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decisões proferidas pelos Tribunais de Justiça de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto
Alegre, contra planos de saúde.
Em síntese, a jurisprudência no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo entende que os planos
de saúde devem atingir a finalidade para o qual foram contratados: a efetiva garantia de cobertura
do tratamento e/ou cirurgia necessários, zelando sempre pela saúde do paciente-conveniado.
Resumo: Plano de Saúde
Relator: Francisco Loureiro
Julgamento: 09/09/2010
Publicação: 22/09/2010
Ementa
Comentários:
Tais condutas são estribadas na má-fé das seguradoras para com seus segurados, pois,
no ato da contratação dos planos, elas se utilizam de termos técnicos que fogem do
conhecimento do contratante, o qual, na qualidade de homem médio, não possui dever
legal nenhum em sabê-las, sendo, portanto, de certa forma ludibriados sobre o que
efetivamente adquiriram.
Por essas razões, o Judiciário brasileiro vem socorrendo os segurados destas manobras
inescrupulosas articuladas pelas seguradoras, dada à consagração do direito à saúde
como bem jurídico fundamental por nossa Constituição Federal.
Relator: Neves Amorim
Julgamento: 26/10/2010
Publicação: 25/11/2010
Ementa
PLANO DE SAÚDE - RECUSA DA REQUERIDA EM ARCAR COM DESPESAS DE COLOCAÇÃO DE
PRÓTESE ORTOPÉDICA - ABUSIVIDADE CONTRATO ANTERIOR À LEI 9.656/98 E A ELA NÃO
ADAPTADO - IRRELEVÂNCIA -PACIENTE PORTADORA DE LESÃO QUE A COLOCAÇÃO DA PRÓTESE É
NECESSÁRIA PARA O SUCESSO DO PROCEDIMENTO - CLÁUSULA QUE EXCLUI COBERTURA PARA
PRÓTESES/ÓRTESES, QUE SE MOSTRA ABUSIVA À LUZ DO CDC - COBERTURA DEVIDA - SENTENÇA
MANTIDA.RECURSO IMPROVIDO.
Comentário:
A grande maioria dos interessados ao contratarem um plano de saúde, por certo, não são
conhecedores claros dos teores constantes das cláusulas contratuais.
Por sua vez, costumeira prática é rigorosamente repelida pelo Código de Defesa do
Consumidor e pela Lei dos Planos de Saúde.
Desse modo, qualquer cláusula contratual que implique na não cobertura de próteses
essenciais ao trato final do ato operatório é tida como abusiva pelo CDC, logo está o
segurado resguardado pelo manto jurisdicional, restando cabível o ajuizamento da
competente ação.
Relator(a): Francisco Loureiro
Julgamento: 25/03/2010
Publicação: 12/04/2010
Ementa
PLANO DE SAÚDE – Cláusula excludente da cobertura de colocação de próteses e órteses-
Aplicação de marcapasso - Artefato indispensável ao próprio ato cirúrgico, com a finalidade de
evitar intervenção mais grave ao paciente e mais dispendiosa à operadora de plano de saúde -
Obscuridade dos termos prótese e órtese ao consumidor, que ferem princípio da transparência da
oferta -Aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos contratos relacionais celebrados antes
de sua vigência,especialmente naquilo que consagra os princípios maiores do equilíbrio contratual
e boa-fé objetiva - Abusividade da cláusula excludente - Negativa injustificada de exame de
urgência - Confusão quanto ao nome dos procedimentos que acarretou a negativa em detrimento
do consumidor - Inexistência de prova nos autos demonstrando conduta espontânea da ré de
tentar reparar o erro cometido - Ausência de boa-fé - Concessão de autorização de exame apenas
por ordem judicial - Existência de danos morais indenizáveis, ante a grave conduta culposa da ré
- Recurso improvido.
Comentário:
Atitude astuta e habitual das seguradoras é a elaboração de contratos sombrios e
abusivos com o fito de se tirar vantagem sobre o consumidor de boa-fé.
Nesse sentido, é o que traduz o julgado acima. O segurado, no momento em que mais
precisou dos serviços da seguradora, dado que fora submetido a uma operação cardíaca,
teve sua vida colocada em risco, diante da negativa injustificada da empresa em fornecer
o equipamento de marcapasso, este vital à sua reabilitação.
Assim, referida conduta, além de ser robustamente rechaçada pelo Código de Defesa do
Consumidor e pela Lei dos Planos de Saúde, é também passível de medida jurídica
indenizatória, em razão do seu caráter culposo e danoso para com a vida do segurado.
São por essas e outras conseqüências que o Poder Judiciário busca vorazmente erradicar
disposições contratuais abusivas, fazendo valer a genuína função social do contrato que
foi celebrado entre segurados e seguradoras.