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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................................2
1.1. Objectivos....................................................................................................................................3
1.1.1. Geral....................................................................................................................................3
1.1.2. Específicos...........................................................................................................................3
1.2. Metodologia.................................................................................................................................4
2. POLITICA MONETÁRIA DE MOÇAMBIQUE................................................................................5
2.1. Breves conceitos..........................................................................................................................5
2.1.1. Politica Monetária................................................................................................................6
2.1.1.1. Objectivos da Política Monetária.....................................................................................7
2.1.1.2. Instrumentos de Política Monetária..................................................................................7
a) Reservas Obrigatórias..................................................................................................................7
b) Taxa de Redesconto.....................................................................................................................8
c) Operação de Mercado Aberto......................................................................................................9
2.1.1.3. Critério para a escolha das metas da autoridade monetária..............................................9
2.2. Sistema financeiro de moçambique.............................................................................................9
2.3. Política monetária de Moçambique............................................................................................11
3. CONCLUSÃO...................................................................................................................................15
3.1. Referências bibliográficas..........................................................................................................16

1
1. INTRODUÇÃO
As políticas monetárias facilitam o processo de integração econômica, buscando diminuir os
custos de transação ou até mesmo torná-la mais eficiente, seguindo as premissas da teoria do
comércio internacional e os novos aspectos dentro da macroeconomia.
O principal objectivo da política monetária é controlar a oferta de moeda na economia. De
acordo com Cleto e Dezordi (2002), a lógica da política monetária consiste em controlar a oferta
de moeda (liquidez) para determinar as taxas de juro de referência do mercado. De certa forma, o
controle da oferta monetária tem impacto não só sobre as taxas de juro, como também sobre a
inflação. Cleto e Dezordi (2002) consideram que ao controlar-se os meios de pagamento através
da política monetária, visa-se também estabilizar o nível geral de preços da economia3. Porém, a
corrente neoclássica defende o estabelecimento da taxa de juros conforme o mercado de capitais
(neste caso de dinheiro), evitando a intervenção administrativa dos bancos centrais na
delimitação da oferta monetária. Ao longo do texto são apresentadas os objectivos primários e
principais da política monetária do Banco de Moçambique. De acordo com Ehinomen e Charles
(2012), a política monetária pode ser restritiva ou expansiva, dependendo das condições
económicas e das circunstâncias. Pretende-se com o presente trabalho, descrever a política
monetária de Moçambique.

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1.1. Objectivos

1.1.1. Geral
 Descrever a política monetária de moçambique

1.1.2. Específicos
 Definir conceitos de política monetária e instrumentos de política monetária.
 Identificar os instrumentos de política monetária
 Descrever a política monetária em Moçambique

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1.2. Metodologia
Para a concretização dos objectivos deste trabalho utilizou-se como metodologia a pesquisa
bibliográfica. Pois o presente trabalho de pesquisa foi de revisão de literatura. Esta pesquisa
bibliográfica assentou-se também em artigos técnicos e científicos relacionados com esta
matéria.
O tipo de pesquisa utilizado neste presente trabalho foi o descritivo (pois o que se pretende é
descrever a Politica Monetária de Moçambique).
A técnica de pesquisa adoptada neste trabalho foi a seguinte: efectuou-se uma pesquisa
bibliográfica, através da consulta de manuais, que abordam assuntos ligados à finanças,
economia moçambicana, politica monetária e politica monetária de moçambique, fez-se também
a consulta de artigos científicos, teses, dissertações, monografias, pesquisas cientificas, e
algumas explanações ou definições de conceitos importantes utilizados durante a pesquisa desse
trabalho, e por outro lado foi feita a pesquisa na internet como forma de conhecer as actuais
abordagens acerca da politica monetária de Moçambique.

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2. POLITICA MONETÁRIA DE MOÇAMBIQUE

2.1. Breves conceitos


Política Monetária - processo através da qual o governo tenta influenciar a situação geral da
economia através do manejamento de variáveis monetárias, tendo em conta que a mesma tem
como objectivo garantir a estabilidade macroeconómica, principalmente a estabilidade de preços
e crescimento económico com baixos níveis de desemprego (Gontijo, 2007 p. 2 citado por
Muteia, 2018).

Instrumentos de Política Monetária - Os instrumentos da política monetária, são variáveis que


o Banco Central controla directamente, e para executar a política monetária, o Banco põe a sua
disposição os três instrumentos tais como a) reservas obrigatórias, b) taxa de redesconto e c)
operações de mercado aberto para influenciar as variáveis intermediárias (Mishkin, 2004 citado
por Muteia, 2018):

Reservas Obrigatórias -também denominada de reserva legal, são consideradas uma espécie de
imposto sobre os depósitos à vista dos bancos comerciais. É exigido aos bancos comerciais que
mantenham uma fracção dos seus recursos à vista junto do Banco Central. A taxa de reservas
obrigatórias afecta basicamente o tamanho do multiplicador dos meios de pagamento, (Lopes e
Vasconcellos, 2000:68 citado por Muteia, 2018).

Taxa de Redesconto - Taxa de juros cobrada pelo Banco Central pelos empréstimos aos bancos
comerciais que pode ser usada tanto para sinalizar as taxas de juros a serem praticadas pelo
mercado, como para determinar a disposição dos bancos em ter mais ou menos liquidez, (Lopes
e Vasconcellos, 2000:68 citado por Muteia, 2018).

Operação de Mercado Aberto - As operações de mercado aberto, são instrumentos que o banco
central utiliza quando pretende contrair ou expandir a sua base monetária, Para o efeito, quando
o objectivo e contrair a base Monetária, este vende parte dos seus títulos públicos e por sua vez,
retira a moeda em circulação (Lopes e Vasconcellos, 2000:68 citado por Muteia, 2018).

Oferta de Moeda - De com Mankiw (2001), a oferta de moeda é o conjunto de todos os meios
de pagamento utilizados pelas famílias e pelos agentes económicos para efectuarem as suas
transacções, incluindo os activos menos líquidos, num determinado momento. Existem várias

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medidas-padrão da oferta monetária, nomeadamente, o M1 (que é o somatório das notas e
moedas em circulação e dos depósitos à ordem), o M2 (que incorpora o M1 mais os depósitos a
prazo), e o M3 que para o caso moçambicano é a agregação do M2 e dos depósitos da economia
em moeda estrangeira. A oferta de moeda é geralmente gerida pelo banco central. Para efeitos
desta pesquisa, o conceito de moeda utilizado é o M3. De acordo com os monetaristas o excesso
de moeda é o principal determinante da inflação no longo prazo.

Inflação - A inflação é definida como a subida persistente e generalizada do índice geral de


preços (medido pelo índice de preços no consumidor ou pelo deflector do PIB). A inflação pode
ser explicada por factores do lado da oferta, da procura e também por factores estruturais.
Friedman (1963), um dos principais defensores do monetarismo, defende que a inflação é sempre
e em toda parte um fenómeno monetário.

2.1.1. Politica Monetária


Falar da Política Monetária, é falar da actuação das autoridades monetárias, por meio de
instrumentos de efeito directo ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez global do
sistema económico, a luz do seu objectivo primário, de garantir a estabilidade macroeconómica,
sobre tudo a estabilidade de preços e crescimento económico com baixos níveis de desemprego
(Gontijo, 2007 citado por Muteia, 2018).

Em Moçambique e em todo o mundo, o Banco Central é a entidade com legitimidade para


executar a política monetária. Em outras palavras pretende-se com isso dizer que o Banco
Central é o responsável pela emissão denotas, regulamentação da política creditícia e o controle
da política cambial, a luz da Lei no 1/92, de 3 de Janeiro.

De acordo com alguns estudiosos como, Escóssia (2009) citado por Muteia (2018), que afirmam
que os instrumentos monetários actuam directamente sobre o controle do volume de dinheiro em
circulação, com objectivo de proteger e elevar o seu poder de compra. O mesmo autor, reparte a
actuação da política monetária em dois grandes seguimentos a saber: O seguimento da política
monetária restritiva que engloba medidas que visam reduzir a quantidade de moeda em
circulação ou simplesmente conter seu crescimento com o Objectivo de desaquecer a economia e
evitar o aumento dos preços. Nesta ordem, pode-se afirmar que num seguimento de política

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monetária restritiva, o acautelar a subida desenfreada de preços passa pela redução ou tornar
escassa a quantidade da moeda em circulação (Muteia, 2018).

Para o outro seguimento, o da política monetária expansionista, de acordo com Escóssia (2009)
citado por Muteia (2018), é constituído por medidas que visam aumentar o volume de dinheiro e
liberalizar os empréstimos através de taxas de juro atractivas aos olhos de qualquer um. Por
outras palavras, pretende-se com isso dizer, que em uma política monetária expansionista, o
volume de dinheiro em circulação é maior, e tem como finalidade e elevar a demanda e
influenciar positivamente a economia.

De acordo com Ehinomen e Charles (2012), a política monetária pode ser restritiva ou expansiva,
dependendo das condições económicas e das circunstâncias. A política monetária expansiva
consiste em aumentar a oferta de moeda para além da quantidade óptima para a economia real,
reduzindo assim as taxas de juro e estimulando investimentos maioritariamente no sector privado
(Essa política é adoptada em época de recessão, de modo a aumentar a procura agregada e gerar
novos empregos). A política monetária restritiva refere-se ao fenómeno contrário (Aplica-se
quando a economia apresenta inflação alta, com o objectivo de reduzir a procura agregada e,
consequentemente, o nível de preços).

2.1.1.1. Objectivos da Política Monetária


De acordo com Hillbretcht (1999) citado por Muteia (2018), a política monetária tem como
objectivos: a estabilidade de preços (controle da inflação), a estabilidade da taxa de juros e do
sistema financeiro, o elevado nível de emprego, o crescimento económico e a estabilidade do
mercado cambial.

2.1.1.2. Instrumentos de Política Monetária


Os instrumentos de política monetária de um modo geral, são as variáveis que o Banco Central
controla directamente. Para materializar a política monetária, o Banco Central socorre-se dos três
instrumentos tradicionais a saber: as reservas obrigatórias, a taxa de redesconto e as operações de
mercado aberto, para influenciarem as variáveis intermediárias (Mishkin, 2004 citado por
Muteia, 2018).

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a) Reservas Obrigatórias
Também conhecidas por reservas legais, são consideradas como uma típica espécie de impostos
ou obrigações, sobre os depósitos a vista dos bancos comerciais. São depósitos sob forma de
reservas bancárias, em que os bancos comerciais são obrigados a manterem uma percentagem
dos seus depósitos a vista, junto ao Banco Central (Muteia, 2018).

De salientar que as taxas das reservas obrigatórias, constituem um factor bastante importante e
impulsionador, do ponto de vista do seu impacto sobre o multiplicador dos meios de pagamento
pois, influenciam na determinação de qual será o montante de moeda que ficara a disposição dos
comerciais para empréstimos e outros. Quanto maior for o depósito compulsório, maior será o
nível de reservas obrigatórias dos bancos comerciais junto ao banco central. De acordo com
Lopes e Vasconcelos (2000) citado por Muteia (2018)., uma alteração nas reservas obrigatórias,
afecta a oferta da moeda e faz com que o sistema multiplicador se modifique.

b) Taxa de Redesconto
A taxa de redesconto é uma taxa de juro cobrada pelo Banco Central, pelos empréstimos aos
bancos comerciais que podem ser usados sobretudo para conferir robustez aos bancos comercias,
do ponto de vista de ter mais ou menos liquidez. Em casos em que a taxa de juro cobrada pelo
Banco Central é superior a taxa de juro cobrada pelos bancos comerciais, estes reduzem a
concessão de crédito ao mercado, visando reduzir o risco de ter que recorrer ao banco central
(Muteia, 2018).
Este instrumento e igualmente usado pelo Banco Central, para aumentar ou diminuir os níveis de
disponibilidade da moenda e consequentemente expandir a economia. Nesta ordem, quando o
Banco Central diminui a taxa de redesconto, o montante que os bancos comerciais devem enviar
para o Banco Central diminui. Nesta ordem eles conseguem reter um montante maior para
emprestar. Ou seja, a quantidade de crédito disponível ao mercado comum aumenta. Com isso,
mais dinheiro fica disponível para as pessoas e a base monetária se expande, e a partir daí, os
gastos aumentam e a economia cresce como um todo (Muteia, 2018).

Quando o Banco Central toma a decisão contrária a do parágrafo anterior, o de aumentar a taxa
de redesconto, ocorre a situação inversa. Os bancos comerciais dispõem de menos recursos para
emprestar. O crédito disponível para as pessoas diminui e a base monetária se contrai,
desacelerando a economia (Muteia, 2018).

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c) Operação de Mercado Aberto
As operações de mercado aberto, são instrumentos que o banco central utiliza quando pretende
contrair ou expandir a sua base monetária, Para o efeito, quando o objectivo e contrair a base
Monetária, este vende parte dos seus títulos públicos e por sua vez, retira a moeda em circulação.
Pretensão contrária, o Banco central compra os títulos públicos no mercado, o que de certa
maneira vai permitir o aumento da moeda em circulação (Lopes e Vasconcelos 2000 citado por
Muteia, 2018).

A operação de mercado aberto, é um instrumento macro económico da Politica Monetária, muito


importante, pelo seu papel determinante nos movimentos das taxas de juro de curto prazo, da
base monetária, para além de constituir maior fonte de oferta da moeda. O Banco Central, ao
tomar a decisão de vender e comprar títulos públicos no mercado, o faz com a consciência das
suas responsabilidades e ao mesmo tempo, com o intuito de monitorar a oferta de moeda. Esta,
tem sido a operação que muita das vezes, desempenha um papel estabilizador da economia. Em
Moçambique as intervenções no mercado aberto baseiam-se em ofertas de quantidades dos
seguintes instrumentos de dívida como é o caso do Bilhetes de tesouro, que hoje em dia
funcionam como fonte para financiar o estado (Muteia, 2018).

2.1.1.3. Critério para a escolha das metas da autoridade monetária


 A meta deve ser mensurável
 Deve ser passível de controlo por parte do Banco Central
 Deve apresentar um efeito previsível sobre o objetivo
 Meta Monetária - O banco central fixa um determinado valor como meta para o
crescimento de um agregado monetário específico ao longo de certo período.
 Meta de Inflação - O banco central tem como meta (target) a obtenção de um certo
patamar para a taxa de inflação num determinado período.
 Meta Cambial - o banco central tem como meta a obtenção de uma determinada
paridade entre a moeda doméstica e uma moeda internacional.

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2.2. Sistema financeiro de moçambique
O BM foi criado em 1975, e acumulava as funções de banco central e de banco comercial, num
contexto de economia centralmente planificada. Durante os anos que seguiram, o sistema
financeiro nacional apresentava as seguintes características:
 Existência de dois bancos comerciais, nomeadamente, o Banco Popular de Desenvolvimento
(BPD), que era um banco estatal e o Banco Standard Totta (BSTM), que era constituído em
100% por capitais privados;

 Taxas de juro, taxas de câmbio, preços e comissões determinados administrativamente, pelas


autoridades governamentais;

 Concessão de crédito com base em critérios quantitativos de distribuição sectorial;

 Défice fiscal financiado directamente pelo banco central, por via da emissão, causando
pressão inflacionária.
O colapso do sistema de economia centralmente planificada em meados da década de 80 levou o
governo a aderir as instituições de Breton Woods em 1984, e na sequência desta adesão, o
governo iniciou em 1987 a implementação do Programa de Reabilitação Económica (PRE). Este
programa tinha como principais pilares, o ajustamento estrutural e a liberalização económica,
incluindo a do sistema financeiro nacional (Fumo, 2013).
No quadro das medidas do PRE, o BM passou a partir de 1992 a exercer apenas as funções de
banco central, tendo sido criado no mesmo ano o Banco Comercial de Moçambique (BCM),
actualmente Millennium BIM, que ficou com a parte comercial que estava no BM. A partir de
1992, com o suporte legal da Lei 1/92, a implementação da política monetária pelo BM passou a
basear-se no regime de metas de agregados monetários, num contexto de taxas de câmbio
flexíveis1. Neste âmbito, a estratégia da política monetária do BM em vigor, define como
variável operacional a base monetária2, variável constituída pelas reservas bancárias e pelas
notas e moedas em circulação fora do BM, enquanto, o M3 é o objectivo intermediário e a
inflação baixa e estável é o objectivo final da política monetária (Fumo, 2013).

O sistema financeiro evoluiu de dois bancos comerciais em 1992 para 18 bancos em Dezembro
de 2012, dos quais quatro dominam o sistema financeiro, em termos de carteira de activos no
total de activos no sistema bancário3. Na sequência das reformas do sistema financeiro, o BM

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prosseguiu com a transição do uso de instrumentos directos de política monetária para os
indirectos, tendo sido criados em 1996 e 1997 o Mercado Cambial Interbancário (MCI) e
Mercado Monetário Interbancário (MMI), respectivamente4. Contudo, as operações de mercado
aberto têm vindo a ser aplicadas desde 2000/2001 (Fumo, 2013).

A criação dos mercados interbancários permitiu ao BM efectuar a gestão da política monetária


com recurso aos instrumentos indirectos de política monetária, nomeadamente: os bilhetes do
tesouro (BTs), as operações reverse-repo, repo, a Facilidade Permanente de Cedência (FPC), a
Facilidade Permanente de Absorção (FPD), e as compras e vendas de divisas no MCI. O BM tem
ainda ao seu dispor as taxas de juro da FPC e FPD, que servem de taxas de juro de referência do
banco central, assim como, a taxa de reserva obrigatória que é manipulada administrativamente
pelo BM (Fumo, 2013).

Paralelamente ao aumento do número de bancos comerciais, o sistema financeiro nacional


registou, também, um crescimento no segmento de micro-finanças. A evidência a partir de dados
existentes (BM, 2012) indica a existência de 18 bancos, 198 instituições de Microcrédito, 8
Micro-Bancos, e sete cooperativas, em Dezembro de 2012 (Fumo, 2013).

2.3. Política monetária de Moçambique


Carsane (2005) citado por Muteia (2018) analisou com profundidade os determinares da Procura
de Moeda em Moçambique de 1994 - 2004 e abordou no seu estudo aspectos relacionados com a
inflação em Moçambique. O autor começou por apresentar um historial do cenário económico
com enfoque para a política monetária, fiscal e cambial adoptado em Moçambique.

Nobre (1998) citado por Muteia (2018), no seu estudo sobre a política monetária de Moçambique
e seu efeito na economia, procurou determinar os reais efeitos da taxa de juro no volume da
actividade económica, e a sua relação com a taxa de câmbio. Para credibilizar o seu estudo,
Nobre procurou descrever todo o processo cambial e financeiro de Moçambique e buscou os
argumentos teóricos dos clássicos kynesianos. Os resultados do eu estudo concluíram que em
Moçambique a taxa de juro aplicada e muito e alta, oque traz consequência negativas no
processo produtivo, que por sua vez tem efeitos agressivos no processo cambial pois, criam se
condições para uma procura elevadíssima de divisas.

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De acordo com o Banco de Moçambique (s/data), no documento da Estratégia de Médio e Longo
Prazo da Política Monetária, ponto 2.1. “A Lei Orgânica do Banco de Moçambique define como
objectivo primário a preservação do valor da moeda nacional. Portanto, é importante que a
política monetária seja correctamente executada tendo em conta a estabilidade do sistema
financeiro” (Abbas, 2015).

No ponto 2.2. e 2.3. do mesmo documento fala-se ainda da estabilidade de preços 1, que ocorre
quando a inflação é baixa e previsível. Neste documento considera-se que a estabilidade de
preços é o objectivo principal da política monetária do Banco de Moçambique (BdeM) que,
segundo o PARPA II, não deve exceder um dígito2 (Abbas, 2015).
De acordo com o Banco de Moçambique (s/data) para atingir o objectivo primário definido, o
quadro operacional da política monetária do BdeM assenta no regime de metas monetárias, que
considera a opção mais viável para o caso de Moçambique (Abbas, 2015).

“O regime de metas monetárias é um quadro da política monetária caracterizado pela definição


de metas operacionais e/ ou intermédias monetárias, cuja prossecução conduz aos objectivos
estabelecidos. As metas intermédias são variáveis que afectam o objectivo final da política
monetária mas não estão sob o controlo directo do Banco Central. No caso do regime de metas
monetárias, a meta intermédia é o agregado monetário, cuja escolha depende da estabilidade da
sua relação com o objectivo final (Abbas, 2015).

A variável operacional deve ser influenciada directamente pelo Banco Central no curto prazo,
devendo ter uma relação previsível com a meta intermédia. Apesar do Banco Central não poder
influenciar directamente as metas intermédias, este procura fazê-lo através da gestão dos
instrumentos de política monetária para monitorar as metas operacionais tais como a base
monetária e as taxas de juro de curto prazo… Nesta perspectiva, o Banco de Moçambique adopta
como meta intermédia o agregado M38 e como variável operacional a Base Monetária” (Em
Banco de Moçambique (s/data), ponto 4.2. e 4.3) (Abbas, 2015).

1
De acordo com Banco de Moçambique (s/data) “a estabilidade de preços deve ser entendida como o ponto em que
variações no nível médio de preços não afectam materialmente o processo de tomada de decisão económica”.
2
Como principio, a inflação deverá ser tão baixa quanto possível. A definição de abaixo de dois dígitos (menos de
10%) é excessivamente vaga e permite taxas consideradas elevadas (acima de 2% - 3%).

12
De acordo com Banco de Moçambique (s/data), uma inflação elevada e instável traz as seguintes
desvantagens para a economia: (1) distorce a afectação de recursos e faz com que os investidores
sacrifiquem a actividade produtiva a favor das operações de hedging9; (2) desincentiva a
poupança; (3) descrimina os trabalhadores com salários fixos, pensionistas e trabalhadores com
rendimentos baixos que não se conseguem proteger contra o impacto da inflação; (4) resulta
frequentemente numa distribuição irregular dos rendimentos e riqueza; e, (5) discrimina os
grupos sociais com rendimentos baixos, o que é socialmente inaceitável num contexto em que o
objectivo da política económica do governo é reduzir a pobreza absoluta3(Abbas, 2015).

Pode considerar-se que o Banco Central tem optado por uma política monetária expansiva,
sendo, no entanto, cauteloso no estabelecimento de taxas de juro de referência que, embora
decrescentes, consideram-se altas comparativamente com a inflação (Abbas, 2015).

No entanto, as taxas de juro não baixaram na proporção das taxas de referência por razões
diversas: (1) existência de sectores económicos com níveis de lucro que suportam custos
elevados do capital, absorvendo deste modo a oferta monetária; (2) manutenção dos critérios de
segurança/risco elevados na concessão dos créditos; (3) baixa bancarização da economia; e, (4)
financiamento da dívida pública reduzindo a capacidade creditícia para o sector privado e
famílias, Mosca, Abbas e Bruna (no prelo) (Abbas, 2015).

A oferta monetária aumentou significativamente a partir de 2001 e, sobretudo, depois de


2007/2008, o que fundamenta a constatação de uma política monetária expansiva. O controlo da
oferta monetária tem impacto não só sobre as taxas de juro, como também sobre a inflação,
(Cleto e Dezordi, 2002 citados por Abbas, 2015).

De acordo com Mosca, Abbas e Bruna (no prelo) a gestão dos dois instrumentos de política
monetária (oferta monetária expansiva e taxas de juro elevadas) provoca os seguintes efeitos
negativos: (1) a “desincentivação” das exportações dos produtos tradicionais (cujas receitas não
são, em princípio, retidas no exterior tal como é permitido aos grandes investimentos); e, (2) a
contracção da capacidade de concorrência dos produtores nacionais face à importação de bens de
consumo, com consequências negativas sobre o crescimento dos sectores destinados ao mercado
interno (Abbas, 2015).
3
Inflação como o “imposto dos pobres”

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“Esta política teve como objectivos: (1) alocar, por via do crédito da banca comercial, capital aos
sectores de maior rentabilidade, período de retorno mais rápido e menor risco14; (2) suportar o
despesismo governamental e financiar o Estado através da compra da dívida (bilhetes do tesouro
e títulos da dívida pública); (3) controlar a inflação (Índice de Preços ao Consumidor15),
derivada do aumento dos salários acima do crescimento da produção16, da inflação, da
produtividade e do efeito inflacionário da entrada de capitais e da imigração com rendimentos
muito acima da média moçambicana; e, (4) controlar a inflação por via da taxa de câmbio
sobrevalorizada, considerando a crescente importação de bens alimentares.

O controlo do IPC completa-se (ou tem como principal factor) com os subsídios de grande parte
dos bens de consumo de baixa renda (tarifas de água e energia, transportes públicos, serviços de
educação e saúde, material escolar). Pode verificar-se como o Banco Central tem optado por
políticas complementares coordenadas com a política orçamental, permitindo a expansão das
despesas públicas populistas e de defesa do poder17. Em alguns momentos (por exemplo,
durante a crise em 2008 e 2009), o Banco de Moçambique injectou divisas no mercado
secundário de divisas e reuniu-se com agentes desse mercado secundário persuadindo-os a não
desvalorizarem o Metical”.

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3. CONCLUSÃO
Falar da Política Monetária, é falar da actuação das autoridades monetárias, por meio de
instrumentos de efeito directo ou induzido, com o propósito de controlar a liquidez global do
sistema económico, a luz do seu objectivo primário, de garantir a estabilidade macroeconómica,
sobre tudo a estabilidade de preços e crescimento económico com baixos níveis de desemprego.
Os instrumentos da política monetária, são variáveis que o Banco Central controla directamente,
e para executar a política monetária, o Banco põe a sua disposição os três instrumentos tais como
a) reservas obrigatórias, b) taxa de redesconto e c) operações de mercado aberto para influenciar
as variáveis intermediárias.

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3.1. Referências bibliográficas
 Abbas, Máriam. (2015). A política monetária e a agricultura em moçambique. Observatório
do meio rural 34.prf,
 Fumo, Esmeralda Ester Malaquias. (2013). Teste da Teoria Quantitativa da Moeda em
Moçambique: 2000-2012. Faculdade de Economia, Universidade Eduardo Mondlane.
 Muteia, Sérgio Carlos Monteiro. (2018). Analise da Endogeneidade da Política Monetária
Sobre Flutuações Cambiais em Moçambique, Durante o Período 2000-2016. Universidade
católica de moçambique, Faculdade de economia e gestão.

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