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ONLINE DE
INFECTOLOGIA
MATERIAL DE APOIO
Micoses sistêmicas endêmicas no Brasil
1ª edição
Cuiabá – MT
2020
1
Micoses sistêmicas endêmicas no Brasil
Congresso Online de Infectologia
Liga Acadêmica de Doenças Parasitárias e Zoonoses – UFMT
Liga Acadêmica de Infectologia – UFMT
1ª edição
Edição
Ana Flávia De Souza Guimarães
Dalton Cristofer De Campos
Guilherme Pinheiro Da Silva
Samuel Newton Miguel Carvalho Campos
Edição final
Isabelle Crystine Flávia Goulart de Pontes
Michelle Igarashi Watanabe
Vitória Mayumi Takagi
Arte
Ana Julia Lehmkuhl
Contatos, dúvidas ou feedback
E-mail: coi.ufmt@gmail.com
Instagram: @ladopufmt / @laiufmt
Cuiabá – MT
2020
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AGRADECIMENTOS
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Sumário
Introdução ................................................................................................................ 5
Paracoccidioidomicose .......................................................................................... 5
Paracoccidioidomicose – infecção....................................................................... 7
Histoplasmose ..........................................................................................................11
Coccidioidomicose ................................................................................................20
Criptococose ...........................................................................................................24
Exercícios de fixação ..............................................................................................29
Gabarito ...................................................................................................................34
Referências ..............................................................................................................35
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Micoses sistêmicas endêmicas no Brasil
Introdução
As micoses sistêmicas são infecções causadas por fungos, que
apresentam como característica o dimorfismo térmico, (fungos filamentosos
na natureza e leveduriformes no hospedeiro, por influência da temperatura).
As infecções que compõem o grupo das micoses sistêmicas são:
blastomicose, coccidioidomicose, histoplasmose, criptococose e
paracoccidioidomicose.
Paracoccidioidomicose
A pararacoccidioidomicose (PCM) é a micose sistêmica de maior
prevalência na América Latina, sendo o Brasil, a Venezuela e Colômbia
consideradas zonas endêmicas. Assim como outras micoses sistêmicas, a
PCM tem as vias respiratórias como porta de entrada para o organismo
humano e o paciente costuma se contaminar pela inalação das hifas
durante o trabalho com o solo contaminado, não havendo contágio por
transmissão interpessoal.
5
Estima-se que pelo menos 10% da população de zonas endêmicas,
como o Brasil, já tenham sido expostos ao fungo, mas a incidência anual
dessa doença é de apenas 1 a 3 casos para cada 100.000 habitantes.
• Agentes etiológicos
o Paracoccidoides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii.
o Observação: essas espécies de fungo possuem termodimorfismo,
ou seja, apresentam-se de forma filamentosa (hifas) no
ambiente e assumem forma leveduriforme (unicelular) em
temperaturas acima 33ºC, o que contribui para sua adaptação
à vida parasitária. Em meio de cultura, as leveduras formam
colônias de cor creme com aspecto cerebriforme.
Patogênese
Paracoccidioidomicose – infecção
Paracoccidioidomicose – doença
7
O Paracoccidioides pode disseminar-se por via linfática,
hematogênica, canalicular e por contiguidade. A disseminação linfática,
através do fluxo retrógrado da linfa (dos hilos pulmonares até a periferia do
parênquima pulmonar) pode justificar a imagem radiológica no padrão “asa
de borboleta” nos pacientes com a forma crônica da doença.
As manifestações clínicas da
PMC podem ser muito variadas, uma
vez que esta pode comprometer
qualquer órgão para o qual se
dissemina.
Forma jovem
3. Hepatoesplenomegalia
4. Lesões cutâneas
9
são definidos quando o paciente apresenta três ou mais dos seguintes
critérios:
Avaliação clínica
Exames laboratoriais
● Hemograma e VHS
● Raio x de tórax
Tratamento
Histoplasmose
A histoplasmose também é conhecida como doença de Darling e figura
entre as micoses sistêmicas endêmicas no país. É considerada uma zoonose
pela OMS.
Epidemiologia
Fatores de risco
Fisiopatologia
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citocinas, em especial IL-12, TNF-α e IFN-γ. A partir da ativação da imunidade
adaptativa, a inflamação deixa de ser inespecífica e inicia-se a formação
de granulomas, com os mononucleados infectados no centro. Os
granulomas podem cursar com necrose caseosa, evoluindo para fibrose e
calcificação.
Formas clínicas
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Histoplasmose ● Lesões geralmente limitadas à mucosa da boca, lábios e
disseminada laringe;
crônica
● As lesões cutâneas são polimórficas, podem apresentar-
se em pápulas, nódulos eritematosos ou vegetativos e
úlceras;
Diagnóstico diferencial
Paracoccidiodomicose Paracoccidiodomicose
Sarcoidose
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Figura 5. Histoplasmose pulmonar aguda Figura 6. Histoplasmose pulmonar crônica:
cicatrizada: pequenos nódulos calcificados infiltrado intersticial, traves fibróticas e retração da
dispersos no parênquima pulmonar e em metade superior do pulmão direito, além de
linfonodos hilares. comprometimento mais discreto no terço médio à
Fonte: Salomão R, 2017. esquerda.
Fonte: Salomão R, 2017.
Diagnóstico
Intradermorreação com
histoplasmina: Essa prova tem maior
significado no diagnóstico de
indivíduos sintomáticos de áreas não
endêmicas. Em regiões endêmicas
Teste imunológicos 50-80% da população apresenta
intradermorreação positiva.
Esses testes podem ser realizados em
amostras de soro, sangue, líquido Pesquisa de anticorpos: ELISA tem
pleural, lavado broncoalveolar, alta especificidade e sensibilidade
líquido cefalorraquidiano e urina. na detecção dos antígenos M e H
Testes sorológicos são positivos em, na fase inicial da forma pulmonar
aproximadamente, dois terços dos aguda da histoplasmose.
casos de histoplasmose.
Pesquisa de antígenos: Os testes
para pesquisa de antígeno têm
como base a reação de
radioimunoensaio e ELISA em
distintos formatos.
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Tratamento profilático
Prognóstico
Coccidioidomicose
● Agentes etiológicos: Coccidioides immitis e Coccidioides posadasii
(fungos dimórficos e geofílicos).
Epidemiologia da coccidioidomicose
Fatores de Risco
Figura 9. Fonte: infungicas.blogspot Figura 10. Fonte: Modificade de Vaz et all., 1998
Manifestações clínicas
Figura 11. Eritema multiforme Figura 12. Eritema nodoso Figura 13. Eritema maculo-papular
Fonte: Deus-filho et al. 2010 Fonte: Deus-filho et al. 2010 Fonte: Deus-filho et al. 2010
Diagnóstico
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A CDM não é uma doença de notificação compulsória e ainda existem
divergências literárias nas formas de manifestações pulmonares. Por ser uma
doença endêmica em populações negligenciadas, falta apoio científico e
político no combate a ela. Dessa forma, o quadro a seguir exemplifica os
métodos diagnósticos utilizados para a infecção.
Tratamento e Profilaxia
Criptococose
A criptococose é uma micose profunda, cosmopolita, causada por
fungos do gênero Cryptococcus. Pelo fato de possuir caráter oportunista, ela
se apresenta comumente em pacientes com imunodepressão.
Etiologia
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sendo o principal agente presente em pacientes com AIDS (Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida). Por sua vez, o C. gattii é limitado às regiões
tropical e subtropical e apresenta associação com a doença em
imunocompetentes. Entretanto, apesar das diferenças epidemiológicas, as
características da doença causada por essas espécies são as mesmas, bem
como a sensibilidade à anfotericina B.
Patogenia e patologia
Quadro clínico
Diagnóstico
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Figura 15. Tomografia de crânio (fase contrastada) de paciente com neurocriptococose e AIDS,
apresentando lesão nodular na região nucleocapsular à direita, com realce anelar periférico.
Fonte: Focaccia, et al. 2015.
Tratamento
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Dentre as alterações radiológicas do Rx de tórax, assinale a mais sugestiva
de paracoccidioidomicose:
a) Espessamento pleural.
b) Adenomegalia hilar.
c) Imagem do complexo primário.
d) Infiltrado em “asa de borboleta”.
2. (USP-RP, 2011) No diagnóstico clinico das infecções fúngicas sistêmicas,
como Histoplasmose, criptococose e paracoccidioidomicose, têm
importância as exposições prévias a, respectivamente:
a) Papagaio , eucalipto, tatu.
b) Galinha, cultivo de soja, gambá.
c) Roedores, macaco, cana de açúcar.
d) Morcego, pombo, cultivo de café.
3. Homem, 42 anos, natural de Pirapora, MG, trabalhador rural, tabagista a
28 anos e etilista a 30 anos. Comparece a consulta queixando-se de tosse
produtiva com escarro de cor creme a 3 meses, dispneia e
emagrecimento. Há cerca de 3 semanas vem apresentando dificuldade
para alimentar-se devido a odinofagia além de perceber alteração na
voz. Pesquisa de BAAR negativo. Ao exame clinico apresentava-se
emagrecido, foram identificados presença de linfadenomegalias
cervicais, lesão ulcerada no palato mole. Exame respiratório com leves
crepitações em ambas as bases pulmonares. Rx de tórax apresentou
infiltrado difuso com aspecto de asa de borboleta. Considerando o caso
é correto afirmar que:
a) O acometimento pulmonar e linfonodal sugeram sarcoidose como
principal hipótese.
b) A principal suspeita é paracoccidioidomicose e deve ser feito raspado
da lesão ou aspirado de linfonodo para exame a fresco.
c) O mais provável é que seja tuberculose, uma vez que a pesquisa de
BAAR possui baixa sensibilidade.
d) As principais impressões são de CA de pulmão e boca, ambos
associados ao tabagismo.
4. (Adaptada de UFPR – 2011) Paciente masculino de 40 anos é admitido ao
hospital por anorexia, emagrecimento, sudorese noturna e febre há 3
semanas. Hepatoesplenomegalia foi observada ao exame físico.
Apresentava candidíase oral e o teste anti-HIV (Elisa) foi positivo.
Hemograma apresentou 1.200 leucócitos/mm3 , hemoglobina 8,5 g/dl e
80.000 plaquetas/mm3 . Na investigação da pancitopenia, biópsia de
medula óssea revelou granulomas com a presença de pequenas
leveduras. Considerando os dados apresentados, assinale a alternativa
correta.
a) Histoplasmose disseminada é o diagnóstico mais provável. Histoplasma
capsulatum é um fungo dimórfico, isto é, existe na forma de levedura à
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temperatura corpórea (37 °C) e como fungo filamentoso à
temperatura ambiente (25 a 30 °C).
b) A presença de emagrecimento, sudorese noturna e granulomas na
medula óssea nesse paciente são característicos, quase um
patognômico, de tuberculose disseminada.
c) Provavelmente esse paciente apresenta candidíase disseminada,
micose sistêmica mais frequente em pacientes com AIDS.
d) Os diagnósticos mais prováveis desse caso são linfomas e leucemias.
e) Fluconazol, itraconazol e, mais recentemente, caspofungina estão
entre os agentes terapêuticos mais indicados nesse caso.
5. Em relação as manifestações clínicas da histoplasmose, marque a
alternativa incorreta:
a) Forma pulmonar assintomática é a manifestação clínica mais comum,
sendo que 1/3 dos pacientes podem evoluir com calcificações
pulmonares assintomáticas.
b) A histoplasmose pulmonar crônica é comum em indivíduos de meia
idade, com quadros pulmonares crônicos prévios. A doença
apresenta-se estável não ocorrendo evolução das lesões pulmonares.
c) Histoplasmose disseminada aguda é a manifestação clínica mais
grave, sendo comum em indivíduos com comprometimento de
resposta imunológica Th1 e de produção de citocinas inflamatórias
como IFN-γ e TNF-α.
d) Na histoplasmose pulmonar crônica a lesão pulmonar, na maioria das
vezes, se assemelha a da tuberculose pulmonar, sendo esta o principal
diagnóstico diferencial a ser descartado.
e) Na histoplasmose pulmonar aguda grave a radiografia de tórax
evidência, normalmente, um infiltrado pulmonar reticulo-nodular difuso
bilateral.
6. Um homem com cinquenta e cinco anos de idade, procedente do
estado do Mato grosso, onde trabalhava como agricultor, relatou
dispneia progressiva, iniciada havia cinco meses, associada à tosse
pouco produtiva, com escarro amarelado. O paciente relatou tabagismo
de 40 maços/ano. A radiografia do tórax mostrou opacidades peri-hilares
bilaterais com certa simetria, tipo retículo-nodular, que ocupavam
campos pulmonares médios e inferiores, além de uma pequena lesão
cavitária em ápice direito. Em análise microscópica de secreção
pulmonar identificou-se células leveduriformes circundadas por halo
incolor dentro de fagócitos. Qual o diagnóstico mais provável e qual a
conduta terapêutica adequada?
a) Tuberculose pulmonar. Iniciar rifampicina, isoniazida, pirazinamida e
etambutol.
b) Paracoccidioidomicose. Iniciar Itraconazol 200 mg 1x/dia por 1 ano.
c) Histoplasmose. Iniciar Itraconazol 200 mg 1x/dia por no mínimo 1 ano.
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d) Pneumonia por germe típico. Iniciar azitromicina 500 mg VO 1x/dia por
5 dias ou levofloxacino 500 mg VO 1x/dia por 7 dias, podendo estender
o tratamento até 10 dias.
e) Pneumonia por germe atípico. Iniciar levofloxacino 500 mg VO 1x/dia
por 7-10 dias, podendo estender o tratamento até 14 dias.
7. Assinale a alternativa que contemple apenas fatores que tornam a
Coccidioidomicose ainda um problema de saúde pública, uma doença
limitada cientificamente e com poucas políticas públicas de detecção,
tratamento e prevenção.
1. Coccidioidomicose não é endêmica em nenhum Estado do Brasil.
2. Coccidioidomicose é uma doença causada por um agente
extremamente mutável e por isso não é possível estudos mais
aprofundados no assunto.
3. Coccidioidomicose busca regiões com climas desérticos e semi-
árido, no Brasil é endêmica em Estados da região Nordeste, mais
comum em homens que trabalham com o solo na região,
indivíduos economicamente mais vulneráveis, por esse motivo a
falta de atenção.
4. Coccidioidomicose ou Paracoccidioidomicose é uma doença
negligenciada por estar ligada a pessoas que vivem em regiões
ribeirinhas.
5. Coccidioidomicose é uma doença que atinge povos
negligenciados em várias regiões da América do Norte, Central e
do Sul.
6. Coccidioidomicose pode ser prevenida com o uso de EPI, no
entanto pode ser economicamente inviável para agricultores
familiares.
a) 1, 2, 3
b) 2, 3, 4
c) 3, 4, 5
d) 3, 5, 6
e) 1, 4, 5
8. A forma do Coccidioides immitis que possui maior probabilidade de
alcançar os brônquios por ter formato denominado de “barril” é:
a) Artroconídios.
b) Micélio.
c) Endósporos.
d) Hifas.
e) Esférulas.
9. Assinale a alternativa incorreta:
a) As lesões cutâneas podem estar presentes nas três fases da
coccidioidomicose.
b) Perda de peso é um sinal clínico sugestivo de coccidioidomicose
c) Anfotericina B pode ser administrada por via intravenosa.
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d) Uma medida preventiva é o uso de óculos e luvas, o uso da máscara é
opcional e um fator de risco é a migração para áreas endêmicas.
e) Pessoas diagnosticadas com a coccidioidomicose precisam ficar em
isolamento para não contaminar outras pessoas.
10. A criptococose é uma micose sistêmica causada por fungos do gênero
Cryptococcus. Possui caráter oportunista, sendo uma importante
entidade nosológica em pacientes imunossuprimidos. Acerca de tal
patologia, é correto afirmar:
a) Acomete principalmente mulheres entre 30 e 60 anos, sendo rara em
crianças.
b) O ciclo de vida do fungo possui uma fase sexuada e uma assexuada,
sendo que o microrganismo na fase sexuada é o responsável pela
infecção humana.
c) A criptococose cutânea é a mais comum, ocorrendo muitas vezes na
ausência de um quadro sistêmico.
d) O papel da resposta imune celular é descrito no controle da infecção,
enquanto o papel da resposta imune humoral ainda permanece
controverso.
11. G.B.H., 35 anos, masculino, se apresenta na Unidade de Pronto
Atendimento do Hospital Universitário Júlio Muller apresentando cefaleia,
febre e vômitos com início há 2 dias. Apresenta histórico de tabagismo (40
maços-ano) e utilização de drogas endovenosas há 20 anos. Além disso,
é HIV+ com diagnóstico há 10 anos, porém nunca fez utilização de
terapia antirretroviral (TARV). Trabalha como zelador e possui contato
diário com fezes de pombos. No exame físico apresenta sinal de Brudzinski
e sinal de Kernig positivos. Foi solicitada avaliação do líquor do paciente.
Considerando a principal hipótese diagnóstica, as alterações liquóricas
geralmente encontradas são:
a) Hipercelularidade com predomínio de neutrófilos, aumento de
proteínas e diminuição não acentuada da glicorraquia.
b) Hipercelularidade com predomínio de leucócitos linfomononucleares,
aumento de proteínas e elevação acentuada da glicorraquia.
c) Hipercelularidade com predomínio de leucócitos linfomononucleares,
aumento de proteínas e diminuição não acentuada da glicorraquia.
d) Hipercelularidade com predomínio de neutrófilos, diminuição de
proteínas e diminuição não acentuada da glicorraquia.
12. E.M.C.E, 40 anos, feminino, portadora de lúpus eritematoso sistêmico, em
tratamento de nefrite lúpica com altas doses de corticosteroides. Se
apresenta no serviço de atendimento com febre, dispneia, tosse,
expectoração e dor do tipo pleurítica. Após solicitação dos exames
adequados foi diagnosticada portando criptococose pulmonar. Acerca
de tal patologia, assinale a alternativa incorreta:
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a) Duas espécies de Cryptococcus, o C. neoformans e o C. gatti, causam
a maioria dos casos de criptococose em humanos.
b) A mortalidade da criptococose é alta, mesmo com tratamento
correto, porém, a presença de sequelas neurológicas após o
tratamento é rara.
c) Os principais fatores de virulência do Cryptococcus são a cápsula
mucopolissacarídeo e a produção de enzimas, como a fosfolipase e a
proteinase.
d) A criptococose é a causa mais comum de morte entre os fungos que
acometem pacientes com AIDS.
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GABARITO
1. D. A disseminação linfática, através do fluxo retrogrado da linfa, dos hilos pulmonares
até a periferia do parênquima pulmonar, pode justificar a imagem radiológica no
padrão “asa de borboleta” nos pacientes com a forma crônica da doença.
2. D. O Histoplasma capsulatum é encontrado em solos ácidos e úmidos ricos
em compostos nitrogenados, e particularmente em solos enriquecidos com fezes de
aves e morcegos. A criptococose é causada pelo fungo Cryptococcus
neoformans ou pelo Cryptococcus gattii, frequentemente encontrados em detritos
de pombos. Paracoccidoides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii são os fungos
causadores da paracoccidioidomicose e costuma estar presente nos solos úmidos e
restos de vegetais das áreas rurais.
3. B. A PMC acomete principalmente indivíduos do sexo masculino, entre 30 e 60 anos.
A semiologia pulmonar não costuma apresentar achados expressivos e, com
frequência, apresenta-se sem alterações. Já a função pulmonar frequentemente
revela-se comprometida, o que justifica os poucos achados no exame físico
pulmonar, apesar da dispneia. Além do envolvimento pulmonar, a PMC pode causar
lesões tegumentares e laríngeas (tosse, dispneia, expectoração mucopurulenta,
lesões ulceradas de pele e de mucosa da naso-orofaringe, odinofagia, disfagia e dis-
fonia). O padrão ouro para o diagnóstico de PCM é o encontro de elementos
fúngicos sugestivos de Paracoccidioides spp em exame a fresco de escarro ou outro
espécime clínico (raspado de lesão, aspirado de linfonodos) e/ou fragmento de
biópsia de órgãos supostamente acometidos.
4. A. A histoplasmose disseminada acomete principalmente imunossuprimidos e
crianças menores de 12 anos. Pode manifestar-se com tosse, dispneia importante,
febre elevada, adinamia, emagrecimento, linfadenomegalia,
hepatoesplenomegalia e pancitopenia. É frequente a associação da histoplasmose
com outras doenças oportunistas em um paciente com AIDS, como tuberculose,
candidíase, pneumocistose e toxoplasmose.
5. B. A histoplasmose pulmonar crônica é comum em indivíduos de meia idade com
quadros pulmonares crônicos prévios. No entanto, a lesão pulmonar pode aumentar
com o tempo, podendo evoluir bilateralmente e cursar com insuficiência respiratória
levando o paciente ao óbito. Além disso, facilita complicações como infecções
bacterianas e pneumotórax.
6. C. O Histoplasma capsulatum no exame microscópico apresenta-se como células
leveduriformes circundadas por halo incolor dentro de fagócitos. O tratamento da
forma crônica pulmonar é realizado inicialmente com Itraconazol 200 mg 1x/dia por
no mínimo um ano, podendo ser estendido até dois anos. Em casos mais graves
pode-se associar Anfotericina B.
7. D. A coccidioidomicose atinge em maior número populações negligenciadas, por
isso, ainda é um problema de saúde pública em alguns Estados do Brasil. Além disso,
falta interesse no estudo para a formulação de ações eficazes contra o fungo.
8. A. A forma é a dos artroconídios, estruturas que possuem aparência de barril,
medindo cerca de 2-4μm por 3-6µm de diâmetro. Por causa do formato e de outros
fatores, essa forma do Coccidioides immitis tem uma maior probabilidade de chegar
aos brônquios.
9. D. Uma medida preventiva essencial é o uso da máscara, já que a inalação é o
modo de contágio.
10. D. A criptococose é mais comum em homens, o que invalida a alternativa A. O
fungo na fase assexuada é responsável pela infecção humana, o que invalida a
alternativa B. A criptococose do sistema nervoso central, principalmente meníngea,
é a manifestação clínica mais frequente, representando cerca de 70% dos casos,
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além disso, a criptococose cutânea geralmente é acompanhada de um quadro
sistêmico, o que invalida a alternativa C.
11. C. Devido à epidemiologia do paciente com contato com pombos, o estado de
imunossupressão apresentado e o quadro clínico característico, a hipótese mais
provável é a meningite criptocócica. Nesse caso, as alterações liquóricas mais
encontradas são hipercelularidade com predomínio de leucócitos
linfomononucleares, aumento de proteínas e diminuição não acentuada da
glicorraquia.
12. B. A alternativa errada da questão é a B, pois além da mortalidade de tal patologia
ser alta, ainda é comum a presença de sequelas neurológicas. As outras alternativas
estão corretas e são autoexplicativas.
REFERÊNCIAS
Deus Filho A; Deus ACB ; Meneses AO; Soares AS; Lira ALA. Manifestações
cutâneo-mucosas da coccidioidomicose: estudo de trinta casos
procedentes dos estados do piauí e maranhão. Anais Brasileiros de
Dermatologia, [s.l.], v. 85, n. 1, p. 45-51, fev. 2010.
Turissini DA, Gomez OM, Teixeira MM, Mc Ewen JG, Matute DR. Species
boundaries in the human pathogen Paracoccidioides, Fungal Genetics and
Biology. 2017.
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