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ACTIVIDADE DE VIDA MANTER AMBIENTE SEGURO

RELAÇÃO PRECOCE PAIS-FILHO

INTRODUÇÃO
« Desde sempre, a gravidez e o parto foram encarados como acontecimento privilegiado
merecendo atenção e cuidados que variam com a época e a cultura.
« A família alargada, que predominou até finais do século dezanove proporcionava à
futura mãe aprender e apreender os conhecimentos necessários ao desempenho do seu
papel de forma segura e gratificante.
« Assim, o cuidar de irmãos mais novos, primos ou outras crianças, era uma prática
comum que permitia à adolescente experienciar as suas próprias capacidades e exercitá-las.
Também a observação das mães da família no cuidar de seus bebés contribuía para a
aprendizagem da futura mãe.
« Esta é uma realidade que se perdeu no tempo!
« Com a industrialização, a tendência para as famílias nucleares passou a ser a regra e
actualmente as famílias alargadas constituem a excepção.
« Esta viragem social trouxe implicações notórias na vivência da gravidez e do parto,
muito embora não seja a única responsável.
« A relação mãe-filho ou melhor dizendo, pais-filho encontra-se hoje um pouco
condicionada pela técnica e até pelos técnicos, no seu inicio mais precoce.
« De facto desde a concepção, a maior preocupação de todos parece centrar-se nos
aspectos bio-fisiológicos do bebé e da sua mãe, deixando um pouco para segundo plano os
aspectos psico-afectivos da família.
« A assistência pré, intra e pós natal passou da família para as instituições de saúde, ou
seja de um ambiente seguro e conhecido para o desconhecido e ameaçador.
« Esta prática permitiu a diminuição da morbilidade e da mortalidade infantil e materna
mas simultaneamente condiciona o estabelecimento precoce da relação mãe-filho
(principalmente após o parto) e ainda da família com o seu novo membro.
« Esta problemática tem sido sentida pelos profissionais de saúde, levando-os a procurar,
através de estudos experimentais, respostas às questões levantadas. Os resultados desses
estudos, que proliferam em vários países, têm levado a modificações na forma de pensar e
agir relativamente aos pais e recém-nascido no sentido de optimizar essa relação única que
surge com a vida.

1. RELAÇÃO PAIS-FILHO
« Desde o início da vida embrionária a mãe torna-se sensível à presença do feto que
dialoga com ela através de múltiplos mecanismos. Vários estudos provam que “in útero” o
bebé reage ao comportamento materno (angústia, sensibilidade, euforia, etc) e ao ambiente
exterior como o ruído, luz intensa, etc, memorizando essas mesmas reacções.
« Assim, os comportamentos adoptados pela grávida como falar ou cantar suavemente
para o bebé, acariciar o abdómen, são já continuadores de uma relação pressupostamente
iniciada na decisão de conceber uma nova vida.
« A qualidade desta relação, durante este período, depende de alguns factores:

Planeamento da gravidez
« Se uma gravidez é indesejada este período dificilmente poderá ser vivido com
sensibilidade e optimismo.
Aceitação da gravidez por parte do pai
« Se o pai manifestar rejeição pelo bebé irá comprometer a estabilidade emocional da
mulher.

Patologias associadas
« A gravidez leva a alterações físicas e psicológicas que obrigam a mulher a múltiplas
adaptações.
« Se surge qualquer patologia associada, altera os novos equilíbrios aumentando o
desconforto e a ansiedade.

Experiências prévias
« Se as experiências anteriores são negativas, a mulher vai sentir muito mais apreensão
relativamente ao decorrer da gravidez e do parto.
« Estes aspectos que acabámos de focar não têm necessariamente um peso negativo na
relação da díade. Não devemos esquecer que cada mãe, pai, bebé são seres únicos e a
forma como agem em resposta às situações o é também

1.1. No parto e nascimento


« O momento do parto é normalmente desejado e simultaneamente temido.
« O medo e a ansiedade relativamente a tudo o que se vai passar e como se vai passar
é, em maior ou menor grau, comum a todas as mulheres.
« É extraordinariamente importante que a mulher se sinta apoiada, amada e
acompanhada por alguém da sua confiança e afectivamente querida (mãe, amiga, marido,
etc.). A vantagem desta presença foi demonstrada em vários estudos tendo-se verificado que
as mulheres que davam à luz nestas circunstância apresentavam:
• Diminuição da dor
• Menor necessidade de mediação
• Diminuição do tempo de trabalho de parto
• Sentimentos mais positivos
« Isto significa que a mulher se sente menos cansada e mais disponível para receber o
seu bebé.
« A presença do pai é muitas vezes solicitada pela grávida e a justificação encontra-se no
que atrás foi dito. No entanto, esta apenas se compreende se constituir efectivamente apoio
afectivo.
« Assim, pressupõe-se o envolvimento do progenitor, em toda a gravidez e não apenas a
presença “forçada” no momento para filmar, fotografar ou... atrapalhar.

1.2. Após o nascimento


« Os momentos que se seguem ao nascimento são preciosos para a relação da díade
mãe/filho (ou da triade se o pai estiver presente).
« O apego – laço que liga os pais ao bebé e vice versa, pode ser definido como um
relacionamento impar entre duas pessoas, especifico e duradouro ao longo do tempo e
manifestado por comportamento do tipo, acariciar, beijar, aconchegar, olhar, etc. Esta
relação é entidade como principal fonte para todas as ligações futuras da criança, justificando
deste modo todo o investimento possível na sua optimização.
« A maioria dos autores enfatizam o contacto precoce mãe-filho no estabelecimento do
apego e assim, defendem a colocação do bebé (nu ou com roupa) sobre o ventre materno
após o nascimento, bem como o contacto prolongado.
« Para a jovem mãe é urgente “conhecer” o seu bebé, perfeito e normal. Este contacto
sensitivo e visual deve ser permitido e incentivado afim de possibilitar o estabelecimento da
interacção que irá favorecer o desenvolvimento do bebé. Esta interacção estabelece-se pela
estimulação reciproca. De facto, o bebé interage com a mãe através do choro, olhar,
movimento da cabeça, levando-a a prestar-lhe atenção e cuidados que por sua vez vão
desencadear nova resposta.
« Este continum estimulo-resposta vai permitir um conhecimento mútuo e cimentar os
laços entre os pais e o bebé.
« Nas últimas décadas, tem-se verificado algum esforço por parte das instituições e até
da própria legislação, no sentido de proporcionar aos pais que permanecem juntos com o
seu bebé durante o máximo de tempo possível.
« Este aspecto revelou-se importante no resultado de alguns estudos efectuados. Assim,
verificou-se que as mães que tiveram um contacto precoce com os seus bebés e um período
adicional de 16horas/dia com eles, amamentavam os seus filhos com mais afecto antes da
alta e, na idade de 1 mês eram capazes de um maior apoio e efectividade quando o bebé
chorava do que as mães que apenas tinham tido os sues bebés durante 20 minutos a cada
4horas.
« Mas nem sempre o contacto precoce e/ou prolongado é possível. No entanto, não
dramatizemos pois isso não significa que o apego do bebé seja inviável.
« Parece evidente que o contacto estreito entre pais e bebé, nos primeiros dias de vida
facilita a criação do apego, mas se isto não foi possível há tempo para recuperar.

1.3 Expressões de interacção


« A interacção só tem cabimento num processo de comunicação. Esta é feita através de
sons e movimentos.
« Como já vimos, muitos dos movimentos e ritmos do feto são modelados pelos da mãe
tendo influência o ciclo de sono e vigília materna, os níveis séricos hormonais, os padrões de
vida quotidiana da mãe, os batimentos rítmicos do seu coração e até as contracções do
útero.
« Com o nascimento o bebé tem de se reorganizar criando o seu próprio ritmo, muito
embora a mãe continue a ser um importante regulador das suas novas funções.

Linguagem
« Alguns autores revelam que o recém-nascido se mexe sincronicamente com a estrutura
da linguagem humana. Esta expressão da interacção verifica-se independentemente da
língua utilizada.
« Esta sincronização estimula a mãe, criando um ambiente propício à sucessão de
comunicações afectivas e desperta nela um sentimento de competência materna.

Olhar
« Os olhos parecem ser as caracteristicas infantis mais estimulantes para os pais que
procuram perscrutar através deles, a inteligência e outros traços da personalidade do seu
bebé.
« O contacto pelo olhar ajuda os pais a sentir o bebé como uma pessoa real que pode
estabelecer uma relação social. Por outro lado verifica-se que em geral é o recém-nascido
quem inicia e termina o olhar guiando o comportamento dos pais que têm tendência a olhar
para onde os bebés olham.
« O contacto olho a olho é uma das bases mais importantes para o apego. Sem a
confirmação do olhar mútuo (caso de bebés cegos) as mães sentem-se perdidas até
estabelecerem outros tipos de comunicação.

Choro
« O choro do bebé causa uma mudança fisiológica na mãe, induzindo-a a amamentar.
Mas não só; é também uma forma de reivindicar cuidados e atenção ou apenas uma forma
de libertar a própria tensão.

Amamentação
« Para alguns autores o aleitamento materno além de responder às necessidades
fisiológicas do bebé, é insubstituível na promoção duma boa relação mãe-filho. No entanto,
outros autores referem que o recém-nascido não distingue o leite do biberon nem a mama,
apenas respondendo a estímulos bocais.
« Nesta perspectiva a interacção mãe-filho não parece ser afectada pelo tipo de
amamentação sendo muito mais importante o tipo de envolvimento afectivo que a mãe
transmite ao recém-nascido durante a mamada, do que propriamente ser leite materno ou
adaptado.
« Isto não significa que não se promova o aleitamento materno mas este não deve ser
imposto o que iria criar na mãe as condições para o fracasso e posterior sentimento de culpa
que prejudicaria necessariamente o desenvolvimento do bebé.
« Poderíamos continuar a falar de expressões de interacção e as formas são tão variadas
quantos os indivíduos em presença. Parece no entanto mais oportuno ficarmos atentos a
algumas dessas expressões e alertados para o facto de que as relações pais/bebé são
únicas e como tal não devem ser rotuladas à priori, de más ou boas, só porque não
obedecem aos critérios descritos. A interacção varia com a cultura, experiências prévias,
ambiente familiar, características pessoais etc.... e assim sendo deve sempre ser analisada
em termos de conjunto e mediante a satisfação que proporciona aos intervenientes.

Papel do pai
« Apesar de existirem poucos estudos sobre o tornar-se pai, os dados disponíveis
sugerem que o período anterior ao nascimento do bebé é, pelo menos superficialmente,
similar para os pais e para as mães.
« O se envolvimento depende essencialmente de:
• Idade
• Fase do desenvolvimento
• Cultura onde está inserido
• Estilo pessoal
• Relacionamento com a mulher
• Expectativas da mulher em relação a si
« Cada vez mais o homem adopta um papel activo no apoio à mulher nomeadamente no
acompanhamento a exames, consultas, realização de trabalhos domésticos, numa partilha
que consolida os laços intra casal, tão necessária à adaptação bem sucedida da mulher à
gravidez.
« Alguns autores observaram a interacção entre pai e bebé durante o contacto após o
nascimento e verificaram que o comportamento era similar ao descrito para as mães. Outros
estudos permitiram concluir que em situação de interacção na tríade, o pai exerce
claramente um papel mais activo que a mãe, em contraste com o estereótipo cultural do pai
como participante passivo.
« Assim o interesse do contacto precoce e prolongado pais-bebé é valido com a mesma
força para ambos os progenitores.
« É importante que encaremos o papel do pai na relação com os filhos, de uma forma
cada vez menos diferenciada do papel de mãe.
« Numa sociedade em mudança começam a surgir “pais-solteiros” que nos mostram ser
capazes, com êxito, de se relacionar com os seus filhos cuidando e educando.
« O papel do pai é importantíssimo na estabilidade emocional da puérpera e no apoio aos
outros filhos (se os houver).

Fases do apego (Kaplan)


« 1º estadio de pré apego – nascimento às 8 semanas – o bebé orienta-se para a mãe,
seguindo-a com os olhos, vira-se e move-se ritmicamente com a sua voz.
« 2º estadio formação do apego – 8 a 10 semanas – 6 meses – o bebé torna-se apegado
a uma ou mais pessoas no seu ambiente. A separação de uma pessoa em particular não é
problema.
« 3º estadio definição do apego 6-24 meses – o bebé chora e exibe outros sinais de
sofrimento quando separado do responsável ou da mãe. Quando volta à companhia da mãe
cessa o choro.
« 4º estadio além dos 24 meses – afigura da mãe é vista como independente e
desenvolve-se um relacionamento mais complexo entre mãe e filho.

2. INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO NA OPTIMIZAÇÃO DA RELAÇÃO PAIS-FILHO


« O papel do enfermeiro desenvolve-se antes, durante e após o parto, no sentido de
ajudar a receber o bebé nas melhores condições que propiciem um desenvolvimento
harmonioso e saudável.
• Antes da gravidez (centro de saúde): motivar para o planeamento familiar de forma a
que a gravidez ocorra apenas no momento desejado.
• Durante a gravidez:
— Informar o casal sobre a fisiologia do parto a fim
de envolver o pai em todo o processo e de diminuir o medo do desconhecido e a
ansiedade
— Informal o casal sobre as competências do
recém-nascido
• Durante e após o parto:
— Criar condições para que a grávida possa estar acompanhada por um
elemento selecionado por si
— Proporcionar sempre que possível o contacto precoce pais-filho
— Estimular a mãe a cuidar do seu bebé reforçando positivamente o seu
desempenho (banho, vestir, amamentação, etc)
— Permitir a presença do pai e irmãos junto da mãe e bebé o máximo de
tempo possível
— Detectar situações que possam pôr em causa a relação pais-filho
« É evidente que não se consegue ensinar a amar mas é possível criar condições que
ajudam os pais a expressar esse amor.
Em síntese…
« A relação pais-filho é muito importante no futuro desenvolvimento da criança e até dos
pais.
« A relação pais-filho inicia-se muito antes do nascimento, aquando da decisão de
conceber uma nova vida.
« A relação pais-filho é única e irrepetível não tendo de obedecer a padrões pré-
estabelecidos.
« O contacto precoce e prolongado com o bebé facilita o estabelecimento da vinculação
pais-filho.
« A impossibilidade de contacto precoce não significa uma relação frustrada.
« Os enfermeiros devem esforçar-se por criar condições que promovam o apego,
informando, esclarecendo e apoiando os pais antes, durante e após o nascimento.
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