Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Albert Marten Wolters é o autor desta obra publicada pela editora Cultura Cristã.
Professor de religião e teologia, tem sido influenciado fortemente pela linha de
pensamento calvinista e kuyperiana. A Criação Restaurada retrata bem isto nas suas 127
páginas.
No primeiro capítulo o autor discorre sob o título: “O que é uma cosmovisão?”.
Nele uma pequena introdução também é feita onde é argumentado o objetivo do livro.
Uma cosmovisão bíblica e o seu significado para a vida prática é o interesse da sua
dissertação. Alguns teólogos são citados como desenvolvedores deste tema, tais como
Agostinho, Calvino e Abraham Kuyper. Em seguida, Wolters, fala a respeito do
significado da palavra cosmovisão e da sua aplicação para a vida dos indivíduos,
definindo cosmovisão como “a estrutura compreensiva da crença de uma pessoa sobre
as coisas”. O leitor pode encontrar uma boa explicação sobre esta máxima do autor nos
parágrafos seguintes. Ele também afirma que todos nós temos uma cosmovisão e a
usamos nas mais variadas situações, ainda que de forma inconsciente, sendo assim “um
guia para nossa vida”. É dito ainda que as decisões que somos forçados a tomar passam
por uma cosmovisão que nos rege como, por exemplo, o Estado. Ideólogos e psicólogos
são usados como exemplos de pensadores que discutem a respeito da conduta do ser
humano e, consequentemente, da sua cosmovisão. Prosseguindo, o autor aborda a
relação que deve existir entre a nossa cosmovisão e a Escritura, apontando que um dos
propósitos do seu livro é fazer com que os leitores confrontem a sua cosmovisão e a
reformem, conformando-a com a Palavra de Deus. A bíblia tem autoridade para nos
dirigir às mais diversas áreas da vida e não apenas às questões relacionadas à vida
eclesiástica. O autor afirma que existe na crença tradicional uma divisão não bíblica em
que o “sagrado” e “religioso” são colocados em oposição. Assim, formam a ideia de que
tudo que está ligado a religião trata-se de teologia, e o que está relacionado à razão,
filosofia. O autor discorre sobre este assunto argumentando que teologia e filosofia são
áreas específicas e que a cosmovisão engloba estas e outras áreas. Por fim, Wolters,
ressalta a diferença de uma cosmovisão reformada das demais visões de mundo cristãs.
Além de não concordar com a divisão dualista, “sagrado” e “profano”, a cosmovisão
reformada argumenta sob a ideia de que a “graça restaura a natureza”, que a criação foi
formada perfeita, houve a Queda e a sua perversão e, por fim, a sua restauração por
meio de Cristo – Criação, Queda e Redenção. O assunto tratado é de suma importância
para os cristãos nos dias atuais tendo em vista a confusão que se faz a respeito do termo
cosmovisão. O autor usa de uma explicação simples e concisa, uma introdução para
quem deseja se aprofundar no tema.
O segundo capítulo é intitulado de “Criação”. Logo nos primeiros parágrafos, o
autor ressalta a importância de distinguir a atividade criativa e a ordem criada. Mesmo
parecendo o mesmo termo, o autor salienta que um está ligado as coisas criadas e o
outro, a manutenção destas coisas. A este, o autor resolve chamar de lei, porém, deixa
claro que não se trata da Lei dos atos salvadores e sim dos atos ordenadores em relação
ao cosmo. Também é mostrado que estes atos ordenadores são feitos pelo Senhor de
forma direta ou indireta. Direta, quando o Senhor, pela Sua Palavra ordenou e tudo se
fez e se mantém como, por exemplo, os astros. Indireta, quando pelo homem as coisas
são criadas e formadas como as artes, a justiça, etc. As leis chamadas “da natureza” e as
normas criadas estão todas subordinadas ao Criador. É importante notar que, segundo o
Wolters, as coisas criadas como, por exemplo, uma pedra que cai não é responsável pela
sua queda, por outro lado, os homens são responsáveis pelas normas que eles
desobedecem:
Uma pedra que cai não tem uma tarefa comparável a essa ao obedecer
à lei da gravidade nem uma águia, ao observar as ordens de Deus ao
criar os seus filhotes. A pedra obedece necessariamente, a águia
responde instintivamente, mas uma pessoa deve exercer
responsabilidade pessoal; somos chamados para afirmar a norma, para
aplica-la a situações específicas na nossa vida. (WOLTERS, 2006, p.
29)