DIREITO PENAL – PARTE GERAL

Princípios II
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PRINCÍPIOS II

PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA

CF/1988, Art. 5º, XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre

outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

De acordo com o princípio da individualização da pena, cada pessoa deve

responder de uma maneira diferente por determinada conduta. Há pessoas que
são réus primários; outras são reincidentes em crimes, logo essas duas pessoas
não poderão responder da mesma maneira se praticarem a mesma conduta.
Este princípio deve ser observado nos seguintes planos:
• Plano legislativo: o legislador, quando do estabelecimento das penas em
abstrato, deve se valer do princípio da individualização da pena e não deve
estabelecer uma pena única para ser aplicada a situações distintas. Ex.: a
pena de uma pessoa que mata o seu desafeto não pode ser a mesma que
a de uma pessoa que mata um familiar por motivo torpe;
• Plano judicial: a lei não contempla todas as hipóteses de individualização
de pena. Logo, compete ao aplicador do direito (o juiz) analisar cada uma
das situações de modo a individualizar a pena de cada pessoa que come-
ter um crime;
• Plano administrativo: será observado na execução da penal.

PRINCÍPIO DA ALTERIDADE

Criador: Claus Roxin.

De acordo com esse princípio, ninguém será punido por ofender somente
bens jurídicos próprios. Nesse sentido, se uma pessoa pratica autolesão, então
não há crime, contudo se lesiona um terceiro, então terá cometido o crime de
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lesão corporal previsto no Código Penal. É importante ter atenção a um dos inci-
sos do Art. 171, CP, pois trata do crime de fraude em indenização ou valor de
seguro. Isso porque destruir um bem próprio, em regra, não configura crime. No
entanto, caso esse bem seja destruído pelo agente com o intuito de receber o
prêmio do seguro, então haverá crime, pois a atitude do agente visa atingir bens
jurídicos de terceiros.

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA

Criado pela Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789).

Segundo esse princípio, o Direito Penal é a ultima ratio na proteção dos direi-
tos. Só deve atuar quando a criminalização de uma conduta for indispensável
para proteger bens e interesses.
Subdivide-se em outros dois princípios:
• Princípio da fragmentariedade;
• Princípio da subsidiariedade.

PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE

Segundo esse princípio, nem todos os ilícitos configuram ilícitos penais.

Serão considerados ilícitos penais os que forem previstos em lei e que aten-
tam contra valores fundamentais dos indivíduos e da sociedade.

Fragmentariedade às avessas
Bens jurídicos antigamente tutelados pela lei penal que deixam de interessar
ao Direito Penal.
Ex.: crime de adultério (Art. 240, CP) – Revogado pela Lei n. 11.106/2005.
O adultério é considerado um ilícito civil, pois é previsto no contrato de casa-
mento que as partes devem fidelidade uma a outra. Nesse sentido, muitas vezes
o adultério é levado em consideração em ações de divórcio.
Contudo, a sociedade evoluiu de tal maneira que esse ilícito civil não precisa
mais da proteção do Direito Penal.
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PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE

Só será objeto do Direito Penal os ilícitos que não são suficientemente repre-
endidos pelos demais ramos do Direito e demais meios de controle estatal. Em
outras palavras, o Direito Penal é o último recurso a ser lançado pelo Estado.

Direto do concurso
1. (DELEGADO/PCSP/2011) A ideia de que o Direito Penal deve tutelar os va-
lores considerados imprescindíveis para a sociedade, e não todos os bens
jurídicos, sintetiza o princípio da
a. adequação social
b. culpabilidade
c. fragmentariedade
d. ofensividade.
e. proporcionalidade

Comentário
De acordo com o previsto pelo princípio da fragmentariedade, o Direito Penal
irá tutelar somente os valores considerados imprescindíveis para a sociedade.

GABARITO
1. c

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Érico Palazzo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.
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