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Tribunal de Justiça do Piauí

PJe - Processo Judicial Eletrônico

30/01/2019

Número: 0711296-73.2018.8.18.0000
Classe: HABEAS CORPUS CRIMINAL
Órgão julgador colegiado: 1ª Câmara Especializada Criminal
Órgão julgador: Desembargador JOSÉ FRANCISCO DO NASCIMENTO
Última distribuição : 30/11/2018
Valor da causa: R$ 0,00
Processo referência: 0000938-94.2018.8.18.0031
Assuntos: Prisão Preventiva
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
FABIANO SILVA DE SOUSA (IMPETRANTE) FAMINIANO ARAUJO MACHADO (ADVOGADO)
JUIZ DA 2 VARA CRIMINAL DE PARNAIBA PI (IMPETRADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
33372 30/01/2019 12:19 Decisão Decisão
4
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ
GABINETE DO DESEMBARGADOR JOSÉ FRANCISCO DO NASCIMENTO

HABEAS CORPUS Nº 0711296-73.2018.8.18.0000

Número de Origem: 0000938-94.2018.8.18.0031 (Parnaíba– 2ª Vara)

IMPETRANTE/ADVOGADO: FAMINIANO ARAUJO MACHADO

PACIENTE:FABIANO SILVA DE SOUSA

RELATOR: DES. JOSÉ FRANCISCO DO NASCIMENTO

EMENTA

HABEAS CORPUS - TENTATIVA DE HOMICÍDIO E FUGA DE PRESO - AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO E


INOBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS AUTORIZADORES DA PRISÃO CAUTELAR - FUNDAMENTAÇÃO
GENÉRICA - POSSIBILIDADE. 1 . Entendo que a decisão de primeiro grau não apresentou motivos concretos e
suficientemente legítimos a impor, prima facie, a restrição mais drástica ao paciente, especialmente por inexistir a
demonstração de como ou em que grau o acusado estaria envolvido nesse delito. 2. Por outro lado,a leituradeste
Habeas Copus deixa assenteque o acusado possui residência fixa etrabalho definido, ainda que ostente duas
condenações pelo crime de tráfico de drogas, o quepermite influir pela inexistência, ao menos por hora, do requisito
do periculum libertatis, seja numa ótica retroativa (acautelar o meio social), seja prospectiva (inibir novos delitos,
garantir a eficácia do processo penal). Conclui-se, pois, pela falta de delimitaçãoclara e precisa de uma conjetura
especialmente grave que possaafastar a presunção de inocência e/ou impor a excepcional prisão antes do trânsito
em julgado.3. Defiro o pedido liminar formulado em favor do Paciente, devendo o réu livrar-se, solto, se por outro
motivo não estiver preso. mediante cumprimento das medidas cautelares impostas.

DECISÃO MONOCRÁTICA

Assinado eletronicamente por: JOSE FRANCISCO DO NASCIMENTO - 30/01/2019 12:19:51 Num. 333724 - Pág. 1
https://tjpi.pje.jus.br:443/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19013012195131000000000326977
Número do documento: 19013012195131000000000326977
Trata-se de HABEAS CORPUS,com pedido liminar, impetrado por FAMINIANO ARAUJO MACHADO ,devidamente qualificado nos autos, em

favor deFABIANO SILVA DE SOUSA , ora paciente, apontando como autoridade coatora o MM. Juiz de Direito da 2ª Vara da Comarca de Parnaíba(PI).

Consta dos autos que o paciente teve a sua prisão preventiva decretada no dia 26.06.2018, por suposta infringência ao art. 121, §2º, II e V, c/c o

art. 14, II, e art. 351, §§ 2º e 3º, do Código Penal (Tentativa de homicídio qualificado e fuga de pessoa presa).

Alegou, em suma, constrangimento ilegal decorrente da ausência dos requisitos autorizadores da custódia cautelar, requerendo, ao final, a

concessão de liminar, para que seja expedido alvará de soltura e, no mérito, o deferimento em definitivo da ordem, a fim que de o acusado responda em

liberdade a persecução criminal, dada as suas boas adjetivações, tais como residência fixa e trabalho definido.

Por meio do despacho de Id. 272042, reservei-me ad cautelam para apreciar o pedido liminar após as informações.

Notificada, a autoridade apontada como coatora destacou que o paciente teve a sua liberdade tolhida para a garantia da ordem pública e

aplicação da lei penal, tendo em vista representação da autoridade policial que apontou a sua participação na tentativa de fuga realizada pelo detento

Cândido de Souza Araújo da Penitenciária Mista de Parnaíba (PI).

Instada a se manifestar, a Procuradoria Geral de Justiça opinou pela denegação da ordem (Id. 319083).

Eis, em síntese, o breve relatório.

FUNDAMENTAÇÃO

Cuida-se de Habeas Corpus em que o impetrante pugna pela concessão da ordem em favor do paciente, ao argumento de que a decisão

vergastada carece de fundamentação, por não restarem preenchidos os requsitos autorizadores da prisão cautelar.

Certo que, após o advento da Carta Constitucional de 1988 e, mais especificamente, da lei 12.403/11, a qual implementou significativas

mudanças no Código de Processo Penal, a conservação da liberdade no curso ou desenrolar do processo é a regra, enquanto a prisão cautelar ganhou a

conformação de medida de todo excepcional.

Destarte, ao analisar o flagrante, cabe ao magistrado aplicar uma das providências indicadas no art. 310 do Código de Processo Penal, em um

juízo de criteriosa ponderação, posto que encerram medidas em ordem crescente de gravidade. Consequentemente, em não sendo a hipótese de manter o

sujeito em liberdade sem nenhuma restrição (primeira opção), deve-se deliberar sobre a adequação e a necessidade da aplicação de cautelares alternativas

ao recolhimento ao cárcere (segunda opção) e, somente na inviabilidade destas duas primeiras, é que resta a hipótese de decretação da prisão preventiva

(terceira opção).

Assinado eletronicamente por: JOSE FRANCISCO DO NASCIMENTO - 30/01/2019 12:19:51 Num. 333724 - Pág. 2
https://tjpi.pje.jus.br:443/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19013012195131000000000326977
Número do documento: 19013012195131000000000326977
In caso, tem-se que a prisão preventiva do paciente foi decretada com arrimo na garantia da ordem pública e aplicação da lei penal, tendo em

vista o seu suposto envolvimento na fuga de detentos da Penitenciária Mista de Parnaíba, que resultou na tentativa de homicídio contra um policial militar,

após disparo de arma de fogo efetuado por Cândido de Souza Araújo.

Ao que se sabe, o plano de fuga fora arquitetado por Evaldo Costa Lima, corréu no processo de origem e que se encontrava cumprindo pena na

referida casa de detenção, sendo o paciente deste mandamum o responsável pelo fornecimento do revólver calibre 38, marca Taurus, utilizada na prática do

crime.

Trazendo o debate para a questão ora posta, entendo que a decisão de primeiro grau não apresentou motivos concretos e suficientemente

legítimos a impor, prima facie, a restrição mais drástica ao paciente, especialmente por inexistir a demonstração de como ou em que grau o acusado estaria

envolvido nesse delito.

Por outro lado,a leituradeste Habeas Copus deixa assenteque o acusado possui residência fixa etrabalho definido, ainda que ostente duas

condenações pelo crime de tráfico de drogas, o quepermite influir pela inexistência, ao menos por hora, do requisito do periculum libertatis, seja numa ótica

retroativa (acautelar o meio social), seja prospectiva (inibir novos delitos, garantir a eficácia do processo penal). Conclui-se, pois, pela falta de delimitaçãoclara

e precisa de uma conjetura especialmente grave que possaafastar a presunção de inocência e/ou impor a excepcional prisão antes do trânsito em julgado.

No mesmo sentido, os seguintes julgados:

PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA E ESTELIONATO. PRISÃO PREVENTIVA.

FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. GRAVIDADE ABSTRATA. ORDEM CONCEDIDA. 1. A validade da segregação

cautelar está condicionada à observância, em decisão devidamente fundamentada, aos requisitos insertos no art.

312 do Código de Processo Penal, revelando-se indispensável a demonstração do que consiste o periculum

libertatis. 2. No caso, o decreto de prisão preventiva é genérico, nele não havendo menção alguma a fatos que

justifiquem a imposição da prisão cautelar. Carece, portanto, de fundamentação concreta, pois se limita a invocar a

gravidade abstrata da conduta atribuída ao paciente. 3. Ordem concedida. (STJ – HC 388752 SP 2017/0033947-1

– Rel. Min. Nefi Cordeiro – Sexta Turma – Julgado em 21.11.2017)

HABEAS-CORPUS. ESTELIONATO E QUADRILHA. PRISÃO PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA.

POSSIBILIDADE. A fundamentação da decisão que decretou a prisão preventiva da paciente é genérica, sem

referência a fatos concretos e objetivos que demonstrem a necessidade da prisão."A existência de indícios de

autoria e prova da materialidade e gravidade da prática supostamente criminosa, bem como a simples menção à

alegada necessidade de resguardar o meio social, não constituem motivação idônea para o indeferimento da

liberdade provisória" Precedentes do STJ. Existência de constrangimento ilegal. CONCESSÃO DA ORDEM com

expedição de salvo-conduto e o recolhimento do Mandado de Prisão. (TJ/RS – HC 00408302820088190000 – Rel.

Des. Alexandre Herculano – 7ª Câmara Criminal – Julgado em 10.11.2008)

Assinado eletronicamente por: JOSE FRANCISCO DO NASCIMENTO - 30/01/2019 12:19:51 Num. 333724 - Pág. 3
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Número do documento: 19013012195131000000000326977
No entanto, a liberdade provisória não pode ser determinada incondicionalmente, de modo que submeto o paciente às seguintes medidas

cautelares:

- Comparecimento semanal, preferencialmente às sextas-feiras, para informar e justificar atividades (artigo 319, I,

do CPP);

- Proibição de ausentar-se da comarca (artigo 319, IV, do CPP);

- Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga (artigo 319, V, do CPP).

- Monitoramento eletrônico (artigo 319, X, do CPP);

- Comparecer a todos os atos do processo quando intimado.

CONCLUSÃO:

Pelo exposto, defiro o pedido liminar formulado em favor do Paciente, devendo o réu livrar-se, solto, se por outro motivo não estiver preso.

Saliento, ainda, que a magistrada a quo encontra-se legitimado a tomar as providências cabíveis em caso de descumprimento das medidas cautelares

impostas.

Oficie-se àMMª. Juíza da 2ª Vara Criminal da Comarca de Parnaíba(PI) para que determine a expedição de MANDADO endereçado à Unidade

Gestora de Monitoração Eletrônica, fazendo-se nele constar que, em caso de indisponibilidade do aparelho, deverá a referida Unidade comunicar ao juízo a

quo tão logo receba o equipamento, para que seja intimado o acusado, ora paciente, a fim de que compareça ao local e proceda à colocação da tornozeleira

eletrônica, cumprindo-se, assim, a medida cautelar de que trata o item IX.

Após, voltem-me os autos conclusos para julgamento.

SERVE ESTA DECISÃO COMO ALVARÁ DE SOLTURA.

Intimem-se.

TERESINA-PI, 30 de janeiro de 2019.

Assinado eletronicamente por: JOSE FRANCISCO DO NASCIMENTO - 30/01/2019 12:19:51 Num. 333724 - Pág. 4
https://tjpi.pje.jus.br:443/pje2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=19013012195131000000000326977
Número do documento: 19013012195131000000000326977

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