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DIREITO PENAL III

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Expediente
Curso de Direito — Coletânea de Exercícios
Coordenação Geral do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá
Prof. André Cleófas Uchôa Cavalcanti
Coordenação Adjunta
Márcia Sleiman

Coordenação do Projeto
Núcleo de Apoio Didático-Pedagógico
Coordenação Pedagógica
Profa Tereza Moura

Organização da Coletânea
Profa Elisa Pittaro

101292001001

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APRESENTAÇÃO

A metodologia de ensino do Curso de Direito é centrada


na articulação entre a teoria e a prática, com vistas a desenvol-
ver o raciocínio jurídico do aluno. Essa metodologia abarca o
estudo interdisciplinar dos vários ramos do Direito, permitindo
o exercício constante da pesquisa, bem como a análise de con-
ceitos e a discussão de suas aplicações. Para facilitar sua utiliza-
ção, apresentamos a Coletânea de Exercícios, que contempla
uma série de questões objetivas e discursivas, assim como casos
práticos e interdisciplinares para desenvolvimento em aula, si-
mulando situações prováveis de ocorrer na vida profissional. O
objetivo principal desta coleção é possibilitar aos alunos o aces-
so a um material didático que propicie o aprender-fazendo.
Os pontos relevantes para o estudo dos casos devem ser
objeto de pesquisa prévia pelos alunos, envolvendo a legislação
pertinente, a doutrina e a jurisprudência, de forma a prepará-
los para as discussões realizadas em aula.
Esperamos, com estas coletâneas, criar condições para a
realização de aulas mais interativas e propiciar a melhora cons-
tante da qualidade de ensino do nosso Curso de Direito.

Coordenação Geral do Curso de Direito

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SUMÁRIO

AULA 1
Crimes contra a pessoa. Crimes contra a vida − homicídio.
Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo. Consumação e
tentativa de homicídio. Elementos objetivo e subjetivo do tipo.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz na hipótese de
homicídio. Figuras típicas do homicídio. O homicídio simples.
A atividade típica de grupo de extermínio e o homicídio sim-
ples. O homicídio privilegiado: motivo de relevante valor mo-
ral; motivo de relevante valor social; sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima. A
redução da pena. Concurso entre o homicídio privilegiado e
o qualificado. 9

AULA 2
O homicídio qualificado. Motivos qualificadores. Meios quali-
ficadores e fins qualificadores. O homicídio culposo. Estrutura
do crime culposo. O dolo eventual e a culpa consciente no
homicídio. A tentativa de homicídio culposo. A majorante
para o homicídio culposo. Homicídio doloso contra menor.
Homicídio culposo no trânsito. O perdão judicial. 11
AULA 3
Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. Bem jurídico
tutelado. Natureza jurídica da morte e das lesões corporais de
natureza grave. Sujeitos ativo e passivo. Consumação e ten-
tativa. Classificação doutrinária. O pacto de morte. Infanticí-
dio. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo. Natureza
jurídica do estado puerperal. Elemento normativo temporal.
Consumação e tentativa. Concurso de pessoas no infanticídio.
Classificação doutrinária. 12

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AULA 4
Aborto. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo. Es-
pécies de aborto: aborto provocado pela gestante ou com o
seu consentimento; aborto provocado sem consentimento da
gestante; aborto provocado com o consentimento da gestan-
te. Consumação e tentativa de aborto. Figuras majoradas do
aborto. Excludentes especiais de ilicitude: aborto humanitá-
rio e necessário. 14

AULA 5
Lesão corporal. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo.
Consumação e tentativa. Figuras típicas. Lesão corporal leve
ou simples. Aplicação do princípio da insignificância na lesão
leve. Lesão corporal grave: hipóteses. Lesão corporal gravís-
sima: hipóteses. Possibilidade de tentativa na lesão corporal
grave e gravíssima. Lesão corporal seguida de morte. Figura
privilegiada. Lesão corporal culposa. Perdão judicial. A repre-
sentação. 15

AULA 6
Crimes de perigo. Perigo de contágio venéreo. Perigo de con-
tágio de moléstia grave. Perigo para a saúde de outrem. Bem
jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo. Os elementos nor-
mativos “sabe” e “deve saber”. Consumação e tentativa. Crime
impossível. Concurso de crimes e o princípio da subsidiarieda-
de. Abandono de incapaz e exposição e abandono de recém-
nascido. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo. Con-
sumação e tentativa. Formas qualificadas. Formas culposas. 17

AULA 7
Omissão de socorro. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e
passivo. Crimes omissivos próprios e impróprios. Consumação
e tentativa. Concurso de pessoas nos crimes omissivos. Figu-
ras majoradas. Maus tratos. Bem jurídico tutelado. Sujeitos do
delito. A relação de subordinação entre os sujeitos ativo e pas-
sivo. Rixa. Bem jurídico tutelado. Sujeitos do delito. Concurso
de pessoas. Rixa ex proposito e ex improviso. Consumação e ten-
tativa. Concurso de crimes: ameaça, lesão corporal e homicí-
dio. Rixa simples e rixa qualificada. Rixa e legítima defesa. 19

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AULA 8
Crimes contra a honra. Calúnia, injúria e difamação. Bem ju-
rídico tutelado. Sujeitos do delito. Consumação e tentativa.
Exceção da verdade nos crimes contra a honra. Semelhanças
e dessemelhanças entre calúnia, injúria e difamação. A injúria
real. Formas majoradas dos crimes contra a honra. Causas es-
peciais de exclusão do delito. A retratação. O pedido de expli-
cações em juízo. Ação penal nos crimes contra a honra. 20

AULA 9
Crimes contra a liberdade individual. Constrangimento ilegal.
Sujeitos do delito. Natureza subsidiária. Consumação e tenta-
tiva. Concurso com crimes praticados com violência. Formas
majoradas. Ameaça. Bem jurídico tutelado. Sujeitos do delito.
Consumação e tentativa. Natureza subsidiária. Seqüestro e re-
dução à condição análoga à de escravo. Bem jurídico tutelado.
Consumação e tentativa. Violação de domicílio. Violação de
correspondência. Violação de segredo. Violação da intimida-
de. Bem jurídico tutelado. Sujeitos do delito. Consumação e
tentativa. 22

AULA 10
Crimes contra o patrimônio. O princípio da insignificância e os
crimes contra o patrimônio. Furto. Sujeito ativo e passivo. Con-
sumação e tentativa. Furto de uso. Furto famélico ou necessi-
tado. Figuras típicas. Furto noturno. Furto privilegiado. Furto
de energia. Furto qualificado. Distinção entre furto e apropria-
ção indébita; furto e estelionato; furto e exercício arbitrário das
próprias razões; furto e roubo. Furto de coisa comum. O roubo.
Roubo próprio e impróprio. Consumação e tentativa. Desistên-
cia voluntária e crime impossível. Roubo qualificado. 24

AULA 11
Roubo qualificado pela lesão corporal de natureza grave. La-
trocínio. Consumação e tentativa. Extorsão. Sujeitos do deli-
to. Consumação e tentativa. Qualificação doutrinária: trata-se
de crime formal ou material? Distinção com o roubo. Causas
especiais de aumento de pena. Figuras típicas: simples e quali-
ficada. Extorsão mediante seqüestro. Sujeitos do delito. Con-
sumação e tentativa. Figuras típicas. Simples e qualificada. A
delação premiada. Extorsão indireta. Sujeitos do delito. Con-
sumação e tentativa. 26

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AULA 12
Usurpação. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo.
Consumação e tentativa. Dano. Bem jurídico tutelado. Sujei-
tos ativo e passivo. Consumação e tentativa. Figuras típicas.
Simples e qualificada. Apropriação indébita. Sujeitos do deli-
to. Consumação e tentativa. Arrependimento posterior. Figu-
ras típicas. Apropriação previdenciária. Apropriação de coisa
havida por erro, caso fortuito ou força da natureza. Apropria-
ção de tesouro. Apropriação de coisa achada. 28

AULA 13
Estelionato. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo.
Consumação e tentativa. Classificação doutrinária. Figuras
típicas. Simples e privilegiada. Espécies: disposição de coisa
alheia como própria; alienação de coisa própria; defraudação
de penhor; fraude na entrega de coisa; fraude para recebimen-
to de indenização; fraude no pagamento por meio de cheque.
Outras fraudes. Receptação. Bem jurídico tutelado. Sujeitos
ativo e passivo. Consumação e tentativa. Classificação dou-
trinária. Figuras típicas. Simples, qualificada e privilegiada.
Receptação culposa. Perdão judicial. Disposições gerais sobre
os crimes contra o patrimônio. Crimes contra o sentimento
religioso e o respeito dos mortos. Crimes contra a propriedade
imaterial. Contra a propriedade intelectual. Crimes contra a
organização do trabalho. 30

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Direito Penal III

AULA 1
Crimes contra a pessoa. Crimes contra a vida − homicídio.
Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo. Consuma-
ção e tentativa de homicídio. Elementos objetivo e subjetivo
do tipo. Desistência voluntária e arrependimento eficaz na
hipótese de homicídio. Figuras típicas do homicídio. O ho-
micídio simples. A atividade típica de grupo de extermínio
e o homicídio simples. O homicídio privilegiado: motivo de
relevante valor moral; motivo de relevante valor social; sob
o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta pro-
vocação da vítima. A redução da pena. Concurso entre o
homicídio privilegiado e o qualificado.

Caso 1
Caio resolve realizar uma viagem ao Pantanal, contratando um
experiente guia da região, Tício, para auxiliá-lo. Mesmo tendo co-
municado ao guia sua total inexperiência nesse tipo de viagem, Tício
não vê perigo em deixar Caio sozinho no acampamento, local que
acreditava ser seguro, enquanto foi buscar lenha. De repente, Tício
ouve gritos vindo do rio e, ao chegar lá, depara com a cena de um
enorme jacaré segurando Caio pelas pernas. Em face da magnitude
do animal, e por não possuir qualquer arma, Tício se abstém de ten-
tar o salvamento, observando Caio ser morto pelo animal.

Pergunta-se:

1. Poderá Tício ser responsabilizado pela morte de Caio?


Fundamente sua resposta, apontando o dispositivo legal aplicável.

Caso 2
Numa madrugada, Lucas é acordado por gritos de “fogo”, mas
tanto ele quanto outros moradores são impedidos de sair do prédio
por conta das altas labaredas que se formaram na porta de entrada
do edifício. Solicitada a presença dos bombeiros, Tomaz, bombeiro

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

experiente, consegue retirar todos os moradores, menos Lucas, seu


desafeto, o qual abandona propositalmente para uma morte certa, o
que de fato ocorreu.

Pergunta-se:

1. Sendo certo que não foi Tomaz o responsável pelo incêndio,


incorreu ele na prática de algum delito? Em caso afirmativo, qual?

Caso 3
Pedro queria matar João. Para tal, esperou que ele parasse pró-
ximo do local em que se postara e, então, disparou contra ele um tiro
de revólver, aliás, o único que a arma possuía. Errando o alvo, atin-
giu Patrícia, uma desconhecida, grávida no oitavo mês de gestação,
que passava pelo local.

Pergunta-se:

1. Há na hipótese erro de tipo?

2. É possível falarmos em concurso de crimes?

3. Qual(is) crime(s) Pedro praticou?

Caso 4
Carlos José, conduzindo um veículo da marca Volkswagen, Bra-
sília, placa DDD 3131, em péssimo estado de conservação, realiza
uma manobra brusca, com imperícia, projetando o veículo contra
um barranco. Josefina da Luz, cardíaca, que transitava pelo local, ao
ver a cena assusta-se e tem um infarto fulminante.

Pergunta-se:

1. Carlos José responde pela morte de Josefina da Luz? Justifique


sua resposta.

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Direito Penal III

AULA 2
O homicídio qualificado. Motivos qualificadores. Meios qua-
lificadores e fins qualificadores. O homicídio culposo. Estru-
tura do crime culposo. O dolo eventual e a culpa consciente
no homicídio. A tentativa de homicídio culposo. A majoran-
te para o homicídio culposo. Homicídio doloso contra menor.
Homicídio culposo no trânsito. O perdão judicial.

Caso 1
Andréia dirigiu-se a um posto médico obedecendo às campanhas
governamentais de vacinação. Como já estivesse quase no término
do expediente, o médico que estava ministrando a vacina, cansado,
não realiza o demorado procedimento obrigatório de verificação do
histórico médico da moça. Sendo Andréia portadora de grave alergia
a um dos componentes da vacina, sofre choque anafilático, sobrevin-
do sua morte minutos após ter recebido o medicamento.

Pergunta-se:

1. Poderá o médico ser responsabilizado penalmente?

Caso 2
Carlos e Valdo estavam bebendo em um bar quando ocorreu
entre eles uma discussão relativa à forma de pagamento das despesas
que fizeram. Irritado, Carlos retirou do bolso um frasco contendo
arsênico e colocou o tóxico na cerveja que Valdo estava bebendo e,
apontando-lhe uma arma − que ele antes teve o cuidado de mostrar
que estava carregada −, o obrigou a ingerir o restante da bebida por
ele envenenada. Em razão da conduta de Carlos, Valdo morre quase
que instantaneamente.

Pergunta-se:

1. Carlos praticou homicídio qualificado?

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

2. Trata-se de delito hediondo?

3. Seria possível reconhecermos o privilégio em razão da discus-


são entre Carlos e Valdo?

Caso 3
Zózimo e Zílio, de há muito, tinham vontade de matar Zaqueu.
Em determinado dia, por mera casualidade, ambos portando armas
do mesmo calibre, postam-se em lugar por onde normalmente Za-
queu transitava. Quando Zaqueu passava pelo local, no mesmo ins-
tante, ambos efetuam disparos, em conseqüência dos quais Zaqueu
vem a falecer em face dos ferimentos produzidos pelos projéteis de
uma das armas.

Pergunta-se:

1. Qual é a melhor solução que o Direito Penal apresenta para


a hipótese?

AULA 3
Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio. Bem jurídico
tutelado. Natureza jurídica da morte e das lesões corporais
de natureza grave. Sujeitos ativo e passivo. Consumação e
tentativa. Classificação doutrinária. O pacto de morte. In-
fanticídio. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo.
Natureza jurídica do estado puerperal. Elemento normativo
temporal. Consumação e tentativa. Concurso de pessoas no
infanticídio. Classificação doutrinária.

Caso 1
Maria deu a luz a um menino num hospital da rede pública.
Ocorre que logo após o parto, quando a criança acabara de ser le-
vada para a incubadora, Maria, sob evidente influência do estado
puerperal, vai até o local onde o recém-nascido estava e o ataca,

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Direito Penal III

estrangulando-o e matando-o. Morta a criança, todavia, descobre-


se que Maria matara o filho de uma outra parturiente, que também
havia parido no mesmo hospital, naquele dia.

Responda:

1. Dê o correto enquadramento jurídico-penal da conduta de


Maria, justificando e fundamentando sua resposta.

Caso 2
Saulo, Paulo e Jorge, integrantes de um grupo religioso, instigados
pelo líder da segregação Marcos, resolvem praticar suicídio, firmando
um pacto de morte, pois acreditavam que dessa forma iriam conseguir
determinada graça celestial. Em dia e local ajustados, os três ingerem um
veneno altamente letal que lhes foi ministrado por Marcos. Após ingeri-
rem a substância, Saulo e Paulo morrem e Jorge fica gravemente ferido.

Pergunta-se:

1. É correto falar em induzimento ao suicídio?

2. A situação se alteraria se Marcos também ingerisse o veneno?

Caso 3
Márcia, no último mês de gestação, entra em trabalho de parto
sendo conduzida por seu marido Carlos ao hospital. Lá chegando,
durante o parto, Márcia fica psicologicamente transtornada e asfixia
seu filho com a intenção de matá-lo. Carlos, que a tudo assistia, re-
solve ajudar Márcia em seu intento e efetivamente a auxilia a matar
a criança.

Pergunta-se:

1. Diante dos fatos narrados, é possível responsabilizarmos Car-


los por infanticídio?

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

AULA 4
Aborto. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo. Es-
pécies de aborto: aborto provocado pela gestante ou com
o seu consentimento; aborto provocado sem consentimen-
to da gestante; aborto provocado com o consentimento da
gestante. Consumação e tentativa de aborto. Figuras majo-
radas do aborto. Excludentes especiais de ilicitude: aborto
humanitário e necessário.

Caso 1
Antônio, médico, querendo dar fim ao seu casamento para viver
com a amante, decide matar Joana, sua esposa, que está grávida.
Sabedor de que Joana é portadora de grave problema de saúde e se
encontra em estado de depressão, convence-a à prática do aborto,
que sabe ser fatal. Pede então a um amigo de profissão, Jonas, que
realize a intervenção médica de interrupção da gravidez, da qual re-
sulta a morte da gestante.

Pergunta-se:

1. É correto falarmos que Antônio e Jonas são co-autores de um


homicídio?

2. Quais os delitos praticados por Antônio e Jonas?

Caso 2
Na sala de seu apartamento, mais uma vez Solon ouve sua mu-
lher Ana, grávida, falar de um propósito suicida. Sem crer no que
ouvira, Solon ausenta-se do apartamento, do que se aproveita Ana,
para atirar-se pela janela. Na queda, vem a atingir com o próprio
corpo um transeunte, Matias, que morre em conseqüência do cho-
que, enquanto Ana sobrevive, mas sofre lesões que dão origem a um
aborto.

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Direito Penal III

Pergunta-se:

1. É possível responsabilizar Solon pelo aborto?

Caso 3
Carlos, médico, casado, apaixonou-se por sua secretária Maria
José, tendo ambos mantido um relacionamento extraconjugal. Des-
ses encontros, resultou a gravidez de Maria José, o que provocou a ira
e o descontentamento de seu amante, que insistia que ela realizasse
um aborto. Após intensa discussão por telefone com Carlos, Maria
José deu entrada no hospital em que Carlos trabalhava, com forte
crise cardíaca e asmática. Após ser atendida por Carlos, este resolve
aproveitar-se da situação e realizar um aborto. Porém, após os exa-
mes de praxe, Carlos descobre que a gravidez seria fatal para Ma-
ria. Em razão da descoberta, Carlos resolve provocar-lhe um aborto,
mesmo sem o consentimento de Maria.

Pergunta-se:

1. Carlos deverá responder pela prática de algum crime?

AULA 5
Lesão corporal. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passi-
vo. Consumação e tentativa. Figuras típicas. Lesão corporal
leve ou simples. Aplicação do princípio da insignificância na
lesão leve. Lesão corporal grave: hipóteses. Lesão corporal
gravíssima: hipóteses. Possibilidade de tentativa na lesão
corporal grave e gravíssima. Lesão corporal seguida de mor-
te. Figura privilegiada. Lesão corporal culposa. Perdão judi-
cial. A representação.

Caso 1
Marcos Silva, lutador profissional de boxe da categoria pe-
sado, durante uma competição de boxe inglês e obedecendo às

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

normas estabelecidas para a atividade pela Liga Nacional, desfere


um jab e depois um uppercut em seu adversário Orlando Carlote-
ro. Em decorrência dos golpes, Orlando sofre um deslocamento
no maxilar, tendo que ser retirado com o auxílio de uma maca.
Sentindo muita dor, Orlando teve de ficar dois dias no hospital.

Pergunta-se:

1. Analise a situação jurídico-penal de Marcos Silva.

Caso 2
Caio, em jogo de futebol profissional no Maracanã, valendo-
se de seu corpo avantajado, “dá um carrinho” por trás no jogador
adversário Tício, ocasionando a fratura da perna deste em dois
lugares. Caio é expulso do jogo pelo árbitro. Em exame realizado
é constatado que, pela lesão, Tício deve ficar sem jogar durante
seis meses.

Pergunta-se:

1. Pode ser argüida alguma causa de exclusão de antijuridicida-


de em favor de Caio? Em caso positivo, onde se enquadra a violência
esportiva?
Explique.

2. Caio praticou algum crime?


Explique.

Caso 3
Morador do interior do Amazonas, local sem qualquer acesso
aos meios de comunicação, Manoel sai de casa à noite para caçar
capivaras para alimentar sua família, fato comum na região. Naquela
mesma noite, João, pesquisador ambiental, havia se dirigido à flo-
resta para realizar estudos de campo, se escondendo no mato para
melhor observar os hábitos noturnos dos animais. No escuro, Ma-

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Direito Penal III

noel, percebendo uma movimentação atrás dos arbustos, atira em


direção a João, vindo a atingir o mesmo de raspão. Com o grito do
rapaz, Manoel percebe seu engano e carrega João até o povoado mais
próximo. Interpelado pela polícia, justifica-se alegando que estava
apenas caçando capivaras.

Responda:

1. Sabendo que Manoel foi prontamente detido pela autoridade


policial por violação ao art. 129 do Código Penal, formule o funda-
mento jurídico passível de evitar a condenação.

Caso 4
Antonio, em razão de conduta culposa de José, sofreu lesões
corporais graves. Em virtude dessas lesões, foi obrigado a submeter-
se a intervenção cirúrgica, que, além de deixá-lo incapacitado para
as ocupações habituais por mais de 30 (trinta) dias, determinaram,
ainda, que ele ficasse com uma perna menor do que a outra, condi-
ção facilmente constatável por qualquer pessoa.

Pergunta-se:

1. Qual é a situação jurídico-penal de José?

AULA 6
Crimes de perigo. Perigo de contágio venéreo. Perigo de con-
tágio de moléstia grave. Perigo para a saúde de outrem. Bem
jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo. Os elementos
normativos “sabe” e “deve saber”. Consumação e tentati-
va. Crime impossível. Concurso de crimes e o princípio da
subsidiariedade. Abandono de incapaz e exposição e aban-
dono de recém-nascido. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ati-
vo e passivo. Consumação e tentativa. Formas qualificadas.
Formas culposas.

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

Caso 1
Saulo, ciente que estava acometido de doença venérea (sífilis)
e, como não gostava de certa prostituta, teve com ela relação sexual
com o fim de transmitir-lhe tal doença. Em decorrência de ter ficado
acometida de tal enfermidade, a prostituta morreu após algumas se-
manas internada no hospital.

Pergunta-se:

1. Qual foi o crime praticado por Saulo?

2. Se Saulo fosse portador do vírus HIV e, ciente da doença,


decidisse transmiti-la à vítima, a sua situação jurídico-penal se
alteraria?

Caso 2
Fábio, inconformado com o fato de ser portador de hepatite C,
moléstia grave e contagiosa, resolve disseminar a doença. Para tanto,
ele deixa uma seringa contendo uma mostra de sangue contaminado
oculta ao lado de uma poltrona de cinema, de modo que caso alguém
venha a sentar-se ali, seja espetado pela agulha.

Pergunta-se:

1. Qual a conduta praticada por Fábio?

2. Caso alguém venha a ser contaminado, há alguma conse-


qüência jurídico-penal?

Caso 3
Flávia, mulher solteira e de boa fama, vem a manter relações se-
xuais com seu namorado, em conseqüência do que nascem gêmeos.
Flávia não só escondeu a gravidez, como também procurou esconder
o nascimento dos gêmeos. Entretanto, 2 (dois) dias após o parto,

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Direito Penal III

Flávia resolve abandonar um dos filhos, o qual, em razão do procedi-


mento da mãe, vem a sofrer lesões corporais de natureza grave.

Pergunta-se:

1. Qual o crime cometido por Flávia?

AULA 7
Omissão de socorro. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e
passivo. Crimes omissivos próprios e impróprios. Consuma-
ção e tentativa. Concurso de pessoas nos crimes omissivos.
Figuras majoradas. Maus tratos. Bem jurídico tutelado. Su-
jeitos do delito. A relação de subordinação entre os sujei-
tos ativo e passivo. Rixa. Bem jurídico tutelado. Sujeitos do
delito. Concurso de pessoas. Rixa ex proposito e ex improvi-
so. Consumação e tentativa. Concurso de crimes: ameaça,
lesão corporal e homicídio. Rixa simples e rixa qualificada.
Rixa e legítima defesa.

Caso 1
Hilton e seu irmão Cleilton resolveram cortar de seu quintal um
enorme pinheiro que obstava futura construção. Para tanto, providen-
ciaram pesada serra, que ambos passaram a manejar desajeitadamen-
te. Em determinado momento, a árvore tombou, vindo a cair sobre o
terreno vizinho e atingindo gravemente Jair, criança que ali brincava.
Assustados, Hilton e Cleilton apressaram-se a deixar o local, no auto-
móvel de seu pai Antonio, a quem relataram, resumidamente, o ocor-
rido. Este, então, após constatar a gravidade dos ferimentos do menor,
decidiu também afastar-se de casa para evitar o constrangimento da
situação. Quando, finalmente, a mãe de Jair veio a socorrê-lo já não
havia mais condições de salvação para a criança.

Pergunta-se:

1. Os fatos são penalmente relevantes?

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

Caso 2
Dirigindo seu automóvel por uma auto-estrada, Tício avista, a
distância, caída no acostamento, uma pessoa gravemente lesionada
em razão de ferimento de arma de fogo. Tício pensou em prestar
socorro ao ferido, mas lembra-se que está atrasado para a viagem que
havia marcado e, incentivado por sua esposa Mévia que estava no
banco do carona, desiste de socorrer a vítima, que acaba falecendo
no local.

Pergunta-se:

1. A conduta de Tício e Mévia é juridicamente relevante?

Caso 3
Na saída do Maracanã, seis torcedores (quatro do Flamengo e
dois do Vasco), devidamente uniformizados, vieram a se envolver
em uma briga após provocações ocorridas também em jogos anterio-
res, entre dois grupos de torcedores. No entrevero, um torcedor do
Flamengo morreu em virtude das agressões provocadas por Antônio,
torcedor do Vasco.

Pergunta-se:

1. É correto falarmos em rixa?

2. Antônio deverá ser responsabilizado apenas por rixa?

3. Qual o delito praticado pelos demais envolvidos?

AULA 8
Crimes contra a honra. Calúnia, injúria e difamação. Bem
jurídico tutelado. Sujeitos do delito. Consumação e tenta-
tiva. Exceção da verdade nos crimes contra a honra. Seme-
lhanças e dessemelhanças entre calúnia, injúria e difamação.

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Direito Penal III

A injúria real. Formas majoradas dos crimes contra a honra.


Causas especiais de exclusão do delito. A retratação. O pe-
dido de explicações em juízo. Ação penal nos crimes contra
a honra.

Caso 1
Em reunião de condomínio, Afonso fez referências ofensivas à
honra de Paulo, as quais foram registradas em ata. Paulo, passados 3
(três) meses, ao tomar conhecimento do que constava da ata, resol-
veu ingressar em Juízo com pedido de explicações em face de Afonso.
Depois de várias tentativas para a notificação de Afonso, este, após
4 (quatro) meses do ajuizamento do pedido, acaba por ser notificado
e, simplesmente, mantém-se inerte, não dando qualquer explicação.
Ultimado o procedimento, Paulo ingressa em Juízo com queixa-cri-
me, imputando a Afonso a prática do delito de calúnia, difamação e
injúria, sendo que, afinal, o querelado foi condenado.

Pergunta-se:

1. Como advogado de Afonso, o que sustentaria no recurso?

Caso 2
Durante inflamado discurso proferido na Câmara Municipal de
Bom Jardim, Antonio, vereador naquele município, afirma que o pre-
feito João é “um otário porque todo mundo sabe que sua mulher anda
pulando a cerca” e que “sua Excelência é um grileiro porque costuma
invadir a terra alheia”. O motivo do discurso foi exclusivamente dis-
puta de caráter particular entre o prefeito e o vereador, acerca dos
limites de suas respectivas propriedades rurais confrontantes.

Pergunta-se:

1. Tendo recebido representação de João contra Antonio pela


prática de crime contra a honra, que providência deve ser tomada
pelo promotor de justiça?

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

Caso 3
Astolfo é vitima do delito de calúnia reconhecidamente perpe-
trado por Marcos, José, Antonio e Clóvis. Como Marcos encontra-
va-se no exterior, com retorno para daqui a 90 (noventa) dias, o
advogado de Astolfo, pretendendo alcançar rapidamente a prestação
jurisdicional e evitar futura prescrição, protocolou queixa-crime ape-
nas em face dos demais.

Pergunta-se:

1. Ele agiu corretamente?


Por quê?

AULA 9
Crimes contra a liberdade individual. Constrangimento ile-
gal. Sujeitos do delito. Natureza subsidiária. Consumação e
tentativa. Concurso com crimes praticados com violência.
Formas majoradas. Ameaça. Bem jurídico tutelado. Sujeitos
do delito. Consumação e tentativa. Natureza subsidiária.
Seqüestro e redução à condição análoga à de escravo. Bem
jurídico tutelado. Consumação e tentativa. Violação de do-
micílio. Violação de correspondência. Violação de segredo.
Violação da intimidade. Bem jurídico tutelado. Sujeitos do
delito. Consumação e tentativa.

Caso 1
Maria envia uma carta para Pedro, carta esta interceptada
por Cláudio, seu ex-companheiro, que abrindo a correspondên-
cia, constata que a mesma está escrita em uma língua para ele
absolutamente ininteligível. Descoberta a conduta de Cláudio, é
instaurado inquérito policial pela prática do crime de violação de
correspondência.

Pergunta-se:

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Direito Penal III

1. Seria possível falarmos em crime impossível?

2. Haveria na hipótese crime tentado?

Caso 2
Necessitando de urgente atendimento médico, Walter foi in-
ternado na Clínica Boa Cura, ficando sob os cuidados dos doutores
Rubião e Rubens. Já recuperado, os médicos retiveram, sem neces-
sidade, por alguns dias, o paciente Walter, a fim de receberem seus
honorários.

Pergunta-se:

1. Os doutores Rubião e Rubens cometeram ilicitude penal? Jus-


tifique a resposta.

Caso 3
No dia 11/05/2005, o médico Caio, na presença dos enfermeiros
Tício e Mévio, examinando o paciente Lívio, constatou que este se
achava acometido de moléstia contagiosa cuja notificação se fazia
compulsória, por força de regulamento federal de natureza temporá-
ria, destinado a vigorar pelo prazo de 120 (cento e vinte) dias conta-
dos da data de sua publicação, que ocorreu em 10/04/2005.
Visando, contudo, preservar o paciente de inevitável vexame,
Caio decidiu não notificar as autoridades sanitárias, tendo sido es-
timulado em tal deliberação por Tício. Instaurado inquérito poli-
cial para apurar o fato, foram o médico e os enfermeiros inquiridos
pela autoridade, tendo o primeiro alegado que, se efetuasse a co-
municação, teria praticado o crime previsto no art. 154 do Código
Penal (Violação de Segredo Profissional), invocando, ainda, em
seu favor, a ocorrência da abolitio criminis, por ter cessado a vi-
gência do regulamento federal que impunha a notificação daquela
enfermidade.

Pergunta-se:

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

1. Caio, Tício e Mévio praticaram algum delito?

2. É correto falarmos em abolitio criminis?

AULA 10
Crimes contra o patrimônio. O princípio da insignificância e
os crimes contra o patrimônio. Furto. Sujeito ativo e passivo.
Consumação e tentativa. Furto de uso. Furto famélico ou
necessitado. Figuras típicas. Furto noturno. Furto privilegia-
do. Furto de energia. Furto qualificado. Distinção entre furto
e apropriação indébita; furto e estelionato; furto e exercício
arbitrário das próprias razões; furto e roubo. Furto de coisa
comum. O roubo. Roubo próprio e impróprio. Consumação
e tentativa. Desistência voluntária e crime impossível. Rou-
bo qualificado.

Caso 1
Serginho, no dia 15 de março do corrente, aproveitando-se
do fato de que o porteiro do prédio estava namorando, entra no
Edifício Paquera e sobe no elevador com d. Aurora, de 81 anos. No
interior do referido elevador, Serginho, deliberadamente e de ma-
neira disfarçada, paralisa-o, e começa a fingir que estava apertando
o botão de emergência. Após alguns instantes, d. Aurora começa
a entrar em pânico e Serginho abre a porta do elevador no meio
do caminho entre dois andares, escala a parede e sai dizendo que
buscaria socorro. D. Aurora começa a gritar para que ele a tirasse
de lá, eis que o rapaz pede a mão de d. Aurora para puxá-la. To-
davia, a velhinha não consegue dar a mão, tendo em vista que se
encontrava com sua bolsa e uma sacola, além de ser portadora do
mal de Parkinson. Assim, Serginho pede que ela lhe passe as bolsas
para depois dar-lhe a mão. D. Aurora lhe entrega a bolsa e a sacola
e fica aguardando que o rapaz a puxe. No entanto, Serginho some
do local levando somente a carteira da senhora e abandonando-a
sozinha no interior do elevador.

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Direito Penal III

Responda:

1. Analise a situação jurídico-penal de Serginho.

Caso 2
Fábio, conhecido ladrão de residências, verificando que seus vi-
zinhos haviam saído na noite de Natal, ingressa na residência dos
mesmos passando a recolher diversos objetos. Contudo, tomado por
súbita e forte dor de cabeça, abandona aquela residência sem nada
subtrair.

Pergunta-se:

1. É correto falarmos em tentativa de furto?

2. É possível que Fábio venha a responder apenas por violação


de domicílio?

Caso 3
Kleber, procurando se livrar da alta despesa que vinha tendo
com as contas de luz, vai até a loja de ferramentas e lá adquire a ma-
quinaria necessária para realizar ligação direta entre a rede pública
de eletricidade e sua casa. Contudo, sabendo da campanha de fisca-
lização empreendida pela empresa responsável pelo abastecimento
elétrico, Kleber resolve aperfeiçoar seus métodos. Para tanto, instala
pequeno aparelho que, ao invés de cortar diretamente a ligação da
rua para o interior da residência, magneticamente interfere na medi-
ção do relógio, reduzindo em 70% o valor da conta.

Responda:

1. Diante dos fatos, esclareça se Kleber praticou algum crime,


fundamentando juridicamente sua resposta.

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

AULA 11
Roubo qualificado pela lesão corporal de natureza grave.
Latrocínio. Consumação e tentativa. Extorsão. Sujeitos do
delito. Consumação e tentativa. Qualificação doutrinária:
trata-se de crime formal ou material? Distinção com o roubo.
Causas especiais de aumento de pena. Figuras típicas: sim-
ples e qualificada. Extorsão mediante seqüestro. Sujeitos do
delito. Consumação e tentativa. Figuras típicas. Simples e
qualificada. A delação premiada. Extorsão indireta. Sujeitos
do delito. Consumação e tentativa.

Caso 1
Antonio e José resolvem praticar assalto aos passageiros de um
ônibus. Ambos, portando armas de brinquedo, ameaçam os passagei-
ros, sendo que José recolhe os pertences de dez dos que se encontram
do lado direito, enquanto Antonio tem a mesma conduta quanto
aos passageiros do lado esquerdo. Entretanto, os meliantes acabam
sendo surpreendidos pela presença de um policial que se encontrava
no coletivo e Antonio foi preso com os objetos dos passageiros que
furtou, os quais, por conseguinte, são recuperados, enquanto José
consegue fugir com os bens que arrebatou.

Pergunta-se:

1. Qual a situação jurídico-penal de Antonio e José?

Caso 2

Caio e Tício abordaram Maria quando a mesma estava parada


em um sinal. Após ser levada para um local deserto, Maria é obrigada
a fornecer as senhas de seus cartões, tendo Tício se dirigido ao banco
24 horas visando a retirada do dinheiro, enquanto Caio mantinha
a vítima detida até o retorno de seu comparsa. Tício, porém, an-
tes de sacar a importância almejada, é preso por policiais militares

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Direito Penal III

que coincidentemente passavam pelo local, logo os levando ao local


onde Caio mantinha a vítima detida, sendo este também preso pelos
milicianos no exato momento em que, com emprego de uma arma de
fogo, constrangia a vítima a tirar a roupa para dar início ao estupro.

Pergunta-se:

1. Qual é a capitulação correta do fato?

2. Quais são as distinções entre roubo e extorsão?

Caso 3
Aarão Alves, juntamente com Bráulio Bento, ambos em gozo
de livramento condicional, havendo conhecido na prisão César Car-
neiro, resolveram fazer um “ganho”, procedendo a um “assalto” na
casa do conhecido ministro Luciano Raposa, imaginando lá existir
considerável quantidade de dinheiro, jóias, dólares e objetos de va-
lor. Assim, para o desempenho do seu desiderato, obtiveram as boas
graças de Décio Delmota, filho do porteiro do prédio, João Josefo
(este não tendo qualquer conhecimento sobre o que iria ocorrer), o
qual lhes deu informações seguras quanto às ausências do ministro
e de seus familiares, com reiteradas viagens a Brasília, e pormenores
quanto à sua vida privada.
Assim, no dia 10 de fevereiro de 2005, na parte da manhã, Dé-
cio facilitou a entrada dos meliantes no edifício, tendo os três – Aa-
rão, Bráulio e César – se dirigido à cobertura, residência da vítima.
A fim de assegurar a execução do seu plano, Aarão combinou com
seu irmão Etelvino Esperança que este estacionasse o veículo de pro-
priedade de seu vizinho Frederico Ferreira – emprestado exatamente
para este objetivo, com o seu pleno conhecimento quanto à finalida-
de com que seria utilizado – à porta do edifício, a fim de lhes prestar
fuga e transportar os bens eventualmente subtraídos, como televisão,
aparelhagem de som e outros.
Quando Aarão, Bráulio e César se encontravam no interior
do apartamento, eis que subitamente retornou à sua residência o

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

ministro Raposa, com sua filha Adriana Raposa, de 9 anos de ida-


de, surpreendendo então os assaltantes quando se preparavam para
sair da unidade residencial, onde, para chegar ao cofre, danificaram
um valioso quadro do pintor Manabu Mabe, avaliado em mais de
R$ 100.000,00 (cem mil reais), arrancando-o da parede, assim como
cortinas, que serviram para acondicionamento dos bens.
O ministro reagiu à ação dos assaltantes, tendo sido violenta-
mente agredido a coronhadas de revólver e com um martelo, que o
atingiram no rosto e no joelho, causando-lhe lesões graves, inclusive
com perigo de morte e deformidade permanente, como constatado
em auto de exame de corpo de delito complementar.
Os assaltantes manietaram o ministro, levando sua filha me-
nor como “garantia” do sucesso da empreitada, e quando se encon-
travam em via pública, já na iminência de embarcar no veículo tal
como acordado, surgiu o policial Geraldo Gil, o qual, suspeitando do
que ocorria, sacou sua arma e deu voz de prisão a todos os elemen-
tos, sendo então feito, por Aarão, uso de arma de fogo, disparando-a
e ferindo gravemente o policial que, não resistindo aos ferimentos,
veio a falecer no dia subseqüente.
Em vista dos disparos efetivados pelo policial, um dos quais atin-
giu o pneu do veículo que seria utilizado na fuga, e outro, o assaltan-
te César, dispersaram-se os demais, os quais restaram presos logo em
seguida, com a plena recuperação dos bens, sendo que no tocante à
menor, nada sofreu.

Responda:

1. Analise a conduta de todos os envolvidos, apontando os dis-


positivos penais violados.

AULA 12
Usurpação. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo.
Consumação e tentativa. Dano. Bem jurídico tutelado. Su-
jeitos ativo e passivo. Consumação e tentativa. Figuras típi-
cas. Simples e qualificada. Apropriação indébita. Sujeitos do

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Direito Penal III

delito. Consumação e tentativa. Arrependimento posterior.


Figuras típicas. Apropriação previdenciária. Apropriação de
coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza.
Apropriação de tesouro. Apropriação de coisa achada.

Caso 1
A cidade de Campos foi atingida por violenta tempestade, que
se prolongou por vários dias, em conseqüência do que o seu prefei-
to resolveu decretar estado de calamidade pública. Por essa razão,
os moradores da cidade, por livre iniciativa, resolveram mobilizar-se
para arrecadar donativos a serem distribuídos aos flagelados. Raldê-
nio foi indicado pelos moradores para ficar como responsável pela
guarda dos donativos. Entretanto, Raldênio resolve desviar vários
dos donativos recebidos, vendendo-os para terceiros.

Pergunta-se:

1. Houve conduta ilícita por parte de Raldênio?

2. Qual o enquadramento penal para o comportamento de


Raldênio?

Caso 2
Eduardo, mecânico de veículos importados, de longa data vem
observando o veículo de Marcos, um de seus clientes. Após deixar o
veículo na oficina para realizar uma revisão, Eduardo resolve vender
o veículo, sem a autorização do proprietário, ficando com a respecti-
va quantia obtida.

Pergunta-se:

1. Na hipótese, houve apropriação indébita ou estelionato?

2. Quais as diferenças entre ambos os delitos?

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

Caso 3
Pedro, sócio-gerente da empresa KST, embora descontasse
mensalmente as contribuições previdenciárias de seus empregados,
não as repassava para o INSS. Em conseqüência, por ter sido a em-
presa considerada devedora da importância de R$ 30.000,00 (trin-
ta mil reais), foi instaurada ação fiscal e procedimento inquisitorial,
sendo que, no curso deste, Pedro recolheu ao órgão previdenciário
as quantias devidas.

Pergunta-se:

1. Para fins penais, qual a conseqüência desse recolhimento?

AULA 13
Estelionato. Bem jurídico tutelado. Sujeitos ativo e passivo.
Consumação e tentativa. Classificação doutrinária. Figuras
típicas. Simples e privilegiada. Espécies: disposição de coisa
alheia como própria; alienação de coisa própria; defrauda-
ção de penhor; fraude na entrega de coisa; fraude para rece-
bimento de indenização; fraude no pagamento por meio de
cheque. Outras fraudes. Receptação. Bem jurídico tutelado.
Sujeitos ativo e passivo. Consumação e tentativa. Classifica-
ção doutrinária. Figuras típicas. Simples, qualificada e pri-
vilegiada. Receptação culposa. Perdão judicial. Disposições
gerais sobre os crimes contra o patrimônio. Crimes contra o
sentimento religioso e o respeito dos mortos. Crimes contra
a propriedade imaterial. Contra a propriedade intelectual.
Crimes contra a organização do trabalho.

Caso 1
Magnólia, conhecida golpista do município de Nova Iguaçu,
conheceu a sra. Lúcia durante um culto religioso e, após ouvir des-
ta que tinha grande dificuldade em operar um caixa eletrônico,

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Direito Penal III

se oferece para ajudar. Após obter a senha e o cartão bancário de


Lúcia, Magnólia pede que esta a encontre em um restaurante no
shopping. Depois de aguardar por mais de cinco horas, Lúcia acaba
descobrindo que sofreu um grande desfalque em sua conta, realiza-
do por Magnólia.

Pergunta-se:

1. Na hipótese, é correto falarmos em furto?

2. Quais as diferenças entre a fraude no furto e a fraude no


estelionato?

Caso 2
Sinval toma conhecimento de que seu amigo Sílvio furtou
vários objetos de uma loja, mas, por estar a polícia no seu encalço,
teve de fugir apressadamente da cidade. Sílvio entra em contato
com Sinval e este vai à casa daquele e retira os objetos que fo-
ram furtados, guardando-os em sua loja para posterior entrega a
Sílvio.

Pergunta-se

1. A conduta de Sinval merece reprovação penal?

Caso 3
Carlos emite um cheque que é recusado por falta de fundos.
Instaurado inquérito policial pela prática do crime de estelionato,
Carlos paga a dívida.

Pergunta-se:

1. Qual a conseqüência do pagamento do cheque emitido


sem fundos, feito antes do pagamento do início da ação penal?

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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS

2. É possível aplicarmos o art. 16 do código penal nesse caso?

3. Se o pagamento da dívida fosse parcial, e o lesado ficasse satis-


feito, essa quitação teria conseqüências jurídico-penais?

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