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“Em um contrato anual, ao final da sua vigência de 12 meses, é prorrogado por mais
03 (três) meses acrescido de aditivo com acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre seu valor. O valor de acréscimo deste aditivo, correspondente aos 03 meses,
incide sobre o valor global do contrato como preceitua o § 1º do art. 65 da Lei
8.666/93, ou somente sobre o valor proporcional aos 03 meses de prorrogação?”
QUESITOS
“Em um contrato anual, ao final da sua vigência de 12 meses, é prorrogado por mais
03 (três) meses acrescido de aditivo com acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre seu valor. O valor de acréscimo deste aditivo, correspondente aos 03 meses,
incide sobre o valor global do contrato como preceitua o § 1º do art. 65 da Lei
8.666/93, ou somente sobre o valor proporcional aos 03 meses de prorrogação?
“O porcentual de 25% (vinte e cinco por cento) deverá incidir sobre o valor global do
contrato em relação ao valor inicial do ajuste, devidamente atualizado, observada a Lei
do Plano Real, nos termos do art. 65, § 1º, da Lei de Licitações e Contratos, e não
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sobre o valor proporcional da prorrogação ora efetuada, tudo em consonância com o
equilíbrio econômico-financeiro que rege os pactos administrativos.”
“O percentual de 25% (vinte e cinco por cento) deverá incidir sobre o valor inicial do
contrato, atualizado monetariamente, conforme previsão contida no § 1º do artigo 65
da Lei Federal n. 8.666/93, e não apenas sobre o valor proporcional ao prazo de
prorrogação decorrente de Termo Aditivo firmado entre as partes contratantes.”
É O RELATÓRIO.
Trata-se de consulta sobre a interpretação do art. 65, § 1º da Lei 8.666/93 que dispõe:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
Primeiramente, o art. 65, caput da Lei 8.666/93 prevê que os contratos regidos por ela
podem ser alterados desde que justificada a modificação. Referido dispositivo ressalta o
princípio da motivação dos atos administrativos, que exige do Administrador Público a
demonstração da necessidade e do atendimento ao interesse público primário (da
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coletividade).
Assim, a prorrogação contratual só pode ser aceita em caráter excepcional, pelo que,
deve o Administrador Público em seu planejamento providenciar a realização de nova
licitação antes do término de vigência do instrumento, principalmente para cumprir o
disposto no art. 57 da Lei 8.666/93, que prevê que a duração dos contratos obedecerá
aos respectivos créditos orçamentários e que são fixados por exercício financeiro.
Outra observação a fazer é que, na hipótese do art. 65, inc. II, alínea “d”, eventuais
reajustes realizados para manutenção do equilíbrio econômico-financeiro não se
constituem em majoração contratual. Assim, a soma do referido acréscimo ao valor
inicialmente contratado é que servirá de base para o cálculo do limite percentual
estabelecido no § 1º do art. 65.
1
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 14. ed. São Paulo:
Dialética, 2010. p. 800.
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Idem, ibidem.
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“Os reajustes contratuais, destinados a neutralizar os efeitos da desvalorização da
moeda, não refletem alteração do valor real da contratação. Ou seja, o valor
reajustado do contrato é equivalente, durante a sua execução, ao valor original
pactuado.”
E complementa:
Caso prorrogado em 3 meses o contrato que tinha uma vigência inicial de 12 meses, a
majoração de 25% incidirá sobre o valor contratual original atualizado. Na hipótese em
questão, tendo em vista que 3 meses correspondem a exatamente 25% do período
contratual de 12 meses, é óbvio que, em não havendo correção monetária a acrescer, o
valor mensal da prorrogação coincidirá com o valor mensal do período anterior de 12
meses de vigência. Exemplificando, num contrato de R$ 120.000,00, divididos por 12
meses, cada mês corresponderá a uma despesa de R$ 10.000,00. Se prorrogado por 3
meses e calculando o percentual de 25% sobre R$ 120.000,00, teremos um acréscimo de
R$ 30.000,00, que, divididos por 3 (meses), resultará numa despesa mensal dos mesmos
R$ 10.000,00.
No entanto, se ao invés de 3 meses, o contrato for prorrogado por 6 meses, o mesmo
percentual de 25% sobre o valor contratual original atualizado deverá ser respeitado, o
que resultará num valor mensal correspondente a metade do que se dispendida na
vigência contratual originária de 12 meses (considerando a inexistência de atualização
monetária a realizar). No exemplo acima, ao invés de R$ 10.000,00 disponíveis para
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despesa mensal, teríamos à disposição apenas R$ 5.000,00, em virtude do aumento do
número de meses do período prorrogado.
CONCLUSÃO
RESPOSTA