Especial

Autárquicas
outubro 2020 este caderno é parte integrante do jornal Expresso das Ilhas,
edição no 985, não podendo ser vendido separadamente

Nesta edição: ribeira Brava (São Nicolau) | Tarrafal (São Nicolau) | São vicente
paul (Santo Antão) | porto Novo (Santo Antão) | ribeira Grande (Santo Antão)
 2\\ Autárquicas 2020
o jornalismo,
bem essencial
Contas feitas, já estamos praticamente
a meio da campanha eleitoral para as
autárquicas de 25 de Outubro.
Este ano, o apelo ao voto faz-se de
forma sui generis, com a pandemia a
condicionar as acções de campanha,
obrigando à redefinição de estratégias há
muito implementadas e seguidas pelos
actores políticos.
O jornalismo, já central em qualquer
processo democrático, ganha, neste
contexto específico, uma centralidade
acrescida.
Cabe-nos, enquanto jornalistas e órgãos
de comunicação social, contribuir para o
esclarecimento da opinião pública. Num
contexto de tanta diversidade de fontes,
em que a informação circula a velocidade
alucinante, o jornalismo reivindica o seu
papel na esfera pública, não com urgência
desmedida ou trabalhos apressados, mas
com ponderação, critério e rigor.
Foi com a ideia nessas três palavras
que nos lançámos na produção desta
série de cadernos especiais, dando voz
a todas as candidaturas autárquicas, nos
22 municípios do país. É um trabalho
de fôlego, aquele que nos propusemos
realizar, só possível graças ao
envolvimento de toda a redacção, sempre
de olhos postos na salvaguarda do
interesse público.
Nas suas mãos, o leitor tem agora o
segundo caderno autárquico, dedicado
aos diferentes municípios das ilhas de
São Nicolau, São Vicente e Santo Antão.
A ilustração de capa volta a ser de Yuran H.
Nuno Andrade Ferreira
Coordenador dos cadernos
“Autárquicas 2020”
Campanha em tempos
de pandemia
Sessenta e cinco candidaturas
apresentam-se às eleições autár-
quicas de 25 de Outubro. Em dis-
puta está a liderança das câmaras
e assembleias de 22 municípios.
A campanha está na estrada, com
preocupações em torno da co-
vid-19.
Às oitavas eleições municipais
concorrem quatro partidos políti-
cos – o Movimento para a Demo-
cracia (MpD), o Partido Africano
da Independência de Cabo Verde
(PAICV), a União Cabo-verdiana
Independente e Democrática
(UCID) e o Partido Popular (PP).
Para além das forças políticas,
apresentam-se a votos, em vários
municípios, grupos de cidadãos,
agrupados em movimentos inde-
pendentes.
Apenas o MpD e o PAICV con-
correm a todas os órgãos autár-
quicos, de todos os concelhos. A
UCID apresenta listas em sete
municípios e o PP concorre à
câmara e assembleia da Praia e
apresenta uma lista à Assembleia
Municipal da Boa Vista.
Para promover a realização
das eleições, o executivo inscre-
veu no Orçamento do Estado de
2020 uma verba de 516 milhões
de escudos.
Covid oblige
A campanha teve início no dia
no dia 8 de Outubro. De acordo
com o código de conduta veicu-
lado pela Comissão Nacional de
Eleições (CNE), e em tempos de
pandemia, todas as candidaturas
devem cumprir as condições ge-
rais de segurança sanitária vigen-
tes no país, como a desinfecção
regular dos espaços, a higieniza-
ção das mãos, etiqueta respirató-
ria, utilização de máscaras faciais
e a prática do distanciamento fí-
sico de 1,5 metros.
Conforme o documento da
CNE, as candidaturas “não
realizarão reuniões públicas
em espaços abertos e de
manifestação”, uma medida que
“abrange, designadamente, o
comício, o desfile, a manifestação,
o cortejo e arruadas”.
O Código de Conduta estabe-
lece que “as candidaturas podem
realizar reuniões em espaços fe-
chados, devendo ser assegurada
a redução da lotação máxima em
1/3 e o distanciamento social de,
no mínimo, 1,5 metros entre os
participantes”. Também refere
que os candidatos deverão ape-
lar a que as pessoas cumpram o
distanciamento recomendado,
utilizem máscaras “de forma ade-
quada e que levem sempre um
frasco pequeno de álcool gel para
desinfecção das mãos com regu-
laridade, durante as reuniões”.
Nos locais onde se realizem as
reuniões, a CNE determina que
devem ser colocados cartazes ou
N0 985 • 14 de outubro de 2020
outro tipo de informação referen-
te às medidas preventivas contra
a covid-19.
De acordo com o mesmo códi-
go, as candidaturas comprome-
tem-se a suspender as activida-
des sempre e assim que se cons-
tatar aglomeração de pessoas, em
condições que possam potenciar
a transmissão e propagação do
vírus.
Por outro lado, é admitido o
“contacto com o eleitor porta a
porta”, uma acção que deve en-
volver grupos de cinco a 15 pes-
soas, sendo que a abordagem di-
recta terá de ser feita no máximo
por dois elementos”, respeitando
o distanciamento mínimo obri-
gatório e o uso de máscaras de
protecção.
A fiscalização das medidas
compete à Polícia Nacional, no-
meadamente no que diz respeito
ao cumprimento das normas re-
lativas ao distanciamento físico e
lotação dos espaços.
Há quatro anos
As últimas autárquicas em
Cabo Verde aconteceram a 4
de Setembro de 2016. O MpD
venceu 18 das 22 câmaras mu-
nicipais, mais cinco do que nas
autárquicas de 2012. O PAICV
conquistou duas e outras duas
foram conquistadas por inde-
pendentes.
 MENSAGEM DA prESIDENTE DA CNE
Prezados leitores, esta é mais uma edição, do caderno integrantes de cada lista concorrente às eleições do próximo dia 25
“Especial Autárquicas”, produzido e editado pelo Expresso das de outubro, apresentando as respetivas propostas de governação
Ilhas, com o apoio da Comissão Nacional de Eleições (CNE), cujo local. Tudo no pressuposto de levar até si mais informações
objetivo é a cobertura do acto eleitoral, baseado na divulgação das sobre os candidatos e potenciar uma escolha consciente dos
candidaturas e programas dos candidatos de todos os municípios governantes do seu município para os próximos quatro anos.
do país.  
Conforme os critérios definidos pelo jornal, serão objeto de
tratamento as candidaturas às câmaras municipais, a partir de Para si, (e)leitor, votos de boa leitura. Participe!
uma entrevista ao cabeça-de-lista, sujeita a tratamento jornalístico.
A cada candidatura é dedicada uma página. Listas que apenas
concorram à assembleia municipal terão direito a meia página.  
A finalidade da CNE, ao apoiar a produção e divulgação destes Maria do Rosário L. Pereira Gonçalves
cadernos, é levar aos eleitores mais informações sobre os Presidente da Comissão Nacional de Eleições
 4\\
CARLOS BARBOSA, PAICV
“Propomos aos
munícipes uma reviravolta”
O candidato do PAICV à Câmara Municipal da Ribeira Brava, em São Nicolau, aposta na água, coesão social
e habitação para desenvolver e fixar os jovens no município.
Fretson Rocha
Carlos Manuel Soares Cen-
teio Barbosa, 53 anos, quadro
do Ministério das Finanças, é
o candidato do Partido Afri-
cano da Independência de
Cabo Verde (PAICV) à Câma-
ra Municipal da Ribeira Bra-
va, em São Nicolau. Nasceu
na cidade da Praia, mas des-
de criança que vive em São
Nicolau. Está na vida política
há duas décadas, estreando-
-se em 2000, quando foi ve-
reador a meio tempo, eleito
por um grupo independente.
De 2008 a 2016 esteve como
vereador a tempo inteiro e
foi presidente substituto, du-
rante a gestão do PAICV. Em
2016, liderou a candidatura
do PAICV, mas perdeu para
o Grupo Independente para
Ribeira Brava (GIRB), fican-
do na câmara como verea-
dor sem pelouro. Sob o lema
“juntos vamos renovar Ri-
beira Brava”, Carlos Barbosa
quer o município a atingir o
patamar da excelência a nível
nacional.
Para os próximos quatro
anos, o candidato aponta a
mobilização de mais água,
coesão social e habitação
como as principais priorida-
des, de modo a permitir um
desenvolvimento equilibra-
do e harmonioso para todos,
evitando o êxodo rural e a
migração.
“A água será a nossa maior
bandeira, tendo em conta a
importância do mundo rural
e, por conseguinte, o desen-
ribeira Brava (São Nicolau)
quer dar continuidade ao
programa “uma família, uma
casa de banho”, desenvolvido
até 2016, no sentido de cobrir
o município a 100%, melho-
rando o ambiente, a saúde e o
bem-estar das pessoas.
Carlos Barbosa acredita
que, havendo água e energia
renovável, é possível criar
empregos para a juventude,
tendo em conta o peso da
agricultura e criação de gado
no desenvolvimento do mu-
nicípio.
“A juventude terá que ser
a nossa aposta. A juventude
está em tudo o que pensamos
na nossa plataforma eleito-
ral – está na educação, no
desporto, na cultura. Acre-
ditamos que a força deste
município também está nos
jovens”, garante.
Relativamente à dimensão
social, o candidato autárqui-
co promete políticas para
resolver o problema habita-
cional, através da disponibi-
“
lização de terrenos por afora-
mento e reabilitação de casas
degradadas. Também garan-
te apoio às famílias, para que
os seus filhos continuem a
estudar, contribuindo para a
A Câmara Municipal mitigação da “pobreza extre-
desperdiçou recursos, ma” em que ainda se encon-
tram alguns agregados fami-
praticamente sem fazer nada liares.
“Nós vamos estar focados
nas pessoas, que merecem o
volvimento da agricultura e o na plataforma eleitoral do apoio e precisam da Câmara
escoamento de produtos. Es- PAICV, a par da estratégia Municipal”, comenta.
tamos a pensar em água para para diminuir o desemprego. “Eu acredito que com a
agricultura, como também A candidatura promete in- coesão social, portanto, ha-
para o domicílio, associada à vestir na energia, porque ain- bitação direccionada para as
energia renovável”, propõe. da há famílias que não têm famílias mais vulneráveis,
A educação, saúde e juven- electricidade nas suas resi- nós estaremos aqui a dar
tude são linhas prioritárias dências. Do mesmo modo, uma resposta para que o mu-
N0 985 • 14 de outubro de 2020
nicípio da Ribeira Brava pos-
sa galgar patamares a nível
nacional, com excelência”,
assegura.
O turismo rural e as pescas
são outras áreas nas quais
Carlos Barbosa e a sua equi-
pa pretendem apostar para
alavancar a economia local,
principalmente divido à si-
tuação gerada pela covid-19.
Por outro lado, o candi-
dato promete ter como prio-
ridade as vias de acesso e a
requalificação urbana que,
segundo diz, ficaram muito
aquém na “gestão negativa”
da actual presidência (que
não se recandidata).
“A Câmara Municipal des-
perdiçou recursos, pratica-
mente sem fazer nada. Está
visível a olho nu das pessoas
que nos dizem claramente
que o município da Ribeira
Brava perdeu quatro anos,
retrocedeu, praticamente não
se vê nada. A responsabili-
dade desta governação cabe
também ao MpD. Nós esta-
mos a propor aos munícipes
esta reviravolta, porque Ri-
beira Brava precisa [de se]
renovar e urgentemente”, diz.
Na lista para a Assembleia
Municipal, o PAICV aposta
em Antonino Pascoal Lopes
de Brito, professor reforma-
do, 57 anos, para assumir a
presidência do órgão. Mili-
tante do partido desde 1982,
Lopes de Brito exerce o cargo
de deputado municipal des-
de 2008. Desempenhou fun-
ções de secretário da mesa
de Assembleia Municipal, de
2008 a 2016. Actualmente é
líder da bancada municipal
do seu partido.
N0 985 • 14 de outubro de 2020 ribeira Brava (São Nicolau) //5

JOSÉ DO ROSÁRIO MARTINS, MPD

“A nossa primeira acção será a promoção

de emprego, oportunidade para todos e
uma aposta forte na formação”
passa por parcerias público-
O candidato do MpD à Câmara -privadas para revolucionar a
frota pesqueira, passando de
Municipal da Ribeira Brava embarcações artesanais para
semi-industriais. A ideia, se-
garante que tem projectos nas gundo José Martins, é investir
mais diversas áreas para colocar para criar oportunidades para
que os privados e os emigran-
o município na agenda de tes entrem no negócio, crian-
desenvolvimento. do riqueza.
“Estamos a falar da criação
de uma empresa que irá gerir
todo esse dossier”, afirma.
Fretson Rocha No capítulo do ordenamen-
to do território, refere que o
trabalho passa, essencialmen-
te, pela elaboração de planos
José do Rosário Martins, 39 urbanísticos, tendo em conta
anos, nascido em Morro Braz, é que há necessidade de um pla-
o cabeça de lista do Movimen- neamento técnico, para que as
to para a Democracia (MpD) à comunidades se possam de-
liderança da Câmara Munici- senvolver.
pal da Ribeira Brava, São Ni- Relativamente ao turismo,
colau, nas eleições autárquicas recorda que a ilha e o municí-
de 25 de Outubro. Licenciado pio, em particular, têm gran-
em Engenharia do Ambiente, des potencialidades, mas que
José Martins trabalhou no Mi- o sector está condicionado de-
nistério da Agricultura e Am- vido à covid-19. Neste senti-
nos, apoios na elaboração das
plantas e na construção. Ire-
mos trabalhar também para
a promoção do emprego, para
que os jovens tenham condi-
ções de seguirem em frente
neste município”, refere.
Quanto ao balanço da ges-
tão da actual equipa camará-
ria, liderada pelo Grupo Inde-
pendente para Ribeira Brava
(GIRB) – que não se recan-
didata – José Martins prefere
não se pronunciar.
Sobre os desafios enfrenta-
dos pelo concelho, o candida-
to aponta a questão do desem-
prego, a habitação e formação.
“Vamos trabalhar para o
desenvolvimento do municí-
pio, porque há 12 anos que o
desenvolvimento não chega
praticamente à ilha”.
“A nossa primeira acção
será a promoção de emprego,
oportunidades para todos e
uma aposta forte na forma-
ção”, promete.

biente, tendo em 2018 assumi-
do o cargo de delegado em São
Nicolau, função que desem-
penhou por dois anos. Antes,
em 2016, havia sido eleito de-
putado municipal pelas listas
do MpD. Apresenta-se nestas
eleições com o objectivo de
ajudar ao desenvolvimento do
município.
Agricultura, pesca, turismo
e ordenamento do território
são os eixos fundamentais da
plataforma eleitoral do candi-
dato.
A nível da agricultura, José
do Rosário Martins promete
trabalhar com o Ministério da
Agricultura para a montagem
de projectos de mobilização
de água com recurso a ener-
gias renováveis e aposta forte
em novas tecnologias de pro-
“
Vamos trabalhar para o
desenvolvimento do município, porque
há 12 anos que o desenvolvimento não
chega praticamente à ilha
dução, para aumentar a com-
petitividade dos agricultores
e empresários a nível local e
nacional.
“Temos razões mais do que
suficientes para fazermos uma
aposta forte na agricultura,
tendo em conta as potenciali-
dades deste município e desta
ilha, para que possamos ser
competitivos a nível nacio-
nal”, diz.
Ainda no sector agrícola,
propõe a criação de platafor-
mas para facilitar o escoa-
mento de produtos.
No sector pesqueiro, a apos-
ta da candidatura do MpD
do, refere que a aposta deverá
passar por um turismo cultu-
ral, de natureza e religioso.
“São projectos estruturan-
tes para o desenvolvimento do
município e teremos em foco
a nossa juventude, criando
oportunidades de educação,
formação profissional e cria-
ção de oportunidades para a
sua integração no mercado de
trabalho”, garante.
Na sua plataforma eleitoral,
o cabeça de lista aponta pro-
jectos a nível da habitação so-
cial, abrangendo famílias em
situação de vulnerabilidade fi-
nanceira e económica e jovens
que querem construir as suas
próprias habitações.
“Os projectos que vislum-
bramos, neste momento, têm
a ver com a afectação de terre-
Para a liderança da Assem-
bleia Municipal da Ribeira
Brava, o MpD volta a apostar
no engenheiro agro-alimen-
tar Benvindo Cabral Almei-
da, 58 anos, actual líder do
órgão, eleito em 2016. Antes,
de 2012 a 2016, foi deputado
municipal e líder da bancada
do MpD. Ainda no capítulo
político, foi deputado nacio-
nal suplente em 1991, passan-
do a efectivo durante o ano de
1992, por substituição. Foi
professor na Escola Secun-
dária Dr. Baltazar Lopes da
Silva, em São Nicolau, duran-
te três anos. Com residência
habitual na cidade da Praia,
Benvindo Cabral trabalha
desde 2009 como director
técnico numa empresa indus-
trial do ramo alimentar.
 6\\ Tarrafal (São Nicolau) N0 985 • 14 de outubro de 2020

BALDUÍNO DO ROSÁRIO, GRIDT

“É preciso governar com responsabilidade

e com cara voltada para as pessoas”
O cabeça de lista do GRIDT projecta Tarrafal
de São Nicolau para o período de 10 anos,
Enquanto candidato a pre-
promete abrir mão de muitas regalias e sidente da Câmara Municipal
construir o edifício dos Paços do Concelho do Tarrafal de São Nicolau,
promete abrir mão de muitas
no primeiro ano de mandato. regalias, nomeadamente os
subsídios de renda de casa,
de representação e de água e
luz. Os respectivos valores,
diz, serão direccionados
Fretson Rocha para o desenvolvimen-
to municipal, em par-
ticular para reforçar
O matemático Balduíno do o pagamento do em-
Rosário, 47 anos, concorre préstimo que preten-
à presidência da Câmara de fazer para a cons-
Municipal do Tarrafal de trução dos Paços do
São Nicolau pelo Gru- Concelho.
po Independente para “O presiden-
Desenvolvimento do te, abrindo mão
Município do Tarrafal destas regalias,
(GRIDT). Professor estará a poupar
desde 1992 e com ao município
uma licenciatura em aproxima-
matemática, o can- damente 12
ção que não consegue ter um
rendimento fixo mensal. Na
agricultura, projecta a criação
de um centro de transforma-
ção de produtos. No despor-
to, quer requalificar o estádio
municipal e toda a zona envol-
vente, assim como a constru-
ção de um pavilhão. Relativa-
mente à infra-estruturação do
município, aponta a edifica-
ção de um mercado municipal
e um projecto de rede de esgo-
to. Na cultura, pensa na cria-
ção de uma casa das artes, na
dinamização da Casa da Mor-
na e na construção da Casa de
São João.
“Refiro-me às infra-estru-
turas que irão dar sustenta-
bilidade financeira ao muni-
cípio. Temos que projectar
o município no horizonte de
10/20 anos. É preciso gover-

didato desempenha
actualmente funções
de coordenador da
disciplina na Esco-
la Secundária Pedro
Corsino de Azevedo. Entre
2012 e 2016, foi vereador na
autarquia tarrafalense, no
executivo liderado por José
Freitas de Brito. Agora, avan-
ça como independente com o
lema “mudar para governar
com responsabilidade”.
Balduíno do Rosário apre-
senta uma equipa que, segun-
do diz, é capaz de aproveitar
todas as potencialidades do
município e fazer disso uma
fonte de receita, ao mesmo
tempo que critica o actual mo-
delo de gestão municipal.
“O modelo de gestão adop-
tado pela actual câmara está
desgastado e é baseado no
improviso. Não há uma linha
mestra que conduza a actua-
ção da Câmara Municipal. A
“
É preciso fazer sacrifícios para que o
nosso município consiga sobreviver
actual equipa deu provas cla-
ras de cansaço”, critica.
O cabeça de lista fala de
“uma falta de responsabili-
dade gritante” na gestão do
município, apontando como
exemplo o facto de o presi-
dente ter adquirido uma nova
viatura para o seu gabinete
no valor de quase 10 mil con-
tos, quando, segundo diz, os
restantes serviços da edilida-
de carecem de meios de mo-
bilidade para o seu funciona-
mento.
Balduíno do Rosário con-
sidera inaceitável que 15 anos
após a criação do município
ainda não existam Paços do
Concelho, estando os serviços
municipais a funcionar num
espaço alugado. Entende que
faltou vontade política, tanto
do PAICV, como do MpD, en-
quanto estiveram a governar a
autarquia.
“A nossa primeira medida
vai ser negociar com os ban-
cos no sentido de, no primeiro
ano do nosso mandato, cons-
truir os Paços do Concelho”,
garante.
mil contos
durante dez
anos. Essa é
a nossa políti-
ca”, refere.
“É preciso fazer sacrifícios
para que o nosso município
consiga sobreviver. Temos
que servir o município e não
servir do município. Esta é a
nossa filosofia”.
Quanto aos problemas do
município, o independente
refere que apresenta um nível
elevado de desemprego e com
mais de metade das pessoas
“na miséria”. Para reverter o
cenário, defende investimen-
tos em áreas transversais.
Nas pescas, a aposta será
num centro para apoiar to-
dos os que trabalham ligados
ao mar. Na área social, anun-
cia o projecto “SOS Família”,
para beneficiar crianças na
rua, idosos, pessoas acama-
das e toda a franja da popula-
nar com responsabilidade e
com cara voltada para as pes-
soas”, realça.
No que se refere à habita-
ção, Balduíno do Rosário pro-
põe um programa de constru-
ção de casas sociais direccio-
nado para as pessoas que não
têm recursos.
O professor Elton Martinia-
no Cabral Sequeira, 40 anos,
licenciado em matemática
aplicada pelo ex-ISECMAR e
graduado em bioestatística e
biometria, pela Universidade
Aberta (Portugal), é o escolhi-
do pelo GRIDT para a presi-
dência da Assembleia Muni-
cipal. Iniciou o seu percurso
em 2008, como deputado
municipal e líder da bancada
do MpD. Mais recentemente,
exerceu a função de vereador
da Câmara Municipal de São
Nicolau, ocupando pelouros
como Finanças, Urbanismo,
Património e Pesca.
N0 985 • 14 de outubro de 2020
JOÃO SOARES, PAICV
“O que eu estou a oferecer é
seriedade e confiança”
O candidato do PAICV à Câmara Municipal do Tarrafal de São Nicolau promete apostar em
sectores-chave para alavancar o desenvolvimento económico e lutar para a inclusão social.
Fretson Rocha
O Partido Africano da In-
dependência de Cabo Verde
(PAICV) em Tarrafal de São
Nicolau apresenta João Bap-
tista Soares, 63 anos, refor-
mado, mestre em gestão e po-
líticas da saúde e mestre em
saúde pública, como cabeça
de lista à Câmara Municipal
de Tarrafal de São Nicolau.
Médico especialista em me-
dicina tropical, o candidato já
exerceu funções nos Estados
Unidos da América (EUA), no
Ruanda, em Angola, na Etió-
pia, Senegal, Guiné-Bissau,
e, desde 2014, actuava como
coordenador do Programa de
Saúde dos Imigrantes, nos
Açores, Portugal, onde tam-
bém foi director regional de
saúde. Apresenta-se às elei-
ções de 25 de Outubro com
“sentido de missão” e com o
objectivo de alavancar o mu-
nicípio que o viu nascer.
João Soares entende que o
município apresenta muitas
fraquezas a nível de projectos
infra-estruturais, consideran-
do mesmo que a actual gestão
colocou o concelho “num apa-
gão de desenvolvimento auto-
-sustentável”, que se agravou
com a covid-19. Por exemplo,
a não construção, até agora,
dos Paços do Concelho, ape-
sar de fazer parte da plata-
forma eleitoral da equipa em
funções, é uma questão que
considera inadmissível.
“Nós não temos um local
que possamos dizer que é nos-
so, os Paços do Concelho. Isto
é uma coisa impensável. Hou-
ve erros económicos, porque
Tarrafal (São Nicolau)
ca, para fazer baixar os custos.
No sector pesqueiro, a par
da construção do cais, garante
a edificação de um mercado de
peixe e de produtos agrícolas,
o fortalecimento de uma câ-
mara frigorífica para conser-
vação de pescado, a instalação
de uma unidade de transfor-
mação de peixe e de um siste-
ma de controlo de qualidade,
para se poder colocar produ-
tos seguros nos mercados das
diferentes ilhas.
O turismo é outro sector
que quer aproveitar.
“O turismo em São Nicolau
é um gigante adormecido. Nós
queremos promover o turis-
mo ao máximo. Toda essa pa-
nóplia que eu indiquei são fo-
cos potenciais para criação de
emprego, para que essa cama-
da jovem, que constitui mais
de 70% da população, consiga
ter emprego”, diz.
“
“O que eu estou a oferecer
é seriedade e confiança”, afir-
ma.
“Sou reformado, não venho
aqui para ganhar o pão. Venho
Sou reformado, não venho aqui dar o meu contributo, porque
é uma missão por ser filho da
para ganhar o pão. Venho dar o meu terra”, complementa.
contributo porque é uma missão por João Soares quer apostar
na saúde, com melhorias na
ser filho da terra área das análises clínicas e
instalação de um aparelho de
ecografia. Igualmente, preten-
há mais de oito anos os ser- no município, assim como de ajudar a resolver o proble-
viços da administração local mais investimentos na agri- ma da evacuação de doentes,
funcionam em espaços aluga- cultura, dois sectores consi- assim como trabalhar para ter
dos, a pagar somas exorbitan- derados fundamentais para uma delegacia de saúde no
tes, que poderiam ser usadas Tarrafal. Por isso, aponta a Tarrafal.
para a construção da infra- massificação da agricultura “Nós queremos mais e me-
-estrutura”, entende. gota-a-gota como o ponto for- lhor saúde para as nossas gen-
Também diz não com- te da sua candidatura, aliada tes”, realça.
preender o porquê de ainda à dessalinização de água com A candidatura também
não existir um cais de pesca recurso a energia solar e eóli- tem projectos para habitação
//7
e urbanismo, lembrando que
todos têm direito a uma habi-
tação condigna.
“Nós queremos o desenvol-
vimento de projectos de habi-
tação social inclusivos, para
estar próximos dos meios de
transporte, electricidade, da
água e saneamento, para que
as pessoas possam viver em
segurança”, defende.
No desporto, a candidatura
do PAICV aposta no investi-
mento em atletas que possam
competir no país e em todo
mundo, nas mais diversas mo-
dalidades.
Na educação, quer traba-
lhar com o ministério da tutela
para criar mais oportunidades
de bolsas de estudo para os jo-
vens, tanto no exterior, como
dentro do país, assim como a
criação de cursos profissionali-
zantes em áreas como a pesca,
agricultura e construção civil.
Para liderar a Assembleia
Municipal, o PAICV aposta
em Manuel Gomes Fernan-
des, 67 anos, enfermeiro de
profissão. Nascido em Nova
Sintra, na Brava, fez o curso
de enfermagem na Escola Téc-
nica dos Serviços de Saúde e
Assistência de Cabo Verde, na
Praia. Em 1976 foi transferido
para Tarrafal de São Nicolau,
onde se encontra até à data.
Está reformado, mas neste
momento faz parte da equi-
pa local de prevenção e com-
bate à covid-19. Na sua vida
política já exerceu funções de
primeiro secretário do sector
do PAICV de São Nicolau, de
1993 a 1998. Foi deputado da
nação durante dois mandatos,
de 2001 a 2011, eleito na lista
do PAICV.
 8\\
JOSÉ FREITAS DE BRITO, MPD
“O que nos move para um terceiro
mandato são as pessoas”
José Freitas de Brito
apresenta uma candidatura
de continuidade, para
“consolidar os ganhos”
conseguidos e com uma
visão centrada nas pessoas.
Fretson Rocha
José João Freitas de Bri-
to, nascido em 1974, quer um
terceiro mandato à frente da
Câmara Municipal do Tarra-
fal de São Nicolau. Licenciado
em direito, pela Universidade
do Estado de Rio de Janeiro
(Brasil), o candidato à própria
sucessão já desempenhou fun-
ções de delegado da CNE no
Sal, ilha onde foi juiz substitu-
to, entre 2004 e 2006, tendo
também exercido advocacia e
passado pela docência.
Com 46 anos, Freitas de
Brito é presidente da Câmara
Municipal do Tarrafal desde
2012. Para as eleições de 25 de
Outubro, apresenta uma can-
didatura de continuidade com
o lema “seguir em frente”,
baseada numa visão centrada
nas pessoas.
“De facto, o que nos move é
o sentido de servir o município
do Tarrafal. O que nos move
para um terceiro mandato
são as pessoas e entendemos
que, neste momento, aqui no
Tarrafal, não é momento para
aventuras. Queremos seguir
em frente e consolidar os gan-
hos”, diz.
Tarrafal (São Nicolau)
que o dossier já está fechado,
num processo que envolve o
Ministério da Economia Ma-
rítima, que cedeu um espa-
ço para ser transformado em
complexo de pesca.
“Com isso, com certeza va-
mos ter o nosso mercado mu-
nicipal, que vai dar seguimen-
to às nossas ideias, que nós
tínhamos de 2016 a 2020”,
refere.
Apesar de considerar Tarra-
fal uma cidade limpa, Freitas
de Brito aponta o saneamento
como um dos problemas. Ga-
rante que a sua equipa já está
a trabalhar, juntamente com
outros parceiros, num plano
para uma rede de esgotos. Re-
lativamente aos resíduos sóli-
dos urbanos, refere que já foi
adquirida uma viatura de re-
colha, mas que persiste o pro-
blema da falta de um espaço
apropriado para o tratamento
do lixo.
“Já estamos a trabalhar nis-
so. Estamos a pensar na cria-
“
ção de uma empresa intermu-
nicipal, com esse objectivo de
fazer a recolha e o tratamento
do lixo”, assegura.
Na sua plataforma eleitoral,
Freitas de Brito apresenta um
A parceria com o governo foi excelente conjunto de projectos para as
e nós conseguimos ter muito mais diversas localidades, nomea-
damente o desencravamento
verbas para investir no município de zonas. Para os próximos
quatro anos, promete, entre
outros projectos, construir
centros multiusos, jardins-de-
Considerando que o man- processo para a construção -infância, unidades sanitárias
dato dos últimos quatro anos dos Paços do Concelho — os de base, espaços infantis e
foi “super positivo”, Freitas de serviços municipais funcio- espaços fitness, dinamizar o
Brito enumera várias acções nam em instalações aluga- programa “Cada Família uma
levadas a cabo, entre as quais, das — já está pronto, que o Casa de Banho”, investir na
a reabilitação de mais de 250 concurso foi lançado e que reabilitação de caminhos vi-
casas, a requalificação da ci- há garantia de financiamento cinais, apostar no turismo fa-
dade e arredores e um progra- de cerca de 90 mil contos, via miliar e dinamizar o turismo
ma destinado a apoiar a saúde empréstimo bancário. de aventura, construir ou re-
das pessoas mais vulneráveis. A edificação de um mercado qualificar placas desportivas e
Quanto aos projectos em municipal é outro projecto em apoiar as mulheres chefes de
perspectiva, garante que o carteira. O candidato garante família.
N0 985 • 14 de outubro de 2020
Na cidade do Tarrafal, a
candidatura do MpD aponta
a conclusão da requalificação
da Avenida Praia Tedja, a re-
qualificação da orla marítima,
a construção do complexo
desportivo, de uma biblioteca
municipal e do Comando da
Protecção Civil. Também pro-
mete apetrechar o matadouro
municipal, criar praças digi-
tais, reforçar o apoio à aqui-
sição de embarcações de boca
aberta e a criação da polícia
municipal.
Para a juventude, a for-
mação profissional será uma
grande aposta.
“Com a formação conse-
guiremos criar fundos para
os jovens e driblar o desem-
prego. Quando nós falamos
em apoiar a agricultura com
gota-a-gota, estamos a dar
oportunidade às pessoas e
a diminuir o desemprego
no nosso município. Vamos
apoiar os jovens na área da
formação pesqueira, na aqui-
sição de embarcação com mo-
tor. Com certeza acabamos
por criar mais empregos”,
acredita.
“Tarrafal de 2012 a 2016
era uma coisa e Tarrafal de
2016 a 2020 é outra coisa. A
parceria com o Governo foi
excelente e nós conseguimos
ter muito mais verbas para in-
vestir no município”, explica.
Para a Assembleia Muni-
cipal, o MpD volta a apostar
em Raimundo Ramos Francês
Lopes, 46 anos, que assume
funções de presidente do ór-
gão desde 2012. O candidato
tem um mestrado em direc-
ção e planeamento do turis-
mo, pela Universidade de La
Laguna (Tenerife, Canárias)
e pós-gradução em análise
económica do turismo, fontes,
operações básicas e conta sa-
télite do turismo.
N0 985 • 14 de outubro de 2020
ALBERTINO GRAÇA, PAICV
“São Vicente tem todas as condições para
liderar tranquilamente a economia do país”
Albertino Graça perspectiva
São Vicente no horizonte
2030 e defende uma nova
cidade, com um novo
assentamento urbano
construído de raiz.
Fretson Rocha
Albertino Emanuel Lo-
pes da Graça, nascido em
1959, doutor em ciên-
cias económicas pela
Universidade de Orien-
te (Santiago, Cuba), é o
candidato do Partido
Africano da Indepen-
dência de Cabo Verde
(PAICV) à presidên-
cia da Câmara Muni-
cipal de São Vicente.
O académico, reitor e
fundador da Universidade do
Mindelo, apresenta-se a vo-
tos depois de uma candidatu-
ra presidencial em 2016. Sob
o lema “Soncente nôs razão”,
Graça aponta a falta de pers-
pectiva, visão estratégica e de
liderança como duas razões
fundamentais que o levaram
a candidatar-se.
Albertino Graça foi verea-
dor sem pelouro de 2008 a
2012, eleito nas listas do PAI-
CV, mas garante que tem pro-
jectos para São Vicente desde
2004, altura em que apresen-
tou uma candidatura autár-
quica através do movimento
“Modernizar São Vicente”.
Entende o candidato, de
61 anos, que a ilha está sem
ninguém que a defenda ver-
dadeiramente.
São vicente
em princípio, será no sul da
ilha, na zona mais ou menos
do Calhau/Saragarça. Aquela
zona é extremamente aprazí-
vel, onde podemos fazer uma
cidade turística. O que temos
de ter é um novo assenta-
mento urbano nessa zona,
construído de raíz”, sugere.
Albertino Graça esclare-
ce que a Câmara Municipal,
sob a sua gestão, fará a infra-
-estruturação do novo espa-
ço, num investimento na or-
dem de 10 milhões de euros,
permitindo que as pessoas
façam prédios, entre ou-
tras infra-estruturas
inerentes ao cres-
cimento da nova
cidade.
“Temos todas
as condições e já
sabemos como
mobilizar os
recursos. Pos-
“
so recorrer a
investidores,
mas prefiro ne-
gociar com o
governo. Se o
governo não tiver dinheiro,
Neste momento, o que nos basta que me dê uma carta-
move verdadeiramente é servir -conforto, para que eu consi-
ga arranjar esse dinheiro em
São Vicente, servir as pessoas qualquer banco”, diz.
de uma forma planificada O urbanismo relaciona-se
necessariamente com a ha-
bitação, um problema estru-
tural na ilha do Monte Cara,
que tem um défice habitacio-
nal considerável, apesar dos
“Qualquer sanvicentino, te daqui a 10 anos, vê uma projectos anunciados e em
neste momento, sente que a ilha com mais de 100 mil ha- curso. Albertino Graça de-
ilha está um pouco abando- bitantes e teme o agravamen- fende que é preciso trabalhar
nada, sem quem a defenda. to da situação habitacional, numa boa planificação urba-
Não há nenhum projecto de com a proliferação de casas na para se poder ultrapassar
futuro. Neste momento, o de lata e construções clan- o problema das habitações
que nos move verdadeira- destinas. Por isso, apresenta clandestinas e ter capacida-
mente é servir São Vicente, uma alternativa. de para construir habitações
servir as pessoas de uma for- “O que prevejo é que te- sociais.
ma planificada. As pessoas nhamos uma segunda cidade “As pessoas, em primeiro
não comem calçada”, afirma. em São Vicente o mais bre- lugar, têm que ter acesso a
Perspectivando São Vicen- ve possível. A nova cidade, um rendimento. Se não tive-
//9
rem acesso a um rendimento,
apenas uma habitação não
resolve o problema”, defende.
A formação dos jovens é
outra prioridade apontada
por Albertino Graça. Como
líder autárquico, garante que
a primeira coisa a fazer é criar
uma escola municipal de for-
mação profissional.
“Estou a falar numa esco-
la de formação profissional,
mas estou a falar também na
economia digital, na econo-
mia do mar, das energias re-
nováveis”, aponta.
Para dinamizar a econo-
mia, e no sentido de criar
postos de trabalho para ab-
sorver essas pessoas forma-
das, Albertino Graça sugere
o estreitamento do relacio-
namento da autarquia com as
principais empresas sediadas
na ilha, assim como com a
Câmara de Comércio do Bar-
lavento, no sentido de criar
condições para a geração de
emprego.
“São Vicente esteve sempre
na vanguarda do desenvolvi-
mento de Cabo Verde. Hoje
temos uma economia modes-
ta no contexto nacional. Não
pode ser”, lamenta.
“A ilha tem todas as con-
dições para liderar tranqui-
lamente a economia do país”,
declara.
Para a Assembleia Munici-
pal, o PAICV apresenta Leila
Barros, de 42 anos, licenciada
em informática pela Univer-
sidade do Minho (Portugal),
mestre pela Universidade da
Beira Interior, Covilhã (Portu-
gal). A engenheira informática
tem um percurso profissional
de 19 anos, ao serviço do de-
partamento de sistemas de in-
formação da Electra. Colabo-
ra há 14 anos, como docente,
com a Universidade do Min-
delo.
 10\\
ANTÓNIO MONTEIRO, UCID
“É preciso que São Vicente
tenha uma dinâmica própria”
O candidato
da UCID quer
dinamizar a
economia de São
Vicente, atrair
investimento
externo, apostar
na habitação
social e resolver a
questão da lixeira
municipal.
Fretson Rocha
António Monteiro, 59 anos,
licenciado em engenharia
electromecânica pela Univer-
sidade Politécnica de Odessa
(ex-URSS), candidata-se pela
quinta vez como cabeça de
lista da União Cabo-verdiana
Independente e Democrática
(UCID) à Câmara Municipal
de São Vicente e tenta agora
a vitória que lhe escapou no
passado. Monteiro é militan-
te da UCID desde 1992, ten-
do sido eleito presidente do
partido em 1997. Actualmente
é deputado nacional. Sob o
lema “São Vicente é especial”,
quer dinamizar a ilha em dife-
rentes áreas.
Monteiro critica a gestão da
actual equipa camarária, con-
siderando que tem sido um
“desastre autêntico”, o que, na
sua perspectiva, provocou o
desgaste do actual presidente.
No aspecto económico, consi-
São vicente
ca e ao serviço do munícipe.
O défice habitacional em
São Vicente é um problema
que ainda persiste, apesar de
alguns investimentos já anun-
ciados e outros em curso. O
candidato da UCID entende
que a questão começa na não
disponibilização de terrenos
a tempo e horas, responsabi-
lizando a actual gestão pela
situação.
“O desespero leva as pes-
soas a ficar na sua casita de
tambor. É gritante a falta de
habitação que nós temos em
São Vicente e com a prolife-
ração, no último ano, de casas
de tambor, vamos ter graves
problemas. E pior, temos esta
proliferação com conivência
total do presidente da câma-
ra”, entende.
António Monteiro retoma o
projecto de construções pré-
-fabricadas, apresentado em
2008, quando concorreu pela
“
segunda vez à Câmara Muni-
cipal.
“Meter pessoas com baixo
rendimento em prédios, sem
emprego, sem condições de
pagar a renda, água e energia
É gritante a falta de habitação que eléctrica não é o melhor cami-
nós temos em São Vicente e com a nho”, considera.
Paralelamente à habitação
proliferação, no último ano, de casas de social, o candidato da UCID
tambor, vamos ter graves problemas sugere a adopção de outra po-
lítica de ajuda à melhoria das
habitações de pessoas caren-
ciadas.
A questão ambiental é ou-
tro tema que preocupa o par-
dera que a ilha está num “pla- Acho que ainda não agiu por- tido, nomeadamente a lixeira
no inclinado”. Por isso, faz um que o mesmo partido que está municipal, que continua em
balanço “extremamente nega- na câmara está no poder [cen- funcionamento. Para tentar
tivo” dos últimos quatro anos tral]”. Sem falar das dívidas resolver o problema, António
de MpD à frente da autarquia que a câmara tem para com Monteiro retoma um projecto
mindelense. a banca, que ultrapassam os apresentado em 2016. A pro-
“A gestão da câmara é real- 850 mil contos”, acusa. posta consiste em aproveitar
mente caótica, calamitosa, Se vencer as eleições, An- as cerca de 60 toneladas de re-
danosa, e o Ministério das tónio Monteiro promete uma síduos recolhidos diariamente
Finanças deveria já ter agido. câmara transparente, dinâmi- para a produção de energia
N0 985 • 14 de outubro de 2020
eléctrica. De acordo com o
projecto do candidato, uma
parte dessa mesma energia
seria utilizada para produção
de água dessalinizada.
“Estamos a falar de um in-
vestimento de entre 5 a 6 mi-
lhões de dólares, com finan-
ciamento de privados. É um
projecto que nós entendemos
que é viável porque, para além
de produzir riqueza, vai criar
postos de trabalho para aque-
les jovens que, infelizmente,
andam naquela lixeira a ten-
tar ganhar a vida”, afirma.
O desemprego é outra ques-
tão premente em São Vicente.
O candidato da UCID defende
que é preciso criar “a marca
Mindelo” e sair à procura de
investidores, no sentido de
criar oportunidades para que
os jovens possam ter rendi-
mento.
“Nós vamos ter em pri-
meira linha essa questão – a
dinamização da economia de
São Vicente nos seus vários
aspectos. Se nós não fizermos
isso estaremos condenados
por mais quatro anos. É preci-
so que São Vicente tenha uma
dinâmica própria”, defende.
Nestas eleições, a UCID
apresenta a vice-presidente
do partido, Dora Oriana Go-
mes Pires dos Reis, 54 anos,
no primeiro lugar da lista para
a Assembleia Municipal. Dou-
tora em ciências linguísticas,
pela Universidade de Oriente
de Santiago de Cuba, e espe-
cialista em língua Materna. A
candidata à liderança do ór-
gão municipal é actualmente
deputada nacional, eleita em
2016. Quadro da Universi-
dade de Cabo Verde, onde já
exerceu funções de vice-reito-
ra, é docente há 34 anos, ten-
do passado pelo ciclo prepara-
tório e ensino secundário.
N0 985 • 14 de outubro de 2020
AUGUSTO NEVES, MPD
“Ainda temos muito para dar a São Vicente”
O candidato do MpD quer um terceiro mandato na Câmara Municipal de São Vicente e
promete arrancar com a construção de “centenas” de habitações sociais para os jovens.
Fretson Rocha
Augusto César Lima Ne-
ves, 56 anos, especialista
em psicologia da saúde pela
Universidade Federal de São
Paulo (Brasil), é o candidato
do Movimento para a Demo-
cracia (MpD) à presidência
da Câmara Municipal de São
Vicente. Assumiu a edilidade
em 2011, à data da renúncia
de Isaura Gomes. Depois dis-
so, venceu as eleições de 2012
e 2016. Agora, recandidata-
-se a um novo mandato para
“dar continuidade ao projec-
to de desenvolvimento” da
ilha do Porto Grande, sob
o lema “juntos para fazer
ainda mais e melhor por
São Vicente”.
Augusto Neves faz
um balanço “extrema-
mente positivo” dos
últimos quatro anos.
Aponta a criação de
emprego, atracção
de investimentos e
uma nova dinâmica
no desenvolvimento
de São Vicente como
alguns dos ganhos consegui-
dos pela sua gestão, numa
parceria com o governo cen-
tral, empresários e população.
“Sinto-me grato por tudo
isso, por pessoas que acredi-
taram no nosso projecto, em-
presários, fundamentalmen-
te, e que fizeram com que essa
ilha tivesse este grande desen-
volvimento. Também tivemos
uma grande aposta do gover-
no. Trouxemos um desenvol-
vimento muito forte para esta
ilha e ainda temos muito para
dar a São Vicente”, aponta.
Neves destaca a área so-
cial como um dos sectores
mais importantes nos últimos
anos, com apoio às famílias a
São vicente
ofensiva enorme para habita-
ção social para a juventude.
Iremos arrancar no primeiro
ano com a construção de cen-
tenas de habitações para a ju-
ventude”, assevera.
Outra bandeira é a forma-
ção. Para isso, espera melho-
rar a escola de formação pro-
fissional e o acesso ao ensino
dos jovens.
Relativamente aos investi-
mentos públicos concluídos
ou em execução, o destaque
vai para a asfaltagem da estra-
da Mindelo/Baía das Gatas,
requalificação da praia da
Baía das Gatas, o Data
Center, em cons-
trução no espaço
da ex-residência
estudantil em
Chã de Mari-
nha, as obras
do Centro Na-
cional de Arte,
Artesanato e trabalhando, seguiremos nos
Design (CNAD),
o Centro Ambu-
“
latório, enqua-
drado na sobras
de ampliação do
Hospital Bap-
tista de Sousa
(HBS) e o Centro de Hemo-
Há confiança, há movimento, há diálise.
trabalho e desenvolvimento. Tenho “Há confiança, há movi-
mento, há trabalho e desen-
lutado e vou continuar a lutar pela volvimento. Tenho lutado e
minha ilha vou continuar a lutar pela mi-
nha ilha”, resume.
No que diz respeito à re-
qualificação urbana, Augusto
nível da habitação, com mais iremos continuar”, promete. Neves aponta o calcetamento
de 100 moradias já edificadas Para os próximos quatro em andamento em diferentes
e outras tantas em construção, anos, assinala a aposta na zonas, assim como a asfal-
em diferentes localidades. construção de habitação so- tagem das principais vias da
Enquadrado no projecto cial para a juventude como cidade.
“isda compo bo casa”, garante a sua grande bandeira. Um “Todo o calcetamento e as-
que “centenas de habitações” projecto que espera efectivar faltagem trazem melhor mo-
foram reabilitadas. através de empréstimo ban- bilidade, muita limpeza. No
“Acho que neste aspecto de cário ou numa parceria com o mandato anterior, lutámos
habitação social foi um for- poder central. muito a nível do ambiente e
cing e é um projecto que nós “Nós vamos fazer uma vamos continuar, para me-
//11
lhorar a qualidade de vida na
nossa ilha”, garante.
A nível ambiental, Neves
confessa que a lixeira munici-
pal é o que mais o preocupa.
Em carteira está um projecto
de um incinerador para dar
um melhor tratamento ao
lixo, ou um aterro sanitário,
“muito bem organizado”.
O saneamento é outra
preocupação do candidato do
MpD, que promete prosseguir
os trabalhos de ligações domi-
ciliárias de esgoto e levar água
a todas as famílias. Também
garante a continuação do pro-
cesso da infra-estruturação,
com a asfaltagem, em parceria
com o governo, da estrada Ca-
lhau/Cidade e a construção de
quatro vias na estrada de São
Pedro.
“Pedimos à população
sanvicentina que nos dê con-
fiança, porque seguiremos
dedicando muito, com leal-
dade, porque esta população
merece”, diz.
Para encabeçar a lista à
Assembleia Municipal o par-
tido escolheu Lídia Lima, que
desde 2012 desempenhava
funções de vereadora. Foi res-
ponsável pelos pelouros de
Promoção Social e Desenvol-
vimento, Habitação e Equi-
pamentos Sociais, Emprego e
Formação Profissional, Infân-
cia e Protecção de Menores,
Saúde e Igualdade de Géne-
ro. Licenciada em ciências
sociais, pela Universidade de
São Paulo (Brasil), em 1997, a
candidata é pós-graduada em
gestão de empresas e gestão
educativa, pelo ISCEE.
Foi ponto focal em São Vi-
cente do programa “Platafor-
ma de Desenvolvimento Lo-
cal”, da Comissão dos Direitos
Humanos e da Luta Contra o
Uso Abusivo de Drogas.
 12\\
NELSON LOPES, MÁS SONCENT
“É possível resgatar São Vicente”
O candidato do movimento
Más Soncent promete colocar
o foco nas pessoas, dinamizar
a economia, criar condições
para o emprego jovem e lutar
para o equilíbrio social.
Fretson Rocha
O empresário Nelson
Rocha Lopes, 46 anos,
estreia-se na política
como cabeça de lista do
movimento Más Soncent
à Câmara Municipal de
São Vicente. O indepen-
dente foi estudante na
Escola Industrial e Co-
mercial do Mindelo e está
no mundo dos negócios
há mais de duas décadas,
desde que criou a empresa
Expoart. Diz que se apresen-
ta às eleições autárquicas de
25 de Outubro com sentido
de missão, para “resgatar”
São Vicente e recuperar a sua
dinâmica económica.
Explica que criou o movi-
mento “Más Soncent” para
contribuir para o desenvolvi-
mento de São Vicente, porque
não poderia ficar indiferente
à situação em que se encon-
tra a ilha que o viu nascer.
“Infelizmente, a actual
forma de gestão tem preju-
dicado São Vicente. Quem
realmente se sente bem é um
grupinho de pessoas, amigas
do partido local, e a ilha não é
um grupinho de pessoas. São
São vicente
isso é que São Vicente está
como está. Não podemos fi-
car satisfeitos em ver a ilha
a definhar por causa de pro-
tagonismo de pessoas indivi-
duais. É possível resgatar São
Vicente”, acredita.
A juventude é uma das
prioridades da candidatura
de Nelson Lopes, por enten-
der que tem sido a camada
mais prejudicada no país. A
atracção de investimento ex-
terno, para criar postos de
trabalho, assim como a apos-
ta em sectores como o des-
porto e a cultura são alguns
pontos da sua plataforma
eleitoral.
“São Vicente é uma ilha
voltada para o mundo, mas
não estamos a saber tirar
proveito disso”, critica.
A abertura de São Vicente
ao mundo, criando gemina-
ções, é outra prioridade, as-
sim como a aposta na diás-
pora, no sentido de criar
condições para que os emi-
grantes invistam na ilha.
Nelson Lopes acredi-
“
ta que a dinâmica eco-
nómica que pretende
criar, caso seja o pró-
ximo presidente da
edilidade mindelense,
vai contribuir para o regres-
São Vicente é uma ilha voltada so de pessoas que decidiram
para o mundo, mas não estamos sair à procura de melhores
condições de vida.
a saber tirar proveito disso Quanto à questão habita-
cional, considera que a situa-
ção é crítica, com as pessoas
carenciadas sem possibilida-
de de obter um lote de terre-
Vicente é de todos os sanvi- não faltam empresários que no, optando pela construção
centinos”, refere. querem investir na ilha, mas de casas de lata.
“Temos que trabalhar São que a actual gestão camarária “Temos pessoas desaloja-
Vicente para termos um equi- não tem facilitado os investi- das mesmo estando dentro
líbrio social, que neste mo- mentos. de casa. Muitas pessoas cons-
mento está no fundo do poço. “Na maioria das vezes, os troem casas de lata na espe-
Temos pessoas a viver na empresários nem são atendi- rança de um dia conseguir a
miséria, o que é revoltante”, dos em audiência pelo presi- sua legalização. Há pessoas
acrescenta. dente, no sentido de apresen- há dez anos à espera de uma
O candidato afirma que tarem os seus projectos. Por resposta para aquisição de te-
N0 985 • 14 de outubro de 2020
reno na câmara. Os terrenos
são apenas para os amigos”,
entende.
Para mitigar o problema,
a candidatura Más Soncent
propõe a escolha de zonas
com condições habitacionais
para serem infra-estrutura-
das e só depois proceder à
distribuição de lotes. Para as
pessoas sem condições finan-
ceiras para a construção, e
que moram em casas de tam-
bor, o candidato autárquico
apresenta um projecto que
visa transformar contento-
res marítimos em casas com
quartos, casas de banho, co-
zinha e sala. Uma ideia já im-
plementada em vários países.
“Economicamente falando,
é um projecto barato. Com
menos de mil contos conse-
gue-se mudar uma casa de
tambor e ter uma habitação
condigna, onde as pessoas
não têm problema de chuva,
de calor nem de frio. É uma
casa que pode ser feita no
máximo de dois meses. É um
projecto que, ao chegarmos
na câmara, vamos começar a
sua implementação imediata-
mente”, diz.
Sobre a questão ambiental,
a lixeira municipal é um dos
problemas que Nelson Lopes
pretende resolver através de
um projecto de transforma-
ção do lixo em energia eléctri-
ca, que já estará a ser prepa-
rado por engenheiros da área.
Vencendo as eleições,
“Más Soncent” promete uma
governação envolvendo em-
presários, várias entidades e
as pessoas.
O movimento escolheu Al-
bertino Neves Gonçalves, 56
anos, economista reformado
do Banco Comercial do Atlân-
tico (BCA), para encabeçar a
lista à Assembleia Municipal.
É a sua primeira incursão na
política activa.
 N0 985 • 14 de outubro de 2020 paul (Santo Antão) //13

ANTÓNIO ALEIXO, MPD

“Renovar este mandato é uma aposta

na continuidade, para consolidação
dos projectos que propusemos”
Aleixo promete cialidade que temos, temos
que pensar numa economia
consolidar ganhos sustentável, na conservação
e transformação de produtos,
e transformar Paul para contornar a questão do
num município embargo. Apostar na moder-
nização agrícola e na explo-
inclusivo e ração de outras variedades de
solidário, capaz de culturas, para tirar ainda mais
proveito da nossa capacidade
gerar oportunidades produtiva”, destaca.
Sobre as críticas de que a
para todos. sua equipa abandonou a agri-
cultura, Aleixo desvaloriza,
justificando-se com “o traba-
Lourdes Fortes lho para implementação de
sistemas agrícolas modernos,
com gestão sustentável da
água”.
O candidato do Movimen- A melhoria de habitações,
to para Democracia (MpD) à do saneamento, o desencra-
liderança da Câmara Munici- vamento de comunidades ou
pal do Paul, António Aleixo, a requalificação de estradas
promete, caso seja reeleito, no de penetração estão entre os
próximo dia 25 de Outubro, principais desafios para um
reforçar as conquistas dos úl- novo ciclo.
no âmbito do desencravamen-
to das comunidades”, subli-
nha.
O candidato à autarquia
paulense propõe investir nas
potencialidades de cada co-
munidade, para consolidar
Paul como um destino turísti-
co de excelência.
“Paul tem um grande po-
tencial. A nossa aposta con-
tinua na formação de jovens
nessa área turística. Sabemos
que existe uma grande carên-
cia nesse sentido. Temos feito
algum trabalho na requalifi-
cação dos caminhos vicinais,
que é preciso continuar”,
exemplifica.
A melhoria dos indicado-
res económicos no município,
segundo António Aleixo, de-
pende da criação de condições
para um ambiente de negócios
saudável.
“Para haver um bom am-

timos anos e aponta um futu-
ro de transformações para o
município.
O jurista, de 58 anos, que
faz um balanço “extremamen-
te positivo” do último manda-
to, quer renovar a liderança
do concelho para “consolidar”
os ganhos.
“A minha motivação pas-
sa, primeiro, pelo que fizemos
dos últimos quatro anos, com
um balanço extremamente
positivo, isso é que nos dá for-
ça para renovar este mandato,
uma aposta na continuidade,
para consolidação dos projec-
tos e também para dar conti-
nuidade àquilo que propuse-
mos dentro da plataforma”,
afirma.  timo ano houve uma paragem
António Aleixo explica que
o seu projecto autárquico está
delineado para assegurar o
desenvolvimento do Paul e
“
Conheço o município, as pessoas, as
oportunidades e os desafios
melhorar a qualidade de vida
dos munícipes.
“Ainda precisamos de fazer
muito no âmbito de desenvol-
vimento económico e social
do município. Há uma grande
dinâmica de crescimento eco-
nómico. É evidente que no úl-
de tudo, mas estamos cons-
cientes que o desafio ainda é
grande, sobretudo, quando
ainda temos jovens que saem
de Santo Antão para procurar
melhores condições de vida”,
aponta.
Caso seja reeleito, o candi-
dato do MpD à Câmara Muni-
cipal do Paul promete o refor-
ço da aposta nos vários secto-
res económicos, para geração
de emprego e rendimentos.
“Queremos apostar mais no
emprego, formação de pessoas
para integrarem o mercado de
trabalho. Com toda a poten-
“A habitação continua a ser
a nossa aposta. Já estivemos
em todas as localidades, que-
remos também apostar mais
forte nas zonas altas, que são
as zonas mais encravadas,
onde é mais difícil construir
e tem que haver uma cons-
trução que se adeque a estas
localidades. Quanto ao desen-
cravamento, iniciámos este
trabalho em parceria com o
governo e fizemos uma grande
aposta no desencravamento
de Figueiral, um vale muito
fértil”, nota.
Outros desafios, segundo o
candidato à própria sucessão,
prendem-se com a estrada de
Penedo, uma reivindicação
antiga.
“Será uma realidade no
próximo mandato, bem como
a ligação de Penedo a Ponti-
nha de Janela. É uma aposta
biente de negócios é preciso
estarmos sincronizados com
os operadores, sobretudo num
município como Paul, onde
tudo é privado”, comenta.
O candidato do MpD afirma
que, tendo em conta a crise
económica e sanitária, provo-
cada pela covid-19, é ele quem
está melhor posicionado para
responder aos desafios do mu-
nicípio.
“Conheço o município, as
pessoas, as oportunidades e os
desafios, portanto, sou o can-
didato melhor preparado para
este desafio”, frisa.
Para presidir à Assembleia
Municipal, o MpD apresenta
Sandra Elisa Rodrigues, ar-
quitecta e urbanista no Mi-
nistério da Economia Maríti-
ma, desde 2019. Entre 2012 a
2016, foi deputada municipal
no Paul.
 14\\ paul (Santo Antão) N0 985 • 14 de outubro de 2020

CARLOS PIRES FERREIRA, PAICV

“Estamos a construir uma nova alternativa,

no sentido de mobilizar recursos para o
desenvolvimento sustentável”
Agricultura, pesca, O candidato autárquico su-
blinha que o seu projecto de
turismo e promoção da governação local
competitividade do concelho terá o foco nas pessoas, com
as comunidades a definirem as
são as principais propostas prioridades e os investimentos
a serem realizados.
de Carlos Pires Ferreira. “Tendo em conta este pres-
suposto importante, iremos
criar as condições para cria-
Lourdes Fortes ção de empregos, de riqueza,
aumento do rendimento das
famílias, fixação dos jovens no
O candidato do Partido Paul, abrindo várias frentes,
Africano da Independência de em várias áreas, sobretudo no
Cabo Verde (PAICV) à presi- sector produtivo, e ter uma
dência da Câmara Municipal liderança a nível de cada um
do Paul defende a necessidade desses eixos de intervenção”,
de um novo estilo de gover- explica.
nação no município. Carlos Carlos Pires Ferreira garante
Pires Ferreira, licenciado em que, caso seja eleito, irá criar
ciência política, diz que entra condições para a moderni-
na corrida para as autárqui- zação e sustentabilidade do
cas de 25 de Outubro com o sector agrícola no Paul.
objectivo de trabalhar para o “A agricultura é um
desenvolvimento sustentável sector do qual depende a
do concelho. maioria das famílias e que
Ferreira, que já exerceu os está abandonado. Iremos
apoio para agricultura, pecuá-
ria, pesca, desencravamento
de localidades, mas também
de infra-estruturas portadoras
de maior valor para o turismo,
que são os caminhos vicinais”,
enumera.
“Vamos ter muito foco na
questão da competitividade. A
questão do emprego é central,
vamos investir em outras áreas
e encaminhar os jovens para o
sector produtivo. Investir no
capital humano, na educação,
saúde, cultura, no desporto,
para que, de facto, haja um
equilíbrio na coesão social e na
luta contra a pobreza”, acres-
centa.
Caso seja eleito, a habitação
será outra área que irá merecer
especial atenção.
“A habitação é uma dimen-
são gravíssima. Há uma ideia
errada de que as famílias na
cidade das Pombas não preci-
sam de intervenções nas suas
casas. Temos realidades ab-

cargos de director-geral do
turismo e secretário-geral da
Câmara do Turismo de Cabo
Verde, propõe uma governa-
ção que promova o bem-estar
da população.
“Nos últimos oito anos tem-
-se governado o município se-
gundo ciclos eleitorais e não
com base na sustentabilidade
das gerações actuais e futuras.
Não podemos esquecer que o
município tem uma pobreza
bastante evidenciada. Dessa
população pobre, muitas [pes-
soas] vivem na extrema pobre-
za”, aponta.
Sobre o último mandato, o
candidato faz um “balanço so-
frível”.
“O balanço é francamente
sofrível e nas mais variadas
áreas. Ao longo desses últimos
“
Vamos ter muito foco na questão
da competitividade. A questão do
emprego é central
oito anos, a execução foi à vol-
ta dos 50%. Não há programas
direccionados para o empreen-
dedorismo e criação de empre-
go para os jovens”, lamenta.
Para o candidato do PAICV,
não há uma visão “ajustada”
para o desenvolvimento do
concelho.
“Anualmente, vemos um
fluxo de jovens formados saí-
rem do concelho porque aqui
não há oportunidades, não há
criação de riqueza. Isto é fruto
de uma visão desajustada da
Câmara Municipal, que não
tem tido a preocupação de ela-
boração de políticas para o em-
prego, para os jovens, agricul-
tura, pecuária, pesca, turismo,
indústria, comércio, desporto
e cultura”, refere.
investir em projectos que
levem a uma melhor mo-
bilização e gestão de água.
Por outro lado, iremos le-
var a cabo projectos-piloto
de pesquisa, para apoiar agri-
cultores e proprietários na in-
trodução e conciliação de no-
vas culturas, mostrando novos
caminhos para a sustentabi-
lidade e maior investimento”,
concretiza.
A procura de parcerias para
implementação do plano es-
tratégico de desenvolvimento
do Paul é outra meta do can-
didato.
“Iremos reformular o pro-
grama de infra-estruturação
municipal, priorizando a nível
da requalificação das cidades
e comunidades, mas também
a nível de infra-estruturas de
surdas, preocupantes e mesmo
desumanas”, constata.
O candidato do PAICV à
presidência da Câmara Mu-
nicipal do Paul assegura que
apresenta aos paulenses uma
estratégia que visa “a trans-
formação” e desenvolvimento
sustentável do município.
“Estamos a construir uma
nova alternativa, no sentido de
mobilizar recursos, para secto-
res económicos fundamentais
e assim promover o desenvol-
vimento sustentável do Paul”,
assegura.
Sob o lema “mudar para
transformar Paul”, o projecto
autárquico do PAICV conta
com a advogada Vanderleya
Nascimento como candidata a
presidente da Assembleia Mu-
nicipal.
 N0 985 • 14 de outubro de 2020
SANDRO GOMES, UCID
“Somos um grupo de jovens capazes de
dar resposta e tapar as lacunas deixadas
no concelho pelos sucessivos governos”
Sandro Gomes quer dar
atenção especial aos sectores
da agricultura, pecuária,
turismo e habitação.
Lourdes Fortes
Gomes é a aposta da União
Cabo-verdiana Independente
e Democrática (UCID) para li-
derar a Câmara Municipal do
Paul, apresentando-se a votos
nas eleições autárquicas de 25
de Outubro.
O jovem, de 33 anos, com
formação superior em ciência
política e relações internacio-
nais, apresenta-se como “a
alternativa” para o desenvol-
vimento do concelho.
“Abracei este desafio por-
que entendi que é uma forma
de implementar as minhas
ideias para o desenvolvimen-
to do município. Sinto que
Paul precisa de uma ideologia
nova, de uma nova dinâmica.
Somos um grupo de jovens ca-
pazes de dar resposta e tapar
as lacunas deixadas no con-
celho pelos sucessivos gover-
nos”, afirma.
Questionado sobre o balan-
ço do trabalho da actual equi-
pa, o candidato da UCID à Câ-
mara Municipal do Paul apon-
ta que este não é satisfatório.
“O que tenho notado é que não
houve projectos municipais,
com a câmara a limitar-se a
executar apenas programas
do governo, nomeadamente
o PRRA, onde houve uma dis-
paul (Santo Antão)
pessoas que ainda fazem as
necessidades fisiológicas ao
ar livre. É [preciso] criar con-
dições para que cada família
tenha uma casa de banho”,
destaca.
Sandro Gomes propõe uma
governação local “dinâmica”,
capaz de procurar as parcerias
certas para o desenvolvimento
socioeconómico do Paul.
“Neste momento, não há
fomento de geminações com
outros municípios que aju-
dam a garantir financiamen-
to de projectos importantes
para os munícipes, em áreas
como saúde e educação. Os
presidentes precisam de sair à
procura de ajudas e não ficar
como um delegado do gover-
no”, diz.
Caso seja eleito, o candi-
dato da UCID promete dar
“atenção especial” à agricul-
tura e pecuária, que considera
sectores fundamentais para o
“
crescimento económico local.
“A economia do município
tem que assentar na agricul-
tura e pecuária, onde a nossa
vertente é forte”, sublinha.
A modernização da agricul-
Queremos mostrar que os jovens tura, a introdução de novas
também podem fazer parte das colheitas e uma gestão mais
eficiente da água são algumas
soluções para o desenvolvimento das metas de Sandro Gomes.
do Paul “São vários os projectos
onde pretendemos que os jo-
vens, ao invés de saírem do
concelho, aproveitem cada
tribuição errada dos benefí- Sandro Gomes promete palmo de terreno para inves-
cios, porque no terreno pode- uma “aposta forte” na me- tirem de forma sustentável na
mos mostrar que, por exem- lhoria da habitação social, so- produção agrícola. Também
plo, quem tinha uma casa com bretudo para as famílias mais pretendemos trabalhar na
rés-do-chão, ajudaram-no a vulneráveis. retenção da água, que depois
fazer o primeiro andar, agora, “Aqui também, em termos poderá ser bombeada para as
pessoas vulneráveis não rece- de saneamento, temos que zonas mais altas, para auxiliar
beram apoio”, sublinha. dar atenção. Por exemplo, há na irrigação”, complementa.
//15
O candidato da UCID pro-
mete a valorização da área flo-
restal de Aguada de Janela.
“É uma área deserta, onde
pretendemos criar as condi-
ções para a sua reflorestação
ou florestação. No local po-
dem ser criados espaços pas-
torícios, porque é possível
levar água para a zona. Acre-
ditamos que, se formos elei-
tos, conseguiremos criar uma
dinâmica diferente naquela
zona, que pode ser aproveita-
da, tanto para investimentos
turísticos, como também para
a criação de gado”, destaca.
O candidato da UCID às
eleições autárquicas de 25 de
Outubro enaltece as poten-
cialidades do município para
o turismo e defende que a ac-
tividade turística deve servir
para melhorar a qualidade de
vida das famílias.
“Tem-se falado muito no
sentido de facilitar o turismo
em Cabo Verde, mas isto não
condiz com a verdade, porque
não há uma política realmente
voltada par o turismo. Não há
caminhos vicinais bem prepa-
rados. Podíamos usar o turis-
mo de montanha, rural, usan-
do a paisagem do Paul como
fonte de rendimento para as
famílias, criando as condições
para tal”, sugere.
A proposta da UCID para
o desenvolvimento do muni-
cípio do Paul também passa
pela implementação de uma
nova visão nas áreas da cultu-
ra e desporto.
O professor Jailson Fortes
Brito, licenciado em filosofia,
é a proposta da UCID para
liderar a Assembleia Munici-
pal.
 16\\ porto Novo (Santo Antão) N0 985 • 14 de outubro de 2020

ANIBAL FONSECA, MPD

“A consolidação do desenvolvimento de Porto

Novo depende da continuidade da equipa com
provas dadas” sentido de criação de empre-
gos durante a execução e de
oportunidades de emprego e
desenvolvimento económico
O candidato do MpD à na fase pós-conclusão. Essa
estratégia é para continuar”,
Câmara do Porto Novo aponta.
elege a coesão social, a A execução da segunda fase
do projecto da orla marítima,
dinamização da economia a construção de um pavilhão
e juventude como “grandes desportivo coberto e um com-
plexo de pesca são algumas
áreas” de intervenção para infra-estruturas projectadas
por Anibal Fonseca, a execu-
o próximo mandato. tar caso seja reeleito para um
segundo mandato.
O candidato afirma que
para o próximo mandato as
prioridades ao nível de
Lourdes Fortes acessibilidades já estão
identificadas.
“Temos já
identifica-
Aníbal Fonseca con- das as áreas
corre a um segundo prioritárias
mandato como pre- para o próxi-
sidente da Câmara mo manda-
A nível da habitação, se-
gundo Fonseca, a autarquia
tem trabalhado em dois eixos,
através do PRRA e do progra-
ma municipal “ijdob compô
bo casa”.
“É uma das grandes mis-
sões, melhorar a qualidade
habitacional das famílias aqui
em Porto Novo. No próximo
mandato, vamos manter a
meta de 200 habitações re-
qualificadas por ano. Signifi-
ca que ao fim de quatro anos
teremos 800 habitações, pos-
sivelmente mais, mas coloca-
mos esta meta”, explica.
Sobre o aumento dos fun-
dos disponíveis e transferi-
dos para os municípios pelo
governo, o autarca enaltece a
“mudança de paradigma” que
permitiu a concretização de
investimentos com impacto
directo na vida das pessoas.
“Hoje temos um município
com bons recursos a nível do

Municipal do Porto
Novo, novamen-
te pelas listas do
Movimento para
a Democracia
(MpD). O economista, de 54
anos, natural do concelho,
quer novos quatro anos para
consolidar o “desenvolvimen-
to” do município e manter o
“rigor” da gestão autárquica.
“A consolidação do desen-
volvimento de Porto Novo
depende da continuidade da
equipa com provas dadas.
Iremos continuar a fazer tudo
para atrair e fixar investi-
mentos produtivos no nosso
município, capazes de gerar
rendimentos, empregos e pro-
mover a ascensão social das
pessoas”, defende.
Fonseca, que se apresenta
nestas eleições com o lema
“juntos para continuar a fazer
mais para Porto Novo”, subli-
nha que o trabalho feito no
“
Está em causa a continuidade
do desenvolvimento do
município do Porto Novo
primeiro mandato traduz-se
num “balanço positivo”.
“Tivemos quatro anos de
governação com níveis de
execução orçamental muito
acima dos níveis anteriores.
Em média, tivemos execução
orçamental de 500 mil contos
por ano. Este investimento
foi um investimento feito nas
pessoas, no reforço da coe-
são e da integração social, na
infra-estruturação municipal,
na criação de oportunidades
de emprego e de rendimento
para as famílias”, afirma.
A nível económico e social,
o candidato à própria sucessão
fala numa “mudança de visão”
que permitiu repensar o de-
senvolvimento e crescimento
económico locais, sobretudo
com a aposta na requalifica-
ção urbana e desencravamen-
to de comunidades.
“Essa dinâmica é boa, no
tos em Do-
minguinhas,
Ribeira dos
Bodes, Ri-
beira Fria,
bem como uma circular no
Planalto Norte, que vai de
Campo Redondo até Ribei-
ra da Cruz, que é também
uma prioridade que vamos
trabalhar com o governo, de
acordo com as condições do
Orçamento do Estado, para o
desencravamento dessas loca-
lidades”, garante.
O reforço da mobilização
de água para a agricultura,
um dos sectores económicos
mais importantes no conce-
lho, e a construção de peque-
nas unidades de transforma-
ção agroalimentar são outros
compromissos de Aníbal Fon-
seca.
Também será dada atenção
à requalificação urbana, sa-
neamento e acesso à água.
saneamento, tanto na cidade,
como no interior”, nota.
Questionado sobre uma
alegada gestão danosa de re-
cursos, apontada pela oposi-
ção, o candidato diz que não
se revê nas acusações.
“De maneira nenhuma. A
requalificação urbana e pai-
sagística é uma realidade à
vista de todos, as infra-estru-
turações desportivas também.
Gestão danosa foi a gestão que
o PAICV fez no município”,
contrapõe.
O candidato do MpD à Câ-
mara do Porto Novo apresen-
ta uma estratégia assente no
desenvolvimento sustentável
e equilibrado, com foco, no-
meadamente, nos sectores
ambiental, cultural e despor-
tivo.
Para presidir à Assembleia
Municipal do Porto Novo, o
MpD apresenta a jurista Ja-
queline Rocha.
 N0 985 • 14 de outubro de 2020 porto Novo (Santo Antão) //17

DOMINGOS RODRIGUES, UCID

“Queremos mudar a vida das pessoas

para melhor”
donal será apenas um anexo
da avenida. O projecto que
Além de resolver a precariedade está sendo implementado
neste momento tem fins elei-
habitacional, o candidato da UCID toralistas. Iremos trabalhar
promete combater o desemprego para dar à cidade uma aveni-
da marginal para circulação
através da aposta nos sectores de veículos e de peões, atrac-
produtivos. tiva para o comércio e isso vai
atrair investimentos externos,
o que vai contribuir para a
criação de postos de traba-
Lourdes Fortes lho”, antecipa.
A nível do desenvolvimen-
to económico, o candidato
promete, caso seja eleito,
Domingos Rodrigues, na- um “forte investimento”
tural do Porto Novo, é o can- nos sectores produtivos.
didato da União Caboverdia- “É preciso fazer inves-
na Independente e Demo- timentos concretos e que
crática (UCID) à liderança dão prioridade às neces-
da Câmara Municipal local. sidades das pessoas. As
Licenciado na aprendiza- principais actividades
gem e ensino da matemá- económicas que sem-
tica, este professor, de 39 pre caracterizaram a
anos, afirma que entrou ilha foram, são e se-
na corrida com a missão rão agricultura, pes-
de contribuir para a me- ca, pecuária e o co-
lhoria da qualidade de mércio. Vamos fazer
mente virados para o turis-
mo interno. Esta pandemia
veio mostrar que o turismo
local merece mais incentivos.
Apoiar também o turismo ex-
terno”, resume.
Para o interior do municí-
pio, o candidato da UCID ex-
plica que o foco será o desen-
cravamento e melhoria das
acessibilidades.
“Há localidades que ainda
estão encravadas, como é o
caso de Dominguinhos, Mon-
te Trigo e Clementim. São lo-
cais que precisam de entrar
no mapa de desenvolvimento
do país. Temos outros lugares
que, embora tenham algumas
vias de acesso, [estas] pre-
cisam de ser requalificadas,
como é o caso de Ribeira Fria,
Planalto Norte, Chã de Norte e
Casa de Meio. Precisam de ter
vias de acesso de qualidade,
para que possam desenvolver-
-se e fazer com que as pessoas
permaneçam nessas zonas”,
explica.

vida dos porto-noven-
ses.
“Queremos mudar a
vida das pessoas para me-
lhor, é por isso que o nosso
lema é ‘para uma verdadeira
mudança’, para que as pes-
soas possam sentir a nossa
governação”, assegura.
O candidato da UCID en-
tende que a actual gestão não
foi capaz de atender às neces-
sidades do município, com
reflexos negativos na situação
socioeconómica das famílias e
no desenvolvimento local.
“A sua realização económi-
ca é um desastre, sem nenhum
plano de criação de riqueza
e emprego no concelho. Tem
sido uma gestão corriqueira,
com medidas paliativas, ou
seja, uma gestão do dia-a-
-dia, baseada no improviso”,
lamenta.
Domingos Rodrigues reco-
“
É preciso fazer investimentos concretos
e que dão prioridade às necessidades
das pessoas
nhece “algum trabalho” na re-
qualificação de infra-estrutu-
ras municipais, mas considera
que “não houve equilíbrio en-
tre as acções desenvolvidas e
os projectos implementados”.
“A rede de esgotos da cida-
de é deficiente, para não dizer
precária, o que não abona em
nada à saúde pública e am-
biental. Vamos trabalhar para
resolver este problema. As in-
fra-estruturas de saneamento
são a nossa prioridade, com o
devido planeamento e susten-
tabilidade, em parceria com o
governo”, aponta.
A rectificação do projecto
da orla marítima é outra pro-
posta de Rodrigues.
“Porto Novo precisa de uma
avenida marginal, a zona pe-
uma aposta muito
forte na moderniza-
ção destes sectores e
dinamizar as pequenas
indústrias, de modo a
reduzir as assimetrias regio-
nais”, enumera.
“Temos de criar condições
para que as pessoas possam
ter acesso a linhas de crédi-
to para a pequena indústria
de transformação e isso irá
permitir começar uma nova
era do desenvolvimento no
concelho. Em relação à pe-
cuária, temos um projecto in-
teressante, que é a produção
de pasto através da cultura
hidropónica, onde iremos re-
solver de uma vez por todas
o problema de pasto para os
animais”, acrescenta.
Para o sector do turismo, a
meta é consolidar o destino.
“Vamos continuar a apos-
tar nesta actividade, mor-
A nível da habitação, o can-
didato autárquico diz que este
será um sector prioritário da
sua governação local, de modo
a garantir a resiliência das fa-
mílias.
“Ninguém devia morar em
condições deploráveis, isto en-
vergonha a nossa ilha e qual-
quer autarca. Tectos a caírem
aos pedaços, tectos segurados
por troncos, por exemplo, nas
localidades de Lombo Figuei-
ra e Ribeira da Cruz. À luz
do programa ‘casas degradas
zero’, pretendemos que todas
as famílias do concelho vivam
com a dignidade merecida
e que até o final do mandato
Porto Novo tenha um número
de casas degradas tendendo
para zero”, ambiciona.
A lista da UCID para a As-
sembleia Municipal é liderada
pelo professor e engenheiro
José Graça.
 18\\
NILTON DIAS, PAICV
“A nossa motivação é trabalhar para resolver
os problemas do nosso município”
Nilton Dias quer implementar uma “nova forma” de fazer política em Porto Novo” e elege o combate à
pobreza e ao desemprego, bem como a dinamização da economia, como metas essenciais.
Lourdes Fortes
O economista, de 43 anos,
e que já desempenhou fun-
ções de Director-geral da Des-
centralização, foi, no último
mandato autárquico, verea-
dor da Câmara Municipal de
Porto Novo. Agora, encabeça
a lista do Partido Africano da
Independência de Cabo Verde
(PAICV) e encara as próximas
eleições como uma “oportuni-
dade” para implementar uma
nova visão para o desenvolvi-
mento local.
“Temos uma equipa jovem,
experiente que vai trabalhar
junto da população para que
possamos ultrapassar as di-
ficuldades do concelho e ter
ambição para alavancar o
desenvolvimento do Porto
Novo”, garante.
Nilton Dias revela que en-
trou nesta corrida para resol-
ver os problemas do municí-
pio, que tem uma condição
socioeconómica “bastante di-
fícil”.
“A nossa motivação é, efec-
tivamente, trabalhar para re-
solver os problemas do nosso
município, porque neste mo-
mento temos um município
com uma condição socioeco-
nómica bastante difícil. Tanto
a Câmara Municipal, como o
governo não estão a conseguir
resolver os principais proble-
mas do Porto Novo”, aponta.
Para o candidato, a actual
equipa camarária não conse-
guiu atingir os objetivos pro-
postos.
“O balanço tem que ser fei-
to entre aquilo que foi prome-
tido e o que foi cumprido. Esse
porto Novo (Santo Antão)
receberam milhões de con-
tos, quando vemos na práti-
ca, esse dinheiro não chegou
aos bolsos dos portonovenses,
não melhorou a sua condição
de vida, esse dinheiro não
contribuiu, efectivamente,
para elevar o nível de desen-
volvimento do município. As
grandes promessas não foram
cumpridas, nomeadamente a
conclusão da segunda fase do
porto”, indica.
Trabalhar para a redução
da pobreza e reforço da coesão
social, criação de empregos,
atracção de investimentos,
aposta na cultura e desporto,
requalificação urbana e am-
biental são algumas linhas
orientadoras do projecto au-
tárquico do PAICV para Porto
Novo.
“Temos que resolver os
principais problemas que
afectam os portonovenses.
Primeiro, tem a ver com o em-
prego e para se ter emprego é
necessário dinamizarmos os
sectores económicos, agricul-
“
tura, pecuária, pesca”, clarifi-
ca.
No que se refere ao turis-
mo, Nilton Dias propõe um
trabalho coordenado com os
operadores, para que se possa
Temos a ambição para alavancar apresentar Porto Novo “como
os níveis de desenvolvimento de um grande produto turístico”.
“É necessário fazer inves-
Porto Novo timentos nos caminhos vici-
nais, capacitação dos guias tu-
rísticos, linkar o turismo com
governo local, de facto, não ter acesso aos meios básicos a cultura para atrair o turismo
contribuiu para a criação de de saúde, água, electricidade”, no estrangeiro, mas também
empregos, por isso, temos de- refere. atrair o turista local. Apostar
semprego em massa no Porto Nilton Dias questiona se fortemente na diversificação
Novo. Quando as pessoas não os fundos disponibilizados ao do turismo, nomeadamente o
têm emprego, acabam por município foram “bem empre- ecoturismo”, explica.
estar em grande vulnerabili- gues”. A nível da infra-estrutu-
dade, porque não conseguem “Apesar de dizerem que ração, o candidato propõe,
N0 985 • 14 de outubro de 2020
sobretudo, a redefinição do
projecto da avenida do Porto
Novo
“A avenida é uma infra-
-estrutura importante, porque
serve para virar Porto Novo
para o mar e isso acaba por
trazer vários investimentos
hoteleiros, restaurantes e ou-
tros e deste modo qualificar a
cidade e o município de uma
forma geral, como destino de
investimentos”, assegura.
“Pretendemos construir
um auditório em Porto Novo,
para dinamizar a cultura. Tra-
balhar com o governo para as-
sumir os seus compromissos a
nível da construção de estra-
das, em localidades como Ri-
beira Fria, Ribeira dos Bodes,
Lagoa, porque são localidades
com grande potencial econó-
mico”, sustenta.
Caso seja eleito, Nilton Dias
promete dar uma atenção es-
pecial à questão da habitação.
“Trabalhar para criar ha-
bitações sociais e criar condi-
ções para que os jovens pos-
sam também ter as suas habi-
tações, gerir os solos de forma
transparente, para atrair in-
vestimentos”, clarifica.
Para promoção e dinami-
zação do empreendedorismo
como forma de gerar empre-
gos e rendimentos, Dias fala
na criação de “um gabinete de
apoio ao empreendedorismo e
um fundo de desenvolvimen-
to local, para apoiar projectos
inovadores”.
“Juntos para mudar Porto
Novo” é o lema de Nilton Dias.
A professora Vitória Sabino,
natural de Ribeira das Patas,
é a candidata do PAICV à pre-
sidência da Assembleia Muni-
cipal.
N0 985 • 14 de outubro de 2020 ribeira Grande (Santo Antão) //19

ODAILSON BANDEIRA, PAICV

“É preciso mudar a forma de gestão de

Ribeira Grande para que possamos dar o
salto de desenvolvimento que almejamos”
Odailson Bandeira afirma pois de tantos anos, o municí-
pio deveria estar num patamar
que a candidatura autárquica melhor. Ainda temos muito
que encabeça aposta nas desemprego que, por conse-
quência, obriga muitos jovens
potencialidades do município a abandonar a ilha. Temos
uma taxa elevada da pobreza e
para um desenvolvimento até de extrema pobreza. Uma
sustentável e inclusivo. situação que ainda represen-
ta constrangimentos enormes
para a mobilidade de pessoas
e bens é a questão do encra-
vamento de muitas comunida-
Lourdes Fortes des”, refere.
Para resolver os problemas
do município, Bandeira pro-
põe uma aposta que concilia
as áreas económicas funda-
Odailson Bandeira, de 36 mentais, de modo a promover
anos, candidato do Partido oportunidades de emprego e
Africano da Independência de gerar rendimentos.
Cabo Verde (PAICV) a presi- “Para resolver o problema
dente da Câmara Municipal do desemprego, temos que
de Ribeira Grande (CMRG), apostar na dinamização da
Santo Antão, diz que se apre- economia local e, para isso,
senta nestas eleições com um temos de focar onde temos
projecto “ambicioso e visio- potencialidades: agricultura,
nário”, para elevar Ribeira pesca, turismo, pecuária e cul-
Grande a “um patamar maior” tura. Dentro de cada uma des-
turísticos e das boas ações e
investimentos já concretiza-
dos por parte dos agentes tu-
rísticos”, avança.
Odailson Bandeira promete
a implementação de uma po-
lítica cultural que “transforme
a cultura numa oferta turística
de qualidade”.
O candidato autárquico
garante “aposta forte” nas
questões sociais, sobretudo na
adopção de políticas estrutu-
radas para a área da habitação
social.
“E tudo isso será estribado
em dois projectos principais.
Um, a que vamos chamar de
‘família habitada’, onde pre-
tendemos construir habitação
social de raiz para famílias
vulneráveis. Depois, teremos
um programa virado para a
requalificação e reabilitação
de habitações já existentes”,
explica.
A requalificação de estra-
das em localidades como Cai-
bros de Ribeira de Jorge, Ri-

de desenvolvimento e cresci-
mento.
Formado em agronomia,
Bandeira é vice-presidente da
Comissão Política Regional do
PAICV em Santo Antão. Em
2016, foi eleito deputado na-
cional.
O candidato à CMRG de-
fende a necessidade de uma
“nova visão” para o desenvol-
vimento do município e subli-
nha que o modelo de governa-
ção local está ultrapassado.
“Seria desonestidade da
nossa parte não reconhecer
ganhos que o município já
teve. Contudo, na nossa opi-
nião, esta forma de liderança
já está ultrapassada no tempo,
já deu aquilo que tinha para
“
É preciso trilhar novos caminhos
para Ribeira Grande
dar e, neste momento, face
às expectativas diferentes e
maiores dos ribeira-granden-
ses, pensamos que é preciso
mudar a forma de gestão, de
modo a que possamos dar o
salto de desenvolvimento que
almejamos”, afirma.
Apesar de assinalar “gan-
hos consideráveis” nas infra-
-estruturas rodoviárias, elec-
trificação, água, saneamento,
habitação e educação, Odail-
son Bandeira explica que a
Ribeira Grande poderia estar
num “patamar mais elevado”
e recorda que a autarquia está
com a mesma liderança há
quatro mandatos.
“Compreendemos que, de-
tas áreas, iremos definir pro-
jectos específicos, de modo a
que possamos colmatar aquilo
que são os principais proble-
mas do concelho”, assegura.
Para o turismo, apontado
como transversal para a eco-
nomia local, o candidato do
PAICV sugere a valorização
do destino e dos produtos
made in Santo Antão, para
além da criação de uma agên-
cia de promoção turística, in-
vestimento empresarial e em-
preendedorismo.
“Aproveitando as bases já
existentes, o nosso objetivo é
aperfeiçoar o trabalho já feito
e apostar seriamente na qua-
lificação e diversificação da
oferta, dos nossos produtos
beirão Campo de Cão, Figuei-
ras, Pia de Cima, Pinhão, Chã
das Furnas ou Rabo Curto de-
verá fazer parte de um plano
de médio e longo prazo, a ser
desenvolvido em parceria com
o governo central, de acordo
com o candidato autárquico.
Caso seja eleito, Odailson
Bandeira promete implemen-
tar o modelo de orçamento
participativo, “para incluir as
comunidades nos processos
de decisão e desenvolvimento
de cada localidade”.
Para presidir à Assembleia
Municipal, o PAICV propõe
Armindo Cruz, 59 anos, pro-
fessor reformado, e que já foi
líder da bancada do partido,
em 2000.
 20\\
ORLANDO DELGADO, MPD
“O diagnóstico que temos coloca-nos
na melhor posição para continuar a
fazer mais para Ribeira Grande”
O projecto autárquico
de Orlando Delgado está
assente em quatro desafios:
desenvolvimento económico,
juventude, habitação e
acessibilidades.
Lourdes Fortes
Orlando Delgado é
o candidato do Movi-
mento para a Demo-
cracia (MpD) à pre-
sidência da Câmara
Municipal da Ribei-
ra Grande, nas elei-
ções autárquicas
de 25 de Outubro.
O engenheiro
civil, de 58 anos, está na pre-
sidência da autarquia desde
2005. Agora, concorre para
mais um mandato, o quinto,
porque há projectos que ainda
quer implementar.
“Sinto que dentro daquilo
que são os projectos propos-
tos para o concelho há aque-
les que até agora não conse-
guimos efectivamente imple-
mentar e esses são fundamen-
tais para o desenvolvimento
do nosso concelho. Sinto-me
ainda em condições para con-
tinuar a dar o meu contributo
para o desenvolvimento do
concelho”, afirma.
Segundo Orlando Delga-
do, a falta de parceria com o
governo anterior “limitou” o
ribeira Grande (Santo Antão)
vimento social e económico.
Aqui sempre trabalhamos
para a melhoria da qualidade
de vida das pessoas e é isso
que nos orgulha”, frisa.
Sobre as críticas de que o
município está em gestão cor-
rente, o candidato do MpD
nega e contrapõe com a im-
plementação do plano estra-
tégico de desenvolvimento do
concelho.
“Trabalhamos com base
numa visão devidamente
orientada, estrutu-
rada. Temos um
profundo conhe-
cimento daqui-
lo que são as
necessidades
do concelho
e as medi-
das de im-
plemen-
tadas são
“
para col-
matar
esses
proble-
mas e garantir o seu desen-
Sinto-me em condições para continuar volvimento e o bem-estar das
pessoas”, assevera.
a dar o meu contributo para o Segundo Orlando Delgado,
desenvolvimento do concelho a melhoria da qualidade de
vida das pessoas, das habita-
ções, água e saneamento, bem
como o desencravamento
das comunidades, através da
acesso do município aos re- desenvolver Ribeira Grande. construção de estradas de pe-
cursos que lhe permitiriam Nunca tivemos tantos projec- netração, estarão sempre “no
implementar programas cru- tos como no último mandato”, topo das prioridades”.
ciais, entre os quais o desen- sublinha. “E é neste sentido que esta-
cravamento de comunidades, Questionado sobre o ba- mos convictos de que o próxi-
infra-estruturação municipal lanço do exercício que agora mo mandato será de consoli-
e habitação. termina, o autarca diz que é dação e desencravamento das
“A câmara sozinha não con- positivo. localidades mas, sobretudo,
seguirá, mas juntamente com “O balanço é extremamen- permitindo que a economia
o governo, com a descentra- te positivo, reconhecido por possa prosperar e crescer”,
lização dos meios, vamos ter todos. É só ver em termos de espera.
muitas oportunidades para taxas de pobreza e desenvol- Caso seja reeleito, para
N0 985 • 14 de outubro de 2020
além de reforçar as parcerias
com o governo, sector privado
e sociedade civil, Orlando Del-
gado aponta a promoção de
emprego e a melhoria da efi-
ciência administrativa como
metas “fundamentais”.
Para a geração de empre-
gos e fixação de jovens no
município, a aposta irá passar
pela atracção de investidores
e promoção de áreas com po-
tencialidades económicas.
“A nível da formação pro-
fissional e do empreende-
dorismo, pretendemos criar
uma linha de facilitação e um
centro de apoio aos jovens na
preparação dos seus projec-
tos. Já o tínhamos criado no
mandato actual, será consoli-
dar aquilo que existe”.
Delgado defende o reforço
de áreas como desporto, cul-
tura e indústrias criativas.
“Apontamos o projecto do
Estádio Municipal do Tarra-
fal, investir na indústria cria-
tiva e cultura, para que os nos-
sos artistas possam continuar
a ter possibilidade de desen-
volver as suas actividades a
nível do concelho”, indica.
A modernização da agricul-
tura, aposta na agro-indústria
e a resolução do problema do
embargo dos produtos agríco-
las de Santo Antão são outros
desafios apontados.
“Criar as condições para
que as pessoas se sintam bem,
independentemente de esta-
rem ou não no centro urba-
no”, almeja.
O MpD apresenta como
cabeça de lista à Assembleia
Municipal, Leida dos Santos,
de 44 anos, advogada e ex-
-Bastonária da Ordem dos
Advogados de Cabo Verde.
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PAULINO DIAS, ALTERNATIVA RIBEIRA GRANDE

“A implementação do orçamento
participativo é uma bandeira que
queremos levantar”
Modernização dos serviços ração da expectativa, da espe-
municipais, promoção e criação rança, sobretudo ao nível dos
jovens, quanto ao futuro, o
de emprego e melhoria da balanço não pode ser positivo
política de protecção dos grupos e esta é uma das razões pela
qual resolvemos avançar com
vulneráveis são bandeiras do esta candidatura”, assegura.
candidato Paulino Dias. Se vencer as eleições de 25
de Outubro, o economista terá
como prioridades a moderni-
zação dos serviços e funciona-
mento da autarquia, criação
Lourdes Fortes
de emprego, para combater
a perda de população, e a
melhoria da política de
protecção dos grupos
Paulino Dias lidera a can- vulneráveis.
didatura do movimento Alter- “A modernização da
nativa Ribeira Grande à presi- Câmara Municipal será
dência da Câmara Municipal o primeiro passo para
da Ribeira Grande (CMRG), podermos fazer mais
Santo Antão. O economis- com menos. Há um
ta, de 43 anos, natural da conjunto de iniciativas,
Ribeira da Torre, propõe já previstas no nosso
uma aposta na sociedade programa, que têm como
civil para comandar o objectivo último a criação
processo de desenvolvi- de empregos, para poder-
mento do concelho. mos reter os nossos jovens
“Ainda temos muitas co-
munidades encravadas e uma
das nossas prioridades será
sentar com o governo e acor-
dar uma estratégia de investi-
mento na rede rodoviária no
município”, frisa.
O candidato independente
defende a atracção de inves-
timentos para a agricultura,
pesca, indústria, turismo,
“como forma de incentivar a
criação de empregos”.
Uma das bandeiras da Al-
ternativa Ribeira Grande é a
implementação do orçamento
participativo.
“Esta é uma bandeira que
queremos levantar, porque
pensamos que a população
deve ser envolvida em todas
as fases, em termos de gestão
dos municípios. Caminhar na
direcção do orçamento par-
ticipativo, para sermos coe-
rentes com um dos princípios
fundamentais, que é o da in-
clusão”, explica.

O candidato autár-
quico considera que o
modelo de gestão já não
responde aos desafios lo-
cais, que exigem novas abor-
dagens.
“Não se tem constatado
evidências de haver uma es-
tratégia de desenvolvimento
da Ribeira Grande que inclua
uma visão de longo prazo e
que inclua uma estrutura de
tomada de decisões e de en-
gajamento da população no
processo de construção de so-
luções”, aponta.
Paulino Dias considera
que Ribeira Grande não tem
sido explorada em todo o seu
potencial em termos de cres-
cimento e desenvolvimento
económico.
“
É fundamental ter uma visão muito clara
do desenvolvimento de Ribeira Grande
“Um dos principais desafios
enfrentados pelo município é
a falta de oportunidades de
emprego para jovens, que se
tem traduzido numa fuga de
população jovem para outras
ilhas. Pensamos que muito
mais poderia ser feito em ter-
mos de promoção de atracção
do investimento privado, da
criação de emprego qualifica-
do”, sublinha.
Num balanço do trabalho
executado pela actual equipa
camarária, Paulino Dias afir-
ma que este é negativo.
“Se olharmos pelo tempo
que a equipa está na Câmara
Municipal, se olharmos pela
perda da população, deterio-
e até aproveitar o retorno dos
que tinham saído do municí-
pio, para dar um pulo em ter-
mos de crescimento económi-
co”, afirma.
A nível social, propõe a ela-
boração de uma política mu-
nicipal para a protecção de fa-
mílias de baixa renda e grupos
vulneráveis.
“Temos ideias concretas
de formulação de uma políti-
ca municipal de protecção de
grupos vulneráveis, não ape-
nas no aspecto material e de
protecção da sua dignidade,
mas de apoio à sua saída da
situação de vulnerabilidade”,
complementa.
A consolidação da infra-es-
truturação municipal é outro
desafio.
Paulino Dias propõe a rede-
finição da política de desporto
e cultura para que estes sec-
tores integrem o processo de
desenvolvimento municipal.
Numa perspectiva mais
macro, o candidato propõe
uma acção concertada entre
governo e municípios na defi-
nição de uma estratégia de de-
senvolvimento e crescimento
sustentáveis de Santo Antão, a
médio e longos prazos.
A professora Licínia Leite,
de 42 anos, formada em ad-
ministração, e que entre 2008
e 2012 foi deputada municipal
pelo Movimento para a De-
mocracia (MpD), é a aposta
do movimento Alternativa
Ribeira Grande para liderar a
Assembleia Municipal.
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