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Química Geral e

Inorgânica Aplicada
à Farmácia
Material Teórico
Tabela Periódica dos Elementos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Fernando Perna

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Tabela Periódica dos Elementos

• Introdução;
• Primeiros Sistemas de Classificação;
• A Tabela Periódica Moderna;
• Propriedades Periódicas.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer a tabela periódica e a sua estrutura;
• Conhecer as propriedades periódicas dos elementos químicos e prever a sua variação.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Introdução
A descoberta de elementos químicos individuais é um pré-requisito para cons-
truir um sistema de classificação. Elementos como enxofre, ouro, prata, cobre,
estanho, chumbo e mercúrio são conhecidos desde a Antiguidade, mas a primeira
descoberta científica de um elemento químico ocorreu em 1669, quando o merca-
dor e alquimista alemão Henning Brand descobriu o fósforo.

Conforme crescia o número de elementos conhecidos, começou-se a reconhecer


padrões nas suas propriedades. Na virada do século XIX conheciam-se 35 elemen-
tos químicos; as propriedades desses elementos e as dos seus compostos eram
razoavelmente conhecidas, as semelhanças tornaram-se aparentes e surgiram sis-
temas de classificação que levaram à tabela periódica moderna. Em 1869, ano em
que foi publicada a primeira versão da tabela periódica como a conhecemos hoje,
conheciam-se 63 elementos.

A tabela periódica é um arranjo dos elementos químicos organizados em ordem


crescente de número atômico (número de prótons no núcleo). A forma padrão da tabe-
la consiste em uma grade com linhas chamadas períodos e colunas chamados grupos.

A história da tabela periódica reflete mais de um século de crescimento na com-


preensão das propriedades químicas dos elementos, com grandes contribuições
feitas por diversos cientistas.

Primeiros Sistemas de Classificação


Lei das Tríades
Um dos primeiros sistemas importantes de classificação dos elementos foi feito
em 1829 pelo químico alemão Johann Wolfgang Döbereiner, que percebeu que
alguns conjuntos de três elementos – como lítio-sódio-potássio, cálcio-estrôncio-
-bário, ferro-cobalto-níquel, enxofre-selênio-telúrio e cloro-bromo-iodo – possuíam
propriedades semelhantes. A esse fenômeno deu-se o nome de Lei das Tríades.
Se ordenados pela massa atômica, o elemento central possuía propriedades que
eram aproximadamente a média dos outros dois; contudo, essas relações aplica-
vam-se a poucos conjuntos de elementos e a maioria dos cientistas da época não
lhe deu muita atenção. Essa foi a primeira vez que se mostravam relações sistemá-
ticas entre alguns elementos.

Posteriormente, o químico alemão Leopold Gmelin trabalhou com esse sistema


e, em 1843, identificou dez tríades, três grupos de quatro elementos e um grupo
de cinco.

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Hélice Telúrica
O próximo passo foi dado em 1862 pelo geólogo francês Alexandre-Émile
Béguyer de Chancourtois, que arranjou os elementos químicos em ordem cres-
cente de massa atômica e os posicionou em uma espiral contínua ao redor de um
cilindro metálico dividido em 16 partes, com o telúrio ocupando a posição central;
devido a esse arranjo, o sistema ficou conhecido como a hélice telúrica (Figura 1).
Através da hélice, previu a estequiometria de diversos óxidos metálicos.

De Chancourtois foi o primeiro a observar a periodicidade dos elementos quan-


do arranjados em ordem crescente de massa atômica. Com a hélice telúrica, ele
percebeu que elementos com propriedades semelhantes ocorriam em intervalos
regulares de massas atômicas (a cada 7 elementos), alinhando-se verticalmente
(por exemplo, os elementos lítio-sódio-potássio e oxigênio-enxofre-selênio-telúrio).
É interessante observar que a hélice respeitava as tríades de Döbereiner. Contudo,
como o artigo em que a hélice foi divulgada era de difícil entendimento, usava
muitos termos geológicos em vez de químicos e não incluía uma reprodução do
diagrama, o sistema de De Chancourtois chamou pouca atenção.

Figura 1 – Modelo da hélice telúrica publicada em 1862 por de Chancourtois


Fonte: Wikimedia Commons

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Lei das Oitavas


Em 1864, o químico inglês John Alexander Reina Newlands classificou os
62 elementos então conhecidos em 8 grupos com base nas suas massas atômi-
cas, observando como consequência uma semelhança nas suas propriedades
físicas. Newlands percebeu que havia uma repetição nas propriedades a cada 8
elementos, o que ficou conhecido como Lei das Oitavas (Figura 2).

Figura 2 – Lei das Oitavas – as propriedades físicas dos elementos,


quando ordenados pela massa atômica, repetem-se a cada oito elementos
Fonte: Wikimedia Commons

É importante notar que essa relação funcionava porque, à época, os gases no-
bres ainda não haviam sido descobertos.

No ano seguinte, publicou uma tabela periódica (Tabela 1) e afirmou que compor-
tamentos análogos se repetem a cada oito elementos. Porém, por afirmar que have-
ria uma conexão entre a Química e a música (que também tem escala de oitavas), o
trabalho de Newlands não foi levado a sério, o que obscureceu o seu real significado.

Tabela 1 – Lei das Oitavas


No. No. No. No. No. No. No. No.
H 1 F 8 Cl 15 Co & NI 22 Br 29 Pd 36 I 42 Pt 50
Li 2 Na 9 K 16 Cu 23 Rb 30 Ag 37 Cs 44 Os 51
G 3 Mg 10 Ca 17 Zn 24 Sr 31 Cd 38 Ba & V 45 Hg 52
Bo 4 Al 11 Cr 19 Y 25 Ce & La 33 U 40 Ta 46 Tl 53
C 5 Si 12 Ti 18 In 26 Zr 32 Sn 39 W 47 Pb 54
N 6 P 13 Mn 20 As 27 Di & Mo 34 Sb 41 Nb 48 Bi 55
O 7 S 14 Fe 21 Se 28 Ro & Ru 35 Te 43 Au 49 Th 56

Tabela publicada por Newlands em 1965 na revista Chemical News, em


que os elementos químicos então conhecidos são arranjados em grupos de 8;
elementos da mesma linha têm propriedades similares, e as propriedades tam-
bém variam de forma similar de uma coluna para outra.

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Você Sabia? Importante!

Na Russia, o lago Karachay acumulou tanta radioatividade absorvida de uma instalação


soviética que fazia parte do programa nuclear, que uma pessoa parada à margem do
lago pode receber uma taxa de radiação 2000 vezes maior que em uma radiografia de
tórax? Radiação suficiente para matar uma pessoa em uma hora. Foi neste programa que
o elemento plutônio foi utilizado pela primeira vez para fins militares.
Disponível em: http://bit.ly/31USUSF

Tabela de Meyer
No mesmo ano, ocorreu outro importante avanço na classificação dos elementos,
quando o químico alemão Julius Lothar Meyer publicou uma tabela dos elementos
também ordenados pelas suas massas atômicas (Figura 3). A tabela mostrava que
elementos com propriedades similares frequentemente possuíam a mesma valência.

Figura 3 – Tabela periódica publicada por Meyer em 1869 na revista


Annalen der Chemie und Pharmacie, com os elementos então
conhecidos ordenados pela massa atômica

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Meyer observou que os elementos se encaixavam em grupos de propriedades


químicas e físicas semelhantes repetidas em intervalos periódicos. Meyer tam-
bém mostrou que quando diferentes propriedades físicas (volume molar, ponto
de ebulição, ponto de ebulição, maleabilidade, dureza, etc.) eram representadas
graficamente em função das massas atômicas, obtinha-se uma curva periódica,
repetitiva (Figura 4).

Figura 4 – Gráfico elaborado por Meyer


Fonte: web.lemoyne.edu

O gráfico mostra a variação periódica do volume atômico em função da massa


atômica dos elementos, sendo possível observar a repetição do padrão da cur-
va; padrões de repetição similares (por vezes, invertidos) são observados para
diferentes propriedades físicas.

Lei Periódica de Mendeleev


Ao escrever um livro texto sobre química inorgânica sistemática, o químico russo
Dmitri Ivanovich Mendeleev organizou os elementos em famílias que exibiam pro-
priedades similares, percebendo padrões nas propriedades e massas atômicas de
halogênios, metais alcalinos e metais alcalino-terrosos.

Na tentativa de estender o padrão a outros elementos, criou um cartão para cada


um dos 63 elementos conhecidos na época que continha símbolo, massa atômica
e propriedades físicas e químicas de cada um deles. Os cartões foram arranjados
em uma tabela em ordem crescente de massa atômica, agrupando elementos de
propriedades similares em colunas. Essa tabela foi publicada em 1869 em uma obs-
cura revista russa (Jornal da Sociedade Química Russa); a tabela foi publicada
novamente dois anos depois em uma revista alemã, de maior visibilidade (Figura 5).

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Figura 5 – Tabela periódica publicada por Mendeleev em 1871
na revista Annalen der Chemie und Pharmacie
Fonte: Wikimedia Commons

Com os elementos então conhecidos ordenados pela massa atômica; havia


lacunas para acomodar elementos ainda desconhecidos (cf. os espaços para
os elementos de massas 44, 68, 72 e 100).

Confiando totalmente no agrupamento dos elementos pela semelhança de pro-


priedades, Mendeleev fez afirmações ousadas:
• Para que as propriedades correlacionassem, 17 elementos foram movidos para
posições diferentes das indicadas pelas suas massas atômicas, sugerindo que
haveria erros nos valores aceitos para as massas atômicas de alguns deles
(p. e., berílio, telúrio, ósmio, irídio, platina, ouro, índio, urânio); para outros
elementos, a posição na tabela foi alterada, (p. e., telúrio antes de iodo e cobal-
to antes de níquel, apesar das massas atômicas dos primeiros serem maiores);
• Havia lacunas na tabela, prevendo a existência e as propriedades de diversos
elementos então desconhecidos (p. e., escândio, gálio e germânio, entre ou-
tros; tais elementos foram descobertos mais tarde, exibindo as propriedades
previstas por Mendeleev).

Para dar nomes provisórios aos seus elementos previstos, Mendeleev usou os pre-
fixos eka-, dvi- e tri-, baseados nos nomes em sânscrito dos algarismos 1, 2 e 3, de-
pendendo se o elemento previsto estaria a uma, duas ou três posições abaixo do ele-
mento conhecido do mesmo grupo em sua tabela. Por exemplo, eka-alumínio (uma
posição abaixo do alumínio) e dvi-manganês (duas posições abaixo do manganês).

O arranjo da tabela de Mendeleev permitiu-lhe não só prever a existência de no-


vos elementos químicos, mas também as suas propriedades e de seus compostos.
Por exemplo, para o eka-alumínio e o gálio, têm-se os seguintes dados (Tabela 2):

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Tabela 2 – Propriedades previstas por Mendeleev para o eka-alumínio (Ea) e observadas para o gálio (Ga)
previsões para o Gálio
Propriedade
eka-alumínio (1871)a (desc. 1875)a, b
Classificação Metal Metal
Massa Atômica (u) 68 69,7
Densidade (g/cm3) 5,9 5,91
Ponto de Fusão (°C) Baixo 29,8
Ponto de Ebulição (°C) Não volátil 2204
Deve ser estável ao ar Estável ao ar
Comportamento
Químico do Elemento Deve dissolver-se lentamente Dissolve-se lentamente
em ácidos e em bases em ácidos e em bases

Deve ter a tendência Hidrolisam-se rapidamente com


de formar sais básicos a formação de soluções básicas

O sulfato deve formar alúmens Alúmens são conhecidos


Comportamento O sulfeto é precipitado na presença
Químico dos Sais Deve precipitar o sulfeto na
de H2S, mas apenas em condições
presença de H2S ou de (NH4)2S
especiais com (NH4)2S

O cloreto anidro deve ser mais O cloreto anidro é mais volátil


volátil que o ZnCl2 que o ZnCl2*

Comportamento Químico
Deve ser solúvel em ácidos e em bases Solúvel em ácidos e em bases
do hidróxido
Fórmula do Óxido Ea2O3 Ga2O3
densidade do óxido (g/cm3) 5,5 » 6,0
fórmula do sal EaX 3 GaCl3
método de descoberta análise espectral espectroscópica
* GaCl3: PE = 201 °C; ZnCl2: PE = 732 °C

Fontes: a) http://gallium.atomistry.com/eka-aluminium.html;
b) para os valores numéricos, Handbook CRC of Chemistry and Physics on CD-ROM, CRC Press (2002)

Mendeleev fez previsões similares para outros elementos, como o eka-boro


(escândio, descoberto em 1879) e o eka-silício (germânio, descoberto em 1886);
também previu a existência do eka-telúrio (polônio, descoberto em 1898), do eka-
-tântalo (protactínio, descoberto em 1913), do dvi-manganês (rênio, descoberto em
1925), do eka-manganês (tecnécio, sintetizado em 1937) e do eka-césio (frâncio,
descoberto em 1939), mas deu poucas informações sobre eles.

Tecnécio: é um metal radioativo extremamente raro natureza; foi o primeiro elemento quí-
Explor

mico a ser produzido artificialmente.

14
O cumprimento das previsões de Mendeleev nos mínimos detalhes pelas des-
cobertas de escândio, gálio e germânio poucos anos depois da publicação da sua
tabela convenceu a comunidade científica de que a lei periódica era uma genera-
lização útil, responsável pelas relações dos elementos. Devido à funcionalidade da
sua tabela e à exatidão das suas previsões, Mendeleev é considerado o pai da tabela
periódica moderna.

O Artigo Química Nova, 20(1), 103 (1997) – Alguns Aspectos Históricos da Classificação Peri-
Explor

ódica dos Elementos Químicos. O artigo apresenta a história da evolução da tabela periódica
dos elementos, desde as primeiras classificações provisórias, passando por Meyer e Mende-
leev, até especulações sobre elementos super pesados que ainda precisam ser sintetizados.
Disponível em: http://bit.ly/31YC8Sq

Últimas Modificações
Com a descoberta do hélio em 1868 e dos demais gases nobres na década de
1890, foi necessário criar uma nova coluna na tabela periódica para acomodá-los.

Em 1914, o físico inglês Henry Gwyn Jeffreys Moseley encontrou correlações


entre as emissões de raios-X dos elementos químicos e os números de prótons nos
seus núcleos (número atômico); com isso, ele ressequenciou a tabela periódica com
base na carga nuclear, trocando alguns elementos de posição.

Finalmente, em 1945, o químico norte-americano Glenn Theodore Seaborg re-


configurou a tabela periódica com a criação da série dos actinoides para melhor aco-
modar as propriedades de novos elementos (amerício e cúrio), posicionando-a abaixo
da dos lantanoides.

Com essas últimas alterações e a descoberta de alguns novos elementos quími-


cos, a tabela periódica assumiu a sua aparência atual.

A Tabela Periódica Moderna


A tabela periódica acomoda todos os 118 elementos químicos conhecidos; des-
ses, 92 ocorrem naturalmente (os demais são artificiais), 37 elementos são radio-
ativos e 24 são essenciais para a vida. A partir do netúnio (Z = 93), todos os ele-
mentos são artificiais, sendo chamados de transurânicos. À temperatura ambiente
(25°C), os elementos da tabela podem ser sólidos (a maioria), líquidos (bromo e
mercúrio) ou gasosos (hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, flúor, cloro e os gases no-
bres); alguns, por serem artificiais e/ou de elevada instabilidade, não têm o estado
físico conhecido (foram sintetizados apenas alguns átomos).

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Os elementos químicos estão organizados em 18 colunas (grupos ou famílias) e 7


linhas (períodos) e estão dispostos em ordem crescente de número atômico (Figura 6);
a classificação por cores representa as diferentes classes de elementos, definidas de
acordo com os seus comportamentos físico e químico (Figura 7).

Figura 6 – Organização da tabela periódica em famílias (vertical) e períodos (horizontal)


Fonte: Acervo do conteudista

Figura 7 – Tabela Periódica Moderna


Fonte: Acervo do conteudista

16
No espaço reservado a cada elemento são exibidas informações relevantes:

Figura 8 – Dados comumente encontrados para os elementos de uma tabela periódica


Fonte: Acervo do conteudista

As informações de cada elemento podem variar de uma tabela para outra, mas
os dados básicos são os mostrados na figura acima.

A paródia “The Periodic Table Song” demonstra de maneira divertida os elementos da ta-
Explor

bela periódica moderna. Selecione nas configurações do vídeo, a legenda para “português”,
caso julgue necessário. Disponível em: https://youtu.be/rz4Dd1I_fX0

Grupos ou Famílias
Em número de 18, correspondem às colunas da tabela e reúnem elementos com
os mesmos números de elétrons na camada mais externa, denominada camada de
valência. Os elementos da mesma família tendem a ter propriedades similares.

Os grupos mais importantes são:


• Grupo 1 (antigamente denominado família 1A): metais alcalinos;
• Grupo 2 (antigamente denominado família 2A): metais alcalino-terrosos;
• Grupo 13 (antigamente denominado família 3A): grupo do boro;
• Grupo 14 (antigamente denominado família 4A): grupo do carbono;
• Grupo 15 (antigamente denominado família 5A): grupo do nitrogênio ou
pnictogênios (pouco usado);
• Grupo 16 (antigamente denominado família 6A): grupo do oxigênio ou calcogênios;
• Grupo 17 (antigamente denominado família 7A): halogênios;
• Grupo 18 (antigamente denominado família 8A ou zero): gases nobres.

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Os elementos presentes nos grupos acima são chamados elementos represen-


tativos; os grupos de 3 a 12 correspondem aos metais de transição.

Figura 9 – Grupos constituintes da tabela periódica


Fonte: Acervo do conteudista

Antigamente, os grupos eram numerados de 1 a 8, com subdivisões A (elementos


representativos – grupos 1, 2 e de 13 a 18) e B (metais de transição e de transição
interna – grupos 3 a 12). Essa notação não é recomendada pela IUPAC.

IUPAC: Abreviação em inglês para União Internacional da Química Pura e Aplicada; trata-se
Explor

de uma organização internacional que visa a estabelecer padrões normativos para a área
da Química.

Períodos
Os 7 períodos da tabela periódica correspondem a cada uma das suas linhas; os
elementos de cada período têm em comum os mesmos números de camadas eletrô-
nicas. Assim, os elementos do 1o período (hidrogênio e hélio) têm uma camada de
elétrons, os elementos do 2o período têm duas camadas e assim, sucessivamente, até
os elementos do 7o período, que possuem todas as sete camadas eletrônicas possíveis.

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Figura 10 – Períodos da tabela periódica
Fonte: Acervo do conteudista

Os átomos localizados em cada período possuem um número de níveis ele-


trônicos (camadas) igual ao número do período.

Abaixo da tabela existem duas linhas distintas:


• Lantanoides: também denominados terras raras, são metais que pertencem
ao 6o período da tabela; a série recebe o nome do primeiro elemento (lantânio)
e compreende 15 elementos (dos números atômicos 57 a 71);
• Actinoides: são metais que pertencem ao 7º período da tabela; a série recebe
o nome do primeiro elemento (actínio) e compreende 15 elementos (dos nú-
meros atômicos 89 a 103).

Lantanoides e actinoides: são chamados de metais de transição interna. Esses elemen-


Explor

tos estão situados abaixo dos demais para deixar a tabela mais compacta; essa convenção
é usada por razões práticas e estéticas. Também comumente chamados lantanídeos e
actinídeos; os termos lantanoide e actinoide são recomendados pela IUPAC.

Configuração Eletrônica
O determinante primário das propriedades químicas de um elemento é a sua
configuração eletrônica, particularmente os elétrons da camada de valência. As con-
figurações eletrônicas dos átomos mostram uma variação periódica com o aumento
do número atômico: elementos com a mesma configuração eletrônica na camada de
valência têm propriedades semelhantes.

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

As famílias da tabela agrupam elementos com propriedades semelhantes porque


os elementos de uma mesma família possuem, com algumas exceções, a mesma
configuração eletrônica na camada de valência.

Em todos os casos, a quantidade de níveis de energia (camadas) de um elemento


corresponde ao período em que ele se encontra na tabela periódica.

Figura 11 – Variação periódica das configurações eletrônicas das camadas de valência


Fonte: Acervo do conteudista

O número de elétrons de valência nos elementos representativos é igual ao nú-


mero da família (Tabela 3).

Tabela 3 – Configurações eletrônicas dos elementos representativos

Família Nome Configuração da Última Camada Número de Elétrons da Última Camada


1A metais alcalinos ns1 1
2A metais alcalino-terrosos ns2 2
3A família do boro ns2 np1 3
4A família do carbono ns2 np2 4
5A família do nitrogênio ns2 np3 5
6A calcogênios ns2 np4 6
7A halogênios ns2 np5 7
8A ou Zero gases nobres ns2 np6 8
n: número do período na tabela periódica

Por essa tabela, a configuração eletrônica do lítio, que é um metal alcalino (família
1A) do 2o período, termina em 2s1, a do sódio logo abaixo, em 3s1; a configuração
do selênio, que é um calcogênio (família 6A) do 4o período, termina em 4s2 4p4, a
do bromo, que é um halogênio (família 7A) do mesmo período, em termina em 4s2
4p5, e assim por diante.

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Propriedades Periódicas
A configuração eletrônica dos elementos está intimamente ligada à estrutura da
tabela periódica: as propriedades químicas de um átomo são largamente determina-
das pelo arranjo dos elétrons na camada externa (ou camada de valência).

Algumas propriedades dos átomos são mensuráveis e mostram variações perió-


dicas em função do número atômico:
• Raio atômico;
• Energia de ionização;
• Afinidade eletrônica;
• Eletronegatividade.

As propriedades físicas dos elementos (densidade, pontos de fusão e de ebulição,


condutividades térmica e elétrica, dureza) também apresentam um comportamento
periódico, porém as variações geralmente não são regulares porque a relação entre
essas propriedades e a configuração eletrônica não é direta.

A seguir serão discutidas as principais propriedades periódicas.

Raio Atômico
O raio atômico de um elemento químico é uma medida do tamanho de seus áto-
mos, geralmente a distância média ou típica do centro do núcleo até o limite da nuvem
de elétrons; como esse limite não é uma entidade física bem definida, existem diferen-
tes definições não equivalentes de raio atômico. Para o propósito deste estudo, serão
usados valores aproximados derivados de medidas de distâncias interatômicas.

A variação periódica do raio atômico aparece claramente no gráfico a seguir:

Figura 12 – Variação periódica do raio atômico; 1) metais de transição, 2) lantanoides


Fonte: Acervo do conteudista

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

A análise do gráfico mostra claramente as tendências periódicas:


• Família: os átomos ficam maiores de cima para baixo, pois aumenta o número
de camadas eletrônicas;
• Período: os átomos ficam maiores da direita para a esquerda, pois, embora
o número de camadas eletrônicas seja o mesmo, a carga nuclear diminui – a
atração eletrostática sobre a nuvem eletrônica é mais fraca.

Levando essas observações para a tabela periódica, tem-se a seguinte variação:

Figura 13 – Tendência de variação do raio dos elementos na


tabela periódica; os balões indicam os valores máximo e mínimo
Fonte: Acervo do conteudista

Raio Iônico
A mesma tendência de variação nos raios se aplica aos íons. Quando um átomo
perde elétrons, o número de prótons no núcleo torna-se maior que o número de elé-
trons e, assim, a atração sobre a nuvem eletrônica é mais intensa, tornando o cátion
menor que o átomo neutro. Para os ânions, ocorre o oposto: o ganho de elétrons
aumenta a repulsão entre eles e o ânion torna-se maior que o átomo neutro.

22
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 13 Grupo 16 Grupo 17
Li + Li Be 2+ Be B 3+ B O O 2− F F−

90 134 59 90 41 82 73 126 71 119


Na + Na Mg 2+ Mg Al 3+
Al S S2− Cl Cl −

116 154 86 130 68 118 102 170 99 167


K+ K Ca 2+ Ca Ga 3+ Ga Se Se 2− Br Br −

152 196 114 174 76 126 116 184 114 182


Rb + Rb Sr 2+ Sr In 3+ In Te Te 2− I I−

166 211 132 192 94 144 135 207 133 206

Figura 14 – Raios relativos de átomos neutros e íons; os átomos estão


representados em cinza, os cátions em vermelho e os ânions em azul
Fonte: Wikimedia Commons

Energia de Ionização
A energia de ionização corresponde à energia necessária para remover um elé-
tron de um átomo no estado fundamental no estado gasoso:

X(g) + energia → X+(g) + e–

A primeira energia de ionização corresponde à retirada do 1o elétron, a segunda


energia de ionização corresponde à retirada do 2o elétron, e assim sucessivamente.
É necessário fornecer cada vez mais energia para retirar elétrons sucessivos (Tabela 4).

23
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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Tabela 4 – Energias de Ionização de alguns elementos;


a retirada sucessiva de elétrons requer cada vez mais energia
Energia de Ionização (EI) (kJ/mol)
Elemento
1 EI
a
2a EI 3a EI 4a EI
He 2.372,3 5.250,5 ― ―
Li 520,2 7.298,2 11.815,1 ―
Be 899,5 1.757,1 14.848,8 21.006,6
Fonte: Handbook CRC of Chemistry and Physics on CD-ROM, CRC Press (2002)

A variação periódica dos valores da 1a energia de ionização pode ser vista no


gráfico abaixo:

Figura 15 – Variação periódica da 1a energia de ionização; 1) metais de transição, 2) lantanoides


Fonte: Acervo do conteudista

A análise do gráfico mostra claramente as tendências periódicas:


• Família: a dificuldade de retirada de elétrons aumenta de baixo para cima;
• Período: a dificuldade de retirada de elétrons aumenta da esquerda para a
direita, pois a carga nuclear e, consequentemente, a atração dos elétrons pelo
núcleo aumenta.

Observa-se que tanto na família quanto no período, quanto menor for o átomo,
maior será a energia necessária para a retirada de elétrons, pois a carga nuclear e,
assim, a atração dos elétrons pelo núcleo, aumenta.

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Levando essas observações para a tabela periódica, tem-se a seguinte variação:

Figura 16 – Tendência de variação da 1a energia de ionização na


tabela periódica; os balões indicam os valores máximo e mínimo
Fonte: Acervo do conteudista

Afinidade Eletrônica
A afinidade eletrônica corresponde à energia envolvida quando um átomo neu-
tro no estado gasoso recebe um elétron:

X(g) + e– → X+(g) + energia

X(g) + e– + energia → X+(g)

A afinidade eletrônica mede a afinidade do átomo pelo elétron recebido. Quando


o processo envolve liberação de energia, tem-se que o ânion é mais estável que o
átomo neutro.

Todos os gases nobres requerem o fornecimento de energia para acomodarem


um elétron, pois um elétron adicionado deve necessariamente ocupar um orbital
externo à camada de valência que se encontra originalmente completa; por essa
razão, os seus valores não serão considerados. A variação periódica da afinidade
eletrônica está representada no gráfico abaixo:

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Figura 17 – Variação periódica da afinidade eletrônica; valores negativos


indicam absorção de energia; 1) metais de transição, 2) lantanoides
Fonte: Acervo do conteudista

Observa-se um comportamento mais errático que as variações do raio atômico


e da energia de ionização, mas ainda sim é possível observar tendências periódicas:
• Família: a facilidade de receber elétrons aumenta de baixo para cima;
• Período: a facilidade de receber de elétrons aumenta da esquerda para a direita.

Verifica-se que, tanto na família quanto no período, quanto menor for o átomo,
maior será a sua capacidade de receber elétrons. Levando essas observações para
a tabela periódica, tem-se a seguinte variação:

Figura 18 – Tendência de variação da afinidade eletrônica na tabela periódica,


não definida para gases nobres; os balões indicam os valores máximo e mínimo
Fonte: Acervo do conteudista

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Eletronegatividade
A eletronegatividade consiste na tendência relativa de um átomo em atrair elé-
trons em sua direção quando em uma ligação covalente; com poucas exceções, os
gases nobres não participam de ligações covalentes e, assim, não serão considera-
dos na análise dessa propriedade.

A distribuição desigual da nuvem eletrônica resultante da diferença de eletrone-


gatividade é responsável pelo surgimento da polaridade de ligações e, em parte,
de moléculas.

A variação periódica da eletronegatividade pode ser observada no gráfico a seguir:

Figura 19 – Variação periódica da eletronegatividade; 1) metais de transição, 2) lantanoides


Fonte: Acervo do conteudista

A análise do gráfico mostra as tendências periódicas:


• Família: a tendência em atrair elétrons de uma ligação covalente aumenta de
baixo para cima;
• Período: a tendência em atrair elétrons de uma ligação covalente aumenta da
esquerda para a direita.

Verifica-se que, tanto na família quanto no período, quanto menor for o átomo,
maior será a sua eletronegatividade. Levando essas observações para a tabela perió-
dica, tem-se a seguinte variação:

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Figura 20 – Tendência de variação da eletronegatividade na tabela periódica,


não definida para gases nobres; os balões indicam os valores máximo e mínimo
Fonte: Acervo do conteudista

O Departamento de Física da Universidade de Coimbra (Portugal) disponibiliza alguns jogos


Explor

relacionados à tabela periódica, entre eles o Jogo da Tabela Periódica – http://bit.ly/2YlK5PK


Jogo dos Elementos I – http://bit.ly/2Yf9TN7
Jogo dos Elementos II – http://bit.ly/2YfpEnr

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Setting the Table – A brief visual history of the periodic table
Histórico produzido pela Revista Science que mostra a evolução do número de elementos
químicos conhecidos e dos sistemas usados para a sua organização, desde as primeiras formas
até a tabela atual (em inglês).
http://bit.ly/2NpOkss
Tabela Periódica Dinâmica
Tabela periódica interativa com layouts dinâmicos mostrando nomes dos elementos, propriedades
físicas e químicas, configurações eletrônicas e isótopos (parcialmente em inglês).
http://bit.ly/2Nm1M0d

Vídeos
Tudo se Transforma, História da Química, Tabela Periódica
O vídeo discute brevemente a evolução dos sistemas de classificação dos elementos químicos até a
tabela periódica atual.
https://youtu.be/hvRnuMrDc14
Alkali metals in water, accurate!
O vídeo mostra o aumento da reatividade dos metais alcalinos ao longo da família (devido à
diminuição das energias de ionização) através de reações com o oxigênio do ar e com água (em
inglês; é possível acionar legendas com tradução automática para o português).
https://youtu.be/uixxJtJPVXk
Halogen reactions with iron wool
O vídeo mostra a diminuição da reatividade dos halogênios ao longo da família (devido à diminuição
das afinidades eletrônicas) através de reações com palha de aço (em inglês; é possível acionar
legendas com tradução automática para o português).
https://youtu.be/EvtyMr5EvBY
Reacting Fluorine with Caesium – First Time on Camera
O vídeo mostra a reação entre o elemento com a menor energia de ionização (césio) e o elemento
com a maior afinidade eletrônica (flúor) (em inglês; é possível acionar legendas em português).
https://youtu.be/EvtyMr5EvBY

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UNIDADE Tabela Periódica dos Elementos

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Leitura
Breve Discussão Histórica sobre a “Descoberta” dos Lantanídeos e a sua Relação com as Teorias de Luz e Cores de
Maxwell e Einstein
Química Nova na Escola, 38(1), 25 (2016) – Breve Discussão Histórica sobre a “Descoberta” dos
Lantanídeos e a sua Relação com as Teorias de Luz e Cores de Maxwell e Einstein. O artigo discute a
história da descoberta dos lantanoides e a relação entre a luminescência e as teorias de luz e cores.
http://bit.ly/2NngV1v

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Referências
ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a Vida Mo-
derna e o Meio Ambiente. Tradução de Ricardo Bicca de Alencastro. 5a ed.
Porto Alegre: Bookman, 2013. 925 p.

BROWN, T. L. et al. Química: A Ciência Central. Tradução de Robson Mendes


Matos. 9a ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 972 p.

KOTZ, J. C.; TREICHEL Jr., P. M. Química Geral e Reações Químicas. Tradução


de Noveritis do Brasil. 9a ed. São Paulo: Cengage Learning, 2016. 2 v.

RUSSELL, J. B. Química Geral. Tradução de Márcia Guekezian. 2a ed. São Paulo,


SP: Makron Books, 1994. 2 v.

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