Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Vulneráveis
RESUMO
O artigo procura fazer correlações sobre os temas de violência contra o indivíduo
e a sociedade, trabalhando as fronteiras da ação do Estado na área de segurança,
relacionando, para tanto, vários fatores, tais como: milícia, crime organizado, áreas
socialmente vulneráveis, além da condição humana daqueles que vivem sob a
órbita da violência sem a proteção do Estado. Criou-se o conceito de “sociedade de
interesse no crime”, no qual estão inseridos quem pratica o crime e quem dele se
beneficia. Parte da ausência do Estado em determinadas áreas é decorrente de ações
políticas e sociais, no entanto, uma questão de ética e moral individuais colabora
para e manutenção desta “sociedade de interesse no crime”, em que o lucro e o
benefício individual sobrepõem a preceitos morais e éticos indicadores de práticas
morais. Nesse contexto, os indivíduos moradores de áreas socialmente vulneráveis
acabam sofrendo violências tanto do crime organizado, quanto do Estado ausente,
tornando evidente sua vulnerabilidade. A metodologia utilizada neste artigo figura
nos moldes da corrente sociológica conhecida como “sociologia histórica”, corrente
que elabora uma conjunção de questões que são ricas em detalhes, estudando
como as sociedades se desenvolveram no decorrer da história, e partindo disso
analisando como as estruturas sociais, consideradas por muitos naturais, são de
fato moldadas por processos sociais complexos. Para esta corrente, a estrutura, é
configurada por instituições e organizações, que afetam a sociedade – resultando
em fenômenos que vão desde questões de desigualdade, vulnerabilidade, violência
e guerra. A sociologia histórica preocupa-se principalmente com a evolução do
Estado, analisando as relações entre estados, classes, sistemas econômicos e
políticos. Ainda como referência Metodológica, o autor deste artigo utiliza os
trabalhos de Charles Tilly, Judith Butler,e Giorgio Agamber, procurando e, ao
____________________
* Membro do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra, Graduado em História e Economia,
mestre em História pela Universidade Federal do Paraná (UFP), e doutorando pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Contato: <vianna@esg.br>.
** Professor Titular de Ciência Política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Contato: <pvbcastelobranco@iesp.uerj.br>.
THE LIMITS OF THE STATE: VIOLENCE, MILITIAS, ORGANIZED CRIME AND PUBLIC
SECURITY POLICIES ON SOCIALLY VULNERABLE AREAS
ABSTRACT
The work debate themes related to violence against the individual and society,
dealing with the frontiers of the State action in the security area, relating several
factors, such as: militia, organized crime, socially vulnerable areas, besides the
human condition of those who live under the orbit of violence without the protection
of the government. The concept of “society of interest in crime” was created, in
which are inserted those who practices the crime and those who benefits from it.
Part of the absence of the State involvement in certain areas is due to political and
social actions; however, an individually ethical and moral question contributes to
the maintenance of this “society of interest in crime”, where profit and individual
benefit prevail on moral and ethical precepts and indicators of moral practices.
In this context, individuals living in socially vulnerable areas suffer violence both
from organized crime and from the absent State, making their vulnerability evident.
The methodology used in this article is based on the sociological current known
as “historical sociology”, a current that elaborates a combination of issues that
are rich in details, studying how societies have developed in the course of their
history, and analyzing how social structures, considered by many to be natural,
are actually shaped by complex social processes. According to this current, the
structure is shaped by institutions and organizations that affect society - resulting
insocial phenomena ranging from social inequality, vulnerability, violence and war
issues. Historical sociology is concerned mainly with the evolution of the State,
analyzing the relations between states, classes, economic and political systems. As
a methodological reference, the author also uses the works of Charles Tilly, Judith
Butler, and Giorgio Agamber, targeting and, at the same time, concerned to bond
the relations between a series of conceptual elements inherent to the situation.
Keywords: Violence. Public security. Socially vulnerable areas. Drug trafficking.
RESUMEN
El artículo busca hacer correlaciones sobre los temas de violencia contra el individuo
y la sociedad, trabajando las fronteras de la acción del Estado en el área de seguridad,
relacionando para ello varios factores, tales como: milicia, crimen organizado, áreas
socialmente vulnerables, además de la condición humana de aquellos que viven
bajo la órbita de la violencia sin la protección del Estado. Se creó el concepto de
“sociedad de interés en el crimen”, en el cual están insertados quienes practican el
crimen y quién de él se beneficia. Parte de la ausencia del Estado en determinadas
áreas es consecuencia de acciones políticas y sociales, sin embargo, una cuestión de
ética y moral individuales colabora para y mantiene esta “sociedad de interés en el
crimen”, en que el lucro y el beneficio individual superponen a preceptos morales y
éticos indicadores de prácticas morales. En este contexto, los individuos que viven
en zonas vulnerables socialmente sufren violencias tanto del crimen organizado,
como del Estado ausente, haciendo evidente su vulnerabilidad. La metodología
utilizada en este artículo figura en los moldes de la corriente sociológica conocida
como “sociología histórica”, que elabora una conjunción de cuestiones ricas en
detalles, estudiando cómo las sociedades se desarrollaron a lo largo de la historia,
y partiendo de ello analiza cómo las estructuras sociales, consideradas por muchos
naturales, son de hecho moldeadas por procesos sociales complejos. Para esta
corriente, la estructura se configura por instituciones y organizaciones, que afectan
a la sociedad -resultan en fenómenos de cuestiones de desigualdad, vulnerabilidad,
violencia y guerra. La sociología histórica se preocupa principalmente de la evolución
del Estado, analizando las relaciones entre estados, clases, sistemas económicos y
políticos. Como referencia metodológica, este artículo utiliza los trabajos de Charles
Tilly, Judith Butler, y Giorgio Agamber, buscando y preocupándose en articular las
relaciones entre una serie de elementos conceptuales inherentes a la situación.
Palabras clave: Violencia. Seguridad Pública. Áreas socialmente vulnerables. Tráfico
de drogas.
1 INTRODUÇÃO
27 O termo facção tem sido utilizado de forma intercambiável para se referir a toda uma série de
fenômenos, de organizações, narcotraficantes, contrabandistas ou outras formas criminosas. De
fato, o conceito refere- se a uma manifestação mais concentrada do crime organizado. É fenômeno
intimamente relacionado aos diferentes tráficos de drogas.
de formas e práticas cotidianas, que podem ter modalidades antigas e novas, mas
que juntas nos induzem a pensar que o conceito sobre a matéria sofre metamorfoses.
Não obstante, quando discorremos sobre a violência do Estado (BUTLER, 2016,
p.60) ou em relação à individualidade, à liberdade e ao direito de ir e vir, falamos
de inserções na vida de pessoas comuns, cometidas de diversas maneiras, as quais
vêm ocorrendo com a sociedade com o passar dos séculos.
28 Na cidade do Rio de Janeiro essa realidade é visível na comunidade da “Cidade de Deus” de forma
intensa, só estudado em relatórios internos, porém é um fenômeno passível de análise.
recuperação29.
Assim como os indivíduos podem ficar viciados no uso de drogas, grupos
dessas comunidades estão se tornando viciados no dinheiro, que é gerado no
negócio de drogas, isso parece ser igualmente verdadeiro para as agências com a
atribuição de controlá-los.
29 O uso de drogas está ligado a algumas das questões, como realização de exames de varredura de
consumo de drogas ilícitas e substâncias psicoativas na escola e no local de trabalho, tentativas de
controle da AIDS entre os grupos que utilizam agulhas como meio de injetar estas substâncias, o
problema de saúde pública como consumo de “crack”, uma forma “fumável” de cocaína, na verdade
um subproduto da pasta de coca, com cracolândias se espalhando nos centros urbanos, com
tentativas de parar o fluxo de drogas e esforços para reduzir a demanda por drogas.
30 Como as armas chegam às mãos do crime organizado? São diversos fatores: roubo em unidades
militares, roubo em empresas de segurança, corrupção entre os agentes de fronteira encarregados de
impedir que isso ocorra. Em geral, elas entram pelas fronteiras secas do Paraguai e da Bolívia, e por via
portuária. Grande parte de armas apreendidas é de origem chinesa (plataforma Norico, cópia chinesa
da AK-47), entrando pelo Porto, Bolívia e Paraguai, além de armas AR-14 da US Armalite, que chegam
ao Brasil, pelo Paraguai, importadas da Flórida.O trio básico: portos, aeroportos e fronteiras são as
veias do tráfico em geral.
31 No Rio de Janeiro, em 2016-2107, são atuantes o Comando Vermelho, o Terceiro Comando, o Terceiro
Comando Puro e o Amigo dos Amigos.
32 No Rio de Janeiro, grupos paramilitares armados, que dominam grandes áreas, disputam essas com o
tráfico e, muitas vezes, obtêm o sucesso que as forças policiais organizadas não conseguem ter, mas
exploram a comunidade cobrando serviços e segurança e, em alguns casos, praticando também o
tráfico de drogas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
AGAMBEN, G. Homo Sacer: o poder sabetano e a vida nua. Belo Horizonte: Editora
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2002.
BRUBAKER, R. The limits of rationality, an essay on the social and moral thought of
Max Weber. Londres: Routledge, 2014.
FREUD, S. O Futuro de uma ilusão. Tradução de Renato Zwick. São Paulo: IMAGO,
1974.
MASSACRE completa uma semana e crise carcerária segue no Amazonas. Portal G1 Amazonas,
Manaus, 8 jan. 2017. Disponível em: <http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2017/01/
massacre-completa-uma-semana-e-crise-carceraria-segue-no-amazonas.html>. Acesso em: 20
jun. 2017.
TILLY, C. (1985). War making and state making as organized crime. In: PETER B.
EVANS, Bringing the State Back. New York: Cambridge University Press,
p. 169-192, 2016.
UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME. Drug use. 2017. Disponível em: <https://
www.unodc.org/>. Acesso em: 26 jan. 2017.