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Apresentação
Meu trabalho dentro da escola, nas séries finais do ensino
fundamental e no ensino médio, se concentrou na continuação de práticas
do ensino de músicas pensando principalmente em um dos meus projetos
as questões étnico-raciais. Ainda que os contratempos estivessem muito
presentes na operacionalização do projeto e nas propostas de planos de
ensino, todo o meu trabalho dentro da escola tem por base neste
argumento das questões étnico- raciais e encontrar estratégias
pedagógicas que possam trabalhar os referidos temas do projeto e nos
demais que podem abranger essa perspectiva. Isto veio a convergir
enfaticamente quando a escola aderiu ao programa “Territorialidades
Negras”, encaminhado pela Coordenadoria Estadual de Educação do RS,
iniciado no mês de setembro de 2019 e, a princípio, encerra suas atividades
em novembro de 2019. Neste sentido, pude recuperar ou até mesmo
conectar melhor as propostas iniciais do meu projeto com este programa,
tendo em vista as sintonias nos assuntos. Isto fortaleceu também a
proposição de um trabalho conectado com a etnomusicologia, que
acompanho desde o meus primeiros trabalhos como estudante de
licenciatura em música na Unipampa. Torna-se desafiador principalmente
por ser uma área provocativa em diversos aspectos, principalmente no que
se refere ao encontro da música com o exercício reflexivo e de outros
contextos, sem que isso soe como um abandono ou distanciamento das
trajetórias musicais da comunidade escolar e/ou das diferentes
1
* Discente do curso de Licenciatura em Música na Universidade Federal do Pampa -
Campus Bagé-RS, antonielml50@gmail.com
manifestações musicais que ainda são consideradas marginalizadas ou
escamoteadas pela macro estrutura social hegemônica.
Caracterização da Escola
Fundamentação teórica
Descrição da experiência
Alguns exemplos de práticas desenvolvidas foram as percussões
corporais e com instrumentos musicais (tanta da escola quanto das doações
do Programa Residência Pedagógica) apresentando aos estudantes as
possibilidades de explorações sonoras como as do Funk e do candombe
afro-uruguaio (a partir de palmas, canto e avaliações por escrito). Cada um
dos gêneros musicais acionam referenciais de matriz africana muito
próximos e permitiram também relacionar com outras manifestações onda
a música é importantíssimo. Para esta afirmação, retomo a atividade em
que os estudantes tiveram a oportunidade de uma aproximação dos cantos
de uma roda de capoeira, juntamente com o grupo Abadá Capoeira. Estas
vozes da capoeira auxiliaram a contextualizar dimensões importantíssimas
e que muitas vezes apenas a música per se, não dá conta, ou até mesmo
não considera potente, porque ainda assume padrões excessivamente
ocidentalizados.
As questões de territórios da população negra foram vivenciadas
através de uma visita à uma comunidade quilombola , na localidade de
Palmas. Esta oportunidade pudemos levar os/as alunos/as ao encontro da
relação de resistência que estas comunidades mantém até os dias de hoje,
considerando seus legado histórico na região de aproximadamente 300
anos, conforme foi informado pelas lideranças desta localidade.
É importante salientar também que, além do projeto com foco nas
questões étnico-raciais, desenvolvi uma abertura de um trabalho de rádio,
a partir de um projeto sugerido por uma das colegas residentes no qual
pude fazer adequações e implementar na escola. Esta prática permitiu aos
alunos explorar temas diversos e que foram escolhidos pelos/as estudantes
dos oitavos anos. Os caminhos de entendimento de escuta e relações
musicais foram apresentados em sala de aula, através das dimensões
sonoras de timbres, volumes e até mesmo de escolha de repertórios para
os programas. Além disso, as turmas tiveram a oportunidade de conhecer
uma emissora de rádio e seu funcionamento (técnico, comercial e
estrutural) bem como participar ao vivo de um programa, aproveitando
para fazer algumas perguntas que desenvolvemos em sala de aula.
Por este trabalho pude perceber as interações das juventudes dentro
da sala de aula, através das suas preferências musicais ou temáticas
(grupos musicais, jogos eletrônicos, séries e filmes, moda, esportes,
signos, protagonismos femininos, entrevistas). Estas escolhas foram
estruturadas em pequenos roteiros, mesmo que ainda não tenham sido
“aplicados” por todo/as em formato de áudio, permitiram exercitar a
prática em grupo, a partir de divisão de responsabilidades no programa em
formato Podcast (mini programas de rádio ou informativos de curta
duração, no máximo 5 minutos). A partir desse trabalho foi possível
compreender um pouco das decisões da das identidades grupais a partir
dos temas escolhidos por eles, simultaneamente, trouxe muitas
dificuldades por parte de uma das turmas em acionar estas interações em
grupo de forma continuada. Porém trata-se também de pensar em
estratégias inter/multidisciplinares que ajudem aos/às estudantes
reconhecerem seus potenciais em todos os conteúdos trabalhados na
escola.
Referências