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Ricardo Reis

 Ricardo Reis projeta-se na antiguidade grega, do mesmo modo que Caeiro contempla o
mundo exterior.

 Ao contrário de Caeiro (em que é notória a vivacidade e a ingenuidade, o prazer e a


alegria, a naturalidade e a espontaneidade), em Reis tudo é calculado, ponderado,
refletido.

 Na sua poesia, transparece um tom triste, resultante de uma atitude racional que o leva
a procurar um prazer relativo. Este, ilusoriamente, leva-o a sentir-se livre para poder
conter-se, mas não lhe permite afastar a tristeza experimentada por saber que as suas
emoções não são autênticas.

 Reis revela-se detentor de uma dignidade sóbria, de uma perfeita clareza de ideias e de
uma conceção de vida simples.

 Realiza um exercício de autodisciplina, nem que para isso tenha de abdicar dos prazeres
da vida.

 Situa-se entre o não-pensamento de Caeiro e a abulia presente num certo Fernando


Pessoa e no Álvaro de Campos de última fase.

 Poesia de carácter moralista, nela revela-se um estilo sentencioso, cheio de conselhos


morais e um apelo constante à indiferença, fatores que lhe conferem um intenso
dramatismo e fatalismo.

 As linhas ideológicas presentes na poesia de Reis refletem um homem que sofre e vive
o drama da transitoriedade de vida.

 Algumas temáticas – amor à vida rústica e à natureza; procura da perfeição;


intelectualização das emoções; lucidez e cautela na procura de uma felicidade relativa
(misto de resignação e de gozo moderado).

 Propõe a fruição das coisas sem demasiado esforço ou risco e a aceitação de tudo, uma
vez que considera o destino mais importante do que a força humana.

 Aceita a condição de ser humano, transformando-se num moralista que aconselha a


evitar as grandes paixões.

 Faz dos gregos o modelo de sabedoria (visível na aceitação do destino, de forma digna).

 Conceção dos deuses como ideal humano (não são mais do que homens perfeitos ou
aperfeiçoados).

 As referências aos deuses da antiguidade (neo-paganismo) greco-latina são uma forma


de referir a primazia do corpo, das formas, da natureza, dos aspetos exteriores, da
realidade, sem cuidar da subjetividade ou da interioridade – ensinamentos de Caeiro, o
mestre de todos os heterónimos.

 Recusa o envolvimento nas coisas do mundo e dos homens.

Professora Paula Lopes 1 de 2


 Linguagem e estilo:

 Submissão da expressão ao conteúdo: a uma ideia perfeita corresponde uma


expressão perfeita;
 Forma métrica: ode;
 Estrofes regulares em verso decassilábico, alternado ou não com hexassílabo;
 Verso branco;
 Recurso frequente à assonância (repetição de sons vocálicos), à rima interior, à
aliteração (repetição de sons consonânticos), ao hipérbato (alteração natural da
ordem das palavras) e ao eufemismo; por vezes também recorre a metáforas e a
comparações;
 Predomínio da subordinação;
 Uso frequente do gerúndio e o imperativo (na 1ª pessoa do plural, dando um certo
tom moralista);
 Uso frequente de latinismos (insciente, vólucres...);
 Linguagem cheia de símbolos clássicos (Parcas, barqueiro sombrio...);
 Estilo muito denso construído com enorme rigor.

Alguns *ismos de Ricardo Reis

 Epicurismo

 “Carpe Diem”: Vive o momento – a sabedoria consiste em saber-se aproveitar o


presente, porque se sabe que a vida é breve.

 Paganismo

 Crença nos Deuses;


 Crença na civilização da Grécia;
 Culto do belo como forma de superar a efemeridade dos bens e a miséria da vida.

 Estoicismo

 Aceitação das leis do destino (aceitação voluntária de um destino involuntário);


 Busca de uma felicidade relativa, sem grandes prazeres, através de um estado de
ataraxia (certa tranquilidade ou indiferença capaz de evitar a perturbação);
 Abdicação de lutar;
 Autodisciplina.

 Horacianismo

 Aurea mediocritas: busca da felicidade no sossego do campo (proximidade de Caeiro).

Professora Paula Lopes 2 de 2

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