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HEGEL E BRECHT:
BOAL, A. Teatro do Oprimido e
Outras Poéticas Políticas.
PERSONAGEM-SUJEITO OU 6ª Edição. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1991.
PERSONAGEM-OBJETO?
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Diferenças entre as chamadas formas “dramáticas” e épicas de teatro, segundo Brecht
A chamada forma “dramática´” - poética idealista A chamada forma “épica” - poética marxista
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1. O pensamento determina o ser 1. O ser social determina o pensamento
(personagem-sujeito); (personagem-objeto);
É alterável o homem?
• A ação não se desenvolve porque o homem que é o presidente dos EUA é como é: se
desenvolveria da mesma maneira, ainda que ele fosse completamente diferente do que é;
• Hegel insiste em que o conflito trágico é uma inevitabilidade, uma necessidade de
natureza moral. Isto é, moralmente os personagens não podem evitar ser o que são e fazer
o que fazem;
• Mauler (em A Santa Joana dos Matadouros) , independente do que pensa, é um burguês
que tem que aumentar cada vez mais o seu lucro; a esposa de Dullfeet (paralelismo com o
ditador austríaco Dollfuss, em A Resistível Ascensão de Arturo Ui), a despeito do que
sente, faz sociedade com o próprio assassino do marido em busca do lucro máximo;
• Brecht não quer dizer que as vontades individuais não intervêm nunca: quer afirmar, isso
sim, que não são nunca o fator determinante da ação dramática fundamental.
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4. Cria a empatia (comprometendo emocionalmente o 4. Historiciza a ação dramática (transformando o
espectador e anulando sua possibilidade de ação) / espectador em observador, despertando-lhe o senso
EMOÇÃO; crítico e a capacidade de ação) / RAZÃO;
;
Empatia ou o quê? Emoção ou razão?
• Conforme Aristóteles, empatia é a relação emocional que se estabelece entre
personagens e espectadores e que se preconiza a partir de duas emoções: piedade e terror;
• No entando, a empatia, de modo geral, não se refere apenas às emoções de piedade e
terror, mas pode se realizar através de qualquer outra emoção (medo, sadismo, desejo
sexual, etc.), e a única obrigatoriedade é a atitude “passiva” do espectador;
• Importante observar que, já em Aristóteles, a empatia não era resultado apenas do éthos –
da ação – do personagem, senão também da dianoia, isto quer dizer que o discurso – ou a
justificação – que embasa a ação do personagem também é assumido, passivamente, pelo
espectador;
• Brecht não nega a emoção, mas a reconstrói sobre uma outra base, dando ênfase à
emoção que nasce do conhecimento. Aprender é emocionante e não existe razão para que
a emoção seja evitada;
• O que Brecht não quer é que os espectadores continuem pendurando o cérebro junto
com o chapéu, antes de entrarem no teatro. BANCO 6
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5. Ao final, a catarse purifica o espectador; 5. Ao final, o espectador é estimulado à ação;
• Diz Hegel: “ao tumulto de paixões e ações humanas, que constituem a obra dramática,
sucede o repouso”;
• Brecht era marxista: uma peça de teatro deve mostrar porque caminhos se desequilibra a
sociedade, para onde caminha e como apressar sua transição;
• Um teatro que pretende transformar os transformadores os transformadores da sociedade
não pode terminar em repouso, não pode restabelecer o equilíbrio;
• Aristóteles e Hegel desejam uma quieta sonolência ao final do espetáculo; Brecht deseja
que o espetáculo teatral seja o início da ação para a transformação e o consequente
equilíbrio da sociedade;
• A partir do exemplo de Os fuzis da senhora Carrar, considerada por muitos uma “peça
aristotélica, Boal mostra que, ao final da peça, a Thereza Carrar toma uma decisão, entrega
os fuzis ao irmão e vai à luta contra a ditadura . Portanto, não é uma peça aristotélica.
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COMO INTERPRETAR AS NOVAS PEÇAS?
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De sua interpretação não nasce ninguém, filho de intérprete
e de interpretado, pulsando com um só coração,
pensando como um só cérebro:
sua forte personalidade é a de um intérprete
que interpreta a dois vizinhos estranhos!
Nos vossos teatros
a fabulosa transformação que se pretende que ocorra
entre o camarim e o cenário
- um ator sai do camarim, um rei entra no palco -
esse truque mágico
(que, como já tantas vezes vi, provoca
boas gargalhadas nos maquinistas que se riem enquanto
tomam suas cervejas)
aqui, neste caso, aqui não tem cabida.
Nosso ator, num canto da rua,
não é nenhum sonâmbulo com quem ninguém pode falar;
não é nenhum sumo sacerdote no seu divino ofício.
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Podem interrompê-lo em qualquer momento,
e certamente ele lhes responderá com toda calma,
prosseguindo depois com sua exibição.
Mas, senhores, não digam:
“Este homem não é um ARTISTA!”
Porque se vocês puserem tamanha barreira
entre vocês e o mundo,
“VOCÊS FICARÃO FORA DO MUNDO”;
se vocês não lhe derem o título de artista,
talvez ele, a vocês, não lhes dê o título de homens.
A restrição que lhes pode fazer ele a vocês é muito mais
grave do que a que lhes podem fazer vocês a ele,
por isso digam:
É UM ARTISTA PORQUE É UM SER HUMANO.
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O demais não importa: são pequenas diferenças formais entre os três gêneros
Se Brecht não nega a emoção, como apresentamos, acerca da empatia ele diz que
tem de ser entendida como uma arma terrível;
Seu mecanismo consiste em justapor duas pessoas (uma fictícia, outra real), dois
universos, e fazer com que uma dessas pessoas – justamente, a real – entregue à
outra, abdique passivamente, seu sentimento, seu pensamento, seu poder de
decisão;
Algo ainda mais monstruoso: o personagem elege em meio a uma situação fictícia, desprovida da
dendidade, de matizes e da complicação do real e, assim, induz o ser humano, real, a eleger critérios
irreais e incorporar elementos da ficção para a sua própria vida.;
Espectadores são expostos a um mundo competitivo, organizado, coerente e coercitivo. Assim nos
educam. Por osmosis!
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OBRIGADO
Grupo de Estudos em Teatro gesto.teatrodooprimido@gmail.com
do Oprimido - GESTO
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