Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Jean-Marc Berthoud
Copyright @ 2020, de Editora Monergismo
Publicado originalmente em francês sob o título
L'Histoire Alliancielle de l'Église Dans Le Monde (trechos)
■
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por
EDITORA MONERGISMO
SCRN 712/713, Bloco B, Loja 28 — Ed. Francisco Morato Brasília, DF, Brasil — CEP 70.760-620
www.editoramonergismo.com.br
1ª edição, 2020
Introdução
Vou lhes falar sobre um personagem da história da Reforma e grande
homem de Deus quase inteiramente esquecido, até mesmo em sua cidade
Zurique, de quem, neste ano,[1] celebramos os 500 anos de nascimento. Mas,
em sua época — a da segunda geração do Reformadores do século XVI —
era universalmente reconhecido como uma personalidade de primeira ordem,
tanto no plano espiritual e eclesiástico, como no político. Refiro-me,
evidentemente, ao sucessor de Zuínglio em Zurique, Heinrich Bullinger (18
julho 1504 - 17 setembro 1575). Por 44 anos, após a morte de Zuínglio no
campo de batalha de Kappel, em 1531, exerceu a função de pastor titular e
doutor da Igreja no cantão de Zurique, até sua própria partida deste vale de
lágrimas, em 1575. Tendo nascido cinco anos antes de Calvino, após a morte
deste viveu ainda onze anos. Tal como seu colega mais jovem de Genebra,
Bullinger deixou uma marca profunda, como daqueles que trabalharam
incansavelmente pelo progresso do Reino de Deus, não somente no âmbito
eclesiástico e político de seu tempo, mas também sobre a herança reformada
que chegou até nós pela graça de Deus. Como Calvino, e até mais que o
Reformador da Picardia, e em razão de sua extensa correspondência,
Bullinger influenciou extraordinariamente não somente a Confederação
Helvética (sua própria pátria), mas também o conjunto de países de língua
alemã, a Europa do leste, França e Países Baixos, Itália e Espanha, como
também os destinatários de suas cartas na Grã-Bretanha. Os números falam
por si mesmos. A correspondência de Calvino trocada com toda a Europa e
que teve um papel tão decisivo na expansão da fé evangélica nascente,
compreende algo em torno de quatro mil cartas. A correspondência de
Bullinger, disponível nos arquivos de Zurique, somam mais de doze mil
peças. Suas obras publicadas, exceto aquelas editadas após sua morte e as
traduções, somam nada menos do que 119 volumes. Ainda muito jovem,
próximo dos seus vinte anos, tornou-se amigo de Zuínglio, gozando de toda a
confiança do grande Reformador. Mais tarde, ganhou a amizade de João
Calvino e, como a correspondência entre eles testemunha fartamente, por
vezes tornou-se seu pai espiritual, encorajando, consolando, acalmando e
moderando seu colega de ministério mais jovem. Era uma amizade quase
paternal, através da qual Bullinger pôde exercer seus dons pastorais
extraordinários. Por cinco vezes Calvino foi até Zurique, cidadela espiritual
da qual Bullinger pouco se afastava. Mencionamos aqui alguns dos seus
escritos mais notáveis: a Confissão helvética posterior,[2] texto de sua autoria,
redigido entre 1561 e 1566, que foi a confissão reformada do século XVI
mais amplamente aceita, da Hungria à Escócia, da França aos Estados
reformados alemães, na Polônia, e da Transilvânia aos Países Baixos; suas
Décadas (1549-1551), denominadas em alemão simplesmente Hausbüch, que
é uma coletânea de sermões cobrindo todos os assuntos tratados pela doutrina
reformada no século XVI. Foram ditas em latim nos encontros de
“Prophezei”, nos quais os pastores e mestres da Igreja de Zurique
regularmente se encontravam para instrução e edificação mútua. Essa obra
foi, sem dúvida, a fonte principal de influência de Bullinger, ao menos até o
Sínodo de Dort em 1620. Foi traduzida para o alemão, holandês, francês e
inglês, esta última datada de 1577. Sob a autoridade do Arcebispo de
Cantuária, a leitura das Décadas de Bullinger foi tornada obrigatória para o
clero e, por isso, exerceram uma influência decisiva sobre a teologia e prática
de toda a tradição anglicana reformada, particularmente entre os puritanos
ingleses, através dos quais a influência de Bullinger se estendeu sobre as
colônias da Nova Inglaterra. Foi assim que Wayne Baker descreveu um
aspecto da imensa influência exercida por Bullinger na vida religiosa, política
e cultural de sua época:
Em parte, a influência de Bullinger deveu-se à presença em Zurique de
muitos evangélicos exilados, provenientes em particular da Inglaterra e da
Itália. Mas, essencialmente, essa influência vinha dos seus abundantes
escritos e de sua correspondência. (...) Sua correspondência conservada (...)
[contém] cartas endereçadas e provenientes de quase todos os dirigentes
políticos e eclesiásticos de destaque de sua época. Traços de sua obra
foram encontrados em quase toda a Europa, inclusive na Polônia, Hungria,
Romênia, Itália e Espanha, e seus livros atravessaram os oceanos com os
colonos holandeses e ingleses.[3]
A questão, que salientamos agora (mas para a qual não daremos
resposta), é o quase completo desaparecimento de seu nome da consciência
de nossos contemporâneos suíço-alemães. Os volumes de suas
correspondências e alguns volumes de suas obras exegéticas e dogmáticas
estão em processo de reedição em latim e em dialeto do cantão de Zurique do
século XVI, mas aparentemente nenhuma de suas obras está disponível em
edição alemã do século XX, para a edificação da Igreja atual.[4] Com exceção
da Segunda confissão helvética, nada de Bullinger encontra-se disponível em
língua inglesa ou francesa e parece que não há nenhum projeto em curso para
a reedição de suas obras nessas duas línguas. Esta situação é bastante
estranha se comparada com a do seu colega mais jovem, João Calvino. Isso
porque Calvino é universalmente reconhecido como uma figura maior na
Reforma e suas obras foram amplamente reeditadas em diversas línguas. Mas
seu importante contemporâneo, Heinrich Bullinger, foi essencialmente
esquecido, raramente reeditado e lido por poucos.
Mas as pessoas do seu tempo não pensavam assim. Permitam-me citar
aqui, brevemente, um extrato da segunda série das Cartas de Zurique (1558-
1602), publicadas na Inglaterra no século XIX pela Parker Society. Trata-se
de uma carta de 16 de junho de 1563 endereçada a João Calvino por Edmund
Grindal, Bispo de Londres à época:
Como Gallasius me fez saber, exprimo, com todo o coração, meus
sentimentos por teres sofrido, nessa idade e com uma compleição tão frágil,
um ataque de gota. Não tenho dúvida que tens sofrido dessa doença em
consequência de teus estudos e esforços excessivos. Doravante precisas
diminuir um pouco teus trabalhos e reflexões excessivas, por medo de que,
deixando de poupar-se, agraves tua doença e te tornes menos útil à Igreja.
Lembra-te de Gregório de Nazianze, que por não ter diminuído a vida
austera em sua juventude, já com a idade avançada foi obrigado a manter-
se continuamente deitado, o que o tornou menos útil à Igreja. Como tu e
Bullinger sois os únicos dos principais pilares que nos restam, queremos
usufruir dos dois (se Deus permitir) tanto quanto possível e ainda por muito
tempo.[5]
Mas, alguns meses mais tarde, quis Deus retirar o Reformador de
Genebra, João Calvino, do meio dos seus grandes trabalhos. Heirinch
Bullinger que, na primavera de 1564 tinha sofrido a perda de sua esposa e de
vários de seus filhos, tendo escapado milagrosamente da infecção causada
pela peste, escrevia no dia 19 de junho de 1564 a Teodoro de Beza sobre a
morte de seu grande amigo João Calvino, acontecida em 27 de maio.
Nem mesmo consigo expressar a dor que senti quando soube que Calvino,
aquele venerado irmão, nos havia sido tirado. Temo que Deus, em sua ira,
tenha-nos dado essa terrível prova. Em três ou quatro anos, Philippe
[Melancthon], Martyr [P. Martyr era seu amigo íntimo], Musculus,
Hyperius e Calvino nos foram tirados, todos eram grandes homens, pelos
quais Deus nos superabundou com grandes e múltiplas bênçãos. Não
contesto o repouso dado a estes homens da imundície deste mundo; eles
gozam agora da pureza celeste. Com todo o meu coração, gostaria que o
Senhor logo me juntasse a eles, se assim ele quisesse.[6]
Um mês antes da morte de Calvino, Bullinger escreveu a seu amigo
Fabritius, que estava em Coira, no cantão de Grisões:
Assim, fomos separados de alguns dos homens mais valorosos. Não me
queiras mal, mas não tenho mais vontade de escrever.[7]
I. Heinrich Bullinger (1504-1575), um resumo de sua vida
Mas, enfim, foi através da leitura dos Loci Communes de Philipe Melancthon,
que acabava de ser publicada em dezembro de 1521, que Bullinger aderiu, de
maneira clara e irrevogável, aos ensinos da fé autenticamente evangélica. Foi
nos anos 1521 a 1522 (Bullinger tinha apenas 18 anos) que mergulhou, noite
e dia, numa meditação apaixonada nas Escrituras, como também nos escritos
dos Pais da Igreja. Foi nessa época que escreveu em seu Diário:
Aprendi que a salvação vem de Deus, através de Cristo.[11]
Para Bullinger, qualquer separação entre Igreja e Estado era em si uma coisa
impensável. Se a Igreja devia ser governada através de medidas de disciplina
aplicadas a partir dos encontros bienais do Sínodo, em nenhum momento
Bullinger exigiu (como João Calvino faria mais tarde em Genebra) que a
aplicação pública da medida mais extrema — a excomunhão — fosse
colocada exclusivamente na mão da autoridade clerical, sem participação dos
magistrados. Bullinger considerava que o magistrado crente — como foi o
caso dos reis de Israel tementes a Deus, tal como Davi, Salomão (por um
tempo), Asa e Josias — tinha a obrigação de participar da condução política
da Igreja. Neste ponto, seu pensamento refletia a prática dos primeiros
Imperadores cristãos, como Constantino ou Teodósio, para citar alguns
exemplos. O primeiro não hesitou em utilizar sua autoridade para convocar o
Concílio de Niceia, em 325 d.C.; o segundo, para estabelecer o cristianismo
como religião oficial do Império. Um exemplo mais tardio desse tipo de
autoridade política sobre a Igreja foi a Assembleia de Westminster,
convocada por decreto do Parlamento britânico.
Mas, se para Bullinger a autoridade final sobre a Igreja estava nas mãos do
poder temporal, por outro lado ele mantinha com firmeza a autoridade divina
da função profética da Igreja em relação à sociedade como um todo, inclusive
magistrados. Fazia isso insistindo sobre a obrigação do pastor de pregar a
totalidade da Palavra de Deus para todos, de maneira livre e sem
compromissos. Além disso, através da pessoa do pastor titular, os pastores
tinham acesso imediato e constante ao Conselho da República. Fato
incontestável é que, durante os 44 anos em que Bullinger exerceu esta
função, as autoridades civis tiveram o maior cuidado em ouvir seus conselhos
cristãos sobre questões políticas. Ao contrário de Calvino, que até sua vitória
final em 1555 teve de enfrentar uma oposição das mais hostis por parte dos
Conselhos da cidade de Genebra, Bullinger desfrutou uma relação
harmoniosa, marcada pela confiança e uma colaboração estreita com os
magistrados de Zurique. Esta harmonia entre o magistrado crente e a Igreja
fiel era um elemento essencial na sua visão de uma fé cristã verdadeiramente
abrangente.[23]
Precisamos, aqui, tentar dissipar eventuais incompreensões sobre a visão de
Bullinger sobre as relações entre Igreja e Estado. Defensor ardente das
formulações do Concílio de Calcedônia (451), Bullinger rejeitava toda
confusão entre as ordens espiritual e temporal. O magistrado não devia
usurpar a função espiritual da Igreja, ou seja, a pregação da Palavra e a
celebração dos sacramentos. Por outro lado, também a Igreja não devia nutrir
nenhum desejo de impor seu poder sobre o magistrado, ou usurpá-lo, como
havia feito na Idade Média (e ainda fazia) o sistema teocrático romano.
A essa ressalva é preciso acrescentar mais um dado. Na ausência de uma
distinção institucional entre Igreja e Estado, pela qual Calvino em Genebra
lutou fortemente (ausência por razões tanto teológicas como políticas), o
equilíbrio dos poderes em Zurique dependia simplesmente, e na verdade sem
necessidade real, da boa vontade e senso de responsabilidade das partes
envolvidas. A partir do momento em que Bullinger deixasse de existir, e com
ele sua grande autoridade espiritual e política, o Estado seria cada vez mais
tentado a exercer seu domínio político sobre a Igreja. Nesse caso, no plano
institucional, nada poderia frear o apetite do Estado e seu avanço sobre o
campo espiritual. Esse fato histórico — a subordinação erastiana, da Igreja
em relação ao Estado, ocorrida em Zurique posteriormente — em parte
explica por que Bullinger, o representante histórico da Igreja fiel de Zurique,
atualmente é tão desconhecido, até mesmo em seu cantão de origem. A
institucionalização, feita por João Calvino, de uma distinção clara entre as
duas esferas era certamente mais bíblica (e menos perigosa) do que a
acomodação política em Zurique. A longo prazo, a solução genebrina, mais
doutrinária e polêmica, provou-se mais frutífera, tanto espiritual quanto
politicamente, do que o acordo pragmático de Zurique.
Mas, a melhor coisa a fazer é deixar o próprio Bullinger falar. Uma parte
importante de suas Décadas foi dedicada a uma exposição detalhada dos Dez
Mandamentos. O sexto mandamento, “Não matarás”, é tratado sob dois
aspectos: a proibição do homicídio voluntário e a descrição da função do
magistrado. Ainda que rapidamente, é interessante notar que os deveres do
magistrado são normalmente tratados na exposição do quinto mandamento,
que ordena aos filhos respeitar seus pais. Sobre essa questão do homicídio e
autoridades civis, Bullinger dedica nada menos do que quatro sermões. No
primeiro volume da edição publicada no século XIX, na Inglaterra, pela
Parker Society, esses sermões ocuparam 95 páginas. Os títulos de cada um
deles merecem ser destacados:
— Sexto sermão: “Sobre o segundo preceito da segunda tábua — o qual, na
ordem dos dez mandamentos é o sexto mandamento, não matarás — e do
magistrado”;
— Sétimo sermão: “Do ofício do magistrado, se o cuidado com a religião lhe
pertence ou não, e se é legítimo que estabeleça leis e ordenanças sobre
questões religiosas”;
— Oitavo sermão: “Sobre os julgamentos e a função do juiz; ser juiz não foi
proibido ao cristão; da vingança e do castigo ; se é legítimo que o juiz
condene à morte os culpados; por que razão, quando e como o juiz deve
punir ; se ele pode punir infrações religiosas ou não”;
— Nono sermão: “Sobre a guerra; se é legítimo que o magistrado faça a
guerra; o que ensina a Escritura sobre a guerra; se é legítimo que o cristão
seja um magistrado e dos deveres dos súditos”.
Bullinger explica sua posição e da Igreja de Zurique, nestes termos:
Pois sei que muitos são da opinião de que as coisas pertencentes à religião
e suas prescrições são unicamente de responsabilidade dos bispos e não dos
reis ou outros magistrados. Mas a verdade católica ensina que as coisas da
religião pertencem muito particularmente à magistratura e ela não somente
tem o dever, mas a obrigação de promover a religião.[24]
Após citar alguns exemplos do Antigo Testamento, Bullinger acrescenta:
Quem pode ignorar que o principal cuidado do magistrado deva ser manter
a comunidade em segurança e prosperidade? Isso não pode acontecer se ele
não prover condições para que a Palavra de Deus seja pregada a seu povo e
este aprenda e conheça a verdadeira adoração a Deus. Desta maneira, o
próprio magistrado se constitui ministro da verdadeira religião.[25]
É preciso destacar que o exagero nesse ensino conduziu ao que, mais tarde,
foi chamado de erastianismo. Aliás, sabemos que através da correspondência
ainda não publicada de Bullinger com Thomas Erastus do Palatinato, o
Reformador de Zurique teve um papel significativo na formulação dessa
posição eclesiástica.[26] Mas, na mente de Bullinger, isso não implicava, de
forma alguma, a subordinação da Igreja ao magistrado. Sua visão do caráter
abrangente da fé cristã englobava a totalidade da comunidade, numa
percepção verdadeiramente bíblica da realidade. Também é preciso destacar
que com isso ele reconheceu o papel necessário e útil do magistrado crente
nas questões religiosas, o que favoreceu a imensa influência que Bullinger
exerceu em favor da instauração da Reforma na Inglaterra, isto,
evidentemente, no contexto de um sistema político no qual o monarca inglês
exercia a função de chefe da Igreja anglicana.
Para Bullinger, existia uma relação de dependência mútua entre a Igreja fiel e
o magistrado crente. Pamela Biel, quando escreveu sobre o Décimo Sétimo
sermão das Décadas, salientou a necessidade do magistrado de escutar a
Palavra de Deus e levá-la em conta, nestes termos:
No resto desse sermão, Bullinger procura mostrar que o discernimento do
que é a verdadeira religião é um processo delicado e que os magistrados
deveriam procurar ajuda para bem ordenar a Igreja. Esta ajuda viria dos
pastores, intérpretes qualificados da Palavra e da vontade de Deus que,
dessa maneira, apoiariam os magistrados e manteriam o país no caminho da
verdadeira religião. O magistrado, por outro lado, em todas as coisas
manteria o completo exercício do poder e sua autoridade sobre o pastor,
salvo no que diz respeito à interpretação da Escritura.[27]
Poderíamos dizer muitas coisas úteis sobre a obra desse teólogo de erudição
extraordinária, pastor incomparável, fé inabalável, cuja obra vigorosa, ainda
que atualmente muito esquecida e negligenciada, ainda irradia uma luz
verdadeiramente celestial sobre todos aqueles que se dão ao trabalho de
consultá-la. A leitura das Zurich Letters, publicadas em três volumes em
meados do século XIX pela Parker Society,[61] nos dá uma forte impressão do
terno amor fraternal que movia os cristãos ingleses e seus irmãos
zuriquenhos. Alguns têm tentado, ainda que em vão, opor Bullinger à
Calvino e vise-versa. Porém, uma leitura da correspondência entre eles
confirma, de maneira fragorosa, a grande amizade que unia esses dois
reformadores. Destaquemos um exemplo entre muitos. Depois da publicação
em 1549, feita por Calvino, de seu tratado magistral dedicado à Forma
verdadeira de reformar a Igreja cristã e de pacificar as diferenças que nela
estão, Bullinger lhe escreveu:
Louvo a fé que tu mostraste quando refutou o Interim. O Senhor te dará
a coroa da glória. Damos graças ao Senhor. Agradecemos também a ti,
por teu zelo e sofrimentos. A liberdade e ardor do teu estilo muito me
agradam.[62]
Tal oposição imaginária foi refutada por John T. Leith, no que diz respeito
aos seus princípios hermenêuticos. Suas conclusões foram amplamente
confirmadas por Joel E. Kok numa comparação muito clara que fez entre
trechos específicos nos comentários de Calvino e Bullinger, respectivamente,
sobre a Espístola de Paulo aos Romanos. Por outro lado, Peter Lillbach
prestou-nos um serviço similar, no que diz respeito à doutrina da aliança, e
Paul Rorem fez o mesmo com o debate entre Calvino e Bullinger sobre a
teologia da Santa Ceia.
Sobre a comunhão de atitudes em relação à Escritura, John H. Leith faz as
observações esclarecedoras, que seguem :
Que eu saiba, Calvino nunca redigiu um resumo formal dos seus
princípios hermenêuticos, senão algumas declarações ocasionais sobre
a necessidade de exprimir-se de forma breve e concisa e sobre a
importância de preferir o sentido natural primário da Escritura. A partir
da leitura dos textos de Calvino, outros princípios característicos
tornam-se claros, tais como a ênfase dada sobre a unidade do Antigo e
Novo Testamentos e a maneira pela qual, em suas revelações, Deus se
acomoda à condição humana. Calvino estava particularmente
consciente da integridade e coerência próprias do texto sagrado. Sua
insistência em defender que a Escritura é interpretada por ela mesma,
lhe permitia integrar à sua pregação e à sua teologia alguns textos
problemáticos. De maneira geral, para os Reformadores, o método se
desenvolvia a partir da realidade do que faziam. O resumo feito por
Bullinger de seus próprios princípios de interpretação, em seu sermão
sobre “O sentido e a exposição correta da Palavra de Deus” é uma
exceção no silêncio dos Reformadores quanto a esse método. Seus
princípios de interpretação eram os seguintes: (1) a regra da fé; (2) o
amor a Deus e ao próximo; (3) a situação histórica; (4) a Escritura
interpretada em seu contexto; (5) um coração que ama a Deus e roga
continuamente pela iluminação do Espírito Santo. (...) Este é um bom
resumo dos princípios que também seriam de Calvino.[63]
No entanto, alguns procuraram opor a exegese de Calvino à de Bullinger. Na
conclusão de um artigo notável, que compara a exegese desses dois
reformadores em seus comentários respectivos sobre algumas passagens da
epístola de Paulo aos Romanos, Joel E. Kok escreveu :
A comparação entre os comentários de Calvino e Bullinger sobre a carta
aos Romanos, não resulta numa avaliação dramática, mas coerente.
Enquanto estão de acordo sobre as regras exegéticas tais como clareza e
brevidade, Bullinger enfatiza uma explicação simples, o que o diferencia
de Calvino, que acentua a precisão e correção doutrinárias. Enquanto os
dois são unânimes em defender o testemunho evangélico sobre a
justificação contra a oposição católica romana, Bullinger insiste sobre o
formalismo e o culto às imagens, ao passo que Calvino acentua a
importância de opor-se aos erros doutrinários e à idolatria como
conceito. Enquanto estão de acordo em afirmar que Deus sozinho salva
os pecadores, Bullinger é mais reticente que Calvino no que concerne à
predestinação e reprovação, e mais otimista quanto à salvação dos
pagãos, manifestando uma certa nobreza. O tema comum nessas
diferentes ênfases está na maneira pela qual Bullinger e Calvino
compreendem como a luz do Evangelho se apresenta a uma mente
atenta. Para Bullinger, o Evangelho é claro porque Deus é luz e, desde
que superemos nossa preguiça e ignorância, poderemos facilmente
compreender a Boa Nova. Calvino, também, entende que a raça humana
está morta em seus pecados, mas dá mais atenção às ilusões e às ideias
falsificadas dos homens, erros que o Evangelho deve arrancar do
coração humano. Bullinger acentua a maneira pela qual o Evangelho
dissipa nosso entorpecimento; Calvino insiste na maneira pela qual o
Evangelho deve vencer nossos erros obstinados.[64]
Mas essas diferenças de ênfase e de equilíbrio não podem, de maneira
alguma, ser consideradas como se em Heinrich Bullinger constituíssem
“Outra tradição reformada”, como declarou Wayne Baker.[65]
Cornelis P. Venema recentemente dedicou um estudo decisivo sobre a
questão fundamental da doutrina da predestinação de Bullinger e de Calvino.
[66] Ele mostra uma concordância essencial entre suas teologias, confirmando
Uma boa parte do que foi escrito sobre Bullinger segue a noção, muito
comum no século XIX, de que a teologia sistemática consistia na organização
de todo o material bíblico em torno de um ou dois princípios doutrinários. A
identificação arbitrária da teologia de Calvino unicamente em torno da
predestinação é um exemplo desse método errado. Um outro exemplo,
aplicável aqui à Bullinger, é a ideia de Wayne Baker segundo a qual uma
forma de aliança bilateral constitui o motivo fundamental de sua teologia.[74]
Um outro exemplo desse tipo de racionalismo teológico é a projeção, por
Ernst Koch, de uma aliança criacional puramente imaginária no pensamento
da Segunda confissão helvética.[75]
Sob a boa influência do artigo exemplar de Edward Dowey, “Heirinch
Bullinger como teólogo”,[76] a pesquisa mais recente produziu, em minha
opinião, uma avaliação mais exata e equilibrada do sucesso teológico de
Bullinger.[77] Em seu trabalho teológico, Bullinger não procurava a
organização abstrata e sistemática de todos os materiais contidos na revelação
natural e especial, num todo coerente e articulado, em torno de um ou dois
princípios determinantes. Esse tipo de racionalismo teológico poderia ser
esperado de uma mentalidade pós-cartesiana e positivista, fortemente tentada
a fazer uma análise do tipo reducionista. Para Bullinger, era totalmente
diferente. O que tinha importância, ainda que não absolutamente vital, era a
proclamação de todos os elementos contidos na revelação de Deus, unidos de
uma maneira coerente, completa, equilibrada e apropriada à situação
considerada. De maneira diversa, essa tarefa foi cumprida por ele em suas
várias obras, nas quais a ordem da apresentação dos materiais teológicos
dependia do alvo escolhido e das necessidades imediatas da Igreja. Cabe aqui
citar algumas das conclusões de Edward Dowey que, falando das obras mais
sistemáticas de Bullinger, faz referência à Loci Communes Sacri de 1527,
obra que
(...) mostrava (...), significativamente, a (1) extensão e a integridade do
conhecimento de Bullinger, desde seu início; (2) a proeminência precoce
da ideia de aliança na interpretação bíblica e na construção teológica; (3)
um desenvolvimento geral e uma ordem de assuntos tratados que, além do
fato de começar pela aliança (escolha que não se repetiria por trinta anos),
iriam caracterizar seus trabalhos posteriores.
Dowey continua:
Por exemplo, a prioridade da Escritura, a relação estreita entre os temas de
doutrina sobre Deus com o culto verdadeiro e falso, uma profunda
preocupação com a lei do Antigo Testamento, um esquema Lei/Evangelho
preciso, cuidadosamente diferenciado da posição de Lutero, o Evangelho
da liberdade cristã, e uma preocupação geral e prática com todos os
aspectos da vida cristã e seus perigos.[78]
Com respeito às Décadas escreveu o que segue:
Indiscutivelmente, as Décadas de Bullinger, obra clássica maior da
Reforma, é a sua obra mais densa e completa, na qual reuniu os temas de
todos os livros que tinha escrito até então, e pela qual manifestava seu
objetivo de ser uma fonte capaz de servir aos pastores na preparação de
seus sermões.[79]
A primeira parte começa com doze documentos da Igreja antiga. Dowey
comenta:
A escolha desses textos corrobora a afirmação constante de Bullinger de
estar em linha com a fé “antiga e ortodoxa”; esses documentos são
essenciais para essa obra e não somente um prefácio. (...) Isso tem relação
com a preocupação incessante de Bullinger de mostrar que a fé reformada é
a mesma da Igreja primitiva, passando por Niceia e Calcedônia e, além
disso, que os primeiros Pais e os Concílios, todos faziam referência à
Escritura.[80]
Sobre a Segunda confissão helvética, Dowey escreveu:
Essa obra de Bullinger foi seu maior esforço formal para falar em nome da
Igreja católica, ortodoxa e reformada. (...) O caráter geral da Confissão
exprime bem os traços dominantes do pensamento de Bullinger, que já
observamos em outros escritos, isto é, uma teologia na qual não
encontramos nenhuma forma de especulação, mas que é orientada para a
vida prática contemporânea dos crentes na Igreja e diante de Deus,
procurando, dessa maneira, situar-se no contexto da vida do mundo (sua
história); uma consciência eclesial muito ampla, através da qual sempre
atua uma resposta simbólica e confessional (resposta que engloba as
grandes controvérsias); e a reunião, como tinha sido o caso nas Décadas,
de materiais provenientes da patrística e dos primeiros Símbolos, dos temas
soteriológicos próprios da Reforma. Tudo isso fundamentado e
rigorosamente agregado pela doutrina da Escritura, que para Bullinger era a
mais católica de todas as doutrinas, considerada por ele como a única fonte
da fé cristã.[81]
Sem nenhuma dúvida, agora é possível compreender por que minha primeira
sugestão como título foi “Heinrich Bullinger e a catolicidade — isto é, a
plenitude — da fé”.
É surpreendente, levando em conta o caminho que acabamos de percorrer,
que Archilla intitule o quinto capítulo de seu livro “A ortodoxia e a
catolicidade das Igrejas Evangélicas”,[82] fazendo eco ao título de um dos
tratados de Bullinger publicado em 1562:
As Igrejas Evangélicas não são heréticas, nem carismáticas, mas Igrejas de
Jesus Cristo Ortodoxas e Católicas.[83]
Bullinger fundamenta sua defesa da Igreja da Reforma, como sendo a Igreja
Ortodoxa e Católica verdadeira, por sua concordância com o cânon bíblico,
em primeiro lugar:
A Igreja de Cristo, que para distinguir-se da Igreja papista foi chamada
“evangélica”, reconhece e acolhe os livros canônicos dos dois Testamentos,
tal como saíram da boca de Deus. Ela não nega nem rejeita nenhum desses
livros, mas os recebe em seu conjunto. Também não discute, utilizando-se
de sofismas, o modo pelo qual esses livros são recebidos, sobre quem teria
autoridade de reconhecê-los ou rejeitá-los, porque é muito mais provável
que a Igreja tenha recebido sua autoridade da Escritura, do que o contrário.
[84]
Introdução
b) Beza o satirista
Mas os anos de formação de Beza em Lausanne não se limitaram, de maneira alguma,
à redescoberta, na língua francesa do século XVI, dos princípios de uma poética
realista e ao mesmo tempo sobrenatural, que levava em conta tanto as dimensões
concretas do mundo perceptível como as dimensões reais do mundo invisível, divino,
providencial, angélico e demoníaco. Esses são os aspectos da realidade que foram
progressivamente esvaziados pelo espírito redutor imanente da Renascença, precursor
dessa modernidade que, pior pra ela, reduziu toda a realidade não mensurável.
Ressaltamos as afinidades dessa poética bíblica com a poesia medieval. Mas Beza não
se contentou em compor apenas uma poesia espiritual e moral de inspiração
diretamente bíblica. Ele também se conectou, e isso é pouco conhecido, com a poesia
fantástica, grotesca, satírica e mordaz dos trovadores da Idade Média, do Roman de
Renart, de François Villon, dos retóricos e do próprio Rabelais.[115] Como Viret antes
dele, e sem dúvida com a colaboração alegre e vivaz de seu colega e mestre valdense,
Beza tinha entendido que a refutação, pela sátira, dos erros de todo gênero, podia ter
efeito mais eficaz, mais potente, que a argumentação teológica, ainda que esta fosse a
mais rigorosa, exata e séria. Thomas Jemielity, em seu estudo pioneiro sobre A sátira
entre os profetas hebreus, mostra como o profeta bíblico e o poeta satírico são irmãos
em sua vontade comum de denunciar e ridicularizar o pecado e o erro.
Uma premissa maior de nosso estudo é que a profecia e a sátira são parentes próximos, porque
têm em comum a denúncia e o julgamento. O conteúdo fortemente crítico da obra dos profetas
hebraicos é manifesto, mesmo que, como os seus confrades satíricos, descrevam, às vezes de
maneira explícita, sua visão positiva de uma ordem ideal. A profecia e a sátira são, então, duas
formas literárias, nas quais se manifesta a expressão artística de um discurso crítico. A
definição clássica sobre o objetivo da sátira – aplaudir ou criticar – se aplica igualmente, de
maneira totalmente coerente, à profecia.[116]
Foi assim que, em 1549, Beza publicou uma Breve e útil zoografia de Jean Chocleus.
Este homem foi o autor católico romano que havia publicado uma réplica ao satírico
Tratado das relíquias de Calvino. Em sua resposta, repleta de uma zombaria enérgica,
Beza chega a sugerir ao célebre zoólogo Gessner que acrescente em seu tratado de
zoologia uma nova espécie de animal, o Chocleus, do qual descrevia em detalhes a
fisionomia grotesca.
Essa fera é enorme e carnuda, tem duas orelhas imensas como um asno, testa e dentes
pontudos, com exceção de dois caninos.[117]
É assim que — para alegria dos seus leitores — através de quinze páginas hilárias,
Beza faz do famoso defensor das relíquias, um burro, como também de toda uma fila
de doutores da Sorbonne.
Beza retomou sua pena cáustica, três anos mais tarde, em seu célebre Passavant (não
erudito!) dirigido contra Pierre Lizet que, após ter enviado grande número de
evangélicos para a fogueira, aposentou-se como primeiro presidente do Parlamento de
Paris e tornou-se abade, aproveitando para publicar dois volumes, tão grandes quanto
indigestos, contra a doutrina reformada. Esses enormes volumes tinham sido escritos,
para alegria de Beza que conhecia bem a inépcia teológica do autor, num latim de
provocar risos. No espírito de Rabelais, em um latim macarrônico (um pastiche
grotesco e hilário do latim), Beza se empenhou, com toda a sua alma, em ridicularizar
tanto a pessoa (e fazia isso muito bem) quanto os argumentos do jurista transformado
em abade. Esse livro fez rir toda a Europa que lia latim. Mas com seu espírito satírico,
Beza introduzia uma reflexão crítica muito séria sobre os erros da religião romana.
Para dar uma ideia desse espírito, tanto satírico quanto profético, citemos alguns
versos em língua francesa (do começo e do fim) de um trecho genial do “Lamento de
Messire Lizet sobre a morte do seu falecido nariz”, que, diga-se de passagem, estava
bastante danificado pela sífilis e pelo excesso na divina garrafa:
De 1586 a 1593, Genebra sofreu o cerco quase constante dos condes de Savoia, que
queriam absolutamente acabar com essa cidade rebelde e herética. A situação na
cidade tornou-se tão precária que as autoridades pretendiam fechar temporariamente a
Academia. Beza se opôs a isso com todas as suas forças, obtendo ganho de causa, mas
tendo que se encarregar, ele mesmo (e já tinha quase 70 anos), de todo o ensino
acadêmico. Reuniu todos os seus tratados teológicos em três grandes volumes, obra
magistral que, em seu conjunto, nunca mais foi reeditada, nem traduzida para o
francês ou em qualquer outra língua. Foi nessa época que Beza publicou algumas
obras bíblicas: ensinos sobre o livro de Jó, alguns sermões notáveis sobre o Cântico
dos Cânticos e, sobretudo, sobre a crucificação e ressurreição de Cristo. É aqui que
melhor podemos ver a amplitude da teologia bíblica de Beza, ao mesmo tempo
pastoral e dogmática, polêmica e apologética, sempre preocupada com o bem das
almas e das igrejas. É incompreensível que tais textos, que contêm um ensino
homilético que pode ser facilmente comparado com o dos maiores pregadores da
história da Igreja, nunca tenham sido reeditados.
Alain Dufour destaca essas pregações feitas numa cidade sitiada, à beira da privação
mais completa, na qual o pregador exortou seu auditório a se voltar para o único
socorro possível, do Deus fiel à sua aliança com sua Igreja. A história de Jó,
demonstrou nosso pregador, leva o cristão a questionar, profundamente, por que há
tanta infelicidade e como isso é incompreensível.
Tanta infelicidade parece incompreensível. Mas essa incompreensão
vem da sugestão que Satanás fez a Adão e Eva para que adquirissem o
conhecimento do bem e do mal. E em consequência disso, passamos a
julgar segundo a razão e não segundo a justiça de Deus. Assim fizeram
os três amigos de Jó, diz Beza, e assim fazem aqueles que nos acusam
de fazer de Deus o autor do mal. Em vez de escrutinar os mistérios do
Senhor, devíamos adorá-lo (Jobus, p. 5). O ensino que devemos obter
disso e que fará com que conservemos a coragem em meio às piores
calamidades, é que Deus, para sua glória e pela sua justiça, de uma
forma velada na maioria das vezes, utiliza tanto bons como maus para
fazer com que seus propósitos se cumpram (Jobus, p. 24).
Assim, tanto o mistério da história como o mistério da predestinação,
são da mesma natureza. A propósito do verso 11 do capítulo 1º,
“Estende tua mão” (Satanás que fala ao Senhor), Beza comentou o
seguinte: Satanás quer a perdição de Jó e fazê-lo blasfemar; no entanto
Deus quis, desde a eternidade, provar a paciência de Jó e mostrar Sua
glória (Jobus, p. 35).
E então volta à crítica feita aos calvinistas de fazerem de Deus o autor
do mal. Não, o autor do mal é Satanás. Mas este só age com a
permissão de Deus [“Deus puxa as rédeas de Satanás, ou as relaxa”]
(Jobus, p. 64). Em outro lugar, Beza escreve: “O que deseja o soldado
mais corajoso, aquele que está para trazer mais glória a seu general,
senão adquirir vitória e triunfo, ainda que seja a preço de sangue?”
(Jobus, p. 60). O objetivo final do combate é a glória de Deus. Isso
explica tanto a concepção da história como da predestinação.
Era tempo de guerra. Havia combate nas portas da cidade. Todos
queriam vencer, mas também era preciso preparar-se para o sofrimento,
para suportar um revés eventual. Beza levava os corações dos seus
ouvintes a uma compreensão mais elevada, isto é, o objetivo do
combate não era somente manter a cidade viva, nem apenas sua
independência e liberdade, mas a glória de Deus, cujo propósito está
frequentemente encoberto e às vezes só será conhecido mais tarde,
após um longo sofrimento e muita paciência, como foi o caso de Jó.
Tadataka Maruyama, em sua obra sobre a eclesiologia de Teodoro de Beza,
ao examinar o ensino dos seus sermões sobre o Cântico dos Cânticos, chega
às mesmas conclusões que Alain Dufour. Esses 31 sermões foram pregados
durante o inverno de 1585-1586, às quintas-feiras, num período em que a
cidade vivia uma série de crises temíveis, tanto internamente quanto diante do
inimigo savoiano. Maruyama escreveu:
Para Beza, o chefe espiritual de Genebra, a escolha de pregar sobre o
Cântico dos Cânticos não era, de forma alguma, fortuita. Ele achava o
livro particularmente apropriado para que, tanto a cidade como a Igreja,
ouvissem a mensagem de Deus diante daquela situação específica. O
método hermenêutico era alegórico, totalmente tradicional. (...) Mas
apesar do aspecto tradicional da exegese, o conteúdo das pregações
estava longe de ser puramente tradicional. (...) Segundo Beza, a
mensagem central do livro vinculava-se aos “pontos principais
realizados pelo verdadeiro Cristo e pela Igreja, bem como às marcas
genuínas e infalíveis de cada um [destes dois elementos, trad.]”
(Cântico A II-III). A identidade era a questão fundamental, ou seja,
como discernir a verdadeira Igreja da falsa e como evitar que a
verdadeira não degenerasse para uma Igreja falsa. Por um lado, Beza
advertia constantemente os fiéis do perigo “da superstição e da
idolatria” romana, isto é, contra a falsa esposa e, por outro, os exortava,
admoestava e os reposicionava como esposa fiel de Cristo, a fim de que
permanecem fiéis, tanto na doutrina como na conduta. Nas páginas
impressas desses sermões, Beza pode ser visto como um chefe
espiritual, um profeta, e acima de tudo um reformador que chama os
fiéis ao arrependimento, os adverte sobre os perigos que os ameaça e
denuncia a impiedade latente em seus corações. (...) Ele torna claro que
a cristologia, o casamento de Cristo com sua Igreja, é um elemento
importante para que a história da salvação seja melhor compreendida.
(...) Para ele “a marca mais confiável e durável dos verdadeiros
cristãos” não está na simples profissão de fé no Evangelho, mas em
possuir “uma fé verdadeira e viva, atestada pela realização de boas
obras” (Cântico IV, 12, p. 91). Em suma, o que Beza exigia dos crentes
não era somente a justificação, mas também a santificação. Ele dirigiu,
à igreja reformada, um chamado à santificação. Na verdade, exortava
insistentemente seu auditório a permanecer fiel, a realizar boas obras, a
cuidar de sua própria salvação e antes de tudo, buscar o Paraíso com
zelo incessante.
Beza acentuava, particularmente, a necessidade de uma piedade pessoal. Para
ele o fato de alguém não ter mais sede de Deus e não sentir mais amor pelo
Esposo divino, era a ameaça mais grave à fé. Tratava-se, de fato, da “idolatria
mais perigosa para a vida das igrejas reformadas”. Maruyama conclui o
capítulo dedicado ao Cântico dos Cânticos na pregação de Teodoro de Beza,
com estas palavras:
Entretanto, devemos nos lembrar que Beza sempre considerou a
verdadeira devoção, no contexto da vida coletiva da igreja, isto é, como
algo inserido na vida do corpo comum que é a igreja visível, enquanto
Esposa de Cristo. Mas esse amor por Deus, essa afeição pelo Salvador,
esse desejo de intimidade com ele, tão considerado por Beza, não deve
somente ser “puro e santo”, mas “verdadeiro e correto” e, acima de
tudo, “bem orientado”. Se todas essas considerações forem
acrescentadas ao tema da ortodoxia, a reforma da vida da igreja
preconizada por Beza identifica-se, em última análise, com uma
piedade da Palavra, uma piedade institucional. (...) Os temas da história
da salvação, da ortodoxia e da reforma levam todos a uma única
direção: que a igreja reformada seja “verdadeira e viva”.
IV. Teodoro de Beza, pastor e defensor da fé
Deus manteve seu favor e suas graças até o fim. Conservando sua alma
com paciência, jamais abandonou sua serenidade, sustentado em seu
sofrimento por aquela paz que está acima de toda a compreensão, que Deus
dá aos que ama. Após um dia tranquilo, Benedito Pictet, no dia 10 de junho
de 1724, dormiu em paz, às duas horas da madrugada.
Benedito Pictet foi um pastor e um teólogo fiel ao depósito da fé que
havia recebido da herança ortodoxa da Igreja de Genebra, que havia sido
reformada no século XVI segundo a norma imutável da exclusiva Palavra de
Deus. Sua vida coincidiu com uma fase crítica pela qual passou sua Igreja e o
cristianismo de toda a Europa. Foi o período de transição de uma Igreja
enfraquecida, mas ainda fiel às Confissões de Fé da Reforma, para uma Igreja
que abandonava os limites imutáveis do depósito que Deus lhe havia
confiado. Falta-nos considerar, numa terceira parte, como o julgamento de
Deus se abateu sobre a cidade fiel, farol durante mais de 150 anos de toda a
Reforma.
De fiel, a Igreja de Genebra tornou-se apóstata, tornando-se nesta
Genebra sem fé nem lei, mais conhecida no mundo como a cidade que gerou
Jean-Jacques Rousseau, do que aquela que acolheu João Calvino. O fato mais
terrível foi que essa mudança aconteceu de maneira imperceptível, de forma
aparentemente pacífica, sem tempestades nem tumultos ou combates visíveis.
Vamos, então, examinar essa negação da fé.
III. A vitória das falsas luzes de uma razão independente de
Deus, de sua Palavra e da ordem criacional
[1] Palestra proferida no Colóquio bíblico francófono, Abadia de La Bussière, 16 de abril de 2004.
[2] Recentemente foi publicada uma excelente tradução francesa da Segunda confissão helvética, pela
Edições Kerygma, Aix-en-Provence, 2001, 124 p. Com a obra A Brief Exposition of the One and
Eternal Testament and Covenant of God, editada por Charles S. McCoy e J. Wayne Baker (Wipf and
Stock, 1999 [1991]), em nossos dias essa confissão é o único texto da imensa obra de Bullinger
reeditada em inglês, a partir de duas edições diferentes: “The Second Helvetic Confession (1566)” in
John H. Leith (editor), Creeds of the Churches (Atlanta: John Knox Press, 1977), p. 131-192 e “The
Second Helvetic Confession of 1566”, in Arthur C. Cochrane (editor), Reformed Confessions of the
XVIth Century (Philadelphia: The Westminster Press, 1966), p. 224-301.
[3] J. Wayne Baker, Heinrich Bullinger and the Covenant: The Other Reformed Tradition (Athens,
Ohio: Ohio University Press, 1980), p. xi.
[4] Andreas Alder, pastor suíço alemão de convicções reformadas (uma joia rara !), que exerce seu
ministério em Hundwil, no cantão de Appenzell, escreveu-me recentemente as linhas seguintes: “E
Bullinger… ? Não conhecemos, dizem os pastores suíços-alemães. E Bultmann ? Esse temos que
conhecer. Todo o mundo tem pleno acesso aos que não têm nada a dizer, e que amanhã já
desapareceram... Mas aos mestres pensadores da Reforma chamada reformada, a esses ninguém tem o
direito de acesso”.
[5] The Zurich Letters (Second Series) Comprising the Correspondence of several English Bishops and
others with some of the Helvetian Reformers, during the Reign of Queen Elizabeth, The Parker Society
(Cambridge: The University Press, 1845), p. 96-97.
[6] André Bouvier, Henri Bullinger le successeur de Zwingli, à partir de sa correspondence avec les
reformés et humanistes de langue française (Neuchâtel: Delachaux et Niestlé, 1940), p. 178-179. Essa
obra contém um relato excelente de sua vida. Bouvier foi o único especialista francófono de Bullinger.
A única biografia maior de Bullinger em alemão é a de Carl Pestalozzi, que data de 1858: Heinrich
Bullinger, Leben und aus gewählte Schriften (Elberfeld: Friederichs, 1858). Veja o trabalho mais
recente de Fritz Blanke, Der junge Bullinger (Zurich: Zwingli Verlag, 1942), reeditado com um adendo
feito por Immanuel Leuschner, Heinrich Bullinger Vater des reformierte Kirche (Zurich: Theologischer
Verlag, 1990). Três novos estudos em alemão foram publicados em razão do 500º aniversário de seu
nascimento: Emilio Campi, Heinrich Bullinger und sein Zeit (obra conjunta) (Zurich: Tvz-
Theologischer Verlag, 2004); Fritz Büsser, Heinrich Bullinger (Zurich: Tvz-Theologischer Verlag,
2004); Patrik Muller, Heinrich Bullinger – Reformator, Theologe, Kirchenpolitiker, Historiker (Zurich:
Tvz-Theologischer Verlag, 2004). Uma edição acadêmica erudita de suas obras está em curso. Vários
volumes já foram publicados e foi anunciada a publicação de uma edição crítica das Décadas para este
ano.
[7] André Bouvier, Un père de l’Église réformée Henri Bullinger le second Réformateur de Zurich,
(Genebra: Fondation des Clefs de Saint-Pierre, 1987), p. 94. Trata-se de curta, porém excelente
biografia de Bullinger. Veja a recente biografia de Bullinger: Bruce Gordon, Architect of Reformation:
an Introduction to Heinrich Bullinger 1504-1575 (Grand Rapids: Baker Academic, 2004).
[8] Heinrich Bullinger, “The Old Faith (1547)”, dans Writings and Translations of Myles Coverdale,
The Parker Society (Cambridge, The University Press, 1844), p. 2.
[9] Ibidem, p. 6.
[10] Bouvier, op. cit. (1987), p. 17-18.
[11] Bouvier, op. cit. (1941), p. 18. Bouvier (1941, p. 10), cita trechos extensos do Journal de Bullinger
do ano de 1522: “A primeira de suas obras que me chegou nas mãos foi a Homilias de Crisóstomo
sobre Mateus, e depois de examiná-las bem, fiquei convencido de que os Antigos tratavam os assuntos
sagrados de outra maneira, diferente de Lombardo e Graciano. Também examinei algumas coisas de
Ambrósio, Orígenes e Agostinho. Enquanto isso, folheei ainda os livros de Lutero sobre o Cativeiro da
Babilônia, sobre a Liberdade cristã, a justificação, artigos relacionados com as boas obras, etc. Notei
que Lutero se aproximava mais da teologia dos antigos que dos escolásticos. Percebi também que os
escolásticos se apoiavam sobre a autoridade dos Pais, enquanto que estes se apoiavam sobre a
autoridade dos dois Testamentos. Por causa disso comprei um Novo Testamento; li o Evangelho
segundo Mateus e o Comentário de Jerônimo. Prossegui na leitura do Novo Testamento e, tendo
terminado, abandonei o desejo que tinha de tornar-me cartuxo e comecei a ter horror da doutrina
papista. Então, Lugares comuns, de Melanchton, chegou a mim, obra na qual me deleitei. Enfim,
dediquei-me, dia e noite, ao estudo dos Livros sagrados principalmente, e isso durante os anos de 1521
a 1522”.
[12] Bouvier (1987), p. 18.
[13] A maior obra para o estudo da história da Reforma na Suíça (estudo que renovou nosso
conhecimento desse período), foi a de Bruce Gordon, The Swiss Reformation (Manchester: Manchester
University Press, 2002). Bruce Gordon tinha antes publicado um breve resumo de seus trabalhos no
capítulo intitulado “Switzerland”, na obra conjunta de Andrew Pettegree, The Early Reformation in
Europe (Cambridge: Cambridge University Press, 1992), p. 70-93. Veja igualmente: Thomas A. Brady,
Turning Swiss: Cities and Empire, 1450-1550 (Cambridge: Cambridge University Press, 1985). Sobre
Zuínglio veja : J. V. Pollet, Huldrych Zwingli et le Zwinglianisme (Paris: Vrin, 1988); Ulrich Gäbler,
Huldrych Zwingli. His Life and Work (Edinburgh: T.& T. Clark, 1987 [1983]); G. R. Potter, Zwingli
(Cambridge: Cambridge University Press, 1976); Robert C. Walton, Zwingli’s Theocracy (Toronto:
University of Toronto Press, 1967); W. P. Stephens, The Theology of Huldrych Zwingli (Oxford:
Clarendon Press, 1986); W. P. Stephens, Zwingli. An Introduction to His Thought (Oxford: Clarendon
Press, 1994). Veja também L’histoire de la Réformation au XVIe siècle de J. H. Merle d’Aubigné (13
volumes), Genebra, 1835-1878.
[14] Veja Jean-Marc Berthoud, Calvino, Genebra e a propagação da Reforma na França do século
XVI (Brasília, DF: Monergismo, 2017).
[15] Bruce Gordon, The Swiss Reformation, op. cit., p. 139.
[16] Bruce Gordon, Clerical Discipline and the Rural Reformation: The Synod in Zürich, 1532-1580
(Bern: Peter Lang, 1992), p. 80.
[17] Ibid., p. 81.
[18] The Decades of Henry Bullinger, The Parker Society (Cambridge: The University Press, 1849-
1852). Quatro volumes.
[19] “Mutual consent of the Churches of Zurich and of Geneva as to the Sacraments”, em John Calvin,
Tracts and Treatises on the Doctrine and Worship of the Church (editado por Henry Beveridge),
volume II (Grand Rapids: Eerdmans, 1958), p. 212-220 (veja p. 200-243) ; “Acordo sobre os
sacramentos”, em Calvin homme d’Église (Genebra: Labor, 1936), p. 143-191; Paul Rorem, Calvin and
Bullinger on the Lord’s Supper, Grove Liturgical Study, No 12 (Nottingham: Grove Books, 1989); Jean
Cadier, La doctrine calviniste de la sainte cène (Montpellier: Faculte De Theologie Protestante De
Montpellier, 1951).
[20] “The Second Helvetic Confession (1566)” in John H. Leith (editor), Creeds of the Churches
(Atlanta: John Knox Press, 1977), p. 131-192 e “The Second Helvetic Confession of 1566”, in Arthur
C. Cochrane (editor), Reformed Confessions of the XVIth Century (Philadelphia: The Westminster
Press, 1966), p. 224-301.
[21] Bouvier, Henri Bullinger, op. cit., 1987, p. 122.
[22] Ibidem, p. 122-123.
[23] Sobre a herança do pensamento político de Bullinger, veja: Andries Raath e Shaun de Freytas,
“Theologico-Political Federalism: The Office of Magistracy and the Legacy of Heinrich Bullinger”,
Westminster Theological Journal, Vol. 63, 2001, p. 285-304.
[24] Pamela Biel, Doorkeepers at the House of Righteousness: Heinrich Bullinger and the Zurich
Clergy 1535-1575 (Berna: Peter Lang, 1991), p. 19-20. Henry Bullinger, The Decades, I-II (Vol. 1), p.
323-324.
[25] Henry Bullinger, The Decades, I-II (Vol. 1), p. 324.
[26] Robert C. Walton, “Heinrich Bullinger 1504-1575”, in Jill Raitt (editor), Shapers of the Religious
Traditions in Germany, Switzerland and Poland, 1560-1600 (New Haven: Yale University Press,
1981), p. 87.
[27] Pamela Biel, op. cit., p. 20.
[28] Ibidem.
[29] Ibid., p. 20-21; Bullinger, Decades, I/II, p. 329.
[30] Ibid., p. 35.
[31] Pamela Biel, op. cit., p. 35-36.
[32] Décadas, I/II, p. 339.
[33] Décadas, I/II, p. 339.
[34] Décadas, I/II, p. 340-341. O adágio latino: “Summun jus, summa injuria”.
[35] Aqui Bullinger não fala de todas as leis de Moisés, porque isso incluiria o Decálogo. Mas, como
ensina Tomás de Aquino, trata-se de leis da Torá que se aplicavam de maneira específica à vocação
particular de Israel, tal como o Antigo Testamento a definia.
[36] Décadas, I/II, p. 342-343.
[37] Décadas, I/II, p. 329.
[38] Nicolas Velimirovitch, Théodule: Le peuple serbe comme serviteur de Dieu (Lausanne: L’Age
D’Homme, 1999), p. 12.
[39] Veja a primeira parte intitulada: “L’Islam du XXe siècle” do livro magistral de Jules Monnerot,
Sociologie du communisme. Echec d’une tentative religieuse au XXe siècle (Paris: Gallimard, 1949).
[40] Ibidem, p. 13.
[41] Sobre essa questão veja as obras seguintes: André Piettre, La culture en question. Sens et non sens
d’une révolte (Paris: Desclée de Brouwer, 1969); Jean-Louis Harouel, Culture et contre-cultures (Paris:
PUF: 1994); John Senior, La restauration de la culture chrétienne (Bouere: Dominique Martin Morin,
1991); Henri Charlier, Culture, ecole, métier (Paris: Nouvelles Éditions Latines, 1959); Jean Brun, Le
retour de Dionysos (Paris: Desclée, 1969); Marcel De Corte, Essai sur la fin d’une civilisation (Paris:
Médicis, 1949); Etienne Gilson, La société de masse et sa culture (Paris: Vrin, 1967); F. R. Leavis e
Denys Thompson, Culture and Environment: The Training of Cultural Awareness (Londres: Chatto
and Windus, 1962); Jacques Barzun, The Culture We Deserve (Middleton: Wesleyan University Press,
1989); Denise Winn, The Manipulated Mind (Londres: Octagon Press, 1983); Frances Stonor Saunders,
The Cultural Cold War: The CIA and the World of Arts and Letters (New Press, 2000); Neil Postman,
Amusing Ourselves to Death: Public Discourse in the Age of Show Business (Viking Press, 1986);
Richard Hofstadter, Anti-Intellectualism in American Life (Vintage, 1966); Morris Berman, The
Twilight of American Culture (W. W. Norton, 2001); Charlotte Thompson Iserbyt, The Deliberate
Dumbing Down of America: A Chronological Paper Trail, 3D Research, September 1999 ; John T.
Gatto (ed.), Dumbing Us Down: The Hidden Curriculum of Compulsory Schooling (New Society,
2002); Charles J. Sykes, Dumbing Down Our Kids: Why American Children Feel Good About
Themselves But Can’t Read, Write, or Add (St. Martin's Press, 1996); Diane Ravitch, The Language
Police: How Pressure Groups Restrict What Students Learn (Knopf, 2003); Jane M. Healy,
Endangered Minds: Why Children Don't Think And What We Can Do About It (Touchstone, 1999);
Beverly Eakman, Cloning of the American Mind: Eradicating Morality through Education (Huntington
House, 1998) e Educating for the New World Order (Halcyon House, 1991).
[42] Aurelio A. Garcia Archilla, The Theology of History and Apologetic Historiography in Heinrich
Bullinger. Truth in History (San Francisco: Mellen Research University Press, 1992), p. 2.
[43] Heinrich Bullinger [nome ausente], “The Old Faith”, p. 1-83 em, Writings and Translations of
Myles Coverdale, Bishop of Exeter, The Parker Society (Cambridge, The University Press, 1844
[1547]). Veja também o texto de 1534 de Bullinger, “A Brief Exposition of the One and Eternal
Testament or Covenant of God by Heinrich Bullinger (1534)” em, Charles S. McCoy e J. Wayne
Baker, Fountainhead of Federalism: Heinrich Bullinger and the Covenantal Tradition (Eugene,
Oregon: Wipf and Stock, 1999 [1991]), p. 99-138.
[44] Edward A. Dowey, “Heinrich Bullinger as Theologian: Thematic, Comprehensive, Schematic”, in,
John H. Leith (editor), Calvin Studies V, Proceedings of the Eighth Colloquium on Calvin Studies
(Davidson College, Davidson, N.C., January 19-20, 1990), p. 57-58.
[45] Wilhelm Schmidt, SVD, The Origin and Growth of Religion: Facts and Theories (London:
Methuen & Company, 1931); Primitive Revelation (Saint Louis: Herder, 1939); The Culture Historical
Method of Ethnology (New York: Fortuny’s, 1939); Der Ursprung der Gottesidee: Eine Historisch-
kritische und positive studie, 12 volumes, 1926-1955. Sobre Wilhelm Schmidt, veja: Ernest Brandewie,
Wilhelm Schmidt and the Origin of the Idea of God (Lanham: University Press of America, 1983) e
When Giants Walked the Earth: The Life and Times of Wilhelm Schmidt SVD, (Fribourg, Suiça:
University Press Fribourg, 1990). Uma confirmação protestante das descobertas de Schmidt pode ser
encontrada no livro de Samuel M. Zwemer, Professor de História das Religiões em Princeton, The
Origins of Religion, (Nashville, Tennessee: Cokesbury Press, 1935). Para uma exposição mais popular
desse ensino, veja: Don Richardson, O fator Melquisedeque: o testemunho de Deus nas culturas
através do mundo (São Paulo: Vida Nova, 1995).
[46] Archilla, op. cit., p. 21, citando Der Alte Gloub.
[47] Veja J. Wayne Baker, Heinrich Bullinger and the Covenant: The Other Reformed Tradition
(Athens, Ohio: Ohio University Press, 1980); Charles S. McCoy e J. Wayne Baker, Fountainhead of
Federalism: Heinrich Bullinger and the Covenantal Tradition (Eugene, Oregon: Wipf and Stock, 1999
[1991]).
[48] Ernst Koch, Die Theologie der “Confessio Helvetica Posterior” (Neukirchen: Neukirchener
Verlag, 1968). Para uma excelente análise do desenvolvimento do ensino reformado sobre a aliança
criacional, veja: Rowland S. Ward, God & Adam: Reformed Theology and The Creation Covenant
(Wantirna, Austrália: New Melbourne Press, 2003).
[49] Archilla, op. cit., p. 22, citando Der Alte Gloub.
[50] Ibid., p. 22-23.
[51] Ibid., p. 25.
[52] Ibid., p. 25.
[53] Ibid., p. 26.
[54] Crawford Gribben, The Irish Puritans: James Ussher and the Reformation of the Church
(Darlington: Evangelical Press, 2003), p. 38. É encorajador notar o novo interesse pelos trabalhos
históricos e cronológicos de James Ussher, o qual se manifesta particularmente na excelente reedição
de sua obra prima, The Annals of the World (Green Forest, Arizona: Master Books, 2003), há muito
tempo esgotada. Veja também, “The Irish Articles of Religion, 1615”, em Philip Schaff, The Creeds of
Christendom, Vol. III, The Evangelical Protestant Creeds (Grand Rapids, Baker, 1983), p. 526-544.
Para “A confissão de fé de Westminster” veja, Les Textes de Westminster (Aix-en-Provence: Kerygma,
1988).
[55] Archilla, op. cit., p. 29, Decades I, Sermão 1.
[56] Manetho, tradução inglesa de W. G. Waddell (Cambridge, MS: Harvard University Press, 1997
[1940]). Sobre uma cronologia corrigida das dinastias egípcias, veja: Fernand Crombette, Livre des
noms des rois d’Égypte, 14 tomos (Tournai, Bélgica: Éditions CESHE).
[57]André e Renée Neher, Histoire biblique du peuple d’Israël, 2 vols (Paris: Adrien Maisonneuve,
1962) [ainda disponível, mas em um volume]. Sobre uma confirmação cultural e linguística dos relatos
da Torá, veja as obras seguintes: E. W. Hengstenberg, Egypt and the Books of Moses or The Books of
Moses Illustrated by the Monuments of Egypt (Andover: Allen, Morrill and Wardwell, 1843); Samuel
A. B. Mercer, Extra-Biblical Sources for Hebrew and Jewish History (Londres: Longmans, Green and
Co., 1913); A. S. Yahuda, Language of the Pentateuch in its Relation to Egyptian (Oxford University
Press, 1933); The Accuracy of the Bible: The Stories of Joseph, the Exodus and Genesis Confirmed and
Illustrated by Egyptian Monuments and Language (Londres: E. P. Dutton, 1935); James A. Pritchard
(editor), The Ancient Near East. An Anthology of Texts and Pictures, 2 vols (Princeton: Princeton
University Press, 1958 e 1975). Sobre uma revisão da história do Egito em conformidade com os
relatos bíblicos, veja : Fernand Crombette, Véridique histoire de l’Égypte antique, 3 tomos (Tournai,
Bélgica: Éditions CESHE, 1995-1997). Uma recente obra sobre a historicidade da Bíblia, de um ponto
de vista acadêmico tradicional, veja : K. A. Kitchen, On the Reliability of the Old Testament (Grand
Rapids: Eerdmans, 2003).
[58] Existe uma longa história da crítica (de diferentes pontos de vista) da cronologia oficial do Oriente
Médio Antigo, baseada nas dinastias de Manethon. Veja as obras seguintes: J. Lieblein, Recherches sur
la chronologie égyptienne (Christiania, 1873); Cecil Torr, Memphis and Mycenae: With Supplementary
Material on the Chronology Debate (Harpenden, Herts: ISIS, 1988 [1896]); Immanuel Velikovsky,
Ages in Chaos, From the Exodus to King Akhnaton (New York: Doubleday, 1952); Oedipus and
Akhnaton (New York: Doubleday, 1960 ; Peoples of the Sea (New York: Doubleday, 1977); Ramses II
and his Time (Londres: Sidgwick and Jackson, 1978); Donovan Courville, The Exodus Problem and its
Ramifications: A Critical Examination of the Chronological Relationship Between Israel and the
Contemporary Peoples of Antiquity, 2 vols (Loma Linda, CA: Challenge Books, 1971); Peter James
(editor), Centuries of Darkness. A challenge to the conventional chronology of Old World archaeology
(Londres: Jonathan Cape, 1991); Thomas Schirrmacher, “Auf dem Weg zu alternativen Chronologie
der Kulturgeshichte”, Biblia et Symbotica, 12 (Bonn: Verlag für Kultur und Wissenschaft, 1995), p. 73-
147; Fernand Crombette, Dossier Joseph, maître du monde et maître des sciences (Tournai, Bélgica:
Éditions CESHE, 1996); David Rohl, A Test of Time: The Bible – from Myth to History (Londres:
Random House, 1995); Legend: The Genesis of Civilisation (Londres: Century, 1998); The Lost
Testament – From Eden to Exile: The Five-Thousand-Year History of the People of the Bible (Londres:
Century, 2002); Roger Henry, Synchronized Chronology: Rethinking Middle East Antiquity (New
York: Algora, 2003).
[59] Sobre o estabelecimento cuidadoso de uma cronologia bíblica normativa, veja: Martin Anstey, The
Romance of Biblical Chronology, 2 vols (Londres: Marshall, 1913); Philip Mauro, The Wonders of
Bible Chronology: From the Creation of Adam to the Resurrection of Jesus Christ (Sterling, VA: Grace
Abounding Ministries, 1987 [1933]); Edward R. Thiele, A Chronology of the Hebrew Kings (Grand
Rapids: Zondervan, 1977); The Mysterious Numbers of the Hebrew Kings (Grand Rapids: Kregel, 1994
[1983]); Harold W. Hoehner, Chronological Aspects of the Life of Christ (Grand Rapids: Zondervan,
1977). Sobre uma justificação histórica erudita da historicidade impecável das duas genealogias
davídicas de Jesus Cristo, veja: Jacques Masson, Jésus, fils de David dans les généalogies de saint
Matthieu et de saint Luc (Paris: Téqui, 1982). Sobre uma justificação erudita da historicidade da vida
de Jesus Cristo, tal como descrita nos Evangelhos, veja: Arthur Loth, Jésus-Christ dans l’histoire
(Paris: François-Xavier de Guibert, 2003).
Numa outra perspectiva, foi recentemente descoberto que as genealogias reais medievais de inúmeras
monarquias da Europa do Norte desembocam todas, por caminhos bem diversos, na figura de Jafé,
terceiro filho de Noé. Veja: Bill Cooper, After the Flood: The early post-flood history of Europe traced
back to Noah (Chichester: New Wine Press, 1995).
Ainda numa outra perspectiva, foi também descoberto que alguns ideogramas da língua chinesa contêm
inúmeras e precisas indicações que se referem de maneira clara aos eventos descritos pelos primeiros
capítulos de Gênesis. Veja : C. H. Kong e Ethel R. Nelson, The Discovery of Genesis: How the Truths
of Genesis Were Found Hidden in the Chinese Language (Saint Louis: CPH, 1979); Ethel R. Nelson e
Richard E. Broadberry, Genesis and the Mystery Confucius Couldn’t Solve (Saint Louis: CPH, 1994).
Sobre a vida de Teodoro de Beza: A. Dufour, Théodore de Bèze, História literária da França,
L’Académie des Inscriptions et Belles-Lettres, volume 42 (Paris: Diffusion de Boccard, 2002), p. 315-
470. Esta obra fundamental foi revisada e publicada pela Editions Droz de Genebra.
A biografia clássica é a de P.-F. Geisendorf, Teodoro de Beza (Genebra: Alexandre Julien, 1967, 1949).
Ver também a obra antiga de H.M. Baird, Teodoro Beza. The Counsellor of the French Reformation
1519-1605 (Elibron Classics, 2003, 1899). Sobre a bibliografia das obras de Teodoro de Beza: F. Gardy
(com a colaboração de A. Dufour), Bibliografia das obras teológicas, literárias, históricas e jurídicas
de Teodoro de Beza (Genebra: Droz, 1960). Finalmente destaco o antigo estudo (mas sempre útil e
perspicaz) de A. Sayous, Theodore de Bèze, nos Estudos literários sobre os escritores franceses da
Reforma, Cherbulliez, Paris, 1854, Tomo I, pp. 243-358.
Sobre a história da época em que se desenvolveu esta longa vida: R. M. Kingdon, Geneva and the
Coming of the Wars of Religion in France 1555-1563 (Genebra: Droz, 1956); Geneva and the
Consolidation of the French Protestant Movement 1564-1572 (Genebra: Droz, 1967); S.M.
Manetsch, Theodore Beza and the Quest for Peace in France, 1572-1598 (Leyden: Brill, 2000); Arlette
Jouanna, A França do século XVI 1483-1598 (Paris: PUF, 2002, 1996); D. Crouzet, Os guerreiros de
Deus. A violência no tempo das guerras de religião (Champ Vallon, 2005, 1990).
[93] T. de Bèze, Correspondência, volumes 1-26 (1539-1585) (Genebra: Droz, 1960-2004).
[94] T. de Bèze, A vida de João Calvino (Châlon-sur-Saône: Europresse, 1993).
[95] Geisendorf, op. cit., 427.
[96] Ibid., 10.
[97] Dufour, op. cit., 321.
[98] Ver excelente artigo de H. Meylan, “A conversão de Beza ou as longas hesitações de um
humanista cristão”, em: De Erasmo a Teodoro de Beza (Genebra: Droz, 1976), 145-174.
[99] Dufour, op. cit., 320; Veja também Geisendorf, op. cit., 19-20.
[100] Dufour, op. cit., 322.
[101] Geisendorf, op. cit., 26-27.
[102] Sobre os anos de Beza em Lausanne, veja o livro antigo, mas sempre útil, de A. Bernus, Teodoro
de Beza em Lausanne. Estudo (Lausanne: Georges Bridel, 1900).
[103] Geisendorf, op. cit., 37.
[104] Geisendorf, op. cit., 55.
[105] Veja P. Pidoux, O saltério huguenote, tomo I. As melodias, tomo II. Documentos e
Bibliografia (Basileia: Baerenreiter, 1962); T. de Beza, Salmos versificados em francês (1551-1562),
editados por Pierre Pidoux (Genebra: Droz, 1984); C. Marot, Os Salmos. Edição crítica precedida de
um estudo por S.J. Lenselink (Assen, 1969).
[106] Pierre Courthial, “The Golden Age of Calvinism in France: 1533-1633”, em: W. Stanford Reid
(Editor), John Calvin. His Influence in the Western World, Zondervan, Grand Rapids, 1982, p. 75-92.
[107] Théodore de Bèze, Abraham sacrifiant, Droz, Genève, 1967, vers 49-62, p. 58-59.
[108] Geisendorf, op. cit., p. 62-63.
[109] Dufour, op. cit., p. 325. Abraham sacrificant, op. cit., p. 47-48. Essa tradição poética calvinista
desconhecida foi destacada por diversos eruditos. Citamos as obras seguintes: F. Charbonnier, La
Poésie Française et les Guerres de Religion (1560-1574), Paris, 1920; Raymond Lebègue, La tragédie
religieuse en France. Les débuts (1514-1573), Champion, Paris, 1920; Collectif, Protestantisme et
littérature, Je Sers, Paris, 1948; Henri Dubief, La Réforme et la littérature française, La Cause,
Carrières-sous-Poissy, 1972; Albert-Marie Schmidt, Études sur le XVIe siècle, Albin Michel, Paris,
1967; Mario Richter, Poetica e Poesia calvinista in Francia nel secolo XVI, Milano, 1969; Jean de
Sponde e la lingua poetica dei Protestanti nel Cinquecento, Cisalpino-Goliardica, Milano, 1973;
Michel Jeanneret, « Marot » et « Bèze », em: Poésie et tradition biblique au XVIe siècle. Recherches
stylistiques sur les paraphrases des Psaumes de Marot à Malherbe, Corti, Paris, 1969, p. 50-105:
Jacques Pineaux, La poésie des Protestants de langue française (1559-1598), Klincksieck, Paris, 1971;
Terence Cave, Devotional Poetry in France, c. .1570-1613, Cambridge University Press, Cambridge,
1969. Veja também, Malcolm C. Smith, Ronsard and Du Bellay versus Bèze. Allusiveness in
Renaissance Literary Texts, Droz, Genève, 1995. Sobre uma interpretação diferente da obra poética de
Beza veja a obra de Catharine Randall Coats, Subverting the System. D’Aubigné and Calvinism,
Sixteenth Century Essays and Studies, Volume XIV, Kirkville, 1990. Veja a antologia notável
organizada por Jacques Pineaux, La Polémique protestante contre Ronsard, 2 volumes, Marcel Didier
(STFM), Paris 1973. Veja igualmente as seguintes coletâneas: Le Chansonnier Huguenot du XVIe
siècle, 2 volumes, Tross, Paris, 1870 e Prosper Tarbé, Recueil de poésies calvinistes 1550-1566, Reims,
Dubois, 1866. Sobre a origem dessa tradição poética francesa, veja: Anatole de Montaiglon, Recueil de
Poésies françaises des XVe et XVIe siècles. Morales, Facétieuses, historiques, P. Jannet, Paris, 1855, 13
volumes. Uma antologia da tradição poética a partir do Saltério seria mais que bem-vinda.
Destaquemos, enfim, a adaptação « em francês moderno » por Marc-François Gonin: Les Pseaumes de
David. Colocada em rima por Clément Marot et Théodore de Beza, Vida, Nîmes,1998, sobre a qual o
poeta contemporâneo Pierre Emmanuel escreveu que esses textos « mantêm em sua estrutura e em sua
língua o sabor e o vigor do original ».
[110] Mario Richter, “Introduction”, dans Théodore de Bèze, Chrestiennes méditations, Droz, Genève,
1964, p. 10.
[111] Ibidem, p. 12.
[112] Ibidem, p. 24.
[113] Ibidem, p. 33-34.
[114] T. de Beza, Abraham sacrificant, op. cit., vers 797-818, p. 99-101.
[115] Beza nem de longe foi o único Protestante a retomar essa tradição. Veja: Noël du Fail, “Propos
rustiques” et “Baliverneries”, em Pierre Jourda, Conteurs français du XVe siècle, La Pléiade,
Gallimard, 1965; Propos rustiques, Balivernes et Contes et discours d’Eutrapel, harpentier, Paris,
1856; Charles Read (Editeur), La Satyre Ménippée, Librairie des Bibliophiles, Paris, 1876; Agrippa
d’Aubigné, “Les Avantures du Baron de Faeneste”, em Œuvres, Gallimard, Paris, 1969. Sobre Noël du
Fail veja: Emmanuel Philipot, La vie et l’œuvre littéraire de Noël du Fail, Gentilhomme Breton,
Champion Paris, 1914; Le style et la langue de Noël du Fail, Champion, 1914; Marie-Claire Bichard-
Thomine, Noël du Fail conteur, Champion, Paris, 2006.
[116] Sobre o lugar da sátira na Bíblia, em particular na denúncia profética dos erros e vícios, veja:
Thomas Jemielity, Satire and the Hebrew Prophets, Westminster John Knox Press, Louisville,1992, p.
15.
[117] Geisendorf, op. cit., 46.
[118] Théodore de Bèze, Le Passavant. Édition critique, introduction, traduction, commentaire, par J.
L. R. Ledegang-Keegstra, Thèse de Doctorat, Brill, Leiden, 2001, p. 365-367 et 372, vers 1-30 et 107-
122.
[119] Théodore de Bèze, Satyres chrestiennes de la cuisine papale, (Ed. Charles-Antoine Chamay)
Droz, Genève, 2005.
[120] L’ouvrage de Théodore de Bèze, Les vrais portraits des homme illustres, Slatkine, Genebra,
1986, testemunha abundantemente o vivo interesse de Teodoro de Beza pelas artes gráficas.
[121] Geisendorf, op. cit., p. 402.
[122] Geisendorf, op. cit., p. 69-70.
[123] Tadataka Maruyama, The Ecclesiology of Theodore Beza. The Reform of the True Church, Droz,
Genève, 1978, p. 137.
[124] Frederick Nolan, An Inquiry into the Integrity of the Greek Vulgate or Received Text of the New
Testament, Rivington, London, 1815, p. 413-415. Cité par Theodore Letis, The Majority Text. Essays
and Reviews on the Continuing Debate, Institute for Biblical Textual Studies, Fort Wayne, 1987, p.
134-135.
[125] Theodore Letis, op. cit., “Theodore Beza as Text Critic”, p. 123-124.
[126] Letis, op. cit., p. 124
[127] Basil Hall, “Préface”, in Irina Backus, The Reformed Roots of the English New Testament. The
Influence of Theodore Beza on the English New Testament, Pickwick Press, Pittsburgh, 1980, p. xi.
[128] Ibidem, p. 33-34.
[129] Richard Muller, “The use and abuse of a document”, in C.R. Trueman and R.S. Clark, Protestant
Scholasticism. Essays in Reconstruction (Milton Keynes: Paternoster Press, 1999), p. 33-61.
[130] J. Mallinson, Faith, Reason and Revelation in Theodore Beza (1519-1605) (Oxford University
Press, 2003).
[131] Shaw D. Wright, Our Sovereign Refuge. The Pastoral Theology of Theodore Beza (Milton
Keynes: Paternoster Press, 2004).
[132] H. Bullinger, A segunda confissão helvética (Aix-en-Provence, Kerygma, 2001).
[133] Théodore de Bèze, La Confession de foi du Chrétien, La Revue réformée N° 23-24, 1955. Ce
texte a été réédité dans une traduction anglaise: Theodore Beza, The Christian Faith, Focus Christian
Ministry Trust, Lewes, 1992. Le seul autre texte théologique de Bèze qui a été (à ma connaissance)
publié ces dernières années (outre les Chréstiennes méditations mentionnées plus tôt et d’extraits d’un
cours exégétique publié en latin chez Droz), est Theodore Beza, A Little Book of Christian Questions
and Reponses, Pickwick, Allison Park, 1986.
[134] Geisendorf, op. cit., p. 77.
[135] Ibid., p. 78.
[136] D. Nugent Voyez, Ecumenism in the Age of the Reformation: the Colloquy of Poissy
(Cambridge: Harvard University Press, 1974); H. Klipffel, O colóquio de Poissy: estudo sobre a crise
religiosa e política de 1561, sem local nem data.
[137] R.M. Kingdon, Myths about St Bartholomew’s Day Massacres 1572-1576 (Cambridge: Harvard
University Press, 1988); J. L. Bourgeon, O assassinato de Coligny (Genebra: Droz, 1992); Charles IX e
a noite de São Bartolomeu (Genebra: Droz, 1995).
[138] T. de Bèze, Du droits des magistrats (Genebra: Droz, 1970).
[139] Histoire ecclésiastique des églises reformées au Royaume de France (Paris: Fischbacher, 1889, 3
volumes).
[140] Veja sobre esse debate com os luteranos sobre a ceia: J. Raitt, The Eucharistic Theology of
Theodore Beza. Development of the Reformed Doctrine (Chambersburg: American Academy of
Religion, 1972); The Colloquy of Montbéliard. Religion and Politics in the Sixteenth Century (Oxford
University Press, 1993).
[141] Geisendorf, op. cit., p. 425.
[142] Borgeaud, op. cit., p. 313-314.
[143] Conferência dada no Colloque Biblique Francophone em Lyon, em 9 de abril de 2010.
[144] Paul Hazard, La crise de la conscience européenne, 1680-1715, Boivin, Paris, 1935, p. 465.
[145] Paul Hazard, op. cit., p. 466-467.
[146] Sobre Pictet, além da biografia bem documentada, mas de fato muito anedótica, de Eugène de
Budé, Vie de Bénédict Pictet théologien genevois 1655-1724, Georges Bridel, Lausanne, 1874, não
temos mais nada. O único estudo que dispomos é a tese de Antony Rochat, La Théologie chrétienne de
Bénédict Pictet, Taponnier e Studer, Genève, 1879 que nada mais é que uma crítica muito primária
sobre as grandes linhas da Otodoxia teológia de Pictet, de um ponto de vista liberal. A única obra de
Pictet reeditada na atualidade é: Bénédict Pictet, Lettre sur ceux qui se croient inspirés, Europresse,
Chalon-sur-Saône, 1993 [1721]. Veja as duas obras maiores de Benedito Pictet, La Théologie
chrétienne e la Science du Salut ou l’exposition des Vérités que Dieu a révélées aux Hommes dans la
Sainte Ecriture com a refutação dos erros contrários, Três volumes, Pela Compagnie des Libraires,
Genève, 1708 e Bénédict Pictet, La Morale chrétienne ou l’Art de bien vivre, Dois volumes, Pela
Compagnie des Libraires, Genève, 1710.
[147] Sobre a sã tradição escolástica reformada, veja as obras que se tornaram clássicas de Richard A.
Muller: Christ and the Decree. Christology and Predestination in Reformed Theology from Calvin to
Perkins, Baker Book House, Grand Rapids, 1986; Post-Reformation Reformed Dogmatics. Volume I,
Prolegomena to Theology; Volume II. Holy Scripture: The Cognitive Foundation of Theology; Volume
III. The Divine Essence and Attributes; Volume IV, The Triunity of God, Baker Book House, Grand
Rapids, 1987-2003. Carl R. Trueman and R. S. Clark (Editors), Protestant Scholasticism. Essays in
Reassessment, Paternoster Press, Carlisle, 1999; William J. van Asselt and Eef Dekker (Editors),
Reformation and Schoasticism. An Ecumenical Enterprise, Baker, Grand Rapids, 2001.
[148] Sobre o combate de Gisbertus Voetius contra Descartes, veja o belo livro de J. A. van Ruler, The
Crisis of Causality. Voetius and Descartes on God, Nature and Change, E. J. Brill, Leiden, 1995.
[149] Carl R. Trueman, The Claims of Truth. John Owen’s Trinitarian Theology, Paternoster Press,
Carlisle, 1998.
[150] Philippe Duplessis-Mornay foi o pai da apologética racional protestante. Veja sua célebre obra:
De la Vérité de la Religion Chrétienne contre les Athées, Épicuriens, Païens, Juifs, Mahumédites et
autres Infidèles, Chez Bonaventure et Abraham Elzevir, Leyden, 1651.
[151] Maria-Cristina Pitassi, De l’Orthodoxie aux Lumières. Genève 1670-1737, Labor et Fides,
Genève, 1992, p. 14.
[152] Francisco Laplanche atualmente é quem mais conhece esse período da história das doutrinas
reformadas. Veja: François Laplanche, L’évidence du Dieu chrétien. Religion, culture et société dans
l’apologétique protestante de la France classique (1576-1670), Association des Publications de la
Faculté de Théologie Protestante de Strasbourg, Strasbourg, 1983; Orthodoxie et prédication. L’œuvre
d’Amyraut et la querelle de la grâce universelle. Presses Universitaires de France, Paris, 1965;
L’Écriture, le sacré et l’histoire. Érudits et politiques protestants devant la Bible en France au XVII e
siècle, APA — Holland University Press, Amsterdam et Maarssen, 1986; La Bible en France entre
mythe et critique XVI e -XIX e siècle, Albin Michel, Paris, 1994.
[153] François Laplanche, Orthodoxie et prédication, op. cit., p. 288.
[154] F. P. van Stam, The Controversy over the Theology of Saumur, 1635-1650. Disrupting Debates
Among the Huguenots in Complicated Circumstances, APA — Holland University Press, Amsterdam
et Maarssen, 1988.
[155] Como se Deus não pudesse preservar a vocalização oral do texto, tão necessária a sua boa
compreensão, na leitura pública dos textos bíblicos pelos rabinos!
[156] Maria-Cristina Pitassi, De l’Orthodoxie aux Lumières, op. cit. p. 14.
[157] Registros da Companhia dos Pastores, em 6 de agosto de 1747. Citado por Maria-Cristina Pitassi,
De l’Orthodoxie aux Lumières, op. cit., p. 15.
[158] Gerrit Kreizer, François Turrettini: sa vie et ses œuvres et le Consensus, Georges Bridel,
Lausanne, 1900, p. 112.
[159] Maria-Cristina Pitassi, De l’Orthodoxie aux Lumières, op. cit., p. 24.
[160] Maria-Cristina Pitassi, De l’Orthodoxie aux Lumières, op. cit., p. 25.
[161] François Turrettini, Instituo Theologicae Elenctiae, Volume I, Locus 1, Questio XIII, citado e
traduzido por Maria-Cristina Pitassi, De l’Orthodoxie aux Lumières, op. cit., p. 25.
[162] Veja a obra fundamental de Laurence Lampert, Nietzsche and Modern Times. A Study of Bacon,
Descartes, and Nietzsche, Yale University Press, New Haven, 1993.
[163] Citamos aqui longos trechos desta longa carta que Claude Brousson endereçou em 1688 aos
pastores franceses exilados nos diversos refúgios protestantes. Veja: Claude Brousson « Lettre aux
Pasteurs de France réfugiés dans les États protestants, sur la désolation de leurs Églises et sur leur
propre exil. » In: Lettres et opuscules de feu Monsieur Brousson, Ministre et Martyr de l’Évangile,
Guillaume vande Water, Utrecht, 1701, p. 9-13.
[164] Atualmente muitos historiadores reconhecem que Galileu foi condenado pelo Cardeal Bellarmin
e pelo Santo Ofício, não por suas hipóteses cosmológicas não provadas na época, mas porque afirmava
que a nova ciência matemática e experimental que praticava com tanto brilhantismo se colocava, no
que dizia respeito ao conhecimento do mundo natural, acima da Bíblia, ou seja, acima do Autor divino,
Autor do universo e de suas leis. Para Bellarmin a ideia dualista, preconizada por Galileu, da existência
possível de dois sistemas de verdades opostas, mas igualmente admissíveis, de maneira alguma podiam
ser admitidos. A Revelação divina e a unidade do mundo e do pensamento humano exigiam uma ordem
única de Verdade, mas hierarquizada e ordenada em conformidade com as realidades divinas e naturais,
espirituais e criacionais.
[165] Claude Brousson “Lettre aux Pasteurs de France réfugiés dans les États protestants, sur la
désolation de leurs Églises et sur leur propre exil”. In: Lettres et opuscules de feu Monsieur Brousson,
Ministre et Martyr de l’Évangile, Guillaume vande Water, Utrecht, 1701, p. 9-13.
[166] Entre 1555 e 1792 doze de seus membros exerceram o cargo máximo de Síndico. Os detalhes da
biografia de Benedito Pictet provêm, principalmente, da obra de Eugênio de Budé, 1655-1724,
Georges Bridel, Lausanne, 1874. Nenhuma outra biografia existe e sua teologia, ou sua obra, jamais
foram objeto de estudo mais aprofundado. É uma lacuna ao menos surpreendente.
[167] Bénédict Pictet, La Théologie chrétienne ou la science du salut ou l’exposition des vérités que
Dieu a révélées aux hommes dans la Sainte Écriture, Trois volumes, Pour la Compagnie des Libraires,
Genève 1721, et La Morale chrétienne ou l’art de bien vivre, au même éditeur, en deux gros volumes,
1710.
[168] Bénédict Pictet, La Morale chrétienne ou l’art de bien vivre, op. cit., Préface.
[169] Sobre a grande figura de Jean Diodati, veja: Andrea Ferrari, John Diodati’s Doctrine of Holy
Scripture, Reformation Heritage Books, Gand Rapids, 2006 et William A. McComish, Epigones: A
Study of the Theology of the Genevan Academy at the Time of the Synod of Dort with special
reference to Giovanni Diodati, Pickwick Press, 1989. Veja a reedição notável da Bíblia italiana de
Giovanni Diodati: La Bibbia de Giovanni Diodati, Trois volumes, Mondadori, Milan, 1998.
[170] Sobre François Turrettini veja: G. de Budé, Vie de François Turrettini théologien genevois.
(1623-1687), Georges Bridel, Genève, 1871 e o belo estudo de Gerrit Keizer, François Turrettini sa vie
et ses œuvres et le Consensus, Georges Bridel, Lausanne, 1900. Sua obra maior foi recentemente
editada pela primeira vez em inglês: Francis Turretin, Institutes of Elenctic Theology, Three Volumes,
Presbyterian and Reformed, Phillipsburg, 1992.
[171] Veja o estudo notável de Michael Heyd, Between Orthodoxy and the Enlightenment. Jean-Robert
Chouet and the Introduction of Cartesian Science in the Academy of Geneva, Martinus Nijnhof and
The Magnes Press, The Hague and Jerusalem, 1982. Sobre a influência cartesiana nos círculos cristãos
da segunda metade do século XVII veja, entre outras obras: William H. Trapnell, Treatment of
Christian Doctrine by Philosophers of the Natural Light from Descartes to Berkeley, Oxford University
Press, Oxford, 1988; Walter Rex, Essays on Pierre Bayle and Religious Controversy, Martinus
Nijnhoff, The Hague, 1965; Maria-Cristina, Pitassi, Entre croire et savoir. Le problème de la méthode
critique chez Jean le Clerc, E. J. Brill, Leiden, 1987; Elisabeth Labrousse, Pierre Bayle. Hétérodoxie et
rigorisme, Albin Michel, Paris, 1996 [1964]; Henri Gouhier, Cartésianisme et Augustinisme au XVII e
siècle, Vrin, Paris, 1978. L’œuvre du juriste.
[172] Sobre Jean-Alphonse Turrettini veja: Edmond de Budé, Vie de J.-A. Turrettini 1671-1737,
Georges Bridel, Lausanne, 1880, como também os bons estudos de Maria-Cristina Pitassi nas três obras
seguintes editadas por ela: Apologétique 1680-1740. Sauvetage ou naufrage de la théologie?, Labor et
Fides, Genève, 1991; De l’Orthodoxie aux Lumières. Genève 1670-1737, Labor et Fides, Genève,
1992; Le Christ entre Orthodoxie et Lumières, Droz, Genève, 1994.
[173] Bénédict Pictet, La Théologie chrétienne, op. cit., Édition de 1708, Préface.
[174] Sobre Jacques Abbadie veja os artigos de Ruth Whelan, « Le Dieu d’Abraham et le Dieu des
philosophes: épistémologie et apologétique chez Jacques Abbadie (1656-1679) » in Apologétique
1680-1740. Sauvetage, op. cit., pp. 59 -71 et « Le Christ de Jacques Abbadie », in Le Christ entre
Orthodoxie et Lumières, op. cit. pp. 139-162. Veja, sobretudo: Jacques Abbadie, Traité de la Religion
Chrétienne. Où l’on établit la Religion Chrétienne par ses propres Caractères, Jean Neaulme, La Haye,
1741, Três volumes.
[175] Veja, entretanto, sua notável obra contra a indiferença religiosa: Bénédict Pictet, Preuves contre
l’indifférence des religions. 34 Tome II, pp. 475-480.
[176] Tome II, p. 475-480.
[177] Agrippa d’Aubigné, “Lettres sur diverses sciences”, Œuvres, Pléiade, Gallimard, Paris, 1969, p.
834-835. Lettre écrite avant 1616.
[178] Entre os modernos poderíamos nomear as figuras exemplares de Johann Georg Hamann e Julius
Friedrich Stahl, Edmund Burke e Robert L. Dabney, Mgr Pie e Mgr Lefebvre, Georges Florovsky e
Justin Popovich, J. Gresham Machen e Cornelius Van Til, C. S. Lewis e Francis Schaeffer, Pierre
Courthial e Rousas J. Rushdoony.
[179] Eugène de Budé, Vie de Bénédict Pictet, op. cit., p. 20.
[180] Eugène de Budé, Vie de Bénédict Pictet, op. cit., p. 21.
[181] Eugène de Budé, Vie de Bénédict Pictet, op. cit., p. 77-78.
[182] Trata-se aqui de sua última obra intitulada: Prières sur tous les chapitres de l’Écriture sainte,
publicado em Genebra em 1725, no ano seguinte à sua morte.
[183] Eugène de Budé, Vie de Bénédict Pictet, op. cit., p. 94-95.
[184] Eugène de Budé, Vie de Bénédict Pictet, op. cit., p. 79.
[185] Eugène de Budé, Vie de Bénédict Pictet, op. cit., p. 79-80.
[186] Ele compôs um grande número de coletâneas de orações, sem falar das orações que se encontram
no final de cada capítulo de sua Moral cristã. Seguem os títulos de algumas de suas coletâneas: —
Prières sur chaque jour de la semaine et sur divers sujets (1712). — Plusieurs élévations de l’âme fidèle
à Dieu (1712). — Prières pour les principales solennités des chrétiens (1713). — Prières sur les
Psaumes (1722). — Prières sur tous les chapitres de l’Écriture sainte (1725).
[187] Bénédict Pictet, “Préface”, Consolations pour les affligés, Genève 1721. Citado por Eugène de
Budé, Vie de Bénédict Pictet, op. cit., p. 97-99.
[188] Jacob Vernet, pastor genebrino, mais tarde ajudou Jean-Alphonse Turrettini em sua obra de
demolição da Genebra ortodoxa.
[189] Eugène de Budé, Vie de Bénédict Pictet, op. cit., p. 151-152.
[190] Eugène de Budé, Vie de Bénédict Pictet, op. cit., p. 245.
[191] Michael Heyd, Between Orthodoxy and the Enlightenment, op. cit., p. 200.
[192] Bénédict Turrettin, “Sermon II”, dans: Profit des châtiments, ou Sept sermons sur
l'exhortation contenue en l' Epístola aos Hebreus citada por Eugène de Budé, Vie de
Bénédict Pictet, op. cit., p. 296-297.
[193] François Turrettini, Recueil de Sermons sur divers textes de l’Écriture Sainte pour l’État présent
de l’Église, p. 674.676, citado por Maria-Cristina Pitassi, De l’Orthodoxie aux Lumières. Genève 1670-
1737, Labor et Fides, Genève, 1992, p. 36-36.
[194] Maria-Cristina Pitassi, De l’Orthodoxie aux Lumières, p. 44.
[195] Paraelectionum Joh. Alphonsi Turrettini, citado e traduzido por: Maria-Cristina Pitassi, De
l’Orthodoxie aux Lumières. Genève 1670-1737, Labor et Fides, Genève, 1992, p. 45-46.
[196] Maria-Cristina Pitassi, De l’Orthodoxie aux Lumières, p. 46.
[197] Subscrevemos.
[198] Maria-Cristina Pitassi, De l’Orthodoxie aux Lumières, p. 47.
[199] É possível encontrar o texto da Formula Consensus Helveticus no anexo do terceiro volume (p.
497-511) de l’Histoire de l’Église de Genève de J. Gaberel. Este texto está disponível na Librairie La
Proue, Escaliers du Marché 17, CH-1003, Lausanne, Suisse.
[200] Nunca encontrei alguma explicação sobre essa ausência.
[201] Sobre as relações íntimas de Voltaire com a família Tronchin veja: Henry Tronchin, Le
Conseiller François Tronchin et ses amis Voltaire, Diderot, Grimm, etc. d' depois, alguns
documentos inéditos, Plon, Paris, 1895. 60 Sobre a religião de Rousseau veja: Pierre-Maurice Masson,
La religion de Jean-Jacques Rousseau, três volumes, Hachette, Paris, 1916.
[202] Sobre a religião de Rousseau veja: Pierre-Maurice Masson, La religion de Jean-Jacques
Rousseau, três volumes, Hachette, Paris, 1916.
[203] Olivier Fatio, “Introduction”, Maria-Cristina Pitassi, Apologétique 1680-1740. Sauvetage ou
naufrage de la théologie?, Labor et Fides, Genève, 1991, p. 11.
[204] Bénédict Pictet, La Morale chrétienne ou l’Art de bien vivre, La Compagnie des Libraires,
Genève, 1710, Tome I, p. 56-57.
[205] Bénédict Pictet, La Morale chrétienne ou l’Art de bien vivre, p. 60.
[206] Olivier Fatio, “Le Christ des Liturgies”. In: Maria-Cristina Pitassi, Le Christ entre Orthodoxie et
Lumières.
[207] Ibidem, p. 21.
[208] M. C. Pitassi, Le Christ entre Orthodoxie et Lumières, p. 23.
[209] M. C. Pitassi, Le Christ entre Orthodoxie et Lumières, p. 27. Lemos em nota a crítica seguinte
endereçada pelo filósofo cartesiano, antigo aluno de Pictet, Jean le Clerc, sobre o que considerava ser a
mediocridade poética de seus cânticos: nesses hinos vemos apenas um teólogo, mas nenhuma
genialidade poética, o que os torna extremamente frios. Esses cânticos cheiram a sermão e aqueles que
os cantam se exortam mutuamente, como se estivessem no púlpito. Creio que se deveria sempre falar
com Deus e em termos que não fossem escolásticos, como são alguns desses cânticos. Os próprios
termos da Escritura são muito bons em tudo o mais, como nas Confissões de Fé, mas não combinam
muito bem com a poesia atual (Ibidem, p. 27, nota 48).