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INSTITUTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO BRASIL

Ana Cleudes Lopes

Alfabetização e Letramento: desafios e possibilidades na


prática educativa do processo de ensino e aprendizagem.

Canaã dos Carajás


2018
INSTITUTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO BRASIL

ANA CLEUDES LOPES

Alfabetização e Letramento: desafios e possibilidades na


prática educativa do processo de ensino e aprendizagem.

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Pedagogia


da faculdade Iesbra para a obtenção de título de graduado em
Pedagogia.

Orientadora: Professora Auridineide Viana


Alfabetização e Letramento: desafios e possibilidades na
prática educativa do processo de ensino e aprendizagem.

Este exemplar corresponde à redação final da Monografia de


graduação defendida por Ana Cleudes Lopes e aprovada pela
Comissão julgadora em __/__/____

_____________________________________

Ana Cleudes Lopes


Dedico este trabalho a Deus, ao meu esposo e aos meus filhos e meus avós, com
todo carinho.

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus pelo dom da vida e por ter me proporcionado a


oportunidade de chegar até aqui.
Ao meu esposo Raimundo Rodrigues da Silva Filhos por toda dedicação e
apoio, aos meus avós Domingos Thiago Mendes e Helena Alves Oliveira, que
sempre estiveram ao meu lado contribuindo diretamente para a conquista desta
grande realização.
Agradeço a minha orientadora professora Auridineide Viana, que sempre
esteve disposta a me ajudar contribuindo para um melhor aprendizado.
Minha gratidão por toda sua dedicação, paciência nesse processo de
conclusão de TCC, obrigada por todo incentivo com palavras positivas de que tudo
daria certo, você é um exemplo de profissional, valeu! Deus abençoe.
Agradeço também ao Instituto IESBRA por ter me dado a chance e todas as
ferramentas que me permitiram chegar hoje ao final desse ciclo de maneira
satisfatória.

“Ler não é decifrar, escrever não é copiar”


(Ferreiro)
RESUMO

Este trabalho tem como tema Alfabetização e letramento: desafios e possibilidades


na pratica educativa do processo de ensino e aprendizagem, direcionado para o 1°
ano do ensino fundamental da unidade Escolar Educação Infantil Degraus em
Canaã dos Carajás/PA. Neste contexto, buscou-se embasamento para as seguintes
problematizações: quais as consequências causadas pelo analfabetismo no 1º ano
do ensino fundamental? Que fatores influenciam a falta de compreensão do método
Iracema Meireles, voltado para crianças do 1º ano de ensino fundamental? No
decorrer desta referida pesquisa, priorizou-se as seguintes hipóteses que podem
apontar para as possíveis causas destes eminentes problemas: a falta de
socialização, aplicação de métodos diferentes, falta de afetividade na relação
professor/aluno e falta de qualificação profissional do professor. Contudo, objetivou-
se analisar o grau de aprendizado dos alunos no processo de alfabetização e
letramento voltado para o 1º ano do ensino fundamental da referida escola. Os
objetivos específicos são: estimular a afetividade entre professor e aluno;
desenvolver diferentes métodos no processo de ensino-aprendizagem voltados para
o 1° ano do ensino fundamental; identificar de forma individual, como cada aluno
prefere aprender a ler e escrever; reconhecer as capacidades necessárias para o
uso da escrita no contexto escolar; conhecer usos e funções sociais da escrita;
utilizar e valorizar os modos de produções e de circulação da escrita na sociedade.
Para tanto, adotou-se uma metodologia de aplicabilidade, com acompanhamento de
gestores, direção, coordenação e alunos, durante os meses de agosto, setembro e
outubro do ano de 2018.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizado, Alfabetização, letramento, afetividade.


ABSTRACT

This work has as its theme Literacy and literacy: challenges and possibilities in the
educational practice of the teaching-learning process directed to the 1st year of
elementary school at the Escola Educação Infantil Degraus in Canaã dos Carajás /
PA. In this context, the following problems were sought: what are the consequences
caused by illiteracy in the 1st year of elementary school? What factors influence the
lack of understanding of the Iracema Meireles method for children in the first year of
elementary school? In the course of this research, priority was given to the following
hypotheses that can point to the possible causes of these eminent problems: the lack
of socialization; application of different methods; lack of teacher / student affection;
lack of professional qualification of the teacher. However, the objective was to
analyze the students' degree of learning in the process of literacy and literacy geared
towards the 1st year of elementary school at that school. The specific objectives are
to stimulate the affection between teacher and student; develop different methods in
the teaching-learning process, aimed at the 1st year of elementary school;
individually identify how each student prefers to learn to read and write; recognize the
skills needed to use writing in the school context; to know social uses and functions
of writing; use and value the modes of production and circulation of writing in society.
To this end, an applicability methodology was adopted, with monitoring by managers,
direction, coordination and students, during the months of August, September and
October of the year 2018.

KEYWORDS: Learning, Literacy, literacy, affectivity.

SUMÁRIO
1 INTRODUÇAO ...................................................................................................6

2 Histórico Da Alfabetização e Letramento No Brasil..................................................8

2.1 A Importância da Leitura na Escola Degraus em Canaã dos Carajás...................9

3 Dialogando Com Piaget, Vygotsky, Ferreiro e Iracema


Meireles.............................10

3.1 Métodos de Alfabetização e Letramento..............................................................12

3.2 Leitura Segundo Magda


Soares............................................................................14

4 Alfabetizar: Desafios e Possibilidades.....................................................................15

4.1 A Importância do Lúdico no Processo de Alfabetização e


Letramento.................18

4.2 Ambientes Alfabetizadores: como praticar..........................................................20

5 RESULTADO DA PESQUISA...............................................................................21

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................22

7 REFERÊNCIAS.....................................................................................................23
1. INTRODUÇÃO

A alfabetização é o processo de aprendizagem em que se desenvolve a


habilidade de ler e escrever. Já o letramento, desenvolve o uso de competência
da leitura e escrita nas práticas sociais. A leitura e a escrita proporcionam as
crianças a oportunidades de crescimento e enriquecimento cultural, social e
intelectual.
Sabe-se, porém, que grande parte dos alunos ingressam no 1° ano do
ensino fundamental apresentando dificuldades de aprendizagem de leitura e
escrita. A LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) diz que
a reprovação no 1º ano do ensino fundamental é proibida. Neste caso, quando o
aluno conclui este ano letivo sem ser alfabetizado segue-se para as séries
seguintes sem saber ler e escrever. Por isso, cada instituição escolar deve se
posicionar para amenizar esse problema, habilitando os professores, para
alcançar sucesso na aplicação de métodos eficientes para alfabetizar e letrar. E
fica claro que é necessário a efetivação total da escola para desenvolver-se o
processo de alfabetização e letramento.
Tendo em vista que a educação é, com certeza, um dos fatores mais
importantes para a construção de uma sociedade democrática e desenvolvida,
sendo a condição básica e direito fundamental da cidadania o domínio da língua
nas diferentes vertentes das palavras escrita e falada, da leitura e oralidade, é
imprescindível que haja o domínio variado da comunicação entre o indivíduo e a
sociedade.
Sob essa perspectiva, o presente trabalho apresenta a seguinte temática:
Alfabetização e letramento: desafios e possibilidades na pratica educativa do
processo de ensino e aprendizagem, sendo direcionado para o 1º ano do ensino
fundamental.
Que para tanto, buscou informações para dar respostas aos relevantes
índices de analfabetismo neste ano letivo. Na Escola em estudo, os processos de
alfabetização e letramento são conciliados assegurando aos alunos a apropriação
dos sistemas alfabéticos ortográficos, possibilitando o uso de língua nas práticas
sociais de leitura e escrita. Estes dois processos são interligados e caminham
juntos, de forma que o principal papel da instituição é fazer sua intermediação
entre educador e aluno.
O professor é instruído e preparado pelo orientador didático, na proposta
pedagógica oferecida pelo sistema positivo de ensino e através do método
Iracema Meireles. Em sala de aula, o educador aplica e desenvolve estes
métodos com o real objetivo de que os alunos concluam o 1° ano do ensino
fundamental sabendo ler e escrever.
Diante destes fatores, podemos levantar seguintes questionamentos:
quais as consequências causadas pelo analfabetismo no 1º ano do ensino
fundamental? Que fatores influenciam a falta de compreensão do método Iracema
Meireles, voltado para crianças do 1º ano de ensino fundamental?
Em decorrência de todas as dificuldades e problemáticas apresentadas
pelos alunos em sala de aula, desenvolvemos investigações sobre as possíveis
causas destes fatores, e podemos apontar vários motivos que interferem
diretamente no processo de ensino-aprendizagem e que desestabilizam a
aquisição dos conhecimentos, entre eles: a falta de socialização, a aplicação de
métodos incoerentes, o não-desenvolvimento da relação entre criança-adulto,
outras crianças e o ambiente – relação esta que deve ser desenvolvida com o fim
de cooperar para o desenvolvimento integral da criança - e a falta de qualificação
profissional do professor.
Esta referida pesquisa objetivou, contudo, analisar o grau de aprendizado
dos alunos no processo de alfabetização e letramento durante o 1º ano do ensino
fundamental.
Buscando compreender os processos de alfabetização e letramento
aplicados para os alunos do 1° ano do ensino fundamental, foram delineados
alguns objetivos norteadores, são eles: estimular a relação entre criança-adulto,
outras crianças e o ambiente – que deve ser um ambiente alfabetizador que
proporciona aprendizagens significativas - bem como desenvolver métodos
significativos e efetivos no processo de ensino-aprendizagem voltado para o 1°
ano do ensino fundamental, identificar as especificidades do processo de
aprendizagem, desenvolvendo a percepção da maneira que cada criança aprende
a ler e escrever, e incentivar as crianças a estabelecer relações entre linguagem
escrita e oral para que avancem nas suas habilidades.
Neste contexto, a metodologia apresentada foi realizada através de
pesquisas bibliográficas pela seleção de defesas teóricas de grandes autores; de
valor qualitativo, pois analisou os níveis de métodos aplicados; e quantitativo, pois
buscou relatos acessando livros, sites e in loco pois foi baseada na observação
local. Com gestores, direção, coordenação e alunos da escola em estudo, durante
os meses de agosto, setembro e outubro de 2018 sobre o tema em exposição,
buscando informações e depoimentos da gestora Giselli Silva e da Diretora Vera
Bernardes. Com acompanhamento em sala de aula nos horários de 13h30min as
17horas, observando o método de ensino aplicado pela escola que é o método
Iracema Meireles - A casinha Feliz - conhecido como método fônico.
O Método Iracema Meireles é um modelo de alfabetização fonético e
contextualizado que tem como vantagens o esforço de decorar os nomes e sons
das letras que aparecem associadas a figura do universo do aluno que facilita a
descoberta das correspondências grafema fonema.
A escola deve ter total efetivação na aplicabilidade do método de ensino-
aprendizagem e intermediar coletivamente e individualmente todo o processo de
alfabetização e letramento para que objetivo principal, que é alfabetizar, seja
alcançado, ou seja, para que o aluno aprenda a ler e escrever e desenvolva o
aprendizado em seu contexto social.
Nesta perspectiva, para que isso aconteça o principal papel da escola é
preparar o professor através da orientação didática e da proposta pedagógica
oferecida pelo sistema de ensino. Este processo, nesse sentido, ocorre por meio
de seminários, encontros, e reuniões oferecidas pela escola aos profissionais da
educação.

2. HISTÓRICO DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NO BRASIL

A História da Alfabetização em nosso país foi centrada na História dos


Métodos de Alfabetização. As práticas de leitura e de escrita ganharam mais
forças no final do século XIX, principalmente a partir da Proclamação da
República. Nessa época, as práticas de leitura e escrita eram restritas a poucos
indivíduos nos ambientes privados do lar ou nas “escolas” do império em suas
“aulas régias”.
Para a iniciação do ensino da leitura eram utilizadas as chamadas “cartas
de ABC” e os métodos de marcha sintética, ou método sintético (da “parte” para o
“todo”); da soletração (silábico), partindo dos nomes das letras; fônico (partindo
dos sons correspondentes às letras); e da silabação (emissão de sons), partindo
das sílabas.
Na primeira década republicana, foi instituído o método analítico que
diferentemente dos métodos de marcha sintética, orientava que o ensino da
leitura deveria ser iniciado pelo “todo” para depois se analisar as partes que
constituem as palavras. Ainda nesse momento, já no final da década de 1920, o
termo “alfabetização” passou a ser usado para se referir ao ensino inicial da
leitura e da escrita.
A partir da segunda metade da década de 1920, passa-se a utilizar
métodos mistos ou ecléticos, chamados de analítico - sintético, ou vice-versa.
Esses métodos se estendem até aproximadamente o final da década de 1970.
Já no início da década de 1980, foi introduzido no Brasil, o pensamento
construtivista de alfabetização, fruto das pesquisas de Emília Ferreiro e Ana
Teberosky sobre a Psicogênese da Língua Escrita. O Construtivismo não se
constitui como um método, mas sim como uma desmetodização em que na
verdade, propõe-se uma nova forma de ver a alfabetização, como um mecanismo
processual e construtivo com etapas sucessivas e hipotéticas.
Nessa mesma época, foi constatado um número enorme de pessoas
“alfabetizadas”, mas consideradas como analfabetos funcionais, que são as
pessoas que decodificam os signos linguísticos, mas não conseguem
compreender o que leram. Surge então o termo “letramento”. Estar letrado seria
então, a capacidade de ler, escrever e fazer uso desses conhecimentos em
situações reais do dia-a-dia. Alfabetizar letrando é de fundamental importância,
pois garante uma aprendizagem muito mais significativa.

2.1 A importância da leitura e da escrita na escola Degraus do saber

A Escola de Educação infantil Degraus de saber tem como principal função


intermediar todo o processo de alfabetização e letramento, contribuindo para o
desenvolvimento dos alunos nas habilidades de leitura e escrita. Nesse contexto,
sua intervenção é coletiva e individual, de acordo com as dificuldades
apresentadas pelas crianças. Com efetivação total e acompanhamento dos
discentes para que venham alcançar o real objetivo que é aprender a ler e
escrever.
O professor é preparado para atuar no processo de alfabetizar através de
seminários, encontros educacionais e reuniões com a direção escolar. São
instruídos pela orientação didática da proposta pedagógica oferecida pelo sistema
positivo de ensino e também pelo método Iracema Meireles - A Casinha Feliz.
Quando há suspeitas de que o aluno apresenta algum problema
psicológico, é feito um relatório pelo professor, enviam um comunicado aos pais e
encaminham um oficio solicitando o atendimento psicológico.
No caso de alunos que vem de outras instituições e ingressam nesta
escola com dificuldades de aprendizagem e de compreensão do método aplicado,
é responsabilidade do professor fazer uma revisão de todo o conteúdo, para que
o aluno consiga acompanhar e avançar nas habilidades de ler e escrever.
A participação ativa dos pais e sua preocupação em ajudar, auxiliar e
acompanhar o desenvolvimento dos filhos dentro da instituição é muito importante
e contribui para o êxito tanto do aluno, quanto da escola no processo de
alfabetização e letramento.

3. DIALOGANDO COM PIAGET, VYGOTSKY, FERREIRO E IRACEMA


MEIRELES
Conforme Jean Piaget, um dos mais importantes teóricos do século XX,
cujo legado é um subsídio de aperfeiçoamento das técnicas pedagógicas, (2011,
p. 17), a conquista das habilidades de leitura e escrita tem início no ambiente
escolar com o desenvolvimento da oralidade.
Segundo ele, “a linguagem é necessariamente interindividual, sendo
constituída por um sistema de signos (= significantes arbitrários e convencionais)”.
Mas ao lado da linguagem, a criança pequena- menos socializada que a de 7-8
anos e sobretudo que o próprio adulto, tem necessidade de outro sistema de
significantes, mais individual e mais motivado: os símbolos, cujas formas mais
correntes na criança pequena se encontra no jogo simbólico ou na imaginação... o
jogo simbólico aparece mais ou menos ao mesmo tempo da linguagem.
Outrossim, o ambiente pautado em pressupostos piagetianos, fortalece a
interação do professor com os alunos, entre o sujeito (aluno) e o objeto,
construindo sequencialmente o conhecimento. Desta forma, ao desenvolver a
linguagem e o pensamento simbólico, a criança cria bases cognitivas para a
compreensão e utilização dos símbolos, a escrita.
Nessa perspectiva, as interações sociais são consideradas elemento
fundamental no desenvolvimento da língua e da escrita. Lev Vygotsky, psicólogo
bielo-russo pioneiro e referencial teórico nos estudos pedagógicos que
demonstraram que o conceito de desenvolvimento intelectual infantil ocorre em
função das interações sociais e condições de vida, afirma que (apud OLIVEIRA,
1997, p.72) a aquisição da língua escrita é: “[...] a aquisição de um sistema
simbólico de representação da realidade”. Nesse sentido, o educando precisa
estar inserido em um ambiente escolar que o ensino da leitura e escrita não seja
realizado de maneira imposta, mas tenha significado para ele; em que se tenha
um ensino organizado e horizontalizado, que se aproxime e dialogue com sua
realidade e que faça sentido quando inserido nesse realidade, é o que afirma
Vygotsky (2007, p.144) em sua obra “A formação social da mente”, e enfatiza que:

[...] a escrita deve ser incorporada a uma tarefa necessária e relevante


para a vida. Só então poderemos estar certos de que ela se desenvolverá não
como hábito de mãos e dedos, mas como uma forma nova e complexa de
linguagem.
Nesse ínterim, enquanto docentes, devemos compreender o
desenvolvimento da linguagem oral e escrita como resultado de um fazer
pedagógico responsável pela formação de pequenos cidadãos, sujeitos sociais.
Pois segundo Ferreiro (1996, p.24) “O desenvolvimento da alfabetização ocorre,
sem dúvida, em um ambiente social. Mas as práticas sociais assim como as
informações sociais, não são recebidas passivamente pelas crianças”, ou seja, as
crianças não devem ser compreendidas como ‘tábulas rasas’, mas como seres
humanos complexos e plurais conscientes do ambiente social e das informações
sociais as quais estão inseridas.
De acordo com suas experiências pedagógicas e docentes, Ferreiro (1999,
p.44-7), esquematiza algumas propostas fundamentais sobre o processo de
alfabetização inicial, dentre elas: restituir a língua escrita seu caráter de objeto
social; nesse sentido, desde o início (inclusive na pré-escola) se aceita que todos
na escola podem produzir e interpretar escritas, cada qual em seu nível, bem
como, permite-se e estimula-se que a criança tenha interação com a língua
escrita. Nos mais variados contextos, o acesso o quanto antes possível à cultura
escrita, facilitará a compreensão da relação entre a escrita e a linguagem.
No decorrer da alfabetização, a criança passa pelo processo de
desenvolvimento da escrita, e, à medida que interage com a linguagem oral e
escrita, ela avança na chamada ‘hipótese de escrita’ – momento em que o aluno
passa a fonetizar a escrita, ou seja, faz relações entre a quantidade de sílabas de
uma palavra e cada emissão sonora com apenas uma letra.
Nesse sentido, entende-se a alfabetização como um desenvolvimento
processual, que é mediado por interações sociais dentro e fora da escola, pois,
conforme Ferreiro (1999, p.47) “a alfabetização não é um estado ao qual se
chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos anterior a escola e
que não termina ao finalizar a escola primária”.
A autora defende que, de todos os grupos populacionais as crianças são
as mais facilmente alfabetizáveis e estão em processo continuo de aprendizagem,
enquanto que os adultos já fixaram formas de ação e de conhecimento mais
difíceis de modificar, ressalta ainda que: há crianças que chegam à escola
sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou
importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas
começaram a alfabetizar muito antes, através da possibilidade de entrar em
contato, de interagir com a língua escrita. Porém, há outras crianças que
necessitam da escola para apropriar-se da escrita. (Ferreiro, 1999, p.23).
A proposta pedagógica do ensino e aprendizagem de Iracema Meireles
parte do princípio de que a leitura e escrita ampliam a capacidade de autonomia
necessária para que o aluno avance no processo de construção do seu
conhecimento.
Seu principal objetivo ao criar o método de alfabetização e a cartilha
Casinha Feliz era a difusão da leitura e escrita em qualquer faixa de idade, etnia e
posição social, e isso deveria ser feito de forma lúdica, o aprender-brincando. No
lançamento de sua cartilha, com o apoio do Professor Anísio Teixeira, ela
concedeu uma entrevista à Revista do Ensino número 90, Editora Globo, em
março 1963. Nessa revista, Iracema apresentou sua visão sobre as trocas entre
aluno e professor que ocorrem no ambiente escolar durante o processo de
ensino-aprendizagem, que foram a base para construção do seu método: “Não
inventei nada. Na minha vida de magistério, aprendi a observar a criança, o seu
modo de agir e reagir, as suas dificuldades pessoais. Creio que a professora é
tanto mais professora quanto mais e melhor entende seus alunos. O êxito da
criança na aprendizagem (portanto êxito também da professora) depende muito
mais daquilo que a professora recebe da criança do que daquilo que lhe dá. Se a
mestra sabe receber, isto é, aceitar o aluno como ele é, atentar para o que ele
traz ou necessita, então tudo dá certo. Como considerar novo o nosso método, se
durante mais de dez anos, nós o aprendemos, nós o estudamos em um livro
imenso e belo – a criança. Nosso era só o empenho, o propósito de proporcionar
às crianças que aprendiam a ler e a escrever uma situação emocional boa ou
mesmo ótima, se possíveis. Mas isso só se consegue com um mínimo esforço de
memória e um máximo de interesse.”

3.1 Métodos de Alfabetização e Letramento.

O Método Fônico é um modelo de alfabetização que primeiro ensina os


sons de cada letra e então constrói a mistura destes sons em conjunto para
alcançar a pronúncia completa da palavra, permitindo dessa forma que se consiga
ler toda e qualquer palavra.
Ele nasceu como uma crítica ao método da soletração ou método
alfabético, usado no Brasil até a década de 1980, e é indicado para crianças mais
jovens e recomendado ser introduzido logo no início da alfabetização.
Nessa abordagem, antes de ser dado a criança um livro para ler, elas
aprendem os sons das letras, ou fonemas. A partir do aprendizado, se ensina a
combiná-las de modo a formar palavras (FEITELSON, 1988). A aplicabilidade
desse método ocorre em pelo menos três fases, são elas:

1ª fase: Sons das Letras


A introdução inicial dos fonemas, ou sons das letras, geralmente dá-se
através de histórias criadas para que elas identifiquem a relação grafema/fonema,
letra/som; ou seguindo sugestão de (CAPOVILA, 2007) o/a professor(a) faz uma
demonstração da pronuncia do som da letra, oferecendo exemplos de objetos que
façam parte do cotidiano do aluno, geralmente se trabalha a pronuncia das letras
num todo e as escreve no quadro, destacando-as.
2ª Fase: Combinando Sons
O aluno pode começar o intento de combinar os sons antes de dominar
todo o alfabeto. Após aprender alguns fonemas, como: /u/ /a/ /o/ /t/ e /p/ utiliza-se
um alfabeto móvel e solicita-se que a criança forme palavras com essas letras;
elas formarão algumas palavras: pata, pato, tato, tatu, tapa, topo, etc. E, em
seguida, são incentivadas a pronunciar o som de cada letra, combinando-os para
gerar a pronúncia da palavra. Emprega-se, no início, palavras simples com até 4
letras, até os alunos se sentirem confortáveis com o processo, depois palavras
maiores, palavras com dígrafos /ch/ /tr/ e por último as exceções fonéticas,
casa /kaza/ hospital /ospital/. A cada nova relação som/letra ensinado revisa-se as
já aprendidas manipulando-as para formar novas palavras. Desta forma estará
gradativamente ampliando a capacidade leitora de seus alunos.

3ª Fase: Montando Frases


Posteriormente o aprendizado da pronuncia das palavras, são formadas
frases com elas e se incentiva os alunos a leitura. Logo depois, a criarem suas
próprias frases. Dessa maneira, a criança constrói a pronuncia por si própria.
Muitas das correspondências som/letra, incluindo consoantes, vogais e dígrafos,
podem ser ensinados num espaço de poucos meses, desse modo as crianças
são alfabetizadas num período de quatro a seis meses, quando passam a ler
textos cada vez mais complexos e variados, conforme afirma a pedagoga Regina
Maria Chaves, que utiliza o método há vários anos. Isso significa que as crianças
poderão ler muitas das palavras desconhecidas que elas mesmas encontram nos
textos, sem o auxílio do professor para tal.
O Método Alfabético um dos mais antigos sistemas de alfabetização,
também conhecido como soletração, tem como princípio de que a leitura parte da
decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas combinações
silábicas e, em seguida, as palavras.
A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até
conhecer histórias. Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até
decodificar a palavra, por exemplo, a palavra casa se soletra assim: c-a, ca; s-a,
sa, casa. O método Alfabético permite a utilização de cartilhas.
As principais críticas a este método estão relacionadas à repetição dos
exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, além de não respeitar os
conhecimentos adquiridos pelos alunos antes de eles ingressarem na escola. O
método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do interior do país, uma
vez que é mais simples de ser aplicado, seja através da repetição das Cartas de
ABC, seja na alfabetização doméstica.
O Método Silábico posiciona-se no grupo dos métodos sintéticos, que se
organizam das partes para o todo, ele se caracteriza pela apresentação visual de
sílabas prontas, sem forçar a articulação das consoantes com as vogais, e sem
destacar as partes que compõem a sílaba.
O método silábico atende a um princípio importante e facilitador da
aprendizagem: quando falamos, pronunciamos sílabas, e não letras ou sons
separados, e opera com um fragmento que pode ser reconhecido sem
preocupação sobre sua relação direta com o som da fala. Existem várias sílabas
que comportam mais letras do que os sons que pronunciamos; há letras que têm
mais de uma representação sonora ou sons representados por mais de uma letra;
há sílabas de uma a cinco letras que podem ser decifradas num bloco silábico
único, e não elemento a elemento.
Na escrita alfabética, em geral, aparecem vários tipos de combinações
silábicas na mesma palavra. Portanto, dois procedimentos são importantes para
os processos de registro escrito e decodificação na leitura: a análise fonológica
da sílaba, como segmento que compõe a cadeia sonora da fala e seu registro
escrito, e a segmentação de palavras escritas em sílabas a serem lidas numa
dada sequência.

3.2 Leitura segundo Magda Soares

A leitura é uma atividade cognitiva que implica o desenvolvimento do


sujeito na busca e compreensão dos significados. Kramer (1998), enfatiza que:
“[....] alfabetização é um processo de representações, que envolve substituições
gradativas (ler um objeto, uma figura ou desenho, uma palavra) em que o objetivo
primordial é apreensão e compreensão do mundo [...]”.
A pratica da leitura deve privilegiar as situações em que o aluno tenha
acesso as diferentes modalidades textuais, tais como: textos informativos,
poéticos, publicitários, lúdicos e instrucionais; compreendendo a função a que se
destina e o que o constitui.
De acordo com Magda Soares (2003) “letras é mais que alfabetizar, é
ensinar ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham
sentido e façam parte da vida do aluno.” Para tanto, cuidados serão necessários
ao conduzir a alfabetização.
Segundo a autora, apenas ensinar a ler e escrever é insuficiente: alcançar
níveis de analfabetização funcional em que as pessoas leem e escrevem e, no
entanto, são incapazes de fazer uso deste conhecimento numa esfera social já
deixou de ser processo de ensino-aprendizagem e é improdutivo. Conforme
afirma no Diário da escola em 23 de agosto de 2003: ‘’[...] para a adaptação
adequada ao ato de ler e escrever, é preciso compreender, inserir- se, avaliar,
apreciar a escrita e a leitura. O letramento compreende tanto a apropriação das
técnicas para a alfabetização quanto esse aspecto de convívio e hábito de
utilização da leitura e da escrita”.
4. ALFABETIZAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Alfabetizar é um processo que requer planejamento e implementação de


ações pedagógicas que propiciem aos alunos o desenvolvimento das habilidades
para ler e escrever com compreensão.
Nesse ínterim, este processo exige um trabalho complexo e integrado que
propicie uma construção de conhecimento e aprendizagens significativas. Ao
professor, cabe a função de mediá-lo, dialogando com as diferentes experiências
sociais e conhecimentos prévios da criança, além de atuar como um sujeito que
compreende seus alunos de maneira plural, e, dessa maneira, atua de maneira
plural, exercendo a sua função docente de uma forma ampla e atendendo às
necessidades da criança – sejam elas cognitivas, emocionais, culturais ou sociais.
Nesse sentido, o professor exerce e lidera a mediação desses processos,
e, portanto, deve ter competências socioemocionais e cognitivas para tal,
formação esta que é para a vida toda, e reivindica um fazer e refazer-se constante
e contínuo, para o aperfeiçoamento do fazer pedagógico. Como alfabetizador, o
professor será o agente que estimulará as fases da escrita até chegar à escrita
convencional e a apropriação completa do sistema de escrita, em todos os seus
aspectos.
Porém, o processo de alfabetização é multifacetado e heterogêneo e
requer esforço constante em construir o conhecimento de maneira progressiva e
integrada; é um processo social – uma vez que demanda interações sociais - e
conhecimento da realidade social em todas as suas implicações, e entendê-lo
requer uma leitura estrutural, peça fundamental na compreensão dos desafios da
alfabetização.
Nesse seguimento, dentre os desafios e dificuldades da prática docente
que o professor alfabetizador enfrenta cotidianamente em sua luta para promoção
de um ensino-aprendizado mais universalizado e democrático, podemos afirmar:
a falta de recursos em sala de aula, o espaço designado a esse ambiente, a falta
de assistencialismo por parte do poder público – seja referente a proporcionar
formação continuada de professores, seja em oferecer suporte didático para o
ensino de qualidade - a indiferença frente aos problemas estruturais da educação
– comumente resultado de uma ausência de consciência histórica e político-social
acerca de seu papel - e as desigualdades sociais, fruto de uma realidade
socioeconômica em que estamos inseridos.
Sendo assim, é de fundamental importância que haja uma aliança de
empenho e parceria contínuos entre a escola e a família, ambientes que devem
ser constantes espaços de formação integral das crianças. Nesse ínterim, a
família, tal qual a escola, deve exercer seu papel de mediadora desse
aprendizado, incentivando a criança a desenvolver suas habilidades e
capacidades, um grande desafio, porém um dever.
Pois, conforme previsto na legislação, quanto às atribuições da família e do
Estado, a Constituição Federal, em seu artigo 205, afirma que: "a educação é
direito de todos, e dever do Estado e da família". A educação é, por conseguinte,
dever da família e do Estado, assim como um direito da criança.
Nesta perspectiva, entendemos que a escola e a família se complementam
na tarefa da formação social da criança, sendo assim, se ocorre omissão quanto à
sua atribuição o processo de ensino-aprendizagem acaba comprometido.
Outrossim, Nérici (1972) considera que a influência da família é básica e
fundamental no processo educativo do imaturo e nenhuma outra instituição está
em condições de substituí-la.
Sob essa perspectiva, a compreensão destes desafios nos leva a um fazer
pedagógico pautado em ações que objetivem um aprendizado mais efetivo. O
fazer pedagógico é, portanto, um constante processo de ação/reflexão/ação na
busca de intervenções que transformem a realidade do contexto educacional.
Como medidas paliativas o educador ‘consciente’ busca alargar e aprimorar seus
conhecimentos por meio de cursos de formação continuada e leituras de temas
diversificados para enriquecer e aperfeiçoar sua ação educativa.

4.1 A importância do lúdico no processo de Alfabetização e Letramento.

O Lúdico é uma atividade pedagógica e didática que visa estimular a


criatividade e desenvolver o aprendizado e o conhecimento através de jogos,
música e dança. O intuito é educar e ensinar se divertindo e interagindo com o
outro, e, nesse sentido, a atividade lúdica tem o objetivo de produzir
conhecimento por meio do prazer e da diversão.
Nessa perspectiva, no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, a
criança se vê inserida em um ambiente de novidades - letras, palavras, frases e
textos - e, desse modo, se engajará neste ambiente com mais facilidade se
inserida integralmente nele, através de diferentes métodos e meios,
transformando o processo de aprendizagem participativo, inteligente, e prazeroso
através do lúdico, em oposição ao fazer pedagógico tradicional - estático,
repetitivo, e mecânico – ainda muito próprio das escolas. Portanto, é de
fundamental importância que se associe o processo de alfabetização com o lúdico
na forma de jogos e brincadeiras que despertem o interesse e a atenção das
crianças, tornando este processo de aprendizagem significativo.
A alfabetização e o lúdico são intrínsecos. O ambiente lúdico é o mais
propício para a aprendizagem e produz verdadeira internalização da alfabetização
e do letramento. O brincar pedagogicamente deve estar incluído no cotidiano das
crianças de maneira a proporcionar o desenvolvimento das capacidades
cognitivas, motora, afetiva, ética, estética, de relação interpessoal e de inserção
social e a aprendizagem específica da alfabetização.
Brincando, a criança tem oportunidade de aprender conceitos, regras,
normas, valores e também conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentos
nas mais diversas formas de conhecimento.
O lúdico favorece a autoestima da criança e a interação de seus pares,
propiciando situações de aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades
cognitivas. É um caminho que leva as crianças para novas descobertas,
revelando segredos escondidos explorando, assim, um mundo desconhecido –
aqui, é o mundo dos códigos e símbolos que ela explora e desenvolve na
alfabetização, juntamente com suas habilidades. O brincar é uma atividade
própria da criança, dessa forma, ela se movimenta e se posiciona diante do
mundo em que vive. Na alfabetização e no letramento ela não brinca por brincar,
ela brinca com propósitos e com um olhar pedagógico.
Com os desafios lúdicos, as professoras estimulam o pensamento,
desenvolvem a inteligência, fazendo com que a criança alcance níveis de
desenvolvimento que só o interesse pode provocar. A alfabetização e o
letramento acontecem de forma contínua na vida criança e, quando o lúdico está
presente nas práticas educativas, nas atividades de aprendizagem, nos
momentos de atividades mais livres, desperta a criança para o prazer de estar na
escola e de aprender. Assim, elas criam um espaço de experimentação e
descoberta de novos caminhos de forma alegre, dinâmica e criativa.
Essa forma de aprender ajuda na preparação para a vida adulta, pois
desenvolve as funções intelectuais e desenvolve suas potencialidades. Vygotsky
(1987) afirma que na brincadeira “a criança se comporta além do comportamento
habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo, é como
se ela fosse maior do que ela é na realidade” (p. 117). Enquanto a criança brinca,
amplia sua capacidade corporal, explora as percepções e, sobretudo, desenvolve
e estimular o raciocínio e a concentração, fatores fundamentais para o
aprendizado. É imensa a riqueza de contribuições que os jogos e brincadeiras
podem trazer para o desenvolvimento humano de seres pequenos, jovens ou
adultos.
O lúdico enriquece o vocabulário, aumenta o raciocínio lógico e leva a
criança a avançar em suas hipóteses. Dessa forma, ela desenvolve o processo de
ensino-aprendizagem, e se alfabetiza e de forma divertida e dinâmica. As
atividades lúdicas são fundamentais para uma aprendizagem divertida e de
sucesso. O caderno pedagógico do pró-letramento diz que “os jogos promovem
habilidades no exercício fonológico, na exploração e domínio das relações som-
grafia, levando a terem avanços na leitura e escrita”. Nas situações de jogar,
brincar, os alunos partilham suas descobertas com os colegas e assim vão
aprendendo a ler e a escrever.
Por conseguinte, não nos resta dúvida de que na escola, importante
agência de letramento “[...] é necessário reconhecer que alfabetização –
entendida como a aquisição do sistema convencional de escrita – distingue-se de
letramento – entendido como o desenvolvimento de comportamentos e
habilidades de uso competente da leitura e da escrita em práticas sociais […]”
(SOARES, 2004, p.20). Além disso, é relevante compreender que é importante ir
muito além do domínio do código escrito. Nosso desafio se constitui em
“alfabetizar letrando, ou letrar alfabetizando, pela integração e articulação das
várias facetas do processo de aprendizagem inicial da língua escrita [...].”
(SOARES, 2004, p.22). À vista disso, entender o conceito de letramento inserido
no processo de alfabetização, bem como compreender os aspectos que implicam
este processo nos leva a perceber a importância do lúdico no ensino-
aprendizagem que objetiva inserir a criança no sistema de escrita, visando
desenvolver suas habilidades de escrita e linguagem integralmente.

4.2 Ambientes Alfabetizadores: como praticar.

Ambiente alfabetizador pode, então, ser compreendido como a presença -


e também a ausência - de livros, textos digitais, jornais, revistas e práticas sociais
e culturais de leitura e de escrita mediadas por esses materiais. O ambiente
alfabetizador é o conjunto de objetos e práticas que proporcionará a criança um
aprendizado significativo.
Nas palavras de Emília Ferreiro, criar um ambiente alfabetizador significa
organizar a sala de aula de maneira que cada sala ofereça materiais que
favoreçam a aquisição de conhecimentos:
– Canto de leitura;
– Materiais diversos com ilustrações e escritas (jornais, revistas, dicionários,
folhetos, embalagens, receitas, etc.);
– Alfabeto ilustrado;
– Sequência numérica;
– Calendário;
– Painel de aniversariantes;
– Painel de ajudantes;
– Listão de palavras.
As crianças possuem diferentes preferências por uma atividade ou outra,
cada criança também apresenta um ritmo que lhe é próprio, ou seja, o
desenvolvimento das suas atividades psicomotoras, de seu relacionamento com
os outros, de sua fala e diversas outras formas de comunicação vão acontecendo
para cada criança em épocas relativamente distintas.
As crianças reagem de forma diferente, por isso o ambiente alfabetizador
precisa ser organizado e assimilado aos hábitos de trabalho que contribuem para
a independência da criança.
Muitas vezes a mesma sala é dividida com turmas de outros horários. É
importante que os professores entrem em acordo sobre a utilização do espaço, a
fim de que um não atrapalhe o outro. Os professores poderão também
desenvolver nos alunos o respeito pelo material exposto por outra turma.
Os materiais expostos nas paredes devem ter o mínimo de ordem e clareza,
não devendo ter poluição visual. A sala de aula deve ser motivadora da leitura, da
escrita e do manuseio do material didático.

5. Resultado da pesquisa

A pesquisa foi realizada com gestores, direção, coordenação e alunos da


turma de 1º ano do Ensino Fundamental na Escola de Educação Infantil Degraus,
durante os meses de agosto, setembro e outubro de 2018. Através de pesquisas
sobre o tema Alfabetização e Letramento, buscando informações e depoimentos
da gestora Giselli Silva e da Diretora Vera Bernardes.
Com acompanhamento em sala de aula nos horários de 13h30min as
17horas, observando o método de ensino aplicado pela escola que é o método
Iracema Meireles, conhecido como método fônico.
O Método Iracema Meireles é um método de alfabetização fonético e
contextualizado que tem como vantagens o esforço de decorar os nomes e sons
das letras que aparecem associadas a figura do universo do aluno que facilita a
descoberta das correspondências grafema/fonema.
A escola deve ter total efetivação na aplicabilidade do método de ensino-
aprendizagem e intermedia coletivamente e individualmente todo o processo de
alfabetização e letramento para que objetivo principal que é alfabetizar seja
alcançado, em que o aluno aprende a ler e escrever e desenvolve o seu
aprendizado no contexto social.
Nesta perspectiva, para que isso aconteça o principal papel da escola é
preparar o professor através da orientação didática e da proposta pedagógica
oferecida pelo sistema de ensino positivo. Todo este processo por meio de
seminários, encontros, e reuniões oferecidas pela escola aos profissionais da
educação.
Os instrumentos usados para coletas de dados, foram: livros e acessos em
sites, além de uma seleção de depoimentos de teóricos escritores e
pesquisadores do referido tema, alfabetização e letramento para alunos do 1° ano
do Ensino Fundamental.

6. Considerações finais

A alfabetização é um processo de desenvolvimento de habilidades de leitura


e escrita progressivo e contínuo que busca levar o individuo a se inserir na cultura
escrita e se apropriar do sistema de escrita, ou, de maneira simplificada, pode ser
entendida como o processo de aquisição do alfabeto ou de aprender.
Nesse seguimento, de acordo com Magda Soares: “[...] alfabetização é
tornar o indivíduo capaz de ler e escrever, é o processo pelo qual a pessoa
adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever,
ou seja: é o domínio de técnicas pra exercer a arte e a ciência da escrita, e
também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e interpretação e
uso da linguagem de uma maneira geral.”
Estar alfabetizado, no entanto, é muito mais complexo que qualquer outra
definição teórica e etimológica pode descrever, é se apropriar dos códigos com
autonomia e ir além deles, apropriar-se da função social constituinte dos atos de ler
e escrever. É fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, saber o que está lendo
e escrevendo sem somente juntar as silabas, é poder no mundo da cultura
conseguir acessar informações e delas se utilizar com senso crítico.
Documentadamente, há designações da historiografia aos períodos da
História da humanidade, dentre eles, o termo “Pré-História”, que é discutível, e
recebe esta denominação pois seria referente ao período "antes" da História, ou
seja, todo o período em que a humanidade ainda não havia desenvolvido cultura
escrita, e, portanto, não havia ‘escrito’ sua própria História.
De maneira metafórica, podemos afirmar que assim é com o processo de
alfabetização, em que o individuo passa a ter acesso ao conhecimento e a partir
daí pode desenvolver sua leitura de mundo e buscar autonomia para escrever sua
própria história como um sujeito consciente. Por conseguinte, é através da busca
por um fazer pedagógico libertador, que podemos exercer uma docência
responsável e comprometida com a transformação social, que fará diferença na
vida de nossas crianças de hoje, amanhã cidadãos conscientes e socio-
politicamente integrados.

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Biografia de Iracema Meireles no Sítio Oficial "A Casinha Feliz"


MORTATTI. M. R. L. Alfabetização no Brasil: conjecturas sobre as relações entre
políticas públicas e seus sujeitos privados. Revista Brasileira de Educação, v. 15,
n. 44, p. 329–341, 2010 Artigo científico em português.
PIAGET, Jean. O aprendizado do mundo. Revista Viver Mente e Cérebro.
Coleção memória da Pedagogia, Edição Especial, Nº1.

FERREIRO, Emília. A Construção do Conhecimento. Revista Viver Mente e


Cérebro. Coleção memória da Pedagogia, Edição Especial, Nº5.

VYGOTSKY, Lev. Semenovich. Uma Educação Dialética. Revista Viver Mente e


Cérebro. Educação memória da Pedagogia. __ Pensamento e Linguagem 2ªed.
São Paulo: Martins Fontes, 1998.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática


educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

KLEIMAM, Ângela. Os significados do letramento: Uma nova perspectiva sobre a


prática social da escrita. Campinas: mercado das letras, 1995.
FERREIRO, Emília. Uma reflexão sobre a língua oral e a língua escrita. São
Paulo: p.8- 11, Fev/Abr.2004.

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