Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
BLAVATSKY
ÍSIS SEM
VÉU
FENÔMENOS CÍCLICOS
VOLUME II
UNIVERSALISMO
9. FENÔMENOS CÍCLICOS
“Se alguém achar estas coisas incríveis, que guarde suas opiniões para si, e não
contradiga aqueles que, por causa destes acontecimentos, são incitados ao estudo da
virtude.”
JOSEFO.
1. Orfeu passa por ter atribuído 120.000 anos de duração ao ciclo máximo, e Cassandro,
136.000. Ver Censorino, De die natali, cap. XVIII.
Tais são os vestígios que a Antropologia nos fornece dos homens, quando
estes chegaram ao término de um ciclo ou começaram outro. Vejamos até que
ponto eles são confirmados pela psicometria clarividente. O Prof. Denton
submeteu, ao exame de sua esposa, um fragmento de osso fossilizado sem
dar à Sra. Denton qualquer indicação do que era o objeto. Este suscitou-lhe
imediatamente retratos do povo e cenas que o Prof. Denton acredita
pertencerem à idade da pedra. Ela viu homens extremamente semelhantes a
macacos, com corpos muito peludos, e “como se o cabelo natural fizesse as
vezes de roupas”. “Duvido que eles possam ficar perfeitamente eretos; as
articulações do quadril parecem indicar que não”, disse ela. “Vejo
ocasionalmente uma parte do corpo de um desses seres que parece
comparativamente lisa. Posso ver a pele, que é mais branca (...) Não sei se ele
pertence ao mesmo período. (...) à distância a face parece achatada; a parte
inferior é proeminente; eles têm o que suponho que se chamam mandíbulas
prognatas. A região frontal da cabeça é baixa, e a parte mais baixa é muito
proeminente, formando uma saliência redonda em torno da fronte,
imediatamente acima das sobrancelhas. (...) Vejo agora um rosto que se
parece ao de um ser humano, embora ainda tenha uma aparência simiesca.
Todos parecem pertencer à mesma espécie, pois têm braços longos e corpos
cabeludos.”2
* Termo que tem sido grafado como Poimandres, Poemander, Poemandre, Pymander,
Pimandre, Pimandro, etc., e que deriva da palavra grega ποιμήν, que significa pastor e chefe
ou líder do povo. (N. do Org.)
Todos esses Logoi que procuram dotar o homem de espírito imortal falham, e
quase todos são representados sofrendo as mais diversas punições pela
tentativa. Os primeiros padres cristãos, que, como Orígenes e Clemente de
Alexandria, eram bastante versados na simbologia pagã e começaram suas
carreiras como filósofos, sentiram-se muito embaraçados. Eles não podiam
negar a antecipação de suas doutrinas nos mitos antiquíssimos. O último
Logos, de acordo com os seus ensinamentos, também surgiu para mostrar à
Humanidade o caminho da imortalidade; e em seu desejo de dotar o mundo de
uma vida eterna através do fogo pentecostal, perdeu a vida de acordo com o
programa tradicional. Assim se originou a desajeitadíssima explicação de que o
nosso clero moderno se aproveita livremente, segundo a qual todos esses tipos
míticos mostram o espírito profético que, pela graça de Deus, foi concedido até
mesmo aos idólatras pagãos! Os pagãos, afirmam, representaram, em suas
imagens, o grande drama do Calvário – daí a semelhança. Por outro lado, os
filósofos sustentavam, com uma lógica impecável, que os padres piedosos
simplesmente se serviram de uma base já pronta, seja porque acharam mais
fácil utilizá-la do que usar a própria imaginação, ou por causa do grande
número de prosélitos ignorantes que tinham sido atraídos pela nova doutrina
devido à extraordinária semelhança com as suas mitologias, pelo menos no
que concerne à aparência das doutrinas mais fundamentais.
AS RAÇAS PRÉ-ADÂMICAS
8. Baseando-se na autoridade de Irineu [Adv. Haer., II, xxxiv, § 4], Justino o Mártir [2ª Apol.,
cap. V], e o próprio Codex, Dunlap mostra que os nazarenos consideravam seu “Espírito”, ou,
antes, alma, como um Poder Maligno e feminino (cf. Dunlap, Sõd, the Son of the Man, p.52,
rodapé). Irineu, ao acusar os gnósticos de heresia, disse que eles chamavam Cristo e o
Espírito Santo de outro “par conjugal” que completava o número de Aeôns [Adv. Haer., I, ii, §
5].
9. Pthahil era para os nazarenos o rei da luz, e o Criador; mas neste caso ele é o infeliz
Prometeu, que falha em arrebatar o Fogo Vivo, necessário para a formação da alma divina,
pois desconhece o nome secreto (o nome inefável ou incomunicável dos cabalistas).
12. Ver Norberg, Codex nazaraeus, I, 178-79, e Dunlap, Sõd, the Son of the Man, p. 51-2.
14. Este Mano dos nazarenos assemelha-se estranhamente ao Manu hindu, o homem celestial
do Rig-Veda.
15. “Eu sou a verdadeira vinha, e meu Pai é o agricultor” (João, XV, 1).
16. Para os gnósticos, Cristo, assim como Miguel, que em alguns aspectos se lhe assemelha,
era o “Chefe dos Aeôns”.
Mas esta criação de seres, sem o necessário influxo do puro sopro divino sobre
eles, que era conhecido entre os cabalistas como o “Fogo Vivo”, produziu
apenas criaturas de matéria e luz astral19. Assim foram gerados os animais
que precederam o homem sobre esta Terra. Os seres espirituais, os “filhos da
luz”, que permaneceram fiéis ao grande Ferho (a Primeira Causa de tudo)
constituem a hierarquia celeste ou angélica, os Adonim, e as legiões dos
homens espirituais que nunca se encarnaram. Os seguidores dos gênios
rebeldes e insensatos, e os descendentes dos sete espíritos “ignorantes”
criados por “Karabtanos” e o “spiritus”, tornaram-se, com o correr do tempo, os
“homens de nosso planeta”20, após terem passado por toda a “criação” de
cada um dos elementos. A partir dessa fase, nossas formas superiores
evoluíram das inferiores. A Antropologia não ousa seguir o cabalista em seus
vôos metafísicos além deste planeta, e é duvidoso que os seus mestres
tenham a coragem de procurar o elo perdido nos velhos manuscritos
cabalistas.
19. A luz astral, ou anima mundi, é dual e bissexual. A sua parte masculina é puramente divina
e espiritual: é a Sabedoria, ao passo que a porção feminina (o spiritus dos nazarenos) é
maculada, em certo sentido, pela matéria, e, portanto, é maligna. É o princípio de vida de toda
criatura viva, e fornece a alma astral, o perispírito fluídico, aos homens, aos animais, aos
pássaros no ar e a tudo que vive. Os animais têm apenas o germe da alma imortal superior
como um terceiro princípio. Este germe desenvolver-se-á somente através de uma série de
inumeráveis evoluções, cuja doutrina está contida no axioma cabalístico: “Uma pedra
transforma-se numa planta; a planta, num animal; o animal, num homem; o homem, num
espírito; e o espírito, em deus”.
Foi assim, então, posto em movimento o primeiro ciclo, que em suas rotações
descendentes trouxe uma parte infinitesimal das vidas criadas ao nosso
planeta de barro. Chegando ao ponto mais baixo do arco do ciclo, que
precedeu diretamente a vida sobre esta terra, a pura centelha divina que ainda
restava em Adão fez um esforço para se separar do espírito astral, pois “o
homem caía gradualmente na geração”, e a camada carnal tornava-se mais e
mais densa a cada ação.
21. Sod significa um mistério religioso. Cícero declara que o Sod constituía uma parte dos
mistérios do monte Ida [De senectute, § XIII]. “Os membros dos Colégios de Sacerdotes
chamavam-se Sodales”, diz Dunlap, citando o Latin lexicon de Freund, IV, 448 [em Sõd, Myst.
of Adoni, p. XII].
23. Ver Abbé Huc, Travels in Tartary, Thibet, etc., II, ii.
Toda a teoria darwiniana da seleção natural está resumida nos primeiros seis
capítulos no Gênese. O “Homem” do cap. I é radicalmente diferente do “Adão”
do cap. II, pois o primeiro foi criado “macho e fêmea” – isto é, bissexuado – e à
imagem de Deus; ao passo que o último, de acordo com o sétimo versículo, foi
formado com o pó da terra, e tornou-se “uma alma vivente”, depois que o
Senhor Deus “soprou em suas narinas o sopro da vida”. Contudo, este Adão
era um ser masculino, e no vigésimo versículo somos informados de que “não
se encontrou a auxiliar que lhe correspondesse”. Os adonais, por serem puras
entidades espirituais, não tinham sexo, ou melhor, tinham ambos os sexos
reunidos em si, como seu Criador; e os antigos compreendiam isso tão bem
que representaram muitas de suas divindades como bissexuais. O estudioso
da Bíblia deve aceitar esta interpretação, sob pena de tornar as passagens dos
dois capítulos mencionados absurdamente contraditórias. Foi uma tal aceitação
literal da passagem que permitiu aos materialistas cobrirem de ridículo o relato
mosaico, e é a letra morta do texto antigo que engendrou o materialismo de
nossa época. Não apenas esta duas raças de seres são claramente indicadas
no Gênese, mas mesmo uma terceira e uma quarta se apresentam ao leitor no
cap. IV, quando se fala dos “filhos de Deus” e da raça de “gigantes”.
“Ate agora, apenas um desses túmulos foi aberto. O juiz West descobriu um
esqueleto há cerca de duas semanas atrás, e fez um relato aos outros
membros da sociedade. Eles o acompanharam ao túmulo, e não muito longe
da superfície escavada encontraram os restos de dois esqueletos. Os ossos
eram muito grandes – tão grandes, de fato, se comparados com um esqueleto
comum moderno, que parecem ter pertencido a um gigante. Os ossos da
cabeça, que não se desintegrou, são monstruosos em tamanho. A mandíbula
inferior de um esqueleto preservou-se, e tem o dobro do tamanho da
mandíbula de uma pessoa civilizada. Os dentes dessa maxila são grandes, e
ao que parecem encaixavam-se e gastaram-se no contato com raízes e
alimentos carnívoros. A maxila indica uma intensa força muscular. O fêmur,
quando comparado ao de um esqueleto moderno comum, assemelha-se ao de
um cavalo. O comprimento, a espessura e o desenvolvimento muscular são
notáveis. Mais a parte mais singular do esqueleto é o osso frontal. Ele é muito
baixo, e difere radicalmente de tudo que já se viu antes nessa seção. Forma
uma espessa protuberância óssea de cerca de uma polegada, que se estende
ao lado dos olhos. É uma estreita mais sólida protuberância óssea que, em vez
de se estender para cima, como agora em nossos dias civilizados, se dirige
para trás desde as sobrancelhas, formando a cabeça chata de uma ordem
muito inferior de humanos. Opinam os senhores cientistas responsáveis por
estas descobertas que estes ossos são os vestígios de uma raça pré-histórica
de homens. Eles não se assemelham à atual raça dos índios, nem os túmulos
foram construídos em qualquer padrão ou modelo que tenha sido utilizado por
qualquer raça de homens atualmente existente na América. Os corpos foram
descobertos sentados nos túmulos, e entre os ossos descobriram-se armas de
pedra, como facas e raspadores de sílex, cuja forma difere dos dardos de
flechas, machados de guerra e outras ferramentas de pedra e armas que eram
utilizadas pelos índios aborígenes desta terra quando foram descobertos pelos
brancos. Os cavalheiros que têm a guarda destes ossos curiosos deixaram-nos
com o Dr. Foe, na Main Street. É sua intenção fazer pesquisas mais amplas e
mais sérias nos túmulos sobre os penhascos do lado oposto da cidade. Eles
farão um relato de seus trabalhos na próxima reunião da Academia de
Ciências, ocasião em que esperam poder fazer um relato definitivo a respeito
de suas opiniões. Já está definitivamente assentado, contudo, que os
esqueletos são de uma raça de homens que já não existem mais”.
27. Supernatural Religion; and Inquiry into the Reality of Divine Revelation, 5ª ed., Londres,
1875, vol. I, cap. IV, p. 103 e segs.
Uma coisa, pelo menos, ficou demonstrada no texto hebraico, a saber: que
houve uma raça de criaturas puramente físicas; outra, de criaturas puramente
espirituais. A evolução e a “transformação das espécies” necessárias para
preencher a lacuna entre as duas foram deixadas a antropólogos mais
capazes. Podemos apenas repetir a filosofia dos homens da Antiguidade, a
qual diz que a união dessas duas raças produziu uma terceira – a raça
adamita. Partilhando das naturezas de ambos os pais, ela se adaptou
igualmente a uma existência nos mundos material e espiritual. Aliada da
metade física da natureza do homem está a razão, que lhe permite manter a
supremacia sobre os animais inferiores, e subjugar a natureza para seus fins.
Aliada da sua parte espiritual está a sua consciência, que lhe serve de guia
infalível, não obstante as fraquezas dos sentidos; pois a consciência é essa
percepção instantânea entre certo e errado, que só pode ser exercitada pelo
espírito, que, por ser uma porção da Sabedoria Divina e da Pureza, é
absolutamente pura e sábia. Suas inspirações são independentes da razão, e
só podem manifestar-se claramente quando desembaraçadas pelas atrações
inferiores de nossa natureza dual.
35. Philosophia Mosaica, livro II, 2ª seção, cap. 2, p. 171-73; trad. inglesa, Londres, 1659.
Crê-se que esta classe possui apenas um dos três atributos do homem. Não
tem espíritos imortais nem corpos tangíveis; apenas formas astrais, que
participam, num grau notável, do elemento ao qual pertencem e também do
éter. Eles são uma combinação da matéria sublimada e de uma mente
rudimentar. Alguns são imutáveis, mas ainda não têm individualidade distinta,
agindo coletivamente, por assim dizer. Outros, de alguns elementos e
espécies, alteram-se sob uma lei fixa que os cabalistas explicam. O mais sólido
de seus corpos é imaterial o bastante para escapar à percepção de nossa
visão física, mas não tão insubstancial que não possa ser perfeitamente
reconhecido pela nossa visão interna ou clarividente. Eles não apenas existem
e podem viver no éter, mas podem manejá-lo e dirigi-lo para a produção de
efeitos físicos, tão facilmente quanto podemos comprimir o ar ou a água para o
mesmo propósito com aparelhos pneumáticos e hidráulicos; e nessa ocupação
eles são de bom grado ajudados pelos “elementares humanos”. Mais do que
isso; eles podem condensá-lo ao ponto de fazer corpos tangíveis para si, que,
pelos seus poderes protéicos, podem fazer assumir a forma que desejarem,
tomando como modelo os retratos que encontram estampados na memória das
pessoas presentes. Não é necessário que o circunstante esteja pensando no
momento na pessoa cujo retrato é apresentado. Sua imagem pode ter
desaparecido muitos anos antes. A mente recebe impressões indeléveis
mesmo de relações casuais ou de pessoas encontradas apenas uma vez.
Assim como alguns segundos de exposição de uma chapa fotográfica sensível
bastam para preservar indefinidamente a imagem do circunstante, o mesmo
ocorre com a mente.
Mais adiante ele mostra, de acordo com o princípio do axioma hermético dos
tipos e protótipos, que as esferas inferiores têm suas subdivisões e classes de
seres como as esferas celestiais superiores, as primeiras estando sempre
subordinadas às últimas. Ele afirma que os quatro elementos estão repletos de
demônios, sustentando com Aristóteles que o universo é pleno e que não
existe vácuo na Natureza. Os demônios da Terra, do ar, do fogo e da água são
de uma essência fluída, etérea, semicorpórea. São estas classes que atuam
como agentes intermediários entre os deuses e os homens. Embora inferiores
em inteligência à sexta ordem dos demônios mais elevados, estes seres
governam diretamente sobre os elementais e a vida orgânica. Eles dirigem o
crescimento, o florescimento, as propriedades e as diversas transformações
das plantas. Eles são as idéias ou virtudes personificadas derramadas do hylê
celeste na matéria inorgânica; e, como o reino vegetal é um grau mais elevado
que o reino mineral, estas emanações dos deuses celestiais tomam forma e
existência na planta, e tornam-se sua alma. Isto é o que a doutrina aristotélica
chama de forma nos três princípios dos corpos naturais, classificados por ele
como privação, matéria e forma. Sua filosofia ensina que, além da matéria
original, outro princípio é necessário para completar a natureza trina de toda
partícula, e esse é a forma; um ser invisível, mas ainda, no sentido antológico
da palavra, substancial, realmente distinto da matéria propriamente dita.
Portanto, num animal ou numa planta, além dos ossos, a carne, os nervos, o
cérebro e o sangue no primeiro, e além da matéria polposa, tecidos, fibras e
seiva no segundo, sangue e seiva que, circulando pelas veias e fibras, nutrem
todas as partes do animal e da planta; e além dos espíritos animais, que são os
princípios de movimento; e da energia química que se transforma em força vital
na folha verde, deve haver uma forma substancial, que Aristóteles chamava, no
cavalo, a alma do cavalo, Proclo, o demônio de todo mineral, planta ou animal,
e os filósofos medievais, os espíritos elementares dos quatro reinos.
Éliphas Lévi expõe com grande clareza, em seu Dogme et rituel de la haute
magie, a lei das influências recíprocas entre os planetas e o seu efeito
combinado sobre os reinos mineral, vegetal e animal, assim como sobre nós
mesmos. Ele afirma que a atmosfera astral se modifica tão constantemente de
dia para dia e de hora para hora, como o ar que respiramos. Ele cita
aprobativamente a doutrina de Paracelso, segundo a qual todo homem, animal
e planta traz evidências externas e internas das influências dominantes no
momento do desenvolvimento germinal. Ele repete a antiga doutrina cabalística
de que nada é insignificante na Natureza, e que mesmo uma coisa tão
pequena como o nascimento de uma criança sobre o nosso insignificante
planeta tem o seu efeito sobre o universo, como todo o universo tem a sua
própria influência reativa sobre ela.
“Os astros”, assinala ele, “estão ligados uns aos outros por atrações que os
mantêm em equilíbrio e os fazem mover-se com regularidade no espaço. Esta
rede de luz estende-se entre as esferas, e não há um ponto em qualquer
planeta ao qual não esteja ligada por um destes fios indestrutíveis. O local
preciso, assim como a hora do nascimento, poderiam então ser calculados pelo
verdadeiro adepto da Astrologia; assim, quando ele quiser fazer o cálculo exato
das influências dos astros, bastar-lhe-á calcular as modificações de sua
posição na vida, as ajudas ou obstáculos que ele deverá igualmente encontrar
(...) e seus impulsos naturais para a realização de seu destino.”40 Ele afirma
também que a força individual da pessoa, por indicar sua habilidade para
vencer dificuldades e enfrentar circunstâncias desfavoráveis, e assim amealhar
a sua fortuna, ou esperar passivamente que o destino cego a possa trazer,
deve ser levado em consideração.
AS CONCEPÇÕES DE SWEDENBORG
SOBRE A MORTE DA ALMA
* Henry Khunrath (ou Klinrath) foi um alquimista alemão que nasceu em Leipzig por volta de
1560; graduou-se na Universidade de Medicina de Basel e praticou em Hamburgo e Dresden,
onde parece ter morrido na pobreza em 1601 ou 1605. Era seguidor de Paracelso e dos
Herméticos. A sua obra mais importante é Amphitheatrum sapientiae aeternae solius verae,
etc., uma obra inacabada que apareceu muito provavelmente após a sua morte, se ele morreu
em 1601. Essa primeira edição é de 1602; o texto é em alemão, com um frontispício e quatro
ilustrações. As edições latinas que apareceram posteriormente são de Magdeburgo (1608),
Hanover (1609) e Hamburgo (1611), com as mesmas ilustrações. Em 1619, Erasmus Wohlfahrt
publicou a primeira edição com doze ilustrações (Hanoviae: Guglielmus Antonius, fol. 2 p. trad.
francesa, Paris: Chacornac, 1898; 2 vols. 8 vol.). As doze ilustrações do vol. II são de particular
importância. A obra é muito rara e as chapas das ilustrações estão desaparecidas. Trata-se de
um tratado ocultista que descreve os sete passos que levam ao conhecimento universal. H.P.B.
fala de Khunrath como “um cabalista muito culto e a maior autoridade entre os ocultistas
medievais” (art. “Kabalistic Views on „Spirits‟ as Propagated by the Theosophical Society”, no
Religio-Philosophical Journal, Chicago, vol. XXIII, 26 de janeiro de 1878, p. 2; cf. vol. I das
Collected Writings). A obra de Khunrath pode ser consultada nas estantes do Museu Britânico.
(N. do Org.)
* Essa tradição relativa aos escritos de Aristóteles deriva de Estrabão (Geografia, XIII, P. 608),
a principal autoridade nesse assunto. De acordo com ele, Aristóteles legou a sua biblioteca e
os manuscritos originais ao seu sucessor Teofrasto. Após a morte deste, esses tesouros
literários, junto com a própria biblioteca de Teofrasto, vieram às mãos de seu parente e
discípulo Neleus de Scepsis. Este Neleus vendeu ambas as coleções por um alto preço a
Ptolomeu II, rei do Egito, para a biblioteca de Alexandria; mas reteve para si, como herança
usufrutuária, os manuscritos originais das obras dos dois filósofos. Os descendentes de
Neleus, que eram súditos do rei de Pérgamo, não descobriram uma outra maneira de os
obrigar na busca dos Attali, que rivalizavam com os Ptolomeu na formação de uma grande
biblioteca, senão escondê-los num porão, onde permaneceram durante um par de séculos,
expostos aos ataques da umidade e dos vermes. Foi só no começo do século que antecedeu o
nascimento de Cristo que um rico coletor de livros, o ateniense Apelicão de Teos, descobriu
essas relíquias valiosas, comprou-as dos ignorantes herdeiros e preparou com elas uma nova
edição das obras de Aristóteles, copiando os manuscritos, preenchendo as lacunas e fazendo
emendas, mas sem conhecimento suficiente do que estava fazendo. Após a captura de Atenas,
Sulla, em 84 a.C., confiscou a coleção de Apelicão e a levou a Roma.
Alguns eruditos, todavia, têm afirmado recentemente que essa tradição diz respeito apenas a
alguns dos escritos de Aristóteles e que uma generalização poderia levar ao erro. O
testemunho direto de muitos escritores antigos contradizem a afirmação feita acima. Grande
número deles estudou alguns dos escritos de Aristóteles durante o período de duzentos anos
em que se supõe estivessem apodrecendo num porão. Estamos aqui em face de uma tradição
ou de um boato que devem ter um fundo de verdade, porém, que Estrabão aceitou
prontamente. Cícero, bem como um grande número de comentadores gregos, não faz menção
alguma a essa tradição, embora tivessem razão em assim proceder se a aceitavam como
verdade. (N. do Org.)
46. “Chaldean Oracles”, 3; cf. Cory, Anc. Fragm., p. 270; ed. 1832.
49. Da palavra latina mensa – mesa. Esta curiosa carta é reproduzida integralmente em La
Science des esprits, parte III, cap. I, de Éliphas Lévi.
Nada pode dar uma melhor ou uma mais justa idéia do que a bateria elétrica
que acumula o fluido e seus condutores para obter uma força bruta que se
manifesta em centelhas de luz, etc. Assim, a eletricidade acumulada num corpo
isolado adquire um poder de reação igual à ação, seja para carregar,
magnetizar, decompor, inflamar ou descarregar as suas vibrações a grande
distância. Tais são os efeitos visíveis de eletricidade cega ou rude produzida
por elementos cegos – empregando-se a palavra cega pela própria mesa, por
oposição à eletricidade inteligente. Mas existe evidentemente uma eletricidade
correspondente produzida pela pilha cerebral do homem; esta eletricidade da
alma, este éter universal e espiritual que é a natureza ambiente, intermediária
do universo metafísico, ou antes do universo incorpóreo, dever ser estudada
antes de ser admitida pela ciência, que, nada sabendo sobre ela, jamais
conhecerá qualquer coisa do grande fenômeno da vida antes que o faça.
“Vivemos, nesta vida, num centro intelectual ambiente, que mantém entre os
seres humanos e as coisas uma solidariedade necessária e perpétua; todo
cérebro é um gânglio, uma estação de um telégrafo neurológico universal em
constante relação com a estação central e as outras através das vibrações do
pensamento.
“O sol espiritual brilha para as almas assim como o Sol material brilha para os
corpos, pois o universo é duplo e segue a lei dos pares. O operador ignorante
interpreta erroneamente os despachos divinos, e os transmite, com frequência,
de maneira falsa e ridícula. Assim, apenas o estudo e a ciência pura podem
destruir as superstições e os absurdos difundidos pelos intérpretes ignorantes
sediados nas estações de ensino entre todos os povos deste mundo. Esses
intérpretes cegos do Verbum, a PALAVRA, sempre tentaram impor aos seus
pupilos a obrigação de afirmarem todas as coisas sem exame, in verba
magistri.
“Ai de nós! Não desejaríamos outra coisa do que vê-los traduzir corretamente
as vozes interiores, as quais nunca enganam senão aqueles que têm falsos
espíritos em si. „É nosso dever‟, dizem eles, „interpretar os oráculos; somos nós
que recebemos a missão exclusiva para isso, do céu, spiritus flat ubi vult, e só
sobre nós ele sopra‟.
50. [Cf. Collected Writings, vol. IV, “Seeming Discrepancies”, para maiores explicações.]
51. “E quando os egípcios se esconderam por causa do enxame” (uma das pragas que teriam
sido infligidas por Moisés) “(...) eles trancaram as portas, e Deus ordenou a Sulanuth (...)” (um
monstro-marinho, explica ingenuamente o tradutor, em nota de rodapé) “que estava então no
mar, que se levantasse e fosse ao Egito (...) e ela tinha braços longos, e dez côvados de
comprimento (...) e ela subiu ao teto das casas e retirou os telhados e destruiu-os (...) e
mergulhou o braço nas casas e removeu as fechaduras e os ferrolhos e abriu as casas do
Egito (...) e o enxame de animais destruiu os egípcios, e os atormentou duramente.” Livro de
Jasher, LXXX, 19-22.
Ora, as pessoas asseveram que não existem macacos no outro mundo, porque
os macacos não tem “alma”. Mas os macacos têm tanta inteligência, ao que
parece, quanto muitos homens; por que, então, teriam estes homens – de
maneira alguma superiores aos macacos, espíritos imortais – e os macacos,
não? Os materialistas responderão que nem um nem outro têm espírito, mas
que a aniquilação alcança a todos na morte física. Mas os filósofos espiritistas
de todos os tempos concordam em que o homem ocupa um lugar um degrau
acima que o animal, e possui este algo que falta a este último, seja ele o mais
ignorante dos selvagens ou o mais sábio dos filósofos. Os antigos, como
vimos, ensinavam que enquanto o homem é uma trindade de corpo, espírito
astral e alma imortal, o animal é apenas uma dualidade – um ser que tem um
corpo físico e um espírito astral que o anima. Os cientistas não reconhecem
qualquer diferença entre os elementos que compõem os corpos dos homens e
dos animais; e os cabalistas concordam com eles quando sustentam que os
corpos astrais (ou, como os físicos os chamariam, “o princípio de vida”) dos
animais e dos homens são idênticos em essência. O homem físico é apenas o
desenvolvimento mais elevado da vida animal. Se, como nos dizem os
cientistas, até mesmo o pensamento é matéria, e toda sensação de dor ou
prazer, todo desejo transitório é acompanhado por uma perturbação do éter; e
os profundos especuladores que escreveram The Unseen Universe acreditam
que o pensamento é concebido “para agir sobre a matéria de outro universo
simultaneamente a este”54; por que, então, o pensamento grosseiro e brutal de
um orangotango, ou um cão, imprimindo-se nas correntes etéreas da luz astral,
da mesma maneira que o do homem, não asseguraria ao animal uma
continuidade da vida após a morte, ou “um estado futuro”?
56. Timeu, 42 C.
57. Fédon, 70 C.
61. Ver Bulwer-Lytton: A Strange Story, vol. I, cap. 32. Não sabemos onde se pode encontrar
na literatura uma descrição mais vívida e bela dessa diferença entre o princípio de vida do
homem e o dos animais do que nas passagens aqui rapidamente mencionadas.
3. Reino Vegetal.
2. Reino Mineral.
1. Elementos.
Falando sobre os elementares, diz Porfírio: “Estes seres receberam honras dos
homens como se fossem deuses (...) uma crença universal torna-os capazes
de se tornar deveras malévolos: isto mostra que sua cólera se dirige contra
aqueles que negligenciaram oferecer-lhes um culto legítimo”68.