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R E V I S T A

2 Suas Notas
5 Aqui na Weril: Bubu (Los Hermanos)
6 Por Estas Bandas
9 Workshop: Exercícios para Tuba
11 Todos os Tons: Músicos do New Jazz
12 Entrevista: Malte Burba, professor alemão

Maio/Junho 2000 - Ano 22 - nº 129


Distribuição Gratuita - www.weril.com.br

A Vez do Sopro
nas Escolas
Após anos de predomínio do piano e violão, alunos de
música passaram a escolher um amplo leque de
instrumentos para aprender

Pág. 10

Um Músico Chamado Proveta Jovens Talentos


Pág. 3 Disputam a Final do
Euphonium Superafinado Prêmio Weril
Pág. 8
Pág. 4
SUAS NOTAS

Lembranças
Correção
“A edição 127 levou-me aos meus tempos de músico,
na Tupi, quando toquei com os grandes maestros da
época. Outra grata lembrança é a de Gilberto Gagliardi,
um dos melhores trombonistas que conheci. Um abraço
CORREÇÃO
Na última edição, foi noticiado que a final do 4º
Prêmio Weril para Solistas de Instrumentos de Sopro
para ele e também para o Angelino Bozzini, que explicou seria realizada em 30 de maio, mas esta data foi
muito bem a técnica da respiração contínua” alterada. O evento acontece no dia 29, na Sala São Luiz,
Darcy Barbosa Pinto, Agostinho Porto (RJ) em São Paulo. Leia mais sobre o 4º Prêmio Weril na
página 8.
Sax Soprano
“Gostaria que a Revista fizesse um Raio X com o
Também recebemos e agradecemos cartas e e-mails de:
sax soprano da Weril” Adiel R. Damazio, Jaboticabal (SP); Aldina F. S. Soares, São Paulo
Ildean Lopes Lima, Santa Inês (MA) (SP); Anair Aparecida R. Pereira, Malacacheta (MG); Anderson R.
Temponi, Volta Redonda (RJ); Antonio B. F. Filho, Fortleza (CE);
Antonio M. dos Santos, Pilar (AL); Banda Euterpe Fraternidade,
R: Ildean, o sax soprano Weril em Sib foi o primeiro
Brasília de Minas (MG); Carlos Armando V. Corrêa, Viamão (RS);
instrumento a ser abordado na série “Raio X”, que Carlos R. da Silva, Itaúna (MG); Clea R. Lucena, Martins (RN);
publicamos sempre à página 4. Ele foi testado na edição Cristian S. Cândido, Mauá (SP); David B. Gerbin, Palmital (SP);
119, pelo professor Demétrio Lima. Se você não possui Domício R. Xavier, Timburi (SP); Elias Alves, Araraquara (SP); Elton
C. Porto, Catende (PE); Elton Fernando de Castro (por e-mail);
este exemplar, entre em contato conosco para que
Erinaldo Arcanjo, São Paulo (SP); Fábio R. Pardini, Sorocaba (SP);
possamos encaminhá-lo Fernando G. Roos, Palotina (PR); Francisca M. A. Lopes, Boa Vista
(PB); Hilton C. Silva, Rio de Janeiro (RJ); Isael R. da Luz, Telêmaco
Borba (PR); Ivanildo L. de Oliveira, São Paulo (SP); Ivonildes S.
Eventos e Concursos Cordeiro, Salvador (BA); Izaias M. de Oliveira, Lins (SP); Jandyra
C. Chagas, Muqui (ES); Jasiel A. da Silva, São Lourenço da Mata
(PB); Jefferson A. Barbosa, Paranavaí (PR); Jefferson F. Bastos, Mauá
• Prossegue em maio o Programa de Apoio às Bandas e Fanfarras, organizado (SP); João S. Filho, Poá (SP); Jonatas Arruda da Silva, São Lourenço
pela Secretaria de Estado de Cultura, Desporto e Lazer de Mato Grosso do da Mata (PE); Josué C. de Souza, Uruará (PA); Juliano C. da Silva,
Catende (PE); Juranay Costa Alves, Patos (PB); Liderado Martin (por
Sul, com o apoio da Weril e outras empresas. Em junho, dia 24, será realizado e-mail); Lilian E. S. Zanella, Hortolândia (SP); Luciano de Lima Leite,
o Festival Estadual de Fanfarras. No mês seguinte, de 10 a 14, acontecem os Lorena (SP); Luiz A. Alves, Mococa (SP); Marcelo Aparecido da
cursos de reciclagem para músicos e maestros de bandas. Informações: (67) Conceição (por e-mail); Marcos Abreu, Londrina (PR); Marcos E.
725-7181 ou pelo fax (67) 725-5007. de Freitas, Resende (RJ); Micarlos Rodrigues, Parnamirim (RN);
Orquestra Filadélfia, Rio Longo (AL); Oswaloir R. dos Santos, São
Paulo (SP); Paulo A. M. Cardoso (por e-mail); Pedro Celso Elói,
• O 1º Concurso Nacional de Arranjos para Banda Sinfônica será promovido Itapuí (SC); Rafael S. Oliveira, Fortaleza (CE); Railvisson C. dos
pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, por intermédio do Santos, Vera Cruz (BA); Raniere Leite Soares, Boa Vista (PB);
Conservatório Dramático e Musical Dr. Carlos de Campos de Tatuí. O primeiro Raylton Lopes, Santa Inês (MA); Reginaldo G. da Costa, Rio de
Janeiro (RJ); Renato R. Batista, Ourinhos (SP); Renato R. F. Monteiro,
colocado leva como prêmio R$ 5 mil. Mais informações pelo telefone (15) Marapanim (PA); Ricardo Barbosa Pereira, São José do Rio Preto
251-4573. (SP); Roberto C. Ferreira, Paranaíba (MS); Ronaldo S. Dias, Sabará
(MG); Ronilson Avelino Soares, Porto Ferreira (SP); Rossana G. L.
• A Secretaria Municipal de Volta Redonda (RJ) está organizando o II Concurso Soares, Campina Grande (PB); Rubens A. C. Junior (por e-mail);
Samuel de Barros, São Paulo (SP); Tarlim S. Amorim (por e-mail);
de Fanfarras e Bandas da Cidade do Aço, que acontece no dia 2 de julho. Vagner Petinelli, Paranaíba (MS); Valdirene de Brito Cavalcanti, Belo
Podem participar bandas nas categorias: Fanfarra Simples Tradicional, Fanfarra Jardim (PE); Waldemar C. Alves Cunha, Várzea Grande (MT);
Simples com Gatilho, Fanfarra com 1 Pisto e Banda Marcial. Informações e Wendel G. Antunes, Palmital (SP); Wilker C. Marques, Teresina (PI);
inscrições: (24) 346-6851 ou pelo e-mail: helnatanm@bol.com.br. Wilson F. V. Jr., Cabo (PE).

expediente
REVISTA WERIL é uma publicação bimestral da Weril Instrumentos Musicais Ltda.
Conselho Editorial: Angelino Bozzini, Demétrio Lima, Eduardo Estela, Gilberto Gagliardi, Ivan Meyer, Jessé Martinez,
Magno D’Alcântara, Marcelo de J. Silva, Milton Lelis.
Editora: Aurea Andrade Figueira (MTb 12.333) - Redator: Nelson Lourenço - Foto da capa: Beatriz Weingrill - Redação e
correspondência: Em Foco Assessoria de Comunicação - Rua Dr. Renato Paes de Barros, 926, São Paulo/SP 04530-001 e-
mail: revista@weril.com.br
Projeto gráfico, diagramação e editoração eletrônica: Matiz Design - Tiragem: 20 mil exemplares
As matérias desta edição podem ser utilizadas em outras mídias ou veículos, desde que citada a fonte.
Matérias técnicas assinadas são de responsabilidade dos autores, não exprimindo necessariamente a opinião da Weril.
Atendimento ao Consumidor Weril 0800 175900

2 Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


PERFIL

Pura
Alquimia
Líder da Banda Mantiqueira, o saxofonista Proveta quer

Beatriz Weingrill
escrever uma história de pureza no cenário instrumental

A história de um músico de sucesso é povoada de a Mantiqueira é inte-


lembranças. Com Nailor Azevedo, o Proveta, isso não grada por 13 músicos
é diferente. Aos 38 anos, ele recorda com emoção com grande afinidade,
detalhes de suas experiências, desde que começou a fiéis ao projeto inicial
estudar música com o pai, ainda na infância. Acor- do grupo. “Acho que
deonista talentoso, seu Geraldo Azevedo é até hoje a você não deve subir ao
maior influência de vida do líder da Banda Mantiqueira. palco e tocar por tocar,
Proveta o acompanhava nos coretos de Leme, interior sem um propósito, sem
de São Paulo, onde nasceu. “Tenho muita admiração e tentar transcender a
respeito pela figura do meu pai, sua presença ainda tem partitura e mostrar
grande valor no meu trabalho”, atesta ele. através de sua música
Antes de se estabelecer em definitivo em São Paulo, um pouco de sua expe-
Proveta viajou pelo interior e “rodeou” a capital. Chegou riência. Com a Manti-
até a trabalhar na fábrica da Weril (quando esta era ainda queira, isso nunca a-
em Mairiporã), durante quase um ano. Ao passar pela contece, pois nós te-
orquestra de Sílvio Mazzuca, ganhou a sua marca mos uma relação afi-
registrada, de maneira prosaica. Na época, o primeiro nada. Também sinto
bebê de proveta era novidade. Sendo o mais novo da essa sintonia com ou-
turma e tendo um primeiro nome complicado, alguém tras pessoas, que con-
achou que o Nailor poderia ganhar o apelido. Mais tarde, seguem passar o filme
o maestro Nelson Ayres chegou a afirmar que o de suas vidas e fazer
saxofonista era tão bom que só poderia ser de proveta. poesia no palco”, ex-
“É uma palavra de sonoridade legal, que mexe com as plica Proveta.
pessoas”, diz o músico. Os oito anos à
Proveta mudou-se depois para São Bernardo do frente da banda deram a ele uma base muito forte como
Campo, onde tocou com a Banda Sinfônica local. Em arranjador. Proveta é do tipo inquieto, não consegue
meados dos anos 80, finalmente chegaria à cidade onde parar de estudar. Procura uma música humana e divina,
mora até hoje. E foi uma estréia em grande estilo. que resgate a pureza de outros tempos. “Não quero ser
Convidado pelo maestro Hector Costita, passou a fazer cool ou elitizado, essa não é minha história. Prefiro
parte da 150 Night Club, jazz band que permaneceu pinceladas firmes e vívidas ao polimento. A tecnologia
durante anos como atração facilita muito, mas nos
fixa no hotel Maksoud “Não quero ser cool ou elitizado, essa afasta daquilo que é
Plaza. “A gente se apre- pessoal”, acredita ele.
não é minha história. Prefiro pinceladas
sentava de smoking, no Vislumbrando novos
melhor lugar da noite pau-
firmes e vívidas ao polimento” trabalhos a curto prazo
listana, ganhando em dó- com gente que admira, en-
lar. Era uma fase festiva, memorável”, recorda. tre compositores, músicos e cantores, Proveta deseja
O reconhecimento viria com a Banda Mantiqueira, seguir essa trilha da autenticidade, aberta por seu pai.
que ele formou em 92, com a proposta de realizar um “Música é a expressão de uma vida, e eu quero
trabalho profissional na área instrumental. Indicada para permanecer verdadeiro, sem rótulos e fiel aos valores
o Grammy em 1998 (na eclética categoria “jazz latino), que aprendi”, conclui.

Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


3
EFEITO SONORO

RAIO X
Euphonium da
Weril tem
excelentes
recursos
O Euphonium (ou Válvulas
bombardino) de quatro válvulas
(pistões) da Weril é um
instrumento fabricado com
todos os recursos disponíveis
para garantir uma sonoridade
DICA DO MESTRE
superior. Este modelo com Tocar um euphonium com a ponta dos dedos é muito
quatro válvulas possui cali- importante. O mau posicionamento dos dedos pode ser o
responsável por dificuldades comuns, como as constantes
bragem interna ideal para obter
reclamações de que a válvula do instrumento está empenada
notas graves e facilitar a ou mesmo problemas de tendinite.
afinação do Dó grave e Si A dica é do professor de euphonium e trombone da
natural. A quarta válvula pode Escola Municipal de Música de São Paulo, Donizete
ser regulada por uma volta de Fonseca. Para conservar o instrumento e tirar dele um
afinação, que fica atrás do melhor proveito, Donizete recomenda segurar o euphonium
instrumento e deve trabalhar com a mão esquerda e deixar a direita livre para tocar as
com pelo menos meia polegada válvulas, da forma mais confortável possível, de acordo
de abertura. Assim, em relação com uma posição anatômica. “Nunca se deve dobrar o
pulso”, reforça o professor.
ao modelo de três válvulas, as
Quanto mais natural a posição, mais rápido se consegue
possibilidades de afinação e tocar. “Na ponta dos dedos, estão localizadas as
amplitude sonora aumentam terminações nervosas de maior sensibilidade e que
consideravelmente. Confira nas respondem mais rápido aos comandos para a execução das
fotos desta página. notas. Usando o meio dos dedos, além de forçar a
musculatura da mão e provocar a perda de agilidade, você
acaba ainda entortando e danificando as válvulas”, explica
Volta de afinação Donizete. “Se alguém toca o
Euphonium da Weril assim, é uma pena, pois não está
explorando toda a qualidade deste instrumento”, conclui.
E-mail do mestre: donmusic@uol.com.br

Beatriz Weingrill

Donizete:
euphonium
na ponta dos
dedos

4 Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


AQUI NA WERIL

BUBU
visita a fábrica
(Los Hermanos)

Entre uma apresentação e outra com o grupo pop


Los Hermanos, o trompetista e flugelhornista Bubu

Beatriz Weingrill
(Valtecir Freitas Silva) realizou uma visita às instalações
da Weril em Franco da Rocha (SP), onde foi recebido
por toda a equipe da fábrica. Para Bubu, o salto de
qualidade que a empresa deu nos últimos anos pode ser
comprovado ao acompanhar a produção de um
instrumento com a marca Weril. “Fiquei admirado ao
ver o extremo cuidado que existe em todos os processos
que envolvem a fabricação da linha Weril”, disse ele.
O trompetista se surpreendeu também com as novas
tecnologias e elogiou a preocupação com a qualidade.
Atualmente, Bubu está participando da turnê nacional
da banda Los Hermanos, emprestando ao grupo todos
os seus conhecimentos como instrumentista e se
apresentando com o trompete da Weril. “No momento,
minha dedicação é exclusiva para essa temporada de
shows”, afirma. E não poderia ser diferente, já que o
grupo está se apresentando, em média, 20 vezes a cada
mês, com os sucessos “Ana Júlia” e “Primavera”. Em sua visita, Bubu tocou e aprovou
os instrumentos da Weril

Weril
mostra sua
linha
Em abril, pela vigésima vez consecutiva, a Weril
participou com estande próprio da Feira Internacional
de Frankfurt, onde foi prestigiada pela presença de
representantes de empresas de vários países: Alemanha,
Suíça, Noruega, Itália, Suécia, Espanha, Portugal, Reino
Unido, França, Síria, Emirados Árabes Unidos,
Indonésia, África do Sul, Grécia, Estados Unidos,
Taiwan, Japão e China.

na Os visitantes receberam o CD comemorativo dos 90


anos da Weril e louvaram a iniciativa da empresa. Entre
os instrumentos apresentados, foram muito bem-
recebidos os trombones G. Gagliardi, que provocaram

Feira de elogios quanto ao funcionamento e sonoridade. O


interesse despertado pela nova linha confirmou a
solidificação da marca Weril como destaque da indústria
internacional de instrumentos de sopro. Tubas,

Frankfurt euphoniuns, trompetes, saxofones e clarinetas também


confirmaram sua aceitação no mercado estrangeiro, o
que atesta a competitividade do produto brasileiro.

Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


5
POR ESTAS BANDAS

Eventos mostram o melhor da


música evangélica
Louvação acontece de 22 a 25 de junho, na 1a Igreja Batista de Curitiba

Será realizado no próximo mês o Louvação, o maior Silvio. “No final, todos os alunos irão participar de um
evento musical da Igreja Batista no Brasil. Os workshops sessão especial”, acrescenta ele. O saxofonista também
do Louvação terão 1500 vagas distribuídas em diversas irá divulgar seu último CD, “Razão”.
modalidades de cursos, incluindo os de instrumentos Uma boa mostra do que o público poderá encontrar
de sopro. O encontro acontece de 22 a 25 de junho, na no Louvação foi dada em São Paulo, que sediou seu
1a Igreja Batista de Curitiba (PR). Mais informações primeiro encontro do gênero. O LouvaSampa recebeu
sobre a programação podem ser obtidas com a MCM de 30 de março a 2 de abril uma média de 1.500 visitan-
Eventos, telefone (11) 3641-6067. tes, a maioria formada por músicos ou interessados em
Entre as atrações musicais do evento, destaque para a música religiosa. O evento foi considerado um sucesso
big band de Silvio Depieri e Quinzinho Oliveira, ambos pelos organizadores, e já tem data marcada para o ano
artistas Weril. “Vamos levar nossos arranjos para big band 2001: será realizado de 13 a 15 de abril, na Igreja Batista
e aplicá-los no workshop que daremos na ocasião”, conta da Água Branca.

Unibanda forma instrumentistas


O campus da Unicamp, em Campinas, São Paulo, é trabalhado é muito vasto, indo do popular ao erudito,
quase uma cidade, com hospital, espaços para eventos inclusive com rearranjos de composições. “Isso é
e diversos outros locais visitados pela comunidade. É necessário para garantir o interesse do aluno em sua
comum os freqüentadores ouvirem o som dos integrantes iniciação”, confirma o coordenador.
da Unibanda, um projeto coordenado pelo maestro A prova de que essa estratégia vem dando certo é a
Carlos Lima, que oferece a oportunidade para qualquer fila pela qual os interessados devem passar antes de
interessado ter uma iniciação musical. As apresentações serem chamados para as aulas da Unibanda.
podem acontecer nos setores de pediatria e psiquiatria
comemora 25 anos

do Hospital das Clínicas, em campanhas educativas e Dona de uma política cultural pioneira,
abertura de seminários e festivais. criativa e diversificada, a Orquestra
A formação de instrumentistas de banda é ministrada Sinfônica Municipal de Campinas está
em quatro níveis (pré-elementar, elementar, comemorando 25 anos. Sob a batuta do
intermediário e avançado). As classes são coletivas, com maestro Benito Juarez, a Sinfônica tem um
no máximo 30 alunos no nível elementar. No inter- repertório de mais de 300 arranjos da
Sinfônica da cidade

mediário, são cinco alunos por sala, e a partir do avan- música popular brasileira e é recordista
çado, as aulas passam a ser individuais. “Em média, nacional de apresentações: já subiu ao
cada etapa dura um ano, mas esse período pode ser palco quase duas mil vezes, para tocar não
encurtado, de acordo com o rendimento do aluno”, apenas em salas de espetáculos e teatros,
detalha Lima. Os grupos do nível intermediário em mas também em espaços variados, como
diante formam suas próprias bandas, colocando na circos, praças e campos de futebol.
prática o que aprendem na teoria. Um dos momentos mais emocionantes
Entre os instrumentos de sopro ensinados estão a de sua trajetória foi a participação no
flauta, clarineta, trompete, tropa, trombone, euphonium comício pelas Diretas Já, na década de 80,
e tuba. Os alunos passam por teste e entrevista antes de que reuniu mais de um milhão de pessoas
escolherem o instrumento. A carga de ensaios é de três no vale do Anhangabaú, em São Paulo.
horas de duração. uma vez por semana. O repertório

6 Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


POR ESTAS BANDAS

Brasil tem preferência no


repertório do Metal Nobre
Em 1990, cinco jovens músicos paulistanos resol-

Divulgação
veram tocar juntos e incrementar o estudo de seus
instrumentos de sopro (muitos grupos surgem assim e
evoluem para o profissionalismo). Com o entrosamento
obtido nos ensaios, surgiu o Quinteto Metal Nobre, que
tem a proposta de divulgar a música brasileira. A banda
é formada por instrumentistas de sopro de estilo renas-
centista, com destaque para as peças do nosso repertório.
“Existe muita dificuldade em se conseguir partituras
de composições nacionais. Por isso, contamos com a
ajudar dos amigos”, explica o trombonista Reinaldo José
de Camargo, um dos fundadores do grupo, que está na
banda desde a primeira formação, junto com o
trompetista Marcelo Benedito Costa.
A formação do Quinteto Metal Nobre faz com que
ele possua um timbre rico. “Cada metal reproduz
exatamente uma voz distinta, dando suavidade e beleza
à sonoridade. Os agudos são reproduzidos por dois
trompetes, os médios pela trompa e trombone e os graves
pela tuba”, acrescenta Reinaldo.
No momento, a banda está ensaiando um novo reper-
tório. Ampliando sua atuação dedicada prioritariamente
aos autores brasileiros, o Metal Nobre prepara uma
homenagem ao aniversário de 250 anos da morte de
Bach. Outra atividade importante é a preparação do
primeiro CD demo do grupo. A boa recepção do público
anima o quinteto, que busca consolidar seu som dife- O Quinteto Metal Nobre prepara uma
renciado e de qualidade. homenagem a Bach, sem se esquecer dos
autores brasileiros

• A Rádio Educativa AM de Curitiba está recebendo gravações de todo o Brasil para divulgação no programa
DIVULGUE “Bandas e Fanfarras”, que é apresentado aos sábados, das 15h às 16h. O material pode ser enviado aos cuidados
de Rogério Tomazi, no endereço: Rua Nunes Machado, 2195, Curitiba (PR), CEP 80220-070.
SUA • Se você deseja divulgar sua orquestra, banda, fanfarra ou grupo instrumental, inclusive dedicado à música
gospel, envie material detalhado com foto para a Redação da Revista Weril: Revista Weril – Rua Dr. Renato Paes
BANDA de Barros, 926 – Itaim Bibi – São Paulo (SP) – CEP 04530-001. As correspondências serão aproveitadas de acordo
com o espaço editorial.

Unibanda: (19) 289-3965, com Vicente de Paulo Juste; e-mail:


Contato
nidic@obelix.unicamp.br

Quinteto Metal Nobre: (11) 7924-1809.

Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


7
FIQUE DE OLHO

Tudo pronto para a final


da maior edição do Intercâmbio
• Abel Vieira Melo deseja manter contato com maestros e regentes
de fanfarras. Cartas podem ser enviadas para o endereço: Rua Araguaia-

Prêmio Weril na, 38, Vila Sobrinho, Campo Grande (MS), CEP 79110-010.
• Ana Kléssia F. Soares quer se corresponder com clarinetistas de
todo Brasil para trocar partituras. Cartas podem ser enviadas para:
Travessa Monsenhor Fernandes Távora, 124, Jaguaribe (CE), CEP
Realizado pela quarta vez, o concurso dedicado 63475-000.
a jovens solistas de sopro recebeu número • Antonio B. Freire quer se corresponder com saxofonistas de todo
recorde de inscrições Brasil. Seu endereço: Rua Cecil Salgado, 757, Fortaleza (CE), CEP
60346-200.
• Edevaldo Silva procura maestros de bandas evangélicas para trocar
Foi um trabalho difícil, partituras de hinos e dobrados. Seu endereço é Rua Vicente Bazari,
mas o júri coordenado pelo 138, Jd. Helena, Mogi Mirim (SP), CEP 13800-000.
maestro Júlio Medaglia che- • Elton A. Ramos quer trocar partituras de trompa em fá com músicos
Beatriz Weingrill

gou à lista com os dez partici- de todo o Brasil. Seu endereço: Rua Chico Mendes, 89, Goiana (PE),
CEP 55900-000.
pantes que irão se apresentar
• Luciano de Lima Leite procura músicos para trocar partituras de
durante a final do 4º Prêmio fanfarra. Seu endereço é Rua Francisco R. Alves, 60, Lorena (SP), CEP
Weril para Solistas de Instru- 12600-000.
mentos de Sopro. Entre os • Genésio Sanvido procura músicos evangélicos para trocar partituras
140 inscritos, os jurados encontraram exce- e métodos. Cartas podem ser enviadas para o endereço: Rua Arnaldo
Bentamaro, 135, CDHU, Mogi Mirim (SP), CEP 13800-000.
lentes trabalhos, dois deles inclusive enviados
• A Fanfarra Estudantil de Camaçari (BA) está com vagas para
por participantes com apenas 10 anos de idade. músicos. Contatos: Jucilene Brito Silva, Rua 3ª do Parque, 15, Gleba
Ao final de uma exaustiva seleção, Medaglia, “B”, Camaçari (BA), CEP 42800-000.
Sérgio Cascapera, Eduardo Pecci e Donizete • Herson M. Amorim quer receber doações de métodos para qualquer
Fonseca apresentaram a relação de classifi- instrumento de sopro. O material pode ser enviado para Estrada do
Outeiro, 1ª Vila dos Inocentes, 93, Icoaraci, Belém (PA), CEP 66815 –
cados, composta de dois saxofonistas, dois 520.
trompetistas, dois clarinetistas, um trompista, • Hugo Biavati oferece sua participação em bandas e orquestras para
um trombonista, um flautista e um bombar- tocar em bailes. Correspondências para: Rua Don Hugo, 574–A,
dinista (confira o box). Machado (MG), CEP 37750-000.
Todos os leitores da Revista Weril estão • José Cosme dos Santos procura partituras de jazz. O material
pode ser enviado para 1ª Travessa Madre Leopoldina, 44, Vitória de
convidados a assistir a final do 4º Prêmio Weril, Santo Antão (PE), CEP 55600-000.
que será encerrado com grande show de Bocato • José Elton A. dos Santos é trompetista e quer trocar partituras.
e Banda. Será a última apresentação do Correspondências podem ser enviadas para Rua Antonio Macedo, 53,
trombonista antes de sua turnê européia. A Patos (PB), CEP 58704-050.
• José Carlos M. dos Santos deseja se corresponder com músicos
entrada é gratuita.
que queiram trocar materiais didáticos. Seu endereço para
Bocato será a atração da Não perca no próximo número a cobertura correspondência é Rua do Sinimbu, 19, Sto Amaro da Purificação (BA),
finalíssima completa do evento, com os vencedores do 4º CEP 44200-000.
Prêmio Weril. • A Banda Marcial da Feban, de Barra Mansa (RJ), procura
partituras que possam ser doadas. O material pode ser enviado para

Os classificados Rua Leotônio F. P. Jr, 399, Barra Mansa (RJ), CEP 27360-000.
• Josiane C. de Oliveira, da Fanfarra Marambaia de Bandeira do
Sul (MG), quer se corresponder com alunos de outras fanfarras para
Ademilson Santana da Silva (Tatuí/SP) ............................... Euphonium trocar material. Seu endereço é Rua Idelfonso F. de Oliveira, 311,
Adenilson Roberto Telles (São Paulo/SP) ............................... Trompete Bandeira do Sul (MG), CEP 37740-000.
• Odair Carlos deseja se corresponder com pessoas que trabalhem ou
Daniel Rosas (São Paulo/SP) ................................................... Clarineta toquem em fanfarras simples e de um pisto. Cartas podem ser enviadas
Jone Santos Costa (São Paulo/SP) ............................................ Trompa para: Caixa Postal 4404, Presidente Prudente (SP), CEP 19020-990.
Júlio César Vieira Merlino (Rio de Janeiro/RJ) .............. Saxofone Tenor • Pedro Mendes procura partituras de jazz, música brasileira, erudita
Marim Alves Moreira (Mauá/SP) .......................................... Trombone e afins. Seu telefone para contato é o (11) 211-0183.
• Reginaldo N. Lacerda procura arranjos para banda musical. O
Marlon Hunphreys (São Paulo/SP) ........................................ Trompete
material pode ser enviado para Rua Rafael Vaz e Silva, 2676, Liberdade,
Otávio F. de Almeida Bloes (Tatuí/SP) ......................................... Flauta Porto Velho (RO), CEP 78902-700.
Pedro Souza Bittencourt (Rio de Janeiro/RJ) ......................... Saxofone As seções “Navegue” e “Partituras: onde encontrar”
Tiago Francisco Naguel (Leme/SP) ................................. Saxofone Alto voltam na próxima edição.

8 Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


WORKSHOP

Exercícios para Tuba


(Legato)
Donald Smith*
Os estudos desta página são indicados para iniciantes. Reparem na diferença da execução
entre as tubas em Eb e BBb. Cada uma delas exige um tipo especial de exercícios. Ao
executá-los, o tubista irá aprimorar sua percepção auditiva, treinar a respiração e se
aquecer para novas execuções.

* Donald Smith é
professor e tubista da
Orquestra Rádio e
Televisão Cultura.
Contatos:
(11) 222-4163.

Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


9
MÚSICA VIVA

O sopro ganha espaço nas escolas


Houve época em que Números
Pesquisa da mandar o filho para as au-
Beatriz Weingrill

UFMG mostra las de piano era uma tradi- A pesquisa da EM/UFMG revelou ainda outros dados
ção entre as famílias. A interessantes: 80% dos alunos sobrevive única e
crescimento no
obrigatoriedade muitas ve- exclusivamente de música, 8% aliam-na a outra
número de zes desagradava a criança. atividade e 88% consegue retorno financeiro com sua
alunos Afinal, mesmo quando não produção musical (tabelas 1 e 2). 63% dos entrevistados
tinha a aptidão necessária, dedicam-se ao ensino e 28% deles trabalham dando aulas
dedicados ao
ela precisava se esforçar em colégios públicos e particulares (tabela 3).
sax, trompete e para apresentar seus parcos “Com base nesse resultado, podemos dizer que é
outros conhecimentos diante de possível sim viver de música no Brasil. Música é
pais orgulhosos. Depois, vocação, paixão e também profissão”, finaliza Maria
instrumentos do
com o advento do rock, do Carmo.
gênero bossa nova e tropicália,
cresceu o interesse pelo Tabela 1
O sax tenor é hoje violão. Todo mundo queria tocar as músicas de Caetano,
o preferido entre a Chico Buarque, Beatles ou Led Zeppelin. Porém, a
família dos preferência popular está mudando nos últimos anos,
saxofones, principalmente devido ao aumento do número de estu-
superando o alto dantes de sopro. É o que mostra uma pesquisa realizada
pelos professores Ewaldo Mello de Carvalho, Maria Inez
Lucas Machado e Maria do Carmo Souza Campos, da
Escola de Música da Universidade Federal de Minas
Gerais.
Segundo o levantamento, que ouviu 106 pessoas, os
alunos de sopro já somam 40% dos matriculados nos
cursos de licenciatura e bacharelado da EM/UFMG. “É
uma realidade diferente por exemplo da época em que
estudei, quando todos queriam aprender apenas piano e
violão”, acrescenta a professora Maria do Carmo. Tabela 2
No Conservatório Souza Lima, em São Paulo, essa
realidade já está sendo comprovada. Dedicando-se
atualmente ao sax, o aluno Alberto de Oliveira Neto
estudou piano durante dois anos, antes de abandoná-lo.
“Sempre tive vontade de estudar um instrumento de
sopro, pois sentia que nele existia a liberdade para
explorar meu sentimento artístico”, afirma ele. O jovem,
que toca apenas com o objetivo de aliviar as tensões do
dia-a-dia, lembra ainda que foi em frente na decisão
mesmo quando alguns lhe disseram que o sax era um
instrumento difícil. “Todo mundo falava que seria
complicada a mudança, mas não foi nada disso”,
confirma Alberto.
Outro aluno do Souza Lima, Murilo Aquino Iaco-
vone, de 14 anos, começou a tocar sax há três meses,
abandonando assim o órgão, que estudou por um ano e
meio. “No começo, meus pais não gostaram muito da
idéia. Mas, eles já assimilaram e estão até curtindo”,
Tabela 3
conta ele.

10 Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


TODOS OS TONS

Novos jazzistas
almejam a perfeição
“Tudo nele é perfeito. Perfeito até demais para muita

Reprodução
gente, que o critica como artista e como pessoa.” É assim
que o jornalista e saxofonista Roberto Muggiati começa
o capítulo sobre Wynton Marsalis em seu livro “New
Jazz – De Volta para o Futuro”. Lançada no último Free
Jazz, a obra traça o perfil de uma série de músicos que
ficaram conhecidos como “young lions”. São os respon-
sáveis pela difícil tarefa de renovar o jazz neste final de
século, e Marsalis é o nome mais emblemático desta
geração.
O trompetista, que tocou aqui em 98 com a sua
Lincoln Center Jazz Orchestra e volta ao Brasil no
segundo semestre, é um gentleman. Faz questão de
manter o visual bem-cuidado,
e seu comportamento é sempre
Falta de sério e muito organizado, ape-
revoluções sar de suas múltiplas ativida-
sonoras não des. Musicalmente, é dono de
prejudica a uma técnica impecável, com a Wynton Marsalis, o “ícone” da atual
qualidade da qual pode viajar por vários geração
execução dos ritmos, resgatando desde os
músicos sons do início do século até A lista dos músicos representativos do new jazz é
influências recentes. Apresenta grande, e inclui nomes como Antonio Hart, Courtney
conhecidos
também uma fabulosa desen- Pine, Branford Marsalis, Anthony Braxton, Steve
como “young voltura no erudito. É o young Coleman e Joshua Redman (saxofonistas) Leroy Jones,
lions”. O lion perfeito. “Marsalis é o Terence Blanchard e Wallace Roney (trompetistas). Em
principal oposto daquela imagem já seu livro, Muggiati classifica como precursores dessa
nome dessa superada do músico drogado e turma os saxofonistas Ornette Coleman e John Coltrane.
geração, o marginal que existia há alguns Uma consideração importante feita pelo autor é que o
trompetista anos”, explica Muggiati. “Os sax tenor é hoje o preferido entre a família dos
Wynton músicos de sua geração podem saxofones, superando o alto, que perde terreno também
Marsalis, vem não produzir uma música para o soprano. Outra tendência é a valorização do som
ao Brasil no revolucionária, mas é um som acústico, sem trucagem.
excelente de ouvir, as grava- Diante de tanto bom-mocismo entre os músicos de
segundo
ções são quase sempre acima jazz, é possível aguardar alguma mudança radical no
semestre da média”, completa. panorama desse tipo de som nos próximos anos? Se
Segundo Muggiati, que já depender de Wynton Marsalis, o padrão deverá continuar
escreveu também sobre blues e rock, o atual cenário de o mesmo. Em 98, ele foi entrevistado pela Revista Weril
profissionalismo começou a ser desenhado na década e confirmou sua posição conservadora. “Acredito no
de 60, época difícil para o jazz. “Foi a pior fase para jazz que vem da primeira metade do século, feito por
quem vivia desse tipo de música. Muita gente talentosa gente como Duke Ellington, Armstrong e outros, e
passou a dar aulas ou até mesmo fazer um bico como procuro preservar a essência dessa arte”, disse ele à
motorista de táxi para sobreviver. Porém, isso não época. Mas, para amantes do jazz, como Roberto
significa que o período não tenha sido criativo. Ali Muggiati, seria importante encontrar algo realmente
começavam muitas experimentações, inclusive com os novo para ouvir. “Quem acompanha a música sempre
primeiros young lions”, recorda ele. espera por uma surpresa”, resume.

Revista Weril - nº 129 - Maio/Junho-2000


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ENTREVISTA

O Corpo
Um dos melhores professores de trompete do mundo,
Malte Burba realizou uma série de workshops no Brasil,
a convite da Weril Instrumentos Musicais. Falando para
estudantes de Campinas e Rio de Janeiro, o mestre
Toca
As lições de Malte Burba,
alemão apresentou ao público as linhas-mestras de seus
professor alemão que
ensinamentos, a exemplo do que já fez em dezenas de
outros países, em palestras e encontros com músicos.
mergulhou nos estudos de
Ele desenvolveu uma abordagem completamente nova, anatomia e de outras áreas
baseada na natureza física diferenciada dos instrumentos para desenvolver um
de sopro. Em um dos intervalos de suas aulas, Burba revolucionário método de
concedeu esta entrevista à Revista Weril: ensino

Revista Weril: Qual é a essência de seu trabalho como RW: Quais são os fundamentos de sua técnica?
pesquisador? MB: Os três fundamentos de um bom trompetista devem
Malte Burba: Além da musicologia, meus estudos ser controle da pressão, língua e sistema muscular.
foram influenciados por diversas disciplinas que nunca Trompete não é força, é controle. Tive um aluno que
tinham sido valorizadas no ensino de instrumentos de sofreu um acidente de carro e ficou com um lado da
sopro. Queria simplesmente tocar bem trompete a partir face paralisado. Mesmo perdendo a força deste lado,
da lógica e do raciocínio. Estudei fonética, verificando ele voltou a tocar, porque se dedicou ao estudo do
como as sílabas são formadas e a conexão que a fala controle desses itens básicos. Esse caso mostra que
possui com o som pro- podemos mudar totalmente nosso sentimento em relação
duzido pelo instrumento ao instrumento se tentarmos novas abordagens. Quem
Beatriz Weingrill

de sopro. Depois, par- toca sempre com o lábio seco, por exemplo, deveria
tindo do princípio de experimentar a execução com os lábios umedecidos.
que o corpo é a máquina Cada uma das maneiras tem suas vantagens e
que produz esse som, desvantagens. Os lábios secos exigem menos força nos
mergulhei nas pesquisas agudos, mas os umedecidos nos proporcionam mais
em anatomia. Normal- sensibilidade e flexibilidade em regiões médias. O que
mente, os instrumentos aconteceu com aquele meu aluno que sofreu o acidente
musicais consistem de é que ele descobriu uma nova forma de tocar, e todos
dois componentes físi- nós podemos descobrir também uma maneira diferente.
cos: o gerador e o res-
sonante, que amplifica RW: Como os brasileiros que perderam seus workshops
o som. As cordas da poderão ter contato com suas técnicas?
guitarra e a palheta do MB: A base de meus ensinamentos está na minha home
saxofone funcionam page (endereço: www.burba.de - há uma versão em
como gerador, enquanto inglês).
o corpo do instrumento
serve como ressonante. RW: Quais são seus conselhos para quem decidir aplicar
Trompetes, por sua vez, essas técnicas?
são apenas ressonantes. MB: O importante é você trocar os maus hábitos por
Malte Burba: Isso significa que nós bons hábitos. É melhor treinar coisas novas do que
trompete é devemos produzir e contornar os problemas da emissão mudar algo que não está dando certo. É preciso ter
controle, não de som em sua origem, ou seja, nosso próprio corpo. O disciplina contínua e estudar de duas a quatro horas com
força som não é involuntário, nós devemos saber exatamente concentração. Outro bom conselho, para quem tiver a
como produzi-lo. Por isso, é necessário ter a capacidade oportunidade, é estudar em nossos musikhochsles
de dominar esse instrumento que é nosso corpo para (conservatórios). O ensino de música é gratuito na
fazer boa música. Alemanha.

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