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PolíƟca e Gestão da Educação: explorando o significado

dos termos*
Policy and management educaƟon: exploring the
meaning of terms
Elma Júlia Gonçalves de Carvalho**
DOI: http://dx.doi.org/10.20435/231819822016106

Resumo
O obje vo deste ar go é explorar a dimensão conceitual dos termos polí ca e gestão, esclarecendo
e aprofundando o entendimento que se tem deles, bem como detectando a relação de reciprocidade
que guardam entre si. Consideramos que tal compreensão é par cularmente relevante na análise
da polí ca educacional na atualidade, especialmente quando se toma como pressuposto que elas
respondem às lutas e aos embates sociais, e que resultam das numerosas forças difusas pela socie-
dade, as quais par cipam direta ou indiretamente do poder. Nesse embate ou correlação de forças
no processo de formulação de uma polí ca ou de sua materialização na gestão, os argumentos,
a linguagem e os significados dos termos importam, pois estes se cons tuem em estratégias de
legi mação, de mobilização de pessoas em direção ao consenso e de construção da hegemonia.
Palavras-chave
Polí ca; gestão; conceitos.

Abstract
The purpose of this ar cle is to explore the conceptual dimension of the terms policy and manage-
ment, clarifying and deepening the understanding that one has on them, as well as detec ng the
mutual rela onship exis ng between them. We believe that such an understanding is par cularly
relevant in the analysis of educa onal policy today, especially when taking the assump on that they
respond to the struggles and social conflicts, which result from numerous diffuse forces of society,
which par cipate directly or indirectly on the power. In this clash or balance of forces in the process
of formula ng a policy or its materializa on in management, the arguments, the language and the
meanings of the terms ma er, as these cons tute legi miza on strategies, mobilizing people towards
consensus and construc on of hegemony.
Keywords
Poli cs; management; concepts.

* Versão preliminar deste texto foi apresentada no livro Polí cas Públicas e Gestão Educacional, publicado em
2012 pela EDUEM, Coleção Formação de Professores - EAD.
** Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, Paraná, Brasil.

Série-Estudos, Campo Grande, MS, v. 21, n. 41, p. 77-96, jan./abr. 2016


Elma J. G. de CARVALHO

1 INTRODUÇÃO envolve lutas e embates polí cos e so-


ciais. Nesse caso, ao explorar os signifi-
As polí cas educacionais no Brasil, cados dos termos cabe relacioná-los à
especialmente as que foram adotadas a materialidade histórica e social a par r
par r da segunda metade dos anos de da qual eles foram produzidos.
1990, imprimiram mudanças significa- Tendo isso em vista, este ar go
vas na forma de gestão da educação corresponde à intenção de proporcionar
e da escola, desafiando educadores e subsídios para a compreensão das polí -
gestores a construir novas prá cas pe- cas educacionais e da gestão da educa-
dagógicas e administra vas e a refle r ção. Para isso, exploramos a dimensão
sobre os novos encaminhamentos. conceitual desses termos, esclarecendo
Observamos que, mediante esses e aprofundando o entendimento que
desafios, nas últimas décadas houve se tem deles, bem como detectando a
um aumento significa vo no número relação de reciprocidade que guardam
de pesquisas voltadas para a análise entre si.
das polí cas educacionais, também se
buscou ar cular elementos teórico-me- 2 POLÍTICA, POLÍTICAS PÚBLICAS E
todológicos com a finalidade de auxiliar POLÍTICA EDUCATIVA
na compreensão de seus processos de
formulação e de execução. Podemos nos referir a política
Na busca da compreensão do con- como uma a vidade humana ou como
teúdo da reforma educacional e dos me- um campo de estudos científicos.
canismos envolvidos na sua difusão, os De acordo com Shiroma, Moraes e
pesquisadores passam a chamar atenção Evangelista (2004), o termo políƟca, em
para o vocabulário, discursos e conceitos sua acepção clássica, deriva de um adje-
presentes nos documentos nacionais e vo relacionado a polis – poliƟkós, que se
internacionais de polí ca educacional. refere a tudo o que diz respeito a cidade,
Considerando-os carregados de inten- vida urbana, civil, coisa pública e interes-
cionalidade, os autores apontam para ses comuns. Essas autoras classificam a
a necessidade de desvelar o que eles obra de Aristóteles, PolíƟca (1985), como
ocultam (SHIROMA; CAMPOS; GARCIA, o primeiro tratado sobre o tema.
2005; EVANGELISTA, 2012). Assim, a lin- De fato, nessa obra, Aristóteles
guagem, interpretada como estratégia de discute as funções e as divisões do
legi mação, de mobilização de pessoas Estado, a natureza das várias formas de
em direção ao consenso e de construção governo, define o que compete a cada
da hegemonia, passa a importar e fazer uma das demais ins tuições sociais (fa-
diferença na análise dos documentos. mília, religião, poder militar, legisla vo,
Cabe observar que esse terreno execu vo e judiciário e escola), caracte-
de disputas não é apenas conceitual; rizando o bom governo e o bom cidadão.

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PolíƟca e Gestão da Educação: explorando o significado dos termos

Para ele, política pertence ao grupo para os demais. Mesmo associada à


das ciências prá cas, ou seja, daquelas centralidade de poder, polí ca pode ser
que buscam o conhecimento como um entendida como produto da correlação
meio para a ação. Nesse sen do, polí ca de forças entre os grupos sociais, e não
também passou a significar o estudo ou como uma resposta simples e direta aos
saber construído sobre essa a vidade interesses dominantes. Por isso, é possí-
(PEREIRA, 2008, p. 88). vel “[...] a formação de contra poderes
Em sua acepção atual, políƟca se e a busca de ganhos para a comunidade
tornou um campo de estudos voltado e de ampliação da cidadania” (PEREIRA,
para as a vidades do Estado (BOBBIO, 2008, p. 91). Höfling (2001, p. 39), ao
2000). Conforme Shiroma, Moraes e comentar o processo de definição de po-
Evangelista (2004, p. 7), o termo refere- lí cas públicas para a sociedade, afirma:
-se “à a vidade ou conjunto de a vida- Indiscu velmente, as formas
des, que, de uma forma ou de outra, de organização, o poder de
são imputadas ao Estado moderno ca- pressão e articulação de di-
pitalista ou dele emanam”. O conceito ferentes grupos sociais no
de polí ca é, assim, associado ao papel processo de estabelecimento e
do Estado de “ordenar, planejar, legislar, reivindicação de demandas são
intervir e controlar” a sociedade. fatores fundamentais na con-
Atualmente, o conceito de polí ca quista de novos e mais amplos
passou a ser cada vez mais relacionado direitos sociais, incorporados
ao de poder. Antony Giddens (apud ao exercício da cidadania.
TEODORO, 2001, p. 47), por exemplo, Importa ressaltar que, embora se
define polí ca como os “meios através relacionem entre si, já que ambas, em
dos quais o poder é empregue, de modo sua essência estão ligadas ao Estado,
a influenciar a natureza e os conteúdos política e políticas públicas possuem
da ac vidade governamental”. Segundo significados dis ntos. Polí ca é um con-
Teodoro, o autor inclui na esfera do ceito amplo, rela vo ao poder em geral
políƟco “[...] não apenas as ac vidades e a um processo de tomada de decisão
dos titulares dos órgãos políticos de a respeito de prioridades, metas e meios
governo, mas igualmente as acções de para alcançá-las. É impera vo ao Estado
grupos e indivíduos exteriores ao seu fazer escolhas quanto à área em que irá
aparelho, mas que tentam influir nas atuar, por que e como atuar. Por outro
suas decisões” (TEODORO, 2001, p. 47). lado, porém, o processo de tomada de
Isso implica que o poder é um jogo de decisão não é unilateral, envolve ne-
forças antagônicas em que, apesar de gociações sociais, conforme veremos
haver uma dominação eventual por adiante.
parte de uma delas, existe uma margem Por políƟcas públicas entende-se
de liberdade e de possibilidade de ação o conjunto de obje vos ou de intenções

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que, em termos de opções e prioridades, A polí ca pública é uma modali-


dão forma a um determinado programa dade par cular de intervenção estatal,
de ação governamental, condicionando guiada pelo interesse comum, com vistas
sua execução. Emanadas do próprio a promover o bem-estar geral. Por isso,
Estado, que é responsável por sua “[...] Refere-se a medidas e formas de
formulação e execução, revelam suas ação formuladas e executadas com vistas
caracterís cas e formas de intervenção. ao entendimento de legí mas demandas
Assim, a polí ca pública, ar culada ao e necessidades sociais (e não individuais)
sen do amplo de polí ca, caracteriza-se [...]” (PEREIRA, 2008, p. 96).
pelas inicia vas e diretrizes, pelos planos Cabe, ainda, salientar que polí -
e programas governamentais adotados ca pública não significa só ação. Como
em resposta aos problemas socialmente bem lembra Pereira (2008, p. 97), “[...]
relevantes. Ou seja, caracteriza-se pelas pode ser também não-ação intencional
ações planejadas e implantadas com a de uma autoridade pública frente a um
finalidade de garan r direitos sociais, problema ou responsabilidade de sua
especialmente redistribuir bene cios, competência [...]”. Ou seja, “[...] o que o
como saúde, educação, previdência, mo- governo escolhe ou não escolhe fazer”
radia, saneamento. Em outros termos, a quando define sua agenda polí ca.
polí ca pública visa “concre zar direitos O conjunto das polí cas públicas
sociais conquistados pela sociedade e voltadas para o campo da proteção social
incorporados nas leis”, além de prover denomina-se políƟca social. Segundo
bens públicos e garan -los de forma uni- Saviani, a necessidade de formulação
versal, ou seja, a todos indis ntamente de uma polí ca social decorre do caráter
(PEREIRA, 2008, p. 99). an ssocial da economia. De acordo com
Embora emanadas do Estado, as suas palavras:
polí cas públicas não podem ser redu- [...] a “polí ca social” é uma
zidas a polí cas estatais, isto porque expressão pica da sociedade
“[...] para a sua existência, a sociedade capitalista, que a produz como
também exerce papel a vo e decisivo; e um an doto para compensar
o termo público é muito mais abrangen- o caráter an -social da econo-
te que o termo estatal” (PEREIRA, 2008, mia própria dessa sociedade.
p. 94). Portanto, segundo a autora, “[...] Entretanto, a determinação
econômica projeta sobre a
polí ca pública implica sempre, e simul-
“polí ca social” o seu caráter
taneamente, intervenção do Estado,
an -social, limitando-a e cir-
envolvendo diferentes atores (governa- cunscrevendo o seu papel às
mentais e não governamentais, seja por ações tópicas que concorram
meio de demandas, suportes e apoios, para a preservação da ordem
seja mediante o controle democrá co)” existente. (SAVIANI, 2008, p.
(PEREIRA, 2008, p. 96). 228).

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Isso significa que, sob as condi- veicula (ideológicos, culturais, econô-


ções do capitalismo, configurou-se uma micos, filosóficos, religiosos), processo
ordem econômica de natureza contradi- este em que claramente denunciam as
tória, pautada, de um lado, na produção prioridades sociais que devem ser asse-
cole va dos processos de produção e, de guradas e cristalizadas na vida escolar”.
outro, na apropriação privada dos bens Assim, a política educacional revela,
socialmente produzidos. Nesse caso, as em cada época histórica, os anseios e
polí cas sociais atuariam na manuten- demandas sociais quanto à educação,
ção dessa relação. bem como o projeto social ou polí co
[...] Uma vez que esse po de que se quer concre zar por meio das
economia subordina a produ- ações do Estado.
ção social de riquezas aos in- A polí ca educa va pode ainda ser
teresses par culares da classe entendida como:
que detém a propriedade pri-
vada dos meios de produção, [...] o conjunto de diretrizes,
caracteriza-se seu atributo decisões, ações, sob controle
an -social. Entretanto, como estatal, visando promover a
a produção é social, surge a educação formal, que é aquela
necessidade, no próprio in- obtida nas instituições reco-
teresse do desenvolvimento nhecidas pela sociedade e,
capitalista, de proteger as portanto, em condições de
forças produ vas (a força de oferecer, avaliar e cer ficar a
trabalho, o capital variável) da conclusão de um processo edu-
superexploração dos capita- ca vo. A polí ca educacional
listas privados. Por isso, uma comporta, pois, além das dire-
certa “polí ca social” emerge trizes, normas, obrigatoriedade
desde as origens do processo em certos níveis, definição e
de consolidação do capitalis- criação de condições de acesso,
mo. (SAVIANI, 2008, p. 224). mecanismos de controle e cer-
ficação. (PIRES, 2003, p. 45).
É preciso salientar que as polí cas
públicas e, portanto, a polí ca social, Esclarecidos os significados dos
modificam-se no tempo e no espaço, termos, cabe esclarecer seu processo de
em razão do processo constante de formulação. Da perspec va metodológi-
alterações nas relações entre Estado e ca adotada, não se pode afirmar que, di-
sociedade. recionada formalmente para o interesse
A política educativa é uma fra- público ou cole vo, sua origem se deva à
ção das políticas públicas. Conforme simples imposição de uma classe sobre
Morgado (2000, p. 55), “surge como um a outra ou de inicia vas e estratégias
conjunto de seleções efetuadas num de grupos que detêm ou controlam o
quadro plural de valores que a sociedade poder. O mais correto seria interpretar a

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formulação e a implantação das polí cas polí cas, em geral, são as redes ou as
públicas educacionais como expressão configurações de poderes, criadas e re-
de lutas, pressões e conflitos sociais. criadas nas relações sociais [...] A polí ca
As polí cas públicas educacionais são educa va elabora e realiza-se através,
produto da construção social e, por isso, sobretudo, do Estado” (STOER; ARAÚJO,
marcadas pela heterogeneidade e por 2000, p. 7-8).
“procuras sociais nem sempre compa - É necessário superar o entendi-
veis e muitas vezes contraditórias, que mento de que a responsabilidade pela
obrigam a definir prioridades, a excluir formulação das polí cas públicas e das
caminhos e a ultrapassar compromis- polí cas educa vas cabe exclusivamente
sos” (TEODORO, 2001, p. 48). Assim, ao poder público. Como elas expressam
conforme Charlot e Beillerot (1995 apud as relações entre Estado e sociedade, as
TEODORO, 2001, p. 48), “[...] estabelecer ações do primeiro devem ser vistas não
prioridades não é produzir a harmonia como uma par cularidade, mas como
pela adequação de demandas diversas; manifestação das relações sociais. Isso
é antes gerir relações de forças entre implica considerar que o Estado não é
demandas incompa veis [...]”. Dito de uma en dade em si, mas resulta e age
outro modo, as polí cas de educação, sobre a materialidade social que o cons-
tui, sendo, ao mesmo tempo, produto
[...] Exprimem também as rela-
e modelador das relações entre os ho-
ções de forças numa sociedade
– a dominação socioeconômica mens. Ou seja, implica ter em conta que
mas igualmente a dominação o papel do Estado corresponde às condi-
simbólica e cultural. Este jogo ções materiais de vida, ou seja, às rela-
das relações de forças é tanto ções econômicas inerentes à produção
mais complexo quanto todas e à reprodução das relações sociais, ao
essas forças não dispõem de desenvolvimento das forças produ vas
uma igual capacidade para for- e às condições de troca (MARX, [198?]).
mular as demandas de educa- Assim, o Estado não representa
ção e de formação (CHARLOT; um poder que paira acima da sociedade;
BEILLEROT, 1995, p. 13 apud pelo contrário, é expressão polí ca da es-
TEODORO, 2001, p. 48). trutura de classes inerente à produção.
Dessa ó ca, as polí cas são um Embora se coloque como representante
resultado, sempre provisório, do proces- dos interesses gerais, o Estado cons -
so de negociação entre grupos e forças tucional não está acima dos conflitos,
econômicas, sociais e polí cas potencial- mas profundamente envolvido neles, ou
mente conflitantes. Ou seja, respondem seja, insere-se e define-se pelos próprios
“[...] a uma configuração heterogênea conflitos e contradições da vida material,
e complexa de elementos [...] Assim, a sendo simultaneamente um fator de
polí ca educa va, em par cular, e as coesão e regulamentação social. Nesses

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PolíƟca e Gestão da Educação: explorando o significado dos termos

termos, é fundamental considerar o tem importância, portanto, o


Estado como “arena de luta” ou “campo que os inúmeros indivíduos
de batalha estratégico” das classes ou desejem. A vontade move-se
forças sociais em disputa (POULANTZAS, sob o impulso da reflexão ou
da paixão [...] Já vimos, porém,
1980) e, como tal, as polí cas públicas
por um lado, que as muitas
dele emanadas resultam do confronto,
vontades individuais que atu-
da negociação, da busca de consenso e am na história acarretam quase
da pactuação entre grupos diferentes. sempre resultados muito dife-
Desse modo, as polí cas públicas rentes – e às vezes, inclusive,
educacionais são consideradas como opostos – aos obje vos visa-
resultado das contradições sociais, as dos, e, portanto, os fins que os
quais, por sua vez, repercutem na estru- impelem têm uma importância
tura do próprio Estado. Isto explica a atu- puramente secundária no que
ação contraditória do Estado capitalista. diz respeito ao resultado total.
Comprome do com as dis ntas forças Por outro lado, deve-se indagar
que forças propulsoras agem,
sociais em confronto, ele favorece, por
por seu turno, por trás desses
meio das polí cas públicas, ao mesmo
objetivos e quais as causas
tempo, a reprodução das relações de históricas que, na consciência
produção capitalistas e a expansão dos dos homens, se transformam
direitos sociais e polí cos dos trabalha- nesses obje vos.
dores. Essas contradições engendram a
realização concreta de suas ações e dão Ou seja, existem tendências histó-
forma à sua organização. ricas que vão se configurando, indepen-
A concepção de que as polí cas dentemente da vontade dos sujeitos. Por
públicas resultam do conjunto das rela- isso, concordamos com Shiroma, Moraes
ções sociais e não apenas da vontade/ e Evangelista (2004, p. 9): uma análise
imposição de uma classe em par cular das polí cas públicas educacionais im-
remonta a Engels ([198?], p. 198): plicaria “[...] considerar não apenas a
dinâmica do movimento do capital, seus
Os homens fazem sua história, meandros, suas ar culações, mas os or-
quaisquer que sejam os rumos ganismos e complexos processos sociais
desta, na medida em que cada
com que ele se confronta”.
um busca seus fins próprios,
com a consciência e a vontade
Além disso, quando se toma como
do que fazem; e a história é, pressuposto que as polí cas educacio-
precisamente, o resultado des- nais respondem às lutas e aos embates
sas numerosas vontades proje- de uma época, a legislação, ou norma
tadas em direções diferentes e jurídica, será entendida como resulta-
de sua múl pla influência so- do das numerosas forças difusas pela
bre o mundo exterior. Também sociedade, as quais, par cipando direta

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ou indiretamente do poder, fazem-se re- dinâmico processo de antagonismo e


presentar no poder legisla vo, no qual a de conquista hegemônica de interesses.
decisão se condensa e se exprime como Desde a elaboração e a promulgação
uma questão social, como lei. de uma lei até sua execução, tendem a
Quando nos referimos à polí ca surgir vozes discordantes da tendência
pública ou polí ca educacional, estamos, dominante, manifestam-se interesses
sobretudo, tratando de ações governa- dis ntos, que se opõem, mostrando que
mentais. Por isso, é importante mencio- a legislação deve ser compreendida mais
nar a dis nção entre Estado e governo. como processo do que como produto, o
Por Estado se poderia entender “[...] um que envolve negociação, consenso ou
conjunto de ins tuições permanentes mesmo contestação e discordâncias.
– como órgãos legisla vos, tribunais, Segundo Vieira (2007), a polí ca
exército, e outros que possibilitam a educacional tem uma abrangência am-
ação do governo”; por Governo, “[...] um pla, ou seja, estende-se por diferentes
conjunto de programas e projetos que instâncias (União, Estados, Distrito
parte da sociedade (polí cos, técnicos, Federal e Municípios) e espaços (órgãos
organismos da sociedade civil e outros) centrais e intermediários do sistema, e
propõe para a sociedade como um todo, unidades escolares, inclusive a sala de
configurando-se a orientação polí ca de aula). A autora salienta que a escola
um determinado governo que assume não se reduz a um espaço de execução
e desempenha as funções do Estado das polí cas previamente definidas pelo
em determinado período” (HÖFLING, poder público, mas se configura como
2001, p. 31). Assim, o governo seria um lugar de construção e reconstrução, ofe-
instrumento de realização das polí cas recendo elementos para a formulação de
públicas, de forma que a referência a po- novas polí cas. Por isso, a análise da po-
lí cas públicas ou educacionais implica lí ca educa va também “deve alcançar a
ter em conta que elas independem de escola e seus agentes e, num movimento
um governo específico, pois são enten- de ida e volta, procurar apreender como
didas como o “Estado em ação”, ou seja, as ideias se materializam em ações,
“[...] é o Estado implantando um projeto traduzindo-se, ou não, na gestão edu-
de governo, através de programas, de cacional e escolar” (VIEIRA, 2007, p. 58).
ações voltadas para setores específicos Situando-nos nessa perspec va,
da sociedade” (HÖFLING, 2001, p. 31). propomos um estudo que dê conta da
Julgamos, assim, que tomar a legis- complexidade que cerca a produção da
lação educacional ou as reformas de en- polí ca educa va. Consideramos que
sino como referencial de análise da edu- as polí cas não se impõem “de cima
cação brasileira implica pensar que, sub- para baixo”, mas se fazem em meio
jacentes ao estatuto legal, encontram-se aos confrontos e antagonismos sociais.
forças econômicas, polí cas e sociais em Originando-se na sociedade, estes se

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PolíƟca e Gestão da Educação: explorando o significado dos termos

manifestam também no interior da 3 ADMINISTRAÇÃO VERSUS GESTÃO


escola. É na escola que as polí cas se DA EDUCAÇÃO
materializam ou não. Lima afirma que
a escola é simultaneamente locus de Embora, muitas vezes, os termos
reprodução e produção de políticas, administração e gestão sejam empre-
orientações e regras. Segundo ele, gados como sinônimos, é possível esta-
belecer dis nções entre eles, a começar
[...] os actores escolares não se
limitam ao cumprimento sis- da origem dos conceitos que designam.
temá co e integral das regras Derivada do latim ad (proximidade,
hierarquicamente estabele- direção para) e minister (subordinação
cidas por outrém, não jogam ou obediência), a palavra administração
apenas um jogo com regras expressava, originalmente, “aquele que
dadas a priori, jogam-no com realiza uma função abaixo do comando
a capacidade estratégica de de outrem, isto é, aquele que presta um
aplicarem seletivamente as serviço a outro” (CHIAVENATO, 1983, p.
regras disponíveis e mesmo
6). Assim, a tarefa básica da administra-
de inventarem e construírem
novas regras. Dis ntas, ou até ção era realizar obje vos por intermédio
mesmo antagónicas, estas re- de pessoas, o que implica um esforço hu-
gras podem, eventualmente, mano cole vo. Desse modo, segundo o
vir a suplantar a força jurídica- autor, “a eficácia com que as pessoas tra-
-norma va das primeiras, seja balham em conjunto para conseguir ob-
por via da prá ca de infidelida- je vos comuns depende principalmente
des normaƟvas (Lima, 1992), da capacidade daqueles que exercem a
de acções de resistência mais
função administrativa” (CHIAVENATO,
ou menos clandes nas, ou do
exercício polí co da autonomia
1979 apud PARO, 2001, p. 61).
[....]. (LIMA, 2002, p. 33, grifos Depois de uma série de mudanças
do autor) ao longo do tempo, o sen do conceitual
do termo na atualidade é o de um me-
Desse ponto de vista, “[...] os acto- canismo para:
res escolares dispõem sempre margens
de autonomia relaƟva”, mesmo quando [...] interpretar os objetivos
não reconhecidas ou consagradas for- propostos pela organização e
transformá-los em ação orga-
malmente (LIMA, 2002, p. 33, grifos do
nizacional através do planeja-
autor). mento, organização, direção e
Com base nessas considerações, controle de todos os esforços
buscaremos, a seguir, explicitar os con- realizados em todas as áre-
ceitos relacionados à área da gestão e as e em todos os níveis da
analisar a ar culação entre a dimensão organização, a fim de alcan-
polí ca e a administra va. çar tais obje vos da maneira

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Elma J. G. de CARVALHO

mais adequada à situação. ser clara e, muito menos, consensual,


(CHIAVENATO, 1983, p. 6). já que eles são referidos com múl plas
interpretações e significados. Assim, com
Na sociedade capitalista, a “u li-
o obje vo de esclarecer o sen do dos
zação racional de recursos para realizar
termos, apresentaremos, brevemente,
determinados fins” (PARO, 2001, p. 18)
algumas das indefinições e controvérsias
significa fazer com que as a vidades se-
encontradas.
jam realizadas da melhor forma possível,
No que diz respeito à educação,
com o menor custo, mais eficiência e João Barroso, educador e pesquisador
maior produ vidade. Ou seja, levar ao português, embora considere que ad-
“aproveitamento ao máximo da força de ministração e gestão são termos u li-
trabalho” e à “elevação da produ vidade zados para designar “[...] as ac vidades
necessária à expansão do capital” (PARO, pelas quais uma organização realiza o
2001, p. 55). Assim, a gerência propicia conjunto de obje vos (definidos interna
o controle do capital sobre o trabalho. e/ou externamente) por meio da op -
O termo gestão, por sua vez, vem mização dos seus recursos humanos,
sendo u lizado para designar a vidades materiais e financeiros” (BARROSO,
administra vas. Em sua origem e moló- 2001, p. 11), reconhece que existem
gica, o termo vem do la m gero, gestum, diferenciações entre eles. Como exem-
gerere e significa chamar para si, execu- plo, cita o texto de Bolam, intitulado
tar, gerar. Segundo Cury, “vem de gesƟo, EducaƟonal AdministraƟon, Leadership
que, por sua vez, vem de gerere, que and Management: Towards e Research
significa trazer em si, produzir” (CURY, Agenda (1999), no qual o termo “admi-
1997, p. 201). Assim, compreende-se nistração da educação” é definido como
claramente que “gestão não é só o ato “uma categoria superior”, por ser “u li-
de administrar um bem fora-de-si, mas zado num sen do genérico e global que
é algo que se traz para si, porque nele abrange a polí ca educa va”, ou seja,
está con do” (CURY, 1997, p. 201) e “o por abranger “quer os estudos polí cos
conteúdo deste bem é a própria capa- quer a gestão institucional” (BOLAM,
cidade de par cipação, sinal maior da 1999, p. 194 apud BARROSO, 2001, p.
democracia” (CURY, 1997, p. 201). Dessa 10). Já o termo “gestão escolar”, segun-
perspectiva, o termo gestão pode se do esse educador português, refere-se
referir a um conceito mais abrangente a uma “função executiva destinada a
que o de comando e designar uma forma pôr em prá ca as polí cas previamente
de administrar por meio do diálogo e do definidas” (BARROSO, 2001, p. 10). Na
envolvimento do cole vo. perspec va de Barroso,
No entanto, recorrendo à litera- Ao falarmos do sistema educa-
tura especializada, observamos que a vo poder-se-á u lizar o termo
definição desses termos está longe de “administração” para referir

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PolíƟca e Gestão da Educação: explorando o significado dos termos

as a vidades (planificação, or- No Brasil, onde existem poucas


ganização, direcção, controlo) pesquisas específicas sobre o assunto,
que têm em vista assegurar o “[...] o que se percebe é um entendimen-
funcionamento do sistema em to quase tácito entre os pesquisadores
seu conjunto, e “gestão” para da área que o termo ‘gestão’ é mais am-
significar essas mesmas a vi- plo e mais aberto que ‘administração’”
dades ao nível de cada escola,
(OLIVEIRA, 2008, p. 139).
ou ins tuição.
Segundo Heloísa Lück, o novo
Ao falarmos de uma escola em
par cular, enquanto organiza- conceito de gestão ultrapassa o de ad-
ção, podemos u lizar o termo ministração escolar, pois “[...] permeia
“administração” para significar todos os segmentos do sistema como um
o processo de definição das todo, em vista de que, em sua essência
metas e das polí cas que vão e expressões gerais, é a mesma, tanto
orientar o funcionamento da no âmbito macro (gestão do sistema de
escola (quer no quadro da ensino) como micro (gestão das esco-
reinterpretação do norma vo las)” (LÜCK, 2006, p. 26). Nesses termos,
legal, quer no quadro de suas “[...] a gestão aparece, pois, como uma
autonomias) e “gestão” para superação das limitações do conceito de
significar o processo de op mi- administração, como resultado de uma
zação dos recursos humanos, mudança de paradigma, isto é, de uma
materiais e financeiros que visão de mundo e óp ca com que se
vão permi r concre zar esses
percebe e reage em relação à realidade”
objectivos e essas políticas.
(LÜCK, 2006, p. 34). Assim, na perspec -
(BARROSO, 2001, p. 11).
va da autora, “[...] a administração passa
Essa discussão teórico-conceitual, a ser, portanto, uma dimensão da gestão,
feita por Barroso, a respeito dos significa- colocando-a sob o enfoque e princípio
dos dos termos, decorreu da necessida- desta, cons tuindo a gestão administra-
de de elucidar sua posição no movimen- va” (LÜCK, 2006, p. 54).
to da reforma da administração escolar O conceito de gestão supera o de
portuguesa ocorrido nos anos de 1990. administração porque esta seria “[...] um
Conforme Silva Júnior, “[...] segundo o processo racional, linear e fragmentado
modelo adotado na reforma, a dis nção de organização e de influência estabe-
entre direção e gestão estaria dada pela lecida de cima para baixo e de fora para
predominância do sen do polí co da dentro das unidades de ação, bem como
primeira, ‘selecionando valores e orien- do emprego de pessoas e de recursos de
tações’, e pela predominância do sen do forma mecanicista e u litarista, para que
técnico da segunda, ‘exigindo sobretudo os obje vos ins tucionais sejam realiza-
capacidade de organização e implemen- dos. O ato de administrar corresponderia
tação’” (SILVA JR., 2002, p. 200). a comandar e controlar [...] de maneira

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distanciada e obje va” (LÜCK, 2006, p. dos princípios administra vos da empre-
57-58). Já o conceito de gestão corres- sa para a escola. Com essa transposição,
ponderia a uma “óp ca abrangente e a administração da educação submete-
intera va, a visão e orientação de con- -se à lógica da gestão empresarial ou
junto, a par r da qual se desenvolvem a critérios e mecanismos de mercado
ações ar culadas e mais consistentes. (SILVA JÚNIOR, 2002), a exemplo da
Necessariamente, portanto, constitui gestão de Qualidade Total1. Isso significa
ação conjunta de trabalho par cipa vo que a educação vai sendo subme da a
em equipe” (LÜCK, 2006, p. 43). O ter- mecanismos de avaliação que induzem
mo gestão expressa a superação, e não à responsabilização das escolas por seus
apenas a subs tuição, do termo adminis- resultados, ao mesmo tempo em que
tração, já que envolve uma mudança de ocorre uma redefinição dos papéis no
paradigmas que dá ao úl mo uma nova nível central, visando à maior descentra-
acepção (LÜCK, 2006, p. 53). lização, desconcentração e flexibilização
Outros autores consideram que o administra vas, atribuindo maior auto-
termo gestão possui uma forte dimensão nomia ao poder local e à escola e valo-
polí ca, sendo iden ficado com uma re- rizando os princípios de produ vidade,
ação à forma descomprome da, neutra eficiência, produ vidade e desempenho
e tecnicista com que a administração da como ingredientes importantes para a
educação se desenvolveu no Brasil nos melhoria da qualidade do ensino.
anos de 1970 (GRACINDO; KENSKI, 1999,
1
p. 166). Nesse momento, administrar Conforme Longo (1996, p. 10), “A Gestão da
correspondia a comandar e a controlar, Qualidade Total (GQT) é uma opção para a reo-
rientação gerencial das organizações. Tem como
com base na visão obje va de quem pontos básicos: foco no cliente; trabalho em
atua sobre a unidade e nela intervém de equipe permeando toda a organização; decisões
maneira técnica e burocrá ca. Essa re- baseadas em fatos e dados; e a busca constante
ação, marcada por uma forte tendência da solução de problemas e da diminuição de
à defesa de concepções e prá cas inte- erros [...] Implica uma mudança de postura
gerencial e uma forma moderna de entender o
ra vas, par cipa vas e democrá cas, sucesso de uma organização. É uma nova filosofia
resultou no rela vo desuso do termo gerencial que exige mudanças de a tudes e de
administração e no emprego do termo comportamento. Essas mudanças visam ao com-
gestão educacional (OLIVEIRA, 2008). prome mento com o desempenho, à procura do
auto-controle e ao aprimoramento dos proces-
Desse modo, o termo gestão adquire um sos. Implica também uma mudança da cultura da
forte sen do polí co e “aparece como organização. As relações internas tornam-se mais
uma ‘nova’ alterna va para o processo par cipa vas, a estrutura mais descentralizada, e
político-administrativo da educação” muda o sistema de controle”. Na perspec va da
(GRACINDO; KENSKI, 1999, p. 165). autora, “a Gestão da Qualidade Total, exemplo de
excelência gerencial nas empresas, pode contri-
No entanto o termo gestão tam- buir de maneira significa va para a melhoria do
bém pode estar associado à transposição ensino no Brasil” (LONGO, 1996, p. 12).

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PolíƟca e Gestão da Educação: explorando o significado dos termos

Constatando a necessidade de su- amplo, englobando “as políticas, o


perar a concepção con da no termo ad- planejamento, a gestão e a avaliação
ministração, surgiram inúmeros estudos da educação”. Assim, a administração
que, levando em conta a especificidade da educação era vista como “uma ins-
ou par cularidade do sistema educa vo, tância inerente à prá ca educa va, que
procuram retomar seus fundamentos e abrange o conjunto de normas/diretri-
adotar procedimentos prá cos capazes zes e prá cas/a vidades que garantem,
de contemplar essas especificidades de um lado, o significado ou o sen do
(PARO, 1998; HORA, 2007). histórico do que se faz e, de outro lado,
Existem também aqueles que, em- a unidade do conjunto na diversidade
bora reconheçam as especificidades da de sua concretização” (WITTMANN;
administração escolar, entendem que ela FRANCO, 1998, p. 27) e definia o termo
pertence ao contexto da administração gestão como “coordenação de esforços
geral. Segundo Francisco Filho (2006, p. individuais e cole vos de implementa-
25-26), esses autores “jus ficam a posi- ção de polí cas e planos”. Nesse caso,
ção, afirmando que os fatos históricos, a gestão era considerada como uma
sociais, polí cos, religiosos e cien ficos parte da administração (WITTMANN;
determinam a visão de uma época”. Para FRANCO, 1998, p. 28). Posteriormente,
ele, “a Administração é uma ciência, em estudo realizado em 1999, in tulado
mas sua prá ca é uma arte, que está “Estado da Arte em Polí cas e Gestão
relacionada à visão holís ca e histórica da educação no Brasil: 1991 a 1997”, o
da sociedade, em seu tempo. Não existe termo administração, adquirindo a (re)
educação fora da realidade e não existe significação de um “[...] conjunto de po-
administração fora do contexto histórico lí cas, planejamento, gestão e avaliação
[...] A administração de qualquer a vi- da prá ca social da educação”, passou a
dade humana está relacionada direta- englobar as dimensões polí ca, técnica
mente com a estrutura e conjuntura da e pedagógica da educação (GRACINDO;
sociedade”. KENSKI, 1999, p. 166). O termo gestão,
O Banco Mundial adota o termo por sua vez, é definido como o “[...]
gestão como sinônimo de gerência, ou processo polí co-administra vo con-
seja, como um processo instrumental textualizado e historicamente situado,
de implementação das polí cas e, res- por meio do qual a prá ca social da
tringindo-se ao teor administra vo das educação é organizada, orientada e
ações, minimiza seus aspectos polí cos, viabilizada” (GRACINDO; KENSKI, 1999,
ideológicos e sociais. p. 166). Embora neste estudo, o termo
A Associação Nacional de Polí ca gestão possa, às vezes, ser confundido
e Administração da Educação (ANPAE), com administração, ele passou a ser
inicialmente, atribuía ao termo admi- empregado para definir os processos,
nistração da educação um conceito políticas e ações que se constroem

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Elma J. G. de CARVALHO

no interior das ins tuições educa vas Em suma, esses são alguns dos as-
(WERLE, 2001). pectos a ser considerados na análise das
Finalmente, mais do que discu r polí cas educacionais: os termos não são
a “melhor” designação para as ações, neutros, não possuem um sen do único e
importa assinalar que, no campo edu- é importante ter claro de que perspec va
cacional, predomina a subs tuição de e com que obje vo eles são u lizados.
administração por gestão, com uma nova
concepção, na qual o comando autoritá- 4 GESTÃO EDUCACIONAL E GESTÃO
rio/centralizado/técnico e burocrá co é ESCOLAR
subs tuído pelo poder compar lhado/
descentralizado. Importa assinalar tam- Estudar o tema gestão no campo
bém que essa nova u lização faz parte da educação implica considerar a dis n-
do processo de mudanças ocorridas a ção entre gestão educacional e gestão
par r dos anos de 1990, processo esse escolar. O sen do do primeiro termo é
que traz novos desafios para a adminis- mais amplo, abrange os sistemas edu-
tração em geral e para a educacional, em cacionais, a esfera macro, ou seja, o
par cular. Importa assinalar ainda outro espaço das ações dos governos em suas
aspecto: além das diferenças conceituais diferentes esferas (federal, municipal,
e de interpretação, os diferentes sujeitos estadual). O do segundo restringe-se à
sociais, ao optar pelo termo gestão, o esfera micro, às incumbências dos esta-
fazem pautados em pressupostos e ob- belecimentos de ensino e, de modo es-
je vos dis ntos. Portanto o predomínio pecífico, às tarefas co dianas da escola
deste ou daquele sen do deve-se ao (VIEIRA, 2007).
jogo de forças polí co-ideológicas e aos As a vidades próprias da gestão
dis ntos interesses sociais e condições educacional são detalhadas na Lei de
históricas. Lembrando Paro (2001, p. Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
13): “[...] A atividade administrativa Lei nº 9394/96, cujos Art. 9°, 10 e 11
não se dá no vazio, mas em condições (BRASIL, 1996) descrevem as compe-
históricas determinadas para atender as tências e as atribuições dos diferentes
necessidades e interesses de pessoas e entes federa vos na oferta da educação.
grupos [...]”. Vejamos:

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PolíƟca e Gestão da Educação: explorando o significado dos termos

UNIÃO I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios;
Art. 9º. A União II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e ins tuições oficiais do sistema
incumbir-se-á federal de ensino e o dos Territórios;
de: III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o
atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função
redistribu va e suple va;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, competências e diretrizes para a educação infan l, o ensino
fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos
mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino
fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino,
obje vando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das ins tuições de educação
superior, com a cooperação dos sistemas que verem responsabilidade sobre
este nível de ensino;
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respec vamente,
os cursos das ins tuições de educação superior e os estabelecimentos do seu
sistema de ensino.
ESTADOS I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e ins tuições oficiais dos seus
E DF sistemas de ensino;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino
Art. 10. Os fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das
Estados responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos
incumbir-se-ão financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
de:
III - elaborar e executar polí cas e planos educacionais, em consonância com as
diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas
ações e as dos seus Municípios;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respec vamente,
os cursos das ins tuições de educação superior e os estabelecimentos do seu
sistema de ensino;
V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
VI – Assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino
médio a todos que o demandarem, respeitando o disposto no art. 38 desta Lei:
(Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009);
VII – Assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual (incluído pela Lei
nº 10.709, de 31.07.2003).
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes
aos Estados e aos Municípios.

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Elma J. G. de CARVALHO

MUNICÍPIOS I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e ins tuições oficiais dos seus
sistemas de ensino, integrando-os às polí cas e planos educacionais da União e
Art. 11. Os dos Estados;
Municípios II - exercer ação redistribu va em relação às suas escolas;
incumbir-se-ão III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
de: IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema
de ensino;
V - oferecer a educação infan l em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o
ensino fundamental, permi da a atuação em outros níveis de ensino somente
quando es verem atendidas plenamente as necessidades de sua área de
competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela
Cons tuição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
VI – assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. (incluído pela
Lei nº 10.709, de 31.07.2003)
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema
estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.

O que se depreende da lei é que, IV - velar pelo cumprimento


embora compar lhem responsabilida- do plano de trabalho de cada
des, cada um dos entes federados tem docente;
atribuições próprias no que diz respeito V - prover meios para a recu-
peração dos alunos de menor
à oferta da educação. Assim, do ponto de
rendimento;
vista da definição da gestão educacional,
VI - ar cular-se com as famí-
cabe à União a coordenação (planeja- lias e a comunidade, criando
mento, acompanhamento e avaliação) e processos de integração da
a ar culação dos níveis e sistemas; aos sociedade com a escola;
demais entes federados cabe organizar VIII - notificar ao Conselho
e manter seus respec vos sistemas em Tutelar do Município, ao juiz
consonância com as polí cas e planos competente da Comarca e ao
nacionais. respectivo representante do
No âmbito da gestão escolar, as Ministério Público a relação
incumbências dos estabelecimentos de dos alunos que apresentem
quan dade de faltas acima de
ensino estão descritas no Art. 12:
cinqüenta por cento do percen-
I - elaborar e executar sua pro- tual permi do em lei (Inciso
posta pedagógica; incluído pela Lei nº 10.287, de
II - administrar seu pessoal 20.09.2001).
e seus recursos materiais e
financeiros; A referida lei, em seu Art. 13,
III - assegurar o cumprimento incumbe os docentes de “par cipar da
dos dias le vos e horas-aula elaboração da proposta pedagógica do
estabelecidos; estabelecimento de ensino” e, no Art. 14,

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PolíƟca e Gestão da Educação: explorando o significado dos termos

relacionado à gestão, prevê: “os sistemas cacionais em ações, dando concretude


de ensino definirão as normas da gestão às direções traçadas pelas polí cas. Em
democrá ca do ensino público na educa- outros termos, as políticas, transfor-
ção básica, de acordo com as suas peculia- madas em prá cas, materializam-se na
ridades e conforme os princípios de par- gestão, cujo espaço é o das coisas que
cipação dos profissionais da educação têm que ser feitas (VIEIRA, 2007). Assim,
na elaboração do projeto pedagógico da a gestão, em parte, determina a polí ca
escola e de par cipação das comunidades educacional e, em parte, é determinada
escolar e local em conselhos escolares ou por ela (PIRES, 2003).
equivalentes” (BRASIL, 1996, p. 6). Em síntese, o que queremos re-
gistrar é que a retomada dos conceitos
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS de política e de gestão da educação
correspondeu ao obje vo de fornecer ao
Considerando que as atividades
pesquisador e profissional da educação
próprias da gestão educacional dizem
respeito às orientações e formulações subsídios para a compreensão da organi-
gerais que dão substância à polí ca edu- zação, do funcionamento, financiamento
cacional (financiamento, organização, e gestão dos sistemas de ensino e das
planejamento, avaliação ins tucional), unidades educa vas.
podemos concluir que a gestão escolar Esses conhecimentos, primordiais
envolve as a vidades desenvolvidas pe- para orientar as pesquisas em educa-
los profissionais dos estabelecimentos de ção e ações no co diano da escola, por
ensino (avaliação do aluno, elaboração do sua vez, não dizem respeito apenas ao
projeto polí co-pedagógico, organização aspecto formal ou legal, mas envolvem
do calendário escolar, acompanhamento aspectos mais amplos da sociedade.
das a vidades de ensino-aprendizagem, Em outros termos, para apreender os
envolvimento com a comunidade, apli- processos que engendram as polí cas
cação financeira dos recursos, etc.). educacionais, devem-se considerar as
Podemos concluir também que a gestão mudanças no mundo do trabalho e
educacional e a gestão escolar, embora da produção e suas repercussões nas
dis ntas, jus ficam-se e ar culam-se, já relações humanas e na consciência
que, conforme Vieira (2009, p. 26), “a dos homens, as mudanças na forma de
razão de exis r da gestão educacional é atuação do Estado e nas polí cas pú-
a escola e o trabalho que nela se realiza”. blicas que ele elege como prioritárias,
Cabe afirmar, ainda, que analisar especialmente no campo da realidade
a gestão dos sistemas de ensino e das escolar. É esse entendimento que nos
unidades educa vas implica refle r so- oferecerá elementos para romper com
bre as polí cas da educação, pois ambas uma visão reducionista e par cularizada
são mutuamente cons tu vas: a gestão da polí ca e da prá ca administra va,
transforma as metas e obje vos edu- abrindo novas perspec vas de estudos.

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Elma J. G. de CARVALHO

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Sobre a autora:
Elma Júlia Gonçalves de Carvalho: Doutora em Educação pela Universidade
Metodista de Piracicaba (UNIMEP). Professora do Departamento de Teoria e Prá ca
da Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual
de Maringá (UEM). E-mail: elmajulia@hotmail.com.

Recebido em janeiro de 2016.


Aprovado para publicação em março de 2016.

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