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4º Trimestre de 2003

Lição 1: A doutrina da Mordomia Cristã


Data: 05 de Outubro de 2003

TEXTO ÁUREO

“Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo, e aqueles que nele habitam” (Sl 24.1).

VERDADE PRÁTICA

Mordomia Cristã é uma doutrina que proporciona ao crente uma perspectiva global e
administrativa da sua vida como despenseiro de Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Pv 3.9,10; 11.25


O crente e seus bens
Terça - 2Co 8.1-11
O crente e a ação social
Quarta - Sl 90.12; Ef 5.16
O crente e o uso sábio do seu tempo
Quinta - 2Co 9.6-10
O crente e a contribuição financeira
Sexta - At 4.32-35
O crente e o socorro aos necessitados
Sábado - Ml 3.10; Mt 23.23
O crente e o dízimo do Senhor

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Salmos 24.1-10.

1 - Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.


2 - Porque ele a fundou sobre os mares e a firmou sobre os rios.
3 - Quem subirá ao monte do Senhor ou quem estará no seu lugar santo?
4 - Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem
jura enganosamente.
5 - Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação.
6 - Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó.
7 - Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da
Glória.
8 - Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra.
9 - Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da
Glória.
10 - Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos; ele é o Rei da Glória.

PONTO DE CONTATO

Ao contrário do que comumente se pensa, mordomia não é desfrutar os prazeres da vida sem
precisar pagar as próprias despesas. Não é ter uma visão como costumam bradar os que se
habituaram a fazer chacota da vida alheia. Buscando o exato significado da palavra, você pode
averiguar que mordomia possui significado completamente oposto. Se considerar à luz da Bíblia
então, ficará admirado! Deixe-se surpreender com as grandes lições bíblicas sobre mordomia
que foram elaboradas para serem estudas neste trimestre. Qualquer função para ser bem
exercida exige preparação adequada. Com a mordomia não é diferente. O que significa a
palavra mordomo? Que qualificações morais, intelectuais e emocionais devem ser exigidas de
um bom mordomo? Quais são as tarefas pertinentes ao despenseiro? Quais as suas atribuições?
Qual a diferença entre servo e mordomo? Converse com a turma sobre o tema e deixe que
exponham suas impressões. Você acha que tem sido um bom administrador da vida que Deus
tem lhe proporcionado? Pense nisso.

SÍNTESE TEXTUAL

Segundo está escrito em 1 Coríntios 4.2, fidelidade é pré-requisito fundamental para o perfeito
desempenho das funções de administrador. No Reino de Deus não é diferente. Tanto é assim
que, na parábola dos dez talentos, aquele senhor, ao receber relatório do trabalho prestado,
declarou “bem está servo bom e fiel […]”. Fiel é aquele que inspira confiança, que não falha,
que não muda. Que cumpre aquilo a que se obriga. Que é capaz de cumprir com diligência as
ordens de seu senhor. Que é capaz de defender com zelo os bens a ele confiados. Esta mesma
parábola revela-nos que aquele proprietário distribuiu àqueles homens tarefas de acordo com a
capacidade que possuíam para executar o trabalho, portanto, não há desculpas para a
negligência. Segundo nossa capacidade, devemos cumprir nossa missão como bons
administradores de Deus na terra.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Um exemplo clássico do exercício eficiente de mordomia, é José no Egito quando prestou


serviço na casa de Potifar. Leia com atenção a passagem de Gênesis 39 com destaque especial
para os versículos 5 e 23. Tenha em mente que Deus, ainda hoje, nos faz mordomos de seus
dons e talentos e nos pedirá prestação de contas deles. Elabore uma pequena encenação com a
ajuda de alunos voluntários. Não se preocupe com grande produção. O objetivo da dramatização
é trazer à memória o que Deus faz na vida daquele que se mantém fiel a despeito das
circunstâncias.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A leitura bíblica da lição desta semana destaca um cântico do salmista Davi em que este
glorifica a Deus como Criador, Senhor da terra e do mundo, e de tudo o que neles há (Sl 24.1).
Tudo o que somos, o que vemos e o que possuímos na vida pertencem a Deus, porque Ele criou
todas as coisas (Gn 1.1). Esse conceito bíblico deixa claro que o ser humano foi criado por Deus
para ser seu mordomo, isto é, o administrador de todas as coisas criadas. Criação é o livre ato de
Deus, pelo qual todas as coisas foram feitas. Diz-nos as Escrituras que após Deus haver
completado a obra de criação, criou o homem e a mulher e confiou a ambos a missão de
administrar a terra e o que nela existe (Gn 1.26-28; 9.2; Sl 8.6-8). Portanto, o homem foi
estabelecido para ser mordomo do Altíssimo. Deus nunca lhe entregou qualquer direito de
propriedade, mas para si mesmo reservou as coisas que criou. Nesta lição, estudaremos os
princípios básicos da vivência humana cotidiana, especialmente em relação ao crente,
conscientizando-o acerca do seu papel como mordomo do Senhor dos senhores (1Co 4.2).

I. O QUE É UM MORDOMO

Mordomo é o administrador de uma casa, ou dos bens de outrem. As palavras família, casa, pai
de família, bens, mordomo, servo e administrador estão todas ligadas ao sentido da palavra
mordomia. Do ponto de vista bíblico, aplicável e prático, mordomia é a administração da nossa
vida individual em toda a sua extensão física, moral, material e espiritual. Todas as atividades
pessoais do cristão devem ser administradas sob a exata aferição da Palavra de Deus.
II. A BASE BÍBLICA DA DOUTRINA DA MORDOMIA

A primeira grande verdade que um cristão deve aprender acerca da mordomia cristã é que a
Bíblia é a revelação de toda vontade de Deus para o homem. É a Palavra de Deus que ensina o
papel do autêntico cristão como mordomo. Deus confiou ao homem a administração de bens e
poderes que pertencem a Ele. Portanto, é da sua competência administrar com eficiência os bens
confiados por seu Senhor, para que seja plenamente feliz (Lc 12.42-44; 1Co 4.2).

1. O princípio da soberania de Deus. Essa soberania revela-se nas palavras inspiradas do


salmista: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo, e aqueles que nele habitam” (Sl
24.1). Por esse princípio divino entendemos que nosso papel como criaturas e filhos de Deus é o
de reconhecermos sua soberania sobre todas as coisas e ser-lhe submissos sem reservas (Lc
14.26,27,33; Mt 28.20). A mordomia bíblica destaca a soberania de Deus em termos do
senhorio. Ele é o Senhor!

2. Deus é Criador e Senhor de todas as coisas. A doutrina da criação, exposta na Bíblia, tem
por objetivo revelar a grandeza, o poder e a sabedoria de Deus como Criador, bem como a
relação entre Ele e o homem. A Bíblia evidencia o fato de que Deus é a fonte de toda a criação,
e de que ela pertence a Ele e se lhe sujeita (Am 4.13; 9.5,6). A criação do Universo é
apresentada como um fato consumado e aceito pela fé: “Pela fé entendemos que os mundos,
pela Palavra de Deus, foram criados” (Hb 11.3). Sem dúvida, há uma intensa relação entre
Deus, o Criador, e a sua criação. Essa relação demonstra que o Eterno cuida e se interessa por
tudo quanto criou. Ele é quem sustenta e provê todas as coisas. (Jo 5.17; Hb 1.3; Sl 104.30).
Após estabelecer o mundo natural pelo poder de sua Palavra, a ação criadora de Deus culminou
com a criação do ser humano (Gn 1.26-30). Primeiro o Todo-Poderoso criou todas as outras
formas inferiores de vida. No reino pessoal destaca-se o homem, criado à imagem e semelhança
de Deus, em termos relativos à personalidade e espírito. No reino impessoal, os seres
irracionais, que a Ele pertencem por direito. Quanto aos seres humanos, Deus tem três direitos
especiais, que focalizaremos a seguir.

III. A RELAÇÃO ENTRE O CRIADOR E O HOMEM

Deus criou o homem, ser racional e espiritual, e capacitou-o para pensar, sentir, raciocinar e
decidir. Após criá-lo, Ele o fez seu mordomo sobre tudo quanto estabelecera. Concedeu-lhe
poderes para dominar (Gn 1.28) sobre as demais criaturas do mundo animal. O homem, ao cair
em pecado no Éden, perdeu todos os seus direitos de domínio. Contudo, o amoroso Criador não
desistiu de sua criatura especial, mas providenciou a sua restauração através de Jesus Cristo, seu
Filho Amado. Tal restauração inicia-se imediatamente, sempre que o homem crê em Jesus como
seu Salvador e serve-o de todo o seu coração.

1. O homem pertence a Deus por direito de criação (Gn 1.27; Is 43.1; 45.12; Ez 18.4). Ao
criá-lo, o Eterno concedeu-lhe uma estrutura física: seu corpo fora formado do pó da terra. O
verbo “formou”, em Gênesis 2.7 referente a Deus quando da formação de Adão, confere um
sentido dinâmico à sua criação, indicando que ele não é só constituído de espírito e alma, mas
também de materiais preexistentes. A forma material e a espiritual resultaram de um ato
completo do poder criador de Deus, como está declarado nas Escrituras; e não de um processo
gradual evolucionista até chegar ao macaco. Enquanto Deus o eleva, criando-o perfeito e
completo, como declara a Bíblia, ele próprio se degrada, aparentando-se com os animais
irracionais. A distinção da criação especial do homem por Deus está no fato declarado pela
Bíblia em Gênesis 2.7 que diz: “e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a
ser alma vivente”. Esse fato nos mostra que o homem tem mais que vida física; possui vida
espiritual. Ele é também um ser pessoal com consciência de si mesmo e dotado de livre-arbítrio,
o que o torna altamente responsável, além de revelar em parte o seu caráter.
2. O homem pertence a Deus por direito de preservação (At. 14.17; 17.28; Cl 1.17). Deus
não só criou o homem, mas também o sustenta por sua divina providência. Essa providência é
inicialmente conhecida pelo oxigênio que respiramos, pelo vestuário e pelo alimento que a terra
produz para nós. Ele é criação especial de Deus que o preserva por meio de suas leis espirituais
e naturais expressas na própria vida física e espiritual do homem. No que se refere à mordomia
de sua própria vida, o homem deve obedecer e respeitar essas leis para ter uma vida feliz e
abençoada (Dt 33.12-16, Ne 9.6, At 17.28).

3. O homem pertence a Deus por direito de redenção (1Co 6.20; Tt 2.14; Ef 1.7). Por causa
da sua queda no Éden, o homem perdeu seu rumo e, portanto, o alvo para o qual foi criado.
Perdeu, de igual modo, a preciosa e imprescindível comunhão com o seu Criador. A palavra
hamartia define o pecado como “desvio do alvo”, ilustrado pela flecha do atirador, disparada,
mas sem rumo, sem alvo, perdida. Esse é o estado atual do homem sem Deus por causa do
pecado. Entretanto, o Todo-Poderoso não desistiu de sua criatura e, enviou seu Único Filho, o
qual se fez carne e, habitou entre nós para redimir a humanidade e restaurá-la à comunhão com
o Criador. O preço da redenção foi pago com o sangue inocente e imaculado de Cristo. Por meio
desta maravilhosa obra redentora, o homem é restaurado à sua condição original de comunhão
com Deus. O agente regenerador, nesta obra salvífica, é o Espírito Santo, que nele opera a
regeneração e a santificação (Tt 3.5; 2Ts 2.13). É imperioso afirmar que a condição essencial da
redenção é a fé em Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 3.21-26; At 26.18).

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos essencialmente que todas as coisas existentes no universo foram por
Deus criadas e, portanto, tudo lhe pertence. Ele é o Senhor de tudo e de todos. Como guardiões
de Deus na terra, devemos exercitar a nossa mordomia sobre todas as coisas. Em síntese, a
palavra mordomia fala da consciência que o crente deve ter de que tudo quanto possui é, acima
de tudo, um bem proveniente de Deus (Tg 1.17).

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“Em última instância, como é natural, não possuímos nada; apenas somos mordomos das coisas
que Deus nos confiou. É Deus quem possui todas as coisas. Devemos usar nossos recursos
econômicos e nosso trabalho conforme Ele ordena, de acordo com a sua lei de justiça e
misericórdia […]. [...] Quando levamos a cabo nossa vocação em obediência às ordenanças de
Deus, escreveu Martinho Lutero, então o próprio Deus trabalha através de nós de acordo com
seus propósitos. Essa parceira inclui todas as formas legítimas de trabalho, não só as vocações
espirituais. Lutero rejeitou totalmente a noção de que os monges e o clero eram comprometidos
com o trabalho mais santo do que os lojistas e as donas de casa. ‘Trabalhos aparentemente
seculares são adoração a Deus’, escreveu, ‘e uma obediência que agrada bastante a Deus
[…]’. […] A rejeição da doutrina bíblica da Criação conduziu à rejeição de sua doutrina da
natureza humana (sua antropologia). Os seres humanos já não eram mais vistos como resultado
do trabalho manual de Deus, vivendo de acordo com elevados propósitos espirituais e morais -
amar a Deus e servir aos semelhantes. Ao invés disso, passaram a ser vistos somente como parte
da natureza, dirigidos pelo egoísmo e pela conveniência. Como resultado, a ética protestante foi
separada de seu contexto cristão de mordomia e serviço, e degradou-se em um credo de sucesso
pessoal” (E Agora Como Viveremos? CPAD, pp.454,456-458).

Lição 2: A importância da mordomia cristã


Data: 12 de Outubro de 2003

TEXTO ÁUREO
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”
(Rm 12.2).

VERDADE PRÁTICA

A administração sábia e eficiente dos bens que Deus nos outorgou implica conhecermos,
biblicamente, os propósitos da Sua vontade para conosco.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 1Pe 1.17


Devemos viver a vida no temor de Deus
Terça - Lc 1.74,75
Devemos viver a vida no serviço de Deus
Quarta - Rm 14.8; Fp 1.21
Devemos viver a vida para Deus
Quinta - Rm 12.18; Hb 12.14
Devemos viver a vida na paz
Sexta - 1Ts 5.15
Devemos viver a vida na prática do bem
Sábado - 1Co 16.13; Ef 5.15
Devemos viver a vida com cuidado

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Colossenses 3.1-11.

1 - Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está
assentado à destra de Deus.
2 - Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra.
3 - Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
4 - Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com
ele em glória.
5 - Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o
apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria;
6 - pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
7 - nas quais também, em outro tempo, andastes, quando vivíeis nelas.
8 - Mas, agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência,
das palavras torpes da vossa boca.
9 - Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos;
10 - e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele
que o criou.
11 - onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou
livre; mas Cristo é tudo em todos.

PONTO DE CONTATO

A única maneira pela qual podemos administrar com eficiência a riqueza que Deus nos confiou,
seja ela no campo emocional, social, material ou espiritual é aplicando nossos recursos segundo
a matemática de Deus. Qual será o rendimento diário para um investimento em perdão? O que
aconteceria se utilizássemos nossas economias de conhecimento (intelectual) para adquirirmos
cotas de ações de sabedoria? Quanto lucraríamos se colocássemos em depósito um montante de
compaixão somada a certa quantidade de misericórdia, com rentabilidade menor que 1% (ao
dia, ao mês, ao ano…) já que as circunstâncias de mercado podem nos ser pouco favoráveis? Às
vezes somos tentados a pensar, da mesma forma que aquele servo indolente. Usamos nossa
lógica para nos convencer de que nossa utilidade está em promover a maravilha da
multiplicação, quando, na verdade, Deus quer apenas a nossa pequena porção de farinha e azeite
porque operação de maravilhas é Ele quem realiza. Medite nisto.

SÍNTESE TEXTUAL

Zelo, fidelidade e diligência estão intrinsecamente ligados ao exercício da mordomia a qual


reúne os aspectos material e espiritual na experiência cotidiana da vida cristã. Onde quer que se
encontre, o crente deve levar em conta em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça. Deus
nos criou com propósitos definidos, mas esta realização depende de nós. Executar a vontade de
Deus requer disposição, confiança e obediência. Precisamos buscar a Deus para conhecermos
sua vontade. Assim como o senhor da parábola dos talentos voltou para pedir contas, nós
igualmente, um dia, estaremos perante o Tribunal de Cristo. Portanto, é dever de cada crente
viver e agir segundo o propósito divino e administrá-lo de forma a receber a aprovação “bem
está servo bom e fiel […]”. Você está preparado para isto?

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Traga uma figura grande de uma igreja e outra de um globo terrestre ou então desenhe no
quadro de giz (A figura da igreja representará a Igreja e a do globo representará o mundo). Cole
as figuras no quadro de giz. Escreva em tiras de papel as obras da carne citadas na leitura
bíblica: prostituição, impureza, glutonaria, avareza, ira, cólera, malícia, maledicência, palavras
torpes, etc. Depois distribua entre os alunos. Leia em voz alta e conforme elas forem citadas os
respectivos alunos devem se levantar e colar as tiras no “mundo”. Quando terminar, peça aos
alunos que visualizem a “forma do mundo” e a “forma da igreja” para que eles percebam a
diferença. Fale sobre a responsabilidade que temos em conservar a nossa vida santa, como
corpo de Cristo, para que resplandeçamos (façamos a diferença) neste mundo de trevas.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A doutrina da mordomia cristã tem suas origens no Antigo Testamento. No cristianismo bíblico,
a prática da mordomia cristã evidencia o senhorio de Cristo, uma vez que Ele é Senhor sobre
todas as coisas criadas (Fp 2.9-11; Cl 1.16-19; At 2.36). O conhecimento e a prática da doutrina
da mordomia pelo cristão desenvolve nele os conceitos bíblicos dessa doutrina e motiva-o a
dedicar-se cada vez mais à causa do Senhor e à prática do bem em relação aos seus semelhantes,
sua família, seu trabalho e sua igreja local.

I. MORDOMIA DO PONTO DE VISTA CRISTÃO

Mordomia no sentido comum, secular e popular tem má conotação. Mas, no sentido cristão, é,
como já vimos, a administração dos bens de outrem. Ela implica, de igual modo,
responsabilidade de administrar os nossos próprios bens espirituais, morais e materiais, segundo
o supremo ideal de vida, que é Cristo (Cl 3.4; Jo 13.15; 1Jo 2.6). De fato, toda a vida de Cristo e
seus ensinos devem ser a base imutável da mordomia cristã. Vejamos alguns ensinos bíblicos
para os que desejam administrar sabiamente sua vida sobre a terra.

1. A mordomia cristã reúne o espiritual e o material na experiência cotidiana. Na verdade,


toda nossa vida, tanto na esfera física ou material, como na espiritual, tem a ver com Deus. Cada
atividade da nossa vida é preciosa para Deus, pois pertencemos a Ele. No trabalho, no escritório
ou na fábrica, na vida pública, no lar ou viajando, não podemos separar as duas coisas. Cada
pensamento, cada olhar, cada movimento nosso, tudo, enfim, que se passa conosco, está patente
aos olhos de Deus. Sua imanência torna-o presente em tudo o que fazemos. Não podemos
separar, neste aspecto, atividades religiosas e atividades seculares. Em todo o tempo a
mordomia cristã implicará em sabermos colocar o reino de Deus em primeiro plano (Mt 6.33).

2. A mordomia cristã desenvolve o senso de responsabilidade com a vida. A Bíblia nos


exorta: “Não sejais vagarosos no cuidado” (Rm 12.11). O crente deve, pois, com a graça de
Deus e o poder do Espírito Santo ser sempre zeloso, fiel e diligente em suas atividades na igreja.
O crente precisa também administrar a sua vida, de modo geral, espiritual e material com
elevado senso de responsabilidade. Desmazelo e desorganização na vida material e espiritual
são próprios de quem não conhece e nem pratica a mordomia cristã. Segundo os ensinos das
Sagradas Escrituras, atitudes como pontualidade no cumprimento dos deveres materiais e
sociais e honestidade no trabalho e no trato com as pessoas são valores morais basilares na
administração da vida.

3. A mordomia cristã inclui prestação de contas. Na parábola denominada O mordomo infiel,


Jesus relatou a história de um mordomo fraudulento que usava de astúcia para tirar proveito
para si em detrimento dos outros. Porém, o senhor daquele servo infiel exigiu dele “prestação
de contas” (Lc 16.2). Jesus incriminou os religiosos fariseus por sua hipocrisia e corrupção no
trato das coisas sagradas e seculares que eles administravam. Nós, filhos de Deus, como seus
servos, compareceremos um dia perante o Tribunal de Cristo para recebermos segundo o que
tivermos feito neste mundo (2Co 5.10; Rm 14.12; Mt 16.27; Lc 14.14; Ef 6.8).

II. A MORDOMIA CRISTÃ VALORIZA A VIDA HUMANA

Desde que o homem pecou, vive a perguntar (isto é, o homem natural): “Por que estou aqui?”;
“Qual a razão da minha existência?”; “Qual o sentido da minha vida?”; “Por que existo?”.
Independente de cor, etnia, “status social”, estas perguntas estão na mente de cada pessoa. O
autêntico cristão não faz tais perguntas, pois, vivendo na luz de Cristo, ele sabe que tudo isto
está relacionado ao seu papel de servo e mordomo do Senhor. Mas, quanto ao incrédulo, sua
mente obscurecida pelo pecado, nada vê, nem entende, daí essas perguntas milenares sem razão
de ser.

1. Para todas as coisas Deus tem um propósito. O que aprendemos na Bíblia é que Deus nos
criou com propósitos definidos, mas a realização feliz dos mesmos dependerá de nós. O pecado
preteriu o alvo do propósito divino, mas Jesus Cristo veio para restaurar o homem ao plano
divino original; por isso, Ele se constitui no supremo ideal de vida para o homem (Cl 1.28;
2.10). Toda a vida de Cristo e seus ensinos constituem a base principal para a realização desse
propósito.

2. O propósito de Deus para a nossa vida. Deus quer que cumpramos nosso papel consoante o
seu propósito divino. Temos nisto o exemplo de dois grandes apóstolos: Pedro e Paulo. Ambos
foram chamados para pregar o Evangelho de Cristo e estabelecer a igreja na terra. Porém, cada
qual tinha um propósito diferente. Pedro compreendeu que o propósito de Deus para sua vida
era o de ser um líder entre os cristãos judeus, e convencê-los de que Deus estava agregando à
igreja os gentios (At 10). Paulo, por outro lado, estava convicto de que o propósito de Deus em
seu ministério era o de levar o Evangelho às terras gentias (Gl 2.7,8). Cada crente deve viver e
agir segundo o propósito divino para a sua vida e procurar administrá-lo de forma a não estar
em falta no dia do Tribunal de Cristo.

III. A MORDOMIA CRISTÃ HUMANA SEGUNDO A VONTADE DIVINA

A Bíblia fala da oração para que o crente seja cheio do conhecimento da vontade do Senhor (Cl
1.9). A mordomia cristã requer do cristão disposição, confiança e obediência na execução da
vontade de Deus para a sua vida. Há pelo menos três modos de identificar a vontade divina e
administrá-la em nossa vida.
1. A vontade absoluta de Deus (Rm 8.28-30). É a sua soberana e imutável vontade, que não
pode ser alterada. É aquela vontade que envolve todos os detalhes do universo e está oculta ao
conhecimento humano. É aquela vontade que segue o seu curso estabelecido dentro daquilo que
Deus determinou. Se reconhecermos Sua vontade absoluta, não discutiremos como Ele a realiza,
porque Ele é o Oleiro e nós somos o barro. Ele é a Videira, nós somos apenas os ramos. Ele é o
Senhor, nós, os seus servos. Se é Ele quem está no comando, nós apenas fazemos o que Ele nos
ordena fazer, e mesmo assim fazemos tudo imperfeito, incompleto. Ora, se entendermos a
vontade absoluta de Deus, também, entenderemos que a mesma é santa, justa e boa.

2. A vontade permissiva de Deus. Refere-se ao poder de Deus de permitir, como e quando Ele
quiser, algum evento, positivo ou negativo. Por exemplo: Deus permite ao homem a livre
escolha, mas não aprova o pecado. O homem pode escolher pecar, mas Deus o previne e o julga
pelo pecado que cometer. Deus é Santo, portanto o pecado será sempre abominável perante os
seus olhos. Muitas vezes, o crente passa por privações que Deus permite. Não que Ele tenha
prazer no sofrimento do seu servo, mas Ele o permite para que o crente aprenda as lições da
vida espiritual que lhe faltam. Deus tem o poder de fazer prevalecer a sua vontade e impedir
qualquer ação contrária seja de quem for. Porém, Deus em sua onisciência, sabedoria e
providência nem sempre interfere. Ele pode, sim, permitir ou não o que Ele quiser, conforme a
sua perfeita justiça e retidão, para salvar, corrigir, alertar e assim por diante (2Cr 32.21; Sl
81.12,13; Os 4.17; At 14.16; Rm 1.24,28).

3. A vontade preventiva de Deus. Diz respeito à ação de Deus para prevenir o homem de
algum mal ou pecado (Gn 20.6; 31.24; Sl 19.13). Quando o crente mantém plena comunhão
com Ele, é prevenido muitas vezes dos perigos que podem ameaçar a sua vida em todas as
esferas.

CONCLUSÃO

Zelo, fidelidade e diligência devem caracterizar a mordomia cristã em todos os seus aspectos. O
servo fiel será recompensado na mesma proporção de seu empenho em cumprir as
determinações divinas. O Tribunal de Cristo será instituído para fins de apuração do
cumprimento destas determinações executadas pelo crente na terra.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“Deus é bom e criou um mundo perfeito. Contudo, uma das coisas que torna os seres humanos
(e os anjos) entidades inteligentes é a liberdade. Eles tinham a liberdade de escolher obedecer a
Deus ou se distanciar d’Ele. E para se distanciar de Deus, a fonte de toda a bondade, era
necessário criar o mal. O mal é criado pelo pecado. A decisão de pecar foi tomada no reino
espiritual por Satanás e outros anjos, seres inteligentes capazes de genuínas escolhas morais; o
pecado então entrou no nosso mundo através das livres escolhas morais feitas pelos primeiros
seres humanos, Adão e Eva. De lá, a praga espalhou-se por toda a história por causa das livres
escolhas morais que os seres humanos continuam a fazer […]. […] Entretanto, se Deus sabia de
antemão que faríamos tal bagunça com as coisas, diz o cético, por que deixou que isso
acontecesse? Por que nos criou com a capacidade de pecar? Pergunta justa. Mas pense com
cuidado sobre o que isso significa. Para que Deus assegurasse que nós não pudéssemos pecar,
ele teria de mexer no nosso livre-arbítrio - para nos criar não como seres humanos completos,
mas como marionetes ou robôs programados para fazer somente o que Ele quisesse. Isso,
porém, nos faria incapazes de amar a Deus ou a outro semelhante, pois o amor genuíno não
pode ser coagido. Também, sem livre-arbítrio, não seríamos capazes de responsabilidade moral,
criatividade, obediência, lealdade ou heroísmo. A única maneira pela qual Deus poderia criar
seres que fossem completamente humanos era correr o risco de que eles usassem sua liberdade
para escolher o mal.

Lição 3: Cuidando da Terra


Data: 19 de Outubro de 2003

TEXTO ÁUREO

“E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn
2.15).

VERDADE PRÁTICA

Quando Deus criou a Terra, não a deixou sem governo, mas criou, também, um mordomo
habilitado para administrá-la.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 1.1; Hb 11.3


Deus criou o universo
Terça - Sl 36.6; 65.9-13
Deus conserva todas as coisas criadas
Quarta - Ne 9.6
Deus dá vida a todas as coisas
Quinta - Jo 1.3; Cl 1.16,17
A Trindade Divina operou de modo cooperativo na criação
Sexta - Ef 3.9
A criação do universo pelo Conselho Divino
Sábado - Hb 1.3
Todas as coisas criadas são sustentadas pelo poder da Palavra de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 1.1,10-12,26-28; 2.8,15.

Gênesis 1
1 - No princípio criou Deus os céus e a terra.
10 - E chamou a porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus
que era bom.
11 - E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê
fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi.
12 - E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie e árvore frutífera,
cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom.
26 - E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e
domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o réptil que se move
sobre a terra.
27 - E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou: macho e fêmea os criou.
28 - E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal
que se move sobre a terra.

Gênesis 2
8 - E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que
tinha formado.
15 - E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.

PONTO DE CONTATO

Leve para a aula recortes de revistas e jornais que mostrem lugares alterados pela influência
maléfica do homem contra a natureza. Comente as consequências da destruição dos
manguezais; dos derramamentos de óleo nos rios e mares; do despejo de excrementos de
origens diversas, sem tratamento adequado, diretamente nos mananciais poluindo as fontes de
águas potáveis; do desmatamento indiscriminado que, nas montanhas desencadeiam
desmoronamentos criminosos; e, nas florestas, alterações climáticas dificultando o bem-estar e
causando desequilíbrio ambiental. Você pode estar se perguntando, o que isto tem a ver
comigo? Leia Gênesis 1.26-31 e reflita.

SÍNTESE TEXTUAL

Ecologia está ligada às coisas que dão sustentação à vida na Terra. É a ciência que trata do meio
ambiente, ou seja, do espaço físico em que vivemos. A Terra é constituída por um sistema vital
responsável pelo equilíbrio e harmonia entre os seres. O desrespeito a este sistema desencadeia
corrosão e consequente destruição do meio ambiente, muitas vezes de modo irreversível. É
dever de todo homem, e o crente não está fora disto, cuidar da manutenção deste meio, pois isto
é ordem divina. Deus estabeleceu leis naturais para a preservação da Terra. O homem foi
colocado como guardião deste mundo que Deus criou para seu deleite (Gn 2.15). Guardião é um
administrador (mordomo) que cuida de bens alheios, um dia lhe serão exigidas contas.
Promover a manutenção do mundo que Deus criou é promover a própria subsistência.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Peça aos alunos para fecharem os olhos e comece a fazer a leitura bíblica em classe. Diga-lhes
que imaginem cada ato narrado da criação, leia pausadamente de maneira que possam visualizar
cada cena. Após a leitura, solicite a seus alunos que abram os olhos e resumam em uma palavra
tudo aquilo que imaginaram. Agora fale sobre as responsabilidades que temos como
administradores desta terra, onde somos peregrinos, em preservar a natureza que Deus criou
com tanto amor e perfeição. É importante conscientizar cada aluno de seu dever como cidadão e
exemplo para a sociedade.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Esse é um assunto que, infelizmente, tem sido relegado no ensino geral da igreja. Todavia, a
despeito do tema “ecologia” ser novo entre as ciências, precisamos conhecê-lo e nos
conscientizar da nossa responsabilidade no cuidado com os elementos da subsistência dos seres
vivos. Nesta lição evitaremos os termos técnicos e científicos e usaremos uma linguagem
simples para que cada aluno entenda, assimile, e pratique em sua vida cotidiana tudo o que for
ensinado.

I. A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

1. Ecologia. Esta é uma palavra técnica e científica, alusiva a nossa subsistência como seres
vivos. Ela tem a ver com o cuidado que devemos ter com as coisas que dão sustentação à vida
na Terra. É a preservação do meio ambiente. O elemento inicial do termo ecologia, eco, vem de
oikos, habitação. Ecologia é, pois, a “ciência do habitat”, ou seja, o conhecimento do mundo
físico que habitamos. O ar puro, os alimentos saudáveis, a água, a vegetação e a vida animal são
elementos vitais que precisam estar em perfeita harmonia com a natureza criada (Gn 1.20-25).
Deus criou o homem para que o mesmo fosse seu mordomo no controle e preservação das
coisas criadas (Gn 1.26-28).

2. Ecossistema. “Todo conjunto formado por um ambiente inanimado (solo, água, atmosfera) e
os seres vivos que habitam na terra” (Gn 1.6-10). A Terra tem um rico ecossistema que faculta
aos seres vivos as condições de viverem harmoniosamente. Esses seres: animais e vegetais
vivem em função uns dos outros (Gn 1.11,12,20-22). Se tal sistema vital for desrespeitado,
muitos danos e desequilíbrios prejudicarão a todos, o que vem ocorrendo por toda a parte, pela
ação predatória, ilegal e criminosa do ser humano. O desmatamento irracional e perverso das
florestas; a poluição dos rios e mares; a fumaça industrial na atmosfera; e tantos outros
elementos corrosivos da natureza, alteram todo o ecossistema. Uma vez alterado o “meio-
ambiente”, as consequências serão desastrosas, tais como acontece com as enchentes, a
mortandade de peixes dos rios, enfim, a destruição da flora e da fauna em geral. Essa realidade
deve despertar a Igreja de Cristo para o cumprimento do seu papel na sociedade, ensinando os
cristãos a portarem-se com sabedoria nesse ambiente criado por Deus para nele vivermos,
habitarmos e sermos felizes.

3. Desenvolvimento sustentável. Devemos nos preocupar com esta questão na Escola


Dominical? Lembremo-nos que nós como igreja, somos “o sal da terra e a luz do mundo” (Mt
5.13,14). O crente deve ser exemplo também como cidadão e membro da comunidade. É
evidente que a comunidade política e a científica, e não a igreja, devem ser os vanguardeiros
nesta luta, mas a igreja também, pois, enquanto aqui estivermos, usaremos os bens e os recursos
deste mundo com a devida prudência e sabedoria (1Co 7.31).

II. O ECOSSISTEMA CRIADO POR DEUS

1. O que o ecossistema representa para o homem. Ecossistema diz respeito ao equilíbrio da


natureza criada; o ambiente do qual dependemos para viver. Quando Deus criou os céus e a
terra (Gn 1.1-3.6-11,14-18,20,21,24-28), estabeleceu regras e leis naturais para preservação do
“meio ambiente”, com todos os elementos vitais da natureza que são a água, a terra, a
vegetação, a atmosfera, os animais e o homem. Deus criou os céus e a terra do nada, isto é, sem
o uso de material preexistente. Porém, o homem físico foi feito da argila da terra, isto é,
“formado do pó da terra” (Gn 2.7). Os elementos moral e espiritual, alma e espírito, foram
criados por Deus. Aqui merece destaque o fato de que a primeira criatura humana foi formada a
partir de algo já existente, a terra, e foi-lhe conferida a capacidade de governá-la e preservar seu
sistema de subsistência.

2. Deus plantou um jardim para o homem (Gn 2.8). Deus, ao preparar o jardim do Éden para
o homem, entregou-lhe a missão de administrá-lo e preservar os seus valores. O homem foi feito
mordomo de Deus na terra. (Gn 1.26; 2.15; Sl 8.6).

3. Deus estabeleceu leis naturais de preservação para o mundo criado. Ele estabeleceu leis
que regulam todo o sistema físico criado, não só na terra, mas em todo o orbe. Ele fez separação
entre dia e noite (Sl 74.16; 148.3). Ele criou as estações e climas que promovem as mudanças e
renovações de temperatura e suas manifestações (Gn 1.14; 8.22; Sl 74.17). Ele controla a
natureza de todo o universo (Sl 19.1-6). Ele faz soprar os ventos e controla a medida das águas
dos rios e mares (Jó 28.25). Ele criou leis biológicas onde as espécies se multiplicam e
obedecem a estas leis (Gn 1.11,12). Ele criou as leis da meteorologia, isto é, as leis que regulam
as estações, com sol, chuva, frio e calor (Jó 28.26; At 14.17). A preservação do meio ambiente é
uma obrigação de toda a criatura humana. As consequências do descumprimento disso estão se
tornando trágicas. Nada temos a ver com o movimento filosófico religioso (e disfarçadamente
ocultista) da Nova Era que endeusa o assunto em apreço, mas, por outro lado, somos
administradores designados por Deus, da água que bebemos, das plantas que a terra nos dá para
mantimento e do ar oxigenado que respiramos.
4. Deus criou o homem e o tornou o centro desse ecossistema. Ao criar o homem, Deus o
dotou de santo temor, de capacidade, de inteligência, sentimento e vontade, por isso, o homem
foi criado à sua imagem e semelhança (Gn 1.26-28). Essa capacidade racional e sentimental
tinha por objetivo fazer do homem o centro de toda a criação, o mordomo da criação. Por causa
do pecado, a alma humana foi corrompida, e o homem passou a agredir os bens criados pelo
Todo-Poderoso, isto é, o meio ambiente vem sendo agredido por causa do pecado e os seus
recursos naturais prejudicados.

5. O homem foi feito guardião do meio em que vive. A Bíblia declara que o homem foi posto
no jardim do Éden para o lavrar e guardar (Gn 2.15). Portanto, um mordomo é um guardião das
coisas que Deus criou para benefício do próprio homem. O pecado afetou as relações entre o
Criador e sua criatura (Ef 2.12-17). O próprio Deus preparou um plano de restauração dessa
relação, estabelecendo a paz com o homem e desfazendo a inimizade.

III. A IMPORTÂNCIA DA RACIONALIDADE DO HOMEM

A diferença entre um ser humano e um animal é imensa, a começar do componente imaterial do


ser humano, alma e espírito com seus atributos, a racionalidade e a personalidade. E isso sem
falar no seu elemento físico (1Co 15.39). Preservar a natureza é, para o homem, uma questão de
racionalidade.

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos que somos cooperadores de Deus na manutenção do mundo que Ele
criou e exercemos o papel de mordomos de todas as coisas vitais para nossa subsistência.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Preserva os “rastros” de Deus

A crença na existência de Deus sempre esteve vinculada às suas obras, entrementes, muitas
filosofias foram criadas sobre a natureza como o panteísmo, por exemplo, que confunde o
Criador com a criatura. Biblicamente a natureza significa o mundo criado, onde Deus faz
imperar suas leis e desenvolve seus propósitos. Neste sentido, a criação provê uma notável lição
objetiva que nos ensina a grandiosidade de Deus, sua sabedoria, poder e incontestável
majestade. Como diz as Escrituras: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se
manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do
mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem
pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1.19,20). Para que o
homem se conscientize do cuidado que deve ter com o meio ambiente e a natureza, deve, em
primeiro plano, crer incondicionalmente na existência de um Deus criador, pessoal e presente
que jamais abandonou suas criaturas ao sabor do acaso (Artigo - Prof. Marcos Tuler - chefe de
Educação Cristã, CPAD).

Subsídio Bibliológico

“A base bíblica para esse entendimento é a narrativa da criação, onde nos é dito que Deus falou
e tudo veio a existir do nada (Gn 1 e Jo 1.1-14). Tudo o que existe veio à existência mediante o
seu comando, e é por essa razão sujeito a Ele, encontrando propósito e sentido n’Ele. A
implicação é que em todo assunto que investigamos, desde ética econômica até ecologia, a
verdade só é encontrada em conexão com Deus e sua revelação. Deus criou o mundo natural e
as leis naturais. Deus criou os nossos corpos e as leis morais que nos mantêm saudáveis. Deus
criou as nossas mentes e as leis da lógica e da imaginação. Deus nos criou como seres sociais e
nos deu os princípios para instituições sociais e políticas. Deus criou um mundo de beleza e
princípios de criação estética e artística. Em toda área da vida, conhecimento genuíno significa
discernir as leis e ordenanças pelas quais Deus estabeleceu a criação, e então permitir que essas
leis modelem a maneira pela qual devemos viver […]. […] Teólogos como Agostinho e Tomás
de Aquino sustentaram que a lei humana deve refletir a ordem moral criada por Deus - que pode
ser reconhecida tanto pelo crente como pelo não crente, já que é uma ‘lei escrita no coração
[…]’. […] A lei natural ditada pelo próprio Deus […] é normativa em todos os países em todos
os tempos, escreveu o grande jurista do século XVIII, Sir William Blackstone. ‘Nenhuma lei
humana tem qualquer valor, se for contrária a esta; e as leis humanas que são válidas derivam
toda sua força e autoridade, mediata ou imediatamente, dessa lei original’” (E Agora Como
Viveremos? CPAD, pp.33,472).

Lição 4: A tríplice mordomia cristã - Corpo, alma e espírito


Data: 26 de Outubro de 2003

TEXTO ÁUREO

“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo, e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).

VERDADE PRÁTICA

Na mordomia cristã, os constituintes material e imaterial da pessoa do cristão são administrados


de modo a abençoar o crente e a glorificar a Deus.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 1.26-28; 2.7


A criação do homem por Deus como alma vivente
Terça - Gl 5.16-25
A batalha espiritual entre a carne e o espírito no interior do crente
Quarta - Lc 1.46,47
A alma dotada de poderes intelectivos, afetivos e volitivos
Quinta - Sl 139.16
O corpo é o constituinte material do homem
Sexta - Ap 6.9
A alma sobrevive à morte do corpo
Sábado - Hb 4.12
Alma e espírito são distintos

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Tessalonicenses 5.18-23; Hebreus 4.12.

1 Tessalonicenses 5
18 - Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
19 - Não extingais o Espírito.
20 - Não desprezeis as profecias.
21 - Examinai tudo. Retende o bem.
22 - Abstende-vos de toda a aparência do mal.
23 - E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo, e todo o vosso espírito, e alma, e corpo
sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Hebreus 4
12 - Porque a Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até a divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração.

PONTO DE CONTATO

Inicie a aula conversando com sua turma sobre as distinções entre corpo, alma e espírito. Quais
as atribuições de cada um? Como devem ser administrados? É possível ao cristão dar tratamento
diferenciado para cada um destes componentes? Ressalte a importância dos sentidos, que
colocam o homem em contato com o mundo. Seu aluno deverá entender que a correta
administração de cada um destes é fundamental para o seu total bem-estar. Fale acerca da visão.
Você já se deteve para examinar quanto do mundo lhe chega através dos olhos? Jesus tratou
deste assunto de forma singular em Mateus 6.22. Discuta com sua turma: O que significa ver o
mundo com bons olhos e ver o mundo com maus olhos?

SÍNTESE TEXTUAL

O homem constitui-se de três elementos: corpo, alma e espírito, os quais devem ser conservados
irrepreensíveis. A santificação é progressiva, inicia-se no dia em que recebemos a Cristo como
Salvador e Senhor da nossa vida. Através dela separamo-nos do pecado e do mundo e nos
aproximamos d’Ele. Deve ser uma busca contínua para que os maus hábitos do velho homem
sejam transformados pelo Espírito Santo, quem nos capacita a viver uma vida santa e vitoriosa
de dedicação a Deus. É certo que não alcançaremos uma perfeição absoluta aqui, porque,
embora Ele nos dê a capacidade para não pecar, ainda não estamos livres da tentação e da
possibilidade do pecado. Entretanto, Deus quer ver em nós o desejo ardente e incessante em
buscá-la. Apesar de após a morte, o corpo se separar do espírito e da alma, eles estão
intimamente ligados. Não existe a possibilidade de o homem santificar apenas um ou dois
desses elementos. Deus exige a nossa completa separação e consagração e nos alerta para o fato
que, de outra maneira, não o veremos.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Desenhe uma tabela no quadro de giz ou numa cartolina da seguinte forma: Depois pergunte ao
máximo de alunos que puder e peça que eles se levantem e escrevam no quadro, assim eles
participam de maneira mais ativa na aula. Ao final, fale sobre a importância de colocarmos
diariamente as nossas fraquezas diante de Deus a fim de que o Espírito Santo possa nos ajudar a
vencer esta luta do espírito contra a carne.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O homem constitui-se de três elementos distintos: corpo, alma e espírito. Em teologia, esta
divisão é denominada tricotomia. Isto é, o homem é uma triunidade composta e inseparável. A
Bíblia focaliza enfaticamente, o ponto de partida para entendermos a existência triúna do ser
humano. Ela declara: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem” (Gn 1.27; Tg 3.9). Esta
declaração apresenta um fato humanamente insondável, e nós o aceitamos por fé incondicional,
visto que “esta palavra é fiel e digna de toda aceitação” (1Tm 4.9).

I. DESCRIÇÃO BÍBLICA DA CRIAÇÃO DO HOMEM

1. O duplo relato da criação do homem (Gn 1.26-28; 2.7). O primeiro relato começa com a
decisão divina: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança”. Com esta
declaração, a criação do homem representa o ponto culminante dos atos criativos de Deus. Entre
todas as demais criaturas, o ser humano distinguiu-se como uma nova ordem de existência.
Todas as coisas estabelecidas no planeta, na terra e nas águas foram previamente preparadas,
providencialmente, para sustento e satisfação do homem. A sabedoria divina criou um sistema
de vida perfeito para que a criatura humana se sustentasse e vivesse harmoniosamente com as
demais coisas vivas criadas. No segundo relato, o Criador destaca o sentido especial e distinto
do homem revelado, não apenas no aspecto físico, mas, especialmente, no moral e espiritual.
Esta descrição destaca a personalidade do homem e sua capacidade de governar as coisas
criadas por Deus.

2. A criação da mulher (Gn 2.21-23). Por estar o homem só, o Todo-Poderoso executou um
plano de criação de outro ente semelhante que lhe servisse de adjutora: a mulher. Para a
efetivação desse projeto, o Criador tirou do lado de Adão aquela que seria a mãe da espécie
humana. Deus dotou-os de capacidade reprodutiva através do sexo. Daí, então, compreende-se a
expressão bíblica: “macho e fêmea os criou” (Gn 1.27).

II. AS SUBSTÂNCIAS MATERIAL E IMATERIAL DO HOMEM

1. A distinção entre as partes material e imaterial. O corpo, por si só, nada pode fazer. Ele é
a expressão de algo superior que é a vida, a qual flui da alma humana. O corpo é a sede dos
sentidos físicos, pelos quais a alma se manifesta ao mundo exterior. O corpo e a alma além de
bem distintos, são dependentes entre si. O corpo sem a alma fica inerte. A alma precisa do corpo
para expressar a sua função racional. O corpo, com vida, não se separa da alma. Só a morte
causa essa separação provisória, visto que na ressurreição dos mortos, os mesmos corpos
sepultados e separados da alma e do espírito, ressuscitarão para unirem-se, outra vez, em glória
(1Co 15.42-44). Esta é a glória da ressurreição dos justos. Tiago escreveu que “o corpo sem o
espírito está morto” (Tg 2.26).

2. Diferença entre alma e espírito. Visto que alma e espírito compartilham a mesma dimensão
espiritual no ser humano, parece, às vezes, que os dois se confundem. Entretanto, à luz da
Bíblia, alma e espírito são distintos no ser humano como já vimos desde o início desta lição (Ec
12.7 e Mt 10.28; Ap 6.9 e Hb 12.23; Lc 8.55 e At 20.10; 1Ts 5.23). Jesus, o Homem Perfeito
tinha corpo (Hb 10.5), alma (Mt 26.38), e espírito (Lc 23.46). Qualquer texto aparentemente
conflitante deve ser estudado à luz do contexto escriturístico e doutrinário da Bíblia, onde
facilmente se perceberá a diferença entre alma e espírito.

III. HOMEM, O BEM MAIOR DE DEUS NA TERRA

Indiscutivelmente, o homem é o bem maior de Deus na face da terra. Ele foi criado com uma
biforme natureza, material e imaterial. O texto de Gênesis 2.7 diz que Deus formou o homem do
pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego da vida, e o homem foi feito alma vivente. Toda a
parte material do homem foi formada em toda a sua integridade do pó da terra. Porém, faltava-
lhe a vida que foi concedida pelo sopro divino.

1. Somos mordomos de nós mesmos. O exercício da mordomia bíblica começa com cada um
de nós. O apóstolo Paulo em sua primeira carta aos Tessalonicenses fez a seguinte oração: “E o
mesmo Deus de paz vos santifique em tudo e todo vosso espírito, e alma e corpo sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts
5.23). Isto significa que a santificação de nossa vida, em todas as suas áreas, requer amor
incondicional a Deus, consagração, zelo e separação. Isto é mordomia bíblica e cristã. Deus nos
fez mordomos dessa vida tríplice, mas uma, que é nosso corpo, alma e espírito.

2. A mordomia segundo Hebreus 4.12. Aqui a Escritura Sagrada declara que a Palavra de
Deus tem poder penetrante que sonda até a divisão das partes material e imaterial do homem. As
Escrituras Sagradas investigam minuciosamente tudo no ser humano. Como espada cortante ela
penetra no mais íntimo do nosso ser para discernir se nossos pensamentos e motivos são
espirituais ou não (vv.12,13). Em relação ao espírito, ela age como um espelho que retrata o
estado espiritual do homem e o seu relacionamento com Deus.

3. A perfeita unidade do material e o espiritual no homem. Apesar de os componentes


constituintes do ser humano serem distintos, há uma perfeita unidade no todo. Após a morte
física, isto é, a separação do material e o espiritual, não há três lugares para os distintos
elementos do homem. O corpo volta à terra, mas alma e o espírito são inseparáveis e vão a um
mesmo lugar. Como existem dois lugares finais depois da morte, o céu e o lago de fogo, requer-
se de cada um de nós administrar nossa vida como filhos e servos fiéis de Deus, de modo a
prestarmos contas a Deus e entrarmos no seu descanso de glória eterna (Ec 12.7). Todos
prestaremos contas a Deus um dia, pelas obras feitas através do corpo, bem ou mal (2Co 5.10).

CONCLUSÃO

Nesta lição, aprendemos a mordomia bíblica que devemos levar a efeito em relação ao nosso
corpo, alma e espírito. Cada parte tem a sua importância e nós, a responsabilidade física, moral
e espiritual diante de Deus.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“A única maneira de combater a concupiscência e os desejos desordenados da carne é andar em


Espírito (Gl 5.25). Andar em Espírito significa conduzir-se duma maneira tal que o
comportamento e, por extensão, toda a vida sejam ordenados e submetidos ao governo do
Espírito Santo. Só assim poderá realmente ser cumprida a lei do amor (Gl 5.16-18). Somente
pelo poder do Espírito Santo é que o crente pode crucificar a carne com todos os seus desejos
pecaminosos (Gl 5.19-21,24). O Dr. Kenneth Wuest, na obra em idioma inglês intitulada
Galatians in the Greek New Testament expressa de modo muito feliz a relação que existe entre
o crente e o Espírito Santo, para que o primeiro possa ser conduzido a uma vida de vitória.
Disse ele: ‘O Espírito Santo não é como uma máquina de motor contínuo que opera
automaticamente na vida do crente. Antes é uma pessoa divina cujo ministério espera o crente
buscar, anelando ao mesmo tempo que os santos cooperem com Ele. Dessa maneira, a escolha
depende do crente, que pode escolher entre render-se ao Espírito Santo ou obedecer à natureza
pecaminosa. O Espírito Santo está presente para dar-lhe vitória sobre a natureza carnal
quando o crente expressa um vigoroso ‘não’ ao pecado e ao mesmo tempo confia n’Ele para
obter a vitória’. A carne opõe-se ao Espírito, e o Espírito está presente para opor-se à carne. O
crente, por assim dizer, é quem decidirá a questão. Render-se ao Espírito e persistentemente
dizer ‘não’ ao pecado é um hábito que se adquire na senda da justiça. Assim, as qualidades
morais que a Lei ordena mas não pode produzir, finalmente, se desenvolvem na vida do crente
(Gl 5.18.22-24)” (Comentário Bíblico. Frank M. Boyd, CPAD, pp.43,44).

Lição 5: A mordomia do corpo


Data: 02 de Novembro de 2003

TEXTO ÁUREO

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo que habita em vós, proveniente
de Deus, e que não sois de vós mesmos” (1Co 6.19).

VERDADE PRÁTICA

Do pó da terra, o soberano Criador fez o corpo para ser o invólucro da alma e do espírito que
são imateriais.
LEITURA DIÁRIA

Segunda - Rm 12.1,2
O nosso corpo deve ser consagrado a Deus
Terça - Gl 5.17-21
A carne e suas obras pecaminosas
Quarta - 2Co 5.17
Quem é convertido vive para Cristo em santificação
Quinta - 1Co 3.16,17
O cuidado com o corpo que é a habitação do Espírito Santo
Sexta - Rm 6.1-13
O crente e sua completa renúncia ao pecado
Sábado - 1Jo 3.3-8
A purificação das más obras do corpo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 6.12-20.

12 - Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm; todas as coisas me
são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.
13 - Os manjares são para o ventre e o ventre para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto
um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor
para o corpo.
14 - Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15 - Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo. Tomarei pois os membros de
Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.
16 - Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela. Porque serão,
disse, dois numa só carne.
17 - Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.
18 - Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se
prostitui peca contra o seu próprio corpo.
19 - Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
20 - Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no
vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

PONTO DE CONTATO

Faça uma pesquisa sobre os diversos elementos químicos que compõem os alimentos que
nutrem o organismo humano, e sem os quais ele não sobrevive (proteínas, carboidratos,
gorduras). Estabeleça uma comparação com a vida espiritual. O que simbolizam estes nutrientes
na vida espiritual? Que tipos de alimentos o crente necessita para desenvolver-se saudável e
robusto. Utilize o recurso Tempestade de Ideias e aproveite a contribuição de seus alunos.
Lembre-se de que aula é acima de tudo troca de ideias.

SÍNTESE TEXTUAL

O nosso corpo é morada do Espírito Santo e como tal, deve ser preservado. Assim como nós,
Ele também gosta de viver em uma casa limpa e adornada e para alcançarmos esse objetivo,
precisamos nos manter afastados de tudo aquilo que possa torná-la imprópria para habitar. Até o
Diabo a Bíblia nos manda resistir, todavia existe algo de que ela nos manda fugir porque é mais
forte que nós, a prostituição. Deus conhece a nossa “carne”, sabe que somos fracos e o que
pode nos derrotar, por isso nos deu tão preciosa advertência. A maior vitória do homem é
conhecer as suas fraquezas, visto que poderá apresentá-las diante de Deus e fugir quando
perceber uma probabilidade de ser sucumbido por elas. Nosso corpo deve ser objeto de
glorificação do Pai, instrumento para a honra e não para a desonra.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Traga folhas de papel e lápis, distribua para os alunos e peça a eles para desenharem na frente
da folha a casa onde eles gostariam de morar e atrás detalharem o que dever ser imprescindível
nela. Depois fale sobre como deve ser a “casa” que o Espírito Santo deseja morar. Assim como
nós, Ele também gosta de morar numa casa limpa, arrumada, adornada e perfumada. Quem
gosta de entrar em casa e encontrá-la suja, bagunçada e cheirando mal? Peça a seus alunos que
façam uma autoanálise e vejam se suas vidas estão de acordo com o padrão de santidade da
Bíblia. Depois ore com eles a respeito disso.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Na lição anterior, estudamos sobre o homem como um todo, constituído de corpo, alma e
espírito. Nesta, apreciaremos a mordomia que devemos exercer sobre o nosso corpo, quanto à
sua pureza, zelo, cuidado e preservação.

I. A NATUREZA MATERIAL DO CORPO

1. A estrutura do corpo humano. A Bíblia declara que Deus fez o homem do pó da terra (Gn
2.7), e a ciência afirma que o corpo é constituído de vários elementos químicos terrígenos. Tais
elementos são enumerados como cálcio, carbono, cloro, flúor, hidrogênio, tintura de iodo, ferro,
magnésio, manganês, nitrogênio, oxigênio, fósforo, potássio, silicone, sódio, súlfur, juntos eles
não ultrapassam 6% de todo o corpo e o restante é composto de água, carbono e gases. A Bíblia
afirma que o corpo humano “é da terra, terreno” (1Co 15.47-49). Essa é a parte material do ser
humano.

2. Ilustrações tipológicas da natureza material do corpo.

a) Tabernáculo ou tenda (2Co 5.1; 2Pe 1.13,14). Esses textos referem-se ao corpo como algo
provisório, assim como o Tabernáculo o era para Israel, na sua peregrinação pelo deserto. Nosso
corpo é o tabernáculo ou santuário de Deus, que é o cristão verdadeiro. O corpo é o invólucro da
alma e do espírito que um dia dará lugar a um corpo espiritual, glorioso e incorruptível. Assim
como o Tabernáculo de Israel exigia cuidado para a sua manutenção e preservação, nosso corpo
material requer atenção, zelo, manutenção e pureza.

b) Templo de Deus (1Co 6.19). Nosso corpo deve ser o templo de Deus e para sua glória. A
mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é de Deus, e deve ser conservado santo e
agradável a Ele (Rm 12.1; 1Co 6.20).

c) Vaso de barro (Lm 4.2; 2Co 4.7; 2Tm 2.20,21). Essa designação tem o objetivo de mostrar
a fragilidade do nosso corpo e, também, destacar a importância e utilidade desses vasos para a
obra de Deus.

II. PECADOS CONTRA O CORPO

1. Pode o corpo por si mesmo pecar? Não! O corpo por si mesmo não tem poder algum nesse
sentido. Porém, há uma lei que opera sob a força do pecado em todos os homens. Essa é a lei do
pecado que opera nos membros do corpo para fazê-lo pecar (Rm 6.6-23). Deus estabeleceu leis
naturais para a mordomia do corpo. Essas leis físicas governam o universo e a vida física de
cada pessoa. Essas leis, bem como os instintos (que são forma de energia emotiva da alma)
saíram perfeitos da mão do Criador no princípio, mas a queda adâmica os afetou devido à
natureza humana ter se tornado pecaminosa. Os instintos têm a ver com a manutenção da nossa
vida natural. Alguns deles são o da fome e da sede, da procriação e do domínio ou posse.

2. Que significa pecar contra o corpo? Significa transgredir as leis que regem o
funcionamento normal do corpo, bem como corrompê-lo pela prática do pecado (1Jo 3.4). O
pecado manifesta-se no corpo através dos sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato. Essas
faculdades do corpo são distintas umas das outras e exercem suas funções pelo comando da
alma e do espírito. Os sentidos e instintos naturais da alma não são em si mesmos pecado, mas
são influenciados pelo poder do pecado inerente à espécie humana.

III. CANAIS PARA O PECADO

1. Visão. As pessoas são induzidas a pecar através da “concupiscência dos olhos” (1Jo 2.16).
Concupiscência é a força do desejo impuro e lascivo despertada através do que se vê. É pela
visão de algo proibido, que muitas pessoas pecam contra “o seu tabernáculo” desonrando-o com
o adultério, a fornicação, a imoralidade sexual e o furto (Êx 20.14: Gl 5.19-21).

a) Tipos de olhos. Olhos altivos (Pv 6.17; Is 2.11), olhos malignos (Pv 23.6), o olho mau (Mt
6.23; Pv 28.22), olhos zombeteiros (Pv 30.17), olhos cheios de adultério (2Pe 2.14). Jesus falou
que os “olhos são a candeia do corpo” (Mt 6.22). Portanto, devemos cuidar dos olhos para que
sejam luz e não trevas (Mt 6.23).

b) Visão e instintos naturais. O pecado age como um “vírus contagioso” e, quando ataca a
faculdade da visão, explora os instintos da aquisição, da fome, da sede e da reprodução.
Vejamos como isso acontece: Primeiro, para satisfazer o instinto da aquisição, a concupiscência
dos olhos conduz ao furto, ao enriquecimento ilícito, ao engano e à defraudação material (Êx
20.15; Mc 10.19; Lc 18.20; Rm 13.9; Ef 4,28). Segundo, para satisfazer o instinto de fome e
sede, a concupiscência dos olhos atrai a pessoa à glutonaria e bebedice, denominadas “obra da
carne” (Gl 5.21; Pv 23.2; Lc 21.34; Rm 13.13; 1Pe 4.3). Em terceiro lugar, para satisfazer o
instinto da reprodução, a concupiscência dos olhos atua como força impulsora para os pecados
sexuais.

2. Olfato e paladar. São faculdades físicas ligadas aos instintos naturais da satisfação da fome e
sede, os quais também podem se tornar condutores de pecado contra o corpo. Os pecados de
glutonaria e embriaguez são estimulados pelo paladar (Lc 21.34). Quando o paladar está sob a
força do poder do pecado o homem perde o controle desse instinto natural de sua vida (Gl 5.21).

3. Audição. O Diabo explora os sons para perturbar a alma e o espírito. Hoje, na busca de
preencher o vazio interior, os jovens são atraídos pela parafernália dos sons estridentes do rock
e outros tipos similares, também repulsivos e condenáveis. Esse tipo de música escraviza,
prejudica a audição, reproduz mensagens ocultas de satanás e blasfemam contra Deus.

4. Tato. É o outro sentido corporal que se manifesta através das mãos, dos pés e outros órgãos
do corpo. A Bíblia fala muito das mãos e da sua utilidade no corpo. O mordomo cristão deve
administrar, tanto os pés como as mãos para a glória do Senhor. Nenhum órgão do corpo pratica
qualquer ato por si mesmo, porque todos são comandados pela alma e espírito.

a) As mãos são importantes. A Bíblia fala do valor das mãos: o fruto do trabalho das mãos (Pv
10.4); mãos que engrandecem (Pv 31.31); mãos que sustentam (Mt 14.31); mãos que abençoam
(Mt 19.13); mãos que trabalham (1Ts 2.9); mãos de Judas Iscariotes (Lc 22.21); mãos do
apóstolo Pedro (At 9.41); mãos de Herodes (At 12.1); mãos de Paulo (Gl 6.11).
b) E os pés? Nossos pés devem ser consagrados para andar em retidão na presença de Deus (Gn
5.24; 6.9; 17.1). Andar com sinceridade e segurança (Pv 10.9); andar na luz do Senhor (Is 2.5);
não andar em trevas (Is 50.10); andar em Espírito (Gl 5.16). Nossos pés não devem andar
segundo o curso do mundo (Ef 2.2); nem andar nos desejos da carne (Ef 2.3); nem andar
desordenadamente, em dissolução, concupiscência (2Ts 3.6; 1Pe 4.3). Nossos pés não devem
caminhar em lugares impuros, mas devem ser santificados a Deus para levar boas novas.

IV. CONSEQUÊNCIAS DO PECADO CONTRA O CORPO

Os pecados contra o corpo trazem consequências negativas tanto para a pessoa que o pratica
quanto para outras que são levadas a cometer tais pecados. Sem falar nos filhos que são vítimas
inocentes, herdando doenças e até deformações físicas pela imprudência dos pais.

1. Doenças Sexualmente Transmissíveis. São resultado de uma vida promíscua e sem respeito
às leis divinas. Comprovadamente, essas doenças resultam de relações sexuais ilícitas. Só o
pecado pode produzir esses males contra o corpo e contra a alma. O texto de 1 Coríntios 6.12-20
exorta o crente a não expor seu corpo à prostituição por ser ele o templo do Espírito Santo.

2. Toxicomania. É o uso de drogas narcóticas. A dependência da droga está vinculada a


impulsos psicológicos e emocionais, e provoca conflitos íntimos, dando origem a neuroses,
além de males de toda espécie contra o usuário, sua família, as autoridades e a sociedade em
geral.

3. Alcoolismo e tabagismo. Você poderia perguntar qual a relação desse assunto com os
crentes, e eu lhe responderia que o objetivo desta lição alcança o não crente, como também
busca prevenir os jovens que podem ser influenciados pela propaganda sórdida e infame. As
bebidas alcoólicas e o fumo são dois grandes males da nossa sociedade que, infelizmente, fazem
parte do status. A mordomia bíblica do corpo abstém-se e condena formalmente esses dois
males que tanto prejudicam a pessoa no seu todo e não apenas o seu organismo e sua saúde. A
Bíblia está cheia de conselhos para que o corpo humano seja mantido puro, saudável, pois nele
deve habitar o Espírito Santo. A Palavra de Deus enfatiza a temperança como fruto do Espírito
(Gl 5.22). Devemos cuidar de nosso corpo de modo que, através dele, glorifiquemos a Deus
(1Co 6.19,20; Rm 12.1).

CONCLUSÃO

O corpo, por si mesmo, não peca. Seus membros não possuem poder algum sem a alma.
Portanto, compete ao homem submeter-se à ação regeneradora do sacrifício de Cristo, para
apresentar-se puro, primeiro perante Deus; depois, perante a sociedade.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“O Senhor aprofundou ainda mais a questão ao condenar não só o olhar cobiçoso, mas também
qualquer ação maléfica envolvendo os demais sentidos. A linguagem é radical - arrancar o olho
direito, cortar a mão direita - para demonstrar que não pode haver qualquer tipo de concessão
nessa área. Aos que encontram dificuldades em entender essa passagem, cabe ressaltar que a
própria fraseologia empregada pressupõe que Jesus não estava, de modo algum, propondo a
automutilação como forma de resolver o problema do pecado sexual. É óbvio que arrancar o
olho direito ou cortar a mão direita não seriam suficientes para deter a concupiscência da carne,
pois ainda restariam outros membros para dar vazão à lascívia. O olho esquerdo continuaria
enxergando tudo. A mão esquerda não deixaria de estar à disposição para outras ações […]. […]
Exercer domínio próprio, mortificar ou fugir implicam, às vezes, em atitudes drásticas em
relação às influências externas […]. […] Agora, nada disso será possível se a mente não estiver
impregnada da Palavra de Deus e não submetermos ao Espírito Santo, por nossa livre vontade, o
controle de nossas vidas. O domínio próprio não resulta de mero esforço humano, nem se
caracteriza pela arrogância espiritual - eu sou mais santo do que os outros - mas é, como diz a
Bíblia, ‘fruto do Espírito’. Assim, temos de trazer, também, os sentidos cativos aos pés de
Cristo, se quisermos ter um comportamento sexual segundo o padrão das Escrituras”
(Transparência da Vida Cristã. CPAD, pp.107-109).

Lição 6: A mordomia da alma


Data: 09 de Novembro de 2003

TEXTO ÁUREO

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e
o homem foi feito alma vivente” (Gn 2.7).

VERDADE PRÁTICA

A alma humana é dotada de poderes inatos como inteligência, emoção e livre-arbítrio, o que a
torna altamente responsável.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Dt 11.13
Servir ao Senhor de toda a nossa alma
Terça - 1Rs 8.48
Conversão a Deus de toda a alma
Quarta - Dt 4.29
Buscar ao Senhor de toda a nossa alma
Quinta - Sl 23.3
A restauração da alma
Sexta - Sl 35.9
A alma alegre no Senhor
Sábado - Sl 42.5,11
A alma cansada e abatida

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 2.7; Deuteronômio 6.5; Salmos 16.10; 41.4; 42.1-6.

Gênesis 2
7 - E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida;
e o homem foi feito alma vivente.

Deuteronômio 6
5 - Amarás pois o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu
poder.

Salmos 16
10 - Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja
corrupção.

Salmos 41
4 - Eu dizia: Senhor, tem piedade de mim; sara a minha alma, porque pequei contra ti.
Salmos 42
1 - Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!
2 - A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a
face de Deus?
3 - As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, porquanto me dizem
constantemente: onde está o teu Deus?
4 - Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a
multidão; fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor; com a multidão que
festejava.
5 - Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois
ainda o louvarei na salvação da sua presença.
6 - Ó meu Deus, dentro de mim a minha alma está abatida; portanto lembro-me de ti desde a
terra do Jordão, e desde os hermonitas, desde o pequeno monte.

PONTO DE CONTATO

Uma das faculdades da alma, estudada nesta lição, é a vontade. Por ela somos impelidos a agir
motivados pela razão ou pelo impulso. Associado à vontade está o arbítrio que permite ao
homem decidir segundo sua própria consciência. Como administradores de nossas consciências
temos liberdade, delegada por Deus, de escolher o caminho que desejamos trilhar. Distinguir o
bem do mal está embutido neste direito. Como salvos, segundo afirma o apóstolo Paulo, “não
somos de nós mesmos”. Sendo assim, devemos viver inteiramente submissos ao Eterno:
servindo, adorando, amando, perdoando, orando, trabalhando, construindo, cultuando,
contribuindo, auxiliando, cantando, exortando, aconselhando, ensinando, compartilhando […]
tudo segundo sua vontade, se quisermos cumprir sua Palavra que diz: “E tudo quanto fizerdes,
fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens” (Cl 3.23).

SÍNTESE TEXTUAL

A alma se expressa por meio do corpo e abriga três faculdades principais: o intelecto, a vontade
e o sentimento. Nos salmos de Davi, observamos o quanto somos inconstantes. Alguns dias
anelamos imensamente pela presença de Deus; outros, sequer reservamos um instante a sós com
Ele. Alegrias e tristezas, abatimento e vigor, dúvidas e certezas, se intercalam frequentemente.
Como Pedro, num momento caminhamos sobre o mar, em outro quase nos afogamos. Às vezes,
no mesmo dia, alternamos pelo menos três vezes nossos desejos. É impressionante como nossas
prioridades são invertidas em tão curto espaço de tempo, o que era imprescindível torna-se
dispensável. Este elemento tão instável necessita de que suas faculdades estejam submetidas a
Deus, para que nada, nem ninguém nos possa separar do amor de Deus e permitir que percamos
a vida eterna.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Nesta lição, você poderá contar esta história ou fazer uma pequena encenação. Um dia uma
menina sonhou que sua alma estava sendo leiloada. O primeiro lance oferecido foi o das drogas,
“altas viagens” sem sair do lugar, e muitos amigos “legais”; o segundo, foi o da fama: festas,
aplausos, capas de revistas e reconhecimento de todos; o terceiro, foi o do dinheiro: carros zero,
roupas de grife, mansões e os mais belos homens e mulheres aos seus pés; O leiloeiro
impressionado com o lance já ia bater o martelo, quando Jesus surge, no meio de todos, e diz
que oferece sua própria vida por aquela alma. Não havendo maior lance, Ele leva a alma. É
muito importante que seu aluno saia da aula consciente de que sua alma foi comprada por um
preço muito alto e que Jesus pagou este preço porque nos ama.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO
A alma pertence à parte imaterial do ser humano. Certos teólogos liberais influenciados por
filósofos como Platão e Descartes, criaram a doutrina da dicotomia, isto é, que o homem
consiste apenas de corpo e alma, como se alma e espírito fossem uma só coisa. Fiquemos com a
Palavra de Deus! Ela nos basta! Vejamos nesta lição algo da alma e suas relações com o mundo
exterior. Como administrar a alma? Como guardá-la das ameaças? A mordomia da alma implica
em administrar as suas fontes vitais que são a mente, a vontade e os sentimentos.

I. OS SIGNIFICADOS DA ALMA HUMANA

Podemos definir alma, primeiramente, como sendo a vida física e inteligente do ser humano, a
saber, o ser vivente. Entretanto, ela possui outros significados:

1. Alma com o sentido de respiração da vida. No hebraico do Antigo Testamento a palavra


nephesh (alma) significa respiração da vida (Gn 1.24; 2.7), ou vida física. Quando Raquel,
esposa de Jacó, morreu, a Bíblia diz: “ao sair-lhe a alma” - nephesh - (Gn 35.18), subentende-
se que se trata de vida física. Notemos que a “alma” do filho da viúva de Sarepta voltou a ele
(1Rs 17.21,22).

2. Alma significando o sangue (Dt 12.23; Lv 17.14). O sangue representa a vida física, sem a
qual não há possibilidade de o homem viver. O sangue é a fonte da vida física, tanto para o
homem como para os animais. Por isso, num sentido estrito, a alma pode significar sangue.

3. Alma significando a pessoa física ou corpo. Alguns textos indicam a alma como pessoa
física, no sentido de que o corpo é o tabernáculo da alma. É que a alma utiliza o corpo para as
suas ações (2Co 5.1; 2Pe 1.13,14).

4. Alma significando o indivíduo. Isto é, a alma como personalidade, para dar distinção a cada
pessoa. No latim, a palavra animus significa o ser pensante, racional. Cada alma distingue-se de
outra pela individualidade (Rm 13.1).

II. A ADMINISTRAÇÃO DA ALMA COMO VIDA FÍSICA

A vida física do homem é representada por “respiração da vida” (nephesh) e pelo sangue que é
a materialização da vida, por isso, a Bíblia denomina o ser humano de “alma vivente”. O
sentido do termo alma na Bíblia não é o mesmo que sangue como afirmam certas seitas falsas.
Quando a Bíblia diz que a alma está no sangue, como em Deuteronômio 12.23; Lv 17.14, isto
apenas ressalta a importância do sangue, sem o qual o homem não pode viver, mas a alma
propriamente dita, como componente imaterial do homem, não é o sangue. O corpo sem a vida
física nada é e nada pode fazer.

1. Deus é o autor da vida, tanto física como espiritual (Gn 2.7; At 17.28). Toda a vida emana
de Deus. Ele é a fonte. Jesus identificou-se como tal, dizendo: “Eu sou a ressurreição e a vida”
(Jo 11.25); “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6); “Eu vim para que todos tenham
vida e a tenham com abundância” (Jo 10.10). O apóstolo Paulo confirmou esta fonte, que é
Jesus, dizendo: “Nele foram criadas todas as coisas… Tudo foi criado por meio dele e para
Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste” (Cl 1.16,17). Satanás, o homicida,
procura tirar nossa vida, de modo direto ou indireto (Jo 10.10; 8.44).

2. O homem é responsável pela preservação de sua vida física. O instinto de autopreservação


visa à continuidade do ser humano. No ato da criação, diz a Bíblia, o homem foi feito “alma
vivente”. Anteriormente discorremos sobre a mordomia do corpo como obra de Deus. Ele é o
instrumento da alma, por isso, deve ser conservado sadio. Somos responsáveis pela vida, por
isso devemos vivê-la sensata e inteligentemente (Ec 11.9,10). Várias passagens da Bíblia a
definem como sendo limitada (Jó 7.1; 14.5), breve (Jó 14.1; Sl 89.47), como um breve
pensamento (Sl 90.9), como a neblina instantânea (Tg 4.14). A despeito das limitações da vida
por causa da queda dos nossos primeiros pais no Éden, devemos dar-lhe o devido valor. Ela
deve ser vivida no temor de Deus (1Pe 1.17), na prática do bem (Ec 3.12) e no serviço de Deus
(Lc 1.74,75).

3. Os hábitos da vida devem ser disciplinados. A vida física, para ser saudável e aprazível,
depende muito dos cuidados que devemos ter para conosco. Todo crente deve educar-se, no
sentido de evitar os maus hábitos quanto à alimentação, higiene pessoal, descanso para o corpo,
etc. Diz a Escritura: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm. Todas as
coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas” (1Co 6.12).

4. Prestaremos conta da nossa vida perante o Senhor. Todas as obras feitas através do corpo
serão julgadas na eternidade. Como crentes, nossas obras serão julgadas no Tribunal de Cristo
após o arrebatamento dos vivos e a ressurreição dos mortos (2Co 5.10). Os ímpios também
prestarão contas um dia, ante o grande Trono Branco, no Juízo Final (Ap 20.11-15).

III. A ADMINISTRAÇÃO DA ALMA COMO PERSONALIDADE

A alma não cessa de existir após a morte do corpo. A imagem e semelhança de Deus no homem
refere-se à sua parte imaterial composta de alma e espírito. A parte material (o corpo) foi criada,
porém, a parte imaterial foi-lhe outorgada através do sopro divino tornando-o “alma vivente”. A
parte imaterial se originou no homem mediante um ato de transmissão, da parte de Deus e não
por um ato de criação, como se vê em Gênesis 2.7. As palavras imagem e semelhança
consistem, principalmente, nas características racionais e morais do homem. Não se trata de
imagem e semelhança físicas, mas sim espirituais, porque Deus é Espírito (Jo 4.24). Por
imagem moral entende-se a capacidade outorgada por Deus aos homens para pensar, raciocinar,
escolher livremente.

IV. A ADMINISTRAÇÃO DAS FACULDADES DA ALMA

A mordomia da personalidade abrange três faculdades principais da alma humana, que são: O
intelecto, a vontade e o sentimento (afetividade e emoções).

1. A mordomia do intelecto. É a parte da alma humana que pensa, raciocina, decide, julga e
conhece. Não devemos confundir o cérebro, que é o órgão físico e palpável, com intelecto.
Diretamente ligados ao intelecto estão a imaginação, a memória e a razão. Esses valores
precisam ser administrados pelo homem com zelo e temor de Deus. Caso contrário, tornam-se
agências de Satanás contra o reino de Deus.

a) Imaginação. Com ela, o homem idealiza e projeta. A Bíblia fala da geração corrompida dos
dias de Noé, salientando que a sua imaginação era má “perante os olhos de Deus” (Gn 6.5).
Vivemos num século onde a imaginação tem resultado em inventos fantásticos. Entretanto, não
podemos fugir do fato de que a imaginação é, também, utilizada para o mal da sociedade.

b) Memória. Através dela, o homem armazena no cérebro os fatos passados e presentes. Retém
ideias e conhecimentos adquiridos.

c) Razão. A razão capacita o homem a pensar, julgar e compreender a relação entre as coisas,
distinguir o verdadeiro do falso e o bem do mal (Fp 4.8).

2. A mordomia da vontade. A. H. Strong escreveu sobre a vontade: “Vontade é a aptidão da


alma para fazer escolha, e para dirigir suas atividades subsequentes de acordo com a escolha
feita”. A vontade não é absoluta, isto é, não age sozinha. Há sempre um poder superior sobre
ela. Ela não é algo independente na personalidade humana. A vontade humana está interligada
às outras faculdades da alma, como o sentimento e o intelecto. Paulo, quando falava das suas
próprias experiências, dizia: “Pois o querer está em mim” (Rm 7.18). Ele falava da faculdade
da vontade da sua alma. O motivo para a ação da vontade era o bem, porém, para praticá-lo, ele
precisava estar sob a força do Espírito. A “carne” age como uma força de persuasão contrária
aos motivos da justa vontade (Rm 7.19).

3. A mordomia do sentimento. É a correta direção e controle da parte afetiva do nosso ser. O


pecado deturpou os sentimentos humanos escravizando-os e alterando seus valores reais. Ao
homem regenerado, é dado um “novo sentimento”, isto é, nova capacidade de sentir, a começar
pela manifestação do sentimento divino do amor de Deus derramado nos corações.

CONCLUSÃO

Nossa alma é um bem precioso que precisa ser preservada dos pecados que comprometem e, por
fim, destroem a possibilidade de vida eterna com Deus.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“A alma, em sua essência é ambígua, cheia de contradições e conflitos. Podemos encontrar


outro exemplo disso na questão das preferências da alma. Notadamente, a alma varia nas suas
preferências. Ela gosta de fazer ‘altares’ para seus ídolos e desfazê-los com a mesma rapidez
que os produziu. A alma tem seus amores e inimigos, mas pode, de repente, promover um de
seus inimigos como seu novo amor e um de seus amores como seu novo inimigo. Ela se
apaixona facilmente por coisas e seres com a mesma intensidade com que os trai. A alma
normalmente é vacilante, indefinida […]. […] Quantos já não foram enganados pelos seus
próprios sentimentos e impulsos? Quantas pessoas já não se enganaram com elas mesmas?
Quando pensavam que se conheciam muito bem, as suas almas revelaram características nunca
antes percebidas. […] Tanto faz reagirmos bem hoje como de repente agirmos
tresloucadamente. Às vezes, sentimo-nos, aqui e agora, arrebatados, no vértice da vida, na parte
superior da existência, para, momentos depois, nos sentirmos lançados num abismo,
arrebentados, afundando-nos nas partes mais abissais, escuras e profundas do ser. O profeta
Jeremias, inspirado pelo Espírito Santo, já dizia no livro que leva o seu nome: ‘Enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?’ (Jr 17.9). […] O maior
obstáculo para a sua felicidade é você mesmo. Se você conseguir vencer a si mesmo, solucionar
tudo por dentro, sagrar-se-á campeão nas batalhas de fora. Se você perde por dentro, não
subsistirá diante do mal de fora. Esse é o ápice da crise” (Reflexões sobre a Alma e o Tempo.
CPAD, pp.39,49,50).

Lição 7: A mordomia do espírito humano


Data: 16 de Novembro de 2003

TEXTO ÁUREO

“O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhas de Deus” (Rm 8.16).

VERDADE PRÁTICA

O espírito no homem identifica a sua natureza espiritual e possibilita a comunhão pessoal com o
seu Criador.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mt 27.50
Jesus, como homem perfeito tinha espírito
Terça - Pv 16.32
O homem pode dominar seu espírito
Quarta - Jó 34.14; Is 42.5
Fôlego e espírito são coisas distintas
Quinta - Rm 8.16
É no nosso espírito que o Espírito Santo testifica da nossa filiação com Deus
Sexta - Tg 2.26
O Espírito comunica vida ao corpo
Sábado - Jo 4.24
No espírito está o âmago da nossa adoração a Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 2.14-16; Provérbios 16.2; Zacarias 12.1; Marcos 14.38.

1 Coríntios 2
14 - Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
15 - Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.
16 - Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a
mente de Cristo.

Provérbios 16
2 - Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o Senhor pesa os espíritos.

Zacarias 12
1 - Peso da palavra do Senhor sobre Israel. Fala o Senhor, o que estende o céu, e que funda a
terra, e que forma o espírito do homem dentro dele.

Marcos 14
38 - Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a
carne é fraca.

PONTO DE CONTATO

Descubra na Bíblia, juntamente com sua turma, o tratamento dado às palavras fé e consciência.
Que implicações são atribuídas à fé? Como ela pode ser expressa? Quantos tipos de fé existem?
Procure exemplos bíblicos de pessoas que exercitaram a fé. Como é tratada a consciência na
Bíblia? O que significa: boa consciência (At 23.1), consciência sem ofensa (At 24.16),
consciência pura (2Tm 1.3), consciência alheia (1Co 10.29), testemunho da consciência? (Rm
9.1).

SÍNTESE TEXTUAL

O homem é uma criatura singular porque é constituído de algo que lhe possibilita ter um
relacionamento com o Eterno Criador. O espírito que juntamente com a alma compõe o ser
interior. Podemos distingui-los como sendo esta a sede da personalidade; e aquele, a das
qualidades espirituais. Essa comunhão só pode se efetivar quando permitimos que o Espírito
Santo nos convença do pecado, da justiça e do juízo. Através da salvação, esse componente
imaterial do homem é vivificado. Pelas Escrituras, podemos entender que o espírito do não
crente encontra-se inativo, pois não tem comunhão com Deus, está sufocado pelas
concupiscências da carne. Suas faculdades mais importantes são a consciência, que soa dentro
de nós como um alarme nos avisando do perigo. E a fé, a nossa capacidade inata de crer ou fé
natural, nada tendo a ver com a fé imprescindível à salvação.
ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Pergunte aos seus alunos o que se deve fazer para ter uma vida saudável. Quantas refeições eles
fazem por dia. Quantos dias ou quantas horas eles conseguem ficar sem comer. O que acontece
quando eles passam muito tempo sem se alimentar. Se possível, peça que escrevam no quadro.
Depois, trace um paralelo entre a nossa vida espiritual e física. Assim como o nosso corpo, o
nosso espírito também precisa de alimento. A Bíblia e a oração são elementos indispensáveis
para a manutenção da comunhão do cristão com Deus. Se não nos alimentarmos espiritualmente
de maneira adequada, ficaremos fracos e doentes, sem resistência para enfrentarmos nossas
lutas diárias e poderemos até morrer.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O espírito é a parte mais profunda e íntima do ser humano. Scofield comentou nas notas de sua
Bíblia que “sendo o homem espírito é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele.
Sendo alma, tem conhecimento de si próprio. Sendo corpo, tem, através dos sentidos,
conhecimento do mundo”. Nesta lição, estudaremos as relações do espírito, as suas faculdades e
como administrar o próprio espírito para o cumprimento de suas funções naturais, conforme
Deus estabeleceu.

I. QUE É O ESPÍRITO HUMANO

Na Bíblia, a palavra espírito deve ser interpretada dentro do seu contexto para que seja
entendido o seu real significado (Mt 27.50; Lc 8.55; 24.39; Jó 12.10; 32.8; 1Co 14.15 e Is 26.9).

1. A distinção do espírito humano. O espírito humano é mais que a simples respiração ou


fôlego de vida. É parte principal que o habilita a ter comunhão pessoal com seu Criador,
mediante a salvação em Cristo e agência do Espírito Santo. É o espírito que vivifica a alma e dá-
lhe consciência de Deus. Mediante Cristo, é ele que nos relaciona com Deus na oração, na
adoração e na comunhão. Das criaturas de Deus só o homem possui espírito, o que o torna
singular no reino físico (Jó 12.10).

II. DISTINÇÃO ENTRE ALMA E ESPÍRITO

Alma e espírito compõem a parte imaterial ou espiritual do ser humano e são distintas. Há muito
de misterioso e profundo na compreensão detalhada do espírito, alma e corpo humanos.
Particularidades não estão reveladas na Bíblia, principalmente quanto à alma e ao espírito. O
próprio corpo - o elemento mais conhecido, encerra mistérios que nem os estudiosos, nem a
ciência puderam desvendar: nas células, no sangue, no tríplice sistema nervoso e no equilíbrio e
sincronia das funções de seus muitos órgãos. Imagine você, agora, as verdades ocultas na área
da alma e do espírito! Alguns textos na Bíblia referem-se, às vezes, à alma e ao espírito como se
fossem uma coisa só. Porém, o vasto conteúdo bíblico deixa claro que há uma perfeita e
indiscutível distinção entre alma e espírito. Uma vez que alma e espírito são diferentes,
intensamente conjugados, certas referências bíblicas ao espírito abrangem a alma e vice-versa
(Ec 12.7 e Mt 10.28; Ap 6.9 e Hb 12.23; Lc 23.46 e At 2.31; Gn 35.18 e Tg 2.26; 2Co 7.1 e 1Pe
2.11; Tg 5.20 e 1Co 5.5).

1. A composição tríplice do homem. “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo
vosso espírito e alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda do
nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23). Uma outra escritura mostra a mesma distinção de modo
claro: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, é mais penetrante que espada alguma de dois
gumes; que penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). A Palavra de Deus penetra até a
divisão da parte imaterial do homem as quais são alma e espírito.

III. FACULDADES DO ESPÍRITO HUMANO

São duas as faculdades essenciais do espírito humano: fé e consciência. Essas duas faculdades
identificam a religiosidade do homem, isto é, o seu lado intermediário espiritual. Fé e
consciência expressam a natureza moral e espiritual do homem e mostram sua primazia e
diferença da criação irracional. Pela alma, o homem revela a sua personalidade através dos
sentimentos físicos e psicológicos. Pelo espírito, o homem manifesta, pelos sentidos espirituais,
o seu ser espiritual (Hb 5.14).

1. Fé. É uma qualidade do espírito com significação profunda e ampla. Ela envolve outras
qualidades como adoração, esperança, reverência e oração. A fé é a expressão máxima da
natureza religiosa do homem. Ela abre caminho para a adoração a Deus, o Criador. A fé suaviza
o futuro com a esperança. Daí, o fato de que o homem tem intrínseca em seu espírito, a crença
em Deus. É a chamada fé natural. Notemos o fato de que este tipo de fé tem o sentido de crer.
Deus, o Criador, dotou o ser humano da capacidade de crer. Não se trata de fé salvadora, ou fé
como fruto do Espírito ou fé como dom do Espírito Trata-se de fé como crença inerente em
Deus.

2. A consciência. É a lei moral e espiritual, gravada no espírito do ser humano, que age como
juiz, que aprova ou desaprova o procedimento de uma pessoa (Rm 2.15; Ec 7.22; 1Jo 3.21; Gn
42.21). Na linguagem popular a consciência é a voz de Deus no espírito do homem. É uma lei
moral interior, inscrita pelo Criador para nos manter em alerta e aprovar ou reprovar nossos atos
e atitudes consoante nossas prévias convicções morais. Essas convicções devem vir da Palavra
de Deus.

IV. PECADOS CONTRA O ESPÍRITO HUMANO

1. O pecado afetou o espírito humano. Diz-nos a Palavra de Deus: “Portanto, assim como por
um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a
todos os homens, porque todos pecaram” (Rm 5.12). Aqui está a declaração de que “todos
pecaram”, isto é, cada pessoa e todos os seus elementos: corpo, alma e espírito.

2. O aferidor do espírito humano. O caráter santo de Deus é o meio aferidor do estado e


conduta do espírito humano. Deus é o aferidor universal da criação, isto é, pelo seu caráter santo
e justo, Ele é a base da justiça para julgar as ações do homem. Porém, é preciso esclarecer que a
nossa consciência não é o árbitro final das obras do homem, mas sim Deus.

3. Pecados contra a crença inata em Deus. Depois da queda, todas as faculdades morais e
espirituais do homem foram afetadas pelo pecado. Então, a comunhão entre Deus e o homem foi
abolida, sendo somente restaurada por Jesus Cristo naquele que n’Ele crê (Ef 2.13-18).

a) Idolatria. Esse é um pecado que atinge frontalmente a soberania e a santidade de Deus. O


primeiro dos dez mandamentos dados a Moisés, estabelece: “Não terás outros deuses diante de
mim” (Ex 20.3). Aprendemos também, que esse mandamento ensina a eterna autoridade do
Criador. A Ele pertence a glória, o poder e a honra. Portanto, idolatria é rebelião contra Deus.

b) Orgulho. O orgulho é um pecado que faz o homem levantar-se contra Deus e os homens
igualmente. É vanglória, soberba, arrogância, presunção, exaltação. Uma das evidências do
orgulho é a sede insaciável pelo poder, a busca desenfreada de autoafirmação. A Bíblia diz que
o orgulho endurece o espírito (Dn 5.20); o orgulho é um obstáculo que impede o homem de
buscar a Deus (Sl 10.4; Os 7.10). A Bíblia condena o orgulho com veemência e diz que os
orgulhosos serão abatidos (Dn 4.37; Mt 23,12); castigados (Ml 4.1); justiçados (Sl 31.23).
c) Egoísmo. É outro pecado do espírito humano. O egoísmo torna o espírito das pessoas
obsessivo em torno do seu próprio eu. Tudo o que faz, pensa ou realiza gira em torno de si
mesmo. A grande vitória espiritual do crente está em crucificar seu ego, para que Cristo reine e
se assente no trono do coração (Gl 2.20). O egoísmo abriga e esconde certos pecados da carne,
como adultério, embriaguez etc. Esse pecado contraria a natureza fraterna e altruísta do homem
(Rm 15.1; 1Co 10.33).

d) Dureza de coração. Outro termo conhecido com o mesmo sentido é “duro de cerviz”. A
“dureza do coração” refere-se à insensibilidade de uma pessoa para com o próximo e para com
Deus (1Sm 25.3). A expressão “dura cerviz” refere-se à pessoa que não se submete a qualquer
ordem ou mando. A palavra “cerviz” é de origem latina e significa nuca, pescoço. É o espírito
insubmisso, autoritário, autocrático (Êx 32.7-9; At 7.51).

CONCLUSÃO

A mordomia do espírito humano implica, portanto, na administração das faculdades que


expressam as ações do espírito. A manutenção das nossas relações espirituais com Deus é de
fundamental importância para uma vida feliz.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“A diferença não está na formação orgânica do homem, mas na sua constituição interior. Os
animais são seres vivos, mas não possuem espírito. Comunhão íntima com Deus só é facultada
ao ser humano pelo espírito de Deus que habita nele. O espírito é a faceta do homem interior
que tem a capacidade de se relacionar responsavelmente com Deus e conhecê-lo porque nele
residem a consciência e a fé. A consciência é o ‘tribunal’ que há dentro de cada um de nós, que
condena ou aprova as nossas ações, motivadas e instigadas pela alma, e que pode ser
cauterizada ou arrefecida pela prática constante do pecado, bem como pode vir à tona pelo
toque inconfundível do Espírito Santo. A consciência age na mente humana. Consciência é a
ação do espírito na mente, que é uma das facetas da alma. Fé é a capacidade de crer,
religiosamente falando. Ao referirmo-nos à fé, falamos não da fé que é obtida pela ministração
do Evangelho, não da fé sobrenatural, mas de uma característica inata, congênita, inerente a
todos os seres humanos, uma capacidade de crer religiosamente falando, uma tendência natural
que todos possuem para religiosidade e para a adoração - a fé natural” (Reflexões sobre a Alma
e o Tempo, CPAD, pp.29,30).

Lição 8: A mordomia cristã do tempo


Data: 23 de Novembro de 2003

TEXTO ÁUREO

“Em todo o tempo sejam alvas as tuas vestes, e nunca falte óleo sobre a tua cabeça” (Ec 9.8).

VERDADE PRÁTICA

A mordomia do tempo requer que saibamos aproveitar bem a vida que temos, vivendo para
Deus, com temor, sabedoria e paciência.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Sl 31.15
Administrando o tempo que Deus nos dá
Terça - Ef 5.15,16
Remindo o tempo
Quarta - Sl 1.3
Tempo de frutificação
Quinta - Rm 13.11-13
Usar o tempo honestamente
Sexta - Sl 90.12
Conhecer a medida do tempo de nossa vida
Sábado - Dn 2.21
Deus é Senhor do tempo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Eclesiastes 3.1-8.

1 - Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
2 - Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se
plantou;
3 - Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;
4 - Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar;
5 - Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de
afastar-se de abraçar.
6 - Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;
7 - Tempo de rasgar, e tempo de coser, tempo de estar calado, e tempo de falar.
8 - Tempo de amar, e tempo de aborrecer, tempo de guerra, e tempo de paz.

PONTO DE CONTATO

Segundo Mateus 6.33, o reino de Deus deve ser prioridade em nossa vida sempre. Precisamos
reservar, diariamente, um momento para orar, ler a Palavra e estarmos a sós com Ele, porque,
todas as outras necessidades serão supridas. Jesus ensinou que devemos enfocar,
primordialmente, assuntos espirituais em nossa comunhão com Ele. Não é errado cuidar do que
é indispensável à vida material. A falha está na preocupação angustiosa, e na ansiedade que
ocupa todo o tempo e revela a falta de fé no cuidado do Pai. Você poderá iniciar esta aula
introduzindo a seguinte questão: Existe a possibilidade de conciliarmos nossos afazeres diários
com nossa vida devocional? Discuta com sua turma sobre esse assunto. Lembre-se de enfatizar
que a primazia deve, em qualquer tempo, ser de Deus.

SÍNTESE TEXTUAL

O tempo é uma das dádivas mais preciosas que o Senhor nos concedeu, por isso devemos
administrá-lo com muita sabedoria. Deus possui propósitos específicos para cada um de nós em
todas as áreas da vida e, certamente, serão cumpridos no momento que lhe apraz, afinal Ele é
soberano. Nós somos o único obstáculo para isso não acontecer retardando seus planos através
de nossa má administração. Por diversas vezes nos detemos demais com assuntos irrelevantes
ou, nos preocupamos com fatos que não nos dizem respeito e acabamos por desperdiçá-lo. O
mesmo Pai que nos limita a um tempo, nos garante que esse é suficiente para realizarmos tudo
aquilo de que precisamos. Portanto, não há necessidade de ficarmos tão ansiosos com os
cuidados desta vida e desejarmos que Deus faça a sua vontade no nosso tempo, porque, como o
criador do mesmo, sabe exatamente o que fazer, como fazer e principalmente quando fazer. Ele,
diferentemente de nós, não está limitado ao tempo, portanto o efetuar está em suas mãos.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Leve para a sala dois potes pequenos de vidro. Um cheio de arroz, outro vazio e algumas balas.
O pote vazio representa nosso tempo diário; o pote com arroz, as nossas atividades cotidianas
(trabalho, família, lazer etc.); e as balas, as coisas espirituais (oração, leitura da Bíblia,
evangelismo etc.). Pegue o pote vazio e derrame o arroz aos poucos até enchê-lo. Cada punhado
de arroz derramado representa o tempo gasto na atividade cotidiana sugerida. Em seguida, tente
colocar todas as balas no pote cheio de arroz. Você não conseguirá. Inverta o processo
colocando primeiramente as balas e, em seguida, o arroz. Você poderá constatar que o arroz
caberá completamente no pote. Utilize esta experiência para avaliar a prioridade do cristão na
administração do seu tempo.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

O texto básico de nosso estudo nos ensina que tudo que fazemos nesta vida tem o seu tempo
determinado. Nada deve ser deixado ao acaso. Tudo quanto fazemos deve obedecer a um
princípio de harmonia. O saber aproveitar o tempo implica discernimento e diligência quanto às
oportunidades que Deus nos dá. Duas ideias extraímos da leitura bíblica em classe. A primeira é
que Deus nos dá o tempo e dele somos administradores bons, medíocres ou maus. E a segunda,
diz respeito à organização do nosso tempo em relação ao trabalho, à família, ao lazer, à igreja
etc. Esta lição tem, pois, a ver com a administração do nosso tempo em todas as nossas
atividades.

I. DEUS, O SENHOR DO TEMPO

1. Administrando o tempo que Deus nos dá. O primeiro grande princípio da nossa mordomia
do tempo é o fato de que Deus é o Senhor do tempo e, que a sua administração torna-se para
nós, o exemplo nesse sentido (Sl 31.15; At 17.26).

2. O tempo é dádiva de Deus. Ora, o tempo é uma dádiva divina que devemos utilizar
sabiamente (Sl 90.12). Quando o salmista ora dizendo: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de
tal maneira que alcancemos corações sábios”, somos por Deus advertidos e conscientizados
acerca da administração do tempo. A expressão “contar os nossos dias” dá a ideia da
preciosidade do tempo e também da brevidade da nossa vida nesta existência temporal. Cada
minuto nosso é precioso e indispensável. E o seu correto e oportuno aproveitamento é que nos
torna sábios, isto é, capazes de vivê-los bem.

II. CONCEITOS ACERCA DO TEMPO

Deus não quer que sejamos escravos cegos do tempo; ele quer que aprendamos “a contar
nossos dias”, isto é, que administremos nosso tempo, de tal forma, que isso redunde em nosso
bem tanto nas casas temporais como nas espirituais.

1. Conceitos errôneos acerca do tempo. Eis alguns erros que devem ser evitados na
administração do nosso tempo.

a) Para onde foi o tempo? Quando não conseguimos fazer todas as coisas necessárias no
tempo disponível, o problema não está no tempo, mas sim no seu uso. O tempo sempre está
disponível; nós é que o sufocamos com atividades em demasia e sem priorização, num
determinado momento. "Contar os dias" também significa contar o tempo, isto é, planejar todas
as atividades possíveis dentro do tempo disponível, dentro de um critério de prioridade,
conforme a importância das coisas.

b) O tempo voa. É outra expressão comum dos que trabalham, porém, não conseguem executar
as tarefas no tempo disponível.
c) O tempo cuidará do caso. Esta frase é usada por quem não consegue resolver um certo
problema no tempo desejado. Como crentes em Cristo, devemos entender que não é o tempo
que trará solução a um problema, mas sim que “devemos dar o devido tempo” para cuidar do
caso.

d) Não tenho tempo. A questão toda não é a nossa falta de tempo, e sim, nossos critérios de
prioridades no tempo que dispomos. A má administração do tempo provoca confusão e
desorganização. Na vida de serviço cristão, a prioridade é do Reino de Deus (Mt 6.33).

e) Matar o tempo. Esta é uma expressão comum dos que não estão fazendo nada em certo
momento. Matar o tempo é destruí-lo, não aproveitá-lo, não administrá-lo para o que for útil.
Quem assim faz peca contra Deus, contra si mesmo e contra o próximo.

2. Conceitos bíblicos acerca do tempo. Do ponto de vista bíblico, o tempo relaciona-se com
aspectos “temporais e eternos” da vida humana.

a) A vida humana neste mundo é temporária, isto é, limitada ao tempo (Sl 90.3-6,8,10). A
nossa vida física aqui é passageira, por isso, o tempo é precioso e precisa ser sabiamente
administrado.

b) O homem tem um elemento eterno dentro de si. Sim, alma e espírito são imortais. Uma
coisa é o tempo da vida física; outra, é o tempo do homem depois da morte. A garantia de uma
eternidade feliz está em seguir fielmente ao Senhor, agora.

III. COMO USAR O TEMPO SABIAMENTE

1. O uso negativo do tempo.

a) O desperdício do tempo. O tempo deve ser usado à medida que o temos em nossa frente.
Uma vez que se deixe de usá-lo não se pode mais reavê-lo. Cada segundo é precioso. Por isso,
desperdiçá-lo significa perdê-lo irrecuperavelmente. Deus nos deu tempo para que usemo-lo
sabiamente, em proveito próprio, para o próximo e para glória de Deus.

b) Desperdiçar o tempo com coisas fúteis. Quantas vezes perdemos tempo em conversas
fúteis, sem edificação alguma, nem para a alma, nem para a mente, nem para ninguém (2Tm
2.16). O cuidado com a língua não pode ser negligenciado (Tg 3.6,10). Não deve sair da nossa
boca nenhuma palavra torpe (Ef 4.29). É isso o que a Bíblia ensina.

2. O uso positivo do tempo.

a) Planeje seu tempo. “Tudo tem seu tempo determinado” (Ec 3.1). Nesta expressão bíblica,
entendemos, não só que o nosso tempo é predeterminado por Deus, mas que nós devemos ser
metódicos quanto ao seu uso.

b) Cultive a pontualidade. “Não sejais vagarosos no cuidado” (Rm 12.11). Há uma


justificativa falida contra a pontualidade que muito prejudica e que ouvimos sempre: “Antes
tarde do que nunca”. A pontualidade faz parte do caráter cristão.

c) Procure remir o tempo. Não significa diminuí-lo, nem aumentá-lo. Significa aproveitar ao
máximo (Ef 5.16; Cl 4.5). (No original, a frase literalmente significa aquisição; adquirir;
comprar em relação ao tempo). Devemos também, remir o tempo na esfera espiritual, no sentido
de dar prioridade às coisas espirituais como, evangelização, cultos de doutrina, meditação
bíblica individual, culto doméstico etc.
CONCLUSÃO

A mordomia cristã do tempo é a base para o êxito administrativo de todas as esferas da vida do
cristão. Por isso, o tempo deve ser santificado ao Senhor.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Teológico

“Deus nos deu o tempo. Ele não vive no tempo. O tempo é nosso, da humanidade. É um dom de
Deus a cada ser humano. Ora, se o tempo é um dom que Deus nos concedeu, concluímos que,
como dom, devemos saber como administrá-lo. Deus nos cobra por tudo que fazemos de errado,
inclusive a má administração do nosso tempo. Por isso o apóstolo Paulo disse: ‘Remindo o
tempo porquanto os dias são maus’. Existem muitas pessoas as quais pensam que o tempo é de
Deus. De certa forma, estão certas. Quem criou esta dimensão e nos colocou nela foi Deus. Mas
Deus fez o tempo para nós. Não somos nós que fomos feitos para o tempo; ele foi criado por
nós. O tempo é nosso. O tempo é dádiva, é próprio da humanidade. Ela deve saber como
aproveitá-lo, como usufruir dele o máximo que puder, sem erros; se não desvalorizará as suas
próprias almas […]. […] Cada ser humano, individualmente, tem direito a um pedaço do tempo.
Logo, por apenas termos um espaço curto e por ele ser-nos concedido só uma vez como ensina a
Palavra de Deus (não as doutrinas espiritualistas), urge lutarmos pela valorização do nosso
espaço, do nosso tempo. Usar o tempo fora do ideal de Deus para minha vida é perder-me, é
desvalorizar a minha alma. Devemos nos conscientizar disso. Afinal de contas, somos
mordomos, quer desejemos ou não. E, como mordomos, uma das nossas mordomias é o nosso
tempo […]. […] A vida é curta, e quando a vivo permeada de desobediência a Deus, errando os
alvos, perco o meu tempo, sacramento o meu insucesso, a minha condenação. Devo viver para
Deus o meu tempo para saber administrá-lo melhor e ganhar no fim de tudo” (Reflexões sobre
a Alma e o Tempo, CPAD, pp.124,125).

Lição 9: A mordomia cristã das finanças


Data: 30 de novembro de 2003

TEXTO ÁUREO

“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se
desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10).

VERDADE PRÁTICA

O dinheiro foi feito para o homem, e não o homem para o dinheiro, por isso, devemos
administrá-lo com sabedoria e desprendimento.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Mc 12.41
Jesus observava e discernia o comportamento dos ofertantes
Terça - Lc 12.15
Jesus advertiu para o perigo do mau uso do dinheiro
Quarta - Gn 13.1-6
Abraão foi homem muito rico e piedoso
Quinta - Mt 6.24
A idolatria ao dinheiro vista em Mamom
Sexta - Is 55.1,2
A salvação em Cristo não se compra com dinheiro
Sábado - At 5.1-10
O Espírito Santo suplanta a força do dinheiro

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Reis 12.4-15.

4 - E disse Joás aos sacerdotes: Todo o dinheiro das coisas santas que se trouxer à Casa do
Senhor, a saber, o dinheiro daquele que passa o arrolamento, o dinheiro de cada uma das
pessoas, segundo a sua avaliação, e todo o dinheiro que trouxer cada um voluntariamente para
a Casa do Senhor,
5 - os sacerdotes o recebam, cada um dos seus conhecidos; e eles reparem as fendas da casa,
segundo toda fenda que se achar nela.
6 - Sucedeu, porém, que, no ano vinte e três do rei Joás, os sacerdotes ainda não tinham
reparado as fendas da casa.
7 - Então, o rei Joás chamou o sacerdote Joiada e os mais sacerdotes e lhes disse: Por que não
reparais as fendas da casa? Agora, pois, não tomeis mais dinheiro de vossos conhecidos, mas
dai-o em prol das fendas da casa.
8 - E consentiram os sacerdotes em não tomarem mais dinheiro do povo, nem em repararem as
fendas da casa.
9 - Porém o sacerdote Joiada tomou uma arca, e fez um buraco na tampa, e a pôs ao pé do
altar, à mão direita dos que entravam na Casa do Senhor; e os sacerdotes que guardavam a
entrada da porta depositavam ali todo o dinheiro que se trazia à Casa do Senhor.
10 - Sucedeu, pois, que, quando viram que já havia muito dinheiro na arca, o escrivão do rei
subia com o sumo sacerdote, e contavam e ensacavam o dinheiro que se achava na Casa do
Senhor.
11 - E o dinheiro, depois de pesado, davam nas mãos dos que faziam a obra, que tinham a seu
cargo a Casa do Senhor; e eles o distribuíam aos carpinteiros e aos edificadores que
reparavam a Casa do Senhor,
12 - como também aos pedreiros e aos cabouqueiros, e compravam madeira e pedras de
cantaria para repararem as fendas da Casa do Senhor e para tudo quanto para a casa se dava
para a repararem.
13 - Todavia, do dinheiro que se trazia à Casa do Senhor não se faziam nem taças de prata,
nem garfos, nem bacias, nem trombetas, nem nenhum vaso de ouro ou vaso de prata para a
Casa do Senhor.
14 - Porque o davam aos que faziam a obra, e reparavam com ele a Casa do Senhor.
15 - Também não pediam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro, para
o dar aos que faziam a obra, porque procediam com fidelidade.

PONTO DE CONTATO

Quando lemos o sermão das bem-aventuranças, observamos que a grande prosperidade humana
está relacionada ao ser e não ao ter, entretanto, isto não impede que o homem prospere também
materialmente. Deus não condena as riquezas materiais desde que sua busca não seja obsessiva
e que não se constituam em segurança para nós, mas seja um meio de abençoarmos sua obra. A
sociedade está extremamente gananciosa e para satisfazer suas ambições cada vez mais
desmedidas, utiliza métodos sem ética social, moral e espiritual. Será que ter muito dinheiro e
ambicionar coisas grandes é pecado? Os fins justificam os meios? Se usarmos meios dignos e
honestos, condizentes com a conduta de um verdadeiro cristão, sim; do contrário, não.

SÍNTESE TEXTUAL

Não podemos negar a importância que tem o dinheiro em nossas vidas porque com ele podemos
satisfazer as nossas necessidades essenciais. Entretanto, devemos usá-lo sabiamente. O que a
Bíblia condena não é tê-lo, mas amá-lo. Essa busca insaciável e avarenta é uma forma de
idolatria. E isso se torna um grande problema para nós, pois nos tornamos escravos, não
medindo esforços para ganhá-lo e acabamos ferindo as pessoas que nos são mais queridas. Por
cobiça, os homens são capazes de cometer os mais sórdidos e impensáveis atos contra si
mesmos e seus semelhantes. As riquezas podem ser um grande obstáculo para a salvação pois
transmitem uma falsa sensação de segurança e independência, que afastam o homem de seu
Criador. O seu foco que antes era espiritual, agora é material. Temos a possibilidade de
desfrutar uma vida próspera e abundante sob a bênção de Deus, se administrarmos nossas
finanças com ponderação, responsabilidade e dignidade.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Escreva no quadro de giz, ou numa faixa, a seguinte frase: “O dinheiro não traz felicidade”.
Peça aos alunos para formarem duplas. Pergunte o que acham dessa frase. Se concordam ou
não. Por quê? Por que o dinheiro é importante? É bom possuir muito dinheiro? Como devo
ganhá-lo? Ele pode comprar tudo? Você poderá solicitar que escrevam numa folha de papel
suas opiniões. Depois, dê cinco minutos para que apresentem suas opiniões e seus argumentos.
Esta é uma forma muito interessante de toda a turma participar da aula. Ao final, faça uma
conclusão à luz da Bíblia sobre o tema apresentado.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Acerca das coisas que movem o mundo, o dinheiro se destaca como algo eticamente difícil de
ser administrado. A mordomia cristã das finanças implica instruir o cristão com relação ao
modo ético, decente e correto de lidar com o dinheiro. O dinheiro está diretamente ligado aos
bens materiais. A mordomia cristã, nesse particular, tem a ver com a administração adequada do
dinheiro, como adquiri-lo, posse e a utilização do mesmo nas várias atividades da vida material.
A administração do dinheiro, seja pessoal ou público, deve ser feita com critério, honestidade e
responsabilidade.

I. A MORDOMIA EXEMPLAR DE JOÁS

O rei Joás percebendo que o reino e principalmente a casa de Deus estavam em estado
deplorável, necessitando reparos, despertou o coração do povo para contribuir para essa
finalidade. O rei organizou um sistema de arrecadação de dinheiro para a reparação do templo.
Desse modo, Joás constitui-se num modelo de mordomia cristã na Bíblia. Aqui aprendemos
preciosas lições com a mordomia de Joás referente as finanças do povo de Deus.

1. Joás despertou o interesse do povo para contribuir. Joás percebeu que o segredo do
sucesso do seu reinado consistia, em cuidar primeiro das coisas de Deus. O templo precisava de
reparos urgentes e, para tal, precisava de amor, dedicação e cooperação do povo (2Rs 12.4).

2. Joás estabeleceu ordem e organização (2Rs 12.4,5,7). Sem esses elementos não pode haver
coordenação nos trabalhos da igreja, mesmo que haja fervor e espiritualidade. Ele deixou com
Joiada, o sumo sacerdote, a responsabilidade de coordenar, com os demais sacerdotes, a
captação e manuseio do dinheiro. As mensagens inspiradas sobre o propósito das ofertas
estimularam o povo a contribuir com espírito voluntário, generoso e alegre.

3. Joás demonstrou responsabilidade na sua administração (2Rs 12.7). Joás estava firme em
seu propósito de reconstruir e reparar o templo. Convocou seus liderados, principalmente
Joiada, o sacerdote, e perguntou-lhe: “Por que não reparais os estragos da casa?”. Joiada não
estava cumprindo sua responsabilidade. Nossa mordomia requer propósito e fidelidade. Quantos
líderes cristãos são honestos quanto ao emprego do dinheiro do Senhor que entra nos cofres das
suas igrejas, mas, em vez de o utilizarem na obra de Deus, preferem guardá-lo em bancos. Com
Joás, o dinheiro tinha de ser empregado nas finalidades estabelecidas, para que o povo não
perdesse a fé e a confiança nos seus líderes.

4. O povo viu o bom resultado de suas contribuições. Joás determinou que “a obra dos
reparos” fosse executada imediatamente. A obra foi dividida em setores de trabalho.
Estabeleceu chefes especialistas para cada tipo de trabalho. Havia carpinteiros, pedreiros,
cavouqueiros, construtores (2Rs 12.11,12). O dinheiro era separado segundo a necessidade e,
cada chefe de serviço administrava o pagamento aos trabalhadores. O dinheiro da oferta pela
culpa e o dinheiro das ofertas pelo pecado eram os únicos separados exclusivamente para o
sustento dos sacerdotes (2Rs 12.16).

II. PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DO DINHEIRO

1. Avaliação correta do dinheiro. Não é o dinheiro que “é a raiz de toda espécie de males”,
mas “o amor do dinheiro” (1Tm 6.10). É esse amor idolatrado que torna as pessoas vítimas da
ganância, da presunção e da avareza. O dinheiro não é mau nem bom em si mesmo. Sua
utilização é que deve ser justa, honesta e racional. A parte final do texto de 1 Timóteo 6.10,
assevera: “e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com
muitas dores”. É o amor ao dinheiro que é prejudicial, e faz mal à alma. Colocar o dinheiro à
frente de todas as coisas na vida, ou acima das prioridades espirituais, é mau e perigoso. A
Bíblia condena a avareza porque ela conduz ao egoísmo e ao desamor (Hb 13.5; 2Pe 2.3,14).

2. Na mordomia cristã, o dinheiro é um meio e não um fim em si mesmo. A sociedade


humana gira em torno do dinheiro e faz do mesmo a razão de tudo na vida, pois o incrédulo, na
sua cegueira espiritual não conhece a Deus. A Bíblia adverte: “o que ama o dinheiro nunca se
fartará dele” (Ec 5.10).

3. A arte de ganhar dinheiro. Não é pecado ganhar dinheiro de maneira digna, lícita e honesta.
Pecado é aplicá-lo mal. Para que ganhemos dinheiro sabiamente, precisamos reconhecer antes
de tudo, e em primeiro lugar, o reino de Deus. Isto é, o seu predomínio nas nossas finanças
pessoais (Mt 6.33). Todo verdadeiro mordomo cristão, nas suas finanças, faz de Deus o seu
sócio-gerente, isto é, seu orientador. Na sua obtenção de dinheiro veja sempre um modo de
contribuir para o reino de Deus.

4. O uso racional do dinheiro. João Wesley era muito prático e, por isso, deu três regrinhas
sobre o uso correto do dinheiro: Primeira: “Ganhar o máximo que pudermos”. Isto deve ser
feito sem pagarmos demasiado caro pelo dinheiro e sem prejudicarmos o próximo, assim no
corpo como na alma. Pagar demasiado caro o dinheiro é ganhá-lo com prejuízo da saúde, da
honra, do bom nome; ganhá-lo ilicitamente enfim; Segunda: “Economizar o máximo que
pudermos”. Isto significa que devemos cortar as despesas que apenas visam dar satisfação aos
loucos desejos da carne, à vaidade e à cobiça dos olhos. Não se deve desperdiçá-lo em pecados
e loucuras durante a nossa existência, e providenciar para que nossos filhos não o desperdicem
depois da morte; e, Terceira: “Doarmos o máximo que pudermos”.

III. A MORDOMIA DA PROSPERIDADE

1. Prosperidade e espiritualidade. Há um falso conceito de que a pobreza material é o


caminho para a verdadeira espiritualidade. Há quem pense que a prosperidade financeira rouba
a humildade do crente e o afasta de Deus. Aqueles que querem prosperar segundo o sistema do
mundo, realmente correm esse risco, mas quem coloca sua prosperidade material sob a égide de
Deus, certamente será abençoado.

2. A prosperidade de Abraão. Abraão foi um homem próspero em sua vida material porque
era obediente às leis divinas da prosperidade. Ele teve uma vida frutífera e próspera. “E Abraão
era muito rico em gado, prata e ouro” (Gn 13.2). “Ora, temos direito, também, à mesma
bênção de Abraão, por Jesus Cristo; e a bênção de Abraão chegou aos gentios através de
Cristo” (Gl 3.14). E diz mais: “E se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e
herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.29).

CONCLUSÃO

Aprendemos que o dinheiro não é fim primordial da vida humana. O cristão que ama a Deus
sobre todas as coisas, fará com que a arte de ganhar dinheiro se constitua numa fonte de bênçãos
para si mesmo, para sua família e, acima de tudo, para o reino de Deus, representado pela igreja
de Cristo.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Sociológico

“É exatamente por sermos filhos de Deus que devemos ter consciência não só dos nossos
direitos, mas também, dos nossos deveres sociais, morais, familiares e espirituais. O trato com o
dinheiro merece um cuidado especial, pois o chamado ‘vil metal’ tem feito muitos se tornarem
ricos materialmente, mas miseráveis espiritualmente. Há um corinho antigo e simples, que diz:
‘Quem tem Jesus, tem tudo; quem não tem Jesus, não tem nada. Quem tem Jesus tem tudo, no
céu já tem morada’. Assim, o dinheiro deve ser visto sob o ângulo das coisas passageiras, útil,
necessário, mas que deve ser utilizado com sabedoria, prudência e bom senso. Disse alguém,
com muita propriedade: ‘O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo senhor’. Que Deus nos
conceda a graça de sabermos lidar com esse meio de troca, que tanto facilitou o intercâmbio
entre os países, as instituições e as pessoas […]. […] Os não crentes têm as coisas por
permissão de Deus, sejam ricos ou pobres, na condição de suas criaturas. Nós, seus filhos,
temos as coisas, incluindo o dinheiro, como dádivas de sua mão. Davi tinha essa visão quando
disse: ‘Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos’ (1Cr 29.14). Assim, devemos entender
que aquilo que chamamos de ‘nosso’, na verdade, não é bem nosso. É linguagem comum, que
não expressa a realidade das coisas, pois tudo é de Deus (Sl 24.1). A falsa ideia de que somos
efetivamente donos de alguma coisa tem levado muitos a cometerem erros e fraquezas, que
resultam em grandes prejuízos morais, financeiros e espirituais” (Ética Cristã, CPAD,
pp.161,162).

Lição 10: A mordomia do dízimo


Data: 07 de dezembro de 2003

TEXTO ÁUREO

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois
fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 3.10).

VERDADE PRÁTICA

O dízimo é uma prática bíblica pela qual um cristão fiel, reconhecido e dedicado, põe à parte,
para a causa do Senhor, pelo menos dez por cento de sua renda.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Sl 24.1,5
Reconhecimento da majestade de Deus e sua bênção
Terça - Hb 7.2-4
O exemplo de Abraão no dízimo
Quarta - Dt 12.6,11
O povo de Deus e o dízimo e as ofertas
Quinta - Dt 26.12,16
O dízimo entregue com amor
Sexta - Mc 12.41-44
Jesus observa as ofertas
Sábado - Ml 3.8-10
O dízimo reafirmado na Bíblia

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Malaquias 3.7-10; 1 Coríntios 16.1,2.

Malaquias 3
7 - Desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai
vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: Em que
havemos de tornar?
8 - Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas alçadas.
9 - Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação.
10 - Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e
depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e
não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.

1 Coríntios 16
1 - Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às
igrejas da Galácia.
2 - No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme
a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar.

PONTO DE CONTATO

Converse com sua turma sobre o conceito de dízimo. Lembre-se de que dizimar é muito mais
que separar dez por cento de seus rendimentos ao final de cada mês. Muitas pessoas na Bíblia
doaram para Deus não do que lhes sobejava, mas, ao contrário, foram impelidas a servir com
tudo o que lhes restava. Basta recordarmo-nos da viúva de Serepta num momento em que o
povo se angustiava sob intensa miséria, Ela atendeu à voz do profeta e foi recompensada. O
momento propício para Deus operar e quando a fé se sobrepõe à necessidade. Medite nisso.

SÍNTESE TEXTUAL

Quem gostaria de ser chamado de ladrão? Pois não há outro nome para aquele que não entrega o
dízimo nem as ofertas ao Senhor. Partindo do princípio de que nada nos é próprio a não ser o
pecado. Antes, tudo que temos nos foi concedido pelo Todo-Poderoso, temos a obrigação de
devolver aquilo que não nos pertence com um coração grato e reconhecido porque Ele nos
permite ficar com noventa por cento de nossa renda. A igreja precisa honrar seus compromissos
e promover o Reino de Deus. Para isso demanda recursos financeiros de seus membros, que
devem empregá-los na sua obra com todo desprendimento, sabendo que agindo dessa forma
estarão acumulando bênçãos no presente e no porvir.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

Peça aos seus alunos para relacionarem numa folha de papel tudo que eles têm recebido de Deus
(salvação, saúde, família, casa, alimento, amigos, escola, trabalho etc.). Agora peça para
refletirem sobre quanto vale cada item relacionado e depois colocarem o valor ao lado. Após
terem feito isso, deverão somar os valores e então comparar o valor total com o dízimo que
costumam dar na igreja. Certamente haverá uma disparidade muito grande entre os dois, visto
que alguns itens, como salvação, família e saúde, não têm preço.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Malaquias é o último dos profetas do Antigo Testamento. Ele viveu aproximadamente 400 anos
antes de Cristo e, no meio do seu povo, ele foi o profeta corajoso para falar a Israel de bênçãos e
maldições. A casa de Deus estava empobrecida e sua manutenção abandonada porque o povo
tornou-se infiel (como muitos hoje) nos dízimos e nas ofertas alçadas. A mensagem profética de
Malaquias expôs publicamente o problema, reprovando e desafiando o povo a retomar o
caminho bíblico, para que fosse outra vez abençoado.

I. DEUS FALA SOBRE A RESTAURAÇÃO DA MORDOMIA

1. Moral. Segundo o texto declara em Malaquias 3, versículos 6-18, Israel tinha abandonado os
princípios morais da obediência e da fidelidade a Deus no tocante aos dízimos e às ofertas
alçadas. O apego às coisas materiais tem sido o elemento de maior dificuldade para muitos
servos de Deus. O amor ao dinheiro, maior que o amor a Deus, é um tropeço na vida cristã.
Quando as pessoas se afastam das leis de Deus, estabelecidas na sua Palavra, necessitam de uma
restauração moral e espiritual.

2. Arrependimento. O arrependimento profundo e sincero diante de Deus é ponto de partida


para o abandono dos erros. Arrependimento é mudança de atitude e tristeza para com o pecado
cometido. Israel havia pecado contra o Senhor e somente pelo arrependimento sincero e pleno
haveria perdão e recuperação. Deus disse a Israel: “Tornai vós para mim, e eu tornarei para
vós” (Ml 3.7). No Novo Testamento, isto equivale ao que está escrito: “Se confessarmos os
nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a
injustiça” (1Jo 1.9).

3. Obediência. Deus acusou Israel de ter abandonado suas leis e princípios, desobedecendo-os.
Aprendemos que as bênçãos de Deus em nossa vida estão vinculadas a uma vida de obediência
à sua Palavra. Israel precisava reconsiderar que “o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o
atender, melhor é do que a gordura de carneiros” (1Sm 15.22). Se quisermos que as janelas do
céu se abram sobre nós, devemos reconhecer nossos pecados e arrependermo-nos, bem como,
obedecer aos estatutos divinos. Israel era o povo de Deus (Am 7.15), entretanto, a mensagem
inicial de Jesus para ele foi a de arrependimento (Mc 1.14,15).

II. O SIGNIFICADO DO DÍZIMO NA BÍBLIA

1. Sentido literal. Dízimo é o hábito regular pelo qual um cristão, procurando ser fiel ao ensino
das Escrituras, separa para Deus, pelo menos dez por cento de sua renda como um
reconhecimento das dádivas divinas. Ele reconhece assim, que Deus é o Senhor de tudo o que
temos (Os 2.8,9; 1Co 10.26). O dízimo é o mínimo que o crente dispõe para Deus. Com ele, as
barreiras da arrogância, da avareza e do egoísmo são quebradas. O dízimo deve ser para o
cristão uma redescoberta espiritual para levar à prosperidade material.

2. Sentido conceitual. Dízimo é a décima parte de um todo. É considerar que Deus é a fonte de
toda a possessão material (Sl 24.1; 1Co 10.26). Quando o crente reconhece que tudo o que
temos é dádiva de Deus, separa um décimo de seus rendimentos para expressar sua convicção
de que Deus é dono e doador de tudo o que possui. É importante perceber que Deus continua
sendo o dono das posses materiais confiadas ao homem, o qual é tão somente o mordomo desses
bens que lhe foram confiados. Que patrão neste mundo daria 90% das suas posses e ficaria com
apenas 10%? Só Deus, rico e bondoso é capaz de proceder dessa forma. Tudo o que Ele requer é
que o mordomo cumpra com lealdade a sua mordomia, e lhe devolva a única parte exigida - a
décima parte. O dízimo bíblico é, pois uma dívida do homem para com Deus.

3. Sentido moral. O dízimo é um testemunho da bondade criadora de Deus. Quando


entregamos o dízimo provamos a nossa dependência de Deus e de suas bênçãos. A entrega do
dízimo é o reconhecimento à fidelidade de Deus. Quando um crente se recusa a entregá-lo é
porque ainda não reconheceu plenamente o senhorio de Deus. Esse crente, pensa que ele é
mesmo dono daquilo que tem. Quando tributamos a Deus com nossos dízimos, estamos
reconhecendo, automaticamente, o senhorio do nosso Deus (1Co 10.26; Ag 2.8).

4. Sentido espiritual. Considere três razões para entregar o dízimo ao Senhor.

a) Reconhecimento pelas bênçãos divinas. Deus é o doador de tudo na vida. O homem


pertence a Deus (Gn 1.27; Ez 18.4). A terra pertence a Deus (Sl 24.1; Hb 11.3; Cl 1.17; Sl
104.30).

b) Adoração. Faz parte da adoração cristã a contribuição feita pela Igreja para a obra de Deus
através dos “dízimos e ofertas” (1Co 16.1-4).

c) A Fé. Que valor terá a entrega dos dízimos sem o exercício da fé? Entrega sem fé é legalismo
religioso sem fruto. Quando o crente separa um décimo dos seus rendimentos, deve fazê-lo com
fé, em Deus e nas suas promessas, e com gratidão pela provisão divina.

III. O DÍZIMO NA BÍBLIA

1. No Antigo Testamento.

a) O exemplo de Caim e Abel (Gn 4.2-7). A doutrina do dízimo é identificada ainda nos
primórdios da criação. Caim e Abel, os primeiros irmãos da história humana, foram ensinados a
ser leais ao Criador e oferecer, espontaneamente ao Senhor, alguma coisa do produto do seu
trabalho, em gratidão pela bondade do Senhor. Caim trouxe do fruto da terra a sua oferta ao
Senhor, e Abel “trouxe o primogênito das suas ovelhas e da sua gordura” (Gn 4.3,4).

b) O exemplo de Abraão (Gn 14.18-24). A primeira menção registrada do dízimo no Antigo


Testamento ocorre quando Abraão trouxe sua oferta ao Senhor e a entregou ao rei
Melquisedeque. Notemos que Abraão o fez espontaneamente, em atitude de reconhecimento da
sua mordomia a Deus (Gn 14.22).

c) O exemplo de Jacó (Gn 28.18-22). Jacó era neto de Abraão. Seu dízimo era voluntário,
como expressão de sua gratidão a Deus pelas bênçãos recebidas. Observa-se que Jacó já havia
recebido instruções acerca do dízimo através dos seus pais, Isaque e Rebeca. É um exemplo
positivo para a família cristã hoje, ensinar os filhos a serem fiéis e agradecidos a Deus com seus
dízimos e ofertas.

d) O exemplo de Moisés. A prática do dízimo foi incorporada à lei para o povo de Israel. Todos
os filhos de Israel adotaram o dízimo como um padrão de gratidão ao Senhor Todo-Poderoso.
Na Lei, vemos por três vezes a citação do dízimo. A primeira referência (Lv 27.30-32) é o
estabelecimento oficial da prática que já era observada antes. Cada judeu temente a Deus
deveria dar a décima parte de tudo que a terra produzisse, vegetal ou mineral. A segunda
referência sobre o dízimo trata da principal finalidade dele (Nm 18.20-32). A terceira, acha-se
em Deuteronômio, a partir de 12.5-12.

2. O dízimo no Novo Testamento. A prática do dízimo pelo povo de Deus é anterior à lei.
Como já vimos, ela apenas o incorporou aos seus preceitos. Entretanto, o dízimo passou a ter
uma nova perspectiva na graça. O princípio de que Deus é o verdadeiro dono do que temos, e a
Ele tudo pertence, inclui o dízimo.

a) O exemplo de Jesus (Jo 13.15). Jesus deu uma nova dimensão à mordomia das finanças. Ele
destacou primordialmente a necessidade de ter o coração desprendido dos bens materiais (Mt
6.24,33; Lc 12.15,21; 1Tm 6.16-19). Observe o preceito da mordomia estabelecida por Jesus
nos seguintes textos (Mt 6.19-21,33; 10.8; Mc 12.17; 8.36; At 20.35; Lc 6.38).

b) O exemplo da igreja primitiva (At 4.32; 2Co 8.7). Sem dúvida, o derramamento do
Espírito Santo nos primórdios da Igreja quebrou as amarras da avareza e do egoísmo, e os
crentes contribuíam alegremente com tudo quanto tinham. Um crente realmente avivado tem o
coração aberto para doar e cooperar. É isso o que vemos na Bíblia e na história dos
avivamentos. Após o dia de Pentecostes, a igreja promoveu um atendimento filantrópico aos
necessitados. Impulsionados pelo Espírito Santo, aqueles primeiros crentes se uniram e
reconheceram a necessidade da mordomia e, diz a Bíblia: “tinham tudo em comum” (At 4.32-
35).

3. Sustento do ministério cristão. Paulo declara e ensina a igreja em Corinto acerca do direito
de sustento dos que trabalham no ministério cristão, isto é, que vivam do ministério. Destaca
também, que o princípio do sustento do ministério sacerdotal na dispensação da lei é o mesmo
na dispensação da graça (Mt 10.10; Lc 10.7; Gl 6.6; Hb 13.16).

CONCLUSÃO

O crente fiel não contribui simplesmente porque é uma ordenança bíblica, mas também porque
sente prazer em contribuir para manter a obra do Senhor. O dízimo é uma forma de gratidão a
Deus pelas bênçãos recebidas e reconhecimento por sua soberania sobre nossas vidas e posses.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Bibliológico

“Foi dura a cobrança de Deus sobre o povo que não pagava o dízimo. Sem meias palavras, o
Senhor os qualificou como roubadores, ladrões. No Novo Testamento, vemos também a
confirmação da obrigação de se entregar o dízimo na casa do Senhor. Em Mateus 23.23, Jesus
disse aos fariseus que eles deveriam cumprir o ‘mais importante da lei’, que eram ‘o juízo, a
misericórdia e a fé’, sem deixar de pagar ‘o dízimo da hortelã, do endro e do cominho’. Com
isso, o Senhor quis ensinar que não adiantava ser dizimista sem levar em conta os valores
espirituais da Lei. Hoje, da mesma forma, o cristão deve pagar o dízimo, não como quem está
fazendo um favor à igreja, nem mostrando que ganha bem, mas como forma de gratidão a Deus
pelas bênçãos recebidas como fez Abraão diante de Melquisedeque. A obediência a essa
determinação bíblica redunda em bênçãos abundantes da parte de Deus (Ml 3.10,11). É bom
lembrarmo-nos de que o dízimo deve ser dado do bruto da renda, e não do líquido; deve ser das
‘primícias da renda’ (ler Pv 3.9,10). Os dízimos devem ser levados ‘à casa do tesouro’, ou seja,
à tesouraria, por meio da entrega na igreja local. ‘É errado o crente administrar o dízimo,
repartindo com hospitais, creches ou pessoas carentes’” (Ética Cristã, CPAD, p.170).

Lição 11: A mordomia dos talentos


Data: 14 de dezembro de 2003

TEXTO ÁUREO

“E o seu senhor lhe disse: bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te
colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21).
VERDADE PRÁTICA

Todo crente tem recebido talentos do Senhor, para empregá-los com dedicação na sua causa.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - Gn 1.28
Os talentos de Adão
Terça - Êx 31.1-6
Os talentos de Bezaleel
Quarta - At 18.24-28; 1Co 1.6
Os talentos de Apolo
Quinta - 1Sm 16.18
Os talentos de Davi
Sexta - At 8.36-43
Os talentos de Dorcas
Sábado - 3Jo 5-6
O talento de Gaio

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 25.14-29.

Provérbios 23
14 - Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus
servos, entregou-lhes os seus bens;
15 - E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua
capacidade, e ausentou-se logo para longe.
16 - E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros
cinco talentos.
17 - Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois;
18 - Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19 - E muito tempo depois veio o Senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
20 - Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos,
dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com
eles.
21 - E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito
te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22 - E chegando o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos;
eis que com eles granjeei outros dois talentos.
23 - Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te
colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24 - Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és
um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
25 - e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26 - Respondendo, porem, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo
onde não semeei e ajunto onde não espalhei;
27 - devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o
que é meu com os juros.
28 - Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos.
29 - Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o
que tem ser-lhe-á tirado.

PONTO DE CONTATO
Todos podem ser úteis na obra de Deus, pois Ele concedeu dons para todas as suas criaturas.
Não há um só homem que não os tenha recebido. Ele os entregou, mesmo sabendo que
poderíamos falhar na administração dos mesmos, confiou em nós e espera que sejamos fiéis. É
importante ter a consciência de que dom, ainda que seja único, é algo muito precioso, e não
pode ser desperdiçado, pelo contrário, deve ser bem administrado por seu proprietário. O que
temos feito com os talentos que Deus nos concedeu? Temos sido servos fiéis? Estamos
preparados para o dia da prestação de contas? Faça um momento de reflexão com a turma sobre
estas questões.

SÍNTESE TEXTUAL

Todos nós recebemos pelo menos um talento das mãos do Senhor. Não há ninguém que tenha
ficado sem habilidades, dons ou dotes especiais que não possam ser utilizados no serviço de
Cristo. A proporção na distribuição dos talentos existe, não porque haja acepção de pessoas,
mas porque Deus nos conhece profundamente e sabe quanto podemos administrar. Temos a
responsabilidade de empregá-los na obra de Deus com toda a dedicação, empenho, esmero e
fidelidade porque haveremos de prestar contas individualmente diante do tribunal de Cristo.
Somente aqueles que corresponderem com amor e fé à graça, à capacidade e à responsabilidade
que Deus lhes tiver confiado, serão chamados de servos fiéis. Embora a salvação não seja por
meio de obras, fomos criados para as boas obras. O servo infiel esta sentenciado a ser privado
de seu talento e lançado nas “trevas exteriores”.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

De acordo com a leitura bíblica faça o seguinte exercício. Divida a classe em grupos de cinco.
Cada grupo devera pesquisar na Bíblia sobre personagens, seus talentos e em que foram úteis.
Os alunos deverão resumir em uma folha de papel a pesquisa. Você poderá sugerir alguns
nomes como: Bezaleel, Davi, José, Daniel e seus companheiros. Dê aos alunos cinco minutos.
Depois peça que escolham um representante do grupo para ir à frente e apresentar o trabalho,
dois minutos para cada grupo é suficiente. À medida que cada representante expuser suas ideias,
você poderá anotá-las no quadro de giz. Conclua fazendo um resumo das ideias apresentadas.
Esta dinâmica envolve toda a classe e levanta planos valiosos para o desenvolvimento da lição.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A parábola dos talentos foi a última proferida por Jesus cuja mensagem principal trata do nosso
trabalho com diligência, constância e fidelidade com os talentos que Deus nos tem dado. No
mesmo capítulo (Mt 25), Jesus falou da parábola das dez virgens, destacando a lição principal
da vigilância espiritual ante o retorno do Senhor. No estudo desta lição abordaremos o assunto
dos talentos sob a perspectiva da administração do nosso trabalho recebido da parte de Deus.
Somos mordomos na aplicação dos nossos talentos na propagação do reino de Deus.

I. A CONCESSÃO DOS TALENTOS POR DEUS (vv.14,15)

1. O dono dos talentos (v.14). A parábola fala de “um homem” rico, possuidor de muitos bens
(talentos), o qual ao sair para fora de sua terra convocou seus “servos” (trabalhadores) e deu-
lhes a oportunidade de trabalharem com os “bens” a eles distribuídos. A lição da parábola
indica que Jesus Cristo é aquele senhor, o qual nos tem dado talentos para trabalharmos para
Ele. Ele é o homem que “ausentou-se da sua terra” por um pouco de tempo, para quando
voltar, receber o fruto dos talentos entregues a seus servos (Jo 13.13; At 10.36). Jesus, depois de
sua ascensão viajou para longe: “Subindo ao alto… deu dons aos homens” (Ef 4.8). Ao retornar
para o céu, Jesus deixou sua igreja equipada, concedendo seus bens para serem negociados.
Certa ocasião Ele disse: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio a vós” (Jo 20.21).

2. A mensagem dos talentos (v.15). Um “talento” era uma medida de peso com valor
monetário. Nas medidas de peso dos tempos bíblicos, um talento equivalia a “60 minas” e uma
“mina” tinha o peso de “60 ciclos”. Essa medida de peso podia ser de ouro, prata, bronze ou
latão, por isso, o valor podia ser diferenciado. Um “talento” pesava aproximadamente “30
quilos”. A palavra dinheiro no versículo 18, no original é prata. O valor monetário de um
talento era muito alto. Uma pessoa que possuísse, pelo menos, um talento, era respeitada como
bem de vida. Aquele senhor entregou os seus talentos a três dos seus servos para que
negociassem com os mesmos. Na linguagem figurada, esses talentos representam os dons, dotes
e habilidades concedidos por Deus para com eles trabalharmos. Notemos que esses “talentos”
pertencem ao Senhor, e Ele os concede conforme a capacidade individual de seus servos.

3. O dono dos talentos (v.15). A Escritura diz que aquele senhor “a um deu”; “e a outro deu”
talentos, indicando que os mesmos pertenciam à aquele homem rico. A Bíblia diz que tudo vem
de Cristo, pois tudo foi criado por Ele, por meio Dele e para Ele (Cl 1.16; 1Co 8.6; Rm 1.3-6).
De nós mesmos nada temos, nem podemos fazer (Jo 15.5). Dele nos vem tudo para que o
sirvamos segundo a sua vontade, não a nossa. Os servos não foram escolhidos em função de já
possuírem algum talento.

4. A distribuição dos talentos (v.15). A distribuição foi proporcional à capacidade de cada um


daqueles servos para negociar. A um “deu cinco talentos”, a outro “dois talentos” e, ao
terceiro, “um talento”. Quando Deus criou os seres humanos, os criou com diferentes aptidões e
capacidades. Pelo menos, um talento todo crente possui. O que Deus espera de todos nós é que,
mediante seus talentos, sejamos fiéis e úteis ao seu reino.

II. A ADMINISTRAÇÃO DOS TALENTOS (vv.16-18)

1. Os servos receberam seus talentos. Cada um deles trabalharia e administraria os bens


conforme a sua capacidade. Aquele senhor deixou aqueles talentos em suas mãos para serem
cuidados e utilizados. Cada qual negociaria da melhor forma possível com aquilo que recebeu
para trabalhar. Cada qual deveria preocupar-se apenas com o seu trabalho e procurar fazê-lo
bem. Não pode haver espaço para invejas, ciúmes, porfias entre os servos de Cristo; coisas
típicas de pessoas carnais (Gl 5.19-21).

2. Dois daqueles servos administraram bem seus talentos (vv.16,17). Diz a parábola que o
servo que recebeu cinco e o que recebeu dois talentos negociaram bem e duplicaram seus
talentos. Foram diligentes e fiéis. Os que trabalham na obra de Deus, na igreja, devem fazer o
melhor que puderem, para multiplicarem seus talentos. Aqueles dois primeiros servos tiveram
êxito em seu trabalho. Sem dúvida, quando fazemos a obra de Deus com amor e desvelo, a
graça de Deus torna-se uma fonte de poder inesgotável na provisão de todas as nossas
necessidades (Fp 4.13).

3. O terceiro servo não cumpriu sua missão (vv.18,19). Diz a parábola que ele recebeu
justamente tanto quanto podia fazer e negociar, mas pelo contrário, ele preferiu não fazer nada
com o talento recebido. O texto diz que ele “cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu
senhor” (v.19). Encheu-se de justiça própria, pois ao cavar na terra e esconder o dinheiro queria
insinuar injustiça da parte de seu senhor. Aquele dinheiro escondido significa prejuízo e
desperdício. Quantos crentes, inclusive obreiros recebem bens da parte do Senhor Jesus e, ao
invés de negociarem e trabalharem com afinco para multiplicarem esses bens, tornam-se
inativos na obra de Deus. A cobrança virá a seu tempo, na prestação de contas quando o Senhor
vier.

III. AS GRANDES LIÇÕES DA PARÁBOLA


As grandes lições da parábola dos talentos têm a ver com o caráter dos servos.

1. A fidelidade. Tudo o que aquele senhor esperava de seus servos era que fossem fiéis no
cumprimento de suas atividades até que ele voltasse. Ele requer dos seus servos um serviço
eficiente (Lc 16.10; 1Co 4.2).

2. Inteligência (Mt 25.16,17). Aqueles dois primeiros servos fiéis usaram a inteligência para
negociarem com os talentos recebidos. É preciso que os servos de Deus apliquem a inteligência
espiritual para que não haja prejuízo nos negócios que temos que fazer (Cl 1.9). Os bens de seu
senhor deveriam ser multiplicados através de uma mordomia fiel, dinâmica e eficiente (Pv 10.4;
13.4). Na obra de Deus, nada deve ser feito só por emoção.

3. Diligência. O que é diligência? No serviço, é cuidado, zelo, dedicação, dinamismo, atenção,


esmero e amor. Os servos que receberam “cinco e dois talentos” trabalharam com cuidado e
com aplicação até poderem multiplicar os bens de seu senhor. A mordomia cristã repudia a
ociosidade. A Bíblia diz que “a alma do preguiçoso deseja e coisa nenhuma alcança; mas a
alma dos diligentes engorda” (Pv 13.4).

IV. A MORDOMIA REQUER PRESTAÇÃO DE CONTAS (Mt 25.19)

1. A volta do Senhor para reaver seus talentos. “E, muito tempo depois, veio o senhor
daqueles servos e ajustou contas com eles” (v.19). O senhor daqueles servos veio quando eles
não o esperavam. Assim será na vinda de Cristo. Ele virá quando ninguém o espera (Mt 24.44;
25.13). Por isso, não devemos nos descuidar da nossa mordomia, nas tarefas que o Senhor nos
entregou para administrar.

2. O ajuste de contas (Mt 25.19). Os servos sabiam disso, é evidente. Cada servo tinha o seu
ajuste de contas, por isso, entendemos que essa prestação de contas é individual, na presença do
Senhor. A Bíblia testifica: “Cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14.12). No
ajuste de contas, quanto ao seu serviço, suas obras, os servos de Cristo comparecerão diante do
Tribunal de Cristo após o arrebatamento da igreja (2Co 5.10). Todos os crentes salvos hão de
comparecer diante desse tribunal onde suas obras serão julgadas e recompensadas. Trata-se do
que fizeram (ou não fizeram) para o Senhor enquanto viveram na terra (Rm 14.10; Cl 3.24; Ef
6.8; 1Co 3.14). Quanto aos infiéis, os injustos, eles comparecerão perante o Senhor para
julgamento, somente no Juízo Final (Mt 25.24,25).

CONCLUSÃO

Cuidemos de, na força do Senhor, fazermos o melhor para Deus, e Ele nos recompensará com o
justo galardão.

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Bibliológico

“A Parábola dos Talentos nos adverte que nosso lugar e nosso serviço no céu dependerão da
fidelidade da nossa vida e serviço aqui (v.29). Na parábola, o talento representa nossas aptidões,
tempo, recursos e oportunidades para servir ao Senhor enquanto estamos aqui na terra. Estas
coisas Deus considera como um legado seu, que Ele nos confiou para administrarmos da
maneira mais sábia possível… Além disso, Jesus ensina um princípio importante sobre o
galardão do crente no céu e seu estado ali. O que cada crente receberá no futuro reino de Deus
depende da porção daquele reino que ele já possui agora. Sua posição e herança no céu serão
proporcionais à sua atual dedicação e consagração às coisas de Deus e do seu reino aqui…
Quem foi fiel no seu serviço para o Senhor e compartilhou do seu trabalho aqui na terra
receberá uma rica recompensa no reino futuro. Receberá tarefas ainda maiores no novo céu e na
nova terra (Ap 21.1). Os que foram menos fiéis receberão uma posição e responsabilidades
menores. Em suma, o crente terá que prestar contas da sua fidelidade ou infidelidade a Deus e
das suas práticas e ações, tendo em vista a graça, a oportunidade e o conhecimento que recebeu.
(Lc 12.48). As más ações do crente, quando ele se arrepende, são perdoadas no que diz respeito
ao castigo eterno, mas são levadas em conta quanto à sua recompensa: ‘Mas quem fizer agravo
receberá o agravo que fizer’ (C1.3.25). As boas ações e o amor do crente são lembrados por
Deus e por Ele recompensados (Hb 6.10): ‘cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer’
(Ef 6.8)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pp.1442,1443,1549,1775).

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