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A súmula do código

Pelo Código de Napoleão, ele, o cidadão, inteirava-se que não havia mais ninguém que pudesse requerer
privilégios devido ao sangue ou ao nascimento nobre. Os franceses eram iguais aos olhos da lei. O Estado
separava-se da Igreja, e doravante cada um podia escolher o caminho para céu que melhor lhe aprouvesse,
como abraçar a profissão que bem quisesse. Para minar a transmissão das terras pelo princípio da
primogenitura adotado pelo costume aristocrático, os filhos agora tinham direitos iguais à herança paterna e
o casamento somente adquiria legitimidade em frente a um juiz de paz. Napoleão, seguindo a doutrina
liberal, pôs fim ao conceito religioso do enlace sagrado substituindo-o pelo contrato de casamento. A figura
importante do matrimônio, além dos nubentes naturalmente, deixou de ser o pároco e o altar para vir a ser o
notário e o cartório. Casar-se tornou-se "un affair d'argent" (um negócio de dinheiro). Por conseguinte,
reduzido o casamento a um ato secular regulamentado pelo Estado, o divorcio foi legalizado. A lei do
Estado substituía, por assim dizer, a lei de Deus (*).

Nas questões familiares, Napoleão deixou-se levar pelo seu lado italiano. Como na Roma Antiga, o pai era
tudo - era o pai patrão. Além de tutelar a mulher e a filha, até encarcerar um filho por seis meses ele podia.
E se este manifestasse o desejo de se casar, tinha que ter a licença paterna, ainda que com 25 anos de idade.

(*) Honoré Balzac satirizou essa nova situação do casamento resultar de um contrato na sua novela Le
Contrat de Mariage (1835), quando contrapõe o terno encontro amoroso dos noivos numa sala e a feroz
reunião dos dois notários que os representavam na outra peça da casa.

Um novo indivíduo

Dois terços do código reservou-se à razão de ser do burguês na terra; a


propriedade. O Código libertou-a das teias feudais e protegeu-a do
estado, dizendo-a anterior a este. Entendeu-a em suas múltiplas formas
facilitando-lhe a posse e a venda. O cidadão era o indivíduo e seus bens.
A sociedade das obrigações feudais (do vassalo para com o suserano, do
servo para com o senhor) foi definitivamente substituída pela moderna
sociedade do contrato (estabelecido entre indivíduos livres, dotados de
autonomia). A velha ordem estamental baseada na herança e nos direitos
de sangue foi definitivamente suplantada pela sociedade de classes
afirmada no mérito e no talento individual. A exacerbação do individualismo existe no Código deve-se à
necessidade de afirmar sua total independência frente aos poderes que o prendiam ao passado, quando ele
submetia-se à vontade do nobre, do padre, e da corporação ou grêmio profissional a que pertencia.

O Código foi a concretização de uma dupla expectativa do Iluminismo: fazer com que as leis fossem
submetidas a uma ordenação determinada pela razão (desejo de Montesquieu) e obra de um déspota
ilustrado (como esperava Voltaire).

Num amplo descortino do futuro, Napoleão pensou em estender o seu código por toda a Europa dominada
por seus exércitos. Mesmo depois quando ele caiu em Waterloo, em 1815, mantiveram o código,
denominando-o apenas como Código Civil.

Bibliografia: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/2004/11/26/000.htm

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