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JOAQUIM FERREIRA

HISTÓRIA DA

LITERATURA
PORTUGUESA
4.A EDIÇÃO
REVISTA E ACTUALIZADA PELO AUTOR

LABORANDÓ VONCES

EDITORIAL KemingosSaheia
PORTO
CAPITUL0 I

RENOVAÇÃO DA CULTURA

O Renascimento. A palavra Renascimento designa


o renascer das letras e das artes clássicas no século XVI.
Entendeu-se que, durante o milénio da Idade Média, sec
afundara em tenebroso caos a luzentíssima cultura da
antiguidade greco-latina pela acção das hordas invasoras
dos Bárbaros. E a afirmação, tantas vezes repetida, de que
na Idade Média se implantou o império da barbárie e que
pouco lhe ficou devendo o progresso da inteligência. Não
pode negar-se o exagero deste juízo.
Nos primeiros séculos medievais o movimento foi
de recuo, pela destruição do escol romano e pelo triunfo
nas propulsões bárbaras. Tudo a n o século XII, e rX.a
mudou partir do século
1omemos a França para exemplo. Paris,
Justamente célebre pela sua Universidade, cujos estatutos
serviram de modelo a muitas outras, Os escolares acorriam
la de todas as partes da Europa. Tantos
eram os s e u s

do
alunos, que Abélard os
monte de Santa
ensinava
ao no
ar livre,
Genoveva. Os franciscanos Roger Bacon
alto
e Duns Scott, os dominicanosS. Tomás de Aquinoe
Alberto oGrande alumiaram a ciência do tempo com os
esplendores do génio.
A cultura teve então um verdadeiro renascimento. Não
era a cultura universal e neutra, como a de hoje, pois dava-se
180 HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESA EPOCA CLASSICA SECULO XVI 81

nela o total dominio da especulação religiosa. A escolástica,


obras clássicas partir do
que se divulgou estudo das só
o a
desejando conciliar a fé com a filosofia, os dogmas da Igreja nos outros países
século XV, a principio na desse depois
Italia e
com a ciencia de Aristóteles, teve nos séculos XII e XIII
estudo provocou uma vaga
Subtis e veneraveis representantes. A vastidão do saber de ocidentais. A generalização
S. Tomás de Aquino e a sua estupenda agudeza dão lustre de entusiasmo e o térvido desejo de as
imitar. Os
modelos
a ser a viva
paixäo e a divisa mental
à humanidade, A Stumma Theologica do «Anjo da Escola greco-latinos passaram
foi o mais alto padrão da dialéctica ortodoxa, a síntese de dos renascentistas.como dissemos, onde primeiro arreigou se

todos E Foi a Itália,


os conhecimentos humanos. Roger também Bacon, A
esta obsessão do classicismo. pequena falange de eruditos
entre alguns outros, se notabilizou pelo espírito cientifico Petrarca difundiu ali as sementes
levando-o a estorgar-se por atribuir à filosotia uma ocupação
acaudilhados por Dante e
fecundissimas da Renascença.
diferente da inventar tamanha
teologia, talvez mesmo
e a propor a reforma do calendário.
a o
telescópi Dante Alighieri contribuiu particularmente para
de
com que enaltecia os escritores
revolução pelos aplausos
As Universidades de Paris, de Oxford, de Toulouse, de
da Divina Comédia votava desdenhos0s
Roma. O poeta genial do
Salamanca, de Bolonha, de Viena, de Coimbra ministravam vulgo. Escreveu os cem
cantos do
olhares à linguagem
a
cultura intelectual da épocao direito romano, a mouro
medicina seu poema no dialecto toscano,
mas de ter
arrependet-se 0s
ca
teologia. Nem devemos esquecer Averrhoes, un
de vazado na fala do povo, projectou
e traduz-los
em latim.
Cordova que traduziu e comentou Aristóteles, e assim o deu
fazé-lo Dante, realizou-o em grande parte
Se não chegou a
a conbecer à Europa. Por muitas décadas, os árabes tiveran Collucio Salutati, chanceler da repüblica de Florença.
nas suas
mãos a làmpada mágica da cultura, prodigalizando Mais que Dante, 0
seu rival Francisco Petrarca
va
do
na Espanha os raios da civilização. E na sua vizinhanga, nos no génioe também na glória-colaborou n o despertar
dois países ocitánicos da Provença e de Toulouse, esplendeu Kenascimento. Ignorando a lingua grega,
não o
interessava
o s latinos, As obras
nos séculos XI a XIII a poesia trovadoresca-atloração
dun a Grecia: apenas lhe prendiam a atenção
literário, escreveu-as
lirismo profundo, como raro ten comovido o coração que reputava
essenciais para o renome
de
homem.
em latim; e Roma cingiu-lhe, Capitolio, a coroa no poeta
recebeu-a
catedrais góticas! Na
poema latino Africa. Petrarca
E que maravilhosos requintes nas por ter escrito o

para mais avivar o


intimo
dian te da multidão apoteótica;
e,
arquitectura antiga não há construçöes comparaveis a

tiligranas de granito. Nas colunatas em fuso e nos Cap


onsorclo do esplendorOso espirito
seu com a
literatura latima,
fantasiado5, nas rosáceas crómicas e nos arcos m o
ascorreu longamente em
latim sobre um
verso de Vgno
saudava nele o verbo eloquente da latinidade,
nos
nichos povoados de serafins mártires, e
esculpidas com nervuras de renda a estilizarem
nas

no a
Irec
povo de Ttália
versos a Laura na lingua toscanaversos
quccendo os seus alma genuflectida
mais belos floröes duma
oração plástica dos imaginários, nessas obras primas que sto dos
anónimos e místicos revela-se um grau de sensibilhda iidemente pés do Eterno Feminino.
aos
Eles o
tornaram
só as obras em
eica nada inferior à dos imortal. Contudo, Petrarca supunha que
alvanc
A barbárie não foi uma regra absoluta na Tade
Idade Média, atim faziam célebres e amados o s escritores. A Boccacio
a tama
e podem-sc apontar os seculos X a X I l como um p e r i o o confidenciou numa carta: Proclamo com prazer escrever e m
e sinto só que se
a tenha limitado
renovação moral e intelectual no Ocidente. Certo é, pore de Dante,
82 HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESA RPOCA CLASSICA-SECULO XVI 185

italiano, com o que se atastou do circulo escolhido


doutos
dos Ja no século XV, em Portugal,
se vèem
sintomas renascentistas
e deixou o seu nomeea sua lama merce do
a vulgo,
na erudiçao multipla
do
ret D.
Duarte de
Zurara nas versões
e

Cujos louvores, por entusiásticos que sejam, não são D. do Dr. Vasco Fernandes de Lucena.
que cabem a um grande génio». do intante Pedro e
e

Dante Petrarca Também Ja


aludimos a
Mateus de PIsano, mestre do
e
aproximmam-se na magnitude ao encargo dado Justo Baldino de pôr no

espírito, são
do D. Atonso V, e a
e o pórtico de entrada na Renascença.
Muitos A
Rcnascenga, POrem,
fatim as cronicas portuguesas.
outros Ihes
seguiram o
etemplo no apiixonado
ncondl e século XVI se radicou em Portugal. Dois st
O n a n o r a culura classica. Diremos somente alguns. nós Os mais destros e tenazes propagandistas
foram entre
COsme
de Medicis, o ico banqueiro florentino, sustentou das novas ideias:
Nicolau Clenardo ambos e João Vazeu,
com permanencia 45 copistas, e reuniu em escasso tempo enorme saber e fogosos partidarios
da cultura
ama
latinistas de
biblioteca de 200 volumes (obras de Aristóteles, clos clássica. Foi muito fértil
a acção de um e de outro.
poetas latinos, dos eclesiásticos Orfgenes, da imprensa a
Inácio, Basilio, 0 Renascimento
encontrou na invenção

Gregório, ete.). Nicolau Niccoli incriminava Dante e tactor lhe equivale.A impressao
Petrarca mais decisiva ajuda.
Nenhum
a s camadas soctais, e não
por
so
haverem usado o
toscano nas obras iterarias,
porque dos livros fe-los acessiveis a todas
o 1atn lustre 0s principes, papas, cardeais, banqueiros.
imprimia nos espiritos, so o

tamiliar so a ricaços
com dignos de por João Gutcmberg
cnugto o5 escritores de Roma tornava
admiração 0s artistas. Oue dizer de Bracciolini Poggio?
Apos a Biblia Mazarino, nimpressa do
em 1457, multiplicaram-se
a
Europa o s volumes saidos 0 s
ocidental
do mundo
radutor de gregos e latinos, palmilhou a França e a
Alemanha à busca de textos clássicos. A ele devemos a
prelo, vulgarizando nos clássíca.
antiguidade
recantos
esouros da
tortuna de se ter salvado
Lucrécio, Quintiliano Tácito. e
Assim germinou se espalhou o
e
ardor apologético
cardeal Bessarion, no curso de très décadas, pregou aos das artes e letras greco-latinas. Homero, Platão, Aristóteles;
Virgilio, as odes
de
1taltanos um amor exaltado a
Platão e às cojsas greco-latinas o poema e as clogas
de
Horacio,
de historia
E, pagando bolso a
do seu dezenas de escribas, consegulu as comédias de Plauto, tragedias
as
Seneca, a
tormar uma biblioteca de 900 manuscritos, a que adicionou de Tito Lívio são pólos magnéticos da literatura
os

no século XVI. Depois de eles haverem dormido um


300
dos primeiros livros impressos na Itália. Mas a todos
excedeu, nesta reprodução de c papa eeicas, o
milénio, despertou-os do longo letargo o amor dos homens
Nicolau V. Numerosissimos copistas lhe faziam cortejo à
Beleza
a toda a hora. Disse um deles ao e u
não se patrod O humanismo,Foi dos mais caracteristicos aspectos
extinguiu,
antes p ta indole Hberal da Renascença. Os homens melhor dotados, no halo de luz
anttguidade chamava Magna Grécia, e tudo pela indole liberdl
se projectava do ardiam
mundo greco-latino,
esplêndida que
Pup onctoEstrabao, Aristoteles, Epictcto na ansiedade de aprender. A ciéncia tornou-se na absorvente
trcooratrauzidos a expensas deste ponti
A do Vaticano deve-se Nicolau predilecção dos espiritos superiores-os humanistas.
nquissima Bibliotcca a
V, Durante a Idade Média imperara a teologia. Na lgreja
que pode Juntar nela S000 volumes.
se confinava todo o saber; as próprias Universidades agiam
Assim prosperou o Renascimento na Ttália. Este enérgico sob os impulsos da sua tutela. Nenhum génio triuntou na
renovo da literatura clássica depressa irradiou pelo Ocidente.
85
84 HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESA EPOCA CLASSICA -SeCULO XV
tremhentes
literatura medieval longe do
bordáo cclesiástico, Nessa época, difundiam nos scus iivros, Ou
as
turmas escolares ansioso
nada se na da razao contra veiculo deste espirito poliforme,
poderia tentar estera a lgreja ou
de os ouvir, foramo essència do
mesmo fora dela. A civilização insactável de saber, que nos dá a
prestou a 1greja os

mais de se cultivar,
dez reterimos Roger Bacon, pre-humanista
a
uteis serviços
Santo
durante a letargin hibernal de
um S. Bernardo
séculos,
S. Tomis
em
humanismo. Ja nos
de investigar para instruir. E lembraremos
se
que tum Agostinho, e um
na sofreguidão destralda na sua conduta
o

polarizaram toda
a instrução coeva. ante, o poeta ilustrissimo, que
Vita nuOva ele perscruta-SC,
E
indiscutivel, porém, que o cxclusivismo da instrução dois lábaros do humanismo: na

no clero deformou a cultura e obstou-lhe a expansao natur, acte a noite do seu intmo; na Qiaæstio de aqua et terra
tacteia
A inteligëncia Belo símbolo!
mutilando-a. queràliberdade, dogma awiom
e aloum negaa o
Capiota os Segredos
da
geografia fisica. clássica ea aspiração
Um espirito que se prende golilha de Oconhecimento protundo da
cultura

dogmático não está abonado nar mesmo e ao Universonisto reside


a

gideias. c co bonado paa cngonese no dedalo das de se u


e
substancia do
anismo. Este nobre
humanism0. Este nobre impulso
impu dos literatos
pod c ToSicc aa te oespennase derramou-se, como
de luz, noOceano
na taltia
e
cts d a d u d a . E s porquC t n h a a l t a d o a flama
iniciou-se
mcioese na tta mitários do clero juncavam d
Cadora Vida 1ntelectual Meda. As
da laade tormuias Ocidente. Os prneips g da sabedoria antiga,
Ocas corrompiam-na, o verbalismo estéril paralisava-a. prebendias os humanistas, cpigono0s
geni0 dos caSSicos.
o
O escolasticismo
converteu-sc numa grilheta que a prostrava. Renascença
na
0s quais encarnavam stres
A Renascença tudo mudou: a mente da Europa ficou Poderiamos encher muts pa
liberta. O contacto com as belas obras da antiguidade clássica daqueles a quem a civilização icou a e e nas le

abriu-Ihes as mais
amplas clareiras. Filósofos, oradores,
poetas, Itália, os fulgores intelectuais do umanismo. ilio
fizeram da de Roma da cxemplo Gemisto Pleton. Ouando se cnc
historiadores,
e da sabedoria,
que
trouxeram
e
Grécia
o graça
aos humanistas a
lar
firmeza nos de Florença, no ano 1439, ministrou pubiicanente
na
a harmonia virilidade na inspiração. filosofia platónica a uma asembieta de pessoas
raciocinios, nas imagens, a entre
quais Cosme de Mecs
as
Este conubio os
com antigos incutiu modernos
aspiraao
nos a politica e na literatura,
de se convizinharem dos luzeiros clássicos, absorvendo-Ihes e que rez ressuscitar
no seu palacio
orentinO 0S Jardins de
Academo. O s ouvintes sentiram o destumbramentoda
divulgando a omnimoda cultura. Foram abandonados Os
sua
um deles assim escreveu: «Este
dogmas da teologia, trocados pela rebusca dos problemas da cloquencia de Gemisto; e

humanidade: e os escritores tornaram-se humanistas. Erasmo nomem deixou assombrados


os
italianos. Uns
exalçavam-no
todo5; chamavam-Ihe
pode dizer-se o paradigma desta nova e produtiva legiäo de Ccomo mestre e benfeitor de outros

intelectuais, acendeu no Renascimeto


que tantas vias-lacteas Platão e Sócrates. Esse humanista tentou reintegrar
completamente
tao
Zeus
ldentiticara se
Um doloroso estorgo de adaptação foi necessário. A rarao predominio celestial,
tixou-se nos com as coisas da Helade.
escaninhos da consciéncia, num exame incessante
ou percorreu a vida na infinita e dramática multiplicidade dos Ohelenismo, que assim reinava cm Florchça no
e resto

de raro merecinento.
fenómenos5 para a desnudar dos seus enigmas. E a literatura altalla, teve em Portugal adeptos
de
reflectiu esta orientação anti-mistica, sedenta dos colau Clenardo, depois de ter assistido na Universidade
episodios Coimbra as prelecçöes de Fabricio, que D. João 11Idomandara
terrenos, universalista-orientação que define o humanismo
As obras helénicas e latinas que os humanistas sabiam de co vir de Paris, confessou-se espantado pela erudiçio mestre:
57
HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESA EPOCA CLASSICA-SECULO XVI
186
eflorescência do humanismo
Fabrício comentava Homero sem o traduzir do grego para O século XVI corresponde à se cobriram
escritores que
latim, como se estivesse na propria Atenas. Nunca vi, até em Portugal. Foram muitos 0s anos
humanistica, durante os sessenta
então, coisa assim em parte alguma». Alingua grega, que fora deauréola na literatura está em Camóes,
quase desconhecida na Tdade Media, disputa na Renascença de 1520 a 1580.
A
Sua sintese fuminosa são Os Laustadas.
em que melhor
ele se exprime
a dedicação dos doutos. Já não bastava o latim: a leitura e a obra
dos escritores helénicos era insígnia das inteligências
cultas. O classicismo, O Renascimento letargo
acordou dum
da
antiguidade greco-lana.
O humanismo contou no nosso país com uma brilhante de muitos seculos ns
obras-primas
plêiade de cultores. A Universidade de Coimbra foi um alfobre espiritos desta
epoca
Os mais aptosc o m o ridentissimo brilhodeixaram-se comover
dos clássicos na
de humanistas. O rei D. Joäo 11I veio a ser activo auxiliar intensamente
na filosotia, no drama, e decidiram-se a
deste fulgor cultural, sustentando em Paris alguns alunos de poesia, na historia,
e a reproduzilos quanto posivel,
talento e chamando à pátria, sem limite de preço, eruditos estuda-los linha por linha
chama classicisnmo.
de fama. Pedro Henriques, Gonçalo Alvares e outros, para imitando-0s, E a isto que s e

escritores clássicos, no decurso


aqui vieram ministrar à juventude universitaria truto Afamiliaridade com os
dos o

da Renascença, propeliu adopção


à das tormas literárias em uso
estudos. Dos
do

seus
humanismo,
estrangeiros em Portugal, apóstolos
Nicolau Clenardo é o mais digno, de relevo.
dos séculos XVe XVIT toi,
na Grécia e em Roma. A literatura do mundo helenico latino e

Autor de uma gramatica de gregoe outra de hebralco, por assim dizer, fusão espiritual
a

deleite
com que os humanistas liam e reliam
leccionou Clenardo em
Lovainae
em antes
Salamanca, muito o modlemo. O prosadores da
e antiguidade incutiu-lhes a
de se transferir para Portugal. A Universidade de Salamanca Os grandes poetas
tomarem por modelo. Foi tal a sua convicçaão
de
contratá-lo como professor de grego e de latim;
mas ambiçao de os
diligenciou
Clenardo recusou a oferta. 1Trouxe-o André de Resende em 1533 imita-los, que
à fabulação mitologica do paganismo
recorreram
a
dos poemas. As personagens discorriam
ou 1 6 4 , a instäncias d e D. João Ilt, para mestre do cardcal na acçao viva das intrigasS eram regulados
Evora e em Braga; e toi
assaz maneira antiga, e os incidentes lter
tntante LD. Henrique. Residiu em
pelos vários deuses do Olimpo. Ate mesmo os eOSa
c a sut acçao pedagogica na
corte de D. João III, faminta s e prostravam
ante as regras nterarzas dos
htelectualismo classico do tempo. Em l638, embora
o

te da Renascença brotasscmm os Jorros da


do
Ihe tivesse oterecido uma cátedra em Coimbra, quis retirars clássicos. E foi preciso que deles
se n a o ossiticarem em replicas servis.

a Albambra, na
ESpanna. cnergia criadora para eram muito estimadas no
palra a Sua terra natal, indo morrer As tragédias de Séncca ja
devemos C

NOS matores humanistas portugueses E vemos Trissino, em 1013, compor a tragédia


Andre de Resende, discipulo de Clenardo; Diogo de cc seculo XV.
que foi reitor da Universidade de Paris, e de quuem Monta
Sofonisba a compasso de Sótocles e
de
Euripides. O assunto
e bem patético: o suicídio de Sotonisba, esposa do rei Syphar,
escreveu: ell tut sans comparaison le plus grand principa
substanctos para não figurar em Roma
no cortejo triuntal de Cipião.
Frances Francisco de Holanda, que no seu
ltala lrissino tratou-o ajustandoo
drama nos
moldes helénicos.
declara ter ido à

tratado Da pintura antiga nos


a
Muitos outros Ihe seguiram sistema, decalcando 0u
o

roubar e trazer a Portugal primores os e gentilezas de simplesmenterútila


recopiando as tragédias clássicas, sem todavia
João de Barros e Damião de Góis, ambos eles historiadorc beleza de qualquer delas.
retlectirem a e perenal
eximios; e tantos outros, que adiante se diräo.
HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESA EPOCA CLASSICA-StCULO XV

comédia trilhava também o


A dos clássicos, Interno
através os circulos do o imenso autor
e do motivos
Purgatório. Os
rumo Plauto Aquele
que já imitava o ateniense Aristofanes, forneceu o

figurino da explagião decitra-lhos das Geórgicas.


às idealizaçöes do teatro cómico. Vemos, entre Outros, sem
remissäo possivel, que faz
tremer as
o

genial povo condenado


Ariosto aventurar-se neste género de literatura com
as
peças regiöes plutónicas com solugos e gritos blasfemos, Virgilio
se apola
Negromante e Lena, arrimando-se na habilidade cénica ao seu atonito pupilo. Porque
do o chumera e explica rrores
nessa viagem de nortoe
mestre romano, Ele situava-se na linha comum dos classicistas Dante na sombra de Virgilio
na Divina Comédia simboliza
O lirism0 recebeu influxos muito sensfveis dos
poemas reino dos tormentos? noVirgilio
embate das duvidas, a razZho que nunca
classicos. Embora o metro de Petrarca, duma sernsibilidade ti o espirito cquilibrado
labirinto das incertezas, a ciencia que nos
fina e humana, contasse legióes de admiradores e discípulos Se tresmalha no satänicos pincaro0s da Etcrnidade.
a0s
e tambem certo que largamente se imitaram Virgílio, Horácio, cleva por entre clamores
o conduziu Virgilio,
so o abandonou as
e
Ovidio, Propercio e Catulo. A sugestao dos poctas latinos Atraves do Inlerno
for onde aguardava
o alma cleita de Bcatriz.
a
enorme,
sobretudo durante oséculo XVi, quer na epopeia. portas do Paraiso,
Lranspor as zonas
do
na bucólica. Não devemos olvidá-los falar Assim Virgilio o auxiliou a finalmente supic
querna irica e
da Renascenga.
ao

e das lágrimas, entregando-o a graça auroral dos


de Deus. Portanto, Vigilio é a parabola da
A
epopeia toi profundamente intluenciada pelas
grandes anjos no reino o enigma das
obras classicas do Os aguidiade quc nortela a razao esclarccee

género. poetas épicos gizavam os seus cOlsas. Dante escolheu-o para guia, e a cada minuto se
Ihe
poemas com a fixa mente na recordação
dos heróis homéricos de terTOr, para que lhe abra
o caninbo,
emantuanos. lam-Ihe todos no encalço. Virgilio pretendet dirige com suplicas
conduza. Pela mão de Virgilio
rivalizar com Homero, e por isso compós a Eneida: Ariosto O ensine, o p
Orlando furioso, Tasso na Jerusalém libertada percorreu o Interno Purgatorio POr sua mao amga
e o

no e
Camóes da Latinidade inst
n'Os Lausiadas socorreram-se de Virgílio. entrou no Paraiso. O maior génio
assim, o maior geio da
RKehasceng, por dcgraus
O
bucolismo tloriu igualmente sob o halo glorioso dos vez mais límpidos, o
mestres classicos. Sannazaro toi um autentico latino nas suas que, sobrepostos em cspug de Deus,
levaram a beatitude suprema glorla
na

obras idilicas. Na Arcddia, espécie de autobiogratia subjectva, dos escritores classicos, não vaga
mas
Esta intluència
ele mergulhou em cada instante a inspiração nas reminiscencias a todos os espiritos superiores
irresistivel, tetänica, propagou.se antiguidade,
de Tederito Virgilio: e da sua pena brotaram-Ihe episódios,
e de
cença. As o0
rebuscadas com
cenários, diálogos, que eram projecçöes da literatura classica ioa original por
e r a m lidas na langua ongihal humatst
por humanistas
O mesmo com Angelo Policiano: nas Stanze per la Giostra, Claso enpenho, dade s conciliabulos
do verbo eloquente. Nas tign oreleccionavam
escritas em honra de Julião de Médicis, e que não concluitur da literatura antigg
mundanos esses corileus do
pela morte abrupta do seu patrono, pintou-nos os bosques sem cansaço o latime o greg
estudios0s as
sawrados de Vénus e os colóquios da deusa com Cupido tao
jolas do
literárias mundoHomero classico. iventude escutava-os,
a

fielmente como o teria feito Ovfdio, seu mestre.


fiefmente con humanismo difundia-se. Platão, Virgilio Cicero e

imbolo admirável deste amor a todos os génios da Grec Roma viam-se ressuscitad0
6esia fazendo de Virgílioo O
0
ma
mais
nistas. Nos jardins de
antiguida Roma
deRoma conduziu
condurin e
e
ne
seu
eu
guia.
guia.
pela palavra taumaturgica ds
reuniam os Médicis no dia 7 de
poOeta piro Careggi, por exemplo,
a Kenascença contra os seres furibundos nos roteiros da D0
rOteiros da D0
190 HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESA 2POCA CLASSICA-SECULO XV 191

Novembro, aniversário de Platáo, nove discipulos des te aos «muitos varöes doutos
A conversa borboleteava ao redor da filósofo. classica no nosso pais, aludindo
arte grega; e
discutiam-se na lingua grega como na latina, aasponto que nem na propria
as ideias
platónicas após a leitura do Banquete. Salamanca s e
encontrara tale tão
quem correntemente».
O classicismo alastrou em também quis
que o trouxera para Portugal
Portugal
cotno u m a
escolha. Já dissemos quanto ardor 0s humanistas leiva de O soberano do
século-Erasmo.
nacionais dotar Combra
como
maior humanista
c
estrangeiros aplicavam entre nos nas ciencias e Parecia obstinar-se na realização
do prognóstico de Clenardo:
De 1520 nas letras. um dia a Salamanca.
a
1580 o nosso renome emparelhava com o da lItália, sestá reservado a Coimbra sobrepujar
o da Espanha, o da França. Nós éramos da vanguarda
nos No Colégio das Artes, cujos estatutos André de Gouveia tinha
mares e na civilização. feito conforme os de Paris, os mestres Nicolau Grouchy,
Buchanan, Diogo de Teive, Jorge
portugueses requintavam-se no afá de se instruirem Fabricio, Elias Vinet, Jorge
Em Paris, em Florença, em Roma, na Lovaina, e m a uma juventude entusiasta a lingua
Sialamanca, da Costa comunicavam de toda a
classictsmo. Primeiros elementos
1amos a busca do0s tmundos
novosnao dos mundos terrenais c as obras do ao grego, Os
que os
navegantes descobriam em ciclopicas proezas, mas dos ciencia chamou João de Barros ao latime saturados de
Itália,
escritores quinhentistas, aqui
como na
nundos onde o espirito reina, e que são os unicos inacessIvets reproduzir esses radiosos
aos
desgastes do tempo. Alguns nomes se podem citar, tres leituras greco-latinas, pretenderam
classicismo.
filhos de João Teixeira, chanceler-mor do rei D, João modelos: é isto o
11, com Todos os grandes
talentos do
seculo AVI, com excepsao
Jouo Rodrigues Sá de Meneses e Henrique Caiado, ouviam em cunho clässico, Excmplifiquemos:
deGil Vicente, nostram
o
Florença as liçöes de Angelo Policiano; Andre de Resende
Damião de Góis, de 1529 a 1581, aprenderam em Lovaina
e Camöes, nOs Laustadas, imitou Virgilio; Sa de Miranda, nas

Nicolau Clenardo, discipulo de Erasmo e de Lufs Vives. Em


com comedias, imitou Plauto;
António Ferreira, nas odes, imitou
imitou 0s gregos; finalmente
Paris, de Horäcio e, na tragédia Castro,
a expensas do rei D. João
II, dezenas
amesendavam-se no Colégio Santa Bárbara. Ia-se plasmando
estudantes João de Barros, nas Décadas, imitou Tito Livio, Era o

Todavia,
movimento intelectual do tempo classicismo.
a
fulgida corte dos escritores de Quinhentos nesses VIveros
da sabedoria. imitar não é copiar. Os nossos artistas assimilaram a vi1sao
construiram com ela uma arte
D. João t nunca perdeu ensejo favorável ao estímulo plástica dos antigos, mas
profundamente original poderosa, intérprete fiel da época.
e

do humanismo, gerador do classicismo. A cultura muito lhe


ficou
a dever, principalmente nas duas décadas iniciais do
seu reinado. João de Barros, no Panegirico, disse dele: «A todos Intluenciaitalfana, --Conclul-se
de
tudoo que deixamos
daa Italia as especificas
tendencias
é notório quanto amor tem as letras, quanto favor, quanto escrito que se trouxeram

amparo, quanta mercè recebem dele os letrados de t o d a a da literatura na


Renascenga.E natura Sera que vese
este é causa de sua corte fiorescer hoje tanto ressurgido na Itälia as
tradiçoes classicas. A
Italia e Roma
ciência;
em letras
amor
como tioresce; este mesmo o taZ cuidar novas Tundiram-se num so organismo o mundo romano
politico:
italica por cerebro e coração. Nela
maneirase novas invençöes de estudos gerais, por onde as vera a peninsula
Se gerouo pensamento senatorial e cesariano, nela pulsou
ciências em seu reino não menos cresçanm e vão adiante Anibal, destruiu Cartagoe civilizou
virtudes. Clenardo, um dos mentores da a energia que venceu
que as
outras 0s Bárbaros.
Renascença, dizia-se surpreendido com o nfvel da erudição
192 HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESSA EPOCA CLASSICA-SecULO XV1 193
Nunca se obumbrara totalmente a
lembranga dos
heróis c entim os
de tantas obras, tantas e tão eximias

antepassados, Até nos séculos de mortal prostração, quando alma, levantados, ainda
vossas tenham monumentos fieis
Os invasores Ihe talavamo solo, a ltalia manteve façanhas
desperta a lingua na latima ou grega, de modo que
memoria dos Cesares. Não caudilhos estranhos
toranm que sejam por mim,
lhe acenderam a ebulição
que náo haja
vicissitudes de
humanos acontecimentos, ncm
do humaniSIno e a fervorosa
as artes classicas. Sucedeu
devoção assalto da vária e inconstante fortuna, vetustez de seculos nem

apenas esta colsa bem


simples: que consigam extingui-los,
0S italianos, durante mil anos na desolação e o s paises da
e na
desordem, Era vivíssimo o contacto mental entre nós
nunca perderam por completo o orgulho da ascendència a da
Renascença, sobretudo Itália, donde nos chegavam dia
sua a

imperial; e, na ocasiao propicla, o lune latino alteou-se na gentilezas do classicismo. 1Lus1tanOs


os rútilos «primores e
tormosa labareda da Renascenga. O humanismo integrou-se na de indole cosmopolita, inclinados por temperamento pata
literatura clássica: leu os antigos, apoderou-se da sua alma esltura universalista,
frequentavam Florença c Roma, c de
traziam-nos a
sentu-se irmanado com o espírito de Roma, herdeiro de os
apostolos das novas ideias
convivio com
pelas siderais belezas da antiguidade. A b a r b á r i e
Atenas. A Italia nao era um sarcota80, mas um
brasid0, so0
cujas cnzas palpitavam as chamas do getnio romano. medieval era tida em escarninho e
desdém.
Apenas os gregos
rédito no sinédrio das artes.
Florença toi verdadeiramente o berço desta ressurreiçao ou os
latinos merecian mesmo0s
literarios continuaram 0s
Contudo, os moldes
iteraria do mundo antigo. O materialismo naquela república
Itália.
data, Sâ de Miranda deslocou-se para
a
de agiotas cedeu a mais nobre espiritualidade. Os artistas ate 1621. Nesta
ao voltar em 1l626 a Portugal,
permaneceu cinco anos;
La e,
eram acarinhados, as inteligèncias atraíam as benesses dos a literatura italiana,
principes e dos papas. Poucos periodos tem havido na históra trazia outros
ideas. Fama
então a mais rica da Europa. Devotara-ihe a paivão
a l o do artista
do a tta
em que a alma tenha sido tão livre e criadora.
sentir a Beleza. E 1trouxe no seu cabaz de recordações
Da Italia deslocou-se a
palses
Renascença para os outros que sabe tercetos de Dante,
0s tormos0s metr0s da emedida nova»: os
do Nos ja o ir
Ocidente. vimos que a Italia passoua ser o a cançaoeo soneto de Fetrarca, a oltava rima de Ari0sto, a

anclo dos que pretendiam saturar-se das letras classicas. Ea

écloga de Sannazaro, o verso


decassilabo. 0 1talianismo Vinna
ali a fonte das humanidades, E viajar na Itália significava na civilzaçao de Portugal.
assim pontificar por largo tempo
trazer a Portugal os primores e gentilezas que se guardavam A medida nova ganhou adeptos Antonio Ferreira,
ali, como dizia Francisco de Holanda. As relaçöes entre Cuz e Camöes.
Caminha, Diogo Bernardes,
Agostinho da
italianos e
portugueses tornaram-se continuadas e
estre Viram-se ja no Cancioneiro Geral vagas
intluèncias de Dante,
Os causavam mo da de Diogo Brandão: as
noss0s empreendimentos maritnos o
Pasiun nos poemetos de Duarte de Brito
e

Europa; ea Itália sentia-se vibrar na ressonância de tamana


visöes» como factor estetico na poesia de objectivos morais.
eEu
epopeia. Angelo Policiano escrevia ao rei D. João
teitos,
Il: Agora no século a lira
XVI portuguesa adaptou-se
scu mais perteito
muto

vOssos tetndo no estro de Camoes o


o
cesso de pensat a pregaçiao dos bem a italiana,
e concedida Poa
fervoroso volo quc taço que me seja torga, paradigma.
c linalnente ensejo para que o voss0 Dome tiao digno diterentes, Ao talar em sugestão
A prosa seguiu tnilhos
integridadc na de Ouinhentos, aludimos
divinos clogios,
rectidáo, religião,
os testemunhos da
temperança, prudéncia, juízo,
vossa picdade,
os da voss
italiana ou
ltalianismo literatura
so essa sob o
signo
a poesia Subjectivae epica, pols prosperou
justiça, fortaleza, previdéncia, liberalidade e grandeza de 13
SBCuLO XVI 195
194 HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESA POCA CLASSICA
de Castanheda, Gaspar Correia,
da Itália. A prosa não. Sá de o
lirica quinhentista, não havendo contribuído
Miranda foi reformador
nada
da Góis,Diogo do Couto, LopesJeronimo s o r i o , Sarmuel Usque;
a evoluçäo da prOsa do seu tempo.
em
para Bras de Albuquergue, D.
Francisco de Morais, Jorge
Ferreira de Vascon

0s novelistas: narradores de
Vagens
A influência italiana foi muito viva no
século XVI; mas celos, Fernão Alvares do Oriente, os

isto não significa a perda de originalidade ou de grandeza nas


Fernão Mendes Pinto, João
de Lucena; os moraltstas:
F. 1Oe
cientistas:
obras deste jucundo periodo. De modo nenhum. Os nomes de Fr. Amador Arrals;0s
de Jesus, Fr. Heitor Pinto, E
Damião de Garcia da Horta, Pedro
Nunes, Francisco Sanches, mutos
João
de Barros, de
Luís de Camöes
de Góis,
na história
Antónioentre
Ferreira, de lingua fixoU-se, tornou-se maleável, adquiriu aptidião
fulguram peninsular os mals Outros! A
eteitos e caprichos da estética.
insignes escritores. A sua fama permanece sem
colapsos para todos os
numero
to1 excepcional pelo
Seculo AVI, na verdade,
nele se gloriticaram. Dois
nomes
Importáncia global da produção literária do século XVI. brilho dos escritores que
e unico: Gil Vicente e Luis de Camöes.
bastariam para relevo
- A literatura portuguesa mal tentava único
primeirOs voOs os
Vicente revivem
mcsmo nivel. Na obra de Gil
durante o
imortalidade. O
século XV. Fernão Lopes foi o a
merecer
seculo XVi, pelo contrario, marca uma sublta
Dois

aos
genios no
nossos olhos os costumes
do século. Nenhum outro nos

da soctedade manuelina, como

ascenção das nosSas letras para as culmináncias da arte. Sob permitiu olhar para dentro
ediógrafo. Ninguém dissccou, como
muitos aspectos, é esse o da áurea magniticèncla. Cultivaram esse
portentosoteres
eB sénoca-0s frades, tidalgos,
se 0s mais variados temas, e brilhou uma constelagao de soc eiras rüsticos,
século XIX se Ihe equipara.
talentos. So o
proxenetas, barregs, namoradeiras,
judeus, nesr
rústicos, judeus, negros,
ecomédia humana
egrègios Gil Vicente foi o Balzac da
Viviamos na Renascença: as obras-primas da Grecia e ciganos, agiotas. paralelo.
seu lado, com mèrito diverso
mas
de Quinhentos, A
dos home
de Roma renasceramtornou-se
para auniversal
leitura e veneração
e fecunda,
resplende umoutro genio mortal quinhentista:
da
ndo e. também
literatura

cultos. A sua lição quanto as Camoes. Um malores poctas epicos séculos.


dos
m
ao

ideias e quanto a torma de expressá-las. O humanismo seduzu de todos os Temo valor


um dos malores pOetas liricos
0s espirtos mais
selectos pelo sortilegio dos seus
primorcs universal de haver traduzido, em poesias maravilnosas
Despertando a sensibilidade d o s jovens para a arte dos grego
ansias e as melancolias dos coraçöes massacrados. E tem atnda,
humanismo aguçava-lhes ilá-la linguagem
e latinos, o
cimita-la. Daqu derivou um momento de expansao i t e r a
a
ambição de ass para os
Portugueses, o merito de ter criado a

poética nacional.
poucas vezes atingido. O teatro, a poesia, a historia, nar
pilares constituem
acs
O século XVI foi, talvez, na literatura mesmo quelonga o
da nosa
nas

patriótica, a exposição de viagens os


conquistas: o mais esplendido e fecundante

século glorioso. Gil Vicente do nosso malor genio dramatcd história.


Luis de Camöes e o nosso maior génio lirico e eplco, turbilhoes de
E,e sem duvida, que
nos
arrastavam
formando cauda a estes dois astros solares, vai a multidaO e que nos auteriamos neles haustos da criaçao os
optimismo,
ansiedade de
teraria.A arte costuma ser sinergica
talentos que nao alcançaram os cimos do genio. Seguc com a

num
0s poetas: Sa de Miranda, Bernardim Ribeiro, Cristova dominio -essa evontade de poder que Nietsche comverteu
intelectos tacundos. Expunha Fr. Amador Arrais nos
Falcão, LDiogo Agostinho da Cruz, Jeronino
Bernardes, trei mito
dos
de Andrade, Lui Didlogos, impressos 1589: «A conquista dos mares e
Corte-Real, Andrade Caminha, Francisco
seus em
de

Pereira Brandão; os historiadores: Joâo de Barros, Damiao


HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESA
196

terras do Oriente merece maiores louvores que os que lhe


pudera dar a língua de Marco Tülio, príncipe da eloquência
romana. Chegaranm [os portugueses), despregando bandeiras,
tomando cidades, sujeitando reinos, onde nunca o vitorioso
Alexandre nem o afamado Hércules (cujas façanhas os antigos
tanto admiravam) puderam chegar. Acharam novas estrelas,
navegaram mares e climas incógnitos, descobriram a ignorância
dos geógrafos antigos que o mundo tinha por mestres de
verdades ocultas». As ressonâncias desta euforia colectiva
despertou nos engenhos mais prolíficos a tentação das alturas,
o frémito de escalarem o Olimpo de tão estupenda glória.
E admiramos hoje a plêiade de eseritores universais, que
se mediam ombro a ombro com os gigantes do humanismo
europeu.
E certo, porém, que breve se dissolveram os resplendores
desta aurora mental nas sombras da prostração e da morte.
As perversões do luxo asiático, a intolerância facciosa do
clericalismo, o medo paralisante da Inquisição, foram estas as
causas responsáveis do longo eclipse na intelectualidade do
a partir de 1570. O rei D. Sebastião foi já um
nosso país,
frutodas propensões mórbidas instiladas na nação por aqueles
três factores da desagregação fatídica das almas.
Na História Portugal
de Oliveira
escreveu
c0 tempo, corrompendo o império, havia de atrofiar a riqueza,
Martins
exacerbar a devoçao e apagar o que restava dessa semente
de cultura, iniciada pelos filhos de D. João I e ainda protegida
ao depois, até que a vinda dos jesuítas a perverteu». Este
diagnóstico do ductilíssimo pensador está certo. A produçao
literária do século XV culminou no fastígio, mas a fatalidade
quis escurentá-la na densa penumbra dos séculos imediatos.
ANTONIO JOSE SARAIVA
DOUTOR EM LETRAS PELA UNIV. DE LISBO0A

OSCAR LOPES
PROFESSOR DO UICEU D. MANUEL I

HISTÓRIA
DA
LITERATURA PORTUGUESA

6. EDICAO, CORRIGIDA
E ACTUALIZADA

PORTO EDITORA, LDA


R. DA FABRICA, 54 PORTO

EMPRESA LIT, FLUMINENSE, LDA.


R. DA MADALENA, 145-LISBOA-2
62 HIS'TORIA DA LIBRATORA
PORTUGUERA

2) ANTOLOGIAS

As melhores poesiae do Cancioneiro de Resende, selecção, prefáeloe


notas de Rodriguex Lapa, colecgão Textos LAterdrios, ILlsboa, 1939
Poetax do Cancioneiro Geral. Prefáclo, selecção, notas e glosmriog
A. J. da Plumpão. Colecção Cldsnico Portugunars. LinDo,
Lvraria
Classiea Edit, 1942.

O Cancioneiro Geraib, selec., pret. notas de Andree


e
Crabbe Eocha,
col. Teztos Cidssicos, Llaboa.
Textos Medievais Portugueses, Corréa de Oveir e Saavedrs Ma

Chado, reed. Coinmbra, 1964.

3 EPOCA
3) ESTUDOS

Teotilo Eraga, Poetas P a l a c n o a , Forto, 1b541.


ORENASCIMENTO
Menendez Pelayo, Hstoria de la poesia
castellana em

la Bdadi e
dia, 1 , P.

Jole EugEleri, Canaionere di Besende, Geneve, Leo


Ilschki, 1831 0
obre o
classica
assunto)
Gerul oun
do Canconeiro
Andrbe Crabbe FOcha. Apectos
EDches druafigues dans le cCanckonetro Gerals ln eBulletin

d Theitre Portugaln, 1ome 11, 1951, n 2.


Herniknl Cidade, Liçúes de Lateratura e Culturu P o r t y

tev Coin bra, 939

g o n s
de Lateratura Porfuguesd, 6. ed. rev
bibllogrufla critica
a 6 . Cantém
La potsie yrique enjagnole
et
portugaise d f
e r e le Gebtil,
2 vols, 1949-54.
oyen dge. Hennea,
O Cancioneiro Gerul, o Tempo e a
Morte
n fa
r o artina,
cao lstorieu a Vdencla do Tempo e da Morte, Btraga, 20
Caatro
de Ines de
genese histórioo-literárla do tenia
táncia das Troeas que Garcia de Besende Ihe dedica são de
de
de Bepa em Bstudos de História e

Ou
alisadas por Jorge
de eOcldentes, 197.
CAPITULOI

INTRODUCAO

Aapectos sociaia, Do Tinal do seculoV meado do* o Pru


elatuamente na fase do capitallsme
mercantil que asnim vem engrenar-se com estruturas agráriase politicas
teiaai
A inddstrila desenvove-e alem dos
cldades, e
para
em certo8 ramos os artesãos p a a m a
quadros orporativo das
trabalhar por conta de

apropriam-se tanto quanto podem de terras comunals, reduzindo muitos se-

wos ou eolonos a aRalariados e produxindo para o mercado, O atimento do


volume de t r o c a , n p i c a n d o dia c l a g a o o e t a i a , o0aut

procura de ouro, prata e outras mereadorias preciosas. 1Intenaifica-se o

Tndia vém ao encontro desta necessidade de aeréscimo dos melos de troc


provocam um alta de preçoK, ruinosm para os que apenna vivem de foron e
udala.
o n i s pove E a o s aunuag e capital e ofpergoes a n
C a l i de o d op tpecvontereaaes utrmarino.

cobrem-se melos de drenagem de eapitals, como o empréstimo pobleo


Estas diversas tormas de concentrugção e moblizaço dos meios mo-
e iase a c & a o t a d o c o n a eate upra-nacionals,
t o s erven
de
uE
o eino PTanga peri dea0 aependente daa
d s minns de prata) e o mperio pougues dependente do
cu
ouro

conatumindo em massa material de guerra, em que entrava j4 então a


rtlarin, oferecendo garuntias de diverilu ordem, estimulam fortemente o
ento do capitniismo mercantilor vee arenleza tavorece a b u
HISTORIA DA LITERATURA PORTUGUESA
106 3 POCA-O RENASCIMENTo
outras vezes, judiada pela concentraçlo do poder econ notne de sContra-Reforma, que conalate, o 0
KueHin mnercante reacgão conhecida pelo tma represaao por melos coactivo# de todas a8 manie

ctua como vértice de uma aristocrucla mlitar


adminis e

Bunpeltas de heterodoxin, incluindo manifestaçoes tolerada


trativa, na u a maior parte oriunda de aristocracin ngraria. numa tentativ
Os bens feudals da 1greja dão orlgem
a constantes
conflitos entre durante épocas anterlores; sob o aspecto positivoe

de e v o g o . exteriore
rineipes, que tendem chamar a si. no todo ou em porte, e no regTeso a tormas
Lgreja e tauraçao da Ealicolastica, torna-se o principal instrd
relioiooe o8 bens eclesiásticos, quer separando-se de o
o A Ihquuiçuo
espanholn
Cromanis, portuguesa) e

cabe o papet P r p a
VIt de Lnglaterra, quer arranieando-the, como o rel de Franga loeologico. A Compianhia de Jesun
mento d0 recialque TAgmento proteune.
eridentinoh. No
Catolieino
noOvO
concessben importantes na durusO 00 a mento.
hberdlade de penaamentoy
e n geral, mals tavoravelw
Com o aumento do volume da produção, sob o estimulo do comercio condigoes toral,
dilrusio di cultura
de asalm oOmo a poOpular
uropeu e ntereontinental, eresce o ritmo de desenvolvnento As duas ldeologi u guerras com que Flipe II tenta
ida des, epecialmente no Reno,
no Baltic0 e na Panares.A
burguohla tn wandres Paises Balxos. e O lmpere
u s t r i a i e comerelal deatLs cidades reniate Bs tentativns de dominagao e subrhete e da apanha, Portugal, dorninlon
preenaidl por Carios V e por outro principes. Ao mesmo tempo, o he
Be. rande parte da Italla, etc, runcont eticio e
ento da exporigao agricoln, em que se langam alguns senhores feudlai uma aristocracia de sangue, servida por uma poderosa organuga
a aituagao O08 Camponeseh e
provoca insurrelçoes como a de 1ha alem da malor parte da terra em EspLnha, poato domunante
v e que po88ul,
na Alemanha. colonia que ributos
e o guerTa dominio, A detesd de ou

stas cireunstancias facilitaram a propagação da heresia reug o comerelo invocado por esta aristo-
da te ciatolca pretexto mais trequentemente
e 0

Jesenicadeada pelo proteato de Lutero contra a venda de Induigetc no exterlor e as contlscaçoes perseguiçoes ou
aa
1517. Os escrito de Lutero e outros protestantes torharai-se rapi neide Cracla teudial para guerras
Em contraate, 08 Palses Balxos aparecem como uma federagao
o interior.
recente invengao da Imprensa.A burgesla d e cidadea burguesas invocando principlos que hoJe dirian0 0 o r
conhecidos, Erugas a nde p te
como o direlto ao nutogOvero e e
desejosa de se ibertar da tutelia e c l e s c po be
movimento. O me8uo izeram os prncipes ale
feudals da 1greja. a s a a a de
lariadoa das Bn Portugal.Acentua-ae, após a
descoberta do camtnho maritimo
capo contra o complexo e dal proc conceraa
oope0oer pontico e
economicoO
a chefia do rel, iniciado com as campanhas do Norte de Atrica e a exporag

capitalinta que oa op de do ouro d Mina A exploraçao


economica do Uitramar f a z - e grandemente
un momento
ditficll,
O ret
ng em regime de monopollo da Coroa. Apesar dos progressos da burguenla
etao ma atitude ambigua; e meso
rural e comercial desde o séc, XIV, e u a vitoria com D. Jolo e t
separu pana desacatam a Santa S6, conio
o
i n Roma, Fate famoso sacco di Roma ee doas variadas (rendas da colonlzagão
admit ate P nular e brasileiras, monopóllos dos eresgates e tratoss ultramarinos,
é geralmente
sldade duma reforma rellgioa por em
alguns eardeais, Encontra grande favor uma correite que,
am
ue, em monopóllos de produgão Interna sujeitas a direltoa ebanalo, e, finalmente,
intersor
cuRsão a autoridade do Pupa, preconiza a emenda doa abu
ão do sentimento rellgioso. Esss oorrente, que tem o e u n pOsive
udn iniatraçlododa Coroa a favor duma olgarquia), o quo diticuitou naa
compromia
cumuiagao e um capital propriimente dito e eu Posterior nvestuento
desenvolvimento agricola e industrial interno,
etm Erastno die toterdao, chegou a
aparecer como um
gricultura de monopóllo conercial ultramarino a favor da nobreza
entre Luteranos e cPaplataa>.
iso
Esta espécie
dificuldades não nó vicloa internos do seu
e de Indecisão, detine-e eudal encontra creacentes, por
Apoa una epoca de abargula o concllo aeento

pouca eregod ropa ainau


tam-se as pontes entre os dols fragmentos da antign c r i t a n a o
Iberlca torna-se 0 mais forte baluarte do mundo catoico idades 0es locals diieultam cada ve mals odominio mlitar da etrda
a

felitoriaa. O slstema entra em erlse por meado do século XVI D. João 1I


o, do Baltioo eNorte, o elxo do mundo protestante.
do Mar do tenenvolve-e
esta dividida entre ume outro. No fragmento católleo deteu w
HiSTORIA DA LITBATORA PORTUGUESA 3. EPOCA - O RENASCIMENTO

a
é obrigado a evacuar algumas pragas marroquinas. Realizam -se tentativas da existenciit de püblico em eresclmento, para
um o qual ja nao
bantav
p a r a descobrir novas m i n a s de o u r o ou p r a t a na A m e r i c a e na Africa. Vol-
manuscrita do livro. Mas essa invenção, de alcance pruc
da guerra tendo e m m r a spelto, além de mostrar à evidéncia as possibilldndes da tecn
a-se à idela, já abandonada, atricana, a rica prena das noticlas, e constituinene
do relno de Fez. O desastre de Alcácer-Quibir vem completar bancarruta a
erou prodiglosamente a difusão das idelas e

colapso unillo com em poderos0 factor de tranaformação da mentalidiade


económica com o
finalmente à maior parte da camada
militar e politico. A Castela apareeeu o descobrimento do caminho maritimo para a fndia eo da Amer
dirigente como uma salda. B, anam, a
Coroa portuguesa Integta-se, desde 1080, t o i t e m a de negemonla espanhola pela imprensa ssm como o enconro
ambos rapidamente divulgados como a chinesa, modiricam as concepcoes
que se mantém até finais da Guerra dos Trinta Anos, cerca de
meados d de civilizagoes
desiconhecidls,

seculo V l , como uma extensa coligagao de coroas, distintas nas acuula


multisseculares do Europen do acerca planeta, dos costumes e das crengas
dias sobre a mestna cabeça tmperial ou llgadins entre si pela consanguinidade aperfelgoumentos técnicos,
e ON como a artilharla,
Outras nvençoen
de minas, etc. mostranm de forma flagrante
don moniarcas Habsburgo8. novo poccos dede exploraçao
tranfomação da natureza, abrindo oaminhos par4
No entanto, memo detntro de Portugal Eapanha. a burEuenla ier
e
a ponsibilidades sera um faeto no final do seeulo XVI
cAntil nao cessalva de proETedir, desatiando o monopollo do BNtRdO 0 t
clencla fmatematica e experimental, que
nobrea. Fouco a pouco domina a praça de Lliboa eo comerclo entt
com os trabalho8 de Galileu.
ltramarea Europa. Girande parte destes homens de negóelo descende dos De tudo lsto resulta, nas camadas intelectuals dirgentes, um o e
udeus convertioo A Torg em 14S e efectivamente assimilados. a g sentinento de optmaso dat racionalmente planifi-
iramm pretexto os circulos dirigentes para inatituir a Inqulsição 0336), ap
lidos a intustica eo sofrimento-a Utopia (1516) de Tomâs
entemetnte dirikida contra a prática clandestina do Judalsmo, Graga
Santo Oielo, estabeleceu-se a discriminação coitra os Cristilo8-NOV Morus (a que seseguiram mais tarde a Cidade do 8ol, escrita em 1602 na
prisão por Campanella, e a Nova Aflntida. 1827, de Francisoo Bacon)
erdaoelros ou suposto descendentes
don Judeus, que eram renlidade na

ehomens de negóclo, e tentou-se impedir o acesso deles a postos de neste contexto que se torna possivel uma assimilação multo mais
no Estado, na Igreja e até na Unlversida de; ao mesmo tempo
u
ampla da cultura greco-latinambor nlguns autores latinos nao tosem
gnorados antes do século XV (espectalmente Séneca, Clcero e Ovidio)
do fisco inquisitorial, se expropriava uma parte do8 Beus Den hujtos lugares-comuns literkrlos ds antiguidade tivesaem fetto caminho ate
u
guiçko fol, no entanto, ineficaz, e teve, entre outro lonal o a literatura cortes através das obras do elero medieval, certas facetaa da
muitos
crintioeniovo emigraram e con tno Peru, na Atr cultura elassica eram inassimilavels pelo mundo teudale agrilrlo, O deaen-
nuc aterral arte do come
teesin ercantil portuguesn teo
mereantll portuguesa tendh representavam para oN homens dos séeulos xV vur

ctoe fortomente cosmopolita.


anhar um caricter tortemente colmopota. namentos, de exernplos, de padröes e de temas que correspondiam a muitos
DOemas de entao. Ao mesTno tempo que Be ampliavao espaço geogrifico
SPECTOS CULZTURAIS: RENASCIMENTO, HUMANISMO ecopriment0s maritimos, Anavexava-se pelo tempo trazendo para a
u europela riquezas novas nova aasim ilaçao da cultura greco-latina,
ClaASSICISM njcla nas cldades taltanas, da-e o norme de Renaacimento, em
entido restrito,
iais e
O desenvolvimento do comérelo, daa da
actividades inu lpalavi Opromotores deste movimento sao os Humanistas, letrado8 cuja
cldades está na base do grande movimento que deslga
se
ctvidade e exerce geralmente fora da hlerarquia clerical,
que constituem e
Renascimento ém sentido lato. A velha cultura ceric onseg grupo cada vez mais numeroso. Alguns gozam de sinecuras eclesiástieas
satisfazer as novas necessldtdes Iguns gran
acontecimentos, aparentemcnte u p i t o , m u t
Lpirgo
te
rados por aoo u t r o exercem tunçoes dipiomaticas e de chancelaria, muitos
e burguesas.
råpidamente o horzo A palavr a
Jongo proceso ecooco p de peo
coneeito de humamitas (o da humanidade, ou qualidade hmana, como ctutturil
mental fia s eculo*Ve altado
pografia
em
em meados do
meados do século o
170 HISTORIA DA LTeRATORA
PORTUGUESA 3. EPOCA-0 RENARCIMENTO

estrutura moral) de Cicero, expriie a crenga num conjunto de valore faculdades morais e estéticas do individuo, ideal que Ja napu
morais e entéticos untversalmente humanos, os qunis se achariam de Vitorino de Feltre em Mantua (1375-1448) e que o p
tanto nas scrituras ena Patristica como na eultura profana da antiguidade por Junn Lu Ie
e Nebrija,

J& Petrarea, herdeiro da poesta provengal, ooroado no CapitQllo (1341), efonliatase


como principe dos poetas, à manelra romana, viaja
Erasmo, o u entárto dos textoe de autores ci
incansávelmer vinandoa Denetrar, pela eritica filológica e hiatórica, o seu
bunca de codices latinou, Boccacclo (1813-1376), PoERlo (18580-1459), Alberti
e
(1404-1472) e outros letrados Jtallanos descobreme dão a conhecer textos prectao, As matérias tradicionais acrescentavam outras, como a
Hitori
gnorados de Tácito, Cicero, Quintiinno, Tito Lvio. Prelados blzantivos (progresso decisivo) as obras dos autores clentificos da antguo
tixados em Italin por ocaaiho dos conclos quatrocentistas, de vista fikosótico, Combatem o aristotellamo escolatoo
como BesTiSo S06 0 ponto
filosotos neoplatohicon (especlal
Crisoloras, Gemisto Pletho; outros Intelectuais de Bizlncko, posterlormente mutooaee pra Patao e para o8

c o m o crilstlaniamo (Cuja teologla


fugido Turcos, como
aos Andronico Calixto, Argiropolos,
Gaza; eudito nente Plotino) tacilmente concllavels
que autorizam um miREICismo
nav
italianos, como Fldelfo e Lourengo Valla (1405-1457), eriador da
ilokols to euturda p e s neoptonicos, e

cláasica, contribuem para a revelação da lingua e da iteratura dunlsta. Teve grande importáncia a Acadermia Platónica de Florenga, Ja
helenlea menelonada, cujos membros, especiatmentearlo
quase completamente 1gnoradns na Buropa nedieval
Os primeiros tocos desta cultira
<renascida Bituntn -se
em

oeno Mirandola ed ga otein t e t


ssnaindo a corrente nanteista e materialista de Averróla (averrolsmo de
e Leão-Baptista Alberti e outros: em Roma (depois do regresmo dos Papa Pådua, séeulo XVe inicio do XVI), defendido em Padua por Pomponacio
de Avinhão, onde ae distinguiram Pompónio, Lourenço Valla, o
hltortanor (1462-1542) de acordo com comentador
o grego Alexandre de Afrodisins;
Biondo, Bessariloe Eneian Silvio Piccolomini, que velo a ser o
papa o quer tentando a harmonizagao do aristotelismo e do platonismo, como
sob Bessarião em Roma e Ermolao Barbaro em Veneza
em
Nápole, o dominlo dos rels de Aragão; e ainda nan coreo de vista religioso, procuram regressar a f o n t e s 0
gquenes ou
dos condottieri que dominavam Milko, Ferrara,
Mantua, Rimii, Sob o ponto
Os
principals paisen da Europa ocidental seguem no encalço d t Evangelh0s, S. Paulo, S. Jerónimo, S. Agostinho e outron descartando os
arOstar com
teve de resitência das velhas
a universldaden
Oovinento
espectalmente das Faculdades de Teologla. En Paris os Humanista
ntram frequentemente em contradição com a doutrina ofictal da
uta com a Sorbana, levam Francisoo I a fundar o
Royal t0
Collège
da a do
onde se alem eo ETeja, nas trontelras heresia. Lourengo valla demonstra apocritia
ensina, do Latin o Grego Hebralco, e qu anaRg exto oe doaçao ao Fapi oa C i d oe o m a pelo mpeOor C o n t a t

Tule ino, Eruno, coleccionando, comparando e traduzindo diverios textos gregos


o la4 de Henares (1505 da 15tblla, levado a por em davida certas interpretagdes e ate cert0s dogmas
acar
tee entre os usmestres o rande rilólogo Antónlo de Netr radickonais. Algunn humanistan, como Melanchton, Lefèvre d'Rtaples, Reu-
aetem a e t o n a , outro, como p r o p r i o r n o , esitam multo
Fol nesta universidade que se praparou e editou em 1571
a BDi
glota (em latim, grego e hebraico) Bm Lovaina funda-se o Sadoletto, inelinam-se para uma reforma dentro da Igreja Romana
Trillngue, onde ensina Juan Luis Vives. Em Vitemberga d t Enfim,
sob o ponto de vista social, os Humanistas são, na sun grande
Melanchton. Outras cldades ainda, como Brfurte e Basllela, tornime foo
oia, adversario8 da hlerarqula teudal, advogam a escolba dos dirigentess
do Humanieno.
ciasaica e favorecida pelos novos melo
er e capiacidade, condenh guerrlomas Morus chega a
a a

cutura
Venea
D opa unma repablica comunitAria, mm propriedade privada.
ntre, outros, Aldo Manuclo,
de stneeuras eclestánticas
pgg No entanto multos evitar
humanstas, dependentea de
em 1493 numa vasta empresa de edição dos clássicos
greco-lattno ou palaclanas, proeuram as polémicas arriscadas, canalizando os seus
ras de exegese dos Humanistas, precutsora da Reforma. entusia sno08 para a simples ressurreição do mais puro classiclsmo eatilistico

Os Humanistas sdo incansávels adversárion da Eacolant mlattm ou grego. R uma nova aristocracta intelectual que asairm se forma,
ponto de vinta pedagógioo, o seu Jdealéa realização hario
HSTOREA DA LTATORA PORTUGUESA 173
3 POCA-O RENASCIMENTO
abroquelada atris do privilegio de um saber dincll, expresso em lingu Arte Poetica de Hork-
mortas, gue exige talento e oclo, varrendo a bárbara terminologla escola iterarias Prescritas pela Poetica de Aristöteles, pela
elo, pelos preceitos retóricos de Coero, Quintiano e o
s noo a t f e z a bgica pela elegilncia verbal Esta tendeacis
imitadamente poderiatn apruvelta
eerazo- medida que a represmio instaurada pela Contra-Refo
torno perigoms todas as manifestagles de audiciae de iniciativa menta nhentita, teico também diferente, que säo
O Humanismo letrado 3& não tanto o
pre-clentifico) cortou n o r evemblo. a
por tim rsificagão antiga
cuntacto oom as toraseaspiraçoes a que devis quer a existência qure
pome, convertendo-se numa erudigão formalista.
Os escritores do Quattrocentos italiano deram nacio a0 etorg
proprio
Pela u s vida e pelas s u a s obraso mats tiplco em tal sentido, realizando as primeiras stnteses entre a tradiçao eraria
d
Humanistas foil Desidirio Erasmo, de Roterdão, recebido, solicitadoe recom
representante acional eos modelos clássicos, sto é,eotist
os grandes modelos da antidade
O classicismo europeu do sculo i . por at
pensado pelos mais poderosos soberanos do tempo (Carlos V. Lelo
t a , p o r va dos atimizantes italianoA das dversas literaturas nacio-
eatigoe a c i c o 1 D. Jodo 1it. que viaja atraves d als, quase sepre teita com o deaqulabelo, o eageo de tocasas

alidades Procur nter- tora das t acicmal


pelo Papa por Liteme; mas pelas suas edicdese esegese bbhlicas atravs da mitacao stetica, ou segundo uma metáfoa caracte
is a coupcko eclesiistica, peia eritica ds Escollatica. pela e risticaa pilhagem dos clksaioos antigoa e através do virtuoslstmo formal
coct extenioridades do calto, eriou u a As guerras de Itall, a utas entre a Casa de Franga e a Cas de Austri
as corrente
religioss d
t g u t ebegou a ter umeroacs e influentes adeptoa colocam a aristocracia francess e epanhola em contacto com o Remascl-
O fergo ds Hantas para ceriar pento ttaano e precipitam a tallanaçao masor ou menor das peincipals
a religslo, ua lont
P a b e t u s s e m as do mund feodal a
urope stdo p a r de t d p e i o gartel do
g todavis mbegrr todas s tdencias qae e manifestam o Rr ecl V, embor. como vmos, oterreno Ja stvee preparado muto
eta C a e l o rre abertura pars a aetii antes.

o rea a a t e e eatre a ce teo


Aapectos serais d Benancimento em Purtaglo desabrochar da
aimo mPortugal
da euitura teriris
realiza-se sob égide de wodo o Pago
Cora e

priscpal foco
Metaiee e outros De D. Afomso V. educado por italanosEstbvio de Nipoles Matea
Fno ( ceves erdnica latima da tomads de Ceutafez
tu ee d s
to d laieiagko do Etado, a e

Maqulavel
pende oolocano este aca da mel relgions (o Principe. 1526) it o buata Jaato Baledso pars vertrlatimCataldo
s cuistas prtu
o cabe demtro do Humanim certas formas extremas de to mecras Zura ita Si instr

ndrid repreantadas per persoalidades como Ollin Areti


A p e s par aalizaçko pessoal e eulto d a
beleza estio
o

de
iT m lgoms ca mosis ata ditims
tend Angelo Pollieiane qoe peuc acoer
carscteristies de algumas
cortes taleas do
a pntificia, e da corte de Francisco I de Pranga
Remascimento, esper corte portuge tal cmo virios outus a n i t a s o l e s e ti a

o sXVesicion do sc. X1 m c i d E r u
Hutanimo adoptou oo modelos
formas mitricar, os
as rero pee ter pr a penae
recursos estiustieos, a
diaciplims
autores ggo e romanos Não cabe comsiderar-e gul o
rat a Bngu tdo o estratgei goe ate11entio estaa pricalee a curg
ptaçiovoc t relo D. Jale 137 ta m bl

inds mals grav c ouvestário pariadenae de Sasts Blrtar Algs dt


aptacko tudantes tornaram-se celebiridades eurup
das inguas modernas ao estilo
antigo. As
3 E P O C A - 0 RENABCIMENTO
174 HISTORIA DA LTATOEA FOETUGUERA
otl
relativa lentidao, As primelras
tipoaTafia t a z e
da com

aro
Contam-e entre eendeA lSalamanca.
re tudos hrie A difusil0 1487, livro em caractea
niaticos na universldade protesaott Pedrs otnde antbem
unidade hebraica. o mais antigo uvr
um asDotave omentiristas filo ebraie
rg0 eAqules ataco, Portugal é um Tratado de Confissdo, Chaves, 1
Kcon d o textos Claale coego ara to duranta d sutta

1965. Em 1494 Imprime-se tatim, o


re
Baentam-s
0
PrU
aDo dirigido por portuinueses
orhona. aue & aui pressor aletnlo. a alethaes oa pa
orucarenae, e Braga, Por n
Dlogo de Gouvela, 0 e seus sobrinhos: António, on
tipograf. O prnen o l f o d e E aeiqno
a Vita Christi d Eaxónla 1490) e da Abraão Zacuto,
um
dete sfavor de Aristóteles contra Pie
1496), romance de cavalat
tnou em várias universidaden fruncesaN;areual,
et
veacko (1496),e ainda do

ensinou também em Poltier: André, refonadoo pbra g 509 Anos drpola, en 1516, a inpresso
DOgo de ouvela, o MogO, que proteasou tambeni em Colnibrs wriro Geral de Garcia de Resende uma curiosa e sgnificativa manit
cene
o Interee da Corte por
assubto8 litetilr08, 0 miea
po o di
Barros 15200
Clarimndo do mogo Jodo de e
Cronios do Tperndor eaxoepelonal.
im pietrhente co n ou cortepo npresaao
de Jivrs e eacaRae
e
Antiguitatibs o , at 00
uir Andre de l
abertura das aulas da uini
Laaitanse, 1o0 unico, allas, com Boes 80 00ecto ca e
ra
cosidetar grito de
o uerra mlnantemente oortesao,
t r a s Faoliatica em Fortugal; e Danad que era, nesta data, o lvro mpresa a oe

voltarenios a falar, amligo, como 0 antetrior, d E o


bém peguenos Te eres de 1518, e de

Sob o n vernos de D. Manuel


e D. Joáo
1, verifica -m un uitue s ehamada iteratura de cordelb, cua e
tendencls pars s difundo da cuitura literäria. Na époc de D. Mtaru
a d o obrgntorio Para 08 o c o da corte o ensino d Eana
plares ae vendias nias ruae

Joao
o
Domo inictadores dos Descolrimeutos maritimos, o Portuguene tve
cartna Para aprenoer
Jer fJoo de Bartos, 159,
PT. um um grande papel so Renaacimento. As viagens ao argo da cota atri
corta
Muitos mogus tazem . rias utheres e
engo e
calo o
uneroos apertels0ento adaptagoes
teeadas na eultura literária. Lusa ou oabio, Instrurnento utlzado pelos stroloEDA
TOl
daptado deter
tmitaçáo d a s fongitudes no alto mar, conhecitmerto oo t
estudado, nio so Latim e Grego, mau Hebralo0, Biriaco
e

teroutra8
e Dotabilidades f e i n i n . a a Toram p r o t e i i d a po

ina de D. Manuel. Fublla Hortensla de Cantro, mentna-prodig0

a0s drtanoete atOs de 1dade.


averagao A vista da coata tiveram de ser modifleadas para as langan
ro vlaipene atravéa doe ocelnon.A cartogTatia regutou tiovas terraa
ppao
a Tetorha da Universidade
pela gaa
ra
oquador on navegadores encontrnavam eatrelan deConeioa P o t todla
aferin-a Dara Colnbra e
ubordinou-a vetam de regulara navegação. Tudo ste caudal de conherimentos
e Santa Cruz desta
vir
eldade, tendo prèviamente esote mandado a lradiçáo téenica scumulads en poucas dezenia de anos, assitn como a
estrangeiro, Anou depols, após 0ouv ites do Hel, ve
inalstentes a Permtia, P utara
do
tugal Andre de Gouvela, hunanlata
convicto, prineipal Co 1521 orvent rtante aeenteeimento cientinen do adeulo
uyenne o e ontalgoe, que elogpou Govela p como

a
prineipal drae vea e o euAupo p o a daCosta o
r t prespoan p n c
notav ela JorRe 5 u c h a ,
coauarouny
oE entre 1500 1508tto
Real, dire o De
outros ugiraram em Col Uoiversidade. D Kitu Orbis, afirma que ea experiêneia é a máe de todas as colsa, etn
ubordinado a
de nob
alunos vindos da
iSO Da OEA PORTUGu 3. E P O C A - 0 RENASCIMENTO

bome dela tejeita muitas crenças herdades da antiguidade. D . João d Cat de Carlos V,
erasmismo, em favor na corte
Barros e Gl Vicente. O
s seus Roteiro de Llsboa a Goa treferente a uma viagenm de 1h35) Jolo de a ralnha D. Catarina, rma
a corte poOrtuguesa:
Roteiro do ar Bozo ahota experenea
eall7as
com verdadetro tia parece er propa gado i v r o s do h u m a n i s t a de
Hoterdiao, que em
1633
poBsUu
elentifico para por a prova teorias do
DE. Pedro
Nunes, 0 grande atron daquele m
daquele p peridor,
e rel
l aa vir
vir eensinar em Portugal.
n s t n a r em Nesne mesthio a n o Andre

da corte, Ete, por sma vez, embora de formação universitária, ent intei tol convidndo pelo uin ernergico verso, que Alre
deResende publca BcOa E erasmista
meste ligado à prática náutica, para a qual esereve eregimentos, e e 1 Antimoria (1536).
permite eriticar, em nome da experiêncin, doutrinas geralmente acrit bos tentou rebater n
um dos profeaores
doe auando da transferéncla
comvidados quando da
t r a n s f e r é n c l a du
da
univer
Estaatitude comunica-se a outros ramo8. O D r . Garela de Orta, d convicto ainda em 1546 publica uma
des, que
origem hebraiea (fol processado pöstumamente, e os s e u s osO ielimndos sidade para combm as aulas de Retórica. Veremos t m

pela Inquislção), amigo de Cambes, dedica-se ao estudo da tlors mdi ediçlo do Adago eu eirculo se manifestam tendenclas como o

orlental numa obira que foi traduzida em viarias linguns europeiss, o Dillops que em de criticas radicais da socedao
Cufto
dos Stmples e Drogaz (1563). Amato Lasitano aplca largamente A medicin tónio Ferreira é o porta-voz de alguns ideais caracteristico
a atituoe eperimenta
tas, como o da superlorfdade do saber
sobre o mathgue e e a

Como natural, o epirito do método experimental ineide nical criador e critico anima, pode dizerse
O Humanlamo como tmpulso
1000
apogeu pouco antes
de
mente, sobte dominloa limitados, mas as Condiçoes sOClais portuguens, r e do seculoXVle atimge o setu
a primeir metade humanlstas a ele Hea
udo B a u n d a metade do seC. X nao permitiam a mua generatnclo e Artes magistério dos
com o Colegio Real das
e o

Leatzga como tnetodo clentitico aplicavel a outras disciplinas As académicas de teatro clasalco. Seste melo
as representaçoes

s pelo contraro, um renovo da Escolastica. Analogame de


008, nciuindo r o m a m gumas pernonalldades que virãoa
se
revelar-se na
dele
cotertas Como & de novas fattnas e fioras, formas de civilizaçlo,t
Ou perto Antónlo Ferreira, Jorge Ferrelra
do Comoseculo, Cambes,
egunda metade contraste 6
raOmar pela r a z a mundivideneta tradicloinl. o OR Heltor Pinto. Mas entre as duna metades o
de Vanconcelos e

nente nials
adliantadas d flagrante: a o optimlamo, contiança e audacn 0 n o
t e tal t
responde o sentinento de cri
ebtanto da
Dutro asmecto coneile D ieiekneia
prudencil, do aesanno, ou gt n
dos oue se seguem a estes.
0 Humanlsmo slobeic 0
tnanlimo.
sraáticas do Latim eldasico (Jeróntmo Cardoso 1562, Estéväo Cvaleit A Contra-Reformaea com a Espanha,Cerca de 500 oco
unido

nentarios tilologicos, edigöes eriticas de clássicos latinoa rem, com efelto, alguns acontecimentos
geral atrás aludida. Em 1547
decisivos, que cotnciaem com c e
estabelecida definitivamente a Inqulsição em
ie ntago): a latinlzação, sobretudo lexicial e a
ng Portugal, após esforgos que datavam de 1531. Naquele memo ano sal o
teraria 5arros, Cambes, ete.}, o usO do Lat
de livrOs sucessivamente acrescentado em 1351, 1061,
Thento do Grrgo, em diseurson, cartas, obras de apoos primelro rol prolbidos,
por
paneciric0 dos grndes (André de Resende, Goln, Jeroni Andrd da og
ada
an de Poenlas etn latim, sobretudo bucólieas e
S E e a s , doana Vaz, e outros re
movido por inimigos do Coléglo. Em 1585o rel entrega este colégio, rebapti-
masteis 2ado como Coléglo das Artes, a Companhia de Jesus, que então dominava
editao
Antónlo dos r m qut latine sCripanrunt,tambem o Menores hoje e vora, e que
diriamos secwnddrios) em
1lnboa
1745-48). P
htlma.nista onteiro em a n o tunda uma Universldade sua nesta dltima A partir
cldade.
Eranaticas portugu de 1557, ano da morte de D. Jolo l , a prineipaal peronagenm ao
testa u preoeupackoA ati Cardeal lnfante D. Henrlque, Inqulstdor-geral, que partilha a regencla com
s Com o Latim (Fernão deBarro
Ortograflaas de Magallhäes
m
108 as decisoes do conclllo de Trento são
promulgadas
Leso ats 1562
Gándavo
e

Da Po
uropa ocldental
e 1576,
repectivamente) Entre os autores oibia
itas.
tuencia da Humanlamo fol além deatas
oeate GIl Vicente, Bernardim Ribelro, 84 de Miranda, João de Bartros,
Jorge Per
Vetemos que a Jeltura Erasmo
sentr P fundat
de se faz
HISTORIA DA TTBRATORA PORTUGUES
a R P O C A - 0 RENASCIMENTO

uniweriidade Jestltaa de
A
}, Inacio de C a r v a l h o .
relra de Vasconcelos, Jorge de
ontemo, Atono Perreia. Nenhum almo espanhot atras
citado
logia escolástica, e n e distingu
Da seRrinda metade 09 Seculo V, très lcenc
eDga do
sem
po colepro
Evora e outro o
lr, uma
POdla 36-1624). autor de
Santo Oficio, do Oridinirio eclesiástico na dlocese
a respeetivae de espanhol u
da Graça com
a do
arbitrio eoag
Paço. O relator do Santo Oficlo examina0v crito e obr sava co e a nor parte dos Domi actualizaado
utor a altera-lo, p u encontro unlversitário iniclo jesuita, d
razo bo XVIL. conve
a formula dnaa e avagao
d século XVI ate& reforma pombatig d eflciente, decal a
medida que e apruxiima
em
P 1
d imar que conhecemos texto original de unveratart e
anuai,

08 tratao0
o

impressa, mas sómente um texto ao qual os censores anuiram. A entraid de autoria reaponiavel, equy dominam, emm s

livros vindos do estrangelrro estava sujeita a afpertada AJet do ensino Menores, ou preparator
vu
Aos efeltos da Contra-Reforma vleram Juntar-s, partir d 184, 8 seus cole da Austria, através de aumero
d a unilko com p a n h a . Do primeiro reuitou, como apontamios, nireb
aristoeracia de ngue coo
e m al prometala do Humansio. Oegundo teve Como c o e q u e c a 0 de- e se e das Are De
t
uals se destacamo Colegpo irias
parecimento da corte de Lisboa, anlco foco terario compet de Matematca
Antão de Lisboa, além de noç&es
Os homens de Jetras e artita, principa
anobra naval, a

construção ou a00ptan
as formas da eru
ndes easas senhoriais, dos u cuic
eral que, emto mais profunda. A
como as
condes o ntn
dox dugues de Braganga. Outros viveram à sombra das humanisticl, era ou s as escolas jesuitas 1599), tem
e ordens t d o r , reguiento
P s
oral e escrita em latim, a capacidiade ce
a que perteneiam, tratando uma temática predominantemente devot coneursos

e e t e por ereto do deaparecimento


da corte de alaboa
que iy vista xibicão iterärla em
abatinaa,
pabllco, através de p r s c r e v e n o 0
CO Portugues a partir do
Renascimento, dt dlaplat récitas, reprebentagoes
teiatals, epa
do que suicedeu em Espanha e França, dominadas, literàriamente, p ou prätica escolar que tvo c
nte todo o magistério
tes de Madrid e de Versalhes. O teatro, o grande género das oort da novidade, o espirito
ctco.
Attote
Entelectual, o gosto consagrados, espe-
quicas do séc. XVu, decaiu após as criaçdes de Gl
vioen deve ser Interpretado segundo 0s
comentadores

Ferreira. e Do,
Na urica na efpica 08 Ppadroe rah a l n e n t e 5. 1 o m a .
cultural
Contra
råriamente o qu papel
e t a éooca modesto
nha, o
em comparagu dan
da dos eote
outrals ordens rellkoa
ventos e mntos respectivon. Tirante os discipulos dos quinhentistas refua com a dos Jeut
to aos Cisterclenses de Alcotbaga, ao
dos em várias ccorte nas al
a aldela. o clero tem uma posição predomi aos ea a outros, numerosas
hagiogratias,
P histórlas nacionais, que coustituemo KTOB0 da proaugao
PEOOugao iterdria.
A Universidade de Coimbra, que ae tornou um dos
princ inpressa em ingua portuguesa no e c u o
do
p e s ao, mals
neo-encolastica no tmpério espanhol e nos restantes pa
Deve ter-se beim presente que oo 0 EOverno 0o
portugues. Um
Jeauitaa, embora outras
principa 08 atutos cono o
puDuco
0omio pelos as
e untosues
hao 0
aos potrtmgueses eo
rellgiosas tenham acesmo s suas cátedras. O Jesuita Pedro 0 autores espalnhol Be
dirigian
p como
a1o gue fol provinclal de Portugal, ensinou al
paanegirico de Lalsboa
com que no o De
deste eapirito. Prancisco Suarez (1548-1617), Jesulta eapan nts Molina. Significativo é tambénm que o u y o t e oe a n

Cofmbraa cátedra donde irradlou 0 Beu farmono Lal


ediçOes em Liaboa no neira
ma8 set propto Mateo Aleman.
Igualmente seja
Direlto. Durante o século
mportante na fiootta do tar a ima tendeneia a dar ao Castelhano, ungua
etie que uma tenuatya
pa
i s recente.
aral, Baltasar ceral da Peninsula, a preponderincia no teatro e nos generos de grande
am-e entr cireulaçlo, como o romance, ficandoo Portugus rediuzldo a condiçko de un-
Francisco Soares (dito Lusitano, para não se confundir como o
POCA - 0 RENASCETO
180 DA LITERATURA PORTUGUESA
HISTORTA Debuts de VAge
Moderne, colecção
RenaudetLes
A.
Hauser, Unlversitaires,
2
gua regional. Tendencla pasagelra, resultante como vimos da auseneia de Presses c L a b o r , Bar-

uma corte régia em Llsbo8, e que provavelmente contribulu para a deca Peuples et Civllsationss, A r n o l d - C u l t u r a
del Renacim iento,
colecçlio

dência ou falta de continuidade do romance e do teatro em lingua portuguem Robert P.


colecção
Ql589-1060).
in. Eopagnole
A iteratura castelhana desta época sofre também, mas, pelas razdes ce enri Hauser a
Preponderance

pontadas, Com multo menor


Intensida de, a Intluencla da
Contra- jvilisation,Deeses
Presse Univerai resses
es Unlver
Universitaires,
etorma. Aprenenta numeroas obreviveneias medievais, que a a Contra-
XV
Becie,
Co, nca
epOC u de
rodelam Ed. Préclin-Le Mundo Mediterraneo en
Reforma, o esplendor da Corte epanhola e o gosto de que
e os

F. Braudel,
Ei
Mediterraneo México,
de Espanha diao por vezes vida nova e malor brllho: a neo-escols Cultura Economica, im
Fondo de no
gTandes Felpe 1, trad. estrangelras
das
indicadas
literaturas
tica tomista nas unlversidades; a expressio analogicae alegotica o t os manuals
am-se
vejam-a
pectacular; o culto das imagens; o auto sacramental no tetr et XV,
e X V

odu- deste livro. cultural dos séculos


historia
ascética e mistica PT. Lals de Granadi, que v da sua naa
A perlodizacko revisoese
controversias, que, peia

ziu uma parte importante da ua ora muita historia


oc
instabllidade e de etn sioo objecto de
qundo p
cem lsoladas do contexto da
Fr. Luis de Leio) Um sentumento actualzadas num manual de inicgao
Isér os derastres da diade Dretudo
desequilibrio, on VIon telo exagero patétieo: pelo arroubo nilao prode inmportante tnovigao qo
guerra parecem iterária po mals
nistico e pel
ela oposição entre a Bublmlande é a do concelto de a n um
eaValeiresco e o
picaro; por um Gltimos cultura, e sobretudo das arte p dneias estéticas domi-
de tenden
alma e nfolelórioo: pela obsensão do to. mals ou e afim henos e
sinuitaneo,

nquletagão ou distog
rrac an e 1620: um Pe
da alma, pela evasão para o lnefavel, pela sugetao entre cerca ntre anterio equiloro
entre o anterior
Pe el Bubtl tendenclas sao por vezes
expressao ainihiguae
gu o form e a pompa do
arroco

subtn e
fugidio.
rugidio. Todas estas
dinikmica, de nentido restrito)
O
preenavel, da
aplicada a autores
autores tão
tao
div
divero do
enascimento (em
denlgnação de cbarroco, do a t r a o
Keometrizante de 1000-10 em enti0
BaroAcapco
evoui

rvantes, que deu nio Quijote


o mais impresionante sim bolo
de
mclal, que
inicial, (cerca
que depols altera,
(cerca d
quer
tto tradiclonal
o c de Renancimentodefinidla
dal da Espanha; Lope de Vega, que
exaltou o ponto no Jun Tal periodizaçãoum centista, euja
Barroc
caracterizagao mals

o concelto de tase central


a

mente com u m a ldeal monarqula; Luls de Congor, c r o r po de

A teorla upica do
Manelrinmo, com0
ritimo quase anula
a exprensao dis woelffiin. muito amplo, encontra-se
en
ursique
va;
a Msugestko por imagens
ateo Alemán, que
e
pelo d e A l f a r d c h e p r o d u z u o e i r e n c a ,
no G m a n
o propoata por me ato em Sentido
Art
e dinimica de of Renaissance 8tyle
(Tranaformation an
8tages
momento da novela picarenca, qua denunc tonr ev Wylle 5yp 00-1700), Nova orque, 1955;
a sua inteEragao
historico-ROcla

urna especie de herol negativo, o plcaro. Littera Arnold Hauser, Hiatória Socal da Are e d t r d
PoDdo e n acglo de meados do se-
0 com a aproximação em Fierre
Pelas razoes Ja apontada8,
reflectir-se na 1itera 1960; Indicaçoes
bibliogTaricas e
criticas
algurnRs destas manifetagoes c o e ç a r a o
7, revista Oritigue, Outuo ascet1964 0
e Maniéèrisme eriate-t-1l
culo XVIt cultivaram em
as atista
ura portuguesa.
Mas, alem de que alguns portugueses ja una tal periodizagao para e u r
conhecla-as gTagan ao bilingulamo
Jorge de Sena propôe Barroco N em aa

ungua casteihana, o pübiico portugues varios artigEO8,


Domeadamente

portugueNa em e x V , ep. da Re- Luso-Bracilian


dos adculos X
apontadoD Foeaia "ortuguena
vieso, 196.
unia nterpretação do Clas-
e Silva, Para
de Aguiar
BIBLIOGRAFIA: Vitor M. Pires Literdria de Portugal, ano 1, vol. , Pags.
de História
EM
slciamo, in Revista de
LAteraturd, 2 ed. au 1969
CONTRA-REPOREMA

E A Colmbra,
RENASCIMENTO
1) sOBIRE O 1-156, Colm bra,
eivels de obras capitais do Renacimento
GERAL Bidcle (Renais Tradugo ooio da Loucura de do Sol de
Préclin-Le xV 7top d
Henri 86e, A. Rébillon, Edmond Universitaj- na <Colecção de Pilosofia
Filosofia e Ensalo,
Ensalo,
npanella e do Principe
«Clo, Preases de Maqulavel
colecgio
G e r r e s de Religion),
nce, Reforme.

, Pauris.

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