprometem sua
credibilidade e que não se comprovou participação nem anuência dos agravados na prática prevista no
art. 41-A da Lei das Eleições.
Para modificar essas conclusões, seria necessário reexaminar o acervo probatório, o que é inviável em
sede de recurso especial, a teor da Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal.
Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 36, § 6º, do Regimento
Interno do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

LISTA TRÍPLICE Nº 3515-88.2010.6.00.0000 FORTALEZA-CE


INTERESSADO: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ
ADVOGADO INDICADO: MANOEL CASTELO BRANCO CAMURÇA
ADVOGADO INDICADO: MACHIDOVEL TRIGUEIRO FILHO
ADVOGADA INDICADA: ISABEL CRISTINA SILVESTRE DA MOTA
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 36.496/2010

Cuida-se de lista tríplice destinada ao preenchimento de vaga de juiz efetivo, da classe jurista, do
Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, em face do término do 2º biênio do Dr. Tarcísio Brilhante de
Holanda.
Tendo em vista a existência de certidões positivas em relação aos Drs. Manoel Castelo Branco
Camurça e Machidovel Trigueiro Filho, determinei, em despacho de fls. 189-190, que se oficiasse o
Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, a fim de que cientificasse os citados advogados para que
trouxessem aos autos, no prazo de 15 dias, certidão circunstanciada informando o objeto e o
andamento dos processos, facultando-lhes, desde logo, a respectiva manifestação, caso assim
pretendessem.
Em certidão de fl. 195, a Secretaria Judiciária informou que, até o momento, não foram prestadas
informações pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Despacho.
Proceda-se a reiteração da comunicação do despacho de
fls. 189-190.
Publique-se.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

RECURSO ORDINÁRIO Nº 2521-27.2010.6.12.0000 CAMPO GRANDE-MS


RECORRENTES: ARY RIGO e Outro
ADVOGADOS: ANDRE LUIS XAVIER MACHADO e Outros
RECORRIDO: DAGOBERTO NOGUEIRA FILHO
ADVOGADOS: JOSÉ VALERIANO DE SOUZA FONTOURA e Outros
Ministro Marcelo Ribeiro
Protocolo: 23.916/2010
Referência: Protocolo nº 38.613/2010

J. Venha o original do substabelecimento.


Após, apreciarei os pedidos.
Brasília, 11.11.2010.
Ministro Marcelo Ribeiro.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1697-04.2010.6.00.0000 UNIÃO DA VITÓRIA-PR 33ª Zona


Eleitoral (UNIÃO DA VITÓRIA)
AGRAVANTE: FUNDAÇÃO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS - RÁDIO EDUCADORA DE UNIÃO
DA VITÓRIA
ADVOGADOS: GUILHERME DE SALLES GONÇALVES e Outros
AGRAVANTES: RÁDIO DIFUSORA COLMÉIA DE PORTO UNIÃO LTDA e Outra
ADVOGADOS: FERNANDO MATHEUS DA SILVA e Outros
AGRAVADA: COLIGAÇÃO AGORA É A VEZ ! (DEM/PT/PRB/PV)
ADVOGADO: GRASIELE BARCELOS AMARAL
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 17.047/2010

DECISÃO

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 21

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, por unanimidade, negou provimento aos recursos e manteve a
sentença proferida pelo Juízo da 33ª Zona Eleitoral daquele estado que julgou parcialmente procedente
representação proposta pela Coligação Agora é a Vez contra Carlos Alberto Jung e Fauzi Bakri, então
candidatos, respectivamente, aos cargos de prefeito e vice-prefeito do Município de União da
Vitória/PR, Warrib Motta, Rádio Difusora Colméia de Porto União, Rádio Top FM e Rádio Educadora de
União da Vitória, por violação ao disposto no art. 45, IV, da Lei nº 9.504/97, condenando as referidas
emissoras ao pagamento de multa, nos termos do art. 21, § 4º, da Res.-TSE nº 22.718/2008 (fls. 172-
181).
Eis a ementa do acórdão regional (fl. 172):
RECURSO ELEITORAL. TRANSMISSÃO DE PRONUNCIAMENTO DE CANDIDATO A VICE-
PREFEITO - DVULGAÇÃO DE CARTA RENÚNCIA - REMISSÃO À CAMPANHA REALIZADA E AO
CANDIDATO A PREFEITO - PROPAGANDA ELEITORAL CARACTERIZADA - TRANSMISSÃO EM
CADEIA DE RÁDIO - INFRAÇÃO AO ARTIGO 45, IV, DA LEI Nº 9.504/97 - APLICAÇÃO DE MULTA -
SENTENÇA MANTIDA - RECURSOS DESPROVIDOS.
Opostos embargos de declaração (fls. 185-188), foram eles rejeitados, por unanimidade, pela Corte de
origem (fls. 192-197).
Seguiu-se a interposição de recurso especial (fls. 208-219), ao qual a Presidente do Tribunal a quo
negou seguimento (fls. 227-229).
Daí a interposição do presente agravo de instrumento (fls. 2-15), no qual as agravantes afirmam
que ficou devidamente demonstrado, nas razões do recurso especial, o dissídio jurisprudencial entre as
Cortes Regionais de São Paulo e do Paraná.
Sustentam que não se faz necessário o reexame de matéria de fato por este Tribunal.
A esse respeito, aduzem que a simples transmissão, ao vivo, do discurso de renúncia de Fauzi Bakri
ao cargo de vice-prefeito não se subsume às hipóteses previstas no art. 45 da Lei Eleitoral.
Argumentam que, no período eleitoral, qualquer notícia que se refira ao pleito tem grande relevância
para a comunidade e, por via de consequência, é de interesse jornalístico.
Asseguram que não poderiam antever o teor do mencionado discurso, e que estariam igualmente
impossibilitadas de exercer controle prévio a respeito do que seria transmitido.
Defendem que, ao contrário do que foi consignado na decisão regional, o fato de o então candidato ter
renunciado apenas um dia após a transmissão do pronunciamento de renúncia - prática comum no
meio político - não afasta o caráter de matéria jornalística.
Não foram apresentadas contrarrazões, conforme atesta a certidão de fl. 233.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo não provimento do recurso (fls. 237-240).
Decido.
A Corte Regional Eleitoral do Paraná manteve sentença do Juízo da 33ª Zona Eleitoral daquele estado
que aplicou multa às agravantes com fundamento no art. 45, IV, da Lei nº 9.504/97.
As agravantes alegam que a transmissão do discurso de renúncia de candidatura "não se subsume as
hipóteses previstas no art. 45 da Lei Eleitoral" (fl. 10).
Examinando as alegações das agravantes, tenho que o recurso especial está a merecer melhor
exame.
Pelo exposto, dou provimento ao agravo de instrumento, com base no art. 36, § 7º, do Regimento
Interno do Tribunal Superior Eleitoral e, considerando o disposto no art. 36, § 4º, do mesmo regimento,
estando os autos suficientemente instruídos para apreciação da controvérsia, determino a reautuação
do feito como recurso especial.
Proceda-se à intimação da agravada, a fim de apresentar contrarrazões ao especial.
Anoto que, tendo em vista os termos da manifestação do Ministério Público Eleitoral (fls. 237-240), será
despicienda nova vista dos autos ao Parquet.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 415/2010 - SEPROC3

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 10818 (37603-89.2009.6.00.0000) RIO DE JANEIRO-RJ 228ª Zona


Eleitoral (RIO DE JANEIRO)
AGRAVANTES: INFOGLOBO COMUNICAÇÕES S/A e Outro
ADVOGADOS: CAROLINA CARDOSO FRANCISCO e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Marcelo Ribeiro
Protocolo: 1.721/2009

DECISÃO
A Infoglobo Comunicações S/A e Ricardo Noblat interpuseram recurso especial eleitoral (fls. 102-107)
contra acórdão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ), que negando provimento a
recurso eleitoral, manteve a multa imposta aos ora agravantes, no valor de R$ 53.205,00 (cinquenta e
três mil e duzentos e cinco reais), em decorrência da divulgação de pesquisa eleitoral sem registro.
O acórdão regional foi assim ementado (fl. 95):
PESQUISA ELEITORAL. AUSÊNCIA DE REGISTRO. MULTA.
Reconhecida a divulgação de pesquisa eleitoral não registrada. Não há que se falar em mera análise
da situação eleitoral no Município do Rio de Janeiro.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 22

A divulgação de pesquisa realizada sem observância dos artigos 6º e 7º da Resolução TSE nº


21.576/2003, ainda quando anteriormente divulgada por órgão de imprensa, sujeita o responsável à
sanção de multa prevista no artigo 33, § 3º, da Lei nº 9.504/97.
Alegaram que a matéria impugnada tratou apenas de realizar uma superficial análise política da
sucessão na prefeitura da cidade.
Esclareceram que o segundo recorrente apenas fez uso de dados anteriormente divulgados no blog do
prefeito do Rio de Janeiro, utilizando-os para realizar comentários ou previsões sobre a sucessão
municipal, fatos, esses, incontroversos e reconhecidos no acórdão regional.
Acrescentaram (fls. 104-105):
[...] resta claro que não se trata de divulgação de pesquisa, mas sim de matéria jornalística, na qual
apenas teceram uma análise política dos candidatos ao cargo de Prefeito do Município do Rio de
Janeiro, utilizando-se de dados anteriormente divulgados, como reconheceu o próprio eleitor que
denunciou os fatos à Procuradoria Eleitoral.
Sustentaram que a informação divulgada no blog se adéqua ao disposto no art. 15 da Resolução/TSE
nº 22.623/2007 ("enquetes ou sondagens" ), razão pela qual não é aplicável a multa prevista no § 3º
do art. 33 da Lei nº 9.504/97, violado na espécie.
O presidente do TRE/RJ negou seguimento ao recurso (fls. 109-114).
Daí o presente agravo de instrumento (fls. 2-9), em que os agravantes reiteram as razões aduzidas no
apelo nobre, acrescentando que em momento algum pleitearam a reexame das provas ou fatos
analisados na representação.
Contrarrazões às fls. 120-122.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo desprovimento do agravo de instrumento (fls. 125-127).
É o relatório.
Decido.
O agravo não merece prosperar, ante a inviabilidade do recurso especial.
Colho do acórdão regional (fl. 97):
O teor do texto publicado, a toda evidencia, revela a divulgação de pesquisa eleitoral e não mera
análise da situação eleitoral do Município do Rio de Janeiro à época da disputa relativa às eleições do
corrente ano como os recorrentes tentam fazer crer. Confira-se:
"Saiu do forno a mais recente pesquisa de intenção de votos para prefeito do Rio de Janeiro.
Encomendada para consumo interno pelo DEM a MCI, empresa de consultoria do sociólogo Antônio
Lavareda, ela ouviu 800 leitores entre os últimos dias 22 e 24. Resultado: Marcelo Crivella 27%,
Jandira Feghali 18%, Solange Amaral 10%, Fernando Gabeira 9% e Eduardo Paes 8% (...). Na
verdade, a MCI fez duas pesquisas: uma quantitativa e outra qualitativa. A primeira usa técnicas
estatísticas e costuma despertar mais atenção da mídia. A segunda trabalha com descrições
comparações, interpretações e tenta entender algo específico em profundidade."
Resta claro, dessarte, que a matéria torna pública pesquisa eleitoral encomendada por agremiação
partidária, dando ênfase às informações arroladas nos incisos do artigo 33 da Lei 9.504/97 tais como: a
metodologia utilizada, o período de realização, o nome de que (sic) contratou e os percentuais relativos
às intenções de voto.
O TRE/RJ exarou fundamentação baseada no acervo probatório e nas circunstâncias evidenciadas nos
autos, concluindo que não houve simples análise da situação eleitoral do Município do Rio de Janeiro,
mas divulgação de pesquisa eleitoral não registrada. Alterar tal conclusão demandaria, efetivamente, o
reexame de fatos e provas, o que não é possível em sede extraordinária (Súmulas nos 279/STF e
7/STJ).
Ademais, como bem assentou o Tribunal de origem, não trata a espécie de divulgação de resultado de
enquete ou sondagem, pois, nessa situação, conforme previsto no art. 15 da Resolução TSE nº
22.623/2007, deverá ser informado que os dados não se referem à pesquisa eleitoral, mas a mero
levantamento de opiniões, sem controle de amostra e utilização de método científico.
Ainda que se entendesse que foi realizada mera menção a uma sondagem feita pelo DEM, melhor
sorte não socorreria os agravantes, porquanto, já decidiu esta Corte Superior que "A veiculação de
enquete sem o devido esclarecimento de que não se trata de pesquisa eleitoral autoriza a aplicação da
multa prevista no art. 33, § 3º, da Lei 9.504/1997" (EDcl-AgR-AI nº 11.019/PR, DJE de 15.4.2010, rel.
Min. Ricardo Lewandowski).
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 36, § 6º, do RITSE.
Publique-se.
Brasília-DF, 4 de novembro de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.

RECURSO ORDINÁRIO Nº 8784-42.2010.6.24.0000 FLORIANÓPOLIS-SC


RECORRENTE: ADI XAVIER DE CASTRO
ADVOGADOS: BRUNO CONDINI e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Marcelo Ribeiro
Protocolo: 25.487/2010

DECISÃO
Cuida-se de recurso ordinário (fls. 143-167) interposto por Adi Xavier de Castro, contra decisão do
Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE/SC), que acolhendo impugnação formulada pelo
Parquet, indeferiu o seu pedido de registro de candidatura ao cargo de deputado estadual, em razão da
incidência da hipótese de inelegibilidade prevista no art. 1º, I, g, da LC nº 64/90.
Em petição às fls. 187-189, o recorrente pede a desistência do presente recurso, manifestando a sua
ausência de interesse em dar prosseguimento ao feito.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 23

Considerando que na procuração outorgada aos advogados subscritores da petição, acostada à fl. 221
dos autos, constam expressos poderes para desistir, homologo o pedido e determino o retorno dos
autos à origem.
Publique-se.
Brasília-DF, 5 de novembro de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 12089 (39482-34.2009.6.00.0000) IPOJUCA-PE 16ª Zona Eleitoral


(IPOJUCA)
AGRAVANTE: PEDRO SERAFIM DE SOUZA FILHO
ADVOGADOS: CARLOS HENRIQUE VIEIRA DE ANDRADA e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Marcelo Ribeiro
Protocolo: 24.932/2009

DECISÃO
Pedro Serafim de Souza Filho interpôs recurso especial (fls. 620-626 - anexo 1 - volume 2) contra
acórdão do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE/PE), que lhe aplicou multa pela realização
de propaganda eleitoral extemporânea. O acórdão regional foi assim ementado (fl. 589 - anexo 1 -
volume 2):
Recurso Eleitoral. Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Eleições Municipais (2008). Candidato.
Prefeito. Propaganda Extemporânea. Calendário. Multa.
1. A propaganda realizada fora do prazo legal, de forma subliminar e incutindo na população a idéia de
candidatura às próximas eleições, caracteriza-se como extemporânea, vedada por lei (art. 36, caput, da
Lei 9504/97), por se tratar de conduta que afeta a lisura do pleito.
2. Multa que se aplica no mínimo legal.
No especial, interposto com fundamento no art. 276, I, b, do Código Eleitoral, o ora agravante
apresentou dissídio jurisprudencial e alegou que no caso dos autos não há pretensão de reexame de
prova, mas de nova valoração, perfeitamente admissível em recurso especial.
Aduziu que o calendário de fls. 493, distribuído pelo recorrente, não consubstancia propaganda
eleitoral por não conter menção à candidatura, desmerecimento de rivais ou exaltação de qualquer
feito.
Afirmou que a posição adotada no acórdão regional destoa do entendimento jurisprudencial desta
Corte.
O presidente do TRE/PE negou seguimento ao recurso (fls. 640-641 - anexo 1 - volume 2).
Daí o presente agravo de instrumento (fls. 2-7) em que Pedro Serafim de Souza Filho sustenta que não
incidem, in casu, os Enunciados Sumulares nos 7/STJ e 279/STF.
Argumenta que (fl. 4)
[...] além de admitir a revaloração da prova no recurso excepcional, todos os precedentes colacionados
limitam a propaganda eleitoral extemporânea àquela que remete a candidatura, contém enaltecimentos
ou coisa que o valha [...].
Cita precedentes.
Contraminuta às fls. 36-42.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo desprovimento do agravo (fls. 47-52).
É o relatório.
Decido.
O agravo não merece prosperar, ante a inviabilidade do recurso especial.
Para melhor exame das questões recursais, reproduzo a fundamentação adotada pela Corte Regional
(fls. 593-595 - anexo 1 - volume 2):
Resta claro, no caso em análise, que o então Prefeito de Ipojuca se utilizou da publicidade institucional
daquele município para promoção pessoal, ao colorir a cidade na quase totalidade dos seus bens e
imóveis públicos com suas cores de campanha (referente ao pleito de 2004 e que usa desde o início de
sua gestão) que, diga-se de passagem, não são as cores do município. É caso sintomático de
propaganda subliminar e extemporânea, tão mais quando de domínio público que o recorrido sairia
candidato ao pleito de 2008.
[...]
Sustentou, a Procuradoria Eleitoral, e de tal não se pode fugir, o enquadramento da conduta praticada
pelo recorrido na hipótese de propaganda eleitoral extemporânea, posto que temos, em pleno período
pré-eleitoral, um pretenso candidato à reeleição, que de fato se reelegeu em 2008, a "pintar" a cidade
na qual vai concorrer ao pleito com suas cores de campanha. Ademais, foi juntado aos autos exemplar
de calendário que foi produzido e distribuído para toda a cidade, referente ao ano de 2007, com a foto
do Prefeito inserida em meio às cores laranja e azul. Ressalta, também, o Parquet de primeira
instância, que as frases utilizadas na propaganda institucional da Prefeitura: "Ipojuca tá demais" e
"Nunca se fez tanto em tão pouco tempo" trazem no seu significado um link direto com a pessoa do
chefe do executivo municipal, configurando "um apelo publicitário e subliminar para a continuidade da
gestão" .
A jurisprudência desta Corte estabelece como ato de propaganda eleitoral aquele que leva ao
conhecimento geral, embora de forma dissimulada, a candidatura, mesmo apenas postulada, e a ação
política que se pretende desenvolver ou razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto
ao exercício de função pública (Acórdãos nos 5.120/RS, DJ de 23.9.2005, rel. Min. Gilmar Mendes;
18.958/SP, DJ de 5.6.2001, e 16.426/MT, DJ de 9.3.2001, rel. Min. Fernando Neves).

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 24

No caso vertente, a Corte Regional assentou que houve o desbordamento da publicidade institucional
por meio da utilização de cores, distribuição de calendários e frases que continham apelo eleitoral em
favor do então prefeito candidato à reeleição.
O recurso especial, interposto com base em dissídio jurisprudencial, não tem chances de êxito, haja
vista que não foi demonstrada a similitude fática entre as decisões confrontadas.
Além do mais, a alteração do entendimento do Tribunal a quo, estritamente vinculado à análise
probatória, encontra óbice nos Enunciados nos 7/STJ e 279/STF.
Do exposto, sendo inviável o recurso especial, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base
no art. 36, § 6º, do RITSE.
Publique-se.
Brasília-DF, 9 de novembro de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 9603285-76.2008.6.01.0001 RIO BRANCO-AC 1ª Zona


Eleitoral (RIO BRANCO)
RECORRENTE: MARCELO MENEZES JUCÁ
ADVOGADO: PEDRO RAPOSO BAUEB
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 999/2010

DECISÃO
O Tribunal Regional Eleitoral do Acre, por maioria, negou provimento a recurso e manteve a sentença
proferida pelo Juízo da 1ª Zona Eleitoral daquele estado que desaprovou as contas de Marcelo
Menezes Jucá, candidato ao cargo de vereador nas eleições de 2008, em resolução assim ementada
(fl. 202):
RECURSO ELEITORAL - PRESTAÇÃO DE CONTAS - CANDIDATO - ELEIÇÕES 2008 -
CONCESSIONÁRIA OU PERMISSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO - DOAÇÃO IRREGULAR - ART.
16, PARÁGRAFO ÚNICO, DA RES. TSE n. 22.715/2008 - CONFIGURAÇÃO - DESAPROVAÇÃO DAS
CONTAS - RECURSO IMPROVIDO.
1. Devem ser rejeitadas as contas de candidato que recebe doação em dinheiro procedente de fonte
vedada, notadamente quando a própria empresa doadora presta informações dando conta de que é
concessionária ou permissionária de serviço público. (art. 16, III, Res. TSE n. 22.715/2008).
2. Recurso improvido.
Opostos embargos de declaração (fls. 216-222), foram eles rejeitados, por maioria, pela Corte de
origem (fls. 225-232).
Seguiu-se a interposição de recurso especial (fls. 238-253), no qual Marcelo Menezes Jucá alega que a
vedação para contribuições de campanha prevista na Res.-TSE nº 22.715/2008 afeta somente as
concessionárias e permissionárias de serviços públicos, e não as autorizadas.
Sustenta que a Guascor do Brasil é empresa autorizada, que tem interesses exclusivamente privados,
não possuindo, assim, o caráter público que rege a concessão e a permissão.
Argumenta que referida empresa não distribui energia elétrica, apenas a produz, e que a distribuição é
exclusiva da Companhia de Eletricidade do Acre (ELETROACRE).
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo desprovimento do recurso (fls. 271-274).
Decido.
Cuida-se de processo de prestação de contas de campanha referente às eleições de 2008.
Inicialmente, consigno que o acórdão regional foi proferido em 17.11.2009 (fl. 211) e publicado em
19.11.2009 (fl. 214), portanto, posteriormente à publicação da Lei nº 12.034/2009, que estabeleceu o
cabimento de recurso em processo de prestação de contas de campanha.
A citada lei acrescentou os §§ 5º, 6º e 7º ao art. 30 da Lei nº 9.504/97, dispositivos que possuem o
seguinte teor:
Art. 30. (...)
§ 5º Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos e comitês financeiros caberá recurso
ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 (três) dias, a contar da publicação no Diário
Oficial.
§ 6º No mesmo prazo previsto no § 5º, caberá recurso especial para o Tribunal Superior Eleitoral, nas
hipóteses previstas nos incisos I e II do § 4º do art. 121 da Constituição Federal.
§ 7º O disposto neste artigo aplica-se aos processos judiciais pendentes.
Conforme decidido pelo Tribunal, em 28.10.2010, no julgamento do Agravo Regimental no Agravo de
Instrumento nº 9.867, relator Ministro Marcelo Ribeiro, tais dispositivos têm eficácia imediata, dado seu
caráter processual, aplicando-se aos processos pendentes.
Feitas essas considerações, examino o recurso especial de
fls. 238-253.
O cerne da controvérsia cinge-se em saber se a empresa Guascor do Brasil, que doou recursos para a
campanha eleitoral do recorrente, enquadra-se ou não na vedação prevista no art. 16, III, da Res.-TSE
nº 22.715/2008, in verbis:
Art. 16. É vedado a partido político e a candidato receber, direta ou indiretamente, doação em dinheiro
ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de (Lei nº
9.504/97, art. 24, I a XI):
(...)
III - concessionário ou permissionário de serviço público;
(...)

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Parágrafo único. O uso de recurso recebido de fontes vedadas constitui irregularidade insanável e
causa para desaprovação das contas, ainda que o valor seja restituído.
Para esclarecer a questão referente à natureza jurídica da empresa doadora, o relator originário do
processo no Tribunal de origem determinou o envio de ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL).
Transcrevo o seguinte trecho do relatório do acórdão relativo ao recurso eleitoral (fls. 205-206):
Buscando maior [sic] subsídios para minha decisão, resolvi oficiar a Agência Nacional de Energia
Elétrica, para esclarecer melhor a questão, conforme despacho de folha 186.
Em resposta ao despacho, a Agência informou que `No tocante ao regime de exploração, a empresa
Guascor foi outorgada como PIE seguindo os preceitos legais estabelecidos na Lei nº 9.074, de 07 de
julho de 1995, em sua Seção II. Por tratar-se de autorização, a outorga está dispensada de licitação, ao
contrário do que ocorreu no caso de concessões e permissões".
Ressaltou ainda que a implantação e exploração dos empreendimentos outorgados como PIE
(Produtor Independente de Energia Elétrica) será por conta e risco do próprio empreendedor.
Por fim, juntou cópia da resolução nº 449 de 29 de dezembro de 1998, que versa sobre a autorização
outorgada a empresa GUASCOR. (grifo nosso).
Verifico, assim, que a Agência Nacional de Energia Elétrica afirmou que a empresa Guascor do Brasil
é autorizatária de serviço público, tendo sido outorgada como Produtora Independente de Energia
Elétrica.
Desse modo, tenho que não cabe à Justiça Eleitoral entender de modo contrário ao que informou a
própria ANEEL e afirmar que a empresa em questão enquadra-se em outro tipo de regime de
exploração.
Não incide, portanto, na espécie, a vedação prevista no art. 16, III, da Res.-TSE nº 22.715/2008, razão
pela qual as contas de campanha do recorrente devem ser aprovadas.
Tenho como corretos, pois, os fundamentos do voto vencido, proferido pelo Juiz Maurício Hohenberger,
que abaixo transcrevo (fls. 209-210):
Observando o caso posto, analisando a Resolução que dá vida a outorga pelo poder público tenho que
essa autorização está condicionada à compatibilidade com o interesse público que se tem em vista
proteger.
Primeiro porque, observo que realmente não existiu qualquer tipo de licitação para concessão da
digitada autorização, conforme indicado pelo Superintendente de Concessões e Autorizações de
Geração, na folha 191.
Em segundo porque, a autorização, pela forma precária como concedida, pode sim ser revogada a
qualquer momento, sem acarretar para a Administração qualquer responsabilidade, conforme
consignado pelo § 2º do art. 4 da Resolução n. 449/98.
Entendo ser suficientes esses requisitos que dão precariedade a outorga para caracterizar como uma
autorização pura e simples, diversa das delegações vedadas pelo art. 16, III, da Resolução TSE n.
22.715/2008.
Ademais, se a própria Agência Reguladora que outorgou licença a empresa, entende que essa é
simples autorização, não podendo ser confundida com as outras formas de delegação do Poder
Público, firmando inclusive resolução específica neste sentido, não posso entender de modo diverso.
Pelo exposto, dou provimento ao recurso especial, com base no art. 36, § 7º, do Regimento Interno do
Tribunal Superior Eleitoral, a fim de reformar o acórdão regional e aprovar as contas de Marcelo
Menezes Jucá, candidato ao cargo de vereador nas eleições de 2008.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 10 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 36886-61.2008.6.20.0000 CEARÁ-MIRIM-RN 6ª Zona


Eleitoral (CEARÁ-MIRIM)
RECORRENTES: MARIA DE LOURDES SILVA DO NASCIMENTO e Outro
ADVOGADOS: FELIPE AUGUSTO CORTEZ MEIRA DE MEDEIROS e Outros
RECORRIDOS: RONALDO MARQUES RODRIGUES e Outro
ADVOGADOS: CAMILA O. TOSCANO DE ARAÚJO SOUSA e Outro
Ministro Marcelo Ribeiro
Protocolo: 5.608/2010

DECISÃO
Cuida-se de recurso especial eleitoral interposto por Maria de Lourdes Silva do Nascimento e Francisco
Canindé Oliveira da Luz em face de acórdão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte
(TRE/RN), que negando provimento a recurso eleitoral, manteve sentença que julgou improcedente
representação fundada em captação ilícita de sufrágio ajuizada em desfavor de Ronaldo Marques
Rodrigues e Carlos Alberto de Carvalho Pereira. Eis a ementa do decisum (fl. 238):
RECURSO ELEITORAL - CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO - JULGAMENTO IMPROCEDENTE
PELO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU - ALEGAÇÃO DE COMPRA DE VOTOS E PROMESSA DE
VANTAGEM EM TROCA DE VOTO - INSUFICIÊNCIA PROBATÓRIA - IMPROVIMENTO DO
RECURSO.
Na espécie, alega-se que houve captação ilícita de sufrágio nos moldes do art. 41-A da Lei das
Eleições, por meio da compra em espécie da consciência dos eleitores em relação aos seus votos por
parte do primeiro dos recorridos e pela promessa de vantagem pessoal em troca de votos por parte do

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segundo dos recorridos, tudo em relação aos munícipes do Distrito de Coqueiros, Município de Ceará-
Mirim.
Quanto ao primeiro dos recorridos não ficou demonstrado nos autos o nexo causal entre o infrator da
norma e o recorrido, não havendo, assim, como responsabilizá-lo por tal conduta.
Em ralação (sic) ao segundo dos recorridos constata-se que a sua conduta caracteriza-se como
promessa de campanha, admissível nas disputas eleitorais, além de que se pode constatar nos autos
que o ato ensejador da controvérsia na realidade foi pleiteado junto à Administração municipal, que a
realizou por ato discricionário, como lhe é de direito.
Assim, não havendo nos autos provas robustas a comprovar os fatos descritos com a inicial, não há
como se reconhecer a captação ilícita de sufrágio como pleiteado pelos recorrentes.
Recurso a que se nega provimento.
Os recorrentes suscitam violação ao art. 41-A da Lei nº 9.504/97 e afirmam que (fl. 265)
É estarrecedora a forma de conquista de votos por parte dos Recorridos, que se utilizaram da
fragilidade econômica dos eleitores para, em época de campanha, captarem ilicitamente os seus votos,
o que nitidamente proporcionou vantagem pessoal aos mesmos, influenciando, de forma lesiva, o
resultado do pleito.
Alegam que Ronaldo Marques Rodrigues autorizou Pedro Batista Bezerra, conhecido por Pedro Gato,
a comprar votos em seu nome e tal fato ficou comprovado, tendo este, inclusive, confessado o crime.
Informam ainda, que com ele foi apreendida a quantia de R$422,00 (quatrocentos e vinte e dois reais)
em espécie e um cheque no valor de R$1.000,00 (mil reais), conforme auto de exibição e apreensão
constante dos autos.
Aduzem que o vereador reeleito Carlos Alberto de Carvalho Pereira, muito influente junto à prefeita
municipal, prometeu aos jogadores e torcedores do time Palmeiras Futebol Clube a doação de terreno
contendo um campo de futebol, em troca de seus votos.
E que, para cumprir tal promessa, a titular do executivo municipal desapropriou, em setembro de 2008,
o campo de futebol, que era de propriedade do senhor Rodrigo Nobre Pereira, o qual ajuizou ação
visando à desconstituição do ato expropriatório.
Argumentam que o novo prefeito revogou o aludido ato, reconhecendo a ação eleitoreira da gestão
anterior.
Citam precedentes.
Requerem seja dado provimento ao recurso para que sejam impostas aos recorridos as sanções
decorrentes da prática de captação ilícita de sufrágio.
Ronaldo Marques Rodrigues e Calos Alberto de Carvalho Pereira apresentaram contrarrazões às fls.
354-369.
Preliminarmente, apontam a intempestividade do recurso, ao argumento de que o prazo para sua
interposição, previsto no art. 96 da Lei nº 9.504/97, é de vinte e quatro horas.
Sustentam a impossibilidade de se reexaminar matéria fático-probatória.
No mérito, aduzem que não ficou comprovada a prática do ilícito.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo não conhecimento do recurso e, caso assim não se entenda,
pelo seu desprovimento (fls. 377-383).
É o relatório.
Decido.
Quanto à preliminar de intempestividade suscitada nas contrarrazões, registro que o acórdão recorrido
foi prolatado em 17 de dezembro de 2009 (fl. 253), já na vigência da Lei nº 12.034/2009, que passou a
prever o prazo de três dias para a interposição do recurso, ex vi do art. 41-A, § 4º, acrescido à Lei nº
9.504/97. Mesmo antes da citada lei, em se tratando de recurso especial, o prazo era de três dias.
Ultrapassada a barreira processual, o recurso não tem como prosperar.
Com efeito, a conclusão adotada no acórdão regional, com base no exame soberano da prova, foi de
que, em relação a Ronaldo Marques Rodrigues "em nenhum momento houve sua anuência à conduta
praticada por Pedro Batista Bezerra, vulgo Pedro Gato" (fl. 245).
Firmou-se, ainda, que "os testemunhos tanto das testemunhas dos representantes (ora recorrentes),
como dos representados (ora recorridos) são insuficientes para concluir que houve captação ilícita de
sufrágio" (fl. 251).
Em relação a Carlos Alberto de Carvalho Pereira, concluiu-se que não foi caracterizado o ilícito e a
desapropriação do terreno destinado a uso como campo de futebol "não foi um ato do
representado/recorrido, e sim da Prefeitura daquela municipalidade, o que é um ato legítimo e legal da
Administração municipal em proporcionar o bem-estar de sua comunidade" (fl. 252).
Conforme salientado no parecer ministerial, que adoto como razão de decidir (fl. 379),
O exame dos argumentos expostos na petição recursal demanda, necessariamente, o reexame do
conjunto fático-probatório apresentado nestes autos, o que não é permitido em sede de recurso
especial eleitoral, a teor da Súmula 7 do Superior Tribunal de Justiça e da Súmula 279 do Supremo
Tribunal Federal.
Em relação à divergência jurisprudencial, os recorrentes não realizaram o indispensável cotejo analítico
entre o acórdão recorrido e os julgados paradigmas, o que é imprescindível para a demonstração da
similitude fática entre os casos confrontados.
Ante o exposto, nego seguimento ao recurso especial, com base no art. 36, § 6º, do RITSE.
Brasília-DF, 10 de novembro de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 10938 (38111-35.2009.6.00.0000) ANÁPOLIS-GO 141ª Zona


Eleitoral (ANÁPOLIS)
AGRAVANTE: RIDOVAL DARCI CHIARELLOTO

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
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ADVOGADO: WILLIAM CAVANCANTI DE ARAÚJO


AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 3.788/2009

DECISÃO
O Juízo da 141ª Zona Eleitoral de Goiás julgou procedente representação, por propaganda eleitoral
antecipada, proposta pelo Ministério Público Eleitoral contra Ridoval Darci Chiarelloto, Marconi Ferreira
Perillo Júnior, senador, e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), condenando-os ao
pagamento de multa individual no valor de R$ 40.000,00 (fls. 79-85).
Interpostos recursos, o Tribunal Regional Eleitoral daquele estado, à unanimidade, rejeitou as
preliminares de falta de interesse de agir e impossibilidade jurídica do pedido e acolheu a de
ilegitimidade passiva de Marconi Ferreira Perillo Júnior, extinguindo o processo, sem resolução de
mérito, em relação a ele. No mérito, deu parcial provimento aos recursos para reduzir as multas ao
mínimo legal.
Eis a ementa do acórdão regional (fls. 158-159):
RECURSO ELEITORAL. ELEIÇÕES 2008. PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂNEA
VEICULADA EM PROGRAMA PARTIDÁRIO.
1. A penalidade de que trata o § 3º do artigo 36, da Lei federal nº 9.504/1997 aplica-se, tão-somente,
ao responsável pela divulgação do programa, no caso, o partido político, e o beneficiário, `não podendo
se estender a quem se limita a passar a mensagem, pois o faz pelo partido, que, sendo ficção jurídica,
tem de se expressar através de alguém" (TSE, ERESPE nº 26189, in DJ de 15.03.2007).
2. Configura-se propaganda eleitoral extemporânea apta a ensejar a penalidade de que trata o art. 36,
§ 3º, da Lei federal nº 9.504/97, a veiculação em propaganda partidária, de mensagem com conotação
eleitoreira e evidente objetivo de remeter o telespectador às eleições vindouras, em claro
desvirtuamento de sua finalidade.
3. A veiculação de inserções em emissora de grande cobertura e repercussão na cidade, por si só,
torna conhecido o nome do futuro candidato, constituindo forte apelo visual, capaz de influir
diretamente na opinião do eleitorado.
4. No geral, a propaganda eleitoral extemporânea aparece disfarçada, acobertada com astúcia, a fim
de salvar-se do controle exercido pela Justiça Eleitoral.
5. Não havendo circunstâncias agravantes, nem prova de reincidência, a multa deve ser fixada no
mínimo legal.
6. Recurso conhecido e parcialmente provido.
Opostos embargos de declaração por Ridoval Darci Chiarelloto (fls. 106-113), foram eles rejeitados, à
unanimidade (fls. 114-122).
Seguiu-se a interposição de dois recursos especiais, aos quais o Vice-Presidente do Tribunal a quo
negou seguimento (fls. 21-26).
Daí a interposição do presente agravo de instrumento (fls. 2-17), no qual Ridoval Darci Chiarelloto
alega que indicou, em seu recurso especial, a negativa de vigência a dispositivo legal, porém, a
decisão agravada nada mencionou a esse respeito.
Defende que o caso em comento diz respeito à propaganda partidária, decorrente da Lei nº 9.096/95, e
que não há na referida lei previsão de aplicação da penalidade de multa.
Afirma que, nos termos do art. 45, § 2º, da Lei nº 9.096/95, a única pena a ser aplicada a partido
político, por utilizar indevidamente o tempo de propaganda, seria a perda do mesmo tempo da inserção
no semestre seguinte.
Assevera que aplicar, na espécie, pena prevista em outra lei, além de negar vigência à disposição
legal, fere o princípio da segurança jurídica.
Indica ofensa ao art. 36, § 3º, da Lei nº 9.504/97, porquanto o acórdão recorrido, ao aplicar-lhe a pena
de multa, em momento nenhum mencionou sua responsabilidade na elaboração e formulação do
programa, objeto do litígio, ou demonstrou o benefício que teria auferido com a exibição deste.
Acrescenta que destacou, em seu recurso especial, que após a exibição do programa partidário não
houve alteração quanto a sua candidatura nas pesquisas de intenção de voto, o que não foi
considerado na decisão regional.
Aponta divergência jurisprudencial, afirmando que realizou o cotejo analítico entre o acórdão recorrido
e os julgados paradigmas.
Argui que a simples afirmação, na propaganda partidária, de que seria competente para administrar
não consistiria em propaganda eleitoral antecipada.
Defende que a responsabilidade por uso indevido de horário reservado a propaganda partidária
ensejaria a punição tão somente do partido político. Cita, nesse tocante, o entendimento consignado
por esta Corte Superior no julgamento das Representações nos 901, 902 e 903.
Afirma que, em conformidade com a jurisprudência, não caberia a aplicação de penalidade ao
apresentador do programa, ainda que ele seja conhecido como pré-candidato às eleições.
Foram apresentadas contrarrazões (fls. 128-134).
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo não conhecimento do presente agravo, por meio do parecer
de fls. 164-167.
Decido.
Verifico que o recurso especial interposto pelo ora agravante padece de intempestividade reflexa.
Consta do Sistema de Acompanhamento Processual da Justiça Eleitoral que o acórdão regional (fls.
135-160), que apreciou recursos contra a sentença proferida em sede de representação, foi publicado
em sessão em 3.12.2008, e os embargos foram opostos pelo agravante em 9.12.2008 (fl. 106).
O prazo para oposição de declaratórios em representação, mesmo em sede de recurso eleitoral, é de
24 horas, e não três dias.
Sobre a questão, colho o seguinte precedente da jurisprudência desta Corte:

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 28

Representação. Propaganda eleitoral irregular. Eleição municipal. Embargos de declaração.


Intempestividade.
1. O art. 96, § 8º, da Lei nº 9.504/97 dispõe que o recurso contra decisão, em sede de representação,
deverá ser apresentado no prazo de 24 horas da publicação da decisão em cartório ou sessão.
2. Conforme já decidiu este Tribunal, esse prazo incide, inclusive, em relação ao recurso dirigido à
instância superior, entendimento que, consequentemente, se aplica aos embargos opostos em face da
respectiva decisão.
3. É de 24 horas o prazo para embargos opostos em face de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral
que aprecia recurso contra sentença em representação por propaganda eleitoral irregular.
Agravo regimental desprovido.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 10.886, de minha relatoria, de 26.11.2009, grifo
nosso).
Dada a intempestividade dos embargos, não se interrompeu o prazo para a interposição do recurso
especial, razão pela qual este padece de intempestividade reflexa.
Nesse sentido:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO. INTEMPESTIVIDADE REFLEXA. NÃO
CONHECIMENTO. ART. 499. TERCEIRO PREJUDICADO. INTERESSE. COMPROVAÇÃO.
AUSÊNCIA. NÃO PROVIMENTO.
1. A oposição extemporânea de embargos de declaração na origem inviabiliza o conhecimento de
recurso posterior em razão de sua intempestividade reflexa. Precedente: AgR-REspe nº 26.904/RR,
Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de 12.12.2007.
2. Na espécie, os embargos de declaração opostos pelo Partido Social Liberal (PSL) " Estadual,
perante o e. TRE/SE não foram conhecidos por serem intempestivos, motivo pelo qual o recurso
ordinário por ele interposto padece de intempestividade reflexa.
(...)
5. Agravo regimental não provido.
(Agravo Regimental no Agravo Regimental no Recurso Ordinário nº 1.536, rel. Min. Felix Fischer, de
12.12.2009, grifo nosso).
Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 36, § 6º, do Regimento
Interno do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 10965 (37932-04.2009.6.00.0000) ANÁPOLIS-GO 141ª Zona


Eleitoral (ANÁPOLIS)
AGRAVANTE: PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB) - ESTADUAL
ADVOGADOS: AFRÂNIO COTRIM JÚNIOR e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 4.155/2009

DECISÃO
O Juízo da 141ª Zona Eleitoral de Goiás julgou procedente representação, por propaganda eleitoral
antecipada, proposta pelo Ministério Público Eleitoral contra Ridoval Darci Chairelloto, Marconi Ferreira
Perillo Júnior e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), condenando-os ao pagamento de
multa individual no valor de R$ 40.000,00 (fls. 38-44).
Interpostos recursos, o Tribunal Regional Eleitoral daquele estado, à unanimidade, rejeitou as
preliminares de falta de interesse de agir e impossibilidade jurídica do pedido e acolheu a de
ilegitimidade passiva de Marconi Ferreira Perillo Júnior, extinguindo o processo, sem resolução de
mérito, em relação a ele.
No mérito, deu parcial provimento aos recursos para reduzir as multas ao mínimo legal.
Eis a ementa do acórdão regional (fls. 68-69):
RECURSO ELEITORAL. ELEIÇÕES 2008. PROPAGANDA ELEITORAL EXTEMPORÂNEA
VEICULADA EM PROGRAMA PARTIDÁRIO.
1. A penalidade de que trata o § 3º do artigo 36, da Lei federal nº 9.504/1997 aplica-se, tão-somente,
ao responsável pela divulgação do programa, no caso, o partido político, e o beneficiário, `não podendo
se estender a quem se limita a passar a mensagem, pois o faz pelo partido, que, sendo ficção jurídica,
tem de se expressar através de alguém" (TSE, ERESPE nº 26189, in DJ de 15.03.2007).
2. Configura-se propaganda eleitoral extemporânea apta a ensejar a penalidade de que trata o art. 36,
§ 3º, da Lei federal nº 9.504/97, a veiculação em propaganda partidária, de mensagem com conotação
eleitoreira e evidente objetivo de remeter o telespectador às eleições vindouras, em claro
desvirtuamento de sua finalidade.
3. A veiculação de inserções em emissora de grande cobertura e repercussão na cidade, por si só,
torna conhecido o nome do futuro candidato, constituindo forte apelo visual, capaz de influir
diretamente na opinião do eleitorado.
4. No geral, a propaganda eleitoral extemporânea aparece disfarçada, acobertada com astúcia, a fim
de salvar-se do controle exercido pela Justiça Eleitoral.
5. Não havendo circunstâncias agravantes, nem prova de reincidência, a multa deve ser fixada no
mínimo legal.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 29

6. Recurso conhecido e parcialmente provido.


Opostos embargos de declaração por Ridoval Darci Chiarelloto, foram eles rejeitados, à unanimidade,
pela Corte de origem.
Seguiu-se a interposição de dois recursos especiais, aos quais o Vice-Presidente do Tribunal a quo
negou seguimento (fls. 73-78).
Daí a interposição do presente agravo de instrumento
(fls. 2-14), no qual o Diretório Estadual do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) defende,
como preliminar, a impossibilidade jurídica de pedido de aplicação de multa na espécie, ao argumento
de que o caso em comento diz respeito à propaganda partidária, decorrente da Lei nº 9.096/95, e não
há na referida lei, a previsão da penalidade de multa para o caso.
Defende que a decisão agravada não atacou tal questão.
Afirma que, nos termos do art. 45, § 2º, da Lei nº 9.096/95, a única pena a ser aplicada a partido
político, por utilizar indevidamente o tempo de propaganda, seria a perda do mesmo tempo da inserção
no semestre seguinte.
Alega violação a expressa disposição de lei e divergência jurisprudencial.
Sustenta não ter ocorrido, no caso em comento, propaganda eleitoral antecipada, uma vez que, no
programa realizado, não estão presentes os requisitos necessários à sua caracterização, tais como
pedido de votos ou de apoio político, citações de ações políticas, menção a candidatura ou a pleito
eleitoral.
Assevera que a propaganda partidária se limitou a noticiar o que o filiado à agremiação, Sr. Ridoval
Chiarelloto, desenvolveu pelo Município de Anápolis/GO quando ocupava o cargo de Secretário de
Estado, sem a intenção de indicar que o referido filiado seria o mais apto ao exercício da função
pública, o que é permitido por esta Corte Superior.
Defende que o texto veiculado em sua propaganda partidária não ofendeu o art. 36 da Lei nº 9.504/97,
porquanto as limitações impostas à veiculação de propaganda eleitoral não afetam os direitos
constitucionais à informação e à livre manifestação do pensamento.
Acrescenta que a menção, mesmo que indireta, às qualidades pessoais e administrativas de um
cidadão não pode ser vista como propaganda eleitoral, mas no máximo, como promoção pessoal.
Aduz que "a simples verificação temporal - proximidade do pleito - ou a citação nominal do Município"
(fl. 12) não pode servir como justificativa para entender como caracterizada a propaganda eleitoral
antecipada.
Alega que a propaganda, objeto do litígio, não desrespeitou o disposto no art. 45 da Lei nº 9.096/95.
Foram apresentadas contrarrazões (fls. 81-87).
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo desprovimento do presente agravo, por meio do parecer de
fls. 91-93.
Decido.
Verifico que o recurso especial interposto pelo ora agravante padece de intempestividade reflexa.
No caso, o acórdão regional que apreciou os recursos contra a sentença proferida em sede de
representação foi publicado em 3.12.2008, conforme certidão de fl. 72, tendo sido opostos embargos
pelo representado Ridoval Darci Chiarelloto em 9.12.2008, conforme consta do Sistema de
Acompanhamento de Processos da Justiça Eleitoral.
Ocorre que o prazo para a oposição dos declaratórios em representação, mesmo em sede de recurso
eleitoral, é de 24 horas e não três dias.
Sobre a questão, colho o seguinte precedente da jurisprudência desta Corte:
Representação. Propaganda eleitoral irregular. Eleição municipal. Embargos de declaração.
Intempestividade.
1. O art. 96, § 8º, da Lei nº 9.504/97 dispõe que o recurso contra decisão, em sede de representação,
deverá ser apresentado no prazo de 24 horas da publicação da decisão em cartório ou sessão.
2. Conforme já decidiu este Tribunal, esse prazo incide, inclusive, em relação ao recurso dirigido à
instância superior, entendimento que, consequentemente, se aplica aos embargos opostos em face da
respectiva decisão.
3. É de 24 horas o prazo para embargos opostos em face de acórdão de Tribunal Regional Eleitoral
que aprecia recurso contra sentença em representação por propaganda eleitoral irregular.
Agravo regimental desprovido. Grifo nosso.
(Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 10.886, de minha relatoria, de 26.11.2009).
O PSDB interpôs o recurso especial em 8.1.2009, após a publicação do acórdão atinente aos referidos
declaratórios, sucedida em 16.12.2008.
Dada a intempestividade dos embargos, não se interrompeu o prazo para a interposição do recurso
especial, razão pela qual este padece de intempestividade reflexa.
Nesse sentido:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO. INTEMPESTIVIDADE REFLEXA. NÃO
CONHECIMENTO. ART. 499. TERCEIRO PREJUDICADO. INTERESSE. COMPROVAÇÃO.
AUSÊNCIA. NÃO PROVIMENTO.
1. A oposição extemporânea de embargos de declaração na origem inviabiliza o conhecimento de
recurso posterior em razão de sua intempestividade reflexa. Precedente: AgR-REspe nº 26.904/RR,
Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de 12.12.2007.
(...)
5. Agravo regimental não provido.
(Agravo Regimental no Agravo Regimental no Recurso Ordinário nº 1.536, rel. Min. Felix Fischer, de
12.12.2009, grifo nosso).
Por fim, anoto que a agremiação agravante sequer juntou aos autos cópias dos embargos de
declaração opostos pelo outro representado, respectivo acórdão regional, certidão de publicação dessa
decisão e, ainda, do próprio recurso especial, o que revela, assim, a manifesta deficiência do agravo de
instrumento.

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A esse respeito, consignou o Ministério Público Eleitoral em seu parecer: "o agravo não merece ser
conhecido, por ausência de peças indispensáveis de seu processamento" (fl. 92).
Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 36, § 6º, do Regimento
Interno do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 10487 (38620-97.2008.6.00.0000) MINAÇU-GO 130ª Zona Eleitoral


(MINAÇU)
AGRAVANTE: JOSÉ ARIMATEIA GUERRA LIRA
ADVOGADOS: JANINE MOREIRA FRAGA e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 37.002/2008

DECISÃO
O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, por unanimidade, negou provimento a recurso e manteve
sentença do Juízo da 130ª Zona Eleitoral daquele estado que julgou procedente representação, por
propaganda eleitoral extemporânea, proposta pelo Ministério Público Eleitoral contra José Arimatéia
Guerra Lira, candidato à reeleição ao cargo de vereador do Município de Minaçu/GO, para condená-lo
ao pagamento de multa (fls. 38-49).
Eis a ementa do acórdão regional (fl. 48):
RECURSO ELEITORAL. DIVULGAÇÃO DE MENSAGEM SEMELHANTE À PROPAGANDA
ELEITORAL EM JORNAL FUNDADO NA VÉSPERA DO PERÍODO ELEITORAL. PROPAGANDA
ELEITORAL EXTEMPORÂNEA CARACTERIZADA.
1. A divulgação de mensagem semelhante à propaganda eleitoral, em jornal fundado na véspera do
período eleitoral, tem efeito eleitoral concreto e caracteriza-se como propaganda eleitoral
extemporânea.
2. Recurso conhecido e improvido para manter a decisão que julgou procedente a Representação por
propaganda eleitoral extemporânea.
Seguiu-se a interposição de recurso especial (fls. 50-57), ao qual a Presidente do Tribunal a quo negou
seguimento (fls. 76-78).
Daí o presente agravo de instrumento (fls. 2-7), no qual José Arimatéia Guerra Lira sustenta que
demonstrou o dissídio jurisprudencial ao apresentar as ementas dos acórdãos paradigmas no recurso
especial.
Ressalta que a Corte de origem decidiu de forma divergente, em hipótese similar a presente, em que a
matéria jornalística foi divulgada na mesma ocasião e no mesmo jornal.
Cita julgados desta Corte no sentido de que as mensagens de felicitação e cumprimento, sem
conteúdo eleitoral, constituem atos de promoção pessoal, e não de propaganda eleitoral.
Foram apresentadas contrarrazões às fls. 81-86.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo não conhecimento do agravo, e, caso superado tal
entendimento, pelo não provimento (fls. 91-95).
Decido.
Colho o seguinte trecho do voto condutor do acórdão regional (fls. 45-46):
1) a matéria divulgada no Jornal Folha do Norte, na semana de 21 27/04/2008, por ocasião da segunda
edição do jornal, foi veiculada nos seguintes termos (fl. 27-v):
A Folha do Norte está de parabéns por acreditar em Minaçu e no Norte Goiano. Não é fácil criar um
jornal, ainda mais no interior, onde os desafios são enormes. Acho que essa iniciativa é muito louvável
e só tem a engrandecer ainda mais a nossa cidade.
2) entretanto, na semana de 11 a 20/04/2008 (fl. 19, ao final), a edição de lançamento do referido
periódico, consta apenas a propaganda do recorrente, com o destaque de seu nome na expressão:
`Vereador Ari".
3) nas fls. 27v-29 e 32, foram juntadas cópias de exemplar do Jornal Folha do Norte, onde foram
veiculadas diversas mensagens de cumprimentos ao mencionado veículo de comunicação, enviadas
por Vereadores, Prefeito, Vice-Prefeito, Secretário Municipal, Advogado, Produtor Rural e ocupantes de
outros cargos;
4) o jornal foi fundado na véspera do período eleitoral, com indício de propósito de promover as
lideranças econômicas e políticas locais, tanto que na sua primeira edição, de 11 a 20/04/2008, já
estampou a propaganda de empresas, profissionais liberais e agentes políticos locais (fls. 17, 18, 19,
21 e 23);
5) A petição inicial imputa expressamente ao recorrente a propaganda extemporânea nesta primeira
edição do periódico;
6) A promoção pessoal, na véspera do período eleitoral, quando iminente a movimentação política das
convenções partidárias implica efeito eleitoral concreto, razão pela qual configura-se propaganda
eleitoral extemporânea;
7) As matérias impugnadas pelo MPE na localidade, veiculadas no aludido periódico, possuem todas
as características de verdadeira propaganda eleitoral, com destaque no nome do pré-candidato, com
marcação na borda, só faltando o número do candidato que somente seria definido com as convenções
partidárias;

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8) Matérias jornalísticas com tais características, apresentadas por jornal fundado na véspera do
período eleitoral, não estão acobertadas pelo art. 16-A da Resolução TSE 22.718/2006, incluído pela
Resolução TSE 22.874/2008, que se baseou em entrevista com pré-candidato por empresa jornalística
existente há várias décadas.
Em face de todas essas circunstâncias assinaladas pela Corte de origem, tenho que, para afastar a
conclusão das instâncias ordinárias quanto à configuração da propaganda eleitoral extemporânea,
seria necessário o reexame do contexto fático probatório da demanda, o que é vedado em sede de
recurso especial, nos termos da Súmula nº 279 do Supremo Tribunal Federal.
Ademais, anoto que o Tribunal já pacificou jurisprudência no sentido de que é possível condenação por
propaganda eleitoral antecipada, ainda que ela tenha sido realizada de forma subliminar e mesmo que
não se refira expressamente à plataforma política, ao cargo pretendido ou às aptidões do beneficiário.
A esse respeito, cito o seguinte precedente:
REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. PROGRAMA PARTIDÁRIO.
NOTÓRIO PRÉ-CANDIDATO. APRESENTAÇÃO. LEGIMITIDADE PARA FIGURAR NO POLO
PASSIVO. PROMOÇÃO PESSOAL. TEMA POLÍTICO-COMUNITÁRIO. ABORDAGEM. CONOTAÇÃO
ELEITORAL. CARÁTER IMPLÍCITO. CARACTERIZAÇÃO. PROCEDÊNCIA. RECURSO.
DESPROVIMENTO.
(...)
2. Nos termos da jurisprudência da Corte, deve ser entendida como propaganda eleitoral antecipada
qualquer manifestação que, previamente aos três meses anteriores ao pleito e fora das exceções
previstas no artigo 36-A da Lei n° 9.504197, leve ao conhecimento geral, ainda que de forma
dissimulada, a candidatura, mesmo que somente postulada, a ação política que se pretende
desenvolver ou as razões que levem a inferir que o beneficiário seja o mais apto para a função pública.
3. A configuração de propaganda eleitoral antecipada não depende exclusivamente da conjugação
simultânea do trinômio candidato, pedido de voto e cargo pretendido.
4. A fim de se verificar a existência de propaganda eleitoral antecipada, especialmente em sua forma
dissimulada, é necessário examinar todo o contexto em que se deram os fatos, não devendo ser
observado tão somente o texto da mensagem, mas também outras circunstâncias, tais como imagens,
fotografias, meios, número e alcance da divulgação.
(...)
6. Recurso desprovido.
(Recurso em Representação nº 177.413, rel. Min. Joelson Dias, de 10.8.2010, grifo nosso).
Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 36, § 6º, do Regimento
Interno do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 3558-25.2010.6.00.0000 RIO DE JANEIRO-RJ


AGRAVANTES: JORGE SAYED PICCIANI e Outros
ADVOGADOS: RAQUEL ACHERMAN ABITAN e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 36.491/2010

DECISÃO
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, por unanimidade, negou provimento a recurso e
manteve a decisão proferida pelo juiz relator que julgou procedente representação, com fundamento no
art. 12 da Res.-TSE nº 23.191/2009, ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral contra Jorge Sayed
Picciani, candidato a senador, Leonardo Carneiro Monteiro Picciani e Rafael Carneiro Monteiro
Picciani, candidatos ao cargo de deputado federal (fls. 99-105).
Eis a ementa do acórdão regional (fls. 100-101):
Recurso. Representação. Propaganda eleitoral irregular. Eleições 2010. Resolução TSE 23.193/2009.
Bem particular. Placas. Justapostas. Dimensão acima de 4m2. Análise em cotejo. Irregularidade.
l - quando se está diante de placas justapostas, para incidência do §2° do artigo 37 da lei 9.504/97, há
de se analisar o material em cotejo, e não isoladamente, para concluir qual sua dimensão. Dessa
forma, quando esta ultrapassar os 4m2, ou causar efeito visual majorado, há subsunção normativa
diante da conduta, que se reputa como veiculadora de propaganda irregular.
2-o prévio conhecimento do beneficiário da propaganda irregular pode advir diante das circunstâncias e
peculiaridades do caso concreto, conforme dicção do artigo 40-B da lei 9.504/97. Assim, ação dotada
de organicidade e sistematicidade, consistente na afixação de placas do mesmo padrão gráfico que
majore o efeito visual das mesmas não escapa do âmbito de ingerência dos seus beneficiários,
mormente quando se está em plena campanha eleitoral.
3 - Conforme precedente do E. TSE, por se tratar de propaganda em bem particular, não se aplica a
regra do § 1° do art. 37 da Lei n°. 9.504/97, que estabelece a não incidência de multa ante a retirada de
propaganda veiculada especificamente em bem público. Assim sendo, a retirada do material pelos
recorridos após notificação para fazê-lo não elide sua responsabilidade quando resta demonstrado nos
autos seu prévio conhecimento acerca do ilícito.
Voto pelo conhecimento e provimento do recurso.

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2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Seguiu-se a interposição de recurso especial por Jorge Sayed Picciani, Leonardo Carneiro Monteiro
Picciani e Rafael Carneiro Monteiro Picciani (fls. 109-124), ao qual o Presidente do Tribunal a quo
negou seguimento (fls. 135-140).
Daí o presente agravo de instrumento (fls. 2-20), em que os agravantes alegam que não se faz
necessário o reexame dos fatos e provas constantes dos autos, mas somente sua revaloração.
Reiteram a alegação de violação ao art. 37, §§ 1º e 2º, da Lei nº 9.504/97, sob o argumento de que
retiraram as propagandas impugnadas no prazo de 48 horas, não cabendo a imposição de multa na
espécie.
Sustentam que, de acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, quando se trata de bem
particular, a retirada da propaganda após a notificação afasta a aplicação de multa.
Defendem que, em relação às eleições de 2010, incide a nova redação do § 2º do art. 37 da Lei nº
9.504/97.
Aduzem que a decisão agravada se omitiu quanto ao dissídio jurisprudencial apontado no recurso
especial.
Foram apresentadas contrarrazões às fls. 146-149.
A Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo não provimento do agravo, em parecer de fls. 154-158.
Decido.
Colho do voto condutor do acórdão regional (fls. 103-105):
Contudo, razão não assiste aos recorrentes, uma vez que do material fático-probatório constante dos
autos vê-se que está caracterizada a propaganda eleitoral irregular, com o prévio conhecimento acerca
do material e das condições de modo, tempo e lugar quanto à sua veiculação.
Ressalte a decisão combatida não aplicou a multa do §8º do artigo 39 da Lei 9.504/97, e sim analisou o
fato sob o ângulo da incidência da infração ao §2º do artigo 37 da mesma lei.
Vale ressaltar que a inicial capitula a conduta dos representados, como inserta no § 8º do artigo 39 da
Lei das Eleições, contudo, narra como causa de pedir próxima a aposição de placas lado a lado de
modo a majorar o efeito visual, sendo este semelhante a um outdoor. Ou seja, impugna-se a
propaganda irregular por conta de sua dimensão. Dessa forma, vê-se que o decisum impugnado
prestigia o princípio da congruência quando aplica a multa por conta da infração ao § 2º do artigo 37
dessa mesma lei.
Com efeito, há violação às normas eleitorais no que tange às dimensões da propaganda eleitoral,
tratando-se de faixas que, somadas, ultrapassam a dimensão permitida por lei. Ressalte-se que à fl. 03
há relatório da equipe de fiscalização da Justiça Eleitoral que dá conta de que as placas ultrapassam
os 4m². Ademais, a afixação de placas lado a lado traz efeito visual majorado.
(...)
Assim sendo, resta configurada a propaganda eleitoral irregular.
(...)
Diante da exegese dos dispositivos legais supra mencionados, vê-se que o rito estabelecido no § 1º do
art. 11 da resolução é o mesmo sistema estabelecido pelo §1º do artigo 37 da Lei 9.504/97, que diz
respeito à propaganda eleitoral irregular em locais vedados.
No entanto, a causa de pedir ora analisada diz respeito à afixação de propaganda eleitoral em bens
particulares, cujo sistema de responsabilização é diverso. Naquele caso, conforme disposto no § 1º do
artigo 37, a retirada do material no prazo estipulado elide a incidência da multa. Neste caso, ao
contrário, a retirada do material só exonera o beneficiário que não possui prévio conhecimento acerca
dos mesmos.
Isto porque, quando a Resolução alude à sanção por propaganda irregular com infração ao seu artigo
12 aproveita somente a pena disposto no §1º do seu artigo 11, não aproveitando seu sistema de
responsabilidade.
(...)
Dessa forma, ressaltando que todos os participantes do processo eleitoral devem prévia adesão às
normas que regem a propaganda eleitoral, e, tendo em vista que aquele que promove a propaganda
eleitoral dela é responsável e tem o prévio conhecimento, a retirada do material perfeita dentro do
prazo estipulado não elide a responsabilidade do beneficiário por sua veiculação irregular, quando as
dimensões da propaganda forem superiores a 4m², e os beneficiários dela tiverem prévio
conhecimento, que pode advir das circunstâncias do caso concreto.
A Corte Regional Eleitoral, portanto, reconheceu que houve a veiculação, pelos agravantes, de placas
com dimensões superiores a 4m². Para modificar esse entendimento, seria necessário o reexame do
conjunto fático-probatório, o que é vedado em sede de recurso especial, a teor do Enunciado nº 279 do
Supremo Tribunal Federal.
Incide, portanto, na espécie, o art. 37, § 2º, da Lei nº 9.504/97, que dispõe:
§ 2º Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça
Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral por meio da fixação de faixas, placas, cartazes, pinturas
ou inscrições, desde que não excedam a 4m² (quatro metros quadrados) e que não contrariem a
legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às penalidades previstas no § 1º.
Os agravantes alegam que retiraram a propaganda após a notificação, e que tal providência elidiria a
incidência da multa.
Não obstante, tenho como corretos os fundamentos do acórdão regional. Observo que a retirada da
propaganda, veiculada em bem particular, com dimensões superiores a 4m², não constitui condição de
procedibilidade para a aplicação da multa prevista no § 1º do mencionado dispositivo, mas sim efetiva
penalidade a ser imposta ao representado.
A esse respeito, este Tribunal já se manifestou no julgamento do Recurso na Representação nº 1867-
73.2010.6.00.0000, de 24.8.2010, de relatoria do Ministro Joelson Dias:
REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL. PAINEL. NYLON. SUPERIOR A 4M2. COMITÊ
ELEITORAL. BENS PARTICULARES. OUTDOOR. NÃO CARACTERIZAÇÃO. NOVA DISCIPLINA DA

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LEI Nº 9.504/97. AUSÊNCIA DE EXPLORAÇÃO COMERCIAL. PLACA. ART. 37 § 2º. PROPAGANDA


ELEITORAL INCONTROVERSA NOS AUTOS. RECURSO. DESPROVIMENTO.
1. A partir da nova disciplina introduzida pela Lei nº 9.504/97, para fins de aplicação das sanções
previstas no parágrafo 2º do artigo 37 e no parágrafo 8º do artigo 39, ambos da Lei n° 9.504/97, em
decorrência da veiculação de propaganda eleitoral irregular, cumpre distinguir entre as placas ou os
engenhos publicitários sem e com destinação ou exploração comercial.
2. Havendo exploração comercial, e, verificada a existência de propaganda eleitoral em bens
particulares por meio de placas ou engenhos que ultrapassem a dimensão de 4m2, equipara-se a
outdoor, incidindo a penalidade prevista no art. 39, § 8º da Lei nº 9.504/97.
3. Ausente exploração comercial, o engenho é equiparado à placa, sujeitando-se o infrator às
penalidades previstas no parágrafo 1º do artigo 37 da Lei n° 9.504/97, consoante o disposto no
parágrafo 2º do referido dispositivo legal.
4. No caso dos autos a propaganda eleitoral é incontroversa, de sorte que, veiculada por meio de
engenho publicitário, sem exploração comercial e superior a 4m2, atrai as penalidades previstas no
parágrafo 1º do artigo 37 da Lei n° 9.504/97, consoante o disposto no parágrafo 2º do referido
dispositivo legal.
5. Recurso desprovido.
Colho do voto condutor do citado acórdão:
(...) é preciso examinar ainda se, mesmo tendo sido removida a referida propaganda eleitoral, conforme
comprovam as fotografias juntadas com a defesa, o disposto na legislação de regência comporta a
imposição de sanção aos representados.
E, também no particular, tenho que o tema exige nova reflexão, em decorrência das alterações
Introduzidas na Lei n" 9.504/97 pela Lei n° 12.034/2009.
Com efeito, antes do advento desse diploma legal mais recente, a jurisprudência da Corte entendia que
a retirada da propaganda eleitoral irregular em bem particular não afastava a aplicação da multa.
Isso porque, após equiparar a outdoor a veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares por
meio de pinturas e outras figuras assemelhadas que excedessem a 4m², o artigo 14 da Resolução-TSE
nº 22.718/2008 sujeitava o infrator à penalidade do referido artigo 17, segundo o qual:
É vedada a propaganda eleitoral paga por meio de outdoors, sujeitando-se a empresa responsável, os
partidos, coligações e candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa
no valor de R$5.320,50 (cinco mil trezentos e vinte reais e cinqüenta centavos) a R$15.961,50 (quinze
mil novecentos e sessenta e um reais e cinqüenta centavos) (Lei nº 9.504/97, art. 39, § 8°). (grifei)
Com as alterações introduzidas na Lei n° 9.504/97 pela Lei n° 12.034/2009, a parte final do parágrafo
2° do artigo 37 da Lei n° 9.504/97, reproduzida no artigo 12 da Resolução-TSE n° 23.191, atualmente
sujeita o responsável pela veiculação de propaganda eleitoral irregular em bens particulares "às
penalidades previstas no § 1°" do citado dispositivo legal.
Ocorre, no entanto, que o referido parágrafo 1°, do artigo 37, da Lei n° 9.504/97, reproduzido no
parágrafo 1° do artigo 11 da Resolução- TSE n° 23.191, dispõe expressamente que:
Art. 37. (... )
S 1°. A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto no caput deste artigo sujeita o
responsável, após a notificação e comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo,
a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais). (Redação dada pela Lei
nº 11.300, de 2006) (grifei).
Ou seja, ao menos no tocante à veiculação de propaganda eleitoral irregular em bem público, desde as
alterações introduzidas na Lei n° 9.504/97 pela Lei n° 11.300/2006, só se aplicaria multa ao infrator se,
mesmo notificado, não restaurar o bem. No entanto, não é essa a hipótese dos autos.
Contudo, no que diz respeito à veiculação de propaganda eleitoral irregular em bens particulares, tenho
ser outra a solução visada pela Lei n° 9.504/97, não obstante a expressa remessa feita pelo parágrafo
2° do seu artigo 37 "às penalidades previstas no § 1°" do citado dispositivo legal.
É que, nesse último caso, distintamente do que ocorre em relação aos bens públicos, o parágrafo 2° do
artigo 37 da Lei n° 9.504/97 não estabelece expressamente nenhuma "condição" para a imposição de
sanção pela veiculação de propaganda eleitoral irregular em bem particular, mas apenas remete "às
penalidades" daquele dispositivo de lei, ou seja: a obrigatoriedade na restauração do bem e pagamento
de multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais).
Assim, mesmo com as alterações introduzidas na Lei n° 9.504/97 pela Lei n° 12.034/2009, tenho que,
em bens particulares, a multa continua sendo devida ainda que a propaganda eleitoral seja removida
após eventual notificação.
E, no caso específico dos autos, portanto, mesmo tendo sido comprovada a retirada da propaganda
eleitoral irregular, a imposição da multa não pode ser afastada (...). (grifo nosso).
Pelo exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, com base no art. 36, § 6º, do Regimento
Interno do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 36693 (43269-71.2009.6.00.0000) MEDEIROS NETO-BA 153ª


Zona Eleitoral (MEDEIROS NETO)
RECORRENTES: ADALBERTO ALVES PINTO e Outro
ADVOGADOS: SANDRA FROTA ALBUQUERQUE DINO DE CASTRO E COSTA e Outros
RECORRENTES: RÁDIO CARAÍPE FM LTDA e Outra
ADVOGADO: SAULO EMANUEL NASCIMENTO DE CASTRO

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RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL


Ministro Arnaldo Versiani
Protocolo: 26.806/2009

Em decisão de fls. 308-317, dei parcial provimento aos recursos especiais interpostos nos autos, tão
somente para tornar sem efeito a pecha de protelatórios, bem como a multa aplicada aos recorrentes
no julgamento dos embargos de declaração pelo Tribunal Regional da Bahia (fls. 247-258).
Adalberto Alves Pinto e Valdir Oliveira Costa interpuseram agravo regimental (fls. 319-323).
Em petição de fl. 242, a Coligação Agora Somos Nós e Arielson Pereira Melo, candidato ao cargo de
prefeito nas eleições de 2008 no Município de Medeiros Neto/BA, requerem a juntada do instrumento
de mandato e, em caráter extraordinário, vista dos autos fora de secretaria, pelo prazo de cinco dias.
À fl. 242, determinei a juntada da petição e as anotações necessárias, bem como deferi o pedido de
vista.
Despacho.
Reexaminando a petição de fl. 242, verifico que a Coligação Agora Somos Nós e Arielson Pereira Melo
não figuram como partes na investigação judicial proposta pelo Ministério Público Eleitoral (fls. 2-8).
Ademais, os peticionários não postularam o ingresso no feito, com a demonstração do interesse
jurídico no deslinde da demanda.
Pelo exposto, indefiro o pedido de vista, bem como revogo a providência de anotação determinada à fl.
242.
Ressalto que os requerentes poderão ter acesso aos autos no gabinete e retirar as cópias que assim
desejarem.
Publique-se.
Intimem-se.
Brasília, 11 de novembro de 2010.
Ministro Arnaldo Versiani
Relator

HABEAS CORPUS Nº 3942-85.2010.6.00.0000 ANGRA DOS REIS-RJ 147ª Zona Eleitoral (ANGRA
DOS REIS)
IMPETRANTES: LUIZ CARLOS DA SILVA NETO e Outros
PACIENTE: VILMA TEIXEIRA FERREIRA DOS SANTOS
ADVOGADO: LUIZ CARLOS DA SILVA NETO
AUTORIDADE COATORA: LUIZ MÁRCIO VICTOR ALVES, Juiz Membro do TRE
Ministro Marcelo Ribeiro
Protocolo: 39.711/2010

DECISÃO
Cuida-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de Vilma Teixeira Ferreira dos
Santos, "contra ato do eminente Juiz Luiz Márcio Victor Alves Pereira, do Tribunal Regional Eleitoral do
Rio de Janeiro" (fl. 2), que indeferiu pedido liminar nos autos do Habeas Corpus nº 382821, mantendo
a prisão preventiva da paciente, determinada pelo magistrado eleitoral, com base no art. 312 do Código
de Processo Penal.
Pedem o afastamento da regra disposta na Súmula/STF nº 691, tendo em vista a existência de
flagrante ilegalidade e abuso de poder na determinação da prisão preventiva da paciente, que é
vereadora, presidente da Câmara Municipal de Angra dos Reis/RJ.
Defendem a nulidade do processo, em razão da violação ao princípio do juiz natural, com base na
Constituição Estadual do Rio de Janeiro, que no seu art. 161, IV, d, item 3, estabelece a competência
originária do Tribunal de Justiça do Estado para o processamento e julgamento de prefeito, vice-
prefeito e vereador, nos crimes comuns e de responsabilidade.
Alegam que a referida norma guarda simetria com o preceito contido nos arts. 25 e 125, § 1º, da
Constituição Federal, que dispõem sobre a autonomia legislativa e judiciária dos Estados.
Indicam precedentes jurisprudenciais do STJ e do STF, que afirmam a "possibilidade de fixação de foro
por prerrogativa de função pela Constituição Estadual" (fl. 6).
Ressaltam que "JOEL J. CÂNDIDO (em Direito Eleitoral Brasileiro, Ed. Edipro, 8º edição, pg. 351),
menciona a hipótese do prefeito com foro por prerrogativa de função perante o Tribunal Regional
Eleitoral, constatação que, por força do art. 161, inciso IV, alínea `d", 3, da Constituição do Estado do
Rio de Janeiro, se aplica ao ocupante de cargo de vereador" (fl. 12).
Concluem, asseverando que (fls. 14-15)
(1) A competência em referência é de caráter absoluto, o que enseja a declaração de nulidade dos atos
decisórios praticados por MM. Juízo absolutamente incompetente, devendo o feito ser encaminhado ao
Juízo competente, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro; (2) tanto o SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA quanto o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, além de autorizada doutrina, fixaram
posicionamento seguro no sentido da validade da disposição da CONSTITUIÇÃO ESTADUAL que
dispunha sobre foro por prerrogativa de função de ocupante do cargo de Vereador.
Requerem (fl. 15)
Seja DEFERIDA A MEDIDA LIMINAR EM HABEAS CORPUS, para que seja SOBRESTADO O
ANDAMENTO DA AÇÃO PENAL E PERMITIDO QUE A PACIENTE AGUARDE EM LIBERDADE O
JULGAMENTO DA IMPETRAÇÃO, por estarem ambos os elementos autorizadores da tutela de
urgência, o fumus boni juris e o periculum in mora.
É o relatório.
Decido.

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 35

Como afirmei nos autos do Habeas Corpus nº 3458-70, também impetrado em favor da ora paciente, o
writ se volta contra decisão de relator do TRE/RJ que, em sede de habeas corpus, indeferiu a liminar
pleiteada, o que afasta a competência deste Tribunal Superior, a teor do disposto na Súmula/STF nº
691. Nesse sentido, o seguinte julgado desta Corte: HC nº 590/MA, DJ de 14.4.2008, rel. Min. José
Delgado.
Admite-se, em caráter excepcional, o afastamento de tal regra, caso seja demonstrado flagrante
constrangimento ilegal sofrido pelo paciente (HC nº 537/RJ, DJ de 8.8.2006, rel. Min. Cezar Peluzo), o
que, em princípio, não vislumbro na hipótese dos autos.
Sustentam os impetrantes violação ao princípio do juiz natural, ao argumento de que a competência
originária para o julgamento de vereador pela prática de crime eleitoral seria do Tribunal Regional
Eleitoral, o que ensejaria a nulidade dos atos decisórios, incluindo o decreto de prisão preventiva da
ora paciente.
Ocorre que o art. 161 da Constituição Estadual do Rio de Janeiro estabelece a competência do
Tribunal de Justiça para o julgamento de vereador pela prática de crime comum e de responsabilidade.
No caso dos autos, a paciente foi denunciada pela prática dos crimes eleitorais descritos nos arts. 299
e 377 do Código Eleitoral, não havendo na Constituição Federal a previsão de foro privilegiado de
vereador nessa hipótese.
Ademais, já decidiu esta Corte pela competência do juiz eleitoral para o julgamento de crimes eleitorais
praticados por vereador, conforme se depreende da ementa do seguinte julgado:
HABEAS-CORPUS. CRIME ELEITORAL. VEREADOR. IMUNIDADE PROCESSUAL. INEXISTÊNCIA.
RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. JUIZ ELEITORAL. FUNDAMENTAÇÃO. INEXIGÊNCIA.
CONVERSÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE EM PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. WRIT. NÃO
CABIMENTO. PENA INFERIOR A UM ANO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA.
HABEAS-CORPUS EX OFFICIO.
1. CRIME ELEITORAL PRATICADO POR VEREADOR. COMPETÊNCIA DO JUIZ ELEITORAL PARA
PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO, VISTO QUE A CONSTITUICÃO FEDERAL APENAS CONFERE
ÀQUELE IMUNIDADE MATERIAL, E NÃO PROCESSUAL.
[...] (Grifei.)
(HC nº 326/PE, DJ de 4.9.98, rel. Min. Maurício Corrêa).
Frise-se que o foro privilegiado de prefeito municipal é estabelecido na própria Constituição Federal, no
art. 29, X, o que não ocorre no caso de vereador.
Com efeito, não há como estabelecer, tomando-se como parâmetro o disposto na Constituição
Estadual - que prevê foro privilegiado de vereador nos casos de crime comum e de responsabilidade -,
a competência originária de Tribunal Regional Eleitoral para o julgamento dos crimes eleitorais.
Ante o exposto, nego seguimento ao habeas corpus, com base no art. 36, § 6º, do RITSE.
Publique-se.
Brasília-DF, 10 de novembro de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.

Coordenadoria de Acórdãos e Resoluções

Acórdão

PUBLICAÇÃO DE DECISÕES Nº 518/2010

ACÓRDÃO

PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 3765-24.2010.6.00.0000 – CLASSE 26 – MARCAÇÃO –


PARAÍBA
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Interessado: Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba

Ementa:
Processo administrativo. Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. Pedido de autorização para a
realização de eleição suplementar no Município de Marcação/PB, após as eleições gerais de 2010.
Pedido deferido.

Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em deferir a realização das
eleições suplementares, nos termos das notas de julgamento.
Brasília, 9 de novembro de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Marco
Aurélio, Aldir Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Arnaldo Versiani, Henrique Neves e o
Procurador-Geral Eleitoral, Roberto Monteiro Gurgel Santos.

PUBLICAÇÃO DE DECISÕES Nº 520/ 2010

ACÓRDÃO

Diário da Justiça Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-
2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 36

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 824-04. 2010.6.00.0000 –


CLASSE 32 – RIO DE JANEIRO – RIO DE JANEIRO
Relator: Ministro Arnaldo Versiani
Agravante: Ministério Público Eleitoral
Agravada: Emport – Empresa Marítima Portuária Ltda.
Advogados: Marcos Coelho da Rocha e outros

Ementa:
Representação. Limite de doação. Ilicitude de prova.
– No julgamento do Agravo Regimental no Recurso Especial nº 28.218, o Tribunal decidiu que constitui
prova ilícita aquela colhida mediante a quebra do sigilo fiscal do doador, sem autorização judicial,
consubstanciada na obtenção de dados relativos aos rendimentos do contribuinte, para subsidiar a
representação por descumprimento de limite legal de doação.
Agravo regimental não provido.

Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em desprover o agravo


regimental, nos termos das notas de julgamento.
Brasília, 4 de novembro de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Marco
Aurélio, Hamilton Carvalhido, Gilson Dipp, Marcelo Ribeiro, Arnaldo Versiani e a Vice-Procuradora-
Geral Eleitoral, Sandra Verônica Cureau.

PUBLICAÇÃO DE DECISÕES Nº 522/2010

ACÓRDÃO

PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 3769-61.2010.6.00.0000 – CLASSE 26 – ITAPOROROCA –


PARAÍBA
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Interessado: Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba

Ementa:
Processo administrativo. Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. Pedido de autorização para a
realização de eleição suplementar no Município de Itapororoca/PB, após as eleições gerais de 2010.
Pedido deferido.

Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em deferir a realização das
eleições suplementares, nos termos das notas de julgamento.
Brasília, 9 de novembro de 2010.
Presidência do Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes a Ministra Cármen Lúcia, os Ministros Marco
Aurélio, Aldir Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Arnaldo Versiani, Henrique Neves e o
Procurador-Geral Eleitoral, Roberto Monteiro Gurgel Santos.

Pauta de Julgamentos

PAUTA DE JULGAMENTOS Nº 73/2010

Elaborada nos termos do Regimento Interno, para julgamento a partir da próxima sessão, respeitado o
prazo de 48 horas, contado desta publicação do processo abaixo relacionado.

REPRESENTAÇÃO Nº 3296-75.2010.6.00.0000
ORIGEM: BRASÍLIA – DF
RELATOR: MINISTRO JOELSON DIAS
REPRESENTANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
REPRESENTADAS: COLIGAÇÃO PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO
(PRB/PDT/PT/PMDB/PTN/PSC/PR/PTC/PSB/PCdoB) E OUTRA
ADVOGADOS: ADMAR GONZAGA E OUTROS
REPRESENTADO: LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
ADVOGADOS: JOSÉ GERARDO GROSSI E OUTROS

Brasília, 17 de novembro de 2010.

FERNANDO MACIEL DE ALENCASTRO


Secretário das Sessões

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2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 37

Despacho

PUBLICAÇÃO DE DESPACHO Nº 146/2010

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº


11049 - LAGUNA/SC
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Embargante: Coligação Todos por Laguna (PMDB/PSDB/PSC/PV/PR/PPS)
Advogado: Marta Aparecida Zardinello e outros
Embargados: Célio Antônio e outro
Advogados: Mauro Antônio Prezotto e outros

DESPACHO

1. Embargos de declaração com pedido de efeitos modificativos (fl. 1659).


2. Intimem-se os embargados para, querendo, manifestarem-se em três dias.
3. Decorrido esse prazo, retornem-me conclusos os autos.

Brasília, 11 de novembro de 2010.

Ministra CÁRMEN LÚCIA


Relatora

PUBLICAÇÃO DE DESPACHO Nº 145/2010

RECURSO EXTRAORDINÁRIO NO RECURSO ORDINÁRIO Nº 3337-63.2010.6.10.0000 SÃO LUÍS-


MA
RECORRENTE: CLEBER VERDE CORDEIRO MENDES
ADVOGADOS: FLÁVIO EDUARDO WANDERLEY BRITTO E OUTROS
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
PROTOCOLO: 35.814/2010

Intime-se o recorrente para regularizar sua representação processual, uma vez que a procuração de fl.
492 não confere poderes para desistência de recursos.
Após, voltem-me os autos conclusos.
Publique-se.
Brasília, 10 de novembro de 2010.
Ministro RICARDO LEWANDOWSKI
- Presidente -

PUBLICAÇÃO Nº 147/2010

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL


ELEITORAL Nº 13154-10.2008.6.05.0050 CANSANÇÃO-BA 50ª Zona Eleitoral (MONTE SANTO)

MINISTRO RELATOR: MARCELO RIBEIRO


EMBARGANTE: JARBAS PEREIRA ANDRADE
ADVOGADA: MIUCHA PEREIRA BORDONI
EMBARGADA: COLIGAÇÃO CANSANÇÃO DE TODOS NÓS (PDT/PPS/PT)
ADVOGADOS: BRUNO GUSTAVO FREITAS ADRY E OUTROS
EMBARGADA: COLIGAÇÃO FÉ EM CANSANÇÃO (PMDB/PSB/PRP/PT do B)
ADVOGADOS: JOSÉ SARAIVA E OUTROS
PROTOCOLO: 37.561/2010

DESPACHO

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Ano 2010, Número 221 Brasília, quinta-feira, 18 de novembro de 2010 Página 38

Diante do pedido de efeitos modificativos, abra-se vista aos embargados para manifestação no prazo
de 3 (três) dias.
Publique-se.
Brasília-DF, 4 de novembro de 2010.
Ministro Marcelo Ribeiro, relator.

PUBLICAÇAÕ DE DECISÃO Nº 148


REF. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL N. 90863 - BOA VISTA/RR
Relatora: Ministra Cármen Lúcia
Interessado: Fernando Neves da Silva - Advogado
DESPACHO
1. Pela petição protocolizada sob o n. 39.612/2010, o advogado Fernando Neves da Silva informa que
não foi contratado para atuar no Recurso Especial Eleitoral n. 90863/RR, "pelo que a inclusão de seu
nome em substabelecimento juntado aqueles autos se apresenta manifestamente descabida".
Assim, requer "seja o mesmo desconsiderado e o seu nome retirado da autuação".
2. Essa manifestação é suficiente a demonstrar ter havido equívoco na elaboração de
substabelecimento ao advogado Fernando Neves da Silva.
3. Pelo exposto, defiro o requerimento ora formulado.
Brasília, 10 de novembro de 2010.
Ministra CÁRMEN LÚCIA
Relatora

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

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2/2001 de 24.8.2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado
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