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GARANTIA DE JUROS

ESTI'DOS PARA.Sl'A APPUCAÇÀO

m m m de utilidade publica

B I ? A Z U A

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Coíla itcu'iuv ^jiituoi, mudo Digno clLiuilm

C ^t'ClL'tiXllO tV CuLtiV iW ocu'1 ?a cliH-jii-

cnfliua, Comiuctcio f iW OLxt ífuCLi.s

LEW CI CoiiíítiV' iV> uuxiiiVxt liuxi a me.vuL' Í C V I X O :


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iXj'wwilo LVUx opptilutuía^L' pava caltjtcat-lbe.

iiitukx iHiicaa íjuxlijixo.

Riu ilc Jiiwim cm 15 ile ,tm>ln ir l*7t

IT F.\ ,;:mm M!ÍI

:
clm?u íKilviipí.
IISTJDICJ3.

PRIMEIRA PARTE.

ESTUDOS TIIEORICOS E PROPAGANDA.

I l i T I l O D U C Ç A Ü .

PAUS.
SuMMARto. — Causa occasional deste csrriplo. — Dis-
cussão dosysleina de garantia de juros cm França de 1839
a lSí-2.— Prevenções no Brazil contra a garantia de juros.—
o caminho de ferro de Pnraguassú victim a desse erro. — A
Província de S. Paulo a mais ousada no emprego da ga-
rantia de juros c a mais avançada na construcção dos ca-
iu iitlios de ferro

CAPITULQ I.

SuMirAitio.—Memorias e trabalhos de François Bartliolony


de 1835 a 1830sobre a garantia de juros.— O corpo de
pontes u calçadris retardando a construcção dos c a m i n h a
de íerro em França. — Lição para o Brazil.— O svsteina
das subvenções cm luta com o da garantia de juros.—
Kxeiiiplos de subvenção na Iícspanha. — Theoria dassub-
v-jnrnos.— Argumentos cus seu.favor. — Di ííi eu Idades cia
applioar o syslema das subvenções no Brazil
Mil • A 11.V.N 1 I A IJI: : II I-.

u m i I D li.

I'A.-.S
* i|I> F r a i c o i » UaHliulvny 4 lavor
till g a r a n t i a lie j u r o s m i c n i i l i n p o s i r . l u at. s y s t e m a , h s „ , b -
v e n ç u c s . - O c a l c u l o ilas s u l i v r - n i n f s 1,- tão l a l l i v e l como
o ilos o r ç a m e n t o s , c m q u e ellas se f u n d a m - fx,unpins li-
mados m i rt'ile das v i a s ferroa» da I l e s p a n h a . - O n i n m n do
Micliol C h e v a l i e r . - f i a r a u t l a do j u r o s aos c a m i n h o s dc
l o r r o do P a r i s a O r l e a n s e das Í n d i a s f n g l e z a s . - I m p o s s i b i -
l i d a d e dc i m p o r t a r o capital ingtez no B r a z i l , som garantiu
lie j u r o s . - N ã o f a z e m excepção as c o m p a n h i a s d"illumi-
naçao a g u e a Companhia Rio do Janeiro City Impro-
v e m e n t s . - X o t á v e i s a r g u m e n t o s de J l i c l i e l C l i c ' v a l i o r . . . n

R.AL'ITLI.0 III.

S l » ) U M o . _ s a , . f i ( M o t fntw H w » » « . * da U r a n a .„
ronsti-uc-rao ile s u a s v i a s f é r r e a s . - E x e m p l o s tom;,,!.,s na
f r a n c a , I t a l i a , S u é c i a . P r u s s i a t I t i i s M a . - l l a r a n t i a de |lm .<
« i > u x l l l » s p e c u n i á r i o s no C a n a d á e nos E s t a d o s - l l n i d o s -
P r e s t a r ã o de c r e d i t o . - Subscripcão de a r ç õ e s . - A « a r a n t n
de j u r o s n o P c r i i e n a R c p n l d i r a A r g e n t i n a . - D i s c u s s ã o ,|i
i j u o t a de g a r a n t i a de j u r o s adoptada no B r a z i l - n w i i
m e n t o i m p o r t a n t e nesta . j u e s k l o . - P r o v a a f a v o r <1,
g a r a n t i a d e j u r o s concedida aos c a m i n h o s de ferro h r i -
zileiros !_

C.U'ITULO IV.

S I ' M A R I O — I t e g r a s e s t a b e l e c i , I a s por B i r t h o l o n y para ,,


concessão do g a r a n t i a de j u r o s . - S u a discussão e m
l a ç à o ao B r a z i l . Demonstração a l g é b r i c a a f a v o r da l a x a
de 7 por 23 â n u o s . - Regras supplcmenlares. - Ma-
ximum de r e n d a nas companhias garantidas. - Melhor
emprego a d a r ao excesso d c T e n d a ,

I'.APITH.O V.

m U b t a n
a S n » r r ' ' " "" " "°|Ul arsm"™11' ™»f»
m , , s l i l
(i,h i ' T - " u l u » a s « m p n a w Sarati-
n u a s . — A g a r a n t i a de j u r o s espirituosamente dnlinida
m tartholenv.-Demonstrarão , h símile _ _ Apullrarao
IMUCF.. IX

V\r, s.

desta üioori.1 nos na m i n lios de ferro da Bahia c de P e r n a m -


b u c o . — E x e m p l o do caminho de ferro d e P o r t o Alegre a
N o v a - H a m burgo. 33

CAPÍTIU) Vf.

SUMMAHIO.—Refutação ÍÍP um argumento contra a g a r a n t i a


d e j u r o s fundado no exemplo da I n g l a t e r r a . — C o m o p r i n -
c i p i o u a prosperidade actual deste p a i z . — A I n g l a t e r r a de
{000 a 1750.— O D u q u e de B r i d g e w a t e r e o canal de Man-
c h e s t e r . — R i q u e t c o c a n a l de L a n g u e d o c . — S y s t e m a de
empréstimo ás em prezas de u t i l i d a d e public,a.— S u a gene-
ralisação na I n g l a t e r r a . — E x e m p l o s em F r a n ç a . — C o n -
v e n i e n l e npplicação ao Brazil .. W

CAITITU) VI h

SUMMARIO.— Difliculdades e embaraços ás em prezas de


u t i l i d a d e p u b l i c a . — Exemplos no B r a z i l . — M a x i m a s de
Michel C h e v a l i e r p a i a regular as relações entre os go-
v e r n o s , os emprezarios e as c o m p a n h i a s . — O corpo de
pontes e calçadas de F r a n ç a e m l u t a com as c o m p a n h i a s de
c a m i n h o s de ferro.—Estadistas e emprezarios.— L u t a s entre
o Progresso e a R o t i n a . — E x e m p l o s d a I n g l a t e r r a , da F r a n ç a
c do B r a z i l . — Missão social dos rios 47

CAPITULO VIII.

SUMMARIO.—Exemplos dos prejuízos que soffreu o B r a z i l


c o m a g u e r r a feita á garantia de j u r o s . — O c a m i n h o de ferro
do P a r a g u a s s ú e as m i n a s de c a r v ã o de pedra do v a l l e do
T u b a r ã o , e m Santa C a t h a r i n a . — C o n s u m o d e c a r v ã o d e p e d r a
pelo Ministério d a M a r i n h a e pela cidade do R i o d e J a n e i r o .
— O que t e r i a produzido a g a r a n t i a de j u r o s , a p p l i c a d a á
e m p r e z a de mineração do c a r v ã o de pedra do v a l l e do
Tubarão

CAPITULO IX.

SUMMAHIO.—Concessões perpetuas e concessões tempo-


r á r i a s . — As concpssões lemporarias nasceram na França
I. 2
X f, AR ANTI A D li Jl, ROS.

PAc s .
sob a pressão de idúas s o c i a l i s t a s . — Um o l h a r p a r a o fu-
t u r o . — A r g u m e n t o s enérgicos dc B a r t h o l o u y e C h e v a l i e r . —
IndilTereiica dos capitalistas.—Discussão do m e l h o r s y s t e m a
de rescisão dos contractos d a s c o m p a n h i a s . — L e i geral dos
c a m i n h o s de f e r r o . — L e i g e r a l das dócas ü!

CAPÍTULO X.

S u i i M A u i o . — Monopolio g o v e r n a m e n t a l c iniciativa in-


dividual.—Governo c companhias.— A iniciativa parti-
c u l a r tem d i r e i t o pela C o n s t i t u i r ã o do Império a intervir
n a s cinprezas de u t i l i d a d e p u b l i c a . — O p i n i ã o de Michel
C h e v a l i e r . — C o n s e l h o s de S i r J o h n Ronnie aos e n g e n h e i r o s
i n g l c z c s . — Ilidi Itere uca n a c i o n a l pelas obras do u t i l i d a d e
publica.—Princípios i n g l c z c s . — Absurdo das obras com
usufrueto g r a t u i t o . — l u l l u e n c i a maléfica d a p o l i t i c a nas
obras p u b l i c a s . — L u x o c impropriedade das obras con-
s t r u í d a s pelos governos G9

CAPITULO XI.

SUMMAIUO.— jMoDopolio g o v e r n a m e n t a l c i n i c i a t i v a i n -
dividual.—Governo e companhias (em continuação).—
O r i g e m do monopolio g o v e r n a m e n t a l n a F r a n ç a . — I n c o n -
v e n i e n t e d i s t r i b u i ç ã o dos d i n h e i r o s p ú b l i c o s . — P o r t o s de
m a r í r a n c e z e s e i n g l c z c s . — O p i n i ã o de Mr. P a s c a l , enge-
n h e i r o director das obras h y d r a u l i c a s do porto de Marselha.
— O estado de g u e r r a põe á p r o v a os dons systeiuas.—
Exemplo recente no o r ç a m e n t o da I t a l i a . — C u s t e i o das
obras de u t i l i d a d e publica pelos governos.—Impossibi-
lidade dos agentes o f l i c i a c s . — P a r e c e r d a commissão de
obras p u b l i c a s d a cam a r a dos d e p u t a d o s . — E x e m p l o das
l l e s s a g c r i e s I m p é r i a l c s . — N a p o l e ã o I e os canaes de F r a n ç a .
— Opinião dc Perdonnet ( A u g u s t e ) . — C o n s t r u c ç ã o e custeio
dos c a m i n h o s d c ferro d a B é l g i c a pelo governo.—Confissão
do s e u e r r o pelo proprio g o v e r n o . — E x e m p l o d a Inglaterra.
— C r i s e m i n i s t e r i a l p r o d u z i d a pela c o m p r a e ccntraíisação
d a rêde telcgrapliica pelo g o v e r n o . — E x e m p l o final d a ta-
r i f a d a a r m a z e n a g e m da a l f a n d e g a do R i o de J a n e i r o antes
d a organização da c o m p a n h i a d a d6ca da alfandega SI
SECUNDA PARTE.

A LEI DA G A R A N T I A D E J U R O S .

Sun aj)j»lica«»iW» As ciiijíi-ezas «Kt utilidade publica


mais notáveis no Eírsuzil,

VWcli) XI:.

I'ACS.
Si" M MA urn.—A nova lei do g a r a n t i a de juro s nos c a m i n h o s
d* ferro j t m v n i o h o s . — T e n l a i i vas a n t e r i o r e s . — Projecto
dc lei lie- 7 lie AJhü r|:' ISiii em favor D.is r a m hi hos de
ferro c do 17 do Ri'inmbi'o do 1807 em favor d<i porto o das
dócus de» .Maranhão.— E n v i i d a no orçamento e m 17 do
A b r i l dc ÍK73.—Iiitroduci;,l'.> do discurso do senador Si-
n i m l m . — Desanimo o falia do fi'> dos nossos c s t a d i s l a s . —
O quo pódo r c m i l a r do c u m p r i m e n t o da lei d c 2 i do Se-
tembro do Í87J in

capitulo xui.
S U M M A R M . - E s t u d o s para applicaçfto da n o v a lei D<-> ga-
n i í l i a do j u r o s , — P l a n o s p r e l i m i n a r e s . — D a d o s estatísticos.
— Demon st EM rã. 1 da receita Í i í j m i l a dc í — Só os ca-
m i n h o s dc forro crono micos do liilola est rei la poderão dar
c u m p r i m e n t o á lei do 2í do S o l e m l i r o . - I n s u f l i c i c i i c i a das
g a r a n t i a s p r o v i n c i a l . — Os c a m i n h o s do ferro garantidos
d e v e m l i g a r centros produrtoros a portos do ex.port.acAo.
— C o m o deverão ser repartidos os 100.000:000s(wü pelas
províncias do I m p é r i o . — J o l o n i s a r ã o s i m u l t a n e a cora a
construcção das vias ferroas g a r a n t i d a s . — O § 3 . ° do art. i.°
da lei de "2í dc Setembro a i n d a fornece um argumento
cili favor da {/ftmnlia de juros IV/
XII GA 11 ANTI A DE JlUUí

CAPITULO X I V .

PAHS,

S I ' M M A M O . — T y p o s p a r a a concessão da garantia de j u r o s .


— C a m i n h o dü f e r r o de A n t o n i n a a C o r i tiba. — E s t r a d a do
í c r r o c e n t r a l dc p r o v í n c i a das A l a g o a s . — E x e m p l a s de
a p p l i c a ç ã o da n o v í s s i m a l e i do. g a r a n t i a de j u r o s . — V i a s
í e r r e a s e c o n ô m i c a s para o i n t e r i o r do B r a z i l . — A p p l i c a ç ã o
das estradas a s s o a l h a d a s , made-iro-carris ou p l a n k roads
norte-americanos 127

CAITITU) XV.

SIWIMAIUO.—Estudo c discussão d a s emp rezas ás quaes


de preferencia d e v e ser a p p l i c a d a a g a r a n t i a de j u r o s . —
P r o v í n c i a s do P a r á e A m a z u i i a s . — C a m i n h o de ferro do
Madeira a M a m o r ó . — V a n t a g e n s obtidas com a navegação a
vapor no A m a z o n a s e seus c o n l l u c u l e s . — P r o v í n c i a do Ma-
r a n h ã o . — E m p r e z a s m a i s d i g n a s da g a r a n t i a de j u r o s . —
P r o v í n c i a do P i a u l i y . — L i g a ç ã o dos v a l l e s do P a r a h y b a ,
do T o c a n t i n s e do S . F r a n c i s c o . — C i r e u n i s t a n c i a s f a v o r a v e i s
do P i a u h y p a r a colon i s a ç ã o . — P r o v í n c i a do C e a r á . — C a -
m i n h o de ferro d c U a l u r í t è . — Melhoramento do porto d a
F o r t a l e z a . — V a l l e do J a g u a r i b e . — C r e a ç ã o de novos portos
t r a n s a t l â n t i c o s n a costa do Norte do B r a z i l 13,7

CAITITU) XVI.

SIWJMAIUO.—Estudo c discussão d a s emprezas ás quaes


de preferencia d e v e ser applicada a g a r a n t i a de j u r o s (con-
t i n u a n d o ) . — P r o v í n c i a do l l i o G r a n d e do N o r t e . — O c a n a l
dc S . Roque porto de m a r c o m üü kilometros de l i t o r a l
e 5 a lí) metros de p r o f u n d i d a d e . — A S e r r a de B o r b u r e n i a
e a c u l t u r a do c a f é . — A p r o v e i t a m e n t o das riquezas natu-
raes da P r o v í n c i a do R i o G r a n d e do N o r t e . — P r o v í n c i a d a
P a r a h y b a do N o r t e . — C a m i n h o de f e r r o do Conde d'Eu.—
Porto transatlantic!) do C a b e d e l I o . — C u l t u r a do cafò na
gerra d a B o r b u r e n i a ^

CAITITU) XVII.

SU.MMARIO.—O l i t o r a l d a P a r a h y b a do Norte contem os


pontos mais o r i e n t a e s do I m p é r i o . — P e l a Província da Pa-
r a h y b a do Norte p a s s a r á o m a i o r c a m i n h o dc ferro i n t e r -
oceanico tia A m e r i c a do S u l , — T h c o r i a do systeina gera!
ÍNDICE XI»

I'A-IS,

de viaçáo do Império.—-Determinação d a s l i n h a s l>;isc>.—


Urandc t r i a n g u l o de v i a ç ã o . — D i r e c t r i z e s parniJcJas d lia so
amazônica.—Directrizes convergentes ao vórtice meridio-
n a l . — O R i o S . F r a n c i s c o . — D e s c r i pção das p r i n c i p a l s pa-
r a l l e l s ou dos grandes caminhos i n te roce a nicos hrazileiros.
— P a r a l l e l a do v a l l c do P a r a h y b a do Norte. — P a r a l l e l a
do rio S . F r a n c i s c o . — P a r a l l e l a do P a r a g u a s s ú . — P a r a l l e l a
do J e q u i t i n h o n h a . — ParaiieJa do R i o D o c e . — P a r a l l e l a do
Rio d d J a n e i r o . — P a r a l l e l a de S. P a u l o . — P a r a l l e l a do
tguassii.— P a r a l l e l a do U r u g u a y . — P a r a l l e l a do J a c u h y e
do I l j i c u l i y . — L i n h a s convergentes m a i s notáveis.—Con-
fluentes do A m a z o n a s . — C o n v e r g e n t e do Madeira, Guaporé,
Aguapé li y e P a r a g u a y c convergentes analogas.—Conver-
gente do T o c a n t i n s . — A r a g u a y a . — R i o V e r m e l h o . — A n i c u n s ,
Parahyba e P a r a n á . — C o n v e r g e n t e do Tocantins e do r i o
S. Francisco.—Convergente do Parnahylia.—üorgueia.—
R i o P r e t o . — R i o G r a n d e . — S . F r a n c i s c o . — R i o das V e l h a s e
Rio Parahyba do S u l . — C r i t i c a e objecções á theoria das
convergentes c parai leias.—A S e r r a do Mar e o P a r a h y b a
do S u l . — S y s t e m a radial e s y s t e m a q u a d r i c u l a d o ou sys-
teina e u r o p e u e s y s t e m a a m e r i c a n o . — Q u a l o systema que
m e l h o r c o n v é m ao B r a z i l 109

CANUTO WILL

Su MM Ait LO.—Estudo E discussão das em prezas ás quaes


dc preferencia deve ser appliçada a g a r a n t i a de j u r o s
c o n t i n u a n d o ) . — P r o v í n c i a de Pernambuco.—Melhoramento
fdo porto do Recife.—Prolongamento do c a m i n h o de ferro
até o R i o S . F r a n c i s c o . — N o . r o porto transatlantic^ em
I t a m a r a c á . — P r o v í n c i a de A l a g o a s . — C a m i n h o de ferro do
V a l l e do M u n d a h ú . — Melhoramento do porto de J a r a g u á .
P r o v í n c i a de Sergipe. — C a m i n h o de ferro do V a l l e do Vasa-
b a r r i s . — M e l h o r a m e n t o do porto de A r a c a j u . — P r o v í n c i a
d a B a h i a . — A m a i s infeliz no projecto, na execução, e no
custeio dos seus caminhos de f e r r o . - O Joazeiro não deve
ser estação t e r m i n a l do tronco p r i n c i p a l da rôde dos ca-
m i n h o s d c ferro d a B a h i a a o S . F r a n c i s c o . — O traçado por
e x c e l l e n c i a da P r o v í n c i a da B a h i a é o do V a l l e do P a r a -
g u a s s ú . — P o r t o s da P r o v í n c i a da B a h i a no Atlântico.—
Caminhos de ferro do futuro entre o Oceano e o R i o
S . F r a n c i s c o . — ü que v a l e r á p a r a o Império a e o m m u n i -
caçào do R i o S . F r a n c i s c o com o m a r . — M e l h o r a m e n t o dos
portos da B a h i a e da C a c h o e i r a . — A ' P r o v í n c i a da B a h i a
pertence i r r e c u s a v e l m e n t e a exportação do Valle do A l t o
S . F r a n c isco lui
XIV <Í ALI A M ' ) A OK J ULLOS.

CAVITILO XIX.
PA cs.
S n r M A i u n . — E s t u d o e discussão das cmprezas ás quaes
do preferencia deve ser appl irada a g a r a n t i a de j u r o s
(eonliiiuaude.).— P r o v í n c i a dn E s p i r i t o S a n t o . — C a m i n h o
do ferro diis v a l i e s do i in Santa Maria e do Rio Doro ou da
V i c t o r i a , ca pilai dn E s p i r i t o Santo, a Ouro P r e l o , capital
do Minas G e m e s . — l o t a ç ã o m a r í t i m a nn porto da Victoria.—
C a m i n h o do f^rro do v a ü c do M u n i r v . — N e c e s s i d a d e da
creação de novos pnrios de romntoreio transatlantieo.--
P r o v í n c i a s do R i o de Janeiro n de Minas fier;ses.— Questões
imporlaulos a resolver pelas deputações destns duas pro-
v í n c i a s . — O líiii :[e Janeiro nfm é pnrtn n a t u r a l do S. F r a n -
cisco. — P r o v i n d a de S. p . n i l o . — I n i c i a i i v a nos c a m i n h o s
de f e r r o . — l l ' l i i o r a i i i e n l n dn p B i d e Santos 209

apnrxo xx.

SRMMAHIN.—Ksludn e discussão das cmprezas ;is quaes


de pro fere li ei a deve sor appl ira da a f a r n i i í i a de j u r o s
(continuando). — P r o v í n c i a dn P a r a n á . — V a l i a s do Iguassu,
do I v a i i y e d » P i q u i r y . — Cascata dn G u a y r a . — C a m i n l i o de
ferro de A i i l i i n i n a a C o r i l i h a , ao I v a h y e a Miranda.—
Camiiiliii de ferro do vai!' 1 d;> I g u a s s u R e p u b l i c a tlien-
cralica de G u a y r a . - R e s t a u r a r ã o da cidade de Sanla Maria
do Iguassu. — i ' r o v i n r i a de Santa C a l h a r i n a . - O vaile do
Tubarão o a iniiierarãn d o c a r v ã . » de pedra . - C a m i n h o de
lerro do I). Pedro I . - O pint" de S . I ; ranci<ci> e o v a i l e do
I^nassú.—Ovalle da Rilieira. nutro concorreu te á. exporta cão
do v a i l e do I g u a s s u . — C u l t u r a da sêdn e da v i n h a em Santa
Calharina.— Província do Itio f.rande do S u l . — R ê d e do.
caminhos de ferro.— Tronco principal poios v a l l e s d o J a c u h y
c do t h i c i i l i v . — M i n a s de c a r v ã o do pedra no Arroio dos
j e i t o s . - Via férrea para mineração do c a r v ã o de pedra c m
Candiota.—Oliras h y d r a u l h a s uiois á. navegação uns portos
dn Rio Cirando dn Sul. de por lo Alegre e na L a soa dos
Patos.—Navegação n vaper do Alto U r u g u a y . 221

avrn'LO XXI.

S n n i A w o , — Estudo e discussão das emprezas ás quaes de


preferencia devo sm' applicada a líarantia de j u r o s (final).
— P r o v i n d a de Cinvaz.—Xavedação a. vapor do Tocantins e
do A r a ^ u a v a . — Plank-road do v a i l e do rio Vermel lio.—
ÍNDICE. XV

Pai.S.

Kremplu» lio plank-roads nus Esladus-üniilos o nu Canadá.


- P l a n k - r o a d s de ligarão dos Valles do Tocantins c do
A r a g u a y a cum os v a l l c s do s . F r a n c i a » , P a r a n á it r a r a -
í l t i . i y . — P r o v í n c i a dc .Maio Grosso.— Uaininbo dc [erro de
Miranda ao A l t o P a r a n á . — Plauli-roads para. ligarão dos
Valles lio A r a g u a y a , do Tnpajoz o do Madeira ao valle do
P a r a g u a y . — O s portos lluviaos de Slatn Grosso, portos
francos até o aiino dc 191)1).-Como •levam ser conslriiidos
os caminhos dc feiro garantidos.—D sysleina americano
de 183D a 1840.—Apreciarão de suas vantagens por Mieiiel
C h e v a l i e r . - E r r o s e inconvenienles do systeina europeu.—
Sua c r i t i c a pelo engcnlieiro « . A. Opperinann.— Conclusão. 233

ANNEXOS.

A r a m o s . 1 , — S u h v e u r ã o e garantia de j u r o s . _ ( t : i l r a r t o
da memoria sobre as docas do .Maranhão escripta em 1868). m
A x t r e x o x . a — E c o n o m i a das obras p u b l i c a s . - 0 i]uc
mais convoin ao governo: garanlir 7 % pur 3D annus
ou 8 % por 30 annus ? 2ga

ÁTOMO X. 3 . — L e i de S I dc Setembro dc 1873 263


ANXKVO X. 4 , - S o l a sobro os caminhos dc ferro do
R M L
267
ANNEXON. o. — Regulamento para execução das leis de 26
de .lullio do 1852 e de 24 de Setembro de 1873 371
AXNEVON. 6. — índice geral das einprczas dc caminhos
(!e forro do B r a z i l ale 30 do Junho dc 1874 281
I M i I M E I H A P A I i T K ,

ESTUDOS TIIKOKIIIOS !', PROPAGANDA,


GARANTIA DE JUROS

I N T R O D U C Ç Ã O .

SUMMXIUO. — C a u s a -ocasional deste oscripto. — D i s c u s s ã o tio


s y s t e m a dc g a r a n t i a de j u r o s ciu F r a n ç a dc 1830 a 1812.— P r e -
venções no B r a z i l c o n t r a a p a r a n t i a dc j u r o s — O c a m i n h o de
í e r r o de P a r a g u a s s ú v i e t i m a desse e r r o . — A p r o v í n c i a de
S. P a u l o a m a i s ousada n o emprego da g a r a n t i a dc j u r o s e a m a i s
a v a n ç a d a n a c o n s t r u c ç ã o dos raminho.» de ferro.

A 22 de Novembro dc 1870 tive a honra de apresen-


tar ao Governo I m p e r i a l uma proposta, assignada por
seis dos mais notáveis capitalistas desta praça, para
organização da companhia das Aguas do R i o de J a n e i r o .
E s s a proposta, recommendavel por uma tarifa extre-
mamente módica, foi em geral bem aceita; pedia, po-
rém, garantia de j u r o s deli 7 . para todo o capital eílec-
tivamente empregado nas obras, sob a mais directa, in-
cessante e completa fiscalisação do Governo Imperial,
INTP.I D u a i l l

felc pedido soÍIVou objecções importantes, que mu


obrigaram a reconsiderar e estudar minuciosamente o
systema de garantia de j u r o s .
R e c o r r i aos meus mestres predilectos, a Flacliat, a
Charles Dupin, a Michel Chevalier, a François ltartho-
loriv, que so empenharam em França em discussões
analogas durante a propaganda para a execução das
obras publicas por companhias; csüidri a historia da
garantia de juros no tira/.il e os factos, que a lizeram
repudiar nestes uílimos tempos, c reconheci que os ar-
gumentos diquelles illustres apostoles da iniciativa in-
d i v i d u a l e do espirito de associação applicavaui-se me-
lhor ainda ao B r a z i l de 1870 do que á França de 1830.
Kmprehendi por isso restabelecer a verdade e a proce-
dência destes princípios. Oxalá possa conseguir reliabi-
litar o systema da garantia de juros, e fazel-o reconhe-
cer o único meio seguro de importar capitaes estran-
geiros, e também o mais forte,ornais adequado e o mais
conveniente estimulo para o desenvolvimento da i n i -
c i a t i v a individual e do espirito de associação para as
emprezas cie utilidade publica deste paiz.
Procurarei demonstrar, com a aut.orid.ute dos mestres
e coin os factos oreorridos no B r a z i l , que condemnou-se
o systema de garantia de juros sem processo r e g u l a r ;
que houve confusão o má apreciação dos factos: que
não se estudaram com calma e sem prevenção os do-
cumentos ; que exageraram-se os itiáos resultados; que
concluiu-se precipitadamente contra o systema de ga-
rantia de juros e lavrou-se sua condemnação ã r e v e l i a ,
I'.sse grande erro nos ba custado já o nráo êxito do
caminho de ferro do Paraguassú, e 1!> annos ile demora
no desenvolvimento das nossas vias férreas;
l-r ainda á predestinada província de S . Paulo, a mais
ousada fi a mais activa das províncias do Império, que
cabe a gloria de ter profligadu os preconceitos; de ter
tido, a despeito dos vãos terrores dos rotineiros, a
coragem de garantir 7 */, simultaneamenli' a cinco
compinhias de caminhos de ferro.
(M noun.1.Áo. 3

B ' por isso l a m b e m <|o« S . Paulo è a p r o v í n c i a m a i s


prosperado I m p é r i o , it apresenta o exemplo, novo neste
j u i z , de c o n s t r u i r com ca|>iUu$ seus cinco caminhos de
f e r r o ao mesmo i e m p o . ( I )
Apezar da a d m i r á v e l i n i c i a t i v a dos a g r i c u l t o r e s dc
S . Paulo, o p r e j u í z o dos nossos esladislas c o n t r a a ga-
r a n t i a dc j u r o s foi-lhe l a m b e m f a l a i .
I l i s l a n o t a r , para t e c a prova dessa proposição, que
se as v i a ! férreas de S . Paul® tivessem sido eveciitadas
c o m capital e s t r a n g e i r o , importado com a segurança
da g a r a n t i a lie j u n t s , t o j o s esses m i l h a r e s de contos de
r é i s , iiiimobilisailos em c a m i n h o s de f e r r o , e s t a r i a m em-
pregados na c u l t u r a dos Valles dc Jlogy-gnassú, do T i e t ê
e ilo 1'aranápancma ; na c u l t u r a c no beneficio do café ;
na c u l t u r a , na liarão e na tecelagem de algodão : na m i -
neração e na preparação do f e r r o , c c m u m sem n u m e r o
de i n d u s t r i a s connexas!
K i n qui- grào de riqueza e. de prosperid ide não es-
t a r i a hoje essa a d m i r á v e l p r o v í n c i a dc S . P a u l o , a
P e n n s y l v a n i a do B r a z i l ' .

( l ) N o interessante folheio « Estradas de Ferro na Província


,1c s. Paulo ». publicado 110 anuo de 1873 pelo engenheiro A. F .
de Paula Souza, lê-se que se acham ahi projectados 500 kilo-
metres, c em construcção 200 kilometres de vias férreas dc bitola
estreita.
O índice (iend dos Caminhos de ferro do Brazil, que acompanha
i-ste csçripto, demonstra com algarismos eloquentíssimos a inicia-
tiva e a coragem da admiravel província dc S. Paulo,
CAPITULO I.

Knmm». - Memorias c lr;,bailios de Francois Bartliolony de


* 1S3Õ a 1.139 sobre a paraulia dc juros. - O o.or|>o dc pontes e
calcadas retardando a construção dos e u a M o s dc ferro em
França. - l.ição para o Brazil. — O systcnia (las subvenções
cni lota com o da garantia dc juros. - Exemplos ilc sub-
venção na llespanha. — Tbeoria ilas subvenções. — Argu-
mentos cm seu favor. - Iiilliculdadcs cm applicar o systcnia
lias subvenções ao Brazil.

E m 1838, no m a i s f o r t e <la propaganda para a rons-


I r u c ç ã o dos c a m i n h o s de ferro francezes por compa-
nhias, François Jhrtholonv, quo foi depois presi-
dente da c o m p a n h i a d'Orleans, a m a i s prospera da
França, escreveu uma memoria sobre os f a v o r e s , que
d e v i a m ser concedidos ás companhias e m p r e z a r i a s de
vias ferreas.
E m 1839, quando se f a z i a m os p r e p a r a t i v o s para o
grande debate, que deu l u g a r á l e i g e r a l «los c a m i n h o s
de f e r r o francezes dc 1812, F . B a r t l i o l o n y r e f u n d i u a
m e m o r i a , publicada c m 1833, com o u t r a s , que se lhe
s e g u i r a m c c o m v á r i o s d o c u m e n t o s , q u e o b t i v e r a sobre
as e m p r e z a s de u t i l i d a d e publica na F r a n ç a , na Ingla-
t e r r a e nos E s l a d o s - U n i d o s , c deu á luz u m a obra e m dons
volume? com o t i t u l o — « B i t meillmr système ('taiqtUr
pour riíreciitioii <fa i r a r a » r /mídia eu France, »
r, i.WUYI'IA III. HlitK

.Nu tcrci-irv cipitulo dessa ulna m c m o r a u d , »|uc d e w


.-el compulsada noite o ilia polos emprezarios (las gran-
des obras do utilidade publica, refuta François Barlho-
lony loilas as objecções, que sóein fazer ao systcina de
iraraiitia.Je juros eileinoiistra a Ioda a luzsua superiori-
dade sobre todos os muros meios de estimular a organi-
zarão ile companhias para a execução das obras publicas.
Sáo esses argumentos que vamos reproiluzir deseu-
viilvi'iido-os e applicando-os ás emprezas bi'azileiras.
O capitulo começa por uma exposição dos embaraços,
i]ue pôz o governo francez e, sobre ludo, o corpo de
pontos e calçadas á companhia dos caminhos tio ferro
do norte, organizada em 1H:>o por esforço de F . 15ar-
tholony. Nesla orcurrencia, que é hoje do domínio d»
historia, ha unta lição, que não deve ser esquecida no
Brazil, em que tanto se tem discutido a organização
ile um corpo de pontes e calçadas: é a influencia relar-
ilalriz, que lòm essas corporações privilegiadas, seiui-
aristocralicas, sempre eivadas ile preconceitos e v c l l c i -
dades, sobre o movimento progressivo do paiz.
O corpo de pontes e calçadas francez teve a infeliz
pretenção de (|uercr monopolisar a constrneção dos
raminhos de ferro de França e de os fazer todos por ad-
ministração á custa do Estado.
Lutou longos annos contra a i n i c i a t i v a individual c o
espirito de associação, inutilisou companhias já orga-
nizadas, como a do caminho de ferro do norte, repre-
sentada por F . ISartholony c A . de L a l l a n t e , retardando
assim dezenas de ânuos a iutrodueção dos caminhos de
terro em França !
Se isto aconteceu là, 110 centro da Europa, sob a in-
fluencia da rivalidadecom a Inglaterra c com a Bélgica:
o que não é de temer que se (10 nesle paiz, r u j a admi-
nistração infelizmente não deixa de ser affeelada (la.s
ideas centralisadoras francezas.
O governo francez dava cm 1833 preferencia ao sys»
tema de subvenções; depois de 1838 devotou-sc todu a»
sysleina dc garantia de juros, e foi. graças a ellc. que
CU'LLTIO I. '

construiu a Mór parte Jos gran.lcs troncos Jos cami-


nhos de ferro J e F r a n ç a ,
lia dons modos de subvencionar as emprezas : ova se
dá ;ís companhias prestações annuaes para a u x i l i a r as
despe/,as ,le custeio ; ora se dà de unta só vez, ou so-
mente durante a construeção das obras, quantias, des-
tinadas a d i m i n u i r o capital, que a companhia tem do
iinmobilisar na eiuprezi, possibilitando-lhe assim au-
ferir um lucro razoável. No primeiro caso tem-se a
mbmiÇM paru o custeio, no s i t u a d o a svbrenrãa para a
cunttnicrtío das obrax.
O primeiro modo de subvencionar é muito usado para
auxiliar as companhias de navegarão a vapor lluviaes,
costeiras ou de longo curso.
O segunde modo de subvencionar foi exactamente o
empregado em França, a principio em conrurrencia
com o dc garantia de j u r o s ; cedeu-lhe depois inteira-
mente o lugar.
Mais tarde entrou de novo cm voga na construeção
da rede dos caminhos de ferro da Hcspanha, e no que
se chama em F r a n ç a • Le petit resetnt» ou a rede dos
caminhos de ferro de 2 . " ordem.
Eis exemplos de subvenção por k i l o m e t r o tirados da
1'ède hespanliola :
Aseccão do caminho de f e r r o de Alcazar á Ciudad
Real teve 43.000 francos por k i l o m e t r o ;
A secção de Madrid a Saragoza teve 5S.263 franco.;
por kilometro ;
A secção de Barcelona a Saragoza teve, de 38 a 39.000
francos por kilometro, conforme as dilFiculdades do
terreno;
A secção dc Madrid a L a Bidassoa teve 08.000 francos
por kilometro ;
A secção de Madrid a líeynosa nas nascentes do E b r o
teve 2M.000 francos por k i l o m e t r o .
Na propria refle hespanliola t i v e r a m subvenções, li-
xada para toda a extensão da via férrea ;
X :.vluxm DK JUUOS.

O caminho de ferro de Minzanares a Cordova, adju-


dicado a Rothschild com 27.000.000 de reaies de sub-
venção ;
O de Zamora, adjudicado a B e r í r a n d de L i s , com
10.000.000 de reaies de subvenção ;
— Oscaminhos de ferro de Madrid a Yalladolid e de
Burgos a I r u n , na fronteira franceza, adjudicados ao
. Credit Mobilier» da França, a 15 de Outubro de 1886,
com 1413 milhões de reaies ou cerca de 26.000 contos de
subvenção.
P a r a que se possa conceder conscienciosamente uma
subvenção, é necessário possuir estudos estatísticos m i -
nuciosos do movimento de passageiros, e mercadorias
na l i n h a ; projectos c orçamentos das obras, que
possam fazer julgar com grande approximação do seu
custo.
Com estes dados calcula-se o capital da compa-
n h i a pela renda liquida p r o v á v e l , que píide dar a
empreza.
P o r e x e m p l o , se as estatísticas dão para a receita l i -
q u i d a a n n u a l da e m p r e s a a q u a n t i a B , o c a p i t a l d a c o m -
panhia será C = I O K se o s e m p r e z a r i o s e x i g e m 10«/.

de receita l i q u i d a ; e C e u C = l i , 3 I t se elles
se contentameom 7 ",/,.
E m gerai C = — r e p r e s e n t a d o por t a taxa dos j u -
ros annuaes, exigida pelos emprezarios.
Os projectos e orçamentos, feitos pelos engenheiros,
dão o custo O das « l i r a s . Se esta somma O & maior do
que C deve o governo dar uma subvenção S = O — C .
E ' por esta formula que se determina a quota da
subvenção por kilometro ou para toda a l i n h a , confor-
me os cálculos forem feitos para cada klometro ou para
Ioda a linha cm globo.
O governo liespanhol, depois de ter assim determi-
nadoa quota da subvenção, que devia dar a cada kilo-
metro do caminho de ferro, ou a todo elle, punha a
« u p r e z a em adjudicação.
CAPITULO I, 11

Os candidatos mandavam engenheiros seus rever os


cálculos e orçamentos dos engenheiros do governo o
faziam suas propostas.
Aempreza era adjudicada ao concurrente, que menor
subvenção exigia.
Argumenta-se a favor desse systema, dizendo :
1." Que as companhias ficam mais l i v r e s , mais sobre
s i , do que no systema de garantia de j u r o s :
2 . " Que zelam com mais desvelo a conslrucção das
obras e o seu custeio, não se liando na renda garanlidi
peio governo.
Discutindo essa materia quando fazia a propaganda
para a empreza «las docas do Maranhão ( Vide annexo
n . " 1), disse em artigo publicado no Diário Ofllckl, em
Setembro de 1867 :
« I n f e l i z m e n t e o systema das subvenções não- pôde
ainda ser posto em pratica entre n ó s ; a distancia a que
nos achamos de L o n d r e s , o iiioxgotave! manancial de
capitães, asdilliculdailes, que haveria para mandar en-
genheiros inglezes reconhecer a veracidade dos cálculos
dos engenheiros do governo brazileiro; muitos outros
obstáculos práticos tem impedido, que tal systema tenha
sido ensaiado entre nós.
« I I a também considerações financeiras, que fazem
preferível no B r a z i l o sysma de garantia de juros ao das
subvenções.
.< Coin effeilo, se por u m lado, no systema das subven-
ções, o governo tem a vantagem de saber i priori i m -
portância real da obrigação, que contralto couta com-
panhia, tem por outro lado maior onus por ser obrigado
a desembolsar de uma sõ vez, ou dentro de um curto
prazo, o da c-onstrucçâo das obras, uma sornrna impor-
tante, que muitas vezes attinge a um terço c mesmo
á metade le todo o capital necessário i conslrucção das
obras. Como as rendas do Estado são obtidas por i m -
postos, que são percebidos durante todo o decurso do
armo financeiro, pMe o governo m u l t a s vezes com os
recursos ordinários satisfazer as garantias de juros, ao
10 I'.AIUXTU Dr. JUROS.

passo que para as subvenções 6 quasi sempre obrigado»


recorrer a empréstimos ou a qualquer outra operaçao
de credito extraordinário.
, Por outro lado, o systema do garantia de juros não
só assegura á companhia uma justa remuneração para
os seus capitaos, como também lho garante que nunca
será intencionalmente contrariada em sem interesses pelos
empregados do g.mrm-, hypothcse, que, infelizmente,
já se realizou para com uma companhia brasileira sub-
vencionada. Todos Of capitaos, importados para acon-
strucção das grandes vias férreas brazileiras, o têm sido
por intermédio de garantias de j u r o s . »
0 systema de subvenção pura o custeio, applicado aos
caminhos de ferro, i evidentemente i n f e r i o r ao da ga-
rantia de j u r o s .
Antes de estar construído o caminho de forro: antes
de saber-se exactamente o capital da empreza ; antes de
inaugurado o serviço e conhecidas, portanto, as despe-
sas do trafego, ter-se-hia de fixar por meras estimati-
vas estes dados principaes, para sobre elles lixar a sub-
venção annual do governo á companhia. Ou se e r r a r i a
para menos, e a subvenção não produziria o effeito de
uma garantia de j u r o s ; ou se e r r a r i a para mais, e dar-
se-hia o absurdo de estar u governo pagando subven-
ções a uma companhia muito prospera.
A s s i m , esta especie de subvenções t m u i raras vezes
applicaJa aos caminhos de ferro. E m sua applicação ás
emprezas de navegação a vapor não é raro ver-se r e a l i -
zada a hypothese em ultimo lugar figurada; já viu-se
entre nós o governo pagar custosa subvenção a uma
companhia de vapores, que d i s t r i b u í a pingues d i v i -
dendos.
C A P I T U L O [I.

SUAIMAIUO.—Argumentos de F r a n ç o i s B a r t h o l o n y a favor da ga-


rantia do j u r o s e m contraposição ao systoma das s u b v e n -
ç õ e s . — O c a l c u l o das subvenções é Ião f a l l i v e l como o dos orça-
mentos e m que ellas se [ u i u l a i n . — lixemplos tomados n a rede
das v i a s ferroas da H e s p a n l i a . — Opinião de Michel C h e v a l i e r .
— Ciaran tia de j u r o s aos c a m i n h o s ilc ferro d c P a r i z a Orlóans
e das índias l u g l e z a s . — Impossibilidade de i m p o r t a r o c a p i t a l
ingiez no B r a z i l , sem garantia dc j u r o s . — N ã o fazem excepção
as c o m p a n h i a s de i l i u m t n a i ã o a gaz e a C o m p a n h i a R i o de Ja-
neiro C i t y I m p r o v e m e n t s . — X o t á v e i s argumentos de Michel
Chevalier.

S u s t e n t a n d o o s y s t e m a de garantia dc juros contra o


d a s s li l> v e n ç õ e s c x p e n ti e F . B a r t h o l o n y o s t e s a r g 11 m e ri l o s :
1.0 Que a garantia de juros se reduz muitas vezes a um
simples auxilio moral, quando a empreza dd bons resultados
desde o principio ; (2)

2 . ° Quo a garantia de juros, nas emprezas menos


p r o s p e r a s , só se torna effectiva depois da o b r a termi-
n a d a , o u e m todo o u por partes, conforme fôr delcr-

(2) E ' o que teria tido l u g a r p r o v a v e l m e n t e para a C o m p a n h i a


das Aguas, c u j a r e n d a p r i n c i p i a r i a desde logo, e p a r a c a m i n h o s
do ferro, c u j a s p r i m e i r a s secções são l u c r a t i v a s , como os de A n -
tonina a Coritiba, P a r a h y b a á Alagõa-Grande, et»., etc.
li! CARANTIA D E JDRÍJ.S.

minado nas clausulas do contracto, ao passo que se dà


subvenções antes da inauguração das obras, e de se
saber que applicação dará a companhia ás sonunas que
lhe são fornecidas:
3 . ° Que a garantia de juros sú é effeclivainenle dada
ás companhias emprezarias de obras de grande u t i l i -
dade para a nação, quaudoembaraçadas por circumstan-
eias imprcN islãs ;
4 , ° Que no sysleina das subvenções pôde tornar-se
prospera a empresa, e ILT O Estado dado inutilmente
uma grande somma;
8 . * Que a garantia de juros auxilia e indeiiinisa
sempre ás companhias com a maior opporluuidade e
u um r/mulum indispensável. Que as subvenções, sendo
calculadas por estimativa e sobre dados estatísticos,
como se demonstrou no capitulo anterior, são tão su-
jeitas a enganos como os orçamentos, nos quaes, mesmo
e n a França e na Inglaterra, se tem commettido erros
üe cento por cento.
Na r i d e hespanhola, já citada, houve disso dous
exemples frisnntes.
A subvenção do caminho de ferro de Manzanares a
Cordova tinha sido orçada em 9ü milhões de r e a l e s ,
no emtauto esse caminho de ferro foi adjudicado a
Rothschild com 21 milhões de reales tão sóinentode
subvenção: sem esse concurrents l e r i a , pois, a Hes-
panha despendido em pura perda Cti milhões de reales 11
A subvenção do caminho de ferro de Zamora foi or-
çada oiu 31! milhões dc reales ; a adjudicação reduziu
essa subvenção a 10 milhões 11
Assim, pois, mesmo na Europa o sysleina das sub-
venções tein o grave inconveniente dc ser sujeito a
erros limito grandes e a todas as contingências dos
orçamentos das obras.
Michel Chevalier 6 ainda m a i s explicito e termi-
nante preferindo a garantia de juros a todos os outros
systemas de a u x i l i a r as emprezas do utilidade publica.
F a l i a , alóm disso, com toda autoridade resultante da
13
CAPITULO IT.

e x p e r i e n c i a dc 20 annos, d e c o r r i d o s dc 1838, quando


escrevera F . B i r t h o l o n y , a 1838.
Na 7 . " I f r í o d o 2 . ° v o l u m e do seu eloquente curso de
economia p o l i t i c a enceta a m a t e r i a dizendo:
« I I nous r e s t e i e x a m i n e r quel est de tous les modes
d'assistance tiuancière, que l ' E t a t p e u t e m p l o y e r le plus
cl i c c c et le plus digne d ' e t r e recommande pour le
plus grand nomM'e des c a s . J c vais essayer de m o n l r e r
L'il 1,-e.i est Li li qui dans la plupai't des cas p r í s e n t e
„ d'avanta,eSqque la g a r a n l i e d ' u n mm,«um
d i n l o r è t , est que c est le plus puissant por f a , r e e v e -
c u t e r , aa,r. moMres frais pour l'Etat, une grani mm i>
trnraux mr I'iiulustrie prtree.
" T l i ^ M net été prativué en France esta
lu i seal me demonstration complete.»
N a v e r d a d e , que m e l h o r p r o v a í
Enceta-se longo c porfiado debate e n t r e todos os s y s -
t e m a s de a u x i l i a r as c o m p a n h i a s ; p r e f e r e - s e a p r i n c i p i o
as s u b v e n ç õ e s ; r e c o n h e c e - s e o e r r o , adopta-sc defini-
,amento o s y s t e m a de g a r a n t i a de j u r o s , e, g r a ç a s a
n
™ poucos atines se e x e c u t a a rède dos caminhos
de f e r r o da F r a n ç a , a m a i s h e m d e l i n e a d a e a mais b e m
c o n s t r u í d a do mundo '.
C i t a em seguida M i c h e l C h e v a l i e r o exemplo da ga-
r a n t i a de j u r o s , concedida ao caminho de f e r r o de 1 a m
a Orleans. .. .
1
Nesle exemplo ha u m a g r a n d e lição P»»®*"' -
foi necessário g a r a n t i r juros para se c o n s t ™ em
F r a n ç a e m 1838, o c a m i n h o de f e r r o de Pmz a O leans,
d ca 1 al a esta cidade c e n t r a ] , entreposto do r , c c ,
v a l l e do L o i r e , ponto obrigado do grande tronco de

^NoBmU I , a ' l 7 a n n o s q u e nos obstinamos em não


conceder favor algum p e c u n i á r i o ás companhias e m -
p r e z a r i a s das grandes obras de utilidade publica.
Quero,nos que a q u i os capitaes t e n h a m m a i s coragem
e mais devotação que os da F r a n ç a ; quedemos o tmpos-
s i v e l j e nada temos conseguido I
I t GARANTIA DE JUROS.

0 governo inglez garantiu juros de ;> •/, por 9ÍI annos


se quiz organizar as companhias de East Indian Railway,
Madras Riilway e Great Indian Prnninmla, para cons-
t r u i r vias férreas na I n d i a , na sua colonia predi-
lecta !
Nós queremos que o capilal inglez, que não foi sem
garantia de juros á sua preciosa colonia asiática, venha
ao B r a z i l em mera contiaiiça I
As companhias de i l l u m i n i ç ã o a gaz que se têm or-
ganizado nestes ulthnos annos em Londres para v a r i a s
cidades do B r a z i l , sem garantia de juros, não fazem
senão uma excepção apparent» a esla regra .
Effeetivamente em rada conlraclo destas einprezas se
fixa o numero de combustores pnhlicos que o governo
provincial se oliriga a pagai'. Os cálculos são feitos de
modo que estes combustores públicos, de pagamento
i n f a l l i v i d , ijarantam ã companhia u;na renda certa de
(i a 7 7 . pelo menos.
E ' portanto uma garantia de juros disfarçada sob
ou Iro nome.
No mesmo caso eslá a Rh de Janeiro i'.ihí hnprovmmts
Company, que lambem não tem garantia de juros ex-
p l i c i t a , mas lom-na diretivamente no serviço obriga-
t o r i o e no paramento directo pelo thesouro nacional da
taxa de fiftSOOO por prédio, servido pela companhia.
Michel Chevalier sustenta ainda o systema da garantia
de juros em contraposição do systema das subvenções e
a todos os outros, que tem sido imaginados eom estes
excellentes argumentos.
O systema das subvenções e seus congeneres deixam
subsistir todos os elementos incognitos das einprezas e
não lhes fornecem elemento algum certo e positivo.
A subvenção diminuo, é verdade, as despezas a cariro
das companhias mas não muda a natureza das suas
rendas nem lhes dá certeza alguma. Tudo continua a
liear na fé dos orçamentes e das estimativas 1
A subvenção não dá ás acções das einprezas essa cer-
teza de uma ronda periodica i n f a l l i v c l , que é o principal
CAI'llTI.O II. lit

aItractivo dos l i l u l o s de divido publica ; que os far,


preferir pelos pais de família e por Iodos aquidles,
que desejam estabelecer, em favor próprio ou de
outrem, uma renda segura, superior ás contingências
ordinarias.
A garantia dc juros, pelo contrario, dá ás acções das
companhias quasi todo o caracter de certeza que dis-
tingue as apólices, os bonds c em geral, os títulos de
renda sobre o E s t a d o ; ao mesmo tempo que lhes con-
serva o atractivo da possibilidade de dividendos muito
superiores aos juros das apólices ou de qualquer outro
titulo dc divida publica.
Assim é que, a garantia dc juros tem o singular dom
de t r a n s m i t t i r ás acções das companhias simultanca-
ínenle duas qualidades muito queridas pelos homens do
dinheiro e que são ordinariamente antagonistas : —
a certeza e o a z a r .
Ora os homens do dinheiro, os capitalistas, como os
Athenienses de o u t r ' o r a , votam u u i c u l l o especial ao
. Duo ignoto. » Jogar com a certeza de nunca perder é
o sonho dourado daquelles, que, por indole propria ou
pela natureza da sua prolissão, se habituaram a estar
na continua depeudencía dos caprichos da cega fortuna.
Michel Chevalier cita um exemplo frisante da feliz
influencia destas engenhosas combinações do certo e do
incerto sobre os capitalistas.
E m 1831 os títulos francczes de. 5 "/„ estavam muito
abaixo do par: a cidade de Paris necessitou de levantar
um empréstimo de 40 m i l h õ e s ; teve a feliz idéa de
e m i t t i r os títulos a 4 •/, com um premio especial c m
sorteio; bastou isso para obter logo uma cotação, su-
perior aos dos títulos naeionaes, que no entanto t i n h a m
garantias dc credito muito superiores ás da municipa-
lidade de Paris 1
Todas essas razões levaram Michel Chevalier a con-
c l u i r nestes termos essa interessante lição sobre a ga-
rantia de j u r o s :
« L e s g o u v e r n e m e n t s o n t a c q u i s aujourd'hui un credit
Hi IHIUNTIA DE Hinos.

si é t e n d u , q n ' i i s s o n l e n m e s u r e de le d i s l r i l j u e r a u l i e u
de le r e e e v o i r .
n l i n e d e s f o r m e s les p l u s h e u r e u s e s ol les plus fécon-
des, sous lesquelles ils p u i s s e n t n u n p l i r le r ô l e de d i s -
pensateurs d u cró. l i t est, sans eontrrdil, la garanlie
d'tin minimum d'inlerAt p o u r les e n t r c p r i s e s d'utiliti
publique. •
Hi MU.UUO. —Sar[ilii;ins telle., pelas iiai;iii:s da Kuropa na cons-
liuerão (le suas vias férreas. — Exemplos liunailns na tranca
I Lai ia, Suissa, Prussia e Russia —Garantia de jurose auxílios
pecuniários no Canadá o nos Estados-Unidos.—Prestação de
credito. — Siibscripçilo (le acções. — A «aranlia de juros no
Peril e na Republica Argentina.—Discussão da qunla de ga-
rantia de juros adoptada no Rrazil — Documento impouaule
nesta questão.—Prova real a favor da garantia de juros c.on-
eedida aos caminhos dç ferro hrazileiros.

Compulsando a h i s t o r i a da c n n s t r u c ç ã o d o s r a m i n h o s
de f e r r o n a E u r o p a , v é - s e por toda a parte os g o v e r n o s
g a r a n t i n d o j u r o s , s u b v e n c i o n a n d o , e até construindo
por i n t e i r o os c a m i n h o s de ferro e entregando sua
gerencia a companhias, como aconteceu em França
para o c a m i n h o de. f e r r o de P a r i s a S t r a s b u r g o , e do
llennes a Brest.
Eis aqui exemplos de g a r a n t i a de j u r o s tomados
il'enlre m u i t o s :
0 governo f r a n c e z g a r a n l i u j u r o s de i "/„ por 30
annos á l i n h a de D i j o n .1 R e s a n ç o n , o á de Bordeaux a
Cette por 90 a n n o s ;
O grão-ducado da Toscana garanliu S */, para o
c a m i n h o d e f e r r o de L u c r a a P M n j a :
•18 liARAXTlA BE JtiltOS.

Na Suécia teve garantia de S "/„ por 40 annos o Ca-


minito de ferro real, c de !j •/, por 95 annos o cami-
nho de ferro da Svealandia ;
Na Prussia, Guilherme III deixou u m legado de
3.7oO.OOO francos á companhia, que construísse o ca-
minho de ferro de B e r l i m ao l l h e n o ;
Na Russia o governo concedeu 5 "/„ de garantia de
juros durante 83 annos: a garantia foi realmente n m i l o
maior porque o capital foi fixado no máximo dos orça-
mentos s a companhia recebeu 8a milhões de francos
cm obras já executadas.
Agora exemplos da America :
No Canadá (Coloniit. higleza] ) o 1." caminho de ferro
construído foi com (i "/„ de garantia.

Nos'Estados-Unidos, paiz em que o Self-hrl/i, a inicia-


tiva i n d i v i d u a l , e o espirilode associação são ainda mais
vigorosos do que na propria I n g l a l c r r a , abundam exem-
plos de caminhos de ferro com ti •/, de garantia e de
a u x í l i o s directos pecuniários dot governos, quer geral,
quer dos Estados áscmprezasdccanaes e de caminhos de
ferro.
Nos Estados do Norte foi muito usado o modo de
auxilio conhecido pela denominação d e — p r e s t a ç ã o do'
credito do Estado.
O Estado dava ás companhias títulos de renda para
negociar, e ficava na obrigação de pagar-lhes os juros
quando as companhias não o podessoiu fazer. Quando as
finanças das companhias prosperavam, o Estado reem-
ljolsava-se dos juros, que havia pago.
Este systems de a u x i l i a r emprezas se reduz em ultima
analyse a uma garantia (le j u r o s .
O Estado de Massachussets, que se reputa um dos
mais ricos e mais eniprehendedorcs da União A m e r i -
cana, deu ao raminho de Boston ao Oeste ()\'estem
Railroad) unta prestação de credito na iniportaneia de
1
21.3li0.010 francos, além ih lomar acções no valor de
ã.310.000 francos I
r.mrn.o in. Ill

Nos F.slados do Norte usou-se tamliera m u i t o a u x i -


l i a r á s companhias do omprezas J o utilidade publica,
dando-lhes o p r i v i l e g i o tic o m c e r t o n u m e r o de loterias.
Nns Estados (lo S u l o r a n d o m a i s c o m m u i n dc a u x i -
l i a r as companhias foi s u b s c r e v e r arções.
Na V i r g í n i a para as l.ioas emprezas subscrevia o
E s t a d o i / 5 do c a p i t a l ; chegou a subscrever .'1/3 para
a l i n h a dn communicaçào da c a p i t a l da Virginia
(Richmond) ao V a l l c d o O l i i o .
Esto systema doauxilio foi o único que tove a mal-
fadada em preza dc 1'araguassú.
A p r o v í n c i a da B i b i » , apezar de l u t a r com terrível
c r i s e l i n a n c e i r a , subscreveu S.OOcTacções de £ 31110
v a l o r de £ 11)0.0(10 uu de m i l contos de r í í s 1
F o i também o único accionista dessa c o m p a n h i a quo
c u m p r i u com o seu dever.
Na A m e r i c a do S u l os c a m i n h o s de f o r r o , quit exis-
tem, tem sido todos c o n s t r u í d o s sob a benelica pro-
tecção da garantia de j u r o s .
No P e r i l o caminho de f e r r o de A r i c a a Paria leve
g a r a n t i a de j u r o s de li d u r a n t e 80 a n n o s , e o do
3
A r i c a a Tacna de !i j
Na R e p u b l i c a A r g e n t i n a o c a m i n h o de f e r r o de R o -
' z a r i o a Cordova levo 3 •/, de g a r a n t i a de j u r o s !
Vede que s a r r i l i c i o s faz a R e p u b l i c a A r g e n t i n a [lara
t e r o seu caminho do ferro dos A n d e s , (ti)

(:t) A convspandencia do Junial da Cwnluiiriu de Lomireseoi


Maio de 1871, diz :
<í Acaba ilc sc alair neste mercaiin a. subsnipção dn capital
da coinpaiiliia do caminho d'^ lei ia» Oriontal-Arucnlbio, U ca-
oitai que a companhia pretende levantar é ile £ 900,000, cm ac.rOos
d» * » , cmiUWa» » t « w i • » • / . CÍMI»um», com juroilc J "/„,
garantido peio sovcnio argentino pelo espaço (lo 40 annos, snliro
a media rlc £ 10.000 pnr inillia, pela qual a coiiqianliia in»leza
constructor» dc obras publicas (Public Worts Constnicliiig ÜMII-
pany) contracta a construcçào e lorueciinciito do material neces-
sário.
! lista nuva linlia (errea interessa muito ao Brazil. O pros-
jiçdo diz qnc i C.nnipaiiliia foi organizada aliin de coiislriur
2(1 I,U:AYM\ ti! imos

K n l m ii'is argumenta-se incessantemente cora v» 7 %


pa rant iilos aos caminhos üe ferro da Bahia, ilo P i r n a m -
liiico e S . Paulo !
Houve erro 0111 conceder lies garanlias antes de se
saber as eslaoòes íerininacs da via ferroa ; houve erro

u m a ] in lia férrea entre as cidades de Concordia e Mercedes,


ílIH' íica a pequena d i s t a n c i a d a í r o n l ç i r a d o l i i a z i l .
A extensão lufai da l i n h a é de 1W m i l h a s , puiicn m a i s o u
menos, d i v i d i d a em nuas secções ; a p r i m e i r a , q u e v a i da C o n -
c o r d i a a Monte-Ca seios, tem % m i l h a s de extensão, e v a i iiri me-
diamente e n t r a r em c o n s t r u i r ã o , devendo esfar c o n c l u í d a dentro
(In prazo iln Ires ânuos, a contar da datn do começo dos trabalhos,
r o n f o n n e n estipulado n a ronressfm. (jue a n l u r i z a igualmente a
c o n s t r u ç ã o de u m r a m a l de l.'i m i l h a s entre C o n c o r d i a e l l e r r i -
derio, sem que a c o m p a n h i a s e j a a isso obrigada.
« A construcçào da 2 . " seccãn (de Monie-Caseros a Merendes)
não é n h n g a l u r i a para ;i c o m p a n h i a em<|uanto os lucros da
p r i m e i r a não forem d e i f â " / , , do capital nella empregado.
n O governo concede g r a t i s o terreno necessário para a
l i n h a e suas estacões o dependências. A propriedade d a l i n h a
í e r r e a não e s l ã s u j e i t a a imposto de finalidade a l g u m a eniquantu
durar a subvenção. .
« A l i n h a a l r a v e s s a as p r o v í n c i a s de E n t r c - R i o s e C o m e n t e s ,
que são das m a i s leríeis e prosperas da republica- A l é m de grande
m o v i m e n t o de passageiros, deve necessariamente h a v e r nesta
l i n h a u m i m m e n s n trafego de produetos, j;i d a s regiões por e l l a
atravessadas, j ã das p r o v í n c i a s v i z i n h a s , t a i i l o d o B r a z i l como d a
b a n d a o r i e n t a l , que se aproveitarão da l i n h a í e r r e a para os t r a n s -
portes dos seus produrtos nas 90 m i l h a s de terrenos banhados pela
parte quasi i n n a v e g a v e l do r i o U r u g u a y .
« A s considerações que precedem, c o n t i n u a o p r o s p e c t o , a u t o -
r i z a m a lisongeira esperança de que a c o m p a n h i a a u f e r i r á l u c r o s
j«•'uaes, senão superiores aos que têm auferido l o d i s a s o m p r e z a s
de l i n h a s í e r r e a s a l e boje estabelecidas na r e p u b l i c a , e que dentro
de pouco (empo não necessitará, de subvenção.»
Assim. pois. o governo a r g e n l l n o concedeu á c o m p a n h i a do
c a m i n h o de ferro 4)riental-i\rgenfino. que se d e s l i n a a l i g a r
o Paraná ao 1'rugiiav por R e l l a - Y i s l a , Mercedes e C o n c o r d i a ,
a gnrnnlia de j u r o s d c 7 °.'0 por 40 a mi os a u m c a p i t a l de £ DUO.000
o u de Íh000:(l00l)£000.
A i n d a m a i s : como as acções foram e m i l t i d a s a £ 1 8 , c o m o
v a l o r n o m i n a l dc £ 20, a g a r a n t i a de j u r o s real é de 7,77 ou
q u a s i R "/n.
E ' a s s i m que a R e p u b l i c a A r g e n t i n a v a i . confiada c corajosa-
m e n t e , i m p o r t a n d o capital inghv. para íei t i l i s a r os seus pampas,
r m n u a n l o nós, Hrazileiros, d e i x a m o s >mproductivos os ferti-
lissimos v a l e s do Iguassu. do I v a h y , do P a r a n á o do S. F r a n -
cisco, aferrados a u m systema. economieo obsoleto, só eompa-
r a v e í ao do ca mponio que rjuizesse ter colheitas a buudantes sem ao
m e n o s fazer o sacrifício de c o m p r a r as s c m e n l e s ! . , . Quando se
c o m p r e e n d e r á e se praticará neste paiz a o s c c l l e n t c m a x i m a de
Michel C h e v a l i e r : - Le g o u v e r n e n i c n t )e plus écmioroe dVst pas
•'etui q u i dppense 1 p in o i n s ; ma i f I n e n c c l m qui d'1 pense lc m i e u x . »
21
(.A 1'ITl I." HI.

em d e i x a r r n i i s l r u i r esses r a m i n h o s de f e r r o sem os-


ludos sérios sem l l s c a l i s a r ã o r e a l ; não, porém, c m
conceder-lhes g a r a n t i a de j u r o s , meio i n d i s p e n s á v e l de
t r a z e r c a p i n o » i n g l e z ç s á A m e r i c a do S u l .
F o i talvez exagerado l i x a r a g a r a n t i a de j u r o s a 7 "/„
s e r i a possível l i m i t a l - a a li •/, « m w m o 5 7.> a p r o v e i -
tando alguma occasião f a v o r á v e l no Stock Exchange-
A r i v a l i d a d e p r o v i n c i a l , o a r d o r , que então grassOu,
de ser a p r i m e i r a a ter c a m i n h o s de f e r r o , esse e n t l i u -
siasmo e p h e m e r o , que j á foi e s p i r i t u o s a m e n t e a p p e l l i -
dado o « Slecple-Cliiise » das v i a s f r r r w s , p r o d u z i r a m
essa exagerarão na q u o l a da g a r a n t i a .
P a r a p r o v a r , p o i é m , a toda a luz que a garantia de
juros era então, como ainda ô hoje, indispensável,
e x i s t e , como documento i r r e c u s á v e l , otlicio do 23 de
S e t e m b r o de 1833, do conselheiro Sergio T e i x e i r a de
Macedo, m i n i s t r o b r a z i l e i r o e m L o n d r e s encarregado
de agenciar capilaes p a r a os c a m i n h o s dc f e r r o b r a z i -
lciros, dizendo:
. Sc, pois, de Abril de 1832 olé Janeiro it 1833 m
1
fácil abler capitaes com n garantia de i /'j 7 . , deslc ti
áe Janeiro ate 20 de Junlio tomou-se prohlemlico oblèl-os,
ai,via com a garantia tie!> ";„, e do 1de Setembro cor-
rente em diante, se lormu impossível oblel-os, ainda que se
offerceessem 6 °j„ 1 ! »
L a m e n t a m i n c e s s a n l c m c n t e alguns dos nossos esta-
distas os 2.000-.OOOSOOO que o thesouro paga antiual-
m e n l e de g a r a n t i a de j u r o s aos caminhos de ferro da
B a h i a , de P e r n a m b u c o e de S . P a u l o .
E u creio que sb se deve l a m e n t a r os erros a d m i n i s -
t r a t i v o s e te,clínicos, c o m m c t l i d o s na concessão e na

(4) n caminho de ferro D. Pedro It, tinha já as obras da 1.»


secção contactadas « cm globo » em Londres, c ainda não se
havia organizado no Brazil a respectiva companhia I
OH 1 como foi triste e custosa a infancia dos caminhos de
ferro no Brazil t
-KJ 0UUY1IA Di .limos.

realizarão dessas garantias de juros, e, sobretudo, não


se ter boje coragem de pagar mais 7.000:000,500!) de
garantia e importar 200.000:000>000 para a construeção
do vias ferreas econoinicas, escrupulosamente estudadas
para levar a prosperidade e a civilização aos pontos mais
longínquos do Império.
E ' fácil demonstrar que nunca obteve o governo im-
perial capital ingles a m a i s baixo preço do que o i m -
portado para a construeção das vias ferreas por meio
do systema de garantia de j u r o s .
Coin citei Lo a lei n . ° 2348 de 20 de Agoslo de 1873,
que fixa a despeza e orça a receita geral do Império
para os exercidos de 1873—1874 e 1874— 1873, d á :

Ministério da fazenda :
21." verba.—Adiantamento da garan-
tia de 2 c/0 proviuciacs ás estradas
de ferro da Bahia, Pernambuco e
S . Paulo (>34:4300333

Ministério da a g r i c u l t u r a :
1 0 . a v e r b a — G a r a n t i a dc juros ás es-
tradas de ferro ' 1.238:8005373

Somma l.ai3-.230,>70(>

Ora, o eapi tat garantido fui :


Para o caminho de ferro de Per-
nambuco 12.000:000,5000
Capital addicional 4.310:977,5777
Para o caminho de ferro da Bahia. IS.000:000,5000
Para o caminho de ferro de S. Paulo. 20.000:000,5000

Somma 34.310:977,5777

Assim, em números redondos, o governo imperial


paga annualmente dc juros 1.900:000i000, isto é, menos
dc 3 i/s "/„ dos3'i.:i0ll:000.;ri00 que importou da Ingla-
terra pai a a construeção dessas Ires vias fel reas, que,
CAl'ITUI.II 111 2:1

apoz.ir ile todos r r n > do traça lo o administração, t r i l l


produzido ln'neficios extraordinários, sondo, innegavel-
menle, a de S. Faulo a origem da grande cultura do
algodão e o p r i n c i p a l incentivo desse progressivo desen-
v o l \ i m e n l o , quo não tem igual em parte alguma do
Império.
Póde-sc, pois, assegurar que n i realidade jamais n
l í r ; i / i l contrahiii empréstimo esl['aligeiro mais útil
nem mais barato.
CAPITHI.O IV

IscMsiAmo,-Regras eslalirlerida por Barlliolony par» a con-


cessão Or - n ilia de juros.—Sua d!-.cii:,:àü nu reíarão an
Brazil.-Demonstração algitkrira a tivnr .1.1 U ,.i .if ~ I'or
23 annos.— Regras siqipleinfrilarcs.—Maxianuii fie remtaiias
companhias garantidas,— Melhor empreso a dar au excesso de
renda.

E i s aqui as regras que estabelece F r a n ç o i s Bartha-


Sony para concessão da g a r a n t i a de. j u r o s ;
1." RÉGUA, — A (inrantia de juros den'ser dcdii só com
o intuito (k animação.
C u m p r e , pois, em g e r a l , á empreza, que r e q u e r esse
f a v o r , demonstrar ao g o v e r n o qno se funda em c á l -
c u l o s baseados sobre dados estatísticos ofliciaes, e em
orçamentos das obras, cuidadosamente executados.
Se isso tivesse sido e x i g i d o não t e r í a m o s concedido
g a r a n t i a de j u r o s sem conhecer n e m ao menos os pontos
t e r m i n a e s dos c a m i n h o s de f e r r o da B a h i a e do, P e r -
nambuco 1
M i g u e l C h e v a l i e r acha r a c i o n a l que o Estado con-
ceda a g a r a n t i a de j u r o s , como subvenção, quando n e -
cessita do u m a obra que não pôde dar renda s u f i c i e n t e
para r e m u n e r a r capitaes p a r t i c u l a r e s , e no entanto
tenha resolvido ser m a i s vantajoso mandal-a c o n s t r u i r
20 GARANTIA t>K 101(1«,

por uma empreza particular. Expendeeslc peinamenic


nesíis termos:
.< I.'inlervrntion active oil ^implement finaiu'iore de
rfit-t dans les travanx pulilics s'esl mot'nie dans
beauconp de campar cette raison que Idndnsl He privée
« j a i l tro-. fait,!1 ou <rep dciiantc d'elle m i m e , on Irop
T.,-.,, lute l ii elite pour s en charger à moins d'etre sou-
Sonne; ou nième ou'elle en decimait absolumciit I cu-
treprise, quoiqao l'ailaire en soi dút se tn.uver [.roll-
table en ren.iantun led i n l ó r c l des eapifanx engages.
« Joans d'aulrcs cas clle so fonde sur ee que I'eutrc-
pviso ne pounall réniunérer des actiounaires, foul en
élant d'iiilcivt public.
« r o u v e r l u r e de telle communication, q i u d e p r o -
i l u i r P t pis a it x actionnaires plus de 2 on 3 •/., dormers
pent i t re au pays 15 el. at »/„ p a r i a facilite quelle
nitrira íi la P'-d.iclion et aux {-changes. 11 n'y a n e n
(1ue de nature! h ce que, dans des rireonstauees pared-
les I ' i i ' a l oroioque 1'cntreprise par une subvention on
me'mcla pi'enne á sa charge. I I est possible que l'eu-
trepri.se doive rendre des services d'intcrct pttbhed au-
tre w o . It so petit, par exemple, quelle soitappelêe
avoir une milite stratígique, c l e'est un élóment,
donl ie gouvernement, mime le plus ami de la pais, est
forcé de lenir coiupte. »
Esta ultima lupothese deve realizar-se para as es-
tradas esiratencas e comnierciaes de Curitiba ao Alto
Paraná o á fronteira meridional de Mato Grosso, que
será preciso construir directamente por conta do Es-
tado, ou com grandes auxílios pecuniários do governo

^ Í » RECTI.—A garantia de juros dm ser reservada


excittâètmunk ás grandes obras de utilidade publica das
qum dependa a prosperidade ão pai;: «non dans Fm-
léret des concessionnaires, mais, surtont et avrnt tout, dans
(intérét general. »
Assim, pois, ficam fóra de questão todas as obras
(ie simples melhoramento ou aformoseamenlo local,
CM'ITCLO IV. 27

incapazes de effectivamente concorrer para o desenvol-


vimento da agricultura, da industria e do comitiercio
do paiz. A garantia de juros para melhoramentos ur-
banos só pôde ser concedida pelas municipalidades,
de outro modo tlar-se-hia o absurdo economico de
pagai todo o paiz para o bem-estar dc alguns mu-
nícipes.
Nunca deve a garantia ser concedida como favor
aos concessionários, mas simplesmente como um auxi-
l i a r para a organização e realização dc emprezas de
p r i m e i r a categoria quando houver sitio cabalmente
demonstrada a impossibilidade de realizal-as sem o
apoio do Estado.
3.° HECRA. — A garantia th juros tlrce realizar-se tão
somente em relação ás sétimas efedimuirie empreijathn
nas obras.
Deve, pois, o governo prevenir-se. tie iodos os meios
de exercer a mais directa, immcdi.ita e incessante lis-
calisação nasemprezas garantidas.
Deve prescrever que esteja consiaolc.íiente patente
ao? seus agentes toda a e<crlplurs«;«o da companhia.
Além do engenheiro fiscal deverá ter praticantes,
que se iniciem no systema de c o n s t r u i r c administrar
as obras, e ao mesmo tempo íiquom senhores ile todos
os segredos tia sua execução.
Deve ter ainda a faculdade de e n v i a r eonviiissòcs dc
inquérito, sempre que o p a r h m e n i o e a otiiiilão publica
o exigirem. •
Quanto teria poupado a nação brazileira, se esta pre-
scrinção fosse executada lio caminho tie ferro do Per-
nambuco, cujas contas apresentam sommas importantes
empregadas era futilidades ? I
4.° REGRA. — Nos casos et tique for iiintralnjrel jazer
orçamentos minuciosos tias obras, det erá o p r e m o fixar
o maximum do capital que dsceri gozar th [açor tla
garantia de juros.
Descarte prevenirá esbanjamentos de directores
menos cuidadosos.
28 caiuNiU DE junos.

As companhias terão todo o cuidado de não a t l i n g i r


o maximum, porque lodo o capital excedente ficaria sem
garantia de juros e correria por inteiro os azares da
empreza.
E s t e caso se deu na celeberrima reclamação do ca-
minho de ferro de Pernambuco.
A companhia ingleza fez a petição de reclamação de
garantia de juros para o capital excedente, reconhe-
cendo logo que não tinha direito a cila, mas confiada
na equidade do governo imperial.
Depois de muito e muito debate parlamentar o d e
muita polemica pela imprensa, foi com elfeito con-
cedida a garantia de juros ao capital excedente
(4.316:977^777).
Mais uma lição bem cara paga pelo B r a z i l á mestra
experiencia 1
5 . " REGRA. — .4 c/nrantia de juros não deve exceder a
renda dos fundos públicos.
líarlholony fixava para a França de 1839 a garantia
de juros em i •/, incltiida a quota para amortização.
J á foram explicados os motivos e as circumstancias,
que lixaram a garantia do juros dos caminhos de ferro
brasileiros om 7 % . Presentemente seria muito difllcil
fazer baixar esta t a x a .
O annexo n . ° 2 dá a demonstração algébrica da pre-
ferencia que deve merecer a garantia de juros de 7 "/»
por 23 annos, tanto cm absoluto como em conipetencia
com a garantia de juros do 3 °/„ durante BO annos.
Não 6 possivel lixar d priori e etn regras absolutas as
laxas das garantias de juros para as emprezas de u t i l i -
dade publica, por isso que ellas v a r i a m constantemente
com as oscillações do credito do paiz, marcadas no inte-
r i o r pelo Ibcrmometro infallivel da cotação das apólices,
o no e x t e r i o r pela cotação dos títulos dos emprestimos
brazileiros no Stock Exchange.
Além destas regras, dadas por Iiartholony, se poderia
acrescentar m a i s duas outras, que lhe dariam talvez a
mais adequada sanrção.
CAL'ITULO 1' 29

1.' Que os concessionários, ou quando não, capitalistasi


Ila escolha do governo imperial, permaneçam na directoria
até d conclusão das obras .
E s l a medida de segurança foi adoptada na orga-
nização da companhia da doca da alfandega do Rio de
Janeiro.
O a r t . 18 dos estatutos d i z :
« As funeções da p r i m e i r a directoria durarão até 31
de Dezembro dc 1873.» ,
T i n h a fixado essa data como o termo provável da con-
clusão das obras da doca da alfandega.
Uma directoria dc homens eminentes, acima de toda
a suspeita, vale mais do que 3.000 artigos de contracto,
por mais bem formulados que sejam.
E ' o caso da bem conhecida m a x i m a : < Quid leges
sine mo ribas ram proficimt? »
2 . " Que o iniciador cia empreza, ou o autor dos cálculos
sobre os quaes cila se lenha fundado, seja o gerente da com-
panhia.
D c s f a r t e se previne que os especuladores mal inten-
cionado* apresentem falsos prospectos, e assim illudaui
simultaneamente o governo e os capitalistas.
Gerindo a empreza cahiria sobre elle toda a respon-
sabilidade de um mão êxito, a opinião publica teria
provas suficientes para eondemnar quem abusara da
sua confiança.
Estas duas prcscripções podem-se também applicar
ás companhias formadas em Londres.
O governo imperial tem abi agentes diplomáticos c
financeiros, que o podem informar sobre a probidade
dos directores e gerentes das emprezas garantidas.
Além disto todas as concessões dc obras publicas,
feitas depois do m i n i s t é r i o do Visconde do Itaborahy,
trazenra clausula expressa dc que a side da directoria
será no B r a z i l , ou, pelo menos, que ella terá u m repre-
sentante seu residindo no Império, e que todas as ques-
tões serão resolvidas neste paiz e por tribu.naes b r a s i -
leiros.
It
GARANTIA DE JUROS.

A garantias do .juros, concedida nas condições o com


as clausulas que acabo de expender, é irrecusavelmente
o meio mais seguro e mais conveniente de a u x i l i a r , dc
promover e de fomentar a realização das grandes eui-
prezas de utilidade publica.
Na vigorosa e autorizada phrase de Bartholony:
« L a garantic facilite la reunion des c a p i t a u x , assure
1'achévement des travaux, nc laisse rien à 1'arbitraire
n i à la corruption. ,
« Ce mode d'encouragemcnt est lo moios favorable
à 1'agiotage, et mèl plus á 1'abri dos crises violentes,
qu'un grand développemenl dc travaux publics pourrait
justement fairc redouter.»
O que a cxperiencia tem provado corn a maior evi-
dencia 6 que as emprezas brazileiras d'e aigmna impor-
tância não podem dispensar a garantia de j u r o s .
E ' necessário dar renda desde os primeiros annos, e
não ha meio mais racionai e miiiscconomi.ro de satis-
fazer á essa necessidade que a concessão da garantia de
juros sobre bases racionaes.
O estado actual das fortunas no B r a z i l , mesmo na
praça do R i o dc Janeiro, a mais r i c a «lo Império, de-
monstra a necessidade da garantia dc juros, sobretudo
nos primeiros annos, duranle a execução das obras,
liaras são as fortunas, que podem dispensar a renda ou
os j u r o s do capital empregado era acções durante um,
dons, três ou mais ânuos. E m regra geral os capitalistas
necessitam dc toda a ronda dos seus capite.cs para «ocor-
r e r e m ás suasdospozas annuacs. E ' necessário, porianto,
que, comprando acções de uma companhia, lenham cer-
teza do não lícarem privados da renda do capital ncllas
empregado. A garantia de juros salisfaz plenamente
esla condição, ao passo que a subvenção não attende
a esta circumsl.ancia peculiar aos paizes novos o de
fortunas muito subdivididas. Podcr-se-ha a r g u m e n t a r
que sc pode autorizar uma companhia subvencio-
nada a d i s t r i b u i r dividendos ilnrante a conslrurç.ão
mas cnlão não é mais o systema de subvenção,
CAMTUI.0 IV 31

Fias sim um meio termo entre a garantia de juros e a


subvenção.
Estas reflexões fazia Flacbat desde 1833 quando se
occupava da propaganda para construcção da l ê J e dos
caminhos de ferro francczcs por companhias.
ü que parece 'mesquinho, ou pelo menos pouco l i -
beral, í a repartição do excesso de renda entre o go-
verno e a companhia, logo que ella excede ao maximum
estabelecido, clausula que se cncontra.na mór parte dos
contractos de garantia de j u r o s .
Quando u m governo geral ou provincial, resolvo pro-
mover a realização de uma grande obra de utilidade
publica concedendo-lhe a garantia de juros, não devo
ter em vista o lucro, que, em época mais ou menos
remota, lhe podo p r o v i r da co-parlieipação nos divi-
dendos da companhia. E ' muito mais bem pensado que
reserve-se a faculdade de abaixar as tarifas, ou de
obrigar a companhia a prolongar as suas obras, sempre
no único escopo de beneficiar a agricultura e o com-
mercio, e desenvolver e enriquecer a população.

O interesse dos governos nas grandes emprezas do


utilidade publica deve ser todo indirecto, por assim
dizer immaterial; devo concentrar-se no beneficio geral
dos povos pela facilidade das communicações, pela mais
prompta diffusão dos conhecimentos úteis, pela mais
immediala e ellicaz acção da j u s t i ç a .
Procedendo assim fundarão ein solidas bases a r i -
queza individual, e, portanto, a riqueza nacional.
Seja o povo r i c o , c o governo será i n f a l i v e l m e n t e
r i c o : governo rico o nação pobre é a estulta chimera
dos F r a n c i a s c dos L o p e s ; dos tirannos das nações mais
b a r b a r a s ; 6 a velha imagem da estatua de ouro com
pés de barro 1

E m todos oseontraclos de garantia do juros se estabe-


lece para as companhias u m máximo de r e n d a . Esta
praxe é justa c recommendada pelos bons princípios da
sciencia economica. Na verdade as grandes emprezas dc
Hi ü V H A NTI V I)K JlT.OS. — r.U'Inii.O IV,

viação ou üe serviços publico» de a l i i importancia, ás


quaes só se pôde appiiear racionalmente, a garantia de
juros, não devem u s u f r u i r rendas illimitadas, pesando
fatalmente por uma alia tarifa sobre a agricultura, e
sobre o eommerrio, e, purl.inlo, sobre o progresso do
pai/:.
Assim, nada mais justo do que, lendo a companhia
conseguido d i s l r i b n i r dividendos de 1(1 eu l i -/,, »l>ri-
gal-a a baixar as larifas, ou a excciilar mais obras dc
modo que nunca ilislrihua dividendos além desse má-
ximo.
Km uma via férrea, ou em outra qualquer obra capaz
de extensão, o melhor emprego para o excesso de remia
e evidenlemeute o iirolongamento da obra, que estende
os seus benefícios a uma zona mais vasta do paíz.
Estas considerações formam lambem um bom argu-
mento em favor da garantia de juros, applicada geral-
mente ás gi andcs emprezas de utilidade publica, por-
que dá aos governos a faculdade de limitar-lhes a renda,
e dc fazer reverter immediatanicnte em beneficio do
pai/, todo o excesso de receita, obtido pelas compa-
nhias.
C \ P 1 T I ! L Ü V

S-jMimoo.— llefnlaeão ilo priue'pal argumento conlra a garamPt


de juros.— Ha esliniulo nas eiurirezas garantidas. — A ga-
ranLia de juros espíiil.uosaiiluulo delinida por ParlUolnny.—
Demons'ra<;;ln do «Simiiei.. — Applieaeão desla tle'oria aos ea-
niinhns de ferro da iialiia e de Pernambuco. — F.xeinplo do
v. 11 u 11111 i de feiro de Porto-Alegec a Nova-Ruinbiirgii.

U m ilos argumentos ile mais voga nesle paiz contra o


s y s l e m a do g a r a n t i a do juros é que ollo esmorece os em-
prezarios e os accionistas, o llies r e s f r i a todo o zelo pela
prosperidade da empreza por causa da certeza, que elites
í è m , d e a u f e r i r sempre renda do seu c a p i t a l .
E s t e a r g u m e n t o é facilinenl.o a s s i m refutado :
1." A garantia ele j u r o s , liem estabelecida, como a rom-
p r e h e n d e r a m F r a n ç o i s B a r t h o l o n y o Michel C h e v a l i e r ,
e como a peço para as emprezas b r a z i i c i r a s , deve ser
calculada sobre a renda produzida pelos fundos públicos.
A s s i m é que para o c a p i t a l n a c i o n a l não se d e v e r á dar
m a i s de 0 "/„ a 7 °/„; pois v esta a renda que se obtém
das apólices da d i v i d a publica. (8)

(ri) Presentemente, com a. ex.traordina.ria alta das apólices, a.


«unia effeeliva do eapiUl nellas empregado é j a ineiier d j O "/„.
It
GARANTIA DE JUROS.

A proposta para a companhia das aguas pedia só-


mente (i "/„; _ ,
2 • E s t a b e l e c i d a esta base, é bem claro que nao e as-
piração para c a p i t a l i s t a s ; que não é f u t u r o para uma
empreza dar a seus accionistas a mesma renda, que le-
n a m dos fundos públicos, sem o menor azar, sem m a l »
incominodo (pie receber semestralmente os seus j u r o s ;
3 . ° Que a d i r e c t o r i a e a gerencia da empreza traba-
lharão, portanto, incessantemente para e l e v a r a receita
a 10 7, e a 12 •/, de conformidade com as promessa* do
prospecto da e m p r e z a ;
4 ° y u e os accionistas actuarão para esse resultado
com o m a i o r empenho sobre a d i r e c t o r i a e sobre a ge-
r e n c i a , por isso que suas acções não poderão ser coladas
au par c m quanto só p r o d u z i r e m a mesma renda que as
apólices da d i v i d a p u b l i c a ;
5 . " flue a baixa das arções é u m mal r e a l para todos
os interessados na empreza, que sc. manifesta nos pre-
juízos verificados em todas as occasiõcs em que l ô r ne-
cessário ao accionista fazer q u a l q u e r venda, deposito ou
transacção coin o seu c a p i t a l , empregado e m a c ç õ e s ;
(i • Due a garantia de j u r o s , bem estabelecida c cal-
culada com lado o c r i l c i io sobre dados estatísticos olii-
ciaes, e p r i n c i p a l m e n t e só concedida a emprezarins e a
companhias, c u j a honestidade esteja a c i . n a de toda a
suspeita, furicciuna, na espirituosa phrase de llartho-
l o n y , e x a c t a m e n t e como o pára-quedados balões.
Não é motor para v i a g e m , nem a u x i l i o para os casos
o r d i n á r i o s mas simplesmente recurso e x t r e m o , de que
só se deve lauçac mão em caso de catastrophe iin-
íninente.
O simile b perfeito : em quanto causa n e n h u m a im-
p r e v i s t a v e m embaraçar a marcha da empreza, cila v i v e
dos seus próprios recursos, da renda produzida pela re-
muneração dos s e r v i ç o s (pie executa, e trata de í i i n i l i -
p l i c a l - a , estendendo as suas operações, aperfeiçoando a
sua g e r e n c i a , reduzindo e economisando nas suas des-
pezas de custeio.
• ••APITOU» T ''''

Dá-se o i m p r e v i s t o , o caso de turra m a i o r - i i n i j d m v i


do Mito —o K s l a i l o , « gr mie força mia, na expressão
de C h e v a l i e r , v e m enlão em a u x i l i o dos parti,-tilares
n ã o d u v i d a r a m a r r i s c a r suas economias, o f n i e t o
dos seus trabalhos e das suas v i g í l i a » , a esperança ,le
seus liilios, c m u m a obra destinada p r i n c i p a l m e n t e a
fomentar a prosperidade de seu pai/.!
E ' então que f u n c c i o n a a g a r a n t i a de j u r o s , que o E s -
tado c u m p r i n d o u m dever de equidade e j u s t i ç a na-
cionaes, v e m s u p p r i r o deficit de r e n d a , possibilitando
assim, que sem d e s a s t r e , que sem queda de MM, a em-
preza atravesse o período i n f e l i z .
Mas se d i r á , porque aconteceu no B r a z i l , e sobretudo
nos caminhos de f e r r o da B a h i a e P e r n a m b u c o exacta-
mente o c o n t r a r i o ?
E ' porque, lhes responderia o bom F r a n k l i n « a expe-
riência tem uma escola em que us lições custam caro. » Essa
nos custa nos l . ! » 0 1 : 0 : ) 0 ; ? a n n u a e s , segundo os r e l a l o r i o s
do m i n i s t é r i o da fazenda.
Houve outra que nos custou mais c a r o ; dizem
cerca de 8 0 0 . 0 0 0 : 0 0 0 5 , c, o que foi p r i o r , muitos
m i l h a r e s de B r a z i l e i r o s , r i c o s de v i d a e de amor ,1a
fiatria ! . . . (j)'i

C u m p r e ainda a c r e s c e n t a r que o caminho ile f e r r o de


S . Paulo desmente solemnemeiito este sophisina c o n t r a
a g a r a n t i a de j u r o s .
Apezar dos seus planos i n c l i n a d o s c o c a m i n h o de
f e r r o de custeio mais barato deste I m p é r i o . A relação
dasdespezas de c u s t e i o à receita b r u t a r o i d o 3 3 7 . n o
e x e r c í c i o de 1872 a 1873, quando mesmo na I n g l a t e r r a
essa relação è o r d i n a r i a m e n t e de 3 0 * / . e u o s Estados-
Unidos alcança m u i t a s vezes a m a i o r algarismo.-

(C.) ft relatorio do ministério da fazenda ih' 1S7-2 consolidou a-?


desjiezas, feitas com a p w m (to Paraguay, cm W8.720:(iiis8S8.
:ÍG i.ililMH lit junis.

Ha, puis, estimulo em um caminho de ferro garantido,


estimulo, fjue reduz suas despezus de custeio a um mi-
Himm, desconhecido mesmo na Inglaterra !
S „ entanto, csludando-se detidamente a historia da
garantia dc juros noscaminhos de ferro mesmoda Itdiia
c de Pernambuco, reconhecer-se-ha ainda uma vez a
verdade de tolos esses argumentos cm prol da garantia
de j u r o s ; reconhcccr-se-lia que o grande erro foi de
traçado c de falta de economia na ronstracção, e quo as
direrturias destes caminhos de ferro, apezar das garan-
tias do juros, fazem incessanlcscsforços para augmenlar
asna receita e não adormecem rondadas nella.
As serras do sertão da Bahia têm contribuído muito
liara esterilisar e frustrar a acção do caminlio dc ferro.
I\' um caso dc força maior, que não se deve levar á
emita de garantia de juros.
São mui complexas a s n u s a s , que produzem a prospe-
ridade ou a decadência ilc uma empreza, c não podem
ser bem apreciadas c reconhecidas senão por u m estudo
aturado e minucioso dc toda a sua h i s t o r i a .
B' pelo menos leviano allirmar que o mão e x i l o dos
caminhos de ferro da Bahia e Pernambuco c devido
a garantia de j u r o s , quando c publico e notorio que
um sem numero dc outras causas contribuiu para tal
resultado.
Continua plenamente os argumentos, aqui expendidos,
o prospecto do caminho de ferro do Porto-Alegre á Nova-
Ihiilburgo, que se distribuiu em 1872 na praça de
Londres.
Estudando-o, ganha-se a convicção :
1.» Que é indispensável para levantar actualmente
r a p i t a f e m Londres a garantia de j u r o s . Não fazem dis-
pensar essa segurança nem estudos preliminares, nem
dados
protecção estatísticos
olliciosapromettendo
da legação b r1a1z %
i l e i de
r a ; renda, nem a
2." Que a taxa da garantia não pOde ser menor d e 7 " / 0 .
A província do Rio Grande do S u l , apezar de ser uma
das mais prosperas do Império, só linha concedido 5 •/„.
MHITI.O V. '"

K „ i niTfw-arin , U \ « l i r o capital em acções p r i v i l e -


giadas c cm aeries s i m p l e s , e assegurar ás primeiras,
as uniras que foram nllereridas na praça ile Londres, a
garantia de juros de 7 "g pagos em ouro ! _
No entanto, ape/,ar dc toda esta combinação tan-
oeira o correspondente de Londres para o Jornal (lo
( t o r c i o atlirma que só havia certeza dc levantar
£ 100.000, poe.eo mais do terço do capital necessário á
ompreza, que íi dc £ 292.300. .
Arcresre ainda que a timidez da província em ga-
• r a n t i r só 3 "/, lhe custará seguramente muito caro.
Os fornecedores do material do caminho de ferro, aos
nuaes foram dadas as acções não privilegiadas, tarao
nagar preços exagerados para salvar as perdas e as móras
prováveis, e se garantirem também da hjpothesc fatal
do caminho de ferro de paraguassú.
A b i lambem deram-se acções em paga do materia e
dos serviços, o desse erro provieram os exagerados
p r e ç o s , encontrados nas contas defallcncia da compa-
nhia.
Tenhamos, pois, coragem de encarar as cousas como
cilas são ; cumpre fazer sacrifícios, c grandes, para que
tenhamos Vias férreas e possamos sabir do estado de
m a r a s i H l m que vivemos.
Façamos estes sacriticios com a mesma virilidade e
devotarão com que salvámos a dignidade nacional no
Para"iiaj". c lancemos assim, quanto antes, bases se-
guras para a integridade, segurança c prosperidade deste
Império.
CAPITULO V!.

SiiMimiin.— Refutarão de mu argumento contra a garantia de


* juros fundado no exemplo da Inglaterra.- Como principiou a
prosperidade arlual desie pais.— A Ingiaierra de IÇOU a 1750.—
O lle.ipe 1 dc B r i g r w a l c r c o c a u a l d c S l a n c h c s t e r . - l l i ' i u e t , o o
e a e a l i l c L a n g u n l n c . - S y s l n n a de e u j p r e s t i l i e ) as c i e p r e z a s de
u l i l i d a d e pu h l i c a . — S u a g e n e r a l Inglaterra—Exemplos
em frança.-Conveniente appiicaçáo ao Brazil.

Jia I n g l a t e r r a , dizem os que combalem o systema de


garantia dc j u r o s e, cm g e r a l , o de a u x í l i o s directos —
pecuniários— a; companhias, não é preciso que o go-
v e r n o faça s a c r i l i c i o s ; a i n i c i a t i v a i n d i v i i l u a l , o e s p i r i t o
de associação, a ilevolação ás emprezas de utilidade
publica fazem t u d o : a I n g l a t e r r a leni estradas, t e m
canaes. tem caminhos de f e r r o , lein dóeas, tem tele-
graphos em lai ahundancia, que alé se p r e j u d i c a m nas
lotas incessantes da mais i l l i i n i l a d a coru'urreneia. ( 7 )
E - \erdade: islo ó assim, hoje que a I n g l a t e r r a 6 o
thosnuro do inundo i n t e i r o ; que tem d i n h e i r o quasi
F C U p u a 2 e a 2 i/a •/. ; que lera, sobretudo, inoculado

(7) Ha presentemente na Inglaterra 477 caminhos de ferro : 327


nãc dão dividendo algum aos accionistas: é uni capital morto,
orçado cm tOÍI milhões de libras esterlinas ou 000 mil contos
presimameute I
II) isab.iktm de jubos,

na sua v i r i l população a consciência de si, o Self-help


em toda a sua latitude, e Iodos os grandes priueipios
de iniciativa individual, cuja pratica constante faz a
felicidade doa povo».
Mas foi sempre assim ?
Responderá Charles Dupin, o homem que melhor es-
tudou a origem e as causas da grandeza e da prosperi-
dade da Grã-Bretanha.
. A u commencement du X V I I siècle, diz elle, 1'Angle-
terre possôde á peine des routes praticables ; elle n'a
point de eanaitx, pas de ports améliorés par 1'art. »
Estava exactamente como o B r a z i l de 1871, com suas
ruins picadas, com poucas estradas sem conservação,
com poucas valias cm lugar de canaes, com seus portos
no escuro, sem bóias nem piiaróes, com o seu littoral
sem docas e até sem cies de desembarque I
E continua :
< Jusqiieti 173(1 VAngleterre n'avait pas une settle
ligne de navigation arlillcielle. •
Ainda como nós, que estamos ainda para encetar o me-
lhoramento de um destes iunumeros e magníficos rios,
com que Deus nos dotou em sua iiilinita munificência I
• Cost un pailicuiter, le Due de Bridgewatcr qui
creusele premier un canal pourcondaire i Manchester
leproduit de ses mines. »
Quem seiá o Messias tia navegação interna no Brazil ?
E n i França também foi um particular, o immortal
Riquet, quem construiu o grande canal do I/ingucdue,
auxiliado pelo engenheiro Andrcossy e sustentado por
Luiz XIV c por Colbert.
Nesse facto ha uma importante lição :— E' necessário
um grande empresário, um tjrctiule engenheiro, um grande
minislro o u m •/rande rei. para realizarem uma iji O bra.
Continua Dupin :
« E u 1816 i l y avait dejá un donlile syslème de
canaux, pour la petite et pour la grande navigation,
d'tin developpemcnt de millc lieiies ! »
Quem fez o milagre
11

S in-aina i i i a w i i i c d o s u rnniiuj fiin.lamenl»! :


TM matiercd'industric lo plus grand service q'on
eouveriicment p r i l l i cndre c'est d'enrourager. c'cst
d'exeiter dans les antes cc genie prodiirtii a cetie
emulation góiiereuse, e ectte combinaison, relte har-
monic d'eiforts individueis, qui ehangont !a face d u n
immense terriloire. en f a i - a n t d e Louies parts nailee a.
ia fois les [irodiges des arts e l Je la civilisation. .
Realizada a s s i m :
« E n Anglcterre e'est I'autoritA s u p r i m e qui concede
anx c i l i n e n s mi credit et des funds pour ijit'ils fasseiU tux
mfines les trncanx. qui Finterment aidant quem:, landis
qu'en d'antres pays le gouvernement contraint les ci-
toyens & verser leurs propres fonds dans ses eaisses pour
qu'il execute Asa maniere, el quand il voudra bicn le
i a i r e , cc q u i n e regarde que les administres. »
E praticada assim :
. A l l inème temps que 1'Anglcterre pròte ;i 3 •/, out
ritoyens afin q u ' i l s exccutent eux meines les travaux
publics, la France emprunte à ti 7», à " 7'., et a 7 l/s "/„
alin d'exeeuter par elle memo les travaux qu elle scale
juge devoir ôtre utiles aux habitants. .»
F o i , pois, com empréstimos a juros módicos que a
Inglaterra auxiliou as companhias e promoveu as pri-
meiras omprezas.
E i s - a q n i um bello exemplo dado por Charles Uupin:
• A répoque oil 1'on commcnea les travaux du canal
de Fortli-et-Clydc, la liasse-Écosse était hien éloignée,
de cc degre d'opulence, auquel ello esi parvenus des
nos j o u r s : les actionnaires, n'ayant pit completer leur
noinbre, ils durent auguientcr le taux dc lcnrs actions.
« E n 1778, les travaux u'etant point achevés, et les
fonds supplementaires se trouvant épuisés, i l fallut
o u v r i r u i i n o u v e l e m p r u u t , qui 110 put êlre renipli.
« Monte gouvernement vintau secours d'une cutre-
prise, qui derail piiissammeut tomiwr m profit dc la }dus
belle parti* de fEcosse; il prèta 30,000 (w .st. 300:000,5000
m Sr resemmt dam les dividendos une portion dc menu
O
10 liABAKTIA DE «mOS.

na sua v i r i l população a consciência de si, o Self-help


em ioda a sua latitude, o lodos os grandes princípios
de iniciativa individual, cuja pratica constante faz a
felicidade dos povo».
Mas foi sempre assim ?
Responderá Charles Dupín, o homem que melhor es-
tudou a origem c as causas da grandeza e, da prosperi-
dade da Grã-ltretanha.
. Au commencement du X V I I siòcle, diz elle, 1'Angle-
terre possède á peine des routes praticahles; elle n'a
point de canaux, pas de ports améliores par 1'art. •
Estava exactamente como o Brazil de 1874, com suas
ruins picadas, com poucas estradas sem conservação,
com poucas valias cin lugar de canaes, com seus portos
no escuro, sem bóias nem pilardes, com o seu litloral.
sem docas e até sem cáesde desembarque !
E conlinúa:
« Jusquen 17311 1'Angleterre n'avait pas une seule
ligne de navigation artilicielle. »
Ainda como nós, i[ue estamos ainda para encetar o me-
lhoramento de um destes innuuieros e magnilicos rios,
cnni que Deus nos dotou em sua infinita munificência 1
« C'est un parliculier, le Due de liridgewater qui
creusele premier un canal pour conduire á Manchester
ieproduit de ses mines. »
Quem seiá o Messias da navegação interna no Brazil ?
E m França também foi um particular, o immortal
B i q u e i , quem construiu o grande canal do Langucdoc,
auxiliado pelo engenheiro Andreossy c sustentado por
L u i z XIV e por Colbert.
Nesse facto ha uma importante lição :— E necessário
um grande enij,rezaria, um grande mr/nlinro, um grande
ministro e um grande rei para realizarem MM <jvaaik obra.
Continha Dupin :
« E n 18115 il y avait dejá un double syslème de
canaux, pour la petite et pnur la grande navigation,
d'un di'veloppemenl do mille lieues ! »
Quem fez o milagre ?
i I'll I I' ' I I

A ih'li i w w s a i i l c deslaniaxiimi iundainoiilai :


, E » malifcrctTinilustric lo plus craml service q u a
eiuivcniement pent remire e'est d'enconrager. e'est
rt"e*cilcr dans 1«« ámes rc gcnt« prnductii el cettc
emulation Q'i'horeuse, r eette eombiiiaison, r e l i c har-
monic d'elic'i'ls individueis, qui rh»D?cnt la face d u n
immense t c n i l o i r e en faisant de toiiles parHnaltre i
la iuis Irs prodiges dos arts el dc la civilisation. •
Realizada a s s i m :
« E n Airiletcrre e'est raulorilé supreme qui concede
aux eiloyens tin credit d (on'Is pour <l"'il< (<>>'•«"« ««
tin'mes les trunuix.qin I'inleressent aidant qu'eu.v, tandis
qu'en d'autres pays le souverneinent eontraint les ci-
toyens & Terser leurs proprcs fomls dans ses caisses pour
qu'il execute i s a maiiierc, el quancl il vomica bien le
(aire, ce qui ne regarde quo les administres. »
E praticada assim :
« Au même temps que I'Anglelerre pride á 3 ";„ aux
citoyens alin qn'ils exéeuteiU eux monies les travaux
publics, la France emprunte a G "/,,, ii 7 •;„ et à 7 l / s " / ,
alin d'exiruter parclle mènie les travaux qu elle seule
juge devoir ôtre utiles aux habitants. »
F o i , pois, com empréstimos a juros modicos que a
Inglaterra auxiliou as companhias c promoveu as pri-
meiras emprozas.
Eis-aqui um lsello exemplo dado por Charles Oupin:
« A 1'époque oii I on rommonoa les travaux du canal
de Fortli-et-Clyde, la Rasse-Écosse é.tait bien éloigiiée.
de ce degré d'opulence, auquel elle est parvenue des
nos jours : les aclionnaires, n'ayant pit completer leur
nombre, ils durent augmenter le taux de ieurs actions.
« E n 1778, les travaux uVtant point achevés, et les
fonds supplementaires se trouvant épuisés, i l fallut
o u v r i r iin nouvel emprunt, qui ne put ètre rempli.
« Alorsle çfoiwernmmtinnl au secours d"une entre-
prise, qui clerait piiimmment tonnier mi profit de la plus
belleparlie de l'Ecosse; ilprèta30,009tio. st. 500:000,5000
ni si meraint chns les úmdcníesime poitmilc revrm

Ij . , u u . \ r u n t Ji'iiii-

proportioning n all* tim/^t «aionmim. Avec ce


secours et celui d'un omprunt iv 2 0 . 0 0 0 lie. s i . , on
acheva los i r a v a n s <•» I T » : ! .
« AussitAt quo la c e m m i m i r a K o n dos deux mors, pal-
io F o r t h ot lo Clyd, f i l l romplolornoiil établio, lo rovoiiu
,lu oanal douhla do valour. En pen,limn,vs. h cmp^mr
put r m l i o u n e r , stir hnufc<•». to 70.000 be. s i . </« <'"'•
itnut empruntivs. •
I 0 " 0 quo o Duquo de. B r i d g w a t e r checou a . d u n
OO'I líquidos do seu r a m i de V o r s l e y a Manchester ;
quando a companhia do canal de B i r m i n g h a n a u f e r i u
taes lucros que suas arof.es do .£ 100 passaram a ser ven-
didas por £ 2.000 ( 8 ) , não foi mais preciso a u x í l i o s di-
rectos e pecuniários para fomentar emprezas de e a n a e s ;
,1o mesmo modo que, com o exemplo feliz do caminho de
ferro americano do Jardim-Botanico ( vulgarmente de-
nominado Companhia dos B o n d s ) , superabundant em-
prezas de t r i l h o s urbanos por todo o B r a z i l .
0 cystoma de empréstimos a juros inodicos para au-
x i l í a r as emprezas de utilidade publica foi tão gencra-
lisado na I n g l a t e r r a , que ahicreou-se em 1797 uma
oommi-são « The Exchequer Loan Commissioners » com o
fim de prestar, sobre g a r a n t i a , ás companhias e n c a r r e -
gadas das obras dos portos, das estradas de b a r r e i r a s e
dos eanaes, auxílios p e c u n i á r i o s , que depois e r a m r e s u -
midos ao Estado, capital e j u r o s , com os excessos de
receita, logo que a empreza p r o s p e r a v a .
B a i l l y , na obra « Finances du Rmjaume Uni », aflirma
que o capital successivamente emprestado pelo Es-
tado ás companhias elevou-se a 1 1 0 . 0 0 0 . 0 0 0 francos,
58.000:000,50001 •
E i s eomo se creeu, se p r o m o v e u e se fomentou na
Inglaterra o espirito .de associação e a devotação ás
omprezas de utilidade p u b l i c a . Não nasceram lá espon-
taneamente ; não cresceram, não m e d r a r a m e não pro-

s, Vni'' Oli.u'lr- Il„|a„ x"1 • V. 2K.


I. vitrei.» vi.

."luziram true los lira mlu abandonadas á lei >1» arasn,


sujeitas a Iodas as intempéries das crises politicas e
liliaiu-i i r a s !
E m França tamhrm contain-so muitos exemplos de
'Pinpri'sliinos feitos prlu F.slado a .juros módicos ás ein-
prezas ile raminhos de l'erro.
Citarei d'entre mitres :
1 . ' O raminho de ferro de Versailles (margem es-
querda), que leve eineo milhões de francos, emprestados
a*"/,,: .

2 . " ó caminho de ferro dWlais.quo leve seis milhões


de francos, também einprcsla'los a i ":',.:
3 . " O caminho de ferro de Paris a Uouen, que leve
11 milhões a 3 "/,, com a faculdade de. reembolsai-o em
prestações de 1/3» e mais quatro milhões para as disap-
p r o p r i a t e s , necessárias na travessia da cidade de
it ou e n ;
4 . " A companhia do caminho de ferro de Rale a
Slrttfl.org, que obteve 12.IjOO.OOO francos a 3 "/„. com
a lavoravel condição de não receber o governo juros em-
quanto os accionistas não tivessem dividendos de 4 V „ :
8.» A companhia de llouen ao H a v r e , que obteve
lima subvenção gratuita de oltoiuilhões do francos e um
empréstimo de 10 milhões a 3 •/.„ só podendo o go-
verno exigir juros até tres annos depois da conclusão
das obras.
Cumpre ainda acrescentar que, segundo os dados co-
lhidos por B a i l l y , o tliesouro inglez l u c r o u directamenle
com o seu systema de empréstimos, porque obtinha com
os seus tituios de renda dinheiro dos particulares a
menos de i "/„, o recebia das companhias juros de 4 •/,.
Porque não ensaiar este systema no B r a z i l '.'
A excellente posição, que oeciipa presentemente o
credito do Império no Stock Exchange de L o n d r e s , fa-
cilitaria m u i t o a experiencia.
Para empregar cm obras productivas é muito pro-
vável que o coveruo imperial obtenha dinheiro a 5 •/«
VI UUIWTK Di; .imos*.

Poderá, pois, e m p r e s t a r a esta mndiea l a x a fundo.s


a eompatiliias, que se a p r e s e n t a r e m t o m directorias i c
confiança e com estudos estatísticos conscienciosos de-
monstrando renda s u p e r i o r a ti"/,,.
O credito do B r a z i l em L o n d r e s é superior ao ile qmsi
tubs OS paint (li muw/o, rivalisa com o tins E s t a d o s -
U n i d u s ; porque não a p r o v e i t a r tau feliz opportunidade
para importar neste paiz uma poderosa somma de ca-
pitães para fomentar a a g r i c u l t u r a , a i n d u s t r i a e o
desenvolvimento das vias de commonicai.ão — e s t r a d a s ,
ranaes, rios e caminhos de f e r r o
£ ' possível que o systema de empréstimos seja em
alguns casos ainda mais economic» que o da garantia
de j u r o s .
O systema dos empréstimos tem vantagens da maior
importance! nas condições especiaes do B r a z i l . 1'ermit-
t í l i a que fossem h r a z i l c i r a s as companhias de todos os
caminhos de f e r r o garantidos, e simultaneamente que
fossem executadas por engenheiros b r a s i l e i r o s todas as
obras.
A s companhias h r a z i l c i r a s t e r i a m evidentemente d i -
rectoria» h r a z i l c i r a s e s e r i a m , portanto, u m a grande
escola pratica de sciencia de administração, tão des-
conhecida e n t r e n ó s : as obras, executadas por enge-
nheiros b r a z i l e i r o s , nos l i v r a r i a m das exageradas e x i -
gências dos contractadores inglezes, e lios d a r i a m
lambem em poucos annos uma plêiade de e n g e n h e i r o s
c o n s l r u c l o r c s do c a m i n h o s dc ferro sem r i v a l 110 mundo.
Na liquidação da sempre citada companhia Para-
guassú ( l i ) , t r i s t í s s i m a v i c t i m a dos prejuízos c o n l r a a

(Oi Iteioiiimenilamos ás pessoas que se. interessam nest"s as-


sumptos a leitura 4* Iiroeluiia d» propaganda. » O Tram-road a
vapor Paraguassii, na província da Ilalna (Império do Brazil),
por John Morgan, e.sqre. I j pographia do Jwnal <1« Unhin. IS67. »
liara f a pagina, desle interessante folheto que não forner.e 11111
excellent'1 argumento a lavor da garantia ih jure... qiu nilao
suppimliam i!isjru)ba\el'
cvriici.o M.

garantia J . ' j u r o s , vein u n i c w m p l o m u t t » nolavel drs<a


exageração de preço dos contrariado,TS inglexes.
A m i l h a da v i a férrea foi eonlrartada a 8íl;OOOj.OOO,
quando o preço real, pelo m á x i m o , será de 3.1 a
40:000,5000 1
Verdade é que os empreiteiros r e c i t a em paga-
mento acções da companhia, que, não go/.amlo de ga-
r a n t i a de j u r o s , pouco ou n e n h u m valor t i n h a m na
praça de L o n d r e s ! . .
F o i assim que a falia da garantia ,1c j u r o s p r e c i p i t o u
esla e m p r e / a de e r r o em e r r o , até sua limit liqiuilaçao 1
Não se pôde em u m pai/, novo a t í m i d o , como o
nosso i n s i s t i r por d e m a i s n a i m p r e s c i n d í v e l necessidade
de p r o m o v e r d i r e c t a e c l l k a z m e n t e a i n i c i a t i v a indi-
v i d u a l e de c e a r o espirito de associação, fazendo toda
a nação i n t e r v i r e interessar-se na realização das grandes
obras de u t i l i d a d e publica.
C u m p r e evidentemente organizar algumas compa-
n h i a s nacionaes, que pelo seu prospero resultado s i r v a m
de i n c e n t i v o a empreseis m a i s v a s t a s .
Chame-se a nação to la á grande obra do m e l h o r a -
mento do i i n i n c n s o c opulento t e r r i t o r i o , que Deus nos
concedeu, e abandone-se dc uma vez as estereis l u l a s po-
l i t i c a s , que tém a v i l t a d o t a n l o s c a r a e t e r e s c i n u t i l i s a d o
tanta a c t i v i d a d e , capaz de cfiicazmcntc c o n c o r r e r para
a prosperidade do B r a z i l !
CAPITULO VI [.

;,s
- o i M . i » d « - mihararos ':""!rez;,s 1
d
':,ul;u,
dado i i n l d i r a . - E x e m p l o s MO B r a i i l . - Maxima dc »i«be>
e u c v a l i e r pura r e g u l a r as « b ç ú e í e m r c os g o v e r n o s , os
n r r / . a r i o s o as c o m p a n h i a s . - O corpo dc ponies e c a l c i t a s
lo F r a n ç a c m l u l a c o m as c o m p a n i o n s de r a m i n h o s de f e r r o .
_ Estadistas e empresários. - L n l a s entre o Progresso e a
Rotina. - t e m p l o s da I n g l a t e r r a , da f r a n ç a e do B r a z i l . -
Missão social dos r i o s .

E n t r e aa maiores dilíiculdadcs, que encontram os pro-


motores das empresas de utilidade publica, figuram
a i n d i f e r e n ç a c a má vontade das administrações c m
peral. , .
' E m these, as administrações odeiam as companhias,
ora como rivaes, ora por sentimentos menos confes-
sáveis.
« Referindo-se a este particular, dizem Lame et
Clapcyron, Stephen et Eugene Flachat na « e e l l e n l e
,d,ra 'de propaganda, que publicaram cm Setembro de
1SM-2. « Vues Politiques et Pratiques sur les T r a v a u v
Publics en F r a u í r , »

i
In i.iíiMU hi «mo .

« Qu'il doive f t r c r e p r o c h í a» g o u v e r n e m e n t des


grandes fautes ct beaucoup d ' i n c r l i e dans la part q u ' i l
a prise aux t r a v a u x p u b l i c s ; que I ' i n e s t r i r a b l e dédalo
e l les i n t e r m i n a b l e * lenteurs de ses bureaux en a i e n t
e n t r a v ó de d e v o p p e m c n t , nous l'accordons. »
Já t i v e occasião de m e n c i o n a r a g u e r r a , que pro-
m o v e u , e as dülicublades, que suscitou o corpo dc pon-
tes e calçadas aos e m p i e z a r i o s dos caminhos de f e r r o
fi'aiii'czes.
No B r a z i l , 110 pequeno n u m e r o de emprezas exis-
tentes, já se podem i n í e l i z m e n l e c i l a r desses t r i s t e s
exemplos.
Os e m p r e z a r i o s da companhia City lmpromnents,
u m a das m a i s ú t e i s de quantas se tem organizado 110
R i o de J a n e i r o , l u t a r a m 11 annos com a má vontade
da nossa a d m i n i s t r a ç ã o . 1
Ha l i a n n o s , desde IH57, que o Y h c o n d e de B a r -
bacena trabalha piara conseguir 1« favores necessários
para o r g a n i z a r a companhia de mineração dc c a r v ã o
de pedra do T u b a r ã o (Santa Gatharina'!.
A ' c m p r c z i das It,«MS de I ) . Pedro I I foi concedida
depois de dous annos de propaganda incessante, e
a despeito das informações de quasi todos os e n g e -
nheiros , que o governo imperial consultou ; luta
ainda h o j e com o t e r r í v e l liseo sem ter podido d a r
e m dous annos u m c e i t i l de dividendo aos seus a c c i o -
nistas! I...
Poucos estadistas conhecem e p r a t i c a m estas bellas
m á x i m a s de M i c h e l C h e v a l l i e r :
« L e g o u v e r n e m e n t , qui est Ia plus grande force
sociale, d o i t , dans ses rapports avec les compagnies, se
m o n t r e r , comine i l a p p a r t i e n t a u x forts, b i e n v e i l l a n l
et méme g é n é r e u x .
« P a r l ' a e c u e i l , q u ' i l fera á leurs r e c l a m a t i o n s , par
le caractòre de la s u r v e i l l a n c e , q u ' i l e x e r c e r a s u r elles,
par l ' a t t i t u d e q u ' i l prendra v i s á v i s d'elles, cliaque
fois q u ' i l aura à s'occuper de leurs affaires, i l d e v r a
ieur temoigner l e u r bon v o u l o i r .
C . M ' H T I . n VtE í',1

H E l l F r a n c e , par tample, Ic Conscil General des.


Pun Is et Chaussces procMera avec promptitude i l ' e x a -
men des plans de w-avaux, qui hii scront soumis, et
i l s'elTorcera ainsi d'epargner anx compagnies un
temps préciciix (10!.
« II évitera de mème tie leur prescrirc aucune cons-
t r u c t i o n (lispenilieuse, ilout la necessite ne serait pas
bien deuiontrce.
« E n réglemeiitant les compagnies, I'ailministration
songera ;i accroili'e, plntôt qu'á restreinilre. leurs be-
nefices, sous la reserve, bien cnlendue ile l'inlorct
legitime du public et de sa s e r u r i t é .
« E l l e ne les liendra pas en é l a l ile perpeluelle sus-
picion, sous pretexte des alius, qui seraient possibles
de leur p a r t ; elle apportcra dans ses rapports avec clles
la conviction de leur moralilè ; le mtrtjen le plus sur iIf
rewire les homines honnftes on tie les tj a/fermir, e'est tie
les trailer commc tels.
« A plus fort raison elle manifestara envers elles le
plus profond respect du droit de p r o p r i e t é ; elle y est
étroitement tenue envers tout le monde. »
Eis-abi maximas, que formam um verdadeiro codigo
das relações entre o governo e as companhias, maxi-
mas preciosas sobretudo para este p a i z .
Quantas diliiculdades na organização das companhias I
Quantas na simples concessão dos privilégios ou das au-
torizações para organizal-as I
Estadistas ha que 14m uma aversão por assim dizer
organica e innala ás emprezas e aos e m p r e i a r i o s : mui

(10) Para fazer ideada futilidade dos rigores do corpo de pon-


tes c calçadas cora as companhias dos caminhos de ferro basta,
lembrar que negou ao caminho de ferro de Versalhes (margem
esquerda) a tolerância de % de miliimetro em algumas rampas,
E ' muito de temer que escandalos iguaes se dêm ne Brazil se
tivermos a infelicidade de realizar o projectado corpo de pontes
e calçadas,
7
Ml IAIIAYIU in: urio.-

raro» » i u l i w s i i n ilc ourarão na realizarão Jos e m -


prezas ill1 utilidade publica, qm' no entanto a hisloria
vegislra sempre roino os maiores tilulos ile sua g l o r i a ' .
I'or oulro lado, polos limitados r u n l i e r i i n e u l o s tech-
meos, que po.-Miem, "S eslaili-las e n x e r g a m poiii'O em
inaleria lie em[)rezas, e runsorvam a sou respeilo o s m a i s
vulgares prejuízos. l-lo não aeonleee SI'I no I l r a z i l , mas
lambem na Kiirn|>a. em França i n e r n o e na propria l n -
plalerra.
l.eiaitl-sc os debates do |ial'iamelilo l i a l i e e z d e 1833
a 18121* ver-se-iia, eoiii os|ianlo, quaiilodislale disseram
us liomens m a i s notáveis desse paiz para impedir a i n -
Iroiluerão dos caininlios de f e r r o em F r a n ç a .
IT 111 dos mais celebres disse a A u g i e l e Perdonnel :
" Vous voiilez que je. propose aux rhamlires de vous
roueéder l e e l i e m i n de l l o u c i i ; je ue le ierai pas e e r l a i -
neinenl : on me jetlerait au lias de la t r i b u n e . »
E n l r e nós quando se fazia a propaganda do c a m i n h o
de ferro tie I ) . Pedro I I , u m dos nossos mais i l l u s l r e s
osladistas de então disse : « F/ estrada de ouro não de
ferro : carregará no 1 . ° do mez Ioda a produoção rea-
lizada e ficará 3(ldias ociosa I I . . . »
E o u l r o , talvez ainda mais i i o l a v e l , respondia aos fa-
zendeiros de V a s s o u r a s :
• Cahisse do oro p r o m p l i n h u a estrada, que v o e i s
desejam o a renda não seria bastante para o custeio. »
F e l i z m e n t e contra Ião negras previsões o r a m i n h o de
ferro tie LI. Pedro II dá presentemente para mais de
7 V ; daria 10 ou 12 ". se desde p r i n c i p i o tivesse
podido ser construído por engenheiros brazileiros com
a sciencia e com o espirito de economia, que boje c x -
liibem nos trabalhos d'altSm do Paralryba.
Quando se tratou de i n t r o d u z i r o gaz de i l l u i n i n a ç ã o
cm F r a n ç a , houve quem objectasse que esclarecia de
mais. (Quel c h a g r i n pour les aveugles> respondeu-lhe
Charles D u p i n .
Ma I n g l a t e r r a lambem houve quem lutasse contra a
introilueção dos caminhos de f e r r o .
lAITITlu VII •'il

E m um m•víi,nj perguntou u m p r c u p h i a i i l e a George


Sleplienson, o iiinnortal pai los r a m i n h o s tie f e r r o e de.
Roberto Sleplienson, 11:1 espirituosa phrase de l ' c r -
(lonnet; . S e um hoi s.' a t r a v e s s a r na v i a férrea, não
será um raso grave ? . P a r a o h o i i respondeu-lhe sor-
rindo o i l l u s t r e engenheiro.
Muitos aunos anles o i l l u s t r e R r i n d l r y sustentava a
necessidade da constiaiecão do canal lateral do Mersey
como p r e f e r í v e l ao melhoramento desse r i o .
« E n l ã o com que Um, lhe |ierguntou um dos m e m b r o ;
da assemhléa, e i v o u a P r o v i í l e u r i a esses liellos e nume-
rosos rios, coinqne ihilmi a I n g l a t e r r a
• Foi, respomleiidhe lirindley, para alimentar ns
coimes. >
Desenvolvendo o pensamento de l í r i n d l e v , d i r i a
Os rios faraó) crea los por íleos para a l i m e n t a r os lm-
mens, os a n i m i e s e os v e g e l a c s : e, soh o ponto de v i s l a
social, para serem navegados, p i r a a l i m e n t a r e m os ca-
rnes e para ensinarem aos o n g e n l i r i r o s as direcções d i -
granites vias de romniunicacão, que dewou promover a
prosperidade do seu paiz.
Pascai dissera enearecendo as vanlagens da n a v e g a d o
fluvial «os rio* »to itlrnlm </«;' mmnkm. *
O pensa niaiil.o é hallissímo mas tem conduzido a errus
graves.
li' verdade que via a l í i i m a de communicação é su-
perior a uni r i o , como o nosso Amazonas, sem bancos,
sem see.eos. sem cachoeiras, sem rápidos, o sem qual-
quer outro obstáculo á navegação a v a p o r .
Mas taes r i o s , de navegação n a t u r a l franca, são e x -
cepções na natureza. Na m ó r - p a r t i ; dos casos, calcu-
ladas minuciosamente as despe/cis de m e l h o r a m e n t o
dos rios, de conservação de suas obras e todas as eir-
cunistaneias do transporte sem e x c l u i r a velocidadeoit
o tempo, se vem a reconhecer que é preferível a eon -
trucção de uni caminho de f e r r o lateral ecooomic.o, de.
bitola estreita, u m plank-road mesmo, á conslrucção de
obras hydraulieas flnviaes de uni e x i l o mais mi menos
52 I . . U M M I » ua j e i t o s . — c v r n u i . o vir.

problemático e sempre fatalmente s u j e i t a s ás intem-


péries. ( 1 1 )
As v i a s de r o m m i i n i r a ç ã o artilieiaes são á p r i m e i r a
vista m a i s c a r a s ; têm, porém, n m a superioridade i n -
contestável : — feilas pelo homem, podem ser por elle
p e r f e i t a m e n t e d o m i n a d a s ; ao passo que os r i o s , creados
por D c o s , e n c e r r a m ainda segredos de r e g i m e n , que
escapam às m a i s aturadas investigações e zombam, por
vezes, dos esforços dos mais notáveis engenheiros du-
rante séculos 1

111) Eslas mesmas ideas furam assim expressas por Joseph Gar.
iiier. — (Trailé il'Ecououiic Polili sue — Cíiapiire VI)
» Lcs voies navigaldes soai souvenl supcricurcs à toiítesles
aiitres stirLoul depuis rapplicalion de la vapeur; mais dans
heaueonp de cas los íleuves, qui soul liien ties routes qui mar-
cltent, Conime disail Pascal, tie marchem qua la descenle, ct
Jl'olfrcnt pas une voie rccul.isv pur suite de la diilieutlé de la.
remonte, du trop pleiu uu de rinsuffisanee des eau.x aux di-
versos époques de rániiée, de la glace en liiver, des roehcrs,
des bancs de sable nu des rapiiles qui eu obstruem le cours.--
CAPITULO VIII.

SI'MMARIO. —Kxemplos dos prejuízos que soffrou este p a i / c o m


a guerra íeila á garantia de j u r o s . — O caminho de forro do
Paraguassú e as minas de carvão de Pedra do valle do Tubarão,
em Santa Catharina. — Consumo do carvão de pedra pelo mi-
nistério da marinha e pela cidade do llio de Janeiro. — O que
leria produzido a garantia de juros, appüeada á empreza de
mineração do carvão de pedra do valle do Tubarão.

T e n h o por* vezes demons Irado nesle c s c r i p t o quanto


ha sido f a t a l á p r o v í n c i a da B a h i a , c ao credito das e m -
prezas de c a m i n h o s de f e r r o b r a z i l o i r o s em L o n d r e s , a
i n j u s t a e infundada denegação da g a r a n t i a de j u r o s á e i n -
pceza do c a m i n h o de f e r r o dc P a r a g u a s s ú .
Ha u m a o u t r a empreza, a i n d a m a i s i m p o r l a n t e , p o r -
que se acha ligada com o progresso da navegação a v a p o r ,
das v i a s f e r r e a s , da m i n e r a ç ã o , da e x t r a c ç ã o do f e r r o , de
toda a i n d u s t r i a e;.n g e r a l , c até c o m a segurança e de-
feza do I m p é r i o e m tempo de g u e r r a , que, no entanto 1
esforça-se debalde ha onze annos p a r a organisar-se por
falta de uma insignificante g a r a n t i a de j u r o ( 1 2 ) .

(12) Na carta de Junho de 1871 tio correspondente de Londres,


para o Jornal do Commercio lê-se o seguinte Ireelio, <|iie não so
demonstra a urgente necessidade de tratar o Brazil da expio
ração de suas minas de r.irvfni <1<1 pedra, ronin n indi-ipeiKilti-
(iUSWI'JA DK .unos

K e f i r o - n i c a e m p r e z a d e m i n e r a ç ã o Ho r i c o j a z i g o d e c a r -
v ã o d e p e d r a d o v a l l e do T u b a r ã o , c i a Santa Calliarina.
D i z e m aiguns economistas qui; u m paiz é tanto mais
rico e civilisado quanto mais ferro o carvão dc p e d r a
produz e consome.
Nesta escala que I r i s h : posição occnpará o B r a z i l , que
n ã o t e m u m a só m i n a i l r c a n ã o d e p e d r a e m e x p l o r a ç ã o
r e g u l a r , que não tem u m alio f o r n o e m a c t i v i d a d e , c u j a
industria mctallurgica a i n . l a 110 a n n o de 1874 se r e -
sume em alguma* forjas c.Ualãas, esparsas nos Ínvios
s e r I õ e s tlc M i n a s r de ( í o y a z !I
Muitos estadistas da E u r o p a p n . l c m i q u e s e c o n s i d e r e
o c a r v ã o de p e d r a c o n í r a b a i n l o d c g u e r r a ; ainda na ul-
t i m a g u e r r a a P r u s s i a l\v. á I n g l a t e r r a uma reclamação
nesle sentido.

liilatli! da garantia do juros para a importação nesle pai/, de ca-


piiaes i n ^ l r / . c s :
" Londres, Junlio d e l H T l . - A conimhsão, f i i carrega d a pelo
governo inglez dc examinar o estado das minas d c carvão d c
pedra, existentes em Iiifjlalcria, c do í n p r c s n a l a r um relatorio
solire a quantidade de carvão, (pie as mesmas mi.ias ainda (»*>—
dem fornecer para o faturo, acaba ile dar por terminadas os
seus trabalhos, apresentando um relatorio, do qual consta que
tomando por base dos seus cálculos o consum i annual daquelle
combustível, e incluindo uma média de augtuenLo do mesmo
consumo, equivalente á que até aqui, lem regulado, ainda assim
as minas existentes no saio inglez poilem fornecer carvão nestas
proporções para mais 800 ou 1.000 annus.
« A questão do carvão dc pedra é inteiramente vital para a
Inglaterra, e por isso leni c i l a ^randt! interesse em saber de que
r e c u r s o s podem dispor nesse sentido os outros paizes. S e r i a ,
pois, muito para desejar que o governo do Brazil tomasse na de-
vida consideração esta imporiam! ;sima questão, e dóssi- impulso
a exploração dos abundantes jaziiros deste precioso conibnstivcl,
que existem c m todo o solo brazileiro, e com especialidade nas
províncias do s u l . Talvez bastasse a garantia de 8 % de j u r o a
um capital d c £ 1.000.000 para pôr em exploração as ricas minas
de Caudiota, na província do Rio G r a n d e do S u l . « Sem juro ga-
rantido pelo gowrno não c fácil qui• companhia al q uma consiga
levantar fundos no merrado dc Inglatrrra para empresai indus-
triais ito llra-il. »
lM'I I I I (I \ 111 -M

Í» iino s r r i a ila navegarão :i vapor e ila i n d u - t r i a bra-


zil eira se, |!urn nil' uma e u e r r a , uos privassem d. receber
I a r v u o ilr pedra ila Inglale ra"'

Ila niais iln on/.e annus qui- n Yi-a'uiiiii 1 lit' liarhaeena


ti'a In lha na orn'anizaialii ila roin j >:i uli i;i tie mineração do
carvão ilr |n'ilr . ila I , m u n a .
Tem 1 f s j culljilo n c s a enipiv/a ih/.cnas d o r o n l o s do
reds mil r s l m l i i s . perfurardes, -mi lagens. demarcarão ('
r o m p r a ilr l e r r e n o s e l e . , r l r .
F o i a n l n r i / . a d " a tu aaiii/. ir unia niin[ianliia para e x -
p i o r a r as m i n u s da L a m i n a . per Derreto n. 2737 tie 0
do F e v e r e i r o tlr 1.S1I1.
l i l l i i n a m e i i l o jn>r Doendo n". i ( K > do dli de J a n e i r o
lho lei enuee liila p r o l o g a r ã o de pra/.o para organização
dessa r u i n p a n l i i a .
E n i 18liii itlin em Londres o prospecto da compa-
n h i a cnm o c n p i l a l de t 2iíO.0l)l> ou 2.IH>ll:(M0.j pro-
\iinainente.
A mina é a b u n i l a n l i s s i m a , verdaileiraineute i n c x l i a u -
r í v e l . E m s e u r e l a t ó r i o o engenheiro James J o h n s o n ,
a v a l i o u a j a z i d a ein Id milhões de toneladas!
E s t ã o reconhecidas nove camadas, com 17 pontos de
ataque, a céo deseoberlo, e com uma espessura de 02
palmos ou de 13"' ( l i , espessura e x t r a o r d i i i a r i a mesmo
na I n g l a t e r r a !
Todo o d i s t r i e t o m i n e r a l ó g i c o foi m i n u c i o s a m e n t e es-
tudado pelo e n g e n h e i r o ingiez James Jalinson, tão c o m -
petente nesta m a t e r i a que actualmente d i r i g e a e x p l o -
ração de u m a mina de carvão de pedra nas v i z i n h a n ç a s
dc B i r m i n g h a m . — F e z de todo o terreno um p e r l i l longi-
t u d i n a l e u m córte gcologico demonstrando todas as
c i r c u m s t a n c i a s do j a z i g o .
O carvão dc pedra é c x c c l l e n l e , tão bom como o i n g i e z
e mesmo s u p e r i o r para certos usos. T e m sido analysado
no B r a z i l pelos engenheiros A l b e r t o L y n c h , da fabrica
de gaz do R i o dc J a n e i r o ; em L o n d r e s , pelas m a i o r e s
iiotaliilidailes como l ) r , P e r c v , l/es. V B l o u n t , J o n b s n i i ,
I'. Alt V M I V I I I . Jl'IS

Matthey tV C. B , reputados cm Londres o.s primeiros 0:1-


saiadores de carvão de pedra.
A situarão d:i mina não pódo ser m i is favo raved fica
oiri Passa-Dous, no Valle do Uio Tubarão, a 9 léguas do
porto, em que o r i o tem U palmos ou 3 ! ",08 d'gua, e onde
portanto j á 6 prop rio para a grande navegação.
U m caminho de ferro, que já es lá estudado definitiva-
mente seguindo o curso do Tubarão, ligará o centro da
mina ao porto fluvial. Está orçado em £ 180,000 ou
•1.800:000;). E ' para sua construcção que se evige ga-
rantia do juros de 7 7,,, que, no caso de ser na sua to-
talidade d i r e t i v a . impnríaria no insigiiifmnle encargo
de 120:000* annua es. (13)
Para se reconhecei" a iimijnifmncÀa dessa somma basta
estudar, com os dados estatísticos na mão. a impor*
Lancia actual do consumo do carvão de pedra 110 B r a z i l .
E i s um quadro do carvão de pedra comprado só pelo
ministério da marinha.

ESTATÍSTICA

DO CARVÃO DK PEDRA FORNECIDO NOS SEGUINTES ANNOS, POR CONTA


» 0 MLNLSTIILUO DA MARINHA-

( E m toneladas inglozas.}
j
1
)
da Prata. 1

ó
Rio Grande
Maranhão.

"IVJ.OJ.
do Sul.
ANNOS,

ó ÍE
Parú.

Ç
RiO

1864—186") 7..156 7852 480 1.250 1.000 10.9G8


1865—1866 15.414 815 lüü 1.614 1.758 4.531 24.2U2
1866—1867 14.0:23 5.557 7,549 38.851 65.983
1867—1868 15.8J5 :!85 4.915 5.197 58.312 84.634
1^68—18G9 12.725 1.376 i/jiiò 4.031 4.311 29.690 51.733
186!)—1870 lá.151 407 5,062 39.155 58.367

Somma. 77.5.17 815 2.950 100 1.589 10.5Í>7 25.127 171.142 295.917

(13) F o i r e j e i t a d o a l o d c Maio de 1871 pela «'amara dos d e -


putados, u m projecto de l e i da c o m m i s s ã o I n d u s t r i a c A r t e s , c o n .
c e d e n d o garantia de j u r o s dc. 5 °/ 0 sob £180.000 p a r a o c a m i n h o
df ferro p r l u vatlc iln Tiiliaríío á * minas d a L a g u n a .
CAPITULO Hit. 57

O curviSo d f pedra. importado pela cidade do R i o de


Janeiro de 1851 a 1870, consta da seguinte

ESTATÍSTICA

DO C A R V Ã O D E 1 ' E D R A I M P O R T A [10 NA C I D A D E DO ItIO


DE JANUItO.
Amos. Preços.

1881 97.43"» toneladas 17.s'iOO a g n j O d t


1833 112.429 , 175300 a 84*000
1885 126.794 10*000 a 27,5000
1807 123.11)8 16*000 a 23*000
18!»8 139.323 » IS.ÇOOO a 40*000
1809 110.318 . 21 SOffl) a 22*000
1870 138.703 . 2 1 * 0 0 0 a 23;>000

Somma 874.258 »

Tomando 28$, como termo médio, do custo do c a r v ã o


importado de 1804 a 1870, m o n t a a sua i m p o r t â n c i a a
21.836:130,5000.
R a c i o c i n e m o s sãmente com o c a r v ã o de pedra, c o m -
prado pelo m i n i s t é r i o da m a r i n h a de 1801 a 1870, na
i m p o r t â n c i a de 298.917 toneladas.
Neste periodo o preço m i n i m o do c a r v ã o de pedra foi
de M J , e o m á x i m o de 40,5, que daria u m preço médio
de 2 8 $ ; tomamos de 23* para s a l v a r a época do preço
e x t r a o r d i n á r i o pela b a i x a do cambio, occasionada pela
g u e r r a do P a r a g u a y .
O carvão de pedra de Santa C a t h a r i n a pôde ser for-
necido a 9* a t o n e l a d a : seja mesmo a 1 3 * , para s a l v a r
todas as hypotheses e afastar destes cálculos toda idéa
de o p t i m i s m o . C o m estes preços médios de 23* e de
13$ seguir-se-hia uma diUerença de 10£ e m tonelada de
carvão de pedra para o m i n i s t é r i o da m a r i n h a ou u m a
economia total de 2.939:917$ nos 0 ânuos decorridos
de 1804—1870.
A s s i m , pois, se em 1864 o m i n i s t é r i o da m a r i n h a ti-
vesse tomado a si a e m p r e s a de mineração do c a r v ã o de
8
, AllANTI.\ DF. ILTRI

pedra de S a n t a C i t h a r i n a , teria .já cm 1870 um viWuiíi."


:I;;Í):!H7Í sobre OS « n i l O i l l O l i s , necessários para montar
essa e m p r e z i .
T e r i a , além d i s t o , fundado urn Newcastle em S i n t a -
C i t h a r i n a , e m u m a p r o v í n c i a de c l i m a o\eellente, de
terras feri ilissinias e pertencentes quasi Iodas ao iàs-
tailo ; teria lucilado r i c a e prospera uma p r o v í n c i a , que,
pelo abandono em que ja/., é uma das cargas do orç.a-
mcnlo geral!
E m torno das minas de c a r v ã o de pedra le Passa-Dotis
lei ferro em qtianl idade i n e s g u t a v e l . Gomo ticoiilece na
I n g l a t e r r a , a i n d u s t r i a do ferro l e r i a marchado de par
com a mineração lo carvão de pedra, e eu Lio se teria pro-
duzido o m i l tgtv de, econoinisandu-se Ü.'íi):0íí0.,, ler re-
solvido deus dos mais in lei essanles e u r g e n t e s pro-
liiemas da i n d u s t r i a b r a z i l o i n — p r e d i l e ç ã o de f e r r o e tic
carvão de pedra.
Muito m e l h o r , m u i l o mais de rourormiilaile com os
i n v i o l á v e i s | i r i i i r i p i o s da s r i e n c i a econômica, teria pro-
ceilido o m i n i s t é r i o da m a r i n h a g a r a n t i n d o simples-
mente juros ã c o m p a n h i a de m i n e r a ç ã o do carvão dc
pedra do San la G a t h a r i u a .
Na peior iiypotiicse t e r i a despendido em 0 annus
fix l i l k - 7 : i l i contos do r é i s , teria wonomi.<nilo2,ílB:817,>
e seguramente l e r i a concedido r e a l i z a r na m a x i m a es-
cala lodos os taeneíii ios acima e n u m e r a d o s !
E foi till empresa ip'.e o parlamento brasileiro netjnu
( no anno de It-71 ! ) uma imi'j»ifm»le garantia dr juros!!
Appliquemos agora os mesmos raeiociriios ao eousunio
elo carvão de pedra no bio le J a n e i r o .
Nos seis annos de | s M á 70 eomprnu o R i u do J a n e i r o
a I n g l a t e r r a 875,2:i8 t o i r d a d a s .
Com uma economia de I l l s em tonenda l e r i a o R i u
de H . l ' i i iáSi),,. isto é. mais d.'
triplo do ea[iilal necessário .1 renli/açãu la einpreza.
I ; , no e u l a u ' o , não leni sido pussivid organizar tão
i m p o r t a i i l e e tão auspiciosa conijianliia na praça do Rit
de Ja lie iro ', ! .
CAIOTCCO HU.
59

A-: f;,t<a, l í i f M i a s .(«.• n i n a m , na m , s , a a J : n i m s !


n8s ,,irii,; do » í á u r i : i . ; ã " . i - o u l r a as e m p r e s a s do
„ | | | i , | B I.' p i l M i . i l I- 1'iíiih':l as « • , r ! l | l : i n l l i : i í , M l i*S.'ll!l-
vulo 111 •: 1. i ,* s u I W a d o e a n n l i ü i a d n lodi iniciai,vi indi-
v i d u a l e red iisiiin o i l r a z i l ai, e , ! a d „ a c t u a i , em .pio -e
p n l l l l u , m r o o inesperado ph.Miiuuenu de cr capital

s u p e r a b u n d a n t e e m u n i paia, que c a r e c e de I n d o .
l i ' pui' issn qua todos os que se iul.eivssa111 péla pros-
p e r i d a d e «lo l i r a z i l , mV,, ori-enbeims, na vanguarda,
devemos combater ineossanlemoiite [tela m a i s c o m p l e t a
v i c t o r i a e incessante pratica nesle. pai'/.. d,.s sã u s p r i n -
c í p i o s da s e i e n c i a c c n i e n n i c a , ila i n i c i a t i v a imnviuua
e do e s p i r i l o d i assnriarão.
i l n a r i l o a m i m , d i r e i s e m p r e coin I m a : los l i i t p i n :
T a i l ! , | i i - . i i i ;•>•!!«• <!>•*'« f r r s ! - . f ! r . - imui c u m r . je
,i,-.r ( .n.lr3i par nmour de niou pays la nohle cause de
|-,K„ril u'as.ueia:i'i:i, s i n s mi' lais.-er ttuposer |,:ir des
s e n i l i s m , ' - a.« c o r p o r a l inn, d';n! m i e i s l r a l i e n ei de n u -
i v a u c r a l i c , oi p i r des b e s o m s m e i i l e u r , de patiuiiaee,
J'iiiilUL'iii'e, ou de e o r r u p l i o n . »
CAPITULO J\.

Si.lIllAUKi.— lamcessiirs pi-r[II-!lias e concessões loin]inrai'i:ls.—


As ('(in.-''' - lenljiiiral ias nasceram elu trança sol) il [iressào
de ideas s o c i a l i s t a s . — T u i n l l i a r jiara n t i i l i i m . — Argument'»,
e i i e r g i c o s i h : í l i i 11 ti o i< j I iy « C h e v a l i e r . — l i l i l i l l V i r i i i ; : ! ilns ca-
pitalistas.—Iiisciissãn i l n i n i d l i i i r s y s l e m a lie r e s c i s ã o dos c o n -
t r a c t o s das coiii|iaiihias— L e i p j r a l d o s c a m i n h o s dg lVrrn—
Jji . e r a I (las docas.

A o a s s u m p t o , que nos preoceupa, se prende i n t i m a -


m e n t e a important).! questão : « As empregas tie utilidade
publica decern ser couce lulas per/elm ou temporariamente»
Na I n g l a t e r r a , paiz p o s i t i v o e pratico, onde os
assumptos iri lusti iaes são v i r i l m e n t e tratados, as con-
cessões de « l i r a s de u t i l i d a d e publica são em gera!
perpetuas.
Os c a m i n h o s de f e r r o , os canaes, as docas, e t c . , e t c . ,
têm sido concedidos ás companhias p e r p e t u a m e n t e .
E m F r a n ç a mesmo lizeram-se concessões p e r p e t u a s .
O c a n a l de L u n g u e d o c foi concedido perpetuamente á
f a m í l i a do i m m o r t a l K i i p i e t .
Os canaes dc B r i a r e , d u L o i n g e de Orlóans, foram
lambem cuncsclidos perpetuamente.
Os p r i m e i r o s c a m i n l i u s de ferro, construídos em
França, os de S t . E t i e n n e e d ' A l a i s , o b t i v e r a m c o n a v
soes p e r p e t u a s .
1)2 I. A l i V N T l A IH JUIIOS,

lie lSllil a I S 12 , p o r é m , quando si: fez a propa-


ganda para a eonsíruceãn ila li'-L3f dos eamillhns da
ferro Iraiieezes, predominavam em F r a n c a ideas socia-
lislas.
lis discípulos de S I . S i m o n e F o u r i e r , mal secundados
pi.ir uni setn numero de .^iiriulislas e de c u i n i n i i n i d a s ,
eivados das mais perversas intenções, i m i i i j a v a i n esle
paiz de falsas e perigiKissiiilas ideas!
11 omens e m i n e n l e s , depulados, engenheiros, futuros
m i n i s t r o s mesmo assentaram-se ao lado de E n f a n i i i i e
de liudrigues. us d i s r i p n h i s predilectos de S i . Simon,
planlaiaaie, vestidos de fantasia, os jardins ile Meuil-
mootant e jir.ilir.nram Iodas as puerilidades do rito
S a i n i •Siuionisla ! ! !
Nestas escolas se aprendia um faPo e tatjlissinio
principio: tinha-se alit cm m i r a uma atrophianle
uloiiia: — a erearão de um governo— providencia, capaz
de s u b s t i t u i r a inei,ativa individual.
E-.se enverno— [irovidencia devia d i s l r i h u i r ale os
alimeiilos de p r i m e i r a necessidade, e, com mais furte
razão dar á conimuna transportes g r a l u i l o s ou por
preens m í n i m o s , c o n s t r u i n d o c gerindo todas as es-
tiadas ile ferro e todos os canacs.
S u b s t i t u i r o governo á i n i c i a t i v a i n d i v i d u a l ! F a z e r
da F r a n ç a o depois du niuuilo soma peioc que a i m m n -
tavel C h i n a e o t a r i l u r u n Pai aauay dos J e s u í t a s !
Que louca idéa ! Digna é ver.lade do c o i n i i u i i i i s m o ,
parto íiiimslruoso da decrepitude da raça latina !
F . q n e r e r que u m paiz é tanlo mais l i v r e e progride
tanlo mais quanlo mais independente é o i n d i v i d u o du
e m e r n u : — q u e ulule a aee.io guvel liemeníal ouillipo-
I aile alula a i i i i e i a l i v a i n d i v i d u a l ahi cumeça o aboilu-
Iisiihi. a i i l u c r a l i r u ou eoiilmuiiíSLa ; a depravarão g e r a l ,
0 euibiaileeiuienti) d i espa'ie
Has al'Oirdas ideas soeia I is la i e couluiuuislas naseeu
a Utopia. .'I se ile\ia predi-pèr [u h) para ale invar
mi luI iiI a esle dcso/re.i.'u e . ') go\eruo possuindo e ee-
1 i n . I w l a - i as obras dc ulilolade puljli 'a, estradas de
í:\rn'Li.o u.

f e r r o , canacs, i l t o s , cif., f facultando á c o m m u n a o


sen uso g r a t u i t o . •
E s s a idade ilc ouro foi lixada para r e m a m i e s d e p o i s
por isso as concessões dos c a m i n h o s !e f e r r o francez, s
foram g e r a l m r n l e feitos corn o prazo de IK) a n n u s .
No B r a z i l imitou-se essa disposição, não ]!or nicas
socialistas, hebidas e m S f . S i m o n ou em 1'onrier, que
apenas t i v e r a m curso por pouco tempo e n t r e alguns
estudanli's de S . Paulo, mas antes por e s p i r i t o de i m i -
tação c peia monomania g o v e r n a m e n t a l , que abastarda
a roça l a t i n a .
Considere-se agora o a s s u m p l o pralirarneiile.
P a r a que essa reversão ao Estado de Iodas as obras
publicas".'
Poder-se-ha pretender razoavelmente que no f u t u r o
h a j a governo tão o m n i s c i e n t e e tão omnipotente que seja
capaz de e x e r c e r s i m u l t a n e a m e n t e com as facuhbohs
p o l i t i c a s e a d m i n i s t r a t i v a s , as d i l a t a d í s s i m a s e m u i va-
r i a d a s funcçOes, que ilic daria a g e r e n c i a u n i v e r s a l T l e
todas as estradas de f e r r o , de lodos os c a n s e s , de todas
as estradas de rodagem, de todas as docas, de Iodas as
l i n h a s de navegação, de lodos os lelcgraphos e, e m l i m , de
todos os meios de eomiuunicação ode t r a n s p o r t e , que
se hão de i n v e n t a r até a chegada do l e r m o l a l a i ?
Se essa idea é uma c h i m e r a , claro é que ua p r a t i c a ,
á proporção que cada companhia K r t e r m i n a n d o o seu
p r a z o de concessão, o governo se apressará a c o u l r a c t a r
c o m c i l a ou c o m o u l r a a gerencia da e m p r e z a ,
Haverá, p o r t a n t o , necessariamente p a r a cada em-
preza, ao chegar o termo f a l a i , u m periodo de t r a n -
s i ç ã o , de i r r r s o l u ç ã o , de parada e de l i q u i d a ç ã o , que será
i i i f á l l i l e l i n c n l e p r e j u d i c i a l aos accioiii-tas da e m p r e z .
e a tilda a zona do paiz. que elta » n i r •
E ' , j i o r t a u l o , 11111 mão lega,lo, v e r d a d e i r a boceta de
Pandora, que a geração presente r e s m a a, f u t u r a , em
i u c a r de ser u m deseucargo para a nação, o principio
da idade ilc ouro, como pretendiam „- utopi-las
francezes.
í)4 '".AiíANTIA DF. JCIlfiS.

Quanto às pretendidas rcdueçòes de tarifa não são


menos chimericas.
Quem reduz as tarifas ao m i n i m u m absoluto não é
a gerencia pelo governo, que c sempre má e cara, mas
sim duas potencias novas, eivadas pelos principies li-
beraes modernos, — a opinião publica e a e o n c u r r e n c i a .
— A opinião publica a que nada resiste;
— A eoncurrencia, que obriga 327 companhias de ea-
minhosde f e r r o a trabalharem na Inglaterra (11) sem
perceber dividendo algum, tendo assim infruetifero o
enorme capital de 1U0 milhões de libras ou de 000 m i l
contos de réis !
Assim, pois, a Inglaterra praticando os verdadeiros
pi inripios de respeito ao individue e no direito de pro-
priedade, chegou já a realizar a uiupia dos socialistas
francczes — ter caminhos de (erro por tarifas tio Mm,
que apenas penjuem o seu custeio.
François líartboluny, discutindo a reversão ao F s -
tnrio, só admitte-a como compensação de adiantamen-
tos feito» ás companhias ; de outra sorte exprime-se
contra a reversão nos termos mais e n é r g i c o s ;
> Mais lorsqu'une enterprise a lieu aux frais, r i s -
ques et perils d une eompagnie, que l ' E t a t n'y p a r t i -
cipe en aucune manicre, sauf eependant les avantages
génòraux, qn'il en r e t i r e , la prise de possession, aprés
u n c e r t a i n delai, bien que convenue, est une veritable
confiscation, it» arte iliamrtralement oppose à tout esprit
iVencouragement des triivaiLe publics; en u n iniit u n
actc de vandalismc indigne de 1'époque de civilisation
oil nous v i v o n s .
« 11 n'y a que l'esprit de nionopole dc r a d i n i n i s t r a -
tion des Ponte & Chaussées, qui ait pu mettre momcn-
tam'ment en bonneur dans le gouverncment et les
chambres une idíe aussi fausse; cl I c marche dc pair
avec celle de l'abaisscment iniléfini des tarifs e l toutcs

( l i ) Vide o retaloilo ilo Uv.ml <•[ J'ra./c do .tullio lie lsiis.


•:AHTIII.O IX. i!:,

deux aü.iieat directemcnt au m í n w but ; l ' a n i i i i i i w -


m e n l de i'csprit d'association et le monopole gouvcr-
nainental des travaux publics. »
Miguel Chevalier não e menos vigoroso relutando a
ahsorpção pelo Estado das emprezas de utilidade pu-
blica :'
« L a prise de possession par 1'État, après un certain
delai, iVouvrages sur lcsqiiels l industrie privéo a de-
pensé en quanlitô considerable ses eapitaux et son tra-
v a i l , est un alms des prerogatives de la souveraineté. »
E acrescenta :
« Lcs concessinns tempovaircs étoulTcnt dans son
germe I'csprit ile famillo, en empéehant, après deux ou
trois generations la transmission dos biens du pére á
l ' c n f a u l . • • • riles «ont contraíres aux príncipes de j u s -
tice et. lie stability, q u i soul dc tons les pays et de tons
les t e m p s . . . •
« Combined avec u s e faculte de r a c h a i , convenable-
ment. reglce, la perpeluilc. des concessions n'aurait eu
aucone especo d'incoiivimients. •
A discussão da pe.rpetuidade das concessões è mais
de princípios que de interesse immediate.
Os capitalistas inglezes repugnavam a principio as
•concessões t e m p o r á r i a s ; hoje as aceitam sem grande
esforço, com tanto que os prazos sejam maiores de 50
annos. E m geral os accionistas das companhias não
levam m u i t o longe a previsão nos seus cálculos.
No entanto a discussão e o acerto nesta materia são
utilíssimos sobretudo em u m paiz novo como o noíso,
ainda em v i a dc organização, no qual o legislador deve
p r e v i n i r todos os meios de consolidar as instituições
fundamentaes da f a m í l i a c da propriedade, e de firmar
bem os sagrados princípios de i n i c i a t i v a e independên-
cia individual.
Quando as emprezas são estrangeiras a reverei» ao
Estado, depois de u m certo prazo, c recommcndada por
uma razão de melindre nacional. A concessão perpetua
>le um caminho de ferro, de 11111 canal, ou de uma dóc;t
I)
«w '.MlíVrlA [ff, JIKIIJ.

i m p o r t a r i a também o domínio perpetuo de estrangeiros


em uma certa zona do i n t e r i o r do paiz ou do seu
litoral.
Evidentemente este argumento i r á perdendo o seu
valor á proporção que as nações forem estreitando mais
es laços de fraternidade ao impulso das ideas liberies da
sciencia r r o n o m i r n .
Merecem a maior atienção nos contractos com as com-
panhias das emprezas de utilidade publica, as clausu-
las, que determinam o mudo de r e s c i n d i r esses c o n -
tractos.
E ' evidentemente necessário que o governo tenha
meios de resgatar uiua concessão e m casos de abusos
graves, ou de v i r a pratica demonstrar ter sido i l l u -
<lida a sua expectação.
A imperfeita lei de 20 de Junho de 1852, que ainda
nos serve (21 annos depois!) de lei geral dos caminhos
de f e r r o , deixou essa importante questão sem solução.
Disse apenas o a r t , 1." § 13 :
« O governo terá a faculdade de effectual' o resgate
da concessão do raminho de f e r r o , se o j u l g a r conve-
n i e n t e , convencioiiando-se com a companhia sobre a
•porá e a maneira de o r e a l i z a r . »
Nada I n de mais vago e de menos l e g i s l a t i v o . Quando
o Visconde de Itaborahy i n t r o d u z i u neste paiz o syste-
ma de melhoramentos dos portos do Império por com-
panhias, deu a esse problema uma cxcellente solução.
A lei geral das dúcas de 13 de Outubro de 1809 d i s s e :
• Art. I I 9 . " Ao governo fica reservado o direito de
resgatar as propriedades da companhia c m qualquer
tempo depois dos dez primeiros annos de sua conclusão.
. O preço do resgate será fixado de modo que, r e d u -
zido a apólices da divida publica, produza uma renda
equivalente a 8 % de ledo o capital c l e t i v a m e n t e em-
pregado na empreza. •
Assim, pois, foram concedidos dez annos para expe-
r i e n c i a da empreza,c fixou-se em um alto preço o paga-
mento <b« suas propriedade*.
t.U'iiUi,» i s . 67

Preveniu-se assim a liypollicsc tie que o governo, por


um acto menos bem pensado, lizesse a rescisão do con-
tracto da companhia.
Prevideneia indispensavei nesle pai?,, onde todos os.
dias ví-se a poiilica invadir o campo neutral da indus-
tria enelle produzir crises lamentáveis!
CALMHi.O

S i - J i i u m o . — Mimwpolii» g o v c i i u m v n n l •• i n i c i a i * » iiiditM»»!.
—Governo it C o m p a n h i a s . — A iniciativa particular leni direito
pela Constituição (lo Império a inti-rvir nas emprezas de utili •
daile publica. - O p i n i ã o tie Michel C l i e v a l i c r . - Conselhos dc Sir
J o h n T t c n u i e aos engenheiros iuglc7.cs.— IndilTercuça nacional
pelas o b r a s do ulilidailc p u M i c a . - t ' r i n c i p i o s i n ^ l e z e s . - A h s u r -
flo das ohras com usufructo p r a t u i l o . - l n i l u e n c i a inaiclica da
politica n a s obras p u b l i c a s . - L u s o c impropriedade das obras
construídas pelos Governos.

F i c a r i a r o r certo incompleta a parto theories deste


trabalho se a terminasse sem r esponiler, ao menos sum-
mariamente, à questão :
Porque não ha de o governo construir e gtiir as em-
prezas de utilidade publica directamente m lugar de con-
/ial-as a companhias, ds quaes tem dc auxiliar quasi sempre
com empréstimos, cem subvenções e com garantia de juros ?
R e s u m i r e i , portanto, aqui as razões, que fizeram e
fazem p r e f e r i r as companhias em quasi todos os paizes
civilisados, desde a I n g l a t e r r a , onde p r i m e i r o t o m a r a m
incremento as obras dc utilidade publica, até osEstados-
Unidos, onde o seu desenvolvimento tomou proporções,
desconhecidas em qualquer dos j w i w s da E u r o p a ,
70 I.ALLANTL.V BE JUNIK.

Nos paizes coiistitucionaes, nos paizes regidos petos


santos princípios do self gormiement, a necessidade t a
"'onvenieneia da execução e do custeio das obras de u t i l i -
dade publica por emprezas particulares se demonstram
com a Constituição, com a L e i fundamental na mão :
« L ' i n t i ; r v ? n t i o n de l ' i n d u s i i i e privée dans les Ira -
vaux publics, (lit C h e v a l i e r , a pour fondement l e p r í n -
cipe mèniedc la souverainelò naíionale. »
E nenhuma Constituição garanle melhor este p r i n -
cipio do que a Constituição deste Império.
Só US governos absolutos, sú os falaliiiente emperra-
dos no pernicioso systcma da centralização a todo o
transe, podemainda boje persistir no gravo e r r o de ino-
nopolisar a construeção e o custeio das obras de u t i l i -
dade publica.
E ' p r i n c i p a l m e n t e neste particular que cumpre res-
peitar a grande maxima de Quesnay, de um dos i l l u s t r e s
fundadores da sciencia económica: «Pds trop gouvemer.»
E m lavor da i n i c i a t i v a individual e do espirito de
associação produz Michel Chevalier ainda um excellente
argumento social e politico.
fi' tão vasta, 6 tãograndiosa, k tão urgente a empreza
da execução das obras de utilidade publica em qualquer
paiz que em tal cominettimento auxilio algum deve ser
despresado.
Ora o concurso da i n i c i a t i v a i n d i v i d u a l t r a z u m c o n -
tingentcenorme de capítaes, de talentos, de aptidões e de
actividades, que seria erro gravíssimo desprezar.
« L'ambition de tous les hommes est v i v e m e n t excitée
aujourd'hui ; elle 1'est trop peut-étre pour la sccuríté
des Etats et pour le bonheur des i n d i v i d t i s ; mais telle
qu'elle est entiii elle a besoiii d'aliments. A u x hommes,
qui ont 1'amour des grandes idées et des grandes entre-
prises, qu'animc le désír d'embrasser des grandes af-
faires, et qui v e n l c n t t ester en dehors de l ' a d m i n i s t r a -
tion publique, ou qui n ' y p e u v e n t entrei-, ouvrez done,
i l le f a u t . u n c vaste c a r r i è r e . Les travaux publics peu-
vent íigurer avec avantage c t cela! dans le programme,
eiiTl'UI.0 X. 71

q u ' i l convient ile presenter à ces homines entrcpre-


nants et liardis, alin qu'ils t r o u v e n l à leurs facultes u n
emploi digne el'eux.»
Estas palavras do illustre companheiro de Cohdcn 11a
memorável cruzada para a liberdade do commercio en-
tre a F r a n ç a ea I n g l a l e r r i , fornecem argumentos cspe-
ciaes e ahrein novos e dilatados horizontes á presente
discussão.
Destas palavras nasce a fórmula:
« Animara iniciativa individual nas cmprczas dc
utilidailc publica pai-a evitar revoluções; aproveitai-a. rui
combater a natureza, e melhorar a superfície do planeta,
que habitamos, cm lugar de combater os homens e de
excitar-lhes os mios instinctos cm guerras f r a t r i c i d a s ;
empregar na sublime obra do engrandecimento da pit ria
forças, que não podem ficar i n a c t i v a s : forcas, que, dei-
xadas em abandono, degenerariam e i r i a m fomentar
guerras intestinas ou iuternaeionaes.»
Todos estes argumentos de verdade i n t u i t i v a em qual-
quer paiz tèm subido valor e applicação especial a um
paiz de raça latina, como o B r a z i l , onde o excesso de
imaginação e os talentos oratorios constituem cada ho-
mem i n t e l l i g e n t 11111 t r i b u n o .
Se. as republicas hispano-americanas tivessem indus-
t r i a propria e obras publicas, planejadas e executadas
por nacionacs, não teriam revoluções Ião frequentes.
No B r a z i l mesmo as revoluções lindaram no dia em
que começaram as grandes obras de utilidade publica.
Notai a coincidência:
1848 — u l t i m a revolução.
1832 — primeiro caminho de f e r r o .
E ' cédo ainda para publicar a coincidência entre os
nomes daquelles, que passaram das revoluções ás empre-
itas de utilidade publica com grande vantagem da pátria
e da humanidade.

E m geral o syslema de construcção c eusleio das


obras publicas pelos governos f< snli-oconumifo. muitas
e, vn VNTU ! i r Jtmos.

v e i e s injusto e sempre (uneslo em seus resultados


práticos.
0 primeiro e ornais grave inconveniente do monopolio
governamental é matar nos cidadãos toda a i n i c i a t i v a
i n d i v i d u a l , todo o espirito de associação ; crear e a l i -
mentar uma indilferença geral pelas obras de utilidade
publica.
E ' o que lieni comprelienderam e melhor praticaram
a Inglaterra csua a d m i r á v e l Ilibada A m e r i c a , que neste
particular a excedeu como a miitrepitkkrá filia pulehrior
do hello poeta Horácio.
S i r John R e n n i e , na sessão solcmne de 20 ile Julho de
•1817, orando como presidente do Instituto dos E n -
genheiros Iitírlezes, estimulou-os assim a combater a
todo o transe a indébita intervenção do governo nas cm-
prezas de utilidade publica :
• "Whilst upon t h i s interesting topic, I may perhaps
be permitted to observe that that system of unduly in-
t e r f e r i n g w l i i t h p r i v a t e enterprise cannot he too muck
deprecated.»
« The mass of the community understand their own
interests much better than any government can com-
prehend them, and the less they are interfered w i t h
the better. T h e system, pursued in t h i s country, al-
though it may have some defects, has hitherto worked
w e l l , and by producing competition between different
classes, has brought to light the greatest talents, and
the most efficient w o r k s have resulted from it. By way
of illustration we have only to compare tho establish-
ments and works of the government w i t h those of p r i -
vate Companies aud individuals, and we shall find that
tliet latter have a decided advantage over the former,
i n every respect, whether as regards arrangement, or
construction, the quantity and quality of the product or
the celerity and economy w i t h w h i c h the articles can
he manufactured : and so long as the present system
continues a l l o w i n g matters to take their natural course,
without p e r m i t t i n g any interference, except that of
i.APlTUMI 5 73

competition, so long w i l l lho energies of lhe country


c o n l i n u e u n i m p a i r e d ; h u l lho momonl wo degenerate
into lho continental system of centralisation ( w h i c h is
aknowledged even Ihere lo have been so i n j u r i o u s to
industry of all kinds) r e n d e r i n g everything subservient
to Government coMiirissivners, our energies /rati be mvu-
;«.'(/, our hopes icill be discouraged, and the Profession will
dwindle into comparative insignificance: — We have atai»
lied our present eminent position hv severe toil and
perseverance; let us s t r i v e to maintain it by s i m i l a r
ellbrts. Let us give every assistance in our power to
the legislative and ( i o v c r n i n e n t , ill order that pu-
blic works of all kinds may hi' established upon I lie
best principles, and let u< make our services i n d i s -
pensable by our superior knowledge of the s u h j e n s
i n question and by lhe liberality w i l h which we offer
them.
« T h e government and the public u iil then apply for
l l i e m , as a matter of course, and we ahall receive the.
due reward of our exertions. Dm destinies, therefore,
1 repeat, arc i n our bands, and if we use legitimate
means, we shall command, as w e l l as deserve success ;
if however our exertions become relaxed, w c s h a l l ine-
v i t a b l y fail, and we shall he succeeded by others, more
worthy to fill our places; but this w i l l assuredly not
occur so long we pursue our present career and fortu-
nately there is every inducement to continue it. Our
past records, our futur fame and characters, and the
hope of that honourable emolument w h i c h we all more
or less s t r i v e for, w i l l preserve us, I feel confident,
f r o m any retrograde movement.»
E i s - a h i saldos conselhos, máximas santas de i n i c i a -
tiva e independeiicia i n d i v i d u a l , que péço a Deus sejam
adoptadas e religiosamente cumpridas pelos engenheiros
b r a z i l e i r o s . E i s a norma do nosso comportamento nesle
paiz, desprezando sempre como indignas de nossa nobre
profissão toda a subserviência governamental!

iu
ants™ be rer.os.

A indifferença nacional pelas obra» il« utilidade pn«


bliea i! fatalissima.
O cidadão aeostiima-sc á falsa idéa de que a con-
strucção e a conservarão das obras publicas, até a i n -
trodueçãii de processos aperfeiçoados na a g r i c u l t u r a e
nas outras industrias, são somente da compelencia e do
dever do governo, espeeie de Providencia, que tem de
curar de tudo e de satisfazer a todas as necessidades!
Persuadem-se de que os interessados mais directa-
mente nestas obras só tòm direito de reclamal-as em
petições ao governo, e em queixas peta imprensa 1
Nas obras, construídas pelo governe, os cidadãos
crera que não devem ter ingeruncia alguma ; apenas
S M i m ou oulro engenheiro desempregado ou eontrac
tauor despeitado se aferra a c r i t i c a r a obra em exe-
cução.
Na Inglaterra e. nos paizes, que seguem os seus bons
exemplos, não i costume mendigar obras ao g o v e r n o ;
os cidadãos associam-se e executam a estrada, o canal,
uu ponte de que téin necessidade.
A obra é então de todos; e todos são .seus líseaes.
« E u A n g l c t e r r e , diz Charles Dupin, le citoyen est Ie
principal surveillant des travaux publics. »
U numero extraordinário de obras de utilidade publica
que se admira na Inglaterra e até nas suas colônias mais
remotas, na índia, na nova Hollands ena nova Zelandia,
o estado de accurada conservação, em que sempre se
acham, p r o v i m da pratica constante de dous princípios
fundamentaes, que nesse paiz quasi invariavelmente re-
gulam a execução e o custeio das obras de utilidade pu-
blica :
1.° Fazer sempre construir e custear as obras de utili-
dade publica ou por companhias, ou pelas municipal!-
dales, ou por associações dos particulares mais directa c
immedialamente interessadas na rapida c cconoinica exe-
cução das obras e na sua boa conservação.
Assim é que, por exemplo, cada municipalidade
construi- e enearrea-se de conservar a porção dees-
CAPITULO X.

n a d a o as pontes, que fleam dentro dos l i m i t e s do seu


município.
2 . " Fazer sempre pagar pelos, qw se utilisam das ohms
publicas, turns, calculadas tie modo a./ml.nm serrir mio
sti para satisfazer as dcspezasdecoiisrrcação, como tamhem
para ilur uma renda razoarei c sen ir « amortisação do
capital HeUns empregado.
E' Si) diqiois de amortizado o capital, que foi des-
pendido na obra, o de reunido ura (undo s u b s i d i á r i o ,
suiliciente para colli os sous j u r o s s e r v i r ás despezas
de conservação que o uso da obra — estrada, ponte,
canal, e t c . , liça l i v r e e g r a t u i t o .
Construir uma obra de utilidade publica por conta
do governo g e r a l , com os recursos do tliesouro na-
c i o n a l , e dar g r a t u i t a m e n t e o seu u s u l r u c l o , implica
além dos i n c o n v e n i e n t e s , já mencionados, uma grande
injusliça!
A s s i m è que se t i n h a commeti ido o grave e r r o de
c o n s t r u i r por conta do tliesouro nacional a ilóca da al-
fandega do Hio de J a n e i r o e dar o seu uso g r a t u i t o a
todos os n a v i o s .
E r a um grande f a v o r , feito só ao commercio do I l i o
de J a n e i r o ; mas o« c o n t r i b u i n t e s lirazileiros desde o
Oyapock até o C h u y , que t i n h a m dado para essa obra
uma quota, correspondente aos impostos pagos, só
t i n h a m o gozo de saber que no R i o de J a n e i r o h a v i a a
mais custosa ilóca do m u n d o , e t i u l i a m s i i n u l t a n e a i n e n l o
o p r e j u í z o de nunca ler docas, porque o tliesouro na-
cional, esgotado por essa á r d u a e infeliz experiência,
j á m a i s se l e m b r a r i a de fazer tão custoso favor a outro
porto do B r a z i l .
E m outro exemplo para t o r n a r ainda mais patente o
absurdo desse falso s y s t e m a .
A p r e s e n t a - s e , rerbi gratia, mu lioilo projecto de. uma
ponte ligando, o Hio de J a n e i r o a N i i l i e r o l i y . O m i -
n i s t r o enthiisiasma-se e propõe sua conslrucção pelo tlie-
souro nacional. T a l v e z no pedido de credito ás CA-
maras se fallasse de uma t a r i f a , m i s logo com a clausula
"li « M U BE JCHllS.

expressa do laxas bem mod iças; j a m niio irritar m nniim.,


diria em aparte algum pnideiite estadista ( n a t u r a l m e n t e
deputado pela província do R i u ) .
Inaugurava-se a ponte, talvez j ã por u m novo m i -
n i s t é r i o , ||UI', para crescer tie popularidade c pôr na
sombra <> 1/ciielieiis, que seu anleeessor pretendia fazer
á cidade ibi R i » de Janeiro, abaiiava a tarifa se não a
unnullasse de tudo.
Clioveriani elogios da imprensa de ambas a* margens
do lliianabara, <>n lalvcz n ã o : conto m u i t a s vezes acon-
tece. nineiiem levaria sua gratidão ao biuielicioao ponto
dc L'aslar um arligo de j o r n a l .
iPoeear-scdiia assim mui suave e n a l u r a l n i e n t c ao
ulisurdo d.' sc construir uma ponte com os recursos
evrars dn Império pira ontnniodidado e prazer dos ha-
b i t a d o s do Ntclheroy e do K i o do J a n e . r o .
Ivsa liypiitliese, por mais alisuiala que pareça, já se
tem realizado, l i t u n a r a p i l . i l de província ipie goza
uma ponlc de transito gratuito, construída pelo llie-
soriro geral'.
Não e sii de lastimar a i n j u s t i ç a do debito cfnprego
dos recursos naeionaes; lia ainda consequências peiores.
Sendo dad i a obra ao publico em usufi uelo gra-
tuito não haverá soturna alguma destinada cspeeial-
niente á sua conservação; nem Ião pouco pessoal para
cuidar disso: assim licará inteiramente entregue á
acção das inlemperies: será preciso ainda que o governo
geral consigne de tempos a tempos um qnanjum para
a reparação da obra. c isso, bem entendi lo, depois de
todos o ; Irainili.ts , | „ eslylo, c depois de toila a pape-
lada. cauda forçada, a l l r ü u i t ü iaiscpar.svel cia ceuleali-
s^içáo.
Ouast sriupre a deterioração da i br,a já será grave,
ameaçará iincnineule r u i u a . quando Ibe chegar da êr 1 e
o a u x i l i o do governo gorai.
niião divci'sa seria a niaiadia dos aconlecinictilos se
a obra fosse conliada a uma conipanliia ou á n i i t u i -
tipalidaile coinpclenlu, seguindo-se sempre o systema
C.UTRU.O X.

de i m p u r a » lias taxas para a conservação da ponte,


rendimento c amortização do eapital nella empregado,
C formação do u m fundo subsidiário, cujos juros
fossem suffieientes para a conservação da obra, a fim
do ser só então dado gratuitamente o seu usufruem
ao publico!
Façamos lambem sobresahir, nesla opportumdade,
o r i d í c u l o e o odioso, que roeahem sobre os governos
p o r se encarregarem de certos serviços como notoria-
mente os de abastecimento de a g u a , de esgotos, os
serviços de embarque , desembarque e arma/aniagem
ilo mercadorias, ou resumidamente s e n i e s lo dõcas,
o muitos outros, que nos p r ó s mais avançados, são
exclusivamente feitos por eniprezis particulares ou
p,,r companhias.
Assim é que, no Rio ile Janeiro, a inexplicável persis-
tência do governo em monopolisar o serviço das aguas
i- causa do innumeras eeisuras e ile aeres recriminações
c m Iodas as o:casiòes de seceas.
llepele-se iiisuHuosanieiite ao g..v.Ttio por lodosos
órgãos da imprensa: « mis i«ifuiws maJnalaiaalr no<s<is
jii'itnits tl'mim c riis nem nas dais ajiia nem nm resti-
tuis o nassa dinheiro
Falãi grave censura o governo não pôde dar res-
posta satisíactoria.
Assim é que o prurido fiscal, a monomania inotio-
polisadora e o furor governamental cioiduzem fulal-
ineiile os governos a |»wi{.Vs falsas o notoriamente
humilhantes 1
As obras, construídas s»l> a iinmediata iollueiieia dos
governos, são defeituosas desde os primeiros esludes.
Se se traia de um canal ou de um caminho de ferro
põem-se lego em campo as in li: ume ias politicas para tor-
cer os traç idos de mod" a satisfazer aos seus eapri-

tiiih querem que o neivj via de eomniunioaoiu alra-


vesse suas t e r r a s ; outro- nio a querem \ersuhdivi-
73 'í A11 AN] IV DE J LHOS.

(lindo, parcdhmiu {k a expressão adoplada) o seu p a -


trimónio.
E o pobre caminho de ferro tem dc fazer ura sem nu-
mero dc circumvolueõcs para obedecer a Ião disparata-
dos desejos.
Dizem que milita curva da 1' secção do caminho dc
ferro dc D. Pedro I I . não teve outra razão de ser.
A p r o v i n d a da Bahia ainda foi m a i s infeliz: os polí-
ticos mandaram traçar a maior parte do seu caminho dc
ferro pelas praias; c s c o l h í r a n i para o seu prolongamen-
to ao rio de S . Francisco a zona mais pobre, mais sccca e-
mais estéril de Ioda a p r o v i n c i a l
Nem ao menos tem centros produetores Jateraes para
onde se possam d i r i g i r rainaes 1
Foram infruetiferos os ensaios neste sentido, feitos ul-
timamente pelo governo geral e provim ia!
Não é só no Brazil quo a p o l i t i c a , invadindo o
campo neutral da i n d u s t r i a , produz dessas catas-
trophes.
Pur toda a parle se encontram exemplos analogos.
Lembrarei um, ipie me eiláram os engenheiros f i a n -
ce/,es, quando eu estudava a eonstrueção do caminho de
ferro de IVrieiieiix a Agen. •
A cidade de iVrigueux n i o se. distingue em F r a n ç a
nem como centro commercial, nem como centro estra-
tégico.
Quando, porém, foram sujei las à approvação do gover-
no as plantas da réde e r t i l r a l de Orléans eslava no m i -
i i i s t e r i o um li lho de P e r i g u e m ; não foi possível obter
solução alguma anlesile modificar os traçados de modo
a fazer passar pela cidade, que tivera a fortuna dedar
á luz o lai m i n i s t r o , qualro eiimiiihie, de ferro ligan-
do-a a L i m o g e s , a Bordeaux, a Agen e a B r i v c s ! . . .
As obras, construídas pelos governos, percam quasi
sempre por excesso de luxo e ornamentação a ponto de
muitas vezes coinpromcllerem as propriedades essen-
c i a i s , que devem possuir pira preencher os lins, a que
são destinadas.
C.APITELO X.

Os engenheiros, que as dirigem, c r í m como vulgaclio,


que os recursos do thesouro são indefinidos e inesgotá-
veis : e nada poupam para satisfazer o sou amor proprio
de construir obras de l a t o , que attraham as v i s t a s e
excitem os louvórcs da multidão.
E m Franca cita-se, como notável exemplo dessa v e r -
dade, a estação de Pariz do caminho de ferro de Stras-
burgo, quo foi construída pelos engenheiros do gover-
no. E ' sem duvida um bellissimo edifício, com um ma-
jestoso peristilo, com columnas elegantes c capiteis
allegorieos: entablamentos com brazões das cidades, que
o caminho de ferro serve, o uma infinidade de minúcias
de ornamentação, que fariam inveja a um palacio; em
desabono, porém, de tudo isto, ò a estação de pcior tra-
çado e de mais inconveniente distribuição, que ha em
F r a n ç a : Ião imprópria para o movimento rápido eeco-
nômico das mercadorias, que já se cuidou em fazer ou-
tra mais racionalmente projectada.
As luxuosas cantarias do armazém grande da alfande-
ga do Rio de Janeiro, talvez o que haja de mais caro
neste gênero, dão lambem irrecusável testemunho dos
excessos de fausto, commeltidos pelos engenheiros cio
governo.
R a r í s s i m a s vezes as companhias se entregam a esses
disparates dc luxo e de ostentação.
Pratiquei cm França na construcçâo dos caminhos de
ferro das duas mais ricas e poderosas c o m p a n h i a s ; a
companhia dos caminhos de ferro do Orleans e a compa-
nhia dos caminhos J e ferro de Pariz a L y o n c ao Medi-
terrâneo.
E m ambas era lei fundamental a extrema economia
e a maior simplicidade nas obras d'arfe.
Recordo-me ter assistido na rede central de Orleans^
cujos trabalhos erão dirigidos pelo meu mestre c amigo
o engenheiro K r a n t z , um dos pharóes do corpo de Pontes
e Calçadas, na elegante expressão franeeza, laureado
constructor do palacio da Exposição Universal de 1807, á
discussão da simplicidade da lapide, em que deviam ser
so u m m v ok i c n o í . — i.Ai'irri.o x.

g r a v a d o s os n o m e s d o s c o n s t r u e t o r e s d o g r a n d e viaduc-
to de C e i n d e a u , n o e a m i n l i o d e f e r r o de l l r i v e s aCap-
denac, que passava então por ser a o l i r a desse genero
mais economieamcnte eonslruida em França.
O l u x o e a o s t e n t a ç ã o nas obras de u t i l i d a d e publica,
ropreliensiveis e lioje lür a de uso nos paizes mais
r i c o s da E u r o p a , d e v e m e v i d e n t e m e n t e s e r d e l o d o b a -
n i d a s e m u m p a i z , c o m o o n o s s o , o n d e a i n d a se e s t á p o r
encetar as u b r a s d e primeira necessidade, indispensáveis
para melhorar as c o n d i ç õ e s naturaes dos nossos por-
l o s de m a r ; o n d e c e n t r o s p r o d u c l o r e s d e g r a n d e i m p o r -
laucia ainda cominunicani com us seus portos d c m a r
por m i s e r á v e i s picadas, que d i l l i r i l i n c n t c p e r m i t l e m o
transpurte das mercadorias mesmo ás custas de ani-
m a r a I'-
i : \ m T L o XI,

SLMu.uan— Monopolio eioeriiamelifa.! o iniciativa individual.


—<luvi'i ko I' nonuaidiias i.ein ooníinuaeaii).—Origem ilu inu-
nojiolio inneriiamoiilal lia França —Iiirnnvcnienlo dislriliuioãn
tios dinheiros |uililiros.—I'urln.s do mar Iranee/es eiuglo/.es.
—ll|iiniàii ila «Ir. 1'aseal. engenheiro direolnr ilas iihras liy-
draiilicas ilu porto do llarscllia.— II eslailo tio guerra píie à
I'i'ova us duns sYslrmas.—F.\eiiljil<> rooenlo no nrcainentu da
! Ia lia,—Caisleio ilas uliras de utilidade pnlilira pelos governos.
- liii|iiissiliiliilaili: ill is agentes olliriacs. - I'aieeei' iia com-
missão lie iilii as I HI h 1 i ins ila câmara ilos de|iula.ili>s,—Fxempio
Ilas Mossagerios Impcriales.-Xapulcao I e u s cai ito
França.— tainsliiiceãn c cusleio dos caminlin, ilc torro (la
líeleiea. |ielr> EOVOImi.— Cinilissão ilu seu erro |iclu |ii'ii|irio
governo.—Kxeinplo da tiiglaleri a.—Crise mitiislerial produ-
zida Iicla comina e eonlralisaçãn ila rede lelegrapliica pelo
governo.—Fxempln íinal da larita da arina/.eiiajieoi ila ,iI-
lanilegn do nio de Janeiro anlcs da nrgnui/acão da caniipa-
nliia .la doca ila alfandega.

M i c h e l C h e v a l i e r aprecia assim a o r i g e m e o desen-


v o l v i m e n t o do mouopolio g o v e r n a m e n t a l na França:
« l ' n m a u v a i s vent a soufllé sur le monde cetle e r r e u r
ilangereuse, qui s'esl de plus en plus aecredilée datis
I ' l i p i n i o n de la F r a n c e et de l occideiit de 1'Europe
c m i t i n e n l a l e , q u ' i l lie iloif y a v o i r d'autre association
forte que cclle q u i est coristituêe par la g t u é r a l i t é des
c i t o y e n s sous le nom de 1 ' É l a l .
U
85 GARANTIA DE JUROS,

< E n t r e l ' É t a t tout entiur et 1'individu isolé u n in-


termediate quelconque est suspect.
c Toute association est reputée mauvaise si d i e a une
existence propre, si elle est une autonomic. II se forme
ties juxtapositions de i n d i v i d u s e t d interêts quelquefois
três nombrenx mais sans organisation permanente.
C'est du provisoire ou du mobile, et c'est s u r v e i l l é de
prés comme une force, qui p o u r r a i l devenir subversivo.

« Disons-le cependant pourètre j u s t e : ce s e r a i l grau-


dement sc tromper que d'imputer an d i x - n e u v i è m e
siécle, ou au d i x - l i u i U è m c le système c o n l r a i r e à ['as-
sociation et destructif de to.us les i n t e r m é d i a i r e s entre
1 ' É l a t e t l ' i n d i v i d u . IIaluno origine bien plusjancienne:
c'est u n v i e u x pèclté de la royauté franeaise. E l l e a
eu r i i o n n e u r de fonder 1'unité nationale et de donner
à la nationalité, prise en bloc, une grande f o r c e ; mais
elle a obtenu ce resultai par un procede, qui olfre
bien des inconvenients e l des p e r i l s .

« E l l e a eu pour politique, à pen prés constante, d'a-


battre autour de soi lout ce qui possédait de la vigueur
ou promettait d'en a c q u e r i r . Les rois de F r a n c e ont
élé aussi les générateurs du mouvement, qui s'est ca-
raetérisé d'avanlage en 1789. Si la F r a n c e est devenue
une plaine nivelei; et fortnée de grains de salde comme
les déserts africains, oil il n ' j a aucuiie eminence, tlont
les flanes présentent un a b r i contre la tcmpele, la
royauté française en est responsable devant Dieu el
.levant l'bistoire, e l elle en a porlé la peine. .
E ' bem notável a coincidência!
O absolutismo monarchico e o absolutismo dema-
gógico, ambos de accórdo e m matar a i n i c i a t i v a in-
d i v i d u a l e o espirito tie associação; ao passo que a verda-
deira liberdade, racionalmente concebida c v i r i l m e n t e
praticada pela raça anglo-saxonica, progride indelini-
damenle creando e universalmente desenvolvendo os
dous mais poderosos agentes do progresso actual 1
CAPITULO XI.

São |sem rluvida da maior monta os inconvenientes,


que resultam da má distribuição dos recursos nacionaes
nos paizes, cm que os governos monopolisam a execução
das obras de utilidade p u b l i c a .
E m p r i m e i r o logar as obras m i l i t a r e s têm sempre a
p r i m a z i a ; os interesses da a g r i c u l t u r a , da industria e.
do commcroio são sempre secundariamente attendidos
quando o são.
Votam-se para despezas de guerra milhões o milhões
s e m a m i n i m a opposição: o mais insignificante credito
para uma obra de paz e de f u t u r o , exige longo c por-
fiado debate.
Exemplificarei ainda essa verdade com a infeliz
F r a n ç a , victima de governos eminentemente centrali-
sadores, em lula constante com a i n i c i a t i v a e indepen-
dência individuaest
Os resultados a h i do monopolio governamental são
mais colossaes; e, portanto, os v i c i o s do systema mais
flagrantes e d e m a i s fácil apreciação.
Ò governo francez, que gastou 67.000.000 francos no
celcbcrrimo quebra-mar do porto m i l i t a r de Chei burgo,
nunca so animou a encetar o quebra-mar, projectado
para abrigar o ante-porlo de Marselha, o seu principal
porto de commercio, o seu emporio no Mediterrâneo,
a esperança da F r a n ç a de concorrer u m dia coma In-
glaterra no commercio do Oriente c da India I
Debalde os engenheiros encarregados das obras do
porto, debalde a praça do commercio de Marselha pe-
d i r a m a conslrucção dessa indispensável o b r a !
P a l i a v a m para ella os capitães, despendidos nas rui-
nosas expedirõesdo Mexico(15), na occupaçãode Roma,
nos faustos de Compiégne, nas t r i r e m e s do Senna, nas
i n t e r m i n á v e i s demoliçSes das T u l l i e r i a s a cm todos os

(18) A expedição doJMexico custou 4 França 40.000 homens e


-erca de800 milhões de francos ou 380.000 contos de réis; um
HPÍCO menos do quesesteril guerra do Brazil j o Paraguay 11
!)8 GARANTIA DE JUROS.

desvarios desse Sardanapalo, ao qual su iallou a co-


ragemde fazer em S M a n sua fogueira f i n a l !

Ao passo que, nos porlos m i l i l a r e s da F r a n ç a , havia


excedentes diques de a l v e n a r i a para a reparação dos
navios da esquadra; que T o u l o n tinha nada menos de
cinco, sendo um duplo : que Brest possuiu dons diques
simples, dous diques duplos, e uni na ponte de S a l o u ,
o maior dique do mundo, eoin duas enleadas, e di-
mensões para receber o proprio Lerinthuit ou Great,-
Eastern : o porto commercial do lla\r<- sií pmlia reparai-
os navios até I8KS em um v - l h o dique í l n c i u a n l e , de
madeira : e o grande porto de .Marselha servia-se do
canal do F o r t e de S . João, como de um dique duplo '
Na I n g l a t e r r a , no paiz clássico da i n i c i a t i \ a indivi-
dual e do espirito da associação, os portos do com-
mercio abundam em docas, em diques e em lodo o ne-
cessário fiara dar au coiumercio o a navegação as
maiores facilidades!
Só L i v e r p o o l possuja em ISItí. quando usilei pela
p r i m e i r a vez esse a d m i r á v e l porto mercante, 2S docas
e 17 diques !
Londres, Hull, Glasgow . S o u l h a m p l o n , New-Caslle,
B r i s t o l , einlim todos os porlos. uão MI da l i i ü l . i l e r i a
coiiioalé das suas colônias mais longínquas, léiu docas e
diques em numero e e m proporções, rorres|iunilcnlcs ao
seu movimento c o m m e r c i a l .
A iniciativa individual, o espirito de associação—as
companhias, cmflm, encarregam-se de executar Iodas
essas obras, que tanto c o n l r i b u i r a i n e ainda tanto con-
tribuem para a prosperidade e riqueza da Orã-Bretanha.
E m F r a n ç a , pelo c o n t r a r i o , o monopólio governa-
mental produziu o t r i s t í s s i m o resultado, que patcnlca
esta confissão plena do « Expose tie la situation de i'Em-
pire Français en 1864.
« II l'aut bien l e r e e o i i n a i t r e . e n effct. malgré 1'aelivilé.
dcployée dans ces t r e n t e d e r n i é r e s annces et I'impor-
laucedes t r a v a u x , executes dans l i n l c r e l dc nos grande
CAPÍTULO XI, 85

pol ls, /c«i' situation fit lorn de repondrc mix éxitjcMcs


actueltrs tin commerce maritime.
« La largeur el l c l i r a n l (I'cau dos chciiaux lie sonl
pills ell rapport avoc les dimensions dos n a v i r e s , ilont
I i'ldianlillou s a i l one progression coustaiiimotil crois-
sanle.
« La surface d i'au a h r i l é r , Irs dcvrloppemcnls des
piais Mini iiisnflisanls pour Irs operations de charge-
n i r n l e l ilc ilei'harei'inoiil : prcsi/uc purtout les mtgm ilr
' <•'!' el ih' radonlt •'•1 - IPÍCÍYCS1 foul tlcfaul.
« LcmaJedc iiimuileiiliott 'In inarckmiuliscs est des plus
mimrfnUs. Hear ports sen'mml. le llitne el Marseille,
jnuisseid des aceiUiyjcs dun veritable doei, maritime, el
res creations son! dednle luiit recente,
'< II importi' an plus haul, drgré dan.; r i n l c r r l du
iii'\i.'liipprini'iil. ilc iKK relations inleriiacionales i|ue
i'anu'iiagemi'iil do tins [lurls sml jui.s ;i la liaulctii - des
hesoins du comniiTcc of He la navigation. el l ieu u'esi
aussi iir'siialilc ijue He voir les cities mnritiin.es ass oner
1
ars ('/forts (i eei'c du ijoitrerueiuenl pour obtenir eel aide
rriiiltnt.
•I Au ri'sli', IVvcnijili.', iloíiui.' par la chambre du H a v r e ,
a ih'j;i porlc ses Irttils, cl 1 a d i n i n i s l r a l i o i i a recu re-
eeiinnenl les offers d'avanros, l'ailrs par plusicurs villi's
uiariliines, soil pour l i à l r r rachóvemenl d'ouvrages
dójá décrciés, s o i l pour permellre r e x e e u l i o n tie nou-
vi ax I r a v a u x d agrandisseiiiens on d'amrli oral i o n .
« Les avances seraien I roiubourseos, cointne au H a v r e ,
au m o j e n d c la perception d'une taxcspécialode tonnage,
• L ' a d i n i n i s l r a t i o n s'eslcmpresséedr m c l l r e a I elude
des propositions, qui r c u l r c n l c o m p l é l e m c n l dans ses
vues. •
B' ainda de notar que o único reniedio, que achava
o governo francez, era recorrer a essa niesiua i n i c i a t i v a
i n d i v i d u a l , que havia oulr'ora guerreado e repellido
da execução das obras (Ir utilidade publica.
Mr. Pascal, o illusl i o eiigenhciro i l i r e c l o r das obras
hydraulicas do jiorto dc Mui solha, cm uma memoria,
86 GARANTIA DE IIIBOS.

esciipta cm 1 8 6 ! , pedindo o desenvolvimento dessas


obras, e m i l t i u a justa opinião ([lie a cargo do Estado só
devem iicar as obras m a r í t i m a s , destinadas a melhorar
as condições de segurança do porto, tacs como o s q u e -
hra-mares, os pharóes, as bóias, as balisas, ete., obras
indispensáveis a lodo mundo e que tèm um caracter
especial o hmumilttrio; ás companhias, porém, devem ser
sempre concedidas a construcção o o custeio de todas
as outras obras—ráes, docas, diques, mortonas, e t c . , —
que pódem ser taxadas, e pagar, portanto, as despezas
de sua construcçãoc do seu custeio por meio de laxas,
pcrceliidas dos particulares, que delias se servem.
E ' na verdade razoável que o Eslado construa por
sua conta e franquce ao uso universal os pharóes, que-
lira-mares. e em geral as obras, destinadas à conser-
vação e á segurança dos porlos, obras quasi sempre
de subido custo e dillieilmenle l a x a v e i s : é, porém, in-
dubitavelmente inconveniente, anli-eronomico e fatal
em suas consequências que os governos construam e
custeiem gratuitamente obras, que podem dar rendi-
mento conto eáes, docas, diques, e l e . , e cm condições
portanto de s e r v i r e m de base a emprezas particulares.
Cumpre lembrar que os Ingiezes levam tão longe o
principio da remuneração pelos serviços prestados pelas
obras publicas, que fazem pagar nos seus portos até
direi tos de pharoes (Li t/IUItotise dites j!
Devo ainda dizer que mesino os governos mais ricos
não poderiam, sem extraordinários saerilieios, prover
as exlraordinarias e rapidas despezas, que exigem as
ronstriicjòos dos caminhos de f e r r o , dos canaes, das
docas, dos telegraphos e de lodos os melhoramentos, que
caraclcrisam o estado actual dc civilisação.
l i ' forçoso recorrer ao espirito dc associação, áscompa
nliias, aos capitães p a r t i c u l a r e s .
Esse pensamento é perfeitamente assim desenvolvido
por François BaVtholony :
« Chez les peuples anciens e l sous le regime de
esolavage, les governemenls pouvaient e.xécuter eu
CAPITULO XI. 87

peu de temps ces grands ouvrages, qui nous étonnenl


aujourd'hui ; mais q u i , cimentes par les sueurs et Ic
sang d'une classe proscrito, attestent moins leur
grandeur gue leur état de b a r b a r i e .
« Chez les nations modernes, sous ['empire de lois
constitutioneiles, et sous le regime des s y s l i m e s ti-
nanciers, qui en fondent ct en reg'.ent la puissance, les
gouvernemenls, ne r e t i r a n t des iinpdts que les produits
toujours restreintsdans|des j u s t e s limites par la consom-
mation volontaire, qui en est la source p r i n c i p a l * , ne
peuvent pourvoir aux dépenses de ces grandes crea-
tions, qu'ii I'aide des moyens que I'esprit d'associatiou
pent seul rendre utiles, en les réunissarit et en les d i r i -
geanl v e r s tut but d e t e r m i n e .
« Get esprit d i s s o c i a t i o n , résultat nature! des lois
poli tiques et dusystéme financier, quirégissent aujourd'
bui la F r a n c e , ne peut qu'y prendre ile j o u r en jour
de plus prol'oudes racines, el devenir ainsi le plus puis-
sant a u x i l i a i r e du g o u v c r n e m e n t . »
E ' principalmente em tempo dc guerra que se ex-
perimenta quanto c funesto omonopolio governamental
das obras publicas.
Ao p r i m e i r o prenuncio de guerra mandam-se sus-
pender as obras publicas. Os políticos acham sempre essa
p r i m e i r a v i c t i n i a para suas economias de occasião.
Na I n g l a t e r r a , nos Eslados-Fniclos, nos paizes de
i n i c i a t i v a i n d i v i d u a l e de espiri to de associação, a guerra
n ã o é m o l i v o para suspender obras publicas.
A titanica lula abolicionista não suspendeu nos E s l a -
dos-Unidos a conslrurçüo do caminho de ferro inter-
oceanico ; o féretro de Abrabão L i n c o l n , o m a r t y r da
emancipação, inaugurou a 83 de Outubro de '18IÍC, 400
k i l o m e l r o s da linha de Omaha a S . Francisco I
Na I n g l a t e r r a , por unta singular coincidência, é exac-
tamente d u r a n l e as mais custosas guerras que mais se
desenvolvem as obras publicas.
F o i e m 1750, durante a g u e r r a dos sete annos, que se
encetou a construcção da admiravel rêde dos eanaes
88 1", A R A N T I A BE JUROS

mglezes, que iniciaram e prepararam o paiz para os


caminhos (le f e r r o : foi de 1800 a 1S0K, quando qual-
quer o u l r o paiz estaria exhausto pela guerra da imle-
pendencia ilos Estados-Uniilos e pela incessante luta
com quasi toda a E u r o p a , dominada por Napoleão I , que
se construíram as docas de Londres (London Docks), as
das índias Oceidenlaes i West India Docks) e Orientaes
( B i s í hul ia Docks): além de uin sem numero de.estradas,
de canacs, de melhoramentos de portos de mar, etc., ele.
Km Guild-Hall, na praça do commercio le Londres,
ha um monumento a Lord Chatham, oin que o estrangeiro
admira estas palavras, dirtadas por esse inefíavel son I i -
mento de gratidão, que só », Inglc/.es salient volar aos
seus grandes homens:
« Ao ministro i/ue primeiro descotiriu o meio de fa:.er
florescer o commercio e a industrio iluniutc a guerra ninfa
vinis que durante tt paz. »
Foi em Maio de 18GÜ, visitava pela p r i m e i r a vez
West India Docks; chegava da Franca e não l i n h a limites
a minha admiração comparando os seus portos ile mar
comos da I n g l a l e r r a : ao saliir ilei cuiii os olhos na ins-
cripção do portão da entrada, linha a data — 1 8 0 1 .
Guardo ainda hoje a impressão de assombro, que esta
simples dataine c.auson ' A Inglalerra inaugurava obras,
como essa, no mesmo anno que as pi d ene ias conlinentaes,
subjugadas por Napoleão I, ijeixavam-n'a abandonada
c isolada assignation o tratado de L u n e v i l l e : no mesmo
anilo em que P i l t e r a obrigado a cedei- o poder a Addin-
glon para assignar n paz d'Amiens ü !

O r e l a l o r i o , apresenlado pelo ministro da fazenda da


Italia em Novembro de 187:1, dó ainda uma prova, pal-
pitante de actualidade, do modo injustai• verdadeira-
mente inqualiliravel por que são tratadas as obras
publicas pelos governos dos paizes de raça latina.
II orçamento de 1S7i apreseulou um deficit de
130.li00.000 de liras, nos quaes estão eoiiipridiendidos
KU.OUO.OUO de liras, cerca de 10.000:000*000, destinados
CACVnu.o St.

5conslrucção ,1c caminhosdo ferro por conta <lu listado,


ft ministro i t o l a r o n logo peremptoriamente que »»•>
aceitaria mais projectos ile obras ilc utilidade publica 1
Não propõe roilurção da» despezas nesse enorme exer-
cito permanente, que acabrunha a pobre Italia ; decide
summariamente quo as obras publicas da infeliz mat da
raça latina devem esperar que, por uma serie de impos-
t o s contraproducentes, se chegue ao impossível equi-
l í b r i o das receitas e despezas no regimen absurdo da
paz armada 1
Não q u e r economisar nem er.i espitnrardjs, nem em,
canhões, nem em metralhadoras, nem em chapas de en-
couraçados ; quer fazer economias cm trilhos de ca-
minhos dc ferro ! ! !
li, lio entanto, o r a m i n h o de fere.-i oiiihit.oi mais
peia unidade da ítaiia que Garibaldi o Cavniic !
A unificação desse paiz seria ainda hoje não uma
utopia, mas sim uma c h i m e r a , se a hiromoliva nao
tornasse possível passar-se a manhã cm Pouca e a noite,
em Nápoles, Florença, T u r i m , Milão ou "Veneza i
Não coniprehcndcr que os caminhes de ferro d n i l a l i a
são as caiièas de ouro, que unem os membros da grande
família italiana ; que são idles que fazem que o Napo-
litano não seja um estrangeiro em T u r i m ou em Veneza ;
que são piles, emlim, que estão dando á illtistre rediviva
das glorias de Roma antiga, uma sai lingua, unia sn
moeda, nma só medida o um só pensar '

Na gerencia e no custeio das emprezas de utilidade


publica o m o n o p o í i o governamental luta com iliflicitl-
dades insuperáveis, senão com o próprios impossível.
P r i n c i p i a m as dilTicublades pelo pessoal. Aos agentes
tio governo, aos empregados públicos, falta i n i c i a t i v a ,
falta as mais das vezes coragem para assumir a res-
ponsabilidade necessaria para solver as iunumeras
questões, que a p p a r e c e m a lodo momento na geiencia
•das emprezas, e que não podem ser previstas nos regis
{amentos por m i - caeiisticos qm1 sejam.
CAIUNTH or. imos.

Educados na rotina, habituados a formulas, a p r a m


o a tramites imprescindíveis, os agentes oüiciacs não
se prestam a satisfazer ao commercio quando lhes pede
a omissão de qualquer prescripção regulamentar.
Italii conllictos constantes com o publico, que afastam
os contribuintes c os levam a r e c o r r e r a qualquer outra
empreza particular, que faça o mesmo serviço ou então
a prescindir deile de todo. Por outro lado os regula-
mentos governamenlaes são lodos fundados li'iim sys-
lema de desconfiança e espionagem m u l u a , que degrada
o empregado publico e lhe abate toda a força m o r a l .
Ordenados mesquinhos ,conderonando-o ao suppiieio
de Tanlalo, aggravam Iodas as causas já mencionadas, o
IÜ,
'"UII1 um ser impossível para transacções mercantis,
üslas causas e um grande numero de outras, que a ellaa
se filiam, têm produzido os mais Ihgianlc.s mallogio-s
todas as vezes que os governos so obstinam a g e r i r
cinprezas.
o parecer, ipic a coinmissão de obras publicas da Ca-
mara ilos depu lados, deu a i l i d o J u l h o dc 18«), sobre a
Petição inicial da empreza das ilocas de I I . Pedro I I ,
s us le o 1 ou estas idéas de i n i c i a t i v a individual e espirito
de associação nestes termos :
« A eommissão, considerando o beneficio que I r a r á
ao desenvolvimento da civilisaeão entre nós o espirito
de associação, applieado ;i melhoramentos da natureza
do indicado 110 requerimento, não só porque vai habi-
tuando a população a dispensar a tutela, cflkhil nas me-
didas de utilidade geral, como porque toma o interesse
particular solidário com a moralidade e economia de
semelhantes realizações, o, por conseguinte, garante da
melhor lisealisaçãodas rendas, proporcionadas por cilas,
pensa que é uma necessidade aeoroeoar a tcnlativa dê
dóeas e do cslalielecimcnlo de diques pela associação
dos capitaes, combatendo a idea de serem lacs obras
realizadas directamente pelo E s l a d o .
• O lioverno, além do não estar em cireumstancias
peeiinianas, que permitiam tomar a s i seniellriule
V.vrtlU.O M. 91

tarefa, não (• i g u a l m e n t e o mais p r o p r i » para leval-a a


«'licito, porque em geral a acção otheial, indirectamente
representada na administração cdirecção dos trabalhos,
c mais lenta, menos enérgica e mais dispendiosa do
que a direcção p a r t i c u l a r , velando na execução delias
por intermédio de agentes i m m e d i a t e . »
U m exemplo e dos mais convincentes fornece o ser-
v i ç o dos paquetes IVanrezes denominado— M e m g e r m
Imperiales.
E ' Charles Lavollóe quem v a i muitoautorizadamente
referil-o, acoinpanliando-o das mais judiciosas observa-
ções sobre a materia e i a questão :
« L e s motifs, qui a prés des longucs discussions ont
fait prevaloir le regime dos eompagnies de préíò-
rcnce á ['exploitation directo par l ' E t a t , existent
plus impérieux encore pour l'organisation des pa-
qucbots.
« E n outre, pour ces derniers, 1'expérience a pro-
nonce. Pendant plnsieurs annéesle gouvernement fran-
cais a e n l r e p r i s le s e r v i c e des transports marítimos
dans la Mediterrâneo ; cc service l u i a été financiérc-
ment trés-onéreux.
<• Lorsqu'il s'en est dessaisi, 'non settlement la subvention,
qu'il a dit payer a !« compagnie concessionaire, a ãé liien
inféricurc à la somme des pertu, qu il arait eu ti supporter
comine exploitant, mais encore les operation's commcrcialci
se sont déccloppées an point de compcnser indirectement
pour le trésor les fruis de la subvention. »
« C'est une question que l'on pent t e n i r pour jugée
et i l serait vraiment supcrllu d'insister s u r les a r g u -
ments de doctrine et de f a i l , qui recommandcnt le sys-
tème, dont ladoption est consacrce anjourd'hui par la
pratique des grandes nations m a r i t i m c s . »
E M 1810 Napoleão I , desejando melhorar a gerencia
e o custeio dos canacs francezes, esforçou-se por v e n -
dél-os a particulares ou a companhias.
Não lhe foi possível organizar companhia a l g u m a ,
apezar de ter, por litn, offerecido g r a t u i t a m e n t e o
M AI; \ VI I A Dl: [:' R i '

í i i s l d n ilos r a m u s ! Tão niaiio eslava então Ü e s p i r i t o


dc associarão cm França :
Não consta que haja companhias para execução (Is
obras tio utilidade publica na C h i n a ! Nunca as houve
no Paraguay 1
l l t i u i a m e n t e estava tão bem reconhecida em França
a superioridade do custeio das obras de utilidade pu-
blica por companhias, que o làstado construiu parte dos
caminhos de ferro do Norte e de Lyon , todo o caminho
• le ferro de Paris a Strasburgo. e o d e l l e n n e s a llrest
(' inlregou-os g r i l u i t a r n e n l e para ssreiu geridos por
companhias.
l Y n l o u i í e t íAinru.-dc) no seu clássico tratado de ca-
minhos ile ferro, estudando o sistema alieuião do eons-
trucçào de vias férreas, faz sobre o assumpto, que nos
oreopa, catas judiciosas observardes:
< l / A u l r i c h c a abanilonné ce príncipe eu contianl 1'ex-
ploilalion d-' ses grandes ligues (d. I'cxeoulion de plu-
sieiirs ligues noi.velles à des lajmpagnies. Ces-t que,
cans douto, le goiivernoilient autrichien a reconnu que
les eompagiiies posso:li:nt une puissance induslrielle et
une habilite pour V' \ : ] Liou et l o x pl oi ta t ion, que I o n
ne pent ri ncontrer ilans une administration publique.
K n edeí, 1'admiiiistralion publique, ijirigée ordinaire-
nu lit. par i h s homines fort capable*, maisdejd agés,
n'esl pa. natiiridleineut progressive; les compagnies
at i in o baas par le desir do faire fortune, se plaçant au
point dc m e commercial et financier, sont Men plus
amlarieuses, luen pins intelligentes.
• Flies ue jouent d'aillenrs vis ã vis dugouvernement
que le role do grands cnlreprenneurs, et elles ontassez
prouve, en Franco, eoinbicn elles aprcciaienl le mérito
des ingenieurs dc hlàtal, eu les appellant á d i n g e r
leurs travaux : mais elles pouveut J e w offrir de.s «van-
tages, qn'ils ue saiiraient trouver dans raceomplissc-
ment do leurs function* publiques, et lour confier s u r -
fou I des pouvoir- incompatible; avec les formes ailtni-
illsIi;i!ivc-. -
CA TI Hl.II VI, ;i:s

« I ' l l inconvenient grave, cnlin, de 11 construction i't


de I'exploitation par I'Klat, e'est quo I ' l i l a t se controle
l u i m i m e , landis i;uc les compagnics soul controlees
par l ' E t a t . »
Esta ultima oliservação de Auguste Perdonnel é jus-
tíssima e de muito alcance.
Na construía;,io e ria exploração das obras do governo
os engenheiros são senhores absolutos: quando mal ins-
pirados coinmcilcm os mais graves erros teehnioos o
linanceiros, que só o tempo vem revelar j,i muito tarde
para serem corrigidos.
Tudo isto se tem dado no lírazil um sem numero de
vezes nas obras construidasdireclamenle pelo(íoverno.
E ' i n ú t i l c i t a r exemplos, que estão ao conhecimento
de lodos.
Us defensores do monopólio governamental araslel-
lam-se 110 exemplo da Bélgica, que construiu e custeia
grande parte dos seus caminhos de ferro. Não é d i l l i c i l
d e s t r u i r este ultimo reducto.
P r i m e i r o que tudo, a llelgica , como hem lembra
Michel Chevalier, pelo seu diminuto l e r r i t o r i o , pela fa-
cilidade das communicações, pela a g l o m e r a ç ã o da po-
pulação c pelo seu adiantado estado de civilisação, é mais
uma municipalidade do que u m paiz.
No entanto o governo belga sahiu-se mal c soffreu
amargas decepções por ler tomado a seu cargo a cons-
t r u ç ã o e sobretudo o custeio dos caminhos do ferro.
I ' m dos pontos mais espinhosos o dilliceis do custeio
é o estabelecimento, e sobretudo a applicação das tarifas.
Uma boa tarifa deve, em primeiro lugar, estar de accòrdo
com os justos princípios da economia politica, e depois
satisfazer com a sua renda aos capitães, empregados na
cm preza.
Além disso, como a tarifa não pôde ser tão casuística,
que preveja todos os casos occurrcntes, os agentes en-
carregados de applical-a, cm rigor, os chefes, devem
estar munidos de poderes sutlicicntcs para fazer ex-
cepções quando lúr i u d i - p e i b j v c l .
:ií UVIUYl'IA DE JCTLUS.

Ora, (t e x a c t a m e n t e a b i que o monopolio g o v e r -


n a m e n t a l esbarra-se com o i m p o s s í v e l ; nem suas t a r i f a s
podein ser bem calculadas e convenientemente estabe-
lecidas, nem seus agentes púdem a s s u m i r a responsabi-
lidade necessária á sua boa applicaeão.
F o i j u s t a m e n t e no calculo e na applicaeão das t a r i f a s
que o governo belga encontrou as maiores difficuldades.
No j u i z o do publico as tarifas do governo nunca são
assaz b a i x a s ; fosse g r a t u i t o o s e r v i ç o , ainda c o n t i -
n u a r i a m as q u e i x a s !
K a r o é o dia que o s j o r n a e s não reproduzem queixas
c o n t r a a tarifa do caminho de ferro I ) . Pedro I I , que
reduziu os preços de transporte de carga e passageiros
á metade e até a u m decimo em alguns casos!
As queixas r o n t r a a s tarifas do governo s ã o e o l l i g i d a s ,
commentadas e ampliadas pelos jornaes da opposiç.ão,
que delias faz logo poderosa arma d e c o m l m t c .
O governo, v e n d o em risco a sua popularidade, a b a n -
dona uma r e s i s t ê n c i a , que só lhe traz prejuízos, s a c r i f i c a
os interesses n a c i o n a i s á sua conservação no poder,
li l i x a a t a r i f a c consegue assim, com esse egoístico r e -
c u r s o , fazer c a l a r a opposição, solidificar sua p o p u l a -
ridade e d e m o r a r sua queda do poder.
E i s - a q u i textualmente adeseripção d o o e c o r r i d o e do-
cumentos interessantes sobre o famoso incidente dos
caminhos dc f e r r o belgas em 1S36.
Não se pôde dar demonstração mais minuciosa o m a i s
c o n v i n c e n t e de todas as verdades, que lemos exposlo.

«NOTE S l ' B 1,'lNCIOENT I)ES C U M I N S DE F E n B O G E S E S 1836-.»

« S a r les e h e m i n s de fer b dges, les p r i x des places


sont I r c s - i n o i l i q u e s . E n t r e B r u x e l l c s e A n v e r s , le t a r i f
est commc i l suit pour les quatrc soldes de voiturcs
établics par r a d i n i n i s t r a t i o n beige :
líerlines ;| f r . ,'jO e ou 3 2 c par l i c u o .
Diligences.... :j » ou 27 »
Cliarsá-bauc-. '„• „ „ u 18
Waguiu 1 iO ou 11 »
I'.-U'iTno s i .

« L e s wagons sonl lies voituros déeouvcrtes avee . I t s


sit'-ges noil r e m l i o u n v s .
u Cos p r i x s o n l c x l r e m c m o n t b a s .
< On s a i l quo dans les diligences ordinaires, les
places s o n l lisées à 30 cenlimes ail nioins par lieue, ce
q u i esl à pen pies quintuple du l a r i l des wagons tics
c h e m i n s dc fcr beiges, el que r i n d c i i i i i i l é tie r o u l e
accordóe par l a c l i a r i l é pulilit|iie aux i n d i g e n t s e s l de 13
c e n t i m e s par lieue, cYst-à-ilirc d e n i o i l i é en sus dc ce
m i m e t a r i f . I,e l a r i l des diligences d e s e i i e m i n s defer
e s l lui-même fort model c : e d i i i ties cliars-àdiancs, tpii
sont c o u v c r t s el g a r n i s d e sieges r e n i l i o u r r é s , dopasse
tontos les esperances, t|u'on cut pu raisoiiiiaijlcinciit
f o r m e r a v a n t r i d a b l i s s c m e n t des tdiemins do fcr beiges.
A i n s i CCS chemins a c c r o i s s a i e i i t i e n l dé.j;i la r é l e r i t é dans
l e r a p p o r t d ' u n à deux ou i I r o i s ponr les v o y i g e n r s , qui
tenaient á r o s i e r c o u v e r l s , dans eolui d'un à cinq pour
c e u x , qui c o n s c u l a i e n l ;i voyager en plein v e n t . 1 1 semhte
que It' public tout cutter, sans la inoinilree.rceptioii, eiil ,1,1
èlre mtisfait, meliante mime tie la bonne fortune, qui lai
Unit eclitte d I'iinprorisk', pur lit ijritce lies chemins de fer.
11 lien a pus éléainsi.

« Pendant les froiils l i e o u r e u x , d'oii il parait quo


nous sonimes enlin sorti», les places des wagons se son t
trouvécs pen tenaldes.
« L e s voyageurs les moins aisés .auraicnt pu p r o v i -
s o i r e m e n t se rósigner á s u b i r le faiblc s u r c r o l l de dé-
pense, q u i n i p o s c n l los ebars-à-banes.
• Aprés quelques jours chaciin scrait revenu ases
liahitudes. Mais quelques personnes ont cominencé á
r e c l a m e r que les wagons fiissent c o u v c r t s . l.e m i n i s -
tore a él6 pressé il'y c o n s e n t i r : plii.sieurs j o u r n a u x 1'onl
goiírmanilé tlece q u ' i l hesilait i m o d i l i c r u i i i s i , à raison
d u n f a i l a c c i d e n t e l et passager, le regime ties c h e m i n s tie
f e r . be m i n i s l c r e reiusa c c p e n d a n l et motiva son rtd'iis
par les observations suivantes insérés an Monitenr llebje :
« 11 faut que le chemin ,1c fer se paie pur lui mcme:
tel e l re,,,pvjen,ent que le i/nueernemeiil n prix eiieers I s
Lib ,WIANI'U nr. irnos.

chambres, ccsl-à-ilire r u m ' s le pays, lies! difficile (/«il


remplisse cet engagement nu mogcn d» tarif actuei. II est
imposiUe qu'il le remplisse en ráluisant ee tarif.
« C o u v r i r les wagons serait supprimer la diflerence
essenlielle, qui existe entro cetle espiice do voilures ct
h's chars-à diaries;
« Cello assimilation é q i t i v a u i l r a i l á la reduction du
l a r i f , c'est-a-dire à un eliangemenl de s y s t c m e ; les
ídiars-ádiancsscraienl i mmédia temeu l a b a n d o n n i e n Les
irais d'entretien et d'expluitalioti s e n t e n c e moment
I'liormes •. ilssmit tels.que une compaijnie suspeniiniil pro-
bnblemenl le of nice, en rephçmd Bmtd'es, Aimers, (1 and
H les nutres rilles en rapport aeee le chemia de fer dans
liMilemeiit, oà te» rilles sc. trmtniient autrefois pendant,
ihirer .
« L a néeessilé, oil sunt les voyagenrs de prendre les
eliars-à-liancs converts, ma in lieu t secle les recettcsa tin
certain laiix. insullisant encore pour c o u v r i r les dis-
penses a c t u e l l e s ; les cliars-àdianrs constituent en ee
moment la parlie proilurlive du chemin de i'er.
« L e s | i r i x des cliars-ádi iocs ne sont pas tels que ces
places puissent èlre considérées commit i n a c c e s s i b l e
a tit classes inféricures de la societé. Telles smitles obser-
entim, qui' ««as mmrt em au r homunjs imparliau.e, re-
ritablement partisans du chemin de fee. S i Mr. le ministre
ties Iraraiw publics ne rmsiillnil que son intend permwl,
il se sernit enipresse th' se popidari:er en rend ml les wa-
gons aussi. agriin'iles que les autres roitnres; mais en se
papvluristml de la sorte, il anrait dépopulnriie le chemin
ih fer, qui derirndrnit
1 line charge pour le Iréstir ptòlic.
« Cepmijaiit, presi|ui' aussilijt, les altaques ayant re-
douldé conlre l u i , le minislere blip' n accordj ee qa'oit
exiipait ih' hit. M lis n'a point dissimule que, s ' i l eédait,
c'etait á coutre-cotnr, parce que le tarif actuei, qui
désormais va èlre nioius productif encore que par le
passe, qiiisque le prix des cbars-à-banes se troiive ré-
( l u i t d e fail tieeluides w i g o n s , était iléjà i n s u l l i s a n t ;
il a e ' l.liiue eemmenl. 'i i'uii aeeeptait iiinsi la dieiiitnre
UMTW.O X I . 97

lie I" opinion publique on de to minoritr, qui pretend reprc-


sentir le. public plus re'ellemmt que les pouvoirs établis et
les chambres, la position ile I'administration devemil telle
it mi enclave, mais qu'on tie demit pas outlier quit n'y
avail responsabilitê que là oil il y tmait liberte.
. V o i c i u n c x t r a i t de 1'article du Moniteur Beige, du
i l ile J a n v i e r :
« E n signalant, il v a deux jours, les conséquences
linanciòres, qui e n t r a i n e n t les r e c l a m a t i o n s de la p r e s s c
c e n t r e le tarif d u c h o m i n de t e r , nous a v o n s m o n t r è
( ' a d m i n i s t r a t i o n en f a c e d ' u n e d i m i n u t i o n c e r t a i n e des
recei tes déjá insulfisantes a u x dépenses.
« Ces consequences n é t a i e n t point e o n n u e s ; a u j o u r -
d'lmi qu'elles le sent et que pcrsonne l i e les conteste
on n'en insisle pas rnoins sur les d a n g e r s , auxquels
s ' e x p o s c n l bicn des v o y a g e u r s , souvent par tin e s p r i t
exagere d ' c c o n o m i e .
• L a position de I ' a d m i n i s t r a t i o n é t a n t maintenant
constalée, des c o n s i d e r a t i o n s ó t r a n g è r e s a u x intêrêts
de r e x p l o i t a t i o n d u c l i e m i n d e f e r p e u v e n t l'emporter;
les wagons c o u v e r t s seront m i s á la d i s p o s i t i o n du p u -
blic a u p r i x a c t u c l ile wagons non c o u v e r t s .
« L a difference e n t r e les cliars-à-bancs ct les w a g o n s
n c s e r a plus pour le m o m e n t , et ne peut ê t r e que celle-
c i ; les wagons ont des bancs non b o u r r é s , les c l i a r s -
i bancs des bancs b o u r n ' s ; nous v e r r o n s s i cette diffe-
rence suHira p o u r c o n s e r v o r quelques pratiques aux
cliars-à-bancs. Nous souliaitons que :.es m e s u r e s p u i s -
scnt, n ' c t r e que t e i n p o r e l l e s et q u ' e l l e s n'entrainent
pas plus l o i n ; on sait m a i n t e n a n t c o m m e n t i l faut s ' j
prendre pour o b t e n i r les d e u x i c m e s places a u p r i x des
troisièmes.

« Depuis longtemps on demande que l e s wagons p u i s -


sent être c o n v e r t s q u a n d i l plant o n q u a n d il g ê l e , dc-
converts quand il fait beau et que le p l e i n a i r est u n e
jouissance, les wagons o l f r i r a i e n t les places les m o r a s
coiUeuses el les plus agréables. L e p u b l i c p o u r r a c o n n a i t r e
p r o c b a i n e m c n l le b i l a n de c l i e m i n de f e r p o u r 1'année
!)8 GARANTIA DE JUROS.

1838: s i des r e f o r m e s a d m i n i s t r a l i v e s projetées, si des


combinaisons d u m a l é r i e l , q u i r e s t e n l à t e n t e r , sont
impossibles ou ne réussissent point, i'on sera b i e n t ü t
p e u t - è t r e amené à se d e m a n d e i ' s ' i i faut augmenlerle
tarif actuei, ou se r é s i g n e r , eu le c o n s e r v a n l , à reje-
ter une p a r t i e des diqienscs s u r les r e v e n u s généraux de
r t l t a l . Un fait est ilésormais acquis auv uãecrsaires pcni'
ètre exageres de toute exploitation par Ir gouvernement •''««
ministre n'est pas, en [uee du public, libre comme le seruil
•une compagnie; cessunt d'etre libre, resteraiiil au viéme
point responsible ?
« Get i n c i d e n t est, comme le dit le Moniteur Beige,
pen favorable à topinion, qui reeoiumnnde I'intervention du
ymtrernemeiit dans V execution et snrtout dans I exploita-
tion des chemins de fer. II est /lémontre, ce qu'il etait facile
de préeoir, que d'aussi vasles entreprtses petweiU douuer
lieu à des graces aljus ijiMiul c'est le gouvernement gni eu
est charge. »
A m o r a l i d a d e de tudo isto se resume neste:

Eetrait du Rapport du Ministre ties Traeaux Publics


Beige sur iiueident de l'ubttissemenl force des Tarifs.

« Messieurs, 1'incidenl a u q u e l le c l i e m i n do fer a


r é c e i n m e n t donnú l i e u n a prouve qu'une e b o s e : c'est
que la c o n d i t i o n du g o u v e r n e m c n t dans rexploilation
n'est pas la m é m e que p o u r une compagnie.
• L e g o u v e r n e m c n t n ' e s t pas libre comme le s e r a i l
une compagnie p a r t i c u l i c r e . Une compagnie p a r l i c u -
lière j o u i t de la plus complete i n d é p e n d a n c e ; e.lle fixe
ses p r i x , les modilie à sa guise, prend, r e n v o i e , des-
t i l u e ou avance ses e m p l o y e s ; personnel ne se c r o i l le
d r o i t de c r i t i q u e i ' ses actes, landis que le g o u v e r n e -
ment doit c o m p l e de c l i a c u n des siens. »
A s s i m , pois, está plenamente demonstrado que da
construcção e do custeio dos caminhos de f e r r o da Jíel-
giea pelo seu g o v e r n o o r i g i n a r a m - s e erros e c o n o m i c a l ,
pulilicos e financeiros da m a i o r gravidade, c que do es-
tudo accurado de lodo o occorrido nesse paiz só piíde
CAMIXLU XI. '.W

resultar a convicção profunda do que devo ser para


sempre condemnado o obsoleto s y s t e m a de m o n o p o l i -
z a r e m os governos a construecão e o custeio das obras

de u t i l i d a d e p u b l i c a .
A I n g l a t e r r a nos v a i fornecer t a m b é m u m a c x c e l l e n t e
prova da i n c o n v e n i ê n c i a de m o n o p o l i s a r e m os governos
os s e r v i ç o s , connexos com as obras p u b l i c a s .
Nos ú l t i m o s tempos do segundo I m p é r i o francez os
Inglezes. seduzidos pelos b r i l h a n t e s resultados appa-
reiites, oblidos cm P a r i s e na F r a n ç a por l l a u s s m a n e
Napoleão 111, q u i z e r a m i n t r o d u z i r na sua p á t r i a a een-
Iralisacão g o v c m a m e n l a l na execução e n a g e r e n c i a das
obras de utilidade p u b l i c a : o que elles d e n o m i n a v a m -
o systema do C o n l i n e n l e .
À e x p e r i ê n c i a devia ser feita nos telegraphos e nos
c a m i n h o s de f e r r o .
Nesta propaganda, c u m p r e d i z e r , h a v i a também g r i l a
de má l e : na I n g l a t e r r a , como j á foi mencionado neste
e s c r i p l o (Vide Cap. I X ) , ha nada menos de 327 com-
panhias de caminhos de ferro c o m um c a p i t a l de perto
(le 10(1 milhões de l i b r a s e s t e r l i n a s IÍI00 m i l contos pro-
x i m a m e n t e ) , que não podem d i s t r i b u i r dividendo a l g u m .
Nada m e l h o r para taes companhias do que a venda ao
g o v e r n o de u m a propriedade, que não lhes produzia
renda a l g u m a .
Pedia-se, pois, por todos os orgàos da p u b l i c i d a d e , a
compra immediate dos telegraphos e dos c a m i n h o s do
ferro pelo governo i u g l e z .
A f i n a l o p a r l a m e n t o , esquecendo as bellas í n a x n n a s lia
pouco citadas, de S i r J o h n R o n n i e , votou £ 7 . 0 0 0 . 0 0 0 ,
cerca de 7 0 : 0 0 0 j 0 0 0 , para a acquisição da rede l e l e g r a -
phica da I n g l a t e r r a .
Não f a l t o u quem deste lado do A t l â n t i c o , neste nosso
pai/,, tirasse desse e r r o da I n g l a t e r r a a r g u m e n t o s contra
as companhias e a favor do monopolio g o v e r n a m e n t a l .
Ouaiito a m i m , t i n h a certeza que a a d m i n i s t r a ç ã o in-
gleza, que na g u e r r a da C r i m e a d e i x o u á m i n g u a do
niaiitiuienlos c de calçado o sou e x e r c i t o , h a v i a dc mr
100 M M 1 I U BE «BO».

ainda mais infeliz na sua tentativa monopolisation do


que a França e a Bélgica.
As leis economicas são tão i n f a l l i v e i s como as leis na-
l u r a e s . Não lia d u v i d a r .
O máo esito da tentativa da Inglaterra nào sc fez
e s p e r a r ; eis conto narra o occorrido a correspondência
de Londres para o Jornal do Commercin:
a A commissão de contas da cantara dos communs, ã
qual compete annualinente a revisão do prôjeclo de or-
çamento, apresentado pelo governo, tendo-se oceupadii
com a questão, que se despertou por u l t i m o , ein refe-
rencia à administração dos correios, rematou por dar
a este respeito um parecer, que constituo, pelo seu teor,
u m documento importante sul.i diversas faces.
« Vamos pois historiar o facto.
« A directoria postal acha-se na I n g l a t e r r a incumbida
do serviço Iclegraphioo, á frente do qual o S r . Seuilatnurc
tem adquirido grande reputação, pela competência o
eflieacia, com que desempenha as funeções desle cargo,
a n i m o na actualidade, incidentemente, ao lugar de se-
c r e l a r i o da repartição p r i n c i p a l . Parece, comtudo, que
a cfliciencia do bom andamento, que tem tido o expe-
diente deste funccionario, provém, pelo menos em parle,
da i n i c i a t i v a , que tem tornado, de dispor, mais ou menos
a r b i t r a r i a m e n t e , de diversas q u a n t i a s ; varias destas
postas á sua disposição, c certo, mas votadas pelo parla-
mento para fins especiaes.

<( E s t a espontaneidade consta até haver chegado a


ponto de sc terem, a bem do melhoramento do serviço,
despendido, sem autorização alguma, soturnas avultadas,
arrecadarias pelo correio conto renda geral, e que deviam
ter entrado para o tbesouro.
« F o r a m i n i c i a l m e n t e , cm 18011, votadas pelo parla-
mento ,£ 7.000.1100 para a acquisição das companhias te-
lographioas p a r t i c u l a r e s . E s t a importância , porém ,
atiles dc ser recebida já se achava gasta por anl icip icãu,
e alé excedida, sem que tivesse sido, senão oui parte,
realizado o i n l c i l l o , a que liaria sido a l l r i h i l i d a
i vmtu.o si. '

« l i i i i p r i n c í p i o s de 1871 o S r . S c u d a n i o r c , e n l c n d e n -
ilo-se com o S r . L o w e , m i n i s t r o das iiuanç.as, a este res-
n e i l n , obteve i l e l l e , [.ara os mesmos l i n s , u m aildila-
m c n l o de m a i s & 1.000.«»». A l e m dcsla soiiuna, p o r e m ,
i g u a l m e n t e antes que houvesse sido r e c e b i d a , ja c m
Fevereiro de 1H7S haviam sido despendidas mais
V 100.0)0: sendo necessaria unia outra verba desla
m e s m a i m p o r t â n c i a , para fazer lace ao dc/icií na secção
l e l e g r a p h i c a , apresentado pelo r e n d i m e n t o comparado
com as despezas de c u s t e i o . Na mesma data o S r . Seu-
d a n i u r e , chamado a c o i i l a s , expendeu que não ?C> l i a v i a
esgotado todos os c r é d i t o s espreiaes e recursos ao sou
alcance, no postulado do aperfeiçoaiuenio do s v s l e m a
dos Iclegraplios, como que t i n h a , por aiilicipação dc
r e c e i l a , já gasto m a i s ne.stc mesmo ohjeclo cerca de
£ 50(1.000.
« "Vê-se pois que o i n i u t s l r o das linailças eonliecia a
situação, não e s l i r n a n d o , o n t r e t a u l o , necessário ou
plausível recorrer na oecasião ao p a r l a m e n t o , para
augment!) de s u b v e n ç ã o . Por seu t u r n o oSr.Scuda-
m o r e , lendo exposlo ao S r . L u w e as i i r c u m s t a n c i a s , em
que se achava, j u l g o u que uaila m a i s lhe restava lazer
nossesenlido; conlinuando,semdislraliir-se, aadianlar
i m p e r t u r b a v e l m e n t e os trabalhos, d e q u e eslava incuni-
biilo ; tanto m a i s que, sendo expostos ao m i n i s t r o o seu
plano e idéas, parecera este a p p r o v a l - o s .
. A s s i m , pois, lia falta de o u l r o s subsídios, a pro-
porção que ia isso tornando-se necessário em prol -da
execução dos seus c o m n i e t t i m e n t o s , o Sr. Scudamore
apropriava a este d e s í g n i o todas as q u a n t i a s , que achava
á mão, sem a l l e n d c r a nenhuma oulra consideração.
O r a , averigua-se que a r e p a r t i ç ã o dos c o r r e i o s tinha
m u i t a s vezes e m seu poder saldos, que se e l e v a v a m a
£ t.000.Oi 10 p r o v e n i e n l c s de excessos líquidos de receita
geral.
< Tendo esgotado os mais r e c u r s o s , o S r . S c u d a i u o i c
começou a prevalecer-se deslos saldos com a ine-nn
franqueza que aiitcri'>riueiilo, a|iplicando-os com pro
Wü AIIA.VIIA DE It'tlllS,

veilo, é verdade, mas com a maior incúria lio qualquer


responsabilidade. Entretanto esto procedimento por tini
causou espécie, e o thesouro quiz pdr-Iho obstáculo.
Aventada assim a questão, foi alfecta ;i cuninussão de
contas na câmara dos communs, pof oecasião da elabo-
ração dn orçamento.
« O S r . Scudamorc alloea que mais d)' uma vczreeor-
rcra ;i administração do thesouro ponderando a emer-
gência das circumstancias, sem (|ne nunca obtivesse
solução II n ! das suas requisições, nem piai nem
contra, f u r outro Indo, é olivinque o gov orno e o tri-
bunal do Ihe-ouro conheciam perfeitamente o estado
das cousas, e não ieiioravam nem os trabalhos, execu-
tados polo Sr Scudamorc, liem osexcedcnles resultados,
que deites decorriam, c a pecicia o protisciencia, com
que o referido funcoionario proseguia na sua realização.
• Nu parecer, já acima indicado, a commissão íazooiu-
|deta justiça an caracter do Sr. Sciidamore ; censurando,
porém, a inteira isenção de syndicancia parlamentar,
com quo foram feitas, sobre tudo nos últimos doze Inezes
tao crescidas despe/as,
- Além do S r . Ltnvn aidia-se envolvido ni'sle negocio
um outro nieiubro do gabinete1, posto que ministro som
pasta, o S r . Monssell, director geraldos correios,ecouio
lai a autoridade, sob cuja jiirisdicção iiuinediala serve o
S r . Scudamorc. A seu respeito a couiinissão de contas
observa que mal se pôde comproliender como um chefe
de repartição ignora por tal maneira o que se passa em
nialerias de sua competência, ou se deixa guiar cega-
mente por um subordinado.
> Esta occurrencia attraliiu bastante a attcnçào pu-
blica : e a principio, tratando-se dedla com calor na câ-
mara dos continuas, o S r . Eoivo reconheceu, sem hesitar,
que ura, e se constituía o primeiro responsável nesta
questão, como coin efleito é a<sim considerado.
* O ministro daslinançasexplieará sem duvida, como
Iiifoiuiiido peto S r . Senda a; destas circuinslancias.,
nenhuma provoleueia <!ni » tal respeito, e deixou
CATI'lTl'1.0 \i

ijiie as c o u s a s c a m i n h a s s e m até ao ponto a que che-

garam.

s O m e s m o m i n i s t r o , por este e outros actos, tem-se

tornado muito impopular, tendo ticado a s s a z c n n i p r o -


m e t t i d o pela falta de zelo e d i l i g e n c i a , d e q u e d e u in o -

vas por occasião do c o n t r a c t o para o serviço postal a


vapor com Zamzibar. O complexo dos e l e m e n t o s , que
i n t e r v i e r a m n e s t a c o n j u n c t u r a , está s e n d o o b j e c t o de u m

inquérito por parle da mesma commissi» de c o n t a s ,


e a posição do S r . Love é tal q u e a t é p o d e n ã o excluir

a imputabilidade criminal.
« liste estadista é homem da m a i s e m i n e n t e capaei-
dado c a l t a ospliera, arrogante, poréin o até insolente

em suas m a n e i r a s . Iiesprczando qualquer auxilio ou


coadjuvação, c o n d a em. s i do m o d o ornais orgulhoso e

exagerado, sendo capaz do mais intonso trabalho.


.Mas ao mesmo tempo torna-se n e g l i g e e le e delei-
xado c i n matérias dc m e r o expedienlr, como tem de-

monstrado e m elevado gráo a sua g e r e n c i a do Ihesouro


publico.
. E ' a esta habitual i n c ú r i a em taes assumptos (|ue
se attrihue. a i l l i m i l a d a licença, de que usou tanto tem-
po o S r . Senda more, dispondo a seu puro a r b í t r i o de
importantes somnias, cujo destino devia seguir pauta-
dos tramites. E n t r e t a n t o , se a optima applicação das
mesmas s e r v e de escusa ao subordinado, o deleixo ha-
bitual aggrava a falta de oxaeção que no c u i n p r i m c n l u
de deveres oITiciaes patenteou o alto d i g n i t á r i o . »

Assim, pois, Scudamore, o chefe do serviço telegra-


phico, nomeado pelo governo inglez, 110 curto prazo
decorrido de tins de 18119 a Fevcrc-iro de 1872 despendeu,
na acquisicão da rede telegraphica e no melhoramento
ilo seu serviço, a enorme somma de £ 8.900:000, cérca
de 8!l.000:0ü0á \ E foi além: continuou ainda a applicar
toda a receita liquida do serviço postal 110 mellioramen-
to dos telegraphos 1 Hesta saber se o serviço tclegrapliico
governamental, apezar de tão enormes despezas, é boje
KM e.AHANTIA DE JUROS.

melhor iw Inglaterra do que no tempo da gerencia das


com pa nliias!
Nolai ainda que o empregado do governo se desculpa
com o seu zelo a b e m do serviço publico e com a desí-
dia e as protelações dos ministros em acudir ás suas
reclamações I ! . . . .
Mas é exactamente esse u m dos mais poderosos ar-
gumentos n c s i e d c b a t o ; é humanamente impossível que
um m i n i s t r o , por maiores que sejam o sen zelo e a sua
actividade, possa a c u d i r ein tempo a todas as inilume-
ras exigcncias de serviços públicos, tão complicados
como são os PdcLT.aphos, os caminhos de ferro, as ihícas,
a navegação a vapor e lautos outros, que o século actual
iniciou e c o n s t i t u i u logo necessidades indispensavois: 1 1!
Se isso é impossível, enlão conclua-se de uma tez
para sempre que c absurdo e impraticável o monopólio
governamental, t r i s t e legado dos tempos d e S e m i r a -
mis o ilc Sesoslris< 1
Agora, para t e r m i n a r , u m exemplo de casa.
A tarifa de armazenagem da alfandega do llio dc Ja-
neiro, antes da organização da companhia da doca da
alfandega, era realmente um erro financeiro, que eus-
lava ao Estado 30íl:000,s por anno, e que ainda boje é
nm dos mais fortes m o l i v o s de accnsaeão contra essa
companhia.
E i s como domnnslroi esse erro na Memoria que a 11
de Selembro de ISliX l i v e a honra de apresentar ao
meu venerando mestre e amigo o finado Visconde tie
Itaboray. enlão m i n i s t r o da fazenda:

I N C O N V E N I Ê N C I A DA ACTUAL 1'AIUM DF. A R M A Z E N A I ' , E M .

* A armazenagem nas alfandegas é regulada pelos ar-


ligos du capitulo 13 do titulo :;." do regulamento que
baixou com o derreio n " . 2047 de 19 de Setembro de
lNliCI. »
O seu a r t . 092 diz :
> A r i . 0 9 1 A armazenagem será calculada e cobrada
sobre a imporl,anria dos direitos de consumo, a que
CAITITU XI. 103

f o r e m s u j e i t a s as m e r c a d o r i a s d e p o s i t a d a s , observan-
do-se as s e g u i n t e s r e g r a s :
< 1." Conceder-se-ha ás m e r c a d o r i a s , contempladas na
t a b c l l a n°. 7 , 30 dias, e ás d e m a i s CO de estada l i v r e ,
contados da data da sua d e s c a r g a .
• 2 . " V e n c i d o o prazo de estada l i v r e , e p e r m a n e c e n -
do as m e r c a d o r i a s e m deposito, a a r m a z e n a g e m será
c a l c u l a d a e cobrada por m e z , c o n s i d e r a n d o - s e vencido
o mez no dia em que e l l e p r i n c i p i a r , até a data do des-
pacho, do modo s e g u i n t e :
« Da data da descarga até li mezes na razão d e . 1 •/,
« Da mesma data até 1 anno 1 1,2
« I d e m até 13 mezes 2
0 I d e m até 18 mezes ~
« I d e m até á l mezes 3 •/,
• I d e m até 2 annos 3 ijí % '
« P o r lodo o tempo excedente a 2 annos 4 °/„
A p r i m e i r a observarão a fazer a esta t a r i f a se r e f e r e
ao longo prazo da estadia l i v r e , que é de 30 dias para
as m e r c a d o r i a s da tabclla n . ° 7 , e de 0 0 dias p a r a todas
as o u t r a s .
Nas docas do H a v r e , c u j a t a r i f a é a n n u a l m c n t c r e v i s t a
pela sua p r a ç a do c o m m e r r i o e pelo g o v e r n o f r a n c c z , e
na q u a l , p o r t a n t o , d e v e m estar p l e n a m e n t e s a t i s f e i t o s
us j u s t o s i n t e r e s s e s de todas as p a r t e s , não lia estadia
livre.
O seu regulamento d i z t e x t u a l m e n t e no a r t . 2'j>
« A r t i c l e 21 Magasinage.
« L c m a g a s i n a g e , c o u r r a pour la p a r t i e e n t i é r e , d u
j o u r de 1'entrée des p r e m i e r e s colis en e n t r e p ô t , i l s e r a
établi si ir le pohls brut des colis et paijr comptant li lit
sortiu des marchantlises par m a r q u e s separées pour les
m a r c h a n d i s e s s u j e i t e s à eotilage.»
O l a r g o prazo de estadia l i v r e tornou-se lauto mais
inconveniente e até i n j u s t o quanto na p r a t i c a se d e i x a
s a b i r sem pagar a l g u m d i r e i t o a m e r c a d o r i a da tabella
n . ° 7 que se demora 29 dias, e se faz pagar por dous mezes
de estadia a que flea 31 d i a s !
14
103 GARANTI \ DE JUH0S.

Do mesmo modo, para as mercadorias não contem-


pladas na label la l i . " 7, sabe livremente a que esteve
durante 5!) dias e paga Ires meats a que se demora t i l
dias! ! . .
Dalii resulta que, salvo casos excepeionacs, todas as
mercadorias da tabeliã n . ° 7 se demoram na alfandega
menos de 30 dias, e Iodas as outras menos de 6 0 .
E s t a é provavelmente uma das priucipaes causas, que
fazem ser a renda da armazenagem nas alfandegas do
Império inferior á devida, pela imporlancia do pessoal
e dos capitaes, empregados neste serviço.
De facto, a receita produzida pela armazenagem na
alfandega do Rio de Janeiro foi:

Exercícios.
1861-18fi- 11'Í:8I3s719
1802-181)3 179:411,»378
1833-1804 18S-.300.S108
1801-1803 129:06A>978
1863-1800 113:187*301
o que dá para o quinquennio de 1861—1860—a re-
ceita média annual de 150:890:>897.
Sendo esta a receita bruta, produzida pela armaze-
nagem, deveria ella satisfazer á despeza do pessoal, em-
pregado nos armazéns, e á renda e amortização dos ca-
pitaes immobilizaclos nos edifícios.
O pessoal empregado neste* annos nos armazéns da
alfandega era, cm termo médio, de 272 operários, 18
lieis de armazéns, alem do administrador das capatazias
e de seus Ires ajudantes que dirigem este serviço.
O vencimento annual deste numeroso pessoal impor-
tava, em termo médio, em:
272 operários a U300, c m 3 0 0 d i a s . 122:400^000
18 fieis de armazéns a 2:000*000. 36:000*000
Administrador das capatazias 6:400*000
Seus tres ajudantes 6:000*000

Somma 170:800*000
CM'lTl'LO Kl. |tl7

Não se piMc avaliar prceisamentea somma ile rtpitsfs


que tem o governo i m p e r i a l iinmoliilisado nos rdilirio-
,la alfandega do R i o de Jadeiro e nas suas dependências
(trapiche da Ilha das Cobras, pontes auxiliares, e l e . ) ,
salic-se, porém, com certeza que desde 1853 até l S f t i ali«
se tem empregado 2.187:574£108.
Não se. ficará, pois, longe da verdade estimando em
K. 1100:000-: o valor actual destes próprios nacionaes.
O estado paga em geral 0 '/.de juros aoscapitaes par-
ticulares; é razoável, portanto, que e x i j a a mesma
r e t r i b u i ç ã o para os capitaes que põe ao serviço do-
particulares. Augmentando a taxa de 0 "/, de mais I %
destinado á conservação dos editieios e custeio do -eu
m a t e r i a l , ter-se-ha 7 •/, para renda annual que deveria
produzir o capital immobilisado nos armazéns da al-
fandega ou a somma de 280:000$ pela sua avaliação
em 1.000:000,$000.
A s s i m , pois, a receita b r u t a produzida pela armaze-
nagem, deveria ser igual á somma destes 280:000» '*
dos 170:800s necessários á paga do pessoal, ou ao
todo 450:800*000.
Ora, como ficou demonstrado, a receita bruta média
no quinquennio de 1861—1806 foi apenas de i : i 0 : 8 0 6 ; 8 ! ) 7 ,
isto é, insufficiente do 300:000» para pagar o pessoal e
o m a t e r i a l empregado no serviço da armazenagem I
Se os armazéns da alfandega do R i o de J a n e i r o per-
tenressem a u m p a r t i c u l a r ou a uma companhia, ha
m u i t o que teria sido feito este calculo, e, em conse-
quência delle, ou se t e r i a alienado uma propriedade,
que não paga as despezas do custeio, ou se teria refor-
mado a tarifado armazenagem de modo a ser justamente
retribuído este s e r v i ç o .
E s t e exemplo demonstra claramente u m dos grandes
inconvenientes, apresentados pelos economistas, de se
c o n s t i t u í r e m os governos emprezarios de serviços p ú -
blicos.
F a z e m estes serviços cm condições absolutamente
anti-economicas; como dispõem de recursos comparati-
ins ÜAIUMU DE JtIIOS.

vãmente i l l i i n i t a d o s , imiossiWliUnitodaconcurrenria,
i|ui: lhe p o s s a m o p p ô r a i n i c i a t i v a i n d i v i d u a l e o e s p i r i t o
de associação. Quando pela accuniulação do- e r r o s t o r -
nam-se. [dies s e n - h e i s já não ha recurssos v i t a e s no
paiz, tendo desde m u i t o perecido a i n i c i a t i v a i n d i v i d u a l
0 O e s p i r i t o de associação e m d e s i g u a l l u l a c o m a omni-
potência o l l i c i a l '
E no e n l a u l " só ha progresso r e a l , onde llorcsccui
1 lilieialiva iiidivilliial e o e s p i r i t o de a s s o c i a ç ã o . . . .
l i p r í n c i p e Napoleão, depois dc l e r estudado o e s t e i o
i n d u s t r i a l das nações na exposição u n i v e r s a l de P a r i s ,
r e s u m i u a s s i m o resultado de suas l u r u h r a ç ã e s :
. I , ' o b s e r v a t i o n , p i i 111'a frappé l o u l d'ahord e'est .pie
(le ees grands c o n t o u r s j a i l l i t une foisde plus la preUTe
qui- les socieles inodcrncs doivcnl marcher vers li
liberie.
« Ião e x a m i n a i ! ! la p r o v e n a n c e el [ ' o r i g i n e des ri-
ebi'sses, élalóes i nos v o i k j ' a i pu eoiUaster .]U0 !i
1
sejeéaorHe i>Mmtri-H( '''"ir 11'itiou dqirwi /«ir //esses ton!
•P Uh>m'ité eí iíes!eic<ei'!í i/Viiitia/ircin'/i'reiee'Ie..

: 'A !. iW
M.MWHA P A U T E

— A LEI HA li All A N T H hi •H1!0< --

S s a a p p l i c a t i » á< B a p w s » <!•• uíiSiá^!'' j»efeli«*ít-


mais Bstewis Bwríf.
c.vrirri.oxii.

305
. , „ , . , lci lie "iir.intia <le juros camiiilios it"

d s urso do senador Sinimlm. - Desame,o etatta i ef d


íioss'!, estai] is tas.— 0 que pode « « a l t o do cumprimento da M
de SíileSclenitiro.

o at,no de 1873 será sempre lembrado na H i s t o r i a


J ;:„„,tos de ferro braziletros co.no uma data

g,
N e s s e 'anno o p a r l a m e n t o b r a z i l e i r o concedeu por uma
,ci l a todas as c o m p a n h i a s , que se o r g a n i z a r e m o
az p ra eoustrueção de estradas de f e r r o tsençao de
d i r e i t o s de importação para todo o m a t e r i a l e t r e m o-
dànte necessários á eoustrueção e ao c u s t e , o das mesmas

^Efectivamente a lei n . ° « S 7 de 3 de Maio de . 8 »

d
? À r t 1 • E ' a u t o r i z a d o o g o v e r n o para facultara
todas as' c o m p a n h i a s , que se o r g a n i z a r e m para cons-
u cão de estradas de f e r r o , no B r a z i l , isenção de d -
r e ü o s dc importação r e l a t i v o s a todo o m a t e r i a l , t r e m
112 GARANTIA DE Jl'BOS.

rodanle, apparellios, machinas, ferramentas e combus-


t í v e l , necessários á construcção e custcamcnto das
mesmas estradas ; fixando o governo previamente a
quantidade e qualidade dos objectos, que houverem de
ser despachados com tal isenção. •
O parlamento brazileiro fez ainda m a i s : terminou
com o fatal preconceito contra osystema de garantia
de juros, e votou a auspiciosa l e i de 24 de Setembro
de 1873!
Pendia desde o ntez de A b r i l de ISílí da decisão do se-
nado o parecer das commissões reunidas de fazenda,
coinmerrio, indtislna c a r t e s da cantara dos deputados,
datado de 7 de A b r i l de 1801. e redigido pelo S r . de-
putado Tav ares líaslos, que concluiu por um projectode
lei, autorizando o eoverno a c a r a n t i r juros de 8 "/„ por
,'iO annos, ou 7 »/# por 30 anitos, ás companhias que se
organizassem para construir caminhos de ferro no Bi azil.
Apezar do desanimo com que foi este projecto de lei
recebido j e l o senado, as pessoas mais avançadas em es-
tudos financeiros c econômicos continuaram na propa-
ganda do sy.Mema de garantia de juros como o único
capaz de a l l r a h i r o capital estrangeiro ao B r a z i l ; por
muitas vezes os seus esforços tiveram êxitos parciaes
no parlamento brazileiro, e alguns projecto; de lei foram
apresenlados concedendo garantia de juros a certas
emprezas.
E m 1807, por exemplo, foi apresentado pela tlepu-
lação da província do Miranlião o projeclo de lei n . ' li)'i
de 17 de Setembro, garantindo .'i •/, por 30 annos sobre
o eapilal de 2.000:000,; para a Companhia do porto e
das dócas do Maranhão.
Outras vezes reconhecia-se a necessidade de animar
com auxílios pecuniários as emprezas dc caminhos de
f e r r o , mas preferia-se o systeina das subvenções. Assim
foi apresentado a 20,1c Agosto de 1871 pelo S r . depu-
tado Andrade Figueira uni projeclode lei concedendo
subvenção kilometrica até a iinporlancia de I 0 ; 0 3 0 j p o r
leilometro.
113
CAPITULO XII.

N l sessio de 17 do A b r i l do 1873, c i a n d o c m -
l
. orem,«toda receita o despeza geral do „ » -
perio, f " i â mesa a seguinte emenda:
« A r t i g o . O governo fica autorizado:

S.fcUeosdemoLtraudoa.suaseendieõe.depro.pe-

r Í Í
, V A gaianúr, na falta do pagamento por parte

:Í° C ( , J í / o Fiijuiiredo.— nom, «

Tfl.rfi,f, ,/r, Rocha. —Siqueira Mendes.— A. S. ü,

de g a r a n t i r j u r o s aos c a m i n h o , de ferro p r o -
, i „ c aes ganhou lorea durante a discussão da lo. n .
«3U7 (1c 10 do S lembro de 1S73 para a eonstrneçao da
; j e de r a m i n h o s do ferro c o m m e r c e s e e s t r a t e g , c < *
„ i nroNÍneia do R i o Grande do S o l .
Appròvado pelacamava o p r o j e c t o d e l c i , a e n n a t r a n s -
rvinln foi apresentado ao senado.
A 3' de Setembro de . 8 7 3 os E x m s . S r s . Senadores
I L V Gansansão de S i n i m b u e Pompeu de Souza
Brasil apresentaram um projecto substitutivo que,
AS
137
137 G A R A N T I A DE Jl'BOS.

approvado por ambas as camaras, constituo hoje a lei de


Ü l de Setembro de 1873.
O S r . senador S i a i o M encetou a discussão, na sessão
de 3 de Setembro de 1873, com estas palavras, que « I »
precioso documento para a historia dos caminhos do
ferro brazileiros:
• O Sr. Cansansão de Sinimbú : — S r . presidente,
quem, como c a , depositava grande espcrançi na adopção
deste projecto, embora convenientemente modificado,
não podia deixar de ver com grande desgosto a oppo-
sição, que elle encontrou, logo ao e n t r a r nesta casa em
discussão, parecendo até assumir as condições de uni
intruso ou orphão desvalido.
« Senhores, nós que representamos aqui algumas pro-
víncias do Norte, cuja industria p r i n c i p a l , a lavoura,
sc acha, como quasi em todo o Império, ameaçada cm
seu futuro, porque o elemento do trabalho, em sua*
condições de v i d a , solfreu grave alterarão, não podemos
regressar para nossas terras sem grande acanhamento,
porque não sabemos como responder áquclles que nos
perguntarem : t O que fizestes em bom da industria
agrícola destas regiões que representaes ? (Apoiados.) >
A lei foi votada mas infelizmente continuam ainda
os mesmos receios, os mesmos temores, a mesma falia
dc fé não só no systema de garantia de juros como no
futuro deste paiz.
E , no entanto, excepto a lei da emancipação, nunca
o parlamento brazileiro votou lei de mais futuro para
este Império I
Estudemos com os algarismos na mão que influencia
poderá ter nas finanças do Império a importação desses
100.000:000*000, aos quaes a lei d e » d e Setembro dc
1873 concedeu a garantia de juros de 7 °/„ por 30 annos,
c -demonstremos, de uma vez para sempre, que não
é de temer para a prosperidade deste paiz senão
que continuem o mesmo medo e a mesma i n é r c i a , que
têm atrasado de v i n t e annos os caminhos de forro
do Brazil.
t1 i s
CA.ITtLO x u . '

No final do capitulo 111 deste escripto de.nons-


t ^ o s m i n u e i o s a n t e n t o que o i m p é r i o l i n l K u m p m a d -
•/, 340.8774777 o que deiles pagava de j u r o s annual-

mèntei . m m m 0n>, P«* S f f i


porção, t e r - s e - l i a que para i m p o r t a r mais 1TO.000.0WJ
terá de íiagar cerca de 3.800:000,5000 a n n u a l m e n e .
E s t a quanta í' menor que as sobras annuaes, verificada*
,1o orçamento do I m p é r i o 1 1 . . .
E ainda que não Houvesse sobras no -
seria nor c e r t o a i n s i g n i f i c a n t e somiua de 3.o00.000,;0W
I agar a n n u a l n i e n l e , que p e r t u r b a r i a as finanças de
um paiz que pôde, sem a l t e r a r a sua m a r c b a ptjOgres-
,iv,'lançamoRiodaPrata,emcincoanno NW.OUOMft,

e s a c r i f i c a r s i m u l t a n e a m e n t e cem m , l dos seus 1.11.0-

84.000:000*000 foram importados ha v i n l e


,1U10S quando desconbecia,nos os c a m . n l , o s d t foi o,
u doma,tin,.amoscngenbeirosparasua I l a ç ã o
Hoie lemos uma e x p e r i e n c . a de v . n l e annos e o
pode orgulbur-se de possuir engenbe.rostlc--
minltos de f e r r o , que pooco tént a a p r m on. o
m a i s abai,sados da E u r o p a e d o s E s l a d o . , - I n •
Não se c o n i m c l l e i ã o mais os erros do passado
Não c o n s t r u i r e m o s m a i s v i a s férreas pelas praias i n -
.••mazes de pagar o custeio I
Não gastaremos m a i s 1.000:000i0«) por bgua de
r a m i n h o de 1'erro c m p l a n í c i e .
Mão c o n s t r u i r e m o s mais caminhos ile f e n o üe u a
l a r g a " quando está demonstrada a Ioda ^
s u p e r i o r i d a d e da bitola e s t r e i rt ea v para
e l i a aos construcção
p a . z e s n a s c odas
n

mas acompanharemos d,a por d,a, com es-


c' upulosa 'iscalisaçâo, a m a r c h a dos trabalhos e as ope-
rações financeiras da empreza I
k com os 100.000:000;sc00, garantidos pela le. dc l de
S e t e m b r o , obteremos pelo menos 000 léguas d 0 k.-
omeuosde v i a s terreas de bitola e s t r e l a , .sto 4.3.601»
116 GARANTIA DE Jl'BOS.

kilomelros, construídos ã razão dc lõlhOÜO.õOÍW por


légua, ou do 23:(XI0s0fl0 por kilometro !
E essas v i a s ferroas irão a n i m a r a agricultura, a
i n d u s t r i a [o o eominercio por todo esto I m p é r i o :
irão s a l v a r m u i t a s p r o v í n c i a s da r u í n a e b a n e a r o l a , que
as ameaça ; serão para o g o v e r n o meies seguros de elif-
fundir a i n s t r u r ç ã o , a policia o a c i v i l i s a ç i o ; irão er,-
s i n a r aosserlaneji.es do P i a u h y a reconhecer a bandeira
b r a s i l e i r a , e aos do A l t o A r a g u a y a o v a l o r da moeda-
papel ç l f i ) ; estabelecerão sobre as solidas bases da a m i -
zade e du c o m m e r c i o a união da f a m í l i a b r a z i i e i r a :
serão tão úteis na paz como na g u e r r a , e, em. todas as
oceurtameias, exeeilcntes • instrumenta reijni <• na e n é r -
gica phrase do povo romano 1
Cesse, pois, toda indecisão ; cessem esles vãos temo-
res. Nada lia que reeeiar da lei de í i de Setembro
senão que, votada cora medo, seja ainda executada com
1
m a i s rneilo
Que se tenha sempre presente esta m a x i m a de Miei.ei
Chevalier!
* L e g n i i v o r m e i i l le plus économe n'est pas eel a i qui
depeiise le nioins , mais i i i c n eeini qui dèpense le
iiiieux. D
E que o lempo é l a m b e m c a p i t a l : e que é u m c r i m e
atrasar dezenas dc ânuos o litazM por t e m o r e s vãos e
indecisões que nada j i i s t i l i e a !

Iltb Vide solnv este particularo iiileiessaiile [ireijerto de eiea


companhia para a. iiavciiarão e roloiii-.ieân do Tnrruitíns e Alu-
miava pelos >eos illustres exploradores os ongnilieiros Pereira ilo
f.afoe Donjaiiiiii Franklin de AIbin[iierijin• l.iina.
CAPITULO XIII.

„ ,, , „ . , , „ m r a a r o l W i o ' t o novo M d- íarantia de

1 ns
, „,,„1,1, ,1» 4 •/.-—»> ^anilhos dc I m »

aCn " . ,u ro.-lnsullii-ic, i r i a , las garantias „ r u v m m « .

. ,,,m a construção das vias térreas garantida». -


o T " . l ? l ô í r l 7 . b i o t i t e « l i e Setembro ainda t o n , ™ um
j u m e n t o cm lavor da 4« juros.

E s t u d a n d o d e t i d a m e n t e a applicação da l e i de ga-
„ n m de j u r o s aos c a m i n h o s de f e r r o p r o v i n n a e s se
he evá logo que do c u m p r i m e n t o desla let so
n C r e s u l t a r be,teficios e da m a i o r m o n t a p m o o n -
g n n f c c i m e n t o , r i q u e z a e p r o s p e r i d a d e deste Imperto.

E
' t ! 7 « t ^ t ' " f i U d e 2 C d e J u n l i o de 1832
seri d'ora' e m d i a n t e observada com as seguintes

T u - V . companhias que, na contormid.de do


6
,H I da l e i , se p r o p u z é r c m a c o n s t r u i r vias ferreas,
^ s t r a n d o ' c o m seus planos e dados
estas podem dar de r e n d a l i q u i d a i Uca o b o v e i n o
118 GARANTIA DE Jl'BOS.

autorizado para conceder uma subvenção kilometrica


ou garantir juros, que não excedam a 7 •/.. corres-
pondentes ao capital empregado e pelo prazo de 30
annos. •
Para ser concedida a garantia de juros é, pois, ne-
cessário:
1 . " Que se apresentem os planos da via férrea; não
tia, pois, mais a receiar os erros do passado, a concessão
de garantia de juros a caminhos de ferro, dos quaes nem
se conheciam as estações terminaes!
2 . ° Que se exhibain dados estatísticos. Apozar da
nascer neste momento a estatística neste paiz, os em-
prezarios podem já obter algarismos de confiança quanto
i população na r e p a r t i d o de estatística do m i n i s t é r i o
do império; quanto ao movimento commercial na cotn-
missão de estatística do commercio marítimo do B r a z i l ,
que funeciona no Tliesouro Nacional; nas alfandegas,
nas collectorias e nas mesas de rendas; nas thesoura-
rias provinciaes, e até nas barreiras das estradas c na»
delegacias das províncias, que fazem commercio i n -
directo;
3 . " Que se demonstre a renda liquida do 4 '/.. Para
demonstrar essa renda liquida será necessário adoptar
u m systema de conslrucção economico—self-supporting;
podendo tundar-se e subsistir por s i mesmo; capaz tie
pagar as despezas do custeio e do dar pelo menos di-
videndos de 4 7« aos accionistas.
Não ha mais a temer que se despenda 1.000:0005
a 1.300:000:5 por l é g u a de seis kilometros como nos
primeiros caminhos de ferro brazileiros!
Não se tem a receiar que se cnpregue a bitola larga
só para seguir a velha r o t i n a ingleza, que reduziu 327
companhias de vias ferreas ao mísero estado de não po-
derem d i s t r i b u i r dividendos e todas as outras compa-
nhias a só darem 2 a 2 t/2 •/. tie dividendo por anno
aos seus accionistasI
E s t a sabi» disposição forçará a adopção da bitola
estreita e cie todas ss disposições economicas em uso
CAP1TU.0 XIII. 119

nos paizes novos, faltos tie capital, que tòm tudo por
fazer e que não podem nem devem sacrificar u m c e i t i l
a preconceitos o a vaidades 1
Não teremos mais, como nos tristes dias da i n f a n d a
das vias f e r r e i s no B r a z i l , caminhos de ferro de 900:0004
por légua, incapazes como o da Bahia a Alagoinhas de
pagar as despezas de c u s t e i o .
Construir-sc-hão caminhos de ferro economicos, úteis
ao paiz, remuneradores aos seus accionistas e promo-
tores, pelo exemplo de sua prosperidade, de novas em-
prezas de viação.
O § í . ' do a r t . 1 . " da lei de 24 de Setembro de 1873,
diz:
. § 2 . ° Havendo garantia provincial o governo se
l i m i t a r á a afiançal-a. »
T e m a pratica demonstrado que a praça de Londres
recebe mal as garantias de juros p r o v i n c i a l . F o i já
narrado no final do Capitulo ,V o occorrido com a ga-
r a n t i a de j u r o s da p r o v i n d a do Rio Grande do S u l
ao caminho de ferro de Porto Alegre a Nova Hamburgo.
Não puderam organizar-se em Londres, apezar de
garantias provineiacs, as companhias dos caminhos de
ferro do n o r t e de S . P a u l o , de Antonina a C o r i t i b a
no Paraná, da Parahyba do Norte, do Ceará, de Ala-
gtlas, etc., etc.
Todos estes factos demonstraram á maior evidencia a
necessidade desta disposição da lei de 2 i de Setembro
tie 1873.
O 1 3 . ° do a r t . 1 . ° dessa lei diz a s s i m :
« § 3 . " O governo só poderá conceder subvenção ou
garantia de j u r o s ás estradas, que s e r v i r e m de prin-
cipal communicação entre os centros produetores e os
de exportação, e não concederá estes farores a mais
de uma estrada em cada p r o v í n c i a , emquanto esta
estrada não produzir uma renda liquida, que dispenso
os ditos favores. >
E s t a disposição está perfeitamente de accôrdo com
lodos os argumentos deste c s c r i p t o .
120 G.VIUNTIA DE JUHOS.

Previno que se reincida no erro de c o n s t r u i r ca-


minhos dc ferro por praias, terminando cm povoações
arbitrariamente escolhidas, sem a menor altearão ao
movimento commercial da provinda.
Não se repetirão mais os erros de escolher na pro-
v i n h a da Bahia a insignificante povoação de Alagoinhas
para termo de uma caríssima estrada de ferro, e na
província de Pernambuco—Una—, pouco mais impor-
tante. que Alagoinhas.
A l é m disso, a lei obriga o governo a conceder a ga-
rantia di' juros ã estrada de ferro mais rendosa dc cada
província, deixando a construcção das outras para
quando a primeira se tiver emancipado da garantia dc
juros.
liest'arte a autorização legislativa de 2 i de Setembro
p e r m i u i r ú construir muito mais de 100.000:000,) de
vias férreas no Brazil c mais do n i n raminho do ferro
c m cada p r o v í n c i a .
Basta para se obter este desideratum que as p r i m e i r a s
emprezas garantidas sejam prosperas, e dispensem
qualquer auxilio pecuniário do governo, logo depois de
abcrlas ao Irafego.
O § 4 . " do a r t . 1.° da lei de 21 de Setembro diz,
assim:
« 1 í . ° A somma do capitai, a que o governo por esta
l e i fica autorizado a conceder subvenção ou garantia
de j u r o s , não poderá exceder de 100.000:000^000.»
As províncias do Império são em numero de 20 ; duas,
porém, as do Pará o Amazonas, foram dotadas pelo
Creadorcom uma tão maravilhosa r i d e de vias lluviaes
edecanaes naturaes, que por muitos annos se limitarão
a vias ferreas urbanas o a alguns pequenos caminhos
de ferro suburbanos.
Ficarão, portanto, 18 províncias, pelas quaes se
devem r e p a r t i r fraternalmente esses 100.000:0005,000.
Cumpre, porém, ainda exceptuar:
1 . ° As províncias de Minas e do Rio de J a n e i r o
contempladas pela lei n. ° lOo.) de 17 dc Julho de 1871
I. W i ll Ml \ I H . ldi

foi» o c r w l i t o de 20.000:000'; para a cnnstriioçào <)•>


prolongamento lo eaniinlm de ferro de l i . Pedro I I . e
dos quaes até Março de 1ST;! já se linliam despendido
Í2.05o:778íii29;
2 . " As p r o v i n d a s de Pornambui o, Bailia e S . Paulo,
com cada unia das quaes eslá o governo imperial au-
torizado a despender 3.000:000s por anno, no pro-
longamento de seus caminhos de ferro, pela lei n . "
)95.3 de 17 de Julho do 1871. Parece inccivel ; mas até
Março ile 1873 só se linha despendido por conta deste
credito 1 3 7 : 5 4 7 . » !
O que se espera, meu Deus, para dar caminhos de
ferro a este paiz f •
A i n d a não terá chegado aos nossos estadislas a con-
vicção de que só os caminhos do ferro podem fazer esse
paiz unido, forte, grande e prospero ? ! . . .
3 . " A província do Uio Grande do S u l , á qual a
lei r i . ° 2397 de 10 do Setembro de 1873 concedeu
i0.000:000 : s000 para a eoristruccão de \ ias férreas coiu-
merciacs e estratégicas.
Restam, pois, 12 províncias para receberem o grande
beneficio de 10().000:0ili>õ de vias férreas.
São, piirtaiilo, S.333:000-; ele caminhos de ferro para
cada província.
Com esses 8.333:0.)0> poder-se-ha construir, ao
preço médio de 2'i-.000:S por kilometre de v i a ferroa
econoinica de bitola de u m metro, 333 kilometres de
vias férreas em cada p r o v í n c i a , islo é, mais de 33 léguas
de li k i l o m e t r e s .
P a r a bem empregar os 3.000:000:)annuaes, conce-
didos pela lei n . ° 1933 de 17 dc Julho dc 1871 para
os caminhos dc ferro de cada uma das províncias de
Pernambuco, B i b i a o S , Paulo, cumpre eonvertél-os
em g a r a n t i a de j u r o s .
Esses 3.000:000 por anilo podem garantir 7 °/„ a u m
capital dc 42.857:000o.
Com esta autorização legislativa pode-se, pois, mandar
c o n s t r u i r em cada uma das províncias de Pernambuco,
IO
J a í.AHANTU DE .IMOS

Bahia e S . Paulo « . 8 3 7 : 0 0 0 « de vias férreas ou 1.714


kilometres de caminhos de ferro economicos ao preço
médio de 25:000« por kilometre,

Uecapitulando-sc tem-se:

Capital. Kúom.

P r o v í n c i a de Pernambuco.. 42.837:000^000 e 1.714


da Bahia 42.837:000«000 o 1.714
do S . P a u l o 42.857:000,«000 e 1.714
8 do Rio Grande do
Sul 40.000:000«000 e 1.800
12 outras províncias 10().000:000«000 e 4.000

T o t a l . . . . 268.571:000«000 e 10.742

Ficam somente fora deste quadro as províncias do


Pará c Amazonas, pelas circumstancias topographicas,
já assigualadas, c as províncias de Minas Geraes e do
R i o de Janeiro, onde se persiste no erro de construir
e gerir caminhos de ferro directamente pelo Estado 1
São, pois, 208.571:000« a garantir para ter 10.742
kilomelros de vias ferreas nessas 10 províncias do
Brazil.
Esse algaiismo parecerá fabuloso aos que não tem fé
no futuro deste I m p é r i o ; mas lembrem-se sômente que
mal chega á metade do que lançámos em cinco annos
no llio da Prata, sem com isso obter nem um k i l o m e t r e
de v i a ferrea, nem um sé i m m i g r a n t e , c, bem longe
disso, tirando á agricultura e á industria 100.000 Bra-
ziloiros nas melhores condições de actividade e de tra-
balho!!...
Que riqueza não resultará para o Império, se ao
mesmo tempo que se trabalhar na construcção desses
10.000 kilomelros de caminhos de ferro, se proceder
á colonização dos terrenos, adjacentes a estas vias
férreas»!
C.APITlll.O XII]. 123

Os colonos, nos primeiros tempos, achariam emprego


e salário na construcção das vias ferreas: logo que esti-
vessem suficientemente acclimados, sc estabeleceriam
como agricultores nos terrenos, cortados pelo caminho
de f e r r o .
['ara dar a esta idéa todo o desenvolvimento conviria
introduzir nas clausulas dos decretos de concessão de
garantias de j u r á É f c c o m p a n h i a s de caminhos de ferro
mais estas duas: ^ ^

1.

« A companhia lerá também a faculdade de desap-


p r o p r i a r , nos termos do decreto n . " l . G G í de 27 de Ou-
tubro de 183a, as fazendas e os estabelecimentos agrí-
colas, adjacentes ao caminho de ferro, que melhores
condições apresentarem para o estabelecimento de nú-
cleos coloniacs. (17)

II.

• O governo concederá á companhia para importação


e estabelecimento de colonos nas propriedades agrí-
colas desappropriada.se nas terras devolutas, que lhe são
concedidas, as mesmas vantagens que ao contractante
de immigração mais favorecido.•
E ' hoje opinião formada entre as pessoas m a i s cultas
deste paiz, que em presença do movimento emancipador,
que tão brilhantemente se realiza neste Império, os
grandes proprietários agrícolas não têm outra solução
racional senão subdividir com os emancipados e com os
i m m i g r a n t e s as suas desmesuradas propriedades ruraes.

(17) Esta disposição daria mais desenvolvimento á eolonisação


e seria mais elTectiva do quo a do g 36 do a r t . I t fia l e i n . ° 1 1 1 4
de 29 dc Setembro de 1860, que autorizou o governo a comprar
terras junto ás estradas de ferro para o estabelecimento dos immi-
grantes.
lai . wtwtlv in. il u n .

Jj Joseph ü a r n i c r linha m u , t u acertadamente es-


1:1 i p l n

L(
* ">"} » 1'íiis i-njrace e l In phis énorgique
J'"'"' c i v i l i a n Ins p, upiailes b a r b a r e s ou s c u i i - b a r b a r e s
lk 1
' I T . u r i i p e , ill- PAI'l'iiiui , d r P A l l l r r i q i i e el (In f A s i e ,
pnur émnnriper l e s s e n s , q les e s c l a v e s , c o n s i s t e á l e m
conslituer unr propriété lollriére i u d i v i d i l r i l e . »
A f o r m u l a ,|o f i i t u r n é. p u i s , e s u j f c .
« I I f a z e n d e i r o on 0 s e n h o r dc e f l P n l i n . l i v r r de suas
iim
das, 1"' | : ! ^ ' i n l a I us t e r r e n o s s u p é r f l u o s . e h e í e tic
1111111 -s ( I ! aerlrnia, e x p l o r a n d o s i n s m i e h i u a s c prepa-
eando ns pi m l u r t u s r u r a o s , i m n i r t l n i a n n a i l r o b t i i l o s do
• solo | i ( . ) n s colonies „ M p r i o , c n i a n e i p a e l u s . .

" u l l i m " p a r a u r a p l m do a r l . I . - da I,q ( ] e Sl,-

l e i u l . r u do 1S71I diz a s s i m :
- s A d c s p i v . a a n n u a l c o m o p a g a m e n t o da s u b -
venção (• lies juros, g a r a n l h l o s ás estradas de f e r r o
decreta,las peias a s s c i n i i l é s s prnvineiaes. a q u e 0 go-
v e r n " IK,liver feito a p p l i r a ç ã o desta l e i , s e r á elfectuadli
.peles m e i o s „ n l i n a r i o s do o r ç a m e n t o , e, 11a d e l i e i e u c i 1

por operaeéir.s ,|e c r e l i l u , p a r a as quae, liea o «0-


v e r u o a u l o r i z a d o , dando de Indo e o n l a a n u u a l n i e n l e á
asseniljléa g e r a i . !

f i n a das v a n t a g e n s da g a r a n t i a de j u r o s , i a , m o ja foi
''M'lnaelo, é pcriniliir aos g o u T i i o s satisfazerem os
•"eus e o i i i p r o i i i i s s n s com os recursos ordinários com
•sobras dos o r ç a m e n t o s , sem o b r i g a i - , J S a e u u t r a l i i r cni-
íireslimos avultados.

A s s i m , por e x e m p l o , se, c m l u g a r de p e r s i s t i r no ob-


soleto s y s t e m a de c o n s t r u c ç ã o d i r e c t a polo E s t a d o sa
0 t
r ^ r r *r ,rttir ,,om R;irani,a jo

Jl.t)ll0:ül)0.s de p r o l o n g a m e n t o d,, e a i n i n h o de ferro


1 . l ' c d r o I I , ter-se-hia dispensado o u l t i m o e m p r é s t i m o
de lb/1, p o r q u e c o m i . 4110:11(10, s aimiiae.s l e r i a o ( b e -
s o u r o n a c i o n a l s a t i s f e i t o os 7 "/,, de g a r a n t i a de j u r o s l
;l
l i y p o t b e s c os estuJos p r e l i m i n a r e s t e r i a m s i d o
revi-tos; dadu- e s l a t i s l i e o s | , T l a J U s i d o c o l l i c i d u s peie
1
U'lli l.n Mli

f l !i;;i ; a verdade leria hmo appareciilo e não se


e'a ia a coiiilruimli. suiKjrilu.imoi.le a m i n l i o ilc l o r n ,
,fl
' hlhll;l ''in uma i!as zemas mais pobres ihi pro-
' m m le Mina, Ceracs |

Apezar ill! ala aim is lelieencias, II.-MMIIOS dizel-o fran-


camente, a loi do S i deSeíembiii de 187d Ú irrecusavcl-
'"'mleumadasniaisliberaes, ,j„,, i e „ , .,.,,,.„
l«-»J<"i»r* m i a m e n l c „a b i L n a
industrial do lira,.,I i,i„,ta gloria aos , , „ c . devotada o
siiirerameme. Ir.ib.iIhuni.n nasi,a , . U I I f , w j 0
Como lei di1 nrr.isi.'io. ,-„mo loi lie salvaeãu para as
pi«\ ninas do mirlij. cuja aeadeullura eslii ás bordas do
abysmuda banoarola, „:io podo tar oulra ijualilieaeão
scmio—nri'llriile.
E ' i n n i l o prorata'! que o paidamento brazileiro na
próxima sessão, com mais lamp,, c „ , a i s calma dolo
o Brazil com uma lei geral do caminhos de íerro, liberal
e americana, perfeilamenleapplicavel ás c ire urns lane ias
peculiares deste paiz, capaz, eiiilim, do concorrer elli-
cazmenle para o engraiidcriinciUo. para a riqueza c
para a prosperidade da nossa palria !
CAPITULO XIV.

SuMM.uun. — Typos para a concessão i h garanlia de juros— C a -


riIÃlitlo de ferro de, Antonina a Coritüja listrada de ferro
cenlral da província das A l a g i i a s . - E x e m p l o s de applicação
[la novíssima lei rle garantia de jnros.— Vias ferreas econoinicas
para o interior do B r a z i l — A p p l i e a r i o das estradas assoalhadas,
madeiro-caiTis ou planlíroads norte-americanos.

Não se pôde, como já l i v e oecasião de dizer, fixar


regras absolutas para a concessão da garantia de j u r o s .
No entanto, simplesmente como estudo e para dar
typos, que possam s e r v i r ile auxiliares nos cálculos fu-
turos, darei alguns exemplos sobre vias ferreas, incon-
testavelmente as emprezas, que mais interessam ao
paiz e que mais necessitam de garantia de j u r o s .
Apresentarei em primeiro lugar o prospecto do ca-
minho de ferro de Antonina a C o r i t i b a , ao qual foi
concedida garantia de juros de 7 °/0 pela província do
Paraná, e inquestionavelmente uni dos mais dignos dos
favores da novíssima l e i .
São só este caminho de Ferro tem os estudos defini-
tivos j á promptos, como estão também quasi termi-
nadas as operações sobre o terreno da linha de Cori-
tiba a Mato Grosso, pelos vallcs do I v a h y , I v i n h e i n i a ,
H r i l h a n t c e Mondem, que, com o raminho de ferro
I-JS .iJRWTIA HToS.

projeclado para V i l l a Rica e Assumpção 110 Paiaguay,


pelo valia do laua«..fi, ilarâ a es.e Ironeo a maxima
iinpartaucia commercial c c s í r a l c g i c a .
Kis o prospecto redigido com dados fornecidos polo
K n g e n M r o Anloiiiu Rcliouças :
CAMINHO NI: f k i í h u IH: N. IZMIM,.

(Ur Ant,mina a Carittlm, prmwk ilv /'.i/imií)

l'lUiSPKOTO.

A A companliia tem por lini construir o custear uma


oslrada de ferro eeoiiomira, d e b i l u l a c s l r e i l a , enti'o o
purto de Antonina e a cidade de Cori tília, capital da
p r o v i n d a do Paraná, siniíllianle ás que, [ior suas re-
roiilieeidas vautaeens, felizmcnle se vão generalizando
per ledo o I m p é r i o .
« A linha, segundo os es I mins delin i li vos já concluídos,
parle do porto de Antonina, loca no de liar coiros, en-
treposto do commerrio de Paraiiaauá com o i n t e r i o r , o
passa pelas povoações de Marretes e Porto de Clima,
prineipaos centros dos engenhos de liencliciar horva-
mate. E i n s e i i t i a j e c t o c m s o r r a acima, cila dosenvolvo-se
em uma posição média eiilre as eslrailas da Graciosa
ao norie e do S . José dos 1'inhaes ao sul, com as quaes
se communiea por caminlios frequentados,
< Taos condições asseguram que a via ferroa se apro-
priará facilmente de todo o eruniuercio da p r o v í n c i a , que
urea em mais do duns milhões de arroba» annual mente.
Só no artigo lierva-mate, que é seu principal ramo,
montou a exportação, segundo dados estalislicos da al-
fandega de Paranaguá c da mesa de rendas de A n l o n i n a :
No exercício de 1 8 0 9 - 1 8 7 0 a «l.«ll arroleis.
No anno de 1870 a 972.119:;
No anno de 1871 a 931.799
« Nu corrente anno de 1872 tem avultado extraordina-
riamente a exportação para a republica do Chile, e tudo
faz esperar que na lolalidade augnienle notavelmente
a exportação eu) ouiupararãn dos annus preeoilenles.
eVeirini, siv. '-J

, Levando em conta que o mate na maior parte vem


sor lieneliriaJo em serra baixo, o que no beneficio
IKsrils pelo menos 10 ••/, ,1o pes,, p r i m i t i v o ; atteinkmdo
mais ao importante consumo, que ilelle se faz nas po-
voações ,1o liloral. certamente não é inferior a 1.100.(11*)
a r r o b i s , a quantidade que ile.ste gênero effeetivamente
tem descolo tio interior tws últimos annus.
« O algodão, O lua,O, O toucinho, o feijão, o milho, as
balatas, as carnes serras e salgadas, etc. são os outros
f-eneros, que vCon d , uasuia procedência para consumo
do l i t o r a l ; aos qoaes ha que a j u n t a r a madeira do pi-
nheiro Aramrti IirútiJicmis, que se. a c h i em lloreslas
inexgotaveis, logo que se transpõe a serra do mar, e
que esta sendo explorado, em grande escala, pela Com-
panhia Florestal Paranaense. Todo; estes artigos nao
montam a menos de iOO.Onti a r r o t e annualmente ; bas-
tando para completar os citados 2 milhões de. arrobas
que seja a importação de Si).!.(>!0 arrobas; o ipie de certo
í> muito inferior a'rcalidede, porque, além de fazendas,
ferragens, viu!,os e espirites, cafá, assurar, arroz e
todos' os ecueros estrangeiros, necessários ao consumo
de uma população de mais de 11'O.O.iO almas < ! 8 l , o in-
terior recebe considerável q i i a i i l i i a l c de sal pira o
custeio das iiumerosis fazendas de criação e inve.rnaflas
de seus vastíssimos campos.
• A importanria a c u a i 'leste romtiiercio convence
que desde o principio, a estrada de ferro du Paraná terá
de que alimentar-se.
li Qusnlo ao seu p o r v i r , nem uma outra no B r a z i l
tem-n'o mais auspicioso, porquanto aquella tem de pro-
longar-se em breve até J h l o Grosso e. as fronteiras das
republica; do Paraguay e Argentina, para cujo fim já
o governo imperial fez uma concessão de estudos pelo
d e c r e t o u . " hkv. <U do Svx-mnro de 1871. A com-
m OAIUMÍA DE JUROS.

missão, que lera de executar cs Los estudos, segue nesta


data para a província do P a r a n á .
« Tai:s prolonganicn!.í»s, cujo alcance politico, inter-
nacional e ostra leg ir o torna-os de um interesse transcen-
dente para o governo i m p e r i a l , facultando a colonisação
de sertões immensos, tão ricos quanto vastos, darão um
contingente inestimável de productos para a l i m e n t a r
o trafego da estiada de ferro de Antonina a G o r i t i b a .
a Os estudos de sen projecto, que acabam de ?er feitos
accurailamente por unia comniissão do engenheiros,
mediante um auxilio de .'10:00í)£000 prestado pela pro-
v í n c i a do Paraná e ÍLIUIÍ quantia, agenciada particu-
larmente pelos concessionários, demonstraram que, com
•a sonima de 4..\i00:000->(í(!i). é possível construir a estrada
de ferro, e dotal-a de todo o necessário para o custeio ;
venccudo-se a serra do m a r , sua principal e única d i f i -
culdade, com o emprego dosystrina FLU,, do Ires trilhos,
n'unia extensão do cerra de V2 kí lo metros.
« Oorçamentoda l i n h a c o m p r c h e n d e u m desenvolvi-
mento lo I a M o 7i). -Oí í k i i() m e I ros.
« O orçamento geral da empreza é assim d i s t r i b u í d o :

Oi-çanunto geral ria empreza.

Acquisicão do privilegio, explorações


e estudos definitivos já executados.. -173:000*000
Preparação do leito J . 7 ^ :;><)'}->890
T i a permanente o lastro 1.02.'í:400.->000
Desvios, c u r v a s n accessories da v i a . . . 50:000*000
Estações e dependências iaO-.OQO.sOCO
Oíliciuas e casas de machinas 100:000*000
Telegraph o 30:000^000
Material rodante 3:j0:000 : s00í)
A d m i n is t ra ç ã t e ser v i ço Lec h n; c o ;!()(): OOO^OOO
Pesa ppropriaçõos, indemnizações e even-
lu;,rs
i 7 0 : 7 o í ) * i ÍO
Juros durante a conslrucção ÍÍS)H:2of)Ar;fiO

Smnuia ou c;ipitil garantido 1 ' 100:000..OOíi


.VCilUI.U MV, lol

, j i b ó i a , j i i r i a n l o . a i.3O0: r iO059B0 iodo o capitalno-


cessario a n s l i n t t l i companhia, 6 q i n n l u f.,i garantido
peia província do Paraná com o j u r o da 7 " / „ , conformo
as l e i s n . " a w d a 10 de A b r i ! de IS71 e n . ° 325 de 12
de A b r i l de !S72.
. O pagamento dos 33:030:000, adiantados [icla pro-
v í n c i a para os esftelos definitivos, será provavelmente
feilõ em acções remidas, e disporá assim a empreza de
mais esta seiíima para as desnezas evenluaes.
, E ' de toda a priibabiiiiiadc que o dividendo, qne os
accionistas alcançarão da propria receita da linha, ex-
cederá sempre este juro, como o prova a sceuinte es-
t i m a t i v a , baseada no eompulo d e : ! milhões de arrobas
de cargas e 23.000 viajantes a n n u a l m c n t e ; suppnndo
que 1 2 . 5 0 0 viajantes e l milhão de arrobas percorram
toda a linha, que 6 de 79,2 Kilomelros ou cerca de 13 lé-
guas de 0 kilometres, o trafego restante súinenlo metade
da linha e u ! i '•/,. léguas, o adoptando-se o frete média
por Iceua, e por víajaiilc 500 rs. e por arroba de carga a
30 r s . ; taxas estas, que realizam um abatimento de 50°/,,
pelo menos sobre as que hoje r e g u l a m na província.
Assim ter-se-ha:
â .000.000 de »i> de cargas a 39) rs.
í 13X30:,...' 3í)0:000«000
1.000.000 de ao de cargas a 193 r s .
fO h l X 3 0 ) . ' . 195:OOO.sOOO
12.300 passageiros a 0-500 ( 5 0 0 x 1 3 ) . . Kl:250j000
4» 503 » a 3s250 (0 '/J X 5 0 0 ) . 40:023,000
lis 700:873.5000
sem fallar de. rendas do armazenagem,
bagagens, lelcgrap'io, etc. Avaliando
a despeza de cusleio em 40 7„ da re-
ceita, como acontece ordinariamente
nas estradas de ferro D . Pedro I I e de
S Paulo, tem-se para despezas de
custeio 2S2:730,;000
Renda liquida 424:123,5000
excedente a 9 • / . de 4.300:000^000.
tig ArOMiA o., <L:i,

« T i l é o refutado provável do trafego, entrelido ac-


tualmente entre os [tontos trrminees eos intermédios
da linha ferroa, que se Irata de c o n s t r u i r ; trafego,
porém, que, soh o ndl i v de t i m i n h o meliioramento
na viação, infallivelunuile se I n d-: desenvolver ev-
traordiuariamoite desde o pcrio.io da cunstrucção da
linha, como consequência natural da inlco iucção dou
« p i t a e s e braços,attraindos pelo caminho de ferro para
a provinda.
'I Os in n il meros elementos, de que ei la disjiOe para um
progresso rapiilu, sã,) outras t i n t o garantias do bom
evito de sua principal via ferroa. A uberdade hem co-
nhecida de seu t e r n h i r i o , euj.is caninos são tão vanta-
josos paru a criação de Ioda a surto de ;;ado, coroo são
as matas adequadas í ; mais variadas culturas, quer
da zona tropical, quér da temperada; seu clima ameno
e saluberriuio ; a iiiiiuigiação estrangeira, (pie já i
cila allluc expontaneaineule.e i|ue offei ece, nos a credores
de Coritilia, um Índio ex; mplu, raro no íirazii, de uma
colonisação extremamente prospera, fundada sem onus
algum do Estido ; a abiiiidaiicie.de terras devolutas á
pequena distancia du l i t e r a l ; o adiantamento que vão
tendo as estradas dc rodagem paca o centro, são, cnlrc
outros, motivos poderosos para confirmar que a viação
a vapor promoverá em gráo subido o incremento da
população, da produção e do commercio da província
do Paraná.
• Notável já tem sido esse augniento nos últimos annos,
graças á construcção da estrada de rodagem da Gra-
ciosa, cujos pontos trrininaos são os mesmos da l i n f a
férrea projectada, e isso se revela no progresso cons-
tante de todas as cousas da província, e de um raodo
bem frisanle no de suas rendas, quér geraes q u é f p r o -
vineiaes, como a respeito destas se evidencia do seguinte
resumo:
« Rendas p r o v i n c i a l do Paraná (arrecadadas) :
Exercieio de 1 8 8 4 — 1 » « . . . . 1SS .«10,5120
• l-siti-lHia; . Íl)!)::i08vi23
i:;:!

Exercício ao iS:í»~i:iü7 . . . . 311:3ÜJ759


i, ), tH-57—is<if» . . . . i08:47:Ui7J
» USH-iHíM . . . . 510:0:M;;SÍÍ
» =370—i:-'7i . . . nmm^m
. I;;7i-i<i7.> (orçida). . 713:0iiSflU0
H 0 augnienlo admirável e n í . i interrompido destas
r e u d a s e seu v . t t o r < l e m o : i s t r a m i|au a provincía,
exonerada como se acha da ipia|.|a>T «UvM» o» com-
:
promisso dn in üi gênero, seria • ' da satisfazer
a g a r a n t i a d», j a m : , a qu,. s e o b r i e o i, quando por acaso
alguma vez isto so tomasse nee.es . i r i o , o qtir 6 alias
de todo i m p r o v á v e l á vista do trafego, coin que desde
já conta a estrada de f e r r o para s u b s i s t i r de per s i . >

Como segundo exemplo apresentarei um extracto


do i n t e r e s s a n t e projecto oo c a m i n h o de f e r r o c e n t r a l
da p r o v i n d a , das A l a c ô a ; , elaborado pelo engenheiro
e m p r e z a r i o o S r . l l i i g l o W i l s o n ; diz a s s i m :

BUDGET DA EJ1PUEZA.

CAHTAI,.

« O orçamento lo c a p i t a l se resume assim :


20 léguas de estrada ou soja ICO k i t o m e t r o s de v i a
ferrea i U g b t KailwayJ a 3»:OtítfeUOO por kilomclro,
3.500:000 : >0;U.

1UXE1TA.

« T o m a n d o por m i n i mo o resultado do trafego sobre os


10 k i l o m e t r o s j á fnnerionando (e que ainda não prestam
conducção aos [eissageiros o cargas, quo vão o v e m do
i n t e r i o r ) equivalente a G:fJÜ)>0)0 por k i l o m e t r o por
anuo, v e m a ser a r e c e i t a a n n u a l de COOtOOO-jCOO.

BESPEZA.

« Tomando por m á x i m o o termo médio da despeza


1
por k i l o m o t i o das estradas de feno fie 1'eriiambueu
CL J . 1:, 1 M 1\ IH. •'! I»1-

B:iUi;i,3:0i|0 por por anuo, vem a .-er o


total las despe/.I s Io e n s i n o dllOUHO-jim
« Receita liquida dUiriijiUiOO.
« Ti'r-se-ha, pois, coin esía avaliação, a mais m > le-
n d a possível, uma receita liquida, equil alente a 8 '/, ";0
sobre o capita! ila empreza.

ensr.av xeões.

•I A' vista diMes taclns. é racional deduzir one a cons-


Inieçfio de uni svsleina il 1 viação, que facilite a v i n d a
dos [icodnclos do isolado centro alô o porto de embar-
que ( J l i c e i i í i piri in mercado; estrangeiros, e da
mesma fornia a ida e r i Irnca dos genecos de impor-
tarão, deve trazer um dc-envoh irneiito extraordinário
na industria e prediletos agrícolas dessa uberrima o
populosa p r o v í n c i a >

Tomaremos agora o exemplo do uma v i a férrea de


bitola I a r a , do n i s t o de SílfcOrtOSOÜ!) por légua.
Para t e r a receita liquida de 't "/„ ou de i.::0Ü0é00:l,
lixada peia novissiina lei, será necessário que a receita
bruta chegue a 21:000,-,COO para dar 30 "/„ da receita
b r u t a [laca as despe/.as do custeio.
Supporemiis nestes calculus que se leilha adoptado
a tarifa i n r i i a dos nossas caminhos de ferro, 500 rs.
por viajante e í i r s . par arroba e por légua de seis
kilometres.
O movimento do caminho de ferro deverá ser :
730.0(1!) arrobas, a 2d rs 18:750*000
40.030 viajantes, a3.JÜ rs 8:000:000
Somma 23:750^000

Claro ó, pois, que coin ta! tarifa o governo não deveria


conceder ia menos de sedar a hypothese prevista por
Michel C h e v a l i e r ; a garantia de juro.- de 7 "/„ a uma
ompiS'Za, que .••e proprzesse a c o n s t r u i r um caminho
de ferro de 3õ0:0j3.:000 de custe por légua, sem apre-
sentar dados eslatisticos oíiiciaes, comprovando um mo-
v i m e n t o annual de 730.1100 arroleis e de 10.000 viajantes.
l i u m m u v .

C o n u m «••>»«•>(!-. analo'/o l a m h . r n se l U m n n s l r a i j u c
u m raminho I r r r n ,.1.i > da Í .niiOiirlOiOO;] por
I,mu» iíãu | « . : « . | % V h r , cnm a mo:i'i;>n;nl.i larifi», a receita
Pqnhla de ': "/„ , s.-ibi lei Híii m o v i m e n t o amiu.-il de
2 ."ITUS'IO 1-!-•• h !- (• o TiiOO 1 i l j l l l t e s .
[ [,•].! i.vinii ii t<-„ ;II Iivi.i 51' ••![ii-.'-cnLasSil o p t o j . i t l o de
e,ini:iio> ,!«• f. •!-1- I ,!,- i . 0 . ü . ; ; t M ) 0 0 p..r l.-im» « o r i a
necessário c o m p r o v a r . |>->r.i fer ins á Í-MI-.T:ILia il," j u r o s ,
que o I :i vi : : r i i 1 " .anir sl a i a i r r ria <i' a l - a i i s m o s

Hwtsri;. .>:!;• o K'.V.T:». li».•.%<:• . ' i i e i d o law do-


eu monies rI:i [ •. [i.•:I i• I mm pa'.enleqae o ; ea ni i llhos de f e r r o
1
I, I) I hia 1 I e pere a inle IT . Mill j adiam ser rem si r u i d o s
a i)fiO:(in;ia:;i)i) pur I.;-u i, mas spn tão somente c o m
v i a estreita a r i O i f r i ü . a E K I mi ijllaildo l i m i t o a iaiPiOiüp;.
A s zonas ill' pai/. Ill li., [ a i l i r i ' e m ipie o m o v i m e n t o
commercial não at t h r o m i c r o n i e s a l p i i n s n r o , a c i m a
citados, podem nitanhi gnzsr ainda dos i s i m e n s o s
beneficio; ila locomoção «,I.IT »i is f é r r e a s , nUPsa.idn-se
.hs grandes vantagens eeanoinieas, produzi las pela
J . i l o l a osltadla, t a n l o na ioms| micção eiiino no c u s t e i o ,
on mesma e m p r e g a n d o como u l t i m o r e r n r s o o s y s l c m a
J o vias férreas economias com tracção pur a i i i m a e s .
Cs te. r y s i e i n a ilc tracção c o n v i r i a especialmente. no
i n t e r i o r do nosso paiz, onde [aliasse u c a r v ã o de p m i r a
c al.iii..lassem pelo e m i l r a r i o os ani mes de c m n l i i e ç ã o .
S e r i a a s ó n i e i u i n c i i t o m r n l e p r o ; r i o ás lnealidadcs do
i n t e r i o r das p r o v í n c i a s de Minas, de Uuyaz e do Mato
Grosso,
Poilec-se-ha chegar alada ao l i m i i e iii'nhmtm das des-
pezas de Ciii.sfruceJo e cnsleio, rccoia emlo s i n i i i l l a -
n e a i n e i i l c á \ ia e s t i T ü a c á tracção j,or animaos nas
localidades, e:n que, pela soa eraitile distancia ao m a l ' ,
chegassem por i n u i í o elevadr. preço o carvão de pedra
o o coke necessários ás h>cninollvas.
Ná m e m o r i a rio engenheiro A n t o n i o ííoooaeas, a Ias-
todos sidirc vias lo eomniiiniraçLãn torre-lres. pu-
l.lieaila no v o l . II .la / í r n V n d<. Instituiu /'«/./heí/iiíra se
i:iG ii.ui.wíiA !•; jn:iiá

demonstra que um caminho do ferro com tracção por


an i unos (ferro-carrü de sangra dos he 'panhóe<), mesmo
com via larga, pú.lc dar 8 7„ com a tarifa média, acima
mencionada, so custar i 00:000^)00 por légua do C k i lu-
í n e h o s o Li ver um movimento annual do (540.000 arrobas
e S.OÍK) viaja n les.
Q n u l a s linhas do i n t e r i o r das nossas províncias não
lerão um movimento commercial superior a esses al-
garismos ? !
Para dar, em breves termos, idòa da somma do bene-
fícios quo mesmo as vias ferroas com tracção por animaos
podem produzir a esto pai/, basia mencionar quo u m
animal transporta nossas vias 11(5 vezes o peso, rjuo pódo
carregar, como cargueiro ou eia cangalhas, nas r u i n s
picadas a c lua es.
Oxalá que os presidentes e os engenheiros das nossas
províncias se devotassem paíriolicameníe ao estudo o
á execução das linhas, que pudessem desde j á comportar
vias férreas cconomicas dessa categoria!
Crcar-stí-hia assim em breve uma rede economica de
viação aperfeiçoada, que enriqueceria nossa agricultura,
policiaria o paiz, seria o mais furte promotor da i m m i -
gração, e concorreria de todos ^ modos para a riqueza c
prosperidade do Império.
Não se deve lambem esquecer na enumeração das vias
de communicação cconomicas, tanto de tracção como de
construcção, os[ilmk-roarts, madeiro-carris, estradas as-
soalhadas ouestradas de madeira, que tanto concorreram
para fomentar a prosperidade dos districtos do Canadá
e dos Eslados-Unidos, abundantes em florestas.
P e r i n i Item as estradas assoalhadas os transportes nos
vehiculos de rodas communs, carros o carroças, muito
mais economicamente que as estradas macadamisadas;
o soalho do madeira custa em regiões de florestas muito
menos que orna c a d a m .
Quo excellent? appiieacão não se faria dos plnnk-ronds
na secção da es ira .la do Paraná a Maio Gros: o, rompre-
hcniliiia en! re í - n a r a m n v a eo Sí i:\o- 5 va'i v *
a w i H . o \ \

ocM ma ale. IÇsludn e L! isi'us.iào Ila- empress as quaes dc preie-


rcnria deve s. T apphradaa garantia ri.' juros. - Províncias do
1'ara. o Amazonas. — Ca minim ile. (erro do Madeira •• Jlanioré.-.
Vantagens obtidas com a. navegação a vapor no Amazonas, e nrn
seus eonllneiites.— Provincia do Maranhão Emprczas mais
dignas da garantia de j u r o s . - Província de P i a n l i y . - Ligacao
dos valles do Parualivlia, Tocantins e S. Francisco.— Cireuiii-
slaneias 1'avoraveis do Pianliy para a e.oloiiisaçio Provincia
do Ceará. - C.amiiilio de ferro ,le Baturilíi. - Melhoramento
do porto da Fortaleza. - Valle do Jagiiai abe. - Creação de
novos portos transatlautices na costa do norte do Brazil.

Já no capitulo X I I I dissemos que as exccllentes condi-


ções hydrographicas das províncias do P a r á c Amazonas,
dispensavam a eonstrucção de vias férreas nestas pro-
víncias.
No entanto acha-se em eonstrucção nos limites das
províncias do Amazonas e de Mato Grosso, o caminho
de ferro do Madeira e Mainoré, de Sanlo Antonio a Gua-
jará-guassú, com 363 kilometres proximamente dc ex-
tensão, destinado á exportação dos proiluetos de vastas
zonas dos territorios da Bolívia c do Perú, pelo valle do
Amazonas.
Realizada esta difflr.il empreza, a capital do Pará se
constituirá o entreposto natural da região oriental de
UUIA.YIIA DE I (J li US

Porii e lia Bolivia com a Europa, o 1:0111 os Cstados-


Uniilos. Ao mesmo tempo, pola força a t l r a r t i v a , quo
exercem os caminhos do ferro, as populações mais ou
menos nômadas dessas regiões da Bolivia e do Perú,
v i l ã o iivar-se nas iinniediurões do caminho de ferro
augmenl.aiiilo assim a população e a riqueza das pro-
víncias do Amazona.-' 1 de Mato Grosso,
As dilliculdades m o r a e s de um caminho de ferro,
eollsl.rüiiiii eiii reeiões ião remotas, e mui los erros,
orientados eu: eran.l;' parle nas eirruiiislancias pe-
culiares da empreza, l.èm irnpediiln a prompta rons-
trucçào dessa inleressantc via de commimieação.
1'ara remover esfas diiliculdaiies, a empreza solicita
auxilies pecuniários do Brazil, que a tem sempre aco-
roçoado com doiialiius de terrenos e vários favores
indirectos.
Não parece prudente nas eircumslancias actuaes da
empreza, a concessão da garantia de juros : é talvez
mais liem pensado esperar que se realize a conslriicção
com os esforços da Bolivia, o paiz mais directamente
interessado 11a prompta realização deste eouimettimenlo.
Concluída a construirão, poderá 1 governo imperial
animar a empreza com alguns auvilios pecuniários,
correspondentes aos heneiicios, que da actividade do
caminho de ferro resultarem ás províncias do Pará e
do Amazonas.

Tem produzido maravilhosos resultados a navegação


a vapor do Amazonas c dos seus eonllueiiles, iniciada
pelo Barão de Maná, . o príncipe dos emprezarios brazi-
leiros, > ao qual devemos a primeira illuiniuação a gaz,
o primeiro caminho de ferro, e o primeiro tedegrapho
eleetrieo submarino!
O movimento do porto de Belém, expresso no exer-
cício de 1801—63 por 71.751 toneladas de arqueação dos
navios de longo curso, na entrada e 11a sahida aftingiu
110 exercício de 1 8 0 ! ) - 7 0 , a 137.113 toneladas ! Mais do
duplo em um períndn de cinco an,tos 1
i U'ltOlo \1 i;ni

Ao 11K55U10 lo ill no progredia a navegarão lie grande


eabotaeem ainda mais rapidamente.
0 i n o v i m n i l o Ilo mesmo parlo de Belém, em navios
de grande cabotagem exclusivamente, expresso no exer-
r i c i ó de lSlií—1)5 por '.7,2118 toneladas, alcança 118.208
toneladas no exercício de 1801)—70 !
Quasi o triplo, apenas cinco annos depois!
Ò commereio do valle do Amazonas, avaliado cm
5.00üconlos ile réis, no exercício de 1831—52, eleva-se
a 20.827:000S(i41 em 1 8 I Í I - 7 0 , avaliadu pelas sempre
delicicntes estatísticas oíiiciaes !
1
Quadruplicou, pois. e m dcziiito aniiiis
A marcha progressiva da renda da altandrga de
Belém, não é menos admirável.
No ijuatrienuiu da 1818 — 52 apenas rendera réis
0:!5:077iO0ü; no exercício de 1819—70 a renda tolal
chega a 4.081-.289-,llli; no exercício de. 1870—71 at-
tinge 4.979:5il3S100 e no exercício de 1871—72ele-
va-se a r . . 5 H : H W j 3 8 S ' !
E i s abi algarismos capazes de convencer aos mais
incrédulos, de dar coragem aos mais túmidos, e de in-
cutir té nos mais refractários pessimistas'
Sã» algarismo, bmiadiH, não nos lístados-Unidos,
mas lio próprio ltrii7.il: não na grande republica norte-
americana, cujo constante exemplo já i r r i t a os nossos
e s t a d i s t a s m a s nesta terra, que o bom Ileus nos con-
cedeu, em condições de apresentar maravilhas de pro-
gresso maiores, do que qualquer outra região do mundo 1
Tenha-se coragem de adiantar os capitaes necessários
para dar navegação a vapor a todos os nossos grandes r i o s
o vias férreas aos nossos sertões, e a geração presente
assistirá satisfeita, em todo o I m p é r i o , aos mesmos
phenomonos de engrandecimento, de ciqueza e de. pro-
gresso, ifue hoje só se manifestam nas províncias de
S . Paulo e do Pará.

A província do Maranhão, som possuir a maravilhosa


nele fluvial ,1o valle ,1o Amazonas, foi lambem dotada
H O OSIIAMÍA in; ;i R -

peio C r c t d o r cora grande numero dc rios, que são desde


muito navegados a vapor.
Descrevendo essa p r o v i n d a , em Agosto de 1807, em
artigo de propaganda para o melhoramento do porto
do Maranhão, disse:
• A província do Maranhão occnpa o vasto l e r r i t o r i o
de v i n t e m i l léguas quadradas, limitado pelo oceano
atlântico, pelo rio Parnsiiyba, pelo rio Manoel Alves
Grande, continente do Tocantins, por este grande r i o
c pelo G u r u p y .
• U m ranal, que ligasse as cabeceiras dos rios Manoel
Alves Grande c Parnahyba, reduziria esta província a
ama grande ilha, tendo bem proximamente a fôrma de
nm gigantesco trapézio, cuja maior diagonal, da foz
do Gurupy ao limite da província sobre o Parnahyba,
m e d i r i a 180 léguas, e a menor da continência do Aragon va
no Toeanlims á barra do Parnahyba, HO léguas.
« O lado desse Irapezio, banhado pelo oceano, islo é, a
linha recta, que circiimscrcve a costa marítima desta
p r o v í n c i a , tem 118 leeuas de extensão.
« Qua si exactamente no meiodesse lado acha-se, como
se engastada no litoral, a ilha de S. L u i z do Maranhão.
• Be fôrma quasi triangular, tem esta ilha o seu lado
menor banhado pelo oceano, ao passo que o vértice
opposto penetra profundamente no continente.
« Ao norte o ao sul separam a ilha do continente as
duas bailias do S . Marcos c de S . José.
• Quatro grandes rios, o Munin, o [tapicuru, oMearim,
o o Pindaré, depois de lerem fertilisado a mor parte do
território da província, e traçado com seus innumeros
confluentes uma ride infinita, vêm-se lançar no oceano,
convergindo para a ilha de S . L u i z , que fica assim s i -
tuada, em relação a clles, como se fora a estação central
de uma grande rede de caminhos de ferro, aos quaes
esses quatro magníficos rios servissem de troncos
principacs.
« Disposição topographies essa admiravcl c excepcio-
na?. que mesmo nesta terra de maravilhas naturae,.
eu-lrci.ii \\ IH

só é excedida peia que se ostenta, sem r i v a l no mundo,


na embocadura do portentoso Amazonas.
" A ilha de S . L u i z do Maranhão tem novo léguas na
sua maior extensão e cinco na maior largura, que
corresponde ao lado lianiiado p e l , oceano."
A jiroviueia do Maranhão possuo iioje navegação a
va[ior com ocgularldade nos rins Itapiciirii, M e a i i m ,
rindarc, Muniiu e T u r y a s s ú . Es-oi navegarão c feita
por vapores de 301 palmos de comprimento e <>:) a
IK) centimetres de calado.
Não iia rio Maranhão projecto algum de estrada de
ferro rkv-sitieada como de interesse gerai peto governo
imperial, ill))
Tem-se alii projectado quatro estradas de ferco pro-
vincial's :

1 . " Da capital a Caxias com cerca


do 310 kilometres.
2 . " lie C u i a s a T l i e r e s i n a , ou me-
lhor a S . José. de C ij izriras, que lhe
lica fronteira no rio 1'aniahyha, com
cerca de 120 kilometrus.
3 . ° lie Caxias a S. Josédos Mattòes,
tamheni no r a r n a h y h a , com cerca
de O) kilometros.
4 . " Da Barra do Corda á Chapada
com cerca de 13) kilometros.

Ao todo 7'H) kilometros.

De todos estes caminhos de ferro o de maior renda é


evidentemente o do Caxias a T h c r e s i n a .

(19) Em Novembro ile 1S7:| foi roíilruct.ula. peia presidência tia


provinria, coin os engenheiros Ijacsto limiz Street o iteiiiaido
Von Kruger a roiisirtierão de uai caiiliiliio dc ferro iv.onomico
do bitola estreita da villa (la l i a m du Corda ;i riitad" de-
e.aioiitia rnle,'|>nsh> irU'nr d" All<> jav.-aolhi-
li- 1 i.Aii\Yi:\ oi. .li üii-

0 ila rapilal a Caxias, c m roíienrivnfh a navr-


gacão a \apur ilo llapicucíi, r mu caminho ilc ferro ih'
fiiliiro, qua deverá ser executado quando a província
fõr assaz rica para (aider supporlar css.a concurraucia.
0 ih1 Caxias a S . José Jo Mattos- c nina duplicata
do if Cixia- a T i i ' T i ' d u a , quo tunbem só deverá ser
realizado qua ml o estiverem mais ricas as provi mias du
Maranhão I' suhroluido a do i'iauhy.
O caiaiiilio i11 [err.i d i lliera do Corda á Chapada
depende, |nra o :.eu bum exilo, da franca navegarãi
ibi àl arou : d e v o - v , pois, evidenieuicoli' realizar, n u
[iriiiiior. Iu aar, -is omlhnrauieiit.os, que pale esse n o

ãi is, ;l."en:esl;rwdtneule, a primeira n aiessnlade da


jU'iii. iocia d. Maranháu e o iaeliiorameulu do see porto.
O puído do S . Luiz não e só o pnrlo trausatlaulieo da
jiruviiicia du ídaraahão: é laminae o nuirn purtn. e.anaz
de reeelna' navios de Ione;,I eur.-ae em Iuna a exlelisão
do lilurai do iiupeiin. eomprehenilida mi I re a loz do
rio tlurilpv e o pnrlo da Fortaleza. lio Ceara.
la-, [aos, o por I n natural para o urande enntmeccio
com a flump i e com os Esiados-Ciinlos do vastíssimo
ten a tono lias provim ias du jlaraulião e do I'iauhy.
Umeihocaiucnl.il do [uirto do Maranhão e. portanto,
uma questão narionai da primeira importancia.
E n l r e os nod In ira men I n s , ovicides pela navegação
fluvial pisnineia do Maranhão, occiipi lugar mui lo
distinclo a lerminaçào do cana! <ln Acapapaliy, ilosü-
nado a possibilitar qui' o. vapores l l i m a e s se d i r i j a m da
capital aos nos do m l r r i n r sem snllrer as intempéries
e evpòr-se aos perigos ilo alio mar.
Seguem -sed he depois os melhoramentos necessários
ao rio Mearim, na Lagein-Ciandc.
Assim, minto provavelmente a ilhistrada deputação
do Maranhão oblerá do na clamou 1 o, na |iro\ima sessão,
que os d.:i:i;i:ii!l I álilil, que o envcriio imperial esta
autorizado a garantir para os caminhos de lerro dessa
I'.Al'l 1 ! l.t'

I: las
mnprezas, <»••"< " 1""
m ! ( , r , i a ,1,1 Maranhão e a u g u r a r prusp.Tida.li' si-n
coiomeirin c ü c r u o :
! " \o mi'llioramonl» ilu | w r l » do Jfo-
" í.ii!ll!:iiiH).J)(ii)

; ! . ' An a n a l dn Ai'apapds . ! •• M : ' ™ » ™


4 " \o melhoram,oil,, hi n n i s a s i n do
Ua]ii,'liru ; • •
' An melhoramento la i r , s s a , a '
liilO'iUKI-JHa)
Mearnu
Ij." Aomelhoranleuludiliavcaaeãoho
... .. :.(>(!: < )0(; -i »)0
7 " \ o wi'lhuraui' - !)!» ila navegar,io do
Pindal
Smuma.... 8.0ü():(HliWi0n
Realizadas rslas e m p r e s s , lara a p r o u n r i a do .Ma-
ranhão garanlnlas as snas iransarcnes com a Europa e
ooni os Estados-l'nidos por um puído do mar nas con-
dições dos porlos da graúdos man's da Europa, capazdc
s e r v i r á cxporbieãn dos sois produrlos o dos do 1'ianhy,
o ao mesmo Imunn eu/:irá de uma iniporlanle navega-
rão lluvial a vapor nos seus ,piairo rios mais impor-
tantes, o llapieoríi, oMearim, o Turyassír o o P n i d a r e .

A província do 1'ianhy não tem ainda projecto algum


,1c caminho do ferro geral: mesmo na categoria de
caminhos de forro provinciaes si'i «e projectou u m
pequeno caminho de ferro ,le oito kilometres de exten-
são, da cidade da Painnliyba á barra do rio Iguarassii,
que t em rigor um caminho de ferro de subúrbio e nao
uni caminho de ferro provincial.
Tem apenas a Província do 1'iauhy 33 kilometros
de costa maritima o um só porto de mar—o da Amar-
ração, que precede o porto da 1'arnaliyba, situado sobre
o ido (guarassú.
iíí

I!l íi;l
( ' . • m - u s m u n r á . p r i n d i a l m n H e . ei miou se-, „
1'lauIçV uma ilas pnivmcia-í menos conhecidas ilu Urazil.
—-Vi) cntanlo poucas províncias do Império mimem
ião hois conbiçõe, lopographi ai, par: siabeieciiiicnlo
do uma rede do vias lia m a s .
Os limito, da província do l Y i n h v , J , j perfeitamente
n a t u r a m : „ ,a.m í m r ü o n o ,„•„!,. s . . r didiunlo c,
m unia
:1a'. l'a : — n !,• do 1'iauliv
liaria meridion,! í, n » Parnahyb.i
Caracteres.!, ,,„;<, o rio harnahvba a província do
•''•tulty: a i n d a , l l a l s , indo a lulu,'o desta vastíssima
-l,~sl5" J,, 1|,,,lli:
I :i"liudadi da na\eaacãu a vapor
ncsl1 11
' -''""'' "•> n«s -cus princpacscoiilluenlcs e
1
rouslmcçào de caminho, d , leria, mono,nicos nas
secções dos \ a h',r preferível estai,elecòl
a e v e r u l s r obras hvdrauliras, capazes de tornar esses
eonlluentes navoiravcis a vapor.
Os principalis eonlluentes meridional's do Parnahylia
s ã o : - o Longa, o Poly, 0 Canindé, o Piauby e o
Horgueia.
Cada um destes eonlluentes olferere excelleutes
directrizes para o estai,elecuucnto de linhas ferroas.
O Longa com seus tributários produzirá a secção da
rede dos caminhos do ferro da província do 1'iauhy,
destinada a s e r v i r á zona m a r í t i m a da província.
O rio Poly prestará o seu vallc para a linha ferroa
que tem de pôr em communieação Therezina, a capitai
do P i a u h y , com Independência na fronteira do Ceará
lmlla (:r
escerá de imporlancia quando estiver
executado o caminho de ferro de Therezina, ou melhor
de S. Jose das Cajazeiras, que lhe Ilea fronteiro, a Caxias'
cammho de ferro, destinado a ligar os grandes vailes
do P a r i i a h j b a e do l l a p í c i i r í , e a estreitar cada vez
mais as relações commerciaes entre o Piauby e o Ma-
ranhão,
Os tres últimos c o i i l l u e n l c s - o Canindé o Piauby e o
1'orgueia—estão prcdeslinados a elevar o Pniuliy ao mais
alto grao de prosperidade dariilo-lhe commutucaeões
.Al'lTlUo XV lib

s e c u r a s , por vias íerreas econômicas « por navegarão


a vapor, rom o ma.gestoso Rio S . F r a n c i s c o .
O Caminho de ferro do valle do Canindé ligará a
prospera cidade de Amarante, o u t r o r a v i l l a de S. Gon-
çalo, o primeiro entreposto da província doPiaulty, com
Oeiras, sua antiga capital.
Este caminho de ferro, seguindo sempre o valle do
Canindé, alcançará o ltio S . Francisco em frente ao
Juazeiro, na nova povoação de Petrolina, indicada para
estação terminal do caminho de f e i r o do Recife
(Pernambuco) ao R i o S . Francisco.
Dará, pois, esta l i n h a férrea a maxima importance i
via commercial do Joazeiro a Oeiras, talvez a mais
antiga do i n t e r i o r do B r a z i l , encontrará, rio seu trajecto,
os (esforços successivos, durante mais de ires séculos,
de todas as gerações, ipte nos precederam ; servirá os
mais antigos interesses da província, e erguerá do aba-
timento, cm que se acha, Oeiras—a antiga capital.
Todas estas razões parecem aconselhar que se encete
o estabelecimento da rede de vias íerreas eeonomicas
da província do P i a u h y pela construi rão da secção da
linha do valle do rio Canindé, oouipririipnriida entre
Amarante e Oeiras.
O rio Piauhy dá também um excellent!' traçado, que
atravessa o coração da província e alcança a fronteira da
Bahia em S . Raymnndo Nonnato; chegará as margens
do S . Francisco em Remanso, ou em Pilão Arcado, con-
forme decidirem os estudos definitivos sobre o terreno.
O rio Gorgueia fornece a mais notável linha de com-
inunicaçãocom o S . F r a n c i s c o , corresponde ao Rio Preto
e ao Rio Grande, em c u j a confluência no I l i o S . Francisco
está a V i l l a da B a r r a , a predestinaria capital da projectada
província do S . F r a n c i s c o .
A linha do r i o Gorgueia aproveitará também a pro-
jectada ligação dos valles do S. F r a n c i s c o e do Tocantins
pelos rios Preto e rio Somno.
E , porém, o valle do proprio P a r o a l n b a , que dará a
mais lirecta rommunirarão rovu o valle do Toeaiiliii
ia
i Mi i,\il.\Nm 01 J t n U -.

aproveitando ainda a linlia de oommunicaoào com o


S . Francisco pelos rios Preto e do Sorano.
São todos esses projectos de viação interna da maior
i m p o r t a n d o ; compete e cumpre aos engenheiros bra-
zileiros estudai-os incessantemente, e promover com
ardor sua execução, como meio iiitallivei de levar a c i v i -
lisação e o progresso aos vastíssimos sertões da inte-
r i o r do Brazil.
A província do Piauhy t e m , pelas avaliações da
directoria ele estatística do Império, a superlicie de
10.300 léguas quadradas ou 457.380 kilometres qua-
drados.
E m ordem de grandeza ile t e r r i l o r i o a província do
Piauhy é a oitava província do I m p é r i o : lhe são somente
superiores as p r o u n c i a s do Amaznnas, Mato Grosso,
Pará, Goyaz, Minas Geraes, Maranhão e B a h i a .
Ainda não está completamente apurada a população
da provinria do P i a u h y : mas, pelos dados já recolhidos,
a população deve a f t i n g i r a 23'),000 habitantes, sendo
230.001) livres e cerca de 20.000 escravos.
A relação, pois, entre a população livre e a escrava è
maior de l i para 1; isto é, para 11 pessoas livres ha
apenas i escrava.
Esta íeliz c i r c u n s t a n c i a assegura que esta província
pouco terá a solfrer com a mais instante e indispensável
reforma do lirazil—a emancipação completa dos escravos,
Ainda m a i s : pelo diminuto numero de escravos, que
possue, dará o Piauhy muitas vantagens para o estabe-
lecimento de colonos, que não terão a temer nem a
coneurrencia nem a confusão, nos trabalhos urbanos e
agrícolas, como elemento s e r v i l .
A colonisação e a escravidão, cumpre não esquecer,
estão sempre na mais renhida l u t a ; cm perfeito anta-
gonismo.
O exemplo secular e grandioso dos Estados-linidos
demonstra., á ultima evidencia, que. a colonisação só é
possível lepois da emancipação.
Claro "-tá que. pelo seu clima equatorial, a colonisação
UUTIO.O \V i >'

•to Pia uliy J « \ c r à ler per elemento principal lia bi tan les
da Europa meriilional.
A província do 1'iauhy, com seus 457.380 kilomctroa
de superfície, offercrc um vaslo campo á colonisacão.
A m i r parle deste immenso t e r r i l u r i o 6 oeeupado por
prados naturaes ubérrimos, sem malas, e por tanto
aptos para serem lavrados por emigrantes do Sul da
E u r o p a . A floresta v i r g e m , é bom lembrar, 0 reconheci-
damente um dos m i i o r e s obstáculos ao estabidecimento
dos colonos, não só no B r a s i l com» nos Eslados-üuidos
e no Canadá.
Haro é o colono, que se atreve a atacar a floresta virgem
e a estabelecer-se nas derrubadas. Na A m c r i c a d o K o r t e
são os próprios li lhos do Novo Mundo, são os yankees, que
preparam as terras e as vendem, cm estado de serem
lavradas, aos colonos europeus. Aos homens, que adop-
tam esta prolissão especial, denominam os anglo-ame-
rieanos pioneers, que os vocábulos nacionaos •explora-
rfores» e «moleiros» mal podem e x p r i m i r .
Sob o ponto de vista do accresoimo da população, os
caminhos de ferro são da maior vantagem, nãosó facili-
tando a introducção dos colonos no interior do paiz,
como principalmente promovendo, pelo bem estar, a
rapida multiplicação da população nacional.
Estudos estatísticos minuciosos tem demonstrado que
o a c c e s c i m o extraordinário da população dos Estado s
Unidos não provém tanto da immigraçào, como
geralmente se suppôe, mas principalmente do progresso
n a t u r a l da população, estimulado e possibilitado pelo
bem estar, pelo alto gráo de civilisação, e pela riqueza
geral da nação mais prospera do inundo.
E ' exactamente, levando por toda a parte a instrucção,
a i n d u s t r i a , o commercio, a civilisação e, consequen-
temente, o bem eslar, que os caminhos de ferro actuam
como os principaes agentes no rápido desenvolvimento
da população de um paiz.
P a r a dar uma idéa do que produzirão os caminhos dc
ferro n o P i a u h y , sob o ponto dc vista da população, basta
1 1'' I.AIHMIA OF. IliíO:,

Molar que n -eu t e r r i t ó r i o de i ü 7 , : ) 8 0 k i l o m e l r o s qua-


drados poderá nu!rir 22.8b 1 ,).0110 habitantes. sendo
povoado, como P u r i u g a l , na razão de üOalmas por kilo-
m e l r o quaiirado.
C u m p r e noiar que P o i t u g a l é um dos paizes menos
povoados ia E u r o p a : que lem mesmo regiões, rumo o
A i e m l e j o , cuja eoiouisaeão ainda hoje está promovendo!

Nu interessante l i v r o , que e m 18(Vj p u b l i c o u , o estu-


dioso engenheiro l ) r . E d u a r d o José de Moraes iniciou
urn hello piojecto de ligação das bacias do P a r n a h y b a e
ilo Gorgiieia com o valle do r i o S . Francisco,
O n o Parnahyba é n a v e g á v e l a vapor na extensão de
m a i s de 200 léguas: a 170 léguas p r o x i m a m e n t e da
sua íoz recebe o G o r g u e i a , que tem E Í U léguas nave-
g á v e i s , também a v a p o r , até S . José da G o r g u c i a : do
G o r g u e i a á lagoa de Parnaguá ha cerca de 10 léguas
de navegação d u v i d o s a : a lagoa de P a r n a g u á leni 8 a
0 léguas: da extremidade sul dessa lagóa a Santa H i t a ,
s i t u a d a nu í t i o - P r e t o , conlluente n a v e g á v e l de S . F r a n -
cisco, ha, segundo os cálculos do e n g e n h e i r o Moraes,
cerca de 23 léguas ( 2 0 ) .
A realização deste grandioso projecto poria a V i l l a
ila B a r r a , a indicada capital da projectada p r o v í n c i a de
S . F r a n c i s c o , em c o m i n u n i c a ç ã o d i r e c t a com T h e r e z i n a
e com P a r a n a g u á ; e, executado o c a m i n h o de f e r r o de
G a x i a s , com T h e r e z i n a e com o porto t r a n s a t l a n t i c do
Maranhão.
A importancia da V i l l a da B a r r a será ainda m a i o r
pela ligação, projectada pelo D r . B u a r q u e de Macedo,
dos v a l l c s dos r i o s S . F r a n c i s c o e T o c a n t i n s , pelos rios
G r a n d e , P r e t o c do S o i i i n o ,
S c , com centro na V i l l a da B a r r a , sobre o n o S.
F r a n c i s c o , se descreve uma c i r e u m f e r e n c i a com raio

(üuj Vide sobre a navegabilidade do P.io harnaliylia o inleres-


sanP' relalorio elo rngenhriro liuslavo laii* lluilliernie Dodt, an
:' V ao J 1 nUainrn' Uo vlinisbTi" da Ar iroiil ura no anno dc IS7£
1
I M'll I Ml J \ . '

j , r t n i \ , | , « i a n r u a . i V i l l i 111 B i r r a »» p o r l o . l o M a r j n l . 5 o ,
. " s ã r i r c u n i l e i e n c i a tangencia quasi toda a « t e n s ã o 0»
,'osla do B r a i l , compreliendida eotre esse porto e
o do Calji'dello, projectada na foz .lo n o Parahyba
do N o l l e . ,
Assim p o i s nessa direcção são quasi leiiaos as dis-
tancias do grande entreposto dos rios S . Francisco, T o -
cantins e Parnahyha a qualquer ponto dessa zona da
costa do B r a z i l _
O l ) r . Eduardo de Moraes p r o j . r l o u a ligação oo b o l -
e a r i a e .lo R i o - P r e t o por um canal. Preli co um caminho
de ferro eeoiiomieo, de bitola de um metro, de execução
mais prompta e mais segura, e também mais etlectivo,
sob todos os pontos de vista, do que u m canal.
O inconveniente da baldeação, can tão longo trajecto,
tem sido demonstrado ultimamente, durante a segunda
guerra das bitolas das vias férreas, de importância
limito secundaria.
A deputação do Piaiihy deve, pois, instar pela ap-
nlieacãodosR.:i;i3:lliK)M)0(), que lhe competem, ao me-
lhoramento da navegação a vapor no r i o Parnahyha e
Gorgueia c ã c o n s l i u c ç i o dos kilometros de caminhos
de ferro, necessários para pôr o Piauhy em c o m m o n . -
cação directa c aperfeiçoada com o vaile do n o t>. F r a n -

' ' A i n d a que sejam 230 kilometros, calculando a


30 000S000 o k i l o n i e t r o , pela grande distancia deste ca-
minho" de ferro aos portos de m a r , ler-se-ha com
7.500:000{000 conseguido realizar este magnifico pro-
jecto de viacção. Ficarão ainda 833:000^000 para o
melhoramento do r i o Parnahyha, do Gorgueia e para o
aperfeiçoamento dos seus portos fluviaes.
A província do Piauhy 6 de todas as províncias ma-
r í t i m a s do Império a que tem menor extensão de l i t o -
r a l • í> apenas de 33 k i l o m e t r o s . Apezar disso a uberdade
de seus campos e a sua riqueza p a s t o r i l lhe garantem
um grandioso p o r v i r . 0 Piauhy representara no norte
do Império o mesmo papel que o Hio Orando no b u i :
'•ill OAIUNIU 1)K JUllns.

será o grande mercado d<? R.11I0 vacum c cavallar, c dc


lodes us produelos bovinos ( i l ) .
O aperfeiçoamento da viarçãu 110 Piauhy è, pois, si-
multaneamente um problema commercial n h y g i c n i c o :
ao norte falia carne : as populações do Maranhão, e
do valle do Amazonas, detinham reduzidas a a l i m e n t a r -
se exclusivamente de peixe c de vegetaes !

Eis-nos chegados ao Coará, onde vamos achar mais


alguma cousa do que simples projectos; abi graças a
esforços palriolicos, que só a posteridade saberá bem
aquilatar e recompensar, construe-se já um caminho de
ferro—a auspiciosa linha da Fortaleza a B i l u r i l é ( 2 2 ) .
A província do Ceará é a quarta produetora de café
do I m p é r i o : no e x e r c í c i o de 1871 a 1872 exportou
1.315,103 kilograminas de c a l e ; hasta que continue a
promover esta preciosa cultura para ler segura a sorte
de tiníeis os seus caminhos de ferro !
(I Ceará, cumpre dizè|-o para gloria dessa p r o v i n d a
o estimulo de suas i r m ã s , é o S . Paulo do n o r t e . Como
a Pennsylvania da America rio Sul, possue a magica cen-
telha da i n i c i a t i v a i n d i v i d u a l , do « Selfhelji», que tem
'•eito, faz c i a r á sempre a granrieza ria raça artglo-saxo-
nia; do > [ara tia se » que já emancipou e unilicou a
niãi-patria ria raça latina 1
O j o r n a l I'etlro I I , descrevendo a 8 de J u l h o de 1853
os trabalhos do caminho de ferro de B a l u r i t é , disse:
ti Quem fizer uma estrada de ferro 110 Ceará fará o
Ceará » ; phrase sincera e elegante, que deveria ser a
legenda de cada p r o v í n c i a deste Império, que não pôde
ser u n i d o , grande, forte e prospero, sem caminhos de
ferro.

(21) O P i a u l i y fornece gado não só a quasi todo o norte do B r a -


zil como, por m a r , á G u y a n a F r a n e c z a .
(22) Foi j á i n a u g u r a d a em Dezembro ite IS73 a secção da F o r -
taleza a A r r o n c h e s ,
(imtiMi M

Não so póile por era duvida qui: c á rcrapanhia do


raminho de ferro da Fortaleza a B a t u n t é , qne liga o
principal porto do mar do Ceará ao seu mais rico centro
productor, que compete o favor da fiança de garantia
de juros, concedido pela lei de21 de Setembro de 187,1.
lissa linha tem 120 kilomelros de extensão proxima-
mente, que, ao preço médio de 30:000-5000 por kilome-
t r e , importará em cerca de 3.600:000,s000.
Além dessa via férrea, tem-se projectado os seguinte,
caminhos de f e r r o :
Da cidade capital da Fortaleza a
Soure com cerca de ...23 kilomelros
2 . " De Acaracú a Ipú com cerca d e . . 220 •
3 . ° De Mundahii a ltapipora com
4
cerca de "' *

Ao todo 288 kilomelros


A' província do Ceará falta um bom porto. Sua costa,
quasi rectilínea, não íem melhor ancoradouro, nas v i z i -
nhanças da capital, que o de Muciiripe, escolhido em 1805
pelo illustre eugenheico Zoziino Barroso para acreação
do principal porto de exportação da p r o v í n c i a .
No entanto, para satisfazer as necessidades presentes,
projectou o d Is tine to engenheiro Chai dcsNeafe, em 1870,
á vista dos estudos feilos pelo engenheiro Zózimo B a r -
roso, u m cxccllente melhoramento, uma verdadeira doca
americana, que orçam em J£ 175.782.
Este projecto dará á Fortaleza u m porto com l i hec-
tares de ancoradouro, perfeitamente abrigado, e 750
metros de cáes para vapores e navios de longo curso.
Assim, pois, parece que a melhor applicação dos
8.333:000,j000 garantidos, que competem á província
do Ceará, será esta:
Melhoramento do porto da F o r t a l e z a . 2.000:000,5000
Caminho de ferro de B a t u r i t é e seu pro-
longamento 0.333:000:5000

Somma 8.333:OUOsOOs;
t •ie oAliVMIA [Ih JlIloS

Concluir o caminho ilc ferro do (Vaiai c deixar o seu


principal [M>rlo reduzido a desembarcar pessoas em jan-
gadas, e a embarcar mercadorias canegando-as a braços
da praia ás alvarengas, que vão ainda coiiilu/.il-as aos
navios, ancorados em pleno mar, éabsurdo, que, por
certo, a i I lustra d a deputação da província do Ceará não
perinitlirá que sc realiza 1 .
Nos estudos do prolougainenlo do caminho de ferro
de Baturilé para dar-lhe o desenvolvimento, corres-
pondente ao capital garantido de (i.33;i:OOOsOOO, será
conveniente estudar as vantagens de estendel-o, em
r a m a l , ou em tronco principal, pelo valle do rio Jagua-
ribe, o mais vasio e o mais importante da província
do Ceará.
Infelizmente os mappas desta província não trazem
os dados necessários para resolver sobre elles este im-
portante problema do traçado da rede do vias férreas
da província do Ceará.
Este estudo deverá lambem ser acompanhado da e x -
ploração da costa do m a r , nas immediacies da foz üo
Jaguaribe, a fim de reconhecer se lia por alii enseada,
que se preste á creação de um porto transatlantico.
Encontrando-se neste litoral uma posição conveniente,
claro é que será muito mais vantajoso dar á província
do Ceará uin segundo porto, e ao valle do Jaguaribe um
entre-posto directo com a Europa o com os Estados-
U n idos.
A defioiencia de portos transatlanticos na costa do
norte do Império, já notavelmente cjitícada por —
Maury — na sua « Geography of the Sea >, é uina das
grandes causas do atrazo, em que sc acham essas pro-
víncias.
A cosia do norte, quasi rectilínea, contrasta singu-
larmente com a fôrma articulada, na scientilica e ex-
pressiva denominação de Humboldt, da costa do sul
do B r a z i l , opulenta de inntimeros portos r ancora-
douros magníficos de.-dc o Cabo F r i o até o cabo de
Santa Maltha.
c u m ru

f e l i z m e n t e o bum Deus concedeu em compensação


ás p r o v í n c i a s do norte u m mar sem temporãos, e tão
excepcional que não consta que no porto do Ceará,
a p z a r (lo seu desabrigo, jámais garrasse um n a v i o !
i V i i l e engenheiro Zózimo Barroso — Porto do Ceará —
1870,— Londres — T . I i r e U e l l Á C . * — S i . — Hiippert
Street Ilaymarket.)
Ainda m a i s : estudando atlenlamente a carta da costa
do norte do I m p é r i o , de V i t a l de O l i v e i r a , reconhece-se
que, graças ao recife geral parallelo á cosia, grande
numero de portos de caholagoni e de longo curso se
poderão erear para o commorcio directo dessas pro-
víncias, em condições m u i l o superiores ás de muitos
portos da Europa da p r i m e i r a categoria.
O porto do llecife, que tem servido até hoje ao com-
morcio de Pecnambueo, é uma prova pratica e i r r e c u -
sável da verdade, que acabamos de patentear.
CAPITULO XVI.

S i M u x n i o . - K s t i i d n c disrnssão das enqirrzas I s quaes de pin—


[rronr.ia deve. utr a p p l i r u l a a garantia do juros
— p r o v í n c i a do Ilio Uremic do N o r t e . — O ranal dr S. K«q««
purln dc mar m m lio kilnmelros da litoral eti a 10 metros do. pro-
fundidade. — A srrra dc itnrliorrina c a cultura do rate. —
Aproveitamento das riquezas nalurars da |irnvinria do Hio
Cirande do .Norte. — I'rovincia da l'araliylia do Norte. — Ca-
minho de ferro do Cimde d'Ku. — I'orlo transatlantico do
C a l j e d e l k i . — C u l t u r a de café nas serras da t'araliylja do Norte.

A p r o v í n c i a ilo R i o Grande (lo Norle não tem no


quadro das estradas de f e r r o , que acompanhou o excel-
lente l i v r o <0 Brazil na exposição universal de 1873 »
caminho de ferro algum nem geral nem p r o v i n c i a l .
A lei provincial de 11 dc Dezembro de 1871 a u t o r i z o u ,
no entanto, a c o n s t r u i r ã o dc um caminho de ferro de
Mossoróao porto de mar respectivo: até hoje. porém,
esse projecto, como tantos outros, mio teve realização,
por falta de garantia de juros do governo geral.
Consta também ura projecto de caminho de ferro do
Natal a C e a r à - m i r i m e. outro de Jaguará, porto de
Mamanguape na 1'araliyiia do Norte a Vera-Cruz ao S u l
da província do Rio Grande do N irte ií3i.

(íat E m Fevereiro de 1871 foi posle em adjudicarão o r.aiei-


lllio de Corn da Nata 1 au va lie du Ca |ti". a S. JusC ite Mi|Hliu, a
Jaiaí, a Ueiaiinilia. a i'eolia e a Neva C r u z . A In inoviiicial
n . " 082 de 8 de Acosto de 1S7t! roiicoiloil a este caminho de
Coro a garantia de iuros d'1 7 o d e r ante 80 a n n e s .
13C, ,VRANTIA UE JttllOS.

Apezar ile ser uma das ]irovineias mais pobres ilo


Império, a provincia ilo K i o Grande do Norte ppdc ser
elevada a um alto grão de riqueza e de prosperiilarle
pela acção enérgica e vivificante dos raminhos de ferro.
Não se deve, pois, sem olíensa dos santos principies
ile fraternidade, quo earaulem a união ila familia bra-
s i l e i r a , deixar ile npplicar ao Kio Grande ilu Norte os
K.333:01111} garantidos, que lhe competem pela lei de
ü i de Selcuibro dc 1873.
A provincia do Kio Grande do Norte possuo o cabo
de S . Roque, o ponto tio eoiilinenlo braziloiru mais
|iroximo da llíia de Fernando de Noronha, indicado
para amarração do cabo lelegrapbico, que breve
ligará este lmpeidn á Fan opa.
Será, pois, o Kio Grande do Norte a primeira pro-
v i n c i a a receber eomniiinioarões lelegraphicas das [tra-
çais do coinmercio da iairopa.
Possuo, além disso, o Kio Grande do Norte uma ver-
dadeira m a r a v i l h a hyilrogiapliioa, a qual no fulano
lhe será fonle inesgotável de riqueza e prosperiiiade.
B' o denominado Cin.il do S. Roque, verdadeiro porlo
aíirigado por uin quebra-niar n a l u r a l , de perlo de lill
kilonielros de extensão, eomprehcnilembi lodo o litoral
ila provincia entre o cabo de S . Roque c o Morro
lira tico.
Iinarine-se o porto do Recife com (10 kilometres de
extensão e calado de b a 10 melros, l(i a pés, , i e r -
se-ha idea da inapreciável dadiva, que o Creaibir fez á
provincia do Kio Grande do Norte.
Foi a 13 de ( h t i i b i o do I X I i l , em viagem dc esluilo
aos portos do Maranhão c da Parabyba do Norte, que,
pela p r i m e i r a vez liz essa observação, que scí agora
lenho orrasião de p u b l i c a r . Y i a j i v a no vapor (hjiipud,
que encontrou I S pés de agua na B a r r r i r a - Y e r i n e l h a ,
pouco ailiaiile da K i r r a (lo Rio do Fogo, o ponto mais
-ceco do canal do 8 . Roque.
:\ provincia do llio Oratnle do Nolle po.siio parte
da serra da l i o r b u r c i i u , que ,-c pt osl,, pci leilniiiriile á
a i - I I C L » 5M. 137

cull ura ilo cale. c até á do I r i g o "os plaiiallos mais


elevados.
A riqueza agrirola f n l u r a deste Império depende da
maior extensão dada á cultura do c a l e : não se deve
deixar de introduzir seu cultivo em todos os pontos, em
que elle íór possível ( S i : .
Todos os nossos antigos da E u r o p a o dos Estados-
Tnidos escrevem á pnrlia: trabalhai para augmoiitar
a producção do café no Itrazil.
(muipre, pois, dar simultaneamente ao R i o Grande
do Norte a cultura do caie, um caminho de ferro e um
porlo para MUI coimnercio directo e immedinto com a
E u copa o com os Estados-l'iiidos.
Tanto qiianlo e possível resolver Ião grandioso pro-
blema por map pas, sem a inspecção directa e o levanta-
mento topogcapliico das localidades, pacece que todas
estas condições lieariain plenamente satisfeitas:
1 . " Pela ereação de um p e r l o ile eoniniercio directo
ao norte do cabo de S . Ho.pie, exaclaincnte junto da
projectada amarrarão do cabo telegraphico transatlân-
tico, p ara substituir o porto de Natal, i n i p r o p r í o à nave-
gação de longo curso:
2 . " Pela coustrucção ile um raminho de feiro desse
porto á s e n da lSorborcnia p e b valle elo rio Jlaxa-
ranguape:
Pela colonisação da parle da serra ela B i r b o r e m a ,
adjacente a esse caminho do ferro, no intuito de abi
crear uma nova zona p r o d i n i o r a de cale.

i JI 11:1. m e s m o e i l l l o p r s s c a s a l i a m P I l l c ciilleieailas. o preenn-


•ei l u ile q u e ,1 c u l t u r a i t i c a í ' 1 n.io e p o s s i v c l nas pia i v I lie i a s ilo
i X o r l e i l o t i l l |)el'in. — C u m p r e e n i i l b a l e r este c r i o emu o exempl"
• Id P \ c e l l - a i l e fate. |in«luzido on O - a r a . cm iiiuilas rolliiias ilo
v a l l e do A i u a z e i i a s . cate na n . q i i i l i l i r a de V e n e z u e l a no iiiaiur
ripir de Hill cliuia n|ualorral. lieve-se lér soliee e,| t > nn-
I»ot.oile a s s i i n i | , I H II 1IIleressallle arlill'i : lli'troS|ieei,.i tliiln-
mereiaI. |Hili|ie;d" 11" <«l iÍ" Ommnrm de Ü de Janeiro
. 1. • ÍS7 i
138 GARANTIA BE JCllns,

A província da Parahyba do Norte é, por um sin-


gular destino, a província do B r a z i l que mais tenho
estudado, e sobre a qual mais tenho escripto desde
I S t i í , em propaganda para a crearão do um porto de
romiueri io t r a n s a t l a n t i c » , na foz do Parahyba, no
Cabcdello, e para a conslrueção da rede das suas vias
férreas.
E ' irrecusavelmente na realização destas duas gran-
diosas emprezas que. devem ser empregados os
S.3:i3:Oi)ll.s garantidos, que, pela lei de 21 de Setembro
de 1873, competem á Parahyba do N o r t e .
A seguinte petição, para liança da garantia de j u r o s
p r o v i n c i a l an caminho de ferro do Conde d ' E u , dá a
melhor demonstração da verdade, que acabamos de
avançar:
« S e n h o r ! — O conselheiro Dioao Velho Cavalcanti
de Albuquerque, o Incharei Anísio Salathicl Carneiro
da Canha o o engenheiro André Hebouças. concessio-
nários, pelos decretos n." Í81S de 13 de Dezembro de
1871 e i l . ' 513:! dc 15 de Outubro de 1873, do caminho
ile ferro do Conde d ' E u . rede das vias ferroas da Para-
hyba do No; le, véui muito respeitosamente requerer a
Vossa Migeslade I m p e r i i ! , nos termos da lei de 21 de
Setembro de 1873, a liança da garantia de juros de 7 "/„
por 30 ânuos para o capital de cinco m i l contos dc réis
ç.'i.0).'):l):ri;-\ a qual lhes foi concedida pela lei n.° 453
de 2 í de Junho de 1872o pelo contracto respectivo coin
a presidência da província da Parahyba do Norte de O
de Selembro de 1872 (documentos n . " 1 e 2) ( 2 3 ) .
« A planta geral e o peril! das linhas projectadas, le-
vantados pelos engenheiro; Miguel de Toive Argollo e
Manoel Saldanha da Gama, sob a direcção do engenheiro
Hugh W i l s o n , e juntos a esta p i t i e io i documentos n . " 3
e 1) demonstram que raras v e z ; s se terá de construir

cri) Esti* roatraclo f.ií aiinrova.l j pai ;• :liI i provincial;


!• i; ||.j ilr 0 / ':iI ' IS7C.
CAPITUI.O XVI. i:>!>

uma viu ferroa em condições topograpliieas mais favo-


ráveis.
« E m todo o traçado não ha u m túnel, não lia uma
serra a galgar, não ha mesmo u m eórle ou aterro de
maior iinpoi taneia.
* Assim os concessionários esperam que o orçamento
preliminar do prospecto da empreza idocumento n.° II)
de íi:0i)0,> por kilometro o n d e 15!l:0:)l),> por légua de
li kilomelros não será excedido.
Os dados estatísticos são ainda mais animadores.
• A população da província da Parahyba do Norte é
avaliada de 330 a ÍOO.OOO h a b i t i n t e s .
« Ainda não eslão apuradas todas as listas do censo
desta província na repartição do estatística d o m i n i s -
í e r i o d o i m p é r i o ; i n f o r m a m , porém, os seus empre-
gados que, pelos dados já recolhidos, rcconhcceu-se ser
a densidade da população da P a r a h v b i do Norte uma
das mais elevadas do Império.
A zona, percorrida pelas tres linhas projectadas, é.
exactamente uma das mais povoailas da p r o v i n d a ;
póde-se assegurar que estas vias férreas vão s e r v i r d i -
rectamcnte a dous terços da população da Parahyba do
Nurle, ou a c e r c a dc 270.000 habitantes.
r. 0 chefe da commissãode estatística do commercio
marítimo do I m p é r i o , o S r . Dr. Sebastião Ferreira
Soares, apurando o e x e r c í c i o de 18(1!) a 1870, achou que,
pelo seu movimento commercial, a Parahyba do Norte
occupa o oitavo lugar entre as vinte províncias do Im-
pério.
« E i s os algarismos old i d o s :
Exportação no e x e r c í c i o de 181)9 a 1870.
Exportação de longo curso 4.,187:i()OS'.),'iO
E j p o r t a ç ã o de cabotagem em gêneros
estrangeiros 7:!«)2,>!):)!
F.xporlaçãu de cabotagem em gêneros
naeionaes 3.735:SI»5»12
Heexpor tacão (SfcaiKWir,
Soinnia 8.22<U l i í s S l K
(rill . . U t A M U DF Jlrl.ns.

I in pol Lição n o c x e r r i r i o d e ISISSI a I K i " .


Importarão do IUIIL'.I cursa» s u j - ' i U a
direitos.
1 iiiportação dc long» cnrso, l i v r o J:I2WKU
I 111 p o l l 11-fio de cabotagem.
Geneios i straiigeiros 813:11253.»
í é u i e r o s nacionaos M M l ^ m
Si I inula í.aitidtóSirWli
. \ dedcienoia das abcarisnio é e v i d e n t e . A
i m p o r t a r ã o re a I da I'arahvlia do N e r t e deve o r ç a r por
c e r r a ile' S.ill 111:00 romo a s i n e x p o r t a r ã o , do eonl'oi-
luidade n u n as regras da e s l a t i s l i c a e da e c o n o m i a |Hi-
illira.
,( Minuciosos e arriiradi.s trabalhos estatístico., l e n i
deiiiiinstradn que a importação ua A m e r i c a dn S u l regula
i|e ltt.S a 311-, por I c i l i i l a n l e e per
,< Na p c o v i n c i a do liio C r a n d e .In S o l . apezar do
eM-audo coiilraliando pela í n m t e i r a n r i e n l a l e [>or I r u -
s'uayana as o s l a l i s l i c a s oíliciacs dão uma importarão
Annual s u p e r i o r a 27 : ; por h a b i t a n t e : nas p r o v í n c i a s
<10 P a r i e Amazonas, reunidas, mais de í'2.> por lialii-
l a n t e ; paca l o d n o Imi'ecio a média é s u p e r i o r a I S ,
por anno e l i a l d l a n l e .
.< Essa anomalia no ino\ i men to c o m m e r c i a l da I ' a r a -
livlia do N o l le provém, como é " o r a l m e n t e reconhecido ,
ilocoinmercio indirecto.
„ O r a , a c o n s t r u i r ã o do cantinho de loi ro do Conde
d ' E u e ò estabelecimento de u m porto do coinmercio
transatlântico na loz do rio P a i a l i v h a , no Cahedello.
que se lhe seguira tem |ior p r i n c i p a l
escòpo a '. Entatmimiv rmmmml ''a 1'unihylm tio
A'oc/c, .1 C d e s t r u i r , portanio . r s " erro connnercial ,
que tão fatal tom solo i p i o v i n c i a . «
„ Assim, restal.icleciilo o cnninercic em suas liases
n o n i r i c s , a importação da Parahvha do X o i i o s e r á , pelo
menos, de 7.Or«>:Oii r S a S . U W I t l O per a n n o , que c o r -
responde ã média de I S , de irnonrla-ão p i r a cada um
1'h -,\K\Mi\ 1)! JllMi^

M A iMrali> It.I ILI» N u r l r jH nil u/ |M i JU I IillrttT f a h n u l B


r a >s li c a r .
it Km ISIi'i foi a segunda provineia do I m p e r i i ) no ea-
lalogo ilas maiores exportadoras di1 algodão : e x p o r t o u
nesse anno *iO:} .S'ii) a r r o b a - 1
« Os i-mpie/.arios pretendem dar o niaior desenvol-
v i m e n t o á e u l l t i r a do r.iíé. • ^•.I:• |á sr prndiiz de exn.d-
IfMih 1 -ii.cdiilade na saUii.er: im i • • ri i dr Ivirborema e

if Pror-urai'ao m i r i a r n í s i a ('iiHiira u- »lurins e u r o -


pi'us, que o cam in liu de ferro ! e \ a r ,i prov iin ia .
-< Mis a M a I isl i n pro\ ineial da prodinvão do assurar
e de ab/odào de 1SC7 i 187! :

VIAI'I'A On \l.i.ul)\ii I-. A S SI i' \ H li\l I Hi! VDi^ i n IMIOVINQA


l)\ IA II Alh I! A l k 0 MillTi: SO til I \nl' i-'MO UK 181)7 \ 1871.

.Dados n r o l l n bis no i liesmirn p!u\ itü ial i

;T hjoiiilo.

N iniM'i'ii iv-orni

18(57... . 7\. 7i: i í i S . 'i70 ! 10 . n:i-.!)2'i .sOOf)


•18(>8.. . , 97.110 :Í8-2.(iliO 1 iKiOO 7.28:i:*i0£000
1809.... í»I.:) 1 7 17. 902 I0*200 : i . :í8S : (if )0.s()0()
1870..., Ii0. 'ii20 ílf>.:i20 SsiiOlJ ()72.>000
1871.... .097 7:50.182 9.<000 7.171 : 038*000
Médias.. 90.SÍÍ7 riVíi.Uli 'JMÍOO riju^wwiHO

Agucil I .

181)7.... 72.01):; :Hio.o£; 2M(>0 7:>(i:0.S2.y>{M


1808.... :»(;. t:, ( -isi», 770 I 71 :Í : 9W I
18(39. . . . 87.810 't30.0:i0 2^300 i .000:81,^000
1870.... ;iá.r>;> 7 202.782 ^OoO :i38:709^2'i0
1871... . ;'í!). 189 19:;.il'i'; 2x>00 'i89:9(i2£ü00
Médiis JOT 7 j n ;>.,:;oo 70*? OOi^KiO
PP-,[|'- 11.11111-.a 11 III'IIIS'In-- , .1 c l i d i i - - | , r ' o ri"
C U n i m i l d í: -" ('.
., \ iveeil.a Ill-ill,1 la m . l m r i I <'..li-, .m- -a a-min
oi'i'aila, i-uiii a n i a m r s r ^ n l .i n,;a. nlupl n i i i a- mi'ilia-
i|r':ir,.liail a: l-nlia.s [. .. i • > 'n. mi m ".'I' illil .UTnli'ls
p a i n il as-.in's', e 'iilfi.Oiiii a m . I n s p i r i - pi'-m |.' t n r i n
0S ouli'i:- '-'! HI'S ill' !'\ .m'ia<; I: . -in .11' || i j'tt.TilO
ari'iihas.

7IKI.il i-a- n n m m i- a Mi ' ir'.~ ! i'i i-"' 1 ' 1


;
:iõJ.7i! I inn I I .i(l I S . ( ; : l l l | ,111111

1 ;ir, ll'i j li'.ll JUKI

S, .,'. . 1 , l , i ,

aill.lillll Pi I'M .Í : |."|| I • I I I ' l.i; IIIM-'I'III

um.uni! 'si i l • i -I'l i • rsi DH.i,iniii

(iOii.iiini ' -'"»'! l i f r i . i i ' i "


!;.,,•,I,I ;.. . M/S'i:,.

2 0 , (III I \ I r j i ' l i - . in .M II I - -ill I 1 •


[nil li"' II.I , - • a Jl I I II II I'.i Idll
p , I I . i n I , I. em 11 a s I -1- .1 :>n > -
I I IH.I III I! M i l 10

ri(L0( ,n .Is',', IIIIII -11011

,, 0 r a i i l i n l i . ill' l a i r . Is In mm a Mi. mó <' M>'


douro na [ . n o m m i '!•' A Pis.'.a •, . n , mi.I iip.i -• m m I n
1
ailaloL'as a , In I'.mi m En Ir n - p u I. i n<> r s r i ' i ' i m n
:
i l e 1871 'I I.S7-J .1.' 111 i I é I;. -... .in I'-1'' .'vê, j.s sisriiin
,< n o ,-..• I '• • ' I | ! v '. I'l nm 111 liiri. Ii.l; I -a 11
.(•i r o s .
I1,' .\li\\ll\ hl laiu -

' W .!•• |.M|.. ,|lll.', llilllalld,l-SI .',11.111,11 p n - a a r l l h . |>alai


1 -'rJr111 íL! 1 ir IriTu ita P a n i h v l i i dii . V i r l r , , r-!a I i n i i i n
, I' il v ill, |)iaiva\ ].

•• l i m n In. mr-sr-lia
k n r n l a i'l',, , ,1.; r \ | , n r ! ar:iu - k niran,-
''"11 11 •• l i i ' i n m l sill!,!
iii 1 '"1 la aa i'a |«i|'lar:in I,- n• • i.• una, Si',', lliii.nom
''it ,i , ia |.ali:I1-. :i,s:i:liil!l.vill[l

II '.'Ha |,| ma lula! . . . ! . i'.l.'t: .'Hi I .llllli

\ • 1,1 -1,, 7.. i . ' l u i i-h'iii nu. r i in! Ill,,,- I, 1'iaai In a'/a-
'1II- I i'l'i -lull niiiiia Illa rza
' mill li'M'i II I'l T na in 11 ll;a I.. 7; III l; 1,111 Iii
'•>" ''.i in I alii j • i, I |ai i!a lia I11 li: .'Ollsllllll
Nu I' mm,III. ,1, I,-I'll, (I, I'nliai II . i ! ; ;|l III II },)
v
' 'ilninh n I' u l " (k.'.iHI.JIiiil

- 111: i'l II Mil III


link. <s; :i:;ri a li li I

' I.—-I I|J I I i, S.:Í:,II,,II:II) |„„ NUN,,, w ,airzi I'ur-


'' '•'!'" I u 111 a - -i ,T:-,I I pur k i l i i u i r ! : a, lr .i-lrnaai .lr
1111 u |a la 1 a a .
A
" I' I " I i aa 11 r a i n m h i i lir rrn ,|r AkirVen. arilna
i: ll!
" i'l' I' ' lir I r a n i In lana!,.' d'Hu
11
biio.h ,|, nil! nirlni , IMIli:, dm pan drqirzas dr
''u-di'io .i.'iiin-ai'i!) pur k i iunii'i ia, I' j... I a,
|,; 1
i I r 11 - a. lupl a I'-s. - i n p.iia, a. iisprzas ir mi s-
: "a d.' 'nil' HI-III I'l 11111 a n in , kilunirtri.

1
'u-!''" a..- Ida k i l u i n r i , u- li - la i . i . |iun
.','>•(!!lit aII 1(1

I la n I r -i i : a i:
ii,% ,,|! 1 h l ! 1
' " •' I .-.".liinSHNIIK,
'>-'-1" ' ' H 1
I -1 " I I ' • • -'RJS-.LLLII,ALMO

• • rI j : in . 7ii:, ani.aiiii'
I.\ 1 1 1 11 ].(' \\ I. Iti:>

it Isto i'. Wilis dii V) "/u 11 i.i capital <1 • :i .()i)0:O!«)M.H')i).


necessário à realização da empreza.
« A lei ih; i ' t de Sctomhro do 187:{ r \ i ; í i ' a demons-
tração ile 't ".. ih1 renda l i q u i d a : aimla • j it - • so redu-
zissem ;i i e r i ; i parte tudos us algarismos, citados iiosin
demonstração. Lraliidu-s todos de dados nlliriae.-- da
maior nmfiaiKvi, a s s i m mesma .se t o r i i uma renda
liquida de o "/,,. superior ao l i m i t e le.íral.
o Os reqiiorontes e s p e r a m , p u i s dii reconhecida devo-
tarão de Voísa Ma.Li'e^tadi; I m p e r i a l an progresso de-de.
p:».iz,qnedknar-se-ln mandar a l i a n n r a unranl iade juros
do 7 por HO anno-;, pa LIOS aneamhio le.iral de pence
pur l.slOO. para o capital do ;».()iK»:Of)Or>l):)ll á empreza
do caminho do ferro do Conde d'Ku. uma das mais aus-
piciosas quo so U*m projectado, o na qual a I'roviucia
da P a r a h y b i do Morto funda as mais justa-; esperanças
de e i m r a n d o c i m n i t o , riijuoza e p r o s p e r i d a d e . — E . \\.
M.—Mio do J a n e i r o , áll de Xovoiiibrn de lS7i>.-~
Conselheiro Diogo YcHio Cttculcatili. tic AllinijiicniHi'.—
Uaclinrc! Anísio .S nlalhid Carneiro ihi (•unha.— Enge-
n h e i r o Amin- Jkhouçd.s. -
O documento l i . " (>, aiinoxo a esla petição, deve ser
reproduzido: pertence á historia do caminliu de 1'oi'ro
do Conde d ' E u ; dará no f n l i i r u uma luso sc-rura para o
calculo de acerescimo da riqueza, que r s h empreza vai
dar á P r o v í n c i a da Parahyb:i do N o r l e ,
o \ i'l i l I o \m. io

,—;: • c •. i 1111 111 11 n I I ti lore--I '.'um ;i'H a o-'-o ] uad li,


,i (III evpill lacaio lia 1'liu m a i a lia P a l ' n l r . i i i In Nnrle em
1
ísi7l), 11 li ri ] 111 < I l u a i v a v r l m e i i l i ('.-.Iara r i u romplolo inij-
' a l i l i n l n i ill' Irl'I'ii li) Colide i l ' K l l . Especamos
í 111 o a [i[»a l a v a enll'e OS a r l i e o s do e x p o r l a r ã o o
i'aIV', B 111i.• II c a m i n h o do I c r r o lii' li I ' r n v i n r i a ila l'ara-
livha • la nova fonte le ciijue/.a, In mesmo IÍÍUI1IM|I1I' U
r a m i n h o .1,- f.-rr» o a i n i c i a l i\ a ilo e n g e n h e i r o A u b e r l i n
deram a S . Paulo a e x p o r t a r ã o tin algodão.
A compararão das osl a I i s l i c a s de exportação d.' 1 ST2
o 1S71) será a r g u m e n t o i r r c c n - a v c l oni l a i o r do desen-
v o l v i m e n t o da viacção l o r r e a nu I m p é r i o , ainda iiiosmo
á custa ilos maiores s a e r i l i c i o s direi'los e pecuniários
do T h e s n u r o Nacional'.
Poiler-se-lia enlão dei com os a l g a r i s m o s na
mão, LI eliello hcllolico das vias lertacis, e c o n v e n c e r ale
os mais r e t r o g r a d e s de que não ó. perdido, mas allies
einincnleinenle produci i v o , lodo o c a p i l a l . empregado
e m p r o n i o i i T as cciininunicaciáes a va|nir e a eniistruecãu
de vias f é r r e a s r a c i o i i a l i i i e n l e p r o j e c t a d a s ,
A navegação a vapor do A m a z o n a s , as v i a s ferroa.-,
do [lio de J a n e i r o e de S , 1'aulo fornecem j á , como è
g e r a l m e n t e saindo, a l g a r i s i - liem eloipieiiies
m u n n LO w i i .

SJM.vr.\!\MP— i liliir.il i i I'UMUVIH • 1=> V i r l » i-inle'ri


m a i s o r i e n t a l s do Imp •-ri-». — P 'la p r o v i i r i a da f-.iraliylia <J• v
iNorlo p a s s a r á o mainr e a m i i d i o de ferro hiter-orcaniço da
America do S u l . - T h e o r i a do SYSF.'IN:L ^era! de viacrão du
I m p é r i o . — D e t e r m i n a ç ã o das l i n h a s hnses.—Gramlo (riauííulo
do v i a r . ç ã o . — D i r e c t r i z e s p a r a l i s i a s á Iwsc amazônica.—Dire-
t r i z e s eon v e r t e u l o s a o v é r t i c e m e r i d i o n a l . — 0 rio S. Francisco»
— D o s c r i p Pão das principaos para li elas ou tios ^ra ralos c a m i n h o s
do ferro irilor-oiínanicos bmziK?iri><.— P a r a l l e l a do v a l l o do Pa-
r a b y b a do N o r t e . — P a r a l l e l a do S . F r a n c i s c o . - - P a r a l l e l a do
P a r a g u a s s ú . — Parai l e i a do J e q u i t i n h o n h a . — P a r a i l e i a tio R i o
D o c e . — P a r a l l e l a ilu Rio fie J a n e i r o . — P a r a l l e l a de S . Paulo.
— P a r a l l e l a uo I g u a s s u . — P a r a l l e l a do U r u g u a y . — P a r a l l e l a do
J a c u h y e do I b i c u y . — L i n h a s convortieni.es mais notáveis.—
C o n f l u e n t e s do A m a z o n a s — C o n v e r g e n t e do M a d e i r a . — G u a -
p o r é . — A g u a poli y o P a r a g u a y o c o n v e r g e n t e s analogs.—Cori-
v e r t e n t e do T o c a n t i n s . — A r a f i n a v a . — H i o V o r m o l h o , A n i n i n s ,
P a r n a h y b a o P a r a n á . — C o n v e r g e n t e do T o c a n t i n s o S. Fran-
c i s c o . — C o n v e r g e n to do P a r n a l i y b a , G o r j e i a , Rio Preto, R i o
G r a n d e , S . F r a n c i s c o , Rio da.s V e l h a s P. P a r a b y b a do S u l . —
C r i t i c a e objecções á Itieoria das c o n v e r g e n t e s c das parai-
l e i a s . — A s u r r a do Mar o n P a r a b y b a do S u l . — S y s t e m a ra-
d i a l C s y s t e m a q u a d r i c u l a d o nu s y s t e m a e u r o p e u e, s y s t e m a
a m e r i c a n o . — Qual o s y s l e m a rfiie nipUmr c o n v é m a<? B r a z i l .

A p r o v i n c i a da Parahyba do Norte possuo os pontos


m a i s o r i c n t a c s da coUa do B r a z i l . A h l se acha o Cabo
B r a n c o , além do qual. o c o n t i n e n t e só avança para o
o r i e n t e na Ponta dn Pedra, p r ó x i m a á Ilha dt; I t a m a r a c ã .
áá
I7u ..AI'.AMU Hi. 11:nos.

Us navios á w l a , cm v i a g e m da K:ii'tip;i, vi'm rrt'o-


nhecer ;i t e r r a nas immrdiacuc.s desse C.tho l i r a n c o ,
Tive pur vi'Zcs n prazer t!r a s s i s t i r a esse imi^niiico
e s p r c t . i c i i h , niiain!o f s l m h v a n- condi.; .Vs hy:lnu:ra-

OPORLO t r a n s a t l â n t i c o , (jue sc p r o j e c t a no CIÍMNICIIO,


S-M";I o mais o r i e n t a l da cost;» do H r a z i l : m a i s oriental
do que o porto do Itceife, do que o pnrto d.i N a l a l e
Iii> que o porto projectado j u n t o an cabo de S . Uoqu.\
A mais extensa parallela an I v | i i ; n l o r , que se pôde
t r a ç a r na A m e r i c a do S a l , passu n;i p r o v í n c i a ila Pa -
r a i ] y h a ilo N o r t e , muiLo p r o x i m a m e n t e pula capilaf e
prlo C a b e d e l l o .
As docas do C n l r d e l l o serão. p o r t a n t o , a estação ma-
r í t i m a do maior c a m i n h o de IVrnt inler-oceaiiiro da
A m e r i c a do S i ; I .
Essos caminhos de f e r r o inter-oceanieos, impossíveis
Imjfi que o B r a z i l tem 10 a l i m i l h õ e s ilo h a b i t a n t e s ,
comorarão a ser consiniido-: quando o l i r a z i l l i v e r oil
milhões de habitantes coniü os VMailos-Uiiidos (2(>'j; serão
u m a r a n d o n u m r r o quando a população des<e império
at t i n g i r a ou VO!) milhões d,i hahitaiil.es, sem s e r
m a i s densa que a dc i ' o r l u e a i p r e s e n t e m e n t e , e sc m u l -
t i p l i c a r ã o , alem do torla a p r e v i s ã o , quando o ü r a z i i
c h e g a r a ter !.:>*>-> milhões de habit.antes com a d e u -
sidaile da população hci;:;t actual.
T e n d o avançado Ião Inu^e neste assumpto, t.oào de
f n l u r o . não devo ahandonal-o sem ao menos e s b o ç a r a
t h e o r i a da rede íreral de viaccão do i m p é r i o .

(2{i) F u n e c i u n a dc^li'. m u i t o n o s Estatli^-Uuirius o « C e n t r a l

P a c i lie R a i l r o a d » i k X o v a - Y o r k a S. Francisco da California-

estão em c o n s t r u i r ã o o <i Nm-lh Pacific Hail road » do Lago Su-


p r r i o r a « C o h i m b i a O i t y •> tin P a r i l i c o ; O n « S o u t h P a c i lie Hail-
road de. S I . L o u i s no Missouri a S. IliOA'o u a C a l i f o r n i a Mori-

dionn.1, tamltfiiu no iic.i»ano P a c i l i c n . H i v v o terá, pois. n - N>irão


U'llTI.U XVII

il,, n i. • -:: i o mi! In q u - Hi: tra>;a i n planta do 111:1:1 ci-


n o v a - ruas r In.ID N MM sy si i-nia ilr \ laeeão, a s s i m
p.Vlr-se laminou s u l i r r a r a l ' l a ilr mil [nil: iMrl'luiuar
prill menos a iliroee.no gorai da., suas p r i n r i p n e » vias
do r u i i i n i i i n i r a r - i n . E ' r,•polir para o iiia/.ii 0 quo so
le/, 110 arrrlailaiiionlo. para as ridadrs do X u v a - ' l o r l , e
ill Wash i lie I on e para q u a s i lod.iS as rl. lades dos Ksiados-
í/uidus.
II aS.-ltmiilo e a p p a r e l l l e i i i e i l l e P'O1 il ai-, l e e l l l l i e o .
talvez luesiiin a l i s l r a e l o e r s p r r o lai iv 0 ; mas, inrsiuo
110 .-eguilnrlllo da aelilal dl.selt-s.io ilus ealiu 11I10S de
forro mais dignos d 1 eairaiil :a de j u r o - , eoneedida pela
lei de lie .-Seiriidieo de i'S7d. esia i i i e o n a nos for-
necerá dados seeiirus r de grande rleauee.
A grande viae."IO do Importo leni par IIUMIS Ires
grandes linhas:
1." Ao n o l l e o Ami/.ouas o a rusla sobre o A l l a n -
tiro r u i i i p r r l i e i i i l i i i a on i r e a lo/, do Amazonas e o C i b o
de S . lloqne ;
2 . " A iesle o erande l i l o l a l -olire o A t l â n t i c o desde
oC.ilio le S . le 111 no ale ei l i u i i i e ínernlienial do lni-

:;.« A Oeste a grande l i u h i , ohlida pelos e i x o s dos


valles lios rio- Paraguay e .1 . v a r y .
S u b s t i t u i u loas e u n a s nal uraes tlrsías graueles l i n h a s
pelas linhas i v e l a s 111.us p r ó x i m a s l e r - s e - l i a 11111 g i g a n -
leseo t r i a n g u l o e i r e u n i s e r e v e i i d o quasi todo o D r a z i l .
E s t a s três r e r t a s serão:
<1.° A l i n h a r o c i a a m a z ô n i c a , que se c o n s e r v a r a pa-
rallel:! ao E q u a d o r ;
2 . " A l i n h a recta oreaiiiea. p r o x i m a m e n t e parallel;!
ao l i t o r a l a t l a n t i c o :
3.' A Unha r c r l a f l u v i a l , que c o r t a r á o J a v a r y , o
P a r a g u a y e os seus couílueiiles em m a i o r n u m e r o de
pontos do que q u a l q u e r outra recta imaginável.
O r a , dado 11111 tal t r i a n g u l o , situado c m sua v e r d a -
deira posição 110 grande t r i a n g u l o rectângulo do coii-
f incute, s u l - a i n e r i r a n o . é evidente que n e n h u m systema
172 1
1A íi \ M' IA fir il'.. '

m e l h o r di- viaceão p6de ser concebido do que o qui:


t i v e r por d i r e c t r i z e s linhas parallelas á base do t r i a n -
gulo, i s l o é, ao E q u a d o r e ao A m a z o n a s , e linhas di-
rigindo-se da base do t r i a n g u l o ao v é r t i c e meridional.
J ã foi dito na p r i m e i r a p a n e deste e s r r i p t o ( c a p . V I I !
tinal) que as grandes d i r e c t r i z e s de viaceão de um paiz
eram sempce Caseadas p r e v i a m e n t e pelo Creador nos
valles dos seus grand.'s r i o s .
Ora , as d i r e c t r i z e s dos ralles dos grandes rios (ào
í i r a z i l c o i n c i d e m muito p r u v i m a i u e n t e com as grandes
l i n h a s t b e u r i c a s . que acabamos de imaginar.
Ao n o r t e temos todos os continentes do I t i o - m a r , d i -
rigintlo-.M 1 do v ó r t i c e a base amazônica ; e depois todo
o systema l l u v i a l ih, Maraiiliáo, do P i a u l i y , do C e a r á ,
dirigindo-se aiu.la na incsuia diceeçãu sobre a parte
'lesta base, qui; é banhada indo A t l a n t i c » ; a leste temos
u m g r a n d e n u m e r o de r i n s corcendo p a r a l l e l a m e n t e á
base amazônica para o A l l a u t i e u .
O riu S . F r a n c i s c o , e. è esse u p r i n c i j i a l caracterís-
tico d o — m e d i t e r r â n e o h r a z i l e i r o , p a r t i c i p a do systema
das d i r e c l r i z e s parallelas abase amazônica o do systema
das d i r e c l r i z e s c o m e r a e n l e s ao v c r l i c e meridional.
T e m p a r a l l e l * á base amazônica a secção de Cahrobó
ao A t l â n t i c o ; l e n i em l i n h a convergente ao v é r t i c e m e -
r i d i o n a l toda a preciosa secção, que banha o i n t e r i o r da
p r o v í n c i a da Bahia e peneira até ocoração da p r o v í n c i a
de Minas Geraes
As l i n h a s m a i s interessantes neste systema de viacção
são e v i d e n t e m e n t e as parallelas á base a m a z ô n i c a , que
produzirão no f u t u r o os caminhos de f e r r o b r a z i l i i i r o s
í n t e r - o c e a n i e u s , tendo para esiaçGes m a r í t i m a s os nossos
m e l h o r e s portos dc m a r . Grande parte destas l i n h a s s e r á
desde j á encetada c m v i r t u d e da lei de 2 í de S e t e m b r o
de 1873, que ordena a ligação dos portos de m a r aos
centros produetores.
Descrevamos, pois as dez parallelas principaes:
A primeira parallels, c a d." valle do r i o 1'arabyfv
do N e r i c ,
I Aiiri'id m i

Tb „ , p,n ei-laoe r m i u a l no Oceano A l l a n t i c o o por-

lii tin Cabedel lo na foz i l r s s c r i o .


F i r a s i U i i i l a m u i p r u x i m a n i c u l c no parallelo terres-
tro do 7 a i l o latitude sill.
Qualquer . i n t r a parallel;. mais ao norte não l e r i a ra-
zão ile s e r : e n c o n t r a r i a os deltas dos eoulluentcs me-
ridionaes do Amazonas, e i r i a i m p l i c a r i n u t i l m e n t e com
os i n i i i i n i e r o s canaes de ligação, que o C r i a d o r alii a b r i u .
Produzirá o minor c a m i n h o de Cerro i n t c r - o c e a n i c o
da Auiecica do S u l , que s e r v i r á d i r c c l a i i i e u t c ao T i l a r ,
ao Ingá, a Canipinu-Gcniule, Teixeira, Pianeo, Jardim,
làxii,,laicos. Oeicas, . l e r i i i n e i i l i a , solu'e o r i o G o r g u e i a ,
pastos-Uuns, junto ao P a r n a l i y h a , C a r o l i n a , no n o To-
c a n t i n s ; c u r t a r á os grandes continentes do Amazonas,
o X i n g a i , o T a p a j o / , , 0 M a d e i r a , j u n t o ao Crato, o o j a v a -
r y : p e n e i r a r a i i o P o r u . 1111 p n i v i n c i a de l.oisMo: c o r t a r a os
eõnlliientes [icriiauos do A m a z o n a s , o T a p i c h i , o 1 cava-
l i , o l l u a l l a g a e o M a r a n o u : passara em C a j a m a r c a , c a p i t a l
do dopar l a m e n t o do mesmo nume, e descerá ao 1'acitico
pelo v a l l c do rio J c q u e t c p c o .
Sera ene,'lado do lado do A t l â n t i c o pelo c a m i n h o d c
f e r r o do Conde d ' H u , o. do lado do Paciiicii pelo c a -
minho de l e r r o , que ligar C a j a m a r c a ao porto de m a r
mais conveniente (27i.
A segunda paralloha é a do S . F r a n c i s c o . T e r á por es-
tação t e r m i n a l n o A l i a n l i c o o purlo l l u v i a l do P e n e d o ,
1'inqiianto não se j u l g a r c o n v e n i e n t e crear u m p o r t o
transatianlico mais proximo ii foz d o S . Francisco.
Fica s i t u a d a q u a s i no parallelo t e r r e s t r e aos 10 gráos
de latitude sul.
P r o d u z i r á u m a l i n h a de v i a c r ã o i n t e r - o c e a n i c a , que
a p r o v e i t a r á nos p r i m e i r o s tempos as secções n a v e g a v e í s
do rio S . F r a n c i s c o , desde a foz até o Cahrobó, c o m
v i a s f e r r e a s econômicas nas secções e n c a c h o e i r a d a s .

(ÍT) Vide n annexe „ " 5 — Nula, sohreos (jinlnlios dc terro


>1° >'''i*ii
U'l '-.\li.\MIV 1)1 .1110*

S e r v i r á esia l i n h a . a l é m das povoações i iocii í t i l a o


S . F r a n c i s c o , P a r n a g u á na p r u v i m : i a do P i a u h y , Porto
I m p e r i a l nu T o c a n t i n s , atravessará a famosa iMia dc
S a n t ' A u i i a no Arabia}a, cortara os eonllucnles do
Amazonas JJIaziiciios. X i n g Ú, Tapaju/. e Madeira, pas-
s a r á na l i n l i a i m a g i n a r i a da f r o n L r i r a do P e r u , da I3o-
l i v i a <.: do B r a z i l , penetrará no P e r i l cortando o r i o
P u r ú s . passará cm H u a i i u r u , a segunda cidade do dopar-
laiuuuto de J u i i i m , em lluara/^ capital do departamento
iie A n c a r h s , e chegará ao PaciÜeo pelo v a i lo du Casina.
i j s l . i i m p u r t a n l o l i n h a já esta em acLividadu, do lado
do B r a z i l , na parte do n u S . F r a n c i s c o , na\eirado a
vapur desde a foz ale P i r a n h a s , onde p r i n c i p i a a seri.0
dc cacheeiras o ohMaculos de toil a a s u r t e , dos quaes <i
m a i o r É o soberbo i'aiibi AiVonsu, O .Niagara b r a B e i r o .
Fsla liiiiia cuiiLiiiiiara peia \ i a í e r r e a eruiiomira, de
P i r a n h a s a J.iLulw, ciijo^ c^Udos foram í e i t u s e m i^üH
pelo d i s t i n c l u engon;ieir.> Carlo> k r a u s s , aproveitando
sempre de Jatobá até Üabrohú as partes navegáveis do
l io S . Ki ancisco.
Em P a n i a g u a e u / n u t r i r á essa paralhda a bellissima
l i u l i a convergente dos rios Parnaliy ba e (Vargacia, que
foi j á assignalada rumo a \ ia de comuiuiiicarão lllais
auspiciosa da p r o v i n . i a do S'iauhy.
A terceira para lie la é a d,i Paraguassíi. inumadas
m a i s bellas o i m p o r t a n t e s do B r a z i l . T e r á por estação
t e r m i n a l no A t l â n t i c o o maguiiiro porto da I h h i a , só
i n f e r i u r no B r a z i l ao do l i LO de J a n e i r o , que também
não tom i g u a l do m u n d o . F i c a situada quasi no p a r a l -
l e i o t e r r e s t r e de l o grãos do l a t i t u d e s u l .
Nessa l i n l i a se acha o infeliz c a m i n h o dc ferro Para-
g u a s s ú , tantas vezes mencionado neste escripto, como
a v i a ferrea por excedem; ia da p r o v í n c i a da B a h i a .
T e r á a estação u a r i t i m n em Cachoeira, 11:1 foz do
P a r a g u a s s ú 110 i n t e r i o r da bailia de Todos os S a n t o s ;
se r v i r á A n d a r a h y e os terrenos d i a m a n t i n o s dos L c n ç ú e s
c c o r t a r á o S . F r a n c i s c o e m V r u b ú , quasi no centro
d a s ptT0iosa> b'gua-. u a v " g i v e i \ n a U i r a l u i c n l e i
auuaí ia> XU1. 17:

vapor. dn mediterrâneo briizilciro 1 Sceuirá o valle du


rio Corrente : atravessará Goyaz servindo A r r a i a s o
P a l m a s ; c u r t i r á <> r i u Maranhão e o r i o Araeiiaya, 0111
frente á extremidade meridional da Ilha de Sanl'Anna ;
passará pei to das naseentes <!o X i n g í i e dn TapajOz;
cortará o Guaporé e o Madeira ao peneirar na Bo-
livia; atravessará o 1'erii servindo Ciizon, a cidade dn
ouro, Ayacuchn e llnamaivclica, capilacsdos deparla-
menlos do mesmo nome, e descerá ao Paoilico pelo Valle *
do Canête.
E s t á era constaaieção 110 Perít um magnifico raminho
de ferro transadino, que da ainda uma melhor sahida
no I acitico á esta maravilhosa paralogia do P a r a m a s s i i :
é o caminho de ferre d,o Callau a L i m a e aos Andes pelo
valle do r i o l í i n i n r .
Para aproveitar e.-te caminho de ferro, cujas obras
estão já muito avançadas, a parallola do Paraguassú,
ilepoisde s e r v i r Ayacuclio, caminhará p i r a o Norte pelo
valle do rio Jauja, o irá ligar-se ao caminho de ferro do
Riniae em S . Mateo.
E s l e adiiiiravel caminho de f e r r o , que fará ligar o
Pacilicü ans xailes do Amazonas, do S. Francisco e do
Paraguassú, temper tim immedialo concentrar em L i l l i a ,
capita! do Porú, e eanCalIáo, o seu p r i n c i p a l porto de
m a r , as riquezas metallurgiras o os produetos agrícolas
da região dos A n d e s c i r c u m v i z i n h a . Galga os Aniles em
um tunnel de 1.173 melros de comprimento, a cerca de
1(5.000 pés ou 4.801) metros acima do n í v e l do m a r t
T e m 130.000.000 trancos ou cerca de 34.000:000,>000 de
capital pago em bonds do Tlicsouro Peruano.
A s s i m é que a raça hespanhola, a p e a r de soas inces-
santes revoluções, vai já realizando a parte mais dilli-
eii dos caminhos de ferro inter-oceanieos sul-ameri-
canos 1 ' . . .
Por esta variante a parallola do Paraguassú crescerá
dc importância ; ligará dons porlos do mar do p r i m e i r a
categoria o da Bahia de Todos os Santos no Atlântico e
11 ile Ca 11 ;ío no Oceano Panlio-i
OAIUNTH UK LUNN;

A quarta parallela é a ilu rio Jequitinhonha, ilo rio


do leito de ouro e diamante* ;do rio rujas descripçdes
parecem conlos fabulosos do El-lkrailn >
F i c a siluada quasi Ioda essa linha no parallolo ter-
restre aos 10 eráos de latitude sul.
T e m por estação terminal no Oceano Aliantiro a
Bahia Caiiralia ou porto de Santa Cruz, o melhor porto
das immeiliações da foz do J e q u i t i n h o n h a .
S e r v i r á , na p r o v i n r i a de Minas, Arassuahy. Minas
Novas, Grãn-Moeol, Montes Claros, atravessará o S. Ida o -
cisco em J a n u a r i a , ainda na preciosa secção d:is2'iO
léguas, n a l u r a i m e n l e navcuaveis a vapor.
Passará na capital do (joyaz acompanhando a ( t i r a d a
actual de Meia Ponte a Jaraeuá : passará lambem eoi
Cuyabá ; seguindo entre Goyaz e Cuyabá o caminho
actual pelas povoações tin llio Grande, Sangrador Grande
e E s t i v a : tocará cot V i l l a Maria o atravessará o l e r r i -
torio da B o l i v i a , servindo La Paz: entrará no Peru
margeando o lago T i ti ca oa ; servirá Puno o Arequipa,
capitães dos departamentos do mesmo nome, e rhegará
ao Pacifico no porto de Islay, bem conhecido como um
dos portos de escala dos vapores inglezes c americanos,
que percorrem toda a costa occidental da America do
S u l , a partir de Panamá.
A quinta parallela c a do Itio Doce, a mais interes-
sante á provincia de Minas Gcraes, destinada a dar-lhe
um porto immediato c d i r e c l o no A t l â n t i c o .
F i c a situada quasi ioda essa linha no parallolo ter-
restre aos 20 gráos de latitude sul.
Sua estação ler minai no Atlântico é o magnifico poeto
da V i c t o r i a , a capital do E s p i r i t o Santo.
A primeira pari" deste magnifico caminho de ferro,
eslá desde muito projectada pelo illustre engenheiro
Herculano Vclloso F e r r e i r a Penna, o decano dos enge-
nheiros brazileiros dc caminhos de ferro.
Esta l i n h a , prolongada do Atlântico ao Pacifico, ser-
v i r á direelamcnte, on por pequenos raniaes. Ouro Preto
Santa Barbara, S.ihará, F o r m i c a o Franca • acompanhará
• AIUITIal IIII. 17/

a mór parte do valle do Rio Grando ; passará ein Mi-


randa e Coimbra, e entrará na Bolivia polo valle do
L a t i r i q u í q o y , passará nas Salinas de S . José, na actual
capital da Bolivia, Cliuquisaca ou Sucre, em Polosi, fa-
mosa pelas minas de praia, e alcançará o Pacifico no
porto peruano de Y q u i q u e .
Actualmente Sucre e Potosi communicant com o Pa-
cifico pelo porto boliviano de Cobija ou L a m a r .
E i n 1871 o capitão Christiano P a l m , de saudosa me- '
m o r i a , propSz ao governo da B o l i v i a um caminho do
ferro inter-occanico, que partia do Capão do Queima,
pouco abaixo do forte de Coimbra, c servia Chuquisaca
oil S u c r e , Polosi, Oruro, La Paz, e lindava no Pacifico,
no porto de I s l a y .
P a r t i c i p a v a , pois, esse projeclo, tanto da quarta como
da quinta parallela theories do projeclo de viacção do
I m p é r i o , que ora esboçamos.
A sexta parallela é a do Rio dc Janeiro, que dará 110
futuro o caminho mais curto da capital do i m p é r i o ao
oceano Pacifico.
F i c a essa linha situada quasi toda no parallelo ter-
restre aos 22 gráos de latitude s u l .
Sua estação m a r í t i m a no Atlântico é o magnifico
porto do Hio de J a n e i r o , a obra prima do Creador neste
genero!
E s t a l i n h a está já executada na p r i m e i r a e segunda
secções do caminho dc ferro de D . Pedro I I . e no jramal
para S . Paulo pelo valle do P a r a h y b a ; abandonará esse
•valle na latitude dc Caçapava, 11a província de S. P a u l o ;
dalii se d i r i g i r á para a Cachoeira, Campinas, C a p i v a r y
e Botucatu a tomar o valle do Paranapanoma, que a
conduzirá á província de Mato Grosso, onde percor-
r e r á os valles do Dourados e do r i o Apa, linha divisória
do I m p é r i o do B r a z i l e do Paraguay.
Atravessará a B o l í v i a , cortando a estrada de Sucre a
Potosi o a Cobija, e chegará ao Pacifico nessa porto, que
i o p r i n c i p a l entreposto m a r í t i m o da B o l i v i a .
2.'i
17s UlaVIIv III: Jlllín.s.

Assim, esla grande linha ligará, por uma fellzcoin-


cidencta, u p r i n c i p a l porto do B r a z i l no Atlântico
ao mais importante porto da B o l i v i a no Oceano l'a-
rilico I
A sétima parallels e a de S . Paulo, construída e em
construcção em uma extensão maior do quo qualquer das
outras parallelas principal's da grande r i d e de viaeção
do I m p é r i o . Nem se devia esperar mimos de tão activa
e intclligenlo província I
Corresponde esta parallels p r o v i m a m e n l e a o parallelo
terrestre aos 24 grãos de latitude s u l .
Sua estação m a r í t i m a no A t l â n t i c o é o bello porto
de Santos, precedido pela vasta bailia de S . Y i r e n l e ;
porto, que lembra por vezes o de L o n d r e s , mas que lhe
é muito superior em condições naturaes.
E s t a linha funeciona de Santos a S . Paulo ; está em
construrção de S . Paulo a Sorocaba e a Ipanema, r i r a
ile inineraes de ferro o de mariganez; de Ipanema se
d i r i g i r á ao valle do Ila[«etiningra ; percorrerá o norteda
província do P a r a n á ; passará no majestoso Salto das
Sete Quedas; a travessará o Paraguay, pelo valle do J e j u y ,
o Chaco, o norte da Republica A r g e n t i n a , servindo
Salto, capital da província do mesmo nome, c alcan-
çará o Pacifico no porto de Agua-Buena no litoral da
Bolivia.
Quando o Brazil tiver 3:1 milhões de habitantes, como
tom ai'lualnienle os E . l a d o s - l d i i d o s , este caminho de
ferro dará trens de prazer para se i r em carro-palacio
(palace car) admirar o portentoso salto de Guaira, como
presentemente faz o caminho de ferro do Albany a Nia-
gara falls.
A oitava para l i d a é ado valle do Iguassu, uma das m a i s
claramente assignaladas pelo Creador, o a rnais estra-
tégica, que se pôde traçar nn B r a z i l .
F i r a esta linha situada nas proximidades do paral-
lelo terrestre aos 23 gráos de lat.iluJc s u l .
Sua estação marítima no Atlântico é o porto de An-
tonins lio fundo da vasta hahia de Paranaguá.
CAITITU) >\íl. ITS

A secção deste caminho de Ferro de Antonina a Co-


r i t i b i leni estudos delinilivos completes desde melados
de 1872 pelo engenheiro Antonio Reboliças.
A secção do Oceano Atlântico ao Alto P a t u r i , á
Villa Rica e Assumpção, foi proposta pelo engenheiro
A n l r é Reboliças, em Janeiro de ISti'i, como a verda-
deira estrada estratégica para a invasão do Paraguay.
1'oiico antes de fallecer o capitão Chrisliano Palm,
de saudosa memoria, elude dos estudos da estrada de
ferro do Paraná a Mato Groiso, propoz lambem ao
governo imperial eUii lar e ; t i li dlt.-sima linha.
Até Villa Rica do Paraguay esle, enniubode feriai
tem por directrizes naliir iei os Valles do Igtiassti o do
Monda li y ; dc V i l l a l t i c i a Assumpção lem leilo prepa-
rado, e, já em tiafego. a secção de Assumpção a Pa-
raguay.
Na Republica Argentina a oitava piralíela atravessa o
Chaco e as províncias do Salto e Calatnarea, e chega ao
Pacilico no porto do lliioso Parado, seguindo proxi-
mamente a fronteira da Bolivia e do C h i l e .
A nona parallel» e a do Valle do Uruguay, que inte-
ressa simultaneamente ás Ires províncias, de Santa-
Cat ha ri na, Paraná e do Rio Grande do S u l .
Fica esta linha proximamente sobie o parallelo ter-
reslre aos 28gráos de latitude sul, que corta por varias
vezes.
Terá para estação marítima, no Atlântico, o porto
da Laguna (28), ou a melhor enseada, que se puder
escolher entre a foz do Tubarão e os dous cabos de
Santa Martha, exactamente onde termina a serie dos
excellentes portos da costa do sul do Império.

(18) Não colloco a estação marítima em S. Jose, em íreníe


á capital de Santa Catturina, porque a i . " secção deste cami-
nho tie ferro seria, muito potro, atravessando um terreno d i ltici 1,
que tive oc iH.lo i]e reconhecer em viagem as " loniie r •
1'rovinria e m )ses
. Ui.t.vi I A in: limos.

A s s i m , esla grande l i n h a l i g a r á , por uma f e l i z c o i n -


cídencia, o principal porto do B r a z i l no Atlântico
ao m a i s i m p o r t a n t e porto da B o l i v i a no Oceano Pa-
rilico I
A s é t i m a parallela é a de S . P a u l o , c o n s t r u í d a o em
conslrucção em uma extensão m a i o r do que q u a l q u e r d a s
ou trás p a r a i leias principaes da grande r i d e de viacção
do I m p é r i o . N e m se devia esperar menos de tão a c t i v a
e intelligente província 1
C o r r e s p o n d e esta parallela p r o x i m a m e n t e ao p a r a l l e l o
t e r r e s t r e aos i ' t gráos de l a t i t u d e s u l .
S u a estação m a r í t i m a no A t l â n t i c o í o bel lo porto
de S a n t o s , precedido pela vasta bahia de S . Y i e e n l e ;
porto, que lenihra por vezes o dc L o n d r e s , mas que lhe
í m u i t o s u p e r i o r em condições n a t u r a e s .
E s t a l i n h a fiincciona de Santos a S . Paulo ; está em
c o n s l r u c ç ã o dc S . Paulo a Sorocaba e a I p a n e m a , rica
de i n i n e r a e s do ferro e de m a n g a n e z ; de I p a n e m a se
d i r i g i r á ao v a i l e do I t a p e t i n i n g a ; p e r c o r r e r á o n o r t e d a
p r o v í n c i a do P a r a n á ; passará no íuagestoso S a l l o das
Sele Q u e d a s ; a travessará o P a r a g u a y , pelo v a l l e do J e j u y ,
o Chaco, o norte da Republica A r g e n t i n a , servindo
Salto, c a p i t a l da p r o v í n c i a do mesmo nome, e a l c a n -
çará o P a c i f i c o no porto de A g u a - B u e n a no l i l o r a l da
Bolivia.

Quando o B r a z i l l i v e r 3d m i l h õ e s de h a b i t a n t e s , como
tem a c t u a l m e n t e os E s t a d o s - l l n i d o s , este c a m i n h o de
f e r r o d a r á t r e n s de prazer para se i r e m c a r r o - p a l a c i o
(palacecar) a d m i r a r o portenloso salto de G u a í r a , como
presentemente faz o caminho de f e r r o de A l b a n y a N i a -
gara f a l l s .
A oitava parallela é a d o vaile do Iguassu, u m a das m a i s
c l a r a m e n t e assignaladas pelo C r e a d n r , o a m a i s e s t r a -
tégica, que se póile t r a ç a r no B r a z i l .
F i c a esta l i n h a situada nas p r o x i m i d a d e s do p a r a l -
lelo t e r r e s t r e a o s 2 5 g r á o s do latitude s u l .
S u a estação m a r í t i m a 110 A t l â n t i c o é o p o r t o de An-
lonina lio f i i i i i l o d t vasla liaiiia de P a r a n a g u á .
OAl'lnU.O >\ll. 179

A secção deste caminho de ferro de Antonina a Co-


r i t i b i tem estudos definitivos completos desde meiados
de 1872 pelo engenheiro Antonio Reboliças.
A secção do Oceano Atlântico ao Alto Paraná, á
Villa Rica c Assumpção, foi proposta pelo engenheiro
A n l r è Reboliças, ein Janeiro de IS!i'i, como a verda-
deira estrada estrateirica para a invasão do Paraguay.
Pouco antes de. fallerer o capitão Chrisliano Palm,
de saudosa memoria, chefe dos eslolos da eslienla de
ferro do Paraná a Mato Groiso, propéz lambem ao
governo imperial estai lar e.sti h d l i s s i m i linlia.
Até Villa Rica do Paraguay este caminho de ferro
tem por directrizes natiiraes 01 Valles do Ir uassú e do
Mondáliy; de V i l l a Rica a Assumpção tem lei to prepa-
rado, e, já cal tiafego. a secção de Assumpção a Pa-
raguay.
Na Republica Argentina a oitava pirallela atravessa o
Chaco e as províncias do Salto e Cata marra, e chega ao
Pacifico 110 porto dc Huoso Parado, seguindo p r o x i -
mamente a fronteira da Bolivia e do Chile.
A nona parallel;) o a do vallc do Uruguay, que inle-
ressa simultaneamente ás tres províncias, do Santa-
Catliarina, Paraná e do Rio Grande do S u l .
Fica esta linha proximamente sobre o parai leio ter-
restre aos 28gráos de latilude sul, que corta por varias
vezes.
Terá para estação marítima, no Atlântico, o porto
da Laguna (28), ou a melhor enseada, que se puder
escolher entre a foz do Tubarão e os dous cabos de
Santa Martha, exactamente onde termina a serie dos
excellenles portos da costa do sul do Império.

(18) Não eotloco a estação marítima cm S. Jose, em frente


á capital de Santa Catliarina, porque a l . a secção deste cami-
nho de ferro seria, multo pobre, atravessando uni terreno dilbcil,
que tive ocnasi.ão de rernnlirrrr em viagem ás roloriias dessa
Província nu Iser
ISO OtlUNTIA. Ill; llllliv

Seguirá o valle do Tubarão, rico de carvão de pedra


e do uma fertilidade prodigiosa ; lomará depois o valle
do U r u g u a y , abundante dc berva-rnale, que acompa-
nhará até atravessar, no ponto mais estreito, o t e r r i -
toriodo Missões; aproveitará a navegação do Paraná até
C o r r i e n l e s ; dirigir-se-ba a Santiago, Tucuman e Cata-
marca, eapitaes das províncias argentinas do mesmo
nome; atravessará o Chile pelo valle doCopiapó e c h e -
gará ao Pai ilieo 110 porto ha Caldera.
Nesta linha as secções m i i s urgentes são:
I 1 A do valle do Tubarão, para a mineração e expor-
tação do carvão de pedra, uma das maiores necessidades
industriacsdo Império, senão a m a i o r ;
§ 8 . ' A facílima ligação desde muito projectada do Alto
Uruguay ao Alto Paraná através do estreito t e r r i t ó r i o
das Missões.
A decima parallela é a dos valb s de Jacuhy e do I b i -
cuhy, os maiores rios da provincia do Ilio Grande do S u l .
E s t a l i n h a acompanha muito proximamente o pa-
r a l l e l terrestre aos 3 0 g r á o s d c latitude sul.
Sua estação m a r í t i m a no Atlântico é o porto do R i o
Grande, desde muito em cominunicação a vapor, pela
Lagoa dos Patos, com Porto Alegre, capital da província
e estação real do caminho de ferro projectado.
Oseutraça do coincide quasi perfeitamente coma l i n h a
central grande artéria de todo o systema de viarfâo do Rio-
Grande do S u l , projectada pelo Dr. José Ewbank. da Cama-
ra unidos engenheiros brasileiros mais ricos de iniciativa.
No B r a z i l terá por directrizes principalis os valles do
Jacuhy e do Ibicuhy: na republica do Uruguay apro-
veitará o caminho de ferro em construcçáo de Santa
Rosa ao S a l t o ; na Republica Argentina os caminhos
dc ferro projectados dc Concordia ao Paraná e dc Santa
F é a Cordova: desta capital ou irá ao porto deCoquimbo
no Oceano Pacilico, por S. J u a n , capital da provincia do
mesmo nome, ou por Mendoza ao porto dc Yalparaizo, o
principal do Chile, e o mais imporlanlc porlo tl.a Amo-
r n a de Sn] <ebre o Oeeauo P.o'llico.
CUTITI.O XVll. 181

Esla linha dá o menor dos caminhos de ferro inter-


oceanicos b r a s i l e i r o s : será, portanto, o primeiro a ser
r e a l i z a d o ; tanto mais que toda a parte brazileira será
construída com os «0.000:000$, já concedidos pela lei
de 10 de Setembro de 1873.
A parallels seguinte já não passa em t e r r i l o r i o bra-
Z i l e i r o ; dá o inagnitico caminho de ferro inter-ocea-
nieo de Buenos A y r e s a o porto de Valparaiso no Oceano
Pacifico.
A secção argentina deste caminho de ferro tem
1 . 1 6 3 kilomelros e passa em S. L u i z e em Mendoza.
A secção chilena tem apenas 203 k i l o m e l r o s ; mas
esses são de dilficiliina eoustrueção, e correspondem à
travessia dos Andes pelo valle do Aconcagua.
A s s i m o primeiro caminho de ferro inter-oceanico,
que funccionará na A m e r i c a do S u l , terá u m desen-
volvimento total de 1.3KB k i l o m e l r o s .
E s t á orçado cm 30 milhões de patacões ou 60.003:000,5.
S ã o se pôde por demais a d m i r a r a coragem da R e -
publica Argentina nestes grandiosos commeltimenlos,
apezar dos seus limitados recursos financeiros e das
revoluções, que continuamente a affligem, e, sobretudo
d e i x a r de p i r e m parallelo esse ardúr pelas obras de
utilidade publica com o desanimo o a desidia, com que
estes assumptos são tratados neste paiz.

E n t r e os systemas de linhas convergentes da base


amazônica ao vertice i m a g i n a d o meridional só men-
cionaremos:
1 . " Os confluentes da margem septentrional do Ama-
zonas, que trarão aos portos brazileiros do grande r i o
a mór parte dos produetos dos t e r r i t o r i o s cisandinos
das republicas de Equador, de Nova-Granada e de Ve-
nezuela ;
2 . » Os confluentes da margem meridional do Amazo-
nas, que levarão ao r i o - m a r não síi produetos brazi-
leiros. como os peruanos c bolh ianos:.
182
..ABANTIA 01; JUROS.

•J-" A grande convergente do .Madeira, G u a p o r é


A.guapeliy e Paraguay, minuciosamente descnpla na
obcaja citada do illusire engenheiro Eduardo José de
Moraes. E s l a notabiiissima linha de coinmunicação
completada por um canal, circunscreverá quasi todo ô
Urazil e o reduzirá a «ma enorme i l h a : permittirá
que, cm vapor de pequeno calado, se possa rodear quasi
todo o Império pelo Atlântico epoe aeuasdo Amazonas a
do Rio da P r a i a .

Os grandes conlluenles do Amazonas, o Tapajoz, o


X i n g u c sobretudo o Araguaya fornecem convergentes
análogas eoiu o Paraguay e o Paraná.
As convergentes do vnlie do Tapajoz são as mais
rectilíneas.
1'ntadas convergentes do Araguaya já foi praticada
em 18IÍ8 pelo Dc. José Vieira Couto de Magalhães, o
inlaligavel ini-iador da navegação a vapor nesse grande
rio.
Conduziu, durante a guerra do Paraguay, desde Cuya-
bá^aic o rio Vermelho, no Araguaya, pelos rios Cuyahá
e Piquiri, um vaporzinho, que percorreu 100 lesuas
dc terra polo planalto, que separa as immensas bacias
(lo Prata e do Amazonas I
Nesta rspecie foi o commeltimcnto mais admi-
rável, que realizou o Brazil durante a guerra do Pa-
raguay !
O que mio teria obtido o Império, se igual energia
tivesse Sido empregada na construcção do caminlmdo
ferro estratégico de Antonina a Curitiba, a Villa R i c a ,
e a Assumpção ?

4 . ° A convergente tio Tocantins, Araguaya, Rio Ver-


melho, Anicuns, Paranahybae Paraná, linha de grande
viacçao do maior interesse para a província de Govaz, e,
em sua maior parte, lambem já indicada pelo distineto
engenheiro Eduardo José de Moraes;
!>•* A convergente do Tocantins e's. Francisco, de-
vida á iniciativa do tllustre engenheiro Buarque de
Macedo, cujos estudos lhe f i r a m concedidos c estão
CAPITULO XVII. -IS:#

sen J o executados pela « Public W o r k s Construction


Company ». (2S))
6 . ° A convergente do P a r n a h y b a , Gcrgueia, R i o Pa-
r a h i m , Lagôa de Parnaguá, R i o P a r a h i m (30) Uio P r e l o ,
Kio G r a n d e e S . Francisco, iniciada pelo I ) r . Eduardo
de Moraes e do maior interesse para a p r o v i n c i a do
Piaiihy.
E s t a convergente se ligará ao valle do Parahyba do
S u l por intermédio do caminho de ferro D . P e l r o II e

(2S>) A ligação lio T o c a n t i n s a o S . F r a n c i s c o o u s c fará poios seus


r o n f l u e n t e s C a r i n h a n h a e P a r a n á , o u pelo o u t r o s y s t o m a d c c i m -
ÍUientes l i i n - U r a n d c , Itio-Prcto e Uio do Som no, do conformidade
com as indicações do e n g e n h e i r o Y a l l é e , q u e fez e s l i u l u s topo-
graph ieos n a p r o v i n c i a de G o v a z . Neste u l t i m o caso seria, ap-
p r o v e i t a v e l p a r a a ligação l i o T u c a n t i n s e d o S . F r a n c i s c o , parte
i m p o r t a n t e do c a m i n h o de ferro, proposto para l i g a r os v a l i e s
do P a r n a l i v h a e d o S . Francisco. Seria evidentemente da maior
c o n v e n i ê n c i a que a m e s m a t u r m a de e n g e n h e i r o s fizesse os es-
tudos d a l i g a r ã o desses t r e s g r a n d e s r i o s : O S . F r a n c i s c o , o T o -
cantins e o Parnahyba. i l a a i n d a u m a interessante ligação d a s
bacias do T o c a n t i n s a S. Francisco, p r e s c i n d i n d o também da
subida da S e r r a das A r a r a s : é pelos v a l l e s dos rios P a r a c a t u ,
Rio-Preto, p e l a L a g ò a F e i a , V i l l a F o r m o s a da I m p e r a t r i z , La-
goa F o r m o s a e pelos v a l l e s dos r i o s P a r a h y n , P a r a n á e To-
cantins.

E ' possível que estajSerra das A r a r a s não t e n h a a i m p o r t a n c i a ,


que l h e dão as c a r t a s do I m p é r i o . Aeostuinados a a r c a r coin
a S e r r a do Mar e d a M a n t i q u e i r a , suppomos obstáculos de igual
m o n t a em todas as s e r r a s do B r a z i l , q u a n d o m u i t a s são s i m -
plesmente p l a n a l t o s , pouco accidentados, q u e d i v i d e m os sya-
t e m a s h y d r o g r a p h i c o s dos nossos g r a n d e s r i o s . E ' o que acontece
c o m a S e r r a da Gorgueia, q u e d i v i d e a s aguas do P a r n a h y b a d a s
de S . Francisco.
Se esta hypothese sc realizar com a Serra das Araras,
m u i t o s c o n l l u e n t c s do S . Francisco, situados entre o Carinha-
nha e o Paracatii, notoriamente o Urucuia, darão soluções
m a i s promptas e m a i s d i r e c t a s do i n t e r e s s a n t e problema da li-
gação do S . F r a n c i s c o e do T o c a n t i n s .

(30) E s t a s e g u n d a secção do R i o P a r a h i m t a l v e z possa ser sub-


s t i t u í d a pelo Rio-Poeões o u do Rrojo, que taniheui desaguam
Lagua do Paniagua.
1MÍ iAltAVl'IA 01- J L R! S.

(lo Rio das Velhas, o ao Paraná pelo valle (los seus con-
fluentes Rio Grandeoo Rio Parnahyba.
T e r á , pois, esta convergente o melhor porto possível
no Atlântico—o porto do Rio de J a n e i r o .
As dez parallelas, ja deseriplas, e as seis convergen-
tes, que acabamos de especificar, formam o gigantesco
arcabouço do grande systeina de viacção do Império.
Tal é a lheoria das parallelasedas convergentes,ima-
ginada para grupar em uni quadro synoptieo, uni grande
numero de observardes lopographicas, feitas sobre o
t e r r i t o r i o do llraz.il.
Póde-se também denominal-a mais resumidamente
< Tlieoria das linhas de tliuhvrg ou das linhas depégo
porque toda cila se funda na preferencia que, em regra
geral, se deve dar aos valles pata o traçado das grandes
vias de conimunieação de um paiz. As linhas dos pla-
naltos, que exigem quasi sempre viaductose movimen-
tos de terra altíssimos, só devem ser empregadas em
casos excepcionaes. E x p l i c a d a assim esta tlieoria, cum-
pre desde j á encetar a sua c r i t i c a .
P r i m e i r o que tudo uma theoria não c a exposição de
uma verdade. Uma theoria funda-se quasi sempre e m
um certo numero de factos observados, e e m um maior
numerode hypotheses ou de dados hypotheticos. Tal 6
sempre a deficiência da intelligencia humana arcando
para comprehender os segredos do Creador !
E ' mais fácil i n t e r p r e t a r os bierogliplios dos monu-
mentos do E g y p l o do que lêr no l i v r o imrncnso da Na-
tureza, bem que algumas das letras desse l i v r o sejam
grandes e brilhantes como o sol !
E ' então que reconhecemos que toda a nossa sciencia
é apenas uin depoimento irrecusável da nossa ignorancia.
Quando dizemos o pouco que conseguimos saber demar-
camos os vastíssimos limites do m u i t o , que ignoramos.
Em toda a theoria ha pontos brilhantes ou pontos
fortes e pontos escuros ou pontos fracos.
Os primeiros são formados pelos factos reaes, rigoro-
samente nb=ervadns; os outros são aquelles. que escapam
AI'l'III.U XMI.

ás acanhadas lids. todas hypothcticas, cm que assenta-


mos a [ h e r n i a .
K' por issn que muitos observadores repellem as
thcocias. como podendo conduzir a emus hitaes ao pro-
gresso ilas scieucias nat ncaes • :i 1: ; oulrus as aceitam
como a u x i l i a r e s :i nossa deiiil iiileilioeimia troinu u m
meio simples de grupar leis e i.aclns i emudecidos cm
um quadro sviioptico, eminenlemeiitc uinemonico.
Cumpre tainhem que liqne claramente delinido que
cada uma destas paralleias ou c . n v e r u T i i l e s »3o é uma
linha recta nialheiiiatica ; mas sim una sinuosa, afa.s-
taiulii-se o menus possível da d i r e c t r i z imaginaria.
A rede das vias férreas dos làslaihis-Puiilos fornesce
exemplos maonilieos: ahi véui-se liniias quasi rectas
correndo cxaeiainenle do leste a oeste. A proporção
que os pai/.es avançam em riqueza e e i v i l i s a c i o . os seus
caininlios de ferro vão-se aproximando lamhem das
linhas rectas iheoriras, que dão os trajectos mais
curtos de cidade a cidade. Já se procede hoje na Eucopa
e nos Eslados-Unidns á r e c l i i f n ç ã o das vias fei'reas.
como outrYira á reel ideação das iol radas morada misadas.
A reducçãodo tio riloi ao do Hrazil a um graicle t r i a n -
gulo l e m contradições salientes na natureza.
Não é tanto o angulo da costa sepleiiLcional do I m -
pério com a d i r e c t r i z i l o valle Amazonas, que u n i s per-
turba esta l l t c o r i a ; alii os rios correm proximamente,
segundo asconvergcnlos tio vértice imagitiatdo meridio-
nal e e n t r a m , portanto, mais ou menus hem no sys-
tema geral ideado.
0 que clama mais alio contra esla theoria c a di-
recção quasi Leste-Oeste do litoral da meie parte das
p r o v i n d a s do l i i o de Janeiro c de S. Paulo : é anula esse

(.'St) Dizem que Newton, o immortal, eea avesso as Minorias;


que a. muito custo seus discípulos uldivOram que consolidasse
na tlieoria da emissão suas lirllisimas desrurtirrlas sopra a luz.
Newton satiia bem que uma tlmoria sempre mus mori.avtd
ISli vuvYiiv Ni: imuas

Par.ih.vhn do Sul. cu ja d i r e c t r i z l i e m 6 parailcla nem é


convcrgenie; é a S e r r a d o Mar, duplicada peia S e r r a
da M a n t i q u e i r a , 9perlando e n t r e ellas esse inesme
P a r a h y b a do S u l , como se estivessem apostadas ambas
para d c s v i a l - o da bahia do R i o de J a n e i r o .
Se o r i o l'araliyba do S u l desembocasse na bahia do
R i o de J a n e i r o , como o lMraguassú desemboca na bailia
de Todos os S a n , o - ;
Se esse porto sem r i v a l não tosse senão o esteiro do
um grande rio. como j u l g a r a m os p r i m e i r o s , que o
í iram . : ( i ) ;
Se as cli(•('!•[ l i/.rs dos Valles do P a r a l i y b a do S u l e dr,
R i o (Irando c o i n c i d i s s e m , como c o i n c i d e m m u i t o pro-
ximamente do J a c u h v e do I b u c u h v •
Se o rio ila I t i l i e i r a ou de Iguapé, lão rico de p r o -
ibidos melalliirgiros. desaguasse em S a n t o s ;
Se, e m l i n i . sua d i r e c t r i z coini'idcsse emu a do T i e t ê
oil com a do I'araiiapanenia ; e n l ã o a Iheoi'ia das para l -
lelas o das convergentes teria excepções, mas s e r i a i r -
reciisaveluieiile o codigo das grandes l e i s , ás quaes
s e l i n l i a m de s u j e i t a r lodos os c a m i n h o s de f e r r o do
lira zi I I

E s t u d a n d o as redes de vias f e r r o a s , executadas nos


pai/es. que precederam o B r a z i l no grande eommelli-
í i i e n l o c a r a e l e r i s l i e o deste século, roconhece-sc que na
E u r o p a domina o s y s l c u a , que se pode d e n o m i n a r radial
ou ile gram 1 • < linhas, c o n v e r g i n d o s e m p r e para u m e e n t r o
ú n i c o — ei e.i. ó r ' ; nus E s f a d o s - U n i d o s o s y s t e m a , que se
pode denominai 'jinvirimimlo, porque as grandes l i n h a s
de viacção, d i r i g i d a s geralmente ds leste a oeste e de
norte a s u l , f o r n i a m q u a d r i c u l a s .
A forma de I r a p c z i o i l o l e r r i t r i r i o d a g r a n d e R e p u b l i c a
X o r t r - A n i e r i r a u a , e as idéas livre.» e d e s e e n t r a l i s a d o r a s ,

as ViiIr ion rugiiinr—Airbip.rturr II valra u lique—a ruriosa des-


i rijieú.j ilo |iorlo do lliodr .lainanr na qual elle labora norrro
do- drsrnpl i li Ivs pui t ugir 7s's a llMto'e/os dr suppOiauii-0 n u b r -
i adtira dr um eratide riu.
u i ' i l t l . f i XMI IS7

que alii dominam, aconselharam eslc systems, realmente


ÍJ melhor para uma nação, eminentemente agrícola e
commercial.
Na Europa a rede france/.a 6 n typo por oxcellencia ilo
systeina radial : todos os grandes caminhos de ferro
convergem a Paris, como se quize<M'ni confirmar a
tlieoria dc E l i e de Hraumiiiit :

' Pari* renin allriirJm •

K d a s disposições geraes de librado, favorecidas, i'


Terdade, por algumas disposições nattii'aes. que s e r v i r a m
debase á fheoria dnreielire geólogo. foram impostas á
França por idéas estratégicas c marciaes , ;ue Deus'
afastará ( Quoã Deus averted i da America do S u l .
O systema dc parallelas c convergentes é verdadeira-
mente uma modificação do systema quadriculado dos
Estados-Unidos: modificação forçada pela fôrma geral
triangular do t e r r ü o r i o b r a z i l e i r o .
A capital do Iuqierio não c um centro attrartiro no
sentido de E l i e de B e a u m o n t ; bem ioii.ee disso : como
acabámos de v e r , a Serra do Mar ea Serra da Mantiqueira
levaram para bem longe do porto do l l i o dc J a n e i r o o
único rio importante das suas c i r c u m v i z i n l i a n ç a s .
A índole eminentemente pacifica da nação l i r a z i l e i r a ,
« o seu decidido amor á agricultura e ás i n d u s t r i a s da
paz aconselham a adopção do systema americano ou qua-
driculado, r e j e i t a n d o - s r o systema radial, inherente a
idías politicas de centralisação e a ideas estratégicas de
concentração de forças e de exercites permanentes,
gothicismos esses, que devemos pedir a Deus que não
os deixe ac.climar no Novo Mundo, c que os faça quanto
antes perecer mesmo no Velho Mundo para felicidade dos
povos e congraçamento da família humana.
Convém ainda lembrar que, mesmo no systema quadri-
culado, algumas grandes diagonaes devem ser traçadas
cortando transversalmente as quadriculas, e represen-
tando, na rede trpral da viacção do I m p é r i o , o mesmo
iss ICIIA.vru DL: Jtiitus,

papel que o Broiiiliiaii <; a St. Xichaltis Ai'Cnue 110 syste-


ms) quadriculado rias ruas de Now-York.
Estas grandes diagonaes tem por fim durmais curtas
distancias entre rious lados afastados rias i]uadrii'Ulas,
petuniffinrio percorrer a liypolhertusa em lugar riosdotts
lados do angulo reclo.
O rio Moleira, no continente Sul Americano, dá um
bello exemplo dessas diagonaes: o Madeira é realmente
mu m leatiíico lirouhnvj entre o litoral ama/,onieo rio
Oceano Alhmtioo e o litoral periianu i!o Oceano Faci-
lito .
Com o riesenvoh iiiienlo da viacção do Império alguns
cenleosde viacrão irão for man lo e constituindo, como
já aeonleee com a ri,bile de Campinas em S . Paulo.
A V i l l i da liaria, nu rio S. Francisco, será talvez um
dos centros Ir b a . v ã n m lis notáveis do Império : terá
viareão lluviabio iinrle o ao sul pelo próprio S. Francis-
co; a leste pelo Paeaeoassii, a oestrprlo grande tronco,
que deve libar a-- liaeiasdo s . 1'raneiseo, do Parnaliyba
e do Tora li ti us b b .

( aa ) A te.,ee;.iO iln Pana,livtu . le Tnr.siilius e do S. Frau.


ri-se, 1' eat do- nl;jis n-nios, in.iis nalur.ie, e mais simples
protiC-inas de vi:jr-e;n, do Imperes ms a r I,-se ei [ira o ilas Ires tinlias
[iiiiil;nin'iita"s, [cita -oin lie-1niinilos, existentes liara a niii-
í crao ila Carta tieral d. lmp"nn :
1.°l)a Villa lia llarra poio llio II rande ale Boqueirão na rnn-
llilele'ia ilo llio Prolo ; per e.,e nu ate Saala llita do ilio
i'ceto ; 'or Fnniio-a o IKI Sapao. eieilllliaile dn llio Preto ;
atravezdn Ciiapadào, ipie separa as liarias dn rio S, Francisco e do
Parualiyliii; pelo rio Paraliiai antes u di'pois da l.ajôa de Pania-
gua ; pelo rio G.maios a o eniliin p.de, ,e\li-iisissiiuo rio Parualiyba,
2." A mesma Iiitlia variando eia aro rio Pintado, eontluciilo
directo do rio Pariiaiiylia. e continuar sempre no valle deste
grande rio, leise de Ioda a viareao na vasla proviuria do Piauhy.
a 11 A lisa,-oi com o To-antnis, que ulilisa os troncos itasiluas
lintéis priiici paes, atravessa a ctiapada das Mausalieiras e cidra
pelo rio do Saaino, nr-e arando rio, que ns ultimes trabalhos dos
hydros aplios euiaiiciparam da soberania do Amazonas. pn.irta-
'aaiiítò ' — o Toi-.siil ips n.'i" i'oiitlu"iile .],, Ainasoici--
CAl'lLL'LO W H . 18! I

Não se deduza destas palavras, que, levado por idéas


kdiicosasde ataque ou de defesa, eu aconselho a mudança
da capital do Império para as margens do S . F r a n c i s c o .
Não : mil vezes não.
Para mim a guerra — dehoche u n i v e r s a l , na encrgica
phrase de Chevalier, — hedionda saturnal de lodosos
crimes, dc todos os vicios, c de todososrnáosinstinctos,
—foi, é, esempre será, a ultima das hypotheses.
Almejo guiar a minha pátria para victorias sublimes
e duradouras na arena pacifica do trabalho e da industria ;
não quero prcdispôl-a para a guerra, nem lhe desejo ephe-
meras victorias em sangeentos combates, mais larde ou
mais cedo, compensadas por humilhações sem nome.
1'ara um império agrícola e commercial a melhor
capital í' o Rio dc Janeiro, o melhor porto dc coiumercio
do mundo.
CAPITULO W i l l .

S c M M A M O . — E s t u d o c liisriissão das omprezas ;ís quaes tic profe*»


renc ia d o v e so r ;i ppl i ca d a a fia ra n I. ia d o j uros (Continuando). —
P r o v í n c i a de P e r n a m b u c o . — .Melhoramento cio porto do R e c i f e .
— Prolongamento do c a m i n h o de forro ali) o Uio S. F r a n c i s c o . —
Novo porto transatlântico cm I t a m a r a c á . - - P r o v í n c i a das A i a -
gitos.— C a m i n h o do forni dn v a l l e do U u n d a h ú . — Melhora-
monto do porto de J a n i g u á . — P r o v i n c i a de Sergipe.— C a m i n h o
de ferro do v a l l e do Y a s a - B a r r i s . — Melhoramento do porto de
A r a c a j u . — P r o v í n c i a da B a h i a . — A mais infeliz no projecto, n a
oxocução o no custeio dos seus c a m i n h o s de ferro.— D Joazeiro
nào deve snr estação Itíriuinal do lronco principal da rède dos
caminhos de forro da B a h i a ao S. F r a n c i s c o . — O traçado por
excelloncia da Província, da B a h i a e o do vaHe do Paraguassú.
— Portos da P r o v í n c i a d a B a h i a no A t l â n t i c o . — C a m i n h o s de
forro do futuro entre o Oooano c n Uio S. F r a n c i s c o . - O que
v a l e r á para o Império a eommunicação do Rio S. Francisco
com o m a r . — Melhoramento dos portos da íialiia c da C a c h o e i r a .
— A' P r o v í n c i a da Bailia pertence i r r e c u s a v e l m e n t e a expor-
tação do v a l l e do A l t o S. F r a n c i s c o .

A p r o v í n c i a de P e r n a m b u c o devia pela lei n.° 1953


do 17 d e J u l h o d e 1 8 7 1 , a r t . 2 . ° , f ±", estar auferindo,
desde essa é p o c a , as v a n t a g e n s d a c o n s t r n c ç S o (le 3.003
c o n t o s de vias f e r r o a s , p o r a n n o , no p r o l o n g a m e n t o da
l i n h a do R c c i f o ao S . Francisco.
A 17 d e J u l h o d e 1 8 7 4 , c o m p l e t a m - s e I r e s a r m o s : n e s t e
dia pôde a deputa-lo da província de Pernambuco
e x i g i r do governo rjue e m p r e g u e os nove mil conto»,
«'orrespotklentos a essrs fres â n u o s . n o ti»cl h o r a n i e n í o
231
259GARANTIADE JUROS.

tao procrastinado do porto de Pernambuco, urgindo


sempre pela eltectiva construceão de 3.000 contos de
Vias feçreas par anuo em direcção ao Kio S . Francisco.
Nove m i l contos formam exactamente o milhão de
libras esterlinas, em que é orçado o melhoramento do
porto do Recife.
Não se pôde separar a ronslruceão das vias ferreas do
melhoramento dos portos de mac.
As docas são as estações marítimas d,is caminhos de
ferro: repitamos ainda uma vez.
E lechnicamentc impossível e economicamente ab-
surdo que os nossos caminhos de ferro continuem sem
co in in u IH cação directa com os portos de mar, teeminando
« d e D. Pedro II em uma praça central, o de S. Paulo
no fundo da bailia do Cubatão, o da Uai,ia em uma ponle
na praia do Jequitaia o o de Pernambuco em fren'e a
uma velha fortaleza I I . . .
Votou-se a f:í ,1c Outubro de 18(19 uma lei para o
melhoramento.1,* l " l r l 0 S ( l ° A p e r t o ; a expor,ciicia de
qualro annos tem demons,™lo que essa L e i não pode
ser cumprida seu, a segurança da garantia de j u r o s .
•Nemos capilacs naeionaes, nem os capitais estrangeiros
'lucrem dedicar-se ao melliorameulo dos portos do mar
do Brazil sem garantia de juros.
Ao jiarlamcnto brazileiro coaip'te resolver em 1S74
sem mais delongas esla íinporlaiiiissima qucslão.
« Li fatiga esperar meio s é c u l o ! ! , , „ , eloquente
phrase do cngeulieiio Huarque de Macedo !
One se conceda a garantia de juros aos capitaes, que se
empregarem no inelboraincntodos por los de mar, como
se ha concedido aoscapilacs, que se vão empregar na
constiucoão dos caminhos ,1o ferro. Facilitar o Irans-
portedas mercadorias no interior do paiz, e deixar o seu
embarque cllecluar-se nus portos de mac em jangadas, .
emsaveiros. etnallo mar, sem c.íes, sem pontes, s e n ar-
mazéns nem telhei, os de abrigo, e evidentemente irra-
cional. edas mais tcisles consequências oara odeseu-
vohniienlo do cniiimercio c i l a riqueza deste Império
cwiiiuo win

A l é m Jo porto do Recife deve a rica P r o v i n c i a de P e r -


nambuco ter outros entrepostos com a Europa e com os
E s t a d o s - l ' n i d o s : cumpre alti crear novos portos t r a n s -
atlânticos.
A melhor situação, que para isso offerece o litoral t o
porto dc Itamaracá, com excedente abrigo, e admittindo
no estado natural navios de 5,18 metros ou 17 pôs de
calado.
A provincia de Pernambuco ainda não exporia café :
jiessue no entanto execlleiites terrenos para a c u l t u r a
de le precioso produclo.
O c a n i i n l i o d e f c r r o d o R e c i f c a S . F r a n c i s c o vai passar
exactamente ein Garanbuns, um dos pontos da Pro-
v i n c i a de Pernambuco, em que o café é mais c u l t i v a d o .
O c l i m a de Garanbuns é mais temperado que o d o R i o
de J a n e i r o ; o engenheiro José P r i v a i , encarregado dos
estudos desse caminho de ferro, observou abi 10" centí-
grados de temperatura no mez de Agosto de 187.3, quando
no B i o de Janeiro a temperatura era de 18° a 2ti° centí-
grados.
Certamente essa heróica p r o v í n c i a , que lanto vai-se
avantajando na i n i c i a t i v a pela iii.sirui\ão popular, não
d e i x a r á de promover a c u l t u r a , em grande escala, do
mais importante artigo de exportação do I m p é r i o .
A provincia das Alagoas tem realmente um duplo l i -
toral ; o l i t o r a l sobre o Atlântico e o l i t o r a l sobre o
S . Francisco.
O seu systems hydrographico c regido por esta feliz
c i r c u m s t a n c i a : um certo numero de rios, como o Mun-
daliú, o Parahyba e o C o r u r i p e , se dirigem para o Atlân-
tico ; os do outro grupo se d i r i g e m para o S. F r a n c i s c o ,
notoriamente o Manituba, o I t i ú b a , o T r a i p ú e o Panema.
As d i r e c t r i z e s da r i d e dc vias ferreas das Alagóas
serão, portanto, ora perpendiculares ao l i t o r a l A t l â n -
tico, ora ao litoral do S . F r a n c i s c o .
E n t r e os caminhos de forro, perpendiculares ao Oceano
A t l â n t i c o , o mais importante é o do valle do Mundahú,
o m a i o r r i o da provincia de Alas-óas, ou o caminho de
m GARANTIA DE u n o s .

f e r r o de Jaraguá, p e r l o de Maceió, capital da p r o v í n c i a ,


a I m p e r a t r i z e a G a r a n h u n s , onde se l i g a r á com o c a -
m i n h o de f e r r o do R e c i f e ao r i o S . F r a n c i s c o .
E s l e caminho de f e r r o presta-se a excellences r a m i -
ficações pelos valles do P a r a h y b a e do Parangaba.
Poderá dar também r a m i e s para o norte em direcção
a Gamaragibe e P o r t o - C i l v o , e c o n c e n t r a r a s s i m quasi
toda a exportação da p r o v í n c i a no porto da capital.
Isso concorrerá poderosamente para a emancipação
commercial das Alagóas, e f u n d a r á assim em solidas
bases a sua prosperidade.
O Caminito de f e r r o de Maceió a I m p e r a t r i z , graças
aos esforços do e n g e n h e i r o H u g h W i l s o n , funcciona j á
até Bebedouro com e x c e l l e u l e e x i l o .
O porto de J a r a g u á necessita de m e l h o r a m e n t o s .
A carta m a r í t i m a de V i t a l de O l i v e i r a indica a possi-
bilidade de aproveitar-se o r e c i n l o , formado pelos r e -
cifes v i z i n h o s a J a r a g u á , a P a j u s s à r a , para o estabeleci-
mento dc u m a ddea etn condições de s e r v i r de estação
m a r í t i m a á rôde de vias ferreas das Alagoas.
E ' por esses m o t i v o s que me parece que a m e l h o r
distribuição a f a z e r dos 8.333:000,5000 garantidos, que
competem á p r o v í n c i a das Alagóas s e r i a :

1'ara melhoramentos do porlo 1.333:0005000


2 . " P a r a o c a m i n h o de ferro do vai lo
do Mundahú e seus ramaes 7.000:000,-000

Soturna 8.333:000^000
A
. P r o v í n c i a de Sergipe, como a das Alagóas, tem u m
litoral sobre o A t l â n t i c o e u m l i t o r a l sobre o S . Francisco.
Os seus rios c o r r e m uns para o oceano e outros para
esse grande r i o .
Só consla que se tenha projectado para a p r o v í n c i a da
Sergipe um c a m i n h o dc f e r r o : o dc Maroim a P r o p r i a ,
c u j o traçado me parece i n c o n v e n i e n t e .
O maior r i o de Sergipe 6 o V a s a - B a r r i s . E m these, o
p r i n c i p a l caminho dc ferro de u m a p r o v í n c i a deve acom-
panhar o curso do seu m a i o r rio. Accresce que a d i r e c t r i z
o.\ r i Lu i.o xvm.

rfo vaile Jo Yasa-Barris não só é perpendicular ao Atlân-


tico, c dá, portanto, a menor distancia do centro da
província ao mar, como lambem que essa d i r e c t r i z p r o -
longada vai passar no Joazeiro, porto notável do alto
S- F r a n c i s c o .
F,' fa dl ligar o vallc do Yasa-Barris á capital da pro-
v í n c i a , Aracaju, que é lambem o seu melhor parto: l e m
capacidade para navios de i metros ou l í pés dc calado.
Por estes motives se torna evidente que o caminho
de [erro de Aracaju ao.banzeiro, peio vallc do Y a s a - B a r r i s ,
deve ser o grande Ironco da rede de vias ferreas da pro-
v í n c i a de Sergipe.
Esse caminho de ferro iria passar, rom o r i o Vasa-
Rarrís, em uma abcrla da s >rra de Itabaiana, nolavel
pelas suas minas dc s a l i t r e , pela sua l e r t i l i d a d e , e
aptidão para a cultura do café ; daria, pois, esse caminho
de ferro á província de S e i g i p ; um novo gênero de ex-
portação, e permittiria a colonis;t;ão da ma s afamada
das suas serras.
Pare c, p T l a u t o , que a melhor applicação a dar aos
8.333:<M0í0n0 garanlidos. quo compelem á província
dc Sergipe, s e r i a :

Para nielhoramenles do parlo ile Aca-


cajú, alim de servir ao commerrio
de longo curso <:lí) 1.33:1:000,5000
Tara o caminho de ferro do Aracaju a.i
Joa«ciro 7.000:000(5000

Somma 8.333:000^000

(aí) A barra da Colinguilia dividiu-se em Vaio de tm em «tons


ranaes dc pouco calado, f[tie estão cansando grandes prejuízos
ao eoininereio desta pobre provineia 11
Como se vão perdendo os poueos portos do tnqierio I
li' evidentemente indispensável que o parlamento brazilPiro,
na próxima sessão de iS7'í. loae: ' • ) -n-ua " eiea nessi*
H e' I — ! 11" I -• - ;i 11111 [ I
U.UIANTIA D E JIKOS,

Bem que polire e pequena, a província d e S e r g i p i l e m


d i r e i t o , como suas irmãs mais poderosas, aos benefícios
da viacção a vapor.
A lei de 21 de Setembro dc 187:1 e s l a V I e c e u a igual-
dade das províncias em materia de caminhos de f e r r o :
é essa uma das suas maiores bellezas. Tão sabia e equi-
tativa disposição abrirá de par ein par as barreiras d»
e s t r a l a do progresso a todas as províncias do I m p é r i o ,
som dislincção alguma. E ' , em mater a de viaceão, a
applicação ás p r o v í n c i a s dos Ele l i d o a r t . 179 da
Constituição do I m p é r i o , que estabeleceram a igualdade
de todos os cidadãos perante a l e i , reeompensando-os cm
j'r>>l>orni/> do merecimento de cada ume s cm o atra diff crença
que não seja a dos seus talentos e virtudes.
A's ma s i n l t d l i g e n l c s e ;is mais a c l i i a s reservará por
certo o futuro os maiores favores: nenhuma província
poderá, porém, quei\ar-se senão de si mesma, se não
crescer lauto como as outras em riqueza e prosper ;nle

A p r o v í n c i a da lialiia. como as províncias de P e r n a m -


buco e de S . I ' a u l o , devia pu a lei l i . " l ' J o l de 17 dc
J u l h o de 1871, a r t . 8 . " , ? 2 . " , es:ar gozando das iecal-
eulaveis vantagens da Constnicção de 3 . 0 0 0 : 0 0 0 ^ 0 0 0 de
vias ferroas p ir a n n o .
I n f e l i z m e n t e , até Março de 1873, dt ssa credito só t i n h a
sabido do thesouro national i 5 7 : 5 4 7 & 9 3 i , isto é, pouco
m a i s de .'Íf):t):i0s0[|0 para ca la p r o v í n c i a , so as despezas
tivessem sido repartidas equitativamente por essas i r e s
irmãs.
F o r a m , pois, 50:000s000 em l u g a r de mais de
6 . 0 0 0 : 0 0 0 > 0 0 ) que o parlamento b r a z i l e i r o t i n h a con-
cedido I
Que desamor ás obras de utilidade publica I
Que resistência ao progresso e á i n i c i a t i v a indivi-
dual I
Compulsando os relalorios do thesouro nacional,
acham-se sempre sobras nas v e r b a s — o b r a s p u b l i c a s — .
A mais escandalosa densas sobras é a de m a i s dc
OM'IIULU XVlll.

l(MJ:00()s€01 que a i n d a accusa o r e l a t ó r i o de 1873, do


i n s i g n i f i c a n t e c r e d i t o l e 1 . 0 0 0 : 0 0 0 ^ 0 0 0 , quo concedeu
a lei n . u 18:13 de !) de S e t e m b r o de 1870 para o abas-
tecimento d'agna da c a p i t a l do I m p é r i o 1
E s t a lei foi votada sob a pressão da t r i s t í s s i m a secra
de J u l h o e Agosto de 1870: são passados tres annos,
c o n t i n u a - s e a v e a d e r agua a L-sOOU o b a r r i l no K i o de
Janeiro; mas as arcas do t h e s o u r o a i n d a aferrolham
sobras do c r e d i t o da srcea de t r e ; a n n o s passados 1
U m Marquez de Pombal para esta t e r r a , m e u bom
Deus I
U m Marquez de Pombal, qu<\ no século passado, t i n h a
m a i s fé no f u t u r o do B r a z i l - c o l o n i a que a gente de hoje
no B r a z i l - t i l l p e r i o ; u m Marquez dc P o m b a l , que man-
dava c o n s t r u i r palarios c m B e l é m , no P o r á ; que projec-
tava u m grande i m p é r i o nas m a r g e n s do grande r i o ;
c empregava vigorosos esforços para r e s o l v e r u m dos
problemas m a x i i n o s da v i a r ç ã o do B r a z i l - a ligação das
l i a r i a s do P r a i a e do A m a tunas I

A p r o v í n c i a da B i h i a , como t e m por vezes sido men-


cionado nesle c s c r i p t o , foi a m a i s i n f e l i z das v i c t i m a s
de todos os nossos erros e m c a m i n h o s de f e r r o .
0 seu c a m i n h o de f e r r o da p r a i a (lo J e q u i t a i a a A l a -
g o i n h a s ainda boje mal paga as despezas do custeio I I
O i n f e l i z c a m i n h o de f e r r o de P a r a g u a s s ú passou por
todas as c r i s e s possíveis, c a i n d a agora a h e r ó i c a pro-
v i n c i a da G i l l i a , para do seu espolio s a l v a r a l g u m a cousa,
pede aos bancos 5 0 0 : 0 0 0 5 0 0 0 emprestados a j u r o m a i o r
dc 7 "/„ a f i m de t e r m i n a r o pequeno r a m a l da Ca-
choeira á F e i r a de S a n t ' A n n a ! ! . . .
Mas Basta dc l a m e n t a r e r r o s do passado: t r a -
temos de p r e v e n i r que o u t r o s se c o m m c l t a i n no f u -
turo.
O traçado, que ora se e s l u d a , do p r o l o n g a m e n t o do
c a m i n h o de f e r r o de A l a g o i n l i a s a J o a z e i r o , parece-me
i n f e l i z , c i n c o m p a r a v e l m e n t e i n f e r i o r ao traçado do ca-
minho de ferro de P a r a g u a s s ú .
m i>\ ti A Ml.V l>i; J l i U l S ,

E s t á , cm primeiro lugar, averiguado que a zona po


Alagoiulias ao Juazeiro é a mais secea, mais esteril e
mais pobre da provinda (ia Bahia I
A linha de Alaguiuhas a Joazeiro í toda artificiai: não
coincide com vaile de rio algum 1
A navegação a vapor c os caminhos de ferro vão
deslhrouar o Joazeiro da sua antiga importaneia rio
Rio S. Francisco.
O Joazeiro será succedido pela villa dc Casa Nova,
ou por qualquer outra povoição, situada acima da Ca-
choeira do Sobralinho, que s ' r v i r a do estirão terminal
aos caminhos de ferro, que se destinarem a extremi-
dade septentrional d i secção naturalmente navegável
do Bio S- Francisco.
Nessa nova povoação lecmiuai ão i s caminhos de ferro,
que vierem pela margem direita do S . Francisco ; lia
que lhe Hear fronteira os ca ni rilios cie ferro da margem
esquerda, como os de Pernambuco, C mrá e do Pia ihy
pelo valle do Canindé.
O rio S. Francisco por cxcellcncia, as 240 léguas de
navegação a vapor natural, sem obstáculo algum, licaiu
comprehendidas entre as caclioeiras de Pira p i r a , na
província de .Minas, e a cachoeira do Sobralinho na
província da Bahia (ti.'i).
Ora, o Joazeiro se acha fora desta secção navegarei
do rio S. Francisco: liça abaixo d i cachoeira do Sobra-
dinlio, obstáculo importante á navegação, cuja remoção
o engenheiro llaliicld orça dc .100 a (i/0 contos de réis.
0 ramal da Soledade áCasa-Nova, acima da cachoeira
do Sobralinho, é apenas uma escapatória a este defeito
principal de tal traçado.

et:.,. O illuslre coinmandanle, do SdSnnha Marinho Francisco


Manor! Alves dc Araujo, avalir em 1.270 kitoinclros a secção do
S. Francisco, senque navegave] a vapor, r.onq'rctirndida entre,
a l i l t a d'1 l.il.l.l eoitiv. 'Mlí O':... ' " " ]j I11.. da .1 .
CAI'ITl'ISI XVII!.

Devo, pois, a província ila B i b i a , que possuo a parle


mais preciosa Jo Mediterrâneo brasileiro, deixar a Ser-
gipe e a Pernambuco esse Joazciro, cuja importância
era breve não poderá ser comparada com a da V i l l a da
B i r r a , entreposto p r i n c i p a l da grande linha de viaeção
do S . Francisco ao Parnahyha c ao T o c a n t i n s .
A l i n h a , cuja execução deve ser immediata, k o ca-
minho dc ferro de Paragnassú, secção principal da
3 . " parallel» no grande systema de viacção do im-
pério.
Chamamos para esta importantíssima questão, com
a maior instancia, a atlenção da deputação da Bahia e
de todos aquelles, que sinceramente se interessam pela
sorte da p r o v í n c i a , que mais combateu pela nossa i n -
dependência 1

Nole-se bem na resolução desse problema:


1 . ' Que a F e i r a de Sant'Anna fica mais perto do r i o
S . Francisco, que essa infeliz estação t e r m i n a l de A l a -
goinhas;
2 . " Que, ainda persistindo em adoptar Joazeiro, ou
Casa-Nova, para estação terminai no rio S . F r a n c i s c o ,
è mais f é r t i l e mais povoada a zona da província da
Bahia, comprehendida entre a Feira de Sant'Anna e o
Joazeiro, do que a que fica entre o Joazeiro e A l a -
goinhas ;
3.» Que o traçado da F e i r a de Sant'Anna a p r o v e i t a r i a
o valle do Jacuhipe, confluente <lo Paraguassú, e alguns,
confluentes do r i o I t a p i c u r ú , e poderá dar u m r a m a l
para u m porto do r i o S. Francisco, fronteiro à V i l l a da
B a r r a , se K r enrontrada uma garganta conveniente na
serra dc A s s u r u á ;
4 . ° Que, no entanto, este traçado k ainda inferior
ao da F e i r a de Sant'Anna ao rio S. Francisco, pelos
valles do Jaauhipe e do rio Verde, lendo por estação
terminal o melhor porto do rio S . Francisco, fron-
teiro a Pilão-Arcado, e servindo a serra de A s s u r u á ,
r.AHwrn nr imos.

rica ile ouro e prata, saudavel e propria á c u l t u r a Jo


café (3(1);
5 . ° Quea todaseisasdircctri7.es, einfim. leva vanta-
gem a do valle do Paraguassú, linha assignalada pelo
Creador com o maior dos rios, que se lança na haliia de
Todos os S a n t o s : Iraçado, que serve as fertilissimas
t e r r a s do Oroluí, o distrieto diamantino de Andarahy e
Lençiies, as salinas do Sincorá e a vasta zona algodoeira
do U r u b i i .
O porto do U r u b u liei ein frente a uma das ilhas do
l io S . Francisco : será talvez conveniente escolher para
estação terminal do grande tronco central da rede de
v i a s íerreas da B d i i a um porto do S . Francisco, cuja
situação topographica nada deixe a desejar.
Urubu éo centro de um dislrictoalgodoeiro vastís-
simo.
O algodão, que abi se produz, não encontrando nem
v i a s de coininunioação para ser exportado, nem machinas
para ser manufacturado, é liado e tecido á mão para
v e s t i r os sertanejos de Minas e do valle do S . Francisco 1

(3C) A p r o v í n c i a da B a h i a tem e x c e d e n t e s terrenos para a c u l -


t u r a do c a f é . — E ' por í a í l a da c o r a g e m e de i n i c i a t i v a que os
agricultores persistem na rotina de p r o d u z i r a s s u c a r tão r u i m ,
q u e n ã n a c h a compradores nos mercados e u r o p e u s t
Da S. Felippo, junto dc Maragoippe, bem perto do litoral
f o r a m r e m e t t i d a s á Sociedade A u x i l i a d o r a da I n d u s t r i a N a c i o n a l ,
a m o s t r a s de cate a m a r e l l o , m u i t o s u p e r i o r ao p r o v e n i e n t e de
B o t u c a t ú , n a p r o v í n c i a de S. P a u l o .
As c e r e j a s do café de S. Felippe t i n h a m l o a 20 n i i l t i m e t r o s ,
no m a i o r d i â m e t r o , e a a p p a r e n c i a das m a i s L e i l a s a z e i t o n a s dc
Elvas.
A o i n s t i t u t o de A g r i c u l t u r a da B a l d a e a todos, que se i n t e -
r e s s a m peta prosperidade desta i i t u s t r e p r o v i n c i a , recommen-
damos encarecidamente a propaganda p a r a a c u l t u r a tio café n a
m a i o r e s c a l a . I m i t e m o proceder do P r e s i d e n t e Dr. B a n d e i r a de
Mello na P r o v í n c i a do R i o Granite do Norte.

A i n t r o d u c ç ã o da grande c u l t u r a do cate é u m dos m a i s efli-

c a z e s r e c u r s o s , de que podem l a n ç a r ni5o os a g r i c u l t o r e s da

Bahia, p a r a v e n c e r e m a triste crise, que ora a t r a v e s s a m t


UKTCUl «Ul.

yiiem f u n d a r á a l i i a j . r i m o i r a f a b r i c » dc fiar e u w
•algodão?!!...
0 Greador dolou a p r o v í n c i a da B a l m com a u l a col-
leccão de c x c e l l e n l e s portos de l u a r sobre o A t l â n t i c o ,
a l é m dos i n n n m c r o s , que poderá estabelecer nas l o . )
léguas do Mediterrâneo b r a z i l e i r o , que são e x c l u s i v a -
mente bahianas.
Ao s u l da v a s t í s s i m a babia de Todos os S a n t o s , a babia
por e x c e l l e u e i a , possuo e-ta p r o v í n c i a , rica de^ ouro o
diamantes e só pobre de i n i c i a t i v a i n d i v i d u a l tS7>. e x -
c e l l e n l e s portos de l u a r , e n t r e o s j i u a e s i r i m a m :

(.a;) lj persiilrilir da. premuna da , « , » . ; . » bM"- > •


Marl ado drserev,ora as-,,„ nu Harm de I s . í ,a„ mu.li-
"me hoje lierlrnr.. ,» a l,i-toru ,la loinlia n,Mi/. Ir, a l e d . P
, I.eilora a po-uão estari„iu,ru, ,U rrovinria ,ln Ilibe, «'.-<<
,,l/i»,os Inania iiiuifas v r ; , o inleriora a. •'-,„,,. e Io n
" o l e i X r r o g a r . purgue mu,lo s , u.tr.e-sa ,,, a la la. r
loniiei tempo, jiois í; min.dio ,P, norte. ,|ii.,s, balnun al •
oi laeos de singre de MÓIS pu.grinloM , I i
motive [lor que esta p n c u r l a , « , . ; „ da riv li-» " lna'.H
nun um rreoiirav,, ib ..... l u l u » uvlra.inlius, i„. , , ,,e
tertilldade de solo. |,,-la ,[iia.l lodosos pro,iiirp,s s.. |,"U; n ' ;
pois ate se. dá iro,,menos geoUcieos. Ulir em o,dia- p. I -
seriam loiilrs de ia,parra,. não roiavsponde a.„ proa. ,-so main ia
as V t í ns, une sua r - i r ã , , lerrilorial Ibrdov.aaa a-sniual ; .
, , 1 ' r outro lado rsla inVoinria. anila,, berro do alliums Pe-
rues;,pio léu, rui todo te,,„,o leilo a gbuaa dos tr.t,nu ,es:,pu-
lei, i da,lo lautos heroes para „ r x e r n t o e armada , el , , , u
leni mil.istrad,, para a. alta ;„l,„n,islrara„ e govern, ' 1 '
lioineus de Estado r ooliiieos eminentes: ella, <JU,' ar na mesmo
ro da 10 , inmterio trrs de srus l i l l i m ; ella. que M w M e j -
Ii nada para um fi,lure, sbuaoso o M r In,traio mamai, . a
sua maíaivilliosa exlonsão, ,pie se arroja al ; 'as ronlçiv, 11« nn ,
do Tocantins; ella i|ur se iiíana de possuir o- niaiears i , -
irosos portos lars oaio „s do Morro ,lr S. Paulo. onde. l . u d
S K T W W esquadra, os de Salda lllliz. t a l a r i a s
c Porto Seguro r „ desta vasta ge-paro-a bailei, lae ,|u r
a proviiir.ia de 1'ainamljuro |„.ssui-si, aariiiu vuaria I M , a/.as
du progresso: p,,r,|,io leu, estar .ido'' . , „,...,,,,.
. I l e a l a. causa» langue ep.r eaminlia , sta piovineia „ f
,,wmla * mus im«*, -l»» Ik Huneo. a duo <
algumas deltas, que lean rom el la poleou, roiiiu o l.io l.,l an e.
doSnl.rom seu pequeroporlo; S.Paulo, somente eon, o porlode
Santos,e até o pee|ueno. mas la n o w LeaiaiY
„ F.alm,a ,1 r „ „ s , d a M.ssriaW™ , , r , « » e „ . i o « ' < «,"
mu/m ,,li«/«o; eiltrrsa-o a lodüsque se uilercaaui pela. pio-pe-
piiladc. e adiaiil,amen lo deslapruuiiria. . .
,, Que todos iiitrr. oíueni. iiaettenilu a mau na reuse,e, eia ,[ -
j<,eiii<asdeslralraz,rd,,sler,lad,,e-ljri,,:,;nao,la proMuna, ipu .
a;
taiUYI'lA D?; .11 ROA.

— A e n s e a d a do m o r r o d e S . P a u l o ( 3 8 \ o n d e n a g l o -
r i o s i é p o c a da i n d e p e n d ê n c i a a b r i g o u - s e a e s q u a d r a b r a -
s i l e i r a , c o . n m . i m l a d u p o r L o r / C o c h r a n o , com. o s e u pa«
v í i b á u a i " v í j i a d o 0 1 iiáo d c l i n h a I ) . Vcdro /;
— O purLo de Ü i m a m ú . q u e s e r á 110 f u t u r o a e s t a ç ã o
m a r i ú m a de u n i hello c a m i n h o de f e r r o , tendo por ponto
objectivo o porto d e M a e a ú h a s 110 r i o S . Francisco, e
seguindo ovalle do R i o de C o n t a s ; este c a m i n h o dc
f e r r o a t r a v e s s a r á o R i o 8 . F r a n c i s c o sobre ponte ou e m
barco 1 \ a:mr-!)or La-trens (balmM-portC'trains) e seguirá

por principio nenhum. (Jovprá perder o seu lugar dc primeira


depois da Corte do Império.
_« Por sua parte pode a lodos o concurso, do que rarer o. para con-
tinuar a desempenhar u alto pensamento. de que éexecutor nesta,
província, c quo se resumo 0111 cncaminíial-a ao grão de prospe-
ridade, que lheédevido. «
A resposta ás perguntas do presidente Cruz Machado, étris-
iissima : — a Bailia expia p r c s e n l c M n l e o grande crime do Ira-
íico dos africanos.
A ti a íiia resuscitará 110 dia da emanciparão completa dos
escravos no lirazil.
A Bailia lembra os Estados ilo Sul da Confederarão anglo-ame-
r i c a n a : leni 110 maxifiiu grão todos os vidos elodosos defeitos
dos paizes do escravos: — o desordenado amor ao laxo o ao
j o g o ; — a monomania politica e governamental na maxima
escala ;—o espirito aristocrático e oligarch iro e todas as enfer-
midades moraes connexas t i . . . —
Lembremos com dor, para lição dos vindouros, que os contra-
bandistas de escravos faziam nos intervatlos das suas excursões
oceanicas — moeda falsa ! ! — Ha uma justiça suprema para
os povos como para os indivíduos — Deus nada esquece — Jef-
ferson dizia com razão :
. I tremble for my country -when I remember that God is
just. »

(38) Perto deste excellente porto dc mat fica a ilha de Roy-


peba e o Valle do Taperoá ou Jiuuié, onde luí quasi certeza de en-
contrasse carvão de pedra. Desta proredene.ia têm j ã o s S r s .
Hett Wilson & C . a importado scliisto betuminoso (bituminous
sliale ) , exccllente para a fabricarão do gaz de illuminacão.
Pelas imperfeitas explorações, até hoje feitas, parece que a
província da Rabia possue uma extensa zona, abundante em com-
bustíveis mineraes, que se estende desde o morro de S. Paulo
ató Illiúos e Porlo-Seguro, zona tanto mais preciosa quanto se
acha á beira-mar e nas vizinhanças de excellenles portos dc com-
mercio, situados quasi no centro do litoral do Brazil I Assegura-
se haver também minas dc ferro na ilha de Boy peba.
Quantos elementos de riqueza o progresso t
E a Bahia ro tog nula ?!
« m i w win

pelo n o Corrente, abundante em madeiras de lei, a s e


entroncar na grande convergente do rio T o c a n t i n s ;
— 0 porto de I l h é o s . q n e concorrerá com o dc Ca-
mamú em dar vasào aos produetos do valle do K i o de
Coutas e do S , F r a n c i s c o ;
_ O porto de Santa C r u z , emlim, a histórica bibia
Cabralia, com dous bellosaiicoradouros, abriuados por
qurdira-mares naturaes, [ormados pelo recife caracte-
rístico da costa septentrional õo Império c com ü-i
palmos, ou mais decioeo metros de calado.
Só este porto dará tres caminhos de ferro para o B i o
S . Francisco :
— O primeiro pelo vale do rio Pardo e do r i o Verde-
Grande surgirá no S . Francisco em frente do porto de
Carinhanha, grande entreposto do Norte de Minas
Geraes, c c o í t i u u a r á pelo valle do rio do mesmo nome
a se entroncar, (malmente, na grande convergente do
r i o Tocantins ;
— O segundo pelos valesilo opulento J a q u i l i n h o n l i i
e do Maugahy se d i r i g i r á a o S . Francisco, que atraves-
sará nas immediarões de J a n u a r i a , continuando pelo
valle do Rio Pardo a buscar também a grande conver-
gente do T o c a n t i n s ;
— O terceiro, e m l i m , penetrará com o Jequitinhonha
até o coração da provincia de Minas Geraes, c m Diaman-
tina, onde talvez possa encontrar passagem para se ligar
com a grande convergente do R i o das Velhas e do S .
Francisco.
Quasi todos os caminhos dc ferro do l i t o r a l iia Bahia-
ao Rio S . Francisco medirão proximamente 80 léguas
ou 480 k i l o m e t r o s ; sua eonstrucção collocará, pois, o
grande rio a 2 í horas do oceano, ainda mesmo com v i a
estreita o só com a velocidade de 20 kilometros por h o r a !
Parecerá, talvez, exagerado projectar tantos cami-
nhos de ferro para o Rio S. Francisco ; k f á c i l , porém,
demonstrar que todos esses caminhos de ferro serão in-
suffleientes em poucos annos, se o Omnipotente conti-
nuar a conservar este Império cm paz. unido o prospero.
20 í IiAiiANn\ cr. .ienes

(1 I l i n S . ' F r a n c i s c o 6 o rich) gratismims ninnis, rta


r i H l m s i a s t i c a expressão do D r . T . Y . do Conto ; é r e a l -
mente o . E l Dorado» dn B r a z i l c e n t r a l ; rico dn mi-
nas de ouro e d i a m a n t e s ; com m i n a s de s a l i t r e e de
sal c o m n i u m para até não faltar e d e prod neto ao Me-
diterrâneo b r a s i l e i r o ; eoni terras de uma fertilidade
prodiaiusa: rmn ílorecas inieiioisas de matigahoiras
i Anform'i! siiTÍ-;) n </a, .1 piiei/nres i, gun dará borracha
do l l i o S. Francisco, raiiiu a - e r i u e n e i r a ; Sgphmk
rlnúirn ihI" Enp&oiimnw! dá a borracha ijo Amazonas:
(ami e\ lousas i' • o (j . i rt : uinbiiseiro (' fyomlin
h r w r i K i f/as TlnrW'tnnw I. etijos í r u r i n s c o n t r i b u e m
nol.av e! me o lo para a a inreulaeã" dos habitantes r i b e i r i -
n h o s ; ia mi serras p r ó x i m a s , de .cima temperado, como
a de. Assunta para a c u l i u r a , de n l é ; com zonas vas-
tksimas, excedentes para a c n i l u r a dn algodão e da
eaiitri le assurar ; com vastos campos c r i a r ã o , ipto
e n t r a m em competência com osilo C " a r á e do P i a u b y ;
dotado, e i n l i u i , de todos os e h m c i i t o s para o ilesenvol-
vimmifode lima r i i i u e z i e prosperidade, que deixará
no olvido a dos valles do Mississipi e Missouri !

A exportarão dos 12 n i u t i i c i p m s , ribeirinhos do S .


F r a n c i s c o , fui orçada pelo denodado eoinnrandante do
vapor Saklnnkn M'irinho na importante somma de
•1,'iOIilloOs e a sua i m p o r t a ç ã o em g.nrilhiOllsOOO.
A ti vae i a vapor no Mediterrâneo b r a z i l e i r o foi
encetada de t i u a i c u h y , em Afinas liecaes, a d de F e -
v e r e i r o de 1ST!, c da B a h i a , nu Juazeiro, a 2 de J u l l t o
de 1ST2.
Mas (é isso i n c r í v e l 1) a nossa a d m i n i s t r a ç ã o está i l c i -
s i n i l u apodrecer i n u t i l m e n t e os dons vapores, que, á
custa de tantos s a c r i f í c i o s , i n i c i a r a m a n a v e g a ç ã o a vapor
no S . F r a n c i s c o t ! . . .
O r e l a t o r i o do c o m m a n d a n t e F r a n c i s c o Manoel A l v e s
de A r a u j o , de 2'J de J a n e i r o ile 18711, devia ser r e p r o -
duzido por i n t e i r o nos capítulos X e X I deste escripto
como depoimento i r r e c u s á v e l da incapacidade gover-.
..lamentai. 1
OAI'ITCI.O XV11I. A S

Apezar lio vallc do S. Francisco estar ainda (52 atroas


depois da nossa independencia li sequestrado do irmnilo,
6 habitado por uma população que sc orça de 1.000.000
a l.oOO.OÜO habitantes. Esta população é muito activa
e inlelligentc no dizer de todos os viajantes.
Só essa população i uma riqueza que. no m i n i m u m
de u m milhão de habitantes, vale 200.01X1:0110;, por
isso que não custa menos de 2:1(1,> cada colono ao (be-
souro nacional !
A i n d a no 1'clcl.irc contracto dc eolonisaçâo com o sup-
posto general 31. I I . F r a n z i n i i.TJi, o governo compro-
niett.eu-se a pagar 70,a por adulto importado, além de
muitos outros favores e despezas connexas 1
E cumpre notar que essa população do vallc do S.
F r a n c i s c o , forte e vigorosa, não teria de solfrer os
transes da a c l i m a ç ã o ; falia a mesma lingua e tem a
mesma religião que nós; conhece a cultura dos pro-
d u c e s b r a z i l e i r o s ; e (]ue, apenas tenha vias de comiuu-
nicação, fornecerá um milhão dc producloros, exporta-
dores c consumidores, que elevarão iminediataiuente
pelo menos de 10 "/, ou de dez m i l contos de réis a
receita do lhesouco nacional (40).
Rezam as clironicas que o piedoso Chrislovão Co-
lombo, escrevendo a Izabel em favor dos indígenas da
A m e r i c a , dizia-lhe : «Simhora, o< imlios são a primeira
riqueza das í n d i a s . »
Nós diremos lambem : o qni> b.i d e m a i s precioso no
r i o S. Francisco, não o nem o ruim, nem os diamantes,
nem o salitro, nem suas terras u b é r r i m a s para o cale,

(39) Viile o 2 . ° r e l a t a r i a do m i n i s t é r i o da a g r i c u l t u r a do a n n o
de i s 7 2 .

( 'eu O r e l a l o r i o do m i n l s t o r i a d a fazenda dc 1873 dá p a i a r e -


ceitas totaes a r r e c a d a d a s :
No e x e r c í c i o de 1869—70, 99.410:6495969.
No e x e r c í c i o do 1 8 7 0 - 7 1 , 101.239:6348896.
. No e x e r c í c i o dc 1871-7-2, 108 936:6398786.
Sendo a m é d i a dos I r e s exereieios 1.(12.771:4961(306.
231
259 G A R A N T I A DE JUROS.

para o algodão e para o a s s a c a r : a p r i m e i r a riqueza


do Rio S . Francisco 6 essa população brazUeira de
i . 0 3 0 . 0 0 0 a 1.300.000 habitantes.
Essa população, explorando um dos voiles mais fer-
ieis do mundo, importará e exportará, pelo menos, na
razão de 3í).s por habitanle.
Serão 30.000:000-? a i 3 . 0 3 ) : 0 0 : l / , , quo entrarão an-
nualmenfe como grandes parcelias nas soinmas totaes
do movimento commercial de importação e dc exporta-
ção deste I m p é r i o !
Duzentos m i l conlos que se empregassem em vias
férreas economical, de bitola estreita, para a execução
da rede dos caminhos de ferro do l i t o r a l da Bahia ao
R i o S . F r a n c i s c o , seriam, pois, eminentemente produc-
t s o s ; despeza muito mais racional que a dessa infeliz
colouisação—a fortiori, que só tem produzido descrcdito
e humilhações para a nação brazilcira.
Concentrem-se. pois, todos os sacriiicios do tliesouro
nacional na garantia do juros a emprezas de viaeçâo, o
o B r a z i l em poucos annos nada terá a i n v e j a r nem aos
proprios Estados-Unidos, o paiz do mundo que mais
tem progredido !

E m Julho de 1874 o tliesouro nacional estará cm


debito á província da Bahia dc 9.000:000s j seja esta
somma empregada no melhoramento dos portos da Ba-
hia e da Cachoeira para adaptal-os a s e r v i r de esta-
ções marítimas ao grande tronco de viacção do Atlân-
tico ao S . F r a n c i s c o . Construa-se na Bahia dócas ame-
ricanas, e c o n o m i c » o effeetivas, na enseada de Ha—
pagipe, restaurando o canal do Condo dos A r c o s , ou
abrindo outro em melhor situação, em comrnunicação
immediate com os grandes troncos de vias ferroas, que
convergirem á bahia de Todos os Santos.
Quanto aos . 3 . 0 0 0 : 0 0 0 , a n n u a e s . que sejam ellcs iin-
mediatamenle empregados para levar quanto antes o
caminho de forro de Paraguassít ás margens do Rio
S. Francisco.
CAPITII.O Will. sfí

Concluamos cslc estudo da rede de vias férreas ha-


itianas proclamando uma grande verdade: Província
alijuma pule competir com a da Bahia na <jeneroso empenho
de dar portos de mar ao r alie do S. Francisco.
E ' V e r d a d e que o Greador deixou gravada no l i t o r a l
da Bahia, que contemos melhores portos de mar e os
tnais proximo* das 240 léguas navegaveis do alio S .
Francisco.
Dê-se, pois, á Bahia o que e da B a h i a .
Deus lhe concedeu tanto no Rio S . F r a n c i s c o , que
cila pode ceder, sem prejuízo e até com vantagem, esse
tão cubicado Joazeiro ás províncias v i z i n h a s , menos bem
favorecidas I
II
CAVI'IM.t) \i\

Ml! \ CIO. — I'-1 Uilu 1' (i 1"''! I - J11 'I t ,e | H'V.l - , - .pi a, i l S '
j.'ivui'i;: le\e .-'T ai'l'in a.I.1 .1 a,, i a: .1 ia. de o n e . 10 a, i iliu.uajn.}
- . iiiria ild i'lSjiil'ilo Sacio. — lia oi I ii'ao lie In r. tin, ve'li.^
|n no Simla Mo rio i' I n liio Dorr ua ila Viehaa'i. eapilal dc
Kspililo Saute. a llill'o i'.n.'ie, ea piial 0' Millie ilia .e",.—]Ma-
telo nianiinin is 1 I'orln ila \00iaaa.— Canouim ee Oaa'n 'In
Yulle ila .Mllial 1'V . — ,Nen'--id.ele <ia ereií-eu 0'.' anvus I'oH.w
,|| eniiitnrnao Iraioailaliiie'.— l ' i m iina.ii,!.- Hie do Janeiro •
do Milias lioracs.— IJiio.-lnr-- iiii|io,!an['S a re^lvi'i' J.oliis n.l.• -
jiularaVs ilestas Join previneias,- I! Rio do Janeiro nI'm C [lOrlu
natural do s. Fram'isro.-Pruvimoa do S. ivnul i. — iuiriníiv i
noa caniiiilioi !I•1 íerro — M'dlioraiocrito il• > iiorlo ile Santo;

A p r o v i n c i a do E s p i r i t o S a n l o !• lima das menores do


I m p é r i o : só lhe è i n t e r i o r e m suporlieie a p r o v í n c i a de
Sergipe.
No entanto tem f i í ) . 2 t ü k i l o m e t r o s quadrados, isto e,
m a i s do dobro do reino da l i e l g i c a , que só liou 3 0 . 0 0 0
k i l o m e t r o s q u a d r a d o s : m a i s do dobro do reino da Hol-
land;!, que Só tern 31.01)0 k i l o m e t r o s q u a d r a d o s ; m a i s
ainda do que os r e i n o s unidos da B é l g i c a o da Holland;-,,
que medem ( i i . 0 0 0 kilometros quadrados!
Essa p r o v i n c i a , pois, do E s p i r i t o S a n t o , para a qual
no B r a z i l parecerá até r i d í c u l o p r o j e c t a r u m a r i d e de
caminhos dc f e r r o , daria na E u r o p a dons e x c e l l e n t e s
reinos.
11
I'll) oUUVllA DC J i n i i s .

i ; n » U i ijnc a p r o v í n c i a i!o E s p i r i t o Santo possuo wai


porto, como o la V i i ' t " ! ' ! ' ; , que não looi igual m-iii na
B é l g i c a oco! na l l o l t a n d a , o um t e r r e n o ile fcrtiliilai.le.
desconhecida c m q u a l q u e r pai/, da E u r o p a .
F e l i z m e n t e para o E s p i r i t o Santo o porto da V i c t o r i a
e o vaile do l i i o Doce iiie asseguram os voto> da n u m e -
rosa e p a t r i ó t i c a deputação da pimincia de Minas
tieraes.
O c a m i n h o de f e r r o do vaile do R i o Doce, 3.* p a r a l l e l s
tia grande rede de viseção do I m p é r i o , como j ã foi ex-
plicado no capitulo X V I I , v a i d a r p o r t o i m m e d i a t e , d i -
recto e e x c e l l e n t e , no A t l â n t i c o a todo o t e r r i t ó r i o da
p r o v í n c i a de Minas G e r a e s , que c banhado pelo l i i o Doce
e pielos sens i n n u n i e r o s coníluentes i1
E ' na i i n m e d i a t a r e a l i z a ç ã o de<te e x c e l l e n t e c a m i n h o
de f e r r o , que se d e v e m c o n c e n t r a r todos os esforçosdas
p r o i i n c i a s de Minas Geracs e do E s p i r i t o S a n t o .
O s 8 . 3 3 3 : O í H ) s , q u e c o m p e t e m ao E s p i r i t o S a n t o , d e v e m
ser applicados i n t e g r a l m e n t e ã realização do bello pro-
j e c t o do d i s t i n d o e n g e n h e i r o o U r . H e r c u l a n o Y e l l o s o
F e r r e i r a P e n n a , que v a i dar á m ó r parte da p r o v í n c i a
de Minas Geraes a m a i s prompta e econoniica l i n h a de
c o m m u n i c a ç ã o com a E u r o p a e com o s E s t a d o s - U n i d o s .
Claro 6 que no poeto da V i c t o r i a se farão o p p o r t u n a -
m c n l e as construcções, nccessacias para c o n s t i t u i l - o es-
tação m a r í t i m a de u m a tão grandiosa v i a de coiiiniu-
nicação.
R e a l i z a d o este p r o j e c t o , se t r a t a r á de r e s s u s c i t a r a
bella idéa do linado senador T l i e o p h i l o O t t o n i , de con-
s t r u i r u m c a m i n l i o de f e r r o para o i n t e r i o r de Minas
Geraes pelo vaile do M u c u i y .

<41 j O Senador Ttieopliito Ottoni menciona ter sido Francisco


Joaquim da Silva, distincto na industria do algodão, quem pri-
meiro iniciou a viaeção de Minas peto llio Doce. (Vide Correio
Mercantil —- Abril lSWi. Vias do rominnriiraríio para Minas
Geraes )
LMmi.ii xi\. ill

R u i e s c i i p l o d/ p r o p i g J t l t l i favor 1I.1 r i O | > r m <l«


M u c u r y disso o i l l u s l r c fundador do P h i l a d e l p h i a :
« 0 "exame m a i s raperllrial b a s l a r á para d e m o n s t r a r
que as c o i n m u n i c a e i i e s do n o l l e da p r o v i n c i a do i l i u a s
coin 0 K i o de J a n e i r o , em vez de s c r u m feitas, come
a g o r a , por péssimos c a m i n h o s , a t r a v é s de tantas c o r d i -
l h e i r a s , coin m u i t o m a i s v a n t a g e m so e l l e c ! l i a r i a m 01-
minhmuh directamente para o litoral qw f'"i no mesmo
píirallelo e mhtrcautlo daJli para o lho ite Janeiro cm
Bahia 'Vi .
As palavras em ijrif» d e m o i i s l r a m que já em 1817 o
senador O t l o n i pedia para a p r o v i n c i a de Minas 00111-
Iiuinicações com o A t l â n t i c o , tendo ]i i r diroelii/.cs pa-
r a l l e l a s ao equador, ou ás l i n h a s que denominamos /1«™/-
írliis ii bnse amazônica, na l l i o n n i do s y s l c n i a geral de
viaeção do l u i [ i e r i i i .
C u m p r e hoje c m 1871, 27 annus depois, pedir para
r e s o l v e r o mesmo problema c a m i n h o s de f e r r o e novos
portos de r o i u m e r c i o d i r e c t o com a E u r o p a '
E ' i n l u i l i v a i i i o i i l e imiiossivel que e s l e l i i i [ i e r i o con-
t i n u e com 20 portos dc c o m n i e r o i o , e x a c t a m e n t e um
para c a i l a n m a do suas v a s t í s s i m a s p r o v i u c i a s !
Vai-se fazendo s e n t i r m u i t o foi l e n i c n l e , por Unias as
prov incias do B r a z i l , a necessidade d e a b r i r novo- porto 1
para o commcicio trausatlaiilico.
R ' bem c l a r o que quanto m a i s p o i i o s de importação
e de exportação direi la t i v e r m o s m a i s f a r e i s , mais rá-
pidas c m a i s econoniicas serão as commiiiiicaçrtcs com a
E u r o p a e c o m os R s t a d u s - R n i d o s .
A s m e r c a d o r i a s irão dos c e n t r o s productore- pelas
l i n h a s m a i s c u r t a s aos porios de m a r , e v i c e - v e r s a , sem
fazer rodeios i m i t e i s .

,45) Ville o inlrrossante fu'tiuto—CuniJie-õos para a mroi |»o ,n;.ii


de uma roiuliaiiloa dc iiav.ia:o;ão r ounmrrcin do rioMururv,
M 7 . - T y p . leap, o Coiui. dc. J . Villeneuxc * i:.» --Iliiado
(luviíloi-no Cã, r ,i ino:uor,.i -lo Ur. Joio ,!•• r..,.\\'bo li''-"""-
Iiiiii-T. rutila-,oi,i ou l"nfi« O/ff id il* Si dc F e v r e i r u . ] r | Ç » .
i i À f t A Y f IA i)K ti:iiO,-!.

Para demonstrar quo o- 20 porlos do m a r aci.v;aes d»;


Brrizi 1 são f u i n u m e r o i n u í l o Iimitado não sú q u a n t o ã
vasta extensão da sua cosia, como mesmo c m relação á.
sua pouco J i iisa l o p u i a ç S " , basía l e m b r a r que a n a n e ; , '
nijw l e r r i i u r i o e cujo li'.oral são m u i lo m e n o r e s quo Ov
ilo B r a z i l . c u n í a ac L i n i m e n t o ri-í>í> porlus ilc m a r .
3)í'ssi'S iOi) [luríns Síi ficam na Mancha. nu íícií:uí'>
8 J nu M i - . u l i T r a i i í o .
E x c l u i n d o i l i d i u n u m e r o 170 porU-s de pesça, íem-su
£»0 por Ids d.1 cominei c i o .
Ora portos dc m a r para urna popusacão de '17 m i -
lhões d.' ! a hi i a l l l o s , que cnuln a F r a n ç a , corresponde a
aí puriDS [esta l i ) m i l h õ e s do liaMlarites , população
approximad i du J J r . i / i l !
Ora o.-í-: Império sú conta ü() portos d o m a r , isto é,
quasi uni ierço do n a m o r o , que devia l e r para ficar nas
mesmas condições que a F r a n ç a sob o ponto do v i s t a da
poiaihicão.
O mesmo calculo d a r i a resultado a i n d a m a i s f a v o r á v e l
á l h e s e , que procuramos d e m o n s t r a r , si fosse applicado
I n cia t e r r a , que, pela sua posição i n s u l a r , ó opulenta em-
pórios de m a r .

— À s pro\ iiiiiias do I i i o de J a n e i r o o dc Minas Gera es


têm v i v i d o v i d a c o m i n a m c m m a i o r i a do c a m i n h o s dc
f e r r o , desdo o.- p r i m e i res tempos da sua i n l r o d u c e ã o no-
Brazil.
E s l e s laços di) solidariedade foram c o n f i r m a d o s e r e -
forçados pela lei n." It)*j3 de- 17 do J u l h o de 1871, quo
ao seu art. 1 . " concedeu 2 0 . 0 0 0 : 0 0 0 $ ás duas p r o v i n d a s
para o prolongamento do c a m i n h o do f e r r o I ) . Pedro U
nló á Lagóa-Dou rat ia, na p r o v í n c i a de M i n a s G e r a cs, ao-
passo quo a mesma l e i , no seu a r t . S 1 f t , dava ás
p r o v í n c i a s do P e r n a m b u c o , Bahia o S . P a u l o 11.000:000*
a cada u m a , por a n n o , para o prolongamento dos seus
•raminhos do f e r r o .
A L 20de A b r i l de 187:» a 2." contadoria ua d i r e c t o r i a
=?çi'al de contabilidade tio thesuuro n a c i o n a l a c e u s a v a
li'liri.n 'íVí

,1,.,-lc credito apenas a sobra d c 7 . 0 H : á í l , v » l ; oui S l i i v


•lo 187Í, quando s 1 abrir o parlamenlo brazilriro , b j m
pouco restará, puis, dos í í U M C O i K i : , cone Midos ao ra-
minho de ferro D. Pedro 11.
As patrióticas deputações <las províncias do R i o de
Janeiro e de Minas Gerai s lerão mais uma vez de pedir
recurs is ao parlamento para continuação dos seus ca-
minhos de ferro.
Deverão, porém, ante; disso, r e s o l v e r , depois do
1 iiais acurado estudo, as seguimos queslões:
1." Se não é tempo de findar, ou melhor, de sus-
pender c i a solidariedade de interesses cm materia de
conslrnreãu de caminhos de ferre das províncias de
K i o de Janeiro •• de Minas Gcraes:
2 . " Se não lhes é prcferivel entrar no regimen com-
m u m ás províncias de Pernambuco. B i h i a c S. Paulo,
de, ».0:W:W>rIW> anuo para a conslrueção das
aias férreas 1
: ! . " Se. obtíibis esses ri.ll(lO:OtUl.sO:iO por anilo, não
deverá a provim ia de Minas Gcraes a|i|dieal-os i n i m i -
•li»lamente a auxiliar a província do E s p i r i l o Santo,
na eonslriiceão do raminho de ferro do valle do B i o
Doce, o depois a provinria da B i l i i a na ceiistruccào do
caminho de ferro .1» valle do Jequitinhonha ;
4 . ° Se, por seu lado, não é preferível á província do
R i o de Janeiro, empregar os seus :í.01 *:>:000s0();> aii-
iiuaos em completar a sua rede de vias ferreas, con-
struindo no mais breve prazo os caminhos de ferro do
Nova-Fcihurgo a S . Fíibdis pelo valle do R i o Geando :
o de Micalié a SaaIa Maria Magdaleni, um dos grande,
cenlros de producção de café da p r o v i n r i a : « o ilo
valle do Muriahé, que concentrará cm (riinpis todas as
producções da e\llaonidaile de uordrsle da prov iucia
5 . " Se, depois de realizados pela pcovimaa do. Minas
Gecaes o ren problema mais instante de a b r i r com-
m u n i c a t e s rapidas c ei'onomicas pelos portos das
|irovincias do E s p i r i l o S i i . l n o da Itahia. e, pela pro-
víncia do Rio de ,1 ineirn. o d a e u réde in.-
-1 '< í; Alt A M l \ UK .1 n u s .

ii'i'iia de vias íerreas, não (loverão üc novo ailiar-se


eshs iluas sPiiiulcs províncias para levarem a loco-
ino I iva pelo \alle do Hi o Orando i/i.l) até G o y az e
Mato Grosso

(5.® S e , em fim, não deverão ailoptar para a con-


s l r u c ç ã o do.suas vias ferroas o sysleina, universalmente
d e m o n s ! p;ulu m a i s r a c i o n a l e m a i s p r o i n p t o , de garantia
de j u r o s a c o m p a n h i a s , tanto m a i s i j u e os 3 . 0 0 0 : 0 0 0 ^ ) 0 0
annuaes, concedidos que sejam pelo jvniamonlo, lhe
permiti irão garantir juros d e 7 "/„ a companhias, com
« capital r e u n i d o do 'r2.8o7:00:.);>0í)0, e m cada u m a das
províncias.

O i[im é irrecusável, o quo esiá acima do Ioda dis-


cussão. ó a necessidade indeclinável do d a r á província
de Minas G ; IMOS p o r t o s de mar i m i n e d ia tos n o litoral
das províncias da Uihia o do E<p';riU) Sanlo.

( - U l O c a m i n h o do forro ih: Oeste J B n e e d i d o pela p r o v í n c i a do


Minas Gora os ao haeliarol Jusõ de l í t v e n d e T e i x e i r a G u i m a r ã e s e
ao E n g e n h e i r o L u i z Augusto il« O l i v e i r a , por lei n." t . 9 8 á de dl dc
Novembro do iK7;i. para lifrar o r a m i n h o do forro L). P e d r o II a °
v a l l e do [tio G r a n d r peto tUo tias Mortos, salisfará unia parle
deste d e s i d e r a t u m , o será o y e r m e u de u m a das m a i s i m p o r i a » l o s
l i n h a s tie grande viaceão do B r a z i l .
A lei u . n á . ( i i 8 de 3 do Dezembro dn 1873, concedeu u m o u t r o
ea min lio dc iwto da e s t r a d a I). P e d r o II. entre S i m ã o P e r e i r a e
Mal.li ias iiarbosa, ao ttiu-Grande, c o m estacão t e r m i n a l na cidade
do l . a v r a s .
ftsli' ca m i n lio dá uma libação m a i s d i r e c t a do porto do R i o dc
J a i m i r o eom o v a l l e do Hio-Grande.
A mais d i r e c t a de todas, por( s m. pela. c a r i a do E n g e n h e i r o G e r -
IHT, a p r o v e i t a r á o r a m a l do V a l e u , passará em IJom-Jardim,
om |iorto do T u r v o , e e n t r a r A no Uio-Graude pelo v a l l e do A y u -
nioen.
Todas estas e.omni uni cações pelo v a l l e do H i o - G r a n d e , l í m a
maxima, i m p o r t â n c i a : o v a l l e do Uio-Graude é a d i r e c t r i z da es-
trada real do K i o de J a n e i r o a Miranda, um dos prineipaos
pontos estratégico^ de Mato G r o s s o , f Vide— E n g e n h e i r o A n t o n i !
1
íich-Hiç;^. I'-lni'it eiijiiivuTilivo d a . - d ? e o m m u n i r a ^ ã " para
M;I!P f,T
C \ li !'U Mi XIX. ir»

Ainda ultimamente u jornal Jequitinhonha ironxe noti-


cia íTc i-sFcirç-is particulares, lei los com a m a i o r devo-
ta ção, para a b r i r cum muni cação directa da cidade do
Serro ao Oceano Atlântico pelo vallcdo rio S . M a l i e n s !
Hoje, (jue o p irlaine.itu brazileiro concedeu ao go-
vt rno i m p e r i a l ampla autorização p i r a gar.intir juros
até 100.000:030^030 pira vias ferroas, demorar a re-
solução desses momentosos prublemas é verdadeira-
inentocommetter não um e r r o , mas um c r i m e nacional,
que não obterá perdão das perações v i n d o u r a s !

A' província do Rio de Janeiro concedeu o Creador o


porto do Rio de Janeiro, a sua obra prima nesta espe-
cialidade, e o \ a! Ir cl o Par ihv h I, o ma i oi' prod ucI or do
café ilo íiiuuilu. — Dadivas inapreciáveis I
O porto do Kio de Janeiro, pela sua collocaçào un
B r a z i l , é o entreposlo natural de grande p i r t c lo Valle
do Parahyba e d e vastas zonas das provier i o de Minas
Geraes, de S . Paulo c ate de Ijoyaz.
M i s , a verdade deve ser dita por i n t e i r o : o perto
do Rio de Janeiro não é porto legitimo, não é porto
natural do valle do rio de S. Francisco. Deiialde csaota
o Thesouro Nacional os seus recursos para levar o ca-
minho ile ferro D. Pedro II ao rio S . F r a n c i s o ; em
1 8 7 i , 22 amies depois ile encetado este roíiimettiinrnto
contra as leis naturaes, ainda é pioldeniatico se suas
locomotivas verão, nos limites dos ultimes 20.000:000$
concedidos, a Lagôa-Dourada I
Não se pôde inverter as leis n a t u r a e s ; as aguas
correm para o m a r : não k possível fazel-as retroceder
para o cumc das montanhas.
O rio S. Francisco, por evcellcncia, a mór parte dessas,
famosas 210 léguas, 1.381 k i l o m e t r e s , de navegação
natural a vapor pertencem, cumpre repetil-o ainda uma
vez, à província da Bahia ; não é possível fazer retro-
ceder os produetos desse mediterrâneo para o porto do
l l i o de Janeiro, através da serra das Vertentes, da serra
da Mantiqueira e da serra do Mar I
•ílli >.\H\Mt\ Hf: II"-

1
X u l a i agora qui era Humerus redondos:

O K i n ile J a n e i r o «lista le
S ,l,iri h i ie.au's lil)7 k i l o m .
Sahara ilista ile P i r a p o r a .
ololo principia a lames
secção lie I'M S. f r a l l i usee
n,r. ea a \ ei 1 ;>2 • .Sll'i

An lodo -li • mi I . Í 1 2 »
a," po-so que ns pertos da plan ineia da l l d i i a lieam a Sll
le il il as on : a s k i l o m e t i o s do Mediterrâneo llrazileioo I
Homo foi explicado na espnueão do grande systi-iiia
de viarção do I m p é r i o i vide r a p i l i i l o X V I I l i n a l i , o R i o
do Janeiro sll se pôde ligar ao rio S . F r a n c i s ai pela
convergente do R i o das V e l h a s , nina das mais difiiceis
do everiiçàn nesle I m i i c r i o .
E s t a c o n v e r g e n t e , inesino quando o P.razil t i v e r che-
gado a 11111 alto g r i o de prosperidade, s e r v i r á hern a
v i a j a n t e s e a m e r r a d o r i a s de importação, nunca para
transportar ao R i o dc J a n e i r o o ; prodiiclos do rio
S. F r a n c i s c o , que acharão csroamenio prompto, n a t u r a l
e i i i i m c d i a t o . pelos e x c e l l e n l e s p o c l o s da p r o v i n c i a da
Bahia.
E m these, a realizarão destas convergentes d e v e r á
sec sempre p o s t e r i o r á das p a r a l l e l a s , destinadas ao
transporte i m m e d i a t e , l ' e l a s linhas mais c u r i a s e mais
naturaes, dos produclos do i n t e r i o r do B r a z i l aos portos
de coininercío com a E u r o p a o com os E s t a d o s - U n i d o s .
Eis aqui u m argumento em a l g a r i s m o s , inteira-
mente pratico e absolutamente d e c i s i v o :
Do R i o de J a n e i r o a P i r a p ú r a , e x a c l a m c n t e lio ex-
t r e m o m e r i d i o n a l do precioso trecho das 210 léguas do
r i o S . F r a n c i s c o , lia u m a distancia de 214 léguas. Com
as c u r v a s n e c c s s a r i a s ás v i a s f e r r e a s , a distancia m i -
n i m a por t r i l h o s será de 230 léguas.
Ora, com a t a r i f a n o r m a l de 25 r s . por légua o
por arroba, o frete dc uma arroba de mercador ias,
MOU'I.II XL\ íl"

í i e i n q w i a d a de P i r a p é r a an I l i n Janeiro, rnstara
Õ.;7:i0.
(I rafo m e s m o , vendido a lOsOOO por a r r o b a , pri-
varia o agricultor de m a i s de aft ".'„ do v a l o r do seu
producto!
U calculo seria ainda m a i s desfavorável ao R i o
de J a n e i r o , npplicailo a Urubu, portei centrai das
fam-sa? 2Vi leeuas de navegação natural do alto
s . f aocisco !
K>> eiiil inlo esse mesmo porto de I ' l u b i i dista RO
léguas lia B i l i i a de Todos os Santos, e o frete da arroba
de mercadoria s e r i a , pois, do 2,\üllfl. isto é, menos de "
do freio de P i r a p ú i a ao P i o de Janeiro ! '
Mão lia liijeeeào p o s d v e l a tal argumento 1
F i q u e , p l i s , íiira de Ioda discussão que o c o m m e r e i o
de expectação o de importarão dessas preciosas 2W
leiruas do alto S . F r a n c i s c o pertence, por l e i de Deus,
aos porlos da i i i l i i a de Todos os Saiilos, e aos portos do
sul dessa p r o v í n c i a , especificados quando esboçamos as
d i r e c t r i z e s dos seus grandes caminhos de f e r r o .
Ao c a m i n h o de f e r r o D . Pedro I I pertencem, na-
t u r a l e i r r e c u s a v e l m e n t e , os vn[los do P a r a h y b a do S u l ,
lio Sapucah}', do r i o "Verde, c o vastíssimo v a l l e slo B i o -
Grande: não tem, porém, nada a v e r com o valle do
S. Francisco.
Não prosigarnos c h i m e r a s 1
Já são passados 22 annos dc aprendizagem de c a m i n h o s
de f e r r o .
F/ tempo de passar resolutamente a esponja sobre
Iodos os e r r o s do passado !
E' tempo de r e s o l v e r o grande problema da viacção
deste i m p é r i o v i r i l m e n t e , com os olhos e m Deus e no
B r a z i l , sem p r e c o n c e i t o s , sem h a i r r i s m o s e sem g o t h i -
cismos!

A p r o v í n c i a de S . P a u l o , a p r o v í n c i a do Y p i r a n g a e
da i o i c i a l h a i n d i v i d u a l é a P e n n s y l v a n i a b r a z i l e i r a ,
pordoiis nobres l i l u l o s : poios seus esforços na -'agrada
-JK
JIM i;\iiiMh in. .inii'.v

I ' l l a ,:,i i I a 111 j u11 li Í i'i i r i .1 r prill si'll ai'ilnl' lies r n l l l l u e l i l "
in n i t I is iml li -1 r i a r s , r li u dcseui o l v i i n e n t u da i u s t r u c ç a o
publica! t.'iil
S. l'aiiiu ocgulha-se tin Y p i r a n g a r <<
| > I 8 i 2 , como a
P e n n s y l v a n i a ile P h i l a d e l p h i a r de 177IÍ!
A província ih1 S . Paulii, cuinu suas erandes irinafis
Jtaliia e P e r n a n i h u e u , devia e s t a r , desde 1871. nu v a n t a -
joso f r u i r da c o n » t l i l c r ã o de ;;.(!(!(l:0fi()s(i0(l ile lias
férreas por a n n o !
Tal í: a l e t r a , repitamos ainda uma ve/ do Í it " d o
art 2 . * da L e i n . ' l !i:i:i de 17 de J u l h o de 1871 !
Mas, t e m - i i o ilenionstcado repetidas vezes este es-,
e r i p l o , se lia leis ditliceis de fazer c u m p r i r neste pai/,
são as leis, ipie autori/.ain a e u s u o ã o das grandes ohras
de utilidade p u h l i c a .
A s s i s t i n d o ás discussões do p a r l a m e n t o , a i l m i r a n d o o
ardor dos debates, c a s u p e r a h i l l i i l a n r i u dos d i s c u r s o s ,
erõr-se-hia i|iie a eveeução das leis de ohras publicas
s u c c e d e i i a i i n n i c i l i a l a m e n t e á sua v o l a ç ã u . Mas a i e r -
•dade e que l o t a m - s e as leis mais auspiciosas para o f u -
t u r o deste paiz, e passam-se Inezes, e passam-se annus
sem que n e m ao menos se penso seriamente em d a r - l h e s
cumprimento 1
P a r a que acc.iiniular exemplos' 1
O mal é o r g â n i c o ; o mal é de raça.
Registre-se sempre esta verdade para conhecimento
dos v i n d o u r o s : Nãj lai neste pai; amor e muito maios de-
votação ás ohras ile utilidade puhhea.

Deus abençOc os esforços e a i n i c i a t i v a da nobre p r o -


v i n c i a de S . Paulo '.
P r o s p é i e sempre este oasis, onde se pôde descanç.ar
u m monieflto, já t r i s t e e fatigado de p e r c o r r e r debalde.

(11) A Assemble,a 1'revinciat de - Paulo estalieleeeii ein Sian;',


-!. 1871 o ciisinn ohi-iíalorlo para essa ailiniravel Província, l.n,
iteviilaiti. a illslllleean putilica eoaio e e . l e a :' •:.'. , 1,, -
• :\i-rn:i.<i \is".

víís!íp^imns recries desle imoien^o P.iazil á p r o f i r a <ii*

Í)'U< p r o t e j i :i i! I!: 1 v.1 i>i-i'viii{'!;i. que maivha > 'Til nre


na van.cnuirla o:n sua a d i n i n v e l devoiaefio pela i n -
slrucção publica o pelos rnnnm'Lt imenín* i i i t l u - > ' , r i !
E t e r n a f l o r i a ;'t e<sa prova viva do sor possível a e r l í -
m a r e í.izor cri ilorosçor e f n i r t i í i r a r em solo l m *
?. ilc iro a inicia ti va individual o o espirito do associarão!

A (iiovincia du S. l'aulo sabe m u i k i ntflhni- do que <»


pobre utopisLa, que escreve estns linlia-, o que lho é
preciso para completai a sua jaMo ilc caminhos de.
f e r r o . I/Í'>)
P c d i r - l h o h e i súinenle permissão para lembrar rjt;i-
o governo íreral e^lá-lbe em d i v i d a de ',) mil contos de,
réis, c que n r ^ o hellu por lo de Santos, si?u único en-
treposto i'o:u a Europa e com os Estados-Tnidos, se
manda c o n s t r u i r uma ponte quando outra tem cabido
:io m a r ' ! . . .

(í'i) E^lão em oonMrimviI mu S Paulo artnalmenlo, em Março


di! I»7l, as spjruiijtes linhas:
1.° O camiulm do. ferro du S. Pauín a Rio do. Jannirn roin
2,12.7.M moiros lidando S. Paulo (Cs tação du Rraz) a Jararnliy,
a Ta li bat 6 o. a Ca^hoeii , ultima f:-;l,v.;;io do ca mui lio do ferra
do D. Pedro II. I" construído pela Cjinpanhia da Entrada do
Forro S. Paulo o 15io do Janeiro;
2 . ° O oaminlio do frrm de Campinas a Limeira e a ;). J ião
ilo Rio Claro coin <Sí> k ;. coiislriiidn pela Companhia
Paulista; vai mandar estudar uni fama! para o Jsio^v-tiuassú,
que lho dará ioü kilomotros de. extensão;
3 . ° O caminho do ferro de S. Paulo a íjunema. por Cutia,.
S. Roque n Sorocaba, coai coreu do i3s.(i'J0 melros de exitMisãn.
construído pela Coinpauliia Soroi-aliaiia :
4 . ° O caminho de ferro de Campina-; a Mo^y-Mirim com
ramal para o Amparo em romdrueçãD pela Company t .Uo/.yana;
fi.° Os ramaos de Indayaíuiia a C a pi vary e a Piracicaba ou
cidadã da Constituição, em conMrurção p»la Companhia Ituana.,
I ' , ! • ! 11 I n \ \ .

Si MM Mild.- I'Muil" 1' liM'i|..-:i' a- quae- il* I11'"1'


ivneia j 11 v I CI • I- apiiheada a caraiilei d r j l W K ir.nlltililiallil").-
i'rii\ inri.i iln I'll t ;t[i.i.— n 11L-c ,! I penasse. tin 1\ ally a d" In-
quiry .— Caeca I a 11" Gun \ ra.— Caminhe ile ten'" da A ntnii i na a
Cnrilitia. an Iviiliy e a Miranda . — Gaminlm f r r i u 'I" valln
iln liaiassii.— lli.|'nllilii'a ihru a'a.! ii'.a ,te tiua \ ra.—Ilcsia ill arao
111! cidade ,la S,inl:i Maria ile huassii. _ 1'i'nvi ncia dc Santa
CaLlianua, — II vatic it"Tiiijacã" " a mineraçã" d" curvãn da
liedrit.— Caminliinle term 1). h a l m 1.— ei perl" lie S. Fran-
cisco 0 " \aitl" ilii lLLIia-.SH.— II Vatic ila ItOicira. "Illni cull'
eurrclile a evpuclarau drualle ile iLoiassu — (tilllurn da scda
n|:i vinil Simla Catliai'ilia.— eruviiicia it" ttio Grande
iluSul*— licite (la C.iininllMMlc ten'".— 't'l'iinc" princi[ial pains
\alle<du .laculij cd.I tliiciiliy.—'tinas dcciirvãn dc pedra lio
\riaiin (lua Ítalos.—\ la-íerceu paca mineração it" caa'van tic.
nedea nil ranilinla. - Micas livdrautiras lltcas a navegarão
nos portos dn Uio Grande do Sul, de Porlo-Alegr l.agòa
Ins l'ains. — Niiyreacã" a vapor ii;i Ali" IMaianay.

A p r o v í n c i a do P a r a n á t e m mais dc b.w (KIO kilo-


l a e t r o s quadrados.
A P r u s s i a , antes das u l t i m a s g u e r r a s , t i n h a somente
2 2 5 . 0 0 0 k i l o m e t r e s quadrados t
A área do P a r a n á é, pois, m u i t o s u p e r i o r á da P r u s s i a
s e m os t e r r i t ó r i o s a n n e x a d o s .
A população do P a r a n á , segundo os ú l t i m o s trabalhos
da d i r e c t o r i a da e s t a t i s l i c a , pouco excede do 126.000
a l m a s ; 1 2 1 5 . 7 ü 0 u a l g a r i - m u da a p u r a ç ã o .
UAvriA DÍ: I W *

A Pm com (11)11 1,ilomotros quadrado- <)c «»-


i> r iiei e, I n d i a l.'i milhões ile h a b i t a n t e s .
11 Parana poderá. p o r t a n ! o , r o u t e r ma is fie l.'i m i l hues

sr> e--a p r o v i i i r i s lerá nu futuro vez e meia a impu-


tarão to B r a z i l aetual. 1 !
II .i,|,i da p i o v i m ia ile P a r a n á . eillllpl'e I l j u esqueeer..
lem uma h rlliidado i 'di ' ih - r n n l i r e i i l a na Prn-sia :
pddo supporter por i"ii uma população niiiilo mais
den-ai.
A pro\ iin'ia do P a r a n a l e m urn rin i v a i n . rieo ile
minas ih' eolire e ile fert'e, pio-nsn i-riiiio nenhiim nutrn.
sombreado pur II.naMas ile laranjeiras; lem mil rin
leuassu. e i n e i i j i K ealii'eeiras se planla t r i g o , centeio e
cevada, e euja IViz pinh' p r o d u z i r eaié. assucai', fumo e
a I go l ã n ; m I zona i n t e r m é d i a ha eiinias i t a l i a n a s , po-
dendo p r o d u z i r a .-i'da. r u l i v e i r a e a v i n i i i t
Não lia rio ieaial na Prussia !
(I Paraná lem lloreslas \ a s t i s d m a s do lierva-mate
if/rr jMi-iii/miiriKi" e de pinho Imuili-ir» lAraum-
;•>•: ée 1 'O. ,:.... , eiijos l i m i t e s a gerarão artiiaí aimia
ignora 1
I ' m a A r a k a r i ' ! m e d i a n a , enviada do P a r a n á . causou
assomluo na exposição de V i e n n a t
r ! Arauearia o a exposição de madeiras da eoro-
panliia 1'doiastal Paranaense o l i l i v e r a m u m iliplnnia f/a
lioiirti. o premio m á x i m o do roneurso i n l e r n a e i o i i a l de
1
1S7IÍ

fill) II Inflo, a cevaila e a aveia ilã" ea proporção ile 1 para


2n a I pura SO: o feijão na ile 1 para 6(1 cate dc 1 para 2(>i)
e in li na rapua \ a : o niillio multiplica-,e ea ra/.io de 1 para ton
a 1 para 300
(is campos são exeellenles para a. criação do ca.lo vaccuni.
cavallar, muar e laniccro.
Prosperam em fazendas, próximas a Palmeiras, carneiros de
raça- lin.a-u imporlad"- da Kurupa c do ttio da 1'rata.
\ri Í i L U \ v. -.M

Kiitre o IVíi51 c o Iguassu possuo a provinria do Pa-


raná um rio, o P i q u i r y . que devo - c r . p das sua.- fiai-
ilifõrs ilo leetilidade. uin meio termo n i t r e o Iguas-ú c
o l v a l i y ; sobro I s-r P i q u i r y M I I Í I I I T inenoa do que us
| i n m i l i m s e\plorador< s [íorlu.íui /A- O licspanliocs 1
Tudo isso é vergonhosa, mas deve ser dito e rcgi--
Irailo para estimulo da geração presente I
(J verdadeiro patriotismo não soe neeultar os= c r n *
naciimae.-; cumpro o triste dever de pateiileat-es o de
elaiiiar i nce.-s sulciiieule pela -ua reforma. K ' o e\em|i|n : .
que nosilão todos os dia" a Ill.elalei ra e i s Kstados-l.' ui-
dos. paizcs, onde se deve ir aprender aauiar cílicazincnte
a ntâi-palria I
làsse rio P i q u i r y suppHe-se desembocar exactamente
junto á m i s t e r i o s a easeata do G i i a y r a , tilais liella talvez
que o Niagara e o Paulo A l l o i w i , e cuja ilescripção ainda
hoje vamos lér, palpitante- de emoção, em Azara !
. I m a g i n a i , diz o illustre geoeraplio. tinia iniuieti.-a
catarata, digna de ser d i s c r i p i a por poeta.-, p o r q u o e u
niagestoso P a r a n á , que, mesmo n c s t i posição, a I/O lé-
guas de sua eiuhocadura, tem mais agua du f]Ue quasi
iodes os maiores rios la lannqia reunidos ,• que esse
Paraná leni ainda i .20:1 metros de l a r g u r a no ponto,
em que vai cninecar a de-p m h a r - s e . F.sto r i o , ile ev-
traordinaria pi ssança, rediiz-s • de eepeutc a um estreito
c a n a l d e til) metros, no qual a acua se precipila com
fúria ínilescriptivel. Não caliein as aguas vcrticahueiite.
mas em plano, inclinado de 30", dando uma queda ver-
tical ile 17 m e t r o s .
a A neblina, produzida p-do cmijal.e das aguas nas
margens ilcsle canal de granito, nos rochedos, que se
elevam no meio da corrente, forniam coluinnas de
vapor, que se avistam a militas léguas, e lias quaes o
sol desenha innunierosarcos i r i s . Uma chuva perpetua,
produzida pela condensação do vapor d'agua, humedece
as florestas c i r c u m v i z i u h a s ; o cslainiiido da cascata se
ouve a (1 léguas; na v i z i n h a n ç a parere que a terra
treme I I »
iii • • V R S N D \ I'l «•«»-.

Vi O Xiajir.1, vi-o i l l u m i n a d o JMir uni si.l de J u n h o ,


-min dessas m a r a v i l h o s a s pontes «n«prn*3> r <!>• lodos
,K prniliftin< da a e l i v i d a i l o i n d u s t r i a l a n g l o - a m e r i c a n a :
nlaMoi-mn na contemplação lia e x i m i a ohra do d r e a -
der. realçada pries in; is ninados cominei 11limitos do
engenho humano ; m a s c s p , singela d i s r i ipraii do Giwjn
por Azara mo produz m a i o r iinpres-ir,

A hail dr r í i n l a s tropica,a; r europeus; ali'lll dc r i m ,


como o I a a i a - i i r i, i v a i i y , quo aio t.élli salinas como
o S. F r a n c i s c o ; além do um .-ido dc i r r l i l i la,l, 1 a d m i -
r á v e l ; 111,-ill dc ouro r d i a m a n l i a no A l i o T i l i n g ) : do
mioas dr torro on, m i n i m poiiio-: lr m r r r i i r i o m l Pal-
m e i r a s ; dr I a l r a r c e s . lie srlii-los h c l l i m i l i o s a s e, llllli
p r o v a v e l m e n t e , dc r a n So de pedra : Circa,.lor
an Paraná a b i l r a dr Palaniau.i. M:'sum no B r a z i l só
11,0 são sup, c o r e s a- bahias do l i i o ,le 1 aiiciro e do
Tmlos os S a u l i o
A l.iahia da I'.OMliaaai.i possuo Ião r x c c i l e n les condições
i n óticas que, ainda no estado de infância em que se
aeha a uo-sa [i.atri.i. te:n j.i ,h,us p o r l o s - A n l n n i i i a e
Paranaguá— gozando das v a l i h e r l i s do comic,creio de
longo c u r s o ! E ' a u n i r a h i l i i a no I m p é r i o , em que ha
clous portos de grande navegarão
0 vastíssimo t r r r i t i i n i desia a d m i r . i v e l província
p e r í r n e e quasi todo li nurão h r a z i l e i r a .
q'udo isso l i r m o n s i r a á Ioda a luz que a p r o v í n c i a
do Paraná 6 o Ohio predestinado do B r a z i l ; que
no dia, em que n r = l o p s i z se c.iiiiprclieiidor que não
lia outro systema racionai de indonisar . além do
americano; nesse dia „ Parana assumirá na A m e r i c a
do S u l a mesma i m p n r l . m r i a que o Ohio na A m e r i c a do
Norte.
Todo isso se r-d'are á paz. ás rao-as normaes da nação ;
oin tempo de g u e r r a o Paraná cresço de i m p o r t a n c e :
é então a p r i m e i r a nu a segunda p r o v í n c i a do I m p é r i o .
Só pó.le r o n i j i e t i r eul p i s i r õ e s estratégicas com o P i -
ran» o 11 ill Ii I'lllolo do S u l .
CUUTel" 220

A g u e r r a do P a r a g u a y , conduzida pela p r o v í n c i a do
Paraná leria nislado inlinitanicnlc menos c m solda-
dos cm tempo o em . I i i . h r i r - . i l 7 ) : l e r i a elevado o P a -
r a n á a u m g r á o d e prosperidade acima de lodo, os cál-
c u l o s ; l e c i a reduzido o Pa c a r i o u a ser rlrciiamrnlo
u m a ilependeneia c o m u i e r c i a l desle l i u | i e n , , ; l e r i a dis-
pensado as laes allianras phlinas; e leria, emliiii,
acabado de uma vez para sempre coin esse í a l a l i s s i m o
encanto do R i o da P r a i a I
T u d o isso foi dito, esrrip!" e disculidn uni sem
n u m e r o de vezes desde 8 de J a n e i r o de I 8 I S ; I I M S
H o m e r o tem razão lia sempre uma g a n d r a cm todas
as grandes g u e r r a s 1

Os 8 3 3 3 : 0 0 0 $ de vias ferreas g a r a i i l i d a s . que a lei de


21 de Setembro de 1873 concedeu á p r o v í n c i a do P a -
raná, são evidentemente insullicicnlrs para r e s o l v e r ,
c o m a devida u r g ê n c i a , os momentosos problemas de
colonisação, de viacç.ão e de e d r a l e g i a , cuja solução 6
i n d i s p e n s á v e l para o proeres.-o desta P r o v í n c i a .

(17) Si.lire a importância cslralejira dos raminhos de ferro


deve ser lido o Capitulo II ,1a a. 1 parle da Iiilrednerãu dos Re-
latórios da Exposição Universal de 1807 per Slirliel Chevalier,
tjllf leni por epigraphs - Services rendes pas les Clicmins dc
!'er dan- Ins rircnnsla,ir.es exlranrniuairos. —
Ilepois de sum,cariar os serviço,. prestados na guerra da.
Crimea, rir, 1831 s 18:;;;. e na guerra da ilalia , in lK:i!l. rem-
ei ue nestes termos:
« Au suird. de rrlte gnerrr d" Criinee eu pent dire plus rd
« snulenir rpie sj la Franee el rAngP'tniTr- u'avaleni pas mi
« l a - d o r - de Ia vapnir s„i Unia e| snr nier. I n i r situaliori
« s„r Intiicàtrcde la "narre èut ele l.len dliíÇrenle, ei que, ia.
« privation ile cel. element de puissance a <dó pnnr ia llnssie u „
, irrcmfdialile ,lesava,itage. Sur dix soldais. pui parlaient du
. No,at, il cn arrivait uii ou doix a Sevastopol: ies nutres ros-
. taiciat en route íel.ippi's, ,naiades nu inorts. Sur on Iroupeau
. ,1c mille lite,lis, il u'en parvenad pa; end aux as-irgrs. »
Estas palavras rernrd.im a ; misérias das leisiissimas exprdirCiri
de Male e o n . dilranle ,i muna'. ,e Pa en 0-11. L \ '
:!!l
-!•< , ,;,»..» 1)1. CL»-

C u m p r o que o P a r a n á entro no J'I-V nueii .las - r a m i e ,


p r o v i n c i a l .le » . ) M i : i < 0 $ J e vias fêmeas earantidas por
anno,
E' u i y e n l e a conslrucção d o i r a n d o caminho Je ferro
lie A n t o n i n a a C o r i t i b a . ao l v a h y e a Miranda. a so-
lução m a i s rapiila e m a i s económica p i r a as Cominoni»
rações cuininerciaes c estratégicas coin a f r o n t e i r a m e -
r i . i i u n a i d- J t a í o Grosso ç i s o .
E ' indispensável a c o n s l r u c ç ã o dessa v i a ferroado
valle do i - u a s s ú . i!>). a linha mais e . , t r a t r i í i c a , e m r e -

(iS) Os ostudos ilr.la iiepoidaiitOsima liolia for.nn concedidos


(«ir derrotes ie" 'issl d.' í i O.' iiezrmlii» ile 1871 e n." 501.8 ile 17
de Julho de 1872 ao liai ãn Oe Slaua e aos onavnheiiais William
Uoyil, Alilcaio 1'enor.l llsboiiras FUtlo, e rapilao faliu, e ao Ur.
riioinaz CorLrano.
(1 capitão IMhn. ilolado Cio rara intollieomua e arliyid.ade, (al •
teceu eel Janeiro de 187a, privando os ssms ronsooios rio sen
psl i ai.atle. ronrursn
Couro antes failoorra o lir. Tiieiieiz Ccdcrane. cujo wane a
historia induslrial lo Jlrazil retpstra brilluiotomoiite roino uru
dos iniciadores rio eaminleule Ima» d'1 11. P i d t o I I , da estrada
derodasein da Tijin a, e de eiilros meliieiraineiitos importantes.
Eni Março do I l i c a r a i n terminados todos os estudos roie
trartados, "exceptuando tão somente a sorrio da colonia Ttie-
1 • / • ao, Ha i xo-Iyali y.
üirigr presontemente os estudos, em In.-Vc,e do eapilr.o Ç.iiris-
liano Palm, o eii.arnlieiro William J.loyd.
Os estudos tem sido leitos o oxjo'il^is tio iiarfio d" Maná, tendo
faltiado o concurso tios eopitaiistas de Londres, rem que coil-
tara o capitão Palm. 17 mais uni art» de rara devotarão ao
pio.» - o. do Bra nil , que eiiuobrere o loa» amoroso c o mais
aotivo itos emprrzarios br.azileirus:

<») Desde Janeiro de !SCv due Iralialltaino.s sobre esta impor-


tante eoiuridencia lopoorapliira:—A baliia de Car,m _ o » Cori-
Iiba . Guarapuava , os valles do Jauassú e do Monday , Caaí[uazú f
Villa Uica e Assumpção eslão em parai!,dos terrestres muito
ximos.
A coincidência entre as lalitiides de Paranaguá c Assumpção
sai alé minutos; com cffeito tem-se;
l.alilude de Paraiiaíiui lV'-3f-8",0O.
I.alitu,lo do Assumi»"!» . . . . W-W-Sr-n,
C.VI1H Ml SI-

laçâo au P a r a g u a y , qnc sc p ú i e traçac no I m p é r i o ; Icn-


tada desde U I H Í > r L->pez pai e !>clo actual Marquez de
S. V i c e n t e ; uni sem n u m e r o de ve/.cs proposta e des-
prezada d u r a n t e a g u e r r a do Paraguay !
E s s a l i n h a coincide com a 8 . " , paraliela do s y s t e m s
de viacçâo geral do I m p é r i o , d e s c r i p l a no capitulo X V I I .
T e m j á uma importante secção em trafego de A s s u m p -
ção a Paraguary i cousla lamliem que eslá prompta a mór
p a r t s dos m o v i m e n t o s <lc t e r r a da secção d o l f a r a g u a r y a
Yilla-Rica.
llegistre-se, ainda, ne-le momentoso assumpto. como
m a i s uma prova deste funesto desamor dos nossos esta-
d i s t a s pelas obras d 1 utilidade publica:
Apezar do art. 13 do tratado de S i <k Dezembro de 18'I0,
o opulento lira:'!, não eons/ruinI50i o aiminho ite ferro do
ralle do hjaassu : a as o pobre eliarharo PamyM} contraiu
porte do caminhe dc ferro ie Assnnipçào a Yilla-liica.!!

Toda essa admir ivel zona e. i provincia do P a r a n á , b i-


nhada pelo grande rio, já foi povoada, já leve cidades e
•U1I1 certo gráo de c i v i l i s ição no século passado ; abi es-
tava situada u m a i m p i r t a n i e parto da r e p u b l i c a theo-
c r a t i e a dc t l u a y a r a . T r ê s cidades t i n h a m abi conseguido

(30) Corno sionprc. no Brazil, csri próprio não passou dos es-
t u d o s ! ! ! Os estados dos nossos estadistas são —sul generis—;
são intermináveis para podarem servir de prelexlo a adiamentos
sem limites. Não cimlnvnm a maxima d» T o c n g - Proisistina-
tion is the thief ot time. -

Fail 1818. o iilustrada conselheiro Beuirepairo Ilolian, então


engenheiro (Ia provincia do Parana, abriu nina pirada com 29
l0'°uas, desde o campo do Xagii air a iiciiaiem esquerda do Pa-
raná ; esta picada foi ainda visitada, mu «19. i*lo tenente da
armada Camillo Lclis da Silva, e depois caliiu no profundo abysmo
do olvido aduiinistralivo 1
Assim foi-se um projecto rfuc teria ligido para sempre o Bra-
i l l e o Paraguay pelos {oitos lutos de interesses comuicreiaes
do maior alçam'" 1
ffiX I.UUNTIA DE .1 CUOS.

fundar n> j e s u í t a s : V i l l a l l l c s no I v a l i y . cidade R e a l on


Guavara no P i q u i r y , o SaiHa Maria 110 Iguassu.
E m 1ST I , 0 men ü i . - l i i K t » amigo o capitão de fragata
51. R . d a C u n l i a Conto. VIMIOU a magnifica situação dc
S a n t a M a r i a d a Igua-sú M . posição a d m i r a v e l , como não
c o n l i r c i u u l t r a no Importo, p i r a a fundação de unia grande
cidade" c o m m e r c i a l e e - ' r a t c a i c a . entreposto f u t u r o de
tudo o eoiuuier,00 ilo< toldeis t.'i'i itórios do A l i o P a r a n á
edoC:i\(i Igu i.--a ( .
Lembremos t e n u i i i a u d o .pn- este p r e d c s t i n a d o l g u a W i
foi testemunha d,o uni úrwt r.-iU» lieroicos, que
iemlirarn a- asMjmbrnsas o v j i e d i c O o de F e r n a n d o Curti-/,,
de P i z . . r r o . e do l l a i l / n !
II. A l v a r o Nunc/, Cabeza de V a r a , nomeado g o v e r -
nador do P a r a g u a y , desembarcou m s proximidades da
i l h a de Santa C a t h a r i n a ; e n v i o u p r m a r e pelo R i o da
I V . u a O seu l u g a r - l e n e n t c Felippe C a c e r e s ; c o n t i n u o u
sua v i a e e i n | W r " l f i T . i c checou a Assumpção. seguindo o
valle e navegando o I g u a s s u , a 11 de Marco de 1 3 « , u m
lllez anil - de Felippo C a c e i e s I
F r a o c a m i n h o , q u e o:u F i « t r i l l i o n 1». A l v a r o Nunez
Clheza de Vaca, que de\ ia tor seauiidu e m 1WÍ3 o o w r -
cito h r a z i í e i r o : ticacia senhor dc V i l l a R i c a , de A s -
s imp: ão e de lodo o P a r a g u a y . dcWaudo m i m * iwie-
i i m " l i m i w i t à o tch-s os meios de g u e r r a , que Lopes
t i n h a accuniuladn nas margens do r i o .
M i s . . . foi i m p a s s í v e l c o n v e n c e r . Como sempre faltou
fé. faltou coraaeni. T e m i a m que o ISrazil lizesse banca-
la-il.a gastando alooio- u i i l l n r e s de coiilus de réis na con-
s t r u i T ã u de um c a m i n h o de forro, no seu propino f e m -
toriio u o P a r a n a . n o cqniicnto valle do Iguassu I T e m i a m . .
E no entanto estava la.criplo :

I;:l 1 Vele icc, acction, il.i ministério ea maia,.lia o i i . o . , - -


Vll|l(, ! r.ihulliii —- l l c v e 11 ei 11 c, a da explurartn do Allo Parana.
rt',íllr ire., ,0.. a |..t li" Iguassu, pelo eapilão Ilctiaa-
„ ,0, M li la CunI,a Ia.c.in.i — e o- uiappa-. >iue u acoiiipanliion.
CAl'ITULO X * . —'

G u e r r a du Paraguay - cinco a , m o s , 1 0 0 . 0 0 0 homens


c IMO.OOÍhOOOçOOO (atai. absurda e i n u t i l m e n t e lançados
no abysino '.
E assim se r e a l i z o u . . .
E o Brazil não fez l o n r a r . i l » !
Repitamos ainda u m a vez :
A s naeães americanas, senhoras dc u m solo v a s t í s -
simo e dc'uma fertilidade, desconhecida no velho mundo,

t ê m uma força v i t a l enorme'.


Não exemplifiquemos m a i s com a nossa prodigies!
i r m ã a do N o r t e , esse exemplo já i r r i t a os r o t i n e i r o s ; ci-
temos mesmo o l h a / . i l apezar de todo o marasmo, de toda
a descrença, e de todo o pessimismo dos seus estadistas.
Vede-o' arrostando em 1800a m a i o r das crises finan-
cidras que assolou o I m p é r i o , o preeipitando-se logo
depois, cegamente, cm uma g u e r r a a t r o p h i a n t e de cinco
al
™ d e - 0 findar e . t a auerra e c o l l o c a r l o g e o s e u c r e d i l o
e m L o n d r e s . acima do de q u a l q u e r n a j ã o do inundo, in-
c l u s i v e os próprios E s t a d o s - U n i d o s .
Yéde-o, resolvendo logo d, pois u m a parte importante
do seu problema social m á x i m o : - a emancipação.
Vcde-o contrariado no seu propino t e r r i l o r i o pela ro-
t i n a e pela malovolencia nos seus c o i n n i c t l i m e n l o s ui-
dustriaes, i r c o n s t r u i r iramxvays e tclegrapbos em Mon-
t i v i d e o , em L i s b o a e até em B r i K e l l a s l
r a r a que, pois. esses vãos t e m o r e s , que de infundados
j á passaram a ser r i d í c u l o s ? ' . . .

" A província' 'tié Santa' G a i h a r i n a tem o seu futuro ga-


r a n t i d o l i a m i n e r a ç ã o do carvão de pedra.
Possuo o r i o T u b a r ã o , r i c o d e s s e precioso c o m b u s t , u

de forro e de calcareo, destinado a ser em b r e v e o C . y d o


o u o Nexv-Gastle da A m e r i c a do S u l .
Os 8 rn.OOn.-aOO garantidos, que lhe competem pela
l e i dc 24 de Setembro de 1873, d e v e m ser, pois, integral-
mente empresados no m e l h o r a m e n l o do per to da Lag,ma.
e no r a m i n h o dc ferro do valle du T u b a r a o .
i) R . A i u s T n BK .11 no.-.

Este raminho do forro, como já foi «filo no capi-


tulo X Y I i , 6 a p r i m e i r a secção da 9 , " p i r a l l o l a da grande
viarção do Império : prolongado alcança o valta do U r u -
guay e v a i s e r v i r uma rog ião, rica de liervacs c de ubér-
rimos campos do criação.
Com os alies pivç.ns aeliiaas do earvão de pedra a sua
produeção no Brazil í\ certaineute, opruhiema de maior
momento para a nos.sa industria : 110 eapitiilo V I I I pro-
curámos demoiislrar a ureeiioia de se promovera mine-
ração do carvão do pedra braziieiro : lo.los esses argu-
mentos estão continuamente crescendo de vaior com o
progressivo augineuio do preço do carvão de p i d r a i m -
portado da I n g l a t e r r a .
Aconselhando a exploração das minas de earvão de
pedra do T u b i r ã o . disse o iiluslrado Mr. John Miers em
seu r e l a t o r i o . — OBra/.il na Exposição Uni vers ilde 1837
em I ' a r i s :
« Para o B r a z i l estes depasilos são muito mais pre-
ciosos do que todas as suas celebres minas de ouro, pois
offercccm um futuro manancial da riqueza, que não
deve ser desprezado. Seria i n ú t i l tentar a exploração
destas m i n a s s e m o apuio de capital stilli dente, o qual
só poderá ser feito pelo governo ou por uma c o m p i n h i a .
No B r a z i l não lia osp uutnças actualmente que se organize
semelhante companhia, porém na Inglaterra seria fácil a
sua realização, amianto que o gonenio qai:esse dar alguma
garantia ou olTerensse sufficient!.' protecção ás parti s
contractu!) tes pela concessão de re rios p r i v i l é g i o s : mas a
i n i c i a t i v a deve p a r t i r do governo o neslo caso não falta-
r i a m os capitães, embora fossem grandes as exigências.

« O consumo anuual de uma Ião grande quantidade


deste c o m b u s t í v e l tornado dispenlioso pela sua longa
viagem da I n g l a t e r r a , auginenta constantemente para
manter o grande eonniioreio, que se vai desenvolvendo
ao longo de toda a costa do Império, o se o carvão bra-
z i i e i r o pudesse chegar a s u b s t i t u i r esse grande forneci-
mento estrangeiro, enormes seriam as vantagens p i r a o
paiz a muitos respeito;,
CAPITU.Ü W '

, l - t u ii uma questão mei»Ml, <|»c s<5 o governo pode


d e c i d i r : e uma itas mais importantes e mais dignas de ser
por die tomadas em especial consiilerofãu. »
Os sabins conselhos dc M r . J u l i a Micrs não foram
aceito* 1 1. São (lassados sete annos, as minas d o T n b a r ã o
e s t ã o a i n d a por e x p l o r a r : o p r o p r i o g o v e r n o , a navegação
e a i n d u s t r i a estão pagando o rarrão depedratto fabu-
loso preço de 'lOSOOO por tonelada!!!

O U r . Sebastião Braga faz lia 12 annos, desde 1802,


c o m a d m i r a i cl tenacidade, a propaganda do c a m i n h o
de ferro de U . Pedro I , de S a n t a C a t h a r i n a ao R i o
G r a n d e do S u l .
E m 181111, sendo ainda e n g e n h e i r o m i l i t a r e d i r e c t o r
das obras (ia fortaleza dc Santa C r u z na ilha do A n h a -
t o m i r i m , j u n t o á b a r r a do n o r t e de Santa C a l i . a t i n a ,
i n f o r m e i o i l i e i a l m e n l e sobre esse interessante p r o j e c t o .
O c a m i n h o de IVrro de 1). Pedro I o c o m m e r c i a l e
eslralegiro.
T e m por ( l i n d a r á p r o v í n c i a do R i o G r a m l e d o Sul u m
dos melhores portos da p r o v í n c i a de Santa C a t h a r i n a .
O R i o Grande do S u l só tem Um porto e esse mesmo
i u m niáo p o r t o : Santa C a t h a r i n a tem i n n u m e r o s e
e x c c l l e n t e s portos 1
A n t i t h e s e s p r o v i d e n c i a e s : Deus decretando a unidade
da nação b r a z i l e i r a 1
Blais t a r d e , quando o B r a z i l e s t i v e r m a r c h a n d o com
segurança o v i r i l m e n t e na estrada do progresso, ence-
tar-se-ha a consti ucção do u m gigantesco c a m i n h o de
f e r r o ligando todos os nossos pottos ile m a r .
A p r i n c i p a l razão de ser desses c a m i n h o s de f e r r o { a
velocidade.
Os m e l h o r e s paquetes a vapor p e r c o r r e m 18 a 21 k i -
lometros por h o r a : as m e l h o r e s locomotivas 70 a ÍOO
k i l o m e t r e s per h o r a .
A velocidade (los t r e n s de passageiros pode, pois, ser
q u a t r o a cinco vezes m a i o r do que a velocidade dos pa-
quetes.
vii \ y n A Di. j r m . s

Ainda mais: pela ordem n a t u r a l das comas o caminho


de ferroapproxima-se quasi sempre mais da linha r o c i a ,
que liga os dous puríos de mar. do que a trajectória v a -
r i a v c l , percorrida peio paquele a v a p o r .
Quanto á commodidadc: enlre o racdhor paquete a
vapor e o rarro-j-ntacio (pUm-tar) dos caminhos de
ferro de luso não pode haver enleio na escolha.
Além dhso os caminhos de ferro á beira-mar tem
para o riajuntc lourista um a l l r a c l i v o esiiecial.
Us caminhos de ferro m a r í t i m o s são de uma belleza
indescripl.ivel 1
Para quem já teve a felicidade de percorrer o p i l l o -
resco camiidio de ferro de Marselha a Toulon, a Nice e
a Gênova; para quem já se extasiou contemplando esses
panoramas marítimos, entremeiados de pais i g c n s ; para
esse não carece de demonstração o quanto ai'ahamos de
avançar.
Para quem ainda não pôde sahir do B i » de Janeiro
lia o recurso de fazer o bellissiino passeio da T i j u c a ao
Jardim-llolanieo. pela estrada á beira-mar. e de pedir
á sua imaginação que complete as bellezas íialuraes com
a commodidadc de um excedente carro de caminho de
ferro, cora a sensação voluptuosa, que produz a grande
velocidade, e com o relevo, que dá á natureza, 110 mar
lindos yachts e cm Lei ra hollos chalets e elegantes pala-
eies, cercados de magníficos j a r d i n s !

A provincia de Santa Cathariria tem desde, muito uma


jusla aspiiação; ligar o seu excellente porto d e S . F r a n -
cisco ao famoso valle do Iguassu.
Deste hello problema deve-se lec uma acurada expo-
sição na douta memoria, annexa ao relatório do m i n i s -
tério da agricultura do Dezembro de 1S7S. do m e u
amigo e infatigaud collcga o engenheiro Eduardo José
dc Moraes,
Quando o valle do Iguassu fòr a grande v i a de com-
municação do Paraguay e das zonas c i r c u n v i z i n h a s da
Bolivia c ile Mato Grosso, serão iiisufllcicnlcs para
CAPITULO XX. 231!

s e r v i r - l h e dc entreposto m a r í t i m o as bailias de Para-


naguá e S . F r a n c i s c o .
Será então necessário recorrer á bailia dc Guaratuba
c aos portos dc Cananía c I g u a p é , aprovcilando a des-
cida mais natural do planalto de Coritiba ao mar pelo
valie da R i b e i r a ou rio de Iguapé.
Este valie do r i o de Iguapé ou da R i b e i r a , i|ue, se-
gundo explorações recendes, é riquíssimo do mineraes
de ferro, ile prata, de b i s m n l b , de a n t i m o n i o e de
chumbo, merece liem um caminho de f e r r o , para dar
desde já desenvolvimento á industria m e t a l l u r g i c a , e
f a c i l i t a r , TIO futuro, as transacções commerciaes com os
valles ile I v a l i y . Tiliagy e Paranapancma.
Lenrlo-se o inleressaulissimo Relatorio dacommissão
encarregada do reconhecimento da região de Oeste da pro-
víncia de S. Panto, esrripto pelo muito distineto enge-
nheiro D r . João M a r l i n s da S i l v a Coutinho, reconhece-se
que o valie do rio ela R i b e i r a ou de Iguapé r i v a l i s a cm
riquezas mineraes com o do J e q u i t i n h o n h a , c è real-
mente uma das maravilhas naturaes, que o Creador
concedeu ao B r a z i l , e, especialmente, á essa predestinada
província de S . Paulo.
Tem ouro no Apiahy ; chumbo e praia no Y p o r a n g a ;
antimonio e bismuth nas quebra las da s e r i a do C a n h a ;
ferro no Jac.upiranga e no Sapa t i .
O minério de ferro do Jacupiranga compele em r i -
queza com o de S . João de Ypaiie n a : aclia-se no estado
de hydroxido e de oxidulo de ferro, contendo o h y d r o -
xido 88 a 8 9 % do ferro mclallico e o oxydulo 86 a 90
e algumas vezes m a i s ! I

A agricultura da província dc Santa C a t h a r i n a ne-


cessita de reformas r a d i c a c s : os seus géneros de pro-
ducção actuacs são de pequeno valor o incapazes dc sap-
portar os transportes em vias férreas.
Temos mais dc uma vez repetido neslc trabalho: ao
mesmo tempo que se construírem os caminhos de ferro
dever-se-ha cuidar de promover nos terrenos adjacentes,
231 259 GARANTIA DE JUROS.

onde fur possível, a c u l t u r a do café e de produetos a g r i -


colas de alto p r e ç o .
S i r v a - n o s de lição a sor te actual dos a g r i c u l t o r e s do
Oeste nos E s t a d o s - U n i d o s , obrigados a queimar o m i l h o ,
como C o m b u s t í v e l , nas machines a vapor, na impossi-
bilidade de exportal-o pelos caminhos de f e r r o , cujas
tantas s í o forçosamente altas pelas grandes despezas,
i n h c r e n l e s á sua c o n s t r u i r ã o e ao seu custeio.
D ' e n t r e as c u l t u r a s de c l i m a s temperados, analogos
ao de Santa C a t h a r i n a , parece-nos que se deve d a r pre-
ferencia à seda. que éa p r i n c i p a l riqueza ela L o m b a r d i a ,
o á v i n h a , que é u m dos melhores produetos agricolas
da E u r o p a M e r i d i o n a l .
A seda ein casulo vende-se de 40 a 80 francos a l i b r a ,
quer a p r o v e n i e n t e (lo Bmbix mo ri, quer da especic
nacional Saturnia aurota (32).
O preço m í n i m o de 40 francos ou de 14,5 a l i b r a , é
ainda 40 vezes maior do qnc o do café, vendido mesmo
ao alto preço de 330 r s . a l i b r a 1
Q u a n t o á c u l t u r a da v i n h a , os resultados econômicos
são também n o t á v e i s : o v i n h o nacional, produzido em
S. P a u l o , ainda na imperfeição elo p r i m e i r o s ensaios,
tem obtido de 160,5 » 200S a pipa 1 1.3d)
A uva produz de u m modo prodigioso na p r o v í n c i a
de Santa C a t l i a r i n a .
Disse-me em 18153 o engenheiro húngaro T o d e s c l i i n i ,
d i r e c t o r da colônia There,sopolis, que a producção da
u v a era m a i o r nessa colonia do que cm T o k a y , um dos
1,liares m a i s celebres da H u n g r i a pela producção da
u v a , conhecido u n i v e r s a l m e n t e pela e x c e l l c n c i a do seu
vinho, que alguns consideram até o m e l h o r do mundo
na sua especialidade.

(32) Vide entre os annexes (lo relalorio ito ministério da ígri-


,.„11»,» de. 1873 a memoria do Ur. Otto Lias® sobre a exposição
iiacelogira dc Roveredo.
(53) Vide no mesmo relalorio o inane] ito sobre a cultura da
vinha na província lie .8.1'aulo.
CAPITULO XX. 231!

Parece, pois, que não se pôde introduzir na província


de Santa Catbarina duas culturas mais auspiciosas e
m a i > adequadas ás suas condições naturacs do que—cs
culturas da sèda e da v i n h a .

A província do R i o G r a n te do S u ' , graças á sua po.


sição estratégica, vai ter em breve 4 V O O contos de
vias ferreas.
Será a primeira a l e r completa a sua r r a n d ' parallela:
— a Unhados valles de Jacuhy e Ibicuhy, já descripta no
capitulo X V I I .
Simultaneamente com esse grande tronco se deverá
construir o r a m i n h o de ferro da cidade do Rio Grande
do S u l , principal e único porto de mar da província, ás
minas de carvão de pedra do Candiota, para accelerar a
mineração desse precioso combustível, agente indis-
pensável a navegação a vapor e á grande i n d u s t r i a . A
melhor d i r e c t r i z para esse caminho dc ferro parece ser
a linha de thalweg ou o p5go do rio P i r a t i n i m e do seu
confluente o P i r a t i n i m - O r q u e t a , c u j o s u l l i m o s a l f l u e n t e s
se apiproximaiumuito dos confluentes do Rio Candiota.
O grande tronco de J a c u h y - I b i c u b y encontrará
também, a cerca de 16 legras dc Porto Alegre e a meia
légua de S . Jeronymo, as famosas minas de carvão do
pedra do A r r o i o dos Ratos.
Para explorar estas minas organizou-se em Londres,
em 1871, uma companhia The Brazilian Collieries Limited
com o capital de £ 100.000 em 20.003 acções de £ 5
cada u m a .
Ultimamente os jornaes do Rio Grande do S u l annun-
ciaram que o carvão do pedra dos Ratos estava sendo
vendido a 80;> em Montevideo!
Dedicamos um capitulo desle escripto (o capitulo I X )
á propiganda da mineração do carvão de pedra brazi-
i e i r o . Não cessaremos de roprtir que esse 6 o maior e
o mais instante problema industrial da actualidade.
< O carrão de pedra é o diamante da Inglaterra. » Nós
o possuímos da melhor especie e em jaztgi s inuneosos:
236 GARANTIA DE JUROS.

e cruzamos os braços perante uma das maiores dadivas


do Crcador I
Quanta riqueza desconhecida e menosprezada rffeste
paiz!!
O que s a r i este B r a z i l , meu Deus, quando os homens
forem dignos delle? 1

S i m u l t a leamcnle com a conslrueção da lede de vias


ferreas devem pros-guir as obras hydraulicas para o
estabelecimento de docas ou de estações macitimas nas
cidades de Porto Alegre e Rio Grande do S u l , e para
melhoramento do canal da Lagoa dos Patos, que liga,
pela navegação a vapor, asduas priiicipaes cidades da
provincia.
Deve ser lambem cuidadosamente promovida a nave-
gação a vapor do Allo-Uruguay desde Uruguayana até
S . B o r j a , como um dos meios mais enérgicos de acce-
lerar o desenvolvimento dos extraordinários germens
de riqueza c engrandecimento, que possue a provincia
do Rio Grande do S u l .
, T i v e occasião de percorrer duas vezes em 1803, depois
da rendição de Uruguayana, essamaguilica secção do r i o
U r u g u a y , e de reconhecer pessoalmente os elementos
commerciaes, da mais alta importância, que possue.
A navegação a vapor do Alto-Uruguay tem hoje uma
subida importância pela conslrueção dos caminhos de
ferro do Salto a Santa Rosa e ile Concordia a Federa-
t i o n , destinados a vencer as diffieuldadcs do Salto Grande
e das Cachoeiras subsequentes. S i n t a Rosa lica exacta-
mente junto á fronteira brazileira do Quaraim.
Cumpre que não percamos tempo precioso, e que não
deixemos os Orientaes e os Argentinos nos precederem
nesle commcttimento.
O caminho de ferro do Salto a Santa Rosa deve, de
conformidade com o contracto assignado em Londres,
ficar prompt» ear 31 de Dezembro de 18/í ; o de Con-
cordia a F e l e r a c i o u já foi inaugurado.
Não ha, pois, tempo a perder.
c a p i t u l o w .

S I , i n u m o . - Estudo o «tisc-uss/io (los rmprnao. d®


preferencia deve sor I R I I M » a garanti» de juros („,,;,1).
— Provinria do G o í a z . - Navegarão a v;,|,or dn Tooanliils e
do viee'liava.-Plank-road <lo volte .1« rio Vermelho.-
Fxe,untos do piaiika-oads dos Estados-Ciidos o d" Canada.
— Plank-rnails do llgarto Jos valles do Tocantins o do Ara-
•arava rum os vailcs do S. Francis™, Paraná o P a r a g n a y . -
Provineia de Mato Grosso.-Caaiinl,o ,1c ferro de Miranda
ao AUo-l>ar;in:l.-Plank-riiails pira ligação dos valles rio
i r a gorava, do Tapajoz o do Madeira ao valle do P a r a g u a y . -
Os'nnrlos Huviaes de Mato Grosso, portos (ranços alt o anno
do 1900,— Como (levem ser conslruiilos os caminhos de ferro
garantidos.—0 svstema americano ,le i f W a 1 8 » . - A p r e -
ciação ,1o snas vantagens por Michel C h e v a l i e r . - U r r o s e
inconvenientes do systenia europeu.-Sua critica pelo enge-
nheiro C. A. Oppcmiann.— Conclusão.

Todo o futuro (la p r o v i n d a de Goyaz depende d,i


navegação a vapor do T o c a n t i n s o do A r a g u a y a , tão
devotadamente i n i c i a d a pelo i n f a l i g a v e l D r . Couto do
Magalhães.
Os 8 . 3 3 3 : 0 0 0 | 0 0 0 garantidos, que lhe competem pela
l e i de 21 de S e t e m b r o de 1873, devem ser quasi e x c l u -
s i v a m e n t e empregados em aperfeiçoar e m e l h o r a r esta
navegação, c e m dar-lhe o máximo desenvolvimento
possível.
P a r a as obras, de que carecem esses r i o s , r e c n m m c m l o
m u i t o especialmente o systema a m e r i c a n o . E m lugar
231
259 G A R A N T I A D E JUROS.

dc canacs latoraes, d'cclusas, de comportas o de outras


obras de elevado custo,appliquem-sc os planos inclinados
com tracção a vapor ou por ariimacs, directa ou trans-
mittida a um cabrestante para passar os barcos de um
pêgo (lief) a outro.
V i funccionar ultimamente, cm Junho de 1873, um
destes planos inclinados no Morris-Canal, junto à fa-
mosa fabrica « Boon ton Iron W o r k s » , e posso assegurar
que nada ha mais economiro, simples e eminentemente
pratico.
São as obras norte-americanas, de 183(1 a 18ÍO, quo
devemos exclusivamente empregar rio interior do
Brazil. Tudo isso, que lemos nos livros da Europa, pódo
servir para qualquer outra cousa, menos para sor racio-
nalmente appiieado a este paiz.
A obra de Michel Chevalier llistoire et description des
loirs de Communications aiu Élats-Uiús, devi'ser ale 1900
o evangelho dos engenheiros brasileiros.
Dos 8.333:000>0!)í) garantidos, parece-nos que apenas
sc deverá dislrahir o necessário pira construir, com a
mais rigorosa economia, um plant-road ou um tramirmj,
com tracção por animaes, pelo valie do rio Vermelho
para communicar a cidade de Goyaz com o porto de Leo-
poldina sobre o rio Araguava.
Ainda não lia um só plank-rond no Brazil, terra das
florestas sem fim, e das madeiras de construcção mais
estimadas I I . .
Os preconceitos curopros c a fatuidade nacional, a
monomania da ostentação nas obras de utilidade pu-
blica, têm impedido a applic.açjo dos engenhosos e
economical.! processos norte-americanos. Desdenhamos
toda olira que não é de ferro c granito, e, como as c i r -
cunstancias financeiras do paiz não permittem esles
disparates economicos, o Brazil continua na deficiência
das obras publicas da mais urgente necessidade!
No entanto, ainda agora os Estados-Unidos, com
'tf).000.COO de habitantes c uma riqueza extraordinária,
e o Canadá, rica colonia da riquíssima Inglaterra,
239
CIPITULO ra.

construem com vantagem plank-roads ou estradas assoa-


s t e a terrível guerra para
I o s dmú-mids foram largamente usados com
os aperfeiçoamentos, introduzidos pelo engenho,ro

" e T ' U inaugurou-sc uma Unira de 76 kilometres


,.„t, ( a r t i g o n o Estado d e N o v a - Y o r k , e H a r w . U e .
No C -a província de Ouebec, construíram
Ü s «m P ' ^ l com 100 kilometres de

"o de Serrei c de % k i l o m e t r e s , o de L - w i s

a Quenneliec c de 100 kilometros.


Nestes pia, M os trens de W - r n ^ o m
•i velocidade de 30 a 32 kilometros por hoia, c o, dc
mercadorias com a velocidade de 20 a k^" 111 ® 1 ™^ .
Os plmú-roais duram, em bom estado, de S a l annos,
com uma conservação vigilante e reparações a pio
no to os conservam-se indefinidamente.
1
° N Qnadá e nos Estados-l'ntdos o proçodo
J e i i a a k - r m d , incluído o maternal rodante, e de 7.00»»
•I8-000S da nossa moeda. , . ,
Em p i alguma se pôde fazer um melhor ensaio c
M - r o a t / s do ttue nessa via de comnmn.caçao da c -
pitaí cíe Gojaz a í porto da Leopoldina pelo valle do n o

X f m u i t o di-pmdiosa a construeção de uma via


férrea c o transporte por locomotivas em uma região
ão longínqua; ao passa que opto.fc-ro.-Iacharia aln
mtrifo economicamente excel,entes - - a s s a r a sua
construccão e animaes para o serviço ile traiçao
S m do plank-road do valle do rio Vermelho sao
muito reconimemlaveis nesta p r o v í n c i a :
1 0 E m plank-road da cidade de Goyaz podo vai e do
Àuicuns ate encontrar a navegação livre do Parnahyba
E 1 l / - r o « í poria Goyaz em common,caçao fácil
com S ta Anna de Parnahyba, ponto obrigado do ca-
minho de ferro em estudos de S . Paulo a Mato Grosso.
240 GARANTIA DE JUROS

Os plunk-roads dos valles do Vermelho e do Aniruns


pertencem ao systema da grande convergente do To-
cantins, Araeuaya, ParanS r Rio da Praia,
2." Um plank-roni do p - r l o mais meridional do Ara-
guaya naveravel a vapor, pelo valle do I'iquiry até o do
S . Lourenco, seguindo proximamente " caminho, pelo
qual o D r . Coulo de Magalhães em |S(tS conduziu adini-
ravidmenle um vapor da bacia do P n l a a do Amazonas.
Foi I m b m este o único commrtlimonio industrial,
dicaio de nota, executado nessa estéril campanha do
Paraguay!
:i.° Osiibtnk-riiails para ligação di s valles do Tm aitiius
e S. 1'rancisco, quér pelo valle do Carini.anlia, quer
principalmente pelos valles dos rins do Somno e dos
rios Preto c Grande, que ennlhn S. Francisco, e\ c-
tamente nesta iiredcsliiuula situação da Villa da B i r r a .
A pro\ incia do r.oyaz só lem a lomer que a lisura ilos
in ssos estadistas impeça que a cila se eslei.daiu . s heue-
t i c i i s d a l e i de 24 de Setembro do Foiiziccate
Goyaz é rcprcsentaila no parla nlo por Al'rc 'o Tau nay:
o talentoso deputado que sonho older ,,ina pensai p r i o
immortal maestro brazileiro Carlos |J..ui, s póilo sem du-
vida cumprir a grata missão de dar viacção aperloiçoada
ã pcovincia le Goyaz I

A provincia de Mato Grosso, a m i s v. s l ' do Império


depois ila provincia do Amazonas, medindo 2.(KIO.880
kilonielrus qiuulr idos, sem possu r como a do Amazonas
uma rede fluvial sem ieual no rio, não pôde licor sa-
tisfeita, comos 8.300:000 s carnitines, que lhe ciinl-
petem pela lei de 21 de Selembro dc 1873.
Mato Grosso, descuidada aló heço, pobre e cxliausta
pela atroz invasão paracuaya deve -cr restaurada como
cucrgico regimen ile .1.000:1*111. ilc cms férreas por anno
como ; s grandes províncias <I.< laiperio.
E' evidcnlemcnle impossível resolver, com uma
menor somina, estes inslanles problemas commeiciaes
e estralegicos:
CAPITULO MI. 211

1 A conslrucção do caminho dc ferro, já esludado,


de Miranda ao Alto-1'araná cm connexão com o caminho
Je ferro do valle do Ivaliy ;
2." A ligação das bacias do Araguaya o Paraguay,
pel 11 s valles Jo P i q u i r y c S. Lourenço, como foi ha
pouco indicado enlre as vias dc comtniiiiicação mais
inlcrcssanles a província dc Ooyaz;
3.» A ligação dos valles do Tnpajoz e Paraguay por
Diamantina. destinada a dar á exportação da borracha
pelo R i o J a Praia, ha pouco iniciada pelo patriotico
gereulc Lus bio Jose A n t u n e s o máximo desenvolvi-
mento ;
4." A ligação dos valles do Madeira e do Paraguay,
isto 6, a realização ecssi famosa convergente, que, con-
sumida ein canacs, faria dc quasi lodo o Brazil a maior
ilha do mundo.
A todas eslas vias de conimunicação da maior u r -
gência para dar civilisaeão e vida commercial a Mato
Crosso acrescentem-se os melhoramentos indispensi-
veisnos rins, e o a u g m c i i l o das subvenções ás compa-
nhias de navegação a v a p i r para tornar mais frequentes
as suas viagens, que S" chegará infallivelracnte á con-
clusão que, niesuio com a mais cstricla economia, e
empregando os systemasdc conslrucção mais economises,
só com 3.000:1100.) porauno, empregados em garantia
de juros c s a l u e ições, poder-se-lia alcançar muito res-
iriclamcnte este rlesú/mitum.
A todas eslas medidas deve o parlamento br.rziieiro
r e u n i r uma disposição economic,! indispensável e dos
mais bancficos o (leitos: — A completa liberdade des
portos íluviaes dc Mato Grosso, isto è, a isenção plena
de qualquer imposição aduaneira, a todas as mercado-
rias, importadas e exportadas até o )." J e Janeiro
dc 1900.
As declarações annuacs c parciaes dc franquia, como
até hoje têm sido feitas, não podem produzir os grandes
resultados industriais e económicos, que súe produzir a
liberdade dts portos, quando estabelecida por prazos
31
242 GARANTIA DE JUROS.

lixos o sufficientcinente extensos. Evidentemente ne-


nhuma empreza de viacção ou de grande industria se
pôde fundar sobre a base da isenção de direitos de im-
portação por um ou dous annos.
Entre os meios mais encrgicos, que a Seieneia Eco-
nômica ensina pira fazer prosperar um paiz, occupi
um lugar distinetissimo a liberdade dos partos.
E m 171», quando Carlos V I , o pai da famosa Maria
Thereza d'Auslria, quiz que Trieste supplautasse Ve-
neza, declarou Trieste— parto franco. E Trieste sup-
plan tou Veneza.
Marselha foi pii'to franco até 1817 e assim foram
lançadas as Irisas da sua prosperidade actual.
EnIce os meios, aconselhados por Michel Chevalier a
Napoleão 111 para fazer prosperar a Argélia, eslava em
primeiro limar a franquia de todos os portos da Argélia.
I.ivorno loi pirto franco até a unificação da I t i l i a .
Monlcsquicu dizia que Livorno era a obra-prima dosMe-
dieis. Livoruo, porto franco, lutava vantajosamente
com Génova, ape/,ar de ser Génova o entrep isto natura
da riquíssima Lombardia.
' Se queremos, pois, ter a província de Mato Grosso
povoa-la, rira e prospera em 101)0, conccdamos-llic libe-
ralmente a franquia de seus portos até essa data.
Indemnizemos assou Mato Grosso, a infeliz martyr
dos nossos erros nessa fatal guerra -lo Paraguay

Eis-nos chegados ao termo deste trabalho.


Cumpre, p-ovni, antes de findai-o, adduzir ainda mais
arr umemos s hrc a indeclinável necessidade e a subida
conveniência de empregar a bitola estreita e os pro-
cessos mais económicos na execução da rede d e v i a s
ferreas do Brasil.
Imitemos confiadamente o proceder dos Est.ados-Uni-
dns de 1830 a 1840, e colheremos seguramente os mesmos
preciosos fructos, ou ainda melhores, porque a arte de
construir tem feito extraordinário progresso de 1840
a 1874.
CAPITULO XXI.
243

Nós teremos, para construir os nossos caminhos de


f e r r o , machinas e utensílios, que eram inteiramente
desconhecidos em 1840 !
Poderemos ir lniscar locomotivas em Philadelphia
cm . Baldwin Locomotive W o r k s , nu na Inglaterra nos
melhores fabricantes de machinas F a i r l i c .
Compraremos trilhos c todo o material rodante na
Inglaterra, na Bélgica ou nos Estados-Unidos, nas fa-
bricas mais bem reputadas, sem ficarmos r e s t r i c t » i » r
cond irão alguma além do melhor e do mais borato.
Neste importantíssimo assumpto trarei ainda o teste-
munho de Michel Chevalier:
, Do menie on se m c p n n d r a i t sur ma pensec, diz o
i l l u s l r c mestre, si 1'on supposail q u i c i je reproche aux
Américains d'avuir adopte un systeme i m p a r i a , ! de
chcmiiis de fcr. L o i n de lá ; onne sauratt trop les louer
d'acoir cise i 1'economic, en depit des prescriptions de la
théirie abstraile, et d'acoir eu le boii esprit de proporlmer
leurs defenses à leurs ea/iilatu:.
* L e mieux est Pennemi du bien. S i les Américains
avaient voulu copier les cheinins de fcr anglais, on
n'aurait pas v u sur le sol de l'Union, avant un siccle
peut-étre, les cl,e:ninsde fer, qui le silionnent deja; ou
qui dans trois cu qualre ans : e r o n l acheves et le tra-
verseront en tous sens. Sans douta les chemins do fee
d'Amérique vaudraicnt beaucoupmieux et impuscraient
des frais de traction moindrcs, s'ils n'avaient que des
pentes de 3 millimetres par metre au lieu de 0, de 10,
de 12 et si leurs rayons de courbure, au lieu de descen-
d s à 300, à 200, à 100 metres m i m e resiaient constam-
mentaudessus de 1.000 metres. Mais, ce n e s t pas à des
chemins do fer modeles, tels que les peuples les plus
opulents, ramassés sur le t e r r i t o i r e le plus vctreoi, ont
pu les construirc, qu it faut comparer les chemins de
ler américains pour lesaprecier etles jugccavec équrlé.
C'est aux mauvaiscs routes, à orniéres profondes et a
pentes abruptos, sur lesqucdles les Américains étaient
obliges de mouvoir leurs produits et leurs personnes,
244 GAUANTIA DE JCB0S.

avec une vitesse de 8 kilométres an plus, avant qu'iis


He. s'avisassent de s'approprier let rail-ways anglais, en
les met amor phosant scion leurs beioins et leur fortune ;
e'esl aux sentiers des Indiens, seulesvoies ouvertos sur
la majeure partie du sol de l'Union il y a trenle a n s ;
en ee qui nous concerne, c'est au\ routes departamen-
tales el royales, auxquelles nous sommes reduils, parcc
que I'opiiiion doniinanle jusqu'a ce jour dans I',adminis-
tration, sinon dans le public, en malicre de cheminsde
fcr, a obstinement voulu que eliez nous ils fmsent caique's
sur le modele anglais, ou qu'iis ne fussentpas. Enposant
.ainsi la question dans son vrai terrain on rend evident
à tons les es[iri!s imparliaux que les Américaius ont agi
saoommil en se contentam pour le present dc leurs impar-
fails chemins dc fcr comme de leurs imparfnits canaux.
Aprcs lout, ce reseau de communications, tcl qu'il est, leur
/ouniit ilès à present le tnoijcn de repamlre, comme par
enchantement, Vindustrie el la cicilkation sur leur im-
mense domain'. II leur vatidra un jour, bienlót p c u l - ê l r e .
plus do cipilauv qu'il ne leur en faudra pour refaire.
conformement à tonics les regies tie I'art et à routes les exi-
gences du cnkul, leurs canaux el leurs cliemins de fer.

« L éxécution de ee premier réseau, de ce reseau pro-


risoire, avec toutcs les imperfections, que le provisoirc
entraine. au lieu d'etre un obstacle à I'etaldissement en
Amcciqne du sijstème de communication le meilleur et le
plus par fait, en est au contrairc la condition el le gaije.t
As saibas previsões de Michel Ciieialier realizaram-sc
completamente, se não muito alem de suas esperanças.
A faial guerra norte-americana patenteou ao mundo,
quo não era só a rede das vias férreas dos Estados-Uni-
dos milito maior do que as da França c da Inglaterra
reunidas, mas lambem que esta incomparável repu-
blica se achava já muito além das mais poderosas na-
ções da Europa, tanto nas artes da paz como na arte da
g uerra I
Ilejo os Estados-Unidos é nação riquíssima dc
40.000.000 de habitantes.
CAPITULO XX. 231!

Hoje a grande republica norte-americana pôde já


satisfazer ás aspirações da vaidade n a c i o n a l : pôde re-
construir Nova-York, outr'ora de m a d e i r a , e m por-
p l i y r o , e m m á r m o r e , e cm g r a n i t o !
Hoje o engenheiro americano Carlos P u l m a n pC.de ser
chamado para ensinar á I n g l a t e r r a como se f a b r i c a m
c a r r o s - p a l á c i o s para os caminhos de ferro !
Hoje os americanos podem orgulhar-se de não leaver
na E u r o p a vapores lluviaes como 0 , sens, verdadeiros
palácios iluoluantes, de i n d c s c r i p t i v c l l u x o e clcgancia
cutiio o «Providences e o «City o i B r i s t o l ! »
I l o j o , c n i l i i n , a Narão-Prodigio pode e l e v a r e m P l i i l a -
delpiiia u m monumento para solemnisac o centenário
da sua independência, que v a i fazer o l v i d a r as mara-
v i l h a s dos palácios das exposições de L o n d r e s , dc P a r i a
c de V i e n n a !
Não se j u l g u e que a E u r o p a não se l e n h a arrepen-
dido amargamente dos erros economicos. quo coiu-
m e t t e n na construcção de suas v i a s f e r r e a s .
Já t e m por vezes sido mencionado neste e s c r i p l o que
na I n g l a t e r r a ha 327 companhias com u m capital reu-
nido de .£ iOO.OOO.OOO ( m a i s de 9 0 0 . 0 0 0 : 0 « ) , ? ) . que não
podem d i s t r i b u i r dividendo a l g u m aos seus accionistas,
e que os dividendos dc todas as outras r a r a s vezes ex-
c e l e de 2 a 2 i/i % •
Em F r a n ç a , o erro do governo m a n d a r e x e c u l a r a
segunda rede com a mesma b i t o l a e quasi nas mesmas
condições que os grandes troncos, fez baixar e x t r a o r -
dinariamente os dividendos das companhias dc ca-
m i n h o s de f e r r o ( S i ) .

(31) Vide Annates des t'oids cl Chaussées — Juin, j«73. —


Note de M. MalCzieux sur le nouveau rÇseau des S i x Priini-
pales Coinpantiies Françaises.
Segundo Dufresne lia em França 138 kiloinetros il caiiiiulios
de teria i[ue não dão renda para pattar as despezasde custeio:
7113 kilomeiros, que apenas pagam o custeio, e li.áaa kilometre-,
cuja ronda liquida apenas alcança 2 . do capital empregado na
sua construcção I I . . .
231
259 GARANTIA DE JUROS.

Ouvi a esse respeito a autorizada opinião de C. A ,


Oppennann, no prefacio da sua excedente olira «Trailó
eomplol iles cheinins de fer économiques«:
c Nous xoudrions aussi pouvoir reagir dans une cer-
taine mesure contre 1'élourdisscment irrefleelii des pre-
miers temps, qui a fait attribuer á tous les cliemins de
fer une importance presque rgale, et a conduit les
compagnies à dépenser des sommes considerables, qui
auraient pu f t r e empioyées plus judicieusement.
• E n presence du fail i n q u i r l a n l de I'aiigmentation
conslante du prix des fers, causée en ee moment par
la trop grande consommation simullanée de colic lna-
tiére dans toules les regions coinmerciales, et par la
bausse du p r i x du c b a r t o n , nous avons pense qu il
èla it indispensable de r é i a n d r e et de recommender
encrgiqucment les types de voie ct de materiel its plus
simples el les Mains continue. »
Se esses argumentos são de alta monta na Europa
quanto mais no B r a z i l , onde ainda não lia uma mina de
earxão de pedra, nem u m alto-forno, nem um lami-
nador em actividade 1
Onde temos de pagar pelos altos preços dos mercados
da Europa c dos Estados-Enidos, sobrecarregados por
fretes oceânicos, os trilhos, o carvão de pedra, o coke,
e todo o material, necessário á construcção c ao custeio
dos caminhos de ferro 11
Ouçamos ainda Oppermann: o seu bello tratado pa-
rece ler sido csrripto especialmente para os enge-
nheiros brazileiros:
. L o príncipe fondamental des chcuiins de fer éco-
nomiques, celui que nous a-vons pris pour rògle dans
le choix de lous les documents et renseignements, qui
composent ret ouvragc est le suivant. — Proporlitmcr la
d,'pense de la construction atix recants probables de [ex-
ploitation a/in lie realise loajours des operations iwan-
tageuses pour les capitate): engages! »
Assim c ([lie mui sabiamente a lei de 24 de Setembro
prescreve o orçamento prévio da receita de 4 " / , par»
231!
CAPITULO XX.

os caminhos dc ferro garantidos. Já Macleod no seu


tratado d ; Economia Política tinha estabelecido como
regra i n v a r i a v c l o calculo prévio da receita antes tio
orçamento da obra respectiva.
È i n toda empreza é pelo orçamento da receita liquida,
que se deve começar. Orçada a receita, delia se deduz
o capital, que se pôde racionalmente empregar na obra:
o a obra c então feita de madeira, de tijolo, dc pedra
ou de ferro, mais ou menos modesta, conforme o ca-
pital do que se dispõe.
Como bem observa Macleod, é absurdo, irracional e
das mais funestas conscqiiciieias, o systema dc orçar
a obra, sem outia base que os preconceitos o prejuízos
nacionaes ou de class,., e depois forçar as tarifas para
fazer pagar pelo publico os erros financeiros e terhmeos
da empreza 11
Se estes raciocínios são da mais evidente verdade
para qualquer empreza, tém nos caminhos de ferro um
valor especial, que não pode ser por demais encare-
cido.
Caminhos dc ferro caros significam tarifas a l i a s ,
fretes exorbitantes, e, consequentemente, a agricultura,
a industria o todo o paiz pagando eternamente erros de
rotina, preconceitos teelmicos, e prejuízos de vaidade
nacional ou de campanário !
Diz ainda Oppermaun:
« Trop souvent, nous le repètons, on a clierelie a
faire des travaux gigantesques et inutiles, á employer
u n materiel lourd et un service pénible, sans s'occupcr
aucunemcnt des consequences désastreuses, qui en re-
sultaient pour les artionaires c t les obligataires mtc-
ressés. <
Não façamos, pois, obras de l u x o . Construamos a
nossa r i d e dc caminhos dc ferro nas condições as mais
racionaes e as mais modestas,
O B r a z i l é tão grande, temos tão pouco capital c lanlo
caminho de ferro a c o n s t r u i r , que è verdadeiramente
u m crime esbanjar um ceitil'.
248 GARANTIA DE JUROS.

Construamos caminhos do ferro economicos, para


ijue ainda a geração presente possa ir a Cuyabá em
quatro dias, e, e m tres dias, extasiar-se na contemplação
desse mysterioso Salto de Guayra I
• Dans les pays nouveaux, di/. com muita razão Opper-
mann, on fera hien aussi de s'avancer graduellement
et ile ne pas feiro iniitiiement des o b t a i n s de for à
3W.OOO trones le kilometre, dont les actions tombent
lie 300 francs à 133 francs, Iorsque les cliemins de fer dc
130.000 francs auraicnt largement pu suffice, et d i s -
sent pu remunerei' leurs propriétaires avec une meil-
leure administration.
• It est evident que lors.|u'on voit les revenus de
ccrtaines grandes lignes de llelgique, d'Angleterre ou
d'Espagne, tomber á J ' i ou même i 1 K pour 100 du
revenu total, e'est-a dire moins que ceux d'une ex-
ploitation agrieole (les plus modesles, on pent dire que
les limites de la prudence industrielle onl óté depassées,
et quo 1'on a élé trop loin. »
Não imitemos, pois, os erros da E u r o p a , vamos bus-
car exemplos modestos nos Estados-Unidos de 1830 a
1840. Abi nós encontraremos condições analogas ás do
B r a z i l ; muita terra e muitas aspirações; pouco capi-
tal e escassa população.
Seja a nossa formula :
• Caminhos de ferro muitos e muito baratos para o
Brazil. •

E ' tempo de t e r m i n a r .
F o i em Maio de 1803:
O senador Tbeophilo Ottoni, de saudosa memoria,
voltava de M i n a s : recuperara a saúde nessa famosa
zona, destinada a ser o Vicliy da America do Sul, rica
de aguas mediciuacs ho P i c ú , em Caxambu, em Con-
tendas, em L a m b a r y e em Caldas I
Fazia, 110 ardor dc sua gratidão a essa t e r r a , que lhe
deva e lhe restituirá a vida, a propaganda para a cous-
Irucção de tram-roads ou dc caminhos dc ferro econo-
- APmi.n XVI, âü)

m i m nos v a l l c s de Sopucahy c do R i o - V e r d e c m iiUe-


rc«s in U s artigos no Correio Mcrcnnlil.
P e d i u - i u c i|iio e s c r r i e s s e solirooste assumpto
Ainda Spooner o F a i r ü e não l i n l i a i i i i n i c i a d o a propa-
ganda ria bitola estreita {,?&) : só iiavia moiletosde v i a s
íerreas economicas run alanines rninas da E u r o p a o nos
Eslados-lJnidos, nos p r i m e i r o - tempos de acciimação
das vias ferroas.
Pouco pude escrever nessa occasiao.
T r a d u z i a então o Sie,;c of Fort Ihilmki, e annntava-o
para o sitio de H u m a i l i : estava ainda pccoccupado
com a propaganda ]iara a invasão do Paraguay peta
p r o v í n c i a do P a r a n á .
F i n a l i s a i esse e s c r i p t o assim :
. Não alongarei mais esta nota, escripta só na i n -
tenção de não negar o m e u fraco contingente a uma
empreza de utilidade publica.
« Larga-se sempre c o m dOr a penns quando se es-
c r e v e neste paizsobre taes assumptos.
« Nem sei se me será p e r u i i t t i d o , ao t e r m i n a r , lazer
o sincero voto de que estas l i n h a s apressem, sequer de
a m d i a , a execução da rede projectada para as com-
municações i n t e r n a s da p r o v í n c i a de M u l a s .
. E - mais provável que c i l a s sejam m a i s algumas
gottas d'agua, que irão c a b i r e evaporar-se sobre o ro-
chedo inabalavel ila i n d i l f e r e i i ç a e da r o t u l a !
« No entanto e u c r e i o , c u espero, eu confio, que
essas gottas d'agua, todos os dias r e p e l i d a s , acabarao

(38) Foi exactamente a tf. Ce AI.rU Ce. 1863 que o capitão


Tyler leu perante o Instituto dos Ei.itmt.eir.» Civis a sua cele-
brada memoria : « On the Fc.-tiiiios ttailwas tor passengers or
a 2 feet pauge with s t a p e s curves, worked by Locomotive En-

E,
Est:i"menioria foi realmente o manifesto da. segunda guerra
dasbitolas, quelenise estendido ale o Brazil, e
x'igor com a votação peio parlamento em Setembro .te 18,3 de
»40.00(1:01103 de caminhos de ferro
2Õ0 OVIUNTIA DE JUIUlS,

infallivelmentc por perfural-o, c è por isso que eu nun-


ca cessarei de derramal-as:
« Nonne vides eliam guitas in sava cadentes
• Huinoris longo in spalio perfundere saxa ? »

O decolado iniciador do Mticury descansa na man-


sãodos justos 1
Os doentes oonUnuam a i r e m liteira para as aguas
virtuosasde Minas I
Poucos, liem poucos, se lembram ainda hoje da sua
propagamla do ISOo.
E u mesmo, já encanecido por l i annos de incessante
lutar, nem sei com que phrase deva terminar este cs-
cripto.
E m l i m sempre direi :
Por piedade tende, fé! Tende corarem!
Esteja -empt e diante de vossos olhos a imagem do
Brazil com íOO milhões de habitantes, grande, unido,
rico e prospero como nunca houve Império no mundo !
Por Deus. mio rebardeispor mais tempo este porvir
do Brazil I
Eia a van,e'
Ilo ahead !

C i IVI
ANNEXOS.
V I ,

M t > \ i'1'i'üi 1 ' ^ n n u t l « I r jiiri'^

IA1Ü..U I'll 11A ULMnlilV sumir. T l"s \ nil MAKAMÍOI


l.selUI'TA Ml tSti>v

I 'a 1 a 11 Lie Ulli ]IIIU lliivu, rumo I! Bla/.ll, prospere, i'


nnlis|i msaYclnieiite necessário que importe capitães es.
11iineeiics, E ' esse acertado pensamento, que e x p r i m i u
il idustrado economista Joseph Garnier nas seguintes
palavras:
« Ce qu il taut au\ paysen retard ce sont des Iumieres
« et des capitaux, qui viennent de l e t r a n g e r eu grande
partic. •
Já c trivial neste paiz o constante pedido de braços,
sobretudo para a industria agrícola ; no entanto a popu-
laçao actual produziria muito mais, se fosse melhor
instruída c se dispuzesse de mais avultados capitães.
Assegura-se que o vallc de S . Francisco possue uma
população de um milhão de habitantes; se tivéssemos
capital's para construir desde já unia via férrea, que cos-
teando a caiaracta de Paulo Alfonso, ligasse o alto S .
Francisco a cidade do Penedo, para estabelecer nessa lo-
calidade um porto de commercio directo com a Europa
(•AU A M I A DE J L'1105.

v cuui a America. teríamos assim conseguido augmentar


im media lamente a população do Brazil de mais um m i -
lhão de consumidores e do produetoros!
A ronda nacional augmentaria por esse facto nas
mesmas proporções que se o littoral do Brazil recebesse
u m milhão de colonos, capazes de se dedicarem effect i-
vamonte ás industrias agrícola e e x t r a c t i v a .
Todos os nossos núcleos coloniaes pedem estradas,
melhoramentos de .rios, abertura de novos portos para
poderem exportar os sons produetos e manter commu-
n i c a t e s constantes e fáceis com a Europa e com a Ame-
rica do Norte.
Por falta de capitães não se púde satisfazer tão urgen-
tes o tão vilãos necessidades.
Nos Esi ados-Un idos, paiz cujo exemplo vem sem pro
á mente, quando se trata de taes assumptos, a importa-
ção de capitaes estrangeiros ó tão extraordinária e co-
piosa como a i m m i g n r ã o . Quasi sempre, ao inverso do
que infelizmente se dá entre nós, a abertura de estra-
das, e muitas vezes mesmo a construcção de plank roads
e de vias ferroas, o melhoramento dos rios, precede-
ram de muito o estabelecimento de nncleos coloniaes.
11a exemplos de localidades, que nesse paiz j á tinham
igreja, via ferroa, escola e banco r u r a l , quando se es-
tava ainda á espora do maior numero de seus habitantes!
l T ma immigracão abundante, sem ser acompanhada de
uma importação correspondente de capitaes, pôde ser
mesmo inconveniente ao paiz, augmentando-lhe o pau-
per ismo.
A importação de capitaes sem immigração não teria
inconveniente algum , traria simplesmente um aug-
monlo de bem-estar na população existente,
E ' o caso que se dá na importação do capitaes estran-
geiros para as grandes empregas do utilidade p u b l i c a ;
caminhos do ferro, cunaes, docas, melhoramento e n a -
Yogação de rios, c te,, o tc.
Nenhuma das duas hypotheses se podo realizar exclu-
sivamente; na importação de capitaes, quando ellcs são
ANNEXOS. 2o

empregados em obras de ulilidade publica, sobretudo


naquellas que tem por tini facilitar as communi rações in-
ternas e externas do paiz, a iminigração espontânea 6
quasi sempie uma consequência i n f a l l i v e l .
Estas breves considerações demonslrain irrecusavel-
mente « que se não fiódc prestar maior serviço a esse pai; do
que promover incessantemente a importação de capitaes es-
trangeiros para as grandes emprezas de ulilidade publica.»

II.

Para importar capitaes, destinados a emprezas de u l i -


lidade publica, dous meios têm sido principalmente
empregados: as garantias de juros e as subvenções.
A garantia de juros, como bem o diz a propria expres-
são, é uma segurança, dada pelo governo, de que os ca-
pitaes, immobilisados na empreza, terão sen pre, pelo
menos, uma cei ta renda.
E ' por esse meio que se tem conseguido obler os ca-
pitaes, empregados nas vias ferras brazileiras.
A garantia de juros do governo imperial, conforme
suas ultimas decisões, não obriga a dar mais do que a
somma equivalente ao j u r o lixado para o capital garan-
tido: de sorte que os accionistas da companhia tem uma
renda liquida menor do que a garantida, todas as vezes
que a renda bruta da empreza é inferior ao seu custeio.
E ' esse o caso que por vezes se tem infelizmente, dado nos
caminhos de ferro da Bahia e de Pernambuco.
No systema de subvenções o governo ora obriga-se
a dar ás companhias prestações anuuaes para a u x i l i a r as
despezas de custeio da empreza, ora dá do uma só vez,
ou somente durante a construcçào das obras, certas
sominas, destinadas a d i m i n u i r o capital, que tem a
companhia de iuimobilisar na empreza, possibilitando
assim que elia tenha u m a receita, equivalente ao pre-
mio, que se obtém actualmente nas boasemprezas iit-
duslriaes.
SSG u v R v x m Br, tonos

A primeira Mrma ile subvenções 011 prestações porio-


»]iras, tem sido sobreludo empregada j u r a a u x i l i a r a s
emprezis de navegação a vapor, quer i n t e r n a quer
marítima, que exibem dispendioso e u s l e i o .
A secunda forma de subvenções, dadas quór de urna
sé vez na inaugurarão dos trabalhos. quÍT jior par-
eellas durante a c o n t r a c ç ã o das obras, foi muito em-
pregada na eonstrureão da rède dos raiuinbos de ferro
liespmhões e ainda o é na nova rê le franeeza.
Ora a subvenção p i r a a eonstrureão da v i a ferroa era
dada por kilometre, ora para lodi a exleiisão do rami-
nho de ferro.

Assim por exemplo na Ilospanha:


A secção de. Alcazar a Ciudad
Real teve 43.001 IV. p o r k i l o r a .
A secção de Madrid a Sara-
gossa teve 33.20:1 » » »
A secção de Barcelona a Sara-
gossa tc\e 08 a 39.001 » . »
A de Madrid a Bidassoa OS.OílO » . »
A do Barcelona a IICÍIHKI. . . 230.000 » » »

As subvenções kilomeiricas sendo sempre proporcio-


naesás dillicuhhides, que aiiresentava a construcção da
linha.
Pelo contrario tiveram, entre outras, subvenção fixa-
da para toda a cxdensãoda via f e r r e i : o caminho dc fer-
ro de Mazanares a Cordova, ao qual tinha sido arbitrada
uma subvenção de 93 milhões do r e a t e , e que foi adju-
dicado a Rotscliild com 27 milhões tão somente de sub-
venção ; e o caminho de ferro de Zamora, que tinha
uma subvenção dc 33 milhões de reales, e que foi lo-
inado por Bertrand de L i s com 10 milhões de subv enção.
No caso das subvenções é necessário estudos, projec-
tos e orçamentos prévios, feitos com precisão suili-
ciente para se poder lixar o cuslo das obras.
A subven ;ão é enlão calculada de modu qneo capital,
que nellas lenha de enipreear.a couipaidiia, « . j , lai
VNNFAos

que, foul a tarda adopt ida, se p i.-sa uidi r uin.i renda


1111! 1 i 11 a, capaz ih' remunerai-o n i l condi coes \ a a lajes s,
Assim. | i i r I'\priijilo.. se o custo das obras o oia a lo na
Minim I O o 15110, coma larila adoptada, sii so pussa older
moa ronda liquida—/'—apenas capaz do remunerar vao-
lajiisamenie 11111 capita! C, a subvenção S a dar peba
Estado será a dilíereiiça S 0 — C.
Na Europa torna-se ordinariamente para a base des
cálculos uma rendado 7,, a d 0 / , , ; 011 Ire nils que or,
capitar:.- sãn muito mais raros e forçoso tomar de 7 7,
a til 7„— : isto é„ que na Europa tem-se para o r a p i h l
o v.ibir

<:— i n c . a f; = i i i , i i , ' .

li pira o li.-azit

i : = l i . : i r a C — 11) r .

It onde se lem que a subvenção S 0 na Europa

S - O — 20 r a ,S =zO- 10,11 r .

E 110 llraz.il S = (I - I U r.

.iti- .< = o —10 r .

Feitos estes cálculos iircliminares, é posta a obra 0111


adjudicação.
Os candidatos enviam seus engenheiros para rever us
estudos, feitos pelos engenheiros do governo, e, á visla
dos resultados obtidos, fazem então as suas propostas.
Este systema é preferível, em theoria, ao de garantia de
j u r o s ; e tem por isso sido adoptado em França e na Iles-
panha para a construcção das suas ultimas vias ferras.
As eotiipanliias têm mais liberdade de arção do que
no systema da garantia de j u r o s ; além disso zelam com
mais desveloa coaslrucção das obras o o seu custeio,
não se fundo n:i rendi, garantida pelo governo.
São a isso olirig idas pelo seu próprio interesse, sen-
timento predominante, e que rs tem sempre de sobre-
aviso, pois como leni diz J B. Say < mil sentiment
ÜiK rAUAN [ IA 1)1 llíuis

í/mis llmwii' tie lieitl son intelligence eretllec aiilanl que


I'interã personnel, if </<m«r r/f r««/»"'í <>«>: plus simples. •
Infelizmente o systems das subvençõi s nãurúüe ainda
ser posto cm pratira entre nós; a distancia á que nos
adiamos de Londres,— o inesgotável manancial de ca-
pital» : —as difficuldades, que iiaveria paia manilai' en-
genheiros inglczcs reconhecer a veracidade dos calcules
dos engenheiros lo governo hrazileiro : um milhar, em
fim, de outros ohslarulos praliros lem iniprdido, que
lai systema lenha sido ensiiado entre m s.
Ha tanibeni considerações financeiras, que tem feito
e fazem preferir no Brazil o systema de garantia de juros
ao das snloearn s.
Comeffeilii, se por um lado no syslema das subvenções
o governo lem a vantagem de saber a priori a iuiportau-
cia real da obrigação, que eonlrahecom a rninpmliia,
lem por outre lado maior onus per ser obrigado a des-
embolsar de uma s,'i vez, ou dentro de um curto prazo,
uma somuia importante, que muitas vezes ai tinge a uni
terço e mesmo a metade de lodo o capital necessário á
construcção das obias. Como as remias do Estado são
obtidas por impostos, que são percebidos durante todo
o decurso do anno (inancciro, pode o governo muitas
vezes com ris recuisos ordinários, satisfazer as garan-
tias dc j u r o s ; ao passa que pira as subvenções é quasi
sempre obrigado a recorrer a empréstimos ou a qual-
quer 'Ultra operarão de credilo extraordinaria.
Por oulro lado, o systema de garantia de juros não só
assegura ás rouipjuliias uma justa remuneração pira os
seus capitais, como lambem llns garante que nunca
serão intencionalmciitc contrariadas em seus interesses
pelos empregados do governo ; hypolhese, que infeliz-
mente já se realizou pira com uma companhia hrazilrira
subvencionada 1
Todrs rs capitães, importad, s para a consirurção das
grandes vias ferreas bcazileiras, o I ' m sido por inter-
médio de e a r a n l i s Ir juros.
N . '2.

lú.-onomia i l a s Obras publica*

O oCE MAIS CONVEJl Ao COHILINO : OAIUN11U 7 '/, W * 3 "


ANNOS OU 3 "/„ HW 30 ANNOS *

Chamando: C o capital da e m p r e z a ; se s' os ju-


ros garantidos pagos semestralmente pelo g o v e r n o t e r -
•se-ha:

J = 1 ~ para a garantia de 7 •/. c m 30 a n n o s ;

$' = para a garantia do 5 •/. em 50 a n n o s ;

Stippôe-se que a empreza rende apenas para o.cusleio


e que o governo paga por i n t e i r o os j u r o s garantidos.
Se o Governo entrasse s e m e s t r a l m e n t e com as quotas
s o u s ' em u m a casa bancaria, que desse o j u r o médio
;>, capitalizando do seis em s e i s m e z e s , teria ao t e r m i n a r
a entregada u l t i m a prestação semestral na l/hypo-
these :

^ t
-'GO I. A11 A.N 11A t)L J U IK'S.

sxprcásào IJUIÍ resulta ila formula das progressões geo-

mclricas S — "l}'—"\

na qual o ultimo lermo / = s ( 1 -(- ~ i0"*

a razão ? = 1 - f ^
0
o primeiro ler mo a — *

N;t 'i.' 1 hypotlieso :

) H) s ..... . p 1(H)
1 = r
- T I- u,o> - '

Substituindo os valores de .s e s' para poder euni paras-


(:s de - e - tem-se :

- = 2T ^y 1[ v( 1 1+ íuu
— ) — 1

suppoiklo /I - 8
lem-so ( 1 , 0 8 )«» = 101,203 por Isso quo

110 log'. 1,08 = 0 , 0 3 3 « X 110 = 2,00320.

o lambem

( 1,08)10" = 2 1 0 7 , 8 3 por isso quo

RIO log. 1,08 = 3,:)í2(JO

• ubsliUiiiulo lem-se :

: = ' - X 100,203= X 7111,133


2 li - P

S' = — x 2 1 9 « , 8 3 = — X 109SÍ.2:;
- I> 2 V

X 10984,2.3 ... ,.
U h
v = -7ÕTÕ.1
VXM.XOS. Ülil

Assim, na liypotlieso ,|« 5 °/o e m S » aiuios, a « t r a n l i a


ile juros so eleva : suppondo depositada a juros • |o juros
oom a laxa annual do X 7,1 a uma quaiilin Hi vivos
maior do que a quo si ria produzida na hypothese do 7 •/.
em ill! annus.

Sem aceumular pirns ,, noverno ila na hypothecs,-

do 7 7 em 31) a linos ' J : >: 3 I 1 = Í , 1 I J

I' na do -/ rill Ml) minus " - v :;,') = -> : : ( '


111(1 '

0 g i n r r o o obrica-so a paa:,r anualmente 7 "/„ d e c a -


pitai, empregado pelas eompaiiliias nas eslrailas di-
feria); copi eslas quotas do 7 "/„ elle [Hideria em A se-
meslres amorlizar aquelie cnpilal ]iagando-llie lamliem
os juros de íi •/„
I'ara resolver o problema em Ioda a sua generali-
dade, denoininar-se lia:
C — o eapilal necessário ;i realização da empreza;
« 7 . — OS juros garantidos á companhia por anuo :
''"/„ — os juros a pagar polo governo em um emprés-
timo directo por anno .-

« — (, = </ a dillerença das duas laxas annuaes de j u r o s .


Os pagamentos dos juros são ordinariaincnle feitos
por semestres e, nesia conformidade, será foi Lr, a amor-
tização, assim ter-se-lia:

1." semestre — quolade amortizarão do eapilal =•'-'•


1
200
No segundo semestre, não se tendo a pagar os juros

, <""•' - .
de b "7 da quantia já amortizada ^ estes juros do valor

,ic
' ü » 7 ' S C v a 0 S 0 I , i r a a r a anota — , que seria ainor-
lizada s e o eapilal não tivesse solfrido esta r e d u ç ã o .

A quola ilc amortizarão no 2 . " semestre é por isso:

----- I I ih
m ( 2,ioo ( l ( 1 I tTO
-'>2 <;AUA"NTI\ UK imo»

que, soiuniaiiilu ,10 que se amorlizon no tinido | s e -


mestre, tia pni i a quantia total amorlizada ate o tini .1»
semestre :

"<:
2 111 +1 'ill.
'- I ' 2:111 - ... 'L:
2111) t a 1. , 1 11 "...
200 r

No tini ilo II." somes; re a pinla do ainoitizaeãii pela


mesma razão, serio

k
iii: , h a c <> I
r 1
2 eu (2no7a (2010 a ' fin-
que, sommando ao total da amortizarão no2."semestre,
dá:

'' <-' ( I I 11 h 1
' I '' , h . . . 'i , i
- a 1 -r 1 d- — ' 1 I h —1 (1-1-
1 — í
2H) I ' 2.10 ' '2 0 301) 201) 1
Ott

Depois de A' semestres ler-se-lia amortizado :

iíit l"H' + S J ^ ) 9
+ H - « + 5 5 ) ' " ' |

fazendo a soinma da serie pela formula

tem-se :
„ . •n:\iH-~)'-* ( „o i , a I
1
-2iiiij J - | - T - r 2(i5 - j

Esta formula é lambem a expressão do resultado de

presiaeòes seineslraes ^ postas a ,juro> de juros na taxa

annual durante A" semestres.


ANNKXO L«l

Km j ' semi sir, s dever-se-ba p r amortizado u «i|>il»l.


e ler-se pcu'lanlo a igualdade :

c= - c c I -f1 -'- I i 1!
I' am

ilI- iiiiilc
1 —'' — , 1I I i '— 1
, '; ' — +
- -'' = ! II -I - <' i '
d ' 2IH) d t'Oa

liniiaililo us iogaritlulios desta equação :

r los. I I 4-
1 — ) = I o ü. i h 1-i- d i — lug . d
2 H) '

lug. ih -p tl ) — il li — l i e ; , d

loo. 1 +1 - ' '' " l i i , : H - 1


-Jllll sua

Appiii ando a< p irceiitagens artuaes P 7 . pnei ;<•>-


r.iti 1 ia e de. 3 "/'„ para os empréstimos, feitos pelo go-
verno na Inglaterra. ter-se-lia:

(1 = 7, /< = :i, ii = 2, b -j- (/ = 7

log. 7 = 0,81310 L = | , o,il2:i= I.OS,


leg. 2=--n,:i(ii03
7 — log 2 — (l t 5iU17 log. J .02:; = (1.011172

Tem-se puis :
ii.oSi.ii7
TõiõTi- —
''
Isto 50,73 semeslres on 25,373 annos. Assim, puis,
em 23 annos e meio teria o governo com as ipiotas
semestraes, rnrrespomlentes a garantia de 7 "/„. amor-
i i z u l o o capital e pago sempre os setts respectivos j u r e s
do 3 "/„'
Estes cálculos foram motivados pelo § I . " d o a r t . 2."
do projecto de lei n.° 53 de 11 d e J u l l i o d e lWVi, q u e d i z :
& 1 . " A garantia de juros sobre o rapil.il não poderá
« exceder ile 5 7 „ pagos durante cincoenta anilo', ou
e 7 •/, durante trinta annos.
• Nessas garantias compreltendem-se as que forem
padas assembVas provinciais.»
N . •",

l ei il<- jjai-anlia tic jur.»H.

D E C R E T O N . -1'íMi nr. ±\ ni: s m ^ u i u o m: 1ST:;.

Owvilij suljvfiKài^ kil(»i]if»lrin ou çi.ii-:i 11 f < ( ' • juro-; m iinm-


pan hi us, «fuo cuMruiivin ^si iMdis do fcrn» na nuifnriniilaihí
da Lri li." ti'tl ili^ 26 (in Junho de 1832.

I I ' i por liem Sanerinnar o >1 ntlar qu^ se e x r n i t n


a seguinte Resolução da Assembléa Ocra! L v j i s l . i t i v a :
A r t . l . ° A I / i n . ° OU de 2(j do Jiinhn uc 18"^ sf>r;i
d Vira em diante observada com as soiniiules a l t e r a r e i s :
§ 1 . ° A ' s com pan li ias quo, na conform id ado d>»
a r t . 2 . " da referida L e i , so propuserem a r.ouslníír
\ i a s ferroas, demonstrando com seus planos o dado*
estatísticos, quo estas podom dar do ronda liquida 1 ".'„,
fica o Governo autorizado para conceder unia sub-
venção kilometriea ou garantir j u r o s , que não exce-
dam dc 7 7ui correspondei]los ao capita! empregado e
pelo prazo de 30 a mios.
I 2 . ° Havendo garantia provincial o Governo se
l i m i t a r á a aíiançal-a.
§ 3 . ° O Governo só poderá conceder subvenção ou
garantia de juros ás estradas, que s e r v i r e m de prin-
cipal commuuicarão entre os centros produetores e os
de exportação, e não concederá este? favores a mais
201; UXUANTIA DE imos.

dc uma estrada cm cada provincia, emiiuanlo ceia es-


trada não produzir uma renda liquida, que dispense
os ditos favores.
§ i . ° A soinma do capital, a que o Governo por
esta lei lica autorizado a conceder subvenção nu ga-
rantia de juros, não poderá exceder de «lU.OOtMlOOsOOil.
§ S.° A despeza annual coin o pagamento da sub-
venção c dos juros garantidos ás estradas de ferro
decretadas pelas Assembles Provincial», a que o Go-
verno houver feito applieacão desta Lea, será cifocliiada
pelos meios ordinários do orçamento e, na delicieiicn
destes, por operações iln credito, para as quaes liei
o Governo autorizado, ciando de tudo conta aianual-
mente á Assembled Geral.
Art. S." Ficam revogadas as disposições em con-
trario.
Jose Fernandes da Costa Pereira Junior, do Meu Con-
selho, Ministro c Secretario dc Estado des Ncgocios da
Agrirtillura, C.oiiimercio e Obras Publicas, assim o
tenha entendido o laça executar. Palacio do ltio de Ja-
ueico em vinte e quatro ih' Setembro de mil oitocentos
setenta c Ires, quinquagesimo segundoda Imlcpcndcncia
e do império.

Com a rubrica de Sua Magestadc o imperador.

Jose Feminities do Costa Pereira Junior.

Chanccllaria-mór do Império.—Manoel Antonio Duarte


de Azeredo.
Transitou em 20 de Setembro dc 1873.—André Au-
gusto de 1'adua Fleury.

Publicado na Secretaria de Estado dos Negocio» da


Agricultura, Commcrcio e Obras Publicas em 22 de Ou-
tubro de 1873. — r i r . Luilgero da Rocha Ferreira Lapa.
N . 1

V m „ „ . „ . n ««3 liem o i i i i i f l i c i i Ir.i' 0 systetnadas


e s l a ' ò e s i o r m i n a r s „o Ore mo 1' acilico das cinco Rran.lrs
, ; . i r , V , « a , se ) 11'n'rionnes da rède geral dos caminhos de
lc'i'0 br i / i P i r o s . on ínrlaor, a correspondência entro
"r.niiles linhas das r ales b n / . i l e i r i c peruana, vamcs
ivMunir nos a nota os eaminlios de ferro eonsl.ru.dos,
omeonsirureão e em prejeelo no Perri.
A p . r l i r lo norte tem-se p . r , a correspindenoa com

° T ^ r ' a i n i ' n t l o ' d e ferro de Payla a Piura, no dcpar-


,amento de Piura, eom cerra de 03 milhas de extensão ;
1'sta linba liça acima da I . - parallels brazileira; pro-
longada a l r . n e t dos Andes encontra o gigantesco Ama-
zonas ainda com a denominação de Maraiion;
o •• o raminho do ferro de Casina a ll.iaraz, construído
d i r e t a m e n t e pelo governo peruano, para s e r v i l ' a e x -
plorarão de minas;
Este eaiiiinlio dc ferro coi responde bem a i . granito
parallel» bra/.ili ira ou ;í linha do S . Francisco.
v o caminho de ferro de Cailáo a Lima c ao valle
,1o llimac, especialmente descripto no texto desta obra
run|(1 i , n „ i „ a ç ã , i uo Oceano Pacilico da niaginüea pa-
rallel:! do Parai-uassá ;
li A K ANTI A Dli J l R O » .

' i . " 0 c.iminho de f e i r o dc Pisco a I r a tie 43 m i l h a s de


rAtriiSili 1 , r o n s i r u i d o pelo celebre e m j r e z a r i o ameri--
(Miio Henry Moiggs, ao qual foram adjudicadas quasi
todi's :.s i s i r a l a s de ferro do P e r u . E s t e caminho de
1'erro apprnxima-so mais da ]) UMllela do Paraguassú do
([lie do qmilquer outra :
O r a m i n h o do IVrro de Islay on do Mniiendo o
A r e o u i p i I' a P ti li u nns margens do lago Chieui lo coin
< > milhas dc extensão ;
O hii' i l l l i i r u i l n é limn secção do grande Iago T i l i r a c a .
Kslti nugnisico c a m i n l i o de IVrro foi inaugurado cm o
I . " di' J a n e i r o do 1S7'*. K ' d e v i d o aos esforços do em-
j•iT/.ii ;u Henry Meigas, que j á ^e orciipa de c o n s t r u i r a
M v r i i i de Puno a Oiizeo com mais 2 . 0 m i l h a s dr e x -
t.••!!-an. llu/.i'iL a famosa cidade do o u r o , liça em l e r -
r111)!• I• 1 da len ia dn Amazonas: e-Uá situada a pouca
d Maneia do rio I ' r u b a m b n , eonlluenl.e do T c a y a l i , t r i -
h n l a r i o peruano do soberbo A m a z o n a s .
Keaüwrá, pois, este c a m i n h o do ferro a p r i m e i r a
1 i n a r m da b,.teia do Amazonas com o Oceano Paeilico.
A serrão do Islay a Ptino será term inação da 4. a grande
parallel;', ou parallela do J e q u i t i n h o n h a no Oceano Pa-
r itii'o. lis lá, portanto já vencida poios peruanos a
grande d i l l r u l d a d e dos Andes e ainda nem ao menos foi
encetada esta l i n h a no l i t o r a l bra/àloiro ! ! t . . .
( ) . " O caminho do ferro de l i o a Moquegim, m m (50
m i l h a s dc extensão, construído também polo empre-
s á r i o americano H e n r y M e i g a s : esle c a m i n h o do ferro
dará uma outra estação m a r í t i m a no Paeilico á grande

7 . ° 0 c a m i n h o de f e i r o de A r i e a a Tacna com U)
m i l h a s de e x t e n s ã o ; (ica situado entro a ' i . a eaí>.a
grande parai leia da redo h a z i l e i r a o poderá servir
de escoadouro no Paeilico ai s | T . x l u c l o s , trazidos por
ambas;
f \ " O c n m i n h o de ferro de Iquiipie ;'s minas do s a l i l r e ,
coin ,'ÍO imitias do. extensão, pertencente ; i l i , i coiu-
pinlita i n g l e z 1 , qtte " explora muito vantajosamente;
ANNKXOS 9 ill

corresponde pel íoitainenle á 3 . ' p i r a i I r i a b r a z i l e i r a uii


parallela do r i o D o r r .

Alton destes caminhos do forro, estavam e m trafego


ou em c o n s t r u e e i o m i l i t o avançada no 1'eríi, no anno
de 1873, m a i s quatorze c a m i n h o s de ferro como de-
monstra o s e g u i n t e :

Iiiillcts tios : i i l i 11111,1 - ili- f c p i - i i , l o I",-r li I • 1,1


ikj:I

! 3! 5 Cl'STO KM LllUl.iS
ESTKKUNAS. ,
a ?•
c
DENOMINAÇÃO I-: KSTAl/lES i. i .—
1 c DOS CAMINHOS DE «M
£ bEilllU. i< a

H i f
í 'r>
£ £
1 Pay taa Pi ura 63 0.177 38tl.i2il
1 2 Pimentel a (lliiclayo 45 Í.IH .000
i 3 Torro na fe a Kten.". 50 10.400 320 1100
i Pacasuiayo a S. Poilro de
SI oc, <j nadai upa, Calas-
niquo e Magdali5na 9,1 li..WD 1 170.000
5 Mal abrigo a Áscope 25 12.800 320.000
e Sa tia verry, Truj iUo e ra-
85 8.1100 680.000
7 Cliinihotc a Huaraz c Iíc-
niav 172 27.907 4 8110 0011
! 8 Ce n o (lo Pasco 15 17:1:1a 3011.0011
íl Chancav a Lima •W I I . «ou 320.1,00
ll) Lima a'tlaUao
I I Lima a Uiorillns Ç, j ll.i-rs 21X1.0110
j 12 Lima, a Magdalona l i . SIM •Bí 000
1
i;i C.alláo a Lima o a la Oroya. i 15 110.071 4.360.81 Hl
: t i Lima a Pisco ,. 1 í5 l i . WW I.SÍO.iXIO
! 15 Cuzco a Juliaea o Puno... 230 i l 7:i9 5.0110.000
: 16 Pisco a lea 48 ti 011 290 mio
i 17 Aroquipa a Pun o 232 SI.70S :i 056.000
! 18 107 22.1:10 2 lu; 1.000
lit I ' o a Morjtie^a 63 150.132 1.003.1100
1 2) Tacna á fronteira da fiu-
108 .i:i 333 3.601 01*1
' 21 Arica a Tacna 30 S 205 320.00)
22 Ga min 1 los dc fe rro ú c Ta-
rapaca 10
So m in a 1.010 '2 34.9tt.tr>
2711 O A K A VI' ] A l i t JI'KO-

A primeira objecção, que se aprnseiila an systruia 'las


parallelas inlcroccaliiras, a enrdilhcil a ilus Amli a -
Como vencer Ião grande obslaeuhv.' (bono atravessar a
m a i s alias montanhas do nolo inundo. seroas, e - l e r r i s ,
cobridas de neve, omle a 16 falia ar para respirarão '.'
A rede peruana, como aealn de ileiiioiislrar. rr*-
poode vicloriosamenlc á esla nbjeceio.
A s eineo grandes parallelas brazileiras. que alra-
l e s . a n i o lilorai peruano, eorresp .ndeui já niiu ra-
minhos de li rro do lado do Paeiinni ; Inlis d e l l e s - o do
Valle do R i m a r , e o de May ao lago Tilioaea—já gal-
garam os Andes e resolveram eompleliimenle o magno
problema.
Só 0 dc lomer que os ou I r s s is ebegaem virloriosos
aos alios píncaros d • eoidilheir as parallelas
h r a z i l r i r a s i spi egnieam-sa diiranle dezenas de sniios
pelas praias, nono o caminho de ferro da Bahia, ou es-
poram iudeiinidaioenle para s rein inauguradas como os
cinco grandes caminhos dc f, rro, une eonsliluem as
grandes parabolas ao norte do liio de Janeiro.
IC um dohuaso doíer aqui registrar ipie as repu-
hlieas hespiiiholas, ap. zar dc suas continuas rcvohl-
çO s, do governisaio do militarismo, que as rspha-
celam, tóm mais coragem e mais amôr ás grandes ein-
prezas de utilidade publica do que o paeilieo e opulento
Império do Brazil I ! , . .
Onde a cousa dos'e singular phenomeno ? ! , . .
1ST. 5.

It<'f,-iiliim<>uto d a ^ n r a n t i n de j u r o » .

D E C H E T O N. .'ÜWI—» K SS be n:vi:r,i;iiio de 1871.

A;>|ii'ova o Regulamento para a bua execução ilns neeiotos Legis-


lativos n . « Oil do i l i d o Jul lm de 1852 a í í õ a ile 2Í da Setembro
de 187.1.

Hei por bem Approval- o Regulamento para a boa


execução dos Decretes Legislativos n . " l i u de 2« do
Julho ile 1832 e âiSO do 21 de Setembro de 1 8 7 3 , rela-
tivos a concessões dc csiradas de ferro, que com este
baixa assignado por José Fernandes da G sla Pereira
J u n i o r , do Meti Conselho, Ministro e Secretario de E s -
tado dos Negue,os da A g r i r u l l i i r a , Commercio c Obras
Publicas, que assim o leuha entendido e faça executar.
Palacio do líio de Jaociro em vinte e oito de F e v e r e i r o
de m i l oilocenlos selcnla e quatro, quinquagesimo ter-
ceiro da Indcpcnilcncia c do Império.

Com a rubrica de Sua Magi stade o Imperador.

des- /-Vcíoíio/e« ih; Costa Prrrini Junior.


aiuNTiA r<i iiiin-

Ili*giilam 'fito a I in s f T r l i r r n II-1" i l n ili'stu ilitln Jini-a


P I H I ^ I l tios 111! II • « í l <ll> SI! Ill" .llllllll ill' I » » * . ' •'
• í í i í o III' ill. Siti-mlji» ill' ! « ? : > .

A r t . 1 . " Cnmiií-lL' ao Governo geral a concnwiii ile


estradas ilr tVrru:
I I , " One liguem duas ou «lais províncias, a Côrle
com as províncias, e o Império com ns Estai Ins limi-
trophes;
2 . " Que s jam crucialmente destinadas ao serviço
da administração g . T j l ilo E<tailn, ainda que c i r r u m -
scriptas uns limites tlo lerritorio pi'oviiiei.il ;
:í.° Q ie ronslituam prolongamentos il is eslndas
acinars. pertencente; ao I'.sla do ou p .r elle (Jcrí el.tilas.
Art. Compele - idminrtcaçèes provinciaes a
concessão iJe estra las de f e r n :
i; i . " Que não transponham os limites das respectivas
províncias, salva a liypolhese de haver com a mesma
direcção, dentro ile uma zona de 30 kilometres de cada
lado, outra es'rada, pertencente á administrarão do Es-
tado ou já estabelecida ou iniciada pelo Governo geral;
§ Que sej ira ramaes convergentes a estradas da
competência do Governo geral, uma vez que se cir-
cumsereum no lerritorio da província;
A r i . li." Compete cumulativamente ao Governo geral
e ás administrações provinciaes a concessão de estradas
de ferro, no interior das províncias, que tenham par
fiai ligar os grandes r e n i n s de população aos porlns
marítimos, e possam si r consideradas como grandes
a r l i r i a s do movimento commercial da província.
A rompdencia neste caso resolve-se p.da iniciativa
e ] cia pivslação de fundos.
A r i . 4." Podem as adminis^raçõe; provinciaes con-
t r o l a r o prolongamento d.,s estradas, que actualmente
pertencem ao Estado, ou foi am por elle decretadas
110 interior das províncias, uma iiv. que obtenham do
Governo a nccessaria autorização e e\pres-a declanção
de não pretender executar o mesmo prolongamenle.
\N s r . X '

A r i . 5.* Aconcíssão tl« isiradas ik: ferro da com-


petência do Governo geral far-so-ha mediante concur-
reneia, ou iiid (pendentemente d ste meio, á companhia
que offerees garantias sullt d e n t e s , soli as condições
gerars expressas no presente regulamento e ou Iras es-
podaes, i|ue s ' julguem necess irias, c que serão pu-
blicadas previamente, no ca ai de eoneurrenria.
A r i . ( i . u Terão preferencia p i r a a concessão, dada
igualdade de cciinliçirs quanto á idoneidade, tempo do
privilegio, exlensã I de i ma privilegia la e responsa-
bilidade ilo Tliesoura:
1 . " A companhia, ou seu incorparador, que apre-
sentar logo estudos dcliuilivos da linha, organizados
de conformidade com o presente regulamento;
2 . " A coinpinhia. ou seu incorparador, que prove
jicrlencer-lhe a prioridade da id c, t- ter promovido a
realização d e l i a ;
d. 1 As companhias empresarias de estradas de feriai,
j i consumidas nu i!.; conslrucção ailiantada, a respdln
de linhas que sejam n a t u r a l prolongam mio ilas que
tenham construído ou estejam, construindo ;
i . " A euipceza de navegação B u r i a l que naturalmente
se ligue á projectada estrada ;
!i." A empreza que prove ter já construído, rusleaiht
o administrado salislaclorianie.ite alguma estia la de
ferro.
A r t . 7." A conrurrenria versará cspecialmciile sobre,
o prazo do pmvilegio, extenslo da zona privilegiada,
e, sc houver roncessSo de favores pecuniários, sobre o
quantum da garantia de j u r o ou da subvenção kilo-
m e t r i r a . a que o Estado deva liear obrigado.
A r t . 8 . " Quando o Governo não possuir os dados ne-
cessários para designar o Iraç. elo de uma linha férrea
c as condições ae ca cs de sua execução, de serão as com-
panhias ou inem p.irmlores de companhias, que preten-
derem essa linha, e x h i b i r , com documentos lidediguos
5 . ° , o reconhecimento geral da zona, que a projertada
" ' t r a i l i tiver de atravessar, indicando .v p n v n s n V t
.\M\ru De i c n o s .

localidades a rjui_- f i l a i l i r c c l » ou i i n l i r c o l a m n n t o i n i c i a s-
sir: cs ponlo-' o h r i a a los o a e x t e n s ã o aproximada
ila l i n h a ; l i . 0 , a e s l a l i s l i r a da população o dos gêneros
de e x p o r t a ç ã o e i m p o r t a r ! . i das referida; localidades.

i A r t . U . " II l i o v e r n o 1>) l e r á . - e g i n e h i as cireiiinslan-


fias, c o n c e d e r ás r o í H n a a h i a - , aar ,-e propiizcrcin á
couslcuciaio e CUS! ; „ , l e e s ! i ; ; , | ,s ,lo 1'eero, dc eonfor-
lllidailo eoio I 1 ' ' r e ç ü l a a a ;11e, todos oa aleitn- dos ia-
VOles s e j l l i l l l n s :
S l . T r i v i l c a i o a l á lei atines, roulades da incorpo-
r a r ã o da c o m p a n h i a , não pudenda d u r a n t e esse tempo
sor concedidas n u l r a s o.-ira.las de f e r r o d n i i l r o da má-
x i m a Zona de :ii) k i l o u i e i i s i s ,|e u m o de o u l i o lado o na
m e s m a d i i a v e ã n , salvo >. h o u v e r accòtalo e o m a e m p r e z a
pnvilemaila. E s l i p r o h i h i o ã o não c o i n p r e h o i i i l o a enn-
s l r u r e ã o ,1o u n i r a s vias li n , is oniliura p . , r t i u d o do
lii:ís
eeauiiiidii Itiaa eões d i v e r s a s , possam
a p p r o x i m a r - s c i> alo crazir a l i n h a da e s t r a d a , a c u j a
e m p r e z a loi concedido p r i v i l e g i o . c o m | ; i „ | o , | U o , d e n t r o
da zona p r i v i l e g i a la, não recebam gêneros ou passa-
g e i r o s , n:e l i a n l e frete ou pasSigom .
§ 2 . " Cessão g r a l u i l n de k - r r e n , s d e v o l u t o s o naeio-
naes, o hem a s s i m dos coiiípcolieinlidos nas s e , - a l a r i a s e
posses, e x r e p t o as i n d e m n i z a ç õ e s , , | u f l f o i e ; n de d i r e i t o
p a r a o leito da esliada, eslaeOes, a r m a z é n s e nutras
obras, espeeilieadas no r e s p e e l i w , c o n l r a r l o .
I : i . ° D i r e i l o de d e s a p r o p r i a r , na fV.ruii do rieerelo

de J u l i o , de bsli'1, os l e r r e u o s d e domínio
particular, prédios e I v . n í e i l o r i a s , :|Un forem precisos
p a r a i s oliras d e , p i e traia „ paragraph,, aulcoeileule;
5 .1." i so das u i a i l e i c a s , e o u ! m s n m l e r i a e s , e x i s l e n t e s
nos t e r r e n o s d e v o l u t o s , ; n a e i o n a c s . i n d i s p e n s á v e i s paru
I r i
a collsl micção da estrada:

§ ' s , 1 , l l . ! o de d i r e i l o s ,1o i m p o r t a r ã o sobre os


ti l l l i o s , n i a c b i n n s , iiisti u i u c u l i i s e mais objectos des-
iNiados á c o n s l r u e ç ã i i ; bem c o m o , d u r a n t e o p r i z o oue
lor d c l e n u m a d o no e o i i l r . a r t o , d o , d i r e i l o s do c a r v ã o de
l " ' ' l i J i i n l l - p e n a a v o l p : r , a- oiti,unas o eu g a i o .),, , „ | n i h
'< V . I:- .

EU.a isenoio não s 1 fará e lectiva c:u jiiinto a cnm-


pinhia oupcozaria i n i . i p r . s n i l i r , no l h e s eiró Nacional
ou na Thesouraria da Fazenda la pr >viue;a, a relação dos
solire li I is objectos, eqi iciii oind i a cosoeetiva i j 11. i n -
ti 1 nlo I.' qualrlad \ .|!J! a I tuli is repa r lie los li w r ã i au-
nuilmeiite, conform • as i m i r , i c ajas de Ministario da
Fazenda.
(.'.'ssarão favo-, licaiido a eomp inhia enipreziria su-
jeita á restituição dos d i n u l o s , que teria de pra'ar, e á
m u l t a d o dobro dsss os direitos imposta [ido Ministério
da A g r i c u l t u r e , C i m n i e r e i o e. Obras Putilicas, oupeloda
Fazenda, se provar-se q u : ella alienou, par qualquer
titulo, objectos imporia l«>, sem que precedesse licença
daqucllci Ministérios, onda Presidenci i ila província,
e pagamento dos laspcetivos d i r e i t o s ;
§ ti." Preíerencia, em igualdade de circumstancias,
para lavra de minas na zona privilegiada, sendo ex-
presso em contracto especial o numero de datas, que o
Governo julgue cnn\enienleeonce ler, beuicomoas con-
dições a que deve dear sujeila a onipteza;
$ 1'rcí'ereiieia para n apiisieio de lerrena; devolutos
existentes á margem da estrada, oIT 'ctuando-se a venda
peio preço m í n i m o da L>ide 18 do Setembro de 18311, se
a companhia einprezaria dislrlíiuil-os p:ar inimigrantes
ou colono; que importar e o - l a l v b v e r , não podendo,
porém, xendebos a estes, devidiineutc meiliilos e de-
marcados, por prero excedeuls ao que íõr autorizado
peloGaverno.
A r t . LO. A l é m dos favores jã mencionados, poderá o
Governo conceder ç s n n l i a . de j u r o , até o máximo de
7 7„, sobre o capital despendido bom fuk, ás „ ...tpa-
uliias que se propuzerem coustruii 1 eslradas de ferro da
competência da administração geral, ou decretadas
pelas Assembléas legislativas pioviuciaes, que s i r v a m de
principal comiiiuuicaçio eutre os centros iiroductorcs e
os de exportação das prov i n c i a l .
A concessão de.,la garantia licará depuidoule da apre-
sou' ação P plalio • l'db.1 i I' v ~ ' dados o-. I a | j.l ieos, com
27 fí o t i u x i n re. ,I!|(M>.

us quaes l e m m - t r c q u e a empreza poderá l i T , peio


menos, 1 °/0 11 o renda liquida.
A r t . 1 1 . Ituando as e s l r a l a s forem da exclusiva com-
petência do Governo g ral, ou porclle decretadas na liy-
pothese do a r t . :!." elo presente rcguhmeiUo, não vigo-
rarão os contractos, celebrados com as respectivas com-
panhias empresarias, em que se garantam juros ou se
conceda subvenção kiioruetrica o os oulros favores es-
pressos no Decreto n . " O H de 211 de Julho de 1832, sem
que sejam approvados pelo Toiler Legislativo.
A r t . 12. Sc uma e s t r a l a tiver sido decretada pela As-
sembléa provincial coai garanti» de juro, c estiver nas
condições do a r t . 10, o Governo poderá conceder á res-
pectiva companhia einprezaria todos ou alguns dos fa-
vores expressos no a r t . !(."; e, além disso, aliançar a ga-
rantia provincial por tempo não excedente de30 annos,
especilieando, no acto em qu < contrahir esta obrigação,
os termos cm que poderá ser etfecliva.

A r t . III. Se a Assembléa provincial não tiver conce-


dido garantia de juro, ou eoncedel-a inferior a 7 •/„ es-
tando a estrada nas condições do r e f e r i d o a r t . 10, poderá
o Governo conceder garantia até 7 ou a addicionaf
precisa para completar este máximo.
A r i . l i . A liança, concedida pelo Governo, nos termos
do art. 12, bem como a garantia de que trato o a r t i g o
antecedente, vigorarão sem depen lencia de approvação
do Poder Legislativo.
A r t . 13. E m vez de garantia de j u r o poderá o Governo
concederás coinpa rib ias einprezarias de esteadas de f e r r o ,
que estejam nas condições do a r t . 10, subvenção não ex-
cedente á 3 . " parte do capital orçado para conslrucção
das mesmas estradas.
Esta subvenção far-se-ha effectiva á proporção que
cada kilometro fôr sendo construído.
Poderá igualmente tomar aeço. s das referidas em-,
prezas até ao máximo acima indicado, não recebendo
dividendos seuão quamlo a renda liquida da estra&i
a l t i n g i r , i-m rcl;:ç.lo ao ropil.il do; uiitrts anriuniittw,
o juro dc 7 ";',.
A r t . | « . llavendo sidiveoeão, em vez de garantia tie
juros, eoncodida pelas .Usenibléas provincial s, o Governo
liniitar-se-ha a aliançai a : |iodemlo, porém, ampliar
este favor até ao l i m i l c do a r t . l o .
A r t . 17. A subvenção k i l o n i e l r i e a , ou a fiança dc
subvenção kilometriea. concedidas a istradas de forro
denudadas pchs Assemblies legislate as provinciaes Has
termos dos arts, lb e Hi, vigorarão sem dependência
de approvação do 1'oilcr Legislativo.
A r t . 18. A concessão do garantia do juro, subvenção
kilometriea, ou a simples fiança de taes concessõcs
feitas pelas Asseuibléas provinciaes, dão a o G o v o r n o o
direito dc e x i g i r das respecliias companhias empre-
garias obrigações addicionaes ás eontraliidas para roin as
administrações das províncias, que julgar convenientes,
na fôrma do preseule regulamento.
A r t . 19. Não poderá ser outorgada garantia de j u r o ,
subvenção, ou lianea de j u r o ou de subvenção con-
cedida pelas Assembléas provinciaes, a mais de uma
cada província, omquanlo esta estrada não produzir
estrada em renda liquida, que dispense os mencionados
favores.
Entende-se que existo renda liquida, para este
c f l c i t o . d e s d e q u e a e m p r e z a durante Ires an nos conse-
cutivos, realizar dividendos na razão do j u r o , que tiver
sido garantido ou aliançado pelo Governo, ou na do má-
ximo de 7 "/„, dado o caso da subvenção kilometriea, de
conformidade com os arligos antecedentes.
A r t . 20. São consideradas nas condições do a r t . 10,
para concessão de garantia de j u r o , subvenção liilome-
t r i c a , o u fiança dc garantia dc j u r o ou de subvenção
kilometriea, as estradas de ferro que directamente, ou
ligando-se a outras, s e r v i r e m de principal conimuni-
eação entre os centros productores de qualquer pro-
víncia, c o s mercados stluados no litoral ou junto á
rios elagóas navegáveis da mesma, ou de otilra província
AH AN i 1 \ III: .H'IV.1>

quo tenham conimercio marítimo internacional ou


intcrproviueia!.
A r t . 21. Nas couces;u.-s de estrada? do ferro pelo
Governo, além das clausulas, que furem convenientes
em referencia a rada uma, serão express is as seguintes:
I l . ° X ã o poderão começai' us trabalhos de construcção
s.im que Lenham sido previamente s i b m e i t i los á appro-
vação do Governo o plano definitivo e o orçamento das
despezas, bem como um relatório geral demonstrativo
das obras projectadas.
Esse ida no conterá :
1."A planta geral da linha ferroa, na escala do-l:'*.030,
cm que serão indicados os r.ai(.,s de c u r v a t u r a , e a confi-
guração do terreno, representada p j r meio de curvas de
n í v e l distantes lies met ros entre s i ; b i m como, em uma
zona nunca menor de 8!) melros de cada lado, os campos,
malas, terrenos p'div-iosi s, e, sempre que for posqvel,
as divisas das propriedades particulares, as terras devo-
lutas eas m i n a s ;
2 . ° O períil l o n g i t u l i u a t , na escala de 1 por 400 para
as alturas, o de 1 por i.0!)0 para as distancias horizontaes,
indicando a extensão e cotas dos declives;
o / P e r l i s i r a ns versa es, na escala de L por 200, em
numerosulíiciente para a determinação dos volumes de
obras de t e r r a ;
Planos geraos das obras mais importantes, na es-
cala de 1 por 2 0 0 ;
ti. 0 K e k r ã o d a s pontes, via 1 netos, p mtilhões e boeiros
corn as principies dimensões, posição na linha, systema
deconstrucçào e quantidade de obra;
(i.° Tabella da quantidade de escavações para execu-
tar-se o projecto, do transporte médio da remoção, (los
ma ler ia cs esxa classificação a p p r o x h n a d a ;
7 . ° Tabella de alinhamentos e seus desenvolvimentos,
raios de curvas, cotas de declividados e suas extensões;
8 . ° Cadernetas aulhonticadas das notas da:» operações
topographicas, geodésicas e aslronoinicas, feitas no
terreno.
VAVAeS.

j y . A i;'s'rji'a fcrro, suas dependências c material


• C ,"" J ' : ' l n de maneira que 0 trato-n se
e cvlue ram r ; l c l l l q;oie c . , „ „ • : „ , : , , ena rtc m u l t ,

: , s e n ; o n u i i ( , w a
Tr°' " ' ' • ~ i 4 o f c u ,
;l
; v 1 ••"'«"n^lwc.Io, ü .-Oila ,IA . M i i r a a .
Acsti iil
' " l o frrrn s : , i s obras „ . , „ i ;,j ppdirio
ll!,l,I 0
'° " v r , tra,isilo descaminho. L „ "
o de outros que P e cnumodidade publiea se abeirem •
nom as respectivas companhias lerão o direito do o \ i " i r
eucargii, inijiosl.o o u t a v , alguma, polo cruzamento' do
oulras osii'adas ou caminhos do natureza, de-
eiido correr poes,,:, conta; i | ) m p ; i r ; , ^ l n , m ( . : l (](1
n Ü Z ™ " " U 1 , S "" dos referidos ca-

S i A s o nptvzas sarão obrigadas a o],sorvar as dis-


posições do liegulamouto do 2(1 do A b r i l do )8:i7, e ham
T / T ' ^ " " ^ ''"""S"" n : l I I : i;7
' *h quo forem
di et ela la; p.ra seguram;, o das estradas de
feero, unia vez jiie es novas d, não vão de eti-
conteo aos ta ,spect:vi s eonlraelos.
, as eniprez rias terão sen domicilio
e "o Império, e pessoa ,,,„. map, a s r r p , . i S ( , l l h , ,,
referencia a todos os seus direitos e obrigações.
§ <>." rindo o prazo da eoneesaào, a não haver ex-
pressa estipulação em contrario, reveeterào para o Fa-
lado todas as obras da estrada, bem como o respectivo
material rodanle, s mi iiideinuização alguma.
5 Nos eonlraelos s - r í o mareados os prazos em que
as coinpinliias eniprezarias deverão comecar o concluir
"S trabalhos ile eonstrucção da estrada, comminanlo-
sedltes I ena do multa ou de caducidade da concessão
5 8 . " Logo que os dividendos da empreza excedam a
.>/,„ oThosourolVaeionil receberá uma quota do excess,
da r nela hqunla, na eseala que fór estabelecida, par,
indeninizaçao dos juros ou subvenção que tiver pya,
$9.° O Estado terá o direito de dosipropriar V e s -

0 lll a :
.Ir-ÍwV-- ' ' i ' I'" "" 1 < 1 S ; S
""'U 0
P'-' CO .II
itill ,\r,\M'iA in. umos.

termo medio do rendimento liquido do ultimo qttin-


quennio.
j ID. Os preços de Iransiiorl.e serão fixados em tabella
approvada pelo Governo, não podendo exceder es dos
,11,aos ordinário^ de condoerão no tempo da organização
da mesma labella.
5 1 1 . As tarifas, par essa lórma organizadas, não
poderão ser elevadas sem approvaoão do Governo ; e cm-
quanto subsistir a garantia de juro peio listado ou fiança
de garantia provincial, também não poderão ser redu-
zidas sem essa appiovação.
§ 1 2 . (toando os dividendos excederem a « • / . « ' »
dous aiinos consecutivos terá o Governo direito de
exigir rcilueção nas tarifas.
At l . i-1. São igualmente obrigadas as companhias em-
prezarias:
J J . , \ prestar os esclarecimentos ou informações, que
11,ês forem exigidos peto Governo, pelos Presidentes das
províncias por onde pass,ia <stra.li, pelos engenhe,ros
hscaos ou por outros funccionai ios públicos, autorizados
pelos m i s a i o s P r . s i d e n t e s o u p . d o G o i e . no.
5 o " A aceitar, como detiuitiva e sem recurso, a decisão
do Governo sabre o uso niuluo das estradas (1c ferro, que
thrs pertençam ou a outras oniprczas. Fica entendido
une nas estradas de ferro subsidiadas peloThcsouro, de
conformidade com os a i l s . 10 a 1'J do presente regu-
lamento, o accôrdo das eaiprezas interessadas nao preju-
dicará o d a eito do Governo ao exame das estipulações
que pactuai em o á modificação destas, se entender que
sio oITensivas dos tolereis.* d " F.stado.
6 3 " \ transportar gratuitamente os dinheiros do
F.stado, bom como ,as malas d j Cori cio e os empregados
aue es acompanharem.
' t A iraiispartar, coin abatimento não menor de
! r ' t d o preço das respectivas tardas:
1 / Cs juizes e i s r i \ ã : s , quando viajarem per mo-
tivo li 1 seu I 111 'in.
AffflEXOS. 281

2 . ° As autoridades, escoltas poiiciaes c respectivas


bagagens, quando forem em diligencia ;
3 . " Os oííieiaese praças da guarda nacional, dc policia
ou de 1." l i n h a , que se d i r i g i r e m a qualquer dos pontos
servidos pelas linhas ferreas, por ordem do Governo ou
das Presidências das p r o v í n c i a s ;
4." Os colonos e iinmigrantes, suas bagagens, uten-
sílios e instrumentos aratorios;
3 . ° As sementes e plantas enviadas pelo Governo, ou
pelas Presidências das províncias, para s e r e m d i s t r i -
buídas gratuitamente aos lavradores.
I 3 . " A transportar, com abatimento não inferior
de 15 •/„ os passageiros e cargas do Governo, não espe-
cificados no paragrapho anterior.
§ 6." A a d m i t t i r gratuitamente, para p r a t i c a r e m no
serviço da construcção ou custeio da estrada, os enge-
nheiros ou estudantes da escola central, da m i l i t a r ou
de outro qualquer instituto de engenharia, que o
Governo designar, não excedendo a 12.
I 7 . " A pôr á disposição do Governo, em circum-
slanciás e x t r a o r d i n á r i a s , logo que este o e x i g i r , todos os
meios de transporte dc que dispuzerem.
Neste caso o Governo pagará a quantia que for con-
vencionada pelo uso da estrada, não excedendo ao valor
da renda m í d i a de período idêntico nos últimos ties
annos
I 8.° A estabelecer linhas telegrapliicas para o
serviço da estrada, p o n d o - a s á disposição d o publico
mediante tarifas, approvadas pelo Governo, o u entre-
gando a este u m lio especial para aquelle f i m ,
° § 9 . " A não possuir escravos, n e m empregal-os n o
serviço, qufcr d a c o n s t r u c ç ã o , q u é r d o c u s t e i o da es-
trada.
I 10. A e n t r e g a r t r i m e n s a l m e n t e a o e n g e n h e i r o
fiscal, o u r e m e t t e r a o P r e s i d e n t e d a p r o v í n c i a , u m r e -
latorio circumstanciado do estado d o s trabalhos d e
construcção, a c o m p a n h a d o da cópia d o s c o n t r a c t o s d e
empreitada q u e celebrar, e da estatística d o t r a f e g o ,
30
282 231259GARANTIA DE JUROS.

abrangendo as despezas de custeio, convenientemente


especificados, e o peso, volume, natureza e qualidade das
mercadorias, que transportar, com declaração das d i s -
tancias médias por cila percorridas, da receita das
estações, c da estatística dos passageiros, sendo estes
devidamente classificados.
A r t . 23. As emprezas que t i v e r e m garantia de j u r o ,
subvenção, fiança de garantia ou de subvenção pro-
v i n c i a l , sulimetterão á approvação do Governo, antes
do começo dos trabalhos de construcção e da abertura
do trafego, o quadro de seus empregados e a tabeliã dos
respectivos vencimentos. Qualquer alteração posterior
dependerá igualmente de autorização do Governo.
A r t . 24. Na concessão dos favores, autorizados pelo
Decreto de, 24 deSelembro de IK7ÍI, o Governo attenderá
quanto seja possível, sem prejuízo das disposições ex-
pressas nos arts. II) a 19 do presente regulamento, aos
interesses ile todas as províncias, dando preferencia as
estradas de ferro que, estando nas condições do dito
a r t . 10, se adaptarem igualmente a um plano de viação
f e r r e » , ' l i o H p i e as províncias entre si e coin a capital
ilo I m p é r i o .
A r i . SB. Não poderá exceder a cem m i l contos a
somma dos capitaes das emprezas de viação férrea, de-
cretadas pelas Assemblies provinciaes, a que fõr con-
cedida garantia de juro, subvenção ou fiança de juros
ou de subvenção, nos termos dos arts. 10 a 12 e
US a 11).
A r t . 20. A despeza annual com o pagamento da
subvenção c dos juros garantidos ás estradas de ferro
decretadas pelas Assemblies provinciaes, e de confor-
midade com o presente regulamento, será effectuada
pelos meios ordinários do orçamento, ou, na deficiencia
destes, por operações de credito, dando de tudo conta
o G o v e r n o , annualmente, á Assembléa geral legislativa.
Palacio do Rio de Janeiro em 28 de F e v e r e i r o de
1874.—Jose Fernandes da Costa Pereira Junior.
'índice geral das emprezas de estradas de ferro do Brasil até 30 de junho de 1874.
pelo engenheiro André Rebouças

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