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Remontando a História
Clodomir Silva, que lhe auxiliavam nas iniciativas empreendidas no campo educacional.
Dentre estas estão a construção de grupos escolares, tanto na Capital como nos
municípios interioranos, em prédios identificados pela elegância e sobriedade das linhas
arquitetônicas, muitos dos quais encimados por uma águia. Sua escolha como símbolo
de governo pode ser atribuída à visão avançada de Graccho Cardoso, sua capacidade de
prever o futuro e realizar obras para o bem comum e com grande alcance social, numa
visão prospectiva de modernização.
Há uma preocupação muito grande deste governante na localização e construção
dos grupos escolares, atendendo os princípios do ideário pedagógico e, principalmente a
população dos municípios interioranos, conforme se constata na mensagem
encaminhada à Assembléia Legislativa em 3 de setembro de 1923.
“A instrucção publica, com a qual o Estado
despende cerca da sexta parte do que arrecada,
ainda está longe de corresponder aos resultados que
taes sacrifícios impõe ... não se pode absolver a
ação governamental do leviano critério com que
praticam a distribuição das cadeiras, muitas das
quaes situadas em pontos de exígua ou nenhuma
população escolar, em logares ermos e destituídos
de condições de salubridade e hygiene exigidos pela
vida humana...
... salas acanhadas, escuras, desprovidas de bancos
e carteiras, nas quaes em caixões de kerosene se
atinham, e se deformam creanças de diversas
estaturas e varias edades na ancia de respirar e
enxergara as letras do alphabeto, sem nada que lhes
desperte a attracção, a expontaneidade, a alegria" .
Guilhermino Bezerra (Itabaiana), G.E. João Ribeiro (Laranjeiras), G.E. Silvio Romero
(Lagarto), G.E. Padre Dantas (Maruim), G.E. Coronel João Fernandes (Própria), G.E.
Senador Leandro Maciel (Rosário do Catete), G.E. Francisco Leite (Riachuelo), G.E.
Vigário Barroso (São Cristóvão) e G.E. Olímpio Campos (Neopólis).
Muitos desses grupos foram instalados em prédios que se destacam pelo belo
estilo arquitetônico e localizados em praças públicas, como uma forma de anunciar que
o governo estava se voltando para a instrução pública, pois “neles, e por meio deles, os
republicanos buscarão mostrar a própria República e seu projeto educativo exemplar
e, por vezes, espetacular” (FILHO, 2000, p. 147) como também estava aplicando no seu
planejamento e criação “os saberes científicos, notadamente da medicina e, dentro
dessa, da higiene”; preceitos médico-higienistas que começam a aflorar no discurso
acadêmico do início do século XIX. Para construção desses prédios o governo recorreu
à desapropriação de casas através de decretos, procedimento esse constatado nos
principais jornais do período. Em outras localidades, o governo adaptou prisões,
transformando-as em grupos escolares, como se verificou nos municípios de Lagarto e
São Cristóvão.
Essas construções destinadas à instrução pública impressionavam os habitantes
de Sergipe e de outros Estados, conforme se constata no livro de visitas do Grupo
Escolar Manoel Luís transcrito a seguir, de 12 de março de 1925.
" Ao referir-me a este curso o faço sob a mais forte das
impressões.
Sergipe resolveu no norte do Brasil o problema da
insttrução popular.
Seus grupos são verdadeiras revelações aos estudiosos
dos materiais pedagógicos. Hoje visito este, que no
momento me abriga, sob o patronato do nome do Dr.
Manoel Luiz e direcção da professora D. Leonor Telles de
Menezes, forte organização da dirigente e de preceptora.
Oxalá o exemplo do glorioso Estado de Sergipe mostre na
Federação Brasileira, diminuindo a chaga que nos
acabrunha e atrapalha a bôa marcha dos destinos do
Brasil".
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fim de estimular o espírito nacionalista, bem como “melhorar nossa raça” (termo de
inspeção de 16/11/1938 do Grupo Escolar Dr. Manoel Luís).
Durante o período de 1925 a 1943, verificou-se uma atuação marcante dos
inspetores de ensino Antonio Xavier de Assis, José Augusto da Rocha Lima e José de
Alencar Cardoso que através das reuniões orientavam o corpo docente na concretização
dos princípios e métodos do ensino ativo, envolvendo o desenvolvimento de excursões
pedagógicas, os Centros de Interesse inspirado em Decroly, os processos intuitivos, a
aplicação de testes auditivos e visuais a fim de favorecer a aprendizagem da leitura e da
escrita.
Bibliografia
FILHO, Luciano M. de Farias (2000). Instrução elementar no século XIX. In: LOPES,
Eliane Marta T. (org) 500 anos de Educação. Belo Horizonte, A Autentica.
NUNES, Maria Thetis (1984). História da Educação em Sergipe. São Paulo, Editora
Paz & Terra.
PINHEIRO, Antonio C. Ferreira (2002). Da era das cadeiras isoladas à era dos
grupos escolares na Paraíba. Campinas, SP: Autores Associados, São Paulo:
Universidade São Francisco.