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Goiânia
2012
TERMO DE CIÊNCIA E DE AUTORIZAÇÃO PARA DISPONIBILIZAR AS TESES E
DISSERTAÇÕES ELETRÔNICAS NA BIBLIOTECA DIGITAL DA UFG
Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal de Goiás (UFG) a
disponibilizar, gratuitamente, por meio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD/UFG),
sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o documento conforme
permissões assinaladas abaixo, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação
da produção científica brasileira, a partir desta data.
1. Identificação do material bibliográfico: [ ] Dissertação [ X ] Tese
2. Identificação da Tese
Autor (a): Walterlânia Silva Santos
E-mail: walterlaniasantos@gmail.com
Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [ X ]Sim [ ] Não
Vínculo empregatício do autor Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão
Agência de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás Sigla: FAPEG
País: Brasil UF:GO CNPJ:
Título: O GRUPO NA ATENÇÃO À SAÚDE PARA PESSOAS COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA
HUMANA ADQUIRIDA: UMA ANÁLISE À LUZ DE BOURDIEU
Palavras-chave: Prática de Grupo. HIV. Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. Pesquisa Qualitativa
Atenção à Saúde. Processos grupais.
Título em outra língua: GROUP ON HEALTH CARE FOR PEOPLE WITH THE VIRUS OF ACQUIRED
IMMUNE DEFICIENCY HUMAN: AN ANALYSIS OF THE LIGHT BOURDIEU
[ X ] Outras restrições: Não publicar resultados e discussão, uma vez que os direitos autoriais
foram autorizados para periódicos científicos. Conflito de interesses.
1
Em caso de restrição, esta poderá ser mantida por até um ano a partir da data de defesa. A extensão
deste prazo suscita justificativa junto à coordenação do curso. Todo resumo e metadados ficarão
sempre disponibilizados.
WALTERLÂNIA SILVA SANTOS
Goiânia
2012
ii
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
CDU: 614.4:616-083
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
da Universidade Federal de Goiás
Membros:
1. Dr. Marcelo Medeiros
OU
Data: 14/12/2012
iv
Dedico esta investigação às pessoas com HIV/aids, especialmente, aos
participantes desta pesquisa, que por meio da troca de experiência se
apropriam de modo de viver diferenciado, possibilitanto-nos refletir
sobre nossa existência.
v
AGRADECIMENTOS
A Deus
A Jesus
À minha família
vi
“quando estamos aprendendo,
vii
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 11
1. CAPÍTULO I 14
1.1. OBJETIVOS 34
2. CAPÍTULO II 35
3. PERCURSO METODOLÓGICO 64
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 74
4.1. Artigo 1 76
4.2. Artigo 2 84
4.3 Artigo 3 96
REFERÊNCIAS 133
ANEXOS 152
APÊNDICES 165
Anexos viii
ANEXOS e APÊNDICES
Anexos ix
LISTA DE SIGLAS
ARV Antirretrovirais
AZT Zidovudina
GO Grupo Operativo
MS Ministério da Saúde
QV Qualidade de Vida
Siglas x
RESUMO
Resumo xi
ABSTRACT
APRESENTAÇÃO
O estudo dos grupos para pessoa vivendo com HIV/aids1 (PVHA) surgiu
grupo em suas vidas. Essas vivências com o grupo foram as que mais me
HIV/aids, em que mulheres que convivem, diz respeito às que não têm o
1
A palavra ‘aids’ passou a ser, do ponto de vista gramatical, equivalente à ‘sífilis’, ‘coqueluche’, ‘conjuntivite', nomes de
doenças são substantivos comuns, grafados com inicial minúscula, pois seguiu o mesmo processo de evolução linguística, por
exemplo, da palavra ‘laser’ (sigla de light amplification by stimulated emition of radiation).
12
que me aproximei das ideias de Pichon-Rivière, o qual propõe para essa forma de
busca por alguma resposta, foram identificados grupos de apoio (RASERA; JAPUR,
2003; GALVÃO et al, 2011, SOUZA; VIETTA, 2004), mas também uma importante
lacuna no conhecimento sobre o grupo operativo (GO) para pessoas com HIV/aids.
Finalizado este processo, o estudo foi redigido de acordo com o que segue:
causador dessa enfermidade, designando human T-cell lymphotropic virus type III
1992, Critério Excepcional ARC + óbito - 1996), sendo que o protocolo vigente para
pessoas com treze anos e mais de idade começou a vigorar em 2004 – Critério CDC
notificado como aids; portanto, pessoas infectadas com o vírus, mas que não
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (UNAIDS), até 2010 havia 34
(OSC).
América Latina e Central (UNAIDS, 2010), números que alertam sobre esse
problema emergente de saúde. Até junho de 2011, foram notificados 608.230 casos
de aids no Brasil; destes, 12.588 em Goiás, o estado que se destaca por maior
1987).
com aids houve um caso notificado da doença na mulher (BRASIL, 2007a, 2012a).
sexual não segura, sendo essa a principal via de transmissão do vírus (BRASIL,
2012a).
sociais (meio em que o indivíduo está inserido) que podem ser de caráter
permanente ou circunstancial.
pessoas com HIV/aids não foram e fetivas (BRASIL, 1997; GRANGEIRO; SILVA;
TEIXEIRA, 2009).
Transmissíveis (DST) com ênfase em HIV/aids da referida agenda, uma vez que tem
2008b, 2008c).
18
diminuir o tempo de espera pelas consultas. Mas, Borges, Sampaio e Gurgel (2012),
treinamento para os profissionais de saúde para que possam promover diálogo com
resultados dos exames laboratoriais (CD4+ e carga viral), para avaliar a adesão
19
principais motivos para troca ou abandono dos ARV foram as reações adversas
Apesar das dificuldades dos serviços de saúde, tais como as citadas acima,
imunológico, com controle da proliferação viral. No entanto, discutem que ainda não
REMOR, 2004).
HIV, portanto, este foi o primeiro antirretroviral com certa eficácia no controle do HIV
HIV é o uso dos ARV para reduzir a morbidade e a mortalidade associada ao HIV
20
2008a).
de Compromisso sobre HIV/aids nas Nações Unidas desde 2001 (UNAIDS, 2001,
Apesar de o Brasil ser um dos quinze países, do total de 119, em que 60%-
70% da população indicada para uso de ARV faz uso deles (UNAIDS, 2011a), há
aspectos para o cuidado das PVHA que extrapolam o controle de linfócitos T-CD4+
e carga viral, como o contexto de adaptações do estilo de vida. Por isso, para
2009).
Atualmente, pode-se dizer que a Aids não é mais sinônimo de doença fatal,
embora seu tratamento definitivo (cura) inda não tenha sido determinado. No
julho de 2012, houve o relato de dois casos de pacientes com aids que
desenvolveram leucemia e que, ao ter êxito no tratamento dessa última por meio de
dois anos de acompanhamento dos casos, não se definiu essas experiências como
ou não adesão aos ARV e medidas gerais de cuidado; por isso, a atenção à saúde
das PVHA deve minimizar tais aspectos. Carvalho e Galvão (2008) ressaltaram a
desmistificar o estigma que rodeia a vida da PVHA, assim como de seus familiares.
para que a pessoa possa conhecer diversas formas de lidar com a soropositividade,
prática de grupo, precisa se apropriar de ferramentas para tal atividade. Uma dessas
pela PVHA.
2012; FREITAS et al, 2012; GALVÃO; PAIVA, 2011; GOMES et al, 2012; GUZMÁN;
IRIART, 2009; KROLL et al, 2012; LADEIRA; SILVA, 2012; LOPERA; EINARSON;
BULA, 2011; MALISKA et al, 2009; OLIVEIRA et al, 2005; PINHO; PEREIRA, 2012;
REQUEJO; ÁVILA, 2010; SANTOS et al, 2012; SILVA; SILVA, 2011; TUNALA, 2002;
ULLA; REMOR, 2004; VILLELA, 2012; WEAVER et al, 2004) discutiram sobre
saúde/profissionais, a resiliência.
aids ainda é vista como uma doença contagiosa e que, por isso, feia, ruim e
das PVHA.
forma física questionaram tal diagnóstico, e, com o decorrer do tempo, suas próprias
conhecimento sobre aids é positivo, como também serve de alerta para a negação
seus contextos e que podem influenciar na sua qualidade de vida (MELCHIOR et al,
2007).
24
na região cervical e perda de gordura nas pernas, nos braços, na face e nos glúteos.
1980.
por meio de seus próprios recursos, desenvolva mecanismos que lhe permitam
RIBEIRO, 2005).
Aguiar e Iriart (2012) encontraram PVHA que preferiram não conversar sobre
busca de redes de apoio, dentre as quais aquelas com pessoas de mesma condição
sobre a problemática.
26
universo masculino. A conclusão da pesquisa foi de que os homens com HIV sentem
como por mulheres com HIV/aids para se sustentar no mercado de trabalho são
trabalho é uma das estratégias de enfrentamento do HIV/aids, uma vez que, além de
gastos financeiros para o autocuidado. Essa questão foi investigada por Lopera,
Einarson e Bula (2011) junto a 540 adultos soropositivos de Bogotá (Colômbia) com
Esse fator tem impacto direto na adesão ao tratamento, uma vez que a
DE INFECTOLOGIA, 2008).
nos poderes divinos para auxiliar a superar aos desafios impostos pela vivência com
HIV.
infecção/doença, verificando que em 59% dos casos o estresse não está apenas
PVHA.
em não ter direito de se relacionar com pessoas soronegativas, sentir-se “podre por
dentro”, temer infectar o parceiro e que somente outra PVHA poderia compartilhar a
prolongamento da vida com o uso dos ARV (GOMES et al, 2012), permitindo assim
TEIXEIRA FILHO, 2012; SANTOS et al, 2012). Porém outras optam pelo aborto,
pois ser mãe com HIV representa repensar sua relação com a própria vida, parceiro,
feto, por isso a necessidade de ponderar sobre a vida da pessoa com HIV/aids e
compartilhar vivências.
crescente de pessoas com HIV/aids que vivem há meses/anos com a infecção, além
necessidades diferenciadas no que diz respeito à saúde física e mental, além dos
2012; FREITAS et al, 2012; GALVÃO; PAIVA, 2011; GOMES et al, 2012). Vale
ressaltar que a aids prevalece nas pessoas com vida economicamente produtiva,
relacionadas ao HIV/aids.
outras pessoas sobre suas vivências com HIV/aids, assim como, a perspectiva de
HIV por meio de relações sexuais entre duas pessoas com o diagnóstico), além de
PVHA, assim como a análise dos processos gerados a partir dessas intervenções
Embora a revisão de literatura não tivesse apontado para o uso de GO, outras
às demandas de PVHA. Essa afirmação tem como base o fato de sistematizar ações
2009).
genéricos), em sua maioria, não seguem direcionamentos teóricos, assim como não
Outro fator que pode contribuir para a prática de grupo para PVHA é a análise
das falas desses indivíduos durante a atividade grupal. Com a aproximação aos
desta investigação.
PVHA.
33
1.1 OBJETIVOS
Com vistas a oferecer subsídios aos profissionais de saúde para uma atuação
Objetivo geral
Objetivos específicos:
passou de situações agudas que culminavam com o óbito, para outras demandas ao
(BRASIL, 2008b).
dessa forma há menor chance de haver dispersão e fuga das atividades grupais
(YALOM; LESCZC, 2006). A natureza do grupo quanto aos objetivos podem ter a
35
da atividade grupal.
dos participantes, com um senso mais positivo de si próprio, o que impulsiona para o
1991).
36
no grupo.
potencialidade dessa estratégia para PVHA, uma vez que defrontam com dilemas
relacionados desde a forma como se infectou até as perspectivas para sua vida.
como educativas. Essa autora aponta que “o cuidado solitário precisa ser substituído
pelo solidário” (p. 159), com relacionamentos capazes de produzir saberes e afetos.
com sugestão para que seja um recurso mais empregado no contexto de atenção à
O apoio recebido por alcoolistas por meio de grupos foi demonstrado pela
visão de que o local representaria uma casa, uma família, um lugar seguro, em que
2007).
construído por seus participantes e que PVHA negociaram a respeito de viver com o
2009).
positivos para homens e mulheres com HIV/aids (CAMPERO et al, 2010; CAIXETA
et al, 2011), sendo consideradas como oportunidade para se relacionar com outras
doença. Por isso, PVHA que não participam de grupos se tornam mais vulneráveis
podem ter tido influência sobre a sobrevivência dessas mulheres. Nesse sentido, o
quanto de atenção às PVHA. Tais programas podem oferecer mais do que repasse
para a idade. Além disso, o atendimento grupal pode ser realizado por apenas um
(UNAIDS, 2010).
por pessoas que não possuem orientação para a análise da dinâmica grupal pode
gerar uma percepção controvertida do que seja o encontro em grupo, seus objetivos
promoção à saúde para idosos mostrou que o fato de as coordenadoras não terem
uma diversidade de vertentes a adotar para suas ações. Dentre essas, temos
(ZIMERMAN, 2008).
tarefa tem por finalidade aprender a pensar em termos da resolução das dificuldades
2009).
por exemplo, (SILVA; VILLANI, 2012), como troca de experiências entre alunos da
BARROS, 2007). Sendo que não se encontrou na literatura consultada, artigo sobre
intervenção grupal.
2009).
Assim, a estrutura grupal age sobre a disposição dos membros do grupo para
abre-se para o desconhecido, pode-se dizer que o grupo está na tarefa (BASTOS,
2010).
(PICHON-RIVIÈRE, 2009).
define para o participante o que vai acontecer, e que pode não estar relacionadas às
44
O porta-voz é uma pessoa que, pela sua história pessoal, é muito sensível ao
significação grupal que tem esse algo; ele enuncia ou faz algo que vive como
próprio, tanto que a sua ação provoca sensações que variam do alívio até mesmo à
ressignificando o ECRO, por vezes por meio de conflitos cognitivos e/ou emocional,
referência para interpretar fenômenos grupais. Para tanto, a indicação é para que os
Aprendizagem
Cooperação
Pertinência Tele
Latente
RIVIÈRE, 2009):
1
PICHON-RIVIÈRE, E. O processo grupal. 8 ed. São Paulo: WMFMartins Fontes; 2009.
46
Esse auxílio inclui questões simples, mas com grande significado, como
comportamento.
verbal. O foco do observador também deve ser no sentido de identificar como ocorre
a comunicação (de um para todos, de um para um, entre pares ou trios), seu
47
membros do grupo tem de atuar em conjunto, disposição que pode ser positiva ou
medida de dificuldade que cada um tem no trabalhar com o outro). Tele constitui um
sujeito que nos remete a outro tempo da nossa história, que se atualiza no aqui-
levantar acertos e possibilidades de melhoria das práticas. Para tal é necessário que
da intervenção grupal, com o intuito de conduzir o grupo para a tarefa, pois a busca
(in) consciente dos participantes por manter o estado em que se encontram (zona de
vividas. Essas são possibilidades para construção do mundo interno, habitado por
O GO é universal pelo fato de que sua técnica (como uma técnica social)
fenômenos grupais, para que se trabalhe de forma menos empírica com os grupos,
qualquer que seja sua finalidade. Andaló (2001) ressaltou a ênfase nos processos
Apesar desses aspectos, autores como Artur (2010); Botene e Pedro (2011);
grupo.
de Bourdieu.
o singular e o coletivo.
(2007) acima de 10% dos artigos publicados nos quatro principais periódicos sobre
teorista.
pesquisa qualitativa, pois a própria construção desses conceitos foi permeada pelo
(BOURDIEU, 2007).
2007).
Sendo o social constituído por diferentes campos, cada um destes tem seu
mundo. Assim, são microcosmos no interior do social que tem relativa autonomia, já
que se caracterizam por agentes com mesmo habitus e que esses podem
transformar o campo, assim como ser transformado por ele. Portanto, esses
52
mantém a noção de que o sentido das ações mais pessoais e mais transparentes
não pertence ao sujeito que as perfaz, senão ao sistema completo de relações nas
quais e pelas quais elas se realizam. Com isto, ele se coloca a meia distância entre
(MARTINS, 2004). E para intervir junto a essa realidade para promover vida ativa e
para melhorar a sua posição dentro do campo, e esse movimento pode culminar
A partir da ideia que nos constitui o agente social, influenciados pela família,
modo de interação destes dois grupos com pacientes específicos concluiu que as
ações dos profissionais com habilidades de lidar com os pacientes foi replicado
pode ser visto como uma tentativa de evidenciar que ali onde
pensávamos que havia um sujeito livre, agindo de acordo com sua
vontade mais imediata, na verdade o que existe é um espaço de
forças estruturado que molda a capacidade de ação e de decisão de
quem dele participa.
outras, que direcionam a forma de ser e as opções dos sujeitos, assim, coagindo
caracterizado por sua trajetória social, seu habitus e sua posição no campo
(BOURDIEU, 1996).
desta sociedade. Por ser mediadora tende produzir práticas que sejam ajustadas às
As questões que envolvem o indivíduo que sabe ter o HIV permeiam desde a
forma como se designa a pessoa com essa infecção (‘portador’, ‘doente da aids’,
Esse é um dos motivos pelos qual optamos por Bourdieu: os amplos conceitos que
elaborou acerca do modo de ser dos sujeitos, incluindo a forma que reagimos no
Apesar de contar com três décadas da epidemia da aids, viver com HIV/aids
enfrentamento da infecção/doença.
vida, assim como de corroborar com a composição do outro diz respeito ao habitus.
Um dos espaços possíveis para esse movimento é o grupal para PVHA, sendo uma
57
3. PERCURSO METODOLÓGICO
Polit, Beck e Hangler (2004) pontuam que por meio de estudo descritivo, o problema
2008). Assim, este caminho foi o que mais se adequou para alcance de nossos
cinquenta famílias, sendo que cada uma destas tem um ou mais indivíduos que
Essa OSC tem a peculiaridade de funcionar tanto como residência por curta
atendimento jurídico que inclui orientações sobre direitos específicos para os que
pesquisadora. Esta etapa teve impacto direto na qualidade de dados coletados, uma
pesquisador são também observadas pelo grupo, como o pesquisador irá preservar
atividades laborais, outras aceitaram a proposta e as demais que iriam refletir sobre
HIV/aids.
limitação física ou mental não poderiam participar da intervenção grupal, devido aos
critérios estabelecidos.
mesmo local.
observadora silente, este responsável por registrar a comunicação não verbal, assim
variável.
OSC-residência.
apêndice A.
63
nas demais sessões de grupo. Sendo que os temas a seguir nortearam os demais
na tarefa grupal.
pelo desenho metodológico de cada artigo produzido por este estudo. Os dados
64
(BARDIN, 2011).
análise foram realizadas leituras e releituras dos encontros grupais com o foco na
Bourdieu.
das falas.
65
relação aos cuidados éticos. A participação teve caráter voluntário e sem qualquer
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
acordo com as normas específicas (ANEXO C), com o status “em avaliação”.
acontecimentos no grupo, uma vez que não identificamos essa ferramenta para
Bourdieu) diz respeito à análise do conteúdo das falas das sessões grupais e nos
experiência de viver com HIV/AIDS. Sendo destacada como o eixo da vida dos
PVHA e de pessoa que não têm infecção/doença, ou seja, daqueles que convivem
1
Enfermeira. Professora Assistente. Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão (UFG/CAC). E-mail:
walterlaniasantos@gmail.com
2
Enfermeiro. Professor Associado. Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Enfermagem(UFG/FEN). E-
mail: marcelo@fen.ufg.br
3
Enfermeira. Professora Adjunta. Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão(UFG/CAC). E-mail:
roselmalucchese@hotmail.com
4
Enfermeira. Professora Titular. Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Enfermagem(UFG/FEN). E-mail:
denize@fen.ufg.br
69
RESUMEN
Intervenciones grupales en el cumplimiento de las necesidades de las personas con
VIH/SIDA: una revisión integradora
Objetivo: Resumir las pruebas en producciones científicas sobre la eficacia de las
prácticas de grupo en el cuidado de las personas que viven con el VIH / SIDA.
Método: bibliografía Integrativa, con el fin de responder a la pregunta: la práctica de
cuidado en grupo es efectiva en el tratamiento de las necesidades de las personas
que viven con el VIH / SIDA? Resultados: 28 artículos fueron seleccionados. La
producción científica, en su mayoría procedían de los Estados Unidos, publicados
entre 2004 y 2009, por la psicología profesional, con cantidad variable de sesiones
de grupo, guiado por la teoría cognitivo-conductual, para lograr los objetivos
propuestos, con todos los grupos cerrados . Conclusión: Estos datos demuestran
que el grupo de servicio es eficiente para satisfacer las necesidades relacionadas
con la depresión, la ansiedad y la adherencia a la medicación.
Descriptores: Procesos de Grupo. Estructura de Grupo. Síndrome de
Inmunodeficiencia Adquirida. VIH. Revisión.
INTRODUÇÃO
De acordo com o Departamento de DST/AIDS, até junho de 2011, notificou-se
608.230 casos de pessoas com AIDS no Brasil(1), correspondendo aos indivíduos
que já desenvolveram a síndrome da imunodeficiência adquirida. Pessoas que além
do enfrentamento do tratamento da síndrome, podem, também, se depararem com o
preconceito e a discriminação, devido ao estigma inerente ao HIV/AIDS(2).
O tratamento antirretroviral altamente ativo (HAART), a partir de 1996 (3),
permitiu à pessoa que vive com HIV/AIDS (PVHA) mudança de esperança de vida
limitada para o aumento da expectativa de vida, ou seja, os que utilizam
adequadamente esses medicamentos apresentam aumento da sobrevida, revelando
características de doença crônica(4), podendo ter o diagnóstico de co-morbidades.
Para tanto, há tecnologias que atendem de forma ampla as necessidades de
atenção à saúde das PVHA, englobando ações direcionadas para a dimensão
individual (consulta individual com foco em adesão, interconsulta e consulta
conjunta, tratamento diretamente observado), assim como para a dimensão coletiva
(grupos de adesão, grupo de sala de espera, rodas de conversa) (3-4).
Em relação ao atendimento grupal, além de estimular a adesão
medicamentosa, funciona como espaço para trocas de experiências, e dentre vários
aspectos, revela a PVHA que não é a única com a infecção/doença, podendo
renovar o sentimento de inclusão(5-6). A realização de prática de grupo é uma
recomendação do Ministério da Saúde e visa a oferecer suporte, promover a
70
METODOLOGIA
O presente estudo seguiu as etapas que constituem o método de revisão
integrativa da literatura: formulação do problema de pesquisa, amostragem da
literatura, categorização dos estudos, avaliação do material, interpretação dos
resultados, síntese(8).
O ponto de partida de uma revisão integrativa é a definição da questão
norteadora da pesquisa que, no caso deste estudo foi: o atendimento grupal é
prática efetiva na abordagem das necessidades das pessoas que vivem com
HIV/AIDS?
Então, prosseguiu-se o acesso aos acervos dos sítios eletrônicos: Science
Direct, Springer, Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line
(MEDLINE), Literatura Latino-Americana e do Caribe (LILACS) e American
Psychological Association (APA) para seleção dos artigos utilizando os descritores
Group Practice, Group Structure, Group Processes, Self-Help Groups relacionados
alternadamente com HIV, Acquired Immunodeficiency Syndrome, aids, por palavras
no título, palavras no resumo ou descritores. Incluiu-se o descritor não controlado
aids devido ao número maior de artigos encontrados. Considerou-se elegíveis para
esta investigação somente artigo original, com texto completo disponível on line,
publicados nos idiomas inglês, espanhol e português até setembro de 2011, que
71
Psicologia
73
Quadro 1: Mapeamento dos artigos selecionados de acordo com o título, objetivo, referencial teórico, número de sessões e de participantes e os resultados.
Revisão Integrativa, Brasil, 2011.
Arti NºSessões/
Objetivo Referencial Teórico Síntese dos resultados
go Nº Pessoas
Avaliar os efeitos de grupo baseado na gestão de Os indivíduos do grupo-intervenção apresentaram redução
Gestão de
A-1 contingência para mudança de comportamentos de 24S;10P significativa de carga viral e comportamentos de risco
Contingência
saúde. quando comparados aos do grupo-controle.
Testar os efeitos de intervenção de grupo no uso de
Intervenção efetiva para diminuir uso de álcool e cocaína
A-2 álcool, cocaína e maconha em adultos HIV-positivos Grupo de apoio 15S;-P
em pessoas com HIV e trauma sexual.
com histórias de abuso sexuais na infância.
Testar a efetividade de intervenções grupais para Evidência de que as intervenções podem ter efeitos
Modelo
A-3 reduzir o uso de álcool e sexo desprotegido em 8S;12-15P positivos significativos para a saúde de homens com HIV,
Transteórico
pessoas com HIV. resultando em reduzido consumo de álcool.
Avaliar a necessidade de atividade grupal para Teoria Cognitiva Há a necessidade de participação no grupo para orientar
A-4 5S; 3-7P
mulheres com HIV. Social no gerenciamento de sintomas relacionados ao HIV.
O grupo de autoajuda favorece relações interpessoais
Investigar os efeitos da participação de mulheres
Grupo de Quinzenal entre as mulheres com HIV e os profissionais de saúde,
A-5 com HIV em grupo de autoajuda para percepções
autoajuda. (S) assim como aumentou a autoestima das mulheres
sobre estigma e acesso aos serviços de saúde
resultando em diminuição da percepção do estigma.
Adaptação de Demonstrou-se diminuição dos sintomas de depressão,
Investigar a viabilidade de intervenção de grupo de 10 S; 5-16
A-6 Modelos ansiedade e raiva associadas ao HIV/aids nos
apoio para órfãos com HIV/aids. P
Psicossociais participantes do grupo de intervenção.
Examinar os mecanismos psicológicos benéficos de Teoria Cognitivo-
A intervenção diminui depressão e aflição de PVHA que
A-7 um grupo intervenção para indivíduos HIV-positivos Comportamental 12S;8-10P
perderam familiares com aids.
com perda de familiar com aids. (TCC)
Examinar as estratégias desenvolvidas no grupo de Quinzenal/ Sugerem que as necessidades dessas mulheres são mais
A-8 apoio pelas mulheres com HIV para o atendimento Grupo de apoio mensal; bem atendidas quando se organizam e realizam atividades
de saúde. por 3 anos contínuas em grupo.
Os participantes do grupo-intervenção demonstraram
Comparar a eficácia de intervenção grupal com o Educação em
A-9 6S maior aderência aos ARV quando comparados com as
protocolo-padrão para aderência aos antiretrovirais saúde em grupo
pessoas que participaram do protocolo-padrão.
A- Investigar o manejo do estresse após três formas de 8-10 S; Os parâmetros de imunidade do grupo-intervenção
TCC
10 intervenção, incluindo a grupal. 6-10 P aumentaram, com importante significado clínico.
Determinar a eficácia do grupo de apoio e contatos
A- A diferença de aderência aos ARV entre grupo-intervenção
por telefone, comparada com o protocolo-padrão Grupo de apoio 4S
11 e grupo-controle não foi significativa.
para aumentar a aderência aos ARV.
A- Avaliar a viabilidade de uma intervenção de grupo. Foco na 4S;8-12P Demonstrou-se a viabilidade da intervenção grupal com
74
12 para aumentar uso de preservativo em casais comunicação e casais sorodiscordantes por culturas diferentes em fases
sorodiscordantes para HIV. resolução de diferentes da epidemia para prevenção do HIV.
problemas.
Embora a intervenção grupal auxilie os homossexuais a
Avaliar a eficácia de um grupo de intervenção para
A- lidar com a condição de HIV em um ambiente social, não
pacientes com HIV com dificuldades no ajuste TCC 16S;8-10P
13 ajuda a melhorar relações familiares entre os
psicossocial para a infecção de HIV.
heterossexuais.
Demonstrou-se que um prazo maislongo prazo de
A- Estudar os efeitos longitudinais de intervenção
TCC 12S;6-10P participação de atividades grupais propicia diminuição de
14 grupal para pessoas com aids.
aflição entre as PVHA.
Examinar os efeitos longitudinais de intervenção
A- TCC e grupo de Identificou-se significativa redução da dor e angústia nos
grupal para PVHA com perda de pessoa com 12S;20P
15 apoio participantes da intervenção grupal.
HIV/aids.
Examinar o efeito do número de intervenções Os resultados demonstraram a relação inversa entre a
A- TCC e grupo de
grupais para o enfrentamento relacionado ao 8S, 20P aflição/angústia e o número de participações nas
16 apoio
HIV/aids. intervenções grupais.
A- Avaliar a qualidade de vida de pessoas com HIV Identificou-se melhora da aflição, portanto, impacto
TCC 12S;20P
17 pós-intervenção de grupo. positivo do grupo na qualidade de vida dos participantes.
A participação na intervenção grupal é associada com
A- Avaliar os efeitos de intervenção grupal em 10-13P; 6-
Grupo de apoio melhoria emocional em adolescentes, podendo influenciar
18 adolescentes HIV-positivos. 26S
positivamente em resultados clínicos.
Investigar se o grupo intervenção pode ajudar aos Sugeriu-se que a curto prazo a intervenção grupal pode
A-
chineses heterossexuais com HIV a aliviar angústia e TCC 7S;6-7P ser efetiva, melhorando a qualidade de vida e humor de
19
promover a qualidade de vida chineses heterossexuais com HIV.
As atividades grupais possibilitam um espaço valioso para
A- Investigar os benefícios da interação grupal entre
Grupo de apoio 11S;13P troca de experiências e compreensão dos aspectos
20 portadores de HIV/aids.
psicossociais do ser humano.
Examinar o impacto de um grupo de intervenção em Demonstrou-se redução de angústia e aflição relacionada
A-
homens e mulheres com HIV que perderam seus TCC 12S;20P à perda em ambos os sexos, e redução da depressão
21
companheiros com aids entre mulheres.
Comparar os efeitos entre grupo intervenção e um Não identificou diferença de efeito significativo entre os
A-
grupo-controle a longo prazo em homossexuais com TCC 17S;6-8P dois grupos, ambos diminuíram a angústia e melhoraram o
22
HIV. sentimento de apoio social.
Avaliar a eficácia imediata e
A- As intervenções grupais diminuem os níveis de depressão
a longo prazo de intervenção grupal para reduzir a TCC 16S;8P
23 e de ansiedade de pessoas que vivem com HIV.
ansiedade e depressão em pacientes com HIV.
A- Comparar os efeitos do grupo-intervenção com o TCC e grupo de 5-8 S; 6- Identificou-se menor taxa de práticas sexuais
75
24 grupo de apoio para reduzir sexo desprotegido em apoio 10P desprotegidas no grupo-TCC quando comparado com o
pessoa que vive com HIV/aids. grupo de apoio.
Os homens com HIV, após dez semanas de intervenção,
Testar os efeitos da intervenção grupal nos níveis de
A- 8-10S; 4- demonstraram menos ansiedade, angústia e percepção de
ansiedade, percepção de estresse, níveis de TCC
25 9P estresse, assim como baixa produção de NE urinária em
norepinefrina (NE) urinária em homens com HIV.
24-hr.
Comparar a sobrevivência de mulheres HIV - As mulheres HIV - positivas que participaram de grupo de
A- Neurocomportamen 12S;10-
positivas entre participantes de grupo de apoio e não apoio tiveram maior tempo de vida quando comparadas
26 tal 11P
participantes. com as que não participaram.
Avaliar a viabilidade e efetividade de terapia grupal
A- 15-
conciliado ao medicamento para o tratamento de TCC Demonstrou-se a diminuição dos escores de depressão.
27 20S;15P
depressão entre homossexuais com HIV/aids.
Avaliar a associação entre participação de grupo de Verificou-se diminuição de comportamento de risco,
A- 52S;25-
apoio e redução de comportamentos de risco entre Grupo de apoio podendo ser uma estratégia de prevenção entre esses
28 30P
pessoas com HIV usuárias de droga. indivíduos.
76
DISCUSSÃO
A partir do gráfico 1 identificou-se-se que a procedência dos artigos
selecionados, em sua maioria (n=19; 67,8%), foi dos Estados Unidos. Esses
dados podem ter relação com o fato de que naquele país originaram-se os
estudos sobre dinâmica de grupos, com Kurt Lewin, em 1930, ou seja, lá foi o
local que sediou conjecturas iniciais acerca de modos diferentes de reunir
pessoas com o mesmo objetivo, talvez reflexo do contexto em que trabalhar e
divulgar cientificamente a tecnologia de grupos tenha sido mais explorado.
Do total dos artigos, dezenove artigos (n=19; 67,8%) foram publicados
entre 2004 e 2009. Identificou-se a publicação de artigo desde 1996; a
distribuição da amostra indica a busca contínua por avaliação de intervenções
grupais, como também aponta o início de estudos acerca da efetividade do
alcance de objetivos de um grupo para pessoas com HIV/aids. Quanto a esse
último aspecto, fica demonstrado que os estudos acerca dessa temática
iniciaram-se simultaneamente a de outros aspectos para diminuir complicações
à saúde das PVHA.
Dos periódicos apresentados, 39,3% (n=11) são oriundos da Psicologia e
17,8% provenientes de revista sobre DST/aids. Portanto, a psicologia se
destaca na produção relacionada a grupos com PVHA, talvez porque
referenciais teóricos desta ciência foram incorporados à prática de grupo com
êxito, como a teoria cognitivo-comportamental, que não é de uso restrito da
Psicologia, havendo trabalhos desenvolvidos por outros profissionais.
O panorama demonstrado nesta revisão integrativa revelou que o objeto
de estudo discutido é versátil, tendo em vista que pode ser abordado por
diversas áreas do saber (ciências sociais, humanas, saúde), portanto,
permitindo o trabalho por equipes multidisciplinares. O caráter interdisciplinar
das intervenções foi observado mediante a autoria dos artigos. Observaram-se,
em média, quatro autores para cada estudo, interligando áreas do
conhecimento.
A população alvo do maior número das pesquisas (92,8%) foram PVHA
adultas, incluindo grávidas, mas verificaram-se grupos de
crianças/adolescentes e idosos. Assim, as investigações selecionadas
77
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83
4.2. Artigo 2 – Instrumento para registro de grupo operativo para pessoas com
HIV/aids: relato de experiência
Instrumento para registro de grupo operativo para pessoas com HIV/aids: relato de
experiência1
Instrument operating group record com pessoas HIV/aids: experience report
Instrumento para registrar grupo operativo para las personas con VIH/SIDA: relato de
experiencia
Walterlânia Silva Santos2
Marcelo Medeiros3
Roselma Lucchese4
Denize Bouttelet Munari5
Instrumento para registro de grupo operativo para pessoas com HIV/aids: relato de
experiência
Resumo
O objetivo deste estudo foi descrever a experiência de elaboração de um roteiro de registro
para práticas grupais na atenção à pessoa que vive com HIV/AIDS. Realizaram-se dez
encontros grupais e após cada encontro, a partir da anotação do observador, procedeu-se ao
estudo dos onze pontos a serem observados a partir de um roteiro para registro de grupo
operativo, para que possa ser utilizado em outras modalidades de grupo. Apenas um item não
pode ser adaptável e dois foram conjugados, portanto o registro para um grupo genérico é
composto por oito itens. Além de o registro sistematizado conter a história do grupo de forma
sintética e objetiva, potencializa a avaliação das intervenções grupais, uma vez que apresenta
análise qualitativa dos encontros grupais.
Descritores: Estrutura de Grupo; Processos Grupais; Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida; Registros de Enfermagem; HIV.
Abstract
The purpose of this study is to describe the experience of preparing a script record for group
practices in the care of people living with HIV/AIDS. We conducted ten group meetings and
after each meeting, the annotation from the observer, we proceed to the study of eleven points
to look for a script to record group operating, so it can be used in other types of group. Only
one item cannot be adaptable and two were combined, so the record for a generic group is
1
Este projeto obteve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Goiás (FAPEG) - Rede
Goiana de Pesquisa em Enfermagem na Gestão, Desenvolvimento de Pessoas e da Tecnologia de Grupo
no Contexto do Trabalho em Saúde.
2
Enfermeira. Professora Assistente. Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão (UFG/CAC). E-mail:
walterlaniasantos@gmail.com
3
Enfermeiro. Professor Associado. Universidade Federal de Goiás – Faculdade de
Enfermagem(UFG/FEN). E-mail: marcelo@fen.ufg.br
4
Enfermeira. Professora Adjunta. Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão(UFG/CAC). E-mail:
roselmalucchese@hotmail.com
5
Enfermeira. Professora Titular. Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Enfermagem(UFG/FEN).
E-mail: denize@fen.ufg.br
84
composed of eight items. In addition to the record contain the systematic history of the group
in a concise and objective enhances the evaluation of group interventions, as it presents
qualitative analysis of group meetings.
Key words: Group Structure; Group Processes; Acquired Immunodeficiency Syndrome;
Nursing Records; HIV.
Resumen
El objetivo de este estudio fue describir la experiencia de preparar un plan de trabajo para las
prácticas de grupo de registro en el cuidado de las personas que viven con el VIH / SIDA.
Había diez reuniones de grupo y después de cada reunión, a partir de la anotación del
observador, se procedió a estudiar los once puntos a destacar de una secuencia de comandos
para grabar grupo operativo, por lo que puede ser utilizado en otros tipos de grupo . Sólo un
elemento no puede ser adaptable y dos se combinaron para que el registro de un grupo
genérico consta de ocho artículos. Además del registro sistematizado contienen la historia del
grupo de manera sintética y objetiva, realza la evaluación de las intervenciones en grupo, ya
que presenta un análisis cualitativo de las reuniones de grupo.
Palabras clave: Estructura de Grupo; Procesos de Grupo; Síndrome de Inmunodeficiencia
Adquirida; VIH.
INTRODUÇÃO
A partir da década de 1980 houve expansão na utilização do grupo na área da saúde
como técnica para coleta de dados em pesquisas, atendimento em saúde coletiva (hospitalar
ou não), educação permanente e gerenciamento de pessoas(1-6). Tanto que a discussão sobre
tecnologia de grupo foi ampliada e incluída nas orientações do Ministério da Saúde (MS)
como forma de atender aos indivíduos em diversos programas, dentre quais o Programa
Nacional de DST/aids(7-8).
Entretanto, para o atendimento na modalidade de grupo faz-se necessário que o
profissional de saúde aproprie-se de uma concepção técnica para desempenhar práticas
grupais. De modo genérico, a coordenação de grupo envolve o saber/fazer no acolhimento,
desenvolvimento, síntese das falas, encerramento e registro dos acontecimentos durante o
encontro grupal. Este registro norteia as ações do coordenador nos próximos encontros
grupais, possibilitando a análise do movimento do grupo e sua correlação com o contexto
histórico, social, econômico e cultural. Além disso, funciona como memória do grupo,
facilitando uma situação emergente de troca do coordenador, sendo uma ferramenta de
avaliação contínua da dinâmica do grupo(9), demonstrando a atuação profissional e a prova da
qualidade do cuidado(10).
Os registros, quando redigidos de maneira que retratam a realidade a ser documentada,
possibilitam a comunicação permanente, podendo destinar-se a diversos fins(11). Quanto às
orientações gerais sobre o que observar e anotar do movimento grupal, a literatura consultada
85
indica as formas de comunicação e seus ruídos, o contexto e o âmbito das relações entre os
integrantes(2,9,16), como também anotações orientadas pelo objetivo do grupo(12). Nesse sentido
um instrumento de registro do grupo sistematizaria a observação e a coordenação.
Dessa forma, nos inquietou a necessidade de orientações assertivas e norteadoras dos
registros sobre a sessão grupal. Na busca de referências que conduzissem à construção ou
utilização de um instrumento de registro, encontrou-se dois(2,9) roteiros para grupo operativo
(GO) denominados ‘crônica’ e fundamentados na teoria de Pichon-Rivière.
Contudo, a aplicação deste instrumento(2) requer conhecimento específico acerca de
GO. Assim propomos uma adequação deste para a utilização por profissionais generalistas
que coordenam grupos.
O objetivo do estudo foi descrever a experiência de adaptação do roteiro de GO em
práticas grupais na atenção à pessoa que vive com HIV/AIDS.
METODOLOGIA
Este estudo é um relato de experiência em que os autores aplicaram um instrumento de
registro de grupo em dez encontros grupais, semanais, com duração, em média, de uma hora e
meia, realizado de agosto a novembro de 2010.
O local selecionado foi uma Casa de Apoio do Estado de Goiás para pessoas que vivem
com HIV/AIDS (PVHA) que funciona como moradia, oferece serviços diversos (psicológico,
jurídico, apoio social), e facilita o acesso do paciente a sistemas de atendimento(8).
Nas reuniões participaram 14 PVHA cadastrados na Casa de Apoio que aceitaram
integrar ao grupo. Cada encontro contou com a presença média de 5 pessoas, além do
coordenador e um observador. Após cada encontro grupal, a partir da anotação do observador,
procedeu-se o estudo dos pontos observados em uma crônica de GO do Instituto de
Psicologia Social Enrique Pichon-Rivière(2), supervisionado por uma especialista na referida
teoria.
O roteiro da crônica contém indicadores para o entendimento do acontecimento grupal,
que possibilitam sua avaliação. As dimensões para análise do grupo são no sentido de
compreensão do transcorrer da sessão e o desenvolvimento das intersecções, envolvendo
todos os encontros. Para tanto, a construção da crônica é sinalizada por onze pontos
observáveis: 1 - situação de abertura, 2 - situação de tarefa, 3 - relação entre abertura e
fechamento, 4 - conflito central da reunião, 5 - papéis mais significativos nesses conflitos, 6 -
porta-vozes que emergem e em que situação aparecem, 7 - quanto à temática, 8 - tipo de
86
Alguns itens - 4 ,5 ,6 ,9 ,10 ,11 - não tem descrição dos aspectos que devem ser
observados no roteiro de crônica consultado, porém foi possível sua releitura devido à
consultoria à especialista em GO.
Quadro 1: Descrição dos aspectos observáveis a serem anotados em uma crônica e roteiro adaptado, 2011.
Item Roteiro Original1 Registro Adaptado
( )há preferência de posição espacial entre os membros.
( )cumprimento do horário de início da sessão grupal.
1-Situação de Emergentes de abertura, ansiedades
( )lembram-se de membros faltosos.
abertura predominantes.
( )conversas espontâneas.
Relacione os membros envolvidos em cada aspecto pontuado,
O coordenador percebe o grupo:
( )silencioso ( )apático ( )reflexivo
O tipo de relação que aparece entre ( )motivado/interessado ( )outro ___________________
integrantes e o objeto de Os membros conversam sobre:
2- Situação de conhecimento. Como a temática é ( )o tema de modo superficial.
tarefa abordada? (vivencial ou ( )fatos externos ao grupo.
conceitualmente). Ocorrem saltos ( )vivências relacionado ao tema, abordam os sentimentos,
de aprendizagem? percepções e emoções. Quais____________
( )vivências sem relação com o tema.
( )resgate de mudanças de comportamento,
( )obstáculos relacionados ao espaço físico:______________
3-Relação entre ( )comportamento individual e coletivo. Quais: ___________
Visualizar obstáculos que aparecem
abertura e ( )houve desenvolvimento do tema proposto atingindo ou não o
e quais as formas de resolução.
fechamento objetivo da sessão.
( )identifica possibilidade de resolução a partir do grupo.
( )conflito verbalizado: idéias, estilos de vida.
4-Conflito Central
Não descreve ( )percepção de conflito implícito.
da Reunião
( )conflito nãoidentificado (sem evidências).
5-Papéis mais
Indicar quais pessoas e comentários mais relevantes, e
significativos Não descreve
comportamento dos demais membros nesses momentos.
nesses conflitos
6-Porta-voz que
Conjugado com item 5.
emergem e em que Não descreve
situação aparecem
Observar a relação entre temas Se houve associações com os assuntos discutidos com vivências
7-Quanto à
pessoais e temas grupais, por pessoais resgatadas das diversas fases da vida de cada elemento
temática
exemplo: fantasias inconscientes. do grupo. Quais________________________
8-Tipo de ( )predomina verbal. Quais membros: __________________
Características e desenvolvimento.
comunicação ( )predomina não-verbal. Quais membros: _______________
9-Vetor
Não descreve Não-adaptável
predominante
10-Descrição do
( )próximo ( )afastado/distante ( )dependência do coordenador.
vínculo grupo- Não descreve
( )constrói autonomia. ( )Outro _________________________
coordenador
11-Situar contexto
Não descreve Conjugado com item 1.
político- social
1
O roteiro original foi identificado na seguinte referência: Corrêa AK, Souza MCBM, Saeki T. Transição para o
exercício profissional em enfermagem: uma experiência em grupo operativo. Esc. Anna Nery Rev. Enferm.
2005;9(3):421-8.
88
mesmo nas entrelinhas. Por tanto, indica-se que este tópico nem sempre esteja no registro
devido à dificuldade de sua percepção.
Quanto ao tipo de comunicação(2)- item 8, o coordenador destaca se houve predomínio
de comunicação, verbal e nãoverbal, e se foram complementares ou contrárias. É necessário
observar o que foi dito, mas também os gestos, modo de se sentar, ruídos de comunicação,
metacomunicação, assim como se estas informações contribuíram para compreensão dos
movimentos grupais.
O item 9 da crônica diz respeito ao vetor predominante da reunião. Esse aspecto não foi
possível transpor para o nosso registro, visto que se trata de fundamentos do espiral
“Pichoniano” e seus indicadores de avaliação da operatividade do grupo.
A descrição do vínculo grupo-coordenador (item 10) deve ser norteada pelo
desenvolvimento das propostas para o grupo, pois um vínculo mais estreito possibilita tratar
de questões intrapessoais e interpessoais de modo aberto dentro do grupo, principalmente
quando nos referimos de uma doença crônica carreada de preconceito e estigma, como o
HIV/aids. Além disso, essa etapa auxilia ao coordenador a visualizar o seu papel no grupo(18).
Isso não quer dizer que esta etapa funcione como frustração ou glória para coordenador, mas
indica a necessidade de (re)ver algumas questões nas dimensões do referencial teórico do
profissional e de gestão de serviços.
Já o item 11 pontua os acontecimentos relevantes que se dão no contexto político-
social, inserindo-os na primeira etapa do registro, ou seja, no item 1, não sendo necessário
repetir esta informação ao final do registro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este é um relato de experiência sobre a construção inicial de um instrumento
generalizável para registro dos encontros grupais. Apenas um item não pode ser adaptável e
dois foram conjugados a outros, portanto o registro para um grupo genérico é composto por
oito itens.
Assim, visando fortalecer essa prática no sentido de sistematizar o registro das reuniões
grupais, sugere-se aos profissionais de saúde que, ao aplicar a tecnologia de grupo nos
diversos espaços para o atendimento às PVHA e aos outros indivíduos, tenham condições de
incluir o registro da atividade grupal. E que essa prática possa somar o papel do coordenador
de grupo ao do observador.
O registro do encontro é uma estratégia que possibilita a análise qualitativa da
intervenção grupal, uma vez que o registro sistematizado tem a história do grupo de forma
91
sintética e objetiva, apresentando uma análise dos acontecimentos vividos no grupo e a visão
do coordenador pautado em referencial teórico. Constitui-se em uma ferramenta de avaliação
das intervenções grupais.
Como é instrumento em construção, indica-se que ao final o coordenador possa fazer
anotações que não tenham sido contempladas nesse instrumento. Também que o observador
tenha essa ferramenta como orientadora de seus registros e otimize sua atividade de observar
o movimento grupal para posterior análise.
Buscou-se na elaboração desse instrumento garantir o registro dos aspectos
generalizáveis para os demais tipos de grupos desenvolvidos na enfermagem e na saúde,
principalmente grupos de educação em saúde. Porém, o roteiro apresentado, discutido e
sugerido apresenta a limitação de ter sido aplicado somente nessa experiência com PVHA.
Portanto, há necessidade de que seja utilizado por outros coordenadores de grupos que
possam contribuir indicando fragilidades e expondo novos fatos nos espaços deixados no
roteiro, aproveitando-se de que já apresentamos alternativas para marcar os acontecimentos
do grupo em alguns itens (quadro 1), podendo delimitar fenômenos.
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hospital-escola. Cienc. cuid. saude. 2007;6 Suppl 2:337-46.
92
1
Professora Assistente. Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão (UFG/CAC). Mestre.
Enfermeira. E-mail: walterlaniasantos@gmail.com. (64) 3441-5330
2
Professor Associado. Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Enfermagem(UFG/FEN). Doutor.
Enfermeiro. E-mail: marcelo@fen.ufg.br (62) (62) 3209-6280. Ramal 200
3
Professora Adjunta. Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão(UFG/CAC). Doutora. Enfermeira.
E-mail: roselmalucchese@hotmail.com (64) 3441-5330
4
Professora Titular. Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Enfermagem(UFG/FEN). Doutora.
Enfermeira. E-mail: denize@fen.ufg.br (62) (62) 3209-6280
94
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
grupo, denominada tarefa implícita (Quadro 1), que nos auxiliou na percepção da
essência das falas dos participantes(14).
Quadro 1: Distribuição dos temas sugeridos (tarefa explícita) e tema discutido (tarefa
implícita) nos dez encontros grupais. Goiás, Brasil, 2012.
Nº
Grupo(G) Tarefa explícita Tarefa implícita
PVHA
G1 Apresentação dos 8
participantes, elaboração de Falta de informação da família
contrato do funcionamento do sobre HIV.
grupo.
G2 A principal e primeira DO é o 3
Doenças Oportunistas (DO).
preconceito.
G3 HIV como monstro – má 5
Alimentação para PVHA.
informação.
G4 Desinformação no espaço 3
Gravidez - Mudanças na vida.
religioso acerca do HIV/aids.
G5 Experiência no uso dos ARV 7
Adesão aos ARV
auxilia ao autoconhecimento.
G6 A vivência do HIV/aids para 3
Sexualidade.
definir posicionamentos.
G7 Considerar o outro mais 4
Drogas (i)lícitas.
problemático.
G8 A importância da informação 3
Revelação diagnóstica.
para PVHA.
G9 Ocultar o diagnóstico de 6
Direitos e deveres.
HIV/aids.
G10 Espaços somente para PVHA 5
Perspectivas.
para compartilhar informações.
RESULTADOS
Quadro 2: Apresentação das subcategorias com os respectivos trechos de falas dos encontros grupais. Goiás, Brasil, 2012.
CATEGORIA SUBCATEGORIAS E DEPOIMENTOS
EXPERIENCIA PRÓPRIA EXPERIÊNCIA DE OUTRA EXPERIÊNCIA DE QUEM NAO
PVHA VIVE COM HIV/AIDS
Então, duas vezes eu parei [o uso Eu gosto muito de participar disso Essa informação (técnica) eu
CONSTRUINDO SABERES dos ARV] por conta própria, falei: [grupo], e não só eu, mas todos devorei ela. Devorei com todas as
acabou! Não quero mais essa aqui têm muito para conhecer, minhas forças. E hoje eu falo que
porcaria aí... (...). e eu vou falar: pegar um pouquinho a mais de eu não sou mais... não me
eu vi duas vezes, não tem o fundo certas experiências de vida, né? considero infeliz por ser
do poço?(G5). Com cada um, entre nós... tá portadora do vírus HIV. Eu me
eu me conheço! Eu aprendi a me bom? (G1). sinto feliz porque hoje eu sou mais
conhecer, eu aprendi a eu passei mal logo no comecinho informada. Hoje eu sou muito
reconhecer os meus defeitos que eu peguei HIV [...]. Aí eu mais pessoa do que quando não
clínicos, patológicos, psicológicos passei mal porque aí o biovir... possuía o vírus. [...] se eu não
e outra coisa... eu digo pra vocês, ele é bom, sabe? Aquele tivesse o vírus, eu não teria a
psicologicamente, branquinho... agora o stocrin. bagagem que eu tenho hoje.
psicologicamente aqui... dentro de Quando eu usava ele... era a Então, me considero privilegiada
vc sozinha... pode aumentar a sua mesma coisa de usar maconha de ter a informação que eu tenho,
carga de imunidade e baixar o misturada com cachaça. Nossa! de ter passado isso (a
teor de vírus no seu corpo, Eu passava mal, aí foi indo... uma informação) pra muita gente(G1).
[...]psicologicamente, amiga que tem HIV[...],falava pra Eu falo porque eu ministro
entendeu?(G3). A gente sabe, tomar um pouquinho de leite... aí palestra em faculdade,
parece que a gente sente na hora melhorou... aí eu acostumei (G2). instituições... eu conheço a fundo
que seu corpo fala para você. [...] todos os portadores que eu o negócio (aids) (G7).
Parece que ele te manda um conheci que morreu foi por
pontinho (sinal) para o cérebro abandono do tratamento... todos,
(G10). todos! Por isso que não paro com
os remédios (G5).
100
Experiência própria
Os acontecimentos com outras pessoas que vivem com HIV/aids são informações
valiosas. As experiências compartilhadas direcionam ações quando ocorrem situações
semelhantes, pois a convivência com outra pessoa na mesma condição norteia seu
posicionamento referente ao HIV/aids em uma relação de confiança.
O conhecimento de pessoas que não vivem com HIV/aids tem duas dimensões
para PVHA, uma quando se trata de conhecimento proveniente da relação com
profissionais de saúde e a outra de conviveres de HIV/aids. Em relação à primeira,
observamos que o conhecimento científico é apreciado pelas PVHA, principalmente,
nos momentos em que se sentem fragilizados. O domínio de um saber teórico-técnico
sobre a infecção/doença também foi utilizado como autoafirmação perante a sociedade,
atributo de status social diferenciado. No segundo caso, as informações equivocadas das
pessoas sem formação técnica são utilizadas para fortalecer a ocultação do diagnóstico.
DISCUSSÃO
pessoas que não vivem com HIV/aids. Portanto, os resultados deste estudo indicam que
há uma separação das fontes de orientações para as PVHA: quem tem HIV/aids e quem
não vivencia a infecção.
As fontes de saberes sobre a doença para pacientes crônicos incluem a tradição, as
percepções individuais, convivência com outras pessoas, profissionais de saúde e meios
de comunicação(7). Porém, quando se trata do HIV/aids que carreia a relação com outras
condições discriminantes (homossexuais, usuários de drogas injetáveis e profissionais
do sexo), constata-se a desvinculação, temporária ou permanente, com sua rede social
com tendência a estabelecer novos vínculos norteados pelo compartilhar condição
semelhante, favorecendo a confiança e solidariedade(6,16). Quanto aos meios de
comunicação, os participantes criticaram a forma de abordagem do HIV/aids, por ser
pontual, não apresentando continuidade, ao contrário do encontrado em outro estudo(17).
Ainda afirmaram que a impressão é de que a transmissão do vírus se restringe ao dia
mundial (1º de dezembro) e a período festivo, mas há a necessidade de avaliação de
campanhas de sensibilização sobre HIV/aids(2).
Ao saber do resultado do teste anti-HIV positivo, os participantes relataram
adentrar em um campo desconhecido, marcado pelo estigma da deterioração da
autoimagem(16). Para esses indivíduos, a vivência possibilitou a busca e apropriação de
elementos acerca da infecção/doença, com consequente, formação de aparato adequado
para gerir o autocuidado. Assim, entendemos que a incorporação dessas informações no
seu cotidiano foi uma das estratégias para o enfrentamento da doença, no sentido de
construir a sua autonomia.
A experimentação possibilitou o autoconhecimento e, desta forma, conhecer
melhor o mundo(13). Os participantes deste estudo fortalecem a ideia de que a auto-
observação é ferramenta para deduções de como o corpo reage na condição de
soropositivo para HIV/aids, direcionando suas condutas de cuidado. As descobertas a
partir de alterações do corpo foram singulares e formaram um conhecimento
incorporado ao seu dia-a-dia(7). O corpo é o ponto central das práticas em saúde(20) e se
constitui no que há de mais subjetivo em nossa experiência ao mesmo tempo em que se
entrecruzam as diversas formas de saber, pois absorve padrões e influências, como
também se remete a um modo de produzir saberes(13,20).
O corpo corresponde ao espaço físico, à percepção estática e dinâmica, que mostra
todas as manifestações de uma pessoa. Uma vez que o corpo é resultado histórico-
102
cultural, nos definimos como pessoa por meio da nossa relação com o nosso próprio
corpo(13). A visão da experiência a partir do corpo contribui para elucidar aspectos do
adoecimento nas sociedades, permeado com doenças crônicas ligadas ao estilo de
vida(12). À medida que as PVHA explicitaram suas experiências como base para ações,
se tornaram sujeito do conhecimento.
A experiência de viver com HIV/aids foi ressaltada como um saber que é capaz de
contrariar até mesmo ao conhecimento científico, e de se tornar a verdade para as suas
vidas. O indivíduo com a infecção/doença possui seu conhecimento, podendo encontrar
respostas às dúvidas por seus próprios caminhos(19).
Apesar de os profissionais deterem a força de legitimação de disposições, ou seja,
a formação técnica(12), as PVHA participantes identificaram esse movimento e o
questionaram, pois relataram situações que discordaram do já reconhecido. Assim, o
que os conduziram para o cuidado diferenciado foi a dúvida acerca das orientações
desses profissionais, inclusive se estavam atualizadas ou não(22), despertando
desconfiança na relação profissional-PVHA.
Portanto, o indivíduo não é tão passivo frente a um profissional, pois é constituído
por conhecimento próprio(19). O habitus constitui um recurso na interpretação das
práticas, em que se resguardam as verdades que orientam as ações das pessoas, ou seja,
sentidos e significados nem sempre conscientes, percebidos e/ou pronunciáveis, mas
demonstrados por meio de comunicação não verbal(20).
Os participantes relembraram momentos em que comunicaram sintomas que não
foram valorizados pelos profissionais, talvez, por não ter em relação direta com uma
doença e não houve atenção suficiente para investigar de que se tratava. Esse pedido de
atenção negligenciado reflete uma atitude de não escuta dos profissionais de saúde que
interfere na interação profissional-indivíduo atendido(8).
O processo de autoconhecimento foi constituído também por meio da prova de
seus limites físicos, ou seja, algumas orientações de profissionais de saúde foram
testadas. Como exemplo, os participantes dessa investigação citaram o abandono dos
ARV e, a partir dessa experiência, conheceram efeitos reais da interrupção do
tratamento medicamentoso em seus corpos. Há uma indicação de que este
comportamento pode estar relacionado à necessidade da pessoa com doença crônica em
verificar seus limites(7), até mesmo da imunidade.
103
patologias oportunistas, mas a uma dimensão ampla de ter ou não informações para
entender o mundo e se entender, com ressignificações da vida.
Assim, inferimos que os cuidados ao indivíduo com HIV/aids, além da escuta
terapêutica, precisam incluir esclarecimentos dos protocolos, para que o atendimento
tenha o impacto almejado no sentido de melhorias na vida da PVHA.
A particularidade de ser detentor de um conjunto de informações sine qua non
permitiu aos participantes visualizar as relações sociais de modo diferenciado. Os
membros da sociedade não detentores do conhecimento técnico-empírico referente à
vida da pessoa com HIV/aids discriminam as PVHA(4,22) e, por isso, são discriminados
por esses. Essa questão foi vista também como uma forma de enfrentamento para evitar
a exposição a momentos que podem aumentar sua condição de fragilidade(16).
As vivências de discriminação dos participantes pode ser o motivo para o
desenvolvimento de reflexões também discriminatórias, tais como, quem não tem HIV é
uma pessoa desinformada, pois privilegia sexo sem preservativo e que não souberam
organizar evento para discussão sobre HIV/aids. A experiência adquirida também
estabelece limites a excluir, inclusive pessoas, daquilo de que se é excluído(13).
O interjogo de papel social, que ora é excluído por ter HIV/aids e ora exclui
pessoas por não ter HIV/aids, permeiam as relações sociais de pertencimento e
exclusão. Assim, esse princípio silencioso de pertença e distanciamento produz
grupos(13). A luta-fuga das interações sociais que circundam a vida da PVHA se
confunde com a aceitação-negação de orientações que englobam acompanhamento do
status imunológico e alterações no estilo de vida.
Em relação às pessoas que discriminam, o movimento de compreensão da PVHA
por membros da sociedade não é diretamente relacionado à escolaridade. Os
participantes deste estudo atribuem a aceitação ao modo como as pessoas estão
vinculadas umas às outras e a formação familiar. Essa observação das PVHA é coerente
com estudo que explicita a discriminação própria de pessoas não solidárias, uma vez
que o preconceito e os valores morais são incorporados de modo singular de acordo
com a intencionalidade e vivência(16).
Segundo os participantes, a pessoa sem HIV/aids pensa que o soropositivo é um
monstro e que emagrece, imagens que são produto da discriminação, enfrentando uma
barreira social(4). Destarte, durante os encontros de grupo, a recomendação entre os
membros foi ocultar a condição de soropositivo em outros espaços sociais(17), sendo o
106
CONSIDERAÇÕES FINAIS
discriminadas e também tem comportamento similar para demonstrar que não são
compreendidas, pois enfatizaram que a pessoa sem diagnóstico de HIV não tem
conhecimento apropriado sobre a infecção/doença.
No sentido de minimizar a supressão de informações para a pesquisadora durante
a coleta de dados dedicamos maior tempo ao trabalho de campo, vínculo terapêutico
com os integrantes do grupo, além do comportamento da coordenadora de mediar o
diálogo do grupo e esclarecer pontos divergentes baseada em documentos legais do
país, sendo esta fonte segura para os participantes desta investigação.
Em termos de implicações para prática de enfermagem, nossos achados indicam
que para atendimento abrangente à saúde da PVHA é importante perceber quais suas
fontes fidedignas de informações, pois a sua compreensão de mundo e sua vivência
norteiam a gestão de autocuidado. Diante do exposto, indicamos ao enfermeiro e a
equipe multidisciplinar, em especial de serviços especializados a PVHA, vislumbrar
atendimento adequado a esses indivíduos valorizando a composição do conhecimento
que guiam suas práticas de cuidado da saúde. Entendemos que explorar esses aspectos
possibilitou que o atendimento de enfermagem à PVHA fosse revisitado para explorar
as práticas conscientes/inconscientes desses indivíduos.
Algumas dúvidas suscitadas no cotidiano pelos participantes foram solucionadas
graças ao próprio aparato de conhecimento acerca da infecção/doença. Apesar da
assertividade de muitas informações repassadas por PVHA decorrentes de sua
observação, há necessidade de investigar os fundamentos das mesmas para realização
dessas condutas, uma vez que esse conhecimento pode contribuir no atendimento à
saúde.
A limitação desta investigação é referente aos resultados que, embora não possam
ser generalizáveis para os demais grupos de PVHA, indicam direcionamentos para o
atendimento dessas pessoas. Outro fator limitador foi a irregularidade da participação
dos indivíduos no grupo, que pode está relacionada à maior valorização do atendimento
individual, mas que precisa também ser investigado pois o desenvolvimento de estudo
nessa perspectiva exige compromisso em participação, uma vez que a não adesão ao
grupo inviabiliza a coleta de dados. Apesar de dois membros relatarem memória
comprometida devido ao uso de ARV, esta perspectiva é mais um desafio a ser
superado pelo coordenador de grupo com PVHA.
108
REFERÊNCIAS
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RESUMO
Com o objetivo de avaliar a operatividade do grupo para pessoas vivendo com o vírus
da imunodeficiência adquirida humana, realizamos pesquisa exploratória do tipo
avaliativa em uma Organização da Sociedade Civil (OSC) direcionada para pessoa
vivendo com HIV/aids(PVHA) por meio de dez encontros de grupo operativo(GO)
entre os meses agosto e novembro de 2010, com duração média de 1h30min.
Compareceram 14 PVHA convidadas, dessas, sete frequentaram duas ou mais sessões
de grupo, critério estabelecido para avaliar o desempenho grupal. Os acontecimentos do
grupo foram gravados e transcritos, permitiram o preenchimento da Escala de
Indicadores de Desempenho Grupal (EIDG) e a construção da crônica. Os dados foram
analisados conforme análise de conteúdo com categorias preestabelecidas pelos vetores
de avaliação de GO. O grupo operou mudanças na vida dos participantes e funcionou
como espaço para acolhimento, além, de permitir saltos qualitativos, à medida que os
participantes se dispuseram a executar a tarefa.
Descritores: Atenção à saúde. HIV. Prática de Grupo. Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida. Estrutura de Grupo.
RESUMEN
Con el objetivo de evaluar la operatividad del grupo de personas que viven con el virus
de la inmunodeficiencia humana, se realizó exploratorio tipo de evaluación en una
Organización de la Sociedad Civil (OSC), dirigida hacia las personas que viven con el
VIH / SIDA (PVVS) a diez reuniones de grupos operativos (GO) entre agosto y
noviembre de 2010, con una duración promedio de 1h30min. 14 personas asistieron a
las PVVS, estos siete asistido a dos o más sesiones de grupo, los criterios establecidos
para evaluar el desempeño del grupo. Los eventos del grupo fueron grabadas y
transcritas, permitió llenar Escala de Indicadores de Desempeño Group (EIDG) y la
1
Enfermeira. Professora Assistente. Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão (UFG/CAC). E-mail:
walterlaniasantos@gmail.com
2
Enfermeiro. Professor Associado. Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Enfermagem
(UFG/FEN). E-mail: marcelo@fen.ufg.br
3
Enfermeira. Professora Adjunta. Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão (UFG/CAC). E-mail:
roselmalucchese@hotmail.com
4
Enfermeira. Professora Titular. Universidade Federal de Goiás – Faculdade de Enfermagem (UFG/FEN).
E-mail: denize@fen.ufg.br
111
ABSTRACT
the objective of evaluating the operability of the group for people living with the human
immunodeficiency virus, we performed exploratory type of evaluation in a Civil Society
Organization (CSO) directed toward people living with HIV / AIDS (PLWHA) through
ten meetings operative group (GO) between August and November 2010, with an
average duration of 1h30min. 14 guests attended PLWHA, these seven attended two or
more group sessions, criteria established to evaluate the performance group. The events
of the group were recorded and transcribed, allowed filling Scale Performance
Indicators Group (EIDG) and the construction of the chronicle. The data were analyzed
according to content analysis categories with predetermined by the vectors assessment
GO. The group operated changes in participants' lives and worked as a space to host, in
addition, to enable qualitative leaps, as the participants were willing to perform the
task.
Descriptors: Health Care. HIV. Group Practice. Acquired Immunodeficiency Syndrome.
Group Structure.
INTRODUÇÃO
As pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) e com êxito na terapia antirretroviral
(TARV), tem sua expectativa de vida aumentada(1). Por isso, essas pessoas apresentam
demandas de atenção à saúde tanto no atendimento da clínica quanto de apoio afetivo-
emocional(1). Esse último se constitui por estratégias que envolvem ações de prover
atenção, companhia e escuta (1).
Dentre as tecnologias de suporte emocional, o grupo se constitui em ferramenta
eficiente. A forma de condução do grupo depende do aparato técnico-teórico do
coordenador, sendo escolhida nesse estudo a abordagem proposta por Pichon-Rivière,
denominada grupo operativo (GO)(2), cujo diferencial é de que ele tem a finalidade de
executar uma tarefa a partir do vínculo entre os integrantes do grupo, incluindo o
coordenador. Para o autor, tarefa não é sinônimo de ocupação, mas significa o salto de
aprendizagem construído pelos próprios membros do grupo(2).
O GO foi considerado espaço privilegiado em que se articularam as influências
de ordem social, cultural, econômica, psíquica, histórica dos participantes para emergir
112
a mudança de visão de mundo(3). Tanto que por meio de GO, homens que fazem sexo
com homens (HSH) ressignificaram a prática do sexo, tornando-o mais seguro,
contribuindo para prevenção do HIV(3).
Para o alcance dos resultados, a prática de grupo exige planejamento,
desenvolvimento e avaliação da ação do coordenador. A sistematização da avaliação
tem sido ressaltada, haja vista, que permite identificar a assertividade da intervenção
grupal. Dessa forma, possibilita evidenciar a concretude dos resultados para as pessoas
atendidas nessa modalidade(4).
O GO tem a peculiaridade de apontar indicadores para avaliação de desempenho
grupal, denominados de: afiliação/pertença, comunicação, cooperação,
(2,5)
aprendizagem/pertinência, tele . Esses vetores foram organizados em um instrumento
designado de Escala de Indicadores de Desempenho Grupal (EIDG)(5).
Uma revisão sistemática da literatura nos possibilitou a identificação de estudos
que avaliaram a intervenção grupal para PVHA por meio de escalas específicas (6,7) de
adesão à TARV(6), diminuição de sintomas da depressão, ansiedade e aflição(7), assim
como, investigações que utilizaram o GO para atender a diferentes populações,
incluindo HSH(3), pessoas com diabetes(8, 9), educação de jovens e adultos(10), usuários
de álcool e outras drogas(11), dentre outras.
Porém, essa revisão, dentre as propostas de grupo para PVHA não se identificou
a abordagem na perspectiva de GO. Portanto, consideramos essa uma lacuna na
produção do conhecimento sobre avaliação de GO como recurso apropriado para
atendimento (operatividade) de PVHA, constituindo-se assim o nosso problema de
pesquisa. Para tanto, este estudo propõe a avaliação do desempenho grupal por meio da
análise da EIDG e dos vetores para GO.
Assim, objetivamos avaliar a operatividade do grupo para pessoas vivendo com
o vírus da imunodeficiência adquirida humana.
METODOLOGIA
direcionada para PVHA, fundada em 1993, com cadastro atual de duzentas e cinquenta
famílias.
A população de estudo foram PVHA cadastradas na OSC que atenderam aos
seguintes critérios de inclusão, pessoas com dezoito anos ou mais, ambos os sexos,
diferentes experiências sexuais, com capacidade cognitiva para participação do GO, que
participaram, pelo menos de duas sessões de GO. Foram excluídos aqueles que
frequentaram somente um encontro do GO. Assim, compareceram 14 PVHA
convidadas presencialmente ou por telefone, após aplicar os critérios de elegibilidade
resultou em 7 PVHA.
Como intervenção na realidade para a pesquisa, realizamos 10 sessões de GO
semanais com duração média de 1h30min, no período de agosto a novembro de 2010.
No primeiro GO estabeleceu-se objetivo-contrato (contrato do grupo) com as regras de
funcionamento e propondo a tarefa de pensar sobre ‘a vida do soropositivo’. Também
esclarecemos os objetivos da pesquisa e a solicitação da assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Naquele momento emergiram os temas dos encontros consecutivos: doenças
oportunistas, adesão aos ARV, sexualidade, drogas (i)lícitas, direitos e deveres das
PVHA, gravidez, sexualidade, revelação diagnóstica e alimentação para PVHA. A
prioridade dos temas foi estabelecida pelo próprio grupo.
As sessões grupais foram coordenadas pelo pesquisador contando com a
colaboração de um observador. Os registros foram feitos em diários do observador e
gravações em áudio, sendo que ambos deram origem às crônicas(5), que permitiram a
análise dos pontos emergentes, o comportamento dos integrantes, e o movimento do
grupo em torno da tarefa(13).
Para avaliação da intervenção utilizamos a análise das crônicas e da EIDG. Por
meio das crônicas foi possível verificar a presença dos vetores grupais. Com a EIDG
identificamos a disposição dos participantes do grupo no contexto do GO. Esse
instrumento é constituído por 30 indicadores escalonados entre quinze respostas
positivas e quinze negativas. Neste, cada vetor é representado por seis itens (5).
O maior vetor sim é S5 e o menor é o S1. O maior vetor sim é N1 e o menor é o N5.
Indicadores A (sim). S S S S S N N N N N Indicadores B (não).
1 2 3 4 5 5 4 3 2 1
Frequência assídua. Frequência irregular.
Com Pertença
Na avaliação geral pela EIDG dos sete integrantes do grupo, quatro foram
classificados com desempenho muito satisfatório, com somatório igual ou superior a 56
pontos, três participantes tiveram desempenho satisfatório, ou seja, o resultado do
preenchimento da escala se inserido no intervalo de 36 a 55(5).
A EIDG indica a energia psicossocial do integrante naquele momento para o
trabalho em grupo. O resultado das operações matemáticas da escala é indício de maior
ou menor investimento do integrante nos movimentos grupais. A existência de pontos
extremos entre as respostas sim e não revelam o perfil do grupo e os pontos
intermediários apontam as contradições não elaboradas, entretanto a soma dos dois
resultados indicam o desempenho grupal(5). Desse modo, o resultado do desempenho
115
grupal como satisfatório e muito satisfatório significa que a dinâmica do conjunto foi
propícia para pertinência à tarefa grupal e às transformações.
Esse fator corrobora para a adesão das pessoas ao grupo de PVHA e, portanto,
converge com dados de que pessoas acometidas pelo HIV têm a necessidade de espaço
seguro para compartilhar suas angústias e suas vivências(5).
Quanto às categorias preestabelecidas, a afiliação é o primeiro vetor necessário
para que a reunião de pessoas constitua um grupo, pois reflete sua identidade e
aproximação. Conforme esse movimento acontece e se solidifica, a afiliação se
transforma em pertença, como se as pessoas desenvolvessem o sentimento de pertencer
a um determinado grupo. Por isso, a análise desses vetores é conjugada, visto que um é
a evolução do outro.
[...]então é o seguinte, eu gosto muito de participar disso, e não só eu, mas todos aqui têm
muito para conhecer, pegar um pouquinho a mais de certas experiências de vida, né? (G1).
Depois que eu conheci esse grupo, as coisas têm melhorado cada vez mais para mim e eu sei
que eu vou melhorar (G9).
[...]você fala, não é por nada não, você fala uns negócios que eu sempre busquei,
porque pow!e nunca ninguém me ensinou isso (G2).
[...]O medo seu não é da pessoa. O meu é seu?[...] o medo é meu... [...] Ah... agora
entendi tudo! (G2)
A avaliação da operatividade grupal a partir dos vetores foi realizada tanto por
meio de escala de indicadores, quanto por meio dos diálogos durante as sessões de
grupo.
Conforme a EIDG o desempenho grupal foi de satisfatório a muito satisfatório,
refletindo as observações que os membros do grupo expuseram sobre o significado
daquele momento. Também apontou as contradições não elaboradas em relação ao vetor
aprendizagem/pertinência. Esse movimento de reelaboração merece maiores
investimentos, mesmo considerando que o processo de aprendizagem seja infindável e
constante e que esse processo se dê em meio às resistências às mudanças e de suas
próprias reelaborações, mostra-se propício à identificação de incongruências.
Mesmo assim, o grupo operou mudanças na vida dos participantes e funcionou
como espaço para acolhimento deles. Além, de permitir saltos qualitativos, à medida
que os participantes se dispuseram para executar a tarefa e a partir desta execução de
tarefa alcançassem as ressignificações advindas do processo de desestruturação e
reestruturação de modo de pensar, repercutindo no estilo de vida.
O GO é uma estratégia alternativa para atendimento às PVHA, além da clínica
que também precisa ser acompanhada; o GO, contudo, pode funcionar como aliado dos
especialistas que atendem de modo individual, uma vez que no contexto grupal, as
PVHA revelaram angústias que repercutem no tratamento medicamentoso.
121
3. Colosio R, Fernandes MIA, Bergamaschi DP, Scarcelli IR. Lopes IC, Hearst N.
Prevenção de infecção pelo HIV por intermédio da utilização do grupo operativo
entre homens que fazem sexo com homens, São Paulo, Brasil. Cad. saúde pública.
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10. Afonso MLM, Vieira-Silva M, Abade FL. O processo grupal e a educação de jovens
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122
11. Cassol PB, Terra MG, Mostardeiro SCTS, Gonçalves MO, Pinheiro UMS.
Tratamento em um grupo operativo em saúde: percepção dos usuários de álcool e
outras drogas. Rev. gaúch. enferm. 2012;33(1):132-8.
12. Polit DF, Beck CT, Hungler BP. Fundamentos de pesquisa em enfermagem:
métodos, avaliação e utilização. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
14. Bardin L. Análise de conteúdo. Tradução Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. ed
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15. Galvão MTG, Gouveia AS, Carvalho CML, Costa E, Freitas JG, Lima ICV.
Temáticas produzidas por portadores de HIV/aids em grupo de autoajuda. Rev.
enferm. UERJ. 2011;19(2):299-304.
16. Murakami JK, Petrilli Filho JF, Telles Filho PCP, Acorinte AC, Napoleão AA.
Planejando, desenvolvendo e avaliando uma intervenção grupal junto a adolescentes:
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19. Almeida, S.P.; Soares, S.M. Aprendizagem em grupo operativo de diabetes uma
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20. Dall’Agnol CM, Magalhães AMM, Mano GCM, Olschowsky A, Silva FP. A noção
de tarefa nos grupos focais. Rev. gaúch. enferm. 2012;33(1):186-90.
123
CONSIDERAÇÕES FINAIS
destacou foi a experiência de quem vive com HIV/aids, tanto as próprias como
aspectos abordados.
dados, uma vez que o movimento de se referenciar no outro, assim como ser
solidariedade.
discriminação.
de vida das pessoas portadoras de HIV, uma vez que o grupo, no geral,
HIV/aids, por meio da aproximação entre eles. A aula teórica sobre HIV/aids ou
Pelo fato de ser uma abordagem qualitativa, os resultados não podem ser
com HIV/aids que podem ser utilizados para a (re)formulação das formas de
perspectivas específicas.
128
REFERÊNCIAS
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DALL’AGNOL, C. M.;el al. A noção de tarefa nos grupos focais. Rev Gaúcha
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GETZEL, G. S. Survival Modes for People with AIDS in Groups. Social Work.
v. 36, n. 1, p. 7-11, 1991.
JAHN, A. C. et al. Grupo de ajuda como suporte aos alcoolistas. Esc Anna
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______. UNAIDS report on the global aids epidemic. Geneva, 2010. ISBN
978-92-9173-871-7.
______. Joint United Nations Programme on HIV/AIDS. World AIDS Day Rep.
Geneva, 2011a. ISBN: 978-92-9173-904-2.
ANEXOS
ANEXO A
147
CHECKLIST
Artigos Originais: trabalhos de pesquisa com resultados inéditos e que agreguem valores
à Ciência Enfermagem, com no máximo 14 laudas. Sua estrutura é a convencional, isto
é, contendo introdução, métodos, resultados, discussão e conclusão/considerações
finais em itens separados, sendo que será aceito subtítulos acrescidos a esta estrutura.
Artigos de Revisão: destinados a englobar os conhecimentos disponíveis sobre
determinado tema, baseados em uma bibliografia pertinente, crítica e sistemática,
acrescido de análise e conclusão, com no máximo 12 laudas.
No texto de artigos originais, O ITEM RESULTADOS ESTÁ SEPARADO DA
DISCUSSÃO?
As Tabelas, Gráficos e Figuras estão em arquivos originais? (não deve exceder a 5)
A imagem (Tabelas, Gráficos e Figuras) está salva na resolução de 300dpi em CMYK?
No artigo há no máximo as 35 referências permitidas nas normas?
O artigo está em formato de papel A4, com espaço entre linhas 1,5 (em todo o artigo,
nos resumos e referências), fonte Arial 12 e com as 4 margens 2,5cm?
Há no máximo 5 descritores nos resumos?
Devem acompanhar o resumo, abstract e resumen e correspondem às palavras e
expressões que identificam o conteúdo do artigo. Apresentar no máximo 5 descritores em
português, inglês e espanhol. Usar para definição dos descritores: Descritores em Ciências da
Saúde - DECS. (lista de descritores utilizada na Base de Dados LILACS da Bireme) disponível
no endereço http://decs.bvs.br/ e o Nursing Thesaurus do Internacional Nursing Index poderá
ser consultado como lista suplementar, quando for necessário.
O texto do subtítulo conclusão/considerações finais não contém citações?
As citações no texto estão numeradas de forma consecutiva de acordo com a ordem
em que forem mencionas pela 1ª vez no texto?
As citações estão em números arábicos, entre parênteses, sobrescrito e sem menção
do nome dos autores?
Nas referências bibliográficas, aquelas que se referem a artigos publicados em
periódicos latino-americanos e que possuem versão em inglês, estão em inglês? (caso estejam
na língua portuguesa ou em espanhol, os autores deverão alterar para a língua inglesa).
O artigo está conforme a norma de publicação? Caso estas normas não sejam
atendidas o artigo será sumariamente devolvido.
Apresentação dos Artigos Originais
Os originais devem ser redigidos na ortografia oficial e digitados em folhas de papel tamanho
A4, com espaço 1,5, fonte Arial 12 e com as 4 margens de 2,5 cm. No preparo do original,
deverá ser observada, a seguinte estrutura:
Cabeçalho: Título do artigo e subtítulo, se houver, com no máximo 12 palavras, em
português, inglês e espanhol.
149
Nome do (s) autor (es): Nome(s) e sobrenome(s) do(s) autor(es) pelo qual é
conhecido na literatura. Nomes completos dos autores com indicação em nota de rodapé do
título universitário máximo e a instituição a que pertencem. Destacar nome do autor
responsável pela troca de correspondência, E-mail, fone e fax. O endereço eletrônico será
publicado.
Local de realização do trabalho: todos os trabalhos de pesquisa deverão destacar o local onde
foi realizada pesquisa e ou a instituição à qual deve ser atribuído o trabalho.
Título - o título do artigo deverá ser colocado antes do resumo, abstract e resumen,
respectivamente.
Resumo: com no máximo 150 palavras. Incluir os resumos em português, inglês e
espanhol, e devem preceder o texto. Para os artigos originais o resumo deve ser estruturado
(Objetivos, Métodos, Resultados e Conclusão); para as demais categorias de artigos não é
necessário estruturar.
Descritores: Devem acompanhar o resumo, abstract e resumen e correspondem às
palavras e expressões que identificam o conteúdo do artigo. Apresentar no máximo 5
descritores em português, inglês e espanhol. Usar para definição dos descritores: Descritores
em Ciências da Saúde - DECS. (lista de descritores utilizada na Base de Dados LILACS da
Bireme) disponível no endereço http://decs.bvs.br/ e o Nursing Thesaurus do Internacional
Nursing Index poderá ser consultado como lista suplementar, quando for necessário.
Texto: Deverá obedecer a estrutura exigida para cada categoria de trabalho, no caso
de artigos originais (pesquisa) os resultados deverão estar separados da discussão. O item
conclusão/considerações finais não deve conter citações. As citações no texto devem ser
numeradas de forma consecutiva de acordo com a ordem em que forem mencionadas pela
primeira vez no texto. Identificar as citações por números arábicos, entre parênteses e
sobrescrito, sem menção do nome dos autores. Se forem sequenciais, devem ser separadas
por hífen; se forem aleatórias, devem ser separadas por vírgula. No texto deve estar inserido
as figuras, gráficos, tabelas. Todas as figuras (gráficos, fotografias e ilustrações) e tabelas (no
máximo 5) deverão ser em preto e branco. Os autores podem enviar também as tabelas,
gráficos e figuras em doc suplementar se o desejarem.
Referências: As referências dos documentos impressos e/ou eletrônicos deverão
seguir o Estilo Vancouver, elaborado pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas
Médicas, atualizadas em 2008, disponível no endereço eletrônico www.icmje.org. O
alinhamento das referências deverá ser feito pela margem esquerda. Os títulos de periódicos
devem ser abreviados de acordo com List of Journals Indexed in Index Medicus e International
Nursing Index.
- Livros, capítulos, monografias, dissertações e teses deverão ser substituídos por
artigos publicados, quando possível.
Sugerimos que pelo menos 60% das referências citadas seja dos últimos cinco anos.
Todas as referências devem ser apresentadas sem negrito, itálico ou grifo- Para os
artigos com o texto completo em português ou outra língua, que não o inglês, as
referências deverão ter o título em inglês, entre colchetes, com a indicação da língua do
texto no final da referência, conforme exemplos abaixo.
Tabelas: As tabelas deverão ser inseridas no texto, numeradas consecutivamente com
algarismos arábicos e encabeçadas por seu título, recomendando-se a não repetição dos
mesmos dados em gráficos. Na montagem das tabelas, seguir as "Normas de apresentação
tabular", estabelecidos pelo Conselho Nacional de Estatística e publicados pelo IBGE (l993). O
limite é de cinco tabelas.
Ilustrações: As ilustrações (fotografias, desenhos, gráficos etc.) deverão ser numeradas,
consecutivamente com algarismos arábicos e citadas como figuras. Formato das ilustrações
em tif, gif ou jpg. O título das figuras deve ser colocado na parte inferior. Devem ser
suficientemente claras para permitir a reprodução. Os gráficos deverão vir preparados em
programa processador de gráficos.
Legendas: Imprimir as legendas usando espaço duplo, acompanhando as respectivas
figuras e tabelas. Cada legenda deve ser numerada em algarismos arábicos, correspondendo a
cada figura e tabela e na ordem que foram citados no trabalho.
Abreviaturas e Siglas: Devem ser precedidas do nome completo quando citadas pela
primeira vez no texto. Nas legendas das tabelas e figuras devem ser acompanhadas de seu
nome por extenso. As abreviaturas e siglas não devem ser usadas no título dos artigos e nem
no resumo.
150
- Deve ser conciso e refletir a ideia principal do manuscrito, com no máximo 16 palavras e
excluindo a localização geográfica da pesquisa.
- Digitado em caixa alta, negrito, espaço simples, centralizado.
- Em caso do manuscrito ter origem em tese, dissertação, monografia ou disciplina de
programa de pós-graduação, deverá conter asterisco (*) ao final do título e a respectiva
informação em nota de rodapé na primeira página.
AUTORIA
- Limitado a seis autores.
- Nomes completos e a primeira letra de cada nome em caixa alta; nomes dos autores
separados por vírgula; espaço simples entre linhas.
- Nomes apresentados imediatamente abaixo do título, alinhados à direita e numerados com
algarismos arábicos sequenciais e sobrescritos.
- Em nota de rodapé, na primeira página, devem constar as informações correspondentes a
cada autor: formação e maior titulação acadêmica, cargo ocupado, nome da instituição à qual
está vinculado, endereço completo, telefone e e-mail. É importante informar se pertence a
grupo de pesquisa e programa de pós-graduação.
CATEGORIA DO ARTIGO
- Informar a categoria do manuscrito (Item 3 das instruções para autores).
INTRODUÇÃO
- Deve conter justificativa, fundamentação teórica e objetivos. A justificativa deve definir
claramente o problema, destacando sua importância, lacunas do conhecimento, e o referencial
teórico utilizado quando aplicável.
MÉTODO
- Deve conter o método empregado, período e local em que foi desenvolvida a pesquisa,
população/amostra, critérios de inclusão e de exclusão, fontes e instrumentos de coleta de
dados, método de análise de dados.
- Para pesquisa que envolva seres humanos os autores deverão explicitar a observação de
princípios éticos, em acordo com a legislação do país de origem do manuscrito, e informar o
número do protocolo de aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa de acordo com a
legislação vigente.
RESULTADOS
- Informações limitadas aos resultados da pesquisa. O texto deve somente complementar
informações contidas em ilustrações apresentadas, não repetindo os dados.
DISCUSSÃO
- Apresentação de aspectos relevantes e interpretação dos dados obtidos. Relação e discussão
com resultados de pesquisas, implicações e limitações do estudo. Não devem ser
reapresentados dados que constem nos resultados.
CONCLUSÕES OU CONSIDERAÇÕES FINAIS
- Fundamentadas nos objetivos, resultados e discussão, evitando afirmações não relacionadas
ao estudo e/ou novas interpretações. Incluir as contribuições do estudo realizado.
REFERÊNCIAS
- Limite máximo de 30 referências. Sugere-se incluir as estritamente pertinentes à problemática
abordada, evitando incluir número excessivo de referências em uma mesma citação.
Exclusivamente para Artigo de Revisão não há limite quanto ao número de referências.
- As referências devem ser atuais e pertinentes à temática abordada; deve ser evitado incluir
número excessivo de referências em uma mesma citação.
- Recomenda-se citação de publicações da Cogitare Enfermagem, preferencialmente na versão
eletrônica.
As referências devem ser numeradas consecutivamente na ordem em que aparecerem no
texto pela primeira vez, e apresentadas de acordo com o estilo Vancouver.
152
texto, sendo limitadas a 5 no conjunto. Exceto tabelas e quadros, todas as ilustrações devem
ser designadas como figuras. As tabelas devem incluir apenas os dados imprescindíveis,
evitando-se tabelas muito longas, não utilizar traços internos horizontais ou verticais. As notas
explicativas devem ser colocadas no rodapé das tabelas e não no cabeçalho ou título. Quando
a tabela ou figura forem extraídas de outro trabalho, a fonte original deve ser mencionada.
Figuras (fotos, desenhos, gráficos etc.) - serão publicadas exclusivamente em P&B,
sem identificação dos sujeitos, a menos que acompanhadas de permissão por escrito de
divulgação para fins científicos. As figuras não devem repetir dados já descritos em tabelas.
Apêndices e anexos- devem ser evitados.
Agradecimentos- contribuições de pessoas que prestaram colaboração intelectual ao
trabalho como assessoria científica, revisão crítica da pesquisa, coleta de dados entre outras,
mas que não preencham os requisitos para participar de autoria, devem constar dos
"Agradecimentos", no final do trabalho, desde que haja permissão expressa dos nomeados.
Também poderão ser mencionadas, as instituições que deram apoio, assistência técnica e
outros auxílios.
Errata: após a publicação do artigo, se os autores identificarem a necessidade de
errata, deverão enviá-la imediatamente à Secretaria da Revista, por E-mail.
Resumo: deve ser apresentado em português (resumo), inglês (abstract) e espanhol
(resumen), com até 150 palavras (máximo de 900 caracteres), explicitando o objetivo da
pesquisa, método, resultados e conclusões.
Descritores: devem ser indicados de três a seis descritores que permitam identificar o assunto
do trabalho, acompanhando o idioma dos resumos: português (Descritores), inglês
(Descriptors) e espanhol (Descriptores), extraídos do vocabulário DeCS (Descritores em
Ciências da Saúde), elaborado pela BIREME e/ou (MeSH) Medical Subject Headings,
elaborado pela NLM (National Library of Medicine).
Referências:As referências dos documentos impressos e eletrônicos devem ser normalizadas
de acordo com o Estilo "Vancouver", elaborado pelo International Committee of Medical Journal
Editors (ICMJE), atualizado em 2009, disponível no endereço eletrônico (http://www.icmje.org)
e os títulos dos periódicos abreviados de acordo com a List of Journals Indexed for MEDLINE
(http://www.nlm.gov/tsd/serials/lji.html). Recomenda-se que o número de referências não
ultrapasse a 22. Sugere-se incluir aquelas estritamente pertinentes à problemática abordada e
evitar a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação. A lista apresentada
no final do trabalho deve ser numerada de forma consecutiva e os autores mencionados de
acordo com a sequência em que foram citados no texto.
A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores.
Os artigos publicados na Revista da Escola de Enfermagem da USP devem ser citados
preferencialmente no idioma inglês, na versão online, a partir de 2009.
154
APÊNDICES
1º Encontro
2º Encontro
3º Encontro
com a alimentação?
4º Encontro
5º Encontro
antirretrovirais (ARV).
encontro?”.
158
6º Encontro
de grupo: “Eu sei que você é..., mas não sei se...”
sexualidade.
a vida.
7º Encontro
8º Encontro
uma criança?
grupal.
159
9º Encontro
faço? O que gosto de fazer e não faço? O que não gosto de fazer e faço? O
atividade de grupo.
10º Encontro
Nº
Grupo(G) Tarefa explícita Tarefa implícita
PVHA
G1 Apresentação dos 8
participantes, elaboração de Falta de informação da família
contrato do funcionamento do sobre HIV.
grupo.
G2 A principal e primeira DO é o 3
Doenças Oportunistas (DO).
preconceito.
G4 Desinformação no espaço 3
Gravidez - Mudanças na vida.
religioso acerca do HIV/aids.
G8 A importância da informação 3
Revelação diagnóstica.
para PVHA.
G9 Ocultar o diagnóstico de 6
Direitos e deveres.
HIV/aids.
_______________________________________
Walterlânia Silva Santos-Pesquisadora Responsável
______________________________________________
Walterlânia Silva Santos – Pesquisadora Responsável
Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimento sobre a pesquisa
e aceite do sujeito em participar.
Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):
Nome: __________________________Assinatura:________________________
Nome: __________________________Assinatura:________________________
* Observações complementares:______________________________________
Resolução 196/96 MS/CNS/CONEP