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SECRETARIA DE ESTADO DA SAUDE

PROGRAMA DE APRIMORAMENTO PROFISSIONAL

LIDIA IZUMI YAMAMOTO

Avaliação antropométrica de crianças e adolescentes – comparação entre os


padrões de referência: NCHS 2000 e OMS 2007

Monografia apresentada ao Programa de


Aprimoramento Profissional/SES, elaborada
na Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo – Departamento
de Nutrição
Área: Nutrição em Saúde Pública

Faculdade de Saúde Pública


2009
Avaliação antropométrica de crianças e adolescentes – comparação
entre os padrões de referência: NCHS 2000 e OMS 2007

LIDIA IZUMI YAMAMOTO

Monografia apresentada ao Programa de


Aprimoramento Profissional/SES, elaborada
na Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo – Departamento
de Nutrição
Área: Nutrição em Saúde Pública

Faculdade de Saúde Pública


2009
Resumo

Yamamoto, L.I. Avaliação antropométrica de crianças e adolescentes – comparação


entre os padrões de referência: NCHS 2000 e OMS 2007. São Paulo: Faculdade de
Saúde Publica da USP; 2009.

Introdução. O monitoramento nutricional de crianças e adolescentes é fundamental


para a predição de suas tendências alimentares e nutricionais. Para tanto, podem ser
utilizados padrões de referência de crescimento. Objetivo. Identificar diferenças entre
o diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes, ao se utilizar o padrão de
referência da OMS de 2007 e do NCHS de 2000. Metodologia. Realizou-se um estudo
transversal, com a amostra de conveniência, com coleta de dados antropométricos de
crianças e adolescentes de 7 a 15 anos, freqüentadores de um Centro de Saúde. Para a
avaliação do estado nutricional foram empregados os índices estatura/ idade e IMC/
idade de gráficos de crescimento da OMS de 2006 e NCHS de 2000. Para a análise dos
resultados utilizou-se o teste de hipótese bicaudal. Resultados. Foram obtidos dados
de 96 crianças e adolescentes, dos quais todos apresentaram altura adequada para a
idade, segundo os dois padrões de referência. Na população total houve uma diferença
estatística entre o diagnóstico de indivíduos com sobrepeso e eutrofia, ao se utilizar o
referencial da OMS de 2007 (16,7 % de indivíduos com sobrepeso e 71,9% eutróficos)
e do NCHS de 2000 (8,3% de indivíduos com sobrepeso e 81,2% eutróficos). Apesar
de não existir diferença estatística entre o número de obesos, verifica-se que o padrão
OMS (2007) diagnotica maior número de obesos. Discussão. A adequada altura para a
idade é reflexo da melhoria da qualidade de vida da população nas últimas décadas. O
maior número de indivíduos considerados com sobrepeso e obesidade ocorreu com a
utilização do padrão OMS de 2007, devido a diferença entre os pontos de corte em
relação ao padrão do NCHS de 2000. Essa divergência é devido às diferenças na
metodologia para a construção dos referenciais, tais como. Ao verificar maior
prevalência de sobrepesos na população, o referencial da OMS de 2007 pode realizar
um diagnóstico precoce de risco para a obesidade, o que contribui para a elaboração de
políticas públicas que visem a prevenção da obesidade e suas comorbidades.
Conclusão. O se utilizar o padrão de referência da OMS de 2007 diagnosticou-se
maior número de indivíduos com sobrepeso em relação ao padrão do NCHS de 2000.
SUMÁRIO

Introdução ...................................................................................................................... 1

Metodologia ................................................................................................................... 3

Resultados ...................................................................................................................... 5

Discussão ....................................................................................................................... 8

Conclusão ...................................................................................................................... 9

Referências .................................................................................................................... 9

Anexos ......................................................................................................................... 13
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores críticos para diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes,


segundo o índice IMC/ idade ......................................................................................... 4

Tabela 2 - Valores críticos para diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes,


segundo o índice estatura/ idade .................................................................................... 4

Tabela 3 - Estado nutricional segundo índice IMC/ idade para meninos ..................... 6

Tabela 4 - Estado nutricional segundo índice IMC/ idade para meninas ..................... 6

Tabela 5 - Estado nutricional segundo índice IMC/ idade do total de crianças e


adolescentes ................................................................................................................... 7
1. INTRODUÇÃO

O cuidado com a alimentação é um aspecto fundamental na promoção da saúde


de crianças e adolescentes, para possibilitar um bom desenvolvimento, promover
hábitos alimentares saudáveis e prevenir doenças nutricionais e metabólicas
(ROTENBERG e VARGAS, 2004).
Dentre as ações para esse cuidado está o monitoramento do estado nutricional
da população, pelo qual é possível predizer tendências alimentares e nutricionais, e
desenvolver intervenções nutricionais.
O monitoramento pode ser realizado através da antropometria, técnica pela qual
é possível mensurar medidas corporais de indivíduos, que fornece indicadores do seu
estado nutricional, tais como peso, estatura, dobras cutâneas, etc (KAMIMURA et al.,
2003); trata-se de um método de baixo custo, não invasivo, de fácil execução e bem
aceito pela população. Para interpretar essas medidas é importante selecionar um
parâmetro de referência que, em geral, são curvas de crescimento estabelecida em uma
dada população segundo sexo e idade, que utilizam índices como a relação peso/ idade,
altura/ idade, o Índice de Massa Corporal (IMC), ou mesmo a relação IMC/ idade.
Estes índices podem ser classificados em escores z, percentis ou percentis de mediana,
os quais refletem os pontos de corte para classificação do estado nutricional em uma
população (WHO, 1995; HAMMOND 2005).
No Brasil, até o ano de 2007, os serviços de saúde utilizavam os padrões de
referência do NCHS de 2000 para a avaliação do estado nutricional de crianças e
adolescentes. Entretanto, as curvas do NCHS apresentavam graves falhas técnicas e
biológicas que impediam a adequada avaliação nutricional desta população. No caso
do padrão de referência para crianças de 0 a 5 anos, a amostragem utilizada para a
elaboração das curvas foi constituída por um grupo de crianças provenientes apenas da
população norteamericana, o que impossibilita a adequada aplicação como referência
internacional de crescimento. Além disso, maior parte destas crianças eram
alimentadas por amamentação predominantemente artificial, o que impedia a
verificação do crescimento ótimo da criança (através do aleitamento materno exclusivo
até os seis meses de idade) (VICTORA et al., 2008). Os gráficos para crianças em
idade escolar e adolescentes apresentavam falhas principalmente no gráfico do índice
IMC/ idade; este não possuía valores que dessem continuidade aos valores do gráfico
de crescimento de crianças menores de 5 anos, nem aos pontos de corte para a
classificação nutricional em adultos (de ONIS et al., 2007), e não foram atualizadas
quanto à tendência à obesidade presente na população.
Ao mesmo tempo, os métodos estatísticos, utilizados para a elaboração das
curvas, se tornaram obsoletos, inapropriados para descrever o padrão e variabilidade
do crescimento normal (VICTORA et al., 2008).
Com a publicação de novas curvas de crescimento pela OMS em 2006 e 2007,
que apresentam características mais atualizadas e adequadas para a avaliação do
crescimento e do estado nutricional, o Ministério da Saúde tem se esforçado para
incorporá-las nos serviços de saúde e substituir as curvas do NCHS, utilizadas até
então (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
Os novos padrões de referência da OMS para crianças de 0 a 5 anos,
diferentemente das curvas do NCHS 2000, utilizou uma amostragem de grupos
populacionais de diferentes países provenientes dos continentes norte-americano, sul-
americano, africano, europeu e asiático, que possibilitou a adequada aplicação como
referência internacional de crescimento. Além disso, ao incluir somente os dados de
crianças que receberam aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, as
curvas permitem verificar o crescimento ótimo da criança (VICTORA e col, 2008). A
OMS considerou também as condições ambientais, o desenvolvimento motor e
indicadores funcionais em conjunto com o crescimento antropométrico para verificar o
crescimento e desenvolvimento plenos (WIJNHOVEN et al, 2004).
Já o gráfico de crescimento para crianças e adolescentes (5 a 19 anos) é uma
reconstrução da referência recomendada pelo NCHS em 1977, no qual se utilizou a
amostra original, constituída por indivíduos de 1 a 24 anos, e acrescentaram-se os
dados de crianças de 18 a 71 meses da curva de crescimento da OMS (2006),
permitindo, assim, que haja uma transição adequada entre os valores do gráfico para
crianças pré-escolares (OMS, 2006) e o de 5 a 19 anos. Além disso, os dados
receberam tratamentos estatísticos mais modernos iguais aos utilizados para o
desenvolvimento de gráficos para crianças pré-escolares” (DE ONIS e col., 2007).
As novas curvas da OMS de 2007 dão continuidade ao padrão de crescimento
infantil da OMS até os 5 anos de idade e aos pontos de corte de sobrepeso e obesidade
recomendados para os adultos, correspondendo à referência adequada para a avaliação
nutricional das crianças e adolescentes dos 5 aos 19 anos (de ONIS et al., 2007).
Devido às diferenças estruturais entre as curvas referidas, a utilização de cada
uma delas pode levar a uma classificação nutricional distinta. Há um escasso número
de estudos comparando tais diferenças, principalmente em relação às curvas de 2007
que são mais recentes. Estudo de TORRES et al (2007) verificou que não existe
diferença significativa entre os padrões OMS (2006) e NCHS (2000) na classificação
do estado nutricional de pré- escolares. Entretanto, segundo esses autores, a referência
da OMS de 2006 detectou mais precocemente o risco de comprometimento de estatura
e incidência de obesidade em relação as curvas do NCHS, o que aumenta as chances
de recuperação do estado nutricional infantil.
Considerando a importância de monitorar o estado nutricional de crianças e
adolescentes, foi possível verificar e analisar as tendências alimentares e nutricionais
dos freqüentadores do Centro de Juventude São Paulo da Cruz, em uma oportunidade
de executar uma das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).
Como existe a hipótese de que os padrões de referência do NCHS de 2000 e
OMS de 2007 promovem diagnósticos nutricionais diferentes em uma determinada
população, o presente estudo teve como objetivo identificar essas diferenças entre os
freqüentadores do Centro de Juventude São Paulo da Cruz.

2. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo transversal, com amostra de conveniência com crianças


e adolescentes, entre 7 a 15 anos de idade, freqüentadores do Centro de Juventude São
Paulo da Cruz, localizado no bairro de Pinheiros, no município de São Paulo. Este
Centro acolhe cerca de 100 estudantes que o freqüenta antes ou após do período
escolar, e promove atividades educativas e culturais para os mesmos.
A coleta dos dados antropométricos foi realizada entre os meses de setembro e
outubro de 2008, por pessoal treinado (constituído por três nutricionistas e uma
estagiária do curso de Nutrição) da Faculdade de Saúde Pública da USP. O peso foi
aferido através de duas balanças digitais da marca Plenna, com capacidade de 150kg e
intervalo de 100g, e a estatura com dois estadiômetros portáteis, de capacidade de 2m
de altura e intervalos de 1 mm. Todas as medidas foram tomadas em duplicata, com
cada indivíduo em pé, na posição ereta, para minimizar os erros intraindividuais
durante coleta.
Para a realização da antropometria, as balanças utilizadas foram calibradas a
fim de reduzir o erro entre as medidas.
Os dados colhidos foram tabulados e armazenados no programa Microsoft
Excel 2003. Após o calculo do IMC, o estado nutricional dos indivíduos foi
classificado pelos índices estatura/ idade e IMC/ idade segundo os pontos de corte
definidos pelas duas referências (tabela 1 e 2). Os gráficos de crescimento utilizados
encontram-se no anexo 1.

Tabela 1. Valores críticos para diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes,


segundo o índice IMC/ idade

OMS 2007 NCHS 2000

Diagnóstico Diagnóstico
Valores Críticos Valores Críticos
Nutricional Nutricional
< Percentil 3 Baixo IMC para < Percentil 5 Baixo IMC para
idade idade
≥ Percentil 3 e < IMC adequado ou ≥ Percentil 5 e < IMC adequado
Percentil 85 eutrófico Percentil 85
≥ Percentil 85 e < Sobrepeso ≥ Percentil 85 e Risco de obesidade
Percentil 97 < Percentil 95
≥ Percentil 97 Obesidade ≥ Percentil 95 Obesidade

Tabela 2. Valores críticos para diagnóstico nutricional de crianças e adolescentes,


segundo o índice estatura/ idade
OMS 2007 NCHS 2000
Valores Diagnóstico Valores Diagnóstico
Críticos Nutricional Críticos Nutricional
< Percentil 3 Baixa estatura para < Percentil 5 Baixa estatura para
idade idade
≥ Percentil 3 Estatura adequada para ≥ Percentil 5 Estatura adequada para
idade idade
É possível verificar que os pontos de corte das duas referências são diferentes.
Enquanto os pontos de corte da referência da OMS (2007) variam entre o percentis 3 a
97, o NCHS (2000) apresenta percentis de 5 a 95.
Existe também uma diferença em uma das nomenclaturas utilizadas para o
diagnóstico nutricional; o termo “sobrepeso” é utilizado pela OMS (2007) e “risco
para obesidade” pelo NCHS (2000).
Para a comparação da diferença da classificação nutricional entre as duas
referências foi calculado o teste de hipótese bicaudal pelo programa Microsoft Excel
2003, com nível de significância estabelecido a 5%. Definiu-se como hipótese nula
(H0) a igualdade do diagnóstico do estado nutricional entre a utilização dos padrões de
referência da OMS (2007) e do NCHS (2000). Já a hipótese alternativa (Ha) foi
definida como a diferença entre o diagnóstico do estado nutricional entre a utilização
dos mesmos padrões de referência. Para o teste, decidiu-se rejeitar H0.

3. RESULTADOS

A amostra foi composta por 96 crianças e adolescentes, com idade entre 7 e 15


anos, sendo 47 meninas (49%) e 49 meninos (51%) (gráfico 1).

Gráfico 1. Distribuição de indivíduos segundo gênero

Meninos
Meninas
49%
51%

Todos os indivíduos apresentaram estatura adequada para idade, segundo


ambas as referências. A distribuição da estatura nos gráficos de crescimento
encontram-se nas figuras de 1 a 4.
O número e as freqüências dos estados nutricionais de meninos, meninas, e do
total de crianças e adolescentes, segundo o índice IMC/ idade, encontram-se nas
tabelas 3, 4 e 5 respectivamente.

Tabela 3: Estado nutricional segundo índice IMC/ idade para meninos


NCHS 2000 OMS 2007
% n % n
Baixo peso 2,4% 1 2% 1
Eutrofia 81,6 40 71,4% 35
Sobrepeso 4,1% 2 14,3% 7*
Obesidade 12,2% 6 12,2% 6
* Valores estatisticamente diferentes (nível de significância α=5%)

Observa-se na tabela 3 que apenas o número de meninos com sobrepeso foi


estatisticamente diferente entre as duas referências a um nível de significância α =5%.
Entretanto, apesar de não haver diferenças estatísticas, os resultados indicam que
houve uma freqüência menor de meninos eutróficos ao se utilizar o padrão de
referência da OMS de 2007.

Tabela 4: Estado nutricional segundo índice IMC/ idade para meninas


NCHS 2000 OMS 2007
% n % n
Baixo peso 0% 0 0% 0
Eutrofia 80,9 % 38 72,3% 34
Sobrepeso 12,8% 6 19,1% 9
Obesidade 6,4% 3 8,5% 4

Entre as meninas, não houve diferença estatística na classificação do estado


nutricional, segundo as duas referências. No entanto, observa-se que existe um
aumento na freqüência de meninas com sobrepeso e obesidade quando se utiliza o
padrão da OMS de 2007.
Tabela 5: Estado nutricional segundo índice IMC/ idade do total de crianças e
adolescentes
NCHS 2000 OMS 2007
% n % n
Baixo peso 1% 1 1% 1
Eutrofia 81,2% 78 71,9% 69*
Sobrepeso 8,3% 8 16,7% 16*
Obesidade 9,4% 9 10,4 % 10
* Valores estatisticamente diferentes (nível de significância α=5%)

Considerando a população total investigada, a prevalência de indivíduos com


sobrepeso é estatisticamente maior (para α=5%) quando se utiliza o referencial OMS
de 2007 em relação ao do NCHS 2000. Já o número de indivíduos classificados como
eutróficos é maior quando se utiliza referencial do NCHS. Não houve diferença
estatisticamente significante entre os números de indivíduos com baixo peso e
obesidade.

4. DISCUSSÃO

O fato de todos os indivíduos estudados apresentarem altura adequada para a


idade, segundo os padrões de referências utilizados, é reflexo da atual tendência de
declínio do déficit de altura para idade entre crianças e adolescentes no Brasil. Esse
fenômeno é decorrente da melhoria da qualidade de vida da população, tais como a
distribuição de renda, do acesso à saúde e saneamento e da educação (IBGE, 2006).
No caso da classificação do estado nutricional segundo o índice de IMC/ idade,
encontrou-se diferença estatística quanto ao número de indivíduos classificados como
sobrepeso e eutróficos, na população total estudada; diagnosticou-se um número maior
de indivíduos com sobrepeso ao utilizar o padrão de referência da OMS de 2007. Essa
diferença ocorreu, pois os valores dos pontos de corte para sobrepeso e obesidade
deste índice são consideravelmente menores na referência da OMS (2007) em relação
à do NCHS (2000) (de ONIS et al., 2007). Tais diferenças entre os pontos de corte
ocorreram uma vez que os gráficos da OMS de 2007 foram construídas acrescentando-
se dados de crianças de 18 a 71 meses da curva de crescimento da OMS (2006), além
de se utilizar testes estatísticos diferentes. Assim, ao se utilizar o padrão de referência
da OMS de 2007 para classificar o estado nutricional, existe a possibilidade de se
encontrar uma incidência maior de indivíduos classificados como obesos ou com
sobrepeso.
Desta maneira, é possível que o padrão de referência da OMS de 2007
diagnostique o risco para a obesidade mais precocemente, tal como verificou TORRES
et al. (2007) em crianças com idade pré-escolar. O sobrepeso é considerado um
indicador de risco a obesidade e suas comorbidades (GUO e CHUMLEA, 1999), que
pode permanecer na vida adulta, na qual os indivíduos tem maiores riscos de adoecer
(GORAN, 2001). Entretanto já é descrito na literatura que as complicações devido ao
sobrepeso são evidentes durante a infância e juventude, tais como o surgimento de
diabetes tipo 2 e fatores de risco vasculares como hiperlipidemia, hipertensão ou
hiperinsulinemia (FREEMAN et al., 1999; FAGOT- CAMPAGNA et al., 2000;
ROCHINI, 2002).
A alta incidência e prevalência da obesidade e sobrepeso no Brasil e no mundo
indica a importância de diagnosticá-los e controlá-los precocemente. Em 1974
observava-se uma prevalência de excesso de peso de 4,9% entre crianças brasileiras de
6 e 9 anos de idade e de 3,7% entre os adolescentes de 10 a 18 anos. Já em 1996-97,
foi observado que 14% da população na faixa etária de 6 e 18 anos apresentavam de
excesso (WANG et al., 2002).
Um diagnóstico precoce dos riscos para obesidade é de extrema importância
para a elaboração de políticas públicas e ações voltadas para a vigilância e o cuidado
do estado nutricional de crianças e adolescentes, prevenindo assim, a instalação da
obesidade. Para tanto, a utilização dos novos padrões de referência de crescimento da
OMS (2007) pode contribuir para a melhoria do estado nutricional desta população, e
conseqüentemente evitar e/ ou minimizar possíveis agravos à saúde.

5. CONCLUSÃO

Houve diferença no número de indivíduos classificados com sobrepeso na


população estudada ao se comparar a utilização do padrão de referência do NCHS de
2000 e da OMS de 2007. Com o padrão de referência da OMS (2007) verificou-se uma
maior prevalência de sobrepeso, o que possivelmente representa um diagnóstico
precoce de risco para a obesidade.

6. REFERÊNCIAS

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GORAN MI. Metabolic precursors adn effects of obesity in children: a decade of


proogress, 1990-1999. Am J Clin Nutr. 2001. 73:158.

GUO, SS; CHUMLEA, WC. Tracking of body mass index in children in relation to
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HAMMOND, K.A. Avaliação Dietética e Clínica. In: MAHAN, L.K.; ESCOTT-


STUMP, S. Krause – Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca. 11ª ed.
2005, p. 391-418.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos


Familiares 2002-2003: Antropometria e Análise do estado nutricional de crianças
adolescentes no Brasil. Rio de Janeiro. IBGE; 2006.

KAMIMURA, M.A.; BAXMANN, A.; SAMPAIO, L.R.; CUPPARI, L. Avaliação


Nutricional. In: CUPPARI, L. Guias de nutrição: nutrição clínica no adulto. Barueri:
Manole. 2003, p. 71-109.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília


(DF): Ministério da Saúde, 2003.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional. 2008.
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http://nutricao.saude.gov.br/sisvan.php?conteudo=curvas_cresc_oms.

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ROTENBERG S, VARGAS S. Práticas alimentares e o cuidado com a saúde: de


alimentação da criança à alimentação da família. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., v.
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TORRES AAL e col. Avaliação antropométrica de pré-escolares – comparação entre


os referenciais: NCHS 2000 e OMS 2005. Rev. Eletr. Enf., v. 9, n. 1, p. 166-175, 2007.

VICTORA CG, ARAÚJO CL, de ONIS M. Uma nova curva de crescimento para o
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WANG, Y.; MONTEIRO, C.; POPKIN, B. M. Trends of obesity and underweight in


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WIJNHOVEN TMA; DE ONIS, M; ONYANGO A.W., Wang T., Bjoerneboe G.E.A.,


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the use and interpretation of anthropometry physical status. Geneva: WHO [serial on
line] 1995 (WHO Technical Report Series, v.854). Disponível em: URL:
http://whqlibdoc.who.int/trs/WHO_TRS_854.pdf
ANEXOS

Anexo 1. Gráfico de crescimento NCHS de 2000: Altura/ idade


Meninos Meninas

Anexo 2. Gráfico de crescimento NCHS de 2000: IMC/ idade


Meninos Meninas
Anexo 3. Gráfico de crescimento OMS de 2007: Altura/ idade
Meninos

Meninas
Anexo 4. Gráfico de crescimento OMS de 2007: IMC/ idade
Meninos

Meninas

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