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ISSN 2595-8119

TIPO
ARTIGO CIENTÍFICO

TEMA
ENSINO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, BIBLIOTECONOMIA,
CONTABILIDADE E ECONOMIA

TÍTULO
PESQUISAS ETNOGRÁFICAS NOS ESTUDOS ORGANIZACIONAIS: ANÁLISE DOS
ARTIGOS PUBLICADOS NO ENANPAD (1997-2017)

Flavia Carolini Pereira dos Santos (flaviacarolini2013@gmail.com)


Universidade Federal de Lavras
Samanta Borges Pereira (samantaborges81@gmail.com)
Universidade Federal de Lavras
Regiane Machado de Souza (regimdsouza@yahoo.com)
Universidade Federal de Rondônia - UNIR

RESUMO
A etnografia tem uma carreira longa e estimada nos Estudos Organizacionais (Van Maanen,
2015) e uma variedade de temas têm sido investigados a partir dos princípios da etnografia.
Nesse sentido, objetivo deste artigo é analisar a publicação dos Estudos Organizacionais do
Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração - EnANPAD sobre
etnografia quanto aos princípios e procedimentos neste tipo pesquisa. Foi realizada uma
revisão de literatura, análise e levantamento dos artigos do EnANPAD de todas as edições
disponíveis na página da ANPAD (1997 a 2017) que utilizaram a Etnografia. Os resultados
mostraram pouca descrição sobre as dificuldades de entrada no campo, mas a utilização
diversificada de fontes e instrumentos de coleta de dados.

Palavras-Chave: Etnografia. Estudos Organizacionais. EnANPAD. Metodologia Científica.


Estudos Qualitativos.

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1 INTRODUÇÃO

A pluralidade e multicausalidade da pesquisa no campo das Ciências Sociais e dos


Estudos Organizacionais permitiram a abertura para novas discussões que possibilitassem
uma visão mais ampla para a compreensão dos fenômenos organizacionais e a natureza desses
fenômenos como multicausal. Nesse sentido, a pesquisa qualitativa passou a ser uma
possibilidade bastante utilizada nas pesquisas neste campo, o que trouxe, a reboque, críticas
quanto ao rigor necessário às pesquisas de natureza qualitativa.
Pesquisadores das ciências sociais têm enfatizado a pesquisa enquanto expressão da
realidade encontrada e, portanto, sempre influenciada pelas crenças do pesquisador e sem
vistas à generalizações e produção de verdade universal (SILVERMAN, 2001).
O posicionamento do autor quanto às suas escolhas no processo e desenvolvimento da
pesquisa, suas influências, sua visão de mundo, sempre foram criticados pela ciência positiva,
aspectos que indicavam a não-neutralidade da pesquisa. Entretanto, até mesmo nas pesquisas
quantitativas, as escolhas são influenciadas pela decisão do pesquisador – instrumentos,
variáveis a serem estudadas, etc. – concluindo que a neutralidade na ciência não existe.
A pesquisa etnográfica configura-se como uma Metodologia de pesquisa qualitativa,
mas mais do que isso. Ela é um posicionamento epistemológico e teórico, que envolve a
postura do pesquisador frente ao seu objeto, em um esforço que envolve trabalho de campo,
trabalho mental e trabalho textual (VAN MAANEN, 2015). É fundamental respeitar os
princípios epistemológicos, teóricos e metodológicos da pesquisa etnográfica para assegurar a
qualidade da pesquisa e expandir sua utilização.
Essa “tecelagem etnográfica” se enquadra numa proposta epistemológica complexa
(Andion e Serva, 2010) que demanda do pesquisador a construção conjunta com os
pesquisados, que pode ser feita pela observação participante, estabelecimento de relações com
os pesquisados (Van Maanen, 2015), mas também um distanciamento para não perder o olhar
crítico (BATE, 1997), sempre comprometido com a interpretação do ponto de vista dos que
estão sendo estudados (TURETA e ALCADIPANI, 2011).

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Além desses aspectos, a elaboração do texto é um momento fundamental na pesquisa
etnográfica, pois ele precisa fazer o leitor ver o que ele viu (Laplantine, 1996), o que exige
uma descrição detalhada da aproximação com o campo, das diversas formas de coleta e
análise de dados, aspectos que nem sempre são cumpridos pelas pesquisas que se
caracterizam como etnográficas. Diante disso, a pergunta que norteia esse trabalho desenha-se
da seguinte forma: os trabalhos publicanos nos anais do Encontro da ANPAD
(EnANPAD) que se configuraram como etnográficos estão cumprindo os princípios
estabelecidos para este tipo de pesquisa?
A utilização da Etnografia nos Estudos Organizacionais é um campo em ascensão
(VAN MAANEN, 2015). Nesse sentido, o objetivo deste artigo é analisar a publicação dos
Estudos Organizacionais do EnANPAD sobre etnografia. De modo específico, queremos
caracterizar a pesquisa etnográfica quanto à presença nas divisões do encontro, frequência
durante os anos de realização do mesmo, entrada no campo, formas de coleta e a densidade do
texto que detalha a experiência de pesquisa.
Este artigo se divide em 5 partes, as quais são: Introdução, apresentando o problema
de pesquisa e os objetivos; a Fundamentação Teórica sobre a Etnografia e seus princípios
epistemológicos, teóricos e metodológicos; os Procedimentos Metodológicos, detalhando a
coleta dos dados; os Resultados e as Discussões; as Conclusões, retomando o problema e
apresentando os limites da pesquisa e as Referências.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A Etnografia nos Estudos Organizacionais

A Etnografia não se resume a um método de pesquisa. Para Van Maanen (2015), a


etnografia é uma lógica, uma postura, uma maneira de conhecer e o tipo de conhecimento
resultante. Envolve pesquisa de campo, trabalho mental e redação dos resultados, numa
representação escrita de entendimentos culturais mantidos por outros que estão intimamente
ligados a um contexto específico, sempre provisório e parcial. O encontro com o "estrangeiro"
é a própria essência da etnografia (VAN MAANEN, 2015). A etnografia consiste no

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aprendizado do dizer e do fazer do campo de pesquisa a partir das vicissitudes da tradução
(CLIFFORD, 2008)
A Etnografia é, portanto, um campo epistemológico, teórico e metodológico e tem
como fundamento básico descrever o ponto de vista nativo sobre seus valores, sua experiência
de vida, pensamentos, emoções, sentimentos e práticas que constituem sua própria realidade
existencial. A etnografia nos coloca imersos no objeto de pesquisa, na realidade pesquisada.
Ela nasceu formalmente na antropologia com as primeiras experiências de Malinowski
no arquipélago de Trobiand na Nova Guiné entre 1914 e 1918, mas mudou muito desde essa
época, sendo possível identificar atualmente muitas correntes dentro desse campo (ANDION
e SERVA, 2010). Nas décadas de 1920 e 1930, estudos desenvolvidos na Escola de Chicago
foram fundamentais nas pesquisas qualitativas sobre vários grupos de indivíduos. Isso abriu
espaço para a etnografia em diversos cenários além dos exóticos, como por exemplo, o urbano
(TURETA E ALCADIPANI, 2011).
Van Maanen (2015) aponta que a etnografia tem uma carreira longa e estimada nos
Estudos Organizacionais. O autor destaca com um papel fundador o antropólogo Warner, que
foi contratado no final do estudo de Hawthorne na década de 1920, pela equipe liderada por
Mayo na Harvard Business School, para supervisionar e projetar as observações e entrevistas
em uma fiação bancária. Mesmo que não tenham usado por completo a interpretação dos
resultados feita por Warner, sua contribuição sob uma perspectiva quase etnográfica deixou
uma marca nos estudos organizacionais presentes até hoje.
Nos anos 1940, Warner produziu diversas monografias, juntando-se a Hughes e
Blumer para produzir trabalhos de campo na sociedade. Hughes além de ter feito trabalhos
sobre a abordagem etnográfica em Chicago, reuniu outros pesquisadores que mantiveram essa
tradição de estudos, são eles: Becker, Geer, Gusfield, Strauss, Friedson e Goffman (VAN
MAANEN, 2015).
Tentar descrever o que é ser outra pessoa é a principal reivindicação da etnografia para
a sua contemplação, com o objetivo de alcançar os significados simbólicos e culturais que
estão por trás das ações humanas (VAN MAANEN, 2006). O processo de pesquisa se
desenvolve e fragmenta-se pela diversidade, uma profusão quase carnavalesca de métodos.
Compreender como as pessoas pensam e observar o mundo pelas lentes dos pesquisados,
pressupõem um emaranhado de informações que demandam tempo árduo de pesquisa. Não

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obstante, é valorizada a ótica do pesquisador, levando em consideração seus vieses, seus
valores e suas origens pessoais (ATKINSON et al, 2001).
Para Tedlock (2000), a etnografia envolve um avanço na tentativa de estabelecer
encontros específicos, acontecimentos e compreensões mais amplas em um contexto mais
significativo. Ela não é simplesmente a produção de nova informação ou pesquisa de dado,
mas o modo em que tal informação ou dado é transformado em uma forma visual ou escrita.
Como resultado, combina projeto de pesquisa, trabalho de campo e vários métodos de
investigação para produzir historicamente, politicamente e pessoalmente inúmeras situações,
descrições, interpretações e representações da vida humana. Na prática, a etnografia é uma
continuação do trabalho de campo, ou melhor, um registro transparente das experiências
passadas no campo.
Andion e Serva (2006) afirmam que a pesquisa etnográfica permite retratar as
dimensões objetivas e subjetivas dos fenômenos analisados, a construção dos momentos da
cultura organizacional. Os autores ressaltam que a etnografia sobrepõe a definição de técnica
devido à grande representatividade e possibilidade de descobertas através da decifração de
seus significados. O método estabelece relações que possibilitam compreender melhor a
complexidade de determinados fenômenos sociais.
Godoy (2006) complementa que a pesquisa etnográfica abrange a descrição dos
eventos que ocorrem na vida de um grupo (com especial atenção para as estruturas sociais e o
comportamento dos indivíduos enquanto membros do grupo) e a interpretação do significado
desses eventos para a cultura do grupo. Um etnógrafo pode centrar seu trabalho sobre uma
tribo indígena com pouco contato com a civilização, uma comunidade de alemães no estado
de Santa Catarina, ou determinada ocupação dentro de uma fábrica.
Sobre a observação participante, técnica indispensável da etnografia, Clifford (2008)
ressalta que ela serve como um contínuo vai e vem entre o interior e o exterior dos
acontecimentos em que a autoridade experiencial está embasada na “sensibilidade” de quem,
acima de qualquer hipótese, “estava lá”. Como instrumento de registro das observações e
experiências vivenciadas pelo pesquisador, o diário de campo mostra-se como o mais
utilizado. O diário é o relato da experiência do pesquisador, uma memória que servirá de guia
para a pesquisa e possibilitará ao pesquisador aprofundar a sua análise e compreensão na

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história do objeto estudado, ampliando a interpretação dos significados dos eventos passados
e presentes (ANDION e SERVA, 2006).
Entretanto, quando o pesquisador tem forte relação com o campo, o objeto e os
sujeitos pesquisados, é importante estabelecer um distanciamento das familiaridades, o que
Velho (1979) chamou de “estranhar familiar”. Esse estranhamento se refere à busca de uma
distância suficiente para que o pesquisador seja uma testemunha das vivências do grupo de
forma a produzir um conhecimento “objetivo”.
A intensidade, riqueza e rigor da pesquisa etnográfica depende intrinsicamente do
trabalho de texto. Jarzabkowski, Bednarek e Lê (2014) afirmam que para apresentar as
pesquisas etnográficas deve-se focar no trabalho de texto envolvido na escrita de descobertas
persuasivas. Como afirma Geertz (1989), a descrição é uma “interpretação densa”, uma
interpretação que o pesquisador desenvolve sobre a interpretação que o entrevistado tem de
algum evento social. O etnógrafo deve seguir a orientação de Geertz (1989, p. 4): “praticar
etnografia é estabelecer relações, selecionar informantes, transcrever textos, levantar
genealogias, mapear campos, manter um diário e assim por diante”.
Em suma, realizar pesquisa etnográfica significa participar do ambiente em questão
não pretendendo tornar-se o “outro”, mas aproximar-se dele e da realidade vivenciada por ele,
valendo-se de diversos instrumentos de coleta e fontes de dados, legitimando os resultados em
um texto rico de detalhes que envolve descrições densas de todos os tipos.

3 METODOLOGIA

3.1 Procedimentos Metodológicos

Para alcançar o objetivo proposto, foi realizada uma revisão de literatura e levantados
os artigos do Encontro da ANPAD (EnANPAD), disponíveis na página da ANPAD (2018). A
ANPAD foi criada em 1976 e é hoje o principal órgão de interação entre programas
associados, grupos de pesquisa da área e a comunidade internacional dentro do campo das
ciências administrativas, contábeis e afins no Brasil. O EnANPAD é o segundo maior evento

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científico da área de Administração do mundo e realizará em 2018 sua 42ª edição (ANPAD,
2018).
O levantamento foi realizado no dia 22 de junho de 2018 e utilizou o termo
“Etnografia” no campo de busca, filtrando pelos artigos do EnANPAD de todas as edições
disponíveis na página da ANPAD (1997 a 2017), totalizando 24 artigos, sendo 1 vinculado à
divisão Administração da Informação (ADI), 2 em Ensino e Pesquisa em Administração e
Contabilidade (EPQ), 5 em Marketing (MKT) e 16 em Estudos Organizacionais (EOR). Para
este artigo, somente as publicações vinculadas à divisão EOR foram selecionadas. A
distribuição percentual por divisão está representada na figura 1:

Figura 1: Distribuição percentual dos artigos sobre Etnografia por divisão do EnANPAD

Fonte: elaborada pelas autoras

Os artigos que abordaram a etnografia, nas diversas divisões, foram publicados entre
os anos de 2002 e 2017, sendo que em 2003, 2004 e 2006 nenhum trabalho nesta perspectiva
foi publicado. Desde 2007, ao menos 1 trabalho utilizando a Etnografia foi publicado nos
anais do encontro. Entretanto, não há regularidade, sendo que os melhores anos foram 2012 e
2014, com 04 trabalhos, mas no último encontro (2017), somente 01 foi publicado.
Após a seleção dos artigos da divisão EOR, todos os resumos foram lidos para
verificar a adequação à discussão pretendida. Foram excluídos 05 artigos devido às suas

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características de ensaio teórico e revisão de literatura, que não se ajustam nesta proposta.
Para a análise, 11 artigos foram lidos na íntegra.
Os artigos foram organizados em uma planilha de 6 colunas, informando o título do
artigo, ano de publicação, local de realização da pesquisa, escolhas teóricas e variações da
metodologia privilegiada – a Etnografia. As leituras seguintes complementaram a planilha
com informações relevantes para a análise dos dados.
A primeira leitura completa dos artigos visou identificar o tempo de envolvimento dos
pesquisadores com o campo, ou seja, a aproximação e a entrada no campo para realização da
pesquisa. Essas informações foram relatadas mais superficialmente no Resumo e Introdução e
mais detalhadamente nos Procedimentos Metodológicos.

Figura 2: etapas de coleta, organização e análise dos dados

Fonte: elaborada pelas autoras

Uma segunda leitura foi realizada para identificar as diferentes fontes de informação e
instrumento de coleta de dados, informações que também constavam mais superficialmente
no Resumo e Introdução e mais especificamente nos Procedimentos Metodológicos.
Entretanto, a leitura completa dos artigos permitiu identificar que alguns trabalhos utilizaram

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diversidade de fontes e instrumentos que não foram mencionados nos Procedimentos
Metodológicos nem no decorrer do texto. Uma terceira leitura foi realizada para extrair alguns
fragmentos que pudessem exemplificar a realização da etnografia nos artigos analisados, mais
especificamente sobre a entrada no campo. Uma quarta e última leitura foi realizada, focando
na descrição dos resultados e discussões, para perceber a forma textual e a densidade das
descrições.
As análises foram realizadas a partir da compreensão dos pressupostos da Etnografia,
principalmente das técnicas de coleta e análise dos dados, que foram categorizadas e
organizadas no texto para a discussão.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As análise e discussão dos artigos estão organizadas de duas formas: (i) apresentação
dos aspectos gerais dos artigos e (ii) aspectos da pesquisa etnográfica.

4.1 Aspectos gerais

Os artigos da divisão dos Estudos Organizacionais foram publicados entre os anos de


2007 e 2016 e foram realizados em diferentes lugares do Brasil, como: São Paulo (2), Porto
Alegre (1), Blumenau (1), Fortaleza (1), Brasil-Canadá (3), São José dos Campos (1), Cidade
de Goiás (1) e Não-identificado (1). Os artigos que foram realizados nos mesmos locais
referem-se a resultados de um mesmo projeto de pesquisa, o que mostra que a etnografia está
sendo tratada pelos mesmos autores.
Se destrincharmos os autores (as) que publicaram sobre etnografia, sendo primeiro
autor ou coautor, essa concentração fica mais nítida: dos 11 artigos analisados, 1 autora é
membro de 4 artigos; 2 autoras são membros de 3 artigos e 1 autora é membro de 2 artigos, o
que revela as autoras que são referência nessa discussão em termos de anais do EnANPAD, as

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quais são: Josiane Silva de Oliveira, Neusa Rolita Cavedon, Maria Tereza Flores-Pereira e
Dóris Dornelles de Almeida.
Ainda sobre as autorias, dos 16 diferentes autores (autores e co-autores), mais de 80%
são mulheres, o que pode indicar que a pesquisa Etnográfica nos Estudos Organizacionais
desperta mais interesse nas mulheres do que nos homens (menos de 20%).
Os temas imbricados e tratados nos artigos foram: Modelo globalizado de gestão,
Corpos e Práticas/vivências; Identidade nas organizações e Corpos; Espaço organizacional,
Modos de fazer, Lugares e Não-lugares; Cultura Organizacional, Corpo e Corporeidade;
Aprendizagem Organizacional e Catástrofe; Cultura organizacional, Vendas como
Performance e Vendas como Ritual; Capital, Trabalho e Contra-resistências; Estudos
Baseados em Práticas e Heterotopias Organizacionais; Lógicas Institucionais; Subjetividade,
Raça e Pesquisa de Campo; Estudos Baseados em Prática e Corpo. Ainda que a amostra seja
pequena, parece haver um interesse sobre os corpos e o entrelaçamento com outras teorias
organizacionais para compreender os fenômenos estudados utilizando da Etnografia.
Dentre as diversas abordagens etnográficas utilizadas, as pesquisas apresentaram
diferentes vertentes como Etnografia Embodied, Etnografia Multissituada e a Autoetnografia.
Por fim, dos 11 artigos analisados, 3 foram publicados posteriormente em revistas científicas,
as quais foram: Revista de Gestão Organizacional (v. 5, n. 1, 2012), RAC (v. 21, n. 2, 2017) e
Revista Eletrônica de Ciência Administrativa (v. 17, n. 1, 2018).

4.2 Aspectos da pesquisa etnográfica nos artigos do EnANPAD

A análise dos artigos do EnANPAD da divisão dos Estudos Organizacionais que


utilizaram a etnografia, seja como método ou estratégia de pesquisa, possibilitou identificar 3
elementos predominantemente presentes nos trabalhos: (i) entrada e imersão no campo; (ii)
diversidade de formas e fontes de coleta de dados; (iii) densidade e forma textual, os quais
serão descritos a seguir.

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4.2.1 Entrada e imersão no campo

Um dos aspectos fundamentais da pesquisa etnográfica é a entrada no campo. Como


esse tipo de pesquisa exige imersão, a participação e a vivência da realidade pesquisada, a
aproximação com as pessoas e a abertura para fazer parte dos espaços é ponto crucial, mas
demanda tempo, paciência e muita maturidade do pesquisador. Um equívoco neste momento
pode impedir o acesso aos pesquisados e prejudicar a pesquisa.
Dois artigos relataram as dificuldades de entrada no campo. Em um deles, de forma
mais superficial, a autora menciona seu interesse e a negociação, parcialmente negada pela
direção da empresa:

Ela tinha como interesse principal interagir com esse grupo de


trabalhadores. Para isso negociou com a direção da empresa a
realização de uma observação participante que lhe foi parcialmente
negada. Foi permitida a realização da observação, mas não lhe era
consentido atender clientes, tampouco ajudar seus “colegas”
vendedores (FLORES-PEREIRA, DAVEL e CAVEDON, 2007, p. 7).

O artigo de Rezende, Oliveira e Mendes (2016) traz mais detalhes sobre o acesso aos
sujeitos da pesquisa e as estratégias para conseguir acessar o campo:

[...] durante a entrada em campo, as pesquisadoras fizeram tentativas


de realização do estudo com outras duas mestras artesãs na produção
do “empadão goiano” que se mostraram receosas com a realização do
estudo. Segundo elas, o receio era que a receita da empada fosse
copiada pelas pesquisadoras e as ‘mirongas’, ou ainda, que os
segredos das mulheres goianas na produção do empadão fossem
revelados. Por isso, optamos pela realização da pesquisa de caráter
etnográfico com a mestra artesã que mais se mostrou disposta a
colaborar com o estudo, sem grandes impedimentos e restrições
(REZENDE, OLIVEIRA e MENDES, 2016, p. 8).

As autoras relataram que as primeiras tentativas de contato foram realizadas por uma
das pesquisadoras que não é natural da cidade. Já a negociação para a pesquisa com a mestra
artesã, prontamente autorizada, foi realizada pela pesquisadora que é residente na cidade e

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mostrou conhecimento das tradições locais, o que facilitou a construção da relação de
confiança entre pesquisadora e pesquisada (REZENDE, OLIVEIRA e MENDES, 2016, p. 8).
Três artigos seguiram a premissa de Gilberto Velho (1978) de buscar ‘estranhar o
familiar’, ou seja, o distanciamento necessário que legitima a pesquisa científica. Dois artigos
referem-se ao mesmo projeto de pesquisa e a razão que justifica o distanciamento é a mesma:
a pesquisadora-participante é bailarina e tem familiaridade com o ballet e companhias de
dança (objetos de estudo) há muito tempo (ALMEIDA e FLORES-PEREIRA, 2012a;
ALMEIDA e FLORES-PEREIRA, 2012b). Na pesquisa de Matos, Saraiva e Ipiranga (2012),
o distanciamento foi necessário pois a família de uma das pesquisadas era “permissionária de
um box do local” (MATOS, SARAIVA e IPIRANGA, 2012, p. 8).
O artigo de Chiesa e Cavedon (2013) menciona que a inserção em campo foi
facilitada, dado o prévio envolvimento de uma das pesquisadoras com os membros do campo
de pesquisa e com a trajetória da organização estudada. O artigo de Hoeltgebaum e Godoi
(2010), por se tratar de autoetnografia, já que se tratou do relato da pesquisadora que era
também diretora da organização estudada, mostrou a dificuldade desse tipo de pesquisa, ainda
mais se tratando de uma catástrofe, relatando a necessidade da pesquisadora sair do papel de
diretora, principalmente enquanto entrevistava os funcionários, para refrear discursos
puramente institucionais (HOELTGEBAUM e GODOI, 2010), o que foi retomado nas
considerações também como um limite da pesquisa.
Percebeu-se que não é prática comum o relato das facilidades e dificuldades de entrada
no campo. Informar as dificuldades e facilidades poderia ajudar outros pesquisadores a refletir
sobre os entraves existentes neste tipo de pesquisa quanto o acesso aos pesquisados e aos
espaços e ambientes por eles vividos e favorecer o planejamento deste tipo de pesquisa.
O artigo de Oliveira (2015) vem cumprir e superar esse papel da pesquisa etnográfica,
abordando as dificuldades da entrada no campo no que concerne às relações de poder. A
centralidade deste trabalho destaca a construção da pesquisadora em termos de raça nos
contextos estudados (Brasil-Canadá), enfatizando como questões cultuais locais dos diferentes
países influenciaram a entrada da pesquisadora em campo, o acesso a informações, e,
consequentemente, o desenvolvimento da etnografia no campo organizacional estudado.

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4.2.2 Diversidade de formas e fontes de coleta de dados

A etnografia frequentemente demanda a complementação de outros aportes teórico-


metodológicos (BRAGA, 2006), entendendo que a combinação de múltiplas técnicas e
materiais de pesquisa pode ser uma estratégia para enriquecer, aprofundar e complexificar
uma investigação científica (MITSUISHI, 2007). A afirmação dos autores corrobora a
utilização de diferentes fontes de dados e instrumentos de coleta nas pesquisas analisadas.
Dos 11 artigos verificados, todos informaram realizar a observação participante, sendo
que 10 informaram ter utilizado o diário/caderno de campo para registro das observações,
percepções e reflexões. O trabalho de Chiesa e Cavedon (2013) realizou inclusive a
observação digital. Almeida e Flores-Pereira (2012b) informaram sobre a utilização de um
organizador digital para a transcrição do caderno de campo, acrescentando informações que
poderiam ser utilizadas em futuros insights na análise dos acontecimentos. O artigo de
Oliveira e Nogueira (2016) não informou como as observações foram registradas.
As entrevistas foram realizadas em 09 trabalhos, sendo que 04 deles utilizaram roteiro-
semi-estruturado (ALMEIDA e FLORES-PEREIRA, 2012a; ALMEIDA e FLORES-
PEREIRA, 2012b; CHIESA e CAVEDON, 2013; OLIVEIRA e MELLO, 2014). Matos,
Saraiva e Ipiranga (2012) realizaram entrevistas que foram gravadas e conversas informais de
interesse dos pesquisados, registradas em caderno de campo a posteriori. Almeida e Flores-
Pereira (2012a; 2012b) também gravaram suas entrevistas que foram transcritas pela própria
pesquisadora.
Nesse sentido, vale ressaltar que as transcrições não devem ser terceirizadas. A
transcrição de entrevistas realizada pelo próprio entrevistador tem o intuito de “não perder a
sensação de como os respondentes estavam se expressando e tentar captar isso na transcrição”
(GIBBS, 2009, p.32). Ou seja, no momento da transcrição, outras informações como pausas,
silenciamentos, interrupções, gestos, feições, entre outras coisas, podem ser lembradas pelo
pesquisador, que deve incorporar essas lembranças na transcrição.
Rezende, Oliveira e Mendes (2016) que fizeram entrevista informal de história de vida
relataram que não gravaram as conversas, pois a entrevistada tinha receio de disseminar os

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seus segredos culinários. Os receios dos entrevistados devem ser respeitados e contornados, já
que o desconforto pode influenciar em falsas respostas ou falsos diálogos. Além disso, é
imprescindível que a gravação seja autorizada pelos entrevistados.
No trabalho de Hoeltgebaum e Godoi (2010), a pesquisadora realizou pesquisa em
profundidade e optou por realizar a entrevista fora do local de trabalho, para tentar minimizar
a dificuldade da aproximação, já que se tratava de uma pesquisadora/diretora realizando a
entrevista.
Os artigos de Almeida e Flores-Pereira (2012a), Hoeltgebaum e Godoi (2010) e
Oliveira e Melo (2014) utilizaram, ainda outras fontes como um vídeo da rotina dos
bailarinos; seis vídeos do projeto memórias da dança brasileira; programas de espetáculos;
site da Cia, reportagens de jornal e fotografias (ALMEIDA e FLORES-PEREIRA, 2012a),
consulta a jornais locais (HOELTGEBAUM e GODOI, 2010), pesquisa documental em
revistas e jornais da cidade, dados secundário disponibilizados pelo IBGE, pesquisa em
documentos disponibilizados pelas organizações (OLIVEIRA e MELO, 2014). O artigo de
Oliveira e Nogueira (2016) parece ter usado outras fontes além da observação e das
entrevistas, o que pôde ser percebido na descrição dos resultados, mas não há clareza na
descrição quanto à forma como cada uma das fontes e formas foram utilizadas.
Dentre os 09 artigos que realizaram entrevistas, 03 informaram o que as entrevistas
abordaram, ainda que 02 deles, muito superficialmente. Apenas o artigo de Oliveira e Mello
(2014) apresentou o eixo temático das entrevistas de forma mais detalhada.

4.2.3 Densidade e forma textual

Toda a riqueza de dados adquirida na pesquisa etnográfica, incluindo o relato das


dificuldades e daquilo que não saiu conforme o planejado, ganha relevância e rigor no
trabalho de texto (JARZABKOWSKI, BEDNAREK e LÊ, 2014). A missão intelectual dos
etnógrafos é apresentar os dados de uma forma que dê ao leitor uma sensação de experiência
sensorial personalizada obtida da imersão prolongada no campo (CUNLIFFE, 2010;
YANOW et al., 2012), a partir do “trabalho de texto” (VAN MAANEN, 2011), através do
qual os etnógrafos tornam suas experiências acessíveis aos leitores.

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A descrição mais presente nos artigos analisados é a descrição numérica. Quantas
entrevistas realizadas, duração das entrevistas, quantidade de páginas de entrevistas transcritas
e diário de campo, tempo de aproximação, tempo de presença no campo, frequência de
encontros nos quais os pesquisadores estiveram presentes. A quantificação mostra a
intensidade do envolvimento do pesquisador e é fundamental para explicitar o rigor da
pesquisa qualitativa.
A pesquisa de Almeida e Flores-Pereira (2012a; 2012b) descreveu que o tempo de
observação foi de 05 semanas, em período integral da companhia pesquisada registrada em
112 diários de campo; realizou 13 entrevistas, cada uma em torno de meia-hora, que resultou
em 145 páginas transcritas.
Chiesa e Cavedon (2013) relataram que a aproximação e contato foi de 03 meses, com
participação ativa de 3 semanas, entrevistando 5 pessoas, com duração de 60 minutos cada
entrevista. Flores-Pereira, Davel e Cavedon (2007) conviveram por 06 meses e a observação
participante relatada no artigo aconteceu em 3 encontros de lazer, além da observação de 1
processo seletivo, 3 reuniões com a direção e 1 festa de Natal.
Hoeltgebaum e Godoi (2010) relataram a observação participante da pesquisadora por
11 meses, registradas em 60 páginas de diário de campo, 12 entrevistas em profundidade e
213 páginas de jornais locais arquivadas. Matos, Saraiva e Ipiranga (2012) relataram a
imersão durante 20 meses, realizando entrevistas com 230 indivíduos, com duração entre 30 e
60 minutos, além de conversas informais que duraram entre 30 e 80 minutos. Oliveira e
Nogueira (2016) realizaram 378h de trabalho de campo, 27 entrevistas e participaram de 06
dias de paralisações.
Na descrição de Oliveira e Cavedon (2014) a pesquisadora residiu 9 meses em um dos
locais da pesquisa e realizou 32 entrevistas de história de vida. A segunda etapa da pesquisa,
que aconteceu fora do Brasil, foi realizada em 7 meses, registradas em 35 diários de campo,
além de realizar 1 história de vida. Em Oliveira e Mello (2014), as observações foram
realizadas em 09 meses e registradas em 70 diários de campo, realizando 32 entrevistas. A
pesquisa de Oliveira (2015) descreve o tempo total de realização da pesquisa: entre os anos de
2011 e 2013. Por fim, Rezende, Oliveira e Mendes (2016) descrevem o tempo de 06 meses
em campo, 2 a 3 vezes por semana, registrados em 56 diários de campo.

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As descrições das observações são densas em todos os trabalhos, detalhando a
arquitetura dos lugares, os gestos dos sujeitos pesquisados, tons de fala, caretas, suspiros,
densidade da respiração, frequentemente usando fragmentos das falas dos entrevistados para
elucidar percepções, emoções e sentimentos e legitimar a proximidade com o pesquisado e
com o campo.
Entretanto, duas ausências merecem destaque: a pouca utilização da primeira pessoa e
a ausência de relato das emoções e sentimentos do pesquisador, situações que podem estar
imbricadas. O relato das pesquisas etnográficas deve tornam as experiências acessíveis aos
leitores e isso acontecerá à medida que aceitarmos outras formas de voz etnográfica, como as
narrativas em primeira pessoa (VAN MAANEN, 1988).
Sendo a etnografia o relato da experiência a partir do olhar do pesquisado, parece
coerente que os pesquisadores tenham receio de colocar suas impressões. Entretanto, não é
possível extrair a partir da observação a essência do olhar do outro. A descrição da percepção
do outro será sempre a percepção do pesquisador do que talvez seja a percepção do
pesquisado. Como a etnografia cresce como um método, precisamos nos tornar mais
corajosos e ousados ao escrever e avaliar as evidências etnográficas.

5 CONCLUSÃO

O problema que norteou a investigação apresentada neste artigo referiu-se ao


cumprimento dos princípios estabelecidos para as pesquisas etnográficas pelos
pesquisadores/autores dos artigos publicados nos anais do EnANPAD. Nosso objetivo foi
analisar estas publicações, caracterizando a pesquisa etnográfica quanto à presença nas
divisões do encontro, frequência durante os anos de realização do mesmo, entrada no campo,
formas de coleta a densidade do texto sobre a experiência de pesquisa.
Dada a importância da Etnografia nos Estudos Organizacionais e a relevância do
EnANPAD enquanto evento científico na área de Administração, a presença de 16 artigos
pareceu insipiente. Ainda que somados os artigos das outras divisões, o que totalizou 24,

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consideramos pequena a quantidade de pesquisas e publicações utilizando a etnografia
enquanto abordagem epistemológica, teórica e metodológica.
Entretanto, a busca disponibilizada na página da ANPAD não informa em quais
campos dos artigos os termos são buscados (título, resumo, palavras-chave ou na
integralidade dos artigos). Sugere-se aos autores que desejam ampliar a disseminação da
pesquisa etnográfica, que incluam o termo Etnografia nesses campos.
As pesquisas mostraram a diversidade de fontes de dados e instrumentos de coleta das
informações. Nesse sentido, a utilização de software pode contribuir com a análise dos dados
qualitativos. Seguimos a sugestão de Almeida e Flores-Pereira (2012), que utilizaram o
MAXQDA (2011), programa que oferece recursos para trabalhar com documentos online,
codificação, acesso a textos, exibição de codificação e redação de memorandos (GIBBS, 2009
apud ALMEIDA e FLORES-PEREIRA, 2012). As autoras ressaltam que apesar das
contribuições do programa, a responsabilidade de produzir interpretações, desenvolver
explicações analíticas e sustentar uma análise na teoria adequada foi realizada pelas
pesquisadoras.
Ainda que as descrições de tempo sejam frequentes nos artigos, percebeu-se que as
tentativas de entrada no campo não são computadas no tempo definido enquanto inserção no
campo, apenas o tempo a partir do início das observações. Além disso, poucos foram os
relatos das dificuldades (ou facilidades) de acesso ao campo para a realização da pesquisa.
Relatar as razões que tornam o acesso ao campo facilitado pode contribuir com pesquisadores
que iniciam suas pesquisas, principalmente os menos experientes, a realizar um bom
planejamento e utilizar de suas influências para acessar lugares os quais já existem abertura. A
narração das dificuldades poderá contribuir para que pesquisadores não cometam descuidos
nas tentativas de acesso ao campo, o que muitas vezes pode impedir a continuidade e
realização da pesquisa.
A densidade das descrições é sedutora para o leitor, já que apresenta elementos que
quase permitem que o leitor veja o que o pesquisador e o pesquisado vivenciaram. Entretanto,
à exceção da pesquisa autoetnográfica, os pesquisadores não relataram os seus próprios
sentimentos na realização e experimentação da realidade pesquisada. Incômodos,
desconfortos, equívocos, euforias, inseguranças sentidas e vivenciadas pelo pesquisador

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podem ser narradas de forma a tornar o trabalho de texto, além de atrativo, legitimado pela
clareza textual.
As pesquisas etnográficas nos Estudos Organizacionais, apesar de seu importante
histórico, ainda têm muito para explorar. A diversidade de entrelaçamentos teóricos
apresentada mostra que os princípios epistemológicos, teóricos e metodológicos deste tipo de
pesquisa podem contribuir com muitas áreas e temas de pesquisa e que os imbricamentos
teóricos só têm a contribuir com o enriquecimento e avanço das pesquisas nos Estudos
Organizacionais.

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