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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Faculdade de Engenharia – Departamento de Engenharia Elétrica


FUNDAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES

Capítulo 1

Matemática
Aplicada em
Telecomunicações
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FUNDAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÕES

1.1 Introdução

O aprendizado de telecomunicações exige o conhecimento básico de várias áreas da


matemática para a solução de muitos problemas.
Por conseguinte, o aluno de telecomunicações deve ter algumas habilidades para os
cálculos dos vários problemas que lhe são apresentados.
Neste capítulo vamos tratar dos tópicos mais importantes e mais utilizados em
telecomunicações. Abordaremos a parte de logarítmos e as aplicações pertinentes, nos
cálculos de ganho, atenuação, relação, sinal – ruído, decibéis e suas relações derivadas em
dBm, dBrn, etc.
Serão estudados, também, as principais relações e propriedades da álgebra
complexa e as relações trigonométricas mais usuais nos tópicos relativos aos métodos de
modulação.
Fechando o capítulo estudaremos a representação de sinais periódicos em série de
Fourier, de sinais não periódicos em transformada de Fourier, e por último, abordaremos
noções de probabilidade fazendo uma preparação do uso destes conceitos no estudo de
telecomunicações.

1.2 Logarítmos

O logarítmo de um número N é o expoente p que é aplicado a uma base b para


reproduzir o número N
bp = N (1)
log b N = p (2)
O logarítmo mais usado é o de base 10 e normalmente é abreviado por log.
Quando a base não é especificada fica implícito que a base é 10.
Os logarítmos de base e (neperiano) são chamados de logarítmos naturais e
abreviados normalmente por ln. A base e é igual a 2,7182818.
Os logarítmos podem ser usados para simplificar longos e entediosos cálculos. Eles
normalmente ocorrem quando descrevem fenômenos matemáticos de engenharia ou
conceitos científicos.

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A forma geral dos logarítmos é dada pela expressão (2). A conversão entre
logarítmos e funções exponenciais é simples.

Ex.: 1.1.1
103 = 1000 à log. 1000 = log. 103 = 3

Ex.: 1.1.2
10-1 = 0,1 à log. 0,1 = log. 10-1 = -1

Ex.: 1.1.3
26 = 64 à log2 64 = log2 26 = 6

Como se vê pelo exemplo acima os logarítmos podem ser expressos em qualquer


base. A forma mais comum dos logarítmos é a dos logarítmos de base 10. todas as vezes
que se estiver usando base diferente de 10 deve se indicar a base.

Ex.: 1.1.4
log5 625 = log5 54 = 4

Sempre que a base neperiana estiver sendo usada empregaremos a abreviatura ln


sendo dispensada a escrita da base.

Ex.: 1.1.5
ln 10 = 2,3025851

1.3 Logarítmos e Suas Propriedades

1) logb (M x N x P) = logb M + logb N + logb P (3)

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Ex.: 1.3.1
log (10 x 100) = log 10 + log 100 = 1 + 2 = 3

Ex.: 1.3.2
Sendo log 2 = 0,30103 e log 3 = 0,47712
log 6 log (2 x 3) = log 2 + log 3 = 0,30103 + 0,47712
log 6 = 0,77815

æM ö
2) logb ç ÷ = logb M - logb N (4)
èNø

Ex.: 1.3.3
Sendo log 5 = 0,69897
1000 ö
log æç ÷ = log 1000 – log 5 = log (10 x 10 x 10) – log 5
è 5 ø
1000 ö
log æç ÷ = 3 – 0,69893 = 2,30103
è 5 ø

3) logb Mx = x . logb M (5)

Ex.: 1.3.4
log 52 = 2 . log 5 = 2 x 0,69897 = 1,39794
1
4) log b x
P = . log b P
x (6)

Ex.: 1.3.5
3 1 1
log8 8 = . log8 8 =
3 3

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log a N
5) logb N =
log a b (7)

Ex.: 1.3.6
log150 log(10 x 5 x 3)
Obter log5 150 = =
log 5 log 5
1 + 0,69893 + 0,47712
log5 150 = = 3, 1134019
0,69893
6) blogbN = N (8)

5log5150 = 150 à 53,1134019

1.4 Exercícios Propostos

1) Sendo dado log2 = 0,30103 e log3 = 0,47712. Obtenha:


log 24 =

3
log 27 =

log 91,5 =

3
log 36 =

6
log 343 =

2) Obtenha:
log8 512 =

log7 49 =

6
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æ 343 ö
log3 ç ÷ =
è 9 ø

1,253 62,5
3) Dada a expressão N = .
(0,04 )5
Calcular o log N sabendo-se que log 0,5 = 1,69897
R: 7,68524

1.5 Gráfico de Função Logarítmica

Ex.: 1.5.1
Seja obter o gráfico de y = logb X quando a base b = 10
X b logb X Y
1000 10 log 1000 3
100 10 log 100 2
10 10 log 10 1
1 10 log 1 0
0,1 10 log 0,1 -1
0,01 10 log 0,01 -2
0,001 10 log 0,001 -3

Figura 1.1 – gráfico da função y = log x

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A equação de uma função de potência é da forma xn . Se n > 0, o gráfico de y = xn é


uma curva parabólica. Se n < 0 o gráfico de y = xn é uma curva hiperbólica.
A equação de uma função exponencial é da forma ax. Se a > 1, o gráfico de y = ax é
uma curva exponencial. A curva passa pelo ponto (0,1) e se desenvolve acima do eixo x e é
assintótica a ele.

Figura 1.2 – Gráfico de função y = ax (a > 1)

A equação de uma função logarítmica é da forma y = logb x. O gráfico de y = logbX


é uma curva logarítmica conforme se vê na Figura 1.1.
A curva passa pelo ponto (0,1) e está a direita do eixo y sendo assintótica ao
mesmo.

1.6 Logarítmo Natural

O logarítmo natural é uma função com base e onde e é um número irracional


proveniente de

æ 1ö 1 1 1
e = limç1 + ÷ = (1 + 1 + + + + ....) (9)
n →∞
è n! ø 2 6 24
e = 2,71828182845 ...

A notação normalmente empregada para log e N é ln N onde a base e é dada pelo


número acima.

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ln e = 1
ln e2 = 2 . ln e = 2

O logarítmo natural de N e o logarítmo base 10 de N são relacionados pela formula

ln N = 2,3026 . log N (10)

1.7 Característica Mantissa e Cologarítmo

Num sistema qualquer só as potências da base tem logarítmos inteiros. Assim, no


sistema de base 2, teremos

log2 32 = log2 25 = 5
log2 64 = 6

Os números compreendidos entre 32 e 64 terão os logarítmos compreendidos entre


5 e 6. Para o número 43, por exemplo, teremos

log2 43 = 5 + fração

Os logarítmos dos números constam, então, de duas partes:


ü uma parte inteira que se denomina característica;
ü uma parte fracionária que se denomina mantissa.

Ao logarítmo do inverso de um número, dá-se o nome de cologarítmo do número.


Assim,

1
cologb N = logb
N = logb 1 - logb N

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cologb N = - logb N (11)

pois o logarítmo de 1 é sempre zero em qualquer base.


O cologarítmo é, portanto, simétrico do logarítmo e podem ser aplicados para
substituir as subtrações de logarítmos por adições, como, por exemplo, no cálculo.

æxö
log çç ÷÷ = log x – log y = log x + colog y
è yø

Os logarítmos decimais apresentam três propriedades importantes relativas as suas


características e mantissas.
1) A característica do logarítmo decimal de um número maior que 1 é uma unidade
menor que o número de algarismos de sua parte inteira.
Um número com dois algarismos na parte inteira fica compreendido entre 10 e 100,
ou 101 e 102.
Um número com três algarismos fica compreendido entre 100 e 1000 ou 102 e 103
e, assim por diante.
De modo geral, um número N com n algarismos na parte inteira ficará
compreendido entre 10n-1 e 10n.
Podemos, pois, escrever:

10n-1 < N < 10n (12)

Considerando os logarítmos na base 10, temos:


n-1 < log N < n,
isto é,
log N = n – 1 + fração
A característica é n-1.

Ex.: 1.7.1

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As características de
log 584; log 8,501; log 27,432; log 5873 são:
2, 0, 1 e 3 respectivamente.

2) A característica do logarítmo decimal de um número positivo e menor que 1 é


negativa e tem tantas unidades quantos forem os zeros que precedem seu primeiro
algarismo significativo.
Um número decimal, cujo primeiro algarismo significativo é de centésimos, isto é,
que tem dois zeros prendendo o primeiro algarismo significativo como, por exemplo 0,032
é maior que 0,01 e menor que 0,1, e, portanto, fica compreendido entre 10-2 e 10-1.
Um número decimal com três zeros precedendo o primeiro algarismo significativo,
como 0,0081 será maior que 0,001, menor que 0,01 e ficará compreendido entre 10-3 e 10-2.
De modo geral, um mínimo N, com n zeros precedendo o primeiro algarismo
significativo ficará compreendido entre 10-n e 10-(n-1) e, portanto, pode-se escrever
10-n < N < 10- (n-1) (13)
Tomando os logarítmos na base 10, tem-se
- n < log N < - (n – 1)
log N = - n + fração
A característica é, pois, -n.

Ex.: 1.7.2
As características de
log 0,4; log 0,0581; log 0,0027; log 0,8705
são: -1, -2, -3 e –1

1) Quando se multiplica ou divide um número por uma potência de 10, a mantissa


de seu logarítmo decimal não se altera.
Representamos por c a característica e por m a mantissa do logarítmo de um
número N, isto é,

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log N = c, m (14)
De acordo com as propriedades dos logarítmos

log (N x 10p) = log N + p . log 10 = log N + p

æ N ö
log ç p ÷ = log N - p . log 10 = log N – p
è 10 ø

ou, de acordo com a hipótese dada por (14)

log (N x 10p) = c, m + p

æ N ö
log ç p ÷ = c, m – p
è 10 ø
Como p é inteiro deve ser adicionado ou subtraído da parte inteira c e teremos
log (N x 10p) = (c + p), m (15)
æ N ö (16)
log ç p ÷ = (c - p), m
è 10 ø

Assim, a mantissa mantém o seu valor m, enquanto que a característica fica


aumentando ou diminuindo do expoente da potência.

Ex.: 1.7.3
Sendo log 327 = 2,5145
log 3,27 = 2,5145 – 2 = 0,5145
log 327000 = 2,5145 + 3 = 5,5145

Conseqüência:
A mantissa do logarítmo de um número decimal, no sistema de base 10, é
independente da posição da vírgula.

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1.8 Logarítmo Negativo e Logarítmo Preparado

Em virtude das duas primeiras propriedades, é desnecessário formar uma tábua ou


tabelar as características dos logarítmos decimais, pois as mesmas podem ser obtidas à
simples vista dos números.
Desse modo, as tábuas ou tabelas contém somente as mantissas dos logarítmos dos
números inteiros.
Com o objetivo de assegurar esta vantagem (tabelar somente as mantissas dos
inteiros) é conveniente conservar a mantissa sempre positiva.
Assim, por exemplo

log 2 = 0,3010

que em virtude da 3ª propriedade permite escrever

log 0,002 = 0,3010 – 3

e, se efetuarmos a soma algébrica obtém-se um logarítmo negativo (-2,6990).


Convenciona-se, então, deixar indicada a soma, escrevendo-se o sinal menos acima
da característica, para indicar que apenas ela é negativa, isto é, escreve-se

log 0,002 = 3, 3010

Ao logarítmo com esta convenção denomina-se logarítmo preparado.

Convém fixar que o logarítmo preparado 3, 3010 é equivalente a - 3 + 0,3010 e

deve ser distinguido do logarítmo negativo - 3, 3010 no qual as características e a


mantissa são ambos negativos.
Surgem, daí, os dois problemas de tranformaação de logarítmo preparado em
negativo e vice-versa.

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Assim, por exemplo para transformar o logarítmo preparado 3, 3010 em negativo


realiza-se a operação

- 3 + 0,3010 = - 2,6990

Para operação inversa consideramos o logarítmo negativo - 3,9867. Podemos escrever

- 3 - 0,9867
somando e subtraindo uma unidade

- 3,9867 = (- 3 - 1) + (1 - 0,9867) = - 4 + 0,0133

dando finalmente

- 3,9867 = 4, 0133

A operação acima descrita pode ser utilizada na obtenção do cologarítmo de um


número N na forma preparada.

Ex.: 1.8.4
log N = 3,5170
colog N = - 3,5170

colog N = (- 3 - 1) + (1 - 0,5170) = 4, 4830

1.9 Mudança de Base

É o problema que consiste em determinar os logarítmos dos números da base α,


sendo conhecidos e tabelados os logarítmos dos mesmos números no sistema de base b.

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Seja N um número qualquer, cujo logarítmo na base α queremos achar.


Representamos por x, o logarítmo procurado. Teremos

αx = N

Tomando os logarítmos dos dois membros no sistema conhecido (base b) vem:

x . logb α = lobb N e finalmente


1 (17)
x = logb N .
log bα
donde conclui-se:
Para passar os logarítmos de base b para o de base α, multiplicamos os primeiros
pela constante logb α.
1 1
= = 0, 4342
ln10 2,3026

Portanto, basta multiplicar por 0,4342 qualquer logarítmo neperiano para se obter o
logarítmo decimal correspondente.

Exercício
Obter log49 343
1 2,5353
log49 343 = log 343 . = = 1,5
log 49 1,6902

1.1.0 Exercícios
53
æ 125 ö 74
1) Sendo N = ç ÷ calcular o log N sabendo que log 2 = 0,30103.
è 128 ø

R: 1,99263

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2) Determinar as expressões de M cujo desenvolvimento logarítmo é


b.1) log M = 2 . log a + 3 . log b

1
b.2) log M = . log a - 2 . log b
3

2
b.3) log M = . log a - 3 . log b
3

2
b.4) log M = log a + . colog b
3

3) Resolver as equações:
3.1) log (3x2 - 17x + 2) + colog(x2 - 6x + 1) = log 2
R: x = 0 e 5

3.2) 2 . log x = 1 + log(2,4 - x)


R: x = 2

3.3) log 5 x + 1 + log 7 x + 4 = 1 + log 2


R: x = 3

1
3.4) log 7 x + 3 + log 4x + 5 = + log 3
2
R: x = 1

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4) Dados no sistema de base 10 log 3 = 0,47712 e log 2 = 0,30103 calcular na


1
éæ 25 ö 3 ù 5
base neperiana log êç ÷ ú
ëê è 9 ø ûú

R: 0,6130

ìlog x + log y = 3
5) Resolver o sistema í 2
î5 x − 3 y = 6125
2

R: 40 e 25
1.10 Decibéis

Decibel, ou dB é uma forma de logarítmo. A resposta do ouvido ao som é


proporcional ao logarítmo da potência que produziu o som.
Um decibel é aproximadamente a menor variação que o ouvido humano pode
detectar.
Por quê usamos decibéis?
Além do fato de ouvirmos os sons de forma logarítmica e 1 dB ser o mínimo que
ouvimos, usa-se db porque é muito fácil de usá-lo.
Decibéis são razões. Eles relacionam dois níveis de potência (ou outros parâmetros
similares). Eles relacionam, por exemplo, o nível de potência de um receptor e o nível de
potência do transmissor ou a potência do sinal de entrada e o nível de potência do ruído
que o acompanha, a relação sinal/ruído.
Devemos ter em mente que quando adicionamos ou subtraímos decibéis, estamos
realmente multiplicando ou dividindo porque eles são baseado em logarítmos.

Pin Pout
ESTRUTURA
Figura 1.3: Representação esquemática de uma estrutura e suas potências de entrada (Pin) e saída (Pout)

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Decibéis requerem que as dimensões sejam as mesmas. Por exemplo, se Pout está
em watts (W) Pin também deve estar em watts, ou deve ser convertida. Miliwatts (mW) e
Kilowatts (kW) são outros termos comuns.
A fórmula geral para o ganho ou atenuação de potência é

Pout (18)
G=
Pin

Se G > 1 há um ganho de potência, porém se G < 1 há uma perda ou atenuação da


potência. Se G = 1 significa que não há ganho nem atenuação na potência.

Ex.: 1.10.1
Dado o nível de potência do transmissor Pin = 4W e o nível de
potência do receptor Pout = 2W, determine o ganho ou perda de
potência.

2W 1
G= =
4W 2
Como o resultado é menor que 1 há perda ou atenuação.
A fórmula geral para conversão da razão de potências em dB é:

æ Pout ö (19)
G dB = 10 log ç ÷
è Pin ø

Ex.: 1.10.2
Se Pin = 10 W e Pout = 5W determine a razão de potência em dB

æ5ö
G dB = 10 log ç ÷ = 10 * (−0,3) = −3dB
è 10 ø
Como o resultado é negativo houve atenuação.

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Se Pout = 10W e Pin = 5W

æ 10 ö
G dB = 10 log ç ÷ = 10 * 0,3 = +3dB
è5ø
Como o resultado é positivo há um ganho de 3 dB.

Ex.: 1.10.3
Uma emissora de ondas médias emite 50 kW de potência, porém
os receptores portáteis recebem somente 1mW. Qual a relação de
ganho ou atenuação? Qual o ganho ou perda em dB?
Pin 1mW 0,001
G= = = = 2.10 −8
Pout 50kW 50000
G dB = 10 log 2.10 -8 = 10 log 2 + 10 . log 10 -8 = 3 − 80

G dB = - 77 dB (atenuação 77 dB).

Ex.: 1.10.4
Lista-se abaixo alguns cálculos de dB
æ 1W ö
10 log ç ÷ = 10 log1 = 0dB
è 1W ø
æ 2W ö
10 log ç ÷ = 10 log 2 = 3dB
è 1W ø
æ 4W ö
10 log ç ÷ = 10 log 4 = 6dB
è 1W ø
æ 8W ö
10 log ç ÷ = 10 log 8 = 9dB
è 1W ø
æ 16W ö
10 log ç ÷ = 10 log16 = 12dB
è 1W ø

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æ 1W ö
10 log ç ÷ = −10 log 2 = −3dB
è 2W ø
æ 1W ö
10 log ç ÷ = −10 log 4 = −6dB
è 4W ø
æ 1W ö
10 log ç ÷ = −10 log 8 = −9dB
è 8W ø
æ 1W ö
10 log ç ÷ = −10 log16 = −12dB
è 16W ø

Conclusão importante
ü Quando se dobra a potência há um acréscimo de 3dB;
ü Quando se divide a potência pela metade há um decréscimo de 3dB.

Ex.: 1.10.5
Determine a perda ou ganho se Pout = 125 W e Pin = 1kW
Pout 125 1
= =
Pin 1000 8
Como há uma diminuição na potência de 8 vezes.
Perda (dB) = 9dB Ganho (dB) = -9 dB

Ex.: 1.10.6
Lista-se abaixo alguns cálculos importantes:
æ 100W ö
10 log ç ÷ = 10 log 10 = 10dB
è 10W ø
æ 1000W ö
÷ = 10 log 10 = 20dB
2
10 log ç
è 10W ø
æ 10000W ö
÷ = 10 log 10 = 30dB
3
10 log ç
è 10W ø

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æ 1W ö −1
10 log ç ÷ = 10 log 10 = −10dB
è 10W ø
æ 1W ö −2
10 log ç ÷ = 10 log 10 = −20dB
è 100W ø

Conclusão
Cada vez que a potência se multiplica por um fator de 10, o ganho em dB é
acrescido de 10 dB. Cada vez que a potência é dividida por um fator de 10 o ganho é
diminuído de 10dB.

Ex.: 1.10.7
Decibéis podem ser usados para medir o ganho ou atenuação em
potência numa conversação telefônica ocorrendo entre você e um
amigo. Se a potência de entrada de sua voz é de 0,25mW, a perda
em cada aparelho sendo de 3dB, a atenuação total dos cabos seja
9dB e um amplificador de linha seja colocado no circuito com
um ganho de 12dB, qual é a Pout no terminal de seu amigo?

Pin Pout = ?
TLF Cabos AMP TLF
Linha
-3dB -9dB +12dB -3dB

Figura 1.4 – Trecho de uma rede telefônica

Perda Total = - 3 - 9 - 3 = -15 dB


Ganho = 12 dB
Atenuação (dB) = -15 + 12= - 3 dB

Uma queda de 3 dB significa que a Pout de ser a metade da Pin.

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Logo Pout = 0,125 mW

1.11 dBm

Alguns tipos de dB são sempre medidos em relação a uma unidade específica. O


dBm é uma dessas medidas e é muito usado em telecomunicações. O m especifica que o
valor de referência é 1 miliwatt (mW). Por conseguinte a Pout deve estar em mW ou ser
convertida para mW antes de ser usada. Em termos gerais
P
10log = 10 log P, desde que P esteja em mW
1mW
Todas as regras que se aplicam a dB também são aplicadas a dBm.
A diferença é que dB é uma razão entre 2 potências quaisquer e dBm é uma razão
de uma potência para 1mW.

Ex.: 1.11.1
Alguns dBm
2
P = 2mW PdBm = 10 log = 3dBm
1
P = 10mW PdBm = 10 log 10 = 10 dBm
P = 1µW PdBm = 10 log 10-3 = -30 dBm

Ex.: 1.11.2
Numa conexão entre dois telefones tem-se uma perda de 3 dB em
cada telefone, 12000 pés de cabo com 0,5 dB de perda para cada
1000 pés, uma central com uma perda interna de 4 dB e um
amplificador de linha. Qual deveria ser o valor em dB do
amplificador de linha se a potência recebida e igual a potência
transmitida? Para uma potência de entrada de 0,45mW qual a
potência de saída em dBm?

22
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Perda total: 3 + 3 + 12 * 0,5 + 4 = 16 dB


Ganho do amplificador = Perda total = 16 dB
Pin = PoutdBm = 10 log 0,45 = -3,4678 dBm.

1.12 Conversão em Decibéis

Há várias definições diferentes em dBs, dBm, dBmO, dBrn, dBrnc, dBrnO, dBp,
dBW, dBV, etc.
Relembre que a Pin e a Pout devem estar na mesma unidade ou serem convertidas
às mesmas unidades antes de compará-las.
As seguintes regras são fundamentais nos processos de conversão em dB.
a) dB ± dB = dB
b) dBm – dBm = dB (não dBm)
c) dBm ± dB = dBm
d) dBm = dBrn – 90

Lembretes importantes:
a) dB é sempre uma razão;
b) Não podemos converter dB para uma potência (W); dB somente especifica uma
mudança em potência ou uma ligação logarítmica entre 2 números;
c) dBm pode ser convertida de volta para uma potência uma vez que seja
especificada em mW.
dBrn é usado para medida de ruído. O índice rn refere-se ao valor do ruído de
referência.
Por definição

0 dBrn = - 90 dBm (20)

Uma vez que 0 dBm = 1mW, -90 dBm = 1pW


Também os valores em dBrn são sempre positivos.

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Em outras palavras, o menor valor que pode medir em dBrn é 1 pW ou 10-9 mW ou


0 dBrn. A conversão é

dBrn = 90 + dBm ou dBm = -90 + dBrn (21)

Ex.: 1.12.1
Converter 23 dBrn em dBm e então converter os dBm em mW.

dBm = dBrn – 90
23 dBrn – 90 = -67 dBm
-70 dBm = 0,0000001 mW
-67 dBm está 3 dB acima ou 2 vezes a potência

logo, -67 dBm = 0,0000002 mW

1.13 Relação Sinal/Ruído

A razão sinal para ruído (S/R), medida em dB, é a razão entre a potência do sinal
geralmente medida no receptor, para a potência do ruído que também medida no receptor.

Psinal (22)
S/R =
Pruído

Ex.: 1.13.1
Dado a potência do sinal de 4 mW e a potência do ruído de 1µW,
encontre a relação sinal/ruído.

4 x 10 -3
S/R = = 4000
1 x 10 -6

24
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(S/N)dB = 10 log 4000 = 36 dB


(S/R)dB = SRxdBm
1mW 0 dBm 4mW 6 dBm
1µW -30 dBm
(S/R)dB = 6 dBm – (- 30) dBm = 36 dB

Ex.: 1.13.2
Determine a S/R em termos absolutos e na medida dB apropriada
Ref. 1mW 0 dBm
Tx 0,25 mW -6 dBm
Rx 0,125 mW -9 dBm
Ruído 0,000001 -60 dBm = 30 dBrn
Ref. 0,000000001 -90 dBm = 0 dBrn
Rx = 0,125 mW 10 log (0,125) = -9 dBm
Ruído = 0,000001 mW 10 log (10-6) = -60 dBm
0,125mW
S/R = = 125000
0,000001
(S/N)dB = 10 log 125000 = 51 dB

ou simplesmente
S/R|dB = RxdBm – rdBm = -9 - (-60) = 51 dB

Ex.: 1.13.3
Determine a relação sinal/ruído em termos absolutos e na medida
apropriada em dB

Tx 12 dBm
Rx 9 dBm

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Ruído 43 dBrn = -47 dBm


Ps = 9 dBm = 8 mW pois
0 dBm 1mW
3 dBm 2 mW
6 dBm 4 mW
9 dBm 8 mW
9dBm = 10 log P
log P = 0,9 P = 100,9 = 8 mW
Pruído = -47 dBm = 0,00002 mW pois
-50 dBm 0,00001
-47 dBm = -50 dBm + 3 dB
Logo –47 dBm representa o dobro da potência de –50 dBm
Assim –47 dBm = 0,00002 mW
-47 = 10 log P P = 10-4,7 = 0,00002
8
S/R = = 400000
0,00002
S/R dB = 10 log 400000 = 56 dB
S/R dB = + 9dBm – (-47)dBm = 56 dB

Outra expressão para dB muito utilizada é dada pela relação entre


duas voltagens e pode ser derivada da expressão da potência.

2 2
V2 V1
P2 = e P1 =
R2 R1

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2
æ V2 ö
çç ÷÷
P2 è R2 ø
dB = 10 log = 10 log 2
P1 æ V1 ö
çç ÷÷
è R1 ø
Se R2 = R1
2
æ V2 ö æ V2 ö
dB = 10 log çç V ÷÷ = 20 log çç ÷÷
è 1 ø è V1 ø (23)

Por definição, dBm é 1 mW aplicada numa impedância de 600Ω.

V2
1 mW = V2 = 600 x 10-3 V= 0,6
600
V = 0,775 volts
Quando R1 = R2 = 600 Ω
V (24)
dB = 20 log 0,775

Ex.: 1.13.3
Para
0,775
V = 0,775 20 log = 0 dBm
0,775
1,55
V = 1,55 20 log = 6 dBm
0,775
3,1
V = 3,1 20 log = 12 dBm
0,775
6,2
V = 6,2 20 log = 18 dBm
0,775

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7,75
V = 7,75 20 log = 20 log 10 = 20 dBm
0,775

Conclusão
ü Quando a voltagem dobra dBm aumenta 6 dB

ü Quando a voltagem cai à metade dBm decresce 6 dB

ü Quando a voltagem é 10 vezes dBm cresce 20 dB

1.14 Exercícios Propostos

1) Considere o diagrama a seguir


Repetidor
Pin Pout = ?
Seção AMP Seção AMP
de cabo linha de cabo linha
L1 G1 L2 G2
Se Pin = 0,5 W, a atenuação nos cabos é de α = 2 dB/km e o trajeto total tem 40
km. Encontre o ganho dos amplificadores e a localização do repetidor de modo que Pout =
100 mW é a potência do sinal na entrada de cada emplificadr ser igual a 20 µW.
2) Um sistema com repetidores e com 3000 km de extensão consiste de m seções de
cabo idênticos com α = 0,6 dB/km e m amplificadores idênticos. Encontre o número de
seções e o ganho por amplificador de modo que Pout = Pin = 10 mW e a potência de
entrada de cada amplificador seja de pelo menos 25µW.

3) Calcule

a) 3500 pW em dB
b) –18 dBm em Watts
c) 20 dBm + 20 dB

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1.15 Trigonometria

A trigonometria trata dos relacionamentos entre os lados e os ângulos do triângulo.


Todas as funções trigonométricas são razões. Anteriormente a isto foi determinado que
certos relacionamentos entre os lados de um triângulo e os ângulos portam-se de modo
previsível e consistente. Este fenômeno é muito útil em navegação, salvamentos, etc.
Agora encontramos a aplicação de funções trigonométricas em muitos conceitos
matemáticos e científicos assim como na aplicação prática desses conceitos, como por
exemplo na análise de sons, eletricidade e comunicações.
Por isso, é necessário, a todos aqueles envolvidos em telecomunicações terem um
sólido conhecimento de trigonometria.
Por convenção, um ângulo é considerado positivo, quando a segunda “perna” do
ângulo gira contra o sentido dos ponteiros do relógio a partir da base.

θ
0 x

Figura 1.5 – Ângulo A0X

Um sinal negativo é usado quando a rotação no sentido dos ponteiros do relógio é


usada.
Muitas funções trigonométricas são baseadas no triângulo reto.

c
a

C b A

Figura 1.6 – Triângulo Reto

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O teorema de Pitágoras fornece a relação

c2 = a2 + b2 (25)

Uma vez que a trigonometria define o relacionamento entre os lados do triângulo


em termos de senos, cosenos, etc. usamos o teorema de Pitágoras para explorar o
relacionamento entre algumas identidades da trigonometria.
Se nós tomarmos um círculo com o centro em 0 e raio r e desenharmos uma linha
até o ponto A sobre a circunferência formaremos um ângulo θ que forma um arco de a

a
θ x
0

Figura 1.7 – Arco a

Se tomarmos um círculo e o dividirmos em incrementos iguais desenhando uma


linha do centro ao lado e fizermos exatamente 360 segmentos, então o arco de cada
segmento conteria um ângulo de 1 grau.

1º = 1/360º
Figura 1.8 – Definição de 1º

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Se queremos dividir um grau em partes menores, dividimos cada grau por 60 e


obtemos 1 minuto de ângulo. Dividindo-se 1 minuto por 60 chegamos a um segundo. Por
notação utiliza-se a marca º para indicar graus, a marca ’ para indicar minutos e a marca ”
para indicar os segundos.
Ex.: Converter 37,52º em graus, minutos e segundos.

37º + 0,52 x 60 = 37º31,2’


= 37º 31’ + 0,2 x 60 = 37º 31’ 12”
Converter 21º 25’ 12” em graus
25 12
21º + + = 21º + 0,4167 + 0,00334
60 3600
= 21,42º
Alguns triângulos exibem relacionamentos especiais entre seus lados e seus
ângulos, como mostrado na figura 1.9. No 1º triângulo os lados a e b são iguais. Também
os ângulos A e B são iguais a 45º, e se os lados a e b são iguais a 1, o lado c é igual a 2
pelo teorema de Pitágoras.
Note a relação de 2 para 1 entre os lados c e a no segundo triângulo da figura 1.9.
Em um triângulo reto, isto indica que os outros ângulos são 30º e 60º.

B
45º
c= 2 60º
c=1
a=1 1
a=
2
90º 90º
45º 30º
C A C 3 A
b=1 b=
2
Figura 1.9 – Triângulos retos

31
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A outra medida angular muito utilizada é o radiano.


Pode-se dividir um círculo em incrementos de radianos traçando-se duas linhas a
partir do centro do círculo até a coroa circular de tal modo que o comprimento do arco
entre as linhas seja igual ao raio do círculo, obtém-se um ângulo entre as linhas de 1
radiano.
Um círculo inteiro contém 2 π radianos. Isto nos leva a obter o perímetro da
circunferência com o seno 2 π r.

1 radiano = 57,29578º = 57º 17’ 45”


2 π = 360º (26)
De modo que, para se fazer a conversão de radianos para graus

æ 360 ö (27)
x graus = y radianos. ç ÷ = y. rad. 57,29578
è 2π ø
E para se converter de graus para radianos

æ 2π ö (28)
x radianos = y graus ç 360 ÷
è ø

Ex.:
Uma estação terrena de satélites está localizada em ITABORAÍ – RJ na latitude sul
22,76º S. Qual a sua distância da linha do equador se o raio da terra é de 6371,64 km?
æ 2π ö
6371,64 x ç ÷ x 22,76 = 1265,52 km
è 360 ø
Um carro está viajando a 80 km/h. Qual a velocidade das rodas em rpm se o
diâmetro dos pneus é de 60 cm?

60
Perímetro da roda = 2 π r = 2 π x = 188,4955 cm
2
8000000
80 km/h = cm/min = 133333,33 cm/min
60
133333,33
rpm = = 707,355 rpm
188,4955

32
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1.16 Funções Trigonométricas

Funções trigonométricas são relações trigonométricas que são verdadeiras para


todos os ângulos envolvidos. Elas têm muitas aplicações nos problemas de engenharia de
telecomunicações.
Consideremos o triângulo retângulo

Hipotenusa
c a
lado
θ oposto
b
lado adjacente
Figura 1.10 – Relações trigonométricas no triângulo reto
O seno do ângulo θ é dado por:

a
sen θ =
c (29)
O coseno do ângulo θ é dado por:

b
cos θ =
c (30)
A tangente do ângulo θ é dada por:

a sen θ
tg θ = =
b cos θ (31)
A cosecante, a secante e a cotangente de θ são, respectivamente, dadas por:

1 c
cosec θ = =
sen θ a (32)
1 c
sec θ = =
cos θ b (33)

33
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1 b cos θ
cotg θ = = =
tg θ a sen θ (34)

O ângulo A encontrado do ponto 0, onde uma pessoa ou objeto está localizado, até
um objeto que está sendo observado é chamado de “ângulo de elevação”.
X

A
O H

Figura 1.11 – Definição de ângulo de elevação


Neste exemplo o ângulo de elevação A, e o ângulo formado pela linha do horizonte
OH a partir da base da torre de uma antena até uma estação terrena e a linha a partir da
estação terrena até a antena OX.

æ HX ö
A = tg-1 ç ÷
è OH ø
Exemplo:
Qual o ângulo de elevação a partir de um navio sobre o mar e uma estação costeira
sabendo-se que o navio se encontra a meia milha marítima da costa e a estação costeira
esta a 400 pés acima do nível do mar?

Figura 1.12 – Exemplo de Aplicação

a = 400 pés = 400 x 0,325 = 130 m


b = 0,5 milha = 0,5 x 1853 = 926,5 m

34
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æ 130 ö
θ = tg-1 ç ÷ = 7,987º
è 926,5 ø

1.17 Relacionamento entre Funções Trigonométricas

Comecemos com o triângulo retângulo


A soma dos três ângulos internos é 180º. Se o ângulo C = 90º
A + B + C = 180º A + B = 90º B = 90º - A
a
Agora, dado que cos B = e B = 90º - A
c
Então, por substituição
a a
cos (90 – A) = e sen A =
c c
cos (90 – A) = sen A
Desta forma pode-se derivar certas funções
sen A = cos (90º - A) = cos B
cos A = sen (90º - A) = sen B
tg A = tg (90º - B) = cotg B
Algumas propriedades importantes ligadas a simetria das funções trigonométricas
são:
sen (-A) = - sen A à simetria ímpar
cos (A) = cos (-A) à simetria par
tg (-A) = - tg A à simetria ímpar
Usando o teorema de Pitágoras pode-se obter a relação fundamental entre as
funções seno e coseno.
a2 + b2 = c2
2
Dividindo ambos por c

a 2 b2 c2
+ =
c2 c2 c2

35
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sen2 A + cos2 A = 1 (35)


2 2
Note que sen A = (sen A)

2
Dividindo-se ambos os lados por cos A

sen 2 A cos 2 A 1
+ =
cos 2 A cos 2 A cos 2 A
sec2 A = 1 + tg2 A (36)

2
Da mesma forma dividindo-se a relação fundamental por sen A

sen 2 A cos 2 A 1
+ =
sen 2 A sen 2 A sen 2 A
cosec2 A = 1 + cotg2 A (37)

Um conjunto de fórmulas adicionais podem ser deduzidas. As fórmulas que seguem


são de grande uso em telecomunicações.

α + β) = sen α cos β + cos α sen β


sen (α (38)
α - β) = sen α cos β - cos α sen β
sen (α (39)
α + β) = cos α cos β - sen α sen α
cos (α (40)
α - β) = cos α cos β + sen α sen β
cos (α (41)
(tgα + tgβ ) (42)
α + β) =
tg (α
(1 − tgα tgβ )
(tg α - tg β ) (43)
α - β) =
tg (α
(1 − tg α tg β )
sen2 α = 2sen α cos α (44)
cos2 α = cos2 α - sen2 α (45)

36
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1 1 (46)
cos2 α = + cos2α
2 2
1 1 (47)
sen2 α = − cos2α
2 2
1 (48)
sen α sen β = α - β) – cos(α
[cos(α α + β)]
2
1 (49)
sen α cos β = α - β) + sen(α
[sen(α α + β)]
2
1 (50)
cos α cos β = α - β) + cos(α
[cos(α α + β)]
2
(α + β) (α − β) (51)
sen α + sen β = 2 sen .cos
2 2
(α + β) (α − β) (52)
sen α - sen β = 2cos .sen
2 2
(α + β) (α − β) (53)
cos α + cos β = 2cos .cos
2 2
(α + β) (α − β) (54)
cos α - cos β = - 2sen .sen
2 2
π π
(α − β + ) (α + β - )
4 .cos 4
sen α + cos β = 2sen (55)
2 2
π π (56)
(α − β + ) (α + β - )
4 .sen 4
sen α - cos β = 2cos
2 2

Ex.: 1.17.1
Dada a equação 3 cos X + 3 sen X = Z cos (X + Y)
Obtenha Z e Y. use a identidade

37
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cos (α+ β) = cos α cos β - sen α sen β


Solução
3 cos X + 3 sen X = Z cos(X + Y)
= Z [cos X cos Y - sen X sen Y]
= Z cos X cos Y - Z sen X sen Y
= Z cos y cos X – Z sen y sen x

Por substituição.
3 = Z cos Y 3 = -Z sen Y

Elevando ao quadrado
9 = Z2 cos2 Y 3 = Z2 sen2 Y
Somando as equações
9 + 3 = Z2 [cos2 Y + sen2 Y] = Z2
Z = 12 = 2 3
Agora dividindo as equações
- Z sen Y 3 3
= -tg Y =
Z cos Y 3 3
Y = -30º

38
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1.18 O Sistema de Coordenadas Retangulares

Se tivermos uma linha desenhada horizontalmente (-x,x) e outra linha desenhada


verticalmente de modo que elas se interceptem em 0, podemos definir um sistema de
coordenadas retangulares com 4 quadrantes.

2º quadrante 1º quadrante
3

2
p (4,1)
1
-4 -3 -2 -1
X
1 2 3 4
-1
p (-4,-1)
-2

-3
3º quadrante 4º quadrante
-4

Figura 1.13 – Sistema de coordenadas das retangulares

Os ângulos correspondentes ao primeiro e segundo quadrantes podem ser medidos


de 0 a 180º e os ângulos do quarto e terceiro quadrantes de 0 a -180º a partir do eixo +x.
Assim temos os valores mais utilizados das funções seno, coseno e tangente dados
na tabela abaixo.

ARCO SENO COSENO TANGENTE


0º 0 1 0
30º 1 3 1
2 2

39
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45º 2 2 1
2 2
60º 3 1 3
2 2

90º 1 0 ∞
135º 2 2 -1
-
2 2
180º 0 -1 0
-30º -0,5 3 3
-
2 3
-45º 2 2 -1
-
2 2
-60º 3 1 - 3
-
2 2

-90º -1 0 -∞
-135º 2 2 1
- -
2 2
-180º 0 -1 0

1.19 Aproximação de Ângulos Pequenos

Na figura 1.14 nota-se que quando o ângulo é grande, o arco e o lado y do triângulo
são muito diferentes. Entretanto, na medida que o ângulo se torna menor, o comprimento
do arco e o lado y convergem para o mesmo comprimento. Isto é especialmente importante
para ângulos menores que 5º.

Y Y

r
y
r
y
θ X θ X
x x
40
Figura 1.14 – Verificação da relação das funções trigonométricas com a variação de θ
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Pela tabela abaixo conclui-se que para pequenos ângulos (θ < 5º)

sen θ ≅ tg θ ≅ θ (57)

Ângulo Radianos sen tg Graus


π 1,57 1 ∞ 90º
2
π 0,785 0,707 1 45º
4
π 0,393 0,383 0,414 22,5º
8
π 0,196 0,195 0,199 11,25º
16
π 0,0981 0,0980 0,0985 5,625º
32
π 0,0491 0,0491 0,0491 2,8125º
64

1.20 Lei dos Senos e Lei dos Cosenos

A lei dos senos pode ser usada com triângulos que não são triângulos retos. Ela
fornece um relacionamento tal que, se dois lados e um ângulo são conhecidos, ou dois
ângulos e um lado são conhecidos, então o restante dos ângulos e dos lados pode ser
determinado.

c
a

A
C b
Figura 1.15 – Exemplo para obtenção da lei dos senos

41
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a b c (58)
= =
sen A sen B sen C

Exemplo
Dado que a = 5 km A = 30º e b = 3 km, determine B, c e C.
Solução: sen 30º = 0,5
Usando a lei dos senos:
5 3 c
= =
0,5 sen B sen C
Obtém-se inicialmente B
5 3 0,5
= → sen B = 3 x = 0,3
0,5 sen B 5
B = 17,4º
Obtendo o ângulo C
A+ B+ C = 180º
C = 180 – 30 – 17,46 = 132,54º
sen 132,54º = 0,74
finalmente, obtendo c
3 c
= → c = 7,4km
0,3 0,74
A lei dos cosenos é também usada sobre os triângulos que não são retos. Ela
estabelece que se você conhece dois lados e um ângulo formado por estes dois lados, ou se
você conhece três lados você pode obter os outros lados e ou ângulos. As fórmulas gerais
são:

a2 = b2 + c2 – 2bc cos A (59)


b2 = a2 + c2 – 2ac cos B (60)
c2 = a2 + b2 – 2ab cos C (61)

Exemplo
Determine os ângulos e o lado desconhecido do seguinte triângulo.

42
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c=9m
a
20º A
C b=5m
Figura 1.16 – Exemplo de aplicação da lei dos cosenos

a2 = b2 + c2 – 2bc . cos A
a2 = 25 + 81 – 90 cos 20º a = 4,629 m
c2 = a2 + b2 – 2ab . cós C
c2 − a 2 - b2
cos C=
2ab
81 − 21,428 − 25
cos C= = -0,74685
− 2 x 4,629 x 5
C = 138,32º
b2 = a2 + c2 – 2ac . cos B
b2 − a 2 − c2 25 − 21,428 − 81
cos B= =
- 2ab − 2 x 4,629 x 9
cos B = 0,92946 à B = 21,67º

Exemplo
Dado um satélite de comunicações a 42240 km do centro da terra e uma estação
terrena com um ângulo de elevação de 10º para o satélite. Qual a latitude da estação terrena
do satélite?
Sabe-se que a estação terrena que está no hemisfério norte, e o satélite, estão na
mesma linha de longitude e o raio da terra é aproximadamente 6370 km.
A (Estação Terrena)
b c

C B
a Satélite

Figura 1.17 – Exemplo prático da lei dos senos e dos cosenos

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Dados
a = 42240 km A = 90 + 10º = 100º
b = 6370 km
a b c
= =
sen A sen B sen C
42240 6370
= = B = 8,5º
sen 100º sen B
C = 180 – 100 – 8,5 = 71,5º
6370 c
= c = 40675 km
sen 8,5 sen 71,5
A estação terrena está na latitude 71,5º N e a 40675 km do satélite.
y(t) = A . cos 2πt onde f = 1 Hz à T = 1 s
Verifique a simetria PAR

Figura 1.18 – Gráfico da função coseno

O gráfico de função y(t) = A sen 2 π t é dado a seguir. Verifique a simetria


ímpar.

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Figura 1.19 – gráfico de função seno


O gráfico da função tangente é mostrado na Figura 1.20

Figura 1.20 – Gráfico da função tangente


O gráfico de uma função muito importante em comunicações é o da função
sen x
y(x) =
x

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sen x
Figura 1.21 – Gráfico da função y(x) =
x

1.22 Problemas Propostos

a) Uma antena de televisão está localizada no topo de um prédio. O prédio está a


393 pés de altura, a torre da antena tem 150 pés de altura. O ângulo de elevação do
receptor ao topo do prédio é de 2,81º e até o topo do transmissor é de 3,88º. Qual a
distância da base do prédio até o receptor?

b) Em uma cidade hipotética X existe uma torre A de microondas de 32 m no topo


de um edifício de 128 m de altura. Em um ponto localizado a 30 km do edifício está
instalada uma torre B com 70 m de altura numa montanha de 2880 m. Em que ângulo deve
a antena A ser apontada de modo que haja uma visada direta da antena A para a antena B.

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Figura 1.22

1.23 Números Complexos

Um número complexo ou imaginário é um número que envolve a − 1 . Os


matemáticos usam a letra i para representar o número imaginário − 1 . Na engenharia
elétrica usa-se a letra j para evitar confusão com a corrente elétrica que é representada pela
letra i.
Por convenção

j= −1 (62)
O operador j obedece todas as leis da adição, subtração, multiplicação, divisão e
potenciação.
Assim:
j-1 = j
j2 = -1
j3 = -j
j4 = 1
j5 = j
j6 = -1
etc.

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Exemplos:
a) ( − 4 ) x ( − 9 ) = j 4 x j 9 = j2 x j3 = -6
b) j2 + j3 = j5
c) – j3 + j5 = j2
d) j x j3 = j2 x 3 = -3
1 j3 − j3 − j
e) = = =
j3 j3xj3 9 3
f) j225 x j23 = j4 x 75 = 75

Os números complexos são freqüentemente aplicados para somar, subtrair senóides


e funções senoidais muito freqüentes na engenharia de telecomunicações.
Os números complexos são geralmente representados na forma a + jb; onde a e b
são números reais e j é imaginário. O número jb é o termo ou parte imaginária.
Se dois números complexos x + jy e a + jb são iguais então x = a e y = b e se
a + jb é igual a zero então a = 0 e b = 0.
Exemplo
Dado x + y + jx – jy = 2 + j4 = (x + y) + j(x – y)

Então x + y = 2 e x – y = 4

x+y=2
x - y = 4 à x= 3
2x =6
x–y=4 y = x – 4 = -1

Complexos conjugados são dois números na forma a + jb, onde as partes reais são
iguais e as partes imaginárias têm o mesmo valor absoluto porém o sinal trocado.
Exemplo

Número Complexo Complexo Conjugado


3 + j4 3 – j4

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Exemplos de adição, subtração e multiplicação de números complexos.

2 + j3 5 − j2 7 − j3 7 − j3
+ 4- j − (7 − j9) − (7 + j) −7+ j
6 + j2 - 2 + j7 0 − j4 14 − j4

2 + j5 1 - j3
x 1 + j3 x -2+ j
j6 − 15 j +3
2 + j5 - 2 + j6
2 + j11 − 15 → −13 + j11 - 2 + j7 + 3 → +1 + j7

Podemos examinar 6 regras nas operações com complexos:

a) Adição ou Subtração
(a + jb) + (c + jd) = (a + c) + j(b +d)

b) Multiplicação
(a + jb) . (c + jd) = (ac – bd) + j(bc + ad)

c) Divisão
a + jb (a + jb) . (c - jd) (ac + bd) (bc - ad)
= = 2 +j 2
c + jb (c + jd) . (c - jd) c + d 2
c + d2
d) Soma de Conjugados
(a + jb) + ( a – jb) = 2a ← Real

e) Diferença de Conjugados
(a + jb) – (a – jb) = j 2b

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f) Multiplicação de Complexos Conjugados


(a + jb) . (a – jb) = a2 + b2

1.24 Representação Gráfica de Números Complexos

Os números complexos podem ser representados em coordenadas retangulares, da


mesma forma que os números reais. O eixo x é considerado o eixo real e o eixo y é
considerado o eixo da imaginação.
Os gráficos de números complexos seguem as mesmas regras dos gráficos de 2
eixos retangulares e os pontos podem estar localizados em 4 quadrantes.
Seja o número z = a + jb

Im (z)

p (a,b)

1 2 3 a 4
Re (z)

Figura 1.22 – Representação dos números complexos em eixos retangulares

Se fizermos o número complexo a + jb representar o ponto P, então r representa a


hipotenusa e θ é o ângulo. Na forma trigonométrica.

b (63)
sen θ = → r . sen θ = b
r
a (64)
cos θ = →r . cos θ = a
r

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b (65)
tg θ =
a

r2 = a2 + b2 → r= a 2 + b2 (66)

a + jb = r . cos θ + j . r . sen θ (67)

Onde a + jb é a forma retangular e r cos θ + j r sen θ é a forma trigonométrica.


Exemplo
Seja o número z = 3 – j4 na forma trigonométrica.

4
tg θ = − θ = -53º (4º Quadrante)
3

r= 32 + 4 2 = 5
z = 5 cos (-53º) + j 5 sen (-53º)

A forma trigonométrica acima permite também a representação na forma polar


onde

z=r θ (68)
onde

r= z
(69)
e θ= z

Assim para o mesmo exemplo


z=5 -53º Ω

1.25 Teorema de Euler e representação exponencial

A identidade de Euler é dada por:

ejθθ = cos θ + j sen θ (70)

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Ela é a base da forma exponencial de números complexos e é largamente usada em


matemática e engenharia. Ela é derivada da seguinte forma:

x2 x4 x6 x8 (71)
cos x = 1 - + + + ...
2! 4! 6! 8!
x3 x5 x7 x9 (72)
sen x = x - + + + ...
3! 5! 7! 9!

Multiplicando pelo fator j

j x3 j x5 j x7 j x9
j sen x = j x - + + + ...
3! 5! 7! 9!

Agora, adicionando as 2 equações

x2 j x3 x4 j x5
cos x + j sen x = 1 + j x - + + + ...
2! 3! 4! 5!
Conhecendo a série de ex

x2 x3 x4 x5
x
e =1+x+ + + + ...
2! 3! 4! 5!
Elevando-se a potência de j

(j x) 2 (j x) 3 (j x) 4 (j x) 5
jx
e =1+jx+ + + + ...
2! 3! 4! 5!
x2 j x3 x4 j x5
=1+jx+ + + + ...
2! 3! 4! 5!
Desta forma
ejx = cos x + j sen x e ejθ = cos θ + j sen θ
e-jx = cos x - j sen x e rejθ = r(cos θ + j sen θ)

O que fornece a forma exponencial de um número complexo.

r ejθθ (73)

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Manipulando as expressões de Euler chega-se a

e jx + e -jx (74)
cos x =
2
e jx - e -jx (75)
sen x =
j2
π
Para θ = ±
2
π π (76)
e±jππ/2 = cos ± j sen = ± j
2 2
Para θ = π

ejππ = cos π + j sen π = -1 (77)

A multiplicação de complexos na forma exponencial pode ser vista a seguir


z1 = r1 ejθ1 e z2 = r2 ejθ2

Z1Z2 = r1r2ej(θθ1 + θ2) (78)


A divisão de complexos na forma exponencial

(79)
Z1 r1e jθ1 r1 j(θ1− θ 2 )
= jθ 2
= e
Z2 r2e r2

1.26 Teorema de De Moivre

O Teorema de De Moivre afirma que para θ e n arbitrários, n inteiro.

(cos θ ± j sen θ)n = cos n θ ± j n sen θ (80)


Em particular se n for inteiro e positivo

(cos θ ± j sen θ)n = cos n θ ± j n sen θ (81)

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(cos θ ± j sen θ)-n = cos (-nθ


θ) ± j sen (-nθ
θ) (82)
Seja Z um complexo com representação polar Z = r(cos θ + j sen θ) com r = |Z|,
então uma conseqüência do teorema de De Moivre é:

Zn = rn (cos n θ + j sen n θ) (83)


Z-n = r-n (cos n θ - j sen n θ) (84)

Exemplo
Usando a fórmula de De Moivre calcule:
Z = (4 + j 4 3 )5
A representação polar é
1 1
4 + j 4 3 = 8( +j 3 ) = 8(cos 60º + j sen 60º) = 8 ∠60º
2 2
Usando De Moivre

Z = (4 + j 4 3 )5 = 85 5 x 60 = 32768 ∠300º
Z = 32768 cos 300º + j 32768 sen 300º
Z = 16384 – j 16384 3

Sendo Z um número complexo então W é uma raiz n-ésima de Z, escrevendo-se

W = Z1/n (85)
Se, e somente se
Z = Wn
Não há razão para se suspeitar de que exista apenas uma raiz n-ésima de um
número complexo.
De fato sabemos que 22 = 4 e (-2)2 = 4. Assim + 1 e -2 são raízes quadradas de 4.
Da mesma forma podemos verificar facilmente por multiplicação direta que
3
23 = 8, (-1 + j 3 )3 = 8, (-1 - j 3 ) . Logo 8, tem ao menos 3 raízes cúbicas.

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Mostra-se que qualquer complexo não nulo tem exatamente n raízes que podem ser
determinadas por

r
é
1
cos
n
(θ + 2kπ ) + jsen (θ + 2kπ )ù (86)
Wk = êë n n úû

Onde k = 1, 2, ...,n-1. note que Z = 0 tem somente W = 0 como n-ésima raiz porque
Wn = 0 acarreta W = 0.
Exemplo
Calcule a seguinte expressão:
æ 1ö
ç− ÷
1/3 3 j 1/3
(4 3 - j4) = 8( - ) θ= tg-1 çç 2 ÷÷ = 30º
2 2 3
ç ÷
è 2 ø

= 81/3[cos (− 30 + k 360º ) + j sen (− 30 + k 360º ) ]


3 3
Fazendo k = 0, 1, 2.
r1 = 2 -10º r2 = 2 110º r3 = 2 230º

1.27 Teoria de Probabilidade

O objetivo de teoria de probabilidade é fornecer técnicas para determinar o número


de maneiras que um evento pode ou irá ocorrer. Este evento é referido como um
experimento. Exemplos de eventos incluem o número de possíveis combinações de um
grupo de objetos, a média do número de caras ou coroas quando uma moeda é jogada e a
possibilidade de encontrar um tronco telefônico disponível. Entre outros usos no campo
das telecomunicações, a teoria de probabilidades é importante para prever a quantidade de
tráfego de voz e dados numa linha telefônica ou uma rede de computadores e a
probabilidade de saturação ou retardo
O símbolo fatorial é, que representado por !, é uma notação comumente utilizada no
estudo de probabilidade. Na sua forma geral.

n! = n(n-1).(n-2).(n-3)...(2).(1) quando n ≥ 2 (87)

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Exemplos de fatoriais:
0! = 1 à por definição
1! = 1
3! = 3 x 2 x 1 = 6
6! = 6 x 5 x 4 x 3 x 2 x 1 x 1 = 720

1.28 Permutações

Se escolhermos r objetos de um conjunto de n objetos e os arranjamos em uma


ordem específica, cada arranjo é chamado de permutação. Se há n objetos e nós
escolhemos um deles, podemos faze-lo de n modos. Se escolhemos outro daqueles mesmos
objetos podemos faze-lo de n-1 modos. O terceiro objeto será escolhido em n-2 modos, etc.
Por exemplo se vamos selecionar os três primeiros estudantes de um grupo de dez,
temos dez chances para selecionar o primeiro, nove para escolhermos o segundo e oito
para selecionar o terceiro. O número de maneiras nas quais eles podem ser escolhidos é
10 x 9 x 8 = 720
O caso geral para n objetos tomando r deles uma tentativa será

n(n-1).(n-2)...(n-r+1) (88)
Este número é representado por nPr, o número de permutação de n coisas tomamos
r entre elas de uma vez. Pode-se representar a permutação por P(n,r).
Um caso especial onde tomamos n coisas sendo n de uma única vez, então r = n.
P (n,n) = n(n-1).(n-2)...(n-n+1) =
P (n,n) = n(n-1)(n-2)...1 = n!

Ex.: 1.28.1
De quantos modos pode-se arrumar 5 livros numa estante.
P (5,5) = 5 x 4 x 3 x 2 x 1 = 5! = 120

Ex.: 1.28.2

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De quantos modos podem ser arrumados 3 quaisquer livros entre


este 5?
P (5,3) = 5 x 4 x 3 = 60
n!
A equação n(n-1).(n-2)...(n-r+1) é igual a
(n − r)!

n! (89)
P (n,r) =
(n − r)!

No exemplo anterior
5! 5 x 4 x 3 x 2 x1
P (5,3) = = = 60
(5 - 3)! 2 x1

Ex.: 1.28.3
De quantos modos pode-se permutar as letras A, B e C?
Tomando-se uma delas em uma única vez.
3! 3!
P (3,1) = = =3
(3 - 1)! 2!
O que simplesmente significa que podemos tirar um A, ou um B
ou um C.
Se tomarmos 2 letras de cada vez
3! 3 x 2 x1
P(3,2) = = =6
(3 - 2)! 1
Ou se tomarmos 3 letras de cada vez
3! 3! 3 x 2 x 1
P (3,3) = = = =6
(3 - 3)! 0! 1

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Nota:
Lembrar que 0! = 1. As seis permutações são à ABC, ACB,
BAC, BCA, CAB e CBA. Quando discutimos permutação,
estamos tratando da ordem na qual os objetos podem ser
tomados.
Em outras palavras, no exemplo acima, AB é diferente de BA.

Ex.: 1.28.3
Quantas permutações existem nas 13 cartas de copas, de um
baralho de 52 cartas, tomadas 3 de cada vez.
13!
P (13,3) = = 13 x 12 x 11 = 1716
(13 - 3)!

1.29 Permutações de n Objetos que não são Todos Diferentes

Quantas permutações existem das 6 letras de a b a c a d tomadas as 6 de uma vez?


Se distinguirmos entre a’s dando-lhes subscritos podemos escrever
a1 b a2 c a3 d
Então, temos:
6!
P (6,6) = = 720
0!
No entanto, como alguns dos arranjos diferem somente pela troca entre os a’s, eles
serão, na verdade, indistintos uns dos outros. Tome qualquer uma das 720 permutações e
deixe todas as letras exceto a fixada. De quantas maneiras podemos arranjar os 3 a’s.
3!
P (3,3) = =6
0!
Em outras palavras, se temos a permutação b a d a a c, podemos rearranjar este
grupo como segue:
b a1 d a2 a3 c

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b a1 d a3 a2 c
b a2 d a1 a3 c
b a2 d a3 a1 c
b a3 d a1 a2 c
b a3 d a2 a1 c
Se tirarmos os subscritos, eles serão todos iguais.
Como existem P’(6,6) permutações distintas, podemos tomar cada uma delas e
repetir o procedimento acima e vamos acabar tendo P’(6,6) x 3!. Arranjos diferentes:
Também sabemos que temos 6! permutações tomando 6 letras distintas, 6 de cada vez.
Assim, temos:
P’(6,6) x 3! = P (6,6) = 6!
6!
P’(6,6) = = 6 x 5 x 4 = 120
3!
que são arranjos distintos, se fizermos todos os a’s iguais. Se temos uma situação onde 2
letras são repetidas, por exemplo a b a b a c a d, podemos usar o mesmo raciocínio para
chegar a.
8! 8 x 7 x 6 x 5
P= = = 840
4! 2! 2 x1
Onde 8! É o número de permutações se as 8 letras forem diferentes, 4 é o número
de vezes que o a está repetido e 2 é o número de vezes que o b está repetido. A equação
geral é.

n! (90)
P=
n 1! n 2 ! n 3!...

Ex.: 1.29.1
Quantas permutações distintas podem ser formadas por todas as
letras de cada uma das palavras.
a) esta b) paladar c) sociologicas
a) P = 4! = 24 porque há 4 letras sem repetições

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7!
b) P = = 840 porque há 7 letras das quais 3 são a.
3!
12!
c) P = = 200 porque há 12 letras das quais 3 são o, 2
3! 2! 2! 2!
são c, 2 são i e 2 são s.
Ex.: 1.29.2
Caso não sejam permitidas repetições.
a) quantos números de 3 dígitos podem ser formados dos seis
dígitos 2, 3, 5, 6, 7 e 9?
b) quantos destes são menores que 400?
c) quantos são pares?
d) quantos são ímpares?
e) quantos são múltiplos de 5?

Em cada caso desenhe 3 caixas ? ? ? para representar um


número arbitrário, e então escreva, em cada caixa, o número de
dígitos que podem ser colocados nela.

Solução
a) 6 5 4 à 6 x 5 x 4 = 120 números

2 5 4 à 2 x 5 x 4 = 40 números

5 4 2 à 5 x 4 x 2 = 40 números

5 4 4 à 5 x 4 x 4 = 80 números

5 4 1 à 5 x 4 x 1 = 20 números

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1.30 Combinações

Quando discutimos permutações estávamos preocupados com a ordem na qual


selecionávamos os objetos. Se selecionamos r objetos entre n sem considerar a ordem na
qual vamos selecioná-los estaremos diante de uma Combinação. Em outras palavras, com
uma combinação de objetos, não estamos preocupados com a ordem. A combinação das
letras BCA é a mesma que ABC. Se tomamos uma combinação de 3 letras pegando 2 de
cada vez, vamos ter AB, AC e BC.
Comparando com a permutação de 3 tomando-se 2 de cada vez
3!
P (3,2) = = 6 (AB, BA, AC, CA, BC, CB).
(3 - 2)!
A diferença é que com a permutação, cada grupo de 2 letras pode ser agrupada de 2
2!
modos P (2,2) = = 2 ou r! e com as combinações não estamos preocupados com a
0!
ordem. Representamos a combinação de n objetos; tomando r de uma vez por C(n,r) =
(n,r). Usaremos indistintamente as 2 fórmulas.
P (n, r) n! (91)
C (n,r) = (n,r) = =
r! (n - r)! r!

Ex.: 1.30.1
Encontre o número de permutações e de combinações de 4 letras
A, B, C e D, tomando 2 de cada vez.
4!
P (4,2) = = 4 x 3 = 12 maneiras
(4 - 2)!
(AB, BA, AC, CA, AD, DA, BC, CB, BD, DB, CD, DC)
P(4,2)
C (4,2) = = 6 maneiras
2!
Ex.: 1.30.2
Das 13 cartas de copa de um baralho quantas combinações de 10
cartas pode-se obter?

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13! 13 x 12 x 11
C (13,10) = (13,10) = = = 286
(13 - 10)!10! 3x 2

Ex.: 1.30.3
Das letras A1, B, A2, C, D, quantas combinações de 2 letras pode-
se obter se A1 e A2 são distintas?
Quais são elas?
5! 5 x 4
C (5,2) = = = 10 combinações
3!2! 2 x 1
(A1B, A1A2, A1C, A1D1, BA2, BC, BD, A2C, A2D, CD).

Seguidamente, quando se trabalha com permutações, combinações ou


probabilidades, tem-se que analisar o problema para se chegar a equação ou fórmula
correta a ser utilizada. Em alguns casos, é necessário quebrar o problema em partes.
Por exemplo, se for dado dois grupos de letras ABC e XYZ para se determinar o
número de combinações de 2 letras, usa-se a equação regular de combinações.
6!
C (6,2) = = 15
4!2!
E as combinações são:
AB BC CX XY YZ
AC BX CY XZ
AX BY CZ
AY BZ
AZ

Entretanto, se o problema for, por exemplo, saber quantas combinações de 2 letras


são possíveis se uma das letras vem de cada grupo, temos:
3!
C (3,1) = =3
2!1!
Então há 3 combinações de cada grupo o que leva a
3 x 3 = 9 combinações totais

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Quantas combinações de 3 letras existem?


6! 6 x 5 x 4
C (6,3) = = = 20
3!3! 3 x 2 x 1
Quantas combinações de três letras existem se pelo menos uma das letras vem do 1º
grupo?
C (3,1) x C (3,2) + C (3,2) x C (3,1) + C (3,3)
3! 3! 3! 3!
= x + x + 1 = 19 combinações
2! 2! 2! 2!
Na verdade, a única combinação eliminada é aquela em que todas são do 2º grupo.

Ex.: 1.30.4
Se 6 homens e 12 mulheres devem compor dois times de
baseball, quantas combinações de times se pode fazer?
18!
C (18,9) = = 48620
9!9!
Quantas combinações de times se cada time deve ser composto
de 6 mulheres e 3 homens?
12! 6!
C (12,6) x C(6,3) = x = 18480
6!6! 6!3!
Quantas combinações se deve haver pelo menos 2 homens em
cada time.
C (6,2) x C (12,7) + C (6,3) x C (12,6) + C (6,4) x C (12,5)
6! 12! 6! 12! 6! 12!
= x + x + x = 42240
4!2! 7!5! 3!3! 6!6! 4!2! 7!5!

1.31 Probabilidade

A probabilidade de um evento ocorrer varia de 0 (zero %) até 1 (100 %). Quanto a


probabilidade de um evento ocorrer for 0, não há nenhuma chance que ele irá ocorrer, ele é
um evento impossível – este evento não acontecerá – se a probabilidade é 1, então existe

63
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chance que o evento não venha a ocorrer. Se 0 < P < 1, então há alguma chance que o
evento venha ocorrer assim como há alguma chance que o evento não ocorra. A soma das
duas chances deve ser 1.
Se representarmos o sucesso de ocorrência de uma evento por s e a falha de
ocorrência do evento por f, então a probabilidade de sucesso é.

s (92)
P=
s + f
A probabilidade de falha é
f (93)
Q=
s + f
Logo

P+Q=1 (94)
E s + f é o total dos eventos, ou seja, o total das coisas que podem acontecer.

Ex.: 1.31.1
Qual a probabilidade de lançar um dado e sair um 2?
1 1
P= =
1+ 5 6
A probabilidade de não ocorrer um 2.
5 5
Q= =
1+ 5 6
5 1
P+Q= + =1
6 6

Ex.: 1.31.2
Qual a probabilidade de se ter a soma 4 ao se lançar 2 dados?
Há dois dados com 6 números de 1 a 6.

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Há 3 combinações que produzem soma 4: 1 e 3, 2 e 2 ou 3 e 1.


Há 33 combinações que não produzem soma 4. Por isso
3 3 1
P= = =
3 + 33 36 12

Ex.: 1.31.3
Uma bola é retirada aleatoriamente de uma caixa contendo 5
bolas vermelhas, 6 bolas pretas e 7 bolas brancas. Qual a
probabilidade de não se tirar uma bola preta
5+7 12 2
P= = =
5 + 6 + 7 18 3

Ex.: 1.31.4
Quatro moedas são lançadas. Qual a probabilidade de que todas
sejam caras e 2 sejam coroas?
A probabilidade que uma moeda seja cara é ½. Logo as 4 serem
caras
1 1 1 1 1
P= x x x =
2 2 2 2 16
A probabilidade de duas serem caras e 2 coroas é
6 6 3
P= = =
6 + 10 16 8

1.32 Probabilidade Empírica

Não é sempre possível determinar a probabilidade matemática de algumas coisas.


Por exemplo, o tempo de vida de uma pessoa. Podemos algumas vezes estimar a
probabilidade a partir do acúmulo de um grande número de estatística e calculando os
resultados para determinar a freqüência de sucesso ou falha. Isto é chamado probabilidade

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empírica e é largamente utilizada pelas companhias de seguro, de negócios e outras para


prognósticos de resultados.
Se definirmos n como o número de tentativas observadas e s como o número de
s
sucessos observados têm-se P = . O resultado é a probabilidade aproximada de um
n
evento acontecer. A precisão depende do número de tentativas e quão proximamente a
situação tende a corresponder as tentativas. Quanto maior o número de observações, mais
próximo será o resultado de sua probabilidade respectiva.

Ex.: 1.31.4
Em um ano ocorreram 200 acidentes com veículos a motor na
estrada BR 285. A estrada apresentou levantamento de tráfego de
cerca de 500.000 veículos no mesmo ano. Qual a probabilidade
de acontecer um acidente com você ao dirigir naquela estrada?
200
P= = 0,0004 ou 0,04 %
500000

1.33 Espaço Amostral e Eventos

O conjunto S de todos os resultados possíveis de um experimento é chamado de


espaço amostral. Um resultado particular, isto é, um elemento de S é chamado ponto
amostral. Um evento A é um conjunto de resultados ou, em outras palavras, um
subconjunto do espaço amostral S. O evento {a} consistindo do único ponto amostral a ε S
é chamado evento elementar. O conjunto vazio ∅ e S são eventos; ∅ é chamado evento
impossível e S o evento certo.
Podemos combinar eventos usando as várias operações com conjuntos:
a) o evento A ∪ B ocorre se e somente se ocorre A ou ocorre B ou ambas;
b) o evento A ∩ B ocorre se ocorrem A e B;
c) o evento Ac, complemento de A, ocorre se não ocorre A.

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Dois eventos A e B são ditos mutuamente exclusivos se são disjuntos, isto é,


A ∩ B = ∅. Em outras palavras, A e B são mutuamente exclusivos se não ocorrem
simultaneamente.

Ex.: 1.33.1
Lança-se um dado e observa-se o número que aparece na face
voltada para cima. Então o espaço amostral S é:
S = {1, 2, 3, 4, 5, 6}
Seja A o evento: “ocorre um número par”, B: “ocorre um número
ímpar” e c: “ocorre um número primo”.
A = {2, 4, 6} B = {1, 3, 5} C = {2, 3, 5}
Então:
A ∪ C = {2, 3, 4, 5, 6} é o evento: “ocorre um número par ou
ocorre um número primo”.
B ∩ C = {3, 5} é o evento: “ocorre um número primo ímpar”.
Cc = {1, 4, 6} é o evento: “não ocorre número primo”.
Note que A e B são mutuamente exclusivos.
A ∩ B = ∅; em outras palavras um número par e um número
ímpar não podem ocorrer simultaneamente.

Ex.: 1.33.2
Lance uma moeda 3 vezes e observe a seqüência de caras (H) e
coroas (T) que ocorrem. O espaço amostral S consiste de 8
elementos.
S = {HHH, HHT, HTH, THH, HTT, THT, TTH, TTT}
Seja A o evento: “ocorrem, 2 ou mais caras consecutivamente”;
B: “ocorrem 3 caras ou 3 coroas”.
A = {HHH, HHT, THH} = B = {HHH, TTT}

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Então
1
A ∩ B = {HHH} e P (A ∩ B) =
8
4 1
A ∪ B = {HHH, HHT, THH, TTT} e P (A ∪ B) = =
8 2
O evento C = “ocorrer 5 caras” é o evento vazio ∅.
P (C) = 0

1.33 Esperança Matemática

Pode-se obter o valor em reais da probabilidade de um evento acontecer. Se uma


pessoa receberá m reais caso um evento acontecer e a probabilidade deste evento acontecer
é P, então o valor que aquela pessoa receberá é mP, a esperança matemática ou valor
esperado ou simplesmente a média.
Por exemplo se uma pessoa ganha 3 reais cada vez que forem lançados um par de
dados e a soma for 7, qual o custo médio ou qual a esperança de cada tentativa?
A probabilidade da soma ser 7 é:
1
P= pois temos 6 maneiras da soma vir a ser 7 em 36 possibilidades.
6
Logo
1
E = mP = 3 x = 0,50
6
Portanto, o custo médio de cada tentativa é 0,50.

1.35 Eventos Independentes

Se a probabilidade que um evento aconteça não é afetada por qualquer ocorrência


que aconteceu antes do evento, então aquele evento é dito independente.
Por exemplo, quando uma moeda é lançada 10 vezes seguidas, a probabilidade dela
ser cara é ½. Ela tem a mesma probabilidade de ser cara em todos os lançamentos. Cada
tentativa em si não é influenciada pelo que aconteceu na tentativa anterior.

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Se a tentativa é influenciada pela tentativa anterior o evento é dito dependente. Por


13
exemplo, a probabilidade de sacar uma carta de espada de um baralho é de na 1ª
52
tentativa. Entretanto se a carta não for reposta ao baralho a probabilidade de sacarmos a
13 12
espada na primeira tentativa muda para se a 1ª carta sacada não for de espadas, e,
51 51
se a 1ª carta foi de espadas..

1.36 Tentativas Repetidas – Distribuição Binomial

Consideremos repetições independentes de um experimento com dois resultados;


chamemos um dos resultados de sucesso e o outro de falha. Seja p a probabilidade de
sucesso, tal que q = 1 – p seja a probabilidade de falha.
Se estamos interessados no número de sucessos e não na ordem em que eles
ocorrem, então aplicamos o seguinte teorema:
A probabilidade de exatamente k sucessos em n repetições é denotada por:

P’ (k,n,p) = C (n,k).pk.qn-k (95)


Onde
C (n,k) é o coeficiente binomial ou combinação de n k a k.
Observe que a probabilidade de não ocorrer sucessos é qn, e assim a probabilidade
de ocorrer pelo menos um sucesso é 1 – qn.

Ex.: 1.36.1
Uma moeda não viciada é lançada 6 vezes ou, equivalentemente,
seis moedas são lançadas; designemos cara de sucesso. Então
n=6 e p=q=½
a) a probabilidade de exatamente 2 caras ocorrerem, isto é, k = 2.
15
P’(2,6, ½) = (6,2)(½)2(½)4 =
64
b) A probabilidade de ocorrerem pelo menos 4 caras (isto é, 4, 5
ou 6 caras).

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P’(4,6,½) + P’(5,6,½) + P’(6,6,½) =


= (6,4)(½)4(½)2 + (6,5)(½)5(½) + (6,6)(½)6(½)0 =

15 6 1 22 11
= + + = =
64 64 64 64 32
c) A probabilidade de não ocorrerem caras (isto é, todas
1
falharem) é qn = (½)6 = e, então a probabilidade de ocorrer
64
pelo menos um cara é
1 63
1 – qn = 1 - =
64 64
Se considerarmos n e p como constantes então a função acima
P’(k,n,p) = P(k) é uma distribuição de probabilidade discreta.
k 0 1 2 ... N
P(k) qn (n,1)qn-1.p (n,2)qn-2p2 ... pn
Esta é a chamada distribuição binomial, pois para k = 0, 1, 2, ...,
n, ela corresponde aos termos sucessivos da expansão binomial.
(q + p)n = qn +(n,1)qn-1.p + (n,2)qn-2.p2 + ... + pn (96)
Esta distribuição é também chamada de distribuição de Bernoulli.
Esta distribuição tem
Média = µ = np (97)
Variância = σ2 = npq (97)

Desvio padrão = npq = σ (98)

Ex.: 1.36.2

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Qual a probabilidade de exatamente 5 troncos estarem ocupados


dentre um grupo de 11 troncos, dado que a probabilidade de
qualquer um dos troncos estarem ocupados é de 60%?
æ 11! ö
P(5) = (11,5)(0,6)5(0,4)6 = ç ÷ (0,6)5(0,4)6
è 6!5! ø
P(5) = 0,147 = 14,7 %
Qual a probabilidade que exatamente 5 não estejam ocupados?
P(5 não ocupados) = C (11,5)(0,4)5(0,6)6 = 0,221 = 22,1 %
Qual a probabilidade de todos estarem ocupados?
P(11) = C (11,11) x (0,6)11(0,4)0 = 1 x 0,0036 x 1 = 0,36 %
Qual a probabilidade de nenhum estar ocupado?
P(0) = C (11,0) x (0,6)0(0,4)11 = 0,000042 = 0,0042 %

1.37 Probabilidade Condicional

Seja E um evento arbitrário em um espaço amostral S, com P(E) > 0. A


probabilidade de um evento A ocorrer, uma vez que E tenha ocorrido ou, em outras
palavras, a probabilidade condicional de A dado E, escrita P(A|E), é definida como:
P (A ∩ E) (99)
P(A|E) =
P (E)

Em particular, se S é um espaço finito equiprovável e |A| representa o número de


elementos de um evento A e |E| representa o número de elementos de um evento E, então.
A∩E E
P(A ∩ E) = e P(E) =
S S

deduz-se que:

P(A ∩ E ) A∩E
P(A|E) = =
P(E) E
Em um certo sentido a P (A|E), mede a probabilidade relativa de A com respeito ao
espaço reduzido de E.

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Assim podemos escrever.


número de elementos em A ∩ E (100)
P(A|E) =
número de elementos em E

Ex.: 1.37.1
Lança-se um par de dados não viciados. Se a soma é 6, qual a
probabilidade de ter ocorrido a face 2 em um dos dados?
E = {a soma é 6} = {(5,1)(4,2)(3,3)(2,4)(1,5)}
A = {O 2 aparece em pelo menos 1 dos dados} = {(2,4)(4,2)}
P(A|E) = ?
Agora E é constituído de 5 elementos e A tem 2 deles. Logo
A∩E 2 2
= P(A|E) =
E 5 5
Observe que
A = {(2,1)(2,2)(2,3)(2,4)(2,5)(2,6)(1,2)(3,2)(4,2)(5,2)(6,2)}
E S é constituído de 36 elementos
11
P (A) =
36
Se multiplicarmos em cruz a equação (99) que define a
probabilidade condicional e usarmos o fato de A ∩ E = E ∩ A,
obteremos a seguinte fórmula usual.
P(E ∩ A) = P(E).P(A|E) (101)
Este teorema pode ser estendido por indução fornecendo o
teorema da multiplicação.
P(A1 ∩ A2 ∩...∩An)=P(A1).P(A2|A1).P(A3|A1 ∩ A2)... P(An|A1 ∩ A2...An-1) (102)

Ex.: 1.37.2

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Num lote de 12 peças, 4 são defeituosas. Três peças são retiradas


aleatoriamente, uma após a outra. Encontre a probabilidade p de
todas as 3 peças serem não defeituosas.
Pelo teorema da multiplicação acima.
P(A1 ∩ A2 ∩ A3) = P(A1).P(A2|A1).P(A3|A1 ∩ A2)
8 7 6 14
= x x =
12 11 10 55

1.38 Processos Estocásticos Finitos e Diagrama da Árvore

Uma seqüência finita de experimentos, na qual cada experimento tem um número


(finito) de resultados com uma dada atribuição de probabilidade, é chamada de processo
estocástico (finito). Uma maneira conveniente de descrever tal processo é calcular a
probabilidade de qualquer evento é dado pelo diagrama da árvore ilustrada pelo pelo
exemplo a seguir. O teorema da multiplicação anterior é usado para calcular a
probabilidade de ocorrência de cada um dos resultados representados pelos ramos da
árvore.

Ex.: 1.38.1
São dadas 3 caixas como segue:
A caixa I tem 10 lâmpadas das quais 4 são defeituosas;
A caixa II tem 6 lâmpadas das quais 1 é defeituosa;
A caixa III tem 8 lâmpadas das quais 3 são defeituosas.
Selecionamos uma caixa aleatoriamente e então retiramos uma
lâmpada, também aleatoriamente. Qual a probabilidade p de a
lâmpada ser defeituosa.
Realizamos uma seqüência de 2 experimentos.
1) Selecionamos uma das 3 caixas;

73
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2) Selecionamos uma lâmpada que é defeituosa (D) ou não


defeituosa (N).

N
I

D
II
N
III
D

Figura 1.23 – Diagrama da árvore

A probabilidade de ocorrer um determinado caminho da árvore é,


pelo teorema da multiplicação, o produto das probabilidades de
cada ramo do caminho.
Por exemplo a probabilidade de selecionar a caixa I e, então, uma
lâmpada defeituosa é
1 2 2
x =
3 5 15
Como há 3 caminhos mutuamente exclusivos que levam a uma
lâmpada defeituosa a soma das probabilidades dos caminhos nos
dá a probabilidade desejada.

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1 2 1 1 1 3 113
p= x + x + x =
3 5 3 6 3 8 360

1.39 Teorema de Bayes e Partições

Suponha que os eventos A1, A2, ..., An formam uma partição de um espaço amostral
S, ou seja, os eventos Ai são mutuamente exclusivos e sua união é S. Seja B um outro
evento qualquer. Então:
B = S ∩ B = (A1 ∪ A2 ∪ ... ∪ An) ∩ B = (A1 ∩ B) ∪ (A2 ∩ B) ∪ ... ∪ (An ∩B) (103)

Figura 1.24 – S = A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ ... ∪ An

Verifica-se que as interações Ai ∩ B são também mutuamente exclusivos.


Consequentemente .

P(B) = P(A1 ∩ B) + P(A2 ∩ B) + ... + P(An ∩ B) (104)


Assim pelo teorema de multiplicação
P(B) = P(A1).P(B|A1) + P(A2).P(B|A2)+...+P(An).P(B|An) (105)
Por outro lado, para qualquer i, a probabilidade condicional de Ai dado B é

P(A i ∩ B) (106)
P(Ai|B) = P(B)

Na equação (106), usamos a equação (105) para substituir P(B) e P(Ai).P(B|Ai),


obtendo, assim o teorema de Bayes.

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P(A i ).P(B | A i ) (107)


P(Ai|B)=
P(A1 ).P(B | A1 ) + P(A 2 )P(B | A 2 ) + ... + P(A n )P(B | A n )

Ex.: 1.39.1
Três máquinas A, B e C, produzem 50%, 30% e 20%,
respectivamente, do total de peças de uma fábrica.
As percentagens da produção defeituosa destas máquinas são 3%,
4% e 5%. Se uma peça é selecionada aleatoriamente, ache a
probabilidade dela ser defeituosa. Seja X o evento em que uma
peça é defeituosa. Então da equação (105).
P(X) = P(A).P(X|A) + P(B).P(X|B) + P(C).P(X|C)
= 0,5 x 0,03 + 0,3 x 0,04 + 0,2 x 0,05
= 0,037
Este problema também pode ser visto pelo diagrama da árvore

D
0,03

A
N
0,5 0,04 D
B
0,3
N
C
0,2 D
0,05

Figura 1.25 – Diagrama da árvore para o Exemplo 1.39.1

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Ex.: 1.39.2

Considere a fábrica do exemplo anterior. Suponha que uma peça


selecionada aleatoriamente, seja defeituosa. Qual a probabilidade
de ter sido produzida pela fábrica A?

Pelo teorema de Bayes.

P(A) x P(X | A) 0,5 x 0,03 0,015


P(A|X) = = =
P(X) 0,037 0,037

15
P(A|X) =
37

77

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