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AS PARCERIAS NO DESENVOLVIMENTO DO TURISMO E A

PARTICIPAÇÃO SOCIAL
Hugo Araujo1
Rodrigo Burkowski2

RESUMO

Este estudo pretende ser uma contribuição à reflexão sobre os processos de


descentralização da administração pública em curso no Brasil nas últimas décadas,
tomando como objeto de estudo a experiência recente do país no campo do turismo, em
que prevê concessões de monumentos históricos à iniciativa privada, para que assumam
a preservação e conservação e ao mesmo tempo, o uso turístico. O Governo brasileiro, a
partir de 1990, se vê diante da realidade da competição internacional, evidenciado pela
acelerada abertura aos capitais e comércio internacionais, associada à redução do peso
do Estado na economia. Dado esse diagnóstico, a partir de 1995, começou a se defender
uma nova reforma da administração pública brasileira, integrando abertura as parcerias
com a iniciativa privada e organizações do terceiro setor, em maior ou menor grau, nos
diversos setores do poder público. Começa, assim, a se redefinir o papel do Estado, que
de um modelo paternalista, empresarial e burocrático começa a assumir o papel de
gestor. Estas parcerias materializam-se através de acordos firmados entre a administração
pública e empresas privadas, que estabelecem um vínculo jurídico para implantação ou
gestão, no todo ou em parte, de serviços, empreendimentos e atividades de interesse
público. Para caracterizar esse processo, foi realizada uma revisão da literatura pertinente
ao tema, destacando-se as contribuições do professor Luis Carlos Bresser Pereira. Com
base nestas informações, a próxima etapa consistiu na análise e questionamento da
proposta do Governo federal de preservação do patrimônio histórico-cultural nacional,
refletindo em que aspectos o mesmo contribui para o aumento da eficiência da gestão dos
bens públicos, principalmente no que diz respeito a maior democratização do acesso da
população aos mesmos.
O patrimônio histórico cultural possui a capacidade de representar simbolicamente
um período histórico marcante e de importância coletiva. Portanto, sua preservação garante
a presença, de certa forma, do passado no presente, tornando mais fortes os laços culturais
de uma sociedade. Para Pires (2002, p.101), por exemplo, os objetos materiais fazem parte
da cultura, não só porque receberam o trabalho humano, mas em virtude da significação
simbólica que comumente adquirem.
A filosofia do Monumenta, programa do BID que apoio determinadas iniciativas
do governo federal, parte do conceito de que a degradação de prédios e núcleos históricos
decorre, em grande medida, do esvaziamento econômico e do baixo nível de atividade
econômica em certas áreas. Assim, a recuperação e a revitalização pressupõem não apenas a
restauração arquitetônica em si, mas também o retorno econômico, social e cultural, além
de medidas educativas, promocionais e institucionais. São ainda implementadas medidas de
capacitação profissional e empresarial, de forma a permitir e otimizar a sustentabilidade
econômica das áreas abrangidas pelo Programa.
Sendo assim, a proposta do Governo federal é transformar determinados
Monumentos Nacionais brasileiros em produtos turísticos de hospedagem, licitando para a
exploração diversas "pousadas históricas” (de acordo com nomenclatura dada pelo próprio

1 Turismólogo graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto. Chefe de Divisão de Turismo da

Prefeitura Municipal do Serro-MG. (hugoaraujo@msn.com)


2 Turísmólogo, Mestre em Hospitalidade (UAM). Professor Assistente Universidade Federal de Ouro

Preto.(rodrigo@turismo.ufop.br)
governo). De acordo com a Ministra Marta Suplicy são monumentos lindíssimos, tipo
conventos, como o convento Nossa Senhora do Carmo em Salvador que atualmente
mantém uma pousada administrada pelo Grupo Pestana, na qual o dono recebe e você não
deixa cair aos pedaços. Temos fortalezas, temos conventos e outros patrimônios da União.
A União não tem como preservar tudo isso. Temos 7 a 10 já prontos que podemos colocar
em licitação pública para ver que grupos econômicos têm interesse em administrar por uma
concessão por mais 20 anos. (Popular Online de 26 de setembro de 2007)
Ainda de acordo com o Ministério do Turismo, dezoito edificações do patrimônio histórico
nacional do país estão na lista do governo federal para exploração turística. Entre os setes
primeiros da lista que estão sendo oferecidos a empresas privadas interessadas, está: os
conventos de Nossa Senhora dos Anjos (em Penedo, Alagoas), Santa Cruz (São Cristóvão,
Sergipe), São Francisco (em Olinda) e Santo Antônio do Paraguaçu (Cachoeira, Bahia), e as
fortalezas Santa Cruz da Barra (Niterói, Rio de janeiro), Santa Cruz do Anhatomirim
(Governador Celso Ramos, Santa Catarina) e Castelo (Belém, Pará). Além disso, há outros
11 sítios históricos sendo preparados pelo governo para que passem pelo mesmo processo.
Para análise da aceitação desse processo de parceria dentro do turismo, foi feita
uma análise dos dados disponíveis na enquête do jornal o globo. Essa enquête apontou
para uma divisão entre os leitores, ou seja, 50% aceitavam e apoiavam a idéia e 50%
discordava. Essas informações contribuíram muito para a discussão do trabalho.
Por fim, os questionamentos levantados nesta pesquisa consistem na questão de
que a ineficiência do aparelho burocrático do estado não será resolvida só por meio de
modernizações, reformas ou adjetivações, mas sim pela redefinição da importância da
administração pública como vetor necessário ao desenvolvimento nacional responsável, de
forma a garantir o bem-estar dos cidadãos.
O Estado não pode perder de vista a sua função eminentemente pública, mesmo
utilizando práticas gerenciais da gestão empresarial, isto porque sabemos que além da
competição política e econômica, um dos principais desafios da construção das parcerias
está em encontrar os pontos de convergência nos interesses institucionais e
organizacionais.
De tudo isso se deduz que o significado do substantivo administração e do adjetivo
público é bastante claro, gerenciar os propósitos de um governo e os negócios do Estado,
procurando atender o todo, o coletivo, a sociedade sem discriminação. Assim, a gestão
publica, independentemente da organização que a pratique, deve estar orientada para o
público e não para o privado, para o coletivo e não para os indivíduos. Estas mudanças
poderão, acima de tudo, trazer benefícios almejados em prol do objetivo maior do Estado:
sua função social.

Palavras chaves: Administração-pública, descentralização, turismo, preservação,


patrimônio.

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