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CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO -
Diálogo entre Teologia
e Biologia, de
Mário A. Sanches (Org.)
Criação e Evolução – diálogo entre teologia e biologia traz uma reunião de artigos,
organizados por Mário A. Sanches, de estudiosos de diversas áreas da Teologia, que
mostram como Criação e Evolução não são teorias ou concepções que se anulam, mas que
se complementam.
Serviço:
Editora Ave-Maria
Pça. Osório 389
Centro | Curitiba PR
(41) 3223.8916
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[
ANO 11 - ED 122 - NOVEMBRO DE 2009
ENTREVISTA
O que funciona melhor para quem nega a evolução: mostrar a evidência favorável à
evolução, apelando para a razão? Ou mostrar que a evolução não prejudica a
crença em Deus, apelando para a religiosidade?
É fundamental proteger a religião dos supostos “ataques evolucionistas”. A maioria das
pessoas está mais preocupada em estar de acordo com sua religião do que em estar
cientificamente atualizadas. O problema no caso dos cristãos evangélicos, infelizmente, é
que existem prateleiras sem fim de livros argumentando que a ciência comprova o
criacionismo. Para a maioria das pessoas leigas no assunto, a batalha nem é entre ciência e
religião, e sim entre “a ciência de que eu gosto” e “a ciência que ataca minha religião”.
Em setembro deste ano, a imprensa deu um grande destaque às relações entre religiões
cristãs e a teoria de Evolução, proposta por Darwin e Wallace. A discussão começou quando
um clérigo da Igreja da Inglaterra afirmou que sua denominação devia desculpas a Darwin
por ter rejeitado suas idéias no século XIX (1). Imediatamente alguns jornalistas tiveram a
idéia de repercutir o assunto com a Igreja Católica, e coincidentemente naqueles dias o
Vaticano anunciava uma conferência internacional de cientistas que ocorrerá em Roma, em
março do ano que vem. Perguntado sobre a opinião do clérigo anglicano, o arcebispo
Gianfranco Ravasi afirmou que não era o caso de se fazer o mesmo na Igreja Católica. A
maioria dos sites brasileiros publicou a notícia com o seguinte título: Vaticano aceita
evolução, mas não se desculpa com Darwin (2).
O título pode levar a dois enganos. O primeiro, cometido por exemplo pelo jornalista João
Ricardo Gonçalves (3), é acreditar que a teoria de Darwin foi aceita pela Igreja apenas
recentemente. Na verdade, a Igreja Católica nunca se opôs às idéias de Darwin, e A Origem
das Espécies nunca foi colocado no Índex de Livros Proibidos. Ressalte-se que a teoria
evolucionista apareceu durante o pontificado de Pio IX (1846-1878), um dos papas que mais
zelou pela integridade da fé católica, inclusive publicando em 1864 o Syllabus, condenando
várias proposições consideradas erradas do ponto de vista da doutrina. Uma consulta ao
Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral (conhecido popularmente
como Denzinger) não traz nada sobre o evolucionismo na época de Darwin, nem nas décadas
seguintes.
O primeiro pronunciamento oficial da Igreja sobre a evolução viria apenas com Pio XII, em
1950, na encíclica Humani Generis (4). O Papa afirma: “(...) o magistério da Igreja não
proíbe que nas investigações e disputas entre homens doutos de ambos os campos se trate
da doutrina do evolucionismo, que busca a origem do corpo humano em matéria viva
preexistente (pois a fé nos obriga a reter que as almas são diretamente criadas por Deus),
segundo o estágio atual das ciências humanas e da sagrada teologia, de modo que as razões
de uma e outra opinião, isto é, dos que defendem ou impugnam tal doutrina, sejam
ponderadas e julgadas com a devida gravidade, moderação e comedimento (...)”. Depois
disso, João Paulo II, em uma mensagem à Pontifícia Academia de Ciências em 1996, fez a
famosa afirmação segundo a qual “novos conhecimentos levam a pensar que a teoria da
evolução é mais que uma hipótese” (5).
Desfazer o primeiro equívoco (“a Igreja aceitou a evolução apenas recentemente”) leva,
automaticamente, a desfazer o segundo engano. A Igreja não vai “se desculpar com Darwin”
simplesmente porque não há motivo para um pedido de desculpas. Se a Igreja nunca
condenou a evolução, sempre permitiu que essa hipótese fosse investigada, que desculpas
os católicos deveriam a Darwin?
Ideologia
A polêmica sobre as teorias de Darwin surge quando alguns cientistas fazem uso do
evolucionismo para defender conclusões que extrapolam os aspectos biológicos da seleção
natural. É o que Dinesh D'Souza e outros autores chamam de “darwinismo”, ou seja, o uso
do evolucionismo para justificar posições ateístas ou que rebaixam o homem a um nível igual
ao de qualquer outro animal (6). Um dos principais nomes desta corrente, mais ideológica
que propriamente científica, é Richard Dawkins, autor de Deus, um Delírio.
Mas consideremos: se Deus não tem corpo, pois é espírito puro, a “imagem e semelhança”
não podem ser algo físico. Então só resta concluir que a imagem e semelhança residem nas
realidades espirituais que apenas o ser humano tem: a alma espiritual, o livre-arbítrio, a
inteligência e a vontade (ainda que imperfeitas).
E considerar que o evolucionismo nega a existência de Deus é uma extrapolação que carece
de qualquer base científica, e é impressionante ver como cientistas, cujo trabalho é pautado
justamente pela busca de dados e evidências, são capazes de fazer afirmações, e divulgá-las
como verdades absolutas, sem nenhuma evidência. Afirmar que a evolução se dá por leis
biológicas, físicas e químicas, e não por ação divina direta, em nada indica a inexistência de
Deus; pelo contrário, a perfeição das leis da natureza indica que partiram de uma
inteligência, em vez de serem fruto do mero acaso. Como diz o cardeal Christoph Schönborn,
“o conhecimento que adquirimos por meio da ciência moderna torna mais razoável que
nunca a crença em uma Inteligência por trás do cosmos” (7).
O Papa Bento XVI, em seu livro Fé, Verdade e Tolerância (escrito quando ainda era cardeal),
pede um diálogo franco sobre o verdadeiro alcance da teoria evolucionista (8). Ela realmente
dá margem a interpretações ateístas? Ou elas são o produto de autores contemporâneos,
que usam Darwin para promover suas próprias idéias? Em resumo, cristão nenhum precisa
ter medo de Darwin; mas é necessário, sim, se preocupar com o “darwinismo”, o uso da
teoria evolucionista pelo ateísmo militante: seu verniz científico lhe dá uma aparência
sedutora, contra a qual é preciso se prevenir.
Notas
(2) <http://g1.globo.com/noticias/mundo/
0,,mul7619235602,00vaticano+aceita+evolucao
+mas+nao+se+desculpa+com+darwin.html>.
(4) <http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/
encyclicals/documents/hf_pxii_enc _12081950_humanigeneris_po.html>.
(5) <http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/mes
sages/pont_messages/1996/documents/
hf_jpii_mes_19961022_evoluzione_sp.html>.
O papa Bento XVI, que se reuniu brevemente com físicos durante evento da Academia
Pontifícia de Ciências, descreveu a ciência como uma busca pelo conhecimento da criação de
Deus. Ao grupo de cientistas, entre os quais o físico britânico Stephen Hawking, reunidos no
dia 31 de outubro, o papa disse que não há contradição entre acreditar em Deus e na
ciência.
Hawking é um dos convidados para a longa semana de eventos que vão explorar o tema
Compreensões Científicas para Evolução do Universo e da Vida.
Evolução teísta
Em entrevista publicada em 2007, Hawking disse que “não é religioso no senso comum”. “Eu
acredito que o universo é governado por leis da ciência”, disse ele. “Elas podem ser
decretadas por Deus, mas Deus não intervém para quebrar essas leis”.
A Igreja Católica ensina a evolução teísta, que reconhece a evolução como teoria científica.
Adeptos da doutrina acreditam que não há razão para Deus não usar um processo evolutivo
na formação das espécies humanas.
O papa elogiou a tecnologia que permite Hawking discursar por um sintetizador de voz. Uma
doença muscular fez com que o físico perdesse sua voz.
Stephen Hawking, autor do best-seller Uma Breve História do Tempo, discorre sobre a
origem do universo, em um evento restrito.
ANO 10 - ED 110 - NOVEMBRO DE 2008
Serviço - A exposição sobre Darwin pode ser visitada na Universidade Positivo. Rua Professor
Pedro Viriato Parigot de Souza 5.300, bairro Campo Comprido. Ela ficará aberta ao público
até 30 de novembro de 2008. Horários: segunda a sexta-feira, das 9 às 22 horas; sábados,
domingos e feriados, das 9 às 17 horas. A bilheteria fecha uma hora antes da exposição.
Preços: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Gratuito para alunos e professores da rede pública,
mediante agendamento, e para menores de 7 anos e maiores de 60 anos. Contato de
agendamento de visitas guiadas para grupos: 0300 789 0002.
Site: www.darwinbrasil.com.br
TEOLOGIA E CIÊNCIA,
Diálogos acadêmicos em busca do saber,
de Afonso Maria Ligorio Soares
e João Décio Passos (orgs.)
O livro divide-se em quatro seções. A primeira enfoca a história da relação entre teologia e
ciência. A segunda concentra-se na questão interdisciplinar. A terceira, apresenta a
possibilidade de ricos diálogos interdisciplinares que incluem o conhecimento teológico. Uma
quarta seção esboça alguns desafios e aponta conquistas já obtidas. A última, é propositiva e
prática, destacando o que já vem sendo feito no dia-a-dia universitário.
Serviço:
Editora Paulinas
Rua Voluntários da Pátria
Curitiba PR
(41) 3224-8550
Fax 3223-1450
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A igreja católica reconhece a Teoria da Evolução e marca um simpósio, para 2009, sobre "A
Origem das Espécies", de Darwin. A iniciativa foi bem recebida por religiosos e educadores
católicos.
"O Gênesis não foi feito para explicar a criação, e sim para dar um sentido a ela. Para muitos
católicos, o criacionismo já perdeu o sentido no século 16", é a visão de Evaristo Eduardo de
Miranda, diretor do Instituto Ciência e Fé.
Para Edgard Leite, doutor em História das Religiões pela UERJ, "o texto bíblico é alegórico, mas
você pode fazer uma interpretação teológica". Leia o artigo de João Ricardo Gonçalves.
Ainda nesta edição, mais de Lúcio Cardoso, pelo professor Antonio Strano e a repercussão do
livro Vozes do Paraná, do jornalista Aroldo Murá G. Haygert.
O DIRETOR DE REDAÇÃO
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Não existem, de fato, razões fisiológicas, biológicas ou clínicas para acelerar o processo de
morrer. Existem sim razões antropológicas, éticas, culturais e religiosas, favoráveis ou
contrárias, que estão envolvidas dentro deste difícil debate. Dessa forma, a eutanásia deixa
de ser um problema interno e exclusivo da medicina atual para se transformar em algo muito
mais amplo e complexo, que transcende ao universo biológico e ao da medicina científica e
passa a atingir a toda a sociedade.
Alguns dos defensores da sua legitimidade moral e, portanto da despenalização ou mesmo
da legalização da eutanásia, tendem a enquadrá-la como perfeitamente compatível com o
ambiente que existe dentro das sociedades liberais e democráticas, justo porque são elas
que devem promover cultura dos direitos. Esta, todavia, é uma simplificação jurídica que não
é compartilhada por todos os autores que se dedicam a esta questão.
Vivemos uma realidade onde o acesso ao diagnóstico e ao melhor tratamento ainda está
muito distante do ideal existente nos países desenvolvidos. A legalização da eutanásia pode
representar um risco à pessoa do paciente terminal e um duro golpe ao relacionamento
médico-paciente de base hipocrática. Pode ser mais fácil e conveniente eliminar do que
cuidar. O debate, portanto, deve ser redirecionado ao outro foco, o da ortotanásia. Ou seja,
o de não prolongar desnecessariamente o processo de morrer.
Cícero de Andrade Urban é médico oncologista e mastologista, professor de Bioética e Metodologia Científica
no Curso de Medicina e no Mestrado em Odontologia Clínica do UnicenP. Colaborador do Instituto de Ciência e
Fé.
Luis Henrique Z. F. de
Macedo, 23, graduado bacharel
em Ciências Sociais, atua em
pesquisas de Ciência e Religião,
Interdisciplinariedade e Meio
Ambiente.
ANO 9 - ED 107 - AGOSTO DE 2008
Ciência e Religião: diálogo possível?
Um estudo de caso no Instituto Ciência e Fé
Existe a possibilidade real de um diálogo entre ciência e religião, que leve em conta
especificidades de cada campo sem, no entanto, esvaziar a discussão epistemológica
pelo sociólogo Max Weber e retomada por Ian Barbour, Fritjof Capra e Boaventura S
outros?
Para Luis Macedo, a existência de tais relações pode ser buscada na análise dos disc
participantes do Instituto Ciência e Fé, entidade formada por cientistas e religiosos,
dedica a estudar as inter-relações entre os dois campos. Estas relações, por sua vez
assumir várias formas (veja quadro abaixo), a saber: conflito e independência, delin
visão predominante de uma ciência moderna; e diálogo e interação, que pode sinaliz
teoria emergente da racionalidade científica, que muitos denominam de pós-modern
Este novo paradigma, ao incorporar saberes relegados pela ciência moderna - como
teologia e os conhecimentos vernaculares - experimenta um modo holístico de interp
práxis científica. Alguns autores que defendem este novo paradigma propõem uma t
relacionar o pensamento científico ocidental e o conhecimento religioso oriental - esp
no que trata do Dalai Lama, líder espiritual do Tibet - de forma a demonstrar as poss
para a ciência advindas deste diálogo. Capra encontrou, por sua vez, diversos parale
física quântica e a experiência mística oriental. Isto leva o autor a sugerir a existênci
"epistemologia do reencantamento".
O diálogo exercido por eles dentro do Instituto não invade as questões epistemológic
não modifica a maneira de "fazer ciência", proposta pela teoria pós-moderna.
Para os religiosos, "a concepção religiosa pode moldar-se e interagir de acordo com
científico" (p.57), como no caso do evolucionismo de Darwin, que não exclui, em sua
teoria bíblica do criacionismo. O conflito, neste caso, estaria mais relegado ao campo
princípios, onde a moralidade comum da crença religiosa entraria em atrito com algu
de pesquisa da ciência moderna.
Por fim, a pesquisa trouxe como resultado mais do que um esforço de enquadrar tais
práticas na tipologia proposta por Barbour, o objetivo de tal análise seria constituir u
instrumento metodológico "válido para verificar proximidades e distanciamentos entr
diversos tipos de concepções e diálogos entre ciência e religião".
Para ele, a ciência e a religião não são totalmente inconciliáveis. Contudo, por ser a
científica muito rígida, o conhecimento religioso não pode ser aplicado ao conhecime
científico. O diálogo entre os dois serve para que surja uma "fé racional", deixando d
literalismo bíblico. Ou seja, na visão do professor, o conflito está latente dentro da m
porém isto não exclui o diálogo, como forma de buscar uma fé racional. Os dois conh
para ele, também são independentes.
A concepção da professora Eleidi também é de que a ciência é dura, ou seja, ela não
interferência da religião dentro da sua racionalidade. Isto porque a fé não pode resp
questões da ciência, a fé tenta explicar os fatos naturais misticamente. Porém, "as d
procura de verdades", só que de maneira diferentes. Enquanto a ciência as procura"
método objetivo, a fé as procura no campo da subjetividade. O conflito para a profes
também é latente, cuja metodologia são totalmente independentes, porém com os m
objetivos. O diálogo é necessário para tornar a fé menos obscura.
O diálogo pode acontecer, apesar de ser muito difícil. Isto porque a ciência tem um o
palpável enquanto o objeto religioso (Deus) não é. Os dois conhecimentos não podem
totalmente à verdade, sendo assim que o diálogo pode ajudar um a aprimorar o con
do outro. Aqui vemos um diálogo de mão dupla, o qual a pesquisa procurava. O cam
bioética é um dos locus deste diálogo. O diálogo para o reverendo é mais profundo d
os outros dois, apesar de também enxergar metodologias independentes e conflituos
Urban crê que a relação entre religião e ciência é de complementaridade, tendo com
vida. Contudo, a religião não interfere no método científico, o qual ainda possibilita u
explicação com um grau maior de profundidade do que a religião. Porém elas se com
porque acredita que a ciência deixa de lado algumas coisas em sua profissão médica
reconfortar uma família de um paciente que morreu. Aqui vemos ainda um conflito d
metodologia, ou seja, a ciência ainda está fechada para os outros saberes. Porém, a
Selleti, ele traz para o campo científico preceitos éticos religiosos, através de um diá
epistemológico.
O professor Antonio Carlos Coelho é judeu e ministra aulas sobre ecumenismo e juda
Studium Theologicum. A sua história acadêmica é curta, porém sua carreira como "a
digna de nota. Começou cursando ciências sociais, mas não se formou, conseguindo
formação no curso de História. Como autodidata estudou teologia com os jesuítas em
Horizonte e arqueologia bíblica e tradição judaica em Israel.
Coelho crê que as duas visões de mundo são totalmente independentes uma da outr
a religião responde a seus problemas espirituais sozinha, a ciência não busca nenhum
referência na religião. Contudo, para o professor, o diálogo entre ciência e fé pode o
quando o cientista de fé sente a necessidade de conciliar as duas sabedorias. E um d
resultados é de que a ciência não é tão conflituosa quanto possa parecer. Ou seja, a
predominante para ele é a independência, porém o diálogo pode acontecer no campo
Para ele o diálogo faz com que tanto ciência quanto religião pisem em ovos, enfrenta
constituição das racionalidades, que não podem deixar de existir. Porém, o conflito n
forte pela parte da Igreja Católica, pois a ciência vai mudando a concepção religiosa,
caso do heliocentrismo. Porém, quando a ciência esbarra no principio primordial da r
(vida) ele se torna latente. Por isso o diálogo só pode ocorrer no campo do entendim
não no campo dos fundamentos. Percebe-se que para ele é importante manter a ind
das duas, apesar de que a ciência ajuda em alguns entendimentos da religião, haven
nos princípios que as duas podem pregar.
***
A relação entre ciência e religião pode se dar em diversos sentidos, mas quais são os
usuais em cada racionalidade? E também, utilizando a metodologia de Barbour (200
o diálogo pode ocorrer numa via de "mão-dupla", ou seja, da ciência para a religião
para ciência, quais das "duas vias" parecem estar mais "dispostas" ao diálogo?
Para verificar empiricamente se estas relações são possíveis, Luís Macedo foi a camp
o "Instituto Ciência e Fé", para entender quais as visões que alguns de seus membro
sobre a relação entre as duas formas de conhecimento. E no caso da ocorrência dess
como este ocorreria? Nos moldes de uma teoria "pós-moderna" de explicação dos fe
científicos e religiosos ou ocorre dentro da teoria moderna (que separa ambos domín
escolha do Instituto, não foi por acaso, e sim porque um de seus objetivos, em tese,
e promoção de uma discussão positiva entre os dois saberes, ou seja, fugindo do
fundamentalismo de qualquer uma das partes.
CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS
MORTE ANUNCIADA
Embora o calor do debate possa levar à conclusão de que a posição favorável ao uso
para pesquisa represente uma postura daquela corte sobre a existência ou não de vi
embrião humano, é lícito considerar que a referida manifestação não alcança tal abra
Além de o objeto de julgamento alcançar apenas embriões congelados por mais de t
clínicas de fertilização e considerados inviáveis, outras razões, específicas para o cas
certamente motivaram a corte suprema a uma posição favorável à sua liberação. Ra
maioria das entidades, em especial aquelas contrárias ao uso das CTE, simplesmente
desconsiderou, para dizer o mínimo.
Como se vê, não se poderia limitar um debate dessa magnitude ao destino de uma í
dos embriões congelados, já que poucos serão de fato utilizados para pesquisa, sem
sua produção contínua sem qualquer limite legal. Com exceção de uma resolução do
Federal de Medicina, emitida há 16 anos, não há qualquer dispositivo legal do poder
cuide do tema da reprodução assistida. A cada procedimento se obtêm entre 10 a 15
fertilizados, dos quais no máximo 4 são implantados, restando em torno de 10 embr
serão congelados. Qual a proteção que estes embriões recebem da sociedade? Mesm
ministros se manifestassem favoráveis à ação de inconstitucionalidade, os embriões,
ação, continuariam privados do seu direito à vida. Ou seja: a dura realidade que esp
embrião congelado, independente da decisão, será, mais cedo ou mais tarde, o seu r
não for destruído pelo seu uso na pesquisa, o será pelo descarte.
Por essa razão o seu manuseio não deveria causar preocupação ética apenas nos cie
legisladores ou religiosos, mas em toda a sociedade. Enquanto se produz uma enorm
discutindo a permissão do uso das CT de embriões excedentes, mobilizando o STF, p
se aproveitou a oportunidade para discutir o todo, e não apenas uma parte? Regulam
“estoques” de embriões congelados nas clínicas de fertilização, através da limitação
fecundados, poderia representar o início de uma discussão que certamente levantari
como a proteção insuficiente de vidas humanas depositadas num laboratório. Nesse
debate público aprofundado que englobasse os dois lados da questão - a permissão
uso de embriões para pesquisa e, de outro, regulamentar a sua produção nas clínica
uma oportunidade ímpar para o início de uma solução duradoura, infelizmente enter
a posturas que, por vezes, beiraram o fundamentalismo. A sociedade deveria ter sid
a responder se concorda ou não com a existência de milhares de embriões congelado
clínicas de fertilização, antes de discutir o seu uso em pesquisa.
Numa condição infinitamente distante daquela que um ser humano, mesmo na cond
embrionária, merece da sociedade.
CÍCERO DE ANDRADE URBAN,
é Médico Oncologista e
Mastologista, professor titular de
Metodologia Científica e Bioética
na Universidade Positivo e
colaborador do Instituto de
Ciência e Fé, autor de “Bioética ANO 9 - ED 102 - MARÇO DE 2008
Clínica”, entre outros.
ENTRE A CIÊNCIA E A FÉ
Cícero Urban
O embrião humano, sem nenhum estatuto ontológico ou jurídico até hoje que o prot
considerado para alguns um amontoado de células e, portanto, como um objeto disp
outros, é um ser humano em fase inicial e que merece o mesmo respeito e proteção
dado aos outros seres humanos. Uma terceira via defende que o embrião deve ser p
conforme o grau de desenvolvimento em que se encontra. Dentro deste último ponto
apenas os embriões em fase precoce poderiam ser utilizados nas pesquisas. Esta fas
denominada por alguns como pré-embrião. Portanto, é preciso deixar claro que não
consenso nem entre os cientistas em relação a isto.
A ciência aprendeu algumas lições bastante duras com a sua imprudência nos último
aplicação prematura da terapia gênica provocou a morte de alguns voluntários sadio
pesquisas nos Estados Unidos. Também foram graves as conseqüências médico-lega
transmissão do vírus da aids e da hepatite C através de transfusões de sangue, e da
encefalopatia espongiforme (a doença da “vaca louca”), que provocou a morte de se
humanos e de animais. Dentro desta perspectiva de risco, um único clone de células
ser empregado em centenas ou milhares de pacientes, amplificando em progressão g
transmissão de doenças que vimos até hoje em progressão aritmética com outras te
Muitas destas doenças, de origem viral, em príons ou predisposição genética a tumo
não possuem testes específicos.
Por outro lado, as pesquisas com células-tronco adultas, as que não são de origem e
têm apresentado resultados bastante promissores em diversas doenças e os riscos q
envolvem o uso destas células em seres humanos parecem menores. Não enfrentam
resistência do organismo receptor, a possibilidade de transmissão de doenças e a op
teológica são menores. As maiores dificuldades encontram-se ainda na sua identifica
cultivo, processo que vem sendo estudado em vários centros e que vem apresentand
resultados positivos. Não parece que as células-tronco embrionárias possam apresen
aplicação direta em seres humanos, mas que possam servir apenas para uma melho
compreensão das doenças. Teriam, portanto, um benefício indireto. Mas rotas altern
sendo criadas e é possível que não tenhamos necessidade dos embriões.
ORIOVISTO GUIMARÃES é
Reitor da Universidade Positivo,
Diretor-presidente do grupo
Positivo e integrante da
Academia Paranaense de Letras.
Parece-me ser fato inegável que a maioria dos homens, a grande massa, não gosta
com a dúvida e encarar na solidão, que é a condição de existência do indivíduo, o
perguntas que há muitos séculos atormentam os homens. De onde vim? Para onde v
é o fim de tudo? Por que existe alguma coisa ao invés de não existir nada? Como fa
O que é o bem? O que é o mal? Qual o regime político ideal? Democracia? Dita
proletariado? Como devo proceder em minha vida afetiva? E com minha sexua
É famosa a frase que muitos atribuem a Sócrates, mas que na verdade estava escrit
do Tempo de Delfos “conhece-te a ti mesmo”. Isso há mais de 2400 anos.
O próprio Cristo, quando interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de De
respondeu: “Não vem o reino de Deus com visível aparência. Nem dirão: Ei-lo aqui!
Porque o reino de Deus está dentro de vós”. (Lc 17. 20, 21 Bíblia Sagrada, Ed. SBB)
Não sou religioso, não pretendo discutir aqui se existe vida após a morte ou mesmo
Deus. Mas o reino de Deus, na Terra, aqui nesta vida, é o que eu chamo de felicidad
totalmente com Cristo, ele está dentro de nós.
Pico Della Mirândola, que nasceu em 1463, em seu famoso ensaio De Hominis Dignit
que quando Deus fez o mundo deu a cada criatura uma natureza perfeita, pronta e a
homem foi a única criatura que deixou inacabada e para compensar concedeu-lhe o
arbítrio.
Nas palavras de Pico Della Mirândola: “Ó Adão, Deus não te criou nem celeste nem t
mortal nem imortal. A ti, e somente a ti, como criador de ti mesmo, caberá escolher
mais te agrada. Poderás degenerar para os níveis mais baixos da vida terrena e te to
animal, ou ascender aos mais altos níveis da existência e te tornares uma criatura di
Epicteto, sábio estóico, nascido no ano 55 d.C. disse: “Se alguém desse seu corpo pa
passante qualquer, você naturalmente ficaria furioso. Por que, então, você não sente
vergonha em entregar sua preciosa mente a qualquer pessoa que queira influenciá-l
Outro dia tive um sonho com o reino de Deus em que acredito, aquele que está dent
na porta principal não vi São Pedro com uma chave na mão; havia sim uma fechadu
como na porta de um cofre-forte. Mais abaixo, uma tabuleta que dizia: “Se você que
descubra sozinho o segredo que abre a porta, não atendemos intermediários ou ajud
o segredo é diferente de pessoa para pessoa e a qualquer tentativa desonesta de arr
porta abre-se um alçapão que leva direto para o reino da infelicidade”.
Na reportagem “O terceiro setor em voga”, o jornalista Rafael Finatti tece um painel acerca
dos primeiros cursos de capacitação para um dos setores que mais cresce no país, já
envolvendo 1,5 milhão de pessoas.
No próximo número publicaremos a conclusão do artigo “Desafio da globalização para as
religiões” de Luiz Eduardo W. Wanderley.
O DIRETOR DE REDAÇÃO
Uma noite, ou melhor, uma noite, quando eu estava à espera de sono que estava atrasado
para chegar, eu me sentei em um campo, ouvindo a conversa tranquila de alguns agricultores
próximos. Eles falavam de coisas muito simples, embora nenhum dos quais foi grosseiro ou
frívolo como acontece em outras classes sociais. Os nossos agricultores raramente falam e
quando o fazem é para dizer algo necessário, sensível e, às vezes, sábio. Eventualmente, eles
ficaram em silêncio, como se a majestade serena e solene da noite, sem lua, mas repleto de
estrelas, havia derrubado um encantamento misterioso sobre as almas simples. Rompendo o
silêncio, mas não o feitiço, a voz rústica de um corpulento, fazendeiro rude, que estava deitado
estendido sobre a grama, com os olhos fixos nas estrelas, exclamou, quase como se estivesse
obedecendo a uma inspiração profunda, "How beautiful ! E, no entanto alguns dizem que Deus
não existe. "
Eu tenho repetido a mim mesmo muitas vezes desde então, que a frase de um velho
fazendeiro naquele lugar, naquele momento. Depois de meses de estudo estéril, tão
vividamente tocou minha mente e no coração que até hoje eu me lembro daquela cena
simples, como se fosse ontem.
Esse agricultor Úmbria nem sequer sabem ler. Mas, em seu coração, salvaguardada por uma
vida honesta e trabalhadora, houve um pequeno canto em que a luz de Deus desceu com uma
potência muito inferior à dos profetas e talvez maior do que a dos filósofos.
~ O físico Enrico Fermi, recebeu o Prêmio Nobel em 1938 por seu trabalho sobre a
radioatividade artificial produzida por nêutrons, e por reações nucleares provocada por
nêutrons lentos.
Você já ouviu falar sobre o New Novo Ateísmo ? O velho Novo Ateísmo está terminado. Foi um
modismo Noughties , como Emo ou MySpace.
A cruzada de Richard Dawkins contra a religião "vírus" muito animado de pessoas no rescaldo
do 11/9 eo pânico mundial sobre o extremismo islâmico . Hoje apenas soa cansada e bobo - e
toda a raiva voga ateu parece pouco mais do que uma publicação golpe brilhante para vender
livros grandes para pequenas mentes.
O próprio Dawkins tornou-se uma figura triste, um homem em busca de atenção de idade que
insulta os muçulmanos no Twitter . Os outros ateus estrelas tenham se apagado , também.
Christopher Hitchens está morto, pobre homem . E você pode se lembrar de nada Sam Harris e
Daniel Dennett ter dito? Não, nem pode I.
Em seu lugar , uma outra raça de ateus nuances emergiu - com livros próprios para flog . Eles
desdenham Dawkins por sua fundamentalismo e sua grosseria . Eles são rápidos em
reconhecer os pontos fortes da religião e admitir as deficiências de incredulidade. (.. )
Há algo bastante paternalista sobre a atitude dos ateus mais recentes à fé : "É claro que não
são tão estúpido para acreditar em nada , mas isso não significava que não é alegre
interessante e até útil na luta contra o de direita individualismo. " isso não é apenas
paternalista , pode ser mais destrutivo. Dawkins e Hitchens pode ter a intenção de acabar com
a religião , mas na verdade eles salvaram várias editoras cristãs como leitores de inclinação
religiosa correram para as livrarias para armar suas mentes com bons argumentos . Ainda hoje
parece haver uma indústria para a literatura anti- Dawkins .
Mas o novo novos ateus estão invadindo o mesmo território intelectual , e adotando o chão
centro filosófico - a média é moderada entre a crença ea descrença - que pode muito bem ser
mais bem sucedidos do que os seus antecessores no empurrar religião autêntica para as
margens. Dê-me bile old- fashioned qualquer dia. Volte, Professor Dawkins, tudo é perdoado .
Freddy Cinza
"O ser humano sem Deus não pode compreender-se a si mesmo; como, também, não poderá
realizar-se sem Deus." (Beato João Paulo II).