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HISTÓRIA DA CULTURA PORTUGUESA

15ª Lição – 28 de abril de 2020.

A Restauração da Independência de Portugal de 1640 correspondeu a uma reação à


tentativa de Filipe III (IV de Espanha) e do Conde Duque de Olivares de centralização e
unificação dos reinos ibéricos. Estava em causa o desrespeito das condições definidas
nas Cortes de Tomar (de 1581). Se Portugal nunca perdeu a independência formal, o
certo é que, como Rodrigues Lobo bem viu, o que havia era uma “Corte na Aldeia”. Os
constrangimentos da guerra dos 30 anos, os efeitos da crise económica, o aumento
dos impostos para financiar as forças armadas espanholas, a subalternização política
portuguesa, a invasão holandesa do Brasil – tudo isso determinou grande
descontentamento e alterações populares em todo o país, como as do Manuelinho em
Évora. A reação não se fez esperar e os conjurados apoiaram a causa do Duque de
Bragança, D. João, contando com a simpatia da França do Cardeal Richelieu e a
mobilização espanhola para a guerra da Catalunha. A Vice-Rainha de Portugal,
Margarida de Sabóia, Duquesa de Mântua, bisneta de Isabel de Portugal e de Carlos V
de Habsburgo, não resistiu e sairia de Portugal ainda em dezembro de 1640, tendo o
Secretário de Estado Miguel de Vasconcelos sido assassinado.

Depois de 1640, ao lado de D. João IV, o mais célebre dos Conselheiros do novo rei foi
o Padre António Vieira (1608-1697), figura ímpar da cultura portuguesa. Com o Padre
António Vieira, estamos perante a maturidade da língua portuguesa em prosa, cuja
leitura nos dias de hoje continua a encher-nos de emoção. Foi um visionário, um
diplomata, um pregador da Capela Real, um conselheiro avisado, um humanista, um
lutador pelo respeito da dignidade de todos, à frente do seu tempo, e um artífice,
como houve muito poucos, da palavra dita e escrita. Sente-se, em cada expressão, em
cada ideia, a força mágica dos encadeamentos, das repetições, das sinonímias, das
contradições, dos paradoxos, das metáforas, dos símbolos, dos conceitos, do ponto e
do contraponto, da proximidade e da distância. Vieira não se resume, nem se limita ao
jogo de palavras e de ideias, por detrás desse jogo aparente está uma corajosa defesa
de ideias e de causas, que, pela sua determinação e persistência, lhe foram causando
os maiores dissabores e os piores contratempos. E é preciso ter uma força muito
especial para poder manter-se atual quatro séculos depois do seu nascimento. E se
digo atual, uso a palavra com o cuidado devido: não significa que possamos repetir
agora o que foi dito por ele no século XVII, quer antes dizer que podemos hoje
compreender, ressalvadas as distâncias de tempo e mentalidades, o que visava o
padre, o orador ou o conselheiro. E percebemos bem que o que dizia e o que pensava
estava muito à frente do que entendiam os seus contemporâneos. Vieira foi um
homem que procurou sempre pautar-se pela antecipação e pelo critério do futuro,
demandando respostas para um transe muito difícil então vivido pelos portugueses.
Como pregador precisava de seduzir e de mobilizar vontades, quando a sociedade
estava dividida e perplexa. O império temporal vinha-se esboroando, num processo
longo que vinha do último quartel do século XVI. As riquezas perdiam-se ou
dissipavam-se, o “fumos da Índia” avolumavam-se, havia divisões profundas (bem
evidentes na crise dinástica que Vieira sentiu diretamente, sobretudo depois do
desaparecimento de D. João IV). Havia, por isso, que reconstruir o império em moldes
totalmente diferentes, que não padecessem das enfermidades antigas. E um império
sem pés de barro, teria de ser espiritual, para ser motivador e tentar combater os
males da corrupção do poder e do dinheiro. E vinha à baila a antiga ideia judaica de
“povo eleito” à exigência moderna de encontro e de reconhecimento das diferenças.
Eis por que razão a espiritualidade de Vieira procura ser aberta aos outros e ao futuro.
E no entanto nota-se o risco, que mais tarde se revelará (na história das “reduções
jesuíticas”, por exemplo), de um choque de projetos políticos, o do reino e o da
companhia. Esse risco sente-o o próprio Padre Vieira, ora por incompreensão política,
ora pelo sobe e desce dos poderes, ora por ameaça dos interesses e ora por falta de
meios para agir.

Hoje diremos que se delineou uma estratégia, segundo a qual seria necessário
compatibilizar o humanismo universalista e uma nova ideia de império. E o Padre
António Vieira retoma então o que os franciscanos espirituais há muito defendiam (na
linha do monge calabrês Joaquim de Flora, que falava das Idades do Pai, do Filho e do
Espírito Santo). E se falamos de audácia e atrevimento, basta lembrar o poderoso
“Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as da Holanda”, dito na Igreja
baiana de Nossa Senhora da Ajuda em Maio ou Junho de 1640 (“arrependei-vos
misericordioso Deus, enquanto estamos em tempo, ponde em nós os olhos da vossa
piedade, ide à mão da vossa irritada justiça, quebre vosso amor as setas da vossa ira, e
não permitais tantos danos e tão irreparáveis”). Mas os exemplos multiplicam-se, com
especial subtileza. António Vieira atraiu ódios que juraram pela sua pele, primeiro
entre os colonos, depois na corte, entre os invejosos do lugar proeminente que
assumiu junto de D. João IV, alvitrando, aconselhando e agindo, e ainda na Inquisição,
pela qual foi perseguido, julgado, preso e, por fim, perdoado apenas graças à
intercessão papal… Leia-se o Sermão da Dominga Vigésima Segunda depois do
Pentecostes (1649), onde, partindo de S. Mateus (“É lícito ou não pagar o imposto a
César?”, 22,17), verbera a hipocrisia dos fariseus, ataca o fanatismo cego e sem
caridade, e lembra os escrúpulos falsos de Pilatos, sempre a pensar nos inquisidores:
“Ó julgadores que caminhais para lá com as almas envoltas em tantos, e tão graves
escrúpulos de fazendas, de vidas, de honras, e cuidais cegos, e estúpidos, que essas
mãos com que escreveis as tenções e com que firmais as sentenças, se podem lavar
com uma pouca de água. Não há água que tenha tal virtude”. Nunca fugiu das
dificuldades nem da denúncia dos erros e atropelos, como se vê bem no Sermão do 5º
Domingo da Quaresma, dito no Maranhão: “E se as letras deste abecedário se
repartissem pelos Estados de Portugal, que letra tocaria ao nosso Maranhão? Não há
dúvida que o M. M Maranhão, M murmurar, M motejar, M maldizer, M malsinar, M
mexericar, e sobretudo M mentir: mentir com as palavras, mentir com as obras, mentir
com os pensamentos, que de todos e por todos os modos aqui se mente…”. Os
Sermões de Santo António aos Peixes, dito também no Maranhão, da 3ª Dominga da
Quaresma, pregado na Capela Real, e do Bom Ladrão, apresentado na Igreja da
Misericórdia de Lisboa (Conceição Velha), de 1654 e 1655, são bem ilustrativos da
coragem acusatória de Vieira contra abusos e injustiças: “Encomendou el-Rei D. João o
Terceiro a S. Francisco Xavier o informasse do estado da Índia, por via de seu
companheiro, que era mestre do Príncipe; e o que o santo escreveu de lá, sem nomear
ofícios, nem pessoas, foi que o verbo rapio na Índia se conjugava em todos dos
modos…”.

Com a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) a finar-se, havia que preparar um
alinhamento que permitisse uma presença segura na nova balança europeia. E a
justificação espiritual (que a Inquisição considerou heresia) poderia abrir novos
horizontes, sobretudo através da criação de bases sólidas no Brasil e na Índia. Assim, o
Quinto Império não era um sonho desligado da realidade nem uma ilusão centrada no
território da loucura, era a tentativa de regresso à epopeia de quinhentos, com um
repensamento estratégico que tirasse lições dos erros cometidos. Assim foi concebida
a “História do Futuro”, antecipada pelo Sermão dos Bons Anos (1.1.1642), onde as
Escrituras, as profecias de S. Frei Gil de Santarém e as “Trovas” do Bandarra levaram-
no a transferir o mito do Desejado de um rei morto em Alcácer-Quibir (Sebastião) para
um rei vivo (João, ali presente na Capela Real). Seria nesse império que se reuniriam
todos os povos sob a égide do Vigário de Cristo e sob um mesmo governo temporal do
Rei de Portugal…

A Quinta do Tanque, propriedade da Companhia de Jesus, situa-se a meia légua da


cidade de Salvador da Bahia, e foi o lugar onde o Padre António Vieira passou os
últimos anos de vida, a partir de 1681, a cuidar da versão final dos Sermões. Aí, sabe-se
ter sido a sua existência seriamente perturbada pelo conflito entre o irmão Bernardo e
o sobrinho Gonçalo com o governador António de Sousa de Meneses (o célebre “Braço
de Prata”), a ponto de António Vieira se lamentar de que: “vindo-me meter em um
deserto para melhor me aparelhar para a morte, nem viver nem morrer me deixem”.
Com o seu amigo e companheiro Padre José Soares, apesar de tudo, pôde trabalhar
intensamente, permitindo-nos conhecer as versões finais das suas orações
fundamentais. Em 1688, foi, no entanto, nomeado pela Ordem Visitador da Província
do Brasil, como que em reparação depois de mil injustiças e incompreensões,
regressando apenas em 1691 ao remanso da Quinta do Tanque, não apenas para
terminar a impressão dos Sermões, mas também para escrever o que considerou
poder vir a ser a cúpula da sua obra – a Clavis Prophetarum, De Regno Christi in Terris
consummato, livro que jamais acabaria. Infelizmente, esse foi um tempo de doença e
de enfraquecimento. Teve a seu lado, além do Padre Soares o Padre António Maria
Bonucci, e isso permitiu que o trabalho árduo das revisões pudesse ser feito. Ainda em
1694 viu-se, de novo, contestado pelos superiores da Província, por excesso de
intervenção na eleição do Procurador à Congregação Geral de Roma, a ponto de ser
privado de voz ativa e passiva em todos os atos da Companhia. Viria a ser ilibado dessa
pena, mas a notícia do facto só chegaria a Salvador já Vieira tinha morrido. Ficou muito
amargurado e, em 1696, a saúde agravou-se-lhe irremediavelmente, tanto que teve de
partir para a cidade, para o Colégio, que tão bem conhecia, de onde mais não sairia. Aí
morreu a 18 de Julho de 1697, à hora primeira, descrevendo assim o Padre André de
Barros, em linguagem e com atitude do tempo, esse momento final: “no mesmo
ponto, e hora da noite em que expirou, acendeu o Céu uma nova estrela, ou facho
luminoso, que foi visto sobre o Colégio, e notado dos de fora, brado portentoso, e
pregão divino dos merecimentos do imortal Vieira…”

Não esqueço a minha ida à Quinta do Tanque, num agradável fim de tarde de conversa
e de muitas recordações, com Edivaldo Boaventura e com a diretora do Arquivo
Público da Bahia, Marli Teixeira. No dia seguinte, fomos, como não poderia deixar de
ser, à atual Catedral Basílica de Salvador da Bahia, que é a antiga Igreja do Colégio. Aí
estão a cadeira de jacarandá, que a tradição diz ter sido do Padre António Vieira, e a
cela onde teria vivido e morrido. Foi aqui que a 19 de Julho de 1697 tiveram lugar as
solenes exéquias do Padre António Vieira, com a presença do Governador, D. João de
Lencastre, do Bispo eleito de S. Tomé, D. António da Penha de França, estando ausente
por doença o Arcebispo, e do Reitor do Colégio. E diz ainda a tradição que ao Padre
Vieira teria sido dada a sepultura com o número 14, à direita do altar-mor. Foi, aliás,
com grande curiosidade e expectativa, que presenciámos as diligências do nosso
companheiro Miguel Real para descobrir onde estaria esse número 14, que à primeira
vista parecia ter-se desvanecido. E depois de arrastarmos nervosamente um tapete,
umas bandeiras e um montão de perigosos fios elétricos, lá apareceu, perante a
admiração e o entusiasmo das trinta almas de “peregrinos” o número por que todos
ansiavam. A verdade histórica, porém, é esta: o corpo do Padre há muito que aqui não
está. Foi retirado, no período da expulsão dos jesuítas, foi para lugar incerto e nunca
mais foi reencontrado. O local é, pois, meramente simbólico, e naquele sítio mágico
onde os ecos das palavras do sermonista se misturam com a arquitetura jesuítica e
com o barroco dourado dos altares, todos nos lembrámos da sua memória. E houve
quem recordasse o afã com que o Conde da Ericeira, personagem maior no contexto
seiscentista português, se empenhou em homenagear Vieira, em Novembro de 1697,
na capital do Reino, quando a notícia da sua morte aqui chegou – e fê-lo reunindo os
melhores poetas do tempo, no seu Palácio da Anunciada, para que a memória do
grande diplomata e excecional cultor da língua fosse lembrada o mais condignamente
possível.

Se no Colégio recordámos os últimos dias do Padre António Vieira, no Colégio ainda


lembrámos os primeiros passos do jovem. Aqui aprendeu a ler e realizou os primeiros
estudos, ingressou no noviciado e foi viver para a Aldeia do Espírito Santo, hoje Vila de
Abrantes, onde teve os primeiros contactos com os índios e onde aprendeu a língua-
geral ou brasílica, tal como era designado o tupi-guarani, idioma então usado, com o
latim e o português vernáculo, como meio essencial de comunicação dos missionários
jesuítas. Foi esse para o jovem missionário o tempo do ensinamento dos índios e dos
primeiros sermões. Ora, sendo ainda estudante, conta a lenda, que a história jamais
provará, mas que os biógrafos de Vieira sempre recordam, com naturais reservas, que
o jovem António tinha dificuldades de aprendizagem e que muito se angustiava com
esse facto. Passando pela antiga Sé, infelizmente há muito demolida, entrou no templo
e deteve-se em oração perante a imagem de Nossa Senhora das Maravilhas (ou da Fé).
E foi nesse momento que sentiu o famosíssimo “estalo”, que lhe despertou a vocação
e os dotes de oratória.

Falando de Vieira em Salvador da Bahia vem sempre à baila o “estalo”, como


manifestação suprema da Graça e dos seus mistérios. Se há tradição viva na Bahia
sobre o Padre António Vieira ela tem a ver com esse episódio fantástico. E entende-se
que assim seja numa cidade onde o fantástico está sempre presente no cruzamento,
tantas vezes incompreendido, das tradições e das culturas afro-brasileiras e índias. E a
verdade é que Vieira foi dos que melhor quis compreender esse encontro complexo de
memórias e de crenças. Estivemos quase para não poder ver a imagem de Nossa
Senhora das Maravilhas. Havia uma greve dos funcionários dos museus, que mantinha
fechado o Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia no Convento de
Santa Teresa de Ávila. No termo da nossa estada em Salvador, excecionalmente e
graças à gentileza do Reitor da Universidade, pudemos ter o raríssimo privilégio de
olhar a extraordinária imagem, tão ligada à memória de Vieira. Trata-se de uma figura
de 65 centímetros, em madeira policromada e dourada do século XVI, com
revestimento a prata do século XVII. Supõe-se ter sido levada para o Brasil pelo
primeiro Bispo, D. Pedro Fernandes Sardinha, e foi uma das raras peças de arte sacra
que se salvaram quando os holandeses ocuparam a cidade do Salvador da Bahia,
destruindo quase todas as imagens que encontraram na antiga Sé. Ao lado de Nossa
Senhora das Maravilhas está uma outra imagem também de grande beleza,
igualmente salva dos holandeses, que representa Nossa Senhora de Guadalupe, do
final do século XVI com cobertura de prata também do século XVII. Naquela vitrina do
Museu de Arte Sacra está a recordação viva da antiga Sé desaparecida, e ainda há
muitos visitantes que prestam o seu culto, como se as imagens continuassem em lugar
sagrado.
O Museu é constituído por um repositório único dos melhores exemplos da arte
religiosa dos séculos XVI a XVIII. É difícil encontrar no mundo um conjunto tão rico e
tão diversificado de exemplares desses períodos, demonstrando-se bem como o Brasil
se integra nas grandes rotas da arte mundial, sobretudo do período barroco, em que
assume uma fortíssima identidade criadora. Na Igreja do Convento de Santa Teresa,
antecâmara do Museu, vemos o altar de prata que foi da antiga Sé, e na parte central
do altar-mor está a campa do fundador da Universidade Estadual da Bahia, o Professor
Edgard Rego dos Santos, grande amigo de Portugal e da cultura portuguesa.
Homenageámo-lo. E se lembramos o Padre António Vieira, temos de recordar
Agostinho da Silva que organizou, a pedido de Rego dos Santos, o Centro de Estudos
Afro-Orientais; Eduardo Lourenço que esteve um ano na Universidade da Bahia em
1958-59 e Jorge de Sena que aproveitou a sua presença na Bahia, como relator no IV
Congresso Internacional de Estudos Luso-Brasileiros (1959), para se exilar no Brasil…

Ao seguir Vieira, encontramos, também, os caminhos da modernidade, bem evidentes


no Sertão e nas Veredas de Guimarães Rosa, mas antes nas obras de Euclides da
Cunha, de Graciliano, de Lins do Rego e de Jorge Amado. São novas veredas, motivadas
por inquietações comuns às do prosador seiscentista. E, como disse Eduardo Lourenço
(contra a lógica das “boas intenções”): “é o presente cultural brasileiro que nos falta”,
o Brasil tem de deixar de ser um “continente desconhecido”, e como comunidade
intercultural temos de nos descobrir mutuamente, num processo de “errância e
busca”, que funcione “como possibilidade e promessa de diálogo que mutuamente nos
enriqueça e humanize”. Afinal, perante a Senhora das Maravilhas, não nos foi dado ver
o passado, mas as exigências do tempo que vem.

Uma Nota final, para salientar que neste período devemos lembrar a importância de D.
Francisco Manuel de Melo (1608-1666), grande escritor das duas línguas ibéricas.
Historiador, pedagogo, moralista, autor teatral, epistológrafo e poeta, foi
representante máximo da literatura barroca peninsular – tendo sofrido ao longo da
sua vida os efeitos de ser referência dos dois reinos, sendo acusado pelos dois lados
por ser cúmplice do outro… (GOM).

Cf. Portugal – Identidade e Diferença – Aventuras da Memória, Gradiva, 2007.

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