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CONTABILIDADE GERAL

1º ANO TÉCNICO – ADMINISTRAÇÃO / CONTABILIDADE

Professora: Cleide Comparcida

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 1


Sumário
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS ................................................................................... 4
CONTABILIDADE GERAL ........................................................................................ 5
HISTÓRIA DA CONTABILIDADE ........................................................................... 5
EVOLUÇÃO CONTÁBIL ......................................................................................... 7
DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE ...................................................................... 15
AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DA CONTABILIDADE SÃO: .................................... 15
A contabilidade divide-se em duas grandes ramificações: ............................................... 16
OS USUÁRIOS DA CONTABILIDADE ................................................................. 17
OS FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE ........................................................ 18
EVENTOS DA CONTABILIDADE NO BRASIL ..................................................... 18
Exercícios de fixação:....................................................................................................... 20
PATRIMÔNIO .......................................................................................................... 21
BENS ................................................................................................................... 21
Bens Móveis ..................................................................................................................... 21
Bens Imóveis .................................................................................................................... 21
Bens Tangíveis ................................................................................................................. 21
Bens Intangíveis ............................................................................................................... 21
DIREITOS ............................................................................................................ 22
OBRIGAÇÕES ..................................................................................................... 22
Aspectos qualitativos e quantitativos ............................................................................... 22
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) ............................................................................... 25
Exercícios de fixação:....................................................................................................... 25
Equações Patrimoniais .......................................................................................... 27
CAPITAL .............................................................................................................. 28
Capital Social.................................................................................................................... 28
Capital Próprio.................................................................................................................. 28
Capital Integralizado e Capital a Integralizar ................................................................... 29
Capital Autorizado............................................................................................................ 29
Capital de Giro ................................................................................................................. 30
. Diferença entre Capital e Patrimônio .............................................................. 31
FATOS CONTÁBEIS ............................................................................................ 31
Modificativos ou Quantitativos ........................................................................................ 32
Mistos ou Compostos ....................................................................................................... 32
Exercícios de fixação:....................................................................................................... 33
Livro Diário ...................................................................................................................... 51
Livro Razão ...................................................................................................................... 56

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Livro Caixa ....................................................................................................................... 62
SPED FISCAL E CONTÁBIL .......................................................................... 67
Sped Fiscal........................................................................................................................ 69
Exercícios de fixação:....................................................................................................... 70
OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ..................................................................... 71
INVENTÁRIOS ..................................................................................................... 71
Periódico ........................................................................................................................... 71
Permanente ....................................................................................................................... 72
Sistemas Básicos de Avaliação dos Estoques .................................................................. 72
Alterações do Valor das Compras .................................................................................... 73
Alterações do Valor das Vendas....................................................................................... 74
RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS ......................................................... 75
APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - ARE .......................................... 81
OBJETIVO DA APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ......................... 81
Encerramento das contas de resultado .............................................................................. 82
Resumo da apuração do resultado do exercício ............................................................... 82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 84

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OBJETIVOS PEDAGOGICOS

O Curso Técnico em Contabilidade está concebido para que se possa ter uma visão abrangente
deste pilar basilar da Gestão que é a Contabilidade. O atual desenvolvimento tecnológico e o
alargamento dos mercados exigem que o tecido empresarial se adapte em tempo útil a novas
realidades e é neste contexto que surge a Contabilidade como instrumento eficiente de Gestão.

Os principais objetivos do curso são:

 Identificar os principais fatos patrimoniais de uma empresa.


 Analisar a estrutura e a movimentação das contas.
 Compreender a necessidade dos Trabalhos de Fim de Exercício.
 Analisar as Demonstrações financeiras.
 Distinguir a Contabilidade Geral da Contabilidade Analítica.
 Identificar qual o papel da Contabilidade Analítica numa estrutura organizacional.
 Efetuar o apuramento do Custo das Mercadorias Vendidas.
 Abordar a importância da Contabilidade Orçamental.

Permitindo aos formandos desenvolver competências técnicas na área.

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CONTABILIDADE GERAL
HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às
primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e
interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar
os fins propostos.

Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A organização


econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida
comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza
individual.

Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos
filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se patrimônio. O termo
passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados.

A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que


as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes,
sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade.

A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações
de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de

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simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam
com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo
governo de seu país no ano 2000 a.C.

À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber,
quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações
não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros.

Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse
conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc.

Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que
não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa
administrada.

É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e
trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de
dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito
antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios.

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A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As
escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas
em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões.

EVOLUÇÃO CONTÁBIL

CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai
até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano.

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ÁBACO

A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o Patrimônio,
representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos.

Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem. Como este é um


ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus registros,
utilizando gravações e outros métodos alternativos.

O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos
bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra
"Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie.

As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem
registrava os seus primeiros desenhos e gravações.

Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários séculos.

Os suméricos e babilônicos, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila,
retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam aproximadamente
2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas.

Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência
se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes.
Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico citado no livro Gênesis,
encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme,
onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto
significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus
custos.

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Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus registros
remontam a 6.000 anos antes de Cristo.

A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em
sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada
pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se
estabeleciam, de forma primitiva, controles administrativos e financeiros.

As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se com a data e o


nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse, sempre em
ordem cronológica de entradas e saídas.

Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de Vendas Diárias",
"Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", etc.

Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros.

Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada "Shat". Era a adoção, de
maneira prática, do Princípio do Denominador Comum Monetário.

Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam Contas
de Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do
saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias
atividades, como administração pública, privada e bancária.

NA BÍBLIA

Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio Jesus relatou em
Lucas capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor, alterando os registros de
valores a receber dos devedores.

No tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se tinha!
(Gênesis 41.49).
Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente inventariado no livro de
Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera os bens, e um novo inventário é
apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12.

Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados em 1º Reis 4.22-26 e 10.14-17.

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Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para verificar se o que
dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas 14.28-30).

Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada (Mateus 18.23-
27).

Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era prática comum.

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494,
quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei
Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde
à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os
ramos do conhecimento humano.

No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e
pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.

Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o homem
mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros.

Se os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os


italianos que fizeram o cultivo e a colheita.
Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade,
denominado a "Era Técnica" , devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento
da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros.

A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e


metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como
consequência das necessidades da época, o livro caixa, que recebia registros de recebimentos e

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pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das
relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas.

O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a consequência natural das


necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção
na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O
trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No
século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade
burguesa.

No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital" , representando o valor dos
recursos injetados nas companhias pela família proprietária.

O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que
região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a
Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos.

No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais,


nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital,
referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão-de-obra
direta agregada; armazenamento; tingimento, etc., o que representava uma apropriação bastante
analítica para época. A escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com
matérias-primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram
contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial.

CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento
da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" , da autoria de
Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade.

Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de


riquezas para alguns países europeus.

Em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as


Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida.

A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas
que o Novo Mundo representava.

A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos
do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram o

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desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e investidores e, ao
mesmo tempo, fossem úteis aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e os
empregados.

O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na
Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade.

FREI LUCA PACIOLI escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas
Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à
teoria dos números positivos e negativos.

Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-
se a "Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá", impressa em Veneza, na qual
está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração.

Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O
método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV.
O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário
e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação
deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral:
como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e
"Dano"; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc.

Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada:
"Per " , mediante o qual se reconhece o devedor;
"A " , pelo qual se reconhece o credor.
Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje.

A obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século
XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. A obra de Pacioli não só sistematizou a
Contabilidade, como também abriu precedente que para novas obras pudessem ser escritas sobre o
assunto. É compreensível que a formalização da Contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste
período instaurou-se a mercantilização sendo as cidades italianas os principais interpostos do
comércio mundial.

Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O
governo passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o
exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio
internacional e com as guerras ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas

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falências e a consequente necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre
credores e devedores.

CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e continua até os dias
de hoje.

FÁBIO BESTA
1845 – 1922

Besta nasceu em Teglio de Valtellina, na Lombardia, em 17 de janeiro de 1845. Sua


família era considerada nobre, mas suas condições econômicas eram precárias.

Seguidor de Francesco Villa superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou


o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir
patrimônio como objeto da Contabilidade. Foi, também, o chefe da terceira Escola
Veneziana.
Em 1891, Fábio Besta inicia a era do controle. Besta foi o primeiro e é o maior
contador moderno. Ele desenvolve a teoria materialística das contas. Juntamente
com Pacioli, é considerado o maior vulto da Contabilidade.

O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco
Villa, escritor milanês, contabilista público, que, com sua obra "La Contabilità Applicatta alle
administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano.
Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a
primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada
por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta.

Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a
calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o
patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos.

Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Contabilidade começou a ser


lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809.

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A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido
pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa
teve o cargo de Professor Universitário.

Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração


e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade
implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria
administradas, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista.

Foi o inicio da fase científica da Contabilidade.

Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o
elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir patrimônio como objeto da
Contabilidade.

Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu patrimônio
como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da
equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a
Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão.

Entretanto a escola Européia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem
pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas,
inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade
Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência ao invés de
dar vazão à pesquisa séria de campo e de grupo.

A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-americana dentro da


Contabilidade.

ESCOLA NORTE-AMERICANA enquanto declinavam as escolas europeias, floresciam as escolas


norte-americanas com suas teorias e práticas contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio de uma
ampla estrutura econômica e política, mas também pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos
associativos. O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants foi de extrema
importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis; várias associações
empreenderam muitos esforços e grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos. Havia uma total
integração entre acadêmicos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as
escolas europeias, onde as universidades foram decrescendo em nível, em importância.

A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, que


requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi a causa primeira do estabelecimento das teorias

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e práticas contábeis, que permitissem correta interpretação das informações, por qualquer acionista
ou outro interessado, em qualquer parte do mundo.

Nos inícios do século atual, com o surgimento das gigantescas corporações, aliado ao formidável
desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que os
Estados Unidos da América experimentou e ainda experimenta, constitui um campo fértil para o
avanço das teorias e práticas contábeis. Não é por acaso que atualmente o mundo possui inúmeras
obras contábeis de origem norte-americanas que tem reflexos diretos nos países de economia.

NO BRASILl, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo – devido
ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados – um melhor aparato fiscal. Para
tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do
Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas províncias eram compostas de um inspetor, um
contador e um procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração
financeira e fiscal.
Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal, tornando-se, num
mercado de economia complexa, vital para empresas informações mais precisas possíveis para
tomada de decisões e para atrair investidores. O profissional vem ganhando destaque no mercado
em Auditoria, Controladoria e Atuarial.

São áreas de analise contábil e operacional da empresa, e, para atuários, um profissional raro, há a
especialização em estimativas e análises; o mercado para este cresce em virtude de planos de
previdência privada.

DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE

Contabilidade é a ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do
patrimônio da empresa.

PATRIMÔNIO é um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa jurídica,


avaliado economicamente.

O patrimônio é o OBJETO da Contabilidade.

O OBJETIVO da Contabilidade é o estudo e o controle do patrimônio e suas variações visando ao


fornecimento de informações que sejam uteis para a tomada de decisões econômicas.

AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DA CONTABILIDADE SÃO:

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 Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário;
 Organizar um sistema de controle adequado a empresa;
 Demonstrar com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de
demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa;
 Analisar os demonstrativos com a finalidade apuração dos resultados obtidos pela empresa;
e
 Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a
serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais
problemas.

AS PRINCIPAIS TÉCNICAS CONTÁBEIS UTILIZADAS PELA CONTABILIDADE


SÃO:

 Escrituração consiste no registro, em livros próprios (Diário, Razão, Caixa e Contas


Correntes), de todos os fatos administrativos, bem como dos atos administrativos
relevantes que ocorrem no dia a dia das empresas;
 Demonstrações Contábeis são os relatórios técnicos que apresentam dados extraídos dos
registros contábeis da empresa. As demonstrações mais conhecidas são o Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE;
 Auditoria é a verificação da exatidão dos dados contidos nas demonstrações contábeis,
através do exame minucioso dos registros de contabilidade e dos documentos que deram
origem a eles;
 Análise de Balanços compreende o exame e a interpretação dos dados contidos nas
demonstrações contábeis, a fim de transformar esses dados em informações uteis aos
diversos usuários da contabilidade;
 Consolidação de Balanços corresponde a unificação das demonstrações contábeis da
empresa controladora e de suas controladas, visando a apresentar a situação econômica e
financeira de todo o grupo, como se fosse uma única empresa.

A contabilidade divide -se em duas grandes ramificações:

 Pública ocupa-se com o estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito
público e representação gráfica de seu patrimônio, visando três sistemas distintos:
orçamentário, financeiro e patrimonial, para alcançar os seus objetivos ramificando-se
conforme sua área de abrangência em federal, municipal e autarquias.
 Privada ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito
privado, tanto as físicas quanto as jurídicas, além da representação gráfica de seu patrimônio,
dividindo-se em civil e comercial.

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 Contabilidade Civil é exercida pelas pessoas que não tem como objetivo final o lucro,
mas sim o instinto de sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em: Doméstica –
exercida pelas pessoas físicas em geral, individualmente ou em grupo. Contabilidade
Social – usada pelas pessoas que tem como objetivo final o bem-estar social da
comunidade, tais como: clubes, associações de caridade, sindicatos, igrejas, etc.
 Contabilidade Comercial: é exercida pelas pessoas que exploram atividades que
objetivam o lucro. Divide-se em: Contabilidade Mercantil – usada por pessoas com
objetivo social de compra e venda direta de mercadorias. Exemplo: Supermercados,
sapataria e açougues. Contabilidade Industrial – exercida por pessoas que tem como
objetivo social a produção de bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento
ou da transformação de matérias-primas, do plantio, da criação ou extração de riquezas.
Exemplo: indústria de móveis, pecuária e agricultura. Contabilidade de Serviços – é
usada pelas pessoas que tem como objetivo social a prestação de serviços. Exemplo:
Estabelecimento de ensino, telecomunicações e clínicas médicas.

OS USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

São as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e
buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas. Podem ser divididos em: internos e externos.

Os usuários internos são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que
tem facilidade de acesso às informações contábeis como: gerentes, administradores, funcionários e
diretoria.

Os usuários externos são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso direto às
informações contábeis, mas que as recebem de publicações das demonstrações pela entidade, tais
como: bancos, concorrentes, governo, fornecedores e clientes.

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OS FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE

POSTULADOS: A Contabilidade repousa, basicamente, em dois postulados – proposição ou


observação de certa realidade não sujeita à verificação e numa lei maior de Contabilidade que
definem o ambiente econômico, social e político no qual esta deve atuar – são eles:

 Entidade Contábil: Em primeiro lugar, há a necessidade da existência da entidade contábil,


ou seja, uma pessoa para quem é mantida a Contabilidade. Não havendo entidade, não há,
evidentemente, a contabilidade aplicada. Cabe aqui ressaltar que a Contabilidade é mantida
para a entidade como pessoa distinta dos sócios, ou seja, não se deve misturar as
movimentações da entidade com as dos proprietários. Pessoas físicas e jurídicas não devem
ser confundidas, ou sócios não devem ser confundidos com empresas.

 Continuidade da Empresa: A Continuidade da empresa é baseada no pressuposto de que a


empresa é algo em andamento, em continuidade, que funcionará por prazo indeterminado.

PRINCÍPIOS: originam-se da necessidade do estabelecimento de um conjunto de conceitos,


princípios e procedimentos que não somente são utilizados como elementos disciplinadores do
comportamento do profissional no exercício da Contabilidade, mas que permitem aos demais
usuários fixar padrões de comparabilidade e credibilidade na elaboração das demonstrações. Os
princípios básicos, essenciais ao exercício da Contabilidade são:

 Princípio do Custo como Base de Valor;


 Princípio da Realização da Receita e Confrontação da Despesa;
 Princípio do Denominador Comum Monetário;
 Princípio da Competência.

CONVENÇÕES CONTÁBEIS: são mais objetivas e tem a função de indicar a conduta adequada que
deve ser observada no exercício profissional da Contabilidade. São elas:

 Convenção da Objetividade;
 Convenção da Materialidade;
 Convenção da Consistência;
 Convenção do Conservadorismo.

EVENTOS DA CONTABILIDADE NO BRASIL

Alguns eventos que marcaram o desenvolvimento da Contabilidade no Brasil.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 18


 1.850 - Publicação do Código Comercial Brasileiro, na qual instituiu a obrigatoriedade da
escrituração contábil e elaboração anual da demonstração de resultado e do balanço geral.
 1.902 - A primeira escola de contabilidade no Brasil, sob a forma de escola de comércio, foi a
Fundação Escola de Comércio Alvares Penteado, que surgiu em 1902 como Escola Prática
de Comércio. Três anos mais tarde, o decreto federal nº 1.339/ 2005 reconheceu ...
 1926 - No dia 25 de abril, comemora-se o Dia da Contabilidade. Nesse dia, em 1926, o
Senador João Lyra Tavares, patrono da contabilidade no Brasil, defendeu a regulamentação
da profissão contábil no Congresso Nacional. A regulamentação ocorreu através do Decreto
 1.931 - 30 de julho, publicação do decreto nº. 20.158 na qual organizou o ensino comercial e
regulamentou a profissão contábil.
 1.940 - Publicação do decreto nº. 2.627, a primeira Lei das Sociedades por Ações.
 1.945 - A profissão contábil foi considerada como uma carreira universitária.
 1.946 - Fundação da FEA-USP, instituição do curso de ciências contábeis e atuariais
 1.971 - Publicação do livro Contabilidade Introdutória, equipe de professores da Criação do
Conselho Federal de Contabilidade e dos respectivos conselhos regionais.
 1.971 - Publicação do livro Contabilidade Introdutória, equipe de professores da FEA-USP.
 1.972 - Resolução 220 – Circulares 178 e 179 do Banco Central do Brasil. A circular 178
obrigou o registro dos auditores independentes no Banco Central e a circular 179 tratou dos
princípios e normas de contabilidade (não listou os princípios, apenas normatizou); e O
Conselho Federal de Contabilidade baixou a resolução nº. 321, que conceituou os Princípios
Fundamentais de Contabilidade Geralmente Aceitos (PCGA) e adotou as normas (quase que
na íntegra) e procedimentos de auditoria elaborados pelo IAIB, atual IBRACON.
 1.976 - Publicação da Lei 6.404, a nova Lei das Sociedades Por Ações (em vigor); e Criação
da Comissão de Valores Mobiliários.
 1.977 - Publicação do Decreto-lei nº. 1.598 – adequou o Regulamento do Imposto de Renda
(RIR) à nova Lei das Sociedades por Ações e estendeu as normas e princípios contábeis da
Lei das Sociedades por Ações às demais empresas.
 1.993 - Publicação da Resolução CFC 750, que estabeleceu os novos princípios
fundamentais de contabilidade (em vigor).
 1.995 – Publicação da Lei nº. 9.249, que eliminou a correção monetária das demonstrações
contábeis.
 2007 - Quem escolher a área agora tem uma vantagem: uma lei de 2007 fez com que as
normas da contabilidade no Brasil passassem a seguir padrões internacionais, obrigando
cursos e profissionais a se atualizarem. "Com a mudança, as empresas brasileiras são
obrigadas a adequar-se a normas internacionais de contabilidade, e a substituição da lei
6404/76 para 11638/2007”.
 2.008 – Mais uma alteração pela Medida Provisória 449/2008.
 2.009 – M.P convertida em lei pela 11.941.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 19


 2010 - O Brasil deu um passo importante ao aderir às regras do International Financial Report
Standard – IFRS. O IFRS é o padrão internacional de contabilidade que o Brasil passa a
adotar a partir de 2010, que compreende um conteúdo vasto de normas contábeis.

Exercícios de fixação:

1- O objeto da Contabilidade é:
a) O Balanço Patrimonial
b) A escrituração
c) O Patrimônio
d) Registrar os fatos administrativos
2- Qual a definição de contabilidade?
3- Quais são os usuários da contabilidade?
4- Quais são as técnicas contábeis
5- Quais são os postulados contábeis

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 20


PATRIMONIO
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa, ou a uma entidade,
avaliado em moeda.

Os bens e direitos constituem a parte positiva do Patrimônio, chamada Ativo.


As obrigações representam a parte negativa do Patrimônio, chamada Passivo.

BENS

São bens tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertido em dinheiro, sendo utilizado
na realização do objetivo principal de seu proprietário. São as coisas úteis, capazes de satisfazer as
necessidades das pessoas e das empresas. Os bens classificam-se em: Bens Móveis, Bens Imóveis,
Bens Tangíveis e Bens Intangíveis.

Bens Móveis

São móveis os bens passíveis de remoção sem dano, seja por força própria ou por força alheia. Ou
seja, objetos concretos, palpáveis, físicos, que não são fixos ao solo. Ex.: dinheiro, veículos, móveis,
utensílios, máquinas, estoques, animais (que possuem movimentos próprios, semoventes), etc.

Bens Imóveis

São imóveis os bens que não podem ser retirados de seu lugar natural (solo e subsolo) sem
destruição ou dano, ou seja, aqueles que, para serem deslocados, terão de ser total, ou parcialmente
destruídos (pois são fixos ao solo). Ex.: árvores, edifícios, terrenos, construções, etc.

Bens Tangíveis

Também chamados de bens corpóreos e bens materiais, são tangíveis os bens que constituem uma
forma física, bens concretos, que podem ser tocados. Ex.: veículos, terrenos, dinheiro, móveis e
utensílios, estoques, etc.

Bens Intangíveis

Também chamados de bens incorpóreos e bens imateriais, são intangíveis os bens que não
constituem uma realidade física e que não podem ser tocados. Ex.: nome comercial (marca), patente
de invenção, ponto comercial, o domínio de internet, etc.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 21


DIREITOS

São os recursos que a empresa tem a receber e que gerarão benefícios presentes ou futuros. É o
poder de exigir alguma coisa. Pode ser, por exemplo, o valor que uma empresa receberá decorrente
de uma venda a prazo. O comprador já levou a mercadoria, porém ainda não pagou então a empresa
tem o direito de receber o valor correspondente.
Exemplos de direitos: duplicatas a receber, salários a receber, aluguéis a receber, contas a receber,
títulos a receber, etc.

OBRIGAÇÕES

São dívidas, valores a serem pagos a terceiros (empresa ou pessoa física).


Quando se compra um bem a prazo, ele integra-se ao patrimônio a partir do momento que o
fornecedor o entrega. Como foi uma venda a prazo, a empresa passa a ter uma obrigação com o
fornecedor, representada por uma conta a pagar equivalente ao preço do bem. Assim como aumenta
de um lado o Ativo (bem) da empresa, de outro lado aumenta o Passivo (obrigação) da empresa.
Exemplos de Obrigações: salários a pagar, aluguéis a pagar, contas a pagar, Fornecedores ou
Duplicatas a pagar (referente a compra de mercadorias a prazo), impostos a pagar (ou impostos a
recolher), etc.

Aspectos qualitativos e quantitativos

Aspectos qualitativos
Consiste em especificar, seguindo a natureza de cada um. Veja:

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 22


Permite ter uma noção mais precisa do tamanho do Patrimônio, porém essas informações ainda não
são suficientes para saber o tamanho do Patrimônio da empresa. Daí surge a necessidade do
seguinte aspecto: o quantitativo.

Aspectos quantitativos
Consiste em dar aos Bens, Direitos e Obrigações seus respectivos valores, levando-nos a conhecer
o valor do Patrimônio da empresa. Veja:

Os aspectos qualitativos e os aspectos quantitativos são usados para avaliar o tamanho do


Patrimônio da empresa.

Todas as vezes que forem extraídas demonstrações baseadas nos registros contábeis da empresa,
nelas deverão estar ressaltados os aspectos qualitativos e quantitativos ‘elementos especificados
com seus respectivos valores em moeda.

Representamos o Patrimônio em um gráfico simplificado, em forma de T:

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 23


O T , tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos os Bens e os Direitos.

No lado direito, colocamos as Obrigações:

Então fica:

Elementos positivos: Bens e Direitos

Elementos negativos: Obrigações

Os elementos positivos são denominados componentes Ativos, e o seu conjunto forma o Ativo.

Os elementos negativos são denominados componentes Passivos, e o seu conjunto forma o Passivo.
Veja, então, como fica o gráfico:

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 24


PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)

A Situação Patrimonial Líquida também faz parte do PASSIVO (obrigações), mas contém uma
natureza especial, onde também fazem parte das obrigações os direitos dos acionistas, sócios ou
titular da empresa individual em relação ao patrimônio da pessoa jurídica.

Representa aquilo que, de fato, a pessoa tem. Isto é, sua riqueza efetiva, o que lhe sobra depois de
pagar todas as suas dívidas.

O Patrimônio Líquido é a diferença entre os valores do ativo (+) e do passivo (-) de uma entidade em
determinado momento, ou seja, se a empresa tem um Ativo (bens + direitos) de R$100.000,00 e um
Passivo (obrigações) de R$40.000,00, o Patrimônio Líquido dessa entidade será de R$60.000,00.

Passivo
Ativo R$40.000,00
R$100.000,00 Sendo
Patrimônio Líquido
assim:
R$60.000,00
A = P + PL
Total Total
Ativo R$100.000,00 Passivo R$100.000,00

O PL também figura no lado do Passivo em virtude de o capital, reservas, etc., pertencerem aos
proprietários da empresa (sócios, acionistas) e não deixa de ser uma obrigação da empresa pessoa
jurídica para com os proprietários pessoa física.

Exercícios de fixação:

1- No patrimônio da empresa, qual dos exemplos abaixo é considerado um direito?

a) Caixa
b) Estoque
c) Contas a receber
d) Salários a pagar
e) Máquinas e equipamentos

2- Entende-se por bens:


a) Tudo que se pode comprar com dinheiro
b) Todo produto que a indústria de transformação produz e que pode ser avaliado
economicamente
c) Qualquer móvel ou imóvel
d) Qualquer coisa que possa satisfazer as necessidades humanas e possa ser avaliado
economicamente.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 25


3- Entende-se por obrigação?

_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

4- Qual o conceito de patrimônio líquido?

_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

5- Classifique os elementos em:


a) Bem
b) Direito
c) Obrigação
d) Ativo
e) Passivo

ELEMENTOS A B C D E
Computador
Mesa
Duplicatas a receber
Impostos a recolher
Alugueis a receber
Dinheiro em caixa
Fornecedores
Clientes
Veículos
Salários a pagar
Mercadorias
Carnês a pagar
Terreno
Promissórias a pagar
Estoque de material de expediente

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 26


Equações Patrimõniais
Situação Líquida Patrimonial é a diferença entre o Ativo e o Passivo.
SL = A - P

O estado patrimonial de uma empresa pode apresentar-se de diferentes maneiras na equação


patrimonial:

a) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido  Indica uma situação de normalidade da empresa, pois
o conjunto de bens e direitos supera as obrigações (há PL positivo). É uma situação favorável,
positiva ou superavitária.

b) Ativo = Patrimônio Líquido (sendo Passivo = 0)  Não existe obrigações para com terceiros, o
que geralmente ocorre na abertura da empresa, sendo o passivo igual a zero.

c) Ativo = Passivo (sendo PL = 0)  Neste caso, não existe capital próprio, o que significa que o
ativo da empresa foi totalmente financiado com recursos de terceiros. É um estado de alerta, pois a
empresa está com dificuldades financeiras. É uma situação nula ou compensada.

d) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo  Nesta situação, a empresa se encontra em estado de


insolvência, uma parcela das obrigações ficará sem ser paga, mesmo que a empresa venda todo o
seu ativo. Ou seja, o ativo não é suficiente para liquidar todas as dívidas. Para eliminar o déficit, deve-
se aumentar o PL com o acréscimo de capital por parte dos seus proprietários. Esta é uma situação
denominada Passivo a Descoberto. É uma situação desfavorável, negativa ou deficitária.

Em resumo, os bens, direitos e obrigações podem ser chamados de componentes patrimoniais,


sendo o patrimônio representado da seguinte forma:

PATRIMÔNIO
Ativo Passivo
Bens Obrigações
e
Direitos Patrimônio
Líquido

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 27


CAPITAL

O Patrimônio pode ser conceituado como um conjunto de capitais,


cuja origem dos capitais está representada pelo Passivo e a aplicação
dos capitais pelo Ativo.

O capital é o conjunto de recursos postos à disposição da empresa,


seja por terceiros ou por proprietários (passivo ou patrimônio líquido).
Ou seja, é a soma das riquezas ou recursos acumulados que se
destinam à produção de novas riquezas.

A expressão Capital tem vários significados distintos, os quais


veremos a seguir.

Capital Social

É o investimento inicial feito pelos proprietários da empresa e corresponde ao patrimônio líquido


inicial. Ele só é alterado quando os proprietários realizam investimentos adicionais (aumentos de
capital) ou desinvestimentos (diminuições de capital). Também pode receber a denominação Capital
Nominal ou Capital Integralizado

Capital Próprio

Constitui a riqueza líquida à disposição dos proprietários. É a soma do capital social, suas variações,
os lucros e as reservas. Ou seja, é aquele que se originou da própria atividade econômica da
entidade, como lucros, reservas de capital e reservas de lucros. Equivale ao Patrimônio Líquido
(ou Situação Líquida).

Capital de Terceiros

Corresponde ao passivo real ou passivo exigível (obrigações) da


empresa e representa os investimentos feitos com recursos de terceiros.
Por exemplo: compra de um imóvel financiado pelo banco em 12 vezes
(Financiamentos a pagar) ou compra de mercadorias (estoque) com
pagamento a prazo (Fornecedores).

Capital Total à Disposição da Entidade

Corresponde à soma do passivo + patrimônio líquido da empresa e representa o total dos recursos
utilizados no financiamento das atividades (Passivo Total). É igual a soma de todas as origens que
estão a disposição da entidade e que estão aplicadas no Ativo (em decorrência do método das
partidas dobradas).

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 28


Passivo total = Ativo total = Patrimônio bruto = Total das origens = Total das Aplicações = Capital
Total a Disposição da Entidade

Capital Integralizado e Capital a Integralizar

Os recursos destinados pelos proprietários à formação do Capital Social nem sempre estão
disponíveis para serem transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da entidade
(empresa) no ato de constituição da mesma. Ou seja, nem sempre o capital encontra-se totalmente
integralizado (ou realizado). O Capital Social só é integralizado (realizado) quando os recursos
correspondentes são transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da entidade.

Quando um sócio se compromete formalmente (mediante contrato social) a entregar certa


importância para compor o Capital Social da entidade à qual pertence, em data futura, embora
subscrita, aquela parcela do capital, correspondente aos recursos não entregues, encontra-se a
integralizar (ou a realizar).

Subscrição é o ato jurídico formal pelo qual o sócio, acionista ou titular da empresa individual assume
a obrigação de transferir bens ou direitos para o patrimônio da entidade à qual está vinculado.

Sendo assim, o capital subscrito pode ou não estar integralizado. Se, ato contínuo à subscrição, a
titularidade dos bens e direitos é transferida para o patrimônio da entidade, então o capital estará
subscrito e integralizado. Caso contrário, embora o capital esteja subscrito, ainda se encontrará a
integralizar.

Capital Autorizado

O capital próprio de Sociedades Anônimas de Capital Aberto (que negociam suas ações em bolsa ou
balcão), a partir da Lei nº6.404/1976, (Lei das S.A.) foi instituído como Capital Autorizado.

Antes desta Lei, toda mudança na Constituição do Capital Social só poderia ser feita através de uma
alteração de estatuto, contrato ou registro da empresa na Junta Comercial ou Cartório de Registro
Civil das Pessoas Jurídicas, mas, com a nova Lei, nas Sociedades Anônimas a Assembleia Geral dos
acionistas pode delegar ao Conselho de Administração (órgão executivo das S.A.) a faculdade de
elevar o Capital Social até um determinado limite autorizado.

Exemplo: A empresa tem um Capital Social de R$500.000,00, um Capital Integralizado de


R$300.000,00 e um Capital Autorizado de R$800.000,00.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 29


Capital de Giro

Existem dois tipos de investimentos que a empresa recebe quando inicia suas atividades. Um é
conhecido como investimento fixo, que serve para a aquisição de máquinas, móveis, prédios,
veículos, enfim, para investir em itens do ativo imobilizado. O outro é conhecido como Capital de Giro.
Capital de giro é uma parte do investimento que compõe uma reserva
de recursos que serão utilizados para suprir as necessidades
financeiras da empresa ao longo do tempo. Esses recursos ficam nos
estoques, nas contas a receber, no caixa, no banco, etc. É o conjunto
de valores necessários para a empresa fazer seus negócios
acontecerem (girar). Existe a expressão "Capital em Giro", que seriam
os bens efetivamente em uso.

O estoque de uma empresa é formado e mantido em função das


necessidades do mercado consumidor, portanto, ele está sempre
sofrendo mudanças de investimentos, seja em tipos de itens ou em
quantidades. Quanto maior a necessidade de investimento nos
estoques, mais recursos financeiros a empresa deverá ter.

Nas vendas, quanto mais prazo você oferece ao cliente ou quanto


maior for a parcela de vendas a prazo no seu faturamento, mais
recursos financeiros a empresa deverá ter.

É nos Bancos e no Caixa que fica uma parte dos recursos financeiros disponíveis da empresa, ou
seja, aquela que a empresa pode utilizar a qualquer tempo para honrar os seus compromissos
diversos.

Dependendo do saldo inicial, das entradas e das saídas, pode ocorrer uma falta ou uma sobra desses
recursos em um momento específico, dia ou semana. Para isto não ocorrer, as decisões de compra e
venda devem ser tomadas com critérios estabelecidos. Sempre que uma decisão for tomada, é
necessário que seja feita uma análise sobre a disposição dos recursos financeiros da empresa para
isso. Se for tomada uma decisão de compra em excesso ou de dar mais tempo para os clientes nas
vendas a prazo, a empresa deverá ter uma quantidade maior de dinheiro (recursos financeiros). Se
esse recurso não existe, a entidade vai precisar utilizar recursos emprestados de bancos, de

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 30


fornecedores ou de outras fontes, o que gerará uma necessidade de pagamentos de juros,
diminuindo a margem de lucro do negócio.

Portanto, administrar o capital de giro da empresa significa avaliar o momento atual, as faltas e as
sobras de recursos financeiros e os reflexos gerados por decisões tomadas em relação a compras,
vendas e à administração do caixa.

Em resumo, Capital de giro (capital circulante ou capital de trabalho) indica a parte do patrimônio que
sofre constante movimentação nas empresas, tais como as disponibilidades e os valores realizáveis,
diferenciando-se entre estes os créditos, os estoques e os investimentos. São excluídos, portanto, os
capitais permanentes (ativo fixo ou imobilizado, investimentos permanentes) e o ativo pendente, que
compreende valores contingentes como, por exemplo, despesas do exercício seguinte

.
Diferença entre Capital e Patrimônio

Tanto Capital quanto Patrimônio podem, em termos mais amplos, serem considerados sinônimos.

Porém é necessário distingui-los, tendo em vista que a expressão capital pode assumir nos termos
contábeis todos os significados descritos acima, enquanto o Patrimônio será sempre o conjunto de
bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa.

IMPORTANTE:

Não confunda dinheiro com capital. Na Contabilidade, os dois termos


são coisas distintas. O capital é formado por dinheiro ou qualquer
outro bem (móvel ou imóvel) e até por créditos. Se o capital
pertencer aos sócios ou aos proprietários, será chamado de capital
próprio, porém, se pertencer a pessoas ou empresas alheias à
entidade, será chamado de capital de terceiros. O capital, seja
próprio ou alheio, sempre estará investido (aplicado) no Ativo da
entidade, podendo estar materializado em dinheiro, estando na conta
Caixa ou conta Bancos pertencente à entidade.
FATOS CONTÁBEIS

Fatos contábeis (ou fatos administrativos) são ocorrências que têm por efeito a alteração da
composição do Patrimônio, seja em seu aspecto qualitativo ou em seu aspecto quantitativo.

São todos os eventos que ocorrem na empresa, passíveis de se determinar um valor monetário. O
registro de um fato contábil pode ou não alterar o valor do Patrimônio Líquido da empresa.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 31


Classificam-se em três grupos: Fatos contábeis permutativos (qualitativos ou compensativos), Fatos
contábeis modificativos (ou quantitativos) e Fatos contábeis mistos (ou compostos).

Permutativos, Qualitativos ou Compensativos Débito Crédito


São fatos que acarretam uma troca (permuta) entre elementos do ativo, do A A
passivo, ou de ambos, porém sem provocar alteração no Patrimônio Líquido, P P
alterando apenas a composição qualitativa dos elementos pertencentes ao A P
Patrimônio. Ex.: compra de uma máquina à vista - ocorre a permuta de um P A
bem (dinheiro) por outro bem (máquina), ambos elementos do ativo. PL PL

Modificativos ou Quantitativos

São fatos que alteram a composição do Patrimônio e modificam para mais (modificativos
aumentativos) ou para menos (modificativos diminutivos) a situação líquida da empresa.

Débito Crédito
Modificativos aumentativos: envolvem uma conta patrimonial e uma
A PL/R
conta de receita, aumentando o Patrimônio Líquido (PL). Ex.: Receita
P PL/R
de vendas, receita de aluguel, etc.

Débito Crédito
Modificativos diminutivos: envolvem uma conta patrimonial e uma
PL/D A
conta de despesa, diminuindo o Patrimônio Líquido (PL). Ex.:
PL/D P
pagamento de despesas em geral, etc.

Mistos ou Compostos

São os que envolvem simultaneamente um fato permutativo (qualitativo) e um fato modificativo


(quantitativo), alterando o Patrimônio Líquido (PL), ou seja, a troca de elemento patrimonial com lucro
ou prejuízo.

Mistos aumentativos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e


Débito Crédito
uma ou mais contas de receita (venda com lucro, aumenta PL). Ex.:
A P/PL/R
recebimento de duplicatas com juros, pagamento de duplicatas com
A/P A/R
desconto, reforma de dívida com desconto, vendas com lucro,
pagamentos de obrigações com desconto, etc.

Mistos diminutivos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e Débito Crédito


uma ou mais contas de despesa (venda com prejuízo, diminui PL). PL PL/P
Ex.: recebimento de duplicatas com desconto, pagamentos de A/P/D A
duplicatas com juros, reforma de dívida com juros, etc.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 32


Os fatos contábeis alteram o Patrimônio sob seus dois aspectos básicos: o qualitativo e
o quantitativo. Ao analisar os fatos permutativos, observa-se que estes provocam variações
estritamente qualitativas, isto é, modifica-se apenas a natureza dos elementos patrimoniais
envolvidos. Já os fatos modificativos e os fatos mistos geram mudanças reais na expressão
monetária da situação líquida, ou seja, provocam variações de natureza quantitativa.

OBS.: Não confunda fato com ato administrativo. O ato administrativo, ao contrário do fato
administrativo, não produz de imediato qualquer alteração no Patrimônio e não deve ser registrado na
contabilidade. Se contabilizado, é chamado de operação extrapatrimonial (conta de compensação).

Encarregar um empregado a desempenhar determinada tarefa constitui um ATO ADMINISTRATIVO.


Agora, pagar a ele o seu salário define um FATO ADMINISTRATIVO, pois estará alterando o
Patrimônio da entidade.

Exercícios de fixação:

1- Coloque V se verdadeira e F se falsa:


( ) a Situação Líquida Patrimonial é igual à soma do Ativo com o Passivo.
( ) a Situação Líquida Patrimonial será sempre negativa.
( ) a Situação Líquida Patrimonial é igual ao do Ativo diminuído das obrigações.

2- Complete:
a) Quando o total dos bens e direitos for menor que o total das obrigações, a SL será
_______________.
b) Quando o Ativo for igual ao __________________, a SL será nula.
c) Quando o total das obrigações for menor que o Ativo, a SL será __________________.
d) SL Positiva é o mesmo que SL _______________________.

3- Complete:
a) SL Positiva
b) SL Negativa
c) SL Nula

( ) SL Superavitária
( ) Passivo a Descoberto.
( ) Situação Deficitária.

4- Quando os débitos de uma empresa excedem o seu patrimônio bruto, dizemos que a
situação líquida é:

a) superavitária
b) ativa

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 33


c) nula
d) favorável
e) deficitária

5- Não corresponde ao conceito de Passivo exigível:

a) capital de terceiros
b) capital alheio
c) débitos da empresa
d) recursos correntes
e) obrigações

6- Não é o mesmo que Capital próprio:

a) bens + direitos – obrigações


b) capital aplicado - capital de terceiros
c) patrimônio bruto - capital alheio
d) recursos não correntes - passivo não circulante
e) capital total à disposição da empresa - capital aplicado

7- A diferença entre o capital total à disposição da empresa e os recursos não correntes


corresponde:

a) ao passivo exigível
b) ao capital de terceiros
c) às exigibilidades a longo prazo
d) ao passivo circulante
e) aos débitos da empresa

8- Ao levantar o seu Patrimônio, uma empresa apurou os seguintes valores:

Bens $23.000
Direitos $31.000
Obrigações $42.000

1) O Ativo da empresa totaliza:


a) $23.000
b) $31.000

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 34


c) $42.000
d) $54.000
e) $12.000

2) O total do Passivo da empresa é:


a) $54.000
b) $12.000
c) $42.000
d) $30.000
e) $15.000

3) O Patrimônio Líquido da empresa importa em:


a) $12.000
b) $36.000
c) $30.000
d) $25.000
e) $41.000

4) O Passivo exigível é igual a:


a) $10.000
b) $36.000
c) $42.000
d) $23.000
e) $31.000

5) Na elaboração do Balanço Patrimonial da empresa, o Passivo totaliza:


a) $10.000
b) $31.000
c) $42.000
d) $23.000
e) $54.000

9- Ocorrerá aumento patrimonial de uma empresa, sempre que houver:

a) recebimento de direitos
b) reversão de reservas de lucros
c) aumento do capital social
d) aumento das reservas patrimoniais
e) conversão de debêntures em ações

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 35


Os seguintes itens representam elementos do patrimônio de uma entidade econômica:
a) Computador e periféricos do escritório da empresa
b) Conjunto de escritório com mesa e cadeira giratória.
c) Valor referente a uma duplicata a receber de terceiros.
d) Veículo, ano de fabricação 2010.
e) Empréstimos efetuados junto ao banco.
f) Valor referente a uma duplicata emitida por um fornecedor.
g) Estoque de mercadorias para revenda.
h) Valor referente à folha de pagamento de salários da empresa que serão pagos no 5º dia
útil do mês seguinte.
i) Valor referente a um adiantamento feito pela empresa a um fornecedor.
j) Valor referente ao ICMS que a empresa deverá recolher no mês seguinte.
k) Móveis e utensílios da empresa.
l) Empréstimos efetuados junto a um sócio da empresa.
m) Valor referente ao FGTS, que deverá ser depositado até o 10º dia útil do mês seguinte.
n) Estoque de material de embalagens da empresa.

1) Quais dos itens acima representam bens da empresa?

2) Quais dos itens acima representam direitos da empresa?

3) Quais dos itens acima representam obrigações da empresa?

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 36


CONTAS

Conta é o nome técnico que identifica cada componente do


patrimônio (Bens, Direitos e Obrigações ou Patrimônio Líquido) e
cada elemento de resultado (Despesas e Receitas).
A função da conta é representar a variação patrimonial que um fato
promove no patrimônio da empresa. Todo fato mensurável em
dinheiro é representado por uma conta.
É através das contas que a contabilidade consegue exercer o seu
papel. Todos os acontecimentos que ocorrem diariamente na
empresa (como compras, vendas, pagamentos e recebimentos) são
registrados pela contabilidade em contas próprias.
Assim, toda movimentação de dinheiro efetuada dentro da entidade é registrada em uma
conta denominada Caixa, os objetos comercializados pela entidade são registrados em uma
conta denominada Mercadorias/Estoques, e assim por diante.

Exemplo: Suponha que você vá ao banco e efetue um depósito em seu próprio nome. Sendo
correntista do banco, você terá uma conta aberta em seu nome, o que significa dizer que o
valor depositado vai ser anotado em um registro, destinado a demonstrar todas as suas
transações com o banco, chamado Conta. Da mesma forma que o banco, as empresas
utilizam contas para registrar as transações ocorridas.

TEORIA DAS CONTAS


Ao longo da história da Contabilidade, a classificação das contas tem dividido os
doutrinadores entre várias respostas, resultando em formas diferentes de classificação e
interpretação das contas. Isto fez com que aparecessem várias escolas defensoras de seus
princípios para justificar os critérios adotados para classificação das contas. Entre as teorias
apresentadas pelas escolas, três delas se tornaram as mais importantes: Teoria personalista,
Teoria materialista e Teoria patrimonialista.

Teoria Personalista
Para a escola personalista, as contas (elementos patrimoniais) podem ser representadas
por pessoas com as quais são mantidas relações jurídicas, ou seja, que se relacionam com a
entidade em termos de débito e crédito. Todos os débitos efetuados nas contas dessas
pessoas representam suas responsabilidades, enquanto todos os créditos representam seus
direitos em relação ao titular do Patrimônio.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 37


Por essa teoria, as contas são classificadas segundo a natureza da relação jurídica que essas
pessoas mantêm com o titular do Patrimônio.

Na Teoria personalista, temos três tipos de contas (pessoas):

a) Proprietários: consiste nos responsáveis pelas contas do patrimônio líquido e suas


variações, como receitas e despesas. São, portanto, contas dos proprietários: Capital social,
Receita de vendas, Custo da mercadoria vendida (CMV), ICMS sobre vendas, Devoluções de
vendas, Receitas financeiras, Reserva legal, etc.

b) Agentes consignatários: consiste nas pessoas (contas) a quem a entidade confia a guarda
os bens (Ativo), ou seja, que representam os bens. São, portanto, contas dos agentes
consignatários: Caixa, Banco, Veículos, Móveis, Terrenos, etc.

c) Agentes correspondentes: consiste nas pessoas que representam as contas de direitos


(Ativo) ou obrigações (Passivo). São terceiros, que se situam na posição de devedor ou
credor da entidade. São, portanto, contas dos agentes correspondentes as contas em que a
entidade mantém esse tipo de relação jurídica, como por exemplo, Clientes e Fornecedores.
Os clientes devem à empresa o valor correspondente a suas compras a prazo e os
fornecedores são credores da empresa em relação às vendas a prazo que a esta foram
feitas. Daí resulta que Clientes é conta devedora e Fornecedores é conta credora.

Teoria Materialista
A escola materialista se opôs a teoria personalista, defendendo que as contas representam
entradas e saídas de valores e não simples relações de débito e crédito entre pessoas
(excluídas as relações com terceiros).

Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta, a relação entre as contas e a
entidade é uma relação material e não pessoal, de sorte que a conta só deve existir
enquanto houver também o elemento material por ela representado.

As contas dividem-se em:

a) Integrais (ou Elementares): são as representativas dos bens, dos direitos e das obrigações
da entidade, ou seja, Ativo e Passivo Exigível.

b) Diferenciais (ou Derivadas): são as representativas do Patrimônio Líquido, das receitas e


das despesas da entidade.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 38


Teoria Patrimonialista

É a teoria usualmente adotada no Brasil. Segundo ela, criada por Vincenzo Masi, o objeto
de estudo da ciência contábil é o Patrimônio de uma entidade. A contabilidade tem como
finalidade controlar este patrimônio e apurar o resultado das empresas.

Estas contas se classificam da seguinte forma:

a) Contas Patrimoniais: são as contas representativas dos bens e dos direitos (Ativo), das
obrigações (Passivo) e do Patrimônio Líquido (PL) da entidade.

b) Contas de Resultado: são as contas que representam as receitas e as despesas da


entidade.

Classificação das Contas

Em consequência da Teoria Patrimonialista, atualmente mais usada e aceita como a mais


adequada entre os contadores, as contas são classificadas em dois grandes grupos: as
contas patrimoniais e as contas de resultado.

Contas Patrimoniais
São aquelas contas que representam o Ativo (indica a existência de Bens e Direitos) e o
Passivo (indica a existência de Obrigações e Patrimônio Líquido da entidade, formado pelo
capital social, as reservas e os prejuízos acumulados). São essas contas que representam o
Patrimônio da empresa, através do Balanço Patrimonial.

Contas de Resultado
São as Receitas e as Despesas do período, que devem ser encerradas no final do exercício
para que se apure o resultado do exercício. Este resultado, lucro ou prejuízo, será
incorporado ao Patrimônio através da conta Prejuízos acumulados (quando o resultado for
negativo), ou Reserva de lucros (quando o resultado for positivo).

São acontecimentos que modificam a situação líquida da empresa e representam variações


no Patrimônio da entidade. Estas contas não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas
permitem que o resultado do exercício seja apurado.

Classificação das Contas quanto ao Funcionamento do Mecanismo Débito e Crédito

Quanto a sua funcionalidade, as contas se dividem em:

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 39


Contas Unilaterais - são aquelas que sofrem variações somente em um sentido (registro a
débito ou registro a crédito). Ex: as contas de receitas serão via de regra creditadas e as de
despesas debitadas.

Contas Bilaterais - São aquelas que sofrem variações nos dois sentidos, aceitando tanto
registro de débito quanto de crédito. Ex: Caixa, Banco Conta Movimento, Duplicatas a
receber, etc. Elas podem apresentar tanto saldo devedor quanto saldo credor. Quando
apresenta saldo devedor, é chamada de Conta bilateral ativa e quando apresenta saldo
credor, é chamada de Conta bilateral passiva.

PLANO DE CONTAS

Plano de Contas (ou Elenco de Contas) é o conjunto de contas, previamente estabelecido,


que norteia os trabalhos contábeis de registro de fatos e atos inerentes à entidade, além de
servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis.

A montagem de um Plano de Contas deve ser personalizada, por empresa, já que os


usuários de informações podem necessitar detalhamentos específicos, que um modelo de
Plano de Contas geral pode não compreender.

Objetivos do Plano de Contas

Seu principal objetivo é estabelecer normas de conduta para o registro das operações da
organização e, na sua montagem, devem ser levados em conta três objetivos fundamentais:

a) atender às necessidades de informação da administração da empresa;

b) observar formato compatível com os princípios de contabilidade e com a norma legal de


elaboração do balanço patrimonial e das demais demonstrações contábeis (Lei 6.404/76, a
chamada "Lei das S/A”);

c) adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos, principalmente às da


legislação do Imposto de Renda.

Elenco de contas e correspondente conjunto de normas

O Plano de Contas, genericamente tido como um simples elenco de contas constitui na


verdade um conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a descrição do
funcionamento de cada conta - o chamado "Manual de Contas", que contém comentários e

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 40


indicações gerais sobre a aplicação e o uso de cada uma das contas (para que serve, o que
deve conter e outras informações sobre critérios gerais de contabilização).

Contas do Balanço Patrimonial

A empresa deve manter escrituração contábil com base na legislação comercial e com
observância das Normas Brasileiras de Contabilidade.

O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis que visa a evidenciar, de forma
sintética, a situação patrimonial da empresa e dos atos e fatos consignados na escrituração
contábil.

Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei


6.404/76 (chamada “Lei das S/A”) e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

Tal estrutura de contas, dentro do conceito legal da própria Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e
artigo 187), em síntese, se compõe de:

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
INVESTIMENTOS
IMOBILIZADO
INTANGÍVEL

Como exemplo, temos a conta "Caixa", que registrará o dinheiro em espécie (papel-moeda)
disponível na tesouraria da empresa. Trata-se de uma conta do Ativo Circulante, subgrupo
Disponibilidades.

Sugiro que o Plano de Contas contenha, no mínimo, 4 (quatro) níveis:

Nível 1:

Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas, Custos e Despesas.

Nível 2:

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 41


Ativo: Circulante, Não Circulante / Passivo e Patrimônio Líquido: Circulante, Não Circulante e
Patrimônio Líquido. / Receitas: Receita Bruta, Deduções da Receita Bruta, Outras Receitas
Operacionais / Custos e Despesas Operacionais.

Nível 3: Contas que evidenciem os grupos a que se referem, como por exemplo:

Nível 1 - Ativo
Nível 2 - Ativo Circulante
Nível 3 - Bancos Conta Movimento

Nível 4: Sub-contas que evidenciem o tipo de registro contabilizado, como por exemplo:

Nível 1 - Ativo
Nível 2 - Ativo Circulante
Nível 3 - Bancos Conta Movimento
Nível 4 - Banco A

Abaixo, segue um exemplo bem simples de uma estrutura de plano de contas em 4 níveis:

1 ATIVO

1.1 ATIVO CIRCULANTE


1.1.1 Caixa
1.1.1.01 Caixa Geral
1.1.2 Bancos C/Movimento
1.1.2.01 Banco Alfa
1.1.3 Contas a Receber
1.1.3.01 Clientes
1.1.3.02 Outras Contas a Receber
1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas
1.1.4 Estoques
1.1.4.01 Mercadorias
1.1.4.02 Produtos Acabados
1.1.4.03 Insumos
1.1.4.04 Outros

1.2 NÃO CIRCULANTE


1.2.1 Contas a Receber
1.2.1.01 Clientes
1.2.1.02 Outras Contas

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 42


1.2.2 INVESTIMENTOS
1.2.2.01 Participações Societárias
1.2.3 IMOBILIZADO
1.2.3.01 Terrenos
1.2.3.02 Construções e Benfeitorias
1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas
1.2.3.04 Veículos
1.2.3.05 Móveis
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada
1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada
1.2.4 INTANGÍVEL
1.2.4.01 Marcas
1.2.4.02 Softwares
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada

2 PASSIVO

2.1 CIRCULANTE
2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher
2.1.1.01 Simples a Recolher
2.1.1.02 INSS
2.1.1.03 FGTS
2.1.2 Contas a Pagar
2.1.2.01 Fornecedores
2.1.2.02 Outras Contas
2.1.3 Empréstimos Bancários
2.1.3.01 Banco A - Operação X

2.2 NÃO CIRCULANTE


2.2.1 Empréstimos Bancários
2.2.1.01 Banco A - Operação X

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO


2.3.1 Capital Social
2.3.2.01 Capital Social Subscrito
2.3.2.02 Capital Social a Realizar
2.3.2. Reservas
2.3.2.01 Reservas de Capital
2.3.2.02 Reservas de Lucros
2.3.3 Prejuízos Acumulados

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 43


2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios Anteriores
2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual
3 CUSTOS E DESPESAS

3.1 Custos dos Produtos Vendidos


3.1.1 Custos dos Materiais
3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados
3.1.2 Custos da Mão-de-Obra
3.1.2.01 Salários
3.1.2.02 Encargos Sociais

3.2 Custo das Mercadorias Vendidas


3.2.1 Custo das Mercadorias
3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas

3.3 Custo dos Serviços Prestados


3.3.1 Custo dos Serviços
3.3.1.01 Materiais Aplicados
3.3.1.02 Mão-de-Obra
3.3.1.03 Encargos Sociais

3.4 Despesas Operacionais


3.4.1 Despesas Gerais
3. 4.1.01 Mão-de-Obra
3.4.1.02 Encargos Sociais
3.4.1.03 Aluguéis

3.5 Perdas de Capital


3.5.1 Baixa de Bens do Ativo Não Circulante
3.5.1.01 Custos de Alienação de Investimentos
3.5.1.02 Custos de Alienação do Imobilizado

4 RECEITAS

4.1 Receita Líquida


4.1.1 Receita Bruta de Vendas
4.1.1.01 De Mercadorias
4.1.1.02 De Produtos
4.1.1.03 De Serviços Prestados
4.1.2 Deduções da Receita Bruta

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 44


4.1.2.01 Devoluções
4.1.2.02 Serviços Cancelados

4.2 Outras Receitas Operacionais


4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes
4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos
4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado

Exercícios de fixação:
1- Do ponto de vista contábil, o que é conta?

2- Todas as contas utilizadas pela contabilidade, segundo a Teoria patrimonialista,


dividem-se em dois grupos. Quais são esses grupos?

3- No ativo encontramos contas que representam que espécie de elementos?

4- No passivo encontramos contas que representam que espécie de elementos?

5- Para que servem as contas de resultado?

6- O que é exercício social ou exercício contábil?

7- O que você entende por despesas? Cite três exemplos.

8- O que você entende por receitas? Cite 3 exemplos.

9- Escolha a alternativa correta:

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 45


I. Qual das contas abaixo representa despesa?
a) Aluguéis ativos
b) Alugueis passivos
II. Qual das contas abaixo representa receitas?
a) Juros ativos
b) Juros passivos
III. A conta desconto concedido é de:
a) Despesa
b) Receita
IV. A conta desconto obtido é de:
a) Despesa
b) Receita

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 46


DEBITO E CREDITO

As palavras Débito e Crédito, na linguagem contábil, têm


significados muito diferentes daqueles que têm na linguagem
cotidiana.

É errado associar o débito e o crédito da contabilidade, com


“subtração” e “adição” do financeiro. O correto é associá-los aos
termos Destino e Origem, respectivamente.

Debitar significa anotar na coluna do Débito de uma conta, para


aumentar o seu valor (se a conta representa um Bem ou um
Direito), ou para diminuir seu valor (se a conta representa uma
obrigação).

Creditar significa registrar uma importância na coluna de Crédito


de uma conta, para aumentar seu valor (se a conta representa
uma obrigação), ou para diminuir seu valor (se a conta representa
um Bem ou Direito).

Há duas formas de os lançamentos débito e crédito serem feitos:


D- Estoque Estoque
ou
C- Bancos a Bancos

No primeiro caso, "D" e "C" significam débito e crédito, respectivamente. Já no segundo caso,
o "a" sinaliza crédito, sem a necessidade de colocar a letra "D" antes da conta Estoque. Tem-
se por mais usada a primeira opção.

Débito é a aplicação de recurso, enquanto Crédito é a origem do recurso aplicado. Ou seja,


quando um contador faz um lançamento a débito em uma conta, significa que o dinheiro, o
bem ou o serviço destina-se àquela conta. Agora, quando ele faz um lançamento a crédito em
uma conta, significa que o dinheiro, o bem ou o serviço teve origem naquela conta.

Por exemplo: Uma empresa comprou um terreno do valor de $80.000,00. Para pagar à vista,
foi usado o dinheiro disponível no caixa da empresa. Lançamos o registro destas duas contas

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 47


da seguinte forma:

D- Imóveis (O terreno teve destino na conta em questão, já que faz parte dos imóveis da
empresa.)
C- Caixa (O lançamento teve origem na conta Caixa, já que foi pago à vista com o dinheiro
da empresa.)

Se uma conta recebe algo ou assume o compromisso de entregar algo, é debitada. Se uma
conta entrega algo ou adquire o direito de receber algo, é creditada.

OBS.: Para corrigir um erro em um lançamento contábil, não se usa borracha ou corretivo.
Para corrigi-lo, faz-se o registro contrário. Um débito anula um crédito e vice-versa (operação
conhecida como estorno). Pode-se usar para corrigir os erros em geral (inversão das contas,
lançamentos em duplicidade, omissão de lançamentos, erro no valor, etc.) vários tipos de
métodos, como por exemplo, estorno do lançamento, lançamento retificativo, lançamento
complementar e ressalva por profissional qualificado.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 48


MÉTODOS DE ESCRITURAÇÃO

A palavra método vem do grego methodos (caminho) e se refere ao meio utilizado para
chegar a um fim. É o caminho pelo qual se atinge um objetivo. Método de Escrituração é o
meio pelo qual procedemos ao registro de fatos contábeis.

Embora haja diversas maneiras diferentes de escriturar os fatos contábeis, todas elas
procedem de dois métodos fundamentais: o método das Partidas Simples e o método
das Partidas Dobradas.

MÉTODO DAS PARTIDAS SIMPLES


Este método encontra-se em desuso por ser incompleto e deficiente. Nele, registramos
apenas as operações realizadas com pessoas, omitindo-se o registro de elementos do
patrimônio e do resultado. Todos os itens do patrimônio e do resultado como mercadorias,
veículos, imóveis, despesas, receitas, etc., são controlados extracontabilmente. Nele, apenas
uma das operações débito (D) ou crédito (C) é contabilizada.

MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS


Descrito pela primeira vez em 1494, na Itália, pelo frade Luca
Pacioli no livro“Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et
Proportionalità” (Coleção de conhecimentos de Aritmética,
Geometria, Proporção e Proporcionalidade), no capítulo
“Particulario de computies et Scripturis” (Contabilidade por
Partidas Dobradas), que fala sobre um tratado da contabilidade.

Neste capítulo, ele enfatiza que a teoria contábil do débito e do


crédito corresponde à teoria dos números positivos e negativos. O
método teve rápida difusão e foi universalmente aceito e adotado
desde esta época, sendo hoje considerado um dos pilares da
contabilidade moderna.

Este método reza que em cada lançamento, o valor total


lançado nas contas a débito deve ser sempre igual ao total do
valor lançado nas contas a crédito.

Ou seja, não há devedor sem credor correspondente. A todo débito corresponde um crédito

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 49


de igual valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, deve consequentemente aumentar do
outro lado também.
Como é mais comum uma transação conter somente duas entradas, sendo uma entrada de
crédito em uma conta e uma entrada de débito em outra conta, daí a origem do nome
"dobrado".

Maneiras que podem ser lançadas:


1 conta débito + 1 conta crédito
1 conta débito + Várias contas crédito
Várias contas débito + 1 conta crédito
Várias contas débito + Várias contas crédito

Sendo assim, seguem quatro verdades:


- Ativo = Passivo + PL
- Saldo devedor = Saldo credor
- Não há débito sem crédito.
- Não há crédito sem débito.

Exemplo 1: Se "X" tem um crédito de $200,00 contra "Y", é certo que "Y" tem um débito de
$200,00 para com "X".

Em consequência do método das partidas dobradas, a soma dos saldos das contas do Ativo
deve ser sempre idêntica à soma dos saldos das contas do Passivo e Patrimônio Líquido (no
Balanço Patrimonial), de tal forma que, se esses dois saldos não "baterem no centavo", isso
denuncia um erro de lançamento que precisa ser detectado e corrigido.

Em algum momento pode ocorrer uma modificação na composição quantitativa ou qualitativa


do ativo, sem que ele, como um todo, tenha sido aumentado. Nesse caso, ao aumento de um
dos elementos do ativo corresponderá uma diminuição de igual valor em outro elemento do
ativo. A mesma coisa se aplica ao passivo.

Exemplo 2: A empresa XYZ possui $200.000,00 do item dinheiro no seu patrimônio. Em


determinado momento, foi apurada a necessidade de comprar um veículo para uso da
empresa no valor de $40.000,00. Realizada a compra, o item veículo aumentou em
$40.000,00 e o item dinheiro foi diminuído nesse mesmo valor.

A utilização das Partidas Dobradas permite que através de um único lançamento, as duas
alterações sejam anotadas:
- Redução de $40.000,00 no dinheiro existente no patrimônio; e
- Aumento de $40.000,00 aplicados em aquisição de veículo.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 50


Em termos contábeis: Debita-se a conta veículos (representando a aplicação de recurso) e
credita-se a conta caixa (representando a origem dos recursos aplicados).

LIVROS CONTÁBEIS

Livro Diário

É um livro contábil de preenchimento obrigatório


(exigido por lei) e de maior importância, onde
são lançadas as operações DIÁRIAS de uma
empresa. Nele, são registrados os fatos
contábeis em partidas dobradas, ou seja, os
totais débito e crédito deverão ser sempre
iguais, sendo a conta débito
lançada SEMPRE antes da conta crédito.

Suas principais características são: Obrigatório,


Cronológico e Fundamental ao processo
contábil.

O livro Diário tradicional pode ser substituído


por fichas (contínuas, em forma de sanfona,
soltas ou avulsas). Porém, a adoção desse
sistema não exclui a empresa de obediência
aos requisitos
intrínsecos, previstos na lei fiscal e comercial
para o livro Diário.

exemplo de livro diário

As empresas que utilizam fichas, são obrigadas a adotar o livro próprio para a inscrição das
demonstrações financeiras.

Em resumo, o Diário registra oficialmente todas as transações de uma empresa. Sendo assim, é
necessário que ele atenda determinadas exigências e preencha certas formalidades. Estas
formalidades têm a ver com sua apresentação exterior (formalidades extrínsecas) ou com a
escrituração (formalidades intrínsecas).

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 51


OBS.: O livro Diário foi instituído pelo Decreto-Lei 486 de 03/03/69 e regulamentado pelo Decreto-Lei
64.567 de 22/05/69.

Formalidades extrínsecas

O livro Diário deve:


- Ser encadernado;
- Ter suas folhas numeradas tipograficamente;
- Se for empresa, deverá ser autenticado pelas Juntas Comerciais ou repartições encarregadas do
Registro do Comércio;
- Se for Sociedade Simples ou entidade sem fins lucrativos, deverá ser autenticado no cartório de
Registro Civil das Pessoas Jurídicas;
- Conter termo de abertura e de encerramento (na primeira e última página, respectivamente)
devidamente preenchidos e autenticados.

Termo de abertura: finalidade a que se destina o livro, o número de ordem, o número de folhas, a
firma individual ou o nome da sociedade a que pertença, o local da sede ou estabelecimento, o
número e data do arquivamento dos atos constitutivos no Órgão de Registro estipulado e o número
de registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).

Termo de encerramento: indica o fim a que se destinou o livro, o número de ordem, o número de
folhas e a respectiva firma individual ou sociedade mercantil.

OBS.: Estes termos serão datados e assinados pelo comerciante ou por seu procurador e por um
contabilista legalmente habilitado. Na localidade em que não haja profissional habilitado, os termos de
abertura e encerramento serão assinados, apenas, pelo comerciante ou seu procurador.

Se estas formalidades não forem respeitadas, o Diário acaba sendo completamente invalidado,
passando a fazer prova apenas contra o contribuinte.

Formalidades intrínsecas
- Utilização do idioma nacional e da moeda corrente do país;
- Uso da linguagem mercantil;
- Individualização e clareza dos lançamentos nele feitos;
- O registro dos fatos em rigorosa ordem cronológica de dia, mês e ano;
- A inexistência, na escrituração, de intervalos em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas, ou
transportes para as margens.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 52


Se estas formalidades não forem respeitadas, será invalidado apenas os registros onde ocorrerem.

Escrituração Manual
É necessário que o Livro Diário contenha:
- Data da operação (transação);
- Título da conta débito e da conta crédito;
- Valor do débito e do crédito;
- Histórico (alguns dados fundamentais sobre a operação em registro: número da nota fiscal,
cheque, terceiros envolvidos, etc. O histórico deve ser o mais breve possível, escrito de forma
reduzida).

OBS.: Todas as empresas, independentemente do seu porte ou tipo societário, são obrigadas a
efetuar escrituração contábil. Cabe destacar ainda que o regime tributário que a empresa venha a
utilizar também não pode interferir quanto ao assunto escrituração contábil, pois quem tem autoridade
para emanar sobre este tema é tão somente o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), para o qual
os profissionais de contabilidade são obrigados a prestar contas

Lançamentos no Livro Diário


Lançamento é o meio pelo qual se processa a escrituração contábil, ou seja, é a forma de se efetuar
o lançamento contábil no livro Diário. Este lançamento é feito a partir de operações.

Quando debitar e quando creditar?


+A (mais bens e direitos/mais ativo)
Débito Crédito -A (menos bens e direitos/menos ativo)
+A -A +P (aumenta dívida/mais obrigações/mais passivo)
-P +P -P (diminui dívida/menos obrigações/menos passivo)
-PL +PL +PL (mais receita/mais patrimônio líquido)
-PL (menos receita/mais despesa/mais custo/menos patrimônio líquido)

Exemplo 1
Operações realizadas durante o mês de Dezembro de 2011 na empresa "Bem Viver":
1) A empresa retirou dinheiro do caixa para depósito no banco no valor de $200.
D- Banco (+A)..... $200
C- Caixa (-A)....... $200

Explicação: Neste lançamento, a empresa diminui seu dinheiro disponível em caixa (-A) e aumentou
seu dinheiro disponível na conta banco (+A).

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 53


2) Recebimento de $600 de clientes em dinheiro.
D- Caixa (+A)........ $600
C- Clientes (-A)...... $600
Explicação: A empresa recebeu dinheiro (mais bens) e diminuiu sua conta clientes (menos bens a
receber), pois uma parte acaba de ser paga (a conta clientes significa valores que ainda não
entraram, mas devem entrar - ex: cartão de crédito, cheque).

3) Pagamento de fornecedor em cheque no valor de $500.


D- Fornecedor (-P)...... $500
C- Banco (-A)............. $500

Explicação: A conta Fornecedores diminuiu em $500, ou seja, diminuiu a dívida (-P), e como foi pago
em cheque, diminuiu o ativo da conta bancos.

4) Constituição da empresa "ABC" - capital totalmente integralizado em dinheiro - $5.000.


D- Caixa (+A)............................ $5.000
C- Capital subscrito (+PL)........... $5.000

Explicação: Nesta operação, os sócios colocaram dinheiro na empresa, aumentando o caixa. Como o
capital aumentou, há também mais receita (+PL).

5) Compra de veículo com pagamento 50% à vista em cheque e 50% financiado a curto prazo em 10
parcelas. Valor total de $2.000.
D- Veículos (+A)............................ $2.000
C- Banco (-A)................................ $1.000
C- Financiamentos a pagar (+P)...... $1.000

Explicação: Com a compra do veículo, a empresa aumentou sua quantidade de bens (+A), pagou
50%, em cheque, diminuindo este valor do banco (menos recursos) e financiou a outra metade em 10
parcelas de $100, ou seja, criou uma dívida/obrigação.

Exemplo 2
Operações realizadas na empresa XYZ no mês de Abril/2010:
03/04/2010 - Constituição da empresa - o capital subscrito no contrato social é de R$120.000,00. Os
sócios integralizaram todo o capital em dinheiro.

12/04/2010 - Realizaram a abertura de uma conta corrente em nome da empresa para realizar sua
movimentação e depositaram R$90.000,00 do dinheiro da empresa nesta conta bancária.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 54


17/04/2010 - Pagaram a despesa com aluguel do mês corrente (abril/2010), no valor de R$5.000,00.
O pagamento foi realizado em dinheiro.

21/04/2010 - A empresa realizou a compra de dois computadores e uma impressora. O valor total da
compra foi de R$6.000,00 pago à vista em cheque.

24/04/2010 - A empresa comprou mesas e cadeiras para uso na empresa, desembolsando à vista em
dinheiro o total de R$1.600,00.

27/04/2010 - A empresa comprou mercadorias para revender. Efetuou a compra à prazo no valor de
R$27.000,00.

30/04/2010 - A empresa vendeu parte de seus estoques à vista em dinheiro, no valor de


R$15.000,00 com CMV (Custo da Mercadoria Vendida) de R$7.000,00.

Lançamentos:
LIVRO DIÁRIO

Data Conta Débito Crédito


Caixa (+A)
120.000 ---------
03/04/10 Capital subscrito (+PL)
--------- 120.000
H.:Vlr ref. subscrição de capital social cfe contrato
Banco (+A)
90.000 ---------
12/04/10 Caixa (-A)
--------- 90.000
H.: Vlr ref. transferência caixa cfe Doc. Nº
Despesa com aluguel (-PL)
5.000 --------
17/04/10 Caixa (-A)
-------- 5.000
H.: Vlr ref. pgto aluguel mês 04/2010
Equipamentos de informática (+A)
6.000 --------
21/04/10 Banco (-A)
-------- 6.000
H.: Vlr ref. compra EquipInfoBR cfe NF Nº
Móveis e utensílios (+A)
1.600 --------
24/04/10 Caixa (-A)
-------- 1.600
H.: Vlr ref. compra ModelarHome cfe NF Nº
Estoque (ou Mercadoria Revenda)(+A)
27.000 ---------
27/04/10 Fornecedores (+P)
--------- 27.000
H.: Vlr ref. compra de mercadorias cfe NF Nº

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 55


Caixa (+A)
15.000 ---------
Receita de vendas (+PL)
--------- 15.000
30/04/10 CMV (custo mercadoria vendida) (-PL)
7.000 ---------
Estoque (ou Mercadoria Revenda) (-A)
--------- 7.000
H.: Vlr ref. venda de mercadoria cfe NF Nº
H: Histórico
Vlr: Valor
ref.: referente
cfe: conforme
NF: Nota Fiscal
Nº: Número

Livro Razão

O Razão é um livro fundamental ao processo contábil e exigido pela


legislação brasileira para empresas cuja tributação do Imposto de
Renda seja com base no Lucro Real. Em virtude de sua eficiência,
ele é indispensável em qualquer tipo de empresa.

Por meio do razão é possível controlar separadamente o movimento


de todas as contas. O controle individualizado das contas é
importante para se conhecer os seus saldos, possibilitando a
apuração de resultados e elaboração de demonstrações contábeis,
como o balancete de verificação do razão, balanço patrimonial, etc.

Ou seja, é o detalhamento por contas individuais dos lançamentos


realizados no diário, sendo usado para resumir e totalizar, por conta
ou subconta, estes lançamentos.

Este livro agrega as contas Patrimoniais (contas do BP e da DRE),


compostas por ativo, passivo e patrimônio líquido e por receitas,
despesas e custos.

Antigamente, o razão existia apenas em forma de livros, onde se atribuía o título de uma conta para
cada página. Desta forma, havia uma página para Caixa, outra para Banco, outra para Estoque, e
assim por diante. Com o passar do tempo, as folhas avulsas foram substituindo as páginas do livro,
sendo muito comum o uso das fichas razão hoje em dia.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 56


É dispensada a autenticação ou registro do livro pelos órgãos competentes, isto porque o Razão é
cópia autentica do que foi escriturado no Livro Diário. Porém, na escrituração, deverão ser
obedecidas as regras da legislação comercial e fiscal aplicáveis aos lançamentos em geral.

Escrituração manuscrita do Livro Razão


Deve conter no mínimo as seguintes informações:

Nome da conta
Data do lançamento: dia, mês e ano de ocorrência do fato que alterou o valor do componente
patrimonial;
Contrapartida: é a conta que completa o lançamento de outra conta que está sendo escriturada;
Histórico do lançamento: descrição do fato administrativo do evento registrável na escrituração;
Débito e Crédito: indicação do valor que será acrescido e/ou diminuído do saldo da conta;
Saldo: diferença entre o somatório do débito e somatório do crédito; e
D/C: indicação da natureza do saldo - D (devedor) e C (credor).

OBS.: Se for usado escrituração mecanizada, além destes itens, deve conter também o nº da folha
correspondente no livro diário.

Modelo de Razão
CONTA: CAIXA

Data Nº Contrapartida Histórico Débito Crédito Saldo D/C


01/01/20x7 1 Saldo anterior 82.000,00 D
Vlr ref. compra de
12/01/20x7 1 Veículos 40.000,00 42.000,00 C
veículo cfe NF Nº
Vlr ref. compra de
20/01/20x7 2 Estoques mercadorias cfe NF 12.000,00 30.000,00 C

Vlr ref. aumento de
27/01/20x7 2 Banco 10.000,00 40.000,00 D
caixa cfe Doc. Nº

Razonetes

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 57


Razão e razonete são a mesma coisa. O razonete deriva do razão,
ele é uma versão simplificada, uma forma didática do razão.

O razonete, também denominado gráfico ou conta em T, é bastante


utilizado pelos contadores e é por meio dele que são feitos os
registros individuais por conta. Ele foi criado para ser um recurso que
ajude o entendimento da mecânica dos lançamentos contábeis.

No lado esquerdo do razonete são lançados os débitos (saldos


devedores) e no lado direito são lançados os créditos (saldos
credores), ficando o nome da conta na parte de cima do T.

Sendo assim, de um lado do razonete registram-se os aumentos e do


outro as diminuições. A natureza da conta é que determina que lado
deve ser utilizado para aumentos e que lado deve ser utilizado para
diminuições.

Toda conta de Ativo e todo acréscimo de Ativo são lançados no lado esquerdo do razonete (lado do
débito). Toda conta de Passivo ou Patrimônio Líquido, bem como os acréscimos, serão lançados no
lado direito do razonete (lado do crédito). Toda diminuição de Ativo será lançada no lado direito e
toda diminuição de Passivo será lançada no lado esquerdo do razonete.

Em resumo, a importância dos razonetes é principalmente didática, para ajudar a entender como as
operações de uma empresa ou organização são processadas pela contabilidade. Na prática, a fonte
de dados para a obtenção do balancete (que é a fonte do Balanço Patrimonial e da DRE), é o Livro
Diário.

Exemplo 1
Lançamento: Compra de Veículos no valor de $45.000, à vista, via banco.
No livro diário:
D- Veículos...........$45.000
C- Banco..............$45.000

No livro razão (razonetes):

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 58


No razonete da conta Veículos, o valor foi debitado (lado esquerdo) pois gerou um aumento no ativo
(bens e direitos) da empresa. Já no razonete da conta Bancos, o valor foi creditado (lado direito) pois
gerou uma diminuição de ativo (diminuiu o valor disponível da conta).

Exemplo 2
Alguns lançamentos existentes no Livro Diário:
1) D- Estoque.... $67.000
C- Caixa....... $67.000
2) D- Caixa....... $70.000
D- Banco.... $30.000
C- Estoque.... $100.000
3) D- Caixa....... $ 35.000
C- Banco ..... $35.000
4) D- Estoque............. $ 10.000,00
C- Fornecedores..... $ 10.000,00

Passando para os razonetes:

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 59


Si: saldo inicial (saldo existente da apuração anterior)
SF: saldo final

As contas que foram lançadas no Diário a débito, são lançadas no Razão (razonetes) no lado
esquerdo e as que foram lançadas a crédito no Diário, no lado direito. Em cada razonete é
registrado todas as operações do Livro Diário referentes a conta em questão.

Apuração do Saldo do Razonete


O saldo de uma conta é o valor da diferença entre a soma dos débitos e a soma dos créditos do
razonete. Somamos os valores do lado do débito e somamos os valores do lado do crédito. Após
isso, subtraimos o débito do credito ou vice-versa. O saldo será devedor se a soma dos débitos for
maior que a soma dos créditos e será credor se a soma dos créditos for maior que a soma dos
débitos. No exemplo dado acima, as contas Estoques, Caixa e Banco fecharam com saldo
devedor e a conta Fornecedores fechou com saldo credor. (Em qualquer momento pode-se apurar
o saldo do razonete.)

OBS.: Apurado o saldo da conta, o próximo passo é colocar um traço horizontal logo abaixo dos
lançamentos, de lado a lado, com o qual limpamos o razonete, passando a valer apenas os valores
lançados a partir do respectivo traço. Em seguida, lançamos o saldo final (SF) no débito ou no
crédito, conforme o caso.

Balancete de Verificação do Livro Razão


O balancete de verificação é um demonstrativo contábil que reúne todas as contas em movimento na
empresa e seus respectivos saldos (saldos de débito/saldos devedores e saldos de crédito/saldos
credores).

Através do balancete é possível chegar a vários resultados importantes para a Contabilidade de uma
empresa num dado período de tempo, bem como elaborar outros demonstrativos contábeis importantes,
como por exemplo, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e Balanço Patrimonial (BP).

É a relação de Contas extraídas do livro Razão (razonetes) da empresa, ou seja, é o conjunto de todas
as contas (patrimonias e de resultado) dos razonetes com seus respectivos saldos finais. O saldo de

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 60


cada conta é representado de acordo com sua natureza (devedora ou credora), e não apenas de acordo
com o grupo a que pertence.

Ou seja, para elaborar um balancete, cada Conta será transferida do razonete para ele, com seu
respectivo saldo. Assim, se a Conta no razonete apontar saldo final devedor (lado esquerdo), este saldo
será transportado para a coluna do saldo devedor do balancete. Se a Conta apresentar no razonete
saldo final credor (lado direito), este saldo será transportado para a coluna do saldo credor do balancete.

Importante: a soma dos saldos devedores deve ser igual à soma dos saldos credores. Se houver
desigualdade, é sinal de que há erros na Contabilidade da empresa.

Há várias maneiras de se apresentar um Balancete de Verificação. Em todos eles deve existir o


cabeçalho onde se indica o nome da empresa e a data do balancete. É possível representá- lo com os
saldos iniciais de cada conta (devedor ou credor) e com os respectivos movimentos no período (débitos
e créditos), ou simplesmente com os saldos finais das contas (devedor ou credor). Este último caso é o
mais comum e também o mais prático.

Exemplo 1
EMPRESA XYZ - Balancete de Verificação em 31/11/20x1
SALDO ($)
CONTA Devedor Credor
Caixa 300.000,00
Banco conta-corrente 50.000,00
Estoques 9.950,00
Veículos 70.000,00
Depreciação acumulada de veículos 1.800,00
Máquinas e equipamentos 217.340
Móveis e utensílios 200.000
Fornecedores 210.000,00
Salários a pagar 20.000,00
ICMS a recolher 110.500,00
Capital social 500.000,00
Receita de vendas 450.000,00
Receita financeira 19.000,00
ICMS sobre vendas 110.500,00
CMV (Custo Mercadoria Vendida) 252.000,00
Despesa com salários 80.000,00

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 61


Despesa com férias 8.880,00
Despesa com FGTS 7.600,00
Despesa com depreciação 5.030,00

TOTAL 1.311.300,00 1.311.300,00

* As contas listadas no balancete acima são tanto patrimoniais quanto de resultado:

- as contas Caixa, Banco conta-corrente, Estoques, Veículos, Máquinas e equipamentos e Móveis e


utensílios fazem parte das contas patrimoniais (ficam no Ativo);
- a conta Depreciação acumulada de veículos faz parte das contas patrimoniais (fica no Ativo), porém, é
uma conta retificadora (diminui o ativo) e seu saldo é credor;
- as contas Fornecedores, Salários a pagar e ICMS a recolher fazem parte das
contas patrimoniais (ficam no Passivo);
- a conta Capital Social faz parte das contas patrimoniais, ficando no Passivo Total, porém, fica na
subdivisão do Passivo, chamada Patrimônio Líquido (PL);
- as contas Receita de vendas, Receita financeira, ICMS s/ vendas, CMV, Desp. c/ salários, Desp. c/
férias, Desp. c/ FGTS e Desp. c/ depreciação fazem parte das contas de resultado, sendo elas receitas,
despesas ou custos.
Exemplo 2
Razonetes:

Balancete (simplificado):
EMPRESA ABC - Balancete de Verificação em 12/02/20x9
SALDO ($)
CONTA
Devedor Credor
Caixa 48.500,00
Banco 31.500,00
Fornecedores 80.000,00

TOTAL 80.000,00 80.000,00

Livro Caixa

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 62


No Livro Caixa são registrados todos os recebimentos e pagamentos em
dinheiro, lançados de forma cronológica (dia, mês e ano).

É um livro auxiliar de registro contábil, e seu uso é facultativo. O Livro Caixa se


destina ao controle dos lançamentos exclusivos de entrada e saída, da conta
Caixa da empresa.

Quando se inicia uma empresa, é necessário que ela possua um controle


financeiro de seus lucros e despesas. Neste livro é feito um controle pessoal
da empresa, que pode no futuro auxiliar na declaração do Imposto de Renda.

O Livro Caixa é na maior parte das vezes adotado pela tesouraria da empresa (departamento
responsável pela execução dos recebimentos de receitas e pagamentos de despesas) ou de qualquer
outra entidade com ou sem fins lucrativos.

As anotações devem ser metódicas, diárias e detalhadas. Não deve-se anotar rendimentos futuros
(notas que ainda não compensaram e cheques pré-datados). Todas as Notas Fiscais e comprovantes
de pagamentos devem ser guardados pois são eles que ajudarão a preencher o Livro Caixa
corretamente (pode ser de gastos de energia elétrica, aluguel, água, telefone, material de expediente
(escritório) e de limpeza, bem como reparos e conservação do local, etc.)

Estrutura do Livro Caixa


Deve-se conter no Livro Caixa:

- data do registro;
- breve histórico;
- entradas e saídas (débito e crédito, respectivamente, lembrando que não usa-se os dois em um
mesmo registro);
- saldo atual da conta Caixa (saldo anterior mais débito ou menos crédito da conta em questão).

Exemplo
LIVRO CAIXA

Débito Crédito
Data Histórico Saldo
(entradas) (saídas)
01/12/2012 Saldo do mês anterior - - R$750,00
Recebimento da fatura mês 10/2012 cfe doc
07/12/2012 R$890,00 R$1.640,00
nº140
15/12/2012 Compra material de expediente cfe NF nº89367 R$250,00 R$1.390,00
20/12/2012 Pagamento aluguel mês 11/12 cfe documento R$520,00 R$870,00

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 63


nº127
22/12/2012 Venda de mercadorias cfe NF nº39561 R$1.000,00 R$1.870,00

Saldo do mês R$1.120,00


Saldo anterior R$750,00
Saldo atual R$1.870,00

OBS.: As empresas optantes pelo SIMPLES NACIONAL estão obrigadas, perante o fisco, à
escrituração do Livro Caixa, observando as exigências contidas na Lei no 9.317/96 e as demais
formalidades, inclusive quanto aos termos de abertura e encerramento.

Erros de Escrituração
A escrituração feita nos livros contábeis não deve conter intervalos em branco, entrelinhas, borrões,
rasuras, emendas ou transportes para as margens.

Entretanto, ao desenvolver suas atividades profissionais, o ser humano pode cometer enganos
durante o processo de escrituração. Estes erros podem ocorrer de diversas formas:
- lançamento de valor incorreto;
- borrões ou rasuras na escrituração;
- espaço em branco;
- lançamentos em duplicidade de valor;
- inversão das contas;
- erro na redação de histórico;
- etc.

Quando os erros acontecem, eles devem ser declarados na escrituração mediante retificação através
de estorno, lançamento retificativo, lançamento complementar, lançamento de transferência ou
ressalva (por profissional qualificado).

Estorno
É utilizado quando ocorre duplicidade de um mesmo lançamento contábil (quando o contabilista faz o
mesmo lançamento duas vezes) ou por erro de lançamento da conta debitada ou da conta creditada
na escrituração das entidades, fazendo um lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-
o totalmente.

A correção, no caso de duplicidade, é simples. Deve-se efetuar apenas o estorno do lançamento feito
a mais. Se o caso for erro de lançamento, estornamos conforme o exemplo a seguir.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 64


Exemplo: A empresa Alfa adquiriu uma mesa para escritório do fornecedor ModelOffice no valor de
$4.000,00 e a pagará a prazo.

Lançamento efetuado:
D- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
C- Banco - $4.000,00
H.: Vlr referente aquisição de mesa p/ escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor ModelOffice.

Estorno total:
D- Banco - $4.000,00
C- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
H.: Vlr referente estorno do lançamento feito em xx/xx/20x1, referente compra de uma mesa para
escritório.

Lançamento correto:
D- Móveis e utensílios - $4.000,00
C- Fornecedores - $4.000,00
H.: Vlr referente compra de mesa para escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor ModelOffice.

Lançamento Retificativo
Serve para retificar as contas lançadas erradamente e para estornar parte do lançamento, corrigindo
registros feitos por importância maior. No caso de o valor ser lançado maior do que é, a correção
pode ser feita estornando todo o lançamento e depois fazendo o lançamento no valor correto, ou
então estornando apenas a diferença dos valores.

Exemplo: A empresa Alfa adquiriu um veículo do fornecedor AutoCar no valor de $60.000,00 à vista
em dinheiro.

Lançamento efetuado:
D- Veículos - $80.000,00
C- Caixa - $80.000,00
H.: Vlr referente compra de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.

Estorno da diferença:
D- Caixa - $20.000,00
C- Veículos - $20.000,00
H.: Vlr referente estorno de parte do lançamento lançado à maior no dia xx/xx/20x1, referente compra
de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 65


Lançamento Complementar
Serve para complementar um lançamento feito de importância menor. No caso de o valor ser lançado
menor do que é, a correção pode ser feita através do estorno total e posterior lançamento correto, ou
do lançamento complementar apenas da diferença do valor lançado para o que de fato é correto.

Exemplo: A empresa Alfa adquiriu um veículo do fornecedor AutoCar no valor de $60.000,00 à vista
em dinheiro.

Lançamento efetuado:
D- Veículos - $6.000,00
C- Caixa - $6.000,00
H.: Vlr referente compra de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.

Lançamento complementar:
D- Veículos - $54.000,00
C- Caixa - $54.000,00
H.: Vlr referente complemento da importância lançada à menor no dia xx/xx/20x1, referente compra
de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.

Lançamento de Transferência
Regulariza o lançamento da conta debitada ou creditada indevidamente, através da transposição do
valor para a conta adequada.
– Transferência: é o lançamento que promove a regularização da conta indevidamente debitada ou
creditada, através da transposição do valor para a conta adequada;

Exemplo: A empresa Alfa adquiriu uma mesa para escritório do fornecedor ModelOffice no valor de
$4.000,00 e a pagará a prazo.

Lançamento efetuado:
D- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
C- Fornecedores - $4.000,00
H.: Vlr referente aquisição de mesa p/ escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor ModelOffice.

Lançamento de transferência:
D- Móveis e utensílios - $4.000,00
C- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
H.: Vlr referente transferência da importância lançada erroneamente no dia xx/xx/20x1, em conta de
Máquinas e equipamentos.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 66


Ressalva
Quando se tratar de um erro de redação observado antes mesmo do encerramento do respectivo
lançamento, a retificação ocorre no próprio histórico. Ou seja, se o erro for verificado antes de se
terminar de redigir o histórico do lançamento, basta se utilizar de alguma expressão do tipo: "digo",
"isto é", "ou melhor", "aliás", "em tempo", etc. Vejamos um exemplo:
D – Veículos R$20.000,00
C – Caixa R$ 20.000,00
H.: Referente à compra de um computador, digo, de um automóvel conforme nota fiscal nº 00053.

Nos casos de borrões, rasuras, lacunas, saltos de linhas ou de páginas, a ressalva deve ser assinada
por profissional registrado no CRC (Conselho Regional de Contabilidade). Os borrões, falhas de
impressão e outros erros que comprometam a autenticidade do Livro Diário, poderão ser sanados
através de declaração, assinada pelo contador, tornando sem efeito aquela folha e refazendo, a
seguir, os lançamentos ali contidos.

Borrões e Rasuras
Se ocorrer borrões ou rasuras no livro contábil, deverá ser feita a ressalva relativa ao erro, datar e
assinar na própria folha do livro, ao lado da rasura ou do borrão. Ressalvar significa ratificar,
confirmar, a correção feita através da rasura ou dos borrões no lançamento. A ressalva deve ser feita
pela contabilista.
Saltos de linhas ou de páginas
Se houver saltos de linhas no livro contábil, estas deverão ser preenchidas com traços horizontais, e
com a devida ressalva, datada e assinada pelo contabilista. No caso de saltos de páginas, estas
deverão ser preenchidas com um traço diagonal, e com a respectiva ressalva.

Omissão de lançamentos

A omissão se dá por esquecimento. Ex.: Na época apropriada, o contabilista deixou de efetuar o


registro de um fato, por um motivo qualquer. Passado algum tempo, ele verificou a omissão. Neste
caso, a correção é simples. Basta efetuar o registro do fato no dia em que se verificou a omissão,
mencionando, no histórico, a data de sua efetiva ocorrência e o motivo do atraso.

Quando a omissão implicar falta de recolhimento de impostos, a empresa deverá providenciar os


devidos recolhimentos, espontaneamente, acrescidos dos encargos correspondentes.

SPED FISCAL E CONTÁBIL

O Decreto nº 6.022/2007 institui o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), prevendo que os
livros e documentos contábeis e fiscais serão emitidos em forma eletrônica.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 67


O Sped é instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e
autenticação de livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários
e das sociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.

Sped Contábil

A Instrução Normativa RFB 787/2007 (posteriormente revogada e substituída pela Instrução


Normativa RFB 1.420/2013) instituiu a Escrituração Contábil Digital (ECD), estabelecendo sua
obrigatoriedade e aprovando o Manual de Orientação do Leiaute para geração de arquivos.

A legislação tributária federal exige que, além do Livro Diário, o contribuinte escriture o Livro Razão.
Obriga, também, as pessoas jurídicas não optantes pelo Simples a apresentarem os arquivos
eletrônicos que representem a Contabilidade.

A legislação previdenciária federal também exige a apresentação de arquivos que representem a


Contabilidade, mas em formato diferente do previsto na legislação fiscal.

Dessa forma, são quatro formas distintas de representar uma mesma realidade, sujeitas a
formalidades distintas:

Livro Diário: escrituração em papel; lançamentos em ordem cronológica; termos de abertura e


encerramento; transcrição das demonstrações contábeis.

Livro Razão: escrituração em papel; lançamentos em ordem de conta e data;

Arquivos eletrônicos em dois formatos distintos compostos, basicamente, por plano de contas,
lançamentos e saldos.

Nos arquivos eletrônicos atualmente entregues, em cerca de 90% dos casos, constata-se que eles
representam de forma adequada a escrituração em papel e, a partir do mesmo conjunto de arquivos,
pode-se “gerar” os Livros Diário e Razão.

O Sped Contábil visa à substituição da emissão de livros contábeis (Diário e Razão) em papel pela
sua existência apenas digital. Os livros Diário e Razão serão gerados a partir de um mesmo conjunto
de informações digitais.

A solução abrange os fiscos federal, estaduais, futuramente municipais, DNRC, CFC, Banco Central,
SUSEP, CVM e contribuintes que irão fornecer informações para a composição da base dados.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 68


A entrega (autenticação) dos livros deverá seguir a periodicidade atual.

O arquivo deverá ser assinado digitalmente pelo empresário ou representante legal da sociedade
empresária e pelo contabilista responsável pela escrituração. O aplicativo conterá, também,
funcionalidades para a realização das assinaturas digitais.

Depois de assinado, o arquivo será encaminhado para o Sped que disponibilizará para as Juntas
Comerciais as informações necessárias à autenticação. A Junta Comercial fará uma série de
validações próprias e depois autenticará o livro entregue. Essa informação de autenticação é
fornecida ao titular da escrituração por intermédio do Sped por meio de consulta à Internet.

Depois de recebida, a escrituração contábil é armazenada em um banco de dados que irá permitir
que os órgãos parceiros do Sped obtenham cópias integrais do arquivo. O titular da escrituração
poderá, pela Internet, ter conhecimento de qual órgão teve acesso a sua escrituração.

Uma vez transmitido, qualquer pessoa que tiver o arquivo, poderá verificar a autenticidade da
escrituração contábil da empresa e visualizar e imprimir a escrituração.

Sped Fiscal

O Convênio ICMS nº 143/2006 institui a Escrituração Fiscal Digital (EFD).

A escrituração prevista na forma deste convênio substitui a escrituração e impressão dos seguintes
livros:
I - Livro Registro de Entradas;
II - Livro Registro de Saídas;
III - Livro Registro de Inventário;
IV - Livro Registro de Apuração do IPI;
V - Livro Registro de Apuração do ICMS;
VI - documento Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente - CIAP;
VII - Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque.

A escrituração fiscal digital é uma das partes do tripé que compõem o SPED - as outras duas são
a escrituração contábil digital (ECD) e a nota fiscal eletrônica (NF-E).

O contribuinte deverá manter o arquivo digital da EFD, bem como os documentos fiscais que deram
origem à escrituração, na forma e prazos estabelecidos para a guarda de documentos fiscais na
legislação tributária, observados os requisitos de autenticidade e segurança nela previstos.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 69


Considera-se a EFD válida para os efeitos fiscais após a confirmação de recebimento do arquivo que
a contém.

Exercícios de fixação:

1- Complete:
a) O Diário é um livro .................................................................................................................
b) O livro que registra o movimento individualizado de todas as contas chama-se ..................
c) O livro utilizado para controlar os direitos e as obrigações denomina-se..............................
d) No livro caixa são registradas operações que envolvem.......................................................
e) Escrituração é uma técnica que consiste em ............................................... nos livros
próprios todos os fatos administrativos, bem como os atos administrativos relevantes que
ocorrem na ................................
f) Lançamento é o .................................pelo qual se processa a ............................................
g) O método de escrituração utilizado universalmente é ..........................................................

2- Responda:
a) Cite três livros utilizados pela contabilidade.

b) Quais são os elementos essenciais do lançamento?

c) Qual é o livro que permite um controle individualizado de todas as contas utilizadas pela
contabilidade?

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 70


OPERAÇOES COM MERCADORIAS
INVENTÁRIOS

Periódico

Ocorre quando os estoques existentes são avaliados na data de encerramento do balanço, através
da contagem física.
Optando pelo inventário periódico, a contabilização das operações que envolvem mercadorias pode
ser efetuada utilizando a Conta Mercadorias Mista ou a Conta Mercadoria Desdobrada.

Conta Mista de Mercadorias

Existe apenas uma única conta, a de Mercadorias, que registra todos os fatos pertinentes ao RCM: –
Vendas, Compras, Estoque e CMV. É denominada conta mista, pois mescla em seu interior contas
patrimoniais (estoque) e de resultado (RCM).

Conta Mercadorias Desdobrada

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 71


Nesta forma de registrar os fatos que envolvem mercadorias, cinco contas são utilizadas para se
registrarem as operações que envolvem mercadorias. Deste modo, são utilizadas as contas
Mercadorias, Compras, Vendas, CMV e RCM.

Permanente

É aquele em que há um controle de forma contínua do estoque, pois dá-se a baixa do custo das
mercadorias vendidas a cada operação de venda. A conta Mercadorias, a qualquer momento, reflete
o valor das mercadorias que se encontram em estoque.

No Inventário Permanente, é indispensável a utilização de um instrumento extracontábil, a Ficha de


Controle e Avaliação de Estoque, também chamada de Ficha de Estoque. Por meio da Ficha de
Estoque, acompanha-se a movimentação física e contábil das mercadorias.

Registro das Operações de Compras

Na Ficha de Controle de Estoque, o valor das compras deve ser efetuado na coluna Entradas. Na
escrituração contábil, debita-se uma conta representativa de Mercadorias, credita-se Caixa, Bancos
Conta Movimento ou Fornecedores.

Registro das Operações de Vendas

O preço pelo qual as mercadorias foram vendidas é levado a registro na escrituração contábil,
mediante débito da conta Caixa, Bancos Conta Movimento ou Duplicatas a Receber, creditando-se a
conta Receita de Vendas.

O preço pago pelas mercadorias vendidas (preço de custo) deverá ser registrado na coluna de saídas
da Ficha de Controle de Estoque, ensejando, na escrituração contábil, o seguinte lançamento: –
débito da conta Custo das Mercadorias Vendidas, creditando-se a conta representativa dos estoques
(Mercadorias em Estoque).

Sistemas Básicos de Avaliação dos Estoques

Preço Específico

Significa valorizar cada unidade de estoque ao preço efetivamente pago para cada item
especificamente identificado.

É usado somente quando é possível fazer determinação do preço específico de cada unidade em

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 72


estoque, mediante identificação física, como no caso de revenda de automóveis usados, por
exemplo.

PEPS – primeiro a entrar, primeiro a sair

Avalia o estoque final pelas aquisições mais recentes e o custo das mercadorias vendidas pelas
aquisições antigas.

UEPS – último a entrar, primeiro a sair

Avalia o estoque final pelas aquisições mais antigas e o custo das mercadorias vendidas pelas
aquisições mais recentes.

Custo Médio Ponderado

Avalia tanto o estoque final quanto o custo das mercadorias vendidas pela média entre as primeiras e
as últimas aquisições.

Alterações do Valor das Compras

Fretes e Seguros sobre Compras

Quando uma empresa adquire mercadorias para revenda, podem acontecer certos fatos que resultam
num custo de aquisição diferente do valor pago ao fornecedor, como, por exemplo, os fretes e
seguros.

Se o transporte das mercadorias adquiridas fica sob a responsabilidade da empresa compradora, os


gastos com fretes e seguros devem ser acrescidos ao custo das mercadorias adquiridas, não
podendo ser considerados como despesas.

Descontos Incondicionais Sobre Compras

São descontos obtidos no momento da compra de mercadorias, e destacados na respectiva nota


fiscal. O saldo da conta Descontos Incondicionais sobre Compras deverá ser encerrado a crédito da
conta Compras, obtendo-se, assim, o valor líquido destas.

Descontos Financeiros Obtidos

São os descontos obtidos na liquidação antecipada de obrigações. É uma Receita Financeira, não
provocando alteração no Resultado com Mercadorias.

Abatimentos Sobre Compras

São parcelas redutoras dos preços de compra em função de eventos ocorridos após tais operações.
Ensejam os abatimentos sobre compras: – diferença de tipo, qualidade, quantidade, peso ou qualquer

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 73


outro fator que esteja em desacordo com o pedido ou com a nota fiscal de compra. Contabilmente, o
abatimento sobre compra é conta retificadora de compra.

Impostos Incidentes Sobre Compras

Na compra de mercadorias para revenda, o ICMS e o IPI incidem sobre as compras, porém apenas o
ICMS incidirá sobre as futuras vendas. Portanto, recupera-se o ICMS, mas o IPI não é recuperável.
Na compra de matérias-primas para industrialização, tanto o ICMS como o IPI são recuperáveis,
porque haverá incidência destes impostos quando da venda dos produtos industrializados. Os
impostos recuperáveis são registrados em contas representativas de direitos realizáveis, enquanto os
não recuperáveis integram o custo dos bens adquiridos.

Devoluções de Compras

Correspondem a valores registrados anteriormente como compras. Ou seja, correspondem a


devoluções de mercadorias adquiridas para revenda, resultando na diminuição das compras
realizadas. Podem ser contabilizadas como Devolução de Compras ou Compras Canceladas.

Alterações do Valor das Vendas

Fretes e Seguros sobre Vendas

Quando o comerciante entrega as mercadorias vendidas, incorrendo nos gastos com frete e seguros,
estas operações não alteram vendas porque são consideradas como despesas operacionais.

Descontos Incondicionais sobre Vendas

São os descontos concedidos no momento da venda de mercadorias, e destacados na respectiva


nota fiscal.

O desconto incondicional, quando destacado na respectiva nota fiscal de venda, poderá, a critério da
empresa, ser registrado em conta específica, redutora de venda, ou então, registra-se a venda pelo
valor da operação sem o destaque contábil do desconto concedido.

Descontos Financeiros Concedidos

São os descontos concedidos no recebimento antecipado de direitos. É uma Despesa Financeira,


não provocando alteração no Resultado com Mercadorias.

Abatimentos sobre Vendas

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 74


São parcelas redutoras dos preços de vendas em função de eventos ocorridos após tais operações.
Ensejam os abatimentos sobre vendas: – diferença de tipo, qualidade, quantidade, peso ou qualquer
outro fator que esteja em desacordo com o pedido ou com a nota fiscal de venda.

Impostos Incidentes sobre Vendas

São os que guardam proporcionalidade com o preço da venda ou dos serviços, mesmo quando o
respectivo montante integre esse preço.

Os impostos incidentes sobre vendas são registrados, obrigatoriamente, em contas específicas


redutoras de vendas, tendo como contrapartida créditos em contas do passivo – Tributos e
Contribuições a Recolher.

Tais impostos são contas redutoras da receita bruta das vendas e serviços. São ela – ICMS, ISS, IE,
COFINS, PIS e taxas que guardam proporcionalidade com o preço de venda e a quota de
contribuição, ou retenção cambial, devida na exportação.

Devoluções de Vendas

Também conhecidas como vendas anuladas ou vendas canceladas, as devoluções de vendas


correspondem às mercadorias recebidas em devolução pelos mais diversos motivos, como atraso na
entrega ou diferenças de qualidade, quantidade ou preço.

Correspondem à anulação de valores registrados como receita bruta no próprio período-base. As


vendas canceladas de períodos-base anteriores deverão ser registradas como Despesas de Vendas
(Despesas Operacionais).

RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS

Vamos apurar o Resultado da Conta Mercadorias para saber se a empresa comercial obteve lucro ou
prejuízo em sua atividade principal.

Este resultado é também denominado Resultado Operacional Bruto ou Resultado Bruto do


Exercício.

1) Em determinada empresa, os saldos, em 31 de dezembro de 2001, das seguintes contas,


foram os seguintes:

 Estoque de Mercadorias – saldo devedor de $ 5.000

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 75


 Compras de Mercadorias – saldo devedor de $ 20.000
 Vendas de Mercadorias – saldo credor de $ 23.000
 Inventário (físico) - $ 12.000

O que fazer com esses dados?

Vamos estudar dois processos de apuração: extracontábil e contábil.

Apuração Extracontábil

1ª. Fórmula aplicada na apuração extracontábil:

CMV = EI + C - EF

Onde:

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

EI = Estoque Inicial

C = Compras de Mercadorias

EF = Estoque Final de Mercadorias

Aplicando esta fórmula em nosso exemplo:

Onde:

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

EI = Estoque Inicial

C = Compras de Mercadorias

EF = Estoque Final de Mercadorias

Teremos:

CMV = 5.000 + 20.000 – 12.000

CMV = 13.000

Apuração extracontábil

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 76


2ª. Fórmula aplicada na apuração extracontábil:

RCM = V – CMV

Onde:

RCM = Resultado da Conta Mercadorias

V = Vendas de Mercadorias

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

Aplicando esta fórmula em nosso exemplo:

RCM = V – CMV

Teremos:

RCM = 23.000 – 13.000

RCM = 10.000

Onde:

RCM = Resultado da Conta Mercadorias

V = Vendas de Mercadorias

CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

Quando o RCM é positivo, como neste caso, significa que o valor das vendas de Mercadorias foi
superior ao custo das respectivas Mercadorias vendidas; logo, corresponde a lucro, que denomina-se
Lucro Bruto do Exercício.

Quando o RCM é negativo, significa que o valor das vendas de Mercadorias foi inferior ao custo das
respectivas Mercadorias vendidas; logo, corresponde a prejuízo, que denomina-se Prejuízo sobre
Vendas.

Apuração Contábil

1º. Reconstituição dos Razonetes:

Estoque de mercadorias Compras de mercadorias Vendas de mercadorias

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 77


SI 5000 5000 (1) SI 20.000 20.000 (2) (4) 23.000 23.000 SI
(3) 12.000

Apuração Contábil

2º. Contabilização do CMV:

1) Custo das Mercadorias Vendidas

a Estoque de Mercadorias

transferência que se processa, da segunda para a

primeira das Contas supra, ref. Ao estoque inicial, para apuração do Resultado
Bruto...............................................$ 5.000

CMV RCM Vendas de mercadorias


(1) 5000 12.000 (3) (5) 13.000 23.000 (4) 23.000 SI
(2) 20.000 10.000
25.000 12.000
13.000 13.000 (5)

Apuração Contábil

2º. Contabilização do CMV:

2) Custo das Mercadorias Vendidas

a Compras de Mercadorias

transferência que se processa da segunda para a

primeira das Contas supra, para apuração de

resultado .........................................................................$ 20.000

2º. Contabilização do CMV:

3) Estoque de Mercadorias

a Custo das Mercadorias Vendidas

Estoque Final conf. Levantamento físico realizado n/ data,

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 78


constante de fls... Do livro de

Registro de Inventário......................................................$ 12.000

Apurando o saldo da Conta Custo das Mercadorias Vendidas ( CMV):

3º. Contabilização do RCM:

4) Vendas de Mercadorias

a Resultado da Conta Mercadorias

transferência que se processa da primeira para a

segunda das Contas supra, para apuração do

Resultado Bruto........................................................23.000

5) Resultado da Conta Mercadorias

a Custo das Mercadorias Vendidas

Transferência que se processa do saldo da

segunda para a primeira das Contas supra, para apuração do

Resultado Bruto.........................................................................13.000

Levantando o saldo do RCM, teremos:

Se o saldo da Conta Resultado da Conta Mercadorias ( RCM) for devedor, corresponderá a Prejuízo
sobre Vendas.

Se o saldo da Conta Resultado da Conta Mercadorias ( RCM) for credor, como nesse caso,
corresponderá a Lucro sobre Vendas.

6) Resultado da Conta Mercadorias

a Lucros sobre Vendas

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 79


Lucro Bruto apurado................................... 10.000

Fórmulas influenciadas pelos fatos que alteram os valores das compras e


das vendas

CMV = EI + C - EF
CMV = EI + (CM + FSC – CA – AC – DIO) – EF
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
CM = Compras de Mercadorias
FSC = Fretes e Seguros sobre Compras
CA = Abatimentos sobre Compras
DIO = Descontos Incondicionais Obtidos
EF = Estoque Final]

RCM = V - CMV
RCM = ( V – VA – AV – DIC – ICMS – PIS – Cofins) – CMV
RCM = Resultado da Conta Mercadorias
V = Vendas
VA = Vendas Anuladas
AV = Abatimentos sobre Vendas
DIC = Descontos Incondicionais Concedidos
ICMS = Imposto Estadual Incidente sobre as Vendas
PIS = Programa de Integração Social
Cofins = Contribuição para Financiamento da Securidade Social
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas

A fórmula do RCM também poderá ser estruturada assim:


RCM = VM – (VA + AV + DIC + ICMS + PIS + Cofins + CMV) FSS/E = EF/C – CA x FS/C
FSS/E = Fretes e Seguro sobre Estoques
EF = Estoque Final
C = Compras
CA = Compras Anuladas
FS/C = Fretes e Seguros sobre Compras

O valor encontrado pela aplicação desta fórmula corresponde ao valor dos fretes e Seguros sobre
Compras deverá ser transferido para a conta Estoque de Mercadorias. Portanto o valor a ser
transferido para conta Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) corresponderá a diferença existente
entre o saldo dos Fretes e Seguros sobre Compras e o valor encontrado na presente fórmula.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 80


APURAÇAO DO RESULTADO DO
EXERCICIO - ARE
OBJETIVO DA APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

As receitas e despesas de uma empresa representam, respectivamente, acréscimo e diminuição de


seu patrimônio líquido. Essas receitas e despesas são controladas em contas específicas que, em
geral, são de grande volume, chamadas contas de resultado. Ao final de cada exercício, é necessário
que essas contas sejam encerradas para que:

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 81


 possa ser conhecido o resultado do exercício;
 esse resultado possa ser apresentado de modo ordenado e de fácil entendimento.

Encerramento das contas de resultado

O encerramento das contas de receitas e despesas consiste em fazer um lançamento em todas as


contas envolvidas de modo a deixá-las com saldo igual a zero, cuja contrapartida seria dada em uma
única conta, denominada “Resultado do exercício”. Consequentemente, as receitas serão creditadas
e as despesas, debitadas na conta “Resultado do exercício”. A diferença entre os débitos e créditos
da conta “Resultado do exercício” será:

 lucro, se for credor;


 prejuízo, se for devedor. Naturalmente, se o total das receitas for igual ao das despesas, a
empresa não terá obtido nem lucro nem prejuízo, isto é, obterá resultado nulo.

Resumo da apuração do resultado do exercício

Objetivo:

Encerrar as contas de resultado (receitas e despesas) e apurar o resultado (lucro ou prejuízo) obtido
pela empresa no período.

Sistemática de apuração do resultado:

Apurar saldo final das contas de resultado

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 82


Encerrar todas as contas de receitas e despesas em contrapartida de uma conta transitória
denominada “Resultado do exercício”.

Calcular e contabilizar o imposto de renda

Calcular e contabilizar as participações estatutárias

Transferir o LLE para “Resultados acumulados”

Caso houvesse prejuízo no exercício, o lançamento seria:


 D = Resultados acumulados

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 83


 C = Resultado do exercício

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 SCHMIDT, Paulo. História do Pensamento Contábil/Paulo Schmidt, José Luiz dos Santos. São
Paulo: Atlas, 2006. -- (Coleção resumos de contabilidade;v.8).
 http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm
 http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=contabilidade00#preliminares
 http://www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=contabilidade00

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 84


 http://www.socontabilidade.com.br/conteudo/indice.phpContabilidade Básica Fácil
27°edição, Osni Moura Ribeiro.
 http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/planodecontas.htm
 http://www.professorleo.com.br/blog/apostilas/curso-contabilidade/apuracao-e-
demonstracao-do-resultado-do-exercicio/
 http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/contabilidadetributaria.htm
 http://www.valortributario.com.br/planejamento-tributario-ferramenta-importante.asp
Francisco Junior Teixeira
 https://heldssouza.files.wordpress.com/2010/05/resumo_contabilidade_tributaria.pdf
 http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2000/orientacoes/lucroreal.htm

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA PARA CONSULTA:

MARION, José Carlos. Contabilidade Básica: São Paulo. Editora Atlas, 2009.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil: São Paulo. Saraiva Editora, 2003.

CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 85

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