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O poder administrativo e os

seus modos de exercício


      Para começar, há que referir que é preferível falar-se em poder
administrativo em vez de poder executivo, pois compreende o poder
executivo do Estado o outro poder público das entidades
administrativas não estaduais, segundo Diogo Freitas do Amaral.
 
      - Para Marcello Caetano, um poder administrativo define de
acordo com a lei a sua própria conduta e dispõe dos meios
necessários para impor o respeito dessa conduta e para traçar a
conduta alheia naquilo que tenha relação com ela.     
      - Já para Diogo Freitas do Amaral, é um sistema de órgãos do
Estado e das entidades públicas menores que se carateriza pela
faculdade de, com base nas leis e sob o controlo dos tribunais
competentes, estabelecer normas jurídicas e tomar decisões em
termos obrigatórios para os respetivos destinatários, estando-lhe
confiado o monopólio do uso legítimo da força militar ou policial a fim
de assegurar a execução coerciva quer das suas prórpias normas e
decisões, quer das normas e decisões dos outros poderes do Estado
(leis e sentenças).
      As principais manifestações do poder administrativo encontram-se
no poder regulamentar, poder de decisão unilateral, poder de
execução coerciva, poderes especiais do contraente público nos
contratos administrativos, poderes especiais das autoridades de
polícia.
      Deste poder administrativo surgem como corolários
a independência da Administração perante a Justiça e o foro
administrativo - a entrega de competência contenciosa para julgar os
litígios administrativos não é dada aos tribunais comuns e sim aos
tribunais administrativos e subsiste por razões de especialização
funcional e já não na lógica da infância difícil do juiz-administrador.
 
      Para exercer o poder administrativo, existem vários modos de
exercício para as entidades que integram a Administração Pública.
1.       Em primeiro lugar, Diogo Freitas do Amaral destaca
os regulamentos administrativos, referindo que os órgãos
administrativos competentes são frequentemente confrontados com a
necessidade de desenvolver os comandos genéricos contidos na lei,
com vista a possibilitar a sua aplicação às situações concretas que
ocorrem diariamente. Por vezes é o próprio legislador que pretende
que sejam os órgãos administrativos competentes a disciplinar certos
tipos de situações. Assim, a Administração Pública tem vias
para editar regras de conduta gerais e abstratas com fundamento na
lei.
2.       Em segundo lugar, é de realçar o ato administrativo.
Exemplificando, a Administração por vezes também é solicitada a
resolver situações específicas, problemas individuais e casos
concretos e para isso tem de tomar decisões. Quando tal acontece, a
Administração atua de forma diferente, pois já não edita as regras de
conduta gerais e abstratas, mas antes procede à aplicação da lei e
dos regulamentos às situações da vida real, atribuindo-lhes assim uma
nova definição jurídica já referida inicialmente nesta modalidade que
se consubstancia na prática de atos administrativos.
3.      Em terceiro lugar, Diogo Freitas do Amaral salienta
o contrato administrativo, referindo os casos em que as entidades
administrativas, em vez de atuarem unilateralmente impondo pela via
de autoridade as suas decisões, celebram acordos bilaterais entre si
ou com entidades privadas. Como exemplo temos os casos em que a
Administração Pública assina com uma empresa privada um contrato
de empreitada de obras públicas, nestas situações terá de recorrer a
esta modalidade do contrato administrativo. Como outro exemplo
temos o recrutamento de um funcionário ou quando se dá a
concessão a um particular um serviço público, uma obra pública ou
um bem do domínio público. Nestes e outros exemplos, a
Administração não faz normas gerais e abstratas, nem toma decisões
concretas de modo unilateral pois atua em colaboração com
particulares na base de um contrato.
4.       Por último, Diogo Freitas do Amaral refere a prática de
meras operações materiais. Aqui a Administração Pública pode atuar
através da prática de meras operações materiais, cuja caraterística
comum reside no fato de não produzirem alterações na ordem jurídica.
É dado o exemplo das vezes em que a Administração Pública procede
às operações físicas de demolição de um imóvel que ameaçava ruína
(porque por hipótese o particular não acatou a ordem de demolição),
realiza um conjunto de operações que não alteram a definição do
direito que foi feita em momento anterior, através do ato administrativo
que ordenou tal demolição. Outro exemplo é dado relativamente às
situações em que a Administração Pública resolve promover um
colóquio para proporcionar aos seus quadros uma melhor formação
técnica, realizando um conjunto de operações que não provocam
alterações na ordem jurídica. Em ambos os casos deparamo-nos com
operações materiais, contrariamente aos atos jurídicos.
      Com isto conseguimos entender os quatro modos padrão de
exercício do poder administrativo, emergindo deles quatro teorias
jurídicas: a teoria do regulamento administrativo; a teoria do ato
administrativo; a teoria do contrato administrativo e a teoria da
atividade técnica da Administração.  
 
Bibliografia consultada:
AMARAL, DIOGO FREITAS DO, Curso de Direito Administrativo,
volume II, 2ªedição, ALMEDINA, 2011
 

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