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Embora óbvio que desenvolvimento espiritual não seja o mesmo que desenvolvimento
paranormal, resolvi atendê-los. Até porque, as advertências quanto à ética e à
necessidade de preparo interior parecem não surtir efeito. Provavelmente Deus cometeu
um equívoco a não dar visão total a pessoas tão bem preparadas assim, e não será mais
por falta de uma receita que elas deixarão de crescer e de ajudar.
Como é natural, espera-se apenas que quem enxergará o externo seja capaz
primeiramente de ver o interno; que quem interpretará o invisível para os demais seja
isento de julgamentos e valores pessoais; e que quem atrairá o espiritual seja o exemplo
vivo da boa sintonia; que quem voará pelas estrelas tenha pouso bem firme no solo; e
que quem conviverá com a loucura e a doença seja a própria expressão da cura e da
sanidade mental. Nesse sentido, citei algumas providências óbvias junto com as
técnicas. Mera formalidade, uma vez que pessoas tão prontas para a luz plena
certamente há muito já as atendem.
2) Fazer Yoga, Kryia, Tai Chi Chuan ou algo que ligue o espiritual ao físico e mental.
2.1) Se não for possível o ítem anterior, fazer ao menos academia. Muitos querem o
espiritual sem ter firmado as MÍNIMAS bases do físico. O corpo é o templo do espírito,
e se espiritualizar NÃO É negar a vida aqui. Outros não tem estrutura física, e por isso
"apagam" assim que entram em vibrações mais elevadas. Alguns bocejam e cochilam
até mesmo em palestras ou livros um pouco mais complexos ou elevados! Isto é físico,
falta de estrutura, não
aguentam a voltagem, como se caísse o disjuntor. Prepare bem o alicerce, Comece pelo
físico, se não pelo psíquico. Alongue bem o corpo, expanda a mente, e a abertura dos
para-olhos virão como consequência de sua coerência. Como diz Osho, "quem não se
preocupa com um barrigão, dificilmente se preocupará com qualquer outra coisa". É
básico: Quem não merece e honra sequer o corpo que tem, merece menos ainda a
clarividência.
3) Antes de tentar o externo, exercite abrir antes o olho interno clarividente para que
vejamos primeiro nosso interior, sombras, patologias, expectativas, neuroses,
emotividades, defeitos, potenciais, correções e realizações. Assim como no astral,
veremos também nuita coisa "feia" no mundo interno, e de vez em quando algo lindo
que faz tudo valer a pena. Quem não tem
coragem, garra e esforço sincero para ver o que traz em si, não merece ver o astral - que
é mero REFLEXO coletivo e amplificado daquilo que faz e sintoniza em seu interior.
5) Trabalhe instintos e emoções. Não adianta fazer OM no frontal sem cuidar bem do
manipura (umbilical, emoções) e o muladhara (básico, ligação com o mundo).
6.1) Durante o período, elimine carne vermelha, e reduza bastante frangos. Peixe, com
moderação - seria melhor comer um bife com salada do que devorar um rodízio de
sushis. A sutilização alimentar poderia ser progressiva, assun como a abertura dos dons
paranormais, mas não é isso que quem tem urgência quer.
6.2) Alimento sutil não é só o que se come, mas tudo o mais que se "ingere". O solo em
que se pisa também é alimento, frequente bons lugares, compatíveis com a sintonia que
deseja expressar. Alimento também é a companhia que se busca, não deixe que más
vibrações lhe tire de tão nobre e urgente propósito. Lembre-se que também é alimento e
necessita sutilização a musica que se ouve, o tipo de balada que se frequenta, o tipo de
filme a que se assiste, o estilo de livro e revista que se lê, o padrão de pessoa que se
ama, o motel aonde se ia, o tipo de "guru" que se escuta... Tudo isso é externo
processado no manipura afetando diretamente SINTONIA e EMOÇÂO.
7) Ver tudo implica em ser visto, e não ter mais a mesma tolerância. A clarividência
plena não esconde nada, não endossa disfarces. Portanto, é indispensável falar sempre a
verdade e zelar pela conduta ética antes que ela chegue. Para o próprio bem do
paranormal.
8) Fazer terapia, ou pelo menos entrar em algum local ou prática que lhe exija crescer
enquanto indivíduo além de sua própria iniciativa habitual. Pode ser uma escola
iniciática, pode ser um grupo de estudos que lhe chame à responsabilidade, ´pode ser
uma análise junguiana, pode ser uma ordem ou templo, pode ser até mesmo um
relacionamento em que se entregue de corpo e alma. Desde que seja algo que nos
obrigue a mudarmos DE VERDADE, especialmente naquilo que não queriamos ver.
Afinal, agora queremos "ver tudo", não é?
10) Ter um sentido de vida, saber por que se vive e que missão cumprida nos permitiria
morrer; e, acima de tudo, estar bem integrado com a vida intrafísica. Relacionamentos
estáveis, emoções tranquilas, vida profissional estruturada, capacidade de enxergar bem
tudo e todos que estão à sua volta, inclusive as oportunidades. Caso contrário,
convenhamos, exigir ver o lado de lá justamente por não ter aberto os olhos aqui não
passa de fuga, a boa intenção espiritual alegada não passa de egoismo e covardia, e toda
essa preocupação desequilibrada com o "mundo de lá" não tem muita razão de ser.
Lázaro Freire
Psicanalista Espiritualista
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Lázaro Freire
lazarofreire@voadores.com.br